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1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CAMPUS CAMPO MOURÃO CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA CIVIL RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR JOÃO GILBERTO DE LARA CORAL SÉRGIO ROBERTO OBERHAUSER QUINTANILHA BRAGA AUTORIZO PARA ENCAMINHAMENTO À BANCA EXAMINADORA, __________________________________________________________ SÉRGIO ROBERTO OBERHAUSER QUINTANILHA BRAGA CAMPO MOURÃO 2012

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

CAMPUS CAMPO MOURÃO

CURSO SUPERIOR EM ENGENHARIA CIVIL

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR

JOÃO GILBERTO DE LARA CORAL

SÉRGIO ROBERTO OBERHAUSER QUINTANILHA BRAGA

AUTORIZO PARA ENCAMINHAMENTO À BANCA EXAMINADORA,

__________________________________________________________

SÉRGIO ROBERTO OBERHAUSER QUINTANILHA BRAGA

CAMPO MOURÃO

2012

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RESUMO

Este relatório descreve as atividades exercidaspelo acadêmico João Gilberto de Lara Coral no estágio

supervisionado obrigatório em 2011 e 2012, que foi realizado em duas obras de edifícios residenciais,

executados em alvenaria estrutural, da empresa Just Construções e Empreendimentos, como requisito parcial de

avaliação para aprovação do curso de Engenharia Civil na Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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INTRODUÇÃO

Este relatório tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas pelo estudante João Gilberto de Lara

Coral no período do estágio obrigatório para conclusão do curso de Engenharia Civil. O estágio foi realizadono

canteiro de obras de dois edifícios residenciaisem alvenaria estrutural da empresaJust Construções e

Empreendimentos LTDA. A construtora tem sede na cidade de Maringá-PR, atua na construção civil há mais de

30 anos e está presente diversas cidades paranaenses como Campo Mourão, Curitiba e São José dos Pinhais.

O estágio foi realizado em duas etapas, sendo a primeira etapa em julho e agosto de 2011 e a outra em janeiro,

fevereiro e março de 2012. Parte do estágio foi realizadaem Campo Mourão, no edifício Santorini e parte em

Maringá, no edifício Villa Paradiso. Por parte da empresa foi designado como responsável pelo

acompanhamento do estágioo colaborador Silvio Ricardo Fedrigo, que atua como supervisor do edifício

Santorini. O professor Sérgio Roberto Oberhauser Quintanilha Braga representou a universidade como

orientador do aluno.

O propósito da atividade de estágio supervisionado é inserir o estudante no ambiente de trabalho, visando o

aprendizado de competências próprias da atividade profissional, assimilando a teoria na prática. É uma

experiência essencial ao graduando que o desenvolve para a vida cidadã e para o mercado de trabalho.

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DESCRIÇÃO DO LOCAL

O estágio supervisionado foi realizado em duas obras da construtora Just, sendo uma delas o edifício Santorini,

que fica localizado na avenida Goioerê, 219, esquina com a rua Santos Dumont, em Campo Mourão-PR e a outra

o edifício Villa Paradiso, situado na rua Inhaúma, 739, em Maringá-PR.

O Santorini é um edifício residencial e comercial, composto por sete pavimentos-tipo, um pavimento térreo e um

subsolo, comárea totalde construção de 4044,21 m². O subsolo é composto por 46 vagas de estacionamento e

uma cisterna de recalque. O térreo é dividido em duas salas comerciais, sete vagas de estacionamento e área

comum dos moradores, que conta com guarita, hall social, salão de festas, playground, lavabos, central de gás,

depósito de lixo, elevador e escadas de emergência. Cada pavimento-tipo é composto por quatro apartamentos,

sendo dois apartamentos com 81,78 m² e dois com 79,76 m² de área útil. Cada apartamento possui uma suíte,

dois quartos, banheiro social, cozinha, área de serviço, sala de jantar e estar integradas, sacada com churrasqueira

e uma ou duas vagas de garagem. A obra teve início em agosto de 2010 e sua entrega está prevista para agosto de

2012.

Figura 01: edifício Santorini. Fonte: João Coral

Já o Villa Paradiso é um edifício residencial de onze pavimentos-tipo, um pavimento térreo e dois subsolos, com

área total de construção de 6110,44 m². Os dois subsolos são compostos por cinquenta e seis vagas de

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estacionamento e uma cisterna de recalque. O térreo é destinado somente à área comum dos moradores, que

conta com guarita, hall social, salão de festas, salão de jogos, espaço fitness, espaço grill, varanda, playground

coberto e descoberto, lavabo, central de gás, depósito de lixo, elevador, escadas de emergênciae vinte e nove

vagas de estacionamento. Seu pavimento-tipo é dividido em quatro apartamentos com 82,64m² de área útil. Cada

apartamento, como no outro edifício, possui uma suíte, dois quartos, banheiro social, cozinha, área de serviço,

sala de jantar e estar integradas, sacada com churrasqueira e uma ou duas vagas de garagem. A obra teve início

em agosto de 2010 e sua entrega está prevista para agosto de 2013.

Figura 02: edifício Villa Paradiso. Fonte: João Coral

Ambos os edifícios podem ser classificados comoconstruções mistas, pois têm os subsolos e o térreo executados

em alvenaria convencional e os pavimentos-tipo e casa de máquinas executados em alvenaria estrutural.A

alvenaria estrutural é um sistema construtivo onde as paredes internas e externas da edificação desempenham a

função estrutural, dispensando pilares e vigas em quase toda a obra.Em pequenas aberturas como portas simples

e janelas são usados blocos-canaletas com a função de verga e contra-verga, que são armados e grauteados. No

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entanto para casos em que o vão livre na parede é grande, onde há vários vãos livres em sequência ou sacadas, é

previsto o uso de vigas, para ajudar na distribuição dos esforços e evitar possíveis patologias como rachaduras

(figura 03). No caso desses edifícios foram utilizadas vigas chatas entre a sala de jantar e sala de tv dos

apartamentos em ambos os edifícios, para dividir a laje que formava um “L” em duas lajes retangulares, evitando

assim futuras rachaduras entre elas, devido às flechas diferentes que podem ocorrer(figura 04).

Figura 03: Viga devido aos vãos em sequência. Figura 04: Viga chata entre as salas.

Fonte: João Coral. Fonte: João Coral.

O projeto arquitetônico dos edifícios é elaborado por arquitetos da construtora, porémos projetos estrutural,

hidrossanitário, elétrico, de prevenção de incêndio, de rede de distribuição de GLP,telefônico e de TV a cabo são

elaborados por escritórios técnicos especializados em cada área, ficando a cargo da construtora compatibilizá-los

para a elaboração do projeto executivo.

A contenção periférica do terreno do edifício Santorini foi feita por meio de cortinas de concreto moldada in loco

e a contenção do Villa Paradiso foifeita por meio de cortinas de estacas escavadas. Os térreos dos dois edifícios

possuem uma disposição de ambientes diferente dos pavimentos-tipo deles, por isso existem lajes de transição

entre esses pavimentos, que têm a função de receber ascargas das paredes de alvenaria estrutural e distribuí-las

por pilares até as fundações.

Quanto aos canteiros de obras, ambos os edifícios possuem praticamente as mesmas instalações: um refeitório

com capacidade para sessenta pessoas, um vestiário, seis instalações sanitárias, sendo uma delas de acesso

somente ao pessoal do escritório, almoxarifado, área para o preparo dos argamassados, área para corte e dobra do

ferro, depósito de agregados, depósito fechado para sacos de cimento e demais usados em obra. Em ambas as

obras foram alugados um terreno vizinho para depósito de blocos e madeira. A única diferença entre os

canteiros é que o edifício Santorini possui somente um elevador de cargas (do tipo convencional), enquanto que

no edifício Villa Paradiso há dois elevadores, sendo um deles para uso exclusivo de cargas e o outro misto (do

tipo convencional). Não há alojamento, pois nenhum funcionário dorme na obra.

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Toda a construção foi cercada com tapumes metálicos de 2,5 metros de altura e o acesso às obras somente se dá

passando pelos escritórios de cada obra. O acesso ao almoxarifado só é permitido ao almoxarife, o supervisor de

obras e o contramestre. Os demais colaboradores são atendidos pelo balcão do almoxarifado. Em cada obra

existe uma serra circular, duas betoneiras, dois “balancins”, um policorte, um compressor, uma máquina de

solda, dois guinchos de coluna, além de ferramentas manuais. As ferramentas manuais presentes na obra são de

responsabilidade do almoxarife, que as distribui logo de manhã, anotando nome e solicitando a assinatura do

colaborador em um controle.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

O estágio aconteceu em duas etapas, sendo a primeira nos meses de julho e agosto de 2011, no edifício Santorini

e a segunda, nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2012,sendo parte dele novamente no edifício Santorini e

parte no edifício Villa Paradiso.

Na primeira etapa do estágioas atividades designadas ao estagiário podem ser divididas em:

1. Análise de projetos: estudo dos projetos arquitetônico, estrutural, elétrico e hidráulico do prédio nos

primeiros dias em obra. O propósito dessa atividade foi conhecer o projeto do prédio e o sistema

construtivo utilizado;

2. Acompanhamento de colaboradores: acompanhamento e auxílio, durante alguns dias,ao serviço de seis

colaboradores com funções diferentes na obra. São eles o supervisor de obra, o apontador, o almoxarife,

o contramestre, o encanador e o eletricista. Passando um dia inteiro com cada um deles foi possível

conhecer um pouco mais sobre a prática desses diferentes profissionais,que são essenciais ao

andamento da obra;

3. Acompanhamento da execução do edifício:acompanhamento de serviços como armação e concretagem

de lajes (figuras 05 e 06), execução de alvenaria estrutural, taliscamento e reboco, a fim de que

adquirisse uma noção maior sobre os serviços que estavam sendo executados e entender mais a fundo o

funcionamento e a logística da obra;

4. Preenchimento do diário de obra;

5. Gestão tecnológica de corpos-de-prova e blocos de concreto:organização dos corpos-de-prova

referentes à concretagem das lajes e os blocos de concreto por data de recebimento, lote e resistência

esperada, e também pelo envio deles ao laboratório de análises tecnológicas, para verificação de suas

resistências à compressãoe a perfeição geométrica dos blocos;

6. Criação do layout de instalações: criação de um novo almoxarifado e um novo escritório visto que a

obra se encontrava em um período de transição e as instalações anteriores já não atendiam às

necessidades da obra. (figuras 07, 08, 08 e 10).

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Foram usados dois sistemas construtivos de lajes em obra. Para as lajes de transição (entre o pavimento-tipo e o

pavimento térreo) e para as lajes entre o térreo e o subsolo, foram utilizadas lajes unidirecionais, treliçadas e

preenchidas com blocos de EPS, como é possível observar na figura 05.

Figura 05: Lajes de transição. Fonte: João Coral.

Nos apartamentos-tipo as lajes foram executadas com painéis treliçados, que se apoiam na direção do menor vão,

mas que foram reforçados com armadura positiva e negativa na direção perpendicular aos painéis, para distribuir

a carga da laje nas quatro paredes, portanto atuando como lajes maciças. Na figura 06 é possível observar o

painel treliçado e as armaduras extras distribuídas. As lajes concretadas ficam com aproximadamente 12 cm de

altura, a qual ainda receberá uma regularização de 2 cm.

Figura 06: Painéis treliçados armados em duas direções. Fonte: João Coral

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Figura 07: Projeto do novo almoxarifado e escritório. Fonte: João Coral

Figura 08: Novo escritório. Figura 09: Novo escritório.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

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7.

Figura 10: Novo almoxarifado. Fonte: João Coral

O projeto estrutural de ambos os edifícios prevê resistências distintas para os blocos usados na execução da

alvenaria estrutural, pois os andares inferiores devem suportar uma carga maior do que os andares acima deles.

Essas resistências estão descritas na tabela 01 e 02. Os blocos de concreto usados foram fornecidos por empresas

certificadas, seguindo o padrão e dimensões 14x19x19cm, 14x19x34cm, 14x19x39cm, 14x19x54cm, e canaletas

nas dimensões 14x19x19cm e 14x19x39cm. As paredes das áreas úmidas foram feitas em tijolo de 6 furos de

9x14x19cm.

Tabela 01: Resistências de projeto dos blocos de concreto em cada pavimento – Edifício Santorini

Pavimento Resistência Requerida (MPa)

1º 8

2º 8

3º 6

4º 6

5º 6

6º 6

7º 6

Casa de máquinas 6

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Tabela 02: Resistências de projeto dos blocos de concreto em cada pavimento - Edifício Villa Paradiso

Pavimento Resistência Requerida (MPa)

1º 14

2º 12

3º 12

4º 10

5º 10

6º 8

7º 8

8º 6

9º 6

10º 6

11º 6

Casa de máquinas 6

Para a argamassa de assentamento a resistência requerida é de 6 MPa e para o graute de 16 MPa. O Fck

requerido do concreto usado em vigas, lajes e cortinas é de 25 MPa e nos pilares do subsolo e pavimento térreo é

de 40 MPa. Por serem usados blocos de concreto variados, eles vêm em pallets separados, com identificação do

tamanho, resistência e data de fabricação (figura 11).

Visto que a resistência correta do concreto e dos blocos é fundamental para a sustentação da obra, a rápida

gestão tecnológica deles, realizada pelo estagiário, foi muito importante para o andamento da obra, pois se

verificado resistências abaixo da resistência requerida, a construtora, em casos extremos,chega até mesmo a

desmanchar e refazer um andar todo para garantir a segurança da obra. Para evitar que algo assim aconteça a

construtora alugou em ambos os edifícios um terreno vizinho à obra para que pudessem estocar uma quantidade

de blocos suficiente para a execução de um pavimento inteiro. Dessa forma é possível fazer as análises

necessárias antes de serem usados.

Figura 11: Pallets com blocos de concreto. Fonte: João Coral

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O estagiário também teve a possibilidade de participar de treinamentos de integração dos colaboradores e

reuniões da CIPA realizados pelo técnico de segurança da empresa e participar da votação dos representes da

CIPA.

Na segunda etapa do estágio, em 2012, o estagiário ficou janeiro e metade de março no edifício Santorini e no

mês de fevereiro no edifício Villa Paradiso. As atividades designadas ao estagiário nessa etapaforam diferentes

da anterior, pois o mesmo já possuía um conhecimento maior sobre a obrae também porque o edifício Santorini

já estava em outro estágio, com diferentes frentes de serviço.

No período de julho de 2011 o Santorini contava com cerca de sessenta colaboradores, no entanto já no período

de janeiro de 2012 contava somente com trinta, pois nesse período a execução da alvenaria estrutural já havia

acabado e as principais frentes de serviço eram a colocação de esquadrias e emboço das áreas comuns. Todavia,

nessa época havia um número maior de pessoal terceirizado em obra, devido à serviços de acabamento que

haviam sido liberados, como a execução de forro de gesso e a instalação do elevador. Na obra do edifício Villa

Paradiso havia cerca de 50 funcionários.

As atividadesrealizadas em ambos os edifícios foram as seguintes:

1. Pré-inspeção de serviços: realizaçãoda inspeção de diversos serviços, como,por exemplo o

assentamento de pisos e azulejos e a colocação das bancadas, para, caso necessário, refazê-los ou

corrigi-los o quanto antes, diminuindo assim o número de correções ao final da obra, a fim de evitar o

atraso dela.

Figura 12: Problema no assentamento do azulejo. Figura 13: Retirada de azulejos reprovados.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

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2. Controlede serviços: elaboração de um caderno paracontrole de todos os serviços que são executados

em cada apartamento, desde o término do levantamento da alvenaria até a entrega das chaves ao

proprietário (figuras14 e 15). Também havia uma pequena planta de cada apartamento no controle onde

eram localizados os problemas e patologias identificados. O controle foi realizado uma vez por semana

durante todo o período de estágio, levando em consideração o começo e o fim de cada serviço, a

inspeção finale também a medição do mesmo, como é possível verificar na figura 16. O propósito dessa

atividade foi juntar em um só controle todos os serviços necessários para a entrega dos apartamentos,

como uma forma de checklistdo que já tinha sido executado. Como o engenheiro visitava a obra

somente uma vez por semana, analisando esse caderno ele conseguia em poucos minutos conferir o que

tinha sido feito na obra na semana anterior e o que estava em execução no momento, sem precisar subir

andar por andar para verificar.

Figura 14: Caderno de controle de serviços por apartamento. Fonte: João Coral

Figura 15: Layout do controle. Fonte: João Coral

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Figura 16: Alguns itens para verificação. Fonte: João Coral

3. Identificação visual interna dos pavimentos e apartamentos e controle de alterações: elaboração da

identificação visual dos pavimentos que foi fixada nos patamares da escada de emergência (figura 17) e

também pela identificação dos apartamentos, que foi fixada próximo às portas. Junto ao número do

apartamento, havia também um campo em branco para anotação de modificações de cada apartamento

(figura 18).

Figura 17: Identificação dos pavimentos. Figura 18: Identificação e controlede alterações

Fonte: João Coral dos apartamentos.Fonte: João Coral

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4. Relatórios de patologias e não-conformidades: conforme o controle de serviços foi sendo realizado,

problemas e patologias eram identificadas na obra. Essas patologias eram informadas ao engenheiro e

supervisor da obra por meio de relatórios (anexo I). Nas figuras 19 e 20 são mostradas algumas

patologias e não-conformidades observadas na inspeção.

Figura 19: Patologias na porta. Figura 20: Fissura próxima à janela.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

5. Auxílio na resolução de assuntos gerais:foram necessários durante a obra a requisição na prefeitura de

alguns serviços, como a mudança da posição do poste e do quebra-molas que se encontrava na frente da

garagem, permissão para ligação da tubulação de esgoto e água pluvial na rede pública, entre outros. O

estagiário ficou responsável por alguns assuntos dessa área.

Figura 21: Solução adotada para saída de água pluvial. Fonte: João Coral

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6. Criação de layout e execução de instalações em obra: criação de um novo refeitório para o edifício Villa

Paradiso (figura 22), pois o anterior já não estava de acordo com o requerido pela NR18, por causa do

número de pessoas em obra. Também ficou responsável pelo levantamento de materiais necessários

para a fabricação das mesas e instalações elétricas e hidráulicas desse refeitório, bem como o

acompanhamento da execução do mesmo (figuras 24 e 25).Acompanhamento também da execução de

um banheiro provisório no sexto andar do edifício para uso dos colaboradores (figura 23).

Figura 22: Projeto do novo refeitório. Figura 23: Banheiro provisório no sexto andar.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

Figura 24: Refeitório antigo. Figura 25: Refeitório projetado pelo estagiário.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

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7. Publicação visual dos traços de argamassa e graute: realização de um quadro com a especificação dos

traços usados em obra para fixação junto à betoneira (figura 26). É muito importante que os

colaboradores envolvidos no preparo dos argamassados conheçam os traços conforme projeto, para que

não haja dúvidas ou variação de traço de um pedreiro para outro.

Figura 26: Tabela de traços dos argamassados. Fonte: João Coral

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8. Emolduramento de projetos para uso em obra (figura 27): impressão e emolduramento de projetos para

substituir os projetos já existentes em obra, que se encontravam em péssimo estado. Esses projetos são

emoldurados para acompanhar os pedreiros que trabalham na frente de execução de alvenaria estrutural,

para que não haja dúvidas quanto à modulação ou algum detalhe construtivo.

Figura 27: Projetos emoldurados. Fonte: João Coral

9. Padronização e otimização de controles já existentes em obra (figuras 28 e 29).

Figura 28: Controle de produção diária. Figura 29: Controle de impermeabilização.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

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10. Calibragem de trenas: realização da calibragem das trenas(figura 30) que são enviadas às obras para

assegurar a confiabilidade delas na medição. Uma trena com defeito de fabricação pode gerar, no

mínimo, o retrabalho dentro da obra. Pode até mesmo representar um risco à estabilidade de uma

construção.

Figura 30: Calibragem de trenas. Fonte: João Coral

11. Padronização e acompanhamento de bonecas: realização de um detalhamento e acompanhamento das

bonecas da pia, que são feitas em tijolo maciço para esconder a tubulação hidráulica. As instalações

elétricas são embutidas na alvenaria e grauteadas (figura 34), no entanto as tubulações hidráulicas

devem passar por fora da alvenaria(figura 32), pois em caso de necessidade de reparo nas tubulações

seria perigoso quebrar a alvenaria estrutural para fazê-lo. Somente é permitida a quebra de paredes que

foram executadas em tijolo cerâmico (maciço ou vazado) para embutir tubulações (figura 35).

Figura 31: Detalhamento da boneca da cozinha. Fonte: João Coral

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Figura 32: Tubulação hidráulica da boneca da cozinha. Figura 33: Boneca da cozinha azulejada.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

Figura 34: Eletrodutos embutidos e grauteados. Figura 35: Tubulações hidráulicas sendo embutidas.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

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Para a realização das diversas atividades atribuídas, o estagiário utilizou dois programas cedidos pela empresa: o

Sienge e o Neotriad. O Sienge é uma plataforma virtual onde os engenheiros e supervisores de obra fazem

solicitações de compra, orçamento e especificação de materiais para o setor de compras da empresa (figura 36).

Já o Neotriad é uma agenda virtual onde os funcionários do escritório organizam seus compromissos e delegam

tarefas entre si (figura 37). Ambos facilitam muito o serviço e a comunicação dentro da empresa e foram

essenciais ao trabalho do estagiário.

Figura 36:Interface Sienge. Figura 37: Interface Neotriad.

Fonte: João Coral Fonte: João Coral

Ao final do estágio, o engenheiro e o estagiário fizeram uma reunião e, com o auxíliodos programas MS Project

e Excel, refizeram o cronograma da obra do edifício Villa Paradiso, baseado nas alterações que foram feitas no

projeto, que estavam fora do cronograma anterior. O estagiário pode contribuir muito com essa atividade, pois

devido ao tempo em obra, obteve a noção de horas/homem necessárias para os serviços que estavam sendo

executados e também a noção de dependências dos diversos serviços dentro da obra.

Figura 38: Estrutura analítica de projeto. Fonte: João Coral

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CONCLUSÕES

No estágio é possível perceber, por exemplo, como o fato de ter um engenheiro em obra, mesmo que não seja em

período integral, agiliza a tomadas de decisões e evita boa parte dos problemas ocorridos na execução, e como

seu trabalho influencia no trabalho dos demais. Além disso o estagiário conhece materiais, aprende técnicas

construtivas e tem uma noção de como funciona as diversas etapas da obra e como estão relacionadas.

A oportunidade de vivenciar o dia-a-dia de uma grande construtora, a construção de grandes edifícios e o contato

com os profissionais em obra, tanto engenheiros como mestre-de-obras e pedreiros, fazem com que o aluno de

engenharia civil conheça melhor o seu campo de trabalho futuro e é uma experiência muito agregadora à sua

formação. Ao mesmo tempo o estágio permite ao aluno conhecer suas limitações e pontos fracos.

Participar de reuniões de engenharia, de contratação e de integração, ter obrigações a cumprir e liberdade para

atuar, seja solicitando materiais ou inspecionando serviços, faz com que o aluno desenvolva um senso de

responsabilidade e urgência, que são essenciais ao trabalho, por isso as atividades desenvolvidas no estagiário

são de grande importância para seu conhecimento técnico e assimilação da teoria estudada em sala de aula.

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ANEXOS

Anexo I:

Planta do apartamento-tipo do edifício Santorini.

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Anexo II: 

 

Planta do apartamento-tipo do edifício Villa Paradiso.

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Anexo III:

Modelo de Relatório.