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RELATÓRIO
Análise Geológica Geofísica
Local: Ouro Preto – MG
Ouro Preto, dezembro de 2017
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.................................................................... ........................................1
1.1 APRESENTAÇÃO .......................................................................................1
1.2 LOCALIZAÇÃO............................................................................................1
1.3 OBJETIVOS...................................................................................................3
1.4 METODOLOGIA..........................................................................................3
2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS.................................................................................3
2.1 CLIMA...........................................................................................................3
2.2 GEOMORFOLOGIA.....................................................................................4
3 CONTEXTO GEOLÓGICO......................................................................................5
3.1 ESTRATIGRAFIA.........................................................................................5
3.2 GEOLOGIA DA ÁREA................................................................................ 7
4 ANÁLISE MORFOESTRUTURAL.........................................................................8
5 ANÁLISE MAGNETOMÉTRICA............................................................................9
5.1 ANÁLISE QUALITATIVA...........................................................................9
5.2 ANÁLISE QUANTITATIVA......................................................................11
5.3 INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA-GEOFÍSICA.............................................15
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS........................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................20
ANEXOS
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 01: Representação gráfica da área do processo número 832.858/2008.............................................1
Figura 02: Localização da área regional de estudo.......................................................................................2
Figura 03: Coluna estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero..........................................................................6
Figura 04: Mapa geológico regional da área de estudo, confeccionado a partir do mapa geológico da......7
Figura 05: Imagem Landsat sobreposta aos lineamentos interpretados (A), a imagem Landsat (B) ..........8
Figura 06: Fluxograma representativo da produção dos mapas temáticos campo anômalo, dx ................10
Figura 07: Lineamentos magnetométricos sobreposto ao Mapa Magnetométrico, Amplitude.....11
Figura 08 - Localização dos perfis de deconvolução de Euler (em branco). Evidenciam-se, ainda.........12
Figura 09: Deconvolução de Euler da linha 09 realizado no sofware Euler 1.0 a partir do mapa.............13
Figura 10: Deconvolução de Euler realizado no sofware Euler 1.0 a partir do mapa de ASA..................14
Figura 11: Visualização do modelo 3D da área de estudo realizado através do método de ......................15
Figura 12: Mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal Analítico, sobreposto ao mapa geológico...........16
Figura 13: Integração geofísica (A) e geológica (B) com a visualização em 3D da área de estudo .........17
Figura 14: Mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal Analítico, evidenciando a área de estudo............18
Figura 15: Mapa geológico da região evidenciando a área dos processos 832.858/2008 .........................19
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 01: Relação entre os índices estruturais e os índices geológicos e físicos .....................................12
Relatório de Atividades
1
Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO
Apresenta-se aqui o resultado da análise geofísica (análise regional magnetométrica) da área
relativa ao processo número 832.858/2008, situado a norte de Ouro Preto (MG), compreendendo uma
área total interpretada de 42km² (Figura 1).
Figura 1: Representação gráfica da área do processo número 832.858/2008.
Para tal estudo, processou-se o banco de dados aerolevantados obtidos pela CODEMIG, Área
2, que compreende a área suprecitada.
O presente trabalho tem como objetivo correlacionar dados geofísicos associados aos dados
geológicos. Com os dados magnetométricos, visualizam-se as áreas de maior magnetização, que
provavelmente são as zonas de maior potencialidade mineral.
1.2 LOCALIZAÇÃO
A área regional de estudo situa-se na porção sudoeste do Quadrilátero Ferrífero, mais
precisamente na porção leste do Sinclinal Dom Bosco (Figura 2), megaestrutura geomorfológica
regional, e localiza-se no município de Ouro Preto, Minas Gerais, Brasil, a aproximadamente a setenta
quilômetros de Belo Horizonte, capital do estado.
Relatório de Atividades
2
Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Para o acesso a área partindo da capital estadual, devem-se seguir aproximadamente trinta
quilômetros em direção à Sul pela rodovia federal BR-356 e seguindo a BR-040, sentido a Ouro Preto
por aproximadamente trinta quilômetros até as instalações mina de Fábrica – VALE estando a área
revogada logo a lesta da mina.
Figura 2: Localização da área regional de estudo. (Fonte: www.googleearth.com, acesso em 07/11/2017)
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3
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1.3 OBJETIVOS
Essa análise magnetométrica visa a delimitação de zonas na área de estudo que representem
anomalias geofísicas correlacionáveis a presença de minério de ferro, bem como a visualização 3D
em profundidade, caso existente, deste corpo mineralizado.
1.4 METODOLOGIA
A metodologia empregada no trabalho englobou seis etapas de trabalho:
(i) revisão bibliográfica, que consistiu na busca e leitura de trabalhos anteriormente
publicados sobre a região de interesse com o propósito de obter conhecimento prévio sobre a
geologia regional da área e pesquisa sobre os métodos geofísicos que poderiam ser utilizados
para estudo de voçorocas;
(ii) aquisição de imagens aéreas no software Google Earth Pro, que tratadas no software
ArcGIS 10.3 permitiram a confecção de mapas topográficos, de localização e de drenagens, e
também a interpretação morfoestrutural da área na escala 1:50.000;
(iii) obtenção dos dados geológicos e geofísicos, seguida pela análise do banco de dados
aerolevantados de magnetometria realizado pela CODEMIG, Área 2;
(iv) processamento de dados e confecção dos mapas temáticos de e magnetometria,
utilizando o software Oasis Montaj 8.0.4, para interpretação dos lineamentos e entendimento
litoestrutural;
(v) efetuar análise qualitativa dos dados de magnetometria para direcionar o campo de
reconhecimento regional, analisar a morfoestrutural da área estudada e correlacionar com os
dados pré existentes;
(vi) redação do Relatório Final;
2 ASPECTOS FISIOGRÁFICOS
2.1 CLIMA
De acordo com a classificação de Koppen (1936), o Quadrilátero Ferrífero está no
domínio do clima subtropical de altitude, e apresenta duas estações bem definidas, diferenciadas
por um período seco, que se estende de abril a setembro, e outro úmido, entre novembro e
fevereiro. As temperaturas são elevadas no período úmido e baixas durante as secas. Santos
Relatório de Atividades
4
Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
(1998) faz referência ao índice de precipitação anual, que se encontra na faixa de 1500mm/ano,
com temperatura média de 22°, e eventuais temperaturas superiores a 30°. A umidade relativa
do ar é inversamente proporcional às taxas de evaporação, sendo comum uma evaporação
máxima em agosto e setembro.
2.2 GEOMORFOLOGIA
Dorr (1969) aborda quatro ciclos erosionais na região do Quadrilátero: Gondwana, pós-
Gondwana, Sul-americano e Velhas. O ciclo Gondwana, Mesozoico superior, representa a mais
antiga superfície de denudação que afetou a porção na qual o Brasil se encontra. A superfície
pós-Gondwana, também datada do Mesozoico superior, constitui bancos ou terraços sobre os
flancos das montanhas, cortados pela superfície Gondwana. No Terciário inferior, durante o
ciclo Sul Americano, foram esculpidas as principais superfícies de aplainamento. O ciclo
Velhas afetou o domínio geomorfológico até então dominante, e gerou uma paisagem ondulada
pedimentada, com incisão e dissecação de drenagens, como abordado por King (1956 apud
Santos 2003).
A atual configuração do Quadrilátero Ferrífero gera certa dificuldade em separar níveis
de aplainamentos regionais capazes de facilitar a datação. Diversos autores, entre os quais pode-
se destacar Barbosa & Rodrigues (1965), Dorr (1969), Barbosa (1980) e Varajão (1998)
defendem a sistemática da erosão diferencial, por sua vez responsável pela elaboração de pelo
menos três patamares geomorfológicos distintos:
- o primeiro patamar geomorfológico é representado por cristas de altimetrias mais
elevadas, representadas por quartzitos do Grupo Caraça e itabiritos do Grupo Itabira,
observados, na área de estudo, ao longo do contato do Supergrupo Minas com o Supergrupo
Rio das Velhas;
- o segundo apresenta altimetrias intermediárias e é representado por xistos e filitos do
Grupo Piracicaba, que preenchem sinformes e antiformes;
- o terceiro diz respeito às terras baixas, representado por gnaisses migmatíticos do
embasamento cristalino que apresentam menor resistência à erosão.
Relatório de Atividades
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3 CONTEXTO GEOLÓGICO
O Quadrilátero Ferrífero, introduzido na literatura por Dorr (1969) corresponde à área
de formato quadrangular na porção central do estado de Minas Gerais, que tem como limites a
Serra do Curral, ao norte; a Serra de Ouro Branco, ao sul; a Serra da Moeda, a oeste e o conjunto
formado pela serra do Caraça e o início da serra do Espinhaço, ao leste. A região ocupa uma
área de, aproximadamente, 7.200km² e é vasta em formações ferríferas, sendo a maior região
mineradora de ferro do país.
3.1 ESTRATIGRAFIA
Estratigraficamente, é subdividido nas seguintes unidades, conforme a coluna
estratigráfica proposta por Alkmim & Marshak (1998) (Figura 2):
embasamento cristalino granítico-gnáissico e migmatítico, de idade arqueana;
rochas metassedimentares e metavulcânicas do tipo greenstone belt do Supergrupo
Rio das Velhas, de idade arqueana;
rochas metassedimentares clásticas e químicas do Supergrupo Minas, do
Paleoproterozoico.
rochas metassedimentares clásticas do Grupo Itacolomi, ainda no
Paleoproterozoico.
Toda a sequência é segmentada por intrusões máficas datadas de até 1,75Ga, mas com
maior ocorrência no Neoproterozoico, com idades de 900Ma (Silva et al. 1992).
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Figura 03: Coluna estratigráfica do Quadrilátero Ferrífero. (Fonte: Alkmim & Marshak 1998).
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3.2 GEOLOGIA DA ÁREA
Da área regional estudada, utilizou-se o mapa geológico da CPRM, bloco Casa de Pedra,
escala 1:50.000 (Figura 03).
Figura 4: Mapa geológico regional da área de estudo, confeccionado a partir do mapa geológico da CPRM,
bloco Casa de Pedra.
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4 ANÁLISE MORFOESTRUTURAL
Os lineamentos morfoestruturais foram analisados em imagem Landsat (Figura 5) no
intuito de se estabelecer o raio de influência dos mesmos sobre a área regional de estudo. Os
lineamentos foram traçados utilizando-se o programa ArcMap, para se estabelecer atitude e
comprimento dos lineamentos morfoestruturais. Os dados obtidos foram inseridos no programa
OpenStereo, onde foi gerado um diagrama de rosas para posterior associação aos modelos
clássicos de deformação. Traçaram-se 292 lineamentos, sendo possível identificar as direções
preferenciais, NW e E-W, e subordinadamente nas direções NE e NS (Figura 5C).
Figura 5: Imagem Landsat sobreposta aos lineamentos interpretados (A), a imagem Landsat (B) e roseta dos
lineamentos (C).
Relatório de Atividades
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5 ANÁLISE MAGNETOMÉTRICA
O principal objetivo dos levantamentos magnetométricos é investigar a geologia de uma
área com base nas anomalias do campo magnético terrestre, resultantes das propriedades
magnéticas das rochas em subsuperfície. As rochas magnetizam-se de acordo com a sua
susceptibilidade magnética, que depende da quantidade e do modo de distribuição dos minerais
ferromagnéticos presentes. A concentração de minerais magnéticos produz distorções locais no
campo magnético da Terra, que podem ser ilustradas, fornecendo informações da subsuperfície.
Considerando-se que grande parte dos minerais formadores de rochas não são magnéticos,
alguns deles, denominados como magnéticos, fornecem importantes informações para a
detecção de lineamentos estruturais (Análise Qualitativa) e profundidade média de litologias
com alta magnetização (Análise Quantitativa).
5.1 ANÁLISE QUALITATIVA
A magnetometria auxilia na interpretação e identificação de feições estruturais em
profundidade, fornecendo respostas magnetométricas das rochas presentes, auxiliando na
determinação da presença ou não de corpos que contêm minerais ferromagnéticos. Assim, para
realizar a interpretação faz-se necessário a elaboração dos mapas temáticos por meio de uma
sequência produtiva de derivações e filtragens (Figura 6, Anexo 1). A partir do mapa magnético
corrigido do Internacional Geomagnetic Reference Field (IGRF) emprega-se uma sequência de
filtros para a geração dos mapas de derivadas e do mapa de Amplitude do Sinal Analítico
(ASA), a partir da rotina MAGMAP.
Relatório de Atividades
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Figura 6: Fluxograma representativo da produção dos mapas temáticos campo anômalo, dx (gradiente horizontal
em X), dy (gradiente horizontal em Y), dz (gradiente vertical de 1ª ordem), d²z (gradiente vertical de 2ª ordem),
amplitude do sinal analítico e DASA (gradiente vertical de 1ª ordem da amplitude do sinal analítico) a partir dos
dados aeromagnetométricos da área de estudo no software OASIS MONTAJ 8.0.4.
As filtragens dos dados magnetométricos têm como objetivo salientar as informações
de interesse. As derivações horizontais (dx e dy) são empregadas com o propósito de destacar
estruturas de direção NS e EW, respectivamente. Assim como, as derivações verticais (dz e d²z)
salientas as estruturas mais superficiais, sendo que a segunda derivação gera o mapa residual.
O mapa temático denominado Amplitude do Sinal Analítico (ASA) consiste na projeção em
superfície do corpo que gerou a anomalia e é obtido pela raiz quadrada da soma dos quadrados
dos gradientes vertical e horizontais de primeira ordem do campo anômalo. A derivação vertical
do canal ASA (DASA) é realizado para a obtenção de informações de corpos anômalos
aflorantes a subaflorantes (Figura 6).
A interpretação magnetométrica qualitativa da área é apresentada sobre o mapa de
Amplitude do Sinal Analítico, pois este apresenta uma característica monopolar. Esta
característica é útil para a análise de anomalias magnéticas formadas por assinaturas complexas,
pois seus resultados não dependem dos parâmetros do campo magnético e da direção da
magnetização da fonte (Roest et al. 1992). Assim, as anomalias com difícil relacionamento com
Relatório de Atividades
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a posição da fonte causadora têm seus picos centrados nas bordas dos corpos anômalos ou nas
feições geológicas correspondentes.
Com o auxílio dos demais mapas temáticos magnetométricos realizou-se a interpretação
dos lineamentos presentes da área de estudo. A partir dessa interpretação, foram assinalados
109 lineamentos (Figura 7A), com duas direção principais NW e NE, como ilustra a roseta da
Figura 7C, elaborada no software Open Stereo 0.1.2.
Figura 7: Lineamentos magnetométricos sobreposto ao Mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal
Analítico, da área de estudo (A), Mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal Analítico (B); e roseta dos
lineamentos magnetométricos (C).
5.2 ANÁLISE QUANTITATIVA
A análise quantitativa vem com a necessidade de visualização em profundidade das
estruturas que estão sendo focos do trabalho, assim, com o objetivo principal de estimar
profundidades das fontes causadoras das anomalias magnéticas, suas geometrias e suas feições
estruturais. Na realização deste trabalho, utilizou-se a Deconvolução de Euler (2D), que executa
operações matemáticas de homogeneização de funções matemáticas em coordenadas
cartesianas, considerando o índice estrutural (Tabela 1), que representa o grau de liberdade
destas equações.
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Tabela 1: Relação entre os índices estruturais e os índices geológicos e físicos (modificado de Reid et al. 1990).
Realizou-se a Deconvolução de Euler em dezenove perfis de direção NS, localizados na
área do requerimento (Figura 8). O software livre utilizado é o EULER 1.0, desenvolvido por
G.R.J. Cooper da School of Geosciences of University of the Witwatersrand, no qual estima a
profundidade média do topo do corpo que gerou a anomalia.
Figura 8: Localização dos perfis de deconvolução de Euler (em branco). Evidenciam-se, ainda, as linhas 09 e 14
que serão apresentados nas figuras posteriores.
Apresenta-se a inversão de duas linhas (09 e 14), no intuito de exemplificar e demonstrar
a geometria em profundidade que interceptam estruturas em profundidade. Os demais perfis
encontram-se no Anexo 2.
Relatório de Atividades
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As Figuras 9 e 10 apresentação a deconvolução das linhas 09 e 14, respectivamente.
Nestas observam-se que a área é compartimentada e limitada a norte e a sul por dois blocos
tectônicos de alta magnetização.
Na sequência, realizou-se a interpolação das profundidades obtidas, a partir do método
de krigagem no software ArcScene, para criar uma modelo tridimensional da área de estudo
(Figura 11).
Na Figura 11, observam-se as direções preferenciais obtidas NW e NE na análise
qualitativa e morfoestrutural. Na visualização tridimensional, é possível verificar ainda que a
estrutura de direção NW é interceptada pela estrutura de direção NE.
Figura 9: Deconvolução de Euler da linha 09 realizado no sofware Euler 1.0 a partir do mapa de ASA, sentido sul
para norte. O perfil mostra (A) dados gerados; (B) gradientes horizontais (em preto) e verticais (em vermelho);
(C) estimativas da profundidade das anomalias; D. Mapa de ASA.
C
A
B
N S
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Figura 10: Perfil 14 de Deconvolução de Euler realizado no sofware Euler 1.0 a partir do mapa de ASA, sentido
sul para norte. O perfil mostra (A) dados gerados; (B) gradientes horizontais (em preto) e verticais (em vermelho);
(C) estimativas da profundidade das anomalias; D. Mapa de ASA.
Embora, a área em estudo situa-se sobre uma região de baixa magnetização, na
deconvolução encontram-se as mais baixas profundidades entre 40 e 200m. Esse pode ser
decorrente da perda de magnetização através de um tectonismo intenso, onde os minerais
ferromagnéticos (proporcional à susceptibilidade magnética) perdem sua característica
magnética, tornando-se paramagnético.
Supõe-se essa hipótese pois o forte tectonismo que a região foi submetida, como o uplift
do Complexo situado a norte da área, pode ter condicionado um aumento de temperatura
(temperatura de Curie), transformando os minerais ferrimagnéticos (por exemplo maghemita)
em paramagnético (hematita), diminuindo assim a magnetização das rochas.
A
B
C
N S
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Figura 11 Visualização do modelo 3D da área de estudo realizado através do método de krigagem no ArcScene
10.3.
5.3 INTEGRAÇÃO GEOLÓGICA-GEOFÍSICA
A integração geológica-geofísica realizada com base no banco de dados do mapeamento
geológico do Projeto Geologia do Quadrilátero Ferrífero aliada a técnica de sobreposição das
imagens geofísicas no ambiente do software ArcGis 10.3, permitiu correlacionar as respostas
das grandezas físicas investigadas com a geologia, a fim de gerar discussões e conclusões.
A partir dessa correlação foi possível compreender os aspectos litoestruturais aflorantes
e em subsuperfície, assim como suas relações estruturais.
Correlacionar dados magnetométricos com dados geológicos nem sempre é possível,
uma vez que são informações em profundidades (magnetometria) e superficiais. As unidades
geológicas aflorantes na área (Figura 4) e o mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal
Analítico (Figura 7), podem sem observadas na Figura 12.
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Figura 12: Mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal Analítico, sobreposto ao mapa geológico (vide legenda na
Figura 03).
Na Figura 13, observam-se integrados os dados de geofísica (Figura 13A) e geológico
(Figura 13B) com os resultados obtidos na inversão. Nesta figura, fica caracterizado os blocos
tectônicos situados a sul e a norte da área do processo.
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Figura 13: Integração geofísica (A) e geológica (B) com a visualização em 3D da área de estudo (vide legenda do
mapa geológico na Figura 4).
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A análise conjunta dos lineamentos morfoestruturais e magnetométricos permitiu
verificar a coerência das direções preferenciais dos lineamentos demonstrados no mapeamento
geológico, ou seja, as direções preferenciais são NW e NE e secundariamente EW e NS. Embora
os dados sejam de profundidades diferentes, persiste a coerência dos resultados. Observou-se
na deconvolução de Euler que a direção mais proeminente é NW-SE, a qual é interceptada pela
direção NE-SW
A análise dos mapas temáticos magnetométricos, a princípio, observou que as rochas
presentes são fracamente magnetizadas em relação às anomalias circunvizinhas.
As principais mineralizações de ferro no Quadrilátero Ferrífero são caracterizadas por
elevada magnetização, diferente do que se observou no detalhamento da área de estudo. No
entanto, em áreas vizinhas a estudada pode também observar minas de ferro (processo
890/1953) onde a magnetização também é baixa (Figura 14).
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Figura 14: Mapa Magnetométrico, Amplitude do Sinal Analítico, evidenciando a área de estudo (área requerida)
e o processo 890/1953 (área de comparação)
A análise geológica dos dois processos (832.858/2008 e 890/1953), Figura 15, permitiu
verificar que o primeiro (área de comparação), embora sobre área de rochas aflorantes do Grupo
Itabira, Formação Cauê, possui baixa magnetização.
Desta forma, sugere-se que, embora a área esteja em região de baixa magnetização
relativa, executem-se sondagens nas áreas de baixa profundidade obtida na inversão
(deconvolução de Euler), ou seja, principalmente na região sudeste da área.
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Figura 15: Mapa geológico da região evidenciando a área dos processos 832.858/2008 (área requerida) e 890/1953
(área de comparação).
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Alkmim, F. F. & Marshak, S. 1998. Transamazonian orogeny in the southern São Francisco
Craton region. Minas Gerais, Brazil: evidence for paleoproterozoic collision and collapse
in the Quadrilátero Ferrífero. Precambrian Research, 90 (1-2): 29-58.
Barbosa G.V. & Rodrigues D.M.S. 1965. O Quadrilátero Ferrífero e seus problemas
geomorfológicos. Bol. Min.Geogr., 10-11:3-35.
Barbosa G.V. 1980. Superfícies de erosão no Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Revista
Brasileira de Geociências., 10: 89-101.
Dorr, J.V.N. 1969. Physiographic, stratigraphic and structural development of the Quadrilátero
Ferrífero, Minas Gerais, Brazil. Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, 110p.
Relatório de Atividades
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Contato: Luís Artur Souza Oliveira, Engenheiro Geólogo, CREA: MG0000218216, Cel: (31) 98628 7046
Koppen, W. 1936. Das geographisca System der Klimate, in: Handbuch der Klimatologie,
edited by: Koppen, W. and Geiger, G., 1. C.Gebr, Borntraeger, 1–44.
Reid, A. B., Allsop, J. M., Granser, H., Millet, A. J., Somerton, I. W. 1990. Magnetic
interpretation in three dimensions using Euler deconvolution. Geophysics, 55: 88-91.
Roest, W. R, Verhoef, J. & Pilkington, M. 1992. Magnetic interpretation using the 3-D analytic
signal, Geophysics, 57(1):116-125.
Santos M.C. 1998. Gênese dos Corpos Argilosos do Morro do Caxambu e da Mina do
Vemelhão, Sinclinal Dom Bosco, Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais, Brasil.
Dissertação de Mestrado, DEGEO/EM/UFOP, Ouro Preto.
Silva, A.M.; Kuyumjian, R.M. & Chemale Jr., F. 1992. Rochas básicas do Quadrilátero
Ferrífero e Espinhaço Meridional: Estudos preliminares. R. Escola Minas, 45:60-62.
Varajão, A.F.D.C. 1998. Gênese das Jazidas de caulinitas e Bauxita de Vargem dos óculos,
Quadrilátero Ferrífero, Minas Gerais. Inst. de Geociências- Universidade de São Paulo,
São Paulo. Dissertação de Mestrado. 168p.
RESPONSÁVEL TÉCNICO
Luís Artur Souza Oliveira
Engenheiro Geólogo
CREA: MG0000218216
ANEXO 1
Mapas temáticos Magnetométricos
ANEXO 2
Perfis de Deconvolução de Euler e Perfil Topográfico
(localização dos perfis vide Figura 8, página 12)