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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA, UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: Agosto/2014 a Julho/2015 ( ) PARCIAL (X) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Engenharia biológica de microalgas e cianobactérias: da prospecção de linhagens à produção de bioenergia Nome do Orientador: Evonnildo Costa Gonçalves Titulação do Orientador: Doutor Faculdade: Biotecnologia Instituto/Núcleo: ICB/Genética Laboratório: Laboratório de Tecnologia Biomolecular Título do Plano de Trabalho: Análise genética do potencial de cianobactérias amazônicas para a produção de bioenergia Nome do Bolsista: Aline Madeira Marques Tipo de Bolsa: (X) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq AF ( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/PIBIT

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO · metropolitana de Belém, do reservatório da UHE Tucuruí, do rio Pará no Estado do Pará e de rios no estado do Amapá. O DNA total das linhagens

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO DIRETORIA DE PESQUISA

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA – PIBIC: CNPq, CNPq/AF, UFPA,

UFPA/AF, PIBIC/INTERIOR, PARD, PIAD, PIBIT, PADRC E FAPESPA

RELATÓRIO TÉCNICO - CIENTÍFICO Período: Agosto/2014 a Julho/2015 ( ) PARCIAL (X) FINAL IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO Título do Projeto de Pesquisa: Engenharia biológica de microalgas e cianobactérias: da prospecção de linhagens à produção de bioenergia Nome do Orientador: Evonnildo Costa Gonçalves

Titulação do Orientador: Doutor Faculdade: Biotecnologia Instituto/Núcleo: ICB/Genética Laboratório: Laboratório de Tecnologia Biomolecular Título do Plano de Trabalho: Análise genética do potencial de cianobactérias amazônicas para a produção de

bioenergia

Nome do Bolsista: Aline Madeira Marques Tipo de Bolsa: (X) PIBIC/ CNPq ( ) PIBIC/CNPq – AF ( )PIBIC /CNPq- Cota do pesquisador ( ) PIBIC/UFPA ( ) PIBIC/UFPA – AF ( ) PIBIC/ INTERIOR ( )PIBIC/PARD ( ) PIBIC/PADRC ( ) PIBIC/FAPESPA ( ) PIBIC/ PIAD ( ) PIBIC/PIBIT

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INTRODUÇÃO

As cianobactérias há muito são conhecidas devido aos problemas causados em florações,

as quais levam a impactos ecológicos e econômicos. Tais florações são comuns tanto em

corpos de águas dulcícolas, especialmente na existência de condições eutróficas, quanto em

oceanos oligotróficos (Cohen & Gurevitz, 2006).

Estes organismos vêm ganhando crescente atenção por sua capacidade de gerar uma

grande variedade de compostos naturais bioativos, também conhecidos como metabólitos

secundários de cianobactérias, os quais são fonte de uma vasta gama de produtos para as

indústrias de ração animal, alimentos, cosméticos, farmacêuticos e nutracêuticas (Otero &

Vincenzini, 2003; Cepoi et al., 2009; Moore, 1996).

Cianobactérias e microalgas também possuem grande potencial para a produção de

biocombustíveis, por meio do aproveitamento de lipídios produzidos por estes micro-

organismos (Angermayr et al., 2009), bem como a produção direta de etanol.

O hidrogênio é uma promissora fonte de energia “limpa”, contudo sua produção ainda é

cara e laboriosa, o que inviabiliza sua utilização quando comparado com os combustíveis

fósseis. A possibilidade de captar gás hidrogênio ao mesmo tempo em que se realiza

fotossíntese, e talvez outros processos de biorremediação, permitiria o barateamento e a

disseminação dessa alternativa energética (Dodds P. & McDowall W., 2012). Nesse sentido é

essencial identificar lipases mais eficientes e hidrogenases tolerantes à O2. Dessa forma, este

projeto visa investigar através da bioprospecção de linhagens já isoladas pelo laboratório a

presença de genes codificantes de enzimas envolvidas na produção de biodiesel e

biohidrogênio.

JUSTIFICATIVA

Segundo Rittmann (2008), a dependência de combustíveis fósseis representa três

grandes riscos para a sobrevivência da sociedade humana: (i) o esgotamento das reservas de

combustíveis fósseis; (ii) disputas geopolíticas, devido a diminuição dos recursos, podendo

levar a perturbações econômicas e de energia, instabilidade política e guerra; e (iii) ocorrência

de mudanças climáticas globais causadas pelo aumento do CO2 atmosférico devido à

combustão dos combustíveis fósseis.

Embora o presságio de uma catástrofe possa parecer mais imediato para os dois

primeiros riscos, é o terceiro, que terá o maior, mais duradouro e profundo impacto. Contudo,

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ainda é possível reduzi-lo ou até mesmo eliminá-lo através da utilização de fontes renováveis

de energia que supram os serviços energéticos, até então, obtidos a partir de combustíveis

fósseis (Rittmann, 2008). Assim, eliminando esse terceiro risco os outros dois seriam

consequentemente minimizados.

Nos últimos anos, várias tecnologias têm sido implementadas com o objetivo de substituir

os combustíveis fósseis, principalmente através da produção viável de combustíveis líquidos,

tais como os ésteres de ácidos graxos ou biodiesel (Kalscheuer et al., 2006), alcanos (Schirmer

et al., 2010), e alcoóis superiores de fontes renováveis (Bond-Watts et al., 2011). Contudo, a

maioria destes processos biológicos tem como grande desvantagem, a dependência de

microrganismos que metabolizam fontes de carboidratos de matérias-primas cultivadas em

terras potencialmente férteis, como por exemplo, a cana-de-açúcar.

Essa competição com o uso da terra para culturas alimentares resulta em aumento do

custo de alimentos (Scharlemann & Laurance, 2008). Além disso, a produção de

biocombustíveis a partir de culturas agrícolas como a cana-de-açúcar, por exemplo, pode

causar um grande impacto ambiental em comparação com os combustíveis fósseis, visto que o

desmatamento provoca a emissão de grandes quantidades de gases de efeito estufa - GEE.

Finalmente, os fertilizantes nitrogenados, muitas vezes usados para cultivar plantas, são uma

fonte conhecida de óxido nitroso, um GEE que destrói o ozônio estratosférico (Scharlemann &

Laurance, 2008).

Atualmente existem duas possibilidades com potencial para a geração de energia

(carbono neutro) renovável, em grandes quantidades, uma delas utiliza painéis solares

fotovoltaicos para converter a energia da luz do sol em energia elétrica e a outra utiliza

materiais como biomassa arborícola, sobra de serragem, vegetais e frutas, bagaço de cana e

alguns tipos de esgotos, que são então transformados em energia por meio dos processos de

combustão, gaseificação, fermentação ou na produção de substâncias líquidas. Esta energia

renovável, ou bioenergia, pode ser convertida em três produtos: eletricidade, calor e

combustíveis.

A energia de biomassa pode ser diferenciada pela forma de biomassa utilizada, isto é,

culturas alimentares, biomassa complexa, microrganismos, etc., e pela energia final resultante,

isto é, etanol, butanol, metano, hidrogênio, eletricidade ou biodiesel.

Rittman et al. (2008) descreve dois princípios comuns a todas as abordagens de

bioenergia: (i) a energia está nos elétrons, e todos os produtos de processos bioenergéticos

consistem em portadores de elétrons em alta densidade, sendo alguns orgânicos como o

etanol, metanol e biodiesel e outros inorgânicos como o gás hidrogênio e a eletricidade; e (ii) a

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melhor fonte de energia é a luz solar, isto é, organismos através da fotossíntese captam a

energia do sol e a investem em moléculas orgânicas que são portadoras de elétrons.

A conversão direta da energia solar em combustível líquido usando microrganismos

fotossintéticos é uma atraente alternativa para os combustíveis fósseis, e como vantagens do

uso de organismos tais como microalgas e cianobactérias pode-se citar: (i) a disponibilidade de

ferramentas de manipulação genética; (ii) taxa de crescimento mais elevada em comparação

com aquela das plantas; e (iii) capacidade de crescimento em áreas não adequadas para a

agricultura. A utilização destes organismos pode proporcionar uma forma de resolver o conflito

potencial entre o uso da terra para a produção de alimentos ou para a produção de bioenergia

(Machado & Atsumi, 2012).

As microalgas e as cianobactérias proporcionam vantagens potenciais para os

biocombustíveis derivados de lipídios devido à sua grande capacidade para converter dióxido

de carbono em lipídios ricos em carbono, sem competir por terra arável necessária para as

culturas agrícolas de plantas oleaginosas (Machado & Atsumi, 2012), e o desenvolvimento da

engenharia de bioprocessos em adição ao maior conhecimento de sua fisiologia tem

pavimentado o caminho para a sua utilização em aplicações de bioenergia. Contudo, um dos

grandes desafios biológicos associados à pesquisa relacionada à produção de bioenergia a

partir de microalgas e/ou cianobactérias é a identificação e otimização do cultivo de linhagens e

espécies com atributos "ótimos", que são definidos como uma combinação favorável de

características, a saber: elevadas taxas de crescimento, elevado teor de lipídios e facilidade de

colheita e isolamento dos produtos gerados (Greenwell et al., 2010, Wijffels & Barbosa, 2010).

Nesse sentido, a natureza dos projetos de bioenergia de microalgas e/ou cianobactérias

requer uma abordagem multidisciplinar envolvendo engenheiros, biólogos e químicos, isto é,

enquanto os engenheiros têm foco na projeção de aparatos para a otimização de cultivo, os

biólogos e químicos focam na seleção de espécies e linhagens, na caracterização molecular

das vias metabólicas de produção de biocombustíveis e na manipulação genética tanto destas

vias como naquela de fixação e armazenamento de carbono.

OBJETIVOS

Objetivo geral

Avaliar o potencial de cianobactérias da Amazônia Oriental para a produção de enzimas

com potencial utilização na produção de bioenergia.

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Objetivos Específicos

1. Avaliar o potencial de cianobactérias da Amazônia Oriental para a produção de

hidrogênio molecular;

2. Avaliar o potencial de cianobactérias da Amazônia Oriental para a produção de lipases;

3. Identificar as linhagens mais promissoras;

4. Avaliar as relações filogenéticas das linhagens em comparação com aquelas descritas

na literatura.

MATERIAIS E MÉTODOS

O desenvolvimento do trabalho foi baseado na análise de algumas linhagens

selecionadas entre as 68 linhagens cianobacterianas da Coleção de Cianobactérias e

Microalgas (CACIAM) do Laboratório de Tecnologia Biomolecular/UFPA. As linhagens foram

isoladas do Lago Bolonha, um dos reservatórios de água que abastecem a região

metropolitana de Belém, do reservatório da UHE Tucuruí, do rio Pará no Estado do Pará e de

rios no estado do Amapá.

O DNA total das linhagens foi extraído de acordo com Lin et al. (2010) com modificações.

As celulas foram lisadas com tampão de lise (100mM Tris, 10mM de NaCl, 1mM de EDTA

(ácido etileno diamono tetracético) a pH 9,0 e lisozima (20mg/mL). As amostras foram

incubadas a 37ºC por 30 minutos. Após este período, adicionou-se RNAse (10mg/mL),

proteinase K (20mg/mL), SDS 10% e novamente incubados a 55ºC por 1 ou 2 horas. A

extração seguiu, adicionando-se CIA (Clorofórmio-Álcool-Isoamil) (24:1) e centrifugando por 5

minutos a 14000 RPM. Para a precipitação do DNA foi adicionado acetato de sódio (3M e pH

4,8) e um volume de isopropanol. Para confirmação da extração, o DNA foi migrado em gel de

agarose 1.5%, por 22 minutos, tendo sido aplicados 4μL de DNA de cada amostra. As

amostras foram então acondicionadas em freezer a -20ºC.

Para a detecção do potencial de produção de biohidrogênio, foram testadas algumas

linhagens para a presença de um fragmento dos genes hydA (~1935 pb), hoxH (~1431 pb) e

hupS (~1083 pb), os quais estão envolvidos na síntese da enzima hidrogenase de acordo com

os protocolos descritos por Boyd et al. (2009), Barz et al. (2010) e Roeselers et al. (2008),

respectivamente. Também foi testado a presença do

gene nifH, da enzima nitrogenase, utilizando os protocolos descritos por Zehr & McReynolds

(1989) e Singh et al. (2013).

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Para o gene hydA o protocolo descrito por Boyd et al. (2009) foi modificado.

Aproximadamente 50ng de DNA foi utilizado em cada reação de PCR de 15 μL, cada mix de

PCR continha 100 µM de dNTPs, 1.5 mM de MgCl2, 5.0 μM de cada oligonucleotídeo, 1U de

Taq DNA polimerase (Invitrogen, CA, EUA) e tampão de reação 10x. O programa de

amplificação consistiu em desnaturação inicial a 95ºC por 5 minutos, seguido de 35 ciclos a

95ºC por 40s, 56.5ºC por 40s, 72ºC por 55s, e um período de extensão final a 72ºC por 5

minutos.

Para o gene hoxH o protocolo descrito por Barz et al. (2010) foi modificado conforme

descrito a seguir. Aproximadamente 50 ng de DNA foi utilizado em cada reação de PCR de 15

μL, cada mix de PCR continha 100 µM de dNTPs, 2.0 mM de MgCl2, 5.0 μM de cada

oligonucleotídeo, 1U de Taq DNA polimerase (Invitrogen, CA, EUA) e tampão de reação 10x. O

programa de amplificação consistiu em desnaturação inicial a 95ºC por 10 minutos, seguido de

35 ciclos a 95ºC por 45s, 61.5ºC por 1 minuto, 72ºC por 1 minuto e 15 segundos, e um período

de extensão final a 72ºC por 10 minutos.

Para o gene hupS o protocolo descrito por Roeselers et al. (2008) foi modificado.

Aproximadamente 50 ng de DNA foi utilizado em cada reação de PCR de 15 μL, cada mix de

PCR continha 100 µM de dNTPs, 2.0 mM de MgCl2, 5.0 μM de cada oligonucleotídeo, 1U de

Taq DNA polimerase (Invitrogen, CA, EUA) e tampão de reação 10x. O programa de

amplificação consistiu em desnaturação inicial a 94ºC por 5 minutos, seguido de 35 ciclos a

94ºC por 1 minuto, 49.6ºC por 1 minuto, 72ºC por 1 minuto, e um período de extensão final a

72ºC por 7 minutos.

Para o gene nifH o protocolo descrito em Singh et al. (2012) foi modificado, e para facilitar

a identificação das reações, este teste foi nomeado nifH++. Aproximadamente 50 ng de DNA

foi utilizado em cada reação de PCR de 20 μL, cada mix de PCR continha 80 µM de dNTPs,

1.6 mM de MgCl2, 5.0 μM de cada oligonucleotídeo, 1U de Taq DNA polimerase (Invitrogen,

CA, EUA) e tampão de reação 10x. O programa de amplificação consistiu em desnaturação

inicial a 94ºC por 5 minutos, seguido de 35 ciclos a 94ºC por 1 minuto, 54ºC por 1 minuto, 72ºC

por 1 minuto, e um período de extensão final a 72ºC por 7 minutos.

Para o gene nifH o protocolo descrito por Zehr & McReynolds (1989) foi modificado.

Aproximadamente 50 ng de DNA foi utilizado em cada reação de PCR de 25 μL, cada mix de

PCR continha 100 µM de dNTPs, 2.0 mM de MgCl2, 5.0 μM de cada oligonucleotídeo, 1U de

Taq DNA polimerase (Invitrogen, CA, EUA) e tampão de reação 10x. O programa de

amplificação consistiu em desnaturação inicial a 95ºC por 5 minutos, seguido de 30 ciclos a

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95ºC por 15 segundos, 48ºC por 30 segundos, 72ºC por 1 minuto, e um período de extensão

final a 72ºC por 5 minutos.

Os produtos das PCRs de cada gene foram purificados com AxyPrep™ DNA Gel

Extraction Kit (Axygen, USA) e em seguida sequenciados no analisador automático de DNA

ABI 3730 (Applied Biosystems, USA). As sequências obtidas foram alinhadas pela ferramenta

ClustalW e editadas manualmente no programa BioEdit (Hall, 2011) e submetidas ao banco de

dados do NCBI utilizando a ferramenta Blastn (http://blast.ncbi.nlm.nih.gov/Blast.cgi) para

comparações de homologias e obtenção das sequências mais próximas para a construção de

arvores filogenéticas. As análises filogenéticas foram realizadas no software Mega V6 com

1000 replicatas de Bootstrap, utilizando-se o método de Neighbor Joining (NJ) (Saitou & Nei,

1987). As distâncias evolucionárias foram computadas usando o método de kimura-2-

parâmetros ou de “p-distance”. Foi então possível construir duas árvores filogenéticas, uma

para o gene HoxH e outra para o gene nifH.

RESULTADOS

A partir da amplicação dos genes testados foi possivel construir a Tabela 1 e analisar

quais linhagens apresentam a provável presença dos genes alvo.

Tabela 1. Resultados da amplificação para os genes de hidrogenase (hoxH e HupS) e

nitrogenase (nifH e nifH++)

Linhagem Gene hoxH Gene hupS Gene nifH Gene nifH++

CACIAM 03 (Mycrocistis

aeruginosa)

-- -- -- +

CACIAM 05 (Synechocystis sp.) + -- -- +

CACIAM 06 (Cyanobium gracile) + -- -- --

CACIAM 07 (Lyngya sp.) + -- + --

CACIAM 14 (Cyanobium sp.) -- + -- --

CACIAM 16 (Cyanobium sp.) -- -- + +

CACIAM 19 (Anabaena flos

aquae)

-- + + --

CACIAM21 (Nostoc sp.)

-- + + --

CACIAM 23 (Lyngya sp.) -- + + +

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CACIAM 28 -- -- + +

CACIAM 30 -- -- -- +

*CACIAM: Coleção Amazônica de Cianobactérias e Microalgas

A figura 1A, mostra a resposta positiva para a amplificação do gene hoxH nas linhagens

de CACIAM 05, 06, 07 e 23. Segundo Barz et al, o gene hoxH amplifica em torno de 1190 pares

de bases. A figura 1B demonstra os resultados obtidos para o gene hupS, o qual foi favorável

para CACIAM 07, 14, 19 e 21. Segundo Roeselers et al (2008), as bandas deveriam apresentar

peso molecular de aproximadamente 286 pares de base, porém CACIAM 07 apresentou uma

banda em torno de 400 pares de bases e outra em torno de 700, já CACIAM 14 apenas uma

banda com cerca de 700 pares de bases e para CACIAM 19 e 21 bandas em torno de 400

pares de bases.

Figura 1. Gel de agarose com o resultado de amplificação dos genes hoxH (1A) e hupS (1B).

L: Peso Molecular em pares de bases; (-) Controle negativo.

1A 1B

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A obtenção de amplificações dos genes hoxH e hupS significa que a coleção possui

linhagens detentoras de enzimas hidrogenases do tipo bidirecional e/ou de captação de H+,

respectivamente.

Em relação ao gene hydA não conseguimos obter produtos de PCR com a especificidade

e qualidade necessária. Tal dificuldade, acreditamos, deve-se ao fato do primer possuir alto

valor de degeneração, apresentando degeneração de 432 para o primer hydA-F e 864 para o

hydA-R, tornando a amplificação do gene pouco eficiente, principalmente em amostras

complexas como as de culturas não axênicas. É importante ressaltar que este primer é voltado

principalmente para bactérias não pertencentes ao grupo das cianobactérias, e, portanto, sua

aplicação visa principalmente detectar contaminantes que possuam a capacidade de utilizar

hidrogênio.

Os produtos de PCR dos três genes testados (hoxH, hupS, nifH e nifH++) foram

purificados, e o resultado e análise dos mesmos pode ser observado na figura 2. A figura 2A

apresenta a purificação para o gene hoxH das linhagens CACIAM 05,06,07 e 23; o resultado

significa que a amplificação para o gene de hidrogenase bidirecional está presente nas

linhagens de Synechocystis sp, Cyanobium gracile e Lyngya sp. A figura 2B referente ao gene

hupS para as linhagens CACIAM 14,19,21 e 23 demonstra a amplificação para o gene de

captação da hidrogenase nas linhagens Cyanobium sp., Anabaena flos aquae, Nostoc sp.,

Lyngya sp., respectivamente. Na figura 2C, o gene nifH, com purificação das linhagens

CACIAM 07,16,19,21,23 e 28. A amplificação para o gene de nitrogenase está presente nas

linhagens de Lyngya sp., Cyanobium gracile, Anabaena flos aquae, e Nostoc sp. E por fim, a

figura 2D apresenta o gene nifH++ , nas linhagens CACIAM 16,28 e 30; confirmando a

amplificação para o gene de nitrogenase nas linhagens de Cyanobium gracile, CACIAM 28 e

CACIAM 30.

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Figura 2. Resultado da purificação dos produtos de PCR. (A) Purificação do gene hoxH das linhagens CACIAM

05,06,07 e 23. (B) Purificação do gene hupS das linhagens CACIAM 14,19,21 e 23. (C) Purificação do gene nifH

das linhagens CACIAM 07,16,19,21,23 e 28. (D) Purificação do gene nifH++ das linhagens CACIAM 16,28 e 30.

Em seguida, os purificados foram submetidos ao analisador automático de DNA ABI 3730

(Applied Biosystems USA). Um resultado preliminar foi analisado, com auxílio da ferramenta

blastn, no banco de dados do NCBI, e registrado em três tabelas (tabelas 2 a 4), tal proposição

foi realizada devido à reduzida qualidade das sequencias. Nestes dados estão inclusas as

análises dos genes nifH, responsável por produzir hidrogênio molecular a partir da fixação de

nitrogênio.

As tabelas apresentam as linhagens nas quais houve sequencias com qualidade

suficiente para alinhamento. Na mesma é representada a correspondência de tal alinhamento,

o número de acesso da linhagem do banco de dados NCBI e a identidade da sequência

analisada correspondente a sequencia do banco de dados. A Tabela 2 demonstra a análise

das linhagens CACIAM 05,07 e 23, para o gene hoxh. CACIAM 05 possui correspondência

para Synechocystis sp. PCC 6803, com 93% de identidade na sequência Foward (F) e 95% na

Reverse (R). CACIAM 07 e CACIAM 23 apresentaram 68% e 69% de identidade para Lyngbya

majuscula CCAP 1446/4 na sequência F e 75% e 74% na R. A Tabela 3 demonstra a análise

2B2A

2C 2D

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das linhagens CACIAM 14,19,21 e 23, para o gene hupS. CACIAM 14 apresentou 90% de

identidade para Nostoc sp. PCC 7422 na sequência R, devido a problemas no sequenciamento

não foi possível encontrar dados significativos para a sequência Foward. CACIAM 19 e 21

também apresentaram correspondência para Nostoc sp. PCC 7422 com identidade de 89% e

86% para a sequência F e 90% para a R em ambas as linhagens. CACIAM 23 apresentou

correspondência para Nostoc sp. PCC 7107com identidade de 82% para F e 75% para a R. A

Tabela 4 representa a análise das linhagens CACIAM 07,19,21 e 23, para o gene nifH.

CACIAM 07 e 23 apresentaram 96% e 99% de identidade para clone EPNCF1-8 NifH de

bactéria não cultivável na sequência F e 98% R para ambas, CACIAM 19 apresentou 86% de

identidade para Anabaena sp. L-31 NifU (nifU) gene na sequência F e 91% na R. E CACIAM 21

apresentou 92% de identidade para clone nifH31 dinitrogenase reductase (nifH) de bactéria

não cultivável na sequência F e 93% na R.

Linhagem LTB Gene hoxH

Alinhamento- blastn-NCBI Nº de acesso Identidade Referência

CACIAM 05F Synechocystis sp. PCC 6803 CP003265

93% Trautmann, D.et al CACIAM 05R 95% CACIAM 07F Lyngbya majuscula CCAP

1446/4 AY536043

68% Tamagnini,P. et al CACIAM 07R 75%

CACIAM 23F Lyngbya majuscula CCAP 1446/4

AY536043 69% Tamagnini,P. et al

CACIAM 23R 74%

Linhagem LTB Gene hupS

Alinhamento- blastn-NCBI Nº de acesso Identidade Referência

CACIAM 14R Nostoc sp. PCC 7422 hupS, hupL genes para a pequena subunidade da hidrogenase de captação

AB237640

90% Yoshino, F. et al.

CACIAM 19F 89% CACIAM 19R 90% CACIAM 21F 86% CACIAM 21R 90%

CACIAM 23F Nostoc sp. PCC 7107 CP003548 82% Gugger,M. et al. CACIAM 23R 75%

Linhagem LTB Gene nifH

Alinhamento- blastn-NCBI Nº de acesso Identidade Referência

CACIAM 07F Clone EPNCF1-8 NifH de bactéria não cultivável

DQ142685 96% Jasrotia,P. e Ogram,A. CACIAM 07R 98%

CACIAM 19F Anabaena sp. L-31 NifU (nifU) L04499 86% Murphy,S.T.,

Tabela 2. Análise das linhagens CACIAM 05,07 e 23, para o gene hoxH

Tabela 3. Análise das linhagens CACIAM 14,19,21 e 23, para o gene hupS

Tabela 4. Análise das linhagens CACIAM 07,19,21 e 23, para o gene nifH

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Infelizmente, a qualidade do sequenciamento não permitiu a utilização das sequências

amplificadas para a análise filogenética. Foram então obtidas sequências dos genes hoxH e

nifH a partir de resultados de sequenciamento genômico de 3 linhagens do laboratório (dados

não fornecidos). Após edição e alinhamento das sequências foram montadas as árvores

filogenéticas utilizando-se as sequências dos genes hoxH (Figura 3) e nifH (Figura 4). O gene

hoxH encontrado nas linhagens CACIAM 05 e CACIAM 14 agruparam com alto valor de

Bootstrap, assim como o gene nifH encontrado nas linhagens CACIAM 19 e 23. Apenas a

sequência 23 é proveniente dos dados do sequenciamento, as outras sequências são do banco

de dados do Laboratório de Tecnologia Biomolecular (LTB) e foram trabalhadas com os

devidos genes, pois como anteriormente comentado, o sequenciamento não apresentou boa

resolução.

CACIAM 05 se agrupa no mesmo ramo de Synechocystis sp., caracterizada por

apresentar hidrogenases [NiFe] e elevada produção de hidrogênio molecular (Cano, M. et

al.,2014). Já a linhagem CACIAM 14 agrupa-se no ramo de Aphanothece halophytica, uma

cianobactéria halotolerante capaz de produzir até quatro vezes mais hidrogênio molecular

quando comparada a outras linhagens (Taikhao et al.,2012) e próximo a linhagens de

Anabaena siamensis, caracterizada por possui elevada capacidade de produção de hidrogênio

molecular sob fixação de nitrogênio e sob condições de estresse (Khetkorn et al., 2010) e

Spirulina subsulsa.

Para o gene nifH, a linhagem CACIAM 19 se agrupa no clado de Westiellopsis sp Ind 20,

Calothric brevíssima Ind 10 e Anabaena sp Ind 6, as quais são cianobactérias heterocísticas e

produzem hidrogênio molecular por meio da fixação de nitrogênio. A árvore filogenética sugere

que possuem a mesma origem quando relacionada ao gene estudado. Em CACIAM 23 as

linhagens agrupadas são Oscillatoria sp. e Nostoc sp., também cianobactérias filamentosas

heterocísticas, caracterizadas por fixar nitrogênio e produzir hidrogênio molecular. A atividade

CACIAM 19R gene

91% Jackman,D.M. e Mulligan,M.E.

CACIAM 21F Clone nifH31 dinitrogenase reductase (nifH) de bactéria não cultivável

JN162465 92% Keshri,J., Mishra,A. e Jha,B.

CACIAM 21R 93%

CACIAM 23F Clone EPNCF1-8 (NifH) de bactéria não cultivável

DQ142685 99% Jasrotia,P. e Ogram,A. CACIAM 23R 98%

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da nitrogenase é influenciada por determinados fatores, como: (i) a luminosidade que é um

fator determinante devido ao requerimento de ATP, a energia proveniente do ATP é

fundamental para o transporte eletrônico durante a produção de hidrogênio; (ii) a migração de

carboidratos para os heterócitos a fim de reduzir a influência do oxigênio na inativação da

nitrogenase; (iii) e a presença de amônia, responsável por efeitos negativos na síntese da

nitrogenase, reduzindo significantemente a produção de hidrogênio molecular (Lindenberg et

al., 2004).

Em relação à amplificação das enzimas lipases envolvidas na produção de biodiesel, não

foi possível começar este processo devido a dificuldades operacionais nos passos anteriores,

principalmente relacionadas ao sequenciamento das amostras.

Figura 3: Árvore filogenética baseada no método de Neighbor-joining (1000 replicatas de boostrap) revelando a homologia das sequências de nucleoídeos do gene hoxH das linhagens CACIAM 05 e 14, em comparação com as linhagens depositadas no banco de dados do GenBank. Produzida no Software MEGA V6. As linhagens CACIAM 05 e 14 estão identificadas com losangos vermelhos ( )e são sequências do Laboratório de Tecnologia Biomolecular (LTB).

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Figura 4: Árvore filogenética baseada no método de Neighbor-joining (1000 replicatas de boostrap) revelando a homologia das sequências de aminoácidos do gene nifH das linhagens CACIAM 19 e 23, em comparação com as linhagens depositadas no banco de dados do GenBank. Produzida no Software MEGA V6. CACIAM 19 e 23 estão identificadas com losangos vermelhos ( ) e são sequências do Laboratório de Tecnologia Biomolecular LTB.

Westiellopsis sp. Ind20 dinitrogenase reductase (nifH)

Calothrix brevissima Ind10 dinitrogenase reductase (nifH)

CACIAM 19 nifH

Anabaena sp. Ind6 dinitrogenase reductase (nifH)

Tolypothrix sp. (2 seqs.)

Anabaena sp. (5 seqs.)

Fischerella sp. Ind81 dinitrogenase reductase (nifH)

Mastigocladus laminosus Ind29 dinitrogenase reductase (nifH)

Cylindrospermum sp. (3 seqs.)

Fischerella sp. Ind26 dinitrogenase reductase (nifH)

Nostochopsis sp. Ind28 dinitrogenase reductase (nifH)

Hapalosiphon sp. (3 seqs.)

Nostoc Calcicola (2 seqs.)

Anabaenopsis sp. Ind8 dinitrogenase reductase (nifH)

Nostoc sp. Ind37 dinitrogenase reductase (nifH)

Scytonema sp. (3 seqs.)

Nostoc sp. (5 seqs.)

CACIAM 23 nifH

Nostoc sp. PCC 7120 dinitrogenase reductase (nifH)

Nostoc spongiaeforme Ind42 dinitrogenase reductase (nifH)

Nostoc calcicola Ind30 dinitrogenase reductase (nifH)

Oscillatoria sp. PCC 6506 NifH

Uncultured Fischerella sp. clone 2CFF47 dinitrogenase reductase (nifH)

Cylindrospermum muscicola Ind12 nitrogenase iron protein (nifH)

Nostoc sp. Ind40 dinitrogenase reductase (nifH)

Westiellopsis sp. Ind19 dinitrogenase reductase (nifH)

Calothrix sp. (3 seqs.)

Azospirillum brasilense NifH

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CONCLUSÃO

A amplificação do gene hoxH foi bem sucedida em quatro linhagens cianobacterianas.

Para o gene hupS houve resposta positiva também para quatro linhagens, para o gene nifH

foram seguidos dois protocolos, para Zehr & McReynolds (1989) o gene apresentou seis

amplificações e para o protocolo segundo Sigh et al. (2012) apresentou três respostas

positivas. Porém para o gene hydA ainda não foram encontradas respostas positivas.

O estudo filogenético dos genes hoxH e nifH constatou a presença de linhagens

cianobacterianas produtoras de hidrogenase nos clados próximos. Tais cianobactérias são

caracterizadas por apresentar eleveda produção de hidrogênio sob condições extremófilas, no

caso do gene hoxH. E para o gene nifH são caracterizadas por fixar nitrogênio em heterócitos,

ou na célula vegetal, e produzir hidrogênio molecular a partir do mesmo.

É importante ressaltar que este trata-se de um dos primeiros estudos a analisar a

diversidade de genes envolvidos com a produção de bioenergia em linhagens bacterianas da

Amazônia. Tais resultados, ainda que preliminares, demonstram a potencialidade da

descoberta de novas enzimas que poderiam ser utilizadas na geração através de fontes

alternativas de bioenergia.

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DIFICULDADES: Os protocolos de sequenciamento estão sendo otimizados, por tal motivo,

houve uma perda significante de informação das amostras purificadas.

PARECER DO ORIENTADOR: A aluna realizou suas atividades com responsabilidade,

dedicação e excelência.

DATA: 10/08/2015

_________________________________________

ASSINATURA DO ORIENTADOR

____________________________________________

ASSINATURA DO ALUNO