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8/13/2019 Relatrio sobre a experincia-piloto do ensino vocacional bsico
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Gabinete da Secretria de Estado dos Assuntos Parlamentares e da IgualdadePalcio de So Bento (A.R.) 1249- 068 Lisboa, PORTUGAL
TEL + 351 21 392 05 00/06 FAX21 392 05 15 EMAIL [email protected] www.portugal.gov.pt
Exma. Senhora
Chefe do Gabinete de Sua Excelncia a
Presidente da Assembleia da Repblica
Dra. Nomia Pizarro
SUA REFER NCIA SUA COMUNICAO DE NOSSA REFER NCIAN: 5276ENT.:5205PROC. N:
DATA15/10/2013
ASSUNTO: RESPOSTA AO REQUERIMENTO N. 1/XII/3.
Encarrega-me a Secretria de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade de junto enviar cpia
do ofcio n. 876, de 15 de outubro, remetido pelo Gabinete do Senhor Ministro da Educao e Cincia,
sobre o assunto supra mencionado.
Com os melhores cumprimentos,
A Chefe do Gabinete
Marina Resende
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GABINETE DO MINISTRO DA EDUCAO E CINCIA
Av 5 de Outubro, n 107, 13 - 1069-018 Lisboa
Exma. SenhoraSecretria de Estado dos AssuntosParlamentares e da IgualdadeDr Maria Teresa da Silva Morais
N/ Referncia
Pg. 876.15/10/2013 ( Req. 1)
Assunto: Resposta ao Requerimenton. 1/XII/3. Relatrio Grupo de Traba-lho Avaliao Ensino Vocacional.
____________________________________________________________
Em resposta ao Requerimento mencionado em epgrafe, apresentado pelo Se-nhores Deputados Miguel Tiago e Rita Rato do grupo parlamentar do Partido
Comunista Portugus (PCP), Sua Excelncia o Ministro da Educao e Cinciaencarrega-me de enviar em anexo o Documento de Balano Ensino Vocacio-nal Bsico: Balano da Experincia-Piloto desenvolvida em 2012-2013 apre-sentado pelo Grupo de Acompanhamento da Experincia Piloto, e de informarque o documento foi igualmente enviado para a Comisso de Educao Cinciae Cultura no dia 15 de outubro.
Com os melhores cumprimentos
O Chefe do Gabinete
Vasco Lynce
Gabinete da Secretria de Estado
dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade
Entrada n. 5205
Data: 15-10-2013
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ENSINO VOCACIONAL BSICO
Balano da experincia-piloto desenvolvida em 2012-2013
Primeiro momento de anlise do acompanhamento
Grupo de Acompanhamento da Experincia-Piloto
Lisboa, setembro de 2013
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Balano da experincia-piloto desenvolvida em 2012-2013
Primeiro momento de anlise do acompanhamento
Grupo de Acompanhamento da Experincia-Piloto:
Anabela Maria de Sousa Pereira
Universidade de Aveiro;Cristina Santos Correia Escola Secundria com 3. Ciclo de Ferreira Dias;
Maria Isabel Ribeiro do Rosrio HormigoAdjunta do Gabinete do Ministro da Educao e Cincia;
Paulo Jorge de Castro Garcia Coelho Dias Instituto Politcnico de Santarm;
Piedade Redondo Pereira Escola de Comrcio de Lisboa;
Ramiro Fernando Lopes Marques Instituto Politcnico de Santarm.
Lisboa, setembro de 2013
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1. Introduo
A ltima Reviso da Estrutura Curricular, legitimada no Decreto-lei n. 139/2012 de 5 de
julho, visa melhorar a qualidade do que se ensina e do que se aprende, introduzindo um
conjunto de alteraes curriculares entre as quais se conta a diversidade na oferta educativa e
formativa, no sentido de proporcionar a todos os estudantes opes adequadas e adaptadas a
percursos escolares especficos.
De modo coerente com os princpios orientadores expressos naquele diploma foram
legitimados, atravs da Portaria n. 292-A/2012 de 26 de setembro, os cursos vocacionais do
ensino bsico, que privilegiam disciplinas estruturantes (como o portugus, a matemtica e o
ingls) e o primeiro contacto com diferentes atividades profissionais.
Estes cursos tm como pblico-alvo os alunos dos 2. e 3 ciclos com mais de 13 anos de
idade que manifestem constrangimentos com o ensino geral e procurem uma alternativa a
este tipo de ensino, designadamente os que tiveram duas retenes no mesmo ciclo ou trs
retenes em ciclos diferentes. O encaminhamento feito aps um processo de avaliao
vocacional, realizado por psiclogos escolares, no sendo, contudo, a transio entre cursos
obrigatria e exigindo o acordo dos encarregados de educao.
Consagrando alternativas adequadas e flexveis, tais cursos visam desenvolver e
consolidar a escolarizao bsica, levando os jovens a adquirir conhecimentos e a desenvolvercapacidades que lhes permitam enfrentar o futuro, em particular, o prosseguimento de
estudos e os desafios do mercado de trabalho. Concorrem, assim, para a incluso de todos os
estudantes no percurso escolar, garantindo-se uma igualdade efetiva de oportunidades.
Assegura-se, neste quadro curricular, a intercomunicabilidade entre vias, sendo que
qualquer aluno dos referidos cursos ter a possibilidade de regressar ao ensino regular no
incio do ciclo de estudos seguinte, aps a realizao das provas finais de 6. ou 9. anos.
A durao de cada curso no fixa, adaptando-se ao perfil do conjunto de alunos que se
rene em cada curso. A escola tem, pois, um grau elevado de autonomia nesta matria,
integrando e articulando, nos seus projetos educativos, as necessidades e expectativas do
pblico-alvo e as caractersticas do tecido econmico-social onde esto inseridas.
Para conseguir uma melhor concretizao destes cursos, determinou o Ministrio da
Educao e Cincia comear por desenvolver uma experincia-piloto, que se iniciou em
setembro de 2012 em 13 escolas com 2. e 3. ciclos, pblicas e privadas, indicadas pelos
servios regionais competentes deste Ministrio, tendo em conta as diferentes realidades
socioeconmicas da rea dessas escolas.
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2. Sentido do presente documento
Pretende-se, neste documento preliminar, apresentar as primeiras anlises do estudo
de impacto do projeto em causa.
Assim, seguidamente, d-se conta de dados recolhidos, com apoio de questionrios,
junto de alunos e professores, e apresentam-se os resultados escolares dos alunos envolvidos,
tais como, taxas de concluso dos cursos com a durao de um ano e as taxas de abandono
escolar relativos a este primeiro ano de implementao.
De entre os dados recolhidos e tratados d-se conta daqueles que se consideram mais
relevantes para uma primeira apresentao e anlise.
3. Escolas e sujeitosForam questionados sujeitos, alunos e professores, de 13 escolas de diversas regies do
pas, nas quais foram implementados os cursos vocacionais do ensino bsico.
Os alunos cujos dados foram objeto de anlise so em nmero de 209, num universo de
285, conforme se pode verificar na seguinte tabela:
Alunos inquiridos Total de alunos
Frequncia Frequncia % de respostas
DRE Algarve - Esc. Bas. 2, 3 Dr. Antnio Sousa Agostinho 12 22 54,5%
DRE Algarve - Esc. Profissional Cndido Guerreiro 17 22 77,3%
DREAlente jo - Agrupamento de Escolas n. 2 de vora (Andr Resende) 18 18 100,0%
DREAlentejo - Colgio de Nossa Senhora da Graa 17 22 77,3%
DREC - Agup. Esc. Alcains e S. Vicente da Beira 14 19 73,7%
DREC - Esc. Sec. Eng Accio Calazans Duarte 17 19 89,5%
DRELVT - Alcochete 8 21 38,1%
DRELVT - Esc. Sec. Ferreira Dias 23 23 100,0%
DRELVT - Escola Comrcio Lisboa 23 24 95,8%DRELVT - Externato Joo Alberto Faria 16 21 76,2%
DREN - Agup. Esc. Macedo Cavaleiros 18 21 85,7%
DREN - Esc. Bas.2,3 Sande 13 34 38,2%
DREN - Esc. Sec. Senhora da Hora 13 19 68,4%
TOTAL 209 285 73,3%
Regio - Escolas/Agrupamentos
TABELA I - Alunos inquiridos por regio e por escola
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De notar que a quase totalidade destes alunos pertence ao 3. ciclo (93,8%) (cf. tabela II).
Ciclos Frequncia Percentagem
2. 13 6,2
3. 196 93,8
TOTAL 209 100,0
TABELA II - Alunos por ciclo de ensino
A idade mdia dos alunos do 2. Ciclo em estudo de 13,85 anos. A grande maioria dos
alunos tem 13 (46,2%) ou 14 anos (38,5%) (cf. tabela III).
TABELA IIIIdade dos alunos2. Ciclo
Idade Frequncia Percentagem
13 6 46,2%
14 5 38,5%
15 1 7,7%
17 1 7,7%
total 13 100%
Atendendo a que a idade mdia de frequncia do 2. ciclo se situa nos 10 ou 11 anos de idade,
constata-se a existncia de nveis de desvio etrio relativamente elevados, que em 15,4% dos
casos mesmo muito acentuado, indiciando um percurso escolar prvio com adversidades
diversas.
A idade mdia de frequncia dos alunos do 3. ciclo da experincia-piloto de 15,3 anos. A
grande maioria possui 15 (34,2%), 16 (24,2%) ou 14 (18,9%) anos de idade (cf. tabela IV).
TABELA IVIdade dos alunos - 3. Ciclo
Idade Frequncia Percentagem
13 10 5,1%
14 36 18,4%
15 65 33,2%
16 46 23,5%
17 28 14,3%
18 4 2,0%
19 1 0,5%
Dados Invlidas 6 3,1%
total 196 100,0%
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Atendendo a que a idade de incio de frequncia do 3. Ciclo se situa nos 12 anos,
estes dados voltam a indiciar valores de desvio etrio elevados ou mesmo muito elevados,
perspetivando um cenrio semelhante ao referido na Tabela III.
Quanto ao nvel de escolaridade dos pais dos alunos verifica-se que a maioria concluiu
o 1. Ciclo e 3. Ciclo do Ensino Bsico, sendo mais baixa a percentagem dos que concluram o
12. ano, e muito mais baixa a dos que concluram a licenciatura, o mestrado e o
doutoramento. Como se pode ver nas tabelas V e VI, no existem diferenas assinalveis estre
a distribuio referente escolaridade das mes e a dos pais.
No frequentou a escola 1 ,6
1. Ciclo do Ensino Bsico (4. ano) 45 25,6
2. Ciclo do Ensino Bsico (6. ano) 35 19,9
3. Ciclo do Ensino Bsico (9. ano) 45 25,6
Ensino Secundrio (12. ano) 37 21,0
Licenciatura 9 5,1
Mestrado 2 1,1
Doutoramento e + 2 1,1
TOTAL 176* 100
* Omiss os 33 cas os.
TABELA V - Escolaridade do pai
Frequncia Percentagem
No frequentou a escola 0 ,0
1. Ciclo do Ensino Bsico 46 24,3
2. Ciclo do Ensino Bsico 34 18,0
3. Ciclo do Ensino Bsico 56 29,6
Ensino Secundrio 44 23,3
Licenciatura 5 2,6
Mestrado 3 1,6
Doutoramento e + 1 ,5
TOTAL 189* 100
* Omissos 20 casos.
TABELA VI - Escolaridade da me
Frequncia Percentagem
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Foram auscultados 104 docentes envolvidos na experincia, das escolas em anlise (cf. tabela
VII).
Frequncia Percentagem
DRE Algarve - Esc. Bas. 2, 3 Dr. Antnio Sousa Agostinho 7 6,7
DRE Algarve - Esc. Profissional Cndido Guerreiro 8 7,7
DREAlentejo - Agrupamento de Escolas n. 2 de vora (Andr Resende) 8 7,7
DREAlentejo - Colgio de Nossa Senhora da Graa 11 10,6
DREC - Agup. Esc. Alcains e S. Vicente da Beira 5 4,8
DREC - Esc. Sec. Eng Accio Calazans Duarte 8 7,7
DRELVT - Alcochete 4 3,8
DRELVT - Esc. Sec. Ferreira Dias 10 9,6
DRELVT - Escola Comrcio Lisboa 9 8,7
DRELVT - Externato Joo Alberto Faria 5 4,8DREN - Agup. Esc. Macedo Cavaleiros 9 8,7
DREN - Esc. Bas.2,3 Sande 12 11,5
DREN - Esc. Sec. Senhora da Hora 8 7,7
TOTAL 104 100,0
Regio - Escolas/AgrupamentosProfessores
TABELA VII - Professores por Escola
4. Instrumentos usadosOs instrumentos usados para recolha de dados junto de alunos e professores foram
construdos para este efeito e tomaram a forma de questionrios de carcter semi-
estruturado, onde se incluram alm de questes fechadas de escolha mltipla, questes
abertas, de forma a obter eventuais opinies dos sujeitos para aspetos no previstos.
Foram colocadas vinte e cinco questes aos alunos sobre aspetos que esclarecessem o
seu anterior percurso escolar, as suas perspetivas no novo percurso escolar e a sua integrao
neste. Foram ainda questionados aspetos que permitissem uma caraterizao pessoal e
familiar dos alunos.Aos professores foram colocadas questes distribudas por cinco grupos sobre a
adequao dos cursos ao pblico-alvo, a adequao da matriz curricular, as estratgias e
dificuldades no desenvolvimento do projeto. Foram ainda colocadas questes que permitam
efetuar uma caraterizao pessoal e profissional.
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5. Procedimentos de recolha de dadosA recolha de dados foi organizada no ms de dezembro pelas direes de servios
regionais do Ministrio de Educao e Cincia que distriburam os questionrios pelas vrias
escolas, onde foram respondidos, recolheram-nos e devolveram-nos. Assegurou-se, em cada
escola, informao a todos os participantes, professores e alunos, acerca do propsito da
recolha de dados, tendo-se garantido o anonimato das respostas e dando-se-lhes a liberdade
de participarem ou no.
6. Anlise dos dadosOs dados recolhidos foram objecto de tratamento estatstico (SPSS) e de anlise de
contedo. Apresentam-se, de seguida, os resultados obtidos com esse tratamento em duas
alneas: perspetiva dos alunos e perspetiva dos professores.
a. Perspetiva dos alunos
Questionados os alunos sobre o seu percurso escolar e as dificuldades sentidas ao
longo do mesmo, os dados obtidos foram os seguintes: 42,3% referiram que antes do ingresso
no curso no gostavam de frequentar a escola (46,1% dos rapazes e 30,6% das raparigas),
(2=4.240, p0.05); 10,5% afirmaram que
antes no gostavam do que lhes ensinavam na escola (10,6% dos rapazes e 11.3% das
raparigas), (2=0.019, p>0.05); e 26,4% mencionaram outras razes ligadas, maioritariamente,
a dificuldades de compreenso dos assuntos e falta de motivao por se sentirem socialmente
desintegrado(a) na turma.
12- Teste de homogeneidade em tabela de contingncia. Testa a significncia das diferenas entre distribuiesde grupos independentes.p - valor pdescreve a intensidade de associao na amostra(p
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Quanto ao ciclo onde foi referido maior nmero de reprovaes foi o 2., com 54,1 % de
referncias (Cf. tabela VIII).
1. 83 39,7
2. 113 54.1
3. 107 51.2
* Mltipla escolha por ciclo.
Ciclo
TABELA VIII - Percentagem de reprovaes por ciclo de estudos
Frequncia Percentagem*
Questionados sobre a opinio que julgam que as suas famlias tm do curso, 80% dos
alunos responderam que positiva, por proporcionar uma aprendizagem de forma genrica
(30%) e, de forma mais concreta, conduzir aquisio de conhecimentos e capacidades teis
para a insero no mercado de trabalho (70%). Alguns referiram que as suas famlias
consideram que a escola, em geral, tem aspetos negativos: 60% consideram que ela pode ser
perniciosa porque d acesso a ms companhias ou impede os alunos de comearem a
trabalhar e 20% apontam a desigualdade de tratamento por parte de quem nela trabalha.
Procurmos aprofundar a anlise recolhendo dados mais concretos sobre a apreciao
do curso por partedas famlias. As respostas foram as que se apresentam no seguinte quadro:
Frequncia Percentagem
Acham bem (sem especificar porqu) 60 41,6
um curso mais fcil do que o ensino regular 31 21,5
uma ltima oportunidade 15 10,4
Tem sadas profissionais/Faculta uma profisso 13 9,0
No gostam 10 7,0
No sabe/No falou com os pais sobre isso 10 7,0
Permite chegar ao Secundrio mais cedo 5 3,5
TOTAL 144* 100,0
Pergunta aberta com 65 no respostas.
Categorias de resposta
Famlias
TABELA IX - Apreciao das famlias dos alunos
De entre os dados proporcionados pelas famlias, salienta-se o facto de o curso ser
visto por 10,4% delas como uma ltima oportunidade no percurso escolar, enquanto 21,5% o
encaram como uma via mais fcil do que o ensino regular.
Tambm importante assinalar que 7% dos alunos mencionam que os pais tm uma
opinio negativa face a este projeto de formao, 20% do a entender que na opinio dos pais
eles teriam condies para prosseguirem no ensino regular caso se esforassem e que o curso
uma perda de tempo para chegar ao mercado de emprego.
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Uma anlise conjunta desta questo (apreciao do curso) e da anterior (influncia da
escola) permite perceber que so as famlias que apresentam uma relao de antagonismo
face a qualquer atividade que a escola promova que tambm desvalorizam o projeto.
Passando para as trs componentes disciplinares que integram o plano dos cursos,
aquelas onde os alunos identificaram ter, no passado, as maiores dificuldades foram, por
ordem decrescente de relevncia, a matemtica (dificuldade maioritariamente referidas pelas
raparigas, 73% contra 61,7% dos rapazes, embora sem significado estatstico: 2=2.456,
p>0.05), o ingls (tambm maioritariamente referida pelas raparigas, 62,5% contra 50,4% dos
rapazes, mas igualmente sem significado estatstico: 2=3.030, p>0.05) e o portugus
(dificuldade maioritariamente referida pelos rapazes, 39,7% contra 23,8% das raparigas:
2=4.856, p
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Quanto s razes apontada pelos alunos, da opo pelo curso, o prosseguimento de
estudos tendente a conseguir uma profisso, foi a mais referida (Cf. tabela XI).
Matrias que sejam teis para conseguir uma profisso 68 32,5
Matrias que sejam teis para prosseguir estudos e conseguir uma profisso 136 65,1
Outras 13 6,2
* Mltipla escolha.
TABELA XI - O que pretende aprender com o curso
Frequncia Percentagem*
O facto de, na sua maioria, os alunos terem um historial de retenes, permite-nos
perceber que no propriamente a falta de vontade de estudar que dita tal percurso mas o
grau de dificuldade e/ou a motivao para o ensino bsico geral, pois mediante as condies
oferecidas por este curso, manifestam a inteno de prosseguir os estudos e, s ento,
obterem a sua preparao profissional (cf. tabela XII e XIII).
Este perfil de resposta no surgiu associado nem idade dos alunos respondentes
(2=3.822, p>0.05), nem ao sexo (2=3.555, p>0.05). Na categoria outras razes, 50% dos
alunos referem que pretendem aprender coisas para a vida e no matrias desligadas da
realidade.
Relativamente inteno de prosseguirem estudos no ensino regular, a maioria(79,9%) manifestou-se desfavorvel, tendo referido que este mais difcil, enfadonho ou
desmotivante (Cf. Tabela XII).
Sim 40 20,1
No 159 79,9
TOTAL 199* 100
*Omissos 10 casos.
Prosseguimento
TABELA XII- Prosseguimento de estudos no ensino regular
Frequncia Percentagem
Reforando a dita tendncia, a grande maioria dos alunos disse pretender prosseguir
estudos dentro do ensino profissional (cf. tabela XIII).
Sim 159 80,3
No 39 19,7
TOTAL 198* 100
*Omiss os 11 casos.
Prosseguimento
TABELA XIII - Prosseguimento de estudos no ensino profissional
Frequncia Percentagem
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Para explicar esta escolha, os alunos indicam razes vrias: ajuda para encontrar uma
profisso (69,6%) e ser mais fcil por comparao ao ensino bsico geral (51%), constituem
duas razes que avultam para a frequncia deste tipo de formao. A existncia de uma
dimenso prtica forte (36,8%) e uma estreita ligao ao mundo real (23%) so tambm
aspetos que se destacam. A possibilidade de ter contacto com empresas refora a tendncia
encontrada (39,2%) (cf. tabela XIV).
Este curso bom para mim porque tem uma dimenso prtica forte. 75 36,8
Este curso bom para mim porque me vai ajudar a encontrar uma profisso 142 69,6
Este curso bom para mim porque as matrias esto ligadas ao mundo real 47 23,0
Este curso bom para mim porque mais fcil 104 51,0
Este curso bom para mim porque os professores esto mais motivados 42 20,6
Este curso bom para mim porque vou ter contacto com empresas 80 39,2
Outras. 6 2,9
Cumulativa por opes de escolha mltipla.
Categorias
TABELA XIV - Apreciao do curso
Frequncia Percentagem*
No que respeita aos aspetos do curso percepcionados pelos alunos como mais
positivos, destacam-se o gosto pela abordagem pedaggica dos professores (dimenso
fortemente criticada no ensino regular), a homogeneidade da turma (terem tidos todos umpercurso pouco profcuo no ensino regular) e a possibilidade de terem boas notas. Este ltimo
aspeto valorizado por um nmero elevado de alunos, evidenciando que gostariam de ter
tido, no ensino regular, classificaes positivas, podendo neste curso consegui-las.
Entre os aspetos considerados como mais negativos no curso esto os relacionais.
Concordantemente, na questo que indagava o que que mudariam no sentido de melhorar o
curso, os alunos destacaram que deveriam ser afastados ou controlados os colegas mais
problemticos que dificultam a aprendizagem do grupo (Cf. Tabela XV).
Comportamentos Incorretos de alguns colegas/Turma 18
Comportamentos Incorretos de alguns professores 11
Poucos intervalos/ Pouco tempo de almoo 10
Estarem integrados na turma alunos de outros nveis de ensino 5
No h aspetos negativos 21
Categorias
TABELA XV - Aspetos negativos no curso
Frequncia
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Relativamente carga horria do curso, a maioria dos alunos (56,1%) considerou-a
adequada, ainda que uma percentagem expressiva (25,8%) a tivesse considerado excessiva ou
muito excessiva (14,1%), perfazendo um total de 39,9%. Pouco expressiva a percentagem de
alunos que a considerou insuficiente ou muito insuficiente (4%) (Cf. Tabela XVI).
Muito excessiva 28 14,1
Excessiva 51 25,8
Adequada 111 56,1
Insuficiente 6 3,0
Muito insuficiente 2 1,0
TOTAL 198* 10011 casos omis sos.
TABELA XVI - Carga Horria do Curso
Frequncia Percentagem
Trata-se de uma apreciao decorrente da carga letiva semanal estabelecida por cada
escola. Por exemplo, enquanto a quase totalidade dos alunos da Escola de Comrcio de Lisboa
(95%) considera a carga horria adequada, na Escola Secundria Senhora da Hora apenas
36,4% a aprecia dessa forma, 18% consideram-na excessiva e 36% muito excessiva. Todas as
restantes situaes, prefiguram uma distribuio onde a escola no indiferente apreciao
da carga horria (2=70.258, p
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prvios dos alunos a este curso (2=58.216, p>0.05). De igual modo, a idade dos alunos no se
revelou significativa (2=27.386, p>0.05). O padro de apreciao deste tipo de preparao
prvia variou, contudo, de forma estatisticamente significativa, em funo do sexo dos alunos:
tendencialmente, as alunas consideraram-se bastante mais preparadas do que os seus colegasdo sexo masculino (2=20.049, p
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b. Perspetiva dos professores
Auscultmos os professores sobre o projeto do ensino vocacional bsico com questes
em grande parte homlogas das que colocmos aos alunos.
Quanto ao nvel de adequao deste tipo de ensino aos alunos, contrariamente
opinio destes, os professores consideram-na, na sua maioria (51%), pouco adequado ou
pouqussimo adequado. Ainda assim, houve docentes que a consideraram muito adequada
(6,7%) ou muitssimo adequada (1,9%) (cf. Tabela XX).
Muitssimo adequada 2 1,9
Muito adequada 7 6,7
Medianamente adequada 31 29,8
Pouco adequada 53 51,0
Pouqussimo adequada 9 8,7
No sabe 2 1,9
TOTAL 104 100
TABELA XX - Nvel de adequao do ensino vocacional bsico aos alunos
Frequncia Percentagem
Ao aprofundarem-se estas perspetivas dos docentes, percebe-se que os aspetos mais
criticamente referidos tm a ver no tanto com a natureza da formao mas, antes, com a
preparao anterior dos alunos, os seus nveis de empenhamento e a disciplina nas aulas (cf.
tabela XXI). Esta apreciao coerente com a dos alunos, acima referida.
A prtica/ prtica simulada em empresas pode ser motivadora para
os alunos 24
Adequa-se ao perfil destes alunos inadaptados ao ensino regular 23
Alguns destes alunos no tm a atitude/maturidade/empenha-
mento/disciplina adequada escola 20
Para os alunos interessados completamente adequado, para os
outros o oposto 8
Composio exageradamente heterognea da turma/mistura de
alunos dos 2. e 3. ciclos 6
Deveria haver ainda maior integrao das componentes I e II na III 4
Deficiente seleo dos alunos no permite identificar as suas
vocaes 2
Outros 9
TABELA XXI - Especificao dos critrios de adequabilidade
Frequncia
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Com base nestes dados percebe-se a ambivalncia da apreciao dos docentes quando
referem que o curso para os alunos interessados completamente adequado, para os outros
o oposto. Assim, tambm os argumentos positivos a favor desta formao podem ter uma
leitura no completamente positiva, como se pode perceber na primeira e segunda
apreciaes: a prtica/ prtica simulada em empresas poder ser motivadora para os alunos e
o facto de se adequar ao perfil destes alunos inadaptados ao ensino regular (cf. tabela XXI).
Efetivamente, nesta categoria agregada, sugere-se que existe um espao para a atividade
vocacional mas que esta tambm um mal menor, destinada a recuperar alunos que no
foram agarradosenquanto estiveram no ensino regular.
Um outro aspeto crtico referido a composio exageradamente heterognea da
turma/mistura de alunos dos 2. e 3. ciclos. Embora com frequncia pouco expressiva,
constitui um aspecto a ponderar, pois ao juntarem-se no ensino vocacional alunos com
insucesso no ensino bsico geral podem resultar nveis de preparao prvios muito
diversificados, os quaisdependendo da natureza exigida nas trs componentes de formao
- podero conduzir a distintos nveis de aprendizagem e progresso.
No que respeita adequao do currculo do curso aos interesses dos alunos,
predomina entre os professores a opinio de que pouco adequada ou medianamente
adequada (cf. tabela XXII).
Muitssimo adequada 0 ,0
Muito adequada 6 5,8
Medianamente adequada 33 31,7
Pouco adequada 54 51,9
Pouqussimo adequada 7 6,7
No sabe 4 3,8
TOTAL 104 100
TABELA XXII - Nvel de adequao da matriz curricular
Frequncia Percentagem
No respeitante especificao da adequabilidade da matriz curricular, embora o
nmero de respostas seja menor, podem reforar-se algumas das concluses a que antes se
chegou. Mais uma vez, surge em primeiro lugar a preocupao com a preparao e disciplina
dos alunos. Tambm interessante salientar que alguns docentes destacam a formao com
ligao ao ensino regular (atravs das Componentes I e II) e outros ao mundo do trabalho
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(atravs de Componente III). Lembre-se que este carter duplo intencional de forma a no
enclausurar os alunos numa s escolha.
A necessidade de uma formao em TIC referida por um nmero assinalvel de
docentes, aspecto que dever ser articulado com a componente 3, s a ganhando relevncia
num processo formativo deste tipo (cf. tabela XXIII).
25
Conjuga bem formao geral que d ligao ao ensino regular e
vocacional que d ligao ao mercado de trabalho 10
Deveria ser enquadrada uma disciplina de TIC 10
Dificuldade em planificar/condensar trs anos num ou
dois/Formao para os professores 5
Carga horria excessiva 4
Deveria ter mais prticas do que tericas e estas menos
aprofundadas 3
Os cursos vocacionais no refletem necessariamente os interesses
dos alunos 2
componente geral ainda muito difcil 2
Carga terica deveria estar mais prxima do mundo do trabalho/da
componente vocacional 2
TABELA XXIII- Especificao de adequabilidade da matriz curricular
Frequncia
O comportamento dos alunos e a heterogeneidade da sua
preparao prvia choca com qualquer matriz
Uma outra questo que digna de nota refere-se dificuldade em planificar/
condensar trs anos de escolaridade em um ou dois. No , obviamente, uma questo fcil, s
podendo ser ultrapassada atravs da adequao dos contedos turma, o que implica o
conhecimento prvio dos grupos de alunos. Esta questo relaciona-se com outras levantadas
pelos docentes, quer ao nvel do excesso de carga horria, quer ao nvel da gesto da
componente terica que no pode ser descurada de maneira a haver intercomunicabilidade
entre o ensino vocacional bsico e o ensino regular.
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Quanto aos pontos fortes da formao, apontados pelos professores, salienta-se a
adequabilidade da componente prtica/prtica simulada/via vocacional profissionalizante/
ligao escola-empresas. Os professores reconhecem a importncia de articular a atividade
vocacional e profissional dos alunos atendendo s realidades locais e s suas especificidades
produtivas e, principalmente, de o fazer no contexto das empresas que, em ltima instncia,
garantem os empregos aps os processos de formao. Ora, quanto maior for a
adequabilidade da formao s reais necessidades dessas empresas tanto maior ser,
tendencialmente, o contributo que estes futuros profissionais podero facultar aos tecido
empresarial local.
Outros aspetos positivos evidenciados pelos professores so a flexibilidade do
currculo, nomeadamente, ao nvel da Componente 3, ligada atividade vocacional e esta nova
oferta evitar o abandono escolar (cf. tabela XXIV).
43
Flexibilidade da componente vocacional/currculo flexvel/diver-sidade de estratgias 21
16
Avaliao em mdulos que terminam ao ritmo dos alunos 15
Outros 20
TABELA XXIV - Aspetos mais positivos do curso
Frequncia
Adequabilidade da componente prtica/prtica simulada/via
vocacional profissionalizante/ligao escola-empresas
Um novo rumo de formao para alunos sem sada no ensino
regular/incluso educativa
Os aspetos apontados pelos docentes como mais negativos na formao em causa
prendem-se diretamente com os alunos, seja no que respeita sua
atitude/maturidade/empenhamento ou disciplina, seja no que concerne questo da
disparidade etria/heterogeneidade das formaes ligada formao vocacional e esta nova
oferta evitar o abandono escolar, aglomerao simultnea de ciclos dspares de formao, ao
processo de recrutamento, seja ainda pelo nmero de alunos por turma.
O primeiro conjunto de razes traduz uma preocupao j antes apresentada pelos
docentes. A heterogeneidade dos grupos, quer de formao prvia quer de idade, tambm j
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mencionada, realmente relevante pois poder ditar percursos muito diversificados pouco
coadunveis com turmas numerosas que impedem o desejvel acompanhamento
individualizado dos alunos (cf. tabela XXV).
31
Disparidade etria dos alunos/heterogeneidade do grupo/2 ciclosem conjunto 18
15
Falta de orientaes nacionais por parte da tutela 13
Nmero excessivo de alunos por turma 9
Deficiente seleo dos alunos tendo em conta a Portaria 5
No tendo no geral os alunos capacidade para prosseguir no
regular, deveria ser criada uma continuao vocacional noSecundrio 5
Outros 21
TABELA XXV- Aspetos mais negativos do curso
Frequncia
Atitude/maturidade/empenhamento/disciplina inadequadas porparte de alguns alunos
Aulas de 90/120 minutos so exageradamente extensas
H, contudo, um dado novo que, no obstante ter sido referido por um nmero
reduzido de docentes, merece ateno: no tendo os alunos, no geral, capacidade para
prosseguir no ensino regular, o vocacional deveria ter continuao no secundrio. Assim,
quando em reposta ao que alterariam para melhorar o curso, os professores sugeriram a
criao de mecanismos para controlar a indisciplina, proceder organizao das aulas em
blocos de 45/50 minutos para evitar a disperso dos alunos, criao de aulas de TIC e uma
diminuio da carga horria.
Finalmente, pergunta sobre as estratgias concretas que os professores tm adotado
na implementao do projeto, a diversidade de respostas traduz-se em aspetos como a
organizao peridica de reunies do conselho pedaggico ou de outros rgos para estudar
estratgias de controlo da indisciplina, a procura de envolvimento dos encarregados de
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educao com o mesmo propsito, a diviso da turma em grupos, no somente para controlar
melhor as questes disciplinares mas, tambm, para conseguir grupos mais homogneos de
conhecimentos (principalmente nos mdulos curriculares das componentes 2 e 3), ou ainda o
levantamento dos interesses dos alunos para adequar a oferta pedaggica e recorrer
coadjuvao com pares pedaggicos.
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7. Resultados Escolares 2012-2013
- Neste balano foram calculadas as taxas de concluso nos cursos vocacionais com durao de
1 ano, o que corresponde a uma turma de 2. ciclo e seis turmas de 3. ciclo.
Estas taxas foram comparadas com as taxas de concluso globais, as que incluem todas as
ofertas em Portugal (PT)3e, ainda, com as taxas globais que incluem todas as ofertas, mas com
alunos com as mesmas idades: no 2. ciclo, com mais de 13 anos e no 3. ciclo, com mais de 15
anos (PT (mesmas idades)).Tambm se privilegiou a comparao por sexo.
Apesar de o 2. ciclo ter pouca representatividade, por ter apenas uma turma com a
durao de um ano, em 2012-2013, optou-se por inclu-lo tambm neste balano (cf. GrficoI).
Salienta-se que, no 3. ciclo, as taxas obtidas nas turmas dos cursos vocacionais so superiores
s obtidas em PTe significativamente superiores s de PT (mesmas idades).
No 2. ciclo, a turma, apresenta uma taxa de concluso bastante superior registada em PT
(mesmas idades).
3Fonte DGEEC/MEC - Dados validados de 2011-2012
77,3%
86,4%84,5%
87,3%
83,3%
61,8% 62,6%
50,0%
55,0%
60,0%
65,0%
70,0%
75,0%
80,0%
85,0%
90,0%
2. Ciclo 3. Ciclo 2 ciclos
Grfico I- Taxas de concluso nos cursos vocacionais(com durao de 1 ano) / Taxas nacionais (PT)
F M Global Voc PT PT (mesmas idades)
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- Taxas de abandono escolar nos cursos de durao de um ano (cf. Grfico II).
Tanto no 2. ciclo como no 3. ciclo, as taxas de abandono rondam os 5%. Salienta-se, no caso
do 2. ciclo, que a falta de representatividade faz-se sentir na populao feminina, pois a nica
turma existente com durao de um ano, tinha apenas cinco raparigas, tendo umaabandonado no decorrer do ano letivo.
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
35,0%
40,0%
2. Ciclo 3. Ciclo 2 ciclos
Grfico II - Taxa de abandono nos cursos vocacionais do comdurao de 1 ano
F M Global Voc
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- Taxa de abandono nos cursos vocacionais em turmas com alunos institucionalizados
comparadas com as taxas apresentadas em PT (mesmas idades)e nos cursos CEF4.
Retiraram-se, nesta anlise, e especificamente neste caso, as turmas com alunos
institucionalizados atendendo sua grande representatividade nas turmas consideradas na
experincia-piloto (4 em 13 turmas), comparativamente com a representatividade que tm a
nvel nacional (cf. Grfico III).
Tanto nos cursos do 2. ciclo, como nos de 3. ciclo, a taxa de abandono mais baixa
que a registada nas turmas PT (mesmas idades)(7,9%) e nas turmas dos cursos CEF.
4Fonte DGEEC/MEC - Dados validados de 2010-2011
3,2%
5,9% 5,5%
7,9% 7,9%10,1%
8,2% 8,3%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
2. Ciclo 3. Ciclo 2 ciclos
Grfico III - Taxa de abandono nos cursos vocacionais (turmascom alunos no institucionalizados) / Global PT (mesmas
idades) / CEF
Global Voc F M Global PT (mesmas idades) Cursos CEF
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- Taxa de abandono nos cursos vocacionais em turmas com alunos institucionalizados
comparadas com as restantes turmas (cf. Grfico IV).
Salienta-se, neste caso, que a taxa de abandono registada na totalidade, dos cursos
vocacionais (7,4%), mesmo com a representatividade das quatro turmas existentes nas 13
turmas da experincia-piloto, na globalidade inferior apresentada em PT (mesmas idades)(7,9%).
8. CONCLUSO
Na sua maioria, os alunos envolvidos no projeto do ensino vocacional bsico
caraterizam-se por no se terem adaptado ao ensino geral, fundamentalmente por
dificuldades de compreenso e de interesse dos assuntos tratados.
Este projeto surge, assim, como uma alternativa acadmica, sem a qual a desistncia
precoce da escola poderia ser inevitvel. O valor dos cursos traduz-se numa oportunidade para
alunos que, embora querendo prosseguir os seus estudos, no encontravam na oferta
formativa do ensino geral o tipo de resposta pretendido.
Nessa medida, existe um apoio inequvoco implementao deste projeto, tanto nos
alunos como nas respetivas famlias.
15,1%
5,5%7,4%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
Institucionalizados No Institucionalizados Totalidade
Grfico IV - Taxa de abandono nos cursos vocacionais poralunos institucionalizados ou no
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O facto de os alunos terem uma vocao numa rea ou em reas s quais muitas vezes o
ensino geral no confere a devida relevncia poderia impedi-los de prosseguirem essa vocao
e satisfazerem os seus anseios futuros, nomeadamente de concretizarem um prosseguimento
de estudos adequado as suas pretenses.
O elevado nmero de retenes destes alunos no ensino geral permite perceber que
este projeto constitui uma oportunidade efetiva de escolarizao para grupos de alunos que
apresentam dificuldades ao longo da sua trajetria estudantil, facultando-lhes, como definido
nos objetivos do projeto, um percurso de educao alternativo.
A maioria dos alunos (79,9%) inquiridos no pretende prosseguir estudos no ensino
geral do ensino bsico, ou nos cursos Cientfico-Humansticos do Ensino Secundrio. De facto,
a maioria destes alunos referiu que no pretende voltar ao ensino regular.
A agregao de sucessivas tendncias de resposta permite perceber que nos estamos a
referir a um pblico escolar que precisa de um tipo de oferta formativa mais prtico, diferente
da que oferecido no ensino geral.
Nos aspetos focados como sendo os mais positivos nesta oferta, destaca-se a
possibilidade de encontrar, atravs deste curso, uma sada profissional (69,6% dos casos) e o
facto de ser mais fcil, supostamente por comparao ao ensino geral (51% das menes). A
existncia de uma dimenso prtica forte (36,8%) e uma forte ligao ao mundo real (23% dos
casos) so tambm aspetos que se destacam. A possibilidade de os alunos terem contacto com
empresas refora esta tendncia (39,2% das referncias).
A quase totalidade dos alunos que frequentaram esta experincia-piloto afirmou ser de
grau de dificuldade mdio, fcil ou mesmo muito fcil esta nova formao, tendo em conta os
percursos anteriores que realizaram.
Esta oferta formativa tende a ser vista pelo conjunto dos docentes de uma forma
antagnica: para os alunos interessados esta formao altamente relevante; para os seus
colegas pouco interessados e indisciplinados ela completamente inadequada.
A prtica simulada, facultada no mbito destes cursos, tende a ser um dos aspetos mais
positivos referidos pelos docentes, quer como efetiva preparao para o mundo do trabalho,
quer como para uma motivao para o prosseguimento de estudos.
Salienta-se o interesse que alguns docentes manifestam face natureza
intencionalmente dupla/dual desta formao, por um lado com ligao ao ensino regular
(atravs das componentes geral e complementar), por outro lado ao mundo do trabalho
(atravs de componente vocacional). Lembremo-nos que este carter duplo intencional,
exatamente para permitir ambas as coisas: no enclausurar, por um lado, os alunos num tipo
de formao que os impediria de prosseguir no ensino geral ou cientfico-humanstico se assim
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o entendessem e, ao mesmo tempo, por outro, fornecer-lhes conhecimentos e desenvolver-
lhes capacidades para que possam prosseguir na preparao para uma via profissional
tendencialmente adstrita ao seu perfil vocacional.
Em termos da identificao dos pontos fortes desta formao avulta a Adequabilidade
da componente prtica/prtica simulada/via vocacional profissionalizante/ligao escola-
empresas. Trata-se do reconhecimento da importncia de articular a formao vocacional e
profissional dos alunos atendendo s realidades locais e s suas especificidades produtivas e,
sobretudo, de o fazer no contexto das empresas. Ora, quanto maior for a adequabilidade da
formao s reais necessidades dessas empresas tanto maior ser, tendencialmente, o
contributo que estes futuros profissionais podero facultar ao tecido empresarial local.
Um outro aspeto positivo evidenciado situa-se ao nvel da flexibilidade do currculo,
nomeadamente, ao nvel da componente vocacional. Um dos aspetos mais criticamente
apreciados pelos docentes no que respeita implementao desta oferta formativa prende-se
com os alunos, seja no que respeita sua atitude/maturidade/empenhamento ou disciplina,
seja no que concerne questo da disparidade etria/ heterogeneidade das turmas.
Tendo estes alunos caratersticas especficas, para poder haver uma efetiva progresso e
continuidade destes alunos, de toda a pertinncia que seja criada esta oferta vocacional ao
nvel do ensino secundrio.
9. Referncias bibliogrficas
- OECD (2013). Education at a Glance 2013: OECD Indicators, OECD Publishing.
- EUROPEAN COMMISSION (2012).Educationand Training Monitor2012.
- PARLAMENTO EUROPEU (2013). RELATRIO sobre o tema Repensar a Educao.
- Decreto-lei n. 139/2012 de 5 de julho.
- Portaria n. 292-A/2012 de 26 de setembro.