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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS APLICADAS
FACULDADE DE BIBLIOTECONOMIA
LUANA ARAÚJO DE LIMA
O ENSINO DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA NOS
CURSOS DE BIBLIOTECONOMIA
CAMPINAS 2014
LUANA ARAÚJO DE LIMA
O ENSINO DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA NOS
CURSOS DE BIBLIOTECONOMIA
Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado como exigência para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas.
Orientador: Prof. Ms. César Antonio Pereira.
PUC-CAMPINAS 2014
Ficha Catalográfica Elaborada pelo autor
L628e
Lima, Luana Araújo de. O ensino de editoração científica nos cursos de Biblioteconomia/ Luana Araújo de Lima. – Campinas: PUC-Campinas, 2014.
94f. Orientador: César Antonio Pereira. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Pontifícia Universidade
Católica de Campinas, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Graduação em Biblioteconomia.
1. Editoração científica. 2. Ensino. 3. Periódico científico. 4. Gestão editorial. 5. Biblioteconomia. I. Pereira, César Antonio. II. Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Graduação em Biblioteconomia. III. Título.
FOLHA DE APROVAÇÃO
LUANA ARAÚJO DE LIMA
O ENSINO DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA NOS CURSOS DE
BIBLIOTECONOMIA
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no Curso de Graduação em Biblioteconomia, Faculdade de Biblioteconomia, Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUC-Campinas, pela banca examinadora: Professor-Orientador: ______________________________________
Prof. Ms. César Antonio Pereira Faculdade de Biblioteconomia PUC-Campinas
Membro: _________________________________________ Dra. Danielle Thiago Ferreira Universidade Estadual de Campinas
Membro: ______________________________________________
Dra. Mariângela Pisoni Zanaga Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Campinas Dezembro 2014
Dedico este trabalho aos meus pais, que sempre lutaram comigo para que este sonho
pudesse se tornar realidade.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, que me sustentou até aqui, e permitiu que
eu conseguisse o tão desejado sonho da graduação. Sem sua força e inspiração
eu não seria nada. É para a honra e glória do Senhor que concluo esta etapa tão
importante da minha vida.
Agradeço também a minha família, que sempre esteve ao meu lado, me
dando apoio sentimental, financeiro, e acima de tudo, compreendendo minha
ausência, cansaço, momentos de stress e tantas outras dificuldades encontradas
pelo caminho. Sem eles eu não seria nada!
Não posso deixar de agradecer também ao meu namorado Enrico, que
sempre foi muito compreensivo, me ajudando nas tarefas mais difíceis, me
socorrendo nos assuntos de informática, e entendendo meus momentos de
cansaço, sono, e principalmente ausência. Seu apoio foi fundamental pra mim.
Também preciso mencionar meus queridos amigos que tornaram meus
dias na faculdade muito mais felizes! Esse bando de gente que eu amo tanto:
Denílson, Débora, Juliane, Natália, Mônia, Ricardo e Fernanda. Vocês tem um
espaço especial no meu coração, e agradeço por tudo que pude aprender com
vocês! Sem a alegria de vocês a jornada teria sido muito mais difícil... E espero
que daqui muitos anos possamos continuar a rir juntos e relembrar de nossa
trajetória estudantil.
E é claro meu muito obrigada a toda à turma de Biblio, que me cativaram,
cada um de maneiras diferentes! Renata, por me aturar nos estágios e ser uma
grande amiga; Jéssica, Andréia e Nathália Pimentel, por aguentarem firmes e
fortes o compromisso da formatura, e dividir as alegrias e desgostos deste cargo;
Nayara, Alessandra, Cris, Vivian, Marilza, Rose e demais colegas que partilharam
desta conquista comigo, e que tenho certeza que serão grandes profissionais.
Um agradecimento especial também aos professores e mestres que me
ajudaram nesta caminhada: Mariângela, Marisa, Regiane, Valéria, Lúcia, Renato,
Érica, Oscar e claro, meu orientador César Pereira, que sempre teve paciência e
disposição, e me ajudou com muitas dicas valiosas para a execução deste
trabalho, além de me aturar em diversas de suas aulas e sempre me motivar a
seguir em frente, apesar dos pesares.
Exprimo gratidão também aos chefes desta minha tão curta experiência
profissional como bibliotecária (que está só começando), e que sempre tiveram
paciência comigo e não hesitaram em me transmitir seus conhecimentos: Odete,
Márcia, Diana, Danielle, Jane, Rose, Aline e Dirlene. Também agradeço aos
Bibliotecários da PUC: Rita, Penha e João, que sempre me ajudaram nas
pesquisas, principalmente no período da Iniciação Científica, e que serviram de
aprendizado para esta etapa final.
Agradeço aos meus amigos pessoais que durante esses 4 anos
entenderam minha luta e sempre proferiram palavras e apoio e positividade, e
sempre estavam dispostos a ouvir minhas lamúrias e experiências.
E finalmente agradeço a todos que indiretamente fizeram parte desta
conquista, tornando este trabalho uma realidade e que me ajudaram a concluir
esta tarefa tão árdua e gratificante que é se formar.
“Os que se encantam com a prática sem a
ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem bússola, nunca tendo
certeza do seu destino”.
Leonardo da Vinci (1452-1519)
RESUMO
LIMA, Luana Araújo de. O ensino de editoração científica nos cursos de Biblioteconomia. 2014. 95f. Monografia (Graduação) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Faculdade de Biblioteconomia, Campinas, 2014.
Este trabalho teve como objetivo verificar como está o ensino de editoração científica nos cursos de Biblioteconomia do país. Para tanto, buscou identificar: quais instituições possuem conteúdo didático de editoração científica em seus currículos; se estes conteúdos curriculares são ministrados por meio de disciplinas ou módulos, e se possuem tópicos/unidades relacionadas com a editoração científica de periódicos. Trata-se de um estudo exploratório, que se utilizou das seguintes ferramentas para o alcance dos objetivos propostos: revisão de literatura; coleta de dados no site do Ministério da Educação; análise das ementas dos cursos de Biblioteconomia e aplicação de questionário para as instituições que ministram a disciplina de editoração científica. Constatou-se que as instituições de ensino transmitem o conteúdo de editoração científica por meio de disciplina específica, mas seu conteúdo possui uma abordagem mista, voltada tanto para a editoração de livros como de periódicos. Poucas instituições tem o foco da disciplina direcionado para a gestão editorial das revistas científicas, e observa-se que itens importantes para o ensino de editoração científica como o estudo de indicadores bibliométricos, a preocupação com a endogenia na composição editorial, as políticas de acesso aberto, o perfil profissional do editor científico, o papel do bibliotecário na editoração dos periódicos e a definição de políticas editoriais são pouco estudadas pelas instituições. Conclui-se que os cursos de Biblioteconomia necessitam aprimorar seus currículos, para que possam formar bibliotecários aptos à atuação no mercado editorial de periódicos científicos, e capazes de assumir funções de liderança e gestão, deixando de ser apenas coadjuvantes em funções técnicas.
Palavras-chave: Editoração científica. Ensino. Periódico científico. Gestão editorial.
ABSTRACT
LIMA, Luana Araújo de. The teaching of scientific publishing in Librarianship courses. 2014. 95f. Monografia (Graduação) - Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Centro de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Faculdade de Biblioteconomia, Campinas, 2014.
This paper aimed to verify how the teaching of scientific publishing in Librarianship courses is in Brazil. For that, it tried to identify: which institutions have didactic content of scientific publishing in their curriculum; if these curricular contents are taught by subjects or modules, and if they have topics/units related to scientific publishing of journals. It is an exploratory study that used the following tools to achieve the proposed objectives: literature review; data collection on the Ministry of Education website; analysis of the syllabus of the Librarianship courses and administration of a questionnaire for institutions that teach the discipline of scientific publishing. It was observed that the educational institutions transmit the scientific publishing content through a specific subject, but its content has a mixed approach, directed to both books and journals publishing. Few institutions have the subject focus directed to editorial management of scientific journals, and it is observed that important items for the teaching of scientific publishing as the study of bibliometric indicators, the concern with the endogeny in editorial composition, the open access policies, the scientific publisher professional profile, the librarian role in periodicals publishing and the definition of editorial policies are little studied by institutions. It is concluded that Librarianship courses need to improve their curriculum so that they can form librarians able to work on the editorial market of scientific journals, and able to assume leadership and management roles, moving from being coadjutants in technical functions.
Keywords: Scientific publishing. Teaching. Scientific journal. Editorial management.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Abordagem da editoração científica nas instituições (disciplina ou
módulo) .................................................................................................. 51
Gráfico 2 - Modalidade da disciplina (obrigatória ou optativa) .................................. 52
Gráfico 3 - Semestre em que a disciplina é oferecida ............................................... 53
Gráfico 4 - Uso de softwares de editoração eletrônica em sala de aula .................... 59
Gráfico 5 - Tipos de estímulos externos oferecidos para a aprendizagem em
editoração científica................................................................................. 61
Gráfico 6 - Oferta de seminários e palestras sobre editoração nas
instituições ............................................................................................... 62
Gráfico 7 - Conteúdos trabalhados na disciplina de editoração científica ................. 63
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Etapas da produção editorial .................................................................. 33
Quadro 2 - Instituições que oferecem a disciplina de editoração científica ............... 47
Quadro 3 - Ementas da disciplina por instituição ...................................................... 54
Quadro 4 - Exemplo de disciplina voltada à editoração de livros .............................. 56
Quadro 5 - Referências voltadas à editoração de livros, citadas pelos
docentes .................................................................................................................. 57
Quadro 6 - Itens assinalados x Bibliografia ............................................................... 65
Quadro 7 - Itens assinalados x Bibliografia ............................................................... 66
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Fluxograma do processo editorial e equipe gerencial ............................... 30
Figura 2 - Critério de qualidade dos periódicos ......................................................... 35
SIGLAS E ABREVIAÇÕES
ABEC Associação Brasileira de Editores Científicos
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior
DOAJ Directory of Open Access Journals
DOI Digital Object Identifier
FAINC Faculdades Integradas Coração de Jesus
FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
FATEA Faculdades Integradas Teresa D’Ávila
FURG Fundação Universidade do Rio Grande
IBICT Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
ISO International Organization for Standardization
ISSN International Standard Serial Number
MEC Ministério da Educação
OJS Open Journal Systems
PUC Campinas Pontifícia Universidade Católica de Campinas
SCIELO Scientific Electronic Library Online
SEER Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas
UEL Universidade Estadual de Londrina
UFAL Universidade Federal de Alagoas
UFBA Universidade Federal da Bahia
UFC Universidade Federal do Ceará
UFCA Universidade Federal do Cariri
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
UFMA Universidade Federal do Maranhão
UFMT Universidade Federal do Mato Grosso
UFPA Universidade Federal do Pará
UFPB Universidade Federal da Paraíba
UFPE Universidade Federal do Pernambuco
UFPR Universidade Federal do Paraná
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFS Universidade Federal de Sergipe
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UNB Universidade Federal de Brasília
UNESP Universidade Estadual Paulista
UNIFAI Centro Universitário Assunção
UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 17
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 22
2.1 Ciência, comunicação e o periódico científico ............................................... 23
2.2 O processo editorial do periódico científico .................................................. 28
2.3 A atuação do bibliotecário na editoração científica ....................................... 36
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 42
3.1 Coleta de dados ................................................................................................ 43
3.2 Universo da pesquisa ....................................................................................... 43
3.3 Instrumento de coleta e análise de dados ...................................................... 45
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 47
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 64
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 68
APÊNDICES ........................................................................................................ 73
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................ 74
APÊNDICE B - OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA .............. 79
APÊNDICE C - BIBLIOGRAFIA BÁSICA E COMPLEMENTAR DAS
DISCIPLINAS .................................................................................. 81
17
1 INTRODUÇÃO
18
O desenvolvimento da ciência, da maneira como conhecemos hoje, só foi
possível graças à comunicação científica. Esta, segundo Garvey (1979 apud
Miranda; Pereira, 1996, p. 375), é definida como:
o conjunto de atividades associadas à produção, disseminação e uso da informação, desde o momento em que o cientista concebe uma ideia para pesquisar, até que a informação acerca dos resultados seja aceita como constituinte do conhecimento científico.
A evolução da comunicação científica passou por diversos suportes:
primeiramente de forma oral, com os gregos em suas ‘discussões acadêmicas’; o
registro em manuscritos, cartas e boletins e também em publicações esporádicas
como panfletos e livros, até chegarmos a seu principal representante: o periódico
científico.
Criado no século XVII, o periódico científico tornou-se o principal meio de
comunicação entre os pesquisadores. A materialização de informações em
periódicos significa a “formalização do processo de comunicação” e esse
processo compõe um canal formal de registro e transmissão do conhecimento “de
forma durável e acessível” (MEADOWS, 1999, p. 9). Os periódicos científicos
caracterizam-se por serem publicações seriadas, publicadas em intervalos
regulares, por tempo ilimitado, editado em fascículos com designação numérica,
com a colaboração de diversas pessoas, tratando de assuntos diversos, dentro de
uma política editorial definida, e que é identificado pelo seu número único
denominado International Standard Serial Number - ISSN (ABNT, 2003; CUNHA;
CAVALCANTI, 2008).
Além dessas características fundamentais, os periódicos são instrumentos
de memória da ciência, e servem como medida de sua evolução, definem a
propriedade intelectual, legitimam novos campos de estudo e disciplinas, servem
de fonte para o início de novas pesquisas e proporcionam visibilidade e prestígio
aos pesquisadores em meio aos seus pares (GRUSZYNSKI et al., 2008).
Acompanhando a evolução da sociedade e das tecnologias de informação, o
periódico científico vem crescendo a cada dia, consolidando-se em seu formato
impresso e eletrônico, e sendo difundido no mundo inteiro. Um exemplo desse
19
crescimento pode ser verificado no Portal de Periódicos da CAPES1, que hoje
conta com o registro de mais de 13.000 títulos de periódicos em sua base, de
diversas áreas do conhecimento.
Mas para garantir seu espaço em meio a tantas publicações, o periódico
científico vem buscando especialização e padronização na forma de sua
apresentação, visando o reconhecimento pelos pares e visibilidade internacional.
Valério (2005) aponta duas características fundamentais dos periódicos: as
intrínsecas e extrínsecas. Como características extrínsecas entendem-se: “as
práticas editoriais explicitadas, critérios e procedimentos para seleção e avaliação
de artigos, política editorial explícita, instruções aos autores, normalização,
duração do periódico (tradição, continuidade), regularidade de publicação,
indexação em bases de dados nacional e internacional, tiragem e apresentação
gráfica”. As características intrínsecas são o “corpo editorial, sistema de avaliação
por pares e integração do autor com o leitor”. Estes conjuntos de características
formam a gestão editorial do periódico científico.
Matoso (2004) explica que para a produção desta fonte de informação é
necessária a existência de uma equipe capacitada, cada qual com seu papel, a
quem compete produzir e distribuir ao leitor o produto editorial. A atividade
editorial está acondicionada à existência de três componentes básicos: a seleção,
produção e distribuição. E essas atividades estão relacionadas com o fazer diário
de profissionais que lidam com o ciclo informacional: os bibliotecários.
Tendo como característica intrínseca de sua profissão a disseminação de
informação, com o objetivo de facilitar o acesso e geração do conhecimento,
esses profissionais têm encontrado na editoração científica mais um espaço de
atuação. Competências como a normalização de documentos, análise de
trabalhos técnico-científicos, organização e gerenciamento de base de dados, são
requeridas na gestão editorial. Muitas dessas competências são adquiridas na
graduação, conforme ressalta Souto (2005, p. 36):
as habilidades técnicas e conhecimentos profissionais, atualmente encontrados nos egressos dos cursos de biblioteconomia, retratam muito bem essa evolução. Os novos profissionais
1 http://www.periodicos.capes.gov.br/
20
possuem uma formação que lhes permitem atuar em diversos segmentos da sociedade.
Ao atuar na editoração científica, o bibliotecário pode contribuir por meio de
sua habilidade de negociação aliada à capacidade empreendedora, a realizar
investimentos na visibilidade do periódico científico, e auxiliar a equipe editorial na
indexação do mesmo em bases de dados nacionais e internacionais (MAIMONE;
TÁLAMO, 2008). Além disso, pode contribuir na disponibilização do periódico em
formato eletrônico, por meio do gerenciamento de softwares livres específicos.
Mas até que ponto a formação do bibliotecário contribui para que ele atue
nesse mercado? Os cursos de Biblioteconomia preparam seus alunos por meio
de disciplinas específicas ou apenas de forma generalizada? Motivado por estas
questões, o presente trabalho tem como objetivo verificar como está o ensino de
editoração científica nos cursos de Biblioteconomia. São objetivos específicos:
a) identificar quais cursos de graduação em Biblioteconomia no Brasil
possui conteúdo didático de editoração científica em seus currículos;
b) identificar se estes conteúdos curriculares são ministrados por meio de
disciplinas ou módulos2;
c) identificar os tópicos/unidades relacionados com a editoração científica
de periódicos dentro das disciplinas ou módulos.
O ensino de graduação em Biblioteconomia precisa estar atento às
oportunidades oferecidas pelo mercado, aperfeiçoando constantemente seus
currículos para preparar seus profissionais a estes novos desafios. A editoração
científica é um campo de trabalho pouco ocupado pelos bibliotecários, que
possuem grande potencial de atuação na área. Por isso, torna-se necessário que
a formação do bibliotecário deva ser repensada, a partir da revisão de seus
currículos, para que os graduados possam contribuir para o aperfeiçoamento
neste mundo em mudança. O bibliotecário deve ser preparado não apenas para
trabalhar na biblioteca como uma instituição, mas para ser um especialista em
informação e facilitador da comunicação, capaz de desempenhar-se em
diferentes ambientes, ou seja, como membro integral de um grupo de pesquisa
2 Considera-se módulos os conteúdos de editoração científica (tópicos) abordados dentro de outra disciplina maior, cujo o foco não é a editoração.
21
e/ou atuando como um agente autônomo bem capacitado (DRABENSTOOT;
BURMAN, 1997). Portanto, a editoração científica deve ser vista como uma
oportunidade de atuação e crescimento profissional aos bibliotecários, que podem
contribuir para o desenvolvimento da comunicação científica.
22
2 REVISÃO DE LITERATURA
23
2.1 Ciência, comunicação e o periódico científico
É objetivo da ciência esclarecer e compreender a natureza e seus
fenômenos, por meio de métodos sistemáticos e seguros, obtidos mediante
observação e experiência. Ela proporciona à sociedade a alteração de
convicções, modificação de hábitos, geração de leis e acontecimentos, ampliando
de forma permanente e contínua as fronteiras do conhecimento (TARGINO,
2000). Seus resultados estão presentes no dia-a-dia, como, por exemplo, no
desenvolvimento de novas tecnologias de informação e comunicação, na
evolução dos alimentos transgênicos, no controle de epidemias, na geração de
novas energias, na criação de impressoras 3D, na constituição do mapeamento
genético, na criação da inteligência artificial, entre outros fenômenos que colocam
a ciência como fator essencial da evolução humana.
Mas compreender a relevância da ciência para a sociedade implica
conhecer algumas de suas características. Uma de suas premissas é o rigor
metodológico, pois é através dele que se obtêm informações confiáveis, e que
vão gerar resultados verdadeiros. Popper (1972 apud Targino, 2000) argumenta
que a ciência evolui a partir de um processo de corroboração ou refutação de
hipóteses e teorias, após análise criteriosa pela comunidade científica. Essa
análise dos pares proporciona confiabilidade aos resultados de pesquisa,
garantindo a qualidade e veracidade deste processo.
Outra característica da ciência é a divulgação de seus resultados através
de canais formais e informais, como por exemplo, relatórios, trabalhos
apresentados em congressos, palestras, artigos, listas de discussão, pré-prints,
livros e etc., formando a chamada literatura científica. De acordo com Ziman
(1968 apud Mueller, 2000), sem sua literatura uma área científica não poderá
existir, pois, sem o aval dos pares, o conhecimento resultante da pesquisa
conduzida pelos cientistas não será validado e não será considerado científico.
O processo de desenvolvimento da literatura científica envolve diversas
formas de comunicação entre os pesquisadores. Através da troca de
experiências, é possível transformar o conhecimento implícito em explícito, por
meio do registro das ideias. Na ciência, o principal canal onde se constitui esse
registro é por meio do artigo científico. A esse conjunto de atividades de geração
e produção do conhecimento, dá-se o nome de comunicação científica. E é
24
através dela que a sociedade conhece o trabalho de seus pesquisadores, mede o
nível de desenvolvimento de seu país e fortalece suas bases científicas e
tecnológicas.
Meadows (1999) explica que o processo de acumulação do conhecimento
vem da ideia de que novas observações podiam ser acrescentadas ao que já se
conhecia, criando um nível de conhecimento mais elevado. Logo, este processo
envolve a troca de informações para fomentar novas ideias, além de sua
divulgação de uma forma durável e prontamente acessível.
Destacam-se alguns aspectos que favoreceram a acumulação do
conhecimento ao longo da história, citados por Weitzel (2006): o fim do domínio
do saber pela igreja católica; o domínio da tecnologia da imprensa e do papel; o
desenvolvimento do método científico e suas descobertas; o surgimento das
sociedades científicas e a criação do primeiro periódico científico, precursor do
atual modelo de comunicação científica.
Em seu texto denominado “Fluxo da Informação Científica”, Weitzel (2006)
caracteriza a comunicação da ciência, de acordo com algumas ênfases e
períodos:
a) ênfase na geração (século XVI/XX): evidencia-se a importância da
literatura científica e da constituição de um sistema de informação
da ciência. Destaque para os trabalhos de Francis Bacon (1561-
1626), que enfatiza que a unidade de conhecimento científico só
seria possível através da ordenação em classes dos registros
científicos; Robert Boyle (1627-1691), que criou esforços para a
constituição de uma tecnologia literária que auxiliasse na
disseminação dos resultados de pesquisa; Henry Oldenburg (1617-
1677), responsável pela instituição da revista científica
(Philosophical Transactions); e Mérton (1910-2003), com o
estabelecimento de normas para a ciência, entendidas como
ceticismo, desinteresse, universalismo e comunalismo, que estão
inseridas até hoje no sistema de comunicação científica;
b) ênfase na disseminação (século XX): período marcado pela
necessidade de aperfeiçoamento dos mecanismos de disseminação
do conhecimento devido à explosão bibliográfica e fragmentação do
25
conhecimento científico. Destaque para os trabalhos de Bernal
(1901-1970), que em 1948 apresentou uma proposta para
distribuição central de artigos científicos, em resposta ao problema
da explosão informacional; e Garvey (1976), que buscava inovações
para lidar com a ineficiência da disseminação;
c) ênfase no uso (século XX/XXI): período marcado pela ciência
mediada pela internet, favorecendo a colaboração entre cientistas
(criação de redes), criação de tecnologias para promoção do acesso
livre e gratuito da literatura científica, por meio de repositórios
institucionais e revistas de acesso aberto (open acess).
Os períodos destacados por Weitzel demonstram a evolução da
comunicação científica, que sofreu alterações ao longo do tempo, mas não
perdeu sua principal função, que segundo Le Coadic (1996), consiste em
assegurar o intercâmbio de informações sobre os trabalhos em andamento,
colocando os cientistas em contato entre si através do que ele chama de ciclo da
informação, um modelo social no qual os três processos (construção,
comunicação e uso da informação) se sucedem e se alimentam reciprocamente.
Esses processos geram produtos como o periódico científico, principal meio de
registro da ciência.
Weitzel (2006) posiciona ainda o periódico científico como o principal
marco da constituição da estrutura da comunicação científica, pois surgiu da
necessidade genuína de trocas de experiências científicas dos cientistas
modernos. A consolidação dessa estrutura de comunicação científica ao longo
dos séculos foi acompanhada da institucionalização da ciência, especialização
dos saberes e pela autonomização do campo científico. O periódico científico é,
portanto, base do conhecimento coletivo, pois favorece o desenvolvimento, a
atualização, o avanço das pesquisas científicas e, consequentemente, da ciência.
A história dos periódicos científicos começa no século XVII na Europa,
sendo considerado o meio de comunicação que proporcionaria de maneira mais
rápida e eficaz a divulgação e registro das novas descobertas, em diversos
campos do conhecimento. Meadows (1999, p. 7) destaca algumas razões para o
seu surgimento:
26
a) expectativa que seus editores teriam lucro; b) a crença de que para se fazer novo conhecimento era preciso um debate coletivo; c) a necessidade de comunicação, de modo mais eficiente possível, com uma clientela crescente interessada em novas realizações.
O autor afirma que os canais existentes para a comunicação científica no
século XVII – principalmente a comunicação oral, a correspondência pessoal e os
livros – foram todos, em certa medida, modificados ou até mesmo substituídos
gradativamente por esta nova modalidade formal constituída pelos periódicos.
Os primeiros periódicos científicos de que se teve notícia são o Journal de
Sçavans (da França) e o Philosophical Transactions (de Londres), ambos de
1665. Stumpf (1996) destaca que esses títulos contribuíram como modelos
distintos para a literatura científica, influenciando o desenvolvimento das revistas
dedicadas à ciência em geral, e tornando-se modelo das publicações das
sociedades científicas europeias do século XVIII. Gonçalves et al. (2006)
observam que algumas características dos periódicos dessa época permanecem
até os dias de hoje como: periodicidade, os papéis dos editores, do conselho
editorial e o processo de seleção de trabalhos, instituindo que os textos
submetidos à publicação deveriam ser aprovados pelo seu conselho, sendo
revistos antes por alguns dos membros do conselho editorial. Desde então, os
periódicos científicos tem se espalhado pelo mundo e se tornaram espaço
institucional da ciência.
Mueller (2000) aponta quatro funções principais dos periódicos científicos,
segundo a Real Society: comunicação formal dos resultados de pesquisa original
para a comunidade científica e demais interessados; preservação do
conhecimento registrado; estabelecimento da propriedade intelectual e
manutenção do padrão de qualidade da ciência. Estas funções colocaram o
periódico científico em posição de destaque no desenvolvimento da ciência, pois
é através dele que se pode acessar o conhecimento acumulado através dos
séculos, e que darão base para novas descobertas; permite ao pesquisador o
registro formal de sua autoria, tornando-lhe conhecido entre os pares e detentor
da descoberta científica; permite a consolidação de uma área do conhecimento
perante a sociedade; estabelece regras e padrões na comunicação científica e
fortalece a memória da ciência. Também conhecidos como revistas científicas, os
27
periódicos têm sido utilizados como fonte de avaliação da produção científica de
pesquisadores e instituições, por meio de indicadores de citação, autoria,
coautoria e acesso (GONÇALVES et al., 2006).
Entre as funções destacadas, pode-se citar ainda a função social e
educacional do periódico científico, demonstradas por Castro (2003). A função
social do periódico consiste em este ser uma instituição que confere prestígio e
reconhecimento da propriedade intelectual, além de atuar como mediador entre
comunidade científica e a sociedade. A atualização profissional e educação
continuada de pesquisadores, a produção de modelos e técnicas de publicação
científica e o estabelecimento de políticas públicas são exemplos de sua função
educacional.
Castro (2003) observa que a divulgação do conhecimento científico pode
ser feita sob diferentes enfoques: nas revistas científicas voltadas para a
divulgação entre os pares, utiliza-se a linguagem científica e o cumprimento de
padrões estabelecidos pela comunidade acadêmica. Para a comunidade em
geral, é feita a divulgação científica, que se utiliza de linguagem simples e
acessível, e de caráter mais amplo.
A divulgação do conhecimento científico por meio dos periódicos ampliou-
se devido o desenvolvimento das tecnologias de informação, crescimento da
comunidade científica e possibilidade de criação dos periódicos eletrônicos.
Gonçalves et al. (2006, p. 168) comentam que:
a aplicação de computadores no processamento das informações bibliográficas, a partir da década de 60, trouxe vantagens como o armazenamento de grandes quantidades de informação e o estabelecimento do mercado de informações on-line, além da criação de revistas eletrônicas e base de dados de texto completo.
Independente da sua forma de publicação (física ou eletrônica), os
periódicos são instrumentos fundamentais no desenvolvimento da ciência e do
saber, pois valorizam e preservam as descobertas, através da divulgação dos
conhecimentos nos artigos científicos. Mas para garantir a continuidade de suas
funções, os periódicos precisam de uma estrutura editorial que garanta a
qualidade de seus serviços e faça com que seu produto final chegue ao
consumidor (leitor).
28
2.2 O processo editorial do periódico científico
A construção das revistas científicas é um processo social que envolve o
trabalho de autores, editores e leitores, no qual permite a transformação das
ideias em conhecimento registrado, acessível ao público e passível de
compartilhamento. Conforme Santos e Ferreira (2014, p. 225), ela requer do seu
responsável dinamismo/eficiência, alto grau de conhecimento estratégico e amplo
convívio social com a área de atuação. A editoração pode ser feita em meio
impresso ou digital, mas em ambas os casos ela possui um fluxo de trabalho
específico, entendido como as etapas da editoração científica.
O processo editorial garante o cumprimento da principal função do
periódico científico: levar aos seus usuários conhecimento novo e relevante
dentro de sua área temática. Mas, para isso, este processo deve ser executado
de modo sistemático, eficiente e transparente. Além disso, é função do periódico
transmitir o conhecimento a tempo e zelar pela sua perenidade, ou seja, garantir a
sua continuidade. Para tanto, é necessária a existência de sólida retaguarda
institucional, um Comitê de Política Editorial e de um regulamento que contemple
a sucessão/escolha do editor e a estrutura científica do periódico (TRZESNIAK,
2009).
Gonçalves et al. (2006) caracterizam as seguintes etapas do processo
editorial: recebimento de trabalhos para publicação, pré-seleção dos trabalhos,
seleção de revisores, encaminhamento e acompanhamento do processo da
revisão por pares, contato com o(s) autor(es) sobre comentários dos revisores,
aprovação ou rejeição para publicação, revisão de texto, revisão gráfica e
publicação. Os autores destacam que todo periódico científico deve ter a seguinte
estrutura mínima: editor científico, responsável pela manutenção da qualidade
científica e editorial da revista, corpo editorial, formado por pesquisadores da área
e consultores, e secretaria. A figura 1 exemplifica um modelo de processo
editorial, mostrando as funções de cada membro da equipe no fluxo editorial,
baseado no sistema Open Journal Systems (OJS).
29
Figura 1 - Fluxograma do processo editorial e equipe gerencial.
Fonte: OJS em uma hora, 2006, p. 11.
O sistema OJS é uma solução de código livre para gerenciar e publicar
periódicos científicos na Internet. Ele é gratuito e altamente flexível, podendo ser
operado pelo próprio editor para administrar o processo de publicação de sua
revista, devendo ser instalado em um servidor Web. O sistema busca reduzir o
tempo e a energia devotados às tarefas administrativas associadas à produção de
uma revista, enquanto melhora a preservação dos registros e a eficiência dos
processos editoriais. Busca também aperfeiçoar a qualidade da publicação
científica e acadêmica através de várias inovações, desde a transparência das
políticas ao aprimoramento da indexação da revista.
30
O OJS foi desenvolvido pela Universidade British Columbia do Canadá,
customizado e traduzido para o português pelo IBICT (Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia), passando a ser denominado de SEER
(Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas). Tem como objetivos: assistir na
edição dos periódicos científicos em cada uma das etapas do processo, desde a
submissão e avaliação dos consultores até a publicação on-line e sua indexação.
Neste modelo de fluxo, são designadas as seguintes funções no sistema editorial:
a) editor gerente: é responsável por administrar todo o sistema de
publicação e definir a estrutura da revista. Define suas políticas,
procedimentos e configuração, cadastra editores, editores de seção,
editores de texto, editores de layout, leitores de prova e avaliadores.
Estabelece ferramentas de gerenciamento, podendo criar novas
seções, editar o texto padrão dos e-mails utilizados pelo sistema,
configurar as ferramentas de leitura disponíveis e, ainda, verifica as
estatísticas geradas pelo sistema;
b) autor: o autor pode se cadastrar e submeter seus trabalhos através
do sistema. É o autor que envia o documento original, alimenta os
metadados (indexação associada ao documento) de seu trabalho –
o que permite a recuperação on-line mais precisa da informação por
parte dos leitores através do sistema. Pode, além disso, anexar
documentos suplementares que enriquecem a submissão – tais
como conjunto de dados, instrumentos de pesquisa, textos originais
- acompanhar sua submissão através do processo editorial e
participar da edição de texto;
c) editor: administra todo o processo editorial e de publicação. É o
responsável por designar as submissões, por gerenciar a “avaliação”
e a “edição da submissão” durante todo o processo. Também
agenda as submissões para publicação, organiza o sumário e
publica a edição;
31
d) editor de texto: realiza a revisão textual da submissão – ortográfica e
gramatical – dentro das normas bibliográficas e do estilo da revista;
e) editor de layout: transforma a versão final editada pelo editor de
texto em composições HTML ou PDF, dependendo dos formatos
definidos pela revista para publicação eletrônica, para serem
disponibilizados pela revista aos seus leitores.
Existem diversos manuais disponíveis na internet que descrevem como
deve ser feita a editoração de um periódico eletrônico por meio do SEER/OJS,
com ilustrações que facilitam o manuseio do sistema. Um desses manuais é o
que foi produzido pelo IBICT, denominado “OJS em uma hora: uma introdução ao
Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas SEER/OJS”3. A ferramenta
SEER/OJS é um aliado para o trabalho dos bibliotecários, que desejam
automatizar seus serviços de editoração. Muitas revistas brasileiras fazem uso
deste software no gerenciamento de revistas científicas.
Entretanto, não basta fazer usos de ferramentas para a automatização dos
serviços editoriais. São necessários alguns critérios mínimos, apontados por
Gruszynski et al. (2008, p. 10) para que uma revista se enquadre como periódico
científico:
a) Existência de Editor Responsável; b) Comissão Editorial que auxilie o Editor na tomada de
decisões; c) Conselho Editorial (Conselho Consultivo) formado por
pesquisadores de diferentes instituições; d) Registro de ISSN; e) Linha editorial definida (expediente: missão, foco temático,
periodicidade e forma de avaliação/revisão); f) Normas de submissão claras; periodicidade regular definida; g) Avaliação dos originais realizada por membros do Conselho
Editorial (Conselho Consultivo) ou pareceristas ad hoc; h) Publicação de contribuições na forma de artigos assinados; i) Indicação da titulação e afiliação institucional dos autores; j) Indicação da titulação e afiliação institucional dos membros do
Conselho Editorial (Conselho Consultivo) ou dos pareceristas ad hoc;
3 Disponível em: http://pkp.sfu.ca/files/ojs_em_uma_hora.pdf
32
k) Título, resumo e palavras-chave no mínimo em dois idiomas, sendo um deles na língua do periódico;
l) Data de recebimento e aceitação de cada artigo.
Essas diretrizes são fundamentais para o estabelecimento de um periódico
científico sério e compromissado com sua comunidade científica, pois observa-se
que muitas revistas ainda atuam de maneira amadora, sem profissionais
adequados e sem o compromisso de divulgar a ciência com qualidade e
periodicidade. Gonçalves et al. (2006, p. 175) confirmam essa ideia ao dizerem
que:
um grande número de revistas ainda tem dificuldade em cumprir recomendações básicas a respeito dos padrões desejados, não apenas devido a dificuldades econômicas ou institucionais, mas possivelmente por falta de conhecimento de critérios utilizados para avaliação e de sua importância para a melhoria da qualidade da revista. Essa melhoria depende de uma clara definição e ampla divulgação desses critérios em todas as esferas da comunicação científica e de sua adoção e incorporação pelos editores e
autores.
O profissional responsável pelo processo editorial deve estar atento a
esses critérios, para que sua revista seja reconhecida entre os pares e sirva de
canal confiável para a divulgação científica. O quadro a seguir demonstra
algumas das etapas do processo editorial, que devem ser pensadas pelos
gestores do periódico científico.
33
Quadro 1 - Etapas da produção editorial.
ETAPAS DA PRODUÇÃO EDITORIAL
ETAPAS FUNDAMENTAIS
ATIVIDADES ENVOLVIDAS
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE
PL
AN
EJ
AM
EN
TO
ED
ITO
RIA
L
Gestão editorial do título
Estabelecimento do corpo editorial; Definição da comissão executiva e do editor responsável (que gerenciarão as etapas de produção da publicação); Definição do conselho editorial, constituído de especialistas reconhecidos que serão os responsáveis científicos da publicação; Definição dos avaliadores ad hoc.
Infraestrutura básica para implementação e manutenção
Previsão do espaço físico a ser utilizado; Equipamentos e recursos tecnológicos prioritários (ex: computadores, impressoras, scanners, softwares de edição de texto e layout, navegador web, rede de informática, servidor).
Política editorial a ser adotada
Escolha do título do periódico; Área de conhecimento abrangida; Projeto editorial da publicação (missão, periodicidade, avaliação por pares, critérios de arbitragem, exigência de originalidade dos artigos, seções, idiomas, perfil dos autores e leitores, requisitos normativos e dados sobre a circulação da publicação).
Critérios de edição
Definição das diretrizes para os autores (modo de submissão dos artigos, normalização utilizada pelo periódico, explicitação dos direitos autorais, entre outros); Definição de prazos para cada etapa do processo editorial; Definição de estratégia de organização dos conteúdos (ordem alfabética, temática ou data de aceite).
FL
UX
O E
DIT
OR
IAL
Edição de texto Avaliação pelos pares dos originais submetidos; Revisão ortográfica e gramatical; Normalização técnicas das informações.
Edição de layout
Definição do projeto gráfico da publicação (diagrama, tipografia, estilos, recursos de produção utilizados na revista); Definição da arquitetura de informação e interface do site (para publicações eletrônicas); Revisão das provas; Produção gráfica (impressão).
CIR
CU
LA
ÇÃ
O
Regularidade Definição de periodicidade.
Distribuição
Tiragem necessária para cada número (versão impressa); Publicação do material na internet (versão on-line); Definição das formas de aquisição (assinatura, permuta, distribuição gratuita ou compra avulsa).
Difusão
Indexar a revista em base de dados (referenciais, de texto completo ou de citações); Definir estratégias para elevar o fator de impacto da revista; Associação de metadados aos documentos.
Fonte: Autoria própria, adaptado de Gruszynski, Golin e Castedo (2008).
Todas essas etapas constituem-se da estrutura básica do periódico
científico, que deve assegurar a produção de um material de valor e que deverá
ser referência em sua área de atuação. Segundo Ferreira e Krzyzanowski (2003),
o mérito de uma revista é determinado pela qualidade de seu conteúdo, levando-
se em consideração a qualidade de seus artigos, do corpo editorial e de seus
consultores.
34
Gonçalves et al. (2006) ressaltam os aspectos formais e de conteúdo que
servem de critério de qualidade dos periódicos:
Figura 2 - Critérios de qualidade dos periódicos.
Fonte: Autoria própria, adaptado de Gonçalves, Ramos e Castro (2006).
Os aspectos formais estão relacionados com a avaliação dos periódicos, e
tratam de seu formato e apresentação, ligados à qualidade da produção editorial.
Já os aspectos de conteúdo devem ser analisados por pesquisadores atuantes e
profissionais qualificados, como, por exemplo, os bibliotecários, que devem ter
experiência e visão ampla do contexto acadêmico-científico da comunidade
específica em que o periódico está inserido. Esses critérios são utilizados na
avaliação dos periódicos por agências de fomento e apoio à pesquisa, além de
bases de dados responsáveis pelo controle, medição e análise da produção
científica.
Pode-se citar como exemplo agências como a Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) e Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além das bases Web of Science e Journal
Citation Reports, do Institute for Scientific Information (Thomson-ISI). A indexação
do periódico nestas bases ou o apoio destas agências de fomento contribuem
para a visibilidade do periódico, para atestar a qualidade da publicação, garantir
sua continuidade, elevar seu prestígio junto à comunidade, fortalecer a pesquisa
no país e contribuir para a internacionalização da ciência.
35
É importante que os profissionais envolvidos na editoração almejem a
indexação do periódico científico nestas bases de dados, pois é através delas que
a revista passará a ser inserida na “memória da ciência”. Sayão (1996, p. 317)
reforça essa ideia ao dizer que:
o conhecimento selecionado, representado e registrado nas grandes bases de dados internacionais constitui a documentação sobre a atividade científica oficialmente aceita pela comunidade que a gerou. Essas contribuições receberam o endosso, a homologação dos pares, e receberam, portanto, o direito de pertencer à memória oficial da ciência. Dessa maneira, as bases de dados se constituem na forma mais fiel dos testemunhos dos cientistas. É a esta memória eletrônica que os pesquisadores se dirigem em busca dos referenciais teóricos para as suas atividades.
Portanto, para que o periódico científico possa “sobreviver” em meio ao
mar de informações existente hoje, e faça parte da memória coletiva da ciência, é
necessária a preocupação com seus aspectos editoriais, a qualidade de seu
conteúdo e a competência dos profissionais envolvidos em sua criação, para que
assim possa ser lembrado por seus pares através da citação, e se consolide em
meio a sua comunidade científica e acadêmica.
Diante do exposto, cabe reforçar a importância do periódico científico para
a ciência. Desde sua criação, no século XVII, até os dias de hoje, ele vem se
consolidando como principal meio de comunicação dos resultados de pesquisa,
diminuindo barreiras geográficas e favorecendo o desenvolvimento, atualização e
avanço das pesquisas científicas. É também a principal fonte de consulta de
pesquisadores e acadêmicos para confecção de seus trabalhos, possui um papel
de preservação e valorização das descobertas científicas, além de ser
responsável pela formalização do conhecimento, que só é considerado válido
após seu registro, conforme ressaltou Biojone (2003).
Têm-se, ainda, outros aspectos do periódico que podem ser apontados
como principais motivadores que os tornaram o canal oficial da ciência: sua
maneira rápida de divulgação dos trabalhos, estimulando a comunicação entre os
pesquisadores (ao contrário do que acontece nos livros); sua autenticidade,
devido aos processos metodológicos adotados não só no fluxo editorial, mas
também na confecção dos artigos e pelas contribuições originais que oferecem; e,
por fim, a validação de seus resultados pelos pares, que dão credibilidade e
36
confiabilidade aos resultados de pesquisa, permitindo a criação de novos
conhecimentos e avanço de todas as áreas de conhecimento, com relevância e
qualidade.
Não se pode deixar de apontar também a significância dos periódicos
científicos na avaliação da produção cientifica acadêmica, gerando status aos
pesquisadores e garantindo-lhes a propriedade do objeto de pesquisa, além de
influenciar na distribuição de verbas das agências de fomento e definição de
prioridades nas políticas de ciência e tecnologia do país. Por esses motivos torna-
se fundamental a participação de profissionais qualificados e compromissados
com os objetivos do periódico, para que seu papel de principal fonte de
informação científica e tecnológica permaneça e não perca sua credibilidade.
Dessa forma, destaca-se a pertinência da participação de profissionais
bibliotecários no processo editorial. Esses especialistas, além de cooperarem com
seu conhecimento técnico, podem colaborar para elevar o conceito do periódico
em sua área de conhecimento, atuar na gestão da revista e fortalecer parcerias,
realizar convênios com instituições e pesquisadores nacionais e internacionais,
buscar financiamentos, aprimorar os critérios de qualidade da revista e atuar de
maneira crítica, ética e eficaz.
Fachin e Hillesheim (2006) evidenciam a ideia de que a as bibliotecas e/ou
unidades de informação, e em especial os profissionais bibliotecários, estão
presentes nestes processos, tendo que estar aptos a organizar e disponibilizar de
forma eficiente as informações existentes nos periódicos científicos, tanto em
papel como no formato eletrônico. Portanto, a atuação do bibliotecário no
processo editorial tende a contribuir de maneira positiva, já que estes profissionais
possuem competências informacionais e tecnológicas que podem ser
incorporadas ao processo editorial.
No capítulo a seguir, explorar-se-á como é a atuação do bibliotecário na
editoração científica, de acordo com a literatura.
2.3 A atuação do bibliotecário na editoração científica
As evoluções das tecnologias de informação contribuíram para o
crescimento e difusão dos periódicos eletrônicos, permitindo o aprimoramento dos
37
processos editoriais, e o crescimento da comunicação científica em escala
mundial. A necessidade das revistas de serem editadas com padrão de qualidade
e indexadas em bases de dados exige a contratação de profissionais capacitados
e com competências que agreguem valor a estes processos. E os bibliotecários
são bons exemplos desses profissionais. Suas habilidades para atuarem com
normalização e gestão da informação permitem-lhe explorar mais esse campo de
trabalho. Ainda é pequeno o registro na literatura em português sobre a atuação
do bibliotecário na editoração de periódicos científicos. Mas os trabalhos
encontrados destacam a relevância desse profissional e apontam as principais
atividades realizadas por eles no processo editorial.
Tokic e Tokic (2004) relatam que muitas das atividades realizadas no
processo editorial pertencem por natureza ao trabalho dos bibliotecários, e que só
eles podem realizá-las com sucesso. Como exemplo tem-se a elaboração de
bibliografias de artigos científicos, classificação por assunto, disponibilização de
conteúdo em formato eletrônico, indexação em base de dados, elaboração de
resumos e palavras chaves, promoção do periódico, realização de intercâmbio de
assinaturas, elaboração e normalização de referências. Essas atividades, além de
contribuírem para o aumento do valor da revista, testemunham sobre os
diferentes tipos de conhecimento especializados que devem reger os
bibliotecários contemporâneos.
Corroborando com esta afirmação, Maimone e Tálamo (2008) esclarecem
que a visão simplista do campo de trabalho do bibliotecário está se alterando, pois
cada vez mais são incorporados atributos intelectuais às atividades de tratamento
analítico das informações, além da inserção de novas tecnologias no cenário
informacional, contribuindo para a atuação do bibliotecário em atividades
emergentes como a editoração, e criando nesses profissionais a necessidade de
constante atualização. As autoras chamam atenção para três competências
atribuídas aos bibliotecários, e que podem ser aplicadas na editoração: a
normalização de documentos, a análise de trabalhos técnico-científicos e a
organização e gerenciamento de bases de dados virtuais. Essas competências,
aliadas com a capacidade de se trabalhar em equipe e em rede, capacidade de
negociação e perfil empreendedor, pró-atividade, conhecimento de outros idiomas
e postura ética completam o perfil profissional do bibliotecário editor.
38
Trazendo essas competências para a prática profissional, verifica-se que
os bibliotecários podem realizar trabalhos cooperativos com outras revistas e
realizar parcerias; auxiliar na tradução e disponibilização de artigos em outros
idiomas; realizar investimentos em outras formas de disponibilização da
informação científica, como por exemplo, a indexação do periódico em base de
dados nacionais e internacionais; antecipar ameaças e promover ações
estratégicas de promoção da revista e escolher pareceristas para a revista sem
interesses pessoais e/ou acadêmicos.
Araújo (2012) também contextualiza o trabalho do bibliotecário na
editoração científica, com destaque para a realização das seguintes tarefas:
gestão do portal de periódicos; avaliação técnica das revistas; capacitação e
suporte aos editores e outros usuários; além de promoção dos periódicos.
Na gestão do portal de periódicos, os bibliotecários podem executar tarefas
relacionadas à arquitetura de informação, como, por exemplo, organização,
representação de conteúdo, navegação e busca, e também no estabelecimento
de diretrizes para entrada e permanência no portal, atribuição de identificador
persistente (DOI), e submissão de artigos. Já a capacitação de editores envolve o
trabalho de orientação sobre as normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), registro de ISSN, orientação sobre os critérios de avaliação da
Scientific Electronic Library Online (Scielo) e do Institute for Scientific Information
(ISI), manuseio de softwares livre de editoração eletrônica como o OJS e
mediação com a equipe de tecnologia de informação.
A avaliação técnica dos periódicos está relacionada com a compatibilidade
das revistas com os padrões dos indexadores, para sua permanência em bases
de dados de visibilidade nacional e internacional. No trabalho de divulgação dos
periódicos (como a indexação da revista de bases de dados e criação de
sumários eletrônicos), cabe ao bibliotecário o gerenciamento e permuta dos
periódicos impressos, além da catalogação e indexação dos artigos no catálogo
eletrônico da biblioteca (quando for o caso).
Órgãos de renome nacional como a Associação Brasileira de Editores
Científicos (ABEC) também estão preocupados em mapear as atividades dos
bibliotecários na editoração, além de capacitá-los para esta função em muito de
seus cursos. Um exemplo disso foi visto no VI Workshop da ABEC, realizado nos
39
dias 28 de novembro a 2 de dezembro de 2010, onde foi aberto um fórum
intitulado “O papel dos bibliotecários na editoração científica”. Segundo Soares
(2010), o objetivo do evento era identificar e reunir os bibliotecários que atuam em
periódicos científicos no Brasil, bem como o seu envolvimento no processo de
produção e/ou gestão desses periódicos. Além disso, buscou-se conhecer suas
posições hierárquicas nas revistas, funções, atribuições, competências e
habilidades, bem como suas relações com os diferentes atores envolvidos nesse
processo, além de determinar o fluxo de trabalho, informação e documentação.
Como registro desse encontro, foram apontadas as seguintes funções
desenvolvidas pelos bibliotecários na editoração, citadas por Funaro et al. (2010,
p. 8):
a) Análise de provas editoriais (fluxo editorial);
b) Assessoria aos autores e pareceristas;
c) Avaliação técnica de revista para inclusão em bases de dados;
d) Catalogação na fonte;
e) Conferência da terminologia (palavras-chave);
f) Controle de assinaturas, permuta e doação (distribuição);
g) Diagramação;
h) Divulgação;
i) Elaboração de projetos;
j) Elaboração de relatórios;
k) Expedição;
l) Formatação dos manuscritos;
m) Gestão de processos (da pré-avaliação à publicação);
n) Indexação;
o) Manutenção do site da revista;
p) Normalização;
q) Prestação de contas;
r) Secretaria e,
s) Supervisão de marcação em XML.
Como observado pelos participantes do workshop, essas tarefas, além de
contribuírem para aumentar o valor da revista, podem ser realizadas pelos
bibliotecários que, com seus conhecimentos especializados, estão cada vez mais
inseridos no contexto da organização, editoração e normalização das revistas.
40
Perry et al. (2011) acrescentam que os bibliotecários podem colaborar no
processo editorial de forma a aumentar a visibilidade das revistas, auxiliando na
indexação do periódico em diretórios como o Directory of Open Access Journals
(DOAJ), fazendo com que a revista seja conhecida no meio acadêmico e gere
aumento do prestígio da instituição na qual a revista está vinculada. Além disso,
os bibliotecários podem orientar os autores com relação aos direitos autorais de
suas publicações e compreender como funcionam as licenças do tipo creative
commons, e auxiliá-los na criação de seus artigos, observando as normas
exigidas pelo periódico, formato de redação, conteúdo e originalidade do texto.
Todas as atividades apontadas salientam a importante contribuição do
bibliotecário no processo editorial, mas é preciso reforçar que sua atuação não
pode ficar restrita as atividades de normalização. Há espaço para atuação na
gestão do periódico, principalmente devido às mudanças e exigências nos
critérios de qualidade das revistas, que cada vez mais necessitam de profissionais
que se preocupem com aspectos como idioma da publicação (visando a
internacionalização do periódico), patrocínios para a revista, criar facilidades nos
processos de submissão dos artigos (visando atrair autores diversos), atração de
novos revisores, principalmente parceiros internacionais, cuidados com a
propriedade intelectual dos autores, divulgação dos periódicos nas redes sociais,
aumento do número de citações e contribuição de autores estrangeiros, enfim,
diversos serviços de gestão que colaboram para a construção de uma publicação
ética e de qualidade internacional.
Essa configuração evidencia a emergência de uma formação do
bibliotecário voltada ao atendimento dos critérios científicos da informação, pois,
atuar com periódico científico denota compreender as formas de produção do
conhecimento, dos canais utilizados em sua disseminação e, fundamentalmente,
de seu uso visando o desenvolvimento da ciência. Para tanto, faz-se necessário
atentar-se a uma formação que estimule o despertar para a editoração científica.
Mas será que os bibliotecários estão sendo incentivados para assumirem
essas funções? De que forma estão sendo capacitados para atuar na gestão e
processos editoriais? Os cursos de graduação em Biblioteconomia têm
preocupação em preparar seus alunos para esse nicho de mercado? São essas
41
indagações que levaram a presente pesquisa a verificar como está o ensino de
editoração científica nos cursos de Biblioteconomia do país.
42
3 MATERIAIS E MÉTODOS
43
A metodologia aplicada foi estudo exploratório, onde buscou-se analisar
como está o ensino de editoração científica no currículo dos cursos de graduação
em Biblioteconomia. A escolha desse tipo de pesquisa apoia-se em Gil (1999, p.
43), na qual observa que o uso da pesquisa exploratória tem a finalidade de
“desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, tendo em vista, a
formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos
posteriores”.
3.1 Etapas da pesquisa
Esta pesquisa estabeleceu-se por meio de três etapas distintas. A primeira
delas referiu-se à revisão de literatura, com base em fontes impressas e
eletrônicas, sobre o tema geral da pesquisa. A segunda etapa constituiu-se da
coleta de dados no site do Ministério da Educação (MEC), para verificar quais
eram as instituições de ensino superior do país que ofertavam o curso de
Biblioteconomia. Posteriormente, foi feita a análise das ementas dos currículos
desses cursos, para identificar quais instituições ofereciam a disciplina de
editoração científica em sua grade.
Após a identificação dessas instituições, foi aplicado um questionário junto
aos docentes responsáveis por ministrarem os conteúdos relacionados com
editoração científica, visando responder aos objetivos desta pesquisa. Assim,
pode-se qualificar este estudo como quantitativo exploratório, pois conforme
afirma Braga (2007, p. 13), “a pesquisa quantitativa implica a aplicação de
questionário, algo padronizado, a fim de medir e quantificar fenômenos”.
A terceira e última etapa compôs-se da análise dos dados coletados nas
etapas anteriores e apresentação das conclusões geradas pela pesquisa.
3.2 Universo da pesquisa
Em 4 de abril de 2014, o Brasil possuía 2.653 instituições de ensino
superior cadastradas no site do MEC. Para a amostra inicial desta pesquisa,
foram consideradas apenas as instituições distintas que ofereciam o curso de
graduação em Biblioteconomia, totalizando 46 universidades.
44
Posteriormente, foi analisado o site das 46 instituições, fazendo-se a leitura
das grades e ementas das disciplinas, para averiguar quais delas ofereciam a
disciplina de editoração científica, e se a mesma era optativa ou obrigatória. Foi
levado em consideração apenas as informações disponibilizadas no site das
respectivas instituições, não sendo considerada outras fontes de informação.
Do universo de 46 instituições, verificou-se que 11 delas não ministravam a
disciplina em seus currículos; 6 não disponibilizam a grade curricular no site; 1
estava com a página fora do ar; e 3 universidades relacionadas pelo MEC não
possuíam em seu site informações sobre o curso de Biblioteconomia.
Portanto, para a análise desta pesquisa, foram detectadas 25 instituições
(QUADRO 2), que ministravam a disciplina de editoração científica em seus
currículos. Em 17 delas verificou-se que o regime da disciplina era em caráter
obrigatório, e em 08 era uma disciplina optativa.
O questionário foi encaminhado por e-mail aos docentes responsáveis pela
disciplina, a fim de se atingir os objetivos deste estudo. O contato dos docentes
foram obtidos nos sites das instituições e com o orientador deste trabalho.
45
Quadro 2 - Instituições que oferecem a disciplina de editoração científica.
INSTITUIÇÕES QUE OFERECEM A DISCIPLINA DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA
FAINC - Faculdades Integradas Coração de Jesus
UFPB - Universidade Federal da Paraíba
FATEA - Faculdades Integradas Teresa D’Ávila
UFPE - Universidade Federal do Pernambuco
FURG - Fundação Universidade do Rio Grande
UFPR - Universidade Federal do Paraná
PUC Campinas - Pontifícia Universidade Católica de Campinas
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UEL - Universidade Estadual de Londrina UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFAL - Universidade Federal de Alagoas UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFBA - Universidade Federal da Bahia UFS - Universidade Federal de Sergipe
UFC - Universidade Federal do Ceará UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina
UFCA - Universidade Federal do Cariri UNB - Universidade Federal de Brasília
UFES - Universidade Federal do Espírito Santo
UNESP - Universidade Estadual Paulista
UFMA - Universidade Federal do Maranhão UNIFAI - Centro Universitário Assunção
UFMT - Universidade Federal do Mato Grosso UNIRIO - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
UFPA - Universidade Federal do Pará
Fonte: Autoria própria.
3.3 Instrumento de coleta de dados
A coleta de dados foi feita através de questionário (APÊNDICE A),
contendo 18 questões, sendo 7 questões abertas e 9 fechadas. O questionário foi
enviado por e-mail, para preenchimento através do Formulários Google®.
46
As três primeiras perguntas do questionário serviram para identificação dos
respondentes, com campos como nome, e-mail para contato e instituição ao qual
o docente estava vinculado.
As questões fechadas buscaram reconhecer como a temática de
editoração científica era tratada nas instituições (por meio de disciplina ou
módulo), em qual semestre a disciplina era oferecida, qual a sua carga horária e
frequência, se era obrigatória ou optativa, se oferecia algum tipo de aula prática
ou aprendizagem de softwares de editoração eletrônica, além da identificação dos
conteúdos abordados na disciplina.
Também buscou-se conhecer se a instituição oferecia algum estímulo
prático na disciplina, como a confecção de artigos científicos ou criação de
periódico científico eletrônico, além do oferecimento de palestras e seminários,
fomento à participação de eventos e estágio obrigatório, e constatação do idioma
utilizado na bibliografia da disciplina.
Em suma, as questões fechadas tiveram o intuito de caracterizar o
aprofundamento e a importância que se tem dado a esse conteúdo programático
nas instituições; em que período do curso os alunos estão sendo integrados à
temática de editoração científica; quais aprimoramentos são oferecidos além das
aulas teóricas; se os docentes fazem proveito de ferramentas disponíveis
gratuitamente na internet, visando a qualificação de seus alunos; a identificação
de temáticas centrais, conteúdos mais relevantes, foco da matéria e possíveis
linhas de pesquisa/atuação desta disciplina.
Já as questões abertas permitiram averiguar qual era a nomenclatura da
disciplina nos currículos, sua ementa, objetivos gerais e específicos, bibliografia
básica e complementar utilizada. Essas questões tiveram como finalidade
identificar a abordagem geral e específica da disciplina, seu foco (editoração de
periódicos científicos ou livros), autores mais utilizados, influência (ou não) de
autores estrangeiros, além de uma possível identificação de dispersão ou reunião
de autores nessa temática.
47
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
48
Através da coleta dos dados obteve-se um retorno de 52% dos
entrevistados. No total, 12 instituições responderam ao questionário, a saber:
UFPB (dois respondentes), UFCA, UFRN, UFAL, UFMT, UFRJ, UFS, UNB,
FURG, UFES, FAINC e PUC CAMPINAS.
Os dados revelaram que em 69% das instituições a temática “editoração
científica” é tratada em disciplina, e em apenas 31% dos casos tratada em módulo
(tópico dentro de outra disciplina), conforme mostra o gráfico 1.
Gráfico 1 - Abordagem da editoração científica nas instituições (disciplina ou módulo).
Fonte: Autoria própria.
O fato da maioria das instituições tratarem a temática de editoração
científica em forma de disciplina demonstra uma preocupação por parte delas
referente ao conteúdo da matéria, pois, devido às particularidades do tema, é
necessário um tempo maior de aprendizado e dedicação ao assunto, que pode
ser prejudicado (ou ter uma abordagem superficial) caso seja aplicado apenas por
meio de módulos.
Sobre a nomenclatura da disciplina/módulo, observou-se uma semelhança
entre as instituições, variando entre títulos como “Fundamentos da Editoração”,
“Editoração eletrônica”, “Editoração impressa e eletrônica”, “Editoração” e
“Editoração científica”. Houve apenas uma exceção, como no caso da disciplina
intitulada “Produção dos Registros do conhecimento”, onde a temática de
editoração científica é tratada por meio de módulo.
Em relação ao regime da disciplina, constatou-se que ela é em caráter
obrigatório em 77% das instituições, e sendo optativa em 23% (GRÁFICO 2).
49
Gráfico 2 - Modalidade da disciplina (obrigatória ou optativa).
Fonte: Autoria própria.
Essa informação demonstra que as instituições estão preocupadas em
passar o conteúdo de editoração científica a seus alunos, pois, nos casos onde a
disciplina é em caráter optativo, fica à mercê do aluno o julgamento da
importância desta matéria em sua formação acadêmica.
Referente à oferta da disciplina, constatou-se uma diversidade de períodos
em que a mesma é oferecida, variando entre o primeiro e sexto semestre
(GRÁFICO 3). Chama a atenção o fato de algumas instituições oferecerem a
disciplina no primeiro e segundo semestre, onde geralmente são dadas as
disciplinas introdutórias do curso. Esse pode ser um fator prejudicial ao
aprendizado dos alunos, pois parte-se do pressuposto de que para aprender
sobre a editoração científica, é necessário ter um conhecimento prévio de
assuntos como: os tipos de registro do conhecimento utilizados ao longo da
história, sobretudo em ciência e tecnologia; os fluxos informacionais dos diversos
tipos de informação; compreensão das formas de organização e tratamento dos
materiais informacionais; os tipos de fontes de informação e seu uso; formas de
organização e comunicação da ciência, entre outros exemplos.
Provavelmente por este motivo, a maioria das instituições oferecem a
disciplina no 5º semestre (GRÁFICO 3), período este onde o aluno está mais
maduro em relação ao aprendizado da sua área. Mas cabe à cada instituição
julgar em que semestre é pertinente a aplicação da referida disciplina, e como
será a abordagem e aprendizagem de seus alunos.
50
Gráfico 3 - Semestre em que a disciplina é oferecida.
Fonte: Autoria própria.
Sobre a frequência da oferta da disciplina, 38% disseram que ministram a
matéria todo semestre, 38% uma vez ao ano, 8% eventualmente, e 15% em
outros períodos não especificados na questão. Já a carga horária adotada pela
maioria das instituições é de 60 horas, mas obteve-se variações nas repostas,
como por exemplo, 30 e 45 horas. Esta carga horária favorece o ensino e
aprendizado dos conteúdos da disciplina de editoração, pois são diversos tópicos
que precisam ser abordados ao longo do semestre, variando em quantidade,
intensidade e complexidade, de instituição para instituição.
Também foi perguntado aos docentes qual era a ementa da disciplina, a
fim de se conhecer o foco da matéria, e verificar se ela estava voltada à
editoração de periódicos científicos ou de livros. O resultado apresenta uma
variedade de conteúdos (QUADRO 3).
51
Quadro 3 - Ementa das disciplinas por instituição.
FAINC Conceito de editoração. Criação através da tipografia. Diagramação. Editoração eletrônica. Estrutura dos livros. Processos de pré-impressão. Editoração de revistas digitais. FURG Panorama nacional e internacional da editoração. Industria Editorial no Brasil. Deposito legal. Direito autoral. Editoração eletrônica: tendências e softwares disponíveis. Prática de editoração eletrônica. PUC CAMPINAS Análise dos princípios de normalização nacional e internacional, seus organismos: a ISO e a ABNT. Estudo e aplicação das normas ABNT na editoração de publicações. UFAL Introdução geral às técnicas de edição de texto e aos processos de produção, distribuição e comercialização de livros e periódicos. Editoração eletrônica de documentos. UFCA Introdução geral às técnicas de textos e aos processos de produção, encadernação, restauração, distribuição e comercialização de livros e periódicos, fundamentados em técnicas tradicionais e eletrônica. UFES Visão de conjunto dos aspectos culturais, industriais e comerciais da atividade editorial. A produção da informação. Política editorial brasileira. Reprodução de documentos. Direitos autorais. UFMT História dos processos de impressão – dos tipos móveis à editoração eletrônica. Tipos de impressão: tipografia, serigrafia, rotogravura, off-set, impressão laser. Tipologia e sua história. Uso de tipologia. O uso da cor nas artes gráficas. Artes gráficas aplicadas ao jornalismo. A linguagem visual do material impresso. Princípios de composição: equilíbrio, contraste, cores. UFPB Panorama nacional e internacional da editoração. Produção e comercialização do livro. Publicações oficiais brasileiras. Indústria editorial no Brasil. Depósito Legal. Direito autoral. UFPB Panorama nacional e internacional da editoração. Produção e comercialização do livro. Publicações oficiais brasileiras. Indústria editorial no Brasil. Depósito Legal. Direito autoral. UFRJ Do livro manuscrito ao livro impresso. Perspectivas para o livro eletrônico. O original, definição e aspectos formais. Estrutura do original: pré-textuais, textuais e pós-textuais. Sinais gráficos para revisão de textos e provas. Copidesque, preparação e revisão de originais. O trabalho do editor de texto. Relação editor e autor. Normalização ABNT. Revisão final. UFRN Estudo das técnicas de edição de texto e dos processos de produção, distribuição e comercialização de livros e periódicos especializados. Normas editoriais. Editoração eletrônica. UFS Publicações oficiais. Publicações comerciais. Política editorial. Normas de documentação. UNB Introdução geral às técnicas de textos e aos processos de produção, distribuição e comercialização de livros e periódicos.
Fonte: Autoria própria.
A maioria das instituições tem na abordagem da sua disciplina a editoração
voltada aos livros, estudando-se os seguintes tópicos: aspecto histórico, produção
e comercialização, a indústria editorial brasileira, tipos de impressão, direitos
autorais, livro eletrônico, normalização, papel do editor, publicações oficiais
52
brasileiras, tipografia e diagramação, estrutura do livro, edição de textos, entre
outros.
A editoração de periódicos científicos também é abordada em algumas
instituições, como pode ser observado nos tópicos citados pelos docentes:
normas editoriais e editoração eletrônica de periódicos, relação editor-autor,
normas da ABNT e ISO, política editorial, softwares de editoração eletrônica,
comercialização de periódicos, normas de documentação, etc.
Constata-se nas ementas a presença de termos genéricos, como nos
seguintes exemplos: “Panorama nacional e internacional da editoração” ou
“Política editorial brasileira”. Esses tópicos da disciplina não revelam a princípio se
a mesma é voltada à editoração de livros ou periódicos. Por esse motivo, a
análise dos objetivos gerais e específicos da disciplina (APÊNDICE B), e da
bibliografia básica e complementar utilizada (APÊNDICE C) se fez necessária,
para se obter uma visão mais clara de qual instituição realmente trabalha com os
processos de editoração científica, e prepara seus alunos não somente para as
atividades técnicas, mas também para as questões gerenciais dos periódicos
científicos, sejam eles impressos ou eletrônicos.
Em algumas instituições, mostra-se nítida a abordagem da editoração
voltada aos livros na disciplina, como pode ser visto nesta universidade da região
sudeste, por exemplo (QUADRO 4).
53
Quadro 4 - Exemplo de disciplina voltada à editoração de livros.
NOME DA DISCIPLINA: EDITORAÇÃO
OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS
Capacitar o aluno a trabalhar em editoras, permitindo que ele compreenda o livro como um produto industrializado. Para tanto, abordamos: Origens do livro manuscrito; O livro manuscrito na Europa e os padrões clássicos de editoração no Ocidente; A revolução do livro impresso e a circulação do conhecimento; O livro como unidade portátil de informação; A tipografia como paradigma industrial; Indústria editorial, origens do copyright e a ideologia do autor; A tipografia no Brasil com mais de 300 anos de atraso. Francisco Alves e Monteiro Lobato - origens da indústria editorial brasileira; O livro no Brasil - a leitura em um país com poucas bibliotecas; Livros didáticos, paradidáticos, literatura infantil e juvenil, adaptações e clássicos - produtos para o mercado-escola; Livros em ambiente multimídia.
BIBLIOGRAFIA BÁSICA E COMPLEMENTAR
ARAÚJO, Emanuel. A construção do livro: princípios da técnica de editoração. Edição revista e atualizado por Briquet de Lemos. Rio de Janeiro, Lexicon, 2008.
EL FAR, Alessandra. O livro e a leitura no Brasil. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2006.
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil. São Paulo, Edusp, 2005.
MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
PAIXÃO, Fernando (org.). Momentos do livro no Brasil. São Paulo, Ática, 1997.
Fonte: Autoria própria.
Além disso, verifica-se que boa parte das obras utilizadas na bibliografia
básica e complementar das instituições estão voltadas à editoração de livros,
conforme ilustra os exemplos do quadro 5. Há casos como do autor Emanuel
Araújo, e sua obra “A construção do livro: princípio da técnica de editoração”, que
foi citada por 10 dos 13 respondentes.
54
Quadro 5 - Referências voltadas à editoração de livros, citadas pelos docentes.
ARAÚJO, Emanuel. A construção do livro: princípio da técnica de editoração. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; Brasília: INL, 1986.
BACELLAR, Laura. Escreva seu livro: guia prático de edição e publicação. São Paulo: Mercuryo, 2001.
HALLEWELL, Laurence. O livro no Brasil (sua história). São Paulo: T.A. Queiroz; EDUSP, 1982.
HENDEL, Richard. O design do livro. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.
LABARRE, Albert. História do livro. São Paulo: Cultrix, 1981. 105p.
ANDRADE, Olympio de Souza. Editoração no Brasil. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1971. 91p.
AREND, Denise; KUCHENBECKER, Valter. Como editar um livro. 2. ed. Canoas: ULBRA, 2004.
CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. Tradução de Reginaldo de Moraes. São Paulo: UNESP, 1998.
KNICHALA, Catarina. Editoração: técnica da apresentação do livro. Rio de Janeiro: Presença; Brasília: INL, 1981. 66 p.
ROBREDO, Jaime. Manual de editoração. Brasília: Associação dos Bibliotecários do Distrito Federal, 1981. 158 p.
Fonte: Autoria própria.
Apesar de ter algumas semelhanças com a editoração de livros, a
editoração científica de periódicos exige o estudo de alguns aspectos específicos,
como: indicadores de produção científica, função do corpo editorial, evolução da
comunicação científica, critérios de qualidade dos periódicos, revisão por pares,
endogenia, entre outros exemplos, nem sempre identificados nas bibliografias
apresentadas pelos docentes entrevistados. Sandes-Guimarães (2013, p. 5)
ressaltou que o estudo ou conhecimento da gestão de uma revista científica
envolve:
dois grandes aspectos: científico e administrativo. O primeiro compreende o gerenciamento do processo de certificação científica, visando a seleção e divulgação de conhecimento de qualidade, respaldado pelos atores envolvidos no processo de certificação de conteúdo. O segundo refere-se aos processos de produção editorial e
55
gráfica, gerência administrativa e financeira, comunicação e marketing, essenciais para a produção de um periódico científico.
Nota-se que em algumas instituições se faz o estudo das normas da ABNT,
sendo estas referenciadas por 4 universidades. Sabe-se que a ABNT possui
diversas normas com conteúdo relacionado aos periódicos, como por exemplo:
NBR 6021 – Publicação periódica científica impressa; NBR 6022 - Artigo em
publicação periódica científica impressa; NBR 10525 - Número Padrão
Internacional para Publicação Seriada – ISSN; NBR 6023 - Referências –
Elaboração; NBR 10520 – Citações em documentos; NBR 6028 – Resumo; entre
outras normas, que podem ser importantes fontes de estudo na disciplina de
editoração científica, por tratar de aspectos formais dos periódicos.
A ausência desse conteúdo nas bibliografias de algumas instituições pode
estar relacionada com a existência de uma disciplina própria de normalização,
que abordaria essas e outras normas técnicas, como as da International
Organization for Standardization (ISO) e Vancouver, por exemplo, ou
simplesmente porque a temática não é abordada no plano de disciplina,
prejudicando parte de um conteúdo essencial do estudo da editoração científica.
Além do uso de normas técnicas, a editoração de periódicos utiliza-se de
modernas ferramentas eletrônicas, que auxiliam o trabalho dos gestores. Como
exemplo, temos os softwares de editoração científica on-line, que automatizam as
rotinas editoriais, desde a submissão dos artigos até a publicação do periódico.
Presentes cada vez mais na produção científica nacional, estes softwares
contribuem para a agilidade na comunicação e divulgação das revistas.
Dada a importância dessa ferramenta eletrônica, foi questionado aos
docentes se seus alunos têm a oportunidade de conhecer e manusear esse tipo
de software de editoração (GRÁFICO 4), e qual seria o software utilizado pela
instituição.
56
Gráfico 4 - Uso de softwares de editoração eletrônica em sala de aula.
Fonte: Autoria própria.
Sessenta e dois por cento dos respondentes disseram que os alunos
aprendem a manusear algum software de editoração eletrônica. Dentre os
softwares citados, estão Page Maker4, InDesign5, SIGIL6, Word7 e SEER8
(Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas). Os dois primeiros são voltados
para o layout e design de páginas e publicações, e têm sua licença fornecida pela
Adobe Systems Incorporated; o terceiro é voltado para editoração de e-books em
formato e-pub (desenvolvido pelo Google Project Hosting); e o quarto serve para
edição de textos (produto licenciado pela Microsoft). O software com maior
número de ocorrências foi o SEER (desenvolvido pelo IBICT), sendo utilizado em
quatro instituições.
Nota-se que muitos dos softwares adotados são voltados para a edição
gráfica de documentos, não sendo útil para a gestão editorial do periódico
científico. Alguns deles como o Page Maker e InDesign seriam aproveitados
apenas no final do processo editorial, quando se vai realizar o último layout da
publicação (impressa ou online).
Já utilizado por algumas instituições, o SEER é uma ferramenta de grande
valia para o ensino da gestão editorial, pois oferece uma versão demo e gratuita
4 http://www.adobe.com/br/products/pagemaker/ 5 http://goo.gl/U2R7mz 6 https://code.google.com/p/sigil/ 7 http://office.microsoft.com/pt-br/word/ 8 http://seer.ibict.br/
57
aos docentes e demais interessados, onde é possível realizar a criação e gestão
de um periódico científico, desde a submissão do artigo, sua avaliação, edição e
publicação, até a gerência completa da revista, por meio de cadastro de editores,
avaliadores, controle das submissões e edições, gestão dos arquivos e
disseminação dos conteúdos, tudo de maneira online e em tempo real. O IBICT é
o órgão responsável pela tradução e distribuição dessa ferramenta no país, e
oferece suporte, treinamento e capacitação para o uso do software. Portanto o
SEER torna-se uma boa alternativa às instituições que desejam ensinar aos
alunos o processo de gestão editorial eletrônica de periódicos.
A resposta dos entrevistados também permitiu identificar as dificuldades
estruturais enfrentadas pelas instituições, no que se refere ao uso de softwares
eletrônicos. Um dos docentes relatou que o software utilizado para o ensino de
editoração científica de sua universidade seria “basicamente o Word, pois o
laboratório não se adequa bem às atividades de editoração”. Esse cenário ilustra
algumas das dificuldades encontradas pelos docentes de todo o país, que muitas
vezes não possuem as condições mínimas para o ensino, como um laboratório de
informática bem equipado e com acesso à internet, e uma biblioteca atualizada.
Além disso, há restrições financeiras em diversos níveis. Talvez esse seja o
motivo da maioria das instituições não oferecerem estímulos externos aos alunos,
para a aprendizagem de editoração científica (GRÁFICO 5).
Gráfico 5 - Tipos de estímulos externos oferecidos para a aprendizagem em editoração científica.
Fonte: Autoria própria.
58
A participação em eventos externos proporciona uma bagagem cultural e
acadêmica muito importante aos alunos, que muitas vezes deixam de participar
por questões financeiras, de locomoção e falta de estímulo (pessoal e
institucional). Eventos como os da Associação Brasileira de Editores Científicos
(ABEC), por exemplo, podem ter grande vínculo com o ensino de editoração
científica dado em sala de aula, complementando a aprendizagem e permitindo
aos alunos a troca de experiências com profissionais e outras instituições, pois
são estudados temas como: produção de artigos científicos de alto impacto; o
papel do editor chefe na construção de uma publicação ética de qualidade
internacional; composição do comitê editorial; gestão da propriedade intelectual;
como lidar com o plágio; como atender os critérios Scielo; divulgação de
periódicos por meio das redes sociais, entre outros (ABEC, 2014).
Por ora, se as instituições não podem oferecer estímulo financeiro à
participação em eventos externos, uma das alternativas encontradas seria
proporcionar aos alunos palestras e seminários sobre editoração científica, no
âmbito da própria instituição. A pesquisa revelou um saldo positivo sobre essa
questão, pois 77% das instituições oferecem palestras e seminários (GRÁFICO
6).
Gráfico 6 - Oferta de seminários e palestras sobre editoração nas instituições.
Fonte: Autoria própria.
Este tipo de atividades são sempre bem-vindas na complementação do
ensino que qualquer disciplina, pois auxiliam na fixação de conteúdos,
proporcionam a troca de conhecimento e experiência entre palestrantes e
59
ouvintes, além de “quebrar” a rotina das aulas e trazer diferentes visões e
abordagens de um mesmo assunto, facilitando a aprendizagem.
As instituições também promovem visitas técnicas a editoras, gráficas e
jornais, e em uma delas é possível a realização de estágio não obrigatório em
periódico científico. A maior parte das instituições (85%) também afirmaram dar
aulas práticas, estimulando a criação de artigo científico (31% dos casos),
periódico eletrônico (69%) e outras atividades em sala de aula (31%), para a
promoção do conteúdo de editoração científica.
Essas atividades práticas são fundamentais para que o futuro bibliotecário
tenha contato já na graduação com as rotinas editoriais, se familiarize com o
formato de texto científico, aprenda a importância de se ter um periódico de
qualidade, e possa ganhar qualificações que o capacite para assumir uma futura
gestão editorial, caso assim o deseje na sua carreira profissional.
Mas antes de se tornar um gestor editorial, o bibliotecário precisa conhecer
alguns conteúdos fundamentais que envolvem a editoração do periódico, seja ele
impresso ou eletrônico. Nesta perspectiva, foram apresentadas alternativas de
conteúdo relacionados ao contexto dos periódicos científicos (GRÁFICO 7), para
que os docentes apontassem quais deles eram trabalhados na sua instituição.
60
Gráfico 7 - Conteúdos trabalhados na disciplina de editoração científica
Fonte: Autoria própria.
As respostas dos docentes ajudaram a revelar o núcleo da disciplina de
cada instituição (editoração de livros ou periódicos científicos), complementando a
análise das ementas e bibliografia utilizada. As opções disponíveis para resposta
estavam relacionadas aos aspectos formais e informais dos periódicos, como sua
história, evolução e gestão; seu relacionamento com as políticas de ciência e
tecnologia do país; seus critérios de qualidade, normalização, promoção e
difusão; seu envolvimento na comunicação científica e políticas de acesso aberto;
entre outros itens relevantes no estudo da editoração científica.
Apenas duas universidades assinalaram todos os itens da lista, sendo uma
média de oito itens marcados por instituição. Mas observa-se que alguns dos
itens apontados não estavam refletidos na bibliografia utilizada, conforme
exemplo (QUADRO 6).
61
Quadro 6 - Itens assinalados x Bibliografia.
INSTITUIÇÃO ITENS ASSINALADOS BIBLIOGRAFIA
UF
MT
Evolução da ciência e comunicação científica
Periódico científico e sua evolução
Indicadores de produção científica
Processo ou fluxo editorial (impresso e eletrônico)
Softwares de editoração eletrônica
Processo de revisão por pares
Indicadores bibliométricos
Normalização e Layout do periódico
Indexação do periódico em bases de dados
Função do Corpo Editorial
Política Editorial
Elaboração de artigos científicos
Visibilidade do periódico (promoção e difusão)
Atribuição de ISSN, DOI e XML
Gestão editorial
COLLARO, Antônio Celso. Projeto Gráfico: teoria e Prática da Diagramação. Sumus Editorial, São Paulo 1996.
GUIMARÃES, Luciano. A cor como informação: a construção biofísica, lingüística e cultural da simbologia das cores. Annablume, São Paulo, 2000.
HARROWER, Tim. The Newspaper Designer’s Handbook. Mc Graw-Hill, 1998.
HURLBURT, Allen. Layout: o design da página impressa. Nobel, São Paulo, 1999.
LAGE, Nilson. Jornalismo e Linguagem na Era da Produção Simbólica. Rio de Janeiro, 1991.
RIBEIRO, Milton. Planejamento visual gráfico. Brasília, LGE, 7.ed, 1998.
SILVA, Rafael Souza. Diagramação: o planejamento visual gráfico na comunicação impressa. Summus. 3.ed. 1985. São Paulo.
Fonte: Autoria própria.
No exemplo citado nota-se que, apesar de ter marcado diversos itens
relacionados à editoração e gestão dos periódicos científicos, a bibliografia
utilizada aborda aspectos gráficos e de layout de materiais impressos (podendo
ser eles periódicos ou livros). As diversas respostas permitem a reflexão das
incoerências relacionadas ao alinhamento dos objetivos, bibliografias e ementas
das disciplinas. Evidenciam, portanto, cuidado especial por parte das instituições
envolvidas.
Em contrapartida, há outro exemplo onde é possível identificar uma relação
congruente entre os itens assinalados e a bibliografia citada (QUADRO 7).
62
Quadro 7 - Itens assinalados x Bibliografia.
INSTITUIÇÃO ITENS ASSINALADOS BIBLIOGRAFIA
FU
RG
Evolução da ciência e comunicação científica,
Periódico científico e sua evolução,
Indicadores de produção científica,
Processo ou fluxo editorial (impresso e eletrônico),
Softwares de editoração eletrônica,
Critérios de qualidade dos periódicos,
Processo de revisão por pares,
Políticas de acesso aberto,
Indicadores bibliométricos,
Normalização e Layout do periódico,
Indexação do periódico em bases de dados,
Função do Corpo Editorial,
Política Editorial,
Elaboração de artigos científicos,
Visibilidade do periódico (promoção e difusão),
Atribuição de ISSN, DOI e XML,
Gestão editorial,
Perfil profissional do editor científico,
Endogenia
ARELLANO, M. Preservação de Documentos Digitais.
COSTA, Sely. Filosofia aberta, modelos de negócios e agências de fomento: elementos essenciais a uma discussão sobre o acesso aberto à informação científica.
COSTA, Sely. Abordagens, estratégias e ferramentas para o acesso aberto via periódicos e repositórios institucionais em instituições acadêmicas brasileiras.
FACHIN, Glesy Regina Bories; HILLESHEIM, Araci Isaltina de Andrade. Periódico Científico: padronização e organização. Florianópolis: Ed. Da UFSC, 2006.
FERREIRA, Sueli Mara Pinto Ferreira; TARGINO, Maria das Graças (org.). Mais sobre revistas científicas: em foco a gestão. São Paulo: Editora Senac/ Cengage Learning, 2008.
FERREIRA, Sueli Mara Soares Pinto. Critérios de qualidade para as Revistas Científicas.
MCCARTHY, C. M. O impacto do Mercosul sobre a editoração no Brasil.
POBLACIÓN, Dinah Aguiar et al. (org.). Revistas científicas: dos processos tradicionais às perspectivas alternativas de comunicação. São Paulo: Ateliê Editorial, 2011.
VIDOTTI, Silvana A. B. Gregorio (coord.). Tecnologia e conteúdos informacionais: abordagens teóricas e práticas. São Paulo: Polis, 2004. (Coleção Palavra-chave, 15).
Fonte: Autoria própria.
Estes exemplos revelam o caráter misto do conteúdo das disciplinas de
editoração científica nos cursos de Biblioteconomia, pois tratam tanto da
editoração de livros como de periódicos, sendo poucos os exemplos onde é
possível identificar de forma clara uma abordagem específica aos periódicos e
sua gestão editorial.
Para garantir que nenhum aspecto da editoração científica fosse esquecido
nessa questão, também solicitou-se aos docentes que, se julgassem necessário,
63
acrescentassem mais conteúdos que não foram contemplados na questão doze
do questionário (gráfico 7). Foram mencionados conteúdos como direitos autorais,
os desafios da editoração nos dias modernos, e o mercado editorial brasileiro e
internacional.
O questionário também buscou identificar os idiomas usados na bibliografia
básica e complementar da disciplina de editoração. A maioria das referências
indicadas são em Português (92%), seguido de Inglês (46%), Espanhol (46%) e
Francês (8%). A multidisciplinaridade de idiomas contribui para a formação dos
alunos, e estimula-os a aprender novas línguas, não só para uso em sala de aula,
mas também como uma exigência predominante do mercado de trabalho.
Ademais, permitem o acompanhamento dos marcos teóricos utilizados na
realização de conteúdos relacionados ao periódico científico, independentemente
do posicionamento geográfico a que estão submetidos.
Fundamentalmente, as respostas coletadas evidenciaram um ensino de
editoração científica voltado para o estudo de livros e periódicos, tendo na maioria
dos casos o livro como principal objeto de estudo da disciplina. As abordagens
relacionadas aos periódicos ainda configuram-se como atividades técnicas, não
caracterizando de maneira explícita uma formação que deseja preparar os
bibliotecários para a gestão editorial dos periódicos. Observa-se que itens
importantes para o ensino de editoração científica como o estudo de indicadores
bibliométricos, a preocupação com a endogenia na composição editorial, as
políticas de acesso aberto, o perfil profissional do editor científico, o papel do
bibliotecário na editoração dos periódicos e a definição de políticas editoriais são
pouco estudadas pelas instituições.
64
5 CONCLUSÃO
65
Este trabalho buscou verificar se os cursos de graduação em
Biblioteconomia do país contribuem na formação de seus alunos para que eles
possam atuar na gestão editorial dos periódicos científicos. Observou-se que as
instituições de ensino transmitem o conteúdo de editoração científica por meio de
disciplina específica, mas seu conteúdo possui uma abordagem mista, voltada
tanto para a editoração de livros como de periódicos. Poucas instituições tem o
foco da disciplina direcionado para a gestão editorial das revistas científicas, vide
a bibliografia básica e complementar utilizada pelos cursos, além da análise de
suas ementas e objetivos.
Esta pesquisa não teve a pretensão de apontar qual disciplina ou
instituição possui o melhor ensino em editoração científica, mas sim conhecer
como esse conteúdo é abordado nas instituições, e de que maneira (direta ou
indiretamente) ele pode contribuir na formação dos bibliotecários que desejam
atuar na área. O mercado editorial de revistas científicas vem crescendo a cada
dia, contribuindo para a difusão e uso das informações científicas, alimentando
pesquisas, projetos e o desenvolvimento científico e econômico do país. O
advento das novas tecnologias de informação permitiram o aprimoramento da
editoração eletrônica, otimizando seus processos, facilitando seus fluxos
editoriais, barateando seus custos e tornando as revistas mais independentes de
serviços gráficos e da indústria de papel. Em compensação, o mercado editorial
se tornou cada vez mais competitivo, exigindo a contratação de profissionais
especializados para lidar com a gestão dos periódicos científicos, abrindo então
espaço para a atuação de profissionais como os bibliotecários.
Conhecidos por sua competência em gestão da informação, os
bibliotecários encontram na editoração científica um espaço de atuação
especializado, exigindo-lhes muito mais que o conhecimento técnico em
normalização, análise de materiais técnico-científicos e administração de dados,
por exemplo. É necessário lidar com os aspectos gerenciais do periódico, que
envolvem questões científicas como a certificação do conhecimento registrado,
garantia da qualidade de conteúdo, respaldo dos pares, composição do comitê
editorial, além das questões administrativas como a produção editorial e gráfica
da revista, seu gerenciamento administrativo, financeiro e de recursos humanos,
seu marketing e comunicação, uso e preservação.
66
Nessa medida constitui-se como fundamental que se repense o ensino de
editoração científica nas instituições brasileiras, por meio da revisão de seus
currículos e discussão sobre os objetivos da disciplina, para que sua abordagem
esteja voltada especificamente aos periódicos, e busque em sua essência formar
um profissional da informação apto a atuar no mercado editorial das revistas
científicas, que como visto possui características peculiares e diferentes da do
mercado editorial de livros. É essencial capacitar estes profissionais para que
assumam funções de liderança e gestão, e não se tornem apenas coadjuvantes
em funções técnicas. Sabe-se que a graduação em Biblioteconomia forma um
profissional generalista, e é necessário um constante aprimoramento pessoal e
profissional por parte dos alunos. Mas é fundamental que as instituições de
ensino contribuam para que seus discentes explorem esse mercado em
ascensão, e formem profissionais que auxiliarão na construção de uma
publicação científica mais ética, competitiva e qualitativa, fortalecendo a
comunicação científica e a geração de novos conhecimentos.
Mas apesar das objeções apresentadas, nota-se alguns aspectos positivos
no ensino de editoração científica das universidades brasileiras. Muitas delas
fazem uso de ferramentas tecnológicas em sala de aula, como a adoção do
software SEER por exemplo. Sem dúvida, essa ferramenta contribui para o
entendimento dos fluxos editoriais, principalmente no meio eletrônico. E por se
tratar de um software gratuito, pode ser melhor aproveitado pelas instituições de
ensino que desejam aprimorar seu instrumental de ensino. Além disso, enxerga-
se de maneira positiva o estímulo às atividades práticas que contribuem no
aprendizado da editoração científica, como a criação de artigos, periódicos
eletrônicos, participação em eventos, oferecimento de palestras e seminários, e
promoção de estágio na área. A obrigatoriedade da disciplina no currículo e sua
carga horária também contribuem para a formação acadêmica dos alunos.
Por todos os aspectos apresentados, considera-se o ensino de editoração
científica nos cursos de Biblioteconomia como essencial para a formação de
profissionais que auxiliarão na gestão e construção de revistas científicas de
qualidade, pois são cada vez maiores os desafios dos periódicos nacionais, visto
as exigências de órgãos de fomento, instituições mantenedoras e até dos próprios
pesquisadores, para que os periódicos sejam feitos com excelência, alcancem
67
visibilidade internacional, possuam alto fator de impacto, um bom índice Qualis,
sejam indexados em base de dados internacionais e publiquem mais artigos em
língua inglesa.
68
REFERÊNCIAS
69
ARAÚJO, Paula Carina de. O papel do bibliotecário no processo de editoração científica. In: ENCONTRO UNIVERSITÁRIO DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA, 2., 2012, Curitiba. Palestra...Curitiba: UFPR, 2012.
ALVES, Letícia. Informação e os sistemas de comunicação científica na Ciência da Informação. Datagramazero, Brasília, v. 12, n. 3, jun. 2011. Disponível em: < http://www.dgz.org.br/jun11/Art_04.htm> Acesso em: 29 de abril de 2014.
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6028: informação e documentação: resumo: apresentação. Rio de Janeiro, 2003. 2 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002. 7 p.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10525: informação e documentação: Número Padrão Internacional para Publicação Seriada – ISSN. Rio de Janeiro, 2003. 6 p.
BIOJONE, Mariana Rocha. Os periódicos científicos na comunicação da ciência. São Paulo: Educ, 2003.
BRAGA, Kátia Soares. Aspectos relevantes para a seleção da metodologia adequada à pesquisa social em Ciência da Informação. In: MUELLER, Suzana Pinheiro Machado; BRAGA, Kátia Soares (Coord.). Métodos para a pesquisa em Ciência da Informação. Brasília: Thesaurus, 2007. cap. 1.
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SOARES, Suely de Brito Clemente. O papel dos bibliotecários nos periódicos científicos. In: WORKSHOP DE EDITORAÇÃO CIENTÍFICA, 6., 2010, São Pedro. Fórum... São Pedro: ABEC, 2010.
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73
APÊNDICES
74
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO
Ensino de Editoração Científica nos Cursos de Biblioteconomia
*Obrigatório
Informe seu nome__________________________________________________
Informe seu e-mail para contato * ____________________________________
Instituição a qual está vinculado*_____________________________________
1. A temática "EDITORAÇÃO CIENTÍFICA" é tratada em DISCIPLINA,
MÓDULO ou NÃO É TRATADA? *
Considere "disciplina" quando se tratar de matéria específica sobre editoração
científica e "módulo" quando se tratar de conteúdo dentro de outras disciplinas
que envolvam o assunto editoração científica, ou que tenham relação com o
estudo deste tema, como por exemplo normalização documentária, periódico
científico, entre outros.
Disciplina
Módulo
Não é tratado
2. Qual é o nome da disciplina ou módulo de Editoração Científica em sua
instituição? *
Exemplos: Editoração, Editoração Eletrônica, Fundamentos da Editoração
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
3. Qual é a ementa da disciplina? *
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
________________________________________________________________
75
4. Poderia citar os objetivos gerais e específicos da disciplina? *
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
5. É disciplina obrigatória ou optativa? *
Obrigatória
Optativa
6. Em qual semestre ela é oferecida? *
1º semestre
2º semestre
3º semestre
4º semestre
5º semestre
6º semestre
7º semestre
8º semestre
9º semestre
10º semestre
7. Qual a frequência da oferta da disciplina? *
Todo semestre
Uma vez por ano
Eventualmente
Outro: _______________________
8. Qual é a carga horária da disciplina? *
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
76
9. Possui aulas práticas? *
Sim
Não
10. Os alunos aprendem a manusear algum software de editoração
eletrônica? *
Sim
Não
11. Caso tenha respondido SIM na questão anterior, poderia citar qual é o
nome do software utilizado em aula?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
12. Quais dos conteúdos abaixo são contemplados na disciplina de
Editoração Científica de sua instituição? *
Marque quantos itens forem necessários
Evolução da ciência e comunicação científica
Periódico científico e sua evolução
Indicadores de produção científica
Processo ou fluxo editorial (impresso e eletrônico)
Softwares de editoração eletrônica
Critérios de qualidade dos periódicos
Processo de revisão por pares
Políticas de acesso aberto
Indicadores bibliométricos
Normalização e Layout do periódico
Indexação do periódico em bases de dados
Função do Corpo Editorial
Política Editorial
Elaboração de artigos científicos
Visibilidade do periódico (promoção e difusão)
Atribuição de ISSN, DOI e XML
77
Gestão editorial
Perfil profissional do editor científico
Endogenia
13. Acrescentaria algum item não contemplado na questão anterior e que
julga importante nesta disciplina? Qual?
_________________________________________________________________
_________________________________________________________________
14. É estimulada a criação de algo prático na disciplina, como a confecção
de um artigo científico ou criação de um periódico científico eletrônico? *
Artigo científico
Periódico científico eletrônico
Outro:__________________
15. São oferecidos seminários e palestras aos alunos sobre o assunto? *
Sim
Não
16. A instituição oferece estímulos externos para a aprendizagem em
editoração científica, como a participação em eventos ou realização de
estágio obrigatório na área? *
Participação em eventos
Estágio obrigatório
Não oferece estímulos externos
Outro: ____________________
17. Qual é o percentual de cada idioma utilizado na bibliografia básica e
complementar da disciplina?
1-19% 20-39% 40-59% 60-79% 80-100%
Português Inglês Espanhol Francês Outra
78
18. Você poderia informar qual é a BIBLIOGRAFIA BÁSICA e COMPLEMENTAR utilizada nesta disciplina em sua instituição? *
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
79
APÊNDICE B - OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DA DISCIPLINA
UFPB
Conhecer a evolução história da produção dos registros do conhecimento Compreender a importância da editoração; Empregar os conceitos e procedimentos da editoração atual; Identificar a diferença da editoração científica e editoração popular; Conhecer e utilizar na prática como editorar um livro bibliográfico e online
UFRN
Contribuir para a compreensão do processo de editoração de livros e periódicos. Estimular a reflexão acerca do papel do bibliotecário no processo de editoração. Contribuir para a construção de conhecimentos acerca da acessibilidade dos livros.
UFCA
Caracterizar editoração e o processo editorial tradicional e eletrônico, contribuindo na formação do profissional bibliotecário.
UFMT
Inserir os alunos no contexto dos meios de comunicação impressos, capacitando-os a trabalhar com a linguagem características destes meios, sobretudo em seus aspectos visuais. Desenvolver competências para compor projetos de publicações impressas.
UFES
Conhecer as características do mercado editorial brasileiro, em seus aspectos econômicos - históricos e atuais; Compreender as distintas linguagens e suportes tecnológicos referentes à editoração; Identificar as etapas da atividade editorial do ponto
de vista profissional, político e ideológico; Conhecer a legislação dos Direitos Autorais
e seus condicionantes filosóficos.
UFRJ
Capacitar o aluno a trabalhar em editoras, permitindo que ele compreenda o livro como um produto industrializado. Para tanto, abordamos: Origens do livro manuscrito; O livro manuscrito na Europa e os padrões clássicos de editoração no Ocidente; A revolução do livro impresso e a circulação do conhecimento; O livro como unidade portátil de informação; A tipografia como paradigma industrial; Indústria editorial, origens do copyright e a ideologia do autor; A tipografia no Brasil com mais de 300 anos de atraso. Francisco Alves e Monteiro Lobato - origens da indústria editorial brasileira; O livro no Brasil - a leitura em um país com poucas bibliotecas; Livros didáticos, paradidáticos, literatura infantil e juvenil, adaptações e clássicos - produtos para o mercado-escola; Livros em ambiente multimídia.
80
PUC CAMPINAS
Abordar com os alunos conceitos de Editoração e levá-los a aprimorar os conhecimentos relativos às principais normas brasileiras e internacionais sobre o assunto, considerando a inter-relação Comunicação Científicos – Informação – Documentação; Capacitar o aluno a assessorar a Editoração de publicações cientificas editadas pela comunidade acadêmica como no mercado editorial comercial; Abordar a área de produção de periódicos científicos quanto à estrutura e processos de produção e organização de periódicos científicos editados pelas instituições de Ensino Superior para contribuir para a melhoria de qualidade e visibilidade dos periódicos.
UFS
Conhecer a Editoração em seus aspectos histórico-conceituais. Compreender o processo de editoração de material bibliográfico. Conhecer a elaboração e a composição do projeto gráfico.
FURG
Proporcionar ao aluno conhecimento sobre Editoração Impressa e Eletrônica; Produção do conhecimento; Possibilitar o uso de ferramenta compatível com os ensinamentos da disciplina proposta usando o Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas SEER; Compreensão das mudanças ocorridas com o uso da TI.
UFPB
Panorama nacional e internacional da editoração. Produção e comercialização do livro. Publicações oficiais brasileiras. Indústria editorial no Brasil. Depósito Legal. Direito autoral.
FAINC
Preparar o aluno para finalizar edição gráfica por meio de processos de editoração eletrônica, utilizando adequadamente softwares de imagem digital e diagramação, para criação de arquivos digitais em formato PDF apropriados aos processos de impressão.
UNB
Dar aos alunos subsídios relativos à: psicologia e fisiologia da leitura; o processo de editoração e edição; processo gráfico; editoração eletrônica de documentos; editoração eletrônica de hiperdocumentos.
UFAL
Introduzir as técnicas de edição de textos e normas técnicas.
81
APÊNDICE C - BIBLIOGRAFIA BÁSICA E COMPLEMENTAR DAS
DISCIPLINAS
UFPB
AFFONSO, Maria Eugênia. O crescimento desordenado do livro. Bol. Inf. SNL. Rio de Janeiro, v.4, n.1, p. 4-48, jan/fev, 1982.
ALMADA, Fischer. O Direito de Autor no Brasil. Educação. Brasília, v.2, n.6, p.41-46, 1972.
ANDRADE, José V. de. As novas dimensões da editoração. Separata de Kriterion. V.22, n.69, jan/dez. 1976.
ANDRADE, José Olympio de Souza. Editoração no Brasil. São Paulo: Univ. Escola de Com. e Artes, 1971, 91p.
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BRASIL. Lei n° 10.753, de 31 de outubro de 2003. Institui a Política Nacional do Livro. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, 31 out. 2003. Edição extra.
CASTEDO, Raquel da Silva. Periódicos científicos on-line: novas interfaces, novos usos, novas práticas. CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 30. Santos. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. In. Anais....Santos, 29 ago. /2 set. 2007.
CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do leitor ao navegador. São Paulo: Ed. Unesp, 1998.
COELHO, Teixeira. O que é indústria cultural. São Paulo: Brasiliense, 1981.
DOCTORS, Márcio. (org.). A Cultura do Papel. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 1999.
FERREIRA, Jerusa P. (org.) Editando o editor (Jorge Zahar), SP: Edusp, 2001.
FOUCAULT, M. O que é um autor? 2 ed. Vega: Passagens, 1992.
GORINI, Ana Paula Fontenelle; Castello Branco, Carlos Eduardo. Panorama do setor Editorial brasileiro. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 11, p. 3-26, mar. 2000.
GOMES, Maria Yêda Falcão Soares de Filgueiras. Tendências atuais da produção científica em Biblioteconomia e Ciência da Informação no Brasil. DataGramaZero - Revista de Ciência da Informação - v.7 n. 3 jun/06.
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KOTAIT, Ivani. Editoração científica. São Paulo: Ática, 1981.
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LABARRE, Albert. História do livro. São Paulo: Cultrix, 1981. 105p.
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UFCA
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