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Relatório de Gestão de 2014 Página 1 RELATÓRIO DE GESTÃO EXERCÍCIO 2014

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Relatório de Gestão de 2014

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RELATÓRIO DE GESTÃO

EXERCÍCIO 2014

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ÍNDICE

1. ENQUADRAMENTO ............................................................................................. 3

1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3

1.2 ACTIVIDADE ..................................................................................................... 3

1.3 PRODUÇÃO ..................................................................................................... 4

2. RECURSOS HUMANOS ......................................................................................... 7

3. ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA DO EXERCÍCIO .............................................. 7

4. PROPOSTA ....................................................................................................... 12

5. RECONHECIMENTOS ........................................................................................ 13

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1. ENQUADRAMENTO

1.1 NOTA PRÉVIA

A AJFS Moçambique, Lda com sede social em Nacala-Porto, com capital social de 10.00.000,00 meticais e tem como actividade principal Construção Civil e Obras Públicas.

O presente relatório é elaborado nos termos da alínea c) do artigo 40º do Decreto-Lei 9/2008 de 16 de Abril contem uma exposição fiel e clara da evolução dos negócios, do desempenho e da posição da AJFS Moçambique, Lda, procedendo a uma análise equilibrada e global da evolução dos negócios, dos resultados e da sua posição financeira a 31 de Dezembro de 2014, em conformidade com a dimensão e complexidade da sua actividade, bem como uma descrição dos principais riscos e incertezas com que a mesma se defronta.

A AJFS Moçambique, Lda preparou as suas demonstrações financeiras de acordo com o SCE- Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial (aprovado pelo decreto nº70/2009, de 22 de Dezembro) e em conformidade com o Plano Geral de Contabilidade para as Pequenas e demais Empresas (PGC-PE), em consequência, com base no princípio no custo histórico. As demonstrações financeiras foram igualmente preparadas com base nos princípios de acréscimo e da continuidade.

1.2 ACTIVIDADE

A evolução de Moçambique, para uma das "economias de fronteira" de Africa, tem sido notá-vel, tendo o seu crescimento económico sido particularmente impulsionado por importantes investimentos estrangeiros (IDE), em especial nos dinâmicos setores da energia e dos recursos naturais. A economia nacional terminou o ano registando um crescimento do PIB de 7,4%, influenciada pela contribuição da indústria mineira e de gás natural, sector da construção, indústria trans-formadora e dos serviços financeiros. E importante salientar também a redução da taxa de desemprego, bem como o facto da taxa de inflação prevista se situar nos 2,3%, contrariando estimativas que apontavam para valores na ordem dos 5,6%. Apesar dos constrangimentos decorrentes das condições climatéricas adversas que afetaram o pais no primeiro trimestre de 2014, o desempenho dos principais indicadores socio económi-cos foi positivo. À medida que Moçambique desenvolve o seu sector de recursos, a economia torna-se cada vez mais vulnerável a choques no mercado dos recursos naturais. A importância do sector de re-cursos para Moçambique não pode ser subestimada, apesar de continuar a contribuir com menos de 4% do PIB, manteve-se o maior contribuinte para o investimento directo estrangeiro no país ao longo dos últimos anos.

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Perspectiva-se a médio prazo a manutenção de um ambiente económico estável e por isso favorável a níveis de crescimento compreendidos entre os 7,5% e os 8,0% ao ano.

Neste cenário da Economia Moçambicana, a AJFS Moçambique apostou na continuidade de alguns dos contratos em carteira em Nacala e a manteve a perspetiva de concretização de no-vos projetos estruturantes, especialmente no Norte do País, definindo como o objetivo para 2015 superar o valor dos trabalhos realizados em 2014. 1.3. PRODUÇÃO

Durante o ano de 2014, a actividade da empresa esteve fundamentalmente concentrada nas áreas de construção civil e construção e reabilitação de infra-estruturas no âmbito aeroportuário e ferroviário.

No que diz respeito à área de Infra- Estruturas destacam-se os seguintes trabalhos:

− Trabalhos de terraplanagem geral e execução de bases em solo estabilizados com cimento na zona do terminal de carvão e novo ramal ferroviário na Obra do Projeto Corredor de Nacala, para o cliente Construtora OAS;

− Trabalhos de reabilitação de infraestrutura e superestrutura ferroviária do Corredor de Nacala, para a Somague Moçambique

− Trabalhos de terraplanagens, demolições e pavimentos na Obra Reabilitação Urgente Porto Nacala, para o cliente OFM -Obras Fluviais e Marítimas, SA

− Trabalhos da especialidade no aeroporto internacional de Nacala para a Construtora Odebrecht

A produção total nesta área de atividade teve um acréscimo significativo de 2013 para 2014 e representa cerca de 55% do total da nossa actividade e atinge cerca de 171 milhões de meticais. Para a execução dos trabalhos de demolição de pavimentos e execução de bases em granulometria extensa e terraplenos do Porto de Nacala, contratados pela OFM, tivemos de incorporar um largo número de trabalhadores e equipamentos de terraplanagem e pavimentação. Para além do investimento associado aos equipamentos, efectuámos também um grande investimento na formação dos recursos humanos locais.

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Fig.1 e 2- REABILITACAO URGENTE DO PORTO DE NACALA

No exercício de 2014, os trabalhos na Obra do Projeto Corredor de Nacala, para a Construtora OAS, encarregue da construção do terminal de carvão e ramal ferroviário com 30 km que liga o novo Porto à linha férrea existente, representam cerca de 37.55% da produção da empresa. No exercício de 2014, prosseguiram as Obras de Remodelação e Construção de Silos e Armazéns no norte de Moçambique- Fase II e iniciámos a obra de construção civil de Silos em Milange- Fase I. A operacionalidade destas obras enfrentou um significativo agravamento das distâncias aos locais onde são obtidos os materiais que incorporam a obra, assim como um estado de degra-dação das vias de acesso. Em Angónia (Fase I), a obra inclui a construção de 5 Silos com capacidade de 5000 toneladas cada, dois silos pulmão de 100 toneladas cada, um armazém com capacidade para 5000 toneladas, uma báscula, balneários e um furo para abastecimento de água ao complexo.

Fig.3- LOTE DE 5 SILOS CONSTRUÍDO EM ANGÓNIA

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Em Milange, a obra inclui a construção de 5 Silos com capacidade de 5000 toneladas cada, dois silos pulmão de 100 toneladas cada, uma báscula e um furo para abastecimento de água ao complexo.

Fig.4- LOTE DE 5 SILOS DE MILANGE

2. RECURSOS HUMANOS

ADMINISTRAÇÃO

A administração e a gerência da sociedade e sua representação são exercidas pelo sócio Pedro Alberto Barreto Ferreira Silva.

PESSOAL

Na esfera dos Recursos Humanos, nº de colaboradores da AJFS Moçambique está alinhado com a estratégia de crescimento organizacional de forma a acompanhar o crescimento do volume de negócios.

Entendemos desde cedo que só investindo em recursos humanos de qualidade poderíamos estar em condições de participar em grandes projectos de construção.

A evolução do número de pessoal ao serviço da empresa durante o exercício de 2014 pode ser melhor analisada nos quadros que se seguem:

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3. ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA DO EXERCÍCIO

INDICADORES CHAVE Nesta secção destacam-se as seguintes informações: Ä O volume de negócios atingiu 308.120 milhares de meticais, situando-se 10,1% acima

do valor do ano anterior, reflexo quer da nossa localização privilegiada em Nacala onde se registou um aumento da necessidade de um conjunto de trabalhos da nossa especialidade, quer de um trabalho comercial intenso e desenvolvido desde 2013.

Ä Neste exercício atingimos um EBITDA de 83.733 milhares de meticais, o que representa uma descida não significante relativamente a 2013, o que se considera muito positivo face à conjuntura da economia nacional no ano anterior.

Ä O Resultado Liquido do Exercício diminuiu de 33.031 em 2013 para 21.849 milhares de meticais, devido, em parte, ao aumento dos custos operacionais em 2014 e à estimativa de imposto IRPC a pagar.

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Passamos de seguida a identificar as referências consideradas pertinentes sobre os aspectos de maior relevo relativas à situação económica – financeira da empresa durante o ano de 2014.

VOLUME DE NEGÓCIOS

O volume de negócios da empresa atingiu em 2014 o valor de 308.120 milhares de meticais, o que representa uma subida de 10,1% relativamente ao ano anterior, em resultado da obtenção de novos contratos em Nacala e, sobretudo, reforçando os existentes com os principais clientes, nomeadamente a construtora OAS, a OFM - Obras Fluviais e Marítimas, SA, do grupo Teixeira Duarte e a Somague. O ano de 2014 foi também positivo na área da construção civil, tendo-se aumentado a percentagem de acabamento das Obras de Remodelação e Construção de Silos e Armazéns - Fase II. Quanto às obras iniciadas em 2014 em Milange, conseguimos atingir 15,47% do total dos trabalhos contratados (131.767 milhares de meticais). O quadro seguinte apresenta a comparação do volume de negócios entre 2012 e 2014.

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RENTABILIDADE

O quadro seguinte ajuda a melhorar a análise das componentes de formação dos resultados para o exercício findo e para o exercício imediatamente anterior:

O peso do somatório das rúbricas CMC e FSE em relação ao total dos proveitos operacionais ascende os 50% A relevância dos gastos com pessoal em relação aos proveitos operacionais aumentou de 12,81%, para 18.61% atingindo cerca de 58 milhões de meticais em 2014. O comportamento dos gastos com pessoal foi afectado com as contratações de pessoal técnico mais qualificado necessário para as obras com uma exigência maior. Por sua vez a rúbrica do FSE continua a ocupar a posição mais relevante dentro da estrutura dos gastos do exercício devido ao peso da rubrica de conservação e manutenção dos equipamentos e continua a representar 47% do total dos proveitos. A margem EBITDA em relação ao total dos proveitos operacionais registou uma ligeira diminuição de 30,09% para 26,83% o que é demonstrativo do aumento dos custos operacionais em 2014. Em 2014 registou-se um aumento esperado do valor das amortizações do activo tangível afecto à actividade produtiva da empesa, o que representa a operacionalidade máxima do equipamento básico de infraestruturas civis adquirido para a execução das obras.

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Em função do exposto, o resultado operacional cifrou-se por um valor de 24.197 milhares de meticais, ligeiramente inferior ao resultado de 2013.

Os resultados financeiros foram negativos em 581 milhares de meticais no exercício de 2014. Estes resultados são influenciados pelo impacto líquido das diferenças cambiais, no entanto, diminuem comparativamente ao valor apresentado em 2013, se expurgámos este efeito no resultado financeiro verificamos que o valor total dos juros de depósitos a prazo constituídos durante 2014 diminuíram face a 2013.

A conjugação dos fatores anteriormente referidos teve por consequência a obtenção de um resultado antes de impostos de 23.616 milhares de meticais que traduz o percurso de um trajecto para colocar a empresa em situação de ultrapassar os desafios de crescimento sustentável que se lhe deparam. O Imposto sobre o Rendimento atingiu no exercício findo em 31 de dezembro de 2014 o mon-tante negativo de 1.766 milhares de meticais.

A isenção de IRPC, durante os primeiros 3 anos do Projecto de Investimento da Zona Económica Especial (ZEE) de Nacala, foi praticada até Agosto de 2014. Até ao final de Dezembro, beneficiamos de uma redução de 50% no valor do Imposto sobre o rendimento da ZEE o que se traduziu no valor de 262 milhares de meticais. Quanto ao resultado anual fora da ZEE, a taxa de imposto sobre o rendimento é 32% e o valor é 1.504 milhares de meticais.

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DEMONSTRAÇÃO DA POSIÇÃO FINANCEIRA

Ao nível da estrutura patrimonial evidenciada pela demonstração da posição financeira, nos activos, regista-se a redução do activo corrente (de 66.469 para 54.507 milhares de meticais). Quanto ao activo não corrente assistimos a uma descida de cerca de 19% face a 2013, por via das amortizações anuais que atingem 59.109 milhares de meticais. A redução no activo corrente justifica-se pela descida do valor total de caixa e depósitos bancários. Com influência na estrutura do activo corrente, regista-se um aumento da rubrica de diferimentos, influenciada pelos réditos de contratos e construção. Em 2014, o activo líquido atingiu 227.192 milhares de meticais, com destaque para o investimento na área de equipamento básico de mobilização de terras e viaturas pesadas de mercadorias, que apoiam directamente a execução das obras. Este investimento atingiu no exercício de 2014 cerca de 12.339 milhares de meticais. O quadro seguinte permite identificar a desagregação do activo tangível líquido, em meticais:

2014 % Total 2013 % TotalActivo Não Corrente 172.684.186 76,01% 215.407.447 76,42%Activo Corrente 54.507.822 23,99% 66.469.699 23,58%Total do Activo 227.192.008 100,00% 281.877.147 100,00%Passivo Não Corrente 0 0,00% 0 0,00%Passivo Corrente 151.422.532 66,65% 227.957.148 80,87%Total do Passivo 151.422.532 66,65% 227.957.148 80,87%Total dos Capitais Próprios 75.769.476 33,35% 53.919.999 19,13%

Posição Financeira dos

exercícios findos (Valores em meticais)

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O total do passivo decresceu cerca de 33%, tendo-se fixado em 151.422 milhares de meticais, influenciado, essencialmente, pelos seguintes fatores:

− Diminuição da dívida com os fornecedores e outros credores, a reduzir-se de 14.224 para 10.145 milhares de meticais.

− Aumento do valor em divida ao Estado para 2.456 milhares de meticais por via do IRPC a pagar em 2015

− Diminuição dos rendimentos diferidos por via do reconhecimento dos resultados das Obras de Construção e Reabilitação de Silos e Armazéns, FASE I e II, cujos adiantamentos foram registados em Diferimentos.

Em 2014, a empresa continua a não recorrer a empréstimos bancários para fazer face à necessidade de investimento.

Com influência na estrutura do passivo devemos assinalar o reconhecimento de proveitos com o nosso fornecedor SILOS CÓRDOBA no valor de 696 mil meticais por serviços prestados pela AJFS Moçambique.

No âmbito da construção dos Silos e por ausência de meios e recursos humanos a empresa SILOS CÓRDOBA, foram efectuados trabalhos pela AJFS, os quais foram contabilizados em proveitos diferidos no valor de 9.370 milhares de meticais.

Os capitais próprios situam-se em 31 de Dezembro e 2014 num valor de 75.769 milhares de meticais, elevando-se do valor de 53.919 milhares de meticais verificados em 2013, pelo efeito conjugado das seguintes variações:

− Na aprovação das contas de 2013 foi deliberado transferência de 33.031 milhares de meticais para a conta de Resultados Transitados

− O reconhecimento do resultado líquido do exercício de 2014 de 21.849 milhares de meticais

4. PROPOSTA

Nos termos do relatado a administração dos AJFS Moçambique, Lda propõe à Assembleia Geral: 1. Que seja aprovado o relatório e contas do exercício de 2014

2. Que do resultado obtido seja transferido para a conta de Resultados Transitados o valor de

16.349.477,08 meticais

3. Que seja constituído reservas legais no valor de 5.500.000 meticais

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5. RECONHECIMENTO

Ao concluir o relatório sobre a actividade desenvolvida durante o exercício de 2014, a Administração aproveita a oportunidade para expressar os seus agradecimentos a todos que trabalham diariamente na empresa.

Temos de resistir no presente para ganhar no futuro, sendo que, o futuro na conjectura adversa em que vivemos está longe de ser ganho, mas admito que passo a passo com profissionalismo, determinação, fidelidade, e com muito trabalho de todos, tudo faremos para ganhar.

Nacala, 30 de Maio de 2015

A Administração

Pedro Barreto Ferreira Silva