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ADPP Moçambique - Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo RELATÓRIO ANUAL 2013

RELATÓRIO ANUAL 2013 - adpp-mozambique.org · O ano de 2013 foi um ano de grande celebração e de uma expansão significativa para a ADPP Moçambique. Além de continuar com o seu

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ADPP Moçambique - Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo

RELATÓRIO ANUAL 2013

© ADPP Moçambique 2014Fotos: ADPP Moçambique, Joca Faria, e outrasLayout: Elina Penttinen

As fotos contidas neste documento têm o consentimento das pessoas que nelas figuram, às quais foi explicada a sua finalidade e forma de utilização.

As pessoas que figuram nas fotos não representam necessariamente o conteúdo do texto.

Desenvolvimento

• É saber concentrar-se na tarefa importante de transferir os resultados dos esforços feitos desde locais onde o desenvolvimento está avançado até locais onde está em falta ou é mesmo inexistente.

• É sobre o estabelecimento de instituições capazes de fornecer educação e saúde.

• É sobre a melhoria das relações humanas numa base contemporânea e com padrões modernos. É acerca da emancipação de cada ser humano para atingir o seu nível de felicidade pessoal e, ao mesmo tempo, tornar cada ser humano responsável pela felicidade dos seus vizinhos através de métodos práticos.

A Carta, Humana People to People, 1998

ÍndiceSaudações da Directora Executiva 2

1. Introdução: ADPP Moçambique 4

2. EDUCAÇÃO 7One World University – Excelência em Pedagogia e Desenvolvimento Comunitário 9Escolas de Formação de Professores – Formando Professores do Futuro 1120 Anos de Formação de Professores da ADPP em Moçambique 13Formação Profissional – Um Passaporte para o Mundo do Trabalho 15Escolas Primárias e Secundárias – Assegurando o Acesso à Educação de Qualidade 17Projecto de Alimentação Escolar - Comida para o Saber – Melhorando a aprendizagem através da Alimentação Escolar 19

3. SAÚDE 21TCE – Combatendo o HIV/SIDA a Nível da Comunidade 23ESPERANÇA – Dando ESPERANÇA quando ela é mais Necessária 26TC-TB – Lutando para Parar a Propagação da Tuberculose 27

4. AGRICULTURA 29Clube dos Agricultores – Promovendo a Segurança Alimentar e a Geração de Renda Entre os Pequenos Agricultores 31Centro de Caju e Desenvolvimento Rural de Itoculo – Centro de Caju e Desenvolvimento Rural de Itoculo 34

5. ENERGIAS RENOVÁVEIS 35 6. ANGARIAÇÃO DE FUNDOS 37Angariação de Fundos através do Programa de Venda de Roupa de Segunda de Mão 37Parceiros da ADPP 39

7. A FEDERAÇÃO HUMANA PEOPLE TO PEOPLE 40

8. TRABALHADORES E VOLUNTÁRIOS DA ADPP 41Líderes de Projecto – Pessoas-chave na ADPP 42“Apaixonados” - Voluntários no Campo 43Instrutores de Desenvolvimento 43

9. ADPP EM NÚMEROS 44

Birgit HolmDirectora ExecutivaADPP Moçambique

Saudações da Directora ExecutivaBem-vindo ao Relatório Anual de 2013 da ADPP Moçambique!

O ano de 2013 foi um ano de grande celebração e de uma expansão

significativa para a ADPP Moçambique. Além de continuar com o seu trabalho de longa data nas áreas de educação, saúde e agricultura, a ADPP iniciou vários novos programas nas áreas das energias renováveis e de luta contra a tuberculose.

O evento que mais marcou o ano de 2013 foi o 20º aniversário das Escolas de Formação de Professores da ADPP – mais conhecidas como Escolas de Professores do Futuro (EPFs). A primeira EPF foi inaugurada em 1993, na Machava, Província de Maputo. Durante os 20 anos seguintes, outras 10 EPFs foram estabelecidas em todas as províncias do país e cerca de 13.000 professores primários nelas foram formados. Hoje, cerca de 1.000 “Professores do Futuro” são graduados pelas EPFs, anualmente.

Estamos orgulhosos por ter contribuído para a criação de gerações inteiras de professores do ensino primário dedicados e altamente motivados e que agora estão a praticar a sua profissão, impulsionando o desenvolvimento das comunidades, a maioria dos quais nas zonas rurais e remotas do País, e desempenhando um papel importante no desenvolvimento do País e na melhoria da qualidade do seu ensino primário.

Os nossos outros programas de longo prazo também alcançaram vários marcos durante o ano de 2013. Deve mencionar-se particularmente o Programa TCE (Total Controlo da Epidemia), através do qual a ADPP Moçambique foi capaz de atingir mais de 1 milhão de pessoas com informação sobre a prevenção e cuidados do HIV/SIDA, trazendo esperança para os infectados e afectados pela doença, através das campanhas porta-a-porta e contactos

interpessoais nas comunidades locais.

Entre os outros destaques de 2013 está a melhoria da segurança alimentar e dos meios de subsistência de mais de 5.000 pequenos agricultores, através do Programa Clube dos Agricultores, nas Províncias de Sofala e Cabo Delgado; o fornecimento de refeições escolares diárias para mais de 37.000 crianças de escolas primárias na Província de Maputo através do Projecto Comida para o Saber; e o fornecimento de fontes de energia sustentáveis e favoráveis ao meio ambiente a mais de 18.000 pessoas, através dos projectos de energias renováveis em Cabo Delgado e Maputo.

Todos os programas da ADPP Moçambique são levados a cabo através de uma abordagem inclusiva e participativa: de povo para povo, em conjunto com as comunidades locais, lutando lado a lado com o Pobre.

O presente relatório é uma síntese das áreas dos programas da ADPP e dos resultados alcançados em cada uma delas em 2013. Como tal, representa apenas a ponta do iceberg das realizações das incontáveis pessoas dedicadas que têm incansavelmente contribuído para torná-las um sucesso. Por isso, gostaria de expressar a minha profunda gratidão pelos esforços inestimáveis de todas essas pessoas: Líderes dos Projectos, Oficiais de Campo, professores, estudantes, trabalhadores e voluntários.

Gostaria também de estender os meus mais sinceros agradecimentos aos nossos muitos parceiros, sem os quais tudo isto não teria sido possível e com quem tivemos o prazer de reforçar a nossa colaboração durante este ano. Não consigo enfatizar o suficiente o quão importante o vosso apoio tem sido e que nos permite continuar com o nosso trabalho de longa data na melhoria das condições de vida e dos meios de subsistência do povo Moçambicano.

Desejo a todos uma agradável leitura do nosso Relatório Anual de 2013!

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1. ADPP MOÇAMBIQUE A ADPP é uma Organização Não-Governamental Moçambicana criada em 1982

e que tem vindo a crescer constantemente durante os seus 31 anos de existência. Actualmente, implementa mais de 80 projectos em todas as províncias do País, empregando mais de 2.700 trabalhadores e beneficiando mais de 2 milhões de moçambicanos anualmente.

A ADPP Moçambique está presente em quatro sectores principais, a saber: Educação, Saúde, Agricultura e Energias Renováveis. Um enfoque especial é dado à melhoria da educação básica através da Formação de Professores, melhoria da segurança alimentar e dos meios de subsistência nas zonas rurais através dos Clube de Agricultores e da melhoria da saúde da comunidade através do Programa TCE de prevenção do HIV/SIDA. Todos os programas da ADPP são baseados no desenvolvimento holístico das comunidades locais, considerado como a chave para alcançar resultados sustentáveis em cada uma das áreas dos programas.

Áreas de Programas da ADPP Moçambique

A missão global da ADPP Moçambique é a de promover o desenvolvimento social e económico equitativo do povo moçambicano e em particular daqueles que estão numa posição mais vulnerável - as crianças, os órfãos e os pobres rurais,

Missão

especialmente as mulheres e raparigas - a fim de garantir que possam participar em igualdade de condições no desenvolvimento do seu País e desfrutar plenamente dos seus direitos humanos.

A estratégia da ADPP Moçambique é baseada no humanismo solidário. Trabalhamos com pessoas e comunidades a nível da base, entre as pessoas e com as pessoas. Isto é feito lutando lado a lado com o pobre e através de uma abordagem que combina vários temas transversais, incluindo as questões sobre alfabetização, saúde e género.

Na ADPP acreditamos que a verdadeira mudança acontece nas mentes e nos corações das pessoas, na interacção com os outros e dentro do contexto social e cultural de uma determinada comunidade. Cada pessoa conta e, portanto, comunidades inteiras são mobilizadas a fim de alcançar resultados sustentáveis. De acordo com o nosso ponto de vista, o desenvolvimento deve ser visto como um processo holístico e inclusivo que visa o bem-estar geral das pessoas e das comunidades tanto em termos socio económicos como culturais. O papel central dado ao ser humano no processo de desenvolvimento é um dos valores humanistas fundamentais da ADPP Moçambique.

Valores Essenciais

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Mapa dos Programas da ADPP em 2013

Escola Secundária

Escola Primária

Colégio Politécnico

Escola dos Professores do Futuro - EPF

One World University (ISET/OWU)

Clube de Agricultores

Centro de Caju e Desenvolvimento Rural de Itoculo

Projecto de Alimentação Escolar - Comida Para o Saber

Energias Renováveis

ADPP Sede

TCE – Total Controlo da Epidemia

TC-TB – Total Controlo de Tuberculose

HOPE – Projecto Esperança

CCDC - Centro de Desenvolvimento de Competências

LEGENDS

Programa de Alfabetização

Angariação de fundos através da venda da roupa em segunda mão (lojas a grosso)

Angariação de fundos através da venda da roupa em segunda mão (lojas a retalho)

Angariação de fundos através da venda da roupa em segunda mão (processamento) 2. EDUCAÇÃO

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Apesar do impressionante progresso dos últimos 10 anos, Moçambique ainda está

entre os países menos desenvolvidos do mundo (Índice de Desenvolvimento Humano de 2013, PNUD). Se se escolhesse apenas uma área para enfrentar o complexo desafio do desenvolvimento, seria, sem dúvida, a educação. Estudos mostram que o retorno socio económico dos investimentos em educação para os indivíduos, as famílias e a sociedade em geral são incomparáveis a qualquer outro sector. A educação desempenha um papel fundamental na redução da pobreza, garantindo melhores condições de saúde, melhorando a igualdade de género, crescimento económico sustentável e fortalecimento da cidadania e da democracia.

Apesar das várias reformas no sector da educação efectuadas desde a independência de Moçambique, muitos desafios ainda permanecem. Um considerável número de crianças moçambicanas ainda não têm acesso ao ensino primário. Das que se matriculam na escola primária, muitas não terminam o primeiro ciclo ou saem da escola com habilidades de leitura ou de escrita insuficientes. Além disso, o rácio aluno/professor permanece alarmante resultando muitas vezes em má qualidade do ensino.

De acordo com o Plano Estratégico da Educação 2012-2016 do Governo de Moçambique, a principal prioridade nos próximos anos será dada ao aumento da oferta de educação de qualidade para todos e o reforço das ligações entre o sistema de ensino e as necessidades do mercado de trabalho através da formação profissional e técnica de qualidade.

Os Programas de Educação da ADPP Moçambique estão fortemente focados nestas duas áreas: melhoria da qualidade

do ensino primário e aumento do acesso à formação profissional de qualidade. Como resultado dos seus investimentos de longo prazo nestas áreas, a ADPP Moçambique tem hoje um total de 11 Escolas de Formação de Professores em funcionamento, abrangendo todas as províncias do país, e 3 Escolas vocacionais proporcionando tanto programas de formação de 2 anos como uma variedade de cursos de curta duração especialmente planeados de acordo com as necessidades das comunidades. A ADPP também suporta uma rede de professores graduados, chamada de “400 Escolas Primárias”, que funciona como um fórum de apoio ao ensino criativo e inclusivo das crianças das escolas primárias através de materiais didáticos de apoio e, também, para a realização de encontros regulares nos quais partilham as suas experiências e encontram novos caminhos para as melhores práticas de ensino.

Reforçar a qualidade do ensino e fornecer uma força de trabalho altamente qualificada foram também as forças motrizes por detrás da criação da One World University - Instituto Superior de Educação e Tecnologia (OWU/ISET), em Changalane, Província de Maputo, em 1998. A OWU/ISET é uma Instituição de Ensino Superior que hoje gradua por ano de 60 a 90 estudantes com um nível de Licenciatura em Pedagogia ou em Desenvolvimento Comunitário.

Além da qualidade, a ADPP Moçambique dá um forte destaque ao fortalecimento do acesso à educação inclusiva. Com este fim, estabeleceu 2 escolas primárias e 2 secundárias para crianças órfãs e vulneráveis e para jovens. Também oferece formação de professores para estudantes com necessidades especiais na Escola de Professores do Futuro de Nhamatanda, em Sofala e implementa o programa de alfabetização de adultos na Província da Zambézia.

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A One World University - Instituto Superior de Educação e Tecnologia (OWU/ISET) é um Instituto de Ensino

Superior criado em 2005 para formar profissionais nas áreas de Pedagogia e Desenvolvimento Comunitário.

Situado entre as colinas verdejantes do Distrito de Changalane, perto da fronteira entre Moçambique e a Suazilândia, e equipado com modernas instalações projectadas pelo arquitecto de renome mundial Jan Utzon, a OWU proporciona condições ideais para albergar, em regime de internato, cerca de 250 alunos por ano.

Os graduados da OWU adquirem um diploma de Licenciatura em Pedagogia ou em Desenvolvimento Comunitário (“Lutando ao Lado do Pobre”). Ambos os níveis são também oferecidos através do ensino à distância. A Licenciatura em Pedagogia qualifica os graduados para formar professores do ensino primário nas Escolas de Professores do Futuro e noutras instituições educacionais; e o de Desenvolvimento Comunitário fornece aos estudantes as habilidades necessárias para trabalhar no desenvolvimento comunitário de forma holística e inclusiva.

A proximidade com as comunidades locais e a ênfase dada a estudos de campo proporcionam aos estudantes uma forte ligação com a praxis e asseguram que os graduados da OWU alcancem um elevado nível de profissionalismo bem antes de entrar no mercado de trabalho.

Até ao momento, um total de 501 estudantes foram formados pela OWU, 409 em Pedagogia e 92 em Desenvolvimento Comunitário. No total, 350 estudantes provenientes de vários países europeus e africanos e dos EUA matricularam-se através da opção de ensino à distância, tendo-se graduado desta forma, até a data, um total de 81 alunos.

One World UniversityExcelência em Pedagogia e Desenvolvimento Comunitário

PRINCIPAIS RESULTADOS DA OWU/ISET EM 2013:

• No total, matricularam-se 442 estudantes em 2013: 96 em Pedagogia, 126 em Desenvolvimento Comunitário e 220 como estudantes de ensino à distância

• 34 graduados na Licenciatura em Pedagogia• 29 graduados na Licenciatura em Desenvolvimento Comunitário• 81 graduados através da opção de ensino à distância• Implantação do novo currículo, que inclui uma visita de estudo internacional

aos países vizinhos da África Austral

O QUE É O DMM?O DMM (Doutrina de Métodos Modernos) é um método de ensino e aprendizagem utilizado tanto na OWU/ISET como nas Escolas de Professores Futuro da ADPP. É baseado numa abordagem centrada no estudante, segundo a qual cada estudante deve ser a força motriz da sua própria aprendizagem e participa do planeamento do ensino.

A aprendizagem acontece dentro de um grupo nuclear constituído por 10-15 estudantes e um professor, e dentro de uma equipa maior formada por todos os estudantes e professores. Os estudos são individuais e em grupo (50%), cursos ministrados por professores (25%) e experiências práticas (25%). Um dos elementos-chave do DMM é o ambiente de aprendizagem baseado nas Tecnologias da Informação, criado para assegurar o carácter interactivo do processo de aprendizagem e para facilitar a avaliação do estudante.

“Uma das melhores coisas sobre o estudar na OWU é o seu carácter prático: temos de colocar a teoria em prática enquanto ainda estudamos. A proximidade com as comunidades locais é essencial neste sentido. Graças a isso, sinto que tenho o que é preciso para começar a trabalhar.”

- Rosme Cassimo, Estudante do 3 º ano

em Desenvolvimento Comunitário

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Escolas de Formação de Professores Formando Professores do Futuro

As Escolas de Formação de Professores da ADPP, conhecidas como “Escolas de Professores do Futuro (EPFs)”, foram criadas para contribuir para os esforços do Governo de Moçambique para melhorar a qualidade do ensino nas escolas primárias, e para elevar o número de formados.

Ao aumentar o número de professores qualificados e com múltiplas capacidades, as EPFs desempenham um papel importante no desenvolvimento da formação de professores.

O objectivo das EPFs é formar professores do ensino primário que são educadores apaixonados e, além disso, capazes de liderar várias iniciativas de desenvolvimento comunitário nas zonas rurais em que a maioria deles irá trabalhar.

Em 2013, a ADPP seguiu o programa de formação de professores de 1 ano em 8 EPFs e o programa-piloto de 3 anos em 3 EPFs. Em ambos os programas de formação, a prática pedagógica nas escolas primárias vizinhas e a interacção com as comunidades locais têm um papel central. O ensino baseia-se no método DMM (Doutrina de Métodos Modernos), o que torna o estudo flexível e coloca o estudante no centro do seu próprio processo de aprendizagem.

As EPFs funcionam em regime de internato, onde as responsabilidades relacionadas com a gestão e a manutenção da escola são compartilhadas entre trabalhadores e estudantes. Isto treina os futuros professores a tomarem a iniciativa e a assumir responsabilidades nas escolas e comunidades onde irão trabalhar após a formação.

“Os graduados das Escolas de Formação de Professores da ADPP são conhecidos por serem extremamente motivados no seu trabalho, hábeis em usar as mais recentes metodologias pedagógicas e interessados no desenvolvimento integral das crianças que ensinam” (Avaliação do programa de formação de professores em serviço da ADPP Moçambique, 2013).

No total, as 11 Escolas de Formação de Professores da ADPP, uma em cada província e duas na Província de Nampula, matriculam mais de 1.500 alunos por ano. Até ao momento, um total de 12.886 professores do ensino primário (7.362 homens e 5.524 mulheres) foram formados nas EPFs.

PRINCIPAIS RESULTADOS DAS ESCOLAS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA ADPP EM 2013:

• 1.038 novos professores do ensino primário (486 homens e 552 mulheres) formaram-se nas Escolas de Formação de Professores da ADPP em Moçambique (um aumento de 20% em relação a 2012)

• A taxa de aproveitamento escolar foi de 94,2%• 28.329 crianças das escolas primárias foram abrangidas com novos métodos

de ensino e aprendizagem durante o período de práticas pedagógicas dos estudantes das EPFs

• 29 Oficinas Pedagógicas estiveram em funcionamento em todo o país como forma de desenvolver a profissão da docência e fortalecer as relações entre as escolas primárias e as comunidades vizinhas

• 91 reuniões da rede de graduados das EPFs realizadas no âmbito do projecto das “400 escolas primárias”

A primeira Escola de Professores do Futuro em Moçambique foi inaugurada em 1993. Desde então, 12.886 professores do ensino primário (7.362 homens e 5.524 mulheres)

formaram-se nas EPFs.

Graduados nas Escolas de Formação de Professores da ADPP (2013)

Núm

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Escolas de Formação de Professores (EPFs)

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6350

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146135

230

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Nota: apenas 8 das 11 EPFs da ADPP constam no gráfico acima. Isto deve-se ao facto de que só as 8 EPFs com um programa de 1 ano graduaram estudantes em 2013. As restantes 3, que têm um programa de 3 anos, apenas em 2014 irão graduar os seus estudantes.

Melhor Estudante do Ano na Escola de Professores do Futuro de Gaza:“Fiquei entusiasmada ao saber que fui eleita Melhor Estudante do Ano. O que é mais importante, no entanto, é como irei trabalhar como professora. Acho que vou ser uma boa professora: gosto de trabalhar com crianças e considero-me consistente no que ensino.

Também acho que vou ser um tipo de professor diferente. Isto porque a formação me ensinou a avaliar constantemente o meu próprio processo de ensino. Também aprendi a assumir a responsabilidade pela minha própria aprendizagem - é isso que o método de estudo centrado no estudante nas Escolas de Formação de Professores da ADPP visa - e vou tentar transmitir isso aos meus alunos. Também me familiarizei muito com computadores e diferentes softwares, o que me ajudará a actualizar as minhas habilidades e conhecimentos no futuro.“

Madalena Elias Draga, 23 anos

20 Anos de Formação de Professores da ADPP em Moçambique

A primeira Escola de Formação de Professores da ADPP Moçambique foi inaugurada em 1993 na Machava, Província de Maputo. Desde então, um total de 11 escolas foram estabelecidas, cobrindo todas as províncias do País.

Com 20 anos de formação de professores pela ADPP, o ano de 2013 marcou um aniversário especial para as EPFs em todo o país. O aniversário foi celebrado entre 12 e 18 de Outubro através de uma semana cheia de eventos como workshops em pedagogia, exposições, apresentações que retratam os estudos nas EPFs e variados eventos desportivos e culturais. Todos os eventos foram levados a cabo em conjunto com as comunidades vizinhas das EPFs.

Ao longo da semana de celebrações, ocorreu um total de 230 eventos em todas as 11 EPFs do país. Além dos cerca de 2.000 estudantes e de mais de 200 professores, os eventos foram bem-sucedidos na mobilização das comunidades e autoridades locais, desde Maputo até Cabo Delgado, que participaram activamente nas celebrações.

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Formação Profissional Um Passaporte para o Mundo do Trabalho

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Apesar do impressionante progresso desde a independência, o nível de formação

académica e profissional em Moçambique continua a ser baixo. Cerca de 80% da força de trabalho não concluiu o primeiro ciclo do ensino primário. Melhorar o acesso e a qualidade da formação profissional nas instituições públicas e privadas é, portanto, um dos principais objectivos do Governo. A mão-de-obra qualificada é essencial para estimular o desenvolvimento do país e o seu crescimento económico.

Os 3 Colégios Politécnicos da ADPP Moçambique - 1 na Machava, Província de Maputo, 1 em Nhamatanda, Província de Sofala e 1 em Nacala, Província de Nampula - contribuem para este objectivo provendo os estudantes com as habilidades técnico-profissionais necessárias para entrar no mercado de trabalho local como trabalhadores por conta de outrem ou através das suas próprias actividades de geração de rendimento.

Os Colégios Politécnicos da ADPP dão formação nas seguintes áreas: Agricultura e Pecuária, Gestão de Negócios, Construção Civil, Hotelaria e Turismo e treinamento como Instrutores Comunitários. Além do diploma técnico-profissional, os graduados ganham a equivalência da 10ª classe ou um diploma do ensino técnico equivalente à 12ª classe, dependendo da escola.

Os Colégios oferecem um programa de formação intensiva de 2 anos, que inclui tanto estudos teóriocos como prácticos. Estágios em empresas e instituições locais são parte integrante do currículo.

Dado que a formação é dada em regime de internato, os graduados dos Colégios Politécnicos da ADPP adquirem muitas habilidades extra-curriculares valiosas, incluindo o planeamento e a implementação de actividades e o assumir da responsabilidade pessoal pelo seu sucesso.

Desde a sua criação em 1984, um total de 6.400 estudantes foram formados nos 3 Colégios Politécnicos da ADPP.

Além dos Colégios Politécnicos, os 4 Centros Comunitários de Desenvolvimento de Competências (CCDCs) da ADPP têm vindo a oferecer cursos técnicos de curta duração desde 2013. Os cursos variam desde a costura, pintura e agricultura até à venda de roupas de segunda mão. O objectivo dos cursos técnicos de curta duração é aumentar o acesso à formação profissional, facilitando assim a entrada ao mundo do trabalho. Mais de 1.000 jovens e adultos estão a ser formados anualmente através destes cursos.

PRINCIPAIS RESULTADOS DOS COLÉGIOS POLITÉCNICOS DA ADPP EM 2013:

• 338 jovens foram formados nos Colégios Politecnicos da ADPP Moçambique: 64 em Construção, 107 em Agricultura e Pecuária, 108 em Comércio e Administração, 17 em Hotelaria e Turismo e 42 como Instrutores Comunitários

• 247 novos estudantes foram matriculados • 8 cursos diferentes de curta duração foram organizados nos Colégios

Politecnicos• 939 pessoas foram formadas nos cursos de curta duração

“Eu Ganhei o Meu Futuro”“Foi no Colégio Politécnico que aprendi muitas coisas que moldaram a minha vida”, diz Fátima Mussa, de 28 anos, de idade com dois filhos, e graduada em contabilidade no Colégio Politécnico da ADPP em Maputo. “Não só ganhei uma profissão, eu também ganhei o meu futuro.”

As habilidades em contabilidade, informática, classificação de documentos de caixa e bancos e a preparação de balancetes, adquiridas no Colégio Politécnico, têm sido muito úteis desde que ela terminou os seus estudos. Permitiram-lhe desenvolver uma carreira profissional e ganhar uma renda extra para a família.

Hoje, Fátima trabalha como Contabilista numa organização bem conhecida e sólida. Um dia, gostaria de ser uma Auditora. Ela está esperançosa que irá alcançar o seu sonho. “Uma das coisas que aprendi no Colégio Politécnico foi a levantar-me com os meus próprios pés. E a decidir para onde eles me levam”, termina ela com um sorriso determinado.

Escolas Primárias e Secundárias Assegurando o Acesso à Educação de Qualidade

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A educação é um direito humano fundamental. No entanto, muitas crianças em Moçambique

enfrentam várias limitações sociais e económicas que comprometem a sua escolaridade. As oportunidades de as crianças órfãs e vulneráveis se matricularem no ensino primário são ainda mais escassas.

A ADPP Moçambique respondeu a este desafio estabelecendo 2 escolas secundárias e 2 primárias que estão especialmente vocacionadas para crianças e jovens vulneráveis e desfavorecidos: as escolas secundárias “No Caminho da Vitória” e “Patrice Lumumba”, na Província de Maputo, e as escolas primárias “Formigas do Futuro”, em Chimoio e “Cidadela das Crianças”, na Costa de Sol, em Maputo. A última funciona também como um lar para várias dezenas de órfãos confiados à ADPP pelos serviços sociais do Governo e outras entidades.

Todos os anos, as escolas primárias e secundárias da ADPP dão acesso à educação a cerca de 3.000 crianças.

Além das suas escolas primárias e secundárias, a ADPP Moçambique está activa no apoio à melhoria do ensino primário através da oferta de formação em serviço para os professores em exercício e conselhos de escola e através da reabilitação e equipamento das escolas primárias existentes nas províncias de Niassa, Cabo Delgado e Manica. Graças a estas intervenções, mais de 63.000 crianças têm acesso a uma educação primária de melhor qualidade.

A rede de professores graduados chamada “400 Escolas Primárias”, que abrange mais de 30.000 crianças em todo o país, também está entre as iniciativas da ADPP, visando melhorar o ensino dado nas escolas primárias.

PRINCIPAIS RESULTADOS DAS ESCOLAS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS EM 2013:

• 741 crianças matriculadas nas duas Escolas Primárias da ADPP • 2.121 jovens matriculados nas duas Escolas Secundárias ADPP• 57 crianças vivem na Cidadela das Crianças, lar para crianças órfãs e

abandonadas em Maputo

Marito – Das Ruas Para um Futuro Melhor

Apesar de sua tenra idade, 11 anos, Mário Alexandre, mais conhecido como “Marito”, já viveu muito. Houve tempo em que não sabia o que era uma escola, e muito menos uma casa. A Cidadela das Crianças, um centro internato da ADPP para crianças órfãs e abandonadas onde agora ele vive, com outras 57 crianças vulneráveis, está muito distante das ruas de Maputo onde ele cresceu depois de ter sido abandonado pelos pais, há seis anos, na Província de Gaza.

Hoje, Marito é muitas vezes escolhido para liderar as actividades e representar o Centro. Ele também é um dos alunos mais activos da 5ª classe e escreve melhor do que algumas das crianças da 6ª.

O que é que Marito gostaria de fazer no futuro? Ele sorri timidamente antes de confessar: “Eu gostaria de ser um mecânico de automóveis”. Enquanto isso, vai continuar a construir os carrinhos para brincar feitos de latas, rolhas e fio de pesca, tão admirados e cobiçados pelos outros meninos da Cidadela das Crianças.

Projecto de Alimentação Escolar Comida para o Saber Melhorando a aprendizagem através da Alimentação Escolar

Em 2013, a ADPP Moçambique começou a implementar um programa transversal de 3,5

anos de educação e nutrição na Província de Maputo. Financiado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e implementado pela Planet Aid Inc. e ADPP Moçambique na Província de Maputo, o Projecto Comida para o Saber é um dos programas implementados no contexto do McGovern-Dole International Food for Education and Child Nutrition Program.

O objectivo do Projecto Comida para o Saber é melhorar o desempenho académico, a nutrição e a saúde em geral de um total de 60.000 crianças em idade escolar, através da distribuição de refeições escolares diárias em 242 escolas primárias seleccionadas e melhorando a qualidade do ensino através da formação de professores e actividades extra-curriculares. Para este fim, o Projecto Comida para o Saber vai apoiar a formação de um total de 4.000 professores do ensino primário nas Escolas de Formação de Professores da ADPP e fornecer a cada um, cursos intensivos sobre nutrição e hábitos alimentares saudáveis. Várias campanhas também serão organizadas entre os pais das crianças e membros da comunidade para os sensibilizar sobre a importância de uma dieta equilibrada.

A fim de assegurar que as escolas tenham os meios necessários para preparar as refeições escolares diárias, acesso a água potável e instalações sanitárias adequadas, o programa também constrói armazéns, cozinhas, fogões poupa-lenha e poços, instala bombas de água e garante que haja latrinas separadas para rapazes e raparigas.

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PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROJECTO COMIDA PARA O SABER EM 2013:

• 37.000 crianças das escolas primárias receberam uma refeição diária (27.584 meninos, 28.160 meninas)

• 932.320 refeições foram distribuídas nas escolas seleccionadas e 133 toneladas de mistura de milho e soja (CSB - corn-soy-blend) foram distribuídas para esse fim

• A frequência às aulas nas escolas beneficiárias aumentou em 4,3% • 175 cozinhas e armazéns escolares e 142 poços e sistemas de água foram

construídos ou reabilitados nas escolas• 51 hortas escolares foram estabelecidas e 13.568 estudantes beneficiam

agora delas. A primeira colheita foi realizada em Novembro de 2013. • 242 Comités de Alimentação Escolar foram formados para gerir a alimentação

escolar• 65.622 comprimidos de desparasitação foram distribuídos às crianças • 242 clubes pós-escolares foram criados para ajudar as crianças a melhorar seu

desempenho escolar • 1.483 professores em formação estão actualmente a estudar nas Escolas de

Formação de Professores da ADPP graças também ao apoio do USDA

“O Projecto de Alimentação Escolar Comida para o Saber tem sido muito bem-vindo. Antes tínhamos muitos problemas com a frequência escolar: muitas das crianças moram longe e pre-cisam de ajudar os pais nas macham-bas. Muitas vezes elas não vinham à escola. Isso mudou com o lanche diário: algumas das crianças vêm à escola mesmo antes das aulas começarem. Elas também prestam mais atenção às aulas e estão a aprender melhor.”

Margarett Albano Chiburre, Directora da Escola, Districto de Magude

3. SAÚDE

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Uma das áreas em que a pobreza em Moçambique se faz sentir mais e com

efeitos multiplicadores mais graves é a área da saúde. Isso reflecte-se na baixa esperança de vida no País (52,5 anos), classificando-se entre os 10 países com maior taxa de mortalidade no mundo (Organização Mundial de Saúde, 2013).

Uma das principais razões subjacentes a isso é o HIV/SIDA. A taxa de prevalência do HIV em Moçambique é estimada em 11,1% (UNAIDS, 2012), com significativas disparidades regionais e de género que variam de 4% a 25%. A epidemia do HIV/SIDA tem consequências graves para o desenvolvimento socio económico geral do país, afectando todas as áreas da sociedade, o que impede ou compromete muitos dos resultados de desenvolvimento positivos alcançados noutras áreas.

Como Associação Moçambicana que vem trabalhando a nível de base há mais de 30 anos, a ADPP Moçambique tem uma longa e sólida experiência a envolver e trabalhar com as comunidades e a desenvolver abordagens de raiz na prevenção e tratamento do HIV/SIDA. Hoje, orgulha-se por possuir uma das maiores redes de trabalhadores e voluntários que

trabalham no campo, atingindo cerca de 1.000.000 de moçambicanos anualmente.

A abordagem da ADPP é baseada num modelo abrangente e sistemático de prevenção e tratamento do HIV/SIDA que combina o aconselhamento individual com serviços de testagem comunitária, comunicação para a mudança de comportamentos e mobilização da comunidade: o Programa Total Controlo da Epidemia (TCE).

Graças às experiências positivas obtidas através do Programa TCE, a mesma abordagem é aplicada num programa similar com foco na prevenção e cuidados com a tuberculose (TB), o TC-TB, que em 2013 foi implementado nas Províncias de Sofala, Manica e Zambézia.

O outro projecto de prevenção e cuidados do HIV baseado na comunidade, implementado pela ADPP, é chamado ESPERANÇA (Hope). Tem como alvo grupos especiais de alto risco, como os camionistas, mulheres grávidas infectadas pelo HIV e órfãos e crianças vulneráveis, e inclui diversas actividades destinadas a alcançá-las de forma mais eficaz, incluindo actividades nos locais de trabalho, testagem na comunidade, mobilização para a circuncisão masculina e Prevenção da Transmissão Vertical do HIV (PTV).

SAÚDE TCECombatendo o HIV/SIDA a Nível da Comunidade

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O Programa Total Controlo da Epidemia (TCE) é um programa intensivo de prevenção do HIV e cuidados

de saúde associados, mobilização comunitária para uma mudança de comportamento que se baseia em campanha porta-a-porta, testes voluntários e gratuitos de HIV e aconselhamento interpessoal dado por Oficiais de Campo do TCE especialmente treinados, num ambiente de intimidade e confidencialidade nas casas das pessoas.

O objectivo do Programa TCE é parar com a propagação do vírus através da sensibilização de comunidades inteiras sobre a prevenção e tratamento da doença, e incentivar as pessoas a assumir a responsabilidade da sua própria saúde e da saúde das pessoas ao seu redor.

A abordagem do TCE pode ser resumida nas seguintes palavras: “Só as pessoas podem se libertar da epidemia”. É baseado na ideia de que a mudança de comportamento é um processo complexo que requer tempo e compromisso quer do indivíduo, quer da comunidade que o rodeia. É por isso que a sensibilização deve começar o mais próximo possível da vida quotidiana das pessoas: nas suas casas e nos lugares onde eles mais interagem na comunidade. Para garantir todo o apoio necessário para que a mudança aconteça, todas as actividades são realizadas em estreita colaboração com o governo e com os centros de saúde locais. Os líderes tradicionais e os voluntários especialmente treinados (os “Apaixonados”) têm um papel-chave na mobilização dos membros da comunidade para participarem no programa.

O Programa TCE tem provado ser uma maneira eficaz de ganhar o “controlo total” sobre a epidemia do HIV a nível da comunidade. Até o final de 2013, o programa já atingiu mais de 3.300.000 de pessoas em 7 províncias diferentes do País.

Para garantir o impacto esperado, os programas TCE são concebidos para serem implementados ao longo de um período de pelo menos 3 anos. Uma área de TCE abrange

100.000 pessoas e cada um dos 50 Oficiais de Campo que trabalham numa área do TCE é responsável por uma área de 2.000 pessoas. Todas as pessoas duma área seleccionada são alcançadas de uma forma sistemática através de campanhas porta-a-porta. Elas recebem informações sobre o HIV/SIDA e são encorajadas a conhecer o seu estado serológico e, em caso de diagnóstico positivo, é-lhes dado aconselhamento e, se necessário, são ajudadas a iniciar o tratamento anti-retroviral (TARV). Todo e qualquer membro da comunidade também é apoiado a conceber o seu próprio plano de prevenção do HIV que, quando implementado por todos os membros das comunidades, resultará, idealmente, num “Total Controlo da Epidemia”.

Além da prevenção e tratamento do HIV, o Programa TCE também tem um enfoque especial na sensibilização sobre como viver uma vida saudável e positiva com o vírus e inclui diversas actividades de combate ao estigma e à discriminação relacionados com o HIV nas escolas, locais de trabalho e casas. Isso é feito por meio de campanhas de advocacia, treinamentos e eventos culturais temáticos que envolvem toda a comunidade.

Em 2013, a ADPP Moçambique implementou o Programa TCE em duas das províncias moçambicanas com as maiores taxas de prevalência do HIV, nomeadamente Maputo

(26%) e Gaza (25%), e entre as comunidades pesqueiras costeiras da província de Nampula.

Em Gaza, o Programa TCE abrangeu um total de 8 áreas, atingindo 840.000 pessoas, o que representa quase 80% da população da província. Mais de 300 Oficiais do TCE foram treinados pelo Ministério da Saúde e pela Direcção Provincial de Saúde para realizarem testagem voluntária e domiciliária do HIV, multiplicando assim o número de pessoas testadas na província. Em Maputo, os Oficiais de Campo do TCE deram aconselhamento individual a mais de 125.000 pessoas, foram distribuídos 860.000 preservativos e mobilizados com sucesso 770 voluntários para participarem na luta contra o HIV/SIDA e o estigma e a discriminação nas suas comunidades. O Programa TCE em Nampula teve um grupo-alvo específico: as comunidades pesqueiras vulneráveis da zona costeira. Dadas as taxas de desnutrição particularmente elevadas no seio dos pescadores e das suas famílias, o TCE Nampula também incluiu um componente de nutrição.

PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROGRAMA TCE EM 2013:

• 973.585 pessoas em Maputo, Gaza e Nampula foram alcançadas através do Programa TCE

• 79.416 pessoas fizeram o teste de HIV e tomaram conhecimento de seu estado serológico

• 21.771 pessoas elaboraram os seus planos individuais de Redução do Risco de HIV

• 13.950.764 preservativos foram distribuídos nas províncias seleccionadas • 1.134 campanhas de sensibilização foram organizadas • 1.957 Líderes comunitários foram sensibilizados para a prevenção e tratamento

do HIV/SIDA e para questões de nutrição • 2.355 Pessoas vivendo com o HIV/SIDA estão a participar activamente nas

actividades do Programa TCE • 3.255 Crianças Órfãs e Vulneráveis são apoiadas através dos Programas de TCE

A História de Rosa Matsinhe, 26 anos, Manhiça:“Eu lembro-me quando a Oficial de Campo do TCE, chamada Aurora, visitou pela primeira vez a minha casa e começou a falar sobre o HIV. Senti-me muito intimidada. Então, de repente, ela começou a falar sobre um assunto que estava relacionado com os problemas de saúde que eu tinha na época. Fiquei impressionada com as palavras dela: parecia que estava a falar sobre mim, sobre a minha vida, sobre os meus problemas. Desesperada como eu estava, abri-me com ela. Eu falei-lhe sobre os meus problemas de saúde e sobre o meu medo de ir ao hospital e fazer testes. E até lhe disse que estava grávida.

A Oficial de Campo disse-me então que eu teria de ir ao centro de saúde para abrir uma ficha pré-natal e fazer alguns exames. No centro de saúde, eles fizeram todos os testes possíveis. Fiquei chocada quando soube que o resultado do teste de HIV tinha sido positivo. Felizmente a Aurora estava lá para me apoiar. Comecei imediatamente com o tratamento do HIV.

Recentemente, dei à luz um lindo menino. Graças também ao Programa TCE e à Oficial de Campo Aurora, ele é um menino saudável. Estou muito grata. É por isso que eu sou hoje a “apaixonada número um” do Programa TCE na minha área. E agora até ajudo a Aurora na identificação de mulheres grávidas, incentivando-as a fazer o teste. “

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PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROGRAMA ESPERANÇA EM 2013:

• 52.273 pessoas receberam aconselhamento e testagem do HIV através do Programa ESPERANÇA

• 1.717 pessoas foram diagnosticadas com HIV/SIDA através do Programa ESPERANÇA

• 687 mulheres grávidas tiveram acesso ao PTV (prevenção da transmissão vertical - de mãe para filho - do HIV) através do Programa ESPERANÇA

• 122 novos membros foram registados nos Clubes de Vida Positiva• 399.768 preservativos foram distribuídos na Província de Maputo • 104 campanhas de combate ao HIV/SIDA e 40 campanhas sobre higiene e

nutrição foram levadas a cabo nas comunidades na província de Maputo • 2.000 órfãos e famílias foram atingidos através dos serviços de cuidados

domiciliários • 2.113 homens foram circuncidados

O principal objectivo do Projecto ESPERANÇA é trazer esperança às pessoas infectadas e afectadas pelo HIV/SIDA. O projecto procura melhorar a qualidade de vida das pessoas

seropositivas ajudando-as a aderir ao tratamento, incentivando-as na adopção de uma dieta saudável, ajudando-as a encontrar um emprego digno e o apoio relevante dos colegas nos Clubes de Vida Positiva e nos Clubes de Jovens da ADPP. Todos os que quiserem são também apoiados na concepção de um plano individual de redução de risco de HIV.

Uma das ideias centrais do projecto ESPERANÇA é dar às pessoas que vivem com o HIV um papel activo na elaboração de formas de luta contra a epidemia e no planeamento de um futuro positivo para si e para os seus entes queridos.

As actividades desenvolvidas pelo Projecto ESPERANÇA incluem testagem gratuita do HIV, aconselhamento individual e campanhas de sensibilização sobre questões relacionadas com a saúde e a nutrição. Várias actividades de divulgação são realizadas nas comunidades locais, locais de trabalho e escolas, através de Oficiais de Campo do Projecto ESPERANÇA especialmente treinados para o efeito.

Aos membros dos Clubes de Vida Positiva e dos Clubes de Jovens é dado um papel central na coordenação de algumas das actividades. Entre elas estão os clubes de aprendizagem pós-aulas para crianças órfãs e vulneráveis locais e actividades relacionadas com o cultivo de hortas e a criação de animais de pequena espécie.

ESPERANÇA Dando ESPERANÇA quando ela é mais Necessária

TC-TBLutando para Parar a Propagação da Tuberculose

Com uma taxa de prevalência de tuberculose estimada em 490 por 100.000 (WHO, 2011), Moçambique é

um dos 22 Países uma carga maior da doença em todo o Mundo. Tendo em conta que o risco de desenvolver a tuberculose (TB) é estimado entre 12 a 20 vezes maior em pessoas que vivem com o HIV do que entre as que vivem sem ele (WHO, 2014), torna-se evidente que Moçambique tenha uma co-taxa de infecção (estimada em 50%) particularmente elevada. Além de ser um grave problema de saúde entre a população em geral, a tuberculose é, portanto, também a principal causa de morte entre as pessoas que vivem com o HIV.

O Programa TC-TB da ADPP concentra-se na redução da propagação da tuberculose e mortes relacionadas, através da melhoria do diagnóstico precoce e do tratamento nas comunidades. A abordagem é igual à adoptada no Programa TCE, com ênfase dado à campanha porta-a-porta, testagem voluntária e aconselhamento individual. O programa também conta com a estreita cooperação entre os Oficiais de Campo do TC-TB e os centros de saúde locais, bem como a participação activa de voluntários locais.

O Programa TC-TB é actualmente implementado nas Províncias de Sofala, Manica e Zambézia, em colaboração com o Ministério da Saúde.

Em 2013, a ADPP também levou a cabo o Programa TB REACH na Província da Zambézia, atingindo mais de 1.8 milhões de moçambicanos. Implementado no contexto da Parceria internacional liderada pela OMS, TB STOP, o objectivo do Programa é aumentar o acesso a melhores serviços de teste rápido. Um dos aspectos mais inovadores da abordagem da ADPP no TB REACH é a mobilização de professores e crianças como voluntários activos na detecção de TB nas suas comunidades locais.

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PRINCIPAIS RESULTADOS DO PROGRAMA TC-TB EM 2013:

• 32.600 pessoas atingidas com informações relacionadas à tuberculose através do Programa TC-TB

• 5.626 casos suspeitos de tuberculose identificados • 922 dos casos suspeitos diagnosticados com TB (com a qualidade da taxa de

suspeita verificada de 1/6) • 780 pacientes completaram o tratamento e foram curados da tuberculose em

2013 • 143 praticantes da medicina tradicional foram treinados na detecção precoce de

tuberculose • 35 programas sobre tuberculose foram transmitidos em rádios locais

A história de Faife Lázaro, 51 anos, Província de Sofala:“Eu fiquei doente em Setembro de 2012. Tinha febres constantes, mas não conseguia descobrir o que causava a minha doença. Eu tinha ido a vários curandeiros tradicionais e tentado vários tratamentos, mas sem nenhum resultado.

Então, um dia, em Abril, um Oficial de Campo da ADPP de nome Bonifácio veio até à minha casa para falar sobre HIV/SIDA e Tuberculose. Ele viu-me deitado e a tossir muito e ficou preocupado com a minha saúde. Ele pediu-me para dar uma amostra da minha saliva cuspindo em dois frascos: num à tarde e noutro na manhã seguinte. No dia seguinte, Bonifácio veio buscar as amostras e levou-as para o laboratório para análise. Fui diagnosticado com tuberculose.

Então, Bonifácio levou-me para o hospital, fez-me começar o tratamento e explicou todo o processo de tratamento. Depois de dois meses, fui para um exame de controlo. O resultado foi negativo nessa altura, mas Bonifácio incentivou-me a continuar com o tratamento. Ele disse que o resultado não era definitivo ainda.

Cinco meses depois, chegou o dia que nunca esquecerei: 28 de Agosto de 2013. Fui para um exame de controlo e a enfermeira que trouxe o resultado negativo disse que eu poderia parar de tomar o medicamento. Eu já estava curado, finalmente!

Hoje, eu sou um activista de TC-TB. Já identifiquei 3 pessoas com sintomas de tuberculose e encorajei-as a ir ao hospital.”

4. AGRICULTURA

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Clube dos Agricultores Promovendo a Segurança Alimentar e a Geração de Renda Entre os Pequenos Agricultores

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O Programa Clube de Agricultores da ADPP foi lançado pela primeira vez em

Moçambique em 2006. A sua missão é aumentar a segurança alimentar e a renda familiar entre as populações rurais, organizando os pequenos agricultores em clubes, formá-los em técnicas de agricultura de conservação eficientes e sustentáveis, melhorando o seu acesso aos recursos hídricos, as suas ligações e acesso aos mercados locais e regionais e a formação em comercialização dos seus produtos, preços e técnicas de venda.

Os agricultores beneficiários têm sido bem sucedidos no aumento e diversificação das culturas e do seu rendimento, melhorando o acesso à irrigação de baixo custo, melhorando a sua nutrição e gerando a criação de uma renda extra significativa. Isto levou à duplicação da área de terra cultivada e à triplicação da renda familiar dos agricultores ao longo do tempo.

Desde o seu início, em 2006, o Programa Clube de Agricultores beneficiou mais de 16.050 agricultores em 7 províncias diferentes e atingiu um total de 150.000 pessoas nestas áreas. Tem mostrado ser uma forma eficaz e sustentável de abordar as questões mais prementes da insegurança alimentar e da pobreza rural e capaz de responder bem às necessidades reais das populações rurais no país. Hoje, os Clubes de Agricultores são parte integrante da Abordagem Sectorial da Agricultura.

Com mais de 80% da população Moçambicana ganhando o seu sustento

através da agricultura, ela é de longe a fonte mais importante de rendimento dos agregados familiares no País.

No entanto, e apesar do enorme potencial agrícola do país, os níveis médios de produção continuam muito baixos e são extremamente vulneráveis às condições meteorológicas. Isto é principalmente devido ao uso generalizado de métodos tradicionais manuais agrícolas, variedades de sementes de baixo rendimento e à falta de insumos agrícolas, como pesticidas e fertilizantes.

Como resultado, a agricultura em Moçambique consiste predominantemente de agricultura de subsistência (80%) e só raramente se torna uma opção economicamente viável para renda extra.

AGRICULTURAIsto, por sua vez, perpetua o ciclo vicioso da pobreza nas áreas rurais e resulta em segurança alimentar altamente instável no País.

É neste contexto que a ADPP Moçambique elaborou programas que visam capacitar os pequenos e médios agricultores, a saber: os Clubes de Agricultores e o Centro de Caju e Desenvolvimento Rural de Itoculo. De acordo com o Plano Estratégico de Desenvolvimento do Sector Agrícola (PEDSA) 2011-2020 do Governo, o objectivo desses programas é contribuir para a transformação da agricultura num sector competitivo e sustentável, que aumenta a segurança global de alimentos no país e aumenta a renda das famílias rurais.

O Programa Clube de Agricultores é organizado de forma a que cada Clube de Agricultores tenha 25-50 membros e cada grupo de 5 Clubes de Agricultores seja

apoiado por um Instrutor Agrícola e um Comité dos Clubes de Agricultores. Os instrutores Agrícolas são especialmente treinados como agentes de extensão que trabalham e vivem nas comunidades onde o programa é implementado. O Comité é composto por 5 agricultores locais, homens e mulheres, que são treinados na gestão e planeamento dos Clubes e em tomar a responsabilidade da continuidade do Programa a longo prazo.

O objectivo dos clubes é demonstrar as importantes vantagens de se estar organizado em associações: além de oferecer apoio dos pares, fornecem acesso a novas informações através da formação, novos insumos agrícolas e equipamentos, através da partilha, melhor poder de negociação nos mercados por meio de actividades conjuntas de vendas e, eventualmente, obtenção de fundos externos e outros recursos financeiros. A ideia dos clubes não é ser uma estrutura rígida, mas sim um fórum aberto para a aprendizagem, cooperação e apoio mútuo. Desta forma, fornecem uma ferramenta baseada na prática orientada para a mudança para o crescimento sustentável das comunidades rurais.

Várias questões relacionadas com as técnicas agrícolas sustentáveis são discutidas durante os treinamentos, incluindo a agricultura de conservação, a criação de viveiros e a interplantação, e colocadas em prática nos campos de demonstração. A instalação de bombas de água, acompanhada por uma formação em gestão de água e irrigação, também é um componente padrão do Programa.

Como todos os programas da ADPP, o Programa Clube de Agricultores também inclui intervenções nas áreas transversais de saúde, alfabetização e igualdade de género. Os agricultores também são treinados em questões de mudanças climáticas como uma forma de reforçar as suas capacidades na mitigação e adaptação aos efeitos negativos do aquecimento global e garantir a segurança alimentar no futuro.

Em 2013, a ADPP Moçambique implementou dois programas de Clube de Agricultores nas Províncias de Sofala e Cabo Delgado, atingindo um total de 6.700 pequenos

agricultores nos distritos seleccionados. Além das actividades acima mencionadas, ambos os programas incluem actividades de pecuária e desenvolvimento de negócios.

PRINCIPAIS RESULTADOS DOS CLUBES DOS AGRICULTORES EM 2013:

• 50.000 pessoas foram atingidas pelo programa Clube de Agricultores nas Províncias de Cabo Delgado e Sofala

• 5.050 membros dos clubes de Agricultores foram treinados em técnicas agrícolas melhoradas, incluindo a agricultura em blocos e agricultura de conservação

• A maioria deles também recebeu um treinamento na comercialização dos seus produtos, marcação de preços e marketing

• Mais de 79% dos agricultores já produzem culturas de rendimento com potencial para o mercado

• Mais de 80% deles uniram-se nas suas actividades de venda, a fim de aumentar o seu poder de negociação para obter melhores preços

“A Nossa Vida Melhorou Muito” “O Projecto Clube dos Agricultores ensinou-me técnicas que eu não sabia antes, incluindo como preparar a terra em blocos e como praticar a agricultura de conservação. As minhas culturas aumentaram e a qualidade melhorou muito. Onde nós com dificuldade produzíamos um hectare antes, agora produzimos um hectare e meio. Isso é muito bom para nós.”

Quem o diz é Jaena Patrick, um agricultor de Nacoja, Distrito de Bilibiza, Província de Cabo Delgado, e membro do Clube de Agricultores desde 2008.

“Agora ganhamos mais dinheiro e a nossa vida melhorou muito. Tenho dinheiro suficiente para construir a minha casa e pôr os meus filhos na escola. Também posso custear despesas de compra de roupas novas para eles e pagar o hospital quando estiverem doentes “, resume Jaena e acrescenta, visivelmente feliz: “Também já posso comprar farinha para fazer bolos e vendê-los. Este é o meu outro trabalho.”

Aos 35 anos, Jaena não parece ter limitado os seus sonhos para o presente. “O meu futuro está na melhoria das técnicas que aprendi com o Clube dos Agricultores. Além de ganhar mais dinheiro, posso assim também melhor ajudar a minha comunidade. O meu futuro não é limitado, como era antes”, diz ela com convicção.

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PRINCIPAIS RESULTADOS DO CENTRO DE CAJU DE ITOCULO EM 2013:

• 54.000 kg de castanha de caju foram colhidos no Centro de Caju, dos quais 24.000 kg foram vendidos para cobrir os salários e os custos de funcionamento do Centro e a parte restante foi posta a secar para ser vendida em 2014

• 3.600 garrafas de sumo de caju foram produzidas e vendidas • 7.022 agricultores locais dos Distritos de Monapo, Meconta, Muecate e

Mongincual foram treinados na produção de caju • 123.624 mudas de caju foram distribuídas aos agricultores locais • 2 novas escolinhas foram construídas e estão agora a ser geridas numa base

diária • Ao todo, 2.723 crianças foram matriculadas nas escolinhas apoiadas pela ADPP

Centro de Caju e Desenvolvimento Rural de Itoculo Criando Prosperidade Através da Produção de Caju

O Centro de Caju e Desenvolvimento Rural de Itoculo, localizada na Província de Nampula, foi lançado em 1996. Desde o início, o seu objectivo foi duplo:

1. Aumentar os meios de subsistência de pequenos agricultores locais, através do seu treinamento em técnicas agrícolas sustentáveis, em especial no cultivo do caju, produção e agro-processamento; e em segundo lugar,

2. Contribuir para o bem-estar geral das comunidades locais, através de várias actividades de promoção da educação, saúde e higiene, incluindo a construção e reabilitação de sistemas de água, construção de latrinas e estabelecimento de escolinhas.

O Centro é composto pelas instalações do Centro de Treinamento, uma plantação de caju de 110 hectares, uma unidade de processamento de castanha de caju e uma fábrica de processamento de sumo de caju. O Programa também está a apoiar o funcionamento de 67 escolinhas nas comunidades circunvizinhas.

Além de fornecer instalações e campos de demonstração para diversos treinamentos, o Centro também tem a sua própria produção de caju. A castanha de caju é vendida nos mercados locais e o sumo é produzido a partir da fruta do caju.

5. ENERGIAS RENOVÁVEIS

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As mudanças climáticas são hoje um facto indiscutível. Os seus efeitos

terão um grande impacto sobre a vida das pessoas em todo o mundo, e em particular sobre os pobres das zonas rurais, tornando-os ainda mais vulneráveis às secas, inundações e outros desastres naturais.

Como uma forma de contribuir para os esforços no combate às mudanças climáticas e mitigar os seus efeitos negativos, a ADPP Moçambique envolveu-se em vários projectos relacionados com o desenvolvimento e a disseminação de fontes de energia renováveis. O objectivo desses projectos é o de proporcionar às comunidades rurais um acesso a formas alternativas de energia, como a energia solar, o biogás e os biocombustíveis, promover o uso de dispositivos de poupança de energia, como fogões poupa-lenha, e incentivar negócios de pequena escala relacionados.

PRINCIPAIS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE ADAPTAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS EM 2013:

• 41 estações de carregamento solar, com 60 lanternas cada, foram instaladas • 20.400 pessoas beneficiam das estações de carregamento solar • 350 empresários locais foram treinados no uso de energia solar e na gestão do

negócio • 1.234 assistiram às aulas de alfabetização• Mais de 1,2 milhões de árvores foram plantadas e cerca de 4.000 fogões

poupa-lenha foram construídos

Entre os principais projectos da ADPP relacionados com as energias renováveis está o projecto virado para a promoção do uso da energia solar para iluminação e carregamento

de telemóveis. Para este fim, a ADPP estabeleceu um total de 41 estações de carregamento solar num total de 30 aldeias nas Províncias de Cabo Delgado e Maputo. O objectivo é o de fornecer uma fonte sustentável de energia a um total de 18 mil pessoas e uma fonte de renda amiga do ambiente a um total de 40 organizações comunitárias de base. Graças às lanternas, as famílias locais têm agora iluminação à noite para que as crianças possam fazer os seus trabalhos de casa e os adultos as suas tarefas domésticas, mesmo depois do anoitecer. A iluminação extra também permite que aulas de alfabetização e diversas actividades de geração de rendimento possam ter lugar à noite.

O mesmo modelo foi implementado na One World University - Instituto Superior de Educação e Tecnologia (OWU/ISET) da ADPP, no Distrito de Changalane, Província do Maputo, onde o projecto foi integrado no currículo dos estudantes dos 2º e 3º anos. Ao todo, 40 empresários locais e líderes comunitários foram treinados no uso de energia solar e na gestão do seu próprio negócio.

Todas as estações oferecem os serviços de carregamento de telemóveis e de aluguer de lanternas. Estima-se que, no total, 20.400 pessoas beneficiam das estações de carregamento solar nas Províncias de Cabo Delgado e de Maputo.

Entre os projectos da ADPP relacionados com as energias renováveis está o Centro de Biocombustíveis de Bilibiza (CBB), um centro de pesquisa e de produção localizado na Província de Cabo Delgado, que mobiliza e treina agricultores locais para a produção de biocombustíveis, bio-pesticidas e sabão a partir da jatrofa, uma planta resistente à seca e rica em óleo. Os resíduos do processamento de jatrofa também são usados num dos cinco biodigestores, localizados em vários locais de Bilibiza e que produzem biogás para as comunidades locais.

6. ANGARIAÇÃO DE FUNDOS

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PRINCIPAIS RESULTADOS DA VENDA DE ROUPA DE SEGUNDA MÃO EM 2013:

• 7.456toneladasderoupadesegundamãoforamvendidasem2013• 540 toneladas de roupa foram vendidas a empresários independentes eretalhistas

• Cercade5.500.000pessoasbeneficiamderoupadeboaqualidadedaADPPMoçambiqueapreçosacessíveis

• 50toneladasderoupaforamdistribuídasparaasvítimasdascheiasde2013noscamposderefugiadosdeChiaquelaneemChókwèeChibutoemGaza,beneficiandoumtotalde10.736famílias

A ADPP Moçambique começou a trabalhar na área da venda de roupa de segunda mão em 1984, quando as roupas doadas e enviadas de vários países europeus foram distribuídas

para as pessoas afectadas pela guerra civil, na altura como parte da ajuda de emergência às populações do País.

A venda de roupa de segunda mão começou 4 anos mais tarde, em 1988, com a criação do primeiro centro de triagem e processamento em Maputo. Os primeiros postos de venda foram abertos em Maputo e Nacala, em 1990, e na Cidade da Beira, em 1991.

Hoje, as vendas de roupa de segunda mão e calçado constituem um dos principais métodos de angariação de fundos da ADPP Moçambique. Estima-se que pelo menos 5,5 milhões de pessoas compram a roupa de segunda mão da ADPP anualmente, a partir das 30 lojas de venda grossista e das 18 lojas de venda a retalho HUMANA. A receita gerada pela venda de roupa destina-se ao financiamento de muitos dos programas de desenvolvimento implementados pela organização e à maioria das novas iniciativas que, de outra forma não teriam qualquer financiamento.

Para além de criar fundos de desenvolvimento e de dar acesso a roupas de boa qualidade a preços acessíveis às populações rurais, o processamento e venda de roupa de segunda mão da ADPP criou mais de 520 postos de trabalho permanentes na ADPP e oferece uma fonte de subsistência para outros 6.500 pequenos empresários independentes e retalhistas do país. A maioria deles são empresários por conta própria que empregam um grande número de outras pessoas.

Angariação de Fundos através do Programa de Venda de Roupa de Segunda de Mão

Parceiros da ADPPO trabalho da ADPP Moçambique não teria sido possível sem o apoio inestimável dos seus diversos parceiros. Durante os seus mais de 30 anos de existência, a ADPP Moçambique construiu sólidas relações com o Governo de Moçambique, a comunidade de Organizações de Desenvolvimento Local e Internacional e diversas entidades do sector privado, cada um contribuindo para apoiar diferentes áreas de actividade.

• EGPAF• Exprivia• Tavola Valdese

AGRICULTURA

• Ministério dos Negócios Estrangeiros da Finlândia

• Governo da Espanha / AECID• BAGC• TRAC• CEPAGRI• Tecnoserve• Connect• GIZ• Wision

ENERGIAS RENOVÁVEIS

• The Gaia Movement• Ministério da Energia / FUNAB• EEP Southern and Eastern Africa• União Europeia• TERI• PNUD

PARCEIROS HUMANA PEOPLE TO PEOPLE (apoiando vários projectos)

• UFF Finlândia• Planet Aid, Inc.• Humana Estónia• Humana Áustria• Humana Portugal• Humana Itália• HPP Eastern Holding• HKS Alemanha

EDUCAÇÃO

• Ministério da Educação de Moçambique• Ministério da Mulher e Acção Social de

Moçambique• Ministério da Ciência e Tecnologia de

Moçambique• Ministério dos Negócios Estrangeiros da

Finlândia• Governo da Espanha/AECID• União Europeia• USDA• Light for the World• Prodeza• Avis Rent a Car• Microsoft• MOZAL• TDM• Petronas• ADRA• ICEI• BIM• Irmãs Franciscanas• Nestlé• Tropigália• Miroglio

SAÚDE

• Fundo Global de Luta contra o SIDA, Tuberculose e Malária

• FHI 360• Johnson & Johnson• Gabinete da Primeira Dama de

Moçambique • USAID• CNCS – Conselho Nacional de Combate

ao HIV/SIDA• Ministério da Saúde de Moçambique• Belgium Survival Fund• STOP TB• JHPIEGO

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A ADPP Moçambique é co-fundadora e membro da Federação Humana People to People, uma rede de 32 organizações de ajuda humanitária sem fins lucrativos de 43 países da

Europa, América do Norte, África, Ásia e América Latina.

Com a sua sede no Zimbabwe, a Federação tem trabalhado nas áreas de desenvolvimento sustentável a longo prazo e de cooperação internacional, desde que os seus membros começaram a cooperar formalmente em 1989. Hoje, ela implementa mais de 550 projectos de desenvolvimento em todo o mundo.

O objectivo da Federação Humana People to People é fornecer um quadro para a cooperação entre as Organizações membro e um corpo através do qual podem discutir questões de interesse comum, compartilhar experiências, dar apoio ao desenvolvimento de programas, aumentar a sua eficiência e falar numa só voz em fóruns internacionais de desenvolvimento, aumentando, assim, a influência dos seus programas.

É através de sua afiliação com a Federação que a ADPP Moçambique é capaz de alavancar a experiência acumulada das suas Organizações irmãs ao redor do globo.

7. A FEDERAÇÃO HUMANA PEOPLE TO PEOPLE

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8. TRABALHADORES E VOLUNTÁRIOS DA ADPP

explica Sarmento. “Dessa forma, eles não só compartilham a vida quotidiana com as comunidades para, assim, melhor compreender os seus problemas, como também ganham a confiança e o apoio da população local.”

Depois de mais de 23 anos de experiência, Sarmento Preço está convencido de que um Líder de Projecto tem uma função muito importante no desenvolvimento do País. “Trabalhar como Líder de Projecto significa que você está realmente a mudar a vida das pessoas para o melhor de uma forma muito concreta”, conclui.

AS PESSOAS ESTÃO NA ORIGEM DE TUDOA Sede Nacional da ADPP Moçambique, incluindo o Gabinete de Parcerias e o Departamento de Economia e Administração, está localizada na Machava, Província de Maputo. A Sede Nacional trabalha para apoiar o bom funcionamento dos 82 projectos da ADPP, no total, com os seus mais de 2.700 funcionários e inúmeros voluntários locais que contribuem para eles.

“O principal papel de um Líder de Projecto é servir. Ele ou ela está lá para servir o projecto e os seus membros, para que eles, por sua vez, possam servir as comunidades onde o projecto actua”, diz Sarmento Simões Preço, Líder de Projecto da ADPP desde 1991 e Director da Escola de Professores do Futuro desde 2007.”

“Isto traz consigo uma grande responsabilidade”, acrescenta. “Significa usar a liberdade dada para desenvolver as suas próprias iniciativas da melhor maneira possível, numa cooperação aberta e recíproca com as comunidades locais e a equipa do projecto. É uma maneira de fazer que está muito distante das estruturas tradicionais de projectos em que os objectivos e os meios para a execução das actividades muitas vezes vêm de fora e as pessoas que executam não têm nenhuma ligação com a comunidade local.”

As pessoas que trabalham nos projectos da ADPP, incluindo o Líder de Projecto, são da comunidade local e vivem no seio da comunidade durante todo o período da duração do projecto,

Líderes de Projecto – Pessoas-chave na ADPP

A ADPP Moçambique acredita que a mudança para o desenvolvimento mais sustentável acontece ao nível da base: nos corações e mentes das pessoas e dentro da dinâmica de cada comunidade em particular. É por isso que os Líderes de Projecto da ADPP que vivem nas comunidades e trabalham com elas de forma inclusiva e participativa são de tamanha importância para o trabalho da Organização. Os Líderes de Projecto da ADPP têm a responsabilidade geral do planeamento, coordenação e execução das actividades do projecto no terreno e do desenvolvimento das políticas do projecto necessárias, em coordenação com a Sede da ADPP.

Líderes dos Projectos Servindo o Povo

“Apaixonados”Voluntários no Campo

Uma mudança real para o desenvolvimento acontece nas mentes das pessoas e manifesta-se através de pessoas dedicadas e motivadas que estão dispostas a implementar acções. Portanto, não é nenhuma surpresa que muitos dos programas da ADPP beneficiem do apoio regular e da significativa contribuição de voluntários locais.

Estes voluntários da ADPP são chamados de “Apaixonados” e trabalham em várias tarefas que vão desde cozinhar refeições para as crianças das escolas até mobilizar as pessoas seropositivas em clubes de apoio mútuo e ajudar crianças órfãs nos seus deveres de casa.

A contribuição dos voluntários é fundamental: eles estabelecem um modelo forte para uma mudança positiva de comportamento nas comunidades em que trabalham.

Instrutores de Desenvolvimento

O Programa dos Instrutores Desenvolvimento (DIs) é um programa coordenado pela Federação Humana People to People. O seu principal objectivo é oferecer uma possibilidade para que todos possam contribuir para a mudança em prol do desenvolvimento através de um dos programas de desenvolvimento da Humana People to People.

O programa dos DIs inclui um período de treinamento de 6 meses num dos institutos de formação da Humana na Europa, EUA, África do Sul, Índia ou China, seguido por um período de prática de 6 meses num dos programas de desenvolvimento. No final, os DIs escrevem um relatório e divulgam as suas experiências junto do maior número de pessoas nos seus países de origem.

O Programa é baseado no voluntariado e no espírito de solidariedade internacional. Os DIs recebem uma compensação simbólica pelo seu trabalho, cobrindo a maior parte dos custos de formação e viagem por conta própria.

Em 2013, houve 38 DIs a trabalhar nos vários Programas da ADPP Moçambique.

“Trabalhar como Instrutor de Desenvolvimento em Moçambique foi uma experiência de mudança de vida”, diz Dario Alvarez Castro, um estudante de engenharia de 25 anos, da Colômbia. “Esta experiência deu mais significado a todos os meus projectos de vida e convenceu-me da importância de colocar minhas habilidades de engenharia em prática através do trabalho comunitário. Também foi importante para o meu crescimento pessoal.”

Dario fez a sua formação como DI nos Estados Unidos, depois desenvolveu o período de prática de 6 meses na Escola de Professores do Futuro de Tete, em Moçambique. Embora os desafios na Colômbia e em Moçambique sejam similares, o trabalho em estreita colaboração com a comunidade local para responder a necessidades concretas das pessoas tem diferenças. “Nesse sentido, trabalhar em Moçambique abriu-me o horizonte”, admite Dario. “Não só clarificou as minhas dúvidas sobre o facto de a educação ser a área mais importante para o desenvolvimento – como também me fez perceber a importância de reconhecer e construir com base nas capacidades humanas existentes.”

- Dario Alvarez Castro, Instrutor de Desenvolvimento, 2013

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9. ADPP EM NÚMEROS

Distribuição de recursos entre os programas da ADPP

em 2013 (%)

Origem dos recursos em 2013

Distribuição dos recursos humanos entre os programas da ADPP

em 2013 (%)

Em 2013, o volume financeiro da ADPP Moçambique foi de US $ 21,6 milhões, distribuídos de acordo com as fontes de proveniência e os programas abaixo reflectidos.

OWU/ISET

Escolas de Formação de Professores (EPFs)

Escolas Primárias e Secundárias

Colégios Politécnicos

Projecto Comida para o Saber

TCE, TC-TB e HOPE (ESPERANÇA)

Clube dos Agricultores

Outros Programas

Despesas Administrativas

38%

6%

7%

13%

13%

4%6%4%

9%

Energias Renováveis

Agricultura

TC-TB

TCE e HOPE

Projecto Comida para o Saber

Escolas Primárias e Secundárias

Colégios Politécnicos

Escolas de Formação de Professores (EPFs)

OWU/ISET

39%

12%20%

5%6%

7%

4%

6%

1%

Empresas do sector privado

Fundações e ONGs

Parcerias multilaterais

Receitas geradas através de Programas da ADPP

Recursos captados através da venda de roupas em segunda mão

Governo de Moçambique

Federação Humana People to People

29%

15%

10%

2%

24%

19%

1%

A ADPP Moçambique gostaria de agradecer sinceramente a todos os seus inúmeros parceiros pela frutuosa colaboração e pelos importantes resultados alcançados em 2013.

Dirigimos uma menção especial aos seguintes:

ADRAAvis Rent a CarBAGCBelgium Survival FundBIMCEPAGRIConselho Nacional de Combate ao HIV/SIDA (CNCS)ConnectEEP Southern and Eastern AfricaEGPAFUnião EuropeiaExpriviaFHI 360Gaia MovementGIZGoverno da Espanha / AECIDHKS GermanyHPP Eastern HoldingHumana AustriaHumana EstoniaHumana ItalyHumana PortugalICEIIrmã FranciscanasJHPEIGOJohnson & JohnsonLight for the WorldMicrosoft

Ministério da Educação de MoçambiqueMinistério da Energia de Moçambique / FUNABMinistério dos Negócios Estrangeiros da FinlândiaMinistério da Saúde de MoçambiqueMinistério da Ciência e Tecnologia de MoçambiqueMinistério da Mulher e Acção Social de MoçambiqueMiroglioMovitelMOZALNestlePetronasPlanet Aid, Inc.ProdezaSTOP TBTavola ValdeseTDMTecnoserveTERIThe Gaia MovementFundo Global de Luta contra SIDA, Tuberculose e MaláriaGabinete da Primeira Dama de MoçambiqueTRACTropigaliaUFF FinlandUNDPUSAIDUSDAWision

ADPP MoçambiqueRua Mártires de Wiriamo, 489, Machava

Maputo Província, MoçambiqueTel: +258 21 750 106Fax: +258 21 750 107

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