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Praticas de Bioquimica - Atividade Enzimatica com Relação a Temperatura e Concentração
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y = 0.1068x - 0.0187
R² = 0.9958
0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
0 1 2 3 4 5 6
Ab
sorb
ân
cia (
ad
imen
sion
al)
Concentração (μmol/mL)
Curva padrão
Biotecnologia experimental
Relatórios das práticas 9 e 10
Alunos: Alexander de Paula, Diogo Mendes, Naiara Farias, Natalia Azevedo e Victor de
Backer
Tanto para a prática 9 quanto para a prática 10 foi utilizado a curva de calibração da
prática 8, conforme sugerido pelo procedimento experimental. Seguem os dados a seguir dessa
curva de calibração feita com uma solução padrão de glicose 5,0 μmol/mL.
Tabela 1 – Dados de volume de solução utilizado, absorbância e concentração para a curva
padrão.
Curva padrão
V sol. Padrão (ml) Abs C (μmol/ml)
0 0 0
0,2 0,075 1
0,4 0,183 2
0,6 0,294 3
0,8 0,419 4
1 0,519 5
Figura 1 – Gráfico da curva padrão.
𝐴𝑏𝑠 = 0,1068 ∗ 𝐶 − 0,0187
𝐶 =𝐴𝑏𝑠 + 0,0187
0,1068
Em que Abs é a absorbância e C a concentração (μmol/mL).
Prática 9: Influência da temperatura sobre a atividade enzimática
A seguir segue a Tabela 1 com os resultados da prática. Vale lembrar que o tempo de
reação foi de 10 min para todas as temperaturas estudadas.
Tabela 1 – Dados de temperatura, absorbância, produto formado, fator de diluição e velocidade
de reação.
Temperatura
(oC)
Absorbância Produto
formado (não
corrigido pela
diluição)
(μmol/mL)
Fator
de
diluição
Produto
formado
(μmol/mL)
Velocidade de
reação
(μmol/mL.min)
0 0,540 5,2313 1 5,2313 0,5231
22,5 0,815 7,8062 2 15,6124 1,5612
50 1,740 16,4672 2 32,9345 3,2934
100 0,415 4,0609 1 4,0609 0,4061
A partir dos dados da tabela, pode-se construir um gráfico de velocidade de reação
(μmol/mL.min) versus temperatura (oC), ver Figura 2.
y = -0.001x2 + 0.1032x + 0.2931
R² = 0.9085
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
0 20 40 60 80 100 120
Vel
oci
da
de
de
rea
ção
(μm
ol/
mL
.min
)
Temperatura (oC)
Figura 2 – Gráfico de velocidade de reação (μmol/mL.min) versus temperatura (oC).
A temperatura na qual a enzima apresenta a maior atividade pode ser obtida derivando
a equação de segundo grau gerada e igualando a zero, já que a parábola gerada possui a
concavidade voltada para baixo:
𝑦 = −0,001𝑥2 + 0,1032𝑥 + 0,2931
𝑣 = −0,001𝑇2 + 0,1032𝑇 + 0,2931
Em que v é a velocidade de reação e T a temperatura. Derivando e igualando a zero:
0 = −0,002𝑇 + 0,1032
𝑇 =0,1032
0,002
𝑇 = 51,6 𝑜𝐶
A velocidade de uma reação química é afetada pela temperatura, e podemos dizer que
o mesmo acontece com as reações catalisadas por enzimas, a variação de temperatura afeta as
constantes cinéticas Km e Vmáx.
Como as enzimas são proteínas, o aumento da temperatura não causa apenas o aumento
da velocidade da reação mas sim, dois efeitos opostos: até determinada temperatura, ocorre um
aumento da velocidade da reação; a partir de determinada temperatura, há uma diminuição na
velocidade da reação. Isso acontece porque as enzimas são proteínas e como tal, podem ser
desnaturadas, ou seja, as enzimas perdem sua estrutura nativa, o que leva à perda de função.
Isso faz com que um máximo seja gerado no gráfico de velocidade de reação versus
temperatura, caracterizando uma temperatura ótima. Com os dados experimentais foi possível
fazer uma regressão de segundo grau, que ao derivar, obteve-se a temperatura de 51,6 oC para
a temperatura na qual a enzima apresenta maior atividade, Vale lembrar que o R2 dessa
regressão foi de 0,9085, ou seja, apesar de ser um valor razoavelmente alto, caso seja necessário
uma maior certeza quanto a esse valor de temperatura ótima, seria recomendado o estudo de
mais temperaturas, a fim de gerar uma curva com o R2 mais próximo da unidade. No entanto,
mesmo assim, é de se esperar que essa temperatura ótima girasse em torno desse valor obtido.
No certo para cada tipo de enzima existe uma temperatura ideal, no qual a velocidade
da reação é máxima, neste caso foi calculado 51,6° C, nesta temperatura é permitindo o maior
número de colisões moleculares sem desnaturar a enzima.
Prática 10: Modelo Cinético de Michaelis-Menten
A seguir segue a Tabela 2 com os resultados da prática:
Tabela 2 – Dados de concentração de substrato [S], absorbância, produto formado, velocidade
de reação V, 1/[S] e 1/V.
Concentracão
de substrato
[S]
Absorbância Produto
formado
(μmol/mL)
Velocidade de
reação V
(μmol/mL.min)
1/[S] 1/V
0 0,0000 0,00 0 - -
5 0,3385 3,34 0,3344 0,2 2,9899
10 0,5600 5,42 0,5418 0,1 1,8455
25 0,9150 8,74 0,8742 0,04 1,1438
50 1,5340 14,54 1,4538 0,02 0,6878
100 1,6200 15,34 1,5343 0,01 0,6517
250 1,8900 17,87 1,7871 0,004 0,5595
500 1,5880 15,04 1,5044 0,002 0,6647
Construindo um gráfico de velocidade de reação versus concentração de substrato:
Figura 3 – Gráfico de velocidade de reação (μmol/mL.min) versus concentração de
substrato (μmol/mL).
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
1.20
1.40
1.60
1.80
2.00
0 100 200 300 400 500 600Vel
oci
dad
e d
e re
ação
(μ
mo
l/m
L,m
in)
Conncentração de substrato (μmol/mL)
Velocidade de reação x Concentração de substrato
Modelo Experimental
A seguir, na Figura 4, está representada o comportamento da cinética enzimática
previsto na literatura [1].
Figura 4 – Curva da literatura de velocidade contra concentração de substrato.
Dessa forma, percebe-se que o gráfico obtido experimentalmente apresenta o mesmo
perfil do previsto pela literatura. Vale lembrar que o último ponto possui um valor de
velocidade abaixo do esperado. Esse resultado foi obtido também numa replicata e pelos outros
grupos que realizaram a prática, levando a conclusão de que, provavelmente, a solução padrão
para este ponto estava na concentração errada.
Agora, pelo modelo de Michaelis-Menten para cinética enzimática temos:
𝑉 =𝑉𝑚𝑎𝑥[𝑆]
𝐾𝑚 + [𝑆]
Rearranjando, podemos escrever:
1
𝑉=
𝐾𝑚
𝑉𝑚𝑎𝑥[𝑆]+
1
𝑉𝑚𝑎𝑥
y = 12.318x + 0.5588
R² = 0.9926
0
0.5
1
1.5
2
2.5
3
3.5
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25
1/V
(m
L.m
in/μ
mo
l)
1/[S] (mL/μmol)
Logo, é de se esperar um comportamento linear quando plota-se um gráfico de 1/[S]
versus 1/V. Além disso, a partir do gráfico, pode-se obter os parâmetros Km e Vmax. A figura a
seguir é este gráfico:
Figura 5 – Gráfico 1/[S] versus 1/V.
Pela coeficiente de correlação gerado, percebe-se que a equação gerada descreveu bem
o sistema. Para o cálculo dos paramêtros:
1
𝑉𝑚𝑎𝑥= 0,5588
𝑉𝑚𝑎𝑥 = 1,7895 μmol/mL. min
E também:
𝐾𝑚
𝑉𝑚𝑎𝑥= 12,318
𝐾𝑚 = 22,0437 μmol/mL
Através do processo de linearização do modelo de Michaelis-Menten, foi possível com
a equação da reta do gráfico 1/[S] versus 1/V obtermos a velocidade máxima da reação e a
constante de Michaelis-Menten.
É sabido que a Michaelis-Menten relaciona a velocidade inicial da reação, com a
concentração de substrato e a velocidade máxima de reação, onde todas as enzimas (E) estão
com substratos ligados em seus sítios ativos, formando o complexo ES. Essa relação pode ser
melhor entendida através da seguinte reação:
Onde E representa as enzimas; S sítios ativos; ES o complexo formado e Produto
formado. Portanto, a medida que a concentração de substrato aumenta, as velocidades de
substratos também aumentam. Esse aumento é linear para concentrações baixas. Porém, esse
aumento linear não acontece para concentrações maiores, já que acontece a saturação dos
sítios-ativos. Dessa forma, a velocidade continua aumentado até atingir um patamar, a
velocidade máxima, que na verdade é calculada como sendo a assíntota da curva desse gráfico
de velocidade de reação contra concentração de substrato. Esse comportamento pode ser
observado no gráfico da figura 3, onde é possível observar esse comportamento do aumento
da velocidade de reação com o aumento da concentração de substrato no meio.
O gráfico da Figura 3 relaciona os dados obtidos experimentalmente com os dados
modelos através do modelo de Michaelis-Menten, após a obtenção do Km e da Velocidade
máxima. Com a obtenção dos dois dados, foi possível identificar que os dados obtidos
experimentalmente preveem uma velocidade máxima próxima da velocidade máxima obtida
pelo modelo. Ainda é possível observar que através do modelo, em concentrações elevadas de
substrato, a velocidade de reação tende a se manter constante, enquanto em nossos dados
experimentais identificamos que a mesma tendeu a diminuir. Esse erro experimental pode ter
sido oriundo da etapa do preparo das soluções do experimento, além dos erros e incertezas
associadas aos equipamentos e vidrarias utilizados.
No gráfico gerado pelos dados experimentais pode-se observar esses dois perfis – o
aumento linear para baixos valores de [S] e a formação de um plateau para concentrações
maiores – assim como no gráfico da Figura 4.
A constante de Michaelis-Menten (Km) é a concentração de substrato quando a
velocidade máxima é a metade. Analisando nossos resultados obtivemos um valor de Km de
22.0437 μmol/mL.
Referências
[1] Retirado de <http://sistemas.eel.usp.br/docentes/arquivos/5840494/383/6-
Cineticaenzimatica.pdf>. Acesso em 09/07/2015.