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_________________________________________________________________________________________________________________________________________ V. 0.1 (22 fevereiro 2012) Concurso Nacional de Leitura 2011/ 2012 2ª fase Distrito de Braga Regulamento O presente regulamento estabelece as regras gerais da 2ª fase do Concurso Nacional de Leitura 2011/2012, no Distrito de Braga, a realizar na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (cidade de Braga), no dia 23 de abril de 2012 (segunda-feira), Dia Mundial do Livro, a partir das 13h00. Fig. 1 Concelhos que pertencem ao Distrito de Braga Artigo 1.º Objectivos Tendo em conta a necessidade de promoção da leitura nas escolas, a Comissão Organizadora do Plano Nacional de Leitura em articulação com a RTP, com a DGLB (Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas) e com a Rede das Bibliotecas Escolares promove, no ano lectivo de 2011 / 2012, a 6ª edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL), aos quais o Município de Braga e a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva se associam na qualidade de responsáveis pelas Provas do Distrito de Braga. Com o objetivo de estimular a prática da leitura como forma de conhecimento e de lazer entre os alunos do 3º

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V. 0.1 (22 fevereiro 2012)

Concurso Nacional de Leitura 2011/ 2012 –

2ª fase – Distrito de Braga

Regulamento

O presente regulamento estabelece as regras gerais da 2ª fase do Concurso Nacional de Leitura

2011/2012, no Distrito de Braga, a realizar na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (cidade de

Braga), no dia 23 de abril de 2012 (segunda-feira), Dia Mundial do Livro, a partir das 13h00.

Fig. 1 – Concelhos que pertencem ao Distrito de Braga

Artigo 1.º

Objectivos

Tendo em conta a necessidade de promoção da leitura nas escolas, a Comissão Organizadora

do Plano Nacional de Leitura – em articulação com a RTP, com a DGLB (Direcção-Geral do Livro e

das Bibliotecas) e com a Rede das Bibliotecas Escolares – promove, no ano lectivo de 2011 / 2012, a

6ª edição do Concurso Nacional de Leitura (CNL), aos quais o Município de Braga e a Biblioteca Lúcio

Craveiro da Silva se associam na qualidade de responsáveis pelas Provas do Distrito de Braga. Com o

objetivo de estimular a prática da leitura como forma de conhecimento e de lazer entre os alunos do 3º

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Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário, o concurso pretende motivar os adolescentes para a

leitura de obras literárias e estimular o convívio entre leitores.

Artigo 2.º

Condições gerais de participação

1. A participação no concurso dirige-se exclusivamente aos alunos do 3.º Ciclo do Ensino

Básico e aos alunos do Ensino Secundário do Distrito de Braga, que decidiram por sua

iniciativa aderir a esta iniciativa e ficaram aprovados na 1ª fase do CNL. Este teve lugar nas

respetivas escolas e decorreu durante o 1º período do ano letivo. Para participarem no

Concurso Nacional de Leitura, os concorrentes comprometem-se a respeitar o presente

Regulamento e as decisões do Júri que a ele preside.

2. As Provas Distritais incidirão sobre as seguintes obras, divulgadas a todos os concorrentes:

Obras a concurso

3.º CICLO DO ENSINO BÁSICO

- O livro misterioso, de Margarida Fonseca Santos

- A montanha da água lilás: fábula para todas as idades, de Pepetela

ENSINO SECUNDÁRIO

- O homem do turbante verde, de Mário de Carvalho

- Ilha Teresa, de Richard Zimler

3. À organização reserva-se o direito de conferir, em qualquer momento, o nome, o endereço

ou a idade dos concorrentes, bem como as escolas que os propuseram.

4. Os alunos que faltem ou se atrasem para além das 14h00 à prova escrita não serão

admitidos a concurso, qualquer que seja o motivo.

5. Os alunos e acompanhantes comprometem-se a cumprir o programa apresentado no

Anexo 1 deste regulamento.

6. A Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva não se responsabiliza por qualquer logística de

transporte ou deslocação dos concorrentes e respetivos acompanhantes no âmbito deste

concurso.

Artigo 3º

Categorização dos concorrentes

Todos os concorrentes da 2ª fase distrital do CNL de Braga constarão duma lista geral,

elencados por ordem alfabética, com indicação dos respetivos anos de escolaridade, escola à qual

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pertencem e o número de candidato atribuído pela BLCS. Está a concurso em 2011/2012 um total de

222 alunos distribuídos pelo 3.º Ciclo do Ensino Básico (7.º, 8.º e 9.º anos de escolaridade) e pelo

Ensino Secundário (10.º, 11.º e 12.º anos).

Artigo 4.º

Júri

1. O Júri da Prova distrital será constituído pelos seguintes elementos: Bibliotecária

Responsável da BLCS, duas Profissionais especializadas na área da promoção da leitura e

por dois escritores de literatura infantil e juvenil, ex-docentes.

2. . Para a correção das provas serão requisitados voluntários com formação superior.

Artigo 5º

Apuramento dos finalistas

1. Para apuramento dos finalistas presentes na fase distrital do Concurso Nacional de Leitura

2011/2012, proceder-se-á a duas provas: uma escrita e outra oral.

2. Os procedimentos da prova escrita serão os mesmos para as duas categorias a concurso (3º

Ciclo e Secundário). A prova será efetuada em simultâneo pelas duas categorias de

concorrentes no edifício da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva. Serão apurados cinco alunos

finalistas do 3º Ciclo e cinco do Secundário, que irão realizar a prova oral, no Theatro Circo

(http://www.theatrocirco.com/ ), que colaborará nesta iniciativa.

3. Na prova oral, os alunos finalistas do 3º Ciclo serão os primeiros a realizar a prova, seguindo-

se-lhes os finalistas do Secundário.

4. Será apurado apenas um aluno de cada categoria para representar o Distrito de Braga na fase

final do CNL.

Artigo 6º

Prova Escrita

1. A prova escrita terá início às 14h00, pelo que será necessário que os alunos se apresentem

na Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva (sita Rua de S. Paulo, nº 1, Cividade, junto dos

Bombeiros Voluntários de Braga) pelas 13h00, para ser feita a chamada e a atribuição do

número de candidato.

2. A Prova escrita será apresentada em enunciado próprio a ser fornecido pela organização,

no qual será necessário que o aluno preencha apenas o nome completo e o número que

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lhe foi atribuído aquando da sua chegada à Biblioteca. Não deverá escrever em parte

alguma a escola à qual pertence. A resposta à pergunta de desenvolvimento deverá ser

limitada às linhas disponíveis no enunciado. Serão fornecidas aos alunos também 2 folhas

de rascunho, para exercício de raciocínio prévio.

3. A prova será constituída por questões de escolha múltipla e de Verdadeiro ou Falso, sobre

o conteúdo dos dois livros selecionados e por uma pergunta aberta de desenvolvimento.

4. A prova terá a duração máxima de 30 (trinta) minutos, sem tolerância.

5. No local onde se realizar a prova escrita, apenas será permitida a permanência dos

concorrentes, devidamente identificados com o Cartão de Cidadão ou Bilhete de Identidade

(obrigatórios), e dos membros da organização destacados para esse efeito.

6. Após a conclusão da Prova, os concorrentes deverão entregá-la na mesa do Júri, à pessoa

que lhes for previamente indicada para este efeito, onde será registada diante do aluno a

hora exata a que entregou a prova. Será afeto um elemento da organização para a receção

das provas de cada categoria.

7. A prova escrita é de caráter eliminatório.

8. Em caso de empate, o Júri aplicará os seguintes critérios para desempate final, de forma a

serem identificados os cinco finalistas de cada categoria:

8.1 Primeiro: pela resposta de desenvolvimento, em função de: correção do conteúdo

respondido ao questionado, estruturação e encadeamento lógico e objetivo das ideias,

correção linguística, originalidade dos argumentos.

8.2 Segundo: pelo tempo de realização da Prova.

9. Apurar-se-ão, para a etapa seguinte, cinco concorrentes (os cinco melhor classificados) em

cada categoria.

10. A pontuação obtida por cada um dos cinco apurados na prova escrita constituirá também

critério de avaliação a ter em conta conjuntamente com a Prova Oral.

Artigo 7º

Prova oral em palco para os finalistas da primeira prova

1. A prova oral será realizada no Theatro Circo (sita Avenida da Liberdade), a partir das 15h30 e

será aberta ao público.

2. Será composta por três momentos: Prova de conhecimento das obras (1 minuto para cada

candidato), Prova de argumentação (1 minuto para cada candidato) e Prova de leitura

expressiva (em função da extensão do poema e do tempo estritamente necessário para a sua

leitura). A prova será iniciada pelos alunos do 3º ciclo e depois pelos alunos do Secundário. A

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escala de avaliação para cada uma das três provas será feita de 1 a 5 valores, a que

corresponde: 1= insuficiente; 2= Suficiente; 3= Bom; 4=Muito Bom; 5= Excelente.

3. Prova de conhecimento das obras – Serão apresentados pelo entrevistador/animador da

prova cinco envelopes diferentes que conterão, cada um, duas perguntas sobre as obras lidas.

Cada aluno selecionará aleatoriamente um envelope que entregará ao entrevistador e

responderá em palco às duas perguntas aí contidas. Terá 1min. para responder às duas

perguntas, depois de lhe serem colocadas individualmente.

As respostas serão avaliadas pelo júri pela correção do conteúdo, objetividade e rapidez,

postura corporal.

4. Prova de Argumentação - Cada aluno responderá oralmente e de forma crítica a uma questão

que lhe será colocada pelo Júri. Cada um dos Membros do Júri pontuará as prestações dos

concorrentes, tendo em conta os seguintes critérios: estruturação e encadeamento lógico de

ideias; originalidade dos argumentos; correcção linguística; objetividade e rapidez da resposta;

postura corporal.

5. Prova de Leitura Expressiva - Serão apresentados pelo entrevistador/animador da prova

cinco envelopes diferentes que conterão, cada um, um poema. Cada aluno selecionará

aleatoriamente um envelope e procederá à leitura expressiva do poema aí contido, no palco,

em voz alta e expressiva, tendo a liberdade de o ler com recurso ao papel, ou dizê-lo sem

suporte (memorizado), não havendo penalização na avaliação em qualquer que seja a sua

escolha. O conjunto de 10 poemas, cinco para cada categoria, será do conhecimento prévio

dos alunos e professores, pois consta no anexo II deste regulamento. Os alunos poderão dar

espaço à sua imaginação nesta prova, podendo recorrer a todos os elementos semiológicos

teatrais para enriquecer a sua prestação, desde que cumpram o tempo estritamente necessário

para a leitura do poema.

Cada um dos Membros do Júri pontuará as prestações dos concorrentes tendo em conta os

seguintes critérios de expressividade: Audibilidade; Percetibilidade; Articulação;

Expressividade; Pontuação; Ritmo; Criatividade na leitura; Postura corporal.

Artigo 8º

Concorrentes Apurados

1. A ordenação final dos concorrentes resultará da avaliação do conjunto das provas prestadas.

2. Uma vez que não há lugar a prémios ex aequo, em caso de empate, será colocada pelo Júri

uma questão livre adicional aos candidatos em igualdade de situação. As respostas a estas

questões serão escritas pelos concorrentes em folhas de cartolina individuais e depois ditas em

voz alta por cada um dos concorrentes.

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3. O júri avaliará as respostas pela correção do conteúdo, objetividade, originalidade da resposta,

correção linguística, postura corporal e determinará o vencedor.

Artigo 9º

Concorrentes Apurados

Será apurado para a Fase Final do Concurso Nacional de Leitura apenas um aluno concorrente

de cada categoria, o mais pontuado nas duas provas. Será selecionado ainda um segundo

concorrente por categoria, classificado em segundo lugar, que deterá o estatuto de suplente, para a

eventualidade do vencedor não poder comparecer.

Artigo 10º

Certificados e Prémios Todos os alunos terão direito a um Certificado de Participação, a ser fornecido aquando da

realização da prova escrita.

Os dez finalistas da prova escrita terão direito a um prémio simbólico e a um certificado de

menção honrosa. Os dois vencedores terão direito a um prémio e a um certificado de vencedor.

Artigo 11º Mais informações sobre o CNL

Para mais informações, aconselha-se a consulta do sítio do Plano Nacional de Leitura, item

“Concursos”: http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/Concursos/

Artigo 12º Casos omissos

Casos imprevistos serão resolvidos pelo júri no momento.

Das deliberações do júri não haverá recurso.

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Anexo I – Programa (provisório)

13h00 – Chegada à Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva para identificação dos alunos, chamada e

distribuição dos alunos pelos locais da prova escrita

14h00/14h30 – Realização da Prova Escrita por parte dos alunos do 3º Ciclo e do Secundário

14h00 – Sessão de animação para os acompanhantes dos alunos (professores, encarregados de

educação, outros acompanhantes)

14h35 –Entrega do lanche e passeio pelo centro histórico da cidade de Braga até ao Theatro Circo

15h15 – Entrada no Theatro Circo para a realização da Prova-espetáculo

15h30 – Início da Prova espetáculo com animação

15h40 – Início da Prova oral para os alunos do 3º ciclo

16h15 – Momento de animação

16h30 - Início da Prova oral para os alunos do Secundário

17h00 – Momento de animação

17h30 – Entrega dos Prémios aos finalistas da Prova escrita e da Prova Oral

18h00 – Encerramento da iniciativa

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Fig. 2 – Localização do edifício da Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva no centro histórico de Braga, com referência à localização do Theatro Circo (Avenida da Liberdade)

Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva

Theatro Circo – Avenida da Liberdade

Sé de Braga

Largo do Paço – Reitoria da Universidade do Minho

Câmara de Braga

Avenida Central

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Anexo II – Prova oral de leitura expressiva - poemas

Poemas para o 3º Ciclo

1. Ler à lareira

Se estava a chover, sentava-me a ler junto da lareira. Que bela maneira de passar a tarde, quando a lenha arde e cá na memória se guarda uma história lida com prazer! Se a chuva caía, eu lia, eu lia… Maria Teresa Maia Gonzalez in A casa com o sol lá dentro 2. Os livros Apetece chamar-lhes irmãos, tê-los ao colo, afagá-los com as mãos, abri-los de par em par, ver o Pinóquio a rir e o D. Quixote a sonhar, e a Alice do outro lado do espelho a inventar um mundo de assombros que dá gosto visitar. Apetece chamar-lhes irmãos e deixar brilhar os olhos nas páginas das suas mãos. José Jorge Letria in Pela casa fora

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3. Ler Ler sempre. Ler muito. Ler “quase tudo”. Ler com os olhos, os ouvidos, com o tacto, pelos poros e demais sentidos. Ler com razão e sensibilidade. Ler desejos, o tempo, o som do silêncio e do vento. Ler imagens, paisagens, viagens. Ler verdades e mentiras. Ler o fracasso, o sucesso, o ilegível, o impensável, as entrelinhas. Ler na escola, em casa, no campo, na estrada, em qualquer lugar. Ler a vida e a morte. Saber ser leitor, tendo o direito de saber ler. Ler simplesmente ler. Edith Chacon Theodoro (poetisa brasileira) 4. As árvores e os livros As árvores como os livros têm folhas e margens lisas ou recortadas, e capas (isto é copas) e capítulos de flores e letras de oiro nas lombadas. E são histórias de reis, histórias de fadas, as mais fantásticas aventuras, que se podem ler nas suas páginas, no pecíolo, no limbo, nas nervuras. As florestas são imensas bibliotecas, e até há florestas especializadas, com faias, bétulas e um letreiro a dizer: «Floresta das zonas temperadas». É evidente que não podes plantar no teu quarto, plátanos ou azinheiras. Para começar a construir uma biblioteca, basta um vaso de sardinheiras. Jorge Sousa Braga in Herbário

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5. Livro Livro um amigo para falar comigo um navio para viajar um jardim para brincar uma escola para levar debaixo do braço. Livro um abraço para além do tempo e do espaço. Luísa Ducla Soares in Poemas da mentira e da verdade

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Poemas para o Secundário

1. Pó Nas estantes os livros ficam (até se dispersarem ou desfazerem) enquanto tudo passa. O pó acumula-se e depois de limpo torna a acumular-se no cimo das lombadas. Quando a cidade está suja (obras, carros, poeiras) o pó é mais negro e por vezes espesso. Os livros ficam, valem mais que tudo, mas apesar do amor (amor das coisas mudas que sussurram) e do cuidado doméstico fica sempre, em baixo, do lado oposto à lombada, uma pequena marca negra do pó nas páginas. A marca faz parte dos livros. Estão marcados. Nós também. Pedro Mexia, in Duplo Império 2. Os livros. A sua cálida Terna, serena pele. Amorosa Companhia. Dispostos sempre A partilhar o sol Das suas águas. Tão dóceis Tão calados, tão leais. Tão luminosos na sua branca e vegetal cerrada Melancolia. Amados Como nenhuns outros companheiros Da alma. Tão musicais No fluvial e transbordante Ardor de cada dia. Eugénio de Andrade, in Antologia Breve (1972)

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3. O livro Toma o teu livro Cuidadosamente Como quem afaga um tesoiro. Inclina-te contente E abre o segredo de oiro Das laudas vigilantes: Ardem como um coração Fixam como um olhar Abrem-se como uns lábios Que segredam uma oração. Toma o teu livro Que te ensina a Vida Com um abraço de irmão. Lúcio Craveiro da Silva 4. Os meus livros (que não sabem que existo) São uma parte de mim, como este rosto De têmporas e olhos já cinzentos Que em vão vou procurando nos espelhos E que percorro com a minha mão côncava. Não sem alguma lógica amargura Entendo que as palavras essenciais, As que me exprimem, estarão nessas folhas Que não sabem quem sou, não nas que escrevo. Mais vale assim. As vozes desses mortos Dir-me-ão para sempre. Jorge Luis Borges, in A rosa profunda 5. Eu sou o mundo e o mundo sou eu, porque, com o meu livro, posso ser tudo o que quiser. Palavras e imagens, verso e prosa levam-me a lugares a um tempo próximo e distante. Na terra dos sultões e do ouro, há mil histórias a descobrir. Tapetes voadores, lâmpadas mágicas, génios, vampiros e Sindbades contam os seus segredos a Xerazade. Com cada palavra de cada página viajo pelo tempo e pelo espaço e, nas asas da fantasia, o meu espírito atravessa terra e mar. Quanto mais leio mais compreendo que com o meu livro estarei sempre na melhor das companhias. Hani D. El-Masri (tradução: José António Gomes)