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Reforma da Previdência Análise da PEC 287/2016 Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2017

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Reforma da Previdência: Análise da PEC

Reforma da Previdência

Análise da PEC 287/2016

Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2017

Título 1Necessidade da Reforma

1

Necessidade da Reforma

• Forte crescimento da despesa previdenciária mesmo na fase do bônusdemográfico que se encontra no final;

• Patamar de despesa elevado ao que seria esperado do ponto de vista demográficoe redução do espaço fiscal para outros gastos e investimento (cerca de metade dadespesa primária do governo federal é com previdência);

• Esperado forte aumento da despesa por conta do rápido e intenso envelhecimentopopulacional e regras inadequadas;

• Garantir a sustentabilidade fiscal a médio e longo prazo.

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 *

Despesa RGPS % GDP 4,6 4,8 5,0 5,4 5,4 5,5 5,7 5,9 6,2 6,4 6,7 6,9 6,8 6,4 6,7 6,6 6,4 6,6 6,7 6,9 7,4 8,2

4,0

4,5

5,0

5,5

6,0

6,5

7,0

7,5

8,0

8,5

% P

IB

Despesa RGPS-INSS 1995-2016 (2016 estimativa) em % do PIB

Evolução da Despesa RGPS/INSS em % PIB – 1995-2016

Fonte: Elaboração a partir de dados do fluxo de caixa RGPS e IBGE.

Gasto Previdenciário versus Participação de Pessoas com 60 anos ou mais na População Total

Fonte: Elaboração a partir de dados do Banco Mundial; IBGE; ONU; SPP/MF. Ano de 2010. 86 países das Américas, Europa, Ásia e Oceania.

OCDE e UE despesa pública com previdência: 9% e 11,3% do PIB

19,320,0

22,423,7 24,4 24,7

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100

ANO

Projeção Demográfica IBGE RGPS+RPPS Projeção Demográfica ONU RGPS+RPPS

Projeção RGPS -MPS Projeção RGPS IPEA/STN

Projeção RGPS+BPC/LOAS IPEA/STN

Projeções da Despesa com Previdência em % do PIB – Brasil 2020 a 2100

Fonte: Anexo PLDO de 2016 e elaboração própria a partir das projeções demográficas * RGPS + RPPS apenas aposentadorias e pensões

Projeção da OCDE e UE para 2060: 11,3% e 11,1%

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

2025

2026

2027

2028

2029

2030

2031

2032

2033

2034

2035

2036

2037

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2039

2040

2041

2042

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2045

2046

2047

2048

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2051

2052

2053

2054

2055

2056

2057

2058

2059

2060

Rela

ção

Cont

ribu

inte

s / B

enef

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rios

RGPS + RPPS RGPS STN/IPEA

Estimativa da Relação entre Contribuintes / Beneficiários – Brasil

Fonte: Elaboração a partir dos microdados PNAD/IBGE e modelo de projeção STN/IPEA. Pela PNAD/IBGE foi mantida suposição de relação fixa entre valor

médio do benefício e salário médio de acordo com o observado na PNAD/IBGE de 2014.

Relação caiu de 4,5, 3 e 2,5 em 1970,1980 e 1990 para cerca de 2 em 2015 no RGPS. Em 2014, a relação entre ativos/inativos nos RRPS era de 1,8 e 1,2 na União.

Fonte: Elaboração a partir dos microdados da PNAD/IBGE

Relação entre massa de aposentadoria e pensão / rendimento trabalho contribuintesBrasil – 1992 a 2015 – em %

Estimativa da Alíquota de Contribuição Previdenciária de Equilíbrio Brasil 2025-2060 - em % sobre a massa de renda de trabalho dos contribuintes

Fonte: Elaboração a partir dos microdados da PNAD/IBGE e projeção demográfica do IBGE

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

55,0

60,0

65,0

70,0

75,0

80,0

2025 2027 2029 2031 2033 2035 2037 2039 2041 2043 2045 2047 2049 2051 2053 2055 2057 2059

esti

mat

iva

de

alíq

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inte

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ANO

Título 1Análise da PEC 287/2016

2

Principais Medidas propostas pela PEC 287/2016

• Fim da aposentadoria por tempo de contribuição e estabelecimento de idademínima no âmbito do RGPS;

• Convergência/harmonização das regras entre regimes (RGPS e RPPS), entrehomens e mulheres e urbano e rural;

• Alteração da aposentadoria especial e fim do tratamento diferenciado paraprofessores;

• Alteração na regra de cálculo dos benefícios;• Alterações nas regras de cálculo e de acumulação para a pensão por morte;• Instituição obrigatória da previdência complementar no RPPS e do “teto” do

RGPS para novos servidores públicos;• Lei de responsabilidade previdenciária;• Respeitado direitos adquiridos e com regras de transição para 20 anos (pedágio

de 50% sobre o tempo de contribuição que faltava na data de promulgação dareforma).

51,0

49,7

49,2

50,2

52,452,6

52,9

53,9

54,5 54,5 54,4 54,3 54,454,1

54,454,6

54,8 55,055,3

55,555,7

49,0

48,3

47,8

48,5

50,250,5

50,9

51,5 51,6 51,651,4 51,4 51,4 51,4

51,551,7

51,9 52,052,2 52,3

53,0

50,6

49,5

48,9

49,8

51,852,0

52,3

53,253,5 53,5 53,4 53,3 53,3 53,2

53,553,7

53,9 54,054,3

54,554,7

46,0

48,0

50,0

52,0

54,0

56,0

58,0

1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015

Homens Mulheres Ambos os Sexos

Fonte: SPP/MF – BEPS.

A idade média na concessão de ATC foi de apenas 54 anos em 2014, sendo 55 anos para homens e 53 anos para mulheres, com expectativade duração do benefício de, respectivamente, 23,8 e 29,5 anos. Uma em cada cinco mulheres que se aposentou por ATC/INSS em 2015 tinhamenos de 50 anos, 2 em cada 3 menos de 55 anos e 96,6% não eram idosas. Cerca de metade das pessoas que se aposentaram por ATC em2015 tinham menos de 55 anos.

Idades Médias na Concessão de Aposentadorias por Tempo de Contribuição – Brasil – INSS/RGPS 1995 a 2015

Proporção de Contribuintes para Previdência e Taxa de Desemprego de Jovens de 16 a 20 anos por Décimo de Renda

Familiar per Capita - Brasil 2015 – PNAD/IBGE

5,6

17,3

31,2

37,2

47,551,9

59,9

67,465,1

55,4

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

cont

ribu

inte

s em

% t

otal

de

ocup

ados

Décimo de renda familar mensal per capita

Fonte: elaboração a partir dos microdados da PNAD/IBGE 2015

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE de 2015.

Os homens (50-59 anos) e mulheres (46-54 anos) precocemente aposentados tendem a estar concentrados nosdécimos superiores da distribuição do rendimento familiar per capita (cerca de 60% e 82%, respectivamente,entre os 30% e 50% mais ricos) e , situação ainda mais contundente se considerados os aposentados precocesocupados (80,7% e 92,6%, respectivamente, entre os 30% e 50% mais ricos).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Aposentados 0,3 2,8 4,3 5,3 5,7 11,6 10,5 15,3 19,4 24,9

Aposentados Ocupados 0,0 0,8 1,3 2,2 3,1 4,7 7,3 14,4 24,5 41,9

Aposentados Ocupados e Contribuintes 0 0,1 0,3 0,6 1,0 1,7 4,9 12,5 29,3 49,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

% d

o to

tal

Distribuição dos aposentados precoces por décimo de renda familiar per capita -Brasil - PNAD/IBGE 2015

Fonte: Elaboração própria a partir dos microdados da PNAD/IBGE de 2015. Faixa etária de 46 a 54 anos para mulheres e 50 a 59 anos para homens. Renda média excluído renda zero e ignorada.

Na faixa etária considerada como aposentadoria precoce, a renda média de trabalho dos ocupados aposentadosé maior que a dos ocupados não aposentados. Neste caso, o pagamento da aposentadoria mais que triplica adesigualdade de renda que era observada no mercado de trabalho (medida pela diferença da renda média detodas as fontes).

2.759

4.299

2.188 2.212

1.500

2.000

2.500

3.000

3.500

4.000

4.500

renda média do trabalho renda média de todas as fontes

Rend

a M

édia

em

R$

men

sais

aposentados precoces ocupados ocupados mas não aposentados

Gráfico Idade média de aposentadoria (idade e ATC) x Pibper capita por UF – Brasil

Fonte: Elaboração própria dos autores a partir microdados da concessão do INSS em 2014. Idade média no INSS em 2014 e PIB per capita em 2013 do IBGE.

• ATC permite: a) aposentadorias precoces para pessoas com plenacapacidade laboral; b) mecanismo de substituição de renda virecomplementação para trabalhadores com renda de trabalho elevada paraos padrões do Brasil; c) tempo de contribuição não é risco social.

• Há idade mínima para os de menor rendimento – no período de 2013 a2015, 347 mil homens se aposentaram por idade urbana com 65 anos oumais de idade;

• A Lei Orgânica da Previdência Social, de 1960, estabelecia comoparâmetros da aposentadoria 35 e 30 anos de serviço e tinha uma idademínima de 55 anos que foi posteriormente revogada em 1962.

• Em uma pesquisa com 177 países, apenas 13 têm aposentadoria por tempode contribuição sem idade mínima em seus planos de benefícios, sendoque desses 13 vários exigem tempo de contribuição acima de 35 anos outem a inatividade como condicionalidade;

O Micro Empreendedor Individual (MEI) tem elevado subsídio do ponto de vista

previdenciário e uma péssima focalização: cerca de 2 em 3 inscritos no MEI estavam entre

os 30% mais ricos da população e 8 em cada 10 entre os 50% mais ricos.

Fonte: Elaboração a partir dos microdados do suplemento da PNAD/IBGE de 2014.

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

dist

ribu

ição

em

% d

o to

tal d

e in

scri

tos

décimo da renda familiar mensal per capita

Distribuição % dos inscritos no MEI por décimo da renda familiar mensal per capita - Brasil 2014

Cerca de 2 em cada 3 países não tem diferença de igualdade de aposentadoria entrehomens e mulheres e 9 em cada 10 países não têm diferença de carência entre homem emulher. Em 2040, apenas 2 países na União Europeia terão diferença de idade deaposentadoria (Bulgária e Romênia com diferença de 2 anos).

Quantidade -

AI

Mesma Idade

Homem e Mulher(%)

Mesma Carência

Homem e Mulher(%)

África 46 39 85% 46 100%

Américas 36 26 72% 36 100%

Europa Ocidental 22 18 82% 20 91%

Europa Oriental 20 6 30% 14 70%

Ásia e Pacífico 50 27 54% 44 88%

Total 174 116 67% 160 92%

Regiões/Continentes (não

necessariamente completos)

Aposentadoria por Idade: Igualdade

Fonte: AISS e SSA/EUA

Diferença na Duração Esperadapela expetativa de (sobre)vida – Brasil – em anos

Sexo Duração

Média

Esperada

ATC

RGPS/INSS

(55 anos

homens e 53

mulheres)

Duração

Média

Esperada

Aposentadoria

Idade Urbana

RGPS/INSS

(65 anos

homens e 60

mulheres)

Duração

Média

Esperada

RPPS

(60 anos

homens e

55 anos

mulheres)

Duração

Média

Esperada 65

anos

Homem 23,9 16,7 20,2 16,7

Mulher 29,7 23,8 28,0 19,8

diferença 5,8 anos 7,1 anos 7,8 anos 3,1 anos

Fonte: elaboração a partir de dados do IBGE

Diferença de expectativa de vida entre homens e mulheres aos 65 anos cresceu cerca de 40% entre 1940 e 2015 (de 2,2 para 3,1 anos)

• Diferença de idade de aposentadoria não é solução mais eficiente ou mesmo eficaz para combater desigualdadesde gênero e dupla jornada;

• Jornada excessiva pode gerar invalidez? Homens têm maior probabilidade de entrada em invalidez que as mulheres– não deveria se comparar quantidades de horas trabalhadas sem considerar natureza das atividades exercidas ediferença de idade não elimina a exposição e assume o custo da não prevenção;

• previdência não é retribuição a tempo de contribuição ou hora trabalhada (não contributiva), mas serve paragarantir renda para quem perdeu capacidade laboral e a, priori, não deveria guardar relação com duração dajornada (regulamentação trabalhista e outras ações devem evitar jornada excessiva);

• Trabalho não contributivo apenas das mulheres incluídas no setor formal alterando parâmetros do pilarcontributivo da seguridade social é inadequado do ponto de vista do financiamento;

• Manter idade das mulheres no RPPS não é combate à desigualdade – 8 em cada 10 servidoras públicas estão entreos 50% mais ricas;

• Forma mais eficiente de tratar desigualdade seria com taxa de reposição maior para quem ganha menos – algo quefoi mantido, tendo em visto que o salário mínimo continua sendo o piso para aposentadorias.

• Debate deveria ser tamanho do ajuste necessário e as melhores alternativas para obter o ajuste – como conseguirajuste nos RPPS se 2 em cada 3 estatutários são mulheres e cerca de 70% das aposentadorias dos RPPS de estadose municípios eram para mulheres;

A taxa de reposição agregada média na União Europeia, em 2015, foi de 57%.

1 A Taxa de Reposição Agregada é a mediana da renda bruta dos aposentados com idade 65-74 dividida pela mediana da renda bruta de trabalho das pessoas com idade 50-59 anos.

Fonte: Eurostat

69%66% 66%

62% 62% 61% 61%58% 57%

52%50%

47% 47% 46% 45% 44% 43%40%

38%

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

0,8

Taxa

de

Repo

sição

Agr

egad

a em

%

País/Região

Taxa de Reposição Agregada em % - 2015

Fonte: Elaboração a partir dos microdados da PNAD/IBGE de 2015

-8,7

-23,9

-30,0

-25,0

-20,0

-15,0

-10,0

-5,0

0,0

redução despesa com previdência em % redução razão renda média deaposentadoria décimo aposentadoria maisalta/décimo aposentadoria mais baixa %

red

uçã

o o

u v

aria

ção

em

%

Impacto da adoção do teto INSS para aposentadorias e pensões - Brasil - PNAD/IBGE 2015

Imposição de teto do INSS para aposentadorias e pensões RPPS reduz despesa, melhora aequidade entre servidores públicos e trabalhadores do setor privado, melhora a distribuição derenda e estimula a poupança de pessoas com capacidade de poupança.

Poderes da

União

Despesa Média com Servidores

Federais da União*

(R$ correntes)

Aposentados /

reservas e

reformas

Instituidores de

Pensão

Executivo 7.583 6.007

Ministério

Público da União

18.053 16.189

Militares 9.597 8.382

Legislativo 28.547 21.525

Judiciário 26.302 24.059 Fonte: Boletim Estatístico de Pessoal e Informações Organizacionais de novembro de 2016 –

Ministério do Planejamento * Despesa média de novembro de 2015 a outubro de 2016

Impactos Macroeconômicos da Reforma da

Previdência

• Aumento da taxa de participação no mercado de trabalho na

faixa dos 50 e 60 anos com impactos positivos sobre crescimento

econômico;

• Aumento da poupança e do investimento, redução da taxa de

juros e efeitos positivos sobre crescimento econômico e

produtividade;

• Maior espaço fiscal para investimento público.

Título 1Comparações e Tendências Internacionais de Reformas

da Previdência

3

1950-

1955

1955-

1960

1960-

1965

1965-

1970

1970-

1975

1975-

1980

1980-

1985

1985-

1990

1990-

1995

1995-

2000

2000-

2005

2005-

2010

2010-

2015

2015-

2020

2020-

2025

2025-

2030

2030-

2035

2035-

2040

2040-

2045

2045-

2050

2050-

2055

2055-

2060

2060-

2065

2065-

2070

2070-

2075

2075-

2080

2080-

2085

2085-

2090

2090-

2095

2095-

2100

taxa de fertilidade (filhos por mulher) 5,0 4,9 5,0 4,9 4,5 3,9 3,6 3,4 3,0 2,7 2,6 2,6 2,5 2,5 2,4 2,4 2,3 2,3 2,3 2,2 2,2 2,2 2,2 2,1 2,1 2,1 2,1 2,0 2,0 2,0

EV ao Nascer Total 46,8 49,2 51,1 55,4 58,0 60,2 62,0 63,6 64,5 65,6 67,1 68,8 70,5 71,7 72,7 73,7 74,6 75,4 76,3 77,1 77,8 78,5 79,2 79,8 80,4 81,0 81,5 82,1 82,6 83,2

EV ao Nascer Homens 45,4 47,6 49,4 53,5 56,1 58,1 59,7 61,4 62,3 63,3 64,9 66,7 68,3 69,5 70,5 71,5 72,4 73,3 74,2 75,1 75,9 76,7 77,4 78,1 78,8 79,4 80,0 80,6 81,2 81,8

EV ao Nascer Mulheres 48,3 50,9 52,7 57,3 60,0 62,3 64,3 65,8 66,9 67,9 69,2 71,1 72,7 73,9 74,9 75,9 76,8 77,6 78,4 79,1 79,8 80,4 81,0 81,6 82,1 82,6 83,1 83,6 84,1 84,6

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

Taxa

de

Fe

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ida

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taxa de fertilidade (filhos por mulher) EV ao Nascer Total EV ao Nascer Homens EV ao Nascer Mulheres

Expectativa de Vida ao Nascer e Fertilidade –Mundo - 1950 a 2100 (observado e projeções)

Fonte: elaborado a partir dos dados e projeções da ONU

A participação das pessoas com 60 anos ou mais na população mundial, deve crescer de 12,3%, em 2015, para cercade 28,3% em 2100 (em termos absolutos, deverá passar de 901 milhões para 3,2 bilhões).

Descrição Sintética de Tendências

Internacionais de Reformas da Previdência

• Como mostrado, o fato que o envelhecimento populacional é global tem gerado várias

reformas previdenciárias pelo mundo;

• Todos os 34 países da OCDE realizaram alguma mudança na legislação previdenciária entre

2009 e 2015 - a maioria dos países da OCDE terão uma idade de aposentadoria de pelo

menos 67 anos até metade deste século, e alguns países vão além dessa idade, associando

o aumento da idade com a evolução da expectativa de vida;

• Uma reforma muito comum foi o aumento da idade legal de aposentadoria. O estudo

identificou 46 países que aumentaram, estão aumentando ou vão aumentar a idade legal de

aposentadoria como por exemplo: Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Bulgária, Canadá,

Colômbia, Coréia do Sul, Croácia, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Grécia,

Guatemala, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Nova Zelândia, Polônia, Portugal, Reino Unido,

República Tcheca, Romênia, Turquia e Ucrânia;

• Eliminação ou diminuição da diferença de idade de aposentadoria entre homem e mulher -

17 países que estão gradualmente reduzindo ou eliminando as diferenças de idade entre

homens e mulheres para fins de aposentadoria. Áustria, Bulgária, Croácia, Grécia, Itália,

Polônia, Reino Unido, República Tcheca, Romênia, Turquia e Ucrânia. 31 dos 34 países da

OCDE não têm diferença de idade ou já estão programados para eliminar a diferença de

idade.

Descrição Sintética de Tendências

Internacionais de Reformas da Previdência

• Mecanismos de ajustamento automático a demografia/expectativa de vida –

diminui risco no financiamento; incremento da expectativa de vida gera aumento

da idade de aposentadoria (Portugal, Grécia e Dinamarca) ou diminuição do valor

do benefício (Espanha, Itália, Suécia, Polônia e Noruega); em 2011 20 dos 34

países da OCDE tinham alguma forma de elo automático entre

previdência/aposentadorias com a expectativa de vida – na UE o número de

países com esses mecanismos cresceu de 4, em 2001, para 19 dm 2015;

• Aumento de tempo de contribuição, das alíquotas ou da base de contribuição -

Austrália, Dinamarca, Finlândia, França, Suécia, Finlândia, Noruega e Japão;

• Mudança de benefício definido para contribuição definida e/ou para contas

nocionais - Suécia, Itália e Polônia adotaram contas nocionais;

• Mudanças nas regras de indexação dos benefícios;

• Busca de fortalecimento da previdência complementar: mecanismo da “inscrição

automática”.

A reformas previdenciária Brasileira está alinhada com as dos países Europeus.

Pais ano

Restringe requisitos

para a aposentadoria

antecipada

Incrementa idade para

aposentadoria

antecipada

Incrementa idade de

aposentadoria

Iguala idade de

aposentadorias de

homens e mulheres

Incrementa o período

de contribuição

Reajuste automático

com a expectativa de

vida

Flexibiliza o limite que

combina aposentadoria

e trabalho

Brazil 2017 Y Y Y Y Y YBE 2012/2014 Y Y Y

BG

CZ 2011 Y Y Y

DK 2011 Y Y Y Y Y

DE 2014 Y

EE 2010 Y Y

IE 2012-2014 Y Y Y

EL 2010/2012 Y Y Y Y Y Y

ES 2013 Y Y Y Y Y

FR 2010-2011 Y Y Y

HR 2013 Y Y Y Y

IT 2011 Y Y Y Y Y Y

CY 2012 Y Y Y Y Y

LV 2011 Y Y

LT 2011 Y Y

LU 2012 Y

HU 2010/2012 Y Y

MT 2008-2013 Y Y Y Y

NL 2012 Y Y Y

AT 2013 Y Y Y

PL 2008-2010 Y Y Y Y

PT 2012-2014 Y Y Y

RO 2011 Y

SI 2012 Y Y Y Y

SK 2011-2012 Y Y Y Y

FI 2010-2014 Y Y Y

SE

UK 2011-2014 Y Y

Fonte: Banco Mundial

Fonte: Banco Mundial e União Europeia

58

60

62

64

66

68

70

72

an

os

Idade de Aposentadoria, 2040, União Europeia

Homem Mulher

Participação de pessoas 60 anos ou mais

na população total em %

8,0

12,3

28,3

37,4

0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

19

50

19

55

19

60

19

65

19

70

19

75

19

80

19

85

19

90

19

95

20

00

20

05

20

10

20

15

20

20

20

25

20

30

20

35

20

40

20

45

20

50

20

55

20

60

20

65

20

70

20

75

20

80

20

85

20

90

20

95

21

00p

arti

cip

ação

de

60

an

os

ou

mai

s n

o t

ota

l em

%

ANO

Mundo Europa America Latina e Caribe Asia Africa America do Norte Oceania

Fonte: Elaboração a partir de dados e projeções da ONU

Europa demorou 50 anos para passar de 11% para 20% de idosos na população total.Brasil deve ter envelhecimento semelhante em cerca de 20 anos.

Fonte: Elaboração a partir de dados e projeções da ONU

Há convergência demográfica do Brasil em relação à Europa.

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

22,0

24,0

26,0

Expectativa de Vida aos 60 anosBrasil e Europa - 1950 a 240 - estimativas e projeções ONU

Europa Brasil

0,20,3

0,8 0,8 0,9 1,01,1

1,3 1,3 1,41,5 1,5

2,1 2,1 2,22,3

2,6

1,4

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

Em %

do

PIB

País

Despesa Regimes de Previdência dosServidores Públicos Civis em % do PIB

A despesa média com Regimes de Previdência de Servidores Públicos Civis de 17 países da OCDE, em 2013, foi de 1,4% do PIB.

Fonte: OCDE

Arranjo

Institucional

Totalmente Integrado –

Institucional e Benefícios

– há países em transição

Separado

Institucionalmente mas

com benefícios similares

Totalmente

Integrado mas

com benefícios

adicionais

Inteiramente

separado

institucionalmente e

nas regras de

benefícios

Países 1. Chile

2. República Tcheca ;

3. Estônia;

4. Grécia;

5. Hungria;

6. Israel;

7. Itália;

8. Japão;

9. Letônia;

10. Nova Zelândia;

11. Polônia;

12. Portugal;

13. República Eslovaca;

14. Eslovênia;

15. Espanha;

16. Suíça;

17. Turquia

Finlândia

Luxemburgo

Holanda

Suécia

Austrália

Áustria

Canadá

Dinamarca

Islândia

Irlanda

México

Noruega

Reino Unido

Estados Unidos

Bélgica

França

Alemanha

Coréia

Brasil

Regime de previdência servidores públicos civis – OCDE e Brasil

Fonte: OCDE

Reformas dos Regime de Previdência dos Servidores Públicos Civis – OCDE

Reforma Países

Aumento da idade de aposentadoria – 14

países

Áustria, Bélgica, Canadá, Dinamarca,

Finlândia, França, Alemanha, Itália, Japão,

Coréia, Portugal, Espanha, Suécia, Reino

Unido

Restrição para aposentadoria antecipada –

12 países

Áustria, Austrália, Bélgica, Canadá, Finlândia,

Alemanha, Itália, Coréia, Portugal, Espanha,

Suécia e Reino Unido

Redução da generosidade dos benefícios ou

aumento do tempo de contribuição – 11

países

Áustria, Finlândia, França, Alemanha, Grécia,

Islândia, Coréia, Noruega, Portugal, Espanha,

Reino Unido

Aumento das contribuições – 13 países Áustria, Canadá, Finlândia, França, Grécia,

Israel, Itália, Japão, Coréia, Holanda,

Portugal, Suécia, Reino Unido

Integração / Alinhamento com regime geral

– 11 países

Áustria, Canadá, Grécia, Israel, Itália, Japão,

Luxemburgo, Nova Zelândia, Portugal,

Espanha, Turquia

Fonte: OCDE

Rogério Nagamine Costanzi

Coordenador de Previdência / Seguridade Social do IPEA

[email protected] / [email protected]