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N.2 MAI/JUN 2014 FÁBIO CASTILHO, FS FLIP, NA BASE. CASTILHO FÁBIO INFORMAÇÃO E COMPORTAMENTO SKATE MOTOCROSS JIU-JÍTSU SURF YOGA MMA RED NOSE GIRL PERFIL GLOVER TEIXEIRA SUP DESAFIO ENCARANDO CORREDEIRAS ATITUDE E SKATE NO PÉ

Red Nose Xtreme Sports Mag N.02

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SKATE, MOTOCROSS, JIU-JÍTSU, SURF, YOGA, MMA E RED NOSE GIRL.

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FÁBIO CASTILHO, FS FLIP, NA BASE.

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SKATE MOTOCROSS JIU -J ÍTSUSURF YOGA MMA RED NOSE GIRL

PERFIL GLOVER TEIXEIRASUP DESAFIOENCARANDO CORREDEIRAS

ATITUDE E SKATE NO PÉ

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PÁG.30 ENTREVISTA: GLOVER TEIXEIRA

PÁG.40 SHIPSTERN BLUFFO VERDADEIRO DIABO DA TASMÂNIA

PÁG.48 FABIO CASTILHOATITUDE E SKATE NA ALMA

PÁG.52 MOTO X COM JEAN RAMOSDICAS DE UM JOVEM ESPECIALISTA

PÁG.58 RED GIRL: GI CHARABA

PÁG.64 YOGA & MMA: O PODER DA MENTE

PÁG.70 RIVER SUPDESCENDO AS CORREDEIRAS

PÁG.76 CARLSON GRACIELENDA DO JIU-JÍTSU

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DIRETORMARCELO CUNHA LEITÃO

Gerente de Marketing: Fabio BraunerGerente Financeiro: Monica EvangelistaLicensing: Marcelo Abujamra e Alexandre ValleMarketing: Vinicius NastriDesigners: Sergio Severo e Thiago Funari

REDAÇÃODiretor: Kiko Carvalho ([email protected]) Diretor de arte: Alessandro De Toni ([email protected])Editor de fotografia: Luciano Ferrero ([email protected])Estagiários: (arte) Alexandre Pohl e (texto) Vinicius Sá MouraColaboraram nesta edição: (texto) BROOP (Assessoria de Imprensa), Marcelo Barone, Mikey Brennan, Vinicius Sá Moura(foto) Alexandre Loureiro, Eduardo Ferreira, Guilherme Cruz,Luciano Meneghello, Marcos Labanca, Merkel/A-Frame, Sean Davey, Stuart Gibson, Thomas Teixeira, Washington Alves(revisão) Janaína Mello (tratamento de imagem) Premedia CROP

Publisher: Claudio Martins de AndradeDiretoria Executiva: Claudio Martins de Andrade,Kiko Carvalho e Marcelo Barros

RED NOSE XTREME SPORTS MAG, # 2 é uma publicação bimestral do núcleo de revistas customizadas da Third Wave Editora de Revistas Ltda.Administração e Jurídico: Rua Guararapes, 1.108. Brooklin – São Paulo/SP. Cep. 04561-001. Tel.: (11) 5090.3220. E-mail: [email protected] As matérias publicadas não refletem necessariamente a opinião desta revista e sim a de seus autores. IMPRESSÃOLog&Print Gráfica e Logística S.A.

PÁG. 10 EDITORIALPÁG. 12 FOTO DO MÊSPÁG. 14 BEST BUYPÁG. 22 LOOK BOOKPÁG. 26 INSTA REDPÁG. 28 FEIRA E CAMPEONATOPÁG. 82 MOMENTO XTREME

RED NOSE XTREME SPORTS MAG #2CAPA: FABIO CASTILHO.FOTO: T. THOMAS

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PÁG.30 ENTREVISTA: GLOVER TEIXEIRA

PÁG.40 SHIPSTERN BLUFFO VERDADEIRO DIABO DA TASMÂNIA

PÁG.48 FABIO CASTILHOATITUDE E SKATE NA ALMA

PÁG.52 MOTO X COM JEAN RAMOSDICAS DE UM JOVEM ESPECIALISTA

PÁG.58 RED GIRL: GI CHARABA

PÁG.64 YOGA & MMA: O PODER DA MENTE

PÁG.70 RIVER SUPDESCENDO AS CORREDEIRAS

PÁG.76 CARLSON GRACIELENDA DO JIU-JÍTSU

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DIRETORMARCELO CUNHA LEITÃO

Gerente de Marketing: Fabio BraunerGerente Financeiro: Monica EvangelistaLicensing: Marcelo Abujamra e Alexandre ValleMarketing: Vinicius NastriDesigners: Sergio Severo e Thiago Funari

REDAÇÃODiretor: Kiko Carvalho ([email protected]) Diretor de arte: Alessandro De Toni ([email protected])Editor de fotografia: Luciano Ferrero ([email protected])Estagiários: (arte) Alexandre Pohl e (texto) Vinicius Sá MouraColaboraram nesta edição: (texto) BROOP (Assessoria de Imprensa), Marcelo Barone, Mikey Brennan, Vinicius Sá Moura(foto) Alexandre Loureiro, Eduardo Ferreira, Guilherme Cruz,Luciano Meneghello, Marcos Labanca, Merkel/A-Frame, Sean Davey, Stuart Gibson, Thomas Teixeira, Washington Alves(revisão) Janaína Mello (tratamento de imagem) Premedia CROP

Publisher: Claudio Martins de AndradeDiretoria Executiva: Claudio Martins de Andrade,Kiko Carvalho e Marcelo Barros

RED NOSE XTREME SPORTS MAG, # 2 é uma publicação bimestral do núcleo de revistas customizadas da Third Wave Editora de Revistas Ltda.Administração e Jurídico: Rua Guararapes, 1.108. Brooklin – São Paulo/SP. Cep. 04561-001. Tel.: (11) 5090.3220. E-mail: [email protected] As matérias publicadas não refletem necessariamente a opinião desta revista e sim a de seus autores. IMPRESSÃOLog&Print Gráfica e Logística S.A.

PÁG. 10 EDITORIALPÁG. 12 FOTO DO MÊSPÁG. 14 BEST BUYPÁG. 22 LOOK BOOKPÁG. 26 INSTA REDPÁG. 28 FEIRA E CAMPEONATOPÁG. 82 MOMENTO XTREME

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EQUIPE RED NOSE

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CHEGAMOS À SEGUNDA EDIÇÃO DA RED NOSE XTREME SPORTS MAG, ACELERANDO! JÁ NA LARGADA você confere a ampla linha de produtos Red Nose, que você encontra nas melhores lojas do Brasil. Na sequência, uma enxurrada de matérias especiais sem pit-stop. Tem o perfil impressionante do mineiro Glover Teixeira, que desafiou e vendeucaro a derrota para o temido Jon Jones; imagens impressionantes de Shipstern Bluff, uma das ondas mais espetaculares do planeta, localizada na Tasmânia; dicas de preparação para Moto X; como a Yoga pode ajudar os praticantes de MMA; uma entrevista com o skatista profissional Fábio Castilho, que ilustra a capa desta edição; SUP extremo em corredeiras de tirar o fôlego; uma matéria especial sobre o saudoso Carlson Gracie; e cruzando a linha de chegada, toda a beleza de Gi Charaba, a Red Nose Girl desta edição. Tem muita informação e adrenalina esperando por você nas próximas páginas. Até a próxima!

O PILOTO DA RED NOSE, RAPHAEL MATOS, PISA FUNDO NAS CURVAS EM BUSCA DAS PRIMEIRAS POSIÇÕES DO GRID, DURANTE ETAPA DA STOCK CAR.

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GARRETT MCNAMARA “PASSEANDO DE SUP” EM UM TUBO DE RESPEITO. CLOUDBREAK, FIJI.FOTO

DO MÊS

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NO TREINO, NA VIAGEM OU CURTINDO A VIDA, COM A DIVERSIFICADA LINHAS DE PRODUTOS RED NOSE VOCÊ ESTARÁ SEMPRE PRONTO.

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HYDRO WHEY2PROTEICO À BASE DE PROTEÍNA ISOLADA E HIDROLISADA DO SORO DO LEITE, QUE INFLUENCIA NO GANHO DE MASSA MAGRA, PROPORCIONANDO DEFINIÇÃO MUSCULAR.

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CAMISETA BRANCAMASCULINA: CAMISETA MEIA MALHA COM ESTAMPA.

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CAMISETA BRANCAMASCULINA: CAMISETA MEIA MALHA COM ESTAMPA.

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1. @CEZARMUTANTE Apresentação de capoeira no treino aberto do UFC Goiânia . @cristianopiquet @rednose_oficial

2. @GLOVERTEIXEIRA3. @MAILTONDOSSANTOS Ala Snoop Dogg!!! RJ

4. @MCNAMARA_S Sick cover!!! Thanks @RedNose_Oficial brings back memories of the first time I paddled at Jaws/Peahi›i

5. @THECAST Muito prazer! I’am LAchico Castilho from Itaquera city #Snoopify#zlei#luvmydog

6. @RAFAEL__FEIJAO Parceiro de todas as horas Joejoe #familia #tamojunto #teamnogueira

7. @WACSON_MASS Irmão mais atentado do mundo.kk

8. @LINDOLFO_OLIVEIRA Skate: ame ou largue para sempre!! #skateboard #sangue

9. @GLOVERTEIXEIRA Ja chegou.

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1. SUPERMÁQUINA; 2. TATY RIBEIRO (CENTRO), AMANDA HERDEIRO (`A DIR.) E AMIGA; 3. PRODUTOS EM EXPOSIÇÃO; 4. JEEP E DJ FAZEM A TRILHA SONORA DO ESTANDE DA RED NOSE.

FEIRA EXPO ABIÓPTICA 2014 (ÓCULOS E RELÓGIOS)

1. MASCOTE DO TIME REDNOSE, WACSON MASS; 2. O PRO DAN CEZAR; 3. ATLETA MANDANDO UMA BENIHANA VOADORA; 4. WACSON MOSTRANDO O QUE SABE; 5. PODIUM DO EVENTO; 6. THALITA E ADRIANA OLIVEIRA; 7. MUITA HABILIDADE EM UM BS CROOKED CHEIO DE ESTILO; 8. FABIO BRAUNER AO LADO DO VENCEDOR DA PROVA BEST TRICK E DO SECRETÁRIO DA CULTURA DE BARUERI, PAULO SÉRGIO; 9. DISTRIBUIÇÃO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DA RED NOSE EXTREME SPORTS MAG.

[ BACKSTAGE ]

CONFIRA O QUE ROLOU NO ESTANDE DA RED NOSE DURANTE A FEIRA EXPO ABIÓPTICA E NO QUINTO CAMPEONATO PROFISSIONAL DE SKATE BARUERI, QUE CONTARAM COM MUITA FESTA, PERSONALIDADES, BOA MÚSICA E LINDAS GAROTAS.

NA FEIRA E NA PISTA

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5O CAMPEONATO PROFISSIONAL DE SKATE BARUERI (SP) – PATROCÍNIO RED NOSE

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A CIDADE DE SOBRÁLIA, EM MINAS GERAIS, TEM NA PECUÁRIA E NA AGRICULTURA SUAS PRINCIPAIS ATIVIDADES. NO ENTANTO, COMEÇA A ENTRAR NO MAPA ATRAVÉS DE SEU FILHO MAIS FAMOSO, QUE SE DESTACA NO UFC, UMA ORGANIZAÇÃO AVALIADA EM US$ 1 BILHÃO. NO MELHOR ESTILO MINEIRINHO – COMENDO PELAS BEIRADAS, GLOVER TEIXEIRA CONQUISTA SEU ESPAÇO NO EVENTO E, SEM ALARDE, CHEGOU À DISPUTA DE CINTURÃO. NÃO VENCEU, É VERDADE. MAS “CAIU DE PÉ” DEPOIS DE CINCO ROUNDS CONTRA JON JONES. POR MARCELO BARONE

A vida no interior mineiro não permitia grandes escolhas. No esteio do pai, com apenas 7 anos, Glover trabalhava na roça, como boia-fria. Ca-pinava, cuidava das vacas e, na breve pausa, comia marmita. O rumo natural seria seguir os passos do pai, mas Glover sonhava em ser peão

de rodeio. Aos 15 anos, o desejo de se tornar atleta aflorou e, naquele momen-to, a história começava a ganhar outros contornos. “Queria ser corredor de 100 metros. Achava maneiro aqueles caras correndo e comecei a fazer musculação com peso de cimento na minha cidade. Não existia academia lá, então achava que ser corredor era mais fácil, não precisava de técnico”, relembra o lutador.A vontade de ganhar dinheiro contrastava com o potencial da cidade e, como muitos conterrâneos fizeram, Glover decidiu tentar a vida nos Estados Unidos. Apesar de acompanhar os filmes de Bruce Lee e as lutas-relâmpago de Mike Ty-son, o objetivo da viagem era acumular dólares para “comprar um sítio e umas vaquinhas”. A vontade de se tornar lutador viria depois de chegar à América, mas a odisseia em busca do “sonho americano” teve ares de pesadelo.

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GLOVER ENFRENTA O DETENTOR DO CINTURÃO DOS MEIO PESADOS, JON JONES.

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A travessia ilegal através do México foi o percurso trilha-do por Glover Teixeira para entrar nos Estados Unidos, em 1999. Foram 48 dias de Sobrália ao destino final, passan-do por países como Colômbia e Guatemala. Três desses dias ele passou ao lado dos famigerados coiotes – pessoas que ajudam a atravessar a fronteira – à espera da melhor hora de cortar o território.“Tínhamos que aguardar a neblina descer para a gente cruzar o deserto porque lá havia guarda, polícia e heli-cóptero, sem sermos vistos pelo farol. Foram seis horas andando de Tihuana à Califórnia. Lembro que saímos à noite e chegamos de manhã. Passei fome porque nesse tempo ficamos em uma casa comendo só uma vez por dia. Emagreci, se não me engano, 9 quilos na época”, recorda Glover, que tinha 19 anos.As diferenças entre Brasil e Estados Unidos eram grandes, mas a dureza, a mesma. Para faturar alguns dólares, Glo-ver trabalhou como jardineiro e em obras, principalmen-te no inverno, quando o outro “bico” era mais escasso, durante dez horas por dia. Foi em terras estrangeiras que conheceu o boxe, o jiu-jítsu e deixou para trás os planos de trabalhar com rodeio ou ser corredor. “No início de 2002, três anos após a minha chegada, um amigo me levou para treinar boxe. Seis meses depois, fiz jiu-jítsu. Vi alguns vídeos do Royce e falei: ‘Tenho que aprender essa arte’. Virei fanático e resolvi ser profissional.”Apesar das dificuldades inerentes a quem tenta se aventurar em outro país, Glover havia se encontrado como lutador, prova disso é que, em 2005, foi para a Califórnia treinar na academia The Pit, onde conheceu Chuck Liddell. Na épo-ca, “The Iceman” era o principal expoente do UFC e uma ajuda de luxo para um jovem que tinha poucas lutas na carreira.

ILEGALIDADECom mais vitórias do que derrotas e potencial para evoluir, Glover recebeu pro-posta do UFC. Mas o preço de ser imigrante ilegal cobrou sua conta no que seria a melhor oportunidade de sua vida. Sem poder assinar contrato com a organi-zação devido ao seu status, o brasileiro decidiu, por livre e espontânea vontade, retornar ao Brasil, única forma de regularizar a situação. Era preciso dar dois passos para trás para avançar um.Ciente da falta de academia em Sobrália, Glover decidiu morar na casa de ami-gos, no Rio de Janeiro, onde conheceu a academia Delfim, que passou a ser palco de seus treinamentos, junto com Pedro Rizzo. O tempo no país, sem poder lutar nos Estados Unidos, foi como uma prisão para o mineiro.“Foi um período da minha vida que eu não desejo a ninguém. Foi muito, muito difícil saber que eu tinha potencial para lutar no UFC e não estar lá. Não sabia quando ia pegar o greencard, passando necessidade de dinheiro. Nunca passei fome, não posso falar isso, mas ter R$ 300 no banco, no Rio de Janeiro, não é fácil. Foi um obstáculo. Hoje, a vitória é mais gostosa.”Os três anos e meio na cidade foram duros. Além das dificuldades profissionais, um agravante deixava Glover ainda mais triste: a distância da namorada, Ingrid Peterson, americana que conheceu em 2001, na academia.“A gente batia papo na academia. Um dia, tomei coragem e a convidei para jan-tar. Começamos a ficar e estamos juntos até hoje. Ela ficou nos Estados Unidos porque voltei sem conhecer nada, sem ter estrutura alguma no Rio, e sustentar duas pessoas seria complicado. Quando você está sozinho, dorme em qualquer lugar, mas com mulher é diferente. Ela me deu muita força”, disse Glover, que

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NA PÁG AO LADO, GLOVER EM ENTREVISTA COM A IMPRENSA; ACIMA, FOCO E DETERMINAÇÃO MINUTOS ANTES DE MAIS UM DESAFIO NA CARREIRA DO LUTADOR.

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viu Ingrid cinco vezes nesse período. Sob os olhares da mulher e entre goles de café, Glover narra a saudade que sentia de Ingrid, com quem falava pelo Skype diariamente. Para reduzir a dis-tância, decidiram se casar, agilizando o processo para obter o greencard. Em 2012, enfim, conseguiu o visto para os Estados Unidos e ficou livre para assi-nar com o Ultimate, evento pelo qual disputaria o cinturão em abril de 2014.

ORGULHO DA CIDADEO tempo fora do Brasil e, principalmente de Sobrália, onde moram seus pais, não mudou a relação de Glover Teixeira com a cidade. Com a vida estável nos Estados Unidos, o lutador costuma passar férias com a família e os amigos de infância, que ainda vivem na roça. Sobrália sofreu poucas modificações ao longo do tempo, no entanto, agora, a principal atração é a presença ilustre do atleta do UFC, uma celebridade dentre os menos de 10 mil habitantes.“Muita gente fala: ‘Achei que você não voltaria mais depois que assinasse com o UFC’. Não sei se é brincadeira, mas nunca vou deixar de ir lá. Às vezes,

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viu Ingrid cinco vezes nesse período. Sob os olhares da mulher e entre goles de café, Glover narra a saudade que sentia de Ingrid, com quem falava pelo Skype diariamente. Para reduzir a dis-tância, decidiram se casar, agilizando o processo para obter o greencard. Em 2012, enfim, conseguiu o visto para os Estados Unidos e ficou livre para assi-nar com o Ultimate, evento pelo qual disputaria o cinturão em abril de 2014.

ORGULHO DA CIDADEO tempo fora do Brasil e, principalmente de Sobrália, onde moram seus pais, não mudou a relação de Glover Teixeira com a cidade. Com a vida estável nos Estados Unidos, o lutador costuma passar férias com a família e os amigos de infância, que ainda vivem na roça. Sobrália sofreu poucas modificações ao longo do tempo, no entanto, agora, a principal atração é a presença ilustre do atleta do UFC, uma celebridade dentre os menos de 10 mil habitantes.“Muita gente fala: ‘Achei que você não voltaria mais depois que assinasse com o UFC’. Não sei se é brincadeira, mas nunca vou deixar de ir lá. Às vezes,

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até brinco com meus amigos, que pedem para tirar foto comigo: ‘Vai tirar foto? A gente se conhece desde pequeno!’. A cidade está no meu coração. Os amigos que eu tenho de infância lá, vejo até hoje, sempre bebo uma cervejinha com eles. É difícil morar lá sendo um atleta, mas nunca vou deixar de visitar. Tenho orgulho da cidade. Você tem que ver como os caras me recebem lá, bicho.”Aos poucos, Glover tenta se habituar com a fama. Tirar fotos, distribuir autógrafos e ser tratado como um “ser superior ” é algo ainda novo na vida do lutador, que sente vergonha ao ficar em evidência, em especial, quando está com amigos de longa data. “Sou o herói da cidade. É muito bom. Os caras não acreditam quando veem na televisão o Bruce Buffer falando So-brália. A galera fica muito feliz. As criancinhas ficam me olhando assim (faz cara de admirado) para ver se é verdade mesmo. No Rio, você vê ator na praia, então está acostumado. Na minha cidade, a única pessoa que apa-rece na televisão sou eu. Tenho vergonha de ficar tirando foto. Com gente desconhecida, fã de MMA, acho maneiro.

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NA PÁG AO LADO, GLOVER MANTENDO O CONTROLE DE MAIS UMA LUTA; ACIMA, O MEIO PESADO ARRISCA UM DIRETO CONTRA O NORTE-AMERICANO RYAN BADER.

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Mas, com amigos, tenho vergonha. Não sou melhor do que ninguém”, destacou Glover, que viveu uma cena digna de cinema quando esteve na roça recentemente.“Engraçado... Outro dia fui correr lá e aconteceu que nem o Rocky Balboa mesmo. Alguns molequinhos vieram correndo atrás de mim. Não foi aquele tumulto todo, mas eu passava pela rua e o pessoal gritava: ‘Aí, Glover, quando é a próxima luta? Vem tomar uma (cerveja) aqui’. Todo mundo gritava igual na história do Rocky”, comparou. Com prestígio no UFC e mais de 20 lutas na carreira, Glover teve oportunidade de conhecer diversos países, gente influente e está adaptado aos Estados Uni-dos. Não faz planos de voltar a morar no Brasil, mas não dispensa churrasco e cerveja quando curte as férias. A simplicidade também está presente nos momentos de lazer do lutador.“Sou um cara que gosta de bater papo. Quando estou em Minas, descanso muito. Faço churrasquinho e tomo uma cervejinha. Vou para a roça pescar, conversar com meus amigos, dormir debaixo da árvore e ficar na rede. No Rio, vou à praia, ao shopping. Gosto de conversar com o pessoal da Delfim, com os caras da faxina, que são meus amigões. Às vezes, passava o domingo inteiro na academia assistindo televisão.”

AMIZADE COM CHUCK LIDDELLA admiração de Glover por Chuck Liddell é evidente. E não é para menos. O mineiro, que foi para os Estados Unidos sem intenção de ser lutador e acabou apadrinhado por uma lenda do esporte, tem motivos de sobra para, como mesmo define, ser pupilo do ex-campeão do UFC.“Ele é o meu mentor número um. Eu o vi sendo campeão e a humildade dele sempre foi a mesma. É um cara que, apesar de ser americano, tem um estilo diferente, uma história diferente da minha, mas o vejo como um mentor. Ele é um cara tranquilo, que nunca se exaltou, mesmo quando era dono do cinturão.

NA PÁG. AO LADO, PESO BATIDO, VENCIDA A PRIMEIRA BATALHA.

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Nunca o vi falando: ‘Ah, sou o campeão mundial’. É um cara com quem eu re-almente aprendi a ter os pés no chão, a ser um cara tranquilo, que nada dura para sempre, que vale a pena ser o que a gente é.”O primeiro contato com Liddell se deu na academia The Pit, na Califórnia. Glover recorda que o então campeão do UFC o incentivou e sempre gostou de seu estilo mais calado, nada bajulador. Com o tempo, nasceu a amizade e uma previsão animadora para o brasileiro.“O Chuck e o John Hackleman, treinador dele, gostavam da minha persona-lidade. Era humilde e não ficava puxando o saco ou querendo conversar. Ele me mostrou o wrestling, o muay thai e me ensinava algumas posições. Eu me lembro que ele quase chorou no dia que eu vim para o Brasil e a gente fez o último treino. O Chuck me deu um abraço e falou: ‘Tenho certeza que você será campeão um dia’.” A ausência do amigo foi sentida no UFC Rio 3, em outubro de 2012. Glover Teixeira derrotou Fabio Maldonado em sua segunda luta no show, mas o atleta da categoria meio-pesado sabe que Liddell não nega ajuda.“Nossa relação é bacana. A gente liga um para o outro, conversa. Ele me telefona e fala: ‘Vai ser aniversário da minha filha, aparece e tal’. É um cara que tem poucos amigos de verdade. Acho legal que, quando eu o chamo para jantar em Los Angeles, ele cancela o que tiver que fazer, trabalho ou entrevista, e aparece.”As palavras de Glover vão ao encontro das de Chuck Liddell. Parte do sucesso do atleta canarinho, o lutador, que entrou para o Hall da Fama do UFC após a aposentadoria, sente orgulho do parceiro de treinos.“Glover foi um grande companheiro que me ajudou muito a me preparar para os meus combates. Ele é um grande atleta e um cara incrível. É ótimo poder vê-lo de volta. Eu desejava que isso ocorresse e isso tinha que acontecer. Ele fez parte da minha preparação nos últimos anos e estou feliz que esteja de volta. Ele está fazendo o que ama, e é ótimo poder vê-lo lutar.”

NA PÁG AO LADO, AOS 34 ANOS, GLOVER ACUMULA EXPERIÊNCIA DENTRO DO OCTÓGONO; ABAIXO, TREINANDO FORTE PARA MAIS UMA BATALHA.

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O LOCAL MIKEY BRENNAN, AUTOR DESTA MATÉRIA, DENTRO DE UM TUBO LITERALMENTE “CAVERNOSO” EM “FLAT ROCK” (PEDRA LISA, EM PORTUGUÊS), COMO O PICO TAMBÉM É CONHECIDO.

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D A TA S M Â NI ADIABO

HÁ POUCO MAIS DE UMA DÉCADA, O MUNDO DO SURF

TOMOU CONHECIMENTO DE UMA ONDA BRUTAL QUE

NUNCA MAIS SAIRIA DAS PÁGINAS DAS PRINCIPAIS

REVISTAS E VÍDEOS DE SURF. SHIPSTERN BLUFF,

NA ILHA DA TASMÂNIA, SUL DA AUSTRÁLIA,

É O TIPO DE LUGAR QUE SEPARA OS BRAVOS DOS FRACOS, QUE CONSTRÓI E DERRUBA REPUTAÇÕES

E OFERECE TUBOS TÃO LARGOS E PODEROSOS QUE

PODEM SER A MELHOR OU A PIOR EXPERIÊNCIA DE SUA VIDA. O LOCAL

MIKEY BRENNAN DESCREVE ESSE SANTUÁRIO DO SURF

MUNDIAL. POR MIKEY BRENNAN FOTOS STUART GIBSON

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Quando se pensa em surf, a Tasmânia não é exatamen-te o tipo de lugar que vem à nossa cabeça. Mesmo na Austrália, a maioria dos surfistas dirá que as con-dições difíceis e o frio intenso são suficientes para

mantê-los afastados. Mas para alguns é a sua casa, e também é o lar de uma das ondas mais incríveis do planeta. Os ventos de oeste que varrem o oceano no Hemisfério Sul, chamados Roaring Forties, são conhecidos por sua força e pelos swells poderosos que produzem. Num ano normal, ondas de 15 metros são registradas com frequência, e nas condições certas “Shipstern Bluff” – que na tradução literal significa um “penhasco com formato da parte traseira de um navio” – proporciona um espetáculo titânico para os espec-tadores e surfistas dispostos a ir até lá. Shipstern, ou “Flat Rock” (pedra lisa em português), como era chamado pelo povo aborígene, e posteriormente pelos colonizadores europeus, sempre foi um local sagrado, espi-ritual. Palco de reuniões em que histórias e tradições eram passadas para novas gerações, com rituais e danças secula-res, mais tarde se tornou um local onde famílias se reuniam para se banhar nas águas rasas e tomar sol. As pessoas ainda frequentam o local diariamente e é fácil sentir a energia presente à sua volta. Por isso é um lugar tão especial. Dá até pra imaginar que, mesmo no passado, a conexão dos ho-mens com o pico também tinha a ver com a onda, apesar de não haver nenhum registro disso. Mas é possível concluir que os sentimentos dos povos antigos em relação ao oceano so-

berano eram os mesmos que sentimos lá hoje. A península de Tasman é uma das costas mais espetaculares do mundo, coberta por uma exuberante e vasta mata verde e reple-ta de falésias assustadoramente altas. Sua história é rica e seu passado foi fortemente marcado pela época em que a cidade de Port Arthur era uma colônia penal europeia. A capital, Hobart, nasceu e, junto com ela, o comércio de rum e a indústria baleei-ra. Duzentos anos se passaram e, conforme o surf foi migrando cada vez mais para o sul, a existência daquele lugar especial foi sendo difundida entre os mais antenados. Um pequeno grupo de surfistas foi conferir de perto e considerou o local insurfável, mas dois integrantes da expedição, Dave Guinne e Andrew Cam-pbell, resolveram voltar e, posteriormente, chamar o mundo do surf para dividir a experiência de Shipstern.Após um ano surfando sozinho a onda, Andrew decidiu que a melhor maneira de ganhar uns trocados e documentar a aventu-ra seria através das lentes de uma câmera e com alguns profis-sionais de renome, então chamou Dave “Rasta”, Mark Mathews, Kieren Perrow, Drew Courtney e Koby Abberton. Juntos, eles ul-trapassariam limites, enfrentariam seus piores medos e dariam sequência ao que ficaria conhecido como a “era de Shipstern”. Andrew foi embora para a Indonésia com todo o dinheiro que ganhou, deixando pra trás um leque de amigos que atacaria Shipstern como ninguém jamais tinha feito antes. Juntos eles formaram um grupo e desbravaram várias outras ondas, ali-mentando a vontade e a satisfação de viver em busca de gran-des swells oceânicos.

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Quando se pensa em surf, a Tasmânia não é exatamen-te o tipo de lugar que vem à nossa cabeça. Mesmo na Austrália, a maioria dos surfistas dirá que as con-dições difíceis e o frio intenso são suficientes para

mantê-los afastados. Mas para alguns é a sua casa, e também é o lar de uma das ondas mais incríveis do planeta. Os ventos de oeste que varrem o oceano no Hemisfério Sul, chamados Roaring Forties, são conhecidos por sua força e pelos swells poderosos que produzem. Num ano normal, ondas de 15 metros são registradas com frequência, e nas condições certas “Shipstern Bluff” – que na tradução literal significa um “penhasco com formato da parte traseira de um navio” – proporciona um espetáculo titânico para os espec-tadores e surfistas dispostos a ir até lá. Shipstern, ou “Flat Rock” (pedra lisa em português), como era chamado pelo povo aborígene, e posteriormente pelos colonizadores europeus, sempre foi um local sagrado, espi-ritual. Palco de reuniões em que histórias e tradições eram passadas para novas gerações, com rituais e danças secula-res, mais tarde se tornou um local onde famílias se reuniam para se banhar nas águas rasas e tomar sol. As pessoas ainda frequentam o local diariamente e é fácil sentir a energia presente à sua volta. Por isso é um lugar tão especial. Dá até pra imaginar que, mesmo no passado, a conexão dos ho-mens com o pico também tinha a ver com a onda, apesar de não haver nenhum registro disso. Mas é possível concluir que os sentimentos dos povos antigos em relação ao oceano so-

berano eram os mesmos que sentimos lá hoje. A península de Tasman é uma das costas mais espetaculares do mundo, coberta por uma exuberante e vasta mata verde e reple-ta de falésias assustadoramente altas. Sua história é rica e seu passado foi fortemente marcado pela época em que a cidade de Port Arthur era uma colônia penal europeia. A capital, Hobart, nasceu e, junto com ela, o comércio de rum e a indústria baleei-ra. Duzentos anos se passaram e, conforme o surf foi migrando cada vez mais para o sul, a existência daquele lugar especial foi sendo difundida entre os mais antenados. Um pequeno grupo de surfistas foi conferir de perto e considerou o local insurfável, mas dois integrantes da expedição, Dave Guinne e Andrew Cam-pbell, resolveram voltar e, posteriormente, chamar o mundo do surf para dividir a experiência de Shipstern.Após um ano surfando sozinho a onda, Andrew decidiu que a melhor maneira de ganhar uns trocados e documentar a aventu-ra seria através das lentes de uma câmera e com alguns profis-sionais de renome, então chamou Dave “Rasta”, Mark Mathews, Kieren Perrow, Drew Courtney e Koby Abberton. Juntos, eles ul-trapassariam limites, enfrentariam seus piores medos e dariam sequência ao que ficaria conhecido como a “era de Shipstern”. Andrew foi embora para a Indonésia com todo o dinheiro que ganhou, deixando pra trás um leque de amigos que atacaria Shipstern como ninguém jamais tinha feito antes. Juntos eles formaram um grupo e desbravaram várias outras ondas, ali-mentando a vontade e a satisfação de viver em busca de gran-des swells oceânicos.

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NA PÁG. AO LADO, O AMBIENTE HOSTIL QUE CERCA A ONDA E O PAREDÃO DE PEDRA QUE DEU O NOME AO PICO: SHIPSTERN, QUE SIGNIFICA A PARTE DE TRÁS DE UM NAVIO; ACIMA, ANDREW MOONEY PRESTES A SER ENGOLIDO VIVO POR UMA ONDA “MUTANTE”; AO LADO, PLACA INDICANDO A PRESENÇA DO DIABO DA TASMÂNIA, UM MARSUPIAL QUE SÓ EXISTE NAQUELA ILHA.

S H I P S T E R N B L U F F

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“Shipies” passou a estampar as páginas de centenas de re-vistas mundo afora, colocando a Tasmânia no mapa e crian-do um enorme frenesi na indústria do surf, fazendo com que a demanda pelas imagens nunca antes vistas crescesse de maneira vertiginosa. O Billabong XXL Awards e o Australian Big Wave Awards potencializaram ainda mais a reputação da onda, enquanto os surfistas dispostos a desafiar sua potência vertical tinham cada vez mais histórias para contar. As empre-sas de surf passaram a usar Shipies em seus anúncios e com certeza capitalizaram muito com isso.Antes de todo esse alvoroço, entretanto, havia apenas um pu-nhado de amigos dispostos a encarar Shipies. O contingente de

surfistas locais era grande, mas o foco se concentrava em James e Tyler Hollmer-Cross, Marti Paradisis, eu e os fotógrafos Andy Chiz e Stuart Gibson. Íamos surfar juntos o tempo todo, e o ri-tual consistia em pular do rochedo, remar para fora e ficar lá sentados esperando para despencar de uma montanha líquida. Aos poucos fomos melhorando nossa abordagem e começamos a surfar ondas maiores, aprendendo onde dropar e a ver quais seriam as melhores. Mas víamos as séries maiores passando va-zias e não demorou para que Marti arranjasse um jet ski, o que nos abriria um novo horizonte nos dias em que as ondas estavam grandes demais para pegar na remada. Tyler e eu tínhamos apenas 16 anos quando começamos a

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pegar os tubos mais profundos, e James e Marti eram um pouco mais velhos e surfavam melhor e com mais frequência. James Hollmer realmente dominava o pico e a maioria de nós dirá que era ele quem remava nas maiores. Andrew Chisholm “Chiza” e Stuart Gibson “Gibbo” se encarregaram de registrar e documentar em fotos a maior parte da história. Os dois têm muita sorte em ganhar a vida com isso e ainda hoje eles mar-cam presença no pico com a mesma paixão de quando come-çaram, mais de uma década atrás. Sentado no outside é possível sentir a energia, o astral desse lugar místico envolve todo mundo e, ao surfar a onda, você se sente invencível, até ser colocado em seu devido lugar ao

levar a maior vaca da sua vida. O topo da enorme falésia em frente à onda dá a noção exata de como somos pequenos. A água é fria e possui um azul profundo, e enquanto se está lá sentado, logo se vê uma linha escurecendo o horizonte. Quando a série entra ela chega rápido, ganhando força e ta-manho antes de encontrar a bancada e começar a engolir a si mesma, dobrando sua espessura ao se materializar numa onda de verdade. Às vezes a força das correntes cria ondas totalmente impossíveis de serem surfadas. Parece que está tudo perfeito, mas a onda convulsiona e forma degraus como se fosse uma escadaria, enquanto você desce a parede em alta velocidade buscando a última seção.

TYLER HOLMER-CROSS, UM DOS LOCAIS DE SHIPSTERN, ENCARANDO O VERDADEIRO “DEMÔNIO DA TASMÂNIA”.

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DAN ROSS TENTANDO CONTROLAR O INCONTROLÁVEL. AO LADO, CHECANDO O PICO DO ALTO DO MORRO.

O degrau se dobra e vira uma seção grossa que dá vontade de ficar dentro para sempre. Então a porta do salão verde se abre e você é cuspido para fora. Seu pensamento é sugado para um buraco negro e sua expressão se perde no silencioso momento congelado no tempo. Ao sair no canal você é ova-cionado antes de virar a cabeça e ver a próxima onda explo-dindo na bancada. Já no barco, a caminho de casa, todos falam sobre os bons momentos vividos e contam suas histórias enquanto comem algo. Normalmente alguém leva uma garrafa de bebida para esquentar a galera. A viagem de volta é uma das melhores sensações do mundo depois de pegar tubos de 10 a 15 pés o dia todo. Todos estão adrenalizados com o que viram e senti-ram e as fotos estão lá para provar. Enquanto isso, o sol ofe-rece seu último brilho do dia e você fica agradecido por estar vivo e presenciar tudo aquilo. Ao contrário do que muitos pensam, a energia em torno de Shipies sempre foi positiva e bem diferente de qualquer pico no mundo. Todos comemoram se alguém pega uma boa e fi-cam felizes em dividir as ondas, a menos que o crowd esteja fora de controle. A mídia provocou um aumento no número de frequentadores, mas para os locais é sempre fácil de con-seguir pegar sua cota de tubos. Sempre foi assim e é isso que torna Shipies tão especial. Uma das coisas notáveis sobre essa área é o pouco nível de desenvolvimento. Os anos se passaram e nada mudou, pois o Parque Nacional manteve o lugar protegido. Shipstern tem atraído cada vez mais surfistas profissionais, incluindo nomes como Kelly Slater e muitos outros que quiseram ex-perimentar a onda. Não são muitos que conhecem o local ou que se sentem próximos a ele. Podemos contar nos dedos das mãos o nú-mero de pessoas que têm uma relação com a onda. Viajar até “Flat Rock” se tornou um modo de vida, promovendo uma ligação muito forte entre nós e o resto do mundo do surf. Ter uma das maiores ondas tubulares do mundo na porta de casa é algo indescritível. Shipstern nos ensinou muitas lições e sempre será o pico mais especial de nossas vidas. Depois de aprender a perseguir tubos cada vez maio-res e mais profundos, é inevitável que Shipstern deixe de ser nosso foco principal. Não sei dizer qual será nosso pró-ximo passo e para onde vamos, mas certamente o próximo desafio de nossas vidas será ainda mais assustador.

MATÉRIA PU

BLICADA PELA REVISTA FLU

IR EDIÇÃO

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SKATE NASCIDO E CRIADO NO BAIRRO DE ITAQUERA, ZONA LESTE DE SÃO PAULO, FÁBIO CASTILHO VEM REPRESENTANDO MUITO BEM O TALENTO DOS SKATISTAS PAULISTANOS PELAS RUAS E PISTAS DO BRASIL E DO MUNDO. POR VINÍCIUS SÁ MOURA

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SKATE NASCIDO E CRIADO NO BAIRRO DE ITAQUERA, ZONA LESTE DE SÃO PAULO, FÁBIO CASTILHO VEM REPRESENTANDO MUITO BEM O TALENTO DOS SKATISTAS PAULISTANOS PELAS RUAS E PISTAS DO BRASIL E DO MUNDO. POR VINÍCIUS SÁ MOURA

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ACIMA, FÁBIO, NO CONTROLE, VARANDO A ESCADARIA NUM 360 FLIP.

NA PÁG. AO LADO, O PAULISTANO EM SEU AMBIENTE NATURAL.

NA ALMA AOS 31 ANOS DE IDADE, 19 DELES DEDICADOS AO SKATE,FÁBIO CASTILHO É CONHECIDO POR SUA IRREVERÊNCIA, PELO SORRISO FÁCIL E POSTURA SEMPRE IMPECÁVEL E, É CLARO, PELO ESTILO E TÉCNICA INCONFUNDÍVEIS EM CIMA DO “CARRINHO”.

NA ENTREVISTA A SEGUIR, O SKATISTA FALA SOBRE A CARREIRA, AS DIFICULDADES ENCONTRADAS EM SUA TRAJETÓRIA E DURANTE ESSES ANOS E DA SATISFAÇÃO EM ASSINAR SEU PRÓPRIO MODELO DE TÊNIS PARA SKATE PELA MARCA RED NOSE.

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FÁBIO CASTILHO MANDANDO UM HALFCAB FRONTSIDE FLIP EM ITAQUERA, ZONA LESTE DE SÃO PAULO, ONDE TUDO COMEÇOU.

Como foi o processo de desenvolvi-mento do seu modelo customizado, você teve liberdade para opinar na criação? O resultado superou suas expectativas?Foi muito positivo. O resultado final superou todas as minhas expectati-vas, e ao final do processo me senti totalmente realizado. Como skatista, você está acostuma-do a andar nos picos e a ter conta-to com o público consumidor das marcas que te patrocinam. Qual foi a aceitação dos skatistas sobre seu novo pró-model da RED NOSE?Toda essa experiência é muito grati-ficante. Ver a galera nos picos falan-do bem dos produtos assinados por mim, um profissional brasileiro, é simplesmente indescritível.

Qual o sentimento de ter um modelo de tênis da RED NOSE?Encaro essa oportunidade com a RED NOSE como um sonho de vida come-çando a ser realizado.

Quais as características que um tê-nis deve ter para estar nos seus pés?Sempre busquei um tênis resistente e confortável, tanto para as sessões de skate como para o dia a dia. E ago-ra com meu pró-model não preciso mais procurar um tênis assim – já sei exatamente aonde encontrar. Como o skate entrou na sua vida e com quantos anos começou a andar?Minha relação com o skate começou ainda na infância, aos 10 anos de ida-de, na rua onde eu morava. Naquela época, andava com alguns amigos e

de lá para cá nunca parei. Acredito que vou andar até o último dia da minha vida.

Quando você percebeu que o skate tinha deixado de ser apenas lazer e tinha poderia ser sua profissão?Na verdade eu não percebi, muito menos planejei. Isso aconteceu na-turalmente. Com o passar dos anos, o skate tomou a maior parte do meu tempo, e também dos meus pensa-mentos, afinal, skate é muito mais que lazer, chega uma hora que ele se transforma em estilo de vida e fica pra vida toda.

Quando começou, alguma vez pas-sou pela sua cabeça que chegaria onde está hoje, patrocinado e com pro-models de tênis, shape e trucks?

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“FLIPO,LOGOEXISTO!”

Não, nunca passou. Quando você come-ça a andar de skate, não faz planos de patrocínios, nem de viver do skate. Mas aí o tempo vai passando, você vai viven-do e se envolvendo cada vez mais com o esporte e essas conquistas acabam fa-zendo parte de toda essa evolução.

Em quais picos seu rolê rende mais? Acredito que meu rolê renda mais no street, mas ando na pista também. Gosto bastante dos picos nas ruas de São Pau-lo, como a Praça Roosevelt e o Vale do Anhangabaú, e também ando pela zona leste e centro da cidade.

Quais foram as principais mudanças no esporte em comparação à época em que você começou a andar?Poucas coisas mudaram no decorrer dos anos. Mas hoje a valorização dos profis-

sionais e a aceitação das pessoas cresce-ram muito, e isso é bom para o esporte como um todo. Hoje é mais fácil ou mais difícil andar de skate e ser skatista?Andar de skate sempre foi difícil, agora ser skatista está na alma da pessoa. Se estiver, nenhuma dificuldade será capaz de pará-la.

Quais as dificuldades e as facilidades que um skatista enfrenta hoje no Brasil?As dificuldades ainda estão nas parce-rias e também nos preconceitos com os praticantes, que ainda existe e muito. Já as facilidades, bom, eu vejo de outra forma. Quando eu e meus amigos va-mos andar, buscamos sempre nos diver-tir onde quer que seja, então isso para mim é uma facilidade.

Que conselho você daria para quem está começando no esporte e tem o so-nho de ser profissional?O conselho é simples: seja você mesmo. Mantenha-se focado em andar de skate e procure sempre evoluir, o tempo todo. Tenha força, nunca perca a esperança e mantenha o respeito, amor e fé em Deus sempre. Flipo, logo existo!

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O RAIO-XNO MOTOCICLISMO OFF ROAD SEMPRE EXISTE A PREOCUPAÇÃO DE MELHORAR AS MOTOCICLETAS E TESTAR EQUIPAMENTOS INOVADORES E TECNOLÓGICOS PARA CONSEGUIR MELHORES RESULTADOS NAS PISTAS, MAS O RESULTADO NÃO DEPENDE SÓ DA MOTO, É PRECISO PENSAR EM QUEM PILOTA, NA CAPACIDADE FÍSICA E MENTAL DO ATLETA, PARA ENTÃO OBTER UM CONJUNTO DE SUCESSO. NAS COMPETIÇÕES DE ALTO DESEMPENHO, ESTE CONJUNTO É AINDA MAIS IMPORTANTE E A CIÊNCIA ENTRA EM CENA A FAVOR DO DESEMPENHO DAS EQUIPES.

As condições físicas e mentais do atleta são essenciais para o bom desen-volvimento da modalidade, no motocross não é diferente. Considerado um dos esportes mais exigentes fisicamente, o motocross dos dias de hoje forma atletas com um nível físico equivalente a maratonistas ou triatletas.

Para enfrentar até duas baterias de mais de 30 minutos num único dia, muitas vezes sob sol forte, o piloto precisa estar muito bem preparado e adaptado às condições enfrentadas na prova. Para se ter uma ideia, a temperatura sob o capacete chega a superar a casa dos 60oC, e o intenso esforço físico constante pode colocar em colapso qualquer organismo mal preparado. Para saber mais sobre esse assunto, conversamos com o campeão brasileiro de moto-cross Jean Ramos. O paranaense de 24 anos traz em seu currículo diversos títulos de campeão estadual, além de ser campeão brasileiro de supercross, motocross e arena cross. Somado a isso, o piloto teve participação em uma temporada integral do AMA Supercross, campeonato mundial da modalidade realizado nos Estados Unidos. Fomos atrás de detalhes da rotina desse campeão e descobrimos como é a preparação de um piloto profissional antes, durante e depois das provas. Se você ficou curioso para saber os segredos desse campeão, esta é a sua oportunidade de saber mais.

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D E UM P IL O T OD E M O T O C R O S S

O RAIO-XNO MOTOCICLISMO OFF ROAD SEMPRE EXISTE A PREOCUPAÇÃO DE MELHORAR AS MOTOCICLETAS E TESTAR EQUIPAMENTOS INOVADORES E TECNOLÓGICOS PARA CONSEGUIR MELHORES RESULTADOS NAS PISTAS, MAS O RESULTADO NÃO DEPENDE SÓ DA MOTO, É PRECISO PENSAR EM QUEM PILOTA, NA CAPACIDADE FÍSICA E MENTAL DO ATLETA, PARA ENTÃO OBTER UM CONJUNTO DE SUCESSO. NAS COMPETIÇÕES DE ALTO DESEMPENHO, ESTE CONJUNTO É AINDA MAIS IMPORTANTE E A CIÊNCIA ENTRA EM CENA A FAVOR DO DESEMPENHO DAS EQUIPES.

As condições físicas e mentais do atleta são essenciais para o bom desen-volvimento da modalidade, no motocross não é diferente. Considerado um dos esportes mais exigentes fisicamente, o motocross dos dias de hoje forma atletas com um nível físico equivalente a maratonistas ou triatletas.

Para enfrentar até duas baterias de mais de 30 minutos num único dia, muitas vezes sob sol forte, o piloto precisa estar muito bem preparado e adaptado às condições enfrentadas na prova. Para se ter uma ideia, a temperatura sob o capacete chega a superar a casa dos 60oC, e o intenso esforço físico constante pode colocar em colapso qualquer organismo mal preparado. Para saber mais sobre esse assunto, conversamos com o campeão brasileiro de moto-cross Jean Ramos. O paranaense de 24 anos traz em seu currículo diversos títulos de campeão estadual, além de ser campeão brasileiro de supercross, motocross e arena cross. Somado a isso, o piloto teve participação em uma temporada integral do AMA Supercross, campeonato mundial da modalidade realizado nos Estados Unidos. Fomos atrás de detalhes da rotina desse campeão e descobrimos como é a preparação de um piloto profissional antes, durante e depois das provas. Se você ficou curioso para saber os segredos desse campeão, esta é a sua oportunidade de saber mais.

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JEAN RAMOS MOSTRANDO CONTROLE E TÉCNICA NAS CURVAS.

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Rotina RígidaSegunda-feira, 6 horas, Jean está tomando seu café da manhã e se preparando para mais uma semana de treinamentos. O atle-ta acaba de passar por uma avaliação física, que é repetida a cada seis meses, na qual informações precisas sobre o estado de seu coração, pulmão, ossos e composição corporal são passadas para os profissionais que cuidam de seu condicionamento físico. Nesta última avaliação, os resultados foram muito positivos e isso se deve a uma rotina intensa de preparação física e mental. O primeiro contato com a academia vem logo em seguida. Jean repete seu programa de treinamento funcional, acompanhado de seu preparador, quatro vezes por semana, mesclando exercí-cios de membros superiores, inferiores, ciclismo e corrida. Essa base realizada na academia, além de garantir a melhor perfor-mance, previne as dores e lesões nas corridas. “Os treinamentos na academia são bastante variados e, basicamente, simulam os movimentos realizados sobre a moto, buscando preparação para cada situação vivida nas corridas. Trabalhamos muito a força em conjunto com o equilíbrio”, afirma o piloto.O ciclismo é outra atividade indispensável para o complemen-to da preparação de um piloto de motocross. Além de garantir um bom preparo cardiovascular, o atleta está repetindo muitos movimentos realizados na moto, garantindo a evolução do equi-líbrio e foco sobre duas rodas.

SobRe a motoA semana que acaba de começar também trará a parte que Jean mais ama fazer – pilotar a motocicleta. Estamos falando de uma Honda CRF de 450 cilindradas, que despeja de forma gradual mais de 60 cavalos-vapor de potência. São poucos os atletas ca-pazes de extrair todos os recursos desta, que é a principal cate-

goria do motocross mundial, e Jean é um deles. Tudo isso come-çou aos 4 anos de idade, sobre uma pequena minimoto de 50 cilindradas, e acabou fazendo com que o jovem piloto se transformasse num dos maiores nomes do motociclismo off road brasileiro.Na pista de Indaiatuba (SP), sede de sua equipe, Jean realiza baterias diversificadas. Algumas de maior duração com uma tocada mais solta e suave e outras mais curtas e agressivas. Todas as baterias são intercaladas por pausas para hidratação à base de bebidas isotônicas. Andar de moto é mais do que uma profissão para o atleta, é um prazer. Mas o prazer tem seu pre-ço e, muitas vezes, ele vem em forma de lesões. Essa é a pior parte de um esporte de extremo impacto, que exige do atleta um condicionamento psicológico apurado. “Trabalhamos para minimizar os riscos de uma lesão, mas às vezes elas acabam acontecendo e a parte psicológica deve estar 100% para lidar com esse tipo de situação”, analisa.Jean é um piloto que teve poucas lesões em sua carreira, quan-do comparado com outros. Sua tocada constante e com poucos erros garante uma segurança maior à medida que o atleta ganha velocidade. Essa é uma das suas principais qualidades na pista. Para Wellington Valadares, chefe da equipe IMS Racing, essa característica é que transforma um simples piloto em um cam-peão. “Saber a hora certa de atacar e ter solidez durante a tem-porada é fundamental para alcançar um título. Sabemos que um campeonato é ganho nos dias ruins, em que uma superação para garantir alguns pontos pode fazer a diferença na última etapa. O Jean tem todas essas características, o que nos deixou confiantes para contratá-lo”, declarou o chefe da equipe.Os treinos com moto são feitos normalmente na parte da tar-de, quatro vezes por semana, totalizando seis horas semanais de contato direto com a motocicleta em pistas variadas. Além de treinar com a moto durante a semana, o atleta ainda enfrenta competições nos fins de semana, completando um ciclo de dedi-cação integral ao esporte de forma diária.

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AOS 24 AnOS, O PARAnAEnSE tRAz Em SUA BAGAGEm divERSOS títUlOS imPORtAntES, COmO CAmPEãO EStAdUAl, BRASilEiRO dE SUPERCROSS, mOtOCROSS E AREnA CROSS.

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ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃOA alimentação balanceada é fundamental para acompanhar o ritmo intenso do piloto de motocross. Não somente antes das corridas, mas todos os dias com um acompanhamento nutri-cional, Jean segue uma dieta programada para atender a sua necessidade energética e manter o seu peso sempre entre 71 e 74 quilos. Na semana em que antecede as corridas sua alimen-tação altera, tendo um consumo maior de sódio, já nos dias de prova, o consumo de carboidratos é prioridade, garantindo a reserva de energia suficiente. “O importante é comer certo, e em horas certas, nos dias de prova eu me alimento de duas em duas horas, para ter uma boa reserva de energia duran-te a competição”, comenta Jean. A hidratação é o elemento de maior relevância para o esporte, é fundamental que o piloto es-teja bem hidratado, começando bem antes dos dias de corrida e a ingestão de líquidos deve ser intensa antes e após as provas.

RELAÇÃO PESO X POTÊNCIAA relação peso x potência sobre a moto será o principal di-ferencial na hora da competição e, para isso, uma equação matemática aponta os índices ideais. Soma-se o peso da mo-tocicleta, mais o do piloto, e divide-se pela potência da moto, apontando o índice correto, que demonstra o quanto de peso cada cavalo-vapor da motocicleta deve carregar. Quanto me-nor esse índice, mais competitivo o conjunto. No caso de Jean, seu peso de 71 quilos somado ao da motocicleta, que é de 100 quilos, gera um coeficiente próximo aos 2,948. “Não podemos divulgar a potência exata da minha moto. A equipe trabalha muito para diminuir cada vez mais esse coeficiente e estamos num bom nível, se comparado com outras equipes internacionais”, revelou o piloto.

NOS DIAS DE COMPETIÇÃOAlém de tudo isso, existem outros fatores substanciais para os dias de provas. A equipe de Jean Ramos prepara sua moto com componentes e pneus novos, de acordo com o lugar e o clima, dando uma maior atenção no reaperto dos parafusos, para não ocasionar problemas durante a corrida. O aquecimento do piloto ocorre sempre de 20 a 30 minutos antes do início da bateria, com alongamentos para preparar os músculos. “Para me concentrar eu faço um exercício men-tal de volta na pista toda, me imagino largando e passando pelos obstáculos, também reviso várias vezes as técnicas de largada e posicionamento para não correr o risco de errar. A ansiedade antes das provas é normal, mas eu sempre con-segui administrá-la bem. Tenho pensamentos positivos e sei que estou bem preparado para aquilo.” Afirmou.Um bom piloto sabe que equipamentos de segurança, além de obrigatórios, são de extrema importância para a prática do motocross, não só nas provas, mas nos treinos também. “Contar com os equipamentos de ponta que a minha equi-pe me fornece é muito bom. Me sinto confortável sabendo que estou seguro e bem equipado, permitindo que eu esteja 100% focado em fazer o meu melhor dentro da pista, sem me preocupar com outros fatores”, afirmou Jean.

RECUPERAÇÃOApós toda a adrenalina das competições, a recuperação é pri-mordial. Logo após a corrida se iniciam a reidratação e as ativi-dades regenerativas. Em seguida, repouso suficiente para estar pronto para a próxima. “Preciso repor a perda de líquidos de uma corrida o mais rápido possível para reiniciar os treinamen-tos da semana seguinte”, conclui.

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ALIMENTAÇÃO E HIDRATAÇÃOA alimentação balanceada é fundamental para acompanhar o ritmo intenso do piloto de motocross. Não somente antes das corridas, mas todos os dias com um acompanhamento nutri-cional, Jean segue uma dieta programada para atender a sua necessidade energética e manter o seu peso sempre entre 71 e 74 quilos. Na semana em que antecede as corridas sua alimen-tação altera, tendo um consumo maior de sódio, já nos dias de prova, o consumo de carboidratos é prioridade, garantindo a reserva de energia suficiente. “O importante é comer certo, e em horas certas, nos dias de prova eu me alimento de duas em duas horas, para ter uma boa reserva de energia duran-te a competição”, comenta Jean. A hidratação é o elemento de maior relevância para o esporte, é fundamental que o piloto es-teja bem hidratado, começando bem antes dos dias de corrida e a ingestão de líquidos deve ser intensa antes e após as provas.

RELAÇÃO PESO X POTÊNCIAA relação peso x potência sobre a moto será o principal di-ferencial na hora da competição e, para isso, uma equação matemática aponta os índices ideais. Soma-se o peso da mo-tocicleta, mais o do piloto, e divide-se pela potência da moto, apontando o índice correto, que demonstra o quanto de peso cada cavalo-vapor da motocicleta deve carregar. Quanto me-nor esse índice, mais competitivo o conjunto. No caso de Jean, seu peso de 71 quilos somado ao da motocicleta, que é de 100 quilos, gera um coeficiente próximo aos 2,948. “Não podemos divulgar a potência exata da minha moto. A equipe trabalha muito para diminuir cada vez mais esse coeficiente e estamos num bom nível, se comparado com outras equipes internacionais”, revelou o piloto.

NOS DIAS DE COMPETIÇÃOAlém de tudo isso, existem outros fatores substanciais para os dias de provas. A equipe de Jean Ramos prepara sua moto com componentes e pneus novos, de acordo com o lugar e o clima, dando uma maior atenção no reaperto dos parafusos, para não ocasionar problemas durante a corrida. O aquecimento do piloto ocorre sempre de 20 a 30 minutos antes do início da bateria, com alongamentos para preparar os músculos. “Para me concentrar eu faço um exercício men-tal de volta na pista toda, me imagino largando e passando pelos obstáculos, também reviso várias vezes as técnicas de largada e posicionamento para não correr o risco de errar. A ansiedade antes das provas é normal, mas eu sempre con-segui administrá-la bem. Tenho pensamentos positivos e sei que estou bem preparado para aquilo.” Afirmou.Um bom piloto sabe que equipamentos de segurança, além de obrigatórios, são de extrema importância para a prática do motocross, não só nas provas, mas nos treinos também. “Contar com os equipamentos de ponta que a minha equi-pe me fornece é muito bom. Me sinto confortável sabendo que estou seguro e bem equipado, permitindo que eu esteja 100% focado em fazer o meu melhor dentro da pista, sem me preocupar com outros fatores”, afirmou Jean.

RECUPERAÇÃOApós toda a adrenalina das competições, a recuperação é pri-mordial. Logo após a corrida se iniciam a reidratação e as ativi-dades regenerativas. Em seguida, repouso suficiente para estar pronto para a próxima. “Preciso repor a perda de líquidos de uma corrida o mais rápido possível para reiniciar os treinamen-tos da semana seguinte”, conclui.

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NA PÁG. AO LADO, JEAN RAMOS ENFRENTA AS CANALETAS;NESTA PÁG., CONFIANTE O JOVEM PILOTO CONHECE OS CAMINHOS PARA SE TORNAR UM CAMPEÃO.

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GI CHARABA

FOTOS: ALEXANDRE GENNARIEDIÇÃO: ALESSANDRO DE TONIASSISTENTE DE FOTO: LEE HARRISMAKE: MARCOS ROSA

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GI CHARABA

FOTOS: ALEXANDRE GENNARIEDIÇÃO: ALESSANDRO DE TONIASSISTENTE DE FOTO: LEE HARRISMAKE: MARCOS ROSA

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VERGONHA! E ACHO QUE SOU MELHOR POR DENTRO DO QUE POR FORA.QUAL A SUA RELAÇÃO COM O MAR E COM A PRAIA? AMO ÁGUA, GOSTO DE PRAIA ATÉ SEM SOL, NAMOREI MUITO TEMPO UM SURFISTA, SEI COMO É, APRENDI MUITO SOBRE VENTO, CONDIÇÕES DO MAR, PREVISÕES... GOSTO DE TUDO ISSO, JA TENTEI SURFAR NÃO DEU CERTO, HOJE EU AMO JET SKI E STAND UP, SE TIVESSE TEMPO ME DEDICAVA MAIS... QUAIS OS SEUS CUIDADOS COM A SAÚDE E A BELEZA? NÃO COSTUMO FAZER DIETAS, MAS FAÇO, AMO COMER, MAS NÃO POSSO! ENTAO ME POLICIO BASTANTE.QUE TIPO DE MÚSICA GOSTA DE OUVIR? SOU ECLÉTICA GOSTO DE TUDO, TUDO QUE ME DE SENSAÇÕES, MÚSICA É ISSO! QUAL PARTE DO SEU CORPO QUE MAIS GOSTA: ADORO A EXPRESSÃO DA MINHA SOMBRANCELHA, MAS DETESTO TER AS PERNAS GROSSAS.COMO SE IMAGINA DAQUI A 20 ANOS? QUERO ESTAR FELIZ, QUERO SER MÃE! QUERO CUIDAR E SER CUIDADA. E RICA NÉ GENTE! (RISOS) VOCÊ NAMORA OU É CASADA? COMO É O HOMEM IDEAL? ESTOU SOLTEIRA, NUNCA CASEI. O HOMEM IDEAL É O QUE ME FAZ SER FELIZ E RIR MUITO.

NOME: GISLENE APELIDO: GI SIGNO: ESCORPIÃODE ONDE É: ARARAQUARA (SP)ONDE MORA: MORO EM SÃO PAULO, AMO ESTA CIDADE!PRATICA ESPORTES? FIZ NATAÇÃO POR 6 ANOS, CHEGUEI ATÉ A COMPETIR. HOJE TREINO MUSCULAÇÃO, AUTO DEFESA, MUAY THAI E BIKE.O QUE FAZ: SOU MODELO, COMECEI A MODELAR DESDE CEDO, POR INFLUÊNCIA DA MINHA FALECIDA MÃE QUE QUERIA QUE EU FOSSE MISS. E EU FUI!COMO FOI A SUA INFÂNCIA: APRONTEI MUITO! ERA LEVADA, DAVA TRABALHO PRA COMER...APANHEI DE “ VARINHA DE ÁRVORE” E CHINELO. (RISOS) NA ADOLESCÊNCIA COMO ERA? SEMPRE FUI LÍDER... METIDA A FAZER DE TUDO, A QUERER APRENDER TUDO, AS VEZES DAVA CERTO! (RISOS)COMO SE CONSIDERA HOJE? MINHA ESSÊNCIA SE MANTÉM, APESAR DE JÁ ESTAR ACOSTUMADA AO RÍTMO DE SÃO PAULO. POR ISSO, NÃO PARO NUNCA, NUNCA ESTOU SATISFEITA E SOU BASTANTE COMPETITIVA. AMO DANÇAR, NÃO TENHO

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PROFESSOR GIRIDHARI DAS DURANTE O PROCESSO DE MEDITAÇÃO

O P O D E R D A ME N T E

“A VIDA EM YOGA VAI MUITO ALÉM DE MERA ATIVIDADE FÍSICA

OU MEDITAÇÃO. É TODO UM ESTILO DE VIDA, UMA FORMA ILUMINADA

DE ENCARAR A VIDA E BUSCAR O BEM-ESTAR CRESCENTE,

A PAZ E A CLAREZA MENTAL, ATINGINDO O POTENCIAL MÁXIMO HUMANO.” ESSA É A DEFINIÇÃO DO

PROFESSOR GIRIDHARI DAS PARA A YOGA. AINDA POUCO DIFUNDIDA

ENTRE OS ATLETAS DE MMA, A YOGA PODE SER UM IMPORTANTE

INSTRUMENTO DE AJUDA EM UM ESPORTE DE ALTO RENDIMENTO,

EM QUE OS PRATICANTES SÃO SUBMETIDOS A TREINAMENTOS

EXTENUANTES, A UMA FORTE PRESSÃO POR RESULTADOS POSITIVOS E AO

RISCO IMINENTE DE DEMISSÃO.POR MARCELO BARONE

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Por ser uma modalidade de contato, baseada no treinamento de artes marciais e na preparação fí-sica, o trabalho psicológico muitas vezes pode ficar em segundo plano. Entretanto, estar com a mente livre de preocupações aumenta o poder de con-centração e, consequentemente, o rendimento e

as chances de derrotar o adversário.“Como todos os grandes lutadores afirmam, a luta começa an-tes de entrar no ringue. Quem está com medo, aflito, ansioso e duvidando de si mesmo já perdeu antes de começar. Portanto, o controle da mente é essencial. Um texto muito importante da tradição, de 2 mil anos atrás, chamado “Yoga Sutra”, começa di-zendo: “Yoga significa o controle da mente. Além deste benefício máximo, há os ganhos, como melhor alinhamento do corpo (que traz mais força), maior flexibilidade (facilita a rubber guard) e melhor controle da respiração”, afirma o professor, emendando.“O controle que se adquire com a yoga permite saber usar só o músculo que o lutador precisa para o objetivo em questão,

relaxando o resto e mantendo a mente tranquila. Isso permite uma postura em pé relaxada, com os braços soltos, não trava-dos, para golpear com fluidez. E, no chão, esse controle permite diminuir o cansaço dirigindo a energia para escapar ou concluir a submissão.”Estudioso da espiritualidade da yoga há 14 anos, Giridhari Das (“aquele que sustenta a montanha”) foi o nome adotado pelo tcheco Gustavo Dauster, que deixou a carreira de economista para viver na fazenda Paraíso dos Pândavas, em Goiás. O profes-sor explica por que a yoga é capaz de fazer com que um lutador absorva melhor uma derrota.“Um dos ganhos da prática da yoga é a chamada ‹equanimidade› (deriva do latim aequus, que significa equilibrado, e animus, es-pírito ou estado interno). Desenvolvemos uma visão mais longa, sempre vendo mais o todo. O praticante consegue analisar a si-tuação de forma mais tranquila e calma. Por ter mais controle da mente, das emoções, nunca se perde em lamentação, sabendo que tudo tem propósito na vida, tudo tem seu valor.”

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NA PÁG. AO LADO, A PRÁTICA DA YOGA PERMITE AOS LUTADORES O CONTROLE DE CADA MÚSCULO E UMA MENTE TRANQUILA; NESTA PÁG., A PRÁTICA QUE LEVA AO PODER DA MENTE.

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Por ser uma modalidade de contato, baseada no treinamento de artes marciais e na preparação fí-sica, o trabalho psicológico muitas vezes pode ficar em segundo plano. Entretanto, estar com a mente livre de preocupações aumenta o poder de con-centração e, consequentemente, o rendimento e

as chances de derrotar o adversário.“Como todos os grandes lutadores afirmam, a luta começa an-tes de entrar no ringue. Quem está com medo, aflito, ansioso e duvidando de si mesmo já perdeu antes de começar. Portanto, o controle da mente é essencial. Um texto muito importante da tradição, de 2 mil anos atrás, chamado “Yoga Sutra”, começa di-zendo: “Yoga significa o controle da mente. Além deste benefício máximo, há os ganhos, como melhor alinhamento do corpo (que traz mais força), maior flexibilidade (facilita a rubber guard) e melhor controle da respiração”, afirma o professor, emendando.“O controle que se adquire com a yoga permite saber usar só o músculo que o lutador precisa para o objetivo em questão,

relaxando o resto e mantendo a mente tranquila. Isso permite uma postura em pé relaxada, com os braços soltos, não trava-dos, para golpear com fluidez. E, no chão, esse controle permite diminuir o cansaço dirigindo a energia para escapar ou concluir a submissão.”Estudioso da espiritualidade da yoga há 14 anos, Giridhari Das (“aquele que sustenta a montanha”) foi o nome adotado pelo tcheco Gustavo Dauster, que deixou a carreira de economista para viver na fazenda Paraíso dos Pândavas, em Goiás. O profes-sor explica por que a yoga é capaz de fazer com que um lutador absorva melhor uma derrota.“Um dos ganhos da prática da yoga é a chamada ‹equanimidade› (deriva do latim aequus, que significa equilibrado, e animus, es-pírito ou estado interno). Desenvolvemos uma visão mais longa, sempre vendo mais o todo. O praticante consegue analisar a si-tuação de forma mais tranquila e calma. Por ter mais controle da mente, das emoções, nunca se perde em lamentação, sabendo que tudo tem propósito na vida, tudo tem seu valor.”

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NA PÁG. AO LADO, A PRÁTICA DA YOGA PERMITE AOS LUTADORES O CONTROLE DE CADA MÚSCULO E UMA MENTE TRANQUILA; NESTA PÁG., A PRÁTICA QUE LEVA AO PODER DA MENTE.

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Adepto da hatha yoga, o líder da Brazilian Top Team (BTT), Mu-rilo Bustamante, desbravou esse mundo há mais de 20 anos, através de Orlando Kani, precursor da ginástica natural. Desde então, segue praticando, principalmente antes dos combates.“Não gosto nem de falar muito para fazer propaganda do segre-do para os outros. A yoga é o pulo do gato. Faz muita diferença, as pessoas não têm ideia do quanto ajuda a acalmar, controlar a adrenalina, a ter uma concentração maior, domínio sobre o corpo...”, enumera o atleta, endossando as palavras de Giridhari.Com exercícios mais voltados para respiração, alongamento e concentração, Murilo incentiva seus alunos a irem pelo mesmo caminho. E destaca que as mudanças não ficam restritas ao âm-bito profissional.“O bem-estar proporcionado é uma coisa fantástica. Um pou-co de meditação auxilia muito também a ter equilíbrio mental e emocional, o que ajuda na vida pessoal também, assim como no esporte. Quem conhece a yoga está um passo à frente.”E dentre esses atletas que descobriram o “pulo do gato” estão nomes como Rickson Gracie, Vitor Belfort, o norte-americano Diego Sanchez – que conseguiu reduzir lesões rotineiras – e Ro-

drigo Minotauro. Castigado por cirurgias, o peso-pesado revelou ter feito yoga e meditação nos momentos mais críticos, antes de encarar Brendan Schaub, no UFC Rio, em agosto de 2011.“Trabalhei a parte da respiração e fiz um pouco de ginástica na-tural com o professor Álvaro Romano. A parte de concentração é fundamental, me deu foco para a luta contra o Schaub. Fiz tam-bém antes de pegar o Randy Couture. Lutei na cidade dele, com 24 mil pessoas gritando contra mim, e o meu emocional ficou melhor”, destacou Minotauro.Fã de Georges Saint Pierre e Anderson Silva, Giridhari Das chama a atenção para a tranquilidade, compostura centrada e foco dos campeões do UFC e acredita que isso é crucial para o sucesso de ambos. Perguntado sobre que brasileiro poderia aderir à yoga, o professor citou Maurício “Shogun” Rua. “Apenas intuição, lendo as suas expressões faciais antes, durante e depois das lutas.”Afiar o jiu-jítsu, treinar com professores estrangeiros de wres-tling, dar atenção ao boxe e ao muay thai, sem dúvidas, é pri-mordial para os lutadores de MMA. Todos sabem disso. Entre-tanto, a yoga pode ser uma arma secreta, de que muitos ainda duvidam ou, simplesmente, desconhecem seus benefícios.

ACIMA, ALUNOS COLOCAM EM PRÁTICA AS TÉCNICAS ENSINADAS PELO PROFESSOR GIRIDHARI DAS. NA PÁG. AO LADO, MURILO BUSTAMANTE, LÍDER DO BRASILIAN TOP TEAM, ADEPTO DA HATHA YOGA; APÓS CIRURGIA, RODRIGO MINOTAURO REVELA TER FEITO YOGA E MEDITAÇÃO NOS MOMENTOS MAIS CRÍTICOS.

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Adepto da hatha yoga, o líder da Brazilian Top Team (BTT), Mu-rilo Bustamante, desbravou esse mundo há mais de 20 anos, através de Orlando Kani, precursor da ginástica natural. Desde então, segue praticando, principalmente antes dos combates.“Não gosto nem de falar muito para fazer propaganda do segre-do para os outros. A yoga é o pulo do gato. Faz muita diferença, as pessoas não têm ideia do quanto ajuda a acalmar, controlar a adrenalina, a ter uma concentração maior, domínio sobre o corpo...”, enumera o atleta, endossando as palavras de Giridhari.Com exercícios mais voltados para respiração, alongamento e concentração, Murilo incentiva seus alunos a irem pelo mesmo caminho. E destaca que as mudanças não ficam restritas ao âm-bito profissional.“O bem-estar proporcionado é uma coisa fantástica. Um pou-co de meditação auxilia muito também a ter equilíbrio mental e emocional, o que ajuda na vida pessoal também, assim como no esporte. Quem conhece a yoga está um passo à frente.”E dentre esses atletas que descobriram o “pulo do gato” estão nomes como Rickson Gracie, Vitor Belfort, o norte-americano Diego Sanchez – que conseguiu reduzir lesões rotineiras – e Ro-

drigo Minotauro. Castigado por cirurgias, o peso-pesado revelou ter feito yoga e meditação nos momentos mais críticos, antes de encarar Brendan Schaub, no UFC Rio, em agosto de 2011.“Trabalhei a parte da respiração e fiz um pouco de ginástica na-tural com o professor Álvaro Romano. A parte de concentração é fundamental, me deu foco para a luta contra o Schaub. Fiz tam-bém antes de pegar o Randy Couture. Lutei na cidade dele, com 24 mil pessoas gritando contra mim, e o meu emocional ficou melhor”, destacou Minotauro.Fã de Georges Saint Pierre e Anderson Silva, Giridhari Das chama a atenção para a tranquilidade, compostura centrada e foco dos campeões do UFC e acredita que isso é crucial para o sucesso de ambos. Perguntado sobre que brasileiro poderia aderir à yoga, o professor citou Maurício “Shogun” Rua. “Apenas intuição, lendo as suas expressões faciais antes, durante e depois das lutas.”Afiar o jiu-jítsu, treinar com professores estrangeiros de wres-tling, dar atenção ao boxe e ao muay thai, sem dúvidas, é pri-mordial para os lutadores de MMA. Todos sabem disso. Entre-tanto, a yoga pode ser uma arma secreta, de que muitos ainda duvidam ou, simplesmente, desconhecem seus benefícios.

ACIMA, ALUNOS COLOCAM EM PRÁTICA AS TÉCNICAS ENSINADAS PELO PROFESSOR GIRIDHARI DAS. NA PÁG. AO LADO, MURILO BUSTAMANTE, LÍDER DO BRASILIAN TOP TEAM, ADEPTO DA HATHA YOGA; APÓS CIRURGIA, RODRIGO MINOTAURO REVELA TER FEITO YOGA E MEDITAÇÃO NOS MOMENTOS MAIS CRÍTICOS.

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O HAVAIANO KAY LENNY ENFRENTANDO AS CORREDEIRAS DO RIO ÓREGON, EUA.

R A D I C A L

DESCIDA

ESQUEÇA A IMAGEM DE ESPORTE CONTEMPLATIVO. O STAND UP PADDLE PODE

SER UM DOS ESPORTES MAIS RADICAIS QUE EXISTEM.

POR LUCIANO MENEGHELLO

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Conhecida no Brasil como river SUP, a prática de descer corredeiras de rios com uma prancha de stand up padd-le é a modalidade mais extrema desse esporte e uma das mais radicais que existem.

Para começar, além de prancha e remo, equipamentos de se-gurança são fundamentais quando se deseja descer um rio de corredeira “em pé”. Sem eles, descer uma corredeira de SUP é, no mínimo, pedir pra fazer uma visita ao hospital mais próximo. O risco mais evidente é a presença de pedras, que surgem a todo momento e por isso o uso de capacete é item obrigatório. Mas as rochas não são o único perigo. Regiões de queda d’água, so-bretudo em dias de enxurrada e chuvas abundantes, apresentam volume e força das águas extremos e formam correntezas con-trárias e redemoinhos que podem prender uma pessoa por um bom tempo embaixo da água. Daí a necessidade de usar, tam-bém, um bom colete salva-vidas para ajudar a alcançar a superfí-cie, caso seja pego em uma situação dessas, e também um leash específico para essa prática, mais curto, que fica preso junto à linha da cintura do praticante e nunca submerso (a última coisa que você quer nessas condições é ver seu leash preso a um galho submerso). Nos EUA há uma lei que obriga praticantes de SUP em corredeiras a vestir colete salva-vidas, capacete e a realizar algumas horas de um curso de primeiros socorros.A lei norte-americana pode parecer exagero, mas não é. Em 2 de setembro de 2010, na Alemanha, Marcus Steininger e Nils Hornischer, dois supistas acostumados a descer as corredeiras

do rio Mangfall, na região da Baviera, decidiram juntar-se depois do trabalho para descer o rio como já haviam feito muitas vezes. Marcus e Nils eram remadores experientes e estavam equipa-dos com coletes salva-vidas e capacete. Havia chovido muito e as águas do rio estavam bastante violentas. Mesmo assim eles optaram por descer o rio. Às 23 horas do mesmo dia, as fa-mílias dos remadores, preocupadas com o desaparecimento de ambos, decidiram alertar as autoridades e uma grande operação de resgate, envolvendo mais de 200 bombeiros, foi iniciada. Infelizmente, às 2h30 foram encontrados os corpos de Marcus e Nils, sem vida. A hipótese mais provável é a de que tenham caído em um rede-moinho potencializado pelo turbilhão de água de uma barragem rompida nas proximidades no fatídico dia e ficaram por muito tempo submersos, perdendo a consciência antes de alcançar a “rota de fuga, como é conhecida a saída de redemoinhos. Especialistas recomendam que, ao cair em uma situação dessas, o remador deve antes de tudo manter a calma e não desperdiçar energia e oxigênio brigando contra a corrente, que o movimen-tará para cima e para baixo, em círculos. A rota de fuga surgirá quando a pessoa estiver embaixo. Nesse momento, deverá pro-jetar seu corpo para a frente, usando a força da própria corrente. Dessa forma será lançado, na horizontal, para fora do fluxo. O norte-americano Charlie Macarthur é um dos criadores da modalidade. Ele descobriu o SUP no final da década de 90, e ficou fascinado.

ACIMA, RYAN SAEVITZ ENCARA OS DESAFIOS DO HOOD RIVER; NA PÁG. AO LADO, BEZINHO OTERO DESCENDO AS CORREDEIRAS FRIAS DE FOZ DO IGUAÇÚ.

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Ao retornar para casa, no interior dos EUA, desceu os rios próxi-mos de sua cidade com um longboard 12” e um remo adaptado. Passou a fazer isso regularmente até que em 2000, quando o SUP começava a explodir no mundo com a revolução promovida por Laird, Dane e Cia., foi incentivado por um amigo a postar um vídeo seu, descendo uma corredeira, no YouTube. Pouco tempo depois, Todd Bradley, um dos donos da C4water-man, tradicional fabricante de pranchas e equipamentos de SUP, assistiu ao vídeo na web e entrou em contato com Charlie. A empatia foi imediata e ambos passaram a trabalhar juntos para produzir uma prancha específica para o SUP em corredeiras.Uma coisa que ficou clara para Charlie desde o começo foi o fato de que uma prancha para água doce precisaria de mais flutuação, pois a água doce tem menos densidade do que a água salgada. Em lagos e rios de águas calmas, uma prancha de SUP comum, feita para o mar, funcionava bem, mas a coisa mudava completa-mente de figura quando o assunto era descer uma corredeira de rio, que tem como principal característica uma movimentação de água intensa que gera ondas em várias direções e fortes cor-rentezas. A profundidade muda a todo momento por conta das pedras e, por isso, quanto mais flutuação tiver a prancha, menor a incidência de impacto nas rochas e mais fácil a navegabilidade.

Porém, os impactos seriam inevitáveis e a prancha precisaria ser resistente. A resposta veio inspirada nos botes infláveis de raf-ting e ambos desenvolveram a primeira prancha de SUP inflável da história, resistente a impactos e com ótima flutuação. As qui-lhas, outro problema, ficaram menores e mais maleáveis. Hoje já existe uma série de modelos de pranchas infláveis desen-volvidas para rios rochosos – da própria C4 e de outras marcas. Além das infláveis, outros tipos de pranchas também foram de-senvolvidos para descer corredeiras. Conhecidas como “softbo-ards”, as pranchas são feitas com um material macio, similar ao das pranchas de bodyboard. É uma prancha com bastante flu-tuação e com grande capacidade de absorção de impacto. E já há um terceiro tipo de prancha ganhando destaque, que é um modelo híbrido entre um caiaque de plástico rotomoldado e um SUP. A prancha possui, inclusive, relevos anatômicos que permi-tem que o praticante reme sentado ou em pé. Já existem até festivais mundiais de SUP em corredeiras. Um dos mais populares é o Whitewater Stand Up Paddling Cham-pionship, disputado em três modalidades: downriver race, SUP cross e até SUP surf, que é realizada em ondas que não saem do lugar, formadas pelo contato de elevações rochosas com fluxo intenso da água.

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Ao retornar para casa, no interior dos EUA, desceu os rios próxi-mos de sua cidade com um longboard 12” e um remo adaptado. Passou a fazer isso regularmente até que em 2000, quando o SUP começava a explodir no mundo com a revolução promovida por Laird, Dane e Cia., foi incentivado por um amigo a postar um vídeo seu, descendo uma corredeira, no YouTube. Pouco tempo depois, Todd Bradley, um dos donos da C4water-man, tradicional fabricante de pranchas e equipamentos de SUP, assistiu ao vídeo na web e entrou em contato com Charlie. A empatia foi imediata e ambos passaram a trabalhar juntos para produzir uma prancha específica para o SUP em corredeiras.Uma coisa que ficou clara para Charlie desde o começo foi o fato de que uma prancha para água doce precisaria de mais flutuação, pois a água doce tem menos densidade do que a água salgada. Em lagos e rios de águas calmas, uma prancha de SUP comum, feita para o mar, funcionava bem, mas a coisa mudava completa-mente de figura quando o assunto era descer uma corredeira de rio, que tem como principal característica uma movimentação de água intensa que gera ondas em várias direções e fortes cor-rentezas. A profundidade muda a todo momento por conta das pedras e, por isso, quanto mais flutuação tiver a prancha, menor a incidência de impacto nas rochas e mais fácil a navegabilidade.

Porém, os impactos seriam inevitáveis e a prancha precisaria ser resistente. A resposta veio inspirada nos botes infláveis de raf-ting e ambos desenvolveram a primeira prancha de SUP inflável da história, resistente a impactos e com ótima flutuação. As qui-lhas, outro problema, ficaram menores e mais maleáveis. Hoje já existe uma série de modelos de pranchas infláveis desen-volvidas para rios rochosos – da própria C4 e de outras marcas. Além das infláveis, outros tipos de pranchas também foram de-senvolvidos para descer corredeiras. Conhecidas como “softbo-ards”, as pranchas são feitas com um material macio, similar ao das pranchas de bodyboard. É uma prancha com bastante flu-tuação e com grande capacidade de absorção de impacto. E já há um terceiro tipo de prancha ganhando destaque, que é um modelo híbrido entre um caiaque de plástico rotomoldado e um SUP. A prancha possui, inclusive, relevos anatômicos que permi-tem que o praticante reme sentado ou em pé. Já existem até festivais mundiais de SUP em corredeiras. Um dos mais populares é o Whitewater Stand Up Paddling Cham-pionship, disputado em três modalidades: downriver race, SUP cross e até SUP surf, que é realizada em ondas que não saem do lugar, formadas pelo contato de elevações rochosas com fluxo intenso da água.

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BrasilNosso país abriga cerca de 16% de toda a água doce do mundo e muitas corredeiras a serem desafiadas. E, pouco a pouco, essa vertente radical do SUP vai crescendo. Foz do Iguaçu (PR) é considerada a capital nacional dessa modalidade. Além do indiscutível potencial hídrico da região, que tem as cataratas do Iguaçu como seu carro-chefe, a cidade abriga o canal de águas bravas da Itaipu Binacional, o único canal artificial de águas bravas da América Latina.Foi lá que em 2013 foi realizado o primeiro campeonato brasileiro da modalidade, o Iguaçu River SUP Challenge, vencido pelo paulista Luiz Carlos Guida, o “Animal”.

RAFAEL VELOSO REMA AOS PÉS DAS CATARATAS DO IGUAÇÚ, LOCAL ALUCINANTE PARA A PRATICAR DO SUP EM CORREDEIRAS.

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A O ME S T R E , C O M C A R INH O

NO DIA 1º DE FEVEREIRO, A MORTE DE CARLSON GRACIE COMPLETOU

OITO ANOS. ENTRETANTO, AS LIÇÕES DEIXADAS PELO MESTRE CONTINUAM

NA VIDA DOS 111 FAIXAS PRETAS GRADUADOS POR ELE.

POR MARCELO BARONE

Figura autêntica e de personalidade forte, Carlson jamais foi esquecido por seus pupilos e, mesmo durante esses anos de

ausência, seu nome costuma ser lembrado.As características que marcam sua vida são muitas e, mistu-radas, transformaram o ex-lutador de vale-tudo no líder da

melhor equipe de jiu-jítsu: a Carlson Gracie Team, que dominou o cenário da arte suave de 1970 a meados da década de 90.Ícone do esporte, Carlson não fugia da luta e ensinava seus

alunos a fazerem o mesmo. Sempre irreverente, tornava qual-quer entrevista interessante por sua inteligência e senso de hu-mor. A contribuição do primogênito de Carlos Gracie ao jiu-jítsu é inestimável, e sua morte aos 72 anos, devido a uma parada cardíaca, após infecção generalizada provocada por cálculo

renal, não foi capaz de interromper seus ensinamentos.A nossa reportagem colheu o depoimento de dez faixas pretas graduados por Carlson. Eles listaram os traços mais marcantes do responsável pela “fábrica de cascas-grossas”, uma geração

que uniu talento e competitividade a títulos.

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RED NOSE XTREME SPORTS MAG #77

CARLSON PREPARADO PARA DAR CONTINUIDADE AOS ENSINAMENTOS DA “ARTE SUAVE” INTRODUZIDA NO BRASIL POR SEU PAI, CARLOS GRACIE.

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A O ME S T R E , C O M C A R INH O

NO DIA 1º DE FEVEREIRO, A MORTE DE CARLSON GRACIE COMPLETOU

OITO ANOS. ENTRETANTO, AS LIÇÕES DEIXADAS PELO MESTRE CONTINUAM

NA VIDA DOS 111 FAIXAS PRETAS GRADUADOS POR ELE.

POR MARCELO BARONE

Figura autêntica e de personalidade forte, Carlson jamais foi esquecido por seus pupilos e, mesmo durante esses anos de

ausência, seu nome costuma ser lembrado.As características que marcam sua vida são muitas e, mistu-radas, transformaram o ex-lutador de vale-tudo no líder da

melhor equipe de jiu-jítsu: a Carlson Gracie Team, que dominou o cenário da arte suave de 1970 a meados da década de 90.Ícone do esporte, Carlson não fugia da luta e ensinava seus

alunos a fazerem o mesmo. Sempre irreverente, tornava qual-quer entrevista interessante por sua inteligência e senso de hu-mor. A contribuição do primogênito de Carlos Gracie ao jiu-jítsu é inestimável, e sua morte aos 72 anos, devido a uma parada cardíaca, após infecção generalizada provocada por cálculo

renal, não foi capaz de interromper seus ensinamentos.A nossa reportagem colheu o depoimento de dez faixas pretas graduados por Carlson. Eles listaram os traços mais marcantes do responsável pela “fábrica de cascas-grossas”, uma geração

que uniu talento e competitividade a títulos.

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RED NOSE XTREME SPORTS MAG #77

CARLSON PREPARADO PARA DAR CONTINUIDADE AOS ENSINAMENTOS DA “ARTE SUAVE” INTRODUZIDA NO BRASIL POR SEU PAI, CARLOS GRACIE.

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WALLID ISMAIL, DEDÉ PEDERNEIRAS, ZÉ MARIO SPERRY E MURILO BUSTAMANTE QUATRO GRANDES NOMES DO MMA MUNDIAL INFLUÊNCIADOS PELOS ENSINAMENTOS DO PRIMOGÊNITO DA FAMÍLIA GRACE.

BondadeWallid Ismail (1), presidente do Jungle Fight: “A bondade dele era sua maior característica. Era um cara que ajudava todo mundo e o que mais entendeu de jiu-jítsu até hoje. Ele olhava e mandava você fazer. Era executar e ganhar a luta. O time dos outros não fazia 50% da quantidade de pontos que a gente conseguia. Era um cara diferenciado, de caráter. Isso é um fato, não sou eu que estou achando. Praticamente ninguém pagava academia. Não esqueço seus ensinamentos. Ele sempre falava que a gente era o míssil, e o adversário, o alvo. A gente já ia com a cabeça de destruir os oponentes. Vai ser difícil ter um exército como o nosso. Era uma academia de guerreiros”.

EstratégiaMurilo Bustamante, líder da BTT: “A facilidade dele em criar soluções era o que me chamava a atenção. Ele tinha um jiu--jítsu objetivo, relativamente simples e eficiente. O Carlson teve a maior equipe de competição de todos os tempos. Por ele ter feito muito vale-tudo, conseguiu aplicar um jiu-jítsu funcional. Ele se preocupava muito com a eficiência das po-sições. Era um excelente professor, que tinha a capacidade de transformar atletas limitados em campeões. Ele usava as características de cada um a favor da pessoa. Foi o melhor professor que eu já vi. Era uma pessoa única, que sentia mui-to prazer na vitória dos atletas”.

CarismaMarcos Parrumpinha, lutador e treinador da ATT: “A sinceri-dade e o carisma eram as qualidades que mais sobressaíam e cativavam as pessoas. Ele era muito engraçado e sempre tinha umas tiradas muito originais. Era uma pessoa única e a pre-sença dele nos treinos, nos campeonatos e no córner era o diferencial. Quando ele estava por perto, a gente se sentia o super-homem! A escola que ele criou foi, e ainda é, ímpar. O jogo Carlson Gracie para o MMA é o melhor da história e está presente em todos que foram seus alunos”.

CompetitividadeDedé Pederneiras (2), líder da Nova União: “O grande di-ferencial da academia dele foi a maneira competitiva que ele colocava lá dentro. Tinha competição todo dia, então a gente ficava muito preparado. Ele mostrava que o jeito dele era o mais correto para alguém se dar bem. Eu absorvi muito isso e passei aos meus atletas. Quando falo para o atleta fazer alguma coisa é porque já passei por isso e te-nho condição de fazer junto. Eu vou lá e dou meu máximo. Dessa maneira cria-se uma confiança, o atleta acredita em você. Para o treinador ser bom, a confiança em seu atleta tem que ser alta. E com o Carlson era assim”.

UniãoZé Mario Sperry (3), treinador da Blackzilians: “O diferen-cial dele, fazendo uma analogia com a época, é que ele gostava do vale-tudo, incentivava a gente a lutar sem qui-mono, a botar luva, a dar tapa na cara do outro. E isso se-ria próximo de um treinador de MMA de hoje em dia. Pela história que ele teve no vale-tudo, tinha propriedade no que ensinava para a gente. Foram bons e proveitosos mo-mentos. Tive o privilégio de participar disso. O jeito como ele encarava a vida na academia era de maneira simples e direta. O Carlson conseguiu agregar os maiores nomes do esporte na mesma equipe, sem que houvesse atrito entre eles. Pelo contrário, havia muita afinidade”.

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CARLSON GRACIE

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FamíliaMarcus Conan, técnico da ATT: “A opinião sobre o Carlson vai de pessoa para pessoa. No meu caso foi uma mistura de paternidade, mentalidade e visão. É uma coisa que ele sempre teve, apesar de ser das antigas. A visão, a menta-lidade e o amor paterno todo coach deveria ter. Levo isso comigo até hoje, foi o que mais me marcou. Professor e aluno devem ter uma relação de família, se for só profis-sional, você fica limitado”.

AmorCarlson Gracie Jr. (1), filho e faixa preta: “Ele realmen-te confiava no jiu-jítsu dele e acreditava que seus atle-tas eram capazes de ser campeões. Era um apaixonado pelo que fazia e, sendo assim, muita gente cresceu no jiu-jítsu. O Carlson dava apoio completo e uma for-ça muito grande, sem deixar o aluno ficar em dúvida quanto ao seu potencial. A experiência dele permitia uma visão da luta que ele passava aos alunos. É difícil explicar, mas ele tinha o dom de ser treinador. Batia os olhos no atleta e sabia se tinha potencial ou não. O Carlson fazia tudo com amor, gostava de ver o sucesso dos atletas. Isso era o principal”.

GuerreiroVitor Belfort (2), lutador do UFC: “O Carlson foi o começo de tudo. Ele defendeu o nome da família e iniciou o espor-te quando ainda não era nada. Serei grato eternamente a ele por ter acreditado e investido em mim. Tenho boas e engraçadas lembranças do mestre. Quando aceitei o duelo contra o Jon Jones, lembrei dele, que sempre falava que lu-tador não pode escolher luta. O mestre ainda mora dentro de mim. Sinto saudade dele”.

LiderançaBebeo Duarte, ex-líder da BTT: “Falar dele é sempre legal. Uma das principais coisas que eu enxergava nele era a maneira de sempre querer tirar o máximo de cada um, utilizando sua psico-logia toda especial, dentro do seu jeito meio grosso e meio pai. Dava conselhos e esporros. O Carlson mostrava que a gente po-dia acreditar nele e se superar. Tínhamos muitos cascas-grossas na equipe. Ele identificava e juntava o maior número deles, que conviviam com as disputas internas que só ele fazia, para tirar o máximo de cada um. O Carlson sabia a hora de passar a mão na cabeça, de agradar e de dar bronca. Com um puxando o ou-tro, conseguimos chegar a esse ápice devido ao convívio e ao ensinamento dentro e fora do tatame. Ele sabia contornar as divergências internas, colocando o tempero certo. Era como um cozinheiro, que sabia dosar cada ingrediente”.

InteligênciaPaulão Filho (3), lutador de MMA: “O Carlson tinha mais en-vergadura e peso que a maioria. E, com seus conhecimentos práticos, sabia o que fazia a diferença na hora de executar uma posição, o que funcionava. Ele gostava de coisas fáceis e sim-ples, como uma luta deve ser. O Carlson fazia tudo por amor, não tinha nenhum outro interesse a não ser na vitória de seus ‘galos’, como ele chamava a gente. Não tinha apego material. Era dono de um conhecimento de causa impressionante. Ele pegava algo que não conhecia e, em dois segundos, já absor-via. Era um cara muito inteligente e sincero. Mandava as coisas na lata, mas não queria magoar ninguém”.

ARLSON GRACE JR, DANDO CONTINUIDADE A LINHAGEM DE TREINADORES.VITOR BELFORT E PAULÃO BARRETO, REPRESENTANTES DO ESTILO GRACE DENTRO DO OCTÓGONO.

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CARLSON GRACIE

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MOMENTO

O CARIOCA RAPHAEL “ÍNDIO” É CONHECIDO POR

EXPLORAR OS MAIS DIFERENTES OBSTÁCULOS DE RUA.

NESTA FOTO, O SKATISTA DA RED NOSE ABUSOU

DA IMAGINAÇÃO PARA MANDAR ESSE AIR WALK

TO FAKIE EM UM DOS MONUMENTOS

DO ATERRO DO FLAMENGO, UM

DOS CARTÕES POSTAIS DA

CIDADE MARAVILHOSA.

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