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Realismo 28 10 09

Realismo

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Realismo

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Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades.

O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.

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Arquitetura

Esses novos ideais estéticos manifestaram-se em todas as artes. A arquitetura, por exemplo, ao adaptar-se ao novo contexto social, tende a tornar-se realista ou científica.

Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização.

As cidades não exigem mais ricos palácios e templos.

Elas precisam de fábricas, estações ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas,escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.

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A escultura

A escultura realista não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiram os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras.

Dentre os escultores do período realista, o que mais se destaca é Auguste Rodin (1840-1917), cuja produção desperta severas polêmicas.

Já seu primeiro trabalho importante, A Idade do Bronze, de 1877, causou uma grande discussão motivada pelo seu intenso realismo. Alguns críticos chegaram a acusar o artista de tê-lo feito a partir de moldes tirados do próprio modelo vivo.

Mas é com São João Pregando, de 1879, que Rodin revela sua característica fundamental: a fixação do momento significativo de um gesto humano.

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Os Burgueses de Calais(inaugurado em 8 de junho de 1895), de Rodin.Jardins do Parlamento Britânico,Londres.

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No conjunto escultórico Os Burgueses de Calais, de 1895. Essa obra narra um episódio da Guerra dos Cem Anos, entre a França e a Inglaterra.

O artista fixa o momento em que os seis homens mais ricos da cidade francesa de CaIais dirigem-se ao acampamento do invasor inglês, onde vão se apresentar para morrer, tentando evitar assim a destruição da cidade.

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A pintura

A pintura realista do século XIX caracteriza-se sobretudo pelo princípio de que o artista deve representar a realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza.

Ao artista não cabe “'melhorar” artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é. Sua função é apenas revelar os aspectos mais característicos e expressivos da realidade.

Em vista disso, a pintura realista deixou completamente de lado os temas mitológicos, bíblicos, históricos e literários, pois o que importa é a criação a partir de uma realidade imediata e não imaginada.

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A volta do artista para a representação do real teve uma conseqüência: sua politização.

Isso porque, se a industrialização trouxe um grande desenvolvimento tecnológico, ela provocou também o surgimento de uma grande massa de trabalhadores, vivendo nas cidades em condições precárias e trabalhando em situações desumanas.

Surge então a chamada "pintura social", denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia.

Dentre os representantes da pintura realista podemos apontar Courbet e Manet, que desenvolveram tendências diversas.

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Courbet: Os trabalhadores como tema da pintura Custave Courbet (1819-1877) foi considerado o

criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares.

Courbet manifesta em sua pintura uma simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX, tal como podemos ver nas obras Os Britadores e Moças Peneirando Trigo.

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Os Britadores

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Moças Peneirando Trigo

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Nesse quadro, moças realizando seu trabalho são representadas de maneira quase fotográfica.

Entretanto, na figura da moça em primeiro plano, o artista parece fugir um pouco dessa preocupação com a descrição objetiva e aproxima-se de uma representação universalizadora do trabalho que consome a juventude.

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Manet: um precursor do Impressionismo Édouard Manet (1832-1883) pertencia a uma família rica da

burguesia parisiense. Diferentemente de Courbet, seu realismo não tem intenções sociais. Ao contrário, reflete até um certo ar aristocrático.

Sua carreira foi marcada por alguns desafios à crítica conservadora.

É verdade que algumas de suas obras não se afastavam das normas clássicas da pintura, tendo sido aceitas sem polêmicas. No entanto, os quadros que representavam uma ruptura com o academicismo provocaram grandes escândalos.

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O maior deles aconteceu em 1863, quando Manet enviou para o Salão dos Artistas Franceses a tela Almoço na Relva.

A obra foi recusada pelo júri do salão. Entretanto, como muitos quadros de outros artistas também não foram aceitos, os autores recorreram ao Imperador Napoleão III, que determinou a montagem de uma exposição paralela à oficial e que se chamou Salão dos Recusados.

Esse quadro de Manet causou um grande escândalo na época por representar uma mulher nua em companhia de dois homens elegantemente vestidos.

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Almoço na Relva (1863),de ManetDimensões: 214cm x 270 cm.Museu doLouvre, Paris.

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Almoço na Relva é inovador em relação às duas obras anteriores.

Primeiro, quanto ao clima de realidade que apresenta, pois os personagens da tela de Manet eram pessoas conhecidas da sociedade parisiense, e não seres lendários como os das obras renascentistas.

Em segundo lugar, esse quadro apresenta uma composição elaborada, como podemos ver pela descrição a seguir:

As três figuras em primeiro plano são Victorine Meurend (modelo de Manet), Eugene Manet (irmão do pintor) e Ferdinand Leenhoff (escultor e amigo do pintor). Mais ao fundo, está uma figura curvada saindo da água - que podemos identificar como Vênus - e, mais à frente, uma natureza morta.

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O interessante da composição é o sistema de triângulos que se interrelacionam, criando uma estrutura fechada onde aparentemente existia uma dispersão de elementos.

Assim, há um triângulo formado pelas três figuras sentadas sobre a relva, outro que se sobrepõe a esse e envolve a figura na água, e um terceiro, mais amplo, que abrange todas as figuras e tem seu vértice no pássaro que voa no ponto mais alto da tela.

Do ponto de vista das cores, o centro de interesse está na luminosidade que a cena ganha com a figura nua da modelo.

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A obra de Manet foi importante na medida em que inovou a pintura, dando-lhe uma luminosidade mais intensa, como se pode observar em Tocador de Pífaro, Almoço no Ateliê e Bar de Folies-Bergére.

Essa luminosidade foi apontada pelos críticos de arte como um elemento precursor do Impressionismo.

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Tocador de Pífaro

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Trabalho: