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II Workshop Multidisciplinar de Fármacos e Medicamentos Universidade Federal do Vale do São Francisco 25 a 27 de julho de 2017 Petrolina-PE ANAIS DE RESUMOS DO II WORKFAR ÁREA DE SUBMISSÃO: ANÁLISES CLÍNICAS, BIOLÓGICAS, TOXICOLÓGICAS E FARMACOLÓGICAS

ÁREA DE SUBMISSÃO: ANÁLISES CLÍNICAS, BIOLÓGICAS, … · 2018. 8. 28. · 2.2 Determinação da atividade antioxidante por meio do sistema de co-oxidação β-caroteno/ácido

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ANAIS DE RESUMOS DO II WORKFAR

ÁREA DE SUBMISSÃO: ANÁLISES CLÍNICAS, BIOLÓGICAS,

TOXICOLÓGICAS E FARMACOLÓGICAS

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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE IN VITRO DOS EXTRATOS E FRAÇÕES DE Annona leptopetala (ANNONACEAE)

Celuane Alves Moura1, Cristiane Maria Souza de Castro Rodrigues1, Andressa Lunara

Nunes Silva1, Juliane Maria dos Santos Silva1, Raira Feitosa dos Santos1, Ana Paula de Oliveira1, Mariane Conrado Moreira Santos1, Cristiane dos Santos Cerqueira Alves¹,

Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1

1Núcleo de estudos e pesquisas de plantas medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Annonaceae, Annona leptopetala, Antioxidantes, Produtos naturais. 1 INTRODUÇÃO

A Annona leptopetala, conhecida popularmente como "bananinha"1, pertence à

reconhecida família Annonaceae. Esta planta de origem nativa e endêmica do Brasil é utilizada popularmente como digestivo, no tratamento de tumores e inflamações². Estudos prévios com essa espécie resultaram na identificação de compostos bioativos como alcaloides, acetogeninas e terpenos, revelando assim, o seu elevado potencial biológico. Nessa perspectiva, este estudo buscou avaliar a atividade antioxidante in vitro dos extratos e frações dessa espécie vegetal, abrangendo ensaios em diferentes ambientes químicos. Há um grande interesse no estudo dos antioxidantes propulsionado pela descoberta dos radicais livres como agentes causadores de efeitos deletérios no organismo3 e pela viabilidade da substituição dos antioxidantes sintéticos por antioxidantes naturais e de baixo custo4. 2 METODOLOGIA

2.1 Ensaio para avaliação da redução do radical DPPH. A atividade antioxidante foi determinada pelo método DPPH (2,2-difenil-1-

picrilidrazil) proposto por Mensor et al. (2001). As amostras-teste submetidas ao ensaio foram os extratos EHF e EHR (extrato hexânico das folhas e ramos), EMF e EMR (extrato metanólico das folhas e ramos).

2.2 Determinação da atividade antioxidante por meio do sistema de co-oxidação β-

caroteno/ácido linoleico. A capacidade dos extratos de A. leptopetala em prevenir a oxidação do β- caroteno

foi avaliada de acordo com metodologia descrita por Wannes et al. (2010), com adaptações segundo Duarte-Almeida et al. (2006). Para este ensaio foram avaliadas as seguintes amostras: EHF, EHR, EMF, EMR, FNF e FNR (fase neutra das folhas e ramos), FALCF e FALCR (frações alcaloídicas das folhas e ramos).

2.3 Estudo cinético da atividade antioxidante no sistema β-caroteno/ácido linoleico. A eficiência da atividade antioxidante dos extratos foi estimada pelo método das

tangentes descrito por Yanishilieva e Marinova (1995) e modificado por Moreira (1999) e Moreira e Mancini-Filho (2003) em duas partes das curvas cinéticas num dado intervalo de tempo e representados na forma de F1 e F2.

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A atividade antioxidante das amostras frente ao radical DPPH foi expressa como

CE50 (Tabela 1). Os resultados apontaram que todas as amostras-teste, no geral, apresentam boa eficiência anti-radicalar, com destaque para o EMF que se mostrou comparável ao controle positivo BHT (Tabela 1). Some-se a isso, o considerável efeito de inibição da oxidação, evidenciado por todas as amostras ensaiadas, no teste de auto-oxidação do sistema β-caroteno/ácido linoleico (Tabela 1). Logo, esses resultados mostraram que há em todos os extratos e frações testados, substâncias com considerável potencial antioxidante, que atuam independente do ambiente químico, bem como apresentam estabilidade oxidativa, com base no perfil cinético. Esse efeito pode ser atribuído a certas classes de substâncias, reconhecidas na literatura pelo seu potencial antioxidante e comuns as espécies da família Annonaceae como flavonoides, alcalóides fenólicos, alcalóides não-fenólicos, acetogeninas, tocoferóis, fitoesteróis, mono e sesquiterpenos oxigenados e ésteres benzílicos. Tabela 1. Atividade antioxidante dos extratos e frações de A. leptopetala.

Amostras

CE50 DP (µg.mL-1)

(%) inibição da peroxidação na concentração de 200 μg.mL-1 (t =120min)

EHF 59,10 20,00 88,6 (1,67) EHR 53,93 0,89 81,4 (2,66) EMF 10,10 1,96 89,86 (3,21) EMR 55,43 1,21 93,0 (1,04) AA 2,10 0,04 9,30 (6,48)

BHA 2,09 0,20 103,9 (0,32) BHT 10,75 0,17 104,7 (0,67)

FALCF - 79,52 (0,82) FALCR - 83,4 (1,32)

FNF - 79,83 (6,11) FNR - 83,87 (1,14)

BHA: butilhidroxianisol; BHA: butilhidroxitolueno; AA: ácido ascóbico; FALCF: fração alcaloídica das folhas; FALCR: fração alcaloídica dos ramos; EHF: extrato hexânico das folhas; EHR: extratos hexânico dos ramos; EMR: extrato metanólico dos ramos; EMF: extrato metanólico das folhas; FNF: fase neutra das folhas; FNR: fase neutra dos ramos.

4. CONCLUSÃO

Os resultados revelaram que A. leptopetala é uma fonte promissora de substâncias

com potencial antioxidante, o que pode estar intimamente relacionado às suas indicações de uso popular. Desta forma, estudos mais aprofundados se fazem necessários, a fim de investigar suas possíveis propriedades farmacológicas. REFERÊNCIAS 1. MAAS, Paul JM et al. Rollinia. Flora Neotropica, p. 1-188, 1992. 2. AGRA, Maria de Fátima et al. Synopsis of the plants known as medicinal and poisonous in Northeast of Brazil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 17, n. 1, p. 114-140, 2007. 3. BARREIROS, André L. B. S. et al. Estresse Oxidativo: Relação Entre Geração de Espécies Reativas e Defesa do Organismo. Química Nova. São Paulo, v. 29, n. 1, p. 113-

123, jan./fev. 2006.

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4. KARSHEVA, M.; KIROVA, E.; ALEXANDROVA, S. Natural Antioxidants from Citrus Mandarin Peels. Extraction of Polyphenols; Effect of Operational Conditions on total Polyphenols Contents and Antioxidant Activity. Journal of Chemical Technology and Metallurgy. Sofia, v. 48, p. 35-41, jan. 2013.

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EFEITO CITOTÓXICO DE Cnidoscolus quercifolius POHL EM CÉLULAS DE CÂNCER PROSTÁTICO (PC3 E PC3-M) E MAMÁRIO (MCF-7)

Cristiane dos Santos Cerqueira Alves1, Raimundo Gonçalves de Oliveira Junior1,

Christiane Adrielly Alves Ferraz1, Ana Paula de Oliveira1, Maria Francilene Souza Silva2, Cláudia do Ó Pessoa2, Larissa Araújo Rolim1, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1

¹Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina-PE, Brasil. 2Laboratório de Oncologia Experimental, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Cnidoscolus quercifolius, faveleira, Euphorbiaceae, efeito citotóxico, câncer prostático, câncer mamário. 1 INTRODUÇÃO

Cnidoscolus quercifolius é uma Euphorbiaceae endêmica do bioma Caatinga, popularmente conhecida como “faveleira”, e utilizada na medicina popular para o tratamento de infecções, inflamações e cicatrização de feridas (ALBUQUERQUE et al., 2007). O objetivo desse estudo foi verificar o potencial citotóxico de extrato e frações obtidos das folhas dessa espécie frente a linhagens de câncer prostático e mamário, além de determinar o seu teor de fenóis e flavonoides totais.

2 METODOLOGIA 2.1 Extração e fracionamento

As folhas secas e pulverizadas foram submetidas à extração por maceração com etanol 95% durante 72 horas. Em seguida, a solução extrativa foi concentrada, resultando no extrato etanólico bruto (Cq-EEB). Uma alíquota do extrato foi fracionada por cromatografia líquida sob vácuo, utilizando sílica gel como fase estacionária, e os solventes hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol como fase móvel, fornecendo as respectivas frações (Cq-Hex, Cq-CHCl3, Cq-AcOEt e Cq-MeOH). 2.2 Avaliação do efeito citotóxico

O efeito citotóxico foi avaliado em células tumorais das linhagens PC3, PC3-M (prostáticas) e MCF-7 (mamária), cultivadas em meio RPMI 1640, suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos, mantidas em estufa a 37 °C, em atmosfera contendo 5% de CO2. As células foram tratadas por 72h com diferentes concentrações do extrato e frações da planta. Em seguida, o efeito citotóxico foi verificado através do ensaio do MTT, sendo os resultados expressos em CI50. 2.3 Determinação do teor de fenóis e flavonoides totais A determinação do teor de compostos fenólicos e flavonoides totais foi realizada através dos métodos colorimétricos empregando o reagente de Folin-Ciocalteau e cloreto

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de alumínio. Os resultados foram expressos com base na curva de calibração dos padrões ácido gálico (R2=0,999) e catequina (R2=0,998), respectivamente.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O ensaio de citotoxicidade demonstrou que, entre as amostras testadas, a fração Cq-AcOEt apresentou o menor valor de CI50 em todas as linhagens celulares. As demais amostras foram consideradas inativas, uma vez que apresentaram CI50>100 µg/mL, conforme demonstrado na tabela 1. Tabela 1: Efeito citotóxico de extratos e frações de C. quercifolius frente às linhagens de

células tumorais prostáticas (PC3 e PC3-M) e mamária (MCF-7). Extrato/fração CI50 (µg/mL)

PC3 PC3-M MCF-7

Cq-EEB >100 >100 >100

Cq-Hex >100 >100 >100

Cq-CHCl3 >100 >100 >100

Cq-AcOEt 15,74 (11,56 - 21,44)

46,19 (40,88 - 52,20)

46,97 (36,51 - 60,42)

Cq-MeOH >100 >100 >100

A determinação de fenóis e flavonoides totais revelou um maior teor desses

compostos para as amostras de maior polaridade, sobretudo a fração Cq-AcOEt, que apresentou teor de flavonoides equivalente a 193,4 ± 7,57 mg EqC/g, conforme mostrado na figura 1.

Figura 1: Determinação do teor de fenóis (A) e flavonoides (B) em extrato e frações de C.

quercifolius. Os resultados são expressos como média ± desvio padrão.

4 CONCLUSÃO

Em resumo, a fração Cq-AcOEt apresentou atividade citotóxica significativa contra

as linhagens celulares utilizadas, exibindo um maior teor de flavonoides, sendo estes considerados os compostos responsáveis, pelo menos em parte, pelo efeito farmacológico observado. Sendo assim, esse estudo indica que a espécie pode ser considerada uma fonte promissora de moléculas bioativas para o tratamento de câncer prostático e mamário. REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, U. P. et al. Medicinal plants of the Caatinga (semi-arid) vegetation of NE Brazil: a quantitative approach. Journal of Ethnopharmacology, v. 114, p. 325-354, 2007.

(A) (B)

Fe

no

is t

ota

is (

mg

Eq

AG

/g)

E E B C H C l3 Ac O E t M e O H

0

5 0

1 0 0

1 5 0

95

,61

2

,78

0,1

5

1,8

9

62

,88

3

,44

81

,97

2

,92

Fla

vo

no

ide

s (

mg

Eq

C/g

)

E E B C H C l3 Ac O E t M e O H

0

5 0

1 0 0

1 5 0

2 0 0

2 5 0

29

,00

0

,69

38

,54

2

,11

19

3,4

7

,59

23

,83

1

,24

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DETERMINAÇÃO DE FINGERPRINT POR CLAE-DAD E AVALIAÇÃO DO POTENCIAL CITOTÓXICO DE EXTRATO E FRAÇÕES DAS CASCAS DO

CAULE DE Cnidoscolus quercifolius POHL EM CÉLULAS TUMORAIS

Andressa Lunara Nunes Silva1, Raimundo Gonçalves de Oliveira Júnior1, Christiane Adrielly Alves Ferraz1, Celuane Alves Moura1, Pedrita Alves Sampaio1, Emanuella Chiara Valença Pereira1, Maria Francilene Souza Silva2, Cláudia do Ó Pessoa2

, Larissa Araújo Rolim1, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1

¹Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina, PE, Brasil. 2Laboratório de Oncologia Experimental, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza-CE, Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Cnidoscolus quercifolius; fingerprint; atividade citotóxica; CLAE-DAD.

1 INTRODUÇÃO

Cnidoscolus quercifolius, conhecida popularmente como “faveleira”, é uma planta medicinal endêmica do bioma Caatinga. Estudos anteriores verificaram que essa espécie apresentou efeito antiproliferativo contra algumas linhagens de células tumorais (PAULA et al., 2016). Contudo, a espécie ainda é pouco estudada do ponto de vista químico e farmacológico. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial citotóxico das cascas do caule da planta, além de determinar o seu perfil químico através de análises por CLAE-DAD.

2 METODOLOGIA 2.1 Extração e fracionamento

As cascas do caule secas e pulverizadas foram submetidas à extração por maceração com etanol 95% durante 72 horas. A solução extrativa foi concentrada em evaporador rotativo, produzindo o extrato etanólico bruto (Cq-EEB). Parte do extrato foi fracionada por cromatografia líquida sob vácuo, em sílica gel, utilizando hexano, clorofórmio, acetato de etila e metanol como fase móvel, fornecendo as respectivas frações (Cq-Hex, Cq-CHCl3, Cq-AcOEt e Cq-MeOH). 2.2 Avaliação do efeito citotóxico

O efeito citotóxico foi avaliado em células tumorais das linhagens HCT-116 (cólon retal humano), SF-295 (glioblastoma) e HL-60 (leucemia), cultivadas em meio RPMI 1640, suplementado com 10% de soro fetal bovino e 1% de antibióticos, mantidas em estufa a 37 °C, em atmosfera contendo 5% de CO2. As células foram tratadas por 72h com diferentes concentrações do extrato e frações da planta. Em seguida, o efeito citotóxico foi verificado através do ensaio do MTT, sendo os resultados expressos em percentual de inibição de crescimento celular. 2.3 Análises por CLAE-DAD

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Após os testes farmacológicos, Cq-EEB, Cq-AcOEt e Cq-MeOH foram analisados por CLAE-DAD, em cromatógrafo líquido Shimadzu® (LC-20 AT) equipado com um detector de arranjo de diodos (SPD-M20A). Foi utilizada uma coluna Agilent® C-18, com pré-coluna Zorbax. Os extratos (10 mg/mL) foram analisados à temperatura de 37 ºC, com fluxo de injeção de 1 mL.min-1 e volume de injeção de 50 µL, sendo o tempo de análise de 70 min e a fase móvel constituída de dois solventes:ácido fórmico 0,1% e acetonitrila, em eluição gradiente.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os ensaios de citotoxicidade demonstraram um elevado potencial citotóxico para todos as amostras, principalmente frente às linhagens HCT-116 e HL-60. Cq-CHCl3 e Cq-AcOEt apresentaram 100% de inibição de crescimento para a linhagem HCT-116; além de 98,75 e 95,99% para a linhagem HL-60. Em seguida, as amostras de maior polaridade (Cq-EEB, Cq-AcOEt e Cq-MeOH) foram analisados por CLAE-DAD. As análises revelaram a presença de 07 constituintes químicos majoritários, conforme demonstrado na figura 1. Os picos codificados como 1, 2 e 6 apresentaram tempo de retenção e bandas de absorção UV similares aos observados para os flavonoides galocatequina e apigenina, sugerindo que se tratavam de derivados desses compostos. Além dos derivados de galocatequina e de apigenina, foi verificada também a presença de compostos com espectros de absorção UV característicos de ácidos fenólicos, apresentando uma única banda de absorção entre 245 e 260 nm.

Figura 1: Fingerprints obtidos para Cq-EEB (A) e frações Cq-AcOEt (B) e Cq-MeOH (C) por

CLAE-DAD, em 254 nm. Os números (1-7) representam os constituintes químicos presentes nas

amostras.

4 CONCLUSÃO

Os resultados obtidos demonstraram que a espécie pode ser considerada uma fonte

promissora de substâncias com atividade citotóxica. As análises por CLAE-DAD sugerem que derivados de flavonoides e ácidos fenólicos estão entre os principais constituintes químicos verificados em C. quercifolius, devendo ser realizados estudos fitoquímicos visando o seu isolamento e posterior avaliação farmacológica. REFERÊNCIAS PAULA, A. C. et al. Constituintes Químicos e Atividade Citotóxica de Cnidoscolus phyllacanthus. Revista Virtual de Química, v. 8, p. 231-241, 2016.

(A) (B) (C)

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USO MEDICINAL DA MACONHA NA EPILEPSIA: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Erika Moreira Muricy1, Louise Moreira Oliveira1, Leidiane de Medeiros Oliveira Lima1, Raquel

Caroline Monteiro da Silva Campos¹, Thais Elaine Alves Paixão1

1 Central de Análise de Fármacos, Medicamentos e Alimentos, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: epilepsia, canabinóides, medicinal, Cannabis sativa, Canabidiol, efeitos anticonvulsivantes. 1 INTRODUÇÃO

A planta Cannabis sativa, popularmente conhecida no Brasil pelo nome de maconha,

vem sendo aplicada para fins medicinais há milhares de anos1. O termo “Cannabis medicinal” ou “maconha medicinal” refere-se ao uso de partes da Cannabis ou de canabinoides derivados da planta para tratar ou aliviar os sintomas (dor, espasticidade, náuseas e vômitos) de uma doença específica. O Canabidiol (CBD) é uma substância química que corresponde a 40% dos extratos da planta Cannabis sativa (nome científico da maconha)2. No Brasil, assim como em boa parte do mundo, seu uso medicinal era proibido, pois a substância é associada a seu efeito

psicoativo, mas, apesar da imagem negativa, o uso medicinal da erva é extremamente antigo e, em países onde seu uso já era legalizado, não são poucos os tratamentos possíveis com a substância. Recentemente a ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, informou a retirada do Canabidiol da lista de substâncias proibidas no Brasil3. A seguinte revisão bibliográfica tem como objetivo discutir as recentes evidências que têm sido expostas com relação ao potencial terapêutico do CBD na redução, e até extinção, dos efeitos causados por distúrbios neurológicos, em particular a epilepsia.

2 METODOLOGIA

Realizou-se uma revisão sistemática da literatura, utilizando como fontes de buscas

as bases de dados eletrônicas: PubMed, Google Acadêmico, através dos seguintes descritores de assunto: "epilepsia’’, "canabinóides", "medicinal", "Cannabis sativa’’; ‘’Canabinoides’’; ‘’Canabidiol’’; ‘’Efeitos anticonvulsivantes’’ e "canabidiol"; nos idiomas inglês, e português, pesquisados no período de 1980 a 2017. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O primeiro estudo clínico que demonstrou o efeito anticonvulsivante do canabidiol foi

conduzido no Brasil, pelo grupo do renomado pesquisador Dr. Elisaldo Carlini. Esse estudo duplo-cego foi realizado com 15 pacientes que sofriam pelo menos uma crise generalizada por semana, mesmo recebendo algum outro anticonvulsivante (fenitoína, primidona, clonazepam, carbamazepina, trimetadiona e /ou etossuximida)4. No total, 8 pacientes receberam entre 200-300 mg/dia de CBD puro por via oral, durante 8 semanas. (CARVALHO et al, 2017) Destes de 8 pacientes, apenas um não obteve nenhuma melhora clínica. Entre os demais, quatro tiveram as convulsões totalmente abolidas durante o

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período em que tomaram CBD e três tiveram redução significativa na frequência das crises. No grupo de pacientes que recebeu placebo junto com seu outro anticonvulsivante, apenas um demonstrou melhora. Entretanto, não há avaliação do efeito do CBD na ausência de qualquer outro anticonvulsivante, mas o estudo sugeriu que o CBD poderia ser um adjuvante no tratamento da epilepsia5. Apesar de o estudo sugerir que o CBD pode ser um adjuvante no tratamento da epilepsia as pesquisas clínicas bem conduzidas metodologicamente são limitadas, pois há restrição legal ao uso de medicamentos derivados do cannabis, embora o CBD não possua propriedades psicoativas. Acredita-se ainda que a segurança e eficácia do CBD necessite ser mais estabelecidas por estudos bem conduzidos, uma vez que os dados disponíveis na literatura atual não preenchem os critérios científicos exigidos para que tal composto seja utilizado como medicamento de forma indiscriminada6. O uso medicinal de produtos herbais derivados da Cannabis é bastante controverso, em parte devido a falta de padronização entre os produtos que assegurem a segurança e a dosagem consistente e, em parte, devido a questões envolvendo o aspectos legais7. 4 CONCLUSÃO

Dado isso, nota-se que mesmo diante de controversas e restrições cada dia mais

elas diminuem, já que as pesquisas existentes demonstram as opções de uso clínico e perspectivas futuras do CBD no tratamento da epilepsia. REFERÊNCIAS 1. ZUARDI, A. W. History of cannabis as a medicine: a review. São Paulo: Revista

Brasileira de Psiquiatria 2006. 28, 153. 2. CILIO, M. R.; THIELE, E. A.; DEVINSKY, O. The case for assessing cannabidiol in epilepsy. Epilepsia 2014. 55, 787 3. FLORENCE. Canabidiol – Conheça mais sobre o uso medicinal da substância química encontrada na Cannabis. Disponível em: <http://www.livrariaflorence.com.br/blog/canabidiol-conheca-mais-sobre-o-uso-medicinal-da-substancia-quimica-encontrada-na-cannabis/>. Acesso em: 29 de junho 2017. 4. CUNHA, J. M. et al. Chronic Administration of Cannabidiol to Healthy Volunteers and Epileptic Patients. Pharmacology. 1980;21(3):175-185. 5. TREMBLY, B.; SHERMAN, M. Double-blind clinical study of cannabidiol as a secondary anticonvulsant. Marijuana ’90 International Conference on Cannabis and Cannabinoids; 1990 July 8-11; Kolympari, Crete. International Association for Cannabinoid Medicines, 1990:section 2-page 5. 6. GEN EDUCAÇÃO. Academia brasileira de neurologia analisa o uso de canabidiol em epilepsia. Disponível: <http://acfarmaceutica.com.br/academia-brasileira-de-neurologia-analisa-o-uso-do-canabidiol-em-epilepsia/>. 7. WHITING, P. et al. Cannabinoids for Medical Use. JAMA. 2015;313(24):2456. 8. CARVALHO, C. R. et al. Canabinoides e Epilepsia: potencial terapêutico do canabidiol. Vittalle – Revista de Ciências da saúde, 2017.

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ALTERAÇÃO DE MARCADORES ÓSSEOS EM INDIVÍDUOS HIV POSITIVO COM ADESÃO A TERAPIA ANTI RETROVIRAL: UMA REVISÃO

INTEGRATIVA

Hugo Mateus Gonçalves de Barros1, Wilkslam Alves de Araújo1, Tiago Ferreira da Silva Araújo1

1 Acadêmico do Curso de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Vale do Francisco-UNIVASF 1Acadêmico do programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF 1Docente do Curso de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF

PALAVRAS-CHAVE: Marcadores ósseos, HIV positivo, Terapia anti retroviral.

1 INTRODUÇÃO

Pacientes infectados pelo HIV apresentam osteopenia ou osteoporose densitométrica

numa proporção que varia de 28 a 50%, contra percentual de 16% esperado para a população

geral.1,2 Também já ficou evidenciado que os pacientes HIV-positivos apresentam

significativas alterações em marcadores bioquímicos da atividade metabólica óssea, tais como

piridinolinas, fosfatase alcalina, NTX, CTX, hidroxiprolina e osteocalcina, dentre outros. (SILVA,

2006). Os marcadores bioquímicos do remodelamento ósseo são enzimas expressadas por

osteoblastos e osteoclastos, ou compostos orgânicos liberados durante a síntese e reabsorção

da matriz óssea (SEIBEL, 2000). O HIV foi identificado como a causa da Síndrome da

Imunodeficiência Adquirida - SIDA ou Acquired Immunodeficiency Syndrome – AIDS (sigla em

inglês) em 1983. Na época, descobriu-se que se tratava de um retrovírus, o vírus da

imunodeficiência humana (HIV), responsável por atacar o sistema imunológico, em especial os

linfócitos TCD4+, que protege o organismo contra outras doenças e infecções (SUDHARSHAN;

BISWAS, 2008). Desde então, milhares de milhões de dólares foram investidos na

determinação de como ocorre a transmissão e como a doença é causada (DEEKS, 2013).

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo com coleta de dados realizada a partir de fontes secundárias,

por meio de levantamento bibliográfico e baseado na experiência vivenciada pelos autores (as) por ocasião da realização de uma revisão integrativa.

Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados:Google Acadêmico Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Mora et al, realizaram estudo longitudinal em 32 indivíduos infectados pelo HIV com

exposição ao HAART (agentes antiretrovirais altamente ativos), comparado-os com 381 voluntários da mesma idade. As variáveis de estudo foram DMO (densidade mineral óssea) avaliada por DEXA, fosfatase alcalina óssea e NTX, mensurados no soro e na urina. Os

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dados confirmaram a presença de baixa DMO e prejuízo no metabolismo ósseo no grupo HIV-positivo. Dolan et al.10 avaliaram 84 mulheres infectadas pelo HIV e 63 mulheres saudáveis de idade, peso corporal e etnia semelhantes. Além de marcadores ósseos (OC e NTX), foi avaliada também a DMO, permitindo concluir que as mulheres infectadas pelo vírus HIV apresentaram massa óssea reduzida Amiel et al.11 em estudo transversal, avaliaram 148 homens in 148 homens infectados pelo HIV estratificados de acordo com seu tratamento anti-retroviral. Foi avaliada a DMO através da densitometria óssea, além dos marcadores do metabolismo ósseo (OC e NTX). Não foi demonstrado nenhum efeito do tratamento sobre o metabolismo ósseo, mas houve perda de massa óssea nos pacientes infectados pelo HIV, independente do tratamento. Essa baixa DMO esteve em parte relacionada com baixo peso corporal e aumento da reabsorção óssea. Bruera et al.12 estudaram 142 indivíduos entre 20 e 45 anos, divididos em 4 grupos: A, 33 pacientes infectados pelo HIV virgens de tratamento; B1, 36 soropositovos para HIV com mais de um ano de uso da terapia antiretroviral (sem inibidor de protease); B2, 42 soropositivos em uso de terapia antiretroviral por mais de um ano (inibidor de protease); B3, 15 indivíduos saudáveis (controle). A DMO foi avaliada pela densitometria óssea e por diversos marcadores do metabolismo ósseo. A DMO foi significativamente menor em indivíduos infectados pelo HIV, mas não houve diferença entre o grupo virgens de tratamento e os demais grupos. Teichmann et al.13 estudaram a DMO e marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo em 50 pacientes infectados pelo HIV versus controles. Nenhum dos pacientes recebia inibidor de transcriptase reversa ou inibidor de protease, nem vitamina D ou suplementação de cálcio. Houve associação entre baixos níveis de marcadores de formação óssea e aumento da reabsorção óssea. 4 CONCLUSÃO

Então, foi observado que os indivíduos portadores de HIV teve alteração em seus

exames Bioquímicos, logo, é necessário um cuidado maior quando essas taxas estão em níveis elevados, sem deixar de saber o que realmente acontece bioquimicamente. REFERÊNCIAS CARDOSO, M. J. L. et al. Homeostase do cálcio e marcadores do metabolismo ósseo no hipertireoidismo felino-Revisão. Archives of Veterinary Science, v. 12, n. 1, 2007.

MARIA, Jéssika Carvalho. Insuficiência de vitamina D em pacientes infectados pelo HIV tratados com terapia antirretroviral contendo tenofovir. 2015. SILVA-SANTOS, Antonio Carlos; ALMEIDA MATOS, Marcos; GALVÃO-CASTRO, Bernardo. Reabsorção no metabolismo ósseo de pacientes HIV-positivos. Acta Ortopédica Brasileira, v. 17, n. 2, 2009.

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ALTERAÇÕES POR MEDICAMENTOS/PLANTAS MEDICINAIS EM EXAMES BIOQUÍMICOS LABORATORIAIS: UMA REVISÃO INTEGRATIVA

Hugo Mateus Gonçalves de Barros1, Wilkslam Alves de Araújo1, Tiago Ferreira da Silva

Araújo1

1 Acadêmico do Curso de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Vale do Francisco-UNIVASF 1Acadêmico do programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Biológicas da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF 1Docente do Curso de Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Vale do São Francisco-UNIVASF

PALAVRAS-CHAVE: Alteração, Medicamentos/plantas medicinais, exame bioquímico. 1 INTRODUÇÃO

O laboratório clínico desempenha um papel muito importante na medicina moderna e

dispõe de admirável quantidade de vários métodos laboratoriais, apresentando cada um deles

suas utilidades específicas e dificuldades intrínsecas, bem como suas vantagens e

desvantagens (RAVEL, 1997). A rotina em um laboratório de Análises Clínicas é feito de acordo

com um processo bem dinâmico, que se inicia desde a coleta do material biológico até a

liberação de resultados. Nesses processos podem ocorrer alguns erros que estejam

relacionados a algum erro em algum processo analítico. Entretanto, alguns erros pré-analíticos

podem ser evitados a partir em que o paciente receba boas orientações, como o jejum, a não

fazer prática de exercício físico dias antes, informações se o paciente é fumante ou esteja em

período menstrual. Também é necessário, informações se há relatos de usos de

fármacos/drogas terapêuticas no ato da realização dos exames. (FERREIRA, et al., 2007).Os

medicamentos são interferentes importantes, considerando-se sua grande utilização. Qualquer

medicamento, independentemente da via de administração, pode interferir por meio de uma

variedade de mecanismos farmacológicos, físicos, químicos e metabólicos, nos métodos

analíticos de exames de laboratório. Entre as alterações fisiológicas que os medicamentos

podem sofrer e que interferem no processo analítico, cita-se a conversão da droga em outros

compostos iônicos ou mais polares, por biotransformação hepática, como oxidação, redução e

conjugação, entre outras reações. Essas transformações podem produzir derivados e

metabólitos que reagem no procedimento do exame, resultando em valores incorretos.

(BARROS, 2010).O uso de plantas medicinais tem sido muito eticamente as plantas medicinais

como medicamentos eficazes e seguros. (Turolla & Nascimento, 2006; Agra et al., 2007; 2008)

Os estudos toxicológicos têm a finalidade de avaliar a idéia errônea de que produtos

fitoterápicos, por serem naturais, são isentos de efeitos tóxicos ou adversos, e que o uso

popular de plantas medicinais serve como validação da eficácia destes medicamentos (Lapa,

1999; Lapa, 2001; Craveiro et al., 2008; Marliére et al., 2008; Silveira et al., 2008). O objetivo

deste trabalho tem como finalidade, avaliar possíveis interferências em exames bioquímicos

por medicamentos e plantas medicinais.

2 METODOLOGIA

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Trata-se de um estudo com coleta de dados realizada a partir de fontes secundárias, por meio de levantamento bibliográfico e baseado na experiência vivenciada pelos autores (as) por ocasião da realização de uma revisão integrativa. Para o levantamento dos artigos na literatura, realizou-se uma busca nas seguintes bases de dados:Google Acadêmico Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Medical Literature Analysis and Retrieval Sistem on-line (Medline) e Scientific Electronic Library Online (SciELO). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dentre os cinco medicamentos mais utilizados observou-se uma maior quantidade

de interferências in vivo do que in vitro. Dos exames citados, os seguintes são realizados no Centro de Análises Clínicas Rômulo Rocha: cetonas, uréia, creatinina, anticorpos antinúcleo (FAN), aspartato aminotransferase, fosfatase alcalina, bilirrubina, enzima conversora de angiotensina (ECA), anticorpos anti-DNA, hemoglobina, catecolaminas plasmáticas, proporção Colesterol/HDL, imunoglobulina IgA, fator XI, fator XII, albumina, osmolaridade urinária, eritrócitos, hematócrito, leucócitos, neutrófilos, plaquetas, renina, gama-glutamil-transferase (gama-GT), desidrogenase lática (DHL), frutosamina, velocidade de hemossedimentação (VHS), insulina, eritropoietina, ácido úrico, amilase, eosinófilos, glicose, cálcio, potássio, cortisol, citrato, osmolaridade sérica, testes de tolerância a glicose (curva glicêmica), aminotransferase (ALT), amilase, aspartato aminotransferase (AST), cálcio ionizável, iodeto, fosfato, sódio, zinco, glucagon, hemoglobina A1C ou glicosilada, apolipoproteína B, fosfolípides, imunoglobilina IgA, LDL, colesterol, tiroxina (T4), tempo de protrombina, creatina fosfoquinase (CPK MB) e hidroxiprolina. (FERREIRA, 2009). Algumas plantas produzem efeitos periféricos (extra-pancreáticos) sobre o metabolismo dos carboidratos sem alterar os níveis de insulina (Bragança, 1996; Hernandez-Galicia et al., 2002). Tendo em vista que a vitamina C pode, também, interferir na determinação sorológica de bilirrubina, creatinina, fósforo, uréia, alanina aminotranferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), lactato desidrogenase (LDH) e fosfatase alcalina (FA) 9,28,41, e na avaliação de glicosúria, hematúria e hemoglobinúria (falso-negativo) 9,42,43, deve-se considerar a possibilidade de interferência das plantas medicinais acima citadas em tais análises laboratoriais (PASSOS, 2009) 4 CONCLUSÃO

Logo, é necessário que se tenha toda e qualquer orientação sobre as possíveis

interferências em se pode ocorrer durante algum procedimento nos exames Bioquímicos, seja desde a coleta do material até os testes, ou ainda mesmo em práticas diárias em que os indivíduos pensam em não interferir em nada. Foi mostrada, comprovações de que os medicamentos e as plantas medicinais podem alterar testes laboratoriais, sendo necessária a suspensão bem antes dos testes.

REFERÊNCIAS BRITO, Herta Ellen Moreira. Estudo dos medicamentos como interferentes nos exames laboratoriais bioquímicos: uma revisão literária. 2014.

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DAN, Gabrielle Oliveira; CASTELLAR, Aline. PLANTAS MEDICINAIS COM ATIVIDADE ANTIRRETROVIRAL. Alumni-Revista Discente da UNIABEU-ISSN 2318-3985, v. 3, n. 6,

p. 8-24, 2015. JANEBRO, Daniele Idalino et al. Efeito da farinha da casca do maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa Deg.) nos níveis glicêmicos e lipídicos de pacientes diabéticos tipo 2. Rev Bras Farmacogn, v. 18, n. sSupl, 2008.

OLIVEIRA, Wanderson Bruno de. Possíveis interferências de medicamentos em resultados de exames em um laboratório de análises clínicas. 2016.

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ANAIS DE RESUMOS DO II WORKFAR

ÁREA DE SUBMISSÃO: PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA E INOVAÇÃO EM

FÁRMACOS, MEDICAMENTOS, COSMÉTICOS E ALIMENTOS

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EFEITOS COMPORTAMENTAIS DE AGONISTAS SEROTONÉRGICOS NO

TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON

Carla Michele Vieira Dias¹, Per Petersson², Ivani Brys¹

¹ Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. ² Universidade de Lund, Lund – Suécia

PALAVRAS-CHAVE: Doença de Parkinson, agonistas serotonérgicos, levodopa, discinesias. 1 INTRODUÇÃO

A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio neurológico que afeta cerca de 1 a 3%

das pessoas (Navarro-Peternella & Marcon, 2012) com idade acima dos 60 anos. Essa doença é causada pela morte dos neurônios dopaminérgicos da substância nigra, essenciais para o sistema motor. A perda neuronal está associada com o comprometimento da capacidade de movimento do paciente. Os sujeitos acometidos apresentam deficiências motoras, cognitivas e emocionais. O tratamento para a DP é realizado essencialmente através do medicamento levodopa, um precursor de dopamina. No entanto, o uso prolongado da levodopa resulta em efeitos colaterais, desencadeando movimentos involuntários anormais, conhecidos como discinesias. O objetivo desse estudo é descobrir novos métodos de tratamento através do sistema serotonérgico que possam aliviar os sintomas motores da Doença de Parkinson bem como os movimentos discinéticos. 2 METODOLOGIA

A metodologia faz parte de um projeto maior desenvolvido em parceria com a Universidade de Lund – Suécia. Nos experimentos foram utilizadas ratas Sprague-Dawley fêmeas adultas, submetidas a duas injeções intracerebrais da toxina 6- hidroxidopamina (6-OHDA) na via nigro-estriatal, que leva à morte dos neurônios dopaminérgicos e mimetiza os sintomas da doença de Parkinson.

Após tratamento crônico com levodopa, os animais que apresentaram discinesias

foram incluídos no estudo. Para os experimentos farmacológicos, as ratas foram

introduzidas em um cilindro acrílico (20cm de diâmetro), onde foi possível observa-las e

gravar em vídeo todos os seus comportamentos. Após um período inicial de linha de base,

foi injetado nos roedores levodopa a fim de induzir a ocorrência de discinesia seguida por

algum componente farmacológico experimental (agonistas 5HT1A: NLX112, F13714,

F15599 e 8-OHDPAT) ou o medicamento benzodiazepínico Diazepam com o intuito de

diminuir as discinesias provenientes da levodopa.

Posteriormente, os vídeos experimentais foram analisados e os comportamentos dos

animais foram quantificados em planilhas do excel. Os comportamentos vistos nos roedores

foram: Exploração vertical, grooming (autocuidado), imobilidade, postura normal, rotação

para direita e esquerda, e andar. Esses comportamentos foram analisados quando o animal

estava sem nenhum medicamento (linha de base) e logo depois quando estava sob efeito

da levodopa junto com uma das drogas serotonérgicas. A partir disso, foi feita a

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comparação de frequência de cada comportamento entre esses dois momentos. Os dados

dessa comparação são apresentados em gráficos, onde é possível analisar se as drogas

são eficazes para a normalização do comportamento motor dos animais.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Foram produzidos sete gráficos demonstrando os resultados obtidos através das médias observadas nos comportamentos dos animais. Os gráficos apresentam dois momentos, o primeiro corresponde à linha de base (sem medicamento) e o segundo à utilização da levodopa em combinação com as drogas experimentais serotonérgicas. Os resultados do presente estudo vão de encontro com o que já foi visto na literatura acerca de experimentos com drogas serotonérgicas (Ohno, 2011) em animais parkinsonianos. E como pode ser visto na figura 1 os gráficos apresentam dados que comprovam uma melhora nas discinesias causada pelo uso da levodopa, bem como o restabelecimento da capacidade motora do animal. Com exceção do medicamento Diazepam que causou imobilidade aos animais.

Figura 1. Gráficos dos comportamentos observados nos animais.

4 CONCLUSÃO

Com base nos experimentos realizados é possível perceber que o sistema serotonérgico desempenha um papel fundamental para o tratamento dos sintomas motores da doença de Parkinson. Como foi possível perceber com os resultados obtidos, as drogas agonistas serotonérgicas são eficazes para a redução de discinesias sem diminuir o efeito terapêutico da levodopa. Estudos futuros com essas drogas podem contribuir para que os pacientes parkinsonianos possam ter melhor qualidade de vida. AGRADECIMENTOS

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Carla Michele Vieira Dias recebeu bolsa de iniciação científica CNPq e Ivani Brys recebeu bolsa de pós-doutorado BABEL – Erasmus Mundus para a realização do estudo. Os autores gostariam de agradecer Pär Halje, Mark Varney, Adrian Newman-Tancredi e Robson Scheffer Teixeira pelas valiosas contribuições na realização deste projeto. REFERÊNCIAS NAVARRO-PETERNELLA, F.M.; MARCON, S. S. Qualidade de vida de indivíduos com Parkinson e sua relação com tempo de evolução e gravidade da doença. Rev. Latino-

Am. Enfermagem mar.-abr. 2012;20(2):[08 telas]. OHNO, Y. Therapeutic Role of 5-HT1A Receptors in The Treatment of Schizophrenia and Parkinson’s Disease. CNS Neuroscience & Therapeutics. Volume 17, pages 58-65 – February 2011.

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AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DA ROTULAGEM DE SUCOS DE UVA PRODUZIDOS NO VALE DO SÃO FRANCISCO

Xenusa Pereira Nunes1, Francisco Assis Filho2, Alfredo Anderson Teixeira-Araujo3, Gáudia Maria Costa Leite Pereira4, Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira5, Xirley Pereira Nunes6,

Larissa Araújo Rolim7, Julianeli Tolentino de Lima8

1 Nutricionista, Prefeitura Municipal de Casa Nova, Casa Nova - BA. 2 Faculdade São Francisco de Juazeiro, Juazeiro – BA 3Mestrando Programa de Pós Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 4 Mestranda Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Extensão Rural, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE 5 Pró-Reitoria de Extensão, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 6 Laboratório de Farmacognosia e Fitoterapia, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 7 Central de Análise de Fármacos, Medicamentos e Alimentos, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 8 Laboratório de Farmacologia, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Suco de uva, rotulagem, legislação, consumidor. 1 INTRODUÇÃO

Os sucos de frutas industrializados devem atender à legislação específica, estando de acordo com definição, classificação, registro, padronização e requisitos de qualidade, devendo também atender à legislação sobre rotulagem de alimentos embalados (BRASIL, 1994; BRASIL, 1997). A legislação sanitária brasileira, referente à rotulagem de alimentos, faz parte das ações de promoção da saúde e visa cumprir as determinações do Codex Alimentarius, o principal órgão internacional responsável pelo estabelecimento de normas sobre a segurança e a rotulagem de alimentos (SOUZA et al., 2011). O objetivo da presente investigação foi avaliar diferentes marcas comerciais de suco de uva produzidos no Vale do São Francisco, quanto às características de rotulagem, analisando se atendem às legislações vigentes, o que pode vir a contribuir na promoção da saúde dos consumidores. 2 METODOLOGIA

O estudo foi realizado com sete amostras de suco de uva, de diferentes marcas, todos produzidos no Vale do São Francisco. As amostras foram obtidas em supermercados da cidade de Petrolina – PE e codificadas com números de “1” a “7”. Foram avaliados os itens obrigatórios da rotulagem segundo a RDC nº 259/2002, Portaria nº 540/1997 da ANVISA e Portaria nº 157/2002 do INMETRO (denominação de venda do alimento, lista de ingrediente, declaração de aditivo, conteúdo líquido, identificação da origem, lote, nome e endereço do fabricante, prazo de validade, número de registro do produto e condições especiais de conservação), bem como os itens da RDC nº 359/2003, Portaria nº 360/1997, Portaria nº 27/1998 e Portaria nº 29/1998 da Vigilância Sanitária – Ministério da Saúde (valor energético, carboidratos, proteínas, gorduras totais, gorduras saturadas, gordura trans, forma da tabela e informação da medida caseira). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Com relação aos itens obrigatórios da rotulagem segundo a RDC nº 259/2002, Portaria

nº 540/1997 da ANVISA e Portaria nº 157/2002 do INMETRO, todas as sete marcas de suco de uva apresentam os itens solicitados na legislação. Porém, foi observado que o suco “2” não deixa claro a data de validade, no entanto informa que a mesma é de 18 meses a partir da data de fabricação, exigindo assim, que o consumidor saiba calcular a data de validade. Identificou-se também que os sucos “1” e “7” apresentam data de validade e número do lote especificados no lado da tampa e não no rótulo.

Analisando os itens da rotulagem nutricional conforme a RDC nº 359/2003, Portaria nº 360/1997, Portaria nº 27/1998 e Portaria nº 29/1998 da Vigilância Sanitária - Ministério da Saúde, apenas o suco “3” não cita conter ou não conter gorduras totais, gorduras saturadas e gordura trans, itens que são obrigatórios de acordo com a legislação.

As informações nutricionais constantes do suco “5” são expostas na forma de tabela, porém não apresenta linhas de divisão, o que pode confundir sua leitura.

4 CONCLUSÃO

Com base nas análises dos rótulos dos sucos de uva, foi identificado que apenas a

marca codificada como suco “3” não atende todas as determinações da legislação de rotulagem de sucos de frutas industrializados, prejudicando o consumidor no que diz respeito à informação sobre o teor nutricional do suco. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Decreto nº 2.314, de 04 de

setembro de 1997. Regulamenta a Lei nº 8.918, de 14 de julho de 1994, que dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas. [Acesso 17 de maio 2017]. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. [Internet] Lei nº 8.918, de 14

de Julho de 1994. Dispõe sobre a padronização, a classificação, o registro, a inspeção, a produção e a fiscalização de bebidas, autoriza a criação da comissão intersetorial de bebidas e dá outras providências. [Acesso 30 de junho 2017]. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n.27, de 13 de janeiro de 1998. Aprova o

regulamento técnico referente à informação nutricional complementar (declarações relacionadas ao conteúdo de nutrientes), constantes do anexo desta Portaria. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 16 jan. 1998. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 540, de 27 de outubro de 1997. Aprova o

regulamento técnico: aditivos alimentares - definições, classificação e emprego. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 28 out. 1997. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução RDC n. 259, de 20 de setembro de 2002. Aprova o regulamento técnico sobre rotulagem de alimentos embalados. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 set. 2002. SOUZA, et al. Utilização da informação nutricional de rótulos por consumidores de Natal, Brasil. Rev Panam Salud Publica, v.29, n.5, p.337–43, 2011.

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ANAIS DE RESUMOS DO II WORKFAR

ÁREA DE SUBMISSÃO: QUÍMICA

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AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE E QUANTIFICAÇÃO FENÓLICA DAS FOLHAS DE Passiflora cincinnata MAST.

(PASSIFLORACEAE)

Raira Feitosa dos Santos1, Ana Ediléia Barbosa Pereira Leal1, Ana Paula de Oliveira1, Cristiane dos Santos Cerqueira Alves1, Raimundo Gonçalves de Oliveira Junior1, Mariane

Conrado Moreira Santos1, Juliane Maria dos Santos Silva1, Celuane Alves Moura1, Andressa Lunara Nunes Silva1, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1

1 Núcleo de Estudo e Pesquisa de Plantas Medicinais - NEPLAME, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE, Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Passifloraceae; Passiflora cincinnata; antioxidante; flavonóides. 1 INTRODUÇÃO

A espécie Passiflora cincinnata Mast. pertence à família Passifloraceae, é encontrada espontaneamente na região semiárida do Nordeste brasileiro, sendo popularmente conhecida como maracujá-do-mato e maracujá-mochila. Apresenta resistência à seca, período amplo de florescimento, longevidade e maior concentração de componentes químicos destinados à indústria farmacêutica (ARAÚJO, 2007).

A avaliação do potencial terapêutico de alguns constituintes como flavonoides, alcaloides, terpenos, entre outros, está sendo de grande foco nas pesquisas, pois possuem diversas funções biológicas, como por exemplo, os compostos polifenólicos com atividade antioxidante (CECHINEL; YUNES, 1998). A ingestão de substâncias antioxidantes é relacionada com a redução do estresse oxidativo e a diminuição de marcadores do infarto agudo do miocárdio, observado em estudos in vitro e in vivo (KALIORA et al., 2006).

O presente estudo foi realizado com o extrato etanólico bruto das folhas de P. cincinnata Mast., com o intuito de avaliar in vitro a capacidade antioxidante e também quantificar fenóis e flavonoides totais. 2 METODOLOGIA As folhas foram coletadas na cidade de Uauá-BA, identificadas pelo Prof. Dr. José Alves de Siqueira Filho do CRAD e uma exsicata foi depositada no HVASF sob o número #22870. A extração foi realizada com etanol 95% pelo método de maceração exaustiva, obtendo a solução extrativa que posteriormente foi concentrada em rotaevaporador e assim obteve-se o extrato etanólico bruto das folhas (EEBf). A atividade antioxidante EEBf foi avaliada pelos métodos de sequestro do radical DPPH (2,2-difenil-1-picrilhidrazil) e da inibição da auto-oxidação do β-caroteno, utilizando como padrões o butil-hidroxi-anisol (BHA) e butil-hidroxi-tolueno (BHT), e pelo sequestro do radical livre ABTS•+ [2,2’-azinobis (3-etilbenzotiazolina-6-ácido sulfônico)], utilizando como padrão Trolox® (6-hidroxi-2,5,7,8-tetrametilcromo-2-ácido carboxílico). O teor de fenóis totais foi determinado pelo método de Folin-Ciocalteu. A quantificação de flavonoides totais foi determinada através do método colorimétrico por complexação com cloreto de alumínio.

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Todos os ensaios foram efetuados em triplicata e seguiram a metodologia descrita por Leal (2017). A análise estatística foi realizada através dos programas GraphPad Prism versão 6.01 e Microsoft Office Excel 2016. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Após as análises de atividade antioxidante por diferentes métodos, foi verificado que EBBf apresentou CE50 de 71,37 ± 2,22 µg/mL no método de sequestro do radical DPPH. Já o padrão BHT obteve CE50 de 10,75 ± 0,17 µg/ml. Para o método da auto-oxidação do β-caroteno, foi notória a ação de EBBf, onde este obteve 63,77 ± 0,03% de porcentagem de inibição da auto-oxidação (IA), e o padrão BHA apresentou IA de 58,51 ± 1,38 %. Foi obtido como resultado do método de sequestro do radical livre ABTS•+ o valor de CE50 1,54 ± 0,09 µg/mL para EEBf, e para o Trolox®

, o valor de CE50 verificado foi de 1,64 ± 0,06 µg/mL. A quantificação de fenóis totais de EBBf resultou no teor de 36,90 ± 19,98 mg de equivalentes de ácido gálico/ g de amostra; e para determinação do teor de flavonoides totais, foi obtido o resultado de 1,42 ± 1,03 mg de equivalentes de quercetina/ g de amostra. 4 CONCLUSÃO

De acordo com os resultados obtidos para EEBf na avaliação do potencial antioxidante in vitro, pode-se notar que o extrato apresenta elevada atividade nos métodos da auto-oxidação do β-caroteno e do sequestro do radical livre ABTS•+. Essa atividade pode estar relacionada à presença de constituintes fenólicos, como os flavonoides os quais são reconhecidos pela sua capacidade antioxidante. Nesse sentido, estudos posteriores serão realizados visando o isolamento dos constituintes químicos responsáveis pela atividade antioxidante verificada neste trabalho. REFERÊNCIAS ARAÚJO, F. P. Caracterização da Variabilidade Morfoagronômica de Maracujazeiro (Passiflora cincinnata Mast.) no Semi-Árido Brasileiro. 2007. 97f. Tese (Doutorado em

Agronomia) - Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Botucatu-SP. CECHINEL FILHO, V.; YUNES, R.A. Estratégias para obtenção de compostos farmacologicamente ativos a partir de plantas medicinais: conceitos sobre modificação estrutural para otimização da atividade. Química Nova, v.21, n.1, p.99-105, 1998. KALIORA, A. C. et al. Dietary antioxidants in preventing atherogenesis. Atherosclerosis, v.187, p.1-17, 2006. LEAL, A. E. B. P. Perfil fitoquímico, análise toxicológica e hipolipidêmica de P. cincinnata Mast. (Passifloraceae) em camundongos. 2017. 155f. Dissertação (Mestrado

em Recursos Naturais do Semiárido). Universidade Federal do Vale do São Francisco, Campus Petrolina, Petrolina - PE. Financiamento: FACEPE.

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TRIAGEM FITOQUIMICA E AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE Dardanoa rupícola

Mariane Conrado Moreira Santos1, Ana Paula de Oliveira1, Andressa Lunara Nunes Silva1, Celuane Alves Moura1, Cristiane dos Santos Cerqueira Alves1, Juliane Maria dos Santos

Silva1, Raíra Feitosa dos Santos1, Raimundo Gonsalves de Oliveira Junior1, Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1

1 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Scrophulariaceae, fitoquímica e antioxidante. 1 INTRODUÇÃO

Scrophulariaceae é uma família que possui cerca de 270 gêneros e mais de 5000

espécies, cuja fitoquímica é caracterizada pela presença de glicosídios iridóides e flavonóides.

O objetivo deste trabalho foi investigar o perfil químico e o potencial antioxidante de Dardanoa

rupícola, uma nova espécie encontrada no bioma Caatinga e pertencente à família

Scrophulariaceae. A fim de investigar as principais classes de metabólitos secundários

presentes foi feita a triagem fitoquímica. E, para a avaliação da atividade antioxidante, foram

utilizados os métodos de determinação de fenóis e flavonoides totais e sequestro do radical

livre DPPH.

2 METODOLOGIA

A técnica da triagem fitoquímica se baseia em reações químicas universais específicas para cada metabólito secundário investigado. Foi realizada por meio da cromatografia em camada delgada analítica, onde o extrato metanólico bruto e fases obtidas por partição foram aplicados a placas com suporte de alumínio e sílica gel 60 F254 como adsorvente com o auxílio de um capilar de vidro. Em seguida, as placas foram submetidas a eluição com sistemas diferenciados de solventes como descrito por Wagner & Bladt (1996).

O conteúdo de fenóis totais nos extratos foi determinado segundo a metodologia descrita por Slinkard & Singleton (1977). Alíquotas das soluções aquosas de concentração 50-1000 mg/L do padrão ácido gálico, extratos brutos e fases foram adicionadas ao regente de Folin-Ciocalteu, água e carbonato de sódio aquoso. As leituras das absorbâncias em 765 nm foram realizadas em triplicata depois de decorrido 2 horas de reação à temperatura ambiente.

O conteúdo de flavonoides totais foi determinado usando um método de complexação do cloreto de alumínio descrito por Dewanto et al. (2002). Às soluções do padrão catequina, extratos brutos e fases com concentrações de 50-1000 mg/L, foram adicionadas alíquotas de NaNO2(aq) 5,0%, AlCl3(aq) 10,0%, NaOH(aq) 1,0 M e água. As leituras das absorbâncias foram obtidas em espectrofotômetro em 510 nm em triplicata.

A atividade antioxidante usando o método do sequestro do radical livre estável 2,2-difenil-1-picrilhidrazil (DPPH) foi realizada usando metodologia descrita por Mensor et al. (2001). Os padrões utilizados foram os antioxidantes: ácido ascórbico, butilhidroxianisol (BHA) e butilhidroxitolueno (BHT). As soluções do extrato, fases e padrões foram preparadas em etanol nas concentrações de 1, 3, 9, 27, 81 e 243 μg/mL e em seguida

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adicionadas a uma solução alcoólica do radical livre DPPH a 50 μg/mL. A reação foi processada por 30 minutos à temperatura ambiente e as leituras das absorbâncias foram realizadas em 518 nm em triplicata.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O perfil fitoquímico preliminar revelou ausência de alcaloides, saponinas e xantinas

e taninos hidrolisáveis. As classes de antraquinonas, taninos condensados, antocianinas, triterpenos e esteroides e derivados antracênicos apresentaram reação intensamente positiva somente para o extrato metabólico bruto (EMB) e a fração metanólica (FM). Ressalta-se que os compostos fenólicos se mostraram muito presentes para todas as amostras e em quantidade um pouco menor, mas ainda significante, para mono, sesqui e diterpenos. Para lignanas houve resultado fortemente positivo para o EMB e a fase hexânica (FH).

Os resultados da quantificação de fenóis e flavonoides totais confirmaram a maior presença dos compostos fenólicos na fração e no extrato metanólico. Já os valores de flavonóides totais apresentaram-se semelhantes em todas as amostras, sendo mais expressivo para o extrato metanólico,

No ensaio de sequestro do radical DPPH a fração metanólica foi a que apresentou uma maior porcentagem de atividade antioxidante conforme pode ser observado na Tabela 1.

Tabela 1. Fenóis Totais (FT), Flavonoides Totais (FvT) e DPPH.

n.d: não determinado; FH: fase hexânica; FM: Fração Metanólica; EM: Extrato metanólico. Valores

apresentados como média ± erro padrão da média.

4 CONCLUSÃO A presença expressiva de compostos fenólicos, indicada pela triagem fitoquímica,

tanto para o extrato metanólico bruto, como para as fases, pode explicar a atividade antioxidante observada. Estudos fitoquímicos posteriores serão realizados a fim de corroborar esse interessante potencial químico sinalizado.

REFERÊNCIAS DEWANTO V.; Wu X.; ADOM, K.K.; LIU R.H. Thermal processing enhances the nutritional value of tomatoes by increasing total antioxidant activity. Journal of Agricultural and Food Chemistry 50(10), p.3010-3014,2002. WAGNER, H., BLADT S. Plant drug analysis: A Thin Layer Chromatography Atlas. Berlim. 2nd ed. New York: Springer, 1996. SLINKARD, K.; SIMPLETON, V. L. Total phenol analyses automation and comparison with manual methods. American Journal of Enology and Viticulture, Washington, v. 28, p. 49-

55, 1977.

Amostras FT (mg EqAG/g) FvT (mg EqC/g) DPPH

(CE50, μg.ml-1)

FH FM EM

5,22807 ± 0,0066

62,07018 ± 0,0049

79,61404 ± 0,0060

42,29 ± 0,0814 37,00 ± 0,003

48,61 ± 0,0047

87,40 ± 33,83 14,67 ±0,57 25,55 ± 5,87

BHT BHA

Ác. ascórbico

- - -

- - -

2,180 ± 0,33 1,301 ± 0,13 7,978 ± 0,22

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ANÁLISE FITOQUÍMICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS TRADICIONALMENTE NO TRATAMENTO DA INFECÇÃO URINÁRIA

Matheus Gabriel de Freitas Nascimento1, Eric Souza Vieira2,Gabriela Lemos Azevedo Maia1.

1Colegiado de Farmácia, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 2Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Biológicas, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: antimicrobiano, fitoquímica, infecção urinária, plantas medicinais 1 INTRODUÇÃO

Uma infecção do trato urinário é caracterizada como a presença e colonização de

microrganismos no trato urinário e na maioria dos casos a conduta clínica a ser adotada é a terapêutica antimicrobiana empírica. Várias estratégias e esquemas terapêuticos alternativos tornam-se necessários, a fim de potencializar os benefícios terapêuticos, minimizar os custos, reduzir as reincidências das infecções, restringir a resistência aos antibióticos e a ocorrência de efeitos adversos (CORREIA et al., 2007). Assim, esse estudo teve como base o uso de plantas medicinais com potencial antimicrobiano, para o tratamento da infecção urinária, a fim de desenvolver uma nova estratégia terapêutica.

2 METODOLOGIA

Foram selecionadas oito plantas baseado numa revisão bibliográfica do uso tradicional para tratamento de infecção urinária. Em seguida foram obtidos extratos brutos aquosos a 10% (m/v), preparados pelo método de decocção com água destilada e secos em estufa. Foi realizada triagem dos compostos fitoquímicos dos extratos aquosos utilizando a metodologia descrita por Wagner e Bladt (1996).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Diante da análise cromatográfica realizada, foi feita a triagem e listado as substâncias presentes em cada uma das espécies analisadas (Quadro 01), baseada na seguinte classificação: (-) ausência do constituinte; (+) presença do constituinte; (++) presença moderada; (+++) presença elevada.

Classe fitoquímica 1 2 3 4 5 6 7 8

Alcaloides + - - + - + - -

Antracenos ++ + ++ ++ + ++ ++ ++

Antraquinonas ++ - - + - - - -

Flavonoides/Taninos +++ + + +++ +++ +++ +++ +++

Lignanas + - - - - + + +

Mono e diterpenos - - - - - - - -

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Naftoquinonas - - - - - - - -

Triterpenos e esteroides ++ ++ - + - + ++ +

Saponinas ++ + ++ ++ ++ ++ ++ +

Cumarinas ++ + - + - - + +

Antocianinas - + - - - - + - Quadro 01. Espécies analisadas: 1-Baccharis trimera(“Carqueja”); 2-Scoparia dulcis (“Vassourinha”); 3-Phyllanthus niruri(“Quebra-pedra”); 4-Cuphea carthagenensis (“Sete-sangrias”); 5-Plantago major (“Tanchagem”); 6-Senna macranthera (“Fedegoso”); 7-Zea mays L. (“Cabelo de milho”); 8-Microgramma vacciniifolia (“Cipó-cabeludo”).

Em todas as espécies foram detectadas presença de saponinas, compostos antracênicos e flavonoides/taninos.

Pesquisas indicam que o efeito potencialmente antibacteriano das saponinas do ponto de vista clínico está associado a propriedades citotóxicas em células eucarióticas (ARABISK et al., 2012). Lucchinj e colaboradores (1990) ao investigar a atividade antibacteriana de compostos fenólicos observou que todas as substâncias testadas apresentaram propriedades letais e a capacidade de alterar membranas, especialmente em bactérias Gram-negativas. Alguns derivados antracênicos isolados de Stemphylium globuliferum guando testados contra bactérias e fungos multirresistentes apresentaram forte atividade antimicrobiana (DEBBAB et al., 2012).

Os dados citados acima corroboram com o uso popular das espécies para o tratamento de infecção urinária, visto que a classe de constituintes comuns a todas as plantas analisadas têm representantes com potencial atividade antimicrobiana. 4 CONCLUSÃO

Com base no experimento realizado é possível concluir que dentre as plantas testadas

destaca-se a presença de saponinas, compostos antracênicos e compostos fenólicos. A detecção destes constituintes é um primeiro indício de que o uso popular para infecção urinária pode estar relacionada à presença de substâncias pertencente a estes grupos de metabólitos secundários. São necessários mais estudos para aprofundar o conhecimento sobre as potencialidades destas plantas. REFERÊNCIAS ARABISK, M. et al. Effects of Saponins against Clinical E. coli Strains and Eukaryotic Cell Line. Journal of Biomedicine and Biotechnology, v. 12, 2012.

CORREIA, C. et al. Etiologia das Infecções do Tracto Urinário e sua Susceptibilidade aos Antimicrobianos. Acta MedicaPortuguesa, v. 20, p.543-549, 2007.

DEBBAB, A. et al. Bioactive Metabolites from the Endophytic Fungus Stemphylium globuliferum Isolated from Menthapulegium. Journal Natural Products, v. 72, p.626-631,

2009. LUCCHINI, J. J. et al.Antibacterial activity of phenolic compounds and aromatic alcohols. Research in Microbiology, v. 141, p. 499-510,1990.

WAGNER, H.; BLADT, S. Plant drug analysis: a thin layer chromatography atlas. Berlim Heidelberg: Springer Verlag, 1996.

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PROSPECÇÃO DE MOLÉCULAS ANTIOXIDANTES EM EXTRATOS DAS FOLHAS DE Hymenaea martiana (FABACEAE)

Juliane Maria dos Santos Silva1, Andressa Lunara Nunes Silva1, Celuane Alves Moura1,

Raira Feitosa dos Santos1, Raimundo Gonçalves de Oliveira Junior1, Ana Paula de Oliveira1, Mariane Conrado Moreira Santos1, Cristiane dos Santos Cerqueira Alves1,

Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida1

¹Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina, PE, Brasil.

PALAVRAS-CHAVE: Hymenaea; Fitoquímica; Folhas; Fabaceae; Planta medicinal. 1 INTRODUÇÃO

A Hymenaea martiana é conhecida popularmente como “jatobá” e apresenta diversas propriedades farmacológicas descritas na literatura. Dentre essas, atividade antioxidante, que foi correlacionada, sobretudo à presença de compostos fenólicos (ALMEIDA et al., 2012). O objetivo deste trabalho foi investigar o perfil químico dos extratos obtidos das folhas de H. martiana, visando à identificação de amostras ricas em substâncias antioxidantes.

2 METODOLOGIA 2.1 Coleta e processamento do material vegetal

O material vegetal (folhas) foi coletado no município de Petrolina-PE e identificado por comparação com uma exsicata depositada no Herbário do Vale do São Francisco (HVASF, n° 6444). As folhas foram secas em estufa e submetidas à maceração exaustiva com os solventes: éter de petróleo, diclorometano, acetato de etila e metanol. As soluções extrativas obtidas foram filtradas, concentradas e conservadas sob refrigeração. 2.2 Triagem fitoquímica qualitativa

Uma alíquota dos quatro extratos (5 mg) foi solubilizada em metanol na proporção de 1:1 extrato/metanol, e submetida às análises em CCDA. As placas cromatográficas foram eluídas e reveladas com sistemas de solventes e reveladores específicos, a fim de identificar os principais grupos de metabólitos secundários. 2.3 Prospecção de moléculas antioxidantes Os extratos foram aplicados em placas cromatográficas analíticas e eluídos com os sistemas de solventes: acetato de etila:ácido acético:ácido fórmico:água (100:11:11:26); ccetato de etila 100% e hexano/acetato de etila (1:1). Em seguida, as três placas foram emergidas em solução de DPPH a 100 µg/mL. A detecção de compostos antioxidantes se deu por verificação de spots de coloração amarela nas amostras eluídas.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1 Triagem fitoquímica qualitativa

A triagem mostra que o extrato metanólico apresentou maior diversidade de metabólitos secundários, com exceção de cumarinas, assim como foi verificado para o

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extrato acetato de etila. Vale ressaltar a presença significativa de compostos fenólicos já descritos na espécie, em todos os extratos analisados.

Quadro 1: Resultados da triagem fitoquímica

Extratos Metablólitos segundários investigados

A B C D E F G H I J K L M N

Éter de petróleo

- + + ++ + + + ++ ++ + - - ++ -

CH2Cl2 - + ++ ++

+ - + ++ ++ + - - ++ -

AcOEt + - ++ ++

+ - + ++ ++ + - - + +

MeOH ++ ++ ++ ++

- + + + + ++ ++ + + +

Fonte: autoria própria. Legenda: A. Alcaloides; B. Antocianinas; C. Antraquinonas; D. Compostos fenólicos; E. Cumarinas; F. Derivados antracênicos; G. Lignanas; H. Mono, sesqui e diterpenos; I. Naftoquinonas; J. Saponinas; K. Taninos condensados; L. Taninos hidrolisáveis; M. Triterpenos e esteroides; N. Xantinas.

3.2 Prospecção de moléculas antioxidantes

Foi possivel observar que os extratos metanólico e acetato de etila mostraram resultados significativos em relação a capacidade antioxidante, através da verificação de coloração amarela intensa observada nos três sistemas de solventes utilizados, que pode ser justificada pela presença de compostos fenólicos (figura 1).

Figura 1: Placas cromatográficas contendo os extratos de H. martiana, após revelados com

solução de DPPH 100 µg/mL. Spots amarelos indicam presença de compostos antioxidantes.

4 CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos, foi possível determinar o perfil químico dos extratos, com destaque para a presença de compostos fenólicos, além do potencial antioxidante constatado principalmente para extrato metanólico, o que pode ser justificado pela presença desses constituintes, especialmente os flavonoides. REFERÊNCIAS ALMEIDA, C.F.C.B.R. et al. Intracultural Variation in the Knowledge of Medicinal Plants in an Urban-Rural Community in the Atlantic Forest from Northeastern Brazil. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine, v. 2012, p. 1-15, 2012.

Apoio: Fundação de Amparo a Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (Facepe).

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ÓLEOS ESSENCIAIS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DE NEURALGIAS: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Isaías Vicente Santos1; Matheus Soares da Silva Cavalcanti1; Adriane Borges Cabral1; Raimundo Gonçalves de Oliveira-Júnior2; Sarah Raquel Gomes de Lima-Saraiva2;

Lucindo José Quintans Júnior3; Jackson Roberto Guedes da Silva Almeida4; Juliane Cabral Silva1

1Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas – UNCISAL, Maceió-AL 2Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, Recife - PE 3Universidade Federal de Sergipe – UFS, São Cristovão - SE 4Universidade Federal do Vale do São Francisco – UNIVASF, Petrolina - PE

PALAVRAS-CHAVE: Essential Oils; Essential oil; Terpenes; Neuralgia.

1 INTRODUÇÃO Neuralgia é uma condição de dor em um ou mais nervos que é provocada por uma

mudança estrutural ou funcional dessas células, sendo caracterizada e descrita como latejante, parestesia ou choque elétrico, de curta duração e paroxística (XU et al, 2003). Os principais agentes utilizados para o alivio dos sintomas de dor relacionadas a neuralgia, segundo Pace et al (2006), são das classes opioides, anticonvulsivantes, antidepressivos e anti-inflamatórios, entretanto esses agentes farmacológicos possuem uma alta gama de efeitos colaterais. É notório que haja o desenvolvimento de novos compostos biológicos, através de produtos naturais, em razão de que os mesmos possuem compostos farmacológicos de alta eficácia no tratamento de dor e baixos efeitos colaterais, em comparação com as drogas sintéticas (QUINTANS-JÚNIOR et al, 2010). Neste contexto, a presente revisão sistemática foi concebida para caracterizar os atuais estudos no uso de óleos essenciais no tratamento de neuralgias em modelo animal.

2 METODOLOGIA Trata-se de uma revisão sistemática da literatura. O levantamento bibliográfico foi

realizado no mês de dezembro de 2016 a janeiro de 2017, através de pesquisa por via eletrônica, consultando-se os bancos de dados: National Library of Medicine, Washington, D.C. (Medline-PubMed),Literatura Latino-Americana em Ciências da Saúde (LILACS), Scopus e Web of Science. A busca foi executada de acordo com os descritores padronizados pelo Medical Subject Headings (MeSH), cruzando, no formulário básico no PubMed, LILACS, Scopus e Web of Science: Essential oils and Neuralgia; Essential oil and Neuralgia; Terpenes and Neuralgia.

Para a inclusão e análise dos artigos, foram estabelecidos os seguintes critérios: artigos indexados nas bases de dados descritos previamente; publicados na íntegra na língua inglesa, espanhola ou portuguesa; artigos originais. Excluiu-se desse estudo artigos repetidos, artigos não originais, títulos, resumos e pesquisas em humanos.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O presente estudo identificou 338 artigos (292 no PubMed, 1 no LILACS, 38 no

Scopus e 7 no Web of Science). Foram removidos 324 artigos (36 artigos por repetição, 93 por não serem originais, 182 por título, 12 por resumo e 1 por leitura na íntegra), sendo

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selecionados 14 artigos após os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos.Todavia, 100% dos estudos selecionados encontram-se publicados na íntegra na língua inglesa. Curiosamente, de 14 estudos finais selecionados, a maior parte dessa pesquisa foi realizada no Brasil (57.14%), 28.57% na China e 14.29% no Irã. Segundo Oliveira et al (2012), um dos fatores que pode contribuir para esta descoberta é a grande biodiversidade brasileira, que tem sido uma fonte de exploração e estudos. Dentre os artigos inseridos no estudo, foram utilizados no manejo da neuralgia 50% de extratos e 50% de complexos contendo óleo essenciais de plantas.Foi observado nesta revisão que todos artigos tiveram prevalência da utilização de estímulos químicos (glutamato, formalina, cinamaldeído e capsaicina) para induzir a neuralgia.Neste estudo foi observado que os parâmetros mais utilizados para avaliação da neuralgia em modelos animais foram Teste de Von Frey e Teste de Rota-Rod.

4 CONCLUSÃO Esta revisão sistemática sugere que os compostos naturais mostrados têm potencial para o tratamento de condições de neuralgias, buscando a descoberta de novas substâncias biologicamente ativas que possam oferecer uma possibilidade para o tratamento mais adequado da dor, tendo em vista que os tratamentos farmacológicos possuem diversos efeitos adversos significativos nestas condições patológicas. Todos os estudos encontrados em nossa pesquisa são pré-clínicos com objetivo de avaliar o efeito do produto natural em diversos modelos de neuralgia,sendo necessários outros estudos envolvendo farmacocinética, farmacodinâmica e toxicidade para uma possível aplicabilidade clínica. Deste modo, esta pesquisa mostrou possíveis tratamentos para condições de neuralgias.No entanto, são necessários novos estudos cuja relevância possibilite conhecer melhor os mecanismos subjacentes de cada substância. REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, S.G. et al. An ethnomedicinal survey on phytotherapy with professionals and

patientsfrom Basic Care Units in the Brazilian Unified Health System. Journal of

Ethnopharmacology, v. 140, n. 2, p. 428–437, 2012.

PACE, M.C. et al. Neurobiology of pain. J. Cell Physiol, v. 209, n. 1, p. 8–12, 2006.

QUINTANS-JÚNIOR, L.J. et al. β-caryophyllene, a dietary cannabinoid, complexed with β-cyclodextrin produced anti-hyperalgesic effect involving the inhibition of Fos expression in superficial dorsal horn. Life Sciences, v. 149, n. 1, p. 34–41, 2016.

XU, X. et al. Observation on serum anti-double stranded DNA antibodies of tripterine in

systemic lupus erythematosus of (NZBxW)F1 mice. Annals of the Rheumatic Diseases,

v. 62, n. 1, p. 377–378, 2003.

AGÊNCIA DE FOMENTO: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (FAPEAL).

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PFAFFIA GLOMERATA: UMA REVISÃO

Emanuella Chiara Valença Pereira1, José Marcos Teixeira de Alencar Filho1, Ademar Rocha da Silva2, Milenna Victória Valentin de Oliveira Alencar1, Pedrita Alves Sampaio¹,

Nathalia Andrezza Carvalho de Souza, Isabela Araújo e Amariz¹, Hyany Andreysa Pereira Teixeira¹, Tarcisio Cícero de Lima Araújo¹ , Larissa Araújo Rolim¹, Edigênia Cavalcante da

Cruz Araújo² 1 Central de Análise de Fármacos, Medicamentos e Alimentos, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 2 Universidade federal do vale do São Francisco- UNIVASF Palavras Chave: Etnobotanica, fitoquímica, Ginseng brasileiro, Pffafia

1 INTRODUÇÃO Espécies do gênero Pfaffia são popularmente conhecidas como ginseng brasileiro, devido à utilidade e semelhança das suas raízes com o ginseng oriental (Panax sp.), destacando-se a Pfaffia glomerata, devido ao seu potencial para consumo no mercado interno e, também, para exportação. 2 METODOLOGIA A fim de obter as informações sobre a P. glomerata foi feito uma pesquisa nas bases de dados PubMed e Science Direct utilizando como descritor Pfaffia glomerata e ginseng brasileiro. Foram selecionados os artigos que traziam informações relevantes sobre os aspectos botânicos, fitoquímica e atividades biológicas apresentadas pela espécie. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Aspectos botânicos e etnobotânicos: Possui raízes que podem chegar a 2,5cm de diâmetro pelo desenvolvimento de uma sucessão de feixes vasculares colaterais e anéis de tecido meristemático secundário. São tuberosas e bifurcadas usadas na medicina popular como tônico, afrodisíaco, revigorante, regenerador celular, indicado para esgotamento físico e mental, tratamento de diabetes, falta de memória, estresse, anemia e reumatismo. É um arbusto que pode chegar até 2,5m de altura, encontrada em boa parte do território brasileiro, principalmente em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Goiás. Fitoquímica: Quimicamente, esta espécie é caracterizada pela presença de saponinas, nortriterpenóides, triterpenóides e ecdisteróides, principalmente a ecdisterona. Esta última é um esteróide neuroativo, e sua quantificação é usada como controle de qualidade das raízes de Pfaffia glomerata. Além da ecdisterona, também se pode encontrar o ácido glomérico, o ácido fáfico, o ácido oleanólico, a alantoína , alguns glicosídicos, rubrosterone, estigmasterol e β-sitosterol. Atividade biológica: O extrato hidroalcoólico (EHaPg) apresentou atividade cicatrizante em ferida de pele de ratos Wistar, com resultados superiores a ao grupo controle, e prevenindo, em médio prazo (três semanas), os processos de inflamação. Algum componente presente no extrato estimula, em modelos experimentais, a produção de óxido nítrico através da ativação da ciclase de guanilil solúvel, que possui papel na

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atividade anti-inflamatória, do extrato hidroalcoólico de P. glomerata, conferindo uma propriedade antiedematogênica. O EHaPg apresentou atividade analgésica similar aos anti-inflamatórios não esteroidais, como a indometacina, provavelmente inibindo a síntese de prostaglandinas, apresentando baixa citotoxicidade, com IC50> 2000μg/mL. O EHaPg liofilizado promoveu interferência sobre o tempo de sono de animais de modo bifásico: no modelo agudo, nas doses de 500 e 1000mg/Kg, obteve-se efeitos depressores; nos animais tratados cronicamente (dez dias), obteve-se o efeito depressor com 50mg/Kg, e efeito estimulante em 500mg/Kg; aos trinta dias de tratamento outro efeito estimulante ocorreu em 1mg/Kg. Também foi relatada uma leve atividade ansiolítica desta planta, com efeito parcial. Ainda como atividade farmacologia, o EHaPg possui efeito gastroprotetor. Conseguiu reduzir o volume da acidez total do conteúdo gástrico, na dose de 500mg/Kg, em 38, 53 e 60%, estando, este fato, relacionado com o aumento da liberação de óxido nítrico na solução ácida em 80,9%. Atividade antioxidante também foi comprovada pelo modelo β-caroteno – ácido linoléico, com 66% de proteção do β-caroteno para o extrato hexânico das raízes, e esta atividade moderada, não está relacionada ao teor de flavonóides presentes na planta. A atividade moluscicida desta planta foi relatada contra o caramujo Biomphalaria glabrata, a partir de doses com 200ppm, podendo estar relacionada com a quantidade de saponinas hemolíticas. A atividade antibacteriana também foi relatada contra Streptococcus sanguinis, S. mitis e S. sabrinus, que são microorganismos da cavidade bucal. 4 CONCLUSÃO De acordo com os dados citados nesta revisão é possível perceber o potencial P. glomerata para o uso medicinal, não só no uso popular, mas também como fonte de compostos ativos a serem utilizados pela indústria farmacêutica. REFERÊNCIAS Gosmann, G.; Gattuso, S.; Gattuso, M.; Fenner, R; Pacheco, E. F.; Ferraz, A.; Savi, L. A.; Barardi, C. R. M; Simões, C. M. O.; Sortino, M.; Zacchino, S.; Gnerre, C.; Testa, B.; Rates, S. M. K. Botanical (morphological, micrographic), chemical and pharmacological characteristics of Pfaffia species (Amaranthaceae) native to South Brazil. Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas, vol. 39, n. 2, abr./jun., 2003. Neto, A. G.; Costa, J. M. L. C.; Belati, C.C.; Vinhólis, A. H. C. ; Possebom, L. S.; Silva Filho, A. A.; Cunha, W. R.; Carvalho, J. C. T.; Bastos, J. K.; Silva; M. L. A. Analgesic and anti-inflammatory activity of a crude root extract of Pfaffia glomerata (Spreng) Pedersen. Journal of Ethnopharmacology 96 (2005) 87–91. Otofuji, G. M. Vias envolvidas no mecanismo de ação do efeito gastroprotetor das raízes da Pfaffia glomerata (spreng) Pedersen. Dissertação de mestrado apresentado ao programa da Pós-Graduação em Farmacologia da Universidade Federal do Paraná. Silva, M. I.; Ribas-Filho, J. M.; Malafaia, O.; Nassif, P. A. N.; Ribas, M. M.; Varaschim, M.; Czeczko, L. E. A utilização da Pfaffia glomerata no processo de cicatrização de feridas da pele. ABCD Arq Bras Cir Dig, 2010;23(4):228-233.

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PROSPECÇÃO DE METABÓLITOS SECUNDÁRIOS EM EXTRATO DE Alternanthera brasiliana

José Marcos Teixeira de Alencar Filho1

, Emanuella Chiara Valença Pereira1, Pedrita Alves Sampaio1, Isabela Araujo e Amariz1, Amanda Leite Guimarães2, Ademar Rocha da Silva1, Milenna Victória Valentin de Oliveira Alencar1, Hyany Andreysa Pereira Teixeira1, Nathália

Andrezza Carvalho de Souza1, Tarcísio Cícero de Lima Araújo1, Larissa Araújo Rolim1, Edigênia Cavalcante da Cruz Araújo2.

1 Central de Análise de Fármacos, Medicamentos e Alimentos (CAFMA), Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 2 Núcleo de Estudos e Pesquisas de Plantas Medicinais (NEPLAME), Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: triagem fitoquímica, compostos fenólicos, Amaranthaceae, screen fitoquímico. 1 INTRODUÇÃO

Alternanthera brasiliana (L.) KUNTZE (Amaranthaceae), popularmente conhecida no Brasil como “Penicilina”, “Benzetacil” ou “Terramicina”, é um arbusto que chega até 1,5 m de altura, e é usada na medicina popular como anti-inflamatória, cicatrizante e antidiarreica (Barua et al., 2013).

A atividade cicatrizante de feridas do extrato metanólico das folhas de A. brasiliana foi reportada em diversos modelos experimentais (Barua et al., 2013; Barua et al., 2012).

Silva et al. (2014) comprovaram a atividade antioxidante pelo método do sequestro do radical DPPH da fase acetato de etila obtida por partição líquido-líquido do extrato etanólico das partes aéreas de A. brasiliana, com CE50 de 28,9±1,08 µg/mL. 2 METODOLOGIA A triagem fitoquímica dos extratos foi realizada por cromatografia em camada delgada analítica (CCDA), de acordo com a metodologia descrita por Wagner e Bladt (1996), com adaptações. O extrato foi dissolvido em metanol (1 mg/mL) e, posteriormente, aplicados em placas de CCDA (4 x 5 cm, suporte de alumínio contendo sílica como fase estacionária) com o auxílio de capilar, juntamente com um padrão para cada classe de metabólito. Em seguida, as placas foram eluídas com sistemas de solventes indicados para cada classe de metabólito secundário investigada. Para observação dos resultados, também foram utilizados reveladores para cada classe de metabólito investigada, além da visualização das placas em câmara de radiação UV, em comprimentos de onda de 254 e 365 nm. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Os metabólitos pesquisados foram as classes que seguem: alcaloides (padrão de extrato de boldo), antraquinonas (padrão antraquinona), cumarinas (padrão ácido p-cumárico, compostos fenólicos (padrão quercetina), lignanas (sem padrão disponível), xantinas (padrão cafeína), mono e sesquiterpenos (padrão carvacrol), naftoquinonas

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(padrão lapachol), triterpenos (padrão lupeol), derivados antracênicos (padrão antraceno), taninos condensados (padrão catequina), saponinas (padrão saponina), antocianinas (padrão azul de metileno).

Os testes mostraram-se positivos para compostos fenólicos, mono e sesquiterpenos, triterpenos, derivados antracênicos e antocianina, revelando muito fortemente a presença de compostos fenólicos principalmente.

Estes dados corroboram com o que já foi publicado na literatura para esta espécie, onde foram isolados e/ou identificados vários compostos fenólicos (ácido clorogênico, cumárico e ferúlico), flavonoides (camferol, quercetina, runita), oxilipinas, ácidos graxos, betalaínas, betacianinas (amarantina, isoamarantina, betanina e isobetanina), betaxantinas e triterpenos (β-sitosterol e β-sitosterol glicosilado) (BROCHADO et al., 2003; FACUNDO et al., 2012; TRAPP et al., 2015; DELADINO, et al., 2017). 4 CONCLUSÃO

Com base nos experimentos realizados é possível concluir que o extrato de

Alternanthera brasiliana pode ser considerado uma fonte de metabólitos secundários de interesse para a realização de testes farmacológicos e que estes metabólitos podem estar diretamente relacionados às suas atividades antioxidante e cicatrizante. REFERÊNCIAS BARUA, C. C. et al. Wound healing activity of Alternanthera brasiliana Kuntze and its anti oxidant profiles in experimentally induced diabetic rats. Journal of Applied Pharmaceutical Science. Vol. 3, nº 10, p. 161-166, 2013

BARUA, C. C. et al. Influence os Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze on altered enzyme profile during cutaneous wound healing in immunocompromised rats. International Scholarly Research Network – ISRN Pharmacology. Vol. 2012, p. 1-8, 2012. SILVA, E. E. S. et al. Identification of Glycosil Flavones and Determination in vitro of Antioxidant and Photoprotective Activities of Alternanthera brasiliana L. Kuntze. Research Journal of Phytochemistry. Vol. 8, p. 148-154, 2014.

BROCHADO, C. O. et al. Flavonol Robinobiosides and Rutinosides from Alternanthera brasiliana (Amaranthaceae) and their Effects on Lymphocyte Proliferation In Vitro. Journal of the Brazilian Chemical Society. Vol. 14, N. 3, 449-451, 2003. FACUNDO, V. A. et al. Chemical constituents from three medicinal plants: Piper renitens, Siparuna guianensis and Alternanthera brasiliana. Revista Brasileira de Farmacognosia. Vol. 22(5), p. 1134-1139, 2012. TRAPP, M. A. et al. Antibiotic oxylipins from Alternanthera brasiliana and its endophytic bacteria. Phytochemistry. Vol. 110, p. 72–82, 2015.

DELADINO, L. et al. Betalains and phenolic compounds of leaves and stems of Alternanthera brasiliana and Alternanthera tenella. Food Research International. Vol. 97,

p. 240–249, 2017.

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Uma revisão sobre Justicia pectoralis

Isabela Araujo e Amariz1, José Marcos Teixeira de Alencar Filho1, Emanuella Chiara

Valença Pereira1, Pedrita Alves Sampaio1, Jacyara Pereira da Silva1, Ademar Rocha da Silva1, Milenna Victória Valentin de Oliveira Alencar1, Hyany Andreysa Pereira Teixeira1, Nathália Andrezza Carvalho de Souza1, Tarcísio Cícero de Lima Araújo1, Ademar Rocha

da Silva2, Larissa Araújo Rolim1, Edigênia Cavalcante da Cruz Araújo1.

1 Central de Análise de Fármacos, Medicamentos e Alimentos, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 2 Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Revisão química, Revisão biológica, Acanthaceae, etnobotânica.

1 INTRODUÇÃO

A espécie Justicia pectoralis, conhecida popularmente como “chambá” faz parte da família

Acanthaceae e é encontrada preferencialmente no Cerrado. Na medicina popular é utilizada

contra dores e inflamações, assim como no tratamento de variadas afecções como, cura de

feridas, úlceras, enfermidades nervosas.

2 METODOLOGIA

Para a obtenção das informações acerca de Justicia pectoralis foi realizado uma

pesquisa nas bases de dados PubMed e Science Direct utilizando como descritor Justicia pectoralis. Os artigos selecionados foram os que tiveram informações relevantes sobre os

aspectos botânicos, fitoquímica e atividades biológicas apresentadas pela espécie. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Em relação aos aspectos botânicos e etnobotânicos a espécie Justicia pectoralis é

uma planta herbácea, que pode chegar até 40cm de altura, sempre verde, perene,

suberecta, propagada por meio de estacas, possuindo flores que vão de branca a lilás, o

chambá é usado em vários países da América Central e do Sul, principalmente no México,

Cuba, Norte e Nordeste do Brasil, com propriedades analgésica, anti-inflamatória,

alucinógena, no tratamento de doenças do trato respiratório como asma, tosse e bronquite,

cicatrização de feridas, indigestão, sedativa, contra reumatismo, cefaleia, febre, cólicas

abdominais, sudorífica, afrodisíaca e ainda usada em casos de afta e dermatites, sendo as

partes aéreas (folhas e talos) as partes referidas para tais fins. A segurança e a eficácia

dessa planta para a maioria destas atividades, muito embora, ainda não foram

comprovadas por métodos científicos, até então.

Na fitoquímica nota-se a presença de polifenóis, principalmente derivados

cumarínicos, e os seus principais constituintes químicos são 1,2-benzopirona,

umbeliferona, diidroxicumarina, ácido caféico, C-glicosilflavona-O-metoxiladas eswertisina,

justicidina B, triptaminas e alguns poucos flavonoides.

Em relação a atividade biológica, os extratos hidroalcoólico e metanólico das folhas e talos (partes aéreas) de J. pectoralis possuem algumas atividades biológicas e

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farmacológicas descritas na literatura e que serão descritas a seguir. A atividade antioxidante desta espécie foi comprovada e atribuída, provavelmente, ao seu teor de fenóis como as cumarinas, baseado na capacidade de sequestrar espécies reativas de oxigênio (ERO) e radicais lipídicos, formando radicais de polifenóis mais estáveis. O extrato metanólico foi ausente de toxicidade em testes de micronúcleo em medula óssea de ratos, modelo que mede efeitos clastogênicos e aneugênicos in vivo, e teste de Salmonella/microssomas, para medir mutações gênicas. Apesar de apresentar a Justicidina B, que é uma lignana citotóxica, a sinergia de todos os constituintes de J. pectoralis não permitiu que a propriedade desse metabólito tivesse efeito quando testado em um complexo maior que é o extrato. Este composto possui, ainda, atividade antiviral, fungicida e conseguiu matar protozoários. Ensaios com compostos isolados sugerem que a cumarina e a umbuliferona são as responsáveis, em grande parte, pelo conjunto de ações da droga vegetal, principalmente, anti-inflamatório e analgésico. O extrato hidroalcoólico do chambá e seus principais constituintes 1,2-benzopirona (cumarina) e 7-hidroxicumarina (umbeliferona) mostraram efeitos antinociceptivo, no modelo das contorções abdominais induzidas por ácido acético, e antiedematogênico, no modelo de edema da pata de rato induzida por carragenina e dextrana, sendo que o pré-tratamento com naloxona não reverteu o efeito, indicando que o sistema opióide não está envolvido em tal efeito. J. pectoralis apresentou, também, efeito ansiolítico, com um mecanismo de ação semelhante ao Diazepam, mas com a vantagem de não interferir no aparelho locomotor, não causando sedação, ou seja, indo de confronto com um dos usos populares dessa planta. As atividades antipirética e antiespasmódica já foram comprovadas cientificamente em modeles experimentais in vivo e in vitro. 4 CONCLUSÃO

De acordo com os dados citados nesta revisão é possível perceber o potencial de

Justicia pectoralis para o uso medicinal, não só no uso popular, mas também como fonte de

compostos ativos a serem utilizados pela indústria farmacêutica. REFERÊNCIAS Chanfrau, J. E. R.; Hernández, O. D. L.; Apan, J. M. G. Método para la cuantificación de cumarina en extracto seco a partir de extractos de Justicia pectoralis Jacq. Rev Cubana Plant Med v.13 n.3 Ciudad de la Habana jul.-sep. 2008. Fonseca, F. N.; Silva, A. H.; Leal, L. K. A. M. Justicia pectoralis Jacq., Acanthaceae: preparation and characterisation of the plant drug including chromatographic analysis by HPLC-PDA. Revista Brasileira de Farmacognosia, 20(6): 871-877, Dez. 2010.

Govín, E. S.; Hernández, L. F.; Figueredo, D. C.; Ferradá, C. A. R. Estudio farmacognóstico de Justicia pectoralis Jacq. var. stenophylla Leonard. Rev Cubana Plant Med 2003;8(3).

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ANAIS DE RESUMOS DO II WORKFAR

ÁREA DE SUBMISSÃO: SAÚDE PÚBLICA

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HÁBITOS ALIMENTARES DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA

Xenusa Pereira Nunes1, Francisco Assis Filho2, Alfredo Anderson Teixeira-Araujo3, Lúcia

Marisy Souza Ribeiro de Oliveira4, Xirley Pereira Nunes5 1 Nutricionista, Prefeitura Municipal de Casa Nova, Casa Nova - BA. 2 Faculdade São Francisco de Juazeiro, Juazeiro – BA. 3 Mestrando Programa de Pós Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 4 Pró-Reitoria de Extensão, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 5 Laboratório de Farmacognosia e Fitoterapia, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Transtorno espectro autismo; autismo; nutrição, dieta, hábito alimentar. 1 INTRODUÇÃO

De acordo com a classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados

à Saúde, o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma perturbação global do

desenvolvimento, que pode causar alterações no comportamento, comunicação, interações

sociais, agressividade, fobias e perturbações do sono e da alimentação (SCHWARTYMAN,

2011). A fim de provocar reflexões sobre os hábitos alimentares de crianças com transtorno

do espectro do autismo, realizou-se uma investigação bibliográfica sobre as alterações nos

hábitos alimentares de tais crianças que podem provocar déficit nutricional.

2 METODOLOGIA

Foram selecionados artigos das bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO, publicados no período de 2008 a 2017, utilizando os seguintes descritores: “transtorno do espectro do autismo”, “autismo”, “nutrição”, “dieta” e “hábito alimentar”. Como critérios de inclusão: a) estudos originais publicados de 2000 a 2017; b) apenas crianças na amostra. Como critério de exclusão: a) artigos fora do período especificado e b) relatos de caso. Dois pesquisadores independentes realizaram as buscas. No total 07 estudos foram selecionados para a presente revisão sistemática. Foram realizadas leituras a partir do título, passando pelo resumo e só então foi realizada a leitura completa do estudo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Com relação às alterações alimentares da criança com TEA, os três aspectos mais observados foram: recusa, indisciplina e seletividade (CARVALHO et al., 2012; JOHNSON et al., 2008).

A recursa alimentar se refere a não aceitação da maioria dos alimentos apresentados, o que pode causar ingestão insuficiente de calorias e nutrientes. A indisciplina alimentar também é outro fator que contribui para a inadequação alimentar (LEAL et al., 2015). Já a seletividade pode ser por tipo ou textura do alimento, sendo que existe diferença entre a recusa e a seletividade por tipo do alimento (exemplo: leite em pó ou leite líquido), pois

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neste tipo de seletividade a criança ingere o alimento com algumas limitações, porém o consumo é rotineiro (FURINI, 2014).

Independente da fase de desenvolvimento da criança, a alimentação inadequada causará consequências no desenvolvimento e/ou crescimento e no estado nutricional das mesmas, sendo que a desnutrição é constantemente presente em crianças que apresentam seletividade alimentar (BACHMEYER, 2009).

Outra característica de crianças com TEA é que, muitas vezes, elas não tomam a iniciativa de pedir alimento ou dizer que estão com fome (BRASIL, 2015), fato que pode interferir no seu estado nutricional caso a criança não receba atenção devida por parte do cuidador. Estudos sobre a alimentação do autista vêm sendo desenvolvidos, porém ainda não há um consenso entre os pesquisadores (CARVALHO et al., 2012). 4 CONCLUSÃO

Com base nos artigos selecionados é possível concluir que os hábitos alimentares de

crianças com TEA são caracterizados pela recusa, indisciplina e seletividade, e que cada criança possui suas especificidades, onde um tipo de alimento pode ser aceito por uma criança e por outra não. Vale ressaltar a necessidade de mais estudos abordando os hábitos alimentares e os aspectos nutricionais da alimentação da criança com TEA. REFERÊNCIAS BACHMEYER, M.H. Treatment of selective and inadequade food intake in children: A review and pratical guide. Behavior analysis in Practice, v.2, n.1, p.43-50. 2009. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. Brasília: Ministério da Saúde, 2015. CARVALHO, J.A, et al. Nutrição e autismo: considerações sobre à alimentação do autista. Revista Científica do ITPAC, v.5, n.1, Pub.1, Janeiro, 2012. FURINE, L.S. Efeitos de instruções e de manipulação do formato de frutas na redução da seletividade alimentar em crianças com transtorno do espectro autista. 2014. 100.

Dissertação. Pontifíca Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2014. JOHNSON, C.R, et al. Eating habits and dietary status in young children with autism. Journal of Developmental an Physical Disabilities, v.20, p. 437-448, New York, 2008. LEAL, M, et al. Terapia nutricional em crianças com transtorno do espectro autista. Cad. da Esc. de Saúde, v.1, n.13, p. 1-13, Curitiba, 2015. SCHWARTZMAN, J.S. Transtornos do espectro do autismo: Conceito e generalidades. IN. J.S. SCHWARTZMAN, C.A. Araújo. Transtornos do espectro do autismo. p. 37-42, São Paulo: Memnon, 2011.

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IMUNIZAÇÃO PARA HEPATITE B ENTRE TÉCNICOS DE ENFERMAGEM E AUXILIARES DE SAÚDE BUCAL

Jordy Daniel de Lima Nunes1, Sarah Elisheba Mendes do Carmo Santos2, Ketlen Milena

Moreira Duarte¹ Jussara Araújo Rodrigues², Thiago Alves de Castro1, Ivina Isabel de Macedo Cavalcanti², Vitória de Barros Siqueira², Kamila Juliana da Silva Santos1

1 Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Colegiado de Medicina, Campus Petrolina, Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro CEP: 56304-917 – Petrolina/PE. 2 Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Colegiado de Enfermagem, Campus Petrolina, Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro CEP: 56304-917 – Petrolina/PE.

Palavras-Chave: Epidemiologia; Saúde Coletiva; Vacinação; Hepatite B. 1. INTRODUÇÃO

A hepatite B é uma doença ocupacional adquirida por meio da infecção pelo vírus HBV e tem destaque entre os trabalhadores da saúde, devido ao nível de vulnerabilidade que esta população enfrenta no espaço laboral. Trata-se da patologia que mais atinge pessoas por meio de acidentes de trabalho, e uma das principais categorias afetadas é a equipe de enfermagem, devido ao contato direto com os pacientes e a realização de procedimentos utilizando perfurocortantes (SOARES et al., 2015).Cerca de 300 milhões de pessoas, em todo mundo, são portadoras crônicas do vírus e por volta de 2 milhões morrem anualmente devido a doença. No Brasil, aproximadamente de 1% a 3% da população possui infecção crônica pelo vírus (OSTI et al, 2010). O HBV possui alta resistência e infectividade, podendo ser transmitido pela exposição ao sangue e secreções contaminadas. Uma forma de prevenção eficaz e segura é a vacinação, oferecida no Brasil para a população até 49 anos e grupos de risco, a exemplo dos trabalhadores da saúde. Para uma imunização adequada, a vacinação precisa ser realizada em três doses com 30 e 180 dias de intervalo após a primeira dose. Os trabalhadores da saúde, devem realizar o teste sorológico para verificação de anticorpos pós-vacinação com o objetivo de comprovar situação imunológica. Este trabalho objetiva descrever a situação vacinal contra hepatite B entre técnicos de enfermagem e auxiliares de saúde bucal (ASB) do município de Juazeiro, Bahia.

2 METODOLOGIA

Estudo descritivo do tipo inquérito epidemiológico realizado com 63 técnicos de

enfermagem e auxiliares de saúde bocal do município de Juazeiro, Bahia. Os participantes

foram selecionados por meio de amostragem aleatória estratificada entre os trabalhadores em

exercício no município no ano de 2016. A coleta de dados foi realizada por entrevistadores

treinados e as informações foram auto-referidas. Além de informações sociodemográficas,

perguntou-se aos profissionais se foram vacinados contra Hepatite B, quantas doses de vacina

tomaram, se realizaram exame sorológico e se ficaram imunizados contra a doença. A pesquisa

foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Feira de Santana

(CEP/UEFS) sob o protocolo nº 081/2009 (CAAE 0086.0.059.000-091).

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3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve predominância do sexo feminino (98%), da cor parda/negra (80%), ensino médio/técnico (90%) e casados ou em união estável (52%). Entre os participantes, 98% declararam que foram vacinados contra a hepatite B, entretanto, apenas 84% completaram o esquema de três doses. Tal característica demostra uma perda relativa de interesse, que pode ser explicado pelo intervalo entre doses. Dos que fizeram o esquema completo, 49% realizaram o teste sorológico para verificação de anticorpos, destes, apenas 7% não ficaram imunizados. Este fato chama a atenção para a confiança que os profissionais possuem na vacina, a ponto de relevarem um teste comprobatório de sua eficácia, entretanto o mesmo não deve ser negligenciado, pois como se pode perceber uma pequena parcela deverá efetuar um novo esquema de vacinação. Quando separados por categorias profissionais, a prevalência de vacinação completa em técnicos de enfermagem (93%) foi superior à prevalência entre auxiliares de saúde bocal (67%). 4 CONCLUSÃO

A prevalência de imunização nesta população foi equivalente a outros estudos

nacionais, destacando as baixas frequências de vacinação entre os ASB e realização do teste imunológico pós-vacinal. Os trabalhadores em saúde pesquisados, ASB e técnicos de enfermagem, lidam com alto grau de exposição ao sangue e outras secreções, necessitando uma maior atenção das políticas de imunização na adesão deste grupo de risco à oferta da vacina. Para além disso, o trabalhador da saúde apresenta-se como formador de opinião, e como tal deve estar sensibilizado quanto à importância da vacinação. REFERÊNCIAS MEDEIROS, Regina;et al. Low response to intradermal hepatitis B vaccination in incidenthemodialysis patients. J Bras Nefrol [periódico na internet]. 2011 OSTI, Cristina; MARCONDES-MACHADO, Jussara. Vírus da hepatite B: avaliação da resposta sorológica à vacina em funcionários de limpeza de hospital-escola. Ciência & Saúde Coletiva. ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva, v. 15, p. 1343-

1348, 2010 SOARES, Danyela Mercury et al .Enfermagem: realidade da imunização contra Hepatite B de um hospital do norte de Minas Gerais. Esc. Anna Nery, Rio de Janeiro , v. 19, n. 4, p. 692-701, 2015

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QUALIDADE DE VIDA EM POPULAÇÕES RIBEIRINHAS DO VALE DO

SÃO FRANCISCO: CONGRESSO DOS PESCADORES E PESCADORAS

ARTESANAIS DA BACIA DO RIO SÃO FRANCISCO

Ketlen Milena Moreira Duarte1, Jéssica Lopes Gomes1, Caio de Souza Silva1, Thiago Alves Castro1, Thamires de Sousa Passos, Kamila Juliana da Silva Santos2, Kátia Simoni Bezerra

Lima2, Glória Maria Pinto Coelho2

1 Estudante de Medicina, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 2 Docente do colegiado de Enfermagem, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Promoção da saúde, Saúde da População Rural, Qualidade de Vida, Hábitos de Vida.

1 INTRODUÇÃO

A população brasileira passa por um processo definido como transição nutricional

acarretado pela mudança no consumo e hábitos alimentares, como também por alterações no estilo de vida. (GARCIA; 2003) Esta transição repercutiu no aumento da expectativa de vida, pela melhoria de serviços básicos, como o acesso a saúde e saneamento, e pelo aumento dos índices de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT).

Com a globalização populações mais afastadas, como as ribeirinhas, estão passando por alterações tanto alimentar quanto de estilo de vida, preferindo alimentos industrializados ao invés de alimentos da pesca e da agricultura familiar. Hábitos como sedentarismo, tabagismo, consumo de álcool e de alimentos pouco saudáveis corroboram para o aumento de DCNT, como hipertensão e diabetes. (AMARAL; 2012) Além disso, determinantes sociais e econômicos, como baixa renda, escolaridade e acesso a saúde e bens de consumo tem fundamental importância na saúde e qualidade de vida desta população. (BRASIL, 2011).

Devido à crescente taxa de determinantes mutáveis desfavoráveis e as iniquidades encontradas na zona rural, como a acessibilidade e a qualidade dos serviços de saúde; observou-se a necessidade de intervir nesta situação, através da promoção de saúde e da aproximação da comunidade acadêmica à população com a finalidade de facilitar o diálogo com os profissionais de saúde em suas respectivas áreas. Realizar atividade de promoção e prevenção às doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) – Hipertensão arterial sistêmica e Diabetes.

2 METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo no qual foi elaborado um relato de experiência das atividades desenvolvidas sob a forma de uma “Tenda da Saúde” e inseridas na programação do Congresso dos Pescadores e Pescadoras Artesanais da Bacia do Rio São Francisco; com funcionamento a partir das 8h00 do dia 01 de abril de 2016, com duração até 18h00 do dia 03 de abril de 2016.

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Realizou-se nesse espaço ações como dosagem glicêmica, aferição da pressão arterial, cálculo do IMC e orientações aos participantes do evento de acordo com os resultados obtidos. Além disso, houve discussões sobre outras temáticas, como combate ao Aedes aegypti, Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbio osteomuscular relacionado ao trabalho ( LER/DORT), Saúde da Mulher e hábitos de vida saudável. Além de desenvolver um dialogo de promoção de saúde com os adultos, a tenda elaborou atividades recreativas para as crianças. Todas as atividades desenvolvidas foram realizadas baseadas nas ações do Projeto TECNOQUALI, que trabalhou com comunidades ribeirinhas durante 2 anos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Percebeu-se muito interesse do público alvo, que constantemente aproximava-se do estande a fim de saber sobre sua saúde. Com o contato notou-se que o entusiasmo com a nossa atividade se dava devido à oportunidade para esclarecimento de dúvidas; possivelmente atribuído ao pouco envolvimento com a Estratégia de Saúde da Família (ESF), fato este comprovado pelo índice significativo de pessoas que estavam realizando alguns procedimentos pela primeira vez. A proximidade nos oportunizou incentivá-los a frequentar a unidade de saúde de referência em seu território e realizar cuidado continuado. Puderam-se ouvir reclamações sobre o serviço de saúde não se adequar as condições diferenciadas deles; como por exemplo, unidades distantes, horário restrito e queixas recorrentes não resolvidas relacionadas à atividade laboral. Pela saída dos muros acadêmicos e inserção dos estudantes no contexto social dos ribeirinhos quebrou-se uma barreira de comunicação que facilitou a fluidez no diálogo. Isso possibilitou a desinibição dos participantes que se sentiram confortáveis para relatar queixas que ultrapassavam circunstâncias físicas, trivialmente impedidas pelo enrijecimento do contato entre o profissional e o usuário.

4 CONCLUSÃO Como resultado dessa ação estimulou-se a familiarização com o ambiente de saúde. Uma postura simpática e receptiva dos acadêmicos com disposição à realizar uma escuta qualificada; despertou-se interesse e empatia, sentimento de pertencimento ao sistema de saúde. Acredita-se que a atividade cumpriu os objetivos à curto prazo. REFERÊNCIAS AMARAL, D.P. Dinâmicas de desenvolvimento local e impactos na alimentação de comunidades ribeirinhas na região do Médio Rio Tapajós, estado do Pará, Amazônia brasileira. 2012. 98f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Sustentável) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília-DF. Disponível em: http://biblioteca.versila.com/2674808. Acesso em 23 ago 2016. GARCIA, R. W. D. Reflexos da globalização na cultura alimentar: considerações sobre as mudanças na alimentação urbana. Revista de Nutrição, v. 16, n.4, p. 483-492, 2003. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil2011-2022– Brasília :

Ministério da Saúde, 2011. 160 p.

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REALIZAR REFEIÇÕES ASSISTINDO TV SE CORRELACIONA COM CONSUMO ALIMENTAR INADEQUADO EM ADOLESCENTES E ADULTOS

Gáudia Maria Costa Leite Pereira1, Xenusa Pereira Nunes2, Alfredo Anderson Teixeira-

Araujo3, Luciene Nascimento dos Santos2, Lúcia Marisy Souza Ribeiro de Oliveira4, Xirley Pereira Nunes5, Julianeli Tolentino de Lima6

1 Mestranda Programa de Pós Graduação Interdisciplinar em Extensão Rural, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE 2 Nutricionista, Prefeitura Municipal de Casa Nova, Casa Nova - BA. 3 Mestrando Programa de Pós Graduação em Educação Física, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 4 Pró-Reitoria de Extensão, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 5 Laboratório de Farmacognosia e Fitoterapia, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE. 6 Laboratório de Farmacologia, Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Televisão; consumo alimentar; adolescente; adulto. 1 INTRODUÇÃO

Hábitos alimentares inadequados e o ato de assistir televisão (TV) são objetos de investigação de vários estudos com crianças (SIQUEIRA; ALVES; FIGUEIROA, 2009), adolescentes (INÊS et al., 2010) e adultos (MAIA et al., 2016; LOPES et al., 2012). A ingestão de alimentação não saudável ocasiona aumento da prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão (DUNCAN, 2012). Diante disso, o objetivo do presente estudo foi verificar a correlação entre realizar refeição assistindo TV e o consumo de alimentos inadequados por adolescentes e mulheres adultas, moradoras de um Assentamento dos Sem Terra, localizado em Petrolina, Pernambuco. 2 METODOLOGIA

Participaram do estudo 18 mulheres e 8 adolescentes do sexo feminino, as quais responderam questionário com os seguintes questionamentos: “Realiza refeições assistindo TV?”, “Ontem consumiu: feijão? Fruta fresca? Verduras e/ou legumes? Hambúrguer e/ou embutidos? Bebidas adoçadas? Macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados? Biscoito recheado, doces ou guloseimas (bala, pirulitos, chiclete, caramelo, gelatina)”. As respostas foram dicotomizadas em “Sim” ou “Não”. Foi realizada correlação de Tau de Kendall para variáveis categóricas entre “Realiza refeições assistindo TV?” e o consumo de alimentação saudável (feijão, fruta fresca e verduras e/ou legumes) e não saudável (Hambúrguer/embutidos, bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados, biscoito recheado, doces ou guloseimas). O alfa adotado foi de 5% e o software utilizado para análise foi o SPSS 22.0 for Windows (SPSS, Inc., Chicago, IL). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Correlações significativas (p<0,01) foram encontradas entre “realizar refeição assistindo TV” com consumo de alimentação não saudável como “hambúrguer/enlatado” (т = 0,60; p = 0,001), “bebidas adoçadas” (т = 0,77; p < 0,001), “macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados” (т = 0,56; p = 0,002) e “biscoito recheado, doces ou guloseimas” (т = 0,74; p < 0,001).

Adolescentes que assistem TV, por mais de 2 horas diárias, consomem menos legumes e frutas quando comparados aqueles que despendiam menos tempo com essa atividade (ENES; SLATER, 2010) e a prática de realizar refeições assistindo TV pode estar associado a hábitos alimentares não saudáveis (TAVARES et al., 2014).

Os resultados do presente estudo apontam maior incidência de consumo de alimentação não saudável entre as mulheres e adolescente que realizam refeição assistindo TV, assim como evidenciado no estudo de Lopes, et al. (2012). 4 CONCLUSÃO

Conclui-se que realizar refeições assistindo TV se correlaciona positivamente com o

consumo de alimentação não saudável, tanto em mulheres quanto em adolescentes do sexo feminino e que intervenções voltadas para diminuir a ingestão de alimentação não saudável, são necessárias para prevenção do surgimento de doenças crônicas não transmissíveis relacionadas a hábitos alimentares inadequados. REFERÊNCIAS DUNCAN, et al. Doenças crônicas não transmissíveis no Brasil: prioridade para enfrentamento e investigação. Rev Saude Publica, v.46, n.1, p.126-134, 2012.

ENES, C.C.; SLATER, B. Obesidade na adolescência e seus principais fatores determinantes. Rev Bras Epidemiol, v.13, n.1, p.163-171, 2010. LOPES, et al. Fatores associados ao excesso de peso entre mulheres. Esc Anna Nery (impr.), v.16, n.3, p.451-458, 2012.

MAIA, E.G, et al. Hábito de assistir à televisão e sua relação com a alimentação: resultados do período de 2006 a 2014 em capitais brasileiras. Cad Saude Publica, v.32, n.9, 2016.

INÊS, L, et al. Estilo de vida e saúde cardiovascular em adolescentes de escolas do município de São Paulo. Arq Bras Cardiol, v.95, n.1, p.61-69, 2010.

SIQUEIRA, P.P.; ALVES, J.G.B.; FIGUEIROA, J.N. Fatores associados ao excesso de peso em crianças de uma favela do Nordeste brasileiro. Rev Paul Pediatr, v.27, n.3, p.251-257,

2009. TAVARES, et al. Validade relativa de indicadores de práticas alimentares da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar entre adolescentes do Rio de Janeiro, Brasil. Cad Saude Publica, v.30, n.5, p.1029-1041, 2014.

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USO DE TRIBULUS TERRESTRIS COMO FITOTERÁPICO EM HUMANOS: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Cauê Nogueira de Barros1, Clara Barbosa Cabral1, Xenusa Pereira Nunes2, Luciene

Nascimento dos Santos3 Elisa Angélica Alves Guedes4

1 Graduando do curso de Nutrição da Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina-PE. 2 Nutricionista, Prefeitura Municipal de Casa Nova-BA. 3 Aluna do Curso de Especialização de Gestão Saúde, (UNIVASF), Petrolina-PE. 4 Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Formação de Professores e Práticas Interdisciplinares, Universidade de Pernambuco (UPE), Petrolina-PE.

PALAVRAS-CHAVE: Fitoterápicos; Tribulus terrestris; Terapia funcional; Fitoterapia.

1 INTRODUÇÃO

O uso dos fitoterápicos compõem uma das formas de terapia medicinal que vem se difundindo a cada dia, movimentando mundialmente cerca de 22 bilhões de dólares (YUNES et al., 2001). A legislação sanitária brasileira conceitua fitoterápicos como medicamentos extraídos de matérias-primas ativas vegetais. Estudos utilizam a Tribulus terrestris (TT) como fitoterápico para tratamentos diversos. Tribulus terrestris, ou abrolhos (abre os olhos) é uma erva natural comumente conhecida como a videira da punctura, que tem sido usada durante séculos na Europa para tratamento da impotência e como estimulante para ajudar a aumentar o impulso e o desempenho sexual (LEMOS JÚNIOR et al., 2011). O objetivo desse estudo foi revisar a literatura para verificar o efeito desse fitoterápico em seres humanos, em tratamento da disfunção erétil, performance em atividades físicas, aumento de massa magra e aumento da testosterona.

2 METODOLOGIA

Foram selecionados artigos das bases de dados LILACS, MEDLINE e SCIELO, sem delimitação de período de publicação, utilizando os seguintes descritores: “fitoterápicos”, “Tribulus terrestris”, “terapias alterativas” e “utilização”. Como critérios de inclusão: a) estudos com os descritores “fitoterápicos”, Tribulus terrestris, “terapias alterativas” e “utilização”. Como critério de exclusão: a) relatos de caso. Dois pesquisadores independentes realizaram as buscas. No total foram encontrados 06 estudos e 04 foram selecionados para a presente revisão. Foram realizadas leituras a partir do título, passando pelo resumo e só então foi realizada a leitura completa do estudo. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Estudo realizado com TT no tratamento da disfunção erétil (SANTOS et al., 2014) não foi encontrado diferença entre o grupo TT e o grupo placebo quando analisados 30 pacientes sem tratamento prévio. Porém, Kamenov et al. (2017), avaliou a eficácia dos extratos da planta TT, em comparação com o placebo, para o tratamento de 86 homens com disfunção erétil (ED) e com transtorno do desejo sexual hipoativo (HSDD), após 12

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semanas de tratamento houve melhora significativa na função sexual com TT em comparação com o placebo em homens com ED leve e moderada.

Rogerson et al. (2007) com o objetivo de determinar o efeito de TT na força, massa livre de gordura e a relação do aumento da taxa de testosterona/epitestosterona urinária (T/E) durante cinco semanas encontraram que a força e massa magra aumentaram, sem haver diferenças entre os grupos (TT e placebo). No estudo de Antônio et al. (2000) foi encontrado resultado similar aos anteriores em que ambos os grupos (TT e placebo) melhoraram a resistência muscular e força, não havendo diferença significativa entre os grupos.

4 CONCLUSÃO

Na análise dos estudos foi verificado que o TT não proporciona melhora em vários aspectos investigados, que foram: performance em atividades físicas, composição corporal e alterações hormonais e disfunção erétil, em comparação com o placebo, mais em contra partida, um dos estudos mostrou na disfunção erétil, resultado positivo, demonstrando assim a importância da aplicação de pesquisas randomizadas mais aprofundadas para verificar a efetividade e comprovar que a utilização clínica deste fitoterápico é eficaz. REFERÊNCIAS

ANTONIO, J.; et al. The effects of Tribulus terrestris on body composition and exercise performance in resistance-trained males. International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism, v.10, n. 2, p. 208-215, 2000.

KAMENOV, Zdravko.; et al. Evaluation of the efficacy and safety of Tribulus terrestris in male sexual dysfunction-A prospective, randomized, double-blind, placebo-controlled clinical trial. Maturitas, v. 99, p. 20-26, 2017.

LEMOS JÚNIOR, H.P.; et al. Tribulus terrestris. Diagn Tratamento, v.16, n.4, p.170-173,

2011.

ROGERSON, S.; et al. The effect of five weeks of Tribulus terrestris supplementation on muscle strength and body compostition during preseason training in elite rugby league players. J Strength Cond Res., v. 21, n.2, p. 348-53, 2007.

SANTOS, C.A.; et al. Tribulus terrestris versus placebo in the treatment of erectile dysfunction: A prospective, randomized, double-blind study. Actas Urológicas Españolas (English Edition), v. 38, n. 4, p. 244-248, 2014.

YUNES, R.A.; et al. Fármacos e fitoterápicos: a necessidade do desenvolvimento da indústria de fitoterápicos e fitofármacos no Brasil. Química Nova, v. 24, n. 1, p.147-152, 2001.

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COBERTURA VACINAL CONTRA FEBRE AMARELA ENTRE OS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE

Victor Luiz Pereira Mendes¹, Jordy Daniel de Lima Nunes1, Gloria Maria Pinto Coelho2, Ketlen Milena Moreira Duarte¹ Thiago Alves de Castro1, Kamila Juliana da Silva Santos1, Kátia Simoni Bezerra Lima2

1 Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Colegiado de Medicina, Campus Petrolina, Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro CEP: 56304-917 – Petrolina/PE. 2 Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Colegiado de Enfermagem, Campus Petrolina, Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro CEP: 56304-917 – Petrolina/PE.

PALAVRAS-CHAVE: Imunização, Profissionais de Saúde, Prevenção à Saúde, Atenção Primária. 1 INTRODUÇÃO

A Febre Amarela é uma doença infecciosa transmissível através do vetor aedes aegypti, que tem como agente etiológico um Flavivírus que possui perfil endêmico em florestas tropicais, com dois ciclos distintos, silvestre e urbano, com características clínica semelhantes. A doença apresenta letalidade de aproximadamente 35% (SANTOS, et al. 2010).

O surto mais recente ocorrido em Minas Gerais alertou diversos estados vizinhos, incluindo a Bahia, que também registrou casos confirmados. Dessa forma, a vacinação nesses Estados se tornou primordial para redução e controle dos surtos (ABI, 2017). A doença é prevenível através de vacinação, em dose única, a qual se encontra disponível na rede de saúde em todo o território nacional. Neste contexto, temos o Agente Comunitário de Saúde - ACS, profissional de extrema importância na consolidação da Atenção Primária no Brasil, e como trabalhador da saúde, faz uma interlocução entre a unidade de saúde da família e a comunidade. A pesquisa teve como objetivo descrever a situação vacinal contra febre amarela entre ACS do município de Juazeiro-BA. 2 METODOLOGIA

Estudo descritivo do tipo inquérito epidemiológico realizado com 159 Agentes

Comunitários de Saúde do município de Juazeiro, Bahia. Os participantes foram

selecionados por meio de amostragem aleatória estratificada entre os trabalhadores em

exercício no município no ano de 2015. A coleta de dados foi realizada por entrevistadores

treinados e as informações foram auto-referidas. Além de informações sociodemográficas,

perguntou-se aos profissionais sobre a imunização dos profissionais, incluindo a vacinação

contra Febre Amarela. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade Estadual de Feira de Santana (CEP/UEFS) sob o protocolo nº 081/2009

(CAAE 0086.0.059.000-091).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Observa-se na tabela 1, que houve prevalência do sexo feminino, com idade entre 36 a 50 anos, casado (a)/união consensual/união estável, com ensino médio completo e cor parda/preta.

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Tabela 1. Perfil sócio-demográfico dos Agentes Comunitários de Saúde de Juazeiro, Bahia.

VARIÁVEIS N (159) %

Faixa etária

<35 anos 51 32,1

36 - 50 anos 94 59,1

>50 anos 14 8,8

Sexo

Feminino 130 81,7 Masculino 29 18,2 Situação conjugal

Solteiro (a) 32 20,1 Casado (a)/união consensual/união estável 106 66,7 Viúvo (a) Divorciado (a)/ separado (a) 21 13,2 Escolaridade

Ensino Fundamental 15 9,4

Ensino Médio 115 72,3 Ensino Superior 29 18,2 Etnia/cor

Branca 19 11,9

Parda/Preta 133 83,6 Origem indígena/amarela 7 4,4

Quanto à vacinação, é observada na Tabela 2, que porcentagem significativa se vacinou contra a Febre Amarela, no entanto, 13% dos trabalhadores se encontram suscetíveis a contrair a doença. Quando comparamos com estudo semelhante sobre vacinação de Hepatite B, nota-se dado equivalente, em que 79% dos trabalhadores da atenção básica de Florianópolis tomaram a vacina. Outro estudo realizado por Araújo, Paz e Griep (ano), que avalia a cobertura vacinal de profissionais de um curso de especialização em Saúde da Família, reafirmou esse dado encontrando cobertura vacinal de 81% para Hepatite B. Este também afirma a variedade da cobertura vacinal de acordo com o tipo de vacina analisada, indicando que a Hepatite B é a vacina de maior adesão nos profissionais de saúde, porém que mesmo assim quase 19% dos profissionais continuam suscetíveis a doença. Tabela 2. Vacinação contra febre amarela entre Agentes Comunitários de Saúde.

4 CONCLUSÃO

Considerando a importância da imunização para a prevenção de doenças entre os profissionais de saúde. Apesar da adesão a vacinação contra febre amarela entre os ACS atingir a maioria do grupo pesquisado, é importante voltar atenção para o grupo que não se vacinou. Alem disto, a política de imunização é uma das prioridades do Sistema Único de Saúde, com enfoque na prevenção e vigilância de futuros surtos. A fácil disponibilidade e o

VARIÁVÉL N (159) %

Tomou a vacina contra a febre amarela?

Sim 138 86,8 Não 9 5,7 Não lembra 12 7,6

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entendimento da importância desta ação deveriam ser expressos em dados quanto a cobertura vacinal.

REFERÊNCIAS SANTOS, S.L.V.; ALVES, S.B.; SOUSA, C.S.; TIPPLE, A.F.V.; MENDONÇA, K.M. A imunização dos profissionais da área de saúde: uma reflexão necessária. Revista Mineira de Enfermagem; 14(4): 595-601, out./dez., 2010 ABI. Associação Brasileira de Infectologia. FEBRE AMARELA - INFORMATIVO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE. Atualizado em 13/02/2017. GARCIA, L.P.; FACCHINI, L.A. Vacinação contra a hepatite B entre trabalhadores da atenção básica à saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 24(5):1130-1140, mai, 2008. ARAUJO, T.M.E.; PAZ, E.P.A.; GRIEP, R.H. Cobertura vacinal dos profissionais de um curso de especialização em Saúde da Família do Piauí. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, vol. 10, núm. 1, abril, 2006, pp. 95-100

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VIVÊNCIAS DE VIOLÊNCIA PELAS TRABALHADORAS RURAIS

Jéssica Lopes Gomes1, Ketlen Milena Moreira Duarte¹, Gloria Maria Pinto Coelho², Thiago Alves de castro¹, Vitória de Barros Siqueira², Victor Luiz Pereira Mendes¹, Kamila Juliana da

Silva Santos², Kátia Simoni Bezerra Lima2

1 Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Colegiado de Medicina, Campus Petrolina, Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro CEP: 56304-917 – Petrolina/PE. 2 Universidade Federal do Vale do São Francisco - UNIVASF. Colegiado de Enfermagem, Campus Petrolina, Av. José de Sá Maniçoba, s/n – Centro CEP: 56304-917 – Petrolina/PE.

1 INTRODUÇÃO

A violência contra mulher pode ser definida como “qualquer ato de violência baseada no gênero que resulta ou que provavelmente resultará em dano físico, sexual, emocional, ou sofrimento para as mulheres” 1 sendo, devido as suas graves repercussões, considerada um problema de saúde pública de grande magnitude. Todas as mulheres correm o risco de serem vitimadas pela violência de gênero, no entanto, alguns grupos mostram-se mais vulneráveis a este agravo, dentre estas estão inclusas as mulheres inseridas em contextos rurais.2 O Submédio Vale do São Francisco apresenta como característica marcante a evolução das obras de irrigação que impulsionaram a agricultura para exportação, resultando no fortalecimento do mercado de trabalho da região. Mais de 51% da população economicamente ativa deste território está ligada a agricultura, sendo a mão de obra feminina bastante cotada para o trabalho rural. Sendo assim o objetivo deste trabalho foi descrever os eventos de violência de gênero vivenciados pelas mulheres trabalhadoras rurais da fruticultura irrigada da cidade de Petrolina-PE.

2 METODOLOGIA

Estudo descritivo de abordagem quantitativa desenvolvido no Município de Petrolina, que se localiza na mesorregião do São Francisco, no semiárido de Pernambuco. A população do estudo constituiu-se de mulheres trabalhadoras da fruticultura irrigada residentes na cidade de Petrolina-PE durante o período de julho a novembro de 2013. A amostra foi composta por 90 trabalhadoras rurais, utilizando como instrumento de coleta de dados entrevista semiestruturada. O roteiro da entrevista foi baseado no instrumento Abuse Assessment Screen, traduzido e adaptado para o português por Reichenheim e colaboradores.3 Os dados foram analisados à luz da estatística descritiva para as associações entre as variáveis utilizou-se o Teste Qui-Quadrado.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Considerando que cada entrevistada pode ter passado por diferentes tipos de agressão, 50 delas declararam ter sofrido violência durante a infância. Quanto à ocorrência durante a fase adulta, 29 relataram situações de violência física; 40 violência psicológica; 16 sexual e 19 citaram algum evento no local de trabalho (Figura 1). A violência mais grave parece estar associada à sobreposição das diversas naturezas de violência.4

44 entrevistadas relataram ter presenciado violência contra uma mulher durante a infância, sendo a mãe apontada como vítima em 36% dos casos. A exposição à violência

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II Workshop Multidisciplinar de Fármacos e Medicamentos Universidade Federal do Vale do São Francisco

25 a 27 de julho de 2017

Petrolina-PE

durante a infância mostrou associação com a violência física (p= 0,0086) e psicológica (p=0,0209) durante a idade adulta.

Das 90 mulheres entrevistadas, 21,11% relatou já ter sofrido algum tipo de violência no local de trabalho sendo que destas 89,47% narraram situações de agravos psicológicos, sendo na maioria das vezes (52,63%) os seus superiores apontados como agressores. No tocante ao ambiente de trabalho e aos riscos que o mesmo oferece, 46 mulheres (51,11%) consideram-no inseguro, apontando diversos fatores como desencadeantes desta percepção, sendo citado principalmente (28,26%) o risco de sofrer acidentes de trabalho como quedas, choques e cortes.

4 CONCLUSÃO

Há uma alta prevalência de violência entre as trabalhadoras rurais. Tais eventos não podem ser considerados isolados uma vez que estas mulheres participam de um ciclo de violência que se estende desde a infância até os relacionamentos conjugais e relações trabalhistas. Expor o problema tem seu valor à medida que o fenômeno passa a ser conhecido, comentado e debatido de modo a gerar possíveis métodos para sanar ou ao menos minimizar a problemática.

5 REFERÊNCIAS 1 MINAYO MCS. Laços perigosos entre machismo e violência. Ciência & Saúde Coletiva

[periódico on line]. 2005 [acesso em 15 jan 2014]; 10(1): 23-6. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csc/v10n1/a03cv10n1.pdf

2 ADEODATO V.G; CARVALHO R.R; SiIQUEIRA V.R; SOUZA F.G.M. Qualidade de vida e depressão em mulheres vítimas de seus parceiros. Revista Saúde Pública [periódico on line]. 2005 Jan [acesso em 19 jan 2014] ; 39( 1 ): 108-113. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v39n1/14.pdf

3 REICHENHEIM, M.E; MORAES, C.L; HASSELMANN, M.H. Equivalência semântica da versão em português do instrumento Abuse Assessment Screen para rastrear a violência contra a mulher grávida. Revista Saúde Pública, São Paulo , v.34, n. 6, Dez. 2000.

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v34n6/3575.pdf.

Figura 1 – Frequência absoluta e sobreposição dos casos de violência psicológica, física e sexual durante a vida (n=55)

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25 a 27 de julho de 2017

Petrolina-PE

4 SCHRAIBER, L.B. et al . Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde. Revista Saúde Pública, São Paulo , v. 36, n. 4, Ago. 2002 .78

Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v36n4/11766.pdf