Upload
hoangtuong
View
217
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
i
INSTABILIDADE E SENSIBILIDADE DE CASCAS CIL1NDRICAS
ClRCUNFERENCIALMENTE ENRIJECIDAS
Paulo Bati.sta Gonçalves
TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE
PÔS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JA
NEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÃRIOS PARA A OBTENÇÃO DO
GRAU DE MESTRE EM CI~NCIAS (M.Sc.)
Aprovada por:
(Presidente)
RAUL ROSAS E SILVA
~j~~)(ê/4; 5$~GIO FERNANDES VILLAÇA
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
MARÇO DE 1983
ii
GONÇALVES, PAULO BATISTA
InstabLlidade e Sensibilidade de Cascas
Cilíndricas Circunferencialrnente Enrijeci
das (.Rio de Janeiro) 1983.
IX, 129p. 29, 7cm. (.COPPE-UFRJ, M.Sc.,
EngenharLa Civil, 1983)
Tese - Univ. Federal Rio de Janeiro, Fac.
de Engenhari.a.
l.Assunto I.COPPE/UFRJ II.Título (série)
iv
AGJ!ADECJMENTOS
Ao Professor Ronaldo Carvalho Batista, pela solicit~
de e pela maneira amiga com que me orientou neste trabalho.
Aos colegas da COPPE, em especial a Manoel
Filho e aos amigos da RMCI.
Aos Professores da COPPE.
Justino
À .CNEN e ao CNPq pelo apoio financeiro concedido.
A Beth pelos serviços de datilografia e Gilmar pela
confecção gráfica deste trabalho.
V
RESUMO
Uma análise da carga critica e da sensibilidade a im
perfeições de cascas cilíndricas enrijecidas por anéis sob pre~
são externa e aqui apresentada. A sensibilidade a imperfeições é
avaliada em função do comportamento pós-critico inicial da estru
tura, determinado através da Teoria Geral da Estabilidade devida
a Koiter.
O estudo é restrito aos casos onde os enrijecedores
sao de tal modo espaçados que o colapso local da casca é predom{
nante. Os enrijecedores são esbeltos e igualmente espaçados e lf!..
va-se em conta o efeito da rigidez torsional e flexional dos mes
mos sobre o comportamento da estrutura.
f; desenvolvido um estudo paramétrico com a finalidC!:_
de de determinar a influência dos parâmetros geométricos, tanto
da casca quanto dos anéi~, sobre a carga critica e a sensibilida
de a imperfeições.
A boa correlação entre resultados experimentais relC!:_
tados na literatura, recomendações de normas e os resultados teó
ricos aqui obtidos parecem indicar que estes últimos podem ser
usados com segurança no dimensionamento destas estruturas, cons
tituindo em certos casos paramétricos uma base para futuras reco
mendações de projeto.
• vi
ABSTRACT
An analys-is- of the buckling load and the imperfection
sensitivity of ring stiffened cylinders under external pressure
is presented. Koiter's general post-buckling theory provides the
basis to estimate the imperfection-sensitivity by relating it to
the initial post-buckling behavior ôf the perfect structure.
Attention is restricted to cases in which the
stiffeners are sufficiently widely spaced for local buckling to
be the predominant mode. The stiffeners are light and equally
spaced and their bending and torsional stiffness are taken into
account.
A parametric study was developed and the effect of
shell and ring geometria parameters on the buckling load and
imperfection-~ensitivity was evaluated.
Theoretical predictions· are compared with available
test resulte and recommended desig~ curves and it is shown that
the resulta here obtained are in good agreement with experimental
results. The presented theoretical approach could serve then as
a guideline for adequated choice of geometria parameters for
design.
vii
ÍNDICE
Pag.
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO •• , ................................. t•• 1
I.l - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOBRE ESTABILIDADE DE CASCAS,. 2
I.2 - ANÁLISE DE CASCAS CILÍNDRICAS ESBELTAS COM ENRIJECE-
DORES ANULARES . . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
I.3 - OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS DO PRESENTE TRABALHO .. ,.. 7
CAPÍTULO II - ESTABILIDADE DE CASCAS CILÍNDRICAS GEOMETRI-
CAMENTE PERFEITAS COM ENRIJECEDORES ANULARES. 10
II.l - HIPÓTESES GERAIS DE ANÁLISE .•. , ... , .. ,............ 11
II.1,1 - Escolha das Funções Deslocamento,............ 15
II.2 - FUNCIONAL DE ENERGIA ••••••••••••,.,.•••••••••••••••e 16
II.2.1 - Relações Deformação-Deslocamento para a Casca, 16
II.2.2.- Relações Deformação-Deslocamento para o Enrij~
ceder Anular ..... ., ....... , ......... , ...... ,. . , 1 7
II.2.3.- Construção do Funcional de Energia ...... ,.,.. 18
II.3 - ENERGIA POTENCIAL TOTAL NA FORMA INCREMENTAL 20
II. 3. l. - Estado Fundamental ...•.•. , •. , , ... , ....... , , . , 20
II.3.2 - Estado de Deformação Incremental ...... , .... ,, 22
II:3:3 - Forma Incremêntal da Energia P6tencial Total·~
V: : <I>
II.4 - ANÁLISE DA BIFURCAÇÃO ........................ , .... ~ II.4.1 - Equações de Equilíbrio Critico e Condições de
22
25
Contorno Associadas ....•..... ~............... 26
II.4,2 - Resolução do Problema de Bifurcação.......... 29
viii
II. 4. 2 .1 - Escolha das. Funções Apro.x:i.madas para o Modo
Crftico U ., ..... , ..... ~··················· 29
II.4.2.2 - Deduçao dos Coefi.cientes do Sistema
.., Í} + <jl B] ~ = O • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • . • . . • • 31
II.5 - ANÃLISE CLÃSSICA DE CASCAS ENRIJECIDAS BIAPOIADAS.. 33
CAPÍTULO III - CARGAS E MODOS DE BIFURCAÇÃO: RESULTADOS NU
M:l':RICOS ..•.....•..... , .................... , 3 8
III.l - IMPLEMENTAÇÃO NUM:l':RICA DO CÃLCULO ............... 39
III.2 - ANÃLISE DOS RESULTADOS NUMtRICOS REFERENTES Â CAS
CA SIMPLESMENTE APOIADA......................... 40
III.3 - ANÃLISE DOS RESULTADOS NUMtRICOS REFERENTES Â CAS
CA ENRIJECIDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
CAPÍTULO IV - ANÃLISE ASSINTÓTICA DO CAMINHO PÔS-CRÍTICO.. 58
IV.l - ANÃLISE DA ESTABILIDADE DE ESTADOS PÔS-CRÍTICOS
INICIAIS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
IV.2 - CÃLCULO DO CAMPO DE DESLOCAMENTOS U -2
IV.3 - CÃLCULO DA CURVATURA DO CAMINHO PÔS-CRÍTICO EM
61
<P = rp cr . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
IV.4 - CÃLCULO DE rj,2
PARA CASCA SIMPLESMENTE APOIADA... 75
CAPÍTULO V - COMPORTAMENTO PÔS-CRÍTICO INICIAL E SENSIBILI-
DADE A IMPERFEIÇÕES: RESULTADOS NUMtRICOS ..... 79
V.l - IMPLEMENTAÇÃO NUM:i::RICA 80
ix
V.2 - RESULTADOS REFE;RENTES AO CA!1JNHO PÔS-CRÍTlCO INl-
CIAL DA CASCA ISOTRÔPJCA ......................... 80
V.3 - RESULTADOS REFERENTES AO CAMJNHO .PÔS-CRÍTICO INI-
CIAL DA CASCA ENRIJECIDA ........................ 90
CAPÍTULO VI - CORRELAÇÃO ENTRE RESULTADOS :TEÔRICOS E EXPER!
MENTAJS . . . . . • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
VI.! - INTRODUÇÃO ....................................... 95
Vl.2 - ANÃLlSE DA CARGA DE FLAMBAGEM DE CASCAS CILÍNDRI-
CAS SIMPLESMENTE APOlADAS ....................... 97
VI.3 - RESULTADOS TEÔRICOS E EXPERIMENTAIS RELATIVOS Â
CARGA DE FLAMBAGEM DA CASCA ENRIJECIDA .......... 105
CAPÍTULO VII - CONSIDERAÇÕES FINAJS ....................... 111
LISTA DE SÍMBOLOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
REFERf:NCIAS BIBLIOGRÃFICAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123
2
CAPÍ.TULO I
INTRODUÇÃO
I .1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS SOB.RE ESTABILIDADE DE CASCAS
Cascas esbeltas têm sido frequentemente usadas na
construçào de silos, cobertura de grandes espaços, depósitos de
fluidos e também na construçào de painéis enrijecidos os quais
sào largamente empregados na indústria naval, aeroespacial, pe
troquímica e, mais recentemente, na indústria nuclear para cons
truçào de componentes de reatores e nas estruturas off-shore.
Urna das propriedades das cascas esbeltas é que a ri
gidez de membrana é superior à rigidez à flexa·o, podendo, sob
cargas apropriadas, absorver grande quantidade de energia de rnern
brana sem sofrer grandes deformações. Se urna casca é carreg'.ada
de tal maneira que a maior parte da energia é de membrana e se
há um caminho em que esta energia de membrana pode se converter
em energia de flexão, a casca pode ruir de maneira catastrófica
em um processo denominado flarnbagern.
Para que se possa dimensionar com eficiência urna cas
ca esbelta, evitando a ruina catastrófica da mesma, o projetista
deve conhecer o seu mecanismo de i.nstabi lidade.
A análise clássica da estabilidade devida a Euler 16
se atem a procura da carga na qual urna configuração de equilí
brio vizinha à original deixa de ser estável e passa a ser neu
tra. Entretanto, para várias estruturas tais corno cascas éilín-
3
dri,cas sob pressao. axi,al ou radi-al e caiwas. esférfcas SQb pre~
sà'o. externa,, dentre outras·, s-empre s:e notou uma gra,nde discrepân
eia entre a carga criti.ca teôrfca ohti.da pela teorfa clássica e
os resultados· experimentais. Esta discrepância se manteve inex
plicável por muitos anos. A teoria de Koiter 4 .foi a primeira a
dar uma explicaçà'o raci.onal para o problema: o colapso se dá pa
ra uma carga menor que a prevista devi.do a presença de imperfei.-·
çoes geométricas na estrutura real.
Como todas as estruturas sao na realidade imperfei
tas,.é· necessário, portanto, se saber se o comportamento estrutu
ral não-linear é sensível a imperfeições iniciais.
Uma forma alternativa para a i.nvesti.gaçào deste fenô
meno é dada pela teoria da estabilidade assintóti.ca de Koiter,
que analisa o comportamento da estrutura após a bifurcação, sen
do válida na vizinhança do ponto critico, dando informações qua
litativas e quantitativas sobre a sensi.bili.dade da estrutura a
imperfei.ções iniciai.s.
I.2 - ANÃLISE DE CASCAS CIL!NDRICAS ESBELTAS COM
ANULARES
ENRIJECEDORES
Em comparaçao com o grande .número de pesqui.sas con
cernentes a ci.lindros sob compressií.'o axial, com ou sem enrijece
dores, cascas cilíndri.cas sob. pressão externa com en:i:ij ecedores
anulares têm recebido relativamente pouca atençií.o, principalmen
te em se tratando de cascas com enr:j..jecedores espaçados. lcomo as
encontrada,s. em estruturas off--sh.ore e. vasos de press!Ío). Esta de
fasagem tem sido por vezes- atribuída 2 ao fato da análi.se pós-cr.f
4
tica para cilindro,s; com anéis e$f'·açados :;;ob. pressao externa ser
mai.s complexa que para outros casos de carregamento e enri.jeci
mento.
Este proolema tem si.do abordado sob diferentes enfo
ques em função do espaçamento dos enrijecedores e do tipo de ins
tabi.lidade (.local ou global) a ser analisado:
CASO A) Instabilidade Global - Anéi.s pouco Espaçados
A maior parte das investigações estão limitadas a
cascas ci.líndricas esbeltas densamente enrijecidas por elementos
leves, como os usados na i.ndústria aeroespacial. Neste caso os
enrijecedores têm sido considerados torsionalmente rígidos e sao
uniformemente distribuídos por toda a casca, permiti.ndo que a e~
trutura seja tratada como uma casca simples de peso equivalente
com propriedades ortotrópicas. O colapso se dá como se vê na fi
gura (I.la) de forma global como em cascas simples.
As equações para este tipo de análise foram desenvol
vidas por Flilgge 1 7 e a solução para cascas com enrijecedores anul_<'l_
res sob pressão lateral foi apresentada por Bodner 18 • Após Van
der Neut 19 demonstrar em 1947 a influência da excentricidade dos
enrijecedores sobre a carga críti.ca da casca, vários trabalhos
incluindo o efeito da excentricidade foram publicados; dentre
eles convém destacar os trabalhos de Wilson 2 0, BarUch e Singer 2
. 1
,
Czerwenka.22 e Kendrick 23•
Estas análises apresentaram boa concordância entre
resultados teóri.cos e experimentai.s quando os anéis eram bastan
te próximos, oferecendo, porém, resultados erroneas a medi.da que
os enrijecedores se tornavam mais espaçados.
p
5
L
(O) INSTABILIDADE GLOBAL
L
( b ) INSTABILIDADE
T R
j --=-=::i tu I
LOCAL
( C l I N STA B I LI D A D E DO
ENRI JECEDOR
FIG. I.1- INSTABILIDADE DE CASCAS CIL(NDRICAS COM
ENRIJECEDORES ANULARES.
6
CASO B) Instabilidade Global - Anéi.s com Grande Espaçamento
A ins·tabilidade global para c:.i.lindros com anéis esp~
çados foi estudada por Yang e Kunoo 24 e MacNea.1 25 que considera
ram os anéis como elementos di.s·cretos não esbeltos, incluindo na
análise a rigidez à flexão e a excentri.cidade do anel em relação
à superfície médi.a da casca, não se incluindo, contudo, a rigi
dez à torção. A carga crítica obtida nestes trabalhos foi na mai
oria dos casos bastante superior à carga crítica da casca sim-
plesmente apoiada, o que não concorda com os dados experimentais.
Todos os trabalhos supracitados se atêm ao estudo da
carga crítica e não oferecem nenhuma informação·sobre o comport~
menta pós-crítico inicial das geometrias analisadas.
CASO C) Instabilidade Local - Anéis com Grande Espaçamento
Com o desenvolvimento das pesquisas se verificou que
para o caso de anéis espaçados poderia ocorrer o colapso por ins
tabilidade local de um segmento ci.líndrico entre dois enrijeced~
res, como se vê na fig. CI. lb), antes de ser atingida
crítica da estrutura referente ao colapso global.
a carga
Há poucas informações a respeito da análise do colae
so local, exceção feita ao trabalho clássico de Budiansky 1 que
determinou tanto a carga crítica quanto a sensibilidade a imper
feições. Neste trabalho a casca é considerada simplesmente apoi~
da sobre enrijecedores indeformávei.s.
Limitações de peso obtidas em processos de otimização
e.strutura:j. 2 6'
3 3 ditam que, assim como a casca, o enrijecedor de
ve ser esbelto, embora a compres$àO. radial resultante sobre o m~
mo possa fazer com que este entre erri colapso Cfig. I. lc) . Neste
7
tipo de análíse 3 3 a junção casca-anel tem si.do cons:j:derada rotu
lada, desprezando-·se, consequentemente, o e:f;eito do .acoplamento
entre os modos de deformaçao.
t claro, entretanto, que a flambagem local da casca
ou do enrijecedor nã·o pode ocorrer independentemente como se ve
nas figuras CI. lb e I. lc) .
Hâ, na realidade, interação entre as partes, podendo
ocorrer acoplamento de diversos modos locais de casca devido a
presença do enrijecedor .,e . interação dos modos locais com os
globais. Isto tende a provocar um comportamento diverso daquele
esperado com a análise isolada de cada parte.
I.3 - OBJETIVOS E PROCEDIMENTOS DO PRESENTE TRABALHO
O presente trabalho apresenta a análise da bifurca
çao e do comportamento pós-críti.co inicial de um segmento cilín
drico localizado entre dois enrijecedores esbeltos, bastante es
paçados,sob pressão externa (.lateral ou hidrostática).
Faz-se uma análise paramétrica com a finalidade de
se estabelecer a influéncia das características geométricas dos
enrijecedores e da casca sobre a carga crítica, os modos críti
cose o comportamento pós-crítico inicial.
Sendo as propriedades dos enrijecedores intimamente
ligadas ao .colapso local, ao contrário dos trabalhos citados no
item anterior (Item I.2) ., se considerou a deformação do anel,
levando-se em conta as condi.çoes de compatibilidade na junção
casca-enrijecedor.
8
Optou--se l"ºr uma análi.se a,ss.intótica da,
geometricamente perfeita )'.'Or nao haver até eritao na
estrutura
literatura
nenhuma referência sobre o comportamento da casca levando-se em
consi.deraçã.o a rigidez tors·ional dos anéis. Em outras palavras,
inexistiam informações sobre formas e magnitudes de imperfeições
ini.ci.ai.s, informações estas necessárias a uma análise nã.o linear
da estrutura imperfeita.
A formulaçã.o teóri.ca aqui empregada é a versao de
Seide 6 da teoria assintótica. da estabilidade elástica devida a
Koi ter'.
No capítulo II sao apresentadas as hipóteses básicas
sobre a deformaçã.o da estrutura, estabelecidas as relações defor
maçã.o-deslocamento e desenvolvi.do o estudo da bifurcaçào para a
casca ci.líndrica considerando a rigidez torsional do anel. Para
efei.to de comparaçã.o sã.o també.m deduzidas as equações para cas
cas onde os anéis funcionam apenas como apoios simples. Os resul
tados numéricos desta análise são. apresentados no capítulo III.
O estudo do caminho pós-critico inicial é desenvolvi
do no capítulo IV para cascas simplesmente apoiadas com e sem·en
rijecedores, sendo os resultados numéricos relativos a estabili
dade do ponto crítico apresentados no capítulo V.
No capítulo VI faz-se uma estimativa da carga de
flambagem em função de imperfei.ções geométricas iniciais e uma
comparação críti.ca dos resultados aqui obtidos com uma coletànea
de resultados experimentai.s e cargas de projeto recomendadas por
normas. internacionais.
No capítulo VII, finalmente, são apresentadas obser
vaço·es e considerações gerais sobre os resultados obtidos para a
9
carga criti.ca e sens.ibilidade a imperfE!içoes da casca enrijecida.
são também feitas algumas sugestoe~ para o desenvolvimento de fu
turas pesquisas sobre cilindro,;;: com enrijecedores anulares.
11
CAP!TULO II
ESTABILIDADE DE CASCAS CIL!NDRICAS GEOMETRICAMENTE
PERFEITAS COM ENRIJECEDORES ANULARES
II.l - HIPÓTESES GERAIS DE ANÃLISE
No presente trabalho, onde se pretende estudar oco
lapso da estrutura por instabilidade local, tomar-se-á como sis
tema estrutural a ser analisado um segmento cilíndrico contido
entre dois enrijecedores esbeltos anulares. A geometria da casca
e do enrijecedor, bem como o sistema de referência adotado para . '
cada um dos elementos são apresentados nas figuras (II.1) e (II.2).
O estudo da estabilidade elástica do modelo físico
aqui adotado, representado na figura (II.3), é feito seguindo a
teoria de Koiter~. O modelo se constitui de uma casca cilíndrica
esbelta apoiada sobre os enrijecedores tratados como ~lacas anu
lares delgadas.~ considerada a deformação do enrijecedor provo
cada pela deformação da casca através das relações de compatibi
lidade na junção casca-enrijecedor. O enrijecedor funciona, pois,
como um apoio elástico com ação restritiva sobre as rotações. A
posição do enrijecedor é descrita como uma descontinuidade li
near através da função delta de Dirac.
são usadas na construção do funcional de energia ex
pressoes deformação-deslocamento não lineares tanto para a casca
quanto para a placa. Desta maneira pode-se determinar não só a
carga crítica da casca como também seu comportamento pós-crítico
inicial e a influência do enrijecedor esbelto sobre os mesmos.
12
X
/ z e
(O) ENRIJECEDOR
z L/2 L/2
X
e
(b) SEGMENTO CILINDRICO ENTRE DOIS ENRIJECEDORES
FIG. II-1 -SISTEMA DE COORDENADAS DA CASCA E DO ENRIJECE DOR.
~ = X/R
5 = Z/R
u = U/R
V = V/R
w = W/R
L
À= L/R
Ô= C/R
1
1
1
1 1 '-------,
1 .-----'
~
qc= Hc /R
q0= H
0 IR
13
2R
r0 = R0 /R
rb = Rb/R €=1-(ro+rb)
2
FIG. Il· 2 - NOTAÇÃO E GEOMETRIA DE UM SEGMENTO T(PICO DO CILINDRO ENRIJECIDO.
e
b
e
©
-------
b
---'
14
~: ). /2
~: o
~:-)./2
1 1 1
c. __ J --, 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
c::,-_J --, 1 1
7 1
1
00
CASCA INDEFORMADA
bb
CONTRAÇÃO RADIAL UNIFORME (Wo)
LATERAL
CC
FIG. II- 3 - ESTADO OE OEFORMAÇAO DA CASCA ENRIJECIDA NO MODO CRÍTICO.
15
O conjunto casca-enrijecedores está submetido a uma
pressao externa uniformemente distribuída de valor P.
Assume-se que o material, tanto da casca quanto dos
enrijecedores, é elástico, homogêneo e isótrbpó •. c.
II.1.1 - Escolha das Funções Deslocamento
Tem-se, a partir das hipóteses adotadas, as seguin
tes funções deslocamento para o cilindro:
A. l - Em relação ' a superfície média d cilindro (ç = 1)
u ( ~, e l = u (C - e l c c
vc(~, e l = -v (~ c , -e l ( II. l)
A.2 - Em relação ao planos= O
(II.2)
Tomando-se como hipótese que ao passar da configura
çao pré-crítica para a pós-crítica o conjunto casca-enrijecedor
se deforma como se vê na figura (II.3 ), tem-se as seguintes re-
lações de compatibilidade em s = + >./2 e ç = l. -'(+ À/2, e) = u (1, e) uc·- a
V (+ À/2, e) = Va (1, e l c -
w (+ À/2, 8 l = wa(l, 8) (II.3) c -
wc,s(:!: À/2, 8) = -u (1 e l a,ç ,
w e(+ À/2, 8) = -v ç(l, 8 l c, - a,
16
A partir das relações de compatibilidade (II.3) e as
sumindo-se variações lineares em ç, as funções deslocamento para
o enrijecedor são dadas por
ua (ç, 6) = uc 0,/2, 6) - (1 - ç)wc,ç; (À/2, 6)
va(ç, 8) = v 0,/2, 6) - (1 - ç)w (À/2, 6) c c,6
wa(ç, 6) = w (À/2, 6 J • ç c
II.2 - FUNCIONAL DE ENERGIA
(II.4)
No presente desenvolvimento serao seguidas as hipót~
ses usuais no estudo da estabilidade elástica de cascas, isto é,
assume-se que as deformações específicas são sempre pequenas e o
estado de tensão é considerado aproximadamente plano e paralelo
à superfície média, seguindo as hipóteses de Kirchhof-Love.
II.2.1 - Relações Deformações-Deslocamento para a Casca
Para o sistema de eixos apresentado na figura (II.lb)
as deformações específicas de um ponto da superfície média da
casca, já adimensionalizadas em relação ao seu raio, R, são da
das pelas expressões aproximadas usadas na conhecida Teoria de
Donnell -Mushtari -Vlasov para cascas esbeltas abatidas,
Eç; = u,ç; + 1/2 w;ç;
E 6 = (v,6
+ w) + 1/2 w}6
(II.5)
e as mudanças de curvatura, também adimensionalizadas, dadas pe
las expressões lineares,
17
kl; =(- 1/R)w,l;I;
(II.6)
Convém aqui ressaltar que as expressoes de Donnell
têm sido usadas na maioria dos estudos de cascas cilíndricas com
pletas sob pressao lateral e, como mostrou Brush e Almroth 9, os
resultados obtidos usando esta teoria não diferem dos resultados
obtidos usando-se as expressões deformação-deslocamento para cas
cas nao _abatidas, a nao ser para cascas cujo parâmetro '-~· •, :de
Batdorf seja--superior a 10•, campo este que está fora do âmbito de a
nálise do presente trabalho.
II.2.2 - Relações Deformação-Deslocamento para o Enrijecedor Anu
lar
O enrijecedor esbelto será tratado como uma placa an~
lar de raio interno RA e raio externo RB. Assumindo-se as hipóteses
simplificadoras de Kirchhof, usar-se-á para as deformações espe
cíficas e mudança de curvatura expressões aproximadas da Teoria
de Von Karman para placas delgadas'º deduzidas para o sistema de
eixos visto na figura (II.la).
Tem-se, pois, que as deformações específicas
ponto da superfície média de uma placa são dadas por,
1 (v,8
+ w) + u~8 21;; 2
+ 1 u~ EI;; - w, i;; 2
i;;
1 V u, i;; u, e
Yei;; = w, e + V, I;; - + ( i;; i;; i;;
e as mudanças de curvatura dadas por
de um
(II. 7)
18
ke 1
Gl u,ee + 1
u, s] = R 2 ç
kç = 1 (II.8) R u, çç
keç 1 [~ 1
u, e] = u, eç -R ç2
II.2.3 - Construção do Funcional de Energia
O funcional para o sistema estrutural ; conservativo
sob o carregamento "pseudo-estático" considerado é dado pela .e
nergia potencial total.
Tomando U como vetor dos deslocamentos generalizados
e~ uma variável escalar relacionada ao carregamento (parâmetro
de carga adimensional), a energia potencial total do sistema e
dada por, .E Hc 1~ ~J V = <P ( ~) '
8(1 - \) 2 ) (II.9)
onde
N N+l <P = E <P + n E <P
i=l c i=l a (II.10)
onde <Pc e <Pa são, respectivamente, as contribuições de um segme~
to cilíndrico e de um enrijecedor para o funcional de energia V.
Assumindo relações constitutivas da·:fcírma,
N 11 ·= e ( E i i + \) E22)
N = 2 2
e ( E 2 2 + \) E 1 1) (II.lla)
N = e (1 - \/ ) 2 y 1 2 1 2
19
M = a R2 e (K + \) K ) 1 1 l l 22
M = a R2 e (K + \) K ) (II.llb) 2 2 2 2 1 1
M = a R2 e (1 - V) K l 2 1 2
e utilizando as relações nao lineares deformação-deslocamento da
das por (II.5), (iI.6), (II. 7) e (II.8) ,· tem-se que as contribu.:!:_
ções de energia em (II.10) são, em função dos deslocamentos, es
critas como
4> 4 j+À/2!2TI u2,. + u w2 + _d_ " + (v + w), + = i:, 'i:,_ 'i; 4 w(i; '8
c -À/2,0
( + ) 2 + _d_ w" + v,e w w,e 4 ,e + 2v . [~, i; (v, 8 + w) + 1 2
2 (u,,i; w,e +
(v, e w) ' 2 ) 1 w; e]
(1 - \) ) Qu, e + v,/;)2 + + w, i; + 4 w; i; + 2 +
-
+ 2 (u, e + v, e> w,i;w'e + 2 2 ] w,i;w'e + a w2 1-_'i;i; + w2 +
'ee
+ 2v w, i;i; w, 88
+ 2 (1 - v) w; i:,e] - 2 (1-v2)q,(w+ú,i;/2l d8'di; (II.12)
e
4> 4 CC 1 (v;e+w)2+ 1 (v, 8 + w) 2 1 4 = u, e + -- u, e + a ç2 ç3 4ç"
a
2 + w., ç + w' ç u' 1
+ 4 ~ç 4 u, ç + 2v [~ w' ç (v, e + w) +
.. 1 Cv, 8 + w) 2 + __!_ u2 + _l_ 2
u; sl (1 -v) l ~ w '8+
+ - u,ç .w, ç u,e + 2Ç 2s ' e 4ç2 2
- ~ + u, ç u, 8 J n 21,i + _d_ u, ç) 2 u; + V, Ç ç ) 2 + a u, ee + + ç ç2 ç çç
2v (_d_ + _d_ u' ç) + 2(1-v) (_d_ - 1 u' e l 2] ç de dç u, u, u, e ç
çç ç2 ee ç ç ç2
(II.13)
20
II.3 - ENERGIA POTENCIAL TOTAL NA FORMA INCREMENTAL
Para uma estrutura, sob carregamento~ fixado, estar
em equilíbrio estável, é necessário e suficiente, de acordo com
o critério de energia de Lagrange, que a energia potencial total
tenha um mínimo relativo e completo em relação às energias pote~
ciais totais associadas a todos os estados vizinhos cinematica
mente admissíveis, isto é,'
V (U + U) > V (U) -o - -o
onde U representa o vetor deslocamento da estrutura -o
(II.14)
deformada
em um estado fundamental de equilíbrio e U + U uma nova configur~ -o
ção em um estado vizinho arbitrário, sendo U um pequeno desloca
mento incremental cinematicamente admissível.
Se, ao contrário, for possível encontrar uma config~
raçao vizinha a original em que
V (U + U) < V (U ) -O - -O
(II.15)
temos o caso de instabilidadeª.
Para se investigar a estabilidade de configurações
de equilíbrio e o comportamento crítico, o campo de deslocamen
tos é assumido na forma incremental
u = u + u - -O -1
(II.16)
onde U e U denotam respectivamente os deslocamentos fundamen-o -1
tais e incrementais adimensionàlizadas ., .. ,.,.
II.3.1 - Estado Fundamental
Em configurações deformadas fundamentais sao despre
zadas, em interesse da simplicidade, as rotações pré-críticas da
casca junto aosenrijecedores e apoios, como se mostra na figura
21
(II.4). Esta simplificação é usualmente empregada 9, 3
-, assumindo
se então um estado fundamental de membrana. Esta suposição tem
grande vantagem em termos analíticos já que teremos coeficientes
constantes nas equações diferenciais de_ equi_l_í_brio. _ __
1
1
1
1
1
1
1 Wo f---.:-1
1
í 1
1
1
1
1
1
W0 1
~ 1
1
1
1 1
1
1 1
1
1
1
(o)
1 L 1 - --· _ _j
FIG. Il-4-CONFIGURAÇAO FUNDAMENTAL DO ENRIJECI DO.
A - Solução Fundamental da Casca
1( .b)
CILINDRO
Para uma casca cilíndrica sob pressao externa, tem
se a seguinte solução de membrana 6,
u = cj> (v - 8) {,~, - pressao lateral o, i; 8 =
o - pressao hidrostática (II.17) VO =
cj> (1 vSJ cj> PR
w = - - = o EHC
B - Solução Fundamental do Enrijecedor
Levando -se em conta, as··relaçôes de compatibilidade (II.3)
e as funções (.II.4), tem-se para o enrijecedor,
22
u = o º'ç
V = o o (II. la)
w = - <P (1 - 13 \) ) º'ç
II.3.2 - Estados de Deformação Incremental
Assume-se, baseando-se em observações experimén-
tais 12,
3~, que a casca se deforma de maneira antimétrica em rela
ção a cada enrijecedor (veja a figura (II.3). Tendo em vista as
hipóteses iniciais (II. l) e (II. 2) , conclui-se que v e w sao JC 1C
nulos junto ao enrijecedor.
Da hipótese anterior e levando em consideração as
condições de compatibilidade (II.3), tem-se para o enrijecedor,
u ( ç, 8 l = u (À/2, 8) - (1 - ç) w ~(À/2, 8 l 1 1 a JC 1C,
V 1a (Ç, 8) = o (II.19)
w ( ç' 8 l = o 1a
II.3.3 - Forma Incremental da Energia Potencial Total, V::_q,
Observando que U varia linearmente com <P a -o medida
que a carga aumenta a partir de zero e assumindo que _q, é uma fun
çao analítica na vizinhança de um estado de equilíbrio ~0
(cjl), p~
de.-.se escrever a energia potencial total em série de Taylor em
termosdo campo incremental de deslocamentos U. Sendo as rela--1
çoes cinemáticas não lineares quadráticas, o funcional _q, será de
grau quártico em U e a forma expandida é dada por -1
_q, (U + U , cjl) = _q, (U_0
, cjl) + i1
(U , cjl) + _q, (U , cjl) + -O -1 O -1 2 -1
(II. 20)
23
sendo a variação total da energia escrita como
!:, <P = <P (~º + u , </> ) <P (U , </> ) = <P (U , </> ) + <P - 1 o -O 1 -1 2
+ <P (U , </> ) + <P (U , </> ) 3 - 1 4 - 1
onde cada parcela <P. (U , </> ) contém todos os termos ]. - 1
grau em u - 1
As contribuições de energia do funcional
das como,
e
<P oc (U , </>) + 11 <P -o ºª
(U , </> ) + - 1
(II. 21)
de· i-ésimo
sao defini-
(II.22)
<P. (U , </>) = <P. (U , </>) + 11 <P. (U , </>) J -1 JC -1 Ja -1
j = 1, 2, 3, 4 (II. 23)
Substituindo-se (II .. l 7) e (II .18) em- ·{II .16) ,e, ª S!::
guir, substituindo-se (II.16).nos funcionais (II.12) e :'(II.13).,
e levando-se em conta que
V = W = 0 1a 1a
(II.24)
calcula-se a primeira, segunda, terceira e quarta variações de <P
que equivalem, segundo uma definição formal, às derivadas de
Frechet do funcional.
Para o segmento cilíndrico as contribuições de ener
gia do funcional CII. 21) são,
<P ,c
+ \!
(U , </>) 1
(v
=
81+ À/2 /2rr
, - À}2 O
' , e + w )
1
de di;
(v 1 , e + w ) +
1
- 2 ( 1 - v 2) </> (w +
1
(II. 25a)
24
rv, e ~ (U , <P) = 4 u2 + (v + w ) 2 + 2C 1 1 , /; i ' e 1
- À/2
w.) + (1 - v) (u + V ) 2
+ 2v (u V + u 2 1 , /; l I e 1 , /; i l I e l ,
I;
<j> (1 - v 2) t2 + Bw1,J +at2 +w2 + 2v w w + - 1, 8 1•1;1; lree 1•1;1; 1, 88
+ 2(1 - v) d8 d/; (II. 25b)
~ cu., <P ) . r/2 e 2 + (v + w ) = u w ,e -1 1 , /; 1 , /; i , e 1
-À/2
w2 + V w2 (v + w ) w2 J + , , e u +
1 1 . i ' e i , e 1 1 ,
- /;
+ ( 1 - V) w w (u + V ) d8 dl; (II. 25c) 1 , ~ 1 , e i , e . 1 , I;
(U , <j>) -1
= [À/2 J2'TT
À/2 O
(w~ 1 , I;
+ w? ) i , e
2
d8 dl; (II.25d)
Analogamente para o enrijecedor tem-se,
~ cu , <P) = o 1a -1
(II.26a)
25
<I> (U , cj, ) 4 ec 1 u2 + w u2 + = wo 2a -, (; 3 ' , 8 o,(; 1 , (;
a
2v 1 u2 1 + u~, 8] + CL n 2 ,i u 88 +
1 u ) 2+ 2ç w + -- w - 1 , (; o 1 , (; 2 (; 2 o,(; (; 2 1 , (;
+ 2(1 - V) u -, , 8 t; ;;; d8 d(; (II.26b)
<!> (U , cj,} = O 3a -1
(II. 26c)
2 u 8 + u2 )
1 , 1 , Ç d8 d(; ( II. 26d)
II.4 - ANÃLISE DA BIFURCAÇÃO
O objetivo desta seçao é determinar o ponto crítico
ou de bifurcação, (U, cj,)
de equilíbrio através da
tico.
e:: (U , cj,cr), do. caminho fundamental -o,cr
solução das equações de equilíbrio cri-
A solução pré-crítica para o vetor deslocamento U é -o
tal que faz com que a primeira variaç,ão da energia potencial to-
tal se anule, isto é,
<I> (U , cj,) = O 1 1
(II.27)
Em virtude da equaçao (II.27) a condição de estacio
narieda:de do ponto crítico (ou de bifurcação) é expressa pela e-
26
quaçao variacional envolvendo a forma quadrática de~ em termos
dos deslocamentos incrementais U , -1
6 ~ (U , cj,) = O (II.28) 2 - 1
onde
(II.29)
sendo~ dado por (II.25b) e~ dado por (II.26b). 2C 2a
Este critério para determinação de pontos críticos
de equilíbrio é devido a Trefftz. O emprego deste critério forne
ce as equações de Euler-Lagrange do sistema.
Sendo a expressão (II.29) um funcional quadrático ho
mogeneo, o problema variacional fornece um sistema homogéneo de
equaçoes diferenciais lineares e a solução do problema de autov~
lor resultante fornece o valor da carga crítica, cj, , e os modos cr
críticos normalizados.
II.4.1 - Equações de Equilíbrio Crítico e Condições de Contorno
Associadas.
Substituindo as funções (II.19) na equaçao (II.29) e
a seguir (II.29) em (.II.28), obtém-se a equação .variacional
(.II. _28) em função apenas dos deslocamentos da casca. A equaçao
operaçoes variacional (II.28) fornece, após a aplicação das
usuais de cálculo variacional, o seguinte sistema de equaçoes di
ferenciais:
27
(1 - \) ) (1 + \) ) - u 2 u 2 1 , i; t 1
'66
+ o {2n cp (1 + v) 1~3 u +' (C
1 '6 6
+2o.n 3 l~l (u -2(1-v) 1 '6688
+ w (C 2
+ 2 (1 - v ) C 1 >]} = O
1 '1;88
(1 + \/) 2 U - V
1,1;8 i,88
+ w 1
(1 - \)) 2
V - \/W + i , i; 6 1 , i;
- e ) w1'i;66]
(1-Svl + 3 4
u ) + w (C - e l + I 'EJ 8 1 '1;8888 2 1
(II.30a)
V (II. 30b) 1,E,E,E,
+ 2 w ' + w ) + o {2 1
'8868 n cp (1 -Bv) (I +v) lu (C LI '86 4
- e ) + 3 1 'i;i;88
+ w 1 '1;66
+ u (C + 2 (1 + v) C ) + w
1~ 1 '6668 (C-C)+
2 l
(C 2C + C) + 1
' 8 8 2 1 1 'E,8888 l 2 3
+ 2 w 1 '1;88
(e - e - (1 - v) e l 3 2 1
+ w e 1} = o 1,i; aJ (II. 30c)
28
onde as constantes Ci sao dadas por,
e =
e = 2
2 (r~ - r~)
r2 r2 a b
r e = l!,n
3 c--12. > r
a
e = r - r • b a
e = r2 - r2
b a 2 5
(II. 31)
Do problema variacional também se obtém as seguintes
condições de contorno em~=+ À/2,
V = o (II.32a)
w = o (II. 32b) l
u + V (v + w ) = o (II.32c) l , ~ ' , e 1
a w + V
w' 'e e] = o l , ~ ~
(II. 32d)
que corresponde a condição de apoio simples para o conjunto cas
ca-enrijecedor.
As condições de contorno e =0,2rr, encontradas quando
do desenvolvimento do problema variacional, são, pelo Teorema de
Green, automaticamente atendidas, já que o sistema é contínuo na
direção circunferencial.
29
II.4.2 - Resolução do Problema de Bifurcação
o problema de autovalor associado (II.30) é da for~
ma,
(II. 33)
o qual tem solução nao trivial se, e somente se,
det I A + <jJ B = o (II. 34)
sendo a carga crítica, <jJ , o menor dos autovalores e o vetor X cr
o vetor das amplitudes normalizado.
Através de uma inspeção do sistema (II.30) e das con
dições de contorno (II.32), vê-se que é impossível se obter uma
solução na forma fechada para o problema, tendo-se que recorrer
a técnicas numéricas.
Sendo as equações diferenciais provenientes de um
funcional quadrático, podemos usar indistintamente para a .solu
ção do problema o método de Galerkin ou Rayleigh-Ritz. Neste tra
balho será usado o método de Rayleigh-Ritz.
II.4.2.1 - Escolha das Funções Aproximadas para o Modo Crítico
A - CILINDRO
Expandindo os deslocamentos incrementais em uma se
rie em função da coordenada circunferencial e é satisfeita a pe
riodicidade em e e serão separadas as variáveis e e~ Assim tem-se
para a casca,
30
u;, e) 00 to u = l: u cos ne
c n=O n
00
V ( E, , e) = l: V (E,) sen ne (II. 35) c n=O n
(C e l 00
(E,) w = l: w cos ne c n=O n
As funções u (_E,) , v (E,) e w (!;) devem ser escolhidas n n n
de tal modo que atendam as condições de contorno, as ·hipóteses
iniciais (II. 2) e sejam antimétricas em relação ao enrijecedor.
Como não há interação de modos na direção circunfe
rencial, precisa-se considerar apenas um harmônico n e obtém-se
assim conjunto de funções,
N u (E,, e) = cos ne l:A sen qi E,
C1 li
V C1
(E,, 8) =
tE, , e l =
i=l, 3,.s, ...
N sen ne l:A cos qi e
2i S
i=l,3,5, ...
cos n e l:A cos qi i; 3i
i=l,-3,5, ...
B - ENRIJECEDOR
(II.36)
Substituindo-se (II.36) em (II.4), tem-se para o en-
rijecedor,
= cos n e j-;. _ li
o
w (ç,8)=0 ª'
i=l,3,5 ••.
+ (1 - Ç)
M.+3 J_
(-1)_2_
(II.37)
31
II. 4. 2. 2 - Dedução dos Coeficientes do Sistema I]. + cj, B J ~ = O.
O problema de autovalor (II.33) pode ser reescrita
na forma
[AJ ~ + cj, IJ3] ~ = o (II. 38)
ou ainda
1 - ~ [Al ~ = [B] ~ (II.39)
Substituindo-se (II.36) e (II.37) no funcional (II.29)
e empregando o rrétodo de Rayleigh-Ritz, obtém-se os coeficientes
das matrizes [A] e [B] do sistema de equaçoes lineares dado por
(II. 39).
A - Coeficientes da matriz [A]
A .. =ó .. À q q + (l; v) n 2J + 2 an 3 c i,J iJ m n 1
(II. 40a)
Ai, j+l o .. À ll + \J )
n qn] (II. 40b) = lJ 2
A. = ó .. À \J q + 2 a n. 3 1~4 (C 1 c ) + l,J-ic2 lJ n 2
+ n2 (C + 2(1 - \J ) c 1 i] qn ;,, lII.40c)
2 mn
Ai+l,j = ºij À ll; v) n ~J (II. 40d)
Ai+l,j+l
Ai+l,j+2
= ô .. À n 2 + (l ; lJ
= ó .. À n lJ
32
A. + 2 . = À o .. v a + 2 a n 3 1~ 4 (c - c ) + l ,J lJ "11l _ 1 2
+ n2 (C + 2 (1 - v) c >]a t, 2 1 .a.m mn
Ai+2,j+l =ó .. lo. n lJ
Ai+2,j+2 = ºij ÀI~ + a(qm qn + n2)2J +
2 a n 3 q q j~ 4 (c - 2 c + c ) - 2 n 2
n m 1 . 2. 3
B - COEFICIENTES NÃO NULOS DA MATRIZ [B]
(II. 40e)
(II. 40f)
(II. 40g)
(II. 40h)
(II.40i)
B .. = 2 n (1 + v) n 2 c t, (1 - 13v) (II.4la) 1,J . 3 mn
B. . +2
= 2 n ( 1 + v) n 2 (.C - c ) · q t, tl - 13v l 1,J 3 , n mn · (II.41b)
B. + 2 . = 2 n (1 + v) n 2 ( c
l , J 3 (II.41c)
8 i+2, j+2 = o .. À (n2 + i3Cim ~) (1 - v 2) +2n (1 +v) (1 - 13v) lJ ( II. 41d)
1;, (C - 2 c + c ) + c] q q 6 3 4 5 s m n mn
33
onde
m,n = 1,2,3
i = 3m 2
j = 3m 2
' { o se i e/ j
l.J . 1 se i = j (II.42)
e
llmn = NA(-1) (II .43)
II.5 - ANÁLISE CLÁSSICA DE CASCAS ENRIJECIDAS BIAPOIADAS
A análise clássica de cascas enrijecidas, por anéis
espaçados 1 despreza a rigidez tor.sional do anel, pressupondo que
a casca está simplesmente apoiada sobre anéis conforme mostrado
na figura (II.5). Neste caso o sistema de equações (II.30) se re
duz a,
u 1 '
EJ,
(1 + v) 2
(1 - V) 2
u ' , ,; e
u
V
1 ' 66
1 'e 6
(1 + V) 2
V 1 '
I; 6
- VW = Ü 1 ' I;
(1 - V) 2 V - W = Ü
''1;1; ''6
V U + V 1 1; 1, 6
+ w + q, (1 - v 2) (w
1 + S w )+ ex í7 4 w
1 = O
l . '_66 1,1;1;
(II.44a)
(II. 44b)
(II.44c)
34
tendo como condições de contorno ç = + À/2,
w l
= w = V 1 , ç ç
= u = o l 1 , ç
(II. 45)
que é também, como se pode verificar 6, a solução para a casca ci
líndrica simplesmente apoiada sob pressão lateral.
Pode-se provar que neste caso não há interação entre
os modos longitudinais e a solução das equações (II.44) é dada
por,
u = A
V = A
w = A
2
3
cos ne sen (mn/À) ç
sen ne cos (mn/À) ç
cosne cos (mTT/À)ç
ANÉIS FUNCIONANDO APENAS -·-·-COMO APOIO SIMPLES.
(II.46)
FIG. II-5-CONFIGURÃÇAO CR(TICA DA CASCA ENRIJECIDA- ANÉIS INDEFORMADOS.
35
Estas funções atendem simultaneamente as equaçoes di
ferenciais de equilíbrio e as condições de contorno e tem-se, as
sim, uma solução fechada para o problema
Substituindo-se as funções (II.46) no sistema (II.44),
obtemos o sistema,
A, 1 o q (1 - V) 2
+ 2 n ( 1 ; V) nq vq
(1 ; V) nq 2(1-V) 2 q 2 + n n = (II.47)
A o 2
2 1 +a(n2 + q 2
) -
A o 3 l
vq n -cj, (l-v2) (n2 + S q2)
que e um problema de autovalor da forma,
(II.48)
o qual terá solução não trivial se
det [A+ cj, B[ = O (II.49)
O determinante nos dá uma equaçao do primeiro grau
em <!> e os autovalores sao dados por,
(q2 + n 2) 2
q' (l
<!> = + (II.50) (n2 Sq2) (1-v2) (q2 n2)
2 (n2 Sq2) + + +
Para cada par de valores mentem-se um autovalor
cj,, sendo que o menor deles, para cada geometria, corresponde a
m = 1, isto é, modo de bifurcação da casca tem meia onda longit~
dinal. Fixando-se, então, um determinado valor de À e R/Hc,º nú
mero de ondas circunferenciais, n que corresponde ao menor auto
valor (cj,cr) é obtido por tentativa.
36
Sendo a equaçao (II.50) obtida pela Teoria de Donnel
para cascas abatidas, para não se incorrer em resultados erro-
neos, corno sugere Hutchinson 3, devemos restringir a nossa análi
se a _cascas para as quais n ~ 5 3•
Introduzindo a notação
p = n~ n = Tr
e
Podemos reescrever a equaçao (II.50) em urna forma mais simples,
p - 2
(1 + n2)
(ii 2 + S) +
12 z2
(II.51) <ri2 + s l ( 1 + n2 >
2 rr"
onde o parâmetro de carga adirnensional p é independente de R/H .. c
Esta equação fornece a curva clássica relacionando p
versus Z deduzida por Batdorf 15• Esta expressao nos dá também a
carga critica para a casca enrijecida por anéis conforme dedu
ziu Budiansky e Arnazigo 1 •
Normalizando as amplitudes em função de A 3 ,
para os modos críticos.
u = - q(n2 - vq2) (n2 + q2)2
cos ne sen q I;
V = ~q~-(~V_+ __ 2_)_+~n_2 2
(n2 + q2)
w = CDS ne CDS ql;
sen n8 cos q I;
tem-se
(II.52)
Os resultados obtidos da expressao (II.51) nao sao
válidos para pequenos valores de R/Hc nem para grandes valores
de Z como mostra Batdorf 15, já que estamos usando a teoria de
cascas abatidas. Por outro lado para pequenos valores de z
(Z < 10) os efeitos das distorções junto aos apoios e enrijeced~
37
res nao mais podem ser negligenciados como evidencia Hutchinson 3
e a solução de membrana (II.17) já não é mais válida. Os resulta
dos obtidos pelo presente estudo são válidos então para 10< z <10 4,
intervalo este que engloba a quase totalidade das geometrias pr~
ticas.
39
CAPITULO III
CARGAS E MODOS DE BIFURCAÇÃO:
RESULTADOS NUMERICOS
III.l - IMPLEMENTAÇÃO NUMERICA DO CÃLCULO
O sistema de equaçoes (II.39)_ proveniente do probl~
ma de autovalor, cujos coeficientes são dados pelas expressoes
(II.40) do capítulo anterior, foi resolvido numericamente com o
auxílio do computador Burroughs 6700 do Núcleo de Computação El~
trônica da UFRJ, utilizando a li.nguagem de programação FORTRAN
IV.
A busca de soluções para problemas de estabilidade e
lástica conduz, geralmente, a sis.temas de equações bastante mal
condicionados, devendo ser usada precisão dupla para garantir a
convergência. Para superar problemas de convergência o sistema
(II.39) exigiu, não sô o emprego de precisão dupla, mas tambêm
um rearranjo das equações de tal forma que eliminasse a grande
instabilidade numérica ocasionada por termos associados a modos
mais altos na sequência modal para deslocamentos.
A solução numérica do problema de autovalor ê obtida
através do método de interação inversa, cujo algoritmo é apreseg
tado na referência 14, usando a técnica de Doolittle para fatori
zaçao e o método de Gauss para resolução do sistema.
40
III.2 - ANÃLISE DOS RESULTADOS NUMtRICOS REFERENTES Â CASCA SIM
PLESMENTE APOIADA.
Os resultados numéricos apresentados a seguir foram
obtidos a partir das expressões deduzidas no item (II.5) do capf
tulo anterior, expressões estas obtidas do sistema (II.44) qua~
do se considera a casca simplesmente apoiada sem enrijecedores
ou com enrijecedores rígidos funcionando apenas como apoios sim
ples.
Fixando uma forma modal descrita por um par de valo-
res me n, bem como os parâmetros a e À referentes â geometria
da casca, obtém-se um autovalor~ através da equação (II.50). O
menor autovalor, ~cr' para cada geometria corresponde a m = 1,
isto é, o modo de bifurcação tem meia onda longitudinal e um cer
to número de ondas circunferenciais obtido por tentativa, como
se vê na figura (III.l). Esta figura mostra a variação de~ com
o número de ondas circunferenciais, n, para determinados valores
de L/R e R/H . e
A figura (III. 2) apresenta a variação de ~ , assoei cr
ado ao modo crítico Cm,n) - Cl, ncr) com a razão À =L/R. Convém
relembrar que se assume~ como uma função contínua de n. Comes
tas curvas verifica-se que, para cascas curtas, ~cr cresce rapi
damente quando o parâmetro À decresce e que, para um mesmo valor
de À, ~ cresce a medida que R/Hc decresce. cr
Uma melhor representação da variação da carga críti
ca com a geometria da casca pode ser obtida a partir da equaçao
(II.51) que relaciona o parâmetro de carga admensional p com o
parâmetro de Batdorf, Z. Esta equação fornece uma única curva
qualquer que seja o valor de R/Hc. Esta curva é mostrada na fig~
41
1.50-------~-~
Ã= 0.25
------~-------0·9819 21 n
8 n
>-= 0.5
4.5
,a,. ------~-..... -23 4'113 15
R/Hc = 300
'v = O. 3
n 17
-5 ,-----.......-------.--..----~ f X 10
4.0 >-= 5.0
0,. -------
10 5 n 7
FIG. fil. 1- DETERMINAÇÃO DO NÚMERO DE ONDAS CIRCUNFERENCIAIS CRITICO, íl cR-CASCA ISOTRÓPICA SOB PRESSÃO LATERAL.
~CR
_B__ = 500 Hc v = 0.3
42
..B_ = 300 Hc v = 0.3
FIG. ill. 2- CARGA CR(TICA OE CASCA ISOTRÓPICA SOB PRESSÃO LATERAL.
o:: u
-e-...... "' ,., '>
1 :e
- ~ -N -li
o:: la:"
5
_!'ressão Lateral
Pressão Hidrostática
1 ._.. _ __..._........___.___. ............................ __ __. _ _.___.__._._...._. ......... -,--_ __. _ _.____.__.__._ ................ 10 5 102 103 5 104
L2 ~~...., Z=-v1-v 2
RHc
FIG. fil.3-CARGA CRITICA CLÁSSICA DA CASCA CILINDRICA ISOTRÓPICA SOB PRESSÃO EXTERNA.
... w
a:
~ ~...._--------+-----------1-----------~
o e., -·: 251---__::~------l-------------1-----------l e.,
"' o JL: 300 Hc
~ 20 1----------"-~------"!lo,,,~+--L__-------+------------l Q)
L.. CI.) -e: ::::, e., L..
e.,
"' e "O
....R.._: 500 Hc
~ 101------------+-------=="'----_p,....,._ _______ ---l 01 e:
..... __ ---
5 1-,--......L.-....1--L.....I-J...J...J.....L.J....,...---'--'---l..-l......L....l~..._.--.1....-......L.--.1'--'--L-J...J...L.J 101 5 10 2 5 103 5 104
2 z=_!:_.J1-~ 2
R Hc
FIG. Ill. 4 -VARIAÇÃO DO NÚMERO DE ONDAS CIRCUNFERENCIAi$ CRITICO,, ncR, COM O PARÂMETRO GEOMÉTRICO, Z-CASCA ISOTRÓPICA SOB PRESSÃO LATERAL.
R/Hc= 300
li = o. 3
45
n=2
FIG. fil. 5 -VARIAÇÃO DE ílcR PARA VALORES GRANDES DE Z -- CASCA ISOTRÓPICA SOB PRESSÃO LATERAL.
46
ra (III.3) a qual coincide com a curva deduzida por Batdorf 15
para cascas simplesmente apoiadas e também com os resultados ob
tidos por Budiansky e Amazigo 1 para cascas com enrijecedores es
paçados funcionando apenas como apoios simples.
A variação do número crítico de ondas
ciais, ncr' em função do parâmetro Zé apresentada
circunferen-
na figura
(III.4). Verifica-se que n cresce rapidamente a medida Z dimicr
nui e que, para um mesmo valor de Z, ncr cresce a rredida que cresce a
razão R/H. Neste gráfico se constata a veracidade da hipótese ado c
tada sobre a continuidade da variável n no intervalo estudado. A
quebra desta hipótese para valores pequenos de n é ilustrada pe
la figura (III.5). vé-,se nesta figura que, para valores de n <5, er-
a variável n não mais pode ser considerada contínua, não deven-
do, portanto, ser usada a equação, (II.51) para o cálculo de ~cr·
Estes resultados servirão como parâmetro de referên
cia para posterior comparação com os resultados obtidos a seguir
para cilindros enrijecidos com anéis esbeltos.
III.3 - ANÃLISE DOS RESULTADOS NUMtRICOS REFERENTES À CASCA ENRI
JECIDA
A carga crítica local, ~cr' para uma casca enrijeci
da com geometria fixada, é obtida através da descrição do campo
de deslocamentos por uma série finita de modos longitudinais can
números ímpares de semi-ondas e um certo número de ondas circun
ferenciais. Como se pode verificar através da análise do sistema
(II.39), a presença do enrijecedor provoca interação entre os
modos longitudinais, sendo assim necessário descrever o campo de
47
deslocamentos por uma série. O número de termos (modos longitudl
nais) é então tomado de forma a garantir a convergéncia numérica
de~ e o número de ondas circunferenciais crítico, n , é obti ~cr cr
do por tentativa como pode ser ilustrado com o auxílio da figura
(III.6). O processo numérico utilizado garantiu, com o aumento
do número de modos longitudinais, a convergência de <P como mos
tram as figuras (III.7a) e (III.7b). Nestas figuras se pode veri
ficar a convergência de <P para diferentes valores de Z e R/Hc·
As cargas críticas foram obtidas sempre com um erro menor ou
igual a meio por cento.
Na figura (III.7a) sao apresentadas quatro curvas de
convergênçia para R/Hc =300 e diferentes valores de Z cobrindo a
faixa estudada. Vê-se que o número de modos necessário à conver
gência aumenta a medida que se aumenta o parâmetro Z até atingir
um máximo na região de Z: 10 3• A figura (III.7b) apresenta a
convergência para cascas com R/H =500; nesta figura se verifica c
um comportamento semelhante ao da figura (III.7a). Pode-se veri-
ficar, através destas curvas, que, para cascas longas (Z grandeh
modos longitudinais com ondas curtas (grande número de ondas) têm
efeito significativo sobre o valor de <P . cr
A variação do parâmetro de carga crítica, <P , em cr
função e L/R e R/Hc' para geometria de enrijecedores fixada (des
crita pelos parâmetros admensionais n, se y), é apresentada na
figura (.III.8), sendo esta variação semelhante àquela para cas
cas biapoiadas. Verifica-se que, para um mesmo valor de R/Hc' as
curvas para cascas com e sem enrijecedores praticamente coinci
dem para valores grandes de Z e a diferença cresce a medida que
Z decresce, sendo a carga crítica da casca enrijecida superior a
48
1.9
À= 0.25 2.5 À= 0.50 ••1Õ
4 , x1Õ4
1 ílCR : ílCR 1
1 1
1 1 1 1
1.5 1 1 1 1
b 1 ----fcR -------
1
1.3 2.0 1
21 23 n 25 14 16 n 18
•• 1õ4 À= 1.00
R/Hc: 300
1 ílCR o= 0.10 5.0
1 e = o.o5 1 1 n = 1.00 1
1 'v = 0.30 1
1
.CR ------4.7 g
11 n 13
FIG. ill.6 - DETERMINACÃO DO NÚMERO DE ONDAS CIRCUNFERENCIAIS CRÍTICO, ílcR - CASCA ENRIJECIDA SOB PRESSÃO LATERAL.
( a ) ( b )
~ 'l'} : 1.0 'l1 = 1.00 j_ -rc; t = 0.1 tcR t = 0.10
2.0
1.5
1 1 1 \ 1 1
5
'J = o. 3
R/t\= 300
e = o.o5
'>. = 2.00
'>. = 1.00
'>.: 0.25
10 15
n!! de modos longitudinais, N
'v = 0.30
2.0 R/t\ = 500
e = o.o5
1.5
20 5 10 15 20 n!! de modos longitudinais I N
FIG. ill. 7 - CONVENGÊNCIA DA CARGA CRÍTICA DA CASCA ENRIJECIDA COM O NÚMERO DE MODOS LONGl TUDINAIS , N.
-4
..JL = 500 Hc
50
---- CASCA ENRIJECIDA
------ CASCA ISOTRÓPICA
10 1---~~~~~~~--',~~_.,.__,.,,___~~~~------1
r = 0.10
€ = 0.05
-'Yt: 1. 00
v = o .30
10~'--~---'~--'---'---'--'--'--'-'--'--~---''---......L.--'---'-......... -"-'-' 1 101 102
Â= L/R
FIG. m.a - INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS GEOMÉTRICOS DA CASCAI Â e R/Hc, NA CARGA CRITICA DA CASCA ENRIJECIDA- PRESSÃO LATERAL.
51
da casca simplesmente apoiada. Esta diferença é praticamente nu
la para Z = 10.000, atingindo aproximadamente 50% para Z = 10.
Na figura (III.9) se apresenta a variação do parame
tro de carga critica, Per' em função do parâmetro Z. Neste gráf~
co ve-se com maior clareza o aumento progressivo da carga críti
ca da casca enrijecida em relação à casca sem enrijecedores, a
medida que o valor dez diminui.
A figura (III.10) mostra a variação do número de on
das circunferenciais relativo a carga crítica, n , em função do cr
parâmetro Z. Verifica-se neste gráfico que o numero de ondas cir
cunferenciais referente à carga critica para a casca com e sem
enrijecedores coincide para valores grandes de Z e cresce rapid~
mente a medida que Z decresce, tornando-se o número de ondas cir
cunferenciais relativo ao modo crítico da casca com enrijecedor
superior ao da casca simplesmente apoiada.
Comparando-se as figuras (III.9) e (.III.10) nota-se
que o aumento da carga crítica da casca enrijecida em relação a
simplesmente apoiada corresponde a um aumento progressivo do nú
mero de ondas circunferenciais, n . Este comportamento é devido cr
a existência dos enrijecedores os quais conferem à casca condi-
ções de apoio elástico.
Constata-se que cascas relativamente curtas (Z < 10 3)
as condições de contorno são obviamente importantes. Como ateo
ria empregada considera o anel como uma espécie de apoio elásti
co, os resultados da casca enrijecida devem estar localizados en
tre os resultados da casca ·simplesmente apoiada e os resultados
da casca com as extremidades engastadas. Para cascas longas, os
apoios praticamente não interferem na carga crítica e, indepen-
N '> e., :r:
1
.:: l= N ~
51----- o= 0.10 e= o.o5 "l: 1.00 'V= 0.30
Pressão Hidrost 'tico 51=---------'._::+----t--~-+---------+-----+---------+------l
Pressão Laferal
----- CASCA ENRIJECIDA
------ CASCA ISOTRÓPICA
1 ,_,_ __ .._____......__,___,__........__._._.__,, __ _._ _ _.___.___.__._~~-=-----J'--~-~~_._~ 101 5 102 5 103 5 104
z.-L./1-~i RHc
FIG. ill.9 - INFLUÊNCIA DO PARÂMETRO DE DA CASCA ENRIJECIDA.
BATDORF, Z , NA CARGA CRÍTICA, Pi;R,
lJ1
"'
------ CASCA ENRIJECIDA ------- CASCA ISOTRÓPICA
"' ~ 301.--'0r--~~~~~~~-+-~~~~~~~~~+--~~~~~~~~--t
o e.,
+-·-... e.,
"' o e., e: Q) ... Q) -e: :::, .... ... .... "' o ""' e: o
OI e:
25
r= 0.10
20 €: 0.05 ""l: 1.00 'i) = 0.3
15
-------
5 L----l-.....l....----L----L..-'-L...L...L..L.. __ .....1.... _ _.__...J.-...J.-J.....J....L..1.. ........ ---'----l-.L--J.....L-'-L..J.1
101 5 10 2 5 103 5 104
L2 Z=-Vl-Y 2
RHc FIG. m.10 -VARIAÇÃO DO NÚMERO DE ONDAS CIRCUNFERENCIAIS CRfTICO I nCRI COM
O PARÂMETRO GEOMÉTRICO, Z - PRESSÃO LATERAL.
Ln w
54
dentemente do tipo de apoio, tem-se urna única solução para o pr~
blema da bifurcação. Este comportamento pode ser constatado na
figura (III.11) onde se comparam os resultados relatados na refe
rência13 para cascas engastadas e simplesmente apoiadas sob pre~
sao lateral. Os resultados concordam com as conclusões de Sobel.2 7
que mostra que qualquer restrição à rotação nos apoios tem efei
to significativo apenas para cascas relativamente curtas.
Foi verificado que variando as características geom~
tricas do enrijecedor dentro dos limites práticos as curvas
(III.8) e (III.9) obtidas para y = 0.1, E= O.OS e n = 1 perman~
ciam praticamente inalteradas.
Procurou-se, pois, analisar a influência da profund!
dade e espessura do enrijecedor sobre a carga crítica da casca.
Os resultados obtidos são apresentados nas figuras (III.12) e
(III.13) •
A figura CIII .12) mostra a variação de <P cr
(fixados
os valores de R/Hc, L/R, n e E) em função da profundidade do en
rijecedor, y. Se constata a existência de um aumento súbito da
carga crítica para valores de y ainda bastante pequenos, atingi~
do rapidamente um limite superior.
A figura CIII .13) mostra a variação de <j). .=ma espes cr -
sura do enrijecedor n, tendo todos os outros parâmetros geométr!
cos fixos. Neste gráfico verifica-se que, de forma análoga à fi
gura (III.12) , o aumento da espessura do enrijecedor além de um
certo limite não corresponde a um aumento efetivo da carga críti
ca.
Estes últimos resultados indicam que o valor ótimo
para a rigidez â torção e/ou â flexão é bastante pequeno e a uti
a: <..> -e-
N..J
N ~ N<>
:r: 1 N - \= -
N
li a:
ta..<->
10
5
10
5
Casco Engastado ( U : V : W : Wlf, : 0)
Casco Simplesmente Apoiado
( u : , : N1f, = M1f,: O)
55
Casco Enrijecido
1 ....,_ __ .,____.'---'---'--'---'-........... --'-----'---'---'--'--'-........ ,_, 101 5 102 5 103
2 l : _L_ ,J 1 - 1,12
RHc
FIG. ill. 11 - INFLUÊNCIA DAS CONDIÇÕES DE CONTORNO DA CASCA NA CARGA CRfTICA.
56
6.0
.ll0-4 Â: 0.5 R
V= 0.3 e
t=lf
'll=l.O
R/Hc : 300 e
., 5.0
FIG. fil_ 12-INFLUÊNCIA DA PROFUNDIDADE DO ENRIJECEDOR NA CARGA CRITICA DA CASCA.
5.0
Â: 0.5
'J:0.3
"6:0.l
R/Hc: 300
FIG. ill. 13-INFLUÊNCIA DA ESPESSURA DO ENRIJECEDOR NA CARGA CRITICA DA CASCA.
57
lização de enrijecedores com características de rigidez além des
ses limi.tes superiores seria ineficaz quanto ao aumento da carga
crítica. Um comportamento semelhante já havia sido constatado:p:,r
Singer e Haftka 28 e MacNeal 2" que chamaram este limite superior
de "cutoff point", sendo que estes trabalhos analisam, a estabi
lidade global de cascas com anéis nao esbeltos.
vê-se que o aumento além de um certo limite da pro
fundidade e espessura dos anéi.s para o caso de enrijecedores es
paçados não tem praticamente nenhum efeito sobre a carga crítica
local. Estes resultados nos levam a sugerir o emprego de enrije
cedores bastante esbeltos, sendo suas características geométri
cas apenas suficientes para resistir à compressão radial provoc~
da pela resistência ao deslocamento nesta direção.
59
CAPÍTULO IV
ANÂLISE ASSINTÔTICA DO CAMINHO PÔS-CRITICO
A versao de Seide 6 para a formulação da teoria geral
da estabilidade elástica de Koiter 4 é utilizada na presente aná
lise e somente os resultados essenciais da teoria pertinentes ao
problema tratado serão aqui utilizados.
IV.l - ANÂLISE DA ESTABILIDADE DE ESTADOS PÔS-CRÍTICOS INICIAIS
A estabilidade de um estado crítico de equilíbrio,
~ ], ocorrendo ao longo do caminho fundamental, cr
pode
ser estudada através do comportamento pós-crítico inicial, isto
é, na vizinhança desse estado crítico. Para isto o caminho pos
crítico pode ser descrito por expansoes para o campo de desloca-
rnento, y, e o parárnetro de carga,~. em termos de um parárnetro
de perturbação Ê, onde E e tornado corno urna variável independente.
A expansao assintótica completa para os deslocamen
tos e dada na forma
U = U + U E + U -o -1 -2
-2 E + • • • ( IV .1)
onde y0
e associado ao estado fundamental, y, e o vetor dos mo
dos críticos (u1
, v 1
, w 1
) normalizados e y 2
é um campo de deslo
camentos incremental ortogonal a y 1 •
O parâmetro de carga~ e descrito pela expansao,
~ = ~cr + ~1 E+~ Ê2 + 2
(IV. 2)
60
O coeficiente <j,1
na expansao {IV.2) e dado por
3 <j,l=--2- {IV. 3)
No caso de estruturas axissimétricas, devido à peri~
dicidade do modo crítico na direção circunferencial, tem-se que
resultado este que na expressao {IV.3) acarreta
<j, = o 1
se concluindo daí que o problema estudado apresenta
simétrica.
{IV. 4)
{IV. 5)
bifurcação
No caso aqui tratado a bifurcação é simétrica
terceiro termo da expansão (IV.2) e dado por
e o
<j, 2 = (IV. 6 )
Para o cálculo do <j, necessita-se de U o qual e ob-2 -2
tido (quando <j, = O) da equação 1
1> (U , <j, ) + 1> (U , U , <j, ) = O 2 -2 cr 21 -1 -2 cr
{IV. 7)
Os sub-Índices em 1> i.ndi.cam que este funcional é 21
do segundo grau em U e do primeiro grau em U. -1 -2
Como o problema apresenta bifurcação simétrica e a
tangente ao caminho pós-crítico em <j, =<j, é normal ao cr caminho
fundamental, a estabilidade do estado crítico é definida pelo si
nal de <j, , o qual está relacionado (veja a expressão 2
(IV. 2) ) a
61
curvatura do caminho pós-crítico em~=~ . cr
Se~ >O, a carga cresce quando E cresce e o equilí-2
brio é estável. Se, entretanto,~ < O, a curva ~(Ê) decresce na 2
região pós-crítica inicial, sendo o equilíbrio instável.
Somente no caso em que ~ < O e, a estrutura, 2
-sensi-
vel a imperfeições, isto é, imperfeições geométricas iniciais PTI?.
vocam uma redução no valor da carga máxima que a estrutura pode
suportar.
IV.2 - CÁLCULO DO CAMPO DE DESLOCAMENTOS U. -2
O campo de deslocamentos U é obtido através da equ~ -2
çao variacional
M> (U , ~ ) + o<!> (U , U , ~ ) = O 2 -2 cr 21 -1 -2 cr
(IV. 8)
sendo<!> dado pelas expressoes (II.25b) e (II.26b) obtidas no ca 2
pítulo II, substituindo U por U e<!> dado por -1 -2 21
q, (U ' u • ~cr) = 2 1 - l -2
r;,r u w w + (v + w ) w w + 1 • l 2 • l • 1 1 • 2
-À/2 O i; I i; i; 8 8 • 8
+ --1..1~2 u + w2 2 1, 2, 1,
- i; i; 8 (v2, 8 + w2)] +
+ vi-;; w 1 , 1 ,
- i; 8 2 •
8
+ (v 1 •
8
+ w )w 1 1 ,
i;
w 2 ,
i;
+ w
+ -1:._ w2 2 1 '
u
e
+ (1 - V) 2 w
+ (w w 1 ' 2 '
i;
2 ' i;
1 ' i;
+
e
+
w 1 '
w 2 '
1 2
e
i;
62
w2 (v 1 ' 2 '
i; e
(u + V ) + 2 ' 2 '
e i;
w (u + V )] de dl; (IV. 9) 1 ' 1 ' 1 '
e e i;
Dando prosseguimento à técnica variacional, obtém-se
o seguinte sistema de equaçoes diferenciais lineares
(1 - \) ) (1 + \) ) + - u 2 u 2 V - \) w
2 ' 2 ' 2 ' 2 ' i; i; ee i; e i;
+ o {2 n q,(l+v) e u - (C e )w J (1 - Bv l + 3 2 ' 3 4 2 ,
ee i; e
+ 2 a n 3 e (u - 2 ( 1 - v > u + (C - C) w +
= w w 1 ' 1 '
i;
(1 + \) ) 2
= w w 1 ' 1 '
e
1 2 1 2 , 2 1 2 , eeee ee
+ (1 + V) 2 w w +
(1 - V) 2
w w 1 ' 1 ' 1 ' 1 '
i; i; e i; e i; ee
(1 - \) ) u - V V - w = 2 ' 2 ' 2 2 ' 2 '
i; e ee i; i; e
(1 + \) ) (1 - \)) w + w w + w 2
1 ' 1 ' 2
1 ' 1 ' ee i; i; e e i; i;
1;eeee
(IV.lüa)
(IV. lOb)
vu + V + 2 , 2 ,
!; 6
w 2
+ <j, Cl -v 2)
63
(w 2 ,
66
-- e )_u + te - 2 e + e l 5
w + 3 2 , 3 4 2 ,
66 1;66
+ e w l (1 - Sv l + 2 a n 3
5 2 t
!;--
(C 2
- e lu 4 2 t
ee66
+ (C + 2 (1 -v)C )u + 2 1 2 1
66
(C - 2 e + e l w + 2(C - e -(1-v)C )w + 1 2 3 2 , 3 2 l 2 ,
/;6666 1; 6 e
e w2 , J} =
3
= w u 1 , l ,
!;!; - !;
+ v (v 1 ,
6
w l ,
ee
(v l ,
e +w)+vu l+
l l ,
/;-
+ (1 - v )w (u + V + w u + (1 -
+
+
(1
1 2
l , 1 ,
i; 6 6
+ \) ) 2 V 1 , J + w
e i;
1
~2 + v w2 J 1 , 1 ,
- e E;
1 , l , l ,
!; !; !; !;
(1 - \)) V l , 1 , + 2 V
e 66 1 ,
!; !;
onde as constantes C. sao dados por (II.31). l
2 \) )
u + l ,
66
(1 \) ) + + 2 u J + l ,
e i;
(IV.lOc)
Do problema variacional obtém-se, também, as seguin-
tes condições de contorno em !; = + 1./2 -u + v (v + ) + 1 ( 2 + \) w2 w -w 2 , 2 , 2 2 - 1 , l ,
= o !; 6 !; 6
v 2 = O (IV .11)
w 2 = O
w2, ee] = o
64
Analisando o sistema (IV.10) observa-se que os mem
bros esquerdos sã·o derivadas parciais de ~2
e os membros direi
tos sã·o derivadas parciais de g1
o qual já foi calculado durante
a resolução do sistema (II.40).
Multiplicando u por h , a fim de tornar sua dimensão -1 a
compatível com a de U, e substituindo-o no sistema (IV.10), tem-2
se para os membros direitos das equações (.IV.lOa), (.IV.lOb) e
(IV.lOc) respectivamente.
1 a) 4 cos 2n8 I I K3 1.. J'
i j sen (q. - q. ) !'; + sen (q. + qJ. l ,;J +
l. J l.
+ ! I I K .. i j 41.J
sen (q. + q.) ci l. J J (IV.12a)
1 c) - 4 cos 2n8 II (K .. + K .. + K .. - K91.·J· - K .. )cos(q. - q.)t; + i j 51.J 61.J 81.J 71.J 1. J
+ (K .. + K .. + K . . - K .. - K .. ) cos (q. + q.) /'; + 51.J 61.J 71.J 81.J 91..J 1. J
+ _!_ I I (K5 .•
4 i j l.J
(IV.12c)
65
Os coeficientes Khij sao dados por
n 3A A + Cl + \) l A A + K = 2 n
3j qi qj 1ij 3i 3j ,i
+ (1 - Vl n A A q2. 2 3i 3j ].
n 3A . A (1 + v) A3i A + K2ij = - n 3j qi qj 3 ]. 3j 2
(1 - v) 2 + 2 n A 3i A 3 j qi
K .. =A. A . q1. q: + n 2A. A . q
1.
3l.J 3l. 3] J 3l. 3]
K .. =A.A. q. q: - n 2v A. A . q1.
4l.J 3]. 3] l. J 3l. 3]
K .. = -n 2 A. A . Sl.J 3]. 3] n 3 A. A . 3 l. 2 J
vn2 A . A . qJ. 3 l. 1 J
K .. 7 l.J
K aij
+ (1
K sij
+ (.1
=-A.A. q: q. - v(A. A . q7 + n A. A . q~) 3]. 1] l. J 3]. 3] l. 3]. 2] l.
= (V - 1) (n2A. A . q1. + n A. A. q
1. qJ.)
3l. 1] 3l. 2]
q2. (1 - v) n2A . = A A qi + A . q, + 3i l j J 2 3 ]. l J ].
+ v) A3i A 2 n 2j qi q.
J
= n 3A A + (_l - v) n A. A q: + 3i 2j 2 3 ]. 2j J
+ v) n 2A. A . 2
q. 3 ]. l J J (IV .13)
66
vê-se que é impossível encontrar uma solução modal
que atenda simultaneamente o s.istema de equaçoes
parciais (.IV.101 e as condições de contorno (IV.11).
diferenciais
Atentando-se para a forma de !:!2
sugerida pelos mem
bros direi tos de (.IV .10 l dados em CIV .12 l, deve-se buscar uma s~
lução aproximada que atenda às condições de contorno e que mini
mize o sistema de equaçõ·es.
Uma solução do sistema (IV.10) que atenda as condi
çoes de contorno (IV.11), que seja ortogonal a !:!1
e que atenda
às condições de compatibilidade e continuidade impostas pelo pr~
blema, pode ser escrita na forma
u 2
+
V 2
w 2
+
= cos 2ne i: i=l, 3, 5,
I B 2i sen i=l, 3, 5,
= sen 2ne l: i=l,3,5,
= cos 2n8 i: i=l, 3, 5,
i: 8 si cos i=l, 3, 5,
B -sen r. i; + li ]_
r. i; (IV.14a) ]_
B . cos r. i; 3 ]_ ]_
(IV.14b)
B4i cos r. ]_
i; +
r. i; (IV.14c) ]_
67
Substituindo (IV .14) nos membros esquerdos de (IV .10)
e empregando o método de Galerkin, que tem sido frequentemente
usado em problemas semelhantes~' 3, obtém--se o sistema de
ções não homogêneo
[s] ~ = ~
equa-
(IV.15)
de dimensão 5M x 5M, onde M é o número de termos necessários a
convergência de~. 2
A solução do sistema (.IV.15) nos dará o valor das am
plitudes Bhi das funções (.IV.14).
Os elementos não nulos da matriz [SJ sao dados por,
S .. = À ó .. Ir r + 2 (1 - v)n 2] +
i,J 1Jl-m n
+ n n 8 a.n 3 NA e (4n 4 + 2(1 - v)n 2 ) -mn 1
S. . +l = À ó .. ( 1 + v) n rn 1,J 1J
s. ·+2 = À o .. \J r + n !:, ~ a. n2
NA 1~ n" (C - e ) + 1,J 1J n mn 1 2
+ n2 (C + 2 (1 - \! ) e i l] -2
- BNA~ (l+v) n 2 (C -· e ) (l - Bv i] r cr 3 4 n
s ··+1 . = À o:iJº (.1 l.. , J + v)n r 1 nJ
68
8i+i,j+l = À <S. , 1·4n 2
l.J + (.1 - v)/2
8i+l,j+2
+ n 2 (C 2
= 2 À 6 .. n l. J
+ 2 Cl - v)c )J-8NAcf> (l-v)n2
1 cr
si+2 ,j+l = 2 >. óij n
(C - C ) 3 4
8 i+2,j+2 ;:; À ó ..
l. J l - cf> (1 - v 2
) ( 4n 2 + S rm r ) + cr n
-2C+C)-2 3
-2n2 (c -e -(l-v)C)+C3
/41-3 2 1 __l
- 8 Nl'I. cf> . {_l + . V) cr - 2C + C)
4 5 + e
5 / ~ (1 - Svl r r m n
5i+3,j+4
5i+4,j+3
=2VÀÔ .. r J.J n
69
+ n Í', 14 a n 2 NA e - 4 q, NA (1 + V ) e mn 3 cr s
onde
m,n=l,2,3, ...
i = Sm - 4
j = Sm - 4
ºij ={ o 1
ÜM + M + 6) /2] = (-l) m n
mn
M=l,3,5,7, ...
se i =!= j
se i = j
+ ex r2
r2] + m n
(IV.16)
Os elementos do vetor {R} no sistema (IV.15) sao da-
dos por
Ri+l N A A3k 1~3 +
(1 + v) q~ n] = -2i ,j 2 J
- N .,. A A3k (1 + V)
3j 2 q. qk n 3 J.. J
70
= N . 3 J_
IA . A k L 1 J ,
2 + 3 (1 - V) qj qk · 2
N.,.{A.Akq. q2 + Cl + 3vl n
2] +
2:L lJ 3 J k 2
+ A A3k n l~n2 + vq~ + (1 - V) q~ +A . A k [ ~ n2
+ V q~J} 2j 2 J 3) 3
R - N {A A q 2 qJ~ - (.1 - v) n 2] + i+4 - ,I ij ,k k
- N .,. {A. Akq. q2 - (1 - v) n2] + 2 :L 1 J 3 J k
+ A . A3k n [ q~ - (1 - v) qu + A . A k E' + 2 v q~J} 2J J 3J 3 ( IV .17)
onde
i = Sm - 4 j = 1, N
k = 1, N
m=l,2,3, .•• i = 1, M
e as constantes N .,., N.,. e N.,. sao dadas pelas seguintes 1:L 2:i.. 3:L inte-
grais definidas,
71
r;, N = (sen qkl; cos q. i; sen r.,.i;) d/; 1i J ].
; -À/2
r/2 N = (cos .qk I; cos qj I; cos r?i;) d/; (IV .18) 2i l..
-À/2
r/2 N = ( sen qk I; sen q. I; cos rr i;) d/; 3i J
-Ã/2
Tomando para u, v, w o número de termos que foram l l 2
necessários, no problema (II.40), para a convergência de ~cr' o
campo incremental de deslocamentos u , v, w pode ser obtido com 2 2 2
a solução do sistema (IV.15) tomando para isto um número de ter-
mos em (IV.14) suficiente para garantir a convergência de~ 2
IV.3 - CÁLCULO DA CURVATURA DO CAMINHO PÔS-CRÍTICO EM~=~ cr
Sendo U e U dados respectivamente por (II.37) e - 1 - 2
(IV .14) e com (II. 25d), (II. 26b) e (II. 26c), o coeficiente ~ da 2
expansão (IV.2) pode ser obtldo usando a expressão (IV.6) cujas
parcelas, após se efetuar as integrações, são dadas por
<!> cu , ~cr) = 2 -2
4 II À { ~,i
B . r. r. /2 + B . B . r. rj !J l. J 21. 2J l..
- n (B . B , + B . B . ) + B . B . / 2 + B . 3l. 4] 3] 4l. 4l. 4J sl.
+ 2 n2 B . B . -
B .l + SJJ
3]. 3]
72
+vinCB.B.+B.B .. ) L 1J.. 3J 1J 3;L
l - -2 (B . B . r. + B . B . r.) +
1l. 4J J. 1J 4J. J
+ (B . B . r. + B . B . r.)J 2l. SJ J. 2J Sl. J
+ (1 - V) 2 ·- 12 n2 B . B . +
L 1J. 1J
+ a 1B . B . r~ r~ + B . B . r~ r~ + 4 n2 B . B . r. r. + [4J. 4J J. J SJ. SJ J. J 4l. 4J J. J
+ 8 n 4 B . B .l 4J. 4Jj
- <j, (1 - .v2) 1B . B . (2 n 2 + S/2 ri.. r.) +
cr L4J. 4J J.
+ S B . B . r. rl} º.·. - 4 n n <j, (1 + v) {4 n2
sJ. sJ J. Jj J.J cr ic(B.-B.rl..). L 3 1]. 41
. (B . - B . r.) + e 1J 4J J 4
IIB . - B . r. ) B . 1 · !l. 4l. J. 4J
r . + (B . - B . r . ) B . r .l + J !J 4J J 4J. J.J
+e 5
B . B . r. r.l 4J. 4J J. JI
+e 5
(B . B . 4J. 4J
+ 2 B . B .) r. r.} sJ. sJ J. J
(1 - S V) !:, .. J.J
+
(B . B . r. ) (B . - B . r . ) + 1J. 4J. l. !J 4J J
+e [B,-B.r.) B . r. + (B . - B . r.) B . r.J + 2 11 r+l 1 4J J !J 4] J 4J. l.
+ e B . B . r. rJ + C (B . B . +2B.B.) r. r. 3 4J. 4] l. J 5 4 l. •J sJ. sJ J. J
- 4 n2 [2 [B,-B.r.)B. r. + (B . - B . r.) B .
ri] +
Jl. 4J. J. 4] J !J 4] J 4l.
+ 2 e B.B.r.rJ + 8 (1 - v) t, (B . - B . r.) 3 4J. 4] J. J 1 J. 4J. J.
. (B . -B.r,iJ}t, ij 1J 4] J (IV.19)
onde
i = 1, M
j = 1, M
l'lij /cm.
= (_-1) - 1
m=l,3,5, ...
li . . 1.J = {:
+ m. + 6) / 2] J
73
se i =/= j
s·e i. = j
-2 ÀII ( 1 - v 2 ) A . A . (n 2 + Sq. q . ) o . . -
31 3] 1 J 1J
-4nIICl + v) {
n 2 ~ (A . - q. A . ) (A . - q . A . ) + 3 11 1 31 !J J 3]
+ C l(A . -• 1 1
q 1. A . ) q . A . + (A . - q . A . ) q. A ·J + 31 J 3J !] J 3J 1 31
+ C A . A . 5 31 3J q1. qJ.] + e A . A . q. q.} (1 - Sv)l'I .. 5 31 3] 1 J 1J
onde
i = 1, N
{: se i - j
li . . = 1J j = 1, N se i = j
/cm. + m. + 6) 12] li .. = (-1) - 1 J 1]
m=l,3,5, ...
(IV. 20)
74
<l>(!J,cj,)= <+ -1 cr
3II r - 4 A . A . A k A , q. q. 31 3] 3 3x, :). J
qk qJ I + 3Il4
n" A . A . A k A , I + 'J l 3l. 3J 3 3x, 2
+ n2
211
A. A. A k A, q. q. I + n Ó ... k!l J3411 c A. A . A k A !l q. q. qkq,+
31 3] 3 · 3x, l J 3 lJ l 5 31 3] 3 3 l J x,
(A . A . q. q.) (A k - qk A k) (}\ , - q, A ,) + 31 3] l J 1 3 lh ,c 3,c
+ e A . A . A ,q. q. q, (A k - a, A k) + '+ 31 3] 3,c l J ,c 1 'K 3
+ C A. A. A k q. q. qk (A1
, - q, A30
)· + <+ 31 3] 3 l J ,c ,c x,
3n"II ~ + - 4 - C1
(A. - q. A.) (A. - q. A.) (A k - qk A k) (A, - q,.A ,) 11 l 31 1) ) 3J 1 3 l/C IC 3,c
+ 4 e 2
+ 6 e
+ 4 e <+
(A. - q. A.) (A. - q. A.) (A k - qk A k)q, A,+ 11 l 31 !] J 3] 1 3 ,c 3,c
(}\ . - q. A . ) (A . - q. A . ) A3k A
3, qk q, +
11 l 31 1J J 3J ,c ,_
(}\ . - q. A . ) A . A k A , q. qk q, + 11 l 31 3] 3 3x, J x,
+
+ C A . A . A k A, q. q. qk q,} 5 31 3] 3 3/C l J x,
(IV. 21)
onde
i, j, k, !l = 1, N
75
e as constantes Ii são dadas pelas integrais
r+À12
I = J (sen qi E; sen q.E; sen qki; sen q9,sl df; J
-À/2
r/2 I = (cos qif; cos qjf; cos qkf; cos q .Q, E;) df; (IV. 21)
2
-À/2
r/2 I ( sen qi E; sen qjf; cos qkf; cos q.Q,E;) df;
3
-À/2
Obtido <jJ , o comportamento pós-crítico inicial da 2
casca enrijecida sob pressão externa passa a ser descrito de for
ma aproximada, com o truncamento das expansões CIV.l} e (IV.2},
por
u = uo + u e: + u Ê2 1 2
V = V e: + V Ê2 1 2
w = w + w e: + w Ê2 o 1 2
q, = <j,cr + q, Ê2 2
IV.4 - CÁLCULO DE <jJ PARA CASCA SIMPLESMENTE APOIADA 2
(IV. 2 3}
Para o caso de casca cilíndrica simplesmente apoiada,
o sistema (IV. 10} se reduz a
76
(l - V) (.l + V) u u V VW =
2 , 2 2 , 2 2 , 2 ,
ss ee se s
+ (1 + v)
+ (1 - V) (IV.24a) w w 2
w w 2 w w l i l , l ' 1 ' l ' 1 ' s ss e se s ee
(1 + v) (1 - v) u - V V - w = 2 2 , 2 ' 2 2 , 2 ' s8 88 ss 8
+ (1 + v)
+ (l - v) (IV.24b) w w
2 w w 2 w w
1 , 1 , 1 , l , 1' 1 ' 8 88 s s8 8 ss
VU + V + ,-_W 2 2 , 2 1
s 8
(w 2 ' 88
+ Bw 2 ' ss
= w 1 ,
ss u
l ,
s + v(v
1 ' 8
(v 1 ,
8
+w)+vu ]+ l l ,
F;
+ (1 -
+ (1
+ _!_ 2
+ 2
V)w
v)
w2 l ,
8
Cu + V l , 1 ,
se e
v 1 , sJ + w
1 ,
e
+ V w2 J 1 ,
s
) + w 1~ + (1 - V) l , l , l , 2
s s - ss
+ (1 - v) (1 V
2 V + 1 , l ,
88 ss
sendo as condições de contorno dados por (IV.11).
u + l ,
88
+ V)
u 1 , sJ + 2
(IV.24c)
Tendo o sistema (IV.24) as mesmas condições de con-
torno e os mesmos membros direitos do sistema (IV.9) a solução
para U tem a forma dada em CIV.14). O vetor U para a casca sim -2 -1
plesmente apoiada é dado por (II.46).
77
Substituindo ~1
e ~2
em CIV.24) as amplitudes Bhi de
U , já que não há interação de modos longitudinais, são calcula-2
dos por Galerkin que nos fornece os seguintes sistemas
=
=
2N . (q 3 - v q n 2
) _________________ 1l _______________________________ _
N .1;. (2q 3 - (1 -v)n 2 q) + A (3 v- l)q 2 n + v q 2
] 31 1 2
- N2ii;,
1 (q 3
- (1 - v)n2q) + A, (2v - l)q2 n + n 2 + 2 v q 2]
r'.' + 2(1 -v)n 2: n r. (1 + v) v r.
1 • 1 • 1 --------- ----.------ - -------.------------n r . (i +v) : 4n 2 +(1 - v)r'.'/2:
1 • 1 • 2 n
--------------.----------------.--------: 1 - q, (1- v) (4 n 2 + Sr'.')+ . cr 1 2 n
(IV.25)
B. 41
=
N . (q' + q n 2)
_11~~~--~-------~---~---~~------~~-~---~-------~--= N . n 3 + ( l + v ) q2 n (N . - N . ) /2
21 21 31 --~---~--~------~---~---~-~---~-~----~--~-----~~-N •. IA (q 3 + 3 (1-v)n2q/2) + A q 2n(2-v) + vq2121 -
31[1 2 J - N . IA (q 3 +
21 L 1 (1+3v)n2q/2) + A
2 (2 n 3 + (l+v)q2n/2) + 3n2/2 + v q 2] (IV.26)
As constantes N .. nos sistemas (IV.25) e (IV.26) sao ]1
dadas pelas expressoes (.IV.17) para o caso em que qk = qj = (II/À).
Obtidos u e U e com o auxílio de (II.25b) e (II.25d), ...... J - 2
o coeficiente q, ; relacionado à curvatura do caminho pós-crítico 2
78
em cj, = cj, , é dado pela expressao (IV.6) cujas parcelas sao dacr
das por
<I> CU , cj,cr) = 2 -2
411;. { ~2. r':/2 jl l
+ V l~n
B 1i
B ai
+
-
B2 .. r': + 2 n2 2l l
B B r. + 1i ,i l
B2 .. - 2n B 3 i
B ,i + B2 ./2 + B2] + 3l ,i sl
2 B B . r] + (1 -v) 2n 2 B2. + 2i sl l. 2 1l
+ 2n B . B . rl. + B2 . rl./2] + a B2 . r~ + B2 . r~ + 4n 2 B~ r: + 1l 3l 3l ,i l 5 i l l l
+ Bn' B2 ·J - cj, (1 - v2) IB2. (2n2 + f3 r':/2)
,i cr [ ,i i
i 1, M
<I> CU ' cj,cr) '-1
- 2JIÀ Cl - v 2 )A2 (n 2 + /3 q 2) 3
= A' IIÀ 3
2.9..".. 32 + ~ 9n'J 16 + 32
(IV.27a)
(IV. 27b)
(IV. 2 7 c)
Os resultados relativos ao cálculo do coeficiente cj, 2
para a casca cilíndrica sob pressão externa sem enrijecedores
(equações (IV.27)) e comenrijecedores (equações (IV.19), (IV.20)
e (IV.21)) são apresentados e discutidos no próximo capitulo.
80
CAPITULO V
COMPORTAMENTO PÔS-CRITICO INICIAL E SENSIBILIDADE
A IMPERFEIÇÕES: RESULTADOS NUMJ;;RICOS
V .1 - IMPLEMENTAÇÃO NUMf:RICA
A solução do sístema (IV.15) cujos elementos sao da
dos pelas expressões (IV.16) e (IV.17) fornece as amplítudes do
modo secundárío U . Esta solução foí obtída pelo método de Gauss, -2
sendo usada precísão dupla e a tríangularízação da matríz obtída
após rearranjo do sístema numa forma análoga àquela utílízada p~
ra cálculo de ~cr' a qual é descríta na seção III.l.
Agora, com as amplítudes de U e U e com o valor de -1 - 2
~cr' ~2
pode ser calculado através da expressão (IV. 6)
parcelas sao dadas por (IV .19) , (IV. 2 O) e (IV. 21) .
cujas
Para o caso partícular da casca ísotrópíca, os resul
tados sao obtídos através da sequêncía de cálculo descríta ante
ríormente mas fazendo-se o número de anéís ígual a zero.
V. 2 - RESULTADOS REFERENTES AO CAMINHO PÔS-CRITICO INICIAL DA
CASCA ISOTRÔPICA
O valor do coefícíentes ~ que se relacíona 2 '
como
foí vísto no item IV.l, ao grau de sensíbílídade a ímperfeíções
da estrutura, foí obtído, para a casca ísotrópíca, usando
U as expansões [IV.14) apresentadas no capítulo anteríor. -2
para
81
Dividindo-se a expansao (IV.23) por q,cr e chamando a
razao q, /q, de b (notação largamente usada na literatura especi~ 2 cr
lizada), a expansão (IV.23) pode ser reescrita na forma,
q,/q, = 1 + b Ê2 (V.l) cr
No estudo que se segue será usada a variável b como
parâmetro de sensibilidade a imperfeições.
Usou-se na expansão de U o número de termos necessá -2
rios à convergência de q,, de tal maneira que o 2
erro relativo
fosse sempre menor ou igual a meio por cento. A figura (V.l) mos
tra várias curvas de convergência de b = q,2/q,cr em função do nú
mero de modos longitudinais, M. Verifica-se que a convergência e
bastante rápida e, com quatro modos, a convergência é obtida.
0.1..--------------,
b= -1. ~CR
o
· 0.1
-0.2
-0.3
·0.4
-0.5
o
G) 11: 2.00
® '>..: 100
G) 11: 0.30
©11=0.15
4
nº de modos longitudinois - M e
FIG. V. !-CONVERGÊNCIA NUMÉRICA DO PARÂMETRO b.
82
A figura (Y, 2) .mostra a in:f'luênc:(.a dos modos secundá
rios assirnétri.cos e axü,s:imétricos das expansões (J:V, 14) sobre o
parâmetro b, quando este varia com o parâmetro geométrico z. Ne~
ta figura a curva 1 foi obti.da com modos assimétricos e a curva
2, com os modos axissirnétricos. Constata-se que em ambos os ca
sos a estrutura se mostra insensível a imperfeições já que ova
lor de b é sempre positivo. Estes resultados contradizem os re
sultados experimentais e mostram ser indispensável o uso sirnultâ
neo de modos assimétricos e axissirnétricos nas expansões (IV .14 ).
O resultado de b vs. z usando as expansões completas
(modos assimétricos e axissirnétricos) é apresentado na figura
(V. 3) . Neste caso, ao contrário do observado na figura (V. 2) , a
estrutura se mostra sensível a imperfeições iniciais (b <O) para
urna faixa significativa do parâmetro geométrico z, decrescendo a
medida que z cresce (cascas mais longas), sendo a sensibilidade
praticamente nula para valores dez> 10 3•
Este comportamento é explicado pelo fenômeno de aco
plamento rnodal 13 e é ilustrado pela figura (V.4); o comportamen
to pós-crítico da casca para urna única forma modal, isto é, ass~
métrica ou axissirnétrica, é sempre estável, enquanto a resposta
devida ao acoplamento entre essas formas modais é definitivamen
te instável, com perda de rigidez associada a um aumento de de
formação.
O grau de sensibilidade à imperfeição e governado p~
la magnitude do parâmetro b de urna maneira que pode ser julgada
quantitativamente pelas curvas apresentadas na figura (V.6) que
mostra a variação de cj,s/cj,cr com (6/Hc). Estas curvas são obtidas
usando a expressao
2.0
0 . b .• 2
RESPOSTA NOS MODOS ASSIMETRICOS . rc;
© MODOS AXISSIMÉTRICOS RESPOSTA NOS
1.5
o '-------'---'--_._......__.__._..J...J....C....,...-----1-_._--L--L....L...JC-'-L...J....,,.--.i.._---'-----1----I-L.J......L....LJ
10 5 102 5 103 2 5 104
L ., 1 , Z=- v1-11 RHc
FIG. V. 2 - VARIAÇÃO DA SENSIBILIDADE A IMPERFEIÇÕES EM FUNCÃO DO PARÂMETRO GEOMÉTRICO z - CASCA ISOTRÓPICA soe PRESSÃO LATERAL.
00 w
b, ..k 0,----1----=:===F==::===="""'1
.CR
-0.21--------~~---------+-
-0.41----~,E.----------11---~~--------+---
---- PRESSÃO HIDROSTÁTICA
----- PRESSAO LATERAL -0.61--7"'-----------1------------+--------~
-0.8 '-----L--'---'--L-1-'-.L..LJl----'--....._-'--.L...L...J....JL..L..J.. __ ......__L-.L.-J'--I.....L...l....J..J
10 101 10 2 2 10 3
z,_L_ ..J,-v2' RHc
FIG. V.3-VARIAÇÃO DA SENSIBILIDADE A IMPERFEICOES EM FUNÇAO DO PARÂMETRO Z - MODOS ACOPLADOS.
85
(1 - (V. 2)
deduzida por Koiter 29, onde 8 é a amplitude da imperfeição ini-
cial e ~s' a carga de flambagem da casca imperfeita, conforme
ilustrado nas figuras CV.Sal e (.V.Sb) para o caso presente de bi
furcação simétrica instável.
Repostas nos Modos Ax1ssime'tricos
\ \ 1
\ 1 ,, ----,, ...,_..,,,
Reposta nos Modos Assimêtricos
Resposta para Modos Acoplados com Perda de Rigidez
l/2 ( 1 )
FIG. V.4 -EFEITO DO ACOPLAMENTO ENTRE MODOS SOBRE A ESTABILIDADE DO PONTO CRfTICO DE EQUIL(BRIO.
As figuras (.V. 7) e (.V. 8) mostram a variação da sensi
bilidade a imperfeições, b, em função do número de ondas circun
ferenciais, n, para várias geometrias. Verifica-se que, a medida
que o número de ondas circunferenci.ais decresce, o valor de b
86
·& (o) e (b) €
FIG. V.5 -SENSIBILIDADE A IMPERFEIÇÕES INICIAIS DE SISTEMAS CARACTERIZADOS POR BIFURCAÇÃO SIMÉTRICA INSTÁVEL.
1.0,r----------,---------,
b = - 0.01
b = -0.1
~2.....__ _______ _._ _______ ~
o 0.5
Ê = (-!-;) 1.0
FIG. V.6-INFLUÊNCIA 00 PARÂMETRO b E DA AMPLITUDE DA IMPERFEIÇÃO € NA CARGA OE FLAMBAGEM, .s.
1.50---------,
• X 10- 4
Â: 0.25
19 -n3i----+---1----+-----i
21 23 n
b= l!. •e•
-0.5
87
'). = 0.5
n 1 e• 1 1
.CI -----·~-4.1 13
-0.Jl----+--+----15 11 n
b- .2 -"fc;
-0.3 1 1 1 1 1 1
-0.7'-------~ -o.s.__ _____ ___, ,~R-/ H-c =-3-0 O__,,
9.5
• X 10- 5
').: 2.0
b- .! -rc;
•e• -----9.lt----+--+---+---,
6 a 10 n 01----+--+---+----I
-0.2.__ _____ _____,
4.0
• X 10- 5
'). : 5.0
.CI -----
íl CI 1
1 1 1
3.5 1
3 5 1 n b - •z ºi---+---:-=::=:i;;:::;:a-, -~
-0.1 ,,." /
-0.2'--------.-J
FIG. V. 7 -VARIAÇÃO 00 PARÂMETRO OE CARGA , • , E DA SENSIBILIDADE A IMPERFEIÇÕES, b, COM O NÚMERO OE ONDAS CIRCUNFERENCIAIS , n .
88
6.2r-------------, 2.6 r-------------,
• X 10-4 ')..: 0.20 ~ x 10-4 >.: 0.45
5.9 2.3 1 ílCR
1 ílCR 1 1 1 1 .CI
5.625 2.0 27 29 n 17 19 21 n
-0.3 o
b-1!. - .,. b-~ -.ti -0.2
-0.7 -0.4
1 R/Hc = 500 1
6.7 2.4
• x 10-5 >.: 1.4 • X J0-5 À: 4.5
6.4 2.1
6.19 n 1.8 a n 11 1 4 6
o o . --- 1
b= ..!!. b: .!! ..... - 1 1 1 .CI ~e• ,-
-0.2 ....._ _____ ___.
FIG. V. 8 - VARIAÇÃO DO PARÂMETRO OE CARGA, ~ , E DA SENSIBILIDADE A IMPERFEIÇÕES, b I COM O NÚMEROS OE ONDAS CIRCUNFERENCIAIS 1 íl •
89
cresce significativamente. vê-se que este comportamento, indepe~
dente de R/H ,é bastante acentuado para cascas curtas (À< 1.0), c
sendo ainda bastante significativo para cascas de comprimento mé
dio ( 1. O < À < 5. O) •
Para a discussão que se segue é importante se enfati_
zar aqui que o parâmetro b é sempre obtido através de um procedi_
mento no qual os modos críticos, com (m, n) = (1, n ), são da-cr
dos básicos. Assim as figuras (V.2) à (V.6) são relacionadas a
valores de ~cr e ncr mostrados, para certas geometrias, nas fig~
ras (V.7) e (.V.8).
A partir do exposto pode-se então argumentar que se
as imperfeições existentes na estrutura induzirem um colapso em
um modo com um número de ondas circunferenciais n > n , a casca cr
será menos sensível a estas imperfeições do que a imperfeições
na forma do modo crítico (.n = ncr). Se, ao contrário, as imper
feições induzirem um colapso em um modo com n < n , a sensibili cr -
dade a estas imperfeições cresce significativamente com o decrés
cimo de n, conforme se observou anteriormente nas figuras (V. 7)
e (V. 8) •
Este comportamento pode ser explicado através doses
tudos desenvolvidos por Batista 13 sobre a variação da energia de
membrana e de flexão em cascas cilíndricas em função do numero
de ondas circunferenciais, n. Os resultados deste estudo mostram
que para n < n a contribuição da energia de membrana é cr supe-
rior a da energia de flexão. Esta diferença decai a medida que n
cresce, tornando-se a energia de flexão superior a de membrana 1 3 , 3 3
para n > n Sabe-se que o mecanismo da perda de estabili-cr
dade se dá, justamente, quando, através de algum caminho, a ener
90
gia de membrana da casca se transforma em energia de flexão; lo-
go, quanto menor o valor de n, maior a contribuição da energia
de membrana em relação à energi.a total da casca e, portanto, maior
a sensibilidade a imperfeições e potencialmente maiores as possf
veis reduções da carga de flambagem.
V.3 - RESULTADOS REFERENTES AO CAMINHO PÔS CRITICO INICIAL DA
CASCA ENRIJECIDA
Para se obter o valor de b para a casca com enrijec~
dores espaçados, toma-se primeiramente o vetor U com um numero - 1
de termos que garanta a convergência de~ e em seguida o vetor cr
u com um número de termos (sempre maior que o tomado -2
necessário à convergência de~ . 2
para
A figura (V. 9) mostra a convergência de b com o nume
rode modos longitudinais, M, de U e demonstra a eficiência do -2
processo numérico utilizado.
Os resultados relativos à sensibilidade a imperfei
çoes para a casca cilíndrica enrijecida são apresentadas na fig~
ra (.V.10) a qual mostra a variação b com o parâmetro de Batdorf
z. vê-se que a casca enrijecida, assim como a isotrópica, é sen
sível a imperfeições, isto é, b <O. Para valores de Z >100, os
resultados da casca enrijecida e isotrópica coincidem. Na re-
gião de 10: Z S 100 a casca enrijecida apresenta menor sensibi
lidade a imperfeições, com o parâmetro b chegando a ser quase me
tade do valor correspondente à casca isotrópica.
Este decréscimo de sensibilidade a imperfeições e
uma decorrência do acréscimo do número crítico de ondas circunfe
renciais da casca enrijecida em relação ao número crítico de on-
91
das associado à casca isotrópica; isto pode ser observado com o
auxílio das figuras (V .10) e (III .10) (Cap. III) .
Verifica-se que o enrijecimento, embora diminua a
sensibilidade a imperfeições de cascas curtas, não é capaz de
conferir um comportamento estável a estas estruturas, isto é, de
tornar b positivo.
A variação da sensibilidade a imperfeições, b, em
função do número de ondas circunferenciais, n, é mostrado na fi
gura (V.11) para certas geometrias de casca. Aqui, como para o
caso isotrópico, também se nota um aumento da sensibilidade a im
perfeições a medida que n decresce, embora este aumento não seja
tão acentuado como no caso da casca isotrópica.
nº de modos longitudinais '
M
7 15 23 o
b=_h ~CR
-0.5 R/Hc: 300
(: o. 10
€ : 0.05 -1.0 CD,, 0.25 11: 1.00
CD, ,o.5o 'J : 0.30
-1.5 G)'>.=0.75
FIG. V. 9- CONVERGÊNCIA DO PARÂMETRO b COM O NÚMERO DE MODOS LONGITUDINAIS, M - CASCA ENRIJECIDA SOB PRESSÃO LATERAL
b = .1t. 0,----,--======t:======1
fcR
Pressão Laleral
Pressão Hidrostática
----CASCA ENRIJECIOA
------ CASCA ISOTRÓPICA
-0.61,--L--------+----------,----------1
FIG. V. 10 - VARIAÇÃO DA SENSIBILIDADE A IMPERFE ICÕES EM FUNCÃO DO ~ ' '
PARAMETRO Z - RESPOSTA VALIDA PARA GEOMETRIAS PRATICAS DE ENRIJECEDORES.
93
1.9 5.3
'x 10·4 - '}.:0.25 • X 10·4 À= 0.50
-1.6 - íl CR
íl CR 1
1 1 - 1 - j 1
>- ' 1.3 1 ! 1 4.7 ' ' '
21 23 25 n 14 16 1s n -0.l o . . .
' ' ' b b 1
1
1
-0.2 -0.1 - j
' 1 1
1
-0.3 -0.2 -
2.6
• X 10·4 À: 1.0
R/Hc = 300
2.3 t = 0.10
€ = 0.05
2.0 n = 1.00 9 11 13 n
o ' ' v = 0.30 ' ' 1
b 1 1 -'
-0.l ~ 1
1
1
-0.2 >-
-0.3~~~~~~~
FIG. V. 11-VARIAÇÃO DO PARÂMETRO DE CARGA,., E DA SENSI BILIDADE A IMPERFEIÇÕES, b, COM O NÚMERO DE ONDAS CIRCUNFERENCIAIS, íl - CASCA ENRIJECIDA SOB PRESSÃO LATERAL.
95
CAP!TULO VI
CORRELAÇÃO ENTRE RESULTADOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS
VI.l - INTRODUÇÃO
Estruturas reais sào inevitavelmente imperfeitas, me~
mo quando fabricadas por processos altamente sofisticados. Estas
imperfeições têm origem em imprecisões geométricas, defeitos de
material ou processos de montagem e transporte e podem ter influ
ência significativa sobre o comportamento e capacidade de carga
das estruturas. Se a estrutura é sensível a imperfeições, como
no caso das estruturas aqui analisadas, existe a possibilidade de
reduções substanciais da carga máxima que a estrutura pode supo~
tar. Tem-se, pois, uma carga de flambagem, ~ , que pode ser sig-s
nificativamente menor que~ , mesmo sendo as imperfeições de pe cr
quena magnitude. A redução da carga, como se viu no capítulo an-
terior (figura V.6), é função do grau de sensibilidade a imper
feições e das amplitudes destas imperfeições.
Devido a este comportamento, a amplitude 8 da imper
feição deve ser limitada. Para o caso aqui estudado as normas in
ternacionais 38'
4 º recomendam medir os desvios locais tanto em re
lação à geratriz do cilindro (fig. VI.la) bem como em relação a
forma circular (fig. VI.lb) e estabelecem os valores máximos to
leráveis. As im~erfeições devem ser de pequena magnitude, sendo
que para a maioria das geometrias usadas na prática não devem ex
ceder o valor da espessura da casca.
96
R
b
a
FIG, VI.1-DESVIOS LOCAIS TOLERÁVEIS PARA CASCAS CILÍNDRICAS.
A partir de estudos de sensibilidade a imperfeições
e em virtude dos resultados experimentais, fatores de redução de
carga têm sido estabelecidos por norma 38 como também curvas empi
ricas têm sido estabelecidas 3'•
39 na forma de limites inferiores
para uma certa coleção de resultados experimentais.
Neste capitulo serão apresentados os resultados da
carga de flambagem local da estrutura imperfeita, considerando
imperfeições iniciais de caráter geométrico na forma de um modo
critico para a casca isotrÓpica e a casca enrijecida. Far-se-á,
também, uma comparação critica entre os resultados teóricos aqui
obtidos, uma variada gama de resultados experimentais e
máximas recomendadas por normas internacionais.
cargas
97
VI.2 - ANÃLISE DA CA.RGA DE FLAMBAGEM DE CASCAS CIL!NDRICAS SIM
PLESMENTE APOIADAS
A partir dos resultados de f obtidos no cr capítulo
III e de sensibilidade a imperfeições, b, obtidos no capítulo V
e usando a expressão (V. 2) deduzida por Koi ter 2 9, foram obtidos os
resultados apresentados na figura (VI.2) onde se relaciona opa
râmetro teórico, Ps, que representa urna estimativa da carga de
flambagem, com z. Cada curva na figura (VI.2) se refere a urna da
da amplitude de imperfeição, 6/Hc.
Verifica-se, para ambos os casos apresentados na fi
gura (VI.2), que à medida que a imperfeição cresce há uma diminu
ição sensível da carga de flambagem, sendo esta redução mais drás
tica para pequenos valores dez.
A figura (VI.3) apresenta uma comparaçao entre resul
tados experimentais 13'
35'
36'
37 e teóricos para cascas simplesme~
te apoiadas sob pressão hidrostática.
Deve-se observar que a curva 5 relativa a urna imper
feição de mesma magnitude que a espessura da casca já é suficien
te para representar urna estimativa de limite inferior dos resul
tados experimentais, o que vem ao encontro de toleráncias a im
perfeições prescritas por normas 38•
Apesar da comparaçao favorável entre resultados teó
ricos e experi.mentais, observa-se, entretanto, que a distribui
çao de pontos experimentais não segue exatamente o comportamento
das curvas. Seria esperado com base nos dados teóricos que car
gas experimentais de flambagem mais baixas fossem encontradas p~
ra valores de Z pequenos, entretanto se observa que as cargas
mais baixas se concentram na região com Z em torno de 10 3•
------ Pressão Lateral
----- Pressão Hidrostático
" IO.."'
10 G) $ /Hc: O
© S/Hc = 0.1
0 &/Hc: 0.3
© ~/Hc=0.5
© S/Hc = 1.0
1.__ _________ .......,:-------------'-:-------------' 10 102 103 104
2 : _L2_ /,-1---v-=-2-, RHc
FIG, VI.2 - ESTIMATIVA DA CARGA DE FLAMBAGEM EM FUNÇÃO DO NIVE L DE IMPERFEIÇÃO - CASCA ISOTRÓPICA.
"' -e-
N U '> ::e
1
.:: ~ N ~
" IQ. cr,
RESULTADOS EXPERIMENTAIS o Tenayson ( rei. 35) 11 Weingorten e Seide ( rei. 36 l x Gollelly e Bort ( rei. 37) o Batista ( rei. 13)
10 (D .SI Hc = O
0 t/Hc: 0.1
0 $/Hc: 0.3
© ~/Hc=0.5
0 6/Hc: 1.0
1~--------~--=---------~--=----------10 102 103 104
2 2 ,_L_ V1->J 2
RHc
FIG. VI.3- COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS PARA , - '
CARGAS DE FLAMBAGEM - CASCA ISOTROPICA SOB PRESSAO HIDROSTATICA.
100
Deve-se porem ressaltar a dificuldade de se estabele
cer em laboratório condições de apoio simples, principalmente p~
ra cascas curtas (Z 2 100), região em que não existe~ dados exp~
rimentais. Na realidade as condições de apoio existentes nos en
saios se aproximam de uma situação de certo engastamento elásti
co. Esta incerteza de condições de apoio explica porque os re
sultados obtidos por Tennyson 35, que são para cascas fabricadas
com geometria "quase-perfeita", fornecem valores de cargas de
flambagem superiores inclusive a curva 1 relativa à solução clãs
sica para cascas perfeitas.
Na figura (VI. 4), que relaciona o parâmetro P oom Z, s
sao reapresentados os resultados experimentais da figura (VI.3),
bem como à curva relativa à solução clássica devida a Batdorf 15,
a curva 5 da figura (VI.3), a curva tipo "lower-bound" obtida da
referência13 e a curva obtida usando os valores de ~cr e os fato
res de redução indicado pela DNV 38•
A curva de cargas de flambagem prescrita pela DNVtem
o mesmo comportamento que aquelas apresentadas na figura (VI.3);
mas, ao contrário da curva 5, verifica-se que na região de Z em
torno de 10 3 ela fornece resultados para projeto que poderiam ser
interpretados como sendo contra a segurança já que existem car
gas experimentais de flambagem inferiores a estes valores pres
critos. Convém ressaltar aqui as possíveis causas de discrepân
cia entre os resultados teóricos do presente trabalho (curva 5)
e aqueles prescritos pela DNV: os fatores de redução K p
(pres-
são lateral) e K' (pressão hidrostática) adotados pela DNV sao p
relacionados na figura (VI.5) ao parâmetro Z. Estas curvas K (Z) p
e K~ (_Z 1 parecem ser baseadas nos resulta dos de sensibilidade a
cn -e-
N U ,,. :e
' ::. 'F N -
" •a.."'
10
/ DNV ( rei. 38)
Curvo 5 (FIG. Vl.2)
Limite Inferior Teórico (rel.13)
RUSULTADOS EXPERIMENTAIS o Tennyson (rel.35)
ll Weingorten e Sei de (rei. 36)
o Batista (rei. 13)
X Gollelly e Borl (rel.37)
]1..--_________ ....__ _________ ___._ _________ ___,
10 10 2 103 104 Lz ~-~
Z =- ,J 1-vz RHc
FIG. Vl.4 - COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS TEÓRICOS, EXPERIMENTAIS E RECOMENDAÇÕES DE PROJETO - CASCA ISOTRÓPICA
1-' o 1-'
102
imperfeições obtidos por Budiansky1 para a casca simplesmente
apoiada sob pressão externa e dependeriam assim da magnitude de
imperfeições· aplicadas. Nota-se na figura (VI. 6) que em cada ca
so de carga a variação do parâmetro b aqui obtido, que expressa
o grau de sensibilidade a imperfeições, tem um comportamento se
melhante ao relatado por Budiànsky· .. Entretanto, como se ve nessa
figura, existe uma acentuada diferença para pequenos valores de
Z que é devida à exclusão, no trabalho de Budiansky, de termos
contendo derivadas segundas de U e V nos membros direitos do sis
tema (IV .10).
A Figura (VI.7) mostra uma comparaçao análoga a da
figura (VI.6) para o caso da casca enrijecida.
lO
K
0.8
0.6
0.4
0.2
o
-(l) . (~]R . 1 .
; L :
Lz ~ z,- 1-\1 RHc
\ Kp 1'
1
" r,..._
,...,_K p
1
1
1
5 10
FATOR DE REDUÇÃO Kp - Pressão Lateral
Kp - Pressão Hidrostática
,_ ~~ , __ , ... ~
'! 1
'
5 5 5
FIG. Vl.5 - FATORES DE REDUÇÃO DE CARGA CRITICA TEÓRICA RECOMENDADOS PELA DNV.
" ' , ....... _ -?"_..
Pressão Lolerol ---:::,, //
// _ .......... /
/
-- /
/ /
/
/
Pressão Hidrosta'tica
-
~~~~~ PRESENTE TRABALHO
------ BUDIANSKY (Ref. l)
FIG. VI. 6 - COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO PRESENTE TRABALHO E DE BUDIANSKY (Ref.1) PARA SENSIBILIDADE A IMPERFEIÇÕES-CASCA ISOTRÓPICA SOB PRESSÃO EXTERNA.
1-' o w
o.o.---------------------------,
- 0.1
b: J..L ~CR
-0.3
/ ____ .--
--------.,...,.. ,,_..--
Pressão Loterol ---~ .....- ---/ -- / ---- / --- /
/ /
/ /_
Pressão Hidrostático
~~~ PRESENTE TRABALHO
----- BUOIANSKY ( Ref. l)
- 0.5 '--------'------'---'-----'----1...---'----'-..L...J'---------'---.L__-'--_J 10 50 100 z , ...f... v 1 - v2 '
RHc
500
FIG. VI. 7- COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS DO PRESENTE TRABALHO E DE BUDIANSKY (Ref. ll PARA SENSIBILIDADE A IMPERFEIÇÕES - CASCA ENRIJECI DA.
105
A curva obtida da referência 13, ao contrário, concoE
da com a distribuição dos dados experimentais, apresentando redE_
ção máxima de carga para cascas de comprimento médio tz = 10 3 ) • A
discussão sobre esta correlação te6rico-experimental pode ser e!!_
centrada na referência13 estando fora do escopo do presente tra
balho que enfatiza o caso de cascas enrijecidas.
VI.3 - RESULTADOS TEÕRICOS E EXPERIMENTAIS RELATIVOS Ã CARGA DE
FLAMBAGEM DA CASCA ENRIJECIDA
Para o caso de cilindros enrijecidos por anéis, dois
aspectos sao de particular significação: o efeito deletério das
imperfeições geométricas é menos severo que para o caso isotróp~
coe a carga crítica é igual ou superior a deste caso. Entretan
to, mesmo para o cilindro enrijecido, existem disc~epâncias en
tre resultados experimentais e a teoria clássica e fatores der~
dução apropriados devem ser ainda aplicados à carga crítica teó
rica para fins de projeto.
A partir de valores de~ e b calculados anteriorcr
mente e usando a equação (V.2), obtém-se as curvas apresentadas
na figura (VI.8) onde se relaciona a carga de flambagem local,
P, com Z para vários níveis de imperfeições. Tem-se para a cas-s
ca enrijecida um comportamento semelhante ao da casca isotrópica:
a redução da carga cresce a medida que Z diminui e a medida que
a amplitude da imperfeição, 6/Hc' aumenta.
Na figura (VI.9) sao mostradas as curvas l (casca
perfeita), 3 (6/Hc =0.3) e 5 (o, Hc =l.O) da figura (VI. 7) junt~
mente com resultados experimentais obtidos para cascas enrijeci-
106
das com anéis esbeltos e espaçados sob pressao hidrostáti-
ca 3 0'
3 .1'
3 2'
3 •. Constata-s;e nesta fi.gura que há uma boa concor
dância entre os resultados teóricos e experimentais. Observa-se
que as cargas experimentais de flambagem mais baixas e a máxima
redução teórica de carga acontecem para a mesma região que cor
responde a pequenos valores dez. Para grandes valores dez, fai
xa de baixa sensibilidade a imperfeições, a redução teórica de
carga decresce, acontecendo o mesmo com os resultados experimen
tais que se aproximam dos resultados obtidos para a casca perfe!
ta (curva 1).
Ve-se que a curva 1 para a casca perfeita fornece um
limite superior da carga de colapso da estrutura, enquanto a cur
va 5 correspondente a uma amplitude de imperfeições de mesma ma~
nitude que a espessura da casca (desvio máximo recomendado por
normas para a maioria das cascas usadas na prática) fornece um
limite inferior para os dados experimentais conhecidos.
As curvas apresentadas nas figuras (VI.8) e (VI. 9)
sao válidas para geometrias práticas de enrijecedores já que, c2_
mo mostrado anteriormente, não há variação de ~cr e b para esses
níveis de enrijecimento.
Na figura (VI..10) , que relaciona P com Z, sao apre-s
sentadas as curvas 1, 3 e 5 da figura (VI.8), os resultados exp~
rimentais e as curvas recomendadas pela DNV 38, pela NASA 39 e por
Kinra 34 para cascas enrijecidas com anéis. Observa-se que essas
curvas de projeto têm o comportamento semelhante as curvas apre
sentadas na figura (VI.8). A curva recomendada pela DNV, já apr~
sentada na fig. VI.4 coincide com a curva 3 para Z ~100, tornan
do-se inferior a esta no intervalo 10 <Z <100. Esta curva ofere-
"' ---- Pressão Hidrostático .... "'..., ------ Pressão Lateral
-N U '> :e ' ='F
P:! .. IQ. cn
10 G) $/Hc: O
0 $/Hc: 0.1
0 6/Hc: 0.3
© f,/ Hc : 0.5
® 6/Hc: 1.0
]...._ ________ __._::-----------'-::----------10 102 103 104
L2 ,-----, Z :- Vl-9 2
RHc
FIG. VI.8 - ESTIMATIVA DA CARGA OE FLAMBAGEM EM FUNÇÃO DA AMPLITUDE DA IMPERFEIÇÃO INICIAL ê: S/Hc - CASCA ENRIJECIDA.
f-' o -.J
N NU ... %
'"' =F ~
" 10..U"l
10
-----Curvas 1,3 e 5 (FIG. Vl.8)
o
RESULTADOS EXPERIMENTAIS
o Dow ( rei. 30)
A Sturm (rei. 31)
e Windenburg I Trilling (rei. 32 l • K i n r o ( r e 1. 34 1
,,__ _________ .......,,--________ __..-=-----------' 10 10 2 103 104
z=L../1-q2 RHc
FIG, VI.9 - COMPARAÇÃO ENTRE RESULTADOS TEÓRICOS E EXPERIMENTAIS -
- CASCA ENRIJECIDA soe PRESSÃO HIDROSTÁTICA.
..... o a,
"' -e- ----- Presente Trabalho ( Curvos 1, 3 e 5 da FIG. IV. 7 l
------- Dei Norske Veritas - ONV ( Rtf. 38) N._l
N '-' 5 > :e
-·-·-·-· Kinra (Off-Shor1) (Rei. 34)
------------- Baker (NASA) (Ref. 39) ' - =
" '~ CURVA G) FIG. VI. 7
5
CURVA @ FIG. VI. 7
1
CURVA G) FIG. VI. 7 ONV NASA
Resultados Experiinentais
o Oow (Rei. 30)
O Slurm ( Rei. 31)
o Windenburg e Trilling (Rei. 32)
• Kinra (Ref. 34)
1 L----'--.....L..........J.--l.......J.......L...L...J.~----L-.......J.--'---'--'--L...J.. ........ -=----'----'---"---'---'-................
10 5 10 2 5 10 3 2 5 104 z,l:...../1-vz'
RHc
FIG. VI. 10-COMPARACÃO ENTRE RESULTADOS TEÓRICOS, EXPERIMENTAIS E CARGAS DE PROJETO PARA CASCAS ENRIJECIDAS SOB PRESSÃO HIDROSTÁTICA.
110
ce um limite inferi.ar para a maioria dos dados experimentais, cx:xn
exceção feita a um dos resultados associados ao colapso de um
dos tanques de flutuação da plataforma Frigg descrito por Kinra 3 4.
A curva recomendada pela NASA para estruturas aeroespaciais pra
ticamente coincide com a curva da DNV e a curva 3 para Z > 100.
A curva recomendada por Kinra para estruturas off-shore é urna
curva empírica construída a partir da distribuição de resultados
experimentais. A curva 5 (és/Hc =1.0) é inferior às outras curvas
para z ~20, constituindo um limite inferior para todos os resul
tados experimentais e pode ser usada com segurança para o dimen
sionamento de cascas cilíndricas enrijecidas com anéis esbeltos
sob pressão externa.
Além disso as curvas aqui obtidas apresentam a vant~
gem de poder incorporar qualquer nível de imperfeição dentro das
tolerâncias máximas de fabricação prescritas por norma.
112
CAPÍTULO VII
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A estabilidade elástica de cascas cilíndricas enrij~
cidas por anéis esbeltos sob. pressão externa foi investigada no
presente trabalho, enfatizando-se a análise de pontos de bifurca
ção e do comportamento pós-crí ti.co inici.al.
A partir desta análi.se foi possível determinar a in
fluência dos parâmetros geométricos, tanto da casca quanto do
anel, sobre a carga crítica, modos críticos e sensibilidade a im
perfeições. A partir destes resultados fez-se uma estimativa das
cargas de flambagem em função de amplitudes de imperfeições ini
ciais na forma do modo crítico.
Fez-se, também, uma correlação entre os
obtidos e os resultados experimentais e de projeto.
resultados
A partir dos resultados obtidos e da análise destes
resultados, algumas observações importantes podem ser feitas:
A - A carga crítica da casca enrijecida é sensivelmente superior
a da casca isotrópica para pequenos valores de Z (cascas cur
tas), decrescendo esta diferença a medida que Z cresce (cas
cas longas}.
B - Os enrijecedores tornam a casca ci.líndrica menos sensível a
imperfeições geométri.cas ini.ci.ai.s que a casca isotrópica, não
chegando contudo a estabi.lizá--la. A sensibilidade a imperfe.!_
ções deste tipo de estrutura explica a discrepância entre os
113
resultados obtidos pela teoria clássica e os res.ul tados exp.§_
rimentais. Esta discrepância é mais proeminente para peque
nos valores de Z, onde, justamente, a sensibilidade a imper
fei.ções é mais acentuada.
C - Tanto o aumento da carga críti.ca quanto a diminuição da sen
sibilidade a imperfeições da casca enrijecida em relação ao
caso isotrdpico se deve â presença do enrijecedor que ao fun
cionar como um apoio elástico restringindo as rotações, pro
voca a interação entre os modos críticos longitudinais e o
consequente aumento do número de ondas circunferenciais crí
tico. Este efeito benéfico cessa além de um certo limite ge9.
métrico, função da profundidade e espessura dos anéis.
D - Variando-se a geometria do enrijecedor dentro dos limites
práticos não há variação de <per e b, devendo este ter, por
tanto, apenas as dimensões necessárias para que possa supor
tar a pressão radial sem que entre em colapso.
E - A diferença entre os resultados de <f, e b para a casca com cr
e sem enrijecedores sugere que nas proposições de projeto d.§_
ve-se fazer uma inclusão racional dos efeitos das condições
de contorno introduzidas pelos anéis, principalmente para
cascas médias e curtas. Para as cascas curtas este efeito p~
rece ser tão grande quanto o efeito de imperfeições geométr~
cas iniciais.
F - Há boa concordância entre os resultados obtidos no presente
trabalho e os resultados experimentais para o caso de casca
enrijecida por anéi.s esbeltos. Nota-se, também, de uma manei
ra geral boa concordância entre os res.ultados obtidos e as
curvas propostas· por normas, dando, inclusive, respaldo teó
114
rico às mesmas para certos casos paramétricos. Veri.fica-se,
entretanto, que as curvas apresentadas. por normas (.vide fig.
VI.10) sao superiores a alguns resultados experimentais em
certas regiões, sendo porém conservadoras em outras. As cur
vas aqui obtidas tém a vantagem de incorporar qualquer nível
de imperfeição dentro das tolerâncias máximas prescritas por
norma, podendo-se então empregar os resultados aqui obtidos
de uma maneira segura sem ser contudo conservadora.
G - Em resumo, o estudo paramétrico aqui. apresentado fornece in
formações valiosas que podem ajudar o projetista nao s6 na
escolha das dimensões dos enrijecedores, como também na esco
lha do espaçamento dos mesmos para uma dada casca sob
de pressão externa pré-fixada.
açao
Como sugestões e observações para pesquisas futuras
sobre o assunto pode-se citar:
1 - A análise da estabi.li.dade assint6tica de estruturas segundo
a teoria de Koiter leva a cálculos laboriosos, principalmen
te no desenvolvimento da análise do caminho p6s-crítico, or~
ginando equações cujo tamanho as torna de difícil manipula
ção e impede uma análise direta da influéncia dos parâmetros
geométricos nas mesmas. Deve-se, portanto, procurar resolver
os si.stemas de equações diferenciais parciais e as integrais
envolvidas no cálculo de~ e b através dP um procedimento cr
numérico.
2 - O estudo da influência da deformação dos anéis em estágios
iniciais de pressão externa sobre a casca, por exemplo, a
ovalização dos mesmos. Este estudo pode ser fei.to através de
uma análise não linear da estrutura o que permite levar tam-
117
LISTA DE S!MBOLOS
- matriz do problema de autovalor (exp. II.40)
A .. lJ
- amplitudes de modos de deformação (exp. II.36)
[B] - matriz do problema de autovalor (exp. II.40)
b = cj,2/cj, - parâmetro de sensibilidade a imperfeições cr
e = EH/ (l-v 2) - constante de rigidez extensional c .
ci - constantes definidos no texto (exps. II. 31)
e - profundidade do enrijecedor
D= a R2 C - constante de rigidez à flexão
E - módulo de Young
Hc - espessura do cilindro
HA - espessura do enrijecedor
= H /R c
espessura do cilindro adimensionalizada
h a
I. l
K -c
Ki;'
K -a
Ke'
-
-
Ke,
-
KÇ,
- espessura do enrijecedor adimensionalizada
integrais definidos no texto (exp. IV. 21)
tensor de curvaturas do cilindro
Ki; 6 - componentes de curvatura do tensor K -c
tensor de curvaturas do enrijecedor
Kçe - componentes de curvatura do tensor K -a
Khij - expressões definidas no texto (exp. IV .13)
K K' p' p - fatores de redução de carga recomendadas pela DNV
(Ref. 38)
118
L - comprimento da casca isotrópica ou distância entre dois
enrijecedores
M. . - momentos generalizados 1.J
M - número de modos longitudinais necessário ã
de cjl 2
M,,mi - número de semi-ondas longitudinais 1.
NA - número de anéis
N .. - esforços de membrana generalizados 1.J
Nij - integrais definidos no texto (exp. IV.18)
n - número de ondas circunferenciais
n - número de ondas circunferenciais crítico cr
convergência
n = nrr/À - parâmetro relacionado ao modo circunferencial
p
p
p cr
R
R
- pressao
= 12(1 -v 2 )L 2 cji/rr 2 H2 - parâmetro de carga adimensional - c
- parâmetro de carga crítica
- parâmetro de carga de flambagem
- (mi rr/À) - parâmetro relacionado ao modo longitudinal
- raio do cilindro
- raio interno do enrijecedor
- raio externo do enrijecedor
- vetor definido no texto (exp. IV.17)
raio interno do enrijecedor adirnensionalizado
- raio externo do enrijecedor adirnensionalizado
119
r. = (m. 11/À) - parâmetro relaci.onado ao modo longitudinal ]. ].
[s] - matriz definida no texto (exp. IV.16)
U - campo de deslocamentos di.vidido por R, Cu, v, w)
u = (uo' V o' wo) - campo de des·locamentos referente ao estado -o
fundamental
:! l = Cu1
, w1
l campo de deslocamentos referente ao modo ~
V 1 , - cri
tico
:!.2
= (u2
, v 2
, w 2
l - campo de deslocamentos referente ao modo se
cundário
u deslocamento adimensional na direção do eixo x
V - energia potencial total
v deslocamento adimensional na direção do eixo y
w deslocamento adimensional na direção do eixo z
X vetor das amplitudes dos modos críticos
x - coordenada axial
y - coordenada circunferencial
Z = L 2 /1 -v 2/RH - parâmetro geométrico de Batdorf c
z - coordenada radial
* * *
a= H2 /12 R2 - constante adimensional
c
f o B =<
- pressao lateral
ll/2 - pressao hidrostática
y = C/R - profundidade adimensional do enrijecedor
- funções definidas no texto
120
o ( ) - operador variacional
6 - amplitude de imperfeição inicial
o - função delta de Dirac
8 - função delta de Kronecker ij
E - excentricidade do enrijecedor
E - 6/H - parâmetro de perturbação c
E - tensor de deformações expecíficas do cilindro -c
Ei;' E8 , Y1;e - componentes de deformação específica do tensor ~c
E - tensor de deformação específica do enrijecedor a
Ee, Eç' Yçe - componentes de deformação específica do tensor ~a
e= y/R - coordenada circunferencial adimensional
s = Z/R - coordenada radial adimensional
n = HA/Hc - razao entre a espessura do enrijecedor e do cilindro
À= L/R - comprimento adimensional
v - coeficiente de Poisson
i; = X/R - coordenada axial adimensional
<!> = B ( 1 - v 2) V /E H - funcional de energia
c
6<1> - variação da energia potencial total (~1
+ ~2
+ ~3
+ ~.)
<1>0
, <1>1
, <1>2
, <1>3
, <1> 4 - componentes fundamental, linear, quadrát!
ca, cúbica e quártica da energia potencial
total, respectivamente
<!> - funcional do segundo grau em U e do primeiro grau em U 21 -1 -2
obtido da variação de<!>
121
cj, = PR/E H - parâmetro de carga c
"' - parâmetro de carga críti.ca "'cr
cj,s - parâmetro de carga de flambagem
cj, - parâmetro referente â inclinação da tangente do caminho pos-1
crítico em cj, = cj, cr
cj, - parâmetro relacionado à curvatura do caminho pós-crítico em 2
"' - "' · parâmetro de sensibilidade a imperfeições "' - "'cr'
V4 - operador bi-harmônico
Símbolos
(.-) - vetor ou tensor
1-_ '_1 - matriz
equivalente ou proporcional
operaçao de derivação em ç, = a/ a 1;, ' ç,
operaçao de derivação em e = a;a6 'e
operaçao de derivação em ç = a;,1ç ' ç
índices
A, a - referente ao enrijecedor (anel)
CR - quantidade crítica
C,c - referente ao cilindro
ç, - relativo a direção axial
ç - relativo a direção radial
e - relativo à direção circunferencial
122
S - relativo à carga de flambagem
O - estado fundamental
1 - estado incremental referente ao modo U -1
2 - estado incremental referente ao modo U ou à curvatura do -2
caminho pós-crítico
h, i, j, k, t, m, n -· relati vos a séries ou sequências de valores
124
REFERtNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
l - BUDIANSKY, B. and AMAZIGO, J.C. - Initial Post-Buckling
Behavior of Cylindrical Shells Under Externa! Pressure,
Journal of Mathematics and Physics, Vol. 68, Number 1,
p. 223-235, 1968.
2 - HUTCHINSON, J.W. and AMAZIGO, J.C. - Imperfection Sensitivity
of Eccentrically Stiffened Cylindrical Shells, AIAA
Journal, Vol. 5, p. 392-401, 1967.
3 - HUTCHINSON, J. W. - Ini tia! Post-Buckling Behavior of Toroidal
Shell Segments, Int. J. Solids Structures, Vol. 3, p.97-
115, 1967.
4 - KOITER, W.T. - over de Stabiliteit van Het Elastisch
Evenwicht, Thesis, Delft, H.J. Paris, Amsterdam, 1945,
English Translation Affdl-Tr-70-25, 1970.
5 - BUDIANSKY, B. - Theory of Buckling and Post-Buckling Behavior
of Elastic Structures, in: Advances in Applied Mechanics,
C.S. YIH (Ed.), Vol. 14, p. 1-65, Academic Press, New
York, 1974.
6 - SEIDE, P. - A Reexamination of Koiter's Theory of Post-
Buckling Behavior and Imperfection Sensitivity of
Structures, In: Thin Shell Structures-Theory, Experilrental
and Design, Edited by Y.C. Fung and E.E. Sechler, Part II,
p. 59-80, Prentice Hall, 1974.
125
7 - LANGHAAR, H.L. - Energy Methods in Applied Mechanics, Wiley,
New York, 1962.
8 - BATISTA, R.C. - Estabilidade Elástica de Sistemas Mecânicos
Estruturais, II EMAC, LCC/CNPq, Rio de Janeiro, 1981.
9 - BRUSH, D.O. and ALMROTH, B.O. - Buckling of Bars, Plates
and Shells, McGraw Hill. Book Co., p. 142-182, 1975.
10 - TIELKING, J.T. - Asyrnrnetric Bending of Annular Plates, Int.
J. Solids Structures, Vol. 13, p. 63-74, 1979.
11 - YAMAKI, N. and TANI, J. - Postbuckling Behavio of Circular
Cylindrical Shells Under Hydrostatic Pressure, ZAMM, Vol.
15, p. 709-711, 1971.
12 - BUSHNELL, D. - Evaluation of Various Analytical Models for
Buckling and Vibration of Stiffened Shells, AIAA Journal,
Vol. 11, p. 1283-1291, 1973,
13 - BATISTA, R.C. - Lower Bound Estirnates for Cylindrical Shell
Buckling, Ph.D Dissertation, Uni versi ty of London, 1979.
14 - WILKINSON, J.H. - Algebraic Eigenvalue Problern, Claredon,
Oxford, 1965.
15 - BATDORF, S.B. - A Sirnplified Method of Elastic Stability
Analysis for Thin Cylindrical Shells, NACA Report 874,
1947.
16 - EULER, L. - "Sur La Force des Colonnes", Hist. Acad. Sei.
Berlin, p. 252-282, 1959.
126
17 - FLÜGGE, W. - Stresses in Shells, Springer Verlag, Berlin,
1960.
18 - BODNER, S.R. - General Instability of a Ring Stiffned
Circular Cylindri.cal Shell, J. Appl. Mech., Vol. 24,
p. 269-277, 1957.
19 - VAN DER NEUT, A. - The General Instabili ty of Stiffened
Cylindrical Shells Under Axial Compression, National
Luchtvaart-Laboratorium, Rept. S - 314, 194 7.
20 - WILSON, L.B. - Deformation Under Uniform Pressure of a
Circular Cylindrical Shell Supported by Equally Spaced
Circular Frames, Naval Construction Research Establishrrent,
Report R/3376, 1956.
21 - BARUCH, M. and SINGER, J. - "Effects of Eccentricity of
Stiffeners on the General Instability of Stiffened
Cylindrical Shells Under Hydrostatic Pressure", Journal
of Mech. Engineering Science, Vol. 5, p. 23-27, 1963.
22 - CZERWENKA, G. - Untersuchungen von dünnen kurzen Zylindern,
die durch Ring-Kleinstprofile enger und mittlerer Teilung
verstãrkt sind und unter Mateldruck stehen, Zeitung
Flugwissenshaft, 1961.
23 - KENDRICK, S. - The Buckling Under Externa! Pressure of
Circular Cylindrical Shells with Evenly Spaced Equal
Strenght Circular Frames, Naval Construction Research
Establishment, Report R/211, 1953.
127
24 - YANG, T.Y. and KUNOO, K. - Buckling of Cylindrical Shells
with Smeared -Out and Discrete Orthogonal Stiffeners,
AIAA Journal, Vol. 15, p. 1704-1711, 1977.
25 - MacNEAL, R.H.; WINEMILLER, A.F. and BAILIE, J.A. - Elastic
Stability of Cylindrical Shells Reinforced by One or Two
Frames and Subjected to External Radial Pressure, AIAA
Journal, Vol. 11, p. 810-~14, 1973.
26 - BRONOWICKI, A.J.; NELSON, R.B.; FELTON, L.P. and SCHMIT Jr.,
L.A. - Optimization of Ring Stiffened Cylindrical Shells,
AIAA Journal, Vol. 13, p. 1319-1325, 1975.
27 - SOBEL, L.H. - Effects of Boundary Conditions on the Stability
of Cylinders Subject to Lateral and Axial Pressure, AIAA
Journal, Vol. 2, p. 1437-1440, 1964.
28 - SINGER, J. and HAFTKA, R.T. - Buckling of DiscretelyStringer
Stiffened Cylindrical Shells and Res.trained Panels, AIAA
Journal, Vol. 13, p. 849-850, 1975.
29 - KOITER, W.T. - Buckling and Post-Buckling Behavior of a
Cylindrical Panel Under Axial Compression, NLR Rep. 5476,
Rep. Trans, Aero Res. Int., 20, 1956.
30 - DOW, D.A. - Buckling and Postbuckling Tests of Ring
Stiffened Cylinders Loaded by Uniform Pressure, NASA TN
D-3111, 1965.
31 - STURM, R.G. - A Study of the Collapsing Pressure of Thin
Walled Cylinders, Bull. No. 329, Eng. Exp. Station, Univ.
of Illinois, 1941.
128
32 - WINDERNURG, D,F, and TRILLING, C. - Collapse by Instability
of Thin Cylindrical Shells Under Externa! Pressure",
Trans. ASME, Vol. 56, No. 11, p. 819, 1934.
33 - BUSHNELL, D. - Buckling of Shells-Pitfall for Designers,
AIAA Journal, Vol. 19, p. 1183--1226, 1981.
34 - KINRA, R.K. (Shell Oil Co.) - Hydrostatic and Axial Collapse
Tests of Stiffened Cylinders, 8th Annual Off-shore
Technology Conference, May 3-6, Houston, Texas, 1976.
35 - TENNYSON, R.C. - The Effect of Shape Imperfections and
Stiffening on the Buckling of Circular Cylinders, IUTAM
Symp. on Buckling of Struc., Cambridge, Mass. Jun. 1974,
B. Budiansky (ed.), Springer, 1976.
36 - WEINGARTEN, V.I. and SEIDE, P. - Elastic Stability of Thin
Walled Cylindrical and Conical Shells Under Combined
Externa! Pressure and Axi.al Compression, AIAA Journal,
Vol. 3, p. 913-920, 1965.
37 - GALLETLY, G.D. and BART, R. - The Effect of Boundary
Conditions and Initial out-of-roundness on the Strength
of Thin-Walled Cylinders Subject to Externa! Hydrostatic
Pressure, J. Appl. Mech., Vol. 78, p.351-358, 1956.
38 - Rules for the Design, Construction and Inspection of Offshore
Structures, Det Norske Veritas - 1977, DNV - Appendix -
Steel Structures - Clause 3.4, May 1978.
39 - BAKER, E.H.; CAPELLI, A.P.; KOVALESKY, L.; RISH, F.L. and
VERETTE, R.M. - Shell Analysis Manual, NASA CR-912,
April, 1968.