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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE FÍSICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FÍSICA
LICENCIATURA
RAMON DE OLIVEIRA SILVA
UMA ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE
FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
NITERÓI
2015
1
RAMON DE OLIVEIRA SILVA
UMA ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE
FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Monografia apresentada ao Curso de
Licenciatura em Física da Universidade
Federal Fluminense, como requisito
parcial para a obtenção do Grau de
Licenciado.
Orientadora: Prof.ª Dra. RUTH BRUNO
Niterói
2015
1
S586 Silva, Ramon de Oliveira.
Uma análise da utilização de jogos didáticos no ensino de
física moderna e contemporânea na educação de jovens e
adultos / Ramon de Oliveira Silva ; orientadora: Ruth Bruno.
–- Niterói, 2015.
87 f.
Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Física) –
Universidade Federal Fluminense. Instituto de Física, 2015.
Bibliografia: f. 40-42.
1.ENSINO DE FÍSICA. 2.FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA.
3.FÍSICA NUCLEAR. 4.EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS. 5.JOGO EM
EDUCAÇÃO. I.Bruno, Ruth, Orientador. II.Universidade Federal
Fluminense. Instituto de Física, Instituição responsável.
III.Título.
CDD 530.07
2
RAMON DE OLIVEIRA SILVA
UMA ANÁLISE DA UTILIZAÇÃO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE
FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Monografia apresentada ao Curso de
Licenciatura em Física da Universidade
Federal Fluminense, como requisito
parcial para a obtenção do Grau de
Licenciado.
Aprovada em 16 de julho de 2015.
BANCA EXAMINADORA
Niterói
2015
3
É com muito amor e carinho que dedico esta obra aos
meus pais Ariane e Petronio, à minha irmã Mariane e
à minha noiva Tathiane, que sempre me deram forças
quando precisei.
4
AGRADECIMENTOS
A Deus Pai, a Jesus e ao Espírito Santo, por sempre me mostrarem o seu amor e por
verdadeiramente terem aperfeiçoado o seu poder nas minhas fraquezas e limitações.
À minha mãe, pelas inúmeras vezes que me orientou e incentivou nos momentos mais
difíceis.
Ao meu pai, pelo amor incondicional, carinho e por sempre me ajudar no que necessitei.
À minha querida irmã, pela parceria e amizade que foram fundamentais durante esta
caminhada.
À minha noiva Tathiane, pelo amor, companheirismo e pelos momentos de alegria que foram
imprescindíveis nas horas difíceis por que passei.
Ao meu avô Irineu José de Souza, in memoriam, pela inspiração que sempre foi e será para
mim.
À minha avó Lydia, pelo amor e carinho que sempre me dedicou.
À minha tia Tania (Dindinha), pelos sábios e valiosos ensinamentos com que me presenteou.
Ao Reverendo Isaías dos Santos, pela amizade, dedicação e carinho.
Ao meu cunhado Jean, pelas inúmeras vezes que me ajudou, revelando-se um verdadeiro
irmão.
À minha orientadora, Prof.ª Dra. Ruth Bruno, pela atenção, carinho e dedicação na construção
deste trabalho.
Ao Prof. Dr. Paulo Roberto Silveira Gomes, pela dedicação, incentivo, ajuda, amizade,
compreensão e pelas lições ensinadas.
À Prof.ª Dra. Isa Costa, pela ajuda que me foi dada, mesmo nos momentos de sua
enfermidade.
À Prof.ª Ms. Lucia da Cruz de Almeida, pelo carinho, pela amizade e pelos conhecimentos
essenciais à minha formação.
Ao Prof. Dr. Jorge Simões de Sá Martins, pelas aulas ministradas com tanta maestria e que
foram importantes para minha graduação.
Aos meus amigos Marcelo Fábio Albuquerque e Daniel Cataldo, que se tornaram meus
irmãos.
Aos meus familiares e a todos que de alguma forma contribuíram para a minha formação.
5
A fé e a razão são as duas asas com as quais o espírito humano alça voo para contemplar a
verdade.
João Paulo II, Fides et ratio, 1
6
RESUMO
A educação dos jovens e adultos (EJA) no Brasil tem sofrido grandes e importantes alterações
ao longo da história. Porém ainda está longe de se atingir o patamar desejado. Isto ocorre,
dentre muitos outros motivos, porque atualmente, em pleno século XXI, que é conhecido
como o século da tecnologia, não se encontram nos currículos da EJA conteúdos de física
moderna e contemporânea (FMC), sem os quais é impossível entender os avanços
tecnológicos deste século. Além disso, não há um preparo dos professores para atuarem nas
salas de aula do EJA, pois a maioria deles desconhece a metodologia andragógica, que é a que
se aplica a jovens e adultos. Resta então ao aluno um ensino baseado nas aulas tradicionais,
isto é, centradas na oralidade do professor e na passividade do aluno. Com enfoque nestes
pressupostos, este trabalho monográfico tem o objetivo de propor atividades que visam tanto
ensinar conteúdos de física moderna, mais especificamente na área de física nuclear, quanto
sugerir ao professor mecanismos e metodologias que o permitam romper com o modelo do
ensino tradicional e que se adequem aos alunos da EJA. A justificativa para a escolha do tema
física nuclear está na intenção de auxiliar os professores na elaboração de atividades que
complementem a aula, já que para este é impossível a execução de experimentos em sala de
aula ou nos laboratórios didáticos, o que deixa o aluno, muito frequentemente, confuso e com
importantes lacunas na aprendizagem. Como parte da metodologia empregada foi realizada
uma breve investigação com o intuito de se fazer um levantamento das concepções prévias
dos alunos sobre o tema abordado e também verificar a eficácia de atividades lúdicas no
processo de ensino-aprendizagem dos alunos da EJA. A análise dos dados desta sondagem
reforça a ideia de que as aulas diversificadas, acompanhadas da metodologia correta, rendem
resultados satisfatórios.
Palavras-Chave: Ensino de Física, Física Moderna e Contemporânea, Física Nuclear,
Educação de Jovens e Adultos, Jogos Didáticos, Simuladores.
7
ABSTRACT
The education of young people and adults (EJA) in Brazil has undergone major and
significant changes throughout history. However it is still far from achieving the desired level.
This occurs, among many other reasons, because today, in the XXI century, which is known
as the century of technology, there are not modern and contemporary physics (FMC) contents
in the curricula of EJA, without which it is impossible to understand the advances technology
of this century. In addition, there is no preparation of teachers to work in the adult education
classrooms, because most of them unknowns the andragogical methodology, which is the one
that applies to youth and adults. Then it remains to the student a teaching based on traditional
classes, centered on the teacher orality and student passivity. Focusing on these assumptions,
it is intended in this monograph project to propose activities aimed at both teaching modern
physics content, specifically in nuclear physics area, as suggest to the teacher mechanisms and
methodologies that allow to break with the traditional education model and that is suitable to
the students of EJA. The reason for the choice of nuclear physics theme is the attempt to help
teachers in designing activities that complement the class, since it is impossible the execution
of experiments in the classroom or in the undergraduate laboratory, which leaves the student,
most often, confusing and with important gaps in learning. As part of the methodology, it
carried out a short survey in order to check the previous conceptions of the students on the
topic and also confirm the effectiveness of playful activities in the teaching-learning process
of adult education. The data analysis of this research reinforces the idea that the diverse
classes, accompanied by the correct methodology, yield satisfactory results.
Keywords: Physical Education, Modern and Contemporary Physics, Nuclear Physics, Youth
and Adult Education, Educational Games, Simulators.
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO, p. 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA, p. 12
2.1 A INSERÇÃO DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA (FMC) NO ENSINO
MÉDIO (EM), p. 12
2.2 METODOLOGIAS DE INSERÇÃO DE FMC NO EM, p. 15
2.3 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL, p. 16
2.4 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) DO BRASIL NA ATUALIDADE, p.
18
2.5 AS LACUNAS DA EJA, p. 20
2.6 POR QUE OS JOGOS?, p. 21
2.7 SIMULADORES, p. 24
2.8 REFERENCIAL TEÓRICO, p. 25
3 O JOGO (METODOLOGIA E SONDAGEM), p. 28
3.1 OBJETIVOS, p. 28
3.2 O JOGO, p. 28
3.3 PERFIL DAS TURMAS DE ALUNOS PARTICIPANTES DO JOGO, p. 29
3.4 APLICAÇÃO DO JOGO, p. 30
3.5 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA, p. 31
4 ATIVIDADES PROPOSTAS, p. 36
4.1 ATIVIDADE 1: ENERGIA NUCLEAR, p. 36
4.2 ATIVIDADE 2: JOGO DA DATAÇÃO RADIOATIVA, p. 36
4.3 ATIVIDADE 3: ESPECTROS DE EMISSÃO, p. 37
4.4 ATIVIDADE 4: FISSÃO NUCLEAR, p. 37
5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS, p. 38
6 OBRAS CITADAS, p. 40
7 APÊNDICES, p. 43
7.1 QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA, p. 44
7.2 O JOGO, p. 46
7.3 ATIVIDADE 1: ENERGIA NUCLEAR, p. 52
7.4 ATIVIDADE 2: JOGO DA DATAÇÃO RADIOATIVA, p. 54
7.5 ATIVIDADE 3: ESPECTROS DE EMISSÃO, p. 57
9
7.6 ATIVIDADE 4: FISSÃO NUCLEAR, p. 62
8 ANEXOS, p. 67
8.1 QUESTIONÁRIOS RESPONDIDOS PELOS ALUNOS, p. 68
10
1. INTRODUÇÃO
Atualmente temos nos deparado com o constante desinteresse dos alunos nas aulas do
ensino médio. De certa forma, podemos dizer que isso tem a ver com dois aspectos. O
primeiro deles é o avanço da tecnologia e o prazer que ela proporciona aos alunos. Como a
tecnologia está cada vez mais presente no cotidiano dos estudantes, através dos aparelhos
eletrônicos que quase sempre estão com eles nas salas de aulas, torna-se difícil a disputa pela
atenção desses alunos. O segundo aspecto deve-se ao fato de como as aulas estão sendo
ministradas. Mesmo que muitas instituições procurem novas metodologias para revisar as
práticas de ensino, elas ainda se atêm ao modelo do ensino tradicional, isto é, aquele que tem
o professor como o centro, o sujeito ativo, responsável pela transmissão do conhecimento de
forma mecânica; e o aluno, como sujeito passivo, que não pode contestar ou participar,
restando-lhe apenas a possibilidade de decorar o conteúdo apresentado pelo professor.
Nesta obra sugerimos atividades com o intuito de tentar resolver o que definimos
anteriormente como o segundo aspecto, ou seja, indicar estratégias a serem utilizadas pelo
professor a fim de proporcionar aos alunos aulas diferenciadas, atrativas, dinâmicas, e que
tenham o aluno como personagem principal do processo de ensino-aprendizagem. Quanto ao
primeiro aspecto, cremos que ao solucionarmos as questões relativas ao desinteresse dos
alunos, indiretamente estaremos resolvendo também esse aspecto, sendo possível, ainda,
reverter tal situação, ou seja, usarmos a tecnologia em prol da aprendizagem. Neste sentido,
propomos a utilização de jogos didáticos e simuladores computacionais como principais
meios para atrair e motivar os alunos da EJA ao aprendizado da física moderna e
contemporânea, mais especificamente a física nuclear. Por isso, no capítulo 2 deste trabalho
discutimos a importância dos jogos, dos simuladores computacionais e da inserção da física
moderna e contemporânea no ensino médio. Neste mesmo capítulo apresentamos uma
evolução histórica da EJA, desde o período colonial até os dias de hoje, incluindo, ainda, as
11
principais falhas desta modalidade de ensino. E, por fim, discorremos sobre quais referenciais
teóricos as atividades deste trabalho foram elaboradas.
O capítulo 3 é dedicado à descrição da sondagem feita sobre as concepções prévias
dos alunos e a eficiência dos jogos no ensino de física nuclear para alunos da EJA, e o
detalhamento do jogo aplicado como a primeira atividade proposta.
No capítulo 4 encontram–se as descrições das outras atividades sugeridas, que visam
dar suporte ao professor para ensinar os conteúdos de física nuclear. Estas atividades têm a
função de substituir as aulas práticas, tendo em vista a impossibilidade de realização de
experimentos deste ramo da física em salas de aula, devido à necessidade de se ter
equipamentos de grande porte e que operem com altos níveis de energia, o que não se tem
disponíveis nas escolas de ensino médio. As conclusões se encontram no quinto capítulo.
No capítulo 6 são listadas as obras citadas neste trabalho e no capítulo 7 encontram-se
os apêndices, que incluem uma descrição mais detalhada das atividades propostas e também o
questionário utilizado na sondagem.
Por fim, nos anexos, capítulo 8, dispomos as digitalizações de alguns dos
questionários respondidos pelos alunos.
12
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 A INSERÇÃO DE FÍSICA MODERNA E CONTEMPORÂNEA (FMC) NO ENSINO
MÉDIO (EM)
Após a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em
1996, o ensino médio passou a ser visto como etapa final e complementar do ensino
fundamental. Esta lei define que a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos
processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, deve ser uma das finalidades do
EM.
A partir de meados da década de 1980 a linha de pesquisa de FMC no EM começou a
questionar, com maior intensidade, os temas de física tradicionalmente ensinados nas escolas.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) (BRASIL, 2000) para o EM deram uma nova
visão da Física para este nível de ensino. Eles ressaltaram a importância de se rever o modo
como a Física tem sido ensinada, isto é, de uma forma desatualizada, que omite seus avanços,
não proporcionando ao indivíduo a formação de uma cultura científica efetiva, que o permita
interpretar fatos, fenômenos e processos naturais.
Podemos verificar essa nova perspectiva dos PCNs (BRASIL, 2000), observando o
trecho do documento em que são mencionadas as competências e habilidades a serem
desenvolvidas em Física:
Reconhecer a Física enquanto construção humana, aspectos de sua história e
relações com o contexto cultural, social, político e econômico;
Reconhecer o papel da Física no sistema produtivo, compreendendo a evolução dos
meios tecnológicos e sua relação dinâmica com a evolução do conhecimento
científico;
Dimensionar a capacidade crescente do homem propiciada pela tecnologia;
Estabelecer relações entre o conhecimento físico e outras formas de expressão da
cultura humana;
Ser capaz de emitir juízos de valor em relação a situações sociais que envolvam
aspectos físicos e/ou tecnológicos relevantes.(BRASIL, 2000, p.29).
Os PCNs (BRASIL, 2000), ao proporem um ensino mais contextualizado e atualizado,
mencionam pioneiramente uma possível estratégia para inserção de FMC no EM:
A Ótica e o Eletromagnetismo, além de fornecerem elementos para uma leitura do mundo da informação e da comunicação, poderiam, numa conceituação ampla,
envolvendo a codificação e o transporte da energia, ser o espaço adequado para a
introdução e discussão de modelos microscópicos. A natureza ondulatória e quântica
da luz e sua interação com os meios materiais, assim como os modelos de absorção e
13
emissão de energia pelos átomos, são alguns exemplos que também abrem espaço
para uma abordagem quântica da estrutura da matéria, em que possam ser
modelados os semicondutores e outros dispositivos eletrônicos contemporâneos
(BRASIL, 2000, p.26).
Por outro lado, os PCNs+ (BRASIL, 2002a), ou seja, as orientações educacionais
complementares aos parâmetros curriculares nacionais, diferentemente dos PCNs, apresentam
um aspecto mais marcante no que tange à inserção de FMC no EM. Isto está explicito no
trecho a seguir:
Alguns aspectos da chamada Física Moderna serão indispensáveis para permitir aos
jovens adquirir uma compreensão mais abrangente sobre como se constitui a
matéria, de forma a que tenham contato com diferentes e novos materiais, cristais
líquidos e lasers presentes nos utensílios tecnológicos, ou com o desenvolvimento da
eletrônica, dos circuitos integrados e dos microprocessadores. A compreensão dos
modelos para a constituição da matéria deve, ainda, incluir as interações no núcleo
dos átomos e os modelos que a ciência hoje propõe para um mundo povoado de
partículas. Mas será também indispensável ir mais além, aprendendo a identificar,
lidar e reconhecer as radiações e seus diferentes usos. Ou seja, o estudo da matéria e
radiação indica um tema capaz de organizar as competências relacionadas à
compreensão do mundo material microscópico (BRASIL, 2002a, p. 70).
Como mencionado anteriormente, os PCNs (BRASIL, 2000) propunham
superficialmente a inserção da FMC a partir da ótica e do eletromagnetismo, ou seja, inserida
a partir de temas estruturadores e não apresentada como um. Os PCNs+ (BRASIL, 2002a),
por sua vez, inserem a FMC com um uma sugestão de tema estruturador específico para ela,
intitulado de “Matéria e radiação”. Este tema é subdividido em quatro unidades, que são:
Matéria e suas propriedades, Radiações e suas interações, Energia nuclear e Radioatividade, e
Eletrônica e Informática.
Fazendo um breve levantamento a respeito da inserção de FMC no contexto
internacional, Canato Junior1 (2003 apud Sanches e Neves, 2011, p. 23) menciona a Inglaterra
e alguns países do Reino Unido. Em 2000, esses países sofreram mudanças curriculares de
forma que a FMC aparece como conteúdo fundamental do A-Level, que é um curso pré-
universitário dirigido a estudantes entre 16 e 18 anos, com dois anos de duração.
Com base nessa análise, que se estende tanto no âmbito nacional quanto no
internacional, é possível fazer a seguinte pergunta: Por que ensinar FMC no EM?
No intuito de responder a esta pergunta, Silva, Arenghi e Lino (2013, p. 70-80)
realizaram um estudo com base na análise de quatro teses e 25 dissertações da CAPES,
1 CANATO JUNIOR, O. Texto e contexto para ensino de física moderna e contemporânea na escola média.
2003. 111 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências)-Universidade de São Paulo, Instituto de Física,
Instituto de Química e Faculdade de Educação, São Paulo, 2003.
14
produzidas na última década no Brasil, contendo palavras-chave tais como, “Inserção de
Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio”, “Física Moderna e Contemporânea”,
“Ensino de Física Moderna e Contemporânea”. Essas obras foram separadas de acordo com as
justificativas, motivações e argumentos sobre a importância da introdução de tópicos de FMC
no EM e organizadas em quatro grandes categorias que fundamentam a importância de se
trabalhar FMC no EM.
A primeira categoria (categoria A) é a das justificativas que afirmam que a inserção de
FMC no EM é importante para a compreensão das tecnologias da atualidade. Um exemplo de
argumento pertencente a esta categoria é apresentado a seguir:
É inadmissível que em pleno século XXI, nossos estudantes, no auge do uso das
tecnologias promovidas pela Física Moderna, não tenham conhecimento dessa área
tão vasta e fascinante da física. (SILVA; ARENGHI; LINO, 2013, p.74)
A segunda categoria (categoria B) é a dos argumentos que tem a inserção de FMC
como meio de satisfazer a necessidade de atualização curricular do Ensino Médio. Um
exemplo de justificativa elencada nesta categoria é:
Estamos no início do século XXI e ainda temos a Física Clássica determinística
ensinada nas escolas de Ensino Médio (EM) como única e absoluta, fazendo com
que o atual currículo de Física fique desatualizado em relação ao avanço científico ocorrido desde o início do século XX até o presente, com o surgimento de novos
modelos científicos e novas áreas da ciência. (SILVA; ARENGHI; LINO, 2013,
p.75)
A terceira categoria (categoria C) se atém às fundamentações que anunciam que a
FMC apresentou uma mudança de paradigma da Física e que essa noção de desenvolvimento
das ciências se faz necessária no EM. Um modelo de argumentos presentes nesta categoria é:
A revolução desencadeada pela Física Moderna atingiu, por exemplo, as concepções
de espaço, tempo, massa e energia, o entendimento quanto à estrutura do átomo e a
compreensão sobre a própria origem e evolução do Universo. (SILVA; ARENGHI;
LINO, 2013, p.76)
Por fim, a quarta categoria (Categoria D) é composta pelas alegações que indicam a
FMC como subsídio à compreensão e crítica das questões atuais que envolvem ciência,
tecnologia, sociedade e ambiente, e que, por isso, devem constar no EM. Exemplificando
alegações desta categoria temos:
Um ensino que traga para a sala de aula ideias atuais e capazes de contribuir para a
formação abrangente do estudante, permitindo-lhe compreender princípios básicos
15
da Ciência e habilitando-o a participar de debates envolvendo questões científicas e
tecnológicas que repercutam na sociedade e no ambiente. (SILVA; ARENGHI;
LINO, 2013, p.77)
De acordo com estas quatro categorias e/ou justificativas, fica clara a importância da
FMC estar no currículo do aluno de ensino médio, até porque como o EM apresenta um
caráter de ensino final, eles devem sair preparados para lidar com situações que envolvem a
física moderna, constantes no seu cotidiano.
Portanto, para que se efetue esta inserção e se consiga cumprir o que é estipulado pela
LDB e proposto pelos PCNs e PCNs+, a escola de nível médio deve propiciar aos seus alunos
tópicos de FMC, pois grande parte dos fenômenos de nosso cotidiano só pode ser explicada
pela Física do século XX. Como exemplo, podemos citar os robôs industriais, que são
controlados por chips microeletrônicos, cujo funcionamento só pode ser entendido se
levarmos em consideração as características dos materiais supercondutores que o constituem.
Além das quatro justificativas citadas anteriormente, é importante mencionar aquelas
que foram apresentadas durante a Conferência Interamericana sobre Educação em Física
(BAROJAS2, 1988 apud OSTERMANN, 1999, p.9). Dentre elas destacam-se:
Despertar a curiosidade dos estudantes e ajudá-los a reconhecer a Física como um
empreendimento humano e, portanto, mais próxima a eles;
Os estudantes não tem contato com o excitante mundo da pesquisa atual em Física,
pois não veem nenhuma Física além de1900. Esta situação é inaceitável em um
século no qual ideias revolucionárias mudaram a ciência;
É de maior interesse e com isso atrai mais jovens para a carreira científica;
É mais divertido para o professor ensinar tópicos que são novos.
2.2 METODOLOGIAS DE INSERÇÃO DE FMC NO EM
A respeito da metodologia de inserção de FMC no EM, Terrazzan3 (1994 apud
ALVETTI, 1999, p. 39-40) identifica, na literatura, três vertentes que representam abordagens
metodológicas utilizadas.
2 BAROJAS, J. (Ed.) Cooperative networks in physics education. New York: American Institute of Physics,
1988. (AIP Conference Proceedings, 173).
3 TERRAZAN, E. A. A inserção da física moderna e contemporânea no ensino de Física na escola de 2º grau.
Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v.9, n.3, p. 209-214, dez. 1992.
16
A primeira vertente diz respeito à exploração dos limites dos modelos clássicos, isto é,
para se ensinar Física Moderna devem-se tomar como ponto de partida as dificuldades
insuperáveis que originaram a crise da física clássica.
A segunda vertente é atribuída às pesquisas de Fischler e Lichtfeldt4 (1992 apud
SANCHES; NEVES, 2011, p. 28), da Universidade livre de Berlim, na Alemanha, que
justificam a “não se fazer referências a modelos clássicos”, pois segundo eles, a Física
Moderna é em grande parte dificultada porque o ensino, constantemente, usa analogias
clássicas, o que acaba por confundir os alunos.
A terceira vertente é a formulada por Arons5 (1990 apud SANCHES; NEVES, 2011,
p. 28-29), da universidade de Washington, nos Estados Unidos, que aponta para “a escolha de
tópicos especiais” da FM para serem ensinados, pois devido a algumas limitações, não se
pode trabalhar todos no Ensino Médio. Como exemplo de temas que podem ser trabalhados,
podemos citar: fótons, estrutura atômica e aspectos qualitativos da relatividade.
Baseando-se no que já foi mencionado sobre inserção de FMC no EM, verifica-se a
concordância de que é preciso ensinar tópicos de física moderna no Ensino Médio. Todavia,
por que isso não acontece? Quais os principais obstáculos para isso? Sanches e Neves (2011)
colocam como um dos principais motivos e/ou obstáculos para não ocorrer essa inserção, a
deficiência da FMC na formação dos professores, o que faz com estes criem certa resistência
em inseri-la em suas aulas. Ostermann (1999, p. 151) também destaca isso em:
[...] percebemos que há muita resistência por parte deles (professores do ensino
médio) com respeito à atualização curricular, principalmente, por implicar uma
significativa reformulação nos conteúdos usualmente trabalhados e um investimento
no estudo de tópicos mais atuais.
Concluímos então que a inserção de Física moderna e contemporânea pode e deve ser
realizada no ensino médio, porém, sabemos que isto ainda é um desafio a ser vencido.
2.3 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL
Tendo em vista o objetivo de propor metodologias voltadas especificamente à
educação de jovens e adultos, consideramos oportuno apresentar neste parágrafo um breve
4 FISCHLER, H.; LICHTFELDT, M. Modern physics and students’ conceptions. International Journal of
Science Education, London, v. 14, n. 2, p. 181-190, 1992.
5 ARONS, A. B. A guide to introductory physics teaching. New York: John Wiley, 1990.
17
histórico sobre a criação e implementação do Ensino de Jovens e Adultos no Brasil. O início
desta história começa, como não poderia ser diferente, pelo período colonial. Nesse período
encontramos a primeira tentativa de educar adultos. Originalmente esta educação era voltada
especificamente para crianças, mas os indígenas adultos também acabaram sendo submetidos
a ela. A Companhia Missionária de Jesus tinha a incumbência de catequizar e alfabetizar na
língua portuguesa os índios que viviam nas colônias brasileiras. Com a partida dos jesuítas em
1759, a educação de adultos colapsa, cabendo então, ao Império, organizá-la e empregá-la.
O império, em 1824, elaborou uma constituição que deu uma maior ênfase para a
educação, assegurando a todos os cidadãos a instrução primária. Contudo, essa constituição
lamentavelmente não saiu do papel.
A partir do Ato Constitucional de 1834 a responsabilidade de fornecer a educação
primária e secundária a toda população, em especial as pessoas jovens e adultas, passou a ser
das províncias. Nesta época, a educação de jovens e adultos era vista como um ato caridoso,
isto é, uma caridade das pessoas letradas às pessoas perigosas e degeneradas.
No início do século XX o Brasil já havia saído do regime imperial e passado a ser
República, e nesse período ocorreu uma mobilização social cuja pretensão era erradicar o
analfabetismo. A culpa pelo subdesenvolvimento do Brasil começou a ser depositada sobre as
costas das pessoas analfabetas. Em 1915 foi criada a Liga Brasileira contra o Analfabetismo
que tinha a pretensão de lutar contra a ignorância para que fosse estabilizada a grandeza das
instituições republicanas.
Em 1934, criou-se o Plano Nacional de Educação. Ele previa o ensino primário
integral obrigatório e gratuito para as pessoas adultas. Em toda a história da educação
brasileira esse foi o primeiro plano voltado para a educação de jovens e adultos.
Em 1938 foi criado o INEP (Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos). A partir de
seus estudos e pesquisas, foi fundado, em 1942, o Fundo Nacional do Ensino Primário que
tinha o intuito de implementar programas que incluíssem e ampliassem o Ensino Supletivo
para jovens e adultos.
A datar do início da década de 1940, a educação de jovens e adultos estava sendo
fortemente trabalhada. Em 1946 surge a Lei Orgânica do Ensino Primário que previa o ensino
supletivo, e em 1947 surge um programa de âmbito nacional chamado SEA (Serviço de
Educação de Adultos). Este, por sua vez, pretendia atender especificamente às pessoas
adultas.
No final da década de 1950 e início da década de 1960 houve uma intensa mobilização
social em torno da educação de adultos. Dentre os vários movimentos deste período, podemos
18
citar: “Movimento de Educação de Base” (1961- CNBB), “Movimento de Cultura Popular do
Recife” (1961), “Centros Populares de Cultura” (UNE), “Campanha de Pé no Chão Também
se Aprende” (Prefeitura de Natal). Esses programas carregavam em si uma forte influência
freiriana, o que fez com que eles identificassem o analfabetismo “não como a causa da
situação de pobreza, mas como efeito de uma sociedade injusta e não igualitária”
(STEPHANOU; BASTOS, 2005, p. 269).
Em 1967 a educação é tida, novamente, como um meio de homogeneização e controle
das pessoas. Neste período (governo militar) foi criado o Movimento Brasileiro de
Alfabetização (Mobral), que tinha a missão de alfabetizar funcionalmente e promover uma
educação continuada. Esse programa limitou-se à alfabetização, de modo que a população era
ensinada a ler e a escrever, não compreendendo de forma contextualizada o que estavam
fazendo. Este programa findou-se em 1985 na República Nova.
Em 1988 é elaborada a nova constituição que prevê que todas as pessoas tenham
acesso à educação. Essa determinação da constituição foi reforçada, em 1996, pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96.
2.4 A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) DO BRASIL NA ATUALIDADE
Com base no histórico da Educação de Jovens e Adultos no Brasil, pode-se observar
que ela, ao longo da história, possuía apenas um objetivo, que era a erradicação do
analfabetismo, mesmo que fosse “criando” analfabetos funcionais.
Atualmente, na LDB, não verificamos modificações que ampliem os objetivos da EJA
para além do que foi enunciado acima. No entanto, vale mencionar que o parágrafo primeiro
da LDB menciona a importância de se considerar a realidade do jovem e adulto, algo que
ainda não havia sido feito.
Art. 37º. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 1º. Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que
não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais
apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições
de vida e de trabalho, mediante cursos e exames.
§ 2º. O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do
trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
(BRASIL, 1996)
19
Notamos que no caso do aluno trabalhador é dito, no segundo parágrafo do artigo
acima citado, que será garantida a sua permanência na escola. No entanto, não é informado
nem sugerido de que forma essa permanência será assegurada.
As cartilhas do governo, que são documentos que dão orientações sobre de que modo
se deve proceder, enfatizam a indispensabilidade de promover entre os discentes do EJA a
formação social crítica, tornando-os aptos a lidarem com as exigências de um mundo em
transformação. No entanto, não é essa formação que se tem observado na prática, e sim jovens
e adultos voltando às salas de aula e saindo delas somente com uma certificação básica.
Alguns autores apontam como um dos principais motivos para esta frustração na formação de
adultos críticos, o equívoco metodológico que se tem cometido, ou seja, tem-se utilizado uma
metodologia em adultos, que é voltada para crianças. Segundo Cavancanti e Gayo (2005, p.3),
Existem diferenças significativas entre crianças e adultos, o que, naturalmente,
provoca diferentes processos de aprendizagem nos mesmos indivíduos quando em
diferentes fases da vida.
Devido a essas diferenças intelectuais existentes entre adultos e crianças, alguns
autores recomendam o uso da andragogia no ensino de jovens e adultos. Andragogia é arte
e/ou ciência de ajudar adultos a aprender. Baseando-se em Ferraz et. al. (2004, p. 5-6),
SANTOS (2006, p.2) afirma que:
A andragogia surge numa clara diferenciação à pedagogia, que seria a arte e a
ciência de ajudar crianças a aprender, no entanto constatando-se que as técnicas da
andragogia funcionavam também com crianças, o termo teria passado por uma
redefinição, sendo entendido como um modelo de pressuposto acerca de aprendizes
a serem utilizados junto a pressupostos do modelo pedagógico. Sendo percebido um
caráter de complementaridade entre as ciências da pedagogia e da andragogia.
Ferraz et. al. (2004, p. 6) declaram que a andragogia está fundamentada em quatro
pilares básicos, que estão concatenados às especificidades dos alunos adultos. Estas
especificidades (pilares) são:
a) o seu auto conceito desenvolve-se a partir de uma posição de dependência para a
de um ser humano auto dirigido;
b) acumulam um cabedal crescente de experiências que se tornam uma rica fonte de
aprendizagem;
c) a sua prontidão para aprender os torna de modo crescente, orientados para tarefas
com potencial de desenvolvimento em seu papel social;
d) a sua perspectiva temporal muda de uma aplicação posterior do conhecimento
para a aplicação imediata, adaptando a sua orientação no sentido da mudança de foco sob o objeto para uma perspectiva de foco sob o desempenho.
20
O que é considerado idade adulta judicialmente não o é para a educação de jovens e
adultos. Juridicamente uma pessoa é considerada na fase adulta com 21 anos. Porém, para a
EJA (Ensino de Jovens e Adultos) a idade adulta se inicia a partir dos 15 anos, uma vez que
esta é a idade de ingresso nesta modalidade de ensino, já que, segundo a UNESCO, 15 anos é
a idade limite para o cumprimento ou não da escolaridade mínima.
Teixeira (2005, p. 1) e Goecks (2003, p. 3) mencionam pesquisas que afirmam que
estudantes adultos, após 72 horas, armazenam somente 10% do que ouviram. Todavia,
decorrido o mesmo intervalo de tempo, eles conseguem se lembrar de 85% daquilo que
ouviram, viram e fizeram. Com esses dados, podemos concluir que um ensino tradicional,
centrado na oralidade do professor, não é eficaz para os adultos.
Mesmo diante dessas diferenças cognitivas entre crianças e adultos, as instituições de
ensino continuam insistindo em aplicar métodos pedagógicos ao invés de andragógicos, o que
é observado por Goecks (2003. p.1)
os sistemas de ensino tradicionais seguem sem rever a sua estrutura, insistindo em
utilizar métodos desenvolvidos para crianças com seres humanos adultos, nos quais
a ideia do acúmulo indiscriminado de informações já não surte efeito, vez que, o ser
humano adulto, possuidor de habilidades intelectuais mais desenvolvidas quer
vivenciar, quer experimentar as situações descritas em sala de aula, para assim que possível, aplicá-las, o que resulta no “aprender fazendo”.
2.5 AS LACUNAS DA EJA
Atualmente, no Brasil, temos uma boa parte dos adultos inseridos no mercado
profissional e outra parte, maior ainda, buscando esta inserção. Contudo, a EJA não tem
auxiliado, com eficiência, seus estudantes na conquista de lugares no mercado de trabalho.
Um exemplo disso pode ser encontrado quando analisamos o currículo da EJA e verificamos
a ausência de conteúdos relacionados à informática, o que em uma sociedade que caminha
gradativamente para diversas formas de comunicação virtual, é um conteúdo indispensável
para o aluno. Com currículos carentes desses conteúdos, acaba-se criando analfabetos virtuais,
isto é, alunos que não sabem, ou sabem de modo muito limitado, lidar com os mecanismos da
informática e do mercado tecnológico. Acerca da importância da informática no mercado
atual, Wolff (2004, p.1) diz:
A aplicação da tecnologia informática na produção trouxe mudanças que
concretizaram, na contemporaneidade, uma aspiração primordial da economia
capitalista: a de transformar o globo terrestre em um imenso mercado mundial.
21
Atualmente, essa realidade encontra-se não só consolidada como intensificada em
seus efeitos sociais. Grande parte do planeta, hoje, encontra-se enredado em uma
enorme teia informática, urdida pelas mãos do capital transnacional, que traz em seu
bojo novas configurações de poder político e econômico.
Consideramos uma contradição o fato de estarmos no século XXI, tido como o século
da tecnologia, e assuntos relacionados à tecnologia não comporem os currículos da EJA.
Outro conteúdo que é de importância fundamental na EJA, para que sejam formados
alunos aptos para o mercado de trabalho atual, é a Física Moderna e Contemporânea (FMC).
Esta é a parte da física responsável pela maioria dos avanços tecnológicos da atualidade,
inclusive da informática. Entretanto, os conteúdos de FMC não se encontram nas apostilas
utilizadas na EJA.
Devido à importância da inserção dos conteúdos de FMC na EJA e, também, à
escassez de propostas que auxiliem o professor nesta implementação, este trabalho
monográfico pretende, como um de seus objetivos, contribuir com sugestões de maneiras
possíveis de se inserir FMC no ensino de jovens e adultos.
É válido comentar que, apesar da contínua preocupação com a escolarização da
população adulta carente de formação, não se verificaram investimentos na qualificação direta
dos profissionais que lidam com esse público. Ou seja, não há uma preparação, a rigor, para
docentes que ensinam para a modalidade EJA.
Com base nos documentos oficiais e no que é proposto por muitos autores, pode-se
inferir que a educação de jovens e adultos é de extrema importância para avanço de uma
sociedade e de um país. Porém, constata-se que ela ainda está distante de ser realizada com
eficácia e excelência.
2.6 POR QUE OS JOGOS?
Entre as diversas estratégias pedagógicas para o ensino de ciências, a utilização de
jogos se apresenta como uma possível alternativa. É um tanto simples a justificativa para esta
escolha. Ela se embasa no fato de que o jogo, além de dispor para o professor uma forma de
dinamizar seu trabalho, ainda possibilita aos alunos o desenvolvimento de habilidades
distintas.
O jogo tem papel primordial no desenvolvimento do ser humano, podendo, então, ser
empregado como um instrumento eficiente no processo educativo. Melo (2008), ao falar sobre
a importância da utilização de jogos em sala de aula, ressalta que jogando o aluno aprende
22
inconscientemente, pois a diversão alivia a pressão escolar e a necessidade constante de
dominar o conteúdo – a pressão escolar é substituída pela descontração e os resultados são
mais expressivos.
Além das várias possibilidades e funções atribuídas ao jogo, Ribeiro, Ribeiro e Leão
Junior (2012, p. 3) expõem alguns valores que podem ser alcançados utilizando os jogos,
como podemos observar no quadro a seguir:
VALOR FÍSICO
Nessa perspectiva, o jogo representaria a
possibilidade de trabalhar as propriedades
motoras, como a força, a resistência, a velocidade,
a flexibilidade, o equilíbrio e a coordenação, além
das habilidades motoras básicas, como correr,
saltar, lançar, balançar-se.
VALOR PSÍQUICO
Nessa perspectiva, o jogo representaria a
possibilidade de externar tensões emocionais,
possibilitando um efeito catártico nas vivências,
além de experimentar diferentes papéis e lugares:
liderar ou ser liderado, foco na individualidade ou
na coletividade, o fato de vencer ou perder, de ter
êxito ou fracasso, de exercer a tolerância consigo e
com o outro.
VALOR INTELECTUAL
Nessa perspectiva, o jogo representaria a
possibilidade de analisar e enfrentar desafios e
problemas de diferentes complexidades que
exijam a construção de variadas respostas e
alternativas, estimulando, assim, as funções
cognitivas do indivíduo.
VALOR SOCIAL
Nessa perspectiva, o jogo representaria a
possibilidade de ampliação do espaço social da
criança, em função da interação, convivência e dos
laços estabelecidos com outros sujeitos que com
ela brincam, incorporando e reconstruindo pautas
sociais de relacionamento.
VALOR EDUCACIONAL
Nessa perspectiva, o jogo, por meio do
planejamento do adulto, representaria a
possibilidade de organizar intencionalmente a
aprendizagem de normas, valores e conteúdos.
Nesse caso, não estamos nos referindo ao jogo
como sinônimo de brincar. Ao vislumbrá-lo
intencionalmente com seus valores educativos, o
enquadramos em outra classe como jogo
pedagógico. Quadro 1
6: Valores alcançados na utilização de jogos em sala de aula.
6 Extraído de: Ribeiro; Ribeiro; Leão Junior. Capacitação continuada: O jogo como recurso pedagógico
importante no processo de ensino aprendizagem. Congresso internacional de educação no Brasil. 2012, p. 3.
23
Por sua vez, Correia (2006 p. 46-47) sugere a utilização de jogos cooperativos,
atribuindo-lhes o poder de atenuar manifestações de violência e de aproximar os indivíduos
uns dos outros, visto que os jogos cooperativos apresentam as seguintes peculiaridades:
• não valorizam o fato de ganhar ou perder;
• evitam a eliminação de participantes, procurando manter todos incluídos até o fim do
jogo;
• procuram facilitar o processo criativo, com a flexibilização das regras;
• procuram evitar estímulos à agressividade e ao confronto individual ou coletivo.
Brotto (1999) contrapõe as diferenças entre os jogos competitivos e jogos
cooperativos. O quadro abaixo sintetiza essas diferenças.
JOGOS COMPETITIVOS JOGOS COOPERATIVOS
São divertidos apenas para alguns São divertidos para todos.
Alguns jogadores têm o sentimento de derrota. Todos os jogadores têm um sentimento de
vitória.
Alguns jogadores são excluídos por sua falta de habilidade.
Todos se envolvem independentemente de suas habilidades.
Aprende-se a ser desconfiado, egoísta ou
sentir-se melindrado com os outros. Aprende-se a compartilhar e confiar.
Divisão por categorias: meninos x meninas, criando barreiras entre as pessoas e justificando
as diferenças como uma forma de exclusão.
Há misturas de grupos que brincam criando alto
nível de aceitação mútua.
Os perdedores ficam de fora do jogo e
simplesmente se tornam observadores.
Os jogadores estão envolvidos nos jogos por um
período maior, tendo mais tempo para desenvolver suas capacidades.
Os jogadores não se solidarizam e ficam felizes
quando alguma coisa de “ruim” acontece aos
outros.
Aprende-se a solidarizar com os sentimentos dos
outros, desejando também o seu sucesso.
Os jogadores são desunidos. Os jogadores aprendem a ter um senso de
unidade.
Os jogadores perdem a confiança em si mesmos quando eles são rejeitados ou quando
perdem.
Desenvolvem a auto-confiança porque são todos
bem aceitos.
Pouca tolerância à derrota; desenvolve em
alguns jogadores um sentimento de desistência face às dificuldades.
A habilidade de perseverar face às dificuldades é
fortalecida.
Poucos se tornam bem sucedidos. Todos encontram um caminho para crescer e se
desenvolver.
Quadro 27: Diferenças entre os jogos competitivos e cooperativos
7 BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um Exercício de Convivência.
Campinas, 1999, p. 78
24
Corroborando essas ideias, Ribeiro, Ribeiro e Leão Junior (2012, p. 3) exibem alguns
fatores que devem ser evitados nos jogos:
ELIMINAÇÃO DOS PARTICIPANTES: a eliminação pode trazer uma
sensação de frustração nos participantes, deixando-os na condição de
observadores, quando o fator participação é primordial.
DISCRIMANAÇÃO: seja de ordem sexual, étnica, religiosa ou outra qualquer,
é importante que os estigmas não sejam reforçados nos jogos. Faz-se
necessário evitar, por exemplo, as “brincadeiras de meninas” e “brincadeiras de
meninos”, de modo a favorecer a igualdade de oportunidades e de papéis,
devendo o professor problematizar os estereótipos de gêneros em voga nos
diferentes jogos.
DIREÇÃO AUTORITÁRIA: o professor não deve se colocar como eixo
central da aula, possibilitando um espaço para que todos possam propor e
dirigir a atividade em algum momento.
2.7 SIMULADORES
Assim como os jogos, a utilização de simuladores é uma opção bastante eficaz para o
ensino, haja vista que ela incorpora o uso da tecnologia, que como mencionado anteriormente,
tem desviado a atenção de muitos alunos durante as aulas. Santos, Santos e Fraga (2002, p.
186-187) reforçam essa ideia dizendo que:
Com o avanço tecnológico computacional, os usos de métodos de aprendizado
tradicionais tornam-se ineficientes e inadequados. A demanda por uma solução
moderna e eficaz leva-nos ao conceito de software educacional. O desenvolvimento
de um sistema que crie um ambiente no qual o usuário seja capaz de modelar,
visualizar e interagir com a simulação proposta baseada em experimentos da Física
real poderia ser considerado como uma solução para suprir esta demanda. Tal
sistema seria uma ferramenta complementar para o estudo da Física, desde que
através dele seja possível a realização de experimentos “virtuais" com a finalidade
de esclarecer e reforçar o conhecimento teórico da Física.
Fica claro, portanto, que a escola precisa acompanhar o avanço tecnológico e extrair
dele o máximo de benefícios possível, de modo a tornar as atividades escolares mais atraentes
25
para os alunos e, também, proporcionar-lhes experiências que os preparem para o mundo
externo à escola. Com relação a isso, os PCN+ (BRASIL, 2002b) dizem que:
A escola não pode ficar alheia ao universo informatizado se quiser, de fato, integrar
o estudante ao mundo que o circunda, permitindo que ele seja um indivíduo
autônomo, dotado de competências flexíveis e apto a enfrentar as rápidas mudanças
que a tecnologia vem impondo à contemporaneidade (BRASIL, 2002b, p. 229-230).
Podemos destacar mais quatro pontos positivos que explicitam as vantagens de se
utilizar simuladores nas aulas. O primeiro é que a grande maioria deles tem baixo custo. O
segundo é que permitem a realização de experimentos que são impossíveis de serem
realizados em sala de aula. O que se aplica em nosso caso, já que os fenômenos da física
nuclear ocorrem todos na faixa de altas energias, tornando suas práticas irrealizáveis nas salas
de aula.
O terceiro é que a simulação ainda concede ao estudante um maior grau de liberdade
durante as atividades, pois elas não trazem riscos físicos para ele, o que toda atividade prática
oferece (não estamos, porém, defendendo o abandono das práticas laboratoriais, pois
acreditamos que são de fundamental importância para o aprendizado de física).
O quarto e último ponto positivo é que os simuladores quase sempre fazem os cálculos
envolvidos na situação física, deixando que o aluno se preocupe mais com os conceitos físicos
do problema do que propriamente com os modelos matemáticos. Este ponto é similarmente
observado por Veit e Araujo (2005, p.5):
A modelagem computacional aplicada a problemas de Física transfere para os
computadores a tarefa de realizar os cálculos – numéricos e/ou algébricos –
deixando o físico ou o estudante de Física com maior tempo para pensar nas
hipóteses assumidas, na interpretação das soluções, no contexto de validade dos
modelos e nas possíveis generalizações/expansões do modelo que possam ser
realizadas.
2.8 REFERENCIAL TEÓRICO
As atividades apresentadas neste trabalho monográfico foram fundamentadas na teoria
educacional conhecida como construtivismo. Esta teoria propõe que nada, a rigor, está
acabado, pronto. E que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma área,
como algo terminado. Ele se constrói na interação do indivíduo com o meio social e físico.
Um dos principais teóricos construtivista é Piaget. Como exemplo que fundamenta sua teoria,
26
Piaget expõe como o ser humano, logo assim que nasce, mesmo portando uma extensa
bagagem hereditária que remonta a milhões de anos de evolução, não consegue emitir nem a
mais simples operação de pensamento nem o mais elementar ato simbólico. Sobre isso,
Becker (1994, p. 88) diz que:
[...] o meio social, por mais que sintetize milhares de anos de civilização, não
consegue ensinar a esse recém-nascido o mais elementar conhecimento objetivo. Isto é, o sujeito humano é um projeto a ser construído; o objeto é, também, um
projeto a ser construído. Sujeito e objeto não têm existência prévia, a priori: eles se
constituem mutuamente, na interação. Eles se constroem.
Acreditando que o construtivismo constitui um bom referencial teórico, no que tange o
processo de ensino-aprendizagem, apresentamos, neste trabalho, uma proposta metodológica
baseada em atividades que ofereçam ao aluno um maior grau de participação e interação
durante as aulas. Indubitavelmente as atividades educacionais alternativas às aulas
tradicionais, como os jogos, simuladores, experimentos, etc., proporcionam aos alunos uma
forma mais explícita de interação com os colegas e/ou com as próprias atividades, facilitando
a aprendizagem, isto é, facilitando o processo de construção do conhecimento. Sobre essa
característica construtivista, que propõe uma forma de ensino na qual aluno não é posto como
sujeito passivo, Niemann e Brandoli (2012, p.7) declaram:
O construtivismo propõe que o aluno participe ativamente do próprio aprendizado,
mediante a experimentação, a pesquisa em grupo, o estimulo a dúvida e o
desenvolvimento do raciocínio, entre outros procedimentos. A partir de sua ação, vai
estabelecendo as propriedades dos objetos e construindo as características do mundo.
Portanto, adotando essa corrente ideológica, pretendemos romper com o modelo de
ensino tradicional, ou seja, romper com o ensino que é centrado unicamente na oralidade do
professor, que mesmo sendo conhecida a sua ineficácia, ainda é utilizado frequentemente nas
salas de aula.
Propomos, também, que o desempenho dos alunos nas atividades seja avaliado e não
verificado. Isso por que é importante que o professor acompanhe se o aluno aprendeu ou não
com a atividade, porém, é ainda mais importante, que o professor e o aluno saibam a causa do
sucesso ou insucesso da prática de ensino. Por isso, não incorporamos às atividades o método
de verificação, pois este se encerra no momento em que é obtido o que se procura, isto é, no
momento em que se obtém o resultado do aluno, que pode ser positivo ou negativo; e não se
faz nenhuma reflexão sobre esses resultados. Diferentemente da verificação, na avaliação há
27
uma reflexão pós-resultados e, consequentemente, uma tomada de decisão que pode ser de
modificar ou manter o método de ensino.
Essa visão do processo de avaliação pode ser compreendida a partir do parecer de
Sant’Anna (1995, p.29, 30), segundo o qual a avaliação é
Um processo pelo qual se procura identificar, aferir, investigar e analisar as
modificações do comportamento e rendimento do aluno, do educador, do sistema,
confirmando se a construção do conhecimento se processou, seja este teórico
(mental) ou prático.
O processo de avaliação é composto por três etapas, cada uma com uma finalidade
especifica. A primeira etapa é a avaliação diagnóstica, que visa obter informações sobre o
conhecimento prévio dos alunos. Sobre este tipo de avaliação, Gil (2006, p. 247) diz:
[...] constitui-se num levantamento das capacidades dos estudantes em relação aos
conteúdos a serem abordados, com essa avaliação, busca-se identificar as aptidões
iniciais, necessidades e interesses dos estudantes com vistas a determinar os
conteúdos e as estratégias de ensino mais adequadas.
A segunda etapa é a avaliação formativa. Esta tem por finalidade mostrar ao professor
e ao aluno, no decorrer das atividades, seus respectivos desempenhos, promovendo, ao
professor, a possibilidade de corrigir eventuais falhas no processo de ensino aprendizagem.
Blaya8 (2004 apud OLIVEIRA; APARECIDA; SOUZA, 2008, p. 2387-2388) assegura que
[...] a preocupação central reside em coletar dados para reorientação do processo de
ensino-aprendizagem. Trata-se de uma ‘bússola orientadora’ do processo de ensino-
aprendizagem. A avaliação formativa não deve assim exprimir-se através de uma nota, mas sim por meio de comentários.
A terceira e última etapa é a avaliação somativa. Esta ocorre no final do período de
aprendizagem e tem por objetivo analisar o rendimento dos alunos. A respeito da avaliação
somativa, Gil (2006, p. 248) afirma:
É pontual e geralmente ocorre no final do curso, de uma disciplina, ou de uma unidade de ensino, visando determinar o alcance dos objetivos previamente
estabelecidos. Visa elaborar um balanço somatório de uma ou várias sequências de
um trabalho de formação e pode ser realizada num processo cumulativo, quando
esse balanço final leva em consideração vários balanços parciais.
8 BLAYA, Carolina. Processo de Avaliação. Rio grande do Sul, 2004.
28
3. O JOGO - METODOLOGIA E SONDAGEM
3.1 OBJETIVOS
Ainda encontramos, nas salas de aula, relatos de professores que, ao introduzirem
jogos ou atividades lúdicas em geral, sofrem repressão e são acusados de não estarem
lecionando, isto porque ainda se tem um senso comum de que o jogo e a aprendizagem são
antônimos. Na tentativa de acabar com essa impressão e verificar a eficácia dos jogos no
processo de ensino-aprendizagem para jovens e adultos, assim como investigar suas
concepções prévias sobre o tema central Energia, propomos a realização de uma sondagem,
através da aplicação de um questionário antes e depois do jogo.
Os questionários aplicados pré e pós jogo são os mesmos (ver Apêndice 7.1). Eles são
compostos por três questões discursivas e uma objetiva. Uma breve descrição das questões
será feita mais adiante, na seção 3, quando analisaremos o resultado da atividade.
3.2 O JOGO
O presente jogo, intitulado de “Show da Energia”, consiste num jogo de perguntas e
respostas. As perguntas (Apêndice 7.2.4) podem ser levadas para a sala de aula tanto na forma
de cartões como na forma de slides. Esta última foi a forma que utilizamos para enunciar as
perguntas do jogo para os alunos.
Ainda sobre as perguntas, é relevante citar que todas são de múltipla escolha,
contendo, cada uma, quatro opções de resposta.
É conveniente mencionar que tanto no jogo quanto nos questionários abordou-se o
conceito de energia de modo geral, com certo enfoque na física moderna e contemporânea
(FMC), especificamente na física nuclear. Este breve enfoque deve-se ao fato deste ser um
jogo piloto e introdutório ao assunto de energia para as turmas da educação de jovens e
adultos. Porém, dependendo da turma e do que se pretende ensinar, pode-se alterar o nível de
inserção da FMC no jogo, isto é, fica a critério do professor e do que ele pretende apresentar
em sala de aula, colocar mais ou menos conteúdos de FMC.
Nesta atividade, o jogo foi aplicado com a finalidade de se introduzir o conteúdo,
porém ele também pode ser utilizado como mecanismo de avaliação, seja ela diagnóstica,
formativa ou somativa.
29
O jogo possui um caráter simultâneo no que diz respeito à cooperatividade e à
competitividade, isto porque contém placares e com isso vencedores, o que é uma
característica competitiva. No entanto, também proporciona aos alunos e aos grupos a
oportunidade de trabalharem em conjunto no objetivo de responderem as questões, ou seja,
trabalha com cooperação.
Para que o jogo possa ser realizado, é necessária a divisão da turma em, no mínimo,
três grupos. Estes, por sua vez, são confrontados com rodadas de perguntas que poderão ser
respondidas ou passadas para outro grupo. Em caso de acerto ganham-se os pontos da
questão, e na ocorrência do erro, a mesma quantidade de pontos será perdida.
Quando uma pergunta é passada para outro grupo, esta tem seu valor aumentado, e se
a mesma for repassada, neste caso pela terceira vez, aumenta seu valor ainda mais. Porém é
importante ressaltar que o valor da perda de pontos acompanha este aumento devido aos
passes e, também, que é permitida a ocorrência de saldos negativos.
Acontecendo de nenhum grupo se “arriscar” a responder, eles terão que trabalhar em
conjunto e escolher uma única resposta. Se acertarem, o ponto será para todos e em caso de
erro, a perda também será.
Cada grupo disponibilizará de um minuto para responder ou passar a questão a outro
grupo. No Apêndice 7.2.3 apresentamos, detalhadamente, as regras do jogo.
Este jogo foi elaborado para ser realizado em dois tempos de aula. No entanto, caso o
professor queira ou precise, a duração do jogo pode ser alterada.
É importante comentar que a cada resposta, certa ou errada, houve a intervenção do
professor, ou seja, foi organizada uma discussão acerca das respostas, onde o professor agiu
como mediador, objetivando que o aluno construísse seu conhecimento.
3.3 PERFIL DAS TURMAS DE ALUNOS PARTICIPANTES DO JOGO
A atividade lúdica foi realizada no Colégio Estadual Raul Vidal, localizado no
município de Niterói - RJ. Neste colégio é possível se deparar com um quantitativo grande de
alunos e, também, com uma boa infraestrutura. É uma unidade escolar que funciona nos três
turnos, encontrando-se à noite, as turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA).
O jogo foi aplicado em duas turmas de EJA. A primeira turma, que chamaremos turma
UM, está na seriação equivalente ao segundo ano do ensino médio regular. E a segunda
turma, que, por sua vez, denominaremos turma DOIS, está na seriação compatível com o
terceiro ano do ensino médio regular.
30
A turma UM é formada por 19 alunos, dos quais apenas 12 estavam presentes na
aplicação do jogo. Dos alunos participantes, nove são homens, oito deles com idades entre 18
e 28 anos, e um com idade entre 49 e 59 anos. O restante dos participantes, isto é, os três
alunos, são mulheres; uma com idade entre 18 e 28 anos, e duas com idade entre 39 e 49 anos.
A turma DOIS também é composta por 19 alunos, porém destes, somente 15
compareceram no dia do jogo. Dos discentes presentes no jogo, seis são homens, sendo dois
com idades entre 18 a 39 anos, dois com idades entre 40 e 50 anos e dois com idades entre 51
e 60 anos. A outra parte da turma, que por sinal é a maioria, são mulheres. Três delas possuem
idades entre 18 e 28 anos, duas apresentam idades entre 29 e 39 anos, duas tem idades entre
40 e 50 anos, e por fim, duas detém idades entre 51 e 60 anos.
3.4 APLICAÇÃO DO JOGO:
3.4.1 TURMA UM
Inicialmente, foi aplicado o questionário de sondagem. É válido mencionar que,
enquanto os alunos realizavam o questionário, pairou-se certo receio do jogo não ser bem
aceito pelos alunos, visto que esta é uma turma muito agitada e que não costuma participar
das atividades.
Após este questionário, demos início ao jogo. No começo os alunos não estavam
muito envolvidos e/ou interessados, e isso, por alguns instantes, gerou uma preocupação. No
entanto, no decorrer no jogo, mais precisamente na terceira rodada de perguntas, já tínhamos
toda a turma envolvida e participando. E daí em diante o jogo fluiu bem. Algo que chamou a
atenção foi o fato de nenhum dos grupos passarem as perguntas, mesmo quando não sabiam
as respostas, ou seja, eles preferiam perder os pontos a passarem. Um exemplo disso foi o
grupo três, que ficou em último lugar no placar, chegando a ter um grande saldo negativo.
No fim da prática, foi aplicado o mesmo questionário, desta vez, com o intuito de se
avaliar o aprendizado a partir do jogo. O resultado, a princípio, pareceu satisfatório, pois se
constatou a participação e aprendizagem dos alunos e, também, muitos elogios a respeito do
jogo.
3.4.2 TURMA DOIS
Seguindo o mesmo procedimento da turma anterior, o questionário foi aplicado antes
do início do jogo.
31
Durante o jogo foi possível notar, diferentemente da turma UM, uma completa
participação dos alunos logo de início. Outro ponto curioso foi o fato do grupo dois desta
turma ter passado não somente uma, mas duas vezes a pergunta para outro grupo, o que não
ocorreu na outra turma nem em outro grupo. Com isso foi possível constatar que os grupos,
com exceção do grupo dois desta turma, preferiram perder o ponto a passar a pergunta.
Os questionários finais foram respondidos com muito entusiasmo. Durante a
realização destes últimos questionários, um dos alunos disse que nunca pensou que se podia
aprender jogando.
3.5 ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS NA PESQUISA
Com o intuito de verificar se o jogo produziu os efeitos esperados, foi elaborada uma
análise das respostas dos alunos aos questionários, que é apresentada a seguir. Alguns
questionários respondidos, na íntegra, encontram-se no Anexo 8.
Na questão um foi perguntado o que é energia. O objetivo desta pergunta era que o
aluno compreendesse que não há uma única definição ou explicação do que vem a ser energia.
A questão dois continha uma figura com ilustrações de diferentes formas de energia e
os alunos deveriam marcar as opções correspondentes às formas de energias ilustradas. Nesta
pergunta, as energias potencial elástica e sonora, encontradas respectivamente nos itens c e f,
eram as únicas formas de energia que não constavam na figura.
A questão três indagava sobre quais formas de energia, além das contidas na questão
dois, os alunos conheciam. Contudo, identificamos neste quesito duas pequenas falhas na
formulação da pergunta, as quais só foram percebidas no momento da análise. Na íntegra, a
indagação desta questão é: “Existem mais formas de energia que você conhece e que não
estão ilustradas na figura acima?”. A primeira falha consistiu em colocar neste enunciado o
trecho “você conhece”, o que dá, à questão, a impressão de ser uma resposta pessoal. A
segunda falha foi a falta de um complemento no fim do enunciado, que poderia ser, por
exemplo: “Se existir, cite-as”. Contudo, essa falha não inutilizou a questão, já que foi possível
averiguar se os alunos conheciam ou não outras formas de energia.
Por fim, na questão quatro eram solicitados exemplos de sistemas de conversão de
energia, a fim de se saber se o aluno compreendia este conceito e sabia identificar formas de
conversão.
Com a intenção de facilitar a análise quantitativa das respostas dos alunos, dadas aos
questionários, utilizamos os gráficos 1, 2, 3 e 4 que se encontram a seguir. Porém, é
32
importante mencionar que nestes gráficos não estão presentes análises referentes à questão
três. Isto porque ela possui caráter qualitativo, ou seja, é uma questão que não envolve erro ou
acerto, e sim, como mencionado anteriormente, o fato de se conhecer ou não outras formas de
energia além das que estavam ilustradas na figura do exercício dois. Porém é pertinente
explicitar os percentuais das respostas a esta questão, e isto é feito, à parte, nos gráficos 5 e 6.
Gráfico 1: Análise quantitativa das respostas certas dos alunos da turma 1 pré e pós jogo.
Gráfico 2: Análise quantitativa das respostas certas dos alunos da turma 2 pré e pós jogo.
33
Gráfico 3: Análise quantitativa das questões não respondidas dos alunos da turma 1 pré e pós jogo.
Gráfico 4: Análise quantitativa das questões não respondidas dos alunos da turma 2 pré e pós jogo.
Com base nos gráficos 1 e 2 acima, podemos observar que o jogo se mostrou eficiente
no processo de ensino aprendizagem dos alunos da educação de jovens e adultos, já que é
possível notar que houve, em todas as questões, maior quantidade de acertos após o jogo do
que antes dele.
34
Outro ponto curioso, que vale ser mencionado, é a constante dos alunos que não
responderam antes e nem depois do jogo, fato que pode ser observado na questão um do
gráfico 3 e nas questões um e quatro do gráfico 4. Ao investigarmos isso mais a fundo,
notamos que os alunos que não responderam essas questões antes do jogo, são os mesmos que
não as responderam depois do mesmo. Podemos, a princípio, inferir duas possíveis
explicações para isto. A primeira delas é que os alunos, embora tivessem participando do
jogo, no que diz respeito às questões discursivas, não quiseram responder. E a segunda é que,
de fato, eles podem não ter assimilado o conteúdo, e como não externaram isso, o professor
não pode fazer as devidas mudanças na metodologia usada nas explicações durante o jogo.
Os gráficos 5 e 6, a seguir, fazem referência à questão três, sobre as formas de energia
não apresentadas na ilustração do questionário.
Gráfico 5: Percentuais das respostas dadas, pela turma 1, à questão três pré e pós jogo.
35
Gráfico 6: Percentuais das respostas dadas, pela turma 2, a questão três pré e pós jogo.
Na análise destes dois últimos gráficos podemos observar que o jogo se mostrou
eficiente, também, no que diz respeito à apresentação de novas formas de energia. É possível
constatar, em ambos os gráficos, que houve aumentos expressivos, pós jogo, na porcentagem
de alunos que afirmaram conhecer outras formas de energia além das que estavam presentes
na figura do exercício dois.
36
4. ATIVIDADES PROPOSTAS
Além do jogo alvitrado anteriormente, sugerimos, também, atividades para que os
professores possam criar um ambiente mais contextualizado para o aluno que está estudando
conteúdos de física moderna e contemporânea já que, na maioria deles, é impossível a
realização de experimentos em sala de aula. Este fato impõe ao aluno a necessidade de
alcançar um alto nível de abstração, tarefa muitas vezes bastante árdua, acarretando no
desinteresse do aluno pelos conteúdos abordados. Visando encurtar esta distância entre a
física moderna e a contextualização da realidade do educando, propomos algumas atividades
cujas descrições se encontram a seguir.
4.1 ATIVIDADE 1: ENERGIA NUCLEAR
Esta atividade (apêndice 7.3) tem por objetivo apresentar, de uma maneira
introdutória, o assunto energia nuclear, juntamente com assuntos a ele relacionados, e que são
inúmeras vezes citados em nosso cotidiano, como a radiação alfa, radiação beta, radiação
gama e a famosa equação de Einstein, E = mc2. Visa-se, também, um contato inicial do aluno
com o modelo atômico.
Nesta atividade, toda a apresentação de conceitos e explicações ocorre por meio de
dois áudios9. Ambos expõem diálogos que envolvem situações do dia-a-dia, relacionadas ao
tema energia nuclear.
4.2 ATIVIDADE 2: JOGO DA DATAÇÃO RADIOATIVA
Um dos mecanismos mais utilizados para verificar a idade cronológica de utensílios
artísticos, fósseis de animais e humanos, é o de datação radioativa.
Esse tipo de medição é algo que gera muita curiosidade e interesse, visto que
determina idades na faixa de milhares de anos, e com uma boa precisão. Fazendo uso dessa
curiosidade e interesse, esta atividade (Apêndice 7.4) tem por objetivo levar o aluno a
compreender como ocorre esta medição. Para isso, é feita a utilização de um simulador10
que
permite o aluno interagir com vários objetos a serem datados.
9 Disponível em:<http://www.fisicavivencial.pro.br/mapacondigital/171>. Acesso em: 22 abril 2015.
10Disponível em:<https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/radioactive-dating-game>. Acesso em: 22 abril
2015.
37
Com este simulador também é possível trabalhar assuntos importantes de física
moderna de maneira bem didática, como a meia-vida de isótopos radioativos e as taxas de
decaimento de dois radionuclídeos, o Carbono 14 e o Urânio 238.
4.3 ATIVIDADE 3: ESPECTROS DE EMISSÃO
Esta atividade (Apêndice 7.5) tem por finalidade fazer com que os alunos observem
espectros de emissão de diferentes substâncias e entendam que cada uma possui um espectro
característico, que se deve às suas transições eletrônicas.
Para gerar e analisar os espectros utilizam-se lâmpadas de diferentes materiais em
conjunto com um CD (Compact Disc), e submetem-se diversos materiais à combustão.
4.4 ATIVIDADE 4: FISSÃO NUCLEAR
Esta atividade (Apêndice 7.6) tem como intenção abordar os conteúdos de fissão
nuclear de uma maneira mais didática. Essa abordagem é feita através de um simulador11
,
onde o aluno tem liberdade de manter ou variar parâmetros envolvidos num processo de
fissão nuclear, e verificar quais as consequências de suas escolhas neste processo.
Além do assunto fissão nuclear, este simulador permite tratar o tema reação em cadeia,
onde, mais uma vez, é possível mudar variáveis, como a quantidade de isótopos na reação,
quais isótopos entram na reação, se a reação ocorrerá com ou sem contenção. Assim, podemos
abordar e discutir o tema de uma maneira mais lúdica e didática.
Por fim, do mesmo modo que nos outros temas, é possível simular o funcionamento de
um reator nuclear, controlando a emissão de nêutrons na reação e verificando o efeito causado
na produção de energia. É disponibilizada, também, a foto de um reator de verdade a fim de
ilustração, e possibilitar a análise da semelhança entre o reator do simulador e o real.
11 Disponível em:< https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/nuclear-fission>. Acesso em: 22 abril 2015.
38
5 CONCLUSÃO E CONSIDERAÇÕES FINAIS
O modelo da educação tradicional, centrada na oralidade do professor e passividade do
aluno ainda é frequentemente encontrado nas salas de aula do ensino regular e da educação de
jovens e adultos (EJA). A sua manutenção é justificada com o argumento de ser a melhor
maneira de se ensinar e por dar menos trabalho. No entanto, em virtude do que expomos neste
trabalho, concluímos, mais uma vez, que essa concepção está errada. Ao realizarmos uma
atividade diferenciada com os alunos da EJA, que no caso foi o jogo, constatou-se um
aprendizado significativo dos alunos, sem que fosse preciso extinguir a interação e a
participação deles, como dita o modelo tradicional.
Outro aspecto a considerar é a receptividade dos alunos quanto à aplicação de uma
atividade lúdica. Ao contrário do que poderíamos supor, os alunos da EJA não se sentiram
constrangidos por participarem de uma atividade convencionalmente “destinada a crianças”.
Isto tem um significado bastante interessante, na medida em que constatamos que o lúdico
“não tem idade” e povoa o imaginário de todos, sejam jovens, adultos ou crianças. Por estas
razões, podemos então afirmar que os resultados obtidos na aplicação do jogo com as turmas
da EJA, foram satisfatórios.
Quanto às atividades propostas no capítulo 4, ressaltamos que elas não foram
aplicadas pelo autor deste trabalho e foram incluídas com a pretensão de servir como
sugestões para os professores que irão ministrar aulas sobre Física nuclear. Levando em
consideração a importância deste conteúdo e da dificuldade de realização de experimentos
desta área da física em sala de aula, propomos estas atividades, que são simples de serem
realizadas e que oferecem aos alunos da EJA (e/ou do ensino regular) uma boa interação com
a Física nuclear.
Considerando os argumentos aqui apresentados, é notória a necessidade de mudança
no currículo da educação de jovens e adultos (EJA) e, também, no das universidades que
formam professores. Isto porque é inaceitável que no presente século adultos concluam seu
ensino médio sem verem conteúdos de física moderna e contemporânea, que estão presentes
na maioria, senão em todas, as formas de tecnologia atuais. Acreditamos também que nas
universidades é necessária a introdução de uma disciplina, ou pelo menos conteúdos
específicos inseridos em alguma disciplina pedagógica, que seja voltada à capacitação de
professores que pretendem atuar nesta modalidade de ensino, identicamente como se faz com
a língua brasileira de sinais (Libras). É evidente o grande despreparo dos professores que
39
atuam na EJA, haja vista que a maior parte deles desconhece a andragogia, que é a
metodologia correta a ser utilizada com os adultos.
Esperamos que a realidade educacional do nosso país mude e que, com o passar dos
anos, a taxa de alfabetização na idade certa chegue a 100%, o que implicará na erradicação de
adultos analfabetos. No entanto, para que isso aconteça no futuro é fundamental que as
mudanças ocorram agora no presente, o que deposita sobre nós uma enorme responsabilidade
com o tipo de educação que estamos proporcionando aos alunos da EJA.
40
6. OBRAS CITADAS
ALVETTI, M. A. S. Ensino de Física moderna e contemporânea e a revista de ciência hoje.
1999. 169 f. Dissertação (Mestrado em Educação e Ciências)-Universidade Federal de Santa
Catarina, Florianópolis, 1999. Disponível em:
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17 janeiro 2015.
BECKER, Fernando. O que é o construtivismo?.Ideias, n. 20. São Paulo: FDE, 1994. p. 87-
93. Disponível em: < http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ideias_20_p087-093_c.pdf>.
Acesso em: 10 janeiro 2015.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei Nº 9.394/96. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf>. Acesso em: 4 março 2015.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio: parte III- Ciências da Natureza,
Matemática e suas Tecnologias. Brasília, 2000. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/ciencian.pdf>. Acesso em: 6 maio 2015.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Básica. PCN+
Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais.
Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias, 2002a. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/CienciasNatureza.pdf>. Acesso em: 6 maio 2015.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Linguagens, códigos e suas tecnologias: orientações educacionais complementares aos
parâmetros curriculares nacionais – PCN+. Brasília: 2002b. Disponível em:<
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BROTTO, Fábio Otuzi. Jogos Cooperativos: O Jogo e o Esporte como um Exercício de
Convivência. Campinas, 1999. 209 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) –
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NIEMANN, F. A.; BRANDOLI, F. Jean Piaget: um aporte teórico para o construtivismo e
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RIBEIRO, Anecy Ruvieri; RIBEIRO, Benedito Aparecido; LEÃO JUNIOR, Cleber Mena.
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SANCHES, M. B.; NEVES, M. C. D. A. A Física Moderna e Contemporânea no ensino
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SANT’ANNA, Ilza Martins. Por que avaliar?: Como avaliar?: Critérios e instrumentos.
3ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
SANTOS, A. V.; SANTOS, S. R.; FRAGA, L. M. Sistema de realidade virtual para
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42
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SILVA, João Ricardo da; ARENGHI, Luiz Eduardo Birelo; ALEX, Lino. Porque inserir física
moderna e contemporânea no ensino médio? Uma revisão das justificativas dos trabalhos
acadêmicos. 2013. Disponível em:
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STEPHANOU, Maria; BASTOS, Maria Helena. Histórias e Memórias da Educação no
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STRELHOW, Thyeles Borcarte. Breve História sobre a Educação de Jovens e Adultos no
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Disponível em:
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%20Texto%201%20(Breve%20histu00F3ria%20da%20EJA%20no%20Brasil).pdf>. Acesso
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TEIXEIRA, Gilberto. Andragogia: A aprendizagem nos adultos. 2005. Disponível em:
< http://lecschool.com.br/v1/biblioteca/EDUAndragogi2.pdf>. Acesso em: 18 abril 2015.
VEIT, E. A.; ARAUJO, I. S. Modelagem computacional no ensino de física. In: ENCONTRO
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WOLFF, Simone. O espectro da reificação em uma empresa de telecomunicações: o
processo de trabalho sob os novos parâmetros gerenciais e tecnológicos. Campinas:
Unicamp, 2004. Disponível em:
< http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000331335&fd=y>. Acesso
em 23 maio 2015.
44
7.1 QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE FÍSICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FÍSICA
PESQUISA INTEGRANTE DO TRABALHO DE
MONOGRAFIA DE FIM DE CURSO
Graduando: Ramon de Oliveira Silva
Orientador (a): Profª. Ruth Bruno
Niterói
2015
45
PESQUISA INTEGRANTE DO TRABALHO
DE MONOGRAFIA DE FIM DE CURSO.
Questionário
( ) de 18 a 28 anos
( ) de 29 a 39 anos
Nome:__________________________________________ Idade: ( ) de 40 a 50 anos
( ) de 51 a 61 anos
( ) 62 anos ou mais
1) O que é energia?
2) Marque um “ X “ nas alternativas que possuam formas de energia que estão ilustradas na figura
abaixo:
a)Eólica f)Sonora
b)Potencial gravitacional g)Cinética
c) Potencial elástica h)Elétrica
d)Química i)Mecânica
e)Nuclear j)Térmica
3) Existem mais formas de energia que você conhece e que não estão ilustradas na figura acima?
4) Cite exemplos de sistemas, aparelhos, ou objetos de conversão de energia:
46
7.2 O JOGO
7.2.1 OBJETIVOS PARA COM O ESTUDANTE
a) Proporcionar ao estudante uma maneira diferenciada de aprender.
b) Desenvolver no estudante a capacidade de trabalhar em equipe, seja com os
companheiros do mesmo grupo ou não.
c) Familiarizar os alunos com as questões de vestibular, caso as perguntas do jogo sejam
elaboradas com esse tipo de questões.
7.2.2 UTILIDADES DO JOGO PARA O PROFESSOR
a) Servir como mecanismo de avaliação da aprendizagem e/ou da prática de ensino do
professor.
b) Embora o jogo tenha sido elaborado na perspectiva dos conteúdos de energia, com
ênfase nos conteúdos de física moderna e contemporânea, especificamente de energia
nuclear, ele pode ser estendido a qualquer área da física e até para outras disciplinas.
7.2.3 REGRAS DO JOGO (MANUAL DO PROFESSOR)
7.2.3.1 DIVISÃO DE GRUPOS
Os alunos da turma devem ser divididos em três grupos, de preferência com o mesmo
número de integrantes.
Todas as perguntas deverão ser de múltipla escolha, e serão dispostas separadamente
em cada cartão.
O professor definirá uma seqüência dos grupos, e esta será respeitada ao se fazer as
perguntas. As perguntas serão feitas por um mediador, que pode ser o professor, a um grupo
de cada vez. Por exemplo: na primeira rodada o Grupo 1 iniciará respondendo a pergunta; na
segunda rodada o Grupo 2 iniciará respondendo a pergunta; na terceira rodada o Grupo 3
iniciará respondendo; na rodada seguinte o Grupo 1 volta a iniciar a resposta, e assim
sucessivamente.
Cada rodada consiste de 4 etapas, que serão descritas a seguir.
7.2.3.2 PRIMEIRA ETAPA
Um grupo receberá uma pergunta, a qual deverá responder ou, caso não saiba a
resposta, poderá passá-la para outro grupo à sua escolha. Se responder corretamente, o grupo
ganha 3 pontos e a rodada acaba. Se responder incorretamente, o grupo perde 3 pontos e a
rodada acaba. Caso o grupo escolha passar a pergunta, então começará a 2ª etapa.
47
7.2.3.3 SEGUNDA ETAPA
Nesta etapa a pergunta aumenta seu valor.
O grupo que receber a pergunta deverá respondê-la ou repassá-la para o grupo
restante, sem poder retorná-la ao grupo que lhe passou a pergunta. Assim como na 1ª etapa, se
o grupo acertar a questão, ganhará 4 pontos e a rodada acaba. Caso erre, perderá 4 pontos e a
rodada acaba. Caso escolha repassar a pergunta, então a 3º etapa começará.
7.2.3.4 TERCEIRA ETAPA
Nesta etapa, a pergunta novamente aumenta seu valor.
O grupo que receber, por último, a pergunta, não poderá repassá-la para mais nenhum
grupo, devendo respondê-la ou afirmar que não sabe a resposta. Se o grupo responder e
acertar, ganhará 5 pontos e a rodada acaba. Caso erre, perderá 5 pontos e a rodada acaba. Caso
afirme que não sabe a resposta, então começará a 4ª etapa.
7.2.3.5 QUARTA ETAPA
Nessa última etapa os três grupos, juntos, pensarão em uma resposta consensual para a
questão. Se essa resposta for correta, todos os grupos recebem 1 ponto. Se for errada, todos os
grupos perdem 1 ponto.
Quando a 4ª etapa acabar, acaba também a rodada.
Começa-se uma nova rodada, composta pelas mesmas etapas descritas anteriormente,
constituindo-se um ciclo.
Nota: pode haver saldo de pontos negativos no placar geral.
7.2.4 PERGUNTAS DO JOGO
1) Que tipo de energia se obtém a partir
da quebra das ligações químicas das
moléculas e/ou átomos?
a) Nuclear
b) Molecular
c) Química
d) Potencial elástica
2) Que tipo de energia é convertida em energia
elétrica no interior das baterias?
a) Química
b) Potencial elástica
c) Elétrica
d) Nuclear
48
3) De qual grandeza fundamental
depende a energia cinética?
a) Posição
b) Aceleração
c) Gravidade
d) Velocidade
4) A energia cinética, energia que está
associada ao movimento, é representada
corretamente pela expressão:
a) E= mgh + ½ mv²
b) E = ½ mv²
c) E = mc2
d) E = ½ kx2
5) Quando comprimimos uma mola,
estamos transferindo energia da nossa
mão para a mola. Enquanto a mola
permanecer comprimida, a energia que
transferimos estará armazenada nela. A
essa energia armazenada damos o nome
de:
a) Energia química
b) Energia nuclear
c) Energia eólica
d) Energia potencial elástica
6) O estilingue é um aparato utilizado para
disparar pedras com velocidade. Essa
velocidade vem da energia que estava
armazenada no estilingue. Essa energia é a:
a) Mecânica
b) Cinética
c) Potencial elástica
d) Potencial gravitacional
7) De qual grandeza fundamental
depende a energia potencial
gravitacional?
a) Posição em relação a um ponto
(Altura)
b) Velocidade
c) Pressão
d) Aceleração
8) A energia potencial gravitacional, energia
que está associada à posição, é representada
corretamente pela expressão:
a) E= mgh + ½ mv²
b) E = ½ mv²
c) E = nRT
d) E = mgh
9) Quatro amigos escalam uma
montanha. O amigo A subiu 100m, o B
subiu 90m, o C subiu 95m e o D subiu
99m. Qual deles possui maior energia
potencial gravitacional?
a) Amigo A
b) Amigo B
c) Amigo C
d) Amigo D
10) O Sol é uma estrela essencial para a vida
em nosso planeta, pois nos fornece:
a) Energia química
b) Energia sonora
c) Energia térmica
d) Energia eólica
49
11) De qual grandeza física depende a
energia térmica?
a) Calor
b) Temperatura
c) Corrente elétrica
d) Aceleração
12) A soma da energia cinética com a energia
potencial é chamada de energia:
a) Alimentar
b) Sonora
c) Mecânica
d) Cinética composta
13) A energia mecânica é constituída
pela soma de duas outras energias, e é
dada pela expressão E= mgh + ½ mv².
Essas energias são:
a) Potencial gravitacional e potencial
elástica
b) Solar e química
c) Potencial gravitacional e cinética
d) Potencial elástica e cinética
14) Qual energia é liberada em processos de
transformação de núcleos atômicos?
a) Elétrica
b) Nuclear
c) Química
d) Térmica
15) Qual o tipo de usina que tem como
matriz energética o fissão de átomos
pesados?
a) Hidrelétrica
b) Química
c) Elétrica
d) Nuclear
16) A energia que vem do fluxo dos ventos, e
que pode ser convertida em energia elétrica ou
mecânica, é a energia:
a) Solar
b) Elétrica
c) Mecânica
d) Eólica
17) Qual dessas energias movimenta os
aerogeradores para produzir energia
elétrica?
a) Eólica
b) Química
c) Potencial elétrica
d) Térmica
18) O fluxo de elétrons gera uma corrente
elétrica. Esta corrente alimenta aparelhos
elétricos e eletrônicos. Qual o nome desse tipo
de energia?
a) Cinética
b) Potencial elástica
c) Elétrica
d) Sonora
50
19) No período em que ocorre o horário
de verão “aproveitamos” mais a luz do
sol, assim, acendemos nossas lâmpadas
mais tarde do que no período sem
horário de verão. Essa prática faz com
que seja economizada a energia:
a) Sonora
b) Térmica
c) Luminosa
d) Elétrica
20) Qual é única energia detectável pelo
ouvido?
a) Química
b) Sonora
c) Potencia gravitacional
d) Eólica
21) O microfone é um dispositivo que
converte um certo tipo de energia em
energia elétrica. A energia convertida é
a:
a) Elétrica
b) Sonora
c) Térmica
d) Eólica
22) Sistema que transforma energia elétrica em
térmica:
a) Carro
b) Ferro de passar roupa
c) Organismo humano
d) Barco
23) A pilha é um excelente exemplo de
um dispositivo que converte que tipo de
energia?
a) Elétrica em eólica
b) Nuclear em potencial
c) Química em elétrica
d) Solar em química
24) Atualmente algumas concessionárias de
energia elétrica estão dando alguns benefícios
para os consumidores que estão instalando
painéis fotovoltaicos (solares) em suas
residências com o intuito de economizar
energia. Isto por que os painéis solares:
a) Convertem energia térmica (que vem do sol)
em química
b )Convertem energia elétrica em térmica (que
vem do sol)
c) Convertem energia térmica (que vem do sol)
em eólica
d) Convertem energia térmica (que vem do sol)
em elétrica
51
25) Em regiões que possuam um bom
fluxo de vento é útil instalar cataventos.
O catavento é dispositivo que possui
hélices que, ao girarem, movimentam
um motor. Então podemos dizer que o
catavento transforma a energia que vem
do vento em energia que está
relacionada ao movimento, ou seja,
converte energia:
a) Química em mecânica
b) Eólica em cinética
c) Mecânica em potencial
d) Elétrica em cinética
26) Nas usinas nucleares são realizadas fissões
(quebras) de átomos pesados, e isso libera uma
energia que é convertida em outra a fim de
aquecer um reservatório. Podemos dizer que
ocorre a conversão de energia:
a) Nuclear em elétrica
b) Potencial gravitacional em eólica
c) Sonora em elétrica
d) Nuclear em térmica
27) Quais das afirmativas definem o que
é energia?
a) Energia é definida como a
eletricidade utilizada nos equipamentos
elétricos
b) Energia não possui uma única
definição específica.
c) Energia é o que impulsiona um corpo
a se movimentar.
d) Energia é o que faz acender a
lâmpada.
28) Ao jogar uma pedra pra cima, ela parte de
nossa mão com uma energia cinética. Ao
atingir o ponto mais alto da subida, qual o
único tipo de energia que ela possui?
Desprezando a resistência do ar, podemos dizer
que houve conservação de qual energia?
a) Eólica / cinética
b) Solar / luminosa
c) Potencial gravitacional / mecânica
d) Potencial gravitacional / cinética
52
7.3 ATIVIDADE 1: ENERGIA NUCLEAR
7.3.1 PROBLEMATIZAÇÃO:
Observe a figura12
ao lado:
7.3.2 PERGUNTAS-CHAVES
Analisando a figura acima, podemos constatar que há uma usina, e que dela sai uma
“fumaça” que simboliza poluição do ambiente. Com base nessas informações e em seus
conhecimentos físicos, responda:
a) Qual a forma de energia que essa usina gera?
b) É possível ter esse tipo de matriz energética sem que se degrade o ambiente?
7.3.3 METODOLOGIA
Nesta atividade, toda a apresentação de conceitos e explicações ocorre por meio de
dois áudios13
. Ambos expõem diálogos que envolvem situações do dia a dia relacionadas ao
tema energia nuclear.
Após a exposição dos dois áudios, o professor pode propor diversas atividades, tais
como simular um júri sobre energia nuclear ou começar uma discussão sobre o tema.
O que sugerimos aqui é a aplicação de um questionário com perguntas cujas respostas
estão presentes nos áudios. Os alunos deverão responder o questionário em duas etapas. A
primeira etapa consiste em responder antes de ouvir os áudios que contêm as respostas. Na
segunda etapa os alunos devem responder depois de ouvirem os áudios, e juntamente com o
professor, analisar e comparar as respostas das duas etapas.
12 Disponível em:<http://4.bp.blogspot.com/-
3oiuIaBmdzc/TZFJKq6lSLI/AAAAAAAACWQ/s5lhwBcM2gk/s1600/simpson_censura_desenho_usinas_nucle
ares_japao_tsunami_terremoto.jpg>. Acesso em: 23 abril 2015.
13 Disponível em:<http://www.fisicavivencial.pro.br/mapacondigital/171>. Acesso em: 22 abril 2015.
53
7.3.4 QUESTIONÁRIO DA ATIVIDADE 1: ENERGIA NUCLEAR
1 - O que é energia nuclear? E o que a origina?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
2 - Qual o significado físico da expressão E = mc2
?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
3 - Segundo o modelo de Rutherford-Bohr, como é constituído o átomo?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4 - O que é emissão alfa?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5 - O que é emissão beta?
___________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
6 - O que é radiação gama?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7 - Enumere, em ordem decrescente do poder de penetração, as radiações alfa, beta e gama.
___________________________________________________________________________
8 - O que é fissão nuclear?
___________________________________________________________________________
9 - O que é fusão nuclear?
___________________________________________________________________________
10 - Cite um aspecto positivo da utilização de energia nuclear, e justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
11- Cite um aspecto negativo da utilização de energia nuclear, e justifique sua resposta.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
54
7.4 ATIVIDADE 2: JOGO DA DATAÇÃO RADIOATIVA
7.4.1 PROBLEMATIZAÇÃO
Observe a figura14
ao lado:
7.4.2 PERGUNTAS-CHAVE
Observando a figura notamos a informação de que a “modelo” da revista possui 123 anos.
a) De acordo com seus conhecimentos físicos, é possível, sem conhecer a modelo e
sem nenhuma informação a seu respeito, determinar a sua idade?
b) Se sua resposta for sim, que método é esse?
7.4.3 CONCEITOS-CHAVE:
Datação radiométrica15
Grande parte das amostras arqueológicas e geológicas pode ser datada através da
medição do decaimento de isótopos radioativos que ocorrem naturalmente na Terra. Uma vez
que não temos como saber qual é o valor de N0, número inicial de núcleos radioativos, a
datação radiométrica depende do uso de proporções.
A técnica de datação mais conhecida é a datação por carbono. A criação e a
desintegração do 14
C atinge um estado em que a proporção de 14
C/12
C é de 1,3 x 10-12
, ou seja,
o dióxido de carbono atmosférico contém 14
C na concentração de 1,3 parte por milhão, uma
14 Disponivel em:<http://images.uncyc.org/pt/thumb/f/fb/Hebeplay1.jpg/180px-Hebeplay1.jpg>. Acesso em: 22
abril 2015.
15
Knight, Randall. Física 4: uma abordagem estratégica. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2009. p. 272.
55
quantidade que, mesmo pequena, é facilmente mensurável por meio de técnicas químicas
modernas.
Todos os organismos vivos trocam constantemente dióxido de carbono com a
atmosfera, de modo que a proporção 14
C/12
C nestes organismos também é igual a 1,3 x 10-12
.
Assim que um organismo morre, o 14
C presente em seus tecidos começa a decair, só que
agora ele não será mais reposto. Os objetos são datados comparando-se a proporção 14
C/12
C
com o valor de 1,3 x 10-12
, correspondente a um ser vivo.
7.4.4 UTILIZAÇÃO DO SIMULADOR “JOGO DA DATAÇÃO RADIOATIVA”.
7.4.4.1 Nesta atividade, propõe-se que os alunos façam uso do computador para utilizar um
simulador16
que tem o objetivo de ilustrar o processo de datação radioativa. Através de
gráficos e variações de parâmetros, os alunos podem ver como se estimam idades a partir da
datação por carbono e por urânio. Na aba do jogo, que aparece na figura 1, a seguir, diversas
amostras são disponibilizadas para datação.
Figura 1: Artefatos a serem datados na simulação
7.4.4.2 Ainda com a ajuda do simulador, propõe-se que os alunos analisem, através de
gráficos e variações de parâmetros, as taxas de decaimento e meia-vida dos isótopos carbono
14 e urânio 238. A figura 2, abaixo, ilustra a aba do simulador que permite a realização desta
atividade.
16 Disponível em:<https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/radioactive-dating-game>. Acesso em: 22 abril
2015.
56
Figura 2: Decaimento de isótopos radioativos feito no simulador.
7.4.5 SUGESTÃO DE AVALIAÇÃO
A título de avaliação, sugerimos a aplicação de um questionário com as seguintes perguntas:
a) O que é meia-vida de um radionuclídeo?
b) Não temos como saber o número inicial de núcleos radioativos na natureza, por isso
a datação radiométrica depende do uso de proporções. No caso da datação por
carbono, essa proporção é dada por qual razão?
c) Cite dois isótopos Radioativos.
57
7.5 ATIVIDADE 3: ESPECTROS DE EMISSÃO17
7.5.1 PROBLEMATIZAÇÃO
Observe a figura18
abaixo:
7.5.2 PERGUNTAS-CHAVE
Observando a figura, percebe-se que a luz emitida pelas lâmpadas possui coloração diferente.
a) Qual a razão dessa diferença de coloração?
b) Pode-se afirmar que as lâmpadas são feitas de materiais diferentes? Por que?
7.5.3 CONCEITO-CHAVE
7.5.3.1 ESPECTROS DE EMISSÃO19
Hoje se sabe que os átomos são compostos por um núcleo pesado e positivo situado no
seu centro e elétrons negativos, leves e distribuídos ao redor do núcleo.
17 Disponível em:
<http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/8923/espectro.pdf?sequence=1>. Acesso em: 21
abril 2015.
18 Disponível em:
< http://www.trazpraca.com/imagens/trazpraca.com/produtos/fotos_site/lampada/ledcolors2.jpg>. Acesso em 23
abril 2015.
19 Disponível em:
< http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/8923/espectro.pdf?sequence=1>. Acesso em: 21
abril 2015.
58
Os elétrons não podem ter quantidades de energia quaisquer, mas estão obrigados a
ficarem em níveis bem definidos. Desta forma, uma dada substância possui níveis de energia
que são permitidos e outros que são proibidos.
A radiação emitida por uma substância depende do nível atômico, entre outros fatores,
da transição dos elétrons de um estado energético a outro. Como estes estados dependem da
configuração de cada substância, a emissão é diferente para cada material. O conjunto da
radiação emitida é chamado de espectro de emissão da substância e pode ser usado para
caracterizar e determinar a composição da mesma.
As figuras abaixo ilustram os espectros de emissão característicos do hidrogênio,
hélio, neônio, mercúrio, sódio e cálcio.
Figura 120
e 221
: Espectros de emissão
Esta maneira de identificar elementos é usada, por exemplo, para determinar a
composição do Sol e das estrelas.
Uma vez que há energias proibidas dentro do átomo, o espectro atômico é discreto,
isto é, possui faixas de luz bem definidas e regiões escuras onde não há emissão naquela
frequência, ou seja, frequências de absorção. A figura a seguir mostra o espectro de absorção
e emissão do hidrogênio.
20 Disponível em:<http://www.brasilescola.com/upload/conteudo/images/espectros%20de%20emissao.jpg>.
Acesso em 4 de maio de 2015.
21 Disponível em:<http://alfaconnection.net/images/ATM030205b.gif>. Acesso em 4 maio 2015.
59
Figura 322
: Espectro de absorção e emissão do hidrogênio.
7.5.4 EXPERIMENTOS
A produção e observação de espectros luminosos não é uma tarefa complicada. Com
materiais muito simples, é possível elaborar experimentos para se observar a luz emitida por
diferentes elementos. Nas próximas seções propomos a realização de dois experimentos, com
esta finalidade.
7.5.4.1 UTILIZAÇÃO DE UM CD PARA DECOMPOR A LUZ
Nesta primeira atividade prática faz-se uso de um CD para decompor a luz emitida por
lâmpadas. Sugere-se o uso de uma lâmpada incandescente normal, uma lâmpada de sódio e
outra de mercúrio. Em uma caixa de papelão faz-se uma fenda estreita por onde a luz das
lâmpadas possa passar. Colocando o CD em frente à fenda e numa inclinação apropriada é
possível observar a decomposição da luz incidente.
Observa-se a diferença da decomposição para cada tipo de lâmpada, sendo que na
incandescente comum o espectro é contínuo enquanto para as demais é possível perceber os
raios claros e escuros. A figura 4 ilustra o resultado deste experimento.
22 Disponível em:<https://bussoladeplasma.files.wordpress.com/2013/01/espectro-de-
emissc3a3o.png?w=419&h=197>. Acesso em 4 maio 2015.
60
Figura 423
: Decomposição da luz por um CD através do fenômeno de difração.
7.5.4.2 ANÁLISE DE ESPECTROS EMITIDOS NA COMBUSTÃO
Nesta segunda atividade prática queimam-se diversos compostos em uma chama de
lamparina observando as diferentes tonalidades resultantes do processo.
Para fazer isto, é necessário o uso de um aparato, que pode ser um fio de aço retorcido
preso em um suporte de madeira para levar as substâncias ao fogo. Sugere-se o uso de NaCl
(sal de cozinha) e bicarbonato de sódio que são fáceis de serem encontrados.
A figura 5 exemplifica as diferentes emissões dos materiais quando submetidos à
combustão.
Figura 524
: Espectros emitidos na combustão.
23 Disponível em:<http://www.scielo.br/img/revistas/rbef/v33n1/15f8.jpg>. Acesso em: 4 maio 2015.
24 Disponível em:<http://2.bp.blogspot.com/-
IH61vFXpJNE/UaoADKuBenI/AAAAAAAAAaI/wzc8Vai5fas/s1600/chamas+1.jpg>. Acesso em: 4 maio
2015.
61
7.5.4.3 OBSERVAÇÕES:
Na realização dos experimentos exemplificados nos parágrafos anteriores, é importante
observar certos cuidados que devem ser tomados a fim de se evitar acidentes. São eles,
principalmente:
a) Cuidado com o uso do fogo.
b) Cuidado com a intensidade das lâmpadas usadas para não ofender os olhos ou
incendiar a caixa de papelão.
62
7.6 ATIVIDADE 4: FISSÃO NUCLEAR
7.6.1 PROBLEMATIZAÇÃO
Observe a figura 125
a seguir:
7.6.2 PERGUNTAS-CHAVE
Observando a figura, percebe-se que o personagem da tirinha, ao constatar que só tem
átomos, toma uma decisão um tanto quanto perigosa, o que gera a explosão ilustrada no
último quadro.
a) Com base em seus conhecimentos físicos, que fenômeno dá origem à explosão?
b) Explique como ocorre o fenômeno que originou a explosão.
7.6.3 CONCEITO-CHAVE
7.6.3.1 REAÇÃO DE FISSÃO NUCLEAR26
As reações de fissão induzidas por nêutrons ocorrem com maior frequência em alguns
núcleos pesados, como por exemplo, o 233
U, 235
U, 239
Pu. Estes são denominados de núcleos
25 Disponível em:<https://blogtiozao.files.wordpress.com/2011/02/013.jpg>. Acesso em: 23 abril 2015.
26 Tauhata, L., Salati, I. P. A., Di Prinzio, R., Di Prinzio, M. A. R. R.
Radioproteção e Dosimetria: Fundamentos - 10ª revisão abril/2014 - Rio de Janeiro - IRD/CNEN. 344p.
Disponível em:<http://www.cnen.gov.br/seguranca/documentos/fundamentoscorv5.pdf>. Acesso em: 23 abril
2015.
63
físseis. Existem outros núcleos, como o 232
Th e 238
U, denominados de núcleos férteis que, ao
capturarem um nêutron se transformam em 233
Th e 239
U, e decaem em 233
U e 239
Pu, que são
físseis.
O nêutron, após ser absorvido pelo núcleo de 235
U, forma o núcleo composto que é
instável e inicia um processo de vibração coletiva, assumindo formas de elipsóides com
excentricidades crescentes, até atingir o formato de um oito, quando então se fissiona em dois
fragmentos, na maioria das vezes, com massas atômicas diferentes.
A separação dos fragmentos ocorre devido à crescente vibração da massa nuclear em
crescente deformação, onde a repulsão coulombiana entre as cargas dos futuros núcleos
exerce um papel fundamental, até que o potencial nuclear atinja o denominado ponto de sela,
quando a recomposição do formato inicial pela tensão superficial e forças atrativas nucleares
se torna fisicamente inviável.
Os fragmentos, denominados de fragmento leve com uma massa atômica da ordem de
90 e o fragmento pesado da ordem de 140, são gerados sempre na forma esférica ou
elipsoidal, nunca no formato hemisférico. Esta tendência é causada pela busca, pelos
fragmentos, por uma maior estabilidade nuclear, que seria alcançada com um número de
partículas próximo de um dos números mágicos de camadas nucleares.
Além dos fragmentos, são emitidos de 2 a 3 nêutrons imediatos, radiações gama
imediatas. Esta denominação de pronta está associada às partículas emitidas juntamente com
os fragmentos. As demais partículas emitidas, denominadas de partículas retardadas são
emitidas pelos fragmentos (já separados) que são altamente instáveis.
No caso em que os nêutrons originados numa fissão, depois de apropriada moderação,
atingirem outros núcleos de 235
U, e fissioná-los, podem dar origem ao fenômeno denominado
de criticalidade e, então, gerar uma reação nuclear de fissão em cadeia, numa quantidade de
urânio, denominada de massa crítica, conforme é mostrado na figura abaixo:
Figura 227
: Representação da fissão em cadeia autossustentável, induzida pela absorção de nêutron,
num reator nuclear.
27 Ibid.
64
Na tabela abaixo são apresentados os produtos da fissão (componentes da energia
liberada) para núcleos de urânio e plutônio.
Produtos de fissão
233U
(MeV)
235U
(MeV)
239Pu
(MeV)
Energia cinética do fragmento leve 99,1 ± 1 99,8 ± 1 101,8 ± 1
Energia cinética do fragmento pesado 67,9 ± 0,7 68,4 ± 0,7 73,2 ± 0,7
Energia dos nêutrons prontos 5,0 4,8 5,8
Energia da radiação gama pronta ~ 7 7,5 ~ 7
Energia da radiação beta dos produtos de fissão ~8 ~7,8 ~8
Energia da radiação gama dos produtos de fissão ~4,2 ~6,8 ~6,2
Energia total da fissão 192 195 202
Neutrinos do decaimento beta 10 MeV/fissão
Tabela 1: Componentes da energia liberada na fissão nuclear dos núcleos 233
U, 235
U e 239
Pu.
Analisando a Tabela 1, observamos que a energia da fissão que é utilizada na
conversão em calor nos reatores nucleares corresponde à soma das energias cinéticas dos
fragmentos, cerca de 87%, com pequena contribuição das energias dos nêutrons e gamas
prontos. As energias das radiações beta e gama dos fragmentos pouco contribuem, pois
muitos dos fragmentos possuem meias-vidas médias e longas, tempo suficiente para que os
elementos combustíveis sejam removidos do reator por estarem gastos. Além disso, existe
uma perda de cerca de 5% da energia dos neutrinos por fissão.
7.6.4 UTILIZAÇÃO DO SIMULADOR “FISSÃO NUCLEAR”
Nessa atividade propõe-se que os alunos utilizem o simulador28
e vejam, através de um
gráfico de energia, juntamente com o controle da quantidade de isótopos radioativos e de
nêutrons que participarão da reação, como ocorre o processo físico de fissão nuclear. As
figuras a seguir exibem imagens retiradas da simulação, que mostram seus elementos
presentes, e o que ocorre nela.
28 Disponível em:<https://phet.colorado.edu/pt_BR/simulation/nuclear-fission>. Acesso em: 22 abril 2015.
65
Figura 1: Nêutron sendo disparado na direção de um átomo de urânio 235.
Figura 2: Momento em que o nêutron já foi absorvido pelo átomo de urânio 235, se tornando o urânio
236, que está prestes a se fissionar.
Figura 3: Instante posterior à fissão e o distanciamento dos núcleos filhos gerados.
66
Ainda utilizando o simulador, propõe-se que os alunos interajam com ele, alterando ou
não parâmetros, de uma reação em cadeia. A figura 4, retirada da simulação, mostra a reação
em cadeia ocorrendo.
Figura 4: Reação em cadeia.
Com o simulador “Fissão Nuclear”, é possível ainda que o aluno tenha uma melhor
compreensão do funcionamento de um reator nuclear, e como ele é utilizado na geração de
energia. A figura 5, retirada da simulação, mostra como isso é feito.
Figura 5: Simulação de um reator nuclear.
7.6.5 SUGESTÃO PARA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Como forma de avaliação, sugerimos retornar às etapas de problematização e
perguntas-chave a fim de verificar a aprendizagem adquirida com a atividade, comparando as
novas respostas com as anteriores.