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Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
1
RAMATIS
MENSAGENS DO ASTRAL
Obra medinica
ditada pelo esprito
RAMATS
ao mdium
HERCLIO MAES
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
2
MENSAGENS DO ASTRAL
Em que consiste realmente, e o que se oculta por trs dos eventos
rotulados de "juzo final", j em curso no planeta?
Qual o propsito da atuao do "astro intruso" e da verticalizao do
eixo terrestre, previstos para demarcar a Era de Aqurio? E a "seleo
planetria", realmente j est se processando? Quem dever continuar
reencarnando no Planeta Terra, dentro da humanidade mais fraterna do
terceiro milnio, e quem precisar repetir o curso elementar em escolas
planetrias primitivas?
Como se processa o fenmeno da profecia, e qual o verdadeiro
simbolismo das imagens do Apocalipse?
Somente um Mestre de Sabedoria como Ramatis poderia esclarecer
questes como essas, desvendando o planejamento sideral oculto por trs do
rtulo do "juzo final", detalhando o processo, e descrevendo a Terra
transformada, fsica e espiritualmente, aps a transio.
Temas iniciticos como Os Engenheiros Siderais e o Plano da
Criao, As Influncias Astrolgicas e o signo de Peixes, a destino entre a
Descida Anglica e a Queda Anglica dos exilados de outros orbes,
completam o atrativo desta obra vanguardista.
H cinqenta anos esgotando sucessivas edies, Mensagens do
Astral tornou-se um clssico da matria, conquistando definitivamente o
leitor pelo ineditismo, a profundidade e a clareza com que aborda esse tema
palpitante.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
3
Homenagem
A Antonio Luiz do Lago, a cujo esprito laborioso e repleto de renncia se deve o
santificado patrimnio da "Instituio e Editora Divino Mestre", cuja obra se destina
divulgao exclusiva
das verdades morais e espirituais consagradas no Evangelho de Jesus.
A B. Godoy Paiva, a cujo labor devotado e lucidez de idias se deve a reviso que
tornou fluente e aprecivel o encadeamento desta obra.
Herclio Maes
Curitiba, 20 de outubro de 1956
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
4
OBRAS DE RAMATIS .
1. A vida no planeta marte Herclio Mes 1955 Ramatis Freitas Bastos 2. Mensagens do astral Herclio Mes 1956 Ramatis Conhecimento 3. A vida alem da sepultura Herclio Mes 1957 Ramatis Conhecimento 4. A sobrevivncia do Esprito Herclio Mes 1958 Ramatis Conhecimento 5. Fisiologia da alma Herclio Mes 1959 Ramatis Conhecimento 6. Mediunismo Herclio Mes 1960 Ramatis Conhecimento 7. Mediunidade de cura Herclio Mes 1963 Ramatis Conhecimento 8. O sublime peregrino Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento 9. Elucidaes do alm Herclio Mes 1964 Ramatis Conhecimento 10. A misso do espiritismo Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento 11. Magia da redeno Herclio Mes 1967 Ramatis Conhecimento 12. A vida humana e o esprito imortal Herclio Mes 1970 Ramatis Conhecimento 13. O evangelho a luz do cosmo Herclio Mes 1974 Ramatis Conhecimento 14. Sob a luz do espiritismo Herclio Mes 1999 Ramatis Conhecimento
15. Mensagens do grande corao America Paoliello Marques ? Ramatis Conhecimento
16. Evangelho , psicologia , ioga America Paoliello Marques ? Ramatis etc Freitas Bastos 17. Jesus e a Jerusalm renovada America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos 18. Brasil , terra de promisso America Paoliello Marques ? Ramatis Freitas Bastos 19. Viagem em torno do Eu America Paoliello Marques ? Ramatis Holus Publicaes
20. Momentos de reflexo vol 1 Maria Margarida Liguori 1990 Ramatis Freitas Bastos 21. Momentos de reflexo vol 2 Maria Margarida Liguori 1993 Ramatis Freitas Bastos 22. Momentos de reflexo vol 3 Maria Margarida Liguori 1995 Ramatis Freitas Bastos 23. O homem e a planeta terra Maria Margarida Liguori 1999 Ramatis Conhecimento 24. O despertar da conscincia Maria Margarida Liguori 2000 Ramatis Conhecimento 25. Jornada de Luz Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Freitas Bastos 26. Em busca da Luz Interior Maria Margarida Liguori 2001 Ramatis Conhecimento
27. Gotas de Luz Beatriz Bergamo 1996 Ramatis Srie Elucidaes
28. As flores do oriente Marcio Godinho 2000 Ramatis Conhecimento
29. O Astro Intruso Hur Than De Shidha 2009 Ramatis Internet
30. Chama Crstica Norberto Peixoto 2000 Ramatis Conhecimento 31. Samadhi Norberto Peixoto 2002 Ramatis Conhecimento 32. Evoluo no Planeta Azul Norberto Peixoto 2003 Ramatis Conhecimento 33. Jardim Orixs Norberto Peixoto 2004 Ramatis Conhecimento 34. Vozes de Aruanda Norberto Peixoto 2005 Ramatis Conhecimento 35. A misso da umbanda Norberto Peixoto 2006 Ramatis Conhecimento 36. Umbanda P no cho Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento 37. Dirio Medinico Norberto Peixoto 2009 Ramatis Conhecimento
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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ndice
Pginas.
Invocao s Falanges do Bem 6
Invocao s Falanges do Bem 7
Esclarecimentos sobre a segunda edio 8
Prefcio 9
Explicando 12
Ramatis e seus crticos 17
Ramatise seus conceitos 19
Consideraes sobre opinies do Alm 31
A voz oficial do Espao ou das instituies religiosas
ou espiritualitas 33
O trabalho de Ramatis analisado pela Federao Esprita
do Estado de So Paulo 45
Palavras de Ramatis 48
Captulo
1 - Os Tempos so Chegados 53
2 - O Juzo Final . 72
3 - As Influncias Astrolgicas 83
4 - O Signo de Pisces 93
5- Os reis magos 100
6 - O Valor da Profecia 104
7 - Bblia e sua significao 133
8 - O Simbolismo do Apocalipse 137
9 - A Besta Apocalptica 150
10 - O Nmero 666 na Profecia Apocalptica 165
11 - A Queda Anglica e a Ao Satnica 171
12 - O Astro Intruso e a sua influncia sobre a Terra 186
13 - Os que Emigraro para um Planeta Inferior . 203
14 - As exploses atmicas e os efeitos crmicos 225
15 - A Verticalizao do Eixo da Terra 229
16 - A Higienizao da Terra, suas Futuras Riquezas e Novas Condies de Vida 239
17 - Os Engenheiros Siderais e o Plano da Criao 255
18 - O Terceiro Milnio e a Nova Humanidade 288
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
6
Invocao s Falanges do Bem
Doce nome de Jesus,
Doce nome de Maria,
Enviai-nos vossa luz
Vossa paz e harmonia!
Estrela azul de Dharma,
Farol de nosso Dever!
Libertai-nos do mau carma,
Ensinai-nos a viver!
Ante o smbolo amado
Do Tringulo e da Cruz,
V-se o servo renovado
Por Ti, Mestre Jesus!
Com os nossos irmos de Marte
Faamos uma orao-.
Que nos ensinem a arte
Da Grande Harmonizao!
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
7
Invocao s Falanges do Bem
Do ponto de Luz na mente de Deus,
Flua luz s mentes dos homens,
Desa luz terra.
Do ponto de Amor no Corao de Deus,
Flua amor aos coraes dos homens,
Volte Cristo Terra.
Do centro onde a Vontade de Deus conhecida,
Guie o Propsito das pequenas vontades dos homens,
O propsito a que os Mestres conhecem e servem.
No centro a que chamamos a raa dos homens,
Cumpra-se o plano de Amor e Luz,
e mure-se a porta onde mora o mal.
Que a Luz, o Amor e o Poder
restabeleam o Plano de Deus na Terra.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Esclarecimentos sobre a Segunda Edio
Premidos pelas atuais circunstncias de carncia e alto custo do papel para impresso de livros, o que obriga os autores e editores a reduzirem as obras muito extensas e volumosas,
sob pena de torn-las proibitivas aos leitores menos favorecidos, vimo-nos constrangidos a
eliminar alguns trechos insertos na primeira edio desta obra, os quais, no entanto, no
fragmentam a contextura, por tratar-se de acrscimos independentes do texto principal.
Assim, rogamos a Ramats o obsquio de indicar-nos quais seriam os captulos ou
excertos que poderiam ser excludos nesta segunda edio, mas sem prejudicar o tema
fundamental e com probabilidade de serem includos em futuras obras.
Sob a orientao de Ramats o mdium reviu toda a obra, corrigiu alguns equvocos e
interpretaes dbias da primeira edio, citou fontes de comprovao do texto bsico e
acrescentou novos esclarecimentos. Foram eliminadas as extensas consideraes preliminares,
em que Ramats, a nosso pedido, opinava sobre o motivo da crtica espiritista acerca de suas
comunicaes. Tratando-se de um assunto quase ntimo e j superado, qui, fora de tempo e
respondido na continuidade das demais obras, nada perde o leitor quanto a essa excluso.
Acresce, ainda, que o contedo fundamental da obra "Mensagens do Astral", abrange a
profecia, o apocalipse, a influncia astrolgica e o estudo da engenharia sideral no grande plano
da Criao, relacionados intimamente com o motivo dos "Tempos Chegados" ou do "Juzo
Final". Deste modo, Ramats sugeriu a eliminao dos trechos e captulos que no se
ajustassem hermeticamente a esse tema essencial.
Os trechos excludos sero ampliados e refundidos nas obras "O Sublime Peregrino" e o
"Evangelho Luz do Cosmos", a que eles se ligam perfeitamente. Os captulos eliminados
desta segunda edio foram os seguintes: "A Bblia e sua significao", "Os reis magos", "As
exploses atmicas e os efeitos crmicos", inclusive aqueles que resumem a vida de Jesus e se
afastam da intimidade do texto.
Cremos que "Mensagens do Astral", segunda edio, ainda ficou mais compacta e
ntida em seu tema fundamental do "Fim dos Tempos", cujo assunto excludo no faz a
conexo desejada. E apesar do nosso intuito de reduzir esta obra e torn-la acessvel ao leitor
comum, ela ainda se apresenta volumosa e sem permitir qualquer novo "corte", sob pena de
truncar-lhe o esquema de Ramats.
Somos gratos aos leitores pela compreenso dessa providncia obrigatria, pois o
aumento de pginas implicaria, tambm, em acrscimo do custo e venda.
Curitiba, 20 de setembro de 1961.
Grupo Ramats.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Prefcio
O livro que se vai ler uma explicao, a mais aproximada possvel, dos
acontecimentos que se registraro na Terra at o fim do sculo atual, j descritos de modo
simblico em inmeras profecias e, principalmente, no livro do Apocalipse, o ltimo dos
que compem a Bblia. Os estudiosos dos evangelhos encontraro, nesta obra, magnficos
esclarecimentos quanto linguagem figurada do vidente na ilha de Patmos, Joo
Evangelista, autor do Apocalipse escrito por ele quando exilado naquela ilha nos tempos da
perseguio do imperador Galba, sucessor imediato de Nero.
Neste livro, Ramats faz uma descrio pormenorizada do que ser o chamado "fim
do mundo", temido por tanta gente. Em torno do "fim do mundo" tm girado centenas de
consideraes completamente discordantes entre si, principalmente quando focalizados os
acontecimentos previstos por Joo Evangelista. As consideraes mais conhecidas so as
dos que afirmam que a histria da humanidade e do planeta Terra terminar por uma crise
suprema, fsica e moral quando, ento, o Cristo se manifestar exterior, visvel e
corporalmente neste planeta, ocorrendo ento a ressurreio dos corpos dos mortos, que,
juntamente com os vivos, sero submetidos ao "juzo final". Ento, aqueles que se acharem
vivos na Terra, e que escaparem da condenao, sero transformados e arrebatados para o
cu, ao mesmo tempo que os reprovados sero transportados para o inferno, onde
permanecero por toda a eternidade. Mas, em geral, os interpretadores do Apocalipse e de
certas palavras que Jesus pronunciou acerca do "juzo final", no se estendem muito sobre
o que acontecer neste mundo at que se efetue o julgamento final dos atos da presente
humanidade e, quando se estendem, penetram numa argumentao rida, chegando a
concluses que a razo no pode aceitar.
Ramats vem ao encontro daqueles que desejam uma exposio clara, lgica e
razovel do que seja a aproximao do "juzo final" e o julgamento dos vivos e dos mortos.
Mas no se detm nesse terreno; ele aproveita a oportunidade para chamar a ateno dos
terrcolas - como ele os denomina - para as grandes responsabilidades da hora que passa,
fazendo uma anlise sucinta do panorama que nos oferece o mundo atual, grandemente
perturbado e a caminho de uma soluo drstica, a nica compatvel com as necessidades
atuais de uma humanidade que se afastou por completo do caminho do dever, no tendo
esperana de cura seno atravs de complicada operao cirrgica que lhe extirpe pela raiz
o cancro que lhe corri a alma!
A linguagem de Ramats encanta pela simplicidade e profundeza de seus conceitos.
Ele no gosta de dialtica complicada e vai direito ao mago do assunto, entremeando as
suas revelaes com conselhos e instrues que s um Esprito de alta categoria - como ele
o - poderia nos legar.
A biblioteca esprita - se bem que Ramats no seja propriamente esprita, na
acepo do vocbulo, pois que a maior parte dos que se consideram espritas no admite
nada alm do que o Codificador da doutrina "no disse" - vai ser grandemente beneficiada
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
10
com a obra que acaba de vir luz, pois Ramats descortina aos espritas um mais vasto
panorama, lanando sobre a literatura esprita um facho de luz que pe em destaque os
principais postulados dessa doutrina, de modo a serem melhor compreendidos os ensinos
de Kardec.
Uma das preocupaes principais de Ramats afastar a idia de que devemos fazer
do Espiritismo um amontoado de pontos de vista pessoais e consider-la como uma religio
que deve dar combate s outras, enciumando-se, no raro, com o que se passa nos demais
arraiais cristos que no pensam pela nossa cabea.
Infelizmente, ainda h entre os espritas os que pensam que todas as demais
religies esto erradas; por isso, e porque o Espiritismo a "nica religio verdadeira", no
se deve nem ao menos entrar em um templo de outra religio, porque significa pactuar com
os erros dos outros; o lugar do esprita no centro esprita; se ele gosta de entrar em um
templo estranho ou apia qualquer postulado estranho ao Espiritismo, que fique por l de
uma vez, e no se diga esprita!
Nas nossas lides pelas tribunas, pela imprensa e pelo rdio, temos sido alvo de
violentos ataques pelo fato de defendermos os princpios sagrados de todas as religies,
demonstrando res.
peito por aquilo que se esconde por detrs dos seus simbolismos.
que muita gente no sabe que Jesus no tinha religio e, por isso, defende
intransigentemente a "sua" religio, achando que ela que era a religio de Jesus. No sabe
que todas as religies so divinas e que Deus tem os seus filhos espalhados por entre todas
as religies do orbe, cada um na religio que est de acordo com o seu grau evolutivo,
conquistado atravs das vidas passadas.
No h diversas religies. A religio uma s, assim como a matemtica uma s e
a cincia uma s. Assim como a matemtica usada por pessoas atrasadas e por pessoas
adiantadas, cada uma resolvendo problemas de acordo com o conhecimento que tem da
matemtica, tambm, cada encarnado resolve os seus problemas espirituais pela religio
que professa, de acordo com o conhecimento que vem adquirindo de encarnao em encaro
nao, nesse curso, nessa escola, que a vida. O matuto, para saber quanto 100 vezes 5,
vai amontoando gros de feijo no cho, em grupos de 5, e depois conta todos os gros de
feijo, para saber a quanto somam. a matemtica dele, e ningum pode dizer que isso no
seja matemtica. O homem mais adiantado no usa o feijo; usa o raciocnio: coloca dois
zeros, mentalmente, ao lado do nmero 5 e diz logo: 100 vezes 5 so 500. Mas os dois
esto somando; os dois esto aplicando a matemtica; um obtm a soma atravs de grande
esforo; o outro, com uma simples multiplicao mental, faz a soma mais depressa, dando
logo o total. Um chega mais depressa ao fim que deseja, porque tem melhor compreenso,
melhor estudo, ao passo que o outro, para chegar ao mesmo fim, perde um tempo imenso.
Assim so os caminhos para Deus, atravs da nossa compreenso conseqente do
adiantamento espiritual. No podemos obrigar um indgena a fazer suas operaes por
aritmtica; nem uma criana a fazer seus clculos por operaes algbricas; nem fazer um
escolar compreender clculo infinitesimal. tudo questo de estudo, de compreenso e,
portanto, de adiantamento.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Ramats vem ao encontro de nossas afirmaes, quando diz, muito bem, nas
belssimas pginas desta obra: "No temais a abbada da igreja catlica, as colunas do
templo protestante, o esforo do esoterista, a reunio do teosofista, o experimento da
umbandista, as lies da Ioga ou a cantoria dos salvacionistas! Concorrei lista para os
pobres de todas as religies, sem exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforo
do irmo que vos oferece a Bblia em lugar do livro fescenino e auxiliai a divulgao da
revista religiosa que vos recorda Jesus; rejubilai-vos diante do labor doutrinrio adverso ao
vosso modo de entender, mas que coopera para a melhoria do homem. Aprendei que a
doutrina sempre um "meio" e no um "fim". O Espiritismo maravilhosa revelao da
imortalidade da alma; convite divino para que o homem modifique a sua conduta
desregrada e assuma a responsabilidade da vida espiritual; mas, acima de tudo, que se
cumpra a universalidade do Cristo, antes que o separativismo de seitas. E que "vos ameis
uns aos outros, assim como eu vos amei" seja o compromisso incessante a que deveis
atender, porque nunca podereis pregar a unio sob a exclusividade religiosa".
S isto basta para pr em relevo o valor da obra que Ramats nos oferece e que vem
mesmo no tempo e na hora, na opinio em que o mundo caminha a passo acelerado para a
desunio e para os eventos do "fim do mundo". Oxal sirva esta obra no s para instruo
do nosso esprito como para que se estabelea entre os espritas e os membros das diversas
religies, que so nossos irmos muito amados, um lao de fraternidade, alis muito
necessrio, para que, conjugados os nossos esforos na evangelizao da humanidade,
atenuemos o mais possvel Os terrveis efeitos da catstrofe que se aproxima e possamos,
um dia, ao se realizar o julgamento da humanidade do planeta Terra, ouvir dos lbios do
Mestre Jesus o seu chamado: "Vinde, benditos de meu Pai, para o reino que vos est
preparado desde o comeo do mundo"!
Que assim seja!
So Paulo, 2 de outubro de 1956.
B. Godoy Paiva
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Explicando
Prezado leitor:
Cabe-me a obrigao de dar-te alguns esclarecimentos sobre a personalidade de
Ramats, o Esprito autor desta obra, e o modo pelo qual se processa a concatenao das
instrues dele recebidas para serem dadas publicidade:
Escolhido o gnero de literatura espiritualista que se torna de maior interesse para a
poca que atravessamos, submete-se ao Esprito manifestante uma srie de perguntas que
giram em torno de um tema principal, embora tais perguntas paream fugir, por vezes, ao
assunto fundamental, porquanto, apesar de serem as primeiras adrede preparadas,
provocam, no decorrer do recebimento das respostas de Ramats, outras perguntas que nem
sempre tm ligao direta com o tema principal, porque provm de dvidas suscitadas ou
de crticas formuladas pelos consulentes. Igualmente no se cogita, no momento, de dividir
a obra em captulos, deixando-se a realizao desse trabalho para a ocasio de se tratar da
confeco completa da obra que deve vir a pblico, e isso devido justamente ao fato de no
poder cada captulo cingir-se rigorosamente a um contedo exclusivo, dada a ligao entre
um e outro, impossvel de ser evitada. Essa circunstncia, porm, longe de causar
embaraos - apesar de serem reduzidas as repeties - redunda em benefcio do leitor,
tornando mais clara a exposio do assunto, que, em certos casos, demanda mesmo
insistncia para que haja melhor compreenso do pensamento do Esprito manifestante.
Foi este sistema (o de seleo final das perguntas e respostas e sua subdiviso em
captulos) o empregado na confeco da obra de Ramats "A Vida no Planeta Marte", j do
domnio pblico e o mesmo que se empregou na presente obra.
Outras obras em preparo obedecero ao mesmo sistema de confeco, exceo feita
ao livro prximo a sair, "A Fisiologia da Alma", que se compor de captulos previamente
escolhidos e perguntas rigorosamente selecionadas de antemo, pois assim o exigiu o
Esprito de Ramats, visto tratar-se de assunto muito delicado e bastante complexo.
A recepo das resposta de Ramats s perguntas que lhe so formuladas feita
diretamente pelo mdium, que se serve para isso de uma mquina de escrever. Esta espcie
de mediunidade (ou este sistema de recepo) permitam os leitores que eu a denomine de
faculdade "psico-dactilogrfica", na falta de melhor expresso.
Ramats viveu na Indo-China, no sculo X, e foi instrutor em um dos inumerveis
santurios iniciticos da ndia. Era de inteligncia fulgurante e desencarnou bastante moo.
Esprito muito experimentado nas lides reencarnacionistas, j se havia distinguido no
sculo IV, tendo participado do ciclo ariano, nos acontecimentos que inspiraram o famoso
poema hindu "Ramaiana". 1 Foi adepto da tradio de Rama, naquela poca, cultuando os
ensinamentos do "Reino de Osris", o senhor da Luz, na inteligncia das coisas divinas.
Mais tarde, no Espao, filiou-se definitivamente a um grupo de trabalhadores espirituais,
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
13
cuja insgnia, em linguagem ocidental, era conhecida sob a pitoresca denominao de
"Templrios das Cadeias do Amor". Trata-se de um agrupamento quase desconhecido nas
colnias invisveis do Alm, junto regio do Ocidente, onde se dedica a trabalhos
profundamente ligados psicologia oriental. Os que lem as mensagens de Ramats e esto
familiarizados com o simbolismo do Oriente, bem sabem o que representa o nome "Rama-
Tys", ou "Swami Sri Rama-Tys", como era conhecido nos santurios da poca. quase
uma "chave", uma designao de hierarquia ou dinastia espiritual, que explica o emprego
de certas expresses que transcendem s prprias formas objetivas.
1 - Nota do Revisor: No poema hindu Ramaiana, o feliz casal Rama e Sita smbolo inicitico de princpios masculino e feminino. Mas, unindo-se Rama e atis, ou seja, Sita ao inverso, ento resulta Ramaatis, como realmente se pronuncia em indo-chins.
Fomos informados de que, aps significativa assemblia de altas entidades,
realizada no Espao, no sculo findo, na regio do Oriente, procedeu-se fuso entre duas
importantes "Fraternidades" que dali operam em favor dos habitantes da Terra. Trata-se da
"Fraternidade da Cruz", com certa ao no Ocidente (que divulga os ensinamentos de
Jesus) e da "Fraternidade do Tringulo", ligada tradio inicitica e espiritual do Oriente.
Aps a memorvel fuso dessas duas Fraternidades Brancas, consolidaram-se melhor as
caractersticas psicolgicas e objetivo dos seus trabalhadores espirituais, alterando-se a
denominao para "Fraternidade da Cruz e do Tringulo". Seus membros, no Espao, usam
vestes brancas, com cintos e emblemas de cor azul-clara esverdeada. Sobre o peito, trazem
suspensa delicada corrente como que confeccionada em fina ourivesaria, na qual se ostenta
um tringulo de suave lils luminoso, emoldurando uma cruz lirial. o smbolo que exala,
na figura da cruz alabastrina, a obra sacrificial de Jesus e, na efgie do tringulo, a mstica
oriental.
Asseguram-nos alguns mentores que todos os discpulos dessa Fraternidade que se
encontram reencarnados na Terra so profundamente devotados s duas correntes
espiritualistas: a oriental e a ocidental. Cultuam tanto os ensinamentos de Jesus, que foi o
elo definitivo entre todos os instrutores terrqueos, tanto quanto os labores de Antlio, de
Hermes, de Buda, assim como os esforos de Confcio e de Lao-Tseu. esse um dos
motivos pelos quais a maioria dos simpatizantes de Ramats, na Terra, embora
profundamente devotados filosofia crist, afeioam-se, tambm, com profundo respeito,
corrente espiritualista do Oriente.
Soubemos que da fuso das duas "Fraternidades" realizada no Espao, surgiram
extraordinrios benefcios para a Terra. Alguns mentores espirituais passaram, ento, a
atuar no Ocidente, incumbindo-se mesmo da orientao de certos trabalhos espritas, no
campo medinico, enquanto que outros instrutores ocidentais passaram a atuar na ndia, no
Egito, na China e em vrios agrupamentos que at ento eram exclusivamente
supervisionados pela antiga. Fraternidade do Tringulo. Os Espritos orientais ajudam-nos
agora em nossos labores, ao mesmo tempo em que os da nossa regio interpenetram os
agrupamentos doutrinrios do Oriente, do que resulta ampliar-se o sentimento de
fraternidade entre Oriente e Ocidente, bem como aumentar-se a oportunidade de
reencarnaes entre espritos amigos.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
14
Assim, processa-se um salutar intercmbio de idias e .perfeita identificao de
sentimentos no mesmo labor espiritual, embora se diferenciem os contedos psicolgicos
de cada hemisfrio. Os orientais so lunares, meditativos, passivos e desinteressados
geralmente da fenomenologia exterior; os ocidentais so dinmicos, solarianos, objetivos e
estudiosos dos aspectos transitrios da forma e do mundo dos Espritos.
Os antigos fraternistas do "Tringulo" so exmios operadores com as "correntes
teraputicas azuis", que podem ser aplicadas como energia balsamizante aos sofrimentos
psquicos, cruciais, das vtimas com longas obsesses. As emanaes do azul-claro, com
nuanas para o esmeralda, alm do efeito balsamizante, dissociam certos estigmas "pr-
reencarnatrios" e que se reproduzem periodicamente nos veculos etricos. Ao mesmo
tempo, os fraternistas da "Cruz", conforme nos informa Ramats, preferem operar com as
correntes alaranjadas, vivas e claras, por vezes mescladas do carmim puro, visto que as
consideram mais positivas na ao de. aliviar o sofrimento psquico. de notar, entretanto,
que, enquanto os tcnicos ocidentais procuram eliminar de vez a dor, os terapeutas
orientais, mais afeitos crena no fatalismo crmico, da psicologia asitica, preferem
exercer sobre os enfermos uma ao balsamizante, aproveitando o sofrimento para mais
breve "queima" do carma. Eles sabem que a eliminao rpida da dor pode extinguir os
efeitos, mas as causas continuam gerando novos padecimentos futuros. Preferem, ento,
regular o processo do sofrimento depurador, em lugar de sust-lo provisoriamente. No
primeiro caso, esgota-se o carma, embora demoradamente; no segundo, a cura um hiato,
uma prorrogao crmica.
Informa-nos Ramats que, aps certa disciplina inicitica, a que se submetera na
China, fundou um pequeno templo inicitico na ndia, margem da estrada principal que se
perdia no territrio chins. Nesse templo, procurou ele aplicar aos seus discpulos os
conhecimentos adquiridos em inmeras vidas anteriores. Na Atlntida foi contemporneo,
em uma existncia, do Esprito que mais tarde seria conhecido pelo pseudnimo de Allan
Kardec, (o codificador do Espiritismo) que era profundamente dedicado matemtica e s
chamadas cincias positivas. Posteriormente, em sua passagem pelo Egito, teve novo
encontro com Kardec, que era ento o sacerdote Amenfis, ao tempo do fara Merneft,
filho de Ramss.
O templo que Ramats fundou foi erguido pelas mos de seus primeiros discpulos e
admiradores. Cada pedra da alvenaria recebeu o toque magntico e pessoal de seus futuros
iniciados. Alguns deles esto reencarnados atualmente em nosso mundo, e j reconheceram
o antigo mestre Ramats atravs desse toque misterioso, que no pode ser explicado a
contento na linguagem humana. Sentem-no por vezes, e de tal modo, que as lgrimas lhes
afloram aos olhos, num longo suspiro de saudade!
Embora tenha desencarnado ainda moo, Ramats pde aliciar setenta e dois
discpulos que, no entanto, aps o desaparecimento do mestre, no puderam manter-se
altura do mesmo padro inicitico original. Eram adeptos provindos de diversas correntes
religiosas e espiritualistas do Egito, da ndia, da Grcia, da China e at da Arbia. Apenas
dezessete conseguiram envergar a simblica "tnica azul" e alcanar o ltimo grau daquele
ciclo inicitico.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
15
Os demais, seja por ingresso tardio, seja por menor capacidade de compreenso
espiritual, no alcanaram a plenitude do conhecimento das disciplinas lecionadas pelo
mestre. A no ser vinte e seis adeptos que esto no Espao (desencarnados) cooperando nos
labores da "Cruz e do Tringulo"', o restante disseminou-se pelo nosso orbe, em vrias
latitudes geogrficas. Sabemos que dezoito reencarnaram no Brasil; seis nas trs Amricas
(do Sul, Central e do Norte) enquanto que os demais se espalharam pela Europa e,
principalmente, pela sia.
Em virtude de estar a Europa atingindo o final de sua misso civilizadora, alguns
dos discpulos l reencarnados emigraro para o Brasil, em cujo territrio - afirma Ramats
- se encarnaro os predecessores da generosa humanidade do terceiro milnio.
No templo que Ramats fundou na ndia, esses discpulos desenvolveram seus
conhecimentos sobre magnetismo, astrologia, clarividncia, psicometria, radiestesia e
assuntos quirolgicos aliados fisiologia do "duplo etrico". Os mais capacitados lograram
xito e poderes na esfera da fenomenologia medinica, dominando os fenmenos de
levitao, ubiqidade, vidncia e psicografia de mensagens que os instrutores enviavam
para aquele cenculo de estudos espirituais. Mas o principal "toque pessoal" que Ramats
desenvolveu em seus discpulos, em virtude de compromisso que assumira para com a
Fraternidade do Tringulo, foi o pendor universalista, a vocao fraterna, crstica, para com
todos os esforos alheios na esfera do espiritualismo. Ele nos adverte sempre de que os
seus ntimos e verdadeiros admiradores so tambm incondicionalmente simpticos a todos
os trabalhos das diversas correntes religiosas do mundo. Revelam-se libertos de
exclusivismo doutrinrio ou de dogmatismos e devotam-se com entusiasmo a qualquer
trabalho fie unificao espiritual. O que menos os preocupa so as questes doutrinrias
dos homens, porque esto imensamente interessados nos postulados crsticos.
Diz-nos textualmente Ramats: - "Servem-lhes o ambiente do templo protestante, a
abbada da igreja catlica, a mesa branca dos "Tatwas" esotricos, os sales dos
teosofistas, o labor fraternista "Rosa-Cruz", o acampamento krisnamurtiano, a penumbra da
sesso esprita, o canto dos salvacionistas nas praas pblicas, a ruidosidade da umbanda,
as posturas muulmnicas, os lamentos mosastas, o fatalismo budista, o silncio dos iogas,
o sincronismo dos cenculos ou as estrofes mantrnicas dos iniciados. No os preocupam
os invlucros dos homens movendo-se para solucionar o mistrio da vida; sentem a
realidade contnua do esprito, que s lhes inspira o amor e a fraternidade, a qualquer
momento e em qualquer local! Respeitam e compreendem a necessidade que os homens
sentem de buscar a verdade, quando se situam em crculos doutrinrios simpticos, a fim de
se exercitarem para os vos crsticos do futuro. No se adaptam, porm, a exclusivismo
algum, e evitam que os postulados doutrinrios lhes cerceiem a liberdade da razo." Eis em
resumo, prezado leitor, um relato sobre a figura de Ramats, o Esprito que nos ditou esta
obra e que sempre nos aconselha a que evitemos a iluso separativista da forma, pois o
sentido real da vida espiritual o princpio coeso e eterno do amor crstico.
* * *
Ramats se nos apresenta viso psquica com um traje um tanto extico, composto
de ampla capa aberta, descida at aos ps, com mangas largas e que lhe cobre a tnica
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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ajustada por um largo cinto de um esmeraldino esverdeado. As calas so apertadas nos
tornozelos, como as que usam os esquiadores. A tessitura de toda a veste de seda branca,
imaculada e brilhante, lembrando um maravilhoso lrio translcido. Os sapatos, de cetim
azul-esverdeado, so amarrados por cordes dourados que se enlaam atrs, acima do
calcanhar, moda dos antigos gregos firmarem suas sandlias. Cobre-lhe a cabea um
singular turbante de muitas pregas ou refegos, encimado por cintilante esmeralda e
ornamentado por cordes finos, de diversas cores, cados sobre os ombros. Sobre o peito,
uma corrente formada de pequeninos elos, de fina ourivesaria, da qual pende um tringulo
de suave lils luminoso, que emoldura uma delicada cruz alabastrina.
Essa indumentria um misto de trajes orientais; tipo de vesturio hindu-chins,
rarssimo, porque se deriva de antigo modelo sacerdotal, muito usado nos santurios da
desaparecida Atlntida. Os cordes que lhe pendem do turbante, flutuando sobre os
ombros, so velhas insgnias de atividade inicitica: - a cor carmim indica o "Raio do
Amor"; o amarelo o "Raio da Vontade"; o verde o "Raio da Sabedoria" e o azul o "Raio da
Religiosidade". Um ltimo cordo branco, que pudemos perceber, o smbolo de liberdade
reencarnatria.
Alguns videntes tm confundido Ramats com o seu fiel discpulo do passado, que o
acompanha no Espao, tambm hindu-chins, conhecido por Fuh Planuh, e que aparece
com o dorso nu, singelo turbante branco em torno da cabea e, comumente, com os braos
cruzados sobre o peito. tambm um Esprito jovem na figura humana, embora conserve
reduzida barba de cor escura, que lhe d um ar mais sisudo.
Curitiba, 13 de maio de 1956
Herclio Maes
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Ramatis e seus crticos
Desde as suas primeiras comunicaes, Ramatis nos recomendou que eliminssemos
quaisquer receios nas indagaes medinicas que, lhe fizssemos. Ele sempre nos deixou a
liberdade de crtica para que no conservssemos nenhuma dvida sobre as suas dissertaes.
Explicou-nos que, o intercmbio de idias deveria estar liberto dos "tabus", que comumente
prejudicam as mensagens medinicas, e ele sabe compreender bem a nossa natureza humana.
Essa disposio benvola e afetuosa induziu-nos s perguntas arrojadas que constituem
este captulo e que bem provam a nossa impertinente disposio de indagar. Para isso, reunimos
certos artigos de imprensa, cartas, crnicas, perguntas, julgamentos alheios e censuras severas,
com referncia s suas mensagens; recordamos palestras e dvidas sobre o assunto; guardamos
apontamentos de rua, para sobre tudo inquirir o Esprito de Ramatis. Algumas vezes a nossa
insistncia chegou at a ser intolervel mas, se assim procedemos, foi para que se exclusse a
maior parte das dvidas suscitadas at aqui quanto s mensagens j recebidas, permitindo que
ficasse bem esclarecido o pensamento do Esprito manifestante.
Ramatis Esprito de bom nimo, sincero e fraterno; costuma nos pedir que no o
situemos na galeria dos "santos espritas", a que, alguns confrades desavisados promovem os seus
guias espirituais. Nada mais pretende ele do que a singela funo de noticiarista desencarnado.
Reconhece que as suas comunicaes ho provocado celeuma e at irritaes descabidas, mas
assevera que isso prprio da ansiedade humana na procura da Verdade. Algumas vezes, com
graa satirizada, assegura mesmo que o bulcio mental que provocam as suas mensagens j est
produzindo suave benefcio nos seus julgadores, pois elas so, realmente, algo revolucionrias,
visto que desmantelam as velhas prateleiras mentais, bastante sobrecarregadas com inmeros
conceitos petrificados pelos sculos findos.
E isso mesmo. Os espritos mais conservadores e ciosos de suas tradies saltam arena
para terar armas contra a "agitao mental" e defenderem os seus postulados simpticos. Surgem,
ento, "pontos de vista" e afirmaes doutrinrias ou cientficas, de todos os lados; lana-se mo
de recursos inteligentes e invoca-se a lgica e o bom-senso para se derribarem as mensagens
extemporneas de Ramatis. As revelaes so consideradas exticas e excntricas, sendo
autopsiadas por alguns at com irreverncia; os conceitos que ferem a velha escola so
excomungados pelos puristas zelosos de sua linhagem doutrinria. O raciocnio dos leitores
entalo sacudido entre os dois extremos opostos. Mas, ser isso de grande beneficio para a sua
elasticidade mental! O exerccio dinmico do esprito, ao pensar, sempre lhe acelera mais o
mecanismo da evoluo!
Almas temerosas ho de apontar os perigos "mefistofli-cos" de Ramatis; espritas
nefitos interviro apressadamente a fim de defender os princpios espritas que supem em peri-
go; alguns, mais severos, ho de requerer a cassao do mandato espiritual da entidade do Alm...
Surgiro providncias imediatas que protejam os postulados j consagrados pelo senso comum e
batizadas como verdades definitivas! Enquanto isso suceder, a efervescncia ser contnua, mas
no vasilhame do crebro flutuaro, por fim, resduos mentais, superfcie da gua lmpida!
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Entretanto como no-lo afirma o prprio Ramatis - extinta a tempestade de censuras ou de lisonjas,
de antipatias ou de simpatias, novas disposies de, esprito sero verificadas em todos aqueles
que se movimentaram sob o pretexto ramatisiano.
Est aberto, pois, o cenculo, para que se verifiquem as brilhantes porfias sobre os
equvocos que se atribuam a Ramatis, as quais, alm de excntricos convites dinmica do
esprito, serviro tambm para revelar o grau de compreenso evanglica de cada julgador.
Quanto a defeitos de linguagem ou insuficincia de, expresses que, porventura, possam
ser encontrados no transcurso da leitura desta obra, sejam levados conta da incapacidade do
mdium e no de Ramatis. O sensitivo no dispe de arquivo genial de imagens e de
vocabulrio suficiente para sintonizar, escorreitamente, o caudal de idias que lhe flui da entidade
comunicante. Esta envida os maiores esforos para se situar no campo espiritual do mdium que,
por vezes, no encontra figura ou expresso alguma, em sua mente, para traduzir a contento
aquilo que apenas "sente" em outras dimenses vibratrias. A torrente de pensamentos que tenta
ocupar-lhe a pequena rea cerebral lembra a figura de um barril de gua que se entorne sobre um
frgil copo de vidro! No dizer do mdium, o acontecimento como se Toscanini estivesse
tentando executar a nona sinfonia de Beethoven pelo crebro de um maestro zulu!
Indiscutivelmente, a obra seria de muito maior valia se pudesse fluir pela mediunidade
cristalina de um Chico Xavier, de um Fernando de Lacerda ou de um Rev. Owen ou Staint Moses!
Lembre-se, por isso, o leitor de que, afora as excrescncias comuns da forma, h nesta obra uma
direo implacvel no sentido de objetivaes mais altas, e um contedo doutrinrio crstico que
pede a melhoria do esprito, muito antes da fascinao do texto.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Ramatis e seus conceitos
PERGUNTA: Gostaramos de vos ouvir quanto s variadas apreciaes que tm despertado as vossas mensagens medinicas. Para isso, contamos com o vosso esprito tolerante
e isento de susceptibilidades to comuns nossa humanidade.
RAMATIS: Consideramos de boa tica essa vossa disposio, pois os labores que cumprimos tambm so inspirados por almas superiores nossa exigidade espiritual. No
podemos alimentar susceptibilidades nas indagaes justas; tudo faremos, tanto para contentar os
que nos censuram, como os que se afinizam com a nossa ndole psicolgica. Reconhecemos a
impossibilidade de satisfazer a todos, coisa que nem o nosso amado Mestre Jesus conseguiu reali-
zar no vosso mundo. A crtica ao nosso labor um direito com o qual concordamos prontamente,
e justo que cada um procure aquilo que deseja.
PERGUNTA: As opinies, sobre as vossas comunicaes medinicas variam muito, principalmente quanto a vos situarem num labor doutrinrio definido. Uns classificam-
vos como entidade esprita kardecista; alguns dizem que sois umbandista; outros vos
consideram simptico s sociedades teosficas ou aos labores esoterstas. Existem, ainda, os
que afirmam que sois excentricamente devotado escolstica hindu. Queixam-se certos
confrades do vosso ecletismo embaraante. Que nos dizeis?
RAMATIS: No procuramos classificao em nenhuma doutrina, mas a compreenso daqueles que consideram as seitas religiosas como verrugas no corpo do Cristo.
Nossos propsitos objetivam a aproximao crstica entre os valores doutrinrios de todos os
espiritualistas de boa-vontade. O Cristo um estado pleno de amor e de associao divina;
radiosa fisionomia espiritual destituda de rugas sectrias. princpio de nutrio csmica para
todas as almas, amor entre os seres e coeso entre os astros. A verdade crstica no pode ser
segregada por ningum; um estado permanente de procura e de ansiedade espiritual, bem
distante dos invlucros estandardizados. Qualquer sistema ou seita religiosa que se considere o
melhor pesquisador da Verdade apenas mais um concorrente presunoso entre os milhares de
credos isolacio-nistas do mundo. O fanatismo, que prprio do homem inculto, feroz e destrutivo,
tambm se afidalga nas vestes respeitveis do cientista, do filsofo ou do intelectual j consagrado
no academismo do mundo. A teimosia sistemtica, mesmo sob a lgica cientfica, sempre um
ndice de fanatismo, que cria disposio adversa maturidade dos conceitos novos. O jar-dineiro
progressista estuda e experimenta sempre os novos espcimes, antes de negar-lhes os novos
valores estticos. Em conseqncia, no vos preocupeis em nos situarem neste ou naquele
postulado religioso ou filosfico; preferimos, antes, a condio singela de noticiarista sem
compromisso dogmtico.
PERGUNTA: Acusam-vos alguns espritas de no ser-des entidade exclusivamente devotada aos princpios da doutrina de Kardec.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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RAMATIS: Apenas evitamos a exclusividade que exalta os caprichos e as teimosias sectaristas e contraria o dinamismo da vida espiritual. de senso comum que mediu-
nismo difere muito de espiritismo; o primeiro uma faculdade independente de doutrinas ou de
religio; o segundo, doutrina codificada por Allan Kardec, cuja finalidade a libertao do
homem dos dogmas asfixiantes. O Espiritismo o conjunto de leis morais que disciplina as
relaes desse mediunismo entre o plano visvel e o invisvel e coordena tambm o progresso
espiritual dos seus adeptos. Os fenmenos medinicos comearam a ocorrer muito antes da
doutrina esprita e podem se suceder independentemente de sua existncia. A literatura medinica
prdiga em vos comprovar a quantidade de sensitivos que recepcionam mensagens daqui,
embora no operem diretamente sob a inspirao do Espiritismo codificado por Kardec. Podereis
encontr-los nos crculos esotricos, nas reunies teosficas, nas fraternidades rosa-cruz, nas
comunidades protestantes e nos prprios agrupamentos catlicos. Independentemente da
codificao kar-deciana, foram recebidas do Espao as importantes "Cartas de Meditaes" e
"Luz da Alma", ditadas pelo instrutor tibe-tano a Alice A. Bailey; as missivas a Helena Blavatsky,
dos mestres Mona e K. H.; as "Cartas do Outro Mudo", ditadas a Elza Barker por um magistrado
ingls desencarnado; a "Luz no Caminho" a Mabel Collins; as mensagens do Padre Marchai a
Ana de G.; o "Mundo Oculto" inspirado a M. Sinnett; a "A Vida Alm do Vu", ao pastor
protestante Rev. G. Vale Owen. As inditas experimentaes medinicas de Eduardo Van Der
Naillen, entre os Mayas que ignoravam o Espiritismo originaram a "Grande Mensagem", obra admirvel como repositrio de conhecimentos do Alm; C. H. Leadbea-ter, bispo anglicano
e um dos esteios da Sociedade Teosfica, revelou poderosas faculdades de clarividncia, sem
contacto com o kardecismo. No vosso sculo, Pietro Ubaldi, Ergos, Ermibuda e outros entregam-
vos mensagens de inspirao medinica, embora sem o selo da insgnia esprita. Os profetas eram
mdiuns poderosos: Isaas, Daniel, Ezequiel, Jeremias, Jonas, Naum, Habacuc e outros,
iluminavam as narrativas bblicas com os seus poderes medinicos: Moiss hipnotizou a serpente
e a transformou num basto, fazendo-a reviver diante do Fara surpreendido; sabia extrair
ectoplasma luz do dia; praticava levitaes, transportes, e produziu chagas no corpo, curando-as
rapidamente. Realizando a mais assombrosa hipnose da Histria, usou o povo egpcio como
"suject" e o fez ver o rio Nilo a correr como sangue; atuando nas foras vivas da Natureza, Moiss
semeava o fogo em tomo de si, cercando-se da "sara ardente", e punha em fuga os soldados
escolhidos para mat-lo. Na esfera catlica, Tere-zinha via o sublime Senhor nimbado de luz.
Francisco de Assis revelava as chagas de Jesus; Antnio de Pdua transportava-se em esprito, de
Portugal Espanha, para salvar o pai inocente; Dom Bosco, em transe pscomtrico, revia Jesus
na infncia; Vicente de Paula extinguia lceras simples imposio das mos e So Roque curava
lepra a fora de oraes. Tereza Neumann, no vosso sculo, apresenta os estigmas da
crucificao, e alguns sacerdotes catlicos se tornam curandeiros milagrosos sob a teraputica dos
benzimentos. Entretanto, nenhum desses consagrados seres da histria religiosa era esprita, na
acepo do vocbulo, embora todos fossem mdiuns, o que ignoravam! Eis pois, o porqu de no
carecermos assumir responsabilidade doutrinria exclusivamente kardecista ou, isoladamente, em
outra nobre instituio, porquanto esse exclusvismo de modo algum ampliaria as nossas idias.
Estas justificar-se-o por si mesmas, independentemente de qualquer particularismo redutivo.
PERGUNTA: Esses confrades temem que a divulgao acentuada de vossas mensagens possa desviar do roteiro progressivo os novos adeptos espritas. Consideram prema-
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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tura a preocupao com os conceitos heterogneos de vossas comunicaes, antes que possuam
o entendimento puro do espiritismo. Esta concepo esta certa?
RAMATIS: Embora no nos situemos na rea codificada do kardecismo, reconhecemos este como a doutrina evolutiva que melhor atende s necessidades espirituais da
humanidade terrcola, em seu conjunto geral. a sntese popular da Verdade Oculta e o mais
eficiente caminho de ascenso espiritual para a mente ocidentalista. Allan Kardec, corajosamente,
ergueu a ponta do "Vu de sis"; abriu a porta da iniciao em comum e revelou a preliminar do
Cu. Aps fatigante labor, atravs de milnios, em contacto com todos os esforos iniciticos,
codificou os valores suficientes para libertar o homem da "roda das reencarnaes". A disposio
ferrenha de muitos discpulos, que fossilizam os conceitos dinmicos do Espiritismo e os
transformam em sentenas rgidas no "espao" e no "tempo", que traa fronteiras separatistas e
contrrias dinmica evolutiva da doutrina. Muitas desiluses fraternas que os recm-chegados
recebem dos "tradicionais" terminam afastando-os para certos erotismos e sincretismos
embaraantes. O Espiritismo essencialmente evolutivo, mas os seus adeptos, desavisados da
realidade funcional dos seus postulados, tornam-no letrgico com o sistema de afirmao
dogmtica. O Evangelho, que a verdadeira garantia crstica do Espiritismo, ainda no foi bem
compreendido pela maioria dos seus discpulos. Raros so os que no confundem o sentido
crstico do Evangelho com o sentido espirtico de afirmao doutrinria separatista, firmado nos
pontos de vista isolados e contrrios harmonia fraterna. Essa preocupao purista, que invocais,
fortifica, realmente, a doutrina como configurao sectarista, mas reduz-Ihe a amplitude
evanglica, que deve ser sempre a base da "Terceira Revelao". Muitos espritas revivem, em
modernas sublimaes, os dogmas dos velhos credos que esposaram nesta ou em reencarnaes
passadas. Revelam novamente, no meio esprita, a mesma intolerncia religiosa, a sisudez,
pessimista e a m disposio para com as idias e labores que ultrapassam as fronteiras de suas
convices e simpatias. Reproduzem sob novos aspectos doutrinrios, embora mais cultos, a
mesma excomungao sistemtica do passado.
PERGUNTA: Afirmam alguns que a dissociao que podeis provocar no seio do kardecismo ser devido ao fato de propagardes por via medinica os princpios e os conceitos
de seitas e instituies adversas singeleza do Espiritismo.
RAMATIS: O perigo de dissoluo doutrinaria ante esses conceitos adversos h de desaparecer, se estiverdes plenamente convictos e integrados nos prprios postulados kar-
decistas que aceitais. S a convico absoluta pode afianar a "f que remove montanhas". Se
temeis essa dissoluo doutrinria, porque ainda no tendes f absoluta no que admi-listes; se
assim no fora, o vosso temor seria infantil. A debilidade de vossas convices tornar o
kardecismo to desamparado diante de nossas mensagens quanto diante de todas as demais
comunicaes que nos sucederem. S a negligncia e a incria dos seus discpulos que
permitiro que seja tisnada a pureza inicitica dos princpios de Kardec. Neces-sitareis, ento, da
f sincera e vigorosa que sempre impediu as dissolues e as promiscuidades em quaisquer
setores altrusticos do vosso mundo. a f irredutvel dos protestantes que os imuniza contra as
infiltraes estranhas s suas congregaes; a f absoluta dos santos que os livra da seduo da
matria; a f nos seus postulados morais que mantm alguns povos europeus em neutralidade
pacfica no seio das naes belicosas. Apesar das influncias heterogneas da poca, Mozart,
Bach e Beethovem conservaram a pureza inicitica de suas composies musicais; embora
vicejassem numerosos arremedos de pintores, no se tisnaram a beleza e a pureza da pintura de
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Rubens, de DaVinci, deTiciano ou de Rembrandt! Apesar da lubricidade que ainda impera em
alguns conventos religiosos, muitos frades e freiras so cpias vivas de um Francisco de Assis, de
uma Tereza d'Avila. Mau grado as promiscuidades imorais que pululam na sociedade e a
desonestidade que corri a administrao pblica, inmeros caracteres se conservam ntegros no
seio dessas influncias dissolventes. Naturalmente, s uma f viva, contnua e forte, sustenta
qualquer ideal, e essa espcie de f que recomendamos que os espritas tenham para com a
consagrada doutrina codificada por Allan Kardec. Se assim fizerem no opomos dvida sero infantis todos os temores s nossas mensagens dissciativas.
PERGUNTA: Alegam outros que as vossas mensagens geram confuso entre os espritas, porque estes se deixam fascinar pelo exotismo exterior, e se perturbam com o con-
tedo, que no se afina com a doutrina esprita.
RAMATIS: Tornamos a repetir: No est em nossas mensagens essa probabilidade perturbadora, mas sim naqueles que ainda esto em condies eletivas para serem
perturbados ou vtimas de confuso. O esprito humano dotado de razo e de sentimento;
quando a razo no est suficientemente desenvolvida para proteg-lo da perturbao, que o salve
pelo menos o sentimento cristo. Se no existe a garantia espiritual de qualquer um desses atributos, como quereis evitar a perturbao? Inegavelmente, ainda sereis os candidatos e as
vtimas de todas as influncias e sugestes exteriores. Se viverdes em confuso convosco,
naturalmente estareis em confuso com tudo o que pesquisardes, quer sejam as nossas mensagens,
quer sejam as comunicaes de outros Espritos mais elevados. No conhecemos doutrina mais
pura e santificante do que o Evangelho de Jesus; no entanto, ireis responsabilizar o Divino Mestre
pela confuso que os homens fizeram com os seus abenoados ensinamentos? No foi o seu
Evangelho, mas as confuses humanas que assassinaram os infiis nas impiedosas cruzadas da
Idade Mdia; que armaram odiosas fogueiras e criaram as tenebrosas torturas da Inquisio; que
trucidaram indefesos huguenotes na sangrenta Noite de So Bartolomeu. Ainda sob a gide do
Evangelho, a confuso humana queimou Joana D'Arc, Joo Huss, Giordano Bruno, e atualmente
ainda consagra os instrumentos de morte para as guerras fratricidas! Lamentamos que as nossas
mensagens possam criar confuses pureza inicitica esprita, do mesmo modo que lamentamos
seja culpado o Evangelho pelas atrocidades humanas! A dinamite destinada ao servio pacfico
das edificaes humanas ainda a usais, devido vossa confuso, como agente de morte; a
embarcao idealizada para a confraternizao entre os povos serve-vos como cruzadores,
submarinos e canhoneiras mortferas; o avio, ideal de fraternidade, a confuso o transformou na
terrvel ave semeadora de runas e crueldades. A energia atmica, pacfica em Marte, no vosso
mundo elemento feito para derreter os corpos nascidos para o amor e para a vida. A confuso, na
realidade, depende do destino que derdes s coisas que ledes, que inventais ou que descobris,
provando que ainda vos falta o verdadeiro discernimento dos objetivos idealizados por Deus!
PERGUNTA: Afirma-se que os "velhos espritas", conservadores da tica kardecista, so menos simpticos s vossas mensagens. Que dizeis?
RAMATIS: muito natural que assim suceda. As pocas de renovaes artsticas, assim como as de renascimento espiritual, provocam sempre maior relevo na clssica posio de
"moos" e "velhos", embora as idias novas sejam as mesmas idias velhas sob atraente vesturio
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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moderno. Os moos de hoje, concomitantemente os velhos de amanh, tambm ho de oferecer
resistncia teimosa aos novos valores que surgirem no futuro, sob o imprio da evoluo. Na
pintura, na filosofia, na msica, na cincia e na prpria indstria, sempre se digladiaram essas
duas condies distintas: velhos e moos. No entanto, embora se situem em extremos
antagnicos, so duas foras que disciplinam a evoluo; tanto os moos entusiastas como os
velhos ponderados atendem aos imperativos naturais da vida progressista. Os primeiros,
idealistas, corajosos, traam os rumos do futuro, e os segundos, conservadores, prudentes, tolhem
seus passos quanto aos excessos prejudiciais. Disciplina-se a imprudncia excessiva do moo pela
experincia sensata e orientadora do velho. E diante de assuntos como o "Juzo Final" ou o "Fim
do Mundo", ainda mais se acentuar o conflito entre as velhas e as novas idias, instigadas pela
afirmao pessoal de cada grupo parte. Se os velhos espritas so menos simpticos s nossas
comunicaes, deveis concluir que, realmente, no estamos transmitindo mensagens para
conjuntos exclusivos ou para adeptos que nos lisonjeiem. O nosso esforo de carter geral.
Estamos ditando para alm da efervescncia moral que j estais vivendo; s os eletivos nossa
ndole espiritual que nos sentem no momento, sem a exigncia frrea de primeiro nos
compreenderem.
PERGUNTA: H os que afirmam que as vossas mensagens so destitudas de qualquer proveito; outros h que vem nelas uma associao de idias do mdium, ou seja puro
animismo. Que podeis nos esclarecer?
RAMATIS: Se estes relatos forem fruto de puro animismo do mdium, independentemente de nossa ao espiritual, cabe-lhe o indiscutvel mrito de nos haver interpre-
tado a contento, evocando o sentido crstico em que realmente desejaramos situar as nossas
comunicaes. Quanto ao sentido proveitoso, depende, naturalmente, do prprio leitor, a quem
cumpre tirar as ilaes construtivas ou rejeitar as afirmaes que suponha perniciosas. O lavrador
inteligente sabe que o mais opulento feixe de trigo pede a separao cuidadosa do joio.
Recordamos, a propsito, aquele sentimento elevado que Jesus revelou diante do co putrefato,
ante a repugnncia dos apstolos, quando enalteceu a brancura dos dentes do animal e os
comparou a prolas preciosas! A Terra tambm vos oferece inmeras mensagens vivas, das quais
podereis extrair ilaes proveitosas ou destrutivas. O mesmo arsnico que os Brgias
empregavam para assassinar os seus desafetos, a medicina aproveita para o tratamento da
amebase e do sangue. A cicuta, que mata, cura as convulses rebeldes quando aplicada em doses
homeopticas; o escalpelo do homicida, nas mos do cirurgio, instrumento que prolonga a vida.
Sob o toque da magia divina de Deus, o monturo ftido se transforma em roseiral florido e
perfumado. A serventia que dormita no seio de todas as coisas criadas pelo Onipotente exige que
a boa inteno a saiba aproveitar no sentido benfico vida. Estas mensagens tambm contm um
sentido oportuno; cabe ao leitor encontrar os objetivos sadios.
PERGUNTA: Soubemos, tambm, que atribuem falta de proveito s vossas mensagens, sob alegao de serem absurdas efantasistas. Qual a vossa opinio?
RAMATIS: H que distinguir sempre entre o sentido benfico que pode existir oculto na fantasia e o malfico disfarado no cientificismo mais rigoroso. Antigamente, a infncia
temcola se deliciava com as histrias da Carochinha, em que os prncipes, as fadas e os gnios
bons sempre venciam as feiticeiras, os gigantes maus e os lobos ferozes. Era o triunfo absoluto do
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Bem sobre o Mal. As narrativas fantsticas limitavam se a despertar desperlar a ateno para a exposio da virtude mural, onde a bondade, a inocncia e a honestidade eram fatamente
glorilicadas. As vovs reinavam, absolutas, nos velhos lares, narrando ao p do fogo as fantasias
que davam sublime direo espiritual ao subconsciente das crianas. No entanto, o esprito
cientfico e positivo do sculo atmico requer severas exigncias ao crebro do escritor moderno, a
um de exterminar o excesso de fantasia da mente infantil. Interveio e imps a sua lgica
matemtica; motorizou o tapete voador; considerou absurda a vida do Pinocchio; aposentou
Gulliver e liquidou o encantador pas de Liliput. O velho gato de botas teve cassada a sua licena
de turista inveterado e o chapeuzinho vermelho aguarda a maioridade para enfrentar o lobo mau. O
gigante do "p de feijo" ficou estigmatizado como uma vtima da glndula hipofisria e proibiu-se
a velha alquimia dos magos, que transformava prncipes em cisnes e princesas em borboletas. A
moderna Branca de Neve, atarefada com refrigeradores, foges eltricos e assadeiras automticas,
olvidou os sete anes, que passaram a constituir casos excntricos de distrbios endcrinos!
Graas, pois, meticulosidade cientfica do sculo atomizado, foram derrotados os velhos
personagens das leituras fantsticas e substitudos por tipos ferozes, homicidas, que acionam
metralhadoras eletrnicas e pretendem o domnio continental. Estpidos fascinoras semeiam a
morte nos desertos enluarados e seres diablicos, interplanetrios, comandam esquisitos aparelhos,
ameaando destruir o vosso orbe! O prncipe gentil, respeitoso, foi modernizado no heri de
trabuco cinta, chapu de aba larga, a fazer farta distribuio de murros; o fascnio moderno
devido sua brutalidade fsica e sua impiedade contra os adversrios vencidos. A fada que
distribua o "plen" dourado das alegrias infantis transformou-se na mulher sem alma,
despudorada, viciada com os corrosivos elegantes e sofisticada s banalidades fesceninas. Os
gnomos inocentes, da natureza festiva, fugiram diante dos terrveis auxiliares do heri moderno,
que so desonestos e semeiam intrigas e ciladas traioeiras. Na antiga fantasia infantil, o prncipe
generoso e leal ressuscitava Branca de Neve com um beijo de amor puro, e a feiticeira vingativa,
smbolo da maldade humana, sumia-se nas furnas dos abismos sem fim. A perversidade e a
mistificao eram incondicionalmente justiadas pelo poder do Bem; a ternura exaltada e o amor
glorificado. Na literatura moderna, cientfica, o gal, como prova de mas-culinidade, vtima de
histerismo e esbofeteia sua amada! O delinqente, quando punido pela justia, j no compensa o
cortejo de crimes que praticou e de vtimas que causou.
A fantasia, quando firmada no sentido do Bem e da Bondade, exalta as virtudes
adormecidas nas criaturas, em lugar de afrouxar os ditames da moral do esprito; estimula fra-
ternidade e mansuetude, predispondo o homem ao culto superior. No entanto, o cientificisnio da
bomba atmica criou as mais brbaras e dantescas cenas de morte! Aqui, parturien-tes derretiam-
se com o filho, na hora de d-lo luz; ali, velhinhos fatigados, na contemplao da natureza,
convertiam-se em poas sangrentas, nos bancos das praas pblicas; acol, bandos de crianas
transfiguravam-se em pastas albumini-des; alhures, criaturas em retorno aos seus lares
deslocavam as carnes diante dos seus familiares! No fragor infernal do impacto homicida,
fundiam-se a carne do sacerdote e a da criana, no batismo; derretia-se a mo do cirurgio sobre o
enfermo esperanado de viver; dilua-se o lactente no seio da me apavorada, e a garota,
aterrorizada, revia-se deformada! Crebros geniais puderam calcular a temperatura mxima que
desencadearam essas aplicaes cientficas subordinadas matemtica dos clculos nucleares! No
entanto, para os 140.000 japoneses que se derreteram no fogo apavorante da exploso atmica
seriam incondicionalmente melhores todos os contos fantsticos dos mundos de fadas do que o
cientifi-cismo que lhes acarretou morte to horrorosa!
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Sob a aparente fantasia de nossas mensagens, efetuamos um convite para o reino amoroso
de Jesus, assim como as histrias que as vovozinhas contavam, para a infncia, mostravam o reino
das fadas, dos gnomos e dos, prncipes valentes, mas eram sempre leais s virtudes nobres da
alma. O convite para o Cristo o do acatamento aos princpios san-tificantes do Evangelho, os
quais so eternos, acima das formas literrias e das equaes cientficas. Esses princpios lembram
as prolas verdadeiras, cujo valor no aumenta num escrnio de veludo nem se diminui na pobreza
de um envoltrio de algodo. Mesmo quando submersas na lama, elas guardam a sua preciosidade
real!
PERGUNTA: Alguns crticos espritas afirmam que as vossas mensagens, embora entusiasmem pelo assunto proftico pelo exotismo das revelaes, distraem os
discpulos, fazendo esquecerem a mensagem singela do Evangelho. Que nos podeis dizer a
respeito?
RAMATIS: Certos de que Deus sabe o que faz, cingi-mo-nos s suas diretrizes e no s dos homens. No opomos dvida quanto urgente necessidade da singela evangelizao da
criatura terrquea, a fim de poder enfrentar galhardamente os momentos dolorosos de que se
aproxima o vosso mundo. Inegavelmente, melhor a purificao do sentimento do que o brilho do
raciocnio; que o corao domine primeiro o crebro. Mas a prpria angelitude exige absoluto
equilbrio entre crebro e corao. A figura do Anjo, revelando-se na harmonia perfeita das suas
asas, o smbolo desse augusto binmio divino, em que a asa direita da sabedoria se ajusta ao
completo equilbrio da asa esquerda, do sentimento purificado. S a sabedoria e o sentimento,
completamente, desenvolvidos, que facultam alma o vo incondicional no Cosmo. O esprito
pode evo-lucionar exclusivamente pelos caminhos do corao, se assim preferir, mas no se livra
de retornar vida fsica, a fim de obter alforria completa na educao do intelecto.
As mensagens que vos ofertamos esto isentas de dio, de malcia ou de discrdia; no o
seu contedo extico que produz fascinaes extemporneas; o prprio momento proftico e
entrevisto no subjetivismo do esprito que desperta atrao para o tema "Os Tempos Chegados".
H que compreen-derdes tambm que a mensagem singela do Evangelho no exige o retorno do
homem ao primitivismo das cavernas; Jesus no veio destruir a Lei, mas cumpri-la. No vos pede
que troqueis o terno de casimira pela tanga do selvagem ou o veculo motorizado pelo carro de
bois; nem vos ordena que excomungueis o conhecimento e que vos dediqueis exclusivamente s
compungidas oraes. Oxal fsseis realmente sbios como Jesus o ! Justamente a sua sabedoria
que o tornava to compreensvel, e o seu extraordinrio conhecimento psicolgico que o fazia
to terno. Na Terra, o ermito fantico, que foge do mundo e se recolhe s grutas das florestas,
tambm capaz de abrir o corao do infiel que lhe rejeite a cartilha de devoo; no entanto,
muitos sbios, trajando a rigor social, renunciam vida para o bem da cincia humana. Francisco
de Assis, quer vestindo-se com o hbito de frade ou pelo ltimo figurino da moda, portador de um
anel de grau ou simples operrio na limpeza das cidades, nunca se distanciaria da singeleza do
Evangelho! S a perturbao ntima que distrai do Evangelho, e muitos h que se perturbam at
mesmo no exerccio dos ensinos de Jesus.
PERGUNTA: Alguns espritas lamentam que as vossas comunicaes no sigam a mesma linha de exortao evanglica, sem complexidades profticas, a que j se
consagraram inmeras entidades nas obras medinicas tradicionais do Espiritismo. Referem-
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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se a Espritos que transmitem apenas mensagens doutrinrias que no provocam celeumas,
dvidas, nem contm predies prematuras, mas se mantm dentro da manifestao purista dos
preceitos kardecistas.
RAMATIS: As manifestaes espirituais, na vossa vida, podem obedecer a mltiplos aspectos. Assim como Buda veio para os seus eletivos, na sia, e Jesus para os seus
afins, no Ocidente, h profetas que s servem a grupos simpticos sua psicologia, como h
determinados trabalhadores desencarnados que s atendem aos adeptos da doutrina esprita.
"Grande a seara de meu Pai e h nela muitos lugares para todos os trabalhadores" afirmava o grande lider oriental. Por que motivo devero todos os instrutores pregar sob um mesmo e
exclusivo aspecto? Uma vez que j existem no vosso meio entidades espirituais capacitadas e
integradas na esfera da pura exortaro evanglica, por que motivo deveramos repetir as mesmas
coisas, talvez com menor xito? Se compreendeis realmente' que Deus est em tudo que criou,
no podeis separar nada dentro da sua orientao divina. Que que interpretais como
manifestao "purista", em doutrina? O que concorda com a vossa mentalidade? Aquilo que o
vosso esprito agasalha com simpatia, olvidando que o que detestais pode ser motivo de ateno e
de prazer de outrem? Essa exclusiva preocupao purista, na vida em comum, um capricho que
pode concorrer para o separatismo, que nada tem de evanglico. Quando sentimos realmente a
magnificncia da vida que nos foi dada por Deus, sentimos tambm que devemos ampliar os
limites de nossos purismos; folgamos, tanto com o progresso do verme no seio da terra, quanto
folgamos em que a borboleta ascensione para espcies mais encantadoras. O servidor do Pai,
inspirado pelo Evangelho, tanto admira a urtiga que fere quanto a violeta que perfuma; tanto
tolera a serpente rastejante, que atende ao sagrado direito de viver, quanto admira a andorinha que
corta os espaos. Sabe que Deus no cometeu distraes na contextura dos mundos; que no criou
"coisas ruins ou impuras" e que no cabe ao homem o direito de criticar supostos equvocos do
Pai! O blsamo, que alivia a dor, tem o seu correspondente no cido, que cauteriza a gangrena. Eis
porque no podemos nos cingir a um sistema nico de comunicaes medinicas, de modo a vos
entregarmos mensagens confeccionadas especialmente para o cabide do vosso comodismo mental.
No deveis criar a separao, exigindo preferncia exclusiva para o que vos simptico, pois, no
existindo coisa alguma absolutamente impura, medida que realmente evoluirdes descobrireis os
valores que se acham ocultos nas coisas consideradas inteis ou daninhas.
PERGUNTA: Podeis nos dar alguns exemplos desses valores existentes nas coisas "inteis" ou "daninhas"?
RAMATIS: O capim, to vilipendiado, a ponto de servir de figura de retrica para simbolizar a inutilidade, considerado atualmente, pela vossa cincia, como uma das plan-las que
possui todas as vitaminas conhecidas, o que tem constitudo o segredo da vigorosa nutrio dos
animais. Na impureza do charco nasce o lrio, e no monturo nauseante esconde-se a energia que,
em divino quimismo, transforma detritos em roseira! perfumado! Os detestados vermes intestinais
assinalam criana a sua carncia mineralgica e lhe indicam o alimento exato; o batrquio
repulsivo que sustenta a vida na lavoura; as feias lagartas geram delicadas borboletas; as
minhocas so os humildes mineiros que abrem as galerias que servem para a renovao do ar
destinado s reaes qumicas da seiva vegetal no sub-solo. O mofo, ou bolor, considerado
resduo anti-higinico, a virtuosssima penicilina. Em nenhuma ferida em que se assenta a
mosca varejeira h perigo de gangrena. Milhares de criaturas devem a sua cura aos txicos das
aranhas, das cobras e dos insetos venenosos, e outras ao aproveitamento mdico do arsnico, da
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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cicuta ou do curare. H um sentido oculto, de utilidade, mesmo naquilo que vos parece revolta da
Natureza: a tempestade furiosa a limpeza da atmosfera carregada de impurezas, e os temidos
vulces so as vlvulas de segurana do vosso globo, para que se equilibre a presso interna na
sada gradual dos gases.
S o homem separatista por ndole que atribui efeitos daninhos s coisas que no lhe despertam simpatias. O derrotismo da alma egocntrica no lhe permite avaliar merecimentos
nas experimentaes alheias, e ento se entrega sistematicamente a uma censura viva e acre. Em
qualquer latitude do Cosmo, seja na regio celestial, seja na vida fsica ou nas regies infernais do
Alm, h um contnuo processo de mais embelezamento e utilidade espiritual. Jesus, o esprito
sem deformidade mental, que reconhecia sempre o valor oculto que h em todas as coisas,
considerou a prostituta como a infeliz esposa, me e irm distante dos bens da paz e da alegria
verdadeira. O homem honesto e compreensivo, viajante comum da vida fsica, quando no lhe
agradam as ofertas ou as experimentaes dos companheiros da mesma viagem evolutiva, segue o
seu caminho e os deixa em paz. Se no vibra com os raciocnios novos dos companheiros,
prossegue evolucionando atravs dos seus valores familiares, que lhe despertam inteira confiana.
As nossas mensagens no so imposies, mas ofertas de boa-vontade; cada um que as
prefira conforme a sua capacidade mental e o seu diapaso espiritual, sem, entretanto, subestimar
as experincias naturais de outros seres. O homem no cumpre os mandamentos do Pai quando
cultua s aquilo que lhe agrada e hostiliza sempre o que lhe antiptico. Que seria do vosso orbe
se os "cientistas puros", inimigos do misticismo e dos compungimentos religiosos, resolvessem
destruir todos os templos e agrupamentos espiritualistas, exterminando sacerdotes e
doutrinadores? Ou, ento, se os mandatrios religiosos, fanticos, inimigos da cincia e
remanescentes da Idade Mdia, decidissem aniquilar completamente o labor cientfico? Qual dos
grupos teria mais direito e razo para agir? O vosso globo, em lugar de escola educativa do
esprito, tomar-se-ia um rido deserto de idias e de liberdade!
PERGUNTA: H os que afirmam que as vossas mensagens perturbam os sistemas j consagrados pela tradio esprita, principalmente no tocante extensa quantidade
de obras doutrinrias, j produzidas por mdiuns de merecimento, podendo-se, pois, dispensar
vossas comunicaes, consideradas dissociativas. Que nos dizeis a respeito?
RAMATIS: Qual o sentido dos "sistemas" de que falais, na tradio esprita? Podereis, porventura, provar que os sistemas criados pelos homens, embora espiritualistas ou
religiosos, podem superar o sistema do Amor que ainda falta humanidade? Examinai e comparai
a natureza dos mltiplos sistemas que pululam no vosso mundo, em todas as esferas da
experimentao humana, inclusive os religiosos, e vereis a sua fragilidade. Vs achais, por
exemplo, que muito acertado o sistema de destruirdes os ratos, as baratas ou as serpentes, como
animais daninhos, mas isso porque no os apreciais como quitutes em vossas mesas. Sob esse
esperto pretexto, criais ento rigorosos "sistemas" cientficos e industriais, para com extremado
carinho engordardes sunos, bois, carneiros, vitelas e aves para o cemitrio do vosso estmago.
Considerais impuro o "sistema" de criardes ratos ou escorpies, mas achais higinico e puro o de
criardes galinhas, porcos e cabritos para o embelezamento nauseante de vossas mesas. No
primeiro caso, porque detestais o rato como alimento e, no segundo, porque apreciais o porco
como petisco. No entanto, se comparardes os vossos sistemas civilizados, de alimentao, com os
de outros povos, ser provvel que emitais acres censuras ao saberdes de raas cuja alimentao
se firma na criao de ratos e de serpes! A utilidade, portanto, das coisas criadas por Deus fica
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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subordinada simpatia e preferncia de cada homem, de cada grupo, seita ou raa. Gostais de
porcos e de bois, ou de galinhas cozidas em moderno vasilhame de presso; recomendais, ento,
que se ampliem os frigorficos, que se higienizem os aougues e que se desenvolvam as indstrias
de conservas de carnes em latas! Isto " bom", porque gostais de comer, mas aquilo "no bom",
porque no gostais; que se destruam incondicionalmente, ento, os ratos, as baratas, os escorpies
ou as cobras e tudo que vos antiptico, pois que ruim e impuro, visto que no serve ao vosso
paladar nem pode ornar as vossas mesas! O que apreciais est certo; o que detestais est errado.
Que vos importa o sofrimento do suno na engorda albumnica ou a tortura do ganso com o fgado
hipertrofiado, arrastando-se pelo solo! Isto so apenas insignificantes detalhes de um "bom
sistema" que conce-bestes na esperteza egocntrica; que muito bom para as vossas alegrias e
prazeres, embora horripilante para o porco, para o ganso e para outros animais que sacrificais.
Assim raciocinais, tambm, quanto s crenas e aos sistemas religiosos ou espiritualistas;
cultuais e defendeis severamente o sistema que agrada ao prprio paladar psquico, mas achais
impuro ou dissociativo o sistema ou o labor que no de vossa simpatia. Aquilo que no se afina
ao vosso modo de pensar desperta-vos antipatia e quereis eliminar; o que agrada ao vosso
raciocnio, erigis em "sistema" e a ele adens com entusiasmo. Que se divulge, amplie e se
dissemine pelo mundo aquilo que julgais bom, que julgais puro, que julgais certo ou verdadeiro,
mas seja censurado, julgado e exterminado aquilo que julgais mau, extico ou errado! Destruam-
se as igrejas catlicas gritam os protestantes; derrubem-se os templos reformistas bradam os clericais; quebrem-se os dolos inteis e as imagens glidas exclamam os espirtistas; encarcerem-se os diablicos retrucam os catlicos e os protestantes, aludindo aos espiritualis-tas. Combata-se o esoterismo, a maonaria, os teosofismos complexos ou os exotismos da
Umbanda clamam espri-, tas kardecistas; acabe-se com o perigo do intercmbio esprita com as larvas, com os elementais e os ilusrios casces, de desencarnados pontificam os teosofistas e
rosa-cruzes nos seus compndios doutrinrios! Defendem o seu "sistema" os umbandistas,
afirmando que, no kardecismo, Jesus apenas faz discursos, enquanto, que na Umbanda o Mestre
realmente trabalha! Ergam-se fogueiras para os positivistas, espcie de "So Tomes", que s
crem naquilo que apalpam; acendam-se fogueiras para os espiritualistas, que s doutrinam sob
conjecturas gritam outros! Os sistemas que se julgam certos esto em luta com os sistemas que julgam errados, e a confuso aumenta, porque todos apregoam que o seu sistema o melhor e o
nico detentor da ltima verdade, quando no da Verdade integral!
bvio que a nossa presena pode ser dissociativa no seio de tantos "sistemas", porquanto
no estamos interessados em valorizar tradies ou agrupamentos simpticos, mas apenas em
insistir quanto urgente necessidade da adoo do sistema crstico, do Amor e da Bondade, que
deve reunir as simpatias gerais de todo o Universo. Esse sistema universalista, sob a gide do
Cristo, no exige definies nem se torna dissociativo, porque no prega a unio pelos caminhos
da separao, nem fala de amor sob a confuso da discrdia.
Embora a maioria das instituies religiosas e espiritualistas do vosso mundo esteja de
posse de extensa bibliografia doutrinria, obtida no esforo santificado do Bem, cremos que seu
contedo s valioso quando vivido praticamente no "amai-vos uns aos outros". Apenas por
pregardes esta mxima de mil modos diferentes e sobre ela tecerdes mil historietas poticas, no
provareis que vos entrosastes com o sistema Crstico mas apenas que procurais a garantia do
sistema religioso particular, que adotais.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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PERGUNTA: Em certa crtica de escritor esprita, muito credenciado na seara, fostes comparado a um Mefis-tfeles com o falso aparato de um anjo, afim de enganar os
incautos. Afirma-se que as vossas mensagens possuem sub-tilezas tais que ho de provocar, no
futuro, muita separao entre os espritas. Em face da continuidade de vossas comunicaes,
gostaramos de conhecer o vosso pensamento a esse respeito.
RAMATIS: Como no, h privilgio na indesvivel ascenso espiritual, e todos os filhos de Deus evolucionam para a angelitude, os anjos j foram os diabos de ontem; e, o que
mais importante: o pior diabo ser um dia o melhor anjo. Deus, o Absoluto Criador Incriado, est
em tudo o que criou. Em conseqncia disso, ningum se perde em seu seio, e os Mefistfeles
sobem, tambm, a infinita escadaria para a Perfeio. Havendo um s Deus eterno e bom, que
prove, imparcialmente, a felicidade de todos os seus filhos, os mefistfeles e os diabos no
passam de "fases" letivas na escolha educacional do esprito divino. So perodos experimentais
em que se forjam os futuros habitantes do cu; significam degraus entre a animal e o anjo.
Mefistfeles, na realidade, o curso pr-angelical que fica entre a conscincia primria e a
csmica do anjo. Admitir o contrrio seria retornar crena na velha fbula do inferno eterno e do
seu esquizofrnico Sat s voltas com os caldeires bblicos. E como os espritas principalmente no esposam essa teoria, que ainda faz sucesso entre os religiosos infantilizados, bvio que "Mefistfeles" lhes significar sempre o irmo desajustado, o velho
companheiro que saiu de casa e que, quando retornar aos seus pagos divinos, tambm ser o "filho
prdigo", da parbola, a merecer o melhor carneiro.
Supondo que somos um Mefistfeles no engraado dizer do escritor atemorizado que se disfara na pele de ;injo para enganar os incautos, quer isso dizer que no vosso mundo
existem muitos potenciais, sob idntico disfarce, pelo que deveis tomar muito cuidado e exercer
severa vigilncia em roda de vs, pois ser-vos- difcil identific-los no seio das paixes comuns
da humanidade. E tomam-se muitssimo perigosas as subtilezas dos Mefistfeles reencarnados,
quando eles encontram afinidades entre os irmos incautos. Lembram gotas d'gua na terra
ressequida da separao humana.
PERGUNTA: Outra crtica insistente classifica-vos de lobo vestido de ovelha; diz que sois um dos "falsos Profetas" anunciados pela Bblia; um dos "Espritos inquos"
mencionados por Jesus. Qual a vossa resposta?
RAMATIS: Na figura desse lobo vestido de ovelha ou do falso profeta bblico, queremos deixar-vos, ento, a seguinte mensagem mefistoflica: Antes de irdes ao vosso centro, loja, cenculo, igreja, templo, terreiro ou instituio inicitica, reconciliai-vos com os
vossos inimigos; antes da prece recitada em pblico, lamuriosa e potica, dedicai-vos to
abnegadamente aos vossos irmos necessitados, de modo tal que nem vos sobeje tempo para
orardes. No julgueis a embriaguez do irmo sem lar e sem nimo para viver, mas estendei-lhe as
mos fraternalmente; abandonai o vosso veculo carssimo e luxuoso, at que o infeliz aleijado do
vosso caminho tenha o seu carrinho de rodas. Reduzi a quantidade excessiva de ternos, que
possuis, para que possais vestir alguns maltrapilhos da vizinhana; diminu o usque e as
compotas da vossa adega, para que sobre po ao faminto e vitaminas para a criana anmica;
economizai no gasto da boate, para socorrerdes a infeliz lavadeira que precisa de descanso, a
parturiente que pede fortificante ou o operrio desvalido que no cobre com o seu salrio as suas
despesas mensais. Buscai colocao para o desamparado e para a jovem domstica que luta com
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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dificuldades financeiras; providencial medicamento para o doente deserdado e livro para o
estudante pobre. No temais a abbada da igreja catlica, as colunas do templo protestante, o
esforo do esoterista, a reunio do teosofista, o experimento do umbandista, as lies daYoga ou a
cantoria dos salvacionistas. Concorrei lista para os pobres de todas as religies, sem
exclusivismo para com a vossa seita; atendei ao esforo do irmo que vos oferece a Bblia em
lugar do livro fescenino e auxiliai a divulgao da revista religiosa que vos recorda Jesus; rejubi-
lai-vos diante do labor doutrinrio adverso ao vosso modo de entender, mas que coopera para a
melhoria do homem.
Aprendei que a doutrina sempre um "meio" e no um "fim". O Espiritismo maravilhosa
revelao da imortalidade da alma; convite divino para que o homem modifique a sua conduta
desregrada e assuma a responsabilidade da vida espiritual; mas, acima de tudo, que se cumpra a
universalidade do Cristo, antes que o separatismo de seitas. E que "vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei" seja o compromisso incessante a que deveis atender, porque nunca
podereis pregar a unio sob a exclusividade religiosa. Podeis afirmar que estais com a melhor
doutrina, mas isto apenas uma opinio humana, com a qual pode discordar a opinio crstica. A
melhor doutrina , ainda, o amor pregado por Jesus, doutrina que no possui postulados ou
diretrizes tipo-grafadas fora do corao!
Se assim fizerdes, asseguramos-vos que estareis livres do imenso perigo dos "lobos
vestidos de ovelhas", dos "falsos profetas", dos mefistfeles com aparncia evanglica ou dos
"Espritos inquos" preditos na Bblia. Se eles vos conduzem ao erro e iniqidade, tornar-se-o
inofensivos, em virtude de no encontrarem em vs prprios as condies favorveis para
implantarem em vs a iniqidade e o separatismo.
Mensagens do Astral Herclio Maes Ramats
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Consideraes
sobre opinies do Alm
provvel que ao leitor parea estranha a srie de perguntas dirigidas a Ramatis, no
captulo seguinte, supondo que estamos aflitivamente preocupados em justificar-nos perante as
possveis censuras de espritos desencarnados acerca desta obra.
Quando publicamos o opsculo "Conexes de Profecias", contendo algumas perguntas e
respostas extradas da obra definitiva, surgiram algumas crticas em jornais e revistas espritas,
das quais j tratamos no captulo anterior. Alguns classificavam Ramatis como umbandista, outros
como teosofista, outros como esoterista, outros como um Esprito excntrico, devotado
escolstica hindu, outros tachando-o de"Mefistfeles"ou falso profeta, outros de anti-kardecista e
at de feiticeiro.
Posteriormente, surgiu nova campanha por parte de outros confrades, os quais apontavam
censuras severas de espritos credenciados e desencarnados, que estariam sendo emitidas contra a
obra de Ramatis, situando-o como entidade menos digna a difundir profecias mirabolantes e
prejudiciais, atravs de mediunidade invigilante. De modo algum afirmamos que essas nobres
entidades desencarnadas e de nossa confiana hajam dito semelhante coisa; mas alguns espritas
insistiram em ajustes sibilinos em alguma mensagem do Alm, num esforo de patentear, em
pblico, a grave censura ao nosso labor. O fato provocou a remessa de centenas de cartas ao nosso
Grupo e ao mdium do qual Ramatis se serve inquirindo sobre esse julgamento desairoso do Alm
e rogando-nos esclarecimentos para cessar a confuso.
De modo algum ficamos preocupados com o assunto, nem pretendamos apresentar
qualquer justificao a esse respeito, porquanto o tempo que dir do valor ou da inutilidade da
obra ramatisiana. Mas no podamos cometer a desc