49
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, 2011

RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

  • Upload
    others

  • View
    2

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO

METROPOLITANA DO RECIFE: UMA

AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, 2011

Page 2: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO ACADÊMICO DE VITÓRIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO

RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS

Autora: Jarcilene do Carmo Tomaz de Oliveira

Orientador: Luiz Augustinho Menezes da Silva

Co-Orientador: José Lindemberg Martins Machado

VITÓRIA DE SANTO ANTÃO, 2011

TCC apresentado ao Curso de Graduação em

Licenciatura em Ciências Biológicas como

requisito para incremento da Disciplina Eletiva do

Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas.

Page 3: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Catalogação na fonte Sistema de Bibliotecas da UFPE – Biblioteca Setorial do CAV

O48r Oliveira, Jarcilene do Carmo Tomaz de Raiva em morcegos na Região Metropolitana do Recife: uma avaliação dos últimos dez anos / Jarcilene do Carmo Tomaz de Oliveira. Vitória de Santo Antão: O Autor, 2011. 51 folhas:il.; tab.; fig. Orientador: Luiz Augustinho Menezes da Silva Co-Orientador: José Lindemberg Martins Machado TCC (Graduação) – Universidade Federal de Pernambuco. CAV. Licenciatura em Ciências Biológicas, 2011. Inclui bibliografia e Anexos.

1. Morcegos urbanos - Vírus rábico. 2. Quirópteros – Vigilância epidemiológica. I. Silva, Luiz Augustinho Menezes da.II. Machado, José Lindemberg Martins. III. Título.

614.57 CDD (21.ed.) BIBCAV/UFPE-33/2011

CRB-4/977

Page 4: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

FOLHA DE APROVAÇÃO

JARCILENE DO CARMO TOMAZ DE OLIVEIRA

RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO

RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS

Aprovada em _____/_____/_____

Banca Examinadora

Orientador: ______________________________________

Prof. Luiz Augustinho Menezes da Silva

Núcleo de Biologia

UFPE/CAV

Examinador: ______________________________________

Profª. Gilmar Beserra de Farias

Núcleo de Biologia

UFPE/CAV

Examinador: ______________________________________

Prof. Yumma Bernardo Maranhão Valle

Mestre em Gestão e Política Ambientais

Page 5: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

DEDICATÓRIA

À minhas amadas, “Vó” (in memoriam), Mãe e

Tia-mãe. Que me ensinaram o melhor desta

vida e fazem meu coração sorrir.

Page 6: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

AGRADECIMENTOS

Não diferente de toda minha vida, primeiramente agradeço a Deus, pela força e

coragem nesta etapa importante da minha vida, pessoal e de inicio profissional.

À minha Avó, Rita Paulo (in memoriam), Ivan Henrique e Mauricea, meus pais, Rita,

minha Tia-mãe, Fabiana e Irmãos- “Bela”, “Rico”, “Nene” e “Dinho”; anjos, com quem

compartilhei e compartilho os melhores momentos e sentimentos, pelo apoio, afeto,

incentivos e por me fazerem ter certeza que o que importa não é O QUE eu tenho na vida,

mas QUEM eu tenho... SEM VOCÊS EU NÃO SERIA NADA!

Ao Corpo Docente, do Núcleo de Ensinamentos para a Vida, do Centro Acadêmico de

Vitória de Santo Antão. Em especial, ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz Augustinho

Menezes da Silva, pela confiança, aprendizado, paciência, amizade, incentivo, e dispêndio

de seu tempo em ensinar a arte de amar e preservar, um dos animais mais fascinantes do

planeta.

Às pessoas que fazem à diferença em minha vida... Amigos, que estiveram e estão juntos.

Para aqueles que quando olho para trás, sinto muitas saudades... E aos que olho para o lado e

me agraciam com seus sorrisos. Em especial ao grupo das “1.000 e umas noites de

sinceridades”, Anna Karla, Cleópatra, minha creu, e Maria Fabíola - que venham mais 25

x quatro anos, pela frente. A Paloma, minha eterna “companheira”, pela amizade, conversa,

apoio. Aos amigos de „Caetes forever‟ Teone, Suammyr; Messias e Roseli, pela

convivência, diversão, desabafos e “bullying”.

Ao LANAGRO – PE, pela concessão dos Dados, aos seus funcionários, do departamento de

Raiva, que muitas vezes me fizeram dar boas risadas e desconcentrar, durante o tempo de

coleta de dados e ao meu Co-Orientador José Lindemberg pela disponibilidade.

Aos Centros de Vigilância Ambiental e Centros de Controle de Zoonoses, que se

disponibilizaram a sanar dúvidas.

E aos que não citei - sintam-se lembrados...

OBRIGADA A TODOS!

Page 7: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Distribuição das Meso e Microrregiões no estado de Pernambuco................... 23

Figura 2 - Variação ao longo dos anos do encaminhamento de amostras de morcegos

(janeiro/2002-outubro/2011) pela Região Metropolitana do Recife.................................... 26

Figura 3 – Algumas espécies de morcegos identificados, enviados para análise rábica.... 51

Page 8: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Número de amostras recebidas pelo LANAGRO/PE para análise rábica no

período de 2002 a 2011 por mesorregião de Pernambuco e categoria da amostra.............. 24

Tabela 2 - Número de amostras enviadas por categoria pelos municípios da Região

Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011......................................................................... 25

Tabela 3 - Envio de amostras de morcegos entre 2002 e 2011 pelos municípios da

Região Metropolitana do Recife.......................................................................................... 26

Tabela 4 - Distribuição de espécies de morcegos identificados por município da RMR,

durante 2002-2011............................................................................................................... 27

Tabela 5 - Amostras isoladas com o vírus da raiva por municípios da Região

Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011......................................................................... 28

Tabela 6 - Espécies de quirópteros com positividade para o vírus..................................... 29

Page 9: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

SUMÁRIO

AGRADECIMENTOS

LISTA DE FIGURAS

LISTA DE TABELAS

INTRODUÇÃO GERAL................................................................................................... 12

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................................. 15

ARTIGO - RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO

RECIFE: UMA AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS. ....................................... 19

RESUMO ................................................................................................................... 19

ABSTRACT......................................................................................................... 20

INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 21

MÉTODOS................................................................................................................. 22

RESULTADOS...................................................................................................... .... 24

DISCUSSÃO............................................................................................................. 29

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................... 32

CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................ 35

ANEXOS........................................................................................................................... 36

Page 10: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

INTRODUÇÃO GERAL

A raiva é causada por um vírus pertencente ao gênero Lyssavirus, família

Rhabdoviridae, e este encontra-se subdividido em sete genótipos, sendo o da raiva o

genótipo1 e, assim, protótipo do gênero (TORDO e POCH, 1988). Para o Brasil, Fekadu

(1972) destaca a identificação de cinco variantes para o vírus – a variante 2 (encontrada

principalmente em cães, apresentando o perfil típico de amostras de raiva urbana), 3

(usualmente identificadas em morcegos Desmodus rotundus), variante 4 (identificada em

morcegos insetívoros Tadarida brasiliensis), 5 (relativas a morcegos hematófagos na

Venezuela, mas no Brasil foi isolada de uma “raposa” ou “cachorro-do-mato”(Cerdocyon

thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas

amostras com perfis atípicos que não puderam ser enquadradas na classificação adotada.

Estas são provavelmente outros exemplos de processo adaptativo.

O vírus da raiva possui a forma de projétil e seu genoma é constituído por ácido

ribonucléico – RNA envolvido por duas capas de natureza lipídica. Neurotrópico, cuja

transmissão acontece quando o vírus, existente na saliva do animal infectado, entra no

organismo, através da pele ou de mucosas, por mordedura, arranhadura ou lambedura

(BRASIL, 2005), sua ação no sistema nervoso central – SNC causa quadro clínico

característico de encefalomielite aguda (BRASIL, 2011).

É considerada uma das mais antigas doenças reconhecidas pela humanidade, muitas

vezes misturando-se com o folclore e crenças religiosas, dando origem a mitos e lendas

(STEELE, 1975). Mesmo sendo conhecida desde a antiguidade, a raiva representa ainda, em

pleno século XXI, um sério problema em alguns países ao redor do mundo, especialmente

nos que apresentam menor grau de desenvolvimento e onde há a manutenção do ciclo de

transmissão animal doméstico/homem (FUNASA, 2002). Atinge grande importância

epidemiológica, sendo uma das zoonoses de maior impacto em saúde pública face a sua alta

letalidade, pois ocasiona a morte em praticamente 100% dos casos após o início dos

sintomas, tanto em animais quanto em seres humanos (OMS, 2011).

No mundo, a raiva é uma das doenças infecto-contagiosa que possui o maior número

de animais como reservatórios (ROLIM et al., 2006), afeta a todos os mamíferos inclusive ao

homem, causando problemas econômicos e de saúde pública (KOTAIT et al., 2007).

Page 11: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Apresenta quatro ciclos epidemiológicos: – ciclo urbano, relacionado aos cães e gatos; – ciclo

rural, representado pelos animais de produção e o morcego hematófago; – ciclo silvestre

terrestre, que engloba os saguis, cachorros do mato, raposas, guaxinim, entre outros animais

selvagens – ciclo aéreo, que envolve os morcegos (BRASIL, 2009). Estes ciclos não se

encontram isolados e, sim, interagindo entre si, fazendo com que o vírus, mesmo que tenha

sido erradicado em um dos ciclos, possa surgir novamente devido a essa interação.

No Brasil a raiva é endêmica, apresentando variações de acordo com a região

geográfica (FUNASA, 2002), e os morcegos com uma grande importância na manutenção da

circulação do vírus rábico (KOTAIT e CARRIERI, 2004). Considerando que o controle de

raiva entre cães e gatos vem sendo cada vez mais eficiente (BRASIL, 2011) e que as medidas

na área rural junto aos animais de interesse econômico também vêm se aprimorando, os

animais silvestres e os sinantrópicos se destacaram como reservatórios naturais do vírus

rábico (KOTAIT et al., 2007), a partir de 2004, o morcego passou a ser o principal

transmissor no Brasil (BRASIL, 2011), havendo assim, a necessidade de medidas profiláticas

voltadas à transmissão de raiva por morcegos principalmente em áreas urbanas.

Entre os quirópteros, o morcego Desmodus rotundus se destaca como excelente

transmissor, devido ao hábito hematófago (KOTAIT et al., 2007). Porém, o vírus da raiva

pode ser encontrado em outras espécies de morcegos não só as hematófagas (SODRÉ et al.,

2010). Medidas de monitoramento de raiva em morcegos urbanos vêm sendo ultimamente

intensificadas, principalmente em decorrência do aumento significativo nos últimos anos das

notificações dos casos de raiva em morcegos, e particularmente preocupante, os registros de

casos em morcegos não hematófagos em áreas urbanas. A adaptação dos morcegos ao

ambiente urbano pode ocasionar infecções de animais de estimação e pessoas (BATISTA et

al., 2007), pois todos os morcegos, independente do seu hábito alimentar, podem morder se

forem indevidamente manipulados ou perturbados (JARDIM, 2008) e caso estejam com raiva

podem veicular o vírus.

Muitos desses relatos de morcegos positivos para raiva ocorreram em áreas urbanas

(UIEDA et al., 1995; CARNEIRO et al., 2009; OLIVEIRA et al., 2011a; SILVA et al.,

2011). Quando acometidos pela raiva, os morcegos adoecem e morrem, apresentando como

principais sintomas mudanças comportamentais, vôos diurnos, incapacidade de se desviar de

obstáculos e paralisia (UIEDA et al., 1996; REICHMANN et a.l, 2000), sintomas esses que

facilitam o contato entre o morcego doente e humanos e/ou animais domésticos.

Existem no Brasil, 172 espécies de morcegos, pertencentes a nove famílias e 64

gêneros (TAVARES et al., 2008; REIS et al., 2011) amplamente distribuídas pelos diferentes

Page 12: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

biomas terrestres, inclusive nas áreas urbanas, este ultimo representado por 63 espécies

(LIMA, 2008). De acordo com Sodré et al., (2010), 41 espécies de morcegos já foram

diagnosticadas positivas para raiva no Brasil, pertencendo a 25 gêneros e três famílias:

Phyllostomidae 43.9%, Vespertilionidae 29.3% e Molossidae 26.8%, distribuídas em

diferentes hábitos alimentares (26 são insetívoras, seis frugívoras e três nectarívoras,

hematófagas e onívoras). Para Pernambuco, são listadas 70 espécies de morcegos (GUERRA

2007; SILVA E MARINHO FILHO 2009/2010; LIRA et al., 2009), entretanto não se sabe o

número de espécies que ocorrem em ambiente urbano do Estado, uma vez que poucas áreas

urbanas foram estudadas e com um número reduzido de coletas (SILVA et al., 2010; LEAL,

2007). Das espécies citadas para Pernambuco, 38 delas ocorrem em áreas urbanas em outros

estados brasileiros (LIMA, 2008).

Nas grandes capitais do Brasil, os índices de positividade para raiva em morcegos

oscilam entre 0,5% e 0,8%, correspondendo aos indicadores de normalidade estabelecidos

pela Organização Mundial de Saúde (entre 1-4%) (PACHECO, et al., 2010). Este índice pode

está sendo mascarado em inúmeras regiões do país, uma vez que o número de amostras de

morcegos encaminhado para análise é considerado baixo, quando comparado a outros grupos

analisados.

Para Pedro (2002) a mitigação dos problemas causados pelos morcegos em áreas

urbanas poderá ser decorrente de processos atuando em três diferentes níveis: (1) de um

programa de Educação Ambiental, conscientizando a população da importância ecológica

dos morcegos e, portanto, de sua preservação, e alertando para os perigos associados ao

contato com os mesmos; (2) de um programa efetivo de controle da raiva, em áreas rural

e urbana, com realização de campanhas eficazes de vacinação de animais domésticos, e

monitoramento das populações de morcegos nessas áreas, com ênfase às populações do

morcego-vampiro-comum (Desmodus rotundus); (3) de programas paisagísticos

municipais, que devem privilegiar o plantio de árvores que não constituam fonte de alimento

ou de abrigo aos morcegos e, paralelamente, sejam apoiadas iniciativas de criação de parques

e reservas, visando à conservação dos quirópteros, bem como do restante da fauna local.

Kotait (2005) destaca que as ações para cobertura de foco de raiva em quirópteros em centros

urbanos, dependem de uma série de fatores, tais como: a espécie do morcego; se é espécime

solitário ou se forma colônias; se as colônias são pequenas ou grandes (mais de 20

espécimes); o local onde foi encontrado; se foi identificado o abrigo, etc.

Os órgãos responsáveis pelo monitoramento da raiva em morcegos nas áreas urbanas

estão vinculados às secretarias de saúde (centros de vigilância ambiental e centros de controle

Page 13: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

de zoonoses) e, em muitos casos, estes centros não possuem pessoas treinadas para identificar

as diferentes espécies de morcegos, bem como, para criar medidas que diminuam os

problemas encontrados. Na maior parte dos casos, os morcegos são agrupados apenas em

hematófagos e não hematófagos e, no Brasil, isso representa respectivamente três e 169

espécies. Essa carência de equipes treinadas dificulta as ações de monitoramento, uma vez

que cada espécie apresenta características biológicas peculiares, que são importantes na

avaliação preliminar da situação encontrada (UIEDA et al., 1996), facilitando o encontro de

abrigos, as estratégias de captura e o controle das fontes de atração. O controle da raiva

transmitida pelos morcegos em áreas urbanas depende da identificação segura do animal e a

separação de morcegos em apenas dois grupos (hematófagos e não hematófagos) tem

dificultado o estudo de revisão e análise dos dados oficiais, prejudicando, desse modo, o

conhecimento do papel das espécies na epidemiologia da raiva (KOTAIT, 2006).

OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Levantar a questão da raiva em morcegos na Região Metropolitana do Recife entre

2002 e 2011.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Registrar as espécies de morcegos enviadas para análise de raiva proveniente da Região

Metropolitana do Recife;

Identificar as espécies positivas;

Diagnosticar áreas de maior ocorrência de raiva na região metropolitana;

Avaliar as atividades de envio de morcegos para análise pelos municípios da Região

Metropolitana do Recife.

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA

1. BATISTA H.B.C.R; FRANCO A.C; ROEHE P.M. Raiva: uma breve revisão. Acta

Scientiae Veterinariae. v. 35, p. 125-144, 2007.

Page 14: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

2. BRASIL. Agência Estadual de Notícias. Saúde reforça alerta para o perigo da raiva

transmitida por morcegos. 2005. Disponível em: <http://www.

agenciadenoticias.pr.gov.br/modules/news/article.php?storyid= 12319>. Acesso em:

09 jan. 2011.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Programa Nacional de Profilaxia da Raiva. Casos de

raiva humana notificados e percentual de casos transmitidos segundo a espécie

animal. Brasília, 2005.

4. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Protocolo para Tratamento de Raiva Humana no

Brasil. Brasília: Brasil Epidemiologia e Serviços de Saúde, 2009, 9p.

5. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Vigilância Epidemiológica. Normas técnicas de profilaxia da raiva humana.

Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

6. CARNEIRO, N.F.F., CALDEIRA, A.P., ANTUNES, L.A., CARNEIRO, V.F. E

CARNEIRO, G.F. Raiva em morcegos Artibeus lituratus em Montes Claros, Estado

de Minas Gerais. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v. 42, n.

4, p. 449-451. 2009.

7. FEKADU, M. Atypical rabies in Ethiopia. Ethiopian Medical Journal v. 10, p. 79-

86. 1972.

8. FUNASA. Fundação Nacional da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica.

Brasília. v. II, p. 673-704. 2002

9. GUERRA, D. Q.. Chiroptera de Pernambuco: Distribuição e aspectos biológicos.

2007. 103p Dissertação (Mestrado em Biologia Animal) UFPE. Recife.

10. JARDIM, M. M. A. Morcegos urbanos: sugestões para o controle em escolas

públicas de Porto Alegre. Rio Grande do Sul, Museu de Ciências Naturais. 2008.

21p.

11. KOTAIT I, CARRIERI M.L. Raiva. In: Trabulsi LR, coordenador. Microbiologia. 4

ed. São Paulo: F.Alterthum; 2004. p.651-57.

12. KOTAIT, I. Programa de Prevenção e Controle da Raiva Transmitida por Morcegos

em Áreas Urbanas. Boletim Epidemiológico Paulista.v. 36, n. 3, p. 9-13.2006.

13. KOTAIT, I. Raiva em morcegos em áreas urbanas no estado de São Paulo. Boletim

Epidemiológico Paulista. v. 2, n. 20, p. 7-9. 2005.

14. KOTAIT, I; CARRIERI, M.L.; CARNIELI JR, P.; CASTILHO, J. G.; OLIVEIRA, R.

N.; MACEDO, C. I.; SCHEFFER, K. C. F.; ACHKAR, S. M. Reservatórios

Page 15: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

silvestres do vírus da raiva: um desafio para a saúde pública. Boletim

Epidemiológico Paulista. v. 4, n. 40. 2007.

15. LEAL, E.S.B. Morcegos (Mammalia, Chiroptera) do campus da UNIVERSIDADE

FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO, Dois Irmãos, Recife-PE. 2007. Disponível

em <http://www.mendeley.com/research/morcegos-mammalia-chiroptera-campus-da-

universidade-federal-rural-pernambuco-dois-irmos-recife/>. Acesso em: 19/11/11.

16. LIMA, I.P. Espécies de morcegos (Mammalia: Chiroptera) registradas em parques nas

áreas urbanas do Brasil e suas implicações no uso deste ambiente. In. Ecologia de

Morcegos. Londrina: Technical books, 2008. p. 71-86.

17. LIRA, T.C.; PONTES, A. R. M.; SANTOS, K.R.P. Occurrence of the chestnut long-

tongued bat Lionycteris spurrelli Thomas, 1913 (Chiroptera, Phyllostomidae) in the

Northeastern Atlantic Forest, Brazil. Biota Neotropical. v. 9, n. 1, p. 253-255. 2009

18. OLIVEIRA, P.J.A.; SILVA, L.A.M.; OLIVEIRA, JC.T.; SILVA, T.P.; CUNHA,

M.C.; SILVA, C.J.; CARVALHO, Y.M.V.S.G.; SANTOS, W.L.; MACHADO,

J.L.M.; MELO, M.L.; ALENCAR, V.I.B. Vigilância epidemiológica da raiva em

quirópteros no município de Moreno, Pernambuco, Brasil. Vitória, 2011. 36p .

TCC (Licenciatura) – UFPE, CAV. Curso de licenciatura em ciências.

19. Organização Mundial da Saúde. Informativo eletrônico – Rabies; Fact Sheet n° 99.

Disponivel em < http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099/en/index.html >.

Acesso em: 20 /11/2011.

20. PACHECO, S. M.; SODRÉ, M.; GAMA, A.R.; BREDT, A.; CAVALLINI-

SANCHES, E. M.; MARQUES, R. V.; GUIMARÃES, M. M.; BIANCONI, G.

Morcegos urbanos: status do conhecimento e plano de ação para a conservação no

Brasil. Chiroptera Neotropical. V.16, n. 1. 2010.

21. PEDRO, W. A. 2002. Morcegos em áreas urbanas. Disponível em

<http://www.pragas.com.br /noticias/ destaques/ morcegos_enquete.php >. Acesso

em: 07/10/2008.

22. REICHMANN M.L.A.B.; PINTO H.B.F.; ARANTES M.B.; SANTOS M.B.; VIARO

O; NUNES V.F.P. Educação e promoção da saúde no Programa de Controle da

Raiva. São Paulo: Pasteur, n.5, 2000.

23. REIS, N.R.; PERACCHI, A.L.; PEDRO, W.A.; LIMA, I.P. Mamíferos do Brasil.

Londrina: Nélio R. dos Reis 2011. 439p.

24. ROLIM, B.N..; TEIXEIRA, M. F. S.; ROLIM, J. B. S.; SOUSA, J. B. Relato do

controle da raiva canina no município de Fortaleza – Ceará, no período de 2001 a

2005. In: II FEIRA DE CIÊNCIA, CULTURA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO DO

Page 16: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

ESTADO DO CEARÁ, no período de 19 a 23 de junho de 2006. Anais... Fortaleza:

Universidade Estadual do Ceará, Ceará, Brasil. 2006.

25. SILVA, J.R.; SANTOS, N.; LOPES, M.J.S.; MONTES, M.A. Efeito da urbanização

nas populações de morcegos da UFRPE. In: X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA

E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro.

26. SILVA, L.A.M.; MACHADO, J.L.M; MELO, M.L.; ALENCAR, V.I.B.; MELO,

R.S.; ANDRADE, L.P.; SILVA, E.M.V.G. Rabies virus in Molossus molossus

(Chiroptera: Molossidae) in the State of Pernambuco, Northeastern Brazil. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical [online], v.44, n.4, p. 526-527. 2011.

27. SILVA, L.A.M.; MARINHO-FILHO, J. Novos registros de morcegos (Mammalia:

Chiroptera) na Caatinga de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Revista Nordestina de

Zoologia. Recife, v. 4, n. 2, p. 76-84. 2009-2010.

28. SODRÉ, M.M.; GAMA, A.R.; ALMEIDA, M.F. Updated list of bat species positive

for rabies in Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical. São Paulo, v. 52, n. 2, p.75-81,

2010.

29. STEELE J.H. History of rabies. In: The Natural History of Rabies. Baer G.M. (Ed).

2° ed. Boca Raton: RCR Press, 1975. p.1-29.

30. TAVARES, V.C., GREGORIN, R. & PERACCHI, A.L.. Diversidade de morcegos no

Brasil: lista atualizada com comentários sobre distribuição e taxonomia. In. S.M.

PACHECO, R.V. MARQUES, R.V. & C.E.L. ESBERARD, Orgs. Morcegos no

Brasil: biologia, sistemática, ecologia e conservação. Porto Alegre: Armazém

Digital. 2008. p. 25-58.

31. TORDO, N., POCH, O. Structure of rabies virus. In: Campbell, J.B., Charlton, K.M.

(Eds.). Rabies. Boston: Kluwer Academic Publishers.1988. p. 25-45.

32. UIEDA, W., HARMANI, N. M. S. e SILVA, M. M. S. Raiva em morcegos

insetívoros (Molossidae) do Sudeste do Brasil. Revista de Saúde Pública, v.29, n. 5,

p.393-397.1995.

33. UIEDA, W., HAYASHI, M. M.; GOMES, L. H.; SILVA, M. M. S. 1996. Espécies de

quirópteros diagnosticadas com raiva no Brasil. Boletim do Instituto Pasteur, São

Paulo, v. 1, n.2, p. 17-35. 1996.

Page 17: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE: UMA

AVALIAÇÃO DOS ULTIMOS DEZ ANOS

RABIES IN BATS IN METROPOLITAN REGION OF RECIFE: AN EVALUATION

OF THE LAST TEN YEARS

Jarcilene do Carmo Tomaz de OliveiraI,; Luiz Augustinho Menezes da SilvaI,;José Lindemberg Martins MachadoII IUniversidade Federal de Pernambuco. Centro Acadêmico de Vitória. Núcleo de Biologia. Grupo de Estudos de Morcegos no Nordeste (GEMNE). Vitória de Santo Antão – PE, Brasil IILaboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco – Recife, PE Correspondência | Correspondence

Rua Alto do Reservatório, s/n, CEP 55.608-680, Vitória de Santo Antão – PE, Brasil E-mail: [email protected]

RESUMO

OBJETIVO: Identificar a situação da raiva em morcegos na Região Metropolitana do

Recife a partir do levantamento das amostras enviadas para a análise bem como da

identificação das espécies envolvidas na manutenção do ciclo da raiva na região.

MÉTODOS: Foram levantadas as amostras recebidas para análise rábica pelo

Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco (LANAGRO/PE), encaminhadas

pelos Centros de Controle de Zoonoses, Centros de Vigilância Ambiental, Munícipes

e pesquisadores dos Municípios da Região Metropolitana do Recife no período de

janeiro/2002 a outubro/2011.

RESULTADOS: O LANAGRO - PE recebeu 11.184 amostras de cinco categorias:

animais domésticos (94,21%); quiróptero (3,63%); criação (1,78%); silvestre e

humana (1%), provenientes de 14 municípios da Região Metropolitana do Recife.

Onze municípios enviaram espécimes de quirópteros (n= 407), apenas 180 foram

identificadas em nível de espécie e/ou família, registrando 17 espécies e cinco

famílias, destacando-se os Molossidae com 107 espécimes e três espécies, seguido

dos Phyllostomidae (n = 72 e 10) e Vespertilionidae (n = 16 e 2). Entre as amostras

235 foram positivas (canino – 122; Bovino – 55; morcego – 24; felino – 16; eqüino

14; asinino 2 e caprino 2) para 13 municípios. Seis municípios apresentam

morcegos positivos com cinco espécies identificadas, o maior número de casos

ocorreu em Recife e a maior riqueza em Moreno. A espécie com o maior número de

casos foi Molossus molossus (n = 6) ocorrendo em três municípios.

Page 18: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

CONCLUSÕES: Houve um crescente aumento no índice de envio de amostras de

quirópteros por municípios a partir de 2008, porém atividades voltadas para

monitoramento dos quirópteros na RMR são pouco desenvolvidas, reforçando a

necessidade de ações contínuas de monitoramento das populações de morcegos

sinantrópicos e capacitação de profissionais para a identificação e manejo dos

quirópteros e, assim, o preenchimento correto de fichas de registros, subsidiando a

criação de ações eficientes voltadas para as espécies.

DESCRITORES: Quirópteros, Sinantrópicos, Vigilância Epidemiológica, Vírus

da Raiva.

ABSTRAC.

OBJECTIVE: Identify the situation of rabies in bats in the Metropolitan Region of

Recife from the lifting of the samples sent for analysis and the identification of the

species involved in maintenance cycle of rabies in this area.

METHODS: Were lifted rabies samples received for analysis by the National

Agricultural Laboratory of Pernambuco (LANAGRO / PE), forwarded Centers for

Zoonosis Control, Centers for Environmental Surveillance, residents and researchers

of the municipalities in the Metropolitan Region of Recife in the period from january

2002 to october/2011.

RESULTS: The LANAGRO – PE received 11,184 samples of five categories

domestic animals (94.21%), chiroptera (3.63%), creation (1.78%), wildlife and human

(1%) from 14 municipalities in the metropolitan area of Recife.

Eleven municipalities sent specimens of bats (n = 407), only 180 were identified to

species level and / or family, recording 17 species and five families, recording 17

species and five families, highlighting the Molossidae with 107 specimens and three

species, followed by the Phyllostomidae (n = 72 and 10) and Vespertilionidae (n = 16

and 2). Among the 235 samples were positive (canine - 122; Cattle - 55; bat - 24; cat

- 16, 14 horse, donkey 2 and goat 2) for 13 municipality. Six municipalities have

positive bats with five species identified, the largest number of cases occurred in

Recife and the richest in Moreno. The species with the highest number of cases was

Molossus molossus (n = 6) occurring in three municipalities.

CONCLUSIONS: There was a growing increase in the rate of transmission of

samples of bats from municipalities from 2008 but activities for monitoring of bats in

RMR are poorly developed, reinforcing the need for continuous activity monitoring of

synanthropic bat populations, and professional training for the identification and

Page 19: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

management of bats and thus correctly complete record sheets, supporting the

creation of effective action-oriented species.

DESCRIPTORS: Chiroptera, Synanthropic, Epidemiological Vigilance, Rabies

Virus.

INTRODUÇÃO

A raiva é considerada uma das mais antigas doenças reconhecidas pela

humanidade, muitas vezes misturando-se com o folclore e crenças religiosas, dando

origem a mitos e lendas.26 Representa ainda, em pleno século XXI, um sério

problema em alguns países ao redor do mundo, especialmente nos que apresentam

menor grau de desenvolvimento e onde há a manutenção do ciclo de transmissão

animal doméstico/homem10, sendo considerada uma zoonose de grande impacto

em saúde pública face a sua alta letalidade, pois ocasiona a morte em praticamente

100% dos casos após o início dos sintomas, tanto em animais quanto em seres

humanos.19

Apresenta quatro ciclos epidemiológicos: – ciclo urbano, relacionado aos

cães e gatos; – ciclo rural, representado pelos animais de produção e o morcego

hematófago; – ciclo silvestre terrestre, que engloba os saguis, cachorros-do-mato,

raposas, guaxinim, entre outros animais selvagens – ciclo aéreo, que envolve os

morcegos.³ Estes ciclos não se encontram isolados e sim interagindo entre si,

fazendo com que o vírus, mesmo tendo sido erradicado em um dos ciclos, possa

surgir novamente devido a essa interação.

A partir de 2004, o morcego passou a ser o principal transmissor da raiva no

Brasil7, havendo assim a necessidade de medidas profiláticas voltadas à

transmissão de raiva por morcegos principalmente em áreas urbanas. Quando

acometidos pela raiva, o morcego doente perde a capacidade de voar e, num

estágio mais avançado da doença, começa a apresentar dificuldades para caminhar

e sustentar seu corpo sobre os pés e polegares das asas. Sinais de desidratação

são observados e há um aumento gradativo dos sintomas paralíticos, com maior

intensidade nas asas do animal. Os morcegos hematófagos abrangem atividade

alimentar diurna, hiperexcitabilidade, agressividade, tremores, falta de coordenação

dos movimentos, contrações musculares, paralisia, e os indivíduos doentes

afastam-se da colônia, deixam de realizar sua higiene corporal e são

constantemente agredidos por seus companheiros sadios a cada tentativa de

reintegração ao agrupamento. Nos morcegos não hematófagos doentes também é

Page 20: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

observada paralisia, principalmente nas asas, o que, inicialmente, dificulta seus

voos e, posteriormente, os impede de voar. Os animais são encontrados em locais

não habituais (no chão, sobre a cama, pendurados nas cortinas, paredes, janelas e

muros) em horários não comuns (durante o dia).4 Esses sintomas facilitam o contato

entre o morcego doente e humanos e/ou animais domésticos. Sendo muitos dos

relatos de morcegos positivos para raiva ocorrentes de áreas urbanas. 24,29

Nas grandes capitais do Brasil os índices de positividade para raiva em

morcegos oscilam entre 0,5% e 0,8%, correspondendo aos indicadores de

normalidade estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (entre 1-4%).20 Este

índice pode está sendo mascarado em inúmeras regiões do país, uma vez que o

número de amostras de morcegos encaminhados para análise é considerado baixo,

quando comparado a outros grupos analisados. Contudo, o presente trabalho tem o

objetivo de levantar a situação da raiva em morcegos na Região Metropolitana do

Recife a partir do registro e identificação das espécies de morcegos recebidas pelo

LANAGRO/PE, diagnosticando assim as áreas de ocorrência de raiva em morcegos

em meio urbano.

MÉTODOS

Área de Estudo

O Estado de Pernambuco situa-se na região Nordeste do Brasil e encontra-se

subdividido territorialmente em cinco mesorregiões (Agreste, Metropolitana, São

Francisco, Sertão e Zona da Mata) e estas em 19 microrregiões (Figura 1).

Integrando uma das seis regiões metropolitanas brasileiras que possuem população

acima de três milhões de habitantes18, a Região Metropolitana do Recife (RMR) é a

maior aglomeração urbana do Nordeste, ocupa 2.768,454km² e representa 3% da

área do território pernambucano, constituindo umas das maiores densidades

demográficas do País 1.332 hab./km².12

Apresenta clima tropical, com alta umidade relativa do ar e temperaturas

equilibradas ao longo do ano devido à proximidade com o mar (temperatura média

de 25,2 ºC), além de uma altitude média de 4 metros. Está situada sobre uma

planície fluviomarinha circundada por colinas é constituída por ilhas, penínsulas,

alagados e manguezais. A RMR possui 14 municípios e encontra-se subdividida em

três microrregiões - Recife que é formada por Recife, Abreu e Lima, Camaragibe,

Page 21: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Jaboatão dos Guararapes, Moreno, Olinda Paulista e São Lourenço da Mata;

Itamaracá, sendo formada por Araçoiaba, Itapissuma, Ilha de Itamaracá e Igarassu;

Suape, por Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca.

Dos 14 municípios, dez apresentam população inferior a 200 mil habitantes.

Sendo os quatro maiores núcleos urbanos da região os que conformam o

aglomerado de mais alta integração – Recife (com 1.537.704 habitantes) e Jaboatão

dos Guararapes (644.620 hab), Olinda (377.779 hab) e Paulista (300.466 hab).10,18

Apresentando um perfil eminentemente urbano, a região ainda conta com

população e atividades rurais, pouco expressivas e com acervo ambiental rico e

diversificado, possuindo áreas de floresta atlântica em diversos municípios, algumas

delas incrustadas nos centros urbanos.

Fonte: IBGE - Elaboração: Agência Condepe/Fidem

Figura 1. Distribuição das Meso e Microrregiões no estado de Pernambuco.

Coleta de Dados

As informações levantadas foram provenientes do material recebido para

análise rábica pelo Laboratório Nacional Agropecuário de Pernambuco

(LANAGRO/PE), encaminhados pelos Centros de Controle de Zoonoses, Centros

de Vigilância Ambiental, munícipes e pesquisadores dos Municípios da Região

Page 22: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Metropolitana do Recife no período de 2002 a 2011. Para cada amostra recebida

foram tomadas notas de: município de origem, período de envio, tipo da amostra,

espécie, condição da amostra e laudo do exame (Imunofluorecência direta e prova

biológica).

De 2002 a outubro/2009 o registro das espécies enviadas se deteve à ficha

de campo e aos dados fornecidos pelos órgãos de envio. Durante o período de

dezembro/ 2009 a outubro/2011, as amostras de quirópteros encaminhados para

exame rábico foram guardadas, permitindo a identificação, esta foi realizada

seguindo Eisenberg9 (1989), Gregorin e Taddei11 (2002), Vizotto e Taddei30 (1973) e

outras pertinentes.

RESULTADOS

Entre janeiro de 2002 a outubro de 2011 o LANAGRO - PE recebeu 21.273

amostras para exame de raiva, provenientes de 19 estados brasileiros e distribuídas

em cinco categorias (criação, doméstico, humana, quiróptero e silvestre). Dentre

este total, 97,46% (20.733) foram enviadas por 183 municípios das cinco

mesorregiões pernambucanas (Tabela 1), destacando-se as amostras de

domésticos, seguidas por criação e quirópteros, este ultimo encaminhado por

apenas 50 municípios.

Tabela 1. Número de amostras recebidas pelo LANAGRO/PE para análise rábica no

período de 2002 a 2011 por mesorregião de Pernambuco e categoria da amostra. Categoria Mesorregião

Criação Doméstico Humana Quiróptero Silvestre Total

Agreste 338 3.314 3 43 60 3.758

Metropolitana 200 10.538 1 407 38 11.184

São Francisco 41 1.210 2 5 31 1.289

Sertão 187 1.956 2 266 80 2.491

Zona da Mata 165 1.778 0 38 30 2.011

Total 931 18796 8 760 239 20.733

A Região Metropolitana do Recife foi responsável por 52,57% dos envios,

representados por 94,21% de domésticos, 3,63% de quirópteros, 1,78 % de criação

e menos de 1% de silvestre e humana. O número enviado variou de 4.823 a 12 por

Município (Tabela 2), entre elas, 28 não foram analisadas por estarem em elevado

estado de putrefação, mumificadas, conservadas indevidamente ou eram

insuficientes para a análise. Os quirópteros representaram à segunda categoria (n =

407), ficando atrás apenas dos domésticos. Recife representou o maior número de

Page 23: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

morcegos encaminhados 33,66%, seguido de Moreno com 29,23%, Jaboatão, 14%,

Olinda, 13,75%, os demais somados representaram 9,33% e três municípios não

enviaram morcegos (Tabela 2).

Tabela 2. Número de amostras enviadas por categoria pelos municípios da Região

Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011.

Categoria Microrregião - Município

Criação Doméstico Humana Quiróptero Silvestre Total

RECIFE

Recife 59 4606 0 137 21 4.823

Jaboatão 29 1701 1 57 3 1.791

Olinda 5 1421 0 56 5 1.487

Paulista 8 790 0 4 2 804

Camaragibe 31 744 0 14 1 790

Moreno 5 133 0 119 3 260

São Lourenço da Mata 19 158 0 2 0 179

Abreu e Lima 2 104 0 6 0 112 ITAMARACÁ Araçoiaba 0 12 0 0 0 12

Igarassu 5 222 0 1 2 230

Itamaracá 20 46 0 0 0 66

Itapissuma 2 20 0 0 0 22 SUAPE Cabo de Santo Agostinho 13 483 0 9 1 506

Ipojuca 3 142 0 2 1 148

Total 200 10.537 1 407 39 11.184

O envio de amostras de quirópteros cresceu ao longo dos anos (Figura 2),

com um maior número entre 2009 e 2011. Apenas três municípios encaminharam

amostras em quase todos os anos e quatro em menos de cinco anos. Entretanto,

estas representaram para alguns municípios, baixas taxas de encaminhamento,

com uma ou duas amostras por ano (Tabela 3). Entre os morcegos destacaram-se

os não hematófagos (n = 232) em relação aos hematófagos (n = 20), no entanto,

38,08% (n=155) estavam identificadas apenas como morcego e o registro em

hematófago e não hematófagos acontecendo a partir de 2006.

Page 24: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

0

20

40

60

80

100

120

140

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ano

me

ro d

e a

mo

str

as

HEMATÓFAGO NÃO HEMATÓFAGO NÃO IDENTIFICADO Total geral

Figura 2. Variação ao longo dos anos do encaminhamento de amostras de

morcegos (janeiro/2002-outubro/2011) pela Região Metropolitana do Recife.

Tabela 3. Envio de amostras de morcegos entre 2002 e 2011 pelos municípios da

Região Metropolitana do Recife.

Ano Município

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total

Recife 10 5 8 3 28 10 17 19 24 13 137

Moreno 0 1 0 0 0 1 0 9 15 93 119

Jaboatão 0 1 3 3 0 6 6 12 24 2 57

Olinda 1 4 3 0 5 12 3 14 11 3 56

Camaragibe 1 1 1 0 2 0 4 0 2 3 14

Cabo de Santo Agostinho 0 1 1 0 3 2 0 1 0 1 9

Abreu e lima 1 0 0 2 0 0 1 1 1 0 6

Paulista 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 4

Ipojuca 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 2

São Lourenço da Mata 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2

Igarassu 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1

Total 13 13 18 8 38 33 32 56 79 117 407

Das 407 amostras de morcegos 180 foram identificadas até espécie e/ou

família, destacando-se os Molossidae com 107 espécimes e três espécies, seguido

dos Phyllostomidae (n = 72 e 10) e Vespertilionidae (n = 16 e 2) (Tabela 4).

Dezessete espécies e cinco famílias de morcegos foram registradas, o maior

número ocorreu para Molossus molossus. Os morcegos hematófagos (n = 20) foram

Page 25: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

provenientes de apenas seis municípios (Olinda, Jaboatão, Recife, Ipojuca, Abreu e

Lima e Moreno), seis identificados como Desmodus rotundus e 14 como

hematófagos.

Tabela 4. Distribuição de espécies de morcegos identificados por município da RMR, durante 2002-2011. 1: Abreu e Lima; 2: Cabo de Santo Agostinho; 3: Camaragibe; 4: Igarassu; 5: Ipojuca; 6: Jaboatão; 7: Moreno; 8: Olinda; 9: Paulista; 10: Recife; 11: São Lourenço da Mata

Família/ Espécie Dieta 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Total

Emballonuridae

Peropterix macrotris Insetívoro 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 4 Phyllostomidae

Artibeus sp Frugívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1

Artibeus lituratus Frugívoro 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 2

Artibeus planirostris Frugívoro 0 0 1 0 0 1 0 1 0 3 0 6

Carollia perspicillata Frugívoro 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 2

Chrotopterus auritus Carnívoro 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 2

Desmodus rotundus Hematófago 0 0 0 0 0 4 0 1 0 1 0 6

Glossophaga soricina Nectarívoro 0 0 0 0 0 7 9 3 0 7 0 26

Loncorhina aurita Insetívoro 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1

Phyllostomus discolor Onívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1

Plathyrrinus lineattus Frugívoro 0 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 3

Sturnira lillium Frugívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 2

Frugívoro Frugívoro 0 0 0 0 0 3 0 2 0 0 0 5 Nectarívoro Nectarívoro 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1

Hematófago Hematófago 1 0 0 0 1 4 1 2 0 5 0 14

Molossidae

Cynomops planirostris Insetívoro 0 0 0 0 0 1 24 0 0 1 0 26

Molossus molossus Insetívoro 0 0 1 0 0 11 49 5 1 4 0 71

Molossus rufus Insetívoro 0 1 1 0 0 2 5 0 1 0 0 10 Vespertilionidae

Eptesicus furinalis Insetívoro 0 0 0 0 0 1 4 0 0 0 0 5

Myotis sp Insetívoro 0 0 2 0 0 2 6 1 0 0 0 11 Noctilionidae

Noctilio leporinus Piscívoro 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 Insetívoro Insetívoro 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 Não hematófago - 1 1 2 0 1 5 3 7 1 30 0 50

Não identificado - 4 7 7 1 0 13 9 28 1 82 2 155

Total - 6 9 14 1 2 57 119 56 4 137 2 407

Em relação ao hábito alimentar, as maiores incidência, de envios deram-se

para insetívoros (n = 132), e maior riqueza em espécies (n = 7) nectarívoros (n =

31), frugívoro (n = 21) e hematófago (n = 20) (Tabela 4).

Tabela 5. Amostras isoladas com o vírus da raiva por municípios da Região

Metropolitana do Recife entre 2002 e 2011.

Page 26: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Amostras Municípios

Asinino Bovino Canino Caprino Equino Felino Morcego Total

Recife 1 13 46 0 4 5 8 77

Jaboatão 0 4 26 0 1 3 5 39

Camaragibe 1 8 4 1 3 3 2 21 Cabo de Santo Agostinho 0 3 12 0 2 2 0 19

Moreno 0 1 9 0 0 1 6 17

Olinda 0 1 11 0 0 1 2 15

Paulista 0 5 9 0 0 0 0 14

Itamaracá 0 8 0 1 2 0 0 11 São Lourenço da Mata 0 6 2 0 1 1 0 10

Igarassu 0 1 3 0 0 0 0 4

Abreu e lima 0 2 0 0 0 0 1 3

Ipojuca 0 2 0 0 1 0 0 3

Itapissuma 0 1 0 0 0 0 0 1

Total 2 55 122 2 14 16 24 235

Das 11.184 amostras enviadas 235 foram positivas (canino – 122; Bovino –

55; morcego – 24; felino – 16; equino 14; asinino 2 e caprino 2) para 13 municípios

(Tabela 5), os morcegos ficaram em terceiro lugar. Cinco espécies de morcegos

foram diagnosticadas com raiva na RMR (Tabela 6), com ocorrência para seis

municípios, o maior número de casos ocorreu em Recife (n = 8) e a maior riqueza

em Moreno (n = 6). A espécie com o maior registro foi Molossus molossus (n = 6)

ocorrendo em três municípios. Vale salientar que os casos positivos de morcegos

não hematófagos foram encontrados em áreas urbanas e os hematófagos na zona

rural.

Tabela 6. Espécies de quirópteros com positividade para o vírus. NI: não

hematófago.

Espécies Município

Artibeus planirrostris

Desmodus rotundus

Eptesicus furinalis

Molossus molossus

Myotis sp

Hematófago NI Total

Abreu e Lima 0 0 0 0

0

1 0 1

Camaragibe 0 0 0 1 0 0 1 2

Jaboatão 0 3 0 0 1 0 1 5

Moreno 0 0 2 2 0 1 1 6

Olinda 1 0 0 0 0 0 1 2

Recife 0 0 0 3 0 0 5 8

Total 1 3 2 6 1 2 9 24

DISCUSSÃO

Page 27: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

A raiva humana no Brasil vem decrescendo nos últimos anos e os maiores

números de casos positivos concentram-se nas regiões Norte e Nordeste. 7 Ao

longo da distribuição da doença, a importância na participação de diferentes grupos

animais no ciclo da raiva varia de acordo com a região geográfica e uma das

medidas adotadas para o monitoramento da raiva é o envio de amostras para

análise rábica23, a fim de se verificar a participação dos diferentes grupos na

transmissão do vírus. Quanto mais diversificadas forem essas amostras, maiores

são as chances de levantar casos positivos nos diferentes ciclos da doença.

Pernambuco destaca-se no envio de um grupo de amostras diversificado contendo

animais de criação, domésticos, quirópteros, humana e silvestre. Apenas o

encaminhamento de animais domésticos e de criação é um fator que pode mascarar

a presença do vírus na região. Para verificar essa importância, Kotait et al15 (2007)

afirmam que Desmodus rotundus (morcego-hematofago), Cerdocyon thous

(raposa), Callithrix jacchus (sagui) e 41 outras espécies de morcegos são os

principais reservatórios silvestre do vírus no Brasil, e mesmo com o controle da raiva

em cães e gatos e dos herbívoros sendo muito eficiente, a circulação do vírus nos

animais silvestres e morcegos não hematófagos pode passar para domésticos e

herbívoros.

O resultado do diagnóstico laboratorial é destacado por Meslin e Kaplan17

(1996), como uma influência tanto para a decisão de se proceder a um tratamento,

como a adoção de medidas para o controle de uma epizootia em uma comunidade.

No período de 10 anos, a porcentagem do envio de amostras para análise rábica na

RMR foi elevada, se comparada a outras regiões do país1, 21, 28, além de abranger

diferentes categorias animais, demonstrando o desenvolvimento de ações eficientes

voltadas para o monitoramento da raiva no estado de Pernambuco segundo o

recomendado por Kotait13 (2005) e Schneider et al23 (1996).

Desde 1973, foi criado um Programa Nacional de Profilaxia da Raiva (PNPR)

com o objetivo de promover atividades sistemáticas de combate à raiva humana,

mediante o controle dessa zoonose nos animais domésticos e o tratamento

específico das pessoas agredidas (mordidas) ou que, supõe-se, tenham tido contato

com animais raivosos .8 O maior índice de positividade encontrado foi para cães, ao

longo do período amostrado o isolamento do vírus rábico nestes animais evidenciou

Page 28: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

que o controle de raiva entre canídeos domésticos vem sendo cada vez mais

eficiente.

Para os bovinos, segundo grupo com maior isolamento rábico, um sistema de

ações - Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros (PNCRH) foi

implantado em 1966 no Brasil, visando o efetivo controle da raiva, por meio da

vacinação estratégica de espécies susceptíveis e do controle populacional do

Desmodus rotundus, o principal transmissor para o grupo6, associados a outras

medidas profiláticas e de vigilância, mesmo em área predominantemente urbana. O

resultado positivo do programa proporciona uma maior fiscalização e envio de

amostras suspeitas de estarem com raiva entre os herbívoros, favorecendo assim o

registro de casos positivos. As condições para se conseguir o controle da raiva são

tecnicamente simples, mas não tão fáceis de serem executadas, uma vez que

demanda muito esforço, apoio de várias instituições e recursos financeiros23,

principalmente se quer atingir todos os ciclos da doença.

É de conhecimento que nos últimos anos, os casos de raiva em morcegos têm

aumentado em vários estados do Brasil1,22, com registros tanto em áreas rurais25,

como nas urbanas24,29 e em espécies de diferentes hábitos alimentares e

especificidades ecológicas distintas. No presente estudo os quirópteros consistiram

no terceiro maior índice de positivos, entretanto este valor pode não refletir a

verdadeira situação da raiva em morcegos na RMR, uma vez que o número de

amostras encaminhadas desse grupo para análise ainda é pouco significativo, se

comparado a trabalhos epidemiológicos em outras regiões como os de Albas et al¹

(2005), Scheffer et al22 (2007) e muitos municípios passaram anos sem encaminhar

amostras. O registro de espécies positivas em áreas urbanas aumenta as chances

de contágio para humanos e animais domésticos, principalmente quando as

espécies são comuns nos ambientes urbanos, como as encontradas (LIMA, 2008).

Semelhante aos achados ocorrido em área metropolitana na região Sudeste do

Brasil, de Almeida et al² (1994), no estudo foi observado a maior positividade em

espécimes pertencentes à família Molossidae e Phyllostomidae, sendo a família

Vespertilionidae a menos representativa. Molossus molossus e Desmodus rotundus

foram as espécies que representam o maior índice de positivos. Para a espécie

insetívora, este fato está associado ao seu maior índice de envio, por se apresentar

bem adaptada ao meio urbano devido em grande parte à oferta abundante de

alimento e abrigo das cidades, associada à ausência de predadores.27

Page 29: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Pode-se verificar que ocorreu um crescente aumento no índice de envio de

amostras de quirópteros por municípios a partir de 2008. Este fato pode ter ocorrido

após o registro de diversos casos de espoliação em humanos em área urbana do

Recife em 2007, e de um caso de raiva humana transmitida por morcegos

hematófagos, em Floresta, Sertão de Pernambuco, o que demandou cobranças dos

órgãos responsáveis por esse monitoramento pela mídia.

O agrupamento dos morcegos em hematófagos e não hematófagos, segundo

Pacheco et al20 (2010) e Uieda et al29 (1996), ainda é fator rotineiro, entretanto esse tipo de

medida inviabiliza e/ou dificulta o desenvolvimento de determinadas ações para o controle

da raiva em morcegos urbanos, pois esse controle depende da identificação segura do

animal14, uma vez que cada espécie apresenta características biológicas peculiares que são

importantes na avaliação preliminar da situação encontrada.29 Isso pode está acontecendo

devido aos órgãos responsáveis pelo monitoramento da raiva em morcegos nas áreas

urbanas não possuírem pessoas treinadas para identificar as diferentes espécies de

morcegos, bem como, criar medidas que diminuam os problemas encontrados. Os maiores

números de envios estavam relacionados a municípios onde ocorreram capacitações e

desenvolvimento de projetos em parcerias. Assim, reforçando a afirmação de que além de

um monitoramento eminente e a longos prazos, a fim de obter dados concretos do status e

conservação dos morcegos, os Centros necessitam de profissionais capacitados para o

manejo de quirópteros.

REFERÊNCIAS

1. Albas A, Zocolaro PT, Rosa TZ, Cunha SEM. Diagnóstico laboratorial da

raiva na região oeste do Estado de São Paulo. Rev. Soc. Bras.Med Trop.

2005:38: 493-495.

2. Almeida MA, Aguiar EAC, MATORELLI LFA, SILVA MMS. Diagnóstico

laboratorial de raiva em quirópteros realizado em área metropolitana na

região sudeste do Brasil. Rev. Saúde Públ. 1994:28(5): 341-344.

3. Brasil. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Controle da

raiva dos herbívoros: manual técnico. Brasília: Mapa/ACS; 2009.

4. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde. Morcegos em

áreas urbanas e rurais: manual de manejo e controle. Brasília: Fundação

Nacional de Saúde; 1998.

Page 30: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

5. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de

vigilância epidemiológica. Normas e Manuais Técnicos / Ministério da

Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. 6. ed. Brasília: Ministério da

Saúde; 2005. 816 p.

6. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.

Departamento de Vigilância Epidemiológica. Protocolo para Tratamento

de Raiva Humana no Brasil. Brasília: Brasil Epidemiologia e Serviços de

Saúde; 2009 9p.

7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde.

Departamento de Vigilância Epidemiológica. Normas técnicas de

profilaxia da raiva humana. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.

8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Surto de

raiva humana transmitida por morcegos no município de Portel-Pará,

março/abril de 2004. Bol. Elet. Epid. 2004: 6(4). Disponível em:

http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/boletim_eletronico_06_ano04

.pdf>. Acesso em 27 jan. 2011.

9. Eisenberg JF. Mammals of the Neotropics. The Central Neotropics.

Chicago and London: The University of Chicago Press; 1989. 449p.

10. FUNASA. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Fundação Nacional

da Saúde; 2002. p. 673-704.

11. Gregorin R, Taddei VA. Chave artificial de molossídeos brasileiros

(Mammalia: Chiroptera). Mastozoologia Tropical. 2002; 9(1): 13-32.

12. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico.

2010. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/

censo2010/populacao_por_municipio.shtm

13. Kotait I, Carrieri ML, Júnior PC, Castilho JG, Oliveira RN, Macedo CI, et al.

Reservatórios silvestres do vírus da Raiva: um desafio para a saúde

pública. Publicação Mensal sobre Agravos à Saúde Pública 2007; v. 4.

14. Kotait, I. Programa de Prevenção e Controle da Raiva Transmitida por

Morcegos em Áreas Urbanas. Bol. Epidem. Paulista. 2006:36(3): 9-13.

15. Kotait, I. Raiva em morcegos em áreas urbanas no estado de São Paulo.

Bol. Epidem. Paulista. 2005;2(20): 7-9.

16. Lima IP. Espécies de morcegos (Mammalia: Chiroptera) registradas em

parques nas áreas urbanas do Brasil e suas implicações no uso deste

Page 31: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

ambiente. In. Ecologia de Morcegos. Londrina: Technical books, 2008. p.

71-86.

17. Meslin F-X, Kaplan MM. An overview of laboratory techniques in the

diagnosis and prevention of rabies and in rabies research. In: Meslin F-X,

Kaplan MM, Koprowski H. Laboratory techniques in rabies Geneva: World

Health Organization; 1996. p. 9-27.

18. Observatório Pernambuco de Políticas Públicas e Práticas Sócio-

Ambientais. Como Anda a Região Metropolitana do Recife. 2006.

Disponível em: http://www.observatoriodasmetropoles.ufrj.br/como_anda/

como_anda_RM_recife.pdf

19. Organização Mundial da Saúde. Informativo eletrônico. Rabies. Fact

Shee. n° 99. Disponível em

http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs099 /en/ index.html

20. Pacheco SM, Sodré M, Gama AR, Bredt A, Cavallini-Sanches EM,

Marques R, et al. Morcegos urbanos: status do conhecimento e plano de

ação para a conservação no Brasil. Chiroptera Neotropical. 2010; 16(1).

21. Queiroz LH, Carvalho C, Buso DS, Ferrari CIL, Pedro WA. Perfil

epidemiológico da raiva na região Noroeste do Estado de São Paulo no

período de 1993 a 2007. Rev. Soc. Bras. Med. Trop. [online]. 2009; 42(1):

9-14.

22. Scheffer KC, Carrieri ML, Albas A, Santos HCP, Kotait I, Ito FH. Vírus da

raiva em quirópteros naturalmente infectados no Estado de São Paulo,

Brasil. Revta Saúde Públ. 2007;41(3):389-395.

23. Schneider MC, Almeida GA, Souza LM, Morares NB, Diaz RC. Controle

da raiva no Brasil de 1980 a 1990. Rev. Saúde Públ. 1996:30(2): 196-203.

24. Silva LAM, Machado JLM, Melo ML, Alencar VIB, Melo RS, Andrade LP,

et al. Rabies virus in Molossus molossus (Chiroptera: Molossidae) in the

State of Pernambuco, Northeastern Brazil. Rev. Soc. Bras. Med. Trop.

2011;44(4): 526-527.

25. Souza LC, Langoni H, Lucheis, SB. Vigilância epidemiológica da raiva na

região de Botucatu-SP: importância dos quirópteros na manutenção do

vírus na natureza. Ars Vet., 2005;21: 62-68.

26. Steele JH. History of rabies. In: The Natural History of Rabies. Baer G.M.

(Ed). 2° ed. Boca Raton: RCR Press, 1975. p.1-29.

Page 32: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

27. Taddei VA.. Morcegos: algumas considerações sistemáticas e biológicas.

Campinas, Coordenadoria de Assistência Técnica Integral. 1983. 31p.

28. Teixeira TF, Holz CL, Caixeta SPMB, Dezen D, Cibulski SP, Silva JR, et

al. Diagnóstico de raiva no Rio Grande do Sul, Brasil, de 1985 a 2007.

Pesq. Vet. Bras. 2008; 28(10): 515-520.

29. Uieda W, Hayashi MM, Gomes LH, Silva MMS. Espécies de quirópteros

diagnosticadas com raiva no Brasil. Bolm. Instituto Pasteur, São Paulo,

1996; 1(2): 17-35.

30. Vizotto LD, Taddei V.A.. Chave para determinação de quirópteros

brasileiros. Rev. Fac. Fil. Ciê. Let. São José do Rio Preto. 1973;1:1-72.

Page 33: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O isolamento do vírus rábico em quirópteros está crescendo entre as espécies mais

bem adaptadas a áreas urbanas. Sendo os Molossideos, com maiores índices de positividade.

Contudo, há uma grande parcela de quirópteros com registros de raiva sem identificação,

destacando que é necessário o treinamento de agentes e profissionais para a identificação e

manejo de morcegos, gerando o preenchimento corretos de fichas de registros, subsidiando a

criação de ações eficientes voltadas para cada espécie.

O perfil epidemiológico demonstra quais ações de controle de animais domésticos

vêm sendo desenvolvidas, registrando-se a diminuição do número de casos de raiva neste

grupo. Porém, atividades voltadas para monitoramento dos quirópteros na RMR são pouco

desenvolvidas, reforçando a necessidade de atividade contínua de monitoramento das

populações de morcegos sinantrópicos por meio do encaminhamento de amostras suspeitas

para exame laboratorial.

O controle das populações de hematófagos (Desmodus rotundus) instaladas nas áreas

urbanas e as campanhas de vacinação, aliadas as atividades de educação e saúde voltadas aos

munícipes sobre a importância dos morcegos e os cuidados que devemos ter com esses

animais, também são ações para a erradicação da raiva no ambiente urbano e preservação das

comunidades de quirópteros.

Page 34: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

ANEXOS

ISSN 0034-8910 versão

impressa ISSN 1518-8787 versão on-line

INSTRUÇÕES AOS AUTORES

Categorias de artigos Autoria Processo de julgamento dos manuscritos Preparo dos manuscritos Suplementos Conflito de interesses Documentos

Categorias de Artigos

Artigos Originais

Incluem estudos observacionais, estudos experimentais ou quase-experimentais, avaliação de programas, análises de custo-efetividade, análises de decisão e estudos sobre avaliação de desempenho de testes diagnósticos para triagem populacional. Cada artigo deve conter objetivos e hipóteses claras, desenho e métodos utilizados, resultados, discussão e conclusões.

Incluem também ensaios teóricos (críticas e formulação de conhecimentos teóricos relevantes) e artigos dedicados à apresentação e discussão de aspectos metodológicos e técnicas utilizadas na pesquisa em saúde pública. Neste caso, o texto deve ser organizado em tópicos para guiar os leitores quanto aos elementos essenciais do argumento desenvolvido.

Recomenda-se ao autor que antes de submeter seu artigo utilize o "checklist" correspondente:

CONSORT checklist e fluxograma para ensaios controlados e randomizados

STARD checklist e fluxograma para estudos de acurácia diagnóstica

MOOSE checklist e fluxograma para meta-análise QUOROM checklist e fluxograma para revisões

sistemáticas STROBE para estudos observacionais em

epidemiologia

Informações complementares:

Devem ter até 3.500 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências.

Page 35: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

As tabelas e figuras, limitadas a 5 no conjunto, devem incluir apenas os dados imprescindíveis, evitando-se tabelas muito longas. As figuras não devem repetir dados já descritos em tabelas.

As referências bibliográficas, limitadas a cerca de 25, devem incluir apenas aquelas estritamente pertinentes e relevantes à problemática abordada. Deve-se evitar a inclusão de número excessivo de referências numa mesma citação. Citações de documentos não publicados e não indexados na literatura científica (teses, relatórios e outros) devem ser evitadas. Caso não possam ser substituídas por outras, não farão parte da lista de referências bibliográficas, devendo ser indicadas nos rodapés das páginas onde estão citadas.

Os resumos devem ser apresentados no formato estruturado, com até 300 palavras, contendo os itens: Objetivo, Métodos, Resultados e Conclusões. Excetuam-se os ensaios teóricos e os artigos sobre metodologia e técnicas usadas em pesquisas, cujos resumos são no formato narrativo, que, neste caso, terão limite de 150 palavras.

A estrutura dos artigos originais de pesquisa é a convencional: Introdução, Métodos, Resultados e Discussão, embora outros formatos possam ser aceitos. A Introdução deve ser curta, definindo o problema estudado, sintetizando sua importância e destacando as lacunas do conhecimento que serão abordadas no artigo. As fontes de dados, a população estudada, amostragem, critérios de seleção, procedimentos analíticos, dentre outros, devem ser descritos de forma compreensiva e completa, mas sem prolixidade. A seção de Resultados deve se limitar a descrever os resultados encontrados sem incluir interpretações/comparações. O texto deve complementar e não repetir o que está descrito em tabelas e figuras. A Discussão deve incluir a apreciação dos autores sobre as limitações do estudo, a comparação dos achados com a literatura, a interpretação dos autores sobre os resultados obtidos e sobre suas principais implicações e a eventual indicação de caminhos para novas pesquisas. Trabalhos de pesquisa qualitativa podem juntar as partes Resultados e Discussão, ou mesmo ter diferenças na nomeação das partes, mas respeitando a lógica da estrutura de artigos científicos.

Comunicações Breves – São relatos curtos de achados

que apresentam interesse para a saúde pública, mas que não comportam uma análise mais abrangente e uma

Page 36: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

discussão de maior fôlego.

Informações complementares

Devem ter até 1.500 palavras (excluindo resumos tabelas, figuras e referências) uma tabela ou figura e até 5 referências.

Sua apresentação deve acompanhar as mesmas normas exigidas para artigos originais, exceto quanto ao resumo, que não deve ser estruturado e deve ter até 100 palavras.

ARTIGOS DE REVISÃO

Revisão sistemática e meta-análise - Por meio da síntese de resultados de estudos originais, quantitativos ou qualitativos, objetiva responder à pergunta específica e de relevância para a saúde pública. Descreve com pormenores o processo de busca dos estudos originais, os critérios utilizados para seleção daqueles que foram incluídos na revisão e os procedimentos empregados na síntese dos resultados obtidos pelos estudos revisados (que poderão ou não ser procedimentos de meta-análise).

Revisão narrativa/crítica - A revisão narrativa ou revisão crítica apresenta caráter descritivo-discursivo, dedicando-se à apresentação compreensiva e à discussão de temas de interesse científico no campo da Saúde Pública. Deve apresentar formulação clara de um objeto científico de interesse, argumentação lógica, crítica teórico-metodológica dos trabalhos consultados e síntese conclusiva. Deve ser elaborada por pesquisadores com experiência no campo em questão ou por especialistas de reconhecido saber.

Informações complementares:

Sua extensão é de até 4.000 palavras. O formato dos resumos, a critério dos autores, será

narrativo, com até 150 palavras. Ou estruturado, com até 300 palavras.

Não há limite de referências.

COMENTÁRIOS

Visam a estimular a discussão, introduzir o debate e "oxigenar" controvérsias sobre aspectos relevantes da saúde pública. O texto deve ser organizado em tópicos ou subitens destacando na Introdução o assunto e sua

Page 37: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

importância. As referências citadas devem dar sustentação aos principais aspectos abordados no artigo.

Informações complementares:

Sua extensão é de até 2.000 palavras, excluindo resumos, tabelas, figuras e referências

O formato do resumo é o narrativo, com até 150 palavras.

As referências bibliográficas estão limitadas a cerca de 25

Publicam-se também Cartas Ao Editor com até 600 palavras e 5 refêrencias.

Autoria

O conceito de autoria está baseado na contribuição substancial de cada uma das pessoas listadas como autores, no que se refere sobretudo à concepção do projeto de pesquisa, análise e interpretação dos dados, redação e revisão crítica. A contribuição de cada um dos autores deve ser explicitada em declaração para esta finalidade (ver modelo). Não se justifica a inclusão de nome de autores cuja contribuição não se enquadre nos critérios acima. A indicação dos nomes dos autores logo abaixo do título do artigo é limitada a 12; acima deste número, os autores são listados no rodapé da página.

Os manuscritos publicados são de propriedade da Revista, vedada tanto a reprodução, mesmo que parcial, em outros periódicos impressos. Resumos ou resenhas de artigos publicados poderão ser divulgados em outros periódicos com a indicação de links para o texto completo, sob consulta à Editoria da RSP. A tradução para outro idioma, em periódicos estrangeiros, em ambos os formatos, impresso ou eletrônico, somente poderá ser publicada com autorização do Editor Científico e desde que sejam fornecidos os respectivos créditos.

Processo de julgamento dos manuscritos

Os manuscritos submetidos que atenderem às "instruções aos autores" e que se coadunem com a sua política editorial são encaminhados para avaliação.

Para ser publicado, o manuscrito deve ser aprovado nas

Page 38: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

três seguintes fases:

Pré-análise: a avaliação é feita pelos Editores Científicos

com base na originalidade, pertinência, qualidade acadêmica e relevância do manuscrito para a saúde pública.

Avaliação por pares externos: os manuscritos selecionados na pré-análise são submetidos à avaliação de especialistas na temática abordada. Os pareceres são analisados pelos editores, que propõem ao Editor Científico a aprovação ou não do manuscrito.

Redação/Estilo: A leitura técnica dos textos e a

padronização ao estilo da Revista finalizam o processo de avaliação.

O anonimato é garantido durante todo o processo de julgamento.

Manuscritos recusados, mas com a possibilidade de reformulação, poderão retornar como novo trabalho, iniciando outro processo de julgamento.

Preparo dos manuscritos

Devem ser digitados em extensão .doc, .txt ou .rtf, com letras arial, corpo 12, página em tamanho A-4, incluindo resumos, agradecimentos, referências e tabelas.

Todas as páginas devem ser numeradas.

Deve-se evitar no texto o uso indiscriminado de siglas, excetuando as já conhecidas.

Os critérios éticos da pesquisa devem ser respeitados. Para tanto os autores devem explicitar em Métodos que a pesquisa foi conduzida dentro dos padrões exigidos pela Declaração de Helsinque e aprovada pela comissão de ética da instituição onde a pesquisa foi realizada.

Idioma

Aceitam-se manuscritos nos idiomas português, espanhol e inglês. Para aqueles submetidos em português oferece-se a opção de tradução do texto completo para o inglês e a publicação adicional da versão em inglês em meio eletrônico. Independentemente do idioma empregado, todos manuscritos devem apresentar dois resumos, sendo

Page 39: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

um em português e outro em inglês. Quando o manuscrito for escrito em espanhol, deve ser acrescentado um terceiro resumo nesse idioma.

Dados de identificação

a) Título do artigo - deve ser conciso e completo,

limitando-se a 93 caracteres, incluindo espaços. Deve ser apresentada a versão do título em inglês.

b) Título resumido - com até 45 caracteres, para fins de legenda nas páginas impressas.

c) Nome e sobrenome de cada autor, seguindo formato

pelo qual é indexado.

d) Instituição a que cada autor está afiliado, acompanhado

do respectivo endereço (uma instituição por autor).

e) Nome e endereço do autor responsável para troca de correspondência.

f) Se foi subvencionado, indicar o tipo de auxílio, o nome

da agência financiadora e o respectivo número do processo.

g) Se foi baseado em tese, indicar o nome do autor, título, ano e instituição onde foi apresentada.

h) Se foi apresentado em reunião científica, indicar o

nome do evento, local e data da realização.

Descritores - Devem ser indicados entre 3 e 10, extraídos do vocabulário "Descritores em Ciências da Saúde" (DeCS), quando acompanharem os resumos em português, e do Medical Subject Headings (MeSH), para os resumos em inglês. Se não forem encontrados descritores disponíveis para cobrirem a temática do manuscrito, poderão ser indicados termos ou expressões de uso conhecido.

Agradecimentos - Devem ser mencionados nomes de pessoas que prestaram colaboração intelectual ao trabalho, desde que não preencham os requisitos para participar da autoria. Deve haver permissão expressa dos nomeados (ver documento Responsabilidade pelos Agradecimentos). Também podem constar desta parte agradecimentos a instituições quanto ao apoio financeiro ou logístico.

Page 40: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Referências - As referências devem ser ordenadas

alfabeticamente, numeradas e normalizadas de acordo com o estilo Vancouver. Os títulos de periódicos devem ser referidos de forma abreviada, de acordo com o Index Medicus, e grafados no formato itálico. No caso de publicações com até 6 autores, citam-se todos; acima de 6, citam-se os seis primeiros, seguidos da expressão latina "et al".

Exemplos:

Fernandes LS, Peres MA. Associação entre atenção básica em saúde bucal e indicadores socioeconômicos municipais. Rev Saude Publica. 2005;39(6):930-6.

Forattini OP. Conceitos básicos de epidemiologia molecular. São Paulo: Edusp; 2005.

Karlsen S, Nazroo JY. Measuring and analyzing "race", racism, and racial discrimination. In: Oakes JM, Kaufman JS, editores. Methods in social epidemiology. San Francisco: Jossey-Bass; 2006. p. 86-111.

Yevich R, Logan J. An assessment of biofuel use and burning of agricultural waste in the developing world. Global Biogeochem Cycles. 2003;17(4):1095, DOI:10.1029/2002GB001952. 42p.

Zinn-Souza LC, Nagai R, Teixeira LR, Latorre MRDO, Roberts R, Cooper SP, et al . Fatores associados a sintomas depressivos em estudantes do ensino médio de São Paulo, Brasil. Rev Saude Publica. 2009; 42(1):34-40.

Para outros exemplos recomendamos consultar o documento "Uniform Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical Journals: Writing and Editing for Medical Publication" (http://www.icmje.org).

Comunicação pessoal, não é considerada referência bibliográfica. Quando essencial, pode ser citada no texto, explicitando em rodapé os dados necessários. Devem ser evitadas citações de documentos não indexados na literatura científica mundial e de difícil acesso aos leitores, em geral de divulgação circunscrita a uma instituição ou a um evento; quando relevantes, devem figurar no rodapé das páginas que as citam. Da mesma forma, informações citadas no texto, extraídas de documentos eletrônicos, não mantidas permanentemente em sites, não devem fazer parte da lista de referências, mas podem ser citadas

Page 41: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

no rodapé das páginas que as citam.

Citação no texto: Deve ser indicado em expoente o

número correspondente à referência listada. Deve ser colocado após a pontuação, nos casos em que se aplique. Não devem ser utilizados parênteses, colchetes e similares. O número da citação pode ser acompanhado ou não do(s) nome(s) do(s) autor(es) e ano de publicação. Se forem citados dois autores, ambos são ligados pela conjunção "e"; se forem mais de dois, cita-se o primeiro autor seguido da expressão "et al".

Exemplos:

Segundo Lima et al9 (2006), a prevalência se transtornos mentais em estudantes de medicina é maior do que na população em geral.

Parece evidente o fracasso do movimento de saúde comunitária, artificial e distanciado do sistema de saúde predominante.12,15

A exatidão das referências constantes da listagem e a correta citação no texto são de responsabilidade do(s) autor(es) do manuscrito.

Tabelas - Devem ser apresentadas separadas do texto,

numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto. A cada uma deve-se atribuir um título breve, não se utilizando traços internos horizontais ou verticais. As notas explicativas devem ser colocadas no rodapé das tabelas e não no cabeçalho ou título. Se houver tabela extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização da revista que a publicou , por escrito, parasua reprodução. Esta autorização deve acompanhar o manuscrito submetido à publicação

Quadros são identificados como Tabelas, seguindo uma única numeração em todo o texto.

Figuras - As ilustrações (fotografias, desenhos, gráficos,

etc.), devem ser citadas como figuras. Devem ser numeradas consecutivamente com algarismos arábicos, na ordem em que foram citadas no texto; devem ser identificadas fora do texto, por número e título abreviado do trabalho; as legendas devem ser apresentadas ao final da figura; as ilustrações devem ser suficientemente claras para permitir sua reprodução, com resolução mínima de 300 dpi.. Não se permite que figuras representem os

Page 42: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

mesmos dados de Tabela. Não se aceitam gráficos apresentados com as linhas de grade, e os elementos (barras, círculos) não podem apresentar volume (3-D). Figuras coloridas são publicadas excepcionalmente.. Nas legendas das figuras, os símbolos, flechas, números, letras e outros sinais devem ser identificados e seu significado esclarecido. Se houver figura extraída de outro trabalho, previamente publicado, os autores devem solicitar autorização, por escrito, para sua reprodução. Estas autorizações devem acompanhar os manuscritos submetidos à publicação.

Submissão online

A entrada no sistema é feita pela página inicial do site da RSP (www.fsp.usp.br/rsp), no menu do lado esquerdo, selecionando-se a opção "submissão de artigo". Para submeter o manuscrito, o autor responsável pela comunicação com a Revista deverá cadastrar-se. Após efetuar o cadastro, o autor deve selecionar a opção "submissão de artigos" e preencher os campos com os dados do manuscrito. O processo de avaliação pode ser acompanhado pelo status do manuscrito na opção "consulta/ alteração dos artigos submetidos". Ao todo são oito situações possíveis:

Aguardando documentação: Caso seja detectada qualquer falha ou pendência, inclusive se os documentos foram anexados e assinados, a secretaria entra em contato com o autor. Enquanto o manuscrito não estiver de acordo com as Instruções da RSP, o processo de avaliação não será iniciado.

Em avaliação na pré-análise: A partir deste

status, o autor não pode mais alterar o manuscrito submetido. Nesta fase, o editor pode recusar o manuscrito ou encaminhá-lo para a avaliação de relatores externos.

Em avaliação com relatores: O manuscrito está em processo de avaliação pelos relatores externos, que emitem os pareceres e os enviam ao editor.

Em avaliação com Editoria: O editor analisa os

pareceres e encaminha o resultado da avaliação ao autor.

Manuscrito com o autor: O autor recebe a comunicação da RSP para reformular o manuscrito e encaminhar uma nova versão.

Reformulação: O editor faz a apreciação da nova

versão, podendo solicitar novos esclarecimentos ao autor.

Page 43: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Aprovado Reprovado

Além de acompanhar o processo de avaliação na página de "consulta/ alteração dos artigos submetidos", o autor tem acesso às seguintes funções:

"Ver": Acessar o manuscrito submetido, mas sem alterá-lo.

"Alterar": Corrigir alguma informação que se esqueceu ou que a secretaria da Revista solicitou. Esta opção funcionará somente enquanto o status do manuscrito estiver em "aguardando documentação".

"Avaliações/comentários": Acessar a decisão da

Revista sobre o manuscrito.

"Reformulação": Enviar o manuscrito corrigido com um

documento explicando cada correção efetuada e solicitado na opção anterior.

Verificação dos itens exigidos na submissão:

1. Nomes e instituição de afiliação dos autores, incluindo e-mail e telefone.

2. Título do manuscrito, em português e inglês, com até 93 caracteres, incluindo os espaços entre as palavras.

3. Título resumido com 45 caracteres, para fins de legenda em todas as páginas impressas.

4. Texto apresentado em letras arial, corpo 12, em formato Word ou similar (doc,txt,rtf).

5. Nomes da agência financiadora e números dos processos.

6. No caso de artigo baseado em tese/dissertação, indicar o nome da instituição e o ano de defesa.

7. Resumos estruturados para trabalhos originais de pesquisa, português e inglês, e em espanhol, no caso de manuscritos nesse idioma.

8. Resumos narrativos originais para manuscritos que não são de pesquisa nos idiomas português e inglês, ou em espanhol nos casos em que se aplique.

Page 44: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

9. Declaração, com assinatura de cada autor, sobre a "responsabilidade de autoria"

10. Declaração assinada pelo primeiro autor do manuscrito sobre o consentimento das pessoas nomeadas em Agradecimentos.

11. Documento atestando a aprovação da pesquisa por comissão de ética, nos casos em que se aplica. Tabelas numeradas seqüencialmente, com título e notas, e no máximo com 12 colunas.

12. Figura no formato: pdf, ou tif, ou jpeg ou bmp, com resolução mínima 300 dpi; em se tratando de gráficos, devem estar em tons de cinza, sem linhas de grade e sem volume.

13. Tabelas e figuras não devem exceder a cinco, no conjunto.

14. Permissão de editores para reprodução de figuras ou tabelas já publicadas.

15. Referências normalizadas segundo estilo Vancouver, ordenadas alfabeticamente pelo primeiro autor e numeradas, e se todas estão citadas no texto.

Suplementos

Temas relevantes em saúde pública podem ser temas de suplementos. A Revista publica até dois suplementos por volume/ano, sob demanda.

Os suplementos são coordenados por, no mínimo, três editores. Um é obrigatoriamente da RSP, escolhido pelo Editor Científico. Dois outros editores-convidados podem ser sugeridos pelo proponente do suplemento.

Todos os artigos submetidos para publicação no suplemento serão avaliados por revisores externos, indicados pelos editores do suplemento. A decisão final sobre a publicação de cada artigo será tomada pelo Editor do suplemento que representar a RSP.

O suplemento poderá ser composto por artigos originais (incluindo ensaios teóricos), artigos de revisão, comunicações breves ou artigos no formato de

Page 45: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

comentários.

Os autores devem apresentar seus trabalhos de acordo com as instruções aos autores disponíveis no site da RSP.

Para serem indexados, tanto os autores dos artigos do suplemento, quanto seus editores devem esclarecer os possíveis conflitos de interesses envolvidos em sua publicação. As informações sobre conflitos de interesses que envolvem autores, editores e órgãos financiadores deverão constar em cada artigo e na contra-capa da Revista.

Conflito de interesses

A confiabilidade pública no processo de revisão por pares e a credibilidade de artigos publicados dependem em parte de como os conflitos de interesses são administrados durante a redação, revisão por pares e tomada de decisões pelos editores.

Conflitos de interesses podem surgir quando autores, revisores ou editores possuem interesses que, aparentes ou não, podem influenciar a elaboração ou avaliação de manuscritos. O conflito de interesses pode ser de natureza pessoal, comercial, política, acadêmica ou financeira.

Quando os autores submetem um manuscrito, eles são responsáveis por reconhecer e revelar conflitos financeiros ou de outra natureza que possam ter influenciado seu trabalho. Os autores devem reconhecer no manuscrito todo o apoio financeiro para o trabalho e outras conexões financeiras ou pessoais com relação à pesquisa. O relator deve revelar aos editores quaisquer conflitos de interesse que poderiam influir em sua opinião sobre o manuscrito, e, quando couber, deve declarar-se não qualificado para revisá-lo.

Se os autores não tiverem certos do que pode constituir um potencial conflito de interesses, devem contatar a secretaria editorial da Revista.

Documentos

Page 46: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Cada autor deve ler, assinar e anexar os documentos: Declaração de Responsabilidade e Transferência de Direitos Autorais (enviar este somente após a aprovação). Apenas a Declaração de responsabilidade pelos Agradecimentos deve ser assinada somente pelo primeiro autor (correspondente).

Documentos que devem ser anexados ao manuscrito no momento da submissão:

1. Declaração de responsabilidade 2. Agradecimentos

Documento que deve ser enviado à Secretaria da RSP somente na ocasião da aprovação do manuscrito para publicação:

3. Transferência de direitos autorais

1. Declaração de Responsabilidade

Segundo o critério de autoria do International Committee of Medical Journal Editors, autores devem contemplar todas as seguintes condições: (1) Contribuí substancialmente para a concepção e planejamento, ou análise e interpretação dos dados; (2) Contribuí significativamente na elaboração do rascunho ou na revisão crítica do conteúdo; e (3) Participei da aprovação da versão final do manuscrito.

No caso de grupo grande ou multicêntrico ter desenvolvido o trabalho, o grupo deve identificar os indivíduos que aceitam a responsabilidade direta pelo manuscrito. Esses indivíduos devem contemplar totalmente os critérios para autoria definidos acima e os editores solicitarão a eles as declarações exigidas na submissão de manuscritos. O autor correspondente deve indicar claramente a forma de citação preferida para o nome do grupo e identificar seus membros. Normalmente serão listados em rodapé na folha de rosto do artigo.

Aquisição de financiamento, coleta de dados, ou supervisão geral de grupos de pesquisa, somente, não justificam autoria.

Todas as pessoas relacionadas como autores devem assinar declaração de responsabilidade.

MODELO

Eu, (nome por extenso), certifico que participei da autoria do manuscrito intitulado (título) nos seguintes termos:

"Certifico que participei suficientemente do trabalho para tornar pública minha responsabilidade pelo seu conteúdo."

"Certifico que o manuscrito representa um trabalho original e que nem este

Page 47: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

manuscrito, em parte ou na íntegra, nem outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, foi publicado ou está sendo considerado para publicação em outra revista, quer seja no formato impresso ou no eletrônico."

"Atesto que, se solicitado, fornecerei ou cooperarei totalmente na obtenção e fornecimento de dados sobre os quais o manuscrito está baseado, para exame dos editores."

Contribuição: _______________________________________________________________

_________________________ ___________________

Local, data Assinatura

Documentos

2. Declaração de Responsabilidade pelos Agradecimentos

Os autores devem obter permissão por escrito de todos os indivíduos mencionados nos Agradecimentos, uma vez que o leitor pode inferir seu endosso em dados e conclusões. O autor responsável pela correspondência deve assinar uma declaração conforme modelo abaixo.

MODELO

Eu, (nome por extenso), autor responsável pelo manuscrito intitulado (título):

Certifico que todas as pessoas que tenham contribuído substancialmente à realização deste manuscrito mas não preenchiam os critérios de autoria, estão nomeados com suas contribuições específicas em Agradecimentos no manuscrito.

Certifico que todas as pessoas mencionadas nos Agradecimentos me forneceram permissão por escrito para tal.

Certifico que, se não incluí uma sessão de Agradecimentos, nenhuma pessoa fez qualquer contribuição substancial a este manuscrito.

___________________ _____________________________

Local, Data Asssinatura

3. Transferência de Direitos Autorais

Enviar o documento assinado por todos os autores na ocasião da aprovação

Page 48: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

do manuscrito.

A RSP não autoriza republicação de seus artigos, exceto em casos especiais. Resumos podem ser republicados em outros veículos impressos, desde que os créditos sejam devidamente explicitados, constando a referência ao artigo original. Todos as solicitações acima, assim como pedidos de inclusão de links para artigos da RSP na SciELO em sites, devem ser encaminhados à Editoria Científica da Revista de Saúde Pública.

MODELO

"Declaro que em caso de aceitação do artigo por parte da Revista de Saúde Pública concordo que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva da Faculdade de Saúde Pública, vedado qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, farei constar o competente agradecimento à Faculdade de Saúde Pública e os créditos correspondentes."

Autores:

______________________________________________________________

Título:

______________________________________________________________

_______________________ _______________________

Local, data Assinatura

_______________________ _______________________

Local, data Assinatura

Page 49: RAIVA EM MORCEGOS NA REGIÃO METROPOLITANA DO …...thous) e variante 6, isolada em um morcego insetívoro Lasiurus cinereus, além de algumas amostras com perfis atípicos que não

Figura 3: Algumas espécies de morcegos identificados, enviados para análise rábica

Peropterix macrotris Artibeus lituratus Artibeus planirostris Carollia perspicillata

Chrotopterus auritus Desmodus rotundus Glossophaga soricina Loncorhina aurita

Phyllostomus discolor Plathyrrinus lineattus Sturnira lillium Cynomops planirostris

Molossus molossus Molossus rufus Eptesicus furinalis Noctilio leporinus