Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
ALANA GOMES DOS SANTOS
QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO IVAÍ
CAMPO MOURÃO
2019
ALANA GOMES DOS SANTOS
QUALIDADE DA ÁGUA NA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO IVAÍ
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso 2 (TCC 2), do curso de Engenharia Ambiental, do Departamento Acadêmico de Ambiental (DAAMB), do Câmpus Campo Mourão, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), como requisito parcial do título de bacharel em Engenharia Ambiental.
Orientadora: Profª. Drª. Morgana Suszek Gonçalves
CAMPO MOURÃO
2019
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Campo Mourão Coordenação de Engenharia Ambiental
TERMO DE APROVAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO
ALANA GOMES DOS SANTOS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no dia de 04 de dezembro de 2019 ao Curso
Superior de Engenharia Ambiental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná,
Campus Campo Mourão. A discente foi arguida pela Comissão Examinadora composta
pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a comissão considerou o trabalho
aprovado com alterações.
_____________________________________ Prof. Dr. Thiago Morais de Castro
Avaliador 1
UTFPR
_____________________________________ Prof. Dr. Eudes José Arantes
Avaliador 2
UTFPR
______________________________________ Prof. Drª. Morgana Suszek Gonçalves
Orientadora
UTFPR
* O Termo de Aprovação assinado encontra-se na Coordenação do Curso de Engenharia Ambiental".
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ter me dado saúde, força e ter me abençoado em todos os
momentos da minha vida.
Aos meus pais, Elisandra e André, pelo amor, apoio, confiança e por todo
esforço realizado para que eu pudesse concluir a graduação.
Aos meus avós, Francinete, Geraldo e Neusa por todo amor, apoio e suporte.
Aos meus irmãos, Nathália, Lívia e Miguel que, apesar se serem crianças e
não entenderem muito bem, lidaram com minha ausência por morar em outra cidade
e sempre me receberam com uma felicidade e amor inexplicáveis.
A Gabriela e Mariana, pela amizade, parceria e por terem sido as melhores
pessoas as quais eu tive o privilégio de compartilhar momentos inesquecíveis.
Aos meus amigos Flaviane Galvani, Júlio Tomé, Rafael Gon, Pedro Henrique,
Carolina Ballestrin e Felipe Inagaki que estiveram comigo em todos esses anos de
faculdade.
As minhas amigas Pâmella Amorim, Priscilla Ferreira, Letícia Arroyo e
Jhenifer Ferracini que, mesmo longe, estiveram sempre presentes.
Ao meu namorado Lucas, por todo amor, apoio, cumplicidade e por ter sido
essencial na conclusão dessa etapa.
A minha orientadora e a todos os professores, pelos ensinamentos passados
ao longo de todos esses anos.
Enfim, agradeço a todas as pessoas que direta ou indiretamente fizeram parte
dessa etapa muito importante da minha vida.
RESUMO
A água pode estar exposta a diversas situações que podem provocar mudanças
significativas na qualidade da mesma, por esse motivo é fundamental que exista um
monitoramento a fim de assegurar a qualidade da água, que é indispensável para o
consumo humano e outros usos múltiplos, além de evitar possíveis contaminações.
O enquadramento de corpos hídricos de uma bacia hidrográfica é dependente da
qualidade da água e busca o estabelecimento de metas a serem alcançadas ou
mantidas em um segmento de corpo de água, de acordo com os usos
preponderantes pretendidos, ao longo do tempo. O objetivo deste estudo foi analisar
a qualidade da água da bacia hidrográfica do Alto Ivaí, no Estado do Paraná, e
comparar as médias obtidas com os valores vigentes na Resolução CONAMA nº
357/2005. Os dados foram obtidos através de plataformas online, sendo analisados
os seguintes parâmetros de qualidade: nitrogênio total, nitrato, nitrogênio amoniacal,
potencial hidrogeniônico (pH), fósforo total, demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
coliformes termotolerantes (Escherichia coli), oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos
totais e turbidez. Neste estudo foram considerados os dados referentes ao período
de janeiro de 2015 a dezembro de 2018 de um total de 10 estações de
monitoramento na bacia. Os resultados obtidos mostraram que todos os parâmetros
analisados estão em conformidade com o que estabelece a legislação.
Palavras-chave: Bacia Hidrográfica. Qualidade da Água. Recurso Hídrico.
ABSTRACT
Water may be exposed to various situations that may cause significant changes in its
quality, because of that monitoring is essential to ensure the water quality, that is
indispensable for human consumption and other multiple uses, besides avoiding
possible contaminations. The water bodies framing of a watershed depends on the
water quality and seeks to establish goals to be achieved or maintained in a water
body segment, according to the intended predominant uses, over time. This study
aimed to analyze the water quality of the Alto Ivaí watershed, in the state of Paraná,
and comparing the obtained averages with the values in force in CONAMA
Resolution No. 357/2005. Data were obtained through online platforms, and the
following quality parameters were analyzed: total nitrogen, nitrate, ammoniacal
nitrogen, hydrogen potential (pH), total phosphorus, biochemical oxygen demand
(BOD), thermotolerant coliforms (Escherichia coli), dissolved oxygen, total dissolved
solids and turbidity. Were considered in this study data from 2015 to 2018 of a total
of 10 monitoring stations in the watershed. This study considered data from January
2015 to December 2018 of a total of 10 monitoring stations in the basin. The results
obtained showed that all parameters analyzed are in accordance with the legislation..
Keywords: Watershed. Water quality. Water resource.
Sumário 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 8
1.1 Objetivos ........................................................................................................................ 9
1.1.1 Objetivos Específicos ............................................................................................. 9
1.2 Justificativa .................................................................................................................... 9
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................ 10
2.1 1 Manejo de Recursos Hídricos .................................................................................. 10
2.2 Qualidade da água ....................................................................................................... 11
2.3 Disponibilidade Hídrica ............................................................................................... 13
2.4 Enquadramento de corpos d’água ............................................................................. 13
3 METODOLOGIA ............................................................................................................... 15
3.1 Área de Estudo............................................................................................................. 15
3.2 Coleta de Dados ........................................................................................................... 16
3.3 Estações fluviométricas e parâmetros de qualidade de água .................................. 16
3.4 Análise e Interpretação dos Resultados .................................................................... 18
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................ 19
4.1 Nitrogênio Total, Nitrato, Nitrogênio Amoniacal e pH ............................................... 19
4.2 Fósforo Total ................................................................................................................ 24
4.3 DBO............................................................................................................................... 26
4.4 Coliformes Termotolerantes (Escherichia coli) ......................................................... 28
4.5 Oxigênio Dissolvido (OD) ............................................................................................ 29
4.6 Sólidos Dissolvidos Totais.......................................................................................... 31
4.7 Turbidez ........................................................................................................................ 33
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38
8
1 INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural de grande importância para a sociedade, pois é
essencial para a qualidade de vida da população, atende também os setores
industriais e agrícolas, além de ser utilizada para a geração de energia e de ser um
elemento físico da natureza que controla a umidade do ar (BARROS et al., 1995).
Os corpos hídricos são utilizados para abastecimento de água para uma
determinada região, sendo esse um dos principais motivos para a preservação do
recurso hídrico. Apesar de ser um recurso com abundância em grande parte das
regiões do Brasil, a água vem se tornando cada vez mais limitada para a qualidade
de vida da população, pois existem situações as quais provocam alterações na
qualidade da água. Muitas dessas alterações são causadas por atividades humanas,
como: práticas não conservacionistas, desmatamento da vegetação, além das
atividades realizadas por indústrias e propriedades rurais que refletem direta ou
indiretamente na qualidade da água, podendo prejudicar a qualidade de vida da
população. (PEREIRA, 2004; TOMITA; BEYRUTH, 2002).
O monitoramento dos parâmetros de qualidade de um rio é importante para
que seja possível analisar as alterações causadas ao longo de um determinado
período e, assim, buscar alternativas para melhorias da qualidade de água e,
consequentemente, da qualidade de vida da população. Alguns fatores que
contribuem para uma adequada qualidade da água são o tratamento de esgotos e
águas residuárias que são lançados diretamente nos rios, tratamento e disposição
final de resíduos sólidos, redução do uso de agrotóxicos e preservação da mata
ciliar (BRITO et al., 2005; MEYBECK; HELMER, 1996);
A qualidade da água também é um fator importante para o enquadramento de
corpos hídricos, que procura determinar melhorias ou manter a qualidade, quando
considerada boa. A Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, denominada Política
Nacional de Recursos Hídricos tem como um de seus instrumentos: “o
enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes
da água ” (ANA, 2007).
O enquadramento dos corpos hídricos é realizado conforme a Resolução
CONAMA nº 357/2005, que além de classificar as águas doces, salinas e salobras
9
de acordo com os seus usos preponderantes, também estabelece as classes de
acordo com os parâmetros de qualidade de água.
Este trabalho teve por objetivo analisar as médias dos parâmetros de
qualidade de água presentes na Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí, afim de verificar se
estão em conformidade com a legislação vigente. Para isso, foram utilizados dados
de monitoramento no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018.
1.1 Objetivos
Analisar os valores médios dos parâmetros de qualidade de água presentes na
Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí, afim de verificar se estão em conformidade com o
que exige a Resolução CONAMA nº 357/05.
1.1.1 Objetivos Específicos
Selecionar dados de qualidade da água disponibilizados no sistema de
informações hidrológicas do Instituto das Águas do Paraná e da Agência
Nacional de Águas (ANA);
Calcular a média dos parâmetros referentes às estações fluviométricas
distribuídas ao longo da bacia, no período de janeiro de 2015 a dezembro de
2018;
Comparar os resultados obtidos de acordo com a Resolução CONAMA nº
357/2005 e com a Portaria SUREHMA nº 019/92.
1.2 Justificativa
A análise da qualidade de água é de suma importância, visto que reflete
diretamente nas condições ambientais de uma bacia hidrográfica, que muitas vezes
é responsável por abastecimento público. O conhecimento das características
presentes em um corpo d‟água facilita a entender as causas que possam estar
alterando ou melhorando a qualidade do corpo hídrico.
Levando em consideração que bacia hidrográfica do Alto Ivaí é a segunda
maior do estado do Paraná e o seu comitê, apesar de já possuir o decreto de criação
do comitê de bacias hidrográficas, ainda não está totalmente em atuação e, por isso,
há uma carência de informações sobre a bacia em questão. Sendo assim, esse
estudo tem por justificava analisar se os parâmetros de qualidade de água estão de
10
acordo com a legislação, além de também poder contribuir e servir de base, de
alguma maneira, ao comitê, órgãos ambientais e futuros estudos na região.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 1 Manejo de Recursos Hídricos
O conceito de bacia hidrográfica é definido como uma área de captação
natural de água proveniente da precipitação da chuva, que é acumulado em um
único ponto, denominado de exutório. A formação de uma bacia hidrográfica se deve
à junção de vertentes de cursos da água presentes ao seu redor que em algum
momento se encontrarão em um ponto de saída (FINLKER, 2012).
De acordo com Pereira-Silva et al. (2011), para a conservação de recursos
naturais, é fundamental que exista um bom planejamento para o uso de uma bacia
hidrográfica e o monitoramento da qualidade da água é necessário para que possam
ser feitas análises químicas, físicas e biológicas para acompanhar as possíveis
alterações obtidas em cada análise.
Os corpos hídricos desenvolvem um papel fundamental de abastecimento dos
ecossistemas e da população (ALLEN et al. 1974). Ainda segundo o autor, sua
utilização inadequada pode causar diversos impactos como poluição, contaminação
dos seres que vivem nesses corpos hídricos, má qualidade da água e, dependendo
da gravidade desses impactos, pode ocasionar a escassez ou até mesmo o fim
desse recurso.
Bacias hidrográficas podem ser classificadas como rurais e urbanas. Em geral,
bacias de áreas rurais estão localizadas em locais de cultivos ou pastagens e
necessitam do uso da água para irrigação, principalmente. O abastecimento público
e industrial, assim como a crescente demanda de irrigação, pode implicar em uma
redução significativa da disponibilidade hídrica (TUNDISI, 2006). Segundo Merten e
Minella (2002), poluição difusa ou pontual são duas formas de poluição pela
agricultura e de acordo com os autores:
”As fontes difusas de poluição são caracterizadas principalmente pelo deflúvio superficial, a lixiviação e o fluxo de macroporos no quais a água se desloca por gravidade. Já as fontes de poluição pontual no meio rural, em geral, estão associadas a atividades de criação de animais em confinamento e a forma de manejo dos dejetos”.
As bacias de áreas urbanas sofrem mudanças sobre o ciclo das águas por
meio do crescimento desordenado e sem planejamento da população, que ocasiona
11
o aumento da impermeabilização do solo e implica em uma alteração nos corpos
hídricos das áreas urbanizadas (FINLKER, 2002). Diante desse crescimento, há um
aumento significativo de geração de esgotos domésticos, efluentes industriais,
resíduos sólidos urbanos e industriais e emissão de poluentes atmosféricos que
podem também alterar a qualidade da água (FINOTTI et al., 2009).
2.2 Qualidade da água
A utilização da água pode ter diversos usos, porém, se utilizada de forma
incorreta, pode provocar mudanças significativas na qualidade da mesma, que é
indispensável para a boa qualidade de vida da população (SOUZA et al., 2014).
Durante muito tempo, a água, devido a sua abundância, foi tratada como se
fosse um recurso infinito. Entretanto, segundo Constantinov (2010), estudos
mostram que a disponibilidade no mundo caiu cerca de 62% nos últimos 50 anos.
Essa afirmação reforça a ideia de que esse recurso provavelmente está sendo
usado de forma inadequada e, diante disso, diminuirá cada vez mais.
O monitoramento da qualidade da água é fundamental, pois é através desse
método que irá assegurar a água adequada para consumo humano e evitará
possíveis contaminações, principalmente por agentes biológicos (vírus, bactérias e
parasitas) (D‟AGUILA et al, 2000).
Para manter a água em condições ideais, é necessário evitar contaminações
por resíduos, sejam eles provenientes da agricultura (agrotóxicos), esgotos não
tratados lançados diretamente nos rios, resíduos industriais descartados em locais
inadequados que acabam sendo levados aos rios pela chuva e sedimentos de
erosão (SANTOS et al., 2004).
Os parâmetros da qualidade da água (Quadro 1) são divididos em físicos,
químicos e microbiológicos e são importantes para identificar e tratar as substâncias
ou impurezas presentes na água. Os padrões de qualidade desses parâmetros
precisam estar de acordo com a legislação vigente, conforme especificado na
Resolução CONAMA 357/2005, que “Dispõe sobre a classificação dos corpos de
água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as
condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências”.
12
Quadro 1 - Parâmetros de qualidade de água de definições
Parâmetros Conceitos Origem Antropogênica Outros
Nitrogênio Total, Nitrato e Nitrogênio Amoniacal
Quantidade de nitrogênio presente na água, nutriente que pode ser limitante
para o crescimento de organismos aquáticos.
Despejos domésticos, industriais, excrementos de animais e
fertilizantes
A determinação da forma predominante do nitrogênio pode fornecer informações sobre o
estágio da poluição num corpo hídrico
pH Concentração de íons de hidrogênio.
Indica a condição de acidez, neutralidade ou alcalinidade da água
Despejos domésticos e industriais Valores de pH longe da neutralidade pode
afetar a vida aquática
Fósforo Total
Quantidade de fósforo presente na água, nutriente que pode ser limitante
para o crescimento de organismos aquáticos
Despejos domésticos, industriais, detergentes, excrementos e
fertilizantes
Quando em altas concentrações em lagos ou represas, podem ocasionar em um crescimento exagerado de algas, processo conhecido como
eutrofização
DBO Quantidade de oxigênio consumida como resultado da oxidação matéria
orgânica dissolvida na água Despejos domésticos e industriais
Retratam o consumo indireto de oxigênio dissolvido num corpo hídrico
Coliformes Termotolerantes Número máximo de coliformes totais
por 100 ml de amostra do corpo hídrico
Despejos domésticos e excreções animais
São utilizados como indicadores de contaminação fecal
Oxigênio Dissolvido Representa a quantidade de oxigênio (O2) presente na água. Ele está ligado a biodegradação da matéria orgânica.
Despejos doméstico e industriais Principal parâmetro de caracterização dos efeitos da poluição das aguas por despejos
orgânicos
Sólidos Dissolvidos Totais Conjunto de substâncias orgânicas e
inorgânicas contidas em um líquido Despejos domésticos, industriais,
micro-organismos e erosão
Reflete o impacto de alterações das características de uso do solo da bacia e tem implicações significativas sobre os tradicionais
parâmetros de qualidade de agua
Turbidez Representa o grau de interferência com a passagem da luz através da
água.
Despejos domésticos, industriais, micro-organismos e erosão
Pode estar associada a compostos tóxicos e organismos patogênicos
FONTE: Adaptado de Von Sperling (2005); CONAMA 357/05; Carvalho (2012).
13
2.3 Disponibilidade Hídrica
O estado do Paraná é contemplado com uma disponibilidade hídrica de 1,2
milhões de litros por segundo, desconsiderando a contribuição dos Rios Paraná e
Paranapanema, que passam por outros estados. Metade dessa disponibilidade está
presente nas duas maiores bacias do estado: Iguaçu e Ivaí, sendo 94.440 (L/s) o
valor da disponibilidade hídrica disponível na Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí
(ÁGUASPARANÁ, 2010).
São necessários 51 mil L/s para atendimento dos usos e usuários de recursos
hídricos no estado do Paraná e, 42% desse valor é utilizado para o abastecimento
público, indústria e agropecuária. Na Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí, de acordo com
o Plano Estadual de Recursos Hídricos, a demanda por uso do abastecimento
público de 1.056 L/s, setor industrial de 627 L/s, setor agrícola e setor pecuário de
831 e 808 L/s respectivamente, totalizando em 3.317 L/s (AGUASPARANÁ, 2010).
2.4 Enquadramento de corpos d’água
A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) tem como um de seus
instrumentos o enquadramento de corpos d‟água em classes segundo os usos
preponderantes da água que, segundo a Lei nº 9.433/1997, também conhecida
como “Lei das Águas”, visa “assegurar às águas qualidade compatível com os usos
mais exigentes a que forem destinadas e diminuir os custos de combate à poluição
das águas, mediante ações preventivas permanentes”.
A regulamentação é estabelecida pela Resolução CONAMA nº 357/2005, que
classifica as águas doces, salinas e salobras do país, além de definir o
enquadramento dos corpos d‟água como o estabelecimento de metas com o objetivo
de manter ou alcançar uma qualidade da água (classe) de acordo com os usos
preponderantes pretendidos ao longo do tempo (Quadro 2).
A análise do corpo hídrico é importante para que seja possível verificar a atual
situação em que essa qualidade da água se encontra e assim manter o padrão ou
identificar os pontos a serem melhorados e estabelecer as metas necessárias para
que seja possível alcançar a condição desejada. Além disso, para a avaliação de
impactos de poluição e alterações dos parâmetros de qualidade, a identificação de
cargas poluidoras é uma outra etapa em que, através desses dados, será possível
14
analisar os motivos responsáveis pelas classificações as quais os corpos d‟água
foram enquadrados (BRITES, 2010).
Quadro 2 - Classificação dos corpos de água doce
Classificação Destinação
Classe Especial
a) ao abastecimento para consumo humano, com desinfecção; b) à preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; c) à preservação dos ambientes aquáticos em unidades de conservação de proteção integral.
Classe 1
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento simplificado; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de película; e e) à proteção das comunidades aquáticas em Terras Indígenas.
Classe 2
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aquicultura e à atividade de pesca.
Classe 3
a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional ou avançado;
b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras;
c) à pesca amadora;
d) à recreação de contato secundário; e
e) à dessedentação de animais.
Classe 4 a) à navegação; e b) à harmonia paisagística.
Fonte: Adaptado de Resolução CONAMA nº 357/2005.
15
3 METODOLOGIA
3.1 Área de Estudo
A bacia hidrográfica do rio Ivaí é uma das 16 bacias hidrográficas que compõe
o estado do Paraná, sendo a segunda maior do estado com 36.540 km² de área total
(SEMA-2007), é dividida em duas unidades hidrográficas de gestão de recursos
hídricos: Alto e Baixo Ivaí (Figura 1).
Figura 1 - Localização da Bacia do Alto Ivaí e Baixo Ivaí.
Fonte: Autoria própria (2018).
Com uma extensão de 680 km, o rio Ivaí é considerado o segundo maior rio do
estado. Sua nascente tem origem no município de Prudentópolis, a partir do
encontro do rio dos Patos com o rio São João e desagua no Rio Paraná (SEMA,
2007).
Sendo a unidade hidrográfica do Alto Ivaí o foco principal do presente trabalho,
a área de abrangência tem suas nascentes localizadas nos municípios de Inácio
Martins e Guarapuava, terminando ao lado da foz Ribeirão dos Índios. Além disso, a
16
bacia hidrográfica do Alto Ivaí é composta pelos municípios de Apucarana, Arapuã,
Ariranha do Ivaí, Barbosa Ferraz, Boa Ventura de São Roque, Bom Sucesso,
Borrazópolis, Califórnia, Cambira, Campo Mourão, Cândido de Abreu, Corumbataí
do Sul, Cruzmaltina, Engenheiro Beltrão, Faxinal, Fênix, Floresta, Godoy Moreira,
Grandes Rios, Guamiranga, Guarapuava, Irati, Iretama, Itambé, Ivaí, Ivaiporã,
Jandaia do Sul, Jardim Alegre, Kaloré, Lidianópolis, Luiziana, Lunardelli, Mamborê,
Mandaguari, Manoel Ribas, Marialva, Marilândia do Sul, Maringá, Marumbi, Mato
Rico, Mauá da Serra, Nova Tebas, Novo Itacolomi, Ortigueira, Peabiru, Pitanga,
Prudentópolis, Quinta do Sol, Reserva, Rio Bom, Rio Branco do Ivaí, Roncador,
Rosário do Ivaí, Santa Maria do Oeste, São João do Ivaí, São Pedro do Ivaí, Sarandi
e Turvo, totalizando 727.741 habitantes (IBGE, 2010).
Situada no segundo e terceiro planalto paranaense, a Bacia Hidrográfica do
Alto Ivaí possui cinco unidades aquíferas existentes: Caiuá, Guarani, Paleozoica
Médio Superior, Paleozoica Superior e Serra Geral Norte, sendo as duas últimas as
mais preponderantes da bacia (SUDERSHA, 1998).
Segundo a classificação de Köppen, o clima predominante é do tipo Cfa
(IAPAR, 2000). Caracterizado como um clima subtropical, registra 18ºC de
temperatura média no mês mais frio e 22ºC no mês mais quente.
Nas proximidades dos municípios de Campo Mourão e Maringá, a região
dessa bacia apresenta temperaturas de 27 a 29ºC nos meses de dezembro, janeiro
e fevereiro (trimestre mais quente). Já nos meses junho, julho e agosto, considerado
o trimestre mais frio, são registradas temperaturas de 12 a 13ºC nas redondezas de
Guarapuava (IAPAR, 2000).
3.2 Coleta de Dados
Os dados analisados são referentes aos parâmetros de qualidade de água das
10 estações fluviométricas presentes na Bacia do Alto Ivaí, que foram obtidos e
relacionados por meio de relatórios do período de a partir de janeiro de 2015 a
dezembro de 2018, disponíveis do site do Instituto das Águas do Paraná e Agência
Nacional de Águas (ANA).
3.3 Estações fluviométricas e parâmetros de qualidade de água
Foram selecionadas 10 estações fluviométricas presentes na bacia
hidrográfica do Alto Ivaí, sendo elas: Quinta do Sol, Ubá do Sul, Porto Espanhol,
17
ETA – Pitanga, Tereza Cristina, Rio dos Patos, Porto Bananeiras, Barbosa Ferraz,
ETA – Campo Mourão e Salto Natal.
O enquadramento dos cursos d‟água da Bacia do Rio Ivaí é estabelecido pela
Portaria SUREHMA nº019/92, que diz que todos dos os rios da bacia em questão
pertencem à Classe 2, com exceção dos cursos d´agua que são utilizados para
abastecimento público e seus afluentes quando a área desta bacia de captação for
menor ou igual a 50 km², em que estes pertencerão à Classe 1.
Na Tabela 1, estão apresentadas as 10 estações fluviométricas analisadas,
bem como a classificação dos corpos d‟água e os códigos em que cada uma delas
são apresentadas no Instituto de Águas do Paraná e na Agência Nacional das
Águas (ANA).
Tabela 1 – Siglas e códigos das estações fluviométricas, e seus respectivos rios e
classes de enquadramento.
Siglas Código Estações Fluviométricas Rio Classe
E1 64673000 QUINTA DO SOL Rio Mourão 2
E2 64655000 UBÁ DO SUL Rio Ivaí 2
E3 64645000 PORTO ESPANHOL Rio Ivaí 2
E4 64634000 ETA – PITANGA Rio Ernesto 1
E5 64625000 TEREZA CRISTINA Rio Ivaí 2
E6 64620000 RIO DOS PATOS Rio dos Patos 2
E7 64675002 PORTO BANANEIRAS Rio Ivaí 2
E8 64659000 BARBOSA FERRAZ Rio Corumbataí 2
E9 64671950 ETA – CAMPO MOURÃO Rio do Campo 2
E10 64671000 SALTO NATAL Rio Mourão 2
FONTE: ANA (2019).
Dos parâmetros de qualidade de água que constam na Resolução CONAMA
nº 357/05, nove foram analisados nessas estações e comparados com os limites
exigidos pela legislação, sendo eles: nitrogênio total, nitrato, nitrogênio amoniacal,
potencial hidrogeniônico (pH), fósforo total, demanda bioquímica de oxigênio (DBO),
coliformes termotolerantes (Escherichia coli), oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos
totais e turbidez. De acordo com os dados disponíveis no período analisado para
essas estações, as datas de medição para cada parâmetro foram distintas.
18
3.4 Análise e Interpretação dos Resultados
Para análise dos dados, foi utilizada a planilha eletrônica Excel®, onde foram
calculadas as médias de cada um dos 9 parâmetros de qualidade de água das 10
estações fluviométricas, estas representadas por siglas que variam do E1 ao E10,
referentes a cada uma das estações (Tabela 1). A partir dos resultados foi realizada
uma análise comparativa entre as classificações dos rios da Bacia do Rio Ivaí, de
acordo com a Portaria SUREHMA nº 019/92, com as médias calculadas dos
parâmetros de qualidade de água no período de janeiro de 2015 a dezembro de
2018, a fim de verificar se esses valores estão ou não em conformidade com
Resolução CONAMA nº 357/2005, que classifica os corpos d‟água como Classe
Especial, Classe 1, Classe 2, Classe 3 e Classe 4 (Quadro 2).
19
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Nitrogênio Total, Nitrato, Nitrogênio Amoniacal e pH
Existem diferentes formas de nitrogênio presente nos ambientes aquáticos, o
nitrato (NO3-) nitrito (NO2
-), amônia (NH3) e íon amônio (NH4+) são as principais. O
nitrato pode ser considerado como um indicador de poluição em um corpo d‟água
relacionada ao final do processo de nitrificação e essa característica pode indicar
que há presença de efluentes domésticos nos corpos hídricos. Já o nitrogênio
amoniacal provém de um composto derivado da amônia, que por sua vez é a mais
reduzida forma de nitrogênio orgânico presente na água, mas tendo em vista que o
nitrogênio é essencial para a flora aquática, o nitrato contribui para a fertilização da
água (ANA, 2013).
Na Figura 2a são apresentados os resultados médios para o parâmetro de
nitrogênio total, onde a maior média apresentada foi de 1,76 mg/L da estação E6,
estando em conformidade de acordo com os limites exigidos pela legislação, que é
um valor máximo de 2,18 mg/L para águas doces de classe 1 e 2 para ambientes
lóticos, quando este for fator limitante para eutrofização. Os valores de desvio
padrão para cada uma das estações dispostos na Tabela 3, foram calculados de
acordo com as médias, valores máximos e mínimos disponíveis para o nitrogênio
total.
Figura 2a - Valores médios de Nitrogênio Total
0,86 1,03
0,95
0,49
1,26
1,76
1,08
0,63 0,59 0,64
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
mg/
L
Nitrogênio Total Classes 1 e 2 (3,57 mg/L N)
20
Tabela 2 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o nitrogênio total
Nitrogênio Total
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 8 0,86 1,3 0,6 3,55
E2 8 1,03 1,8 0,27 3,54
E3 8 0,95 1,8 0,35 3,53
E4 8 0,49 0,78 0,38 3,73
E5 8 1,26 2 0,6 3,41
E6 8 1,76 3,5 0,82 3,19
E7 8 1,08 2,4 0,49 3,43
E8 8 0,63 1,2 0,27 3,67
E9 8 0,59 1 0,41 3,67
E10 8 0,64 2,1 0,33 3,57
FONTE: ANA (2019)
De acordo com a Resolução CONAMA nº 357/05, o valor máximo permitido
para nitrato é de 10,0 mg/L N para todas as classes de águas doces e, analisando o
comportamento das médias apresentadas na Figura 2b, seguido dos valores de
desvio padrão na Tabela 3, a estação E9 foi a que apresentou o maior valor médio
de 3,36 mg/L N para o parâmetro em questão. Entretanto, assim como as demais
estações, o valor encontra-se dentro do permitido e em conformidade com a
classificação do Rio do Campo que está enquadrado na Classe 2. O resultado obtido
é satisfatório, levando em consideração que o nitrato é tóxico e pode causar uma
doença grave chamada metahemoglobinemia infantil, conhecida como “síndrome do
bebê azul”, que afeta principalmente crianças com menos de 6 meses de vida
(COSTA et al. 2016).
21
Figura 2b - Valores médios de nitrato
Tabela 3 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o nitrato
Nitrato
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 8 0,55 0,61 0,39 3,74
E2 8 0,5 0,79 0,12 3,77
E3 8 0,55 0,83 0,12 3,76
E4 8 0,28 0,4 0,21 3,85
E5 8 0,81 1,3 0,204 3,64
E6 8 0,96 2,6 0,41 3,47
E7 8 0,8 1,8 0,33 3,56
E8 8 0,39 0,9 0,08 3,79
E9 8 3,36 25 0,02 11,10
E10 8 0,24 0,31 0,19 3,88
FONTE: ANA (2019)
Furlan et al. (2011) encontraram, em um estudo realizado no rio Jacupiranga
na região do estado de São Paulo, altas concentrações de nitrogênio total e fósforo
total e acreditam que esse comportamento acontece devido ao uso do solo e o
carregamento de dejetos animais originados da pecuária para dentro do corpo
d‟água. Além disso, em decorrência de ausência de matas ciliares no local, há
também a possibilidade de que lançamentos clandestinos de esgoto contribuam
para as altas concentrações. Em alguns pontos de coleta do estudo, foi observado
cultivos de bananas, onde provavelmente ocorre o uso de fertilizantes químicos e,
0,55 0,50 0,55 0,28 0,81 0,96 0,80
0,39
3,36
0,24
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
mg/
L N
Nitrato Classes 1 e 2 (3,57 mg/L N)
22
diante desse fato, uma carga elevada de nitrogênio e fósforo podem também
influenciar na qualidade da água do rio.
Arantes (2017) verificou, no reservatório do ribeirão João Leite, no estado de
Goiás, valores mais elevados de nitrato para períodos chuvosos, e em períodos de
estiagem os resultados encontrados foram menores. No entanto, todos os valores
desse estudo estiveram bem abaixo do limite da legislação, levando em
consideração que o maior resultado apresentado foi de 1,6 mg/L em período de
chuva.
O nitrogênio amoniacal total é composto pelos dois compostos nitrogenados
dissolvidos em água: NH4+, que é a forma ionizada, e NH3, forma não ionizada,
sendo essa tóxica ao meio e principalmente aos peixes (PEREIRA; MERCANTE,
2005). Os valores apresentados estão todos de acordo com a resolução CONAMA
nº 357/05 que estabelece um limite de 3,7 mg/L N para pH menor ou igual a 7,5 para
corpos d‟água de Classes 1 e 2 e de acordo com os valores dispostos na Figura 2c,
a maior média apresentada foi de 0,20 mg/L N na estação E6 e os valores de desvio
padrão apresentados na Tabela 4 apresentaram valores muito próximos entre si.
Fazendo uma análise simultânea desse parâmetro com o pH (Figura 3) e com os
valores de desvio padrão (Tabela 5) é possível perceber que apesar dos valores de
pH se mostrarem um pouco ácidos, estão todos bem próximos de 7, tendendo a
neutralidade. Esses resultados também se mostram em conformidade com os
valores de pH exigidos, que é de 6,0 a 9,0 para todas as lasses de águas doces.
Figura 2c - Valores médios para o nitrogênio amoniacal
0,05 0,04 0,03 0,03 0,04 0,20
0,04 0,04 0,03 0,02 0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
mg/
L
Nitrogênio Amoniacal Classes 1 e 2 (3,57 mg/L N)
23
Tabela 4 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o nitrogênio amoniacal
Nitrogênio Amoniacal
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 8 0,05 0,15 0,01 3,97
E2 8 0,04 0,062 0,01 3,98
E3 8 0,03 0,048 0,011 3,99
E4 8 0,03 0,072 0,01 3,98
E5 8 0,04 0,064 0,03 3,98
E6 8 0,2 0,63 0,06 3,86
E7 8 0,04 0,095 0,014 3,98
E8 8 0,04 0,092 0,01 3,98
E9 8 0,03 0,01 0,07 3,98
E10 8 0,02 0,035 0,01 3,99
FONTE: ANA (2019)
Figura 3 - Valores médios de pH
Tabela 5 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o pH
Continua
pH
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 11 7,34 9,04 6,35 2,04
E2 12 6,71 7,85 5,5 2,82
E3 11 6,99 7,95 5,07 2,47
E4 12 6,89 8,49 6,12 2,61
E5 10 6,51 8,16 3,950 2,57
E6 11 6,93 8,3 6,03 2,17
E7 12 7,19 8,72 6,25 2,52
7,34 6,71 6,99 6,89
6,51 6,93 7,19 7,10 7,11 7,14
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
E1
E2 E3 E4 E5 E6
E7 E8 E9
E1
0
pH
pH Min. (6,0) Máx. (9,0)
24
Conclusão
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E8 12 7,1 8,21 5,57 2,74
E9 11 7,11 8,26 6,3 2,05
E10 11 7,14 8,15 6,48 1,99
FONTE: ANA (2019)
Arantes (2017) observou que no reservatório do ribeirão João Leite, as
concentrações de nitrogênio amoniacal, ao contrário do nitrato, apresentaram em
períodos chuvosos valores menores do que em períodos de estiagem. O autor
considera ainda que nos pontos de análise mais profundos foi onde as
concentrações aumentaram nos períodos de estiagem e que, esse fato
provavelmente se relaciona com homogeneização da massa líquida, devido aos
fenômenos de circulação ou desestratificação térmica.
De acordo com Libâneo (2008), a presença de CO2 liberado no processo de
decomposição da matéria orgânica está associada com a acidez do pH com valores
entre 4,5 e 8,2, uma vez que esse gás, ao reagir com a água, produz o ácido
carbônico que libera íons H+ ao dissociar-se, causando a redução do pH.
Em um estudo realizado por Silva (2014) no Rio do Campo no município de
Campo Mourão - PR, os resultados de pH também se encontraram levemente ácidos
na maioria das análises realizadas, resultado similar ao obtido no presente estudo. A
autora conclui que, essa acidez pode ter sido influenciada pela presença de solos
ácidos na sub-bacia como também ter sido originada da quantidade de matéria
orgânica presente na água que podem ter sido provenientes do escoamento de
chuvas em dias anteriores ao dia de realização da coleta.
4.2 Fósforo Total
Segundo a ANA (2013), o fósforo, na maioria dos corpos hídricos, pode se
tornar um fator limitante da produtividade e, por esse motivo, é um dos principais
fatores responsável pela eutrofização nos ambientes aquáticos. O uso agrícola nas
bacias hidrográficas pode alterar as condições ecológicas naturais, além da ação
antrópica, que alteram a quantidade e características dos sedimentos que são
carregados pelo escoamento superficial.
Os maiores valores médios apresentados para o fósforo total (Figura 4), são
das estações E2, E5 e E6. As duas primeiras, com os valores de 0,093 e 0,087 mg/L
25
P respectivamente, podem ter esse aumento na concentração de fósforo total
justificado por se localizarem próximas a área urbana. As estações E4, E8 e E10
foram as que apesentaram as menores médias e, ao contrário das estações citadas
anteriormente, possuem sua localização afastada da área urbana, com exceção da
E4, que se localiza dentro do município e representa a Estação de Tratamento de
Água de Pitanga. A quantidade de amostras para esse parâmetro foi igual em todas
as estações e, diante disso, os valores de desvio padrão (Tabela 6) se apresentaram
bem próximos um do outro.
Figura 4 - Valores médios de fósforo total
Tabela 6 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o pH
FONTE: ANA (2019)
0,054
0,093
0,074
0,033
0,087 0,084
0,068
0,038
0,056
0,031
0,000
0,020
0,040
0,060
0,080
0,100
0,120
E1
E2 E3 E4 E5 E6
E7 E8 E9
E1
0
mg/
L P
Fósforo total Classes 1 e 2 (0,1 mg/L)
Fósforo Total
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 8 0,054 0,079 0,043 3,97
E2 8 0,093 0,21 0,07 3,94
E3 8 0,074 0,11 0,016 3,97
E4 8 0,033 0,082 0,014 3,98
E5 8 0,087 0,14 0,025 3,96
E6 8 0,084 0,17 0,047 3,95
E7 8 0,068 0,16 0,024 3,96
E8 8 0,038 0,082 0,012 3,98
E9 8 0,056 0,11 0,027 3,97
E10 8 0,031 0,057 0,012 3,98
26
Dessa forma, os corpos hídricos em todas as estações, para esse parâmetro,
estão condizentes com as classes dos rios da Bacia conforme a Portaria SUREHMA
nº 019/92 e também com resolução CONAMA nº 357/05 que define um valor
máximo de 0,1 mg/L P para ambientes lóticos e tributários de ambientes
intermediários para corpos d‟água de Classes 1 e 2.
Danelon et al. (2012) realizaram análises no córrego de Terra Branca,
localizado no município de Uberlândia – MG e, de acordo com os resultados obtidos,
observaram que o parâmetro de fósforo total apresentou valores acima do permitido
pela Resolução CONAMA nº 357/05. Os autores acreditam que essa condição se
deve a atividades de agricultores e o uso de fertilizantes químicos nas proximidades
da bacia. Por esse motivo, quando há eventos chuvosos, o rio pode carregar
particulados que, ao entrar em contato com a água liberam componente fósforo, que
está presente na composição de fertilizantes.
4.3 DBO
A identificação da presença de matéria orgânica em água é medida
indiretamente por meio da demanda bioquímica do oxigênio (DBO). Esse parâmetro
tem por função identificar o consumo de oxigênio por organismos vivos. O aumento
da quantidade de matéria orgânica em água pode acarretar na redução do oxigênio
no corpo hídrico causando diversas consequências. Além disso, despejos que são
provenientes de origem orgânica podem fazer com que o aumento das
concentrações de DBO aconteçam (ANA, 2013).
A média em destaque para esse parâmetro foi a da estação E3 (3,0 mg/L O2),
localizada em Porto Espanhol no município de Rio Branco do Ivaí. Mesmo sendo o
maior valor médio encontrado entre as estações de monitoramento (Figura 5) e
apresentando os valores de desvio padrão (Tabela 7) bem semelhantes, ainda se
encontra em conformidade com a condição estabelecida pela Resolução CONAMA
nº 357/05, que é um máximo de 3 mg/L O2 e 5 mg/L O2 para corpos d´água de
Classe 1 e 2, respectivamente.
27
Figura 5 - Valores médios de DBO
Tabela 7 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o pH
DBO
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 8 2,4 3 2 2,80
E2 8 2,4 3 2 2,80
E3 8 3 6 2 2,75
E4 8 2,4 3 2 2,80
E5 8 2,4 3 2 2,80
E6 8 2,6 3,4 2 2,73
E7 8 2,7 3,5 2 2,70
E8 8 2,4 3 2 2,80
E9 8 2,5 3 2 2,78
E10 8 2,6 3 2 2,76
FONTE: ANA (2019)
Barros et al. (2011) encontraram, em alguns pontos estudados, valores de
DBO elevados em épocas de seca na região de Mato Grosso, possuindo uma
variação entre 12,0 e 16,0 mg/L, entretanto, um dos pontos que está localizado na
nascente do córrego André, apresentou valores entre 2,5 e 3,0 mg/L em eventos
chuvosos. Para os autores, os níveis de alteração de DBO podem estar relacionados
ao ciclo hidrológico, uma vez que apresentaram valores baixos em períodos de
cheia e elevados em dias secos. Além disso, também consideram que o processo de
autodepuração é mais intenso e acelerado em dias de chuva devido a uma maior
movimentação das águas, o que ocasiona um acúmulo menor de DBO nos pontos
estudados.
2,4 2,4
3,0
2,4 2,4 2,6 2,7 2,4 2,5 2,6
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
E1
E2 E3 E4 E5 E6
E7 E8 E9
E1
0
mg/
L O
2
DBO Classe 1 (3 mg/L O2) Classe 2 (5 mg/L O2)
28
4.4 Coliformes Termotolerantes (Escherichia coli)
Os coliformes termotolerantes são descritos dessa maneira por serem
resistentes e capazes de se reproduzir em temperaturas acima de 40ºC. A
importância do estudo desse parâmetro presente nos corpos hídricos se deve ao
fato de serem um possível indicador da existência de micro-organismos patogênicos,
que são responsáveis pela causa de doenças provenientes de veiculação hídrica
(ANA, 2013).
Na Figura 6, é possível observar que houve uma variação muito grande entre
as médias analisadas. Para que este parâmetro esteja em conformidade com a
resolução CONAMA nº 357/05, o valor não deve ultrapassar 200 coliformes
termotolerantes por 100 mililitros para Classe 1 e nenhuma das estações esteve
dentro dessa condição. Já para a Classe 2, o valor máximo é de 1000 coliformes
termotolerantes por 100 mililitros e as estações que estiveram dentro dessa
condição foram E1, E4, E5, E8 e E10. A estação E2 apresentou uma média de
4016,25 NTU, valor esse que não está em conformidade com o que estabelece a
Resolução CONAMA nº 357/05 (Figura 6), uma vez que o limite exigido para Classe
3 é de 4000 NTU. O valor de desvio padrão para essa estação também foi o mais
alto entre as estações, com um valor de 11465,85 (Tabela 8). As demais estações
se apresentaram com os valores médios em conformidade com os limites
estabelecidos para essa mesma classe.
Figura 6 - Valores médios para coliformes termotolerantes (E. coli)
544,8
4016,3
1412,5
937,5
533,8
2457,5
2042,5
310,1
2116,3
319,4
0,0
500,0
1000,0
1500,0
2000,0
2500,0
3000,0
3500,0
4000,0
4500,0
E1
E2 E3 E4 E5 E6
E7 E8 E9
E1
0
NTU
/10
0m
L
Escherichia coli Classe 1 (máx. 200) Classe 2 (máx. 1000)
29
Tabela 8 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o coliformes termotolerantes (E. coli)
Coliformes Termotolerantes (E. coli)
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 8 544,8 1200 18 563,70
E2 8 4016,25 24000 100 11465,85
E3 8 1413 9500 100 4542,11
E4 8 937,5 3600 100 1678,67
E5 8 533,8 1200 100 543,74
E6 8 2458 6400 330 2942,16
E7 8 2043 10000 100 4735,44
E8 8 310,1 890 61 403,89
E9 8 2116 8300 100 3902,50
E10 8 319,4 950 45 435,67
FONTE: ANA (2019)
Analisando de uma maneira mais aprofundada as informações obtidas no
Instituto das Águas do Paraná para a estação E2, observa-se que na medição em
um dia específico (28 de fevereiro de 2018) apresentou um valor de 24.000 NTU/100
mL, comportamento muito acima em relação às medições das outras datas. Ainda
de acordo com esses dados, para esse dia a condição do tempo foi registrada como
chuvosa, além de também apresentar chuva nas últimas 48 horas anteriores ao dia
da medição. Dessa forma, esses fatores podem ter influenciado na média.
Esse parâmetro foi o que mais apresentou alterações de valores em relação
aos limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/05 e, fazendo uma
comparação com o estudo já citado realizado por Silva (2014), coliformes
termotolerantes foi também o parâmetro o qual apresentou todas as análises com
números acima do exigido e, nesse caso, o que pode ter contribuído para essa
alteração foi a localização do ponto em que foi realizado a coleta, pois este é sujeito
a receber efluentes provenientes da área urbana, além de estar localizado nas
proximidades do rio Água dos Papagaios, curso d„água esse localizado no estado do
Paraná e que recebe efluentes de tratamento de frigoríficos e de uma malharia.
4.5 Oxigênio Dissolvido (OD)
O oxigênio dissolvido é a concentração de oxigênio que se encontra presente
na água e é indispensável para o equilíbrio das comunidades aquáticas, uma vez
que se torna essencial para o metabolismo dos organismos aeróbicos. As baixas
30
concentrações de OD podem ser provenientes de lançamento de efluentes nos
cursos d‟agua, como também pode ser afetado pela temperatura da água, pressão
atmosférica e salinidade (ANA, 2013; SPERLING, 2005; LIBÂNIO, 2008).
Na Figura 7 são apresentados os valores médios de oxigênio dissolvido para
as águas das estações em estudo. Os valores estiveram em um intervalo de 7,42 a
9,42 mg/L O2, sendo esse último valor representado pela estação E8, que obteve a
maior média e o menor desvio padrão (Tabela 9). Sendo assim, todas as estações
estão em conformidade e apresentaram valores acima no mínimo exigido pela
resolução CONAMA Nº 357/05 para Classes 1 e 2, que não deve ser menor que 6 e
5 mg/L O2 respectivamente.
Figura 7 - Valores médios de oxigênio dissolvido
Tabela 9 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o oxigênio dissolvido
Oxigênio Dissolvido
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 9 7,93 9,87 4,5 2,35
E2 11 8,91 10,84 6,5 2,10
E3 8 9,01 10,21 6,67 1,50
E4 11 7,42 9,4 4,49 2,80
E5 8 8,65 9,73 7,14 1,09
E6 10 7,93 9,41 6,49 1,57
E7 11 8,72 11,49 4,73 3,08
E8 10 9,42 10,51 8,53 0,85
E9 10 8,18 10,09 6,41 1,74
E10 10 8,95 11,54 7,82 1,58
7,93
8,91 9,01
7,42
8,65 7,93
8,72 9,42
8,18
8,95
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
mg/
L O
2
Oxigênio dissolvido Classe 1 (6 mg/L O2) Classe 2 (5 mg/L O2)
31
Sardinha et al. (2008) observaram, no rio Ribeirão do Meio do município de
Leme - SP, que as concentrações de oxigênio dissolvido obtiveram pouca variação
nos valores em dias chuvosos ou de seca. Em um dos pontos analisados, houve
sempre uma concentração baixa em relação aos outros pontos, e esse resultado
pode ter sido proveniente da oxidação de matéria orgânica oriunda de efluentes
domésticos do município. Entretanto, os valores analisados pelos autores se
encontram, na maioria dos pontos de coleta, bem abaixo do estabelecido pela
legislação, ao contrário dos resultados encontrados no presente estudo.
Costa et al. (2010) considerou que, estações fluviométricas próximas a usinas
hidrelétricas apresentaram baixos valores de oxigênio dissolvido, tendo em vista que
esse valor pode estar associado ao fato de que a diminuição desse parâmetro pode
decorrer de uma estratificação térmica e eutrofização que acontecem em
consequência da água “parada” nos lagos próximos as usinas. Além disso, os
autores acreditam que a temperatura elevada da água, a utilização de produtos
químicos usados na agricultura, poluição hídrica por indústrias e residências também
levam a alteração do oxigênio dissolvido.
Apesar da estação E10 ser representada por uma pequena central hidrelétrica
(PCH Salto Natal), os valores de oxigênio dissolvido observados no presente estudo
não se mostraram menores que os outros e nem abaixo do limite mínimo
estabelecido pela Resolução CONAMA nº 357/05.
4.6 Sólidos Dissolvidos Totais
A importância do monitoramento e análise de sólidos totais se deve ao fato da
definição das condições ambientais, visto que alguns sólidos podem causar danos
no ambiente e vida aquática, por causar diminuição da incidência de luz e aumentar
a sedimentação nos rios. O controle de poluição das águas, caracterização de
esgotos sanitários, efluentes industriais e controle nas ETE‟s são realizados através
da determinação dos níveis de concentração de sólidos (ANA, 2013).
Na Figura 8 são apresentados os resultados das concentrações médias de
sólidos dissolvidos totais e na Tabela 10 os valores de desvio padrão. As estações
E5 e E7 tiveram uma certa relevância, apresentando valores de 75,1 e 70,8 mg/L,
respectivamente. A estação E5 está localizada próxima a uma área de cobertura
florestal e também da área urbana, já a E7, além de também possuir área de
32
cobertura florestal, é também localizada nas proximidades da nascente do Rio
Ribeirão Marialva.
Figura 8 - Valores médios de sólidos dissolvidos totais
Tabela 10 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para o sólidos dissolvidos totais
Sólidos Dissolvidos Totais
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 10 51,2 99 26 38,86
E2 11 51,2 90 27 34,37
E3 11 51,5 100 16 41,08
E4 11 38 57 9 23,01
E5 10 75,1 119 32 48,27
E6 10 62,9 103 23 42,05
E7 11 70,8 119 34 47,14
E8 11 62,9 104 36 39,80
E9 11 34,2 78 14 30,90
E10 10 27,3 46 9 17,44
FONTE: ANA (2019)
De maneira oposta, os menores resultados, 27,3 e 34,1 mg/L, foram das
estações E9 e E10, as duas pertencentes ao município de Campo Mourão, sendo a
E9 a Estação de Tratamento de Água e E10 a PCH Salto Natal. Sendo assim, para
esse parâmetro, a resolução CONAMA nº 357/05 defini um limite máximo de 500
mg/L para todas as classes e analisando a Figura 8, todas as estações estão de
acordo e ficaram abaixo desse valor.
De acordo com Marmontel e Rodrigues (2015), um estudo realizado na região
de São Manuel - SP o parâmetro de Sólidos Dissolvidos Totais apresentou uma
51,2 55,6 51,5 38,0 75,1 62,9 70,8 62,9
34,1 27,3
0,0
100,0
200,0
300,0
400,0
500,0
600,0
E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10
mg/
L
Sólidos Dissolvidos Totais Classes 1 e 2 (3,57 mg/L N)
33
melhor qualidade da água em locais onde possuem cobertura de terra com
bambuzal e uma faixa de vegetação ripária em estado degradado.
Sardinha et al. (2008) observaram que, no Ribeirão do Meio, os valores de
Sólidos Totais dissolvidos aumentam com a diminuição da vazão, fato esse
justificado por um efeito menor da diluição e um tempo maior de atuação do
processo de intemperismo que também contribuem para que os valores de pH e
condutividade tenham uma elevação.
4.7 Turbidez
Conforme a ANA (2013), a turbidez representa uma característica física da
água que é afetada pela presença de sólidos em suspensão na água e que faz com
que seja reduzida a transparência da água. O tamanho das partículas de suspensão
depende da quantidade da presença de partículas inorgânicas (areia, silte e argila) e
pode variar dependendo da movimentação do ambiente, dessa maneira, a presença
de partículas provoca uma dispersão e absorção de luz, o que faz com que a água
fique com uma aparência turva.
Na Figura 9 são apresentados os valores médios de turbidez das amostras de
água nas estações de monitoramento em estudo. A resolução CONAMA nº 357/05
exige que o valor máximo para corpos d‟água de Classe 1 e Classe 2 sejam até 40 e
100 NTU, respectivamente. De acordo com os resultados analisados, a estação E9
foi a que apresentou a maior média de 56,8 NTU e também o maior desvio padrão
(Tabela 11). Dessa maneira, todas as estações em conformidade com a legislação.
34
Figura 9 - Valores médios de turbidez
Tabela 11 - Quantidade de amostras, valores máximos, mínimos e de desvio padrão para turbidez
Turbidez
Estações Número de amostras Média Máx Min Desvio Padrão
E1 11 29,2 71,4 8,5 29,09
E2 12 49 140 7,1 61,56
E3 11 45,5 168 3,7 76,18
E4 12 20,9 73,5 3,5 31,50
E5 10 42,7 42,73 3 21,10
E6 10 37,8 101 4,4 44,28
E7 11 43,4 115 5,8 50,30
E8 12 26,8 107 1,7 47,87
E9 11 56,8 263 16 119,31
E10 11 28,8 124 7,6 54,89
FONTE: ANA (2019)
Danelon e Rodrigues (2013) notaram que existe uma grande relação entre os
valores de turbidez e dias chuvosos, uma vez que, exposto a essas condições,
houve um aumento nos valores de turbidez do estudo realizado pelos autores,
valores esses que chegara a exceder os limites exigidos pela Resolução CONAMA
nº 357/05. Além disso, um escoamento superficial na bacia e o carregamento de
sedimentos podem ocorrer como consequência desses eventos chuvosos e
contribuir para o aumento da turbidez.
Considerando-se todos os parâmetros de qualidade da água analisados para
a Bacia do Alto Ivaí, obtidos a partir das estações de monitoramento disponíveis,
observou-se que apenas os trechos de corpos hídricos das estações E1, E5, E8 e
29,2
49,0 45,5
20,9
42,7 37,8
43,4
26,8
56,8
28,8
0,0
15,0
30,0
45,0
60,0
75,0
90,0
105,0
E1
E2 E3 E4 E5 E6
E7 E8 E9
E1
0
N.T
.U
Turbidez Classe 1 (40 NTU) Classe 2 (100 NTU)
35
E10 estiveram em conformidade com o que estabelece a Portaria SUREHMA nº
019/92 (Tabela 12).
Tabela 12 – Siglas e códigos das estações fluviométricas, e seus respectivos rios e comparação das classes de enquadramento
Siglas Estações Fluviométricas Rio Classe1 Conformidade2
E1 QUINTA DO SOL Rio Mourão 2 2
E2 UBÁ DO SUL Rio Ivaí 2 3
E3 PORTO ESPANHOL Rio Ivaí 2 3
E4 ETA – PITANGA Rio Ernesto 1 2
E5 TEREZA CRISTINA Rio Ivaí 2 2
E6 RIO DOS PATOS Rio dos Patos 2 3
E7 PORTO BANANEIRAS Rio Ivaí 2 3
E8 BARBOSA FERRAZ Rio Corumbataí 2 2
E9 ETA – CAMPO MOURÃO Rio do Campo 2 3
E10 SALTO NATAL Rio Mourão 2 2
FONTE: ANA (2019)
1Classe do Corpo Hídrico conforme a Portaria SUREHMA Nº019/92 2Conforme todos os parâmetros de qualidade analisados no trabalho
Em relação aos parâmetros de qualidade de água, os valores de coliformes
termotolerantes nas estações E2, E3, E4, E6 e E7 apresentaram-se em desacordo
com os valores estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/05 para as Classes
estabelecidas (Tabela 4).
36
Tabela 13 - Tabela resumo dos resultados analisados para parâmetros de qualidade de água
Estação Rio Classe Parâmetro de Qualidade da Água
NT NO3- N-NH3 pH P DBO E. coli OD SDT Turbidez
E1 Rio Mourão 2
E2 Rio Ivaí 2
E3 Rio Ivaí 2
E4 Rio Ernesto 1
E5 Rio Ivaí 2
E6 Rio dos Patos 2
E7 Rio Ivaí 2
E8 Rio Corumbataí 2
E9 Rio do Campo 2
E10 Rio Mourão 2
NT: nitrogênio total; NO3-: nitrato; N-NH3: nitrogênio amoniacal; P: fósforo total; DBO: demanda bioquímica de oxigênio; E. coli: Escherichia coli;
OD: oxigênio dissolvido; SDT: sólidos dissolvidos totais.
De acordo com a Classe de enquadramento. Em desacordo com a Classe de enquadramento.
Em desacordo com a Resolução CONAMA nº 357/05
37
5 CONCLUSÃO
Nas condições que foram analisadas na Bacia Hidrográfica do Alto Ivaí, os
parâmetros de nitrogênio total, nitrato, nitrogênio amoniacal, pH, fósforo total, DBO,
oxigênio dissolvido, sólidos dissolvidos totais e turbidez apresentaram suas médias
em conformidade com os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 357/05,
com exceção do coliformes termotolerantes (E. coli) que em uma única estação (E2)
em apresentou uma média de 4016,25 NPM, estando em desacordo com a
legislação.
Em relação a Portaria SUREHMA nº 019/92, apenas as estações E1, E5, E8 e E10
estiveram em conformidade com as classes estabelecidas para o enquadramento
dos corpos d„água.
Dessa maneira, conclui-se que os parâmetros que por ventura tiveram alguma
alteração nesse valor, teve seu valor possivelmente explicado por diversos motivos,
entre eles estão os fatores climáticos, dias chuvosos ou dias secos, além de muito
dessas serem provenientes de ações antrópicas, como: lançamento de efluentes
sem tratamento adequado, fertilizantes e agrotóxicos provenientes de práticas
agrícolas, falta de práticas conservacionistas do solo etc. Apesar dos resultados não
terem se apresentado fora das condições permitidas, seria interessante uma maior
fiscalização nesses locais, a fim de evitar que essas situações aconteçam.
38
REFERÊNCIAS
ANA - Agência Nacional de Águas. Panorama da qualidade das águas superficiais no Brasil. 2005. Disponível em: http://biblioteca.ana.gov.br/asp/prima-pdf.asp?codigoMidia=116574&iIndexSrv=1&nomeArquivo=20100601100047%5Fcadernos%5Fde%5Frecursos%5Fhidricos%5F1%2Epdf. Acesso em: 21 set. 2018
ANA – Agência Nacional de Águas. Panorama do Enquadramento dos Corpos D’água. 2007. Disponível em: http://biblioteca.ana.gov.br/asp/prima-pdf.asp?codigoMidia=116630&iIndexSrv=1&nomeArquivo=PanoramaDoEnquadramentoDosCorposDagua%2Epdf. Acesso em: 21 set. 2018
ANA – Agência Nacional de Águas. Monitoramento da qualidade da água em rios e reservatórios. 2013. Disponível em: https://capacitacao.ana.gov.br/conhecerh/handle/ana/76. Acesso em 23. Set. 2018
AGUASPARANÁ – Instituto das Águas do Paraná. Descrição e diagnóstico da unidade hidrográfica do Alto Ivaí com vistas à criação do comitê de Bacia. 2012. Disponível em: http://www.recursoshidricos.pr.gov.br/arquivos/File/CERH_-_20_RO/descricao_diagnostico_alto_ivai.pdf. Acesso em: 19 ago. 2019
AGUASPARANÁ – Instituto das Águas do Paraná. Bacias Hidrográficas do Paraná – Bacia do Rio Ivaí e Paraná I. Disponível em: http://www.aguasparana.pr.gov.br/arquivos/File/BACIAS/ivai.pdf. Acesso em: 06 nov. 2018
ALLEN, S.E., GRIMSHAW, H.M., PARKINSON, J.A. & QUARMBY, C. 1974. Chemical analysis of ecological materials. Oxford: Blackwell Scientific Publication
ARANTES, A. G. S. AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA E DO SEDIMENTO NO RESERVATÓRIO DE ABASTECIMENTO PÚBLICO DO RIBEIRÃO JOÃO LEITE – GO. GOIÂNIA: UFG, 2017. 187 p.
BARROS, R. V. G.; SOUZA, H. M. de L.; SOUZA, C. A. Determinação do índice de qualidade da água (IQA) na sub-bacia do Córrego André em Mirassol D‟Oeste, Mato Grosso. Engenharia Ambiental, Espírito Santo do Pinhal, v.8, n.3, p.138 -153, 2011. Disponível em: http://ferramentas.unipinhal.edu.br/engenhariaambiental/include/getdoc.php?id=1766&article=584&mode=pdf. Acesso em: 23 out. 2019
BRASIL. Conselho Nacional de Meio Ambiente. Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. Disponível em: http://pnqa.ana.gov.br/Publicacao/RESOLUCAO_CONAMA_n_357.pdf. Acesso em: 08 jul. 2019
BRASIL. Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que modificou a Lei nº 7.990, de 28 de
39
dezembro de 1989. Diário Oficial da União Federativa do Brasil - DOU, Brasília, 9 de janeiro de 1997.
BRITES, A. P. Z. Enquadramento dos corpos de água através de metas progressivas: probabilidade de ocorrência e custos de despoluição hídrica. 205 p. Tese (Doutorado em Engenharia Hidráulica) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010
BRITO, L. T. de; SRINIVASSAN, V. S.; SILVA, A. de S.; GHEYI, H. R.; GALVÃO, C. de O.; HERMES, L. C. Influência das atividades antrópicas na qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Salitre. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, p.596-602, 2005.
COSTA, D; KEMPKA, A; SKORONSKI, E. A Contaminação de Mananciais de Abastecimento pelo Nitrato: O Panorama do Problema no Brasil, suas Consequências e as Soluções Potenciais. Rede – Revista Eletrônica do PRODEMA, Fortaleza, v. 10, n. 2, p. 49-61, jul. 2016. Disponível em: http://www.revistarede.ufc.br/rede/article/view/338/105. Acesso em: 22 out. 2019
CONSTANTINOV, G. N. Novos paradigmas dos créditos ambientais. In: FARIAS, Talden; COUTINHO, Francisco Seráphico da Nóbrega (Coord.). Direito Ambiental: o meio ambiente na contemporaneidade. Belo Horizonte: Forum, 2010
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo 2002. São Paulo: Cetesb, 2003 (Série Relatórios).
D'AGUILA, P. S.; ROQUE, O. C. C.; MIRANDA, C. A. S.; FERREIRA, A. P. Avaliação da qualidade de água para abastecimento público do Município de Nova Iguaçu. Cadernos de Saúde Pública, Nova Iguaçu, p. 791-798.
DANELON, J. R. B; RODRIGUES, S. C. Avaliação da qualidade da água e do uso da terra da bacia hidrográfica do córrego Terra Branca – Uberlândia – MG. Revista Geográfica Acadêmica. v. 5, n. 2, 2011, p. 66-75. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/view/3955. Acesso em: 22 out. 2019
DANELON, J. R. B; NETTO, F. M. L; RODRIGUES, S. C. ANÁLISE DO NÍVEL DE FOSFORO TOTAL, NITROGÊNIO AMONIACAL E CLORETOS NAS ÁGUAS DO CÓRREGO TERRA BRANCA NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA (MG). REVISTA GEONORTE, Edição Especial. v. 1, n. 4, 2012, p. 412-421. Disponível em: http://periodicos.pucminas.br/index.php/geografia/article/view/3955. Acesso em: 22 out. 2019
FINOTTI, A. R.; FINKLER, R.; SILVA, M.D.; Cemin, G. (2009). Monitoramento de recursos hídricos em áreas urbanas. Caxias do Sul – RS.272p.
FINKLER, R., 2012. Planejamento, manejo e gestão de bacias. Disponível em: http://www.planejamento.mppr.mp.br/arquivos/File/bacias_hidrograficas/planejamento_manejo_e_gestao_unidade_1.pdf. Acesso: 10 set. 2018.
FURLAN, N.; CALIJURI, M. C.; CUNHA, C. A. G. Qualidade da água e do sedimento avaliada a partir da concentração de nutrientes totais. Minerva, v. 6, n. 1, p. 91-98, 2011. Disponível em: http://www.fipai.org.br/Minerva%2006(01)%2011.pdf. Acesso: 24 out. 2019
40
IAPAR – Instituto Agronômico do Paraná. Cartas Climáticas do Paraná - Série Histórica. 2000
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo 2010.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de Qualidade e Tratamento de Água. 2ª ed. Campinas: Átamo, 2008.
MARMONTEL, C. V. F.; RODRIGUES, V. A. Parâmetros Indicativos para Qualidade da Água em Nascentes com Diferentes Coberturas de Terra e Conservação da Vegetação Ciliar. Floresta e Ambiente, v. 22, n. 2, 2015
MERTEN, G. H., MINELLA, J.P. Qualidade da água em bacias hidrográficas rurais: um desafio atual para a sobrevivência futura. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, Porto Alegre, v. 3, n. 4, 2002. 33-38 p.
MEYBEC, M.; HELMER, R. An introduction to water quality. In: CHAPMAN, D. Wate
Quality Assessments – A Guide to Use of Biota, Sediments and Water in Environmental Monitoring. 2nd Edition Cambridge: University Press, 1996.
PEREIRA, R. S. POLUIÇÃO HIDRICA: CAUSAS E CONSEQUENCIAS. Revista Eletrônica de Recursos Hídricos, Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IFSUL), v. 1, n. 1, p.20-36, 2004
PEREIRA-SILVA, E. F. L. PIRES, J. S. R., HARDT, E., SANTOS, J. E., FERREIRA, W. A., 2011. Avaliação da qualidade da água em microbacias hidrográficas de uma Unidade de Conservação do Nordeste do estado de São Paulo, Brasil. Revista bras. Bioci. 9, 371-381.
PEREIRA, L.P.F.; MERCANTE, C.T.J. A amônia nos sistemas de criação de peixes e seus efeitos sobre a qualidade da água. Uma revisão. Boletim do Instituto de Pesca, v. 31, n. 1, p. 81-85, 2005
SANTOS, A.C.S; MAIA, T.M.P; KROM, V. ÁGUA: UMA FONTE DE VIDA QUE VEM CAUSANDO PREOCUPAÇÕES. VIII Encontro Latino Americano de Iniciação Cientifica e IV Encontro Latino Americano de Pós-Graduação – Universidade do Vale do Paraíba, 2004, 695-699 p.
SÃO PAULO (Estado). Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. Relatório de qualidade das águas interiores do Estado de São Paulo 2002. São Paulo: Cetesb, 2003 (Série Relatórios).
SARDINHA, D. S.; CONCEIÇÃO, F. T.; SOUZA, A. D. G.; SILVEIRA, A.; JULIO, M.; GONÇALVES, J. C. S. I. Avaliação da qualidade da água e autodepuração do ribeirão do meio, Leme (SP). Engenharia Sanitária e Ambiental, v.13, p.329-338, 2008.
SEMA – Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Bacias Hidrográficas do Paraná – Série Histórica, Curitiba, 2010.
SILVA, D.S. da; GALVÍNCIO, J.D.; ALMEIDA, H.R.R. de C. Variabilidade da qualidade de água na bacia hidrográfica do Rio São Francisco e atividades antrópicas relacionadas. Qualit@s Revista Eletrônica, v.9, p.1-17, 2010. Disponível
41
em: http://revista.uepb.edu.br/index.php/qualitas/article/view/687. Acesso: 22 de out. 2019
SILVA, V.B da. A Qualidade Da Água No Alto Curso Do Rio Do Campo, Município De Campo Mourão-PR. Maringá: UEM, 2014. 81 p.
SOUZA, J.R; MORAES, M.E.B; SONADA, S.L.Z; SANTOS, H.C.R.G. A importância da qualidade da água e os seus múltiplos usos: Caso Rio Almada, Sul da Bahia, Brasil. REDE-Revista Eletrônica do Prodema v. 8, n. 1, p. 26-45, 2014
SPERLING, M. V. Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos. 3ª Edição. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Editora da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG – Belo Horizonte, 2005.
SUDERHSA - Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental. Atlas de Recursos Hídricos do Estado do Paraná. 1998.
SUREHMA – Superintendência dos Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Bacia do Rio Ivaí - Portaria SUREHMA Nº019/92 de 12 de maio de 1992. Portarias de Enquadramento dos Cursos D`Água do Estado do Paraná. 1992.
TOMITA, R.Y; BEYRUTH, Z. Toxicologia de agrotóxicos em ambiente aquático. Biológico 2002; 64:135-42.
TUNDISI, J.G. Novas perspectivas para a gestão de recursos hídricos. Revista USP, n.70, São Paulo, 2006.
.