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GRATUIT Fr FRANCE Edition O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Chef português num hotel de 5 estrelas a dois passos dos Champs Elysées Edition nº 326 | Série II, du 03 janvier 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais 14 Permanência consular de Nantes vai ter novo estatuto Mas a promessa de reabrir o Consulado não vai ser cumprida 04 Chef Ricardo Lúcio no Hotel de Sers LusoJornal / Carlos Pereira Deputado José Manuel Pureza quer mais participação cívica dos emigrantes portugueses 03 José Manuel Pureza Diplomacia. O novo Embaixador de Portugal em França, Jorge Torres Pereira, já apresentou Cartas Credenciais a Emmanuel Macron 04 Justiça. Um português residente em Magdelaine-sur-Tarn foi condenado porque fazia “a vida negra” aos vizinhos 05 Cinema. “Menina”, o primeiro filme “quase autobiográfico” de Cristina Pinheiro está atualmente nas salas de cinema francesas 11 12 Exposição. O ‘graffiter” português Smile, tem atualmente uma exposição a solo numa galeria de Paris PUB PUB

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GRATUIT

FrF R A N C EEdition

O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa

Chef português num hotel de 5 estrelas a dois passos dos Champs Elysées

Edition nº 326 | Série II, du 03 janvier 2018 Hebdomadaire Franco-Portugais

14

Permanência consular de Nantes vai ter novo estatutoMas a promessa de reabrir o Consulado não vai ser cumprida 04

Chef Ricardo Lúciono Hotel de SersLu

soJo

rnal / Carlos Pereira

Deputado José Manuel Pureza quermais participação cívica dosemigrantes portugueses 03

José Manuel Pureza

Diplomacia. O novo Embaixador de Portugal em França, JorgeTorres Pereira, já apresentouCartas Credenciais a Emmanuel Macron

04

Justiça. Um português residente emMagdelaine-sur-Tarn foi condenado porque fazia “a vida negra” aos vizinhos

05

Cinema. “Menina”, o primeiro filme“quase autobiográfico” deCristina Pinheiro está atualmente nas salas de cinema francesas

11

12 Exposição. O ‘graffiter” português Smile,tem atualmente uma exposição a solo numa galeria de Paris

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02 OPINIÃO Le 03 janvier 2018

LusoJornal. Le seul jornal franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS, une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014| Représentée par: Carlos Vinhas Pereira | Directeur: Carlos Pereira | Collaboration: Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg),Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon),José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Nuno GomesGarcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse: Lusa| Photos: António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique: Jorge Vilela Design | Impression: Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves,75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10. | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: janvier 2018 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com

Caras e caros conterrâneos,É com alegria que me dirijo a todosvós nesta noite de Natal, que constituium momento de profundo significadopelo reencontro que proporciona coma família e com os amigos.Começo por fazer uma referência es-pecial à RTP Internacional, e aos seustrabalhadores, pelos 25 anos de vidadeste canal, que se celebraram em2017.É já um quarto de século a levar con-teúdos de qualidade sobre a cultura,a informação e a memória de Portugalàs nossas Comunidades no estran-geiro.Bem-haja!Gostaria, também, de referir que2017 foi um ano em que estivemospróximos e atentos às necessidadesdas nossas Comunidades.A começar pela proteção e pela emer-gência consulares.Sempre que os Portugueses pas-sam por graves dificuldades énossa obrigação dar o apoio neces-sário às vítimas e fazer o acompa-nhamento aos familiares e aos

amigos mais próximos.O auxílio dado aos Portugueses afeta-dos pelo Furacão Irma, nas Caraíbas,é um exemplo claro dessa atitude.Este caso ilustrou o sentimento de so-lidariedade e de entreajuda que ca-racterizam os Portugueses. Querofelicitar-vos por esse espírito compro-metido com o bem comum.O ano que agora termina foi, ainda,marcado pelo reforço dos serviçosconsulares. Pela primeira vez, nos úl-timos anos, entraram nos postos maispessoas do que aquelas que saíram ouque se aposentaram.Mas, saber que os nossos funcionáriospraticaram mais de 2 milhões de atosconsulares confirma, na prática, aprofunda ligação dos Portugueses noMundo às suas origens.Em 2018 vamos prosseguir este ca-minho. Continuaremos a trabalhar namodernização e na qualificação doatendimento.Por outro lado, o II Encontro de Inves-tidores da Diáspora, que terminou hádias em Viana do Castelo, permitiuhomenagear muitos dos Portugueses

mais empreendedores e apoiá-los noestabelecimento de novas âncoras so-ciais e económicas no nosso país.Caras e caros conterrâneos,Quero deixar, ainda, três notas sobreo futuro.No ano que se avizinha, vamos traba-lhar muito ativamente no apoio às as-sociações portuguesas no estrangeiro.Dispomos de novas regras e com elasqueremos impulsionar as associaçõesdas Comunidades mais tradicionaisda nossa Diáspora, mas também va-lorizar a inovação e a criatividade queé trazida pelos mais jovens.Só as novas gerações poderão garantira continuidade do esforço e do legadode muitos pais fundadores dessas ins-tituições de grande valor, material eimaterial, que tenho tido a honra deconhecer.A promoção do ensino da língua por-tuguesa no estrangeiro, integrada nosistema de ensino dos países de aco-lhimento e enquanto língua de he-rança, continuará a ser umaprioridade desta Secretaria de Estado.Desejamos, igualmente, estimular a

participação cívica e política dos Por-tugueses no estrangeiro. Seja nas Co-munidades onde estão inseridos, sejanos atos eleitorais do seu país de ori-gem.Para já, conseguimos provar que o re-censeamento automático é uma pos-sibilidade real. Com ele, poderemospassar de cerca de 300 mil para 1 mi-lhão e 370 mil Portugueses recensea-dos no estrangeiro.A decisão, cabe agora à Assembleiada República. Em caso de aprovação,tratar-se-á de uma mudança degrande alcance político.Termino lembrando que o Governo,através da Secretaria de Estado dasComunidades Portuguesas, tudo farápara promover o bem-estar dos Portu-gueses no estrangeiro. “Estar perto dequem está longe” é o nosso lema.É devida também uma palavra paratodos quantos nos têm auxiliado nes-tas importantes tarefas.Agradeço o trabalho realizado pelosprofessores e agentes culturais quefazem da Língua Portuguesa um veí-culo de afirmação do país no Mundo.

Reconheço o empenho e a dedicaçãode todas e todos quantos, na nossarede consular, nos serviços internos eexternos do Ministério dos NegóciosEstrangeiros, asseguram o atendi-mento e o apoio às Comunidades por-tuguesas.E quero deixar uma palavra muito es-pecial para os Portugueses que, nasdiferentes Comunidades, me têm aco-lhido e feito sentir em casa nos paísesaté agora visitados.Os votos de Festas Felizes são paraessa grande família das Comunidadesportuguesas.E são extensivos a todos: a quempassa o Natal longe do seu país, semas suas famílias, sem os amigos; aosdoentes, aos mais carenciados, aosmais idosos, às crianças e aos maissós. Desejo que este tempo seja umsinal de mudança, um ponto de par-tida para um futuro melhor.Peço, ainda, cuidados redobrados nasdeslocações e no regresso aos vossospaíses de acolhimento. A segurançatem que ser sempre uma prioridade.A todas e todos, desejo Festas Felizes.

Mensagem do Secretário de Estado das Comunidades PortuguesasJosé Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas

2017 foi um ano de mudançaspara o LusoJornal.Até julho, o jornal em papel foi onosso suporte principal e a internetera um apoio para quem não ti-vesse acesso ao jornal.Mas a partir do dia 12 de julho, ojornal digital passou a ser o nossoprincipal suporte, passando o jor-nal em papel a ser um suporte deapoio para quem quer continuar aler em papel.Foi uma mudança importante. Im-portante para encarar o futuro commaior serenidade.Era importante dar este passo.Sabemos que cada vez mais os lei-tores preferem ler artigos na inter-net, no smartphone, partilhá-loscom outros leitores.Temos constatado todos os dias ointeresse desta nova fórmula. No-tamos que nos chegam mais leito-res, que alguns nos descobremagora pela primeira vez.Deixámos de ter problemas de es-paço. Podemos publicar todos osartigos. Somos muito mais reativose podemos publicar de imediatoum artigo que, antes, tinha de es-perar uma semana para ser publi-cado.São argumentos importantes, queos nossos leitores nos fazem che-gar.A opinião global é bastante posi-tiva.A operação não está concluída.O novo site do LusoJornal foi feitopela equipa “interna”. Mas é um

site evolutivo. Temos ainda muitasvalências para desenvolver.A “Agenda” faz parte das priorida-des para as próximas semanas.Também nas próximas semanasdevem começar as primeiras expe-riências com vídeo.Nesta primeira fase era impossívelanimar um site diário e um jornalsemanário em papel. Tínhamos defazer uma escolha, encontrar umcompromisso, testar alternativas. A

decisão de passar a editar um jor-nal todos os 15 dias foi a soluçãoencontrada em função da equipaque temos.Queremos guardar a versão empapel. E porque não regressar àfórmula semanal? Não pomos departe essa hipótese.Muitos dos leitores em papel mos-traram esse interesse e nós temosde os ouvir.Prometemos fazer esforços para

que tal possa vir a acontecer.Tudo depende de meios.Os meios... o orçamento... a vendade publicidade é que marca o rumoa seguir. Não tenhamos dúvidas.Temos de vender mais publicidadee desenvolver a nossa área comer-cial. Sem isso não podemos avan-çar.Os próximos meses vão ser deter-minantes para esta área. Espera-mos que 2018 seja um bom ano

em termos comerciais e que asmudanças que se preparam sejampositivas para o LusoJornal.No que depender de nós, serão cer-tamente.Desejo a todos os nossos colabora-dores, a todos os nossos parceiros,aos nossos anunciantes e sobre-tudo aos nossos leitores em geral,um ano de 2018 com montanhasde felicidade. Com o LusoJornal,claro!

2017 e 2018 são dois anos de mudanças para o LusoJornalCarlos Pereira, Diretor do LusoJornal

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POLÍTICA 03

José Manuel Pureza quer maior implicação eleitoraldos emigrantes

O Deputado do Bloco de Esquerda eVice-Presidente da Assembleia da Re-pública José Manuel Pureza esteve emParis para o lançamento do Institutodo Mundo Lusófono, na companhia deCristina Semblano, membro da Co-missão Política Nacional do Partido.Nascido em Coimbra, licenciado emDireito e doutorado em Sociologia,José Manuel Pureza é professor uni-versitário de Relações Internacionaisna Faculdade de Economia da Univer-sidade de Coimbra e investigador doCentro de Estudos Sociais.

Os cidadãos portugueses que residemno estrangeiro praticamente não par-ticipam nos atos eleitorais portugue-ses, a maior parte porque nem estárecenseada. Defende a proposta doGoverno de recenseamento automá-tico?Parece-nos ser a proposta mais ade-quada. Gera bastantes discussões, éverdade, mas é uma solução que esti-mularia e facilitaria a participação de-mocrática eleitoral dos Emigrantes. Seesta dimensão nos preocupa, tambémnão deixa de nos preocupar outras for-mas de participação democrática quenão sejam apenas as eleitorais. Nóssabemos que as Comunidaes portu-guesas têm uma dimensão associativainteressante, onde se criam polos deconvivência e de discussão, mas de-pois não se traduzem numa vontade,numa dinâmica de participação nosassuntos públicos e aparecem-nos porvezes casos individuais de pessoas

que ocupam cargos de responsabili-dade em municípios ou mesmo emórgãos mais importantes, como Par-lamentos ou Senados, porque essessão de alguma maneira elementosque contrariam essa tendência dealgum alheamento. Isto não se re-solve apenas com mecanismos legais,resolve-se com outro tipo de interven-ção, até mais pedagógica.

Sobre o ensino da língua, o debate ése devemos ensinar como língua es-trangeira ou como língua materna.Este assunto devia ser mais debatidoem Portugal?Devia certamente. E creio que terá queser. Cada dia que passa torna-se maisurgente. Não faz sentido que havendo

vontade, por parte do próprio estu-dante e da família, que a aprendiza-gem do português seja essencial naformação daquela pessoa, não faz sen-tido que isso não possa acontecer, ouque o Estado português não dê osmeios necessários para que isso sefaça. Passar de 400 professores para80 é desistir naturalmente de que alíngua possa continuar a ser patrimó-nio de uma Comunidade.

Mas isto é uma questão de meios e oBE aprovou o Orçamento de Estado…Exatamente, aprovou com a convicçãoque fez bem aprovar, sendo certo queo Orçamento é um conjunto muitovasto de disposições, tem um conjuntoimportante de disposições que para

nós eram essenciais e que tinham aver com a recuperação dos rendimen-tos e recuperação de direitos, por issovotamos a favor, mas também foi pú-blico e notório que fomos contra algu-mas das escolhas que foram feitas noOrçamento e nós não perdemos a au-tonomia de continuar a criticar aquiloque é o Orçamento do Governo, mashá outras escolhas que não são acer-tadas e pelas quais nós nos batemos.E portanto não perdemos de modoalgum a autonomia para lutar paraesta causa. Estamos num momentoda vida do país em que o cumpri-mento das regras comunitárias emmatéria de disciplina orçamental de-signadamente no controlo do déficee de pagamento da dívida pública,

nos estão a condenar a não afetar-mos meios minimamente suficientespara questões essenciais da nossavida coletiva. Poderia olhar paraaquilo que é o quotidiano do territórioportuguês e dizer que o serviço na-cional de saúde está carenciadíssimode recursos, a escola pública está ca-renciadíssima de recursos e há maisescolhas, as prisões, o sistema dejustiça e naturalmente os salários eas pensões. Para aumentar o saláriomínimo nacional numa escala redu-zida, é todo um debate que se le-vanta sobre a possibilidade deaumentar 13 euros! Isto mostra bemcomo os constrangimentos a quePortugal se sujeita, limitam a capa-cidade de afetar recursos àquilo queé realmente importante. Isto significaque para esta causa, não estamos afalar de nenhuma enormidade de di-nheiro, estamos a falar de uma esco-lha que é preciso fazer e quecertamente pagamos mais de 7 milmilhões de euros por ano de juros dadívida pública, é por causa de coisascomo esta que a restruturação da dí-vida é uma causa importante para oBE, não é por nenhuma teimosiaideológica, é porque precisamos depôr a economia a respirar, isto é, deter dinheiro para afetar a determina-das causas que nem sequer têm umimpacto orçamental gigantesco.Creio que o Estado português tem aobrigação de atender àquilo que é avontade explícita, autómona, cons-ciente, de que uma Comunidade e depessoas concretas que fazem partedessa Comunidade.

Deputado do Bloco de Esquerda

Por Carlos Pereira

Secretário de Estado quer avançar com recenseamentoautomático de emigrantesO Governo português indicou que omapeamento de cidadãos portuguesesresidentes no estrangeiro permitiu qua-druplicar o número de eleitores recen-seados fora de Portugal, o que vaiobrigar a triplicar o «investimento or-çamental» se o método for aprovado.Os dados foram avançados pelo Secre-tário de Estado das Comunidades Por-tuguesas, José Luís Carneiro, duranteuma reunião de trabalho do Parla-mento que está a analisar as alteraçõesàs leis eleitorais e do regime jurídico dorecenseamento eleitoral apresentadaspelo Governo, Partido Socialista (PS) ePartido Social Democrata (PSD), tendocomo pano de fundo que a próxima vo-tação será para as eleições legislativas,em 2019.

Segundo José Luís Carneiro, o recen-seamento foi feito nos últimos seismeses numa operação conjunta entrea Secretaria de Estado das Comunida-des Portuguesas, Direção Geral dos As-suntos Consulares e das ComunidadesPortuguesa, embaixadas, serviços con-sulares e a Direção Geral da Adminis-tração Interna, e permitiu saber que ototal passou de cerca de 280 mil para1,375 milhões recenseados.«O mapeamento dos cidadãos com re-sidência inscrita no seu Cartão de Ci-dadão e com domicílio no estrangeiropermitiu-nos chegar a um número derecenseamento automático - se o Par-lamento agora decidir avançar com orecenseamento automático - que erade cerca de 300 mil para cada ato elei-

toral para uma grandeza de 1.373.439de cidadãos que passarão, caso a leiseja aprovada, a estar recenseados noestrangeiro», salientou.Esses cidadãos, acrescentou, estãodistribuídos por 152 serviços periféri-cos externos - Consulados gerais, Con-sulados, Vice-consulados, Secçõesconsulares de Embaixada e Consula-dos honorários.«Agora temos de respeitar a discussãono Parlamento e a posterior votação,tendo em vista, e esse é o nosso de-sejo, garantir que a lei seja aprovada e,sendo aprovada, possa já ser válidapara os próximos atos eleitorais», res-salvou.Para os eleitores portugueses recensea-dos no estrangeiro, a votação para as

presidenciais tem obrigatoriamente deser presencial, enquanto para as legis-lativas é utilizado o voto por correspon-dência. «Além disso, desenvolvemostambém um estudo para que tenha-mos também condições de, em relaçãoàs eleições presidenciais - através devoto presencial -, se poder duplicar,através de um desdobramento, o nú-mero de mesas eleitorais», referiu JoséLuís Carneiro.Reivindicando o «esforço do Governo»,José Luís Carneiro salientou tambémque foi ultrapassada a dúvida sobre sese conseguiria tornar exequível o pro-cesso de inscrição automática no re-censeamento relativamente aoscidadãos no estrangeiro através dos117 postos consulares de carreira e

dos 225 honorários.«Regularmente, teremos eleições legis-lativas em 2019. Dado que não temosnenhum percurso eleitoral previsto nodecurso de 2018, diria que o mo-mento oportuno para que esta transfor-mação significativa das condições departicipação eleitoral dos portuguesesno estrangeiro possa ocorrer deve acon-tecer em 2018, sem atos eleitorais àvista» disse o Secretário de Estado.«Para as eleições legislativas, o Estado,que até aqui enviava cerca de 300 milboletins de voto para os domicílios doscidadãos portugueses que querem par-ticipar na votação passará a ter a ne-cessidade de enviar mais de 1,3milhões, o que vai implica triplicar oinvestimento orçamental», concluiu.

Le 03 janvier 2018

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José Manuel Pureza com Cristina SemblanoLusoJornal / Carlos Pereira

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lusojornal.com

O Governo vaiorganizar o Encontro mundialde CônsulesHonorários

O Secretário de Estado das Comu-nidades Portuguesas vai organizarnos próximos dias 16 e 17 de abril,o primeiro Encontro mundial dosCônsules Honorários.«A primeira experiência que fiz dereunir os Cônsules Honorários dePortugal ocorreu no Brasil, por ini-ciativa da Embaixada de Portugalem Brasília e esse encontro estimu-lou-me no sentido de realizar umgrande Encontro dos ConsuladosHonorários, para lhes atribuir umaorientação política clara» disse JoséLuís Carneiro em entrevista ao Luso-Jornal. «Ao mesmo tempo para pro-curarmos estabelecer critérios maisclaros, quer na atribuição de pode-res alargados aos Consulados Hono-rários, quer também na atribuiçãode subsídios, quer ainda na tomadade decisão de criar ou de extingirConsulados Honorários».Para o Secretário de Estado das Co-munidades Portuguesas, «é neces-sário haver uma racionalidadepolítica e é necessário haver tam-bém uma transparência no modo ecritérios de designação dos Consu-lados Honorários e também na ava-liação do trabalho que desenvolvemem representação do Estado portu-guês».Em França há Cônsules Honoráriosem Dax (o mais antigo em exercí-cio), em Orléans, Tours, Rouen,Lille, Pau, Ajaccio, Montpellier, Cler-mont-Ferrand e Nice. Há tambémum Consulado Honorário em Metz,para o qual nunca foi feita qualquernomeação.O Governante diz que há muitas di-ferenças entre Consulados Honorá-rios. «Há um trabalho dosConsulados Honorários de grandequalidade institucional em muitoslocais, mas também há outras re-giões onde o trabalho necessita deser estimulado e motivado» diz JoséLuís Carneiro. «Vamos tentar que osConsulados Honorários tenhamtambém responsabilidades ao nívelda internacionalização da economiaportuguesa e da atração de investi-mento direto do estrangeiro, vamosainda tentar que eles se envolvamativamente na internacionalizaçãodo ensino superior e da investigaçãocientífica portuguesa e na interna-cionalização da cultura portu-guesa».

04 DIPLOMACIA

Novo Embaixador de Portugal apresentouCartas Credenciais a Emmanuel Macron

O novo Embaixador de Portugal emFrança, Jorge Torres Pereira apresentouantes do Natal, em Paris, as CartasCredenciais ao Presidente francês Em-manuel Macron, e avançou que umadas prioridades é a «captação de inves-timento».O diplomata português, que foi o pe-núltimo de 20 Embaixadores a saíremdo Palácio do Eliseu, na capital fran-cesa, ao final do dia, disse à Lusa e àRTP que ainda há «muito caminho»para aumentar o investimento francêsem Portugal e destacou o papel da«Comunidade empresarial portuguesae de lusodescendentes» em França.«O mais importante é nós estarmosefetivamente empenhados em fazer onosso trabalho na dimensão de capta-ção de investimento e, como digo, aexistência de uma Comunidade em-presarial portuguesa e de lusodescen-dentes vai ser muito importante nesseaspeto», afirmou o diplomata que foiEmbaixador de Portugal na China nosúltimos cinco anos.Jorge Torres Pereira acrescentou que

«o mais importante é que as boas no-tícias - que representam uma relaçãoentre Portugal e a França que estámais viva e mais dinâmica - se mante-nham».«É claro que este é um posto especialporque há uma muito importante Co-munidade portuguesa e de lusodes-cendentes que torna isto um poucoparticular e eu creio que vai continuar

a notar-se como, particularmente nestaconstrução da Europa, nós estamosefetivamente muito perto uns dos ou-tros», declarou.O Embaixador acrescentou que Portu-gal e França têm «linhas muito pareci-das» em relação à Europa. «Há unsdias estive num evento em que falou oConselheiro diplomático do PresidenteMacron e ele referiu que as ideias em

relação à Europa não era apenas eleque as dizia, havia outros que haviamfeito discursos semelhantes ao dis-curso da Sorbonne e explicitamente re-feriu o discurso do Primeiro-Ministroportuguês em Bruges», sublinhou.Jorge Torres Pereira, de 61 anos, foiEmbaixador de Portugal na RepúblicaPopular da China (2013-2017), emBanguecoque (2010-2013), Repre-sentante Permanente na ComissãoEconómica e Social para a Ásia e Pa-cífico e na Comissão Económica e So-cial das Nações Unidas para a Ásia e oPacífico e Embaixador, não-residente,no Vietname, Cambodja, Laos, Myan-mar (antiga Birmânia) e Malásia.Jorge Torres Pereira desempenhou,também, os cargos de Representantede Portugal junto da Autoridade Pales-tiniana, em Ramallah (2007-2010),Cônsul-geral em Madrid (2004-2007),Ministro-Conselheiro e Chefe de Mis-são Adjunto na Embaixada de Portugalem Moscovo (2001-2004) e Conse-lheiro e Chefe de Missão Adjunto naEmbaixada de Portugal em Telavive(1995-1997), entre outras funções di-plomáticas.

Jorge Torres Pereira

Por Carina Branco, Lusa

«Abaixo assinado» quer mais funcionáriosno Consulado Honorário de Nice

Um grupo de «cidadãos portugueses elusodescendentes» estão a fazer assi-nar um «Abaixo assinado» para leva-rem ao conhecimento das autoridadesde tutela do Consulado Honorário dePortugal na cidade de Nice, «a preo-cupante situação do funcionamentodeste posto consular».«A instalação de um posto consular naregião de Nice foi recebida com agradopelos numerosos cidadãos habitandonessa região que, até aí, tinham defazer 400 km e perder um dia de tra-balho na ida ao Consulado Geral na ci-dade de Marseille» diz o «Abaixoassinado» que o LusoJornal leu.«Acontece porém, que o funciona-mente desse posto não responde aoque se devia esperar de um serviço pu-blico a um ponto tal que os compra-triotas, por vezes, continuam a ir aMarseille».

Segundo os organizadores do «Abaixoassinado», «o atendimento público pormarcação telefónica é quase impossí-vel pois ninguém atende as chamadas;a informação por internet é insuficientee, por vezes, orienta erradamente; oacolhimento, apesar dos esforços ecompetência da funcionária em serviçonesse posto, nem sempre pode respon-der às preocupações dos utentes ousão difíceis de obter, e funciona numclima de tensão suscetível de conflitosgraves e dá uma péssima imagem danossa Comunidade em Nice».Os assinantes «exigem» então das au-toridades de tutela «que seja nomeadopelo menos mais um funcionário noConsulado honorário de Portugal emNice, única e simples medida capaz deresponder à preocupante situação vi-vida pelos utentes».«Este é o sinal de uma cidadania ativa,responsável e preocupada com a Co-munidade e é bom saber que durante

muito tempo não houve uma respostaconsular em Nice, foi já este Governoque criou um Consulado honorário emNice, dependendo naturalmente doConsulado de carreira de Marseille» ex-plica ao LusoJornal o Secretário de Es-tado das Comunidades portuguesas,José Luís Carneiro. «O senhor CônsulHonorário já nos tinha transmitido estanecessidade de se pôr mais um funcio-nário porque o movimento tem sidoefetivamente superior às melhores es-petativas e portanto vejo essa petiçãocomo uma oportunidade de podermosefetivamente, no quadro das contrata-ções do próximo ano, avaliar com osserviços, no quadro das prioridades de-finidas, se é possível corresponder aessa espetativa».O Cônsul Honorário Joaquim Pires con-firmou ao LusoJornal que «Ouvi falardisto há 8 dias» e acrescenta que efe-tivamente o Cônsul Geral de Portugalem Marseille está ao corrente do pro-

blema.«O nosso Consulado está a funcionarmuito bem. Para ir ao Consulado dePortugal em Marseille, as pessoas ti-nham de fazer 250 km para cada lado,e às vezes não podiam ser atendidosporque havia muitos utentes. Mas oConsulado funciona tão bem que é umaperto» afirma João Pires. «Temos umafuncionária. Ela tem de fechar o Con-sulado à segunda-feira para se ocupardo tratamento dos documentos, mas aComunidade quer mais, quer que secontrate uma segunda empregada».Interrogado pelo LusoJornal, JoaquimPires diz que «é uma coisa fabulosaque temos lá, temos poderes alarga-dos, fazemos todos os documentos,desde o passaporte ao Cartão do Cida-dão. Só os casamentos e os divórcios éque não podemos fazer».O Cônsul Honorário diz que em Nicefazem-se cerca de 600 atos consula-dos por dia.

Por Carlos Pereira

Nantes: Permanência consular com novo estatuto

A Permanência consular em Nantesmudou de instalações e o Secretário deEstado das Comunidades portuguesasdisse ao LusoJornal que vai haver «mu-dança de estatuto» naquele posto con-sular.«Temos em curso um conjunto de mu-danças que irão implicar uma mu-dança de estatuto de algumasestruturas consulares no mundo e no-meadamente em França, aliás deacordo com preocupações que têmsido veículadas no LusoJornal» disseprecisamente ao LusoJornal o Secretá-rio de Estado José Luís Carneiro.

«A primeira dessas mudanças emcurso trata-se da qualificação institu-cional da nossa estrutura consular emNantes». Desde o encerramento doposto consular pelo então Ministro dosNegócios Estrangeiros Paulo Portas,durante o Governo da ColigaçãoPSD/CDS-PP, que o atendimento dosPortugueses de Nantes e daquela re-gião tem sido feito através de Perma-nências consulares.Numa primeira fase, os funcionários doConsulado Geral de Portugal em Parisdeslocavam-se regularmente a Nantes,mas a procura era tanta que o Governoacedeu ter em Nantes, em permanên-cia, dois funcionários do Consulado de

Paris. No entanto, oficialmente não háqualquer posto consular em Nantes.«Como sabe, os funcionários estavamnumas instalações cedidas pela autar-quia de Nantes, a autarquia disse-nosque vai realizar intervenções naquelaárea de qualificação urbana, isso levou-me há já alguns meses, a deslocar-meà Câmara Municipal de Nantes e soli-citar que pudessem ser cedidas novasinstalações onde pudessemos de fu-turo dar um novo estatuto àquilo queera uma antena consular» explicouJosé Luís Carneiro ao LusoJornal. «Aautarquia cumpriu a sua parte. Nósvamos também cumprir com a nossadurante 2018 e depois seguir-se-ão

outros serviços noutras cidades».Aliás, durante a campanha eleitoral, ocandidato socialista às eleições legis-lativas, e depois eleito Deputado, PauloPisco, tinha prometido que, se o Par-tido Socialista chegasse ao Governoseria reaberto um Consulado de Portu-gal em Nantes. Tudo indica que setrata de uma Agência Consular.Entretanto, o Consulado Geral de Por-tugal em Paris já confirmou ao Luso-Jornal a morada da atual Permanênciaconsular, aberta diariamente, das8h00 às 12h30:Les Salorges 115 quai Ernest Renaud44100 Nantes

Por Carlos Pereira

Le 03 janvier 2018

Por Carlos PereiraCCIFP / Jorge Marques

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Jean-Yves Le Drian convidado do Seminário Diplomático

Os principais temas da política ex-terna portuguesa serão debatidos noSeminário Diplomático 2018, entre03 e 04 de janeiro, em Lisboa, e con-tará com a presença de autoridadesnacionais e estrangeiras, divulgounum comunicado o Ministério dosNegócios Estrangeiros (MNE).O Seminário Diplomático é uma ini-ciativa anual do Ministério dos Negó-cios Estrangeiros que reúnemembros do Governo, representan-tes da administração pública, dasuniversidades, da comunidade em-presarial, embaixadores e outros se-tores estratégicos para debater osprincipais temas de interesse da po-lítica externa portuguesa.O Ministro dos Negócios Estrangeiros,Augusto Santos Silva, fará uma inter-venção na sessão de abertura do Se-minário. A 04 de janeiro, o Ministrofrancês dos Negócios Estrangeiros,Jean-Yves Le Drian, intervirá comoorador convidado.São oradores o reitor da Paris Schoolof International Affairs, Enrico Letta,sobre o tema «Europe towards theend of the legislature: Time for ac-tion». Enrico Letta ocupou várias pas-tas ministeriais em Itália, tendo sidoigualmente Primeiro-Ministro daquelepaís (2013-2014). Mas também oSecretário de Estado da Internaciona-lização, Eurico Brilhante Dias, o Dire-tor de Assuntos Externos das OficinasGerais de Material Aeronáutico, PauloMonginho, o Presidente do Conselhode Administração do Porto de Sines,José Luís Cacho, o Presidente doConselho de Administração da Em-presa de Desenvolvimento e Infra-Es-truturas do Alqueva, José PedroSalema, o Presidente da AICEP, LuísCastro Henriques, Teresa Ribeiro, Se-cretária de Estado dos Negócios Es-trangeiros e da Cooperação, José LuísCarneiro, Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, AnaPaula Zacarias, Secretária de Estadodos Assuntos Europeus, Pedro CostaPereira, Diretor-geral de Política Ex-terna, o Secretário-geral do Ministériodos Negócios Estrangeiros, ÁlvaroMendonça e Moura, o Presidente doInstituto Diplomático, José de FreitasFerraz, o Diretor-geral do GabineteNacional de Segurança, António Ga-meiro Marques e o Presidente do Ca-mões Instituto para a Promoção daLíngua e da Cultura, Luís FaroRamos.

COMUNIDADE 05

lusojornal.com

Português condenado por «fazer a vida negra aos vizinhos»Um Português de 35 anos, José, re-sidente em Magdelaine-sur-Tarn, foicondenado na semana passada emAlbi, no sul da França, a 8 meses deprisão, dos quais 4 de pena sus-pensa, por tráfico de droga, agres-são, roubo e por «fazer a vida negraaos vizinhos». O processo continuaem tribunal, com julgamento pre-visto para abril, mas desde já o Juizproíbe-o de entrar em contacto comas vítimas, de usar armamento, mastambém o obriga a encontrar um tra-balho e a curar-se.No dia 23 de dezembro, pelas16h30, quando uma vizinha passeavao cão, cruzou José que saía de casacom uma arma, ameaçando matar

quem lhe atravessasse pela frente.Bateu com a porta de casa, deixando

a companheira no interior, “pegou-se”mais uma vez com um vizinho a quempartiu dois dedos e teve de ser hospi-talizado. Seguiu uma vizinha até aoespaço dos caixotes do lixo e tentouesganá-la.Os vizinhos dizem que desde 2015,quando o Português se instalou na re-sidência, vivem um verdadeiro in-ferno. Acusam-no de degradação, deroubar as caixas do correio e de ter um«comportamento inadaptado». Dizemque quando bebe se torna violento.A Polícia encontrou em casa de Joséuma série de armas «pouco conven-cionais» segundo o Juiz. Mas o Portu-guês protestou alegando que eramarmas da companheira, «que se pro-

tege depois de ter sofrido um dramafamiliar». Aliás, José prefere acusar osvizinhos de se terem aliado contra eleafirmando que «eu não fiz nada». Acompanheira do acusado gozava comas testemunhas e teve de ser cha-mada à ordem pelo Tribunal.Na verdade, a Polícia encontrou tam-bém vários sacos com droga, uma ba-lança e resina de canabis. Recolheutambém testemunhos que o Portu-guês fumava droga com os jovens dobairro e comercializava-a.Já no fim da audiência, perante astestemunhas e os factos que o acusa-vam, o Português lá reconheceu queestá «doente» e que necessita deajuda psicológica.

Lesados do BES: AMELP e Novo Banco procuramsolução para EuroAforro 10 e EG PremiumNa quarta-feira da semana passada, dia27 de dezembro, à tarde, decorreu nasede do Novo Banco, em Lisboa, maisuma reunião de trabalho com os dirien-tes da associação de defesa dos emi-grantes lesados do BES, AMELP, tendoem vista «uma solução para minorar asperdas dos emigrantes detentores dosprodutos EuroAforro 10 e EG Pre-mium».António Ramalho, Presidente do NovoBanco, presidiu à reunião, e nela parti-cipou também Mariana Melo Egídio emrepresentação do Gabinete do PrimeiroMinistro. A AMELP esteve representada

por Helena Batista, Luís Marques, RuiRocha e o advogado Nuno da SilvaVieira.«Na primeira parte da reunião o NovoBanco apresentou, em detalhe, os ativose o desenho societário dos produtos Eu-roAforro 10 e EG Premium, assim comoos próximos passos que o Novo Bancoirá dar para obtenção da liquidez dessesveículos. Hoje sabemos muito maisacerca da estrutura destes produtos eisso é fundamental para serem encon-tradas soluções válidas» diz uma notade informação da AMELP. «A segundaparte da reunião serviu para que o Novo

Banco e o Governo nos reafirmassem oempenho na busca de solução para osemigrantes detentores destes produtose para um aprofundamento das relaçõesda própria AMELP com o Novo Banco».Os dirigentes da associação afirmamque hoje a AMELP «é respeitada entreas instituições e essa respeitabilidadevale mais do que mil desabafos incon-sequentes».Ficou acertado entre as duas partes,uma reunião de trabalho mensal, a par-tir de janeiro de 2018 e «não obstanteo sigilo em relação a alguns temas, aAMELP está autorizada a apresentar aos

seus associados relatórios dessas reu-niões de trabalho».«Continuaremos a seguir o nosso rumoem busca de soluções para todos osemigrantes lesados, independente-mente dos produtos adquiridos. Nãonos esquecemos que o EuroAforro 10 eo EG Premium nunca tiveram qualquerproposta e isso deveu-se à enorme difi-culdade à volta desses produtos. Senti-mos que a AMELP nunca esteve tãoperto e o empenho manifestado peloNovo Banco e pelo Governo foram hojereafirmados com muita solidez» garantea associação nas redes sociais.

Em Magdelaine-sur-Tarn

Le 03 janvier 2018

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LusoJornal / Manuel André

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Cônsul de Portugal em Lyon reuniu com empresáriosda regiãoO Cônsul Geral de Portugal em Lyon,Luís de Brito Câmara organizou umencontro com empresários portugue-ses da região de Auvergne Rhône-Alpes no Consulado, tendo oferecidoum Porto de Honra nessa ocasião. Es-teve presente igualmente o Conse-lheiro das Comunidades ManuelCardia Lima.O Encontro serviu para os empresáriosnos mais diversos ramos de atividade- construção, distribuição de produtosportugueses, segurança, imobiliário,transportes, viagens - muitos deles ematividade há mais de 30 anos, pode-rem conhecer o novo Cônsul-Geralbem como tentar criar uma rede decontactos que possa ser útil aos em-presários portugueses da região.Na sua intervenção, Luís de Brito Câ-mara mencionou o «grande respeito»que tem pelos empresas e empresá-rios da Comunidade portuguesa emFrança. Louvou o facto de os empre-sários portugueses terem, «através doseu reconhecido trabalho árduo, con-seguido implementar-se em França».O Cônsul Geral de Portugal aproveitoua ocasião para reiterar «a importânciados empresários e empresas portu-guesas conseguirem agir e desenvol-ver as suas atividades com o maiorsucesso possível, designadamente seestiverem unidos e souberem quepodem contar uns com os outros». OCônsul-Geral sublinhou que «os em-presários constituem um elementocrucial da Comunidade portuguesa naregião, contribuindo para o desenvol-vimento económico da França, bemcomo de Portugal», e felicitou-os pelosseus «esforços e dedicação».

Governo Francês distinguePaulo AmorimO Governo francês agraciou o empre-sário Paulo Amorim com a Comendade Chevalier dans l’Ordre du MériteAgricole, condecoração que visa reco-nhecer o trabalho desenvolvido por di-ferentes personalidades no campo daagricultura.Em comunicado divulgado ontem,Paulo Amorim refere que esta distin-ção constituiu «uma enorme surpresae uma grande honra. A mesma sen-sação de 2006, quando tinha sidocondecorado pelo então Presidente daRepública de Portugal, Jorge Sam-paio».A trabalhar no sector dos vinhos desde1981, o atual Presidente da Associa-ção Nacional dos Comerciantes e Ex-portadores de Vinhos e BebidasEspirituosas (ANCEVE) é também fun-dador e dirigente da Viniportugal,tendo sido um dos responsáveis peloEstudo Porter.

06 EMPRESAS

II Encontro de Investidores da Diáspora

Mais de 575 representantes de empre-sas, câmaras de comércio e associa-ções de portugueses de 36 paísesencontraram-se em dezembro emViana do Castelo para fomentar parce-rias de investidores da diáspora e a par-tilha de experiências.O segundo Encontro de Investidores daDiáspora foi organizado pela Secretariade Estado das Comunidades Comuni-dades, através do Gabinete de Apoio aoInvestidor da Diáspora e contou com apresença de dezenas de governantes erepresentantes de entidades e agênciaspúblicas de diversos setores, de autar-quias locais - através da ComunidadeIntermunicipal do Alto Minho - e dasregiões, designadamente Açores, Ma-deira e Galiza.Os participantes chegaram de váriospaíses, nomeadamente de França,Brasil, Alemanha, Estados Unidos daAmérica e Moçambique. Entre as áreasde atividade mais relevantes, desta-cam-se o comércio, a indústria, a cons-trução, a tecnologia e o turismo.A delegação de França era bastantenumerosa, não apenas da região deParis, mas também de Bordeaux, deClermont-Ferrand e de Lyon. Estavamrepresentadas a Câmara de comércio e

indústria franco-portuguesa (CCIFP), oPortugal Business Club de Lyon, a as-sociação empresarial Les Portauverg-nats, etntre outros.O Presidente da CCIFP, Carlos VinhasPereira, foi o orador de um dos painéise Carlos Pereira, Diretor do LusoJornal,foi moderador de um dos debates.O Secretário de Estado das Comunida-des Portuguesas, José Luís Carneiro,disse ter feito tudo para «criar uma at-mosfera propícia ao investimento comorigem na diáspora, juntando agentesempresariais e entidades ligadas àsmais diversas áreas de atividade». Oobjetivo, explicou, é «fomentar o de-bate, a partilha de experiências e pro-mover o lançamento de eventuaisparcerias».«A diáspora portuguesa constitui umafonte de orgulho para Portugal e umaimportante força de afirmação donosso país a nível global. Pretendemosestimular os cidadãos portugueses re-sidentes no estrangeiro a investir noseu país de origem, inclusivamentecriando projetos que lhes permitam re-gressar à sua terra natal, se esse for oseu desejo», disse José Luís Carneiro.Com o lema «Conhecer para Investir»,o Encontro começou com intervenções

dos Ministros dos Negócios Estrangei-ros, Augusto Santos Silva, e da Econo-mia, Manuel Caldeira Cabral, doSecretário de Estado das Comunidadese do Presidente da Câmara de Viana doCastelo, José Maria Costa.Manuel Caldeira Cabral afirmou que«a economia portuguesa vive atual-mente um bom momento a crescer naordem dos 3%», com um «cresci-mento sustentado das exportações».O Ministro da Economia lembrou tam-bém que «os emigrantes dão umamuito boa imagem de Portugal no es-trangeiro». Por um lado «porque estãoa investir em Portugal» e por outrolado porque «são uma porta de en-trada dos produtos portugueses, umaalavanca importante para levar os pro-dutos portugueses às populações dospaíses onde residem».Já Augusto Santos Silva começou porlembrar que Portugal tem cerca de10,4 milhões de habitantes, mas 5,7milhões de Portugueses a residir no es-trangeiro. Destes, 2,3 milhões nasce-ram em Portugal e emigraram, osrestantes são cidadãos portuguesesque já nasceram no estrangeiro. «Paratodos os efeitos, somos 16 milhões dePortugueses e um em cada três portu-

gueses vive no estrangeiro» disse o Mi-nistro.Também José Luís Carneiro confirmouque em 2016, os emigrantes enviarampara Portugal mais de 3.340 milhõesde euros de remessas e, no total, en-viaram nos últimos 10 anos mais de50 mil milhões de euros. «Isso traduza confiança que depõem no país».Os Secretários de Estado da Interna-cionalização, dos Assuntos Fiscais, doTurismo, da Indústria, dos NegóciosEstrangeiros e da Cooperação, da Mo-dernização Administrativa, da Ciência,Tecnologia e Ensino Superior, do De-senvolvimento e Coesão, das Autar-quias Locais, foram alguns dosmembros do Governo presentes.O Secretário Regional Adjunto da Pre-sidência do Governo Regional dos Aço-res para as relações Externas RuiBettencourt, também foi outro dos ora-dores.José Luís Carneiro destacou que Vianado Castelo «tem um tecido económicoe empresarial dinâmico, aliado a umcontexto de cooperação inter-regionale transfronteiriço, para além de serterra de origem de um significativo nú-mero de portugueses residentes no ex-terior».Para o Presidente do município deViana do Castelo, o encontro foi umaoportunidade para «dar um sinal deque há boas condições para investir emPortugal» e «mostrar o que está a serfeito no território do Alto Minho», umterritório com «infraestruturas de exce-lência e parques empresariais qualifi-cados, integrado na euro-região Nortede Portugal-Galiza, com sete milhõesde habitantes».O próximo encontro, a realizar em de-zembro do próximo ano vai ter lugar naregião do Tâmega e Sousa, segundoanunciou o Secretário de Estado dasComunidades Portuguesas, mas em2018 haverá, pela primeira vez, umEncontro internalar nos Açores, emdata a definir ulteriormente.

Em Viana do Castelo

Delegação da CCIFP visiou fábrica daReal Marbres em Viana do Castelo

Uma delegação da Câmara de comér-cio e indústria franco-portuguesa(CCIFP) visitou este fim de semana asinstalações da empresa Real Marbres,em Viana do Castelo.A Real Marbres foi criada por Manuele Cristina Soares, radicados em Paris,e é especialista do mármore, sendouma empresa de referência, com obrafeita não apenas em Paris, mas tam-bém em algumas das mais conceitua-das capitais do mundo.Manuel Soares instalou uma empresaem Viana do Castelo onde faz a trans-formação dos elementos de mármoreque depois vão decorar as lojas daYves Saint Laurent, da Dior, da Cha-nel, da Gucci ou da Louis Vuitton pelomundo. A maior parte dos grandes ho-téis de Paris são clientes da Real Mar-bres, e uma das últimas realizaçõesda empresa e é decoração do HotelCrillon, em Paris.«Nós temos sempre uma vantagemem relação aos nossos concorrentes,

porque nós dominamos a cadeiaquase completa do mármore» explicaManuel Soares. «Quando nós vamosfazer um orçamento para um cliente,eles sabem que nós podemos cumpriros prazos porque a fábrica de trans-

formação e corte é nossa».A escolha de Portugal foi «evidente»para Manuel Soares, embora seja ori-ginário do centro do país. «Viana temcompetência nesta matéria e temos osportos marítimos a pouca distância

para receber mármore que vem domundo inteiro e para enviar materialtambém para o mundo inteiro».Manuel e Cristina Soares estão agoraempenhados em concluir uma novaunidade fabril que quer instalar emViala do Castelo, ainda em 2018,onde vai fabricar peças de mármorecom tecnologia inovadora. «Trata-sede placas de mármore bem maisfinas, e por conseguinte bem maisleves, reforçadas depois com uma es-trutura em forma de ninho de abelha,em alumínio, que as torna resisten-tes» explica Manuel Soares ao Luso-Jornal. «Desta forma vamos poderfazer fachadas bem mais leves e ga-nhar ainda mais mercado».O empresário diz ter tido todo o apoioda equipa municipal e em particulardo Presidente da Câmara Municipalde Viana do Castelo, José Maria Costa.Na delegação que visitou a fábrica es-tava o Presidente Carlos Vinhas Pe-reira e a Administradora executiva daCâmara de comércio, Marie Reis deBragelongne.

Por Carlos Pereira

Le 03 janvier 2018

Magazine Port.Com

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Nuno Beatoprocura financiamentoem Bordeauxpara longa-me-tragem de animaçãoO realizador e produtor Nuno Beatoprepara a primeira longa-metragemde animação, «O meu avô dizia quevia demónios», para a qual procurarácoprodução internacional em março,na iniciativa Cartoom Movie, emFrança.Nuno Beato contou à Lusa que «Omeu avô dizia que via demónios» temprodução da Sardinha em Lata, cercade 1,8 milhões de euros de orça-mento e argumento do escritor Pos-sidónio Cachapa, a partir de umahistória original do realizador.A animação será feita com técnicas2D e ‘stop-motion’ para contar a his-tória de uma mulher, Rosa, que re-gressa à aldeia onde viveu com o avô- com quem já não falava há muitotempo - e descobre que ele já tinhamorrido. «Ela tinha uma relação pró-xima com o avô, mas foi perdendo ocontacto por negligência. E quandopercebe que ele morreu repensa avida que tinha», explica Nuno Beato,esclarecendo que este é um filmepara vários públicos, a partir dos 12anos.O projeto já recebeu apoio do Institutodo Cinema e do Audiovisual (ICA), noconcurso de apoio ao desenvolvi-mento, candidatou-se a outro deapoio à produção de longas-metra-gens de animação e foi selecionadopara o Cartoon Movie 2018, emmarço em Bordeaux, onde se reú-nem potenciais financiadores, produ-tores e realizadores. Se obtiver pelomenos 80% do orçamento, NunoBeato conta arrancar com a rodagemem 2018.Nascido em 1977, Nuno Beato criounos anos 1990 a produtora Lampa-dacesa e na década seguinte integroua criação da Sardinha em Lata. Éautor da série de animação televisiva«Ema & Gui» e de várias curtas,como «Mi vida en tus manos» e «Hís-sis».

Projeto de Gabriel Abrantesno festival Les ArcsO filme «Diamantino», de GabrielAbrantes e Daniel Schmidt, foi sele-cionado para a sessão Work in Pro-gress, iniciativa paralela do festival decinema europeu Les Arcs, que tevelugar em dezembro.O filme de Gabriel Abrantes e DanielSchimdt é uma coprodução entreFrança (Les Films du Bélier), Portugal(Maria & Mayer) e Brasil (SyndromFilms), e foi selecionado para estasessão através de uma parceria entreo Les Arcs European Film Festival e oTorino Film Lab, onde o filme foi de-senvolvido.

CULTURA 11

lusojornal.com

«Menina» nas salas de cinema francesas

«Menina» o primeiro filme da realiza-dora lusodescendente Cristina Pi-nheiro, com Nuno Lopes, NaomiBiton e Beatriz Batarda, saiu antes doNatal nas salas de cinema francesas.O filme é praticamente uma autobio-grafia da realizadora e conta a histó-ria de um casal de emigrantesportugueses em França, no fim dosanos 70.«Chamo-me Luísa Palmeira, tenho10 anos. Na minha família são todosPortugueses. Mas eu sou Francesa,não sou como eles, não dou errosquando falo» diz o texto de apresen-tação do filme. «A minha mãe é maisbonita do que a Marilyn Monroe,salvo quando põe óculos. O meu paitem uma mota vermelha e deixa-meganhar ao jogo do ‘braço de ferro’. Nooutro dia, disse-me que vai desapa-recer. Mas eu não acredito».Luísa, a menina do filme, é a perso-nagem principal da história. É à voltadela que tudo se passa. A mãe traba-lha em casa de uma família francesa,o pai está doente e diz-lhe que vaimorrer. O irmão adolescente vai-seintegrando e vivendo as primeirasaventuras amorosas com as adoles-centes da mesma idade.Luísa vai à escola, mas também é en-viada pela mãe para acompanhar opai à taberna e para não o deixarbeber. Nem sempre consegue. JoãoPalmeira bebe e por vezes bebe de-mais. Bebe para diluir a doença que

lhe ataca os pulmões, para esquecero Portugal que deixou - um dia chegaa casa alcoolizado e procura o Passa-porte para regressar ao país onde nas-ceu - e até bebe para fazer face à«frieza» da mulher.Leonor Palmeira, a mulher, não sabeexprimir sentimentos. É incapaz dedar ternura ao marido, tal como é in-capaz de transmitir amor à filha.Esta parece ter sido a história da rea-lizadora, que também viu o pai mor-rer, que também tinha uma mãeincapaz de dizer «amo-te», mas tinhadois irmãos - uma das poucas adap-tações que fez da sua própria históriapara o filme.Tomaz Brazete, o ator que desempe-nha o papel do irmão, Pedro Pal-meira, também é lusodescendente evive na região parisiense.O papel de João Palmeira é desem-penhado pelo ator Nuno Lopes. Umator que mostra mais uma vez tergrande talento. Já é conhecido emFrança por ter participado nos filmes«Alice» de Marco Martins, «CadencesObstinées» de Fanny Ardent e «SaintGeorges», também de Marco Martins.Em «Menina», o pai de Luísa acabapor ter dificuldades em dialogar coma mulher e em estabelecer um diá-logo com o filho, mas cria uma rela-ção de cumplicidade com a filhaLuísa. Conta-lhe, num momento deternura infantil, o que é afinal «oSalto» que o fez fugir de Portugalpara vir para França, fugindo à dita-dura de Salazar. Aliás Luísa procura

no dicionário quem é esse tal… SaintLazare. E encontra a resposta: umamigo de Jesus,…Na primeira cena do filme, um grupode Portugueses de França está reu-nido para comemorar o 25 de Abril.E quando alguém sugere que secante a Grândola, Vila Morena, todaa gente acaba a cantar o hino de Por-tugal, certamente mais federador.Mas, curiosamente, a realizadoraquis que o filme acabasse com o fogode artifício do 14 de Julho,… a Festanacional francesa.Cristina Pinheiro nasceu em Tours,onde se radicaram os pais quandodecidiram emigrar. O pai veio clan-destino, no final dos anos 60 e a mãeveio ter com ele em 1970. Os dois fi-lhos do casal ficaram com os avôs esó vieram para França bem maistarde. Entretanto Cristina já nasceucá.No fim da adolescência, já depois damorte do pai, Cristina Pinheiro tentouentrevistar a mãe. «Tenho horas degravação, onde me conta a históriadela, alternando entre o português eo francês, é um testemunho incrível».Cristina Pinheiro começa por ser atrize em 2002 realiza a primeira curtametragem, «Morte Marina». Em2012 realiza outra curta metragem«Liga», com Helena Noguerra, a irmãda cantora Lio. «Menina» é a pri-meira longa metragem da realizadora.Naomi Biton, a «menina» do filme, éFrancesa. «Eu queria uma meninamenos bonita. Comecei por escolher

uma pequena franco-portuguesa, quenão aguentou o choque quando fiz osprimeiros testes com o Nuno Lopes ea Beatriz Batarda, que desempe-nham o papel dos pais». Naomi Bitonnão falava português, mas aprendeualgumas das réplicas do filme. Foiuma excelente escolha.No filme entra também, por algunsinstantes, o conhecido ator francêsde cinema e de teatro, Jean-ClaudeDreyfus.O filme acaba com a morte de JoãoPalmeira, numa cama de hospital,só, com a filha Luísa. Antes disso«despediu-se» da mulher, a quemsempre chamou de «gatuna». «Ga-tuna porque roubáste o meu coração.E eu nunca consegui roubar o teu».Beatriz Batarda, a mãe de Luísa, éuma atriz praticamente desconhecidaem França e desempenha no filmeuma personagem com o «coraçãoduro». O único momento em quedeixa transparecer emoção é quandorecebe a notícia que a mãe, afinal,não vem visitá-la. A cena, dentro deuma cabine telefónica, com a filha, éuma das cenas mais marcantes dofilme. Mas também é o único mo-mento em que chora. De resto,mesmo quando leva um estalo domarido bêbedo, não mostra rancornem dor. Engole em seco.Este primeiro filme de Cristina Pi-nheiro merece ser visto. Pela históriaque conta - que tem pedaços da his-tória de cada um de nós - mas tam-bém pela forma como a conta.

Por Carlos Pereira

Retrospetiva de Paulo Rocha na Cinemateca FrancesaUma retrospetiva do cinema do reali-zador português Paulo Rocha vai serapresentada a partir de janeiro, na Ci-nemateca Francesa, em Paris.A retrospetiva integral abrirá a 10 dejaneiro, com «Os verdes anos», pri-meira obra de Paulo Rocha, de 1963,considerada um dos filmes inauguraisdo Cinema Novo Português, que foirecentemente restaurada.Paulo Rocha, que morreu em dezem-bro de 2012 aos 77 anos, foi um ci-neasta «raro e secreto, autor de umaobra estilizada e contemplativa, cós-mica e panteísta, documental e dis-cretamente lírica», lê-se no programada Cinemateca Francesa.

A retrospetiva é organizada em parce-ria com a Cinemateca Portuguesa, àqual Paulo Rocha deixou, em testa-mento, toda a obra e património cine-matográfico.O ciclo incluirá ainda, por exemplo,«Mudar de vida» (1966), «A ilha dosamores» (1982), «O desejado»(1987), «A raiz do coração» (2000) e«Se fosse ladrão... roubava», o derra-deiro filme que o realizador deixoupronto quando morreu.A retrospetiva terminará a 01 de feve-reiro, numa sessão com várias curtas-metragens, entre as quais «A Pousadadas chagas» (1972), «ponto de infle-xão decisivo na obra do autor», refere

a Cinemateca Portuguesa.Nascido a 22 de dezembro de 1935,no Porto, Paulo Rocha estudou Di-reito, em Lisboa, e Cinema, emFrança, onde obteve um diploma derealização. Foi assistente do realizadorfrancês Jean Renoir e também de Ma-noel Oliveira. Foi ainda Diretor doCentro Português de Cinema, na dé-cada de 1970, e Adido cultural emTóquio, já depois do 25 de Abril de1974.Na sessão inaugural da retrospetiva naCinemateca Francesa, «Verdes Anos»será apresentado pelo Diretor da Ci-nemateca Portuguesa, José ManuelCosta.

Filme de Cristina Pinheiro

Le 03 janvier 2018

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12 CULTURA

«Graffiter» Smile expõe atualmente em Paris

O ‘graffiter’ português Ivo Santos, queassina Smile, tem a sua primeira ex-posição a solo em Paris, até 20 de ja-neiro, “Stray Thoughts”, compostatotalmente por trabalhos novos. Amostra está patente na galeria GCA eé composta por trabalhos feitos pro-positadamente para a ocasião e cria«um mundo imaginário com uma mis-tura do real».O tema são «os super-heróis, ligadoscom a arte de rua, crianças e ani-mais». «O que une os trabalhos é arua, a pintura, tudo o que tenha quever com intervenção no espaço pú-blico: os super-heróis atuam na rua,

as crianças sonham ser super-heróis,neste caso da pintura, os animaisfazem parte da rua, do dia-a-dia, emuitos deles, por vezes, tornam-se he-róis sem querer, ao salvarem ou mu-darem vidas», referiu Smile, emdeclarações à Lusa.Desde muito cedo que a mãe deSmile o motiva a mergulhar no mundodo desenho, para o qual mostra umtalento inato. Depois de passar pelohip-hop, Smile surge nos anos 2000,sobretudo quando ganhou a edição de2004 da Oeiras Graffiti Competition,e quando ficou em segundo lugar nasedições de 2005 e 2006.

Em 2009 ganha uma competição emBarcelona e inicia uma carreira inter-nacional,levando-o a assinar contratoscom a Nissan, Mc Donald, Billabonge Red Bull.A oportunidade de expor em Paris sur-giu com um convite dos responsáveisda galeria GCA, que contactaramSmile depois de terem visto na redesocial Instagram algumas imagensdos seus trabalhos.Apesar de o seu trabalho ser feito so-bretudo nas ruas, diretamente nas pa-redes, em «Stray Thoughts» usoucomo suporte as telas, embora hajauma pintura «feita na parede que faz

parte da exposição».A GCA Gallery foi criada em junho de2014 em Nice e em abril de 2017abriu um segundo espaço de exposi-ções junto à Bibliothèque FrançoisMitterrand.Smile irá regressar a Paris em maio,para fazer uma pintura na rua com cu-radoria da galeria GCA, «que será umgénero de continuação da exposição».

GCA Gallery2 place Farhat Hached75013 Pariswww.gcagallery.fr

Exposição a solo do artista português

Le Fado subtil de Marco Oliveira… à Paris

Marco Oliveira est un jeune hommeavenant, l’air d’un étudiant sage, à labarbe de trois jours bien entretenue.Il est accompagné par deux excellentsmusiciens aux looks de rockers, Mi-guel Amaral à la guitare portugaise(par ailleurs compositeur, et pianisteclassique apprécié, comme quoi lelook peut être sinon trompeur, dumoins incertain) et José Penedo, ex-cellent contrebassiste.Enfant encore, il accompagnait sesparents dans les maisons de fado etfut subjugué par cette musique etpeut-être plus encore par les poèmesqu’il entendait.Rencontrer Marco Oliveira convaincvite de deux choses: son insatiablecuriosité et une solide suite dans lesidées. Nous y reviendrons.Marco Oliveira le commence par unelongue et fine introduction en solo deviola (c’est un musicien accompli, quia étudié au Conservatoire) à son pre-mier fado, «Gaivotas na terra», lebeau poème de Mascarenhas Barretosur une musique d’António dos San-tos. Le décor est planté et Lisboa ap-parait.Marco Oliveira nous le confiera plustard: l’une des choses qui le fascinentdans le fado est son lien avec Lisboa,comment le fado décrit, écrit Lisboa,et comment Lisboa créé et inspire lefado. D’où son attrait pour l’œuvred’Alfredo Marceneiro et des poètesqu’il a chantés (Linhares Barbosa,Henrique Rego, Silva Tavares, CarlosConde…), dont il souligne la diversitésociale qui donne des visions de Lis-

boa différentes en quelque sorte syn-thétisées dans l’interprétation de «TioAlfredo».Autre référence magistrale, Carlos doCarmo et son «Um homem na ci-dade», avec les poèmes d’Ary dosSantos, puis le souci constant de Car-los do Carmo de valoriser de nouvellesgénérations de poètes.Car l’excellent musicien qu’est MarcoOliveira est aussi un fou de poésie, etpoète lui-même, il interprètera lors deson concert plusieurs de ses textes, debelle facture. «En 2013, j’avais par-ticipé à un concert tout près de Paris.Après le concert, j’ai fait une longuepromenade, jusqu’à l’aube, à la re-

cherche de la poésie de Paris». Lorsde cette promenade, il a conçu unevalse, «Dans Paris», qu’il nous livreraen solo de viola pendant le concert, etsans doute rencontré les fantômesdes poètes de Paris, puisqu’il nouschantera «Avec le temps» (Léo Ferré)et «Le pont Mirabeau» (GuillaumeApollinaire, sur une musique d’uncompositeur… portugais), dans uneséquence du concert un peu «horsfado» (mais où s’arrête le fado?), où ils’accompagne avec sa seule viola, etoù entre aussi une bossa nova élé-gante avec un brin d’ironie, «Cançãode fé», qui se termine à… Paris (pa-roles et musique de Marco Oliveira

car, figurez-vous, que ce musicien,poète, est aussi compositeur).Marco Oliveira (le musicien-poète-compositeur est bien sur chanteur)l’interprète dans un registre vocalproche de celui d’António Zambujo,que nous avons vu souvent à Paris.Pas de mélismes, peu d’estilar,presque à l’opposé de celui de songrand ami Ricardo Ribeiro (ils ontconduit ensemble un projet de la Fon-dation Gulbenkian sur le baroque etle fado). Une voix très juste, cares-sante ce qu’il faut, un compasso im-peccable.Quelques compositions originales deMarco et un bataillon de fados tradi-tionnels, soit dans leur texte le plusconnu («Vielas de Alfama», chantépar Max, «Amor é água que corre»,chanté par Alfredo Marceneiro,«Quero tanto aos olhos teus», écrit etchanté par Manuel de Almeida) soitavec des textes signés par Marco, parexemple sur les fados triplicado,menor, Pedro Rodrigues.Au total une vingtaine de titres, le pu-blic ne sent pas le temps passer, leconcert s’achève, les artistes saluent,le public dit qu’il en voudrait encore,les musiciens reviennent pour le rap-pel de coutume, saluent à nouveau.Le public redit qu’il en voudrait en-core. Mais c’est fini.Restent dans les têtes, en quittant lethéâtre, de bien jolies musiques et debien belles paroles. Merci donc àMarco, Miguel et José. Marco est entrain de préparer un nouvel album(sortie prévue début 2018) et penserevenir à Paris l’an prochain. D’ores etdéjà, bem-vindo, Marco!

Par Jean-Luc Gonneau

Le 03 janvier 2018

«Nous avonstué le ChienTeigneux», deLuís BernardoHonwana

Pour cettepremièrenote delecture del ’ a n n é e2 0 1 8 ,n o u sa v o n svoulu re-parler decette mer-vei l leuse

nouvelle de l’écrivain mozambicainLuís Bernardo Honwana, «Nousavons tué le Chien Teigneux» (éd.Chandeigne, 2006, illustrations deJean-Philippe Stassen) - titre original«Nós Matámos o Cão Tinhoso».C’est aussi, pour nous, l’occasion derendre hommage à Michel Laban,traducteur de ce texte et une despersonnes en France qui connais-sait le mieux les littératures afri-caines de langue portugaise.Décédé en 2008, alors qu’il venaitde prendre sa retraite, MichelLaban, a été professeur à la Sor-bonne et a traduit, entre autres,Luandino Vieira, Pepetela ou Ma-nuel Rui.L’histoire du Chien Teigneux,construite dans la pure tradition afri-caine, mêlant réalisme et poésie, sepasse durant les années 1950. Der-rière ce récit et l’image du chien tei-gneux, c’est tout le sort réservé aucolonisé que l’auteur veut évoquer.Presque toute l’action se déroule surla place d’une bourgade du sud duMozambique. Ginho, le narrateur-protagoniste, nous présente le ChienTeigneux: «Il avait des yeux bleusqui ne brillaient pas, mais ils étaientimmenses et toujours pleins delarmes qui coulaient sur son mu-seau. Ils faisaient peur, ces yeux, sigrands, qui regardaient commequelqu’un qui demanderait quelquechose sans vouloir le dire».Le Chien Teigneux est au centre del’action et il observe les humains: lamaîtresse de l’école, qui ne l’aimepas, la patronne de l’épicerie, le vé-térinaire ou encore l’Administrateur.Mais ses déambulations vont finirpar attirer l’attention des autorités,qui décident de le tuer.Qui va exécuter la sentence? Le vé-térinaire a une idée géniale: il confiecette tâche aux enfants de l’école.Alors, Ginho (Noir), voudrait bienfaire partie du groupe, même sicelui-ci est dominé par un fils de co-lons. Mais il est freiné par l’amitié quile lie au chien - une amitié partagéepar une camarade de classe, Isaura.Enfin accepté dans le groupe, Ginhoest chargé de mener le chien versson lieu d’exécution...

DominiqueStoenesco

Un livre par semaine

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lusojornal.com

Le Noël del’associationGraines deLuso au Cirque

Le Père Noël est passé pour les en-fants des ateliers ludiques d’initiationà la langue portugaise et à la culturelusophone de l’association Graines deLuso.Dimanche dernier, le sapin des en-fants a été installé dans le chapiteaude la Compagnie des Contraires, àChanteloup-les-Vignes. Il a été joli-ment décoré avec les peluches desenfants. Et c’est près de ce sapin desdoux compagnons des enfants qu’ontété déposés les présents, généreuse-ment offerts par la Fondation laGrande Récré pour l’Enfance.Les enfants, gâtés, ont également étéémerveillés par le spectacle produit etmis en scène par Neusa Thomasi, Di-rectrice Artistique de la Compagniedes Contraires. Les numéros artisti-ques, de magie, jonglage et acrobatie,se sont succédés sous les yeux sub-jugués des enfants mais aussi desparents et grands-parents.Si d’entrée de jeu, ce sont les enfantsdu cirque qui ont donné un ton fééri-que aux festivités, les enfants des ate-liers de l’association Graines de Luso,vêtus de rouge et de vert, et portantun joli nœud soyeux rouge ou vert,ont quant à eux donné la couleur:une fête de Noël aux couleurs du Por-tugal!En plus de la couleur, les enfants ontégalement donné de la voix puisqu’ilsont présenté au public présent (prèsde 90 personnes) des chants portu-gais qu’ils ont appris aux ateliers heb-domadaires à Taverny (95). Cetteémouvante prestation c’est achevéepar une «battle» de comptines portu-gaises entre deux groupes, les«nœuds rouges» d’une part, et d’au-tre part les «nœuds verts».Devant l’impossibilité de départagerces deux groupes d’enfants très tou-chants, ils ont laissé place au fasci-nant spectacle des artistesprofessionnels. La fête s’est clôturéepar un goûter partagé entre les adhé-rents de l’association, leurs familles etamis.

14 DESTAQUE

Ricardo Lúcio é o Chef de cozinha do Hotel de Sers

O português Ricardo Lúcio é, desdemaio, o Chef do restaurante do HotelDe Sers, em Paris, a dois passos dosChamps Elysées.Ricardo Lúcio é de Lisboa e os paissão de Beja, no Alentejo. «O meu paiera chefe de sala e foi ele que metransmitiu o bichinho pela cozinha.Quando acabei a minha escola prepa-ratória, propôs-me ir para a escola dehotelaria. Comecei a fazer estágios erapidamente trabalhei com chefesfranceses» explica ao LusoJornal.Ainda em Portugal trabalhou na For-taleza do Gincho, com o Chef AntoineWestermann, no Eleven, em Lisboa,com Cyril Devilliers, que depoisacompanhou para os Oitavos, na zonade Cascais.Veio para França, por acaso. «Inicial-mente eu queria ir para a Austrália,porque praticava surf e queria apa-nhar umas ondas. E como há muitoschefes de cozinha franceses queestão na Austrália, aconselharam-mea fazer o meu curriculum em francês.Publiquei num site especializado etive logo uma chamada de um restau-rante francês».Passou 7 meses por um restaurantecom uma estrela Michelin, em Metz,depois esteve uma temporada naCorse, também num restaurante comuma estrela Michelin, outra tempo-rada em Courchevel, depois passoupelo restaurante de Anne Sophie Pic,em Valence, veio para Paris onde tra-balhou no hotel Le Cinq Codet edesde maio que está no Hotel deSers, um Palace parisiense, com 5estrelas.«Quando assinei o meu contrato, vimeu e a minha cozinha, com as minhasreceitas, aquilo que eu gosto e sei

fazer. Podemo-nos adaptar aos gostosdos clientes mas a carta é minha esou eu que decido» explica ao Luso-Jornal. «Está previsto a partir de ja-neiro integrar, por exemplo, osbacalhaus confitados. É complicadoporque os Portugueses ainda não sãobem vistos em França nesta área dagastronomia. Temos vários clichés».Ricardo Lúcio conta mesmo que a fa-mília da namorada francesa nuncatinha visto um chefe cozinheiro por-tuguês. «Mas tento integrar os melho-res produtos portugueses, como osazeites e os pimentos. Mas como éóbvio, a minha cozinha é muito fran-cesa também».Contudo, está confiante que conse-gue conjugar a cozinha francesa coma cozinha portuguesa, mas devagarpara poder ir divulgando os produtos

portugueses. «E mais tarde poder pro-por bacalhau ou polvo. É difícil propôrpolvo aos Franceses».O restaurante tem uma clientela va-riada. Ao meio dia são sobretudo qua-dros dos escritórios daquela zona deParis, advogados, arquitetos, médi-cos, agentes imobiliários,… enquantoà noite são mais casais «que vêm commais tempo».Ao domingo propõe um brunch. Aindarecentemente fez pastéis de nata parao brunch. «O objetivo não é fazer umrestaurante português, mas vou inte-grando o meu toque para mostrar aqualidade da cozinha portuguesa».Para Ricardo Lúcio, a cozinha tradi-cional portuguesa e a tradicional fran-cesa «são parecidas, porque vamosencontrar pratos de longa cozeduraem França, como os mijotés ou o pot

au feu. Os Franceses comem menosquantidade, com menos gordura, commenos açúcar, sobretudo atualmentetem-se muito cuidado nisso. En-quanto a cozinha portuguesa é muitorica e forte, penso que é essa a prin-cipal diferença, embora sejam simila-res».Mas o Chef português sabe que «Por-tugal descobriu o mundo e temostudo na nossa cozinha, temos todasas especiarias, por isso em quasetodas as cozinhas do mundo há umtoque português. Aquele pequeno fiode azeite no final, dá o aroma e ocheiro bem português».Para o Reveillon de passagem de ano,Ricardo Lúcio propôs um arroz doce -com receita da mãe -, mas tambémtrufas negras com maçã caramelizadae chocolate branco. «Temos foie grascom chocolate, lagostins, pregadocom caviar e vitela com trufas».Há 5 anos em França, regressar a Por-tugal não está, para já, nos seus pla-nos. Mesmo se «tudo é possível».Acrescenta que «fui bem acolhidoaqui, gosto de estar cá e Paris é umacidade linda. Mesmo se no início nãofalava francês, fui aprendendo na co-zinha. Falava em inglês e depois fuiaprendendo com o tempo».Hoje está à frente de uma pequenaequipa e diz-se «realizado».Para a história fica que foi neste Hotelde Paris que Tony Carreira recebeudas mãos do apresentador de televi-são Michel Drucker, as insígnias daLégion d’Honneur, marcadas por umapolémica já que o Embaixador de Por-tugal em França na altura, recusouque a condecoração fosse entregue naEmbaixada de Portugal.Ricardo Lúcio ainda não estava noHotel de Sers, mas já lá estava Pris-cilia Peixoto, na receção do hotel.

Um dos Hotéis de 5 estrelas de Paris

Por Carlos Pereira

Empresário Jean Pina partilha sorrisos no NatalO empresário português radicado naregião de Paris, Jean Pina, homemdas causas sociais, mais uma vez quisproporcionar um Natal mais feliz àsgentes da sua terra, a Guarda, quepossuem parcas possibilidades finan-ceiras.Desde o início deste mês tem vindo adesdobrar-se no apoio a várias Insti-tuições, nomeadamente à Loja Social“Mão Amiga”, à “RLIS” - Redes Lo-cais de Intervenção Social, nomeada-mente, a que funciona no Centro deFormação, Assistência e Desenvolvi-mento da Guarda (CFAD) e ao Centrode Dia e Lar de idosos de Fernão Joa-nes.O empresário ofertou várias caixascom alimentos, onde não faltou o ba-calhau, o azeite, os enlatados, a frutaem calda, os chocolates, o bolo rei, oleite, os cereais e bolachas para osmais novos, o açúcar, a farinha, entreoutros bens alimentares. «Uma sim-ples ajuda que espero contribua parao verdadeiro espírito de Natal em fa-mília», refere Jean Pina.No âmbito do Protocolo firmado coma Casa do Benfica, foram recolhidostambém bens alimentares, brinque-dos e roupas que foram entregues à

Loja Social “Mão Amiga”.Aquando da sua última visita a Portu-gal, Jean Pina soube também queduas famílias da sua aldeia, os Meios,estavam com dificuldades em adquiriros bens alimentares próprios destaépoca, pelo que presenteou estas fa-mílias com 2 cabazes que continhamtodos os bens alimentares caracterís-ticos desta quadra natalícia.Para terminar este mês dedicado à fa-mília, à partilha e no dia em que co-

memorou o seu 50º aniversário, sentiuuma infinda e dupla alegria, «recebiuma mensagem de uma mãe da ci-dade da Guarda que queria muitoconcretizar um sonho do seu filho,Rubem». O Rubem é um adolescente,atualmente com 17 anos, que teveum desenvolvimento normal atéquase aos 2 anos, mas após essaidade foi-lhe detetada uma distrofiamuscular. Deixou de andar aos 8 anose como se trata de uma doença pro-

gressiva, foi perdendo as capacidades,atualmente só consegue mover asmãos e o grande sonho de Natal deleera possuir um computador. «Nãopensei duas vezes», refere, pedi paraque fosse adquirido um tablet com te-clado em silicone para que o corpofrágil deste adolescente pudessesuste-lo no seu colo. «O sorriso destemenino ao receber este presente foipara mim, também, uma prenda nomeu aniversário», refere ainda JeanPina.Soube ainda que esta família temmuitas dificuldades económicas,«então ofertei também bens alimen-tares», gestos generosos que se tradu-ziram num Natal mais feliz para estafamília tão especial.Foi um ano de múltiplas ajudas. «Fizmais de meio milhar de pessoas umpouco mais alegres, logo eu próprio ea minha família também estamosmais felizes. Tenho esperança que ou-tros empresários como eu possamigualmente colaborar com os quemais precisam».Jean Pina afirma que irá prosseguircom passos firmes na ajuda a quemmais precisa no ano que está prestesa iniciar.

Le 03 janvier 2018

LusoJornal / Carlos Pereira

Todos os dias, estamos ao seu lado

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NATAL 15

lusojornal.com

Boa notícia

A Estrela deBelém«E eis que a estrela que tinham vistono Oriente seguia à sua frente e parousobre o lugar onde estava o Menino.Ao ver a estrela, sentiram grande ale-gria. Entraram na casa, viram o Me-nino com Maria, sua Mãe, e,prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O».Ao longo dos anos muitos estudiososprocuraram dar uma explicação à luzexcecional que os magos viram noscéus de Belém. Alguns falam da pas-sagem de um cometa; outros da con-junção de Júpiter e Saturno; outrosainda que era a luz da explosão deuma nova ou supernova.Todas estas teorias têm os seus de-fensores e os seus argumentos, masé importante que nos recordemosque ao evangelista Mateus estas con-trovérsias interessam bem pouco. Oseu Evangelho não é um estudo deastronomia, tese de história ou disser-tação científica. O objetivo de Mateusé dar respostas a uma única per-gunta: quem é Jesus Cristo? O Evan-gelho de domingo diz-nos que...Ele é o Messias, o descendente do reiDavid nascido em Belém que os pro-fetas haviam anunciado.Ele é o Filho do Criador da terra, domar, do céu e das estrelas, e o Seunascimento produz sinais extraordi-nários no Cosmo.Ele é o Salvador, acolhido pelos povosestrangeiros e pagãos (simbolizadosnos magos) e rejeitado pelo seu pró-prio povo.No início deste novo ano a liturgia daPalavra convida-nos a descobrir aidentidade e a missão de Jesus Cristo.Mas não basta saber aquilo que Ma-teus diz. Não basta repetir o que ou-vimos de outros. É necessárioformular uma resposta pessoal, comas próprias palavras e baseada navida de fé.Pensa bem antes de responderes!Quem é Jesus para ti?

P. Carlos Caetanopadrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português:Paroisse de St. Antoine des Quinze-Vingts de Paris57 rue de Traversière75012 ParisDomingo às 9h15

Dona IsabelPura Vidente Portuguesa - 35 anos de experiência

DONS HEREDITÁRIOSTrata vários casos: Bruxaria, Inveja, Blocagem, ajuda na saúde, amor etc.

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Dona Isabel faz rezas na sua presença

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Le 03 janvier 2018

Missa de Natal na Pastoral Portuguesa de Lyon

A Comunidade católica portuguesado grande Lyon (69) participou natradicional Eucaristia do Natal deCristo, na Paróquia de St Bruno, nobairro da Croix Rousse, no passadodia 25 de dezembro. O padre Matteopresidiu à celebração, e no final tam-bém teve lugar o «Beijar do MeninoJesus».A Comunidade participou em comu-nhão com o grupo coral ao entoaremcânticos ao Menino Jesus, e onde secriou um ambiente de festa natalíciabem portuguesa. «Por vezes vou atéPortugal, mas este ano não calhou,mas não podia faltar a esta missa equando tem português, tem outrovalor sentimental. Vivermos as nossastradições populares e religiosas, éuma grande riqueza e equilíbrio paratodos. Um grande obrigado a quemas prepara e tudo organiza» disse aoLusoJornal Maria dos Santos.

«Foi mais um Natal cheio de grandessímbolos onde os católicos puderamfestejar o nascimento de Cristo. Euvim de Portugal passar esta festa coma família e sempre que o possa fazer,não deixarei de o fazer, pois é tam-bém um exemplo para os netos e ou-tros mais, e darmos este testemunho

de fé, penso que é muito importantenão só para nós, mas também paratodos» disse por seu lado Carlos Al-berto. «Não é só para o comes-e-bebes, temos também de pensar parao lado da partilha e da amizade, come nas famílias e assim criarmos gran-des lembranças para se recordarem

mais tarde».São muitos os Portugueses que resi-dem na região de Lyon, Rhône Alpese Auvergne - fala-se em cerca de 120mil. Muitos fazem o trajeto de carroou de avião até às suas terras de ori-gem, em Portugal, para passar em fa-mília esta quadra natalícia. Corrempor vezes grandes riscos ao afronta-rem a fadiga, pois o tempo é muitocurto para tudo fazer, a viagem de au-tomóvel, de ida e volta, e se viveremas festas.A Pastoral portuguesa de Lyon deixouos votos de um Bom Natal e um iní-cio de um bom Ano Novo 2018 paratodas as famílias.No final, a Comunidade pode visitarum Presépio «Napolitano» que osresponsáveis da Paróquia de St.Bruno tinham em exposição numadas capelas laterais da igreja. O Pre-sépio vai estar patente ao público até7 de janeiro, durante as horas deabertura da igreja.

No dia de Natal

Por Jorge Campos

Cívica et Ro & Cut ont distribué les cadeaux à Loges-en-Josas

Dans le cadre de ses actions de soli-darité et des festivités de Noël, l’As-sociation Cívica - associação des élusd’origine portugaise en France - s’estassociée avec Ro & Cut pour distri-buer des cadeaux aux enfants ma-lades du Centre Pédiatrique des Côtesen Loges-en-Josas (78), le 13 décem-bre dernier.La délégation des Yvelines de Cívica aalors passé l’après-midi avec les en-fants pour leur donner un petit souriregrâce à l’animation de Ro & Cut.Paulo Marques, Président de Cívica aexpliqué que chaque délégation orga-nise divers événements. «Suite à unappel aux dons que nous avons misen place il y a trois mois, nous avonsrécolté des nombreux jouets, livres,peluches et matériels pour travauxmanuels, tous étaient neufs et nousavons donc pu les distribuer dans leshôpitaux du département».

Avec l’aide des élus locaux et la bonnevolonté de tout le monde, notammentde Felicidade de Oliveira, Conseillèremunicipale d’Elancourt et de Sandrade Pina Moniz, Conseillère municipalede la Verrière, Cívica a pu mener àbien son action de solidarité avec la

complicité aussi du lusodescendantRodolphe Ferreira qui a revêtu les ha-bits de son personnage «António» etqui a su avec son humour rendrel’après-midi plus sympathique et plusdétendue.Ro & Cut ont profité du moment pour

lancer sa nouvelle vidéo «JoyeuxNouel les enfants» dans laquelle onvoit les deux personnages, António etson copain Loulid, offrir les cadeauxaux enfants.«C’était l’opportunité pour eux de réa-liser cette vidéo où l’on voit bien unede nos actions». Selon Paulo Marquespendant tout le mois de décembre,plusieurs actions sont menées dansles différents départements où Cívicaest implantée. «Avec le soutien desélus, on peut être actif dans leur ter-ritoire, avec l’intervention de plusieursartistes».Cívica a aussi participé samedi der-nier, avec la ville d’Aulnay-sous-Bois(93) et le réseau Citoyens Actifs, auForum de la Citoyenneté Européenne.La campagne «Citoyens Actifs: le ré-seau des citoyens européens en Ile-de-France» vise à promouvoir etfavoriser la participation de citoyenseuropéens à la vie démocratique lo-cale et européenne.

Par Clara Teixeira

LusoJornal / Jorge Campos

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