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Propriedades da Argamassa com Areia Artificial para Revestimento de Alvenaria Paulo Hidemitsu Ishikawa 1 Luiz Antonio Pereira de Oliveira 2 1 Faculdade de Tecnologia de São Paulo São Paulo, Brasil 2 Centre of Materials and Building Technologies Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal Properties of Renders Mortars with Artificial Sand

Propriedades da Argamassa com Areia Artificial para ... Luiz Oliveira.pdfcimento Portland CP-II-E-32 conforme NBR-11578 cal hidratada tipo CH-II conforme NBR 7175 areia natural de

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Propriedades da Argamassa com Areia

Artificial para Revestimento de Alvenaria

Paulo Hidemitsu Ishikawa1 Luiz Antonio Pereira de Oliveira2 1Faculdade de Tecnologia de São Paulo

São Paulo, Brasil 2Centre of Materials and Building Technologies

Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal

Properties of Renders Mortars with Artificial Sand

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Estado de São Paulo

Características geográficas

Área 7 947,3 km²

População 19 683 975 hab. (1º) CensoIBGE/2010[1]

Densidade 2 476,81 hab./km²

IDH 0,828 (7º) – elevadoPNUD/2000[2]

PIB R$ 572.250.782,950 milIBGE/2008[3]

PIB per capita R$ 29.172,56 IBGE/2008[3]

Introdução

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Fonte: A Mechi; D LSanches

Brasil é da ordem de 1,8 ton/hab/ano.

França: superfície de 547.030 km², 60 milhões de

habitantes, consome 6,5 ton/hab/ano.

Consumo de areia

Impacto ambiental: fauna, flora, erosão, qualidade da água, etc.

Introdução

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o uso da areia artificial é

uma alternativa económica

em substituição às areias

extraídas de rios ou de

jazidas, minimizando o

impacto ambiental

Material residual nas pedreiras de

granito, varia de 10% a 40%

Pó de pedra = areia artificial

Subproduto – com pouco valor comercial

Introdução

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Argamassa de revestimento

Objetivo

Estudar a viabilidade técnica da substituição da areia natural

pela areia resíduo de britagem (areia artificial) em argamassas

de revestimento.

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Programa Experimental

Argamassas (proporções em volume)

Cimento: cal hidratada: agregado fino

• argamassa de referência com areia natural no traço 1:2:8,

• argamassa com areia artificial no traço 1:2:8 e 1: 2:6, (tradicionais)

• traços com a redução da proporção de cal 1:1:6; 1:1:8 e 1:0,5:8.

• traços transformados em massa para maior precisão das quantidades

• consistência das argamassas, de 270 20 mm,

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Materiais

cimento Portland CP-II-E-32 conforme NBR-11578

cal hidratada tipo CH-II conforme NBR 7175

areia natural de Caçapava na região do Vale do Paraíba – SP

areia artificial de granito de pedreira do bairro de Perus (São Paulo)

fração passante na peneira de 2,36 mm, NBR NM ISO 3310-1

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Materiais

areia natural de Caçapava na região do Vale do Paraíba – SP

areia artificial de granito de pedreira do bairro de Perus (São Paulo)

Ensaios realizados Areia

natural

Areia artificial passante na

peneira ABNT de 2,36 mm

Módulo de finura 2,50 2,08

Dimensão máxima (mm) 4,75 2,36

Massa específica (g/cm3) 2,61 2,70

Massa unitária no estado solto (kg/dm3) 1,37 1,55

Absorção de água (%) 2,3 4,7

Teor de matéria orgânica

(ppm) 300 Isento

Teor de argila e materiais friáveis (%) 0,08 Isento

Teor de materiais finos que passa na peneira ABNT 75 m (%) 2,1 13,3

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Materiais

Curvas granulométricas

Areia natural – NBR NM 248 Areia artificial – NBR NM 248

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Métodos

Ensaios Método Idade Quantidade de corpos

de prova

Determinação da

consistência

NBR – 13276

Resistência à tração

na flexão

NBR–13279 3, 7 e 28 dias 3 / idade

Resistência à

compressão simples

NBR–13279 3, 7 e 28 dias 6 / idade

Resistência potencial

de aderência à tração

NBR 15258 28 dias

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Propriedades das argamassas no estado fresco

Argamassa

no

Traço

em

Materiais Flow

(mm)

Consumo

de cimento

(kg/m3) Cimento Cal Agregado

miúdo

Água/

aglomerante

Água/

cimento

1 volume 1 2 8 - -

274 145 massa 1 1,12 9,92 0,94 2,00

2 volume 1 2 6 - -

263 178 massa 1 1,12 7,44 0,87 1,84

3 volume 1 1 6 - -

285 196 massa 1 0,56 7,44 0,99 1,54

4 volume 1 1 8 - -

260 151 massa 1 0,56 9,92 1,46 2,28

5 volume 1 0,5 8 - -

259 156 massa 1 0,28 9,92 1,50 1,92

6 volume 1 2 8 - -

258 143 massa 1 1,12 9,09 1,13 2,39

Areia natural

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Resultados

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

1 2 3 4 5 6

Re

sis

tên

cia

à c

om

pre

ss

ão

(M

Pa

)

Argamassas

3 dias

7 dias

28 dias

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

0,45

1 2 3 4 5 6

Rt/

Rc

Argamassas

3 dias

7 dias

28 diasResistência à compressão

Relação Rt/Rc

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Resultados de aderência

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40

Argamassas

Re

sis

tên

cia

de

ad

erê

nc

ia (

MP

a)

1 (1:2:8) 0,94 2 (1:2:6) 0,87 3 (1:1:6) 0,99 4 (1:1:8) 1,46 5 (1:0,5:8) 1,50 6 (1:2:8) 1,13

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Conclusões

Os resultados obtidos nas argamassas com areia artificial enquadrando-

se dentro dos parâmetros da NBR 13281.

Para a mesma consistência desejada a argamassa com areia artificial

exigiu menos 20% de água que a mesma argamassa com areia natural;

A presença de cal hidratada nas argamassas confere as mesmas a

consistência desejada com o uso de uma relação água/aglomerante menor;

As argamassas com areia artificial, ao exigir relações água/aglomerante

mais baixas obtiveram resistências à compressão mais elevadas aos 7 e 28

dias;

Não se verificou diferenças significativas nos resultados de resistência à

tração das argamassas ensaiadas;

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Conclusões

A resistência potencial de aderência é fortemente influenciada pelo

aumento do volume de cal hidratada, não havendo nesta propriedade

nenhuma influência por parte do tipo de agregado.

Portanto, é possível utilizar a areia artificial com material fino passante

pela peneira ABNT de 75 m acima dos teores normalmente encontrados

nas areias naturais de rio ou de jazidas, desde que realizado um estudo de

dosagem.

Os resultados obtidos indicam que é viável a utilização da

areia artificial na produção de argamassas de revestimento.