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Projetos Estratégicos

Projetos Estratégicos - defesa.gov.br · da capacidade operativa das Forças Armadas e destacou a importância de a indústria nacional de de- ... O Programa se destaca pela alta

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Projetos Estratégicos

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

PROJETOS ESTRATÉGICOS | MINISTÉRIO DA DEFESA

H-XBR

PROJETO SGDC

PROJETOS ESTRATÉGICOS | MARINHA

PROSUB

PNM

SisGAAz

PROJETOS ESTRATÉGICOS | EXÉRCITO

SISFRON

GUARANI

DEFESA CIBERNÉTICA

PROJETOS ESTRATÉGICOS | FORÇA AÉREA

PROJETO KC-X

PROJETO F-X2

PROJETO A-DARTER

SUMÁRIO

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5Projetos Estratégicos

INTRODUÇÃO Atualmente, o Brasil conta com uma Base Industrial de Defesa (BID) em pleno processo de renovação,

o que vem permitindo ao país estar cada vez mais competitivo no mercado internacional. Os equipa-

mentos produzidos pela indústria nacional de defesa apresentam crescente capacidade tecnológica e

estão presentes nas mais diversas áreas, desde alimentos, como a ração operacional, até armamentos,

munições, blindados, paraquedas, radares e aeronaves de grande porte, por exemplo.

Esse fomento ao setor, que cria condições para que o país volte a ocupar uma posição de destaque no

mercado internacional, está diretamente ligado a um esforço do Governo Federal, por meio do Ministé-

rio da Defesa e das Forças Armadas, em associar a recomposição da capacidade operativa de Marinha,

Exército e Aeronáutica à criação de oportunidades para as indústrias brasileiras de defesa.

A Estratégia Nacional de Defesa (END), lançada em 2008, estabeleceu a necessidade de reestruturação

da capacidade operativa das Forças Armadas e destacou a importância de a indústria nacional de de-

fesa ser a grande provedora desses equipamentos. Com isso, o setor passou a contar com uma série

de incentivos, como uma legislação específica, a Lei nº 12.598, que estabelece um regime especial de

tributação (RETID) e dá prioridade ao desenvolvimento de tecnologias indispensáveis ao país.

A combinação desses incentivos com a inclusão das indústrias nacionais em todos os Projetos Estra-

tégicos das Forças Armadas propiciou um aquecimento do setor. Segundo estimativas do Ministério da

Defesa, somente em 2014 foram autorizadas exportações de produtos de defesa em valores superiores

a U$ 600 milhões. Os reflexos positivos também se estendem à geração de empregos. De acordo com

a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde), apenas no seg-

mento de armamentos o número de funcionários saltou de 4 mil em 2007 para mais de 7 mil em 2013.

6 7Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Projetos Estratégicos

MINISTÉRIO DA DEFESA

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8 9Projetos EstratégicosMinistério da Defesa8 Ministério da Defesa

DIVULGAÇÃO - MARINHA

H-XBR

A obtenção de equipamentos de forma conjunta, por meio da economia de escala, ou seja, possibilitan-

do que um único produto atenda às necessidades operacionais das três Forças Armadas, é uma medi-

da apontada como essencial para otimizar recursos. Aquisições que envolvam transferência e absorção

de tecnologia, fazendo com que o país dependa cada vez menos de conhecimentos estrangeiros, são

importantes para países que pretendam ter uma política de defesa robusta, mantendo-se competitivos

no mercado mundial.

Nesse contexto, nasceu o Projeto H-XBR, que prevê a aquisição de 50 helicópteros de transporte EC-725

para uso da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. Pioneiro na modalidade de aquisição conjunta, o pro-

jeto representa um marco da entrada do Brasil na produção de aeronaves de asas rotativas desse porte.

Graças a esse projeto, o país, que antes contava com expertise restrita à fabricação de aviões, atualmente conta

com empresas e profissionais capazes de desenvolver e fabricar partes e componentes de helicópteros.

Além da implementação, no Brasil, da linha de produção da aeronave e de toda a capacidade de apoio

e manutenção para esse tipo de helicóptero, fator que fomenta a produção de componentes pela in-

dústria nacional, também está prevista a criação de um centro de engenharia de helicópteros, o que

possibilitará a realização de projetos de modificação de aeronaves em território nacional.

O EC-725 realiza missões de transporte tático, de tropas, de cargas, reabastecimento em voo, busca e salvamento,

combate e esclarecimento e proteção de superfície marítima. Além disso, o helicóptero é considerado fundamental

para prestar apoio em calamidades públicas, como resgate e transporte em enchentes, por exemplo.

Em 2014, foi entregue a primeira aeronave que teve todas as suas etapas de produção no Brasil, o que

representou um marco para o Projeto H-XBR e para a indústria nacional.

DEFESA

9Projetos Estratégicos

10 11Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Do total de 50 aeronaves previstas no contrato, 16 serão destinadas à

Força Aérea Brasileira, 16 ao Exército Brasileiro, 16 à Marinha do Brasil

e duas ao Comando da Aeronáutica para atender à Presidência da Re-

pública. Até o momento, já foram entregues 15 aeronaves: quatro para a

Marinha, cinco para o Exército e seis para a FAB, e as duas para o aten-

dimento à Presidência da República.

PROJETO SGDC SATÉLITE GEOESTACIONÁRIODE DEFESA E COMUNICAÇÕES

A partir de 2016, o Brasil passará a contar com uma forma mais se-

gura e independente para gerir o trânsito de suas informações com

o lançamento do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações

Estratégicas (SGDC).

O objetivo do programa é prover meios seguros e soberanos para comunica-

ções estratégicas e de defesa, além de trazer ao país tecnologias espaciais

críticas, por meio de programas de transferência e de absorção de tecnologia.

O artefato será o primeiro a ser 100% controlado por instituições brasilei-

ras, dando ao Brasil pleno domínio das informações que orbitam o terri-

tório nacional. Isso porque o satélite terá uma banda de uso exclusivo mi-

10 Ministério da Defesa

litar, o que vai garantir segurança total nas transmissões de informações

estratégicas do país. Isso trará ainda maior conhecimento e autonomia

nas mais diversas operações de proteção, dando força a projetos como

o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz) e o Sistema

Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).

No que diz respeito às áreas de absorção e de transferência de tecno-

logia, o projeto já representa avanços. Além da capacitação de indús-

trias do setor aeroespacial, coordenada pela Agência Espacial Brasileira

(AEB), aproximadamente cem brasileiros do Ministério da Defesa e de-

mais órgãos que cuidarão do controle do artefato quando ele estiver em

órbita, têm participado de treinamento para absorção de tecnologia nas

instalações da empresa parceira do Brasil no projeto, a Thales Alenia

Space (TAS), na França.

Esse processo de capacitação servirá também para apoiar o Programa

Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), que prevê a construção de ou-

tros novos satélites com a participação da indústria nacional.

O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas tem

sua entrega prevista para julho de 2016, e seu lançamento deverá ser

feito neste mesmo ano, da base de Kouru, na Guiana Francesa.

Além da comunicação totalmente segura em sua banda militar, o SGDC

proverá também a cobertura de internet para 100% do território brasilei-

ro. Por ser um satélite de defesa e de comunicações, o artefato contará

com uma banda ‘Ka’, que possibilitará o acesso à internet para regiões

mais afastadas do Brasil, que ainda dependem da construção de rotas de

fibra ótica para terem acesso à rede.

O custo total do projeto é de aproximadamente R$ 1,7 bilhão de reais,

sendo o investimento da área de Defesa de R$ 489 milhões. O projeto está

inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o que comprova

o compromisso do governo federal com o pleno funcionamento do SGDC e

com a consequente independência no domínio de suas informações.

11Projetos Estratégicos

12 13Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Projetos Estratégicos

MARINHA

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14 15Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

PROSUB - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DE SUBMARINOS

Inserido na concepção da Construção do Núcleo do Poder Naval, que

busca modernizar a capacidade operacional da Marinha do Brasil (MB), o

Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) tem como obje-

tivo projetar e construir no Brasil quatro submarinos convencionais e, por

último, um submarino movido a propulsão nuclear.

Para viabilizar esse projeto, uma gigantesca estrutura, com diversos gal-

pões e oficinas, vêm sendo edificada no município de Itaguaí, no estado

do Rio de Janeiro (RJ), de forma a assegurar que o país tenha uma estru-

tura adequada para a construção e a manutenção de submarinos.

Em 2013, foi entregue a Unidade de Fabricação de Estruturas Me-

tálicas (UFEM), espaço de infraestrutura industrial de submarinos,

onde será feita a montagem de seções, como anteparas, conveses,

tanques, fixadores e peças de penetração no casco. Em 2014, foi

inaugurado o prédio principal do Estaleiro de Construção e a con-

clusão de todas as obras dessa unidade está prevista para o final

de 2015. Além disso, até 2018, deverão ser entregues os prédios

do Estaleiro de Manutenção e da Base Naval, dedicados ao apoio

logístico de submarinos.

A entrega de importantes unidades que compõem o projeto tornou possí-

vel o início da construção de três dos quatro submarinos convencionais,

que estão em fases distintas de um cronograma integrado.

Além de assegurar a soberania e a proteção das águas jurisdicionais bra-

sileiras, o PROSUB é um dos maiores projetos estratégicos no sentido de

absorção e de transferência de tecnologia, colocando o Brasil entre os

poucos países que dominam a tecnologia nuclear. Por ser um equipamen-

to de maior mobilidade, autonomia e capacidade de permanência debaixo

d’água, o submarino nuclear tem forte peso dissuasório, desencorajando

possíveis ameaças.

Construção do

primeiro submarino

convencional do

Prosub (S-BR1) na

UFEM, no Rio de

Janeiro FOTO: FELIPE BARRA

16 17Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Operários trabalhando

na construção das

seções do submarino

FOTO: FELIPE BARRA

FOTO: FELIPE BARRA

O Programa se destaca pela alta qualificação técnica de profissionais

brasileiros que passarão a ter conhecimento para projetar e construir, de

forma independente, um submarino. Para dominar tal tecnologia, entre os

anos de 2010 e 2012, engenheiros, especialistas e operários brasileiros

passaram por um treinamento na França e, atualmente, se dedicam, no

Brasil, à multiplicação desse conhecimento na execução do Programa.

O PROSUB também tem como marca o fortalecimento da indústria na-

cional. Apenas na construção das unidades já entregues, mais de 600

empresas nacionais estiveram envolvidas. Ao final do projeto, com a base

e o estaleiro, o país poderá efetuar trabalhos de manutenção de subma-

rinos e até exportar submarinos projetados e construídos no Brasil para

outros países.

A expectativa é de que ao longo de todo o projeto sejam gerados milha-

res de empregos diretos e indiretos, com qualificação de mão de obra

especializada.

PNM - PROGRAMA NUCLEAR DA MARINHA

O Brasil só pôde assumir o desafio de projetar e construir seu próprio

submarino nuclear porque o país já domina o chamado ciclo de produção

de combustível nuclear, ou seja, a técnica de enriquecimento de urânio,

com fins pacíficos.

Esse era um dos principais objetivos do Programa Nuclear da Marinha

(PNM) e, atualmente, uma Unidade Piloto de Hexafluoreto de Urânio

(USEXA) já produz o combustível em escala de demonstração. O próximo

passo será a produção em escala industrial do combustível nuclear (he-

xafluoreto de urânio), o que representa uma das etapas mais importantes

para um projeto nuclear.

Ainda em 2015, deverão ser concluídas as obras da unidade que entrará

em operação após obtenção das licenças necessárias junto à Comissão

Nacional de Energia Nuclear (CNEN), órgão que regula o setor no país.

18 19Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

O domínio dessa tecnologia permite ao Brasil dispor de uma alternativa

energética para atender ao consumo interno ou para comercialização no

mercado internacional.

Atualmente, o PNM trabalha também em outro desafio: projetar o protóti-

po do reator nuclear, um modelo do componente que irá compor a turbina

para que seja possível a propulsão do submarino nuclear, o Programa de

Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB).

Tanto a confecção desse protótipo quanto os diversos testes de eficácia

do equipamento serão realizados no Laboratório de Geração Núcleo-Elé-

trica (LABGENE), conjunto de 11 prédios que está em fase de construção

na cidade de Aramar (SP).

No local, turbinas e geradores levarão energia elétrica para sistemas de

propulsão, tornando possível que o país passe a desenvolver a capacida-

de tecnológica para projetar, construir, operar e manter um reator nucle-

ar do tipo PWR (Pressurized Water Reactor). Esse reator movido a água

pressurizada é o que fará a propulsão nuclear, capaz de mover o subma-

rino e de permitir que ele permaneça por longos períodos debaixo d’água.

Tanto as turbinas como os geradores foram feitos no Brasil, em parceria

com a indústria nacional. Além disso, empresas brasileiras vêm sendo

capacitadas pela empresa francesa Direction des Constructions Navales

et Services (DCNS), parceira do Brasil no âmbito do PROSUB, dentro do

programa de transferência de tecnologia e de nacionalização previstos

no projeto.

SisGAAz - SISTEMA DE GERENCIAMENTO DA AMAZÔNIA AZUL

A expressão “Amazônia Azul” é utilizada para denominar toda a área

marítima que pertence ao Brasil e que, portanto, tem a sua vigilância

sob a responsabilidade da Marinha. O tamanho das chamadas águas

jurisdicionais brasileiras é tão grande que equivale à extensão territo-

rial da Floresta Amazônica, área que ocupa quase a metade de todo

o território nacional.

Para monitorar essa enorme extensão, o país contará com o Sistema de

Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), criado para dotar a Força

Naval de meios de última geração que possam proteger as riquezas bra-

sileiras, como plataformas de petróleo e a camada do pré-sal, além de

evitar o tráfico de drogas, a pirataria, entre outros ilícitos.

O complexo sistema de monitoramento e controle será composto por di-

versos tipos de sensores que integrarão redes de informação e de apoio à

decisão, em vários níveis de atuação. A ideia é que o sistema – em suas

diversas linhas de atuação – forneça aos responsáveis pelo monitora-

mento todas as informações necessárias, uma espécie de radiografia em

terceira dimensão que possibilitará a plena consciência situacional das

águas jurisdicionais brasileiras, o que viabilizará uma rápida reação às

eventuais ameaças detectadas.

Assim como o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON),

criado pelo Exército para proteger a enorme área de fronteira terrestre,

o SisGAAz ampliará as operações interagências, na medida em que as

informações levantadas serão passadas de forma integrada para órgãos

como Polícia Federal, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recur-

sos Naturais Renováveis (IBAMA) e outros. Além da defesa, o sistema

terá uso dual (civil e militar), já que terá grande utilidade na prevenção da

poluição ambiental, meteorologia, controle da pesquisa científica no mar

e do patrimônio genético.

Após a fase de conceituação, que envolveu a concepção operacional do siste-

ma, o SisGAAz está atualmente em fase de contratação. A Diretoria de Gestão

de Programas Estratégicos da Marinha (DGePEM) analisa as propostas co-

merciais das empresas candidatas a executar o projeto. Até 2016, deverá

ser anunciado o nome da empresa vencedora e assinado o contrato de

desenvolvimento do SisGAAz. A previsão inicial de investimentos nesse

projeto é de R$ 13 bilhões.

20 21Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Projetos Estratégicos

EXÉRCITO

FOTO

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OB

RE

IRA

22 23Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

SISFRON - SISTEMA INTEGRADO DE MONITORAMENTO DE FRONTEIRAS

País de dimensões continentais, o Brasil tem quase 17 mil quilômetros de

fronteiras com dez países sul-americanos. Como toda região fronteiriça,

o tráfico de drogas, de armas e a exploração sexual infantil, infelizmente,

são comuns, e representam um grande desafio para as autoridades poli-

ciais de todos os países envolvidos.

Atento à gravidade do problema e ao aumento da violência que essas

atividades ilegais trazem ao país, o Exército Brasileiro criou o Sistema

Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON).

Maior projeto de vigilância de fronteiras terrestres em execução no planeta,

o SISFRON será permanente e ostensivo. Funcionará como uma verdadeira

operação militar, transformando a realidade de estados e municípios brasilei-

ros que sofrem com a violência resultante do mercado negro das fronteiras.

Para conseguir monitorar o território, o Sistema terá investimentos que

chegam aos R$ 12 bilhões. Tecnologias de ponta serão usadas e velhos

mecanismos de controle darão espaço a novos aparelhos que, com a

ajuda de satélites e radares, farão varreduras territoriais, enviando infor-

mações codificadas para agentes que, em tempo real, serão capazes de

abordar criminosos que agem à luz do dia ou sob o manto do luar.

Além de garantir maior segurança para seus cidadãos, o SISFRON pro-

moverá avanços para a indústria brasileira e gerará empregos no país. A

maior parte dos equipamentos e tecnologias usadas (75%) é nacional e

será fabricada no Brasil. Apenas para a primeira fase do Sistema, já foram

gerados cerca de 390 empregos diretos e mais de 1,5 mil indiretos.

Pilares do SISFRON:

1 Monitoramento: na faixa de fronteira, o Sistema contará com meios

de sensoriamento integrado por radares e Veículos Aéreos Não-Tri-

pulados (VANTs), que vão monitorar possíveis ameaças, ilícitos e cri-

mes transnacionais ou ambientais.

2 Apoio à Decisão: as informações captadas seguirão, através de uma

infovia, a centros de comando e controle em diversos níveis, desde

pequenas unidades até os comandos de área, onde profissionais

de distintas agências, civis e militares, federais e estaduais, farão a

análise e a integração dos dados.

3 Atuação: parte do sistema que vai realizar as ações de proteção

e defesa, utilizando os meios operacionais do Exército e de forma

integrada com Marinha e Aeronáutica, além dos órgãos federais, es-

taduais e municipais (operações interagências).

Atualmente, o projeto-piloto do SISFRON encontra-se em fase de implan-

tação numa faixa de fronteira de cerca de 600 quilômetros, no estado de

Mato Grosso do Sul (MS), no município de Dourados. Apenas para esta

unidade, 68 antenas foram implantadas e foram gerados quase oito mil

empregos diretos e indiretos. O SISFRON deverá ter como próxima etapa a

expansão do Sistema para as regiões Norte e Sul do país, a partir de 2016.

GUARANI - NOVA FAMÍLIA DE BLINDADOS DE RODAS

“Se a Pátria querida, for envolvida

Pelo inimigo, na paz ou na guerra,

Defende a terra

Contra o perigo”

Fibra de Herói

No Brasil, a defesa da terra contra o perigo não se faz apenas com

veículos que deslizem bem sobre o asfalto, mas também com equi-

pamentos que tenham capacidade de se movimentar em ambientes

como o da Floresta Amazônica, que cobre praticamente a metade do

território nacional.

24 25Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Pensando em conciliar mobilidade e segurança em missão nos mais di-

versos terrenos, o Projeto Família de Blindados Guarani foi criado. Ele

consiste no desenvolvimento de veículos de combate nas plataformas

4x4, 6x6 e 8x8, que não só serão poderosos para operações militares de

ataque, mas também representarão um salto qualitativo em missões de

defesa, patrulhamento e paz.

Planejado para suportar diferentes climas e terrenos, os blindados da

Família Guarani realizarão deslocamentos rápidos não só em regiões de

floresta, mas também na travessia de rios e córregos.

Com capacidade para 11 homens, os blindados contam com uma série

de inovações tecnológicas, como baixa assinatura térmica e de radar,

o que dificulta sua localização pelos inimigos. Visando uma maior se-

gurança para seus integrantes, a Família Guarani possui ainda proteção

blindada para munição perfurante incendiária, conta com navegação por

GPS e visão noturna.

Com toda sua tecnologia desenvolvida pelo Centro Tecnológico do Exér-

cito, o chamado Blindado Guarani, categoria 6x6, terá mais de dez tipos

de versões, como morteiro (para ser usado pelas armas de Infantaria e

Cavalaria), comunicações, oficina, ambulância, engenharia e defesa quí-

mica e nuclear, entre outras.

Esse fator demonstra a versatilidade do equipamento e sua ampla gama

de utilização na atuação da Força Terrestre. Nessa categoria, pelo menos

128 unidades foram entregues a organizações militares de todo o país.

Além disso, outras 60 já foram produzidas e ainda serão entregues.

A categoria mais pesada da família de blindados, a 8x8, está em fase de

desenvolvimento pelos engenheiros do Centro Tecnológico do Exército, e seu

mock-up (maquete em tamanho real) será apresentado ainda em 2015. A

viatura leve multitarefa, 4x4, se encontra em fase final de avaliação para aqui-

sição, em 2015, pelo Exército Brasileiro. Até o final do projeto o Exército pas-

sará a contar com quase três mil viaturas divididas entre as três categorias.

Cerca de 90% dos

componentes utili-

zados na fabricação

do Guarani são de

origem nacional FOTO: P.H FREITAS

26 27Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

DEFESA CIBERNÉTICA

Um item que se destaca como prioritário na Estratégia Nacional de Defesa

(END) diz respeito à segurança e confiabilidade das comunicações neste

início de século XXI.

Para garantir que informações estratégicas fluam de maneira rápida e

segura num mundo cada vez mais conectado e digitalmente vulnerável,

foi criado o projeto Defesa Cibernética, coordenado pelo Exército Bra-

sileiro, desde 2010.

O objetivo do projeto é dotar o Brasil de uma estrutura de alto nível que

envolva não só militares, mas também pessoas do meio acadêmico, de

instituições de pesquisa e desenvolvimento e do setor empresarial.

Um dos primeiros passos do projeto foi a criação, em 2010, do Centro

de Defesa Cibernética (CDCiber), com a responsabilidade de coordenar

e integrar as atividades de defesa cibernética no âmbito do Ministério

da Defesa.

Além do estabelecimento de uma política de Defesa Cibernética, o pro-

jeto já possibilitou o desenvolvimento nacional de importantes softwares,

como o primeiro antivírus nacional, chamado Defesa BR, e o Sistema de

Operações Cibernéticas (SIMOC).

Este último funciona como um simulador e permite que os responsáveis

pela Defesa Cibernética Nacional aperfeiçoem técnicas para detectar ata-

ques em redes de dados, identificar vulnerabilidades, criar mecanismos

de proteção e capacitar RH.

Na área de hardwares, também há o desenvolvimento do Rádio Defi-

nido por Software (RDS) e a aquisição de um Super Computador, que

está instalado no Instituto Militar de Engenharia (IME), que permite a

realização de pesquisas de alto nível e a simulação de sistemas em

interação e robótica.

Dentro do projeto, há ainda a implantação da Escola Nacional de Defesa

Cibernética e do Comando de Defesa Cibernética, que consolidará os es-

forços do país visando uma segurança cada vez maior das redes digitais

de interesse da Defesa Nacional.

Em 2014, uma portaria do Ministério da Defesa estabeleceu normas para

potencializar o setor de Defesa Cibernética no país e definiu responsa-

bilidades no sentido de elaborar os projetos e estruturas desses dois ór-

gãos. O documento estabelece que ficará a cargo da Secretaria-Geral

e do Estado Maior-Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) do Ministério

da Defesa elaborar as propostas de criação de infraestruturas de apoio,

estrutura organizacional e demais providências.

No caso da Escola Nacional, um grupo de trabalho já foi criado para estu-

dar parcerias que viabilizem o projeto.

28 29Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Projetos Estratégicos

FORÇA AÉREA

AG

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BA

RR

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30 31Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

PROJETO KC-X CARGUEIRO KC - 390

Ao longo das últimas décadas, a Força Aérea Brasileira (FAB) e a Empresa

Brasileira de Aeronáutica (Embraer) apostaram no investimento em en-

sino e pesquisa para ter, em território nacional, profissionais altamente

capacitados. Além disso, buscaram parcerias internacionais que possibi-

litaram a efetiva transferência de tecnologia, beneficiando a cadeia pro-

dutiva nacional. Todo esse esforço teve como coroamento o projeto e o

desenvolvimento do cargueiro KC-390.

Maior aeronave já produzida no Brasil, o KC-390 também repre-

senta um marco na excelência de gerenciamento de projetos da

FAB, porque consegue aliar a emissão de requisitos e de pacotes de

offset, de forma a impulsionar diversos setores da Base Industrial de

Defesa (BID). Ao todo, mais de 50 empresas brasileiras participam

do projeto, que conta ainda com a colaboração da Argentina, Portu-

gal e República Tcheca.

Com capacidade para operar nos mais diversos cenários, - da floresta

Amazônica às pistas de pouso da Antártica - o KC-390 realizará uma

série de missões de transporte logístico e de reabastecimento em voo.

Por sua capacidade de transportar até 23 toneladas, a aeronave pode

ainda acomodar equipamentos de grandes dimensões, como arma-

mentos, aeronaves semidesmontadas e até o blindado Guarani, equipa-

mento do Exército que será usado na proteção da gigantesca fronteira

terrestre brasileira.

Em 2014, foi assinado o contrato de aquisição de 28 aeronaves para a

FAB. Já no início de 2015, foi realizado o voo inaugural do KC-390, dando

início à fase de testes dos dois protótipos, prevista para durar até o fim

de 2016, quando começam as entregas das aeronaves. As 28 unidades

para a FAB serão entregues ao longo de 12 anos. Com valor total de R$

7,2 bilhões, o contrato prevê o fornecimento de um pacote de suporte

logístico, que inclui peças sobressalentes e manutenção.

Construção do

cargueiro nacional

KC-390 na fábrica da

Embraer, em Gavião

Peixoto (SP)

O cargueiro nacional já nasce com grandes possibilidades de expor-

tação para países que também precisarão, em breve, substituir suas

aeronaves desse mesmo porte. Com isso, o Brasil deverá passar a

fazer parte de um nicho de mercado até então dominado por grandes

empresas internacionais.

PROJETO F-X2CAÇAS GRIPEN NG

Mesmo ocupando um bom patamar no mercado internacional, o

Brasil procura adotar medidas para que se torne cada vez mais

competitivo, como acordos de cooperação que possibilitem amplo

crescimento tecnológico. Isso porque o país já tem compreensão

de que a Defesa é um dos principais setores com capacidade de

impulsionar o conhecimento tecnológico, aumentando a exportação

de produtos com maior valor agregado e trazendo benefícios à eco-

nomia brasileira.

AGÊNCIA FORÇA AÉREA / SGT BATISTA

32 33Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

Nesse contexto, nasceu o Projeto F-X2, que, a partir da necessidade de

reequipar a FAB com aviões de caça, representará mais um salto brasi-

leiro no sentido de incorporar avanços tecnológicos importantes em sua

Base Industrial de Defesa.

Assim como na década de 80, quando o Brasil firmou uma parceria his-

tórica com a Itália no Projeto AMX, trazendo ao domínio nacional o co-

nhecimento para produzir aviões na categoria jatos, agora um acordo de

cooperação com a Suécia levará o país a um novo patamar aeroespacial.

Assinado em 2014 pela FAB, o contrato com a empresa sueca SAAB

prevê a aquisição de 36 aviões de caça Gripen NG.

Graças a uma filosofia estratégica de apoiar a indústria nacional, o Brasil

conta atualmente com empresas capacitadas e que, por isso, puderam

ser incluídas no pacote de compensações negociado pela Comissão Co-

ordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC) com a SAAB,

fazendo com que o país também participe do desenvolvimento do Gripen.

O Gripen NG será o

único caça do Hemis-

fério Sul capaz de

voar a velocidades

supersônicas por

longas distâncias

DIVULGAÇÃO: SAAB

O Brasil será responsável pelo desenvolvimento da versão para dois pilo-

tos. A encomenda brasileira envolve 28 unidades monoplaces (para um

piloto) e oito biplaces (para dois tripulantes). O contrato envolve ainda o

treinamento de pilotos e mecânicos brasileiros na Suécia, apoio logístico

e a transferência de tecnologia para indústrias brasileiras. O investimento

total será de aproximadamente U$ 5,4 bilhões.

As aeronaves serão utilizadas pela FAB em atividades de defesa e policia-

mento do espaço aéreo, ataque e reconhecimento. A primeira aeronave

deverá ser entregue em 2019, e a última em 2024.

O processo de transferência de tecnologia e de produção dos caças Gri-

pen NG deverá resultar na criação de mais de dois mil postos de trabalho

diretos e aproximadamente 20 mil indiretos nos próximos dez anos.

PROJETO A-DARTERMÍSSIL AR-AR DE 5ª GERAÇÃO

O Brasil tem acordos de cooperação com vários países e blocos, que pos-

sibilitam a troca de conhecimento em diversos campos. Nesse sentido,

o projeto de desenvolvimento do míssil A-Darter, fruto de uma parceria

entre o Brasil e a África do Sul, desponta como um dos equipamentos

de maior integração entre as indústrias dos dois países, e com grande

potencial de mercado por ser um míssil de última geração.

O A-Darter é um míssil de curto alcance, projetado para atingir alvos

aéreos em até 12 quilômetros. Sua principal característica, já testada

com sucesso, é a capacidade de realizar manobras de alto desempenho,

porque ele conta com um sensor que detecta o alvo e calcula a melhor

rota para atingi-lo.

Graças à parceria com a África do Sul, que desde a década de 60 tem

experiência no ramo de mísseis, atualmente algumas das soluções tecno-

lógicas desenvolvidas para o A-Darter já fazem parte de outros produtos

criados pela indústria nacional. Os engenheiros brasileiros envolvidos no

34 35Projetos EstratégicosMinistério da Defesa

projeto atuaram, especialmente, na elaboração de programação dos sis-

temas do míssil.

Com 90% do processo de desenvolvimento concluído, no início de 2015,

o míssil foi testado com sucesso, a partir de um lançamento feito de um

avião de caça Gripen da Força Aérea da África do Sul, tendo atingido o

alvo após realizar uma manobra de 90 graus, em uma altitude de 600

metros mais elevada.

Com isso, o projeto entrou em uma das etapas finais de desenvolvimen-

to do míssil, que deverá ficar pronto no primeiro semestre de 2016. A

previsão é de que, no futuro, esses mísseis possam equipar os caças

Gripen NG, que serão adquiridos pela FAB. Ao todo, R$ 300 milhões foram

investidos até o momento, sendo a metade desse valor diretamente em

empresas nacionais.

MINISTRO DE ESTADO DA DEFESA Jaques Wagner

SECRETÁRIA-GERAL Eva Maria Cella Dal Chiavon

CHEFE DO ESTADO-MAIOR CONJUNTO DAS FORÇAS ARMADAS General José Carlos De Nardi

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PRODUÇÃO: ASCOM