PROJETO SOMA: uma visão do design através do reaproveitamento de materiais e geração de renda

7/30/2019 PROJETO SOMA: uma visão do design através do reaproveitamento de materiais e geração de renda.

http://slidepdf.com/reader/full/projeto-soma-uma-visao-do-design-atraves-do-reaproveitamento-de-materiais 1/167

PROJETO SOMA: UMA VISÃO DO DESIGN ATRAVÉS DOREAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS E GERAÇÃO DE

RENDA

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentado àFaculdade de Arquitetura e Urbanismo da UniversidadePresbiteriana Mackenzie, como requisito parcial à ob

tenção do grau de bacharel em Design com habilitaçãoem Projeto de Produto

Orientador: Dr. Ivo PonsSão Paulo

2011





Dedicatória minha mãe, peloǡ Ƥ- centivo, à minha família, aos meus amigos,à equipe de DesignPossível e ao grupoCardume de Mães.





agradecimentosQuero agradecer especialmente à minha mãe que sempre me apoiou

e incentivou durante toda a faculdade. Obrigada por todo seu amor,

atenção e carinho.

Agradeço ao meu tio Ivo, pois sem seu apoio eu não teria chegado

até aqui.

Um muito obrigada a todos os meus amigos do peito e principalmente

os queridos Cadu e Victor, pelo companherismo e apoio durante

todo o curso. Agradeço também à Popó, Nati, Samuca e Pedrones

simplismente por estarem presente durante toda essa caminhada.

Agradeço também aos possíveis, que sempre estiveram dispostos a

compartilhar conhecimento e experiências, e ao grupo Cardume de

Mães que me recebeu de braços abertos. Um agradecimento especialpara o professor Ivo que abriu as portas do Design Possível para

mim e aos professores Juliana Bertolini e Milton Francisco Junior por

participarem da minha banca.

Ƥǡ²

eu não seria quem eu sou hoje.





“È mais necessárioestudar os homensdo que os livros”La Rochefoucauld





resumo

O projeto aqui apresentado aborda o desenvolvimento de lancheiras

e marmiteiras junto a um grupo de costureiras chamado “Cardume de

Mães”, localizado no Taboão da Serra, que participou de todo processo

-ǡ - ± ƤǤ

Foram reutilizadas matériasprimas, tais como a lona vinílica(banner) e embalagem de longa vida, baseandose na minimização

dos impactos gerados pelo produto no meio ambiente, tendo

como base o Ecodesign, e na vivenvia do designer atuando junto

à um grupo produtivo, seguindo os conceitos de Design Social.

PALAVRASCHAVE: ecodesign, design social, reutilização.



10

índice1. INTRODUÇÃO.............................................................................. 12

2. CONCEITOS................................................................................. 192.1 Ecodesign.......................................................................... 21

ǤǤǤ Ƥ-ǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤ2.1.2 O ciclo de vida do produto..................................... 22

2.2. A reciclagem...................................................................... 312.2.1 O que é reciclagem?.................................................312.2.2. Dados da reciclagem............................................. 382.2.3. Produtos gerados através da reciclagem..............38

2.3. A prática de reutilizar.......................................................402.3.1 Reutilizar?............................................................... 40

2.3.2. Produtos geradados através da reutilização.........422.4. Design Social.................................................................... 47

ǤǤƤ-ǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤ2.4.2 Organizações não governamentais.......................522.4.3 Estudo de caso....................................................... 53

3. PROJETO..................................................................................... 633.1 Metodologia .................................................................... 65

3.2 Problema........................................................................... 71 Ǥ Ƥ-ǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤ



11

3.4 Componentes do problema....................................................... 713.5 Aquisição dos dados................................................................... 723.6 Seleção dos dados...................................................................... 743.7 Criatividade............................................................................... 100

4. DIÁRIO DE BORDO......................................................................1014.1 Encontros..............................................................................103

Ǥ×ƤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤǤ

ǤƤ-.............................................................................1334.4 Desenho e construção..........................................................1344.5 Design Possível e Tok&Stok ................................................134

5. A MARCA.....................................................................................137

6. EMBALAGEM...............................................................................143

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................147

8. BIBLIOGRAFIA............................................................................151

9. LISTA DE FIGURAS......................................................................159



1

1. introduçãoDurante a faculdade comecei a me questionar como o designer

poderia atuar contribuindo com o desenvolvimento social e ambiental.

Em meu trabalho de conclusão encontrei uma porta iniciar uma

pesquisa de quais as contribuições do design para uma

sociedade mais justa e mais sustentável.

A sociedade que hoje se apresenta é dinâmicae tem como uma de suas características a rápida

evolução tecnológica, acompanhada pelo

progresso dos meios de produção dentro

das indústrias. Com isso os produtos são

confeccionados em larga escala sem que haja

uma preocupação da maior parte da sociedade

com o destino dos mesmos no pósconsumo. O

designer, em grande parte dos casos, é conivente

a essa situação, pois, em algunas casos, projeta

produtos sem que haja uma real preocupação dos

impactos gerados pelo menos na sociedade e meio

ambiente.

Porém, desde a década de 70, a sociedade tem acordadopara as questões ambientais, e questionamentos sobre atuação do

Fig. 01 O mundo e a natureza



13

designer na sociedade começaram a vir a tona. Um dos primeiros

designers a encabeçar esse processo foi Victor Papanek1. Na citação

ǡƤÀ

ambiente e a sociedade.

A ecologia e o equilibrio ambiental são esteios básicos de toda avida humana na Terra; não pode haver vida nem cultura humana

sem ela. O Design procupase com o desenvolvimento

de produtos, utensilios, maquinas, artefatos e outros

ǡ ƪ²

profunda e direta sobre a ecologia. A resposta do design,

Ƥǡ

necessidades humanas, a cultura e a ecologia. (PAPANEK,

1995, P.32)

Ƥ ±

o designer tenha consciência de que os recursos

ƤƤ-

uso de matériaprima e um aumento da reutilização e da

1. Victor Papanek (19271999), foi designer e educador americano. Um grande defensor do designde produtos, ferramentas e infraestruturas comunitárias socialmente e ecologicamente responsáveis. (Em: <http:// http://embalagemsustentavel.com.br/2010/11/26/victorpapanekumexemploaserseguido/)



14

reciclagem são caminhos para a minimização dos impactos geradospelos produtos no meio ambiente.

Atualmente consciência do impacto humano sobre a natureza

está presente com mais evidência, evidenciado como, por exemplo,

no aquecimento global. Os padrões de vida ocidental ainda primam

pelo consumo efêmero, pelo conforto a qualquer preço, a demanda

de bens industrializados e a extração dos recursos naturais.

A sociedade ocidental mostra claramente um modelo

insustentável de modo de vida, que se fosse adotado por todo o

planeta, “seria necessária a

existência de dois planetas e

meio a mais para satisfazer todas

as necessidades em recursos

naturais.” (KAZAZIAN, 2005)

Este trabalho baseiase na

minimização dos impactos

gerados pela produção de novos

produtos e em abordagens do

design, como o Ecodesign e Design

Social, bem como suas aplicações

nos produtos desenvolvidos.Buscouse desenvolver umFig. 02 Biodiverssidade



1

produto que fosse social e ecologicamente responsável,

tendo como objetivo proporcionar uma “(...) contribuição ao

desenvolvimento de uma cultura projetual capaz de enfrentar

a transição para a sustentabilidade e promover o aparecimento de

uma nova geração de produtos e serviços intrinsecamente mais

sustentáveis” (VEZZOLI, 2005, p. 24).

ƪ

foi a possibilidade de poder fazer um estudo de campo sobre como o

design social é aplicado na prática. Esse projeto, apesar de ter escolhido

como grupo criativo o Cardume de Mães, poderia ser aplicado a outros

grupos.

A metodologia de pesquisa adotada para a busca de dados

preliminares, foi a leitura de artigos relacionados com design social,

sustentabilidade e ecodesign, bem como algumas pesquisas sobrereciclagem, reutilização e materiais alternativos. A partir daí, podese

ter uma visão geral do cenário no qual o projeto quer se desenvolver.

Inicialmente a idéia era trabalhar com produtos feitos a partir de

papel ou papelão como por exemplo, móveis. Mas após o surgimento

da possibilidade de trabalhar com um grupo criativo ,oferecida pelo

professor Ivo Pons, a proposta tomou outro rumo. Realizouse a

primeira visita ao grupo Cardume de Mães, para conhecêlas e propor

sua participação no trabalho.



1

Desse ponto em diante, estabeleceuse a utilização de embalagenslongavida e a lona vinílica na produção de lancheiras, produto que

segundo as pesquisas realizadas, não foi encontrado produzido com

essas matériasprima. Deuse início, então, a novas investigações

partindo dessas diretrizes. Ficou combinado com o grupo produtivo

que seriam feitos encontros para o desenvolvimento do projeto uma

vez que esse teria total participação do grupo. Nesses encontros

aconteceram estudos da forma e interação dos materiais.

Paralelamente ao desenvolvimento dos produtos, foram feitas

a criação da identidade visual bem como a embalagem, em diciplinas

ligadas ao trabalho de conclusão do curso de Desenho Industrial.



17

Fig. 03 Elemento do logo do Projeto Soma



Fig. 04 Skate tranformado em cadeira Exemplo de reaproveitamento



2. conceitos



20

Fig. 05 Desenvolvimento de novas idéias mais sustentáveis



21

2.1 ecodesign2.1.1 Definição

Segundo Manzini, as diretrizes do ecodesign consistem em “uma

aptidão projetual que concebe os aspectos do projeto, considerando

também o impacto ambiental” (MANZINI; VEZZOLI, 2008 p.18), ouseja, o designer se preocupa não apenas com a estética do produto

mas está atento aos impactos gerados por ele.

Seguindo a idéia de que “o controle do impacto provocado

no ambiente pelas atividades humanas depende de três variáveis

fundamentais: a população, a procura pelo bemestar humano e a eco

Ƥ² ǳ ȋǡ ǡ Ǥ

Ȍǡ

devemos cada vez mais olhar para os produtos que consumimos ebuscar ver nossos desejos de consumo em produtos amigos do meio

ambiente.

O ecodesign sugere então a criação de novos produtos com um

impacto ambiental menor do que os atualmente presentes no mercado,

e está inserido no contexto de design sustentável1, que engloba

também o bem estar social, economico e ecológico.

1. Segundo o IDDS (Instituto de Design para o Desenvolvimento Sustentável), Design Sustentávelé um conjunto de ferramentas, conceitos e estratégias que visam desenvolver soluções para a geração de uma sociedade voltada para a sustentabilidade.



2

O primeiro e fundamental passo para alcançar a transição paraum bem estar sustentável, e possível de ser realizado, através de idéias

de negócios sustentáveis é “deslocar o foco de atenção dos produtos

para os resultados” (MANZINI; JÉGOU, 2003). O designer deve

então olhar não apenas para a forma do produto, mas também para

resultados, que devem estar em harmonia com o bem estar social e

ambiental.

Devemos, portanto, capacitar o sistema produtivo para

corresponder à expectativa social de bemestar utilizando uma

quantidade de recursos ambientais consideravelmente inferiores aos

níveis atualmente praticados. (MANZINI; VEZZOLI, 2002).

O ecodesign é um caminho para que essa redução se de

forma consciente e gradativa, ou seja, é o primeiro passo para se

alcançar a sustentabilidade dentro de um projeto, pois para atingir a

sustentabilidade em sua totalidade os aspectos sociais e economicos

também devem ser considerados.

2.1.2 O ciclo de vida do produto

Todo produto tem um ciclo de vida que o acompanha. É

importante que o designer analise todas as fases presentes no projeto,

e encontre a melhor forma de diminuir o impacto gerado em cada umadelas.



2

Ƥǣ

“(..) estágios consecutivos e interligados de um sistema de

produto, desde a aquisição das matériasprimas ou geração

±-ƤǤǳȋ

ǡȌǤ

Analisar esses estágios deve ser um dos pontos iniciais do

ǡƤǡ

mas contribua para a diminuição do acúmulo de resíduos e impactosambientais.

Segundo Manzini (2002, p.91), no “ciclo de vida do produto,

considerase o produto desde a extração dos recursos necessários para

a produção dos materiais que o compõem (nascimento) até o último

tratamento (morte) desses materiais após o uso do produto”. Esse

conceito também está ligado aos inputs e outputs entre o ambiente e

o todas as etapas do ciclo de vida descritas abaixo:

Ȉ±-

Fase inicial do ciclo de vida do produto, onde seus momentos

fundamentais são: a aquisição dos recursos, o transporte dos

recursos do lugar da aquisição ao da produção e a transformação

dos recursos em materiais e em energia. Os materiais e energias

podem ser gerados a partir de recursos primários ou virgens,

podendo estes ser nãorenováveis como o petróleo ou renováveis

como o eucalipto ou de recursos secundários ou reciclados,



4

provenientes do préconsumo como refugos ou pósconsumocomo embalagens depois de descartadas pelo consumidor.

(MANZINI; VEZZOLI, 2002).

Ȉ-

Na produção, são consideradas três fases fundamentais: a

transformação dos materiais, a montagem e o acabamento.

Também compõe essa fase a pesquisa, o desenvolvimento,o projeto, os controles produtivos e, ainda, a gestão dessa

atividade. (MANZINI; VEZZOLI, 2002).

Ȉ-

A distribuição envolve a embalagem, o transporte e o

armazenamento dos produtos. Deve ser considerada, nessa

fase, os consumos de energias gerados para o transporte em

sua própria produção, além das estruturas de estocagem ou

armazenamento. (MANZINI; VEZZOLI, 2002).

Ȉ

As atividades presentes na fase do uso são o próprio uso ou

consumo do produto, considerando “uso” quando se tratar, por

exemplo, de um tênis e “consumo” um alimento, por exemplo.

O serviço são os reparos, consertos e reposições ou trocas de peças queo produto possa sofrer durante o seu uso. (MANZINI; VEZZOLI, 2002).

Fig. 06 O ciclo de vida de uma folha



2



ȈQuando o produto é descartado ele pode ter alguns destinos

diferentes. O primeiro deles é a reutilização, onde o produto ou

apenas algumas de suas partes são reutilizadas ou para o mesmo

ƤǡǡƤǡ

como garrafas pet que viram bolsas, por exemplo. Os produtos

ainda podem passar por alguns processos que permitam sua

reutilização como se fossem novos.

Outro destino é a reciclagem, que pode ocorrer em anel fechado,

onde os materiais reciclados são utilizados nos mesmos produtos

que tiveram origem, ou em anel aberto, onde os materiais

passam a fazer parte da produção de um produto diferente do

seu primeiro uso. O produto ainda pode passar pelo processo de

compostagem ou incineração.

Caso o produto ou alguns de seus componentes não passar por

nenhum dos processos acima, ele será despejado em lixões,

legais e ilegais, ou até mesmo no meio ambiente (MANZINI;

VEZZOLI, 2002).

A seguir, é apresentada uma imagem que ilustra o conceito

acima.



27

Além das fases descritas acima, há uma fase que as antecede,

que a fase de projeto. Conhecendo as etapas descritas, antes de iniciar

um projeto, o designer tem o dever de analisalas e adotar alternativas

para que em cada uma delas, o impacto gerado ao meio ambiente, sejamenor do que os encontrados atualmente na sociedade.

Fig. 07 O ciclo de vida do sistema produto



Estratégias de redução Exemplos

Redução do uso dos

recursos naturais

ȈƤ-

Ȉ-Ù

Ȉ

Ȉ

Ȉ

Ȉ

Ȉ

abundância na natureza

Redução do uso deenergia

Ȉ-

Ȉ-

produto

Ȉ

Ȉ

Redução de resíduos

Ȉ

Ȉ

abundantes

Ȉ

sões tóxicas

ESTRATÉGIAS DE REDUÇÃO DE IMPACTOS DOS PRODUTOS



29

Estratégias deextensão de vida

Exemplos

Aumentar adurabilidade

Ȉ-

Ȉ--

Ȉ-

(Ex.: descartável xDurável)

Projetar parareutilização

Ȉ

Ȉ-Ù×

Ȉ-

Projetar para areciclagem

Ȉ

ȈƤ

Ȉ±

reciclados

Ƥ

útil dos materiais ou

produtos

Ȉ

produtos de

vida útil ou breve

Ȉ

erados para a geração de energia sem

que produzam emissões

tóxicas

ESTRATÉGIAS DE EXTENSÃO DA VIDA DOS PRODUTOS



30

Sendo assim, a cada projeto, deve ser feito um plano para que

a vida do produto seja estendida e ao mesmo tempo os impactos

ao meio ambiente reduzidos, utilizando estratégias de redução na

concepção do produto. O quadro a seguir apresenta alguns exemplos

dessas estratégias. (RAMOS, 2001)

O processo de transição deve ser gradativo para modelos

mais sustentáveis, gerando cada vez mais alternativas de consumo

consciente. Devese observar que além da colaboração do designer

para o tema ambiental, devese também educar a população para

consumo sustentável.

Os limites ambientais são testemunhos de que já não é mais

possível conceber qualquer atividade de design sem confrontálas

com o conjunto das relações que, durante o seu ciclo de vida, vai ter

no meio ambiente. (MANZINI, 2002).

Após conceituar o ciclo de vida do produto, optouse porpesquisar a minimização dos impactos na fase de descarte. Dessa

forma foi importante um pleno entendimento de alternativas que

tornem essa prática viável.



31

2.2 a reciclagem2.2.1 o que é?

Uma dessas alternativas é a reciclagem, que consiste no

reprocessamento de materiais para serem transformados em matérias

primas secundárias, que, a partir daí, serão utilizadas na produção

do mesmo produto. Segundo Munari, reciclagem é “quando osmateriais são utilizados para fabricar novos produtos industriais, o

reprocessamento leva o nome de reciclagem” (MUNARI, 2002, P.211).

Primeiramente, devemos saber quais materiais podem ou não

ser reciclados. Para isso foi elaborada a tabela abaixo que mostra

alguns exemplos de produtos dentro dos materiais recicláveis:

Fig. 08 Os lixos da reciclagem



Pode Não pode

Aumentar adurabilidade

Ȉ-

Ȉ--

Ȉ-

(Ex.: descartável xDurável)

Projetar parareutilização

ȈȈ-Ù×

Ȉ-

Projetar para areciclagem

Ȉ

ȈƤ

Ȉ±

reciclados

Ƥ

útil dos materiais ou

produtos

Ȉ

produtos de

vida útil ou breve

Ȉ

erados para a geração de energia sem

que produzam emissões

tóxicas



3

Sabendo quais materiais podem ser reciclados, podemos Ƥ

“materiais reciclados sempre nos levam a um real ganho ambiental”

(MANZINI, 2002, p. 212), apresentando algumas comparações sobre

os impactos ambientais causados por produtos virgens e produtos

reciclados.

Fig. 09 Comparação entre a produção de materiais virgens e reciclados



4

Devese observar que mesmo que o processo da reciclagemdiminua os impactos ambientais nas fases de préprodução e descarte,

o próprio processo de reciclagem gera seu impacto ambiental, ainda

que muito menor que os exemplos citados. Portanto, existem outras

alternativas que em alguns casos, se apresentam mais adequadas que

a reciclagem, como, por exemplo, a decomposição, reutilização ou

reaproveitamento.

Para MANZINI E VEZZOLI (2002, p. 221) a reciclagem pode se

dividir em cinco fases:

ȈǢ

ȈƤ--Ǣ

ȈȀǢ

ȈȀǢ

Ȉ±Ǧ-±ǦǤ

E durante a elaboração do projeto, o designer pode seguir

algumas guias para que o processo de reciclagem tornese mais fácil:

Ȉ ǡ ǡ

materiais reciclados de forma que tenham diversos ciclos de vida

até que sejam inutilizados para, então, passar pela recuperaçãodo seu conteúdo através da incineração;



3

ȈƤǡ

ƤÀ

de ser reciclados;

ȈFacilitar o recolhimento e/o transporte após o uso projetando

os percursos da reciclagem do produto apoiandose em um

sistema existente ou criando um sistema novo;

ȈƤsejam reciclados corretamente;

Ȉ±ÀǢ

Ȉ ǡ

práticos de ser limpos;

ȈǢ

Ȉ

Adotar essas guias agrega valores ao projeto, pois o designer,

além de estar preocupado em agradar o consumidor, também leva em

conta o pósuso do produto, nesse caso a reciclagem, ou seja, há uma

preocupação de qual será o destino do produto após ser descartado

pelo consumidor.



2.2.2 dados da reciclagem

Foram coletados durante a pesquisa, uma série de dados,

ǡ-Ƥ

CEMPRE, Compromisso Empresarial com Reciclagem. Essa associação

é “dedicada à promoção da reciclagem dentro do conceito de

gerenciamento integrado do lixo”.

Foi também pesquisado, junto ao IBGE (2004), dados que

apontam que o Brasil é recordista mundial em reciclagem de latas de

alumínio (89% em 2003, contra 50% em 1993). A reciclagem de papel

subiu de 38,8% em 1993 para 43,9% em 2002. Apesar dessas conquistas

para o meio ambiente, somente 2% do lixo produzido no país é coletado

seletivamente e 6% das residências são atendidas por serviços de coleta

seletiva, que existem em apenas 8,2% dos municípios brasileiros. .

Esses dados indicam que apenas uma pequena parcela, apesarde crescente, do lixo produzido hoje em dia pela sociedade, tem como

destino a reciclagem; sua maioria acaba indo para aterros sanitários,

legais e ilegais.

Conhecer os dados da reciclagem é importante para que se

tenha conhecimento do cenário apresentado por essa alternativa de

redução de impactos ambientais.



Fig. 10 Aterro sanitário



2.2.3 produtos gerados pormeio da reciclagem

Dentro dos produtos gerados por meio da reciclagem, podemos

observar os exemplos abaixo. Vale ressaltar que para cada caso, deve

se considerar o impacto ambiental gerado por sua reciclagem.

Aqui terão as fotos dos respectivos produtos:

Latinha dealumínio

Em 2010, segundo a

ABAL (Associação Bra

sileira do Alumínio), o

Brasil bateu novamen

te o recorde mundial

de reciclagem de la

tas de alumínio para

bebidas, com o índice

de 97,6%. Foram 239,1

mil toneladas de suca

ta de latas recicladas,

o que corresponde aFig. 11 Ciclo de recilagem da latinha de alumínio



39

17,7 bilhões de unidades, ou 48,5 milhões por dia ou2 milhões por hora. O processo de reciclagem utiliza

apenas 5% da energia elétrica e libera somente 5% das

emissões de gás de efeito estufa quando comparado

com a produção de alumínio primário, segundo da

dos do International Aluminium Institute.

PapelSegundo o IDEC (Instituto

Brasileiro de Defesa do

Consumidor )apenas 37%

do papel produzido vai

para a reciclagem no Brasil.

A reciclagem do papel

consiste em recuperar asƤ ±

de técnicas, artesanais ou

industriais, e incorporálas

em na fabricação de um novo papel. Em:<http://www.rudzerhost.

ȀȀǤγǤƤ

produza resíduos, mas comparado com papéis fabricados a partir

da matéria prima virgem, os praticados pela reciclagem são bem

menores, principalmente por não utilizar a matéria prima primaria que

é a celulose retirada de árvores.

Fig. 12 Papel reciclado



40

2.3 a prática

2.3.1. reutilizar?

Ƥ uso a produtos já usados anteriormente,

prática que também está ligada à redução

de impactos ambientais. Por reutilização

entendemos “um segundo uso de produtos,

ou de suas partes, previamente descartados/

eliminados”. (MANZINI, 2008, p. 201).

Essa prática ajuda a diminuir aquantidade de matéria prima extraída da

natureza pois a reutilização consiste em

dar uma nova função a algum produto ou

material sem que haja grandes alterações

ou processos complexos, ou seja optar

por reutilizar ao invés de extrair mais

matéria prima do meio ambiente. Deve ser

feita a limpeza, desmontagem, separação

de materiais, pintura e adição de alguns

de reutilizar

Fig. 13 Vasinhos feitos de rolha



41

componentes. Esses processos, que porsua vez apesar de serem bem menos

agressivos que a fabricação de produtos

com matéria prima primária, também

geram impactos ao meio ambiente.

Esses impactos também devem ser

considerados.

Para facilitar a reutilização, para

MANZINI E VEZZOLI (2002) podemos:

Ȉ²

mais sujeitas a avarias e rupturas;

ȈPredispor o acesso para facilitar a re

moção das partes e componentes que

podem ser reutilizados;

Ȉcambiáveis e modulares;

Ȉ

dardizados;

Ȉ-

liares;

ȈȀ

ou reutilização das embalagens;

ȈǤ



4

Observouse que os processos para a reutilização de materiaisgeram menos impactos que a reciclagem, justamente por não utilizar

processos mais complexos, porém após a reutilização pode ser adotada

a reciclagem para que os materiais sejam mais uma vez utilizados e não

sejam descartados no meio ambiente.

Podemos notar que alguns materiais, muitas vezes, são descartados

Ƥǡ

reutilizados mantendo suas propriedades físicas, o que não acontece

com a reciclagem onde os materiais sofrem transformações físicas.

2.3.2. produtos feitos a partirda reutilização

A partir do momento em que começamos a olhar para objetosque são jogados no lixo com um olhar criativo e inovador, muitas coisas

que diariamente vão para aterros sanitários, podem se tranformar

em novos produtos. Para ilustrar alguna caminhos da reutilização,

são apresentadas abaixo algumas formas de reutilização de materiais

como:



4Nos exemplos acima, é mantida a forma original da garrafa PET

para a prodção do vaso e do revisteiro. A transparêcia do material tam

bém é utilizada como atrativo estético em ambos os casos. São incor

porados apenas elementos para o acabamento das peças. Já no exem

plo ao lado, a forma dagarrafa PET é transfor

mada em módulos que

unidos formam um co

lar. São aproveitadas

a estética da garrafa

PET, cor e transparên

cia, mantendo as propriedades físicas.

Fig. 14 Vaso de PET : Recycline

Fig. 16 Colar de PET : Mana Bernardes

Fig. 15 Revisteirode PET : Recycline



44A reutilização do skate também podese se dar de duas formas.

No exemplo acima, o skate é transformado em um banco, onde a for

±ǡǡƤ

te de trás do skate é utilizado como pastilha e incorporado à outros

objetos como forma decorativa.

Fig. 18 Mesa decorada com pedaços de skate Deckstool

Fig. 17 Cadeira feita com skates Art of Board



4Componentes eletrônicos e o anel da latinha de refrigerente também

podem ser reutilizados para a confeccção de novos produtos. Sua

estética e forma podem ser aproveitadas. O prateado e o dourado

presente nos dois

materiais dão um to

Ƥ-

ao produto, e muitas

vezes o material não

±Ƥ

meiro olhar.

Fig. 19 Colar de componentes eletrônicos Christine Dhein, David Casella, Emiko Oye,Reed Easley, Aimee Golant, Kelly Nedderman, Christoph Koch e Shana Astrachan

Fig. 20 Cinto feito com anel de latinha de alumínio Pretinha Artes Lacres



4

Como podemos perceber, muitos materiais podem ser reutilizados dando origem a novos produtos de qualidade e esteticamente

atraentes.

O designer além de projetar já prevendo a reutilização do pro

duto, deve ter um olhar diferenciado sobre novas possibilidades na

reutilização de materiais, aproveitando a forma, estética, proriedades

físicas ou químias. A reutilização diminue os impactos gerados na fase

de descarte e sua prática minimiza gradativamente a extração de ma

téria prima da natureza para a produção de novos produtos.



47

2.4 DESIGN SOCIAL 2.4.1 Definição

ȋȌǡ Ƥ

evoluir de criadores de objetos, ou construções, para agentes

capacitadores da mudança envolvendo grandes grupos de pessoas.Ƥǡ

Ƥ-Ù

o fator humano na sociedade, e também do desenvolvimento humano,

Ƥ--Ùǡ

oferecendolhes maiores oportunidades em educação, saúde trabalho,

renda e outros fatores essenciais a melhoria de vida, exercendo sua

Ƥinclusão social. (Disponível em: < http://www.comunicarte.com.br/

sitecomunicarte/ >)

A atuação do designer junto ao desenvolvimento da sociedade,

conceituase no Design Social que é entendido como “uma ferramenta

de inovação e de comunicação, capaz de transformar necessidades e

Ƥǡ

não somente do ponto de vista econômico, mas também, sociais, culturais eecologicamente responsáveis (Fórum Internacional de Design SocialFIDS).”



O design social vem se expandindo ao longo dos anos, e o

ǡ±Ƥǡ

para contribuir com o bem estar social e econômico, desenvolvendo

projetos socialmente responsáveis. Um caminho para a atuação

dentro do design social, é a atuação dentro de comunidades carentes

por meio de trabalhos realizados em conjunto com grupos produtivoslocais.

Fig. 21 Os catadores de lixo



4

Uma metodologia de trabalho possível ocorre demodo que o grupo produtivo atua não só como produtor

(WEBER, 2004), mas como capital pensante, responsável

e tomador de decisões. Essa metodologia está atrelada

ao design participativo, que é quando o designer não

atua sozinho no desenvolvimento de produtos, impondo

projetos e soluções, mas com cooperação com o grupo

atendido.

Segundo ULLMANN (Disponível em: < http://www.

designbrasil.org.br/artigo/paraumdesignsolidarioesustentavel >),

historicamente: “os designers não estão acostumados ao trabalho

com comunidades, que vem sendo uma nova alternativa para a

Ƥǡ

indústrias, por isso, o designer precisa entender como atuar dentro das

comunidades.” Desse modo, a atuação do designer deve ser menos

impositiva e mais colaborativa.Um exemplo dessa atuação pode ser observado na ONG Design

Possível1. “No Design Possível formamse pessoas e não apenas

negócios. E produtos sustentáveis que sejam não apenas atrativos,

mas também uma ferramenta de geração de renda e de inserção de

ǦǦƤǳȋÀȌ

2. O Design Possivel é um projeto desenvolvimento social que conta com a participação de esǡƤǡǤȋÀȌ



50

Como ao atuar dentro das comunidades o designer, muitas vezes,estará atuando fora do seu universo, THACKHARA (2008) propõe as

seguintes regras:

1.Valorizar e pesquisar a cultura local em vez de considerar a cul

tura distante

2.Trabalhar para pessoas reais

3.Respeitar o que já existe, revelando o valor oculto dos recursos locais já existentes

4.Capacitar quem está perto, trabalhar com relações locais

5.Criar uma relação a longo prazo com a comunidade, pois solu

ções apropriadas levam seu tempo para vir à tona

6.Pensar pequeno. Um pequeno ato pode gerar grandes mud

anças

7.Optar por sistemas integrados, pensando no projeto como

um todo.

Analisando as orientações acima, notamos que o designer deve

conhecer e valorizar a comunidade que irá desenvolver seu trabalho,

e, ao mesmo tempo, levar o grupo produtivo a fazer o mesmo. O

designer pode levar contribuições positivas na atuação junto à grupos

produtivos em vulnerabilidade, propondo o aprimoramento e suaotimização dos produtos gerados pelos mesmos.



51

Para que ocorra a relação entre designer e grupo produtivo

dentro de uma comunidade, em muitos casos é necessário que haja

a participação de um interlocutor local, como uma ONG ou um líder

comunitário, que faça o papel de ligação entre as duas partes, pois não

faz parte da formação acadêmica do designer a mobilização social,

fundamental para a realização desse tipo de trabalho.

O trabalho se apoiará se nos conceitos de design social e design

participativo, prezando pela participação efetiva do grupo produtivoescolhido e pelo bem estar do mesmo.

Fig. 22. Costureias do grupo Cardume de Mães.



2.4.2 ONG

Neste projeto o interlocutor local será uma ONG mas, antes é

necessário entender a relação existente entre as Organizações não

governamentais e a sociedade. As ONG´s fazem parte do terceiro

ǡ ± -Ù Ƥ Ǥ

Como o próprio nome já diz, as ONGs, não tem nenhum vinculo com

os órgãos governamentais. Segundo Andréa Koury Menescal Koury

-ÙƤǡ

autonomia e realizam atividades, projetos e programas na chamada

área de política de desenvolvimento, com o objetivo de contribuir para

a erradicação das condições de vida desiguais e injustas no mundo. E

conclui: “ONGs são, portanto, organizações que podem apoiar grupos

e movimentos populares de uma maneira que nem o mercado e nem

Estado são capazes”.



5

2.4.3 Estudo de CasoDesign Possível, Projeto Arrastão e Cardume de Mães

“não dar o peixe, mas ensinar a pescar” (ROSSINI, 2007, pg.18)

± - Ƥ

que surgiu em 1968, na região do Campo Limpo, quando um grupo

de mulheres, dentre elas Maria Rita Bueno, moradora da região e

proximidades, resolvera compartilhar suas habilidades manuais com

outras mães, fazendo com que os produtos gerados dessa iniciativa

promovessem geração de renda e melhoria na qualidade de vida dessas

mulheres. “Nós tínhamos essa consciência do dever social, precisávamos

passar isso para a comunidade”, diz Rita ao site da Revista Crescer.Porém, durante esses encontros, as mães

ƤǤ

então a idéia de fazer uma creche no local onde

essas mães se encontravam onde o Projeto

Arrastão começou a crescer. Com seu nome

inspirado na música Arrastão, de Vinicius de

Moraes e Edu Lobo, a rede de pesca, utilizadapelos pescadores na música, deu seu lugar a uma

rede de cidadania, pela inclusão social : Fig. 23 Logo Projeto Arrastão



4

Ê, tem jangada no marÊ, hoje tem arrastão

Ê, todo mundo pescar

Chega de sombra, João

(Edu Lobo e Vinícius de Moraes)

Ƥ±Ǥ

ǡ

não apenas moradoras do Campo Limpo, mas também a população

dos distritos de Capão Redondo, Vila Andrade, Jardim Ângela, Jardim

São Luís e as comunidades de Taboão da Serra atuando nas áreas:

pedagógico social, social e arte e cultura <Disponível em: www.

projetoarrastao.org.br>:

Fig. 24 Peixinhos

Fig. 25 Projeto Arrastão



5

Na área de Arte e Cultura, são realizados trabalhos comcrianças, adolescentes e jovens, que estimulam a criatividade e a

coletividade com “objetivo de gerar autoconhecimento e inclusão,

mostrando caminhos para aguçar o aprendizado e a opinião crítica

de cada um . No local eles têm contato com música, arte, dança e

cultura, através de trabalhos práticos e manuais. Atualmente, estão

em desenvolvimento os projetos:

Ȉ

Ȉ

Ȉï-±

Ȉ

Na pedagogia, crianças, jovens, adolescentes e adultos em

situação de vulnerabilidade, participam de projetos socieducativos,por meio de programas como Educação Infantil, CCA, Programa

de Formação de Jovens e Família no Azul. Nesses programas são

desenvolvidos desde atividades ligadas a artes, esportes, música,

natureza, linguagem oral e escrita para crianças, jovens e adolescentes.

± ǡ Ƥ

-ƤǤ

Na área social são desenvolvidos trabalhos que prezam odesenvolvimento local, com projetos ligados ao Desenvolvimento



Social e Cidadania, Qualidade de Vida e Esporte, Empreendedorismo eGeração de Renda e Habitação Social.

Dentro do empreendedorismo e geração de renda, nasceu

ïƤ

mulheres da região como costureiras, bordadeiras, piloteiras e jovens

estilistas. Em 2005 surge o Costurando Sonhos, um projeto que

selecionou 30 mulheres com o intuito de formar uma cooperativa

de costureiras que acabou não formando outras turmas além dessaprimeira.

Em 2006, a ONG Design Possível chega ao Projeto Arrastão, e

participa do projeto empreendedor Mãos de Mães. O Design Possí

vel é um projeto desenvolvimento social que conta com a participação

ǡƤǡ

aplicar o design na forma de desenvolvimento de produto, gestão pro

dutiva, comunicação e de outras maneiras que contribuam para a gera

ção de renda, estimulando o desenvolvi

mento humano e social. <disponível

em: www.designpossivel.org/site

dp>

A formação dada pelo

Design Possível foi a chamada

“Possíveis Empreendedores”,

que mescla design e empreendedorismo popular.

Fig. 26 Logo Design Possível



57

Essa formação vai desde a aprendizagem, desenvolvimento do

produto e venda até a autonomia do grupo. O objetivo da formação é

capacitar artesãos de baixa renda na gestão de negócios e em técnicas

de artesanato, e constituir um grupo produtivo com geração de renda

contínua.

A lona, utilizada em propaganda, foi escolhida como matéria

prima para o desenvolvimento dos produtos em conjunto com o grupo.

“O Arrastão já recebia as doações das lonas. Havia o material e as

mulheres sabiam a técnica, costura. Começamos a realizar encontros

Ƥ novos produtos, participando de todo processo de produção”,

Fig. 27 Atuação do Design Possível



descreve Danielle Alcântara, coordenadora do Núcleo de Moda eDesign e membro do Design Possível, em entrevista concedida a autora

desse projeto.

Na conclusão da capacitação , as costureiras que receberam o

curso, elaboraram um plano de negócios e adotaram o nome Cardume

de Mães. “Cardume por ser grupo. Mães, porque todas nós somos”,

diz Herculânia dos Reis, uma das artesãs.

Em 2010 o então Cardume de Mães conquistou um espaço físicoe trabalha sede própria com os clientes que conquistou ao longo

Fig. 28 Design Possível e Cardume de Mães



59

dos anos participadosno Núcleo de Moda

e Design do Projeto

Arrastão.

Hoje o Design

Possível ainda

acompanha o grupo,

que é formado

atualmente por

quatro artesãs, dando

suporte em alguns aspectos, intermediando produções, pedidos e

comercializando os produtos em feiras e eventos.

Além de estar conseguindo gerar renda com a venda dos

produtos, outro aspecto que mantém a essência do grupo viva é o

fato de trabalharem com a reutilização

de materiais, como o banner depropaganda, muitas vezes doadas por

empresas parceiras. “Antes eu trabalhava

por uma renda, hoje já estamos também

contribuindo um pouquinho para o

meio ambiente.” conta em entrevista

Herculânia, uma das artesãs do grupo.

O Cardume já realizou diferentesparcerias, como a do Design Possível e

Fig. 29 Sacola feita pelo grupo

Fig. 30 Logo Cardume de Mães



60

a Associação Arte em Pneus, dando origem a bolsas, sacolas, portalápis etc., utilizando sobras da produção automobilista e a lona vínilica,

material que é feito obanner de propaganda. Essa produção deu

origem a produtos expostos na Craft 2010, uma conceituada feira de

tendências na área de design.

Esse grupo partici

pará de todas as etapas

de concepção dos produ

tos, desde seu desenvol

vimento até a produção.

Vale lembrar que o grupo

já possui noções de em

preendorismo, além de

estar familiarizado com o

trabalho do designer. Um

dos objetivos desse trabalho é também o intercâm

bio de conhecimentos,

além de ter a oportunida

de de sugerir outros mate

riais que possam ser reuti

lizados, repassando assim

para o grupo mais noçõesde sustentabilidade.Fig. 31 Francisca, costureira do grupo

Cardume de Mães.



1



Fig. 32 Produtos desenvolvidos pelo grupo Cardume de Mães



3. projeto



4



3.1 metodologia deprojeto

Para o desenvolvimento dos produtos, não foi encontrada uma

ÀƤ-

grupos produtivos ou comunidades carentes. Tomouse como base a

metolodologia de desenvolvimento de produtos de Munari.

“O método de projeto, para o designer, não é absoluto nemƤǢƤvalores objetivos que melhorem o processo. E isso tem a vercom a criatividade do projetista, que, ao aplicar o métodopode descobrir algo que o melhore” (MUNARI, 2008, p.11)

Essa metodologia é composta pelas seguintes etapas:

Problema

±ƤǤǲ

uma necessidade” (MUNARI, 2008 apud ARCHER 1967.) , ou seja,

as pessoas sentem necessidade de ter produtos, e essa

necessidade pode gerar um problema de design. O

problema segue para uma solução, que se dará

ƤǤ



Definição do problemaƤ±ǲƤ

dos quais o projetista deverá trabalhar” (MUNARI, 2008 p.32).

Aqui o problema é exposto com mais clareza, com seus limites

(pré estabelecidos) de projeto.

Componentes do problema

ǲ Ƥ

descobrir muitos subproblemas” (MUNARI, 2008 p. 38). Sãocomponentes de um problema subproblemas do problema

À-ƤǤ

Coleta de dados

×Ƥǡ±

de dados onde o designer pesquisa todos os pontos relativos a

cada componente do problema levantado, importantes para o

projeto, como públicoalvo, concorrentes e etc.

Seleção de dados

-ƤƤ

e painéis semânticos. “A análise de todos os dados recolhidos

pode fornecer sugestões acerca do que não se deve fazer para

projetar bem o produto.” (MUNARI, 2008, p.42). Nessa fase

Ƥ±relacionados ao projeto.



7

Criatividade

Com todos os dados coletados, o designer já pode iniciar o

processo de criatividade que deve “manterse nos limites do

problema” (MUNARI, 2008 p 44). Aqui são realizados desenhos

ilustrando a forma do produto.

Fig. 33 Neide, costureira parceira do grupo Cardume de Mães costurando.



Materiais e tecnologiasCada projeto dispõe de materias e tecnologias para ser executado,

esses que devem ser pesquisados e analisados. “A operação

consiste em outra pequena coleta de dados, relativos aos

materiais e às tecnologias que o designer tem à sua disposição,

no momento, para realizar o projeto.” (MUNARI, 2008, p 46)

Experimentação

Após pesquisas as tecnologias e materiais, o designer passa para-ǡƤ

dos materiais e tecnologias disponíveis. “Pela experimentação,

no entanto, podemse descobrir novas aplicações para um

material.” (MUNARI, 2008, P. 48)

Modelo

Na fase do modelo é produzido o protótipo, baseado no desenho

Ƥ pesquisadas. “É nessa altura que o projetista irá experimentar

os materiais e as técnicas diponíveis para o seu projeto”

(MUNARI, 2008, p. 48).

Veri ficação

×ƤǡǲǦ

a um certo número de prováveis usuários e pedese a eles uma opinião

sincera acerca do objeto” (MUNARI, 2008, p. 52). Os usuários poderão

ÀƤ-ÙǤ



9

Desenho e construção“Os desenhos de construção devem servir para comunicar todas

as informações úteis à confeccção de um protótipo.” (MUNARI,

2008, p.54).

Solução

Após todas as fases de desenvolvimento, chegase a uma solução.

Optouse também orientarse pelas práticas do Design Possívele sugestões de metodologia experimental dada pelo professor Ivo

Pons.

Foram seguidas algumas das regras de atuação do designer fora

do seu universo sugeridas por Thackara, citadas na parte de conceito.

1.Valorizar e pesquisar a cultura local em vez de considerar a

cultura distanteAplicação:Durante a execução do projeto, todas as considerações

feitas pelo grupo produtivo foram agregadas ao projeto.

2.Trabalhar para pessoas reais

Aplicação: Os produtos seão projetados para serem acessíveis

economicamente.

3.Respeitar o que já existe, revelando o valor oculto dos recursos

locais já existentes

Aplicação: O grupo Cardume de Mães já trabalha com lona vinílica



70

na produção de seus produtos;4.Criar uma relação a longo prazo com a comunidade, pois

soluções apropriadas levam seu tempo para vir à tona.

Aplicação: Estabeleceuse uma relação com o grupo de tal forma

que o desenvolvimento dos produtos apresentados não se

Ƥ-

5.Optar por sistemas integrados, pensando no projeto como

um todo.

Aplicação: O design social e ecodesign estão agregados no

projeto.

Fig. 34 Produção de pastas do grupo Cardume de Mães



71

3.2 problema

Ato de levar alimentos para a o trabalho e/ou faculdade.

3.3 definição do problema

Ǧ Ƥ - Ȁadultos utilizando embalagem longa vida e lona vinílica como matéria

prima, ambos reutilizados. A mão de obra será de um grupo produtivo

de costureiras localizado em uma comunidade carente. O prazo para

execução do projeto é dia 05 de Dezembro.

3.4 componentes do

problemasOs componentes do problemas são:

Utilizar a reutilização

Produzir o produto com um grupo produtivo

Prazo de entrega

Técnica produtiva costura

Públicoalvo



7

3.5 aquisição de dadosComo durante essa fase foram coletados uma grande quantidade

de dados, eu optei por apresentálos em forma de imagens, para

sintetizar o que foi pesquisado.



7



74

3.6 seleção dos dadosSão apresentados nessa fase apenas os dados mais pertinentes

ao projeto. Optei por em vez de expor painéis semânticos apresentar

as pesquisas realizadas.

3.6.1 concorrentes indiretos

Concorrente indireto é aquele que compete no mercado com

outros produtos ou até mesmo produtos substitutos aos que apresen

tados aqui. Abaixo são apresentados os concorrentes inderetos en

contrados durante a pesquisa:

Saco de papel

+ fácil decomposição no meio

ambiente

rasga com facilidade

não é pratica de carregarFig. 35



7

Ecobag

+ reutilizável

+ de algodão

ǦƤ muito mole

Saquinho plástico

+ fácil limpeza

+ “impermeável”

utiliza uma matéria prima não

renovável.

rasga com facilidade

Fig. 36

Fig. 37



7

3.6.2 concorrentes diretos

Concorrentes diretos são aqueles que possuem produtos para o

ƤǤ

Laurina Craft é uma marca nacional que confecciona acessórios, como

carteiras e necessaries, manualmente. Os produtos são feitos com te

cidos nacionais e importados, coloridos e de diversas estampas.

+ prática de carregar

+ diferentes estampas

Fig. 38 Logo LaurinaFig. 39 Produto Laurina

não é impermeável

utiliza mais de 2 materiais



77

não é impermeável

utiliza mais de 2 materiais

A Milkdot é uma empresa de Nova Iorque, criada pelo designer

Janet Cho. Sua linha é composta por produtos de qualidade e elegan

tes.

+ prática de carregar


Fig. 40 Logo Milkdot Fig. 41 Produto Milkdot



7

Os produtos da marca Borbolet´s são confeccionados pela dona

de casa Danny Barros, que aprendeu todas as técnicas de costura com

a sua mãe. Ela produz diversos produtos entre necessaries, bolsas, lan

cheiras, acessórios e etc.

+ duas funções em um

mesmo produto


não é prática de carregar

os alimentos podem amas

sar com facilidade

Fig. 42 Logo Borbolet´s

Fig. 43 Produto Borbolet´s



79

A Built é uma empresa localizada em Nova York que confecciona pro

dutos de neoprene. Built oferece mais de 100 produtos que variam,desde os porta garrafas – ideal para uma até seis unidades, lancheiras,

além de portamamadeiras e babeiros para os bebês.

+ durável

+ impermeável

+ diferentes formas e

estampas

preço elevado

Fig. 45 Produto Built

Fig. 44 Logo Built



80

ƤǤe uma vontade enorme de criar peças fofas para serem utilizadas no

dia a dia, usando o tecido como principal matéria prima. Elas produ

zem bolsas, acessórios e necesseries. Os produtos são feitos artesanal

mente por elas próprias.

+ térmica


reciclagem?

muitos materiais diferentes

Fig. 47 Produto Mimozário

Fig. 46 Logo Mimozário



81

Após analisar a concorrência, observouse que não existenenhum produto do segmento no mercado feito a partir da reutilização

de matéria prima.

3.6.3 Público-alvo

O públicoalvo do produto em questão é composto por:

Jovens e adultos entre 20 e 27 anos

Classe B e C

Que estudam e trabalham

Passam a maior parte do dia fora de casa

Fazem uma ou mais refeições fora de casa

Tem um dia corrido e agitado

Utilizam transporte público, bicicleta, carona ou andam a pé

Tem renda própria

Se importam com questões ambientais e sociais

Frequentam exposições, parques, bares e atividades ao ar livre

Gostam da natureza

O objetivo é também atingir quem ainda não conhece ou consome

produtos sustentáveis, propondo uma mudança de costumes.

A seguir são apresentados os painéis semânticos do públcoalvoƤǣ



hábitos alimentares

Fig. 48 Painel semântico hábitos alimentares



83

meios de transporte

Fig. 49 Painel semântico meios de transporte



4

lazer

Fig. 50 Painel semântico lazer



85

estilo de vida

Fig. 51 Painel semântico estilo de vida



cores e moda

Fig. 52 Painel semântico cores e moda



87

3.6.4 dimensões dos alimentos

Ƥ

alimentos e objetos que geralmente são levados dentro de bolsas ou

sacolas para o trabalho ou faculdade.

ǡ Ƥǡ

Ǥ Ƥ ±

produto esteja adequado a todas as necessidades do consumidor.A seguir são apresentadas algumas medidas encontradas:

Fig. 53 Frutas



Frutas

Banana: média 7 cm Maça: 7 diâmetro

Pêra: 8 diâmetroLaranja: 7 diâmetro

Pães

Pão Frances: média – 12 cm Pão de forma: 9x9 cm

Bebidas

Refrigerante: 12,5x6,6 cm Suquinho: 10x3 cm

Todynho: 7x2 cm Água: 23x6 cm

Bolachas

Clube Social: 12x5 cm Barra de Cereal: 11x3 cm

Recipientes

Marmiteira 1: 17x11 cm Marmiteira 2: 15x11 cm

Marmiteira 3: 13x13 cm Marmiteira 4: 20x15 cmTalheres: média: 21 cm



8

3.6.5 Dimensões do produto

Diante das informações acima , foi possível determinar as

medidas médias que deverão ter os produtos, para que haja uma

interação positiva com os alimentos e recipientes.

Profundidade: 12 cmLargura: 22 cm

3.6.6 Materiais

Como o grupo produtivo escolhido já realizava trabalhos com areutilização da lona, optouse por trabalhar com essa matéria prima. A

embalagem longa vida será usada para estruturação e sustentação das

alças, substituindo o papel holler.

Abaixo são apresentadas as características e exemplos da

reutilização e reciclagem dessas matérias primas, bem como dados,

pontos positivos e negativos do seu uso.



90

A lona vinílicaA lona vinílica, é um material impermeável que possui aditivos

antimofo, antiUV e laca de proteção contra a impregnação da

sujeira. Ela é composta por duas camadas de uma trama de poliéster

e uma de PVC, além de tintas e solventes provenientes da impressão.

Ƥ

foi localizar dados sobre a reciclagem desse material, pois ela

ainda é pouco aplicada no Brasil. Por meio de pesquisas realizadasna internet no início do projeto, foi encontrada a empresa de

recuperação e comércio de aparas e resíduos industriais Alassia,

que informou que a lona vinílica é triturada e comercializada para

fabricantes que utilizam o PVC reciclado como matéria prima. A

lona vinílica recicladasó pode ser pigmentada com a cor preta.

Quando são aplicadas outras cores o material toma uma tonalidade

ƤǡƤǡda área de comunicação da Alassia

( em contato feito por email em

22.07.11). A matéria prima resultante

da reciclagem pode, então, ser

vendida para fabricantes de solados

que utilizam o PVC reciclado. O

Instituto do PVC, entidade que

representa a união de todos os

segmentos da cadeia produtivaFig. 54 Lona vinílica reciclada



1

do PVC (fabricantes de matériasprimas e insumos, produtores deresinas, aditivos, fabricantes de equipamentos, transformadores e

recicladores), indicou uma outra empresa, chamada Martins Injetados

Me, que além de reciclar a lona utilizada em propagandas,fabrica os

solados.

Ao contrário de sua reciclagem, a reutilização da lona é mais

freqüente, principalmente porque a maioria delas é usada por um

curto espaço de tempo, em propagandas temporárias ou eventos,

sendo descartadas muitas vezes em ótimo estado para a reutilização.

Ƥǡǡ

aproveitadas para valorizar a estética dos produto. O material é

durável, resistente, impermeável e de fácil limpeza, o que agrega

ainda mais valor aos produtos.

Fig. 55 Bolsa feita a partir da reutilização de lona vinílica

Fig. 56 Carteira feita a partir da reutilização de lona vinílica



Fig. 57 Logo da empresa Krim

A empresa Krim Bureau, que trabalha com comunicaçãovisual e utiliza banners de PVC, criou a EcoKrim, um projeto

que faz a logística reversa

dos plásticos utilizados nas

campanhas, ou seja, eles

reutilizam a lona pósuso para

a confecção de produtos por

meio da reutilização utilizando

“costureiras microempresárias, cooperativas de trabalho e um

grupo localizado em um presídio” como mão de obra. <Disponivel

em: www.ecokrim.com.br> A EcoKrim possui um posto de coleta

e também retira o material no estabelecimento, o que incentiva as

empresas consumidoras dessas lonas a devolver o material utilizado,

dano a ele um destino consciente.

Embalagem longa-vidaA embalagem longa vida é feita de três materiais:

1. Papel 75%: garante estrutura embalagem;

2. Polietileno 20%%: protege contra umidade externa, oferece a

derência entre as camadas e impedem o contato do alimento

com o alumínio;

3. Alumínio 5%%: evita a entrada de ar e luz, perda de aroma e

contaminações.



Não há limitações para a reciclagem, uma vez que o material estiver limpo e livre de odores e materiais orgânicos.

Segundo dados da empresa CEMPRE:

Ȉ22.2% foi a taxa de reciclagem de embalagens Longa Vida

no Brasil em 2009 totalizando quase 44 mil toneladas.

Ȉ ǡ

aproximadamente, 680 quilos de papel Kraft. No Brasil,é previsto um aumento constante da reciclagem dessas

embalagens devido à expansão das iniciativas de coleta

seletiva com organização de municípios, cooperativas e

comunidade e ao desenvolvimento de novos processos

tecnológicos. A taxa de reciclagem mundial é de 18% de

Embalagens Longa Vida pósconsumo.

ȈÀ±ǡse acima da média mundial (18%) e posicionandose próximo

à média européia (30%).

A embalagem longa vida, para ser reciclada, é encaminhada para

indústrias de papel, onde é enviada para um equipamento chamado

ǤƤ

se separam do plástico e do alumínio quem compõe o material.



4

Ƥ-de material publicitário. O material composto de plástico/alumínio

é destinado para fábricas de processamento de plásticos, onde é

reciclado por meio de processos de secagem, trituração, extrusão e

-ǤƤǡ±-

como cabos de pá, vassouras, coletores e outros.

Outro processo de reciclagem permite que o plástico com

alumínio seja triturado e prensado a quente, transformandose em uma

chapa semelhante ao compensado de madeira que pode ser usada na

fabricação de divisórias, móveis, pequenas peças decorativas e telhas.Esses materiais têm grande aplicação na indústria de construção

Fig. 58 Embalagem longa vida sendo triturada



civil. Outra tecnologia, inédita, desenvolvida localmente no Brasil,trabalha com o processamento do composto de plástico/alumínio

em um forno de plasma. O sistema aquece a mistura de plástico e

alumínio a altíssimas temperaturas em uma atmosfera sem oxigênio

(que preserva a qualidade do alumínio). Neste processo, o plástico se

±ǡǦƤÀ

funde, tornandose matériaprima pura novamente, que pode voltar a

ser folha para uso em embalagens longa vida. (<Disponível em: www.

tetrapack.com.br>)

A empresa Tetra Pak disponibiliza hoje, um site chamado “Rota

da Reciclagem”, que informa onde estão localizadas as cooperativas

de catadores, as empresas comerciais que trabalham com compra

de materiais recicláveis e os pontos

de entrega voluntária (PEV) que

recebem embalagens da Tetra Pak.

Além da reciclagem, a reutilizaçãodesse material vem ganhando espaço

do mercado, reaproveitando as

propriedades do material. Um projeto

da Unicamp chamado “Projeto Forro

Vida Longa”, promove a utilização do

alumínio presente nas embalagens

de leite e de outros alimentos “longaǳǡ ×Ǧǡ ƪ



ǡ ± Ƥ-ÙȌǡ ±de subcoberturas sob telhados ou na forma de persianas e cortinas

ƪǤÀÀƪ

mais de 95% do calor que chega através de radiações, e de emitir

menos de 5%, dependendo do estado de polimento de sua superfície

(Projeto Forro Vida Longa). O procedimento para a construção dessas

subcoberturas é bem simples e o material não é alterado. As caixinhas

são desmontadas, limpas e coladas umas as outras com cola branca oude sapateiro.

Fig. 60 Forro de longa vida



7

Tempominutos

Sem

isolante

Com caixinha

longa vidaRedução

0 26,9 26,9 0,0

5 29,0 27,3 1,7

10 32,1 28,4 3,7

15 36,4 30,0 6,4

20 38,6 31,1 7,5

25 40,8 32,4 8,4

30 41,9 33,1 8,8

35 43,3 33,9 9,5

40 44,4 34,9 9,5

45 45,4 35,5 9,9

50 46,1 36,1 10,0

Ƥ subcobertura feita de embalagem longa vida, como mostra a tabela a

seguir:

Fig. 61 Tabela comparativa retirada do trabalho “Projeto Forro Vida Longa”



Podemos observar que a redução de calor é comprovada nostestes, o que demonstra que o alumínio mantém suas propriedades

no pós consumo. Projetos como esse são importantes pois além de

reduzirem a quantidade de lixo com destino indevido, demonstram o

quanto a reutilização é viável.

Além das coberturas, a embalagem longa vida também é utilizada

por artesãos, que produzem com esse material diversos produtos

como é demonstrado abaixo.

Fig. 62 Cesto feito a partir da reutlização da embalagem longa vida Hugo Silva

Fig. 63 Comedouro para passarinho

feito a partir da reutilização da embalagem longa vida



9

A embalagem longa vida será utilizada no trabalho junto à lonavinílica, porém ela será reutilizada e não reciclada, pois o objetivo do

projeto é a reutilização. Essa alternativa apresenta menos impacto

ambiental que a reciclagem, pois a embalagem longa vida, nesse caso,

substituirá outro material que é fabricado e não reutilizado.

Briefing Projetar um produto que:

Tenha o menor impacto possível no meio ambiente bem como

na sociedade

Tenha formas simples fáceis de serem reproduzidas

Utilize o menor número de componentes

Projeta o alimento

Não deixe que o alimento entre em contato com outros objetosSeja atrativo visualmente e economicamente

Tenha um grupo produtivo como coautor



100

3.7 Criatividade

A partir desse ponto, a metodologia de trabalho se deu de

forma diferente do que a apresentada por Munari. Foi adotada uma

metodologia de caráter experimental, baseada na atuação da ONG

Design Possível e sugestões de dadas pelo professor Ivo Pons.

Todo o trabalho vivenciado será exposto, a seguir, como forma de

diário de bordo, onde serão relatados todos os encontros com o grupo

produtivo e processo de desenvolvimento.

Apesar do diário de bordo fazer parte da metodologia, eu optei

por abrir um tópico para essa fase pois a mesma foi muito importante

no projeto aqui apresentado.



4. diário de bordo



102



103

4. diário de bordoA experiência vivida durante o desenvolvimento da linha de

produtos junto com o grupo produtivo foi única e transformadora.

Ƥ ǡ ǲ

Ƥ×o mundo real.” (MUNARI), e foi exatamente o que ocorreu nesse

projeto. Achei de grande valia descrever todo o processo, desde o

± Ƥ- × Ƥǡ

como forma de multiplicar todo conhecimento adiquirido. As datas

aqui apresentadas são aproximadas, pois ao começar o processo de

desenvolvimento, eu não tinha como objetivo elaborar um diário de

bordo.

Março/2011Durante um dos atendimentos com o professor Ivo Pons, ele

sugeriu que eu trabalhasse com o grupo produtivo Cardume de Mães,

pois o mesmo se encaixava no caminho escolhido: desenvolverprodutos cuja a matéria prima principal é algum material



104

reutilizado. A partir dai, ele me convidou para conhecelas, já que oDesign Possível, ONG onde o IVo trabalha, atua diretamente com o

grupo.

A primeira visita foi bem informal, O Ivo me apresentou ao

grupo e eu falei rapidamento quais meus meu objetivos, o porque

do trabalho com elas e principalmente questioneias se elas estavam

interessadas em participar. Felizmente a resposta foi positiva e percebi

Ƥ-ǡ

presença entre elas. Percebi que a diferença cultural e econômica fez

Ƥ-ǡ

um muro separando os dois mundos.Ficou combinado que faria uma

próxima visita para apresentar melhor o projeto.

Primeiro encontro - 09/Maio/2011Elaborei uma apresentação simples sobre o que trabalho de

ǡǡƤ

iniciais e sua importancia para a minha formação. Apresentei também,

uma pesquisa de mercado, mostrando bolsas feitas de lona e alguns

produtos previamente pensados para serem desenvolvidos. Dentre

eles:



105

Necessarie cabide Porta controles sofá

Cartucheira

Lancheira

Fig. 65 Apresentação do trabalho ao grupo Cardume de Mães



106

Após apresentar as possibilidades e discutir com o grupo qualproduto deveria ser desenvolvido, foi escolhida a lancheira. Há uma

Ƥ Ùǡ Ù

ÀǤƤ

para que elas me respondessem.

Ƥǡ

outro encontro para o desenvolvimento dos primeiros protótipos.

Fui orientada pelo professor Ivo Pons a fazer desenhos simples,

para que possam ser enrequecidos pelo grupo durante a apresentação

dos mesmos.

Fig. 66 Desenhos apresentados ao grupo



107

Segundo encontro - 20/Maio/2011Na segunda visita ao grupo, foram expostos os desenhos

realizados. Houve uma discussão sobre medidas, formas de

fechamento, estética dos produtos e etc. Após essa discussão, cada

costureira escolheu um desenho para ser trabalhado.

Depois dessa escolha,

foram feitos moldes com

papel Kraft, e algumasmedidas e formas foram

alteradas. As contribuições

do grupo têm extrema

importância durante o

desenvolvimento. Além de

Ƥ

material, elas compartilhamde uma realidade diferente da do designer, ou seja, vêem inspiração

em formas e produtos que fazem parte de um outro cotidiano. Com os

moldes em mãos, o grupo cortou a lona e costurou os protótipos.

Com todos os protótipos prontos, pudemos analisar alguns

erros e correções que deveriam ser feitas.

Fig. 67 Moldes



108

Análise das peças produzidas em 09/maioNo mesmo dia da produção dos protótipos, foi feita uma análise

do resultado junto com o grupo. Essa análisecontou também com

testes ergonômicos e funcionais realizados no diaadia, resultarando

em informações positivos e negativasobre cada protótipo.

Protótipo 1

+ Esteticamente agradável

+ Condiciona os alimento e objetos propostos

ǦƤ

A alça pode rasgar depois de muito uso

O viés atrapalha na hora da separação para a reciclagem

Não tem fecho



109

Protótipo 2

+ Cabe dentro da bolsa ou mochila


+ Esteticamente agradável

Não é ergonomicamente fácil de carregar

Poderia ter uma alça?

Protótipo 3



110

+ Espaçosa


ǦƤ

As formas não estão atraentes

Muito grande

Terceiro encontro julho/2011

Após a análise acima, optouse por trabalhar com os protótipos

1 e 2. No terceiro encontro discutimos como os pontos negativos

poderiam ser resolvidos.

Para o protótipo 1, optouse por não usar o viés. Foi sugeridoque o viés fosse substituído por viés feito de lona, porém aumentaria

Ƥ -

produzido em uma escala maior. Optouse então por não usar viés. A

ǡƤ

aceitável e um botão será colocado.

O protótipo 2, nesse encontro, não teve alterações.



111



11

Aperfeiçoamento das formas

Mesmo após as correções feitas, ainda notouse a necessidade

de um reforço nas alças do protótipo 1, pois ao longo do tempo, as alças

poderiam rachar ou até mesmo rasgar. Para solucionar essa questão,

optouse por utilizar a embalagem longa vida, para dar sustentação. As

formas também foram trabalhadas.

No protótipo 3, para melhorar a pega, foram dadas duas opções-ǡÀƤǤ

Fig. 68 Desenhos apresentados ao grupo



11

Quarto encontro - Setembro/2011

No quarto encontro, foram apresentados os desenhos feitos

ǡƤ

e comercializado. Foram descutidas algumas opções de costura e

acabamento, bem como o fecho que poderia ser utilizado no protótipo

1. Cada uma delas esolheu um desenho para ser produzido em casa, já

que na sede não há espaço para todas costurarem ao mesmo tempo.

Quinto encontro - Outubro/2011 Apresentação dos protótipos

Nesse encontro, o grupo apresentou os protótipos produzidos

ǡƤ-

produto, listadas abaixo:

Fig. 69 Molde Fig. 70 Produção dos protótipos



114

Fotos da análisedos protótipos



11

Protótipo 1.1

Formas muito arredondadasƤƤcam com um bom acabamento

ƤresultadoUsar formas quadradas na base

facilita bom acabamento.



11

Protótipo 1.2

- Ƥbom dessa forma.

Quando a lona é costura dessa forma, o acabamento nãoƤǤ

Formas mais retas facilitam a

costura e o acabamento.



117

À Ƥcou ruim e limitou a abertudada lancheira.

A costura virada para dentroƤtável.

Protótipo 1.3



11

O arredendado na baseƤǤ

A pega e a alça com os Ƥbem acabada, delicadas e

esteticamente aceitáveis

Protótipo 1.3



11

O arredendado na baseƤǤ

Protótipo 1.4

À Ƥcou ruim e limitou a abertuda

da lancheira.



120

Protótipo 1.4

A pega e a alça com os Ƥbem acabada, delicadas eesteticamente aceitáveis



121

Protótipo 2.1

A alça removível não alterou a estética do produto





123

Fig. 71 Testes relacionados a alça do produto



124

Quinto encontro - Outubro/2011

Depois de testar diversos tipos de costura, ecabamentos e

fechos optamos por:

Protótipo 1

Utilizar velcronDar preferencia a formas quadradas na base



12

Utilizar o acabemento observados no protótipo 1.4Fazer a costura por fora

Não usar formas muito arredondadas

Protótipo 2Utilizar a alça lateral e removível, para não descaracterizar o

produto, como no protótipo 2.1.

Sexto encontro - Novembro/2011

No último encontro para o desenvolvimento, o grupo estava

com uma produção muito grande de sacolas para uma marca. Com as

considerações feitas no quinta encontro, eu, junto com duas

Ƥ-×ƤǤ

Fig. 72 Produzindo os moldes dos protótipos



12



127

ǤǦ-×Ƥ



12

4.2 Protótipos finais

ǤǦ×Ƥ



12

ǤǦ×Ƥ



130

ǤǦ×Ƥ



131

Fig. 77 Porduto e consumidor



1

Fig. 78 Porduto e consumidor



133

4.3 Verificação

Ƥ-××

produtos. Todos os protótipos foram testados por mim, e alguns pelas

próprias costureiras.

Em Agosto de 2011, tive a oportunidade e expor um dos

protótipos desenvolvidos na 19 Craft, uma feira de tendências do

design. O produto foi exposto no stand do Design ossível e foramvendidos doze exemplares, o que demonstra que o produto foi bem

aceito pelos consumidores.

Fig. 71 Craft Design



1 4

4.4 Desenho e construção

A melhor forma de

reprodução dos produtos é

através dos moldes que foram

desenvolvidos durante a fase

e execução do trabalho, não

havendo a necessidade dedesenho técnico ou explicativo.

4.5 Design Possível e Tok&StokDurante a fase de desenvolvimento, foi convidada para trabalhar

na ONG Design Possível. Essa oportunidade facilitou o desenvolvimento

da relação afetiva entre eu e o grupo, principalmente porque logo após-ÀǡƤ

da TOK&STOK para o grupo Cardume de Mães que totalizava 1690

peças de 5 modelos diferentes. Esses produtos foram desenvolvidos

pelo Design Possível em conjunto com o Cardume, e durou cerca de

seis meses desde o envio dos primeiros protótipos para a empresa.

A experiência de trabalhar na área me fez estar ligada ainda mais

ao projeto, e contribuiu para que a minha vontade de levalo a diante,mesmo após a apresentação, crescesse.



13

Fig. 72. Design Possível e Cardume de Mães na Tok&Stok



1



5. a marca



1



13

5. a marcaA marca foi desenvolvida tendo como base o simbolo de

somar. Esse símbolo foi formado a partir da união de quatro esferas,

remetendo ao pensamento que unidos podemos somar para a

criação de um mundo melhor para todos.

As cores, o azul e o verde, foram escolhidas pois remetem à calma

e estimulam a criatividade.

projetosoma



140

Para a linha de lancheiras, foi escolhido o nome Ecomita, que é aunião de : ECO que remetete ao reuso de materiais e à sustentabilidade,

e MITA que remete à linha de produtos.

As marcas foram pensadas de modo que pudessem interagir

uma com a outra, como é demostrado abaixo:

ecomita

projetosoma eco

mita



141

Essa interação também pode ocorrer com o logo do grupoprodutivo, bem como com outras linhas de produtos que serão criadas

no futuro.

projeto

somaeco

mita

projeto

soma

projetosoma

projeto

soma





6. embalagem



144



14

6. embalagemA embalagem do produto foi desenvolvida paralamente ao

trabalho na diciplina de LAB IV. Ela foi pensada de modo que fosse

simples e fácil de ser fabricada, pois a idéia é que seja confeccionada

pelo grupo produtivo. O papelão contrasta com o produto, que é

±ƤǤƤǡƤ-Ǥ



14

projeto

soma

Como conservar seu produto?Limpe apenas com pano úmido emágua. Evite amassar. Para desamassar,exponha as áeras de calor.

Quer reciclar?Todos os materiais usados nesse produto podem ser reciclados. Separeose dê um destino consciênte para eles.

Se você quiser, pode envialos para oProjeto Soma que nós fazemos issopara você.

Saiba mais no sitewww.projetosoma.com.br

Esse produto:+ Protege e condiciona frutas, bebidas, vasilhas e etc.+ Gera renda para um grupo produtivo+ Sua matéria prima é o banner de publicidade e a embalagem longa vida,ambos reutiizados, o que amplia o ciclo de vida dos materiais contribuindopara o menor impacto ambiental possível do produto no meio ambiente.+ Pode ser reciclado+ É de fácil limpeza earmazenamento.

Projeto Soma

O Projeto Soma atua junto àgrupos produtivos, projetando produtos adequados nãosomente do ponto de vistaeconômico, mas também,sociais, culturais e ecologicamente responsáveis.

Cardume de MãesO Cardume de Mães é um grupo podutivo de costureiras artesãs que nasceu da parceriadas ONG´s Design Possível eProjeto Arrastão. Elas trabalham, principalmente, combanner de propaganda reutiiado na produção de seus

produtos.

ecomita

projetosoma

TAG



7. considerações finais



14



14

7. considerações finais

Os resultados atingidos com a execução desse projeto

alcançaram as expectivas geradas no início de seu desenvolvimento.

Ƥ ²

forma harmonica e cooperativa.

ƪ²Ƥ

e acadêmica. Foi a melhor oportunidade de pesquisar sobre conceitos

que não foram apresentados em sua totalidade durante o curso de

Desenho Industrial e de poder atuar junto à um grupo produtivo.

Percebeuse a carência de teorias relacionadas à design social

e de metodologias aplicadas a atuação do designer junto à gruposprodutivos em situação de vulnerabilidade. Por isso, seguir com esse

projeto é uma forma de enriquecer a área, gerar novas fontes de

pesquisa e multiplicar o conhecimento adiquirido.

O designer pode ser agente de mudança social e ambiental, e

-Ù ƤǤ

produtos no meio ambiente devem ser reduzidos, e o designer temo dever de gerar soluções para que isso aconteça e a universidade



Ƥ Ƥ

desenvolvimento social e ambiental, o que, na minha opnião, ocorreu

vagamente durante os quatro anos de curso.

Espero multiplicar toda experiência adiquirida durante a

execução desse projeto e contribuir para que a atuação do designer

voltada para a sustentabilidade seja difundida.



8. bibliografia



1



153

FACTUM, A. B. S. ; AZEVEDO, A. B. A. ; SILVA, R. B. . Design participativo: Articulaçãoentre desenvolvimento, cidadania e sustentabilidade ambiental. In: XI Encontro

Nacional da ABET, 2009, Campinas. XI Encontro Nacional da ABET: A crise mundial

e os dilemas do trabalho. Campinas : ABET, 2009.

ǡ Ǥ ǣ Ǧƥ

processes. McGrawHill: New York, 1996.

KAZAZIAN, T. (Org.). Haverá a idade das coisas leves: design e desenvolvimento

sustentável. São Paulo: Senac São Paulo, 2005.

MANZINI, Ezio; François JÉGOU. Sustainable everyday — scenarios, visions,

possible worlds. United Nations Environment Programme. Editzione Ambiente:

Milano, 2003.

MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de produtos sustentáveis

– os requisitos ambientais dos produtos industriais. São Paulo: Edusp, 2002.

MUNARI, Bruno. Das coisas nascem coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MUNIZ, Marco. A pratica sistêmica do design em comunidades tradicionais locais

como forma de promoção de inovações sociais: caso Guarda do Embaú, 2009.

-ȋƤȌǦSanta Catarina, 2009.



1 4

ǡ±ǤȂƤ-Ù-Ǧ-ǤÀǣ

Ministério do Trabalho,1979.

RAMOS, Jaime. Alternativas para o projeto ecológico de produtos. Santa Catarina,

2001. Tese (Doutorado em Engenharia) Departamento de Engenharia de Produção,

Universidade de Federal de Santa Catarina, 2001.

SILVA, J.S.G.; HEEMANN, A. Ecoconcepção: design, ética e sustentabilidade

ambiental. I Encontro de Sustentabilidade em Projeto do Vale do Itajaí. 2007.

THACKARA, John. O Plano B. São Paulo: Saraiva, 2008.

WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin

Claret, 2004.

SITES

ONG Mundaréu . Disponível em: <http://www.mundareu.org.br/portal/index.php/

mundareu/sobreamundareu/>. São Paulo, São Paulo, Brasil. Acessado em: 05 de

Agosto de 2011.

Transforma Design. Disponível em: < http://www.transformadesign.com.br/>. São

Paulo, São Paulo, Brasil. Acessado em: 05 de Agosto de 2011.



15

Andu Brindes. Disponível em: <http://www.andu.com.br/cxslv.html>. Taboão daSerra, São Paulo, Brasil. Acessado em: 10 de Agosto de 2011.

Tetra Pak. Disponível em: <www.tetrapak.com.br>. São Paulo, São Paulo, Brasil.

Acessado em: 05 de Agosto de 2011.

Quality Silk: Comunicação Visual. Disponível em: <http://qualitysilk.com.br/consc

nciaambiental.html>. São Paulo, São Paulo, Brasil. Acessado em: 05 de Agosto de

2011.

Projeto Arrastão. Disponível em: <www.arrastao.com.br>. São Paulo, São Paulo,

Brasil. Acessado em: 17 de Julho de 2011.

Embalagem sustentável . Disponível em: <http://embalagemsustentavel.com.

br/2010/11/26/victorpapanekumexemploaserseguido/>. Acessado em: 08 de

novembro de 2011.

Design Ecologico – Wikipedia. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/

Design_ecol%C3%B3gico>. Acessado em: 23 de Outubro de 2011.

Revista Crescer. Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Revista/

Crescer/0,,EMI720410473,00.html>. Acessado em: 08 de Setembro de 2011.

UOL. Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2010/12/17/design



1

possivelcriaredededesenvolvimentosocialesustentavel/>. Acessado em: 08 denovembro de 2011.

Design Possivel. Disponível em: http://www.designpossivel.org/sitedp/lixovira

produtosecologicosnobairrodocampolimpo/. Acessado em: 08 de novembro

de 2011.

Neo PVC. Disponível em: <http://neopvc.ning.com/forum/topics/blendasde

pvcpclfototermoe

Colifran. Disponível em: <http://www.colifran.com.br/> Acessado em: 08 de

novembro de 2011.

Idec. Disponível em: <http://www.idec.org.br/rev_servicosambiente.asp>

Acessado em: 08 de novembro de 2011.

Over Brand Design. Disponível em: <http://www.overbranddesign.com.br/ids/

artigo04.pdf> Acessado em: 08 de novembro de 2011

Redalyc. Disponível em: <http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/661/66110105.

pdf>. Acessado em: 08 de novembro de 2011.

Comunicarte. Disponível em: <http://www.comunicarte.com.br/sitecomunicarte/downloads/glossariosocial.pdf>. Acessado em: 08 de novembro de 2011.



157

Rota da Reciclagem. Disponível em: <http://www.rotadareciclagem.com.br/index.

html?c=oquee

Projeto UNICAMP. Disponível em: <http://www.fem.unicamp.br/~vidalong/>.

Acessado em: 08 de novembro de 2011.

Projeto Kobra Recicla Rondonópolis. Disponível em: <http://www.datahoje.com.

br/openMAT/441/>

Planeta Reciclável. Disponível em: <http://www.planetareciclavel.com.br/

desperdicio_zero/kit_res_11_embalagem_longavida.pdf>

Intervenção do design num grupo artesanal. Disponível em: <http://revista.uepb.

edu.br/index.php/qualitas/article/viewFile/145/353>

Designer artesão ou artesão designer? Disponível em <http://sitios.anhembi.br/

damt/arquivos/50.pdf>

Aproximação teórica das intervenções do design no artesanato com princípios

de Paulo Freire. Disponível em: <http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/

handle/1884/21097/Design%20e%20artesanato%2Bbiblioteca.pdf?sequence=1>

Over Brand Design. Disponível em: <http://www.overbranddesign.com.br/ids/



1

artigo04.pdf>. Acessado em: 08 de novembro de 2011.http://www.senado.gov.br/senado/conleg/artigos/especiais/

OrganizacoesNaoGovernamentais. Disponível em: <http://www.maisong.org.br/

site/images/pdf/manualmaisterceirosetor.pdf>

Victor Papanek. Disponível em: <http://embalagemsustentavel.com.br/2010/11/26/

victorpapanekumexemploaserseguido/>

ABAL. Disponível em: http://www.abal.org.br/



9. índice de figuras



160



1 1

1. O mundo e a natureza. Disponível em: <http://www.cytolab.com.br/capa/visualizar/AEducacaoAmbientaleSustentabilidade>

2. Biodiversidade Disponível em: <http://freedomcalling.tumblr.com/

post/11977065179/soomuchgreeeeen>

3. Logo Projeto Soma

4. Skate transformado em cadeira Disponível em: <http://freedomcalling.tumblr.

com/post/11614092478/want>

5. Desenvolvimento de novas idéias mais sustentáveis Disponível em: <http://

viverdeeco.com/2010/05/27/anaturezacomovocenuncaviu/>

ǤǦÀǣβǣȀȀǤƤ.seed.pr.gov.

br/modules/noticias/article.php?storyid=542>

7. O ciclo de vida do sistemaproduto. Retirada do livro “O desenvolvimento de

produtos Sustentáveis” de Bruno MUNARI, 2002, p. 92.

8. Os lixos da reciclagem Disponível em: <http://1234voce.com.br/blog/index2.php?pageNum_blog=107&totalRows_blog=1755>

09. Comparação entre a produção de materiais virgens e reciclados. Retirada do

livro “O desenvolvimento de produtos Sustentáveis” de Bruno MUNARI, 2002, p.

213.

10. Aterro sanitário Disponível em: <ǣȀȀǤƤǤǤǤǤȀ

modules/noticias/article.php?storyid=542>

11. Ciclo de recilagem da latinha de alumínio Disponível em: <http://www.

ǤǤȀǤǫίƬƤίƬί

γ



1

12. Papel reciclado Disponível em: <http://comofas.com/comofazerpapelreciclado/>

13. Vasinhos feitos de rolha – Disponível em: <http://freedomcalling.tumblr.com/

post/12342527996>

14.Vaso de PET Disponível em: <http://www.ryterdesign.ch/recycline/frame.htm>

15. Revisteiro de PET Disponível em: <http://www.ryterdesign.ch/recycline/frame.

htm>

16. Colar de PET – Mana Bernardes Disponível em: <http://www.manabernardes.

com>

17.Cadeiras feitas com skates Disponível em: < http://www.deckstool.com/>

18.Mesas decoradas com pedaços de skate Disponível em: <http://www.

ƟǤȀγ

19. Colar de componentes eletrônicos Disponível em: < http://verde.br.msn.com/

cria%C3%A7%C3%B5esinusitadass%C3%A3ofeitasapartirdelixoeletr%C3%B4nico>

20. Cinto feito com anel de latinhas de alumínio Disponível em: < http://www.

pretinhaarteslacres.com.br/loja/>

21. Os catadores de lixo Disponível em: <http://freedomcalling.tumblr.com/

post/12136600172>

22. Costureiras do grupo Cardume de Mães – Arquivo pessoal

23.Logo do Projeto Arrastão Disponível em: <www.projetoarrastao.com.br>

24. Peixinhos Disponível em: < http://contandoencantando.blogspot.

com/2010/01/tanervosovaipescar.html>



163

25.Projeto Arrastão Disponível em: <www.projetoarrastao.com.br>26.Logo do Design Possível Disponível em: <www.designpossivel.org.br>

27. Atuação do Design Possível Disponível em: <http://epocanegocios.globo.com/

Revista/Common/0,,EMI15266216642,00O+PODER+DO+DESIGN.html>

28. Design Possível e Cardume de Mães Arquivo Design Possível

29. Bolsa feita pelo grupo formado pelo Design Possível Arquivo Design Possível

30 . Logo Cardume de Mães Arquivo Design Possível.

31. Francisca, costureira do grupo Cardume de Mães Disponível em: <

http://epocanegocios.globo.com/Revista/Common/0,,EMI15266216642,00

O+PODER+DO+DESIGN.html>

32.Produtos produzidos pelo grupo Cardume de Mães – Arquivo Pessoal

33. Neide, costureira parceira do grupo Cardume de Mães costurando. – Arquivo

Pessoal

34. Produção de pastas do grupo Cardume de Mães – Arquivo Pessoal35. Saco de papel Disponível em: <http://www.sandraembalagens.com.br/papel.

html>

36 Ecobag Disponível em: <http://www.zonasulfashion.com/2010/10/ecobags

bonitassustentaveise.html>

37. Sacola plástica Disponível em: <http://ecocaminhada.blogspot.com/2011/04/

sacolaplasticaeotipomais.html>

38. Logo Laurina Disponível em: <http://www.laurina.net/>

39. Produto Laurina Disponível em: <http://www.laurina.net/>



1 4

40. Logo Milkdot Disponível em: <http://www.milkdot.com/>41. Produto Milkdot Disponível em: <http://www.milkdot.com/>

42. Logo Borbolet´s Disponível em: <www.borbolets.com/>

43. Produto Borbolet´s Disponível em: <www.borbolets.com/>

44. Logo Built Disponível em: <http://www.builtny.com/>

45. Produto Built Disponível em: <http://www.builtny.com/>

46. Logo Mimozário Disponível em: <http://www.mimozario.com.br/>47. Produto Mimozário <http://www.mimozario.com.br/>

53. Frutas Disponível em: <http://bloggerthechef.blogspot.com/2010/08/materia

chefcalendariodefrutase_5552.html>

54. Lona vinílica reciclada Disponível em: <http://etsytrashion.blogspot.

com/2007_07_01_archive.html>

55. Bolsa feita a partir da reutilização de lona vinílica Disponível em:<http://www.

ƪǤȀȀȀ

ȀȀǦ

γ

56. Carteira feita a partir da reutilização de lona vinílica Disponível em: <http://

vinally.blogspot.com/2010/09/manssingglefoldwalletinrecycled.html>

57. Logo da empresa Krim Disponível em: <http://www.krim.com.br/>

58. Embalagem longa vida sendo triturada Disponível em: <http://www.

culturaambientalnasescolas.com.br/multimidia/fotos/reciclagem/hidrapulperem

agitacao1>

59. Alunos da UNICAMP Disponível em: <http://www.datahoje.com.br/



1

openMAT/441/>60. Forro de longa vida Disponível em: <http://www.recriarcomvoce.com.br/

blog_recriar/tag/caixinhaslongavida/>

61. Tabela comparativa Disponível em: <www.fem.unicamp.br/~vidalong/anexos/

vidalonga.doc>

62 . Cesto feito a partir da reutlização da embalagem longa vida Hugo Silva

Disponível em: <http://jackpresents.com/galeria/pp/index.html>

63. Comedouro para passarinho feito a partir da reutilização da embalagem longa

vida Disponível em: <http://www.ciclovivo.com.br/noticia.php/1437/dica_como_

fazer_um_comedouro_de_passaros_utilizando_uma_embalagem_de_tetrapak/>

64. Painel semântico

65. Apresentação do trabalho ao grupo Cardume de Mães – Arquivo pessoal

66. Desenhos apresentados ao grupo – Arquivo pessoal

67. Moldes – Arquivo pessoal68. Desenhos apresentados ao grupo – Arquivo pessoal

69. Moldes – Arquivo pessoal

70. Produção dos protótipos Arquivo pessoal

71. Craft Design Arquivo Design Possível

72. Design Possível e Cardume de Mães na Tok&Stok Arquivo Design Possível



1



LOUISE RHANA CARDOSO PEROQUETTI

PROJETO SOMA: UMA VISÃO DO DESIGN ATRAVÉS DOREAPROVEITAMENTO DE MATERIAIS E GERAÇÃO DE

RENDA

Trabalho de Graduação Interdisciplinar apresentadoà Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito parcialà obtenção do grau de bacharel em Design com habili

tação em Projeto de Produto

Documents

PROJETO SOMA: uma visão do design através do reaproveitamento de materiais e geração de renda