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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA: GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA MAIO DE 2011 Nivalde J. de Castro Hugo Bertha Bastos

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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE

O SETOR ELÉTRICO

RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA:

GRANDES CONSUMIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA

MAIO DE 2011

Nivalde J. de Castro

Hugo Bertha Bastos

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ÍNDICE

SUMÁRIO EXECUTIVO................................................................................................................................................ 3

1 – GERAL...........................................................................................................................................................................4

2 - METALURGIA............................................................................................................................................................7

2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL E OUTROS METAIS 8

2.2 – AÇO 10

2.3 – MINÉRIO de FERRO 14

3 – SETOR AUTOMOTIVO.......................................................................................................................................17

4 – PAPEL e CELULOSE.............................................................................................................................................18

5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA......................................….................................................................................20

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SUMÁRIO EXECUTIVO

Neste mês de maio, o receio dos impactos do desastre nuclear japonês sobre os mercados e economias atenuou-se bastante. Porém, incertezas e volatilidades nos mercados – tanto de commodities, quanto de câmbio e fluxos de capitais em geral – abundam no atual cenário macroeconômico mundial. A questão da crise européia ganhou maior destaque, por repetidas vezes liderando fortes movimentos tanto pessimistas quanto otimistas. Como agravante à questão européia vem a conturbada saída de Dominique Strauss-Kahn do cargo de diretor-gerente do FMI, que fragilizou o Fundo em um momento crucial para o sistema monetário internacional. Com novas crises no horizonte, as incertezas quanto ao crescimento americano e possibilidade de um contínuo esfriamento da economia Chinesa todo o mundo aguarda apreensivo pelo desfecho das atuais questões. Naturalmente todo o setor elétrico está amarrado a essas questões, uma vez que estas são decisivas nos níveis de investimentos, produção e emprego, que se refletem nos níveis do consumo elétrico. Ainda no cenário internacional é de grande gravidade e relevância o anúncio alemão de que irá encerrar as atividades de todas suas centrais nucleares até 2022. Decisão que se mostrou de caráter exclusivamente político e com repercussões por todo o mundo.

O Brasil encontra-se em uma posição ímpar nesse conturbado cenário. Com os agentes econômicos gradativamente convergindo na opinião de que a política monetária está no caminho certo e que a inflação será controlada logo, atenuou-se o clima interno de incertezas, abrindo espaço para investimentos e debates políticos que precisam continuar. O que não durou muito, uma vez que a intensa crise política de instaurada pela queda do ministro Antônio Palocci causou forte desgaste do governo e perigosas divergências na base política que o sustenta.

Dados fornecidos pela EPE demonstraram que o país manteve o bom ritmo de crescimento do consumo de energia elétrica, registrando 4,8% em relação ao mesmo período do ano passado e mantendo o acumulado de 12 meses em 6,7%. Todas as classes consumidoras apresentaram crescimento do seu consumo.

O setor metalúrgico brasileiro apresentou um frágil crescimento em suas atividades, e embora alguns setores, em especial o aço e o automecânico, possuam bons números e contem com diversos fatores conjunturais vantajosos, fatores como aumentos dos preços do barril de petróleo, a altíssima carga tributária que se faz pesar sobre a energia elétrica, e a concorrência com a indústria chinesa ameaçam a saúde desses setores no médio e longo prazo. A tendência de alta nos preços das commodities minerais e metálicas parecem se confirmar, a despeito dos debates sobre um possível esfriamento da economia chinesa.

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1 – GERAL

Dados provenientes da Resenha mensal da EPE publicada no dia 24 de maio, o consumo nacional de energia em abril totalizou 35.835 GWh, o que representa um acréscimo de 2,4% em relação ao apurado em abril de 2010. A taxa no primeiro quadrimestre acumula 4,1% e, em 12 meses, 6,2% em relação a igual período do ano anterior. O mercado livre de energia elétrica representou 26% do mercado total, tendo crescido 8,4% em relação a abril do ano anterior.

Fonte: EPE - 2011

Próximo do crescimento nacional, o crescimento industrial foi de 2,9% em relação a abril de 2010, totalizando 15.353 GWh. A média móvel e as taxas de crescimento de 12 meses, indicadas no Gráfico 1, sugerem uma certa estabilização no crescimento do consumo de energia na indústria. Porém, análises apontam para previsões negativas para o consumo industrial. O alto custo da energia elétrica, a invasão de produtos chineses e os incentivos tributários concedidos por outros países estão deixando o Brasil em segundo plano na rota de investimentos de empresas multinacionais. Segundo um estudo promovido pelo jornal O Estado de S. Paulo, fábricas de setores eletrointensivos, como alumínio, siderurgia, petroquímico e papel e celulosa estão fechando unidades no País ou migrando para outros locais por causa da perda de competitividade no mercado brasileiro.

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Gráfico 1 – Brasil. Consumo Industrial

Fonte: EPE – 2011

No norte, o consumo cresceu 8,8% em abril. O destaque é a incorporação de uma nova carga (ferro-níquel) e o aumento do consumo na rede de uma planta de alumina, ambas localizada no Pará, onde o consumo cresceu 9,6%.

Em um viés muito diferente, o Nordeste apresentou uma queda de 0,2% no seu consumo industrial. A expansão do consumo da indústria do alumínio (Maranhão) e a construção do estaleiro e da refinaria em Pernambuco, de algum modo, compensaram o efeito de fechamento da fábrica de alumínio na Bahia, ocorrida em janeiro deste ano. De modo que o consumo industrial se manteve praticamente estável.

Já o sudeste, houve uma expansão próxima da média industrial, de 2,7%. Entre os fatores relevantes destacam-se as indústrias do Espírito Santo e de Minas Gerais, cujo consumo cresceu, respectivamente, 10% e 3,6%, principalmente devido à expansão dos segmentos de siderurgia, ferroligas e extração de minério.

Centro-Oeste, a expansão mais relevante ocorreu em Goiás (8,5%), que representa 50% do consumo industrial regional.

Durante as reuniões de acompanhamento de mercado algumas distribuidoras sinalizaram que a indústria de transformação vem demonstrando sinais de acomodação, refletindo a apreciação da moeda nacional e as medidas de controle da inflação adotadas pelo governo (elevação dos juros e restrições ao crédito). Por outro lado, a agroindústria vem se beneficiando da alta dos preços das commodities, favorecendo especialmente as indústrias

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ligadas ao beneficiamento e processamento de grãos, com destaque para o Centro-Oeste. Pesquisa recente da CNI aponta o índice de confiança do empresário industrial ainda acima dos 50 pontos, o que significa expectativa na recuperação dos níveis de produção.

Em abril, o consumo comercial e de serviços somou 6.302 GWh, com expansão de 4,9% sobre igual mês de 2010. O comportamento no mês é influenciado por condicionantes de curto prazo, como calendário de faturamento, temperatura etc. Mas, no acumulado do ano, o segmento confirma a tendência de liderar a expansão do consumo entre as principais categorias de consumidores.

O consumo residencial atingiu em abril 9.236 GWh, ficando 0,9% acima de abril de 2010. O consumo acumulado nos quatro primeiros meses do ano apresentou expansão de 4,2%, e em 12 meses de 5,1%. Essa energia foi consumida em 58,6 milhões de lares brasileiros, significando um consumo médio de 157 kWh por residência (valor máximo de 177 kWh, no Sudeste).

O consumo nas regiões Norte, Nordeste e Sul foi impactado pela ocorrência, em abril deste ano, de temperaturas mais baixas do que em abril de 2010, com consequente redução da demanda por refrigeração de ambientes. No Sudeste, houve influência do calendário de faturamento (número menor de dias faturados em relação a abril de 2010). Outro fator é meramente contábil: reflete os efeitos da aplicação da Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica — Aneel, nº 414/10, com base na qual houve a reclassificação de condomínios residenciais para a classe comercial.

Em termos regionais, o destaque foi o Centro-Oeste, em especial o Distrito Federal (7,7%). No Nordeste, os crescimentos mais expressivos ocorreram em Alagoas (7,6%) e Sergipe (5,7%). No Sudeste, o destaque foi Minas Gerais, com crescimento de 4,2%. Além do efeito temperatura, a performance do consumo residencial na região Norte (-3,5%) foi afetada também pela alta pluviosidade e pelo calendário de faturamento (número menor de dias faturados).

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Abr/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Nov/10 Dez/10 Jan/11 Fev/11 Mar/11 Abr/11

Metalurgia

2 – METALURGIA

Uma análise do setor de metalurgia aponta para um índice de utilização de capacidade instalada de 87,1% em abril de 2011, representando um aumento de 0,4% em relação a março desde ano. Nos últimos 12 meses, a série marca uma redução de 0,5% de utilização da capacidade instalada.

Fonte: FGV – 2011

O frágil aumento das atividades do setor se mostra como representativo de um somatório de forças em sentidos opostos que vem se anulando mutuamente. O aumento dos custos continua sendo um fator relevante para o desempenho do setor, com substanciais aumentos dos preços do barril de petróleo e a altíssima carga tributária que se faz pesar sobre a energia elétrica, os custos disparam e as margens de lucro diminuem. Há ainda, em um cenário abarcando um período de tempo pouco maior, o sensível aumento previsto do salário mínimo – de 13% - como um fator que possui alguma influência negativa nos investimentos e atividades do setor.

O cenário de médio-longo prazo não é positivo, uma vez que, a invasão de produtos chineses e os incentivos tributários concedidos por outros países estão deixando o Brasil em segundo plano na rota de investimentos de empresas multinacionais. Estudo feito pelo jornal O Estado de S. Paulo mostra que fábricas de setores eletrointensivos, incluindo alumínio e siderurgia estão fechando unidades no País ou migrando para outros locais por causa da perda de competitividade no mercado brasileiro.

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2.1 – ALUMÍNIO, COBRE, NÍQUEL e OUTROS METAIS

O cenário internacional de incertezas e multiplicidade de forças que jogam os preços tanto para cima quanto para baixo, que no mês passaram se traduziram em intensas oscilações e muita volatilidade nos mercados das commodities metálicas, ainda não se dissipou. Porém, boa parte das preocupações advindas das incertezas quanto à demanda global tem se atenuando, enquanto o mercado começa a convergir na opinião de que a queda de demanda por parte dos Estados Unidos será paulatinamente compensada pelos mercados emergentes, que continua aquecida e, em alguns casos, até acelerando. Segundo um gestor de um fundo hedge em Londres, a panorama geral é bastante positivo, em comparação com o cenário observado no começo do ano.

A China continua desempenhando um papel central na determinação dos rumos desses mercados, por conta da sua posição de maior importador de commodities minerais e metálicas do mundo. Sua economia continua em gradual desaceleração, mas não acredita-se em nenhum hard landing para o gigante asiático.

Outro importante fator que influencia negativamente o setor é a disparada dos preços do barril de petróleo, pressionando os custos e encurtando as margens das atividades industriais ligadas aos metais.

Variação dos Preços do Cobre no Mercado Internacional:

Fonte: ADVFN – 2011

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O cobre, particularmente, continua apresentando fortes oscilações, apresentando comportamento semelhante ao do mercado de futuros em geral. Tecnicamente se observa o estabelecimento de uma tendência de baixa, condizente com a análise fundamentalista que aponta para um aumento global da oferta de cobre, que deve diminuir os preços médios da commodity a despeito das fortes variações advindas do cenário internacional de incertezas.

Apesar de a China consumir mais cobre do que qualquer outro país pode-se observar sua velocidade de industrialização sendo seguida pela Índia e América Latina, o que diminui as preocupações com quanto uma possível desaceleração Chinesa.

A Zâmbia, um dos maiores produtores mundial de cobre, anunciou, após a descoberta de novas reservas, que está preparada para dobrar sua produção mundial, que deve ultrapassar 1 milhão de toneladas. As informações foram dadas pelo presidente Levy Mwanawasa.

A Rio Tinto prevê uma redução dos volumes de produção de cobre, embora não tenha divulgado números. A Votorantim anunciou no dia 12 de abril que irá investir cerca de R$ 18 milhões em seu segmento produtor de cobre, investimento que pode ser considerado bastante baixo em relação ao plano de investimentos de R$ 1 bi no ano.

Variação dos Preços do Alumínio no Mercado Internacional:

Fonte: ADVFN – 2011

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O mercado de alumínio, assim como o de cobre, enfrenta todos as pressões já citadas como pertinentes à trajetória das commodities metálicas. Entretanto, diferente do cobre, as preços nos mercados futuro não parece definir um viés de baixa, assumindo uma volatilidade inferior ao do cobre e mantendo bases e tetos relativamente estáveis.

Os planos de investimentos de grandes empresas do setor refletem esse cenário diferenciado, apresentando certo otimismo, principalmente se comparado aos seus planos para o cobre. A Rio Tinto anunciou que irá expandir suas operações com alumínio, assim como a Votorantim, que anunciou investimentos de R$ 401 milhões para o alumínio, com foco na ampliação da oferta de produtos para aplicações no mercado imobiliário.

Apesar do “melhor humor” para o alumínio, é importante reiterar nada melhorou o cenário de altos custos, forte concorrência chinesa e alta carga tributária que ainda sufoca o setor. Como lembra Eduardo Spalding, coordenador da Comissão de Energia da Abal, há mais de 25 anos nenhuma nova fábrica do setor de alumínio se instala no Brasil, havendo apensa a expansão de algumas já existentes. Segundo avaliações do especialista, se nada for feito, a tendência é que o setor de alumínio suma do país.

As cotações do níquel têm apresentado altas no mercado futuro, frutos da escassez do metal no mercado, segundo avaliações de especialistas. Já as cotações do zinco têm apresentado indeterminação de tendência, e, segundo um trader que atua em Londres, os gráficos mostram força para a subida dos preços do metal, embora se uma análise fundamentalista calcule risco de sobreoferta do produto ainda no curto prazo.

A Votorantim também incluiu os segmentos dos dois metais em seu plano anual de investimentos, com R$ 430 milhões destinados a área de zinco - onde quase metade se destina ao Polimetálicos I e a à conclusão da refinaria de Cajamarquilla, que fica próximo de Lime e fui duplicada no ano passado – e R$ 151 milhões para a área de níquel, para projetos de modernização da fundição e substituição do óleo na geração de energia, além de ampliação da vida útil de mina de Fortaleza de Minas.

2.2 – AÇO

Segundo dados fornecidos pelo Instituto Aço Brasil (IABr) referentes ao mês de abril de 2011, a produção brasileira de aço bruto foi de 2,9 milhões de toneladas, representando queda de 1,9% em relação a março e aumento de 10,4% quando comparada com o mesmo mês em 2010. Em relação aos laminados, a produção de abril, de 2,1 milhões de toneladas, apresentou queda de 9,9% na comparação com o mês anterior e de 2,4% quando comparada com abril do ano passado. Com esses resultados, a produção acumulada em 2011 totalizou 11,5 milhões de toneladas de aço bruto e 8,5 milhões de toneladas de laminados, o que significou aumento de 7,5% e 0,9%, respectivamente, sobre o mesmo período de 2010.

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Quanto às vendas internas, o resultado de abril de 2011 foi de 1,9 milhões de toneladas de produtos, queda de 0,1% sobre o mês anterior. Quando comparado com igual período de 2010, registra-se elevação de 8,0%. As vendas acumuladas em 2011, de 7,2 milhões de toneladas, mostram crescimento de 6,3% com relação ao mesmo período do ano anterior.

As exportações de produtos siderúrgicos em abril de 2011 atingiram 857,1 mil toneladas no valor de 674,2 milhões de dólares. Com esse resultado as exportações em 2011 totalizaram 3,7 milhões de toneladas e 2,7 bilhões de dólares, representando aumento de 30,7% em volume e de 68,1 % em valor quando comparado ao mesmo período do ano anterior. No que se refere às importações, registrou-se em abril volume de 261,2 mil toneladas (US$ 314 milhões) totalizando, desse modo, 1,1 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos importados no ano, 38,0% abaixo do mesmo período do ano anterior.

O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos em abril foi de 2,2 milhões de toneladas, totalizando 8,4 milhões de toneladas em 2011. Esses valores representaram queda de 3,7% e 1,9%, respectivamente, em relação a igual período do ano anterior.

Evolução Comparativa da Produção de Aço Bruto no Brasil 2010/2011

Fonte: IBS - 2011

Segundo informações e análises feitas pelo Valor Econômico, a partir de dados e diversos especialistas consultados, os altos fornos das siderúrgicas trabalham em ritmo mais acelerado do que nos últimos dois anos e as perspectivas são positivas: o pré-sal, projetos de infraestrutura, o Minha Casa Minha Vida do Governo Federal e a expansão do mercado de automóveis poderão fazer com que o consumo per capita nacional – estagnado há três décadas - cresça nos próximos cinco anos, passando dos atuais 130 quilos por habitante para até 200 quilos por habitante. Segundo o presidente do IABr, apesar do cenário, é necessário criar uma agenda de competitividade para o setor afim de estabelecer um novo ciclo. Para isso, será preciso desatar alguns nós a fim de que as usinas possam superar uma conjuntura que combina câmbio valorizado, excedente de aço no mundo e alta carga tributária. "O setor geralmente cresce o dobro do PIB, o que indica boas perspectivas para as siderúrgicas, já que o

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país pode crescer 4% ao ano nos próximos anos", afirma Ronaldo Valiño, líder de mineração e siderurgia da PwC Brasil. Segundo o BNDES, o volume de investimentos em infraestrutura deverá somar R$ 380 bilhões, com projetos de energia elétrica devendo receber R$ 139 bilhões.

As opiniões são compartilhadas pelo presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, que apontou que a indústria naval está renascendo e na área de energia elétrica há vários projetos saindo do papel. Segundo ele, Isso se soma às intenções de investimento da Petrobras, que prevê a contratação de várias plataformas e embarcações e projeta um cenário de forte expansão do setor.

O panorama da indústria de aço mundial também tem melhorado. Depois de uma alta de 13% no consumo em 2010, a demanda global deve crescer 6% em 2011 e 2012, segundo projeções do Comitê de Aço da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulgou relatório sobre o segmento. Boa parte dessa expansão deve ser liderada pelos países emergentes, que já respondem por dois terços do crescimento da economia mundial nesses três últimos anos.

A OCDE aponta três riscos relevantes sobre essas previsões: a alta do preço das matérias-primas, como carvão e minério de ferro, um baixo crescimento das nações desenvolvidas e cotações elevadas do petróleo.

O setor retoma gradualmente suas atividades, mas a dependência da economia da China é crescente. Com uma produção de 800 milhões de toneladas e demanda em torno de 700 milhões de toneladas anuais de aço, o país asiático tornou-se o fiel da balança no setor, enquanto as concorrentes nos EUA e na Europa ainda se mantêm abaixo dos patamares verificados antes da crise econômica de 2008. Segundo projeções da World Steel Association (WSA), em 2012, Estados Unidos e Europa ainda devem manter níveis inferiores de produção aos apurados antes da crise de 2008.

Uma desaceleração mais brusca da China poderia colocar a recuperação do setor em xeque e acirrar a disputa comercial por mercados entre grandes produtores de aço do mundo. Hoje a capacidade siderúrgica global está em cerca de 2 bilhões de toneladas, e haveria um excedente de 530 milhões de toneladas. Essa sobra conjuntural, com o câmbio valorizado, é uma ameaça que paira no horizonte das indústrias nacionais, que ano passado viram 20% do mercado ser inundado por aço importado.

"Neste ano, as importações respondem por 12% do consumo interno, mas o patamar razoável seria 8% a 9%. Mais do que isso seria um desastre para as cadeias produtivas", afirmou Luiz Fernando Martinez, diretor comercial da CSN, em teleconferência a analistas. "A China é uma ameaça a qualquer parque siderúrgico, não apenas por meio das exportações diretas, mas principalmente pelas exportações indiretas, que são as vendas de produtos intensivos no consumo de aço. O Brasil não foge à regra", diz Germano Mendes de Paula, professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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O câmbio valorizado, a sobra de aço no mercado internacional, o aprendizado de grandes clientes de importação própria de aço e benefícios fiscais concedidos por Estados à compra do produto no exterior criaram uma nova conjuntura para a indústria siderúrgica. A ordem, com isso, é criar uma agenda de competitividade. As margens - que há cinco anos estavam acima de 30% com o aço brasileiro tendo um prêmio entre 30% a 40% em relação ao importado - caíram. Hoje o prêmio do produto nacional está entre 5% e 10%, mas a ameaça da importação continua no ar.

"As importações caíram neste ano, mas os fatores conjunturais permanecem no horizonte", diz Marco Polo de Mello Lopes, presidente do Instituto Aço Brasil. Cerca de um quarto das importações, recordes no ano passado, vieram da China.

"O Brasil vive sob condições de estabilidade econômica, política, financeira e atrai investimentos com seu crescimento interno, o que faz com que o real possa se manter nesse patamar apreciado. Ou seja, o que sobra é a agenda de competitividade para reduzir as assimetrias competitivas. É preciso reduzir impostos sobre folha de pagamento, investimentos, exportação, e o custo de energia", diz Mello Lopes.

Para o analista Felipe Reis, do Santander, o câmbio valorizado reduziu a competitividade do setor. De outro lado, há crescentes pressões de custos, como mão de obra, energia, matérias-primas como minério de ferro e carvão. Adiciona-se outro ingrediente nessa equação: os clientes das siderúrgicas, como a indústria automotiva, também têm sofrido com a alta dos custos e com a crescente concorrência de novas marcas no mercado brasileiro, já que montadoras chinesas têm oferecido carros com mais equipamentos a preços mais baixos no varejo.

"Toda a longa cadeia produtiva está pressionada", afirma o analista do Santander.

O cenário de investimentos futuros tem feito alguns projetos saírem do papel. A Gerdau irá investir R$ 718 milhões até 2013 apenas no Estado de São Paulo, por conta do crescimento na construção civil e das montadoras. O montante será destinado à expansão da usina de aços especiais e numa nova unidade para produtos prontos em Pindamonhangaba e na melhoria da usina de Araçariguama. Outro destaque da Gerdau é a sua oferta pública de ações concluída no dia 12 de abril, que levantou perto de R$ 4,5 bilhões para o seu caixa. O dinheiro não está carimbado para uma eventual compra de participação acionária na Usiminas, siderúrgica mineira de aços planos. Essa foi a resposta dada pelos executivos aos questionamentos dos investidores durante as apresentações da oferta. Há pelo menos um mês rumores no mercado dão conta do interesse da Gerdau em uma associação com a Usiminas, o que teria, inclusive, motivado as compras da ações da Usiminas pela CSN. Ao justificar sua captação, a Gerdau reforçou que os recursos vão para o pré-pagamento de empréstimos contraídos por subsidiárias no exterior (56%); investimento em melhoria e expansão da capacidade instalada (27%) e para reforçar o caixa (17%). Para muitos analistas, a empresa não tinha necessidade de chamar capital agora, uma vez que a relação entre a sua geração de caixa e a dívida está dentro do padrão da empresa nos últimos anos.

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A ThyssenKrupp CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), aguarda licença definitiva dos órgãos ambientais do governo do Rio de Janeiro para alcançar, até o final do ano, a plena operação e produzir 15 mil toneladas de placas de aço por dia. Com isso, poderá cumprir seu plano estratégico e aumentar em 40% as exportações brasileiras.

A Siderúrgica Norte Brasil S.A. (Sinobrás), como divulgado no dia 08 de abril, espera concluir seu projeto de US$ 1,5 bilhão em Marabá, no sudeste paraense, para produzir no Brasil, a partir de 2013, bobinas e chapas de aço que hoje importa para suas atividades siderúrgicas.

A ArcelorMittal do Brasil divulgou ontem que conseguiu uma receita operacional líquida de R$ 16,9 bilhões, um resultado 20% superior ao obtido em 2009, ano marcado pela recessão econômica global. Segundo a siderúrgica multinacional, foram comercializadas 10,6 milhões de toneladas de aços longos e planos, uma alta de 12,2%. O balanço da Arcelor Mittal divulgado ontem não consolida os resultados da divisão de mineração do grupo Arcelor. O resultado mostra que a produção da Arcelor no ano passado ainda não conseguiu se recuperar totalmente da crise financeira, ficando aquém do obtido em 2008. Há dois anos, a Arcelor produziu 11,1 milhões de toneladas de aço e comercializou 10,9 milhões de toneladas. A receita líquida naquela ocasião foi de R$ 19,8 bilhões. No balanço divulgado ontem, o lucro líquido em 2010 foi de R$ 1,439 bilhão, menos da metade dos R$ 3,2 bilhões conseguidos em 2009. Em 2008, o lucro líquido foi ligeiramente inferior ao deste ano, atingindo R$ 1,425 bilhão. A empresa inaugurou na primeira semana do mês sua quarta unidade produtiva na cidade mineira de Contagem, com capacidade para 150 mil toneladas anuais de rolos, chapas e blanks. O investimento total foi de R$ 27 milhões e vai atender o setor automobilístico. Com a nova linha, a empresa terá capacidade de processamento total de 400 mil toneladas de aço por ano para produção de tubos, perfis, chapas, blanks, rolos e telhas. A Manchester atua principalmente no mercado da construção civil.

Com relação a atuação da Vale no setor, o presidente do BNDES, Lucioano Coutinho, afirmou que a indicação do novo presidente da empresa, Murilo Ferreira, não deve alterar a disposição da compania para atuar na produção de aço. De acordo com ele, a atual diretoria presidida por Rogério Agnelli já manifestava interesse em atuar nessa área. A assessoria de imprensa da Vale informou que a companhia atua em quatro projetos para produção de aço no Brasil. Um deles é o da Aço Laminados do Pará (Alpa), que contará com investimento total de US$ 3,2 bilhões, inteiramente de responsabilidade da Vale, e deve começar a produzir a partir de 2014, com minério de ferro retirado de Carajás.

2.3 – MINÉRIO de FERRO

O mercado de minério de ferro deverá continuar apertado neste ano, tendo em vista que a oferta global não deverá crescer, afirmou o diretor de vendas globais da Vale, Michael

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Zhu. "Não haverá oferta adicional para chegar ao mercado este ano e a demanda chinesa continua a crescer à medida que o país expande sua produção de aço", afirmou Zhu, durante conferência de mineração, em Cingapura. Zhu afirmou que a Vale continua a aumentar a quantidade de minério de ferro embarcado nos seus navios após a entrega na semana passada do seu primeiro navio cargueiro Chinamax, com capacidade para transportar 400 mil toneladas. Segundo ele, a Vale transferiu suas operações de vendas e marketing do Brasil para Cingapura em outubro passado, num reconhecimento da importância da região. "Cerca 60% da nossa produção é absorvida pela Ásia, então, Cingapura faz sentido como nosso centro de vendas", ressaltou Zhu. As informações são da Dow Jones. Algumas semanas depois, o diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castello Branco, descartou hoje impactos significativos do terremoto ocorrido no Japão sobre a demanda por minério de ferro. O executivo afirmou que o preço do minério no mercado spot (à vista) chinês - que serve de base para os reajustes trimestrais da Vale - já voltou a subir. “O terremoto do Japão não muda absolutamente nada do ponto de vista estrutural”, comentou Castello Branco. Durante evento promovido pela Bloomberg na capital paulista, o diretor disse que a economia japonesa voltará a crescer em três meses, apesar do choque no curto prazo. O executivo prevê ainda que a demanda por commodities seguirá aquecida nos próximos dez anos, refletindo o crescimento de economias emergentes e seus respectivos investimentos em infraestrutura.

A Vale, maior produtora de minério de ferro do mundo, reiterou sua meta de produzir 320 milhões de toneladas do minério neste ano. A empresa registrou uma queda na produção no primeiro trimestre por causa de chuvas e inundações, explicou o diretor global de vendas de materiais da mineradora, Michael Zhu, no âmbito de uma conferência em Cingapura nesta quarta-feira, mas disse que a Vale vai reforçar sua produção para compensar essa perda. O executivo acrescentou ainda que a expectativa da companhia é vender até 130 milhões de toneladas de minério de ferro para a China neste calendário, semelhante aos níveis do ano passado. E reiterou que a oferta do minério de ferro vai ser "limitada" nos próximos 12 meses e que não vai haver "nenhuma oferta adicional" no mercado no período dos próximos 6 a 12 meses em razão de ofertas reduzidas do Brasil, Austrália e Índia.

A Usiminas vê moderação de custo, após grande tombo dos seus lucros. Segundo o vice-deiretor financeiro de Usiminas, Ronal Seckelmann, o custo do carvão deve cair ligeiramente em junho. O lucro do primeiro trimestre despencou 96%, pressionado por aumentos de preços de matérias-primas e preços de aço no mercado local fracos. "Nossa expectativa de custo para o segundo trimestre é de estabilidade ou até de redução", disse Seckelmann. O menor lucro da companhia desde o primeiro trimestre de 2009 sinaliza os desafios enfrentados pelo presidente-executivo, Wilson Brumer, enquanto busca ampliar produção de minério de ferro e de produtos de valor agregado além de cortar custos que estão erodindo as margens da operação siderúrgica. A empresa divulgou mais cedo lucro líquido de 16 milhões de reais ante 375,2 milhões de reais um ano antes. A queda no resultado foi intensificada pela venda da participação da Usiminas na siderúrgica argentina Ternium, que gerou um impacto negativo de 125 milhões de reais.

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Já a Rio Tinto prevê um aumento da produção de minério de ferro e de carvão coque em 2011, à medida que suas operações na Austrália se recuperam dos ciclones tropicais e das chuvas de monções que castigaram importantes regiões mineradoras do país no início deste ano. A demanda por aço, junto com as matérias-primas essenciais para a sua fabricação - ou seja, minério de ferro e carvão de coque -, está sendo impulsionada pela rápida industrialização na Ásia, particularmente na China e Índia.

A CSN teve lucro líquido de R$ 450 milhões no quarto trimestre de 2010, queda de 39% ante o mesmo período do ano passado. No acumulado de 2010, o ganho da empresa caiu 4%, para R$ 2,5 bilhões. A receita líquida anual, no entanto, subiu 32%, para 14,5 bilhões -alta de 32%. A queda no lucro é explicada, principalmente, pela piora do resultado financeiro. No dia 29 de abril a empresa reiterou o desejo de elevar sua fatia no capital votante da rival Usiminas para 10% - de uma participação atual de 8,62%. O vice-presidente financeiro da CSN, Paulo Penido, disse que o aumento da presença na Usiminas tem que ser feito de forma gradual. Ele afirmou ainda que ter uma fatia na hoje concorrente pode ser útil à empresa no futuro. Penido disse também que a CSN não deve se desfazer dos 19,9% que possui na Riversdale, produtora de carvão em Moçambique - a empresa é alvo de aquisição da Rio Tinto. A CSN informou que espera aumento de até 22,5% nas vendas de minério neste ano. Em 2010, houve crescimento de 13% e recorde no volume comercializado.

A mineradora Ferrous Resources do Brasil fez este mês o seu primeiro embarque internacional de minério de ferro, de 162,7 mil toneladas, para a China e outros países da Ásia. O embarque marca a entrada em operação da empresa, antecipando um cronograma de atividades que prevê a produção de 25 milhões de toneladas até 2014, com escoamento por um mineroduto até um porto no litoral do Espírito Santo. A empresa havia decidido no fim de 2010 começar as exportações já este ano, enquanto busca um sócio estratégico que viabilize um projeto maior. A Ferrous busca um parceiro no exterior, em uma operação coordenada pelo Deutsche Bank. A projeção era de exportar 1,5 milhão de toneladas, vindas da mina Esperança, controlada por uma subsidiária da Ferrous. Mas, em fevereiro, a mineradora conseguiu a licença de instalação para a mina Viga, em Congonhas, o que permite uma produção limitada de minério mesmo ainda sem a licença de operação.

A MMX, do Grupo EBX, por sua vez, investirá R$ 5 bilhões em seis anos para aumentar sua produção de minério de ferro, enquanto a Anglo American prevê aportes de US$ 5 bilhões em dois anos na implantação do projeto Minas-Rio.

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3 – SETOR AUTOMOTIVO

A capacidade instalada da indústria ficou em 86,3%. Com relação ao mês de março, a indústria automotiva apresentou um aumento de 1,1%. Em comparação ao mesmo período do ano passado, a indústria apresentou um aumento de 0,9%.

Utilização Média da Capacidade Instalada – Mecânica

Fonte: FGV – 2011

O setor automotivo sustentou o forte viés de alta de suas atividades ao apresentar um aumento da capacidade média instalada semelhante ao vigoroso aumento observado em março (1,5%). A produção física de autoveículos no mês de abril foi de 280,1 mil unidades. É relevante ressaltar a eletrointensividade do setor, e que a crescente ocupação de sua capacidade instalada provoca um efeito de mesma natureza na demanda de energia elétrica do país.

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Mecânica

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4 – PAPEL e CELULOSE

O nível de utilização da capacidade instalada retraiu 0,7% em relação a março desde ano, ficando em 89,8% contra 90,5% no mês passado. O resultado representa uma expressiva retração de 3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o nivel de utilização da capacidade instalada estava em 92,8%.

Utilização Média da Capacidade Instalada – Papel e Celulose

Fonte: FGV - 2011

As principais movimentações no setor durante o mês de abril estão explicitadas nas informações abaixo:

A Suzano Papel e Celulose, segunda maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, acompanhou o movimento de suas concorrentes e elevou os preços da fibra, a partir do dia 1º deste mês, em US$ 30 por tonelada, segundo fonte do setor. Esse é o primeiro reajuste do ano nas cotações da celulose de fibra curta, que no ano passado passaram por seis altas e dois cortes. A brasileira Fibria, maior produtora global da matéria-prima, já havia confirmado o reajuste, porém não informou se o aumento seria aplicado nos três mercados de referência. No fim de dezembro, a tonelada da celulose de fibra curta era negociada a US$ 850 no mercado europeu, US$ 900 na América do Norte e US$ 750 na Ásia. A portuguesa Altri também anunciou que aplicaria o aumento, de maneira a elevar o preço da

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Papel e Celulose

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celulose vendida na Europa para US$ 880 a tonelada. O reajuste tem como pano de fundo a retomada das encomendas em praticamente todos os mercados, porém, com destaque para países europeus nos dois primeiros meses do ano. A empresa também celebrou contratos com os fornecedores Metso e Siemens para a aquisição dos principais equipamentos da fábrica de celulose que será instalada no Maranhão.Em comunicado, a empresa lembra que conseguirá antecipar em seis meses, para abril de 2013, o início das operações da unidade maranhense, que terá capacidade anual de produção de 1,5 milhão de toneladas.Sem dar um número exato, a Suzano diz que o valor do contrato fechado com a Siemens está dentro da faixa de US$ 40 milhões a US$ 50 milhões, compreendendo a aquisição de dois turbos de geração de energia.Já o contrato com a Metso abrange uma série de equipamentos para áreas como pátio de madeira, cozimento e lavagem, linha de fibras, além de sistemas de automação integrada. A empresa não divulga o valor do contrato, mas diz que está em linha com encomendas dessa natureza, que variam de US$ 1 bilhão a US$ 1,2 bilhão.Os investimentos na fábrica de Maranhão são estimados em US$ 2,3 bilhões.

Já a Fibria viu divulgou esse mês dados que apontavam para um recuo de suas exportações na ordem de 7,33% em março, em relação a igual mês de 2010. As vendas totais da companhia de papel e celulose alcançaram US$ 141,733 mi em preço FOB, resultado pressionado pela ocorrência do carnaval durante o período.A concorrente Suzano registrou vendas externas de US$ 123,999 milhões em março deste ano, o que indica uma leve expansão de 0,18% ante o mesmo intervalo de 2010, a despeito do menor número de dias úteis do mês passado (20 dias contra 23 dias em março de 2010).No acumulado do primeiro trimestre, as vendas da Suzano atingiram US$ 332,330 milhões, uma expansão de 12,03% ante o mesmo intervalo de 2010. A Fibria, por sua vez, informou um acréscimo de 18,91% em igual comparação, para US$ 413,946 milhões.

A Arauco do Brasil anunciou na primeira semana do mês a ampliação da fábrica de Jaguariaíva (PR), que tem capacidade de produção anual de 300 mil metros cúbicos de MDF. A empresa vai receber incentivos do governo do Estado, por meio do programa Paraná Competitivo, criado em fevereiro para atrair investimentos. Os investimentos da Arauco vão somar R$ 275 milhões. A unidade de Jaguariaíva, que era da Placas do Paraná, foi comprada pela Arauco em 2005. Em 2009, em operação com a sueco-finlandesa Stora Enso, ela adquiriu uma serraria e parte das florestas e de uma fábrica de papel revestido para revistas, localizadas em Arapoti (PR). No mesmo ano, comprou a Tafisa do grupo português Sonae, que tem unidade de placas de madeira em Pien (PR). Procurada, a Arauco não falou sobre o novo investimento.

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5 – QUÍMICA e PETROQUÍMICA

Na indústria química, o nível de utilização da capacidade instalda registrou 83,5%, representando uma retração de 0,5% em relação ao mês passado, que foi de 84%, e uma redução de 1,3% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foi registrado 84,8% de capacidade média instalada em uso.

Utilização Média da Capacidade Instalada – Indústria Química

Fonte: FGV – 2011

O déficit da balança comercial de produtos químicos chegou a US$ 5 bilhões no primeiro trimestre deste ano, o que representa aumento de 16,9% em relação ao mesmo período de 2010. De janeiro a março, o Brasil importou US$ 8,4 bilhões e exportou US$ 3,4 bilhões em produtos químicos. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, as importações aumentaram 15,9% e as exportações cresceram 14,6%. Para a diretora de Comércio Exterior da Abiquim, Denise Naranjo, o crescimento das importações de produtos químicos poderá elevar o déficit para patamares recordes. “Nos últimos 12 meses, de abril de 2010 a março deste ano, o déficit é de US$ 21,4 bilhões, valor que já é superior ao registrado no ano passado”.

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Química

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As compras de intermediários para fertilizantes, os produtos químicos mais importados no trimestre, cresceram 56,2%, chegando a US$ 1,2 bilhão. Os fertilizantes formulados, com compras de US$ 175,8 milhões, tiveram o maior crescimento relativo no período, de 528,8%.

De janeiro a março, as importações de produtos químicos movimentaram mais de 7 milhões de toneladas. O volume das exportações chegou a 3 milhões de toneladas. Os produtos químicos representaram 17,6% do total de US$ 48,1 bilhões em importações realizadas pelo País e 6,7% dos US$ 51,2 bilhões.

A petroquímica Braskem anunciou que suas vendas externas totalizaram US$ 175,548 mi em março, considerando o preço FOB, o que indica um recuo de 9,92% em relação a igual período do ano passado. Os dados foram divulgados no dia 25 deste mês pela Secex, ligada ao MDIC. A queda nas exportações da petroquímica no mês passado era esperada, já que a companhia teve o volume de negócios afetado pela parada das operações no polo de Camaçari (BA), em decorrência do apagão que atingiu a região Nordeste no início de fevereiro. Outro efeito importante para as exportações foi a ocorrência do carnaval em março deste ano, ao contrário do que ocorreu em 2010, quando a festividade foi em fevereiro. No acumulado do primeiro trimestre de 2011, as exportações da Braskem alcançaram US$ 541,459 milhões, uma queda de 4,59% em relação ao mesmo período do ano passado.