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1 COLÉGIO ESTADUAL DOM BOSCO ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO Campo Mourão/Pr SETEMBRO/2011

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - Notícias · Esse coletivo, contudo, deve ser entendido tanto no sentido mais amplo dos movimentos da categoria, como no sentido da escola enquanto

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COLÉGIO ESTADUAL DOM BOSCO

ENSINO FUNDAMENTAL, MÉDIO E PROFISSIONAL.

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO

Campo Mourão/Pr

SETEMBRO/2011

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Sumário

APRESENTAÇÃO ....................................................................................................... 5

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 6

1.1 Identificação ...................................................................................................... 7

1.1.1 Atos Oficiais ............................................................................................... 7

1.1.2 Atos Oficiais do Quadro Administrativo ...................................................... 8

1.2 Histórico ............................................................................................................ 8

1.2.1 Patrono ...................................................................................................... 8

1.2.2 Inventário da escola ................................................................................... 8

1.3 Espaço físico ..................................................................................................... 9

1.3.1 Instalações ................................................................................................. 9

1.3.1.1 Salas de aula .......................................................................................... 9

1.3.1.2 Laboratórios ............................................................................................ 9

1.4 Distribuição das turmas ................................................................................... 10

1.5 Qualificação dos profissionais ......................................................................... 12

1.6 Diagnóstico sócio-econômico da comunidade ............................................... 13

1.6.1 Caracterização da população .................................................................. 13

2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 16

2.1 Objetivo geral .................................................................................................. 16

2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 16

3. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR .................................... 18

4. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO .................................................. 20

5. ATO SITUACIONAL .............................................................................................. 23

5.1 Descrição da realidade brasileira, do estado, do município e da escola ......... 25

5.2 Análise das contradições e conflitos presentes na prática docente: reflexão

teórico-prática ....................................................................................................... 35

6. MARCO CONCEITUAL ......................................................................................... 37

6.1 Concepção de sociedade ................................................................................ 37

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6.2 Concepção de homem .................................................................................... 38

6.3 Concepção de infância e adolescência. .......................................................... 38

6.4 Concepção de cidadania ................................................................................. 40

6.5 Concepção de educação................................................................................. 41

6.6 Concepção de Ensino Fundamental de Nove Anos/anos finais ...................... 43

6.7 Concepção de conhecimento .......................................................................... 44

6.8 Concepção de Letramento .............................................................................. 45

6.9 Concepção de escola ...................................................................................... 48

6.10 Concepção de Tecnologia............................................................................. 49

6.11 Concepção de ensino-aprendizagem ............................................................ 50

6.12 Concepção de avaliação ............................................................................... 51

6.13 Critérios de organização interna da escola ................................................... 53

6.14 Princípios da Gestão Democrática ................................................................ 54

6.15 Capacitação continuada de educadores ....................................................... 56

6.16 Qualidade do ensino e aprendizagem ........................................................... 57

6.17 O currículo da escola pública ........................................................................ 58

6.18 Dinâmica do currículo................................................................................... 60

6.19 Reflexão sobre trabalho pedagógico ............................................................. 60

6.20 Princípios curriculares ................................................................................... 62

6.21 Trabalho coletivo ........................................................................................... 63

6.22 Prática transformadora .................................................................................. 64

6.23 O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico ................... 66

7. MARCO OPERACIONAL ...................................................................................... 69

7.1 Redimensionamento da organização do trabalho pedagógico........................ 69

7.2 Concepção de gestão ..................................................................................... 70

7.3 Recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto ................................. 75

7.4 Critérios para elaboração do calendário escolar ............................................. 76

7.5 Critérios para organização e utilização dos espaços educativos .................... 78

7.6 Critérios para organização de turmas e distribuição por professor e razão por

especificidades ...................................................................................................... 78

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7.7 Plano de ação da equipe multidisciplinar – 2010 a 2012 ............................... 80

7.8 Inclusão do estágio não-obrigatório ............................................................... 90

7.9 Intenção de acompanhamento dos alunos que se evadiram da escola .......... 93

7.9.1 Diretrizes para a avaliação de desempenho do pessoal docente e não-

docente; do currículo, das atividades extracurriculares e do Projeto Político

Pedagógico ........................................................................................................... 94

7.9.1.1 Avaliação institucional ........................................................................... 94

7.9.1.2 Práticas avaliativas ................................................................................. 113

8. ENSINO FUNDAMENTAL COM DURAÇÃO DE NOVE ANOS .......................... 120

9.PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA ........................................................................... 124

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 138

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APRESENTAÇÃO

O Projeto Político Pedagógico é um documento construído no coletivo, sua construção está

muito bem definida pela educadora Izabel Alice Lelis,

Esse coletivo, contudo, deve ser entendido tanto no

sentido mais amplo dos movimentos da categoria,

como no sentido da escola enquanto “locus” por

excelência do trabalho pedagógico. Chamo a atenção

para esse aspecto, porque é a escola o espaço que

possibilita o encontro sistemático de seus membros

para a discussão e reflexão dos problemas e

dificuldades que cada um enfrenta no seu

cotidiano. As grandes transformações sociais e os

desafios enfrentados pela sociedade atual são

decorrentes de práticas do passado, nem sempre

relacionadas ao respeito com o ser humano e muito

menos para a construção de sua dignidade enquanto

cidadão, tais posturas conduziram à necessidade de

resgatar os valores morais, fazendo com que a própria

escola assuma uma posição muito forte quanto o

direcionamento do indivíduo que deseja formar.

Diante deste contexto, cabe à instituição educacional questionar e reorientar o processo

formativo de seus educandos, adequando sua estrutura e também a prática às novas exigências

sociais, através de debates que iniciaram nos grupos de estudos de formação descentralizada

dos profissionais da educação e pelo levantamento do perfil sócio-econômico da comunidade,

definindo assim quais serão as práticas pedagógicas a serem utilizadas para garantir uma

formação direcionada para os valores estabelecidos por esta realidade. Para tanto é necessário

que haja um referencial de base para formalizar e orientar os caminhos a serem percorridos, e

que ao mesmo tempo sirva de “norte” para a adequação da prática pedagógica.

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1. INTRODUÇÃO

O presente Projeto Político Pedagógico nasceu da exigência legal da implantação da nova Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n 9.394/96 (LDBEN). O teor da presente Lei tem

por escopo a autonomia da comunidade escolar em definir sua identidade e o conjunto

orientador de princípios e normas que iluminem a ação pedagógica cotidiana. Também

necessita atender a Lei Complementar nº 077/77-Estatuto do Magistério, a Deliberação nº 14/

99 – CEE, a Deliberação nº 16/ 99 – CEE e as Diretrizes Curriculares Estaduais.

Reconhecendo que um Estabelecimento de Ensino tem o seu papel na transformação da

sociedade, sendo também considerado agente de transformação, o projeto propõe dinamizar a

realidade escolar através de um trabalho educacional que possibilite a formação do homem

crítico, com visão clara de mundo, isto é, que passe do senso comum à consciência filosófica.

Capaz de conquistar o acesso ao conhecimento que o instrumentalize de forma a poder inserir

no mundo do trabalho e garantir a continuidade de seus estudos.

O Projeto Pedagógico serve para direcionar e dar indicações necessárias à organização do

trabalho pedagógico. A intenção, portanto, é conduzir ações sistemáticas de contínua reflexão

sobre processos da educação e revisão permanente dos objetivos pretendidos e das práticas em

desenvolvimento.

O compromisso educacional deste Estabelecimento de Ensino está vinculado com a

apropriação do conhecimento e a formação do cidadão (ã). Este pressuposto exige uma

reflexão sistemática sobre a prática pedagógica e possibilita compreendê-la nas suas

profundas relações, contribuindo para que o desempenho na condução do processo de ensino

e de aprendizagem tenha uma direção mais segura com base na explicitação da realidade.

O processo para a compreensão da realidade humana, base de toda organização curricular,

demanda da permanente reflexão sobre questões essenciais do cotidiano escolar: como o

projeto político pedagógico deve ser tomado hoje no interior da nossa escola e ser capaz de

responder ao projeto de superação das atuais condições de vida dos alunos que nela vivem?

Que compreensão devemos ter da realidade para propor um paradigma de currículo que tenha

significação enquanto proposta de mudança da comunidade escolar na direção da

consolidação dos princípios democráticos que devem orientar uma sociedade moderna?

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1.1 Identificação

Colégio Estadual Dom Bosco Ensino Fundamental, Médio e Profissional.

Rua Duque de Caxias, nº. 938, CEP. 87.305-120. Campo Mourão – Paraná

Telefone e Fax (0_ _ 44) 3524.1061

Núcleo Regional de Ensino de Campo Mourão – 05

1.1.1 Atos Oficiais

Autorização de Funcionamento do Estabelecimento: DEC. 1377/75 D.O.E DE

30/12/75.

Reconhecimento do Estabelecimento: RES. 788/82 D.O.E 6/03/82.

Reconhecimento Do Curso - Ensino Médio - RES. 867/85 D.O.E 27/03/85.

Ato De Renovação De Reconhecimento De Curso – Ensino Médio:RES. 2745/02 D.O

.E 08/08/92.

Reconhecimento Do Curso Ensino Fundamental:788/82 D.O.E 26/03/82.

Ato De Renovação De Reconhecimento Do Curso: RES. 2727/02 D. O .E. 09/08/02.

Autorização de Funcionamento: Curso Técnico em Secretariado Subsequente – RES.

572/2006 - D.O.E 17/03/2006.

Autorização de Funcionamento: Curso Técnico em Informática, Integrado e

Subseqüente. PARECER CEE/CEB Nº 1043/10 DE 10/11/10

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1.1.2 Atos Oficiais do Quadro Administrativo

Diretora Geral: Claudia Regina Silva da Eira – RES - 5909/2008 DOE 24/12/08

Diretor Auxiliar: Hérico Fernando Maião - RES – 5909/2008 DOE 24///12/08

Secretária Geral: Vera Lúcia dos Santos Jandrey – PORT. 20/2009 DOE 21/01/2009

1.2 Histórico

1.2.1 Patrono

GIOVANE MELCHIOR BOSCO nasceu em 16 de agosto de 1815 em Becchi, perto de

Turim, norte da Itália. Aos 26 anos tornou-se padre da Igreja Católica onde revolucionou o

seu tempo com a dedicação que dispensava à educação dos jovens, ficando conhecido como

“Dom Bosco”. Fundou uma congregação onde perpetuou sua obra.

1.2.2 Inventário da escola

Colégio Estadual Dom Bosco – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, localizado à Rua

Duque de Caxias, 938, fone (fax) (044) 3524-1061, Bairro Lar Paraná, Município de Campo

Mourão, tendo como Entidade Mantenedora o Governo do Estado do Paraná. Criado em

10/10/61 pelo Decreto nº. 4.299 e denominado de “Grupo Escolar Dom Bosco”. Em 1975 foi

autorizado seu funcionamento através do Decreto 1377/75 de 23/12/75 com o nome de Escola

Dom Bosco – Ensino de 1º Grau e o reconhecimento do curso veio com a Resolução nº.

788/82 de 17/03/82. Em 1983 a SEED autorizou o Curso de 2º grau, através da Resolução nº.

940 de 14/03/83, tendo sido reconhecido através da Resolução nº 867/85 de 27/03/85,

denominado Colégio Estadual Dom Bosco – Ensino de 1º e 2º grau. De acordo com a

Resolução 3120/98 de 31/08/98 houve mudança de nomenclatura, passando a denominar

Colégio Estadual Dom Bosco – Ensino Fundamental e Médio. No ano de 2005 iniciaram as

atividades da Educação Profissional, a qual obteve autorização de funcionamento para o

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CURSO TÉCNICO EM SECRETARIADO, na modalidade Subsequente, pela Resolução

572/2006 D.O.E. em 17/03/2006, alterando também a denominação do Estabelecimento para

Colégio Estadual Dom Bosco, Ensino Fundamental, Médio e Profissional. O curso passou a

ser reconhecido pela Resolução 5914/2008. Está em andamento a sua Cessação, com

protocolo nº 11.042.821-9 de 06/07/2011.

No período letivo de 2009, foi solicitada a autorização de funcionamento do curso TÉCNICO

EM INFORMÁTICA (Eixo Tecnológico de Informação e Comunicação), nas modalidades

Ensino Médio Integrado, através da Resolução 5299/10, e Subsequente, através da Resolução

5310/10. Em 2010 iniciou oficialmente o funcionamento do mesmo.

1.3 Espaço físico

1.3.1 Instalações

1.3.1.1 Salas de aula

Salas de Aula Área (M²) Nº Alunos Finalidade

05 Salas 54 40 Aulas Teóricas

09 Salas 44 40 Aulas Teóricas

01 Sala 54 25 Sala de Apoio à

Aprendizagem.

01 Sala 44 30 CELEM, Sala de Recursos e

Atividade Complementar C.

de Contraturno.

1.3.1.2 Laboratórios

01 Informática / SEED

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01 Informática Proinfo / MEC

01 Ciências Físicas e Biológicas

1.3.1.3 Biblioteca

01 sala com 90 m2

1.4 Distribuição das turmas

A distribuição será apresentada de acordo com os períodos de funcionamento do

Estabelecimento de Ensino.

Matutino

Ensino Série/A

no

Nº de Turmas Nº de Alunos

Ensino

Fundamental

02

04

68

109

Ensino Médio 1º 03 88

2º 02 38

3º 01 37

Técnico em

Informática

Integrado

2º 01 26

Sala de

Apoio

De 6º/7º

anos

01 20 por disciplina (Língua

Portuguesa e Matemática)

Sala de Recursos Atende em especial os alunos do Ensino fundamental com

dificuldades de aprendizagem – média de 20 alunos são

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atendidos.

Programa

Esporte

Cidadão

Unilever

De 6º

ao 9º

anos

01 58

Vespertino

Ensino Série Nº de

Turmas

Nº de Alunos

Ensino

Fundamental

6º 06 186

7º 05 164

8º 02 66

CELEM 1º 01 29

Sala de

Apoio

De 8º/9º

anos

01 20 por disciplina (Língua

Portuguesa e Matemática)

Programa

Esporte Cidadão

Unilever

De 8º/9º

anos

01 58

Noturno

Ensino Série Nº de

Turmas

Nº de Alunos

Ensino

Médio

1º 01 36

2º 02 47

3º 02 71

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Técnico em

Informática

Subsequente

(semestral)

1º 01 32

2º 01 14

3º 01 10

1.5 Qualificação dos profissionais

TABELA DE QUALIFICAÇÃO DE PROFESSORES

Escolaridade Quantidade

GRADUAÇÃO C/ LICENCIATURA 79

GRADUAÇÃO IMCOMPLETA 02

PÓS-GRADUAÇÃO 67

PÓS-GRADUAÇÃO INCOMPLETA 05

PDE 01

TABELA DE QUALIFICAÇÃO DE FUNCIONÁRIOS E EQUIPE PEDAGÓGICA

Escolaridade Quantidade

5ª/8ª SÉRIE 05

ENSINO MÉDIO 10

GRADUAÇÃO C/ LICENCIATURA 17

GRADUAÇÃO S/ LICENCIATURA 02

PÓS-GRADUAÇÃO 09

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TABELA DE VÍNCULO DOS PROFESSORES

Vínculo Quant.

QPM: Padrão da Escola 46

PSS 35

TOTAL 81

TABELA DE VÍNCULO DO QUADRO TÉCNICO ADMINISTRATIVO E

PEDAGÓGICO

Vínculo Quantidade

QPM: Padrão da Escola 08

QFEB 17

PEAD 02

REPR 07

TOTAL 34

1.6 Diagnóstico sócio-econômico da comunidade

1.6.1 Caracterização da população

O Colégio Estadual Dom Bosco, Ensino Fundamental, Médio e Profissional, atende a uma

população de nível sócio econômico médio/baixo, com predominância de trabalho autônomo:

metalúrgico, motorista, pedreiro, mecânico, catadores de papel, diaristas, costureiras,

cabeleireiras ou de empregos instáveis.

O baixo poder aquisitivo da maioria das famílias, juntamente com o alto nível de desemprego

no país e no município, seguido de famílias numerosas, desenvolve um elevado grau de

descrença íntima motivando a inconstância e desmotivação da permanência dos educandos na

escola. Fato este que ocorre devido a maioria destes terem que ajudar no orçamento

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doméstico, mesmo que, com trabalhos pequenos, de pouco rendimento, que, às vezes, torna-se

a única fonte de renda da família. Quando nesta situação aceitam atividades profissionais sem

vínculo empregatício, no horário oposto de seus estudos, contribuindo assim para a elevação

do número de evasão escolar e repetência, acarretando prejuízo e desânimo no avanço da

aquisição do saber.

Nesta perspectiva a socialização do saber deverá superar os problemas sociais, alertando os

responsáveis quanto à importância e o compromisso em relação à participação e

acompanhamento escolar do educando, pois a função social da escola no contexto

contemporâneo é contribuir para a formação do cidadão crítico que seja capaz de refletir, de

agir e de criar outras formas de produção da vida, dar continuidade aos seus estudos e

ingressar no mundo do trabalho.

Dentro deste perfil social, se encaixam também aquelas pessoas que já concluíram o Ensino

Médio e que por fatores sociais e econômicos não conseguiram dar continuidade aos seus

estudos em nível superior e muito menos ter acesso à qualificação profissional para entrar no

mercado de trabalho. Pensando neste público, no ano de 2004, o Colégio Estadual Dom

Bosco fez uma solicitação junto a SEED (Secretaria de Estado da Educação) para a

implantação de uma nova modalidade de Ensino, que foi autorizada, pela Resolução 572/06

D.O.E de 17/03/2006. O novo Curso tem a finalidade de atender este público e também a

necessidade do comércio local. O Curso Técnico em Secretariado Subsequente foi implantado

no período noturno, trazendo novas expectativas e esperanças profissionais para a

comunidade. Em 2010 foi realizado o pedido de cessação do curso Técnico em Secretariado

Subsequente e, no mesmo ano, foi autorizado o funcionamento do Curso Técnico em

Informática nas modalidades Ensino Médio Integrado para o período matutino e Subsequente

para o período noturno, pelas Resoluções 5299/10 e 5310/10. É importante salientar que os

cursos atendem não só aos moradores do bairro, como também de cidades vizinhas. O

regresso às salas de aulas, com conteúdo específico voltado para a prática profissional reverte

a estatística levantada no período noturno, quanto à assiduidade, dedicação e busca pelo saber

e está influenciando positivamente a nossa realidade.

Não é suficiente apenas analisar o fenômeno educativo do contexto social, mas é preciso saber

organizar o processo ensino-aprendizagem de acordo com as expectativas vislumbradas na

pesquisa onde se buscou delinear o perfil do aluno e do meio onde ele está inserido.

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No que se refere à avaliação, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED), Núcleos

Regionais de Educação (NREs) dos municípios e educadores da rede estadual de educação, há

muito estão em estudos e pesquisas para melhorar o processo avaliativo. São realizados

encontros semestrais para estudos, seminários, provocando debates, leitura de textos

pedagógicos, oferecendo espaço para relatos de experiências com bons resultados. O processo

avaliativo está amadurecendo no meio escolar, acompanhando as contínuas mudanças que

ocorrem num mundo globalizado, real.

Neste processo a escola tem como mais uma de suas funções primordiais harmonizar a

comunidade em seu contexto familiar desenvolvendo projetos inovadores como estímulo à

participação dos pais no processo educacional de seus filhos.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Melhorar a qualidade da educação, de forma a promover uma formação integral do indivíduo,

buscando estratégias para que desenvolvam a criticidade que emana do pensamento reflexivo,

bem como garantir o acesso, a permanência e o sucesso do aluno na escola.

2.2 Objetivos específicos

Promover a extensão, aberta à participação da população, visando a difusão das

conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e

tecnológica resultante da ação educativa;

Proporcionar a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que

constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de

publicações ou de outras formas de comunicação.

Instigar o estudo dos problemas locais, bem como o progresso da comunidade no

aspecto sócio-político e econômico, do Município, Estado e do País;

Desenvolver a educação profissional no nível técnico e humanizado;

Incentivar a colaboração com o poder público na solução dos problemas locais,

objetivando o desenvolvimento da comunidade;

Contribuir para o fortalecimento da paz, da solidariedade, da luta pelos direitos

humanos, da cidadania e da consolidação da democracia.

Promover a reflexão sobre as diversas áreas do conhecimento, dos problemas do

mundo presente, em particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados

à comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade.

Solicitar e viabilizar a formação continuada dos profissionais da educação, em

parceria com a mantenedora;

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Atender os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem acentuada de forma

diferenciada através da sala de apoio à aprendizagem e sala de recursos;

Garantir a continuidade e participação das atividades na Agenda 21 Escolar.

Contribuir para tornar o Programa de Atividades Complementares Curriculares em

Contraturno “Preservar para Transformar” uma prática efetiva na escola;

Garantir o ensino da história e das culturas afro-brasileiras, africanas e indígenas em

todas as disciplinas.

Garantir o acesso aos conhecimentos das ciências, cultura, tecnologia e trabalho por

meio de uma educação básica e profissional.

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3. PRINCÍPIOS FILOSÓFICOS DO TRABALHO ESCOLAR

Para nortear as tomadas de decisões desta proposta, efetuou-se pesquisa na qual pretendeu

delinear o perfil do aluno, do professor e da equipe pedagógica deste estabelecimento. Este

será o nosso norte. A partir dele, delinear-se-á a ação da escola, seus rumos, objetivos,

sistematizações contínuas e reflexivas no processo educativo, com vistas à formação do

cidadão participativo.

O ponto comum na discussão da comunidade foi que a escola deve propiciar oportunidades

para que o aluno seja valorizado na sua individualidade como agente potencial e autônomo do

conhecimento, com capacidade de construir-se através de atos reflexivos e contínuos. Tais

objetivos serão alcançados pelo estímulo e abertura da escola às iniciativas nas quais os

sujeitos do conhecimento (aluno e professor), possam exercitar uma postura autônoma frente

a ele, percebendo-se como sujeitos que aprendem constantemente.

Para que a prática escolar possa realizar-se dentro destes pressupostos faz-se necessário que

os professores tenham perfis que correspondam ao aluno que se pretende formar. Assim,

como o aluno, o professor é um agente de conhecimento em contínua formação. Deve ter por

princípio fundamental uma prática pedagógica embasada em conhecimento científico, voltada

para a interdisciplinaridade, a contextualização, a sensibilidade, a solidariedade no trato com

os alunos, respeito à heterogeneidade, que seja estimulador e mediador do conhecimento

autônomo e reflexivo do aluno para que este alcance a formação do pensamento crítico e

independente.

Estas perspectivas de aluno e professor, de comunidade que gera seu próprio fazer histórico,

só poderão realizar-se dentro de um ambiente escolar que privilegie a prática da democracia

que é a condição essencial para que se alcance a verdadeira promoção de uma política

educativa voltada para a busca da solução dos reais problemas da comunidade escolar.

Embasados no conhecimento de que o homem é um ser social que se individualiza, a prática

filosófica deverá ser o exercício constante de todo indivíduo, com o objetivo comum do seu

desenvolvimento integral.

A ação da escola sendo sistematizadora do saber deverá permitir que este desenvolvimento se

faça de forma democrática, agradável e responsável entre os agentes do processo educativo ao

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possibilitar a transformação da sociedade, por meio da educação permanente e à inserção no

mundo do trabalho.

Portanto, o espaço escolar deverá atender aos ideais preconizados pela sociedade

contemporânea democrática, os quais estabelecem direitos e deveres para todos os cidadãos.

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4. PRINCÍPIOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO

A escola como espaço democrático e privilegiado do saber, a partir dos pressupostos da nova

Lei de Diretrizes e Bases, vem incorporar um novo paradigma no qual o centro é o direito de

aprender. Esta nova visão tem seus princípios descritos no Art. 3º e na Constituição Federal o

Art. 206, no que se refere às bases do ensino:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I. igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II. liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e

o saber;

III. pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de

instituições públicas e privadas de ensino;

IV. gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

V. valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos

de carreira para o magistério público, com piso salarial profissional e ingresso

exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (Redação dada pela

Emenda Constitucional nº 19, de 04.06.1998).

VI. gestão democrática do ensino público, na forma da lei;

VII. garantia de padrão de qualidade. (Constituição Federal, 1988)

Art.3º

I. Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II. Liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o

pensamento, a arte e o saber;

III. Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV. Respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V. Coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.

VI. Gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII. Valorização do profissional da educação escolar;

VIII. Gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da

legislação dos sistemas de ensino;

IX. Garantia de padrão de qualidade, valorização da experiência extra-

escolar;

X. Vinculação entre educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;

XI. No que se refere ao papel do docente este terá a função primordial de

zelar pela aprendizagem dos alunos. Esta incumbência vem melhor

especificada no Art. 13 da lei que reza:

Os docentes incumbirão de:

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21

I. Participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de

ensino;

II. Elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do

estabelecimento de ensino;

III. Zelar pela aprendizagem dos alunos;

IV.Estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor

rendimento;

V. Ministrar os dias letivos e hora-aula estabelecidos, além de participar

integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao

desenvolvimento profissional;

VI.Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a

comunidade. (LDBEN, 1996)

Ao dar ênfase especial no direito de aprender por meio da qualidade do ensino, esta proposta

tem por preocupação básica o desenvolvimento de ações reflexivas para que o aluno possa

exercer sua autonomia, compromisso, responsabilidade e criticidade. Partindo do pressuposto

que o conteúdo científico, o saber sistematizado e acumulado historicamente apropriado é de

relevante importância para a atuação na prática social, nossa atenção estará voltada para a

construção do conhecimento por meio de uma prática contextualizada e interdisciplinar,

entendendo a contextualização como vinculação dos conhecimentos à vida real do cidadão e a

interdisciplinaridade como o estabelecimento de uma intercomunicação efetiva entre as

disciplinas, por meio do enriquecimento das relações entre elas.

Ao final da Educação Básica o aluno deverá sair com os conhecimentos necessários para se

inserir na vida cidadã e com condições de profissionalizar ou prosseguir os estudos. Para que

esta intenção se concretize na prática, é preciso ressaltar que os conteúdos devem contribuir

para a formação crítica do educando.

Tais pressupostos exigem um currículo integrado, vivo, que proporcione ao educando a

oportunidade de conhecer, fazer, relacionar, aplicar e transformar o conteúdo, que venham a

contribuir para a construção do conhecimento. Para tanto é preciso:

Domínio da leitura e da escrita;

Capacidade de fazer cálculos e de resolver problemas;

Capacidade de analisar, sintetizar e interpretar dados, fatos e situações;

Capacidade de compreender e atuar em seu entorno social;

Capacidade para localizar, acessar e usar melhor a informação acumulada e vinculada

pelos meios de comunicações;

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22

Capacidade de planejar, trabalhar e decidir em grupo.

Ao educador caberá: a mediação, construção e reconstrução dos conhecimentos científicos

junto aos educandos.

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23

5. ATO SITUACIONAL

O processo educacional sofre alterações à medida que, o conhecimento e a tecnologia

transformam as relações sociais.

Deparamo-nos com um Brasil que enfrenta profundas desigualdades sociais, econômicas e

culturais. Vivenciando um processo histórico de disputa de vários interesses sociais

divergentes e contraditórios.

Diante deste quadro, encontra-se a escola pública que, tem por função social formar o

cidadão, isto é, construir conhecimentos, atitudes e valores que o tornem um “homem”

solidário, crítico, ético e participativo.

Para isso é indispensável socializar o saber sistematizado, historicamente acumulado, como

patrimônio universal da humanidade, fazendo com que esse saber seja criticamente

apropriado pelos estudantes, que já trazem consigo o saber popular, o saber da comunidade

em que vivem e atuam. A apropriação deste saber é um elemento decisivo para o processo de

democratização da própria sociedade.

A escola pública torna-se um lugar privilegiado para o exercício da democracia participativa,

consciente e comprometida com os interesses da maioria socialmente excluída ou dos grupos

sociais privados dos bens culturais e materiais produzidos pelo trabalho dessa mesma maioria.

Enfrentar o desafio de constituir uma gestão democrática que contribua efetivamente para a

construção de uma cidadania emancipadora requer autonomia e participação coletiva. É

fundamental que, a escola tenha seu projeto político pedagógico, resultante de uma análise

crítica da realidade local e nacional. Tendo como característica sua singularidade, permitindo

a participação na elaboração, acompanhamento, execução e avaliação por todos os membros

da comunidade escolar.

Nesse processo de construção do Projeto Político Pedagógico da escola, caberá aos membros

da comunidade escolar debater, tornar claros os objetivos e os valores a serem coletivamente

assumidos, definindo prioridades, contribuindo para a organização do currículo escolar, para a

criação de um cotidiano de reuniões de estudo e reflexões contínuas, que inclua

principalmente a avaliação institucional do trabalho escolar.

Por meio deste processo, combate-se a improvisação das práticas cotidianas que se mostram

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24

incompatíveis com os objetivos, com as prioridades definidas e com a qualidade social da

educação que se pretende alcançar.

A escola é responsável pela promoção do desenvolvimento do cidadão, no sentido pleno da

palavra. “Cidadão, como dizia PAULO FREIRE, é o ser político, capaz de questionar, criticar,

reivindicar, participar, ser militante e engajado, contribuindo para a transformação de uma

ordem social injusta e excludente”.

Cabe a escola definir o tipo de cidadão que deseja formar, de acordo com a sua visão de

sociedade. Cabe também a incumbência de definir as mudanças que julga necessário fazer

nessa sociedade, através das mãos do cidadão que irá formar.

Idealizar, executar e redimensionar o Projeto Político Pedagógico significa: agir de forma

intencional com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente;

estabelecer as transformações desejáveis na prática educativa escolar; estabelecer os

mecanismos necessários para que essa transformação aconteça e ter um instrumento mediador

para efetivação da relação Teórico-Prática.

O presente Projeto Político Pedagógico é instrumento de planejamento coletivo, resgatando a

unidade do trabalho escolar e garantindo que não haja divisão entre os que planejam e os que

executam.

A construção do Projeto Político Pedagógico do Colégio Estadual Dom Bosco, na prática,

está amparado por concepções teóricas sólidas com base no aperfeiçoamento e a formação dos

seus agentes. Assim, serão rompidas as resistências em relação às novas práticas educativas.

Os agentes educativos são atraídos por essa proposta, pois só assim teremos uma postura

comprometida e responsável. Trata-se, portanto, de conquista coletiva de um espaço para o

exercício da autonomia.

O exercício da autonomia parte da ação reflexiva coletiva do seu papel junto à comunidade.

Conquistando a autonomia, estabeleceremos a identidade da escola e buscaremos superar os

problemas da comunidade a qual pertencemos e conhecemos bem.

Autonomia no processo educativo significa atender as necessidades da comunidade e manter a

perspectiva da sociedade como um todo.

Autonomia implica também responsabilidade e comprometimento com as instituições que

representam à comunidade, para que haja participação e compromisso de todos.

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25

Autonomia no processo escolar não significa descaso político ou descompromisso do poder

público, dando margem a este se eximir de suas obrigações, e sim o compromisso de garantir

os recursos financeiros para a execução do Projeto Político Pedagógico.

O Projeto Político Pedagógico resultará na construção de uma escola democrática, com

qualidade social e no reconhecimento da educação como prioridade local e nacional.

5.1 Descrição da realidade brasileira, do estado, do município e da escola

No século XXI, toda a sociedade brasileira se depara com a urgente necessidade de mudar a

realidade da educação do país, fato que mostra essa necessidade, conforme consta nos

Cadernos Temáticos do PEE (Plano Estadual de Educação), é a persistência no índice de

analfabetismo, repetência e evasão. Isso explica o atraso do Brasil na área educacional, pois

há um número expressivo de brasileiros que se encontram a margem da sociedade, mesmo

tendo uma das maiores economias do mundo. Temos uma economia consolidada, aberta ao

mercado internacional, com um grande parque industrial e uma fabulosa produtividade no

campo, mas contraditoriamente existem milhões de pessoas vivendo na mais absoluta miséria,

resultado da absurda concentração de renda nas mãos de uma minoria e da globalização da

economia que acabou favorecendo os grandes investidores de capital estrangeiro.

Em todo o mundo, o desempenho da educação/escolaridade depende, em parte, das

características da família, da escola, dos professores, do ensino que os alunos recebem e das

condições de vida, pois esse desempenho só irá atingir um patamar mais democrático se

houverem políticas públicas preocupadas com os interesses da classe trabalhadora.

A responsabilidade da mudança do quadro atual da educação brasileira depende em parte dos

educadores e da família, mas, com maior grau, cabe a responsabilidade dos governos em

relação a situação econômica social em que vivem a maioria dos brasileiros.

Nos últimos anos houve reformas na educação brasileira, entretanto estas reformas não foram

feitas com a participação efetiva da sociedade. Sem envolver os grupos que atuam nas bases

educacionais, não chegou a se solidificar por não atender ao desenvolvimento necessário à

população marginalizada e excluída dos bens materiais e socioculturais produzidos pelos

homens no decorrer de sua história.

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26

Os índices apresentados pelo UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) no

relatório “Situação da Adolescência Brasileira” (dez 2002), mostra a gravidade da situação do

ensino no país: 1,1 milhão (5,2%) de adolescentes entre 12 e 17 anos ainda são analfabetos;

apenas 11,2% entre 14 e 15 anos estão matriculados no ensino médio (dados da versão

preliminar do Plano Estadual da Educação - PEE).

Quanto mais se falou em qualidade de ensino, mais se fragilizaram as aprendizagens, mais se

perdeu a qualidade cognitiva.

As novidades organizacionais curriculares e pedagógicas (proposto pelo Plano Curricular

Nacional – PCN’s) não atenderam aos objetivos prioritários da educação no Brasil, nos

Estados e nos Municípios. Pelos resultados de pesquisas, discussões e reflexões com os

educadores, vemos na escola hoje, alunos terminando ensino fundamental e médio sem

apreenderem os conteúdos necessários para dar prosseguimento aos seus estudos. Ao invés de

solucionar questões pendentes da escolaridade como índices de evasão e repetência, distorção

idade/série, aprendizagem com qualidade, houve maiores preocupações em demonstrar

índices favoráveis a empréstimos junto às organizações internacionais.

Vemos hoje alunos chegando ao 6º ano sem conhecimentos básicos de leitura, escrita e

cálculo, acarretando sérias dificuldades no processo de ensino e aprendizagem. Existe

atualmente a possibilidade em oferecer a sala de apoio e de recursos para os alunos que

apresentam dificuldades na aprendizagem, no entanto, ainda não é realidade em todas as

escolas, tanto em relação aos Municípios como de Estado. Na nossa escola, temos sentido de

forma bastante acentuada dificuldades em lidar/trabalhar com essa realidade. Temos em

funcionamento: sala de apoio pedagógico e sala de recursos. Entretanto, entendemos que este

é um recurso paliativo, há necessidade de se refletir e investigar as práticas dos primeiros anos

do Ensino Fundamental. Questionamos como é possível para uma criança ou adolescente dar

prosseguimento aos seus estudos sem o domínio básico da leitura, da escrita e do cálculo.

Essa realidade se deve a um conjunto complexo de fatores a serem considerados, desde as

condições de trabalho, formação e remuneração dos professores, a difusão de teorias e

práticas pedagógicas com precário vínculo com as necessidades e demanda da realidade

escolar, flexibilizações das práticas avaliativas e falta de participação efetiva da família na

vida escolar dos filhos, apesar desse último fator pouco aparecer nas pesquisas.

Há a necessidade de investir na luta contra a seletividade, a discriminação e o rebaixamento

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27

do ensino das camadas populares, a marginalidade através da escola e engajar no esforço para

garantir a todos um ensino da melhor qualidade possível, nas condições históricas atuais,

entendendo que duas coisas devem andar juntas na educação: a melhoria da prática

pedagógica e o compromisso social.

A educação conforme descrita na versão preliminar do PEE (Plano Estadual da Educação),

“precisa ser vista sob dois aspectos: como direito da população e como dever do estado

democrático”.

Neste sentido a população atendida pela escola pública deve fazer jus aos seus direitos junto

ao estado, fazendo garantir uma educação pública gratuita e de qualidade para todos,

independente das características socioculturais e econômicas da sociedade na qual está

inserida.

A inserção do aluno na escola por si só não garante os seus direitos, o que garante seus

direitos enquanto cidadão é a preocupação, por parte dos governantes, quanto ao acesso e

permanência na escola, gratuidade do ensino, formação de qualidade que possibilite a

inserção no mundo social do trabalho, prosseguimento aos seus estudos, avançando de uma

modalidade à outra sem rupturas, além de poder compreender e interferir na sociedade em que

vive.

De acordo com índices apresentados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa), a

educação básica vem apresentando uma significativa melhora no Estado do Paraná, entretanto

apresenta índices bastante preocupantes quanto a evasão e repetência, em especial na 1ª série

do Ensino Médio. Embora tenha diminuído nos últimos anos.

A preocupação atual é continuar trabalhando para diminuir os índices em relação à evasão e

repetência, como também melhorar a qualidade do ensino oferecido, para que os alunos que

estão cursando o Ensino Médio apresentem um desempenho melhor em todas às áreas do

conhecimento.

Alguns fatores são apresentados pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa), como

principais causas do baixo desempenho escolar dos estudantes, a saber: os altos índices de

reprovação e abandono, a desigualdade social, a baixa renda da população e qualidade do

ensino, sendo apontado como o mais problemático na história da educação do Brasil.

Quanto a educação profissional, o diagnóstico feito para o Plano Nacional da Educação (de

acordo com texto preliminar), não há informações precisas no Brasil sobre a oferta de

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28

formação para o trabalho, devido a esta oferta ser muito heterogênea. A heterogeneidade e a

diversidade são vistas como aspectos positivos, pois permitem atender uma demanda muito

variada, mas também há fatores preocupantes. O principal deles é que a oferta é pequena,

embora atinja cerca de cinco milhões de trabalhadores, está longe de atingir a população de

jovens que precisa se preparar para o mundo do trabalho e adultos que precisam se readaptar.

Uma das metas bastante discutidas para a elaboração do PEE (Plano Estadual de Educação), é

a de garantir a continuidade e a expansão da oferta da Educação Profissional em sua forma de

organização curricular integrada e/ou subseqüente ao Ensino Médio, a fim de contribuir para a

superação da dualidade estrutural na formação dos alunos desta modalidade de ensino.

Em nossa comunidade escolar, atualmente (2011), temos a oportunidade de oferecer o curso

profissionalizante de Técnico em Informática (Eixo Tecnológico de Informação e

Comunicação), nas modalidades Ensino Médio Integrado, com carga horária de 4.000

horas/aula e 3.332 horas, e Subsequente, com carga horária de 1.360 horas/aula e 1.133 horas.

O curso Técnico em Informática nas modalidades Ensino Médio Integrado e Subsequente teve

suas atividades iniciadas em 2010, e tem por objetivo a integração dos campos do saber, a

relação entre teoria e prática, o trabalho manual e intelectual, a cultura técnica e geral.

Consequentemente, tem sua base nos eixos da ciência, cultura, trabalho e tecnologia.

Vivemos numa sociedade em constante mudança e principalmente no que se refere à oferta de

trabalho, onde as pessoas precisam estar preparadas para dela fazer parte. Sendo assim,

percebemos a necessidade de propiciar às mesmas a aquisição do conhecimento tecnológico,

científico, sociocultural, político e econômico, tornando-os mais aptos a enfrentar novos

desafios e progredir no trabalho.

O Instituto Compartilhar em parceria com a empresa Unilever e a Secretaria de Estado da

Educação do Paraná, constituíram o Programa Esporte Cidadão Unilever - PRECUNI, que

oferta treinos na modalidade esportiva voleibol. Neste ano, o Programa buscou democratizar a

prática do esporte (voleibol), oportunizando a todos os alunos o acesso com igualdade e

qualidade, visando a formação humana dos (as) alunos (as), viabilizando ações que permitem

intervir de forma efetiva na cooperação, na responsabilidade, no respeito às diferenças e na

autonomia.

No final da década de 90 foi dado início ao Festival de Step By Step Dance, com coordenação

da área de Educação Física. Atualmente as atividades desenvolvidas visam atender um dos

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conteúdos estruturantes da Proposta pedagógica Curricular da disciplina com ênfase na

diversidade e estudo do processo histórico da humanidade e seus reflexos na cultura.

Em relação à Educação Especial está se consolidando sobre novos paradigmas que sinalizam

para a construção de uma sociedade inclusiva, orientada por relações de acolhimento à

diversidade humana, de aceitação das diferenças individuais, de esforço coletivo na

equiparação de oportunidades de desenvolvimento, com qualidade, em todas as dimensões da

vida.

A Educação Especial tem sido foco de discussão em todas as escolas, tanto da rede municipal

quanto da rede estadual. Um dos objetivos é garantir atendimento de qualidade aos educandos

que apresentam dificuldades de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento

dificultando o acompanhamento das atividades curriculares, não vinculadas a uma causa

orgânica específica ou relacionadas a distúrbios, limitações ou deficiências; atendimento aos

educandos que apresentam dificuldades de comunicação e sinalização demandando a

utilização de outras línguas, linguagens e códigos aplicáveis e com apoio da sala de recursos

que atende alunos (as) em contra-turno.

Com o objetivo de atender também as necessidades individuais e superação das dificuldades

de aprendizagem, a escola oferece o Programa Sala de Apoio à Aprendizagem para alunos

(as) dos 6º e 7º anos e dos 8º e 9º anos, nas disciplinas de Português e Matemática, em

contra-turno.

Quanto a Educação Ambiental, partimos da ideia de que é compromisso de todos os

educadores trabalharem de forma interdisciplinar, visando a formação de conceitos, bem

como mudanças de atitudes em relação ao meio. O tema está integrado a Agenda 21 Escolar

realizado em parceria com a comunidade e empresas, vinculado ao Programa Atividade

Complementar Curricular de Contraturno “PRESERVAR PARA TRANSFORMAR” desde o

ano de 2009, envolvendo alunos (as) do Ensino Fundamental do período vespertino, em

contraturno e com carga horária semanal de 4 horas aula. Neste ano de 2011 o programa

acontecerá no período vespertino envolvendo alunos do ensino fundamental e médio,

estudantes do período matutino.

No que se refere a ampliar as possibilidades de acesso aos diferentes conhecimentos, a escola

oferece desde o ano de 2010, aulas de Espanhol, através do CELEM (Centro de Línguas

Estrangeiras Modernas), com duração de dois anos, no período vespertino.

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A cultura afro-brasileira, africana e indígena também tem seu espaço no processo

ensino/aprendizagem, sendo que essa temática deve ser trabalhada durante o ano todo, em

todas as disciplinas, para desmistificar estereótipos, combater a discriminação e o racismo, dar

visibilidade a todos os sujeitos historicamente e socialmente excluídos, como fonte de

conhecimento e de valorização do ser humano, independentemente das questões

étnicorraciais, de gênero, religiosa e de orientação sexual.

Desde o ano de 2009 o Colégio possui um calendário de atividades pedagógicas que envolve

os alunos(as), professores, funcionários, comunidade e familiares. Além das já citadas

anteriormente, o cronograma contém atividades como : Gincana Científico Cultural (educação

sexual e drogas), Festa Junina, Jogos Interclasses e Dia do Estudante, Escola de Pais (Dia das

mães, Dia dos pais, Semana da família), Circuito de Rua Horley Casali, Resgate Histórico do

Colégio, Feira Científica, Palestras (violência, bullying, discriminação, segurança pública,

valorização do patrimônio público, meio ambiente), Sessões Cívicas, Jornal CEDOM.. Todos

os projetos e atividades, a partir deste ano de 2011, estão inseridos no FESTDOM – Festival

Educativo e Cultural do Colégio Estadual Dom Bosco. A pontuação é cumulativa, durante

todo o ano letivo e envolve também o cumprimento do Regimento Escolar, o desempenho

bimestral que se reflete através das notas e a presença e participação dos pais nas reuniões e

eventos bimestrais. Ao final do ano letivo três turmas vencedoras se destacarão. O festival

estimula a competição de forma positiva e valoriza o empenho de cada turma para o

cumprimento das suas responsabilidades.

Todas estas atividades objetivam uma melhor motivação dos educandos em relação aos

estudos e consequentemente, um desempenho escolar mais positivo e crescente. Também

estimula a participação dos pais acompanhando a vida escolar de seus filhos.

Cada vez mais, a equipe escolar se preocupa em rever caminhos para a melhoria da

aprendizagem dos alunos(as).

No ano de 2009 o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do Colégio

Estadual Dom Bosco foi de 3,4. A média está acima das metas projetadas para 2009 e 2011

que é de 3,1, mas está abaixo da média municipal, que é de 3,8, estadual, que é de 4,2 para os

anos finais do ensino fundamental e 3,9 para o ensino médio, e nacional, que é de 3,7 para os

anos finais do ensino fundamental e de 3,4 para o ensino médio.

Devido a estes fatores, nos anos de 2011 e 2012, o colégio fará parte do Programa PDE

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Escola Interativo, que também vem somar as ações realizadas pela escola na tentativa de

reverter o atual quadro.

As planilhas abaixo apresentarão informações sobre evasão, aprovação por conselho de

classe, aprovação direta, reprovação e transferências, do ano letivo de 2010, no Ensino

Fundamental, Médio e Profissional.

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DISCIPLINA

TOTAL 5ª A 8ª SÉRIE

ALUNOS MATRICULA

DOS (1)

= (2) + (4) + (6)

ALUNOS TRANSFERIDOS

ABANDONO EFETIVOS APROVADOS APROV SEM

CONS APROV. PELO

CONS REPROVADOS

TOTAL (2)

% (3)

= (2) / (1)

TOTAL (4)

% (5)

= (4) / (1)

TOTAL (6)

= (8) + (14)

% (7)

= (6) / (1)

TOTAL (8)

= (10) + (12)

% (9)

= (8) / (6)

TOTAL (10)

% (11)

= (10) / (8)

TOTAL (12)

% (13) =

(12) / (8)

TOTAL

(14)

% (15)

= (14) / (6)

L. PORTUGUESA 676 90 13,3136095 7 1 579 85,651 472 81,52 361 76,48 111 23,52 107 18,48

MATEMÁTICA 675 90 13,3333333 7 1 578 85,63 477 82,53 361 75,68 116 24,32 101 17,47

CIÊNCIAS 675 90 13,3333333 7 1 578 85,63 483 83,56 412 85,30 71 14,70 97 16,78

GEOGRAFIA 673 90 13,3729569 7 1 576 85,587 497 86,28 444 89,34 53 10,66 79 13,72

HISTÓRIA 674 90 13,3531157 7 1 577 85,608 494 85,62 434 87,85 60 12,15 83 14,38

LEM 673 90 13,3729569 7 1 576 85,587 480 83,33 391 81,46 89 18,54 96 16,67

ENSINO RELIGIOSO 386 72 18,6528497 5 1 309 80,052 309

100,00 309

100,00 0 0,00 0 0,00

EDUCAÇÃO FÍSICA 673 90 13,3729569 7 1 576 85,587 527 91,49 509 96,58 18 3,42 49 8,51

ARTE 674 90 13,3531157 7 1 577 85,608 499 86,48 427 85,57 72 14,43 78 13,52

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33

DISCIPLINA

TOTAL 1ª A 3ª Série

ALUNOS MATRICUL

ADOS (1)

= (2) + (4) + (6)

ALUNOS TRANSFERIDOS ABANDONO EFETIVOS APROVADOS APROV SEM

CONS APROV. PELO

CONS REPROVADOS

TOTAL (2)

% (3)

= (2) / (1)

TOTAL (4)

% (5)

= (4) / (1)

TOTAL (6)

= (8) + (14)

% (7)

= (6) / (1)

TOTAL (8)

= (10) + (12)

% (9)

= (8) / (6)

TOTAL (10)

% (11)

= (10) / (8)

TOTAL (12)

% (13)

= (12) / (8)

TOTAL (14)

% (15)

= (14) / (6)

L. PORTUGUESA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 230 79,31 191 83,04 39 16,96 60 20,69

MATEMÁTICA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 231 79,66 197 85,28 34 14,72 59 20,34

BIOLOGIA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 233 80,34 207 88,84 26 11,16 57 19,66

QUÍMICA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 235 81,03 203 86,38 32 13,62 55 18,97

FÍSICA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 228 78,62 124 54,39 104 45,61 62 21,38

GEOGRAFIA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 251 86,55 239 95,22 12 4,78 39 13,45

HISTÓRIA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 250 86,21 237 94,80 13 5,20 40 13,79

LEM 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 239 82,41 223 93,31 16 6,69 51 17,59 EDUCAÇÃO FÍSICA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 253 87,24 249 98,42 4 1,58 37 12,76

ARTE 140 22 15,7142857 14 10 104 74,286 88 84,62 86 97,73 2 2,27 16 15,38

SOCIOLOGIA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 248 85,52 234 94,35 14 5,65 42 14,48

FILOSOFIA 392 65 16,5816327 37 9 290 73,98 235 81,03 201 85,53 34 14,47 55 18,97

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DISCIPLINA

TÉCNICO EM INFORMÁTICA - 1º SEMESTRE (1º SEMESTRE 2010)

ALUNOS MATRICULADOS

(1) = (2) + (4)

ABANDONO EFETIVOS APROVADOS APROV SEM

CONS APROV. PELO

CONS REPROVADOS

TOTAL (2)

% (3)

= (2) / (1)

TOTAL

(4) = (6) +

(12)

% (5)

= (4) / (1)

TOTAL (6)

= (8) + (10)

% (7)

= (6) / (4)

TOTAL (8)

% (9)

= (8) / (6)

TOTAL (10)

% (11)

= (10) / (6)

TOTAL (12)

% (13)

= (12) / (2)

Fund.E Arq.Comp. 38 0 0 38 100 20 52,63 20 100,00 0 0,00 18 47,37

Inform.Instrumental 38 0 0 38 100 20 52,63 20 100,00 0 0,00 18 47,37

Inglês técnico 38 0 0 38 100 19 50,00 18 94,74 1 5,26 19 50,00

Internet e Prog.WEB 38 0 0 38 100 18 47,37 15 83,33 3 16,67 20 52,63

Ling e Programacao 38 0 0 38 100 18 47,37 17 94,44 1 5,56 20 52,63

Matemática 38 0 0 38 100 19 50,00 19 100,00 0 0,00 19 50,00

Suporte Tecnico 38 0 0 38 100 18 47,37 17 94,44 1 5,56 20 52,63

DISCIPLINA

TÉCNICO EM INFORMÁTICA- 2º SEMESTRE (1º SEMESTRE 2010)

ALUNOS MATRICULADOS

(1) = (2) + (4)

ABANDONO EFETIVOS APROVADOS APROV SEM

CONS APROV. PELO

CONS REPROVADOS

TOTAL (2)

% (3)

= (2) / (1)

TOTAL

(4) = (6) +

(12)

% (5)

= (4) / (1)

TOTAL (6)

= (8) + (10)

% (7)

= (6) / (4)

TOTAL (8)

% (9)

= (8) / (6)

TOTAL (10)

% (11)

= (10) / (6)

TOTAL (12)

% (13)

= (12) / (2)

Analise e Projetos 38 0 0 38 100 23 60,53 23 100,00 0 0,00 15 39,47

Banco de Dados 38 0 0 38 100 22 57,89 19 86,36 3 13,64 16 42,11

Internet e Prog WEB 38 0 0 38 100 22 57,89 22 100,00 0 0,00 16 42,11

Ling de Programacao 38 0 0 38 100 22 57,89 20 90,91 2 9,09 16 42,11

Redes e Sit.Operac 38 0 0 38 100 22 57,89 21 95,45 1 4,55 16 42,11

Suporte Tecnico 38 0 0 38 100 23 60,53 23 100,00 0 0,00 15 39,47

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5.2 Análise das contradições e conflitos presentes na prática docente: reflexão teórico-prática

“Al venir a la tierra, todo hombre tiene derecho a que se lê

eduque, y después, en pago, el deber de contribuir a la

educación de los demás.” José Martí

Viver e desenvolver implica em transformações contínuas que se realizam através da interação dos

indivíduos entre si e entre os indivíduos e o meio no qual se inserem. Entendendo a produção e a

apropriação do conhecimento como partes integrantes na formação de todo educador, interessa a nós

refletir sobre a forma como o educador participa do processo de produção, apropriação e expropriação

dos saberes produzido pela humanidade no decorrer da história, assim como, entender sua relação com

a história atual, construída no cotidiano, no contexto educacional, político, social, a maneira como

ocorre a articulação do conhecimento historicamente acumulado com o conhecimento trazido pelo

aluno.

Importa então tornar a escola como local de apropriação do conhecimento científico, por parte de todos

que dela participam. É urgente, portanto, pensar uma educação que venha de encontro com os

interesses da população da escola pública, com as condições reais de trabalho, pois na maioria das

vezes os projetos educacionais são articulados pela mantenedora, sem a participação efetiva dos

educadores e comunidade escolar. Alguns projetos não condizem com a realidade social na qual a

escola está inserida, não considera suas características, as dificuldades apresentadas, isso quando não

acabam depositando toda a responsabilidade nos educadores quanto aos altos índices de evasão e

repetência. Além disso, outros projetos que poderiam contribuir para a melhoria da qualidade do

ensino acabam esbarrando na burocracia e na falta de recursos.

A participação política dos educadores na discussão das políticas públicas, gestão democrática e cursos

de formação continuada não atendem a contento a todos os que trabalham pela educação do Estado do

Paraná, pois na maioria das vezes restringe-se aos professores efetivos. É necessário que todos tenham

acesso às informações, à participação, condições de trabalho e salários dignos, para que possam sentir-

se confortáveis, respeitados e valorizados no seu trabalho.

A reflexão teórico-prática da prática pedagógica é uma tarefa difícil, tendo em vista as condições

concretas do trabalho presentes na escola hoje. Sabemos que muitas coisas precisam ser feitas em nível

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de ensino e aprendizagem e ressaltamos a importância do papel da família para o sucesso e

permanência do aluno na escola, um dos maiores desafios da prática escolar.

Partindo do pressuposto de que o educador tem consciência do seu papel na sociedade, faz-se

necessário refletir no coletivo escolar sobre a prática docente, tendo como ponto de partida à

possibilidade de torná-la mais autônoma, ou seja, menos submetida aos interesses sócio-políticos onde

predomina a competitividade, o individualismo, a submissão e a obediência irrefletida.

Há ainda a dificuldade em lidar com a prática real, no cotidiano da escola (alunos sem limites e sem

consciência do porquê estar na escola, falta de respeito com professores, colegas e servidores em geral,

salas numerosas, falta de material didático e para uso contínuo, entre outros), a alienação do trabalho,

que em grande parte é fragmentado, devido a pouca oportunidade de interação entre os professores, o

que acaba interferindo de tal forma no movimento, na possibilidade de intervir, caindo na obscuridade,

ressaltando de forma consciente e muitas vezes inconsciente a passividade entre os próprios

educadores e até mesmo em relação ao educando.

Portanto, para possibilitar mudança nessa situação é necessário questionar profundamente sobre as

nossas próprias posições filosóficas, epistemológicas, políticas e ideológicas, que perpassam a prática

escolar com o intuito de interferir positivamente no curso da educação como um todo. Há uma

distância bastante acentuada entre teoria e prática. Os educadores, de maneira geral, assinalam

dificuldades em transpor a teoria para a prática, pois esbarram no aluno real, diferente do ideal de

aluno que todos gostariam de ter na escola (críticos, responsáveis, colaboradores, disciplinados,

desejosos em aprender, entre outros tantos adjetivos). Ao trabalhar com o aluno “real”, esses

problemas precisam ser enfrentados e resolvidos no coletivo.

A escola precisa dar conta dessas questões para colaborar na construção de uma sociedade justa e

deverá consolidar seu espaço educativo para que possibilite a compreensão e entendimento das

questões sociais, econômicas, políticas, as quais colaboram na formação dos (as) alunos (as) e dos

próprios trabalhadores da educação em cidadãos, transformando o meio em que vivem.

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6. MARCO CONCEITUAL

O Projeto Político Pedagógico é concebido aqui como práxis – uma práxis refletida. A prática como

ponto de partida para a produção de novos conhecimentos.

Para termos a compreensão sobre a práxis educativa, bem como, cumprir os objetivos e metas

estabelecidas neste projeto, precisamos ter clareza das concepções: sociedade, homem, cidadania,

educação, conhecimento, escola, tecnologia, ensino-aprendizagem e avaliação na construção de uma

educação de qualidade para a nossa comunidade.

A partir do momento que temos conhecimento do que queremos, uma educação pública de qualidade

para todos e todas, será possível intervirmos conscientemente nas práticas sociais a fim de torná-la

mais justa, democrática e igualitária.

6.1 Concepção de sociedade

Por mais que a escola se esforce em dar um retorno plausível à sociedade, ela ainda se depara com as

dificuldades que parecem ser intransponíveis como: preconceito, individualismo (provocado pelo

capitalismo desenfreado), conformismo tanto em relação a si como em relação ao problema do outro,

falta de segurança, competitividade exagerada e temor em manifestar, expressar seu pensamento.

O modo como funciona a sociedade não pode limitar às aparências, é necessário compreender as leis

que regem o seu desenvolvimento, ou seja, que as constituíram historicamente. Vivemos numa

sociedade heterogênea e fragmentada, marcada por profundas desigualdades sociais de classe, etnia,

gênero, religião, entre outras, e que apresenta uma crescente fragmentação do social, com potências

políticas conservadoras que interferem na educação fazendo prevalecer os interesses políticos da classe

dominante.

Entretanto, apesar de vivermos nessa sociedade desigual, queremos pensá-la e reconstruí-la de forma

diferente, por meio de ações que contribuam para o pleno desenvolvimento dos cidadãos, viabilizando

as informações para torná-los mais esclarecidos, que tenham conhecimento de sua história e

compreendam que as relações que ocorrem entre os indivíduos não são naturais, mas sim construídas

historicamente. Uma sociedade que busca construir oportunidades de participação efetiva de todos os

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indivíduos que a compõem. E ainda, uma sociedade que combata o individualismo, gerador do

conformismo, onde o ser seja mais importante que o ter, que a consciência da preservação ambiental,

seja mais estimulada e fortalecida do que a idéia do “progresso acima de tudo”, que as diferenças

individuais e coletivas sejam respeitadas e aceitas como parte integrante do todo social.

6.2 Concepção de homem

O homem é um ser natural e social, ele age na natureza transformando-a, segundo suas necessidades e

para além delas. Nesse processo de transformação, ele envolve múltiplas relações em determinado

momento histórico, assim, acumula experiências e em decorrência destas, ele produz conhecimentos.

Sua ação é intencional e planejada, mediada pelo trabalho, produzindo bens materiais e não-materiais

que são apropriados de diferentes formas através de sua experiência com o mundo.

Considerando o homem um ser social, ele atua e interfere na sociedade, e se encontra com o outro nas

relações familiares, comunitárias, produtivas e também na organização política, garantindo assim sua

participação ativa e criativa nas diversas esferas do mundo social.

Sendo assim, a sociedade, a família e a escola, precisam preparar um homem transformador da

realidade na qual está inserido, partindo do pressuposto de que ele é um ser histórico, possibilitando-

lhe à apropriação do conhecimento, dando-lhe condições para re-escrever a sua história de uma

maneira crítica, construtiva, traçando metas e buscando alcançá-las , cuidando do meio em que vive,

tendo consciência da importância do desenvolvimento social e ambiental sustentável e do respeito as

diferenças individuais e coletivas.

Há caminhos: traçar objetivos e diretrizes que estimulem a consciência crítica, reflexiva, participativa

e transformadora, buscando a apropriação e domínio do conhecimento, assim como o desenvolvimento

do respeito às diferenças étnicas e culturais, orientação sexual, opção religiosa, etc. efetivando o

exercício da cidadania.

6.3 Concepção de infância e adolescência.

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De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, no Capítulo II, do Direito à Liberdade,

ao Respeito e à Dignidade, Artigo 15, “A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e

à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis,

humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.” O mesmo Estatuto também destaca no

Capítulo IV, do Direito à Educação, à Cultura, ao Esporte e ao Lazer, Artigo 53 que “A criança e o

adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o

exercício da cidadania e qualificação para o trabalho” (...)

A Declaração Universal dos Direitos da Criança, no Princípio VII, do Direito à Educação Gratuita e ao

Lazer Infantil, cita que “A criança tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e

obrigatória, ao menos nas etapas elementares. Dar-se-á à criança uma educação que favoreça sua

cultura geral e lhe permita - em condições de igualdade de oportunidades - desenvolver suas aptidões e

sua individualidade, seu senso de responsabilidade social e moral, chegando a ser um membro útil à

sociedade.”

Com a implantação do ensino fundamental de nove anos é importante explicitar os conceitos sobre a

criança, ou seja, quem é a criança de hoje? E o adolescente? Estes significados nem sempre foram os

mesmos, ocorrendo modificações de acordo com as determinações culturais e mudanças estruturais na

sociedade. A criança, antes vista apenas como alguém que ainda espera a idade para desenvolver-se

como um adulto, ou apenas um homem de tamanho reduzido, cresce hoje sob uma nova visão

historicamente construída, caracterizando-se por sua expressão particular, em um ser completo,

singular, que tem a sua própria forma de ver e compreender o mundo em que vive. É possível até

demarcar as fases biológicas da vida da criança, mas não as psicológicas, nesta, ela traz consigo

características próprias devendo ser entendida pela sociedade dentro de seu estágio de vida.

A adolescência se caracteriza por uma fase de transição entre a infância e a vida adulta, marcada por

questionamentos e instabilidade. É um momento de busca da compreensão de si mesmo e da própria

identidade. Nesta fase desenvolvem-se novas formas de pensar e de lidar com as experiências, pessoas

e situações.

A forma como a escola estabelece as relações de ensino aprendizagem revelam a concepção que a

mesma tem sobre a criança e o adolescente. Na organização pedagógica de cada escola estão implícitos

esses conceitos. A escola deve prever espaços onde a criança e o adolescente possam desenvolver-se

dentro das suas potencialidades tendo respeitadas as inquietudes próprias de cada fase de vida.

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Diante deste contexto a escola deve estar preparada para lidar com seres em pleno desenvolvimento,

proporcionando a eles a continuidade e a sistematização dos conhecimentos apreendidos até então,

tanto no contexto escolar quanto no social, para que o processo ensino-aprendizagem se efetive.

6.4 Concepção de cidadania

A educação, de modo geral, encontra-se defasada em relação às necessidades contemporâneas do

homem. Por outro lado, a educação, como processo pedagógico sistematizado de intervenção na

dinâmica da vida social, é considerada hoje objeto de estudos científicos, auxiliando na definição de

estratégias políticas para o desenvolvimento das sociedades.

A educação pode disfarçar, legitimar ideologias, amenizar as contradições e os conflitos sociais,

desmascarar e aguçar a consciência das contradições e contribuir para novas formas de concepção de

mundo. Consequentemente, o não reconhecimento dos (das) outros (as) como seres humanos sujeitos

de direitos, revelam as desigualdades sociais baseadas nas diferenças de etnias, gênero, idade, classe

social, ideologias, impregnam sentimentos e relacionamentos entre os "homens", produzem práticas de

exclusão, modos de gerir políticas, serviços sociais e modos de governar.

As desigualdades sociais historicamente permitiram a uma grande massa de pessoas serem desprovidas

do mundo econômico, social, político e cultural.

Diante desse quadro, a prática educativa deve partir do princípio de oferecer um ensino de qualidade

social, vinculada à conquista da cidadania.

“A cidadania é o direito a ter direito, pois a igualdade em dignidade e direitos dos

seres humanos não é dado. É construído da consciência coletiva, que requer o acesso

ao espaço público. É este acesso ao espaço público que permite a construção de um

mundo comum através do processo de asserção dos direitos humanos". ( Hannah

Arendt)

Portanto, a finalidade precípua da educação é colaborar para a aquisição do senso crítico por parte

do(a) aluno (a) e para que o mesmo possa transformar e atuar, de forma contundente, na construção de

uma sociedade justa. Vivenciando e estabelecendo relações entre direitos humanos e cidadania.

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Conquistar o exercício da cidadania e lutar pela efetivação dos direitos humanos requer conhecimentos

culturais, históricos, econômicos e sociais, e conhecendo cada indivíduo como sujeitos de direitos.

Para que isto ocorra, a escola deve assumir o papel de meio transformador, vivenciando com sua

comunidade experiências e informações necessárias onde adultos, jovens e crianças coletivamente

saibam reivindicar seus direitos, consolidando uma sociedade democrática, justa, emancipada,

alicerçada na liberdade e na autonomia das pessoas.

6.5 Concepção de educação

A educação é uma prática social, uma atividade específica dos homens situando-os dentro da história –

ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela sua ação na sociedade e nas suas relações

de trabalho.

“Educação é um fenômeno próprio dos seres humanos, significa afirmar que ela é, ao mesmo tempo,

uma exigência do e para o processo de trabalho, bem como é ela própria, um processo de trabalho”.

(Saviani, 1992, p.19)

Pretendemos uma educação voltada para formação de um indivíduo crítico, participativo, responsável,

consciente de seus direitos e deveres, preparado para a vida. Um indivíduo capaz de interagir com o

outro e com o meio ambiente de forma equilibrada. Uma educação voltada para a transformação

social, sendo esta libertadora, crítica, humanitária e emancipatória, que oportunize ao educando

apropriação do conhecimento científico, político, filosófico e artístico.

É por meio da educação que possibilitamos ao homem relacionar seus conhecimentos e experiências

com outros necessários e apresentados na escola, bem como adquirir conhecimentos suficientes para

fazer a leitura da realidade do mundo, para agir sobre esta realidade de forma consciente e

responsável.

Neste sentido, ressaltamos a necessidade da escola conhecer as experiências sociais, culturais, políticas

e religiosas, as quais influenciam diretamente na formação do "homem" como ser social.

6.5.1 Concepção de Educação Fiscal.

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Toda sociedade que se quer republicana e democrática deve se organizar em torno de uma

Constituição em que os direitos de cidadania ocupam posição nuclear como normas fundamentais a

serem observadas e defendidas pelo conjunto da sociedade.

Por sua relevância, destacamos os artigos 1º e 3º da Constituição brasileira:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e

Municípios e do Distrito Federal, constitui-se Estado Democrático de Direito e tem como

fundamentos:

I – a soberania;

II – a cidadania;

III – a dignidade da pessoa humana:

IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;

V – o pluralismo político.”

Exercer diretamente o poder popular implica participar do processo de planejamento,

elaboração, controle e avaliação das políticas públicas, assumidas como objetivos fundamentais do

Estado brasileiro, como prevê o art. 3º.

“ Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;

II – garantir o desenvolvimento nacional;

III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

IV – promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer

outras formas de discriminação.”

Os artigos mencionados, conjugados principalmente com o art. 5º (direitos e deveres individuais

e coletivos), art. 6º e 7º (direitos sociais) e arts. 194 a 232 ( ordem social), consagram que o Estado

Democrático de Direito deve realizar os propósitos do bem-estar social.

No entanto, a sociedade brasileira ainda está distante de realizar o Estado de Bem-Estar Social

preconizado na Constituição. Assim, cabe a todos nós atuarmos para assegurar que os princípios

constitucionais sejam concretizados.

É nesse contexto que a Educação Fiscal se alinha a um amplo projeto educativo, com o

objetivo de propiciar o bem-estar social, conseqüência da consciência cidadã e da construção crítica de

conhecimentos específicos sobre os direitos e deveres do cidadão, em busca da efetivação do princípio

constitucional da dignidade humana.

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Desse modo, a Educação Fiscal deve ser entendida como um instrumento de disseminação de

uma nova cultura cidadã, fundada nos seguintes pressupostos:

Conscientização da função socioeconômica dos tributos:

Gestão e controle democráticos dos recursos públicos;

Vinculação entre a educação, o trabalho e as práticas sociais;

Exercício efetivo da cidadania.

Esses conceitos alicerçam uma educação capaz de contribuir para a construção da

cidadania, pautada pela solidariedade, ética, transparência e responsabilidade fiscal e social, onde o ser

humano é superior ao Estado, contemplando reflexões sobre o crescimento econômico, a distribuição

de renda e a relação homem-natureza no desenvolvimento do país.

Portanto, a educação ocorre através do processo pelo qual o cidadão constrói o seu

conhecimento, transformando-o em hábitos e atitudes concretas. A cidadania é construída

historicamente, através de movimentos sociais que promovem lutas e debates, visando a igualdade de

direitos e deveres.

A Educação Fiscal faz parte desta conquista histórica e tem o objetivo de informar e

conscientizar a sociedade, também através da escola, a respeito da função sócio-econômica do tributo.

Também estimula o interesse do cidadão para acompanhar e exigir que a administração dos recursos

públicos se efetive de forma transparente e justa, beneficiando toda a população e reduzindo as

desigualdades sociais.

O ambiente escolar é um espaço de debates e construção de conhecimentos, por isso a grande

importância de se estimular a educação fiscal entre os estudantes.

6.6 Concepção de Ensino Fundamental de Nove Anos/anos finais

Com base no caderno “Ensino Fundamental de nove anos – Orientações Gerais”, elaborado pelo

Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, Departamentos de Políticas de Educação

Infantil e Ensino Fundamental, há décadas o Brasil vem apresentando interesse em aumentar o número

de anos de escolarização obrigatória.

Em muitos países, inclusive da América do Sul, o Ensino Fundamental de nove anos já é uma

realidade.

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No Brasil, em 1961, a Lei nº 4.024, estabelecia como ensino obrigatório apenas quatro anos. Em Punta

Del Este e Santiago houve um acordo, onde o Brasil assumiu a responsabilidade de estabelecer a

obrigatoriedade de seis anos para o ensino primário até o ano de 1970.

Em 1971, a Lei nº 5.692, estabeleceu que a obrigatoriedade se estenderia para oito anos.

Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – LDB, apresentou indícios de um ensino

obrigatório de nove anos, a iniciar-se aos seis anos de idade. Este objetivo tornou-se meta da educação

nacional através da Lei nº 10.172, de 09/01/2001, que aprovou o Plano Nacional de Educação – PNE.

Nos últimos anos todos os estados brasileiros vêm se adequando e se organizando para a implantação

do ensino fundamental com duração de nove anos. No estado do Paraná esta organização se dará de

forma simultânea a partir do ano de 2012, cabendo às instituições de ensino da rede estadual a oferta

do ensino fundamental de nove anos – anos finais (do 6º ao 9º ano).

O ensino fundamental de nove anos - anos finais, tem, de acordo com a sua organização curricular, a

finalidade de ampliar os conhecimentos, experiências e conceitos que o aluno possui após frequentar

os cinco primeiros anos de escolarização, no sentido de aprofundar esses conhecimentos e vivenciar

novos contatos. Ao chegar aos anos finais do ensino fundamental o aluno já possui maior maturidade

cognitiva para a construção do conhecimento, maior autonomia para pensar e está pronto para o acesso

às novas informações fundamentais à escolarização.

Segundo o PNE – Plano Nacional de Educação, “o ensino fundamental de nove anos tem duas

intenções: oferecer maiores oportunidades de aprendizagem no período da escolarização obrigatória e

assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças prossigam nos estudos,

alcançando maior nível de escolaridade.” O PNE também cita que “podemos analisar esta decisão

como sendo mais uma forma de democratização e acesso à escola, um maior tempo para que

professores e alunos possam pensar e refletir os seus próprios processos de ensino aprendizagem.”

6.7 Concepção de conhecimento

Conhecimento é uma atividade humana que busca explicitar as relações entre os homens e a natureza.

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Desta forma, o conhecimento é produzido nas relações sociais mediadas pelo trabalho.

De acordo com Veiga (1995, p.27) o conhecimento pressupõe as concepções de homem, de mundo e

das condições sociais que o geram configurando as dinâmicas históricas que representam as

necessidades do homem a cada momento, implicando necessariamente nova forma de ver a realidade,

novo modo de atuação para obtenção do conhecimento, mudando, portanto, a forma de interferir na

realidade. Essa interferência traz consequências para a escola, cabendo a ela garantir a socialização do

conhecimento que foi expropriado do trabalho nas suas relações.

A ciência é resultado de fatos, conceitos e generalizações, sendo objeto de trabalho do educador. À

apropriação, reconstrução e construção do conhecimento é percebido quando há manifestação de

atitudes e comportamentos, frente às situações vividas na prática social, não ocorre individualmente,

acontece no social, gerando mudança interna e externa no cidadão e nas relações sociais, tendo sempre

uma intencionalidade. Nunca está pronto e acabado, e sim em processo de reflexão-construção-

reflexão.

Diante do exposto busca-se para nossa escola um conhecimento dinâmico, que desperte no educando a

necessidade de trocas de experiências, que o leve a buscar inovações relacionando o conhecimento

historicamente acumulado com as práticas sociais, instigando-o a ousar e pôr em prática os

conhecimento adquiridos, reconstruí-los se necessário for, exercitando o senso crítico e a autonomia

para tomar decisões e interferir no meio em que vive.

É importante lembrar que o acesso ao conhecimento é direito de todos, cabendo a escola valorizar os

conhecimentos que os (as) alunos (as) já possuem e oportunizar situações de aprendizagem que leve o

educando a apropriar-se do saber historicamente acumulado pela humanidade, por meio de ações que

atendam a todos e todas que a ela recorram.

6.8 Concepção de Letramento

Magda Becker Soares, Doutora em educação, em seu Livro Alfabetização e letramento. São Paulo:

Contexto, 2003, letramento é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever dentro de um contexto

onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do aluno. Segundo a autora, o

letramento tem como objeto de reflexão, de ensino, ou de aprendizagem os aspectos sociais da língua

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escrita e assumir como objetivo o letramento no contexto do ciclo escolar implica adotar na

alfabetização uma concepção social da escrita, em contraste com uma concepção tradicional que

considera a aprendizagem de leitura e produção textual como a aprendizagem de habilidades

individuais

O nível de letramento é determinado pela variedade de gêneros textuais escritos que a criança ou

adulto reconhece, a criança que vive em um ambiente em que se leem livros, jornais, revistas, , receitas

culinárias, e materiais mais modernos como internet, blogs, e-mails e outros tipos de literatura, o nível

de letramento será superior ao de uma criança cujos pais não são alfabetizados, nem que outras pessoas

de seu convívio cotidiano lhe favoreçam este contato com o mundo letrado. Estudiosos afirmam que

são muitos os fatores que interferem na aprendizagem da língua escrita, porém estudos recentes

incluem entre estes fatores o nível de letramento. Paulo Freire afirma que "na verdade, o domínio

sobre os signos linguísticos escritos, mesmo pela criança que se alfabetiza, pressupõe uma experiência

social que o precede – a da 'leitura' do mundo.

Pode-se dizer ainda que letramento é o resultado da ação de ensinar a ler e escrever. É o estado ou a

condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da

escrita. O adjetivo letrado, que significava apenas “que, ou o que é versado em letras ou literatura;

literato” e que agora passa a caracterizar o indivíduo que domina a leitura, ou seja, que não só sabe ler

e escrever, mas também faz uso competente e frequente da leitura e da escrita.

Atualmente, o ensino passa por um momento complicado, pois a criança ou o adulto, em sua maioria, é

alfabetizado, mas não é letrado. Ela(e) lê o que está escrito, mas não consegue compreender,

interpretar o que leu e isso faz deste indivíduo, alguém com muitas limitações, pois se ele não

interpreta ou compreende corretamente, ele terá problemas em todas as disciplinas que fazem parte do

seu currículo escolar.De acordo com Freire (1989, p. 58-9), “(...) o ato de estudar, enquanto ato curioso

do sujeito diante do mundo é expressão da forma de estar sendo dos seres humanos, como seres

sociais, históricos, seres fazedores, transformadores, que não apenas sabem,mas sabem que sabem”.

Há autores que consideram que letramento são as práticas de leitura e escrita: segundo Kleiman (1995,

p. 19): “Podemos definir hoje o letramento como um conjunto de práticas sociais que usam a escrita,

enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em contextos específicos, para objetivos

específicos”. Em texto posterior, a autora declara entender letramento “como as práticas e eventos

relacionados com uso, função e impacto social da escrita” (idem, 1998, p. 181). Nessa concepção,

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letramento são as práticas sociais de leitura e escrita e os eventos em que essas práticas são postas em

ação, bem como as consequências delas sobre a sociedade. Já Tfouni (1988, p. 16), em obra que foi

uma das primeiras a não só utilizar, mas também a definir o termo letramento, conceitua-o em

confronto com alfabetização, conceito que reafirma em obra posterior: “Enquanto a alfabetização

ocupa-se da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os

aspectos sócio históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade”(idem, 1995, p. 20). A

autora reafirma essa diferença entre alfabetização e letramento insistindo no caráter individual daquela

e social deste: A alfabetização refere-se à aquisição da escrita enquanto aprendizagem de habilidades

para leitura, escrita e as chamadas práticas de linguagem. Isso é levado a efeito, em geral, por meio do

processo de escolarização e, portanto, da instrução formal. A alfabetização pertence, assim, ao âmbito

do individual. O letramento, por sua vez, focaliza os aspectos sócio históricos da aquisição da escrita.

Entre outros casos, procura estudar e descrever o que ocorre nas sociedades quando adotam um

sistema de escritura de maneira restrita ou generalizada; procura ainda saber quais práticas

psicossociais substituem as práticas “letradas” em sociedades ágrafas. (Idem, 1988, p. 9,e 1995, p. 9-

10).

Assim, para Tfouni, letramento são as consequências sociais e históricas da introdução da escrita em

uma sociedade, “as mudanças sociais e discursivas que ocorrem em uma sociedade quando ela se torna

letrada” (1995, p. 20). Conclui-se que Tfouni toma, para conceituar letramento, o impacto social da

escrita, que, para Kleiman, é apenas um dos componentes desse fenômeno; Kleiman acrescenta a esse

outros componentes: também as próprias práticas sociais de leitura e escrita e os eventos em que elas

ocorrem compõem o conceito de letramento. Em ambas as autoras, porém, o núcleo do conceito de

letramento são as práticas sociais de leitura e de escrita, para além da aquisição do sistema de escrita,

ou seja, para além da alfabetização. Embora mantendo esse foco nas práticas sociais de leitura e de

escrita, este texto fundamenta-se numa concepção de letramento como sendo não as próprias práticas

de leitura e escrita, e/ou os eventos relacionados com o uso e função dessas práticas, ou ainda o

impacto ou as consequências da escrita sobre a sociedade, mas, para além de tudo isso, o estado ou

condição de quem exerce as práticas sociais de leitura e de escrita, de quem participa de eventos em

que a escrita é parte integrante da interação entre pessoas e do processo de interpretação dessa

interação – os eventos de letramento, tal como definidos por Heath (1982, p. 93): “Um evento de

letramento é qualquer situação em que um suporte torna-se parte integrante de uma interação entre

participantes e escrita é parte integrante da natureza das interações entre os participantes e de seus

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processos de interpretação” ou seja: coerentemente com o conceito apresentado em Soares (1998b),

letramento é, na argumentação desenvolvida neste texto, o estado ou condição de indivíduos ou de

grupos sociais de sociedades letradas que exercem efetivamente as práticas sociais de leitura e de

escrita, participam competentemente de eventos de letramento. O que esta concepção acrescenta às

anteriormente citadas é o pressuposto de que indivíduos ou grupos sociais que dominam o uso da

leitura e da escrita e, portanto, têm as habilidades e atitudes necessárias para uma participação ativa e

competente em situações em que práticas de leitura e/ou de escrita têm uma função essencial, mantêm

com os outros e com o mundo que os cerca formas de interação, atitudes, competências discursivas e

cognitivas que lhes conferem um determinado e diferenciado estado ou condição de inserção em uma

sociedade letrada.

Na escola, os professores, de todas as disciplinas,têm um primordial papel no sentido de transformar

esta pessoa alfabetizada, em uma pessoa letrada e isso se dá através de incentivos variados, no que diz

respeito à leitura de diversas tipologias textuais e também utilizando-se de exercícios de interpretação

e compreensão de diferentes tipos de textos, em que vários tipos de ferramentas podem ser utilizados e

o mais importante que decodificar símbolos (letras e palavras), é preciso compreender a funcionalidade

da língua escrita, pois é assim que o cidadão torna-se mais atuante, participativo e autônomo, de forma

significativa na sociedade na qual este está inserido.

6.9 Concepção de escola

A escola é uma das instâncias que tem por função a elevação cultural dos seus educandos. Tem uma

função importante e significativa dentro da sociedade, pois é um lugar privilegiado onde ocorre à troca

de experiências entre seus componentes: alunos, professores, funcionários, direção e comunidade

escolar. É um ambiente pedagógico que tem como um de seus objetivos favorecer o processo de

ensino e aprendizagem, através da ação pedagógica intencional e planejada por todos os integrantes

que dela fazem parte.

“A atuação da escola consiste na preparação do aluno para o mundo e suas contradições,

fornecendo-lhe instrumentos, por meio da apropriação dos conteúdos e da socialização,

para uma participação organizada e ativa na democratização da sociedade” (Luckesi,

1999, pg. 70).

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Partindo desses pressupostos vemos a escola, como uma instância de ação, surgida das necessidades de

ações, necessidades históricas da humanidade, uma instância social que tenha como finalidade

educativa garantir ao educando à apropriação dos conhecimentos científicos, artísticos, esportivos,

políticos e filosóficos, o acesso, permanência e sucesso dos alunos, a formação continuada dos

trabalhadores e trabalhadoras da educação, o trabalho coletivo e a gestão educacional democrática.

Além disso, o espaço escolar deverá acolher toda comunidade na qual está inserida, democratizando

informações por meio de palestras, cursos, seminários, projetos desenvolvidos pela instituição

educacional e órgãos governamentais ou privados que atendam suas necessidades, possibilitando a

consolidação da cidadania e justiça social.

6.10 Concepção de Tecnologia

O uso de tecnologias como apoio ao ensino e à aprendizagem vem evoluindo vertiginosamente nos

últimos anos, podendo trazer efetivas contribuições a educação. Entretanto, para evitar e superar o uso

ingênuo dessas tecnologias é fundamental conhecer as novas formas de ensinar e aprender, bem como

de produzir, comunicar e representar conhecimentos, possibilitados por esses recursos, que favoreçam

a democracia e a integração social.

A integração entre tecnologias, linguagens e representações têm papel preponderante na formação de

pessoas melhor qualificadas para o convívio e a atenção na sociedade, conscientes de seus

compromissos para o contexto, a valorização humana e a expressão da criatividade.

Nesta perspectiva, o cenário educacional requer do professor saber como usar pedagogicamente tais

recursos.

A tecnologia tem um impacto significativo não só na produção de bens e serviços, mas também no

conjunto das relações sociais e nos padrões culturais vigentes e deve ser entendida como uma

ferramenta sofisticada e alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode contribuir para o

aumento das desigualdades, ou para inserção social se vista como uma forma de estabelecer mediações

entre o aluno e o conhecimento em todas as áreas.

Assim, fica claro que ter no currículo uma concepção de educação tecnológica não será suficiente para

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o acesso de todos, da Escola Pública, sem que haja uma vontade e ação política que possibilite

investimentos para que esses recursos tecnológicos (elementares e sofisticados) existam e possam ser

ferramenta que contribua para o desenvolvimento do pensar, sendo um meio de estabelecer relações

entre o conhecimento científico, tecnológico e sócio histórico, possibilitando articular ação, teoria e

prática.

6.11 Concepção de ensino-aprendizagem

Quando o educando começa a fazer parte da instituição educativa, a experiência adquirida, o que lhe é

ensinado, torna-se constitutivo de sua pessoa, modificando-o continuamente. Isto significa que todo o

processo de ensino-aprendizagem se insere num contexto mais amplo da construção do ser humano,

porque a aprendizagem na escola se efetiva como um processo dinâmico, interligado a outras

instâncias de apreensão e compreensão da realidade.

As experiências vividas na escola e fora dela são constituídas por ações e interações que participam da

formação e do desenvolvimento do educando.

O aluno apresenta um conhecimento que se constitui por estratégias específicas, que se modificam,

inclusive, em função dos conhecimentos adquiridos e das experiências vivenciadas no interior da

escola e fora dela.

Para que ocorra de fato o ensino e a aprendizagem e que o conhecimento se construa nessa relação, são

necessárias duas condições: primeiramente que a nova informação seja passível de ser compreendida

pelo aluno, ou seja, precisa haver uma ligação possível entre aquilo que o aluno já conhece com o que

irá aprender. Em segundo lugar, que se estabeleça uma relação ativa do aluno com o conteúdo a ser

apreendido.

A ciência faz parte do cotidiano do aluno em qualquer idade, pois está na cultura, na tecnologia, nos

modos de pensar da sociedade de nossos dias. Todo aluno detém um conhecimento que está contido na

teoria científica e que deve ser necessariamente articulado com o conceito científico que se lhe

pretende ensinar. Este conhecimento apresenta-se muitas vezes de forma fragmentada, advindo do

senso comum e o aluno deverá ser levado, pela ação do professor, a superar essa visão, para chegar à

compreensão e apropriação do conhecimento historicamente construído em todas as áreas.

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O ponto de partida é a prática social, saberes que o aluno vivencia no seu cotidiano, através da

observação e das informações diversas. O aluno levanta hipóteses que deverão ser transformadas em

conhecimento formal através da ação pedagógica.

No processo de ensino-aprendizagem é imprescindível falar da necessidade de se cultivar uma relação

sadia, comprometida, responsável, afetiva e autônoma na relação professor-aluno. O professor deverá

ter autoridade pedagógica para conduzir o trabalho com seus alunos. A relação do aluno-professor, na

escola, é mediada, então pelo conhecimento formal. O professor detém o conhecimento formal que o

educando deverá apropriar-se e a interação entre ambos deve ser ativa e participativa, que permita e

promova a apreensão do conhecimento.

A ação pedagógica implica, portanto, numa relação especial em que o conhecimento é construído e

reconstruído, para tanto, exige do professor domínio dos conteúdos e suas metodologias com utilização

de recursos didáticos adequados, os quais possibilitem o desenvolvimento de seus educandos com

qualidade social.

É igualmente importante que o professor não perca de vista o que a interação com o educando tem um

objetivo específico que é possibilitar-lhe apropriação do conhecimento. E isto, só pode ser realizado

pela ampliação de conceitos e transformação de significados que o educando traz da prática social por

meio de experiências extra e intra-escolares anteriores.

Portanto, nesta perspectiva que se dá a apropriação do conhecimento na escola, o indivíduo que ensina,

o indivíduo que aprende e o conhecimento se interrelacionam, sendo que as múltiplas possibilidades de

interação entre eles serão sempre medidas pelas normas institucionais, o que dá especificidade à ação

pedagógica.

Dentro deste contexto, deve-se situar o aluno, procurando compreender a trajetória que ele realiza em

seu processo de constituição como sujeito histórico, capaz de transformar a sociedade em que vive. A

vivência do aluno na escola atende a objetivos específicos, mas as experiências aí adquiridas são partes

integrantes na vida do indivíduo, possibilitando uma atuação mais efetiva na prática social.

6.12 Concepção de avaliação

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Partimos da idéia de que a avaliação é um processo amplo da aprendizagem, indissolúvel do todo, que

envolve responsabilidade do professor e do aluno. Pensar avaliação no âmbito da Educação Escolar, no

campo da Educação de Direitos, nos leva a pensar a sua função, o papel social do professor, a razão da

existência da Escola. Traz a discussão sobre a inclusão e exclusão, privilégios e direitos, deveres e

obrigações, que alunos queremos formar, que escola estamos construindo e para qual sociedade.

Transformar a prática avaliativa significa questionar a educação desde as suas concepções, seus

fundamentos, sua organização, suas normas burocráticas. Significa mudanças conceituais, redefinição

de conteúdos, das funções dos docentes, entre outros.

Propõe-se uma re-estruturação interna na escola quanto à sua forma de avaliação. Necessita-se,

sobretudo, de uma avaliação contínua, formativa e emancipatória, na perspectiva do desenvolvimento

integral do aluno. O importante é estabelecer um diagnóstico correto para cada aluno e identificar as

possíveis causas de seus fracassos e/ou dificuldades visando uma maior qualificação e não somente

uma quantificação na aprendizagem.

Pensamos que a avaliação processual e formativa – no sentido de melhoria do processo de ensino-

aprendizagem - deveria ser inicial, para conhecer melhor o aluno, contínua para ajudar o aluno durante

o processo de ensino e final para julgar globalmente o resultado do processo como um todo, em função

dos objetivos previstos e conduzi-los de acordo com os resultados apresentados.

A avaliação formativa não tem como objetivo classificar ou selecionar o aluno. Fundamenta-se no

processo de aprendizagem, em seus aspectos cognitivos, afetivos e sociais, fundamenta-se em

aprendizagens significativas e funcionais que se aplicam em diversos contextos e se atualizam,

quando for preciso, para que se continue a aprender.

Se a avaliação contribuir para o desenvolvimento das capacidades dos alunos, pode-se dizer que ela se

converte em ferramenta pedagógica, em um elemento que melhora a aprendizagem do aluno e a

qualidade do ensino.

Neste sentido, a avaliação estará presente durante todo o processo educacional e não somente em

períodos específicos. A avaliação atenderá os objetivos previamente estabelecidos e cumprirá a função

de diagnóstico. Avaliando todos os comportamentos envolvidos no processo de aprendizagem.

Avaliar não é competência única do (a) professor (a), mas sim de todas as pessoas que integram o

processo educacional (alunos, pais e administradores).

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Portanto, a concepção de avaliação numa visão emancipatória está apoiada em princípios e valores

comprometidos com a formação do "cidadão".

6.13 Critérios de organização interna da escola

A escola oferta, no período matutino, Ensino Fundamental Anos Finais, 8º e 9º anos, Ensino Médio1ª,

2ª e 3ª séries e Técnico em Informática na modalidade Ensino Médio Integrado – 2ª série. No período

vespertino, o Ensino Fundamental Anos Finais com 6º, 7º e 8º anos. O período noturno funciona com o

Ensino Médio 1ª, 2ª e 3ª séries e o Técnico em Informática na modalidade Subsequente, com 1º, 2º e 3º

semestres.

Os alunos dos 6º e 7º anos que apresentam dificuldades acentuadas na aprendizagem são atendidos em

contraturno, através da Sala de Apoio à Aprendizagem, que está em funcionamento desde o ano de

2004. Neste ano de 2011 contamos também com a Sala de Apoio para os alunos dos 8º e 9º anos. No

ano de 2005, a escola organizou o processo para funcionamento da sala de recursos, a fim de atender

alunos do Ensino Fundamental com transtornos de desenvolvimento global. A autorização ocorreu no

início do ano letivo de 2006 e o atendimento continua em pleno funcionamento no ano de 2011. A

partir do ano de 2012 o colégio receberá a Sala de Recursos Multifuncional Tipo 1.

Contamos também, desde o ano de 2010, com uma professora de apoio à comunicação aos alunos

portadores de deficiência física e neuromotora.

Também desde o ano de 2009, no período matutino, funcionava, duas vezes por semana, em contra-

turno, o Programa “Viva Escola - Preservar para Transformar”, que neste ano de 2011, foi aprovado

como Atividade Complementar Curricular de Contra- turno, atendendo alunos dos 8º e 9º anos do

Ensino Fundamental e 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio, passando a funcionar no período vespertino.

A participação nas atividades requer matrícula com anuência dos pais e/ou responsáveis.

Funciona também o Programa Esporte Cidadão Unilever, com atividades semanais, com carga horária

de 16 horas /aulas, atendendo alunos (as) na faixa etária entre 9 a 15 anos para a prática de voleibol e

de ações comunitárias, tendo como critério de participação estar regularmente matriculado na escola

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onde o programa é desenvolvido e apresentar frequência nas aulas.

A partir do ano de 2010 iniciou o funcionamento do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas

- CELEM/Espanhol, no turno vespertino, somando quatro horas aula por semana, em sistema anual,

com dois anos de duração.

A diretora e vice diretor contam com o apoio das instâncias colegiadas (APMF – Associação de Pais,

Mestres e Funcionários, Conselho Deliberativo e Fiscal, Conselho Escolar e Grêmio Estudantil), da

equipe pedagógica, das coordenadoras dos cursos profissionalizantes, equipe da secretaria e de apoio.

A biblioteca e a secretaria funcionam em tempo integral e a equipe de apoio é distribuída de forma a

atender as necessidades da instituição, a fim de proporcionar um ambiente organizado, limpo e

agradável para todos que dela fazem parte.

Lembramos que a escola conta com a equipe de cozinheiras, as quais têm a atribuição de fazer as

refeições diárias para os (as) alunos (as), seguindo as orientações procedentes da SEED quanto ao

armazenamento, preparo e consumo dos alimentos.

Desde o segundo semestre de 2010 foi implantada a Equipe Multidisciplinar, na qual participam

membros da comunidade escolar representando diversas categorias para coordenar e desenvolver

diferentes atividades relacionadas a cultura afro-brasileira ,africana e indígena (estudo, reuniões,

apresentações culturais, palestras, exposições...).

Para que o Projeto Político Pedagógico se torne uma prática social e se efetive de fato, é necessário

propiciar situações que lhe permitam aprender a pensar e a realizar o fazer pedagógico de forma

coerente. Na dimensão pedagógica reside a possibilidade da efetivação da intencionalidade da escola,

pelo incentivo da autonomia dos trabalhadores da educação a fim de que seja possível contribuir para a

formação de cidadãos participativos, responsáveis, compromissados, críticos e criativos.

6.14 Princípios da Gestão Democrática

Algumas características da gestão escolar democrática são: o compartilhamento de decisões e

informações, a preocupação com a qualidade da educação e com a relação custo-benefício, a

transparência (capacidade de deixar clara para a comunidade como são usados os recursos da escola,

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inclusive os financeiros).

Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, professores, funcionários e outras pessoas da

comunidade na administração escolar. Quando as decisões são tomadas pelos principais interessados

na qualidade da educação na escola, a chance de que dêem certo é bem maior.

Os conselhos escolares, como mecanismos de participação da comunidade na escola, já estão presentes

em muitas escolas no país. A função dos conselhos é orientar, opinar e decidir sobre tudo o que tem a

ver com a qualidade da escola (como participar da construção do projeto político-pedagógico e dos

planejamentos anuais, opinar sobre a organização e distribuição das turmas, avaliar os resultados da

administração na busca de meios para solucionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir

sobre os investimentos prioritários).

Mas não será só nos conselhos que a comunidade participa da escola. Reuniões pedagógicas, festas,

exposições e apresentações dos alunos são momentos em que familiares representantes de serviços

públicos da região, associações locais, devem estar presentes. Como a democracia também se aprende

na escola, a participação deve se estender à todos os alunos, até mesmo as crianças. Como cidadãos,

eles têm direito de opinar sobre o que é melhor para eles e se organizarem em colegiados próprios,

como os grêmios.

Por fim, é importante saber que, numa gestão democrática, é preciso lidar com conflitos e opiniões

diferentes. O conflito faz parte da vida, mas precisamos sempre dialogar com os que pensam diferente

de nós e, juntos, negociar.

A Gestão democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange dimensões:

pedagógica, administrativa e financeira. Exige a compreensão em profundidade dos problemas postos

pela prática pedagógica. Visa romper com a separação entre concepção e execução, entre o pensar e o

fazer, entre teoria e a prática. Busca resgatar o controle do processo e do produto do trabalho pelos

educadores. A socialização do poder propicia a prática da participação coletiva, o que atenua o

individualismo; da reciprocidade, que supera a opressão; da autonomia, que anula a dependência de

órgãos intermediários que elaboram políticas educacionais da qual a escola é mera executora.

A Gestão Democrática inclui, necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes

segmentos da escola nas decisões e ações administrativo-pedagógicas que nela são desenvolvidas.

A igualdade de oportunidades de participação requer, portanto, mais que a expansão quantitativa de

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ofertas; requer a ampliação do atendimento com simultânea manutenção da qualidade. Saviani nos

alerta para o fato de que há desigualdade no ponto de partida, mas a igualdade no ponto de chegada

deve ser garantida pela mediação da escola. “Só é possível considerar o processo educativo em seu

conjunto sob a condição de se distinguir a democracia como possibilidade no ponto de partida e

democracia como realidade no ponto de chegada”. (1982 p 63)

Para garantir o acesso e permanência do aluno na escola é preciso ter clareza a respeito das

diversidades da comunidade escolar, oferecer ambiente adequado para a inclusão dos alunos com

necessidades educacionais especiais; na diversidade, atender a todos, respeitando as diferentes formas

de aprender e priorizar o conhecimento como forma de emancipação, através de práticas pedagógicas

que contemplem o aluno como centro do processo educativo. Criar estratégias de inclusão para que

todos que procuram a escola se sintam nela integrados.

6.15 Capacitação continuada de educadores

Garantindo os princípios e fins da educação nacional no art. 3º VII – “valorização do profissional da

educação escolar”. A formação continuada é um direito de todos os profissionais que trabalham na

escola, uma vez que não só ela possibilita a progressão funcional baseada na titulação, na qualificação

e na competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o desenvolvimento

profissional dos professores articulado com as escolas e seus projetos.

Compete a escola:

Proceder ao levantamento de necessidade de formação continuada de seus profissionais;

Elaborar seu programa de formação, contando com a participação e o apoio dos órgãos centrais

no sentido de fortalecer seu papel na concepção, na execução e na avaliação do referido

programa.

Viabilizar a participação dos trabalhadores da educação em eventos de formação continuada

oferecida pelo órgão mantenedor como também por instituições privadas.

A formação continuada não deve se limitar aos conteúdos curriculares, mas se estender à discussão da

escola como um todo e suas relações com a sociedade.

Todos os profissionais da escola são importantes para a realização dos objetivos do projeto político-

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pedagógico. Os professores são responsáveis por aquilo que os especialistas em educação chamam de

transposição didática, ou seja, concretizar os princípios político-pedagógicos em ensino/aprendizagem.

Cada um dos demais profissionais tem um papel fundamental no processo educativo, cujo resultado

não depende apenas da sala de aula, mas também da vivência e da observação de atitudes corretas e

respeitosas no cotidiano da escola. Tamanha responsabilidade exige boas condições de trabalho,

preparo e equilíbrio. Para tanto, é importante que se garanta formação continuada aos profissionais e

também outras condições, tais como estabilidade do corpo docente, o que incide sobre a consolidação

dos vínculos e dos processos de aprendizagem, uma adequada relação entre o número de alunos,

salários condizentes com a importância do trabalho, espaços físicos e recursos didáticos necessários às

práticas pedagógicas de cada disciplina previstas na proposta curricular.

6.16 Qualidade do ensino e aprendizagem

A qualidade do processo de ensino e aprendizagem não depende apenas da escola, mas principalmente

de políticas públicas voltadas para a qualidade da Escola Pública. Entendemos que para termos uma

educação com qualidade é preciso que se garanta o acesso e permanência do aluno na escola e a

valorização dos profissionais da educação através de uma remuneração digna e da oferta de cursos de

formação continuada.

Enquanto escola há a necessidade de se colocar o aluno como centro do processo educativo,

oferecendo um ensino que promova a interação entre aluno e o conhecimento, de modo a possibilitar o

acesso e a incorporação de elementos culturais essenciais à sua transformação enquanto síntese das

múltiplas relações sociais. Compreendê-lo como um processo sistemático de contínuas e cumulativas

mediações sociais, promovendo atividades que conduzem a reflexão-ação sobre a realidade,

possibilitando um processo mais significativo de apropriação, socialização e produção do saber.

Precisamos compreender a aprendizagem como: um processo dinâmico, cumulativo e permanente de

subjetivação do mundo objetivo, produzido cultural e historicamente; processo contínuo de

apropriação do mundo pelo sujeito, por meio de suas múltiplas interações; processo intra e

intersubjetivo de apropriação de saberes-objetos, de domínio de atividades “engajadas” no mundo e de

regulação de suas relações com os outros e consigo mesmo.

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A aprendizagem ocorre pelo/no processo de interação e mediação entre sujeitos, numa construção

coletiva do conhecimento.

Destacamos a ideia básica de aprendizagem como um processo em construção que se dá por interação

permanente do sujeito com o meio que o cerca. Meio esse expresso pela família, depois pelo acréscimo

da escola, ambos permeados pela sociedade.

Uma educação com qualidade tem como objetivo diminuir e combater a evasão e repetência, através

de professores capacitados, valorizados e estimulados, cumprindo a sua nobre missão de educar, dando

especial atenção àqueles alunos que se mostram mais indisciplinados e que apresentam maiores

dificuldades no aprendizado, exercendo sua autoridade, estabelecendo limites e responsabilidades, sem

jamais deixar de respeitá-los; conselhos escolares realmente participativos, representativos e atuantes

que apóiem o desenvolvimento também dos projetos voltados à comunidade escolar com recursos

humanos e financeiros; instalações adequadas, asseio, organização e segurança, enfim, que haja um

ambiente propício ao estudo e à aprendizagem, no qual o aluno se sinta estimulado a permanecer e a

aprender.

6.17 O currículo da escola pública

A proposta aqui sistematizada é resultado do trabalho coletivo de todos os profissionais da Educação

do Paraná no decorrer do ano de 2004/2005. Ela apresenta, neste momento, o projeto político

pedagógico possível e expressa o compromisso dos profissionais da educação com a melhoria da

educação no sentido de responder às necessidades sociais e históricas, que buscam na escola pública.

Foi reconstruído por todos aqueles que dela fazem parte, através de discussões entre os profissionais da

educação.

Pensado como uma construção histórica e social, o currículo traduz os diferentes interesses em disputa,

produzindo e reproduzindo as relações sociais, desiguais, assimétricas, que caracterizam as sociedades

contemporâneas. Através dele é possível produzir, reafirmar, negar ou silenciar identidades e

diferenças sociais. Nesse sentido, o currículo se transforma igualmente em um importante instrumento

de negociação política entre os diferentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

Pensar currículo como resultado e caminho para o trabalho coletivo, implica percebê-lo como prática

social viva, dinâmica e processual traduzida, pelo conjunto de experiências produzidas e vividas por

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professores e alunos.

A valorização dos saberes sociais trazidos dos meios familiares e sociais não deve ser confundida

como homogeneização dos papéis sociais, atribuídos à família e à escola. A escola é um espaço

específico de produção e transmissão de conhecimento. Um espaço que estabelece relações

privilegiadas com o saber. Um espaço, onde é possível para o educador e para o educando estruturar e

sistematizar os saberes plurais criados em outros lugares.

O currículo é percebido assim como o conjunto de representações que se organizam em torno do

conhecimento escolar. Conhecimento esse produzido num espaço social com funções sociais

formativas e normativas, que precisam ser devidamente consideradas.

À escola e ao professor compete organizar, sistematizar e ensinar estes conhecimentos. Facilitar aos

alunos a construção de novas formas de leitura do mundo, no sentido de permitir a esses alunos se

situarem em um mundo, por definição, extremamente complexo e dinâmico.

Partimos da idéia que o currículo escolar é o resultado de escolhas intencionais que fazemos dentro do

imenso conjunto de conhecimentos produzidos pela humanidade, e que contém princípios gerais que

norteiam as nossas escolhas, compreendendo que há limites e possibilidades para a escola na

construção da sociedade que sonhamos.

O currículo engloba um conjunto de experiências coletivamente organizadas pela escola, que se

responsabiliza e disponibiliza-as aos educandos com o objetivo de que os mesmos aprendam. O eixo

do currículo em torno do qual ele gira, é o conhecimento escolar. A centralidade do currículo é o

conhecimento, pois a escola deve ensinar com qualidade e este é um pressuposto do qual partilhamos.

Apresenta as seguintes características:

1 – É um instrumento sistematizador, organizador do processo educativo. É através dele que de

materializa a ação educativa;

2 – Envolve ao mesmo tempo intenções (é um projeto político cultural para as jovens gerações) e

práticas, colocadas em ação para concretizar as intenções. Ele tem um caráter, um futuro imaginado e

os ideais políticos se expressam em cada decisão tomada;

3 – Como intenção ele é um conjunto de escolhas que ocorrem nas Secretarias de Educação, nas

escolas e vão até a sala de aula, em cada aula que se dá;

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4 – O currículo gera efeitos, contribui para construção de identidades, deixa marcas. A marca da

instituição, do professor, do conhecimento apropriado por cada aluno, que irá lidar com suas marcas de

maneira diferente, mas que estão presentes;

As escolhas devem ser feitas de maneira coletiva. Coletivamente devemos ter condições de decidir o

que se considera significativo para que os alunos aprendam como fazer, para que ele compreenda o

mundo em que vive e transforme-o.

6.18 Dinâmica do currículo

Currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar. Implica, necessariamente, a

interação entre sujeitos que têm um mesmo objetivo e a opção por um referencial teórico que o

sustente. É uma construção social do conhecimento, pressupondo a sistematização dos meios para que

esta construção se efetive; transmissão dos conhecimentos historicamente produzidos e as formas de

assimilá-los. Portanto, produção, transmissão, assimilação/apropriação são processos que compõe uma

metodologia de construção coletiva do conhecimento escolar. Neste sentido, o currículo refere-se à

organização do conhecimento escolar.

“O contexto apropriado ao desenvolvimento de práticas curriculares que favoreçam o

bom rendimento e a autonomia dos estudantes e, em particular, que reduzem os

elevados índices de evasão e repetência de nossa escola.” (Aranouwtz e Geraux,

1992,22)

O currículo não é um elemento neutro, expressa uma cultura, a determinação do conhecimento escolar,

portanto, implica fazer uma análise crítica, tanto da cultura dominante, quanto da cultura popular.

Deve estar inserido no contexto social, uma vez que ele é historicamente situado e culturalmente

determinado. É organizado de forma disciplinar, no entanto visa reduzir o isolamento das disciplinas

curriculares procurando agrupá-las num todo mais amplo, possibilitando o trabalho interdisciplinar, o

qual poderá ser desenvolvido por meio de projetos com a mediação da equipe pedagógica.

6.19 Reflexão sobre trabalho pedagógico

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“Ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua

construção (Freire,1996)”.

O trabalho pedagógico é uma atividade eminentemente humana, que ocorre no interior da escola, mas

também fora dela, onde sujeitos com histórias diferentes se interagem e inter-relacionam, buscando a

ampliação e a apropriação de conhecimentos e experiências significativas para a vida social, pessoal e

política.

A escola é vista como uma instituição social que concretiza as relações entre educação, sociedade e

cidadania, sendo responsável pela formação de novas gerações.

A prática pedagógica constitui-se permanentemente, nunca está pronta e acabada, constrói-se e

reconstrói-se pela formação inicial e continuada dos profissionais da educação. Podemos defini-la

como uma prática social específica, de caráter histórico e cultural. Vai além da prática docente, das

atividades didáticas dentro da sala de aula, abrangendo os diferentes protagonistas e aspectos do

projeto pedagógico da escola, bem como, as relações com comunidade e a sociedade em geral.

É preciso criar espaços e momentos que garantam as condições necessárias para se trabalhar a relação

entre aspectos teóricos e práticos da ação docente, (exemplo: a avaliação), de modo que o professor

desenvolva a formação necessária relacionada aos seus instrumentos de trabalho, em articulação com

seus fundamentos pedagógicos.

Nesta perspectiva propõe-se um fazer pedagógico voltado para construção do conhecimento no

contexto escolar, feito a partir do encontro de diferentes saberes, saber do cotidiano que alunos e

professores trazem de suas vivências familiares e sociais, conceitos científicos, artísticos, filosóficos e

políticos que são construídos a partir do contato do aluno com o conhecimento mediado pela ação do

professor.

É nessas condições que o fazer pedagógico implica e exige a presença dos educadores e educandos

como criadores, instigadores, inquietos, rigorosamente curiosos, humildes e persistentes. As

experiências de aprendizagens dos educandos vão transformando-os em reais sujeitos da construção e

da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo. Daí a

importância do papel do educador, conforme coloca Freire, “o mérito da paz que viva a certeza de que

faz parte de sua tarefa docente não apenas ensinar conteúdos, mas também ensinar a pensar certo”.

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6.20 Princípios curriculares

Uma concepção de currículo comprometida com a melhoria da educação pública do Estado do Paraná

deve estabelecer princípios que:

1 – Propiciem ferramentas teóricas e práticas, através dos conteúdos das diversas áreas do

conhecimento, que capacitem não apenas os educadores como também os demais sujeitos escolares

(discentes, funcionários e comunidade) a ler a realidade, interpretar, se posicionar e influenciar sobre

ela.

2 – Respeite e incentive a liberdade de pensamento, a discussão, a capacidade argumentativa, o gosto e

o reconhecimento da importância do debate na escola.

3 – Organize os programas através de conteúdos socialmente significativos, permitindo compreender a

dinâmica e as relações existentes entre os diversos aspectos da realidade, numa visão dialética do

conhecimento.

4 – Possibilite praticar a resistência à sociedade capitalista e aos seus valores desumanizadores de

consumo, competição, desrespeito à vida e à natureza. Que possibilite reconhecer e praticar a

resistência aos valores dos países imperialistas e hegemônicos.

5 – Coloque os sujeitos escolares em movimento, mostrando a necessidade de participar dos

movimentos sociais e políticos, para além dos muros escolares.

6 – Crie o entendimento sobre a necessidade de estudo permanente e de formação contínua e

atualizada – o gosto e o hábito de pesquisar e aprender – para desenvolver a autonomia intelectual e

superar a dependência das informações e das elaborações da dominação cultural burguesa.

7 – Permita aos sujeitos escolares o domínio do conhecimento, o acesso e a fruição das conquistas da

humanidade, no campo das artes, dos esportes, das ciências, das letras e da tecnologia.

8 – Permita aos sujeitos escolares conhecerem, valorizarem e vivenciarem as manifestações populares,

compreendendo as relações de interdependências entre as culturas e sem qualificar uma delas como

superior.

9 – Traga para a sala de aula os conhecimentos e as experiências vividas pelas populações do campo,

das comunidades indígenas, das populações ribeirinhas e outras, rompendo com a falsa dicotomia entre

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o popular e o erudito.

10 – Possibilite a prática da solidariedade, respeitando e incentivando a diversidade cultural, para lutar

contra a discriminação de raça, gênero, geração, orientação sexual, contra os portadores de

necessidades especiais, entre outras.

11 – Incentive a auto-organização dos sujeitos escolares, trabalhando a participação coletiva nos

processos de estudo, trabalho e gestão da escola, incentivando os órgãos de representação e a

participação efetiva de todos.

12 – Assegure as alegrias do presente (e não apenas pensar nas promessas do futuro), pois quando a

escola consegue proporcionar o prazer de se aprender no momento atual, as crianças e os jovens irão

pressentir o prazer de aprender sempre.

6.21 Trabalho coletivo

As relações de trabalho na escola deverão ser firmadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade

e participação coletiva, por isso todo o esforço de se criar e aprimorar uma nova organização deve

levar em consideração as condições concretas presentes na prática educacional. Precisamos pensar e

agir de forma a criar formas e relações de trabalho, com espaços abertos à reflexão coletiva que

favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes segmentos que compõem o

universo escolar.

De acordo com Machado (p.30, 1989) “o processo de luta é visto como uma forma de contrapor-se à

dominação, o que pode contribuir para articulação de práticas emancipatórias”.

O trabalho coletivo pressupõe a participação de todos os protagonistas da educação: alunos, família,

professores, funcionários e demais forças sociais. A autonomia social e política são construídas pela

interação dos diferentes sujeitos envolvidos no processo educativo.

O conhecimento é visto como um processo de construção permanente; interdisciplinar e

contextualizado fruto da ação individual e coletiva dos sujeitos.

Pressupõe-se que para interferir e agir de forma crítica na construção do conhecimento é preciso

respeitar e acolher a todos aqueles que ficaram à margem da escola.

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A escola tem como função proporcionar uma educação de qualidade para todos, preparando-os para o

exercício da cidadania, para o prosseguimento aos estudos e melhor formação para o mundo do

trabalho, bem como agir na sociedade de forma crítica e ativa a fim de torná-la democrática.

6.22 Prática transformadora

Conforme coloca Gasparin,

“A escola, em cada momento histórico, constitui uma expressão e uma resposta à

sociedade na qual está inserida, neste sentido, ela nunca é neutra, mas sempre ideológica

e politicamente comprometida. Por isso, cumpre uma função específica, cabendo a nós

educadores neste momento repensar a função da escola, e a finalidade dos conteúdos

escolares”. (p.3, 2003)

Partimos da ideia que a função social da educação escolar é a formação do cidadão participativo,

responsável, crítico e criativo, através da apropriação, produção e socialização de saber acumulado

historicamente pela humanidade e sua humanização através do trabalho.

Os conteúdos a serem ensinados precisam ser integrados e aplicados teórica e praticamente no

contexto social do educando. Desta forma a responsabilidade do educador é grande, assim como a do

aluno. Ambos são coautores do processo de ensino-aprendizagem. Juntos devem descobrir para que

servem os conteúdos científico-culturais eleitos pela escola. O conhecimento escolar apresenta um

caráter teórico-prático. Implica que seja apropriado teoricamente como um elemento fundamental na

compreensão e na transformação da sociedade.

Numa perspectiva de educação prática transformadora implica trabalhar os conteúdos de forma

contextualizada em todas as áreas do conhecimento humano. Que de acordo com Gasparin (p.3, 2002),

isso possibilita evidenciar aos alunos que os conteúdos são sempre uma produção histórica de como os

homens conduzem sua vida nas relações sociais de trabalho e em cada modo de produção.

O fazer pedagógico nessa perspectiva é visto como uma forma que permite compreender os

conhecimentos nas diversas faces que aparece dentro do social.

“Os conhecimentos científicos necessitam, hoje, ser reconstruídos em suas pluri-

determinações, dentro das novas condições de produção da vida humana, respondendo,

quer de forma teórica, quer de forma prática, aos novos desafios propostos.” (Gasparin,

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p.3; 2002).

Essa nova forma pedagógica de agir exige que se privilegiem a contradição e a dúvida, o

questionamento; que se valorize a diversidade e a divergência; que se interroguem as certezas e

incertezas, desvelando os conteúdos de sua forma naturalizada, pronta e acabada.

O ponto de partida para abordagem pedagógica é a realidade social mais ampla. Aprender a fazer a

leitura crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir pedagógicos.

Para o desenvolvimento dessa proposta pedagógica, toma-se como marco referencial epistemológico a

teoria dialética do conhecimento, tanto para fundamentar os pressupostos teóricos metodológicos e

planejamento de ensino-aprendizagem, como a ação educador-educando.

A proposta pedagógica, derivada da teoria dialética do conhecimento segundo Gasparin (p.6,2003),

tem como primeiro passo ver a prática social dos sujeitos da educação. A tomada de consciência sobre

essa prática deve levar o professor e os alunos à busca do conhecimento teórico que ilumine e

possibilite refletir sobre o fazer prático cotidiano. A prática é aqui também uma expressão da prática

social geral, da qual o grupo faz parte, assim como da prática social global.

Gasparin diz que:

“o processo pedagógico deve possibilitar aos educandos, através do processo de

abstração, a compreensão da essência dos conteúdos a serem estudados, a fim, de que

sejam estabelecidas as ligações internas específicas desses conteúdos com a realidade

global, com a totalidade da prática social e histórica”. (p.3, 2003)

Este é o caminho que propicia aos alunos a passarem do conhecimento senso comum para o

conhecimento teórico-científico, levando a compreensão da realidade em todas as suas dimensões.

A finalidade do ensino nessa concepção metodológica é de que ensino é o retorno à prática para

transformá-la. O conhecimento teórico adquirido pelo educando deverá retornar à prática social de

onde se originou, visando agir sobre ela com entendimento mais crítico, elaborado e consciente,

intervindo em sua transformação.

Para que essa prática de ensino se efetive é primordial que os educadores compreendam o seu papel na

sociedade, assim como a especificidade de sua profissão, que é trabalhar conhecimentos

historicamente acumulados com a participação dos educandos, a fim de que possam entender, agir e

interferir de forma positiva na sociedade para torná-la democrática.

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6.23 O que a escola pretende do ponto de vista político pedagógico

A escola é um espaço de transmissão, criação e recriação do conhecimento e também um espaço

político que tem como meta preparar o aluno através da instrumentalização filosófica, artística e

científica para agir em sociedade.

A escola pretende do ponto de vista pedagógico:

Fazer, refazer, refletir, realimentar no coletivo o Projeto Político Pedagógico.

Desenvolver nas horas atividades uma prática de integração e troca experiências.

Proporcionar momentos de reflexão aos profissionais da educação no coletivo e estudar temas

pedagógicos das áreas do saber.

Priorizar mais o pedagógico do que o administrativo – aluno como centro do processo –

qualidade na educação para todos.

Reflexão sistemática da prática educativa como ponto de chegada.

Auxiliar os docentes na sua prática, bem como orientá-los sobre os procedimentos teóricos

metodológicos indicados na matriz curricular e sobre as vantagens do plano de trabalho

docente:

Apresentar aos alunos o roll dos conteúdos programáticos, para que possam preparar-se com

antecedência para as aulas.

Aulas dinâmicas e com metodologias e recursos variados. Além dos recursos metodológicos

diferenciados há necessidade de estabelecer o vínculo afetivo/emocional.

Auxílio na definição dos conteúdos para tratamento diferenciado quando necessário;

Reflexão permanente no coletivo sobre: o que, como e porque se ensina determinado conteúdo.

Proporcionar um ambiente de vivência pedagógica onde se busca a coerência do saber e do

fazer, da teoria e da prática, avaliação e auto-avaliação, do que deve ser e do que a realidade do

trabalho permite fazer.

Trabalhar com as crises e conflitos de forma positiva buscando compreender e conhecer suas

causas, para re-significação da vida, das práticas e das lutas, que afirme o direito, a diferença e

o dever de transformar o mundo, contra toda forma de desigualdade e discriminação (sociais,

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políticas, culturais, religiosas, de gênero, etnia, portadores de deficiência...) – compreender e

partilhar as práticas, os desafios e as dificuldades concretas, é condição para intensificar a luta

pela superação das crises e conflitos que encontramos no interior da escola e fora dela.

Gestão democrática e participativa em eventos políticos, sociais e culturais relacionados com a

luta pelos direitos humanos e conquista da cidadania.

Superação do autoritarismo, com exercício permanente do diálogo.

Organização coletiva do trabalho pedagógico, através da socialização de prática e saberes.

Formação continuada que propicie a reflexão teórico-prática sobre o todo da escola e sua

relação com a sociedade.

Estimular uma relação de companheirismo entre educadores e alunos.

Praticar a avaliação diagnóstica, formativa, contínua e crítica que contribua para a qualidade do

processo de ensino e aprendizagem.

Estabelecer uma avaliação emancipatória, voltada para a construção do sucesso escolar e

inclusão como princípio e compromisso social.

Garantir que todos os alunos que nela ingressam tenham sucesso, oferecendo tratamento

pedagógico diferenciado para os que apresentam maiores dificuldades (sala de apoio e de

recursos).

Refletir e rever o Conselho de Classe, partindo do pressuposto que o mesmo deve constituir-se

num espaço privilegiado de reflexão pedagógica avaliativa, cuidando para que a reflexão

pedagógica prevaleça sobre qualquer outro aspecto.

Trabalhar a diversidade cultural (diferenças étnico-raciais), numa perspectiva de respeito à

singularidade do ser humano.

Favorecer a inserção crítica de todas as camadas sociais durante o processo, vê-las como

pessoas e estar à disposição, antes de tudo ouvi-las na parceria desejada, pois a relação

recíproca de reconhecimento constrói a confiança mútua entre pais, professores, direção, alunos

e funcionários.

Melhorar a estrutura física com recursos públicos, pleiteados junto ao governo, com a

participação da comunidade, bem como recursos pedagógicos para atendimento de todos os

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alunos, inclusive os que apresentam necessidades educacionais especiais.

Formar cidadãos ativos, capazes de apropriar-se dos conhecimentos científicos e tecnológicos,

para agir na realidade social, dar sentido às vidas individuais e coletivas, conscientes da

necessidade do respeito mútuo, solidariedade, responsabilidade quanto ao equilíbrio ecológico

do planeta, capaz de recriar a paz, para reduzir a violência e agir na construção de um projeto

de vivência coletiva atuando na sociedade a qual vive.

Para valorização do espaço público (escola) preservando as instalações físicas e mobiliárias,

além de cultivar qualidade dos relacionamentos estabelecidos com seus professores e colegas.

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7. MARCO OPERACIONAL

7.1 Redimensionamento da organização do trabalho pedagógico

Redimensionar a organização do trabalho pedagógico significa explicitar a identidade da escola, a

implementação e aprofundamento dos encaminhamentos teóricos/metodológicos das diretrizes

curriculares, respondendo aos desafios de um novo estágio da evolução sócio-antropológica e da

prática social da educação.

O currículo se materializa pelo trabalho educativo-pedagógico em atividades de aprendizagem, que são

elementos mediadores de conceitos científicos e culturais.

Consequentemente, as atividades curriculares concretizam o trabalho coletivo, comprometido com a

escola pública de qualidade social. Este trabalho coletivo realiza-se na construção compartilhada de

uma identidade que define, expressa e impulsiona a diversidade, presente nas características desse

Projeto Político Pedagógico.

Redimensionar a organização do trabalho pedagógico significa também fazer a escola diferente, que

contemple um fazer didático-pedagógico, que promova a satisfação de aprender e a ruptura com a

mesmice e a exclusão social.

O fazer didático-pedagógico nos leva a compreender o currículo não só como elemento organizador

das práticas escolares, mas num sentido mais amplo, como elemento mediador entre a escola e a

sociedade, aquele que possibilita a construção da ação pedagógica através de interação entre os

conhecimentos construídos na prática social e transmitidos, organizados e transformados na prática

escolar.

O currículo é marcado pela visão de mundo de uma determinada sociedade, a prática escolar reflete

essa visão, expressando-a idealmente (currículo formal), por meio das formas concretas da ação dos

agentes escolares (currículo em ação), das regras e normas explicitadas que governam as relações que

são estabelecidas em sala de aula.

Pensar na escola é unir o projeto político e o projeto pedagógico. Pensando o projeto pedagógico, tem-

se o saber do professor, determinador de sua identidade, que parte da integração curricular, das

disciplinas, da formação reflexiva profissional, suas experiências, sua cultura pessoal e a observação

do contexto ao qual está inserida a escola. Essa identidade deve estar de acordo com a função da

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escola, que seria selecionar, separar e incorporar certos saberes sociais, que são transformados ou

adaptados às formas e aos objetivos do ensino em conformidade com os agentes escolares (projeto

político), e a clientela, sendo refletido na representação do professor sobre o currículo.

O reflexo do currículo dependerá inicialmente de respondermos qual é a finalidade social dos

conteúdos escolares? Os conteúdos devem ser integrados e aplicados na teoria e na prática no dia-a-dia

do educando. O professor e aluno são coautores do processo ensino-aprendizagem. Descobrindo para

que servem os conteúdos científicos e culturais propostos pela escola, obtendo assim, um novo

indicador da aprendizagem escolar, demonstrando o domínio teórico do conteúdo e no seu uso pelo

aluno, em função das necessidades sociais, compreendendo-as e transformando a sociedade.

Os conteúdos trabalhados de forma contextualizada são analisados em suas múltiplas dimensões como:

conceituais, científicas, históricas, políticas, esportivas e artísticas e são explicitadas e apreendidas no

processo ensino-aprendizagem, significando a compreensão dos conhecimentos em suas múltiplas

faces dentro do todo social.

Esta forma do fazer pedagógico apresenta-se como novo desafio, o qual privilegia contradições,

dúvidas, questionamentos e diversidades, transformando os conteúdos em saberes em construção.

Resultando da produção histórica de como os homens conduzem sua vida nas relações sociais de

trabalho em cada modo de produção.

Desse modo, a leitura crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir pedagógico.

Tendo como base o processo dialético do trabalho pedagógico o qual, fundamenta a teoria da

pedagogia histórico-crítica-social.

Neste contexto, a educação escolar, exige esforços redobrados e maior organização do trabalho

educacional, assim como, a participação efetiva da comunidade. Não basta apenas preparar o aluno

para níveis mais elevados de escolaridade, uma vez que ele precisa aprender para compreender a vida,

a si mesmo e a sociedade, como condição para agir responsavelmente na prática da cidadania.

7.2 Concepção de gestão

O sentido democrático empregado para qualificar a condução de um processo de gestão está

intimamente ligado aos valores da sociedade, da cultura da escola e, fundamentalmente, à concepção

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de cidadania e do saber que se promove para o exercício de transformação da escola e da sociedade.

Não se pode desvincular a gestão democrática do processo pedagógico mais amplo. A escola educa e

forma o cidadão por suas relações pedagógicas.

O processo educacional tendo como base a democracia implica na co-gestão ligada ao princípio da co-

decisão.

A escola não é tão somente democrática pela sua ação administrativa, ela se torna democrática por sua

ação pedagógica e essencialmente educativa.

No campo educacional, o sentido da democracia é social, todos têm direito ao acesso, com igualdade

de oportunidades e que seja oferecida uma educação de qualidade visando à formação do cidadão

como ser social-histórico e sujeito das relações.

Nesta perspectiva a escola é concebida como instância de articulação de projetos pedagógicos

partilhados pela direção, pedagogos, docentes, discentes, funcionários e comunidade, ou seja, todos os

cidadãos participantes do processo coletivo de fazer educação. Assim, a dimensão política e

pedagógica do projeto é indissociável como um processo permanente de reflexão e discussão dos

problemas da escola, na busca de alternativas viáveis à efetivação de sua intencionalidade.

Assumir coletivamente o fazer educação, significa conquistar a autonomia da escola como um

exercício da democratização de um espaço público. Delegando ao diretor(a) e aos demais agentes

pedagógicos a possibilidade de dar respostas ao cidadão (aluno e responsável) a quem servem. A

autonomia coloca na escola a responsabilidade de prestar contas do que faz ou deixa de fazer, sem

repassar para outro setor essa tarefa, é capaz de permitir uma participação realmente efetiva da

comunidade, o que caracteriza como uma categoria eminentemente democrática, exigindo de todos,

compromisso de estar condicionado a um permanente desejo de renovação.

Todavia, o Projeto Político Pedagógico ganha legitimidade quando é pensado, refletido, rascunhado,

analisado, criticado, revisto e re-escrito por muitos, gerado e reconhecido por uma comunidade escolar

em que há necessariamente conflito de opiniões, divergências e interesses em confronto.

Desta maneira, o presente Projeto Político Pedagógico, ao se constituir um processo democrático de

decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os

conflitos, buscando eliminar as relações competitivas, corporativas e autoritárias.

A administração democrática, ao se firmar na decisão coletiva educacional, constitui-se em efetivo

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espaço de comprometimento dos representantes da comunidade interna e externa com o projeto

pedagógico elaborado de forma compartilhada.

Neste sentido, o Regimento Escolar diz que a Gestão Escolar é o processo que rege o funcionamento

da escola, compreendendo tomada de decisão conjunta no planejamento, execução, acompanhamento e

avaliação das questões administrativas e pedagógicas, envolvendo a participação de toda comunidade

escolar.

A comunidade escolar é o conjunto constituído pelos profissionais da educação, alunos, pais ou

responsáveis e funcionários que protagonizam a ação educativa de cada categoria, as quais estão

descritas no Regimento Escolar.

Sob a ótica da democracia participativa, o projeto é um meio de engajamento coletivo para integrar

ações dispersas, criar sinergias no sentido de buscar soluções, alternativas para diferentes momentos

do trabalho pedagógico-administrativo, mobilizando os protagonistas à explicação de objetivos

comuns definindo o norte das ações a serem desencadeadas, fortalecer a construção de uma coerência

comum, mas indispensável, para que a ação coletiva produza seus efeitos.

A legitimidade do projeto político pedagógico está estreitamente ligada ao grau e ao tipo de

participação de todos os envolvidos com o processo educativo, o que requer reflexão, pesquisa e

pensar o cotidiano e na continuidade da ação. Isso implica compromisso político, administrativo,

pedagógico, pessoal e afetivo onde o grupo possa traduzir seus anseios em situações reais. Significa

resgatar a própria escola como espaço público, lugar de debate, de diálogo, fundado na reflexão, na

participação individual e coletiva de todos os seus membros, conferindo-lhes o poder de decisão.

No poder de decisão e/ou no exercício do poder está a essência da democracia. A qualidade do

exercício do poder está referida ao espaço de autonomia que fundamenta o ser cidadão e a finalidade

da instituição educacional. O poder é exercido por todos os atores sociais em todas as suas

ramificações da estrutura organizacional.

Na concepção democrática cidadã, a participação dos atores sociais deixa de ser mera colaboração para

tornar-se exercício de poder sobre aquilo que pertence a todos, onde todos que são designados para um

cargo não são "donos do poder", mas servidores da cidadania.

Em coerência com esse fundamento democrático participativo do exercício do poder, os representantes

do Conselho Escolar, Associação de Pais, Mestres e Funcionários, Conselho Deliberativo e Fiscal,

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Grêmio Estudantil e Conselho de Classe, exercem suas atribuições como “delegação de serviço aos

interesses coletivos e de responsabilidade social”.

Destacamos que a autonomia da escola para experienciar uma gestão participativa está prevista no Art.

17 da L.D.B. (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que afirma: “os sistemas de ensino

assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram, progressivos graus de

autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira observada as normas gerais de direito

financeiro público”.

A L.D.B. (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) é mais precisa ainda nesse sentido, no seu

Art.14, quando afirma que:

“Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática de ensino público na

educação básica de acordo com as suas peculiaridades conforme os seguintes

princípios”:

I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico da

escola;

II – “participação das comunidades escolares locais em conselhos escolares ou

equivalentes”.

Neste sentido, o Conselho de Classe é um órgão de natureza consultiva e deliberativa em assuntos

didático-pedagógicos, com atuação restrita a cada classe do Estabelecimento de Ensino, tendo por

objetivo avaliar o processo ensino-aprendizagem na relação professor-aluno e os procedimentos

adequados a cada caso. A composição, finalidades e atribuições estão descritas no Regimento Escolar.

O Conselho Escolar é também um órgão colegiado composto por representantes da comunidade

escolar que tem como atribuição deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas,

financeiras no âmbito da escola, com normas de funcionamento definidas no Regimento Escolar.

A Associação de Pais, Mestres e Funcionários e Conselho Deliberativo e Fiscal do estabelecimento de

ensino busca, na integração dos segmentos da sociedade organizada e no contexto escolar, discutir a

política educacional representando os interesses da comunidade, com Estatuto definindo sua

composição, finalidades e atribuições..

A Lei Federal n 7398 de 04/11/85 assegurou aos estudantes do Ensino Fundamental e Médio a

organização de Grêmios Estudantis como entidades autônomas representativas dos interesses dos

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estudantes, com finalidades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e sociais com Estatuto

determinando normas de funcionamento, composição e suas atribuições. Os membros atuais foram

eleitos para uma gestão de dois anos, portanto, até 2013.

Lembramos que a atuação consistente de diferentes instâncias colegiadas ocorre quando buscamos

construir na escola um processo de participação, baseado nas relações de cooperação, no trabalho

coletivo e no partilhamento do “poder” e por isso precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do

respeito às diferenças, garantindo a liberdade de expressão, a vivência de processos de convivência

democrática, a serem efetivados no cotidiano, em busca da construção e concretização das metas

estabelecidas nesse Projeto Político Pedagógico.

As participações das instâncias colegiadas colaboram efetivamente para que a escola cumpra sua

função na formação das pessoas. Todos os membros são corresponsáveis pelo respeito e pela

valorização do saber do estudante e do patrimônio cultural da comunidade e, ao mesmo tempo, pela

construção coletiva, solidária e corresponsável desse respeito e dessa valorização.

Trabalhar o saber nesta perspectiva fundamenta o compartilhamento, a democracia e a construção de

um mundo justo, de qualidade de vida digna para todas as pessoas. As instâncias colegiadas devem

zelar por esta educação básica, pública, gratuita, universal e de qualidade social.

Nesse cenário, indagamos de que modo a escola pode se organizar para atender ao direito do estudante

de ter acesso a uma educação de qualidade?

É função da escola formar o cidadão, assegurando o acesso e a apropriação do conhecimento

sistematizado, mediante a instauração de um ambiente propício às aprendizagens significativas e às

práticas de convivência democrática.

Dentre as ações próprias dessa função, estabelecemos meios que garantam o desenvolvimento de

atividades, em nível de escola, e o cumprimento das tarefas docentes consideradas prioritárias, as quais

viabilizem a execução desse projeto.

A execução do projeto, inicialmente depende de um conjunto de recursos que favoreçam o acesso,

permanência e desempenho, permitindo garantir um serviço educacional de qualidade.

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7.3 Recursos que a escola dispõe para realizar seu projeto

Os recursos disponibilizados atualmente pela escola são:

Espaço físico adequado para alunos e professores nas salas de aula;

Controle de número de alunos por turma é realizado de acordo com o espaço físico disponível;

Espaço físico para reuniões com professores e para hora-atividade;

Instalações hidráulicas, elétricas e sanitárias em bom estado de conservação;

Área para atividades esportivas e culturais;

Espaço físico para direção, equipe pedagógica, corpo docente e equipe administrativa;

Espaços específicos para biblioteca, laboratórios de informática, laboratório de Biologia (com

equipamentos adquiridos através do Programa Brasil Profissionalizado a partir do ano de

2009), sala de apoio, sala de recursos, CELEM, sala de Educação Física (jogos) e para

desenvolvimento do Programa Atividade Complementar Curricular de Contraturno;

Mobiliários para todos os ambientes;

Materiais didáticos, pedagógicos, esportivos, recursos tecnológicos e acervo bibliográfico para

uso dos alunos e professores;

Docentes com formação na área de atuação;

Professores em número suficiente para atender às necessidades do currículo e das turmas;

Professores com hora atividade de acordo com sua carga horária semanal;

Aos profissionais da educação, formação continuada ofertada pela mantenedora ao longo do

período letivo;

Possui equipe de apoio como merendeiras, serventes, inspetor de alunos, atendente de

biblioteca e equipe administrativa;

As instâncias colegiadas instituídas e em funcionamento;

Parcerias com diferentes segmentos organizados da sociedade, instituições de ensino superior e

poder público municipal e estadual;

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Recursos financeiros do Fundo Rotativo (Governo Estadual), PDDE - Programa Dinheiro

Direto na Escola (Governo Federal) e recursos próprios. No final do ano de 2011 e 2012

contará também com duas parcelas do recurso financeiro do Governo Federal, PDE Escola

Interativo.

Além dos recursos humanos, físicos, materiais, financeiros e participação da comunidade, outros

mecanismos e instrumentos asseguram a qualidade de ensino, tais como: calendário escolar, calendário

de atividades pedagógicas e administrativas para a organização interna, utilização dos espaços

educativos, formação continuada e valorização dos trabalhadores da educação.

7.4 Critérios para elaboração do calendário escolar

A partir do calendário escolar, a escola organizará as atividades a serem desenvolvidas ao longo do

período letivo. Na elaboração do Calendário Escolar devemos levar em consideração a Lei nº. 9394/96,

que estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e suas alterações, a Deliberação nº.

02/02 – CEE, que inclui, no período letivo, dias destinado às atividades pedagógicas e as resoluções da

SEED quanto a organização do calendário de cada ano letivo.

Sendo assim, devemos lembrar que:

- são consideradas como efetivo trabalho escolar as reuniões pedagógicas organizadas, estruturadas a

partir da proposta pedagógica do estabelecimento e inseridas no seu planejamento anual;

- pode o estabelecimento considerar, como dias letivos de efetivo trabalho escolar, os dedicados ao

trabalho docente organizado, também em função do seu aperfeiçoamento, conquanto não ultrapassem

cinco por cento (5%) do total de dias letivos estabelecidos em lei, ou seja, dez (10) dias no decorrer do

ano letivo.

- o estabelecimento deverá organizar o ano letivo de modo que os alunos tenham garantidas as

oitocentas (800) horas de efetivo trabalho escolar previstas em lei;

- o trabalho escolar dos docentes, relativo às atividades de reflexão, acerca de sua prática pedagógica,

não pode ser contado como horas letivas, pois estas exigem a presença física dos alunos;

- garantindo as oitocentas horas, são consideradas as atividades de cunho pedagógico, desde que

incluídas no Projeto Político Pedagógico da escola e exijam frequência dos alunos sob efetiva

orientação dos professores, podendo ser realizadas em sala de aula e/ou outros locais pedagogicamente

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adequados ao processo ensino-aprendizagem;

- o estabelecimento de ensino deve ofertar a todos os seus alunos, em todos os turnos de

funcionamento, o mínimo de oitocentas horas anuais;

-os dias letivos destinados à formação continuada, replanejamento e reuniões pedagógicas são

computados, porém sem carga horária para o aluno;

- os dias letivos destinados ao planejamento não são computados como dias letivos;

-garantindo as 800 horas determinadas por lei, é necessário que o turno noturno e as séries iniciais do

Ensino Fundamental ofertem 200 dias com a presença do aluno e do professor e no turno diurno 192

dias com a presença do aluno e do professor. Nos casos em que houver prejuízo da carga horária

deverá haver a complementação dessa carga, já prevista no calendário escolar anual;

- a complementação da carga horária, quando necessário, poderá ser por meio de aulas normais;

palestras, exibição de filmes, abordando temas contemporâneos, ou outras atividades definidas pela

escola;

- qualquer interrupção no desenvolvimento do ano letivo programado, independentemente da razão,

deverá ser resposta, tanto em termos de carga horária (mínimo de 800 horas) como quanto ao número

de dias letivos (mínimo de 200 dias); neste caso, a escola comunicará ao NRE e encaminhará proposta

de reposição do (s) dia (s) não trabalhados. Neste caso a reposição exige a presença física do aluno e

do professor;

- o preenchimento do livro registro do professor deverá seguir o calendário escolar;

-a proposta de calendário da escola deverá ser analisada e aprovada pelo Conselho Escolar, devendo

ser encaminhado ao NRE para homologação;

- o calendário escolar proposto pelo estabelecimento, após aprovado e homologado pelo NRE, não

poderá sofrer alterações, salvo em casos excepcionais e com autorização da Superintendência da

Educação.

É indispensável, na elaboração do calendário escolar, levar em consideração o período de férias e

recesso do corpo docente, de acordo com o Estatuto do Magistério em vigência.

O calendário escolar é o instrumento que marca o ritmo das atividades, da organização e das condições

para garantir, de acordo com a lei, o tempo de aprendizado do aluno. Dependendo do contexto,

poderão ser utilizados para realizar o trabalho pedagógico de natureza teórica e/ou prática.

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7.5 Critérios para organização e utilização dos espaços educativos

A utilização dos espaços educativos será de acordo com os critérios abaixo descritos:

Atender ao plano de ação da escola;

Atender a proposta pedagógica curricular de cada disciplina e modalidade de ensino;

Implementação de projetos e programas;

Horário do(s) professor(s);

Rendimento escolar dos estudantes;

Disponibilidade dos agentes colaboradores;

Elaboração de calendário interno definindo as atividades da escola.

A utilização dos espaços é um incentivo às formas democráticas de convivência escolar, tendo por

premissa o estabelecimento de condutas construídas coletivamente que auxiliem a efetivação de

práticas pedagógicas e considerando o ritmo individual do estudante para aprendizagens intelectual,

sociocultural, afetiva e ética.

7.6 Critérios para organização de turmas e distribuição por professor e razão por especificidades

A organização das turmas e distribuição por professor (s), leva em consideração os fatores descritos a

seguir:

A entidade mantenedora e a escola definiram que o Ensino Fundamental, Médio e Técnico em

Informática Integrado, serão ofertados em séries anuais e o Técnico em Informática

Subsequente, em turmas semestrais;

As modalidades de ensino ofertadas, dependendo do período de atendimento (diurno e/ ou

noturno), determinam uma carga horária para cada disciplina (base nacional e parte

diversificada), a ser cumprida no decorrer do ano letivo;

A organização das turmas por período e modalidades depende inicialmente do número de

professores por disciplina e período, hora-atividade, lotação de padrão, aulas extraordinárias,

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espaço físico para as salas de aula, número de alunos por turma, orientações emanadas da

entidade mantenedora da escola;

No período matutino são ofertadas turmas de 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, 1ª a 3ª séries

do Ensino Médio e 2ª série do curso Técnico em Informática na modalidade Ensino Médio

Integrado. No ano de 2012 está previsto o funcionamento de uma nova turma de Técnico em

Informática Integrado, 1ª série; no período vespertino são ofertadas as turmas de 6º, 7º e 8º

anos do Ensino Fundamental; no período noturno funcionam as turmas de 1ª a 3ª série do

Ensino Médio e 1º a 3º semestres do curso Técnico em Informática na modalidade

Subsequente;

A organização das turmas de sala de apoio à aprendizagem, sala de recursos e CELEM seguem

as orientações da entidade mantenedora;

A distribuição de aula para os (as) professores (as) segue listagem de acordo com o tempo de

serviço e vínculo com a entidade mantenedora;

A representante da equipe pedagógica sugere a análise de outros critérios para formação das

turmas, com base nas informações do corpo docente, tais como: rendimento escolar, número de

alunos por turma, questões disciplinares, idade-série, acompanhamento familiar e outros;

Turmas com alunos (as) portadores de necessidades educacionais especiais deverão ter, no

máximo, 25 (vinte cinco) alunos (as).

A organização das turmas em séries será ponto de reflexão constante sobre os resultados obtidos com

essa prática pedagógica. Devemos considerar que a mesma favoreça as articulações das atividades

curriculares em relação ao tempo e ao espaço escolar. Garantindo um tratamento igualitário a todos os

alunos, considerando e respeitando suas diferenças, bem como, as situações inclusivas.

Atender as diferenças individuais é assegurar o tempo pedagógico, definindo o currículo no qual, o

estudante tem direito à continuidade e terminalidade de estudos. Respeitando o ritmo e o tempo e as

experiências dos alunos. Afirma Freitas: “Não basta dar mais tempo para o estudante aprender. É

preciso exercer uma ação eficaz no tempo adicional que ele passa na escola. A mera passagem de

tempo não gera aprendizagem”. (2004.p.156). O tempo na escola deverá ser dedicado à socialização e

construção do conhecimento.

O maior desafio para a escola ao organizar as situações de aprendizagem, é, sem dúvida, considerar a

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heterogeneidade dos alunos frente à garantia de acesso, permanência, continuidade e terminalidade.

7.7 Plano de ação da equipe multidisciplinar – 2010 a 2012

APRESENTAÇÃO

Trabalhar as questões étnicorraciais, de gênero e sexual nas escolas é uma necessidade na luta contra o

racismo, contra o preconceito, principalmente em relação aos grupos historicamente excluídos: negros

e indígenas. Como sabemos, a Lei 10639/03 alterou a LDB n. 9.394/96, tornando obrigatório o ensino

de História e Cultura Afro-brasileira, bem como das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação

das Relações Étnicorraciais e para o Ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira e também

a lei 10645/08 com a obrigatoriedade do ensino da Cultura Nativa ou Indígena. As políticas de ações

afirmativas têm provocado mudanças nas práticas pedagógicas de professores e professoras de toda a

educação básica. Por isso, profissionais da educação têm procurado adequar suas práticas educativas,

buscando tais conhecimentos em formações continuadas, em grupos de estudos, para que o ambiente

escolar e o de sala de aula possam, de fato, incluir a cultura de origem africana e indígena,

promovendo a educação para as relações étnicorraciais, práticas para que conheçam histórias e culturas

africanas, afro-brasileiras e indígenas, desmistificando o tema e tornando positiva e real a participação

destes sujeitos excluídos na história nacional.

A trajetória da população negra brasileira, desde o sequestro na África, é marcada pela luta contra o

preconceito, a discriminação e o racismo que marcaram – remarcam – a vida dessa população.

Nesse processo de enfrentamento, podemos considerar, entre outros, três momentos fundamentais de

resistência: a) as estratégias de luta contra a escravidão negra na formação dos quilombos; b) a

resistência pós-escravidão, com a fundação de várias entidades negras locais, regionais e nacionais; c)

o processo vivido ao longo desses quase dois séculos, em torno da constituição de dispositivos legais

que atendam às reivindicações históricas da população negra e indígena.

Entre as reivindicações históricas, a educação sempre foi pautada como uma possibilidade de

construção de uma sociedade capaz de assegurar direitos sociais, políticos, econômicos e culturais a

todos/as os(as) brasileiros/as.

O desafio atual da educação é implementar e fazer valer políticas públicas de promoção da igualdade

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racial. Para isso, três fatores são fundamentais: investimentos na escola pública, uma proposta de

formação dos profissionais de educação centrada na reflexão sobre as desigualdades raciais

historicamente construídas que permeiam o espaço escolar, e a construção de projetos político-

pedagógicos nas escolas que dê visibilidade à diversidade e sua importância na formação do povo

brasileiro.

HHIISSTTÓÓRRIICCOO

O Colégio Estadual Dom Bosco tem trabalhado, efetivamente, no combate de ações segregadoras,

discriminatórias, que humilham e inferiorizam os sujeitos. A partir do ano de 2003, quando foi

aprovada a lei 10639/03, tornou-se obrigatório o ensino da Cultura Afro-brasileira e Africana nas

escolas. A necessidade de ações de combate ao preconceito racial, com resultados positivos mais

eficazes, se intensificou.

Os Profissionais da Educação passaram a trabalhar intensamente a educação das relações

étnicorraciais e de gênero, visando diminuir as discriminações sofridas historicamente pela

população negra. Muitas atividades foram desenvolvidas, como por exemplo, palestras sobre a

diversidade, racismo, bullying, violência doméstica, respeito às diferenças, saúde da mulher negra,

anemia falciforme, oficinas (dança, música, jogos matemáticos de origem africana, capoeira, etc.).

Também foram apresentadas atividades artísticas como: jazz, blues, hip-hop, músicas

instrumentais, folclore, etc.; além de exposições de trabalhos sobre diversos temas: Religião de

Matriz Africana, Política de Ações Afirmativas, Resistência Negra, a Cultura dos povos de

diferentes países africanos, a Arte, a Tecnologia, enfim, a cultura de um povo que historicamente

foi humilhado, levando a perda de parte da sua identidade. Os conteúdos, são desenvolvidos

durante o ano todo, em todas as disciplinas e no mês de novembro, na Semana da Consciência

Negra, é realizada uma mostra dos resultados obtidos através de seminários, exposições e

palestras. No ano de 2009, parte dos trabalhos foram expostos no Programa FERA Com Ciência,

em Mamborê.

A partir de 2008, os trabalhos contemplaram, com maior ênfase, a cultura indígena (nativa), ou

seja, uma forma de conhecer melhor a cultura de um grupo que, historicamente, também foi

excluído, muitas vezes, tendo a sua cultura vista como atrasada ou congelada. Neste mesmo ano,

foi criada a lei 11645/08 que além da obrigatoriedade do ensino da cultura afrobrasileira e africana,

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tornou obrigatório o ensino da Cultura Indígena nos estabelecimentos de ensino.

Durante todos esses anos, os educadores buscaram mais conhecimento sobre a educação das

relações étnicorraciais, sejam em grupos de estudos, seminários, simpósios e fóruns oferecidos

pela SEED, ou em capacitação oferecida pela UFPR em parceria com a APP Sindicato. Essa busca

de informações, de aperfeiçoamento, traz resultados positivos concretos na qualidade do ensino, na

prática pedagógica e, consequentemente, na aprendizagem dos alunos, refletindo no espaço

escolar, na comunidade e na sociedade como um todo.

Vale ressaltar que, no ano de 2010, ocorreu a nova composição da Equipe Multidisciplinar do

Colégio, a fim de colaborar ainda mais no desenvolvimento de ações de combate ao racismo, à

homofobia e a todas as práticas humilhantes que inferiorizam o ser humano, independente de sua

etnia, religião ou orientação sexual. É a escola cumprindo o seu papel, na busca de uma sociedade

mais justa, que dê visibilidade a todos os sujeitos nela inseridos, com respeito, dignidade e

igualdade de direitos.

CARTOGRAFIA DOS SUJEITOS

Desde o início de outubro de 2010, a Equipe Multidisciplinar se empenhou em fazer leituras, pesquisas

bibliográficas, pesquisas de campo, entrevistas, visitas, etc, em possíveis referências que poderiam

enriquecer o nosso trabalho e nos proporcionar mais conhecimento sobre os aspectos a serem

pesquisados, com a finalidade de se realizar a cartografia de todos os sujeitos do município, do bairro

onde se localiza o Colégio Estadual Dom Bosco. Infelizmente, ficamos bastante decepcionados ou

talvez frustrados com o resultado das pesquisas (as quais foram muitas) realizadas por nós e por

voluntários.

Pesquisamos em todos os lugares prováveis e improváveis, mas poucas informações foram obtidas,

sendo que a maioria delas são informações extraoficiais, não têm registro escrito, são depoimentos de

pessoas ligadas ou que já fizeram parte de um dos temas propostos para a referida pesquisa.

Os dados abaixo são referentes aos alunos do Colégio Dom Bosco, dados estes retirados do SERE

2010:

Total de alunos :1080

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Alunos que se autodeclararam negros: 26

Alunos que se autodeclararam brancos: 275

Alunos que se autodeclararam pardos:217

Alunos que não declararam a sua cor: 562

Aqui em Campo Mourão, não temos a presença do Movimento Social Negro; segundo informações

coletadas, esse movimento já existiu no passado, mas não conseguiu se firmar, pois a cidade não tem

presença significativa de população negra. Pelos dados obtidos, através de pesquisa de campo, a

população afrodescendente é muito pequena aqui e por isso a dificuldade de se ter um movimento com

presença significativa. O que existe são pessoas envolvidas com a causa e que debatem o assunto com

muita responsabilidade. A cidade de Campo Mourão foi colonizada, em grande parte, por imigrantes

europeus, por isso a presença da população negra no município é muito pequena, conforme mostra a

tabela abaixo, referente ao ano de 2000, pois não temos os dados mais atuais, que são do ano de 2010:

Campo Mourão, ano de 2000:

-brancos: 60.736 aprox. 70% da população.

-negros: 1,945 aprox. 2% da população

-amarelos: 7.610 aprox. 9% da população.

-pardos: 16.685 aprox. 19,5% da população.

-indigenas: 229 aprox. 0,5% da população.

Total: 87.205.

Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)

Desde 2005, após a existência da lei 10639/03, há festividades sobre o dia da consciência negra,

conforme comprova o Órgão Oficial do Município:

“Lei nº1922, de 09 de maio de 2005: Institui a Semana da Consciência Negra em Campo Mourão e

reconhece a data de 20 de novembro como a data comemorativa para o povo negro do município; e dá

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outras providências (...)

Art.2º A programação da Semana da Consciência Negra será organizada pelas Entidades que

expressam a cultura negra no município em conjunto com a Secretaria Especial de Cultura e Conselho

Municipal de Cultura”.

Em relação aos terreiros de Candomblé e Umbanda, as informações que obtemos, também através de

pesquisa de campo, é que em Campo Mourão existem 08 terreiros de Umbanda e nenhum de

Candomblé (os terreiros estão assim distribuídos: 01 no Bairro Cohapar, 01 no Jardim Santa Cruz, 01

no Jardim Modelo, 02 no Bairro Lar Paraná, 01 no Bairro Diamante Azul, 01 no Jardim Tropical e 01

no Jardim Novo Horizonte) e que dos terreiros existentes apenas um tem registro oficial, que é o

Centro Espírita de Umbanda São Cosme e São Damião, localizado no bairro Cohapar. Vale lembrar

que estas informações foram coletadas através de depoimentos, pois de forma oficial não conseguimos

nenhum registro. Também há mais dois Centros da Comunidade Espírita que são a Sociedade Espírita

Meimei e Sociedade Espírita Caminheiros do Bem (Fonte: Jornal Tribuna do Interior, quinta-feira,

03/09/2009). É interessante acrescentar que, a maioria dos frequentadores dos terreiros de Umbanda,

são de cor branca e que também, segundo eles, enfrentam preconceitos pela maioria da população, a

qual desconhece os verdadeiros fundamentos das religiões de matriz africana.

Não conseguimos nenhum registro de comunidades quilombolas e também não temos nenhum bairro

com significativa presença de pessoas negras. A pequena população afrodescendente existente está

bem distribuída pelo município, inclusive na área rural, em sítios ou em vilas rurais.

JUSTIFICATIVA

O desrespeito aos valores e história de um grupo social é a principal forma de opressão utilizada ao

longo da história da humanidade. No caso da população negra e indígena, tanto a história da

discriminação e exclusão a que foram submetidos no Brasil, quanto ao seu papel na construção da

sociedade brasileira, ainda são contadas na versão monolítica dos opressores, por meio dos conteúdos

dos livros didáticos e dos currículos escolares.

A formação das equipes multidisciplinares nas Escolas Estaduais Púbicas do Paraná, justifica-se pela

forma como aconteceu a colonização do Brasil, visto que ocorreu de maneira violenta deixando marcas

negativas no povo brasileiro até os dias atuais, onde os povos africanos foram duramente escravizados

enquanto que os povos indígenas foram expulsos de seu território e, em muitos casos, foram extintos.

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Nesse sentido, a equipe, juntamente com o coletivo, propõem várias ações para que a comunidade

perceba essa dívida histórica e comece a repensar as relações étnicorraciais, os direitos e a posição

ocupada pelos negros e indígenas na sociedade brasileira.

A pluralidade étnica é a característica da sociedade brasileira, iniciada com os índios, portugueses e

negros. Neste contexto, os negros e indígenas permanecem na marginalidade, excluídos dos bens

econômicos, sociais, políticos e culturais, alheios ao exercício da cidadania, que hoje quer dizer

inclusão de populações excluídas, isto é, todos numa sociedade devem tornar-se cidadãos.

No início do processo de consolidação da democracia participativa, no séc. XX, políticas públicas

foram necessárias para a inclusão de todos os sujeitos, historicamente excluídos. Segmentos

organizados da sociedade, como por exemplo, o Movimento Negro, foram fundamentais no processo

de construção de Políticas de Ações Afirmativas, no combate ao racismo existente em todas as suas

formas de exploração econômica ou dominação política, já que o racismo é a teoria que pressupõe a

existência de diferentes raças entre as pessoas e defende a superioridade de uma em relação às outras.

Porém, a ciência mapeou o código genético do “homem”, provando que na verdade não há raças na

espécie humana, mas apenas pequenas variações genéticas para que o homem possa se adaptar melhor

ao meio em que vive. O que existe são diferenças étnicas, sexuais, de crença, religiosa e cultural, que

devem ser respeitadas e aceitas em sua essência desde que não transcendam os direitos humanos. A

única raça existente é a raça humana.

As diferenças de cada povo devem ser respeitadas e entendidas para que possamos continuar com a

riqueza das múltiplas culturas existentes em nosso país e, principalmente, para que o preconceito racial

chegue ao fim. No entanto, enquanto não houver uma consciência coletiva de “cidadão” e “cidadania”

outros caminhos se fazem necessários para garantir direitos específicos de segmentos vítimas de

discriminação.

Nesse cenário, o Estado tem como uma de suas atribuições atuar de forma a construir uma igualdade

por meio de leis e medidas provisórias que atendam e combatam as questões de discriminações étnicas,

tais como:

Constituição Federal de 1988, em seu art. 5 prevê que as situações de racismo serão tratadas como

crimes imprescritíveis e inafiançáveis:

- Lei nº 7716 de 05 de janeiro de 1989, define os crimes resultantes de preconceito de raça ou

cor:

- Lei nº 9459 de 13 de maio de 1997, altera os artigos 1 e 20 da Lei 7716 de 05 de janeiro de

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1989, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou cor, e acrescenta parágrafo ao art.

140 do Decreto-Lei nº 2448 de 07 de dezembro de 1940.

Na esfera educacional foi aprovada a lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, alterando a Lei nº

9394 de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional para

incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-

brasileira” para dar mais visibilidade aos povos negros, já que muitos perderam a sua identidade, sendo

humilhados, desumanizados.

Como já citado anteriormente, a partir de 2008, os trabalhos contemplaram também, a cultura indígena

através da lei 11645/08.

Sabemos, no entanto, que a existência de uma lei não é suficiente para resolver as questões sociais, se

faz necessária a vontade política em cada indivíduo para transformar a sociedade, a qual deve, como

cita a Constituição Brasileira, ser justa e com direitos iguais para todos.

Nesta perspectiva, a instituição educacional deve incluir toda a comunidade escolar num processo que

respeite todas as pessoas, pressupondo reflexão sobre o significado da diversidade cultural, de

diferenças culturais e análise frente a situações antagônicas presentes no cotidiano escolar.

A escola deverá ter o ser humano como centro de toda sua tarefa educacional, criando condições

locais, nacionais e planetárias pelos direitos da interpretação cultural, da democratização do acesso às

conquistas da humanidade e da cidadania, pautadas nas relações multiculturais. Respeitar e conviver

com as diferenças e com as múltiplas identidades daqueles que compõem sua comunidade, significa

buscar a solidariedade, a justiça, a inclusão social, e a educação cultural das pessoas.

OBJETIVOS

Promover a compreensão da formação da população brasileira a partir da contribuição dos

povos negros e indígenas;

Organizar encontros de planejamento, seminários e espaços de discussão dessas temáticas,

considerando as leis vigentes, integrando-as ao PPP, Plano de Ação Docente e Regimento

Escolar;

Dialogar, informar, formar e mobilizar a comunidade escolar para que as ações estabelecidas

pela Equipe Multidisciplinar sejam efetivamente desenvolvidas;

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Proporcionar encontros para reflexão da importância do negro e do indígena proporcionando

que estudantes, professores, funcionários descendentes desses povos, mirem-se positivamente a

partir da história do seu povo.

Desencadear ações junto à comunidade escolar em relação ao respeito às diversidades culturais,

étnicorraciais, religiosas, de gênero sexual, etc e propor ações para a implementação das Leis

10639/03 e 11645/08.

Eliminar as práticas educativas elitistas, preconceituosas, discriminatórias, segregacionistas,

reconhecendo a diversidade cultural e especificidades étnicas.

Difundir a cultura afrobrasileira, africana e nativa como meio de construção da identidade

nacional;

Combater a privação e violação de direitos;

Reconhecer a participação dos antepassados na construção da nação brasileira;

Valorizar as raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, européias e asiáticas.

METODOLOGIA (AÇÕES):

Agendar e organizar as reuniões da equipe multidisciplinar junto à direção e com divulgação

em editais para conhecimento de todos;

Levantamento de Títulos disponíveis na biblioteca da escola;

Realizar a cartografia dos sujeitos, com base nos dados do SERE e do IBGE:

Levantamento de Títulos junto às editoras para ampliar o acervo bibliográfico da escola;

Verificar se, no PPP da escola, está contemplado os temas relacionados a história africana,

afrobrasileira e indígena;

Discutir, refletir e elaborar ações práticas a serem implantadas no ambiente escolar.

Elaborar uma coletânea de conteúdos, por disciplina, para subsidiar o trabalho do professor em

sala de aula.

Discutir filosoficamente as questões do belo, analisando seu significado para as culturas

indígena e para a população negra, partindo de pressupostos diferenciados para as mais

variadas culturas, valorizando características étnicorraciais de cada povo, promovendo oficinas

de fortalecimento da identidade destes grupos;

Trabalhar as questões relacionadas à diversidade sexual;

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Pesquisar as comunidades quilombolas no Paraná com vistas a ampliar os conhecimentos a

serem pautados e aplicados pelas equipes multidisciplinares das escolas;

Para a semana da Consciência Negra e Nativa:

-Elaboração de seminários envolvendo todos os sujeitos que fazem parte do ambiente escolar,

das instâncias colegiadas e da comunidade.

- Promover debates relacionados à diversidade cultural;

- Apresentação dos trabalhos realizados em cada disciplina ao longo do ano letivo.

- Palestras com pessoas envolvidas com o Movimento Social Negro, lideranças Indígenas,

lideranças Quilombolas, Ministério Público e demais pessoas envolvidas com essa temática;

- Filmes relacionados à temática africana e indígena, finalizando com debates e ações de

combate a todos os tipos de discriminação.

- Cartografia dos sujeitos;

Fazer um diagnóstico relativo à representação de Negros e Indígenas nos espaços escolares, midiáticos

e na sociedade em geral. O diagnóstico será realizado também na escola e em seu entorno, como

campo de investigação do trabalho da Equipe Multidisciplinar. Para efetivar esta ação, será necessário

pesquisar acerca do material didático disponível na escola, os movimentos sociais da comunidade, as

comemorações referentes a esses povos, marcos históricos, heróis negros e indígenas, bem como da

contribuição destes para a cultura local, estadual e nacional, fazendo uma leitura de como estes grupos

estão representados nos mais diversos espaços informativos e de entretenimento (cartazes que estão

expostos nos espaços internos e externos da escola, livros didáticos, propagandas, revistas, notícias

veiculadas em jornais e rádios, etc.).

CRONOGRAMA

Os conteúdos, por disciplina, serão desenvolvidos durante todo o ano letivo, com mostras culturais

realizadas na Semana da Consciência Indígena e na Semana da Consciência Negra, sendo que em cada

uma das semanas terá como obrigatoriedade a elaboração de seminários, com a participação dos

alunos, comunidade e do coletivo escolar.

RECURSOS

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Materiais permanentes

Os materiais permanentes utilizados serão os disponibilizados pela instituição escolar, tais como:

computador (mídias), impressora e materiais didáticos pedagógicos.

Materiais de consumo

Os materiais de consumo necessários serão: todos aqueles utilizados na elaboração de painéis,

confecção de cartazes, produção de materiais sobre a temática em seus diversos aspectos, montagem

das exposições, etc. dos quais, parte será ofertada pela instituição escolar e parte pelos alunos.

Humanos

Os recursos humanos para a execução do projeto serão os profissionais da educação, discentes,

comunidade escolar e representantes dos segmentos da sociedade.

AVALIAÇÃO

A avaliação referente aos trabalhos será realizada pelos próprios envolvidos, de acordo com os

conteúdos trabalhados durante o ano. No processo de avaliação deverá ser observado se há articulação

entre os objetivos propostos, as práticas metodológicas, os instrumentos utilizados e também os

critérios.

INSTRUÇÃO QUANTO A ORIENTAÇÃO SEXUAL.

A diversidade quanto a orientação sexual, também está cada vez mais presente no cotidiano escolar.

Como já ressaltado anteriormente, a busca pelo respeito e convivência harmoniosa com as diferenças

e com as múltiplas identidades daqueles que compõem a comunidade, também compõem os objetivos

da educação.

A Instrução Conjunta nº 02/2010 – SEED/SUED/DAE, quanto aos alunos(as) travestis e transexuais,

cita :

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“1- Que o nome civil, constituído por prenome e sobrenome é um dos principais direitos de

personalidade ou direitos personalíssimos, e estes, segundo o Código Civil, são intransmissíveis e

irrenunciáveis. O nome social é o nome pelo qual travestis e transexuais, femininos ou masculinos se

reconhecem e preferem ser chamados.

2- Os estabelecimentos do Sistema Estadual de Ensino do Paraná deverão incluir, a partir do ano letivo

de 2010, o nome social do aluno e/ou da aluna travesti ou transexual, maior de 18 anos, que requeira,

por escrito, esta inserção, nos documentos escolares internos das escolas, tais como: espelho do Livro

Registro de Classe, Edital de Nota e Boletim Escolar. No espelho do livro Registro de Classe, Edital de

Nota e Boletim, será emitido, automaticamente, do Sistema SERE WEB, apenas o nome social pelo

qual o aluno e/ou a aluna travesti ou transexual se identificam.”

“(...) 4- Os documentos escolares oficiais, tais como: Histórico Escolar, Certificado, Diploma, Ficha

Individual, Relatório Final e Edital de Classificação para ingresso nos cursos técnicos profissionais,

deverão permanecer inalterados.”

7.8 Inclusão do estágio não-obrigatório

ALUNOS(AS) QUE CURSAM O ENSINO MÉDIO

A Lei nº 11.788, de 25 de setembro de 2008 a qual dispõe sobre o estágio de estudantes; alterando a

redação do art. 428, de 1º de maio de 1943, e a lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis

nº 6494 de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da

lei nº 9394 de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6º da Medida Provisória nº 2164-41, de 24 de agosto de

2001, e dá outras providências.

Nesta perspectiva de inserção do estágio não obrigatório neste Projeto Político Pedagógico e sua oferta

aos alunos do Ensino Médio da escola, leva-nos a primeiramente definir o estágio como um ato

educativo escolar, supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho que é a preparação para o

futuro produtivo de educandos que estejam freqüentando o ensino regular em instituição que oferta o

ensino médio.

O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o itinerário formativo do

educando.

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Consequentemente visa o aprendizado de competências próprias da atividade profissional e a

contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do educando para a vida cidadã e para o

trabalho.

O estágio não-obrigatório atende as determinações das diretrizes curriculares da modalidade de ensino

e deste projeto político pedagógico.

O estágio não-obrigatório é aquele desenvolvido como atividade opcional, acrescida a carga horária

regular e obrigatória.

O estágio não-obrigatório, não cria vínculo empregatício de qualquer natureza e a escola deverá

observar os itens abaixo:

a) matrícula e frequência regular do educando em curso no Ensino Médio;

b) celebração de termo de compromisso entre o educando ou com seu representante ou

assistente legal, quando ele for absoluta ou relativamente incapaz, e com a parte concedente, indicando

as condições de adequação do estágio à proposta pedagógica do curso, à etapa e modalidade de

formação escolar do estudante e ao horário e calendário escolar;

c) avaliar as instalações da parte concedente do estágio e sua adequação à formação cultural e

profissional do educando;

d) o professor pedagogo deverá acompanhar as práticas de estágio desenvolvidas pelo aluno,

mantendo os professores das turmas, cujos alunos desenvolvem atividades de estágio, informados

sobre as atividades desenvolvidas, de modo que estas possam contribuir para estabelecer a relação

prática dos conhecimentos com as atividades produtivas;

e) exigir do educando a apresentação periódica em prazo não superior a 6 (seis) meses, de

relatório das atividades;

f) zelar pelo cumprimento do termo compromisso, reorientando o estagiário para outro local

em caso de descumprimento de suas normas;

g) elaborar normas complementares e instrumentos de avaliação dos estágios de seus

educandos;

h) comunicar à parte concedente do estágio, no início do período letivo, as datas de realização

de avaliações escolares ou acadêmicas;

A jornada de atividade em estágio será definida de comum acordo entre a instituição de ensino, a parte

concedente e o aluno estagiário ou seu representante legal, devendo constar do termo de compromisso

ser compatível com as atividades escolares e não ultrapassar: a (6) seis horas diárias e 30 (trinta)

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semanais;

Lembrando que a duração do estágio, na mesma parte concedente, não poderá exceder 2 (dois) anos;

O estagiário poderá receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo

compulsória a sua concessão bem como a do auxílio-transporte;

Sendo assegurado ao estagiário, sempre que o estágio tenha duração igual ou superior a 1 (um) ano,

período de recesso de 30 (trinta) dias, a ser gozado preferencialmente durante suas férias escolares.

Neste período de férias (recesso), quando o estagiário receber bolsa ou outra forma de contraprestação,

deverá ser remunerado.

ALUNOS(AS) QUE CURSAM O TÉCNICO EM INFORMÁTICA NAS MODALIDADES

ENSINO MÉDIO INTEGRADO E SUBSEQUENTE.

A Lei nº 11.788/08, que dispõe sobre o estágio obrigatório e não-obrigatório de estudantes, e a

Deliberação nº 02/09 do CEE, que estabelece normas para a organização e a realização dos Estágios,

definem, também, obrigações da Instituição de Ensino para com os estágios não obrigatórios para os

cursos técnicos.

No Parágrafo único do Art. 7º da Lei 11.788/08: “ O plano de atividades do estagiário, elaborado

em acordo das 3(três) partes a que se refere o inciso II do caput do art. 3º desta Lei, será incorporado

ao termo de compromisso por meio de aditivos à medida que for avaliado, progressivamente, o

desempenho do estudante.”

Na Deliberação 02/09 do CEE, Art. 1º, Parágrafo 1º, incisos I e II:

“I – o estágio, obrigatório, e, não-obrigatório assumido pela instituição de ensino, deverá

estar previsto no Projeto Político Pedagógico;

II – “o desenvolvimento do estágio deverá estar descrito no Plano de Estágio;”.

A Deliberação 02/09, Art. 4°, Incisos III - “Plano de Estágio, a ser apresentado para análise

juntamente com o Projeto Político-Pedagógico, ou em separado no caso de estágio não obrigatório

implantado posteriormente, visará assegurar a importância da relação teoria-prática no

desenvolvimento curricular, deverá ser incorporado ao Termo de Compromisso e será adequado à

medida da avaliação de desempenho do aluno, por meio de aditivos;”.

O Plano de Estágio Não Obrigatório cita que : “O Estágio não- obrigatório do curso Técnico em

Informática (...), deverá ser realizado através da execução de atividades inerentes aos conteúdos

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teórico-práticos desenvolvidos nas séries cursadas ou em curso pelo aluno. O Plano de Estágio não

obrigatório é o instrumento que norteia e normatiza os Estágios dos Alunos do Curso Técnico em

Informática.

Conforme citado na instrução 028/2010, o Estágio Profissional Supervisionado é uma atividade

curricular, um ato educativo assumido intencionalmente pela instituição de ensino que propicia a

integração dos estudantes com a realidade do mundo do trabalho, sendo um recurso pedagógico que

permite ao aluno o confronto entre os desafios profissionais e a formação teórico-prática adquiridas

nos estabelecimentos de ensino, oportunizando a formação de profissionais com percepção crítica da

realidade e capacidade de análise das relações técnicas de trabalho.

O estágio Profissional não-obrigatório, poderá ser assumido pela instituição de ensino a partir da

demanda dos alunos, desenvolvido como atividade opcional para o aluno, acrescida à carga-horária

regular e obrigatória.

O estágio não-obrigatório não interfere na aprovação/reprovação do aluno e não é computado como

componente curricular.

De acordo com a Instrução Nº 006/2009 e 028/2010 quando se tratar de estágio não-obrigatório é

exigida a idade mínima de 16 anos. No art. 12 da Lei Nº 11.788/2008, consta que o estagiário poderá

receber bolsa ou outra forma de contraprestação que venha a ser acordada, sendo compulsória a sua

concessão, bem como a do auxílio-transporte, na hipótese de estágio não-obrigatório.

7.9 Intenção de acompanhamento dos alunos que se evadiram da escola

Em virtude das condições econômicas e sociais desfavoráveis ou outros fatores, deparamo-nos com

alunos “evadidos”, excluídos em determinado momento da educação escolar.

A escola tem então, papel preponderante para proporcionar a esse grupo, a princípio discriminado, o

acesso aos conhecimentos científicos e culturais.

A organização das atividades escolares deverá assegurar o tempo de aprendizagem necessário,

permitindo que cada um avance em seu ritmo, usando o tempo pedagógico de aprendizagens

significativas. Porém, não basta dar todo o tempo, é preciso que ele tenha ajuda igualmente

diferenciada para aprender (materiais diferenciados), oferecida pelas salas de apoio à aprendizagem e /

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ou de recursos, como formas apropriadas de auxílio disponíveis para lidar com alunos diferentes.

A escola deve ficar atenta aos sinais que evidenciam que os estudantes estão sendo respeitados em seu

ritmo de aprendizagem, reorganizando o trabalho pedagógico.

A autonomia na condução das atividades pedagógicas e administrativas da escola está vinculada às

diretrizes e normas do sistema público de ensino. Nesse sentido, a medida tomada pela escola fortalece

o processo formativo, por meio de condutas construídas coletivamente, auxiliando no oferecimento de

um clima favorável, de fato, à aprendizagem dos estudantes.

No entanto, reorganizar a prática pedagógica que leve em conta as diferenças e as necessidades de

cada estudante, tem como base de sustentação a verificação do rendimento escolar, compreendendo a

avaliação do aproveitamento e apuração da assiduidade, mediante instrumentos previstos no regimento

escolar e observadas as diretrizes da lei.

7.9.1 Diretrizes para a avaliação de desempenho do pessoal docente e não-docente; do currículo,

das atividades extracurriculares e do Projeto Político Pedagógico

7.9.1.1 Avaliação institucional

Resgatar o papel da escola como base de toda a estrutura social, devendo primar pela oferta de uma

educação com qualidade social é responsabilidade de todos.

A escola como instituição educacional tem nesse Projeto Político Pedagógico, um instrumento

norteador de todo o processo educacional, explicitando seus valores, visão de futuro e objetivos, no

qual o foco central é o aluno.

No entanto, a qualidade do processo educacional não se determina por leis. É impossível administrá-la

de fora para dentro. Ela precisa de identidade, métodos e diretrizes sem nunca perder de vista seus

fundamentos, princípios e seus fins.

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A escola, para atender a comunidade na qual está inserida, necessita de autonomia, ou seja, que tenha

grau de independência e liberdade para, coletivamente, pensar, refletir, planejar, estabelecer os

processos de participação no dia-a-dia da escola e mensurar qualitativamente os resultados. Então, não

sendo autonomia o resultado de atos e/ou resoluções decretadas, ela precisa ser construída

cotidianamente.

Garantir progressivos graus de autonomia é fundamental para a efetivação de processos de gestão

democrática. BARROSO (2001, p.18-23) aponta sete princípios para elaboração de um programa de

reforço da autonomia da escola:

O reforço da autonomia da escola deve ser definido levando em conta as

diferentes dimensões das políticas educativas.

A “autonomia da escola” é sempre uma autonomia relativa, uma vez que é

condicionada pelos poderes públicos e pelo contexto em que se efetiva.

Uma política de reforço da autonomia das escolas não se limita a dispositivos

legais, mas exige a criação de condições e dispositivos que permitam as

autonomias individuais e a construção do sentido coletivo.

A “autonomia” não pode ser considerada como uma “obrigação” para as

escolas, mas sim como uma “possibilidade”.

O reforço da autonomia das escolas não tem uma função em si mesmo, mas é

um meio para que elas ampliem e melhorem as oportunidades educacionais que

oferecem.

A autonomia é um investimento baseado em compromissos e implica melhoria

e avanços para a escola.

A autonomia também se aprende.

Nessa perspectiva, a autonomia e a gestão democrática são espaços articulados construídos

diariamente, resultando da mobilização e do envolvimento de todos, partilhando o poder e o

compromisso com o aprendizado político desse processo que se efetiva no exercício de construção

cotidiana das diferentes formas de participação.

O Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado da Educação, desenvolve ações a fim

de garantir na escola, a autonomia, a partir da implementação das medidas abaixo descritas:

1 – incentivo à organização e ao funcionamento das Associações de Pais,

Mestres e Funcionários, Conselhos Escolares, Conselho de Classe e Grêmios

Estudantis;

2 -_ repasse de recursos financeiros denominados “Fundo Rotativo”,

diretamente às unidades de ensino, administrados pelas Associações de Pais,

Mestres e Funcionários e Conselho Escolar;

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3 - lei regulamentando a escolha do (a) diretor (a) de forma democrática.

A partir da elaboração desse Projeto Político Pedagógico, fundamentado na democracia participativa,

integra-se ao cotidiano escolar a Avaliação denominada Institucional, pois a escola é uma instituição

pública de educação. Assim, ele deve cumprir sua finalidade explicita de atender aos anseios da

coletividade e a ela deve servir. Consequentemente, avaliar a educação pública é também avaliar a

função da educação e o seu significado social.

A avaliação aqui proposta está centrada na formação humana, na mediação do saber historicamente

produzido e na construção da cidadania. Propõe o desafio de avaliar de forma sistemática a prática

escolar, na perspectiva de uma avaliação crítica e transformadora, fiel à realidade educacional,

processual e evolutiva, abrangente e articulada, formativa e emancipadora e, principalmente, realizada

coletivamente por todos aqueles que acreditam e se comprometem com a construção de uma educação

de qualidade para todos os alunos da escola pública.

O ato de avaliar é intencionalmente pedagógico. A autoavaliação não deve ser considerada como

premiadora ou punitiva. A autoavaliação deve permitir o enxergar e redefinir os nossos rumos e

trajetórias para o futuro. A autoavaliação busca a qualidade no fazer educação, pressupõe e exigem

predisposição às mudanças.

A avaliação institucional significa ter disposição para avaliar e ser avaliado, para interpretar as

informações, para analisar suas causas e efeitos, para dar valor e significado aos fatos e, acima de tudo,

em decorrência dos resultados da avaliação, ter a disposição para mudar o que deve ser mudado,

aperfeiçoar o que deve ser aperfeiçoado e construir o que deve ser construído.

A Avaliação Institucional precisa ser um empreendimento que busque e possibilite a tomada de

consciência sobre a instituição, precisa ser um processo voltado à tomada de decisão, tanto em nível da

própria instituição quanto em nível da gestão do sistema e da formulação de políticas públicas; não

pode prescindir do caráter formativo e do aperfeiçoamento individual e institucional, bem como da

participação coletiva em todo processo avaliativo.

É necessário que, a escola, abra espaço para a reflexão, a re-elaboração de seus rumos, avanços em

propostas, ações e perspectivas, promovendo, assim, a contínua melhoria do trabalho e das condições

ambientais e pedagógicas, de modo a criar experiências educacionais estimulantes e mobilizadoras que

oportunizem a comunidade escolar e a promoção humana.

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A Avaliação Institucional tem como eixo central uma avaliação crítica, porque vai além da descrição

da realidade e expressa um esforço de compreensão desta; significativa, porque deve explicitar os

sentidos de se fazer educação pública; e transformadora, porque compromete as pessoas que

participam do processo educacional em melhorá-lo continuamente.

Sendo assim, percebe-se a necessidade de lutar para que se coloque em prática a seguinte concepção

avaliativa:

a - por uma avaliação crítica, transformadora, a serviço da educação que se pretende indutora de

avanços e melhorias no processo educacional;

b – por uma avaliação fiel à realidade educacional e a relevância social da educação, capaz de captar a

complexidade do sistema e ao mesmo tempo as particularidades da escola;

c – por uma avaliação abrangente e articulada que envolva todas as dimensões da escola, de seus

componentes e das relações entre eles;

d – por uma avaliação processual, evolutiva e participativa, que siga o caminho do aperfeiçoamento

contínuo da própria avaliação e que subsidie o aperfeiçoamento da gestão educacional;

e – por uma avaliação responsável e consequentemente, apropriada por todos que participam direta e

indiretamente do processo educacional, de maneira a ser utilizada para aperfeiçoá-la sistematicamente;

f – por uma avaliação formativa e emancipadora, que vá além dos aspectos quantitativos e o controle.

A auto-avaliação tem de levar em consideração os indicadores internos e externos. Priorizando os

indicadores internos que são relevantes para autoavaliação institucional possibilitando identificar,

analisar e entender a realidade.

Os indicadores são sinais que revelam aspectos de determinada realidade e que podem qualificar algo.

Os indicadores de qualidade na educação variam de acordo com a expectativa da comunidade em

relação à instituição de ensino.

Estudos realizados sobre a educação sinalizam que a escola de qualidade tem as seguintes

características:

1 – efetividade do processo ensino-aprendizagem: organização e articulação do

currículo; proteção do tempo de aprendizagem; práticas educativas efetivas dentro da

sala de aula; estratégias diferenciadas de ensino; reforço da aprendizagem com deveres

de casa frequentes; avaliação do desempenho e utilização dos resultados como base da

avaliação dos programas e dos currículos; reconhecimento do sucesso acadêmico dos

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alunos por parte da comunidade escolar (diretor, pais, professores); avaliação e

monitoramento do desempenho dos alunos e da escola.

2- clima escolar tranquilo e organizado, propício ao ensino e à aprendizagem: liderança,

visão, disponibilidade de recursos, estabelecimento de alta expectativa em relação ao

ensino; comunicação regular da escola aos pais e a comunidade; facilidade de contato

com os professores e pais com o diretor; salas de aula bem organizadas; existência de

normas e regulamentos escolares claramente definidas e assimiladas; metas acadêmicas

e padrões acadêmicos claramente estabelecidos; comunicação das expectativas em

relação ao desempenho para professores, alunos, pais e comunidade; ofertas de

oportunidades para que os alunos possam exercer atividades que desenvolvam sua

responsabilidade; conhecimento dos níveis anteriores de desempenho; reconhecimento

do êxito acadêmico; confiança, cooperação e compromisso.

3 – envolvimento dos pais e da comunidade: cuidados com a saúde do aluno, como

elemento de aptidão para a aprendizagem; comunicação frequente entre o corpo docente

e pais sobre os objetivos da escola e da comunidade na gestão da escola;

acompanhamento pelos pais da aprendizagem dos seus filhos.

4 – excelência dos recursos humanos: formação e experiência docente; capacidade de

comunicação; estabilidade; dedicação de tempo integral; compromisso;

desenvolvimento contínuo de todos profissionais da educação que trabalham na escola;

capacidade de trabalho em grupo.

5 – gestão escolar: decisão colegiada; independência na captação e alocação de

recursos; escolha do diretor por critérios técnicos; elaboração de um plano de

desenvolvimento para a escola; trabalho conjunto; clareza dos objetivos; rotina

administrativa definida; conhecimento e integração da missão da escola; gerenciamento

científico dos processos.

6 – instalações e materiais: instalações adequadas da escola e das salas de aula;

disponibilidade de livros e outros materiais de leitura para alunos e professores;

disponibilidade de material escolar.

7 – liderança da direção: o (a) diretor (a) deve ter liderança, ser um líder educacional

trabalhando para o alcance dos objetivos da escola.

8 – trabalho em equipe: toda a comunidade escolar deve trabalhar em conjunto para o

alcance dos objetivos da escola.

9 – atratividade e segurança da escola: o pessoal técnico e administrativo deve criar uma

atmosfera de ordem, de seriedade, de segurança e que seja atrativa, sem, no entanto, ser

opressiva.

10- combate à evasão e à ausência escolar.

11- envolvimento dos pais na melhoria do programa educacional.

12- confiança no rendimento dos alunos: a equipe escolar deve acreditar que os alunos

podem aprender e trabalhar firmemente nessa direção.

13- investimento nas atividades de aprendizagem: o calendário e as práticas do dia-a-dia

de toda a equipe escolar devem ajudar os alunos a despender o máximo de seu tempo na

escola em atividades de aprendizagem.

14- controle do progresso do aluno: o (a) diretor (a) e os professores controlam

frequentemente o progresso dos alunos e usam essa informação para tornar o programa

educacional mais efetivo.

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15- programas especiais: organização de programas especiais para alunos com

dificuldades de aprendizagem;

16- elaboração do Projeto Político Pedagógico: com a efetiva participação dos membros

da comunidade escolar, definir metas, objetivos, cronogramas, responsabilidades,

formas de acompanhamento e avaliação das ações previstas. (Documento do Ministério

da Educação)

Os indicadores de qualidade na educação auxiliarão a comunidade escolar na avaliação e na melhoria

da qualidade da escola. Identificando os pontos fortes e fracos, a escola terá condições de intervir para

melhorar sua qualidade de acordo com os próprios critérios e prioridades.

Nessa perspectiva, definimos elementos fundamentais nomeados de “dimensões”, os quais serão

considerados pela escola na reflexão sobre os resultados qualitativos obtidos vinculados ao proposto

nesse Projeto Político Pedagógico.

A dimensão interna avaliará a organização da escola, analisando o cumprimento de sua

finalidade, nos seguintes aspectos:

a – condições físicas, materiais e de recursos;

b – profissionais da educação;

c – planejamento e prática pedagógica;

d – ambiente educativo;

e – mecanismos de decisão colegiada.

A dimensão externa analisará como a escola se integra e se relaciona com outros

segmentos sociais. A avaliação abrangerá três pontos que são:

a – relação com outras instâncias do sistema;

b – relação com a comunidade;

c – canais de participação.

A avaliação institucional verificará em que medida a escola tem cumprido sua

finalidade quanto ao acesso, permanência e aproveitamento escolar.

A avaliação institucional é um processo de descrição, análise de uma dada realidade

objetivando transformá-la, provocar a crítica, de modo a libertar o sujeito dos

condicionamentos deterministas. O compromisso principal é o de fazer com que as

pessoas direta ou indiretamente envolvidas com a educação sejam construtores de sua

própria história, bem como, sejam capazes de propor ações para transformá-la sempre

que se fizer necessário.

Ressaltamos que toda a comunidade escolar deverá tomar conhecimento da auto-

avaliação institucional e terão condições de discutir e decidir as prioridades de ação para

melhorá-la.

A responsabilidade é de toda a comunidade: pais, mães, professores, diretor, alunos,

funcionários, membros dos colegiados. Podendo também ocorrer participação dos

funcionários do Núcleo Regional de Educação, representantes de órgãos públicos,

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universidades, enfim, toda a pessoa ou instituição que se relaciona com a escola e se

mobiliza pela educação de qualidade social.

Reiteramos que nenhuma informação produzida por essa avaliação será divulgada

publicamente ou utilizada em rankings ou para comparação com outras escolas. A

decisão de utilizar os indicadores e de compartilhar os resultados da avaliação é da

escola.

Os indicadores de qualidade na educação serão utilizados como instrumentos flexíveis,

os quais poderão ao longo do processo sofrer adaptações e alterações conforme as

sugestões apontadas pelos participantes.

O processo de implantação da auto-avaliação institucional acontecerá de acordo com as

etapas descritas abaixo:

I – o primeiro momento será a etapa de preparação, cabendo a direção do

estabelecimento de ensino sensibilizar os profissionais da escola, os membros dos

colegiados e todas as pessoas que compõem o universo escolar para participarem de

reunião onde será apresentada de forma minuciosa a proposta de auto-avaliação

institucional e eleger uma comissão organizadora de todo o processo.

II – o segundo momento será a etapa de desenvolvimento, a comissão organizadora

eleita terá sob sua responsabilidade coordenar todo o processo, com a incumbência de

mobilizar a comunidade, divulgar as atividades propostas com antecedência,

providenciar os materiais necessários, aplicar os questionários, tabulação e

sistematização das respostas, pensar em estratégias de socialização dos resultados,

definição das prioridades, organizar os espaços para reuniões dos grupos e a plenária

final.

III – o terceiro momento será a etapa de consolidação, o processo em movimento e o dia

da avaliação – neste momento estarão presentes diferentes atores (pais, funcionários,

professores, alunos, direção, equipe pedagógica...), a fim de desencadear as discussões,

debates e reflexões. Na seqüência, deve proporcionar estudos das respostas dadas aos

instrumentos de apoio à auto-avaliação, com vistas à proposição de ações na busca da

qualidade, que leva em conta as necessidades e os objetivos da comunidade de imediato,

voltada para a formação humana do nosso aluno.

Certamente, a maioria das pessoas concorda com o fato de que a educação com

qualidade é aquela em que os alunos apreendam coisas essenciais para a vida, como ler

escrever, resolver problemas matemáticos, compreender onde são aplicados os

conceitos científicos na prática social, conviver com os colegas, respeitar regras,

trabalhar em grupo. Porém, quem pode definir bem e dar vida às orientações gerais

sobre educação com qualidade, de acordo com os contextos socioculturais locais, é a

própria comunidade escolar. Não existe conceito único para educação de qualidade para

todos. Qualidade em educação é um conceito dinâmico, reconstruído constantemente.

Cada segmento escolar tem autonomia para refletir, propor e agir na busca de uma

educação com qualidade.

Lembramos que a Avaliação Institucional, ainda não faz parte da prática escolar desse

estabelecimento de ensino, mas contemplada como um dos Planos de Ação da Escola;

para tanto serão utilizados alguns indicadores, os quais estão especificados abaixo:

a – DIMENSÕES DO AMBIENTE EDUCATIVO– a escola é um espaço de ensino,

aprendizagem e vivência de valores. Nela, os indivíduos se socializam, brincam e

experimentam a convivência com a diversidade humana. No ambiente educativo, o

respeito, a alegria, a amizade e a solidariedade, a disciplina, o combate à discriminação

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e o exercício dos direitos e deveres, são práticas que garantem a socialização e

convivência, desenvolvem e fortalecem a noção de cidadania e de igualdade entre

todos.

INDICADORES E PERGUNTAS

1..Amizade e solidariedade

1.1 Quando alguém (professor, funcionário ou aluno) chega à escola

com algum problema pessoal, encontra pessoas dispostas a ajudar?

1.2 O ambiente da escola favorece a amizade entre todos : entre alunos e

alunos; entre professores e alunos; entre os professores?

2. Alegria

2.1 Os alunos gostam de frequentar a escola?

2.2 As pessoas que trabalham na escola gostam do trabalho que fazem?

2.3 A escola promove festas com a participação de pais, alunos, professores e

funcionários?

3. Respeito ao outro.

3.1 Os alunos tratam bem os professores e funcionários da escola?

3.2 Professores, diretores e funcionários se tratam bem e se respeitam?

3.3 As pessoas que trabalham na escola se sentem respeitadas e valorizadas por pais e

alunos?

3.4 Pais e alunos que chegam para fazer matrícula, pedir informações ou saber sobre

seus filhos são atendidos com atenção e respeito?

4. Combate à discriminação

4.1 Na escola todos são tratados com respeito e mantêm laços de amizade, não

importando se são negros, brancos, indígenas, pessoas com deficiências, homens ou

mulheres, homossexuais ou não?

4.2 Quando os alunos têm atitudes preconceituosas ou discriminatórias (como fazer

brincadeiras ou usar apelidos que humilhem seus colegas), na sala de aula ou em outro

espaço da escola isso é observado e acompanhado para que não aconteça mais?

4.3 A discriminação (atos preconceituosos contra pessoas com deficiências, povos

indígenas, mulheres, negros, homossexuais e outros) é assunto abordado durante as

aulas como algo que prejudica as relações entre as pessoas e que é crime?

5. Disciplina

5.1 As regras de convivência da escola são claras, conhecidas e respeitadas por toda a

comunidade escolar?

5.2 Os alunos participam da elaboração das regras de convivência na escola?

5.3 Todos (alunos, professores, diretores e demais profissionais da escola) que não

cumprem as regras da escola são punidos da mesma maneira e com justiça?

6. Respeito aos direitos das crianças e dos adolescentes.

6.1 Todos (alunos, professores, diretores, demais profissionais e pais) conhecem o

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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e respeitam os direitos nele estabelecidos?

6.2 O ECA é abordado nas salas de aula ou em outras atividades realizadas na escola?

6.3 Os pais de crianças que não têm registro de nascimento recebem orientação na

escola sobre a importância, a gratuidade e a forma de obter esse documento?

6.4 A escola acolhe crianças e adolescentes com deficiência nas mesmas salas de aula

em que estudam os alunos sem deficiência? Esses alunos recebem o apoio de que

necessitam?

B – DIMENSÕES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA-a escola deve realizar seu maior

objetivo que é fazer com que os alunos aprendam e adquiram o desejo de aprender cada

vez mais e com autonomia; é preciso focar a prática pedagógica no desenvolvimento

dos alunos, observando-os, conhecendo-os, compreendendo suas diferenças, demonstrar

interesse por eles, conhecer suas dificuldades e incentivar suas potencialidades; planejar

as aulas com base em conhecimento sobre o que já sabem e o que precisam aprender.

INDICADORES E PERGUNTAS

1 . Proposta pedagógica definida e conhecida por todos.

1.1 A escola possui uma proposta pedagógica escrita (em forma de documento).

1.2 Os professores participaram ativamente da elaboração da proposta pedagógica da

escola?

1.3 Todos os que trabalham na escola, pais e alunos conhecem a proposta pedagógica da

escola?

1.4 A proposta pedagógica é atualizada periodicamente?

2. Planejamento.

2.1 Os professores planejam regularmente suas aulas?

2.2 Os professores trocam ideias entre si para planejar as aulas?

2.3 Os professores procuram saber o que os alunos aprenderam no ano anterior para

preparar o planejamento do ano letivo?

2.4 Os professores ouvem e consideram opiniões e sugestões dos alunos para planejar as

aulas?

2.5 O cumprimento do planejamento dos professores é acompanhado pela direção da

escola?

3. Contextualização.

Professores e alunos realizam atividades de estudo do entorno da escola?

Professores e alunos desenvolvem atividades para resolver problemas identificados no

entorno da escola?

A escola promove visitas no bairro e na cidade para que os alunos conheçam e

aprendam a usar os equipamentos públicos da região (postos de saúde, hospitais,

parques, praças, museus, bibliotecas, Conselho Tutelar, Vara da Infância).

4. Variedade das estratégias e dos recursos de ensino-aprendizagem.

4.1 São usados diferentes recursos pedagógicos (internet, jornais, revistas, livros

diversos, obras de arte, filmes) em sala de aula?

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4.2 Todos os alunos podem mostrar suas aprendizagens e seus trabalhos de formas

variadas (oralmente, por escrito, utilizando de teatro, pintura, brincadeiras, outros)?

4.3 As salas de aula são organizadas de acordo com o tipo de atividade realizada.

5. Incentivo à autonomia e ao trabalho coletivo.

5.1 Os professores explicam de forma clara e simples os objetivos das matérias que

estão sendo estudadas em sala de aula?

5.2 As aulas são organizadas de maneira que todos os alunos possam fazer perguntas,

conversar sobre os assuntos apresentados, defender suas idéias e mudar de opinião?

5.3 Os alunos têm oportunidade de propor, criar e realizar atividades na sala de aula e na

escola como um todo?

5.4 A escola realiza feiras ou exposições das criações dos alunos (por exemplo,

desenhos, poesias, invenções)?

5.5 Todos os alunos são incentivados e orientados para desenvolver trabalhos em

grupo?

5.6 Todos os alunos dão incentivados e orientados para desenvolver pesquisas e

experimentos?

6. Prática pedagógica inclusiva.

6.1 Alunos com deficiência recebem apoio individualizado?

6.2 No dia-a-dia da sala de aula, respeita-se o fato de que cada aluno precisa de um

tempo diferente para aprender?

6.3 A escola cuida para que todos os alunos (negros, brancos, indígenas, pessoas com

deficiência, ricos ou pobres, homens ou mulheres, homossexuais ou não) recebam a

mesma atenção na sala de aula.

c – DIMENSÕES DA AVALIAÇÃO - a avaliação é a parte integrante do processo

educativo. Por meio dela o professor fica sabendo como está a aprendizagem dos

alunos e obtém indícios para refletir e melhorar a sua própria prática pedagógica. Um

bom processo de ensino-aprendizagem na escola inclui uma avaliação inicial para o

planejamento do professor e uma avaliação ao final de uma etapa de trabalho (seja ela

um tópico da matéria, ou um bimestre).

Quando pensamos em avaliação, estamos falando de algo muito mais complexo que

uma prova. A avaliação deve ser um processo, ou seja, deve acontecer durante todo o

ano, em vários momentos e de diversas formas. Os alunos podem ser avaliados, por

exemplo, por um trabalho em grupo, pela observação de seu comportamento e de sua

participação na sala de aula, por exercícios e tarefas de casa. Assim, o estudante pode

exercitar e inter-relacionar suas diferentes capacidades, explorando seu potencial e

avaliando sua compreensão dos conteúdos curriculares e seus avanços. Uma boa

avaliação é aquela em que o aluno também aprende.

A auto-avaliação - quando o aluno avalia a si próprio – é uma ótima estratégia de

aprendizagem e construção da autonomia, facilitando a tomada de consciência de seus

avanços, suas dificuldades e suas possibilidades. É importante também que os alunos

ajudem a escolher os modos pelos quais serão avaliados, o que traz o comprometimento

de todos com a avaliação.

Entretanto, a avaliação não deve se deter apenas na aprendizagem do aluno. Avaliar a

escola como um todo e periodicamente é muito importante; apoiar a comunidade escolar

para que a avaliação seja um instrumento participativo para a melhoria da qualidade da

educação.

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INDICADORES E PERGUNTAS

1. Monitoramento do processo de aprendizagem dos alunos.

1.1 Os professores observam a progressão dos alunos e quais suas principais

dificuldades ? (por exemplo, corrigem trabalhos, circulam pela classe enquanto os

alunos estão fazendo seus exercícios, incentivam os alunos a fazer perguntas e tirar

dúvidas).

1.2 Durante as aulas, os professores fazem perguntas sobre pontos importantes da

matéria para ver se os alunos entenderam o conteúdo?

1.3 Todos os alunos são informados sobre os conteúdos nos quais progrediram e em

quais precisam estudar e avançar mais?

2. Mecanismos de avaliação dos alunos.

2.1 Os professores fazem uso de diferentes atividades para avaliar os alunos (provas,

trabalhos, seminários, outros)?

2.2 A atribuição de notas é discutida entre todos os professores?

2.3 As decisões sobre a reprovação ou o reagrupamento de alunos são discutidas por

todos os professores?

Pais e mães participam dessas discussões?

3. Participação dos alunos na avaliação de sua aprendizagem.

3.1 Os alunos participam da definição e da organização dos meios de avaliação

utilizados pela escola?

3.2 Os alunos são orientados pelos professores a fazer a auto-avaliação (falar, escrever,

expressar o que aprendem)?

3.3 Os professores dizem aos alunos por que esta ou aquela nota ou por que foram

aprovados ou reprovados?

4. .A avaliação do trabalho dos profissionais da escola.

4.1 Existe na escola algum procedimento formalizado para avaliar o trabalho realizado

durante o ano por todas as pessoas que ali trabalham?

4.2 Representantes dos diversos segmentos da comunidade escolar (direção,

coordenadores pedagógicos, professores, funcionários, alunos, pais e mães) participam

das avaliações das pessoas que trabalham na escola?

4.3 Caso esses momentos avaliativos existam, as pessoas costumam opinar sobre como

melhorar os trabalhos realizados na escola?

5 Acesso, compreensão e uso dos indicadores oficiais de avaliação da escola e das redes

de ensino.

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5.1 As instâncias colegiadas são informadas sobre as estatísticas educacionais

produzidas pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do

Ministério da Educação) ou pela Secretaria de Educação sobre o desempenho da escola

e da rede escolar da qual faz parte (tais como taxas de evasão, abandono, distorção entre

idade e série, avaliações de aprendizagem, outros)?

5.2 O significado desses indicadores é discutido na escola (em sala de aula, reuniões de

professores, de pais, reuniões pedagógicas, outros)?

5.3 Se esse tipo de discussão acontece, a comunidade escolar faz com que suas dúvidas

e opiniões cheguem até aos órgãos responsáveis pela produção desses indicadores?

Descrever resumidamente a opinião do grupo sobre o indicador “acesso, compreensão e

uso dos indicadores oficiais de avaliação da escola e das redes de ensino”.

d – DIMENSÕES DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA – é caracterizada pelo

compartilhamento de decisões e informações, a preocupação com a qualidade da

educação, com relação ao custo – beneficio e a transparência (capacidade de deixar

clara para a comunidade como são usados os recursos da escola, inclusive os

financeiros).

Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos, funcionários e outras pessoas da

comunidade na administração escolar. Quando as decisões são tomadas pelos principais

interessados na qualidade da educação na escola, a chance de que dêem certo é bem

maior. Os órgãos colegiados regulamentam e participam da comunidade na escola. A

função dos membros é orientar, opinar e decidir sobre tudo o que tem a ver com a

qualidade da escola (como participar da construção do projeto político pedagógico e dos

planejamentos anuais, avaliar os resultados da administração na busca de meios para

solucionar os problemas administrativos e pedagógicos, decidir sobre os investimentos

prioritários).

A gestão democrática implica em saber lidar com conflitos e opiniões diferentes. O

conflito faz parte da vida. Precisamos sempre dialogar com os que pensam diferente de

nós, e juntos negociar.

INDICADORES E PERGUNTAS

1 Informação democratizada

1.1 A direção consegue informar toda a comunidade escolar sobre os principais

acontecimentos da escola?

1.2 As informações circulam de maneira rápida e precisa entre pais, professores, demais

profissionais da escola, alunos e outros membros da comunidade escolar?

2. Conselhos escolares atuantes.

2.1 O conselho escolar é formado por representantes de toda a comunidade escolar

(inclusive alunos) e sua composição é paritária, ou seja, possui o mesmo número de

pessoas entre funcionários (incluindo professores) e não-funcionários?

2.2 O conselho escolar tem normas de funcionamento definidas e conhecidas por todos?

2.3 Os conselheiros recebem capacitação (cursos, participação em seminários, outros)

para exercer sua função?

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2.4 O conselho escolar tem à sua disposição informações sobre a escola em quantidade

e qualidade suficientes para que possa tomar as decisões necessárias?

2.5 O conselho escolar participa das definições orçamentárias da escola?

2. Participação efetiva de estudantes, pais, mães e comunidade em geral.

2.1 Há grêmios estudantis ou outros juvenis participando da tomada de decisões na

escola e ajudando os alunos a se organizarem?

2.2 Existem espaços onde todos (alunos, diretores, funcionários, pais, mães, e outras

pessoas da comunidade) possam discutir e negociar encaminhamentos relativos ao

andamento da escola?

2.3 A direção presta contas à comunidade escolar, apresentando regularmente o

orçamento da escola e seus gastos?

2.4. A comunidade escolar conhece e discute as dificuldades de gestão e de

financiamento da escola?

2.5. Os pais participam de associações de apoio à escola, tais como associações de pais

e mestres ou outras?

2.6. Os pais e as mães comparecem e participam ativamente das reuniões sobre a vida

escolar dos alunos?

2.7. A escola mantém-se aberta aos finais de semana para que a comunidade possa

usufruir o espaço (salas, pátio, quadras de esporte, biblioteca, outros)?

2.8. A escola elaborou o seu projeto político pedagógico com a participação de toda a

comunidade escolar (alunos, professores, pais, diretores, funcionários em geral,

membros dos colegiados)?

2.9. Quando são realizadas atividades de confraternização com a comunidade (festas,

gincanas, formaturas), garante-se a presença de todos, mesmo daqueles pais e alunos

desprovidos de recursos financeiros?

3. Parcerias locais e relacionamento da escola com os serviços públicos.

3.1 A escola encaminha alunos para o serviço de saúde, conselho tutelar ou outros

serviços públicos quando necessário?

3.2 A escola desenvolve atividades em parceria com os demais serviços públicos (como

campanha contra a dengue, educação para a saúde bucal, campanha de matrícula,

pesquisa sobre o acervo do museu)?

3.3 A escola tem parcerias com outras instituições (universidades, organizações da

sociedade civil, empresas, fundações, associações, outros) para o financiamento de

projetos ou para o desenvolvimento de ações conjuntas, como elaboração do projeto

político pedagógico, formação de professores, atividades pedagógicas, comemorações?

4. Tratamento aos conflitos que ocorrem no dia-a-dia da escola.

4.1 O(a) diretor(a) juntamente com professores, alunos e demais membros da

comunidade escolar, procura resolver os conflitos que surgem entre as pessoas no

ambiente escolar (brigas, discussões, outros), com base no diálogo e na negociação?

4.2 Os professores desenvolvem atividades para que os alunos aprendam a dialogar e a

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negociar?

Descrever resumidamente a opinião do grupo sobre o indicador tratamento aos conflitos

que ocorrem no dia-a-dia da escola.

5. Participação da escola nos programas de repasses de recursos financeiros para

financiamento da escola.

5.1 A escola recebe recursos financeiros dos poderes executivos (estadual, federal) para

pequenas despesas da escola?

5.2 A utilização dos recursos é discutida democraticamente e tem se dirigido aos

problemas prioritários?

5.3 Participação em outros programas de incentivo à qualidade da educação dos

governos federal e estadual.

5.4 A comunidade escolar conhece bem todos os programas das diversas esferas do

governo que visam incentivar a qualidade da escola ? Façam uma lista de quais são eles

e pesquisem se há outros.

5.5 Os materiais provenientes de programas governamentais de incentivo à qualidade da

educação (como livros, televisão, vídeo, fitas de vídeo, computadores, internet, outros)

estão organizados e disponíveis a todos que deles necessitam (alunos, professores, pais,

mães, outros)?

E - DIMENSÕES DA FORMAÇÃO E CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS

PROFISSIONAIS DA ESCOLA – todos os profissionais da escola são importantes para

a realização dos objetivos do projeto político pedagógico. Os professores são

responsáveis por aquilo que os especialistas em educação chamam de transposição

didática, ou seja, concretizar os princípios político pedagógicos em ensino-

aprendizagem. Cada um dos demais profissionais tem um papel fundamental no

processo educativo, cujo resultado não depende apenas da sala de aula, mas também da

vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola.

Tamanha responsabilidade exige boas condições de trabalho, preparo e equilíbrio. Para

tanto, é importante que se garanta formação continuada aos profissionais e também

outras condições, tais como estabilidade do corpo docente, o que incide sobre a

consolidação dos vínculos e dos processos de aprendizagem, uma adequada relação

entre o número de alunos, salários condizentes com a importância dos trabalhos, etc.

INDICADORES E PERGUNTAS

1. Habilitação

1.1.Todos os professores que trabalham na escola têm habilitação (formação inicial)

necessária para o exercício da função?

1.2. Os demais funcionários da escola também têm habilitação para o exercício de suas

funções?

1.3. Se a resposta para alguma das duas perguntas foi negativa, a comunidade escolar

reivindica oportunidades para que todos se habilitem para o exercício de seu trabalho?

2 .Formação continuada.

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2.1.Todas as pessoas que trabalham na escola têm oportunidades de se atualizar e

participar de cursos e ações de formação?

2.2. Os cursos e ações de formação correspondem às expectativas de quem participa?

2.3. Os profissionais se mobilizam para reivindicar ou organizar as atividades de

formação que lhes interessam?

2.4. Os professores e coordenadores pedagógicos sempre se reúnem para a discussão

dos planos de aula e da proposta pedagógica e para a avaliação da prática (reuniões

pedagógicas)?

2.5. Caso as reuniões pedagógicas aconteçam, elas ajudam a melhorar a prática

pedagógica?

2.6. Professores e coordenadores pedagógicos participam de formações que os ajudam a

trabalhar com alunos com deficiência, atuando de acordo com o paradigma “inclusivo”?

3 Suficiência da equipe escolar.

3.1.A escola dispõe da quantidade de professores de que realmente necessita?

3.2.O número de funcionários é suficiente para o bom funcionamento da escola?

3.3.A escola possui coordenadores pedagógicos em número suficiente?

3.4.A direção e os coordenadores pedagógicos têm tempo para se dedicar às questões

pedagógicas?

4. Assiduidade da equipe escolar.

4.1 O trabalho da escola jamais é prejudicado por falta de professores, diretores e

funcionários?

4.2 Caso haja falta de diretores, professores ou funcionários que esteja prejudicando o

trabalho, o problema é discutido coletivamente por toda a comunidade escolar, inclusive

pais e alunos?

4.3 Os professores começam e terminam as aulas pontualmente?

4.4 Os demais profissionais da escola também cumprem sua jornada com pontualidade?

4.5 As reuniões pedagógicas começam e terminam na hora marcada?

5 .Estabilidade da equipe escolar.

5.1 Os professores e demais profissionais da escola contam com um plano de carreira?

5.2 O(a) diretor(a), os professores e demais funcionários estão a bastante tempo na

escola?

F – DIMENSÕES DO AMBIENTE FÍSICO ESCOLAR – os espaços educativos de

qualidade são organizados, limpos, arejados, agradáveis, cuidados, com flores e

árvores? Os móveis, equipamentos e materiais didáticos são adequados à realidade da

escola, com recursos que permitam a prestação de serviços de qualidade aos alunos, pais

e a comunidade, além de boas condições de trabalho aos professores, diretores e

funcionários em geral na gestão do espaço escolar? É preciso estar atento para:

_ o bom aproveitamento dos recursos existentes (muitas vezes o que se tem pode ser

insuficiente, mas é preciso cuidar para que tudo o que se tem seja bem aproveitado).

_ uma organização que favoreça o convívio entre as pessoas, que seja flexível e conte

com as condições suficientes para o desenvolvimento das atividades de ensino-

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aprendizagem.

_ a qualidade dos recursos (ou seja, se esses recursos respondem às necessidades do

processo educativo e do desenvolvimento da comunidade e se estão organizados, bem

cuidados e bonitos).

Nesta dimensão, itens fundamentais para o ambiente físico escolar serão avaliados de

acordo com os três indicadores:

1. Suficiência: disponibilidade de material, espaço ou equipamento quando deles se

necessita.

2. Qualidade: adequação do material à prática pedagógica, boas condições de uso,

conservação, organização, beleza, etc.

3. Bom aproveitamento: valorização e uso eficiente e flexível de tudo o que se possui.

ITENS FUNDAMENTAIS PARA O AMBIENTE FÍSICO

1 – Caderno, lápis, borracha, lápis de cor e livros didáticos para os alunos.

1.1. Todos os alunos possuem caderno, lápis, borracha, lápis de cor e livros didáticos?

1.2. Os materiais acima citados são bem cuidados e estão em boas condições de uso?

1.3. Os alunos utilizam livros didáticos e outros materiais?

2. Acesso a internet.

2.1. A escola está conectada a internet?

2.2.Alunos e professores têm acesso à internet?

2.3. A conexão com a internet permite a realização de pesquisas com rapidez?

3. Banheiros.

.3.1. Há banheiros disponíveis para o uso de todos, inclusive de alunos com deficiência?

3.2..Os banheiros são limpos e estão em boas condições de uso?

3.3. Os banheiros são adequados a quantidade de alunos em cada período de

funciomento da escola?

5. Água filtrada ou tratada.

5.1.Há filtros ou algum tipo de tratamento de água que permitam a disponibilização de

água potável a todos?

5.2 Os filtros ou bebedouros estão em boas condições de uso?

5.3. Todas as pessoas que freqüentam a escola (alunos, professores, pais, outros) tomam

água filtrada ou tratada na escola?

6. Carteiras para os alunos.

6.1 Há carteiras disponíveis para o uso de todos os alunos?

6.2 As carteiras estão em boas condições de uso?

6.3 As carteiras quebradas são rapidamente reaproveitadas?

7. Mesa e cadeira para o professor.

7.1. Há mesas e cadeiras para o professor nas salas de aula?

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7.2. As mesas e as cadeiras do professor estão em boas condições de uso?

7.3. As mesas e as cadeiras quebradas são rapidamente reaproveitadas?

8 Pátio escolar.

8.1. Há pátio escolar no qual os alunos possam brincar?

8.2. O pátio é seguro e bonito?

8.3. O pátio é aproveitado para atividades recreativas e pedagógicas quando necessário?

9. Espaço para o ensino e prática de esportes.

9.1 Há espaço para o ensino e prática de esportes?

9.2. O espaço para o ensino e a prática de esportes responde as necessidades da escola?

9.3. O espaço para a prática de esportes é bem aproveitado por todos os alunos?

10. Materiais para uso do professor, como pincéis, quadro, livros, jogos, mapas.

10.1. Há pincéis, quadros, livros, materiais didáticos, disponíveis para o uso do

professor?

10.2. Esses materiais respondem às necessidades da prática pedagógica? Estão em boas

condições de uso?

10.3. Os professores solicitam a aquisição de diferentes materiais?

11. Materiais didáticos: televisão pen drive, computador, aparelho de DVD, data show,

aparelho de som, DVDs, outros.

11.1. Há televisão, computador, aparelho de DVD, aparelho de som, DVDs e outros?

11.2 Esses materiais estão em boas condições e respondem à prática pedagógica? O

conteúdo de vídeos, programas de TV e músicas utilizadas na escola respeitam a

diversidade humana?

11.3. Os professores e alunos têm acesso a esses materiais?

12. Salas de aula.

12.1 As salas de aula são suficientes para o número de alunos da escola?

12.2 As salas de aula são bonitas, arejadas, alegres e iluminadas?

12.3 As salas de aula permitem a organização do mobiliário de acordo com atividades

diversas?

13. Pintura do prédio.

13.1 O prédio da escola está pintado?

13.2 A pintura do prédio e os quadros brancos estão em boas condições?

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13.3 As paredes são utilizadas de modo conveniente para expor trabalhos de alunos,

materiais educativos, informações relevantes, sem provocar poluição visual?

14. Biblioteca.

14.1 Há espaço específico para pesquisas e leituras?

14.2 A biblioteca conta com acervo organizado, ambiente agradável, arejado, iluminado

e bonito?

14.3 Qualquer pessoa (aluno, professor, funcionário, pai ou mãe) pode freqüentar a

biblioteca ou ter acesso aos livros da escola?

15. Merenda escolar.

15.1. O espaço destinado à manipulação e armazenamento dos alimentos é adequado,

obedecendo a um padrão de higiene?

15.2. O espaço do refeitório atende as necessidades da escola?

15.6. Os mobiliários, os utensílios, os aparelhos eletrodomésticos estão em bom estado

de conservação?

16. Calendário letivo e agenda?

16.1 A escola elabora seu calendário letivo e interno de acordo com seu projeto político

pedagógico?

16.2. Os calendários atendem as necessidades da escola quanto ao tempo de

aprendizagem?

16.3 Os calendários são fixados em locais visíveis? Podem ser consultados por todos

os interessados?

17. Plantas, árvores e flores.

17.1. Há plantas, árvores e flores na escola?

17.2. As plantas, árvores e flores da escola são bem cuidadas e bonitas?

17.3. Há atividades com os alunos para que aprendam a cuidar de plantas, árvores e

flores da escola?

18. Tratamento do lixo.

18.1. Há lixeiras na escola?

18.2. As lixeiras estão espalhadas em toda a escola para facilitar o seu uso?

18.3. Há algum trabalho pedagógico sobre a destinação do lixo? A escola separa o lixo

produzido e o encaminha para reciclagem?

19.Vias para acesso de pessoas com deficiência.

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19.1.Há vias para acesso de pessoas com deficiência na escola (salas de aula, pátio,

biblioteca, outros)?

19.2. As vias para acesso de pessoas com deficiência estão em boas condições de uso?

19.3. Essas vias são utilizadas adequadamente?

20. Nível baixo de ruído.

20.1. O nível de ruído é baixo?

20.2 O nível de ruído jamais atrapalha as atividades realizadas na escola?

20.3. São tomadas providências para evitar excesso de ruído?

21. Rede de esgoto.

21.1 A escola está ligada a um sistema de esgotamento sanitário?

21.1.2 As instalações de água e esgoto estão em boas condições de funcionamento?

22. Beleza.

22.1.A escola é bonita?

22.2 Há iniciativas para preservar e/ou melhorar a aparência da escola?

22.3.Questões relativas à estética do ambiente são discutidas pedagogicamente com a

comunidade escolar?

G-DIMENSÕES DO ACESSO, PERMANÊNCIA E SUCESSO NA ESCOLA – um

dos principais desafios atuais da nossa escola é fazer com que crianças, adolescentes e

jovens, nela permaneçam e consigam concluir os níveis de ensino em idade adequada, e

que jovens e adultos também tenham os seus direitos educativos atendidos. Será que

sabemos quem são aqueles que, na nossa escola, apresentam maior dificuldade no

processo de aprendizagem? Sabemos quem são aqueles que mais faltam na escola?

Onde e como eles vivem? Quais são as suas dificuldades? E os que abandonaram ou se

evadiram? Sabemos o motivo? Estamos nos esforçando para trazê-los de volta à escola?

Temos tratado essa situação com cuidado e carinho que ela merece? Ao responder a

essas e outras perguntas relativas a esta dimensão, a comunidade escolar poderá discutir

formas de a escola oferecer boas oportunidades de aprendizagem a todos os cidadãos.

INDICADORES E PERGUNTAS.

1. Número total de falta dos alunos.

1.1 A comunidade escolar calcula o número total de faltas dos alunos?

1.2 A comunidade escolar procura compreender as causas da falta dos alunos?

1.3 A escola possui alguma maneira de atender os alunos com maior número de faltas,

buscando resolver esse problema?

2. Abandono e evasão.

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113

2.1 Todas as crianças em idade escolar do entorno freqüentam a escola regularmente?

2.2 A comunidade escolar tem informações sobre a quantidade de alunos que se evadem

ou abandonam a escola?

2.3 A comunidade escolar busca compreender as causas do abandono ou da evasão?

2.4 A escola adota alguma medida para trazer de volta alunos que se evadiram ou

abandonaram a escola? Essas medidas têm gerado bons resultados?

3. Atenção aos alunos com alguma defasagem de aprendizagem.

3.1 No dia-a-dia, os professores dão atenção individual àqueles alunos que apresentam

dificuldades de aprendizagem?

3.2. A escola oferece oportunidades especiais para alunos que têm dificuldades de

aprendizagem (como lições extras, grupos de reforço, solicitação de professores

externos para a realização de debates ou aulas extras, mobilização de voluntários para

apoio, exames de recuperação, outros)?

3.3.Caso atividades como estas sejam oferecidas, elas conseguem fazer com que os

alunos melhorem seu nível de aprendizagem?

3.4. A escola faz algum tipo de agrupamento especial para atender adequadamente

alunos com alguma defasagem?

3.5. Caso haja algum tipo de agrupamento especial, pode-se afirmar que, de fato, nessas

turmas os alunos têm melhores condições de aprendizagem (atendimento mais

individualizado, metodologias alternativas, outros)?

3.6. A comunidade escolar tem informações sobre a quantidade de alunos que são

reprovados a cada ano?

3.7. A comunidade escolar sabe quais as disciplinas que mais reprovam e isso recebe

atenção especial da direção, equipe pedagógica e coordenação?

3.8. A comunidade escolar busca compreender as causas das reprovações?

A avaliação institucional será realizada de acordo com a solicitação da Secretaria Estadual de

Educação, podendo ser utilizada também para avaliação interna.

7.9.1.2 Avaliação no contexto escolar.

Os mecanismos de avaliação permitem constatar, compreender, estudar, interpretar, acompanhar,

aperfeiçoar e intervir nos processos de construção do conhecimento, bem como diagnosticar seus

resultados e atribuir-lhes valor.

A avaliação é uma prática pedagógica intrínseca ao processo ensino e aprendizagem, com a função de

diagnosticar o nível de apropriação do conhecimento pelo aluno.

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114

Na avaliação do aproveitamento escolar deverão preponderar os aspectos qualitativos sobre os

quantitativos da aprendizagem, considerada a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade dos

conteúdos, de acordo com o currículo e os objetivos propostos pela escola.

Assim, a avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o desenvolvimento global do

aluno e considerar as características individuais deste, no conjunto dos componentes curriculares

cursados. Dando-se relevância à atividade crítica, à capacidade de síntese e a elaboração pessoal, sobre

a memorização.

A avaliação é realizada em função dos conteúdos, utilizando métodos, instrumentos e critérios

diversificados, previstos na proposta pedagógica curricular de cada disciplina e com as concepções e

finalidades expressas neste Projeto Político Pedagógico.

Os instrumentos e critérios de avaliação devem valorizar a capacidade de análise, síntese, crítica,

elaboração pessoal, autonomia, criatividade, responsabilidade e participação.

É vedado submeter o aluno a uma única oportunidade e a um único instrumento de avaliação.

A relevância da avaliação deve estar centrada na assimilação de conhecimentos significativos, bem

como na habilidade de transformar e aplicar tais conhecimentos no contexto de uma prática social.

A recuperação de estudos é direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos

conhecimentos básicos, desde que os mesmos tenham participado de todas as avaliações previstas,

com ressalva aos casos especiais justificados.

A recuperação de estudos dar-se-á de forma permanente e concomitante ao processo ensino e

aprendizagem. A recuperação será organizada com atividades significativas, por meio de

procedimentos didático-metodológicos diversificados.

A recuperação poderá ser realizada por meio de pesquisas, trabalhos individuais ou em grupos,

dissertações, atividades extraclasse, questões objetivas e subjetivas, trabalhos com vídeos e outras.

Os resultados da recuperação serão incorporados às avaliações efetuadas durante o período letivo,

constituindo-se em mais um componente do aproveitamento escolar.

A promoção é o resultado da avaliação do aproveitamento escolar do aluno, aliada à apuração da sua

frequência.

No Ensino Fundamental, Médio e Profissional (na modalidade Ensino Médio Integrado), a promoção

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será ao final de cada série; a média final mínima exigida é de 6,0 (seis vírgula zero), observando a

freqüência mínima exigida por lei. No caso do Ensino Profissional na modalidade Subsequente, a

promoção acontecerá ao final de cada semestre.

Os alunos que apresentarem frequência mínima de 75% do total de horas letivas e média final igual

e/ou superior a 6,0 ( seis vírgula zero) em cada disciplina, serão considerados aprovados ao final do

período letivo.

Serão considerados retidos (reprovados), ao final do período letivo, os alunos que apresentarem

frequência inferior a 75% do total das horas letivas, independentemente do aproveitamento escolar;

A disciplina de Ensino Religioso não se constitui em objeto de retenção do aluno, não tendo registro de

notas na documentação escolar.

A avaliação final considerará para efeito de promoção ou de retenção, todos os resultados obtidos

durante o ano letivo e durante a recuperação de estudos.

Serão encaminhados ao Conselho de Classe, para promoção ou retenção, os alunos que, após a

apuração dos resultados finais, não atingirem o mínimo previsto pelo estabelecimento.

A nota do bimestre e/ou semestre será resultante da somatória dos valores atribuídos em cada

instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições na seqüência e ordenação dos

conteúdos.

A recuperação de estudos será de forma paralela ao longo da série e do período letivo, ofertada aos

alunos de baixo rendimento escolar. Constituindo-se num conjunto integrado ao processo de ensino,

além de se adequar às dificuldades dos discentes.

O professor deverá oportunizar a recuperação de estudos através de pesquisas, dissertações, provas,

trabalhos individuais ou em grupos, atividades extraclasse e outras.

Cabendo também a escola oferecer oportunidades de participação em atividades realizadas em contra

turno como os projetos desenvolvidos em diferentes áreas do conhecimento, além de freqüentar as

salas de apoio à aprendizagem e/ou sala de recursos, com materiais e metodologias diferenciadas que

atendam as necessidades de cada aluno.

Ressaltamos que a escola oferece matrícula com progressão parcial ao aluno reprovado em três

disciplinas (exceto para o curso técnico em Informática na modalidade Subseqüente), desde que

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preservada a sequência curricular e observadas as normas prescritas no regimento escolar.

As normativas regimentais acima descritas no que se referem ao rendimento, compreendendo

avaliação escolar, não são suficientes para atender aos direitos educacionais de oportunizar acesso,

terminalidade, continuidade e uma educação de qualidade social a todos. O ponto de partida é a

reflexão coletiva sobre que tipo de escola queremos construir? Para que sociedade? Para que camadas

da população vão trabalhar? Qual a concepção de homem? Qual a concepção de mundo? Qual a

concepção de conhecimento? Qual a concepção de cultura? Quem a avaliação beneficia? A quem

interessa? Traz que tipos de resultados? Quem é reprovado tem as suas condições melhoradas? Quais

as alternativas para quem supostamente não mostre condições? O que representa a nota mínima? Os

instrumentos permitem um diagnóstico efetivo da aprendizagem?

Essas concepções permeiam o presente Projeto Político Pedagógico, levam-nos a estabelecer

alternativas na busca por uma educação de qualidade e, consequentemente, com uma prática avaliativa

emancipadora.

Neste sentido identificamos alguns atributos da escola, a qual oferecerá uma educação de qualidade

resultante das práticas avaliativas emancipadoras, tais como:

ser pluralista, porque admite correntes de pensamento divergentes com respeito à diversidade,

ao diferente;

ser humanista, por identificar o homem como foco do processo educativo;

ter consciência de seu papel político como instrumento para a emancipação, combate às

desigualdades sociais e desalienação dos trabalhadores;

desenvolver o ser social em todas as suas dimensões: no econômico (inserção no mundo do

trabalho e da produção de bens e serviços); no cultural (apropriação, desenvolvimento e

sistematização da cultura popular e universal); no político (emancipação do cidadão, tornando-

o dirigente do seu destino e partícipe ativo na construção do destino do grupo social ao qual

pertence).

Ao focalizar o processo ensino-aprendizagem como o eixo do trabalho numa educação emancipadora,

que busca a transformação da realidade, o conhecimento passa a ser fruto de uma construção coletiva,

e assim, o aluno e professor ensinam e aprendem num movimento de troca e crescimento mútuo. Nessa

percepção, como Paulo Freire tão bem desvelou, o processo ensino-aprendizagem é uma seta de mão

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dupla: de um lado, o professor ensina e aprende e, de outro, o estudante aprende e ensina, num

processo dialético, isto é, permeado de contradições e de mediações.

Nessa perspectiva, transformar a prática avaliativa é responder as questões educacionais em suas

concepções, seus fundamentos, sua organização, suas normas burocráticas, mudanças conceituais,

redefinindo os pressupostos teóricos e metodológicos dos conteúdos, das funções docentes entre

outras.

Sendo assim, a avaliação contínua formativa deve prevalecer no processo ensino-aprendizagem,

visando o desenvolvimento integral do aluno, vislumbrando um diagnóstico individual de cada um,

identificando seus sucessos, possíveis fracassos e/ou dificuldades como meio de visualização

qualitativa e não somente quantitativa.

A análise qualitativa na avaliação formativa leva em consideração os aspectos cognitivos, afetivos e

relacionais os quais permeiam as aprendizagens significativas possibilitando que o aluno continue a

aprender.

Avaliação como parte do processo ensino-aprendizagem significa conhecer o aluno melhor e ensinar

melhor. Observando e registrando os dados diante de atividades pedagógicas inovadoras, relevantes e

significativas, considerando o tempo efetivo para que a aprendizagem possa ocorrer.

Dar sentido a avaliação formativa é convertê-la em uma ferramenta pedagógica, contribuindo para o

desenvolvimento das capacidades dos alunos e da qualidade do ensino.

Dessa forma, as finalidades da avaliação são:

1- conhecer o aluno: suas competências curriculares, seu estilo de aprendizagem, seus interesses, suas

técnicas de trabalho;

2- constatar o que está sendo aprendido: o docente faz registros do acompanhamento do estudante ou

do grupo, de forma contínua e com diversos procedimentos metodológicos, julgando o grau de

aprendizagem considerando os conhecimentos, às atitudes e valores, às aprendizagens socioafetivas e

culturais;

3- adequar o processo de ensino: de acordo com os objetivos propostos ao aluno, como ao grupo e

àqueles que apresentam dificuldades;

4- julgar, globalmente, o processo de ensino-aprendizagem: o docente realizará análise e reflexão ao

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término de cada unidade sobre o sucesso alcançado em função dos objetivos previstos e revê-los de

acordo com os resultados apresentados e se for o caso redirecionar sua própria prática.

A avaliação será contínua e integrada ao fazer diário do professor, realizada em situações normais,

evitando a exclusividade de rotina das provas na qual o aluno é medido somente naquela situação

específica, abandona-se tudo o que foi realizado em sala e/ou outros espaços educacionais antes da

prova.

A postura avaliativa contínua do docente deve compreender as várias áreas de capacidade do aluno,

como a cognitiva, motora, de relações interpessoais, de atuação, ética, nos variados componentes do

currículo. A avaliação formativa é concebida como meio pedagógico para ajudar o aluno em seu

processo educativo.

Segundo Hoffmann (2000), avaliar nesse novo paradigma é dinamizar oportunidades de ação-reflexão,

num acompanhamento permanente do professor e este deve propiciar ao aluno em seu processo de

aprendizagem, reflexão acerca do mundo, formando seres libertários e participativos na construção de

verdades formuladas e reformuladas.

Importante também destacar que não existe processo avaliativo desvinculado da afetividade, porque há

uma dialética entre o afetivo e o cognitivo. Os indicadores de afetividade permeiam a relação do aluno

com seu desempenho.

Cabe enfatizar que na prática pedagógica o professor deverá observar o aluno quanto:

1- o nível de aprendizagem;

2- a qualidade do conteúdo elaborado, da linguagem utilizada;

3- a sistematização e ordenação das partes, relacionadas à produção individual;

4- a qualidade da elaboração em conjunto com outros alunos;

5- a capacidade crítica, indicando a criatividade;

6- a capacidade de reconstrução própria e de relacionar os conteúdos das diversas áreas do

conhecimento;

7- as considerações e opiniões dos próprios alunos.

Dada a forma dinâmica e interdependente do trabalho educativo, não podemos esquecer que os

resultados do processo avaliativo interessam a cinco públicos:

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119

1- ao aluno, que tem o direito de conhecer o próprio processo de aprendizagem para se empenhar na

superação das necessidades;

2- aos pais, corresponsáveis pela educação dos filhos;

3- ao professor, que precisa avaliar a própria prática;

4- a equipe docente, que deve garantir terminalidade e continuidade do percurso escolar do aluno;

5- as instâncias colegiadas, corresponsáveis pela concretização das metas do Projeto Político

Pedagógico.

Em coerência com essa prática deve-se primeiramente informar o porquê e para que estudar

determinado conteúdo, estabelecendo normas de condutas na sala de aula.

Definindo as condutas os alunos terão condições de acompanharem seu próprio desenvolvimento.

Surgindo então a autoavaliação, devendo o professor explicar por que e para que realizar essa prática, e

determinando em que aspecto (responsabilidade e participação), cada um deve se avaliar. As

autoavaliações podem ser orais ou escritas, onde o aluno expõe sua análise, discute com os colegas,

relata suas dificuldades e aquilo que não aprendeu.

A autoavaliação é mais um instrumento para melhorar o trabalho docente e promover a autonomia do

aluno. Esse processo democrático coloca o aluno como sujeito da própria educação, dando maior

segurança ao professor, que teme ser injusto ou tendencioso.

Compreendendo a educação como prática social que visa o desenvolvimento de cidadãos conscientes,

autônomos e emancipados, a avaliação é fundamental como um processo dialógico, interativo,

tornando o aluno também um ser crítico, criativo e participativo.

Neste sentido, o Conselho de Classe é um órgão de natureza consultiva e deliberativa em assuntos

didáticos-pedagógicos, fundamentado neste Projeto Político Pedagógico e no Regimento Escolar, com

a responsabilidade de analisar as ações educacionais, indicando alternativas que busquem garantir a

efetivação do processo ensino e aprendizagem.

O Conselho de Classe, após analisar as informações e dados apresentados, tem a função de intervir em

tempo hábil no processo ensino aprendizagem, oportunizando ao aluno formas diferenciadas de

apropriar-se dos conteúdos curriculares estabelecidos.

O Conselho de Classe é um espaço de reflexão pedagógica, onde todos os sujeitos do processo

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educativo, de forma coletiva, discutem alternativas e propõem ações educativas eficazes que possam

vir a sanar necessidades/dificuldades apontadas no processo ensino aprendizagem.

As reuniões do Conselho de Classe serão presididas pela equipe de direção, os quais dão

encaminhamento às decisões tomadas.

É da responsabilidade da equipe pedagógica organizar as informações e dados coletados a serem

analisados pelo Conselho de Classe.

As reuniões do Conselho de Classe serão lavradas em Livro Ata pela secretaria da escola.

O Conselho de Classe é constituído pelo(a) diretor(a) e/ou diretor(a) auxiliar, pela equipe pedagógica,

por todos os docentes e os alunos representantes que atuam numa mesma turma e/ou série, por meio

de:

I - pré-conselho de classe com toda a turma em sala de aula, sob a coordenação do professor

representante de turma e/ou pela pedagoga;

II – conselho de classe integrado, com a participação da equipe de direção, da equipe pedagógica, da

equipe docente, da representação facultativa de alunos e pais de alunos por turma e/ou série.

8. ENSINO FUNDAMENTAL COM DURAÇÃO DE NOVE ANOS

O parecer nº 407/11 CEE/CEB, trata da implantação do Ensino Fundamental de nove anos, do 6º ao 9º

ano, de forma simultânea no Sistema Estadual de Ensino do Paraná. Isso ocorrerá a partir do ano de

2012. Para maior compreensão desse processo, retomamos seu histórico.

O Governo Federal, em 16/05/2005, sancionou a Lei nº 11.114, a qual alterou a Lei de Diretrizes e

Bases da Educação para “tornar obrigatório o início do Ensino Fundamental aos seis anos de idade.”

Em 06/02/2006, o Governo Federal sancionou a Lei Federal nº 11.274, a qual também alterou a LDB e

dispôs sobre a duração mínima do Ensino Fundamental para nove anos, reafirmando a matrícula

obrigatória a partir dos seis anos de idade e fixando o ano de 2010 como prazo final para a implantação

do ensino fundamental ampliado.

Através da Resolução nº03, CNE/CEB, aprovada em 03/08/2005, foram definidas pela Câmara de

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Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, as normas nacionais para a ampliação do ensino

fundamental de nove anos de duração, e reiterando a antecipação da obrigatoriedade de matrícula no

ensino fundamental aos seis anos de idade. Portanto, o CNE/CEB, nessa Resolução, definiu pela

seguinte organização curricular:

* Educação Infantil : creche (até 3 anos de idade); pré-escola (de 4 e 5 anos de idade).

* Ensino Fundamental : anos iniciais (de 6 a 10 anos de idade), com duração de 5 anos; anos finais (de

11 a 14 anos de idade), com duração de 4 anos.

O CEE, na Deliberação nº03, normatizou sobre a implantação do Ensino Fundamental no Sistema

Estadual de Ensino do Paraná, reafirmando a normatização nacional.

No parágrafo único do Artigo 1º e no Artigo 14 da Deliberação nº03/20006, CEE/PR, dispõe que a

implementação deveria ser gradativa, e no Artigo 24 fixou que seria de “implantação obrigatória no

ano de 2007”.

Em razão de demandas administrativas e judiciais, pela Deliberação nº03/07, CEE/PR, Artigo 1º, o

conselho flexibilizou que “a implementação progressiva do Ensino Fundamental de nove anos no

Sistema de Ensino do Estado do Paraná dar-se-á até o ano de 2010(...)”.

A Indicação nº01/2006, fundamenta a Deliberação nº03/2006 e expressa sobre a implantação do ensino

fundamental de nove anos o seguinte: (...)“Os sistemas de ensino deverão ampliar a duração da

educação fundamental para 9 (nove) anos, administrando a convivência dos planos curriculares do

ensino fundamental de 8 (oito) anos para 9 (nove) anos. A criação de nova instituição escolar de ensino

fundamental, a partir do ano de 2007, será, obrigatoriamente, com proposta pedagógica para 9 (nove)

anos de duração, atendendo ao novo ordenamento legal”.(...)

Na Deliberação nº03/2006, CEE/PR, Processo nº602/11, sobre a elaboração da proposta pedagógica,

cita que:

(...) “Art. 8º - O ensino fundamental de nove anos deverá:

(...) IV – Articular-se com o pré-escolar, tendo em vista a continuidade do atendimento da criança,

respeitada a especificidade de seu desenvolvimento.”

Conclui-se então, que a Lei Federal, a qual instituiu a duração mínima de nove anos para o ensino

fundamental, não estabeleceu que sua implantação deveria ser de forma gradativa. Assim, o Conselho

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Estadual de Educação, estabeleceu a gradatividade para a implantação do ensino fundamental com

nove anos de duração em todo o Sistema Estadual de Ensino do Paraná.

Sobre a gradatividade, a Indicação nº 01/2006, CEE/PR, a qual fundamentou a Deliberação nº 03/2006,

expressa que:

(...)”A ampliação do Ensino Fundamental para 9 (nove) anos de duração deverá ser gradativa, de

forma a não provocar situações pedagógicas de perda de identidade do último ano da educação infantil

ou do ano inicial do ensino fundamental, tanto em relação ao trabalho em sala de aula, quanto aos

recursos humanos, material pedagógico e instalações físicas.”(...)

Diante disto, o Conselho percebeu a necessidade de um período de amadurecimento para a construção

da proposta pedagógica do ensino fundamental, pois esta deveria proporcionar a transição com a

educação infantil, preservando a identidade de ambas as etapas da educação básica, e também suprir

quaisquer perdas educativas aos alunos(as) que não frequentaram a educação infantil. Mas não foi o

que aconteceu, já que diversos questionamentos foram realizados.

Situações derivadas desses questionamentos, decisões judiciais e a edição da Lei nº 16.049/2009,

provocaram insegurança jurídica no Sistema Estadual de Ensino do Paraná quanto à idade para o

ingresso no Ensino Fundamental, a qual ainda perdura, mesmo havendo normatização pelo Conselho

Nacional de Educação que reafirma a idade mínima de 6 anos completos até 31 de março.

Devido a estas inseguranças, não houve o repensar das propostas pedagógicas por muitas instituições

de ensino e a ampliação do ensino fundamental foi reduzida ao acréscimo de um ano para a sua

integralização.

Portanto, as instituições de ensino que ofertam os anos finais do ensino fundamental devem dialogar

com as instituições de ensino que ofertam os anos iniciais, para que haja coerência entre os conteúdos

trabalhados e uma construção da proposta pedagógica adequada à normatização. Somente assim

haverá uma efetiva implantação do ensino fundamental com nove anos de duração.

Quanto a gradatividade, a SEED concluiu e relatou que a implantação do ensino fundamental de nove

anos de forma gradativa ,(coexistindo ao de 8 séries), para os anos finais, implicaria em onerosidade.

Diante do exposto, foi acolhida a solicitação da Secretaria de Estado da Educação – SEED, ficando

definida que a implantação do ensino fundamental de nove anos, anos finais, será simultânea para o

ano de 2012 em todas as escolas que integram o Sistema Estadual de Ensino do Paraná.

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Percebendo a necessidade de se repensar a proposta pedagógica e de se adequar às mudanças para o

ano de 2012, se contempla no presente Projeto Político Pedagógico, as informações e alterações

referentes ao Ensino Fundamental de nove anos.

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9.PLANO DE AÇÃO DA ESCOLA

EIXO. OBJETIVO DETALHAMENTO CONDIÇÃO CRONOGRAMA RESPONSÁVEL

- Garantir a autonomia

política, pedagógica e

administrativa da escola na gestão de seus

processos

organizacionais e educacionais, bem como

na aplicação dos recursos

financeiros, conforme a

necessidade da escola;

-Estabelecer normas de

manutenção e preservação da escola;

- Definir atribuições e

normas para escolha dos

professores monitores e alunos representantes de

turmas.

- Estabelecer em

reunião específica

com os órgãos colegiados a forma e

prioridades para

aplicação dos recursos financeiros

da escola, bem como,

informação à

comunidade.

-Com os órgãos

colegiados estabelecer as normas

e divulga-las.

- Reunião com o

corpo docente e

discente estabelecendo as

normas e atribuições

dos monitores e representantes de

turmas com a

realização da auto-avaliação.

- Primeira reunião com

os órgãos colegiados no

mês de fevereiro.

- Primeira reunião dos

órgãos colegiados no mês de fevereiro.

- Primeira reunião com o

corpo docente e discente

no mês de fevereiro.

- Equipe de direção e

órgãos colegiados.

- Equipe de direção e

os órgãos colegiados.

- Equipe de direção e

pedagógica.

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125

-Redimensionar

qualitativamente o

funcionamento do Conselho de Classe no que

concerne à análise e

tomada de decisão frente aos problemas enfrentados

no processo ensino-

aprendizagem, compartilhando

responsabilidades e ações

imediatas coletivas para

solução dos mesmos;

- Implantar com apoio dos órgãos colegiados e

parcerias a Escola de Pais ,

integrando-os efetivamente na vida escolar dos

filhos/alunos na condição

de co-responsáveis.

- Estabelecer com o

corpo docente a

realização do conselho de classe

,pré e pós, avaliando

seu formato e resultados.

-Apresentar aos órgãos colegiados o

projeto “Escola de

Pais”, buscando apoio e participação

efetiva dos membros

como colaboradores na execução.

- Reuniões bimestrais,

- Reuniões bimestrais

- Equipe de direção e

pedagógica.

- Equipe de direção, pedagógica e órgãos

colegiados.

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126

PROPOSTA

PEDAGÓGICA.

- Garantir que a

Educação Básica seja

pautada como direito de todos, pública, de

qualidade social,

gratuita,

democrática,

inclusiva,

transformadora, que respeita a

diversidade cultural.,

etnicorracial e sexual.

- Subdisiar tecnicamente o

trabalho do professor

quanto a utilização de metodologias adequadas a

pedagogia histórico critica,

garantindo ao aluno o

pleno domínio da leitura,

da escrita, do cálculo e

demais disciplinas por meio dos conhecimentos

científicos, tecnológicos e

culturais.

- Assegurar ao corpo

docente apoio técnico nos aspectos pedagógicos

sobre o sistema de

avaliação adotado pela escola

com ênfase na avaliação

formativa, recuperação paralela de estudos e auto-

avaliação.

- Realizar pesquisa

sobre a pratica de

ensino que enriqueçam a teoria

pedagógica adequada

aos alunos, por meio

de leituras,

participação em

grupo, atividades culturais e outros.

- Com o corpo

docente realizar análise do

comportamento e

desempenho dos alunos, atividades

desenvolvidas,

métodos, soluções para os problemas

apresentados e com

os pais.

- De acordo com a hora,

atividade de cada

professor,

- Reuniões bimestrais

(pré-conselho e conselho de classe) e

em hora-atividade com

o corpo docente e com os pais e/ou

responsáveis, no

decorrer do projeto Escola de Pais ou

quando necessário..

- Equipe de direção e

pedagógica.

-- Equipe de direção e

pedagógica.

Page 127: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - Notícias · Esse coletivo, contudo, deve ser entendido tanto no sentido mais amplo dos movimentos da categoria, como no sentido da escola enquanto

127

- Garantir o atendimento

aos alunos com dificuldades e déficit de

aprendizagem.

- Promover intercâmbio com outras unidades de

ensino.

- Garantir o domínio e a

análise crítica da

fundamentação teórica que permeia a proposta

pedagógica.

- Realizar os

procedimentos normativos

assegurando o

espaço físico os recursos materiais e

humanos para

atendimento diferenciado nas

salas de apoio e de

recursos em

contraturno.

- Buscar, em conjunto com as

equipes escolares,

soluções e formas adequadas ao

aprimoramento do

trabalho pedagógico e à consolidação da

identidade da escola.

- Promover grupos

de estudo para a

revisão e aperfeiçoamento dos

currículos,

pressupostos teóricos,

encaminhamentos

metodológicos, conteúdos e

avaliação.

- Do mês de março a

dezembro.

- No primeiro e segundo semestre.

- De acordo com o

calendário escolar.

- A entidade

mantenedora, N.R.E.;, equipe de direção e

pedagógica

- A equipe de direção e pedagógica.

- A equipe de direção e

pedagógica.

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128

- Viabilizar a política de

inclusão, através da

melhoria qualitativa do atendimento pedagógico,

aos alunos portadores de

necessidades educacionais

especiais.

- Eliminar práticas

educativas elitistas, preconceituosas,

discriminatórias e

segregacionistas, reconhecendo a

diversidade cultural,

etnicorracial e sexual..

- Assessorar

tecnicamente o corpo

docente com sugestões, textos e

redimensionar o

número de alunos

por turma, de forma

gradativa, levando

em consideração a presença de alunos

com deficiências

acentuadas que exijam atenção

individualizada.

- Inserir em todas as

disciplinas atividades pedagógicas

referentes à Cultura

afro-brasileira , africana e indígena,

bem como os demais

tipos de diversidades, de acordo com o

PPP.

- Durante todo o ano

letivo, utilizando a

formação continuada e a hora-atividade.

- Durante todo o ano

letivo, de acordo com o calendário interno de

atividades pedagógicas

da escola..

- Equipe da Direção

pedagógica e NRE.

- Equipe de direção,

pedagógica, corpo docente e funcionários.

Page 129: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - Notícias · Esse coletivo, contudo, deve ser entendido tanto no sentido mais amplo dos movimentos da categoria, como no sentido da escola enquanto

129

-Incentivar o

desenvolvimento de

atividades culturais, esportivas e científicas que

contribuam para formação

do educando e também valorizem a construção do

conhecimento como:

Agenda 21 Escolar , Jogos Colegiais e Interclasses,

Festivais, Atividade

Complementar C. de

Contraturno, Mostras

científicas, etc.

- Criar

mecanismos de divulgação

e registro do trabalho pedagógico desenvolvido,

para a comunidade em que

a escola está inserida como :exposições, experimentos,

pesquisas, boletins

informativos e outros.

-Avaliar com o corpo

docente, diferentes

medidas de acordo com cada projeto

quanto aos aspectos

operacionais e alcance dos

objetivos.

- Definir com o

corpo docente a

coordenação das atividades, espaço

físico, materiais,

formas adequadas para apresentação de

cada trabalho.

- Elaborar um

calendário interno da

escola visando a realização dos projetos

- As atividades estarão

previstas no calendário

interno da escola.

-Equipe de direção,

pedagógica, docentes e

funcionários..

- Equipe de direção,

pedagógica, corpo

docente, funcionários e órgãos colegiados.

Page 130: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - Notícias · Esse coletivo, contudo, deve ser entendido tanto no sentido mais amplo dos movimentos da categoria, como no sentido da escola enquanto

130

FORMAÇÃO

CONTINUADA

- Garantir a oferta do

Ensino Fundamental,

Médio e Profissional considerando a

indissociabilidade

entre o acesso, a

permanência, a

qualidade e a

conclusão.

-Democratizar as

informações sobre as

políticas que norteiam o sistema educacional a

todos os profissionais da

educação.

- Viabilizar a participação

dos profissionais da educação em cursos,

seminários, grupos de

estudo, projetos (previstos no projeto político

pedagógico) e outros.

- Promover a formação

continuada em serviço.

- Oportunizar a

entidade

representante da classe, momentos de

esclarecimentos

sobre questões

pertinentes como: a

carreira, salário,

formação continuada básica e outros.

-Incentivar a

participação,

promover e manter os profissionais da

educação informados

sobre a realização dos mesmos.

- Garantir a hora-atividade do corpo

docente, visando o

aperfeiçoamento profissional com

acesso a textos,

livros, periódicos, internet e outros.

- No primeiro e segundo

semestre.

- De acordo com o

calendário escolar, interno e SEED.

- De acordo com a hora-

atividade de cada

professor.

- A equipe de direção e

pedagógica.

- A equipe de direção e

pedagógica.

- A equipe de direção e

pedagógica.

Page 131: PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO - Notícias · Esse coletivo, contudo, deve ser entendido tanto no sentido mais amplo dos movimentos da categoria, como no sentido da escola enquanto

131

QUALIFICAÇÃO

DOS

EQUIPAMENTOS, FUNCIONÁRIOS E

ESPAÇOS.

-Proporcionar espaços

educativos

organizados, agradáveis que

favoreçam o convívio

social e com materiais disponíveis

favorecendo a prática

pedagógica com qualidade.

- Redimensionar as

tarefas realizadas

pelas equipes de apoio.

- Manter os espaços

educativos limpos,

organizados e com

materiais adequados

às atividades propostas como: salas

de aula, biblioteca,

laboratórios de informática,

laboratório de

Biologia/Ciências, sala de jogos

(Educação Física),

Apoio,CELEM, Recursos, Atividade

Complementar

Curricular de Contraturno, quadra

de esportes.

- Distribuir as

responsabilidades de

acordo com um cronograma.

- Estabelecer com o

corpo docente e

discente normas para

utilização e

manutenção dos espaços educativos.

- De acordo com

atividades

administrativas.

- A utilização dos

espaços educativos

obedecerá calendário

escolar e interno.

- Equipe de direção e

de apoio.

- Equipe de direção,de

apoio, pedagógica ,

docentes.

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132

- Estabelecer com os

órgãos colegiados

um padrão mínimo para provimento dos

espaços educativos

com mobiliários, equipamentos e

materiais.

- Readequar a

quadra de esportes.

-Construir novos espaços educativos.

- Prover os espaços

educativos com

mobiliários e equipamentos como

TV, vídeo, DVD e

data show.

- Solicitar recursos

financeiros para

fechamento das

laterais da quadra de esportes e construção

de arquibancadas.

-Solicitar recursos financeiros para

construção de dois

espaços destinados as salas de apoio,

recursos e ambiente.

- De acordo com

autorizações e recursos

da SEED.

- Término da reforma

do piso e manutenção da

iluminação, no segundo

semestre de 2009.

- De acordo com autorizações e recursos

da SEED.

-

A FUNDEPAR/SEED,

equipe de direção e

órgãos colegiados.

FUNDEPAR/SEED.

- FUNDEPAR/SEED.

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133

APRESENTAÇÃO DAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES

As Propostas Pedagógicas Curriculares estão pautadas nas Diretrizes Curriculares para a Educação

Básica da Rede Estadual, que por sua vez é regida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional.

As Diretrizes Curriculares foram construídas e aperfeiçoadas ao longo de vários anos de leituras e

debates com a participação de docentes da Rede Estadual de Ensino.

Discussões pedagógicas já haviam acontecido anos antes, dando origem a um documento curricular

bastante conhecido como Currículo Básico, cuja linha filosófica estava vinculada ao Materialismo

Histórico Dialético e vigorou nos estabelecimentos de ensino durante a década de 90.

As Diretrizes Curriculares também são resultado das discussões que constituíram o Currículo

Básico, porém possui o perfil de outra metodologia de construção, que contou com a grande

participação dos professores. Baseia-se nos pressupostos da Pedagogia Histórico-Crítica, que está

fundamentada no Materialismo Histórico Dialético.

De acordo com o Caderno da Secretaria de Estado da Educação do Paraná - Diretrizes Curriculares

da Educação Básica, nas Diretrizes manteve-se “o vínculo com o campo das teorias críticas da

educação e com as metodologias que priorizem diferentes formas de ensinar, de aprender e de avaliar.”

Além disso, a concepção de conhecimento considera suas dimensões científica, filosófica e artística,

valorizando igualmente a importância de todas as disciplinas.

As Diretrizes Curriculares foram construídas com o intuito de nortear a prática pedagógica dos

professores e de estimular reflexões sobre cada disciplina e seu ensino.

Portanto, as Propostas Pedagógicas Curriculares se apresentam como uma síntese da história de

construção de cada disciplina enquanto ciência, seus conteúdos estruturantes e básicos mais relevantes,

além dos conteúdos obrigatórios, os encaminhamentos metodológicos propostos pelo professor, assim

como os instrumentos e critérios de avaliação a serem aplicados.

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134

AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO.

O Projeto Político Pedagógico, contendo todas as alterações atuais, estará disponível no site do

colégio e no próprio estabelecimento de ensino para ser lido e avaliado.

Durante as semanas pedagógicas nos meses de fevereiro e julho, o PPP será debatido para que seja

constantemente avaliado e atualizado.

Este documento é fruto de leituras e debates coletivos e deve ser analisado por toda a comunidade

escolar a qualquer momento do período letivo.

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Ata de Aprovação

Ata de apresentação e aprovação do Projeto Político Pedagógico com as devidas alterações realizadas

no ano letivo de 2011.

Aos cinco dias do mês de dezembro do ano de dois mil e onze, reuniram-se em uma das dependências

do Colégio Estadual Dom Bosco – Ensino Fundamental, Médio e Profissional, a diretora professora

Claudia Regina Silva da Eira, a equipe pedagógica, docentes, funcionários e membros do Conselho

Escolar abaixo nominados, para analisar e aprovar as alterações realizadas no Projeto Político

Pedagógico versão 2011. A diretora professora Claudia iniciou a reunião esclarecendo que a

elaboração do Projeto Político Pedagógico e a Proposta Pedagógica Curricular estão previstas na Lei

de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96 nos seus artigos 13,14 e 15. O debate,

acompanhamento e aprovação do PPP pelo Conselho Escolar, está previsto no artigo 6º, § 1º da

deliberação nº 16/99 do CEE – Conselho Estadual de Educação. O PPP em seus encaminhamentos,

fundamentos e princípios, será legitimado pelo Regimento Escolar, o qual da mesma forma foi

construído e definido coletivamente (professores, funcionários, alunos, pais ou responsáveis, direção e

equipe pedagógica) de acordo com o artigo 2º da deliberação nº 14/99 – CEE e artigo 4º da deliberação

nº16/99 - CEE e aprovado pelo Conselho Escolar. Cabe a direção da unidade escolar juntamente com a

equipe pedagógica do estabelecimento de ensino, coordenar a elaboração e acompanhar a

implementação do Projeto Político Pedagógico. O PPP será realimentado

(alterado/modificado/atualizado), periodicamente, devendo publicizá-lo, de forma impressa e de forma

digital no site da escola. Devendo também dispobinilizar as edições anteriores do PPP, organizadas

historicamente a fim de subsidiar as sucessivas reavaliações da prática pedagógica e consequentemente

sua revisão. Primeiramente foi esclarecido sobre questões relativas ao PPP, tais como: leis,

coordenação da implementação, etc. e que as alterações realizadas seguem as orientações emanadas da

SEED – Secretaria Estadual de Educação, em documentos/textos e instruções encaminhados através de

reunião realizada pelo Núcleo Regional de Educação, em agosto de 2011. A segunda etapa de

realimentação deste PPP foi o levantamento de dados atualizados junto a secretaria e outras

informações necessárias. Sendo assim, apresentamos para apreciação deste conselho as alterações : -

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na capa (alteração da data); - sumário (numeração); - atos oficiais (inclusão do curso técnico em

informática nas modalidades Ensino Médio Integrado e Subsequente); - atualização dos espaços físicos

para a prática pedagógica (salas de aula, informática, laboratório de Biologia, biblioteca, sala de apoio,

recursos, CELEM, Atividade Complementar Curricular de Contraturno); - distribuição de turmas

(atualização de dados quanto ao número de turmas/séries, alunos e modalidades de ensino por período

de funcionamento, sala de apoio, sala de recursos, CELEM, Atividade Complementar Curricular de

Contraturno); - qualificação dos profissionais que atuam na escola (quantidade de QPM, SC02, PSS,

QFEB, etc., grau de escolaridade); - caracterização da população: acrescentadas informações sobre a

solicitação de cessação do curso técnico em Secretariado; Apresentação, análise e síntese dos dados do

questionário, da página 13 até a página 49: retirados os textos, gráficos e tabelas que não condizem

com a realidade atual, pois são dados do anos de 2004 e 2005; Objetivos específicos: mudança de

nomenclatura de Programa Viva a Escola para Atividade Complementar Curricular de Contraturno; -

Marco situacional: descrição da realidade brasileira, do estado, do município e da escola (incluídas

informações atualizadas sobre o curso técnico em informática, Programa Atividade Complementar

Curricular de Contraturno, outros projetos da escola, inclusive o FESTDOM, IDEB 2009, projeções do

IDEB para 2011, planilhas sobre aprovação, reprovação, evasão); - Marco conceitual: critérios de

organização interna da escola (adequação do texto ao ensino fundamental de nove anos – primeiro,

segundo e quarto parágrafos, mudança de nomenclatura do Viva a Escola para Atividade

Complementar Curricular de Contraturno, menção à oferta do CELEM; acrescentados textos sobre

concepção de infância e adolescência, concepção de letramento, concepção de educação fiscal,

concepção de ensino fundamental de nove anos); Marco operacional: no texto Recursos que a escola

dispões para realizar seu projeto, mencionou-se o laboratório de Biologia e foi transferida a

denominação bibliotecária para atendente de biblioteca; foi acrescentado texto sobre a Instrução

Conjunta nº 02/2010, quanto ao nome social para alunos e alunas travestis e transexuais, acrescentado

texto sobre estágio não obrigatório para alunos(as) do curso Técnico em Informática nas modalidades

Ensino Médio Integrado e Subseqüente; no texto Intenção de acompanhamento dos alunos que se

evadiram da escola, houve pequena alteração no texto do quarto parágrafo; atualizações realizadas na

“avaliação institucional” e alterado o prazo de realização; no texto Práticas avaliativas, no vigésimo

terceiro parágrafo, houve alteração no texto para esclarecer que no Plano de Curso do curso técnico

não há previsão de matrículas com progressão parcial; no texto Práticas avaliativas o título passou a ser

Avaliação no contexto escolar; acrescentado texto sobre o ensino fundamental de nove anos,

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atualizações realizadas no plano de ação, acrescentado texto de apresentação e todas as Propostas

Pedagógicas Curriculares por disciplinas; foi inserida a avaliação do PPP.. Em todo o Projeto Político

Pedagógico foram realizadas revisões quanto a formatação, paginação e ortografia.

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138

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