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Universidade de Ribeirão Preto UNAERP Curso de Engenharia Química Ana Paula dos Santos Bomfim Cód.: 790918 Mayara Santiago do Nascimento Cód.: 790939 Renata Junqueira Barrot Cód. 790944 Ricardo Augusto Prodóssimo Cód.: 794643 PROJETO DE SISTEMA DE PENEIRAMENTO Ribeirão Preto, 2012

Projeto de peneiras industriais

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Page 1: Projeto de peneiras industriais

Universidade de Ribeirão Preto

UNAERP

Curso de Engenharia Química

Ana Paula dos Santos Bomfim Cód.: 790918

Mayara Santiago do Nascimento Cód.: 790939

Renata Junqueira Barrot Cód. 790944

Ricardo Augusto Prodóssimo Cód.: 794643

PROJETO DE SISTEMA DE PENEIRAMENTO

Ribeirão Preto, 2012

Page 2: Projeto de peneiras industriais

2

Ana Paula dos Santos Bomfim

Mayara Santiago do Nascimento

Renata Junqueira Barrot

Ricardo Augusto Prodóssimo

PROJETO DE SISTEMA DE PENEIRAMENTO

Relatório técnico de projeto apresentado como

requisito para aprovação na disciplina de

Operações Unitárias IV, no Curso de

Engenharia Química, na Universidade de

Ribeirão Preto.

Prof. Dr. Murilo D. M. Innocentini

Ribeirão Preto, 2012

Page 3: Projeto de peneiras industriais

3

RESUMO

Este trabalho apresenta as etapas para dimensionamento de um sistema de

peneiramento para encontrar um modelo comercial de equipamento que atenda as

especificações calculadas em projeto para o material escolhido, levando em consideração suas

características físico-químicas e distribuição granulométrica.

Page 4: Projeto de peneiras industriais

4

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 5

2. PROPRIEDADES FISICO-QUÍMICAS 6

3. DIMENSIONAMENTO DE PENEIRA 7

3.1. DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA 7

3.2. DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE PENEIRAMENTO 9

3.2.1. MÉTODO DA METSO 9

3.2.2. FÓRMULA EMPÍRICA DE BAUMAN 12

3.3. DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DA CAMADA NO OVERSIZE 13

3.3.1. MÉTODO DA METSO 14

3.3.2. MÉTODO DO LIVRO 17

4. ESCOLHA DA PENEIRA 18

5. CONCLUSÃO 21

6. BALANÇO MATERIAL 22

ANEXO A – TABELAS DA METSO 23

ANEXO B – TEMA DO PROJETO 25

REFERÊNCIAS 26

Page 5: Projeto de peneiras industriais

5

1. INTRODUÇÃO

O sal é uma substância muito importante no mundo desde a antiguidade, onde era

utilizado como parte do salário de soldados romanos, dando origem ao nome “salário”.

Também era utilizado para melhorar o sabor dos alimentos ou conservá-los, já que foi

observado que ao salgar um alimento ele perdurava mais do que se fosse mantido abandonado

em contato com o ar.

O sal é formado pelos elementos sódio (Na) e cloro (Cl), na proporção de 40% e 60%,

respectivamente (Em: <http://pt.encydia.com/es/Sal#Propiedades_de_la_sal>. Acesso em: 08

de abril 2012). Ele pode ser extraído de duas formas principais: através da evaporação da água

marinha ou por meio de extração mineral de uma rocha denominada halita (Figura 1). Nos

oceanos se encontra a maior concentração de sal, pois se estima que para cada 1 km³ de água

do mar sejam encontrada 73 toneladas de cloreto de sódio (MELO; CARVALHO; PINTO,

2008).

Figura 1. Halita em sua forma mineral (Fonte:

<http://casimirobarbado.co.cc/galeria%20rocas/sedimetarias/target10.html>)

Atualmente, sua utilização na conservação de alimentos vem diminuindo devido ao

aparecimento de equipamentos como refrigeradores e substâncias conservantes que

desempenham melhor trabalho do que o sal. Na alimentação seu consumo também caiu

devido a sua ligação com o aparecimento da hipertensão. Hoje, sua utilização para consumo

humano não representa 25% do uso dessa substância, sendo a maior parte da produção (60%)

destinada à indústria (Em: <http://pt.encydia.com/es/Sal#Propiedades_de_la_sal>. Acesso

em: 08 de abril 2012).

O sal possui mais de 14000 usos conhecidos que derivam das propriedades químicas

do sódio (MELO; CARVALHO; PINTO, 2008). Entre suas utilizações, pode-se destacar:

Page 6: Projeto de peneiras industriais

6

Uso na produção do PVC (Cloreto de Polivinila);

Produção da soda cáustica (NaOH), usada na separação da polpa celulósica e

obtenção da alumina através do beneficiamento da bauxita;

Produção de clorato de sódio e sódio metálico;

Fabricação de sabão;

Indústria de queijos, panificação (controlar taxa de fermentação), enlatados

(conservar sabor) e indústria frigorífica (desenvolver cor em toucinhos);

Indústria têxtil, na precipitação de corantes;

Formação do óxido de urânio;

Inibição da ação microbiana na indústria de couros;

Fabricação de borracha sintética.

2. PROPRIEDADES FISICO-QUÍMICAS

O sal mineral obtido pelo processo de mineração é extraído da halita. A Tabela 1

apresenta as propriedades desse mineral.

Tabela 1. Principais propriedades físico-químicas da halita (Fonte: Rochas e Minerais

Industriais – CETEM/2008, 2ª ed, p. 553)

Propriedade Descrição

Brilho

Vítreo, normalmente incolor para branco,

podendo exibir tonalidades amarela,

vermelho, azul e púrpura quando impuro

Cor Incolor a ligeiramente colorida

Transparência Transparente a translúcido

Sistema cristalino Isométrico, hexaoctaédrica, 4/m 32/m

Hábito

Usualmente cúbico, raramente octaédrica,

alguns cristais possuem configuração

afunilada, maciço, granular e compacto

Fratura Conchoidal, brilhante

Dureza (Mohs) 2,0 a 2,5

Densidade (g/cm³) 2,168

Índice de refração 1,554

Ponto de fusão 840°C

Ponto de ebulição 1413°C

Solubilidade 0ºC 35,7 partes por 100 partes de água

100°C 39,8 partes por 100 parte de água

Page 7: Projeto de peneiras industriais

7

3. DIMENSIONAMENTO DE PENEIRA

3.1. DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA

Deverá ser dimensionada uma peneira para a classificação do sal mineral em três

frações:

Material maior ou igual a 10 mm;

Material menor que 10 mm e maior ou igual a 4 mm;

Material menor que 4 mm.

Para isso, é necessário conhecer a distribuição granulométrica do material. Através

dessa distribuição, determinou-se a massa de material retida em cada malha da peneira,

diâmetro de partícula, distribuição acumulada passante e distribuição acumulada retida. Os

resultados são apresentados na Figura 2, considerando a vazão mássica de 110 t/h, proposta

pelo problema.

Figura 2. Distribuição granulométrica do material analisado e frações acumulada e passante

Através dos resultados da Figura 2, construíram-se os gráficos das Figuras 3 e 4,

representando a distribuição acumulada passante e retida, respectivamente.

Peneira (ASTM) Abertura (mm) wi (-) Massa retida (t/h) dpi (mm) wi acumulada passante (-) wi acumulada retida (-)

3" 75,000 0,0100 1,10 75,0000 0,9900 0,0100

2" 50,000 0,0400 4,40 62,5000 0,9500 0,0500

1" 25,000 0,1000 11,00 37,5000 0,8500 0,1500

3/8" 9,500 0,1500 16,50 17,2500 0,7000 0,3000

4 4,750 0,2000 22,00 7,1250 0,5000 0,5000

5 4,000 0,2500 27,50 4,3750 0,2500 0,7500

6 3,350 0,1500 16,50 3,6750 0,1000 0,9000

10 2,000 0,1000 11,00 2,6750 0,0000 1,0000

1,0000 110,0 SOMA

Page 8: Projeto de peneiras industriais

8

Figura 3. Distribuição acumulada passante

Figura 4. Distribuição acumulada retida

De acordo com pesquisa feita, a densidade aparente do material a ser peneirado é

1,154 t/m³ (Em: <http://pt.encydia.com/es/Sal#Propiedades_de_la_sal>. Acesso em: 08 de

abril 2012).

Para a separação do material nas frações dadas, será necessária uma peneira com dois

decks, assim a primeira fração (material > 10 mm) fica retida no primeiro deck, a segunda

Page 9: Projeto de peneiras industriais

9

fração (4 mm < material 10 mm) passa pelo primeiro deck e fica retida no segundo e a

terceira fração é coletada no fundo da peneira.

O primeiro passo é determinar a área de peneiramento para cada fração desejada,

assunto que será tratado no Item 3.2. Posteriormente, deverá ser verificado o modelo de

peneira mais adequado que forneça a área de peneiramento requerida e a largura adequada

para a espessura de material não exceder os valores máximos especificados, assunto que será

tratado no Item 3.3.

3.2. DETERMINAÇÃO DA ÁREA DE PENEIRAMENTO

A área de peneiramento pode ser determinada por vários métodos diferentes, cada um

com suas particularidades, pois para cada fabricante existem características que julgam ser

importantes ou relevantes nos cálculos e para outros não têm tanta importância.

Para o presente trabalho foram escolhidos dois métodos distintos: o método fornecido

pelo material da METSO, importante fabricante de peneiras e outros equipamentos para

mineração; e a fórmula de Bauman (PERES; CHAVES – Teoria e Prática do Tratamento de

Minérios, p. 535).

3.2.1. MÉTODO DA METSO1

a) Área de peneiramento no primeiro Deck (material 10 mm)

Para essa separação será utilizada uma peneira com malha de 10 mm.

Segundo o material fornecido pela Metso, a área de uma peneira é dada por:

n

(1)

Sendo

A a área superficial da peneira (m²)

T a alimentação do deck da peneira (m³/h)

C a capacidade básica para separação ((m³/h)/m² de peneira)

M o fator dependente da porcentagem de material retido (-)

1 Retirado de METSO, Peneiras e Grelhas, p. 5-21 – 5-22

Page 10: Projeto de peneiras industriais

10

K o fator relativo à porcentagem de material da alimentação inferior à metade de tamanho da

separação (-)

Qn o fator de correção, produto de

P é um fator dependente do conhecimento e certeza que se tem dos dados do material a ser

peneirado (varia de 1,0 a 1,4)

A alimentação da peneira no primeiro deck foi determinada por:

(2)

Sendo

W a vazão mássica do material na alimentação (110 t/h)

γ a densidade aparente do material ( , t/m³)

O parâmetro Qn foi determinado por:

n (3)

A quantidade de oversize (retido) e undersize (passante) no primeiro deck foram

retirados do gráfico da Figura 3, obtendo-se valores aproximados de 42% e 58%,

respectivamente.

Os valores dos parâmetros utilizados na Equação (1) são dados na Tabela 2.

Tabela 2. Parâmetros para determinação da área da peneira segundo a Equação (1)

Parâmetro Valor

T (m³/h) 95,32 (Equação 2)

P (-) 1,2 (valor intermediário da escala)

C ((m³/h)/m²) 19,0 (Figura A1 do ANEXO A para separação de 10 mm)

M (-) 1,10 (Figura A2 do ANEXO A 42% de oversize)

K (-) 0,85 (Figura A3 do ANEXO A para partículas de 5 mm)

Qn (-) 1,1 (Equação 3)

Q1 (-) 1,00 (Primeiro deck)

Q2 (-) 1,00 (Partículas cúbicas)

Q3 (-) 1,00 (Peneiramento seco)

Q4 (-) 1,00 (Material seco)

Q5 (-) 1,00 (Tela de arame abertura quadrada)

Q6 (-) 1,00 (Peneira inclinada)

Page 11: Projeto de peneiras industriais

11

Através dos resultados da Tabela 2 e a aplicação da Equação (1), obteve-se que a área

de peneiramento requerida no primeiro deck é 6,439 m² para peneira inclinada.

b) Área de peneiramento do segundo deck (4 mm material < 10 mm)

Para a separação no segundo deck será utilizada uma peneira com malha de 4 mm.

Pelo gráfico da Figura 3 verificou-se que o percentual de oversize é de aproximadamente

15%, entretanto, esse valor corresponde a uma alimentação de 110 t/h.

Como apenas 58% do material passou para o segundo deck, esse percentual representa

100% da alimentação no segundo deck e os 15% de oversize devem ser proporcionais a essa

nova alimentação.

de passante dec de alimenta o dec

de passante dec , de passante dec

Por regra de três simples temos que 58% representa 100% da alimentação e 15%

corresponde a 25,86% do oversize no segundo deck.

A vazão de alimentação nesse caso também muda, correspondendo a 58% da vazão no

primeiro deck, ou seja, 55,29 m³/h.

Os valores dos parâmetros utilizados na Equação (1) para o segundo deck são

mostrados na Tabela 3.

Tabela 3. Parâmetros para determinação da área da peneira segundo a Equação (1)

Parâmetro Valor

T (m³/h) 55,29

P (-) 1,2 (valor intermediário da escala)

C

((m³/h)/m²)

10,0 (Figura A1 do ANEXO A para

separação de 4 mm)

M (-) 1,68 (Figura A2 do ANEXO A 74% de

oversize)

K (-) 0,40 (Figura A3 do ANEXO A para

partículas de 2 mm)

Qn (-) 0,99 (Equação 3)

Q1 (-) 0,90 (segundo deck)

Q2 (-) 1,00 (Partículas cúbicas)

Q3 (-) 1,00 (Peneiramento seco)

Q4 (-) 1,00 (Material seco)

Q5 (-) 1,00 (Tela de arame abertura quadrada)

Q6 (-) 1,00 (Peneira inclinada)

Page 12: Projeto de peneiras industriais

12

Através dos resultados da Tabela 3 e a aplicação da Equação (1), obteve-se que a área

de peneiramento requerida no segundo deck é de 10,970 m² para peneira inclinada. O material

passante por essa peneira corresponde à fração menor que 4 mm e não precisa de novo

peneiramento.

3.2.2. FÓRMULA EMPÍRICA DE BAUMAN2

A determinação da área para peneiramento é dada por Bauman por:

(4)

Sendo

V a alimentação em m³/h

V1 a capacidade unitária de produção

k1, k2, k3 e k4 os coeficientes de correção (-)

a) Área de peneiramento no primeiro Deck (material > 10 mm)

A alimentação V foi calculada no item 3.2.1, letra a, e corresponde a 95,32 m³/h.

A capacidade unitária de produção V1 depende da abertura da malha utilizada, que no

primeiro deck é 10 mm. Seu valor é determinado pela Figura 5 e vale 19.

Figura 5. Capacidade unitária de produção (Teoria e Prática do Tratamento de Minérios, v.3,

p. 535)

O coeficiente k1 é relativo à proporção de passante na alimentação que, pelo gráfico da

Figura 3 verificamos que é 58%. Desse modo, encontramos que k1 vale 1,00 pela Figura 6.

Foi feita uma aproximação conveniente da fração de 58% para 60% devido às limitações da

tabela da figura.

2 Retirado do livro Teoria e Prática do Tratamento de Minérios, v.3, p. 535

Page 13: Projeto de peneiras industriais

13

Figura 6. Tabela para determinação de k1 (Teoria e Prática do Tratamento de

Minérios, v.3, p. 535)

O coeficiente k2 é proporcional à umidade da alimentação e é equivalente a 1,00 para

material seco. Para peneiramento via seca o valor de k3 também é 1,00.

O valor de k4 depende da forma dos grãos e equivale a 0,8 para grãos cúbicos.

Através dos valores encontrados e da Equação (4) determinou-se a área de

peneiramento no primeiro deck segundo o método de Bauman. O resultado encontrado foi de

6,271 m².

b) Área de peneiramento do segundo deck (4 mm material < 10 mm)

A alimentação V foi calculada no item 3.2.1, letra b, e corresponde a 55,29 m³/h.

A capacidade unitária de produção V1 depende da abertura da malha utilizada, que no

segundo deck é 4 mm. Seu valor é determinado pela Figura 5 e vale 9 (Considerou-se a média

entre os valores 7 e 11 para malhas de 3 e 5 mm, pois não há valor referente a malha de 4

mm).

Pelo item 3.2.1, letra a, verificamos que o passante no segundo deck corresponde a

25,86% (~30%). Portanto, determinou-se pela Figura 6 que k1 vale 0,75.

Como ao passar pelo primeiro deck as características físicas do material não são

alteradas os coeficientes k2, k3 e k4 continuam valendo, respectivamente, 1, 1 e 0,8.

Através dos valores encontrados e da Equação (4) determinou-se a área de

peneiramento no segundo deck segundo o método de Bauman. O resultado encontrado foi de

10,238 m².

3.3. DETERMINAÇÃO DA ESPESSURA DA CAMADA NO OVERSIZE

A espessura de material retido na peneira pode ser determinada por:

( - , ) (5)

Page 14: Projeto de peneiras industriais

14

Sendo

D a espessura de camada de material em mm

T a alimentação em m³/h (Também pode ser encontrado a nomenclatura Tf dependendo da

literatura)

S a velocidade de transporte de material em m/min

W a largura nominal da peneira em m

A Equação (5) pode ser utilizada tanto com o material da Metso quanto com a fórmula

de Bauman, assim como em outros métodos propostos. Entretanto, cada método possui suas

singularidades e determinou-se a espessura D através do material da Metso e da descrição

fornecida no livro Teoria e Prática do Tratamento de Minérios (v. 3, p. 543).

3.3.1. MÉTODO DA METSO3

Pelo material da Metso, primeiramente determinou-se a velocidade de transporte de

material através da Figura 7.

Figura 7. Velocidade de transporte em função do tipo de peneira

Considerou-se a velocidade de 30,0 m/min para peneira com inclinação de 20 graus e

de movimento circular, utilizada em classificação final, pois a maior parte do material tem

diâmetro menor que 10 mm, conforme se observa na Figura 8.

3 Retirado de METSO, Peneiras e Grelhas, p. 5-21 – 5-22

Page 15: Projeto de peneiras industriais

15

Figura 8. Distribuição granulométrica discreta do material analisado

A vazão de alimentação já foi calculada nos itens anteriores e vale 95,32 m³/h no

primeiro deck e 55,29 m³/h no segundo deck.

Pelo material da Metso, se determinou as espessuras mínima e máxima da camada de

oversize no deck utilizando os gráficos das Figuras 9 e 10 de acordo com a malha de

separação utilizada em cada deck.

Figura 9. Espessura recomendada na camada de alimentação no primeiro deck (METSO,

Peneiras e Grelhas)

Page 16: Projeto de peneiras industriais

16

Figura 10. Espessura de camada recomendada na saída do deck (METSO, Peneiras e

Grelhas)

Os valores máximos e mínimos para espessura de camada no primeiro e segundo deck

são mostrados na Tabela 4.

Tabela 4. Limite de espessura de material nos decks da peneira

Decks Espessura na alimentação

(mm)

Espessura na descarga

(mm)

1º Deck Máximo 50,00 30,00

Mínimo 21,25 10,00

2º Deck Máximo - 15,00

Mínimo - 5,00

De acordo com os dados oferecidos pelo material da Metso, foram encontrados

modelos de peneiras que atendem as especificações necessárias. Os modelos encontrados são

mostrados na Tabela 5.

Page 17: Projeto de peneiras industriais

17

Tabela 5. Modelos de peneira pesquisados

Modelo Fabricante

Maior área

da peneira

(m²)

Espessura

alimentação

(mm), 1º deck

apenas4

Espessura

descarga

(mm), 1º

deck¹

Espessura

descarga

(mm), 2º

deck¹

Valores de projeto

10,970 21,3 – 50,0 10,0 – 30,0 5,0 – 15,0

Especificação do fabricante

RF 2,4x4,8 DD

SH METSO 11,52 23,54 23,54 13,65

MF 2,4x6,1 DD METSO 14,64 23,54 23,54 13,65

PV-6024/2A INCOMEQ 14,40 23,54 23,54 13,65

RMS720*2 Gator 12,99 26,75 26,75 15,51

3.3.2. MÉTODO DO LIVRO5

A metodologia utilizada pelo livro não é muito diferente da aplicada pela Metso. As

principais diferenças estão na adoção da altura máxima de material na peneira, que depende

da densidade aparente do material. Por esse método, não existe um valor mínimo especificado

para a altura D, apenas um valor máximo.

Esse valor máximo é determinado de acordo com a tabela da Figura 11.

Figura 11. Altura máxima da camada de material em função da densidade aparente

Para o material analisado, a altura máxima da camada deve ser o triplo da abertura da

malha da peneira. Para o deck de alimentação essa espessura é igual a 30 mm, visto que a

malha utilizada tem 10 mm. Para o segundo deck o valor calculado é 12 mm, pois a abertura

da tela é 4 mm.

A velocidade S de transporte do material pode ser determinada pela Figura 12.

4 As espessuras foram calculadas segundo a Equação (5) de acordo com as larguras das peneiras fornecidas

pelos fabricantes 5 Retirado do livro Teoria e Prática do Tratamento de Minérios, v. 3. ed. 3, p. 543

Page 18: Projeto de peneiras industriais

18

Figura 12. Velocidade de transporte de material em função do modelo da peneira

ara peneiras inclinadas e com aberturas de malha menores que ” ( , mm), a

velocidade recomendada é de 30 m/min.

Substituindo os valores encontrados na Equação (5) e de acordo com as informações

fornecidas pelos fabricantes de peneira foram selecionados os modelos mostrados na Tabela

6.

Tabela 6. Modelos de peneira pesquisados

Modelo Fabricante

Maior área

da peneira

(m²)

Espessura

máxima de

material (mm),

1º deck6

Espessura

máxima de

material (mm),

2º deck6

Valores de projeto

10,238 30,00 12,00

Especificação do fabricante

RF 2,4x4,8 DD

SH METSO 11,52 9,89 10,12

LH 2,4x4,8 DD METSO 11,52 9,89 10,12

60024 DD Odebraz 14,40 9,89 10,12

PV-6024/2A INCOMEQ 14,40 9,89 10,12

RMS720*2 Gator 12,99 11,23 11,50

MF 2,4x6,1 DD METSO 14,64 9,89 10,12

4. ESCOLHA DA PENEIRA

Como pode ser observado dependendo do método de dimensionamento empregado

para determinação da área de peneiramento, podem-se encontrar resultados diferentes que

implicam em análises diferentes dos equipamentos fornecidos pelos fabricantes.

Analisando os resultados nas Tabelas 5 e 6, verificamos que a peneira RF fornecida

pela Metso é a que mais se aproxima da área requerida com as especificações de altura de

material dentro dos limites especificados. O modelo fornecido pela Gator também poderia ser

6 As espessuras foram calculadas segundo a Equação (5) de acordo com as larguras das peneiras fornecidas

pelos fabricantes

Page 19: Projeto de peneiras industriais

19

utilizado, mesmo apresentando um pequeno desvio segundo o método da Metso. Os modelos

escolhidos são: RF 2,4x4,8 DD SH e RMS720*2 (Gator).

a) Modelo RF 2,4x4,8 DD SH (METSO)

As peneiras desse modelo (Figura 13) possuem decks com inclinações múltiplas. São

acionadas por mecanismos de eixo longo da série V-100, com contrapesos externos,

lubrificação a óleo, fornecendo movimento circular e aceleração necessária para

estratificação.

Fabricante: Metso

Área de peneiramento (cada deck): 11,5 m²

Comprimento/Largura: 4,8 m/2,4 m

Número de Decks: 2

Potência: 30 kW

Peso total: 13750 kg

Inclinação alimentação/descarga: 25°/15°

Figura 13. Peneira modelo RF 2,4x4,8 DD SH da METSO (Fonte: <www.metso.com.br>)

b) Modelo RMS720*2 (Gator)

Esse modelo de peneira (Figura 14) possui um nível baixo de ruído e facilidade de

manutenção. Pode ser utilizada para peneiramento seco ou molhado e tem capacidade de

Page 20: Projeto de peneiras industriais

20

processar até 350 t/h de material. O tamanho máximo de partícula na alimentação deve ser de

400 mm.

Fabricante: Gator

Área de peneiramento (cada deck): 12,99 m²

Comprimento/Largura: 6,1 m/2,13 m

Número de decks: 2

Potência: 18,5 kW

Velocidade do eixo: 850 rpm

Peso: 5650 kg

Figura 14. Peneira modelo RMS720*2 da Gator (Fonte:

<http://www.shgatormachinery.com.br/vibrating-screen.html>)

Page 21: Projeto de peneiras industriais

21

5. CONCLUSÃO

As peneiras RF 2,4x4,8 DD SH, da METSO, e RMS720*2, da Gator, foram os

modelos de peneira escolhidos por atenderem todas as especificações previstas no cálculo do

projeto e possuírem área de peneiramento próxima do valor calculado. Embora os outros

modelos de peneira pesquisados também atendam os requisitos necessários, suas áreas de

peneiramento são exageradas quando comparadas com os modelos escolhidos, o que

certamente encareceria o investimento na compra do equipamento, além de investir em um

equipamento que possuiria uma área que não seria utilizada durante o peneiramento.

Page 22: Projeto de peneiras industriais

22

6. BALANÇO MATERIAL

O balanço material para cada peneira é mostrado na Figura 15.

Figura 15. Balanço material em cada deck da peneira

95,32 m³/h

55,29 m³/h 40,03 m³/h

Alimentação

DescargaPassante

14,29 m³/h 40,99 m³/h

Descarga Passante

Descarga

Material ≥ 10mm

10 mm > Material ≥ 4 mm

Material < 4 mm

Page 23: Projeto de peneiras industriais

23

ANEXO A – TABELAS DA METSO

Figura A1. Gráfico para determinação do parâmetro C (Fonte: METSO, Peneiras e Grelhas,

p. 5-17, Gráfico B)

Figura A2. Gráfico para determinação do parâmetro M (Fonte: METSO, Peneiras e Grelhas,

p. 5-17, Gráfico C)

Page 24: Projeto de peneiras industriais

24

Figura A3. Gráfico para determinação do parâmetro K (Fonte: METSO, Peneiras e Grelhas,

p. 5-17, Gráfico D)

Page 25: Projeto de peneiras industriais

25

ANEXO B – TEMA DO PROJETO

Page 26: Projeto de peneiras industriais

26

REFERÊNCIAS

CHAVES, Arthur Pinto; PERES, Antonio Eduardo Clark. Peneiramento. In:_____. Teoria e

Prático do Tratamento de Minérios. 2 ed, 2003. v. 3, p. 511 – 546.

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