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Relatório da Unidade Curricular
Projecto FEUP A Engenharia e o Desporto
Como pode a engenharia influenciar os resultados?
MMM519 (2010/2011)
MMM 519
Fernando Tiago Gomes Silva (MIEM)
Maria Inês Martins Miroto (MIEIG)
Pedro Manuel Nogueira Granado (LCEEMG)
Raul Agostinho Gomes Vieira (MIEM)
Ricardo José Castro Fonseca (LCEEMG)
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
2 Porto, 18 de Outubro de 2010
Projecto FEUP
A Engenharia e o Desporto
Como pode a engenharia influenciar os resultados?
MMM 519
Fernando Tiago Gomes Silva (MIEM)
Maria Inês Martins Miroto (MIEIG)
Pedro Manuel Nogueira Granado (LCEEMG)
Raul Agostinho Gomes Vieira (MIEM)
Ricardo José Castro Fonseca (LCEEMG)
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
3 Porto, 18 de Outubro de 2010
Resumo
No âmbito da unidade curricular de Projecto Feup, desenvolvemos uma
pesquisa, utilizando maioritariamente a Internet como fonte de pesquisa sobre a
Engenharia e o desporto.
Com o trabalho realizado ao longo destas semanas, foi-nos possível melhorar
as nossas técnicas de realização de relatórios, as capacidades de trabalho em grupo e
desenvolvimento de uma melhor forma de utilizar as informações recolhidas.
Este relatório contém uma visão generalizada da forma como o desporto e a
Engenharia se relacionam, mais especificamente de que modo é que „A Engenharia
influencia os resultados em termos desportivos‟. Inicialmente, irá ser abordado o modo
como a Engenharia modificou tanto negativa como positivamente certos desportos
como o ténis, natação e futebol.
De seguida, será exposta, de forma mais aprofundada, a ligação entre os
desportos motorizados e a Engenharia, e em que aspecto é que o desenvolvimento da
Engenharia permitiu melhorar a performance de desportos como a Fórmula 1.
Por último será apresentada de que forma é que a influência da Engenharia nos
desportos motorizados afectou a nossa vida quotidiana.
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
4 Porto, 18 de Outubro de 2010
Agradecimentos
Pelo apoio e esforço prestado, agradecemos á Prof. Teresa Duarte e ao
Monitor Luís Guimarães que nos ajudaram e deram ideias importantes para o
desenvolvimento deste projecto. Especial agradecimento à Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto, por proporcionar aos alunos esta oportunidade de
interagirem e aprenderem em conjunto partilhando conhecimentos, por todas as
condições, ao nível de infra-estruturas, material, etc., que oferece, possibilitando a
conjuntura necessária para a elaboração do projecto.
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
5 Porto, 18 de Outubro de 2010
Índice
1. Introdução ................................................................................................................. 6
2.Como pode a Engenharia influenciar os resultados? ................................................. 7
2.1 A Engenharia no Futebol………………………………………………………………7
2.2. A Engenharia e o Ténis .................................................................................... 10
2.3 Será que a evolução tecnológica deve ser posta ao serviço do Desporto? ....... 11
2.4 Segurança, resultados e desporto: .................................................................... 13
2.5 O desporto automóvel presente no nosso quotidiano ........................................ 17
3. Conclusão ............................................................................................................... 18
4.Ref. Bibliográficas .................................................................................................... 19
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
6 Porto, 18 de Outubro de 2010
1. Introdução
Este trabalho, proposto no âmbito da disciplina Projecto FEUP, tem como
objectivo fazer reflectir os estudantes sobre várias questões ligadas ao desporto e à
Engenharia nele desenvolvida.
Existem vários tipos de desportos, alguns famosos e conhecidos por todos,
como o Futebol, e outros que não são tão populares. Todos eles têm uma vertente
comum, o seu desenvolvimento.
Ao longo deste relatório, iremos enunciar a intervenção da Engenharia em
desportos como o futebol, ténis, natação e fórmula 1 uma vez que são os desportos
mais apreciados por todos os elementos do grupo, por essa mesma razão foi unânime
a escolha dos desportos a serem pesquisados.
O desenvolvimento no desporto é obtido, através de investigações, pela parte
de Engenheiros, sempre com o intuito de melhorar a qualidade e rigor do desporto. Em
todos eles temos exemplos bem vivos disso mesmo, e muitas das vezes essas
inovações desportivas são transportadas para o nosso quotidiano, de forma a
melhorar também a nossa qualidade de vida.
A melhor forma de se ver esta transposição para o dia-a-dia é analisar-se um
dos desportos que mais tem evoluído nos últimos tempos: o desporto motorizado. Nele
pode-se observar a Engenharia ligada a variadas temáticas, como a performance, a
segurança, a aerodinâmica e a rentabilidade. E hoje, se se olhar em redor, observa-se
veículos com todas estas aplicações a serem comercializados, e em conjugação com
um design apelativo, conseguem melhorar a qualidade de vida das pessoas.
A Engenharia tem feito óptimos avanços tecnológicos para promover a
qualidade, e tornar o grande ramo do Desporto atractivo. O desenvolvimento e a
investigação são, portanto, necessários em todos os sectores desportivos, para que
dessa forma se construa um mundo onde o desporto é valorizado e a segurança, tanto
neste ramo como no quotidiano, seja cada vez maior.
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
7 Porto, 18 de Outubro de 2010
2. Como pode a Engenharia
influenciar os resultados?
2.1 A Engenharia no Futebol
Quando se fala em futebol, um dos desportos mais populares do mundo, fala-
se em tácticas, rivalidades, adeptos, árbitros, futebolistas em ascensão… Mas o
futebol é muito mais do que o que se vê num jogo.
A Engenharia tem feito grandes progressos ao nível da preparação dos atletas
que é fundamental para a obtenção de resultados. As chuteiras, as bolas, os
equipamentos e os elementos de protecção (como caneleiras e luvas de guarda-
redes), são instrumentos visíveis pelo espectador e que sem dúvida aumentam as
performances e ajudam ao espectáculo neste desporto.
Fig.1 – Chuteira, um dos equipamentos
que melhora a performance dos atletas
(http://2.bp.blogspot.com/_N3wm_lHsZyY/TCC_5Mg3yII/AAAAAAAACCg/-J9R3Cqtp78/s1600/t904.jpg)
O desenvolvimento das instalações desportivas também contribuiu fortemente
para o aumento da performance dos atletas uma vez que, é nestes locais que todos os
atletas se preparam. Neste ramo, o desenvolvimento tem sido fulcral. O relvado, os
balneários, os ginásios e os estádios estão cada vez melhor preparados para o treino
intensivo de cada um dos jogadores.
Quanto ao relvado, o desenvolvimento da Engenharia permitiu a criação de relva
sintética que apresenta inúmeras vantagens tanto em relação ao tempo de utilização
dos campos como aos custos de manutenção. Abaixo, apresentam-se 2 tabelas
comparativas e elucidativas em relação aos custos de instalação e custo de
manutenção da relva natural e da relva sintética.
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
8 Porto, 18 de Outubro de 2010
Custo de Instalação
Relva Natural Relva Sintética
Saneamento e Drenagem €30.000 Saneamento e Drenagem €20.000
Sistema de Rega €35.000 Sistema de Rega €25.000
Suporte e Semear €210.000 Infra-estruturas €125.000
Relva Sintética €170.000
TOTAL €275.000 TOTAL €340.000
Custo de Manutenção
Relva Natural Relva Sintética
Manutenção de
custo
€36.000/ano Manutenção de
custo
€4.000/ano
Disponibilidade 12h/semana
Durante
46 sem./ano
Disponibilidade 50h/semana
Durante
46 sem./ano
Aos 6 anos 12*46*6 = 3.312h Aos 6 anos 50*46*6 = 13.800h
Custo por hora (€275.000 + €36.000) * 6 /
3.312 = 148.25 €/h
Custo por hora (€275.000 + €36.000) * 6 /
3.312 = 148.25 €/h
(http://www.opsa.pt/cms/view/id/22/)
Indirectamente, todos estes factores vão proporcionar aos atletas, para além de
uma melhor condição física, um nível de satisfação elevado que irá provocar um
grande grau de motivação, ou seja, há uma conjugação da parte física e o intelectual
do jogador.
O futebol é também um desporto muito mediático e, através dele, empresas
conseguem lucros incríveis. Por isso certas marcas criaram os chamados painéis
publicitários que se instalam nos campos para que a marca seja vista por todos
aqueles que observam o jogo tanto em directo como através das transmissões
televisivas. Abaixo encontra-se uma imagem relativa aos painéis publicitários.
Fig.2 – Imagem relativa a
painéis publicitários em
estádios de futebol
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
9 Porto, 18 de Outubro de 2010
A utilização de estádios como forma de publicitar marcas decorre há vários anos no
entanto, as inovações da engenharia permitiram que se passasse os painéis de
plástico para os electrónicos que hoje se observa.
Fig.3 – Painel electrónico
num estádio de futebol
(http://2.bp.blogspot.com/_qQMHCQ7dVXU/SpUwO_L3zGI/AAAAAAAAAVk/LyNVhO-
rpF0/s400/Placar+Vila.jpg)
Os progressos relativos ao futebol serão cada vez mais notórios, existindo até
pesquisas e estudos que ponderam a criação de chips para as bolas (como se pode
observar na figura 4) que servirão para tornar mais justas as competições
futebolísticas de forma a não se verificarem situações complicadas como penalidades
mal marcadas e outros problemas que criam muita controvérsia no mundo do futebol.
Fig.4 – Estudos relativos à
criação de chips para as bolas
(http://www.blogdosantinha.com/
wp-
content/uploads/2010/06/bola_fu
tebol_com_chip.jpg)
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
10 Porto, 18 de Outubro de 2010
2.2 O Hawk-Eye do Ténis
Para muitos fãs do ténis, as discussões com juízes de linha e o
comportamento mais agressivo de alguns jogadores fazem parte do espectáculo do
jogo. Mas para promover uma maior justiça em termos desportivos o Hawk-Eye (Olho
de Falcão) começou a ser utilizado a partir do ano de 2007. Estas câmaras têm a
habilidade de determinar se a bola caiu dentro ou fora do court (linhas que determinam
as dimensões do campo) com a exactidão de até dois milímetros.
O revolucionário sistema de câmaras está instalado nos campos centrais dos
torneios mais importantes do circuito internacional. O Hawk-Eye só pode ser usado 3
vezes por jogo e vai descontando á medida a que, o jogador que o pede, não tem
razão no pedido A maioria dos jogadores, do passado e do presente, deu boas-
vindas à introdução do Hawk-Eye, e estrelas como Martina Hingis, Andy Roddick e Pat
Cash são exemplos disso mesmo.
O criador do Hawk-Eye, Paul Hawkins, diz que o sistema mostrará não só os
erros dos árbitros mas também as qualidades de cada jogador. (11)
Figs.5 e 6 – Imagem que Hawk-Eye proporciona
(http://img.dailymail.co.uk/i/pix/2007/06_02/hawkeye230607_468x267.jpghttp://img.dail
ymail.co.uk/i/pix/2007/06_02/hawkeye230607_468x267.jpg)
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
11 Porto, 18 de Outubro de 2010
2.3 Será que a evolução tecnológica deve ser posta ao serviço
do Desporto?
O desporto que maior polémica tem causado em relação a este tema, tem sido
a Natação.
A utilização dos fatos de banho de última geração por parte dos nadadores veio
levantar, mais uma vez, a questão sobre se as vantagens dos mesmos não poderiam
desvirtuar o resultado desportivo. Esta situação já tinha sido repetidamente discutida
aquando da primeira grande inovação nos fatos utilizados pelos nadadores, iniciada no
início deste século. Esta situação levou a Federação Internacional de Natação (FINA)
a regular os fatos utilizados, sendo necessário que qualquer fato fosse aprovado pela
FINA e estivesse a ser comercializado e à disposição de qualquer nadador.
Contudo, com a entrada no mercado da nova geração de fatos de banho,
desenvolvidos basicamente à base do poliuretano (formado por unidades de uretano),
a discussão e a controvérsia voltou a sentir-se no meio desportivo. Nos Jogos
Olímpicos de Pequim, 2008, atingiram-se números nunca antes previstos: 25 recordes
mundiais, 66 recordes olímpicos e mais de 1000 recordes continentais e nacionais.
Todavia, estes números não ficaram por aqui. No presente ano (que ainda não
terminou), já foram estabelecidos 174 recordes do mundo, tendo, só nos
Campeonatos Mundiais de Roma, sido batidos 43 recordes do mundo, atingindo-se
aquilo que muitos apelidaram de “nova ordem na natação mundial”, marcada pela
evolução tecnológica dos fatos de banho utilizados.
Fig.7 – Fato de banho desenvolvido pela Speedo
que gerou bastante controvérsia
(http://www.uncrate.com/men/images/2008/08/sp
eedo-lzr-racer.jpg)
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
12 Porto, 18 de Outubro de 2010
Esta evolução constante levou a que a discussão se centrasse em torno de
questões relacionadas com a artificialidade destas tão elevadas prestações
desportivas. Houve mesmo quem sugerisse que esta situação poderia ser comparada
às questões do “doping”, apelidando estes casos de “tecnodoping” (doping
tecnológico). Todavia, várias vozes se ergueram defendendo a evolução tecnológica
no desporto. Um nadador utilizar um fato de banho de última geração, não pode ser
comparado à utilização de uma chuteira, especialmente desenvolvida para um jogador
de futebol? Ou à utilização de uma bicicleta, desenvolvida com um material muito mais
leve e aerodinâmico por parte de um ciclista?
Ou à utilização de um carro de Fórmula 1, com uma carroçaria que permite
maximizar a potência do motor? Efectivamente, não são questões de resposta
simples.
Por outro lado, os investimentos avultados que as marcas desportivas fizeram
no desenvolvimento e produção destes novos fatos de banho também não devem ser
descurados. Muitas destas empresas contribuíram para a dinamização da economia,
para a inovação tecnológica, para a valorização da iniciativa empresarial e para a
cooperação entre as empresas e as unidades/centros de investigação.
Tendo em consideração todos estes argumentos, a FINA decidiu alterar a regra
que regulamenta a utilização dos fatos de banho. Desta forma, a partir de Janeiro de
2010, os fatos de banho para os homens não devem passar acima do umbigo ou
abaixo do joelho, e para as mulheres, não devem cobrir o pescoço, nem devem
prolongar-se além do ombro e abaixo do joelho. Por outro lado, todos os fatos de
banho devem ser feitos de matérias têxteis (materiais como o poliuretano devem ser
excluídos).
Todavia, várias pessoas afirmaram que a FINA tomou esta posição demasiado
tarde. Desta forma, há quem afirme que alguns recordes dificilmente serão batidos e
que, após um período em que o espectáculo foi a nota dominante na natação mundial,
entraremos num período de alguma estabilização ou mesmo declínio mediático. Esta
perspectiva é demasiado pessimista. Não há quaisquer dúvidas que os fatos
contribuíram bastante para a melhoria acentuada da prestação desportiva. Porém, a
melhoria dos métodos de treino e recuperação, a profissionalização dos técnicos e
nadadores, a melhoria das condições de treino, a melhoria do conhecimento dos
princípios biomecânicos que influenciam a prestação do nadador, bem como a
melhoria das instalações desportivas (piscinas com mais profundidade, novos
separadores de pistas, blocos de partida melhorados) foram também aspectos que
contribuíram decisivamente para a enorme melhoria verificada na prestação
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
13 Porto, 18 de Outubro de 2010
desportiva. Neste sentido, a convicção de muitos é que continuaremos a assistir ao
estabelecimento de novos recordes mundiais, acreditando que, nas próximas grandes
competições internacionais (Campeonatos Mundiais e Jogos Olímpicos), esta situação
ocorrerá. Não com tanta exuberância como temos assistido nestes últimos dois anos,
mas certamente que a evolução da natação mundial não ficará estagnada. (8), (17)
2.4 Segurança, resultados e desporto:
A Fórmula 1 (F1) é um dos desportos de automobilismo mais famosos do
mundo. Como em outros desportos também na F1, a engenharia tem um grande
contributo para a realização do mesmo. A aerodinâmica foi uma das principais
evoluções da engenharia, que marcou tanto o desporto motorizado, como a evolução
do automóvel. Esta evolução começou em meados do século XX, quando os
engenheiros começaram a questionar-se sobre o porquê dos carros perderem tanta
potência face ao atrito imposto pelo ar. Foi então, que no inicio do século XX surgiu o
estudo a aerodinâmica para melhorar o desempenho dos carros e aviões. Este teve o
seu auge fundamentalmente no desporto motorizado, principalmente na Fórmula 1 e
que depois passaram para o nosso quotidiano.
Mas, um aspecto importante é a segurança, pois pode condicionar a vidas dos
automobilistas. Desde há muito tempo que, a F1 tem vindo a desenvolver a segurança
dos equipamentos e dos seus carros, pois esta temática tem sido uma grande
preocupação desde o acidente mortal de Senna. Desde essa época, muito se tem
alterado na segurança de um automóvel de forma a alterar o resultado das violentas
colisões, e os resultados são visíveis (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Número de mortes por ano
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
14 Porto, 18 de Outubro de 2010
De entre muitas alterações destacam-se as seguintes: a introdução de um
monobloco, o uso de macacão dos pilotos, uso de protecção da cabeça e pescoço
(HANS), os capacetes, cintos de segurança, entre outras.
O monobloco (local onde o piloto se senta, fig.8) é um constituinte
indispensável da célula de sobrevivência para o piloto. Esta célula foi concebida para
permanecer intacta em caso de acidente, sendo por isso feita de um material
extremamente resistente. Neste monobloco, existe um banco que é completamente
adaptado às características físicas do piloto. O banco terá de ser posicionado para que
o piloto fique totalmente protegido de acidentes, nomeadamente em caso de
capotagem, ou seja, nenhuma parte do corpo pode ficar de fora. Ainda relacionado
com a célula de sobrevivência, existe em torno desta (excepto na traseira) o
absorvedor de impacto (fig.9) que é um constituinte que foi concebido para ser
destruído com o impacto (no momento do acidente), pois assim este constituinte
absorve toda a energia gerada no acidente. E como consequência o piloto sente
menos pressão no decorrer do acidente o que leve à redução dos damos provocados
ao piloto. (1), (7)
Fig.8 – Monobloco (local onde o piloto se senta) Fig. 9 - Absorvedor de impacto
Célula de sobrevivência e monobloco
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
15 Porto, 18 de Outubro de 2010
Actualmente os carros de fórmula 1 apresentam uma elevação lateral do
cockpit (fig.10) o que permitiu que a cabeça dos pilotos ficasse protegida lateralmente
contra a força G (força exercida sobre os tecidos dos órgão do corpo humano em caso
extremo pode originar a explosão dos órgãos o que causa morte imediata), em caso
de acidente. (4)
O macacão dos pilotos, em conjunto com botas, luvas e capacete, forma uma
barreira resistente de protecção contra os danos em caso de acidente. Todos estes
equipamentos são feitos de Nomex (fibra sintética). Os macacões (incluindo os
logótipos das marcas e dos patrocinadores) de Fórmula 1 são concebidos para
proteger o piloto de um incêndio por pelo menos 12 segundos, tempo suficiente para
que a equipa de salvamento os consiga socorrer.
Fig. 11- Macacão de pilotos de F1
Fig. 10 - Elevação lateral do cockpit
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
16 Porto, 18 de Outubro de 2010
O Sistema de protecção para cabeça e pescoço (HANS - Head and Neck
Support System, fig.12) é uma espécie de colarinho feito de fibra de carbono, colocado
em volta do pescoço do piloto com o objectivo de protegê-lo em caso de colisão. O
HANS é um dispositivo atrelado ao capacete na zona cervical que permite liberdade
de movimento da cabeça. Também controla o movimento do capacete em caso de
impacto frontal, evitando assim lesões no pescoço. (6)
Em relação aos capacetes, apenas, foi alterado os materiais da sua
constituição sendo este o mesmo material de fibra de carbono usado na construção do
monobloco, em que estes capacetes sejam leves e resistentes (pelo o que a sua
inércia é baixa em relação à cabeça do piloto o que pode agravar as lesões em caso
de acidente) ainda importantes a acrescentar os capacetes conseguem resistir a
temperaturas da ordem dos 700ºC. Todos os capacetes são feitos de forma a ajustar
às dimensões da cabeça do piloto.
O cinto de segurança é constituído por um sistema de cinco fitas.
O uso de cabos de aço para ligar as rodas (fig.13) permite que durante um
acidente as rodas não sejam projectadas, poupando assim ferimentos ou mortes
humanas.
Fig. 12 - Sistema de protecção para cabeça e pescoço (HANS - Head and Neck Support System)
Fig.13 – Cabo de aço utilizado na F1
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
17 Porto, 18 de Outubro de 2010
A Fórmula 1 ainda é assistida por centenas de funcionários que ajudam a
controlar a segurança do piloto e do público presente. Esses funcionários vestem
macacões cor de laranja e têm três funções principais: avisar os pilotos em caso de
perigo, remover destroços ou carros danificados da pista e manter os espectadores
nas áreas permitidas. A Fórmula 1 conta também com dois carros especiais em cada
corrida: o carro de segurança (safety car) e o carro médico.
2.5 O desporto automóvel presente no nosso quotidiano
Hoje em dia, a fórmula 1 tem à sua disponibilidade a mais alta tecnologia de
ponta inserida nos carros, e também conta com dispositivos somente apropriados ao
desporto e às corridas fórmula 1. Por este facto, os equipamentos dos carros da
fórmula 1 são tão caros a nível de materiais e de processo de fabrico. Mas, com o
desenvolvimento da engenharia e da tecnologia nomeadamente a nível da mecânica
dos materiais e da robótica, os equipamentos usados na formula 1 podem ficar mais
baratos e serem aplicados ao automóvel comum tanto a nível da performance, como
da segurança e do conforto.
Os carros de F1 para além da aerodinâmica conjugada com a grande
performance, também apresentam um grande nível de segurança (já que permite
pilotos a saírem ilesos de acidentes a altas velocidades, perto de 300 km/h) e também
proporciona um grande conforto (os bancos são ajustados ao físico do piloto). O futuro
do automóvel passará então por estas modificações:
Automóveis mais económicos;
Maior fiabilidade dos materiais e motores;
Aumento da velocidade;
Melhoria dos pneus (maior aderência);
Aumento da estabilidade e tracção (aderência dos automóveis de modo a
poderem fazer curvas a elevadas velocidades);
Redução do ruído do vento e do atrito imposto por este;
Maior segurança para os ocupantes dos veículos (melhor carroçaria, airbag);
Desembaciamento dos vidros;
Assim o desporto motorizado é o motor do interesse pelo desenvolvimento do
veículo comum, visto que o que se faz para automóvel de corrida pode ser feito num
veículo vulgar.
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
18 Porto, 18 de Outubro de 2010
3. Conclusão
Em suma, podemos concluir que a evolução da Engenharia, ao longo dos
tempos, tem vindo a melhorar as nossas condições de vida, influenciando
constantemente o nosso quotidiano.
Assim sendo, a Engenharia, está aplicada a múltiplos sectores, nomeadamente
no desporto. Através do avanço da tecnologia e a sua aplicação na construção de
novos equipamentos de precisão de tempo, assim como equipamentos para
determinar a certeza dos resultados, a influência da aerodinâmica no desporto
automóvel como o seu design e a fidelidade dos materiais, tudo isto permitiu melhores
condições do mundo desportivo a nível da sua justiça e clareza, influenciando
directamente a Engenharia nos resultados.
Através da elaboração deste relatório foi-nos possível um maior
aprofundamento do conhecimento das diferentes aplicações da Engenharia,
conhecimento fundamental para percebermos se escolhemos a área certa no Ensino
Superior.
Acredito que a disciplina de Projecto Feup teve grande importância a vários
níveis, nomeadamente no que diz respeito à importância de saber pesquisar,
seleccionar e escolher a informação fundamental à realização de um bom relatório.
A Engenharia e o Desporto Como é que a engenharia influencia os resultados?
19 Porto, 18 de Outubro de 2010
4. Ref. Bibliográficas
1. http://esporte.uol.com.br/f1/ultimas-noticias/2009/05/01/ult4361u2416.jhtm
2. http://carro-inteligente.blogspot.com/2010/02/evolucao-do-carro-inteligente.html
3. http://carro-inteligente.blogspot.com/2010/02/o-carro-inacidentavel.html
4. http://pt.wikipedia.org/wiki/G_(F%C3%ADsica)
5. http://pt.wikipedia.org/wiki/Anexo:Lista_de_acidentes_fatais_na_F%C3%B3rmula_1
6. http://www.formula1.com/inside_f1/safety/hans/ -> HANS
7. http://www.abril.com.br/esportes/formula1-seguranca-evolucao-carros-felipe-massa/
8. http://2.bp.blogspot.com/_I8qMrk4fkjY/SUuPg-H5mVI/AAAAAAAAA1Q/akTXjgJADsQ/s1600-h/speedo_lzr_racer.jpg
9. http://www.alandavid.com.br/wp-content/uploads/2009/10/photo-france-f1-wallpaper-2008-2.jpg -> formula 1
10. http://semresenha.blogspot.com/
11. http://cidadesaopaulo.olx.com.br/raquete-de-tenis-wilson-blade-comp-100-2009-iid-37698378#pics
12. http://paginas.fe.up.pt/~asousa/wiki/lib/exe/fetch.php?media=projfeup:projfeup_logo.png
13. http://paginas.fe.up.pt/~projfeup/cd/relatorios/R519.pdf
14. http://www.abril.com.br/esportes/formula1-seguranca-evolucao-carros-felipe-massa/
15. http://esporte.hsw.uol.com.br/formula-um10.htm
16. http://www.portalf1.com/especiais/f150anos/seguranca.asp
17. http://artopiniao-despubi.blogspot.com/2009/10/tecnodoping-ou-evolucao-tecnologica-
ao.html