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    "DIMENSIONAMENTO DE UMA TURBINA A GS PARA GERAO DE ENERGIA ELCTRICA DOMSTICA"

    Marcelino Pinto 1

    NDICE

    RESUMO .............................................................................................................................................................. 2

    INTRODUO ...................................................................................................................................................... 3

    TURBINAS A GS .............................................................................................................................................. 3

    OBJETIVO ............................................................................................................................................................. 7

    ESTUDO DO CICLO TERMODINMICO .................................................................................................................. 8

    AR COMO GS PERFEITO.................................................................................................................................. 8

    MISTURA DE GASES........................................................................................................................................ 10

    PROJECTO DA TURBINA ..................................................................................................................................... 12

    DIMENSIONAMENTO DA PALHETA ................................................................................................................. 12

    CONSIDERAES ............................................................................................................................................... 18

    CONCLUSO ...................................................................................................................................................... 18

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .......................................................................................................................... 18

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    INTRODUO

    TURBINAS A GS

    O termo turbina a gs mais comumente empregado em referncia a um conjunto de trsequipamentos: compressor, cmara de combusto e turbina propriamente dita. Esta configurao formaum ciclo termodinmico a gs, cujo modelo ideal denomina-se Ciclo Brayton, concebido por GeorgeBrayton em 1870.

    Este conjunto opera em um ciclo aberto, ou seja, o fluido de trabalho (ar) admitido na pressoatmosfrica e os gases de escape, aps passarem pela turbina, so descarregados de volta na atmosferasem que retornem admisso.

    A denominao turbina a gs pode ser erroneamente associada ao combustvel utilizado. Apalavra gs no se refere queima de gases combustveis, mas, sim ao fluido de trabalho da turbina,que neste caso a mistura de gases resultante da combusto. O combustvel em si pode ser gasoso,como gs natural, gs liquefeito de petrleo (GLP), gs de sntese ou lquido, como querosene, leodiesel e at mesmo leos mais pesados.

    Ciclo BraytonO ciclo Brayton um ciclo ideal, uma aproximao dos processos trmicos que ocorrem nas

    turbinas a gs, descrevendo variaes de estado (presso e temperatura) dos gases. O conceito utilizadocomo base didtica e para anlise dos ciclos reais, que se desviam do modelo ideal, devido a limitaestecnolgicas e fenmenos de irreversibilidade, como o atrito.

    O ciclo se constitui de quatro etapas figura 1. Primeiramente, o ar em condio ambiente passapelo compressor, onde ocorre compresso adiabtica e isentrpica, com aumento de temperatura econseqente aumento de entalpia. Comprimido, o ar direcionado s cmaras, onde mistura-se com ocombustvel possibilitando a queima e o aquecimento, presso constante. Ao sair da cmara decombusto, os gases, alta presso e temperatura, se expandem conforme passam pela turbina,idealmente sem variao de entropia. Na medida em que o fluido exerce trabalho sobre as palhetas,reduzem-se a presso e temperatura dos gases, gerando-se potncia mecnica. A potncia extradaatravs do eixo da turbina usada para accionar o compressor e eventualmente para accionar outrosorgos de mquinas. A quarta etapa no ocorre fisicamente, se tratando de um ciclotermodinmico aberto. Conceitualmente, esta etapa representa a transferncia de calor do fluido para oambiente.

    Figura 1. Etapas da turbina a gs.

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    Desta forma, mesmo se tratando de um ciclo aberto, parte da energia proveniente da combusto rejeitada sob a forma de calor, contido nos gases quentes de escape. A rejeio de calor umlimite fsico, intrnseco ao funcionamento de ciclos termodinmicos, mesmo nos casos ideais, comodefine a segunda lei da termodinmica.

    A perda de ciclo ideal pode ser quantificada pela potncia proveniente do combustvel,descontando-se a potncia de acionamento do compressor e a potncia lquida. Assim, diminui-se aperda medida que se reduz a temperatura de escape e se eleva a temperatura de entrada da turbina, o

    que faz da resistncia, a altas temperaturas, das partes da turbina um ponto extremamente crtico natecnologia de construo destes equipamentos.

    Turbinas aeronuticasTurbinas a gs so amplamente empregadas na propulso de avies e outros tipos de aeronaves.

    Isto se deve principalmente a caracterstica de alta densidade de potncia, em relao a outras mquinascomo motores de combusto interna. Ou seja, as turbinas a gs geram maiores potncias comparadas amaquinas de mesmo peso, o que vantajoso, uma vez que a reduo do peso das aeronaves acarreta emmaior eficincia e capacidade de carga.

    Existem diferentes configuraes de turbina aeronuticas. Por exemplo, em turbinas dotipo turbojacto, o eixo, movimentado pela turbina propriamente dita, apenas aciona o compressor. Em

    tima anlise, atravs do bocal, o restante da potncia til consumida na acelerao dos gases,responsvel pelo empuxo gerado.Outros tipos de propulsores (turbohlices ou turbofans) tambm baseados em ciclos a gs tm o

    eixo acoplado a hlices ou ventiladores que impelem parte do ar por by-pass, ou seja, sem que o mesmopasse atravs da turbina. Nestes casos, o empuxo se deve em parte aos gases de escape da turbina e emparte ao fluxo de ar externo.

    Figura 2. Esquema e princpio de funcionamento de uma turbina turbofan.

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    Figura3. Esquema e pricpio de funcionamento de uma turbina turbo hlice.

    4a. Compressor de 17 estgios.

    4b. Cmaras de combusto.

    4.c Turbina de 3 estgios.

    Figura 4. Componentes de um propulsor aeronutico tipo turbojato, General Electric J79

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    TurbogeradoresFigura 5. Turbina a gs GE srie H, para gerao

    eltrica, de potncia de 480 MW em ciclo combinado.

    Turbinas a gs dedicadas gerao de energiaeltrica so divididas em duas principais categorias, noque se refere concepo. So elas as pesadas (Heavy-duty), desenvolvidas especificamente para a gerao deenergia eltrica ou propulso naval e asaeroderivativas, desenvolvidas a partir de projectosanteriores dedicados a aplicaes aeronuticas.

    Com a exceo das micro-turbinas (dedicadas gerao descentralizada de energia eltrica) o compressor utilizado geralmente trabalha com fluxo axial,tipicamente com 17 ou 18 estgios de compresso. Cada estgio do compressor formado por uma fileira de palhetas rotativas que impem movimento ao fluxo de ar (energia cintica) e uma fileira de

    palhetas estticas, que utiliza a energia cintica para compresso. O ar sai do compressor a umatemperatura que pode variar entre 300C e 450C. Cerca de metade da potncia produzida pela turbinade potncia utilizada no acionamento do compressor e o restante a potncia lquida gerada quemovimenta um gerador eltrico.

    Saindo da cmara de combusto, os gases tm temperatura de at 1250C. Aps passar pelaturbina, os gases so liberados ainda com significante disponibilidade energtica, t ipicamente atemperaturas entre 500 e 650 celsius. Considerando isso, as termeltrica mais eficientes e de maior porteaproveitam este potencial atravs de um segundo ciclo termodinmico, a vapor (ou Ciclo Rankine).

    Estes ciclos juntos formam um ciclo combinado, de eficincia trmica freqentemente superior a60%, ciclos simples a gs tm tipicamente 35%.

    Turbinas projectadas para operar em ciclo simples, tendo em vista a eficincia trmica do ciclo,

    tm temperatura de sada de gases reduzida ao mximo e tm optimizadas taxas de compresso. A taxade compresso a relao entre a presso do ar entrada e sada do compressor. Por exemplo, se o arentra a 1 atm, e deixa o compressor a 15 atm, a taxa de compresso de 1:15.

    Turbinas a gs especficas para operar em ciclo combinado, so desenvolvidas de modo amaximizar a eficincia trmica do ciclo como um todo. Desta forma, a reduo da temperatura dosgases de escape no necessariamente o ponto mais crtico, em termos de eficincia, uma vez que osgases de sada da turbina ainda so utilizados para gerar potncia.

    Introduo tcnicaAs turbinas a gs apresentam uma soluo alternativa vivel tcnica e economicamente na

    gerao de energia eltrica devido a sua maior razo potncia / peso, oferecendo maior facilidade na

    logstica do conjunto, custo inferior ao de motores alternativos e menor gastos com matria prima.Alm disso, as micro-turbinas oferecem grandes atractivos para aplicaes em geraodistribuda. Alm de emisses de NOx relativamente pequenas, baixa manuteno, tamanho reduzido eoperao silenciosa, as microturbinas possibilitam aplicao em pequenos sistemas de co-gerao.

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    OBJETIVOEste trabalho destina-se ao desenvolvimento de um projecto de dimensionamento de uma micro-

    turbina a gs com potncia em algumas poucas dezenas de kW para ser aplicada, dentre outras formas,na gerao de energia eltrica para residncias, utilizando como fonte de energia o gs naturaldisponibilizado comercialmente para uso domstico.

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    ESTUDO DO CICLO TERMODINMICO

    AR COMO GS PERFEITO

    A operao bsica de uma micro-turbina a gs similar a do ciclo de potncia a vapor, porm ofluido de trabalho utilizado o ar. O ar atmosfrico aspirado, comprimido no compressor eencaminhado, a alta presso, para uma cmara de combusto. Neste componente o ar misturado com ocombustvel pulverizado e provocada a ignio.

    Deste modo obtm-se um gs a alta presso e temperatura que enviado a uma turbina ondeocorre a expanso dos gases at a presso de exausto.

    Tomando como base o ciclo Brayton (considerando o Ar como Gs Perfeito) com o sistemaoperando em regime permante, nesta seo ser desenvolvida uma anlise do trabalho lquido (wL) erendimento do ciclo (t) em funo da razo de presso (p2 / p1) com o intuito de se obter os valoresmximos destas grandezas levando em conta as eficincias das mquinas trmicas (compressor eturbina), assumindo o trocador de calor como ideal. Mas, vale lembrar, que ser priorizado o mximorendimento para menor consumo de Gs Natural que atenda aos valores de potncia pretendidos.

    Vale ressaltar que a temperatura T3 a temperatura de entrada na turbina e ela depende domaterial do rotor. Os materiais que so empregados actualmente so aos ligados e forjados, ligas comaltas percentagens de nquel, cromo ou molibdnio, como, por exemplo, a liga SAE 4340 (Tabela 1).Baseado no Catlogo do Fabricante de Turbinas GE chegou-se concluso de que a temperatura deentrada dos gases na turbina gira em torno de 600C, logo ser utilizado para efeito de estudo T 3 = 900K.Sendo assim, as temperaturas T1 (Temperatura Ambiente de 27C ou 300K) e T3 sero admitidas comorequisitos de estudo do projecto.

    Tabela 1. Ao SAE 4340.Ao de alta temperabilidade para peas de grandes espessuras ealta resistncia. Indicado para virabrequins de avies, tractores,caminhes e automveis, bielas, engrenagens, eixos em geral

    sujeitos a grandes esforos.COMPOSIO QUMICA

    C Mn P S Si Ni Cr Mo

    0,38/0,43 0,75/1,00 0,035 0,040 0,15/0,35 - 0,80/1,10 0,15/0,25

    TRATAMENTOS TRMICOS

    Recozimento C Normalizao CTMPERA

    C MEIOS

    780 / 800 860 / 900 840 / 880 LEO

    A seguir esto descritas, de forma resumida, algumas frmulas finais envolvidas no estudo semregenerador:

    Trabalho do Compressor: . Turbina: . . 3 4

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    Trocador de Calor: . 3 . 1 2 Trabalho Lquido: Rendimento do Ciclo: .

    /

    .

    Utilizando as expresses acima, possvel obter os grficos do rendimento e do trabalho lquidovariando em relao a taxa de compresso. Tambm possvel se ter uma idia do diagrama T x s dociclo (Figura. 8). Sem esquecer que os dados tm como base as tabelas do ar como gs perfeito.

    Figura 6. Efeitos dos rendimentos

    do compressor e turbina notrabalho lquido do ciclo.

    Figura 7. Efeitos dos rendimentos do compressor eturbina no rendimento do ciclo com Regenerador

    = 90%.

    Figura 8. Diagrana T-s do ciclo da turbina a gs (em cima), com regenerador (em baixo)

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    Apartir desta anlise, assumindo-se para o projecto uma determinada eficincia de 90% (C=90%; T=90%) para a turbina, compressor e para o regenerador, obtm-se o rendimento mximo do ciclot a uma razo de presso de p2/p1, do grfico da figura 7. Nestas condies o trabalho lquido retiradoda figura 6, mesma eficincia.

    Para a obteno da razo de compresso p2/p1 utilizou-se as propriedades para o ar como gsperfeito, porm para o clculo da vazo mssica de ar do ciclo, ser considerado o ar como gs no-perfeito, o que leva a novas expresses de diferenas de entalpia para o trabalho e para a troca de calor.

    Designadas como:Trabalho do compressor: Trabalho da turbina: Calor Fornecido:

    Desta forma, em funo da potncia limite estimada , a vazo mssica de ar calculada daseguinte forma:

    . MISTURA DE GASES

    At este ponto do projecto as grandezas foram analisadas em cima de um Ciclo Padro Ar, GsPerfeito e Gs no Perfeito. A partir de agora ser estudado um caso onde leva-se em conta a entrada decombustvel no sistema, o que se aproxima do funcionamento na prtica.

    O combustvel considerado o Gs Natural (GN), o qual, para efeito de estudo, ser consideradoapenas metano (CH4). Este gs representa cerca de 90% da composio total do gs natural.

    Com a entrada do combustvel ocorre uma reao estequiomtrica de combusto (1kmol de GN sem excesso de ar) na cmara:

    CH4 + 2 (O2 +3,76 N2) CO2 + 2 H2O + 7,52 N2

    Conhecendo-se as propores de CH4 e O2 a partir da reaco acima, possvel obter a relaoAr / Combustvel da mistura: AC=17,2 kg de ar / kg de GN.Compressor

    Como no compressor h apenas a passagem de ar, o trabalho especfico calculado com o uso daequao anterior: . Turbina

    J nesta parte do ciclo existe a passagem da mistura dos gases provenientes da combustoocorrida na cmara, portanto necessrio aplicar a 1 Lei com o valor das propriedades diferentes emrelao as utilizadas no ciclo padro de Ar:

    .

    .

    .

    .

    .

    .

    ,

    Onde c a fraco mssica ( ).Para que seja possvel comparar todas as grandezas envolvidas, necessrio que fiquem namesma unidade, kJ / kg de GN. Logo, deve-se converter o trabalho da turbina da seguinte forma: 1.

    Sendo assim o trabalho lquido do ciclo fica:

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    PROJECTO DA TURBINANesta fase do projecto, a turbina propriamente dita foi projectada, de formas a encontrar as

    dimenses adequadas, o nmero necessrio de ps e o tamanho do rotor, a fim de atender s exignciasnecessrias de potncia. Alm disso, ser dimensionado o bocal que antecede a turbina, o qual possui umpapel importante na acelerao do escoamento. Um detalhe importante que o escoamento dever ser

    subsnico, a fim de se evitar a formao de ondas de choque.Para melhor compreenso no dimensionamento, nos basearemos num esquema (Figura 9),bastante simples que permitir ter uma melhor ideia da disposio dos elementos.

    Figura 8. Esquema da Turbina.

    DIMENSIONAMENTO DA PALHETA

    Para o projecto da turbina deve ser estudado o escoamento atravs das passagens entre as

    palhetas, o qual ter como fundamento principal a teoria de tringulo de velocidades, o que pode servisualizado pela figura 9 que representa um diagrama vectorial com as velocidades absolutas e relativasonde V1 representa a velocidade do fluido que entra na passagem entre as palhetas e indica o ngulosegundo o qual ele entra. J V1R representa a velocidade relativa do fluido que entra na passagem e ongulo segundo o qual ele entra. Analogamente, V2 e V2R representam a velocidade absoluta e avelocidade relativa do fluido que sai segundo os ngulos e , respectivamente.

    Figura 9. Tringulo de Velocidades

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    Utilizando-se o estudo termodinmico realizado para a tabela 2, ser desenvolvido o clculo dasgrandezas envolvidas na dinmica do escoamento pelas ps da turbina na altura mdia da palheta, comose segue:

    Clculo de V1Aplicando-se a 1 Lei da Termodinmica tomando como Volume de Controle o bocal e como a

    rea na entrada muito maior que na sada (A0>>A1), o que leva a uma velocidade V1 >> V0 0, pode-

    se encontrar a velocidade do fluido em sua sada (V1) atravs da seguinte expresso: 2 onde h1 obtido a partir do conceito de Grau de Reaco das turbinas:

    De maneira conveniente, considerando-se um valor para GR, obtm-se a entalpia h1 e portanto

    V1.

    Clculo de VBAt ao momento foi analisado a cinemtica na entrada e na sada da turbina do ponto de vista do

    fluido, agora necessrio que se tenha algumas informaes sob a ptica da turbina, o que nos leva aencontrar a velocidade tangencial VB da palheta. Para a seguinte relao se verifica a maior eficinciapara um estgio de reaco:

    12 , 2 ,

    Determinao dos ngulos , , e Para que se tenha ainda maior conhecimento da interao dinmica entre os gases de combusto

    e as palhetas, necessrio encontrar as velocidades relativas do fluido tanto na entrada quanto na sadada turbina propriamente dita. Com alguns arranjos geomtricos (Teorema dos Senos), chega-se expresso que relaciona a velocidade relativa com a velocidade absoluta em funo dos ngulos em 1:

    180 . Como h a preocupao de se manter o nmero de Mach inferior a 1, ou seja, escoamento

    subsnico, para que no ocorra a formao de ondas de choque no bocal ou nas palhetas, possvelencontrar V1R a partir do nmero de Mach na sada do bocal (entrada da turbina):

    . . .

    . Substituindo a equao de V1R em M1, monta-se uma tabela, na qual pode-se selecionar os

    ngulos alfa e beta que ofeream uma configurao geomtrica que mantenha Mach subsnico (M1 < 1).Nas tabelas a seguir, os resultados mostrados so referentes a ngulos possveis (

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    Tabela 3. Valores possveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na entrada da turbina em

    relao aos ngulos e , considerando a relao . De referenciar que este valores, M1 e V1R

    ficam sujeitos a C e V1, respectivamente.

    Alfa ()10 20 30 40 50 60 70 80 90

    Beta

    ()

    10 1 1,969616 2,879385 3,701666 4,411474 4,987242 5,411474 5,671282 5,75877

    20 0,507713 1 1,461902 1,879385 2,239764 2,532089 2,747477 2,879385 2,923804

    30 0,347296 0,68404 1 1,285575 1,532089 1,732051 1,879385 1,969616 2

    40 0,270149 0,532089 0,777862 1 1,191754 1,347296 1,461902 1,532089 1,555724

    50 0,226682 0,446476 0,652704 0,8391 1 1,130516 1,226682 1,285575 1,305407

    60 0,200512 0,394931 0,57735 0,742227 0,884552 1 1,085064 1,137158 1,154701

    70 0,184793 0,36397 0,532089 0,68404 0,815207 0,921605 1 1,048011 1,064178

    80 0,176327 0,347296 0,507713 0,652704 0,777862 0,879385 0,954189 1 1,015427

    90 0,173648 0,34202 0,5 0,642788 0,766044 0,866025 0,939693 0,984808 1

    Da mesma forma como foi estudado o adimensional Mach e a velocidade relativa na entrada,pode-se realizar os mesmos arranjos matemticos no tringulo de velocidades na regio de sada daturbina e obter a seguinte expresso para a velocidade do fluido em relao a palheta V2R (referencialmvel sobre a palheta) a partir da figura 9:

    O nmero de Mach na sada da turbina (M2) pode ser encontrado de forma anloga M1:

    , . . Substituindo a equao V2R e M2 e com o auxlio do Excel, monta-se uma tabela que oferece

    referncias entre o Mach e os ngulos e do tringulo de velocidades na sada da turbina, podendoassim defini-los:

    1 . 1 ., 1 .

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    Tabela 4. Valores possveis de Mach e da velocidade relativa do fluido na sada da turbina em relao

    aos ngulos e .De referenciar que este valores M2 e V2R ficam sujeitos a S e VB, respectivamente.

    Gama ()10 20 30 40 50 60 70 80 90

    Delta()

    10

    20 5,75877

    30 2,923804 5,75877

    40 2 2,923804 5,75877

    50 1,555724 2 2,923804 5,75877

    60 1,305407 1,555724 2 2,923804 5,75877

    70 1,154701 1,305407 1,555724 2 2,923804 5,75877

    80 1,064178 1,154701 1,305407 1,555724 2 2,923804 5,75877

    90 1,015427 1,064178 1,154701 1,305407 1,555724 2 2,923804 5,75877

    Para selecionar os ngulos adequados ao projecto, alm do escoamento ser subsnico (M

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    2 . . Tendo em conta a boa suavidade de contorno e a efiicincia, da tabela 6, os valores que mais

    se enquadram so = 90 e = 20, para, = (0,132474), verifica-se que M2 = (1,064178). Alm disso,obtm-se tambm V2 .

    Usando-se a equao anterior obtm-se o valor de M1. Consequentemente chega-se aos valoresde , e V1R, pela tabela 3. Os valores obtidos para os ngulos e nmeros de Mach tero que atender aoscritrios pr-estabelecidos na altura mdia da palheta.

    Clculo das reas de Escoamento entre as PalhetasCom os parmetros obtidos at aqui, possvel calcular a massa especfica da mistura de gases.

    . : . A geometria da palheta deve atender s reas de escoamento calculadas da equao da

    continidade, sendo assim no dimensionamento considerado uma rotao N rpm. A partir destavelocidade e da velocidade tangencial VB, obtem-se o raio mdio Rm (conjunto disco e metade da alturada palheta), da seguinte forma:

    .260 . .60 .2 Defini-se o nmero de ps da turbina e o comprimento da palheta que, experimentalmente, deve

    ter um valor entre 0,5~0,6 cm multiplicado pelo passo.Visto que deve-se atender uma rea de escoamento na entrada de A1 e A2 na sada, tem-se que a

    rea correspondente s palhetas na regio de entrada do fluido deve ser equivalente a A2-A1 levando emconta que a espessura varia, o que nos leva a a definir as seguintes grandezas para a p: Nmero de Palhetas Altura (h) Espessura na entrada (s) Passo (p) Comprimento da Palheta (c Chord)

    Desta forma tem-se os seguintes raios externos e internos do rotor:

    Rext = Rm + h e Rint = Rm - h

    Desenvolvendo-se o mesmo procedimento e raciocnio algbrico realizado para o raio mdio dapalheta, obtm-se as grandezas relacionadas dinmica do fluido, tais como velocidades e ngulos, tantono topo quanto na raiz da palheta, o que vm apresentado de forma resumida na tabela a seguir.

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    Marcelino Pinto 17

    Tabela 6. Resumo das grandezas relacionadas ao tringulo de velocidades nas extremidades da palheta

    e no meio

    Posio Palheta

    =(Topo, Meio, Raiz) = (Topo, Meio, Raiz) =(Topo, Meio, Raiz) = (Topo, Meio, Raiz)

    Velocidade dos Gases na entrada (m/s)

    V1 =

    Velocidade dos Gases na Sada (m/s)

    V2 =

    Velocidade tangencial da p VB (m/s)

    Topo = Meio = Raiz =

    Mach de entrada (M1)

    Topo = Meio = Raiz =

    Mach de sada (M2)

    Topo = Meio = Raiz =Eficincia do Estgio (est)

    Topo = Meio = Raiz =

    A partir destes dados, pode-se gerar o perfil das palhetas, o qual vem ilustrado pela figura aseguir representando o twist devido diferena entre os ngulos para cada altura diferente de palheta.

    Figura 10. Perfil da Palheta

  • 8/6/2019 projecto da turbina

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    "DIMENSIONAMENTO DE UMA TURBINA A GS PARA GERAO DE ENERGIA ELCTRICA DOMSTICA"

    Marcelino Pinto 18

    CONSIDERAESOs bocais devem ter excelente resistncia oxidao e corroso, alta resistncia fadiga trmica.

    Alm disso, devem ser relativamente fceis de serem soldados (para manufactura e reparos) e fundidos.Uma liga adequada seria a de cobalto (que possui resistncia superior a altas temperaturas se

    comparadas com as ligas de nquel), com baixo teor de carbono (aumentando a soldabilidade) e um teor

    relativamente alto de cromo (aumentando a resistncia corroso/oxidao).Os parmetros mais importantes para a seleo de materiais das palhetas da turbina so a tensode ruptura, fluncia, fadiga cclica, fadiga trmica, tenso de escoamento, ductilidade, resistncia corroso e oxidao, alm de propriedades fsicas. Para a fabricao da palheta, seria recomenda autilizao de uma liga de nquel ou cobalto, utilizando a tcnica de solidificao direcional, o queaumentaria a resistncia fluncia.

    CONCLUSO

    Com os parmetros obtidos da anlise termodinmica do ciclo inteiro, partiu-se para um estudomais detalhado da turbina em si. A turbina foi dimensionada de modo a atender aos requisitos depotncia do projecto.

    Foram analisados os tringulos de velocidade tomando trs pontos diferentes ao longo da alturade uma palheta. O critrio principal para a escolha dos ngulos foi uma boa eficincia de estgio.

    Para as dimenses da turbina propriamente dita, em funo do valor de potncia e asaproximaes relevantes, o conjunto todo que compe a micro-turbina deve ter um volume apropriadopara ser utilizado em uma residncia.

    Alm disso, foi feito um breve estudo sobre os materiais utilizados em uma turbina e chegou-se auma concluso de que para os bocais e palhetas mveis, seria bastante interessante o uso de algumasligas de cobalto.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS KRIEGER, G. Centrais Termoeltricas a Gs - 1997; DONADIO, Diego L. S. ; Projeto de uma Cmara de Combusto para Micro-Turbina a gs a

    partir de um conjunto turbo-compressor pr-existente; Trabalho de Formatura de graduao emEng. Mecnica Escola Politcnica USP;2004 So Paulo.

    LEE, J. F. Theory and Design of Steam and Gas Turbines. McGraw-Hill Company, Inc., 1954

    http://www.acositapema.com.br/esp_tecnica.asp http://www.poli.usp.br/d/pme2599/2008/Artigos/Art_TCC_002_2008.pdf 5 Edio Termodinmica Yunus A. engel Michael A. Boles http://es.wikipedia.org/wiki/Turbom%C3%A1quina http://www.em.pucrs.br/lsfm/SistFlumec/Exemplos/Poligonos/Exer-Poligonos.htm MATAIX, Claudio. Turbomquinas Hidrulicas. Editorial ICAI