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Caderno promocional da jornada de Nadal de Siareir@s Galeg@s do 2012, com o jogo de futebol amigável entre as seleçons da Galiza e do Curdistám.
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Mais um ano, desde
Siareir@s Galeg@s
volvemos tomar a ini-
ciativa e organizamos o jogo inter-
nacional da seleçom galega de
futebol, este ano contra o Curdis-
tám.
Neste caderno poderás atopar
o programa com todas as activi-
dades que se desenvolverám du-
rante toda a jornada do 29 de
Dezembro, além de artigos sobre
mulher e desporto (Pili Neira), bil-
harda (Xermán Viluba) ou futebol
gaélico (Wenceslao G. Zapata). O
escritor Séchu Sende também nos
acompanha na nossa primeira vi-
agem polo Curdistám, do que es-
peramos estar algo mais perto
despois deste dia de irmandade
entre os dous países.
Galiza - CurdistamPartido de futebol amigavel de
Nadal29 de Dezembro - Ponte Vedra
Organiza:SIAREIR@S GALEG@S
Programa de actividades
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JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S2
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S 3
Duas naçons, um objectivo
oficialidade!Ponte Vedra - 29 de dezembro
Esplanada Recinto Feiral
Praça da Ferraria
Campo de futebol da Junqueira
Esplanada Recinto Feiral
13:30
15:00
16:30
Sessom vermute com Cé Orquestra pantasma
Jantar popular
Jogos populares, aberto de bilharda e jogo do pau
13:30Manifestaçom Nacional
20.00
20:50
21:00
Exibiçom de futebol gaélico
Homenagem às desportistas galegas
Galiza - Curdistam´(Seleçom oficial NF-Board)
23:30 Concerto:Rebeliom do Inframundo - Arenga
Falperrys - Keltoi!
Berri Txarrak
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S4
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S 5
Coroar o vencedor Pilar Neira
As mulheres só tenhem
umha funçom no de-
sporto: coroar o vencedor
com as medalhas do triunfo. Afor-
tunadamente, a história nom deu
a razom a Pierre de Courbentin,
pai das Olimpíadas modernas. O
desporto feminino deixou de ser o
de varrer e esfregar, demon-
stramos que podemos ganhar
medalhas mas, quantas temos que
conseguir para pôr nome e apelido
à constáncia e ao esforço? Subir a
um pódio nom é sinónimo de re-
conhecimento social.
A desportista sempre estivo
marginalizada dentro da so-
ciedade: se falarmos do desporto
feminino há que ter presente que
é um mundo de homens. Nós
temos que demonstrar o dobro,
porque os nossos êxitos costumam
ser menosprezados.
Há que dar oportunidade às
pessoas de conhecer o desporto
feminino, mas isto afigura-se-me
umha tarefa muito complicada,
enquanto nom for mudada a men-
talidade dos homens, porque por
desgraça som eles os que gerem a
maioria dos órgaos de direçom do
desporto. Eles som os que dirigem
os meios de comunicaçom: televi-
som, imprensa e rádio.
Lamentavelmente fazemos
parte de umha sociedade
machista, e teríamos que exigir
igualdade nos prémios, nos
horários ou nos espaços dos meios
de comunicaçom, porque nom es-
tamos consideradas nem
económica nem socialmente como
homens. Nom contamos com o
apoio da sociedade, na qual a im-
agem da mulher se mede pola
beleza. A figura da desportista
com músculo, robusta e fibrosa
nom está bem vista. Nom somos
valorizadas polo que fazemos ou
valemos, senom polo nosso as-
peto.
Muitas barreiras tivemos que
derrubar para chegar até onde es-
tamos, e teremos que procurar
umha soluçom para que estas nom
voltem a ser erguidas.
Há que dar oportunidade às pessoas de conhecero desporto feminino
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S6
Quando viajares ao Curdistám...Séchu Sende
OCurdistám é a maior
naçom sem estado do
planeta, 500.000 km
quadrados, (GZ, uns 30.000) e
mais de 30 milhons de pessoas
num território hoje ocupado por
diferentes estados: Turquia, Irám,
Iraque, Síria e Arménia. Ademais,
há mais de um milhom de curdos
na Europa. Quando viajares ao
Curdistám e aprenderes a saudar
em curdo, descobrirás-te a provo-
car sorrisos emocionados. Quando
viajares ao Curdistám, procu-
rando-te a ti mesm@, encontrarás
-se entrares pola Turquia- cente-
nas de bandeiras turcas, especial-
mente nos outeiros, nos
acampamentos militares e nas
janelas das escolas. Mas desco-
brirás também a bandeira proibida
nas cores do dia a dia: nas maos
de umha meninha que brinca
entre os dedos com umha pulseira
verde, amarela e vermelha. Nas
meias de umha mulher de oitenta
anos. E assim continuamente.
Quando viajares ao Curdistám
falarás com muita gente luitadora
e talvez num bar alguém che recite
um verso de Hicri Izgoren:
“Quando me perguntam pola
minha identidade nas esquinas eu
abro e mostro as minhas feridas”.
Que saibas, quando viajares ao
Curdistám, que o uso do curdo
deixou de ser proibido polo Estado
turco em 1994 e que ainda hoje é
perseguido, apesar das operaçons
de lavagem de imagem do gov-
erno. Que saibas que Leyla Zana
foi condenada a 10 anos por pro-
nunciar umha frase na sua língua
no Parlamento turco, em 1991.
Que saibas também que a cidade
de Ahmed e Compostela estám
geminadas e que o concelho de
Santiago editou em 2005 um livro
para aprender curdo e que 2000
exemplares fôrom enviados para o
Curdistám e que o governo turco
interceptou-nos na alfándega e de-
saparecêrom. Que saibas que o
curdo entrou nas escolas este ano,
subordinado. Que saibas que a es-
cola da Semente, em Compostela,
e umha escolinha de Ahmed tam-
bém estám irmanadas, e que
estám a ser enviados envelopes
cheios de palavras. Que o saibas!
Que saibas, como curiosidade, que
em curdo curmanci há 18 nomes
para os diferentes tipos de
bigodes.
O Curdistám é a maiornaçom sem estado doplaneta, 500.000 kmquadrados
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S 7
Quando viajares ao Curdistám
verás campos de petróleo e talvez
atravesses umha ponte sobre o
Tigris. Que saibas que o petróleo e
a água som as duas principais ra-
zons dos estados opresores para
negar a soberania do povo curdo.
Quando viajares ao Curdistám
comprovarás que o seu subdesen-
volvimento crónico se deve à espo-
liaçom colonial dos recursos
naturais. Quando fores verás cam-
pos de algodom, açúcar, trigo, vin-
hais, pomares, castanheiros,
carvalhos, aveleiras, serras verdís-
simas com neve e ermos amarelos
com rebanhos de cabras e ovelhas.
O gado e a agricultura som as suas
principais fontes de rendimentos,
e a indústria, quase inexistente.
Quando viajares alô, o Curdis-
tám há de receber-te com música.
E entre todas as cançons, Keçe
Kurdan, Rapariga Curda, de Sivan
Perwer. O tema é um emblema.
Que saibas que quando na mon-
tanha nom ficava anestésia para
operar, os guerrilheiros feridos pe-
diam esta cançom para enfrontar-
se á dor. Que saibas que o Newroz
é a festa da resistência curda, e
que a gente berra Viva o Curdis-
tám Livre, e Liberdade para Apo,
Abdullah Öcallan, o líder preso do
PKK. Que saibas que a 15 de out-
ubro de 2012 mil pres@s políticos
se pugérom em greve de fome e
que o PKK, o Partido dos Trabal-
hadores do Curdistám, criado em
1984, e declarado “grupo terror-
ista” pola Turquia e a UE, continua
a ser umha esperança para a
maioria do povo curdo desde que
a via política foi mutilada polas in-
stituiçons turcas. Que o saibas.
Que saibas também que na
Síria o povo curdo está a reclamar
um governo próprio, que na
cidade de Derik, nas escolas, as
crianças estudam curdo desde há
uns meses. E que o Curdistám do
sul, no estado de Iraque, vai con-
verter-se no próximo país inde-
pendente. Que o saibas. Que
saibas que no Curdistám a luita
continua. Que saibas que viajar ao
Curdistám é como viajar a um país
irmao, com homens e mulheres ir-
mandinhas, e que o Curdistám
está muito mais perto do que
imaginas.
Que saibas que viajarao Curdistám é comoviajar a um país irmao
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S8
Bilhardas estalando nos arrabaldos da legalidadeXermán Viluba
Desde os primeiros anos
do século XXI, rapazes e
rapazas reconvertidos
em ativistas de seu descubrirom e
experimentarom ao carom das
bestas bravas em Bretonha um
novo jeito de sentir-se galegos e
galegas afastados totalmente de
estereotipos muchos e caducos.
Falamos por suposto dos espaços
de liberdade que rapidamente se
forom espalhando ao longo de
todo o país adiante chamados pis-
tas da Liga Nacional de Bilharda
(LNB). Entorno às equipas de bil-
harda os seus palanadores e
palanadoras, coma umha cunca de
vinho quando receve o xostregaço
líquido provinte do xerro ergueito
no ar, misturam actitude, com-
petiçom e irmandade, criando um
universo de umha intensidade
brutal que racha moldes para con-
struír algo novo e diferente que
necesita ser vivido e experimen-
tado para saber o potente e
poderoso da proposta.
Cultura sem censura e bil-
hardas sem ataduras. Essas som
as premisas básicas nas que se ba-
seia a LNB, um conjuro de di-
menssons estratosféricas que
escorrega fora do simples e mero
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S 9
feito desportivo, é por iso que a
consideraçom da entidade bilhard-
eira coma um totem socio-cultural
transmuta a realidade desportiva
em umha auténtica bola de lume
que imparável percorre as corre-
doiras de vilas, aldeias e os conel-
hons das principais cidades do
país. Desafiando as raias contin-
uas e as fronteiras irreais e im-
postas pola metrópole colonial, a
LNB nom reconheceu nem recon-
hecerá nunca umha divissom
provincial do nosso país, estrutura
que fundamenta a irreal con-
cepçom legal da nossa entidade
territorial. Seis conferências LNB
artelham o entramado bilhardeiro
galego estruturando umha com-
petiçom regular em cada umha
delas das que saem uns campions
de conferência nas categorias de
individual, equipas e varados
(tiros diretos) que compitem polos
títulos absolutos no gram Play Off
Os palans semelhamlanças longas e as bilhadas oubeamcoma lobos famentos
Nacional de Compostela que se
celebra a última fim-de-semana de
maio. Nom é umha opçom senom
umha necessidade para o debir do
país que as terras do Eo-Návia e o
Bérzio e incluso o Val de Elhas em
Extremadura poidam integrar-se
em esta gram competiçom bil-
hardeira com pleno direito coma
entidades galegas de seu que som.
Siareir@s acende mais umha
vez o grande facho para guiar as
bilhardas e consolidar umha com-
petiçom galega em toda a sua di-
menssom e plenitude onde todas
as galegas de seu nos poidamos
atopar sem trabas legais e partil-
har em harmonia e liberdade um
mesmo desporto e umha mesma
língua mae. Epicentros múltiples
para um mesmo conflito que se
extende por cada um dos poros
dum país que se reivindica a si
mesmo coma um jeito mais para a
resistência galega das contínuas
agressons internas e externas... en
cada Aberto da LNB os paláns
semelham lanças longas e as bil-
hardas oubeam coma lobos fa-
mentos. Siareir@s Sempre,
Avante com o Varal!
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S10
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S 11
César Freiria é pseudónimo
que usa Ce orquestra pantasma
fora das festas. Este viguês chega
carregado de instrumentos, literal-
mente, para animar qualquer ver-
bena do país. Começou com a
música tradicional galega aos oito
e passou por diferentes grupos
coma A Roda ou Oxtiax ke te
Pariu.
Nervo ao microfone e DJ Rapu
aos platos conformam esta banda
de rap nascida em Ponte Areias.
As suas rimas, incluídas no seu re-
cente trabalho A Sorpresa, longe
do politicamente correcto, nom
deixam a ninguém indiferente.
Nervo dispara as suas palavras
com temas como “político
cabrom” ou “caladas reflexivas”.
Este grupo de Ponte Deume
nom precisa apressentaçom.
Havia já algum tempo que vinham
arrasando polo país adiante, mas
nom é até 2009 quando sae o seu
disco Pensa en loita, toda umha
arenga em forma de punk-rock. O
seu estilo recorda a clássicos bas-
cos coma Kortatu ou RIP e sobre
todo, ao fenómeno bravú galego.
Nom som nem Skacha, nem
Keltoi!, nem Tiro na Testa. Som
Falperrys e tenhem um pouco de
todos estes grupos, pois todos os
seus membros tocarom em algum.
O seu estilo é o do punk-folk celta
e todas as suas cançons som ver-
sons de clássicos temas da música
celta.
Mais um ano, Keltoi! volve
fechar o ano com o concerto de
Siareir@s Galeg@s. O conjunto
senlheiro do oi! na Galiza segue
enchendo salas e as letras de Sime
ganham força enquanto passam os
anos. Após vários anos tras a saída
do prelo de “Casco Vello”, Keltoi!
volve em 2011 com o seu álbum
póstumo, “A nossa cinza”.
Más Novas, ou Berri Txarrak
em euskera. Os de Lekumberri
(município de Nafarroa) levam
desde o 1994 à fronte das guitar-
com um estilo próprio que pode
lembrar a bandas tam dispares
como Nirvana, Rage Against the
Machine ou Black Sabath.
Os bascos porám-lhe o fecho às
jornadas de Siareir@s Galeg@s.
Zé orquestrapantasma
Rebeliom do inframundo
Arenga
Falperrys
Keltoi!
Berri Txarrak
JORNADAS 2012 - SIAREIR.S GALEG.S12
O Futebol gaélico galaicoWenceslao García Zapata
Ofutebol gaélico é o des-
porto nacional irlandês,
um jogo centenário vin-
culado à cultura hibérnica e à lín-
gua gaélica e no qual nom está
permitido o profissionalismo.
Desde há dous anos, também tem
presença na Galiza. Alguém alheio
a este desporto, depois de obser-
var um jogo, pode concluir que se
trata de um resultado ecléptico de
misturar ráguebi e futebol. Porém,
o futebol gaélico tem umha histó-
ria de seu, com umhas normas
próprias senlheiras: nom se permi-
tem as placagens, mas sim o con-
tacto de ombro com ombro; a bola
pode conduzir-se com a mao ou
com o pé, ainda que ao levá-lo
com a mao, cada quatro passos há
que botá-la ou dar-lhe um toque
com o pé sem a deixar tocar no
chao; há balizas e paus semelhan-
tes aos do ráguebi, o golo vale três
pontos e o tanto a paus um ponto;
etc. No nosso país, A Corunha Fi-
lhos de Breogám é o clube pio-
neiro. Fundado no outono de 2010,
a entidade corunhesa leva dous
anos a competir na modalidade
masculina do Campeonato Ibérico.
Este ano estreou-se também em
torneio oficial a sua equipa filial,
Ártabros de Oleiros, e a sua esqua-
dra feminina, A Corunha Filhas de
Breogám. En julho de 2012 debu-
tou a Seleçom Galega, oficial
neste desporto, num jogo organi-
zado por Siareir@s Galeg@s em
Narom. O rival foi a Seleçom Bre-
toa e os galegos ganhárom o jogo
apesar de partirem como favoritos
os da Bretanha, com umha liga
própria e presença do futebol gaé-
lico desde há doze anos. Esse jogo
foi histórico: era a primeira vez
que duas equipas (e ademais duas
seleçons nacionais) jogavam
umha partida internacional sem
nengum irlandês nas suas fileiras
depois de 127 anos de existência
da Associaçom Atlética Gaélica
(GAA).Na seqüência desse encon-
tro, o futebol gaélico recebeu um
importante empurrom. De facto,
surgírom diversos projetos: o Sué-
via, em Santiago de Compostela,
os Irmandinhos, da Estrada, o
Faísca, em Vigo, os Corvos, em
Ponte Vedra, e os Mecos em
Ogrove.
A Seleçom Galega defutebol gaélico debutou este veraocontra Bretanha