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Programa e Resumos

Instituição Promotora: Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental

Presidente: Carmem Beatriz Neufeld

Comissão Organizadora:

Isabela Maria Freitas Ferreira Isabela Lamante Scotton

Juliana Maltoni Priscila de Camargo Palma

Suzana Peron Thaís Barbosa Benedetti

22, 23, 24 e 25 de maio de 2018

Ribeirão Preto / São Paulo / Brasil

Ficha catalográfica

Jornada de Terapias Cognitivo Comportamentais (5. : 2018 : Ribeirão Preto, SP) Programa e Resumos da V Jornada de Terapias Cognitivo Comportamentais / Carmem Beatriz

Neufeld ... [et al.] (organizadores). – Ribeirão Preto : LaPICC-USP, 2018. 107 p. Encontro realizado nos dias 21 a 25 de maio de 2018, Ribeirão Preto-SP : V Seminário

Internacional de Pós-Graduação do LaPICC-USP, 21 de maio; II Workshop Internacional do LaPICC-USP, 22 de maio; V Jornada de Terapias Cognitivo Comportamentais, 23 a 25 de maio.

ISBN 978-85-85367-24-4

1. Terapia Cognitiva – Congressos. I. Título. II. Neufeld, Carmem Beatriz.

CDU 616.8-085.851

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Comissão Organizadora Presidente: Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP) Comissão Organizadora: Isabela Maria Freitas Ferreira Isabela Lamante Scotton Juliana Maltoni Priscila de Camargo Palma Suzana Peron Thaís Barbosa Benedetti Membros da Comissão Científica e Julgadora Priscila de Camargo Palma - SP Aline Henriques Reis- MS Carmem Beatriz Neufeld - SP Karen Priscila Del Rio Szupszynski – MS Leopoldo Nelson Fernandes Barbosa - PE Marcela Mansur Alves – MG Marcele Regine de Carvalho - RJ Ricardo Padovani – SP Wilson Vieira Melo - RS

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SUMÁRIO PROGRAMA WORKSHOP INTERNACIONAL............................................................6RESUMOS.........................................................................................................................17WORKSHOP INTERNACIONAL...................................................................................17CONFERÊNCIA...............................................................................................................17

CONFERÊNCIA 1: ANGUSTIA PERINATAL.......................................................................17SEMINÁRIOS CLÍNICO PREMIUM............................................................................18

SEMINÁRIO 1: TCC PARA PROCRASTINAÇÃO..............................................................18SEMINÁRIO 2: SONO NA ADOLESCÊNCIA.....................................................................18

SIMPÓSIO.........................................................................................................................19SIMPÓSIO 1: INOVAÇÕES EM TCC: DIVERSIDADE DE CONTEXTOS E TÉCNICAS.............................................................................................................................19

SIMPÓSIO.........................................................................................................................22SIMPÓSIO 2: AMPLIANDO AS FRONTEIRAS DA TCC: PARA ALÉM DA CLÍNICA TRADICIONAL......................................................................................................................22

SIMPÓSIO.........................................................................................................................24SIMPÓSIO 3: PLURALIDADE EM TCC: INTERFACE COM DIFERENTES SABERES E TÉCNICAS.....................................................................................................24

MESA REDONDA CONVIDADA...................................................................................27MESA REDONDA 1: MINDFULNESS: BASES CIENTÍFICAS E INDICAÇÕES........27MESA REDONDA 2: PSICOLOGIA DA SAÚDE E A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO HOSPITAL: PRESPECTIVA DE UMA PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS............................................................................................31MESA REDONDA 3: PROCESSOS TRANSDIAGNÓSTICOS E SAÚDE MENTAL: QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL?.......................................................................................................33MESA REDONDA 4: PORQUE MUDAR É TÃO DIFÍCIL? CONTRIBUIÇÕES DO MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA.................................................................35

SESSÃO ESPECIAL: “TCC, CIÊNCIA E ARTE”......................................................38SESSÃO ESPECIAL: “O TERAPEUTA EM FOCO”.................................................38SESSÃO ESPECIAL: “A PRÁTICA CLÍNICA EM FOCO”......................................40COMUNICAÇÕES ORAIS..............................................................................................41PAINÉIS............................................................................................................................52

PAINEL 1..................................................................................................................................52PAINEL 2..................................................................................................................................53PAINEL 3..................................................................................................................................54PAINEL 4..................................................................................................................................55PAINEL 5..................................................................................................................................56PAINEL 6..................................................................................................................................57PAINEL 7..................................................................................................................................58PAINEL 8..................................................................................................................................58PAINEL 9..................................................................................................................................59PAINEL 10................................................................................................................................60PAINEL 11................................................................................................................................61PAINEL 12................................................................................................................................62PAINEL 13................................................................................................................................63PAINEL 14................................................................................................................................64PAINEL 15................................................................................................................................65PAINEL 16................................................................................................................................66

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PAINEL 17................................................................................................................................67PAINEL 18................................................................................................................................68PAINEL 19................................................................................................................................69PAINEL 20................................................................................................................................70PAINEL 21................................................................................................................................70PAINEL 22................................................................................................................................71PAINEL 23................................................................................................................................72PAINEL 24................................................................................................................................73PAINEL 25................................................................................................................................74PAINEL 26................................................................................................................................75PAINEL 27................................................................................................................................76PAINEL 28................................................................................................................................77PAINEL 29................................................................................................................................78PAINEL 30................................................................................................................................78PAINEL 31................................................................................................................................79PAINEL 32................................................................................................................................80PAINEL 33................................................................................................................................81PAINEL 34................................................................................................................................82PAINEL 35................................................................................................................................83PAINEL 36................................................................................................................................84PAINEL 37................................................................................................................................85PAINEL 38................................................................................................................................86PAINEL 39................................................................................................................................86PAINEL 40................................................................................................................................87PAINEL 41................................................................................................................................88PAINEL 42................................................................................................................................89PAINEL 43................................................................................................................................90PAINEL 44................................................................................................................................91PAINEL 45................................................................................................................................92PAINEL 46................................................................................................................................93PAINEL 47................................................................................................................................94PAINEL 48................................................................................................................................95PAINEL 49................................................................................................................................96PAINEL 50................................................................................................................................97PAINEL 51................................................................................................................................97PAINEL 52................................................................................................................................98PAINEL 53................................................................................................................................99PAINEL 54..............................................................................................................................100PAINEL 55..............................................................................................................................101PAINEL 56..............................................................................................................................102PAINEL 57..............................................................................................................................103PAINEL 58..............................................................................................................................104PAINEL 59..............................................................................................................................105PAINEL 60..............................................................................................................................106

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PROGRAMA WORKSHOP INTERNACIONAL

“TCC PARA COMPORTAMENTOS AUTOLESIVOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO ”

TERÇA-FEIRA - 22/06/2017

Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - CAMPUS USP-RP Primeiro dia: TCC PARA COMPORTAMENTOS AUTOLESIVOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO Convidado Internacional: Amy Wenzel Coordenadora: Priscila de Camargo Palma 8:00 – 9:00 Credenciamento Workshop Internacional 9:00 – 10:15h – Workshop Tema: COMPORTAMENTOS AUTOLESIVOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO 10:15 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:00 – Workshop Tema: COMPORTAMENTOS AUTOLESIVOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO 13:30 – 15:30h – Workshop Tema: COMPORTAMENTOS AUTOLESIVOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO 15:30 – 15:45 – Coffee Break 15:45 – 18:00h – Workshop Tema: COMPORTAMENTOS AUTOLESIVOS E PREVENÇÃO DE SUICÍDIO 19:00 – Confraternização por Adesão

PROGRAMA V JORNADA DE TCC

QUARTA-FEIRA - 23/05/2018 Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - CAMPUS USP-RP 7:30 – 8:30 – Credenciamento V JoTCC 8:00 – 10:00 – Seminário Clínico Premium Tema: TCC para la Procrastinación Convidado Internacional: Eduardo Keegan Coordenadora: Dra. Karen Szupzynski

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Local: Auditório da Faculdade de Direito da USP-RP 10:00 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:30 – Conferência de Abertura Título: Conferência de Abertura: Angústia Perinatal: Teoria, Pesquisa e Tratamento Cognitivo-Comportamental Convidado Internacional: Amy Wenzel Coordenadora: Dra. Carmem Beatriz Neufeld Local: Auditório da Faculdade de Direito da USP-RP 12:30 – 13:00 – Intervalo 13:00 – 15:00 – Simpósio 1 Título: Inovações em TCC: Diversidade de Contextos e Técnicas Coordenadora: Mariangela Gentil Savoia (USP) Convidados: 1) Karen P. Del Rio Szupszynski (UFGD e UNIFESP) - Tratamento/Prevenção do Uso de Drogas Via Internet 2) Mariângela Gentil Savoia (AMBAM e Conscientia) – Exposição – Padrão Ouro no tratamento dos Transtornos de Ansiedade - novas possibilidades de entender o seu mecanismo de ação 3) Maria Cristina Miyazaki (FAMERP) – Psicologia ambiental e TCC: Interlocuções possíveis 4) Carmem Beatriz Neufeld (LaPICC-USP) – Fortalecendo habilidades ao longo do ciclo vital 15:00 – 16:30 – Mesa redonda convidada 1 Título: Mindfulness: Bases científicas e indicações Coordenadora: Marcele Carvalho (UFRJ) Convidados: 1) Marcele Carvalho - Mindfulness e achados das Neurociências 2) Maria Amélia Penido (PUC-RIO) – Mindfulness, Meditação Compassiva, autocompaixão e Meditação Focada no Amor e Bondade 3) Ilana Andretta (UNISINOS) – Intervenção breve de Mindfulness em universitários 16:30 – 17:30 - Sessão de Painéis e Lançamento de Livros Sessão de Painéis Debatedores: Profa. Dra. Karen Szupszynski Profa. Dra. Marcele de Carvalho Profa. Dra. Aline Reis Prof. Dr. Wilson Melo Expositores: 1) A relação entre fatores de raiva e esquemas iniciais desadaptativos em cuidadores e adolescentes.Ailton Carrilho da Silva Junior e Aline Henriques Reis

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2) Associação entre perfeccionismo e sintomas de ansiedade, depressão e estresse em adolescentes.Ana Clara Gomes Braga, Willian de Sousa Rodrigues, Rachel Rios Barbalho Soares e Marcela Mansur-Alves

3) Eliciadores de raiva e estratégias de regulação emocional na adolescência. Ana Rita de Souza Martins e Aline Henriques Reis

4) Avaliação dos níveis de depressão em pessoas com ansiedade social.Bruna Filliettaz Rios, Priscila Camargo de Palma, Kátia Alessandra de Souza Caetano e Carmem Beatriz Neufeld

5) Intervenção em grupo com adolescentes que se automutilam.Bruna Schlemper Tibes, Ana Lucia Ivatiuk e Marhara Francine Thimoteo

6) Pacientes em tratamento do câncer de cabeça e pescoço: ansiedade, depressão e enfrentamento.Carla Rodrigues Zanin, Driele Aline Santos, Luiz Sérgio Raposo, Carmen Silvia Costa Elias Ferrnandes e Paula Sforcin Lopes de Macedo

7) Relação entre esquemas iniciais desadaptativos e práticas parentais em adolescentes e cuidadores.Daniel Martins e Aline Henriques Reis

8) Terapia de esquemas para crianças e adolescentes: revisão sistemática da literatura.Daniely Fernandes Kamazaki e Aline Henriques Reis

9) A relevância da terapia cognitivo comportamental e da terapia de exposição à realidade virtual no tratamento do transtorno de ansiedade social em estudantes universitários.Ednubia dos Santos da Silva, Jamylle Luciane Apolinário de Ataide, Maxsuel Oliveira de Souza, Emily Thayse dos Santos e Vanina Papini Góes Teixeira

10) A relação terapêutica e as habilidades socais do terapeuta: um relato de caso. Eline Prado Santos Feitosa e Janaína Bianca Barletta

11)Ciclo de manutenção do perfeccionismo: intervenções da terapia cognitivo- comportamental em caso de ansiedade.Fernanda Belinassi Balarini Hasse, Maria Claudia Rodrigues, Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti

12) A percepção discente sobre a aprendizagem baseada em problemas.Isabela Maria Freitas Ferreira, Fabiana Maris Versuti e Carmem Beatriz Neufeld

13) Estudo exploratório sobre a escolha alimentar e a susceptibilidade de crianças frente à propaganda de alimentos.Isabela Pizzarro Rebessi, Sebastião de Sousa Almeida e Telma Maria Braga Costa

14) Revisão integrativa da literatura nacional sobre as competências clínicas essenciais e as estratégias de ensino da TCC.Janaína Bianca Barletta e Amanda Roberta Rocha Honorato

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15) Coping e estresse em vítimas de acidente de trânsito hospitalizadas. Ludmila Minarini Alves e Ederaldo José Lopes

16) Associação entre sintomas de depressão, ansiedade e comportamento de automutilação em adolescentes da região amazônica.Maria Letícia Marcondes Coelho de Oliveira, Carolina Saraiva de Macedo Lisboa, Carmem Beatriz Neufeld, Juliana Maltoni, Artur Marques Strey, Isabella Zuardi Marques, Natália Coimbra Ribeiro, Carolina de Freitas Lima, Bolivar Ramos Cibils Filho, Sheila de Oliveira, Karoline Fernanda Sabino e Sarah de Andrade Moretti

17) Habilidades para a vida: uma experiência com universitários.Maria Luiza Corrêa, Lucas Ribeiro Marques de Oliveira, Felipe Santos da Silva, Roberta Moreira Pompeu, Mônica de Andrade e Regina Célia Souza Beretta

18) Pensamentos negativos pós-natais em mães na fase puerperal: resultados preliminares. Mariana Fortunata Donadon, Flávia de Lima Osório e Rocio Martin Santos

19) História das terapias de base comportamental e cognitiva no Brasil: categorização de textos publicados na coleção sobre comportamento e cognição. Marina Martini, Caroline da Cruz Pavan-Cândido e Carmem Beatriz Neufeld

20) Aprender para além do diagnóstico: uma proposta de intervenção para modificação de crenças.Monara Nelid Fortuna Vieira, Mayra Antonelli Ponti, Patrícia Ferreira Monticelli e Fabiana Maris Versuti

21) Esquemas de personalidade mais prevalentes em docentes de diferentes cursos de graduação. Naiara Madalosso, Daniel Constantino e Liziane Leite

22) Aspectos comportamentais e emocionais de candidatos à cirurgia bariátrica. Paula Sforcin Lopes de Macedo, Maria Cristina Oliveira Santos Miyazaki, Thiago Sivieri, Carmen Silvia Costa Elias Fernandes, Ana Claudia Russonie Carla Rodrigues Zanin

23) Crenças parentais e autismo: uma revisão bibliográfica.Pedro Henrique Tertuliano Leoni, Marisa Brufato Ferraz Capuzzo Jábali e Alessandra Ackel Rodrigues.

24) Aplicação da terapia cognitivo-comportamental em um centro de atenção psicossocial. Suélen Mazieri Lhamas e Aline Henriques Reis

25) Estudo de caso: terapia de reciclagem infantil para manejo de raiva e agressividade. Suzana Peron, Isabela Maria Freitas Ferreira e Carmem Beatriz Neufeld

26) Terapia cognitivo-comportamental e depressão: intervenções no ciclo de redução de atividades.Tayla Fernandes Agostinho, Mariana Fortunata Donadon, Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti

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27) Acidentes de motocicleta: perfil sociodemográfico, clínico e comportamental de motociclistas acidentados.Thaysa Castro Molina, Renan Hebert Matos, Monique Favero Beceiro, Giovana Trettel Bochini, Paulo César Espada e Maria Cristina Miyazaki

28) Revisão bibliográfica sistemática de grupo para a cessação do tabagismo- sob a abordagem cognitivo- comportamental.Vanessa Lima Borges e Fyamma Mussato Antunes

29) Desenvolvimento de habilidades emocionais e assertividade com crianças escolares: relato de experiência. Regiane Aparecida Dias Pais dos Santos, Daniel Constantino Cunha e Liziane Leite Fernandes

30) Comportamento dos familiares na visita estendida de pacientes em uti geral adulto. Carmem Silvia Costa Elias Fernandes, Juliana Candido da Silva, Carla Rodrigues Zanin, Ana Paula Altimari Di Bernardo, Christiane Maia Waetman e Paula Sforcin Lopes de Macedo 31) Promoção de saúde mental em grupo para adultos em consultório particular: protocolo método FRIENDS.Tatiane Sanches e Rose Guedes

17:30 – 19:00 – Sessão especial: TCC, Ciência e Arte Título: Os treze porquês”: como a arte pode contribuir com a TCC Coordenadora: Leopoldo Barbosa (IMIP e FPS) Convidado: Dr. Irismar Reis de Oliveira 19:30 – Confraternização por Adesão

QUINTA-FEIRA – 24/05/2018 Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - CAMPUS USP-RP 07:30 – 08:00 – Credenciamento 08:00 – 10:00 – Seminário Clínico Premium 2 Tema: O sono na adolescência e os seus “killers” Convidado Internacional: Margarida Gaspar de Matos (Universidade de Lisboa – Portugal) Coordenadora: Dra. Marcele Carvalho Local: Auditório da Faculdade de Direito da USP-RP 10:00 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:00 – Mesa redonda convidada 2 Título: Psicologia da Saúde e a Terapia Cognitivo-comportamental no hospital: perspectivas de uma prática baseada em evidências

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Coordenador: Leopoldo Barbosa (IMIP e FPS) Convidados: 1) Leopoldo Barbosa (IMIP e FPS) - Terapia cognitivo comportamental e o cuidado a saúde do idoso 2) Tamara Melnik (UNIFESP) – A Prática da Psicologia Baseada em Evidências no âmbito Clínico e Hospitalar e o Sistema GRADE 3) Tania Rudnicki (FSG) – Intervenção cognitivo-comportamental e o doente crônico 12:30 – 13:00 – Intervalo para Almoço 13:00 – 15:00 – Simpósio 2 Título: Ampliando as fronteiras da TCC: Para além da clínica tradicional Coordenador: Neide A. Michelli Domingos (FAMERP) Convidados: 1) Ana Regina Noto (UNIFESP) – Programa PERAE: Intervenção preventiva para uso de álcool em adolescentes. 2) Margarida Gaspar de Matos (UniLisboa) – Desafios e oportunidades para a intervenção dos psicólogos na prevenção e promoção da saúde/ bem-estar 3) Ricardo Gorayeb (FMRP-USP) – Distorções cognitivas e crenças religiosas disfuncionais: impactos sobre a adesão a tratamentos médicos. 4) Neide Micelli Domingos (FAMERP)- Fatores associados ao reganho de peso após cirurgia bariátrica 15:00 – 16:30 – Comunicações Orais Coordenador: Aline Henriques Reis (UFMS) 1) Deise Coelho de Souza (UFTM), Sabrina Martins Barroso – Adoecimento emocional de universitários: relações entre ansiedade, depressão, estresse, solidão e suporte social 2) Nazaré de Oliveira Almeida (LaPICC-USP), Carmem Beatriz Neufeld – Empatia ou compaixão? Diferenças nos efeitos e mecanismos psicológicos e neurais subjacentes às práticas de empatia e compaixão 3) Maria Letícia Marcondes Coelho de Oliveira (PUCRS), Carolina de Macedo Lisboa, Carmem Beatriz Neufeld, Juliana Maltoni, Artur Marques Strey, Isabella Zuardi Marques, Natália Coimbra Ribeiro, Carolina de Freitas Lima, Bolivar Ramos Cibils Filho, Sheila Cristina Oliveira, Karoline Fernanda Sabino, Sarah de Andrade Moretti – Associação entre comportamento sexual e relação pais-filhos em adolescentes do estado de Rondônia 4) Caroline da Cruz Pavan-Cândido (LaPICC-USP), Carmem Beatriz Neufeld - As terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais: uma análise a partir da história 5) Juliana Maltoni (LaPICC-USP), Carmem Beatriz Neufeld - Consumo de álcool associado a sintomas ansiosos e depressivos em adolescentes 6) Bruno Luiz Avelino Cardoso (UFSCar), Júlia Milhomens de Sousa, Lívia Lira de Lima Guerra - Avaliação dos efeitos de uma disciplina vivencial de relações interpessoais sobre o repertório de habilidades sociais dos estudantes de ciências exatas

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16:30 – 16:30 – Comunicações Orais Sessão de Painéis Debatedores: Dra. Marcela Mansur-Alves Dra. Priscila de Camargo Palma Dr. Leopoldo Barbosa Dr. Ricardo Padovani 1) A terapia cognitivo-comportamental aliada à terapia do esquema no tratamento de transtorno bipolar em comorbidade com transtorno do estresse pós- traumático.Ailton Carrilho da Silva Junior e Aline Henriques Reis

2) Sintomas depressivos em adolescentes de 13 anos de escolas estaduais de ribeirão preto. Gentile Strozzi e Carmem Beatriz Neufeld

3) Percepção de estresse no ensino superior: docentes da área da saúde e da licenciatura. Andressa Parra de Sousa, Ivan Luis Tonani, Celso Waldemar Steimbach Batista, Jéssica Fernanda Fuliotto Messias, Alessandra Ackel Rodrigues e Marlene de Cássia Trivellato-Ferreira

4) O desenvolvimento de habilidades sociais em conjunto com a educação socioemocional e sua relação com o stress e problemas de comportamento na adolescência.Angela Tessaro Felisberto e Priscila de Camargo Palma

5) O efeito do mindfulness no tratamento das cefaleias primárias.Brisa Burgos Dias Macedo, Cristiane Von Werne Baes e Catarina Nívea B. Menezes

6) Síndrome do intestino irritável: tratamento convencional e terapia cognitivo- comportamental.Carla Rodrigues Zanin, Neide Aparecida Micelli Domingos, João Gomes Netinho, Paula Sforcin Lopes de Macedo e Carmem Silvia Costa Elias Fernandes

7) Qualidade de vida em mulheres com incontinência urinária.Carmen Silvia Costa Elias Fernandes, Neide Aparecida Micelli Domingos, Paula Sforcin Lopes de Macedo e Carla Rodrigues Zanin

8) Revisão de literatura acerca dos papéis de gênero femininos criados historicamente.Cláudia Patty Guilger Primos, Isabela Pizarro Rebessi, Juliana Maltoni Nogueira e Carmem Beatriz Neufeld

9) Terapia focada em esquemas para crianças: um estudo de caso. Daniely Fernandes Kamazaki e Aline Henriques Reis

10) Problemas emocionais, comportamentais e rendimento escolar na adolescência. Bruna Mainardi Roso Borba, Débora C. Fava e Angela Helena Marin

11) Habilidades sociais e dificuldades no aprendizado infantil: uma revisão

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integrativa da literatura.Ednubia dos Santos da Silva, Jamylle Luciane Apolinário de Ataide, Maxsuel Oliveira de Souza e Vanina Papini Góes Teixeira

12) Programa de orientação de pais em grupo: um relato de experiência.Isabela Pizzarro Rebessi, Thaís Barbosa Benedetti e Carmem Beatriz Neufeld

13) Percepção de estresse em estudantes de psicologia: uma análise de variáveis sociedomográficas, acadêmicas e psicossociais.Ivan Luis Tonani, Andressa Parra de Sousa, Jéssica Fernanda Fuliotto Messias, Celso Waldemar Steimbach Batista, Marlene de Cássia Trivellato-Ferreira e Alessandra Ackel Rodrigues

14) Proposta de um treinamento em terapia cognitivo-comportamental.Janaína Bianca Barletta, Fabiana Vieira Gauy,Alessandra Ribeiro Kaji Markenfeldt e Juliana Brasiliense Vilela

15) Relato de experiência em terapia cognitivo-comportamental em grupo com crianças escolares.Jenifer Pegorin, Ana Claudia Lazarini, Liziane Leite Fernandes e Daniel Constantino Cunha

16) Estudo de caso sobre intervenções para diminuição do ciclo de manutenção da ruminação em uma paciente com depressão.Júlia Maria Morais Martins, Mariana Fortuna Donadon, Aline Gerbasi Balestra, Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti

17) Abordagens cognitivo-comportamentais no contexto escolar. Juliana Mendes Alves

18) Revisão integrativa da literatura: possibilidades de conceituação, técnicas e intervenção da terapia do esquema para o transtorno do espectro autista de alto funcionamento.Marília Consolini Teodoro, Ederaldo José Lopes e Renata Ferrarez Fernandes Lopes

19) Terapia cognitiva baseada em mindfulness em atendimentos individuais: estudo de casos de TPOC.Nazaré de Oliveira Almeida, Gessica Destro, Valdirene Royer e Carmem Betariz Neufeld

20) Avaliação psicológica em pacientes submetidos à cirurgia estética facial.Paula Sforcin Lopes de Macedo, Paula Franciele Nogueira, Fernando Molina Drimel, Carmem Silvia Costa Elias Fernandes e Carla Rodrigues Zanin

21) Intervenções em terapia cognitivo-comportamental e terapia de esquemas para depressão.Suélen Mazieri Lhamas e Aline Henriques Reis

22) Treinamento de habilidades em DBT para pacientes com transtornos de humor graves.Tatiana de Abreu Braga, Aline Gerbasi, Brisa Burgos, Carmen Ligia Maciel, Cássia Nunes, Laís Larivoir, e Sabrina Kerr

23) Programas de orientação de pais em grupo – uma revisão sistemática.Thaís Barbosa Benedetti, Isabela Pizzarro Rebessi e Carmem Beatriz Neufeld

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24) Terapia cognitivo-comportamental no enfrentamento da ansiedade na descontinuação do uso de anticoncepcional: estudo de caso.Thais Fernandes Garcia, Maria Claudia Rodrigues, Tatiana de Abreu Braga Soares e Êdela Aparecida Nicoletti

25) Descobrindo novos caminhos: aplicações da terapia cognitivo-comportamental. Thaís Sanches Silva

26) Relação entre fatores de raiva e estilos parentais em cuidadores e adolescentes. Thalyta Greff Miguita Malaquias e Aline Henriques Reis

27) Psicoeducação na terapia cognitivo-comportamental como ferramenta no tratamento de transtorno de ansiedade.Tiago Piotto da Silva, Maria Claudia Rodrigues, Aline Gerbasi Balestra e Êdela Aparecida Nicoletti

28) Avaliação do efeito priming relacionado às emoções em uma amostra infantil Vitória Maria Machado Oliveira, Bianca da Silva Pellini, Pedro Henrique Araújo Orlandi, Simone Rodrigues Constantino, Ana Karla Silva Soares e Aline Henriques Reis

29) Associação entre perfeccionismo e pensamentos intrusivos em adolescentes. Willian de Sousa Rodrigues, Ana Clara Gomes Braga, Rachel Rios Barbalho Soares e Marcela Mansur-Alves

30) Efeito da psicoeducação na redução da ansiedade. Betânia Talarico Silva Gonçalves, Mariana Fortunata Donadon, Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti

17:30 – 19:00 – Sessão especial – “O terapeuta em foco Investimentos na pessoa do terapeuta cognitivo-comportamental” Coordenadora: Ricardo da Costa Padovani Convidados: 1) Bernard Rangé (UFRJ) – Formação teórico-prática do terapeuta cognitivo-comportamental 2 Eliane Falcone (UERJ) - Empatia terapêutica: quando a compaixão pode ser disfuncional 3) Andreas Veith (Centro de treinamento Dortmund - Alemanha) - Conservar la salud siendo psicoterapeuta 19:30 – Confraternização por Adesão

SEXTA-FEIRA – 25/05/2018 Local: CENTRO DE EVENTOS DA FACULDADE DE DIREITO DE RIBEIRÃO PRETO - CAMPUS USP-RP 07:30 – 08:00 – Credenciamento

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08:00 – 10:00 – High-Quality Research Session Coordenador: Wilson Melo (ITC – RS) 1) Marta Reis (UniLisboa), Tania Gaspar, Lúcia Ramiro, Margarida Gaspar de Matos – VIDA sem AIDS 2) Gina Tomé (UniLIsboa), Margarida Gaspar de Matos, Inês Camacho, Equipa Aventura Social – ES’COOL – Promoção da saúde mental em contexto escolar 3) Isabela Maria Freitas Ferreira (LaPICC-USP), Carmem Beatriz Neufeld - Resultados do programa PRHAVIDA no grupo de crianças na perspectiva das habilidades sociais 4) Flávia Andressa Farnocchi Marucci (FMRP-USP), Sonia Regina Loureiro - Depressão materna, cognições negativas e estressores na predição de problemas comportamentais de crianças 5) Gabriela Salim Xavier Moreira (LNC-USP), Carmem Beatriz Neufeld, Sebastião Sousa Almeida - Prevenção de transtornos alimentares e obesidade: avaliação de um programa para promoção da imagem corporal positiva em adolescentes brasileiros 10:00 – 10:30 – Coffee Break 10:30 – 12:00 – Mesa redonda convidada 3 Título: Processos transdiagnósticos e saúde mental: qual a sua importância para a terapia cognitivo-comportamental? Coordenador: Marcela Mansur-Alves (UFMG) Convidados: 1) Marcela Mansur-Alves (UFMG) - Mapeando as origens do Perfeccionismo em jovens adultos: o que os traços de personalidade e vínculos parentais podem nos dizer? 2) Eduardo Keegan (Universidad de Buenos Aires - Argentina) – Perfeccionismo y su relación con la salud mental en adultos jóvenes: posibilidad de intervención en TCC 3) Sabrina Mazo D’Affonseca (UFSCar) – Influência das práticas parentais na saúde psicológica dos jovens 12:30 – 13:00 – Intervalo para Almoço 13:00 – 15:00 – Simpósio 3 Título: Pluralidade em TCC: Interface com diferentes saberes e técnicas Coordenador: Priscila de Camargo Palma (LaPICC – USP – RP) Convidados: 1) Marilda E. Novaes Lipp (IPCS) – Stress e adesão a mudança de hábitos de vida 2) Ricardo da Costa Padovani (UNIFESP-Santos) – Saúde e esporte: Um olhar da Terapia Cognitivo- Comportamental 3) Alessandra Turini Bolsoni-Silva (UNESP) – Promove-Pais: um programa analítico comportamental na prevenção e tratamento de problemas de comportamento 4) Priscila de Camargo Palma (LaPICC-USP) - Interface da neuropsicologia e a terapia cognitivo-comportamental

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15:00 – 16:30 – Mesa redonda convidada 4 Título: Porque mudar é tão difícil? Contribuições do modelo transteórico de mudança Coordenador: Margareth da Silva Oliveira (PUCRS) Convidados: 1) Margareth da Silva Oliveira (PUCRS) – O modelo transteórico de mudança de comportamento: teoria e prática. 2) Raquel De Melo Boff (UNIVATES) – Protocolo de intervenção baseado no modelo transteórico para modificação do estilo de vida em adolescentes com obesidade 3) Andressa Celente de Ávila (CNEC-Bento e PUCRS) – Efetividade do modelo transteórico de mudança (MTT) no tratamento do uso de drogas 16:30 – 16:45 – Coffee Break 16:45 – 18:30 – Sessão especial – “A prática clínica em foco O que fazer quando o paciente ativa/desafia o terapeuta? ” Coordenadora: Marcela Mansur-Alves (UFMG) Convidados: 1) Aline Reis (UFMS) – Terapia do Esquema: Veja a cadeira transformacional no trabalho com os modos esquemáticos 2 Wilson Vieira Melo (ITC-RS) - Terapia Comportamental Dialética: Veja o manejo de situações de crise e os limites do terapeuta 18:30 – Encerramento e premiação dos trabalhos

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RESUMOS WORKSHOP INTERNACIONAL TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL PARA PREVENÇÃO DE SUICÍDIO. Amy Wenzel Abstracts (University of Pennsylvania School of Medicine) Cognitive behavioral therapy (CBT) for suicide prevention is a short-term, time-sensitive, transdiagnostic, and evidence-based approach to the treatment of clients with suicidal ideation and behavior. Workshop participants will learn the cognitive behavioral theory of suicidal thoughts and behavior and the way in which to use this theory to facilitate the case formulation of an individual client’s clinical presentation. In addition, they will be acquainted with the advanced application of the fundamentals of CBT and discuss ways to adapt these fundamentals to suicidal clients. CBT for suicide prevention is divided into three phases—an early, middle, and late phase of treatment—and workshop participants will learn, discuss, and practice the main strategies that take place in each of these phases. Special attention will be devoted to (a) ways to draw conclusions and points of intervention from the suicide risk assessment, (b) the collaborative development of the safety plan, (c) innovative strategies to modify suicide-specific cognitive phenomena, and (d) a guided imagery-based relapse prevention task. Finally, workshop participants will be familiarized with the data that support the efficacy of this treatment approach, including the seminal randomized controlled trial finding that CBT for suicide prevention reduce reattempts by almost 50% in a sample of clients with severe mental illness who had been hospitalized for a suicide attempt. CONFERÊNCIA Conferência 1: ANGUSTIA PERINATAL PERINATAL DISTRESS: THEORY, RESEARCH, AND COGNITIVE BEHAVIORAL TREATMENT. Amy Wenzel Abstracts (University of Pennsylvania School of Medicine) Perinatal distress is defined as clinically significant depression and/or anxiety that occurs during pregnancy or within the first year postpartum. A conservative estimate of the prevalence of perinatal distress is 15%, and the importance of intervention cannot be understated, as it puts women at risk for additional mental health problems, marital problems, and adverse consequences for the child. A biopsychosocial theoretical framework can be used to understand perinatal distress, with psychological factors such as intolerance of uncertainty, poor problem orientation, anxiety sensitivity, catastrophic misinterpretations of bodily sensations, and rumination being key maintaining factors and those that can serve as targets of treatment. The efficacy literature on CBT for perinatal distress is less compelling than the efficacy literature on Interpersonal Psychotherapy (IPT) for perinatal distress; however, most of the CBT protocols that have been evaluated to this point do not consist of complete packages of

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CBT or consist of treatment packages that contain elements of therapeutic approaches that are inconsistent with CBT. Thus, in this presentation, components of a full CBT package for perinatal distress will be described, with an emphasis on the cultivation of a strong therapeutic alliance, the development of a sound case conceptualization, and the use of the case conceptualization to guide intervention. Adaptations of traditional CBT strategies for the population, such as cognitive restructuring, behavioral activation, communication skills training, and exposure, will be described. Special issues associated with treating perinatal women will be considered, including factors to consider when deciding these clients, ways to differentiate postpartum psychosis from postpartum anxiety, and strategies for managing suicidal perinatal clients. SEMINÁRIOS CLÍNICO PREMIUM Seminário 1: TCC PARA PROCRASTINAÇÃO TCC PARA LA PROCRASTINACIÓN. Eduardo Keegan (Universidade de Buenos Aires). La procrastinación es una conducta frecuente, particularmente en el ámbito académico, y disfuncional. Si bien su función puede variar, suele estar asociada a la evitación. La procrastinación como conducta evitativa se asocia al perfeccionismo desadaptativo. En este taller describiremos las formas habituales de las conductas de procrastinación, así como su conceptualización y tratamiento desde un enfoque cognitivo-conductual. Seminário 2: SONO NA ADOLESCÊNCIA O SONO NA ADOLESCÊNCIA E OS SEUS “KILLERS”. Margarida Gaspar de Matos, Teresa Paiva e Tania Gaspar (Universidade de Lisboa – Portugal) A qualidade e a quantidade do sono são fatores importantes na saúde e percepção de bem –estar e qualidade de vida dos adolescentes. Baseando em várias séries do estudo HBSC (health behaviour in shcool aged children) apresentaremos várias aspetos relacionados com a qualidade, quantidade e variabilidade do sono nos adolescentes e suas associações com outros comportamentos de saúde e de risco, nomeadamente o tempo de ecrã, o consumo de substâncias e os sintomas fisicos e psicológicos. Um sono sub-optimal está ainda relacionado com problemas a nivel da escola e das aprendizagens escolares e com uma menor percepção de qualidade de vida. Este é pois um aspeto central na vida e saúde dos adolescentes. Serão discutidas estratégias para tornar o seu sono melhor, nomeadamente a nível da educação para a saúde nas escolas, do trabalho com as famílias, da motivação à participação dos próprios adolescentes na definição de estratégias para melhorar o sono (em grupos de adolescentes como é o caso dos Dream Teens / Aventura Social), será vista a problemática numa perspetiva das TCC, e por fim analizado o papel das políticas públicas. [email protected]

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SIMPÓSIO Simpósio 1: INOVAÇÕES EM TCC: DIVERSIDADE DE CONTEXTOS E TÉCNICAS TRATAMENTO/PREVENÇÃO DO USO DE DROGAS VIA INTERNET. Karen P. Del Rio Szupszynski (Universidade Federal da Grande Dourados, Reitoria, Faculdade de Ciências Humanas e Pós-doutoranda do Departamento de Psicobiologia da UNIFESP). Palavras-chave: Dependência química, tratamento/prevenção, internet O uso de drogas lícitas e ilícitas vem aumentando no mundo todo. O foco de estudos relacionados com a dependência química tem se centrado cada vez em formas de tratamentos ou programas de prevenção eficazes. Em relação ao uso de álcool, apenas 12% das pessoas com dependência de álcool recebem algum tipo de tratamento. Pesquisas sugerem que uma ampliação do alcance de tratamentos para usuários de álcool reduziria a mortalidade atribuída ao álcool em 13% nos homens e 9% nas mulheres. Os gastos com o tratamento de dependentes químicos oneram demasiadamente o sistema público de saúde tanto no Brasil como em diversos países. Intervenções breves, por telefone ou internet, tem sido estudadas e demonstrado eficácia entre não dependentes, diminuindo a quantidade de consumo e ampliando a consciência sobre os possíveis problemas que o uso continuado de determinada droga pode trazer. Já existem estudos com intervenções breves pelo telefone e pela internet com resultados bastante positivos. Dentre os modelos mais usados para o tratamento da dependência química, os métodos mais citados para a intervenção via telefone ou internet têm sido os modelos motivacionais, o Feedback Normativo e o Feedback Normativo Personalizado. Em um estudo realizado no Brasil, com mais de 4000 universitários, os dados coletados demonstraram que uma intervenção pela internet (via site), baseada no feedback normativo personalizado, pode trazer resultados positivos e promissores. De acordo com as análises estatísticas, a intervenção proposta para população universitária demonstrou diminuição do número de doses típicas consumidas após 3 meses e de doses máximas após 1 mês, entre jovens que realizavam uso abusivo de álcool. O estudo ainda enfatizou a importância de considerar o nível de motivação do participante para a realização da intervenção. Tratamentos ou programas de prevenção via telefone ou internet tem sido cada vez mais estudados e tem se mostrado como uma estratégia importante no manejo efetivo do uso de substâncias psicoativas entre jovens ou na população geral. [email protected] EXPOSIÇÃO – PADRÃO OURO NO TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE - NOVAS POSSIBILIDADES DE ENTENDER O SEU MECANISMO DE AÇÃO. Mariângela Gentil Savoia (Instituto de Psiquiatria Universidade de São Paulo, Programa de Ansiedade – AMBAM e Conscientia - Núcleo de Estudos em Comportamento e Saúde Mental) A técnica de Exposição é considerada a melhor intervenção para os transtornos de ansiedade, tendo em vista seus excelentes resultados. O objetivo desta

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apresentação é contextualizar a Técnica de Exposição, o seu desenvolvimento e o status na atualidade. A explicação historicamente mais aceita para os mecanismos da extinção do medo através da exposição é oferecida pelo modelo do processamento emocional, de Foa e Kozak (1986). Os autores propõem que o efeito terapêutico da técnica se deve à mudança corretiva nas estruturas de informação da memória emocional relativas ao estímulo fóbico promovida pela “habituação”. Com isso, uma nova associação (agora de segurança) é “armazenada” nessas estruturas, alterando a reação emocional frente ao estímulo, antes temido. Entretanto, sabe-se que a redução/eliminação do medo (extinção) não é um processo de esquecimento, desaprendizado ou apagamento de memórias/condicionamentos. O que ocorre, de fato, é um novo aprendizado da relação CS-US (agora de não predição) que inibe o anterior. Em nível neural, a amigdala é inibida por inervações do córtex pré-frontal medial, após a extinção, eliminando a resposta emocional frente ao CS. A esse processo dá-se o nome de aprendizado inibitório (Bjork e Bjork, 1992), que mantém intacto o aprendizado anterior, apesar de inibido; o que pode explicar os casos de ressurgência do medo pós-extinção (Rachman, 1979). Mais recentemente, o papel da habituação no processo de extinção por exposição tem sido revisto. Craske et al. (2008) propuseram uma nova forma de aplicação da técnica de exposição, comprometida com o modelo do aprendizado inibitório (e não com a habituação ou desconfirmação de crenças) que maximizaria os resultados terapêuticos, e diminuiria a recaída. No nível experimental, e enfocando outros aspectos, pesquisadores identificaram formas de realizar o procedimento de exposição que produziriam seus efeitos terapêuticos de atenuação/eliminação da resposta ansiosa pelo “apagamento” da memória original, sem passar pelo aprendizado inibitório. [email protected] PSICOLOGIA AMBIENTAL E TCC: INTERLOCUÇÕES POSSÍVEIS. Maria Cristina Miyazaki e João Ernesto Pessutto (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) Palavras-chave: Psicologia ambiental; interdisciplinaridade; comportamento e saúde

A Psicologia ambiental aborda as relações entre as pessoas e o ambiente natural ou construído. A existência do homem ocorre sempre em um contexto ambiental, é caracterizada pelo intercâmbio dinâmico de influências mútuas (pessoa e ambiente), com consequências para ambos, embora essas consequências não sejam sempre imediatamente perceptíveis. A reciprocidade entre pessoa e ambiente envolve fatores culturais e percepções que podem influenciar positiva ou negativamente o comportamento humano. Esta apresentação é baseada no trabalho conjunto entre uma psicóloga e um arquiteto. Analisa estudos nacionais e internacionais publicados nos últimos três anos que abordam as influências negativas do ambiente sobre o comportamento humano, bem como as respostas das pessoas a esse ambiente. [email protected]

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FORTALECENDO HABILIDADES AO LONGO DO CICLO VITAL. Carmem Beatriz Neufeld e Isabela Maria Freitas Ferreira (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras-chave: Habilidades para Vida, Terapia Cognitivo-Comportamental, Ciclo Vital Indivíduos com amplo repertório de Habilidades para Vida (HV) podem vivenciar interações interpessoais mais satisfatórias, contribuindo para prevenção e/ou redução de transtornos psicológicos. As HV são entendidas como ferramentas que auxiliam no desenvolvimento de comportamentos adaptativos e positivos a fim de possibilitar um enfrentamento saudável das demandas da vida cotidiana. As HV são divididas em 10 classes: autoconhecimento, pensamento crítico, tomada de decisão, resolução de problemas, pensamento criativo, relacionamento interpessoal, empatia, lidar com as emoções, comunicação eficaz e lidar com o estresse. O autoconhecimento possibilita o reconhecimento de características, fontes de estresse e auxilia nas escolhas e no respeito a si próprio. O pensamento crítico possibilita a análise dos acontecimentos de maneira objetiva, e identifica e avalia influências que permeiam os comportamentos. Já o pensamento criativo permite explorar possibilidades e as consequências de ações e não-ações. A resolução de problemas proporciona lidar de forma construtiva com os problemas do cotidiano, utilizando recursos do meio e capacidades pessoais. Associadamente, a tomada de decisão permite avaliar benefícios, riscos e consequências das diferentes situações expostas. As habilidades de relacionamentos interpessoais dizem respeito à capacidade de interagir com o outro de forma positiva, respeitando às diferenças, e estabelecer e manter boas relações e termina-las quando necessário. A empatia é a habilidade de se colocar no lugar do outro, compreendendo e sentindo o que ele sente numa situação de demanda afetiva. O manejo de emoções envolve o reconhecimento e a expressividade das emoções, e a compreensão de como o comportamento é influenciado por elas. O manejo de estresse está relacionado com o reconhecimento das fontes que são geradores de estresse, o impacto causado por elas e o desenvolvimento de estratégias para enfrenta-las. A comunicação eficaz significa se expressar assertivamente diante do contexto em que se está inserido. Ser assertivo é expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, honesta e apropriada, superando posições passivas e agressivas. As HV de modo geral podem ser aprendidas em qualquer etapa da vida, como também podem ser aprimoradas, pois são vistas como fatores de proteção para uma trajetória de desenvolvimento saudável. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) tem seus fundamentos teóricos condizentes com a proposta dos estudos de HV, sendo que ambas se unem e vão ao encontro dos princípios da promoção de saúde mental. A partir disso, o objetivo desse trabalho é apresentar como a TCC pode ser uma ferramenta para auxiliar o desenvolvimento dessas habilidades no ciclo vital. [email protected]

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SIMPÓSIO Simpósio 2: AMPLIANDO AS FRONTEIRAS DA TCC: PARA ALÉM DA CLÍNICA TRADICIONAL PROGRAMA PARAE: INTERVENÇÃO PREVENTIVA PARA USO DE ÁLCOOL EM ADOLESCENTES. Ana Regina Noto (Universidade Federal de São Paulo, Departamento de Psicobiologia). O uso de álcool entre adolescentes está associado a uma série riscos sociais e físicos. No Brasil, cerca de 30% dos estudantes de ensino médio relatam binge drinking no mês, associado a maior probabilidade de acidentes, brigas e comportamento sexual de risco. Porém, poucos programas de prevenção apresentam evidências científicas consistentes. Com auxílios da FAPESP e CNPq, o programa australiano SHAHRP foi adaptado e avaliado em escolas particulares brasileiras, recebendo o nome de PERAE (Programa de Estímulo à Saúde e Redução de Riscos Associados ao Uso de Álcool Aplicado a Ambientes Educacionais). O programa é fundamentado em atividades lúdicas distribuídas em 8 encontros de interação entre alunos e professores, com foco em diálogos sobre situações de uso e riscos vivenciados pelos próprios adolescentes. O PERAE foi aplicado em 4 escolas, atingindo 266 alunos do oitavo ano do ensino fundamental, tendo sido bem aceito por diretores, professores e alunos. A análise de viabilidade indicou bons resultados, evidenciando pequenos ajustes metodológicos, com adequação ao tempo da hora-aula e atividades adaptadas a quantidade de alunos em sala de aula no Brasil. Porém, todas as atividades tiveram envolvimento e boa avaliação de professores e alunos. Os resultados observados sugerem a pertinência de programas nacionais que avancem para além dos tradicionais modelos preventivos ancorados na proibição e no medo, no sentido de oferecer espaços de diálogos e interação entre jovens e educadores mais alinhados aos modelos de promoção de saúde, bem-estar e redução de riscos. [email protected] DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A INTERVENÇÃO DOS PSICÓLOGOS NA PREVENÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE/ BEM-ESTAR. Margarida Gaspar de Matos (Universidade de Lisboa – Portugal) O Painel de Prevenção e Intervenção da Associação Europeia de Associações de Psicólogos (BPI da EFPA) http://preventionintervention.efpa.eu/introduction/ foi estabelecido em 2012 e um dos seus objetivos foi desenvolver vínculos entre as várias áreas de psicologia aplicada onde a prevenção e a promoção têm um papel fundamental. Abrange uma visão geral da psicologia aplicada em prevenção e promoção, incluindo intervenções baseada em evidências, prevenção de comportamentos lesivos da saúde em grupos vulneráveis e promoção do bem –estar a nível individual e populacional. Além disso, estuda, discute e define linhas orientadoras com algumas implicações mais amplas por exemplo focando a nova área da psicoterapia contextual, da economia comportamental e argumentando o papel do psicólogo

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no apoio às autoridades municipais no desenvolvimento de estratégias de prevenção e promoção, isto é nas politicas públicas amigas das pessoas. O trabalho deste Painel da EFPA será apresentado e discutido. DISTORÇÕES COGNITIVAS E CRENÇAS RELIGIOSAS DISFUNCIONAIS: IMPACTOS SOBRE A ADESÃO A TRATAMENTOS MÉDICOS. Ricardo Gorayeb, Flávia A. F. Marucci, Vanessa Fernandes-Fioresi, e Natália C. V. Soncini ( Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Brasil). A análise sistemática de casos clínicos é uma parte importante da prática da psicologia baseada em evidências. Serão apresentados três casos clínicos de pacientes com doenças físicas, atendidas em um hospital público universitário e encaminhadas à Psicologia após o diagnóstico. No primeiro caso apresenta-se a história de uma paciente na fila de espera para transplante de fígado. No segundo caso, trata-se de uma paciente com câncer de bexiga e indicação de cirurgia e, no terceiro, descreve-se uma paciente com câncer de mama e indicação terapêutica de quimioterapia. Em todos os casos, houve problemas de aceitação e adesão aos tratamentos médicos e avaliou-se que tais problemas se relacionavam com as crenças religiosas disfuncionais das pacientes. A avaliação psicológica revelou distorções cognitivas que interferiam na forma como as pacientes interpretavam e se comportavam em relação aos dogmas de suas religiões. Nos dois primeiros casos, a Psicologia atuou no acolhimento da angústia das pacientes, validação dos sentimentos e na mediação da comunicação das pacientes com as equipes médicas, com orientações sobre os procedimentos. Porém, não se observou mudança nos aspectos cognitivos e comportamentais das pacientes, que acabaram interrompendo seus tratamentos. No caso da paciente com câncer de mama, a intervenção psicológica incluiu técnicas comportamentais, como treino discriminativo e assertivo, e cognitivas, como questionamento socrático e reestruturação cognitiva. Também foi utilizado reforço diferencial dos comportamentos de adesão ao tratamento. Os resultados observados foram positivos, com expansão das estratégias de enfrentamento da paciente, redução no número de ausências nas consultas médicas, aceitação de quimioterapia, diminuição da resistência e da desconfiança com a equipe de saúde e maior receptividade às orientações. Discutem-se os alcances e limitações das intervenções e a importância de se avaliar aspectos da religião de pacientes nos contextos de saúde. [email protected] FATORES ASSOCIADOS AO REGANHO DE PESO APÓS CIRURGIA BARIÁTRICA. Neide A Micelli Domingos e Thais Pillotto Duarte Caldeira (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto/SP). Palavras-chave: Cirurgia bariátrica; qualidade de vida; ansiedade e depressão. A frequência da realização de cirurgias bariátricas aumentou bastante nos últimos anos. Entretanto, apesar da eficácia do tratamento cirúrgico, alguns indivíduos apresentam recidiva de aumento de peso. Objetivos: Identificar as variáveis associadas ao reganho de peso em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica; avaliar o impacto do peso na qualidade de vida, percepção e satisfação

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da imagem corporal e sintomas de ansiedade e depressão; comparar as variáveis avaliadas entre os grupos: reganho de peso e não reganho de peso. Método: Trata-se de um estudo do tipo descritivo / transversal. Participaram 43 indivíduos, de ambos os sexos, com idade entre 28 e 63 anos que foram submetidos à cirurgia bariátrica por intervenção cirúrgica restritiva (Bandagem gástrica ajustável e Gastroplastia vertical com bandagem) ou predominantemente restritiva (Derivações gástricas em “Y de Roux”, com ou sem anel de contenção) há pelo menos cinco anos (entre 2008 – 2012). Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos: Questionário sócio demográfico; Questionário Impacto do peso na qualidade de vida (IWQOL-Lite); Escala de Figuras de Silhuetas (EFS) e Escala HAD (Hospital Anxiety and Depression Scale). Os participantes foram convidados a participar do estudo após análise dos prontuários e foram divididos em dois grupos: no grupo 1 foram incluídos os casos em que não houve reganho de peso (GNRP) e no grupo 2 os casos de reganho de peso (GRP). Foram agendados encontros com os participantes, individualmente, data na qual foi realizada nova pesagem, que serviu como indicador para avaliar se houve ou não reganho de peso. Resultados: Do total de participantes, observou-se que (31) 72,1% ainda apresentam obesidade e (11) 25,6% estão com sobrepeso, apenas (1) 2,3% atingiu a eutrofia. Em relação ao reganho de peso, (30) 69,8% apresentaram reganho acima de 15% do peso perdido. Comparando os dois grupos observou-se que há uma maior prevalência de sedentarismo no GRP. Sintomas de depressão foram encontrados em (4) 13,3% do GRP. Conclusão: Espera-se que os resultados da pesquisa possam subsidiar estratégias para auxiliar pacientes a enfrentar os problemas associados à cirurgia bariátrica. [email protected] SIMPÓSIO Simpósio 3: PLURALIDADE EM TCC: INTERFACE COM DIFERENTES SABERES E TÉCNICAS STRESS E ADESÃO A MUDANÇA DE HÁBITOS DE VIDA. Marilda E. Novaes Lipp (Instituto de Psicologia e Controle do Stress). Ao se considerar este assunto, é importante enfoca-lo como a força poderosa do aprendido. Todos os hábitos foram úteis um dia. Todos foram reforçados extrínseca ou intrinsecamente em algum momento do contrario não integrariam o repertorio comportamental da pessoa. O aplauso, o ganho social obtido ao se emitir um comportamento socialmente aceito, corre paralelamente ao prazer que pode ser gerado por certos hábitos, alguns nocivos, como o uso de drogas. Neste caso, o prazer, porque é imediato, mesmo que efêmero, é suficiente para manter o hábito. Dependendo do esquema de reforçamento em ação, sua força se torna poderosa e escravizante.. Para se mudar hábitos de vida, que embora tenham tido alguma utilidade no passado, não mais contribuem para o bem estar da pessoa no presente, necessário se torna conhecer a influencia dos esquemas de reforçamento e sua ação, e entender a influencia do hedonismo imediato versus o hedonismo em longo prazo. A importância de hábitos considerados saudáveis está cada vez mais recebendo atenção dos pesquisadores internacionais que mostram como, muitas vezes, mudança no estilo de vida pode substituir ou

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reduzir a necessidade de medicamentos. Medidas não medicamentosas têm sido indicadas como parte do tratamento da HA nas V, VI e VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2007, 2010 e 2016 visando mudança de estilo de vida. Dentre estas, é recomendado o controle do stress psicossocial. No caso especifico do stress, os hábitos mais contribuintes são os que se referem ao estilo cognitivo, que se denominam de fontes internas de stress: o hábito do pensar negativo, a armadilha das crenças irracionais, os esquemas cognitivos que imperam de modo majestoso nas pessoas estressadas. Ao mudar hábitos, mesmo que prejudiciais e indesejáveis, o stress pode ocorrer. O desconforto causado pelo stress da mudança, com sintomas físicos e psicológicos, muitas vezes é o fator impeditivo para que a mudança permaneça. Mudar exige esforço especial e quando este esforço gera sintomas desagradáveis do stress que não existiam antes, é comum que a pessoa volte aos hábitos antigos. Por isto sempre que necessário proceder a mudança de estilo de vida em pacientes, mesmo aqueles com doenças mais graves como nos casos de câncer, enfarto, AVC e colites, necessário se torna proceder a conscientização dos ganhos e promover resistência ao desconforto do stress que surge. SAÚDE E ESPORTE: UM OLHAR DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Ricardo da Costa Padovani (Universidade Federal de São Paulo-Campus Baixada Santista). Palavras-chave: psicologia do esporte; saúde; terapia cognitivo-comportamental. A atividade física sempre acompanhou o desenvolvimento e a evolução da sociedade. A literatura está consolidada no que se refere aos benefícios da prática da atividade física e esportiva para saúde física e mental. Aumento da sensação de bem-estar, redução dos níveis de estresse e ansiedade, aumento do vigor físico e possibilidade de ampliar as interações estabelecidas com o ambiente físico e social constituem alguns dos benefícios de sua prática regular. No entanto, quando a prática esportiva se volta para o alto rendimento e profissionalismo, os benefícios podem ser questionados. As exigências de treinamento e a exposição continua a diferentes estressores podem prejudicar a saúde e qualidade de vida de seus praticantes. Tais considerações deixam evidente as diferentes formas que a atividade física e esportiva podem assumir. Nota-se ainda a importância de compreender como o indivíduo se relaciona com a pratica escolhida. Ampliar o entendimento das diferentes escolhas e significados pode favorecer que estudiosos, especialmente da área da psicologia, promovam ações e projetos que favoreçam o desenvolvimento físico e psicológicos dos praticantes. Nessa perspectiva, o presente trabalho tem como objetivo refletir sobre o impacto da remada para um grupo de mulheres com histórico de câncer de mama, a partir de um trabalho de natureza interdisciplinar. Para a coleta de dados foi utilizado o relato escrito das participantes sobre a percepção do remar e um roteiro de entrevista semiestruturada. As entrevistas foram realizadas individualmente com duração média de 40 minutos. Constatou-se que a participação na atividade proporcionou o questionamento de crenças relacionadas à vulnerabilidade e à incapacidade, a superação do medo, favoreceu o fortalecimento do senso de união do grupo de praticantes, aumentou a sensação de bem-estar e de satisfação com a vida. Tais considerações apontam

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para a importância da pratica da atividade física e esportiva voltada para a inclusão e o lazer como forma de criar condições para construções de novas percepções e intepretações, o que pode ser transformador de realidades. [email protected] PROMOVE-PAIS: UM PROGRAMA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL NA PREVENÇÃO E TRATAMENTO DE PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO Alessandra Turini Bolsoni-Silva, Universidade Estadual Paulista (UNESP-Bauru) Palavras chaves: habilidades sociais educativas, problemas de comportamento, treinamento, habilidades sociais Desenvolver habilidades sociais educativas se reveste de importância por promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos pais/cuidadores e das crianças nas situações de interações sociais em diferentes contextos. Quanto mais habilidosos os educadores, menos ocorrem problemas de comportamento e mais frequentes são as habilidades sociais infantis e do adolescente. O Promove-Pais é parte dos programas desenvolvidos no LADS (Laboratório, Desenvolvimento e Sáude, Unesp/Bauru) e tem por objetivo a promoção de habilidades sociais educativas (HSE) nos pais, o qual foi desenvolvido após várias pesquisas sobre práticas parentais, problemas de comportamento e habilidades sociais. Nesse ínterim, o Promove-Pais teve a influência de três conjuntos de informações da literatura: a) práticas parentais associadas à ocorrência de problemas de comportamento, sobretudo dos programas Parent-Management Training-Oregon Model e Incredible Years; b) habilidades sociais; c) Análise do Comportamento. Diversos estudos de caracterização foram conduzidos para mapear quais HSE de pais estava relacionadas a problemas de comportamento e habilidades sociais infantis, o que, além de identificar comportamentos que prediziam problemas de comportamento e habilidades sociais, culminou na elaboração e validação, na forma de teste psicológico, do Roteiro de Entrevista de Habilidades Sociais Educativas Parentais (RE-HSE-P). Desse modo, este trabalho tem por objetivos: 1) apresentar o Promove-Pais, quanto a sua estrutura e forma de aplicação; (2) apresentar pesquisas empíricas que atestam a eficácia e eficiência do Promove-Pais com diferentes populações (pré-escolares, escolares, adolescentes) e formatos de aplicação (individual, grupo) na prevenção e no tratamento de problemas de comportamento internalizantes, externalizantes ou ambos. Os estudos de intervenções conduzidos mostraram que foram eficazes e eficientes para reduzir problemas de comportamento e práticas educativas negativas, bem como para a ampliação de repertório de habilidades sociais das crianças/adolescentes e de habilidades sociais educativas dos pais/cuidadores. Discute-se a relevância da prevenção universal e indicada em políticas públicas. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] INTERFACE DA NEUROPSICOLOGIA E A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Priscila de Camargo Palma e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,

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Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras chaves: Neuropsicologia, Terapia Cognitivo-Comportamental, reestruturação cognitiva A terapia cognitivo-comportamental (TCC) parte do pressuposto de que as emoções e os comportamentos são impactados por percepções cognitivas das situações vivenciadas, ou seja, não é a situação em si que determina o que as pessoas sentem ou como se comportam, mas sim a interpretação da situação. O terapeuta cognitivo está interessado nos níveis de pensamento, os quais podem ser monitorados e alterados. A partir isso, possíveis alterações cognitivas são importantes para a compreensão das manifestações clínicas de diferentes transtornos mentais, sendo um dos principais alvos terapêuticos tanto em transtornos neurológicos quanto em transtornos psiquiátricos. Já a neuropsicologia estuda o funcionamento mental e suas relações com o cérebro. Alterações no sistema nervoso central podem levar a diversos comprometimentos cognitivos e com isso, levam à dificuldades funcionais. Muitos indivíduos encontram dificuldades em modificar rotinas ou mesmo melhorar seu desempenho, uma das condições básicas para que ocorram processos de mudança comportamentais e emocionais é a plasticidade cerebral. A reorganização do sistema neural consiste em alterações de redes e conexões que afetam padrões de ativação cognitivas e também comportamentais. A reestruturação cognitiva, processo objetivado no processo terapêutico, visa identificar padrões disfuncionais de pensamentos automáticos, crenças secundárias e crenças centrais, com intuito de modificar o sistema de crenças, alterando a forma como o mesmo compreende o mundo e consequentemente a forma como ele reage e sente, tornando seu funcionamento mais saudável e baseado em evidências. Além disso, a terapia cognitiva está associada ao aumento das regiões autorreguladoras (regiões corticais frontais), as quais estão relacionadas com às funções executivas, contribuindo para o direcionamento dos comportamentos voltados para objetivos definidos, realizando ações organizadas e planejadas mediante a avaliação a adequação ao objetivo proposto, inibindo estratégias que não demonstraram sucesso. Por fim, a TCC parece atuar sobre a reformulação de regras de conduta, testando novas hipóteses a partir de diversos processos, tais como flexibilização, questionamento socrático, exame baseado em evidências, aumentando assim, a autorregulação cognitiva, emocional e comportamental, por meio do processo de reestruturação cognitiva. Essa dinâmica terapêutica também se associa ao refinamento da capacidade das funções executivas. A integração, a neuropsicologia e a TCC podem acrescentar de maneira significativa à compreensão e à modificação dos padrões cognitivos e também do sistema de crenças. [email protected] MESA REDONDA CONVIDADA Mesa redonda 1: MINDFULNESS: BASES CIENTÍFICAS E INDICAÇÕES MINDFULNESS E ACHADOS DAS NEUROCIÊNCIAS. Marcele Regine de Carvalho (Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da

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Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); Divisão de Psicologia Aplicada do IP, UFRJ; Núcleo Integrado de Pesquisa em Psicoterapia nas Abordagens Cognitivo-Comportamentais (NIPPACC/LABPR), Instituto de Psiquiatria (IPUB), UFRJ; Rio de Janeiro, RJ) Palavras-Chaves: Mindfulness, Neurociências, Terapia Cognitivo-Comportamental. Mindfulness pode ser definido como a consciência que emerge quando se presta intencionalmente atenção ao momento presente, sem julgamentos, sem apego e com abertura à fluidez de cada momento. A prática de mindfulness vem sendo cada vez mais integrada à Terapia Cognitivo-Comportamental, a qual é considerada uma Prática da Psicologia Baseada em Evidências (PPBE), ou seja, busca atender o pressuposto da tomada de decisão clínica baseada na melhor evidência disponível para o cuidado com o cliente, levando em consideração as características e preferências do mesmo, além da expertise clínica do terapeuta. Destaca-se que a melhor evidência está relacionada aos resultados de todos os esforços de investigação qualitativa, quantitativa, ou uma combinação de ambas, que poderá fornecer ao psicólogo uma base documentada, na qual possa basear a sua prática em um determinado momento. Muitas constatações importantes neste campo da PPBE têm sido possíveis através das Neurociências. A possibilidade de investigação da modulação funcional de circuitos cerebrais através de práticas psicoterápicas pode ajudar na indicação de intervenções cada vez mais precisas e na elaboração de planos de tratamento cada vez mais efetivos. Os objetivos deste estudo são apresentar hipóteses sobre os mecanismos de ação envolvidos na prática de mindfulness e relatar os achados neurobiológicos de modulação cerebral. Estes últimos são contrastados com os achados neurobiológicos referentes à reestruturação cognitiva e ao uso de estratégias de supressão emocional. O presente trabalho trata-se de uma revisão de literatura baseada em recentes artigos científicos relacionados aos objetivos do estudo. Verificou-se que alguns processos psicológicos podem estar relacionados à prática benéfica de mindfulness em psicoterapia, tais como: mudanças na reatividade emocional e cognitiva, em pensamentos negativos repetitivos, na autocompaixão, na consciência metacognitiva e na flexibilidade psicológica. Estudos recentes apontam que a prática de mindfulness parece estar relacionada à conectividade funcional entre áreas frontais e límbicas importantes para a regulação emocional. A reestruturação cognitiva está relacionada à modulação funcional em estruturas corticais e subcorticais relacionadas ao mecanismo de regulação top-down. No processo de supressão emocional são recrutadas regiões semelhantes àquelas recrutadas na reestruturação cognitiva, porém seus efeitos temporais não se mostraram satisfatórios. A prática de mindfulness ajuda os clientes a reconhecer e lidar com suas experiências e a escolher formas construtivas de resposta. A partir do acúmulo de evidências, inclusive neurobiológicas, sobre estratégias psicoterápicas será possível referendar ou não o uso de determinadas estratégias na prática clínica com maior grau de confiabilidade em relação a seus efeitos. [email protected]

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MINDFULNESS, MEDITAÇÃO COMPASSIVA, AUTO-COMPAIXÃO E MEDITAÇÃO FOCADA NO AMOR E BONDADE. Maria Amélia Penido (PUC-RIO, Núcleo Integrado de Pesquisa em Psicoterapia nas abordagens Cognitivo-Comportamentais - NIPPACC/LABPR- e Instituto de Psiquiatria –IPUB – UFRJ). Palavras-Chaves: meditação, compaixão, mindfulness, afeto positivo O mindfulness tem origem na filosofia budista, definido como uma qualidade mental que pode ser desenvolvida e cultivada através da prática de meditação. Busca a ampliação da consciência, desenvolvendo uma consciência plena do momento presente. A prática de mindfulness leva a uma harmonia com a realidade e evita a ignorância e o sofrimento, considerados obstáculos para a felicidade. No budismo, ignorância significa ver-se separado dos outros e do mundo, a visão budista enfatiza a noção de conectividade entre a pessoa e tudo que a cerca. Acredita-se que a prática de minfulness contribua para uma postura mais reflexiva do que reativa, funcionando como uma alternativa a estratégias de esquiva emocional, usadas para diminuir a intensidade ou frequência de estados internos indesejados. Essas estratégias de esquiva contribuem para a manutenção dos problemas emocionais. Mais recentemente as definições de mindfulness passaram a incluir, além da atenção plena no momento presente, adotando uma postura não julgadora e uma mente aberta e curiosa que busca fluir com a realidade, também uma atitude de aceitação, bondade e compaixão. Algumas pesquisas apontam que a prática de mindfulness aumenta a compaixão e comportamentos pró-sociais. Duas práticas de meditação, descritas na literatura, com o foco em desenvolver afeto positivo, são a meditação compassiva e a meditação focada na bondade e amor, também chamada de treino em afeto positivo. Amor, bondade e compaixão são vistos como atributos de uma postura não julgadora, sem eles, julgamentos negativos podem interferir em manter um mente mindfulness, por esse motivo ambas as práticas meditativas incluem a prática de mindfulness. Na meditação compassiva o foco da atenção é direcionado a aumentar a consciência sobre o sofrimento de todos os seres vivos e no desejo em aliviar esse sofrimento. Esse tipo de meditação também pode incluir a auto-compaixão, direcionando o foco de atenção para o self, buscando estar aberto ao próprio sofrimento, experimento sentimentos de calor, cuidado e compreensão para com o eu. Na meditação focada no amor e bondade o foco é em desenvolver o sentimento de amor e compaixão pelo bem estar do próximo. Busca desenvolver um estado emocional de bondade incondicional pelas pessoas, é útil para aumentar afeto positivo. Essas meditações ajudam a mudar a visão básica sobre o self na relação com outros e aumentar empatia e compaixão. Ambas as práticas meditativas foram apenas recentemente investigadas em experimentos empíricos. A revisão da literatura sugere, até o presente momento, que a pratica de meditação compassiva e meditação focada no amor e bondade são bastante promissoras para aumentar afeto positivo e reduzir estresse e afeto negativo. A meditação focada no afeto positivo parece ser especialmente útil para tratar problemas interpessoais como raiva e controle de impulso. As duas meditações parecem ser uteis para tratar problemas de relacionamento, como conflitos conjugais e podem produzir sentimentos de felicidade e afeto positivo, além de diminuir estados afetivos negativo. Por ser um campo de pesquisa recente ainda é preciso desenvolver mais pesquisas para

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identificar que componentes específicos dessas práticas influenciam a mudança, além de comprovar sua efetividade. [email protected] INTERVENÇÃO BREVE DE MINDFULNESS EM UNIVERSITÁRIOS CONCLUINTES. Ilana Andretta (Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade do Vale do Rio dos Sinos –UNISINOS e Intervenções Cognitivo-Comportamentais: Estudo e Pesquisa - ICCep). Palavras-Chaves: Intervenção breve Mindfulness; Universitário Concluinte; Depressão; Ansiedade; Estresse. O contexto universitário exerce uma demanda considerável frente aos estudantes, como exames, estágios e trabalhos. No Brasil, a maioria dos universitários possuem uma atividade profissional. Esta pressão pode acarretar um aumento nos sintomas psicológicos, entre eles a depressão, a ansiedade e o estresse. A fim de proporcionar um maior repertório de manejo do estresse aos universitários, a utilização de programas de apoio pode ser uma medida efetiva no meio acadêmico. Dentre estes programas, as intervenções baseadas em mindfulness têm se mostrado eficientes, aplicáveis e com um custo-benefício favorável nos contextos universitários. Entende-se que mindfulness é a uma consciência intencional concentrada, uma forma de atenção não-julgadora e de estar no momento presente. As intervenções baseadas em mindfulness pressupõem que, durante o seu percurso, o participante acrescente práticas meditativas na sua rotina diária e estão associadas com reduções robustas e substanciais nos sintomas de ansiedade e sintomas depressivos comórbidos, além de terem se mostrado eficientes, aplicáveis e com um custo-benefício favorável nos contextos universitários. O engajamento dos sujeitos a tais programas prediz que melhores resultados sejam alcançados. Trata-se de uma pesquisa quantitativa de delineamento pré-experimental, com medida pré e pós-teste, comparativa e correlacional. Este estudo analisou os efeitos de um programa breve de mindfulness em universitários concluintes. A intervenção semanal teve seis encontros e contou com 34 participantes. Este estudo avaliou os possíveis efeitos de um programa breve baseado em mindfulness em relação à depressão, ansiedade e estresse em alunos universitários concluintes. Os resultados revelaram uma redução significativa nas três dimensões analisadas através do instrumento DASS-21. Os estudantes apresentaram um decréscimo do nível de depressão (p=0,0001) com um tamanho de efeito grande e uma diminuição dos níveis de ansiedade (p=0,024) e de estresse (p=0,0001) com tamanhos de efeito médios. Não foram encontradas associações significativas entre o número de práticas meditativas com os efeitos das variáveis. Conclui-se que um programa breve de mindfulness é uma ferramenta capaz de promover saúde mental em universitários concluintes. Ao examinar o contexto brasileiro, considera-se que estudos que avaliem os efeitos de um programa de mindfulness no meio acadêmico sejam necessários a fim de se obter maior clareza sobre seus possíveis benefícios. A aplicação de programas que utilizem a prática da meditação mindfulness pode ser de muita valia para o rendimento acadêmico e o desenvolvimento psicossocial do aluno. Recomenda-se que futuras pesquisas

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utilizem grupo controle, follow-up, e que estudos mais específicos sejam realizados associando o número de práticas com os resultados. [email protected] Mesa redonda 2: PSICOLOGIA DA SAÚDE E A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO HOSPITAL: PRESPECTIVA DE UMA PRÁTICA BASEADA EM EVIDÊNCIAS TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL E O CUIDADO A SAÚDE DO IDOSO. Leopoldo Barbosa (Faculdade Pernambucana de Saúde).

Palavras chave: Terapia cognitivo comportamental; idosos; Psicologia da saúde

O crescimento acentuado da população de idosos é um fenômeno mundial. Naturalmente, com o envelhecimento tendem a surgir mais condições de adoecimento crônico, limitações físicas e cognitivas, deste modo, buscar subsídios de intervenção a essa população tona-se fundamental. Deste modo, trata-se de um grupo especial que merece atenção da psicologia da saúde. O objetivo deste trabalho é discutir uma proposta de intervenção cognitivo comportamental para idosos que frequentam ambulatório de saúde mental de hospital geral que atende exclusivamente ao sistema único de saúde. A intervenção tem como base os dados advindos da história de vida, condições de adocecimento físico e mental, avaliações neuropsicológicas coletados a partir do suporte multidisciplinar ofertado pela psiquiatria, psicologia e geriatria. Foram realizadas consultas individuais com cada especialidade e uma consulta coletiva com as 3 áreas envolvidas com 40 idosos. Na consulta coletiva eram atendidos conjuntamente paciente e familiar/cuidador para que dúvidas pudessem ser sanadas e orientações realizadas. Os casos nos quais foram detectadas necessidade de suporte psicológico, foram encaminhados para acompanhamento da equipe de saúde mental. Foram observadas dificuldades no manejo dos familiares/cuidadores diante de alterações cognitivas e dos sintomas decorrentes de alguma condição mental, como o humor deprimido e falta de disposição frequentes na depressão e nas alterações de comportamento e impulsividade em condições de alteração cognitiva. A intervenção proporcionou um espaço de escuta e de orientação com base na terapia cognitivo comportamental para o manejo das dificuldades em sessões pontuais. Os familiares ressaltaram a importância da consulta com as diferentes especialidade no mesmo momento pois sentiram-se acolhidos e cuidados, podendo esclarecer as principais dúvidas. Trata-se de uma experiência que além da intervenção específica na população de idosos e seus familiares/cuidadores, contribuiu para a formação dos profissionais e residentes que pretendem atuar nesta área a partir de uma experiência interdisciplinar. Foi evidenciado que a possibilidade de cuidado interdisciplinar e esclarecimento de dúvidas foi relatado como terapêutico para os cuidadores. [email protected] A PRÁTICA DA PSICOLOGIA BASEADA EM EVIDÊNCIAS NO ÂMBITO CLÍNICO E HOSPITALAR E O SISTEMA GRADE (GRADING OF

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RECOMMENDATIONS ASSESSMENT, DEVELOPMENT AND EVALUATION). Tamara Melnik (UNIFESP). Palavras-chave: Prática da Psicologia Baseada em Evidências, psicologia da saúde e GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation) Segundo a Associação Americana de Psicologia (APA) a Prática da Psicologia Baseada em Evidências (PPBE) é definida como o uso consciencioso, explícito e criterioso da melhor evidência disponível no momento, associado a experiência clínica a fim de adotar condutas na assistência individual do indivíduo. Existe grande variação na prática clínica entre os Psicólogos, no que diz respeito às intervenções diagnósticas e terapêuticas. Tal variabilidade, no entanto, com frequência não é amparada por evidência científica de boa qualidade Na Psicologia, particularmente, existe ainda um enorme espaço para opiniões subjetivas, portanto tradicionalmente as intervenções tidas como eficazes e consagradas pela prática “não necessitam” de confirmação adicional pela pesquisa sistemática. Esta apresentação visa abordar os princípios da PPBE, níveis de evidências para tomada de decisão no âmbito clinico e hospitalar e sistema GRADE desenvolvido para graduar a qualidade das evidências e a força das recomendações. A partir de 2015 a APA utiliza as revisões sistemáticas como nível I de evidência na tomada de decisão e o sistema GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation). Atualmente cerca de 100 instituições internacionais utilizam o GRADE, além da a APA a Organização Mundial da Saúde (OMS), o National Institute for Health and Clinical Excellence(NICE), e a Colaboração Cochrane. O sistema GRADE atribui níveis de evidência e classifica a força da recomendação para as intervenções psicológicas. O nível de evidência representa a confiança na informação utilizada. No sistema GRADE, a avaliação da qualidade da evidência é realizada para cada desfecho analisado utilizando o conjunto disponível de evidência. No GRADE a qualidade da evidência é classificada em quatro níveis: alto, moderado, baixo, muito baixo. Concluímos que o Psicólogo deve utilizar as melhores provas científicas existentes e disponíveis no momento, com qualidade e boa validade interna e externa, para a aplicação de seus resultados na sua prática clínica, institucional e acadêmica. [email protected] INTERVENÇÃO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E O DOENTE CRÔNICO. Tânia Rudnicki (Centro Universitário da Serra Gaúcha – FSG). Palavras-chave: Psicologia da Saúde. Intervenção Cognitivo-Comportamental. Doente Renal Crônico. A doença renal crônica é uma enfermidade sistêmica que provoca a perda da autonomia, trazendo limitações físicas, emocionais, restrições laborais ao paciente além de perdas sociais. Esse grupo de enfermos é altamente sujeito ao estresse e à ansiedade. Esta doença submete o enfermo a sessões regulares de diálise, geralmente um tratamento rigoroso e debilitante. Nesta apresentação se aponta o trabalho do psicólogo junto ao enfermo renal crônico em tratamento de hemodiálise, enfatizando o uso de técnicas cognitivas e/ou comportamentais,

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além da entrevista motivacional no seu atendimento. A fragilidade do paciente poderá favorecer a ativação de crenças negativistas, sua interpretação frente à situação vivida. Desta forma, produz erros de processamento – distorções cognitivas que amplificam os aspectos negativos, catastrofizando a situação, desqualificando qualquer fator positivo que possa existir, abstraindo seletivamente, questionando, hipergeneralizando a situação, entre outras distorções. Se aborda o tema da adesão ao tratamento médico, levantando possíveis explicações para uma mudança na adesão terapêutica. Os atendimentos seguem os princípios da terapia cognitivo-comportamental, concentrando-se no momento atual da doença e tratamento, ligando-se às queixas do paciente e sua adesão ao tratamento clínico. Considera-se que a utilização de técnicas cognitivas e comportamentais, além da entrevista motivacional possibilitaram amplo cuidado e esclarecimento de dúvidas, sendo considerado como importante auxilio terapêutico pelos pacientes. [email protected] Mesa redonda 3: PROCESSOS TRANSDIAGNÓSTICOS E SAÚDE MENTAL: QUAL A SUA IMPORTÂNCIA PARA A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL? MAPEANDO AS ORIGENS DO PERFECCIONISMO EM JOVENS ADULTOS: O QUE OS TRAÇOS DE PERSONALIDADE E VÍNCULOS PARENTAIS PODEM NOS DIZER? Marcela Mansur-Alves e Flávio H. Reis Soares (Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia: Cognição e Comportamento - Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG) Palavras-chave: traços de personalidade; vínculos parentais e perfeccionismo. O perfeccionismo é uma característica psicológica que predispõe os indivíduos à busca de padrões elevados de desempenho. A literatura vem apontando que as relações parentais apresentam influência no desenvolvimento do perfeccionismo e, por sua vez, os traços de personalidade apresentam padrões de associação consistentes com os tipos de perfeccionismo e suas dimensões. Apesar do avanço nos estudos, pouco se sabe sobre como os traços e personalidade e vínculos parentais se associam às diferenças individuais em perfeccionismo quando analisados em conjunto. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo principal explorar as relações entre as dimensões do perfeccionismo (padrões, ordem e discrepância), os traços de personalidade e os vínculos parentais. Participaram 515 indivíduos, 79% do sexo feminino, com idade média de 25,3 anos (DP = 7,8), provenientes de instituições de ensino superior públicas e privadas. Como instrumentos, foram utilizadas a Escala de perfeccionismo Almost-Perfect Scale Revised versão brasileira, o inventário dos cinco fatores NEO revisado NEOFFI-R (versão curta) e a escala de vínculos parentais, Parental Bonding versão brasileira. Os resultados encontrados apontam para associações estatisticamente significativas de Padrões com Conscienciosidade (r=0,52), Abertura (r=0,17) e cuidado materno (r=0,09); Ordem com Conscienciosidade (r=0,57); Amabilidade (r=0,13), Extroversão (r=0,12), Neuroticismo (-0,12) e cuidado Paterno (0,10); Discrepância com Neuroticismo (0,56), Extroversão (-0,25), Amabilidade (-0,17) e Conscienciosidade (r=-0,17),

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Cuidado Materno (r=-0,22), Cuidado Paterno (r=0,16) Superproteção Materna (r=0,28) e Superproteção Paterna (r=0,11). Contudo, quando inseridos em um modelo de predição, apenas neuroticismo e superproteção materna foram preditores significativos de Discrepância explicando 33% de sua variância. Para Ordem, apenas Conscienciosidade foi um preditor significativo explicando 32% da variância. Quanto à padrões, idade, Conscienciosidade e Abertura foram preditores significativos, explicando 32% da variância desse escore. Estes resultados apontam para o papel dos traços de personalidade como principais preditores das diferenças individuais em perfeccionismo, ainda que possivelmente alguns componentes dos vínculos parentais, tais como superproteção possam ser também importantes para se compreender o mecanismo pelo qual o perfeccionismo se desenvolve. [email protected] PERFECCIONISMO E SUA RELAÇÃO COM A SAÚDE MENTAL EM JOVENS ADULTOS: POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO NA CLÍNICA EM TCC. Eduardo Keegan (Facultad de Psicología, Universidad de Buenos Aires, Argentina) Palavras-chave: perfeccionismo; jóvenes; terapia cognitivo-conductual El perfeccionismo es un rasgo de personalidad que ha sido conceptualizado en varios modelos cognitivo-conductuales. Su vertiente desadaptativa ha sido caracterizada como un fenómeno transdiagnóstico. Es tanto un factor de riesgo como factor de mantenimiento de una variedad de trastornos mentales. Debido a esto, se considera que su tratamiento puede resultar relevante tanto para el fenómeno en sí cuanto para los trastornos mentales en los cuales cumple algún papel. La ventaja del enfoque transdiagnóstico incluye tanto la parsimonia terapéutica –un mismo procedimiento para influir sobre distintos trastornos- cuanto la ventaja de una mayor simplicidad en el entrenamiento de terapeutas cognitivo-conductuales. INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS PARENTAIS NA SAÚDE PSICOLÓGICA DOS JOVENS. Sabrina Mazo D’Affonseca (Departamento de Psicologia, Laboratório de Análise e Prevenção da Violência (Laprev), Universidade Federal de São Carlos, UFSCar) Palavras-chave: práticas de disciplina, saúde psicológica, jovens Os comportamentos utilizados para disciplinar seus filhos podem contribuir ou prejudicar o desenvolvimento social, acadêmico, profissional e o bem-estar emocional dos seus filhos. O presente trabalho objetivou verificar a relação entre as práticas disciplinares recebidas na infância e os níveis de ansiedade e depressão de jovens adultos. A pesquisa contou com 261 participantes, com idades variando entre 18 e 25 anos (M=21,28; dp=2,25). A maioria se autodeclarou como brancos (74,7%), do sexo feminino (80%), provenientes de classe social B (52,5%), de lares nos quais os pais eram casados um com o outro (57,1%). Os participantes foram recrutados em redes sociais e convidados a responder um formulário on line composto pelos Inventários Beck de Ansiedade

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(BAI) e Depressão (BDI) e uma parte do Inventário de Dimensões de Disciplina, forma A (retrospectivo), na qual deveriam avaliar a frequência que os pais e mães tinham utilizado práticas de disciplina punitivas e não punitivas quando eles tinham 10 anos de idade. Em relação à saúde psicológica dos jovens, verificou-se que a maioria dos participantes apresentavam sintomas de depressão (65,1) e ansiedade (68,6%). As práticas de disciplina indutiva (explicar, monitora e recompensar o bom comportamento) foram as mais frequentemente utilizadas. Ao correlacionar as práticas de disciplina coercitivas utilizadas e sintomas de depressão, observaram-se correlações positivas e altamente significativas (p<0.01) com agressão psicológica (mãe r=0,251; pai r=0,226), punição corporal (mãe r=0,251) e tarefas como punição (mãe-r=0, 168) e correlações positivas e significativas (p<0,05) com punição corporal (pai r=0,145). Já as práticas de disciplina indutivas apresentaram correlação negativa e altamente significativas (p<0.01) com recompensa (mãe r=-0,199; pai r=-0,204), negativa e significativa (p<0,05) com explicar (pai r= -0,140) e correlação positiva e significativa (p<0,05) com distração (mãe r=0,137) e ignorar comportamento inadequado (mãe r=0,149; pai r=0,145). Já os sintomas de ansiedade tiveram correlações positivas e altamente significativas (p<0.01) com agressão psicológica (pai r=0,242) e correlações positivas e significativas (p<0,05) com agressão psicológica (mãe r=0,155), tarefas como punição (mãe r=0,158) e punição corporal (mãe r=0,132). Em relação as práticas indutivas, ansiedade teve correlação positiva e altamente significativa (p<0.01) com ignorar comportamento inadequado (pai r=0,180) e positiva e significativa com distração (mãe r=0,153). Embora a intensidade do relacionamento dos coeficientes de correlação possa ser considerada fracos, os dados sugerem práticas de disciplina que, quando presentes, aumentam a probabilidade de níveis de ansiedade e depressão (p.ex. agressão psicológica e punição corporal) e algumas que diminuem os sintomas (recompensa). [email protected] Mesa redonda 4: PORQUE MUDAR É TÃO DIFÍCIL? CONTRIBUIÇÕES DO MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA O MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA DE COMPORTAMENTO: TEORIA E PRÁTICA. Margareth da Silva Oliveira (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/Brasil). Palavras-chave: modelo transteórico de mudança, avaliação, tratamento. O Modelo Transteórico de Mudança de Comportamento (MTT) está fundamentado na premissa de que a mudança comportamental acontece ao longo de um processo, no qual as pessoas passam por diferentes níveis de motivação para mudança. Esses níveis estariam representados por estágios de motivação para a mudança que representam a dimensão temporal do MTT. Estudos mais atuais mostram que além da presença dos estágios motivacionais, o processo de mudança é composto por mecanismos de mudança como: a autoeficácia para abstinência, a tentação para o uso e os processos de mudança. Este Modelo tem sido utilizado no tratamento para diferentes comportamentos-problema tais como dependência química, transtornos alimentares e síndrome metabólica. Para que o terapeuta possa avaliar melhor esses construtos em cada

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paciente, também existem diferentes instrumentos. Todos têm o objetivo de avaliar a prontidão para mudança e como esses mecanismos de mudança se apresentam no paciente. Um dos instrumentos é a “University of Rhode Island Change Assessment Scale”, usada para avaliar o estágio de motivação e a prontidão para mudança. Outros instrumentos também avaliam a prontidão para mudança como os “Algorítimos” e a “Régua de Prontidão”. Para a avaliação dos mecanismos de mudança foram criados alguns instrumentos como a “Escala de processos de mudança”, que é um inventário de autorrelato composto de 20 itens, na qual os indivíduos respondem de acordo com a frequência em que ocorre cada pensamento ou situação referente ao consumo de SPA; a “Escala de autoeficácia para abstinência de drogas” e a “Escala de situações tentadoras para uso de drogas” são questionários autoaplicáveis com 20 itens cada, descrevendo situações comuns ao contexto do uso de drogas. A partir do entendimento do MTT para mudança de comportamento, e da criação destes instrumentos, o terapeuta pode visualizar melhor como está se dando o processo de mudança naquele paciente e planejar a estratégia terapêutica mais adequadas individualmente. PROTOCOLO DE INTERVENÇÃO BASEADO NO MODELO TRANSTEORICOPARA MODIFICAÇÃO DO ESTILO DE VIDA EM ADOLESCENTES COM OBESIDADE. Raquel De Melo Boff (Universidade de Caxias do Sul). Palavras-chave: modelo transteórico de mudança; adolescência; obesidade; estilo de vida. A obesidade em adolescentes quadriplicou nos últimos trinta anos, a ponto da Organização Mundial de Saúde considera-la como um problema de saúde alarmante. Junto a este quadro também aumentam as chances do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, problemas psicossociais e uma redução da expectativa de vida. As causas, na grande maioria dos casos, são exógenas e estão associadas a hábitos alimentares e os baixos níveis de atividade física. Devido a isso as principais diretrizes nacionais e internacionais de tratamento da obesidade na infância e adolescência recomendam que haja a modificação do estilo de vida. Esta tarefa requer um monitoramento diário das escolhas alimentares e da prática do exercício, o que nem sempre persiste ao longo do tempo uma vez que a literatura aponta que a maioria das pessoas que iniciam uma modificação do estilo de vida tendem a retornar aos velhos hábitos em seis meses e voltam a ganhar peso. O Modelo Transteórico de Mudança propõe que a manutenção da mudança depende de motivadores intrínsecos. Devido a eficácia comprovada deste modelo teórico na modificação de outros hábitos em saúde, este estudo se propôs a adaptar um protocolo de mudança de estilo de vida par adolescentes em 12 sessões. O protocolo faz parte do estudo MERC (modificação do estilo de vida e risco cardiovascular) da PUCRS. Consiste em 12 sessões, sendo as seis primeiras com foco em processos de mudança para os estágios de pré-contemplação, contemplação e preparação e os seis últimos com foco em processos de mudança para os estágios de ação e manutenção. Foram estimulados processos de mudança cognitivos/experienciais nas primeiras sessões com o intuito de ampliar a consciência sobre o problema, provocar uma discrepância entre o comportamento atual e seus valores, além de

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ajuda-los a comprometer-se com um plano de mudança. Nos seis últimos encontros, o foco foi nos processos comportamentais que visam a regulação do comportamento por meio de contracondicionamento, controle de estímulos, gerenciamento de reforço e busca de rede de apoio. O protocolo considerou a população do estudo de 15 a 18 anos, portanto utilizou linguagem típica desta faixa etária além de recursos tecnológicos. As estratégias/técnicas utilizadas para estimular os processos de mudança foram extraídas da Terapia cognitivo-comportamental. O efeito e efetividade deste protocolo foi avaliado e os resultados demonstraram que ao longo do tempo, quando comparado a um tratamento padrão, houve menos recaídas em relação a mudança de hábitos entre os adolescentes. [email protected] EFETIVIDADE DO MODELO TRANSTEÓRICO DE MUDANÇA (MTT) NO TRATAMENTO DO USO DE DROGAS. Andressa Celente de Ávila (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul/Brasil). Palavras-chave: modelo transteórico de mudança; crack; cocaína; tratamento. O uso de cocaína e/ou crack é considerado um comportamento de importante atenção diante do número de usuários e prejuízos à saúde, sendo o Brasil é um dos maiores consumidores de cocaína no mundo. O Modelo transteórico de mudança (MTT) é um dos mais importante entre os modelos para a mudança de comportamentos de adição, e entende que a mudança comportamental é um processo no qual as pessoas têm níveis de motivação ou de prontidão para mudar. Dessa forma este trabalho tem como objetivo apresentar resultados de efetividade do MTT na avaliação e tratamento do usuário de drogas, a partir de um projeto que englobou dois doutorados e um mestrado, e buscou estudar o MTT em usuários de cocaína/crack. Foram realizados estudos de validação de instrumento relacionado ao MTT, ensaio clínico randomizado e análise de dados secundários com grupo experimental e controle. Participaram homens e mulheres usuários de cocaína e/ou crack, com idade entre 18 e 59 anos, com no mínimo cinco anos de escolaridade, e estavam internados em hospitais ou clínicas especializadas em atendimento a usuários de drogas. Um dos estudos de doutorado intitulado “Estudo dos processos de mudança em usuários de substâncias psicoativas ilícitas”, avaliou as propriedades psicométricas da Escala de processo de mudança (EPM), com 20 itens, a qual apresentou um bom valor de confiabilidade (a=0,775). O estudo intitulado “Programa de tratamento para usuários de cocaína/crack baseado no modelo transteórico de mudança” teve como principal resultado a efetividade de uma intervenção em grupo de oito sessões com MTT para dependentes de cocaína/crack, mostrando-se efetiva quanto à manutenção da abstinência nos primeiros 15 dias (p=0,038). Os resultados demonstraram que a intervenção se mostrou efetiva quanto à manutenção da abstinência nos primeiros 15 dias (p=0,038). Por fim, o estudo “Autoeficácia e tentação em dependentes de cocaína/crack com tratamento baseado no modelo transteórico de mudança (MTT)”, de análise de dados secundários, teve como resultados que no grupo experimental, quanto mais autoeficácia para abstinência e quanto menor a tentação para uso de drogas, mais foram utilizados processos comportamentais, presentes nos estágios de mudança mais avançados, como o contracondicionamento. Dessa forma, o MTT

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tem apresentado efetividade para tratamento de usuários de substâncias como de cocaína/crack. SESSÃO ESPECIAL: “TCC, CIÊNCIA E ARTE” “OS TREZE PORQUÊS”: COMO A ARTE PODE CONTRIBUIR COM A TCC. Irismar Reis de Oliveira (Departamento de Neurociências e Saúde Mental. Universidade Federal da Bahia) O bullying ocorre entre 5% e 35% dos escolares, gerando prejuízos imediatos e duradouros. Em um estudo por nós realizado sobre a ocorrência de agressões entre estudantes, através de questionários aplicados em 348 escolares na cidade de Salvador, com idades entre 10 e 17 anos, um total de 63% da amostra relatou envolvimento moderado ou frequente com o bullying, como agressor (22,6%), como vítima (29,5%) ou como agressor-vítima (10,9%), sendo que os alunos do sexo masculino estavam mais envolvidos com a forma direta da agressão do que os do sexo feminino. A frequência do bullying foi maior entre os alunos do 6º e 7º anos escolares do que entre alunos do 8º e 9º anos. Concluímos que a violência apresentou alta ocorrência na escola, assim como os agressores e que a dinâmica da violência em cada contexto escolar bem como a ausência de critérios específicos sobre o fenômeno podem prejudicar a identificação do bullying e a comparação entre os diversos estudos. Nesta atividade teatral, após mostrar partes da série “Thirteen Reasons Why”, faremos a simulação de da cena na qual a personagem principal busca ajuda de um psicólogo da instituição, porém, mostrando de que modo poderíamos lidar com o problema para um possível desfecho mais favorável. SESSÃO ESPECIAL: “O TERAPEUTA EM FOCO” INVESTIMENTOS NA PESSOA DO TERAPEUTA COGNITIVO COMPORTAMENTAL FORMAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA DO TERAPEUTA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Bernard Rangé (Universidade Federal do Rio de Janeiro, Programa de Pós-graduação em Psicologia) Antes mesmo de me formar já tinha decidido trabalhar na abordagem comportamental tendo em vista a prioridade que era dada por ela para atendimentos baseados em conhecimentos empiricamente fundamentados. Foi assim que trabalhei com quadros fóbicos, no início da minha carreira. Trabalhei também com modificação de comportamentos seguindo princípios skinnerianos. Aos poucos fui incorporando as contribuições de Bandura através dos conceitos de modelação. E comecei a usar os procedimentos primeiros da TREC e depois da Terapia Cognitiva quando foi lançada a primeira tradução do livro de Beck e cols. sobre depressão. Quando saiu o livro de Beck e Emery sobre transtornos de ansiedade, constatei que muito do que era sugerido no texto eu já fazia na minha prática clínica. Completei o meu mestrado em 1975 e daí em diante passei

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a treinar os estagiários no fortalecimento da aliança terapêutica, fazendo entrevistas na presença deles para que, ao fazerem as suas, procurassem reproduzir o meu estilo que envolvia perguntas sobre a queixa dos clientes acompanhadas de uma postura de aceitação incondicional, interesse genuíno e compreensão empática. E, na de cada um deles, eu intervia para refletir com aquele que estava conduzindo a entrevista representada por outro estagiário de um caso atendido antes, para corrigir deficiências ou elogiar certas ações. Dei supervisão em grupo para transtornos de ansiedade e para transtornos de humor, bem como fobias específicas, Asperger etc. em atendimentos individuais. Os quadros de transtorno de estresse pós-traumático eram encaminhados para um serviço no Instituto de Psiquiatria (IPUB) da UFRJ e os de abuso e dependência de álcool e drogas eram encaminhados para uma ex-estagiária que trabalhava com isso em outro serviço do IPUB. Assim consegui um grande número de terapeutas cognitivo-comportamentais. EMPATIA: QUANDO A COMPAIXÃO DO TERAPEUTA PODE SER DISFUNCIONAL Eliane Mary de Oliveira Falcone (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) Palavras chave: Empatia; compaixão disfuncional; relação terapêutica A empatia tem sido reconhecida como uma experiência ancestral, que evoluiu com o propósito de sobrevivência. Na espécie humana ela adquiriu um valor para além da sobrevivência e tem sido relacionada a relações gratificantes e bem-estar subjetivo, além de promover o perdão interpessoal e favorecer a satisfação conjugal. Terapias de diferentes orientações valorizam a empatia terapêutica como favorecedora de mudança, sendo esta primordial no tratamento de pacientes com transtorno de personalidade. Entretanto, a literatura tem apontado algumas manifestações relacionadas à empatia, tais como traumatização vicária em terapeutas que convivem frequentemente com pacientes de trauma, assim como fadiga de compaixão, auto sacrifício e outras formas de experiências em que o profissional se envolve em um processo disfuncional de ajuda, às custas das próprias necessidades. Serão apresentadas neste trabalho as distorções cognitivas e esquemas do terapeuta subjacentes a estas experiências emocionais disfuncionais, bem como as suas consequências negativas, tanto para o terapeuta quanto para o paciente. Pretende-se também demonstrar que a compaixão excessiva, embora seja geralmente referida na literatura como empatia, se desvia da experiência empática. Inicialmente será apresentado o conceito da empatia, bem como os seus componentes envolvidos: cognitivo (tomar a perspectiva do outro); afetivo (experimentar compaixão e consideração pela necessidade do outro) e comportamental (expressar entendimento do estado do outro). O papel da tomada de perspectiva como um importante moderador das experiências emocionais (compaixão excessiva, angústia pessoal etc.) será enfatizado. Tal conceito servirá como base para o entendimento das experiências emocionais disfuncionais as quais, embora estejam envolvidas na experiência da empatia, não a representam. Finalmente, serão sugeridas formas de lidar com a compaixão excessiva. CONSERVAR LA SALUD SIENDO PSICOTERAPEUTA. Andreas Veith (Centro de treinamento Dortmund – Alemanha)

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Como en casi ninguna otra profesión, los psicoterapeutas se mueven en profesionales pero sin embargo intensivas relaciones con sus pacientes. En el ámbito de la relación terapéutica son confrontados con emociones negativas y sufrimiento humano viviéndolo de forma empática. Asimismo,y dado que las posibilidades de ayuda psicoterapéutica a menudo son limitadas, los psicoterapeutas viven laindefensión e incluso a veces hasta la desesperanza en vista de los problemas de los pacientes. Ésta y otras cargas específicas de la profesión de psicoterapeuta requieren de una gran capacidad de autoatención y autocuidado por parte del terapeuta para evitar agotamiento y Burnout, así como para mantener a largo plazo una adecuada motivación laboral. En el marco de un modelo para el análisis de riesgo de Burnout se describen las amenazas y recursos de la profesión delpsicoterapeuta. Igualmente se hará un especial enfoque a los esquemas disfuncionales de los psicoterapeutas que aumentan el riesgo de sufrir Burnout. SESSÃO ESPECIAL: “A PRÁTICA CLÍNICA EM FOCO” O QUE FAZER QUANDO O PACIENTE ATIVA/DESATIVA O TERAPEUTA? TERAPIA DO ESQUEMA: VEJA A CADEIRA TRANSFORMACIONAL NO TRABALHO COM OS MODOS ESQUEMÁTICOS. Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Centro de Ciências Humanas e Sociais da UFMS). Palavras-chave: terapia de esquemas; modos esquemáticos; cadeira transformacional. Um modo esquemático (ME) refere-se a um conjunto de esquemas ativado em um dado momento. Young propôs quatro tipos principais de modos: modos criança, modos de enfrentamento desadaptativos, modos pais disfuncionais e modo adulto saudável A cadeira transformacional envolve o uso de diálogos terapêuticos a partir do uso de cadeiras que irão representar vozes ou papeis específicos. O uso desta técnica no trabalho com os ME requer que o paciente se mova de uma para outra cadeira. Cada cadeira representará um modo previamente identificado e trabalhado, sendo uma cadeira para cada modo. Ao trabalhar os modos de enfrentamento ou modos pais internalizados, o terapeuta entrevista cada ME, compreende sua origem e função, identifica os mecanismos subjacentes à manutenção dele, reconhece a importância do modo na história de vida e adaptação do paciente e delimita os prejuízos decorrentes. Ao acessar o modo criança vulnerável, avaliam-se as necessidades centrais não atendidas e estimula-se que essas sejam ditas e reconhecidas. O modo adulto saudável auxilia a estabelecer limites nos modos criança zangada/impulsiva e indisciplinada, combate ou modera o modo pais e de enfrentamento, bem como valida, reassegura e protege a criança vulnerável. O terapeuta representa o adulto saudável sempre que o paciente não consegue desempenhar esse papel.

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O terapeuta pode auxiliar o paciente, quando no modo criança vulnerável, a expressar as necessidades não atendidas, dizendo-as e pedindo ao paciente que repita. Nesse caso, o terapeuta fica de pé, ao lado do paciente, enquanto o diálogo é estabelecido entre os modos. A atividade simulará o trabalho com os modos a partir da técnica da cadeira transformacional, baseado em um caso clínico supervisionado. A partir da encenação será possível identificar os modos da paciente, as origens, função de cada ME, os estímulos-gatilho de cada modo e o impacto dos modos na vida dela. Também será demonstrado o manejo do terapeuta na medida em que cada modo aparece e o papel de modelação quanto ao adulto saudável. TERAPIA COMPORTAMENTAL DIALÉTICA. Wilson Vieira Melo (Doutor em Psicologia pela UFRGS/University of Virginia, Porto Alegre – RS) Palavras-chave: Terapia Comportamental Dialética, comorbidades psiquiátricas graves, casos complexos. Desenvolvida pela psicóloga americana Marsha Linehan, PhD (1991) e embasada em expressivo número de estudos, a Terapia Comportamental Dialética (DBT) utiliza-se de estratégias cognitivas e, principalmente comportamentais, associadas a filosofia dialética e práticas zen/contemplativas. A DBT consiste em um tratamento estruturado, inicialmente desenvolvido na década de 1990 para o tratamento de mulheres suicidas. Como o comportamento suicida ocorre frequentemente em pacientes com o diagnóstico de Transtornos da Personalidade Borderline, tal modelo de intervenção acabou se caracterizando como o tratamento utilizado em diversos estudos para pacientes com este diagnóstico, em especial os casos mais graves. Nas últimas duas décadas, entretanto, o modelo começou a ser testado para pacientes com Transtornos Depressivos, Bipolares, de Ansiedade e Alimentares, além de indivíduos suicidas de um modo geral e casais com problemas comportamentais complexos. O objetivo da apresentação será o de apresentar a DBT como ferramenta para o tratamento de casos graves e complexos, onde a desregulação emocional leva o indivíduo a se comportar de modo desadaptativo. Crises suicidas, internações repetidas, comportamentos automutilatórios e uso de substâncias, são alguns dos comportamentos observados no funcionamento de pacientes graves e com múltiplas comorbidades psiquiátricas. Partindo do princípio de que a desregulação emocional é ponto-chave para a desregulação cognitiva, comportamental e interpessoal, tal modelo de tratamento visa promover habilidades como o autocontrole, a atenção plena (mindfulness), o aprimoramento das relações interpessoais e a tolerância ao estresse. O modelo de tratamento estrutura a intervenção em uma fase pré-tratamento, e posteriormente, em quatro fases distintas, com objetivos terapêuticos específicos e bem definidos. Abrangente, integrativa e amparada em resultados, a DBT tem despertado grande interesse entre psicoterapeutas da atualidade, sendo uma das principais práticas de psicoterapia baseada em evidências na atualidade. COMUNICAÇÕES ORAIS

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ADOECIMENTO EMOCIONAL DE UNIVERSITÁRIOS: RELAÇÕES ENTRE ANSIEDADE, DEPRESSÃO, ESTRESSE, SOLIDÃO E SUPORTE SOCIAL. Deise Coelho de Souza e Sabrina Martins Barroso (Universidade Federal do Triângulo Mineiro) Palavras Chave: saúde mental; estudantes; psicologia O contexto de vida do jovem adulto somado ao período de educação superior, demanda variadas adaptações dos universitários, o que pode refletir na saúde mental deste público possibilitando prejuízos de aprendizado e em atividades cotidianas. Estudos nacionais e internacionais têm apontado presença de estresse, ansiedade, depressão e outros transtornos mentais em universitários, pontuando a relevância da ampliação em investimentos referentes à avaliações psicológicas que apontem presença de sintomas limítrofes e, a partir disso, facilitem a detecção e o tratamento precoce destas patologias nos universitários. Com o objetivo de avaliar as condições emocionais dos estudantes da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), o presente estudo descreveu e correlacionou fatores sobre o perfil sociodemográfico, suporte social e a prevalência de sintomas de solidão, estresse, depressão e ansiedade em graduandos desta instituição. Os participantes da pesquisa foram 384 universitários, que responderam individualmente, por meio da plataforma SurveyMonkey, ao Questionário sociodemográfico e de hábitos de vida, Inventário de Sintomas de Stress para Adultos, Questionário sobre a Saúde do Paciente, Inventário de Ansiedade Beck, Escala Brasileira de Solidão e a Escala de Percepção de Suporte Social. A análise foi descritiva (frequência, porcentagem, média e desvio-padrão) e correlacional (Spearman). Os resultados descritivos apontaram presença de sofrimento psíquico neste público, com 47% dos universitários afirmando presença de sentimento de solidão, 59,2% com sintomas depressivos, 70,4% prevalência de ansiedade e 78,1% dos participantes apresentaram estresse. Em relação a percepção de suporte social 12% dos participantes o classificaram em um nível baixo. A análise correlacional obteve correlação positiva entre sintomas de estresse, depressão, ansiedade e sentimentos de solidão, indicando que a presença de um dos sintomas poderia refletir no nível dos demais. Os principais níveis de correlação foram depressão e ansiedade (rho = 0,65), ansiedade e estresse (rho = 0,45), depressão e estresse (rho = 0,45), solidão e depressão (rho = 0,39) solidão e estresse (rho = 0,41). Em contrapartida, o suporte social caracterizou-se como possível proteção para os sintomas de ansiedade (rho = - 0,25), solidão (rho = - 0,21), depressão (rho = - 0,27) e estresse (rho = - 0,12). A partir dos dados analisados conclui-se que há presença de sofrimento emocional entre os universitários da UFTM quanto à sintomas de depressão, ansiedade, estresse e solidão, sendo o suporte social uma possível variável de proteção em relação aos sintomas avaliados. Conclusão que salienta a importância do estabelecimento de estratégias de promoção de saúde para esse público. [email protected] EMPATIA OU COMPAIXÃO? DIFERENÇAS NOS EFEITOS E MECANISMOS PSICOLÓGICOS E NEURAIS SUBJACENTES ÀS PRÁTICAS DE EMPATIA E COMPAIXÃO. Nazaré de Oliveira Almeida e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC,

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Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras Chave: mindfulness; neuroplasticidade; terapia cognitivo-comportamental baseada em mindfulness (tcbm). As pesquisas recentes acerca da meditação, tem enfocado a empatia, a compaixão, com vistas à sua contribuição para o desenvolvimento de comportamentos pró-sociais. Entretanto, a diferença entre os efeitos e mecanismos psicológicos e neurais subjacentes a estas práticas são ainda pouco pesquisados. Neste trabalho, realizamos uma revisão sistemática de estudos que avaliam os efeitos e mecanismos psicológicos e neurais subjacentes às práticas meditativas com foco em empatia e em compaixão. Foi feita uma pesquisa da literatura nas bases de dados PubMed, MEDLINE, PsycINFO, CINAHL, Embase e Cochrane (inicial até dezembro de 2017) usando os seguintes descritores e termos de pesquisa: mindfulness, meditation, yoga, MBSR, MBCT, empathy, compassion, loving-kindness, altruism. Ensaios controlados aleatórios em qualquer população foram incluídos (28 estudos com 1936 indivíduos). A maioria foi conduzida entre adultos saudáveis (n = 13), em treinamentos de meditação de compaixão ou bondade amorosa (n = 20) ao longo de 8-14 semanas (n = 14) em um formato de grupo (n = 19). A maioria dos grupos controle eram lista de espera ou nenhum tratamento (n = 17). Resultados: os estudos quem envolveram os treinamentos em empatia apresentaram significativo aumento do afeto negativo e ativação cerebral na ínsula anterior, córtex cingulado medial anterior (regiões do cérebro associadas com a empatia e com a dimensão afetiva da dor), áreas pré-operatórias (incluindo o córtex frontal inferior), córtex temporal superior e amígdala (regiões do cérebro associadas com a regulação emocional e com a empatia). Por sua vez, os estudos quem envolveram os treinamentos em compaixão apresentaram significativo aumento do afeto positivo e ativação de uma rede sem sobreposição, abrangendo o estriado ventral, o córtex cingulado anterior e córtex orbitofrontal medial (regiões do cérebro associadas com o bem-estar e a contemplação). Atenção especial foi dada a um estudo que demonstrou que o treinamento de empatia seguido do de compaixão promoveu ainda a reversão do aumento do afeto negativo, aumentando o afeto positivo. Os resultados deste estudo sugerem que o treinamento de compaixão pode melhorar emoções e comportamentos pró-sociais e afeto positivo. Eles sugerem ainda que, embora a empatia seja considerada essencial nas interações sociais, compartilhar excessivamente emoções negativas pode ser desadaptativo e constituir a origem do Burnout. Desta forma, se associada ao treinamento de compaixão, o treinamento de empatia, pode refletir uma nova estratégia para lidar e superar a angústia empática e reforçar a resiliência. [email protected] ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPORTAMENTO SEXUAL E RELAÇÃO PAIS-FILHOS EM ADOLESCENTES DO ESTADO DE RONDÔNIA. Maria Letícia Marcondes Coelho de Oliveira Carolina de Macedo Lisboa, Carmem Beatriz Neufeld, Juliana Maltoni, Artur Marques Strey, Isabella Zuardi Marques, Natália Coimbra Ribeiro, Carolina de Freitas Lima, Bolivar Ramos Cibils Filho,

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Sheila Cristina Oliveira, Karoline Fernanda Sabino e Sarah de Andrade Moretti ( PUCRS/ USP/ UNIP) Palavras Chave: adolescência; comportamento sexual; apoio familiar. A adolescência é uma fase do desenvolvimento humano na qual emoções, julgamentos e organização de comportamentos e autocontrole estão em processo de mudança. Dentre os desafios que costumam ser comuns à adolescência, destaca-se o desejo de conhecer os limites da sexualidade. Entende-se que os jovens podem estar suscetíveis a diferentes riscos frente a este desafio. Os comportamentos sexuais de risco incluem relações sexuais sem o uso de preservativos, a multiplicidade de parceiros e a gravidez precoce. Contudo, cabe destacar que o suporte familiar, caracterizado por informações, conforto, carinho e permissão para autonomia, pode contribuir para prevenção ou atenuação de eventos estressantes vivenciados por adolescentes. Dessa forma, é ressaltada a importância primordial do papel dos pais no suprimento das necessidades emocionais de cada ser humano. Enfatiza-se, assim, a relevância de estudos descritivos que visem o levantamento de fatores de risco e proteção à saúde de adolescentes. O presente trabalho é referente a resultados de um projeto de tese do Programa de Doutorado Interinstitucional em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e da Faculdade Católica de Rondônia (FCR). Trata-se de um recorte de um projeto maior multicêntrico denominado “Levantamento de Ambientes Sociais e Comportamentos Relacionados à Saúde e Bem-Estar de Adolescentes”, coordenado pelo Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-comportamental (LaPICC) da USP, desenvolvido em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e se propõe a verificar semelhanças e diferenças entre jovens de diferentes Estados do Brasil. O projeto de tese referido anteriormente teve como um de seus objetivos investigar a relação entre comportamento sexual e apoio familiar em adolescentes do interior e da capital do Estado de Rondônia. O instrumento utilizado foi o Health Behavior in School-aged Children (HBSC), sendo este um protocolo que abrange uma gama de indicadores e comportamentos relacionados à saúde. A amostra foi composta de 517 estudantes de ambos os sexos de escolas públicas do estado de Rondônia, de 13 e 15 anos de idade. A pesquisa encontra-se atualmente em etapa de análise de dados, por meio de medidas de comparação de média (teste t e análise de variâncias). Entende-se que este estudo pode possibilitar, além da compreensão da adolescência de forma mais ampla e contextualizada, inferências sobre a extensão em que a relação com os pais pode influenciar o comportamento sexual dos adolescentes. Ademais, a pesquisa tem também por finalidade auxiliar na coleta de subsídios para a elaboração de intervenções e políticas públicas voltadas à saúde dos jovens no Brasil. [email protected] AS TERAPIAS COMPORTAMENTAIS E COGNITIVO-COMPORTAMENTAIS: UMA ANÁLISE A PARTIR DA HISTÓRIA. Caroline da Cruz Pavan-Cândido e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP).

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Palavras Chave: análise do comportamento, terapia cognitiva e pesquisa histórica A literatura recente sobre terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais tem revelado uma proliferação de práticas abarcadas nestas amplas classificações, além da existência de uma variedade de nomenclaturas para as mesmas práticas e diferentes práticas incluídas na mesma nomenclatura. Apesar deste ecletismo parecer uma característica da condição atual das terapias comportamentais e cognitivo-comportamentais, pode-se observa-lo desde o surgimento da área. O primeiro termo utilizado para se referir a uma intervenção comportamental foi Terapia Comportamental (TComp). Este uso se deu em três diferentes países, realizado por diferentes autores: Lindsley, Skinner e Solomon, nos EUA, em 1953; Lazarus, na África do Sul, em 1958; e Eysenck, na Inglaterra, em 1959. Em cada um destes trabalhos a TComp recebeu uma definição e descrição diferente revelando este início diversificado, com intervenções baseadas predominantemente nos princípios operantes em oposição àquelas baseadas nos princípios respondentes. Em 1976, durante um evento científico realizado em Nova Iorque, o termo Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) foi utilizado pela primeira vez, referindo-se às terapias originalmente comportamentais que haviam passado a adotar pressupostos mediacionais como parte da explicação do comportamento. Com o passar do tempo, o termo TCC passou a identificar os modelos de terapia fundamentados na premissa de que a cognição tem papel mediacional fundamental. Esta ideia, no contexto terapêutico, havia nascido com Albert Ellis, em 1955, e Aaron Beck, na década de 1960. Ao longo destes 64 anos novas propostas e/ou denominações foram surgindo, por exemplo: Análise Clínica do Comportamento (ACC), Clínica Analítico-Comportamental (CAC), Terapia Analítico-Comportamental (TAC), Terapia de Aceitação e Compromisso (ACT), Psicoterapia Analítica-Funcional (FAP), Terapia Comportamental-Dialética (DBT), Terapia por Contingências de Reforçamento (TCR), Terapia do Esquema (TE). É consenso que existe uma variedade destas práticas compartilhando características. Algumas denominações são identificadas como subtipos ou ramificações de grupos maiores, como TComp ou TCC. Em relação à ACT, FAP e DBT, não há consenso se são parte do grupo de base comportamental ou cognitiva. Atualmente não há uma preocupação em fornecer uma única definição para todos estes tipos de terapias, como já houve no passado. O foco principal parece estar mais associado à proposição de novas formas de intervenção para se diferenciar das demais, enfatizando o que aquela proposta tem de inovador em relação às outras. Diversas implicações podem derivar destas características. Uma delas está relacionada à força e estabelecimento da área, que pode perder a coesão e sofrer enfraquecimento, se diferentes denominações forem utilizadas para se referir às mesmas práticas. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] CONSUMO DE ÁLCOOL ASSOCIADO A SINTOMAS ANSIOSOS E DEPRESSIVOS EM ADOLESCENTES. Juliana Maltoni e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental -

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LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras Chave: adolescência, saúde mental e consumo de álcool por adolescentes Os adolescentes são um público-alvo crítico nos resultados de saúde pública global. A fase, marcada por intensas transformações biopsicossociais, é propícia ao desenvolvimento mas também marcada pelos primeiros comportamentos de risco. Sintomas ansiosos e depressivos também costumam aumentar nesta fase, e algumas estratégias pouco saudáveis, como o consumo de substâncias, podem ser adotadas para lidar com as dificuldades ou estarem associadas ao agravamento dos sintomas. O objetivo deste trabalho é apresentar dados referentes a associação entre consumo de álcool e embriaguez até os 14 anos e sintomas depressivos, ansiosos e autolesão, dados parciais da dissertação da primeira autora. Este projeto integra um projeto maior intitulado “Levantamento de ambientes sociais e comportamentos relacionados à saúde e bem-estar de adolescentes”, realizado no país em parceria com o projeto internacional sobre saúde adolescente “Health Behavior in School-aged Children” da Organização Mundial da Saúde. Os instrumentos utilizados foram o Protocolo HBSC, traduzido e adaptado para a realidade brasileira, Escala Spence de Ansiedade Infantil e Inventário de Depressão Infantil. Foram utilizados dados de 298 participantes entre 12 e 14 anos (x=13,4 anos; DP= 0,3), 61,1% do sexo feminino. A análise dos dados foi realizada através do software “Statistical Package for Social Sciences (SPSS) for Windows” versão 22.0, com estatística descritiva e inferencial através dos testes qui-quadrado de Pearson com nível de significância de 5%. O consumo de álcool e a embriaguez pelo menos uma vez durante a vida foi reportado por 36,6% e 17,1% dos adolescentes, respectivamente e sem diferença quanto ao sexo. Sintomas clínicos ansiosos foram reportados por 60,1% enquanto os depressivos por 25,8%; os comportamentos autolesivos foram reportados por 25,8% dos participantes. O sexo feminino apresentou os maiores escores. Foram observadas associações entre o consumo de álcool e embriaguez com sintomas depressivos clínicos e comportamentos autolesivos e entre o consumo de álcool e sintomas ansiosos clínicos (p<0,00), através do teste qui-quadrado. Os resultados apontam para escores mais elevados na amostra em relação a ansiedade e depressão, em comparação a achados nacionais e internacionais, bem como a normalidade da primeira experiência com álcool já nesta fase. A associação entre o consumo de álcool e sintomas mais elevados de ansiedade e depressão corroboram a literatura da área. O trabalho aponta para a importância do aumento da idade da primeira experimentação e do suporte a saúde mental desta fase. Apoio financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) [email protected] AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DE UMA DISCIPLINA VIVENCIAL DE RELAÇÕES INTERPESSOAIS SOBRE O REPERTÓRIO DE HABILIDADES SOCIAIS DOS ESTUDANTES DE CIÊNCIAS EXATAS Bruno Luiz Avelino Cardoso (Universidade Federal de São Carlos - UFSCar; Instituto de Teoria e Pesquisa

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em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental – ITPC), Júlia Milhomens de Sousa (Universidade Federal do Maranhão – UFMA) e Lívia Lira de Lima Guerra(Universidade Federal de São Carlos – UFSCar) Palavras Chave: relações interpessoais, competência social e ciências exatas As transformações ocorridas no mundo do trabalho remetem a novas exigências de capacitação profissional em virtude da globalização, competitividade e mudanças nas relações de mercado. Nessa perspectiva, alguns autores alertam que a formação no âmbito universitário necessita preparar o discente para um mundo de trabalho restrito, exigente e em constante modificação, além de garantir o desenvolvimento socioemocional dos futuros profissionais. Este estudo teve por objetivo avaliar os efeitos de uma disciplina vivencial de relações interpessoais sobre o repertório de habilidades sociais (HS) dos estudantes de Ciências Exatas. Para tanto, buscou-se comparar o repertório de HS antes e após as aulas e identificar padrões de respostas em suas autoavaliações ao final da disciplina. Participaram deste estudo, 21 acadêmicos, sendo 17 do curso de Engenharia Elétrica (EE) e quatro alunos de Química Industrial. Os acadêmicos foram submetidos ao método vivencial de treinamento de HS e responderam ao Inventário de Habilidades Sociais (antes e após a disciplina), ao Registro de Tarefas Interpessoais de Casa (durante a disciplina) e ao Questionário de Avaliação Final da Disciplina (QAFD). Os dados foram analisados por meio do programa Statistical Package for Social Sciences 23.0, com o cálculo de médias, correlações (Pearson) e comparação de amostras pareadas (Test t de Student). Os resultados apontaram diferenças estatisticamente significativas, t(20)= -2,57;p=0,018, quanto ao escore geral de HS, entre as avaliações do pré-teste M=57,9; dp=11,12) e do pós-teste (M=62,61; dp=11,14). No QAFD indicou que (a) o escore geral (média) das notas auto atribuídas pelos participantes sobre o período de antes da disciplina se correlacionou positiva e fortemente com o escore geral no depois (r=0,791; p<0,001). Além disso, (b) o escore geral (média) no QAFD-pós se relacionou positiva e moderadamente com o escore geral de HS no pós-teste (r=0,636; p<0,00). Os dados qualitativos do QFAD indicaram (c) aquisição e aumento do repertório de HS (em todas as classes treinadas), ampliação dos critérios de competência social, superação e enfrentamento de respostas emocionais inibitórias ao contato social (ansiedade, timidez), compreensão de que o uso de HS no contexto laboral melhoram o desempenho profissional e o relacionamento interpessoal. Considera-se que o uso de vivências e tarefas interpessoais, durante o andamento da disciplina, cooperou para a aquisição, desenvolvimento e generalização de repertório socialmente competente entre os acadêmicos de ciências exatas. O uso de vivências em etapas graduais contribuiu para a modelação de repertório em exposições sociais e resultou em dados de maior efetividade. [email protected] HIGH-QUALITY RESEARCH SESSION VIDA SEM AIDS. Marta Reis (Aventura Social - Faculdade de Motricidade Humana / Universidade de Lisboa, Portugal, ISAMB / Faculdade de Medicina

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da Universidade de Lisboa, Lisboa, Portugal, Post-doctoral students of the Foundation for Science and Technology - SFRH/BPD/110905/2015), Tania Gaspar (Aventura Social - Faculdade de Motricidade Humana / Universidade de Lisboa, Portugal e Universidade Lusíada de Lisboa), Lúcia Ramiro (Aventura Social - Faculdade de Motricidade Humana / Universidade de Lisboa, Portugal, ISAMB) e Margarida Gaspar de Matos (Aventura Social - Faculdade de Motricidade Humana / Universidade de Lisboa, Portugal, ISAMB, WJCR / ISPA – Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Lisboa, Portugal, Sabbatical Grant: SFRH/BSAB/135160/2017) Palavras-chave: Conhecimentos, atitudes, comportamentos, HIV/AIDS, jovens O projeto “VIDA sem SIDA” pretende identificar conhecimentos, atitudes, crenças, competências e comportamentos dos jovens dos 18 aos 24 anos face ao VIH/SIDA. Tem como objetivos identificar e caracterizar os conhecimentos, atitudes e competências dos jovens ao nível do VIH/SIDA, bem como o uso do preservativo e questões sobre a promoção da sua saúde sexual; verificar se há diferenças em função das principais variáveis demográficas; comparar resultados de estudos efetuados com estudos internacionais; analisar os resultados obtidos com a promoção de fatores de proteção aliados à participação direta dos jovens; disseminar e discutir dos resultados junto dos participantes e da comunidade. Foram inquiridos 1166 jovens, das várias regiões de Portugal, com uma idade média de 21 anos. A maioria dos jovens é sexualmente ativa e teve a sua primeira relação sexual a partir dos 17 anos. A maioria tem bons conhecimentos sobre infecções sexualmente transmissíveis e VIH/Sida, em especial as mulheres e os jovens universitários. Revelam também atitudes não discriminatórias em relação a portadores do VIH/Sida. Esboçando um modelo explicativo, verifica-se que o comportamento sexual preventivo não depende exclusivamente do grau de conhecimentos, mas da motivação e do desenvolvimento de competências (comunicação interpessoal, negociação do uso do preservativo, aquisição e posse de preservativos consigo). [email protected] ES´COOL- Promoção da Saúde Mental em Contexto Escolar. Gina Tomé (Faculdade de Motricidade Humana/Universidade de Lisboa, ISAMB - Faculdade de Medicina/Universidade de Lisboa e Bolseira FCT Pós-Doutoramento - Referência SFRH/BPD/108637/2015), Margarida Gaspar de Matos (Faculdade de Motricidade Humana/Universidade de Lisboa, ISAMB - Faculdade de Medicina/Universidade de Lisboa e Sabbatical Grant: SFRH/BSAB/135160/2017), Inês Camacho (Faculdade de Motricidade Humana/Universidade de Lisboa, ISAMB - Faculdade de Medicina/Universidade de Lisboa) e Equipa Aventura Social (Faculdade de Motricidade Humana/Universidade de Lisboa) Palavras-chave: Saúde-Mental; Formação de Professores; Promoção da Saúde Mental nos Adolescentes; O Projeto ES´COOL – Promoção da Saúde Mental nas Escolas, surgiu devido à necessidade de colmatar a lacuna existente na área da saúde mental em contexto escolar. Introdução: O projeto ES´COOL tem como objetivo promover

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a saúde mental dos adolescentes através da formação de professores e outros profissionais de educação. Propõe o desenvolvimento da literacia nesta área e um programa de competências pessoais e sociais, que inclui a prevenção dos sintomas das perturbações de ansiedade, perturbações do humor, a promoção do bem-estar, da resiliência e autorregulação dos adolescentes, da saúde mental em contexto escolar. Pretende possibilitar um eficaz encaminhamento e uma intervenção precoce com maior eficácia em situações complexas e promover o diálogo com pais e outros agentes educativos sobre a saúde mental. Metodologia: O Projeto irá ocorrer em três fases e irá incluir educadores de infância, professores do 1º e 2º ciclos do ensino básico e secundário e professores do ensino especial de escolas nacionais. Com a formação ES´COOL pretende-se criar nas escolas um ciclo gerador de projetos promotores de bem-estar e saúde mental nos adolescentes portugueses. Resultados: O Projeto continua em curso, encontrando-se na segunda fase de implementação. Os resultados preliminares vão ao encontro dos objetivos do projeto. Observa-se que os conhecimentos dos professores aumentaram após a formação ES´COOL. Em simultâneo o bem-estar subjetivo, a felicidade, as capacidades de liderança e as competências de resolução de problema, também revelaram médias superiores, no final da formação. Foram realizados pelos formandos, 65 projetos em diversas áreas, com objetivo de promover a saúde mental em contexto escolar. Conclusões: Ao reconhecer nos adolescentes os sinais de mal-estar e de problemáticas relacionadas com a saúde mental, os professores poderão recorrer a estratégias adequadas, sendo capazes de encaminhar precocemente sempre que necessário, para os serviços de apoio disponíveis. A intervenção ao longo de um período de tempo com inclusão da formação e supervisão contribuirá para a mudança da cultura da própria escola, facilitando a continuidade e sustentabilidade das ações e o seu carater multiplicador. [email protected] RESULTADOS DO PROGRAMA PRHAVIDA NO GRUPO DE CRIANÇAS NA PERSPECTIVA DAS HABILIDADES SOCIAIS. Isabela Maria Freitas Ferreira e Carmem Beatriz Neufeld (Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental - LaPICC, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP). Palavras Chave: habilidades sociais, promoção de saúde mental e infância É crescente as estimativas sobre os transtornos mentais na infância. O desenvolvimento de problemas psicológicos nessa faixa etária tende a não ter um bom prognóstico para a vida adulta. Como uma forma de evitar ou minimizar tais sofrimentos a literatura vem apontando a necessidade de intervenções no âmbito da promoção de saúde e prevenção de doenças para essa população. As Habilidades Sociais (HS) são partes importantes neste contexto de promoção de saúde. Caracterizadas por comportamentos sociais assertivos as HS contribuem para a construção de relações interpessoais produtivas e saudáveis. É nesse cenário que foi criado o Programa de Promoção de Habilidades para a Vida (PRHAVIDA) que visa a promoção de saúde mental para crianças e adolescentes em contexto escolar, embasado na abordagem Cognitivo-Comportamental. O objetivo deste trabalho é apresentar como as HS

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são trabalhadas nesse programa e relatar seus resultados no grupo de crianças. A pesquisa envolveu um delineamento quase-experimental, com uma metodologia pré e pós-teste com grupo lista de espera não equivalente. Participaram do estudo 87 crianças de 8 a 10 anos, divididas em 4 grupos do tipo intervenção e 4 grupos lista de espera. Como forma de avaliar quantitativamente as HS na intervenção foi utilizado o Inventário Multimídia de Habilidades Sociais em Crianças (IMHSC) e para avaliação qualitativa utilizou-se dos relatos das sessões semanais. O programa contou ao todo com 11 sessões semanais, sendo 4 sessões destinadas a conteúdo sobre as HS. Após a intervenção encontrou-se um aumento significativo na média da variável adequação da assertividade após a intervenção, mudança que não foi encontrada no grupo lista de espera. Além disso, por meio dos relatos dos próprios participantes foi identificado que os mesmos reduziram seus comportamentos agressivos, conseguindo adotar estratégias aprendidas no grupo para manejar esses comportamentos. Portanto, conclui-se que as crianças se beneficiaram em participar do Programa PRHAVIDA, auxiliando-as a compreender sobre a assertividade e atendendo a proposta do programa de promover saúde mental. Apoio financeiro: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior [email protected] DEPRESSÃO MATERNA, COGNIÇÕES NEGATIVAS E ESTRESSORES NA PREDIÇÃO DE PROBLEMAS COMPORTAMENTAIS DE CRIANÇAS. Flávia Andressa Farnocchi Marucci e Sonia Regina Loureiro (Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento – Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo – USP) Palavras Chave: depressão; cognições negativas; comportamento infantil. A depressão materna é identificada como condição de adversidade com impacto negativo para o comportamento de escolares, sendo apontadas como lacunas da literatura a influência dos estressores e das cognições negativas maternas nessa interação. Objetivou-se identificar as relações das variáveis depressão materna, cognições negativas maternas e estressores do contexto familiar para os desfechos comportamentais de crianças em idade escolar. Participaram do estudo 100 díades mães-crianças selecionadas por amostra de conveniência. A saúde mental das mães foi avaliada por instrumento diagnóstico, sendo que a amostra clínica incluiu 50 mulheres com depressão e a amostra não clínica incluiu 50 mulheres sem transtornos mentais. A coleta de dados foi realizada em sessões individuais, face a face, por meio de teste psicológico, escalas e entrevistas semiestruturadas. Para a inclusão e composição dos grupos as mães responderam a Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV e ao Questionário sobre a Saúde do Paciente e as crianças ao Teste das Matrizes Progressivas Coloridas de Raven (inclusão – percentil ≥ 25). Foram aplicados com as mães: o Questionário Geral, o Questionário de Capacidades e Dificuldades (SDQ), a Escala de Eventos Adversos, a Escala de Adversidade Crônica e uma Entrevista com Roteiro Semi-Estruturado, visando à identificação dos estressores e das cognições negativas maternas. Os instrumentos foram codificados conforme as normas técnicas e as entrevistas foram transcritas e codificadas, sendo verificada a concordância entre

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avaliadores. Os dados foram analisados por procedimentos estatísticos, adotando-se o nível de significância de p≤0,05. Nos modelos de análise de regressão linear multivariada, a Depressão Materna foi preditora de mais problemas de comportamento para o desfecho Sintomas Emocionais; as Cognições Negativas foram preditoras de mais problemas de comportamento para os desfechos Total de Dificuldade, Problemas de Conduta e Hiperatividade; e os Estressores e a baixa escolaridade materna foram preditores de mais problemas de comportamento para os desfechos Total de Dificuldades, Sintomas Emocionais e Problemas de Relacionamento com Colegas. A análise de mediação identificou que as cognições negativas maternas foram mediadoras da relação entre depressão materna e problemas de comportamento de escolares, para o desfecho Total de Dificuldade. Tais variáveis representam alvos potenciais de intervenção em programas de prevenção e orientação de pais, bem como podem ser úteis para identificação de crianças sob maior risco de apresentar problemas de comportamento. [email protected] PREVENÇÃO DE TRANSTORNOS ALIMENTARES E OBESIDADE: AVALIAÇÃO DE UM PROGRAMA PARA PROMOÇÃO DA IMAGEM CORPORAL POSITIVA EM ADOLESCENTES BRASILEIROS. Gabriela Salim Xavier Moreira, Carmem Beatriz Neufeld e Sebastião Sousa Almeida (Universidade de São Paulo) Palavras Chave: autoestima, prevenção e imagem corporal Diante de prevalência dos quadros de Transtornos Alimentares e Obesidade, somados às dificuldades e custos dos tratamentos disponíveis, torna-se necessária a implementação de estratégias preventivas no contexto brasileiro. O objetivo do estudo foi avaliar os efeitos do programa "Todos São Diferentes" em uma amostra de adolescentes brasileiros com idades entre 10 e 13 anos matriculados em escolas de Ensino Fundamental. Participaram do estudo 164 adolescentes (54,88% de meninas), com idade média de 11,02(0,72) anos. O grupo intervenção foi composto por 78 desses alunos enquanto o grupo comparação, por 86. No grupo intervenção, foram realizadas, em média, seis sessões com cada subgrupo (separado por sexo e turma escolar) conduzidas pela pesquisadora principal, com frequência quinzenal. O objetivo do programa é aumentar a autoestima geral dos participantes, promovendo a imagem corporal positiva e reduzindo os comportamentos alimentares de risco. Os alunos do grupo comparação não receberam intervenção. Todos os participantes foram avaliados antes, imediatamente após e um ano após o término da intervenção, utilizando-se os seguintes instrumentos: Escala de Apreciação Corporal (BAS), Questionário de Atitudes Socioculturais em Relação à Aparência (SATAQ-3), Teste de Atitudes Alimentares para crianças (ChEAT), Escala de Evaluacíon de Insatisfación Corporal para Adolescentes (EEICA), Escala de Autoestima de Rosenberg e a Escala de Figuras de Silhuetas para avaliação da acurácia da estimação e insatisfação com a imagem corporal. Foram coletadas as medidas de peso e estatura para o cálculo do Índice de Massa Corporal. Os modelos lineares com efeitos mistos foram utilizados para avaliação dos efeitos da intervenção. Os resultados demonstraram que a intervenção foi efetiva (p<0,05) em modificar a apreciação do corpo dos alunos do grupo intervenção e a insatisfação geral com a imagem corporal dos

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participantes de ambos os grupos ao longo do tempo (após um ano). Esse estudo fornece subsídios para pesquisas futuras que busquem comprovar a efetividade do programa “Todos são Diferentes” em outros contextos, a partir de sua aplicação e avaliação em amostras randômicas, mais numerosas, e utilizando intervenções concorrentes na composição do grupo de comparação. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] PAINÉIS Painel 1 A RELAÇÃO ENTRE FATORES DE RAIVA E ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS EM CUIDADORES E ADOLESCENTES Ailton Carrilho da Silva Junior e Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Palavras Chave: raiva, eids, adolescentes A raiva é uma emoção básica que está a serviço de defesa dos direitos e necessidades tolhidas ou sob privação. Baseado na Terapia do Esquema, supõe-se que determinados Esquemas Iniciais Desadaptativos (EIDs) podem relacionar-se a níveis de raiva experimentados pelo indivíduo. Buscou-se averiguar a relação entre EIDs e raiva. Compuseram a amostra 31 adolescentes (M=13,81 anos) e 31 cuidadores destes adolescentes (M=43,35 anos). Aplicou-se o Inventário de Expressão de Raiva como Estado e Traço (STAXI) e Questionário de Esquemas para adolescentes. A coleta ocorreu individualmente em uma escola pública municipal ou na residência dos participantes. Realizou-se correlação de Spearman e teste T para amostras independentes com o programa SPSS. Os principais EIDs dos cuidadores que se associaram a fatores do STAXI foram: inibição emocional, autocontrole/autodisciplina insuficiente, vulnerabilidade a danos e merecimento, todas correlações positivas, exceto o fator controle do STAXI, cujas correlações foram negativas. Tais associações revelam que a ocorrência desses esquemas pode estar associada à apresentação da raiva como traço ou estado. Os EIDs dos adolescentes com mais correlações com o STAXI foram: isolamento social, desconfiança/abuso, padrões inflexíveis, dependência/incompetência, vulnerabilidade a danos, autocontrole/autodisciplina insuficiente e abandono, todas correlações positivas. O esquema de desconfiança e abuso correlacionou-se com todos os fatores do STAXI, exceto o controle. Trata-se de um esquema habitualmente associado à raiva, conforme observação clínica. A maioria dos fatores do STAXI do cuidador correlacionou-se positivamente com o EID de privação emocional do adolescente, revelando que apresentação de raiva pelo cuidador pode gerar um senso de não ter as necessidades emocionais satisfeitas. Obteve-se correlação positiva entre o EID de desconfiança e abuso do cuidador com EID de autossacrifício do adolescente (r=0,535, p=0,002), e correlação negativa entre EID de padrões inflexíveis do cuidador com EID de abandono no adolescente (r=-0,448, p=0,012). Finalmente, o teste T revelou diferença estatisticamente significativa entre os seguintes esquemas: fracasso [t (2,35) = 60; p=0,022], inibição emocional [t (2,12) =60; p=0,038], abandono

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[t (2,99)=60; p=0,004], emaranhamento [t (2,04)=59,58; p=0,045], vulnerabilidade a danos [t (2,15)=58,50; p=0,035], sendo que os adolescentes obtiveram maior média em todos os EIDs. Acredita-se que desafios pertinentes à adolescência como busca de autonomia, aceitação pelos pares e escolhas profissionais possam ativar os esquemas supracitados. Essa pesquisa mostra a importância de se investigar os efeitos da transgeracionalidade do esquema e da raiva sentida e expressada pelo cuidador no desenvolvimento de EIDs e apresentação da raiva no adolescente. [email protected] Painel 2 ASSOCIAÇÃO ENTRE PERFECCIONISMO E SINTOMAS DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ESTRESSE EM ADOLESCENTES. Ana Clara Gomes Braga, Willian de Sousa Rodrigues, Rachel Rios Barbalho Soares e Marcela Mansur-Alves (Universidade Federal de Minas Gerais). Palavras Chave: Perfeccionismo, saúde mental e adolescência O perfeccionismo é um processo trandiagnóstico e multicomponente, apresentando aspectos adaptativos e desadaptativos. O perfeccionismo adaptativo representa uma motivação para realização de metas pessoais, que quando alcançadas são responsáveis por aumentar a autoestima do indivíduo perfeccionista, enquanto no perfeccionismo desadaptativo, o indivíduo tende a se autoavaliar de forma excessivamente crítica, nunca estando satisfeito com o seu desempenho. O perfeccionismo, principalmente o desadaptativo, vem sendo apontado por diversos estudos como uma possível causa dos sintomas de depressão e estresse, e como um fator relacionado à ansiedade. Esses sintomas, comumente encontrados na população brasileira, estão associados a vários transtornos mentais e desordens relacionados ao comportamento, como suicídio, automutilação e abuso de substâncias psicoativas. No Brasil, as pesquisas a respeito da relação entre perfeccionismo e saúde mental são escassas, principalmente para população infanto-juvenil. Assim, esse estudo tem como objetivo principal verificar a relação entre os fatores do perfeccionismo partindo do modelo de Frost e os sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Participaram do estudo 77 alunos de uma escola da cidade de Manhuaçu (Minas Gerais), com idade média de 14,74 anos (dp=1,7), sendo que 62,3% da amostra era feminina. Foram utilizadas a Multidimensional Perfectionism Scale (MPS) de Frost e a Depression, Anxiety and Stress Scale (DASS 21). A MPS é composta por 36 itens e avalia seis dimensões, agrupadas em dois fatores mais gerais: o perfeccionismo adaptativo, que engloba a busca por ordem e padrões elevados de desempenho; o perfeccionismo desadaptativo, que tem como características preocupação com falhas, dúvidas sobre as ações, expectativas parentais e críticas parentais. A DASS 21 é composta por 21 itens e avalia sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Os resultados encontrados apontam que perfeccionismo desadaptativo teve correlação moderada com o perfeccionismo adaptativo (r=0,45; p <0,01), com o estresse (r=0,37; p<0,01) e correlação baixa com a depressão (r=0,26; p<0,05). O perfeccionismo adaptativo não teve correlação significativa com nenhuma das subescalas da DASS 21. Em linhas

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gerais, esses resultados indicam que, como aponta a literatura, os sintomas de ansiedade, estresse e depressão estão mais relacionados com o perfeccionismo desadaptativo e pouco relacionados ao perfeccionismo adaptativo. Isso poderia indicar que os diferentes tipos de perfeccionismo teriam influências diferentes em saúde mental, sendo que alguns fatores do perfeccionismo, como preocupação com falhas, dúvidas sobre as ações, expectativas e críticas parentais são especialmente vinculadas a sofrimento psicológico. O aumento da amostra em quantidade e heterogeneidade é importante para a generalização dos resultados. Apoio financeiro: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq) da UFMG, Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal de Minas Gerais (PPG-PSI). [email protected] Painel 3 ELICIADORES DE RAIVA E ESTRATÉGIAS DE REGULAÇÃO EMOCIONAL NA ADOLESCÊNCIA. Ana Rita de Souza Martins e Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Palavras Chave: Raiva, adolescente e regulação emocional A raiva é uma emoção natural cuja principal função é preparar o indivíduo para enfrentar ameaças. Os principais eliciadores de raiva são: ameaça física direta, ameaça simbólica à autoestima ou dignidade, afronta, injustiça ou humilhação. Buscou-se identificar se há diferença nas respostas dos adolescentes e cuidadores quanto aos estímulos eliciadores de raiva na adolescência; sobre a maneira como o cuidador reage diante da raiva do adolescente e sobre as estratégias usadas pelo adolescente diante da própria raiva. Tais questionamentos foram realizados em 31 adolescentes com idade entre 13 e 15 anos e os respectivos cuidadores. Participaram 17 meninos e 14 meninas, com escolaridade média de 9 anos. A média de idade dos cuidadores foi 43,35 anos, e a escolaridade média foi de 13,4 anos. A renda familiar média foi de R$ 3.935,00. A coleta dos dados dos adolescentes e cuidadores foi realizada separadamente em uma escola pública municipal e na residência dos participantes. As pesquisadoras elaboram dois questionários estruturados, sendo um direcionado aos adolescentes e um para o cuidador. Foram usadas estatísticas descritivas e o teste Qui-quadrado para comparação das respostas dos cuidadores e adolescentes. Os resultados demonstraram que 48,4% dos adolescentes relataram sentir raiva com frequência superior a três vezes por semana, enquanto que somente 29% dos cuidadores relataram como sendo maior do que três vezes por semana. Tanto os cuidadores quanto os adolescentes concordam que os estímulos geradores de raiva no adolescente envolvem a agressão física, isolamento, acontecimentos ruins, problemas na escola e desentendimento. No entanto, houve diferença significativa para proibição, sendo que 58,1% dos cuidadores consideraram proibição como um estímulo importante capaz de gerar raiva no adolescente ao contrário dos adolescentes, em que apenas 25,8% deles

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marcaram essa opção (X2 = 6,62; p = 0,02). A reação relatada mais frequentemente pelo adolescente diante da própria raiva é distração, seguida por guardar a raiva. Por sua vez, as respostas mais frequentes dos cuidadores para a reação do adolescente diante da raiva foram guardar, seguida por agressão verbal. Diante da raiva do adolescente, a reação mais comum citada pelos cuidadores foi conversar (64,5%), sendo também a resposta mais frequente dos adolescentes (58,1%). Verificou-se que os cuidadores identificam a raiva no adolescente, mas não na frequência correta em que ela ocorre. Isso pode acontecer, pois muitos relataram guardar a raiva ou porque se converse pouco sobre essa emoção. Conversar em situações de raiva é uma estratégia adaptativa de manejo dos cuidadores. [email protected] Painel 4 AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE DEPRESSÃO EM PESSOAS COM ANSIEDADE SOCIAL Bruna Filliettaz Rios, Priscila Camargo de Palma, Kátia Alessandra de Souza Caetano e Carmem Beatriz Neufeld (Universidade de São Paulo) Palavras Chave: Ansiedade social, depressão e caracterização Os indivíduos com Transtorno de Ansiedade Social (TAS) apresentam sentimentos intensos de medo ou ansiedade quando há possibilidade de ser avaliado por outras pessoas, temendo ser ridicularizado. Tal medo faz com que as situações sociais sejam evitadas ou suportadas com intenso sofrimento. O TAS possui uma prevalência durante a vida de 12,1%, caracterizando-se como o quarto transtorno psiquiátrico mais recorrente. Por volta de 80% dos indivíduos diagnosticados com TAS, apresentam comorbidades, principalmente depressão e outros transtornos ansiosos, acarretando em um pior prognóstico e maior risco de cronicidade e recaídas. Essa relação parece interferir no processo terapêutico do TAS, aumentando seus prejuízos funcionais. Objetivos: mensurar o grau de correlação entre os sintomas de ansiedade social e os sintomas depressivos, assim como caracterizar essa amostra de acordo com níveis de depressão presente nos participantes diagnosticados com TAS. Método: utilizou-se uma amostra de 90 pessoas diagnosticados com TAS, assim como 19 participantes sem sintomas clínicos. Os dados foram analisados através de estatística descritiva, visando caracterizar a amostra, e estatística inferencial. Após utilizou-se o teste de correlação de Spearman nos níveis de ansiedade social e sintomas depressivos, obtidos através do Inventário de Depressão de Beck (BDI-II) e Inventário de Ansiedade Social (SPIN). Resultados: com relação à caracterização da amostra com TAS, encontrou-se que 62,2% das pessoas eram do sexo feminino, 58,9% trabalhavam, e 74,4% apresentaram alguma comorbidade, sendo o Transtorno Depressivo Maior o mais frequente (34,4%). Além disso, quase 76,9% das pessoas não possuía diagnóstico prévio de TAS. Foi observado ainda que ansiedade social se correlacionou positivamente com sintomas depressivos (r = 0,64, p = 0,00). Discussão: os dados corroboram a literatura de que o TAS é um transtorno sub-diagnosticado e associado à alta presença de comorbidade, principalmente depressão. A correlação positiva

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entre sintomas depressivos e de ansiedade social, confirma os dados da literatura, que indica que a presença da comorbidade depressão implica em agravamento dos sintomas de ansiedade social e maiores comprometimentos funcionais. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 5 INTERVENÇÃO EM GRUPO COM ADOLESCENTES QUE SE AUTOMUTILAM. Bruna Schlemper Tibes, Ana Lucia Ivatiuk e Marhara Francine Thimoteo (FAE - Centro Universitário) Palavras Chave: TCC em grupo, automutilação e adolescentes Nos últimos anos tem crescido a procura de atendimento por adolescentes que se automutilam. Tal queixa se caracteriza por comportamentos autolesivos que ocorrem de forma recorrente. A partir desta realidade, foi proposto um grupo de intervenção psicoterápico para seis adolescentes do gênero feminino, de 14 a 18 anos, segundo o referencial da Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupos, em um serviço escola de um curso de Psicologia em instituição privada. O processo teve como objetivo a diminuição de sintomas de automutilação, psicoeducação e desenvolvimento de habilidades sociais. As participantes foram triadas para o grupo após um semestre de acompanhamento em psicoterapia individual. Estes aspectos foram trabalhados em oito sessões de duas horas, uma vez por semana, dentro de um espaço reservado, por uma terapeuta e uma co-terapeuta, treinadas para a atividade. Além disso as participantes tiveram mais duas sessões individuais, uma antes do grupo iniciar, com a finalidade de fazer contrato, explicar sobre o grupo e levantar expectativas e uma ao final para o fechamento e devolutiva individual. No primeiro encontro o objetivo foi desenvolver a coesão grupal, falar de si e expectativas; no segundo foi promover perspectivas positivas sobre as interações sociais e assertividade; no terceiro foi iniciar e manter conversação, utilizando um filme como forma de exemplificar o diálogo inadequado e como evita-lo; no quarto encontro o objetivo foi revisar os conteúdos propostos por meio da confecção de cartazes; no quinto foi acolhida por meio da roda de conversa; no sexto o objetivo foi a identificação de comportamentos de risco; no sétimo encontro o objetivo foi a avaliação do processo terapêutico com uma palavra que conceitue o grupo; e no oitavo e último encontro, foi a finalização das atividades e identificação de diferenças entre primeiro e último encontros. As seis participantes tiveram oportunidades de expor seus sentimentos, situações causadoras de estresse e também apresentação de materiais produzidos no ambiente terapêutico em grupo. Os resultados obtidos puderam ser observados com a mudança de comportamento, da dinâmica do grupo e comunicação. Além dos sintomas das pacientes serem reduzidos com o trabalho proposto, conforme relato das mesmas. Sugere-se a continuidade do grupo para que ele possa trabalhar aspectos da interação das participantes com membros fora do grupo, como seus familiares e amigos. [email protected]

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Painel 6 PACIENTES EM TRATAMENTO DO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO: ANSIEDADE, DEPRESSÃO E ENFRENTAMENTO.Carla Rodrigues Zanin, Driele Aline Santos, Luiz Sérgio Raposo, Carmen Silvia Costa Elias Ferrnandes e Paula Sforcin Lopes de Macedo (Hospital de Base - FUNFARME/FAMERP) Palavras Chave: Câncer de cabeça e pescoço; aspectos psicológicos; enfrentamento O câncer de cabeça e pescoço tem acometido uma parcela considerável da população brasileira. Por ser uma doença que acomete partes do corpo de maior visibilidade, suscita assim, sofrimento e diversos sintomas emocionais levando a prejuízos no funcionamento social, familiar e laboral. Ansiedade, depressão e estresse acompanham esses pacientes como sintomas reativos ao diagnóstico e a procedimentos invasivos de tratamento. O objetivo do estudo foi avaliar os níveis de ansiedade, depressão e estratégias de enfrentamento de pacientes em tratamento do câncer de cabeça e pescoço. Foi realizada uma coleta de dados por meio da aplicação dos instrumentos: Escala de Ansiedade e Depressão para Hospital Geral (HAD) e Escala Modo de Enfrentamento de Problema (EMEP) e um questionário sociodemográfico. Participaram do estudo 30 pacientes em tratamento do câncer de cabeça e pescoço, atendidos em ambulatório de otorrinolaringologia após consulta médica. De acordo com os resultados obtidos, a maior parte da mostra é do gênero masculino (83%), com ensino fundamental incompleto em 57% e casados ou em união estável encontramos 57% da amostra. Quanto ao tratamento realizado 47% fizeram quimioterapia e radioterapia, 30% associaram cirurgia, quimioterapia e radioterapia e 23% fizeram apenas a cirurgia. Em relação aos aspectos psicológicos, observou-se que 50% dos entrevistados apresentaram sintomas de ansiedade e depressão, 26,66% apresentaram sintomas de ansiedade, 40% sintomas de depressão e 33,33%, ambos os sintomas. Em relação às estratégias de enfrentamento avaliadas, esses dados demonstraram que 40% apresentou enfrentamento focalizado no problema, podendo ser considerada uma estratégia satisfatória para lidar com o câncer e demandas associadas ao tratamento. Apensa 3% apresentou enfrentamento focalizado na emoção, o que sugere efetividade no enfrentamento, uma vez que os pacientes não aguardavam o resultado do diagnóstico, e tinham a compreensão de que precisavam enfrentar esse processo. O enfrentamento social foi encontrado em apenas7% dos pacientes, entretanto é uma estratégia considerada efetiva no trato com a doença. A maioria apresentou enfrentamento religioso/fantasioso (50%), que se associado à sintomas de ansiedade e depressão presentes nessa amostra, podem contribuir de forma negativa no processo de tratamento, atribuindo à Deus, tanto o diagnóstico como a cura da sua doença. Esses dados reforçam a necessidade de avaliação psicológica, bem como acompanhamento durante todo o processo de comunicação e tratamento da doença, como um fator preditivo de transtornos mentais e como facilitador no desenvolvimento de repertório cognitivo comportamental no enfrentamento do câncer de cabeça e pescoço. [email protected]

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Painel 7 RELAÇÃO ENTRE ESQUEMAS INICIAIS DESADAPTATIVOS E PRÁTICAS PARENTAIS EM ADOLESCENTES E CUIDADORES. Daniel Martins e Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Palavras Chave: Raiva, práticas parentais e esquemas iniciais desadaptativos A adolescência é uma etapa instável do desenvolvimento, que pode ampliar o conflito com os pais. Considerando-se que, conforme a terapia de esquemas, as práticas parentais (PPs) exercidas pelos cuidadores influenciam na formação de esquemas iniciais desadaptativos (EIDs), buscou-se, verificar as possíveis relações entre as PPs e os EIDs dos adolescentes e seus cuidadores. Participaram 31 adolescentes com idade entre 13 e 15 anos, (21 meninas) e seus respectivos cuidadores (18 mães, 10 pais, e três com outro grau de parentesco), cuja média de idade foi de 43,35 anos e a escolaridade média de 13,4 anos de estudo. Os adolescentes foram selecionados de uma escola pública municipal da cidade de Campo Grande/MS e da rede de contatos do pesquisador. A renda familiar média dos participantes foi de R$ 3.935,00. A coleta foi realizada separadamente com adolescentes e cuidadores. Os instrumentos utilizados foram: Inventário de Expressão de Raiva como Traço e Estado (STAXI), Questionário de Esquemas para Adolescentes (QEA) e o Inventário de estilos parentais (IEP). Foi realizada análise quantitativa correlacional e teste T para amostras independentes. Os resultados demonstraram que houve diferença estatisticamente significativa entre cuidadores e adolescentes dos seguintes fatores do STAXI: estado de raiva [t (2,08) = 38,67; p = 0,044], raiva para fora [t (2,18) = 50,76; p = 0,034], controle [t (-3,49) = 58,79; p = 0,001], e expressão da raiva [t (2,62) = 53,56; p = 0,011], sendo que os cuidadores obtiveram maior média para o controle da raiva e os adolescentes apresentaram maior média quanto à raiva para fora, estado e expressão da raiva, o que revela maior aquisição de manejo da raiva com a idade. As PPs de negligência e disciplina relaxada foram aquelas que obtiveram maior número de correlações positivas com os EIDS dos cuidadores, enquanto o IEP total correlacionou-se negativamente com oito EIDs, revelando que os esquemas dos cuidadores associaram-se a práticas parentais mais negativas exercidas por eles. As correlações entre o IEP do adolescente e esquemas do adolescente mostraram que as PPs de punição, negligência e disciplina relaxada foram as que obtiveram maior correlação positiva com os esquemas dos adolescentes e o IEP total correlacionou-se negativamente com grande parte dos EIDs dos adolescentes. Por sua vez, as PPs monitoria positiva e comportamento moral correlacionaram-se negativamente com esquemas de fracasso, defectividade e isolamento, indicando que quanto mais o adolescente percebe PPs negativas do cuidador, maior a pontuação nos EIDs. [email protected] Painel 8 TERAPIA DE ESQUEMAS PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA. Daniely Fernandes Kamazaki e Aline Henriques Reis (Universidade federal do Mato Grosso do Sul)

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Palavras Chave: Terapia focada em esquemas, crianças e adolescentes A terapia de esquemas foi desenvolvida por Jeffrey Young e inicialmente direcionada ao tratamento de adultos, sendo eficaz para transtornos de personalidade e casos reincidentes. Posteriormente, foi ampliada e adaptada ao trabalho com crianças e adolescentes. O presente trabalho consiste em uma revisão sistemática da literatura sobre as publicações envolvendo terapia de esquemas, infância e adolescência. As buscas aconteceram no segundo semestre de 2017 nas bases: periódicos capes, bireme, sciencedirect e no banco de teses e dissertações. Não houve limite para a data de publicação. Foram realizadas 12 combinações das seguintes palavras-chave: “Schema therapy”, "Early maladaptive schemas", AND “child”, “children”, “infant”, “childhood”, “teenagers”, “adolescent”. Os critérios de inclusão abrangeram: ser um trabalho (artigo, dissertação ou tese) em português, inglês, francês ou espanhol, realizado com crianças, ou adolescentes ou direcionado a eles, de acordo com a proposta da terapia de esquemas. Foram encontrados 20 artigos que preencheram os critérios de inclusão, sendo cinco sobre crianças, 14 sobre adolescentes, e um que avaliava ambos, e duas dissertações. Seis estudos investigaram a relação entre esquemas iniciais desadaptativos (EIDs) e depressão e ansiedade, sendo os sintomas desses dois transtornos fortemente correlacionados aos esquemas do domínio I desconexão e rejeição. Bullying e o abuso emocional foram considerados eventos estressores importantes e relacionados aos EIDS. Três artigos pesquisaram sobre EIDs e transtornos alimentares, aparecendo nesses transtornos os esquemas de inibição emocional, defectividade e incompetência. Um trabalho comparou os EIDs de consumidores abusivos de álcool com usuários ocasionais e não consumidores, sendo que consumidores abusivos apresentaram mais EIDs, e outro averiguou que esquemas de defectividade e subjugação eram mais frequentes em adolescentes pedófilos. Apenas um artigo trouxe um caso clínico que avaliou os esquemas da criança por meio de questionário e apresentou uma proposta de redução dos esquemas via reestruturação cognitiva, sem destacar técnicas de imagens mentais ou o trabalho com modos. Quatro artigos compararam amostras clínicas e não clinicas, sendo que a primeiro apresentou pontuações mais altas em EIDs. Dois artigos desenvolviam escalas de esquemas infantis. Foram identificadas três publicações brasileiras (um artigo e duas dissertações) que destacavam técnicas de intervenção adaptadas à infância, porém, sem demonstrar resultados da aplicação do modelo terapêutico em casos clínicos. Os resultados revelam que esta modalidade de terapia necessita de mais estudos que comprovem sua eficácia e que norteiem a prática terapêutica. [email protected] Painel 9 A RELEVÂNCIA DA TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL E DA TERAPIA DE EXPOSIÇÃO À REALIDADE VIRTUAL NO TRATAMENTO DO TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Ednubia dos Santos da Silva, Jamylle Luciane Apolinário de Ataide, Maxsuel Oliveira de Souza, Emily Thayse dos Santos e Vanina Papini Góes Teixeira (Faculdade Estácio de Alagoas)

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Palavras Chave: Transtorno de ansiedade social, terapia cognitiva comportamental, realidade virtual O avanço do uso tecnológico e das ferramentas virtuais na área de saúde têm indicado resultados significativos para a diminuição de estímulos aversivos em pacientes com transtornos psiquiátricos, entre eles fobias, ansiedades e depressão, bem como, tem sido um facilitador para os profissionais da psicologia no processo de ampliação de novos diagnósticos e tratamentos, por intermédio de equipamentos computadorizados, que fornecem uma realidade virtual em práticas psicoterapêuticas. Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), utilizam-se técnicas e procedimentos padronizados que visam exibir o estímulo fóbico ao paciente por meio de uma exposição virtual. Portanto, o presente estudo buscou selecionar e analisar artigos científicos que abordam a temática da Terapia Cognitivo Comportamental e da Terapia de Exposição à Realidade Virtual no tratamento do Transtorno de Ansiedade Social em estudantes universitários, por meio de uma revisão integrativa da literatura. Foram realizadas buscas na base de dados PubMed, de artigos publicados entre os anos de 2013 a 2017, visando selecionar os artigos de estudos transversais, que apontassem a relação entre a Terapia Cognitivo Comportamental e a Terapia de Exposição à Realidade Virtual no tratamento do Transtorno de Ansiedade Social. Foram utilizados os descritores: Transtorno de Ansiedade Social, Terapia Cognitiva Comportamental e Realidade Virtual. Os estudos foram inicialmente avaliados pelos critérios de exclusão e inclusão por meio da análise dos títulos e resumos, foram indexados 20 artigos, apresentados na literatura, descrevendo que o tratamento decorre a partir da exposição ao estimulo fóbico, com a intenção de interferir e expor o sujeito a uma realidade fictícia computadorizada, para que quando o sujeito presencie a situação de exposição social real, o medo e a ansiedade sejam diminuídas diante das circunstâncias temidas, como de falar em público, realizar tarefas acadêmicas ou iniciar um diálogo, criando possibilidades de confronto de pensamentos disfuncionais que o impedem de encarar a situação. Portanto, o tratamento com a terapia de exposição a realidade virtual associada com as técnicas da TCC, auxiliam os estudantes universitários no aumento do desempenho acadêmico e da inibição dos seus comportamentos relacionados à exposição em público. [email protected] Painel 10 A RELAÇÃO TERAPÊUTICA E AS HABILIDADES SOCAIS DO TERAPEUTA: UM RELATO DE CASO. Eline Prado Santos Feitosa (Centro de Saúde Integrada - SAUDECLIN e Instituto Minerva de Educação Avançada – IMEA) e Janaína Bianca Barletta (Instituto Minerva de Educação Avançada – IMEA) Palavras Chave: Terapeuta, habilidades sociais e relação terapêutica No contexto clínico, a simples aplicação de técnicas não é suficiente para o sucesso do processo terapêutico. A relação terapêutica é importante na obtenção de resultados positivos, assim algumas habilidades sociais (HS) do terapeuta são fundamentais como: empatia, assertividade e comunicação para abordar assuntos que causam desconforto. O objetivo deste trabalho é

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descrever um atendimento clínico de dependência de álcool e cigarro, cuja a formulação de caso apontava para a dificuldade do terapeuta como aspecto importante a ser observado. A paciente de 39 anos, estava separada há 8 anos e morava com duas filhas adolescentes no início do atendimento. Fumante há 20 anos, seus problemas com o álcool tiveram início com a crise conjugal e se agravaram após o término do casamento. Devido a isto, paciente foi internada seis vezes em clínicas psiquiátricas. A queixa inicial era relacionada à falta de confiança no relacionamento com as filhas. Nos primeiros atendimentos a paciente atribuía seus problemas a questões espirituais, mostrava desconfiança em relação à terapeuta e falta de credibilidade no sucesso do processo terapêutico. Além disso, no início, os problemas com o álcool não foram relatados. Na fase intermediária do processo terapêutico, alguns problemas relativos à relação interpessoal foram identificados, especialmente pelos sentimentos de frustração, incompetência e desmotivação despertados na terapeuta devido as constantes recaídas da paciente e à estagnação do processo terapêutico. Para que a terapia pudesse ser otimizada, o primeiro passo foi o trabalho de autoconhecimento e reestruturação cognitiva do terapeuta frente ao atendimento, a fim de favorecer o processo reflexivo e potencializar as HS de autocontrole e expressividade emocional do profissional. O segundo passo foi incluir como tópico de agenda a relação terapêutica, sendo incentivado o uso do feedback tanto pela terapeuta quanto pela paciente. Estas mudanças favoreceram a confiança, a motivação e o engajamento para a mudança de comportamento da paciente. Somente após essas etapas, a dependência do álcool passou a ser foco primário na psicoterapia. Entende-se que a mudança de postura da terapeuta e a reestruturação do processo terapêutico tenham sido determinantes para a melhora do desempenho social da profissional, com impacto na qualidade da relação estabelecida, na adesão ao tratamento e mudança comportamental da paciente. Considera-se que o olhar para o terapeuta e o desenvolvimento de HS pertinentes ao contexto clínico, podem favorecer o alcance de metas e sucesso terapêutico. [email protected] Painel 11 CICLO DE MANUTENÇÃO DO PERFECCIONISMO: INTERVENÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM CASO DE ANSIEDADE. Fernanda Belinassi Balarini Hasse, Maria Claudia Rodrigues, Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda - CTC Veda) Palavras Chave: Terapia cognitiva, ansiedade e perfeccionismo Conforme a literatura, os transtornos de ansiedade mostram-se como os mais prevalentes dentre os transtornos mentais, interferindo em diversas esferas da vida do indivíduo, dentre eles, o contexto profissional. Considerando os processos psicológicos envolvidos nos quadros ansiosos, o ciclo de manutenção do perfeccionismo tem sido relacionado à manutenção e intensificação de crenças negativas sobre a própria capacidade e valor, impondo diversos desafios à evolução clínica do paciente, bem como ao curso do tratamento. Nesse sentido, o objetivo desse estudo de caso foi descrever intervenções da terapia cognitivo-comportamental (TCC) no ciclo de

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perfeccionismo no contexto de trabalho de uma paciente ansiosa, de 26 anos, solteira e residente no interior de São Paulo. O tratamento procedeu na modalidade individual, durante 34 sessões de psicoterapia na abordagem da TCC. Na avaliação diagnóstica foram utilizados os critérios do DSM 5 e os inventários Beck de depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança (BHS). O plano de tratamento envolveu técnicas cognitivo-comportamentais como psicoeducação sobre o modelo cognitivo, psicopatologia da ansiedade e ciclo de manutenção do perfeccionismo, reestruturação cognitiva e experimento comportamental. Como resultado, verificou-se melhora dos sintomas de ansiedade e estresse no trabalho, bem como flexibilização de pensamentos e crenças disfuncionais, que possibilitaram a redução do ciclo de manutenção do perfeccionismo. Anteriormente, por se ver como uma pessoa fraca e incapaz, impunha a si mesma altos níveis de exigência, buscando desempenhar seu trabalho de forma “perfeita” e dedicando-se de forma excessiva, o que, consequentemente, gerava muito sofrimento e ansiedade. Com as ferramentas da TCC, principalmente técnicas de reestruturação cognitiva, a paciente pode reavaliar seu modo rígido de pensar sobre as situações, buscando evidências para seus pensamentos e estratégias alternativas de observar e enfrentar as situações do trabalho. A paciente atingiu a flexibilização de crenças como: “Não sou boa o suficiente” para “Sou boa em muitas coisas. Ninguém é perfeito”, permitindo que pensasse e agisse de forma mais funcional, como limitar-se às atividades destinadas a seu cargo e reduzir a sobrecarga de atividades de trabalho e o estresse, sendo possível observar redução nos escores das escalas Beck, e por fim, a quebra do seu ciclo de perfeccionismo. Assim, a utilização de intervenções da TCC mostrou-se valiosa na redução do ciclo do perfeccionismo, conferindo à paciente maior satisfação pessoal e melhor qualidade de vida. Estudos que possibilitem maior generalização dos resultados poderiam ampliar os alcances das intervenções da TCC no ciclo de perfeccionismo e redução da ansiedade. [email protected] Painel 12 A PERCEPÇÃO DISCENTE SOBRE A APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS. Isabela Maria Freitas Ferreira, Fabiana Maris Versuti e Carmem Beatriz Neufeld (Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo) Palavras Chave: Aprendizagem baseada em problemas, método de ensino-aprendizagem e psicologia No campo das metodologias de ensino tem-se observado o desenvolvimento de novos métodos que objetivam integrar modelos que tornem a aprendizagem mais significativa e efetiva frente ao cenário atual de uma sociedade contemporânea, caracterizada como dinâmica e repleta de mudanças. Sabe-se que indivíduos aprendem mais quando suas necessidades e experiências individuais são observadas e incluídas no delineamento do processo de ensino-aprendizagem. Entre as novas metodologias de aprendizagem ativa, tem-se observado a disseminação da Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem Based Learning – PBL). Esse é um método centrado no aluno e caracterizado pelo uso de problemas como suporte ao desenvolvimento do

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aprendizado. O principal objetivo dessa metodologia é desenvolver as habilidades de dirigir o próprio aprendizado, integrar o conhecimento, e explorar novas áreas. No campo da Psicologia esse método ainda é pouco utilizado, e tem disso implantado aos poucos nos cursos de graduação. Na Universidade de São Paulo, campus Ribeirão Preto, essa metodologia foi implantada em 2014 em uma disciplina sobre psicopatologia da infância e adolescência no curso de graduação em Psicologia. O objetivo do presente trabalho é apresentar a percepção dos alunos que cursaram essa disciplina, por meio das respostas de um questionário sobre a metodologia PBL. A pesquisa seguiu um delineamento metodológico qualitativo, caracterizado como um estudo exploratório. Participaram 20 universitários de 21 a 27 anos que cursaram esta disciplina nos anos de 2014 a 2016. O questionário contou com três perguntas abertas, são elas: Quais os aspectos positivos da metodologia PBL?; Quais os aspectos que poderiam ser aperfeiçoados na metodologia PBL?; Você acha que qualquer disciplina pode utilizar o método PBL no processo de ensino-aprendizagem?. Por meio destas perguntas identificou-se que os alunos relataram que a disciplina ficou mais interessante e menos cansativa, bem como ajudou a incentivar a proatividade do aluno para estudar e participar das discussões de casos. Os alunos não conseguiram identificar aspectos que poderiam ser melhorados sobre a metodologia, uma vez que as sugestões foram em relação ao método de avaliação, aspecto este que foi a parte da metodologia. Grande parte dos alunos relatou que esse tipo de metodologia não pode ser aplicado a qualquer disciplina. Dessa forma, conclui-se que o estudo atendeu o objetivo de identificar a percepção discente, uma vez que os alunos conseguiram relatar os aspectos positivos em suas formas de estudar; e também que a disciplina permitiu uma postura mais ativa do aluno, objetivo principal desse tipo de método de ensino. [email protected] Painel 13 ESTUDO EXPLORATÓRIO SOBRE A ESCOLHA ALIMENTAR E A SUSCEPTIBILIDADE DE CRIANÇAS FRENTE À PROPAGANDA DE ALIMENTOS. Isabela Pizzarro Rebessi, Sebastião de Sousa Almeida (FFCLRP-USP) e Telma Maria Braga Costa(Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP). Palavras Chave: Propaganda, escolha alimentar, crianças A obesidade infantil é um problema crescente em vários países, podendo ser considerado um assunto de saúde pública. Ela é determinada não somente por fatores biológicos, mas também sociais e ambientais, entre os quais estão as propagandas de alimentos veiculadas pela televisão, que podem contribuir para o crescimento da doença através da influência que exercem nas escolhas alimentares das crianças. Assim, esse estudo objetivou construir e testar um protocolo de intervenção cuja finalidade é diminuir a susceptibilidade de crianças de oito a nove anos frente às propagandas veiculadas pela televisão, especialmente de produtos alimentares. Participaram do estudo 31 crianças no ano de 2016 e 32 crianças no ano de 2017, que foram divididas em grupo controle e experimental. O protocolo foi feito em 4 sessões em ambos os anos:

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na primeira sessão as crianças escolhiam o alimento de preferência in natura. Na segunda sessão, após assistirem um desenho editado com duas propagandas de alimentos, elas faziam novamente sua escolha. Na terceira sessão, o grupo experimental de 2016 passou por uma psicoeducação sobre propagandas e qualidade nutricional dos alimentos no formato de roda de conversa, enquanto o grupo experimental de 2017 participou da mesma psicoeducação, mas em formato de slides. O grupo controle não passou por intervenção nenhuma. Na quarta e última sessão, os grupos controle e experimental assistiam novamente a um desenho editado com propagandas de dois alimentos e refaziam sua escolha alimentar. foi realizada estatística paramétrica por meio do Teste-t de Student para medidas independentes para verificação da diferença entre grupo controle e grupo experimental depois da intervenção, e também teste Teste-t de Student para medidas dependentes a fim de verificar diferença entre a segunda e a quarta sessão (pré e pós teste) nos grupos controle e experimental. Além disso, foram calculadas as porcentagens em relação ao total de escolhas dos alimentos considerados recomendados ou não recomendados pelos nutricionistas dos grupos controle e experimental. Os resultados apontaram que a intervenção em formato de roda de conversa não surtiu efeito na escolha alimentar das crianças, enquanto a intervenção em formato de slides foi mais efetiva para fazer com que as crianças escolhessem alimentos mais saudáveis e deixassem de escolher os alimentos veiculados nas propagandas transmitidas no estudo. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 14 REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA NACIONAL SOBRE AS COMPETÊNCIAS CLÍNICAS ESSENCIAIS E AS ESTRATÉGIAS DE ENSINO DA TCC. Janaína Bianca Barletta e Amanda Roberta Rocha Honorato (Instituto Minerva de Educação Avançada – IMEA) Palavras Chave: Competências clínicas essenciais, estratégias de ensino e terapia cognitivo-comportamental A atuação clínica em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) requer o desenvolvimento de competências clínicas essenciais, consideradas salutares para a eficácia da prática psicoterápica. Porém, ainda não há um consenso sobre quais são as competências clínicas e quais são as estratégias de ensino mais utilizadas. Dois objetivos foram traçados nessa revisão integrativa da literatura nacional: mapear as competências essenciais para a prática clínica e identificar as estratégias de ensino usadas para desenvolver tais habilidades. Método: Foi realizada uma revisão em três bibliotecas eletrônicas: Scielo, Indexpsi e PePsic, utilizando a seguinte estratégia de busca: (psicoterapia or psicologia or clínica ou graduação or terapeutas) and (supervisão or formação or ensino) and (terapia cognitiva or terapia cognitivo-comportamental or estratégias cognitivo-comportamentais) e no currículo Lattes dos autores dos artigos selecionados. Como critérios de inclusão os artigos deveriam abordar supervisão clínica; tratar da atuação do psicólogo no contexto clínico; contemplar a abordagem Cognitivo-Comportamental. Excluíram-se os artigos que tratavam de supervisão em outro ambiente que

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não fosse clínico; aqueles em que as supervisões clínicas tinham como suporte teórico qualquer abordagem diferente da cognitivo-comportamental; produções em língua estrangeira; publicações duplicadas. Para o tratamento e organização dos resultados foi utilizada a análise de conteúdo temático categorial. Resultados: Ao total foram selecionados 11 artigos científicos para análise. Os resultados indicaram 111 menções sobre as competências essências para a TCC, categorizadas em quatro classes: habilidade analítica (18), habilidade instrumental (55), habilidades sociais (25) e autoconhecimento do terapeuta (13). Três variáveis foram relacionadas ao ensino adequado da prática clínica: a estrutura do processo supervisionado, o tipo de avaliação realizada, expertise do supervisor. A estratégia didática mais citada foi a discussão de casos clínicos (5), seguido de leitura e discussão de texto (4) e observação em sala de espelho unilateral (4). Outras estratégias de ensino foram: elaboração de formulações de casos (3), autoaplicação de técnicas (3), gravação da sessão em áudio/vídeo (3), transcrição e análise da sessão (3), role play (2), uso de testes (2) e uso de instrumento de apoio para a primeira entrevista clínica (1). O tempo de supervisão (4), o tamanho do grupo (2), ausência de sistematização da supervisão (1), excesso de atendimentos (1) e desvinculação entre teoria e prática (1) foram considerados barreiras no aprendizado clínico. Conclui-se que ainda há poucos estudos nacionais sobre o ensino da prática clínica de TCC, que a habilidade técnica é ressaltada na literatura, bem como a discussão de caso como estratégia de ensino. [email protected] Painel 15 COPING E ESTRESSE EM VÍTIMAS DE ACIDENTE DE TRÂNSITO HOSPITALIZADAS. Ludmila Minarini Alves e Ederaldo José Lopes (Universidade Federal de Uberlândia) Palavras Chave: Estresse, coping e acidentes de trânsito Os acidentes de trânsito (AT) são acontecimentos potencialmente estressantes, pois irrompem na vida das pessoas e carregam consigo o caráter de emergência e imprevisibilidade. A hospitalização, que muitas vezes sucede a ocorrência do acidente, também pode contribuir para aumentar a resposta de estresse. Situações estressantes exigem das vítimas a mobilização de estratégias para o enfrentamento da situação. O Coping compreende o conjunto de estratégias cognitivas e comportamentais utilizadas com o objetivo de manejar situações estressantes. Diante disto, o presente estudo objetivou verificar a relação entre estresse e coping em vítimas de AT internadas em um hospital universitário. A amostra foi composta por 10 pacientes vítimas de AT. Para avaliação do coping foi aplicado o Inventário de Estratégias de Coping de Folkman e Lazarus e para avaliar a presença de estresse foi utilizado o Inventário de Sintomas de Stress para Adultos de Lipp. A maior parte dos participantes (80%) apresentava índice de estresse relevante, se dividindo entre 50% na fase de resistência, 10% na fase de quase exaustão e 20% na fase de exaustão. Entre as vítimas de AT que apresentaram níveis de estresse significativos, predominaram as estratégias de reavaliação positiva, confronto e resolução de problemas. Entre as vítimas de AT que não apresentaram estresse predominaram as estratégias de

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autocontrole, aceitação de responsabilidade e resolução de problemas. O coping do tipo fuga/esquiva apresentou correlação positiva com nível de estresse no grupo de pacientes que apresentaram estresse (ρ=0,835). A estratégia de fuga/esquiva está relacionada a piores desfechos em saúde mental. Afastar-se, mesmo que cognitivamente, da situação desfavorece a busca por suporte. Além disso, a evitação de estímulos estressores impede o indivíduo de se habituar ao conteúdo e consequências desta situação. Apesar do tamanho da amostra ser pequeno, há alguns tipos de enfrentamento que parecem colaborar para que a resposta de estresse seja menor ou maior. [email protected] Painel 16 ASSOCIAÇÃO ENTRE SINTOMAS DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E COMPORTAMENTO DE AUTOMUTILAÇÃO EM ADOLESCENTES DA REGIÃO AMAZÔNICA. Maria Letícia Marcondes Coelho de Oliveira (PUCRS/UNIP), Carolina Saraiva de Macedo Lisboa (PUCRS), Carmem Beatriz Neufeld, Juliana Maltoni (FFCLRP – USP), Artur Marques Strey, Isabella Zuardi Marques, Natália Coimbra Ribeiro, Carolina de Freitas Lima, Bolivar Ramos Cibils Filho (PUCRS), Sheila de Oliveira, Karoline Fernanda Sabino e Sarah de Andrade Moretti (UNIP) Palavras Chave: Depressão, ansiedade e automutilação A adolescência é um período de importantes transformações mentais e orgânicas no desenvolvimento humano. Nesse período de crise, os jovens encontram-se propensos a experenciar intensos conflitos psicológicos, que podem contribuir com o surgimento de transtornos mentais. Segundo a Organização Mundial da Saúde a depressão e os transtornos relacionados à ansiedade são os distúrbios mentais mais incidentes na população mundial, sendo os jovens o público mais afetado. Somado ao sofrimento psíquico experienciado por estes jovens que se encontram vulneráveis a transtornos mentais, uma estratégia comum para a redução da experiência de emoções negativas é a automutilação, termo utilizado para descrever comportamentos autodestrutivos propositalmente infligidos, causando lesões no corpo sem a clara intenção de morrer. A literatura sugere que sujeitos que apresentam alguma forma de automutilação demonstram altos níveis de sintomas relacionados à depressão e à ansiedade. Apesar das taxas de automutilação serem raras na infância, elas aumentam drasticamente durante a transição e ao longo da adolescência, tornando-se um problema comum. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é investigar a associação entre a sintomatologia ansiosa e depressiva e a presença de comportamentos de automutilação em adolescentes brasileiros. O presente trabalho é referente a resultados de um projeto de tese do Programa de Doutorado Interinstitucional em Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e da Faculdade Católica de Rondônia (FCR). Trata-se de um recorte de um projeto maior multicêntrico denominado “Levantamento de Ambientes Sociais e Comportamentos Relacionados à Saúde e Bem-Estar de Adolescentes”, coordenado pelo Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-comportamental (LaPICC) da USP, desenvolvido em colaboração com a Organização Mundial de Saúde (OMS) e se propõe a verificar semelhanças e

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diferenças entre jovens de diferentes Estados brasileiros. Os instrumentos utilizados foram o Children’s Depression Inventory (CDI), o Spence Children's Anxiety Scale (SCAS) e o Health Behavior in School-aged Children (HBSC), sendo este um protocolo que abrange uma gama de indicadores e comportamentos relacionados à saúde. A amostra da região Norte do Brasil foi composta de 517 estudantes de ambos os sexos de escolas públicas do Estado de Rondônia, de 13 e 15 anos de idade. A pesquisa encontra-se atualmente em etapa de análise de dados, por meio de medidas de comparação de média (teste t e análise de variâncias). Entende-se que a investigação das dinâmicas na relação entre sintomatologia depressiva, ansiosa e comportamento de automutilação pode ajudar na melhor compreensão destes fenômenos psicológicos em amostra brasileira, podendo contribuir futuramente a criação de intervenções voltadas à saúde pública no País. [email protected] Painel 17 HABILIDADES PARA A VIDA: UMA EXPERIÊNCIA COM UNIVERSITÁRIOS. Maria Luiza Corrêa, Lucas Ribeiro Marques de Oliveira, Felipe Santos da Silva. Roberta Moreira Pompeu, Dra. Mônica de Andrade e Dra. Regina Célia Souza Beretta (UNIFRAN) Palavras Chave: Grupo teórico-prático, universidade, terapia cognitivo comportamental A Terapia Cognitivo Comportamental é constituída de intervenções orientadas para a compreensão de fenômenos cognitivos, emocionais e comportamentais. Atua no tratamento de transtornos psiquiátricos e também para a aquisição de habilidades pessoais e sociais. Em 1993 a Organização Mundial de Saúde nomeou as Habilidades para a Vida. Estas são constituídas por dez habilidades: comunicação assertiva; empatia; relações interpessoais; solução de problemas; tomada de decisão; pensamento crítico; pensamento criativo; manejo das tensões e do estresse; manejo de emoções e sentimentos; e autoconhecimento. Intervenções utilizando as Habilidades para a Vida têm demonstrado resultados positivos no desenvolvimento psicossocial de adolescentes. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência do desenvolvimento de um grupo teórico-prático de Habilidades para a Vida no contexto da Universidade. O grupo foi conduzido por uma docente e dois discentes do Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde e contou com a participação voluntária de 6 integrantes: graduandos e pós-graduandos dos cursos de Psicologia e Promoção de Saúde da UNIFRAN. Foi desenvolvido em sete encontros semanais com duração de três horas cada encontro. O conteúdo das dez habilidades foi trabalhado tendo como referência os recursos da Organização Ibero-americana – EDEX (Educação e Experimentação): dinâmicas, textos reflexivos e exercícios. Ao final do grupo os integrantes relataram que: 1. “a construção do conhecimento foi a partir do saber do grupo”; 2. “a didática foi colaborativa”; 3. “os exercícios proporcionaram situações para a vivência de cada habilidade e autoconhecimento para lidar com as situações diárias”; 4. “foi possível um maior amadurecimento a partir do desenvolvimento do lócus de controle

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interno” e 5. “os exercícios e conteúdos realizados no grupo podem ser instrumentos a serem utilizados em atendimentos psicoterápicos e institucionais”. Esta experiência demonstra que estudar e exercitar as Habilidades para a Vida em grupo possibilitou que o conhecimento se expandisse para outros contextos dos participantes: para o relacionamento com eles mesmos, com as outras pessoas e com o meio em que estavam inseridos. O saber então foi construído e desconstruído de maneira horizontal e os participantes se sentiram incluidos neste processo. Assim, percebe-se a necessidade da ampliação da pesquisa sobre o desenvolvimento das Habilidades para a Vida, para que esta ferramenta alcance outros contextos de maneira eficaz para a promoção da saúde mental. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 18 PENSAMENTOS NEGATIVOS PÓS NATAIS EM MÃES NA FASE PUERPERAL: RESULTADOS PRELIMINARES. Mariana Fortunata Donadon, Flávia de Lima Osório (FMRP USP) e Rocio Martin Santos (Universidade Autonoma de Barcelona) Palavras Chave: Expressão facial de emoção, set de estímulos e confiabilidade Introdução: O puerpério é um período de vida de uma mulher que precisa de atenção especial porque envolve inúmeras mudanças físicas, psíquicas, hormonais e interações sociais com o bebê. Sabe-se também que a depressão pós-parto (DPP), cuja etiologia é multifatorial, pode comprometer o funcionamento emocional das mães e pode até interferir na qualidade da interação entre mãe e bebê, ocasionando nas mães uma série de prejuízos. Além disso, a literatura aponta que mães com DPP tendem a apresnetar uma 'serie de pensamentos negativos pós natais associados ao bebê e essa nova fase da vida. Objetivos: Analisar e comparar os resultados do questionário de pensamentos negativos pós natais, respondidos por mães na fase puerperal com a presença do diagnóstico de depressão pós parto (DPP) em comparação a mães saudáveis. Materiais e métodos: Nove mães com diagnóstico de PPD e nove mães de controle foram avaliadas através da escala autoaplicável, chamada questionário de pensamentos negativos pós-natal (QPNP), contendo de 17 itens. A análise dos dados foi realizada utilizando o pacote estatístico Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), através de uma estatística não paramétrica, utilizando-se do teste de Mann Whitney, e adotando como um nível de significância p<0,05. Resultados/discussão: Encontrou-se que mães com diagnóstico de DPP apresentam mais pensamentos negativos pós natais totais (X=11,39; DP=13,71; Mediana: 23) em relação à mães controle (X= 0,44; DP= 0,85; Mediana= 1), com diferenças estatisticamente significativas (Z= - 3,55; p=0,000). Tais dados vão ao encontro da literatura que apontam para uma série de prejuízos em mães com DPP, a saber: vínculo prejudicado entre mãe-bebê, interação entre mãe-bebê; prejuíjos para o neurodesenvolvimento saudável do bebê, o que pode impactar diretamente na relação e/ou cuidados com o bebês, comprometendo o funcionamento emocional das mães e dos bebês. Diante de tais dificuldades, as mães com DPP dificilmente procuram

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tratamento, mesmo sabendo que tais dificuldades poderiam ser objeto de psicoterapia cognitivo-comportamental. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 19 HISTÓRIA DAS TERAPIAS DE BASE COMPORTAMENTAL E COGNITIVA NO BRASIL: CATEGORIZAÇÃO DE TEXTOS PUBLICADOS NA COLEÇÃO SOBRE COMPORTAMENTO E COGNIÇÃO. Marina Martini, Caroline da Cruz Pavan-Cândido e Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP) Palavras Chave: Método histórico, terapia comportamental e terapia cognitiva A história das terapias de base comportamental e cognitiva, no Brasil, foi iniciada em 1961 com a vinda de Keller e a realização do primeiro curso de análise do comportamento. As primeiras aplicações dessas terapias aconteceram nas clínicas, depois se expandiram para instituições. Trinta anos depois, Rangé e Guilhardi idealizaram e ajudaram na criação da Associação Brasileira de Psicologia e Medicina Comportamental. A partir de 1997, a Associação passou a publicar a coleção Sobre Comportamento e Cognição, conjunto de livros, reunindo as apresentações realizadas durante seu encontro anual. Considerando a importância da pesquisa histórica em psicologia, o papel da ABPMC e a relevância da Coleção para a formação de psicólogos nestas áreas, foi proposto um estudo histórico que tem como um de seus objetivos selecionar os capítulos da Coleção Sobre Comportamento e Cognição que constituem a base para uma análise histórica das terapias de base cognitiva e comportamental no Brasil. Para tal, o método utilizado foi a leitura dos títulos dos capítulos a partir de uma compilação dos sumários dos 27 volumes fornecida pelo site da ABPMC. Os títulos foram lidos e selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão com a finalidade de identificar quais capítulos constituem fontes primárias. Os capítulos selecionados foram classificados em 7 categorias sendo elas: conceitos (capítulos que expliquem conceitos das terapias de base comportamental ou cognitiva), descrição (capítulos que descrevam as terapias de base comportamental ou cognitiva), aplicação (capítulos que relatem a aplicação das terapias de base comportamental e cognitiva em algum distúrbio ou contexto específico), pesquisa (capítulos sobre pesquisa da terapia de base comportamental ou cognitiva), terapeuta (capítulos sobre as competências esperadas de um terapeuta ou sua formação), relatos (capítulos sobre experiências de teóricos ou terapeutas de base comportamental ou cognitiva) e estudos de caso (capítulos que ilustrem as terapias de base comportamental ou cognitiva através de um caso clínico). Observou-se a predominância de capítulos do tipo aplicação (314 capítulos) e foram categorizados como conceitos 87 capítulos, 96 como descrição, 24 como pesquisa, 52 como terapeuta, 13 como relatos e 22 como estudos de caso, totalizando 608 capítulos selecionados para análise. Em uma próxima etapa, esses capítulos serão usados para construir o percurso histórico das terapias de base cognitiva e comportamental. A partir deste primeiro levantamento pôde-se concluir que a coleção apresenta conteúdo diverso e relevante para a construção da história que se deseja relatar.

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Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 20 APRENDER PARA ALÉM DO DIAGNÓSTICO: UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO PARA MODIFICAÇÃO DE CRENÇAS. Monara Nelid Fortuna Vieira, Mayra Antonelli Ponti, Patrícia Ferreira Monticelli e Fabiana Maris Versuti (Universidade de São Paulo- Departamento de Psicologia - Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - FFCLRP-USP) Palavras Chave: Professores; psicologia; determinismo genético As crenças afetam as reações dos sujeitos diante de determinadas situações e impactam suas práticas cotidianas. Este conceito contribui para construção da compreensão sobre a flexibilidade dessas crenças. O foco deste estudo é a crença na imutabilidade de traços geneticamente influenciados, que afetam o processo de ensino e aprendizagem. Objetiva-se estabelecer uma proposta de intervenção para modificação das crenças de professores sobre o desempenho de alunos com algum traço que afete a aprendizagem. Adotamos o seguinte delineamento: Etapa 1- Escolha de instrumentos para caracterização das crenças dos professores acerca de como os alunos aprendem (o “Biology, Health and Environmental Education for better Citizenship”, adaptado ao Brasil, dentre outros dois); Etapa 2- Desenvolvimento de uma Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) - Banco de filmagens: vídeos curtos com relatos verídicos de sujeitos que, apesar de uma condição que poderia afetar seu processo educacional, obtiveram sucesso acadêmico e sócio cognitivo ao serem expostos a práticas educativas adequadas; Etapa 3 - Análise do impacto da TIC (Banco de filmagens) na modificação de crenças de professores no determinismo genético, por meio de uma nova aplicação dos instrumentos da etapa 1, para comparação. O banco de filmagens configura-se como um recurso de intervenção para modificação de crenças, funcionando como um modelo para o desenvolvimento de práticas educativas alternativas que consideram o diagnóstico e o potencial dos sujeitos para aprender. As práticas educativas registradas foram realizadas por diversos agentes, tais como, pais, professores, terapeutas ocupacionais, entre outros, totalizando até o momento 5 histórias filmadas. A construção desta ferramenta de intervenção caracteriza-se como inovadora no âmbito da formação docente, considerando a contribuição efetiva da psicologia no rompimento de crenças que geram prejuízos significativos ao processo de ensino e aprendizagem das pessoas. Por fim, o desenvolvimento e a propagação de práticas educativas que possam ir além do diagnóstico, expressa a relevância social e acadêmica inconteste da investigação apresentada. Apoio financeiro: CAPES [email protected] Painel 21 ESQUEMAS DE PERSONALIDADE MAIS PREVALENTES EM DOCENTES DE DIFERENTES CURSOS DE GRADUAÇÃO. Naiara Madalosso, Daniel Constantino Cunha e Liziane Leite Fernandes (Faculdade Pitágoras de Londrina)

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Palavras Chave: Esquemas; docentes; terapia A Terapia Focada nos Esquemas é uma abordagem sistemática, que amplia a TCC clássica, enfatizando um nível mais profundo de cognição, chamado de Esquemas iniciais desadaptativos (EIDs). Tais esquemas são estruturas responsáveis por processos de funcionamento da personalidade, que determinam a forma de interação do indivíduo. Falhas no processamento da informação, emoções intensas e comportamentos prejudiciais são adotados a partir da ativação desses esquemas. Os EIDs são estruturas interpretativas extremamente estáveis, duradouras e rígidas, que geram sofrimento e comportamentos disfuncionais em um grau significativo. A abordagem cognitiva focada em esquemas identificou dezoito esquemas iniciais desadaptativos, organizados em cinco domínios: (a) desconexão e rejeição; (b) autonomia e desempenho prejudicados; (c) limites prejudicados; (d) orientação para o outro e (e) supervigilância e inibição. Os 18 EIDs, agrupados nos cinco domínios descritos, caracterizados por déficits de necessidades desenvolvimentais básicos da criança que podem não ter sido atendidas, refere-se a autonomia; competência e sentido de identidade; liberdade de expressão e emoções; validação das necessidades; espontaneidade e lazer e limites realistas e autocontrole. O presente estudo propõe avaliar a identificação dos esquemas de personalidade mais comuns para diferentes cursos universitários (humanas, exatas e biológicas). Os participantes foram docentes universitários, do período noturno, de duas instituição privada de ensino superior, no interior do norte do Paraná. Até o presente momento, a amostra está constituída de 6 participantes, de ambos os sexos, de diferentes cursos. Os instrumentos utilizados para coleta de dados foram um protocolo de dados sócio-demográfico, elaborado pelos próprios autores, em conformidade com a literatura, e o Questionário de Esquemas de Personalidade – forma reduzida, adaptado e validado para o Brasil. Os resultados preliminares apontam diferenças não signiticativas entre as médias de respostas de esquemas Privação emocional, Isolamento social e Dependência/Incompetência. Desta forma, espera-se com este trabalho, apontar dados relevantes para contribuir e engrandecer os estudos sobre Terapia dos Esquemas e suas diversas possibilidades de intervenções. [email protected] Painel 22 ASPECTOS COMPORTAMENTAIS E EMOCIONAIS DE CANDIDATOS À CIRURGIA BARIÁTRICA. Paula Sforcin Lopes de Macedo, Maria Cristina Oliveira Santos Miyazaki, Thiago Sivieri, Carmen Silvia Costa Elias Fernandes, Ana Claudia Russoni e Carla Rodrigues Zanin (Hospital de Base - FUNFARME/FAMERP) Palavras Chave: Bariátrica; comportamentos; psicológico Cirurgia bariátrica é uma das estratégias terapêuticas indicada para o tratamento da obesidade, uma doença crônica não transmissível, considerada um problema de saúde pública. Tanto no desenvolvimento quanto na manutenção do excesso de peso, deve-se considerar a interação de fatores genéticos associados a um ambiente facilitador, envolvendo alimentação

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inadequada e falta de exercícios físicos, além de diversos estressores psicossociais. O objetivo deste estudo foi descrever aspectos comportamentais e emocionais de candidatos à cirurgia bariátrica a partir dos protocolos da avaliação psicológica pré-cirúrgica no período de 2003 a 2011. Foram analisados 221 protocolos de avaliação psicológica pré-operatória de pacientes candidatos à cirurgia em um hospital de ensino do interior paulista. Os resultados demonstraram que os pacientes eram principalmente do gênero feminino (76,47%), com média de idade de 36,85 anos, em união estável em 57,91% e a maioria (34,84%) com ensino médio completo. A maioria da amostra apresentou comorbidades com doenças físicas em 99,54% e optaram pela cirurgia movidos pela necessidade de melhora na saúde e estética em 63,8%. Escores médios de ansiedade e de depressão foram mais altos para as mulheres (Ansiedade: M = 14,85 ± 17,66; Depressão: M = 17,06 ± 10,79) que para os homens (Ansiedade: M = 13,32 ± 11,49; Depressão: M = 14,38 ± 9,87), mas sem diferença estatisticamente significante. A alta taxa de comorbidade é preocupante entre candidatos à cirurgia bariátrica, uma vez que tem importante impacto sobre a saúde, qualidade de vida e adesão ao tratamento pós cirurgia. Não houve correlação entre IMC (Índice de Massa Corporal) e sintomas de ansiedade e de depressão. Escores de qualidade de vida foram inferiores para as mulheres em relação à capacidade funcional (p=0,03) e dor (p=0,03). Escores de compulsão alimentar mostraram-se associados a pior qualidade de vida e a sintomas de depressão (p=0,00) e de ansiedade (p=0,00). Esse estudo demonstrou que a avaliação psicológica pré-cirúrgica permite identificar características comportamentais e emocionais que podem comprometer os resultados do procedimento e intervir adequadamente. [email protected] Painel 23 CRENÇAS PARENTAIS E AUTISMO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. Pedro Henrique Tertuliano Leoni, Marisa Brufato Ferraz Capuzzo Jábali, Alessandra Ackel Rodrigues (Centro Universitário Barão de Mauá) Palavras Chave: Autistimo, transtorno do espectro autista e crenças parentais A forma como os indivíduos dão sentido às suas experiências e processam a realidade influencia diretamente suas emoções e comportamentos. Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre as crenças parentais relacionadas ao autismo por meio de uma busca nas plataformas SCIELO, LILACS e Periódicos CAPES com os descritores Crenças, Autismo, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno do Espectro do Autismo, Transtornos Globais do Desenvolvimento, Desenvolvimento Atípico e Transtornos Invasivos do Desenvolvimento. Encontraram-se 100 referências em potencial na busca realizada no período entre outubro e novembro de 2017. Após a leitura dos resumos e aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, foram incluídos três estudos de campo publicados em língua portuguesa, entre o período de 2007 a 2017 e que tratavam sobre crenças parentais e autismo. Efetou-se a releitura das referências selecionadas, buscando-se aspectos relevantes e similares sobre as crenças parentais quanto à existência de filhos autistas. Houve uma congruência entre os três estudos quanto às crenças originárias do autismo e a maneira como influenciam direta e indiretamente a

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compreensão parental a respeito de sua etiologia. Além disso, as crenças parentais mostraram-se importantes para a elaboração do diagnóstico de TEA e seu prognóstico, influenciando na escolha dos possíveis tratamentos de seus filhos e nas condutas a serem adotados pelas famílias frente às suas potencialidades, habilidades e dificuldades. O senso de autoeficácia materno também parece influenciar na percepção dos recursos ambientais disponíveis para cuidado dos filhos. Relações sociais e culturais, bem como a exposição a fatores ambientais também afetam a forma como as famílias lidam com o TEA. Mostraram-se comuns as crenças de culpabilização dos pais a respeito do transtorno de seus filhos, aquelas direcionadas à possibilidade de cura e relacionadas à atribuição de sentido aos comportamentos do filho. O investimento no desenvolvimento da criança é um fator presente não só quando os pais identificam possibilidade de melhora, mas também quando percebem que o diagnóstico não mudará. Condições como a sensação de amparo na relação com os profissionais, excesso de tarefas que recaem sobre a mãe e a comparação entre irmãos são influenciadores de crenças. Conclui-se que atualmente há uma escassez de estudos referentes à temática estudada, evidenciando a importância da realização de pesquisas sobre o papel das crenças parentais na vivência familiar no contexto do TEA, uma vez que elas podem influenciar na adaptação e enfrentamento das famílias. [email protected] Painel 24 APLICAÇÃO DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM UM CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL. Suélen Mazieri Lhamas e Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Palavras Chave: Centro de atenção psicossocial, terapia cognitivo-comportamental e funções cognitivas Inicialmente direcionada para clínica, a Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) hoje é empregada na Rede de Cuidados Básicos e Integrados de saúde, por exemplo, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), no atendimento a indivíduos com transtornos mentais graves. Objetiva-se apresentar a aplicação da TCC em um CAPS III ao longo de três semestres. No primeiro semestre conduziu-se um grupo de homens com esquizofrenia crônica. As atividades visavam avaliação e treino das funções cognitivas dos pacientes, como memórias afetivas, atenção, memória de curto e longo prazo, linguagem, psicomotricidade, velocidade de processamento da informação, vigilância e treino de autocontrole: música “Tocando em Frente”; pote de lembranças positivas do ano; psicoeducação sobre o janeiro branco, destacando a importância da saúde mental; Quiz sobre futebol; batata Quente com perguntas sobre atualidades; histórias para avaliar compreensão da informação verbal; elaboração de histórias a partir de objetos inusitados; cartão para o dia da mulher; dizer que foi a feira e comprou uma fruta, o paciente seguinte deveria dizer a fruta do colega e a sua, assim sucessivamente. No segundo semestre conduziu-se outro grupo de homens com cognição preservada. As intervenções abordaram regulação da raiva, sexualidade, treino de assertividade com role play e histórias, aplicação de técnicas de relaxamento e mindfulness. Os pacientes acompanhavam bem a

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terapia e mostraram flexibilização quanto a pensamentos rígidos sobre os temas abordados. Nesse semestre também desenvolveu-se psicoeducação em sala de espera com os temas: depressão, desesperança e suicídio, psicofobia, autonomia, conhecimento e expectativas frente aos transtornos mais comuns e sentido da vida. Foram usadas dinâmicas de adivinhação, role-play, vídeos e resolução de problemas. Os presentes compartilhavam suas histórias e tiravam dúvidas. No terceiro semestre conduziu-se um grupo de música com pacientes com diferentes níveis de comprometimento cognitivo. Cada paciente escolhia uma música para a semana seguinte e a estagiária conduzia a discussão. Temas abordaram amores antigos, afastamento de pessoas próximas que sentiam saudades, o que fizeram da vida e o que ainda podiam fazer, superação, comunicação, preconceitos sofridos por terem um transtorno mental, arrependimento, gratidão e importância de pedir desculpas. Também foram elaborados projetos terapêuticos singular dos pacientes, por meio de entrevista e intervenções breves como resolução de problemas. Verificou-se engajamento dos pacientes nas atividades propostas e discussão sobre os temas levantados. A estrutura da TCC mostrou-se adequada ao contexto dos CAPS, adaptando as atividades à compreensão do público-alvo. [email protected] Painel 25 ESTUDO DE CASO: TERAPIA DE RECICLAGEM INFANTIL PARA MANEJO DE RAIVA E AGRESSIVIDADE. Suzana Peron, Isabela Maria Freitas Ferreira e Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP) Palavras Chave: Atendimento infantil; terapia de reciclagem infantil Pesquisas apontam que entre 10% a 25% das crianças e adolescentes, em um algum momento, podem vir a apresentar certo comprometimento clínico, necessitando de tratamento especializado. Como opção de intervenção para crianças, encontra-se o Protocolo de Terapia de Reciclagem Infantil (TRI), o qual tem como objetivo trabalhar as emoções, reciclar os pensamentos e inovar os comportamentos da criança por meio de três etapas, com duração média de 20 sessões. Em cada etapa é utilizado um material específico voltado para atividades referentes ao tema trabalhado naquele momento, sendo eles os Baralhos das Emoções, dos Pensamentos e dos Comportamentos. O objetivo do presente trabalho consiste em apresentar os dados referentes ao atendimento realizado dentro do protocolo de Terapia de Reciclagem Infantil para queixa de agressividade e raiva. A paciente submetida ao protocolo foi uma menina com 10 anos de idade, encaminhada para o atendimento pela escola, em decorrência de frequentes comportamentos agressivos e explosões de raiva em ambiente escolar, que resultaram em agressão física a colegas e constantes reuniões da diretoria com a responsável pela criança. Para a avaliação quantitativa da intervenção foram aplicados o Inventário de Depressão Infantil (CDI) e a Avaliação para Transtornos Emocionais Relacionados à Ansiedade em Crianças (SCARED), e, para a avaliação qualitativa foi utilizada observação cínica e relatos de sessões. O atendimento ocorreu durante o ano de 2017, com duração de 24 sessões, de frequência semanal, sendo que não ocorreu nenhuma falta da

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paciente durante o período. Ao final do atendimento, a pontuação dos escores dos instrumentos diminuiu de maneira a deixar de serem indicativos e identificados sintomas clínicos, enquanto que os episódios de agressividade e de raiva não mais foram apresentados pela criança. A adequada identificação das emoções e o trabalho com alternativas para o manejo da raiva se mostraram fundamentais para a melhora clínica do quadro apresentado. Portanto, considera-se que o protocolo TRI foi eficaz em diminuir episódios de raiva e agressividade, neste caso, assim como foi satisfatório no desenvolvimento de repertório de comportamentos assertivos e de resolução de problemas pela criança, possibilitando um relacionamento mais saudável com seus pares. [email protected] Painel 26 TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E DEPRESSÃO: INTERVENÇÕES NO CICLO DE REDUÇÃO DE ATIVIDADES. Tayla Fernandes Agostinho (Centro de Terapia Cognitiva Veda Ribeirão Preto (CTC Veda), Mariana Fortunata Donadon (Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo e CTC Veda Ribeirão Preto), Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (CTC Veda Ribeirão Preto). Palavras Chave: Psicoterapia, terapia cognitiva e depressão Introdução: A depressão corresponde hoje à principal causa de incapacidade no mundo. Para grande parte dos indivíduos o transtorno é crônico e recorrente podendo levar ao suicídio. Existem diversos tipos de tratamentos indicados para a depressão, dentre eles, muitas pesquisas demonstram a eficácia da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC). Ao pensar no tratamento da depressão, o ciclo de redução de atividades é um dos mais importantes mantenedores do problema, pois funciona como um loop de retroalimentação em que o indivíduo, devido ao humor deprimido, reduz suas atividades perdendo os reforçadores decorrentes das mesmas, agravando seu estado depressivo. Objetivo: objetivou-se demonstrar com esse trabalho intervenções da TCC sobre o ciclo de manutenção de redução de atividades em um atendimento individual de um paciente deprimido. Material e métodos: O presente estudo de caso descreve o atendimento de um paciente do sexo masculino, de 24 anos, submetido a 29 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na modalidade individual. Na avaliação diagnóstica, foram utilizados os critérios do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) e os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança (BHS). O plano de tratamento envolveu técnicas cognitivo-comportamentais tais como psicoeducação, quadro de atividades, lista de atividades prazerosas, registro e avaliação de pensamentos automáticos, reestruturação cognitiva e prevenção de recaídas. Resultados:Como resultados verificou-se uma diminuição do humor depressivo com escores pré-teste (BDI=33; BAI=23; BHS=12) e pós-teste (BDI=4; BAI=2; BHS=2). Também foi possível a retirada do medicamento para indução do sono. Além disso observou-se que ao interromper o ciclo de redução de atividades o paciente também flexibilizou crenças enrijecidas,

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passando a apresentar comportamentos mais funcionais, alcançando conquistas em diversas áreas de sua vida, principalmente no âmbito acadêmico, retomando os estudos e sendo aprovado em disciplinas e processos seletivos importantes, aumentando sua autoeficácia. Discussão/conclusão: Conclui-se que ao conseguir interromper o ciclo de redução de atividades, o paciente apresentou melhoras imediatas em seu humor, cognições e comportamentos, voltando a obter recompensas advindas de sua ativação comportamental. Desta maneira o jovem passou a testar suas conclusões equivocadas, encontrando evidências contrárias aos seus pensamentos e crenças anteriores, adquirindo um novo repertório de habilidades, o que aponta para um impacto positivo das intervenções no ciclo de redução de atividades no tratamento de pacientes deprimidos. [email protected] Painel 27 ACIDENTES DE MOTOCICLETA: PERFIL SOCIODEMOGRÁFICO, CLÍNICO E COMPORTAMENTAL DE MOTOCICLISTAS ACIDENTADOS. Thaysa Castro Molina, Renan Hebert Matos, Monique Favero Beceiro, Giovana Trettel Bochini, Paulo César Espada e Maria Cristina Miyazaki (Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto) Palavras Chave: Acidentes de transporte, comportamento, transtornos mentais Introdução: Acidentes de trânsito (AT) são uma das principais causas de trauma no mundo. Objetivo: caracterizar o perfil sociodemográfico, clínico e comportamental de motociclistas vítimas de acidentes de trânsito. Casuística e Método: Participaram 19 pacientes atendidos na emergência e internados na enfermaria de Trauma do Hospital de Base de São José do Rio Preto - S.P. entre setembro/2016 e julho/2017. Após análise dos prontuários os pacientes foram entrevistados e solicitados a retornar em 30 dias para uma avaliação psicológica com o Mini International Neuropsychiatric Interview (MINI) e o Inventário de Auto-Avaliação para Adultos (ASR). Resultados: Média de idade 33,05±13,47; predomínio de homens (89,5%; n=17), solteiros (23,3%; n= 5), com ensino médio incompleto (31,5%; n=6) e renda de até três salários mínimos (36,8%; n=7); 57,9% (n=11) relataram consumo de álcool e desses 45,5% (n=5) relataram consumo diário (cerveja: 54,5%; n=6) associado ao comportamento de dirigir (63,6%; n=7); 31,8% (n=6) se envolveram em acidentes anteriores, 10,5% (n=2) participaram de discussões no trânsito e 27,3% (n=3) relataram conflitos prévios associados à ingestão alccólica. Em relação ao acidente atual, 52,6% (n=10) permaneceram internados até dois dias, com acompanhante (63%; n=12) e passaram pela UTI (47,3%; n=9). O perfil clínico da amostra foi caracterizado pelos scores: ISS (Injury Severity Score) médio 12,63 ± 9,07; RTS (Revised Trauma Score) de 7.841 para 100% da amostra; TRISS (Trauma and Injury Severity Score) de média de sobrevida de 98,37% ± 1,99%. A avaliação comportamental identificou pacientes com problemas internalizantes, externalizantes, de personalidade anti-social, de itens críticos e uso total de substâncias. O rastreio de sintomas de transtornos mentais indicou pacientes com dependência ou abuso de álcool, dependencia ou abuso de crack e Transtorno de Ansiedade Generalizada. Conclusão: Pacientes foram principalmente do sexo masculino, com história

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anterior de acidentes, uso de álcool e outras drogas, sintomas internalizantes e externalizantes. Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 28 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA DE GRUPO PARA A CESSAÇÃO DO TABAGISMO- SOB A ABORDAGEM COGNITIVO- COMPORTAMENTAL. Vanessa Lima Borges e Fyamma Mussato Antunes (Universidade federal de Uberlândia) Palavras Chave: Tabagismo, abordagem cognitivo-comportamental e grupo O tabagismo é uma problemática de saúde pública, sendo a principal causa de morte evitável no mundo e ocasiona doenças crônicas, principalmente respiratórias e cardíacas. Entre os diversos efeitos maléficos estão a dependência física e psicológica causada pela nicotina do tabaco. A dependência física é de cunho biológico e causa os sintomas da síndrome de abstinência quando se abandona o fumo (fissura). Em contrapartida, tem-se a dependência psicossocial, isto é, ter no cigarro um apoio ou mecanismo de adaptação para lidar com situações estressoras, de frustração e sentimentos de solidão. A abordagem cognitivo-comportamental, principalmente em grupos, é empregada para o tratamento desta problemática muitas vezes combinada ao tratamento medicamentoso com bupropiona e terapia de reposição de nicotina. O modelo cognitivo de dependência de substâncias psicoativas proposto por Aron Beck ressalta que as pessoas passam a apresentar dependência devido à criação de crenças de que o uso da substância traz um alívio em relação a frustrações, problemas e sentimentos negativos. Estas crenças podem ser de expectativas positivas (antecipatórias) de que o uso da substância produzirá prazer ou recompensa (p.ex, “fumar me deixará relaxado”) e/ou facilitadoras (permissivas) ao considerar o uso como aceitável apesar das consequências negativas (p.ex, “só uma tragada não me fará mal”). Portanto, a Terapia Cognitivo-Comportamental busca o manejo da fissura por meio do enfraquecimento das crenças disfuncionais e ensinamento de técnicas ao paciente como o treinamento de habilidades sociais, o automonitoramento, o controle de estímulos, relaxamento. Este estudo teve por objetivo verificar na literatura científica as produções que abarcam o tratamento do tabagismo dentro da Abordagem Cognitivo-Comportamental em grupo como forma principal de intervenção e sua eficácia. O método utilizado foi uma revisão bibliográfica de artigos científicos em língua portuguesa sendo incluídas três palavras chaves, Tabagismo, Abordagem Cognitivo-Comportamental e Grupo nas seguintes bases de dados: LILACS, SCIELO e PEPSIC. Consideraram-se os artigos relevantes ao tema publicados entre o ano de 1999 a 2017 e disponibilizados na versão completa categorizando-os em três temáticas: Abordagens da Saúde, Abordagem Cognitivo-Comportamental e Outras Abordagens da Saúde com a Abordagem Cognitivo-Comportamental. Nos resultados foram encontrados 47 artigos, porém após análise apenas 7 eram relevantes a pesquisa. Conclui-se que é concebível observar que são escassos os artigos publicados que relacionam o tabagismo, a abordagem cognitivo-comportamental e grupo em língua

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portuguesa. Apesar disso, a literatura encontrada atesta a importância e eficácia da abordagem cognitivo-comportamental para o tratamento do tabagismo, principalmente na modalidade de grupo. [email protected] Painel 29 DESENVOLVIMENTO DE ASSERTIVIDADE E REGULAÇÃO EMOCIONAL COM CRIANÇAS ESCOLARES: RELATO DE EXPERIÊNCIA. Regiane Apª Dias P dos Santos, Daniel Constantino Cunha e Liziane Leite Fernandes (Faculdade Pitágoras Londrina Pr.)

Palavras-chaves: TCCG com crianças; Regulação Emocional; Assertividade

RESUMO: Pesquisas tem demonstrado a importância das habilidades sociais bem desenvolvidas na vida do sujeito, as mais enfatizadas e valorizadas são: relação com os companheiros; autocontrole; habilidades sociais acadêmicas; ajustamento, asserção. Neste contexto, a Terapia Cognitivo-Comportamental em Grupo com Crianças vem desenvolvendo pesquisas de Treinamento em Habilidade Social e Regulação Emocional nos ambientes escolares, o presente trabalho foi desenvolvido em uma escola do norte do Paraná com o objetivo de desenvolver estratégias assertivas com duas crianças do 5º ano do ensino fundamental. Para realização do trabalho foram utilizados: Termo de consentimento livre e esclarecido, questionário sociodemográfico, Teste Sistema Multimídia de Habilidades Sociais de Criança, lápis de cor, papel sulfite, lápis, caneta hidrográfica, baralho das emoções, baralho do comportamento, computador, sala de aula, carteira, cadeira, cartolina, livros, ficha de monitoramento semanal das emoções. A atividade foi realizada no período de 6/04/2017 a 22/06/2017 com encontros semanais de duração de 90minutos, para o desenvolvimento foram aplicados teste de avaliação, introdução com leitura do livro sobre emoções e baralho das emoções, monitoramento da semana, desenhos para elaboração do tema aplicado representando o contexto de cada um. Como resultado foi possível notar melhoria na capacidade de reconhecer as emoções e conecta-las aos acontecimentos do dia, na gerência do comportamento como resposta da emoção. Resultado avaliado através de relato e monitoramento semanal. Pesquisas com o objetivo do desenvolvimento da regulação emocional e assertividade em ambiente escolar é imprescindível, pois estas têm demonstrado que nessa faixa etária a capacidade de absorver conteúdo de aprendizagem são favoráveis e os ganhos são para a vida do sujeito e da sociedade como um todo. [email protected] Painel 30 COMPORTAMENTO DOS FAMILIARES NA VISITA ESTENDIDA DE PACIENTES EM UTI GERAL ADULTO. Carmem Silvia Costa Elias Fernandes, Juliana Candido da Silva, Carla Rodrigues Zanin, Ana Paula Altimari Di Bernardo, Christiane Maia Waetman e Paula Sforcin Lopes de Macedo (Hospital de Base - FUNFARME/FAMERP) Palavras Chave: UTI; psicologia; visita

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A UTI é uma unidade que tem como característica atendimento aos pacientes que necessitam de cuidados intensivos. Pela característica, são fontes geradoras de estresse e de sintomas psicológicos e emocionais. A visita estendida possibilita a presença da família por um tempo maior com o paciente, o que pode ser um fator protetivo de delírios, sintomas de depressão, ansiedade e transtornos mentais, culminando em prejuízos na evolução do paciente durante o período de internação. Foi objetivo deste estudo analisar o comportamento dos familiares em visita estendida na UTI Geral Adulto, buscando identificar os comportamentos e verificar o perfil sociodemográfico. Os dados foram coletados por meio de um questionário aplicado em 21 familiares em UTI geral adulto de um hospital de ensino do município do interior paulista. Os resultados obtidos descreveram um perfil demográfico em sua maioria de familiares com idade entre 40 e 50 anos, gênero feminino, casados ou em união estável, que não completaram o ensino médio, sendo sua localização em municípios da região próxima a essa instituição. Quanto aos comportamentos identificados em relação a visita estendida, 66,67% acreditam que trazem segurança para o paciente. Questionamentos sobre o que os motivaram para a participação em visita estendida mostraram que 42,86% buscam informações a respeito de procedimentos e exames para tranquilizá-los, 95,24% estão em visita estendida por escolha própria mesmo que 66,67% não saibam o que a equipe espera dele enquanto acompanhante, 100% acreditam que sua presença tranquiliza o paciente e permanecem mais calmos segundo 66,67% dos participantes, 95,24% buscam conversar com o paciente quando este se cala no intuito de saber no que está pensando, quando há alterações cognitivas ou motoras do paciente 71,43% dos entrevistados dizem tentar se acalmar para tranquilizar o paciente. Os familiares apresentam comportamentos adequados, entretanto sentem faltam de informações a respeito das funções do acompanhante em visita estendida. [email protected] Painel 31 PROMOÇÃO DE SAÚDE MENTAL EM GRUPO PARA ADULTOS EM CONSULTÓRIO PARTICULAR: PROTOCOLO MÉTODO FRIENDS. Tatiane Sanches e Rose Guedes (Instituto Flow Ir Psicologia e Desenvolvimento de Pessoas) Palavras Chave: Promoção de saúde mental; habilidades socioemocionais; resiliência. Introdução: É crescente os números de transtornos ansiosos e depressivos no Brasil. Portanto, intervenções e estudos que visam prevenção e promoção de saúde mental devem ser incentivadas. Estes objetivam estudos transversais seja para tratamento de resiliência em uma sociedade caótica, seja para promoção e prevenção de futuras vulnerabilidades.As ciências humanas têm buscado de forma cientifica intervenções para essa demanda. Neste campo encontramos programas como o Método Friends que é um protocolo internacional de intervenção em saúde mental em grupo com o objetivo de desenvolver e aprimorar habilidades socioemocionais, promover resiliência e prevenir ansiedade e depressão em crianças, jovens e adultos. Objetivo:

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Avaliar os efeitos do Método Friends em contexto clínico. Método: Foram quase cinco meses compostos por 10 encontros semanais de uma hora e meia cada, com atividades lúdicas e reflexivas de para o desenvolvimento de (HSE) fundamentadas na terapia cognitivo-comportamental, psicologia positiva e de evidências das neurociências, mais dois encontros de follow up. O método foi aplicado em consultório particular na cidade de Guarulhos, SP, em quatro adultos do sexo feminino com idades entre 26 e 55 anos. Para avaliação dos efeitos do programa foram utilizados três instrumentos [PANAS – Escala de Afetos Positivos e Negativos; Escala de Autoestima de Rosemberg; e Escala de Esperança Cognitiva] em três momentos: antes do 1º encontro (basal) e após o 10º encontro e após o último encontro (acompanhamento), e além da avaliação qualitativa por meio de relatos dos participantes. Resultados: A análise quantitativa demonstrou melhoras nos três parâmetros avaliados. Na avaliação qualitativa continuada por meio dos relatos das participantes, apontou mudança em seus hábitos de vida, como o início da prática de atividades físicas, mudanças de hábitos alimentares e treino de relaxamento como parte da rotina com seus familiares, logo nas primeiras semanas. Conclusão: O autorrelato das participantes no follow up, demosntrou flexibilidade no repertório de comportamentos visando mudanças cognitivas continuas. Fica claro a motivação para continuar aplicando o aprendizado para a vida. Sabemos que mais pesquisas se fazem necessárias do Método no Brasil, embora intervenções em grupos apesentam-se como promissoras no contexto de clinicas particulares. [email protected] Painel 32 A TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL ALIADA À TERAPIA DO ESQUEMA NO TRATAMENTO DE TRANSTORNO BIPOLAR EM COMORBIDADE COM TRANSTORNO DO ESTRESSE PÓS TRAUMÁTICO. Ailton Carrilho da Silva Junior e Aline Henriques Reis (UFMS). Palavras Chave: terapia do esquema e tcc, tept, tab A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), em conjunto com Terapia do Esquema (TE), ampliam o repertório de intervenção. Apresentamos o caso de uma paciente solteira, 28 anos, ensino médio completo, em afastamento médico do trabalho. Veio encaminhada pelo CAPS com baixo rendimento na terapia de grupo. Fechou critérios para Transtorno Bipolar I (TB), e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), decorrente de abuso sexual na infância. Apresentava medo de ficar sozinha, pensamentos suicidas, crença de amor condicionado à ideia de ser útil, baixo repertório de defesa de direitos pessoais, medo de sair sozinha e se aproximar de potenciais parceiros amorosos, temendo sofrer novos abusos. Baseado na TCC, utilizou-se psicoeducação para o TB, identificando os principais sinais para início de episódio depressivo ou bipolar, medidas de proteção para evitar novos episódios. Utilizaram-se técnicas de Role-playing, relaxamento, interrupção de pensamentos ruminativos, registro de pensamentos desadaptativos (RPD), entre outras. Considerando a dificuldade de expor as necessidades, treinaram-se habilidades sociais, defesa de direitos e reestruturação cognitiva, pois havia repertório de habilidades, mas crenças invalidantes, por

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exemplo, que para ser considerada boa, precisava “fazer tudo por todos”, submetendo-se aos outros para não perder o amor. Outra crença dizia que “Deus tem mais para dar que o outro para tirar”, autorizando e justificando abusos sofridos. A TE foi eficaz na intervenção junto ao TEPT. Nas técnicas de imagem promoveu-se reparentalização com a figura do terapeuta na imagem confrontando e afastando o abusador, e atribuindo a este a culpa; desfazendo a imagem distorcida da criança enquanto responsável ou culpada. Em outra imagem mental a paciente criança contava para a mãe sobre o abuso, objetivando livrar-se do silêncio e da culpa. Em outra imagem mental a paciente ventilou a raiva da mãe pela negligência, usando a imagem da paciente no modo adulto saudável para repaternalizar a si mesma enquanto criança vulnerável, usando os nomes que esta deu aos modos. Finalmente, solicitou-se uma tarefa de conversar com a mãe para entender sua história de vida e como esta se tornou a mãe que ela foi naquele momento histórico. Trabalhou-se o perdão à mãe e as condições de seguir adiante. Na alta a paciente estava se aproximando de um rapaz que gostava há algum tempo e aprendeu a se posicionar quanto aos próprios direitos. Não apresentou recaída do TB, e verificou-se remissão dos sintomas de TEPT. Em diversos momentos o intercâmbio da TCC e a ênfase emocional da TE se fez importante. [email protected] Painel 33 SINTOMAS DEPRESSIVOS EM ADOLESCENTES DE 13 ANOS DE ESCOLAS ESTADUAIS DE RIBEIRÃO PRETO. Amanda Gentile Strozzi e Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP) Palavras Chave: Adolescência, sintomas depressivos e inventário de depressão infantil A adolescência compreende a faixa etária entre os 10 e 19 anos e abarca um conjunto de mudanças físicas, psíquicas e sociais. Segundo a Organização Mundial da Saúde, aproximadamente 20% das crianças e adolescentes apresentam algum problema de saúde mental, sendo o transtorno depressivo um dos mais prevalentes. Os sintomas depressivos nos adolescentes são os mesmos presentes nos adultos com prejuízos em várias áreas da vida e, ainda, os indivíduos dessa fase podem apresentar irritação e instabilidade como sintomas adicionais. Tendo em vista as altas taxas de prevalência de sintomas depressivos nos adolescentes e os grandes prejuízos que esses sintomas trazem para o indivíduo, este trabalho objetivou caracterizar os sintomas depressivos da amostra item a item e em relação aos escores totais realizando uma comparação entre os sexos em adolescentes de 13 anos de escolas estaduais de Ribeirão Preto, que responderam o Inventário de Depressão Infantil. A análise foi realizada por meio de um banco de dados do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo-Comportamental (LaPICC) da Universidade de São Paulo, a partir do uso de estatística descritiva e inferencial. Os dados obtidos no estudo corroboram com a literatura ao apresentar um escore médio total de 12,02 (DP = 8,91) no CDI. O mesmo aconteceu com a média de cada um dos sexos: a média das meninas foi 14,21

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(DP = 9,78) e dos meninos, 8,76 (DP = 6,17). Os itens do inventário também foram agrupados em três fatores: (1) afetivo-somático; (2) relação com o outro e (3) desempenho; obtendo-se média igual a 3,34 (DP = 3,60) no Fator 1; média igual a 3,62 (DP = 2,79) no Fator 2 e média igual a 4,98 (DP = 3,59) no Fator 3. Na análise de cada um dos itens, observou-se que o valor médio obtido em cada um deles foi maior no sexo feminino, com exceção do item que se refere ao envolvimento em brigas. Acrescenta-se que, no geral, foi possível observar uma aparente diferença entre os sexos, sendo as meninas as que apresentaram escores mais altos. Dessa forma, é esperado que o conhecimento seja ampliado e contribua com o oferecimento de subsídios para a adoção de ações preventivas e de tratamento dessa patologia, para esta população específica. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 34 PERCEPÇÃO DE ESTRESSE EM ESTUDANTES DE PSICOLOGIA: UMA ANÁLISE DE VARIÁVEIS SOCIEDOMOGRÁFICAS, ACADÊMICAS E PSICOSSOCIAS. Andressa Parra de Sousa, Ivan Luis Tonani, Andressa Parra de Sousa, Jéssica Fernanda Fuliotto Messias, Celso Waldemar Steimbach Batista, Marlene de Cássia Trivellato-Ferreira e Alessandra Ackel Rodrigues (Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto – SP). Palavras Chave: Estresse percebido; graduandos; vivência universitária A vivência no ensino superior é intensa em mudanças e necessidade de adaptação, sendo considerada um momento de estresse significativo. A forma como os estudantes percebem e atribuem sentido a essa experiência será determinante para suas emoções e comportamentos. Este estudo objetivou descrever o perfil sociodemográfico, acadêmico e psicossocial de graduandos de psicologia do ensino noturno em uma instituição de ensino privada do interior de São Paulo e identificar variáveis que influenciam na sua percepção de estresse. Os dados foram coletados com a Escala de Estresse Percebido (EEP) e um roteiro com informações sociodemográficas, acadêmicas e psicossociais (RISAP) e analisados com o pacote IBM-SPSS/22. Entre os 185 respondentes, a maioria tinha entre 18 e 24 anos (69,7%), era do sexo feminino (81,6%), solteira (85,4%), sem filhos (86,5%), morava com familiares (57,8%), conciliavam estudos e trabalho (57,8%) e tinha renda mensal de até três salários mínimos (39,5%). Do ponto de vista acadêmico, a maioria não tinha bolsa de estudos (69,2%), recebia ajuda financeira (69,2%), demonstrava satisfação com o curso (97,3%), não pensava em abandoná-lo (68,1%), não tinha dificuldade para relacionar-se com colegas (88,1%) ou professores (96,8%) e a maioria nutria expectativas otimistas quanto ao mercado de trabalho após a conclusão da graduação (74,6%). Para as variáveis psicossociais, a maioria dos graduandos sentia-se sobrecarregado com as demandas do curso (85,4%) e para conciliá-las com trabalho (58,9%) e sentia-se satisfeita com a qualidade de vida (56,8%). O índice médio da EEP foi de 30,71 (±8,03), sugerindo estresse moderado. A análise com os testes de Mann-Whitney e Kruskall-Wallis indicou maior estresse percebido entre os alunos mais jovens (p=0,04), que pensavam em abandonar o curso (p=0,000),

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tinham expectativas pessimistas sobre o mercado de trabalho (p=0,000), recebiam ajuda financeira de familiares (p=0,01), não tinham espaço adequado para estudo (p=0,04), estavam insatisfeitos com a qualidade de vida (p=0,01), sentiam-se sobrecarregados com as demandas do curso (p=0,00) e com o deslocamento de casa à faculdade (p=0,00). Os dados sugerem que os estudantes estão sujeitos a um nível significativo de estresse durante a graduação, sendo influenciado tanto por variáveis psicossociais, quanto por demandas da própria vida acadêmica. Além disso, um importante componente cognitivo foi evidenciado nas expectativas negativas sobre o futuro. A vivência universitária é um importante momento de transição e é necessário cuidar da saúde mental do estudante. Fazem-se necessários mais estudos na área que possam fomentar estratégias de intervenção visando o manejo de estresse. [email protected] Painel 35 O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS EM CONJUNTO COM A EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL E SUA RELAÇÃO COM O STRESS E PROBLEMAS DE COMPORTAMENTO NA ADOLESCÊNCIA Angela Tessaro Felisberto e Priscila de Camargo Palma (Instituto Paranaense de Terapia Cognitiva) Palavras-chave: Habilidades sociais; desenvolvimento socioemocional; estresse; problemas de comportamento.

A adolescência é marcada pelanecessidade de integração social, desejo de autonomia, autoafirmação e diversas mudanças. Ela se torna uma fase vulnerável devido à presença de emoções contraditórias, alterações físicas, biológicas e psicológicas. As dificuldades interpessoais ocorremem função do repertório de habilidades sociais empobrecido, principalmente em termos de empatia, expressão de sentimentos e resolução de problemas. Contudo, esta é a fase ideal para a qualificar e desenvolvero repertório de habilidades sociais.Em função das modificações cognitivas e afetivas durante a adolescência, fatores emocionais, tais como autoestima e a capacidade de regulação emocional, são importantes para a promoção de saúde e qualidade de vida. O desenvolvimento socioemocional contribui para aprendizagem de emoções, possibilitando a prática de atitudes e habilidades com foco em regulação emocional, demonstração de empatia, estabelecimento de relações positivas e respostas adequadas às frustrações, angústias e medos, adquirindo capacidade de resiliência. Este estudo teve como objetivo treinar e fortificar o repertório de habilidades sociais e aprendizagem da educação socioemocional em adolescentes. A pesquisa visou entender a relação do stress e de problemas de comportamento com o desenvolvimento de habilidades.Participaram do levantamentocinco adolescentes: três do sexo masculino e duas do sexo feminino, os quais apresentavam idade entre 11 e 15 anos (M=12,4; Dp=1,5). Apoiou-se no Inventário de Habilidades Sociais para Adolescentes (IHSA) e a Escala de Stresspara Adolescentes (ESA) como medidas da eficácia da intervenção. Foram realizados 15 encontros semanais, nos quais se utilizou uma versão adaptada do protocolo proposto por Neufeld et al. (2014). Como resultado, observou-se que os comportamentos

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externalizantes(agressividade física ou verbal) e internalizantes (padrões de ansiedade, fobia social, isolamento e baixa autoestima e autoconceito), gerados a partir de cargas sociais e econômicas, foram amenizados a partir do treinamento.Conclui-se que, o treinamento de habilidades sociais e aprendizagem da educação socioemocional,contribuiu para a diminuição do nível de stress e dos problemas de comportamento da amostra, tornando evidente o benefício haurido por cada participante, seja na autoestima, autonomia ou integração social. [email protected] Painel 36 O EFEITO DO MINDFULNESS NO TRATAMENTO DAS CEFALEIAS PRIMÁRIAS. Brisa Burgos Dias Macedo, Cristiane Von Werne Baes e Catarina Nívea B. Menezes (Universidade de Fortaleza) Palavras Chave: Mindfulness; dor crônica; terapia cognitivo-comportamental. As dores de cabeças estão entre as doenças mais incapacitantes do mundo e estudos avaliando o papel das intervenções farmacológicas e não-farmacológicas para estes quadros têm sido realizados e amplamente descritos na literatura científica. Entre as intervenções não-farmacológicas, as práticas baseadas em mindfulness têm sido cada vez mais utilizadas. O mindfulness é considerado uma modalidade de intervenção baseada em preceitos orientais eficaz no controle do estresse, mas que também tem sido estudada a partir do enfoque da Terapia Cognitiva Comportamental. Apesar de constantemente utilizado como forma de intervenção, os resultados dos estudos sobre a eficácia do mindfulness são contraditórios em diversas áreas. Sendo assim, o objetivo do presente artigo foi avaliar, a partir de uma revisão bibliográfica de caráter sistemático, a eficácia do mindfulness no tratamento das dores de cabeça primárias. Para isto, foi realizada a busca nas bases de dados PubMed, Web of Science, Scopus e PsycINFO utilizando as palavras “mindfulness OR mind body OR mind-body” AND “Cognitive Therapy OR Cognitive behavior therapy” AND “migraine OR headache”. A busca inicial resultou em 96 artigos, entretanto, ao final, foram selecionados apenas 6 ensaios clínicos que compararam o mindfulness a um grupo controle ou outra modalidade de intervenção. A qualidade dos artigos também foi avaliada. Os estudos selecionados para a revisão apresentaram avaliação de diferentes dimensões da dor, o que dificultou a comparação. Quanto à qualidade metodológica dos trabalhos, os escore variaram entre um e quatro. Além disto, os estudos foram heterogêneos quanto aos protocolos de mindfulness escolhidos e a utilização dos instrumentos propostos para avaliação. Os estudos avaliados ainda apresentaram tamanho amostral pequeno e classificados como de baixo poder estatístico, o que comprometeu a avaliação do desfecho da revisão. Em conclusão, apenas uma potencial eficácia do uso mindfulness no tratamento das dores de cabeça pôde ser observada neste estudo. Não é possível afirmar que as intervenções baseadas em mindfulness sejam mais eficazes que a Terapia Cognitivo-Comportamental padrão no tratamento de dor de cabeça primária. Estudos futuros com amostras maiores e com delineamentos mais fidedignos devem ser realizados a fim de confirmar estes achados.

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[email protected] Painel 37 SÍNDROME DO INTESTINO IRRITÁVEL: TRATAMENTO CONVENCIONAL E TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Carla Rodrigues Zanin, Neide Aparecida Micelli Domingos, João Gomes Netinho, Paula Sforcin Lopes de Macedo e Carmem Silvia Costa Elias Fernandes (Hospital de Base - FUNFARME/FAMERP). Palavras Chave: Intestino irritável; tratamento; terapiacognitivo-comportamental A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um transtorno gastrintestinal crônico que acarreta prejuízos significativos na qualidade de vida dos pacientes e está associado ao estilo de vida e comportamentos. O objetivo do estudo foi avaliar os sintomas da Síndrome do Intestino Irritável e hábitos diários no pré e pós tratamento cognitivo-comportamental e tratamento convencional. Participaram do estudo 14 pacientes adultos (21 a 65 anos) em acompanhamento uma vez na semana durante quatro meses no Ambulatório de um Hospital de Ensino do interior paulista e follow-up de seis meses. A seleção foi por amostra de conveniência para os grupos de intervenção (Terapia Cognitivo-Comportamental - GTCC) e controle (Tratamento Convencional – GTC). Foi utilizada uma ficha com dados sóciodemográficos, sintomas da SII e hábitos diários. Pacientes de ambos os grupos apresentaram resultados compatíveis em relação ao gênero masculino, com média de idade de 54,14 anos, casados, com ensino fundamental incompleto e do lar. Os sintomas físicos apresentados em ambos os grupos na avaliação pré foram concordantes, sendo que a maioria relatou dor, diarreia, constipação e distensão abdominal, com redução dos sintomas físicos na avalição pós intervenção e follow-up no GTCC e poucas mudanças na avaliação de follow up no GTC . Os hábitos diários avaliados mostraram que a maioria dos pacientes de ambos os grupos não praticavam atividades físicas, de acordo com a pré avaliação, sem mudanças nas avaliação pós intervenção no GTCC e follow up (GTCC e GTC) e aumento da prática de exercícios no follow up do GTCC. Em relação aos hábitos alimentares, na avaliação pré foi observado ingestão de frutas em ambos os grupos, sem mudanças significativas nas avaliações posteriores. Quanto ao consumo de doces e refrigerantes, houve melhor controle desses alimentos no GTCC nas avaliações posteriores, sem mudanças no GTC.. Dados sobre a quantidade do sono no GTC, os pacientes apresentaram piores resultados na avaliação pré, sem mudanças demonstradas na avaliação de follow up. No GTCC foi observado melhora na quantidade de sono nas avaliações posteriores. Esse estudo mostrou a associação de hábitos diários e estilo de vida com a SII, e o impacto positivo da terapia cognitivo-comportamental no controle dos sintomas físicos e na melhora de comportamentos de risco para a manutenção dos sintomas físicos da SII. [email protected]

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Painel 38 QUALIDADE DE VIDA EM MULHERES COM INCONTINÊNCIA URINÁRIA. Carmen Silvia Costa Elias Fernandes, Neide Aparecida Micelli Domingos, Paula Sforcin Lopes de Macedo e Carla Rodrigues Zanin (Hospital de Base - FUNFARME/FAMERP) Palavras Chave: Incontinência; mulheres; psicologia A incontinência urinária é um problema que afeta milhões de mulheres e gera prejuízos na qualidade de vida, causando alterações em vários níveis: psicológico, ocupacional, doméstico, físico, bem estar emocional, vida familiar e sexual. O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade de vida de mulheres acometidas por incontinência urinária atendidas no ambulatório de urologia de um Hospital de Ensino do interior paulista; descrever o perfil sócio-demográfico de mulheres com incontinência urinária e comparar a qualidade de vida de mulheres que fizeram cirurgia ou outro procedimento com as mulheres que não fizeram qualquer procedimento. Foram avaliadas 93 mulheres do sexo feminino, acometidas por incontinência urinária na segunda avaliação. Os instrumentos utilizados para avaliação foram Questionário de dados sociodemográfico, entrevista clínica; Questionário “King’s Health Questionnaire”(KHQ) e Questionário Pós-Tratamento. Os resultados mostraram que na primeira avaliação foram avaliadas 93 mulheres com idade entre 26 e 78 anos (53,55±11,15), a maioria casada (62,37%), do lar (49,46%), com ensino fundamental (77,41%), católicas (66,66%) e 51,61% já tinham realizado cirurgia para controle da incontinência. Em relação aos domínios de qualidade de vida (KHQ) as mulheres da primeira avaliação, que realizaram cirurgia, tiveram melhor qualidade de vida em relação as que não realizaram. Na segunda avaliação houve melhora na qualidade de vida nas mulheres que realizaram cirurgia em relação as que realizaram outros tratamentos. Na comparação entre a primeira e segunda avaliação as mulheres que realizaram tratamento cirúrgico na segunda apresentaram melhora na qualidade de vida em relação às mulheres da primeira avaliação. Esses dados sugeriram que não ter realizado tratamento cirúrgico na primeira e ter realizado tratamento cirúrgico na segunda avaliação, houve melhora na qualidade de vida das mulheres que realizaram cirurgia na segunda. Não ter realizado cirurgia na primeira avaliação e ter realizado outros tratamentos, houve melhora na qualidade de vida nas mulheres que realizaram outros tratamentos na segunda em relação as que não realizaram cirurgia na primeira avaliação. Esses dados permeiam intervenções mais efetivas para essa população. [email protected] Painel 39 REVISÃO DE LITERATURA ACERCA DOS PAPÉIS DE GÊNERO FEMININOS CRIADOS HISTORICAMENTE. Cláudia Patty Guilger Primos, Isabela Pizarro Rebessi, Juliana Maltoni Nogueira e Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP – USP). Palavras Chave: Feminino gênero revisão bibliográfica

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O feminino na pré-história era reverenciado por sua fertilidade e o papel do homem na concepção era desconhecido. Conforme os animais começaram a ser domesticados, os humanos começaram, pela observação destes, a compreender a importância do homem na procriação. As mulheres tinham que ter um maior cuidado com os filhos pela falta de autonomia dos bebês humanos e o grande número de mortes. Eles, por não terem que carregar o bebê, acabaram por se isentar dos cuidados, tornando essa prática estritamente feminina. O objetivo deste trabalho é possibilitar uma compreensão dos estigmas criados ao gênero feminino na história, a partir de uma revisão bibliográfica. Ao realizar uma revisão de literatura para um trabalho de iniciação científica foram encontradas algumas questões importantes sobre o papel de gênero feminino historicamente construído. A ideia de inferioridade feminina é estabelecida a partir de um discurso histórico, o qual impôs à sociedade a naturalização dessa condição. Existiram, segundo Tedeschi (2008) duas principais formas de discurso que realizaram essa naturalização: a filosofia grega e a moral cristã. A perspectiva que Aristóteles tem, bem como de outros filósofos contemporâneos, da mulher se estabelece com a mulher sendo digna de pouca confiança, pouco inteligente. Considerando isso, é necessário que a mulher seja governada por seu marido, pois ela não tem autoridade. O discurso da moral cristã se estabelece no âmbito da menstruação e do sofrimento feminino, os quais foram ocasionados pelo pecado inicial. Ao fazer essa relação com o primeiro de todos os delitos à essa imagem da mulher, há a associação dela à condição mortal e infeliz da humanidade. Na época medieval, o direito era regido por leis que se embasavam nesse valores e nas diferenças sociais de gênero. Durante séculos as mulheres receberam instruções que asseguravam sua submissão, com princípios de castidade, humildade e silêncio. A mulher é vítima histórica do controle social masculino, ou seja, da dominação patriarcal. O começo da mudança desse paradigma se dá juntamente com a industrialização. Já que os salários masculinos não conseguiam mais prover a subsistência das suas respectivas famílias, as mulheres foram inseridas na indústria têxtil como uma forma de complementaridade da renda familiar. Junto com as greves industriais que surgiram, desenvolveu-se o movimento feminista. As mulheres tiveram, ao sair de casa, a compreensão de uma forma diferente de se relacionar com o mundo, criando uma nova consciência da sua posição e das possibilidades que o mundo apresentava. [email protected] Painel 40 TERAPIA FOCADA EM ESQUEMAS PARA CRIANÇAS: UM ESTUDO DE CASO. Daniely Fernandes Kamazaki e Aline Henriques Reis (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul). Palavras Chave: Terapia do esquema; modos; criança A terapia de esquemas (TE), formulada por Jeffrey Young, destinou-se inicialmente ao tratamento de adultos. Mais recentemente, a TE tem sido adaptada a crianças, adolescentes e também orientação parental. Objetiva-se apresentar um estudo de caso realizado na TE baseada no trabalho com

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modos. Foram realizados até o momento vinte e um atendimentos em uma clínica escola, com frequência semanal. A paciente, J. tem sete anos de idade, frequenta escola pública em período integral. Mora com a avó, responsável pela menina e com a mãe, dependente química. A mãe frequentemente se ausenta da residência por dias. O pai de J. é desconhecido. J. nasceu pré-termo aos sete meses, sofre de raquitismo e aos três anos efetuou um transplante de fígado. As queixas principais são agressividade, agitação, impulsividade e falta de atenção. O trabalho com modos envolveu a identificação e nomeação deles: modo criança impulsiva/indisciplinada (“J. que corre”); modo protetor desligado (“J. que vai embora”) e modo criança agressiva (“J. Brava”), usado como forma de proteger e não lidar com a criança vulnerável (“J. Triste”). Cada modo foi representado por desenhos em forma de bonecos, colocados em palitos. Realizou-se entrevista com os modos e um jogo de caça ao tesouro na floresta, identificando a funcionalidade, prós e contras de cada um. Buscando fortalecer o modo competente, desenvolveu-se a atividade “show do milhão” com questões de situações hipotéticas para solução de problemas envolvendo comportamento pró-social. Considerando a dificuldade em acessar o modo vulnerável, a terapeuta trouxe uma boneca de sua infância e ambas brincavam juntas em sessão. Na brincadeira, eram simuladas situações de cuidado, acolhimento e validação, pois J. não aceitava tais ações direcionadas a ela de forma direta. Os resultados obtidos até o momento revelam melhora significativa no vínculo com a terapeuta. J. segue as regras e cronograma de atividades da sessão, não desafia mais a terapeuta, demonstra afeto e ajuda a organizar a sala, não corre e nem grita mais na clínica, não pede para ir ao banheiro como forma de evitar atividades, aceita quando os 10 minutos livres acabam e entrega gentilmente o celular/tablete/brinquedo e sai da sala. O trabalho com modos facilita a compreensão das crianças sobre o assunto abordado, proporciona trabalhar diretamente com os problemas da criança (como a agressividade). A relação terapêutica facilita o trabalho com questões emocionais difíceis, promovendo a aceitação do modo vulnerável através da modelação e, dessa forma, interrompendo o desenvolvimento dos padrões rígidos. [email protected] Painel 41 PROBLEMAS EMOCIONAIS, COMPORTAMENTAIS E RENDIMENTO ESCOLAR NA ADOLESCÊNCIA. Bruna Mainardi Roso Borba, Débora C. Fava e Angela Helena Marin (Universidade do Vale do Rio dos Sinos)

Palavras-chave: problemas emocionais; problemas de comportamento; rendimento escolar; adolescência Os problemas emocionais e de comportamento (PECs) têm sido abordados por diversos estudos dada sua incidência e relevância frente ao desenvolvimento infantil e adolescente. Muitas variáveis têm sido associadas a eles, especialmente às relativas ao contexto escolar. Frente ao exposto, o presente estudo, de delineamento transversal do tipo correlacional e comparativo, com abordagem quantitativa, teve como objetivo avaliar a associação entre os PECs e o rendimento escolar de adolescentes a partir da avaliação destes, seus responsáveis e professores. Participaram 70 adolescentes, 70 responsáveis e

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21 professores. Os adolescentes responderam ao Inventário de Comportamentos Autorreferidos para jovens (YSR), as famílias ao Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes (CBCL) e os professores, ao Inventário dos Comportamentos de Crianças e Adolescentes (TRF). O rendimento escolar foi avaliado a partir das notas obtidas nas disciplinas de português e matemática. Os resultados evidenciaram que os problemas de atenção e os sintomas externalizantes (comportamento desviante e agressivo) foram os que mais se associaram ao baixo rendimento escolar na avaliação de todos informantes. Contudo, derivaram da avaliação dos professores o maior número de associações com os problemas externalizantes. Quanto à comparação do rendimento acadêmico, classificado como fraco, médio e alto, foi observada diferença apenas na avaliação dos professores, apontando que os alunos com rendimento fraco foram identificados com a classificação clínica para problemas de atenção. Acredita-se que as diferenças observadas entre os informantes é um dado relevante por evidenciar a necessidade de uma observação mais atenta e sensível às demandas emocionais de adolescentes. Nesse sentido, faz-se necessário a implementação de intervenções que contemplem a todos, alunos, famílias e equipe escolar, e que visem a prevenção ou melhora dos problemas emocionais e de comportamento com vistas a favorecer os processos atencionais e evitar prejuízos no processo de aprendizagem. Apoio Financeiro: CNPq [email protected] Painel 42 HABILIDADES SOCIAIS E DIFICULDADES NO APRENDIZADO INFANTIL: UMA REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA. Ednubia dos Santos da Silva, Jamylle Luciane Apolinário de Ataide, Maxsuel Oliveira de Souza e Vanina Papini Góes Teixeira (Faculdade Estácio de Alagoas) Palavras Chave: Crianças; dificuldades de aprendizagem; habilidades sociais O processo de socialização é fundamental para o desenvolvimento infantil, pois as crianças procuram interagir umas com as outras, fazer novas amizades e obedecem às demandas de comportamentos no dia-a-dia aprendendo às regras e normas da sociedade. Sendo assim, estão contribuindo para o desenvolvimento de suas habilidades sociais. O período de iniciação escolar pode tornar-se crítico para as crianças podendo atribuir comportamentos pró ou antissociais. Por isso, o treinamento das habilidades sociais torna-se essencial para o reforço estabelecido entre pais e professores no ambiente escolar. Os estudos sobre Habilidades Sociais no Aprendizado Infantil auxiliam a investigar relações entre pais e filhos dentro do contexto da sociedade e o repertorio empobrecido no ambiente escolar, e as dificuldades de interação com colegas, para que através desta ocorra o estabelecimento do treinamento de habilidades sociais. Dentro desse contexto, o presente trabalho busca selecionar artigos sobre a temática de Habilidades Sociais de Crianças e dificuldades no aprendizado por meio de uma revisão integrativa da literatura. Para isso, foram realizadas buscas nas bases de dados SciELO e Science Direct, de artigos publicados entre os anos de 2015 a 2017, visando selecionar os artigos de estudos transversais, que

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apontassem a relação entre Habilidades Sociais e dificuldade de aprendizagem em crianças de escolas públicas. Na base de dados Science Direct foram utilizados os descritores: Social Skill AND learning difficulties, compreendendo artigos publicados na língua inglesa. Para o SciELO, os descritores utilizados foram: Habilidades Sociais e Dificuldade de aprendizado e a Relação entre pais e filhos no processo de aprendizagem. Os estudos foram inicialmente avaliados pelos critérios de exclusão e inclusão por meio da análise dos títulos e resumos, foram indexados 36 artigos, apresentados na literatura descrevendo as dificuldades de aprendizado, comportamento das crianças no ambiente escolar e a contribuição do profissional no processo ensino-aprendizado na escola. As evidências mostram que as dificuldades de aprendizado infantil estão relacionadas ao contexto social e econômico dos familiares, bem como ao desenvolvimento de comportamentos socialmente habilidosos. Entende-se que a contribuição dos pais e professores no ambiente acadêmico é extremamente relevante para estimular o desenvolvimento das habilidades sociais da criança, contribuindo assim para a melhoria no desempenho acadêmico. [email protected] Painel 43 PROGRAMA DE ORIENTAÇÃO DE PAIS EM GRUPO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Isabela Pizzarro Rebessi, Thaís Barbosa Benedetti, Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP). Palavras Chave: Orientação de pais, grupo, terapia cognitivo-comportamental A maneira como os pais educam seus filhos contribui de modo substancial para a promoção de uma vida em sociedade que lhes proporcione participação social, inserção e o pleno desenvolvimento de suas potencialidades. Por meio da orientação de pais, estes podem expandir seu repertório comportamental na interação com os filhos, aprendendo práticas parentais adequadas. Assim, quando isso acontece, fortalece os laços afetivos entre ambas as partes, aumenta as chances de um convívio saudável entre pais e filhos e ainda possibilita que os filhos cresçam saudáveis e habilidosos socialmente. O Programa de Orientação de Pais (PROPAIS) do Laboratório de Pesquisa e Intervenção Cognitivo Comportamental (LaPICC-USP) tem como público alvo os pais cujos filhos estão em atendimento no serviço de psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto e fornece orientações para os pais ou cuidadores, bem como ensina estratégias de resolução de problemas, promove interações positivas e comunicação efetiva entre pais-filhos, dentre outras habilidades. O objetivo deste trabalho é relatar a experiência da autora atuando como terapeuta e co-terapeuta nos anos de 2016 e 2017 no PROPAIS. Foram levados em conta quatro grupos de intervenção, somando 20 pais, e as percepções da autora na mudança de papeis, das características dos diferentes grupos, dificuldades encontradas e aprendizagens de manejo. Os quatro grupos tinham em comum algumas dificuldades em punir comportamentos inadequados de forma efetiva, e também de reforçar comportamentos que eles julgavam adequados. Foi possível perceber que a partir da sessão sobre punição os pais foram ficando cada vez mais engajados no grupo, fazendo mais contribuições e expondo

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mais os acontecimentos do dia-a-dia. As dificuldades de manejo concentravam-se principalmente nos casais, quando havia discussão destes por algum motivo externo ao que acontecia na sessão, e nos pais que interrompiam constantemente a fala da terapeuta, chamando toda a atenção para si. O papel de terapeuta guarda suas diferenças em relação ao de co-terapeuta, principalmente no que tange à condução da sessão; o terapeuta é responsável por trazer os temas a serem abordados e por lidar com as dificuldades no manejo mais diretamente, enquanto o co-terapeuta auxilia de forma mais indireta e faz considerações pertinentes em momentos de brecha. Ambos os papeis, porém, são de extrema importância na condução do grupo. Essa experiência foi extremamente enriquecedora para a autora, uma vez que ensinou muito sobre manejo de grupo. [email protected] Painel 44 PERCEPÇÃO DE ESTRESSE NO ENSINO SUPERIOR: DOCENTES DA ÁREA DA SAÚDE E DA LICENCIATURA. Andressa Parra de Sousa, Ivan Luis Tonani, Celso Waldemar Steimbach Batista, Jéssica Fernanda Fuliotto Messias, Alessandra Ackel Rodrigues e Marlene de Cássia Trivellato-Ferreira (Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto – SP) Palavras Chave: Estresse percebido; docência; cotidiano do ensino superior O cotidiano do ensino superior é apontado como fonte estresse aos docentes. Este estudo avaliou o estresse percebido em professores da área da saúde e licenciatura, de uma instituição de ensino privada do interior de São Paulo. Trinta e três docentes, sendo dezenove da área da saúde (Psicologia) e quatorze da licenciatura (Pedagogia e História) responderam a um roteiro com informações sociodemográficas, profissionais e psicossociais (RISPP) e à escala de estresse percebido (EEP). Os dados foram analisados com o pacote IBM-SPSS/22. A maioria eram mulheres (60,6%), casadas (72,7%), com média de 45,54 anos e estavam satisfeitas com a qualidade de vida (60,7%). Em relação à atividade docente, 33,3% afirmaram pensar em abandoná-la, 54,5% ministravam aulas em mais de um curso, 15,2% referiram dificuldades com colegas de trabalho, 9% com alunos e 63,6% sentem-se sobrecarregadas com as demandas do trabalho. Dentre os 13 docentes que descriminaram as razões para a sobrecarga, tem-se que, as demandas heterogêneas da docência, como, preparar aulas, correção de provas e trabalhos, orientação de trabalho de conclusão de curso, participação de bancas e produção científica foram mencionadas 12 vezes; conciliar a atividade profissional com as familiares , duas; ter dois empregos, três; cansaço físico com restrito descanso, duas. O valor médio na EEP foi de 22,93 ± 7,48 e a análise com o teste de Mann-Whitney evidenciou maior estresse percebido entre os docentes que pensaram em abandonar o trabalho (p=0,001), afirmaram ter algum comprometimento de saúde em decorrência do trabalho (p=0,004) e sentiam-se sobrecarregados com demandas laborais (p=0,011). O estudo indica que as demandas da atividade de docência podem ser fonte de estresse levando os docentes a relatarem se sentirem sobrecarregados, pensarem em abandonar o emprego e a apresentarem problemas de saúde. Mesmo diante das limitações do presente estudo, pode se dizer que o cotidiano do ensino superior

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necessita de novos estudos e de intervenções que revejam as suas práticas a fim de minimizar as situações vistas pelos docentes como fonte de estresse, que podem comprometer sua saúde. [email protected] Painel 45 PROPOSTA DE UM TREINAMENTO EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Janaína Bianca Barletta, Fabiana Vieira Gauy, Alessandra Ribeiro Kaji Markenfeldt e Juliana Brasiliense Vilela (Núcleo de Ensino e Pesquisa em Neurociências – Nepneuro) Palavras Chave: Treino de terapeutas, supervisão clínica e terapia cognitivo-comportamental O treino de terapeutas é essencial para a qualidade do atendimento em terapia cognitivo-comportamental (TCC). No Brasil, as poucas publicações sobre o assunto apontam para a falta de sistematização da supervisão e da medição de competências, tanto do terapeuta quanto do supervisor. O objetivo deste trabalho é apresentar uma proposta de treinamento em TCC que está sendo implementada em um curso de pós-graduação lato senso no estado de Goiás. O treinamento do aluno consiste em quatro etapas, com carga horária entre 391h a 501h, dependendo do número de casos atendidos: preparação do estagiário, preparação do supervisor, prática clínica e a prática supervisionada. As seguintes atividades foram realizadas na preparação do estagiário: a) 11 meses de aprofundamento teórico, b) observação de cenas e vinhetas seguida de discussão, c) observação de role plays de triagens e atendimentos com terapeutas experts para treino de aplicação dos procedimentos, incluindo instrumentos avaliativos (Adult Self-Report- ASR e o Cognitive Therapy Scale- CTS), d) vídeos instrucionais de procedimentos, e) exercícios escritos de casos clínicos, e) triagens dos casos a serem atendidos. O treino das supervisoras iniciou com um grupo de estudos, semanal, que antecedeu a prática supervisionada em um mês e seguirá concomitante até o final desse processo. Essa etapa permite o alinhamento das atividades, pontos de agenda e objetivos dos encontros supervisionados. Na prática clínica o atendimento é realizado, preferencialmente, em duplas de terapeutas, que se alternam na função de terapeuta principal e coterapeuta. Após o atendimento, ambos preenchem o CTS referente ao terapeuta principal. O áudio da sessão é usado para as transcrições que são entregues para os colegas e supervisora, a fim de nortear a discussão baseada nas competências clínicas e, em seguida, descartado. A gravação em vídeo, com foco no terapeuta, é utilizada para avaliação de intervenções específicas e preenchimento do CTS por parte da supervisora. A supervisão é semanal, com duas horas de duração e com participação de quatro duplas. Os estagiários se preparam para a supervisão respondendo perguntas específicas que favorecem o foco nos encontros supervisionados. Ao final de cada supervisão, os estagiários preenchem a Escala de Competência do Supervisor sem identificação, colocam em um envelope que é entregue para o supervisor. As supervisões também podem ser gravadas, com foco na supervisora, para que os pares possam fazer a avaliação de competências da colega. Considera-se

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que essa proposta abrange os aspectos elencados na literatura como fundamentais no treinamento de TCC. [email protected] Painel 46 RELATO DE EXPERIÊNCIA EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL EM GRUPO COM CRIANÇAS ESCOLARES. Jenifer Pegorin, Ana Claudia Lazarini, Liziane Leite Fernandes e Daniel Constantino Cunha (Faculdade Pitágoras – Londrina) Palavras Chave: TCCG; crianças escolares; vivência de estágio A psicoterapia com crianças vem sendo foco de interesse de pesquisas nos últimos anos principalmente quando se trata de promoção e prevenção de saúde mental na infância. Pois ações voltadas a prevenção reduz a incidência e prevalência de eventos que estimulem o desenvolvimento de doenças e dificuldade psicologias. O presente trabalho teve como objetivo relatar a experiência resultante da intervenção em TCCG com crianças escolares, com idade entre 6 e 8 anos, de uma escola municipal, no interior do norte do Paraná. Os instrumentos utilizados foram um protocolo de dados sócio demográficos sobre as crianças, elaborados pelas próprias autoras; baralho dos problemas; livros psicoeducativos e mindfulness. As crianças participantes foram selecionadas pela direção da escola, a partir da avaliação feita pelas mesmas, que apresentavam baixa assertividade, dificuldade em resolução de problemas, dificuldade de auto controle e manejo das emoções. Foram realizados sete encontros, no segundo semestre de 2017, que objetivaram a psicoeducação e manejo das emoções, regras, bullying e mindfulness. Os resultados obtidos foram avaliados como positivos e em consonância com os dados literários. Pode-se observar ao final da aplicação do método, melhor compreensão sobre as emoções e pensamentos trabalhados, conhecimento sobre a atuação do psicólogo e a sua importância em auxiliar crianças com problemas, manejo de emoções desagradáveis e maior entendimento sobre regras. A aliança terapêutica mostrou-se de extrema importância, pois muitos assuntos entraram em questão e puderam ser trabalhados. As crianças aprenderam manejos adaptativos e funcionais para seu dia-a-dia, alcançando uma melhoria na qualidade de vida. Apesar dos resultados serem subjetivos, algumas questões permanecem em aberto. Houveram algumas limitações no presente trabalho, tal como o espaço físico onde ocorreram as intervenções, ocasionando algumas vezes limitações nos horários e nos encontros, limitação referente à ausência de medida quantitativa das variáveis psicológicas acima mencionadas. A melhora percebida remeteu-se somente às falas das participantes e seus cuidadores. Outra limitação referiu-se ao reduzido número de encontros de intervenção e a ausência de acompanhamento aos participantes em um formato follow up. Foi manifestado interesse por intervenções de manutenção do grupo, mas devido a dificuldades políticas e sociais do local onde eram realizadas as atividades dificultou este acompanhamento. A experiências vivida possibilitou as pesquisadoras significativa contribuição à formação acadêmica e novos repertórios da interação entre teoria e prática. [email protected]

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Painel 47 ESTUDO DE CASO SOBRE INTERVENÇÕES PARA DIMINUIÇÃO DO CICLO DE MANUTENÇÃO DA RUMINAÇÃO EM UMA PACIENTE COM DEPRESSÃO. Júlia Maria Morais Martins, Mariana Fortuna Donadon, Aline Gerbasi Balestra, Cássia Cristina da Silva Almeida Nunes e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva de São Paulo – CTC VEDA SP). Palavras Chave: Terapia cognitiva comportamental, depressão e ruminação Introdução: A terapia cognitiva comportamental (TCC) tem como objetivo a reestruturação cognitiva através da reformulação de pensamentos e crenças disfuncionais por outros mais adaptativos(as). Dentro do modelo proposto pela TCC, reconhece-se os ciclos de manutenção como obstáculos para essa reestruturação, já que os mesmos são mantenedores dos pensamentos e crenças disfuncionais. Nos pacientes com depressão, um dos ciclos mais comuns é a ruminação, que nada mais é do que pensamentos repetitivos sobre sentimentos e/ou eventos negativos ou ameaçadores ao indivíduo, por um longo tempo. Objetivo: Apresentar intervenções realizadas em um atendimento individual, na abordagem da TCC, para a diminuição do ciclo de manutenção da ruminação de uma paciente com depressão. Material e Métodos: Foram realizadas 40 sessões de TCC individual em uma paciente do sexo feminino, 24 anos, solteira, estudante de Medicina Veterinária. Em todas as sessões foram aplicados os inventários de Beck (BDI para depressão, BAI para ansiedade e BHS para desesperança) a fim de avaliar o humor. Quanto as intervenções específicas para a ruminação, foi realizado a psicoeducação com desenhos e vídeos; avaliação de vantagens e desvantagens, custo e benefício de manter a ruminação, bem como a prática do mindfulness. Resultados: Apesar da dificuldade em estabilizar o humor da paciente, obteve-se como resultado a diminuição de pensamentos de ruminação durante a madrugada, os quais prejudicavam a qualidade do sono, bem como a atenção no dia seguinte. Foram flexibilizados alguns pensamentos disfuncionais que eram gatilhos para a ruminação, através da busca de evidências, antes de ruminar. A paciente passou a fazer uso das técnicas de mindfulness no dia-a-dia buscando cada vez mais a atenção plena, em cada atividade realizada, vivendo o hoje e deixando de ruminar o passado. Além disso, a mesma passou a fazer constantemente o uso de avaliações de vantagens, desvantagens e cartões de enfrentamento a fim de recordar os benefícios de deixar de ruminar. Discussão/conclusão: Os resultados das intervenção foram semelhantes aos da literatura da área, que esclarecem a efetividade e funcionalidade da TCC frente a depressão, principalmente pela sua variedade de técnicas que acarretam na melhora de sintomas e na mudança das cognições dos pacientes. O uso do mindfulness foi efetivo para o tratamento de pacientes com depressão, já que educa o paciente a sair do automático e ter consciência do seu estado atual, proporcionando uma aceitação maior pelo seu humor deprimido, aumentando assim, o engajamento no tratamento. [email protected]

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Painel 48 REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA: POSSIBILIDADES DE CONCEITUAÇÃO, TÉCNICAS E INTERVENÇÃO DA TERAPIA DO ESQUEMA PARA O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA DE ALTO FUNCIONAMENTO. Marília Consolini Teodoro, Ederaldo José Lopes e Renata Ferrarez Fernandes Lopes (Universidade Federal de Uberlândia – UFU) Palavras Chave: Transtorno do espectro autista de alto funcionamento, terapia do esquema e esquemas iniciais desadaptativos A Terapia do Esquema (TE) tem apresentado contribuições para além dos transtornos de personalidade. A partir da hipótese de que pessoas com Transtorno do Espectro Autista de Alto Funcionamento (TEA-AF) também possuem necessidades básicas e psicológicas e desenvolvem estratégias de enfrentamento, nem sempre adaptativas, a TE pode ser uma possibilidade de intervenção ao detectar e adaptar tais estratégias, bem como ao trabalhar seus esquemas iniciais desadaptativos (EID’s). O objetivo foi apresentar uma Revisão Integrativa da Literatura sobre TE e TEA-AF. Utilizou-se a estratégia PICO com a pergunta de pesquisa: O que há na literatura recente sobre modelo conceitual, técnicas e aplicação (O) da Terapia do Esquema (I) em pessoas com Transtorno do Espectro Autista de Alto Funcionamento (P). Unitermos utilizados foram: “Schema Therapy”; “Early Maladaptative Schemas”; “Autism Spectrum Disorder” e “Asperger” em inglês, português e alemão. Foram selecionados cinco trabalhos entre 2010 e 2017: dois teóricos, dois empíricos e um protocolo de intervenção. Em comum, foram apresentados quatro EID’s relacionados ao TEA-AF: Privação Emocional; Vulnerabilidade ao dano e à doença; Auto-controle/disciplina insuficiente e Isolamento Social. Os trabalhos 3 e 5 apresentaram o uso das técnicas: Psicoeducação; Trabalho com Modos; Imagens Mentais; Técnica duas cadeiras; Imagem segura; Trabalho com auto imagem e auto conceito; Confrontação Empática; Role-play e Mensagem de vídeo. O trabalho 5 apresentou intervenção com EID’s dos pais. Houve uso do SMI e do YSQ em dois trabalhos. Os EID’s citados podem ser relacionados a sintomas típicos do TEA-AF, como déficits na interação, comunicação e imaginação sociais; inflexibilidade; rigidez; e dificuldades de auto compreensão, porém, é difícil inferir se EID’s influenciam o surgimento dos sintomas ou o contrário. O trabalho com Modos, com uso de peões e pinturas com crianças, além da psicoeducação, facilitam o acesso às necessidades emocionais. Mensagens de vídeo são importantes no processo de aprender a dizer aos pais suas necessidades. Técnicas vivenciais auxiliam na confrontação de EID’s e validação de necessidades emocionais, muito importante para esses pacientes. O uso de adaptações mostrou-se necessário nos cinco trabalhos, como o uso dos interesses restritos e pessoais. Tratamentos atuais focam em sintomas das comorbidades, assim, a vantagem da TE é ter foco nos esquemas. Estudos entre TEA-AF e TE são recentes, inovadores, restritos e protocolos propostos são desafiadores, devido à sintomatologia e exigências de adaptações, mas esta Revisão mostra que a TE é uma alternativa com chances de eficácia através da qual indivíduos com TEA-AF podem ser beneficiados ao terem seus EID’s. modificados.

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Apoio financeiro: CNPq [email protected] Painel 49 EMPATIA OU COMPAIXÃO? DIFERENÇAS NOS EFEITOS E MECANISMOS PSICOLÓGICOS E NEURAIS SUBJACENTES ÀS PRÁTICAS DE EMPATIA E COMPAIXÃO. Nazaré de Oliveira Almeida e Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP USP) Palavras Chave: Mindfulness; neuroplasticidade; terapia cognitivo-comportamental baseada em mindfulness (tcbm). As pesquisas recentes acerca da meditação, tem enfocado a empatia, a compaixão, com vistas à sua contribuição para o desenvolvimento de comportamentos pró-sociais. Entretanto, a diferença entre os efeitos e mecanismos psicológicos e neurais subjacentes a estas práticas são ainda pouco pesquisados. Neste trabalho, realizamos uma revisão sistemática de estudos que avaliam os efeitos e mecanismos psicológicos e neurais subjacentes às práticas meditativas com foco em empatia e em compaixão. Foi feita uma pesquisa da literatura nas bases de dados PubMed, MEDLINE, PsycINFO, CINAHL, Embase e Cochrane (inicial até dezembro de 2017) usando os seguintes descritores e termos de pesquisa: mindfulness, meditation, yoga, MBSR, MBCT, empathy, compassion, loving-kindness, altruism. Ensaios controlados aleatórios em qualquer população foram incluídos (28 estudos com 1936 indivíduos). A maioria foi conduzida entre adultos saudáveis (n = 13), em treinamentos de meditação de compaixão ou bondade amorosa (n = 20) ao longo de 8-14 semanas (n = 14) em um formato de grupo (n = 19). A maioria dos grupos controle eram lista de espera ou nenhum tratamento (n = 17). Resultados: os estudos quem envolveram os treinamentos em empatia apresentaram significativo aumento do afeto negativo e ativação cerebral na ínsula anterior, córtex cingulado medial anterior (regiões do cérebro associadas com a empatia e com a dimensão afetiva da dor), áreas pré-operatórias (incluindo o córtex frontal inferior), córtex temporal superior e amígdala (regiões do cérebro associadas com a regulação emocional e com a empatia). Por sua vez, os estudos quem envolveram os treinamentos em compaixão apresentaram significativo aumento do afeto positivo e ativação de uma rede sem sobreposição, abrangendo o estriado ventral, o córtex cingulado anterior e córtex orbitofrontal medial (regiões do cérebro associadas com o bem-estar e a contemplação). Atenção especial foi dada a um estudo que demonstrou que o treinamento de empatia seguido do de compaixão promoveu ainda a reversão do aumento do afeto negativo, aumentando o afeto positivo. Os resultados deste estudo sugerem que o treinamento de compaixão pode melhorar emoções e comportamentos pró-sociais e afeto positivo. Eles sugerem ainda que, embora a empatia seja considerada essencial nas interações sociais, compartilhar excessivamente emoções negativas pode ser desadaptativo e constituir a origem do Burnout. Desta forma, se associada ao treinamento de compaixão, o treinamento de empatia, pode refletir uma nova estratégia para lidar e superar a angústia empática e reforçar a resiliência. [email protected]

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Painel 50 AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA EM PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA ESTÉTICA FACIAL. Paula Sforcin Lopes de Macedo, Paula Franciele Nogueira, Fernando Molina Drimel, Carmem Silvia Costa Elias Fernandes e Carla Rodrigues Zanin (Hospital de Base - FUNFARME/FAMERP) Palavras Chave: Avaliação psicológica; estática; aspectos psicológicos A cirurgia estética visa aperfeiçoar a aparência para atingir benefícios secundários em sua vida social e psicológica. A avaliação psicológica pré-cirúrgica realizada em pacientes submetidos à cirurgia estética facial pode contribuir para identificação de prejuízos relacionados à imagem corporal e aspectos psicológicos associados. O objetivo desse estudo foi identificar a presença do transtorno dismórfico corporal (TDC), sintomas de ansiedade e de depressão, e prejuízos na autoestima em pacientes a serem submetidos à cirurgia estética facial, por meio da análise dos protocolos de avaliação pré-operatória de rotina do serviço de psicologia em Departamento de Otorrinolaringologia. A presente pesquisa é de caráter documental, onde foram analisados 200 avaliações psicológicas realizadas em pacientes submetidos à cirurgia estética facial, no período Março de 2014 à Julho de 2016. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico, entrevista clínica elaborada pelas pesquisadoras, Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HAD), Critérios para Transtorno Dismórfico Corporal, de acordo com o DSM V e Escala de Auto-Estima de Rosenberg. Os resultados mostraram que 78% da amostra foram do sexo feminino, com média de idade de 33,84 anos (Desvio Padrão=12,14). Os dados a respeito dos tipos de cirurgia demonstraram que 52% foram submetidos a rinoplastia (cirurgia plástica indicada para correção estética do nariz) e 32% submetidos à otoplastia (indicada para correção de orelhas proeminentes). De acordo com a amostra, 34% apresentou baixa autoestima, 23,5 % sintomas de ansiedade, 6% sintomas de depressão e 3,5% sintomas mistos de ansiedade e depressão. Nenhum paciente preencheu a todos os critérios para transtorno dismórfico corporal. Esse estudo apontou a presença de sintomas de ansiedade e depressão, bem como prejuízos na auto estima. Os resultados apresentados contribuem para subsidiar programas adequados de orientações para pacientes pré-cirúrgicos, bem como promover discussões com a equipe sobre demandas que possam contribuir negativamente para a evolução do paciente no pós-cirùrgico, além de um fator preditor de insatisfação e prejuízos emocionais com os resultados do procedimento cirúrgico. [email protected] Painel 51 INTERVENÇÕES EM TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL E TERAPIA DE ESQUEMAS PARA DEPRESSÃO. Suélen Mazieri Lhamas e Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Palavras Chave: Transtorno depressivo maior, terapia cognitivo-comportamental e terapia de esquemas

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A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), de Beck, e a Terapia de Esquemas (TE), de Young vêm se mostrando bastante efetivas para o tratamento de depressão. Objetiva-se apresentar um caso com diagnóstico de Transtorno Depressivo Maior com intervenção baseada nas duas abordagens. Sexo feminino, vinte e oito anos, união estável, ensino superior incompleto, trabalha atualmente com atendimento ao público. Realizaram-se 43 sessões. A paciente preencheu oito dos nove critérios para depressão. Também se queixava da relação com o chefe no antigo trabalho, falta de perspectiva de futuro, déficit em habilidades sociais, irritação, ansiedade, dificuldades em autoconhecimento, autocrítica e culpa elevadas. Identificou-se procrastinação, dificuldade de enfrentamento e crença de desamparo muito forte. Como instrumentos de avaliação, utilizou-se: SCID I, adaptado ao DSM 5; Escalas Beck (BHS, BAI e BDI); Questionário de Esquemas de Young (YSQ S3); modelo de entrevista semiestruturada para anamnese; Questionário de Estilos Parentais; e Inventário de Habilidades Sociais (IHS). Para as intervenções, os instrumentos foram: Lista de Direitos Humanos, de Vicente Caballo; lista de atividades para avaliação de valores; técnica de relaxamento ACALME-SE; Relaxamento Muscular Progressivo; mindfulness; psicoeducações sobre procrastinação, crenças centrais e abstinência de antidepressivos; aplicativo de celular Cogni, para registro de RPD; elaboração de cartão de enfrentamento; atividades adaptadas do livro “Errar faz parte, perdoar faz bem: ensinando crianças a desenvolver compaixão”; Imagens mentais; técnica das cadeiras para trabalhar os modos da paciente, conforme terapia de esquemas, sendo eles modo criança vulnerável (Nina), adulto saudável (Nina Fit) e pais críticos (Nina Crítica); role play; “Kit de sobrevivência”, com um resumo das estratégias trabalhadas para usar diante de possíveis recaídas. Os resultados revelam ausência de sintomas de depressão; reestruturação da crença de desamparo e de pensamentos de autocrítica e culpa; melhora substancial nas habilidades sociais, conseguindo requerer seus direitos; diminuição e manejo da irritação e ansiedade; e desenvolvimento de metas realistas para o futuro. As intervenções foram mais focadas em aspectos da TCC, porém, após o trabalho com modos da TE a paciente apresentou significativos avanços. Desta feita, destaca-se a importância do trabalho complementar que pode ser feito no mesmo caso com o uso de ambas as teorias. [email protected] Painel 52 TREINAMENTO DE HABILIDADES EM DBT PARA PACIENTES COM TRANSTORNOS DE HUMOR GRAVES. Tatiana de Abreu Braga, Aline Gerbasi, Brisa Burgos, Carmen Ligia Maciel, Cássia Nunes, Laís Larivoir e Sabrina Kerr (CTC VEDA- Ribeirão Preto) Palavras Chave: Treino de habilidades, terapia comportamental dialética A terapia comportamental dialética (DBT) consiste de um programa de tratamento que abrange uma variedade de estratégias comportamentais e cognitivas para pacientes com transtornos psiquiátricos graves, incluindo comportamentos suicidas (Linehan, 2010). O treino de Habilidades em DBT, uma das partes do processo terapêutico visa ensinar e desenvolver junto ao

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paciente quatro habilidades psicossociais fundamentais para a melhoria: Regulação emocional, atenção plena, efetividade interpessoal e tolerância ao mal-estar. O objetivo deste trabalho foi descrever os efeitos do treino de habilidades em DBT, nos sintomas depressivos e na qualidade de vida de pacientes com transtoronos de humor grave, sem psicoterapia individual. A amostra inicial foi composta por 11 pacientes, desses 8 ficaram até o fim do treinamento, sendo 2 homens e 6 mulheres, todos diagnosticados com transtornos de humor. Na avaliação pré/pós Treino de Habilidades, foram utilizadas escalas de avaliação sociodemografica, rastreio cognitivo (Mini- Exame do estado mental), invantários de depressão e ansiedade Beck, escala de desesperança Beck e escala de qualidade de vida. O treino foi realizado em 12 sessões semanais, com duração de 90 minutos cada. Foi conduzido por 7 psicólogas especialistas em Terapia Cogniva Comportamental, em formação em DBT. Semanalmente foram realizadas reuniões de consultoria de 60 minutos conforme diretrizes da DBT. Resultados e discussão:Verificou-se melhora principalmente em relação à gravidade da depressão e melhora de qualidade de vida dos participantes no pós treino. Notou-se que a ansiedade foi o indicador que teve menos resultados positivos indicando a necessidade de uma adequação no treinamento para esses pacientes. Foi possível observar resultados positivos do treinamento de habilidades para pacientes com transtorno de humor, mesmo na ausência da psicoterapia individual através das análises dos inventários, avaliações subjetivas e feedbacks dados pelos participantes. Sugere-se que futuros treinamentos sejam dados com maior números de sessão. Conclusão: O treinamento de habilidades tem como papel importante ajudar os pacientes que não conseguem apresentar comportamentos mais adaptativos devido à um déficit de habilidades. A partir do treino pacientes puderam melhorar sua qualidade de vida e diminuir seus sintomas depressivos. A equipe buscou construir um trabalho de excelência para que os pacientes contruíssem uma vida valiosa. [email protected] Painel 53 PROGRAMAS DE ORIENTAÇÃO DE PAIS EM GRUPO – UMA REVISÃO SISTEMÁTICA. Thaís Barbosa Benedetti, Isabela Pizzarro Rebessi e Carmem Beatriz Neufeld (FFCLRP-USP) Palavras Chave: Revisão sistemática, programas, orientação de pais A literatura aponta que os programas de orientação de pais são de extrema relevância para um acompanhamento mais ativo dos pais no processo terapêutico dos filhos e consequentemente potencializar os resultados clínicos. O método de Revisão Sistemática consiste em um método de síntese de evidências o qual avalia criticamente e interpreta todas as pesquisas relevantes disponíveis para um tema particular, área do conhecimento ou fenômeno de interesse. Considerando a relevância deste método no acompanhamento do curso científico de uma temática específica, e o contingente de estudos sobre programas de orientação de pais e sua importância, esse estudo teve o objetivo de realizar uma pesquisa baseada no método de Revisão Sistemática da literatura com a temática “Programas de Orientação de Pais em Grupo”. Após definida a questão da revisão, foi

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elaborada a seguinte estratégia de busca: (parent OR caregivers) AND (training OR orientation OR intervention) AND (program) AND (group) nas bases PubMed, PsycINFO, LILACS e SCIELO. A condução da revisão sistemática foi realizada entre julho a setembro de 2017. Realizada a busca inicial nas bases, foi feita uma análise dos títulos e resumos dos artigos e foram selecionados aqueles disponíveis gratuitamente, dos últimos 5 anos, e nos idiomas inglês, português e espanhol. Foram excluídos os artigos teóricos, de revisão de literatura, os programas que não eram relacionados à psicologia e os que eram aplicados a um contexto específico, por exemplo, vítimas de desastres naturais ou situações de guerra. Foram incluídos os artigos de programas aplicados em grupo para pais, cuidadores ou familiares, grupos de treinamento/orientação de promoção e prevenção de saúde, com o mínimo de 4 sessões. Dezoito artigos cumpriram todos esses critérios e foram analisados e incluídos no estudo em questão. Os resultados encontrados foram: um aumento no número de artigos com a temática de programas de orientação de pais em grupo nos últimos anos; a predominância de estudos internacionais com delineamento experimental; programas que não especificaram sua estrutura e temas trabalhados especificamente, poucos artigos demonstraram o programa na íntegra sessão a sessão. Os artigos incluídos na revisão apresentaram ganhos e resultados positivos das intervenções e sua importância no tratamento e/ou prevenção e promoção de saúde dos filhos. Em suma, este estudo proporcionou o aprofundamento dessa temática e conhecimento dos programas de orientação de pais com intervenções eficazes e possíveis para reprodutibilidade e consequentemente beneficiar e aumentar seu público alvo. Apoio financeiro: FAPESP [email protected] Painel 54 TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL NO ENFRENTAMENTO DA ANSIEDADE NA DESCONTINUAÇÃO DO USO DE ANTICONCEPCIONAL: ESTUDO DE CASO. Thais Fernandes Garcia, Maria Claudia Rodrigues, Tatiana de Abreu Braga Soares e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda – CTC Veda, Ribeirão Preto, SP). Palavras Chave: Terapia cognitivo-comportamental, anticoncepcional e ansiedade Descontinuar o tratamento contraceptivo com pílula oral pode ser um processo difícil para mulher, possibilitando a ativação de diversos pensamentos disfuncionais e emoções desagradáveis. O enfrentamento dessa situação pode ser dificultado quando a paciente não reconhece seus pensamentos como sendo disfuncionais e por vezes catastróficos, podendo ativar comportamentos de esquiva, deixando de avaliar seus recursos de enfrentamento, e intensificando emoções de medo e ansiedade. Este trabalho teve por objetivo relatar um caso de tratamento de ansiedade diante da descontinuação do uso de anticoncepcional, realizado através de técnicas de intervenções cognitivo-comportamentais. O caso descreve o atendimento individual de uma paciente de 40 anos, caucasiana, casada, mãe de um filho de 8 anos, católica e gerente em um posto de combustível. Para avaliação

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quantitativa do tratamento, foram utilizados os inventários Beck de depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança (BHS). O tratamento procedeu através de 34 sessões. A paciente procurou tratamento, encaminhada por um psiquiatra, devido a crises de ansiedade iniciadas após um episódio de aborto não induzido. Na avaliação inicial a paciente relatou como sua principal meta, o desejo de engravidar, porém relatou um grande medo em descontinuar o uso de anticoncepcional: “quero engravidar, mas não consigo não tomar o remédio, só de pensar que o anticoncepcional está acabando, e vou menstruar, já tenho crise de ansiedade”; “Quando me vejo sangrando, já entro em crise, pois pode ser uma hemorragia e isso pode me levar a morte”. Estes pensamentos foram associados a uma crença de desamparo, diante da percepção de incapacidade em enfrentar essa situação e intenso catastrofismo. Diante desse quadro, duas estratégias foram primordiais: reestruturação cognitiva dos pensamentos catastróficos e técnicas comportamentais de enfrentamento. Foram utilizados registros de pensamentos disfuncionais, feitos pela paciente em situações aversivas, e posteriormente, o questionamento destes, onde ela pode identificar seu processo de funcionamento cognitivo e avaliar suas escolhas de comportamentos, mediante suas metas. Através de experimentos comportamentais, a paciente testou suas hipóteses sobre não conseguir enfrentar essa situação, onde pode observar que esses pensamentos são apenas pressupostos, e sua ansiedade era algo possível de enfrentar. Em poucas sessões os pensamentos distorcidos já estavam muito menos frequentes, apontando: “é mais vantajoso enfrentar o desconforto da menstruação, diante da minha meta de tentar engravidar”. Houve redução nos comportamentos de esquiva, e os escores dos inventários Beck apontaram melhora do humor. Com isso, este trabalho pode contribuir para área da TCC e seus diversos contextos de intervenção. [email protected] Painel 55 DESCOBRINDO NOVOS CAMINHOS: APLICAÇÕES DA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL. Thaís Sanches Silva (Consultório particular) Palavras Chave: Terapia cognitivo-comportamental, transtorno depressivo maior e suicídio Apresentar o curso do tratamento, sob o referencial teórico da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), de um paciente com sintomas de Transtorno Depressivo Maior (TDM), acompanhado de crises suicidas, alto nível de desesperança e sintomas de ansiedade. A TCC é comprovadamente eficaz no tratamento de diversos transtornos psiquiátricos, oferecendo diversos procedimentos a serem aplicados com pacientes suicidas. Após o relato de sintomas relacionados ao TDM e da coleta de dados de história de vida, na sexta sessão foram aplicados o Inventário de Depressão de Beck (BDI), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) e a Escala de Desesperança de Beck (BHS). A partir da obtenção das pontuações nessas escalas foram listadas as razões para viver e morrer do cliente, elaborados plano de segurança antissuicídio e kit esperança. O paciente foi questionado sobre

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surgimento de pensamentos e desejo suicida em parte das sessões e, dentre outros procedimentos, aplicou-se ativação comportamental, reestruturação cognitiva e resolução de problemas, com identificação das distorções cognitivas. Visando diminuição da ansiedade, respiração diafragmática e relaxamento passivo. Levanta-se como hipótese que os sintomas do TDM surgem após vivência de situações estressoras no trabalho e desgaste em relações interpessoais. Foi encaminhado ao psiquiatra e iniciou tratamento farmacológico. A partir da aplicação das escalas, o paciente pontuou 34 no BDI (depressão moderada), 22 no BAI (ansiedade moderada) e 14 na BHS (alto nível de desesperança). Relatou algumas crises suicidas, sendo uma acompanhada de planejamento, antes do início do tratamento. Após o início do tratamento, o paciente relatou perceber que as crises (caracterizadas como ideação e desejo suicidas) duraram menos tempo e se tornaram menos frequentes, com a utilização de itens do plano de segurança. Depois da aplicação de técnicas como reestruturação cognitiva e resolução de problemas, afirmou acreditar menos na crença central que foi identificada como a mais frequentemente associada ao desencadeamento das crises. Relata se perceber menos ansioso, mais ativo e tem realizado mais atividades prazerosas. Menciona com mais frequência planos para o futuro, maior contato com pessoas e maior sentimento de esperança. Afirma não vivenciar crises suicidas há cerca de cinco semanas. Permanece em tratamento psicoterapêutico e farmacológico. Após aplicação de procedimentos propostos pela TCC, o paciente relata maior atividade e realização de atividades prazerosas, maior controle de crises suicidas, além de crenças mais funcionais. Confirma a hipótese levantada no início do tratamento. [email protected] Painel 56 RELAÇÃO ENTRE FATORES DE RAIVA E ESTILOS PARENTAIS EM CUIDADORES E ADOLESCENTES. Thalyta Greff Miguita Malaquias e Aline Henriques Reis (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) Palavras Chave: Raiva, estilos parentais, adolescentes. O presente estudo buscou identificar se há relação entre os índices obtidos nos fatores do Inventário de Expressão de Raiva como Estado e Traço (STAXI) e Inventário de Estilos Parentais (IEP) tanto de cuidadores quanto de adolescentes, e se há diferença entre as médias nos escores obtidos do IEP entre cuidadores e adolescentes. Trata-se de uma pesquisa quantitativa correlacional realizada com 31 cuidadores (M=43,35 anos) e os adolescentes os quais são responsáveis (M=13,81 anos). A pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino fundamental, pública, da cidade de Campo Grande –MS e na residência dos participantes. Aplicou-se o STAXI e o IEP nos cuidadores e adolescentes, separadamente. Verificou-se correlação significativa nos seguintes fatores do IEP e STAXI do cuidador: negligência e reação de raiva (r=0,415; p=0,02), disciplina relaxada e estado de raiva (r=0,355; p=0,05), monitoria negativa e temperamento de raiva (r=0,384; p=0,033); IEP total e estado de raiva (r=- 0,380; p= 0,035). Ao compararem-se os resultados dos adolescentes, estado de raiva correlacionou-se com as seguintes dimensões do IEP: comportamento moral (r= -0,474; p=0,007), punição inconsistente

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(r=0,528, p=0,002), negligência (r=0,608; p<0,001), disciplina relaxada (r=0,452; p=0,011) e IEP total (r=-0,556; p=0,001). Temperamento de raiva correlacionou-se com os fatores do IEP: monitoria positiva (r= - 0,413; p=0,021), comportamento moral (r= -0,393; p=0,029), punição inconsistente (r=0,600; p<0,001), negligência (r=0,674; p=0,000) e IEP total (r= -0,619; p=0,000). Raiva para dentro correlacionou-se com: negligência (r=0,607; p<0,001). Raiva para fora correlacionou-se com: comportamento moral (r= -0,364; p=0,044), negligência (r=0,487; p=0,006) e IEP total (r= -0,380; p=0,035) e expressão de raiva correlacionou-se com: punição inconsistente (r=0,385; p=0,033), negligência (r=0,550; p=0,001) e IEP total (r= -0,413; p=0,021). Verificou-se que, quanto mais o adolescente percebe as práticas parentais como positivas, menor a pontuação em estado de raiva, temperamento e raiva para fora e quanto maior a pontuação identificando práticas parentais negativas, maior a pontuação obtida em estado de raiva, temperamento, raiva para fora e expressão de raiva. Nos cuidadores, apesar de menos correlações, os fatores de raiva também associaram-se positivamente com práticas parentais negativas. Quanto às médias de ambas as amostras no IEP, na percepção do cuidador, o percentual total situa-se de regular a bom, enquanto na percepção dos adolescentes foi de estilo parental de risco a regular. Os adolescentes perceberam as práticas parentais como mais negativas do que os cuidadores. Todavia, ambos tiveram uma visão regular, abaixo da média do estilo parental desejado ao desenvolvimento prossocial do adolescente. [email protected] Painel 57 PSICOEDUCAÇÃO NA TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL COMO FERRAMENTA NO TRATAMENTO DE TRANSTORNO DE ANSIEDADE. Tiago Piotto da Silva, Maria Claudia Rodrigues, Aline Gerbasi Balestra e Êdela Aparecida Nicoletti (Centro de Terapia Cognitiva Veda – CTC Veda - Ribeirão Preto) Palavras Chave: Terapia cognitiva; transtorno de ansiedade; psicoeducação A Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) tem sido indicada para tratar transtornos de ansiedade, que se apresentam cada vez mais comuns na sociedade atual, apresentando como característica comum interpretações catastróficas sobre acontecimentos do futuro e outros fatores de vulnerabilidade. Observando-se as técnicas, ferramentas e estratégias de tratamento para os transtornos de ansiedade, encontramos em estudos que a psicoeducação é um recurso importante utilizado em todo processo de tratamento . O objetivo desse estudo de caso foi relatar um processo de tratamento de transtorno de ansiedade através da TCC, utilizando a psicoeducação como ferramenta base. O presente trabalho descreve o atendimento individual a uma paciente, 25 anos, casada, residente no interior de São Paulo. Foram utilizados como instrumentos os inventários de Beck de depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança (BHS). O tratamento se deu através de 14 sessões estruturadas na abordagem cognitivo-comportamental. Durante o tratamento, fora utilizado a psicoeducação sobre a terapia cognitiva, sobre o transtorno de ansiedade e o funcionamento cognitivo e

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comportamental da paciente diante desse quadro, e sobre as reações fisiológicas ao medo e a ansiedade. A psicoeducação destas variáveis, somado a técnicas de reestruturação cognitiva, possibilitaram a paciente a compreender o que acontecia com ela mesma e assim gerenciar suas interpretações diante de sensações que antes catastrofizava. A paciente trouxe nas primeiras sessões que ao se deitar para dormir começava a pensar “não vou conseguir dormir, mas eu preciso dormir logo”, sentia-se agitada e com o coração acelerado, em seguida olhava para uma foto que tem no porta retrato e pensava “tem alguma coisa de ruim no quadro”, ficava com mais medo e imaginando coisas, coração acelerava ainda mais e tinha que chamar o marido para retirar o porta retrato e ficava perguntando se a casa estava fechada. O uso da psicoeducação no tratamento do transtorno de ansiedade, mostrou como a ferramenta foi importante na redução da ansiedade e potencializou a capacidade da paciente para lidar com as dificuldades de maneira mais funcional, realizando enfrentamentos e mudanças de hábitos que antes ela mesma considerava difíceis de serem feitos, como por exemplo perceber que seus pensamentos sobre o porta retrato eram apenas pensamentos, e não fatos, logo voltou a dormir bem. Assim, a psicoeducação apresentou, neste relato de caso, um impacto positivo sobre a redução da ansiedade da paciente, e uma importante ferramenta no auxílio do processo de reestruturação cognitiva e resolução de problemas, durante todas as fases do tratamento. [email protected] Painel 58 AVALIAÇÃO DO EFEITO PRIMING RELACIONADO ÀS EMOÇÕES EM UMA AMOSTRA INFANTIL. Vitória Maria Machado Oliveira, Bianca da Silva Pellini, Pedro Henrique Araújo Orlandi, Simone Rodrigues Constantino, Ana Karla Silva Soares e Aline Henriques Reis (UFMS) Palavras Chave: Efeito priming, emoção O efeito Priming refere-se à pré-ativação de uma rede de informações, por um estímulo antecedente à resposta que influenciará um evento posterior. Objetivou-se verificar se a apresentação de um estímulo (prime) relacionado à emoção tristeza afetaria a realização de uma atividade posterior. Participaram 30 crianças com idade entre 10 e 12 anos do 5ª ano de uma escola estadual (12 grupo experimental [GE] e 18 grupo controle [GC]). A aplicação foi coletiva. O GE assistiu a cena do filme “Bambi” em que Bambi e a mãe são perseguidos por caçadores e a mãe de Bambi morre. Após a cena aplicou-se uma atividade distratora, e depois os participantes elaboraram uma história baseando-se na figura de uma cortina, que se supunha ser neutra. O GC realizou a atividade distratora e elaborou uma história usando a mesma figura. As histórias foram analisadas e quantificadas conforme a quantidade de elementos indicativos de tristeza e medo. Consideraram-se temas relacionados à tristeza: abandono, choro, solidão, morte, acidente, perdas, separação, e sofrimento; e relacionadas a medo: temor, ameaça, preocupação, histórias de terror, morte por assassinato. Comparou-se o número de palavras relacionadas a medo e tristeza entre o GE e GC pelo teste U de Mann-Whitney. GE (M=0,58; DP=1,16) palavras relacionadas a medo e (M=0,42; DP=0,67) referentes à tristeza. O GC (M=1,11;

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DP=1,71) palavras relacionadas a medo e (M=0,39; DP=1,24) referentes à tristeza. Apesar de o GE que assistiu ao filme empregar menos palavras referentes a medo (n = 7) e tristeza (n = 5) que o grupo controle (medo = 20; tristeza = 7), essa diferença não foi estatisticamente significativa quanto ao número de palavras para “medo” (U = 100, p = 0,68) e “tristeza” (U = 87,50, p = 0,21). Assim, o efeito priming não ocorreu, ou seja, mesmo que assistir à cena do filme tenha eliciado tristeza nos participantes, não foi suficiente para ativar uma rede de memórias associadas à tristeza de modo que esses elementos surgissem na história. Presume-se que isso ocorreu porque a imagem da cortina não se relaciona ao contexto da cena. Quanto às palavras relacionadas ao medo, supõe-se que o estímulo identificado pelos pesquisadores como sendo neutro possa, na verdade, ter ativado informações referentes a histórias de terror em ambos os grupos. Nesse caso, a imagem da cortina poderia ter sido em si um prime para a elaboração posterior da história. Apoio financeiro: UFMS [email protected] Painel 59 ASSOCIAÇÃO ENTRE PERFECCIONISMO E PENSAMENTOS INTRUSIVOS EM ADOLESCENTES. Willian de Sousa Rodrigues, Ana Clara Gomes Braga, Rachel Rios Barbalho Soares e Marcela Mansur-Alves (Universidade Federal de Minas Gerais) Palavras Chave: Perfeccionismo, pensamentos intrusivos e adolescência O perfeccionismo refere-se à tendência pessoal pela busca de altos padrões de desempenho, acompanhados por avaliações demasiadamente críticas e pelo esforço em evitar falhas. O modelo de Frost o divide em adaptativo e desadaptativo, sendo o primeiro um componente do funcionamento psicológico saudável, envolvendo expectativas e objetivos realistas possíveis de satisfação e aumento da autoestima. O segundo caracteriza-se pela intensa necessidade em evitar falhas e é comumente associado a uma variedade de sintomas psicológicos. Os pensamentos intrusivos caracterizam-se pelo seu conteúdo aversivo, sendo involuntários, desconfortáveis e frequentemente associados a psicopatologias, como nas perturbações obsessivo-compulsiva e alimentares. No Brasil, as pesquisas sobre a relação entre perfeccionismo e pensamentos intrusivos são escassas. Nesse sentido, este estudo teve por objetivo principal verificar a relação entre os componentes do perfeccionismo, partindo do modelo de Frost, com os pensamentos intrusivos em adolescentes, visto que tais sintomas são comumente encontrados nessa faixa etária. Participaram do estudo 77 alunos (48 meninas) de uma escola particular da cidade de Manhuaçu (Minas Gerais), com idade média de 14,74 anos (dp=1,7). Utilizou-se a Multidimensional Perfectionism Scale de Frost, que avalia Preocupação com Falhas (PF), Padrões de Desempenho (PD), Ordem (O), Dúvidas sobre Ações (D), Crítica Parental (CP) e Expectativa Parental (EP). Composta por 36 itens (adicionou-se um item de PD), foi agrupada em dois fatores: Perfeccionismo Adaptativo (PD e O), e Perfeccionismo Desadaptativo (PF, D, CP e EP). Também utilizou-se a Escala de Ajustamento Psicológico para Adolescentes, composta por 67 itens divididos em dois fatores: Ruminação do Pensamento (RP), que envolve

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sentimentos catastróficos, sensação de inquietação e um senso exagerado de responsabilidade/controle, e Conduta Compulsiva (C), referente a dificuldades de adaptação diante de ambiguidades/desordens. Através da correlação de Pearson, encontrou-se os seguintes resultados: Perfeccionismo Adaptativo apresentou correlação moderada com C (r=0,621; p=0,000), não apresentou correlação significativa com RP (r=0,196; p=0,106) e apresentou correlação moderada com Perfeccionismo Desadaptativo (r =0,457; p=0,000); Perfeccionismo Desadaptativo apresentou correlação moderada com C (r=0,366; p=0,003). Como apontado na literatura, o fator C refere-se a expressão de comportamentos públicos e ações que possam envolver a avaliação de terceiros, sendo assim, esperada sua correlação com o Perfeccionismo Desadaptativo. Remete, também, à dificuldade de adaptação diante a desordens, relacionando assim, com o Perfeccionismo Adaptativo. A ausência de correlação entre o Perfeccionismo Adaptativo e RP também é esperada, devido ao caráter de funcionamento saudável que o primeiro carrega. Entretanto, ainda é necessário aumentar a amostra para generalizar os resultados encontrados. Apoio financeiro: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) da Pró-Reitoria de Pesquisa (PRPq) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFMG (PPG-PSI) [email protected] Painel 60 EFEITO DA PSICOEDUCAÇÃO NA REDUÇÃO DA ANSIEDADE. Betânia Talarico Silva Gonçalves, Mariana Fortunata Donadon, Sabrina Kerr Bullamah Correia e Êdela Aparecida Nicoletti (CTC Veda - Ribeirão Preto) Palavras Chave: Psicoeducação, ansiedade e terapia cognitiva comportamental Introdução: Os transtornos de ansiedade são frequentes na prática clínica e na sociedade contemporânea. A prevalência geral desses transtornos na população atinge 24,9% e estão associados com a redução da qualidade de vida, acarretando prejuízos na área pessoal, social, familiar e econômica. Para lidar e tratar a ansiedade utiliza-se a psicoeducação, que pode ser considerada uma forma de intervenção que visa propiciar condições melhores de entendimento e compreensão de seu transtorno, bem como salientar e potencializar os aspectos positivos do paciente. Objetivos: O objetivo deste estudo de caso foi descrever o efeito da psicoeducação em um paciente ansioso seguindo a abordagem da terapia cognitiva comportamental (TCC). Material e Métodos: O presente relato de caso descreve o atendimento de uma paciente de 25 anos, solteira, submetida a 30 sessões de psicoterapia cognitivo-comportamental na modalidade individual. Foram utilizados os inventários de Beck para depressão (BDI), ansiedade (BAI) e desesperança (BHS). O plano de tratamento envolveu técnicas cognitivo-comportamentais tais como psicoeducação, reestruturação cognitiva, experimento comportamental e prevenção de recaídas. Resultados: Verificou-se que através da psicoeducação da ansiedade, a paciente conseguiu uma melhora na qualidade de vida, além de reduções nos sintomas de ansiedade, verificados através dos escores do BAI. Discussão/conclusão: A TCC tem se

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mostrado efetiva no tratamento desse transtorno, sendo a psicoeducação uma das técnicas utilizadas e que pode contribuir com resultados positivos também para a diminuição da ansiedade. Tais resultados foram alcançados por que a técnica da psicoeducação, ajuda a ampliar a adesão ao tratamento a longo prazo. Além disso, seu efeito positivo se deu pelo fato de a terapia ser colaborativa, uma vez que o paciente aprende as técnicas para que tenha condições de usar sozinho. [email protected]