Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM DESIGN
MESTRADO EM DESIGN
RICARDO MARQUES SASTRE
EMBALAGEM DE CONSUMO EM PAPEL CARTÃO:
Categorias para avaliação da inovação no Design e Produção de embalagens.
.
PORTO ALEGRE
2014
RICARDO MARQUES SASTRE
EMBALAGEM DE CONSUMO EM PAPEL CARTÃO:
Categorias para avaliação da inovação no Design e Produção de embalagens.
Dissertação apresentada ao programa de Pós-Graduação em Design do Centro Universitário Ritter dos Reis, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Design.
Orientador: Prof. Dr. André Luis Marques da Silveira
PORTO ALEGRE
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
S252e Sastre, Ricardo Marques.
Embalagem de consumo em papel cartão: categorias para avaliação da inovação no Design e Produção de embalagens / Ricardo Marques Sastre. – 2014.
171 f.: il ; 30 cm.
Dissertação (mestrado) – Centro Universitário Ritter dos Reis, Faculdade de Design, Porto Alegre, 2014.
Orientador: Prof. Dr. André Luis Marques da Silveira.
1. Design. 2. Embalagens. 3. Design de produtos. I. Título. II. Silveira, André Luis Marques da.
CDU 658.788.4
Ficha catalográfica elaborada no Setor de Processamento Técnico da Biblioteca
Dr. Romeu Ritter dos Reis
RICARDO MARQUES SASTRE
EMBALAGEM DE CONSUMO EM PAPEL CARTÃO:
Categorias para avaliação da inovação no Design e Produção de embalagens.
Dissertação de Conclusão de Curso defendida e aprovada como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Design, pela seguinte banca examinadora:
_________________________________
Prof.ª Dra. Fabiane Wolff - UniRitter
_________________________________
Prof. Dra. Ana Cláudia Gruszynski – UFRGS
________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. André Luis Marques da Silveira - UniRitter
PORTO ALEGRE
2014
AGRADECIMENTOS
Inicialmente, agradeço aos meus familiares que apoiaram minha decisão de
reconduzir minha carreira profissional; à minha esposa, estando ao meu lado nas
horas difíceis e, em especial, ao Surf, o Yoga e à Música, que são fontes
inesgotáveis de harmonia e equilíbrio em minha vida.
Ao orientador, Prof. Dr. André Luis Marques da Silveira, que, mesmo em
meus momentos de dúvidas, cansaço e bloqueios mentais, esteve apoiando e
reconduzindo os trabalhos.
E, claro, aos colegas do mestrado, professores, amigos, alunos e clientes que
estiveram envolvidos neste caminho percorrido, contribuindo com amizade,
conhecimento e bons momentos de desabafo e descontração.
RESUMO
Esta pesquisa propõe identificar critérios (fatores) para avaliação da Inovação no
Design e Produção de embalagens de consumo em papel cartão, que possam ser
empregados para auxiliar na identificação do tipo e intensidade do(s) fator(es) de
inovação incidente(s). A abordagem metodológica adotada é qualitativa/descritiva e
utiliza a técnica de pesquisa bibliográfica. Inicia com a verificação do que está sendo
pesquisado sobre embalagem e inovação no Brasil, através da análise das
dissertações e teses dos cursos de design recomendados pela CAPES. Em seguida,
descreve os conceitos e teorias que abordam a produção de embalagem, a inovação
e a sua aplicação no Design. Através destas etapas iniciais foi possível a
composição dos critérios (fatores) utilizados para avaliação da inovação em
embalagens. Por fim, foram selecionadas para análise as embalagens em papel
cartão premiadas na categoria ouro pela ABRE em sua última edição, ocorrida em
2013. Através desta análise composto por critérios (fatores), foi possível mensurar a
incidência de inovação (ausência ou intensidade do fator) no campo da embalagem
de consumo em papel cartão.
Palavras-chave : Embalagem. Papel Cartão. Inovação. Avaliação da Inovação.
ABSTRACT
This research proposes to identify criteria (factors) to assess Innovation in Cardboard
Packaging Design and Production that can be used to help identify incidence of
types and intensity factor(s) of innovation. Qualitative-descriptive methodological
approach is adopted as well as literature technique. It starts by verification of what
has been researched on packaging and innovation in Brazil through analysis of
theses and dissertations in Design courses recommended by CAPES. Then, it
describes concepts and theories that address packaging production, innovation and
its application in Design. Through these initial stages, composition of criteria (factors)
utilized to assess innovation in packaging was possible. Finally, gold category
winners by ABRE at last edition held in 2013 were selected for cardboard packing
analysis. Out of the tool for analysis composed by criteria (factors), it was possible to
measure impact innovation incidence (absence or intensity of the factor) in the field
of cardboard packaging.
Keywords : Packaging. Cardboard. Innovation. Innovation evaluation.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Estrutura da dissertação .................................................................... 20
Figura 2 – Ciclo de vida da embalagem .............................................................. 63
Figura 3 – Classificação da embalagem.............................................................. 67
Figura 4 – As camadas do papel cartão .............................................................. 70
Figura 5 – O processo de produção gráfica ........................................................ 72
Figura 6 – Os tipos de impressão ........................................................................ 75
Figura 7 – Pós impressão das gráficas produtora de embalagem ...................... 76
Figura 8 – O espaço da inovação ........................................................................ 84
Figura 9 – Exemplo de inovação em produto ...................................................... 86
Figura 10 – Exemplo de inovação em processo .................................................... 87
Figura 11 – Exemplo de inovação de posição ....................................................... 88
Figura 12 – Exemplo de mudança de paradigma .................................................. 89
Figura 13 – Exemplo de inovação radical e incremental ....................................... 90
Figura 14 – A estratégia da inovação guiada pelo design como mudança radical
de significados ....................................................................................... 94
Figura 15 – Inovação em materiais, tecnologia e processos de produção .......... 102
Figura 16 – Exemplo de embalagem sustentável ................................................ 107
Figura 17 – Exemplos de inovação em mercado ................................................ 113
Figura 18 – Exemplos de inovação em morfologia .............................................. 118
Figura 19 – Exemplo de embalagem com boa usabilidade ................................. 124
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Temáticas de pesquisa sobre embalagem ....................................... 40
Gráfico 2 – Temáticas de pesquisa sobre inovação ............................................ 59
Gráfico 3 – Incidência de inovação incremental nas embalagens ..................... 151
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Número de trabalhos sobre embalagem por instituição de ensino ... 26
Quadro 2 – Número de trabalhos sobre inovação por instituição de ensino ....... 42
Quadro 3 – Funções da embalagem ................................................................... 64
Quadro 4 – Tipos de inovação ............................................................................ 81
Quadro 5 – Inovações radicais que influenciaram a evolução da embalagem .... 90
Quadro 6 – Tipos de inovação no design baseado nas estratégias para competir
............................................................................................................ 91
Quadro 7 – Vetores ou forças motrizes para inovações do design ..................... 92
Quadro 8 – Campos para buscar inovação ......................................................... 95
Quadro 9 – Direções para buscar inovação ........................................................ 96
Quadro 10 – Quadro analítico das ideias e conceitos que colaboram para
fundamentar os critérios de avaliação da inovação no projeto de
embalagens ........................................................................................ 97
Quadro 11 – Referência dos autores sobre os aspectos tecnológicos .................. 98
Quadro 12 – Subcritérios e recomendações dos aspectos tecnológicos ............ 100
Quadro 13 – Referência dos autores sobre meio ambiente e sustentabilidade .. 103
Quadro 14 – Subcritérios e recomendações do meio ambiente e sustentabilidade
........................................................................................................... 106
Quadro 15 – Referência dos autores sobre mercado .......................................... 108
Quadro 16 – Exemplos de utilização da embalagem como ferramenta de
marketing ........................................................................................... 109
Quadro 17 – Subcritérios e recomendações do mercado ................................... 111
Quadro 18 – Referência dos autores sobre morfologia ....................................... 113
Quadro 19 – Subcritérios e recomendações da morfologia ................................ 116
Quadro 20 – Referência dos autores sobre usabilidade ..................................... 119
Quadro 21 – Subcritérios e recomendações sobre usabilidade .......................... 122
Quadro 22 – Embalagem Atum Salera ................................................................ 128
Quadro 23 – Embalagem Perfume Quem disse Berenice ................................... 130
Quadro 24 – Embalagem Aisó Lande ................................................................. 131
Quadro 25 – Linha de maquiagem Phebo ........................................................... 133
Quadro 26 – Embalagem América Delivery ........................................................ 134
Quadro 27 – Embalagem Liggero Adria .............................................................. 136
Quadro 28 – Embalagem Green By Missako ...................................................... 138
Quadro 29 – Linha de produtos Quem Disse Berenice ....................................... 139
Quadro 30 – Linha de produtos York .................................................................. 141
Quadro 31 – Embalagem Implantes Dentários .................................................... 142
Quadro 32 – Embalagem Octa Cooler MMA ....................................................... 144
Quadro 33 – Embalagem Se Beber, Vá de carona ............................................. 146
Quadro 34 – Embalagem Linda Lindinha O Boticário ......................................... 147
Quadro 35 – Embalagem X-Liso ......................................................................... 149
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 12
2 JUSTIFICATIVA .......................... .................................................................. 15
3 PROBLEMA DE PESQUISA ................... ..................................................... 17
4 OBJETIVOS .............................. .................................................................... 18
4.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................ 18
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ......................................................................... 18
5 METODOLOGIA DE PESQUISA ................ .................................................. 19
5.1 IDENTIFICAÇAO DE FONTES DE DADOS .................................................. 20
5.2 ANALISE DE CONCEITOS E TEORIAS ....................................................... 22
5.3 CATEGORIZAÇÃO ....................................................................................... 23
5.4 TESTE E INTERPRETAÇÃO ........................................................................ 24
6 O ESTADO DA ARTE EM PESQUISA S OBRE A TEMÁTICA DA
EMBALAGEM E DA INOVAÇÃO ............... .................................................. 25
6.1 SOBRE A TEMÁTICA DA EMBALAGEM NO DESIGN ................................. 25
6.2 SOBRE A TEMÁTICA DA INOVAÇÃO NO DESIGN..................................... 42
7 CONCEITOS E TEORIAS SOBRE EMBALAGEM E IN OVAÇÃO ............... 61
7.1 SOBRE EMBALAGEM EM PAPEL CARTÃO: CONCEITOS, FUNÇÕES,
CLASSIFICAÇÕES, MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE IMPRESSÃO. ....... 61
7.1.1 As Funções da Embalagem .................. ...................................................... 64
7.1.2 A Classificação das Embalagens ........... .................................................... 66
7.1.3 Materiais e Tecnologias de Impressão ..... ................................................. 69
7.2 SOBRE INOVAÇÃO: CONCEITOS, TIPOS, INTENSIDADES
E ABORDAGENS NO DESIGN ..................................................................... 77
7.2.1 Os Tipos de Inovação ..................... ............................................................ 80
7.2.2 A Intensidade da Inovação .............. ......................................................... 83
7.2.3 Abordagens Teóricas do Design sobre Inovação .................................. 85
8 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN E
PRODUÇÃO DE EMBALAGENS DE CONSUMO EM PAPEL CARTÃO .. 98
8.1 ASPECTOS TECNOLÓGICOS ................................................................... 98
8.2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE .............................................. 103
8.3 MERCADO ................................................................................................ 107
8.4 MORFOLOGIA .......................................................................................... 113
8.5 USABILIDADE ........................................................................................... 118
9 INTERPRETAÇÃO REFERENCIAL ............ ............................................. 126
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................... .................................................... 154
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 157
ANEXO A – Tabela das dissertações em e mbalagem no design ......... 163
ANEXO B – Tabela das dissertações em i novação no design ............. 165
ANEXO C – Relação de palavras-chave – Embalagem ......................... 168
ANEXO D – Relação de palavras-chave – Inovação .............................. 169
ANEXO E – Relação de cursos – CAPES .. ............................................. 171
12
1 INTRODUÇÃO
Esta dissertação, desenvolvida junto ao programa de pós-graduação em
Design, do Centro Universitário Ritter dos Reis – Rede Laureate International
Universities, está vinculada ao grupo de pesquisa "Design Uniritter", coordenado
pelo prof. Dr. Vinícius Gadis Ribeiro. O grupo reúne pesquisadores interessados no
estudo de “Métodos e Técnicas para o Ensino do Design” e “Soluções para
problemas complexos da sociedade” através de projetos inovadores, integrando o
trinômio “Design, Tecnologia e Inovação”. Ela está abrigada na linha de pesquisa
“Design e inovação” e foi desenvolvida sob orientação do Prof. Dr. André Luis
Marques da Silveira. A linha “Design e inovação” busca compreender os papéis do
design nos processos de inovação. Para tanto, investiga o campo de atuação de
designer, para refletir sobre a produção de novas ideias ou conceitos em relação à
cultura material e organizacional.
A temática de investigação desta dissertação abrange o estudo dos aspectos
de inovação no projeto de embalagens de consumo em papel cartão. Percebe-se
que, na atualidade, muitas empresas buscam gerar um diferencial competitivo em
seus produtos e serviços distintos, a fim de atender um mercado cada vez mais
exigente. Dentre os diversos profissionais que colaboram neste processo, destaca-
se o Designer. Ele contribui para esta tarefa ao propor soluções criativas e originais
de função, de uso de materiais, tecnologias e processos, de produtividade e
sustentabilidade, dentre outras proposições, com o intuito de agregar novos valores
a produtos e serviços que atendam às necessidades do público-alvo.
Em 1990, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico
(OCDE), que tinha por objetivo propor “Diretrizes para coleta e interpretação de
dados sobre Inovação Tecnológica”, concebeu o Manual de Oslo (1990, 2004 e
2005). Neste documento, o conceito inovação é definido como a implementação de
um produto, bem ou serviço novo ou significativamente melhorado, ou um processo,
ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas
de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.
13
É neste cenário que esta dissertação se insere e busca contribuir para o
aprofundamento do estudo sobre a temática, ao propor ¨critérios para avaliação da
inovação no projeto de embalagens de consumo em papel cartão¨. Para tanto, a
inovação é pensada a partir dos seguintes critérios de avaliação: aspectos
tecnológicos; meio ambiente e sustentabilidade; mercado; morfologia e usabilidade.
Sendo assim, destaca-se que esta dissertação adota o seguinte pressuposto
de investigação: a inovação no campo da embalagem de consumo em papel cartão
pode ser analisada por meio de critérios (fatores) que auxiliem na identificação do
tipo de inovação e sua incidência (ausência ou intensidade do fator).
A abordagem metodológica adotada é qualitativa/descritiva e utiliza a técnica
de pesquisa bibliográfica. Como ponto de partida desta investigação, desenvolveu-
se o capítulo 6 “O estado da arte em pesquisa sobre a temática da embalagem e da
inovação”, em que se mapearam as pesquisas provenientes de programas de stricto
sensu em Design no Brasil. O estudo foi fundamental para situar-se sobre os
processos de construção do saber em relação à temática investigada.
A partir desta investigação, se obteve sinalizadores em relação ao marco
teórico adotado por estas dissertações (autores, teorias e conceitos). Na sequência,
no capítulo 7 “Conceitos e teorias sobre embalagem e inovação”, procedeu-se a
descrição e análise daqueles conceitos que colaboram para fundamentar os critérios
de avaliação da inovação no projeto de embalagens. Para tanto, apresenta-se um
breve texto que conceitua as embalagens de consumo em papel cartão, descrevem-
se as principais funções, a sua classificação, os materiais e as tecnologias de
impressão a partir da ótica dos autores Baer (1999); Bann (2010); Bergmiller (1976);
Camilo (2011); Calver (2009); Carvalho (2008); Cavalcanti (2006); Collaro (2005);
Fernandes (2003); Ferrador (2011); Gurgel (2007); Mestriner (2002 e 2007); Negrão
(2008); Oliveira (2002); Peltier (2009); Pereira (2003); Scarpeta (2009) e Strunck
(2011).
Após, investiga-se os conceitos, os tipos e intensidades da inovação a partir
do olhar dos seguintes autores: Bezerra (2008 e 2011); Christensen (2001); Drucker
(1986); Kotler e Trías de Bes (2011); Manual de Oslo (1990, 2004 e 2005); Mattos,
Stoffel, Teixeira (2010); Scherer (2009); Schumpeter (1988) e Tidd, Bessant e Pavitt
14
(2008). Também se aborda a temática a partir da perspectiva do Design. Para tanto,
adotam-se os seguintes autores: Bonsiepe (2008, 2011); Camilo (2009); Mestriner
(2002); e Verganti (2012). Este capítulo permitiu a apropriação de conceitos e teorias
referentes à temática de estudo e forneceu subsídios para o desenvolvimento do
próximo capítulo.
No capítulo 8 “Critérios para avaliação da inovação no Design e Produção de
Embalagens de consumo em papel cartão”, são concebidos e descritos os “Critérios
(fatores) para avaliação da inovação em embalagens”. Estes critérios foram
selecionados a partir de conceitos e teorias estudadas ao longo desta dissertação e
de sua aplicabilidade no campo do projeto e produção de embalagens em papel
cartão.
Por fim, no capítulo 9 “Interpretação referencial”, efetua-se a interpretação
das categorias propostas mediante a análise de quatorze (14) embalagens. Neste
momento, buscou-se averiguar a pertinência ou exatidão dos critérios idealizados.
Ao analisarem-se os aspectos de inovação no projeto de embalagens, pode-se
vislumbrar a intensidade do fator e quais aspectos foram mais evidenciados. Sendo
assim, esta dissertação contribui para o debate a cerca da temática da inovação ao
propor critérios (fatores) para auxiliar na avaliação do seu emprego ou incidência no
campo do Design e Produção Gráfica de embalagem em papel cartão.
15
2 JUSTIFICATIVA
A importância que o segmento do design e produção de embalagens assume
atualmente pode ser verificada com base em alguns dados numéricos fornecidos
pela Associação Brasileira de Embalagens (ABRE). O valor bruto da produção física
de embalagens no Brasil atingiu R$ 52,4 bilhões em 2013, alcançando um aumento
de quase 11% em relação aos R$ 47,3 bilhões de 2012. O setor de embalagens em
papel ocupa 35,05% deste mercado (somados os setores de papelão ondulado com
19,40%, cartolina e papel cartão com 9,90% e papel com 5,75%). Para 2014, as
perspectivas para o setor são de um crescimento moderado na produção física que
deve apresentar um incremento por volta de 1,5%.
Devido ao crescente aumento da embalagem no cenário competitivo da
atualidade, não é mais possível tratar deste assunto sem considerar-se a questão da
inovação, que pode apresentar-se através da implementação de um novo produto ou
do aperfeiçoamento de algo já existente no mercado. O grande desafio dos
designers é fazer com que a embalagem torne-se a parte visível desta inovação
através de projetos que contemplem uma visão mais ampliada acerca da aplicação
da inovação na embalagem. Segundo Mestriner (2007, p.77), o design é um recurso
estratégico para gerar inovação, pois uma nova forma, novos dispositivos de
abertura e fechamento e também grafismos, cores e imagens fora do comum
produzem o efeito desejado.
Através do estado da arte realizado nas dissertações em Design do Brasil, no
capítulo 6 desta pesquisa, se verificou o baixo percentual de trabalhos publicados
sobre embalagens nos cursos de Design, resultando em um pouco mais de três (3)
% do total de publicações entre o período de 1994 a 2012. Esta etapa do trabalho
revelou a inexistência de dissertações publicadas no campo do design sob a
temática desta pesquisa, o que justifica, contribui e gera subsídios para futuras
pesquisas na área dentro do campo do design.
16
Sendo assim, diante da importância de problematizar a inovação no design e
produção de embalagens, esta dissertação contribui para o debate acerca da
temática da inovação ao propor critérios (fatores) para auxiliar na avaliação do seu
emprego ou incidência no campo do Design e Produção de embalagem em papel
cartão.
17
3 PROBLEMA DE PESQUISA
Entende-se que a inovação é um dos fatores que contribuem para o
desenvolvimento da sociedade. Por exemplo, sem as modernas tecnologias de
cultivo, uma parcela significativa da produção mundial de alimentos seria perdida
devido às pragas, os insetos, a forma de colheita, a estocagem, dentre outros
motivos. Para atender à demanda crescente por alimentos e também para
impulsionar o desenvolvimento dos países, fez-se necessário aumentar a
produtividade da produção agrícola. Uma das formas para tanto é inovar através da
transformação da estrutura produtiva existente, por meio da incorporação de novas
técnicas e processos que agreguem valor à produção, mediante a intensificação do
uso do conhecimento e da informação. Quando se pensa na inovação aplicada à
embalagem, percebe-se que existe uma profusão de proposições de ordem aplicada
que buscam gerar melhorias e benefícios em relação à sustentabilidade e à
reciclagem, materiais e texturas, tintas e vernizes, formatos e tamanhos, sistema de
abertura, dentre outros. Entretanto, não foi possível identificar em bibliografia
especializada, critérios que auxiliem na avaliação dos principais fatores de inovação
aplicados na embalagem de consumo em papel cartão. Assim, diante da importância
de problematizar a inovação no design e produção de embalagens de consumo em
papel cartão, definiu-se a seguinte questão de pesquisa:
Como identificar os aspectos de inovação nas embalagens em papel cartão?
18
4 OBJETIVOS
4.1 OBJETIVO GERAL
Sistematizar critérios (fatores) para avaliação da Inovação no Design e
Produção de embalagens de consumo em papel cartão, que possam ser
empregados para auxiliar na identificação do tipo e intensidade do(s) fator(es) de
inovação incidente(s).
4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
a) descrever e analisar os conceitos básicos e teorias referentes às
temáticas de estudo (embalagem e inovação).
b) conceber critérios de análise que auxiliem na identificação do tipo e
intensidade do(s) fator(es) de inovação.
c) efetuar a análise de embalagens através dos critérios (fatores)
estabelecidos no corpus desta pesquisa.
19
5 METODOLOGIA DE PESQUISA
Esta pesquisa constitui-se como qualitativa, descritiva e interpretativa, com a
utilização da técnica de pesquisa bibliográfica que, segundo Gil (2010, p. 29), é
elaborada com base em material já publicado, incluindo tradicionalmente material
impresso, tais como: livros, revistas, jornais, teses, dissertações e anais de eventos
científicos, podendo ser incluídas novas mídias como CDs, fitas magnéticas,
materiais disponibilizados pela internet, dentre outros.
No plano metodológico, a análise qualitativa apresenta certas características
particulares. Segundo Gil (2010), ela busca responder a questões muito específicas
ou particulares. Trabalha com um universo de significados, valores e atitudes
visando compreender a realidade humana vivida socialmente. Os pesquisadores que
adotam tal abordagem entendem que existe um vínculo indissociável entre o mundo
objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. A
interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados não requer o uso
exclusivo de métodos e técnicas estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta
para coleta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Os dados coletados
costumam ser analisados de forma indutiva. No raciocínio indutivo, a generalização
deriva de observações de casos da realidade concreta. As constatações particulares
levam à elaboração de generalizações.
Etapas da pesquisa bibliográfica
A seguir, apresenta-se o modelo proposto para pesquisa bibliográfica,
adaptado de Gil (2010) e composto por quatro (4) etapas básicas a serem seguidas:
identificação de fontes de dados, análise de conceitos e teorias, categorização e
teste e interpretação.
20
Figura 1 – Estrutura da dissertação
5.1 IDENTIFICAÇÃO DE FONTES DE DADOS
Segundo Gil (2010, p. 49), esta etapa compreende a fase de identificação das
fontes capazes de fornecer as respostas adequadas à solução do problema
proposto. Para tanto, desenvolveu-se o capítulo 6 “O Estado da Arte”, em que se
buscou mapear e analisar as pesquisas provenientes de programas de stricto sensu
em Design no Brasil efetuadas em relação às temáticas de embalagem e inovação.
Segundo Ferreira (2002), as pesquisas denominadas estado da arte são de
caráter bibliográfico e possuem em comum o desafio de mapear e discutir a
produção acadêmica em diferentes campos do conhecimento. Em geral, elas
buscam responder questões como: quais aspectos e dimensões vêm sendo
estudados em diferentes épocas e lugares; de que forma e sob quais condições
estas pesquisas têm sido conduzidas (metodologia); onde os resultados produzidos
21
são publicados (periódicos) ou comunicados (congressos, seminários e simpósios) e
quais são os conceitos e teorias mais abordados.
O mapeamento e análise das Dissertações foram fundamentais para situar o
pesquisador quanto aos processos de construção de saberes sobre a temática e
oferecer elementos para validar e justificar a proposta desta dissertação. O
procedimento ocorreu, num primeiro momento, a partir da leitura dos resumos e da
observância das palavras-chave. Segundo Ferreira (2002), os resumos cumprem a
finalidade que lhes está prevista em catálogos produzidos na esfera acadêmica, ou
seja, informar o leitor de maneira rápida, sucinta e objetiva sobre o trabalho do qual
se origina.
Nesta etapa foram realizadas as seguintes tarefas:
a) identificação dos programas de stricto sensu em design ou desenho
industrial no Brasil recomendados pela CAPES;
b) obtenção dos resumos das teses e dissertações defendidas em cada
um desses programas;
c) leitura e seleção dos trabalhos sobre a temática de investigação
(embalagem e inovação);
e) categorização e análise dos dados inventariados.
Durante o processo, conceberam-se planilhas de dados com a ferramenta
Microsoft Excel, na qual foram registradas as seguintes informações dos trabalhos:
ano de publicação; título do trabalho; palavras-chave; linha de pesquisa; objetivo da
pesquisa; local e instituição de ensino; dentre outras. Os trabalhos selecionados são
apresentados em ordem cronológica nos Anexos A e B.
As dificuldades na coleta de dados deram-se pela falta de padrão de busca
entre as universidades, pois, algumas possuem uma sessão com todos os trabalhos
publicados nas páginas dos programas de pós-graduação e outras se utilizam dos
22
repositórios das bibliotecas da instituição. Algumas bibliotecas possuem um banco
de teses e dissertações, podendo utilizar filtros específicos separados pelos
programas de pós-graduação. Em outros casos, a busca foi executada através de
palavras chave, filtrando apenas as dissertações e teses da instituição de origem.
Por constatar que em algumas instituições há uma divergência no número de
trabalhos publicados, entre as páginas do programa de pós-graduação com as
bibliotecas, foi feita a pesquisa nas duas formas em todas as instituições
pesquisadas, para a obtenção dos dados mais completos possíveis. Foi escolhida,
como base, a plataforma que apresentou o maior número de trabalhos. Nas
referências, no final desta pesquisa, constam os links de onde foram extraídos os
dados em cada uma das universidades pesquisadas.
Destaca-se que este capítulo forneceu sinalizadores em relação ao marco
teórico adotado por estas dissertações (autores, teorias e conceitos).
5.2 ANÁLISE DE CONCEITOS E TEORIAS
A etapa de análise de conceitos e teorias desenvolveu-se no capítulo 7
“Conceitos e teorias sobre embalagem e inovação¨ desta dissertação. Este processo
teve início na etapa anterior, mas agora é que o ¨corpus¨ será submetido a uma
descrição e análise dos conceitos e teorias que colaboram para fundamentar os
critérios de avaliação da inovação no projeto de embalagens. Para tanto, ele foi
subdividido em duas partes. Na primeira, apresenta-se um breve texto que conceitua
as embalagens de consumo em papel cartão, descrevem-se as principais funções,
classificação, substrato e as tecnologias de impressão a partir da ótica dos autores:
Baer (1999); Bann (2010); Bergmiller (1976); Camilo (2011); Calver (2009);
Carvalho (2008); Cavalcanti (2006); Collaro (2005); Fernandes (2003); Ferrador
(2011); Gurgel (2007); Mestriner (2002 e 2007); Negrão (2008); Oliveira (2002);
Peltier (2009); Pereira (2003); Scarpeta (2009) e Strunck (2011).
Após, investiga-se o conceito, os tipos e as intensidades das inovações,
adotam-se os seguintes autores: Bezerra (2008 e 2011); Christensen (2001);
23
Drucker (1986); Kotler e Trías de Bes (2011); Manual de Oslo (1990, 2004 e 2005);
Mattos, Stoffel, Teixeira (2010); Scherer (2009); Schumpeter (1988) e Tidd, Bessant
e Pavitt (2008). Também se aborda a temática a partir da perspectiva do Design;
para tanto, adotam-se os seguintes autores: Bonsiepe (2008, 2011); Camilo (2009);
Mestriner (2002); e Verganti (2012). Este capítulo permitiu a apropriação de
conceitos e teorias referentes à temática de estudo e forneceu subsídios para a
criação dos critérios de análise de inovação na embalagem.
5.3 CATEGORIZAÇÃO
Assume-se que o conceito de inovação não é estanque e que existem
diversas abordagens em relação a esta temática. Apesar disto, este trabalho se
esforçou em buscar pontos de convergências entre estas perspectivas. Os critérios
(fatores) resultantes deste estudo se originaram de uma classificação lexical
segundo os sentidos próximos, com o emparelhamento de sinônimos. Está-se
consciente que os mesmos estão relacionados diretamente com a realidade
oferecida ao pesquisador. Eles se originaram do reagrupamento progressivo de
categorias anteriores com uma generalidade mais fraca, primando-se pela
homogeneidade, pertinência, objetividade e produtividade. Eles foram selecionados
a partir de conceitos e teorias estudadas ao longo desta dissertação e da sua
aplicabilidade no campo do Projeto de Embalagens em papel cartão.
Cabe ressaltar-se, que estes critérios (fatores) não constituem um método
positivista para a análise da Inovação em Embalagens. Antes, fornecem um
enquadramento dos principais aspectos que devem ser observados segundo
teóricos que estudam a temática. No capítulo 8 “Critérios para avaliação da inovação
no Design e Produção de Embalagens de consumo em papel cartão” descrevem-se
os critérios e subcritérios propostos, apresentam-se exemplificações e
recomendações.
24
5.4 TESTE E INTERPRETAÇÃO
Nesta etapa, as informações trabalhadas em nível teórico são submetidas a
testes e interpretação. Segundo Gil (2010, p.60), esta etapa tem por objetivo
relacionar o que os autores afirmam com o problema ao qual se propõe uma
solução.
A partir do estudo efetuado, percebeu-se a dificuldade de se encontrar
indicadores que auxiliem ou apoiem a avaliação do fenômeno da inovação a partir
da ótica do designer. Em geral, os indicadores existentes se baseiam em aspectos
puramente econômicos, tais como os propostos pelo Manual de Oslo (1990, 2004 e
2005).
Com o intuito de auxiliar na aferição da presença ou ausência de um critério
(fator) de inovação quando da avaliação de uma embalagem, adotou-se um
indicador de caráter qualitativo, analisando embalagens através de categorias e
subcategorias de análise.
Para exemplificar o uso de tais critérios, selecionaram-se, para análise, as
embalagens premiadas pelo concurso realizado pela ABRE (Associação Brasileira
de Embalagem) em sua última edição, ocorrida no ano de 2013.
25
6 O ESTADO DA ARTE EM PESQUISA SOBRE A TEMÁTICA DA EMBALAGEM E
DA INOVAÇÃO
Este capítulo tem por objetivo verificar o que está sendo pesquisado sobre
embalagem e inovação nos programas de stricto sensu em Design no Brasil. O
corpus selecionado para o estudo totalizou novecentas e sessenta e quatro (964)
dissertações defendidas entre o período de 1994 a 2012, provenientes de dezessete
(17) cursos de pós-graduações em Design recomendados pela CAPES, (anexo E).
Os cursos de pós-graduações em Design que não estão relacionados na lista oficial
da CAPES foram desconsiderados. Como exemplo, cita-se o mestrado em Design
da Universidade Federal de Santa Maria, que se encontra em processo de
avaliação. Considerando-se este fato, o corpus se restringiu a onze (11) cursos.
Após a coleta, passou-se a leitura e análise dos resumos e palavras-chave
dos trabalhos. Quanto a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), constatou-
se que ela possuía quatorze (14) dissertações defendidas. Entretanto, nenhuma
abordava as temáticas de embalagem ou inovação. Para as demais instituições
recomendadas pela CAPES que continham trabalhos sobre as temáticas
investigadas, identificaram-se vinte e oito (28) dissertações que abordavam a
temática embalagem e trinta e sete (37) dissertações sobre a temática inovação e
somente duas pesquisas que abordavam o assunto simultaneamente. Cabe
ressaltar-se que apenas 3% do corpus investigado abordava a temática da
embalagem e 4% aborda a temática inovação.
6.1 SOBRE A TEMÁTICA DA EMBALAGEM NO DESIGN
As instituições Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO),
a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP/BAU) e
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) possuem o maior número de
dissertações sobre a temática, conforme tabela abaixo.
26
Quadro 1 – Número de trabalhos sobre embalagem por instituição de ensino
N° INSTITUIÇÃO ESTADO PERÍODO TOTAL TRABALHOS SOBRE EMBALAGENS
1 UNESP/BAU SP 1994 A 2012 152 7
2 UFPE PE 2005 A 2012 93 1
3 UFPR PR 2005 A 2012 31 2
4 UERJ RJ 2007 A 2012 52 1
5 PUC-RIO RJ 1994 A 2012 335 7
6 UFRGS RS 2009 A 2012 103 5
7 UNISINOS RS 2009 A 2012 40 2
8 UNIRITTER RS 2011 A 2012 15 1
9 UAM SP 2008 A 2012 88 1
10 UFSC SC 2008 A 2012 55 1
TOTAIS 964 28
Fonte: o autor
As primeiras dissertações foram publicadas em 2003 na PUC/RIO e
UNESP/BAU, quase dez anos depois da implantação dos respectivos cursos.
Considerando-se o número dissertações produzidas entre os anos de 2003 até
2012, percebe-se que a pesquisa sobre a temática na área do Design ainda é muito
incipiente. Em 2003, a produção correspondia a duas (2) dissertações, ou nove por
cento (9%). Passados quase dez anos desta data, a produção correspondia a sete
(7) dissertações, ou cinco por cento (5%) do montante. Destaca-se que os estados
de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são responsáveis por 87% da
amostra, ou 24 dissertações sobre a temática da embalagem.
A partir da leitura dos resumos e da observação das palavras-chave,
procedeu-se o agrupamento e reagrupamento das dissertações por categorias. O
critério de categorização adotado foi do tipo lexical. Num primeiro momento,
concebeu-se uma listagem por palavras-chave que posteriormente foram agrupadas
em categorias segundo os sentidos próximos. A classificação das palavras-chave
em categorias impôs uma investigação do que cada uma possuía em comum,
caracterizando-se por ser um processo do tipo estruturalista. Ressalta-se que o
pesquisador está consciente que os agrupamentos estabelecidos estavam
relacionados com a realidade oferecida. Nesse sentido, cabe destacar-se que as
27
categorias apresentadas (anexo C) foram concebidas a partir do agrupamento e
reagrupamento progressivo de categorias anteriores, com uma generalidade mais
fraca, sendo possuidoras das seguintes qualidades: exclusão mútua,
homogeneidade, pertinência, objetividade e produtividade. Neste processo,
identificaram-se os seguintes agrupamentos: Comunicação; Design; Embalagem;
Educação e Sociedade; Ergonomia e Acessibilidade; Gestão; História; Materiais;
Metodologia; Sustentabilidade; Tecnologia e outras. Os agrupamentos que possuem
maior incidência são respectivamente “Design”, “Embalagem” e “Meio ambiente e
Sustentabilidade”.
Através da análise dos objetivos das dissertações, verificou-se que as linhas
de pesquisa dos seus cursos estão alinhadas à temática investigada. A seguir,
descrevem-se os vinte e oito (28) trabalhos selecionados por instituição de origem,
linha de pesquisa, autor e título do trabalho.
A UNESP/BAU (Universidade Estadual de São Paulo, campus Bauru), possui
sete (7) dissertações sobre a temática embalagem. Sua linha de pesquisa é
ergonomia e planejamento de produto. O trabalho de Caroline Zanardo Gomes dos
Santos, denominado Análise e proposta de elaboração de rótulo de embal agem
de agrotóxicos (herbicida) por meio de metodologia de design ergonômico,
propõe a reelaboração do rótulo de embalagem de agrotóxico herbicida (tarja verde)
por meio de uma metodologia de design ergonômico. Foram analisados os
problemas de layout de quatro embalagens comerciais muito utilizadas no mercado
e, a partir disto, definiram-se os parâmetros para a configuração de uma nova
versão. A pesquisa propôs um novo layout, observando os aspectos ergonômicos e
aplicou no mercado, resultando em uma maior legibilidade por parte do usuário.
O trabalho de Danilo Corrêa Silva, denominado A influência do design na
aplicação de forças manuais para abertura de embala gens plásticas de
refrigerantes, afirma que uma das interfaces mais comuns no dia-a-dia dos
indivíduos, com relação às forças biomecânicas é a embalagem. Ele avalia e analisa
a influência do design na aplicação de forças manuais durante uma simulação de
abertura de embalagens plásticas de refrigerante. A deficiência no design dessas
embalagens pode levar o usuário a ter dificuldades em realizar a abertura, e isso se
28
aplica a muitas embalagens com tampa rosqueadas, que representam um
constrangimento aos usuários, principalmente aqueles com menores capacidades
biomecânicas, como as mulheres ou os idosos.
O trabalho de Maria Gabriela Nunes Yamashita, denominado Análise de
rótulos de agrotóxicos segundo dados exigidos pela legislação federal de
agrotóxicos e afins e de acordo com parâmetros de l egibilidade tipográfica ,
analisa os problemas relativos à leitura e compreensão dos rótulos e bulas de
agrotóxicos. O levantamento de tais problemas se deu por meio de entrevista
realizada com agricultores da região de Londrina, Paraná. Os resultados
demonstraram que exigências da legislação não são cumpridas e a legibilidade das
informações é comprometida pelo corpo da letra estar muito reduzido e pelo
emprego de famílias de fontes inadequadas.
O trabalho de Mariano Lopes de Andrade Neto, denominado Design de
embalagem: a legibilidade pelo usuário idoso, considera que na embalagem
enfocam-se as informações de identificação e instruções de acordo com as
regulamentações governamentais; a oferta e apresentação destes produtos devem
garantir o direito do usuário de ter acesso a todas as informações necessárias de
maneira eficiente, inclusive sobre os riscos que apresentam a saúde e segurança do
mesmo. O objetivo desta investigação é verificar se o usuário idoso encontra
dificuldades na leitura das embalagens.
O trabalho de Priscilla Maria Cardoso Garone, denominado Embalagens
para produtos da fruticultura: uma reflexão em torn o da norma, matéria, forma
e uso das embalagens para fruticultura na sociedade contemporânea ,
fundamenta-se em uma reflexão sobre as atuais embalagens de produtos de
fruticultura, as normas que condicionam os formatos e seus materiais, num contexto
de um design moderno. Tem-se por objetivo uma reflexão sobre as atuais
embalagens desse gênero, as quais são submetidas a uma série de normas e
entrepostos fiscais, que nem sempre são cumpridas no contexto de uma cultura
defrontada com a sustentabilidade. Para analisar os fatores relacionados à
embalagem, estudou-se o pensamento sistêmico, holístico ou ecológico e os dados
foram dispostos em forma de mapas mentais sistêmicos. A pesquisa visa evidenciar
29
quais as questões que são de responsabilidade do designer neste processo,
contribuindo com reflexões que auxiliem no diagnóstico do problema em sua
complexidade e na rede interconectada de fatores, de modo a facilitar um melhor
planejamento de embalagens para produtos numa futura sociedade sustentável.
O trabalho de Roberta Lucas Scatolim, denominado A comunicação de
embalagens de produtos alimentícios para deficiente s visuais, analisa a
usabilidade de produtos alimentícios enlatados por portadores de cegueira e de
baixa visão; o foco é investigar quais as dificuldades encontradas durante a
identificação e o uso da embalagem. O objetivo foi comprovar por meio da pesquisa
experimental com vinte deficientes visuais, como são os reconhecimentos dos
produtos, as dificuldades encontradas para identificá-los devido à relevância do
design visual que limita outros sentidos de percepção. Foram abordados assuntos
sobre o Sistema Braille, a composição estética e funcional da embalagem, o uso de
materiais e a adequação à demanda; os riscos da ausência e da má informação e as
contribuições que o design pode trazer ao deficiente visual, por meio de técnica e
conhecimento, e finaliza analisando aspectos cognitivos da semiótica e da teoria de
Piaget relacionados ao tema.
O trabalho de Thais Regina Ueno, denominado Do origami tradicional ao
origami arquitetônico: uma trajetória histórica e t écnica do artesanato oriental
em papel e suas aplicações no design contemporâneo , afirma que o design
gráfico sempre se utilizou de um suporte básico, que é o papel, para se comunicar
visualmente através de embalagens, cartões, displays e etc. Alguns desses projetos
aplicam conceitos e técnicas de artesanatos tradicionais em papel, como o origami,
o kirigami e o origami arquitetônico. Estas artes têm uma relação intrínseca com a
geometria e podem contribuir como um importante instrumento para a educação
geométrica e o desenho de produtos. O objetivo principal deste trabalho é resgatar
algumas formas dessas artes e as possibilidades de exploração e utilização como
instrumento diferencial para o designer.
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) possui uma (1) dissertação
sobre a temática embalagem. A linha de pesquisa é design, tecnologia e cultura. O
trabalho de Tatalina Cristina Silva de Oliveira, denominado Do cachaço à
30
branquinha: um estudo histórico e gráfico dos rótul os de cachaça
Pernambucano, analisa historicamente os aspectos gráficos dos rótulos de cachaça
Pernambucana entre os anos de 1950 e 2000, aprofundando o conhecimento sobre
as dinâmicas de representação gráfica, bem como os cânones gráficos. Observou,
ao longo do período analisado, as mudanças tecnológicas quanto ao processo de
impressão dos rótulos, a dinâmica mercadológica e os consumidores. Para tanto,
junto ao referencial teórico, foram feitas análises gráficas dos rótulos, bem como
entrevistas com apreciadores, comerciantes e colecionadores da bebida de diversas
faixas etárias e classes sociais.
A UFPR (Universidade Federal do Paraná) possui duas (2) dissertações sobre
embalagem. A linha de pesquisa é design, sistemas de produção e utilização. O
trabalho de Alice Maria Ribeiro da Silva, denominado O uso de grés no design
cerâmico de embalagens para cosméticos, propõe a utilização de grés, que é um
produto cerâmico, na fabricação de embalagens de perfumes e cosméticos como
fonte de inovação no setor, beneficiando o segmento cerâmico, agregando à
produção de embalagens. Apresenta-se um experimento comparando um pote de
vidro convencional com a reprodução do mesmo pote com o material cerâmico do
tipo grés, mostrando resultados positivos em termos econômicos e como fonte de
inovação no segmento de perfume.
O trabalho de Cláudio Pereira de Sampaio, denominado Diretrizes para o
design de embalagens em papelão ondulado movimentadas ent re empresas
com base no sistema produto-serviço, trata do papel do design como atividade
que favoreça a sustentabilidade ambiental de embalagens em papelão ondulado
utilizadas para o transporte entre empresas (B2B – business-to-business). Propõe o
uso de diretrizes de projeto, baseadas em sistemas produto-serviço (PSS). Para
tanto, se utilizou como estratégia de pesquisa um estudo de caso em uma indústria
automotiva da região metropolitana de Curitiba.
A Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ/ESDI) possui uma (1)
dissertação sobre a temática embalagem. A linha de pesquisa é história do design
Brasileiro. O trabalho de Camila Assis Peres da Silva, denominado Perfume,
história e design: o papel das embalagens no mercado brasileiro de
31
perfumaria, apresenta o papel do design no mercado brasileiro de perfumes,
partindo da hipótese de que é ele o elemento fundamental para o bom desempenho
do segmento. Transcorre pelo universo do perfume, abordando seus aspectos
técnicos e culturais, a relação de matérias primas utilizadas na fabricação de
embalagens de perfume e aspectos históricos do mesmo. O propósito da pesquisa é
proporcionar ao designer uma referência visual dos elementos que compõem o
perfume, as peculiaridades da metodologia projetual no desenvolvimento das
embalagens deste segmento, bem como as especificações do mercado e seus
termos técnicos. Apresenta a catalogação de um grupo de perfumes nacionais e
internacionais, analisando as estratégias de design adotadas.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO) possui sete
(7) dissertações sobre a temática embalagem. Na linha de pesquisa tecnologia,
educação e sociedade, o trabalho de Aline Rodrigues Botelho, denominado
Embalagens e produtos para cuidados com as roupas: uma análise da
percepção ecológica no discurso dos consumidores, tem como foco principal
investigar de que maneira os consumidores avaliam os produtos disponíveis no
mercado e quais os critérios utilizam para efetuar a compra; o estudo limita-se
apenas em produtos para cuidado com as roupas. Esta análise tem enfoque na
sustentabilidade, e o nicho de consumidores selecionados para a pesquisa tinha
alguma identificação relacionada ao meio ambiente.
O trabalho de Eduardo de Andrade Oliveira, denominado PUPPET bonecos
de PET e outros materiais descartados, considera o conhecimento sobre o
material como um dos principais requisitos para a realização de um produto e propõe
uma investigação do PET na construção de bonecos. Apresenta como o designer
pode se apropriar deste material, contribuindo na concepção de
personagens/bonecos. Em segundo plano, apresenta o teatro de títeres como uma
mídia que instaura significados próprios que contribuem para a apropriação do
conhecimento.
O trabalho de Augusto Seibel Machado, denominado A questão das
embalagens e sua relação com a sustentabilidade, busca compreender as
principais relações estabelecidas com o sistema de embalagens do cotidiano, o
32
modo como se consome, utiliza e descarta. Foram analisados diversos aspectos dos
sistemas de embalagens, sua importância para o comércio, para o atual estilo de
vida da sociedade, os variados impactos ambientais, os ciclos de vida que
apresentam sua participação na problemática do lixo e o desperdício de recursos por
ele representado, bem como o estudo de diferentes ciclos de vida das embalagens.
Foi apresentado um estudo de caso específico em embalagens utilizadas em
tomates in natura.
Na linha de pesquisa Ergonomia e usabilidade e interação humano-
computador, o trabalho de Jordan de Castiglione Neville Larica, denominado
Intervenção do design na recuperação de tampas de garrafas, analisa a
intervenção do design na recuperação de tampas de garrafa e outras pequenas
peças plásticas. O design pode atuar como agente transformador que intervém para
redirecionar o descarte, estimular a devolução e facilitar a recuperação de
embalagens plásticas. Um cenário de insustentabilidade que pode ser mudado com
a aplicação do “Ecodesign”, que concorre para a minimização da geração de
resíduos e da exploração de recursos naturais, promovendo a recuperação do
material plástico a ser reciclado para aplicações posteriores.
O trabalho de Melina Portela Pettendorfer, denominado Advertências
visuais: uma análise da compreensão dos rótulos de risco pela ótica da
ergonomia informacional, afirma que os rótulos de riscos utilizados em produtos
perigosos aplicados em caminhões são advertências visuais compostas por
pictogramas, cores e palavras e objetivam comunicar uma mensagem de risco a
todos os usuários da via. A pesquisa foi realizada com motoristas de carros de
passeio com o objetivo de avaliar a compreensibilidade dos rótulos de risco nos
caminhões. Os resultados ressaltam que os motoristas divergem nas interpretações
e que as cores e nomenclaturas são inadequadas em diversos rótulos.
Na linha de pesquisa Design: comunicação, cultura e artes, o trabalho de Livia
Lazzaro Rezende, denominado Do projeto gráfico e ideológico: a impressão da
nacionalidade em rótulos oitocentistas brasileiros, parte de um estudo de caso
para pensar questões mais amplas acerca da história do design e da história
brasileira. Um recorte temático foi imposto sobre quase mil rótulos encontrados no
33
Arquivo Nacional, esquecidos por mais de cem anos, mantidos inativos como fonte
de pesquisa. Foram selecionados para análise gráfica aqueles exemplares que
traziam a imagem do indígena (19 no total) e problematizados à luz das questões da
identidade nacional e modernidade, discutidas no século XIX. Através dos esforços
desta pesquisa, procurou-se recuperar parte da cultura material deste país e apontar
novas propostas de entendimento e de narrativa para a própria história, atualmente.
O trabalho de Rosane Vasconcelos Zanotti, denominado A construção de
significados nas imagens da construção antitabagist a: um estudo de caso das
embalagens de cigarro disponíveis no mercado nacion al a partir de fevereiro
de 2002, pretende oferecer aos designers alguns subsídios para a utilização de
imagens fotográficas de forma consciente e coerente com os objetivos
comunicacionais do projeto. Com base na teoria semiótica de Peirce, foi realizado
um estudo das imagens fotográficas usadas pela campanha do governo nas
embalagens de cigarro, verificadas suas possibilidades de leitura. Foi investigado,
também, junto aos usuários se essas imagens cumprem com o seu objetivo
comunicacional.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) possui cinco (5)
dissertações sobre a temática embalagem. Na linha de pesquisa produtos
industriais, gráficos e sistemas visuais o trabalho de André Noronha Furtado de
Mendonça, denominado Design de advertência: contribuições para a reciclagem
no Brasil com foco na rotulagem de embalagens, contribui para o
aperfeiçoamento da reciclagem no Brasil, observando qual é o contexto atual da
reciclagem, investigando o seu histórico, os conceitos envolvidos, os dados mais
atuais, quais são os órgãos governamentais e não governamentais que se dedicam
a este tema, em que nível se encontram, e sobre o que tratam as normas técnicas e
a legislação brasileira. Foi observado como se processa a reciclagem em termos
regionais, com recorte na cidade de Porto Alegre. A partir destas observações
iniciais, foi necessário compreender quais são os agentes que se relacionam com o
produto ao longo de seu ciclo de vida e como ocorrem estas relações. Estas análises
permitiram compreender melhor o papel do Estado, da iniciativa privada, da
sociedade e do indivíduo na construção de um mundo sustentável ou de uma cultura
34
pró-sustentabilidade; viabilizou também uma definição de quais contribuições podem
ser apresentadas para que seja possível aperfeiçoar a reciclagem no Brasil.
O Trabalho de Camila Ardais Medeiros Pujol, denominado Proposta de um
modelo integrado ao PDP para o desenvolvimento de e mbalagem, afirma que o
desenvolvimento de embalagens é uma atividade cada vez mais importante no
contexto econômico, social e ambiental e tem relação direta com praticamente todos
os setores produtivos. Parte do pressuposto de que a maioria das empresas tem o
seu (PDP) processo de desenvolvimento de produto totalmente independente do
processo de desenvolvimento de embalagem, com isso, enfrentam perdas em
competitividade, aumento de custo e maior tempo para desenvolvimento. Este
trabalho propõe um modelo de integração do processo de desenvolvimento de
embalagem com o processo de desenvolvimento de produto, de forma a contribuir
para a melhoria do processo de desenvolvimento de embalagens para bens
duráveis, aprimorando a adequação da embalagem às necessidades do produto que
ela contém.
O trabalho de Mariana Leyser, denominado Texturas visuais em
embalagens para cosméticos femininos: um estudo de caso de um produto no
mercado, analisa a contribuição do design de superfície no design de embalagens,
através do estudo da aplicação de texturas visuais em embalagens de cosméticos
femininos como fator de diferenciação em relação a produtos de uma mesma
categoria. Realizou um estudo de caso de uma empresa de cosméticos localizada
em Porto Alegre, que possui a maior linha de marca própria do Brasil, em número de
itens, no ramo farmacêutico.
O trabalho de Suzana Funk, denominado Processo criativo para o design
virtual de embalagens, objetiva sistematizar o processo criativo virtual de
embalagens, utilizando software de modelagem 3D como ferramenta de apoio à
criação e materialização da ideia. Através de um estudo qualitativo e bibliográfico, foi
feita uma interligação para elaborar dez diretrizes que servem como guia para o
processo criativo virtual do design de embalagens. Optou-se por organizar estas
diretrizes dentro de uma metodologia. Para colocar em prática esta metodologia, foi
realizado o design de um frasco de perfume, seguindo as dez diretrizes propostas.
35
Foi observado que a computação gráfica pode contribuir significativamente para
guiar, organizar e até mesmo inspirar a geração de ideias do processo criativo e
conduzir as atividades até a apresentação final do trabalho.
Na linha de pesquisa projeto de artefatos, o trabalho de Priscila Zavadil
Pereira, denominado Proposição de metodologia para o design de embalagem
orientada à sustentabilidade, propõe um método para o design de embalagens
que tenha como premissa a sustentabilidade ambiental, social e econômica, com
foco em produtos locais. Para tanto, realizou-se uma análise comparativa dos
métodos de design de embalagem quanto aos procedimentos adotados e as formas
de inserção da sustentabilidade em cada metodologia. Assim, foi possível
sistematizar um método para aplicação na fase de coleta de dados, realizada a partir
da abordagem qualitativa e da observação participante. O método foi aplicado em
um projeto de extensão universitária e no ensino projetual em cursos de graduação
em design. A análise dos dados permitiu encontrar parâmetros que orientaram o
desenvolvimento do método final proposto, com base nos principais métodos de
design de embalagem, em abordagens sistêmicas e em métodos orientados à
sustentabilidade. O trabalho é concluído com a proposição do método CICLO,
composto por cinco fases: compreender, idealizar, configurar, lapidar e orientar e um
conjunto de ferramentas e diretrizes que podem ser utilizadas de acordo com a
necessidade do projeto de embalagem.
A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) possui duas (2)
dissertações sobre a temática embalagem. A linha de pesquisa é processo de
projetação para inovação. O trabalho de Arina Blum, denominado Inserção da
técnica de origami no processo de projetação de embalagem, avalia a influência
da inserção da técnica de origami no processo de projetação de embalagens. O
estudo baseou-se na análise das características do origami e de sua analogia
estética com determinados formatos de embalagens e, ainda, na descrição e
confrontação de onze diferentes métodos projetuais.
O trabalho de Lidiane Camiloti denominado Design estratégico e inovação
para o desenvolvimento de embalagens ecossustentáve is afirma que um dos
principais objetivos das empresas da área de alimentação é desenvolver e introduzir
36
produtos com embalagens inovadoras no mercado, num período de tempo reduzido.
O estudo investiga quais são as metodologias ou processos utilizados para o
desenvolvimento de embalagens pelas empresas/escritórios de design do extremo
oeste de Santa Catarina e busca contribuir, com base no comparativo, uma proposta
de design estratégico para o setor, trazendo como questão de fundo a problemática
da sustentabilidade.
O Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER) possui uma (1)
dissertação sobre a temática embalagem. A linha de pesquisa é design, tecnologia e
educação. O trabalho de Évelyn Parrilha Bisconsin, denominado Método
especialista de projeto de embalagem com foco no co rreto descarte e posterior
reciclagem: um caso para comunicar o correto descar te do consumidor,
considera a prática profissional de design gráfico através de parâmetros
sustentáveis, analisando o impacto ambiental do descarte de embalagem e da
comunicação visual sobre o correto descarte e reciclagem. O trabalho investiga a
relação do projetista da embalagem com a problemática ambiental e propõe uma
metodologia com esse foco, validando através de uma pesquisa ação, aplicada a
uma embalagem de cuca orgânica.
A Universidade Anhembi Morumbi (UAM) possui uma (1) dissertação sobre a
temática embalagem. A linha de pesquisa é teoria, história e crítica do design. O
trabalho de Kenny Zukowski, denominado Linguagem visual e cultura de
consumo no design de embalagens, aborda o design de embalagens, atentando-
se para a construção de sua linguagem visual e aspectos comunicacionais, sendo
ela uma mediadora entre o produto e o consumidor. Para analisar estas questões
foram utilizadas as embalagens de biscoitos Piraquê, além de outras embalagens de
alimentos.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) possui uma (1) dissertação
sobre a temática embalagem. A linha de pesquisa é gestão estratégica do design. O
trabalho de Luciana Franzoi, denominado Diretrizes para um programa de gestão
de design com foco em produtos alimentícios de grupos produt ivos familiares:
a ótica do consumidor e do design, aborda a embalagem de forma secundária
dentro do contexto de gestão em design com foco em produtos alimentícios de
37
grupos produtivos familiares (agricultura familiar). A embalagem é um dos elementos
facilitadores para a criação de uma interface entre o produtor e o consumidor dos
produtos agrícolas. O estudo propõe a incorporação de uma postura com foco
estratégico, objetivando o desenvolvimento de diretrizes para um programa de
gestão em design, sob a ótica do consumidor e do design.
Após leitura das dissertações, procedeu-se o agrupamento dos mesmos por
palavras chave quanto as seguintes categorias temáticas de pesquisa:
Comunicação; Ergonomia e Acessibilidade; Gestão; História; Materiais; Metodologia;
Meio Ambiente e Sustentabilidade e Tecnologia. Alguns dos trabalhos analisados se
enquadram em mais de uma categoria, mas para esta análise será considerado
apenas um, selecionado a partir do objetivo principal da dissertação.
Das dissertações que se enquadram na categoria Comunicação ,
identificaram-se (2) duas, e são estas: da PUC/RIO, (1) A construção de significados
nas imagens da construção antitabagista: um estudo de caso das embalagens de
cigarro disponíveis no mercado nacional a partir de fevereiro de 2002, de Rosane
Vasconcelos Zanotti; da UAM, (2) Linguagem visual e cultura de consumo no design
de embalagens, de Kenny Zukowski.
Das dissertações que se enquadram na categoria Ergonomia e
Acessibilidade , identificaram-se (06) seis, e são estas: da UNESP/BAU (1) Análise
e proposta de elaboração de rótulo de embalagem de agrotóxicos (herbicida) por
meio de metodologia de design ergonômico, de Caroline Zanardo Gomes; (2) A
influência do design na aplicação de forças manuais para abertura de embalagens
plásticas de refrigerantes, de Danilo Corrêa Silva; (3) Análise de rótulos de
agrotóxicos segundo dados exigidos pela legislação federal de agrotóxicos e afins e
de acordo com parâmetros de legibilidade tipográfica, de Maria Gabriela Nunes
Yamashita; (4) Design de embalagem: a legibilidade pelo usuário idoso, de Mariano
Lopes de Andrade Neto; (5) A comunicação de embalagens de produtos alimentícios
para deficientes visuais, de Roberta Lucas Scatolim, da PUC/RIO; (6) Advertências
visuais: uma análise da compreensão dos rótulos de risco pela ótica da ergonomia
informacional, de Melina Portela Pettendorfer.
38
Das dissertações que se enquadram na categoria Gestão , identificou-se (01)
uma da UFSC, Diretrizes para um programa de gestão de design com foco em
produtos alimentícios de grupos produtivos familiares: a ótica do consumidor e do
design, de Luciana Franzoi.
Das dissertações que se enquadram na categoria História , identificaram-se
(4) quatro e são estas: da UNESP/BAU, (1) Do origami tradicional ao origami
arquitetônico: uma trajetória histórica e técnica do artesanato oriental em papel e
suas aplicações no design contemporâneo, de Thais Regina Ueno; da UFPE, (2) Do
cachaço à branquinha: um estudo histórico e gráfico dos rótulos de cachaça
pernambucana, de Tatalina Cristina Silva de Oliveira; da UERJ/ESDI, (3) Perfume,
história e design: o papel das embalagens no mercado brasileiro de perfumaria, de
Camila Assis Peres da Silva; da PUC/RIO, (4) Do projeto gráfico e ideológico: a
impressão da nacionalidade em rótulos oitocentistas brasileiros, de Livia Lazzaro
Rezende.
Das dissertações que se enquadram na categoria Materiais , identificou-se
(01) uma da UFPR: O uso de grés no design cerâmico de embalagens para
cosméticos, de Alice Maria Ribeiro da Silva.
Das dissertações que se enquadram na categoria Metodologia , identificaram-
se (03) três, e são estas: da UFRGS, (1) Proposta de um modelo integrado ao PDP
para o desenvolvimento de embalagem, de Camila Ardais Medeiros Pujol; (2)
Texturas visuais em embalagens para cosméticos femininos: um estudo de caso de
um produto no mercado, de Mariana Leyser; da UNISINOS, (3) Inserção da técnica
de origami no processo de projetação de embalagem, de Arina Blum.
Das dissertações que se enquadram na categoria Meio Ambiente e
Sustentabilidade , identificaram-se (10) dez, e são estas: da UNESP/BAU, (1)
Embalagens para produtos da fruticultura: uma reflexão em torno da norma, matéria,
forma e uso das embalagens para fruticultura na sociedade contemporânea, de
Priscilla Maria Cardoso Garone; da UFPR, (2) Diretrizes para o design de
embalagens em papelão ondulado movimentadas entre empresas com base no
sistemas produto-serviço, de Cláudio Pereira de Sampaio; da PUC/RIO, (3)
39
Embalagens e produtos para cuidados com a roupas: uma análise da percepção
ecológica no discurso dos consumidores, de Aline Rodrigues Botelho; (4) PUPPET
bonecos de PET e outros materiais descartados, de Eduardo de Andrade Oliveira;
(5) A questão das embalagens e sua relação com a sustentabilidade, de Augusto
Seibel Machado; (6) Intervenção do design na recuperação de tampas de garrafas,
de Jordan de Castiglione Neville Larica; da UFRGS, (7) Design de advertência:
contribuições para a reciclagem no Brasil com foco na rotulagem de embalagens, de
André Noronha Furtado de Mendonça; (8) Proposição de metodologia para o design
de embalagem orientada à sustentabilidade, de Priscila Zavadil Pereira; da
UNISINOS, (9) Design estratégico e inovação para o desenvolvimento de
embalagens ecossustentáveis, de Lidiane Camiloti; da UNIRITTER, (10) Método
especialista de projeto de embalagem com foco no correto descarte e posterior
reciclagem: um caso para comunicar o correto descarte do consumidor, de Évelyn
Parrilha Bisconsin.
Das dissertações que se enquadram na categoria Tecnologia , identificou-se
(1) uma da UFRGS, Processo criativo para o design virtual de embalagens, de
Suzana Funk.
No gráfico a seguir, percebe-se que na categoria meio ambiente e
sustentabilidade aparece o maior número de trabalhos publicados, com dez (10)
dissertações, seguido de ergonomia, com seis (6) dissertações, e história, com
quatro (4) dissertações.
40
Gráfico 1 – Temáticas de pesquisa sobre embalagem
Não foi encontrada nenhuma tese sobre embalagem nos novecentos e
setenta e oito (978) trabalhos publicados até 2012. Do conjunto dos trabalhos
analisados, em torno de três (3) % das dissertações abordam embalagem, com
maior incidência nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. No
comparativo entre os anos de 2003 (primeira aparição de dissertações sobre
embalagem) e 2012 (ano limite desta pesquisa), levando em consideração o número
de dissertações publicadas no período com as publicações sobre embalagem, houve
um decréscimo no percentual de dissertações publicadas sobre o tema. Nas
palavras chave, as maiores aparições destas foram as palavras: “design” – em maior
número –, seguida de “embalagem” e “meio ambiente e sustentabilidade”.
Conclui-se que os aspectos relacionados ao meio ambiente e sustentabilidade
são os mais recorrentes nas dissertações sobre embalagem no campo do design,
com (10) dez publicações. Segundo Mestriner (2002), a embalagem é um importante
componente do lixo urbano e a preocupação com o impacto das embalagens no
meio ambiente deve estar presente na atividade dos designers. A segunda temática
mais recorrente nas dissertações diz respeito à ergonomia e acessibilidade, com (6)
publicações. A UNESP/BAU teve influência direta com (5) cinco trabalhos referentes
Tecnologia
Meio ambiente e sustentabilidade
Metodologia
Materiais
História
Gestão
Ergonomia
Comunicação
1
10
3
1
4
1
6
2
Fonte: O autor
41
à temática, que é uma de suas linhas de pesquisa. Percebe-se, de uma maneira
geral, nos trabalhos analisados sobre embalagem, uma preocupação em verificar,
analisar ou até mesmo propor uma metodologia projetual aos designers de
embalagem.
A temática Inovação aparece de forma secundária em somente em duas
dissertações. A primeira propõe a utilização de uma matéria-prima encontrada na
indústria cerâmica para a fabricação de embalagens de cosméticos, gerando uma
inovação incremental no segmento de embalagens, oriunda de outro setor produtivo,
publicado na UFPR em 2008. Segundo a autora Alice Maria Ribeiro da Silva,
tomando por base a hipótese de que uma embalagem em material cerâmico do tipo
grés poderia ser introduzida em uma indústria de cosméticos e perfumaria como
embalagem de consumo, por meio do design estratégico, foi formatada esta
pesquisa, cuja caracterização do problema é: o design de embalagens do ponto de
vista estratégico deve ser abordado de modo a inserir inovações no mercado, o que
pode ser obtido com base na inovação do tipo tecnológico, como aponta Bonsiepe
(1997).
Esta inovação pode se dar a partir da introdução de uma massa cerâmica
ainda não utilizada e do processo de colagem por barbotina para fabricação de
potes para cosméticos. Neste caso, a inovação se dá pela utilização de massa
cerâmica produzida por uma empresa da região do município de Campo Largo no
Estado do Paraná.
Considerando o estudo teórico e prático realizado, foi concluído que, dentro
de uma visão integrada, com base na gestão do design, a embalagem no material
sugerido, cerâmica do tipo grés, pode contribuir para o processo produtivo através
do design estratégico. A utilização do design de embalagens visando à inovação
mostrou-se um caminho para reforçar a identidade corporativa podendo levar as
indústrias a olhar com atenção para esta opção como ferramenta para melhorar sua
gestão.
A segunda dissertação trata da aplicação do design estratégico com ênfase
no processo de desenvolvimento de embalagens sustentáveis, publicada pela
42
UNISINOS, em 2011. O objetivo geral da pesquisa é avaliar a aplicação do design
estratégico sobre o ponto de vista técnico e criativo no processo de desenvolvimento
de embalagens sustentáveis para produtos de alimentação no extremo oeste de
Santa Catarina. O objeto de estudo da pesquisa foram agências e escritórios de
design do extremo oeste de Santa Catarina, especificamente nas cidades de São
Miguel do Oeste, Xanxerê e Chapecó.
A dissertação conclui que a embalagem e a capacidade de inovação são
fatores decisivos na seleção de um produto alimentar, Faz-se necessário, a partir
destas constatações um estudo aprofundado sobre as características do processo
de desenvolvimento de embalagens realizado pelas agências e escritórios de design
da região do extremo oeste de Santa Catarina. O estudo buscou contribuir para que
o processo de desenvolvimento de embalagens fosse aprimorado e eficiente.
6.2 SOBRE A TEMÁTICA DA INOVAÇÃO NO DESIGN
As instituições Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO) possuem o maior
número de dissertações sobre a temática inovação. Além disso, a Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC) se destaca como a terceira instituição de ensino
com maior número de dissertações que abordam a temática inovação, com quatro
(4) dissertações defendidas, conforme tabela abaixo. Destaca-se que os estados do
Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro respondem por 61% da amostra, ou 22
dissertações.
Quadro 2 – Número de trabalhos sobre inovação por instituição de ensino
N° INSTITUIÇÃO ESTADO PERÍODO TOTAL TRABALHOS SOBRE INOVAÇÃO
1 UNESP/BAU SP 1994 A 2012 152 3
2 UFPE PE 2005 A 2012 93 3
3 UFPR PR 2005 A 2012 31 3
4 UERJ RJ 2007 A 2012 52 0
5 PUC-RIO RJ 1994 A 2012 335 7
6 UFRGS RS 2009 A 2012 103 2
7 UNISINOS RS 2009 A 2012 40 11
43
8 UNIRITTER RS 2011 A 2012 15 2
9 UAM SP 2008 A 2012 88 2
10 UFSC SC 2008 A 2012 55 4
TOTAIS 964 37
Fonte: o autor
A primeira dissertação sobre inovação foi publicada em 1995 na UNESP/BAU,
trazendo a proposta de uma nova matéria-prima reciclada para substituir polímeros
plásticos tradicionais. Considerando-se o número dissertações produzidas entre os
anos de 1995 até 2012, percebe-se que a pesquisa sobre inovação na área do
Design ainda é muito incipiente. Em 1995, (primeira dissertação publicada sobre a
temática), a produção correspondia a uma (1) dissertação ou quinze por cento
(15%). Passados quase dezessete anos desta data (2012), a produção correspondia
a treze (13) dissertações, ou oito (8%) do montante.
A partir da leitura dos resumos e da observação das palavras-chave das
dissertações, procedeu-se o agrupamento e reagrupamento das dissertações por
categorias. O critério de categorização adotado foi o mesmo do estado da arte em
embalagens, visto anteriormente. Neste processo, identificaram-se os seguintes
agrupamentos: Design; Educação e Sociedade; Gestão, Inovação; Metodologia;
Moda; Móveis; Sustentabilidade; Tecnologia e outras. As palavras chave que
possuem maior incidência são respectivamente “Design”, “Inovação” e outros. Da
dissertação de Marlene Aguiar, intitulada Uma nova concepção de produtos tendo
como suporte a reciclagem de polímeros, da UNESP/BAU, foi disponibilizado
somente o resumo para consulta, e as palavras-chave não foram relacionadas no
(anexo D).
Através da análise dos objetivos das dissertações, verificou-se que as linhas
de pesquisa dos seus cursos estão alinhadas com a temática investigada, uma vez
que especificam o foco ou aspecto da investigação. A seguir, descrevem-se os (37)
trinta e sete trabalhos, selecionados por instituição de origem, linha de pesquisa,
autor e título do trabalho. A UERJ/ESDI (Universidade Estadual do Rio de Janeiro)
não possui nenhum trabalho sobre a temática inovação.
44
A Universidade Estadual de São Paulo, campus Bauru (UNESP/BAU), possui
três (3) dissertações sobre a temática inovação. Sua linha de pesquisa é ergonomia
e planejamento de produto. O trabalho de André Luiz Casteião, denominado A
gestão do design como diferencial competitivo em micro empresas do setor
moveleiro, aborda um estudo sobre a indústria moveleira do município de
Presidente Prudente, interior de São Paulo. Tem por objetivo apresentar a gestão do
design como diferencial competitivo para pequenas empresas do setor moveleiro;
ela deve ser vista como um recurso para que as empresas do setor aumentem sua
eficiência, mantenham-se competitivas, diferenciem seus produtos, contribuam por
meio do design social, otimizem performance, inovação, qualidade, durabilidade,
aparência e custos referentes a cada produto, ambiente, informação e marcas.
O trabalho de Lucimar de Fátima Bilmaia Emidio, denominado A gestão de
design como ferramenta estratégica para MPEs do vestuário de moda, objetiva
apresentar as contribuições da gestão do design para micro e pequenas empresas
do vestuário de moda. Foi realizado um estudo de caso múltiplo entre duas
empresas de confecção do vestuário de moda feminina, sendo que numa das
empresas tivesse a Gestão de Design implementada e, na outra, não utilizasse e/ou
desconhecesse tal ferramenta.
O trabalho de Marlene Aguiar, denominado Uma nova concepção de
produtos tendo como suporte a reciclagem de polímer os, objetiva a
apresentação de um novo material que poderá substituir os tradicionalmente
utilizados pelos profissionais da área de Desenho Industrial na elaboração e
execução de seus projetos. Trata-se de um agregado de resíduos plásticos,
resistente e sem riscos de desagregação molecular, obtido por avançados centros
de reciclagem. Dentro desta proposta, realizou-se um projeto experimental no campo
do mobiliário urbano. Propõe ainda a substituição da madeira pelo plástico reciclado,
como forma de diminuir o problema do desmatamento das florestas.
A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) possui três (3) dissertações
sobre a temática inovação. A linha de pesquisa é design, tecnologia e cultura. O
trabalho de Glenda Gomes Cabral, denominado Gestão de design em indústrias
de produtos de uso: um estudo de caso na Companhia Industrial de Vidros –
45
CIV, aborda a gestão de design como forma de auxiliar o uso do design de maneira
mais ampla pelas empresas, otimizando os resultados de produção e
comercialização de produtos e serviços dessas empresas. A dissertação teve como
objetivo, analisar a gestão do Design no ambiente de indústrias de produtos de uso,
a partir do confronto de um modelo de gestão de design com a Companhia Industrial
de Vidros de Pernambuco – CIV.
O trabalho de Gabriela Boeira, denominado EcoBriefing: ferramenta de
levantamento de necessidade para o apoio ao desenvo lvimento de produtos
inovadores com foco nas questões ambientais, defende a proposta de que as
questões ambientais devem ser inseridas no início do projeto, a fim de estabelecer
uma relação satisfatória, ao longo de sua vida útil, entre o produto e o meio
ambiente. Para tanto, irá compreender como funciona o início do processo de
desenvolvimento de produtos; e, ao final, irá apresentar uma proposta de ferramenta
de apoio ao desenvolvimento de produtos orientados ao meio ambiente.
O trabalho de Paulo Roberto Silva, denominado Design, inovação e arranjos
produtivos moveleiros das micro e pequenas empresas : o caso dos pólos
pernambucanos, objetiva contribuir para o estímulo do desenvolvimento da cultura
da inovação e design nas micro e pequenas empresas, especialmente aquelas
inseridas nos arranjos produtivos locais. A pesquisa caracteriza e aponta a inserção
do design e da inovação, por meio da formação de arranjos produtivos locais, como
diferencial estratégico para as empresas moveleiras dos polos de Pernambuco.
A Universidade Federal do Paraná (UFPR) possui três (3) dissertações sobre
inovação. A linha de pesquisa é design, sistemas de produção e utilização. O
trabalho de Sandra de Brito da Silva, denominado As forças da gestão do design
nos níveis estratégico, tático e operacional: um es tudo de caso na Eletrolux do
Brasil S/A, investiga no campo da gestão do design, com respeito às suas forças e
em relação aos seus níveis de inserção na organização: o estratégico, o funcional e
o operacional. Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e um estudo de
caso na empresa Eletrolux, objetivando descrever as práticas da gestão do design
capazes de gerar estas forças.
46
O trabalho de Maria Emilia Mendes Jayme, denominado Tendências:
recomendações para seu uso na gestão do design das MPEs produtoras de
louça de mesa de Campo Largo, Paraná, descreve que, na busca de
oportunidades emergentes, as pesquisas de tendências vêm fornecer embasamento
à tomada de decisões estratégicas. Neste sentido, a gestão do design pode traduzir
estas informações em produtos ou serviços inovadores. Estas pesquisas vêm sendo
utilizadas por grandes empresas, mas com um custo elevado de implantação. A
proposta deste trabalho é propor recomendações para o uso das pesquisas de
tendências junto à gestão do design em micro e pequenas empresas produtoras de
louça de mesa, localizadas em campo largo, Paraná.
O trabalho de Alice Maria Ribeiro da Silva, denominado O uso de grés no
design cerâmico de embalagens para cosméticos, propõe a utilização de grés,
que é um produto cerâmico, na fabricação de embalagens de perfumes e cosméticos
como fonte de inovação no setor, beneficiando o segmento cerâmico, agregando a
produção de embalagens. Apresenta-se um experimento comparando um pote de
vidro convencional com a reprodução do mesmo pote com o material cerâmico do
tipo grés, mostrando resultados positivos em termos econômicos e como fonte de
inovação no segmento de perfume.
A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RIO) possui sete
(7) dissertações sobre a temática inovação. Na linha de pesquisa tecnologia,
educação e sociedade, o trabalho de Ida Elisabeth Benz, denominado Inovação no
processo de design de joias através da modelagem 3D e da prototipagem
rápida, busca entender como a modelagem 3D e a prototipagem rápida influenciam
e transformam o processo de design de joias, apontando as principais vantagens e
desvantagens que a difusão destas tecnologias pode trazer para o setor. O trabalho
tem como objetivo avaliar as inovações que a modelagem 3D e a prototipagem
rápida trazem para as empresas e os designers de joias que fazem uso dessas
tecnologias.
O trabalho de Julia Bonecker Lora, denominado Cenários futuros
sustentáveis para o design: criando ambientes para a concepção de produtos
inovadores baseados na sustentabilidade, propõe o desenvolvimento de um
47
método de cenários futuros adequado ao design com foco na sustentabilidade. Visa
promover uma visão crítica do contexto atual e futuro do projeto motivando o
desenvolvimento inovador dentro do paradigma sustentável. Acredita-se que através
da técnica de cenários futuros é possível compreender de maneira estratégica,
ambientes propícios à sustentabilidade incremental ou radical. A partir desses
cenários é possível que as empresas construam uma visão de curto e longo prazo e
façam adequações antecipadas a novas condições do seu ambiente de atuação.
A tese de Maria Izabel Costa, denominada Política de design para o
fomento da inovação na cadeia de valor têxtil/confe cção de moda de Santa
Catarina, apresenta uma sistemática participativa para propor políticas de design
convergentes entre universidade e empresa, para o fomento da inovação do setor
têxtil catarinense. Investiga empresas do setor têxtil/confecção e instituições de
ensino, participantes do projeto Santa Catarina Moda Contemporânea (SCMC), com
relação à inovação, utilização do design e características da relação
universidade/empresa. Os resultados indicam que há uma demanda de inovação e
design. As empresas são inovadoras, desenvolvem atividades inovativas, mas o
grau de novidade é baixo.
A tese de Karine de Mello Freire, denominada Design de serviços,
comunicação e inovação social: um estudo sobre o se rviços de atenção
primária à saúde, investiga a contribuição do design para a inovação social dos
serviços públicos de atenção primária à saúde. A tese foi organizada em três etapas:
pesquisa em dados secundários sobre os campos do saber do design, dos serviços
e do design de serviços; observação participante em um projeto de pesquisa da
Lancaster University, chamado ¨design in practice¨, no qual foi possível identificar as
abordagens utilizadas pelos designers de serviços voltados à criação de novos
serviços de saúde para o sistema de saúde público inglês e uma pesquisa-ação para
avaliar o potencial do método, pela criação de um novo serviço de atenção à saúde,
no contexto brasileiro, voltado aos portadores de diabetes tipo 2. Esta foi conduzida
na unidade básica de saúde Vila Gaúcha, na cidade de Porto Alegre, a partir da
aplicação da abordagem projetual centrada na experiência dos usuários.
48
O trabalho de Renata Domingues Barros, denominado Design e cidadania:
um estudo sobre projetos de suporte a novas prática s colaborativas cidadãs,
parte do princípio de que o exercício projetual pode ter como fim a resolução de
problemas sociais complexos e também servir como ferramenta à disseminação de
práticas cidadãs, através do desenvolvimento de plataformas que suportem e
encorajem estas, aliadas às novas tecnologias de informação e comunicação
(TIC´s). Esta dissertação estuda projetos que suportem ao que chama de ¨novas
práticas colaborativas cidadãs¨, ou seja, ações colaborativas voluntárias e cidadãs,
viabilizadas pelas novas tecnologias de informação e comunicação.
O trabalho de Luciana Montenegro, denominado Hot-dog no fogão a lenha:
inovações transformando o gosto carioca, analisa as transformações
morfológicas dos eletrodomésticos referentes à conservação e preparo dos
alimentos nas moradias da classe média carioca, entre as décadas de 1930 e 1960.
Considera as variáveis socioeconômicas, políticas e culturais, entre outras, que
contribuíram para tais transformações. Baseada nessas variáveis analisa a forma
dos eletrodomésticos e estabelece relações de interdependências entre elas. Tem
como objetivo, também, instrumentalizar designers e contribuir com as pesquisas na
área da cultura material. Paralelamente, oferece subsídios para profissionais, que
atuam no desenvolvimento de produtos, para que, de posse das informações e
análises, possam desenvolver seus projetos de forma mais adequada à realidade do
consumidor.
Na linha de pesquisa design, comunicação, cultura e artes, o trabalho de
Madson Luiz Gomes de Oliveira, denominado Bordado como assinatura: tradição
e inovação do artesanato na comunidade de Barateiro , Itapagé, Ceará, teve,
como objetivo principal, estudar as questões socioculturais da comunidade de
Barateiro, sobretudo focalizando o processo de criação dos bordados produzidos na
comunidade e o propósito de reinventar as tradições artesanais, a partir do
referencial imagético e cotidiano do grupo, após a intervenção promovida pelo
Programa de Revitalização do Artesanato de Itapagé, Ceará.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) possui duas (2)
dissertações sobre a temática inovação. A linha de pesquisa é produtos industriais,
49
gráficos e sistemas visuais. O trabalho de Manlio Maria Gobbi, denominado Design
e tecnologia: resgatando ícones de inovação em móve is para escritório via
arqueologia industrial, mostra como a arqueologia industrial pode ser utilizada para
resgatar ícones, mais especificamente, de design. Aborda especificamente, o caso
do design de móveis no período compreendido entre as décadas de 1940 a 1980.
Trata-se de todo o histórico, desde o nascimento da ideia, sua implantação no
mercado e venda da empresa de mobiliário para escritório das linhas MaGnalínea e
MaGnaspazio, que acabaram por se tornar os carros chefe da empresa Manlio
Gobbi & Cia LTDA, do Rio Grande do Sul.
Na linha de pesquisa “materiais e processos de fabricação”, o trabalho de
Clarice Castro Debiagi, denominado Contribuições do design estratégico no
processo de inovação de uma empresa moveleira do Ri o Grande do Sul,
objetiva identificar as contribuições do design estratégico no processo de inovação
de uma empresa as indústria moveleira do Rio Grande do Sul. Estimula uma
reflexão do design estratégico como abordagem e como protagonista dos processos
de inovação da organização em pauta. Demonstra, deste modo, como esta indústria
percorreu o caminho da produção, para a produção, mediação e distribuição, isto é,
do produto ao sistema-produto.
A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) possui onze (11)
dissertações sobre a temática inovação. A linha de pesquisa é processo de
projetação para inovação. O trabalho de Ricardo Maffazioli, denominado A inserção
do design estratégico no processo de inovação e desenvolvime nto de
produtos, objetiva analisar o desenvolvimento de produto pela ótica do design
estratégico e suas ferramentas, partindo do princípio de que a inovação de produtos
e processos são fatores essenciais para a competitividade e a sobrevivência das
empresas no mercado. Foi proposto um novo modelo de desenvolvimento dentro de
uma empresa do ramo metal mecânico de abrangência internacional.
O trabalho de Ângela de Araújo Severo, denominado Inovação e design em
empresas: uma análise dos métodos utilizados por re conhecidos escritórios
de design no Rio Grande do Sul, afirma que, cada vez mais, surgem estudos que
relacionam o processo de inovação com o design, compreendido como uma
50
ferramenta capaz de gerar diferenciação em diversos setores do mercado. O
trabalho consiste em compreender os métodos e processos criativos de três
escritórios de design do Rio Grande do Sul, para através de uma análise descritiva,
perceber o que faz com que eles se destaquem no contexto da inovação.
O trabalho de Ana Regina Bender, denominado Inovação orientada pelo
design: o caso da indústria de confecção de artigos de ve stuário no Rio
Grande do Sul, analisa a predisposição cultural de um grupo de médias e grandes
indústrias de confecção de artigos do vestuário, localizadas no Rio Grande do Sul,
para inovar através do design. Baseado na análise teórica, construiu-se um
protocolo de investigação, identificando fatores externos de competitividade do setor
para, em seguida, construir um instrumento de coleta de dados que desse conta dos
objetivos específicos. Com a identificação dos fatores internos de aprendizagem
individual e organizacional, pretendeu-se avaliar a disposição cultural das empresas
para inovar, tendo como pressuposto que a inovação orientada pelo design pode ser
compreendida como um ciclo de aprendizagem.
O trabalho de Dinamara Dal Pai, denominado Inovação da sala de aula pela
perspectiva do design estratégico: repensando o uso das tecnologias digi tais
para a experiência de aprendizagem, objetiva desenvolver, a partir da perspectiva
do design estratégico, cenários para inovação da experiência de aprendizagem em
salas de aula de ensino superior, levando em conta as possibilidades inauguradas
pelas tecnologias digitais. Para tanto, foi realizado um estudo de caso junto ao curso
de design da Unisinos, caracterizado por apresentar uma proposta diferenciada de
educação, apoiada pelo conceito de programa de aprendizagem (PA), ressaltando a
potencialidade do design estratégico para projetos vinculados à educação e à
inovação.
O trabalho de Edgard Charles Stuber, denominado Inovação pelo design:
uma proposta para o processo de inovação através de workshops utilizando o
design thinking e o design estratégico, afirma que a inovação pelo design é um
termo que está em pauta de discussão das empresas e na pesquisa das academias
atualmente, porém, sua abordagem, quando feita através de workshops, carece de
referencial teórico que lhe dê suporte e embasamento. A pesquisa investiga a
51
contribuição dos métodos de design (design thinking, design estratégico e inovação)
no processo criativo, base da inovação a serem utilizados na forma modular de
workshops.
O trabalho de Gabriel Kauffmann Schüler, denominado O conceito de
projeto e a implantação de novos sistemas-produto, afirma que atualmente o
design vem ganhando um papel estratégico no desenvolvimento da inovação
organizacional, trazendo uma nova orientação pela qual estas podem gerar valor. O
design estratégico propõe um método projetual para o desenvolvimento de conceitos
de projeto que posteriormente são transformados em produtos. Este percurso é
explorado neste trabalho e busca elucidar as características dos conceitos de projeto
e as dificuldades no seu percurso e implementação.
O trabalho de Gabriel Bergmann Borges Vieira, denominado Design e
inovação no segmento médico-hospitalar: um estudo d a indústria de
equipamentos, objetiva reduzir uma lacuna onde praticamente não constam na
literatura estudos que considerem o processo de desenvolvimento de produtos na
indústria de equipamentos médico hospitalares no Brasil, avaliando os processos de
design e inovação, seguindo as etapas de mapeamento do setor e classificação das
empresas; construção de uma escala para mensurar design e inovação no setor da
saúde e pesquisa nas empresas produtoras de instrumentais cirúrgicos.
O trabalho de Igor Escalante Casenote, denominado Design driven
inovation no processo de desenvolvimento de novos produtos: o design como
agente de inovação de significados, aproxima o conceito do design driven
inovation a uma empresa fabricante de utilidades domésticas de expressividade
nacional, baseado nas premissas do conceito que são: monitorar, identificar e captar
os mínimos sinais de transformações sociais, permitindo a antecipação de
demandas por produtos, possibilitando a geração de inovação em artefatos ainda
nem pensados pelos consumidores.
O trabalho de Lidiane Camiloti, denominado Design estratégico e inovação
para o desenvolvimento de embalagens ecossustentáve is, afirma que um dos
principais objetivos das empresas da área de alimentação consiste em desenvolver
e introduzir produtos com embalagens inovadoras no mercado, num período de
52
tempo reduzido. O estudo investiga quais são as metodologias ou processos
utilizados para o desenvolvimento de embalagens pelas empresas/escritórios de
design do extremo oeste de Santa Catarina e busca contribuir, com base no
comparativo, uma proposta de design estratégico para o setor, trazendo como
questão de fundo a problemática da sustentabilidade.
O trabalho de Roberto Thomé da Cruz, denominado Inovação no processo
de desenvolvimento de novos produtos de uma empresa fabricante de
autofalantes a partir do design estratégico: formalização de uma etapa
metaprojetual, aborda o processo de desenvolvimento de novos produtos (PDNP)
de uma empresa fabricante de alto-falantes (eletrônica Selenium S/A) na perspectiva
do seu contexto atual, considerando as fases iniciais dos seus processos de
desenvolvimento, com o objetivo de analisar e propor alterações nestes processos,
visando incrementar o potencial de inovação e competitividade da empresa através
de um desenvolvimento de um ambiente formal, sistemático e colaborativo de
geração de ideias e com a utilização das ferramentas do design estratégico.
O trabalho de Vanessa N. Bischoff, denominado Contribuições do design
estratégico para o fomento de inovação no polo move leiro da serra gaúcha,
identifica contribuições do design estratégico para o fomento de inovações no
segmento de móveis residenciais de madeira, retilíneos seriados, do setor moveleiro
gaúcho, especificamente localizado no polo moveleiro da serra gaúcha. Com a
intenção de promover o desenvolvimento de inovações do setor, este estudo
apresentou, através do design estratégico, sugestões e subsídios relevantes para
possível aplicação.
O Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER) possui duas (2)
dissertações sobre a temática inovação. A linha de pesquisa é inovação. O trabalho
de Juliana Desconsi, denominado Design Thinking como um conjunto de
procedimentos para a geração da inovação: um estudo de caso do projeto G3,
entende que o design thinking configura-se como um dos fatores presentes no
contexto da inovação e do mundo das organizações e dos negócios. Partindo-se do
pressuposto que a inovação somente se constitui quando disseminada e aceita, o
design thinking pode ser visto, então, como o motor dessa ação, visto que seu
53
objetivo maior é difundir técnicas para a leitura de situações projetuais e/ou de
negócios. Como contextualização, este projeto apresentou, em sua essência,
relações construídas entre a pesquisa acadêmica e a aplicação prática de mercado,
onde foram encontradas as consonâncias com a inovação. Para tanto, este trabalho
evidenciou os procedimentos do design thinking na aplicação de um estudo de caso
no projeto dos caminhões Agrale, desenvolvidos pelo escritório de design Questto-
Nó, denominado de projeto G3.
O trabalho de Tânia Inês Sulzbacher, denominado A representação gráfica
como auxílio na identificação de oportunidades de i novação: uma aplicação
em IES’s, apresenta uma oportunidade de atuação do profissional do design, em
outros campos do saber, contribuindo para a geração de oportunidades de inovação.
Baseado na representação gráfica, elucidados pela experiência da autora atuando
dez anos em uma empresa de tecnologia da informação (TI), e por ter participado
como bolsista de iniciação científica sobre a graficacia, desenhística e teoria do
desenho, destaca-se a contribuição da atividade projetual baseada na representação
gráfica.
A Universidade Anhembi Morumbi (UAM) possui duas (2) dissertações sobre
a temática inovação. A linha de pesquisa é teoria, história e crítica do design. O
trabalho de Amanda Thais Escudeiro Vatras, denominado Design como estratégia
de gestão: a importância do designer de moda para as empresas do vestuário
de Cianorte, propõe estudar o design como uma das possíveis estratégias de
gestão. Ao abordar temáticas variadas a respeito da moda e seu sistema, assim
como do design atrelado à gestão empresarial, criatividade, empreendedorismo e
inovação, dentre outras, tentou-se explicitar a complexidade do design de moda nas
suas mais diversas facetas e aplicações, realizando uma pesquisa de campo com
alguns empresários de Cianorte, local reconhecido como “A Capital do Vestuário” do
Sul do país.
O trabalho de Marco Túlio Boschi, denominado O design thinking como
abordagem para gerar inovação: uma reflexão, investiga o design thinking como
abordagem para gerar inovação. O foco se concentrou em pesquisar os conceitos de
inovação na visão empresarial e do design thinking procurando estabelecer as
54
correlações entre os temas, aplicando entrevistas em especialistas da área
empresarial e do design.
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) possui quatro (4)
dissertações sobre a temática inovação. A linha de pesquisa é gestão estratégica do
design. O trabalho de Marco Ogê Muniz, denominado A prática sistêmica do
design em comunidades tradicionais locais como forma de p romoção de
inovações sociais: caso Guarda do Embaú, afirma que o design é uma área do
conhecimento que vem sofrendo transformações que passam a incluí-lo em
diferentes abordagens, tanto teóricas como práticas, posicionando-o como uma
atividade em constante evolução. Esses novos entendimentos da área incluem
questões como as ligadas à responsabilidade, ao meio-ambiente e aos aspectos
sociais. Da mesma forma, os problemas contemporâneos fazem surgir, na
sociedade, iniciativas próprias, impulsionadas por pessoas que buscam soluções
para essas adversidades, as quais podem ser classificadas como inovações sociais.
A proposta de adoção de uma abordagem sistêmica do design é entendida como
uma alternativa para integrar stakeholders (partes interessadas) no processo de
investigação e promoção de inovações sociais, que poderá servir como forma de
contribuição para o desenvolvimento das comunidades tradicionais locais. O objeto
de estudo foi a Guarda do Embaú, em Santa Catarina.
O trabalho de Carina Scandolara da Silva, denominado Abordagem
sistêmica com foco na gestão do design sustentável: o caso Nuovo design,
objetiva avaliar a gestão do design em uma microempresa de design, com base em
uma abordagem sistêmica do design e da empresa, com a finalidade de obter
resultados para orientá-las para a sustentabilidade. Foi utilizada como referência a
ferramenta de avaliação sistêmica (SDO Tool Kit) de Carlos Vezzoli, para realizar a
avaliação da gestão do design na empresa pesquisada. A avaliação teve o foco a
sustentabilidade na gestão do design, buscando indicadores de sustentabilidade
para serem utilizados na definição de diretrizes para implementação de melhorias e
inovações.
O trabalho de Diego Daniel Casas, denominado O design thinking como
enfatizador da gestão de design em nível estratégico de uma empresa têxtil: o
55
caso Marisol, problematiza a presença do nível estratégico de gestão do design em
uma indústria do setor têxtil, denominada Marisol. Buscou-se compreender os níveis
de gestão de design e, por meio de um estudo de caso, sistematizar como o design
thinking pode contribuir para enfatizar o nível estratégico na organização alvo do
estudo.
O trabalho de Ricardo Goulart Tredezini Straioto, denominado Gestão de
design para sustentabilidade com foco na política naciona l de resíduos
sólidos, afirma que a gestão do design e a incorporação da inovação na cultura
organizacional são cada vez mais decisivas para a sobrevivência das empresas que
atuam em ambientes de grande concorrência e de mudanças constantes.
Atualmente, a crescente consciência sobre os limites ambientais para o crescimento
econômico estabelece o desafio da sustentabilidade. Contudo, este desafio
apresenta-se como uma oportunidade de inovação e lucro para as empresas que
adotarem padrões sustentáveis de produção. Esta pesquisa teve como objetivo a
elaboração de uma proposta conceitual de incorporação da Política Nacional de
Resíduos Sólidos na gestão do design, em seus três níveis: operacional, funcional e
estratégico, obtendo uma proposta de gestão estratégica de design para a
sustentabilidade, gestão funcional de design participativo e gestão operacional de
design do ciclo de vida do sistema-produto.
Após leitura das dissertações, procedeu-se o agrupamento dos mesmos por
palavras chave quanto as seguintes categorias temáticas de pesquisa: Educação e
Sociedade; Gestão e Metodologia; Meio ambiente e sustentabilidade e Tecnologia.
Alguns dos trabalhos analisados se enquadram em mais de uma categoria, mas
para esta análise será considerado apenas um, selecionado a partir do objetivo
principal da dissertação.
Das dissertações que contemplam a categoria Educação e sociedade ,
apareceram nove (9) e são estas: da PUC/RIO (1) Política de design para o fomento
da inovação na cadeia de valor têxtil/confecção de moda de Santa Catarina, de
Maria Izabel Costa; (2) Design de serviços, comunicação e inovação social: um
estudo sobre os serviços de atenção primária à saúde, de Karine de Mello Freire; (3)
Design e cidadania: um estudo sobre projetos de suporte a novas práticas
56
colaborativas cidadãs, de Renata Domingues Barros; (4) Hot-dog no fogão a lenha:
inovações transformando o gosto carioca, de Luciana Montenegro; (5) Bordado
como assinatura: tradição e inovação do artesanato na comunidade de Barateiro,
Itapagé, Ceará, de Madson Luiz Gomes de Oliveira; da UNISINOS (6) Inovação
orientada pelo design: o caso da indústria de confecção de artigos de vestuário no
Rio Grande do Sul, de Ana Regina Bender; (7) Inovação da sala de aula pela
perspectiva do design estratégico: repensando o uso das tecnologias digitais para a
experiência de aprendizagem, de Dinamara Dal Pai; da UNIRITTER (8) A
representação gráfica como auxílio na identificação de oportunidades de inovação:
uma aplicação em IES`s, de Tânia Inês Sulzbacher; da UFSC (9) A prática sistêmica
do design em comunidades tradicionais locais como forma de promoção de
inovações sociais: caso Guarda do Embaú, de Marco Ogê Muniz.
Das dissertações que contemplam a categoria Gestão e Metodologia ,
apareceram vinte (20), e são estas: da UNESP/BAU, (1) A gestão do design como
diferencial competitivo em micro empresas do setor moveleiro, de André Luiz
Casteião; (2) A gestão de design como ferramenta estratégica para MPEs do
vestuário de moda, de Lucimar de Fátima Bilmaia Emidio; da UPPE, (3) Gestão de
design em indústrias de produtos de uso: um estudo de caso na Companhia
Industrial de Vidros – CIV,de Glenda Gomes Cabral; (4) Design, inovação e arranjos
produtivos moveleiros das micro e pequenas empresas: o caso dos pólos
pernambucanos, de Paulo Roberto Silva; da UFPR (5) As forças da gestão do
design nos níveis estratégico, tático e operacional: um estudo de caso na Eletrolux
do Brasil S/A, de Sandra de Brito da Silva; (6) Tendências: recomendações para seu
uso na gestão do design das MPEs produtoras de louça de mesa de Campo Largo,
Paraná, de Maria Emília Mendes Jayme; da UFRGS (7) Design e tecnologia:
resgatando ícones de inovação em móveis para escritório via arqueologia industrial,
de Manlio Maria Gobbi; (8) Contribuições do design estratégico no processo de
inovação de uma empresa moveleira do Rio Grande do Sul, de Clarice Castro
Debiagi; da UNISINOS (9) A inserção do design estratégico no processo de
inovação e desenvolvimento de produtos, de Ricardo Maffazioli; (10) Inovação e
design em empresas: uma análise dos métodos utilizados por reconhecidos
escritórios de design no Rio Grande do Sul, de Ângela de Araujo Severo; (11)
57
Inovação pelo design: uma proposta par ao processo de inovação através de
workshops, utilizando o design thinking e o design estratégico, de Edgard Charles
Stuber; (12) O conceito de projeto e a implantação de novos sistemas-produto, de
Gabriel Kauffmann Schüler; (13) Design e inovação no segmento médico-hospitalar:
um estudo da indústria de equipamentos, de Gabriel Bergmann Borges Vieira; (14)
Design driven inovation no processo de desenvolvimento de novos produtos: o
design como agente de inovação de significados, de Igor Escalante Casenote; (15)
Inovação no processo de desenvolvimento de novos produtos de uma empresa
fabricante de autofalantes a partir do design estratégico: formalização de uma etapa
metaprojetual, de Roberto Thomé da Cruz; (16) Contribuições do design estratégico
para o fomento de inovação no polo moveleiro da serra gaúcha de Vanessa N.
Bischoff; da UNIRITTER (17) Design Thinking como um conjunto de procedimentos
para a geração da inovação: um estudo de caso do projeto G3, de Juliana Desconsi;
da UAM (18) Design como estratégia de gestão: a importância do designer de moda
para as empresas do vestuário de Cianorte, de Amanda Thais Escudeiro Vatras; (19)
O design thinking como abordagem para gerar inovação uma reflexão, de Marco
Túlio Boschi; da UFSC (20) O design thinking como enfatizador da gestão de design
em nível estratégico de uma empresa têxtil: o caso Marisol, de Diego Daniel Casas.
Das dissertações que contemplam a categoria Meio Ambiente e
Sustentabilidade , apareceram seis (6), e são estas: da UNESP/BAU (1) Uma nova
concepção de produtos tendo como suporte a reciclagem de polímeros, de Marlene
Aguiar; da UFPE, (2) EcoBriefing: ferramenta de levantamento de necessidade para
o apoio ao desenvolvimento de produtos inovadores com foco nas questões
ambientais, de Gabriela Boeira; da PUC/RIO (3) Cenários futuros sustentáveis para
o design: criando ambientes para a concepção de produtos inovadores baseados na
sustentabilidade, de Julia Bonecker Lora; da UNISINOS (4) Design estratégico e
inovação para o desenvolvimento de embalagens ecossustentáveis, de Lidiane
Camiloti; da UFSC (5) Abordagem sistêmica com foco na gestão do design
sustentável: o caso Nuovo Design, de Carina Scandolara da Silva; (6) Gestão de
design para sustentabilidade com foco na política nacional de resíduos sólidos, de
Ricardo Goulart Tredezini Straioto.
58
Das dissertações que contemplam a categoria Tecnologia , apareceram duas
(2), e são estas: da PUC/RIO (1) Inovação no processo de design de joias através
da modelagem 3D e da prototipagem rápida, de Ida Elisabeth Benz; da UFPR (2) O
uso de grés no design cerâmico de embalagens para cosméticos, de Alice Maria
Ribeiro da Silva.
No gráfico a seguir, percebe-se que na categoria Gestão e Metodologia
aparece o maior número de trabalhos publicados, com vinte (20) dissertações,
impulsionada pela Unisinos, com oito (8) publicações sobre a temática. A categoria
Educação e Sociedade aparece em segundo lugar, com nove (9) dissertações,
impulsionada pela PUC/RIO com cinco (05) publicações; e, em terceiro lugar, a
temática meio ambiente e sustentabilidade apresenta seis (6) dissertações.
Gráfico 2 – Temáticas de pesquisa sobre inovação
Conclui-se que os temas relacionados à gestão e metodologia são os mais
recorrentes nas dissertações sobre inovação no campo do design. As pesquisas
transcorrem sobre métodos de gestão existentes como o design thinking ou design
driven inovation, de Roberto Verganti ou até mesmo a proposição de uma
metodologia própria, adaptado a algum segmento específico ou um objetivo, como
meio ambiente e sustentabilidade ou aspectos sociais. Segundo Mozota (2011,
Tecnologia
Meio ambiente esustentabilidade
Gestão e Metodologia
Educação e Sociedade
2
6
20
9
Fonte: O autor
59
p.18), o designer cria algo novo fazendo parte de uma equipe multidisciplinar; ele
funciona como coordenador e considera todos os componentes do projeto. Desta
forma, o design desempenha um papel na administração da inovação bem como no
gerenciamento de conflitos, sendo um processo criativo e de gestão.
Existem dois (2) trabalhos que adotaram algum tipo de critério de análise. A
pesquisa de Gabriela Boeira da (UFPE), denominada EcoBriefing: ferramenta de
levantamento de necessidade para o apoio ao desenvo lvimento de produtos
inovadores com foco nas questões ambientais , possui, como um dos objetivos
específicos, identificar critérios ambientais aplicáveis ao desenvolvimento de
produtos. Para tanto, foram analisados briefings de diversos autores de áreas
distintas como, design, publicidade e propaganda e embalagem, as metodologias
projetuais utilizadas no campo do design, relacionando empresas às questões
ambientais, suas normas e regulamentações, trazendo modelos de projetos de
produtos sustentáveis de autores como Manzini, Vezolli, dentre outros.
O trabalho de Carina Scandolara da Silva da (UFSC), denominado
Abordagem sistêmica com foco na gestão do design sustentável: o caso
Nuovo Design, avalia a gestão do design em uma microempresa de design, com
base em uma abordagem sistêmica do design e da empresa, com a finalidade de
obter resultados para orientá-las para a sustentabilidade. Para tanto, foi elaborada
uma ferramenta de diagnóstico sistêmico com base na ferramenta de avaliação
sistêmica proposta por Vezolli (2010), denominada Sustainability Design-Orienting
(SDO), resultando em um questionário com questões fechadas aplicado em
colaboradores, clientes e fornecedores, identificando os pontos fortes e fracos no
sistema formado pela gestão do design nas micro e pequenas empresas analisadas
sob o ponto de vista da sustentabilidade.
Os critérios de análise destes trabalhos mencionados acima não são
aplicáveis aos aspectos de inovação e sim a questões ambientais, diferentemente
do proposto por esta pesquisa, que propõe identificar critérios (fatores) para
avaliação da Inovação no Design e Produção de embalagens de consumo em papel
cartão.
60
Foram encontradas duas (2) teses sobre inovação nos novecentos e setenta
e oito (978) trabalhos publicados até 2012, nos cursos de design recomendados pela
CAPES: a tese de Maria Izabel Costa, denominada Política de design para o
fomento da inovação na cadeia de valor têxtil/confe cção de moda de Santa
Catarina ; e a tese de Karine de Mello Freire, denominada Design de serviços,
comunicação e inovação social: um estudo sobre os s erviços de atenção
primária à saúde , ambas da PUC/RIO.
Cabe também ressaltar a inexistência de trabalhos publicados no campo do
design sob a temática desta dissertação, o que contribui para justificar a presente
pesquisa.
61
7 CONCEITOS E TEORIAS SOBRE EMBALAGEM E INOVAÇÃO
O objetivo deste capítulo é descrever os conceitos que colaboram para
fundamentar os critérios de avaliação da inovação no projeto de embalagens. Para
tanto, ele foi subdividido em duas partes. Na primeira, apresenta-se um breve texto
que conceitua as embalagens de consumo em papel cartão, descrevem-se as
principais funções, a sua classificação, substrato e as tecnologias de impressão.
Após, investiga-se o conceito, os tipos e as intensidades da inovação.
7.1 SOBRE EMBALAGEM EM PAPEL CARTÃO: CONCEITOS, FUNÇÕES,
CLASSIFICAÇÕES, MATERIAIS E TECNOLOGIAS DE IMPRESSÃO.
Segundo Gurgel (2007, p.1), embalagens são invólucros, recipientes ou
qualquer forma de acondicionamento removível ou não, destinados a cobrir,
empacotar, envasar, proteger, manter os produtos ou facilitar a sua comercialização.
Segundo Mestriner (2007, p.15), a embalagem que se encontra em supermercados
e lojas é o resultado da ação de um sistema complexo e multidisciplinar, resultante
da atuação de diversos especialistas que desenvolvem atividades complementares.
As embalagens estão presentes na sociedade desde o dia em que se descobriu a
necessidade de proteger, conter e transportar mercadorias. Inicialmente, conforme
relata Cavalcanti (2006, p.13), o homem começou a lançar mão das folhas de
plantas, do couro e da bexiga de animais como matéria-prima de embalagem. Após,
adotou novas tecnologias, como a cerâmica, vidro, tecido, madeira, papel, aço e
plásticos (PP, PET, PE, dentre outros).
O processo de embalagem surgiu no século XIX à medida que novas tecnologias possibilitaram que os produtos de fabricantes e agricultores fossem enviados às lojas em formatos pré-embalados. Pela primeira vez, essas tecnologias permitiram que produtos agrícolas fossem transportados, assim que colhidos, até o local de venda. Isso também significava que os fabricantes podiam embalar os produtos de um modo atraente para os comerciantes vendê-los. (CALVER, 2009, p.6).
62
A partir dos grandes centros comerciais, que inicialmente tinham formato de
feiras, geralmente, em uma região mais central, iniciou-se a era da produção e
industrialização. Para organizar o mercado e tornar acessíveis essas mercadorias
para os consumidores, surgem as lojas de departamentos.
Na segunda metade do século XIX, surge um novo tipo de varejo, o grande magazine, conhecido hoje como loja de departamentos. Oferecendo num só local uma grande diversidade de mercadorias, praticando preços acessíveis e utilizando-se da publicidade, os magazines estimulam o consumo de classe média. Essas lojas ofereciam bens até então reservados às elites, introduzindo o hábito de comprar produtos que não eram estritamente necessários às vidas das pessoas. (STRUNCK, 2011, p. 51).
Com o desenvolvimento do mercado consumidor, as embalagens foram
agregando importância e as funções primárias foram ampliadas em consequência do
autosserviço. Percebeu-se que, pela substituição do contato humano que ocorriam
nas feiras e pequenas vendas, a embalagem foi obrigada a cumprir esse papel de
comunicação, agora inexistente nas lojas.
Segundo Cavalcanti (2006, p.15), qualidades antigas, como a resistência ao
transporte e à umidade, continuam essenciais, mas obrigatoriamente suplementadas
por outras também importantes, como a identificação do fabricante do produto
embalado e o poder de sedução exercido sobre os compradores. O que era um
simples envoltório anônimo se transformou em uma das mais poderosas armas de
propaganda e marketing.
A embalagem seduz à medida que chama atenção do consumidor. O volume e variedade vêm crescendo ano após ano, acompanhados de uma parafernália tecnológica, design, maquinários e afins. Do outro lado está o consumidor, cada vez mais exigente que busca soluções que facilitem sua vida. Ou seja, além de bela e com informações que permitam um raio-X do produto e fabricante precisa ser atraente e, sobretudo, funcional. (FERRADOR, 2011, p. 29).
63
Considera-se que a embalagem passa por constantes melhorias nos
processos produtivos e no aperfeiçoamento de novas matérias-primas obtidas
através da mistura de materiais e principalmente pelo seu design. É importante para
o profissional responsável pelo desenvolvimento de embalagens (designer), explorar
novas possibilidades de inovação no segmento.
Segundo Peltier (2009, p. 4), as embalagens estão inseridas em um ciclo de
vida e o seu processo de desenvolvimento deve considerar a integridade do produto,
a satisfação dos consumidores e o meio ambiente.
Na figura a seguir, podem-se visualizar as etapas do ciclo de vida de uma
embalagem de papel cartão.
Figura 2 – Ciclo de vida da embalagem
O processo inicia com a extração da matéria-prima na natureza e sua
posterior transformação em papel nas fábricas de beneficiamento. A terceira etapa é
onde é feita a concepção da embalagem (estrutural e gráfica) por meio de um
estúdio ou agência de design que dará o encaminhamento para a indústria gráfica.
Após, a produção das embalagens, ocorre o envase e a distribuição para os pontos
de venda, deixando-a a disposição do consumidor para a utilização. Por fim, ocorre o
descarte das embalagens, o tratamento e triagem. Estas etapas proporcionam o
retorno da embalagem para as fábricas de papel através da reciclagem.
64
Segundo Mestriner (2002, p.9), a vida nas grandes metrópoles na atualidade
não seria possível sem a utilização intensiva de embalagens para prover o
abastecimento e o consumo de seus milhões de habitantes.
7.1.1 As Funções da Embalagem
Ao longo dos últimos anos, inúmeras funções foram agregadas à embalagem.
Das funções primárias – que compreendem conter, proteger, transportar e expor –
foram acrescidas outras funções, tais como: de venda, promoção de vendas e
suporte para ações de marketing, suporte para branding, dentre outras. Para
Mestriner (2007, p. 23) isto se deve fundamentalmente às mudanças no modo de
vida na sociedade contemporânea. Questões de ordem econômica, tecnológica,
mercadológica, comunicacional e de meio ambiente somaram-se às preocupações
de ordem primária. No Quadro 3, são apresentadas e descritas as funções primárias
e auxiliares das embalagens. As funções auxiliares são aquelas que estão
relacionadas de forma direta com a economia, os processos de fabricação, o meio
ambiente e que constituem componentes importantes da atividade econômica dos
países industrializados, conforme Mestriner (2002).
Quadro 3 – Funções da embalagem
Funções Descritivo
Prim
ária
s
Armazenagem Compreende a preservação do produto acabado no estoque aguardando comercialização e o tempo de permanência no ponto de venda.
Proteção Compreende a preservação da integridade física e química do produto.
Transporte Compreende em preservar a integridade do produto desde o fabricante até o canal de venda, estando sujeitas à exposição ao tempo e o atrito no transporte.
Exp
osiç
ão
Compreende a exposição do produto no ponto de venda, a comunicação dos atributos de seu conteúdo e a utilização da embalagem como instrumento de venda.
Conceituais Construir a marca do produto Formar conceito sobre o fabricante Agregar valor significativo ao produto
Mercadológicas Chamar a atenção Transmitir informações
65
Despertar desejo de compra Vencer a barreira do preço
Comunicação e marketing
Compreende a concepção de oportunidade de comunicação do produto. A embalagem torna-se suporte de ações promocionais.
Aux
iliar
es
Econômicas Componente do valor e do custo de produção (matéria-prima)
Tecnológicas Envolve a criação de sistemas de acondicionamento. A adoção de novos materiais. A adoção de técnicas de conservação de produtos.
Sociocultural Expressão da cultura e do estágio de desenvolvimento de empresas e países
Meio ambiente Importante componente do lixo urbano Reciclagem / tendência mundial
Fonte: Adaptado pelo autor de Mestriner (2002, p.04)
A função de proteção implica a preservação da integridade física e química do
produto. Segundo Negrão (2008, p. 30), para que a proteção seja efetiva ao longo
de toda a sua trajetória, são levados em consideração os riscos biológicos,
climáticos, físicos e de fraudes. A embalagem deve garantir a inteireza do produto
desde o fabricante até o consumidor final, levando em consideração as condições de
armazenagem do produto acabado. Qualquer dano ao produto pode gerar perdas
para a empresa ou para o consumidor.
Para Gurgel (2007, p.12), a embalagem exerce a função de comunicação do
conceito mercadológico do produto, estando relacionada com as atividades de
vendas, no que diz respeito à transmissão de informações importantes e
obrigatórias, principalmente em produtos alimentícios e químicos. Para Negrão
(2008, p. 33), a embalagem deve chamar a atenção no ponto de venda e despertar o
desejo de compra. Além de vender o produto nela contido, pode, por exemplo,
promover outras linhas de artigos complementares da empresa.
Em muitos casos a embalagem acaba se tornando a personificação do
produto, ficando difícil o consumidor visualizá-los separadamente. Segundo Negrão
(2008, p. 34), é necessário entender que a embalagem é presença permanente no
processo de comunicação do consumo, pois está o tempo todo trabalhando a marca
junto ao consumidor. Além disso, existem espaços na embalagem que podem ser
66
utilizados para fazer propaganda de outros produtos ou ideias, auxiliando na
divulgação da empresa e fortalecendo sua marca.
A embalagem é um componente na formação de preço de um produto
tornando-se matéria-prima para a indústria que a utiliza para embalar seu produto.
Em alguns casos, a embalagem custa mais do que o próprio produto embalado,
como alguns perfumes e bebidas por exemplo. Antes de economizar na produção
das caixas, deve-se levar em conta a percepção do cliente na apresentação do
produto e os aspectos de conservação.
Para manter esta integridade do produto, novas tecnologias surgem para
auxiliar no acondicionamento, utilizando materiais sofisticados e métodos de
produção diferenciados que resultam na maior conservação dos produtos e
possibilitam a expansão do mercado para outros países distantes.
A função sociocultural pode ser vista em algumas embalagens através da
expressão de uma determinada sociedade, assim como fatos históricos. Empresas
que agem de forma regional trabalham bem essas características como se pode ver
nas latas de Coca Cola, por exemplo.
Quanto ao meio ambiente, o principal componente do lixo urbano são os
resíduos orgânicos, mas a embalagem aparece como o item de maior visibilidade.
Desenhar de forma consciente observando todo o ciclo de vida da embalagem,
atualmente, é obrigação do profissional responsável pelo projeto. Todas as matérias-
primas são recicláveis, desde que separadas e limpas adequadamente.
7.1.2 A Classificação das Embalagens
As embalagens, de uma forma geral, são classificadas, segundo Carvalho
(2008, p. 269), em primárias, secundárias e terciárias. As primárias são aquelas
utilizadas pela indústria no envase do produto. Na figura 3, consta o exemplo de um
conteúdo líquido que utiliza, em sua linha de produção, a tampa, o frasco e o rótulo.
As embalagens secundárias são as embalagens de consumo, aquelas que estão em
67
contato com o usuário e expostas no ponto de venda, objeto de análise deste
trabalho. As embalagens de transporte são as terciárias e contém de forma
organizada todos os elementos anteriores. Por uma questão de segurança e
manutenção da integridade do produto, pode-se adotar um berço dentro das
embalagens de consumo para certificar que no transporte o frasco não sofrerá
nenhuma avaria.
Figura 3 – Classificação da embalagem
Os dois tipos principais de embalagens são divididos pela sua funcionalidade
e características, denominadas embalagem de consumo e transporte. Alguns
autores, como Gurgel (2007, p.5) e Carvalho (2008, p.269), subdividem as
embalagens em outros diversos tipos, mas, como objeto de estudo, foram adotadas
estas duas divisões fundamentais.
As embalagens de transporte servem para proteger e transportar as
embalagens de consumo ou algum produto a granel, segundo Pereira (2003, p.14).
Devem-se observar alguns pontos relevantes para as embalagens de transporte
quanto à sua movimentação e armazenagem. Usualmente utiliza-se uma estrutura
de madeira como base (pallet) para o empilhamento de várias unidades. A matéria-
prima utilizada nas embalagens de transporte, em sua maioria, são chapas de
papelão de diversas espécies, variando a sua resistência e espessura. O
preenchimento e a otimização dos espaços dentro da embalagem de transporte
68
amenizam o amassamento e facilitam sua comercialização, pois geralmente são
acondicionadas seis, nove ou doze embalagens de consumo.
Em alguns casos, a embalagem de transporte serve como embalagem de
consumo, isso ocorre em produtos maiores, como eletrodomésticos e máquinas. Em
produtos de porte médio, como latas de tinta pequena, a embalagem de transporte
pode servir como expositor e estar em contato direto com o consumidor.
7.1.2.1 A embalagem de consumo
As embalagens de consumo são aquelas que mantêm contato direto com o
consumidor, exercendo, entre outros aspectos, seu papel persuasivo, segundo
Pereira (2003, p.14). Elas acompanham o produto até o momento da venda e de sua
utilização. Podem estar expostas de forma individual ou coletiva, acondicionadas em
displays no ponto-de-venda.
Segundo Gurgel (2007, p. 5), as embalagens de consumo podem ser
classificadas em: de contenção, de apresentação e de comercialização. As
embalagens de contenção estão em contato direto com o produto, exigindo
compatibilidade entre a matéria-prima utilizada e a formulação do produto, podendo
ser de apresentação se impressa ou rotulada. Quando a embalagem envolve outra
embalagem, classifica-se como embalagem de apresentação; o seu objetivo é
chamar a atenção no ponto de venda e atrair consumidores. As embalagens de
comercialização são embalagens que contêm múltiplas embalagens de
apresentação e devem estar expostas de forma a promover o produto na gôndola e
chamar a atenção do consumidor.
A aparência de uma embalagem representa, além da manifestação externa
da configuração formal, os fatores humanos envolvidos, fatores de fabricação,
engenharia, custos e seleção de materiais, possibilitando a identificação das
vantagens e desvantagens do produto, de acordo com Bergmiller (1976, p.7).
69
No amplo universo das embalagens presentes nas relações sociais, culturais, tecnológicas e econômicas em nossa sociedade contemporânea, destacam-se aquelas direcionadas à comercialização de produtos e serviços, envolvendo fabricantes, distribuidores (transportador, atacadista ou varejista), o consumidor/usuário e o designer de embalagens. (PEREIRA, 2003, p.16).
O processo de impressão mais utilizado nas embalagens de consumo é o
offset, e os papéis mais adequados para a produção são os cartões duplex e triplex,
em gramaturas que variam de 200 a 450 gramas, dependendo do peso que a
embalagem precisará suportar.
7.1.3 Materiais e Tecnologias de Impressão
O papel é a principal matéria-prima utilizada na fabricação das embalagens
de consumo. Existem outros insumos que compõem a produção de embalagens, tais
como: tintas, vernizes, diluentes de tintas, secantes, retocador de chapa, limpador de
chapa, goma de proteção para chapa, pó para auxiliar na secagem da tinta dentre
outros materiais utilizados no processo de produção. Dentre os citados, além do
papel, as tintas e os vernizes são os materiais que influenciam no visual da
embalagem. Segundo Baer (1999, p.145), existem algumas tintas especiais como as
metálicas (ouro, prata, bronze), as fluorescentes, que são pigmentos que se
desenvolvem sob a forma de radiação luminosa, muito utilizadas em convites que
necessitem segurança contra falsificações, as tintas invisíveis, ativadas por certos
reagentes químicos, como o metal, utilizadas em caixas de medicamentos ou o
grafite, utilizadas em livros infantis. Existem dois vernizes principais: o primeiro
chamado “verniz de máquina” ou “a base d´água”, utilizado somente para proteger a
camada de impressão contra os atritos que a embalagem sofrerá ao longo de sua
logística; e o segundo, chamado de “verniz UV”, ou “verniz ultravioleta”, que é
utilizado para dar brilho na totalidade da embalagem ou localizado em locais que se
queira destacar.
Os processos de impressão mais utilizados para a produção de embalagens
em geral, são: a flexografia e a rotogravura, utilizados para a confecção de
70
embalagens plásticas flexíveis e também a serigrafia utilizada para impressão de
materiais, como caixas de papelão e madeira. A impressão digital, por suas
limitações técnicas, é utilizada apenas para a produção de protótipos de
embalagens. Destaca-se o processo de impressão off-set na produção de
embalagens de consumo em papel cartão por ser responsável pela produção de
90% das embalagens, segundo Scarpeta (2009, p.133).
A seguir, descreve-se o papel cartão e o processo de produção gráfica.
7.1.3.1 O papel cartão
É um papel formado de multicamadas de celulose, resultante da união de
várias camadas de papel superpostas iguais ou distintas que aderem umas às outras
por compressão, de acordo com Camilo (2011, p.101). O papel cartão pode ser de
vários tipos e apresentar diferentes características. Quando produzido utilizando-se
celulose de fibra longa, o papel apresenta maior resistência mecânica e é muito
utilizado em embalagens que precisam suportar pesos maiores. Já, os de fibra curta
proporcionam uma formação mais homogênea e uma excelente superfície utilizada
para embalagens que necessitem uma boa apresentação.
Figura 4 – As camadas do papel cartão
71
A Figura 4 apresenta as camadas que compõem o papel cartão. Segundo
Camilo (2011, p.103), o miolo garante a estrutura e sua capacidade de compressão,
rasgo e etc. Contém, em sua composição, carga mineral, pasta mecânica, aparas e
celulose virgem. O verso deve apresentar boa característica para o desempenho na
impressão e envase, pois em muitas embalagens pode receber impressão. A capa
serve como suporte para a impressão da embalagem, é composta de celulose
virgem branqueada e recebe uma camada de coating ou couchê, que é uma espécie
de tinta utilizada para revestir e fechar os poros do papel, concedendo brilho e lisura
em sua superfície.
Dentre os principais tipos de papel cartão, destaca-se a cartolina , que é um
papel de alta gramatura fabricado com uma só camada de celulose, o cartão duplex
que é o mais utilizado na produção de embalagens de consumo em papel cartão,
composto por três camadas superpostas e aplicação de coating, o verso não é
branqueado, deixando as fibras do papel aparentes, e pode ocorrer variação de
tonalidade; o triplex , é a mesma composição do duplex, mas com a diferença de
possuir o forro branco (verso).
Segundo Camilo (2011, p.102), o cartão duplex é utilizado nos segmentos de
higiene e limpeza, alimentos, bebidas, autopeças, brinquedos, calçados,
ferramentas, materiais de construção e etc. O triplex, em perfumarias, cosméticos,
higiene pessoal, alimentos (quando a embalagem entra em contato com o produto),
farmacêuticos, festas, mídias, materiais de informática e etc.
Existe uma quantidade variada de papel cartão especial com diversas
propriedades em relação à aparência, composição, estrutura e superfície. O cartão
sólido, produzido com 100% de celulose virgem e branqueada frente e verso com
aplicação de coating, também conhecido como cartão supremo, é um exemplo
comum de papel cartão especial.
As embalagens produzidas em papel cartão possuem inúmeras vantagens
comerciais, auxiliando na venda de produtos. Camilo (2011, p.110-115) destaca as
principais como: a compatibilidade com outros materiais, possibilitando a aplicação
de acabamentos sofisticados; ampliação do painel de exposição no ponto de venda;
multiplicidades de faces para exposição; transformação em brinquedo ou objeto de
72
interação após o uso; possibilidade de aplicação de infinitas formas; exploração do
tato, na aplicação de texturas; apelo ecológico, por ser reciclável, dentre outras
vantagens.
7.1.3.2 O processo de produção gráfica
Segundo Gurgel (2007, p. 285), a produção gráfica é o conjunto das
operações que formam o processo para a geração de materiais devidamente
impressos. O processo de produção gráfica é dividido basicamente em pré-
impressão, impressão e pós-impressão ou acabamento. Oliveira (2002, p. 9)
acrescenta uma etapa anterior denominada projetação, que é a fase de criação do
impresso. Na figura 5, a fase de projetação está inserida na pré-impressão, com o
nome de criação.
O principal acontecimento em impressão nos últimos anos, segundo Bann
(2010, p.14), foi a utilização da editoração eletrônica para a composição e impressão
dos materiais gráficos. Este acontecimento mudou o cenário do setor de pré-
impressão, promovendo o surgimento de novos processos de produção e o
desaparecimento de métodos tradicionais.
Figura 5 – O processo de produção gráfica
73
O setor de pré-impressão é o responsável pela concepção da embalagem
dentro de uma gráfica, e é por isso que está destacado na Figura 5. Para esclarecer
melhor o processo de produção gráfica, foram numerados os setores que serão
abordados separadamente abaixo:
1) Pré-impressão
a) O ponto de partida no processo de pré-impressão acontece com
a criação da embalagem que se dá pelo projeto estrutural, que é
a forma da caixa e servirá de base para a aplicação do design
gráfico. Geralmente a gráfica fornece a planta da faca se a
criação for executada por terceiros como designers, agências de
publicidade e etc.;
b) Em geral, o processo de criação inicia com esboços feitos à mão
livre para iniciar o processo criativo antes de passar para o
computador. Poderá ser feita uma simulação através da
montagem no protótipo em branco, ou utilizar grids (linhas de
referência) para auxiliar no trabalho. A editoração eletrônica,
através de seus softwares específicos como o Corel Draw,
Ilustrator, Indesign, Page Maker e Freehand, facilitou muito o
trabalho do profissional do setor de pré-impressão, a
manipulação e a digitalização de imagens através de scanners,
softwares destinados a tratamento de imagens como o
Photoshop também contribuíram para agilizar e melhorar a
qualidade dos impressos;
c) No término da criação é aconselhável fazer um mockup
(simulação da embalagem) do projeto estrutural da embalagem
e uma prova digital para que o cliente confira e assine se
responsabilizando por eventuais erros que possam ocorrer com
textos, fotos, cores e diagramação;
d) Após a aprovação e a correção das devidas alterações, a
próxima etapa é a realização arte final, processo que prepara a
criação para a produção, levando em conta aspectos técnicos,
74
como marcas de corte, cruz de registro, barra de calibragem de
cores e leitores para fotocélulas que servirão como base para a
impressão e o acabamento;
e) A arte final pode ser encaminhada para a confecção de fotolito,
que é um filme plástico que anteriormente era produzido pelo
setor chamado de fotomecânica de forma analógica e
atualmente é impresso digitalmente por uma impressora
chamada de imagesetter;
f) O fotolito deve ser montado na chapa de alumínio fotossensível,
utilizado como matriz na impressão offset fixada em um dos
cilindros da máquina. A película é montada na chapa, exposta à
luz em uma gravadora de chapas. A parte da chapa que fica
coberta pelo fotolito é protegida da exposição de luz e a parte
que fica exposta é retirada da chapa com a imersão no revelador
à base de cloreto de sódio;
g) O processo mais utilizado atualmente para gravar chapas é o
CTP (Computer To Plate). Segundo Bann (2010, p.76), este
método dispensa a produção de filmes (fotolito) e torna o
processo de impressão muito mais simples, intuitivo e eficaz em
termos de economia de tempo e recursos. O CTP revolucionou o
processo de pré-impressão, eliminando o fotolito e a gravação
manual de chapas;
h) O que existe de mais avançado no processo de pré-impressão,
segundo Collaro (2005, p.54), é o computer to press, onde a arte
final é digitalizada e transferida diretamente para o cilindro de
impressão offset. Sem necessitar da bateria de molhagem, a
imagem é transferida para o cilindro de borracha e depois para o
papel por meio de pressão.
2) Impressão
i) Processos de impressão, segundo Fernandes (2003, p.127), são
meios de produção capazes de realizar uma ou diversas cópias
75
de determinada imagem, a partir de uma forma.
Figura 6 – Os tipos de impressão
A Figura 6 mostra que o processo de impressão pode ser executado de várias
formas: nas impressões que não necessitam o uso de tinta; no caso de impressões
fotoquímicas, com impressoras heliográficas, termoquímicas, como aparelhos de fax,
por exemplo, e eletroquímicas, estimuladas por descarga elétrica em um papel
especial.
As impressões que utilizam tintas podem necessitar de matrizes ou não. As
que não utilizam matrizes são as impressões digitais que podem ser jatos de tinta,
eletrostática, também conhecidas como impressão a laser, ou transferência térmica,
no caso das impressoras jato de cera, por exemplo.
A maioria dos processos de impressão utilizam matrizes em sua produção e
são subdivididas pela característica das formas. Relevográficas – são as matrizes
que possuem relevo como o clichê para a flexografia e os tipos móveis na tipografia.
Planográficas – são as formas planas como as da impressão litográfica que utilizava
uma pedra como matriz e a impressão offset, objeto desta pesquisa, que utiliza uma
chapa de alumínio. Encavográficas – são matrizes feitas com entalhe como o cilindro
de rotogravura e o silicone da tampografia. Permeográficas – são formas que a tinta
penetra e ultrapassa para o papel como a serigrafia.
76
3) Pós-impressão
Esta é a última etapa que o material gráfico percorre, e, popularmente, este
setor pode também ser chamado de acabamento. Fernandes (2003, p.191) classifica
como acabamento o setor onde ocorrem as operações que, partindo de um impresso
em papel ou em qualquer outro suporte, transformam seus aspectos formais, dando-
lhes uma forma diversa da anterior.
Figura 7 – Pós impressão das gráficas produtora de embalagem
O setor de pós-impressão é responsável pelo acabamento, conversão e
distribuição dos impressos, conforme a figura 7. Os papéis são fornecidos pela
fábrica em formato padrão e, antes de entrar em máquina de impressão, o mesmo
deve ser cortado para o formato adequado da embalagem que será produzida.
Depois de impresso, dependendo do projeto, o papel pode receber algum
revestimento especial, tal como: plastificação, verniz, impermeabilização, se a
embalagem for entrar em contato com frio e umidade; hot stamping, que é um
acabamento metalizado aplicado através do calor em locais específicos para dar um
destaque especial; gofragem, uma técnica para aplicação de texturas no papel
77
através da pressão entre rolos e aplicação de código Braille, em algumas
embalagens.
A máquina de corte e vinco fará o corte através da pressão do material
impresso com uma matriz chamada de faca, composta de lâminas de corte e
lâminas de vinco para indicar e facilitar a dobra do papel. Algumas embalagens são
projetadas para não receberem cola, utilizando dobras para o fechamento, mas na
maioria dos casos, necessita a aplicação de cola que pode variar de um (1) a oito (8)
pontos de colagem na mesma embalagem. Pode ser feita a colagem de forma
manual, quando a quantidade for pequena, ou através de máquinas automáticas.
No término do processo, o produto acabado deve ser acondicionado em
caixas ou pacotes devidamente etiquetados e ficará a disposição na expedição para
ser entregue ao cliente.
7.2 SOBRE INOVAÇÃO: CONCEITOS, TIPOS, INTENSIDADES E ABORDAGENS
NO DESIGN
Inovação é uma expressão ampla e aberta muito utilizada para definir
diversas situações. Seus conceitos, natureza e suas características são debatidos
com o objetivo de alcançar maior entendimento do seu papel frente ao
desenvolvimento econômico, tecnológico e como gerador de conhecimento.
Inovação é para a espécie humana o principal vetor que possibilitou sua
sobrevivência, inovar, faz parte da nossa natureza, segundo Mattos, Stoffel, Teixeira
(2010, p.09). A variação de significados do termo inovação pode ser um dos
problemas para sua compreensão. Segundo Tidd, Bessant, Pavitt (2008, p.86),
inovação pode ser confundida com invenção, que, segundo, Mattos, Stoffel, Teixeira
(2010, p.10), é a ação que conduz ao desenvolvimento de um novo dispositivo, um
novo método ou uma nova máquina, que poderá mudar a maneira pela qual as
coisas são feitas. Em seu sentido mais amplo, o termo vem do latim innovare, que
significa, “fazer algo novo”.
78
O marco fundamental para a compreensão do termo foi introduzido por
Schumpeter (1988), o qual afirma que a inovação se origina na esfera econômica,
podendo ser atribuída aos seguintes fatores:
1) introdução de um novo bem não familiar aos consumidores ou então de
nova qualidade de certo bem;
2) introdução de um novo método de produção;
3) abertura de um novo mercado, ou seja, um mercado em que o produto
de uma determinada indústria nunca tivera acesso antes;
4) descoberta de uma nova fonte de matéria-prima e a reorganização de
uma indústria qualquer. Em síntese, segundo o autor a inovação no
âmbito econômico ocorre devido aos seguintes fatores de inovação:
produto, processo, mercado e matéria-prima.
Para Tidd, Bessant, Pavitt (2008, p.86), a inovação é um processo de fazer de
uma oportunidade uma nova ideia e de colocá-la em uso de maneira mais ampla
possível. Inovação é definida por Drucker (1986, p.25), como o instrumento
específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como
uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente. Segundo
Kotler, Trías de Bes (2011, p.18) a inovação também deve ser entendida como o
desenvolvimento de uma cultura de inovação dentro da empresa, que é aquilo que
permite produzir e levar ao mercado um fluxo constante de inovações menores e
incrementais.
O Manual de Oslo (1997) conceitua inovação como a implementação de um
produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou
um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de
negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas. Christensen
(2001) escreve que a inovação é a mudança nas tecnologias para transformar mão
de obra, capital, materiais e informação em produtos e serviços de grande valor
agregado. É a capacidade de transformar o baixo desempenho de uma nova
proposta de valor, baseada numa tecnologia disruptiva, em desempenho superior, o
79
mais rápido possível. A empresa 3M desenvolveu um site para promover inovação e
define, de forma simples, que inovação é igual a novas ideias somada a ações que
produzem resultados.
Em resumo, inovação não é simplesmente algo novo. É algo novo que traz resultados para a empresa. A inovação é a exploração de uma nova ideia com sucesso, resultando em grande retorno. Nesse sentido, inovação não deve ser vista somente como o desenvolvimento de um novo produto. Pode também estar vinculada a novos modelos de negócio, mercados e serviços, a novas fórmulas de gestão, ao desenvolvimento de uma marca, à criação de plataformas tecnológicas e, até mesmo, à formação de canais de distribuição. (SCHERER, 2009, p.08).
Outro aspecto para ser inovador, segundo Bezerra, (2008, p. 21), é ver as
coisas sob várias perspectivas, vários ângulos e aspectos. É importante e
fundamental para inovar que se tenha uma visão ampla passando por diversas
dimensões do conhecimento.
Por mais colaborativo e coletivo que seja um determinado processo, a
inovação passa por um plano individual. Conforme relata Bezerra (2011, p. 09),
envolve uma mente – esta máquina de razão e emoção que todos têm para
processar informações. Inovar requer intelecto e atitude, inteligência e motivação.
Ideias inovadoras são nada mais que o resultado do funcionamento perfeito das
mentes. São exemplos do melhor que se pode vir a ser.
Para garantir a sobrevivência no mercado, segundo Bezerra (2011, p. 20), é
preciso se diferenciar; se a diferenciação tiver sucesso, ela trará atenção; se a
atenção tiver sucesso, trará aceitação; e se houver aceitação, haverá futuro. Assim,
a pessoa é quase condenada a se diferenciar. Sobrevive quem está mais preparado
para mudanças, o mais adaptável, e este é o melhor caminho para pessoas e
empresas interessadas em se inovar.
O conceito de inovação passou por constantes mudanças e acréscimos,
diversas teóricos de diferentes áreas do conhecimento foram agregando suas
experiências e perspectivas para incrementar e explicar este conceito, gerando
resultados complexos ou simplificados, como o caso da empresa 3M (ideias novas +
ações que produzem resultados). O manual de Oslo descreve inovação de forma
80
completa e generalista, trazendo um apanhado dos principais autores que
escreveram sobre o tema. A inovação é um processo complexo, resultante de
diversos fatores, que pode ser entendida de várias maneiras ou confundida com
outros conceitos, dependendo do ângulo pelo qual é vista e analisada.
Trazendo um apanhado dos conceitos apresentados, a inovação é Segundo
Mattos, Stoffel e Teixeira (2010, p.09), um fator importante que possibilitou a
sobrevivência humana; para Bezerra, (2011, p. 09), ela envolve a mente para
processar informações, requerendo intelecto, atitude, inteligência e motivação.
Schumpeter (1988), afirma que a inovação se origina no âmbito econômico, através
da introdução de um novo bem; um novo método de produção; a abertura de um
novo mercado ou a descoberta de uma nova fonte de matéria prima. Segundo
Drucker (1986, p. 25), a inovação é um instrumento específico dos empreendedores,
o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para gerar
diferenciação. Segundo Kotler e Trías de Bes (2011, p.18), a inovação também
deve ser entendida como o desenvolvimento de uma cultura de inovação dentro da
empresa, levando ao mercado um fluxo constante de inovações menores e
incrementais. Segundo Scherer (2009, p.08), a inovação obrigatoriamente deve
trazer resultados positivos para a empresa. Para Christensen (2001), é a capacidade
de transformar o baixo desempenho de uma nova proposta de valor, baseada numa
tecnologia disruptiva, em desempenho superior, o mais rápido possível.
,
7.2.1 Os Tipos de Inovação
Considerando-se os autores: Schumpeter (1988), O manual de Oslo (1990,
2004 e 2005), Kotler e Trías de Bes (2011, p.18) e Tidd, Bessant, Pavitt (2008, p.86)
quanto ao tipo de inovação foram definidos quatro tipos ou níveis de inovação que
ajudam a identificar onde as mudanças podem acontecer.
81
Quadro 4 – Tipos de inovação
SCHUMPETER MANUAL DE OSLO KOTLER TIDD
PRODUTO PRODUTO PRODUTO PRODUTO
PROCESSO PROCESSO PROCESSO PROCESSO
MERCADO MARKETING MERCADO POSIÇÃO
MATÉRIA-PRIMA ORGANIZACIONAL MODELO DE NEGÓCIOS PARADIGMA
Fonte: Schumpeter, Manual de Oslo, Kotler, Tidd
O Quadro 4 ilustra os tipos de inovação definidos pelos quatro autores
citados. A ocorrência de inovação em produto e processo é recorrente e unânime
entre eles. Quanto ao item mercado, foram utilizados termos distintos para defini-lo,
mas no último critério há uma grande distinção, pois, Schumpeter (1988) atribui
como a descoberta de uma nova fonte de matéria-prima, e os demais autores
utilizam termos abrangentes, mas convergentes para esta definição.
Para melhor entendimento desta definição, será adotado, o tipo sugerido por
Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p.30) exposto no quadro 4, que propõe os “4Ps” da
inovação, que são eles: a inovação em produto, mudanças nas coisas (produto ou
serviço) que uma empresa oferece; inovação em processo, mudanças na forma em
que os produtos e serviços são criados e entregues; inovação de posição, mudanças
no contexto em que os produtos ou serviços são introduzidos e a inovação de
paradigma, que são as mudanças nos modelos mentais subjacentes que orientam o
que a empresa faz.
A introdução de um novo modelo de produto ou serviço oferecido no mercado
é a maneira mais explícita de promover inovação. Segundo Tidd, Bessant e Pavitt
(2008, p.30), o modelo de um novo carro, um novo pacote de seguro contra
acidentes para bebês recém-nascidos e um novo sistema de entretenimento
doméstico são exemplos de inovação em produto. Já a mudança de métodos de
fabricação ou nos equipamentos utilizados para produzir o carro ou o sistema de
entretenimento doméstico, ou mesmo nos procedimentos administrativos, no caso
do seguro, seriam exemplos de inovação em processo, conforme Tidd, Bessant e
Pavitt (2008, p.30).
82
A inovação, segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p.31), pode ser atingida
pelo reposicionamento da percepção de um produto ou processo já estabelecido em
um contexto de uso específico. Encontra-se um bom exemplo na Coca Cola,
inicialmente comercializada em farmácias como um revigorante, passou por uma
mudança de posicionamento frente ao mercado, tornando-se o principal refrigerante
comercializado no mundo.
Em alguns casos, as oportunidades de inovação surgem quando repensamos a forma de olharmos para algo. Henry Ford mudou drasticamente o conceito de transporte, não por haver inventado o motor a combustão (ele entrou relativamente tarde no setor) ou por haver desenvolvido o processo de montagem do mesmo (já que a indústria automobilística estava estabelecida como um setor especializado há cerca de 20 anos). Sua contribuição residiu em mudar o modelo de um padrão que oferecia um produto artesanal feito sobre encomenda por um especialista para poucos clientes abastados, para outro que disponibilizava um automóvel para qualquer cidadão a um preço que ele podia pagar. (TIDD; BESSANT; PAVITT, 2008, p.31).
A mudança da produção artesanal para a produção em série foi uma grande
revolução na forma como os carros eram criados e vendidos. Tidd, Bessant e Pavitt
(2008, p. 31) salientam que para fazer esta passagem precisou-se inovar tanto no
produto quanto no processo de criação do produto, desenvolvendo novas máquinas,
investindo na remodelagem de fábricas e, especialmente, no sistema social em torno
do qual a mão de obra estava organizada.
Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p.31), um exemplo de inovação de
paradigma foi a introdução de linhas aéreas de baixo custo, causando um
rompimento na forma habitual dos valores financeiros praticados por este segmento,
ocasionando uma mudança nos modelos mentais existentes. A oferta de seguro e
outros serviços financeiros pela internet e o reposicionamento de bebidas, como café
e sucos de frutas através de um design sofisticado também são exemplos de
mudança de paradigma para o autor.
A inovação promove algumas vantagens estratégicas no mercado, como
lançar algo que ninguém ofereceu ainda, podendo ser difícil de imitar, e promovendo
a vantagem de poder ser registrado primeiro, como forma de proteção. Oferece
83
ainda a base para que uma determinada categoria de produto possa atuar,
organizando e ditando as regras para preços, qualidade, variedade e fornecimento,
dentre outros. A inovação pode inserir um elemento já conhecido em mercados
diferentes.
7.2.2 A Intensidade da Inovação
A inovação pode ser medida através do grau de novidade envolvido. Segundo
Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p.31), a inovação pode ser radical ou incremental.
Inovação radical transforma a forma de como as coisas são vistas ou usadas, ela
representa uma mudança drástica na maneira em que o produto ou o serviço é
consumido, modificando o modelo de negócio vigente, como a passagem evolutiva
da maneira de armazenar músicas (Vinil, CD e MP3) ou a introdução de um conceito
de carro totalmente novo. A inovação incremental pode ocorrer promovendo
pequenas melhorias em produtos ou linhas de produtos. Geralmente representam
pequenos avanços nos benefícios percebidos pelo consumidor e não modificam de
forma expressiva os modelos de negócio vigentes, como uma nova versão de um
modelo de carro existente.
Segundo Tidd, Bessant e Pavitt, (2008, p.32), em cada um dos quatro tipos de
inovação podem ocorrer mudanças, desde incremental até radical, e o nível de
novidade percebido é o que importa, pois a novidade está no olho de quem a vê.
Atualmente, é mais difícil promover algo completamente novo e, na maioria das
vezes, a inovação ocorre na forma incremental. A inovação ainda pode ocorrer de
forma ocasional ou intencional, pois em alguns projetos concebidos para uma
finalidade específica, acabam sendo reaproveitados para outros fins, como o caso
dos comprimidos de Viagra, inicialmente desenvolvido a ser um medicamento para o
tratamento de pessoas com problemas cardíacos, acabou sendo utilizado para
combater problemas de impotência sexual, trazendo uma inovação radical no
segmento.
84
Segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p.33), pode ser feito o mapeamento do
espaço de inovação, e cada um dos tipos pode ocorrer ao longo de um eixo, desde a
mudança incremental até a mudança radical, conforme figura 8. A área indicada pelo
círculo é o espaço potencial para inovação, dentro da qual cada organização pode
operar, dependendo da estratégia que adote.
Figura 8 – O espaço da inovação
Para Tidd, Bessant e Pavitt (2008, p. 33), um exemplo de variação no
aproveitamento deste espaço, pode ser entendido a partir da comparação entre
empresas de porte distintos que passam por um processo de implantação de um
novo computador. Para uma empresa tecnologicamente avançada como a IBM a
introdução deste equipamento é muito comum e não configura inovação, mas, para
uma empresa de porte pequeno como uma padaria ou uma revenda de automóveis,
o uso de um computador conectado a internet pode representar uma inovação
radical.
85
7.2.3 Abordagens Teóricas do Design sobre Inovação
Segundo Peltier (2009, p.4), a inovação mobiliza forças vivas de todas as
empresas que operam nos setores extremamente concorrentes do grande consumo.
Para as habituais formas de comercialização, a embalagem representa a parte
visível da inovação. Segundo Mestriner (2002, p.38), a busca desta inovação
constitui em um conceito obrigatório e deve ser perseguida em todo o projeto, por
mais simples que ele possa parecer. O mundo das embalagens é fascinante e
dinâmico e o mercado impõe a constante evolução; aliás, como parte intrínseca à
vida moderna e urbana, é preciso necessariamente acompanhar as demandas da
sociedade. Segundo Camilo (2009, p.28), a inovação em embalagem nem sempre é
resultado de tecnologias sofisticadas geradas nos centros avançados de pesquisa;
em alguns casos ela pode ser alcançada a partir de ideias ou soluções inusitadas.
A inovação em embalagem é um poderoso recurso de marketing. Novos materiais, novos processos de rotulagem, novos sistemas de abertura, de dosagem, de exposição são diferenciais de impacto ao consumidor. Incorporar novas linguagens, recursos visuais, romper com a linguagem da categoria em que o produto compete são ações poderosas contra as quais resta à concorrência um único recurso – correr atrás. Esse é um fator decisivo no novo cenário competitivo. (MESTRINER, 2002, p. 23).
Conforme Mestriner (2007, p.75), é muito difícil, caro e demorado inovar em
produto; já a embalagem é mais fácil e rápida, podendo envolver não só a empresa
como também a indústria de embalagem, que deve sempre ser convocada para
apoiar este tipo de programa. O autor complementa dizendo que a inovação é a
forma mais eficiente de comunicar diferencial e obter vantagem competitiva.
Segundo Camilo (2009, p.28), a inovação tecnológica deve guiar-se pelas
necessidades dos consumidores, para tanto, estudar o seu comportamento é
essencial. Além disso, inovações expandem mercados, tornam os produtos mais
rentáveis e as empresas mais competitivas, rompendo a barreira de preços, em
alguns casos, pois o consumidor irá reavaliar a relação custo-benefício do produto
em questão, segundo Camilo (2009, p.35).
86
A seguir, ilustram-se os tipos e intensidade de inovação aplicada as
embalagens segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008).
Quanto aos tipos:
a) Inovação de produto
A introdução de um novo modelo de produto ou serviço oferecido no mercado
é uma das maneiras mais explícitas de promover inovação. Um exemplo foi a Skol,
que criou, para os fãs da marca, decorarem suas casas, algumas opções de objetos
de design, como luminárias, galheteiros ou vasos de flores feitos de garrafas de
cerveja, conforme mostra a Figura 9.
Figura 9 – Exemplo de inovação em produto
Estas embalagens foram criadas em alumínio e podem ser transformadas em
até cinco objetos decorativos, depois de vazias. A Skol optou pelo desenvolvimento
dos produtos porque havia notado que os consumidores já utilizavam as
embalagens como porta-objetos.
b) Inovação de processo
Quanto a inovação no processo pode-se citar de fabricação das embalagens
da Tetra Pack prolongou a vida útil de diversos produtos alimentícios, como leites e
87
derivados. A embalagem promoveu a mudança na forma de transportar e armazenar
líquidos e possibilitou a abertura de novos mercados com o aumento da validade de
produtos perecíveis.
Figura 10 – Exemplo de inovação em processo
Segundo o site da Tetra Pack, a embalagem longa vida possui uma estrutura
multicamadas que fornece a proteção ideal aos alimentos nela armazenados, figura
10. Ela é formada por três materiais: papel, plástico e alumínio, distribuídos em seis
camadas. O papel utilizado nas embalagens é o duplex com uma camada branca
que não utiliza cloro para o seu clareamento, e suas principais funções são dar
suporte mecânico à embalagem e receber a impressão. O alumínio, extraído da
bauxita, está presente em apenas uma pequena camada da embalagem e possui a
importante função de proteger contra a entrada da luz, do oxigênio e de impedir a
troca de aromas entre o alimento e o meio externo. Na embalagem, fica entre várias
camadas de plástico, não entrando em contato direto com o alimento. O plástico
usado nas embalagens longa vida é o polietileno de baixa densidade que é extraído
do petróleo. Presente em quatro camadas na embalagem, suas funções são isolar o
papel da umidade, impedir o contato do alumínio com o alimento e servir como
elemento de adesão dos outros materiais presentes na estrutura.
c) Inovação de posição
A forma convencional de comercializar alimentos prontos pode ser através de
latas ou em potes plásticos sobre refrigeração. Diferentemente desta opção a
88
empresa Vapza opta por introduzir em sua linha de produtos, alimentos embalados a
vácuo expostos diretamente na gôndola em embalagens de papel cartão, figura 11.
Ela promove uma mudança na forma de consumir alimentos, reposicionando seus
produtos para outros segmentos de mercado.
Figura 11 – Exemplo de inovação de posição
Segundo o site da empresa, os produtos Vapza facilitam o dia a dia, sem que
se precise abrir mão da qualidade da alimentação. Selecionados, embalados a
vácuo e cozidos a vapor, têm seu sabor e suas propriedades nutricionais
preservadas. Produtos Longa Vida, sem conservantes e que não necessitam de
refrigeração.
d) Inovação de paradigma
Através da introdução de uma nova matéria prima que o sabonete Greenvana
apresentou um grande exemplo de embalagem que realizou uma mudança de
paradigma, Figura 12. Segundo o site Embalagem Sustentável, a embalagem deste
sabonete é feita em papel semente e pode virar “lindos cravinhos franceses”,
gerando flores, em vez de lixo. O papel semente é um papel reciclado que contém
sementes de plantas; ele não possui químicos, cola ou tingimento. Sua produção
economiza mais de 50% da energia e água se comparada a um papel virgem. Cerca
de dezessete (17) árvores são preservadas a cada tonelada de papel produzido.
89
Plantando o papel semente, são produzidas flores no lugar de lixo. Contém
instruções no verso de como plantar a embalagem.
Figura 12 – Exemplo de mudança de paradigma
Os padrões de comportamento dos consumidores, seus modelos de ação
quanto ao descarte da embalagem são modificados, o que era para ser descartado
em um lixo comum agora é plantado. A embalagem é um importante componente do
lixo gerado no mundo; desenvolver uma matéria-prima para a sua fabricação que
reduz este impacto é uma grande mudança de paradigma.
Quanto à intensidade segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008).
a) Inovação radical
As embalagens da Tetra Pack, na figura 13 podem ser consideradas uma
inovação radical, pois praticamente substituem as embalagens plásticas de leite e
mudaram a maneira de comercializar este produto. Anteriormente, o leite era
comercializado em tarros ou garrafas de vidro, vindo diretamente do produtor para o
consumidor final. O leite deveria ser fervido em seguida para não azedar.
Posteriormente surgiram as embalagens plásticas de um litro, possibilitando um
prazo de validade maior de três (3) dias. As embalagens da Tetra Pack mudaram a
forma de comercializar leite, prolongando seu prazo de validade para até dois (2)
anos, devido às suas camadas protetoras.
90
b) Inovação incremental
Um exemplo de inovação de intensidade incremental é a evolução na forma
de abertura das latas de sardinha figura 13. Segundo Peltier (2009, p. 38), durante
muito tempo, o ponto fraco da lata de conserva foi a abertura. A primeira solução
para a fácil abertura das embalagens foi nos anos 1970; desde então, a lata é
aberta, na maioria dos casos, à mão, cada vez com menos esforços e sem nenhum
abridor.
Figura 13 – Exemplo de inovação radical e incremental
Algumas inovações consideradas radicais foram fundamentais para o
desenvolvimento da embalagem no decorrer da história da evolução humana. No
quadro 5, são destacados os principais acontecimentos que contribuíram para se
chegar ao estágio atual do desenvolvimento neste setor.
Quadro 5 – Inovações radicais que influenciaram a evolução da embalagem
1790 Máquina a vapor – James Watt – Inglaterra
1798 Máquina de fabricar papel – Nicholas Lois Robert – França
1798 Litografia – Alois Senefelder – Bavária
1810 Lata de Aço – Peter Durand – Inglaterra
1835 Litografia a cores – George Baxter –
1891 Tampa Crown – Willian Painter – USA
1907 Bakelite – Leo Beakeland – Usa
1920 Celofane – Du Pont – USA
1931 Aerosol – Eric Rothein – Noruega
91
1941 PET – John Rex Whinfield ( Evian 1980)
1951 Embalagem Tetra Pack – Ruben Rausing – Suécia
1953 Polipropileno – Karl Ziegler
1963 Lata de Alumínio – Reinolds Usa (Coca Diet) – USA
1968 Água mineral Vittel em PVC1973 – Tampa Easy Open
Fonte: Mestriner (2002)
A máquina a vapor e a fabricação mecânica de papel impulsionaram a
produção em série; a litografia possibilitou uma impressão com maior qualidade do
que a tipografia. As matérias-primas que surgiram ao longo do tempo promoveram o
envase de novos produtos e prolongaram o prazo de validade de outros. São
exemplos de matéria-prima, o Bakelite, que é um material rígido utilizado na
confecção de potes, o celofane, considerado como o primeiro plástico, seguidos pelo
PET, PVC e polipropileno. A lata de aço, a tampa crown (tampinhas de garrafa),
aerossol e a lata de alumínio são exemplos da união da matéria-prima e o seu
método de fabricação com a finalidade de facilitar a usabilidade do produto. A
principal inovação das embalagens Tetra Pack foi a mistura de materiais, mas para
que pudesse dar certo, houve uma inovação no método de fabricação e na
composição dos materiais.
A seguir, são abordadas as perspectivas de inovação dos autores da área do
design, nesta ordem: Bonsiepe (2008, 2011); Verganti (2012); Mestriner (2002) e
Camilo (2009).
A inovação no design é, segundo Bonsiepe (2011, p.252), um indicador para
a promoção de competitividade no mundo globalizado. O autor propõe a aplicação
de oito tipos de inovação no design, baseado em sete estratégias para competir,
ilustrado no Quadro 6.
Quadro 6 – Tipos de inovação no design baseado nas estratégias para competir
Sete estratégias para competir Oito tipos de inovação no design
Inovação tecnológica
Inovação para aplicação de novos materiais
Inovação no processo de fabricação
Preço baixo Inovação para facilitar o acesso a um produto ou serviço
92
Curto prazo de entrega Inovação para criar produtos
Qualidade
Inovação para melhorar a qualidade de uso de um produto ou de uma informação
Sustentabilidade Inovação na sustentabilidade
Design Inovação na qualidade formal estética
Branding Inovação para oferta de produtos (design estratégico)
Fonte: Bonsiepe
A lista dos oito (8) tipos de inovação em design, segundo Bonsiepe (2008, p.
257), não pretende ser completa, mas deve ser vista mais como uma tentativa de
mostrar a amplitude das atividades inovadoras realizadas pelo designer. Para tanto,
complementa, apresentando no quadro 7, a lista dos fatores essenciais para a
inovação no design denominados “vetores¨ ou “forças motrizes”.
Quadro 7 – Vetores ou forças motrizes para inovações do design
Vetor ou força motriz Conceito Exemplos
Inovação baseada em tecnologia
Novas matérias-primas, novos processos de produção
Plástico verde, mistura de materiais
Inovação baseada no usuário
Artefatos que facilitem a interação com o usuário
Latas de sardinha com dispositivo para abertura manual
Inovação baseada na forma
Novos formatos para produtos existentes Mesas e cadeiras retráteis
Inovação baseada na invenção
Inovação radical, alterando conceitos existentes Forno de micro-ondas
Inovação baseada no valor simbólico ou status
Artefatos que promovam status em possuí-los
Espremedor de frutas de Philippe Starck
Inovação baseada na tradição Manifestação de uma cultura Bordados típicos Peruanos
Inovação baseada na engenharia mecânica
Novas máquinas e equipamentos
Máquinas agrícolas, equipamentos hospitalares
Inovação baseada na ecologia Artefatos sustentáveis
Reaproveitamento de embalagens após o uso.
Inovação baseada no branding
A marca como geradora de novos conceitos Cerveja Devassa
Inovação baseada nas tendências
Pegar carona com algum conceito atual design retrô ou vintage
Inovação baseada na arte
Esculturas ou pinturas artísticas aplicadas em artefatos
Quadros famosos aplicados como estampa em artefatos
Inovação baseada na crítica
Manifestações sobre artefatos existentes O movimento artístico da Pop Art
Fonte: adaptado de Bonsiepe (2011)
93
O conceito de inovação, segundo Bonsiepe (2011, p.264) goza hoje de uma
reputação muito alta e indiscutível. Porém, pouco se fala sobre os conteúdos da
inovação. Com relação ao design, ela vai das pequenas mudanças formais até a
inovação radical. Segundo Verganti (2012), a inovação orientada pelo design é
possível, primeiramente porque qualquer tipo de inovação possui uma forte ligação
com a capacidade criativa.
Segundo Verganti (2012, p.3), foram duas grandes descobertas que
caracterizaram a literatura sobre gestão nas últimas décadas. A primeira é a de que
a inovação radical, apesar de arriscada, é uma das maiores fontes de vantagem
competitiva no longo prazo. A segunda descoberta foi a de que as pessoas não
compram produtos, mas significados. As pessoas se valem de razões emotivas,
psicológicas e socioculturais, bem como de razões apenas práticas. As empresas
devem, então, pensar além de características, funções e desempenho e
compreender o real significado que as pessoas dão às coisas.
Desta forma, a inovação tem se concentrado em duas estratégias: a primeira
diz respeito a grandes avanços no desempenho dos produtos com a utilização de
tecnologia de ponta e a segunda refere-se ao aprimoramento de soluções para
produtos por meio de uma análise mais elaborada das necessidades do consumidor.
A primeira faz parte do território da inovação radical empurrada pela tecnologia e, a
segunda, da inovação incremental puxada pelo mercado. Veganti (2012, p.4) atribui
uma terceira estratégia: a inovação guiada pelo design, ou seja, a inovação radical
de significado.
Um exemplo de aplicação deste tipo de inovação foi descrito por Verganti
(2012, p.2), sobre a luminária Metamoforsi da indústria Italiana Artemide. É uma
luminária totalmente diferente; trata-se de um sistema sofisticado que emitia uma
atmosfera criada por luzes coloridas que podiam ser controladas e adaptadas de
acordo com os desejos e as necessidades dos clientes. A visão da empresa era de
que a luz ambiente, especialmente no que se refere a cores e nuances, tem grande
influência no estado psicológico das pessoas e em sua interação; assim, a Artemide
criou um sistema que emitia uma luz que fazia com que as pessoas se sentissem
94
melhor. A luminária Metamoforsi revolucionou a razão da compra de uma luminária,
mudando totalmente seu significado.
Figura 14 – A estratégia da inovação guiada pelo design como mudança radical de significados
A estratégia da inovação guiada pelo design, segundo Verganti (2012, p.14),
esclarece o valor da estratégia de criar vantagem competitiva e sustentável e os
desafios decorrentes disso. Concentra-se, principalmente, na interação entre a
inovação radical de significados e a inovação radical de tecnologias: o campo no
qual a inovação guiada pela tecnologia e a inovação guiada pelo design se
sobrepõem, Figura 14.
A inovação guiada pelo design segundo Verganti (2012, p.7), não tem origem
no mercado, mas cria um mercado. Gera produtos e serviços com margem de lucro
expressiva, agregando valor à marca e ajudando a empresa a crescer.
As empresas que trabalham com a inovação guiada pelo design abandonam o consumidor e buscam uma perspectiva mais ampla. Exploram a forma como se dá a evolução na vida das pessoas, tanto em termos
95
socioculturais (como a razão pela qual as pessoas compram coisas), quanto em termos técnicos (como as tecnologias, produtos e serviços estão moldando este cenário). Acima de tudo, essas empresas imaginam como a situação atual poderia mudar para melhor. (VERGANTI, 2012, p.11).
A inovação guiada pelo design, segundo Verganti (2012, p.14), não se baseia
em criatividade, diferentemente da atividade convencional do designer, mas na
definição de uma direção estratégica e no investimento em ativos intangíveis. Trata-
se, portanto, de um trabalho para especialistas. Ela pode propor significados que
não foram solicitados pelos consumidores, mas que acabam por atraí-los. Verganti
(2012, p.26) afirma que design não é apenas uma maneira de criar belas formas,
mas um caminho para antecipar necessidades e propor visões.
Mestriner (2002, p.39) considera como os principais campos para buscar a
inovação no design de embalagem, descritos abaixo:
Quadro 8 – Campos para buscar inovação
1.Materiais e tecnologias de envase Inserir novos materiais na categoria ao qual o produto está inscrito; investir em tecnologia de acondicionamento e envase do produto.
2.Dispositivos de abertura e fechamento
Melhorias na abertura e fechamento; praticidade e conveniência; eliminar o uso de ferramentas como tesouras ou abridores; dispositivos que permitam fechar a embalagem em uso.
3.Cores e texturas Novas tintas, vernizes e pigmentos; tratamento de superfícies como metalização; holográficos e filmes texturizados.
4.Imagens e efeitos visuais Imagens alteram ou criam novos contextos para o posicionamento do produto; novas linguagens visuais; a inserção de personagens famosos e a representação do produto são fontes de inovação se bem aplicados na embalagem.
Fonte: Mestriner (2002)
Segundo Mestriner (2002, p.39), as fontes de busca de inovação na
embalagem estão na indústria de envase, pois ela busca constantemente soluções
diferenciadas que a coloque em vantagem sobre seus concorrentes. Estas empresas
verificam no mercado nacional e internacional o que está sendo utilizado em
embalagens em todas as categorias de produtos e visitam feiras do setor também
96
são ações para buscar recursos, pois as indústrias aproveitam esses eventos para
lançar suas inovações.
A autora Camilo (2009, p.34) propõe o mapeamento da inovação na
embalagem através de “direções” baseadas em (5) cinco tendências de mercado
que buscam atender as necessidades do consumidor: conveniência; saúde;
segurança; estilo de vida e sustentabilidade.
Quadro 9 – Direções para buscar inovação
Direções Descritivo 1.Redução de custos Melhorar os processos de produção envase e
acondicionamento; substituir matérias-primas e otimizar projetos estruturais.
2.Aumento da vida de prateleira Preservar a integridade física e visual da embalagem e otimizar os espaços na gôndola.
3.Aumento de proteção e segurança
Manter a integridade do produto e do consumidor e evitar vazamentos ou desperdícios no processo de logística.
4.Manter o produto fresco por mais tempo
Melhorar as barreiras contra luz, umidade e outras ações do tempo.
5.Aumento da praticidade e funcionalidade no transporte ou na armazenagem
Embalagens mais compactas ou simétricas facilitam e reduzem o custo logístico.
6.Facilitar a utilização Melhoria nos aspectos ergonômicos da embalagem, abertura e fechamento.
7.Melhorar sua reciclagem ou possibilitar sua reutilização
Evitar a mistura de materiais, utilizar fontes renováveis; projetar voltado aos aspectos sustentáveis e facilitar a reciclagem.
8.Melhorar a sua apresentação Acabamentos especiais; tratamento de superfícies; transmitir performance, inovação e desempenho ao produto.
9.Contextualizar ao estilo de vida e hábito dos usuários
Adaptar e embalagem aos hábitos do usuário através do formato; abertura e fechamento; materiais especiais e melhorias na interação da embalagem aos portadores de necessidades especiais.
10.Encantar o consumidor com algum acessório
Inserir um brinde na embalagem e transformar a embalagem em um utilitário após o uso.
Fonte: Camilo (2009)
Segundo a autora, as direções podem ocorrer de forma simultânea, e quanto
mais direções se apresentam na mesma embalagem, melhor. Uma embalagem
inovadora ajuda na conquista dos disputadíssimos espaços no ponto de venda, pode
elevar o valor de mercadorias e, por consequência, sua rentabilidade.
A seguir, apresenta-se um quadro que sintetiza os principais conceitos
trabalhados neste capítulo sob a temática da inovação na perspectiva do design.
Adotam-se os autores Bonsiepe (2008, 2011); Camilo (2009); Mestriner (2002); e
Verganti (2012), para auxiliar na proposição dos critérios de avaliação apresentados
97
no capítulo a seguir. Esta escolha foi realizada devido a estes autores estarem mais
próximos da realidade do design e por terem oferecidos subsídios para a promoção
da inovação aplicada ao design de embalagem.
Para tanto, os conceitos foram emparelhados segundo a categorização
proposta, com a devida identificação de seus autores.
Quadro 10 – Quadro analítico das ideias e conceitos que colaboram para fundamentar os critérios de
avaliação da inovação no projeto de embalagens
Conceito Autores Categorização proposta Tecnologia, invenção e engenharia mecânica
Bonsiepe Aspectos tecnológicos
Materiais e tecnologia de envase
Mestriner Aspectos tecnológicos
Inovação empurrada pela tecnologia
Verganti Aspectos tecnológicos
Ecologia Bonsiepe Meio ambiente e sustentabilidade
Melhorar sua reciclagem e facilitar a reutilização
Camilo Meio ambiente e sustentabilidade
Valor simbólico ou status, tradição, branding, tendência, arte e crítica.
Bonsiepe Mercado
Redução de custo; melhorar a sua apresentação e encantar o consumidor com algum acessório.
Camilo Mercado
Inovação puxada pelo mercado
Verganti Mercado
Forma
Bonsiepe Morfologia
Cores e texturas, imagens e efeitos visuais
Mestriner Morfologia
Inovação guiada pelo design Verganti Morfologia Meio ambiente e Sustentabilidade
Usuário Bonsiepe Usabilidade Aumento da vida na prateleira; aumento da proteção e segurança; manter o produto fresco por mais tempo; contextualizar ao estilo de vida e hábito dos usuários e facilitar a utilização.
Camilo Usabilidade
Dispositivos de abertura e fechamento Mestriner Usabilidade Fonte: O autor
98
8 CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DA INOVAÇÃO NO DESIGN E PRODUÇÃO DE
EMBALAGENS DE CONSUMO EM PAPEL CARTÃO
Neste capítulo são descritos os critérios (fatores) propostos para auxiliar na
avaliação da inovação em embalagens. Os mesmos foram selecionados a partir dos
conceitos e teorias estudadas ao longo desta dissertação e da sua aplicabilidade no
campo do Projeto de Embalagens em papel cartão.
8.1 ASPECTOS TECNOLÓGICOS
Este critério refere-se às inovações pertinentes aos materiais, processos de
produção e avanços tecnológicos no design de embalagem. Os aspectos
tecnológicos devem contribuir para melhorar os sistemas de acondicionamento e de
conservação dos produtos, além de possibilitarem projetos que atraiam o
consumidor. Segundo Negrão (2008, p. 52) o aspecto tecnológico é aquele que no
último século mais provocou transformações nos outros ambientes, tendo
possibilitado mudanças na vida das pessoas, inclusive mudando novos
comportamentos. É neste ambiente de mutação que as empresas têm operado e
influenciado também a projetação de suas embalagens.
No quadro abaixo se apresentam os conceitos dos autores adotados para a
proposição dos critérios no que diz respeito aos aspectos tecnológicos:
Quadro 11 – Referência dos autores sobre os aspectos tecnológicos
Autor Conceito Bonsiepe Inovação baseada em tecnologia Mestriner Materiais e tecnologias de envase Verganti Inovação empurrada pela tecnologia
Fonte: O autor
Bonsiepe (2008) faz referência, em seus “vetores para inovações no design”,
à inovação baseada em tecnologia, referindo-se a novas matérias-primas e
processos de produção. Mestriner (2002) aborda esta questão nos “campos para
99
buscar inovação” como materiais e tecnologias de envase, através da inserção de
novos materiais na categoria em que o produto se encontra e do investimento em
tecnologia de acondicionamento e envase do produto. Verganti (2012) aponta os
aspectos tecnológicos como a “inovação empurrada pela tecnologia”, referindo-se
aos novos materiais e processos disponíveis.
As pesquisas em nanotecnologia devem aumentar as possibilidades de vários
materiais. Segundo Camilo (2009, p. 36), atualmente a nanotecnologia está sendo
utilizada para o desenvolvimento de embalagens antimicrobiais para alimentos e de
embalagens ativas que absorvem oxigênio, o que mantém o produto fresco por mais
tempo. Segundo Marcondes (2011, p.145), nanotecnologia é o estudo, design,
criação, síntese, manipulação e aplicação de materiais funcionais, dispositivos e
sistemas através do controle da matéria em nível nanométrico (1-100 nanômetros),
isto é, em nível atômico e molecular, e a exploração de novos fenômenos e
propriedades da matéria nessa escala.
Outras tecnologias são utilizadas para inovação em embalagens. Segundo
Camilo (2009, p.36), são denominadas “embalagens inteligentes”, pois monitoram,
indicam e testam informações, a condição do ambiente que pode afetar a qualidade
do produto, o tempo de vida e a segurança do mesmo. São exemplos, segundo
(CAMILO, 2009, p.36):
1) EAS (Eletronic Automatic System) – monitoramento eletrônico do produto
para evitar roubo ou falsificação;
2) TTI (Termo Temperature Indicator) – permite diagnóstico de esterilização,
tempo, temperatura e bactérias. Evidencia ao consumidor se as condições
de estocagem e transporte foram corretas;
3) RFID (Identificação por Radiofrequência) – permite diversas aplicações,
como em aparelhos celulares, em rodovias para cobrança de pedágio e
em embalagens de produtos eletrônicos;
100
4) MAP (Embalagem com Atmosfera Modificada) – sequestradores de
oxigênio que podem ser incorporados à embalagem. Têm a função de
reduzir o uso de aditivos, diminuir o uso de açúcar e sal e manter o valor
nutricional do produto.
Segundo Camilo (2009, p.37), há também embalagens que esquentam e
esfriam sozinhas, através de susceptores (material que capta energia magnética),
para micro-ondas como os utilizados em pipocas, batatas e pizzas.
Algumas evoluções tecnológicas estão relacionadas aos aspectos de
produção que não refletem diretamente na embalagem finalizada, tais como: a
redução do tempo de acerto, através de dispositivos que reduzem e automatizam as
etapas de produção, a integração dos equipamentos de pré-impressão (impressoras
de chapas – CTP) à impressora, o aumento da velocidade de impressão e o sistema
de secagem de tintas. Estes fatores não podem ser mensurados somente através da
análise da embalagem, por este motivo as recomendações propostas abaixo
sugerem formas de pensar quanto à análise da aplicação de inovação na temática
dos aspectos tecnológicos em embalagem.
No quadro abaixo, se apresentam, na coluna da esquerda, os subcritérios; e
na coluna da direita, as recomendações para análise da inovação referentes aos
aspectos tecnológicos. Todavia, estas recomendações não esgotam as
possibilidades de análise, mas orientam e esclarecem pontos relevantes a serem
observados.
Quadro 12 – Subcritérios e recomendações dos aspectos tecnológicos
Subcritérios Recomendações Materiais
Refere-se às inovações pertinentes aos novos materiais lançados no mercado, ou a usos e combinações inusitados. Entende-se por materiais os substratos de impressão (papéis, tintas e vernizes).
• Busque Identificar a utilização de papéis especiais na fabricação de embalagem, tais como impermeáveis, reciclados ou com algum componente aplicado em sua composição como semente de plantas e aplicação de aromas.
• Verifique o uso de tintas com cores especiais, tais como as metalizadas, fluorescentes ou alguma escala de cores personalizadas. O uso de vernizes aplicados em toda a área impressa ou em áreas específicas (verniz localizado) que proporcione
101
efeitos especiais na embalagem.
• Identifique papéis produzidos a partir da combinação de materiais, como o plástico e as resinas inorgânicas, que deixam o papel impermeável; o uso de tecidos na composição do papel para dar maior resistência e papéis metalizados ou laminados com alumínio.
• Considere o uso de sistemas de fechamento plástico nas embalagens em papel, como o caso das embalagens Tetra Pack que empregam tampas plásticas redondas em suas embalagens.
Processos de produção
Refere-se às inovações relacionadas à produção das embalagens em papel cartão pelo processo gráfico; aos novos equipamentos disponíveis no mercado e aos métodos de produção. Entende-se por processo de produção gráfica o conjunto das operações que resultam na geração de materiais devidamente impressos (pré-impressão, impressão e pós-impressão).
• Investigue os aspectos ligados a etapa de pré-impressão das embalagens, tais como retículas especiais (pontos por polegadas que formam o processo de seleção de cores); aumento da nitidez das imagens; softwares para imposição (montagem da arte final na planta técnica da embalagem) e monitoramento da qualidade do impresso.
• Busque Investir em processos de impressão que proporcionem maior flexibilidade para trabalhar com diversos tipos de substratos, no avanço da qualidade da impressão e no aumento do número de cores em uma embalagem.
• Pense em acabamentos especiais através de matrizes de corte e vinco (facas); na aplicação de janelas e visores; no uso de laminações plásticas brilhosas, foscas ou com alguma outra textura diferenciada (como PROLAN); na aplicação de hot-stamping, que são películas metalizadas transferidas para o papel através da pressão do calor; use relevos obtidos através de clichês de baixo e alto relevo (macho e fêmea); na gofragem, que é uma textura produzida no papel através da pressão por meio de rolos com diversos desenhos; use colagens especiais; e utilize adereços como fitas, elásticos e ilhoses, dentre outros.
Novas tecnologias
Refere-se às inovações relacionadas aos avanços tecnológicos oriundos de outras áreas de conhecimento e que possam ser agregados ao processo de fabricação da embalagem.
• Observe a nanotecnologia, que se define na manipulação da matéria em uma forma atômica e molecular, conferindo características importantes à embalagem como impermeabilidade a gases e água e maior resistência à gordura, dentre outras.
• Verifique o uso de dispositivos inteligentes para monitoramento, indicação ou teste de informações sobre a qualidade ou condição do ambiente que podem afetar a durabilidade ou a segurança do produto.
• Verifique sistemas ativos que interajam com o produto, tais como antimicrobiais, sistemas de aquecimento para micro-ondas (utilizados em pipocas) e sequestradores de oxigênio (utilizados
102
para aumentar o tempo de vida dos alimentos).
Fonte: O autor
Promover a inovação na embalagem através de projetos que contemplem os
aspectos tecnológicos é uma ação que agrega qualidades a um produto. Segundo
Camilo (2009, p.34), a embalagem em papel cartão na atualidade busca atender
cada vez mais novos mercados, ela deixou de utilizar somente formas quadradas,
incorporou barreiras e janelas e tem trabalhado com outros materiais.
Por exemplo, a embalagem denominada Bag-in-box, figura 15, foi concebida
para armazenamento de líquidos e adotada pelas vinícolas como uma nova forma
de comercialização de vinhos e xaropes. A parte externa é impressa em offset no
cartão duplex, acoplada a um papelão micro ondulado e plastificada por dentro, o
que aumenta sua resistência. O líquido é armazenado em uma bolsa plástica e a
utilização de uma torneira encaixada na parte externa permite ao usuário servir
facilmente o produto. O uso do papel também possibilita um aumento das faces, o
que proporciona comunicação mais eficiente no ponto de venda. A inovação nesta
embalagem se caracteriza pela combinação de materiais.
Figura 15 – Inovação em materiais, tecnologia e processos de produção
103
8.2 MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE
Este critério refere-se a inovações pertinentes às questões ambientais que
envolvem a embalagem. São ações aplicáveis aos projetos em que são observados
o ciclo de vida, a aplicação na redução de materiais, processos e poluição, a
reutilização de embalagens e ações que facilitem a reciclagem.
Segundo Manzini (2008, p. 22), a sustentabilidade ambiental refere-se às
condições sistêmicas a partir das quais as atividades humanas, em escala mundial
ou em escala local, não perturbem os ciclos naturais, além dos limites de resiliência
(capacidade de tolerar uma atividade que o perturba sem perder irreversivelmente
seu equilíbrio) dos ecossistemas nos quais são baseados e, ao mesmo tempo, não
empobreçam o capital natural que será herdado pelas gerações futuras.
No quadro abaixo se apresentam os conceitos dos autores adotados para a
proposição dos critérios no que diz respeito ao meio ambiente e à sustentabilidade:
Quadro 13 – Referência dos autores sobre meio ambiente e sustentabilidade
Autor Conceito Bonsiepe Inovação baseada na ecologia Camilo Melhorar sua reciclagem ou possibilitar sua
reutilização Verganti Inovação guiada pelo Design Fonte: O autor
Bonsiepe (2008) faz referência em seus “vetores para inovações no design”
como inovação baseada na ecologia, promovendo a geração de artefatos
sustentáveis através da projetação. Camilo (2009) expõe esta questão nas “direções
para buscar inovação” como a melhoria da sua reciclagem e facilidade de
reutilização, evitando a mistura de materiais, utilizando fontes renováveis e
projetando de forma compatível ao ciclo da vida da embalagem. Verganti (2012)
aponta os aspectos relacionados ao meio ambiente e à sustentabilidade como a
“inovação guiada pelo design” (design-driven), sendo tendência para a geração de
inovação.
104
É comum ouvir falar em sustentabilidade, principalmente na área da
embalagem por tratar-se de um importante componente do lixo produzido no
planeta. Segundo Mestriner (2002, p.9), o principal componente deste lixo são os
resíduos orgânicos, mas a embalagem aparece como o item de maior visibilidade,
pois tem forma definida e marcas de produtos agregados a ela, ao contrário do lixo
orgânico que é disforme e não apresenta marcas.
Para Peltier (2009, p.98), a reeducação e minimização dos reflexos causados
pelo descarte de embalagens, apoiam-se em uma receita da concepção sustentável
baseada em três pilares: reduzir, reutilizar e reciclar. Deve-se aplicar este conceito
em cada uma das etapas do ciclo de vida da embalagem, que vai desde a extração
das matérias-primas, passando pela venda dos produtos e finalizando na triagem e
reciclagem dos resíduos.
Segundo Hayasaki (2011, p.144), em 2010 foi sancionado pelo Presidente da
República o projeto de lei do Senado (PLS 354/89) que criou a Política Nacional de
Resíduos Sólidos (PNRS) que, por sua vez, criou o marco regulatório das áreas de
resíduos sólidos no Brasil. A PNRS prevê, como prioridades, a não geração,
redução, reutilização, reciclagem e tratamento de resíduos sólidos e a disposição
final ambientalmente adequada aos rejeitos. Para tanto, foram criadas algumas
medidas como a coleta seletiva, o incentivo à reciclagem e à política reversa, que,
segundo Hayasaki (2011, p.145), é um instrumento de desenvolvimento econômico
e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados
à viabilização da coleta e à restituição de resíduos sólidos ao setor empresarial para
reaproveitamento em seu ciclo, ou em outros ciclos produtivos ou, ainda, outra
destinação final ambientalmente adequada.
No campo das certificações ambientais, segundo Camilo (2011, p.165), existe
a ISO 14000 e o selo FSC, porém com funções bem distintas. A ISO 14000 atua no
sistema de gestão das empresas, enquanto o FSC certifica o produto específico. O
selo FSC proporciona uma ligação confiável entre a produção responsável e o
consumo de produtos florestais. A certificação florestal deve garantir que a madeira
utilizada em determinado produto seja oriunda de um processo produtivo manejado
de forma ecologicamente adequada, socialmente justa e economicamente viável, de
105
acordo com todas as leis vigentes. A ISO 14000 é uma norma de gerenciamento que
avalia as atividades da companhia que tem impacto no ambiente. É um processo
que contempla elementos importantes do gerenciamento, identificando aspectos
significativos, relativos ao meio ambiente, que a empresa pode influenciar e
controlar.
Segundo o presidente da Heildelberg na América do Sul, Dieter Brandt, em
um artigo publicado no site da revista Embalagem & Tecnologia, as embalagens de
consumo em papel cartão atendem com precisão o requisito sustentabilidade, pois,
no Brasil 100% de toda a celulose e do papel destinados à indústria gráfica provêm
de florestas cultivadas. Trata-se de uma matéria-prima renovável, totalmente
reciclável e biodegradável. Além disso, as florestas cultivadas sequestram enormes
quantidades de carbono na atmosfera, contribuindo para a reversão do aquecimento
global.
A embalagem contribui para a conservação e prolongamento de produtos, o
que reduz perdas e proporciona maior higiene e segurança alimentar. A redução do
consumo de um determinado produto é uma ação que contribui para
sustentabilidade, mas que não se aplica nesta análise, assim como o desperdício
gerado pelo manuseio indevido ou pelo acondicionamento incorreto de produtos.
Estes fatores não podem ser mensurados somente pela análise da embalagem, por
este motivo as recomendações propostas abaixo sugerem formas de pensar quanto
à análise da aplicação de inovação na temática do meio ambiente e sustentabilidade
em embalagem.
No quadro abaixo se apresentam, na coluna da esquerda, os subcritérios e,
na coluna da direita, as recomendações para análise da inovação referentes ao meio
ambiente e sustentabilidade.
106
Quadro 14 – Subcritérios e recomendações do meio ambiente e sustentabilidade
Subcritérios Recomendações Redução do uso de materia is
Refere-se às inovações pertinentes à redução das quantidades de recursos naturais necessários na fabricação de embalagem, à redução da quantidade de energia utilizada, à redução da poluição da atmosfera, à redução do volume de resíduos e à redução dos percursos no transporte de mercadorias.
• Busque Reduzir a quantidade de matérias-primas necessárias à fabricação de embalagens através da otimização de espaços no papel em projetos estruturais ou através da redução do peso (gramatura do papel), reduzindo-se a quantidade de aparas (sobras de papel).
• Observe embalagens compactas, que reduzam o volume e que otimize espaços no transporte e na armazenagem, proporcionando redução de energia e poluição do ar.
• Pense em não utilizar sub-embalagens (berços) ou que possam ser substituídas por projetos estruturais econômicos, no que diz respeito ao uso do papel.
• Pondere o uso de papéis branqueados com cloro e diminua o uso de tintas e vernizes.
Reutilização após o uso
Refere-se às inovações pertinentes à reutilização de embalagens (retornáveis) para o mesmo uso depois de uma limpeza; ao desenvolvimento de embalagens menores que sirvam como refis e à reutilização da embalagem para outros fins.
• Observe as embalagens que possam ser utilizadas diversas vezes pelo mesmo produto após uma rápida limpeza e que contenham um sistema de coleta em pontos de vendas, que oriente e incentive os consumidores para esta finalidade.
• Verifique embalagens que sirvam como refis, mas que sejam mais econômicas e utilize menos materiais do que as embalagens originais.
• Pense na reutilização da embalagem após o uso do produto, proporcionando o prolongamento em seu tempo de vida e pode servir como utilitário. Exemplos: cofres de papel, porta objetos, acessórios decorativos, artesanato, colecionáveis, dentre outros.
Reciclagem
Refere-se às inovações pertinentes ao correto descarte da embalagem, evitando que elas se tornem resíduos terminais. As medidas para a otimização da reciclagem da embalagem podem ocorrer através da correta identificação dos materiais impressos na embalagem; da facilitação da separação dos diferentes materiais; do incentivo à compactação de embalagens volumosas, que reduzem o custo no transporte, e a opção por matérias primas 100% recicláveis.
• Busque espaços que facilitem a comunicação sobre os tipos de materiais que contém a embalagem e o desenvolvimento de selos e ícones de identificação sobre a correta reciclagem.
• Pense em projetos estruturais que contemplem a compactação da embalagem e que possam ser desmontáveis, facilitando o transporte para o encaminhamento da reciclagem.
• Pondere o uso de materiais reciclados ou recicláveis na concepção do projeto da embalagem; não utilize a mistura de matérias-primas; opte por materiais que possam ser facilmente separados; e realize pesquisas sobre matérias-primas sustentáveis disponíveis no mercado.
Fonte: O autor
107
Promover a inovação na embalagem através de projetos que contemplem os
aspectos sustentáveis é uma forma de aumentar a visibilidade e credibilidade da
marca e promover vantagens competitivas e financeiras. Segundo Camilo (2011, p.
42), é uma grande oportunidade para alavancar os negócios da empresa e para
aumentar as receitas, pela agregação de consumidores ecoconscientes, que são, a
cada dia, mais numerosos devido às campanhas de conscientização ambiental.
A figura 16 retrata um bom exemplo de embalagem sustentável: foi utilizado
papel cartão kraft 100% reciclável, com pouca área impressa (que diminui os
processos pesados de pintura), além do reaproveitamento da embalagem após o
uso, que pode servir de cabide para a própria camiseta embalada e evita a produção
de materiais plásticos.
Figura 16 – Exemplo de embalagem sustentável
8.3 MERCADO
Este critério refere-se a inovações pertinentes à exposição da embalagem no
ponto de venda, compreendendo a construção da imagem da empresa (branding),
os aspectos relacionados à comunicação e marketing, a embalagem como
108
instrumento de vendas e analisa como um componente do custo do produto e
influenciador na decisão de compra.
Segundo Negrão (2008, p.44), o mercado é todo o ambiente composto por
pessoas e organizações que trocam objetos de valor em determinados locais. É
neste cenário que a embalagem está inserida e é apresentada em grupo, ao lado de
seus concorrentes, organizados por categorias de produtos. Segundo Mestriner
(2002, p.45), é no ponto de venda que se observa a oportunidade de introduzir
novas maneiras de expor o produto.
No quadro abaixo se apresentam os conceitos dos autores adotados para a
proposição dos critérios no que diz respeito ao mercado:
Quadro 15 – Referência dos autores sobre mercado
Autor Conceito Bonsiepe Inovação baseada no valor simbólico ou status;
Inovação baseada na tradição; Inovação baseada no branding; Inovação baseada nas tendências; Inovação baseada na arte; Inovação baseada na crítica.
Camilo Redução de custo; Aumento da vida na prateleira; Melhorar a sua apresentação; Encantar o consumidor com algum acessório.
Verganti Inovação puxada pelo mercado centrada no consumidor
Fonte: O autor
Bonsiepe (2008) faz referência em seus “vetores para inovações no design”
como inovação baseada no valor simbólico ou status, referindo-se aos artefatos que
promovam status em possuí-los; na tradição, como manifestação cultural; em
branding, trazendo a marca como geradora de novos conceitos; em tendências,
pegando carona com algum conceito atual, na arte e na crítica. Camilo (2009) expõe
esta questão nas “direções para buscar inovação” como aumento da vida na
prateleira, preservando a integridade física e visual da embalagem e otimizando
espaços na gôndola; melhorar a sua apresentação, transmitindo performance,
inovação e desempenho ao produto e encantar o consumidor com algum acessório,
inserindo um brinde na embalagem. Verganti (2012) aponta os aspectos
mercadológicos como a “inovação puxada pelo mercado” centrada no consumidor
109
como uma proposição divergente ao design driven-inovation que se norteia em
tendências e não diretamente no consumidor.
Segundo Mestriner (2007, p. 5), a embalagem está consolidada como uma
poderosa ferramenta de marketing e é empregada de todas as formas na tarefa de
levar o produto aos consumidores, conquistar sua preferência e manter sua
fidelidade. É utilizada também como diferencial competitivo ao incorporar a inovação
e o design como componentes regulares em seu projeto.
A importância da embalagem no processo de comercialização é percebida
através de uma ferramenta de marketing que, segundo Negrão (2008, p.89), foi
concebida na década de 1950 por Jerome McCarthy, denominada como composto
mercadológico ou “4 Ps". A embalagem está inserida nos “4 Ps” do composto de
marketing: é parte integrante do produto e muitas vezes confundida com o próprio,
ela é componente de custo e influencia no preço final da mercadoria. Entre o
consumidor e o ponto de venda está a embalagem exposta na gôndola com o seu
poder de comunicação e persuasão, servindo também de suporte promocional se os
espaços forem aproveitados para propaganda.
O quadro 16 apresenta alguns usos da embalagem como ferramenta de
marketing. Segundo Mestriner (2002, p.95), estes exemplos deixam evidente que
uma embalagem pode ser bastante explorada e estimular os usuários a interagir
com o produto, o que a transforma em uma poderosa ferramenta comunicacional.
Quadro 16 – Exemplos de utilização da embalagem como ferramenta de marketing
Inclusão de informações Além de textos legais e obrigatórios, a embalagem pode agregar informações de interesse e utilidade para o consumidor.
Promoção de outros produtos da empresa.
Empresas que possuem vários produtos podem aproveitar suas embalagens para promovê-los.
Construção da imagem da empresa. Falar sobre a empresa, utilizar os espaços da embalagem para construir uma imagem institucional favorável.
Promoções A tradicional ação ¨leve 3 pague 2¨ pode ser utilizada em uma série de combinações diferentes, ¨achou ganhou¨, Cupons de desconto, Prêmios e sorteios, Vales-brindes e brindes instantâneos são exemplos de promoção aplicáveis na embalagem.
110
Atividades e brincadeiras impressas. Desenhos para colorir, jogos de memória, labirintos e outras atividades causam grande efeito e empatia com o público infantil. A própria embalagem pode se tornar um brinquedo.
Utilitárias Embalagens que possam ser úteis depois de o produto ser consumido.
Relações com outras empresas A embalagem pode promover uma ação combinada com outras marcas e produtos.
Campanhas institucionais A empresa engajada em alguma atividade social pode divulgar nas embalagens suas vinculações e benefícios de suas ações.
Kits promocionais e multipack A combinação de dois ou mais produtos complementares em uma embalagem especialmente criada para acomodá-los serve a vários propósitos. Embalagens que comportam mais de uma unidade pode gerar economia para o cliente e ainda aumenta o espaço de exposição na gôndola.
Colecionáveis Miniaturas, séries especiais, coleções, shows e eventos, festas populares, e divulgação cultural podem ser exemplos de embalagens colecionáveis, interagindo e aumentando a exposição da marca em seu usuário.
Internet e hot site Utilizar a embalagem para informar sobre o site, chamar visitantes e promover ações conjuntas com a embalagem é uma nova oportunidade mercadológica.
Participação dos consumidores Encontrar formas de trazer o consumidor para participar da embalagem é o máximo em termos de integração com o produto. Pode se deixar espaços exclusivos para a contribuição de clientes.
Integração às campanhas publicitárias É recomendável que todas as vezes em que um grande investimento em comunicação for realizado, a embalagem seja utilizada como reforço de mídia, para fixar a mensagem no produto.
Displays O display cria uma forma extra de exposição, dando ao comerciante múltiplas possibilidades de utilização.
Uso de personagens famosos Assim como acontecem nos comerciais de TV, pessoas famosas podem aparecer nas embalagens como um referencial.
Amostra grátis A embalagem é um excelente veículo para conduzir amostras grátis e realizar ações promocionais.
Fonte: Mestriner, 2002.
Segundo Negrão (2008), é necessário também entender que a embalagem é
presença permanente no processo de comunicação do consumo, principalmente nos
gêneros de primeira necessidade, pois está sedimentando a marca e a imagem junto
ao cliente. A aplicação de inovação no segmento mercadológico ocorre em sua
grande maioria de forma incremental, pois, dificilmente haverá uma mudança radical
neste segmento consolidado de embalagens de consumo em papel cartão. As
recomendações propostas abaixo sugerem formas de pensar quanto à análise da
aplicação de inovação na temática do mercado em embalagem.
111
No quadro abaixo se apresentam, na coluna da esquerda, os subcritérios e,
na coluna da direita, as recomendações para análise da inovação referentes ao
mercado.
Quadro 17 – Subcritérios e recomendações do mercado
Subcritérios Recomendações Construção da imagem da empresa Refere-se às inovações pertinentes a ações que promovam a imagem positiva da empresa no mercado com o aproveitamento de espaços na embalagem para interação com o cliente, criando relações com outras marcas e incentivando a participação dos consumidores.
• Busque espaços disponíveis na embalagem para promover campanhas institucionais como o exemplo da inserção de pessoas desaparecidas nas embalagens de leite; fale sobre a empresa na embalagem; incentive o uso de sites para ampliar o relacionamento com o cliente e promova questões voltadas à sustentabilidade.
• Verifique as relações com outras empresas através de ações conjuntas como o caso da campanha do guaraná que incentivava o consumo de pizza com guaraná ou no caso das máquinas de lavar roupa Brastemp que indica, através de um adesivo colado na máquina, o uso de sabão em pó de uma marca especifica.
• Incentive a participação dos consumidores criando espaços para publicar depoimentos de clientes; divulgue outros canais de comunicação da empresa na embalagem e busque outras formas de ampliar este espaço institucional.
Comunicação e marketing Refere-se às inovações pertinentes à utilização da embalagem como um canal de comunicação entre a empresa e o cliente e na promoção de ações que facilitem a venda do produto.
• Observe a embalagem como um suporte para fazer propaganda de outros produtos da empresa ou para divulgar os tamanhos disponíveis de embalagem (500g,1Kg, 5Kg) ou os sabores do produto (morango, chocolate, baunilha). Integre a embalagem em campanhas publicitárias, promovendo sua exposição em todos os veículos de comunicação em que a empresa está anunciando.
• Pense em ações promocionais criativas através de Kits (leve 3 pague 2); embalagens utilitárias (porta objetos, decorativas); colecionáveis (embalagens com os times da copa do mundo); amostra grátis (detergente líquido dando uma esponja de presente ou uma quantidade maior de produto pelo preço da quantidade normal); vale brinde (prêmios como achou ganhou ou números para concorrer a sorteios); embalagens comemorativas; atividades e brincadeiras impressas na embalagem e o uso de personagens ou artistas famosos.
Redução de custos da embalagem Refere-se às inovações pertinentes à redução de custo das embalagens auxiliando na competitividade do produto no mercado.
• Verifique o uso de materiais mais econômicos para gerar vantagem competitiva ao produto no mercado, mas sem perder qualidade e que não comprometa a integridade do produto.
• Pense em embalagens econômicas (mais volume de produto diminuindo o valor unitário) ou refis para ganhar competitividade financeira. (na indústria de embalagens, devido aos custos operacionais, uma embalagem para conter 200g
112
de um produto é mais econômica do que duas embalagens de 100g somadas que comportam as mesmas 200g).
Fonte: O autor
Promover a inovação na embalagem através de projetos que contemplem os
aspectos do mercado é uma ação que deve ser integrada a outros departamentos
da empresa onde serão definidos os planejamentos da campanha. Se a estratégia
da empresa for preço baixo, por exemplo, os esforços em promover inovação devem
estar voltados à redução de custos da embalagem para auxiliar na competitividade
do produto.
São apresentados quatro modelos de aplicação de inovação em embalagem
na Figura 17. Uma ação integrada entre a marca de creme dental Colgate e uma
pizzaria inovando nesta inusitada parceria e na mídia. A embalagem de chocolate
Milka inovou na interação da embalagem com o usuário e na reutilização após o
consumo do produto. A Nestlé aproveitou o verso da embalagem de cereal matinal
¨Crunch¨ para interagir com seu cliente através de uma ação promocional sorteando
brindes e divulgando o site da empresa, prolongando a comunicação com o cliente.
Nas embalagens de frutas houve a inserção de personagens famosos da turma da
Mônica para atrair o público infantil, também inovou embalando frutas e utilizando
dois materiais distintos, o plástico na bandeja e o rótulo envoltório em cartão duplex.
Segundo Mestriner (2007, p.5), a embalagem como mídia vem se ampliando com
soluções inovadoras e criativas e tem obtido excelentes resultados.
113
Figura 17 – Exemplos de inovação em mercado
8.4 MORFOLOGIA
Este critério refere-se a inovações pertinentes as partes que compõem a
embalagem. Para auxiliar na projetação e na análise das embalagens é necessário
compreender seus elementos gráficos. Análise morfológica, segundo Bonsiepe
(1984, p.42), serve para reconhecer e compreender a estrutura formal (concepção
formal) de um produto, vale dizer, sua composição. Inclui também informações sobre
acabamentos e tratamentos das superfícies.
No quadro abaixo se apresentam os conceitos dos autores adotados para a
proposição das categorias, no que diz respeito à morfologia.
Quadro 18 – Referência dos autores sobre morfologia
Autor Conceito Bonsiepe Inovação baseada na forma Mestriner Cores, texturas, imagens e efeitos visuais Verganti Inovação guiada pelo design Fonte: O autor
114
Bonsiepe (2008) faz referência em seus “vetores para inovações no design”
como inovação baseada na forma, referindo-se aos novos formatos para produtos
existentes. Mestriner (2002) expõe esta questão nos “campos para buscar inovação”
como: cores, texturas, imagens e efeitos visuais e tratamento de superfície como a
metalização, os holográficos e as texturas na embalagem, e a inserção de imagens
representando o produto. Verganti (2012) aponta os aspectos morfológicos como a
“inovação guiada pelo design” através dos processos de projetação (design-driven).
A separação morfológica da embalagem compõe elementos particulares que
serão analisados separadamente os principais, orientados segundo Mestriner (2002,
p.49-62) e Calver (2009, p.116-158).
a) Forma
Segundo Mestriner (2002, p.52), a forma é o principal elemento de
diferenciação na embalagem, tem um efeito marcante na identificação de um
produto. O papel cartão é um material que permite grande variação de formas e
aplicações. Na fase de criação de uma embalagem, sempre que houver espaço para
a adoção de um projeto estrutural diferenciado, este deve ser utilizado. Segundo
Mestriner (2002, p.52), nada expressa de maneira tão evidente a personalidade do
produto, como a forma.
b) Marca
A assinatura do produto é um item em destaque nas embalagens, segundo
Calver (2009, p.118), a tarefa do designer é exibir o nome da marca para que os
consumidores possam identificá-la durante seu processo inicial de avaliação e
seleção do produto. Para Mestiner, (2002, p.57), a marca do produto tem tanta
importância quanto o nome de uma pessoa tem para a vida em sociedade, logo,
deve ocupar um lugar de destaque na embalagem.
c) Tipografia
Existe um número muito grande de modelos de fontes à disposição no
mercado, mas cada fonte tem suas características e formas de comunicação.
Segundo Calver (2009, p.122), a habilidade do designer reside em fazer a escolha
115
da fonte com a função apropriada. Segundo Mestriner (2002, p. 58), a tipologia
adotada e a maneira como se trabalha com ela definem a personalidade final do
produto.
d) Linguagem
A linguagem na embalagem deve ser envolvente, criativa, e passar uma boa
imagem da marca. Conforme escreveu Calver (2009, p.134), o texto nas
embalagens é importante por muitas razões. Ele pode envolver os consumidores e,
se ¨falar a linguagem certa¨, garantir que este é o produto ideal. Eles querem ser
capazes de entender um produto rapidamente e de identificar as características e
vantagens de um produto em relação a outros.
e) Fotografia
Um dos pontos mais explorados na embalagem é a imagem, definir o tipo de
imagem e de que maneira ela será explorada é um trabalho que exige muito
cuidado. Mestriner (2002, p. 55) sugere que para produtos alimentícios existe uma
técnica chamada de ¨appetite appeal¨, que é a exploração do apetite do consumidor.
Cenas com consumidores se deliciando com o produto são válidas desde que os
modelos selecionados tenham empatia com o público
f) Cores
Muitas vezes não se sabe descrever o logotipo das marcas mais conhecidas,
mas certamente se saberia descrever as cores que são utilizadas nas suas
identidades visuais, o que se pode chamar de cores padrão. Conforme escreveu
Strunck (2007, p. 79), a Coca-Cola é vermelha; a Pepsi é azul; a BR é verde e
amarela; a Shell, vermelha e amarela e a Ipiranga, azul e amarela. Essas cores
estão intrinsecamente relacionadas às empresas que representam, fazem parte de
sua personalidade visual, podendo ser reconhecidas a grandes distâncias, antes
mesmo que se possa ler seus símbolos ou logotipos.
g) Acabamentos e efeitos
É comum nas embalagens, o uso de alguns acabamentos gráficos como
estratégia para agregar valor. Segundo Calver (2009, p.154), os designers
116
empregam acabamentos e efeitos como hot stamping, vernizes, laminados, baixo e
alto-relevo, corte e vinco com faca ou corte a laser. Todos são utilizados para
manipular as percepções dos consumidores ou envolver seus sentidos de modo que
a mensagem correta seja transmitida.
h) Informações obrigatórias
Nos produtos alimentícios, as informações obrigatórias tendem a ser mais
rigorosas e, antes de chegar ao consumidor, a embalagem precisa ter sido
examinada por órgãos governamentais competentes. Informações nutricionais,
códigos de barra, certificações de procedência, informações sobre o fabricante e
ingredientes são alguns exemplos destas informações. Muitas vezes elas ocupam
grandes espaços, interferindo no design da embalagem.
Ao separar as principais partes que compõem a embalagem, verifica-se que é
possível a ocorrência de inovação em cada uma delas, separadamente ou
simultaneamente. As recomendações propostas abaixo sugerem formas de pensar
quanto à análise da aplicação de inovação na temática da morfologia em
embalagem.
No quadro abaixo se apresentam, na coluna da esquerda, os subcritérios e,
na coluna da direita, as recomendações para análise da inovação referentes à
morfologia.
Quadro 19 – Subcritérios e recomendações da morfologia
Subcritérios Recomendações Forma
Refere-se às inovações pertinentes ao projeto estrutural da embalagem, promovendo novos sistemas de abertura e fechamento; travas de segurança; janelas e formatos diferenciados.
• Observe o uso de sistemas para abertura e fechamento da embalagem que facilite a montagem e desmontagem, e que possa ser aberta e fechada diversas vezes enquanto o produto estiver em uso.
• Busque o uso de travas de segurança ou fechamentos que denunciem quando houve violação em produtos que necessitam aumentar a sua segurança ou para dificultar as possibilidades de falsificação.
• Pense em outros formatos e elementos de apoio como janelas e travas do que as tradicionais embalagens quadradas ou retangulares. A utilização de projetos estruturais que diferenciem o
117
produto no ponto de venda é um excelente recurso.
Aspectos visuais
Referem-se às inovações pertinentes aos elementos gráficos impressos na embalagem, tais como: marca, fotografia, cores, dentre outros.
• Observe como a marca do produto está exposta na embalagem.
• Verifique as possibilidades de aplicação de imagens na embalagem, sendo pela interação do produto com a imagem ou escolhendo uma forma inusitada de representar o produto. Imagens podem sintetizar uma ideia e comunicá-la de modo rápido e eficaz.
• Pense na aplicação de cores como auxílio na identidade da marca ou na representação do produto. As cores quando bem utilizadas podem diferenciar um produto entre os da concorrência.
Efeitos especiais
Refere-se às inovações pertinentes aos elementos sensoriais que envolvem a embalagem (tato, olfato, visão, audição e paladar), aguçando a percepção e os sentidos dos consumidores.
• Busque texturas especiais através de laminações plásticas, vernizes localizados, baixo e alto relevo e outros revestimentos que simulem casca de ovo ou casca de laranja (PROLAN), por exemplo.
• Pondere acabamentos que possam trazer efeitos visuais como revestimentos holográficos, aplicação de imagens em 3D e metalizados.
• Verifique materiais que possam ser aplicados cheiros e aromas como as tintas e papéis. É possível encontrar materiais atóxicos que possibilitam as embalagens serem comestíveis. Aplique novas tecnologias que permitam a possibilidade da emissão de sons como o exemplo da embalagem comemorativa da Nescafé, cuja tampa é um despertador.
Fonte: O autor
Segundo Mestriner (2007, p.76), a inovação não é criada, ela precisa ser
encontrada, e, para que isso aconteça, deve-se procurar de maneira correta e no
lugar certo, criando alguma novidade na categoria em que o produto ocorre. É
preciso criar algo na categoria em que o produto compete e não no universo da
embalagem. Deslocar um produto de uma categoria para outra, que não conta como
similar, é um recurso de inovação que funciona na maioria das vezes.
Na Figura 18 apresentam-se quatro exemplos de inovação relacionados à
análise morfológica. Uma embalagem para meia dúzia de ovos com um projeto
estrutural inovador; uma caixa de sucos que simula as cores e texturas de frutas;
uma cartela para expor talheres de madeira onde a imagem do fundo se funde com
118
o produto, promovendo um efeito fotográfico inovador, e a aplicação da marca
fragmentada da Coca Cola inovando na maneira de expor o logotipo.
Figura 18 – Exemplos de inovação em morfologia
8.5 USABILIDADE
Este critério refere-se às inovações pertinentes à interação da embalagem
com o usuário, no que dizem respeito as adaptações da embalagem aos hábitos dos
consumidores, respondendo às mudanças nas tendências sociais e à adaptação das
embalagens aos portadores de necessidades especiais, como cegos, obesos e
idosos. A Usabilidade também dá conta das funções primárias da embalagem
(conter, proteger e transportar) referindo-se à manutenção da integridade do produto
embalado e à proteção, conforto e segurança do usuário.
Segundo Coelho (2011, p. 229), o conceito de usabilidade trata da
adequação entre o produto e as tarefas a cujo desempenho se destina, da
adequação com o usuário que o utilizará, e da adequação ao contexto em que será
usado.
119
No quadro abaixo se apresentam os conceitos dos autores adotados para a
proposição dos critérios no que diz respeito à usabilidade.
Quadro 20 – Referência dos autores sobre usabilidade
Autor Conceito Bonsiepe Inovação baseada no usuário Camilo Aumento da proteção e segurança;
Manter o produto fresco por mais tempo; Aumento da praticidade e no transporte e no armazenamento; Facilitar a utilização.
Mestriner Dispositivos de abertura e fechamento Fonte: O autor
Bonsiepe (2008) faz alusão em seus “vetores para inovações no design”
como inovação baseada no usuário, referindo-se aos artefatos que facilitem a
interação com o usuário. Camilo (2009) expõe esta questão nas “direções para
buscar inovação” com o aumento da proteção e segurança, mantendo a integridade
do produto e do consumidor evitando desperdícios e vazamentos; manter o produto
fresco por mais tempo melhorando barreiras contra luz, umidades e outras ações do
tempo; facilitar a utilização, melhorando os aspectos ergonômicos da embalagem e
na abertura e fechamento e, contextualizar ao estilo de vida e hábitos dos usuários,
referindo-se à adaptação da embalagem com o consumidor, promovendo uma
melhor interação aos portadores de necessidades especiais. Mestriner (2002) expõe
esta questão nos “campos para buscar inovação” como: dispositivos para abertura e
fechamento, referindo-se a melhorias na praticidade e conveniência, eliminando o
uso de ferramentas e dispositivos que permitam fechar a embalagem em uso.
Segundo Camilo (2011, p. 54), algumas tendências de consumo são
consagradas como a busca por conveniência, a preocupação com a saúde e o bem
estar, segurança e sustentabilidade, bem como a configuração de novas
comunidades. A falta de tempo criou hábitos alimentares diferentes daqueles que as
gerações anteriores estavam acostumadas e influenciou na concepção de novas
embalagens, como por exemplo, os alimentos congelados que basta serem
colocados no forno de micro-ondas por alguns minutos para ficarem prontos para o
120
consumo, bem como o serviço de tele entrega que também necessita de uma
embalagem adequada. As preocupações com a obesidade e a saúde criaram um
mercado exclusivo de alimentos e produtos voltados aos cuidados com o corpo.
Outra tendência importante de ser levada em consideração é a inclusão de
elementos facilitadores para deficientes visuais e idosos, como o Braille, e maior
legibilidade nas informações contidas na embalagem.
As funções primárias descritas por Mestriner (2002, p.04) no quadro de
funções da embalagem na sessão 7.1.1 desta pesquisa, refere-se também às
questões de usabilidade da embalagem, como armazenar, preservando o produto
acabado até o seu consumo; proteger, preservando a integridade física e química do
produto e transportar, mantendo intacta a integridade do produto desde o fabricante
até o ponto de venda.
Analisar os aspectos de usabilidade de uma embalagem diz respeito ao
relacionamento entre ela e o consumidor a ser atingido. Segundo Carvalho (2008,
p.137), o projeto de uma embalagem deverá atender o público alvo em todos os
aspectos, seja qual for a forma de comercializar, além de atender aos requerimentos
de proteção do produto. O objetivo é que o cliente repita a compra e recomende o
produto a outras pessoas, contendo uma embalagem atrativa, que proteja o produto,
reflita sobre sua qualidade e a do fabricante e alcance ou supere a expectativa do
cliente.
Carvalho (2008, p.138) aponta algumas considerações que devem ser
analisadas quanto à usabilidade da embalagem:
a) exposição em prateleiras – ela deve ficar em pé, não tombar
facilmente; ter uma área frontal que permita uma composição gráfica
e identifique perfeitamente a marca e a configuração do produto como
a cor, sabor, modelo e tamanho; não seja confundida com produtos
de uma categoria distinta. Se for utilizada alguma transparência na
embalagem como janela, por exemplo, ela não deve deformar a
imagem do produto quanto a cor, textura e detalhes;
121
b) pegar e carregar – não pode escorregar das mãos e ter alça ou algum
tipo de suporte anatômico para o carregamento;
c) bicos para medição – devem permitir dosar a quantidade certa,
permitir medir com um acessório, como a própria tampa ou colher;
permitir contar as gotas no caso de remédios e não deve permitir
sobrar ou escorrer produto fora da embalagem após a medição;
d) tampas – cuidar a vedação do produto; trava de segurança para
impedir a abertura indevida, como as embalagens de medicamentos.
As tampas devem permitir a abertura sem o uso de ferramentas;
e) selos de segurança – selos holográficos; fita adesiva impressa com o
nome da marca ou produto; lacre colado por aquecimento; linguetas
que se encaixam e fazem o travamento e o uso de tinta metal reativa
utilizada em embalagens de medicamentos.
Antes de colocar a embalagem no mercado, é aconselhável que se façam
alguns testes e ensaios para verificar se o produto embalado se encontra
devidamente protegido. Segundo Carvalho (2008, p. 208), nem sempre o produto
oferece condições para ser embalado de forma segura.
Conforme Gurgel (2007, p.19), a interação da embalagem com o produto se
processa de múltiplas formas e alguns testes podem ser feitos através de
simulações. São exemplos mais comuns: acelerações – a proteção contra o
manuseio brusco, como mudanças de direção e de velocidade que gerem
acelerações; empilhamento – a proteção contra pressões de empilhamento, que
devem ser suportadas pelas embalagens de comercialização quando o produto não
pode suportar peso; choques – proteção contra choques, que não devem afetar
internamente ao produto; ambiente – a proteção contra a ação do tempo, da luz, do
ar e de outros contaminantes do ambiente; meio – a proteção contra os odores e
sabores do meio ambiente; vedação – proteção contra vazamentos e evaporação do
produto; compatibilidade – proteção contra danos causados pela embalagem em
contato com o produto, em razão da incompatibilidade do invólucro com o conteúdo.
122
Outro fator correspondente à usabilidade do produto diz respeito às normas e
legislações que regulamentam o uso de embalagens e informações obrigatórias
sobre o produto, o qual está sendo embalado. Segundo Negrão (2008, p. 287),
internacionalmente, há um grande número de organismos responsáveis por estas
regulamentações, no que tange, inclusive, às inovações tecnológicas, patentes,
transporte e padronização de símbolos. É importante também regulamentar a
identificação com informações acerca do descarte do produto. Segundo Negrão
(2008, p. 287), no Brasil, é a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) a
responsável por elaborar normas técnicas para todo o setor industrial nacional.
O comitê Brasileiro de embalagem e acondicionamento (CB-23) representa o
setor de embalagem desde 1982. Segundo Negrão (2008, p.287), este comitê é
formado por diversos segmentos correlatos (fabricantes, órgãos governamentais e
fornecedores) que refletem sobre a necessidade de padronizar e estabelecer normas
relativas a embalagens, matérias-primas e testes de qualidade. Outro órgão
importante no desenvolvimento de embalagens é a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA), que atua nos casos de alimentos e medicamentos e o Instituto
Nacional de Metrologia (INMETRO), responsável pela metrologia legal no Brasil, que
supervisiona e regulamenta as unidades de medida, métodos de medição e seus
respectivos instrumentos.
Podem ocorrer inovações na usabilidade da embalagem para adaptar aos
novos usuários, aumentar a proteção e segurança do produto e do consumidor e
para tornar o uso da embalagem mais prática e funcional, respeitando sempre as
legislações e normas vigentes. As recomendações propostas abaixo sugerem
formas de pensar quanto à análise da aplicação de inovação na temática da
usabilidade em embalagem.
No quadro abaixo se apresentam, na coluna da esquerda, os subcritérios e,
na coluna da direita, as recomendações para análise da inovação referentes à
usabilidade.
Quadro 21 – Subcritérios e recomendações sobre usabilidade
Subcritérios Recomendações Interação da embalagem com o • Busque a adaptação da embalagem ao
comportamento dos consumidores, pois cada um
123
usuário
Refere-se às inovações pertinentes à adaptação da embalagem as características cognitivas, físicas e culturais dos usuários.
tem valores e necessidades específicas, como exemplo: embalagens para esportistas com tampas mais práticas para consumir líquidos e protetores solares com alça para pendurar na mochila; embalagens para solteiros ou casais sem filhos com porções individuais ou quantidade reduzida, evitando o desperdício.
• Pondere o uso de embalagens convenientes possibilitando consumir o produto em qualquer hora ou local, a exemplo das embalagens de queijo processado (Polenguinho), frutas desidratadas e alguns iogurtes.
• Pense nos portadores de necessidades especiais, inserindo código Braille nas embalagens, melhorando a legibilidade e clareza de informações para o público idoso e na inserção de informações importantes para auxiliar na dieta alimentar de obesos ou portadores de doenças que causem restrição alimentar.
Proteção e segurança do produto embalado
Refere-se às inovações pertinentes as funções primárias da embalagem (conter, proteger e transportar) no que dizem respeito à manutenção da integridade do produto.
• Busque a proteção do produto quanto à entrada de bactérias e fungos; a entrada de água, luz, poeira ou umidade (embalagens de congelados) e saída de odores, gases e água provenientes do produto.
• Observe a vedação do produto para evitar vazamentos, utilize travas de segurança para impedir a abertura indevida, como as embalagens de medicamentos e utilize dispositivos de segurança contra roubo como rastreadores e etiquetas codificadas e invioláveis.
Proteção e segurança do usuário
Refere-se às inovações pertinentes à praticidade e funcionalidade como o manejo e abertura da embalagem e a aplicação de dispositivos de segurança para manter a integridade física do usuário da embalagem.
• Busque melhorias nos dispositivos de abertura e fechamento da embalagem através de tampas que abrem e fecham com encaixe e que permitam a abertura sem o uso de ferramentas auxiliares, como abridores ou saca rolhas.
• Observe dispositivos para pegar e carregar a embalagem, que não escorregue das mãos e que possa ter algum tipo de suporte anatômico para o carregamento. Utilize ganchos e suportes que tenham uma abertura para pendurar com tamanho e desenhos adequados e que não rasgue e nem deforme a embalagem, tendo a resistência apropriada para suportar o peso do produto.
• Busque dispositivos como bicos e tampas medidoras que permita dosar a quantidade certa do produto, como conta gotas e tampas ou colheres medidoras.
• Verifique selos e lacres de segurança para evitar violações ou adulterações do produto tais como: selos holográficos; fita adesiva impressa com o
124
nome da marca ou produto; lacre colado por aquecimento; linguetas que se encaixam e fazem o travamento e o uso de tinta metal reativa (reagem em contato com metal), utilizadas em embalagens de medicamentos.
Fonte: O autor
Promover inovação na embalagem através de projetos que contemplem os
aspectos de usabilidade do produto é uma maneira de facilitar a utilização do
produto pelo consumidor, preservar a sua integridade e a do produto e cumprir uma
função social de inclusão aos portadores de necessidades especiais.
A figura 19 mostra uma embalagem de consumo inovadora por trazer uma
solução na abertura, proporcionando praticidade e conforto ao usuário, deixando o
produto disponível e de fácil acesso. Antes do uso, a embalagem possui uma janela
fechada marcada por picotes, indicando por onde o produto deve passar; ao
destacar este picote, a passagem do lenço se desobstrui e, com o auxílio de uma
película plástica na parte externa, permite a passagem de apenas um lenço de cada
vez, deixando o próximo na espera com uma parte para fora da caixa.
Figura 19 – Exemplo de embalagem com boa usabilidade
125
Cabe ressaltar-se, que estes critérios (fatores) não constituem um método
para gerar inovação na embalagem. Antes, busca fornecer um enquadramento dos
principais aspectos que devem ser observados, segundo teóricos do design que
estudam a temática da Inovação em Embalagens. Este capítulo forneceu subsídios
para efetuar a validação das categorias propostas a partir da análise de embalagens
premiadas pela Associação Brasileira de Embalagem (ABRE) em sua última edição,
ocorrida no ano 2013.
126
9 INTERPRETAÇÃO REFERENCIAL
Este capítulo tem como objetivo submeter os critérios de análise da inovação
na embalagem a um teste e interpretação. Para tanto, selecionou-se, para amostra,
as embalagens premiadas pela ABRE (Associação Brasileira de Embalagem) em
sua última edição, ocorrida no ano 2013.
A ABRE existe desde 1967, com o propósito de fomentar o desenvolvimento
do mercado de embalagens e das atividades de seus associados nos âmbitos
nacional e internacional. O prêmio ABRE da Embalagem Brasileira foi criado em
2001 e ao longo deste período já premiou empresas de todos os portes, mostrando
que uma boa embalagem é fundamental para todos os tipos de produtos de diversas
categorias, proporcionando qualidade de vida para as pessoas.
(www.premioabre.org.br).
O prêmio ABRE da Embalagem Brasileira tem como objetivos principais:
a) eleger embalagens que se destacam como ícones de excelência em
Qualidade, Tecnologia, Funcionalidade e Inovação;
b) eleger os drivers que são os ícones em soluções para o mercado e
para os consumidores;
c) conferir relevância ao setor por meio de uma premiação importante e
diferenciada;
d) incentivar a eficiência dos processos ;
e) incentivar o desenvolvimento sustentável ;
f) promover a integração dentre a cadeia produtiva ;
g) promover a interface com a sociedade ;
h) promover os produtos nacionais em mercados externos por meio da
embalagem e assim valorizar a marca no Brasil.
127
O Concurso é dividido em sete (7) módulos (embalagem; design gráfico;
design estrutural; tecnologia de materiais e conversão; competitividade internacional;
marketing) e um módulo especial, que por sua vez é subdividido em categorias. As
embalagens são premiadas em três níveis (ouro, prata e bronze). O julgamento
acontece através de um conselho de jurados (32 renomados profissionais da área).
O prêmio ABRE 2013 recebeu, nessa edição, 400 embalagens dividas em trinta
e três (33) categorias, e premiou setenta e oito (78), uma (1) profissional destaque,
uma (1) indústria de bens de consumo e um (1) projeto de estudante, totalizando
oitenta e um (81) vencedores. Do montante das setenta e nove (79) embalagens
premiadas, trinta e duas (32) receberam Ouro , vinte e três (23) Prata e vinte e três
(23) Bronze , distribuídas nas categorias.
Foram consideradas e selecionadas para esta análise, as embalagens de
consumo que receberam o prêmio Ouro e que continham papel cartão em sua
fabricação, totalizando (14) embalagens.
A análise das embalagens de consumo em papel cartão premiadas pela
ABRE em 2013 foram concebidas, em alguns casos, através da embalagem física
disponível no mercado ou, em outros casos, através de imagens. As informações
sobre os módulos, desafios e resultados contidos nas embalagens foram extraídas
do site da ABRE.
Segundo Verganti (2012, p. 26), fazer design é trabalho para especialistas,
logo, este instrumento de análise é destinado a profissionais que estão diretamente
ligados ao design de embalagens, tais como: designers, comunicadores,
engenheiros, dentre outros. Cabe ressaltar-se, que estes critérios (fatores) não
constituem um método positivista para a análise da Inovação em Embalagens.
Antes, fornecem um enquadramento dos principais aspectos que devem ser
observados segundo teóricos que estudam a temática.
Apresentam-se a seguir as análises referentes a cada uma das embalagens
selecionadas para esta amostra:
128
1. Atum Salera
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Embalagem” dentro da categoria
“alimentos salgados” que consiste em avaliar a embalagem como um todo, levando
em consideração aspectos como a inovação, harmonia e clareza das informações,
apelo de venda, ergonomia, funcionalidade, sistema de abertura e fechamento,
aproveitamento do produto, sustentabilidade, dentre outros.
Quadro 22 – Embalagem Atum Salera
Desafios: Desenvolver um projeto voltado à pequena empresa, com limitados recursos financeiros e de maquinário, porém com grande potencial no produto. Criar uma embalagem para pescados que conservasse o produto e ao mesmo tempo o deixasse aparente ao consumidor, com um design gráfico que remetesse a ideia de uma receita de família em um conceito retrô.
Resultados: Criatividade e sofisticação criando um novo padrão para a categoria. A embalagem apresenta o produto embalado em pote de vidro acondicionado em uma embalagem cartonada com uma janela posicionada na quina do cartucho possibilitando múltiplas formas de apresentação no ponto de venda. A embalagem permite diferentes possibilidades de exposição de todas as suas faces. A impressão interna em preto destaca o produto através da janela.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X
129
Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “aspectos tecnológicos” dentro do subcritério “materiais” o
papel e o vidro não são inovações na produção de embalagens, mas, dentro da
categoria de Atum, onde predomina as latas de aço, podem ser considerados
inovações. No critério “mercado” dentro do subcritério “comunicação e marketing”, a
janela posicionada na quina do cartucho possibilitou múltiplas formas de
apresentação no ponto de venda, promovendo uma inovação na forma de exposição
do produto. No critério “morfologia” dentro do subcritério “forma”, a janela
posicionada na quina do cartucho pode ser uma inovação por se tratar de um local
inusitado para esta aplicação. A forma da embalagem é considerada uma inovação
no segmento de Atum que costuma utilizar uma lata redonda e baixa.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
2. Quem disse, Berenice?
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Embalagem” dentro da
“categoria perfumes”.
130
Quadro 23 – Embalagem Perfume Quem disse Berenice
Desafios: Traduzir com as embalagens da perfumaria da marca “Quem disse, Berenice?” o mundo da maquiagem através de emoções, cores e caminhos olfativos, em uma única linha de desodorante colônia. Fortalecer a marca através de uma perfumaria icônica, ousada e de alta qualidade.
Resultados: O frasco de vidro com forma arredondada construiu uma harmonia com a linha de maquiagem, sendo nove produtos com frascos transparentes e decoração em serigrafia, possibilitando uma atenção especial às diferentes cores de fragrâncias e três frascos com pintura fechada orgânica com aplicação de hot stamping dourado brilhante. A tampa, no formato da representação da marca, é o grande diferencial da embalagem, injetada em polipropileno nas versões vermelha e dourada, sendo esta última com glitter. De forma ousada, as embalagens da linha da perfumaria conseguiu criar uma identidade com a linha de maquiagem. As embalagens possuem identidade visual coerente com a marca, além de impactante e atraente às consumidoras.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
131
Texto explicativo:
Nesta embalagem não foram encontrados elementos suficientes para a
identificação da incidência de inovação, através do método de análise adotado, em
relação aos critérios e subcritérios analisados.
3. Linha Aisó – Iande
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Embalagem” dentro da categoria
“MPEs – Micro e Pequenas Empresas”.
Quadro 24 – Embalagem Aisó Lande
Desafios: A embalagem deveria aliar atratividade para a consumidora com eficiência e funcionalidade em sua linha de montagem.
Resultados: design para resultados: eficiência e performance com alto apelo atrativo. Destaque para o kit do difusor onde o volume da embalagem e a sua montagem é otimizada pelo seu design eficiente. Toda a linha foi elaborada para ser impressa em uma cor diminuindo a quantidade de chapas para impressão e tinta resultando em um valor final menor. Aproveitamento total dos espaços resultando na economia da impressão dos tags que são produzidos junto ao kit do difusor.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X
132
Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “meio ambiente e sustentabilidade” dentro do subcritério
“redução do uso de materiais”, a incidência de inovação neste caso está na
preocupação em reduzir o impacto causado pela produção de embalagens. Toda a
linha foi elaborada para ser impressa em uma cor, diminuindo a quantidade de
chapas para impressão e a tinta utilizada. O aproveitamento total dos espaços do
papel, resultando na economia da impressão dos tags que são produzidos junto ao
kit difusor. No subcritério “reciclagem”, a inovação ocorreu no projeto estrutural
facilmente desmontável e com boa compactação, diminuindo o volume no transporte
para reciclagem. No critério “mercado” dentro do subcritério “redução de custos da
embalagem”, por ser uma embalagem impressa em uma cor e ter o seu projeto
estrutural contemplando um excelente aproveitamento dos espaços do papel,
possibilitou a redução de custos da embalagem. No critério “morfologia” dentro do
subcritério “forma”, o projeto estrutural do display, contendo simples encaixes para a
fixação dos frascos e com aplicação de alças para carregar através de furos
anatômicos na parte superior do display.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
4. Linha de maquiagem – Phebo
133
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Embalagem” dentro da categoria
“família de produtos”.
Quadro 25 – Linha de maquiagem Phebo
Desafios: Lançar a linha de maquiagem Phebo e assim reforçar a presença da marca nos universos de moda e beleza brasileiros.
Resultados : design autêntico, conciliando a história da marca e traços marcantes de modernidade. Desenvolvimento de embalagens diferenciadas, práticas e de fácil uso destacando-se no mercado. Tradição e modernidade consolidados pelo design das peças: cartuchos em cor coral num tom vivo causando impacto nas prateleiras das lojas, combinados com ícones ´retrôs´ da marca, fortalecendo os seus valores. Excelência no alinhamento gráfico entre os diferentes componentes da família de produto e estruturas de embalagens criando forte unidade e sofisticação.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação S
em
Inov
ação
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos
Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
134
Foi apontado inovação incremental somente no critério “morfologia” dentro do
subcritério “efeitos especiais”, ocorrendo a incidência de inovação pertinente ao tato.
O contraste fosco do verniz e o brilho e relevo do hot stamping ocasionaram uma
novidade na categoria de sabonetes que utilizam embalagens mais tradicionais, sem
acabamentos especiais.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
5. America Delivery
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Embalagem” dentro da categoria
“food service, delivery e take away”.
Quadro 26 – Embalagem América Delivery
Desafios: O objetivo era desenvolver uma linha de embalagens delivery para a rede de restaurante America, e que pudesse proporcionar a mesma experiência que o cliente tem nas lojas, quando ele receber seu pedido em casa
Resultados: Extensão da experiência de consumo por meio da embalagem. A linha de embalagens delivery promove um diálogo com o cliente America por meio da embalagem. Tendência em design, o talking label aproxima consumidor e marca. A ideia de conversar com o consumidor foi atendida na medida em que a “voz do garçom” agradece, comenta e valoriza os pedidos, estreitando o relacionamento com o cliente.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X
135
Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “mercado” dentro do subcritério “comunicação e marketing”, a
promoção de um diálogo com o cliente por meio da embalagem trouxe a inovação. A
ideia de conversar com o consumidor foi atendida na medida em que a “voz do
garçom” agradece, comenta e valoriza os pedidos, estreitando o relacionamento com
o cliente nas frases impressas na embalagem. A mesma justificativa pode ser
empregada para mostrar a incidência de inovação incremental nos critérios
“morfologia” dentro do subcritério “aspectos visuais” e no critério “usabilidade” dentro
do subcritério “interação da embalagem com o usuário”.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
6. Liggero
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Design gráfico” dentro da
categoria “alimentos salgados” que consiste na participação exclusiva das empresas
que desenvolveram o design gráfico da embalagem inscrita, como por exemplo:
agências de design de embalagem e agências de publicidade.
136
Quadro 27 – Embalagem Liggero Adria
Desafios: Entrar na categoria de massas de sêmola de rápido preparo sem perder a proximidade que a marca tem com o universo familiar.
Resultados: Criatividade com objetividade no design da embalagem. Soma da praticidade, que é o foco da categoria, e a indulgência e sabor do produto, o que resultou em grande destaque em gôndola e atratividade para experimentação da nova linha. Design funcional apresentando o produto de forma clara e objetiva. As ilustrações do modo de preparo colocadas no verso trazem claramente como o produto deve ser preparado e também em quanto tempo ele fica pronto. A criação do nome Liggero e layout da embalagem traduzem os valores que a marca e o produto querem transmitir.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “meio ambiente e sustentabilidade” dentro do subcritério
“redução de uso dos materiais”, a embalagem em papel cartão envolve o produto,
137
mas as laterais ficam abertas, promovendo uma redução na quantidade de papel
utilizado. No critério “mercado” dentro do subcritério “construção da imagem da
empresa”, a criação do nome Liggero remete a praticidade do produto, auxiliando na
construção do conceito da marca. No critério “morfologia” dentro do subcritério
“forma”, o projeto estrutural que envolve a embalagem plástica em formato de prato
provocou uma inovação na categoria que utiliza embalagens plásticas flexíveis. No
subcritério “aspectos visuais”, a criação do nome Liggero e o layout da embalagem
traduzem os valores que a marca e o produto querem transmitir. No critério
“Usabilidade” dentro dos subcritérios “interação da embalagem com o usuário” a
embalagem é prática e serve de prato para o consumo imediato do produto. No
subcritério “proteção e segurança do produto embalado”, além do invólucro em papel
cartão, o pote possui uma película plástica colada na tampa para manter o produto
protegido por um tempo maior. No subcritério “proteção e segurança do usuário”, o
pote indica a quantidade de água que deve ser colocada para preparar o produto,
evitando transbordar e queimar o usuário.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
7. Green by Missako
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Design gráfico” dentro da
categoria “produtos em geral”
138
Quadro 28 – Embalagem Green By Missako
Desafios: Transmitir o espírito livre da marca e ao mesmo tempo associá-la claramente ao universo infantil.
Resultados: Confirmação dos valores da marca cativando o seu consumidor com uma consistente estratégia de branding. Utilização de uma linguagem infantil de maneira leve e divertida. A filosofia Green está presente no design da embalagem: traços despojados e cores vibrantes que traduzem o universo da marca e trazem mais vivacidade às embalagens com uma linguagem divertida de ilustrações e mensagens impressas nas sacolas.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “mercado” dentro do subcritério “comunicação e marketing”, a
utilização de uma linguagem infantil de maneira leve e divertida, com ilustrações e
mensagens impressas nas sacolas e a forma de interação com o consumidor são os
aspectos de inovação apontados. No critério “morfologia” dentro do subcritério
139
“aspectos visuais”, utiliza cores vibrantes que traduzem o universo da marca e
trazem mais vivacidade às embalagens com uma linguagem divertida de ilustrações
e mensagens impressas na sacola.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
8. Quem disse, Berenice?
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Design gráfico” dentro da
categoria “família de produtos”.
Quadro 29 – Linha de produtos Quem Disse Berenice
Desafio: Desenvolver uma extensa linha de embalagens que atendesse diversas categorias de produtos, estabelecendo um diálogo diferenciado com as consumidoras. As embalagens deveriam gerar uma experiência de marca no ponto de venda e no momento de uso.
Resultados: O desenho partiu da marca. De forma caótica, o símbolo é desconstruído formando padrões delicados, cortados aleatoriamente gerando muitas variações. Reservas para o texto cuidam da leitura. Cores alegres+metalizada codificam: boca, rosto, pele e acessórios. Nas embalagens primárias a impressão é criteriosa: pertinência e custo, sempre pensando no resultado para marca e para a consumidora.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X
140
Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “mercado” dentro do subcritério “comunicação e marketing”,
de forma caótica, o símbolo da marca é descontruído, formando padrões delicados,
cortados aleatoriamente gerando muitas variações, promovendo a marca de forma
inovadora. A mesma justificativa pode ser empregada para mostrar a incidência de
inovação incremental no critério “morfologia” dentro do subcritério “aspectos visuais”.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
9. York
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Design gráfico” dentro da
categoria “redesign de produtos em geral”.
141
Quadro 30 – Linha de produtos York
Desafios: A marca York, da Hypermarcas, tem mais de 60 anos de tradição. O desafio do projeto foi desenvolver o desenho da nova identidade, arquitetura da marca, submarcas e redesign de toda a linha de embalagens, a fim de gerar grande impacto no relançamento, sinergia entre as categorias e reafirmar os valores da marca e de sua linha de produtos.
Resultados: Desenho da marca York com monograma Y preservado e modernizado como símbolo algodão. Desenho das marcas KuraKorte e Palinetes, agora com símbolos que indicam as suas categorias.Definição de cores institucionais de alto impacto objetivando diferenciar e agregar valor à marca no ponto de venda. Informações amigáveis focadas no consumidor. Diversas embalagens agora possuem a opção de exposição vertical e horizontal, atendendo às demandas do ponto de venda. O projeto transformou a marca radicalmente, sem perder as propriedades históricas. O endosso York agora é claro potencializando o discurso de vendas de portfólio. A unidade no ponto de venda e a complementaridade entre as categorias gerou confiabilidade no consumidor.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
142
Texto explicativo:
Nesta embalagem não foram encontrados elementos suficientes para a
identificação da incidência de inovação, através do método de análise adotado, em
relação aos critérios e subcritérios analisados.
10. Implantes dentários
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Design estrutural” dentro da
categoria “funcionalidade” que consiste na participação das empresas de qualquer
elo da cadeia produtiva, como por exemplo: agências de design, indústrias de bens
de consumo e fabricantes de embalagem.
Quadro 31 – Embalagem Implantes Dentários
Desafios: Desenvolver uma embalagem que se diferenciasse das demais do mercado, que garantisse esterilidade e biossegurança ao produto e promovesse eficiência e facilidade de manuseio para o usuário. Criar uma única embalagem para acomodar uma grande gama de implantes, diferentes entre si em geometria, comprimentos e diâmetros. Desenvolver um dispositivo interno capaz de ajudar o dentista a capturar o implante com maior conforto e segurança.
Resultados: Criação de novo conceito de funcionalidade e segurança no mercado, atrelando tecnologia e design. Embalagem que proporciona comodidade e segurança no armazenamento, transporte e utilização. Desenvolvimento de um inovador dispositivo de pinça que proporciona maior segurança no processo de captura, transporte e instalação do implante. Sistema eficiente de elevador vertical e horizontal, que tornou possível utilização para todos os comprimentos e diâmetros de implantes disponíveis, reduzindo significantemente os custos, o tempo de processo e utilização de recursos naturais. A nova embalagem proporcionou biossegurança, praticidade, dinamismo dos procedimentos cirúrgicos, facilidade de armazenamento, conforto e segurança no manuseio.
Fonte: www.premioabre.org.br
143
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “aspectos tecnológicos” dentro do subcritério “processos de
produção”, o desenvolvimento de facas de corte especiais utilizadas como berços
(sub-embalagem), acondicionando melhor o produto e provocando inovação no
segmento de produtos odontológicos. No critério “morfologia” dentro do subcritério
“forma”, o desenvolvimento de um dispositivo de pinça que proporciona maior
segurança no processo captura, transporte e instalação do produto. Foi
desenvolvido um sistema de elevador vertical e horizontal, que tornou possível a
utilização para todos os comprimentos e diâmetros de implantes disponíveis. No
critério “usabilidade” dentro dos subcritérios “interação da embalagem com o
usuário”, a segmentação especifica e exclusiva para dentistas e ortodontistas. No
subcritério “proteção e segurança do produto embalado”, com os sistemas de
elevadores e projetos estruturais mencionados anteriormente. No subcritério
“proteção e segurança do usuário”, a facilidade e dinamismo para o armazenamento
e manuseio do produto através dos berços.
144
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
11. Octa Cooler – MMA
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Especial” dentro da categoria
“estudantes” que consiste na participação de estudantes devidamente matriculados
em cursos brasileiros regulares de graduação e pós-graduação das áreas de design,
desenho industrial, engenharia de embalagem e afins.
Quadro 32 – Embalagem Octa Cooler MMA
Contextualização: O Octa Cooler foi criado para pessoas fanáticas pelo esporte do momento, o MMA. Além de oferecer como brinde um boneco da coleção dos lutadores do MMA, o diferencial é o de reutilizar a embalagem ao transformá-la em um Cooler Pack. Ou seja, torna-se um recipiente de fácil manuseio com espaço para adicionar gelo e, assim, deixar a cerveja bem gelada, o que permite levá-la a qualquer lugar, como por exemplo, na casa de um amigo para curtirem juntos a luta do MMA.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade Interação da embalagem com o usuário X
145
Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “meio ambiente e sustentabilidade” dentro do subcritério
“reutilização após o uso”, a embalagem é reutilizada ao transformá-la em um Cooler
Pack, ou seja, torna-se um recipiente de fácil manuseio com espaço para adicionar
gelo e, assim, deixar a cerveja bem gelada. No critério “mercado” dentro do
subcritério “comunicação e marketing”, é oferecido como brinde um boneco da
coleção dos lutadores de MMA. No critério “morfologia” dentro dos subcritérios
“forma” o projeto estrutural é oitavado, imitando um palco utilizado em lutas no MMA
(octógono). No subcritério “aspectos visuais” a aplicação da fotografia do octógono
em toda a embalagem. No critério “usabilidade” a embalagem é destinada ao
segmento de pessoas que curtem MMA, promovendo inovação no segmento de
energéticos.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
12. Se beber, vá de carona
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Especial” dentro da categoria
“voto popular profissionais” que são as embalagens regularmente inscritas em
qualquer uma das categorias, cuja votação ocorreu durante a Feira Fispal
Tecnologia, de 03 a 06 de junho de 2013, no Centro de Exposições Anhembi, em
São Paulo.
146
Quadro 33 – Embalagem Se Beber, Vá de carona
Desafios: Desenvolver uma embalagem inovadora que atraísse um público mais jovem, porém, sem afastar os consumidores mais tradicionais da marca. Para isso foram idealizados, em conjunto, a caixa expositora e o rótulo, calcados na história de seu fundador.
Resultados: Humor e funcionalidade destacaram o projeto frente a uma categoria altamente tradicional. Utilização de rótulo branco e um ponto focal vermelho, itens muito utilizados em embalagens de vinho, explorando a curiosidade do público. Ao ver a Kombi, o consumidor fica curioso para saber mais sobre o produto que faz alusão à juventude do fundador da empresa e suas viagens em uma Kombi. A caixa com o desenho da Kombi é utilizada para o transporte das garrafas e serve como expositor. Em uma época de lei seca, a embalagem aproveitou para enfatizar a ideia das pessoas se unirem e escolherem um motorista, com isso surgiu o nome "Se beber, vá de carona". A Kombi, ícone dos anos 1970, remete ao espírito jovem dessa época, trazendo nostalgia aos mais velhos e representando a liberdade para os mais jovens.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
147
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “mercado” dentro dos subcritérios “construção da imagem da
empresa”, em uma época de lei seca, a embalagem aproveitou para enfatizar a ideia
das pessoas se unirem e escolherem um motorista, com isso surgiu o nome “se
beber, vai de carona”. No subcritério “comunicação e marketing”, ao ver a Kombi o
consumidor fica curioso para saber mais sobre o produto que faz alusão à juventude
do fundador da empresa e suas viagens de Kombi. A inserção da imagem em toda a
embalagem rompeu a linguagem clássica da categoria de vinhos. No critério
“morfologia” dentro do subcritério “aspectos visuais”, aplica-se a mesma justificativa
do subcritério “comunicação e marketing”.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
13. Linda, lindinha – O Boticário
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Especial” dentro da categoria
“voto popular consumidores” que são as embalagens eleitas pelo voto popular
através do hot site do Prêmio ABRE e poderão concorrer, a esta Categoria Especial,
as embalagens regularmente inscritas em qualquer uma das categorias.
Quadro 34 – Embalagem Linda Lindinha O Boticário
Desafios: Criar uma fragrância para o público infanto-juvenil que tivesse como inspiração o perfume Linda, uma vez que as meninas querem ser iguais às mães.
Resultados: Performance, tecnologia e criatividade para criação de um novo ícone no mercado alvo. Foram utilizados materiais nobres e cristalinos, substituindo o detalhe “decote” do frasco de vidro da mãe por pintura orgânica total com partículas de brilho (glitter). A mini tampa plástica de paredes espessas trouxe a transparência e brilho do material, assim como o
148
revestimento metálico da válvula como atrativo para as pequenas consumidoras. O cartucho acompanhou o conceito e trouxe relevo e laminação brilhante.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Foram apontadas inovações incrementais nos seguintes critérios e
subcritérios: no critério “aspectos tecnológicos” dentro dos subcritérios “processos de
produção”, onde foi utilizado uma laminação metalizada em toda a embalagem e
relevo nos detalhes, configurando uma inovação em acabamento. No critério
“morfologia” dentro dos subcritérios “aspectos visuais”, com diversas tonalidades de
cores predominante da embalagem, provocados pela laminação metalizada e o
relevo. No subcritério “efeitos especiais”, a laminação metalizada carrega um efeito
tridimensional na embalagem.
Em relação aos critérios e subcritérios que foram assinalados na coluna “sem
inovação”, não foram encontrados elementos suficientes para a identificação da
incidência de inovação, através do método de análise adotado.
149
14. X-liso
Esta embalagem foi enquadrada no módulo “Competitividade internacional”
dentro da categoria “produtos em geral” que são as embalagens exclusivas da
indústria de bens de consumo que exportam seus produtos para um ou mais países
dos cinco continentes, tendo a sua embalagem como ferramenta estratégica de
competitividade.
Quadro 35 – Embalagem X-Liso
Desafios: Trabalhar com uma pequena verba, sem poder investir em um molde exclusivo. Desenvolver uma embalagem atrativa, sofisticada e de forma sutil remeter que o produto é feito no Brasil. Conhecer as culturas em que o produto é comercializado (forte presença em países muçulmanos) e assim trabalhar com cores que não provoquem conflitos. Desenvolver uma embalagem moderna que conseguisse ser atrativa em diferentes culturas, com total segurança para não gerar vazamentos ou avarias, uma vez que o produto sofrerá diversos tipos de embarques até o seu destino final.
Resultados: Com simplicidade e objetividade a embalagem atendeu aos requisitos de mercados internacionais, tornando-se peça chave para o sucesso do produto em diferentes países. A embalagem tem um visual sofisticado que desperta atenção nas gôndolas. Tamanho ideal para exposição nos pontos de venda. A embalagem, em 5 idiomas, transmite de forma clean, objetiva e impactante o conceito do produto.
Fonte: www.premioabre.org.br
Quadro para avaliação da inovação na embalagem
Critério Subcritério
Intensidade da Inovação
Sem
In
ovaç
ão
In
crem
enta
l
Rad
ical
1.Aspectos tecnológicos Materiais X Processos de Produção X Novas tecnologias X
2.Meio ambiente e sustentabilidade
Redução do uso de materiais X Reutilização após o uso X
150
Reciclagem X
3.Mercado Construção da imagem da empresa X Comunicação e marketing X Redução de custos da embalagem X
4.Morfologia
Forma X Aspectos visuais X Efeitos especiais X
5.Usabilidade
Interação da embalagem com o usuário X Proteção e segurança do produto embalado X Proteção, e segurança do usuário. X
Texto explicativo:
Nesta embalagem não foram encontrados elementos suficientes para a
identificação da incidência de inovação, através do método de análise adotado, em
relação aos critérios e subcritérios analisados.
Ressalta-se que as inovações apontadas nesta análise podem ter sido
ocasionadas pelo deslocamento de um recurso utilizado de uma categoria para
outra, como o exemplo do Atum Salera, que provocou inovação incremental na
categoria de atum em conserva, implantando vidro e papel cartão em uma categoria
que utiliza de forma predominante latas de aço como embalagem. Segundo
Mestriner (2007, p.76), é preciso criar algo na categoria em que o produto compete e
não no universo da embalagem.
Alguns pontos observados na análise podem não ser considerados novidade
para o mercado ou já serem empregados há bastante tempo, mas a forma ou a
intenção que foi aplicada na embalagem ocasionou uma inovação incremental como
no exemplo da embalagem da linha Phebo que apresentou uma inovação em sua
categoria, introduzindo a aplicação de hot-stamping metalizado e verniz brilho e
fosco simultaneamente, proporcionando um efeito sensorial tátil e visual.
Além do papel cartão, algumas embalagens analisadas possuem frascos de
vidro, como o Atum Salera, os perfumes Quem disse Berenice, a linha Aisô da
Lande e o perfume Linda Lindinha de O Boticário, ou o uso de pote plástico como na
linha Liggero da Adria. A análise foi feita somente nas embalagens que continham
papel cartão em sua composição, isto é, embalagens secundárias. Em casos em
151
que o contexto da embalagem em papel cartão influenciou no projeto, foi
mencionado no texto explicativo.
Não ocorreu nenhuma incidência de inovação radical nas embalagens
analisadas. Segundo Negrão (2008, p.34), dificilmente haverá uma mudança radical
no segmento de embalagens de consumo em papel cartão.
O Gráfico abaixo quantifica a incidência de inovação ou não em todas as
embalagens analisadas. As embalagens (2) Quem disse, Berenice; (9) York e (14)
X-liso não apresentaram inovações.
Gráfico 3 – Incidência de inovação incremental nas embalagens
No critério “aspectos tecnológicos” ocorreu a incidência de inovação
incremental em três (3) embalagens. No subcritério “materiais”, ocorreu uma (1)
incidência relacionada à forma de utilização de papéis; em “processos de produção”
ocorreram duas (2) incidências, relacionadas à faca de corte e laminação
metalizada. No subcritério “novas tecnologias” não foi apontada inovação.
Usabilidade
Morfologia
Mercado
Meio ambiente e sustentabildiade
Aspectos tecnológicos
4
11
8
3
3
Fonte: O autor
152
O critério “meio ambiente e sustentabilidade” ocorreu a incidência de inovação
em três embalagens. No subcritério “redução do uso de materiais” ocorreram duas
(2) incidências, com a diminuição do número de cores da embalagem, reduzindo o
processo de produção, a geração de resíduos e contaminação do papel com tinta.
No subcritério “Reutilização após o uso” ocorreu uma (1) incidência, com a utilização
da embalagem vazia como um recipiente para gelar o produto. No subcritério
“reciclagem” ocorreu uma (1) incidência, com o projeto estrutural da embalagem
desmontável e com boa compactação, diminuindo o volume no transporte para
reciclagem.
No critério “mercado” ocorreu a incidência de inovação em oito (8)
embalagens. No subcritério “construção da imagem da empresa” ocorreram duas (2)
incidências, com uma campanha de conscientização no trânsito e a criação de uma
marca relacionada ao produto. No subcritério “comunicação e marketing” ocorreram
cinco (5) incidências, relacionadas à linguagem da embalagem, as estratégias de
marketing e a inserção de um brinde. No subcritério “Redução de custos da
embalagem” ocorreu uma (1) incidência, com a diminuição do número de cores e o
aproveitamento da embalagem no papel.
No critério “morfologia” ocorreu a incidência de inovação em onze (11)
embalagens. No subcritério “forma” ocorreram cinco (5) incidências, relacionados ao
projeto estrutural, abertura da embalagem e berços para acomodar o produto. No
subcritério “aspectos visuais” ocorreram sete (7) incidências relacionadas à
disposição da marca na embalagem, as cores, fotografia e a linguagem aplicada nos
textos da embalagem. No subcritério “efeitos especiais” ocorreram duas (2)
incidências relacionadas à textura e acabamentos, como plastificação metalizada.
No critério “usabilidade”, ocorreu a incidência de inovação em quatro (4)
embalagens. No subcritério “interação da embalagem com o usuário” ocorreram três
(3) incidências relacionadas à conveniência e adaptação com o público consumidor
do produto. No subcritério “proteção e segurança do produto embalado” ocorreram
duas (2) incidências com o desenvolvimento de berços para proteger e acomodar o
produto e a praticidade de consumir o produto. No subcritério “proteção e segurança
153
do usuário” ocorreram duas (2) incidências relacionadas à facilidade para retirar o
produto da embalagem, expor no ponto de venda e armazenamento.
A partir dos dados obtidos, pôde-se perceber que a maioria das embalagens
analisadas (11 embalagens), apresentou algum aspecto inovador. Os critérios que
apontavam inovação estão em consonância com os desafios e os resultados
descritos no projeto apresentado para o concurso.
154
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A inovação é propulsora da competitividade, expande mercados, torna
produtos mais rentáveis e empresas mais competitivas. Atualmente deixou de ser
somente uma questão de promoção de melhorias e passou a ser uma obrigação
para a sobrevivência das empresas que atuam nesse mercado concorrido.
Acompanhando este processo evolutivo, a embalagem sofreu grandes mudanças
em sua concepção. Diversas funções foram agregadas às funções primárias e
inovações foram sendo aplicadas, orientadas pelas necessidades do mercado. Uma
embalagem pode revelar-se inovadora em diversas situações, tais como: nos
aspectos tecnológicos; nas questões relacionadas ao meio ambiente e
sustentabilidade; no mercado de atuação; nas partes que a compõem e na interação
com o produto e o usuário.
Nas dissertações sobre embalagem no campo do design analisadas no
capítulo 6 desta pesquisa, os aspectos relacionados ao meio ambiente e
sustentabilidade são os mais recorrentes, com (10) dez publicações. A segunda
temática com maior incidência diz respeito à usabilidade, com (6) publicações.
Percebe-se de uma maneira geral nos trabalhos analisados sobre embalagem, uma
preocupação em verificar, analisar ou até mesmo propor uma metodologia projetual
aos designers de embalagem. A temática inovação no campo da embalagem é
incipiente, aparecendo somente em duas dissertações de forma indireta.
Nas dissertações sobre inovação no campo do design, os aspectos
relacionados à gestão e metodologia são os mais recorrentes. As pesquisas
transcorrem sobre métodos de gestão existentes como o design thinking ou design
driven inovation de Roberto Verganti, ou até mesmo a proposição de uma
metodologia própria, adaptado a algum segmento específico ou um objetivo como
meio ambiente e sustentabilidade, ou aspectos sociais.
Cabe relembrar a inexistência de trabalhos publicados no campo do design
sob a temática desta dissertação.
155
Através dos sinalizadores em relação ao marco teórico adotado nas
dissertações analisadas e os subsídios teóricos extraídos das bibliografias
especializadas sob a temática da embalagem, – inovação e a aplicabilidade da
inovação no design –, tornou-se possível à concepção de critérios para análise de
inovação nas embalagens de consumo em papel cartão. Procurou-se, através dos
critérios e subcritérios adotados, tentar apontar o maior número de possibilidades de
análise e, para o melhor entendimento, foram concebidas recomendações sobre o
que analisar em cada item, bem como exemplos ilustrativos.
Os critérios propostos representam os pontos de vista dos designers ou
responsáveis pelo projeto de embalagem, refletindo os aspectos relativos à ação
deste profissional no mercado. Esta ação busca contribuir para o processo de
inovação. Entretanto, elas não devem ser vistas de forma dogmática. Por exemplo,
quanto às recomendações apontadas, elas devem ser lidas como um conselho, uma
indicação, um lembrete, um cuidado, uma exemplificação de determinada situação
em que a inovação já foi observada.
Percebe-se que existe uma preocupação em promover inovação nas
embalagens analisadas, mas, na maioria delas, predominaram alguns critérios
específicos orientados pelos objetivos do projeto descrito como “desafios”. Acredita-
se que há uma tendência e que seja mais acessível promover inovação em partes
isoladas da embalagem. Na análise, o critério “morfologia” foi o que apareceu em
maior número (11 embalagens), seguidos pelo “mercado” com (8 embalagens) e
“usabilidade” com (4 embalagens). Vimos através dos critérios apresentados que há
espaços para a promoção da inovação de forma abrangente e extensiva ao universo
da embalagem, cabe ao designer contribuir para a promoção de inovação se
apropriando dos fatores de inovação, propondo soluções criativas e originais.
Segundo Mestriner (2002, p.39), a principal fonte onde se deve buscar a
inovação é na indústria de envase, pois ela busca constantemente soluções
diferenciadas que a coloquem em vantagem sobre seus concorrentes. O critério que
contempla indicar estas inovações são os “aspectos tecnológicos”. A análise
apresentou a incidência de (3 embalagens) que apontaram inovação neste critério,
revelando um baixo percentual. Os profissionais responsáveis pelo design da
156
embalagem não estão procurando a indústria de envase para buscar inovação ou
ela não está fornecendo subsídios inovadores aos profissionais.
As pesquisas em embalagem no campo do Design estão em maior número
voltadas para os aspectos de sustentabilidade. Ao analisar as embalagens
premiadas, o critério Meio Ambiente e Sustentabilidade foi um dos fatores de menor
incidência para gerar inovação, mostrando uma divergência entre as pesquisas e a
prática do mercado.
As embalagens analisadas nesta pesquisa não apresentaram inovação
radical isto é, aquela que modifica a forma de como as coisas são vistas ou usadas,
representando uma mudança drástica na maneira em que o produto ou o serviço é
consumido, modificando o modelo de negócio vigente.
Através dos critérios (fatores) apresentados, foi possível verificar a incidência
de inovação (ausência ou intensidade do fator) no campo da embalagem de
consumo em papel cartão. Considera-se que o resultado apresentado atendeu o
pressuposto desta dissertação.
Conclui-se que esta pesquisa contribuiu para o tema da Inovação no projeto
de embalagens, podendo ser utilizada para trabalhos acadêmicos e por especialistas
que atuam na área de desenvolvimento como um instrumento para auxiliar no
fomento da inovação em embalagens de consumo em papel cartão.
Como trabalho futuro, pretende-se continuar a pesquisa aqui proposta, tanto
no sentido de verificar a incidência de inovação (ausência ou intensidade do fator),
utilizando outros métodos de pesquisa, quanto a estendê-la a todos os tipos de
materiais utilizados na fabricação de embalagens.
157
REFERÊNCIAS
3M. Inovação. Disponível em: <http://www.3minovacao.com.br/blog/acontece-por-ai/2013/10/25/como-a-3m-usa-o-design-como-plataforma-de-inovacao/>. Acesso em: 25 nov. 2013.
ALIMENTÍCIAS. Guia da embalagem sustentável. Disponível em: <http://alimenticias-portugal.blogspot.com.br/2011/09/guia-da-embalagem-sustentavel.html>. Acesso em: 12 jun. 2013.
AMBIENTE DESIGN. Processos de impressão . Disponível em: <http://www.um.pro.br/index.php?c=/sistemas/processos>. Acesso em: 10 jun. 2013
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMBALAGEM – ABRE. Disponível em: <http://www.abre.org.br>. Acesso em: 10 jan. 2014.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMBALAGEM – ABRE. Prêmio Abre em Design de Embalagem. Disponível em: <http://www.premioabre.org.br>. Acesso em: 20 abr. 2014.
BAER, Lorenzo. Produção gráfica . São Paulo: Senac São Paulo, 1999.
BAG-IN-BOX. Disponível em: <http://www.diariodovinho.com/2012/01/bag-in-box-uma-alternativa-viavel.html>. Acesso em: 11 dez. 2013.
BANN, David. Novo manual de produção gráfica . Porto Alegre: Bookman, 2010.
BERGMILLER, K.H. et al. Manual para planejamento de embalagens. Rio de Janeiro: MIC-STI/IDI/MAM-RJ, 1976.
BEZERRA, Charles. A máquina de inovação : mentes e organizações na luta por diferenciação. Porto Alegre: Bookman, 2011.
BEZERRA, Charles. O designer humilde . São Paulo: Rosari, 2008.
BONSIEPE, Gui. Design como prática de projeto . São Paulo: Blucher, 2012.
BONSIEPE, Gui. Design, cultura e sociedade . São Paulo: Blucher, 2011.
BONSIEPE, Gui. Metodologia experimental : desenho industrial. Brasília: CNPQ, 1984.
CALVER, Giles. O que é design de embalagens? Porto Alegre: Bookman, 2009.
158
CAMARGO, Eleida Pereira de. Produção gráfica. In: CAMILO, Assunta (Org.). Embalagens: design, materiais, processos, máquinas e sustentabilidade. Barueri: Instituto de Embalagens, 2011. p. 39-43.
CAMILO, Assunta Napolitano. Embalagens de papelcartão, papel e microondulado . Barueri: Instituto da embalagem, 2009.
CAMILO, Assunta Napolitano. O mercado de embalagem no Brasil e no mundo. In: CAMILO, Assunta (Org.). Embalagens: design, materiais, processos, máquinas e sustentabilidade. Barueri: Instituto de Embalagens, 2011. p.31-34.
CAPES. Cursos recomendados . Disponível em: <http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesquisarIes&codigoArea=61200000&descricaoArea=&descricaoAreaConhecimento=DESENHO+INDUSTRIAL&descricaoAreaAvaliacao=ARQUITETURA+E+URBANISMO >. Acesso em: 10 out. 2013.
CARVALHO, Maria Aparecida. Engenharia de embalagens : uma abordagem técnica do desenvolvimento de projetos de embalagem. São Paulo: Novatec, 2008.
CAVALCANTI, Pedro. História da embalagem no Brasil. São Paulo: Grifo Projetos Históricos e Editoriais, 2006.
CHRISTENSEN, Clayton M. O dilema da inovação : quando novas tecnologias levam a empresas ao fracasso. São Paulo: Makron, 1997.
COELHO, Luiz Antonio L. (Org.). Conceitos-chave em design. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2011.
COLLARO, Antonio Celso. Produção visual e gráfica. São Paulo: Summus, 2005.
DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. São Paulo: Thomson Learnig, 2005.
EMBALAGEM REUTILIZÁVEL. Disponível em: <http://www.coletivoverde.com.br/dicas-sustentabilidade-design-grafico/>. Acesso em: 08 dez. 2012.
EMBALAGEM SUSTENTÁVEL. Disponível em: <http://embalagemsustentavel.com.br/2011/10/18/sabonete-greenvana-com-embalagem-feita-com-papel-semente/>. Acesso em: 17 nov. 2013.
FERNANDES, Amaury. Fundamentos de produção gráfica para quem não é produtor gráfico. Rio de Janeiro: Rubio, 2003.
159
FERRADOR, Tatiana. A história da embalagem no Brasil. In: CAMILO, Assunta (Org.). Embalagens: design, materiais, processos, máquinas e sustentabilidade. Barueri: Instituto de Embalagens, 2011. p. 27-30.
FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As pesquisas denominadas “estado da arte”. Educação e Sociedade, São Paulo, ano 23, n.79, p. 257-272, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2010.
GURGEL, Floriano do Amaral. Administração da embalagem. São Paulo: Thomson, 2007.
HAYASAKI, Margaret. O mercado de embalagem de papel cartão. In: CAMILO, Assunta (Org.). Embalagens de papelcartão, papel e microondulado. Barueri: Instituto de Embalagens, 2009.
KLEENEX. Disponível em: <http://images.businessweek.com/ss/08/09/0918_best_ brands/75.htm>. Acesso em: 12 dez. 2013.
KOTLER, Philip; TRIAS DE BES, Fernando. A bíblia da inovação . São Paulo: Leya, 2011
LOGISMARKET. Software de embalagens . Disponível em: <http://www.logismarket.ind.br/navigation/search/SearchTextualAction.do?sp=true&searchParam=tipos%20de%20embalagens%20paletiza%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 10 jun. 2013.
MANZINI, Ezio. O desenvolvimento de produtos sustentáveis . São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 366 p.
MARCONDES, Cláudio. Aplicações em Nanotecnologia. In: CAMILO, Assunta (Org.). Embalagens : design, materiais, processos, máquinas e sustentabilidade. Barueri: Instituto de Embalagens, 2011. p. 145-146.
MATTOS, José Fernando; STOFFEL, Hiparcio Rafael; TEIXEIRA, Rodrigo de Araújo. Mobilização empresarial pela inovação : cartilha: gestão da inovação. Brasília: Confederação Nacional da Indústria, 2010.
MESTRINER, Fabio. Design de embalagem : curso avançado. São Paulo: Pearson Makron Books, 2002.
MESTRINER, Fabio. Design de embalagem : curso básico. São Paulo: Pearson Makron Books, 2002.
MESTRINER, Fabio. Embalagem. Design gráfico . São Paulo, ano 11, n. 94, p.44-
160
47, 2007.
MESTRINER, Fabio. Gestão estratégica de embalagem . São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MESTRINER, Fabio. O design no setor da embalagem. In: SENAI SP. Aspectos do design II: textos compilados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (São Paulo). São Paulo: SENAI SP, 2012.
MOZOTA, Brigitte Borja de. Gestão de design : usando o design para construir valor de marca e inovação corporativa. Porto Alegre, 2011.
NEGRÃO, Celso. Design de embalagem : do marketing à produção. São Paulo: Novatec, 2008.
NEWARK, Quentin. O que é design gráfico? Porto Alegre: Bookman, 2009.
OECD. Manual de Oslo : diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. São Paulo: FINEP, 1997.
OLIVEIRA, Marina. Produção gráfica para designer . Rio de Janeiro: 2AB, 2002.
PELTIER, Fabrice. A água : fonte de inovações. São Paulo: Senac, 2009.
PELTIER, Fabrice. A lata : solução de futuro. São Paulo: Senac, 2009.
PELTIER, Fabrice. Design sustentável : caminhos virtuosos. São Paulo: Senac, 2009.
PEREIRA, José Luis. Planejamento de embalagens em papel. Rio de Janeiro: 2AB, 2003.
PUC/RIO. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.dbd.puc-rio.br/pergamum/biblioteca/index.php?resolution2=1024_1&tipo_pesquisa=&filtro_bibliotecas=&filtro_obras=&word=>. Acesso em: 20 nov. 2013.
REVISTA EMBALAGEM E TECNOLOGIA. Entrevista presidente Heildelberg . Disponível em: <http://www.embalagemetecnologia.com.br/artigos/2012/012_ed012_papel_cartao/index.htm>. Acesso em: 08 dez. 2012.
REZENDE, Lívia Lazzaro. A circulação de imagens no Brasil Oitocentista: uma história com marca registrada. In: CARDOSO, Rafael (Org.). O design Brasileiro
161
antes do design: aspectos da história gráfica. São Paulo: Cosac Naify, 2005. p. 20-57
SANTOS, Aguinaldo; KISTMANN, Virginia; ONO, Maristela. Modelo de referência para a estrutura de capítulos de dissertações/Teses. In: WESTIN, Denise; COELHO, Luiz Antonio (Org.). Estudo e prática de metodologia em design nos curso s de pós-graduação. Rio de Janeiro: Novas ideias, 2011. p.122-144.
SCARPETA, Eudes. Processos de impressão para papel cartão. In: CAMILO, Assunta (Org.). Embalagens de papel cartão, papel e micro-ondulado. Barueri: Instituto de Embalagens, 2009. p.133-138.
SCHERER, Felipe Ost. Gestão da inovação na prática : como aplicar conceitos e ferramentas para alavancar a inovação. São Paulo: Atlas, 2009.
SCHUMPETER, Joseph Alois. A teoria do desenvolvimento econômico . São Paulo: Abril cultural, 1982.
SKOL. Disponível em: <http://www.skol.com.br >. Acesso em: 17 nov. 2013.
STRUNCK, Gilberto Luiz Teixeira Leite. Como criar identidades visuais para marcas de sucesso. 3 Edição. Rio de Janeiro: Rio Books, 2007.
STRUNCK, Gilberto Luiz Teixeira Leite. Compras por impulso! Trade marketing, merchandising e o poder da comunicação e do design no varejo. Rio de Janeiro: 2AB, 2011.
TETRAPACK. Disponível em: <http://www.tetrapak.com/br/reciclagem/ciclo_de_vida_da_embalagem/mat%C3%A9ria_prima/Pages/default.aspx>. Acesso em: 17 nov. 2013.
TIDD, Joe; BESSANT, John; PAVITT, Keith. Gestão da inovação . 3. ed. Porto Alegre: Bookman, 2008.
UAM. Universidade Anhembi Morumbi. Disponível em: <http://blogs.anhembi.br/ppgdesign/?page_id=437>. Acesso em: 21 nov. 2013.
UERJ/ESDI. Universidade Estadual do Rio de Janeiro . Disponível em: <http://www.bdtd.uerj.br/tde_busca/resultado-tdes-prog.php?ver=25&programa=25& ano_inicio=&mes_inicio=&mes_fim=12&ano_fim=2012&grau=Todos>. Acesso em: 20 dez. 2013.
UFPE. Universidade Federal de Pernambuco. Disponível em: <http://www.ufpe.br/ppgdesign/index.php?option=com_content&view=article&id=347&Itemid=249>. Acesso em: 25 nov. 2013.
162
UFPR. Universidade Federal do Paraná . Disponível em: <http://www.humanas.ufpr.br/portal/ppgdesign/publicacoes/>. Acesso em: 28 nov. 2013.
UFRGS. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/12912/filter-search?date.Year=&mimetype=[A+TO+Z]&title=&submit=go&ANY=&tdautor=&page=2&keyword=&language=&tdorientador=&nivel=http://www.pgdesign.ufrgs.br/?pg=paginas|producao-html >. Acesso em: 20 dez. 2013.
UFSC. Universidade Federal de Santa Catarina. Disponível em: <http://www.posdesign.ufsc.br/>. Acesso em: 20 dez. 2013.
UNESP/BAU. Universidade de São Paulo – Campos Bauru. Disponível em: <http://www.faac.unesp.br/#119,119>. Acesso em: 20 dez. 2013.
UNIRITTER. Centro Universitário Ritter dos Reis. Disponível em: <http://www.um.pro.br/prod/ >. Acesso em: 20 jan. 2014.
UNIRITTER. Mestrado . Linhas de Pesquisa. Design, moda e inovação. Disponível em: <http://www.uniritter.edu.br/pos/mestrado_design>. Acesso em: 20 jan. 2014.
UNISINOS. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Disponível em: <http://www.unisinos.br/mestrado-e-doutorado/design/presencial/porto-alegre/teses-e-dissertacoes >. Acesso em: 20 jan. 2014.
VAPSA. Disponível em: <http://www.vapza.com.br/produtos>. Acesso em: 17 nov. 2013.
VERGANTI, Roberto. Design-driven innovation : mudar as regras da competição: a inovação radical do significado de produtos. São Paulo: Canal certo, 2012.
WMR EMBALAGENS. Embalagens duplex e triplex. Disponível em: <http://www.wmrembalagens.com.br/caixas_em_duplex__triplex_.php>. Acesso em: 19 jun. 2013.
ANEXO A – TABELA DAS DISSERTAÇÕES EM EMBALAGEM NO DESIGN
N°
ANO TÍTULO DO TRABALHO PALAVRAS CHAVE LINHA DE PESQUISA OBJETIVO DA PESQUISA LOCAL INSTITUIÇÃO ENSINO
1 2003 Do origami tradicional ao origami arquitetônico: uma trajetória histórica e técnica do artesanato oriental em
papel e suas aplicações no design contemporâneo
Origami; kirigami;, origami arquitetônico; educação; desenho de produtos; design.
Ergonomia e planejamento de produto.
O objetivo deste trabalho é resgatar algumas formas das artes de origami e verificar as possibilidades de exploração e utilização como instrumento diferencial para o designer.
São Paulo UNESP/BAU
2 2003 Do projeto gráfico e ideológico: a impressão da nacionalidade em rótulos oitocentistas brasileiros
Rótulos do século XIX; imagem do índio; modernidade; identidade Nacional; história do
design brasileiro; análise gráfica.
Design: comunicação, cultura e artes.
Recuperar parte da nossa cultura material e apontar novas propostas de entendimento e de narrativa para a nossa própria história hoje em dia.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
3 2005 Intervenção do design na recuperação de tampas de garrafas
Embalagens; lixo; plásticos; reaproveitamento; garrafas plásticas; desenho industrial.
Ergonomia e usabilidade e interação humano-
computador.
Este trabalho tem por objetivo analisar a intervenção do design na recuperação de tampas de garrafas e outras pequenas peças plásticas. O design pode atuar como agente transformador que intervém para redirecionar o descarte, estimular a devolução e facilitar a recuperação de
embalagens plásticas e suas peças, rotuladas inadequadamente como descartáveis.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
4 2005 A construção do significado nas imagens da campanha antitabagista: um estudo de caso das embalagens de cigarro disponíveis no mercado
nacional a partir de fevereiro de 2002.
Design; comunicação e semiótica; fotografia; imagem
Design: comunicação, cultura e artes.
Este trabalho pretende oferecer aos designers alguns subsídios para a utilização de imagens fotográficas de forma consciente e coerente com os objetivos comunicacionais do projeto.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
5 2006 Advertências visuais: uma análise da compreensão dos rótulos de risco pela ótica da ergonomia
informacional.
Advertências visuais; rótulos de risco; ergonomia informacional produtos perigosos; pictogramas.
Ergonomia e usabilidade e interação humano-
computador.
Determinar uma melhor maneira de transmitir uma mensagem de risco através dos rótulos, entendendo a relação entre as cores e as palavras, e a adequação dos pictogramas para
representar cada produto.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
6 2007 Análise e proposta de elaboração de rótulo de embalagem de agrotóxicos (herbicida) por meio de
metodologia de design ergonômico
Intoxicação; legibilidade; segurança no trabalho agrícola
Ergonomia e planejamento de produto.
Este trabalho propõe a reelaboração do rótulo de embalagem de agrotóxico herbicida (tarja verde) por meio de uma metodologia de design ergonômico.
São Paulo UNESP/BAU
7 2007 PUPPET bonecos de PET e outros materiais descartados
Ergodesign; embalagens PET; boneco; títere; personagens; linguagem visual; reaprovação
criativo; design sustentável; reciclagem
Tecnologia, educação e sociedade.
O presente estudo trata da contribuição do designer na concepção de personagens/bonecos, tendo como principal conceito o reaproveitamento de embalagens PET e outros materiais
descartados.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
8 2008 Diretrizes para o design de embalagens em papelão ondulado movimentadas entre as empresas com
base em sistemas produto-serviço.
Embalagem B2B; papelão ondulado; sistemas produtos serviço; diretrizes do design.
Design de sistemas de produção e utilização.
Esta dissertação trata do papel do design como atividade que favoreça a sustentabilidade ambiental de embalagens de papelão ondulado movimentada entre empresas (B2B), e
propõe o uso de diretrizes de projeto baseadas em sistemas produtos/serviços.
Paraná UFPR
9 2008 O uso de grés no design cerâmico de embalagens para cosméticos.
Design cerâmico; design de embalagens; gestão do design
Design de sistemas de produção e utilização.
O objetivo deste trabalho é propor a utilização do grés que é um produto cerâmico, na fabricação de embalagens como fonte de inovação beneficiando os segmento cerâmico e de
embalagens.
Paraná UFPR
10 2008 A comunicação de embalagens de produtos alimentícios para deficientes visuais.
Design de produto; deficientes visuais; embalagens; desenho industrial; aspectos sociais.
Ergonomia e planejamento de produto.
O objetivo principal desta pesquisa foi comprovar, por meio da pesquisa experimental com 20 deficientes visuais, como são os reconhecimentos dos produtos, as dificuldades encontradas
para identificá-los devido à relevância do design visual que limita outros sentidos de percepção.
São Paulo UNESP/BAU
11 2008 Análise de rótulos de agrotóxicos segundo dados exigidos pela legislação federal de agrotóxicos e afins
e de acordo com parâmetros de legibilidade tipográfica.
Ergonomia; design; pictogramas. Ergonomia e planejamento de produto.
O presente trabalho tem por objetivo analisar os problemas relativos à leitura e compreensão dos rótulos e bulas de agrotóxicos.
São Paulo UNESP/BAU
12 2008 A questão das embalagens e sua relação com a sustentabilidade.
Sustentabilidade; embalagens; lixo; impacto ambiental; meio ambiente.
Tecnologia, educação e sociedade.
Este trabalho busca compreender as principais relações estabelecidas com o sistema de embalagens de nosso cotidiano. O modo como as consumimos, utilizamos, descartamos e
também as suas implicações na percepção de valores.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
13 2009 Diretrizes para um programa de gestão em design com foco em produtos alimentícios de grupos
produtivos familiares. A ótica do consumidor e do design.
Grupos produtivos familiares; gestão de design; consumidor; competitividade; diferenciação;
sustentabilidade.
Gestão estratégica do design.
O presente estudo tem como objetivo principal o desenvolvimento de diretrizes para um programa de gestão em design, focado em produtos alimentícios de grupos produtivos
familiares, sob a ótica do consumidor e do design.
Santa Catarina
UFSC
14 2009 Embalagem para produtos da fruticultura: uma reflexão em torno de norma, matéria, forma e uso das
embalagens para fruticultura na sociedade contemporânea.
Design; embalagem; fruticultura; pensamento sistêmico; sustentabilidade.
Ergonomia e planejamento de produto.
Esta pesquisa fundamenta-se em uma reflexão sobre as atuais embalagens de produtos da fruticultura, as normas que condicionam os formatos e seus materiais, num contexto do
design moderno. Objetiva-se uma reflexão sobre as atuais embalagens deste gênero, as quais são submetidas uma série de normas pelo entrepostos fiscais, que nem sempre são
cumpridas no contexto de uma cultura defronta com a sustentabilidade.
São Paulo UNESP/BAU
15 2010 Design de advertência: contribuições para a reciclagem no Brasil com foco na rotulagem de
embalagens.
Reciclagem; embalagem; design Produtos industriais; gráficos e sistemas
visuais.
Esta dissertação objetiva contribuir para o aperfeiçoamento da reciclagem no Brasil. Rio Grande do Sul
UFRGS
16 2010 Processo criativo para o design virtual de embalagens
Metodologia; design virtual de embalagem; softwares de modelagem 3D
Produtos industriais; gráficos e sistemas
visuais; design virtual.
O objetivo deste trabalho é sistematizar o processo criativo virtual de embalagens, utilizando softwares de modelagem 3D como ferramentas de apoio à criação e materialização da ideia.
Rio Grande do Sul
UFRGS
17 2010 Inserção da técnica de origami no processo de projetação de embalagens.
Design; origami; embalagem; método projetual; workshop
Processo de projetação para inovação.
Este trabalho tem por objetivo avaliar a influência da inserção da técnica de origami no processo de projetação de embalagens.
Rio Grande do Sul
UNISINOS
18 2010 Do cachaço à branquinha: um estudo histórico e gráfico dos rótulos de cachaça Pernambucanos.
Cachaça; rótulos; análise gráfica; pesquisa etnográfica
Design, tecnologia e cultura.
Objetiva-se com esta pesquisa aprofundar o conhecimento sobre as dinâmicas de representação gráfica, bem como os canônes gráficos, relativos aos rótulos de cachaça
pertencentes ao estado de Pernambuco representativos da década de 1950 e anos 2000.
Pernambuco UFPE
19 2011 Design estratégico e inovação para o desenvolvimento de embalagens ecossustentáveis.
Design estratégico; culturas híbridas; cidade; identidade; cenários
Processo de projetação para inovação.
O objetivo do trabalho é avaliar a aplicação do design estratégico sob o ponto de vista técnico e criativo no processo de desenvolvimento de embalagens sustentáveis para
produtos de alimentação do extremo oeste de Santa Catarina.
Rio Grande do Sul
UNISINOS
20 2011 Linguagem visual e cultura de consumo no design de embalagens.
Embalagem; consumo; linguagem visual; comunicação visual.
Teoria, história e crítica do design.
Este trabalho tem como objetivo abordar o design de embalagem, atentando-se para a construção de sua linguagem visual, no que se refere à concepção e estruturação da
comunicação da embalagem.
São Paulo UAM
21 2011 Design de embalagem: a legibilidade pelo usuário idoso.
Design; embalagem; rótulo; idoso Ergonomia e planejamento de produto.
O objetivo desta investigação é verificar se o usuário idoso encontra dificuldades na leitura de embalagens.
São Paulo UNESP/BAU
22 2012 Texturas visuais em embalagens para cosméticos femininos: Um estudo de caso de um produto no
mercado.
Design de embalagem; design de superfície; design gráfico; percepção do consumidor.
Produtos industriais; gráficos e sistemas
visuais.
Esta dissertação tem como objetivo analisar a contribuição do design de superfície no design de embalagens, através do estudo da aplicação de texturas visuais em embalagens de
cosméticos femininos como fator de diferenciação em relação a produtos de uma mesma categoria.
Rio Grande do Sul
UFRGS
23 2012 Proposição de metodologia para o design de embalagem orientada à sustentabilidade
Design de embalagem; metodologia de projeto; sustentabilidade.
Projeto de artefatos. Este trabalho tem como objetivo principal propor um método para o design de embalagem que tenha como premissa a sustentabilidade ambiental, social e econômica com foco nos
produtos locais.
Rio Grande do Sul
UFRGS
24 2012 Método especialista de projeto de embalagem com foco no correto descarte e posterior reciclagem: um
caso para comunicar o correto descarte ao consumidor.
Design gráfico; sustentabilidade; metodologia projetual; embalagem.
Design, tecnologia e educação;
O objetivo deste trabalho é propor um projeto de metodologia considerando o mercado, cujo foco seja a comunicação da reciclagem e como requisito o correto descarte, conceito este
que contribui para o ciclo de vida da embalagem mais sustentável.
Rio Grande do Sul
UNIRITTER
25 2012 Embalagens e produtos para cuidado com as roupas: uma unidade da percepção ecológica no discurso dos
consumidores.
Consumo; produtos para o cuidado com a roupa; embalagens; sustentabilidade; design.
Tecnologia, educação e sociedade.
Esta dissertação tem como foco principal investigar de que maneira os consumidores avaliam os produtos disponíveis no mercado e quais critérios utilizam para efetuar sua
compra, limitando o estudo apenas aos produtos para cuidado com a roupa, com enfoque na sustentabilidade.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
26 2012 Proposta de um modelo integrado ao PDP para o desenvolvimento da embalagem
Embalagem; processo de desenvolvimento de produto; modelo integrado.
Projeto de artefatos; fabricação e materiais.
Este trabalho propõe um modelo de integração do processo de desenvolvimento de embalagem com o processo de desenvolvimento de produto, de forma a contribuir para a
melhoria do processo de desenvolvimento de embalagens para bens duráveis, aprimorando a adequação da embalagem às necessidades do produto que ela contém.
Rio Grande do Sul
UFRGS
27 2012 Perfume, história de design: o papel das embalagens no mercado brasileiro de perfumaria
Design; história; Brasil; perfume; embalagem História do design brasileiro.
Este trabalho tem por objetivo apresentar o papel do design no mercado brasileiro de perfumes.
Rio de Janeiro
UERJ (ESDI)
28 2012 A influência do design na aplicação de forças manuais para abertura de embalagens plásticas de
refrigerantes.
Ergonomia; design ergonômico; embalagem. Ergonomia e planejamento de produto
Este estudo teve como objetivo avaliar e analisar a influência do design na aplicação de forças manuais durante uma simulação de abertura de embalagens plásticas de refrigerante.
São Paulo UNESP/BAU
ANEXO B – TABELA DAS DISSERTAÇÕES EM INOVAÇÃO NO DESIGN
N° ANO TÍTULO DO TRABALHO PALAVRAS CHAVE LINHA DE PESQ UISA OBJETIVO DA PESQUISA LOCAL INSTITUIÇÃO ENSINO
1 1995 Uma nova concepção de produtos tendo como suporte a reciclagem de polímeros.
Não disponível Ergonomia e planejamento de produto
A atual pesquisa tem como objetivo principal a apresentação de um novo material que poderá substituir os tradicionalmente utilizados pelos profissionais da área de Desenho
Industrial na elaboração e execução de seus projetos. Trata-se de um agregado de resíduos plásticos, resistente e sem riscos de desagregação molecular, obtido por avançados centros
de reciclagem. Dentro desta proposta, realizou-se um projeto experimental no campo do mobiliário urbano.
São Paulo UNESP/BAU
2 2001 Hot-dog no fogão a lenha: inovações transformando o
gosto carioca.
Inovações tecnológicas, aspectos sociais, artes e design
Tecnologia, educação e sociedade
Analisa as questões morfológicas dos eletrodomésticos, referente à conservação e preparo dos alimentos, nas moradias de classe média carioca, entre as décadas de 30 e 60.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
3 2006 Design, inovação e arranjos produtivos moveleiros
das microempresas: o caso dos polos pernambucanos.
Globalização, micro e pequenas empresas, design, inovação, setor moveleiro, arranjos
produtivos locais Design, tecnologia e cultura Contribuir para o estímulo do desenvolvimento da cultura de inovação e design nas micro e
pequenas empresas, especialmente aquelas inseridas em arranjos produtivos locais. Pernambuco UFPE
4 2006 Bordado como assinatura: tradição e inovação do
artesanato na comunidade de Barateiro - Itapagé/CE
Artesanato, design, bordados, tradição, cultura, comunidade rural
Design: comunicação, cultura e artes.
Estudar as questões socioculturais da comunidade de Barreiro/CE, focalizando os processos de criação dos bordados produzidos na comunidade e o propósito de reinventar as tradições
artesanais.
Rio de Janeiro
PUC/RIO
5 2006 A gestão de design como ferramenta estratégica para MPEs do vestuário de moda: um estudo de caso na
região de Londrina.
Gestão de design, moda, micro e pequenas empresas.
Ergonomia e planejamento de produto
Avaliar as contribuições da Gestão de Design, em nível estratégico e operacional, como uma ferramenta estratégica para competitividade das micro e pequenas empresas do vestuário de
moda, no âmbito industrial. São Paulo UNESP/BAU
6 2006 A gestão de design como diferencial competitivo em micro empresas do setor moveleiro.
Gestão de design, competitividade, estratégias, micro e pequenas empresas
Ergonomia e planejamento de produto
Esta dissertação tem como objetivo estabelecer ações práticas para a implementação da Gestão de Design em pequenas empresas do setor moveleiro. São Paulo UNESP/BAU
7 2008 Gestão de design em indústrias de produtos de uso:
um estudo de caso na Companhia Industrial de Vidros - CIV
Desenho (projeto), design, gestão de design, produtos industriais
Design, tecnologia e cultura Esta dissertação tem por objetivo, analisar a gestão do design no ambiente de indústrias de produtos de uso, a partir do confronto de um modelo de gestão de design com a Companhia
Industrial de vidros de Pernambuco - CIV Pernambuco UFPE
8 2008 O uso de grés no design cerâmico de embalagens para cosméticos.
Design cerâmico; design de embalagens; gestão do design
Design de sistemas de produção e utilização.
O objetivo deste trabalho é propor a utilização do grés que é um produto cerâmico, na fabricação de embalagens como fonte de inovação beneficiando o segmento cerâmico e o de
embalagens. Paraná UFPR
9 2009 Design e inovação no segmento médico-hospitalar: um estudo da indústria de equipamentos.
Design, inovação, equipamentos médico-hospitalares
Processo de projetação para inovação
Esta dissertação tem como propósito reduzir a lacuna da escassez de literatura sobre o desenvolvimento de produtos hospitalares, avaliando os processos de design de inovação.
Rio Grande do Sul Unisinos
10 2009 Inovação no processo de design de joias através da modelagem 3D e da prototipagem rápida
Inovação, design de joias, modelagem 3D, prototipagem rápida
Tecnologia, educação e sociedade.
Avaliar as inovações que a modelagem 3D e a prototipagem rápida trazem para as empresas e os designers de joias que fazem uso desta tecnologia.
Rio de Janeiro PUC/RIO
11 2009 As forças da gestão do design nos níveis estratégico, tático e operacional: um estudo de caso na Eletrolux
do Brasil S/A
Gestão do design, inserção do design, forças do design, design e estratégia
Design de sistemas de produção e utilização
Este trabalho se constitui em uma investigação no campo da gestão do design, com respeito às suas forças e em relação aos seus níveis de inserção na organização: o estratégico, o funcional e o operacional. Para tal foi realizada uma pesquisa bibliográfica e um estudo de
caso, objetivando descrever as práticas da gestão do design capazes de gerar forças.
Paraná UFPR
12 2009 Tendências: recomendações para seu uso na gestão do design das MPEs produtoras de louça de mesa de
Campo Largo, Paraná
Gestão do design, pesquisa de tendências, louça de mesa, MPEs
Design de sistemas de produção e utilização
A proposta deste trabalho é propor recomendações para uso das pesquisas de tendências junto à gestão do design em micro e pequenas empresas – MPEs produtoras de louça de
mesa, localizadas em Campo Largo – PR. Paraná UFPR
13 2009 A prática sistêmica do design em comunidades tradicionais locais como forma de promoção de
inovações sociais: caso Guarda do Embaú
Design, gestão estratégica do design, abordagem sistêmica do design, Inovação
social, comunidade criativa Gestão estratégica do design O objetivo geral da presente dissertação é identificar e promover a inovação social em
comunidades tradicionais locais. Santa
Catarina UFSC
14 2010
Ecobriefing – ferramenta de levantamento da necessidade para o apoio ao desenvolvimento de
produtos inovadores com foco nas questões ambientais
Desenvolvimento de produtos, briefing, meio ambiente Design, tecnologia e cultura
Esta pesquisa vem defender a proposta de que as questões ambientais devem ser inseridas no inicio do projeto a fim de estabelecer uma relação satisfatória, ao longo da vida útil, entre
o produto e o meio ambiente. Propõe uma ferramenta de apoio ao desenvolvimento de produtos orientados ao meio ambiente.
Pernambuco UFPE
15 2010 Inovação orientada pelo design: o caso da indústria de confecção de artigos do vestuário no Rio Grande
do Sul
Design, inovação, aprendizagem, indústria de confecção de artigos de vestuário, setor
T&C
Processo de projetação para inovação
Analisar a predisposição cultural de um grupo de médias e grandes indústria de confecções de artigos de vestuário localizadas no RS para inovar através do design.
Rio Grande do Sul Unisinos
16 2010 Contribuições do design estratégico para o fomento de inovações no polo moveleira da serra gaúcha.
Inovação, design, design estratégico, desenvolvimento de novos produtos, setor
moveleiro.
Processo de projetação para inovação
Identificar contribuições do design estratégico para o fomento de inovações no segmento de móveis residenciais de madeira – retilíneos seriados – do setor moveleiro gaúcho.
Rio Grande do Sul Unisinos
17 2010 Design como estratégia de gestão: a importância do designer de moda para as empresas do vestuário de
Cianorte. Design, moda, estratégia, gestão Teoria, história e crítica do
design Explicitar a importância do design para as empresas de moda de Cianorte, assim como o
nível de relevância dada ao designer pelos empresários da região. São Paulo UAM
18 2011 Cenários futuros sustentáveis para o design: criando ambientes para a concepção de produtos inovadores
baseados na sustentabilidade.
Design, cenários futuros, inovação, sustentabilidade, moda
Tecnologia, educação e sociedade.
Esta dissertação propõe o desenvolvimento de um método de cenários futuros adequado ao design com foco na sustentabilidade. Visa promover uma visão critica do contexto atual e futuro do projeto motivando o desenvolvimento inovador dentro do paradigma sustentável.
Rio de Janeiro PUC/RIO
19 2011 Design de serviços, comunicação e inovação social:
um estudo sobre serviços de atenção primária à saúde,
Design de serviços, inovação social, serviços de saúde pública
Tecnologia, educação e sociedade.
Investiga a contribuição do design para a inovação social dos serviços públicos de atenção primária à saúde
Rio de Janeiro PUC/RIO
20 2011 Política de design para o fomento da inovação na cadeia de valor têxtil/confecção de moda de Santa
Catarina
Moda, política de design, integração, universidade-empresa, cadeia têxtil,
Inovação
tecnologia, educação e sociedade.
propõe uma sistemática participativa para propor políticas de design convergentes entre universidade e empresa, para o fomento da inovação no setor têxtil catarinense
Rio de Janeiro PUC/RIO
21 2011 Design e tecnologia: resgatando ícones de inovação para escritórios via arqueologia industrial.
Arqueologia industrial, design de produto, inovação, móveis para escritório produtos industriais; Mostra como a arqueologia industrial pode ser utilizada para resgatar ícones, mais
especificamente do design. Rio Grande
do sul UFRGS
22 2011 Design-driven inovation no processo de
desenvolvimento de novos produtos: o design como agente de inovação de significados.
Design, inovação, tendências, novos produtos
Processo de projetação para inovação Estudar a aplicabilidade do design inovation no contexto nacional.
Rio Grande do sul Unisinos
23 2011 Design estratégico e inovação para o desenvolvimento de embalagens ecossustentáveis.
Design estratégico; culturas híbridas; cidade; identidade; cenários
Processo de projetação para inovação
O objetivo do trabalho é avaliar a aplicação do design estratégico sob o ponto de vista técnico e criativo no processo de desenvolvimento de embalagens sustentáveis para
produtos de alimentação do extremo oeste de Santa Catarina.
Rio Grande do sul
Unisinos
24 2011
Inovação no processo de desenvolvimento de novos produtos de uma empresa fabricante de alto-falantes a partir do design estratégico: formalização de uma
etapa metaprojetual
Design estratégico, metaprojeto, processo de desenvolvimento de novos produtos,
inovação
Processo de projetação para inovação
Aborda o processo de desenvolvimentos de novos produtos em uma industria de autofalantes com o obejtivo de analisar e propor alterações nestes processos visando
incrementar o potencial de inovação e competitividade na empresa com o uso das ferramentas de design estratégico.
Rio Grande do sul Unisinos
25 2012 A inserção do design estratégico no processo de inovação no desenvolvimento de produtos.
Processo de inovação, desenvolvimento de novos produtos e design estratégico
Processo de projetação para inovação
Analisar o desenvolvimento de produto pela ótica do design estratégico e suas ferramentas e propor um modelo de desenvolvimento dentro de uma empresa metal mecânica.
Rio Grande do sul Unisinos
26 2012 Inovação e design em empresas: uma análise dos métodos utilizados por reconhecidos escritórios de
design no Rio Grande do Sul
Inovação, processos de design, design estratégico
Processo de projetação para inovação
Compreender os métodos e processos criativos de três escritórios de design no Rio grande do Sul, através de uma análise descritiva, perceber o que faz com que eles se destacam no
contexto de inovação.
Rio Grande do sul Unisinos
27 2012 O design Thinking como abordagem para gerar
inovação. Design Thinking, inovação em design,
métodos de design, processos de design Teoria, história e crítica do
design Investigar o design thinking como abordagem para gerar inovação. São Paulo UAM
28 2012 Contribuições do design estratégico no processo de inovação de uma empresa moveleira do Rio Grande
do Sul.
Design estratégico, centro de design, sistema-produto, indústria de móveis
Materiais e processos de fabricação; produtos industriais;
Identificar as contribuições do design estratégico no processo de inovação de uma empresa da indústria moveleira do Rio Grande do Sul.
Rio Grande do sul UFRGS
29 2012 Design Thinking como um conjunto de procedimentos para a geração da inovação: um estudo de caso no
projeto G3
Design thinking, habilidades do design, Design e negócios, inovação Inovação Este projeto apresentou em sua essência, relações construídas entre a pesquisa acadêmica
e a aplicação prática de mercado, onde foram encontradas as consonâncias com a inovação. Rio Grande
do sul Uniritter
30 2012 Inovação da sala de aula pela perspectiva do design
estratégico: repensando o uso das tecnologias digitais para a experiências de aprendizagem.
Inovação da sala de aula, design estratégico, experiências de aprendizagem,
tecnologias digitais.
Processo de projetação para inovação
A presente pesquisa objetivou desenvolver, a partir da perspectiva do design estratégico, cenários para a inovação da experiência de aprendizagem em salas de aula de ensino
superior, levando em conta as possibilidades inaugurada pelas tecnologias digitais.
Rio Grande do sul Unisinos
31 2012 Inovação pelo design: Uma proposta para o processo de inovação através de workshops utilizando o design
thinking e o design estratégico.
Inovação pelo design, design thinking, criatividade, workshops
Processo de projetação para inovação
Investiga a contribuição dos métodos de design no processo criativo, base da inovação, a serem utilizados de forma modluar de workshops.
Rio Grande do sul Unisinos
32 2012 A representação gráfica como auxílio na identificação
de oportunidades de inovação: uma aplicação em IES´s
Representação gráfica, trabalho e design Inovação Este trabalho apresenta uma oportunidade de atuação do profissional do Design, em outros campos do saber, contribuindo para a geração de oportunidades de inovação.
Rio Grande do Sul Uniritter
33 2012 Design e cidadania: um estudo sobre projetos de suporte a novas práticas colaborativas cidadãs.
Práticas cidadãs, novas possibilidades colaborativas, consumo colaborativo,
couchsurfing
Tecnologia, educação e sociedade
Esta dissertação se ocupa do estudo de projetos de suporte ao que chama de novas práticas colaborativas cidadãs, ou seja, ações colaborativas voluntárias e cidadãs, viabilizadas pelas
novas tecnologias de informação e comunicação.
Rio de Janeiro PUC/RIO
34 2012 O conceito de projeto e a implementação de novos sistemas-produto.
Design estratégico, processo de projeto, conceito de projeto, gestão da inovação,
implementação
Processo de projetação para inovação
O design estratégico propõe um método projetual para o desenvolvimento de conceitos de projeto que posteriormente são transformados em produtos. Este percurso é explorado no
presente estudo buscando elucidar as características dos conceitos de projeto e as dificuldades no seu percurso de implementação.
Rio Grande do Sul UNISINOS
35 2012 Abordagem sistêmica com foco na gestão de design sustentável: O caso Nuovo design
Gestão do design, abordagem sistêmica do design, sustentabilidade Gestão estratégica do design
A pesquisa tem como objetivo avaliar a gestão de design em uma microempresa de design, com base em uma abordagem sistêmica do design e da empresa, com a finalidade de obter
resultados para orientá‐la para a sustentabilidade.
Santa Catarina UFSC
36 2012 O design thinking como enfatizador da gestão de
design em nível estratégico de uma empresa têxtil: o caso Marisol
Design thinking, design, gestão de design, inovação, Marisol, indústria têxtil Gestão estratégica do design Sistematizar como o design thinking pode contribuir para enfatizar o nível estratégico de
gestão de design da indústria têxtil alvo do estudo de caso. Santa
Catarina UFSC
37 2012 Gestão de design para sustentabilidade com foco na política nacional de resíduos sólidos.
Design sistêmico, gestão do design, sustentabilidade Gestão estratégica do design O objetivo geral da dissertação é elaborar uma proposta conceitual de incorporação de
conceitos e instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos na Gestão do Design. Santa
Catarina UFSC
ANEXO C – RELAÇÃO DE PALAVRAS-CHAVE – EMBALAGEM
Tabela 3 - Relação das palavras -chave separadas por subgrupos GESTÃO 2 N° PALAVRAS CHAVE TRABALHOS 44 Gestão do design 2 COMUNICAÇÃO 8 HISTÓRIA 3 1 Advertências Visuais 1 45 História 1 2 Comunicação 1 46 História do design brasileiro 1 3 Comunicação Visual 1 47 Rótulos do século XIX 1 4 Fotografia 1 MATERIAIS 2 5 Imagem 1 48 Plástico 1 6 Linguagem visual 2 49 Papelão ondulado 1 7 Semiótica 1 METODOLOGIA 12 DESIGN 23 50 Análise gráfica 2 8 Desenho industrial 1 51 Diretrizes de design 1 9 Desenho de produtos 1 52 Metodologia 1 10 Design 10 53 Método projetual 3 11 Design cerâmico 1 54 Modelo Integrado 1 12 Design de embalagens 3 55 Pensamento sistêmico 1 13 Design de superfícies 1 56 Sistemas produto serviço 1 14 Design ergonômico 1 57 Pesquisa etnográfica 1 15 Design estratégico 1 58 Processo de desenvolvimento produto 1 16 Design gráfico 2 OUTRAS 18 17 Design do produto 1 59 Títere 1 18 Design virtual de embalagens 1 60 Workshop 1 EMBALAGEM 19 61 Boneco 1 19 Embalagem/Embalagens 13 62 Cachaça 1 20 Embalagens 2B2 1 63 Cenários 1 21 Embalagens PET 1 64 Fruticultura 1 22 Garrafas plásticas 1 65 Origami 2 23 Rótulos 2 66 Origami Arquitetônico 1 24 Rótulos de risco 1 67 Kirigami 1 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE 16 68 Personagens 1 25 Aspectos sociais 1 69 Perfume 1 26 Brasil 1 70 Pictogramas 2 27 Cidade 1 71 Produtos para cuidado com a roupa 1 28 Competitividade 1 72 Produtos perigosos 1 29 Consumidor 1 73 Diferenciação 1 30 Consumo 2 74 Segurança no trabalho agrícola 1 31 Culturas híbridas 1 SUSTENTABILIDADE 17 32 Educação 2 75 Design sustentável 1 33 Grupos produtivos familiares 1 76 Ecodesign 1 34 Identidade 1 77 Impacto ambiental 1 35 Identidade Nacional 1 78 Intoxicação 1 36 Imagem do índio 1 79 Lixo 2 37 Modernidade 1 80 Meio ambiente 1 38 Percepção do consumidor 1 81 Sustentabilidade 6 ERGONOMIA/ACESSIBILIDADE 6 82 Reaproveitamento 1 39 Deficientes visuais 1 83 Reaproveitamento criativo 1 40 Ergonomia 2 84 Reciclagem 2 41 Ergonomia informacional 1 TECNOLOGIA 1 42 Idoso 1 85 Softwares de modelagem 3D 1 43 Legibilidade 1 TOTAL 127 Fonte: O autor
ANEXO D – RELAÇÃO DE PALAVRAS-CHAVE – INOVAÇÃO
Relação das palavras-chave separadas por subgrupos N° PALAVRAS CHAVE TRABALHOS 45 Novos produtos 1 DESIGN 46 46 Processos de inovação 1 1 Abordagem sistêmica do design 2 METODOLOGIA 7 2 Centro de design 1 47 Arqueologia industrial 1 3 Desenvolvimento novos prod. 3 48 Briefing 1 4 Desenho (projeto) 1 49 Conceito de projeto 1 5 Design 12 50 Metaprojeto 1 6 Design cerâmico 1 51 Proc.desenvolvimento de novos produtos 1 7 Design de embalagens 1 52 Processo de projetos 1 8 Design de jóias 1 53 Sistema de produto 1 7 Design de negócios 1 MODA 8 9 Design de produtos 1 54 Bordados 1 10 Design de serviços 1 55 Cadeia têxtil 1 11 Design estratégico 9 56 Ind. de confecção de artigos de vestuário 1 12 Design sistêmico 1 57 Indústria têxtil 1 13 Design thinking 4 58 Moda 4 14 Forçasdo design 1 MÓVEIS 4 15 Habilidades do design 1 59 Indústria de móveis 1 16 Inserção do design 1 60 Móveis para escritório 1 17 Métodos do design 1 61 Setor moveleiro 2 18 Política do design 1 OUTRAS 21 19 Processo de design 2 62 Arranjos produtivos locais 1 EDUCAÇÃO E SOCIEDADE 14 63 Artes 1 20 Aprendizagem 1 64 Artesanato 1 21 Aspectos sociais 1 65 Cenários futuros 1 22 Competitividade 1 66 Criatividade 1 23 Comunidade criativa 1 67 Couchsurfing 1 24 Comunidade rural 1 68 Equipamentos médico-hospitalares 1 25 Consumo colaborativo 1 69 Embalagens 1 26 Cultura 1 70 Implementação 1 27 Experiências de aprendizagem 1 71 Integração universidade-empresa 1 28 Globalização 1 72 Louças de mesa 1 29 Novas possib.colaborativas 1 73 Marisol 1 30 Pesquisa de tendências 1 74 Micro e pequenas empresas 1 31 Práticas cidadãs 1 75 Produtos industriais 1 32 Serviços de saúde pública 1 76 Representação gráfica 1 33 Tradição 1 77 Serviços de saúde pública 1 GESTÃO 14 78 Setor T&C 1 34 Estratégia 2 79 Tendência 2 35 Gestão 1 80 Trabalho 1 36 Gestão da inovação 1 81 Workshops 1 37 Gestão de design 9 SUSTENTABILIDADE 5 38 Gestão estratégica de design 1 82 Meio ambiente 1 INOVAÇÃO 22 83 Sustentabilidade 4 39 Inovação 14 TECNOLOGIA 3
40 Inovação da sala de aula 1 84 Modelagem 3D 1 41 Inovação em design 1 85 Prototipagem rápida 1 42 Inovação pelo design 1 86 Tecnologias digitais 1 43 Inovação social 2 TOTAL 144 44 Inovações tecnológicas 1
Fonte: O autor