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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E HUMANIDADES PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL IZABEL MARQUES MÉO REPORTAGENS VISUAIS: UMA NOVA POSSIBILIDADE PARA O JORNALISMO DIGITAL COM A FACILITAÇÃO GRÁFICA São Bernardo do Campo 2018

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL …tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1804/2/Izabel Marques Meo.pdf · informações” (MEGGS, 2009, p.10). Ao darmos início

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UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO, EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL

IZABEL MARQUES MÉO

REPORTAGENS VISUAIS:

UMA NOVA POSSIBILIDADE PARA O JORNALISMO DIGITAL COM

A FACILITAÇÃO GRÁFICA

São Bernardo do Campo

2018

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IZABEL MARQUES MÉO

REPORTAGENS VISUAIS:

UMA NOVA POSSIBILIDADE PARA O JORNALISMO DIGITAL COM

A FACILITAÇÃO GRÁFICA

Dissertação apresentada em cumprimento parcial às exigências do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social, da Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), para obtenção do grau de Mestre. Orientador: Prof. Dr. Roberto Joaquim de Oliveira (março de 2018 a agosto de 2018 e Profª Dra. Marli dos Santos (agosto de 2016 a dezembro de 2017)

São Bernardo do Campo

2018

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FICHA DE APROVAÇÃO

A Dissertação de Mestrado intitulada: REPORTAGENS VISUAIS: UMA NOVA POSSIBILIDADE PARA O JORNALISMO DIGITAL COM A FACILITAÇÃO GRÁFICA, elaborada por IZABEL MARQUES MÉO foi apresentada e aprovada Summa Cum Laude em 26 de setembro de 2018, perante banca examinadora composta pelo Prof. Dr. Roberto Joaquim de Oliveira (Presidente/UMESP), Prof. Dr José Reis Filho (Titular/UMESP), Profa. Dra Ana Carolina Rocha Pessoa Temer.

________________________________________ Prof. Dr. Roberto Joaquim de Oliveira

Orientador e Presidente da Banca Examinadora

________________________________________

Prof. Dr. Luiz Alberto de Farias Coordenador do Programa de Pós-Graduação

Programa: Pós-Graduação em Comunicação

Área de Concentração: Ciências Sociais Aplicadas – Comunicação Social

Linha de Pesquisa: Comunicação Midiática, Processos Comunicacionais e Práticas

socioculturais

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FICHA CATALOGRÁFICA

M53r Méo, Izabel Marques

Reportagens visuais: uma nova possibilidade para o jornalismo

digital com a facilitação gráfica / Izabel Marques Méo. 2018.

182 p.

Dissertação (Mestrado em Comunicação Social) --Escola de

Comunicação, Educação e Humanidades da Universidade Metodista

de São Paulo, São Bernardo do Campo, 2018.

Orientação de: Roberto Joaquim de Oliveira; Marli dos Santos.

1. Comunicação visual 2. Jornalismo digital 3. Infografia I.

Título.

CDD 302.2

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Dedico este trabalho às minhas avós e aos meus avôs:

Ernesta, Izabel, Mattia e Elias. Por tudo o que representam

para mim.

Dedico também às minhas mestras e mestres do Programa de

Pós-Graduação na Universidade Metodista com quem tive o

prazer (e a sorte) de conviver e aprender.

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida e pelas oportunidades em meu caminho para que

eu chegasse até aqui.

Aos meus pais, Elias e minha mãe Célia, e à minha amada irmã Bianca pela

melhor estrutura familiar que eu poderia ter.

Ao meu melhor amigo, companheiro, amante e conselheiro, Rafael. Sem você

eu não teria sequer começado.

Aos amigos e amigas incríveis que tive a chance de conhecer nesses dois

anos como mestranda, em especial: Carlos Humberto Ferreira Junior, Keila Baraçal,

Bárbara Mello, Angela Miguel, Kátia Bizan e Nathália Cunha.

Aos demais alunos e alunas do Programa de Pós-Graduação que, a cada

aula, a cada seminário, a cada evento, me ensinaram e compartilharam problemas e

soluções. Todos moram em meu coração.

Aos incríveis professores e professoras do programa de Pós-Graduação em

Comunicação Social entre os anos de 2016 e 2017. Agradeço por cada aula, cada e-

mail, cada incentivo, cada convite para eventos, cada sugestão, cada nota.

À professora Marli dos Santos que me acolheu como sua orientanda no início

da minha trajetória, e que hoje, após nossa separação forçada, tenho a honra de

chamar de amiga.

Ao professor Roberto Joaquim, que também me acolheu como orientanda e

fez as melhores sugestões possíveis para que meu trabalho seguisse.

À CAPES, pelo incentivo financeiro para a realização da pesquisa.

Este trabalho só foi possível graças a muitas mãos e corações.

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“Já que pouca vida nova pode surgir sem que ocorra

um declínio na que havia antes, os amantes que

insistirem em tentar manter tudo num apogeu

psíquico cintilante passarão seus dias num

relacionamento cada vez mais mumificado. O desejo

de forçar o amor a prosseguir somente no seu

aspecto mais positivo é o que faz com que o amor

acabe morrendo, e para sempre".

Clarissa Pinkola Estes - Mulheres que Correm com

Lobos

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RESUMO

Este trabalho buscou compreender o uso da Facilitação Gráfica relacionada às narrativas jornalísticas no jornalismo digital brasileiro. Para isso, foi investigada a herança ancestral no hábito de escrever e registrar; também se observou o desenvolvimento do jornalismo visual e sua incidência no jornalismo digital; a Facilitação Gráfica foi apresentada como técnica assim como suas relações com a infografia. Os objetivos da pesquisa se ocuparam em construir uma taxonomia dos tipos de trabalhos produzidos no jornalismo digital brasileiros e mapear onde e como eles ocorrem. A metodologia utilizada foi a pesquisa bibliográfica associada à coleta e análise de dados qualitativos. Identificou-se que, no jornalismo digital, a Facilitação Gráfica se apresenta de uma forma midiatizada. Além da taxonomia que inaugura uma forma de classificar e analisar futuros trabalhos, outra contribuição da pesquisa é a criação e o emprego do termo “Facilitação Gráfica midiatizada”. Palavras-chave: Comunicação visual. Jornalismo digital. Infografia. Facilitação Gráfica. Facilitação gráfica midiatizada.

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ABSTRACT

This research aims to understand the use of graphic facilitation related to digital journalism narrative. For this was investigated the ancestral heritage of write and registrate something; also was observed the development of visual journalism and your influence at the digital journalism. The graphic facilitation was presented as a technique and your relations with infographics. The research goals are constructed a taxonomy about the types of works produced at digital journalism in Brazil and maped where and how this phenomenon appears. The methodology used was the bibliographical research associated to the collection of qualitative data. It was identified that, in digital journalism, the graphic facilitation presents itself in a mediatized way. In addition to the taxonomy that inaugurates a way to classify and analyze future works, another contribution of the research is the creation and use of the term "mediated graphic facilitation".

Keywords: Visual communication. Digital journalism. Infographics. Graphic facilitation. Mediated graphic facilitation.

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LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Facilitação Gráfica de Brandy Agerbeck para o discurso do presidente dos EUA,

Barack Obama ..................................................................................................................... 54

Figura 2 - Entomofobia - Diagrama criado por Jacob Lockard, Design Gráfico Avançado ... 64

Figura 3 - Esquema elaborado por Brandy Agerbeck para um vídeo sobre ......................... 66

Figura 4 - Quadrante do Desenho (The Draw Quad) ........................................................... 73

Figura 5 - Painel feito pela empresa Moom em 2016 para a palestra de Clóvis Barros Filho

no TEDxSP .......................................................................................................................... 78

Figura 6 - Registro gráfico digital da palestra do professor Clovis Barros Filho no TedX São

Paulo 2016 pela empresa Design de Conversas ................................................................. 79

Figura 7 - Painel de registro gráfico sendo projetado durante o TEDxSão Paulo 2017. Foi

realizado pela empresa Design de Conversas ..................................................................... 80

Figura 8 - Registro Gráfico em caderno feito por Mike Rohde .............................................. 81

Figura 9 - Frame do vídeo sobre população carcerária no Brasil ......................................... 82

Figura 10 - Frame do vídeo sobre os refugiados no Brasil ................................................... 83

Figura 11 - Frame do vídeo whysyria ................................................................................... 84

Figura 12 – Facilitação gráfica em vídeo............................................................................ 108

Figura 13 – Distribuição da Facilitação Gráfica .................................................................. 110

Figura 14 – Demonstração de desenho em áudio e vídeo ................................................. 117

Figura 15 - Frame Vídeo Homens de Preto ....................................................................... 118

Figura 16 - Frame do vídeo “Quer Que Desenhe” ............................................................. 119

Figura 17 - Frame do vídeo Sistema Carcerário Brasileiro ................................................. 120

Figura 18 - Frame do vídeo Violência Doméstica ............................................................... 120

Figura 19 - Frame do vídeo Violência Doméstica ............................................................... 121

Figura 20 – Frame do vídeo Violência Doméstica .............................................................. 121

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LISTA DE QUADROS, TABELAS E GRÁFICOS

Quadro 1 – Áudio e Vídeo: função e tipo de informação ................................................... 111

Quadro 2 – Adaptação da Facilitação Gráfica: função e tipo de informação ...................... 112

Quadro 3 – Resultados ...................................................................................................... 113

Tabela 1 - Comparação de Elementos de Linguagem Visual ............................................... 65

Tabela 2 – Distribuição dos estilos .................................................................................... 104

Tabela 3 - Comparativa dos elementos de multimidialidade por FG................................... 107

Gráfico 1 – Presença dos 8 essenciais nas facilitações gráficas midiatizadas analisadas 128

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 15

CAPÍTULO I - O JORNALISMO VISUAL NAS NARRATIVAS JORNALÍSTICAS E NO JORNALISMO DIGITAL ...................................................................................................... 25

1.1 Comunicação Visual ............................................................................................ 25

1.2 Definições e conceitos do jornalismo visual ..................................................... 29

1.3 Relações entre infografia e a prática jornalística .............................................. 32

1.4 Jornalismo e Facilitação Gráfica: novas e antigas formas de narrar .............. 36

1.5 O ambiente digital e a midiatização da Facilitação Gráfica .............................. 43

1.5.1 As Sete Características .................................................................................. 43

1.5.2 As Cinco Fases .............................................................................................. 46

CAPÍTULO 2 - FACILITAÇÃO GRÁFICA - COMUNICANDO COM IMAGENS E PALAVRAS-CHAVE ........................................................................................................... 51

2.1 Uma técnica nova? .............................................................................................. 53

2.2 Conceitos de Facilitação Gráfica e ambientes de aplicação ............................ 58

2.3 Os 8 elementos essenciais da Facilitação Gráfica ............................................ 66

2.4 Facilitação Gráfica e jornalismo: Relação com a Infografia ............................. 70

2.5 Uma questão de gênero ...................................................................................... 73

2.6 Ambientes de aplicação ...................................................................................... 75

CAPÍTULO 3 - REPORTAGENS VISUAIS - A PROPOSTA DE TIPOLOGIA DE FACILITAÇÃO GRÁFICA NO JORNALISMO DIGITAL BRASILEIRO ............................... 85

3.1 Detalhamento do percurso metodológico ......................................................... 85

3.1.1 Pesquisa Bibliográfica .................................................................................... 87

3.1.2 Definição do corpus da pesquisa .................................................................... 87

3.2 Análise e classificação do material coletado .................................................. 100

3.3 Proposta de Tipologia de FG no jornalismo digital ......................................... 107

3.4 Classificação das Facilitações Gráficas Coletadas com base na tipologia proposta ........................................................................................................................... 110

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 123

REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 131

APÊNDICE A..................................................................................................................... 138

APÊNDICE B..................................................................................................................... 141

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INTRODUÇÃO

No ano de 2012 foi veiculado, na televisão aberta do Brasil, um vídeo

publicitário da marca de cosméticos Natura. Esta propaganda mostrava mulheres de

diversas etnias maquiando seus rostos. Depois das cenas, um frame de texto

questionava: “de onde vem essa sua vontade de pintar a cara?”. Em seguida, uma

mulher no padrão eurocentrista se maquiava com os produtos da marca.

Atrevemo-nos a estender essa reflexão para tudo o que é escrito. De onde

vem essa vontade de escrever, gravar, marcar? Qual a razão da interferência do ser

humano em seu ambiente de forma a criar registros do que acontece em seu

cotidiano? Flusser (2017) afirma que a comunicação não é uma atividade natural

humana. Trata-se de um processo artificial, pois necessita de artifícios para se

concretizar, como uma superfície e algo para marcá-la; como uma língua e seus

códigos, que precisam ser aprendidos (FLUSSER, 2017, p. 85).

A Facilitação Gráfica é uma técnica de registro de ideias de forma simples,

clara, utilizando palavras-chave e desenhos para compor metáforas visuais. O

resultado pode ser um painel, um vídeo, páginas de um caderno de anotações, uma

notícia ou um post na internet. Inicialmente feita ao vivo (durante eventos, cursos,

debates, palestras e entrevistas) e facilmente compartilhada por meio de uma foto

na internet, a Facilitação Gráfica também pode ser realizada com mais tempo, com

base em textos já escritos, músicas e filmes.

A Facilitação Gráfica é a formalização de uma atividade corriqueira para seres

humanos: a escrita. Ao mesmo tempo, é a mistura da escrita como registro com o

desenho compondo uma explicação. Para compreender o que a escrita representa

para nossa espécie, olhamos para o passado distante, nas origens da atividade de

registrar o cotidiano de nossos antepassados, ou melhor, “dar forma visual a ideias e

conceitos, armazenar conhecimento sob a forma gráfica e trazer ordem e clareza às

informações” (MEGGS, 2009, p.10).

Ao darmos início a essa pesquisa, pensamos ser suficiente remontar a

imprensa digital e a atividade da Facilitação Gráfica a partir de seu primeiro registro

como atividade. Contudo, ao iniciar a terceira e última parte dessa pesquisa nos

deparamos com um revés: apesar de acreditar muito que a imprensa faria uso da

técnica para comunicar de forma mais clara as notícias, encontramos poucos

exemplos dessa prática específica.

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Por outro lado, fomos presenteadas com muitos exemplos de facilitações

gráficas, sobretudo em vídeo, sendo utilizadas para comunicar temas da atualidade

em canais diversos, não necessariamente da imprensa, mas ainda assim, da mídia.

O acesso à internet e às ferramentas mínimas de produção de conteúdo possibilita

que pessoas com essas condições e interessadas em transmitir um conteúdo, o

façam. Construímos nosso cotidiano de forma midiática, uma vez que nossas

emoções e conhecimentos são alimentados pela experiência de mundo à nossa

disposição via televisão, rádio e internet (MININNI, 2008).

As superfícies, no passado, não eram abundantes como atualmente

(FLUSSER, 2017, p. 98), por isso há pouca necessidade de se fazer entendê-las.

Atualmente, dada a maior quantidade e diversidade de superfícies, necessitamos de

teorias e análises sobre como nos comunicamos por elas. A escrita é a contrapartida

da fala. A segunda supre as limitações da primeira, como a memória.

Marcas, símbolos, figuras e letras traçadas ou escritas sobre uma superfície ou substrato tornaram-se o complemento da palavra falada ou do pensamento do mundo. As limitações da fala são o malogro da memória humana e um imediatismo de expressão que não pode transcender o tempo e o lugar. Até a era eletrônica, as palavras faladas desapareciam sem deixar vestígios, ao passo que as palavras escritas ficavam. A invenção da escrita trouxe aos homens o esplendor da civilização e possibilitou preservar conhecimento, experiências e pensamentos arduamente conquistados (MEGGS, 2009, p. 19).

Meggs e Flusser colocam em suas obras que a atividade da escrita, ou do

registro de informações, começou anônima, serviçal e restrita a poucos, diferente

das formas de arte (e também registro) de séculos depois. No Renascimento, o

processo de criação era restrito, mas o consumo nem tanto.

Os escribas sumérios que inventaram a escrita, os artesãos egípcios que combinaram palavras e imagens em manuscritos sobre papiros, os impressores chineses de blocos de madeira, os iluminadores medievais e os tipógrafos do século XV, que conceberam os primeiros livros europeus impressos, tornaram-se parte do rico legado e da história do design gráfico. Em geral essa é uma tradição anônima, já que o valor social e as realizações estéticas desses profissionais, muitos dos quais foram artistas criativos de extraordinária inteligência e visão, não foram devidamente reconhecidos (MEGGS, 2009, p. 10).

Flusser afirma que por conta dessa “exclusividade” da escrita, as “massas

iletradas desconfiavam, e com certa razão, da historicidade linear dos pequenos

funcionários que manipulavam nossa civilização” (FLUSSER, 2017, p. 99). Segundo

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o autor, a imprensa vulgarizou o alfabeto, e no decorrer da história, as superfícies

passaram a valer mais que a escrita em si. Em “O Mundo Codificado”, o autor

questiona se as superfícies representam o mundo tal qual as linhas escritas

representavam. O mesmo autor, em outra obra intitulada “Há futuro para a escrita”

(2010), defende que escrever é uma forma de refletir a escrita; que este é um gesto

que organiza os sinais gráficos, alinhando nossos pensamentos. Faz-se necessário

refletir antes de escrever, por isso o produto da escrita traz o pensamento mais

organizado do que no momento em que foi concebido.

Os sinais gráficos são aspas oriundas do pensamento mítico transformado em um pensar alinhado linearmente. Denomina-se esse pensamento correto [...] de “pensamento lógico”. Os sinais gráficos são aspas para o pensamento lógico. Reconhece isso quem contempla as aspas no sentido estrito do termo, isto é, aquele sinal gráfico alcetado que delimita uma citação ou realça uma palavra (FLUSSER, 2011, p. 20).

Qual a diferença, pois, entre ler um conteúdo escrito em linhas e ler um

quadro de uma obra de arte? A diferença está no processo cognitivo da nossa

assimilação de conteúdo (decodificar letras para formar palavras, frases e ideias ou

decodificar a ideia expressa no quadro. Para Flusser (2017, p. 101), a diferença se

dá quando um texto precisa ser lido linearmente para captar sua mensagem,

enquanto que com uma pintura podemos aprender a mensagem e tentar decompô-

la, analisando suas camadas e significados.

O tempo é também um fator que diferencia, como o tempo que precisamos

para ler um texto e compreendê-lo, e o tempo que precisamos para olhar uma

imagem e compreendê-la. Os manuais de instruções de eletrônicos são um bom

exemplo, ou mesmo o esquema de montagens de móveis. O que parece mais claro

e eficaz: mostrar quais peças devem ser encaixadas com quais parafusos, ou

escrever que a viga maior de 1,5m deve ser posicionada em um apoio, como o chão,

para então ser acrescentada a viga menor com a fórmica para o lado externo e

utilizar o parafuso número 10 com a rosca de igual diâmetro.

As linhas escritas impõem ao pensamento uma estrutura específica na medida em que representam o mundo por meio dos significados de uma sequência de pontos. Isso explica um estar-no-mundo “histórico” para aqueles que escrevem e que leem esses escritos. Paralelamente a esses escritos, sempre existiram superfícies que também representavam o mundo. Essas superfícies impõem uma estrutura muito diferente ao pensamento, ao representarem o mundo por meio de imagens estáticas.

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Isso implica uma maneira a-histórica de estar-no-mundo para aqueles que produzem e que leem essas superfícies (FLUSSER, 2017, p. 107).

A escrita provoca reflexões e acessa determinados conteúdos em nosso

grande repertório de vida, que é construído por meio da mídia. As imagens

alcançam nosso repertório também, mas dão margem às interpretações. A palavra

pode traduzir exatamente o pensamento de um autor, mas um desenho mostra este

pensamento para nós. São as variações de estilo e as vanguardas artísticas que

acabam por ditar o quanto teremos que interpretar de cada obra.

Mininni (2008, p. 44), que é italiano, exemplifica a importância da escrita em

dois episódios: quando Moisés trouxe os mandamentos talhados na madeira e

quando os romanos batalharam para terem as leis esculpidas em bronze, assim

estas não seriam adaptadas para interesses particulares. Gomes (2016, p.10) afirma

que “a sociedade ocidental homogeneizou-se com a alfabetização, simplificou-se, de

certa forma, enquanto muitos povos orientais permaneceram no rico e heterogêneo

âmbito da oralidade”.

Conteúdos produzidos para outras superfícies, ou mídias, acabam por simular

a linearidade da escrita para as telas, no que Flusser afirma que o “pensamento-em-

superfície” vem absorvendo o “pensamento-em-linha”. A comunicação midiática

coloca a representação da coisa como a própria coisa, como não podemos estar em

todos os lugares, ver fotografias, filmes, acompanhar notícias pela mídia nos

aproxima dessas realidades, de forma mediada.

Tudo o que nós sabemos do mundo e de nós mesmos (incluindo o fato que sabemos de saber e, ainda mais, o que ignoramos de ignorar) devemos à capacidade de interagir com os outros, capacidade essa que se serve, de maneira cada vez mais intrincada, dos meios de comunicação de massa (MININNI, 2008, p. 35).

Na bifocalidade da comunicação que, por um lado, veicula conteúdos e, por

outro, organiza relações, está a diferença temporal / espacial entre as pessoas,

diferença essa que torna a atividade possível e ao mesmo tempo necessária, afinal

“comunicar como passagem de informações requer que, entre os participantes, haja

uma diferença espacial e/ou temporal” (MININNI, 2008, p. 52).

As superfícies, os suportes e as mídias mudam, mas as motivações,

intencionalidades e necessidades do fazer comunicativo não. A comunicação se

constitui em diversos canais, com diversos públicos, a todo o momento. Seja para

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passar informações pelo tempo e espaço, ou para manter estas informações pelo

tempo e espaço. Parece estranho colocar num mesmo texto que citou leis gravadas

no bronze informações que hoje são “gravadas” de forma digital e que, sim, podem

ser alteradas, e estes “subregistros” de alterações ficam gravados também, mas em

outras camadas da tecnologia da informação.

Contudo, assim como a alfabetização era um limitante na difusão de

informações, também a internet cria abismos de conectividade. Ou seja, a

informação é difundida para quem tem acesso à rede. Diferente de placas de bronze

na Roma Antiga que estavam livres para serem observadas e percebidas a todos os

olhos, naquele ambiente.

Nesse sentido, esta pesquisa acaba por focar num tipo específico de

comunicação, produzida no intuito de explicar coisas a pessoas, mas que possui

limitações: a escrita, o repertório, o idioma e a difusão. Ainda assim, é considerada

libertadora e integradora, pois valoriza as ideias e, em sua essência, difunde

conhecimentos de uma outra forma, nem texto, nem imagem, mas as duas coisas

juntas.

Meditsch e Sponholz (apud GROTH, 2011, p. 19) afirmam que uma das

formas para se estabelecer diálogos menos truncados e menos dissonantes entre o

saber e o fazer é aprofundar os conhecimentos sobre o jornalismo e sua prática, na

esperança que a atividade possa informar sobre a realidade e contribuir para o

esclarecimento do mundo.

Nossa pesquisa voltou os olhos para o jornalismo como produto cultural, uma

criação mental humana sujeita ao crescimento e às mudanças, como afirma Otto

Groth em “O Poder Cultural Desconhecido”, livro que nos apresenta a ciência dos

jornais. O autor alemão defende que cada área possui seu campo de estudos: a

história, a política e a literatura. Em alguma medida estas ciências acabam por

estudar os jornais, pois estes têm uma participação decisiva nas diversas mudanças

que ocorrem dentro da sociedade. Contudo, ao nos voltarmos para uma ciência dos

jornais, o que importa é o essencial das obras “a similaridade do seu sentido, seus

lados considerados essenciais, suas qualidades constantes, as ‘características’ e a

estrutura desta unidade. É no essencial que ela tem o seu objeto e o seu método

próprio” (GROTH, 2011, p. 35).

O objeto de nossa pesquisa - Facilitação Gráfica aplicada na imprensa no

Brasil - nos levou a estudar as quatro características essenciais do Jornalismo,

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especificadas por Otto Groth: periodicidade, universalidade, atualidade e

publicidade:

Ao investigar a essência do objeto da Ciências dos Jornais, nós nos deparamos primeiro com a periodicidade como a característica manifesta e, portanto, imediatamente saliente e incondicionalmente evidente. Ao infiltrarmo-nos no conteúdo dos objetos, nós reconhecemos as características da universalidade e nela contida a atualidade, e por fim, identificamos a qualidade da publicidade, que nos dá a direção, o objetivo da obra com isso conduz ao seu sentido (GROTH, 2011, p. 144).

Groth nos deu o sentido para relacionar as facilitações gráficas midiatizadas -

produzidas ou não por canais notadamente jornalísticos - mas que fossem

difundidas na maior plataforma de vídeos da atualidade: o Youtube. Em suas

próprias estatísticas de alcance global, o site clama que “Nossa missão é dar a

todos uma voz e revelar o mundo”, e em seu próprio vídeo de apresentação diz que

o site é uma celebração do que os seres humanos podem fazer (YOUTUBE, 2018).

Os jornais e as revistas vieram para informar e enfrentaram limitações de

tempo e espaço entre o fato e as pessoas que detinham a informação, bem como

aquelas que precisam dessa informação; o Youtube, por sua vez, é mais uma

ferramenta que, apesar de utilizar algoritmos para levar conteúdo personalizado,

ainda garante que a universalidade de temas, a publicidade de conteúdos e a

atualidade dos assuntos seja possível. A periodicidade fica por conta dos criadores

de conteúdo: pessoas que também são capazes de produzir informações e difundi-

las na rede não necessariamente .

O Youtube resume, ao nosso ver, o que todos os programas jornalísticos dos

anos 2000/2010 tentaram fazer ao propor quadros como “repórter cidadão”, “repórter

por um dia” e “jovem jornalista”1. A notícia específica e curiosa, dada por um(a)

jornalista honorário, mas ainda assim mediada por uma corporação está agora todos

os dias em canais do Youtube.

1Alguns telejornais brasileiros apostam na iniciativa de telespectadores para obtenção de conteúdos

colaborativos. Por exemplo, os quadros “Vc repórter”, “Vc no G1” e “Eu repórter” em telejornais como o SBT Brasil, Jornal Nacional, Jornal da Record e Jornal da Band. Ver SAAR, Claudia Maria Arantes de assis. O AGENDAMENTO DE TELEJORNAIS BRASILEIROS EM SITES NOTICIOSOS DE CONTEÚDO COLABORATIVO. 2016. [385f]. Tese (Comunicação Social) - Universidade Metodista de Sao Paulo, [São Bernardo do Campo].

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O YouTube tem mais de um bilhão de usuários, o que representa quase um terço dos usuários da Internet. Diariamente, essas pessoas assistem bilhões de horas de vídeo, gerando bilhões de visualizações. O YouTube, e até mesmo o YouTube para dispositivos móveis, atinge mais adultos de 18 a 34 anos e de 18 a 49 anos que qualquer canal de TV a cabo nos EUA. Mais da metade das visualizações do YouTube são feitas em dispositivos móveis. O YouTube lançou versões locais em mais de 88 países. Você pode navegar no YouTube em um total de 76 idiomas diferentes (o que abrange 95% dos usuários da Internet). [...] Desde março de 2015, os criadores de conteúdo que filmaram nos YouTube Spaces produziram mais de 10 mil vídeos, gerando 1 bilhão de visualizações e mais de 70 milhões de horas de exibição (YOUTUBE, 2018).

São horas de músicas, vídeos de filhotes, tutoriais de tudo o que se possa

imaginar, vídeos de protestos, de casamentos, de denúncias, vídeos que passaram

na TV e depois foram inseridos na plataforma. Nesse mar de conteúdo, estilos e

informações podemos encontrar vídeos (jornalísticos ou não) em forma de

Facilitação Gráfica e com a motivação principal - levando em conta que muitos

títulos usavam as expressões “para entender” e “desenho para explicar” - de levar

conhecimento e informações além das fronteiras de tempo e espaço.

Nosso objetivo com esta pesquisa foi o de identificar como a Facilitação

Gráfica é aplicada ao jornalismo, como um todo (impresso e digital) e quais os tipos

de Facilitação Gráfica usadas para ampliar e diversificar as narrativas jornalísticas e

aproximar os leitores dos conteúdos da imprensa no Brasil, construindo uma

taxonomia da Facilitação Gráfica atualmente em uso no jornalismo.

Após a coleta de dados, abrimos o leque de “veículos jornalísticos” para

“canais informativos” e recortamos o tipo de amostras para somente vídeos.

Encontramos no Youtube os melhores e a maior quantidade de exemplos para

analisar e catalogar, avaliando a presença de elementos essenciais à prática da

Facilitação Gráfica e elementos multimídia que compõem o material. Por nascer em

ambiente não digital e feita em pequenos grupos e para pequenos grupos,

trataremos as facilitações gráficas pesquisadas como a versão midiatizada da

atividade. Relacionando as teorias de Flusser, Gomes e Mininni, saímos da “palavra

escrita para o registro” para a “ideia midiatizada” com intuito de comunicar.

Existem muitas ideias que se perdem, pois não foram documentadas. Existe

muito conhecimento adormecido em projetos e reuniões que não ganham o mundo

nem chegam às pessoas certas, seja por falta de tempo, entendimento e outras

barreiras, como a língua. Para esta pesquisa optou-se não por traçar uma hipótese,

mas por levantar questões de pesquisa que, em diálogo com o problema e os

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objetivos, puderam orientar o trabalho da pesquisadora. Como explica Triviños

(1990, p. 105):

Os outros tipos de estudo, descritivos e exploratórios, aceitam, geralmente, questões de pesquisa, perguntas norteadoras. Nos estudos descritivos podem existir ao mesmo tempo como também nos outros tipos de estudo, hipóteses e questões de pesquisa.

Para investigar como a Facilitação Gráfica é aplicada atualmente ao

jornalismo, levamos em conta o número de analfabetos e analfabetos funcionais no

Brasil, além do crescente uso de plataformas móveis digitais para a obtenção de

informação: O Brasil possui 13 milhões de analfabetos, já os analfabetos funcionais -

pessoas que conhecem letras e números - somam 17% da população. Por outro

lado, 139 milhões de brasileiros com mais de 10 anos utilizam telefones celulares e

aproximadamente 102 milhões, na mesma faixa de idade, acessam a internet, pelo

celular ou não (IBGE, 2015).

Nesta direção, as questões de pesquisa propostas foram:

1. Como a Facilitação Gráfica é aplicada ao jornalismo. Onde está a maior

incidência dela?

2. Como a Facilitação Gráfica explora a multimidialidade nas plataformas

digitais?

3. Que elementos são mais utilizados na Facilitação Gráfica na narrativa

jornalística?

4. Que assuntos são mais frequentes em matérias construídas com a

Facilitação Gráfica?

5. Onde se concentram as produções em Facilitação Gráfica no

jornalismo?

6. Em que circunstâncias os meios de comunicação se apropriam do

discurso informativo por meio de uma Facilitação Gráfica?

Para tanto, no primeiro capítulo estudamos o que se entende por jornalismo

visual, qual a relação da Facilitação Gráfica com a infografia, as possibilidades que

as narrativas jornalísticas dão ao fazer jornalístico e como é o ambiente digital

jornalístico, que recebe as facilitações gráficas.

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No segundo capítulo, temos as definições de Facilitação Gráfica, suas

características, ambientes de aplicação e relações com a comunicação popular e o

jornalismo.

Por fim, no terceiro e último capítulo, descrevemos nosso percurso

metodológico e as mudanças assumidas. Adaptamos a análise de multimidalidade

proposta por Ricardo Castilhos Gomes Amaral em “Infográfico Jornalístico de

Terceira Geração: análise do uso da multimidialidade na infografia”, dissertação de

mestrado defendida em 2010 na Universidade Federal de Santa Catarina e a relação

da plataforma de vídeos Youtube com as características essenciais do jornalismo de

Otto Groth. Então, analisamos o material coletado e testamos se a tipologia atende

às necessidades atuais de classificação de facilitações gráficas (FGs) no jornalismo

e demais canais informativos.

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CAPÍTULO I - O JORNALISMO VISUAL NAS NARRATIVAS

JORNALÍSTICAS E NO JORNALISMO DIGITAL

Por acreditar na intencionalidade das ações humanas, inclusive no jornalismo,

este trabalho busca esclarecer como, em determinados assuntos/temas, o

jornalismo faz uso de recursos visuais além do texto. O percurso para isso será

localizar, na comunicação visual, o design aplicado ao jornalismo. Estudamos

relações entre as narrativas jornalísticas, a infografia e o jornalismo digital.

1.1 Comunicação Visual

O termo comunicação visual está amplamente difundido na sociedade, são

diversos cursos de especialização e várias empresas que utilizam o termo como

maneira de divulgar seus trabalhos. Porém, a comunicação visual diz mais sobre

nossa sociedade do que parece. Exceto os deficientes visuais, todos captamos

informações por meio da visão, seja sobre o ambiente que nos rodeia, ou na

decodificação da informação escrita.

Para Arnheim, “ver é a percepção da ação”, e nosso olhar busca sempre o

equilíbrio naquilo que observa. Intuitivamente, a visão nos leva a refletir sobre aquilo

que observamos. Contudo, “a percepção visual não opera com a fidelidade

mecânica de uma câmera [...] ver significa captar algumas características

proeminentes dos objetos” (ARNHEIM, 2005, p. 9).

As primeiras experiências humanas no mundo são feitas com base naquilo

que vemos. Assim, organizamos nossas necessidades, prazeres, preferências e

temores. Segundo Dondis (2007, p. 6):

O modo visual constitui todo um corpo de dados que, como a linguagem, podem ser usados para compor e compreender mensagens em diversos níveis de utilidade, desde o puramente funcional até os mais elevados domínios da expressão artística. É um corpo de dados constituído de partes, um grupo de unidades determinadas por outras unidades, cujo significado, em conjunto é uma função do significado das partes.

“Ver é compreender”. Nessa percepção, o pesquisador Rudolf Arnheim (2005)

afirma que a visão é ativa no chamado material bruto da experiência, criando,

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segundo o autor “um esquema correlato de formas gerais, que são aplicáveis não

somente a um caso individual concreto, mas a um número indeterminado de outros

casos semelhantes também” (ARNHEIM, 2005, p.39). Ou seja, ao enxergar criamos

significações. No livro “Antropologia e Imagem”, os autores Barbosa e Cunha (2006)

confirmam que a comunicação acontece exatamente no processo de transformação

dos signos em significações.

Com essa afirmação também concorda Aguiar (2004). Para ela, a

comunicação se dá por intermédio de alguma linguagem, que se altera de acordo

com o uso que as pessoas fazem dela. A autora analisa as linguagens verbais e não

verbais. Para isso, delimita as áreas do cérebro humano que são responsáveis pela

compreensão de uma ou de outra, o que justifica a separação em dois tipos de

linguagens:

Uma é objetiva, definidora, cerebral, lógica e analítica, voltada para a razão, a ciência, a interpretação e a explicação. A outra é muito mais difícil de definir, porque é a linguagem das imagens, das metáforas e dos símbolos, expressa sempre em totalidades que não se decompõem analiticamente. No primeiro caso, estão as palavras escritas ou faladas; no segundo, os gestos, a música, as cores, as formas, que se dão de modo global (AGUIAR, 2004, p. 28).

É por causa das significações que quando alguém nos diz: “me passa uma

caneta?” que imediatamente pensamos na imagem do objeto e não nas letras que

compõem o seu nome. Mas também é devido aos signos com os quais conseguimos

decodificar a palavra caneta e imaginar o objeto quando a lemos, por exemplo, num

teste: “Responda todas as questões à caneta!”.

Tudo que nossos olhos tocam constitui a comunicação visual. Da natureza à

arquitetura e veículos de comunicação, estamos rodeados de elementos visuais

sujeitos ao tempo e espaço, o que complementa a significação; a mensagem é

intencional e atende a fundamentos teóricos, culturais e operacionais (SILVA, 1985,

p. 26).

Silva estabeleceu essa definição em seu trabalho “Diagramação: o

planejamento visual gráfico na comunicação impressa” (1985), onde ele também

discute a experiência estética que o jornalismo impresso proporciona aos seus

leitores:

No jornalismo impresso poderíamos traduzir como experiência estética o que pressupõe uma atitude ao mesmo tempo contemplativa e atenta, no sentido de estabelecer uma relação direta com a obra. No jornalismo

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impresso, o texto transmite a informação semântica através dos seus signos compreensíveis, mas ao mesmo tempo produz uma informação visual de reforço estético através dos símbolos gráficos que atuam na sensibilidade do receptor (SILVA, 1985, p. 26).

Em Sousa (2001), encontramos apoio quanto às nuances de interpretação

que, por exemplo, os infográficos sugerem aos leitores:

Apesar da sua aparência, os infográficos não são dispositivos neutros que apenas expõem dados de uma forma precisa. Eles podem reforçar modelos de poder e dominância pela enfatização dos problemas de certos grupos ou indivíduos em detrimento de outros (SOUZA, 2001, p. 407).

Sobre essa sensibilidade na produção e consumo de informações,

encontramos um ponto de ligação com os estudos do design de Lupton e Phillips

(2011):

Nos anos 1920, instituições como a Bauhaus, na Alemanha, exploravam o design como uma ‘linguagem da visão’, universal e baseada na percepção. Contudo, com o pós-modernismo dos anos 1960, apesar do olho ser um instrumento universal, as pessoas têm suas próprias experiências, por isso é inútil buscar significado inerente a uma imagem ou objeto (LUPTON; PHILLIPS, 2011, p. 8).

Os autores reuniram elementos da comunicação visual que fazem parte da

realidade dos designers, principalmente após o advento e a popularização dos

softwares gráficos, que no intuito de ajudar o profissional em seu trabalho, dispõem

de ferramentas que antes estavam em cima de uma mesa e agora aparecem

listadas no menu do programa, uma descrição técnica. A linguagem visual possui

formas que são empregadas por indivíduos, instituições e ambientes cada vez mais

conectados a uma sociedade global” (LUPTON; PHILLIPS, 2011, p.7).

Sobre os novos fundamentos do design, a reflexão de Lupton e Phillips nos

ajuda a reunir estes elementos e visualizá-los em conjunto, compondo uma página,

seja impressa ou digital:

O ponto, a linha e o plano compõem os alicerces do design. Partindo desses elementos, os designers criam imagens, ícones, texturas, padrões, diagramas, animações e sistemas tipográficos. [...] Os diagramas constroem relações entre elementos que utilizam pontos, linhas e planos para mapear e conectar dados. Texturas e padrões são construídos a partir de grandes frutos de pontos e linhas que se repetem, revezando-se ou interagindo na formação de superfícies singulares e atraentes. A tipografia compreende letras individuais (pontos) que compõem linhas e manchas de texto (LUPTON; PHILLIPS, 2008, p. 13).

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A cor é um dos elementos presentes em todas as percepções de

comunicação visual abordadas até aqui. Sobre ela, Guimarães (2004) dedicou seus

estudos e nos trouxe uma abordagem que tira a cor de coadjuvante na comunicação

para elemento central: a cor como informação. A leitura e a observação de uma

peça de comunicação nunca mais serão a mesma após sua explicação de como o

olho humano fisicamente se comporta diante das cores, suas matrizes e variações.

Nas palavras do autor: “A cor é uma informação visual, causada por um estímulo

físico, percebida pelos olhos e decodificada pelo cérebro” (GUIMARÃES, 2004, p.

12).

Nas peças de comunicação, as informações - e suas cores - são

apresentadas aos leitores a uma distância fixa do olhar (um smartphone, uma tela

de televisão ou computador, um jornal ou encarte, etc) é de suma importância a

temperatura das cores utilizadas, pois esta dará a noção de profundidade à imagem

(GUIMARÃES, 2004, p.24).

Para além dos elementos notadamente visuais que abordamos até aqui, a

comunicação visual possui uma teoria, ou elementos menos palpáveis, mais ainda

assim, presentes para que ela exista e funcione. Bergström (2009) enumera os

elementos que compõem a comunicação visual:

O processo começa com a escolha da narrativa correta, que por sua vez depende da estratégia e da análise do objeto da comunicação. A mensagem, que deve ter uma forma e uma configuração, precisa de criatividade como recurso extra para criar influência. Deve-se escolher a tipografia, escrever o texto, decidir a imagem, tendo em mente as demandas ou a retórica. Depois disso, esses elementos devem ser colocados juntos em uma peça coerente, relevante e animadora - a forma. Algumas mídias precisam de som - música e efeitos, sem falar da identidade, que representa a empresa ou organização, enquanto o papel tem uma influência específica, bem como a cor. A interação de tudo isso faz com que a mensagem chegue ao público com ênfase. E tudo está comunicando (BERGSTRÖM, 2009, p. 6).

David Dabner, em seu manual Diseño Gráfico (2005), oferece uma “base

sólida” para os princípios que compõem o bom design gráfico, além do objetivo de

criar uma peça de comunicação notável. Dabner compara os conhecimentos do

design com os conhecimentos de uma língua. Possui elementos fundamentais e

diversas formas de ensiná-la. São fundamentais a forma, a cor e o conceito. Dentro

da forma, que é a composição a ser criada, está a proporção, o equilíbrio e a

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harmonia. Dentro da cor, temos a variedade, as sensações e a dimensão espacial.

Por fim, em conceito, temos os processos de pensamento do designer e as

especificações pedidas pelo cliente. Se o conceito falha, a cor e a forma tem pouco

valor. Na linguagem visual, naturalmente, o olho é primordial:

Ver é uma experiência tão comum que mal prestamos atenção. Para o designer gráfico, o processo de percepção (interpretação que os olhos e o cérebro fazem com o que enxergamos) tem uma grande importância. Estando conscientes ou não, os olhos proporcionam informação constante ao cérebro, que processa e interpreta os dados visuais que recebe (DABNER, 2005 p. 10).

Em consonância com Dabner, no livro “Os Fundamentos da Comunicação

Visual”, Bergström coloca que:

O trabalho prático da comunicação visual abrange três áreas principais, sendo que todas precisam estar coordenadas para que haja um bom resultado final. A tipografia do texto envolve a escolha e a disposição dos tipos (letras de um desenho específico) nos títulos, nas introduções, colunas do texto e legendas, por exemplo. A escolha de fotografias, imagens em movimento ou ilustrações é feita pela parte gráfica com o intuito de criar algum tipo de interação com o texto. Depois vem a terceira fase, o design, onde o texto e as imagens são organizados em um todo informativo e atraente para tornar a mensagem o mais compreensível e atraente possível para o receptor (BERGSTRÖM, 2009, p. 30).

1.2 Definições e conceitos do jornalismo visual

Quando os diversos elementos e concepções da comunicação visual são

aplicados ao jornalismo, com periodicidade e atualidade, damos o nome de

Jornalismo Visual. Nessa área, acontece a combinação entre tipografia, fotografias,

grafismos e outras imagens em produtos jornalísticos (GUIMARÃES, 2013). De uma

página impressa no jornal tradicional até um infográfico animado no Youtube, tudo é

visual.

As imagens dos produtos impressos seguiram inicialmente a prática de iluminuras dos manuscritos medievais; as imagens no jornalismo apoiaram-se inicialmente nas gravuras artesanais, depois avançando para as gravuras mecânicas até que a fotografia (invento de Senfelder, em 1796) se tornasse viável industrialmente em meados do século XIX (GUIMARÃES, 2013, p. 238).

Podemos notar que a utilização de imagens além da tipografia no jornalismo

avançou conforme avançam as tecnologias da informação. Como lembra Barboza:

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Nesse novo contexto tecnológico, a informação jornalística criou mobilidade, podendo ser acessada de qualquer lugar, por meio de uma infinidade de dispositivos, diminuindo sua dependência de veiculação por meios estritamente impressos e analógicos. Pensando nisso, os veículos de comunicação buscam constantemente novas linguagens e formatos para alcançar e dialogar com o público que está o tempo todo conectado por meio de múltiplos dispositivos móveis (BARBOZA, 2015, p. 42).

Em 1985, Silva já previa que as redações computadorizadas dos jornais

impressos trariam muitas mudanças para a imprensa no Brasil:

As redações dos jornais e revistas sofrerão sérias transformações de comportamento onde os profissionais (jornalistas) terão que se ajustar à nova realidade tecnológica com os terminais de vídeo, que sepultarão definitivamente, os linotipistas, que tanto contribuíram para o aprimoramento das Artes Gráficas e do próprio Jornalismo Impresso, hoje seriamente ameaçado pela forte concorrência das chamadas mídias eletrônicas (SILVA, 1985, p. 30).

Para Guimarães (2013), dentro do jornalismo visual é possível investigar o

fotojornalismo, as cores, ilustrações, já que este recorte contempla todo material

verbal de uma notícia combinado com as imagens que podem existir e também uma

relação espaço-temporal delimitada com o designer que organiza o conteúdo.

Enquanto alguns autores preferem restringir o jornalismo visual praticamente ao desenho de infográficos, onde de fato extremo haveria a construção de uma informação verbo-visual, preferimos alargar a atuação do termo para também envolver toda produção de informação em que a imagem é elemento fundamental, concordando, certamente, que o infográfico seria a “nata” do jornalismo visual (GUIMARÃES, 2013, p. 240).

Para o jornalismo impresso é uma preocupação balancear a quantidade preto

e branco na página, onde preto é tudo o que leva tinta, e branco a página sem

impressão. Esse equilíbrio na composição é o que trará o entendimento da

mensagem que se deseja passar. Legibilidade é a capacidade de ver e ler o que

está escrito, e leiturabilidade, a capacidade de entender e interpretar aquilo que se

lê. Em um texto falado, as imagens, expressões e voz facilitam a leiturabilidade

(SILVA, 1985, p.32).

Segundo Guimarães, a preocupação com o jornalismo visual é recente, o que

pode ser comprovado quando “as análises e investigações sobre o jornalismo visual

também tomaram emprestadas teorias da imagem diretamente de outras áreas

como cinema e artes visuais, sem necessariamente cercar um recorte específico”

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(GUIMARÃES, 2013, p. 239). Contudo, o autor defende que a área fique indefinida,

pois pode beber na fonte de outras teorias:

Assim o Jornalismo Visual continuará a incorporar as reflexões teóricas de outras tantas áreas que acolheram a problematização da imagem. A riqueza que podemos alcançar para tratar da imagem no Jornalismo Visual é diretamente proporcional à abertura (não exclusão) das diversas contribuições de diversas áreas (GUIMARÃES, 2013, p. 238).

O autor estuda três esferas de atuação do jornalismo visual: atividade

profissional, o ensino e a pesquisa. Por isso, ele abrange na definição de jornalismo

visual toda produção midiática que “coloque a imagem como elemento fundamental

na constituição da informação jornalística veiculada” (GUIMARÃES, 2013, p. 246).

Retomando Dondis (2007), quando ele afirma que “ver passou a significar

compreender”, nos apoiamos na crença de que as pessoas tendem a compreender

melhor algo mostrado do que algo somente falado, ou descrito. Segundo a autora,

um aspecto de grande importância para o alfabetismo visual, afinal “expandir nossa

capacidade de ver significa expandir nossa capacidade de entender uma mensagem

visual, e, o que é ainda mais importante, de criar uma mensagem visual” (DONDIS,

2007, p. 13).

Além da própria tipografia e das estratégias de composição, que, afinal de

contas, precisam da visão para ser captada e decodificada, compõem ainda o

jornalismo visual: a fotografia, a charge, a infografia e o vídeo (independente de

onde se veicule, seja televisão ou internet). Nessa pesquisa, optamos por remontar

às origens e usos da infografia, técnica que mais se aproxima de nosso objeto: a

Facilitação Gráfica.

Contudo, vale recontar a história de como a fotografia mudou a forma de

consumir notícias. Em “A História do Design Gráfico”, Meggs a coloca em patamar

de reportagem:

A capacidade da fotografia de fornecer um registro histórico e fixar a história humana para as gerações futuras foi extraordinariamente demonstrada pelo próspero fotógrafo de estúdio Mathew Brady (c. 1823 - 1896), de Nova York. Quando começou a Guerra de Secessão, Brady partiu com um guarda-pó branco e um chapéu de palha levando um cartão manuscrito por Abraham Lincoln dizendo: Passe para Brady - A. Lincoln”. Durante a guerra, Brady investiu uma fortuna de 100 mil dólares para enviar vinte de seus assistentes fotográficos, entre eles Alexander Gardner (1821 - 1882) e Timothy O ‘Sullivan (c. 1840 - 1882), para documentar a Guerra de Secessão. Dos carroções de fotografia de Brady, chamados de

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Whatsit [contração de what is it (o que é isso?)] pelas tropas da União, o grande trauma nacional foi para sempre gravado na memória coletiva. A documentação fotográfica de Brady produziu um impacto profundo no ideal romântico do público sobre a guerra. As fotos do campo de batalha se juntavam aos croquis do artista como materiais de referência para ilustrações xilográficas para revistas e jornais (MEGGS, 2009, p. 194).

Depois dessa maneira de documentar a Guerra, nada mais foi igual na

imprensa e nem no design. Conforme as técnicas de impressão se desenvolveram,

a fotografia ganhou mais espaço na representação fiel e factual. Logo, os

ilustradores foram colocados de lado, podendo se dedicar à fantasia e à ficção

(MEGGS, 2009, p. 195).

1.3 Relações entre infografia e a prática jornalística

Não há veículo jornalístico da atualidade que não tenha usado, ao menos

uma vez, o recurso da infografia para alguma notícia ou reportagem especial. As

origens da infografia, no design gráfico, vem do século XVII quando o matemático

René Descartes utilizou, em 1637, a álgebra para resolver problemas de geometria.

Para representar a equação matemática de forma gráfica, Descartes traçou duas

retas transversais e perpendiculares. Estavam criados os eixos horizontal e vertical,

importantes até hoje para nossas representações gráficas e consecutivamente

nossa vida cotidiana. Por volta do ano 1786 (século XVIII), o cientista William

Playfair incrementou esse modelo convertendo dados estatísticos em gráficos

simbólicos. Foi ele o criador do que hoje conhecemos como gráfico em barras e

gráfico em pizza (MEGGS, 2009, p.162).

Playfair criou uma nova categoria, agora chamada de infografia. Esse campo do design ganhou importância devido à expansão de nossa base de conhecimento, que requer gráficos para apresentar informações complexas de uma forma compreensível (MEGGS, 2009, p. 162).

Na imprensa moderna, os infográficos ganharam notoriedade quando o

designer e tipógrafo Thomas Maitland Cleland projetou algo para a revista de

finanças Fortune que, segundo Zappaterra (2009), unificava os conceitos visuais e

editorias de forma inovadora:

Junto com a fotografia e a ilustração, os gráficos informativos são uma potente ferramenta visual nas mãos do designer e têm experimentado um

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forte ressurgimento com a chegada da internet. Sua versatilidade para atuar como imagens decorativas e simplificar informações complexas se adapta perfeitamente na cultura visual da informação que impera no século 21 (ZAPPATERRA, 2009, p. 149).

Infográficos desenham algumas reportagens para que os leitores a

compreendam melhor. Em uma espécie de simbiose, imagem e texto comunicam

algo em um material que não pode abrir mão de um ou de outro para cumprir sua

missão informativa. Segundo Amaral (2010), a infografia é um subgênero (ou

modalidade) no gênero jornalístico informativo. Para o autor, infográficos diferem-se

de gráficos na medida em que:

[...] estes são apresentação de dados de forma organizada, seja por tabelas, diagramas, sendo os dados apresentados “puros”. Já a infografia – que pode utilizar gráficos como elementos de composição da sua narrativa – é uma história a ser contada, pois apresenta narrativa, e no caso do jornalismo, há informações jornalísticas que são repassadas ao leitor (AMARAL, 2010, p.28).

Em “A Arte Funcional”, Alberto Cairo (2011) introduz a infografia e a

visualização de informações na comunicação de forma geral. Assim como Arnheim,

Cairo defende o quão visual os seres humanos são, tendo mais de 30 áreas no

cérebro dedicadas a processar imagens e sendo capazes de compreender o que

veem em seu entorno e também gerarem novas imagens em suas cabeças.

Contudo, o autor prefere não separar a infografia da visualização, já que; segundo

ele, a beleza de uma visualização deriva de sua funcionalidade: “Um infográfico não

é algo simplesmente para ser observado e sim para ser lido. O objetivo central de

qualquer trabalho de visualização não é a estética ou seu impacto visual, mas sim se

é compreensível primeiro e belo depois” (CAIRO, 2011, p. 18).

Segundo Lucas (2009), no jornalismo atual não basta apenas classificar,

descrever, hierarquizar, categorizar, selecionar, omitir e visibilizar falas e opiniões de

vozes autorizadas; é preciso mais do que nunca explicar textualmente e

visualmente, incluindo ainda uma descrição mais detalhada que reproduza tanto

aquilo que é fato consumado quanto às previsões.

Parte da infografia utilizada no jornalismo está ligada à arquitetura da

informação, aquela que organiza os elementos de maneira que possam ser

assimilados com mais facilidade por seus leitores. O que nos direciona para a

colocação de Cairo sobre a figura do arquiteto da informação, cuja tarefa é estruturar

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e contextualizar conteúdos e também ser responsável pelo design (ou projeto) dos

meios (ou plataformas) pelos quais os leitores virão a acessar o conteúdo.

O objetivo fundamental da arquitetura da informação (que pode ser uma profissão ou uma atividade que caiba em outras profissões) é combater a ansiedade previsível diante do fato de termos tantos dados úteis e interessantes ao alcance das mãos ou do mouse (CAIRO, 2011, p. 30).

Nesse sentido, a infografia se apresenta como solução possível e largamente

utilizada no jornalismo e no jornalismo digital. Na classificação de Leturia (1998), a

infografia se apresenta no formato de:

● Gráficos (para apresentação de informação numérica e estatística);

● Mapas (para mostrar a localização de um acontecimento);

● Tabelas (quadro simples para a apresentação de dados descritivos que não

podem ser cruzados ou comparados facilmente);

● Diagramas (para mostrar como se vê ou funciona algo, com utilização de

legendas ou diversos ângulos de representação).

Recorrendo aos exemplos que Zappaterra (2009) reúne com jornais do

mundo que fazem uso da infografia, podemos destacar que as principais motivações

dos editores e equipes de redação para o uso da infografia são: realçar visualmente

a publicação, envolver o leitor com um material denso e variado, transmitir a

informação de um modo inesperado, explicar histórias complexas, ilustrar aspectos

de acontecimentos que não foram fotografados, proporcionando um entendimento

mais minucioso, passar mais informação de forma mais nítida (ZAPPATERRA, 2009,

p.149).

Lima Júnior (2004) explica que os infográficos permitem que matérias

complicadas, que precisam de muitas palavras para serem compreendidas, possam

se fazer entender de maneira rápida e lúdica. Segundo o autor, as informações

numéricas, estatísticas e outras são mais efetivas do que o puro uso da escrita, além

de proporcionarem maior variedade e agilidade no planejamento gráfico. No mesmo

estudo, o autor faz a ponte com a infografia digital. Naquela época ele destacava a

falta de pesquisas na infografia “analógica”, enquanto que a técnica já migrava para

o digital.

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Segundo Barboza (2015), a infografia multimídia deve o seu surgimento e

expansão à popularização da Internet e, consequência desta, do jornalismo que

começou a ser produzido nesse novo ambiente tecnológico.

Em uma época de smartphones, redes sociais digitais e-readers e etc.,

jornalistas, designers, publishers buscam novas formas de produzir, veicular e

vender conteúdo, acompanhando a demanda dos leitores. “As novas gerações, cada

vez mais conectadas por meio de múltiplas telas, querem obter informações de

maneira diferenciada. Além de personalizado e segmentado, o conteúdo precisa ser

atrativo, tal como um jogo” (BARBOZA, 2015, p.72).

Algo comum de se observar nas produções atualmente é seu caráter

transmídia. Temos a notícia em diferentes meios e formatos e, no caso do uso da

infografia, as combinações de conteúdo e formato podem ser infinitas. Para

Barboza, “se [o infográfico] for integrado a uma narrativa que agregue outras

ferramentas multimídias – tais como textos, vídeos, arquivos de áudio, slides de

fotos, newsgames – pode atrair ainda mais interessados no material divulgado”

(BARBOZA, 2015, p.90).

Os infográficos são motivados e possuem os elementos de uma narrativa: o

que, o quem, o como; representando uma estratégia comunicacional. Segundo

Resende:

Estes níveis representam diferentes preocupações na construção da história jornalística: o conteúdo, o ato de narrar e as estratégias utilizadas. A infografia está imbuída destes três tópicos, pois sua narrativa apresenta as características comuns a qualquer narrativa, o que a difere são as especificidades presentes neste subgênero jornalístico (RESENDE 2004, 2009 apud AMARAL, 2010, p. 32).

De forma análoga, a ilustração também é aplicada ao jornalismo em situações

nas quais uma fotografia não daria conta. Zappaterra, ao mesmo tempo em que

coloca os elementos de composição de livros, jornais e revistas - sobretudo os

impressos -, aplica exemplos de peças de comunicação que demonstram o uso de

cada elemento em algumas situações. Um dos elementos é a ilustração nos jornais

e revistas. Zappaterra afirma que alguns editores utilizam o recurso para trazer

dinamismo à página, enquanto outros lançam mão do recurso quando a reportagem

demanda algum tipo de interpretação conceitual ou mesmo quando não há

fotografias em qualidade suficiente.

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Uma ilustração pode expressar um conceito ou um sentimento melhor que uma fotografia, pois os leitores, frequentemente, não podem evitar de associar um conteúdo narrativo a uma foto, sobretudo se é uma foto figurativa. Isto é assim, pois, como leitores que somos, lemos a imagem literalmente: ‘Esta foto trata-se de uma figura, vestindo uma roupa neste cenário e fazendo tal coisa, logo está me dizendo isto’. Mas, ao contrário, as ilustrações ‘se lêem’ de um modo diferente, permitindo à história, ao diretor artístico e ao leitor criar outros tipos de associações abstratas, frequentemente mais expressivas. A ilustração pode representar também o espírito do seu tempo, o zeitgeist, com mais eficácia que a fotografia, e ser usada como imagem da marca (ZAPPATERRA, 2009, p. 71).

Sendo a infografia, ainda segundo Zappaterra, a representação visual de

informações, dados ou conhecimentos, chegamos a um ponto de contato com a

Facilitação Gráfica, nosso objeto de pesquisa e análise. Essas semelhanças e

diferenças serão abordadas mais adiante em nosso trabalho.

1.4 Jornalismo e Facilitação Gráfica: novas e antigas formas de narrar

As facilitações gráficas midiatizadas mesclam suas características com as

narrativas jornalísticas, ao mesmo tempo que são transformadas pelas práticas das

redações, transformação esta que o jornalista estabelece com sua própria maneira

de narrar.

A narrativa é crucial para atingir pessoas. A habilidade de contar histórias e

encontrar uma estrutura para isso é algo procurado por consumidores de mídia,

sobretudo atualmente (BERGSTRÖM, 2009). As narrativas são para nós familiares,

e até clássicas ou clichês no cinema e no teatro.

Trabalhar com narrativa é trabalhar com a expectativa, o que o público anseia

ler ou ver. Além disso, a história pode sofrer mudanças de roteiro e reviravoltas, isso

pode fidelizar o leitor, ou fazer com que ele abandone a leitura proposta. Bergström

definiu dois níveis em que as histórias se operam: o nível da ação e o nível narrativo.

No primeiro, descreve-se o que acontece e, no segundo, como aquilo aconteceu. O

mesmo autor elencou três técnicas narrativas: dramática, não dramática e interativa.

- a narração dramática possui começo, meio e fim; define-se um cenário

onde a ação acontece em tempo real.

- são exemplos de narração não dramática a estrutura aberta de alguns

filmes, noticiários e anúncios publicitários. Nestes casos, a estrutura

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“começo-meio-fim” tem variações, reviravoltas. Alguns produtos nem

mesmo tem um fim, abrindo para interpretações ou continuações.

Mesmo na imprensa, uma cobertura jornalística de um assassinato

pode não acabar enquanto não se descobre o assassino, e algumas

investigações não tem mesmo fim.

- já a narração interativa baseia-se na experiência do espectador ou

leitor, no rumo e velocidade que ele quer dar para a peça de

comunicação. Lembrando que “a mídia interativa combina texto,

imagens, filme, som, estimulando o visitante de várias maneiras ao

mesmo tempo, aumentando dramaticamente o espaço das

experiências abertas a ele e fortalecendo o impacto do conteúdo

(BERGSTRÖM, 2009, p. 24).

Também no jornalismo existem técnicas e tipos de narrativa dentro da

Narrativa Jornalística. O jornalismo, toda a sua técnica e estética, é somente mais

uma forma de contar uma história. Existem, contudo, maneiras dentro do jornalismo

de contar histórias. Normalmente escrito, usando os códigos das letras e das

palavras na imprensa ocidental, o jornalismo na imprensa ocidental permite tipos de

narrativas em seus periódicos. Em uma entrevista para Natália Mazzotte, em 2013, o

então editor do Grupo Abril define assim as dificuldades para apresentar a notícia de

forma atrativa ao público, em forma de game:

Na apuração propriamente dita não tem muita diferença, mas a forma como você deve pensar a matéria muda bastante. São duas coisas paralelas, uma é a apuração tradicional, que funciona do mesmo jeito, e outra é que é preciso pensar na mecânica do jogo, pensar o game design. Para dar apoio na construção do game, o repórter precisa trazer muitas referências visuais, já tem que fazer a apuração pensando em imagens relativas ao tema para recriar o cenário que está sendo retratado. Então eu diria que a grande diferença é essa preocupação com o que vai ser ilustrado (MAZZOTTE, 2013, s/p).

A escrita jornalística se apresenta nas formas de nota, notícia, reportagem e

crônica. Se uma reportagem não apresenta elementos narrativos (cenário,

personagem e ação) esta não é de fato uma reportagem (SODRÉ; FERRARI, 1986,

p. 15). A narrativa jornalística, então, diferencia-se da literária por conta de seu

compromisso com a objetividade informativa (SODRÉ; FERRARI, 1986, p. 9). Além

disso, o jornalismo se estrutura na crença verdadeira e justificada (LISBOA;

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BENETTI, 2015), na qual sua legitimidade está relacionada com a credibilidade do

veículo jornalístico, seja ela percebida ou constituída; a verdade, em sua

constituição filosófica, refere-se à verdade proposital do jornalismo, ou seja, sua

correspondência com o real, uma vez que “a questão da veracidade é primordial

para a crença em uma fonte de informações como o jornalismo, que se propõe a

descrever e interpretar a realidade” (LISBOA; BENETTI, 2015, p. 13).

Para as autoras, o jornalismo se consolida à medida que cresce o nível de

fidelidade com a realidade e o relato desta. Por isso, o jornalismo faz uso de outras

ferramentas discursivas, como a fotografia e os gráficos (formas abstratas que

reunidas criam sentidos e significações). O jornalismo pode ser sempre uma

interpretação, mas as fotos comprovam a realidade, assim como os gráficos

demonstram a verdade nas conclusões que aquela peça de comunicação que

chegar: “Se a narrativa jornalística visa ser conhecimento, ela não pode ser apenas

uma interpretação qualquer. Tem que ser uma interpretação plausível e com elevado

poder explicativo” (LISBOA; BENETTI, 2015, p. 14).

O jornalismo está intimamente presente em nosso dia a dia. A ideia de

periodicidade do jornalismo, inclusive, dá ritmo à nossa vida, como por exemplo,

marcamos compromissos baseados no horário dos programas de TV, ou quando

notamos que estamos atrasados ou adiantados de acordo com o noticiário do rádio

do carro.

Ler, ver ou ouvir notícias diariamente passou a fazer parte do ritmo moderno do mundo da vida e se incorporou à cotidianidade, se agregou ao ciclo cronológico do homem de hoje. Essa recorrência do hábito de tomar e retomar conhecimento do mundo através das notícias criou no homem contemporâneo um círculo cultural cuja intenção vai além da simples busca de sentido imediato, vai muito além da simples vontade de querer se informar sobre os fatos que ocorrem a cada dia. O ato de consumir notícias transformou-se num ato culturalmente importante porque se agregou ao ritmo do mundo da vida do homem moderno enquanto ato antropologicamente significativo, independentemente dos conteúdos veiculados e consumidos (MOTTA, 2002, p. 13).

Assim, a notícia é um produto que as pessoas estão familiarizadas a

consumir, apesar de não dominarem seu processo de produção e, muitas vezes,

nem notarem as nuances entre diferentes coberturas de um mesmo fato, ou mesmo

a semelhança das notícias e grandes reportagens, com a literatura:

Pela sua natureza ritualística e enquanto sistema simbólico, as notícias têm um caráter de fábula, se aproximam de narrativas teológicas. Mas, na

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sua intencionalidade estratégica, elas não deixam de ser relatos plenos de verossimilhança, porque é a verossimilhança externa, esse compromisso com a história que lhes confere credibilidade para continuar contando e repetindo os temas arquetípicos, que lhes assegura a legitimidade para instalar-se como fonte das fábulas contemporâneas. Elas não constituem um corpo de sentidos elaborados e definitivos e só adquirem esses sentidos fabulares na imaginação dos leitores, telespectadores ou ouvintes (MOTTA, 2005, p.14).

As narrativas jornalísticas podem ser auxiliares de uma argumentação e não

somente estar no espaço de protagonismo em notícias e reportagens (BERTOCCHI,

2006, p. 105). Visando a análise das narrativas jornalísticas, Motta (2005) nos

propõe cinco movimentos característicos para compreender este tipo de narrativa:

(i) Recomposição da intriga ou do acontecimento jornalístico, isso pois,

“As notícias são fragmentos dispersos e descontínuos de significações

parciais”, necessitando um resgate dos fatos passados para compreender na

sua totalidade a narrativa. O autor recomenda que esse resgate seja temático

e cronológico.

(ii) Identificação dos conflitos e da funcionalidade dos episódios, afinal

são os conflitos que darão espaço para os próximos episódios, sequências e

ações. “O conflito é o núcleo em torno do qual gravita tudo o mais na

narrativa”, e sua compreensão é o que torna possível reunir as demais

notícias que montam essa narrativa.

(iii) Construção de personagens jornalísticas. A definição destes papéis

é simplificada quando identificamos o conflito do item anterior. “No jornalismo

as personagens costumam ser fortemente individualizadas e a transformar-se

no eixo das histórias. [...] há sempre uma relação íntima entre personagens e

pessoas físicas porque personagens representam pessoas reais”.

(iv) Estratégias comunicativas: diferente da ficção, em que temos a

presença explícita ou implícita do narrador, no jornalismo as histórias são

contadas como se a verdade estivesse posta, independente da figura do

narrador que “dissimula sua fala como se ninguém estivesse por trás da

narração”, ao que Motta chama de “processo de-subjetivação do real”, em

que o jornalista é um narrador que nega até o fim sua narração.

(v) A relação comunicativa e o “contrato cognitivo”, segundo Motta

(2005, p. 12), enquanto na literatura falamos em perspectiva, ou situação

narrativa, ou também foco narrativo, na teoria jornalística se fala em

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“enquadramento” e “abordagem”. Importante destacar neste quinto

movimento que:

Na análise pragmática da narrativa a atenção desvia-se da relação narrador - texto para a relação comunicativa narrador - narratário, para o jogo entre as intencionalidades do narrador e as interpretações e reconhecimentos da audiência. A perspectiva é outra, a atenção desloca-se do texto como unidade estática para a relação comunicativa intersubjetiva. O texto torna-se apenas o nexo de uma atividade interativa entre dois interlocutores (narrador e narratário) que realizam um processo, um ato comunicativo. O enquadramento ou abordagem jornalística são analisados como parte da estratégia comunicativa (MOTTA, 2005, p. 12).

(vi) Significados de fundo moral ou fábula da história: partindo do

princípio que toda cobertura jornalística só existe devido a alguma

transgressão em contraposição com a estabilidade, por mais que se busque a

isenção e a imparcialidade, neste sexto movimento, Motta defende que “os

jornalistas só destacam certos fatos da realidade como notícia porque esses

fatos transgridem algum preceito ético ou moral, alguma lei, algum consenso

cultural”. Portanto, como uma peça ficcional, existe na narrativa jornalística a

moral da história e “esse fundo ético e moral vai surgindo cada vez mais nítido

ao longo da análise do acontecimento: é o plano da estrutura profunda da

narrativa”.

Sodré e Ferrari (1986) afirmam que as principais características de uma

reportagem são:

(a) predominância da forma narrativa;

(b) humanização do relato;

(c) texto de natureza impressionista;

(d) objetividade dos fatos narrativos.

“Uma vez que (na reportagem) a aproximação com o leitor é maior, na medida

em que se pode acompanhar o desenrolar dos acontecimentos quase como

testemunha. Esse tipo de relato se apoia na ação e no detalhamento” (SODRÉ;

FERRARI, 1986, p. 21).

Em meio à descrição dos elementos narrativos em reportagens, vale destacar

que na mesma obra os autores descrevem os tipos de reportagens e os objetivos

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delas: as reportagens de ação, que visam colocar o leitor dentro do acontecimento

por meio da narrativa; as reportagens de denúncia, que por meio de técnicas

discursivas não apenas enunciam o fato, como pronunciam uma tendência, com se

uma balança pende-se para o certo e o errado que aquele fato permeia.

Ainda sobre as características da nova narrativa jornalística, sempre vale

lembrar o exemplo que os professores dão aos alunos no primeiro ano da Faculdade

de Jornalismo: se a história da Chapeuzinho Vermelho tivesse mesmo acontecido,

como seria essa notícia? O clímax e, portanto, a manchete da notícia é que um lobo

foi abatido por um caçador após devorar uma criança e sua avó. Após esse

esclarecimento, vêm as informações adicionais, onde foi o ataque, porque a garota

estava na casa da avó, quem era o lobo, quem era o caçador, como elas foram

localizadas e etc. Ao que confirma a explicação de Motta para esse estilo: “os fatos

saltam sobre o leitor” (MOTTA, 2005, p. 6), pois na narrativa jornalística a história

começa pelo clímax e posteriormente são acrescentados os detalhes e

ambientações. O que explica também a existência de conteúdos jornalísticos

derivados de notícias, como infográficos e retrancas do tipo “entenda o caso”, o que

para Motta (2005, p.6) corresponde a analepses, ou seja flashbacks, das narrativas

ficcionais que buscam facilitar a conexão da memória cultural do receptor da

mensagem. Também os depoimentos de autoridades ou especialistas no assunto da

reportagem recuperam fragmentos da história e constroem o enredo dessa narrativa.

São estratégias de linguagem apropriadas pela narrativa jornalística visando

recuperar a memória do receptor acerca de episódios anteriores ao narrado no

presente mas que contribuem de forma orgânica ao entendimento da notícia.

Sodré e Ferrari (1986) identificam alguns tipos de textos que, apesar de

apresentarem uma estrutura narrativa, possuem outras subcaracterísticas que as

diferenciam dentro do campo da reportagem.

Por exemplo, as “notícias denúncia” são opinativas e em certo ponto irônicas

quanto ao fato narrado; as reportagens de fatos utilizam a clássica estrutura de

“pirâmide invertida”, na qual a informação principal (ou desfecho) é a manchete e

depois os fatos são narrados na ordem de sucessão; a reportagem de ação

diferencia-se da anterior principalmente por se aproximar do leitor, contar as cenas

do acontecimento como em um filme, o texto ainda começa do ponto mais atraente

do caso, mas não necessariamente seu desfecho; por fim, a reportagem

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documental, que comunica usualmente temas controversos, colocando tudo que se

sabe sobre o assunto objetivamente, acompanhada de citações, se for o caso.

A discussão sobre como as reportagens utilizam as ferramentas narrativas

para apresentar fatos e defender posicionamentos nos levam à discussão de

interesse público e interesse do público. Para isso, recorremos a Chaparro:

O interesse do público pertence, pois, ao universo dos indivíduos, em configurações individuais ou coletivas. Está, portanto, relacionado às razões emocionais e/ou objetivas das pessoas. Razões que são a base construtora do sucesso interlocutório, sempre dependente do “outro”, e que tem de ser imediato. Já o interesse público, no entendimento que a ciência política lhe atribui, define bens imateriais indivisíveis, que pertencem a todos, ou seja, a uma totalidade dos unidos por valores-verdades em que acreditam. Valores concretos, como a Pátria, a Família, a Igreja, ou valores abstratos, com a Justiça, a Liberdade, a Igualdade, a Dignidade, a Honra, o direito à Vida e à Felicidade. Valores motivadores e justificadores das ações humanas, inclusive as ações de narrar e analisar as coisas da Atualidade, que pertencem ao jornalismo (CHAPARRO, 2008, p. 7-8).

A explicação de Chaparro à diferença de interesse do público e interesse

público nos abre espaço para a discussão sobre que canais informativos, presentes

hoje na internet, assumem a responsabilidade jornalística de levar informação de

interesse público aos seus públicos.

A interação do leitor com tecnologias e telas sensíveis ao toque sugere que

os jornalistas reorientem o processo de produção da informação jornalística em

direção a uma pedagogia de movimentos para se comunicar com seu público, numa

atmosfera que conduz à exacerbação das sensações e do infotenimento. Nossa

hipótese é que, desse processo, emerge um jornalismo centrado na lógica das

sensações, um jornalismo sensorial: não basta à notícia ser apenas lida, vista ou

ouvida; ela é, sobretudo, sentida, experienciada pelas sensações, vivenciada ao

máximo pelos sentidos (BARSOTTI, 2015, p.297).

Em uma discussão acerca das narrativas audiovisuais, Piccinin (2016) coloca

que as mídias audiovisuais têm adotado formas e estruturas narrativas como

validação de um discurso e, também, na intenção de seduzir a audiência. “Auxiliadas

pelas possibilidades tecnológicas, as narrativas vão fazendo mesclar os papéis de

quem narra e escuta, resultando no movimento que hoje se compreende como o de

‘redução da distância entre o palco e a plateia’” (PICCININ, 2016, p. 16).

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A evolução do jornalismo e da comunicação acompanha o desenvolvimento

da tecnologia, assim como os hábitos de quem consome e produz notícias. A

inovação na forma de narrar acompanha esse movimento.

1.5 O ambiente digital e a midiatização da Facilitação Gráfica

Desde 2015, existem no Brasil mais smartphones do que computadores,

inclusive, um levantamento de 2016, da FGV, aponta que existem cerca de 350

milhões de dispositivos conectados à Internet. Dispositivos estes: smartphones,

computadores desktop, notebooks e tablets.

A comunicação e o jornalismo visual também existem em ambientes digitais,

e assim como as formas de escrita foram se aprimorando ao longo dos anos,

também a web não é a mesma desde sua criação. Atualizam-se as superfícies,

atualizam-se as formas de produzir e consumir conteúdo.

Para compreender como o jornalismo responde à evolução da tecnologia e de

que forma as facilitações gráficas midiatizadas se comportam neste ambiente,

estudamos as características do jornalismo digital. Nosso referencial é o

webjornalismo nos estudos do Labcom Lisboa, liderado pelo pesquisador João

Canavilhas.

1.5.1 As Sete Características

Em 2014, Canavilhas fundamentou quais seriam as sete características do

jornalismo no meio digital, ou webjornalismo, termo que ele adota: hipertextualidade,

multimidialidade, interatividade, memória, instantaneidade, personalização,

ubiquidade.

O texto seria o elemento fundamental para o webjornalismo (CANAVILHAS,

2014), por questões históricas (os jornais já são baseados em textos, então nada

mais natural que importar e expandir o produto do jornal para sua versão digital -

agora aparentemente sem o limite de espaço), por questões tecnológicas (no início,

a internet não tinha a qualidade de hoje, e carregar um texto, por maior que fosse,

sempre foi mais “fácil” que carregar uma imagem), e também por questões

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econômicas (tanto receptores quanto emissores têm de lidar com os altos custos da

conexão para acessar e compartilhar conteúdo na rede.

Contudo, na web, o usuário / leitor pode navegar pelo conteúdo de forma não

linear, por meio da hipertextualidade, que na definição de Salaverría (apud

CANAVILHAS, 2014, p.5) trata-se da capacidade de ligar textos digitais entre si.

Vídeos jornalísticos em Facilitação Gráfica, por outro lado, oferecem uma linearidade

na narrativa e constroem instantaneamente ligações entre o que está sendo contato

e o repertório do leitor/usuário/espectador.

Salaverría (apud CANAVILHAS, 2014, p.27) defende que toda a comunicação

humana é multimídia, afinal, recebemos informações por diversas vias (oral, escrita,

imagética). Na linha do autor, três pontos definem o conceito de multimídia:

1) como multiplataforma “casos em que distintos meios coordenam as suas

respectivas estratégias editoriais e/ou comerciais para conseguir um melhor

resultado conjunto” (SALAVERRIA apud CANAVILHAS, 2014, p.27);

2) como polivalência (profissional, midiática, temática e funcional - o mesmo

jornalista trabalha para diversos meios, em diversos temas e o produto de seu

trabalho será veiculado em diversas plataformas);

3) como combinação de linguagens (texto, imagem, som e vídeo).

Além desses conceitos, onze elementos compõem o conjunto de formatos por

meio dos quais é possível produzir conteúdos multimídia: texto, fotografia,

iconografia e ilustração, gráficos, vídeos, animação digital, discurso oral, música e

efeitos sonoros, vibração (MEO, 2017, p.8).

Segundo Rost (2014), a interatividade é um conceito que liga os meios de

comunicação e seus leitores/usuários, permitindo abordar o espaço de relação entre

as partes, analisando as diferentes instâncias de seleção, intervenção e participação

nos conteúdos do meio. Nas palavras do autor, a interatividade “insere-se nessas

zonas de contacto entre jornalistas e leitores, que as tecnologias têm alargado e

simplificado” (ROST, 2014, p.53).

Palácios (2014) retoma o jornalista como historiador do presente ao dizer que

o jornalismo moderno não tem memória, mas:

O jornalismo é memória em ato, memória enraizada no concreto, no espaço, na imagem, no objeto, atualidade singularizada, presente vivido e transformado em notícia que amanhã será passado relatado. Um passado relatado que, no início, renovava-se a cada dia, e com o advento da rádio, da televisão e da Web, tornou-se relato contínuo e ininterrupto, nas

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coberturas jornalísticas 24x7 (24 horas por dia, sete dias por semana) (PALÁCIOS, 2014, p. 89)

A memória é recorrente no jornalismo digital devido às possibilidades de

relacionar e indexar conteúdos de uma notícia atual com uma outra notícia antiga

que esteja relacionada.

À medida que as bases de dados foram se transformando nos blocos de construção para o jornalismo contemporâneo (Barbosa; Mielniczuk, 2005; Barbosa; Torres, 2013), a memória se tornou, em larga medida, uma questão de algoritmos e buscas automatizadas (PALÁCIOS, 2014, p. 94).

Bradshaw (2014) coloca que o desenvolvimento das tecnologias da

comunicação acirrou ainda mais a corrida pelo “furo”, por ser o primeiro canal a dar a

notícia. Isso impulsionou fortemente o jornalismo da instantaneidade. A tecnologia

usada desde a pesquisa, apuração, produção e veiculação do material jornalístico

esticou o tempo, o que antes levaria uma semana, hoje leva um dia. E a pluralidade

de acesso aos conteúdos instantaneamente é outro ponto importante a se observar.

São diversas as fontes de informação: televisão, rádio, web, e-mail, sms…

A instantaneidade em publicação – não mais dependente das máquinas de impressão ou da programação de TV ou rádio – é a mudança mais visível. [...] A digitalização e a convergência oferecem novas formas de ganhar dinheiro a partir do mesmo conteúdo, mas também perturba o ritmo da linha de produção. [...] Os jornalistas do impresso tiveram de se adaptar para produzir cobertura ao vivo, enquanto os de televisão se transformaram em bloggers – ambos ainda estão tentando encontrar uma maneira de combinar a demanda de preencher um boletim de meia hora ou uma página dupla com o espaço elástico proporcionado pela Web e pelas propriedades dos dispositivos móveis (BRADSHAW, 2014, p. 111).

A personalização é ao mesmo tempo um desafio e um presente para os

meios. Já que a questão não é mais viabilizar a maneira seu conteúdo vai chegar

em muitas pessoas (a tecnologia já resolveu essa questão), o desafio é manter-se

relevante (diante de um mar de meios com as mesmas capacidades técnicas). Uma

das respostas à personalização é a agregação de conteúdos, criticada por alguns

jornalistas, mas praticada pelos leitores.

A ideia principal é reunir, classificar e filtrar o conteúdo disponível, incluindo as notícias mais interessantes. Ou, como dizem os críticos, os itens que recebem mais cliques. Apesar de ser criticado por muitos jornalistas e editores, a agregação é muito popular entre os leitores (LORENZ, 2014, p. 137).

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Vista como negócio de nicho, Lorenz (2014) explica que a personalização não

se trata de criar um produto ou serviço uniforme, mas oferecer opções de navegação

e leitura para as diferentes necessidades e características dos usuários. O autor cita

inclusive a “personalização em massa”, onde superamos a ideia de personalização

manual e dirigida a produtos individuais e mudamos a “forma de produzir bens e

serviços que utilizam a tecnologia e informação” (LORENZ, 2014, p. 139-140).

A ubiquidade, de acordo com Palácios, a sétima característica do

webjornalismo significa estar em todo lugar, em qualquer tempo. Nas palavras de

Pavlik, “no contexto da mídia, ubiquidade implica que qualquer um, em qualquer

lugar, tem acesso potencial a uma rede de comunicação interativa em tempo real”

(PAVLIK, 2014, p. 160).

1.5.2 As Cinco Fases

Para Barbosa e Torres (2013), “um dos principais debates dos pesquisadores

e produtores do jornalismo atual é sua adequação a um novo contexto tecnológico

comunicacional”. Ainda segundo as autoras, enfrentamos, ou compomos a 5ª

geração do jornalismo nas redes digitais (BARBOSA; TORRES, 2013, p.34), ou seja,

uma fase de convergência que se apresenta em outras produções culturais. Citando

Jenkins, afirmam que a cultura contemporânea é a da convergência, na medida em

que esta modifica as relações entre a tecnologia, indústria, mercado, gênero,

audiências e consumo dos meios, promovendo uma reconfiguração destes.

De acordo com Amaral (2010), podemos dizer que a divisão do jornalismo

digital em fases se dá mais por suas características do que por sua ordem

cronológica. O autor coloca que coexistem em um mesmo webjornal peças

jornalísticas com características de diferentes gerações. Um exemplo disso são os

infográficos: em um mesmo dia e no mesmo site ou portal, diferentes tipos de

infográficos são publicados. Cada um deles pode possuir um tipo de multimidialidade

ou até todas elas (AMARAL, 2010, p.110).

Vale aqui retomar as primeiras fases do jornalismo digital, afinal, há veículos

de comunicação que não a superaram ainda. Para as três primeiras, Barbosa e

Torres, com base em Mielniczuk (2010), explicam que:

Primeira geração: a fase da transposição, reprodução de conteúdos ou, como classificou Steven Holtzman (1997), repurposing; segunda geração,

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fase da metáfora, na qual o jornal impresso é o modelo para os sites web; e terceira geração ou fase do webjornalismo, na qual se estabelece a atualização contínua, a hipertextualidade com o recurso do link começa a aparecer nas narrativas jornalísticas, combinada aos recursos de áudio, vídeo, imagens em 360º, fóruns e enquetes deflagrando a interatividade, a disponibilização dos arquivos potencializando a memória, além das possibilidades de personalização da informação (MIELNICZUK apud

BARBOSA; TORRES, 2013, p. 39).

Mielniczuk emprega o termo “webjornalismo” para a terceira etapa. Contudo,

Barbosa e Torres preferem “jornalismo digital de terceira geração” por abranger e

englobar os produtos jornalísticos na web, recursos e tecnologias disponíveis

utilizados para “a disseminação dessa produção potencialmente para outros

dispositivos, entre eles, os móveis. Vale notar que essas fases não são excludentes

entre si, nem são estanques no tempo” (BARBOSA; TORRES, 2013, p. 39).

Apesar de ter sido escrito antes da definição de Barbosa e Torres para a 5ª

geração, Schiwingel (2012) faz uma sistematização interessante para a evolução do

jornalismo praticado em meios digitais, ao que ela nomeia ciberjornalismo.

As “experiências pioneiras” teriam começado no fim da década de 1960 com

os processos de digitalização e informatização. Schiwingel exemplifica esta fase

com as tecnologias: fax, o clipping via telnet (um protocolo que viabilizava a

conexão) e provedores de internet com acesso restrito a clientes. As “experiências

de primeira geração” situam-se a partir de 1992, quando as primeiras informações

noticiosas apareceram na web. Nesta fase, o processo de produção e publicação

era igual no jornal impresso e na sua versão web. A partir de 1995, identificamos as

“experiências de segunda geração”, quando os produtos jornalísticos começam a

apresentar características específicas da web, como a personalização e a

interatividade, aqui os processos de produção passam a difundir algumas funções

distintas, mas ainda vinculados ao modelo metafórico do veículo impresso.

As “experiências de terceira geração” aparecem a partir de 1999, quando os

produtos jornalísticos começam a perder suas amarras com o jornalismo impresso e

são pensados e criados já com os diferenciais do ciberespaço. Nesta fase,

observamos uma integração do radiojornalismo com o telejornalismo, dando mais

força ao audiovisual e aos mecanismos de interatividade. Com isso, o processo de

produção da informação se posicionava ainda mais distante do impresso, mas

totalmente controlado pelos jornalistas. Destacam-se também o uso, para produção,

de sistemas de gestão de conteúdos “com a utilização de banco de dados

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integrados ao produto” (SCHIWINGEL, 2012, p. 46). As então chamadas de

“experiências ciberjornalísticas” estão presentes a partir de 2002. Caracterizam-se

pelo uso de banco de dados integrados e sistemas de produção de conteúdos

colaborativos.

Para listar como características desta 5ª geração, apoiamo-nos nos estudos

de Barbosa e Torres (2013). São elas:

- Medialidade “na contemporaneidade a produção jornalística presente nos

diversos formatos de conteúdos (textos, fotos, áudios, vídeos, infográficos,

slideshows, newsgames, linhas de tempo...) criados, editados, distribuídos

pelas organizações jornalísticas é totalmente realizada por profissionais

empregando tecnologias digitais e em rede” (BARBOSA; TORRES, 2013, p.

34).

- Horizontalidade “nos fluxos de produção, edição e distribuição dos conteúdos”

(BARBOSA; TORRES, 2013, p. 33).

- Continuum multimídia “que abrange aspectos relacionados aos

desenvolvimentos tecnológicos, à absorção de novos procedimentos para

realizar os processos e rotinas de produção do jornalismo, como também os

avanços já empreendidos nos estudos para o melhor entendimento do

fenômeno da convergência jornalística, suas particularidades, consequências

e também divergências” (BARBOSA; TORRES, 2014, p. 38).

- Mídias móveis “como agentes propulsores de um novo ciclo de inovação, no

qual a emergência dos chamados aplicativos jornalísticos autóctones para

tablets são produtos paradigmáticos” (BARBOSA; TORRES, 2014, p. 34).

- Aplicativos “As mídias móveis são também propulsoras de um novo ciclo de

inovação, no qual surgem os produtos aplicativos (apps) jornalísticos para

tablets e smartphones” (BARBOSA; TORRES, 2014, p. 42).

- Produtos autóctones “aplicações criadas de forma nativa com material

exclusivo e tratamento diferenciado” (BARBOSA; TORRES, 2014, p. 42).

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Identificamos que o uso da Facilitação Gráfica midiatizada se utiliza dos

aspectos da comunicação visual e do jornalismo visual, porém se dá num ambiente

digital (sites e redes sociais digitais), por isso, optamos por seguir com a

terminologia jornalismo digital. Este contempla as características do jornalismo digital

de 5ª Geração (BARBOSA; TORRES), ao mesmo tempo em que congrega os

diversos suportes onde as informações podem ser publicadas e acessadas.

No capítulo seguinte, apresentaremos como surgiu, como se dá atualmente e

as relações da Facilitação Gráfica com o jornalismo digital.

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CAPÍTULO 2 - FACILITAÇÃO GRÁFICA - COMUNICANDO COM

IMAGENS E PALAVRAS-CHAVE

O cérebro humano realiza associações visuais a todo o momento. Quando

alguém explica um assunto mais complicado, logo pode surgir a questão: “Quer que

eu desenhe?”. Quando direções de um caminho são dadas, é frequente o uso de

desenhos para a criação de mapas simplificados. Ou, então, quando se busca

representar uma relação entre pessoas, é comum a utilização de árvores

genealógicas ou organogramas empresariais.

Muito do nosso entendimento dos sistemas e de como as coisas funcionam em conjunto é representado por imagens, histórias e metáforas animadas por nossa própria experiência. Melhorar nossas formas de pensar vai requerer consciência de todas as formas com que representamos nosso pensamento sobre o mundo, seja para nós mesmos ou para os demais (SIBBET, 2012, p.xii).

David Sibbet é o autor e profissional que cunhou o termo “Facilitação Gráfica”

(graphic facilitation). O livro “Reuniões Visuais” (Visual Meetings) (2013) descreve

todo o ambiente e as inspirações que levaram Sibbet a desenvolver e

profissionalizar a Facilitação Gráfica a partir dos anos 1970. Para o autor, se grupos

de trabalho conseguem ver padrões diferentes em seus pensamentos, eles ficam

mais inteligentes, e esta é a importância da linguagem e do pensamento visual para

esta técnica (idem, p. 10, 2013)

Em “Estética Relacional” (2008), Nicolas Bourriaud discute como a percepção

e o consumo humanos de aspectos visuais mudaram ao longo do tempo:

Antes tínhamos de levantar os olhos para o ícone que materializava a presença divina sob a forma de uma imagem. No Renascimento, a invenção da perspectiva monocular central transformou o observador abstrato em indivíduo concreto; o lugar que lhe atribuía o dispositivo pictórico também isolava os outros. [...] A perspectiva atribuiu um lugar simbólico ao olhar e confere ao observador seu lugar numa sociedade simbólica. A arte moderna modificou essa relação, ao permitir múltiplos olhares simultâneos no quadro. [...] Já foi bastante apontada a semelhança entre o efeito “envolvente” do expressionismo abstrato e o efeito buscado pelos pintores de ícones: nos dois casos, o que se tem é uma humanidade abstrata, jogada no espaço pictórico (BOURRIAUD, 2008, p. 112).

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Além de a linguagem visual historicamente facilitar processos, o pensamento

humano também se guia por meio de metáforas e parábolas em alguns momentos.

Desde a catequese até palestras motivacionais para equipes de vendas, os

“facilitadores” (nesse caso, não necessariamente gráficos) utilizam exemplos simples

e rotineiros para se chegar a um vetor maior, uma diretriz ou uma meta. É comum,

numa conversa sobre uma situação complicada, com erros ou desencontros,

encontrar a seguinte frase: “Puxa, ele pisou na bola”. Esta pode ser uma referência

ao futebol, ou a uma queda, porém, usamos a frase em outros contextos, como uma

metáfora. O significado que as coisas assumem tem estreita relação com o contexto

em que as inserimos:

A comunicação visual funciona da mesma maneira. Tudo - história, mensagem, letras, texto, logotipos marcas registradas, imagens, design, quadros, telas, jornais, canais de televisão - tem uma vida interna e uma vida externa, e aparece em determinado contexto (do latim contexere, entrelaçar ou tecer). Tudo se relaciona consigo mesmo, com o meio, com o lugar e com o tempo. Uma fotografia encontra seu contexto na página de um jornal, mas também na mente de quem comprou o jornal, na banca, na cidade, durante a manhã e em relação ao clima do início do século XXI (BERGSTRÖM, 2009, p.82).

Em busca de uma forma nova e eficiente de registrar ideias e de criar

contextos e processos participativos mais criativos, designers, administradores,

psicólogos, artistas, publicitários e até professores têm se voltado para as técnicas e

as teorias da Facilitação Gráfica. A atividade constitui um tipo de prestação de

serviço, ou a atribuição de alguém específico na empresa, no grupo ou na

organização. Um facilitador gráfico é elemento silencioso em reuniões, debates,

palestras e apresentações. A partir de frases pontuais e de desenhos, geralmente

metáforas visuais, com muita cor, síntese e organização, ele registra tudo que foi

discutido, demandado, sugerido, aprovado e definido.

A Facilitação Gráfica faz uso de ferramentas do design para compartilhar

conhecimento. Originalmente ela é feita ao vivo por um ou mais profissionais,

enquanto outras pessoas ministram palestras ou participam de reuniões.

Atualmente, podemos encontrar na internet exemplos de facilitações gráficas feitas

em vídeo também, seja com canetas ou com outras ferramentas, como tablets

próprios para desenho, o que chamamos, no decorrer da pesquisa de facilitações

gráficas midiatizadas.

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2.1 Uma técnica nova?

A Facilitação Gráfica começou nos anos 1970 nos Estados Unidos. Primeiro,

em reuniões de equipes de negócios, depois, em treinamento de lideranças em

empresas inovadoras, até conquistar setores estratégicos, organizações não

governamentais, grupos de discussão etc (SIBBET, 2013, p.14).

No Brasil, identificamos que grupos de educação popular faziam uso da

Facilitação Gráfica em reuniões com lideranças populares nos anos 1980. Existe um

relato no livro “Cadernos de Educação Popular 1”, escrito por Beatriz Costa e

publicado pela editora Vozes, que confirma que um agente de educação popular

ouviu uma demanda das lideranças da comunidade onde ele atuava, pensou sobre

isso, esquematizou de forma que todos pudessem compreender e refletir juntos

sobre ela:

Num bairro de periferia, um grupo de trabalhadores pediu que o agente os ajudasse numa discussão sobre a nova política salarial. No debate inicial, o grupo colocou o que já conhecia a respeito do assunto e também os questionamentos que cada um fazia a essa política. O agente ouviu um silêncio e, depois que todos falaram, organizou os depoimentos num esquema que permitisse mostrar a relação entre o que foi dito pelos trabalhadores e certas causas explicativas mais gerais. Feita a apresentação de tal esquema, o agente formulou algumas questões e sugeriu que o grupo discutisse. Mais tarde, comentando a reunião com um colega, este agente falou: ‘o que eu fiz foi recolher o pensamento do grupo, sistematizá-lo e devolvê-lo ao grupo para que a discussão pudesse progredir de um modo mais organizado’ (COSTA, 1987, p. 25).

Assim como a presença dos agentes da educação popular, o facilitador

gráfico participa, como ouvinte, de um grupo que esteja construindo uma estratégia,

ou debatendo um assunto (em reunião, discussão, encontro, treinamento, palestra).

A função dessa pessoa é registrar, enquanto acontece, o que o grupo produz de

conteúdo, ou a que conclusões chega, sempre focando no essencial do que foi dito.

A ideia é que no fim do período se obtenha um resumo do que foi discutido, pois as

deliberações são registradas em palavras, frases, expressões e, sempre que

possível, em desenhos, ilustrações e metáforas visuais.

Ela baseia-se no trabalho de um profissional multitarefas, que ouve, entende

e registra de forma escrita com palavras e imagens o que julga essencial em um

evento, filme, reunião, debate, etc. Trata-se de uma técnica híbrida, que pode ser

realizada ao vivo, enquanto uma reunião ou palestra acontece, ou posteriormente,

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enquanto assiste-se ou ouve-se a gravação daquilo que se deseja facilitar, resumir e

registrar.

Facilitação Gráfica é servir a um grupo, escrevendo e desenhando sua conversa ao vivo e de forma grande para ajudá-los com seu trabalho. É uma poderosa ferramenta para ajudar as pessoas a se sentirem fortes, para desenvolver um conhecimento compartilhado enquanto grupo e disponíveis para sentir e tocar de uma forma que não poderiam antes (AGERBECK, 2012 - 4ª capa).

Existe entre os profissionais uma crença de que é sempre mais eficaz mostrar

o que é uma Facilitação Gráfica do que descrevê-la. Um exemplo de Facilitação

Gráfica, então, é o “resumo ilustrado” do discurso inaugural do presidente Barack

Obama, em 2009, realizado por Brandy Agerbeck. Existe uma forma mais atrativa de

apresentá-lo, isto é, os tópicos e os pontos altos da fala do presidente dos Estados

Unidos escritos, juntos a ilustrações e muitas cores. Está resolvido o problema da

complexidade e do tamanho do discurso:

Figura 1 - Facilitação Gráfica de Brandy Agerbeck para o discurso do presidente dos EUA,

Barack Obama

Fonte: Graphic Facilitation2

2GRAPHIC FACILITATION (2009). Obama’s Inauguration Speech. Disponível em: <http://www.loosetooth.com/Viscom/gf/obama.htm>. Acesso em: 20 mar.2018.

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“Uma imagem forte não descreve simplesmente as emoções - ela as cria”

(BERGSTRÖM, 2009, p.11). Esta citação de Bo Bergström está no livro

“Fundamentos da Comunicação Visual”, já utilizada em outros momentos da

pesquisa. Ela nos instiga à reflexão sobre o poder da imagem criada pelo homem

em nossa comunicação.

Norval Baitello Jr, em “A Era da Iconografia” (2014), afirma que as imagens

têm vontade própria, declararam independência do mundo “da vida e das coisas” e

fundaram seu mundo próprio, o “Mundo das Imagens”:

E tentaram nos seduzir para lá. Sua sedução conta, além disso, com um poderoso aliado, a extenuação dos nossos olhos diante do insistente apelo. E o “padecimento dos olhos” (assim o formulou Dietmar Kamper, 1997a), em busca de camadas mais profundas, torna-se facilmente a primeira vitória das superfícies impenetráveis das imagens que sonegam as histórias, substituindo-as por mais imagens, mais superfícies, em vez de profundidades e desdobramentos (BAITELLO, 2014, p. 64).

Assim como Philip Meggs, Baitello concorda que as imagens na comunicação

humana nasceram primeiro nas paredes das cavernas, só então as coisas

receberam nomes (palavras) que as definiriam. Por nascerem no interior, nas

sombras, imagens evocam recordações e interiorização, ao invés, do que se espera,

exteriorização. Baitello recorre a uma classificação de Hans Belting (2001) para

separar as imagens em endógenas e exógenas, pois “elas possibilitam a verificação

do vetor de uma imagem e seu efeito sobre a comunicação social [...] um

diagnóstico do potencial dialógico das imagens como força imaginativa” (BELTING,

2014, p. 65).

Assim em todas as mídias e superfícies, como denomina Flusser (2017),

encontramos imagens produzidas pelo homem com potencial de interiorização, que

significa “que abriram as portas para mundos perceptivos novos, criaram novos

olhares e ampliaram horizontes da cultura humana” (BAITELLO, 2014, p. 65). Da

mesma forma, existe o oposto, algo perigoso na visão do autor, pois a criação

dessas outras imagens não carrega a interioridade da imaginação. Para nós, isso

pode ser compreendido como a criação de imagens sem propósito, ou mesmo uma

crítica à reprodutibilidade técnica que popularizou a arte, mas esvaziou seu sentido.

Relacionando com o ofício da Facilitação Gráfica, cada trabalho é único,

como a tela de um pintor. Contudo, atualmente com o avanço das comunicações em

rede, sua reprodutibilidade é ainda mais acelerada. Um painel, ou um vídeo, feito em

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forma de Facilitação Gráfica, pode ser copiado e repassado assim que está

finalizado, garantindo que seu conteúdo de fato se espalhe. Como confirma Baitello,

mais adiante no ensaio, “com a reprodutibilidade são as imagens que procuram

nossos olhos”, não o contrário.

A produção massiva de imagens dirige-se aos nossos olhos que progressivamente se transformam em receptadores de superfícies planas. Uma vez que elas se dirigem aos nossos olhos e eles se tornam viciados em bidimensionalidade, desaparecem para eles as profundidades (BAITELLO JR, 2014, p. 66).

Existem marcos na linha do tempo da comunicação visual que nos direcionam

para o estudo da prática da Facilitação Gráfica. Partindo do princípio de que a

comunicação humana é artificial, por precisar de artifícios para existir (FLUSSER,

2017, p. 85), deixamos nossos olhos mais atentos ao que a história do mundo nos

mostra, as pinturas nas cavernas, como forma de representar conhecimentos e

acontecimentos, traduzem-se num medo da morte (FLUSSER, 2017; BAITELLO

2014), um medo de levar o conhecimento para sempre daquela sociedade

incipiente. No Egito Antigo, a construção das pirâmides contemplava a contação da

história do morto a ser sepultado ali, naquela época a história já era contada pelos

poderosos. Além da mistura dos hieróglifos (pictogramas que representavam objetos

ou seres e então construíram uma narrativa) com as grandes pinturas que

mostravam cenas, havia o Livro dos Mortos, com a mesma estrutura, porém não

feito na parede, um objeto a ser carregado e utilizado, composto por imagens e

“texto” com feitiços e orações para que a alma daquele morto completasse o

percurso esperado (MEGGS, 2009).

Saltamos para a Idade Média, na já clássica explicação que as letras (o

alfabeto, a escrita) não eram dominadas por todos, então, a Igreja, normalmente,

possuía o controle do saber. Esse saber era registrado por monges. Os monges

copistas faziam cópias dos livros que eram transportados de reino a reino. Com o

passar do tempo, as margens desses livros copiados passaram a ser adornadas

com ilustrações que representavam as cenas que eram escritas, as Iluminuras da

Arte Gótica (PROENÇA, 2002, p. 73).

Meggs, como falamos, voltou muitos séculos na história para construir a sua

obra “História do Design Gráfico” (2009). No capítulo dedicado aos manuscritos

iluminados, ele coloca que “a ilustração e a ornamentação não eram mera

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decoração. Os líderes monásticos tinham consciência do valor educacional das

figuras e da capacidade do ornamento de criar nuances místicas e espirituais”

(MEGGS, 2009, p. 64). Portáteis, estes manuscritos permitiram que o conhecimento

fosse passado de região a região ao longo do tempo. Ao longo da Era Medieval, a

produção e reprodução dos manuscritos constituiu um repertório grande de formas

gráficas, leiautes de página, estilos de ilustração, letras e técnicas. Contudo, este

ofício milenar estava com os anos contados: sua extinção se deu nas primeiras

décadas do século XVI com o advento do Livro Tipográfico. Ainda assim, deixou seu

legado:

Da observação dos manuscritos ilustrados podemos tirar duas conclusões: a primeira é a compreensão do caráter individualista que a arte da ilustração ganhava, pois destinava-se aos poucos possuidores das obras copiadas; a segunda é que os artistas ilustradores do período gótico tornaram-se tão habilidosos na representação do espaço tridimensional e na composição analítica de uma cena, que seus trabalhos acabaram influenciando as criações de alguns pintores (PROENÇA, 2002, p. 74).

Apesar de a prensa mecânica estar a todo vapor (literalmente), a arte de usar

traços essencialmente humanos sobreviveu à Revolução Industrial por meio do

movimento Arts and Crafts (Artes e Ofícios) na Europa:

Apesar dos esforços de Pickering [um aprendiz de livreiro do século 19] e outros, o design de livros continuou a decair até o final do século, quando começou a experimentar um renascimento. Essa revitalização - que primeiro tratou o livro como objeto de arte com edição limitada, depois influenciou a produção comercial - foi resultado, em grande parte do movimento arts and crafts (artes e ofícios), que floresceu na Inglaterra durante as últimas décadas do século 19 como reação à confusão social, moral e artística da Revolução Industrial. Advogam-se o design e um retorno aos ofícios manuais e abominavam-se os bens “baratos e vis” da produção em massa da era vitoriana. O líder do movimento, William Moris (1834- 1896), clamava por clareza de propósito, fidelidade à natureza dos materiais e métodos de produção e expressão pessoal tanto por parte do designer como do trabalhador (MEGGS, 2009, p.217).

No espírito do movimento Arts and Crafts, mas sem citá-lo necessariamente,

a Facilitação Gráfica nasce como uma resposta à correria e à automação da

comunicação. Quando David Sibbet pensou que ferramentas e estratégias do design

para solução dos problemas poderiam ser aplicadas em outras áreas por meio de

uma mediação, ele resgatou essa essência de aproximar a arte e a sociedade.

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2.2 Conceitos de Facilitação Gráfica e ambientes de aplicação

A linguagem visual é uma forma de comunicação constituída por imagens

representadas por símbolos diversos. É um conjunto de signos e símbolos usados

para se comunicar visualmente com harmonia e senso de estética (HALLAWELL,

2008 apud RIBEIRO, 2011, p. 53).

Para Dondis (2007), “a experiência visual humana é fundamental no

aprendizado para que possamos compreender o meio ambiente e reagir a ele; a

informação visual é o mais antigo registro da história humana” (DONDIS, 2007, p. 7).

A autora também coloca que as pinturas das cavernas, por exemplo, representam o

relato mais antigo que se preservou sobre o mundo como ele era percebido trinta mil

anos atrás. Contudo, Ribeiro (2011), fazendo uso dos estudos de Hallawell, afirma

que foram os gregos que primeiro buscaram representar a sua própria realidade, a

partir de um contexto visual:

O povo grego buscou na matemática e na ciência o conhecimento necessário para criar imagens que fossem proporcionais, ou seja, com volume e movimento; assim descobriram princípios referentes à perspectiva, harmonia e estética, os quais vigoram até os dias de hoje. Isso significa, claramente, que “a linguagem visual não foi criada aleatoriamente, mas cientificamente” [...] O estudo da estética teve grande importância para o povo grego daquela época, pois por meio daqueles estudos eles descobriram as ligações entre a matemática e as artes, ‘o que era perfeito geometricamente e matematicamente também era percebido como belo artisticamente’ (HALLAWELL, 2008 apud RIBEIRO, 2011, p. 52).

A artista plástica e escritora Fayga Ostrower, defende que: “a objetivação da

linguagem pela matéria constitui um referencial básico para a comunicação; […] a

matéria objetivando a linguagem é uma condição indispensável para podermos

avaliar as ordenações e compreender o seu sentido” (OSTROWER, 2013, p. 37).

Além de sentido, a linguagem visual também pode conferir identidade. O que

a relaciona com a narrativa, que para Vila (1996) é a única maneira de compreender

uma casualidade. As narrativas possuem esquemas cognitivos importantes para a

compreensão do mundo, ações humanas e construção de metas e desejos. A

música pode ser uma narrativa, assim como vídeos, livros, discursos e campanhas

publicitárias. O resumo gráfico dessas produções culturais é uma nova linguagem

que atua na forma de narrar.

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Sobre as relações de poder entre grupos, vale destacar os conhecimentos de

Costa (1987) quanto à Educação Popular (EP):

EP é um lugar - entre muitos outros lugares - da vida das camadas populares, onde elas efetivamente exercem um outro tipo de poder. Qual poder? O poder de criar e desenvolver entre si relações não-dominadoras; o poder de agir na prática de EP de acordo com seus interesses e a partir de decisões tomadas por elas mesmas; o poder de fazer valer e desenvolver suas próprias formas de pensar, apreender, expressar e explicar a vida social: o trabalho, as relações patrão-empregado, a família, a religião, o governo, as relações entre os trabalhadores, a escola, o sindicato, o partido, outras formas de organização, o universo, a técnica, a história, a amizade, a arte, as suas próprias lutas e muitas outras coisas; enfim, o poder de questionar e aprofundar, em conjunto, as suas próprias teorias, e de criar e desenvolver um tipo de poder que reforça a sua capacidade de transformar o sistema. Nessa prática de poder, elas elaboram e incorporam um conhecimento que - então sim - passa a se constituir num elemento que aumenta o seu poder de resistência e de luta em todas as situações, lugares e momentos da sua vida - e não apenas naquele ‘lugar’ da EP (COSTA, 1987, p.22).

Também em Agerbeck (2012) podemos identificar esse sentimento de partilha

e disponibilidade que encontramos na educação popular. Em seu livro “O Guia do

Facilitador Gráfico: como usar sua audição, pensamento e desenho para criar

significado”3, a autora lista muitas características, ferramentas e habilidades que a

pessoa que aspira se tornar um facilitador gráfico precisa ter, ou desenvolver, entre

elas está You help the group (Você ajuda o grupo), no que Agerbeck explica:

Você trabalha para criar um conhecimento compartilhado para o grupo. Eu tenho trabalhado com corporações, organizações sem fins lucrativos, start ups, órgãos governamentais, institutos de educação entre outros. Cada uma dessas indústrias - cada setor - é feito de pessoas que querem fazer um bom trabalho, pessoas que querem entender e ser entendidas. Nós todos queremos dar significado ao trabalho que fazemos. Nós queremos que nossas reuniões sejam significativas e produtivas. A Facilitação Gráfica é uma ferramenta poderosa para ajudar as pessoas a se sentirem ouvidas, para desenvolver um conhecimento compartilhado enquanto grupo e para serem capazes de ver e tocar seu trabalho de uma forma que elas não poderiam acessar antes (AGERBECK, 2012, p. 10).

Apesar de se caracterizar como atividade multidisciplinar, a Facilitação

Gráfica possui uma aproximação com o design. Um dos pontos de contato pode ser

na arquitetura da informação, termo cunhado por Richard Saul Wurman no final da

3The Graphic Facilitator’s Guide: how to use your listening, thinking and drawing to create meaning

(sem tradução em português)

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década de 1970. Wurman defende uma comunicação que tornasse clara a

complexidade; em uma entrevista para compor o livro “Design em Diálogo” o

arquiteto e designer gráfico afirmou que este equilíbrio é uma função do designer

“As palavras adequadas e o relacionamento apropriado entre palavras e elementos

visuais também fazem parte da arquitetura da informação” (WURMAN, 2013, p.293).

Agerbeck e Sibbet tem a mesma definição para a Facilitação Gráfica que

Wurman tem para a arquitetura da informação:

Para Agerbeck (2012, p. 10), um profissional de Facilitação Gráfica torna as

coisas mais simples e realiza seu trabalho ao vivo e em grandes painéis de papel.

Ele ajuda um grupo a criar significado para o trabalho realizado. É um processo

composto por partes iguais de ouvir, pensar e desenhar.

De acordo com Sibbet, trabalhar com imagens e metáforas visuais envolve a

consciência e o pensamento das pessoas:

Em uma reunião, o registro visual mostra imediatamente que alguém foi ouvido e como ele foi ouvido, de uma forma que a comunicação verbal por conta própria não consegue fazer. Trabalhar de modo visual é profundamente integrador - combina a forma visual (lado direito do cérebro) e verbal (lado esquerdo do cérebro) de trabalho com a interação e o movimento físico. Exposições gráficas podem conter informações contraditórias na mesma folha, atenuando o pensamento do tipo “e/ou” que nossa linguagem falada tende a reforçar. Trabalhar com metáforas gráficas permite que as pessoas expliquem de forma direta como elas estão entendendo as coisas. Trabalhar com representações visuais estimula a imaginação das pessoas, tornando mais acessíveis esperanças, sonhos e visões. Ao organizar informações em diários ou murais, você atende não somente palavras e símbolos do indivíduo, mas também a interconexão e a organização geral. A tradução da palavra escrita para a representação visual força todos a se tornarem conscientes dos padrões de ambas (SIBBET, 2013, p. xvi).

Para os facilitadores, desenhar conversas significa também escutar, passar

por um processo de aprendizagem e de inovação, utilizar metáforas em imagem,

organizar em design a captação e a síntese das informações. Percebemos a

Facilitação Gráfica como suporte para o alcance de um patamar mais amplo: o

aprendizado, ou o desenvolvimento de um grupo. Esse apoio é, por um lado,

palpável, pois é visto nos murais desenhados, mas por outro, também imaterial, pois

o registro da facilitação conduz à conclusão sobre o tema a que o grupo chega.

A Facilitação Gráfica consiste na arte de usar palavras e imagens para criar o

mapa conceitual de uma conversa (AGERBECK, 2012, p. 10). Geralmente, um

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facilitador gráfico é o parceiro silencioso do moderador de processos. Ou seja,

enquanto um usa técnicas de condução de conversas, com foco em extrair o melhor

daquele grupo, o outro desenha, em larga escala, uma imagem do que acontece

naquela sala, sempre em tempo real.

Facilitação Gráfica funciona, ao mesmo tempo, como produto e processo,

pois foca no grupo, o auxilia a se concentrar e, também, a captar e a organizar as

ideias. Depois do evento, o mapa se torna um documento, uma prova do progresso

da reunião e suas direções. Esse resultado conceitual é engajador e significativo, já

que a plateia assistiu ao seu desenvolvimento, criando um relacionamento em torno

dessa experiência. As imagens são emocionais e subjetivas e os participantes

podem interpretar as imagens e se lembrar dos momentos que mais lhe chamaram a

atenção (AGERBECK, 2012)

Sibbet lista três ferramentas poderosas para reuniões eficazes, a essência da

Facilitação Gráfica:

- a habilidade natural para se comunicar visualmente;

- os lembretes autoadesivos e outras mídias interativas;

- o mapeamento de ideias.

O mapeamento de ideias, segundo o autor, consiste em utilizar metáforas

visuais, inseridas em modelos gráficos e em planilhas de trabalho, de forma que o

grupo consiga pensar visualmente. Sibbet lembra que inventores sempre lidaram

com diagramas e desenhos em seus diários, assim como engenheiros e designers

trabalham em quadros brancos e em mesas de desenho. Esta técnica não precisa

ficar restrita a esses profissionais, pois constitui uma abordagem flexível, que

contempla desde quem trabalha em uma folha de papel em branco, até gráficos

mais elaborados e softwares que auxiliam o grupo a visualizar o que se está

pensando e planejando.

Os pesquisadores em aprendizado e inteligência cognitiva sabem agora que os seres humanos processam a informação de formas diferentes e que o pensamento visual é uma parte grande do que fazemos. Parece que nossos cérebros são maciçamente desenvolvidos para processar informação visual, alguns sugerem que até 80% de nossas células estão envolvidas nisso (SIBBET, 2013, p. xvi).

O benefício do uso da Facilitação Gráfica é tamanho, que Alexander

Osterwalder, conselheiro na área de inovação, e Yves Pigneur, professor de

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sistemas de gerenciamento de informações, incluíram, em seu livro “Business Model

Generation - Inovação em Modelos de Negócios” (2011), informações significativas

de como o pensamento visual e seu registro podem auxiliar no desenvolvimento de

novas ideias para negócios. Segundo os autores “o pensamento visual aprimora os

questionamentos estratégicos, tornando o abstrato concreto, iluminando as relações

entre os elementos e simplificando o que era complexo” (OSTERWALDER;

PIGNEUR, 2011, p.148).

A visualização remete a questões importantes. Entre os benefícios, ressalta-

se que, em uma reunião (ao vivo), o registro da essência do que foi discutido mostra,

imediatamente, que alguém foi ouvido e como foi, sob uma forma que a

comunicação verbal não consegue, a não ser que o processo seja interrompido para

que haja questionamentos aos participantes, como este: “O que você entendeu do

exemplo que acabei de dar?”.

Ao olhar um resumo gráfico buscamos relações com o que está representado

e o que está em nosso repertório, em nossas memórias. Isso é uma habilidade

herdada de nosso consumo de arte:

A arte tem por finalidade reduzir a parte mecânica em nós: ela almeja destruir todo o acordo apriorístico sobre o percebido. Da mesma maneira, o sentido é o produto de uma interação entre o artista e o espectador, e não um fato autoritário. Ora, na arte atual, eu enquanto espectador, devo trabalhar para produzir sentido a partir de objetos cada vez mais leves, mais voláteis e intangíveis. Antes, o decoro do quadro fornecia formato e moldura; hoje muitas vezes temos de nos contentar com fragmentos. Não sentir nada é não ter trabalhado o suficiente (BOURRIAUD, 2009, p. 112).

Bourriaud no trecho citado fala sobre a arte enquanto cânone, obras de artes

plásticas reconhecidas. Analogamente, a Facilitação Gráfica promove este efeito em

seus consumidores e esta atividade em seus produtores. Ela oportuniza uma

integração de compreensões. O resumo gráfico favorece uma combinação da forma

visual (lado direito do cérebro) com a verbal (lado esquerdo), associados à interação

e ao movimento físico. Exposições gráficas podem conter informações contraditórias

na mesma folha, atenuando o pensamento do tipo ‘e/ou’ que nossa linguagem falada

tende a reforçar. Metáforas gráficas permitem que as pessoas expliquem,

diretamente, como estão entendendo as coisas. As representações visuais

estimulam a imaginação das pessoas, tornando mais acessíveis as esperanças, os

sonhos, as intenções e as visões. Por fim, a tradução da palavra escrita para a

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representação visual força todos a se tornarem conscientes dos padrões de ambas

(SIBBET, 2013)

Sabemos que tanto a escrita quanto a imagem pertencem ao universo das

visualidades. Contudo, a imagem exige tempo lento e a decifração (BAITELLO,

2014, p. 49).

A Facilitação Gráfica, nesse contexto, sugere que o ato de mapear e

diagramar, seja, por si só, um tipo de raciocínio e que a qualidade dos recursos

visuais nem seja tão importante quanto a vivência do processo de sua construção.

Grupos ficam muito mais dispostos a aceitar e a implementar ideias que vêm de

dentro do grupo, do que aquelas impostas por pessoas de fora mesmo que experts

(SIBBET apud MEO, 2016).

Denomina-se diagrama a representação gráfica de uma estrutura, situação ou

processo. Diagramas podem descrever a anatomia de uma criatura, a hierarquia de

uma corporação, ou o fluxo de ideias (LUPTON, 2011). Pode-se dizer, então, que o

resultado do trabalho dos facilitadores gráficos constitui um diagrama. Ellen Lupton

escreve em “Os Novos Fundamentos do Design” (2011), que diagramas permitem

enxergar relações que não viriam à tona numa lista convencional de números, nem

numa descrição verbal. Na Facilitação Gráfica, David Sibbet estimula as pessoas a

realizarem anotações visuais, enquanto outras falam, a fim de fixar o conteúdo.

Também defende o uso de imagens fotográficas e de ilustrações evocativas como

suporte ao diálogo de um grupo.

O ponto, a linha, o plano, a escala, a cor, a hierarquia e as camadas, isto é,

os “fundamentos do design”, listados por Lupton, convergem no design de

diagramas. Sibbet também atribui significado a esses elementos, para documentar,

visualmente, reuniões: pontos (“olhe aqui”); linhas (conexão ou separação); ângulos

(mudança ativa); quadrados e retângulos (organização formal); setas vazadas

(organização ativa); espirais (unidades dinâmicas); círculos (unidade).

No exemplo a seguir, retirado do livro de Lupton, tem-se um gráfico que utiliza

desenhos e cores para estudar o medo que o designer tem de insetos. Aqueles que

causam mais medo são indicados em preto; os demais, em verde. Próximas aos

animais, estão informações sobre sua ordem na classificação científica, seu nome

popular e também o científico. No centro, há uma cabeça humana, que representa o

designer. Uma classificação por círculos define o grau de medo de cada espécie:

extremamente ansioso (EA), sobriamente ansioso (SA) e não ansioso (NA).

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Figura 2 - Entomofobia - Diagrama criado por Jacob Lockard, Design Gráfico Avançado

Fonte: Lupton, Phillips (2011)

Em seus treinamentos, Brandy Agerbeck faz um mix entre a teoria do design

de diagramas e os significados que as formas podem assumir. Seus “8 essenciais”

seguem a mesma linha da observação que Lupton faz dos elementos, quando diz

que as marcas gráficas e as relações visuais adquirem significados específicos,

codificados no diagrama para representar aumentos numéricos, tamanho relativo,

mudança temporal, ligações estruturais e outras situações.

Gráficos de informação têm um papel efetivo a desempenhar no campo do design editorial. A linguagem dos diagramas produziu um repertório rico e evocativo dentro do design contemporâneo. Em contextos editoriais, os diagramas servem, com frequência, para iluminar e explicar ideias complexas (LUPTON, 2011, p. 199).

Retomando os autores, Dondis e Arnheim, refletimos sobre a organização de

seus estudos sobre as imagens, conforme os elementos da comunicação visual que

estes julgaram importantes. Na tabela a seguir, podemos comparar as semelhanças

e diferenças entre eles:

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Nas colunas um a três comparamos os elementos da comunicação visual de

Arnheim e Dondis com os novos fundamentos do design de Lupton e Phillips.

Podemos observar como os elementos se repetem e se encaixam.

Começamos por Arnheim por ser o mais antigo, e fomos completando as tabelas

com os elementos de Dondis, Lupton e Phillips. Enquanto o item “desenvolvimento”

de Arnheim não encontra equivalente nas autoras, “cores” está presente em todas

as definições. Outros precisaram ser adaptados, por exemplo, a “direção” de Dondis

com “equilíbrio” de Lupton e Arnheim.

Tabela 1 - Comparação de Elementos de Linguagem Visual

Arnheim4

(1980)

Dondis5 (1991) Lupton e Phillips (2011) Agerbeck (2012)

Equilíbrio Direção Equilíbrio

Configuração Ponto Linha Ponto Linha Plano Linha

Forma Forma Escala Textura Símbolos / Caixas

Desenvolvime

nto

Espaço Dimensão/ Escala Enquadramento/ Modularidade

Luz Tom Camada / Transparência Sombreamento

Cor Cor Cor Cores

Movimento Movimento Ritmo / Tempo e Movimento Flechas

Dinâmica Figura /Fundo /Grid /Diagrama

Expressão Textura Padronagem Caligrafia /

Pessoas

Fonte: Autora (2017)

Por fim, na coluna quatro da tabela, inserimos os “8 essenciais”, elementos

destacados por Brandy Agerbeck (2012, p. 171) para compor uma Facilitação

Gráfica (graphic facilitation) e, dessa forma, proporcionar a comunicação visual:

tipografia, cores, formas, linhas, símbolos ou itens, representação de pessoas e

sombreamento. Agerbeck explica que estes elementos de desenho contextualizam a

Facilitação Gráfica. A Facilitação Gráfica é uma atividade originalmente pensada

4Arnheim publicou tais informações em 1980, porém, a edição utilizada na pesquisa é de 2005. 5Dondis publica em 1991, porém, foi utilizada a edição de 2007.

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para esclarecer atividades ao vivo, posteriormente os trabalhos foram ganhando

espaço como registros gráficos após o “evento facilitado” e brifados para serem

realizados dessa forma, como são as notícias em forma de Facilitação Gráfica que

esta pesquisa visa destacar.

2.3 Os 8 elementos essenciais da Facilitação Gráfica

Agerbeck (2012) lista 8 elementos essenciais no trabalho de um facilitador

gráfico: as letras, as cores, as flechas, as caixas, os símbolos, as linhas, as pessoas

e as dimensões. Brandy justifica essa escolha pelo fato de, para ela, existirem

formas de fazer as marcações terem conteúdo e veicularem significados.

Figura 3 - Esquema elaborado por Brandy Agerbeck para um vídeo sobre

Fonte: loosetooth.com (2010)

Os 8 Essenciais foram elencados pensando em trabalhos assim, ao vivo, mas

podem ser encontrados em outros, como vídeos e registros digitais, e caracterizam a

Facilitação Gráfica.

Tipografia, ou letras escritas com as mãos (lettering) precisa ser escrita

rápido, mas legível; Símbolos (bullets) trazem cor e estabelecem um código visual

ou separam os pontos registrados; Cores (color) brilham e são convidativas, ajudam

na organização do conteúdo; Linhas (lines) conectam ideias, podem ser usadas

linhas grossas e finas para delinear as ideias; Flechas (arrows) guiam nossa

atenção, dão movimento e sequência aos registros; Pessoas (people) dão vida ao

trabalho, expressando emoções; Caixas (boxes) destacam, agrupam e separam

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ideias semelhantes ou divergentes; Sombreamento (shading) eleva os itens para

“fora da página” e acrescenta dimensão ao desenho (AGERBECK, 2012, p.171-

173).

Quando se estuda a Facilitação Gráfica, entende-se a linguagem visual

juntamente com a diferença entre ler um texto, assistir uma palestra ou ver seu

resumo em um painel na parede, imagem na tela de um computador ou mesmo

cadernos de anotações. Pesquisadores na área do aprendizado e inteligência

cognitiva afirmam que os seres humanos processam as informações de forma

diferente, praticamente 80% de nossas células cerebrais são desenvolvidas para

processar a informação visual (SIBBET, p. xvi, 2013)

Além da linguagem visual, a semiótica da cultura tem muito a acrescentar à

prática e aos estudos da Facilitação Gráfica. Assim como outros estudos relativos à

produção cultural e hibridismo. Agerbeck (2012) utiliza metáforas para explicar o que

um profissional da Facilitação Gráfica faz. Por exemplo, ela utiliza o verbo “destilar” -

roubado da química - para dizer que o essencial de um conteúdo é captado e

registrado por um facilitador gráfico. Nessa linha, a autora diz que os princípios da

profissão são estrelas e constelações, pois estas guiam aqueles que se aventuram

pela área. Estes princípios, ou estrelas, são:

● Panorama: seja visto; não é sobre você; o conteúdo é o rei, “rápido como um

coelho”, processo sobre o produto, ferramentas certas para o trabalho;

● Ouvindo: pare e escute, ouça com ouvidos estrangeiros, nem todos os

oradores criam da mesma forma, extraia o essencial;

● Pensando: tamanho das ideias, pedaço, conexões, pensar em níveis, forma

da conversa, dê um passo atrás e observe;

● Desenhando: cada marca tem um significado, os “8 Essenciais”6, colocando

tudo junto;

● Praticando: prática leva ao progresso, crie seu vocabulário visual, desafie-se;

6Letras, ícones, cores, linhas, flechas, pessoas, formas e sombras (BRANDY, 2012).

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● “Em Uma Sala”: sua presença é poderosa, a postos, dê a ‘eles’ as

marcações - significados (AGERBECK, 2012, p.48).

As “estrelas” são dicas de como manter o que foi falado em sintonia com o

que é registrado. Agerbeck e Sibbet concordam que imagens e metáforas visuais em

um grupo são integradoras, mostram que as pessoas foram ouvidas, trabalham com

os dois lados de nosso cérebro, possibilitam que as contradições estejam numa

mesma folha e sejam bem representadas, estimulam a imaginação, permitem que as

pessoas expliquem o que estão entendendo exatamente, criam conexões. Alguns

cânones da escrita formal são quebrados nesta atividade, assim como da produção

e disseminação de conteúdo, principalmente com a tecnologia ao alcance de todos.

Citando Canclini (1997, p. 287), “a apropriação múltipla de patrimônios

culturais abre possibilidades originais de experimentação e comunicação, com usos

democratizadores”. A Facilitação Gráfica se apropria de entendimentos comuns para

passar uma mensagem criando algo totalmente novo.

A proliferação de meios e aparatos audiovisuais característica da sociedade interconectada em rede tem criado novos ambientes para a produção e o consumo de bens culturais, com especial presença de linguagens visuais. Mas vale observar como essas visualidades se articulam com sonoridades também presentes na cultura midiatizada contemporânea (BARROS, 2013, p.89).

Os benefícios e as dificuldades da Facilitação Gráfica são praticamente os

mesmos. Enquanto é proveitoso que exista o registro de alguma atividade, é

necessária toda atenção, foco e respeito ao que é dito. Ao mesmo tempo em que o

facilitador gráfico colabora com o grupo - e com a sociedade - ele é também um

filtro. Como um livro, uma música, uma notícia, o produto que uma Facilitação

Gráfica desenvolve é uma peça de comunicação. Não existe uma carreira

acadêmica, associação ou sindicato que regule e oriente a profissão, ainda, mas

existem algumas práticas que estão difundidas e são de senso comum para quem

desenvolve a atividade (MEO, 2014).

Por exemplo, podemos identificar que algo que vemos é uma Facilitação

Gráfica quando observamos:

- seu produto final: um painel, uma folha de caderno, uma anotação em um

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tablet;

- se faz uso de meios artesanais de produção: papel, caneta, giz, pincel, ou

alternativas digitais, mas que mantenham o estilo;

- se há referência de onde as informações vieram: palestra, curso, filme, livro,

reunião de uma empresa ou uma notícia;

- se faz uso dos “8 essenciais” elementos do desenho classificados por

Agerbeck como essenciais para o trabalho: tipografia, cores, formas, linhas,

símbolos ou itens, representação de pessoas e sombreamento.

Além dos já clássicos painéis de papel feitos ao vivo, com o passar dos anos

podemos observar no material compartilhado pelos profissionais on-line o quanto a

Facilitação Gráfica evoluiu.

Há registros acadêmicos dos benefícios na Facilitação Gráfica para a geração

de conteúdo coletivo, inclusive na agroecologia. Em 2011, um artigo publicado na

revista científica AtoZ (Curitiba-PR), investigou as contribuições de metodologias

que estimularam o compartilhamento de conhecimentos no Fórum Global GFAL

(Global Fórum América Latina) que, no Brasil, é promovido pela Federação das

Indústrias do Estado do Paraná – FIEP.

A Facilitação Gráfica é utilizada no processo da Investigação Apreciativa e durante todo o encontro do GFAL, para registrar o conhecimento que está sendo compartilhado pelos participantes, ajudando a retratar sobre o que está sendo explicitado pelos grupos e para que as pessoas se vejam dentro do processo e o que podem, efetivamente, contribuir. Esta metodologia ajuda de maneira simples e clara no gerenciamento das informações e conhecimentos compartilhados durante o Global Fórum América Latina, usando linguagem gráfica consistente em formato de desenhos por meio de documentos (DRAGO, 2011, p.39).

Em 2015, um trabalho apresentado na XV Semana Científica Johanna

Döbereiner - Solo Ciência e Vida, destacava como a Facilitação Gráfica pode ser

uma ferramenta de construção agroecológica: “O uso da Facilitação Gráfica na

agroecologia acontece a partir da demanda identificada em criar ferramentas que

visem equiparar a compreensão do conteúdo entre os atores envolvidos, e também

de dialogar com diferentes públicos” (SANTANA, 2015, s/p).

Sobre o mesmo tema, alunos da Universidade Federal do Vale São Francisco

(UNIVASF) e do Instituto Federal do Sertão Pernambucano (IFSertão) apresentaram

no IX Congresso Brasileiro de Agroecologia sua avaliação do uso da Facilitação

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Gráfica enquanto instrumento mediador da aprendizagem na “Formação de ATER

(Assistência Técnica e Extensão Rural) para Atuação Participativa na Perspectiva

Agroecológica” e enquanto instrumento a ser apropriado pelos extensionistas na

condução e sistematização de ações desenvolvidas junto às comunidades.

O uso de esquemas, desenhos e ilustrações coloridas facilita a aprendizagem, possibilitando a acomodação de novos conceitos aos mapas conceituais individuais dos participantes conforme relatos também registrados nos painéis. Em grande parte dos comentários, a facilitação foi pontuada como ferramenta para compreender os assuntos abordados, os desafios colocados, as técnicas a serem utilizados, os caminhos que a extensão deve seguir no Território do Sertão do São Francisco Baiano e Pernambucano (PEBA). A facilitação apoia também os coordenadores do processo de formação, bem como pode instrumentalizar os técnicos enquanto metodologias participativas nos processos de intervenção junto às comunidades em que atuam (CARVALHO NETO, 2015, s/p).

2.4 Facilitação Gráfica e jornalismo: Relação com a Infografia

Sibbet defende e encoraja que os desenhos e gráficos utilizados na

Facilitação Gráfica estão “arraigados no gestual, em ícones simples e universais, e

não em fazer seus desenhos se parecerem com fotografias” (SIBBET, 2012, p. 19).

Neste simples incentivo para que adultos tenham menos vergonha de seu traço e

voltem à infância, em que todos desenhávamos, traz a diferença entre a Facilitação

Gráfica e a infografia praticada por jornais, revistas e sites na internet.

“O infográfico é uma modalidade discursiva que utiliza imagem e texto com o

intuito de noticiar” (AMARAL, 2010, p. 21). Elementos gráficos reforçam as narrativas

jornalísticas desde o século XVII, com o jornal Nieuwe Ty Dirigen, de Amberes

(Bélgica), fundado em 1605. No continente americano, o diário mais antigo que

utilizou imagens (gráficos e desenhos) foi o New York Mirror, em 1823, nos Estados

Unidos. Lima Júnior analisa:

Buscando desde os primórdios, que começaram com os relatos de Heródoto há 2.500 anos, o jornalismo avança na incorporação de técnicas para melhorar o entendimento da informação noticiosa. [...] O desenho jornalístico pode aumentar o valor da informação sempre que é bem concebido. Não somente um simples instrumento da comunicação, sendo também que influi na conduta do leitor. É uma mensagem visual, estética e psicológica (LIMA JÚNIOR, 2014, p.2).

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71

Desse modo, além das fotografias e das ilustrações, de acordo com

Charaudeau, Lochard e Boyer (apud LUCAS, 2009, p.1), observamos que o uso do

recurso infográfico pode fazer parte do universo das estratégias discursivas de

credibilidade, as quais visam apontar provas de veracidade dos fatos expostos e da

pertinência das explicações expostas.

A infografia, tem exercido papel significativo como forma de expressão, pois atua na articulação de diversos aspectos da informação que não teriam o mesmo alcance e entendimento se não combinados em uma relação indissociável entre texto e imagem, aliados a uma narrativa que constitui um todo informativo (SILVA, 2012, p. 3).

Peltzer (1991, p.130 apud AMARAL, 2010, p. 23) aponta que as infografias

“são expressões, mais ou menos complexas, de informação cujo conteúdo são fatos

ou acontecimentos, a explicação de como algo funciona, ou a informação de como é

uma coisa”. Também para Leturia (1998), a opção por contar uma história por meio

de um infográfico facilita o entendimento do que é narrado, podendo inclusive

combinar com outros elementos visuais, como se lê:

Quando o objetivo é explicar, os infográficos permitem que materiais complicados - que se perderiam no acúmulo de palavras ao se utilizar elementos verbais - podem ser compreendidos de maneira rápida e divertida. Desta forma, a informação numérica, do tempo, estatística e muitas outras, serão mais efetivas se ilustradas do que somente o uso do texto. Além disso, servem como diferentes elementos que permitem maior variedade e agilidade ao layout e podem ser adequadamente combinados com texto e fotos para maximizar a compreensão daquilo que é informado (LETURIA, 1998, s/p).

No jornalismo digital, o infográfico já foi utilizado para explicar literalmente de

tudo, de crimes a crescimento econômico, passando por dicas de beleza e

popularidade on-line. Porém, observar “ao vivo” a construção de um conceito ou

história diante de seus olhos tem um efeito diferenciado para o entendimento e

identificação com uma informação, seja jornalística ou não. Neste universo entre a

notícia desenhada e qualquer conteúdo desenhado está a Facilitação Gráfica.

Na infografia o trabalho “em equipe” se torna mais claro. Há um jornalista

responsável pela apuração e, normalmente, pelo texto, e um designer ou ilustrador

que dá forma àquela reportagem. Notamos que a motivação pela construção de um

infográfico é semelhante à motivação de se ter uma Facilitação Gráfica de algum

momento: tornar algo mais compreensível, mais claro, mais visível. A ilustração e a

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infografia tomam as páginas dos jornais e revistas quando existem aspectos

conceituais complexos de serem explicados somente com palavras para um público

leigo, quando o editor deseja dar mais dinamismo à página, ou, simplesmente,

quando não há fotos com qualidade necessária para ilustrar a notícia

(ZAPPATERRA, 2009, p.150).

Nem todo infográfico é jornalístico. A diferença foi levantada por Amaral

(2010) que, com base nos estudos de Colle (2004), separa a “arte” em três

categorias: científicos ou técnicos; de divulgação; noticiosos ou jornalísticos, assim

como as facilitações gráficas que temos estudado. Elas são construídas com um

macro objetivo em como tornar mais claro e memorável um conteúdo, porém com

outros objetivos e motivações secundárias, que interferem, por exemplo, no

processo de produção das facilitações.

Brandy Agerbeck, no intuito de incentivar as pessoas para que usem formas e

linhas para expressar pensamentos e conhecimentos, construiu o Quadrante do

Desenho (The Draw Quad), mostrando os diferentes usos da Facilitação Gráfica. As

FGs (facilitações gráficas) podem ser feitas individualmente ou em grupo, para

organizar um pensamento próprio (pensar), ou de outra pessoa (representar); elas

também podem ser utilizadas no coletivo, para mostrar algo específico para uma

audiência específica (mostrar), ou mesmo serem construídas em conjunto,

facilitando os pensamentos (pensar junto). Quando as FGs servem para mostrar

algo, elas são produto; quando servem para pensar melhor, elas são processo.

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Figura 4 - Quadrante do Desenho (The Draw Quad)

Fonte: Agerbeck (2012)

Se as facilitações gráficas fossem infográficos, estariam nos quadrantes de

representar e mostrar, somente, pois tal qual os conhecemos, infográficos não são

feitos ao vivo ou ajudam a pensar em tempo real, mas seus rascunhos talvez.

2.5 Uma questão de gênero

Não é um de nossos objetivos esmiuçar a questão do gênero neste trabalho,

mas ela servirá como inspiração para a discussão de infografia e Facilitação Gráfica.

José Marques de Melo classificou o jornalismo brasileiro em cinco gêneros:

informativo, opinativo, interpretativo, diversional e utilitário. Na contramão, Manoel

Carlos Chaparro afirma que utilizar a separação por gênero define a forma e não o

conteúdo jornalístico. No posfácio de “Sotaques D’aquem e D’alem Mar: Travessias

Para Uma Nova Teoria de Gêneros Jornalísticos” (2008), Chaparro defende que “Os

gêneros não passam de formas discursivas mais ou menos eficazes, abertas a

fusões e experimentações, tendo em vista as circunstâncias, os objetivos e os

intervenientes da ação discursiva que se pretende realizar” (CHAPARRO, 2008, p.

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224). De acordo com o autor português existem apenas dois gêneros jornalísticos: o

relato e o comentário.

A área da comunicação divide-se neste momento, pois a questão do gênero

jornalístico não está completamente de acordo no Brasil (COSTA, 2010, p.46), o que

fomenta o diálogo e a evolução das ideias. Contudo, selecionamos algumas

experiências de Facilitações Gráficas na imprensa, as quais abordaremos melhor no

Capítulo 3, e podemos identificar alguns vídeos, principalmente, o que na

classificação de Marques de Melo seriam produtos dos gêneros informativos e

diversionais, devido aos temas e à abordagem. Assim como encaixam em mais de

um gênero jornalístico, as facilitações gráficas podem assumir mais de uma

característica do webjornalismo, reforçando sua vocação para o conteúdo noticioso

digital.

A infografia não encontra muito espaço na discussão de gênero. Na

classificação de Marques de Melo, encontramos menções pouco definitivas sobre

em qual gênero os infográficos se encontram. Na obra “Gêneros Jornalísticos no

Brasil” (2010), as pesquisadoras Rego e Amphilo pontuam que “a cronologia e a

enquete, assim como os infográficos, têm servido mais de suporte à reportagem do

que se apresentado como formatos autônomos” (RÊGO, 2010, p. 177).

Já Chaparro, cuja principal contribuição para o debate é “pelo fim da

separação entre jornalismo opinativo e informativo nos formatos de texto, com a

apresentação de formatos jornalísticos híbridos” (RUFINO, 2010, p. 139) coloca que

"o próprio desenvolvimento da diagramação e da infografia, com a utilização dos

modernos recursos eletrônicos de edição gráfica, cria e amplia campos de relação

interativa, dialética, entre Informação e Opinião" (CHAPARRO, 2008, p. 147).

Amaral (2010), de quem emprestamos a metodologia de análise de

infográficos que será adaptada e aplicada nas facilitações gráficas no capítulo 3

dessa pesquisa, coloca o infográfico como subgênero:

O infográfico jornalístico poderia ser classificado como gênero, mas preferimos adotar o conceito de modalidade jornalística ou subgênero, conforme os estudos do grupo de pesquisa do qual fazemos parte (NUPEJOC 4). Gomis (1991) divide o jornalismo em dois gêneros: informativo e opinativo. No gênero informativo estão presentes modalidades jornalísticas que têm como foco a informação jornalística, onde encontramos a reportagem e a notícia. Já no gênero opinativo, há o subgênero em que a opinião do autor é transmitida ao leitor; pode variar a forma de acordo com a linguagem. Interpreta-se aqui o infográfico jornalístico como uma modalidade do primeiro gênero citado, pois sua

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função é disponibilizar aos leitores informações jornalísticas, com o objetivo de explicar um acontecimento ou o funcionamento de algo específico (AMARAL, 2010, p. 26).

Pereira (2018, p. 130), ao relacionar os gêneros jornalísticos com os formatos

no webjornalismo, posiciona a Facilitação Gráfica no centro, não em um único

formato ou gênero específico. Assim como se encaixam em mais de um gênero

jornalístico, as facilitações gráficas assumem mais de uma característica do

webjornalismo, reforçando sua vocação para o conteúdo do jornalismo digital.

2.6 Ambientes de aplicação

A Facilitação Gráfica é um desafio. O desafio de traduzir a essência de algo

que é dito por uma pessoa, ou um grupo de pessoas, em palavras-chave e imagens.

Algumas trazem humor, outras apostam em diagramas consagrados para extrair o

melhor do grupo.

Enquanto ela é realizada, automaticamente é criado um novo código, que

pode ser entendido por quem ouviu ou estava presente no evento registrado, e por

outros receptores familiarizados com o assunto.

Como explica Ostrower (2013), todo significado de uma criação está dentro

de um contexto. Neste contexto, o elemento cultural é muito importante. A vivência

de uma cultura pelo trabalho possibilita o conhecimento da matéria e dela como

linguagem. “Todo ambiente de ordem indica que a cultura está sendo representada”

(OSTROWER, 2013, p.60).

Apesar de a maioria dos facilitadores utilizar caneta e papel em seus

trabalhos no Brasil, algumas equipes têm investido e treinado para realizar

digitalmente seus registros. A alternativa facilita o compartilhamento da informação

mais rápido na rede, uma vez que se o suporte onde o registro é feito tiver acesso à

internet, bastam alguns cliques para que estejam disponíveis para um público muito

mais amplo.

São as versões digitais das facilitações e registros gráficos que mais

aproximam a técnica do jornalismo, mas assim como “nem todo infográfico pode ser

considerado como jornalístico” (AMARAL, 2010, p. 24), nem todos os vídeos ou

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desenhos são facilitações ou registros gráficos. Por isso, a importância de construir

esta tipologia.

Com base na vivência de Agerbeck (2012), vamos exemplificar as facilitações

gráficas feitas atualmente no Brasil. Elas podem ser de grande escala e feitas em

papel e caneta, como os painéis feitos para o Tedx2016 (Figura 5). Também

encontramos facilitações gráficas feitas em meio digital, então, podem assumir

qualquer proporção, como pequena escala (Figura 6) e grande escala (Figura 7).

As facilitações gráficas em grande escala também são encontradas no meio

corporativo, ajudam a conduzir reuniões e debates. Contudo, muitos exemplos são

sigilosos, por isso que a maioria dos painéis que encontramos na Internet são de

palestras, congressos ou mesmo de entidades não governamentais e sem fins

lucrativos. A Facilitação Gráfica e sua disponibilidade on-line também está muito

ligada ao acesso e à democratização do conteúdo.

Outra forma de encontrar facilitações gráficas é em pequena escala e em

papel e caneta. Algumas pessoas chamam de journal, mas nada mais são do que

cadernos sem pauta com as informações sistematizadas. A figura 7 é um resumo

gráfico de um filme, feito por um facilitador gráfico brasileiro, Vitor Massao. A figura 8

é uma sketchnote feita pelo artista Mike Rohde.

Em veículos de comunicação temos mapeado exemplos da Facilitação

Gráfica em vídeo. Como na série 2 Minutos para Entender, onde temas complexos

se tornam desenhos, gráficos e narração no Youtube da Revista Superinteressante

(Figura 9). Outro exemplo é o vídeo gravado em plano sequência onde a

facilitadora gráfica Vivian Dell’Alba em parceria com o site Catraca Livre explica a

questão dos refugiados no Brasil (Figura 10).

Por meio da Facilitação Gráfica temas complexos são abordados de forma

mais simples. No processo de construir um roteiro para determinado assunto, tudo é

pensado para ser expresso de forma simplificada e eficaz para o público. Além do

vídeo acima sobre os refugiados no Brasil, o canal Whymaps, da Espanha, ganhou

notoriedade entre 2015 e 2016 com um vídeo que explicava a guerra da Síria. Após

este, o estúdio criou a trilogia sobre democracia e eleições. Em entrevistas, os

sócios do estúdio Bruno Teixidor e Sérgio de Pazos contam que o primeiro vídeo foi

motivado pelas reportagens diárias na imprensa espanhola sobre a onda de

refugiados sírios. Eles se perguntavam de onde vinha toda essa crise: “Estávamos

sobrecarregados com números e não encontrávamos um porquê, desde quando e

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com quem. Nos perguntamos o que podíamos fazer para jogar luz sobre o assunto,

e assim, sem nos darmos conta, chegamos ao #WHYSIRIA” (PAZOS, 2016, [s/p]

tradução nossa).

Os vídeos do Whymaps não foram produzidos para imprensa, mas a

pautaram em seguida e usaram estratégias de narrativas para cativar o público e

garantir as visualizações. Esta relação vamos aprofundar no próximo capítulo.

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Figura 5 - Painel feito pela empresa Moom em 2016 para a palestra de Clóvis Barros Filho

no TEDxSP

Fonte: Facebook (2016)7

7FACEBOOK. Disponível em: <http://bit.ly/2Q0UcZe>. Acesso em: 20 set.2017.

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Figura 6 - Registro gráfico digital da palestra do professor Clovis Barros Filho no TedX São

Paulo 2016 pela empresa Design de Conversas

Fonte: Facebook8

8FACEBOOK. Design de Conversas. Disponível em:http://bit.ly/2DK0ZRd. Acesso em: 20 set. 2017.

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Figura 7 - Painel de registro gráfico sendo projetado durante o TEDxSão Paulo 2017. Foi

realizado pela empresa Design de Conversas

Fonte: Facebook9

9FACEBOOK. Design de Conversas. Disponível em: <http://bit.ly/2KbWXBJ>. Acesso em: 20

set.2017.

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Figura 8 - Registro Gráfico em caderno feito por Mike Rohde

Fonte: Checkdisout10

10WEBER, Matthias. Checkdisout, 2010, 29 mar. Disponível em:<http://bit.ly/2KbXvHN>. Acesso em:

20 set.2017.

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Figura 9 - Frame do vídeo sobre população carcerária no Brasil

Fonte: Youtube11 11YOUTUBE. Dois minutos para entender. Disponível em: <http://bit.ly/2OP55J4>. Acesso em: 20 set.2017.

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Figura 10 - Frame do vídeo sobre os refugiados no Brasil

Fonte: Facebook12

12DELL’ALBA, Vivian. Catraca Livre. Facebook. Disponível em:

<https://www.facebook.com/CatracaLivre/videos/1116828745020802/>. Acesso em: 20 set.2017.

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Figura 11 - Frame do vídeo whysyria

Fonte: Youtube13

13 YOUTUBE. #WHYSYRIA: La crisis de Siria bien contada en 10 minutos y 15 mapas. Disponível

em:<https://www.youtube.com/watch?v=LJtUQjJC4a0&t=52s>. Acesso em: 20 set.2017.

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CAPÍTULO 3 - REPORTAGENS VISUAIS - A PROPOSTA DE

TIPOLOGIA DE FACILITAÇÃO GRÁFICA NO JORNALISMO DIGITAL

BRASILEIRO

3.1 Detalhamento do percurso metodológico

A justificativa de desdobrar uma pesquisa em outra é posta por Santaella em

“Comunicação e Pesquisa”: “Verdadeiros pesquisadores fazem pesquisa a vida

inteira, pois, enquanto fazem uma, já são mordidos pela curiosidade em relação a

novos problemas que vão aparecendo no meio do caminho e que tem de ser

guardados para uma outra ocasião” (2006, p. 155).

Esta pesquisa começou em 2014, investigando os primeiros sinais da

Facilitação Gráfica no Brasil e sua aplicação em projetos editoriais não jornalísticos,

nem seriados. Da observação de como a técnica vinha sendo usada em outros

canais nasceu o presente trabalho, uma pesquisa descritiva que pretendeu observar

e registrar os “fatos e fenômenos” (TRIVIÑOS, 1990) da realidade da Facilitação

Gráfica usada no jornalismo digital brasileiro atualmente.

Para Minayo, a análise qualitativa trabalha com o universo dos significados,

dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes: parte da

realidade social; é muito mais que a classificação de opinião dos informantes, “é a

descoberta de seus códigos sociais a partir das falas, símbolos e observações”

(MINAYO, 2009, p. 25).

Santaella, (2006, p.163), no capítulo sobre a elaboração do projeto de

pesquisa, diz que alguns passos referentes a pesquisas qualitativas são deixados

em segundo plano por alguns manuais, por isso preferiu aprofundar. São eles:

estado da questão, quadro teórico de referência, discussão das estratégias

metodológicas não quantitativas e suas justificativas.

Sobre estado da questão, aprendemos que, por mais original que o projeto

possa parecer, alguém em algum lugar já pode ter pensado numa abordagem,

precisamos sanar essa dúvida nos estudos preliminares (SANTAELLA, 2006, p.168).

O quadro teórico de referência também pode ser chamado de fundamentação

teórica, embasamento teórico, ou teoria de base. Precede a justificativa e origina-se

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do levantamento bibliográfico realizado para o estado da questão (SANTAELLA,

2006, p.184).

As discussões das estratégias metodológicas não quantitativas devem

debater se a pesquisa é empírica - composta por um trabalho de campo ou

laboratório - se é teórica, histórica, tipológica, ou mesmo se possui tipologia híbrida

“o que na área da comunicação, pode ser bem provável” (SANTAELLA, 2006,

p.186).

As justificativas são a lacuna que o pesquisador quer ocupar com suas

descobertas. “A justificativa visa colocar em relevo a importância da pesquisa

proposta, quer no campo da teoria quer no da prática, para a área de conhecimento

em que a pesquisa se desenvolve" (SANTAELLA, 2006, p.171).

Para Bauer e Gaskell (2013, p.23), a pesquisa qualitativa em oposição com a

quantitativa evita os números e lida com “interpretações das realidades sociais” e

seu protótipo mais conhecido é a entrevista em profundidade. Contudo, como os

próprios autores destacam, “não há quantificação sem qualificação” e “não há

análise estatística sem interpretação” (BAUER; GASKELL, 2013, p. 24).

Os dados não falam por si mesmos, mesmo que sejam processados cuidadosamente, com modelos estatísticos sofisticados. Na verdade, quanto mais complexo o modelo, mais difícil é a interpretação dos resultados. [...] O prestígio ligado aos dados numéricos possui tal poder de persuasão que, em alguns contextos, a má qualidade dos dados é mascarada e compensada por uma sofisticação numérica (BAUER; GASKELL, 2009, p. 24).

Nesta pesquisa sobre o uso de facilitações gráficas no jornalismo digital,

seguimos as três etapas do trabalho científico em pesquisa qualitativa definidos por

Minayo (2009, p.25):

(1) fase exploratória - projeto de pesquisa e procedimento para a entrada

no campo; (2) trabalho de campo - observação, entrevistas ou outras modalidades de comunicação e interlocução com os pesquisados, levantamento de material documental e outros; (3) análise e tratamento do material empírico e documental - valorizar, compreender, interpretar os dados empíricos, articulá-los com a teoria que fundamentou o projeto ou com as leituras teóricas e interpretativas cuja necessidade foi dada pelo trabalho de campo (MINAYO, 2009, p.25).

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3.1.1 Pesquisa Bibliográfica

Inicialmente levantamos nossas fontes bibliográficas “de divulgação, isto é, as

obras que objetivam proporcionar conhecimentos científicos ou técnicos” (GIL, 2008,

p. 49) sobre comunicação visual, jornalismo visual e narrativa jornalística, jornalismo

digital e infografia e sua relação com a Facilitação Gráfica. Depois buscamos obras

de referência sobre o assunto principal da pesquisa, a Facilitação Gráfica.

Em português, encontramos somente uma publicação, por enquanto,

traduzida. Contudo, devido ao crescimento da atividade no Brasil, coletamos em

bases de dados acadêmicos, a exemplo do Portal Capes, artigos científicos

relatando experiências do uso da Facilitação Gráfica e, necessariamente, explicando

do que se trata. Também tivemos acesso a outros títulos, internacionais, graças ao

acervo pessoal de outros facilitadores e facilitadoras gráficos.

3.1.2 Definição do corpus da pesquisa

Para definirmos o corpus da pesquisa, que foi classificado de acordo com as

suas características, em vez de eleger alguns portais noticiosos, blogs, entre outras

mídias digitais, faremos uma investigação junto aos grupos de facilitadores gráficos

em atividade no Brasil, que ainda são em número reduzido, para buscarmos

indicações/exemplos do uso de Facilitação Gráfica aplicada no jornalismo.

Usaremos três bases de contato na internet que nos ligam aos facilitadores gráficos

em atividade no Brasil. Mais precisamente, três grupos no Facebook, onde são

postadas inquietações, divulgações e dicas de como trabalhar nessa área:

- “Facilitação Gráfica”

- “Facilitação Gráfica RJ”

- “Facilitação Gráfica e Colheita”

Questionamos esses profissionais, postando a seguinte mensagem nas

comunidades: “Quais exemplos temos de que a Facilitação Gráfica é aplicada ao

jornalismo ou por canais informativos?” Daremos dois exemplos dessa utilização,

para orientar nossas fontes: a série 2 Minutos Para Entender, da Revista

Superinteressante, e os vídeos do canal Minutos Psíquicos, no Youtube.

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Enquanto o primeiro é assumidamente um veículo de comunicação e optou

pela Facilitação Gráfica para abordar de forma especial determinadas pautas e

publicar em canais específicos da publicação, o segundo é um canal “nativo digital”

que usa exclusivamente a Facilitação Gráfica para compartilhar conhecimento

científico. Mas como dissemos anteriormente, estes são somente exemplos.

Após a indagação, esperamos receber o material dos colegas. Porém, não

fomos bem-sucedidos. Em nossa base de contatos não havia facilitadores gráficos

que tivessem produzido um material exclusivamente para a imprensa.

Por isso, paralelamente, usamos os sistemas de buscas no Instagram (uma

rede social de compartilhamento de fotos e mensagens), por meio de hashtags.

Hashtags são palavras-chave que fazem a indexação de conteúdo nas redes. Os

profissionais de diversas áreas postam seu trabalho na rede e usam as hashtags

para serem localizados conforme a técnica ou assunto abordado. Para essa

pesquisa rastreamos as palavras-chave:

#facilitacaografica / #graphicfacilitation / #facilitaciongrafica

#registrografico / #graphicrecording

#pensamentovisual / #visualthinking / #pensamientovisual

Estas palavras foram selecionadas - em português, inglês e espanhol - pois

já acompanhamos o trabalho de profissionais da área no Brasil e no exterior por

meio de seus perfis nas mídias sociais (twitter, facebook, instagram). Os facilitadores

gráficos normalmente usam estas hashtags para divulgar os resultados de seus

trabalhos na rede, e as escolhidas acima foram as que apresentaram maior

diversidade e representatividade no momento da pesquisa.

Mesmo assim, não foi o suficiente para captar trabalhos que fossem feitos

‘pela’ ou ‘para’ a imprensa utilizando a técnica. Devido a poucas respostas nos

grupos, cuja mensagem foi postada, e a grande quantidade de dados coletados via

hashtags, mas sem o recorte de FGs produzidas para imprensa, partimos para a

terceira alternativa: perguntar para os facilitadores/as gráficos/as que apresentaram

maior atividade divulgada na rede se eles/as tinham realizado trabalhos para canais

da imprensa.

Diante de mais uma sucessão de respostas negativas, voltamos ao princípio.

Refletimos que a primeira amostra de Facilitação Gráfica na imprensa observada por

nós foi no Youtube - repositório de vídeos na Internet - mais precisamente no canal

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da Revista Superinteressante. Voltamos então à plataforma e observamos os vídeos

que o próprio Youtube sugeria assistir após o usuário acompanhar algum vídeo da

série Dois Minutos para Entender.

Notamos que outros “vídeos desenhados” eram sugeridos, alguns da própria

revista Superinteressante, outros eram de outros canais, como o Minutos Psíquicos,

um canal de divulgação científica na área da saúde mental. Observamos que, além

da técnica e dos temas, outras semelhanças aproximavam os vídeos, como a

presença das palavras (ou expressões) “2 minutos” e “entender”.

Essa semelhança no título e palavras-chave dos vídeos nos lembrou que, em

e-mails trocados com a editora da Revista Superinteressante para a realização do

artigo “Facilitação Gráfica como gênero jornalístico: estudo de caso da série de

vídeos ‘2 Minutos para entender’”14, o profissional responsável nos relatou que

“sempre quis fazer um vídeo desenhado”. Reconhecemos, a partir dessa resposta,

que os jornalistas praticam a Facilitação Gráfica, mas não a reconhecem com esse

nome, nem contratam, necessariamente, facilitadores gráficos para realizá-la.

Essa constatação nos levou a usar a busca do Youtube para acessar outros

conteúdos semelhantes, mas desta vez usando como termo de busca a expressão

“quer que eu desenhe” e “vídeos desenhados”. A primeira opção foi muito mais

eficaz gerando páginas e páginas de vídeos publicados por canais da imprensa no

youtube e canais de outros grupos, organizações e mesmo pessoas físicas.

Assistimos e catalogamos todo o material coletado entre os dias 18, 19 e 20

de abril 2018. Importante salientar que tivemos acesso a muito material anterior a

essas datas, e que, nos dias posteriores, alguns outros vídeos foram encontrados ao

acessar os antigos, seja por aproximação temática, técnica ou de palavras-chave.

Um vídeo sobre violência doméstica da Superinteressante foi o gancho para o

Youtube sugerir outro vídeo sobre direitos Humanos do Portal UAI, de Minas Gerais,

por exemplo; a série de vídeos da Super chama-se 2 Minutos para Entender, o que

nos levou a vídeos com a palavra-chave #paraentender. E assim por diante.

A escolha pelo canal Youtube não é aleatória. O repositório de vídeos que

nos últimos anos vem se transformando em rede social é bem democrático. Todos

os conteúdos lhe cabem: músicas, filmes, análises, entrevistas, debates, resenhas,

14Apresentado no 15º Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo na ECA/USP (São Paulo) em Novembro de 2017.

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manuais de instruções, receitas. No Youtube, vemos a reprodução do que a

televisão transmite, indo além. A horizontalidade aparente na plataforma pode ser

questionada quanto aos critérios para os vídeos poderem ou não ser remunerados

(via sistema de anúncios do Google) e como vem funcionando o “feed” do Youtube.

Assim como o Facebook, a plataforma “escolhe” o que mandar para cada usuário.

Essa remessa varia de acordo com as inscrições que são feitas nos “canais” e

naquilo que a plataforma entende que é mais assistido e, especialmente, assistido

por mais tempo. Essa inteligência foi determinante para que nosso corpus fosse

formulado, sem as sugestões do próprio Youtube, não chegaríamos a vídeos

semelhantes aos da série “2 Minutos para Entender”, do canal da Revista

Superinteressante.

Refletindo sobre a presença massiva de facilitações gráficas em vídeo no

Youtube, observamos que Flusser previu que a comunicação escrita de humanos

para humanos migraria para os esquemas humanos - máquina - humanos. A escrita,

para fins de registro, começou ideográfica, depois os símbolos passaram a

representar fonemas e não mais ideias. Escrevemos como falamos, pelo som e não

pela ideia. (2011). Flusser discorre sobre o futuro da escrita, se ela, de fato,

continuará a existir, o que vai ser desta prática? A observação da migração de

conteúdos escritos para os vídeos representa a midiatização da forma como

passamos o conhecimento adiante. Na oralidade, o conhecimento era passado por

som de pessoa a pessoa, com a escrita, este som é codificado e registrado, ainda é

passado de pessoa para pessoa mas ganha em escala e alcance (pessoas que

sabiam ler, decodificar a mensagem oral, portanto, dominavam a escrita). Com os

vídeos, o conteúdo volta a ser oral, porém, está registrado. Enquanto os servidores

do Youtube (e outras plataformas) existirem e os donos e donas dos conteúdos

quiserem manter, o vídeo existirá. Sem contar as possibilidades de participação dos

receptores da mensagem, que aprovam ou desaprovam o que veem/ouvem,

comentam sobre aquilo e compartilham em suas redes o conteúdo.

Ferramentas de produção, arquivamento e compartilhamento de vídeos,

possibilitam a midiatização do conhecimento. Gomes (2016) discorreu sobre as

origens e significados dos termos mídia e midiatização, em certo momento o autor

afirma que:

não se trata mais de um questionamento sobre a utilidade dos meios para a transmissão das mensagens, trata-se, na sociedade contemporânea

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midiatizada, de uma reflexão sobre os próprios meios – os dispositivos tecnológicos - como mensagens e sobre a ambiência em que nos encontramos, permeada por estes dispositivos e suas intervenções (GOMES, 2016, p. 9).

Ao reproduzir nosso mecanismo de busca para outras redes, não fomos

levados a tantos conteúdos analisáveis. Alguns exemplos entraram no corpus por

seu caráter representativo dos outros formatos possíveis de FG, como por exemplo,

algumas reportagens “em quadrinhos” das Revistas TRIP e TPM, mas que misturam

desenhos com o texto corrido da reportagem. Veremos, mais adiante, os exemplos e

as classificações.

Observamos que é no vídeo que a relação texto e imagem se manifesta de

forma mais explicativa. A imagem, construída de forma gestual, com os elementos

que caracterizam as FG, revela todo o potencial facilitador e explicativo do conteúdo,

seja ele uma notícia, uma aula, uma coluna social ou um tutorial.

A midiatização do “explicar” nos levou a ler Giuseppe Mininni. Em sua obra,

“Psicologia Cultural da Mídia”, o autor faz uma analogia com a mídia (meio difusor

de informações) e o sistema nervoso de um corpo, no caso o corpo social, nossa

sociedade. Esse sistema nervoso recolhe informações que se passam fora dele e

reage a elas. Este seria um aspecto reflexivo da mídia, que apanha perguntas da

sociedade, preocupada e esperançosa, reformula-as e tenta responder com base

num saber específico. Mininni relata também o inverso, onde o saber científico mede

seu prestígio pela visibilidade que tem na comunicação de massa (2008). A mesma

prática de explicar fenômenos, no momento em que eles acontecem, em rede

nacional, com endosso de um profissional também está na Internet. A motivação é a

mesma, esclarecer e explicar algo de um especialista para um leigo, a forma de

construir esse conteúdo e armazená-lo é que tem mudado. Apesar de encontrarmos

no próprio Youtube vídeos com conteúdos que foram passados na TV, agora

disponíveis na rede e sob demanda.

Contudo, o autor ressalta que apesar de estarmos na “sociedade da

comunicação”, somente aqueles que possuem acesso à nova mídia, de fato, estão

inseridos nela e podem acompanhar as decisões políticas, econômicas e sociais em

tempo real (MININNI, 2008). É a legitimidade que o registro permite e concede.

Flusser afirma que antes da escrita as coisas não “aconteciam”, nada aconteceu

antes da escrita, somente ocorreu, pois “para que algo possa acontecer, tem que ser

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percebido e compreendido por alguma consciência como acontecimento (processo)”

(FLUSSER, 2011, p. 22). Por isso, a pré-história recebe esse nome, ela é anterior à

história, foi escrita posteriormente aos seus acontecimentos. Com a escrita

registramos nosso tempo presente. Aqui, relembramos uma das alcunhas dos

jornalistas: historiador do tempo presente. Flusser (2011, p.23), em 1987, escreveu

que “a escrita já previa que a história poderia ser escrita pelas máquinas, que são

muito mais rápidas que os humanos; estes, então, poderiam se dedicar a outras

coisas, a questão é: o quê?”

Vídeos desenhados, gestuais, com narração e com a intencionalidade de

explicar carregam um hibridismo de técnicas, áreas e motivações. Um/a repórter ou

editor/a pode optar por usar um vídeo desenhado para sua matéria, ou parte dela

por diversos motivos: explicar algo de forma rápida, não investir recursos para fazer

uma animação “tradicional”, estar na moda. São possibilidades de intenção que não

podem ser confirmadas sem maiores estudos com estes profissionais, mas algumas

suspeitas podem ser sanadas ao observarmos os títulos desses materiais: quer que

eu desenhe, minutos para entender, xyz explica, e etc. A intencionalidade, no título,

é explicar. É facilitar.

O texto ainda existe, mas ele é narrado. Algumas palavras compõem a

construção visual dos vídeos. Flusser previu isso também, ao dizer que são as

imagens o código mais apropriado para a contemplação e que por isso deixamos de

escrever por conta dos aparelhos e passamos a produzir e a contemplar imagens

(2010, p. 41).

Vídeos explicativos na internet, atualmente, refletem uma demanda que a

mídia cria e alimenta:

A mídia está preocupada em apanhar as perguntas repletas de preocupação e de esperança que provêm do corpo social, em formulá-las em sua linguagem e tentar respondê-las, valendo-se de um saber específico. No mundo contemporâneo, vale também o inverso: o saber científico mede a força de seu prestígio mediante o grau de visibilidade (MININNI, 2008, p.15).

Os processos cognitivos, que nos separam da escrita na argila e dos livros-

trailers no Youtube, foram descritos por Gonçalves e Timponi (2012). Os

pesquisadores voltaram no tempo, nas origens do livro, para discorrer sobre como o

formato dos textos tem influência na cognição dos leitores, interferindo em

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procedimentos como a tomada de notas e a comparação entre os textos. Por

exemplo, antes do códice (livro) ter o formato de “‘páginas” os conteúdos eram

apresentados em forma de rolo, o que estimula a memória, uma vez que é

complicado ir e voltar nas partes que se deseja reler. Outros aspectos da leitura

relacionam-se com a cognição humana para o entendimento, são eles: a letra, a

pontuação e o índice (referido pelos autores como “tábuas de concordância”, mas

que eram na época medieval tabelas que relacionavam assuntos com a localização

do conteúdo nos escritos).

A questão é que todas estas opções gráficas visavam o melhor entendimento

do conteúdo escrito. Os autores falam em “aceleração e facilitação” como

motivadores da criação das letras mais legíveis, da pontuação que exprimia melhor

os pensamentos, e do índice, que relacionava assuntos e os localizava. Ainda nesse

espírito de facilitar e acelerar, a leitura contemporânea em nosso século 21 ganhou

uma versão: o livroclipe. Trata-se de uma espécie de trailer de livros, com o resumo

do conteúdo, trechos da obra original “em diálogo com outras linguagens de

fotografia, colagens e o uso da sonoplastia e trilha sonora” (GONÇALVES;

TIMPONI, 2012, p. 70). O livroclipe é uma opção de tradução de um conteúdo para

outro público, no caso os jovens, mas também uma forma de atrai-lo para o

conteúdo original.

Apesar de a modalidade oferecer bons argumentos de cognição que

subvertem a leitura e a escrita tradicional, não consideramos os livrosclipes

facilitações gráficas dos livros. Os vídeos encontrados no Youtube com este nome

não possuíam as outras características, como traços gestuais, a presença dos 8

Essenciais de Brandy Agerbeck e uma possibilidade de leitura não linear.

Esta pesquisa nasceu da necessidade e vontade de mapear quem faz, e

como são feitas, as facilitações gráficas no jornalismo digital no Brasil. Por conta da

surpresa em meio à coleta de exemplos, buscamos outras teorias que justificassem

que o que encontramos em vídeos no Youtube pudesse ter algo de jornalístico -

além de ser feito por equipes de veículos notadamente da imprensa como a já citada

revista Superinteressante, a Agência Pública e o Portal UAI (do jornal Estados de

Minas).

Encontramos em Otto Groth, e nos seus quatro pilares do jornalismo, a

justificativa para nossa análise: atualidade, periodicidade, universalidade (variedade)

e publicidade (popularidade ou promoção) (MEDITSH, SPONHOLZ, p.17 2011).

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De forma muito breve, vamos relacionar como estas quatro características de

Groth, antes reservadas a jornais e revistas, podem ser estendidas para os vídeos

que analisaremos.

(i) Periodicidade

Somos acostumados a lidar com a periodicidade da imprensa. Nos

acostumamos com as edições diárias dos jornais, prendemos a respiração com as

interrupções na programação da TV com os “plantões jornalísticos”, de algumas

emissoras, sabemos que as notas de jornais on-line sofrem atualizações, o que é

muitas vezes mencionado logo após o título das mesmas.

Groth afirma, em “O Poder Cultural Desconhecido”, que a periodicidade é

fundamental ao jornalismo por diferenciar esse de qualquer outro produto cultural

material, faz parte da essência do jornal ser periódico. A expectativa de ter um novo

número no tempo determinado é o que diferencia o jornal dos livros, das peças, dos

planetas.

A periodicidade do jornal já contém, portanto, na sua essência, uma relação com o sujeito, pode-se dizer que esta relação é definida por uma consciência ideal como periodicidade. [...] A medida da periodicidade, os espaços de tempo e as horas do dia nos quais os números do jornal são publicados são determinados pelos propósitos das pessoas (GROTH, 2011, p. 152).

Subjetiva, a periodicidade é construída tendo sentido para o sujeito, apesar

de estar ligada a aspectos da natureza e do cotidiano que vão e retornam, como o

nascer do sol, o cair da noite, as estações do ano e os dias de uma semana. São

periodicidades baseadas na natureza e onde nos encaixamos e encaixamos nossos

produtos culturais (GROTH, 2011).

No Youtube, na forma como ele está caracterizado hoje, os canais

construíram de tal forma suas rotinas que eles produzem e publicam conteúdos de

acordo com uma periodicidade própria de cada um. Diferente da televisão que

possui noticiários no começo, no meio e no fim do dia. No Youtube, os produtores de

conteúdo atrelam a periodicidade à sua rotina, se terão tempo de gravar, editar o

vídeo nos dias certos, se eles possuem outros empregos ou vivem do Youtube, se

terão colaborações, se os assinantes do canal enviaram perguntas ou temas.

Existem canais que publicam conteúdo diariamente, semanalmente e

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eventualmente, mas aqueles que seguem uma periodicidade deixam isso bem claro

em suas comunicações.

A prova maior de que tanto os seguidores quanto os produtores de conteúdo

voltarão em breve é que, frequentemente, a despedida do vídeo é “até a próxima”.

A periodicidade está ligada à fidelização do público uma vez que:

o sucesso de muitas iniciativas midiáticas (colunas jornalísticas, programas de televisão, etc) pode ser medido segundo sua capacidade de fidelização. Foi notado que a substituição (por doença ou férias) de alguns apresentadores de telejornais, por exemplo, pode ocasionar uma queda no número de telespectadores sintonizados numa emissora (MININNI, 2008, p. 62).

(ii) Universalidade

As peças de comunicação são feitas para pessoas. Antes podíamos dizer que

eram feitas de pessoas para pessoas, mas isso mudou graças à inovação de robôs

que redigem notícias - especialmente aquelas que podem ser acessadas via bancos

de dados, como desastres naturais, situação do trânsito, clima e etc. Atualmente, o

produto cultural periódico, no caso, é feito para apreciação e informação de pessoas.

Cada pessoa, apesar das semelhanças, tem suas particularidades e interesses. Tem

seu mundo particular, sobre o qual ela sabe, e o “mundo diante de si”, o qual ela

quer ou precisa saber.

Nessa variedade de interesses e necessidades está a Universalidade dos

jornais e revistas, e atualmente, a internet, como segundo pilar. Dada a importância

da Universalidade, Groth afirma que é ela, inclusive, que pressupõe a periodicidade.

Para a sociedade, é importante saber o que acontece, e o que acontece neste

momento.

Os jornais e revistas, com a massa desmedida de material acumulado por eles e a constância e frequência, a velocidade e a precisão da sua retransmissão, tornaram-se a ferramenta mais fantástica que a sociedade moderna tem à sua disposição para informar os indivíduos sobre os seus mundos, sobre o ser e o acontecer natural, social e cultural destes. Estas suas qualidades também foram as que possibilitaram, com a sua proliferação e aprimoramento progressivo, empurrar, limitar, engolir diversas formas mais antigas de informação e troca de ideias - diretas ou indiretas - como chamadas e cartazes, mensagens e cartas (GROTH, 2011, p. 171).

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Atribui-se aos periódicos a tarefa de mediar o conhecimento por entre as

áreas e camadas da sociedade. Esse mediar se relaciona ao modo como

chamamos: mídia.

Quando “O Poder Cultural Desconhecido” foi publicado, em 1960, o

jornalismo na internet como conhecemos hoje não existia. Mas os tradutores de

Groth afirmam que se trata de uma obra sobre a essência do jornalismo e que sua

compreensão nos prepara para o Jornalismo 2.0. Nesse ambiente, Groth ressalta a

necessidade de uma ferramenta:

para o homem civilizado moderno que o informe que lhe ofereça diretrizes para a formação de opinião, em cujos julgamentos e argumentos ele possa se orientar, aceitando-os ou jogando-os fora, e como seria incompleto, insuficiente e prejudicial se esta ferramenta tivesse ou quisesse falhar com este indivíduo exatamente no momento que este precisasse dela (GROTH, 2011, p. 173).

Groth rejeita que os jornais publiquem fatos mais diretamente e deixe as

análises por conta das revistas semanais. Atualmente com os blogs, depois os

microblogs e, mais adiante, com os canais no Youtube, a análise dos fatos ganha

uma abrangência grande e diária. As possibilidades para os indivíduos divulgarem

suas análises e opiniões aos fatos são enormes.

A Universalidade tão necessária ao jornalismo ganha forma com a

diversidade de canais e temas que uma plataforma de vídeos como o Youtube

possibilita. As diferenças entre as pessoas e sociedades, entre o que é “o mundo

diante de si” de cada usuário é solucionada com os algoritmos. O Youtube, e tantas

outras redes sociais digitais possuem inteligência para distribuir conteúdo de acordo

com as preferências de cada usuário.

Nos tempos áureos do Twitter já se falava em logar no site e acompanhar as

postagens ou, como chamávamos, tuítes, era como ter uma primeira página

personalizada e atualizadíssima. A página inicial do Youtube, no desktop ou no

celular, também é assim, mostra os vídeos mais recomendados para você, em

particular, os mais assistidos pela sua rede e os mais assistidos no Youtube, este

enquanto microssociedade.

Escolhemos duplamente o que assistir e no que acreditar. Os usuários

“inscrevem-se” nos canais de interesse, e o Youtube “lê” seus comportamentos para

sugerir outros conteúdos semelhantes. A diferença é que o objetivo da plataforma é

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manter as pessoas assistindo mais tempo, não apenas torná-las bem informadas e

capazes de dar sua opinião sobre o que acontece no mundo exterior ao delas.

(iii) Atualidade

A primeira coisa que esperamos de um material periódico e diverso é que

este seja atual. O contrário, como defende Groth, também é válido: de um conteúdo

atual, se espera universalidade e periodicidade.

Há, contudo, uma diferença entre novidade e atualidade. E nesta diferença

está o trunfo do Youtube de oferecer conteúdo novo e personalizado para cada

assinante baseado em sua experiência.

A atualidade recebe seu momento subjetivo por assim dizer indiretamente, por meio do presente, que é sempre um presente para o ser humano, pois só este vive um ontem, um hoje e um amanhã. Novidade, pelo contrário, não é de maneira alguma um conceito temporal. Ela diz que o sujeito até agora não sabia de alguma coisa e agora o faz. Novidade designa, portanto algo qualitativo, uma relação mental direta entre o sujeito e o objeto, o que era até o momento desconhecido (GROTH, 2011, p. 224).

Ora, algo pode ser novo para uma pessoa, como um acontecimento histórico,

ou uma receita, e não ser atual ou relacionado com o presente dela. Ao mesmo

tempo, algo atual pode não ser novidade por não ter uma excitação ou relevância.

Que é o caso do atual-novo, esse sim é uma atualidade surpreendente ligada ao

presente temporal e à expectativa do sujeito.

Por isso que o âmago do conteúdo do jornal é o atual novo, ele é o mais valioso para o jornal. Mas ainda que o jornal acentue a novidade na atualidade, ele não traz aos seus leitores só coisas novas. Ele não se poupa da repetição que confirma e fortalece. [...] O jornalista não repete só para confirmar o que foi noticiado e dito anteriormente, mas sim, sobretudo para ratificar e fortalecer a impressão (GROTH, 2011, p. 224).

Com essa citação, podemos estender o que o autor atribui aos jornais, ao

conteúdo e à dinâmica dos conteúdos na Internet. A internet enquanto repositório de

informações novas e atuais é um exemplo deste dilema.

No Youtube, plataforma onde se encontra a maioria de nossos exemplos de

Facilitação Gráfica, de fato, existe uma confusão entre o novo e o atual. Ao acessar

a plataforma sem logar em nossa conta google, somos convidadas/os a assistir aos

vídeos postados mais recentemente e com mais acessos. Depois aparecem os

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canais mais recomendados, com vídeos de uma semana ou um ano atrás, e após

dois scrolls no mouse, são sugeridos vídeos ao vivo (superatuais, no caso) e vídeos

com muitos acessos, mas com a data de postagem variada (de 5 dias a 1 ano de

“idade” no momento da pesquisa).

Porém, ao entrar na homepage do Youtube, logada em nossas contas google,

tudo muda: os vídeos sugeridos estão separados em categorias como

“recomendados” (com 2 meses a 4 anos de idade cada vídeo), “enviados

recentemente” (vídeos com 39 minutos a 3 dias de postados), “canais

recomendados”, “continue assistindo”, “assistir novamente”, “recomendações de

transmissões ao vivo”, “Youtube Mixes” [...]. O feed é infinito. A capacidade de

analisar o gosto e os hábitos dos usuários é incalculável, separando em categorias e

estilos de vídeos que podem ou não agradar.

Apesar de a informação sobre a data do vídeo estar na descrição ainda nessa

tela de sugestões (você não precisa clicar no vídeo para saber de quando ele é), a

novidade para o usuário se sobressai à atualidade do conteúdo. Contudo, a

plataforma se repete, se repete para agradar seu assinante, recomendando cada

vez mais conteúdos semelhantes e que confirmem crenças.

A atualidade como requisito ao jornalismo faz os jornalistas terem o olhar

voltado sempre para o futuro, mas não se trata de prever o futuro, mas sim de

intensificar a atualidade. Nisso recorre-se à simulação, como o fato de escrever o

lide sempre no presente, e a concorrência que, na década de 60, parecia

assustadora, do rádio com o Jornal (GROTH, 2011, p. 229).

A atualidade existe em consonância com o tempo e também com o sujeito.

o presente é todo o ser e acontecer que é “atual” para mim, ou seja, aquilo que, na minha respectiva situação atual, no meu agora, move-me a uma tomada de atitude diante dele, a uma reação ao agir (agere), inclusive um agir puramente psíquico, um compartilhar. Se eu não for mais intimidado pelo ser e acontecer na minha situação momentânea a uma tomada de atitude e com isso a conexão, a continuidade deste ser e acontecer não for interrompida pelo meu agora, tudo o que se encontra antes da ruptura é para mim não atual, passado, mas sim como o presente é o que preserva sua continuidade através da minha tomada de atitude, é o que é vivenciado por mim como um conjunto (GROTH, 2011, p. 232).

Além de sua definição subjetiva, a atualidade possui suas definições

objetivas:

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- relação com o sujeito - o atual precisa ser atual para alguém; - relação com o que o sujeito pensa e vive - a atualidade nunca está no acontecimento como tal, que ela só existe no interesse que estes acontecimentos recebem (TRAUB apud GROTH, 2011, p. 231).

Já nos anos 60, quando Otto Groth publicou estas palavras e mais ainda

agora, observamos que as distâncias de tempo entre a produção de uma notícia e

seu consumo fazem com que a qualidade de “atual” seja elástica. Groth fala em

como notícias efêmeras foram “dignas” de serem transmitidas por conta dessa

rapidez e da evolução das técnicas de comunicação. Também o leque da

Universalidade abriu nesse processo.

(iv) Publicidade

Aqui o conceito de publicidade é mais amplo do que só pensar no espaço

para anunciantes de um jornal, revista ou vídeo no Youtube. Publicidade tem no

significado o objetivo de “tornar público” e acessível todo o conteúdo que o jornal

traz.

Do ponto de vista subjetivo, este quarto pilar do jornalismo carrega o

significado de público, mais especificamente, opinião pública. Seja na exposição dos

fatos, ou mesmo para influenciá-la (GROTH, 2011, p. 266).

Assim como a periodicidade, a universalidade e a atualidade, a publicidade - em interação com elas - aspira constantemente is além de quaisquer barreiras reais. Quando não fixou sua ideia original a alguma área da vida e com isso também a um determinado círculo de leitores e anunciantes, ela também procura sobretudo explodir estes primeiros limites estreitos lado a lado com a universalidade, busca penetrar nos espaços mais amplos que ainda podem ser alcançados por ela e alcançar neles o público como um todo (GROTH, 2011, p. 276).

Da mesma forma que a atualidade pode variar conforme o sujeito, também a

publicidade - enquanto propagação de conteúdo - passa por variáveis. Estas podem

ser: a taxa de alfabetização onde o jornal é distribuído, as diferentes classes sociais

na região do periódico, as especificidades regionais, além da língua onde o jornal é

escrito (falado), algumas coisas são notícia no Brasil, mas nem tanto em Portugal

(por exemplo).

Neste ponto nem mesmo o Youtube e seus algoritmos supera a limitação. Ao

usar os algoritmos para enviar o que as pessoas querem ver, ao invés do que elas

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precisam ver (sem entrar no mérito de quem decide uma coisa ou outra), conteúdos

necessários, informativos e educativos podem ficar restritos a uma bolha de pessoas

que gostam e até mesmo conhecem o assunto.

Apesar de a internet aproximar o público das fontes de informação, ainda

vivemos uma comunicação mediada, por corporações e ferramentas.

A comunicação de massa configura-se como uma dupla especificação da comunicação mediada. Em sua versão mais estudada é “broadcasting” (difusão), ou seja, realiza-se por meio do regime “uns muitos”, pois pressupõe tecnologias que permitem a uma “fonte” difundir os conteúdos de seus atos comunicativos para diversos destinatários possíveis (é o caso da imprensa, do rádio e da televisão). Em sua versão menos estudada, ao contrário, realiza o regime “muitos-muitos”, pois está relacionada com o uso que todos podem fazer de determinadas tecnologias para se relacionar com os outros (rede postal, telefônica, informática) (MININNI, 2008, p. 32).

Como vamos ver a seguir, as FGs catalogadas têm um forte caráter educativo

e explicativo. Ainda assim, poucas conquistam as mesmas visualizações que canais

de humor, por exemplo. Ambas as coisas estão nos jornais impressos que Groth

estudou, e quando pensamos que o mundo não tem mais solução, pensamos na

quantidade de pessoas que preferem ler as tirinhas e fazer as cruzadinhas do que

acompanhar os destaques das primeiras páginas de um jornal tradicional.

3.2 Análise e classificação do material coletado

A terceira parte de nossa pesquisa foi a análise qualitativa do material

coletado. Constituindo-se em:

(i) ordenação dos dados;

(ii) classificação dos dados;

(iii) análise propriamente dita;

(iv) proposição de uma taxonomia que oriente a partir de agora as pesquisas

e os trabalhos em Facilitação Gráfica, pois acreditamos que: “A análise qualitativa

não é uma mera classificação de opinião dos informantes, é muito mais. É a

descoberta de seus códigos sociais a partir das falas, símbolos e observações”

(Minayo, 2009, p.25).

Quanto à análise, utilizamos como referência o estudo de Amaral (2010), que

propõe uma tipologia para infográficos, adaptando-a, levando em consideração as

características da Facilitação Gráfica. Amaral propôs uma tipologia para o

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webinfográfico, ou seja, o infográfico em ambiente digital e on-line (conectado à

rede). Diferente de nosso trabalho que coletou materiais de comunidade de

facilitadores gráficos e por meio de palavras-chave na internet, Amaral selecionou os

veículos e o recorte de tempo que analisou. Dali selecionou quantas reportagens

estavam “em forma de” webinfográfico e dessas recortou usando o seguinte filtro:

> Presença de elementos que compõem o webinfográfico;

>> Classificação do webinfográfico em relação à geração (as mesmas

do jornalismo digital defendidas por Barbosa e Schiwingel);

>>> As mídias que compõem o webinfoigráfico.

Feito o filtro, o pesquisador analisou se a multimidialidade (áudio e vídeo) nos

exemplos coletados era: (i) ilustrativa (ii) coadjuvante (iii) protagonista (AMARAL,

2010, p. 188).

Espelhando-se nessa categorização proposta, adaptamos para:

- Se as facilitações gráficas enviadas pertencem a veículos da imprensa

(ou seus canais nas redes sociais digitais) ou a canais informativos

(por exemplo, o canal do Youtube de um médico que explica

enfermidades de diversas formas, e uma delas foi um vídeo em forma

de Facilitação Gráfica);

- Estilo que caracteriza uma Facilitação Gráfica no jornalismo digital.

Acreditamos ser cedo ainda para estabelecer gerações na Facilitação

Gráfica praticada no Brasil, mas podemos destacar três modalidades:

vídeos desenhados em papel e caneta, vídeos animados simulando o

desenho, vídeos animados e desenhados fazendo uso de ferramentas

digitais para inserir o desenho.

- Classificação da Facilitação Gráfica no jornalismo digital de acordo

com a multimidialidade: presença de texto, vídeo, foto e áudio.

- Análise da multimidialidade nas facilitações gráficas, se são ilustrativas,

coadjuvantes ou protagonistas no processo de comunicação.

O que considerar

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Como já discutimos anteriormente, a Facilitação Gráfica predispõe o uso de

imagens, palavras-chave e citações (registrada com traços gestuais) de modo

conjunto para caracterizar a síntese com o intuito de explicar algo. Facilitação

Gráfica, em seu terreno original (realizada em eventos ao vivo) é um subproduto de

algo já realizado (evento, palestra, curso, debate, etc). Assim como uma reportagem,

que para existir vem de um fato, uma história, ou algo a ser contado/ comunicado.

Com base nos estudos de Sodré, notamos que a Facilitação Gráfica na

imprensa assemelha-se a uma reportagem documental, pois apesar de recorrer a

desenhos simples e frases explicativas, vai fundo em alguns temas e tem um caráter

explicativo e quase comprobatório, como se quisesse comprovar um ponto,

desenhando para que se faça entender.

Consideramos “multimídia” todas as FGs encontradas, pois é essencial que

se tenha desenho e texto para configurá-la, ela é multimídia na essência. Além

disso, focamos as buscas em canais de webjornalismo (sites, mídias sociais e

plataforma de vídeos), dando as FGs mais chances de explorar outros elementos,

como áudio. Assim, alinhamos critérios com o referencial de nossa metodologia:

Portanto, entendemos o conceito de multimídia como a união desses diferentes formatos de apresentação de conteúdos em um único material, jornalístico ou não, com a diferença em relação à multimidialidade, caracterizada como tal dentro do contexto do webjornalismo, como uma característica do meio (AMARAL, 2010, p. 154).

A maioria das FG encontradas, (devido à ferramenta de busca que consistiu

em digitar palavras-chave em uma plataforma de vídeo - Youtube), está no formato

vídeo. É, pois, multimídia, por congregar os elementos imagem, texto, áudio e

efeitos de animação. Nessa análise, contabilizamos seus elementos para compor a

classificação.

Focados os esforços em encontrar facilitações gráficas midiatizadas, nosso

corpus possui 33 trabalhos, divididos em amostras únicas, playlists (coleção de

vídeos similares) e canais (nesse caso, a maioria dos vídeos dos canais trata de

FGs). Sobre o reconhecimento da Facilitação Gráfica, enquanto atividade

consolidada, apesar de todos os exemplos trazerem os elementos da técnica,

apenas 12% dão o devido crédito, ou seja, dizem que aquele material é uma

Facilitação Gráfica de algo, ou contratam facilitadores gráficos da comunidade. Dos

33 analisados, 29 (88%) não chamam o trabalho de FG nos créditos (os nomes mais

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103

utilizados são ilustrações / desenhos) e outros nem crédito dão ao material ou ao

profissional que realizou o trabalho.

Ainda sobre os créditos, um ponto interessante para se notar, fazendo um

comparativo da pesquisa atual com a original, de 2014, é que nesta os vídeos são

feitos por equipes. A maioria coloca os créditos e separa em “texto”, “narração”,

“desenhos” e “edição” (com variações na forma com que cada equipe chama cada

frente de trabalho). Na pesquisa anterior, os facilitadores gráficos “especializados”

revelaram em entrevistas trabalhar sozinhos, no máximo em dupla, e muitos não

creditam seus trabalhos, e se creditam, colocam o nome das empresas/coletivos das

quais fazem parte.

Graças ao rumo que quisermos dar à coleta de dados e por nos basearmos

em uma série de vídeos de um canal de imprensa (Revista Superinteressante)

conseguimos reunir 18 (54%) trabalhos em FG na imprensa, contra 15 (46%) de

outros canais informativos, tais como canais independentes de divulgação científica

e canais governamentais de divulgação de informações, cursos e campanhas.

Além de observar as plataformas onde os trabalhos estavam inseridos e seus

elementos multimídia, foi necessário separar o ‘estilo’ de cada um. Notamos que os

vídeos - e painéis - de FG podem ser construídos de diferentes maneiras, e ao

assistir - ou contemplar - cada um podemos identificar o modo como foram

“inscritos”.

Quanto à forma como os trabalhos se apresentam (o que chamamos de

estilo) notamos que:

● 51% são vídeos utilizando papel e caneta e a mão do profissional se

movendo.

● Cerca de 6% (2 trabalhos) estão na forma que chamamos de “painel”, ou

seja, são imagens estáticas que possuem os elementos que caracterizam as

FGs, mas não estão em forma de vídeo.

● Outros quatro exemplos (12%) são vídeos simulando desenhos reais, existem

softwares disponíveis na Internet que fazem esse tipo de adaptação.

Existe a “versão analógica” desse software, e temos um exemplo que foi feito

assim. Os desenhos foram feitos “à mão” com papel e caneta, porém recortados e

inseridos no cenário de captação da imagem conforme a narração pedia. Os

desenhos são previamente escolhidos e postos em ordem, o programa edita e

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104

acelera as imagens de acordo com a narração do vídeo. A mão que aparece

desenhando é uma mão humana, porém é praticamente a mesma em todos os

exemplos, trata-se de uma simulação. Chamamos esse exemplo de “Live action -

Vídeo com desenhos prontos, porém inseridos conforme a narrativa”.

● Ainda nesse campo da “versão digital” dos trabalhos de FG, 13% (4

exemplos) são de vídeos onde o desenho é realizado de fato enquanto as

imagens são captadas, porém não faz uso de papel e caneta e sim de outras

ferramentas, como programa de edição de imagem e tablets especiais para

desenho digital.

O Canal Minutos Psíquicos (que não é jornalístico, porém é de divulgação

científica) possui vídeos em papel e caneta e também desenhos digitais, assim

como a playlist sobre as regras em alguns esportes olímpicos (do canal da rede TV

Band no Youtube), que utiliza alternadamente as técnicas para compor as imagens

dos vídeos. Estes dois exemplos respondem por 4% de nossos trabalhos

analisados.

Apenas um canal (porém com diversos vídeos no portfólio) congregou três

estilos diferentes em seus vídeos: o canal de estudos Descomplica. Nele, podemos

encontrar vídeos desenhados com papel e caneta, vídeos com simulador de

desenhos e, por fim, vídeos de desenhos digitais.

Confira na tabela a seguir a distribuição dos estilos de forma mais detalhada:

Tabela 2 – Distribuição dos estilos

Estilo absoluto %

Vídeos desenhados (papel e caneta) 17

51,51515

152

Vídeos simulando desenho 6

18,18181

818

Vídeos com desenho digitais 4

12,12121

212

Vídeos com Papel e Caneta; Desenho Digital 2

6,060606

061

Painel 2

6,060606

061

Vídeos com Papel e Caneta; Simulador de Desenhos; Desenhos

Digitais 1

3,030303

03

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105

Vídeo com desenhos prontos, porém inseridos conforme a narrativa 1

3,030303

03

Estilo HQ - História em Quadrinhos 0 0

Total 33 100

Fonte: Autora (2018)

Amaral (2010), em sua classificação quanto à multimidialidade nos

infográficos, referenciando Salaverría (apud AMARAL, 2010), afirma que “a

convergência das mídias deve ser por integração, e não justaposição, com o intuito

de criar uma narrativa jornalística coesa”. Nas FGs em vídeo observamos sim uma

justaposição, mais que uma integração, pois somente um vídeo não continha áudio-

narração. Isso porque tratava-se de um painel feito ao vivo durante um programa de

entrevistas que foi, posteriormente, disponibilizado no Youtube. Fora este, duas

mídias justapostas (imagem/ desenho gestual) e texto são sobrepostos áudio-

narração.

Notamos que ao optar por vídeos no Youtube, não coletamos nenhum

exemplo com somente imagens e texto escrito, ou imagens e áudio montagem,

imagens e foto-montagem. Portanto, nossos 33 exemplos se dividiram nas

categorias:

1. texto escrito e áudio-narração.

2. áudio-narração.

3. texto escrito, áudio-narração e foto-montagem.

4. texto escrito e áudio-montagem.

5. áudio narração e foto-montagem.

6. texto escrito, áudio narração, foto-montagem e áudio-montagem.

Dois trabalhos, feitos pela mesma profissional e para o mesmo “cliente”, no

caso a TV UOL, possuem somente o recurso multimídia “áudio-narração”.

Relembrando que possuir imagens é pré-requisito da FG, por isso estamos

observando os demais elementos (texto, áudio, fotografia, enquanto montagens, e

áudio-montagem - que não narração). Vivian Dall’Alba é quem assina as

“ilustrações” (como consta nos créditos) destes dois vídeos. Um faz uma

retrospectiva do ano de 2017, enquanto outro pontua assuntos que merecem

atenção em 2018. Ambos foram publicados nos últimos dias de dezembro de 2017 e

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106

foram feitos da mesma “forma”. Um desenho por assunto. Os desenhos são bem

representativos e ilustram a fala da narração. Sem o áudio não seria possível

compreender do que se trata, a não ser pela caricatura de algumas figuras públicas,

como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, ouvindo somente a narração

e sem acompanhar os desenhos é possível compreender ambas as listas.

Nenhum exemplo foi encontrado que possuísse como elemento multimídia

somente fotografias, montagens ou áudios-montagens (além do desenho gestual).

A maioria da amostra (55% ou 18 trabalhos) possui a justaposição de texto

escrito e áudio-narração. A seguir, com 18% (6 trabalhos), encontramos exemplos

somente áudio-narração. Depois outros cinco trabalhos (16%) com texto escrito,

áudio-narração e fotografia montagem. Entendemos como “fotografia-montagem”

quando outras imagens que não os desenhos gestuais são colocados nos trabalhos,

podem ser imagens “oficiais” de personalidades e filmes, ou logos de empresas,

fotos de situações ou outros recursos imagéticos que não desenhos gestuais.

Por fim, o vídeo híbrido, “Casamento Gay, quer que desenhe?”, do Canal Põe

na Roda, integra texto escrito e áudio-montagem durante a realização das

ilustrações e mistura atuação dos atores no vídeo e narração dos mesmos; o vídeo

alterna entre falar sério, fazer piadas sobre os estereótipos homossexuais

masculinos e desenha uma coisa ou outra, sempre se valendo do humor. Os

desenhos isoladamente poderiam se passar por charges.

Os vídeos do Canal Criativos da Escola, do Instituto Alana, integram áudio-

narração e foto-montagem. Os vídeos foram feitos por uma equipe de facilitadores

gráficos em parceria com uma equipe especializada em captação de imagens e

edição das mesmas. Cada vídeo conta uma história diferente com elementos e

personagens distintos. Alguns desenhos são feitos previamente e inseridos durante

a captação de imagens (como um teatro de sombras, só que sem esconder as

mãos), e outros traços ou imagens que simbolizam sequências e fluxos de

pensamento são acrescentadas “ao vivo” no papel que serve de cenário. Ao final de

cada vídeo, são mostradas fotos das pessoas reais que fizeram aquele projeto

narrado acontecer.

Finalmente, a série de vídeos “2 Minutos para Entender”, da Revista

Superinteressante, no Youtube, integra todos os elementos: texto escrito, áudio-

narração, fotografia-montagem e áudio-montagem.

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Nesta playlist, os temas são variados: Zika Vírus, Congresso Nacional,

Cultura do Estupro, Olimpíadas do Rio, Política em 2016, O que faz um vereador,

Desigualdade Racial no Brasil, Ano de 2016, Violência Doméstica, Como é viver no

Espaço, Por que nossa política é tão burra, Como a tecnologia descobriu o que faz

uma música ter sucesso. A Revista aventurou-se pela primeira vez no formato em

2013, porém a série consagrou-se mesmo em 2016, com vídeos mensais por 1 ano.

Observe a tabela 3:

Tabela 3 - Comparativa dos elementos de multimidialidade por FG

Multimidialidade absoluto %

e. texto escrito e áudio-narração 18 55

b. áudio-narração 6 18

f. texto escrito, áudio-narração e foto-montagem 5 15

h. texto escrito e áudio-montagem 1 3

i. áudio-narração e foto-montagem 1 3

j. texto escrito, áudio-narração, foto-montagem e áudio-montagem 1 3

k. texto escrito, áudio-narração, áudio-montagem 1 3

a. texto escrito 0 0

c. fotografia montagem 0 0

d. áudio-montagem 0 0

g. texto escrito e foto-montagem 0 0

Total 33 100

Fonte: A autora (2018)

3.3 Proposta de Tipologia de FG no jornalismo digital

Em um estudo anterior a este, classificamos os tipos de facilitações gráficas

existentes no Brasil partindo do seu uso entre os anos 2002/2003 até 2013/2014, a

partir de entrevistas com 8 facilitadores/as gráficos em atividade no país.

Conseguimos identificar alguns tipos de trabalhos realizados naquela época,

que vem sendo replicado nos dias atuais, considerando que algumas práticas foram

acrescentadas. Em linhas gerais, as facilitações gráficas se apresentam:

- ao vivo e feita previamente (com briefing);

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- analógica (fazendo uso de caneta e papel) e digital (utilizando ferramentas

digitais para construir o desenho);

- grande escala (painéis), média escala (a3), pequena escala (cadernos);

- estática, animada (gif) ou em vídeo;

- com texto auxiliar (legenda).

Na pesquisa de 201415, inserimos além de trabalhos editoriais impressos

vídeos na internet. Entendemos que também se tratava de um material editorial,

porém em uma plataforma digital. Sobre a variação em vídeos, observamos que eles

poderiam conter narração, ou não, serem feitos à caneta ou com ferramentas

digitais.

Notamos, durante a coleta de dados desta pesquisa atual, que na imprensa

as facilitações gráficas se apresentam em forma de vídeo ou estáticas. Se vídeos,

podem ser feitas com desenho usando materiais analógicos (canetas, lápis e giz),

desenhos digitais e simuladores de desenhos.

Se fazem uso de simuladores de desenho, sua edição é sempre uma

animação baseada em roteiro pré-definido do que se quer comunicar. Se é feita com

desenhos digitais, os profissionais fazem uso de tablets e programas especiais para

captar esses traços gestuais. Captados, estes podem ser animados ou acelerados

para acompanhar a narração.

Se a Facilitação Gráfica em vídeo é feita com materiais analógicos, os

desenhos e texto podem ser acelerados ou utilizados como live action, o desenho é

feito previamente, recortado e inserido no cenário do vídeo na ordem estabelecida

pelo roteiro e no tempo da narração.

No gráfico a seguir é possível observar esses caminhos:

Figura 12 – Facilitação gráfica em vídeo

15Ver MEO, Izabel Marques. Facilitação Gráfica no Brasil e seu Uso em Projetos Gráficos Editoriais. 2014. 124f. Trabalho de Conclusão de curso para a pós-graduação em Design Editorial no Centro Universitário Senac. São Paulo.

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Fonte: Autora (2018)

Caso a Facilitação Gráfica seja estática, ela se apresenta da seguinte forma:

Nos formatos de fechamento de arquivo “.jpg”, “.png” e “.pdf”. Se são “.jpg” estão em

sites ou são fotografias de facilitações feitas ao vivo ainda em seus cavaletes (ou

paredes); se estão no formato “.png” usualmente foram postadas em redes sociais,

uma vez que imagens nesse formato são mais “leves” e apropriadas para a

distribuição via internet. Por fim, quando em “.pdf” as facilitações gráficas estão

disponíveis em links para download ou na versão html do conteúdo que

representam.

No gráfico abaixo podemos observar esta distribuição:

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Figura 13 – Distribuição da Facilitação Gráfica

Fonte: Autora (2018)

Durante a coleta de dados, encontramos ambos os exemplos, inclusive,

notamos que exatamente metade das FGs que assumem o nome “Facilitação

Gráfica” (10 no total) estavam em sites, e a outra metade, em vídeos no Youtube.

Porém, para efeitos de classificação, seguimos somente com as FGs em vídeo.

3.4 Classificação das Facilitações Gráficas Coletadas com base na

tipologia proposta

Amaral (2010, p.188), em sua tipologia de infográficos multimídia, cunhou que

“[...] para a multimidialidade estar caracterizada, o vídeo deve realizar a

convergência e ter atuação direta na narrativa do fato jornalístico. De igual forma,

para o áudio e sua atuação direta”.

A FG é uma técnica que nasceu multimídia por mesclar texto e imagem (pelo

menos). Agora ela soma-se à prática jornalística para narrar e contextualizar

atualidades. Por isso, fazendo uma adaptação à metodologia de Amaral, a partir da

multimidialidade (áudio narração e texto) vamos classificar como ilustrativa,

coadjuvante e protagonista a Facilitação Gráfica (ilustração gestual) aplicada aos

exemplos coletados. Se a ilustração gestual é pré-requisito para a FG existir e todos

os trabalhos analisados são multimídia, para nós é necessário observar em que

nível a FG colabora com o entendimento da notícia.

Em sua tipologia, Amaral classificou que a multimidialidade seria ilustrativa

quando os recursos de áudio e vídeo não interferem na narrativa do fato jornalístico,

então a história é contada por meio de texto, fotos e animações. A multimidialidade

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seria coadjuvante quando a narração jornalística se dá por meio de áudio e vídeo,

porém com informações relevantes apresentadas de outras maneiras e de forma

ordenada. A multimidialidade configura-se como protagonista quando seu uso é

fundamental para a compreensão do fato jornalístico.

Em linhas gerais:

Na infografia jornalística, a mídia terá papel protagonista quando exercer esta função. Quando tiver disponível informação jornalística, fazer parte da narrativa, pode ser reportagem ou especial. E ainda, a mídia pode ter uma informação complementar e não estar presente diretamente na narrativa coesa formada por imagem e texto – mídia coadjuvante, podendo estar no infográfico jornalístico (AMARAL, 2010, p. 201).

Caso fôssemos utilizar a proposta de Amaral ao pé da letra, a maioria de

nossas facilitações gráficas seria coadjuvantes. Por isso, se fez necessário adaptar

para nosso objeto o conceito criado pelo autor. Por Facilitação Gráfica, subentende-

se o uso de imagens e textos juntos. Optamos por fechar o corpus em exemplos

encontrados no Youtube, uma plataforma multimídia. Dos 32 trabalhos mapeados

(playlists e canais todos de FGs em vídeo foram tratados como um trabalho só)

todos estão em forma de vídeo e possuem áudio como narração.

Por isso, separamos o áudio em dois elementos: áudio-narração e áudio-

montagem; no primeiro, existe a narração do conteúdo de forma linear e contínua;

no segundo, além da narração contínua, alguns sons são inseridos para compor a

narrativa do fato, ou conteúdo, por exemplo, buzinas de carros, sirenes e papel

sendo rasgado. Estes sons ajudam a compor a paisagem sonora do vídeo

analisado, como mostra o Quadro 1.

Quadro 1 – Áudio e Vídeo: função e tipo de informação

Fonte: Amaral (2010)

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112

Foi adaptada para o Quadro 2:

Quadro 2 – Adaptação da Facilitação Gráfica: função e tipo de informação

Facilitação Gráfica: função e tipo de informação

Função da FG na narrativa principal Tipo de informação

ilustrativa dispensável dispensável

coadjuvante dispensável complementar

protagonista indispensável fundamental

Fonte: Autora (2018)

Assim, após contabilizar os elementos de multimidialidade (além do desenho),

julgamos importante registrar, nessa classificação, os temas, veículos, os elementos

gráficos que acompanham os trabalhos (com base nos “8 Essenciais” de Brandy

Agerbeck) o grau de multimidialidade (1 - um elemento multimídia, 2 - dois

elementos multimídia, 3 - três elementos multimídia - todos além do desenho que é

o que caracteriza a FG).

São FGs ilustrativas 18 exemplos encontrados no Youtube. São FG

coadjuvantes um total de 12 trabalhos. Avaliamos o quanto o áudio comunicava e o

quanto os desenhos, textos e sons adicionais comunicavam. Dessa forma, não

identificamos nenhuma Facilitação Gráfica protagonista. Uma que poderíamos

considerar por ter todos os elementos dos 8 Essenciais e possuir todos os

elementos avaliados em multimidialidade é a série 2 Minutos para Entender, da

Super.

Nos demais, as imagens agregam um pouco ou nada se comparado ao

volume de informação que o áudio tem. Nenhuma Facilitação Gráfica em vídeo sem

áudio-narração foi localizada. Desta forma, apresentamos os resultados no quadro

3.

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Quadro 3 – Resultados

NOME / TÍTULO

ELEMENTOS GRÁFICOS TIPOLOGIA

VEÍCULO ❡

✓ � � ➚ � ☀

GRAU de MULTI MIDIA

LIDADE

TIPOLOGIA

Explicamos em 4

minutos por que

convênio pode tudo

Agência Pública

sim não sim não sim sim sim sim 3 coadjuvante

A questão indígena em

4 minutos

Agência Pública

sim sim sim não sim sim não sim 1 coadjuvante

E agora, Temer

Agência Pública

sim sim sim sim sim sim sim sim 2 coadjuvante

Homens de preto a

segurança privada em 3

minutos

Agência Pública

sim sim sim não sim sim não sim 2 ilustrativa

A grilagem de terras e o Novo Código Florestal em

3 minutos

Agência Pública

sim não sim sim sim sim sim sim 3 coadjuvante

Canal YT Onu

Mulheres

Onu Mulheres

sim sim sim não não sim sim sim 1 ilustrativa

#PraEntender Os direitos humanos em

2 minutos

Portal UAI sim não sim não não sim não sim 1 ilustrativa

5º lugar: Classificação Indicativa

para o

Canal ENap

sim não não sim sim sim sim não 2 ilustrativa

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Mercado Digital (MJ)

Vídeos Criativos da

Escola

Canal Projetos Criativos na Escola

sim sim sim não não sim sim sim 3 coadjuvante

Especial Entendeu ou quer que eu

desenhe

Canal A Hora do

Leite sim não sim não não sim não sim 2 ilustrativa

Princípios Fundamentai

s da C.F. | Constituição desenhada

Aprendeu ou

quer que desenhe?

sim não sim não sim sim sim sim 2 ilustrativa

Pense Comigo -

Uma reflexão sobre a

história do voto no Brasil

Comuni cação

Social - TRE-MG

sim não sim não sim sim sim não 2 coadjuvante

Por que nossa

política é tão burra?

Revista Superinte ressante

sim não sim sim não sim não sim 2 coadjuvante

Entrevista Caleidoscópi

o - Brainstormin

g

TV Horizonte

sim não sim sim sim sim sim sim 2 ilustrativa

Reforma da Previdência - Entendeu?

Ou quer que eu

Desenhe!?!

Metrópoles Entreteni

mento sim não não não não sim não não 1 coadjuvante

Mudanças no sistema

eleitoral - Entendeu?

Ou quer que eu

Desenhe!?!

Metrópoles Entreteni

mento sim não não não não sim não não 1 coadjuvante

Canal Ilustradamen

te

Canal Ilustrada mente

sim sim sim sim sim sim sim não 2 ilustrativa

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Mundo do Trabalho:

você sabe o que é design

thinking?

De Tudo um Pouco

sim não sim sim sim sim sim sim 2 ilustrativa

Aprenda em 5 minutos o que

vc não aprendeu o

ano todo

Carlos Ruas -

Quer Que Desenhe

sim não sim sim sim sim sim não 3 ilustrativa

Playlist Quer Que

Desenhe

Canal Reforma

sim sim sim sim sim sim não não 3 ilustrativa

CASAMENTO GAY: QUER

QUE DESENHE?

Põe na Roda

sim não não sim sim sim sim sim 3 coadjuvante

Playlist Quer Que

Desenhe

Canal Descom

plica sim não sim sim sim não sim sim 3 ilustrativa

H1N1 INFORMATIVO

Multimídia SEED

sim não sim sim não sim sim sim 3 ilustrativa

Série Gestão em Foco

Multimídia SEED

sim não não não não sim sim sim 2 ilustrativa

O que é EAD

Multimídia SEED

não não não não não sim não sim 2 coadjuvante

Falta d'água e Rios

Voadores

Multimídia SEED

não não sim não sim sim não sim 2 ilustrativa

Canal Minutos

Psíquicos

Canal Minutos

Psíquicos sim sim sim sim sim sim sim sim 2 coadjuvante

Qual o tamanho da

crise no Brasil

Nexo Jornal

sim sim sim sim sim não não não 3 coadjuvante

Tudo sobre o zika

Portal UAI sim sim sim sim sim sim sim sim 3 ilustrativa

2 Minutos para

Entender

Superinte ressante

sim sim sim sim sim sim sim sim 4 protagonista

Playlist

Quer Que

Desenhe

Canal

BlaBLa

logia

sim sim sim sim sim sim não não 3 protagonista

10 Fatos Para

Ficarmos De

Olho Em 2018

UOL sim não sim não sim sim não sim 3 ilustrativa

Fonte: Autora (2018)

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Diversas nuances podem ser analisadas na tabela anterior. Optamos por

destacar que das 33 facilitações gráficas em vídeo encontradas, 19 são ilustrativas,

12 são coadjuvantes e 2 são protagonistas.

Isso quer dizer que a maioria delas ilustra o que o áudio do vídeo informa,

depois complementa em alguma medida, mas somente em dois casos a parceria é

completa. Para chegarmos nessa classificação, assistimos todos os vídeos (e no

caso de playlists e canais escolhemos de 2 a 4 vídeos de forma aleatória) e

observamos a narração e os desenhos. Refletindo se o conteúdo seria entendido

independentemente do áudio ou vice-versa.

Nas FGs ilustrativas, além de não possibilitarem o entendimento sem a

narração, os desenhos não contribuem com a informação do áudio, não traziam

nada novo. Nas FGs coadjuvantes, duas coisas acontecem: ou as informações são

demonstradas pelos desenhos (como em casos de crescimento ou diminuição de

dados) ou os desenhos configuram-se em metáforas e até críticas ao que é dito,

como se fossem charges. Dessa forma, a ilustração leva a uma segunda

interpretação do vídeo como um todo. Somente ouvindo, você tem uma informação,

somente assistindo (com apoio do título e às vezes das legendas) fica perceptível o

posicionamento de quem realizou aquele trabalho frente ao tema.

Dois exemplos são os vídeos “Mudanças no sistema eleitoral - Entendeu ou

Quer que eu Desenhe?!” e “Reforma da Previdência - Entendeu ou Quer que eu

Desenhe?!”, do Canal Metrópoles Entretenimento. No frame a seguir enquanto o

desenho é feito o áudio do vídeo diz “o rombo chamado déficit chegou a 150 bilhões

em 2016. Em 2017, o rombo deve aumentar para 180 bi”:

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Figura 14 – Demonstração de desenho em áudio e vídeo

Fonte: Canal Metrópoles Entretenimento (Youtube)

A frase diz algo objetivo: o aumento de gastos, a imagem diz algo subjetivo:

que na corrida pela aposentadoria, os idosos podem acabar “se dando mal”, ou

qualquer outra interpretação para cair em um buraco. Outras interpretações

poderiam ser feitas. Exemplo: no caso de se correr por dinheiro, os idosos podem

não notar as armadilhas. Correr atrás de dinheiro pode significar muitas coisas

também, desde o básico, até a avareza.

Nesse estudo não coube a análise semiótica das imagens na Facilitação

Gráfica. A questão é que nas FGs coadjuvantes, o desenho comunica algo a mais

que somente o fato passado pelo áudio-narração.

Por outro lado, no vídeo “Homens de Preto - A Segurança privada em 3

minutos”, da Agência Pública, os desenhos são carregados de significado, mas

sempre reforçando o que a narração diz. Por exemplo, o frame a seguir, que

acompanha o áudio (e legenda), “Vários militares, policiais e até secretários de

segurança pública eram donos, funcionários ou prestavam serviço para empresas

privadas”, usa uma imagem “fantástica” onde um militar (farda verde) é mesclado

com a imagem de um vigilante (farda cinza).

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Figura 15 - Frame Vídeo Homens de Preto

Fonte: Agência Pública (Youtube)

Em duas playlists de vídeos encontradas, consideramos que a Facilitação

Gráfica é protagonista. Isso porque o desenho e a narração se complementam. Em

uma delas “Quer Que Desenhe”, do canal BlaBlalogia, o quadrinista Carlos Ruas

narra descobertas científicas, fatos históricos e mitos enquanto desenha em uma

plataforma digital. Sua fala está no mesmo ritmo do desenho e refere-se a ele.

A narração que acompanha a construção do desenho deste frame diz:

“Observe que o sul do nosso planeta está mais exposto a raios solares, logo, como

já vimos, é verão no sul. Observe que por causa da inclinação de nosso planeta,

esta área de nosso planeta pega muito mais sol do que esta. Viu? Consegue

visualizar?” Conforme Ruas fala “esta área” e “do que esta” ele pinta de amarelo ou

azul a área do desenho correspondente.

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Fonte: Canal Youtube BláBlálogia

Já na playlist “2 Minutos para Entender”, da Revista Superinteressante, que

possui 12 vídeos e outros dois no mesmo “estilo” fora da playlist, as imagens

também complementam a narração e dialogam a todo momento. Por exemplo, no

vídeo “Sistema Carcerário Brasileiro”, a narração que acompanha a construção do

gráfico a seguir diz: “a maior parte dos crimes está relacionada ao tráfico de drogas,

mesmo que as circunstâncias em que ocorram sejam questionáveis. 74% das

prisões em São Paulo, os policiais que prenderam foram as únicas testemunhas de

acusação” (Figura 17).

Assim como neste vídeo, os outros da Revista seguem a mesma linha de

complemento de informações. Os primeiros vídeos usavam papel, caneta, alguns

objetos e colagens. Nos últimos, a equipe variou os materiais, como tintas, bexigas e

até o corpo humano. No vídeo, “Violência Doméstica”, palavras, números e símbolos

são desenhados no corpo de duas modelos, além de emocionar, pelo tema, a

dramatização prende a atenção do leitor (espectador). (Vide figuras 18,19,20).

Figura 16 - Frame do vídeo “Quer Que Desenhe”

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Figura 17 - Frame do vídeo Sistema Carcerário Brasileiro

Fonte: Canal Youtube da Revista Superinteressante

Figura 18 - Frame do vídeo Violência Doméstica

Fonte: Canal Youtube da Revista Superinteressante

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Figura 19 - Frame do vídeo Violência Doméstica

Fonte: Youtube da Revista Superinteressante

Figura 20 – Frame do vídeo Violência Doméstica

Fonte: Youtube da Revista Superinteressante

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Notamos que a inversão da metodologia de Amaral e a combinação com os 8

Essenciais, de Agerbeck, nos deu possibilidade de compreender a forma com que

as facilitações gráficas midiatizadas se apresentam no jornalismo digital e em canais

informativos.

Ainda há terreno para investigação, como as aproximações da técnica com a

charge, as reportagens em história em quadrinhos e o fato de a Facilitação Gráfica

ter sido difundida na internet como o resumo de eventos. Apesar de não seguirem os

critérios de noticiabilidade, as facilitações gráficas são relatos de algo que aconteceu

com alguém ou alguéns e que posteriormente foi publicado de alguma forma. Esse

“relatório ilustrado” aumenta a difusão de um conhecimento pontual que ficaria

guardado nos cadernos de anotações dos presentes. Ao dar cor e forma para

anotações pessoais, a Facilitação Gráfica agrega valor e facilita a difusão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Facilitação Gráfica (FG) acontece no Brasil em canais da imprensa e

informativos, só não com este nome. A técnica demanda mais estudos para

compreender quais as inspirações das equipes que se dispõem a produzir um

conteúdo neste formato. Podemos dizer que ela dialoga com a comunicação (à

rápida relação que criamos ao ver uma FG e pensar em infográficos), e com a

educação (pelo caráter explicativo que os conteúdos encontrados possuem).

Assim como Amaral (2010) considera infográficos grandes reportagens,

podemos dizer que FGs em vídeo são reportagens visuais multimídia que fazem uso

do desenho, do texto, de áudios (narração e paisagens sonoras) e eventualmente de

outras imagens representativas que não desenhos (como fotos ou ilustrações de

outros livros, mas utilizadas como fotografias).

As Facilitações Gráficas Midiatizadas percorrem um caminho que já foi

trilhado pelo entretenimento: fazer desenhos animados contando uma história, com

a diferença que nesta pesquisa buscamos trabalhos que se aproximassem de uma

narrativa jornalística, ou seja, narrativas das “peripécias da atualidade”, um gênero

jornalístico privilegiado que constitui uma narrativa com personagens, ação

dramática e descrições de ambiente, diferente da literatura, por seu compromisso

com a objetividade (SODRÉ, 1986).

As FGs, midiatizadas ou não, fazem parte de nosso contexto de seres

humanos que se comunicam. Elas mesclam técnicas que alguma vez na vida a

maioria das pessoas que frequentou a escola já utilizou: o desenho e as palavras.

Sua prática, ao mesmo tempo em que significa inovação em processos

participativos, é cotidiana. Quem nunca ouviu a frase: “Quer que eu desenhe para

você entender?”

Flusser previu que a linguagem oral, superada pela escrita, retornaria. E os

vídeos no Youtube com tutoriais, opiniões, notícias e debates reforçam essa

possibilidade. Vamos retomar aqui algumas características das 33 facilitações

gráficas midiatizadas que foram analisadas:

● A mais antiga foi postada no Youtube em: 23 de agosto de 2012. É o vídeo

“Pense Comigo - Uma reflexão sobre a história do voto no Brasil”, feito pela

Coordenadoria de Comunicação do TRE-MG. A FG Midiatizada faz um

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resgate da história e da importância do voto. O vídeo recebeu grau 2 de

multimidialidade e consideramos a Facilitação Gráfica como coadjuvante no

processo comunicativo.

● A mais recente (lembrando que a coleta de dados aconteceu entre

novembro/ 2017 e maio/2018): é de 29 de maio de 2018. Trata-se de uma

reportagem da Agência Pública sobre qual a relação entre as empresas de

planos de saúde, que ao mesmo tempo em que são as mais reclamadas

pelos consumidores, há seis anos, são as que mais lucram, num país onde

70% da população utiliza o SUS (Sistema Único de Saúde).

● A FG midiatizada (FGM) mais longa tem 25 minutos aproximadamente.

Trata-se de um painel feito por Lucas Alves da empresa Ideia Clara. Lucas

fez um painel em tempo real de um debate no programa Tudo de Bom da TV

Horizonte. O programa foi televisionado e postado na íntegra no Youtube.

Fora esse caso, as FGMs mais longa pertencem ao canal Ilustradamente que

faz resenha de livros e sintetiza ideias e práticas de produtividade.

● A FGM mais curta possui um minuto e meio de duração e faz parte de uma

série de pequenos vídeos do canal da Band.com.br no Youtube. O vídeo

chama-se “Sabe tudo sobre Handebol? Conheça as regras!”. Foi postado em

setembro de 2016 e faz uso do desenho gestual digital para ilustrar as regras

que a narradora explica.

● A FGM mais completa em termos de multimidialidade é a playlist 2 Minutos

para Entender da Revista Superinteressante, atingindo grau 4. Também é

dela o título de FG mais completa, por ser a única a possuir os 8 essenciais

de Brandy Agerbeck: letras, ícones, linhas, cores, flechas, pessoas, caixas e

sombras.

● A FGM que menos possui elementos gráficos essenciais é o vídeo “O que é

EAD”, feito pela Coordenação de Multimeios / Diretoria de Tecnologia

Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

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Sobre a essencialidade dos “8 Essenciais”, de Brandy Agerbeck, a autora os

chama assim, mas para esta análise, consideramos sua definição de FG juntamente

com a de David Sibbet. Também notamos que alguns essenciais como linhas e

flechas parecem fazer mais sentido se temos que guiar a narrativa dos leitores de

FG estáticas. Neste trabalho, avaliamos as FGM, compostas por imagens em

movimento e divididas em frames de vídeos. Podemos dizer que o enquadramento

das filmagens seriam as “caixas” em um painel estático e o serviço invisível da

edição, manipulação e aceleração das imagens, nossas “flechas” que guiam a leitura

do material.

Assim, gostaríamos de retomar os objetivos de nosso projeto para avaliar o

quanto avançamos na pesquisa:

Realizar uma taxonomia das produções em Facilitação Gráfica aplicadas ao

jornalismo.

Coletamos e analisamos 51 exemplos de Facilitação Gráfica na imprensa ou em

canais informativos. Optamos por focar em facilitações gráficas midiatizadas no

Youtube, restringindo a construção da taxonomia em 33 trabalhos. Ainda assim, os

51 trabalhos foram analisados quanto à forma (plataforma, duração, estilo de FG,

multimidialidade e equipe de produção).

Mapear, classificar e qualificar a produção atual de conteúdo que se encaixe nas

definições de Facilitação Gráfica e que sejam utilizadas no jornalismo digital no

Brasil.

Eleitos os 33 trabalhos, construímos uma escala de multimidialidade que vai de 1 a

4, sempre já considerando a imagem desenhada gestual como um pré-requisito para

o trabalho ser uma FG. Além da multimidialidade, avaliamos com sim ou não quanto

à presença dos “8 Essenciais” da FG de Brand Agerbeck. Todos os vídeos únicos -

e amostras aleatórias de canais e playlists totalmente no formato de FGM - foram

assistidos mais de uma vez a fim de olhar criticamente se a FG utilizada no exemplo

era protagonista, coadjuvante ou ilustrativa no processo comunicativo. O referencial

foi o conteúdo narrado e linear que acompanhava 100% dos vídeos coletados. A

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tabela com a análise consta no trabalho e pode ser replicada em futuras análises,

além de servir de portfólio para a FGM realizada no Brasil.

Nossos objetivos específicos foram:

1- Mapear os facilitadores gráficos em atividade no Brasil (complementar um

levantamento que já existe de 2014) e dentre eles identificar os que produzem

conteúdo jornalístico.

Na coleta de dados, observamos que as FGM não são produzidas pelos

profissionais reconhecidamente facilitadores e facilitadoras gráficas. São feitas

normalmente por equipes (quando se trata de trabalhos em canais da imprensa) e

pós-profissionais variados (jornalistas, psicólogos, ilustradores) em trabalhos de

canais informativos. As redes de contato dos profissionais da Facilitação Gráfica

foram acionadas no início da coleta de dados, mas eles não possuíam materiais

feitos exclusivamente para imprensa. Nossa observação nas hashtags em redes

sociais leva a crer que o trabalho destas pessoas continua nos formatos

identificados nas entrevistas da pesquisa de 2014: freelancer, para empresas com o

intuito de facilitar processos internos de organizações ou como forma de registro

criativo de eventos também empresariais.

2 - Apresentar os diversos ambientes onde a Facilitação Gráfica é aplicada, ao

mesmo tempo, em que apresentamos suas características.

Apesar de restringir a análise para FGM, conseguimos exemplos nos demais

formatos (painel, imagens e posts em redes sociais), além disso, conseguimos

mesmo nas FGM demonstrar as diversas formas que as FG podem ser realizadas

(desenho com papel e caneta, desenho digital, simulador de desenho, com cores,

acrescentando imagens além do desenho, com textos ou sem, etc).

3 - Estudar como a Facilitação Gráfica, dentro do campo da comunicação visual,

vem sendo usada no jornalismo digital.

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Nossos capítulos 1 e 2 percorreram um caminho sobre as origens da escrita e a

importância do registro para a raça humana. No capítulo 3 conseguimos relacionar

uma plataforma de vídeo com as teorias da Ciência dos Jornais de Otto Groth,

provando que a Periodicidade, Atualidade, Universalidade e Publicidade (no sentido

de popularidade e difusão) podem ser estendidas para outros meios de

comunicação de massa.

4 - Discutir como a ferramenta da Facilitação Gráfica, quando combinada com outras

linguagens, serve para explicar melhor uma realidade complexa.

Nossos estudos em realidade complexa deram espaço aos de comunicação visual

nesta pesquisa. Encaramos como um processo de adaptação e necessidade de

aprofundar uma teoria que explicasse a técnica mais do que a motivação para

realizá-la. O que não nos isenta de continuar este trabalho analisando os temas que

as FGM abordam nos diversos canais.

Nossa pesquisa não possuía hipótese, mas desenhamos questões de

pesquisa que gostaríamos de responder:

1. Como a Facilitação Gráfica é aplicada ao jornalismo? Onde está a maior

incidência dela?

Depois de todo este percurso, podemos dizer que ela se manifesta na forma

de vídeo, dando origem ao termo Facilitação Gráfica Midiatizada.

2. Como a Facilitação Gráfica explora a multimidialidade nas plataformas digitais?

As FGM utilizam todas as ferramentas disponíveis: áudio, imagem, paisagem

sonora e edição. Contudo, a maioria combina o desenho gestual com textos e a

narração (áudio).

3. Que elementos são mais utilizados na Facilitação Gráfica na narrativa jornalística?

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Conseguimos contabilizar, por meio da observação atenta da amostra de

vídeos, a presença ou ausência dos elementos da FG nos vídeos. Pelo gráfico a

seguir notamos que os elementos mais utilizados são: letras, cores e pessoas. São

os três elementos que mais transmitem ideias e ilustram informações, os demais

(ícones, linhas, flechas e caixas) são mais presentes em FG estáticas, pois ajudam a

conduzir a narração, o que em nosso caso fica a cargo da edição.

Gráfico 1 – Presença dos 8 essenciais nas facilitações gráficas midiatizadas analisadas

Fonte: Autora (2018)

4. Que assuntos são mais frequentes em matérias construídas com a Facilitação

Gráfica?

A diversidade de assuntos foi variada, de saúde a eleições. Não foi possível

avaliar qual a maior incidência, mas a leitura flutuante demonstrou que pautas mais

“frias” foram a preferência das equipes que optaram por demandar mais tempo na

produção de reportagens em forma de FGM.

5. Onde se concentram as produções em Facilitação Gráfica no jornalismo?

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Além de exemplos no formato de HQ (história em quadrinhos) as FG se

apresentam no jornalismo no formato de vídeo.

6. Em que circunstâncias os meios de comunicação se apropriam do discurso

informativo por meio de uma Facilitação Gráfica?

Identificamos que sempre que precisamos explicar algo, detalhar e

popularizar um tema, são feitos vídeos de FGM. Os títulos e o tom professoral das

narrações comprovam o quanto os vídeos de FGM podem ser didáticos.

O desenho gestual resgata memórias nas pessoas, naquelas que o produzem

e naquelas que os consomem. Temas pesados parecem mais leves, temas mais

leves se tornam mais detalhados por meio da técnica.

Por fim, ainda há muito que se explorar no estudo da Facilitação Gráfica no

Brasil. Em português, temos um livro traduzido à venda nas livrarias - Reuniões

Visuais, de David Sibbet. Todo o resto de informação que se troca sobre o assunto

vem da literatura internacional, em grupos nas redes sociais digitais e em cursos e

workshops promovidos por profissionais que entenderam a demanda crescente pelo

serviço no país e vêm treinando mais pessoas para a prática.

Durante o desenvolvimento deste trabalho pudemos resgatar e relacionar as

teorias do design e da comunicação visual n

ao necessariamente usadas em pesquisas focadas no jornalismo. Ao mesmo tempo,

relacionamos as bases da teoria do jornalismo, Otto Groth, com uma rede social em

funcionamento cujo objetivo é manter seus usuários online, não necessariamente

informados. Localizamos a facilitação gráfica, uma técnica mista que pode possuir

explicação em várias áreas da ciência, na comunicação.

Esperamos que esta pesquisa consiga suprir um pouco da demanda de

informação em língua portuguesa, e que inspire novos/as pesquisadores e

pesquisadoras a desvendar o que mais a linguagem visual multimídia tem a fazer

pela comunicação.

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138

APÊNDICE A

Lista das Facilitações Gráficas Midiatizadas analisadas no capítulo 3

Explicamos em 4 minutos porque convênio pode tudo

https://www.youtube.com/watch?v=ekuFY4Dxopw

A questão indígena em 4 minutos

https://www.youtube.com/watch?v=y_tKDCBimTQ

E agora, Temer

https://www.youtube.com/watch?v=EYIZ6Um2qcg

Homens de preto a segurança privada em 3 minutos

https://www.youtube.com/watch?v=v04KqUSZY20

A grilagem de terras e o Novo Código Florestal em 3 minutos

https://www.youtube.com/watch?v=-FSYM55heH0

Canal YT Onu Mulheres

Direitos Humanos - https://www.youtube.com/watch?v=hGKAaVoDlSs

Igualdade de Gênero - https://www.youtube.com/watch?v=ZCGLC-vziRc

Empoderamento das Mulheres - https://www.youtube.com/watch?v=6RSc_XYezig

#PraEntender Os direitos humanos em 2 minutos

https://www.youtube.com/watch?v=KzEKd5fFLmY

5º lugar: Classificação Indicativa para o Mercado Digital (MJ)

https://www.youtube.com/watch?time_continue=23&v=KRguNbKa30Y

Vídeos Criativos da Escola

https://www.youtube.com/playlist?list=PLgil9xsvamgsvbwgtYiPaO44U90wDRtgt

Especial Entendeu ou quer que eu desenhe

10 de jan de 2014 -

https://www.youtube.com/watch?v=hU6T0NTqSSY&list=LLMG5rpKAraXUHeD_jkVX

YNA&index=30

3 de jan de 2014 -

https://www.youtube.com/watch?v=xm_Nl_Zj0lM&list=LLMG5rpKAraXUHeD_jkVXYN

A&index=34

27 de dez de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=0GpDE4rdZqM&index=37&list=LLMG5rpKAraXU

HeD_jkVXYNA

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139

22 de nov de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=z9txDd2cpWE&index=45&list=LLMG5rpKAraXUH

eD_jkVXYNA

8 de nov de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=CEv2f63kJL4&list=LLMG5rpKAraXUHeD_jkVXY

NA&index=47

6 de out de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=2qCeAJoRQRU&index=51&list=LLMG5rpKAraXU

HeD_jkVXYNA

Princípios Fundamentais da C.F. | Constituição desenhada

https://www.youtube.com/watch?v=SmaNGKtkvTY

Pense Comigo - Uma reflexão sobre a história do voto no Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=ur13M5ER41Y

Por que nossa política é tão burra?

https://www.youtube.com/watch?v=h2GLYl2KRnQ&t=47s

Entrevista Caleidoscópio - Brainstorming

https://www.youtube.com/watch?v=XHUmRU-_SrM&list=PLKICSv9eszpZ7tW5vQ-

_HibfObYQif7uy&index=3

Reforma da Previdência - Entendeu? Ou quer que eu Desenhe!?!

https://www.youtube.com/watch?v=c-tLuScfc_Y

Mudanças no sistema eleitoral - Entendeu? Ou quer que eu Desenhe!?!

https://www.youtube.com/watch?v=HCwtyX4I-dg

Canal Ilustradamente

https://www.youtube.com/channel/UCNmO5NWNLQkOr76WmHEq-DQ

Mundo do Trabalho: você sabe o que é design thinking?

https://www.youtube.com/watch?v=USZp6BFXvAQ

Aprenda em 5 minutos o que vc não aprendeu o ano todo

https://www.youtube.com/user/QuerQueDesenhe/videos

Playlist Quer Que Desenhe

https://www.youtube.com/watch?v=TbX9KFJgYYM&list=PLqG7fA3EaMRPMKIdKpX

qsZxtRyvDtmvJw

CASAMENTO GAY: QUER QUE DESENHE?

https://www.youtube.com/watch?v=tOv8HOp4x8g

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140

Playlist Quer Que Desenhe

https://www.youtube.com/playlist?list=PLgIWHtlPYF82TTJAmgXKJyGi3ENLkO_Jf

H1N1 INFORMATIVO

https://www.youtube.com/watch?v=ljkOU5ih910

Série Gestão em Foco

https://www.youtube.com/watch?v=EUUMy-ndBUk&list=PLaKqHLjD1tIE4xJw-

jUG7eQZUzHiXs7Tb

O que é EAD

https://www.youtube.com/watch?v=KnKsJ2kbwWw

Falta d'água e Rios Voadores

https://www.youtube.com/watch?v=TRqvPD9v2e4&list=LLFY4IeAtQRHp-

HncY3hO35w

Canal Minutos Psíquicos

https://www.youtube.com/user/minutospsiquicos

Qual o tamanho da crise no Brasil

https://www.youtube.com/watch?v=AYWajwfmsAE

Tudo sobre o zika

https://www.youtube.com/watch?v=qfGAYEbGv68

2 Minutos para Entender

https://www.youtube.com/watch?v=komQD7uLZso&list=PL0aNyhCHADWMTs6hcn4

EZ83zv7m00NBf8

Playlist Quer Que Desenhe - Canal Reforma

https://www.youtube.com/playlist?list=PLjsNZAAhfynwhr-WGbJQWCtUVmsWBIQHB

10 Fatos Para Ficarmos De Olho Em 2018

https://www.youtube.com/watch?v=IYQxySXSG6E&t=50s

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141

APÊNDICE B

Fichas de análise das Facilitações Gráficas analisadas no capítulo 3

(1)

Nome/Título : Explicamos em 4 minutos por que convênio pode tudo

Tipo : vídeos

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link: https://apublica.org/2018/05/explicamos-em-4-minutos-por-que-convenio-pode-

tudo/#_

FG na matéria - https://apublica.org/2018/05/convenio-medico-pode-tudo/ frames do

video

https://www.youtube.com/watch?v=ekuFY4Dxopw

Temas: Convênio Médico - Saúde

Veículo :A Pública

Quem fez : Roteiro - Andrea Dip Caetano Patta Iuri Barcelos Thiago Domenici

Edicão do Video - Iuri Barcelos

Fotografia/ Arte - Cetano Patta

Narração: Andrea Dip

Trilha - Jingle Punks

Data da 1a Divulgação: 29 de Maio de 2018

Print:

(2)

Nome/Título : A questão indígena em 4 minutos

Tipo : vídeo

Material : lousa e giz

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142

Data da Coleta : 17 de jun de 2016

Link: https://www.youtube.com/watch?v=y_tKDCBimTQ

Temas: indígena

Veículo : A Pública

Quem fez :

Roteiro - Iuri Barcelos, Thiago Domenici

Edição / Fotografia - Iuri Barcelos

Arte - Cetano Patta

Narração - Ciro Barros

Data da 1a Divulgação: 3 de jun de 2017

Print:

(3)

Nome/Título : E agora , Temer

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link: https://www.youtube.com/watch?v=EYIZ6Um2qcg

Temas: política

Veículo :A Pública

Quem fez :

Produçao - Anna Beatriz Pouza dos Anjos, Caetao Patta, Ciro Barros, Iuri Barcelos,

Marina AmaralThiago Domenici

Arte - Cetano Patta

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143

Data da 1a Divulgação: 3 de jun de 2017

Print:

(4)

Nome/Título : Homens de preto a segurança privada em 3 minutos

Tipo : vídeo

Material : digital

Data da Coleta :

Link: https://www.youtube.com/watch?v=v04KqUSZY20

Temas: segurança pública

Veículo :A Pública

Quem fez :

Roteiro - Iuri Barcelos,Thiago Domenici

Animação - Cetano Patta

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Narração - Ciro Barcelos

Edição - Iuri Barcelos

Data da 1a Divulgação: 3 de jun de 2017

Print:

(5)

Nome/Título : A grilagem de terras e o Novo Código Florestal em 3 minutos

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link: https://www.youtube.com/watch?v=-FSYM55heH0

Temas: grilagem

Veículo :A Pública

Quem fez :

Roteiro - Ciro Barros Iuri Barcelos Thiago Domenici

Direção fotografia edição - Iuri Barcelos

Arte - Cetano Patta

Narração: Ciro Barros

Data da 1a Divulgação: 3 de jun de 2017

Print:

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145

(6)

Nome/Título : Canal YT Onu MUlheres

Tipo : vídeos

Material : desenho digital com simulador e animações

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link / Temas

Direitos Humanos - https://www.youtube.com/watch?v=hGKAaVoDlSs

Igualdade de Gênero - https://www.youtube.com/watch?v=ZCGLC-vziRc

Empoderamento das Mulheres - https://www.youtube.com/watch?v=6RSc_XYezig

Veículo : YT Onu Mulheres

Quem fez : Este vídeo é produto da parceria entre o Instituto Coca-Cola Brasil e a

ONU Mulheres, em colaboração com o IBAM.

Sem staff do video

Data da 1a Divulgação: 16 de mar de 2016

Print:

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146

(7)

Nome/Título : #PraEntender Os direitos humanos em 2 minutos

Tipo : vídeo

Material : caneta e papel

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=KzEKd5fFLmY

Veículo : Portal UAI | em.com.br (Estado de Minas)

Quem fez :

Roteiro e Locução - Fred Bottrel | Produção - Rafael Alves | Imagens - Larissa

Kümpel

Edição - Maria Irenilda Pereira | Desenhos - Quinho

Data da 1a Divulgação: 27 de mar de 2018

temas: Direitos Humanos

Print:

(8)

Nome/Título : 5º lugar: Classificação Indicativa para o Mercado Digital (MJ)

Tipo : vídeo

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147

Material : caneta e white board

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?time_continue=23&v=KRguNbKa30Y

Veículo : Canal ENap no YT

Quem fez : MInistério da Justiça e Cidadania

Davi Pires / Alessandra Macedo / Rafael Vilela

Idealização Andrea Andrade

Adaptação: Marina Lins / Raíssa Albuquerque / Sérvio Costa

Desenhos: Sérvio Costa

Edição: Raíssa Albuquerque

Locução: Letícia Rocha

Data da 1a Divulgação: 22 de set de 201

temas: Classificação Indicativa

Print:

(9)

Nome/Título : Vídeos Criativos da Escola

Tipo : vídeo

Material : desenho e colagens

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link :

https://www.youtube.com/playlist?list=PLgil9xsvamgsvbwgtYiPaO44U90wDRtgt

Veículo : Canal YT Projetos Criativos na Escola

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148

Quem fez : Coletivo Entrelinhas

Data da 1a Divulgação / temas

Gaiolas de pássaros viram minibibliotecas - 26 de jan de 2016

O primeiro Ecomuseu de Pacoti (CE) é criado por alunos - 26 de jan de 2016

Jogo Minecraft transforma aulas de História - 26 de jan de 2016

Grupo de Apoio e Conselho: mediação de conflitos na escola - 26 de jan de 2016

Sistema de garrafa pet reaproveita água do ar condicionado - 26 de jan de 2016

Print:

(10)

Nome/Título : Faça você mesmo (modo avançado)

Tipo : hq

Material : não sabemos se digital

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://revistatrip.uol.com.br/trip/reportagem-em-quadrinhos-movimento-

maker-faca-voce-mesmo?utm_source=facebook&utm_medium=trip&utm_term=so-

no-site&utm_campaign=reportagem-em-quadrinhos-movimento-maker-faca-voce-

mesmo

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 12,02,2016

Tema : tecnologia consumo trabalho ciência

>> reportagem toda em hq, porém um dos quadros podemos enquadrar como FG

Print:

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149

(11)

Nome/Título : Tempo livre: necessidade que virou privilégio

Tipo : hq

Material : não sabemos se digital

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://revistatrip.uol.com.br/trip/tempo-livre-necessidade-que-virou-

privilegio?utm_source=facebook&utm_medium=trip&utm_campaign=tempo-livre-

necessidade-que-virou-privilegio

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 07.06.2017

Tema : privilégio comportamento

>> As imagens não possuem a estrutura narrativa dos quadrinhos, como no caso de

algumas da pública. Elas são híbridas. Usam o traço, mas sumarizam o que a

matéria já diz, porém, ao invés de usar fotos, a reportagem humaniza as fontes

pelos desenhos

Print:

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150

(12)

Nome/Título : A cidade ideal das mulheres

Tipo : hq

Material : não sabemos se digital

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://revistatrip.uol.com.br/tpm/arquitetura-e-planejamento-urbano-a-cidade-

ideal-das-mulheres

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 24.04.2017

Tema : arquitetura feminismo urbanismo são paulo

Print:

Page 155: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL …tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1804/2/Izabel Marques Meo.pdf · informações” (MEGGS, 2009, p.10). Ao darmos início

151

(13)

Nome/Título : Match no Divã

Tipo : hq

Material : não sabemos se digital

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://revistatrip.uol.com.br/trip/aplicativos-de-psicoterapia-online-funcionam-

testamos-dois-

deles?utm_source=facebook&utm_medium=trip&utm_campaign=aplicativos-de-

psicoterapia-online-funcionam-testamos-dois-deles

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 24.10.2017

Tema : comportamento feminismo cobertura evento

Print:

Page 156: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL …tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1804/2/Izabel Marques Meo.pdf · informações” (MEGGS, 2009, p.10). Ao darmos início

152

(14)

Nome/Título : Reflexões de Djamila Ribeiro em quadrinhos

Tipo : hq

Ilustras gestuais digitais que reproduzem a fala da filósofa e dão forma às metáforas

Material : não sabemos se digital

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://revistatrip.uol.com.br/tpm/quadrinhos-sobre-a-fala-de-djamila-ribeiro-

na-casa-tpm-2017

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 29.08.2017

Tema : comportamento feminismo cobertura evento

Print:

(15)

Nome/Título : Meu Professor Abusador

Tipo : hq

Ilustras gestuais que usam dados e metáforas

AS imagens viraram posts para o FB _ Imagens da reportagem “meu professor

abusador”: https://www.facebook.com/politicashq/posts/599698377032411

Material : não sabemos se digital ou papel e caneta

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://revistatrip.uol.com.br/tpm/estudantes-relatam-situacoes-de-

intimidacoes-e-caricias-inapropriadas-professor-nega-acusacoes

Page 157: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL …tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1804/2/Izabel Marques Meo.pdf · informações” (MEGGS, 2009, p.10). Ao darmos início

153

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 19 04 2018

Tema : assédio

Print:

(16)

Nome/Título : Nada a declarar

Tipo : hq

Material : não sabemos se digital ou papel e caneta

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link :

https://revistatrip.uol.com.br/trip/sidarta-ribeiro-lygia-da-veiga-pereira-stevens-rehen-

e-outros-pesquisadores-precisam-contrabandear-material-cientifico-para-preservar-

o-que-restou-da-ciencia-no-

pais?utm_source=facebook&utm_medium=trip&utm_campaign=sidarta-ribeiro-lygia-

da-veiga-pereira-stevens-rehen-e-outros-pesquisadores-precisam-contrabandear-

material-cientifico-para-preservar-o-que-restou-da-ciencia-no-pais

Veículo : Site da revista Trip

Quem fez : Carol Ito

Data da 1a Divulgação : 13 11 2017

Tema : ciência

Print:

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154

(17)

Nome/Título : Série de Vìdeos sobre Modalidades de Esportes - Band.com.br

Tipo : vídeo

Material : desenho digital ; o de dardos foi papel e caneta

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link :

Sabe tudo sobre Handebol? Conheça as regras! - Publicado em 30 de set de 2016

https://www.youtube.com/watch?v=tCNOnm9b7eU

Conheça as regras da esgrima - Publicado em 30 de set de 2016

https://www.youtube.com/watch?v=lxwE72Z6uVA

Rio 2016: Saiba tudo sobre lançamento de dardos - Publicado em 30 de set de 2016

https://www.youtube.com/watch?v=XVwm_1aL92o

Conhece as regras do hipismo saltos? Veja tudo sobre o esporte olímpico!

https://www.youtube.com/watch?v=oKtfIo1QeCo&t=7s - Publicado em 30 de set de

2016

Veículo : Canal YT Band.com.br

Quem fez : Cau

Data da 1a Divulgação : 30 de set de 2016

Tema : esportes

Print:

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155

(18)

Nome/Título : 6 lugares improváveis que podem ser focos de Aedes na sua casa (e

você nem imagina)

Tipo : vídeo

Material : desenho montagens texto digital

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=sSPAe7D6McQ

Veículo : Canal Band.com.br no YT

Quem fez :

Desenhos Ariel Barbosa

Roteiros Mãos e Voz Luisa Romano

Roteiro Imagens Edição Daniel Fernandes

Data da 1a Divulgação : 30 setembro de 2018

Tema : prevenção aedes

Print:

(19)

Nome/Título : Trip FM 34 Anos

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156

Tipo : vídeo

Material : papel caneta colagens

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : https://www.facebook.com/revistatrip/videos/10155478437471238/

Veículo : Facebook Revista Trip

Quem fez : sem créditos

Data da 1a Divulgação : 14 de abril de 2018

Tema : retrospectiva do podcast da Trip

Print:

(20)

Nome/Título : Dossiê Abrasco: Impacto dos Agrotóxicos na Saúde

Tipo : painel

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : dossie - http://contraosagrotoxicos.org/dossieagrotoxicos/

http://www.abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/wp-content/uploads/2015/04/Paineis-

Camila-Rigo.pdf (paineis)

Veículo : www.contraagrotoxicos.com.br / ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SAÚDE

COLETIVA - ABRASCO

Quem fez : Camila Rigo

Data da 1a Divulgação : 2015

Tema :

agrotóxicos - saúde

Print:

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157

(21)

Nome/Título : Organizar as ideias em 5 dicas, por Lucas Alves

Tipo : imagem

Material : desenho digital

Data da Coleta : 3 de junho de 2018

Link : http://www.ecaderno.com/profissional/5-dicas-para-organizar-melhor-as-

ideias

Veículo : http://www.ecaderno.com/

Quem fez : Lucas Alves - Ideia Clara

Data da 1a Divulgação : Publicado em: 08 de Maio de 2015

Tema : organizar ideias

Print:

(22)

Nome/Título : Processo de Inclusão Social - MV Bill

Tipo : Painel

Material : papel caneta

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158

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link : http://alavancaprojetos.com.br/galeria-de-paineis-facilitacao-grafica/ (não tem

link absoluto)

Veículo : Site Alavanca

Quem fez : Alavanca

Data da 1a Divulgação : sem data

Tema : perfil do MVBill - ilustração de qm dá uma entrevista

Print:

(23)

Nome/Título : Ícones femininos do século 21 - Todas por Uma

Tipo : vídeo

Material : papel caneta colagens

Data da Coleta : 2 de junho

Link : https://www.youtube.com/watch?v=TZBwIgCO4W8

Veículo : Site / Canal TP1 (TCC)

Quem fez :

TP1 fez uma retrospectiva dos últimos 16 anos com os nomes que mais se

destacaram na cultura pop e foram fundamentais para o empoderamento da mulher.

Produzido por: Media Craft, Felipe Rizzo, Amp Estúdio e Todas por Uma.

Data da 1a Divulgação : Publicado em 15 de nov de 2016

Tema : Empoderamento Feminino - Linha do Tempo

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159

Print:

(24)

Nome/Título : DTUP – Mundo do Trabalho: você sabe o que é design thinking?

Entrevista De Tudo um Pouco - Design Thinking

Tipo : painel ao vivo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 2 de junho de 2018

Link :

https://www.youtube.com/watch?v=USZp6BFXvAQ

https://www.youtube.com/watch?v=Bk5lNsYMB9c&feature=youtu.be

Veículo : Rede Super de Televisão

programa De Tudo um Pouco / canal Ideia Clara no YT

Entrevista realizada no programa De Tudo um Pouco, da Rede Super, sobre Design

Thinking. Participação da Mônica Hauck e Grazi Rangel.

Quem fez : Ideia Clara - Lucas Alves

Data da 1a Divulgação : (rede super) Publicado em 23 de abr de 2015

(canal ideia clara) Publicado em 29 de jan de 2016

Tema : Design Thinking

Print:

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160

(25)

Nome/Título : Canal Ilustradamente

Tipo : vídeos

Material : animações

Data da Coleta : 1 de junho de 2018

Link : https://www.youtube.com/channel/UCNmO5NWNLQkOr76WmHEq-DQ

Veículo : Canal Ilustradamente

Quem fez : Feito por IlustradaMente ;) O canal em que os conhecimentos se

transformam.

Data da 1a Divulgação : 1o video (Publicado em 14 de ago de 2016)

Tema : auto -ajuda / resenha de livros / conhecimento

Print:

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161

(26)

Nome/Título : Mudanças no sistema eleitoral - Entendeu? Ou quer que eu

Desenhe!?!

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 1 de junho de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=HCwtyX4I-dg

Veículo : Canal YT Metrópoles Entretenimento

Quem fez : Kaio

Data da 1a Divulgação : Publicado em 28 de nov de 2017

Tema : sistema eleitoral

>> ilustrações são irônicas

Print:

(27)

Nome/Título : Reforma da Previdência - Entendeu? Ou quer que eu Desenhe!?!

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 1 de junho de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=c-tLuScfc_Y

Veículo : Canal YT Metrópoles Entretenimento

Quem fez : Kaio

Data da 1a Divulgação : Publicado em 24 de fev de 2017

Tema : reforma da previdência >> ilustrações são irônicas

Print:

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162

(28)

Nome/Título : Playlist Quer que desenhe? do Canal Reforma

Tipo : vídeo

Material : digital simulando e montagens

Data da Coleta : 31 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/playlist?list=PLjsNZAAhfynwhr-

WGbJQWCtUVmsWBIQHB

Veículo : Canal Reforma Hoje

Quem fez : Leandro Boer, Marcos Granconato, Sofia Granconato, Marcos

Granconato

Data da 1a Divulgação : 27 de jul de 2017 (video mais antigo)

Tema : biblia, religião

Print:

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163

(29)

Nome/Título : Entrevista Caleidoscópio - Brainstorming

Tipo : Painel Estático Feito Ao Vivo

Material : Papel e caneta

Data da Coleta : 31 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=XHUmRU-

_SrM&list=PLKICSv9eszpZ7tW5vQ-_HibfObYQif7uy&index=3

Veículo : programa Caleidoscópio, da TV Horizonte

Quem fez : Lucas Alves - Ideia Clara

Data da 1a Divulgação : 2 de fev de 2016

Tema : Brainstorming

Print:

(30)

Nome/Título : Por que nossa política é tão burra?

Tipo : vídeo

Material : digital simulando gestual

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164

Data da Coleta : 31 maio 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=h2GLYl2KRnQ&t=47s

Veículo : Canal YT Revista Superinteressante

Quem fez : não dá para ler os créditos

Data da 1a Divulgação : 5 de jul de 2013

Tema : política

Print:

(31)

Nome/Título : Pense Comigo - Uma reflexão sobre a história do voto no Brasil

Tipo : vídeo

Material : desenho digital e animação

Data da Coleta : 31 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=ur13M5ER41Y

Veículo : Canal YT Coordenadoria de Comunicação Social - TRE-MG

Quem fez :

Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais

Secretaria de Gestão de Pessoas

Coordenadoria de Educação e Desenvolvimento

Direção: Ritze Ferraz

Argumento, Redação e Narração: Júnia Amaral

Roteiro: Arnaldo Pedrosa, Júnia Amaral, Nayara Camargo

Desenho e animação: Arnaldo Pedrosa

Pesquisa Histórica: Fabiano Goecking Avelar

Revisão: Verônica Medeiros

>> caso eu queria comparar com o minutos pisíquicos

https://www.youtube.com/watch?v=gIe4dbl0OcQ

Data da 1a Divulgação : 23 de ago de 2012

Tema : eleições / voto / treinamento mesários

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165

Print:

(32)

Nome/Título : Especial Entendeu ou quer que eu desenhe

Tipo : vídeos notícia comentário coluna opinião

Material : digital que simula desenho não é gestual

Data da Coleta : 31 de maio

Link : ver abaixo

Veículo : Canal A Hora do Leite - YT

Quem fez : sem credito

Data da 1a Divulgação :

10 de jan de 2014 -

https://www.youtube.com/watch?v=hU6T0NTqSSY&list=LLMG5rpKAraXUHeD_jkVX

YNA&index=30

3 de jan de 2014 -

https://www.youtube.com/watch?v=xm_Nl_Zj0lM&list=LLMG5rpKAraXUHeD_jkVXYN

A&index=34

27 de dez de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=0GpDE4rdZqM&index=37&list=LLMG5rpKAraXU

HeD_jkVXYNA

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22 de nov de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=z9txDd2cpWE&index=45&list=LLMG5rpKAraXUH

eD_jkVXYNA

8 de nov de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=CEv2f63kJL4&list=LLMG5rpKAraXUHeD_jkVXY

NA&index=47

6 de out de 2013 -

https://www.youtube.com/watch?v=2qCeAJoRQRU&index=51&list=LLMG5rpKAraXU

HeD_jkVXYNA

Tema : política e cotidiano

Print:

(33)

Nome/Título : Princípios Fundamentais da C.F. | Constituição desenhada

Tipo : vídeo ; mapa mental

https://drive.google.com/file/d/0B3cH5n9tL68DdmRpVnlNcEZrWEk/view

Material : digital (completamente - simula desenho gestual)

Data da Coleta : 31 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=SmaNGKtkvTY

Veículo : Canal Aprendeu ou quer que desenhe?

Quem fez : sem crédito

Data da 1a Divulgação :

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Tema : jurídico

Print:

(34)

Nome/Título : Canal QuerQueDesenhe - Aprenda em 5 minutos o que vc não

aprendeu o ano todo

Tipo : desenho gestual porém em plataforma digital

Material : digital

Os grandes comedores de frutos do passado - Quer que desenhe? - desenho digital

+ animações + colagens - projeto de pesquisa patrocinado pela fapesp

Quer que desenhe? Encontrando planetas desenho digital + animações + colagens -

UVA Universidade Veiga de Almeida

Quer que desenhe? Ondas e Éter - desenho digital + animações + colagens - UVA

Universidade Veiga de Almeida

Quer que desenhe? Gravidade - desenho digital + animações + colagens - UVA

Universidade Veiga de Almeida

Quer que desenhe? Espectro eletromagnético - desenho digital + animações +

colagens - UVA Universidade Veiga de Almeida

Quer que desenhe? Tempo é relativo - desenho digital + animações + colagens -

UVA Universidade Veiga de Almeida

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Quer que desenhe? Alienigenas do passado - desenho digital + animações +

colagens - sem patrocinio declarado

Quer que desenhe? - Mulheres na religião - desenho digital + animações - sem

patrocinio declarado

Quer que desenhe? Big Bang - desenho digital + animações + colagens - sem

patrocinio declarado

Quer que desenhe? Átomo - desenho digital + animações + colagens - sem

patrocinio declarado

Quer que desenhe? Insignificantes no universo - desenho digital + animações +

colagens - sem patrocinio declarado

Quer que desenhe? Seleção Natural - desenho digital + animações + colagens -

sem patrocinio declarado

>> Quer que desenhe? Vertentes religiosas / Publicado em 5 de jun de 2012 /

https://www.youtube.com/watch?v=KBQ9F8jmh40

>> Diferença entre Cristão, Judeu e Muçulmano - QQD - Canal Um Sábado

Qualquer - Carlos Ruas - Publicado em 11 de abr de 2015

https://www.youtube.com/watch?v=qNBgSsgl-Y4

Data da Coleta : 31 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/user/QuerQueDesenhe/videos

Veículo : Canal no Youtube

Quem fez : Carlos Ruas

Data da 1a Divulgação :

1o. video Publicado em 25 de abr de 2013

Último vídeo: Publicado em 23 de jan de 2015

Tema : conhecimento científico

>> desenho e narração bem integrados (é a mesma pessoa que faz)

Print:

(35)

Nome/Título : Playlist Quer Que Desenhe

Tipo : vídeos

Material : papel e caneta / digital / animação

Data da Coleta : 30 de maio de 2018

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Link :

https://www.youtube.com/playlist?list=PLgIWHtlPYF82TTJAmgXKJyGi3ENLkO_Jf

Veículo : Canal Descomplica

Quem fez : sem créditos

Data da 1a Divulgação : 21 de jun de 2017

Tema : estudos / variados

Observações: A partir do vídeo “GEOGRAFIA: QUAIS SÃO AS FONTES DE

ENERGIA? | QUER QUE DESENHE? | DESCOMPLICA” viram animações/ são FGs

digitais

>> acompanhada de narração a FG é suporte. estática, sem texto linear ela é

completa. estática com texto, é ilustração

Print:

(36)

Nome/Título : CASAMENTO GAY: QUER QUE DESENHE? - Põe na Roda

Tipo : vídeo

Material : white board + novelinha

Data da Coleta : 31 de maio 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=tOv8HOp4x8g

Veículo : Canal Põe na Roda

Quem fez : http://lukesdrad.deviantart.com/

Data da 1a Divulgação : Publicado em 16 de set de 2014

Tema : Casamento? União Civil? União Estável? Aqui você vai entender, nem que a

gente tenha que desenhar pra isso! / luta por direitos

Print:

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(37)

Nome/Título : Playlist Quer Que Desenhe

Tipo : vídeos

Material : papel e caneta / digital / animação

Data da Coleta : 30 de maio de 2018

Link :

https://www.youtube.com/playlist?list=PLgIWHtlPYF82TTJAmgXKJyGi3ENLkO_Jf

Veículo : Canal Descomplica

Quem fez : sem créditos

Data da 1a Divulgação : 21 de jun de 2017

Tema : estudos / variados

Observações: A partir do vídeo “GEOGRAFIA: QUAIS SÃO AS FONTES DE

ENERGIA? | QUER QUE DESENHE? | DESCOMPLICA” viram animações/ são FGs

digitais

>> acompanhada de narração a FG é suporte. estática, sem texto linear ela é

completa. estática com texto, é ilustração

Print:

Page 175: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL …tede.metodista.br/jspui/bitstream/tede/1804/2/Izabel Marques Meo.pdf · informações” (MEGGS, 2009, p.10). Ao darmos início

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(38)

Nome/Título : Retrospectiva: 17 fatos que ilustram o que foi 2017

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 30 de maio

Link : https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2017/12/30/retrospectiva-

17-fatos-que-ilustram-o-que-foi-2017.htm?cmpid=copiaecola

Veículo : UOL

Quem fez : Vivian Dall’ Alba

Data da 1a Divulgação : 02/01/2018

Tema : Retrospectiva de 2017

Observações: A FG é assessoria. São praticamente recriações de fotografias.

Questionável

Print:

(39)

Nome/Título : 10 fatos para ficarmos de olho em 2018

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 30 de maio

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Link : https://tvuol.uol.com.br/video/10-fatos-para-ficarmos-de-olho-em-2018-

04024C9B3872D8996326

https://www.youtube.com/watch?v=IYQxySXSG6E&t=50s

Veículo : UOL

Quem fez : Vivian Dall’ Alba

Data da 1a Divulgação : 02/01/2018

Tema : Expectativa para 2018

Observações: A FG é coadjuvante. A narração dá conta dos comentários - porém os

desenhos ativam outras memórias

Print:

(40)

Nome/Título : Amor no Creative Mornings: raio de lucidez sobre um sentimento romantizado

Tipo : imagem na notícia

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 30 de maio

Link : https://papodehomem.com.br/amor-no-creative-mornings-raio-de-lucidez-sobre-um-

sentimento-romantizado/

Veículo : Site https://papodehomem.com.br/

Quem fez : Vivian Dall’Alba

Data da 1a Divulgação : publicado em 20 de Julho de 2016, 11:35

Tema : Amor (registro de uma palestra sobre amor)

Print

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173

(41)

Nome/Título : H1N1 INFORMATIVO

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 29 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=ljkOU5ih910

Veículo : Canal YT Multimídia SEED

Quem fez : (créditos no print)

Data da 1a Divulgação : Publicado em 28 de jun de 2017

Tema : sAÚDE

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(42)

Nome/Título : Série Gestão em Foco (8 videos)

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 29 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=EUUMy-ndBUk&list=PLaKqHLjD1tIE4xJw-

jUG7eQZUzHiXs7Tb

Veículo : Canal YT Multimídia SEED

Quem fez : (créditos no print)

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Data da 1a Divulgação : 29 de novembro de 2017

Tema : Gestão Educacional

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(43a)

Nome/Título : EAD 02- Professor Tutor

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 29 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=zFVi6Xe85z8

Veículo : Canal YT Multimídia SEED

Quem fez : (créditos no print)

Data da 1a Divulgação : 29 de novembro de 2017

Tema : EAD - Educação a distância

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(43b)

Nome/Título : EAD 01 - O que é EAD

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 29 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=KnKsJ2kbwWw

Veículo : Canal YT Multimídia SEED

Quem fez : (créditos no print)

Data da 1a Divulgação : 29 de novembro de 2017

Tema : EAD - Educação a distância

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Nome/Título : Falta d'água e Rios Voadores

Tipo : vídeo

Material : papel e caneta

Data da Coleta : 29 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=TRqvPD9v2e4&list=LLFY4IeAtQRHp-

HncY3hO35w

Veículo : Canal Multimídia SEED

Quem fez : A animação produzida pela Coordenação de Produção Multimídia do

DFPE/DPTE da Secretaria de Educação do Estado do Paraná aborda a problemática da

água potável no Brasil. O audiovisual explica de onde vem a água que abastece as bacias

hidrográficas das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, explicando o fenômeno dos

rios voadores.

Data da 1a Divulgação : 24 de abril de 2015

Tema : Uso da água

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(45)

Nome/Título : Pronara Já

Tipo : Cartilha / Publicação (PDF)

Material : Papel - Caneta - Lápis de Cor

Data da Coleta : 29 de maio de 2018

Link : https://fase.org.br/wp-content/uploads/2015/04/cartilha_PRONARA_final.pdf

Veículo : Pdf publicado pela ONg Fase

Quem fez : Síntese gráfica e ilustrações: Raissa Theberge

Data da 1a Divulgação : 02/04/2015 - https://fase.org.br/pt/informe-se/noticias/pronara-

tenta-reduzir-o-uso-de-agrotoxicos-no-brasil/

Tema : Programa Nacional para Redução do Uso de Agrotóxicos (Pronara)

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(46)

Nome/Título : Canal Minutos Psíquicos

Tipo : vídeo

Material : Canal no Youtube

Data da Coleta : 28 de maio de 2018

Link : https://www.youtube.com/user/minutospsiquicos

Veículo : Canal Minutos Psíquicos

Quem fez : Equipe Multidisciplinar do Canal

Data da 1a Divulgação : 24 de fev de 2014

Tema : divulgação científica - saúde mental

Extra: playlist notícias psíquicas (somente o vídeo #3 e o “Como averiguar informações

científicas na internet” tem as características de FG)

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https://www.youtube.com/watch?v=ozOFN_6Zgh0&index=2&list=PLz9YPnVwCgDnzMUwzs

0lXwWOPsn0K0noO

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(47)

Nome/Título : O Yin e o Yang da Gestão (2015)

Tipo : Offline - Impressa - Estática

Material : Revista

Data da Coleta : Novembro 2017

Link : não tem

Veículo : Revista HSM

Quem fez : Regência Consultoria

Data da 1a Divulgação : 2015

Tema : Gestão - Adm

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(48)

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Nome/Título : Qual o tamanho da crise no Brasil

Tipo : vídeo

Material : papel caneta gráficos e objetos

Data da Coleta : 19 03 2018

Link : https://www.youtube.com/watch?v=AYWajwfmsAE

Veículo : Nexo Jornal

Quem fez : Equipe Nexo

Data da 1a Divulgação : 9 de set de 2016

Tema : economia

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(49)

Nome/Título Tudo sobre o zika

Tipo vídeo

Material papel caneta edição

Data da Coleta 19 março 2018

Link https://www.youtube.com/watch?v=qfGAYEbGv68

Veículo portal uai

Quem fez Quinho (ilustrador)

Data da 1a Divulgação 3 02 2016

Tema zika vírus

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Nome/Título 2 Minutos para Entender - websérie

Tipo vídeo

Material papel, caneta, objetos e edição (aceleração das imagens)

Data da Coleta 19 de março 2018

Link

https://www.youtube.com/watch?v=komQD7uLZso&list=PL0aNyhCHADWMTs6hcn4EZ83zv

7m00NBf8

Outros Links

- https://www.youtube.com/watch?v=MxTxaJz2ZQM&t=31s 20 12 2016

- https://www.youtube.com/watch?v=h2GLYl2KRnQ&t=43s 5 07 2013

Veículo Revista Superinteressante

Quem fez Equipe da Revista + Ilustradora (Tainá Ceccato)

Data da 1a Divulgação 6 de abril de 2016

Tema (s) Zika Vírus, Congresso Nacional, Cultura do Estupro, Olimpíadas do Rio, Política

em 2016, O que faz um vereador, Desigualdade Racial no Brasil, Ano de 2016, Violência

Doméstica, Como é viver no Espaço, Por que Nossa política é tão burra, Como a tecnologia

descobriu o que faz uma música ter sucesso

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(51)

Nome/Título Quem São Os refugiados que vivem no Brasil

Tipo Video

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Material papel e caneta

Data da Coleta 18 de março de 2018

Link https://www.facebook.com/CatracaLivre/videos/1116828745020802/

Veículo Catraca Livre

Quem fez Vivian Dall'Alba

Data da 1a Divulgação

Tema Refugiados No Brasil

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