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Programa AU PAIR
Queres ser paga para viver nos Estados Unidos?
Reportagem da Revista Mais Educativa – junho 2016 – Por: Tiago Belim
A proposta é da MultiWay e quer-te a receber um salário enquanto vives nos Estados Unidos da América,
durante um ano.
Mudares-te para os States, melhorares o teu inglês, visitares o país e conheceres a cultura e as pessoas, e
receberes uma remuneração, tudo enquanto tomas conta de crianças. Este é o programa Au Pair, pensado pela
MultiWay para jovens do sexo feminino entre os 18 e os 26 anos, com o Ensino Secundário completo, e que
queiram passar um ano em terras do Tio Sam.
Seja porque não entraste para a faculdade, porque
acabaste o curso e não consegues emprego, porque
queres melhorar o teu inglês gastando pouco
dinheiro, ou porque aquilo que mais te interessa é
viajar e conhecer coisas novas, o Pograma Au Pair
pode ser a solução ideal para ti. E para te esclarecer
sobre todos os passos até estares a voar a caminho
dos Estados Unidos, a MultiWay organiza sessões de
esclarecimento sobre o programa.
Uma experiência internacional
A Mais Educativa visitou uma destas sessões e conheceu a Maria Francisca
Salvador e a Carolina Santos, duas jovens que estarão, em breve, a desfrutar desta
experiência. A primeira tem 18 anos, é aluna no Colégio de São Tomás e soube do
programa Au Pair através de uma amiga que “não só melhorou o seu nível de
inglês, como viveu uma experiência inesquecível. Incentivou-me a saber mais
sobre o programa”, contou-nos a Maria Francisca. O objetivo desta jovem é “fazer
Au Pair e ter aulas de inglês em simultâneo, e claro, crescer enquanto jovem
adulta e ganhar experiência de vida”. Para além disso, quer ainda apostar em “conhecer o máximo possível da
cultura e dos hábitos dos norte-americanos”. E as crianças? “Não vou ter nenhum problema em relação a tomar
conta de crianças, porque já costumo fazer babysitting e lido muito bem com os pequenos lá de casa”, assegura.
Pouco depois chegou a Carolina Santos, estudante universitária
a tirar Mestrado em Gestão de Sistemas de Informação no ISCTE-
IUL. Aos 25 anos, sente que tem “deixado passar algumas
oportunidades”, e quer “agarrar a possibilidade de ter pela
primeira vez uma experiência internacional”. Agora numa
perspetiva “mais profissional”.
Com gosto pelas crianças, esta aluna encontrou no Programa Au
Pair “uma boa forma de fazer a ponte com o mercado de
trabalho global, e de crescer enquanto pessoa”. A Carolina
procura ainda “procurar um estágio e melhorar o meu inglês”.
PROGRAMA AU-PAIR
“Fazer o Programa Au Pair muda tudo”
A estas sessões de esclarecimento, a MultiWay leva também testemunhos de quem já fez o programa. Filipa
Ferreira tem 28 anos, é licenciada em Educação de Infância e, por isso, crianças é com ela. Já fez vários programas
de intercâmbio no estrangeiro, na área do voluntariado com crianças e jovens, e tudo começou no Au Pair: “Aos
21 anos, sentia que tinha passado a vida toda na escola, e que estava na altura de fazer qualquer coisa de
diferente. Foi aí que comecei a pesquisar experiências de voluntariado, e ‘tropecei’ no programa Au Pair. Escolhi-
o pela enormidade de coisas novas que tinha para me oferecer, mas também pelo conforto de poder falar a
língua inglesa”.
Viveu durante um ano nos Estados Unidos da América, numa pequena cidade a 40 minutos de Boston, no estado
de Massachussetts. Sobre a experiência, diz que “muda muito quem a faz”: “Por vezes, nem conseguimos
perceber quanto, e só quando regressamos à rotina habitual é que nos damos conta do à-vontade e da coragem
que ganhamos. Antes do Au Pair, achava que tinha uma ideia muito concreta do que queria que a minha vida
fosse, mas abri os meus horizontes.”
Enquanto esteve nos Estados Unidos, Filipa Ferreira viajou imenso e
gostou de tudo o que viu, mas aquilo que mais a marcou foi “a relação
com a família e com as crianças. Criámos uma relação muito próxima,
que ainda hoje alimentamos – já voltei aos Estados Unidos para os
visitar”. No seu tempo livre, e como o programa da MultiWay oferece duas
semanas de férias pagas, visitou o Canadá e o Havai, e cidades norte-
americanas como Seattle, Chicago, Washington, Nova Iorque, entre
outras. Mas houve ainda oportunidade para fazer uma formação
complementar, correspondente a 6 créditos, porque no programa está
também incluída uma bolsa de até 500 dólares. Esta formação pode ser um curso de inglês, ou outra à tua escolha.
A Filipa acabou por voltar a Portugal para trabalhar, mas decidiu sair de novo para fazer mais voluntariado. Quando
finalmente regressou, criou uma associação sem fins lucrativos, que promove programas de interculturalidade, e
que divulga tudo o que são oportunidades internacionais, para que os jovens ganhem mundo.
Ganhar coragem para sair do nosso país
Uma experiência completamente diferente teve a Joana Godinho, de 35 anos, e
que ainda hoje trabalha nos Estados Unidos, como jornalista na cadeia chinesa
CCTV. Para ela, o Au Pair serviu de rampa de lançamento para se instalar nos
Estados Unidos, e para aprender “a língua inglesa como os americanos a falam”.
O objetivo final passava por “fazer um mestrado na área do Jornalismo, que
acabei por fazer, ao qual se seguiram oportunidades profissionais em órgãos de
comunicação social como a CNN, a Al Jazeera e, mais recentemente, a CCTV”.
Durante o Au Pair, os tempos livres da Joana eram aproveitados de maneira diferente. Ao fim de semana, “lia
notícias e procurava manter-me atualizada”, enquanto procurava dar-se com pessoas “predominantemente
americanas, para poder ser corrigida e também para poder entrar na mente deles”. Na opinião de alguém que é
agora conselheira do programa Au Pair, é “essencial ter aulas de inglês durante a estadia, não só para falar como
para escrever de forma correta e, mais do que isso, tão aproximada quanto possível à forma como os nativos
verdadeiramente se exprimem”.
No final, a Joana deixa uma mensagem: “Acho que os americanos têm uma coisa que falta aos portugueses:
coragem de sair do próprio país. Isso diz tudo sobre a importância que atribuo a sairmos da concha e a ir para
fora e aprender. Nem que seja para voltar logo a seguir, ou mesmo para não gostar, mas pelo menos
contactamos com outras culturas e pessoas. O pior que pode acontecer é descobrirmos que não serve para nós,
mas a experiência já ninguém nos tira”.
PROGRAMA AU-PAIR
TESTEMUNHOS PROGRAMA AU-PAIR
Rita Nascimento
“Adorei Tudo”
Foi na escola, numa aula de inglês, que fiquei a saber o que era uma Aupair. Logo naquele momento gostei do
conceito e fiquei a pensar que gostaria de ter essa experiência no futuro.
Os anos passaram e chegou o momento em que decidi que era a altura
certa para embarcar nessa aventura. Procurei uma agência em Portugal
que pudesse tratar do processo e foi assim que fui parar à Multiway.
Muito rapidamente tratou-se das burocracias: entrevistas, cartas, fotos,
papeladas, etc., e passado muito pouco tempo recebi um telefonema de
uma família americana. Deram-me algumas informações básicas deles:
tinham 2 crianças (um menino de 5 anos e uma menina de 7) viviam em
Filadélfia e eram judeus. Essencialmente era tudo o que eu sabia e mais
não precisei para decidir que eles seriam a minha família durante o
próximo ano. Poucas semanas depois fiz as malas e as despedidas.
Aterrei em Nova Iorque em novembro de 2000, eu e mais cerca de 70 raparigas de todo o mundo, mas sobretudo
alemãs, visto que ser Aupair é muito comum na Alemanha. Eu, claro, era a única portuguesa… Depois de uma
semana de orientação sobre o programa, lá partimos para as respectivas cidades e famílias.
Lembro-me do misto de emoções que senti na altura, por um lado uma ansiedade enorme por conhecer a família,
a casa, o sítio, por outro lado imensas dúvidas: será que vão gostar de mim? Será que vou gostar deles?
Cheguei ao aeroporto de Filadélfia e lá estavam à minha espera a
Cyndie (a mãe), a Zoe e o Tyler. Em casa conheci o pai, o Dave, o
cão e os gatos. Esta família tornou-se na minha família de verdade,
e são a minha família até hoje.
Costumo dizer, quando me perguntam sobre a minha experiência
como Aupair nos Estados Unidos, que o meu caso foi atípico. E foi
atípico porque adorei tudo! Adorei a família, o sítio, os amigos que
fiz, as experiências que tive, tudo! Conheci muitas Aupairs e sei
que nem sempre se adora tudo, nem sempre se tem “the all
package”. Mas eu tive, eu fui uma sortuda!
O meu dia-a-dia, apesar de ter actividades rotineiras, era sempre diferente. De manhã as crianças estavam na
escola e eu ia ao ginásio, estava com as minhas amigas (a maior parte também Aupairs que, entretanto, fui
conhecendo), passeava, etc. À tarde ia buscar a Zoe e o Tyler à escola e ficava com eles: íamos ao parque,
preparava-lhes o lanche, ajudava nos TPC da Zoe, víamos filmes, íamos à biblioteca ou brincávamos. Tomar conta
de crianças é das coisas mais difíceis que já fiz, põe a nossa imaginação e paciência à prova constantemente. Mas
a relação/ligação que desenvolvi com eles os dois é realmente compensadora.
Fiz muitas amizades, viajei muito, experimentei todas as “americanices” que queria, estudei, assisti ao 11 de
Setembro de relativamente perto, fui a Nova Iorque umas 20 vezes, fiz uma road-trip pela Califórnia, aprendi
muitas coisas, contactei com pessoas de todo o mundo, comi e apaixonei-me pelas gulodices americanas, melhorei
o meu inglês (e espanhol, pelo convívio com tantas mexicanas), ri, chorei, mas sobretudo ganhei uma família nova.
PROGRAMA AU-PAIR
Carlota Napierala
“Mudou completamente a minha vida”
Dedicado especialmente às meninas – o Au Pair -, onde podes tomar conta de crianças no seio de uma família nos
Estados Unidos, num programa onde, de acordo com António Valadas, “ao longo de um ano ganhas experiência
e dinheiro, tens 15 dias de férias e, no final, o teu visto é automaticamente renovado por mais um mês, para
poderes usar as tuas economias e conhecer melhor a América”.
O Programa Au Pair
A Carlota Napierala é licenciada em Serviço Social pela Universidade de
Coimbra, e fez o programa Au Pair há nove anos. Ela diz que ele “mudou
completamente” a sua vida, numa altura em que tinha acabado de
terminar o Ensino Secundário e em que estava indecisa sobre o que seguir
na universidade. Ao ir para fora foi “assentar ideias e ao mesmo tempo
conhecer uma nova cultura”, e em vez de ficar um ano ficou dois, ao ser
convidada pela família a ficar mais tempo. Quando voltou para Portugal,
foi tirar o seu curso superior.
A Carlota esteve em Virginia Beach, no estado da Virginia, e usou o seu
tempo livre nos EUA para “estudar inglês académico e cultura
americana”, para “ter aulas de fotografia e de guitarra, fazer teatro” e
para “viajar muito”: “Tudo o que ganhava gastava em viagens e a
conhecer o país!”.
De resto, tomava conta de duas crianças, de 1 e 3 anos de idade: “Tinha
o meu quarto na casa da família, e como tanto o pai como a mãe
trabalhavam muito”, era ela quem “assumia as rédeas das crianças”.
Depois de as acordar, dava-lhes “o pequeno almoço” e “levava e ia buscar a mais velha à escola”, para além de
fazer “várias atividades” com elas e de as inscrever “em tudo quanto era clube, jardim zoológico, biblioteca,
etc.”.
Ao fazeres um Programa Au Pair, tens também o apoio de um Community Counselor, que te apresenta a outras
pessoas a fazer o mesmo programa, o que ajuda muito à tua integração.
PROGRAMA AU-PAIR
Lúcia Lopes
“De Au Pair até atriz nos EUA”
A Lúcia Estevão Lopes uma das nossas Ex-Au Pairs, celebrou recentemente 6
anos de estadia nos Estados Unidos. Depois de lá ter entrado através do
Programa Au Pair, decidiu permanecer e iniciou a sua carreira de atriz!
Algumas entradas do seu mural no Facebook:
20 Junho 2012 - "Tenho feito uma reflexão acerca da minha estadia nos EUA, é
realmente difícil mas não podia estar mais realizada como estou"
20 Julho 2012 - "Sou muito feliz nos EUA e aqui quero continuar!"
8 Maio 2013 - "Em Setembro mudo-me para Los Angeles!"
O seu testemunho que fomos acompanhando ao longo dos tempos; a adaptação sempre complicada; a fantástica
integração na família de acolhimento; a decisão de permanecer nos EUA; a realização de um sonho e o seu sucesso
profissional!
Depois de se ter mudado para Los Angeles, a Lúcia conseguiu um contrato com uma agência de Modeling & Acting
e já teve a sua primeira grande participação numa peça de teatro: "Death and the Maiden" e onde acabou por ser
nomeada para o premio de melhor atriz e melhor peça do Kennedy Center no Hawaii.
Entretanto a Lúcia já vai em 6 anos de Estados Unidos! Depois de ter entrado pela "porta" Au Pair, por lá ficou e
por lá irá continuar por muitos e bons anos! E o balanço que faz é cada
vez mais positivo! Segundo palavras da própria:
"In almost 6 years living in USA, 2015 was so far the best year I could
have it. I did a play that was the biggest challenge I could have in my
acting experiences. That bring me the opportunity to repeat in Los
Angeles and in Hawaii. Also was the year I got my work visa in acting too
and I could celebrate with my father. Got new incredibly new friends
and last but not the least I found my soulmate. And here we are in Palm
spring enjoying happiness. Peace love and healthy for everyone."
Entretanto chegou o ano de 2016 e a Lúcia encontra-
se a estrear a peça “The Clean House” numa
companhia profissional de teatro “Little Fish
Theatre”. Este espetáculo este online no
“broadwayworld.com” e estreia dia 10 de junho.
PROGRAMA AU-PAIR
Fernanda Faust
Viver o Sonho Americano – Collegeville, Pensilvânia
A Fernanda Faust foi uma das Aupair que partiu, em 1997, em busca de uma oportunidade nos EUA através da
MultiWay.
Foi a 19 de Maio de 1997 que, com 20 anos, apanhei o meu primeiro voo internacional rumo aos EUA.
A MultiWay foi a minha âncora e a responsável por fazer possível a minha participação no programa Au Pair in
America. Foi na altura ideal da minha vida que aprendi sobre o programa e a MultiWay, através de uma brochura
que vi na minha Escola Profissional de Design, nos arredores de Lisboa. Estava a acabar o 12º ano e a trabalhar à
noite nas docas de Alcântara, pronta para me candidatar às Belas Artes para continuar a estudar artes, quando a
ideia de ir passar um ano nos EUA, aprender sobre uma cultura diferente, viajar, e desenvolver o meu inglês
pareceu ser ideal e excitante.
Fui colocada numa família com um filho de 3 anos, que vivia em Collegeville no estado da Pennsylvania. Numa
altura em que não havia internet nem Google Maps, foi-me impossível localizar no mapa que tinha em casa a
pequena vila de Collegeville, tendo só a localização do estado de Pennsylvania e a ideia de que não estaria longe
de Philadelphia.
A minha família era meia coreana, meia polaca, o que achei bastante interessante na altura. Não só fui exposta à
cultura americana no quotidiano, aprendi também sobre a cultura coreana e a cultura polaca, enquanto
partilhava sobre a portuguesa. Todas as sextas-feiras, um de nós tinha que cozinhar um prato típico do nosso
país e assim desenvolvi a minha enorme apreciação por comida coreana, que ainda hoje é a minha favorita, a
seguir à portuguesa, claro.
Fernanda e a família onde trabalhou como Aupair
Ter sido uma Au Pair antes da internet e dos telemóveis não foi fácil –
estávamos mais isoladas, tínhamos menos comunicação com Portugal
e com as nossa famílias e, consequentemente, mais saudades. Mas a
experiência foi fantástica, fiz uma amiga para a vida – a outra Aupair
portuguesa que não estava longe de mim e conheci o meu futuro
marido e pai dos meus filhos esse ano, depois de ter dançado
sapateado na Parada do Dia de Acção de Graças em Philadelphia.
Quando o meu ano como Aupair chegou ao fim, decidi ficar e candidatar-me a uma universidade de artes por cá.
Foi assim que em 2003 graduei-me no Pratt Institute e tornei-me numa graphic designer com um emprego de
sonho num estúdio de design mesmo no coração de Manhattan e muito perto do estúdio do famoso designer
Stefan Sagmeister que eu admirava muito.
Entretanto, casei-me e tive 3 filhos e ao fim destes anos todos estou a viver o
American Dream, nos arredores de NYC.Os meus filhos crescem hoje numa casa
também multi-cultural, expostos tanto à cultura portuguesa como à cultura
americana que os rodeia. Falam inglês com o pai e português com a mãe,
aprendem a História de Portugal em casa paralelo ao que aprendem na escola e
todos os anos as nossas visitas a Portugal ensina-os a apreciarem os modos
simples da vida e a dar valor ao país e cultura que eles partilham com a mãe.
Não tivesse sido a MultiWay a encaminhar-me para o AuPair in America, não
consigo imaginar que outro rumo a minha vida teria tomado, mas sei que não
seria tão rica de felicidade e satisfação pessoal como sou hoje.
PROGRAMA AU-PAIR
Filipa Ferreira “Au Pair foi a experiência que mudou a minha vida”
Um ano, 12 simples meses, e tu pensas: Como é possível mudar tanto
em tão pouco tempo? E, no entanto, quando regressas tudo está
diferente. Tu estás diferente. As pessoas chamaram-me maluca quando
decidi deixar o conforto de casa para me aventurar no mundo Au Pair,
mas eu não as ouvi… e foi a melhor coisa que fiz!
Não tenho a certeza do que ia à procura quando parti, o que sei é que
ganhei muito mais do que alguma vez poderia imaginar.
Tornar-me Au Pair foi a experiência que mudou a minha vida, que me
mudou a mim. Um ano lá fora e de repente dás por ti a desafiar a pessoa que julgavas ser, um ano longe das
pessoas que gostam de ti e atreveste a ser diferente, um ano sozinho e aprendes a tornar as tuas fragilidades em
pontos fortes. A experiência de uma vida, sem dúvida.
Sempre adorei viajar, mas há algo de diferente quando temos a oportunidade de ficar num lugar por um tempo
prolongado. Há um mundo fantástico lá fora à espera de ser descoberto, pessoas a conhecer, e não consigo deixar
de me surpreender como pessoas de diferentes culturas, passados, idades, com diferentes objetivos e experiências
de vida se podem conhecer de formas tão aleatórias e criar fantásticas amizades que podem durar vidas.
Algo que aprendi enquanto Au Pair é que a tua casa não tem de ser um sítio, pode ser uma pessoa, um som, uma
música, um sorriso, um abraço ou até uma rotina… a tua casa é onde está o teu coração, onde te sentes seguro.
Enquanto fui Au Pair senti-me realmente em casa.
Os laços com a família de acolhimento e com as crianças mantém-se fortes, bem como as amizades criadas durante
o programa.
Desde o início que sabia que a minha experiência como Au Pair estava a
ser fantástica, mas é apenas agora olhando para trás que realmente
percebo o papel que este ano teve em tornar-me na pessoa que sou
hoje.
Já passaram seis anos desde que voltei, e sem dúvida, nada do que eu
vivi até hoje se pode comparar a esta experiência.
Há decisões nas nossas vidas das quais nos arrependemos, algumas que
não temos a certeza como nos sentimos e outras das quais
simplesmente estamos orgulhosos. Tornar-me Au Pair é sem dúvida algo que guardo com orgulho.
Tudo o que aprendi durante o meu ano como Au Pair teve um impacto enorme
na forma como tenho encaminhado a minha vida desde que regressei. Desde
conseguir um melhor emprego por causa do meu nível de inglês e capacidade
de adaptação a outras culturas, como a coragem para embarcar em outras
aventuras por países estrangeiros. Desde o meu regresso já trabalhei dando
apoio técnicos exclusivamente a países de língua inglesa, já estive a fazer
voluntariado na Polónia por 7 meses, e estou agora a tentar desenvolver o meu
próprio projecto em Moçambique. A minha vida não teria sido a mesma sem
esta experiência. Teria sobrevivido, ter-me-ia acomodado, mas não seria a pessoa que sou hoje, e não teria a
mesma satisfação. Mais importante ainda, não teria conhecido as crianças que me tocaram o coração de uma
maneira que eu não sabia ser possível. Assim posso apenas desejar que mais pessoas se atrevam a tentar, porque
ser Au Pair é realmente uma experiência incomparável.
PROGRAMA AU-PAIR
Joana Godinho
Do Porto a Washington DC – De Au-Pair a Jornalista
A Joana Godinho chegou aos EUA através de um programa de intercâmbio
cultural da Multiway. Fez mestrado, estagiou na CNN e acabou por se tornar
produtora de informação de uma TV internacional. Já viveu em 4 estados
Americanos e visitou mais de 30. É uma apaixonada pela diversidade da cultura
Americana. As lições a tirar desta experiência? A jornalista vai publicar em breve
um livro em Portugal onde aborda o ABC de como conseguir um emprego no
mercado televisivo Norte-Americano.
Se há 9 anos alguém me tivesse dito que um dia eu iria correr na maior maratona
do Mundo, a New York City Marathon, eu diria “Está tudo louco! Internem-me”.
Primeiro porque nunca gostei de correr, segundo porque nunca achei que um dia
me mudaria para os Estados Unidos.
Mas mudei! A minha história começou assim: Estava no Porto, com um curso de Comunicação Social e a trabalhar
num call-center. Mais uma. Mas eu queria mais para a minha vida. Não desejava passar o meu futuro a lastimar-
me. E embarquei, sem saber falar ou escrever muito bem inglês, mas cheia de perseverança de vencer nos EUA
durante a pior crise económica desde a grande depressão no século passado.
Cheguei aos Estados Unidos em 2007 através de um programa de intercâmbio
cultural da MultiWay. Vivi 3 anos e meio no Midwest americano onde fiz um
mestrado em Comunicação na Bethel University e um estágio numa TV local,
WCCO (CBS). O Minnesota é um estado conservador, com uma baixa taxa de
estrangeiros e fortes valores tradicionais. Confesso que não era fácil quando
abria a janela em Maio e via neve a cair de um céu cinzento. Havia a saudade do
Porto, da ribeira, do sol. Decidi usar esta experiência para aprender mais sobre a
cultura Americana – aprender as diferenças entre os partidos da esquerda e
direita, o fascínio pelo exército, o valor do voluntariado, o porquê da saúde ser
vista como um privilégio e não como um direito e como é difícil sobreviver ao
desemprego nos EUA.
Equipa da CCTV News com o Secretario do Tesouro Jack Lew e Secretário do Estado John Kerry. Junho,
2014. Departamento do Estado Americano. Equipa da CCTV News com o General Colin Powell.
Setembro, 2015. Escritórios do General no estado de Virgínia.
O meu percurso teve altos e baixos, não tivessem os Estados Unidos estarem a
atravessar uma das piores crises de sempre. Atualmente sou produtora de
informação na CCTV News/America (a versão norte americana da maior estação televisiva de notícias da China) em
Washington DC. O meu percurso deve-se à minha perseverança, mas também à ajuda dos Americanos que se cruzaram
comigo. Os Norte-Americanos são o povo que mais bem recebe estrangeiros. Estarei eternamente agradecida a este país.
Eu acredito que a sorte constrói-se e 9 anos depois continuo a construir a minha e a aprender coisas novas,
inclusive algo tão simples como correr. Sempre disse que “não conseguia correr” até que um dia em Washington
alguém me ensinou que correr era como a vida, um pé à frente do outro até chegar ao final. Não tão diferente do
que tenho feito até agora. E espero então, no dia 6 de Novembro cortar a linha de chegada da Maratona de NYC.
MultiWay – Cursos no Estrangeiro
Av. Estados Unidos da América, nº. 100, 13ºF – 1700-179 – Lisboa, Portugal
[email protected] www.multiway.org + 351 218 132 535