PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICO

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PRODUÇÃO DIDÁTICA PEDAGÓGICO

Título A pesquisa escolar em História com forma de Produção do Conhecimento Histórico: Olhares sobre a Ditadura Militar no Brasil.

Autor Carla Cristina Sthör Rech

Escola da Atuação Colégio Estadual Tancredo Neves – EFM

Município da Escola São João

Núcleo Regional de Educação

Pato Branco

Orientadora Maria Paula Costa

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO - Guarapuava

Disciplina/Área (entrada no PDE)

História

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática

Público Alvo Alunos de 8º Série /9 ºano

LocalizaçãoColégio Estadual Tancredo Neves E.F.M. Rua Ernesto Fontanive, n º 130.CEP: 8557000 - São João, Centro - Paraná.

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Apresentação A pesquisa escolar é um instrumento

essencial na construção do conhecimento e

da consciência histórica e por meio dela, o

aluno tem possibilidade de descobrir um

mundo diferente e constatar que a mesma

não se resume a uma mera cópia, mas é

uma síntese, um conjunto de informações

que facilitam na tomada de decisões e na

resolução de problemas. Entretanto

percebemos que os alunos têm dificuldades

na realização de pesquisa, com base nesse

enfoque nosso objetivo é demonstrar através

da pesquisa escolar em História, que não

existe uma verdade histórica e que a

apropriação do conhecimento é um processo

vivo, dinâmico, significativo, construído na

interação entre os sujeitos. Para tanto

faremos:

-Aplicação de um instrumento de

conhecimento prévio com os alunos, a fim

de verificar o que compreendem por

pesquisa escolar? Onde buscam as

informações para a realização da mesma?

Que importância essa prática tem para sua

aprendizagem?

- Aulas expositivas mostrando o conteúdo do

projeto, utilizando-se da TV Pendrive.

- Analise de charges e imagens.

- Realização de uma pesquisa escolar,

motivando a utilização de várias

bibliografias.

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- Apresentação do resultado pesquisa, com

entrega escrita da mesma.

-Aplica -Aplicação de um novo instrumento

investigativo com o objetivo de avaliar se

houve mudanças na percepção em relação

à pesquisa escolar.

Palavra Chave Pesquisa Escolar, Conhecimento Histórico, Regime Militar.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho consiste na elaboração de uma unidade didática, destinada a

aplicação do projeto de intervenção pedagógica, em uma turma de 8º série do Ensino

Fundamental do Colégio Tancredo Neves E.F.M. do município de São João/PR. A

referida turma tem alunos oriundos das áreas urbanas e rurais, pertencentes às diversas

classes sociais, mostrando-se um público heterogêneo estando em diversas fases de

aprendizagem. A turma na qual aplicaremos nosso projeto encontra, muitas vezes,

dificuldades em realizar a pesquisa escolar. Uma das hipóteses para tal fato pode estar

em não se estabelecer critérios para dar encaminhamento às atividades de pesquisa,

não enfatizando e incentivando os alunos a buscarem novos saberes. Precisamos

lembrar que pesquisa não é uma simples cópia, mas sim uma oportunidade de leitura,

reflexão, expressão e conhecimento pessoal do aluno.

Portanto, devemos repensar o trabalho de pesquisa, como uma condição de

aprendizagem e formação da Consciência Histórica1 cabe ao professor ajudar nesse

processo lento e gradativo, pois cada aluno aprende a seu modo e a seu tempo, sendo

que uma das metodologias sugeridas para despertar o interesse nos alunos a produzir

conhecimentos e formar uma Consciência Histórica, seria a pesquisa escolar2 de

extrema importância, uma vez que soma o saber escolar, o saber do aluno, suas

vivências familiares e sociais.

No que diz respeito à construção do conhecimento histórico escolar do aluno,

lembramos que o mesmo está em fase de formação do conhecimento e cabe a nós

professores usarmos diversas metodologias e recursos para se atingir a aprendizagem,

sendo assim enfatizamos que não existem métodos prontos para se ensinar, sendo

dever do professor enquanto profissional, construir métodos próprios e particulares

1 Jörn Rüsen (2008, p. 57) destaca que consciência histórica é o conjunto das operações mentais com as quais os homens interpretam sua experiência da mudança temporal de seu mundo e de si mesmo, de forma tal que possam orientar, intencionalmente, sua vida prática no tempo.2 Sabemos que Pesquisa Escolar é em sua essência uma coleta de informações a partir das quais se podem produzir resultados variados, que vão desde o uso imediato da informação coletada até a produção de novas informações e novos conhecimentos a partir da análise, desconstrução e reconstrução de conhecimentos obtidos com a pesquisa. Entretanto esta unidade didática entende que a pesquisa é importante para a construção de consciência histórica do aluno, trazendo o aluno ao presente levando em conta seu saber a família e a sociedade.

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levando em conta seu embasamento teóricos pautado na produção cientifica já

existente, nos planejamentos do Estado na realidade de cada escola, como também na

personalidade e concepção de mundo dos alunos, pois a produção do conhecimento só

ocorre quando há diálogo entre ambos, sem nunca desrespeitar o aluno, pois ele é

sujeito em construção, passível a mudanças de humor, de interesses, de sensibilidade

de interação e construção social. É parte essencial do processo, sem ele não existiria

professor, portanto devemos incentivar o dialogo em sala de aula entre o professor

(mediador do conhecimento) e o aluno.

É importante frisar que é dever do professor estimular a criatividade e a vontade

de saber, de querer e de fazer, condições fundamentais para que o aluno aprenda de

forma mais espontânea e natural, favorecendo a compreensão dos conteúdos e a

assimilação de atitudes éticas e cidadãs.

Para tanto o professor pode utilizar o que Lana Mara de Castro Siman chama de

mediadores culturais3, ou o que para o historiador se remete às fontes históricas

variadas como: charges, imagens (fotografia, pintura), músicas, periódicos (revista,

jornal), história oral, entre outros. Entretanto cada fonte dessas deve ser utilizada pelo

professor de História associada a um método, pois cada uma exige um rigor

metodológico para sua leitura e interpretação.

Assim torna-se essencial que o professor assuma a função de mediador para

que os alunos possam compreender e produzir conhecimento histórico.

Ensinar História não é uma tarefa fácil, sobretudo se o professor pretende formar alunos capazes de raciocinar historicamente, criticamente e com sensibilidade sobre a vida social, material e cultural das sociedades; se ele reconhece que o conhecimento histórico é fruto de operações cognitivas e sociais de ordem complexa que exigem dos alunos o desenvolvimento de capacidades que dêem conta dessa complexidade e, ainda, se ele reconhece que a aprendizagem será mais significativa e efetiva se ele der conta de promover o trânsito entre os conhecimentos e representações que os alunos já trazem e o “novo” conhecimento a ser apropriado. (SIMAN, 2004, p.79)

A pesquisa escolar dessa forma toma outro sentido, pois agrega o conhecimento

prévio do aluno, há conceitos, conteúdos, métodos e assim ele consegue compreender

3Para essa autora a construção do conhecimento no interior da escola ocorrerá entre o aluno e o objeto a ser conhecido e entre os dois há ação mediadora do professor, além da ação mediada da linguagem, de signos entre outros. (SIMAN, 2004, p.80)

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o que se passa historicamente sem decorar os padrões que estão sendo ensinados.

Compreende-se assim, que estas fontes históricas são de extrema importância, capaz

de fornecer elementos preciosos para reconstrução da História, ligada a uma

temporalidade, a um espaço e lugar sócio-histórico.

Desta forma realizamos esse trabalho embasado nos Conteúdos Estruturantes,

que segundo as Diretrizes Curriculares da Educação Básica: são os conhecimentos de

grande amplitude que identificam e organizam os campos de estudo de uma disciplina

escolar, considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e

ensino (PARANÁ, 2008, p.63). Assim sendo consideram-se Conteúdos estruturantes da

disciplina de História:

• Relações de trabalho;

• Relações de poder;

• Relações culturais.

Conforme indicado acima, o poder pode ser definido segundo as Diretrizes

como:

[...] “a capacidade ou possibilidade de agir ou de produzir efeitos” e “pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos” (BOBBIO in BOBBIO ET. al., 2000, p.993). O poder não apresenta forma de coisa ou de objeto, mas se manifesta como relações sociais e ideológicas estabelecidas entre aquele que exerce e aquele que se submete; portanto, o que existe são as relações de poder.O estudo das relações de poder geralmente remete à idéia de poder político. Entretanto, elas não se limitam somente ao âmbito político, mas também nas relações de trabalho e cultura. (PARANÁ, 2008, p.66).

Em razão disso, ressaltamos nessa unidade didática as relações de poder, com

o conteúdo específico sobre os olhares historiográficos do Período do Regime Militar no

Brasil. Lembrando que o estudo das relações de poder geralmente remete á ideia de

poder político. Entretanto, elas não se limitam somente ao âmbito político, mas também

nas relações de trabalho e cultura. (PARANÁ, 2008, p.66).

2 POSSIBILIDADE DE FONTES HISTÓRICAS

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O espaço da sala de aula permite que a produção do conhecimento histórico

ocorra quando o professor por meio da sua ação mediadora dialoga com seus alunos e

constroem um conhecimento diferente daquele que ambos tinham antes desse encontro.

Para tanto sabemos que as diferentes fontes históricas são importantes neste processo

e podem e devem ser exploradas pelo professor de História no cotidiano de suas aulas.

Entretanto, para que essa forma de ensinar seja eficaz para desenvolver o pensamento

histórico dos alunos, é fundamental que o professor saiba interrogar tal (is) fonte(s) e

para tanto deve dominar os métodos e os conceitos de História.

As Diretrizes afirmam:

Recorrer ao uso de vestígios e fontes históricas nas aulas de História pode favorecer o pensamento histórico e a iniciação aos métodos de trabalho do historiador. A intenção do trabalho com documentos em sala de aula é de desenvolver a autonomia intelectual adequada, que permita ao aluno realizar análise críticas da sociedade por meio de uma consciência História (BITTENCOURT, 2004). (PARANÁ, 2008, p.69).

Dessa forma selecionamos duas fontes históricas que serão trabalhadas nesta

Unidade Didática posteriormente e articuladas com o tema e período escolhido (Regime

Militar no Brasil) para que os alunos percebam os diferentes olhares e possibilidades de

construção do conhecimento histórico. Assim a seguir discutiremos os cuidados que o

professor deve ter ao trabalhar com as seguintes fontes: fotografia e cinema.

2.1 FOTOGRAFIA

Atualmente estamos inseridos em uma sociedade onde a imagem é de suma

importância. Mas o que é imagem? Segundo o dicionário Aurélio: Imagem é a

representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoa ou de objeto, representação

mental de um objeto, impressão, etc.; lembrança, recordação (HOLANDA, 1986, p.917)

Nesse contexto a leitura da imagem fotográfica surge como uma estratégia

distinta do processo de ensino–aprendizagem, lembrando que ela pode registrar um

momento histórico social, político ou familiar. Essas imagens são verdadeiros tesouros,

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que podem ser ”lidos” através da observação, do olhar e das perguntas que lhe forem

dirigidas (PARANÁ, 1998, p.32).

Para Alfredo Boulos Júnior a imagem tem vários sentidos, pois,

[...] Misto de arte e ciência, técnica e cultura, a imagem é polissêmica: até um simples retrato admite várias interpretações assim ao trabalhar imagens em sala de aula o professor deve tomar muito cuidado, pois ela apresenta vários significados, dependendo do contexto em que estão inseridas e podem ajudar no desenvolvimento da competência de ler e escrever com base no registro visual, bem com estimular as habilidades de observar, descrever, sintetizar, relacionar, entre outras.(JUNIOR, 2009, p.12-13)

Para este autor o trabalho de imagens pode ser feito de três maneiras:

a)no início de um bloco de conteúdos,para introduzir um assunto e estimular o interesse do aluno por ele.b)durante uma exposição dialogada,como forma de elucidar um aspecto do conteúdo.c)ao final de um bloco de conteúdos,como uma atividade- síntese.Portanto, cabe ao professor estar atento a diferenciações de sentido, lembrar que a imagem tem múltiplas faces e realidades é uma rica fonte de informações para reconstituição do passado e está presente no cotidiano escolar. (JUNIOR, 2009, p.14)

E acrescenta que [...] diariamente, uma grande quantidade de imagens é posta diante dos olhos dos alunos, numa velocidade crescente, sua transformação em fonte para o conhecimento da História pode com certeza, ajudar na formação de um leitor atento, autônomo e critico. Um leitor capaz de perceber que a imagem não produz o real; ela congela um instante do real “organizando-o” de acordo com determinada estética e visão do mundo Um leitor capaz de receber criticamente os meios de comunicação, percebendo que a imagem efêmera que a mídia está vinculando como verdadeira pode ser- e quase sempre é- a imagem preferida, a que escolheu mostrar. (JUNIOR, 2009, p.15)

Assim podemos utilizar a imagem no Ensino de História, pois

[...] a utilização da fotografia enquanto documento histórico depende de sua contextualização, o que significa que a imagem “congelada” pelo “click” da câmera fotográfica precisa, para sua decifração, de informações escritas que nos permitem interpretá-las. É preciso lembrar que há imagens fotográficas construídas, como as publicitárias, as quais, apesar

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de poderem ser usadas como documentos em pesquisas, geram maiores dificuldades para serem utilizadas no ensino, sobretudo nas séries iniciais, quando as crianças ainda não desenvolveram mecanismos mais sutis de análise.Entretanto, se a importância do texto, das informações escritas que nos permitem dissecar uma imagem fotográfica, é, imprescindível, a realização de uma pesquisa por parte dos alunos – o que deve incluir coleta de fotografias, documentos textuais e dados por meio de entrevistas – se torna elemento chave no sucesso da realização de atividades educativas que envolvam o uso de fotografia no ensino de História, como forma de compreensão dos contextos que geraram aquelas imagens, das permanências e mudanças. (ABUD & SILVA & Alves, 2010, p.162)

Tal constatação nos remete ao professor, que tem papel fundamental na forma

como a fotografia será interpretada pelo aluno, pois é o educando que direta ou

indiretamente escolhe ou valoriza o que vai ser trabalhado, e o momento em que será

trabalhado, dando maior ou menor valor às imagens que tem em mãos ou nos materiais

didático.

2.2 CINEMA

A utilização do cinema nas aulas de História é um recurso muito utilizado pelos

professores, seja por meio dos documentários ou na exibição de filmes ou trechos de

filmes. Entretanto é essencial que este seja utilizado dentro da teoria e observando a

metodologia para esta fonte histórica. Assim os professores precisam estar atentos para:

Compreender os caminhos pelos quais os filmes e o conhecimento histórico são produzidos, com suas diferenças e convergências, implica em desenvolver percepção para se entender como a história é construída na narrativa fílmica.Ao utilizar os filmes em sala de aula, os professores devem evidenciar para os alunos esses processos e suas semelhanças, ainda que seus objetivos e métodos sejam distintos.[...] Apesar da tentativa de reconstituir ou explicar o passado, o que assistimos nos filmes remete às representações e ao conhecimento histórico de seus criadores. Dessa forma, as películas acabam se tornando documentos da época em que foram produzidas; refletem, assim. Visões de mundo, conflitos e contradições, as quais estão sempre presentes em nossas interpretações. (ABUD & SILVA & Alves, 2010, p.16)

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Este sentido de reconstrução do passado, se bem trabalhado pelo professor,

permite desconstruir a idéia da História como verdades absolutas e possibilita

interpretações e indagações sobre o tempo histórico e seus sujeitos.

Reiterando essa importância em saber utilizar o cinema na sala de aula, o livro

didático de Azevedo e Seriacopi, traz:

O Cinema pode servir de importante instrumento para compreensão de determinados eventos ou acontecimentos históricos. Porém, o aluno precisa ser frequentemente orientado a entender que, por mais realistas que aparentem ser, os filmes não deixam de ser uma representação da realidade e, conforme tais transmitem valores ideológicos, políticos, sociais e culturais de quem as produziram. (AZEVEDO & SERIACOPI, 2005, p.7)

Portanto, o professor antes de utilizar qualquer fonte histórica na sua prática em

sala de aula, precisa estar consciente de como (com que metodologia) pretende

apresentar tal documento para seus alunos, caso contrário, tal atividade servirá apenas

como passar o tempo e não produzirá o efeito de fazer com que os alunos pensem o

passado de forma crítica e assim indaguem seu presente e desenvolvam um

pensamento histórico enquanto sujeitos participantes.

3 A PESQUISA ESCOLAR

Sabemos que Pesquisa Escolar é em sua essência uma coleta de informações a

partir das quais se podem produzir resultados variados, que vão desde o uso imediato

da informação coletada até a produção de novas informações e novos conhecimentos a

partir da análise, desconstrução e reconstrução de conhecimentos obtidos com a

pesquisa. Entretanto ressaltamos que a pesquisa é importante para a construção de

consciência histórica do aluno, trazendo o aluno ao presente levando em conta seu

saber, a convivência com a família e a sociedade.

Através, da pesquisa escolar pretende-se oferecer subsídios teóricos e

metodológicos, que possibilitem aos alunos uma melhor compreensão do cotidiano, bem

como a capacidade de se compreenderem enquanto sujeitos de sua história, e como tal

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capaz de interferir na realidade visando a sua transformação enquanto sujeito e em seu

entorno.

A pesquisa permite ao professor desafiar os alunos acerca de temas históricos

da sociedade, estabelecendo relações de tempo e espaço e identificando os aspectos

políticos, sócio-econômicos e culturais da sociedade em que está inserido.

Para tal, torna-se necessário romper com o paradigma de ensino em que a

pesquisa se encontra deslocada da prática social e como tal acessível a especialistas,

possibilitando aos alunos compreenderem como ocorre a escrita da História,

organizando o trabalho pedagógico com fundamentação historiográfica, problematizando

e estruturando as várias possibilidades sobre o tema discutido.

Assim nossa proposta enquanto unidade didática será trabalhar o tema: “Regime

Militar no Brasil: perspectivas e fontes através de narrativas históricas produzidas em

sala de aula”. Entendemos como narrativas Históricas:

A narrativa histórica torna presente o passado, sempre em uma consciência de tempo na qual o passado, presente e futuro formam uma unidade integrada, mediante a qual, justamente, constitui-se a consciência histórica. (RUSEN, 2001 apud PARANÁ, 2008, p.57).

Embasadas em textos, imagens e filme vamos mostrar aos alunos que a

pesquisa escolar é muito mais do que copiar e colar é uma forma de construir e

reconstruir o conhecimento, desenvolver habilidades, fazer análise critica e comparativa

dos conteúdos ensinados, “e que a apropriação do conhecimento é um processo vivo,

dinâmico, significativo, construído na interação entre sujeitos e entre estes e o objeto do

conhecimento” (PARANÁ, 1998, p. 10.) assim acreditamos que este aluno estará melhor

preparado para tomar decisões, resolver problemas e pensar historicamente

interpelando o passado,refletindo o presente e lançando perspectivas para seu futuro

enquanto sujeito histórico.

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4 Desenvolvimento no Espaço da Sala de Aula e as intervenções para a realização da

Pesquisa Escolar

4.1 1ºAULA

Iniciarei esta primeira aula explicando aos alunos o que consistirá nosso trabalho

deixando claro que tais atividades fazem parte de um projeto do Governo do Estado,

direcionado aos professores, chamado Programa de Desenvolvimento Educacional e

Formação Continuada em Rede (PDE). Assim apresentarei o projeto intitulado: A

pesquisa escolar em História como forma de Produção do Conhecimento Histórico:

olhares sobre o Regime Militar no Brasil.

Nesta primeira aula, antes de detalhar o que consiste a Pesquisa e Escolar e

sua importância, aplicarei um instrumento de conhecimento prévio na turma, para

verificar o que compreendem por pesquisa escolar, onde buscam as informações para a

realização da mesma, a importância de tal prática para sua aprendizagem, assim como

as dificuldades e motivações na realização da pesquisa escolar. Essa atividade será

trabalhada em forma de questionário de conhecimento prévio, contendo as seguintes

perguntas:

a) O que você compreende por pesquisa escolar?

b) Para que serve a pesquisa escolar

c) Onde você encontra material para realizar suas pesquisas?

d) Você acha importante realizar pesquisas escolares?(sim) (não) Justifique?

e) Algum tema estudado por você em sala de aula, já o motivou a realizar alguma

pesquisa?

Tais informações serão essenciais para mapear como os alunos entendem a

pesquisa escolar até esta fase do ensino em que se encontram, pois este seria o ponto

de partida para aplicação do projeto. Segundo Melo, os alunos têm idéias tácitas sobre

acontecimentos ou instituições históricas e essas idéias funcionam como uma fonte de

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hipóteses explicativas para compreender o passado, as instituições, as pessoas, os

valores, as crenças e os comportamentos. (MELO, 2000 apud SOBANSKI & CHAVES &

BERTOLINI & FRONZA, 2010, p.14)

Com o questionário aplicado partimos para as atividades da 2ª e 3ª aulas.

4 .2 2º E 3º AULA

Partindo da análise do questionário de conhecimento prévio, será preparada a

aula mostrando o conteúdo do projeto, o que entendemos por pesquisa escolar e a

importância da pesquisa para o aprendizado dos alunos.

Para dar inicio ao nosso trabalho, faremos à leitura do texto elaborado por mim e

em seguida vamos observar e comentar as charges: Pesquisa diversificada e professor

motivador.

A seguir apresentamos o texto que será distribuído aos alunos.

A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA ESCOLARSabemos que é dever do professor fazer com que o aluno aprenda.Mas como executar tarefa tão difícil, em uma sala com muitos alunos, onde vários conversam ao mesmo tempo, em vários estágios de conhecimento, poucos prestando atenção à fala do professor e em alguns casos tendo somente o livro didático como fonte de conhecimento.Não dá mais!Precisamos encontrar uma saída!Assim, sugerimos uma estratégia já conhecida, mas muitas vezes executada de forma errada, a pesquisa escolar, não aquela que é cópia direta do livro ou de páginas da Internet que em nada colabora com o ensino aprendizagem, mas uma pesquisa séria, onde o professor passa a ser o mediador do conhecimento adquirido em textos, livros, revistas, sites confiáveis, em pesquisas que levem o aluno a pensar, questionar, analisar, propor, acompanhar, e participar.E como fica o aluno nessa nova perspectiva? Nessa nova abordagem de conteúdos e de prática docente?Almejamos que ele aprenda de uma maneira mais espontânea e natural participando, procurando informações, analisando, despertando a curiosidade pelo saber, fortalecendo sua autoconfiança, só assim estaremos estimulando a participação e mobilizando interesses, havendo essa troca entre professor e o aluno, pesquisa e meio em que está inserido, com certeza produziremos o conhecimento histórico. (RECH, 2011.)

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Para elucidar o texto, vamos observar duas charges. Para tanto questionarei o

que entendem por charge e mediarei à discussão explicando que o termo charge é

proveniente do francês “chargear” (carregar exagero). Vejamos:

A charge palavra que vem do francês carga, de “carga de cavalaria” – não permite muitas acrobacias de estilo e conteúdo. A charge ou é contra ou é a favor. É porrada ou não. Essa unidimensionalidade da charge – e por extensão da caricatura – levou Paulo Francis, no tempo em que era jornalista, em 1964, a afirmar que ela se constituía numa forma menor da expressão de humor.(MARINGONI,1996, p.86)

A charge é um tipo de texto atraente aos olhos do leitor, pois a imagem é de

rápida leitura, transmitindo múltiplas informações de uma só vez. Contudo o leitor da

charge deve estar muito bem informado do tema, pois ela sintetiza uma realidade, e

somente quem tem domínio do assunto entenderá a mesma. 4

Sendo assim, observaremos duas charges referentes à prática da Pesquisa

escola. Vejamos:

Fonte: www.diaadia.pr.gov.br/multimeios

Charge: Pesquisa Diversificada.

4 Tal informação foi retirada do site http://www.saomarcostatuape.com.br/portal2/pos/mestrado/docs/dissertacoes/2009/dissertacao_14.pdf acessado em

24/07/2011.16

Está charge nos mostra que para desenvolver habilidades de pesquisa, no

contexto de busca de informação e conhecimento, o aluno deverá se pautar em várias

fontes de pesquisa, ter contato desde cedo com materiais impressos e escritos como

livros, revistas, folhetos, documentários Internet, essas fontes são muito importantes,

pois preparam o aluno para tomar decisões e resolver problemas, o que é necessário

para todos nós que vivemos em um mundo tecnológico e informacional, aonde a

informação chega a todo instante. Ela também demonstra que sem o professor para

direcionar a pesquisa o aluno não saberá o que fazer e se perderá em meio às inúmeras

possibilidades que estão ao seu dispor.

Fonte: www.diaadia.pr.gov.br/multimeios

Charge: Professor Motivador.

Ressaltamos que a referida charge confirma que cabe ao professor propor,

apoiar, acompanhar e participar das pesquisas com seus alunos, para que a cópia pura

e simples de textos deixe de existir, fazendo o aluno envolver-se com várias leituras, e

fontes históricas, possibilitando organizar e entender o que estão pesquisando. No

momento em que fizerem o registro dessas idéias perceberão que construíram e estão

produzindo continuamente conhecimento.

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Agora vamos fazer o registro no caderno, das 2 ºe 3º aulas, respondendo as

seguintes questões:

a) Que comentário pode tecer sobre as charges?

b) Você consegue perceber a importância do professor motivador?Justifique?

c) Por que a pesquisa diversificada traz mais benefícios ao aluno?

Encerrar essa aula propiciando o debate, explanação das respostas dos alunos

sobre as questões, compartilhando as informações respeitando opiniões diversas.

É claramente visto a importância papel do professor, que passa a ser de

mediador do conhecimento, levando o aluno a pensar, a questionar, a aprender a ler a

realidade que o cerca e principalmente a buscar soluções para suas indagações, assim,

levando em conta que os alunos têm dificuldades em realizar pesquisa escolar, pois

cada um aprende a seu modo e há seu tempo. Pretendemos promover a aprendizagem

iniciando a 4º e 5º aula com um texto e duas imagens.

4.3 4º E 5º AULA

Nestas aulas trabalharei com os alunos com o tema e período escolhido, ou

seja, os olhares sobre o Regime Militar no Brasil. Para tanto apresentarei um texto

retirado de um site destinado para pesquisa escolar, cada aluno receberá uma copia do

texto, já as imagens que selecionei no portal dia-dia-educação do Governo do Estado do

Paraná5 sobre as manifestações ocorridas em 1968, serão observadas na TV pendrive

Texto e imagem como com fonte.

O Regime Militar no Brasil.A ditadura militar no Brasil teve inicio no dia 1º de abril de 1964 estendendo-se até 1985. Foi o período da política brasileira em que os militares governaram o Brasil.Em 1964, quem estava no poder do Brasil, era o presidente João Goulart também conhecido como Jango, ele tinha um mandato marcado pela abertura as organizações sociais, (estudantes, organizações populares e trabalhadores), estes pouco a pouco ganhavam espaço na política

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brasileira causando preocupação as classes conservadoras (empresários, banqueiros, Igreja Católica, militares e classe média), era um governo que falava em mudanças, como: reforma agrária, reformas de base e ideologias comunistas (Sua pesquisa.com acesso em 12/05/2011 ás 15h05min horas).Isso assustou grande parte da população mais conservadora, levando os partidos de oposição ao governo, União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Social Democrático (PSD) a acusar João Goulart, de ser o responsável por todos os problemas que assombravam o país. Para piorar a situação Jango, realizou um grande comício na Central do Brasil (Rio de Janeiro), onde defendeu as reformas de base (agricultura, economia e educação). Dentro deste quadro os conservadores reagiram e realizaram uma manifestação que ficou conhecida como “A Marcha de Família com Deus pela Liberdade” que reuniu milhares de pessoas na cidade de São Paulo, pedindo a renuncia de João Goulart.Assustado, sem poder de reação e para evitar uma guerra civil Jango refugiou-se em Porto Alegre e depois partiu para o exílio no Uruguai.Nesse momento para não deixar o país sem presidência, uma junta militar, através de um golpe de estado e assume o controle do Brasil, em seguida decretam medidas para tentar legitimar o golpe, essas medidas recebem o nome de Ato Institucional. Sendo que o primeiro Ato Institucional (AI-1) tem o poder de cassar mandatos políticos de opositores ao novo regime, tirar a instabilidade de emprego dos funcionários públicos e decretar estado de sitio, em 21 anos de Regime Militar ou Ditadura Militar o Brasil teve 17 Atos Institucionais e 5 presidentes militares, eleitos de forma indireta ou seja, pelo congresso nacional, são eles:

• Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967)• Arthur da Costa e Silva (1967-1969)• Emílio Garrastazu Médice (1969-1974)• Ernesto Geisel (1974-1979)• João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985)

Outro aspecto importante deste período é que os Atos Institucionais e os governos militares marcaram a nação brasileira, foi um período de lutas entre governo e oposição, onde o governo utilizou todos seus recursos, censura aos meios de comunicação, terrorismo, tortura, assassinatos e guerrilhas, para calar as pessoas que protestavam contra o regime, seu principal alvo eram os estudantes e os trabalhadores. (Este texto foi realizado com informações do seguinte site: http://www.suapesquisa.com/ditadura/ Acessado em: 12/05/2011).

Após a leitura do texto, utilizarei a TV pendrive para mostrar duas imagens que

estão a seguir.

Imagem 1

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Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/singlelink.php?cid=12&lid=8660.

Trabalharemos as imagens 1 utilizando o procedimento sugerido no livro História

Sociedade & Cidadania de Alfredo Boulos Junior, para introduzir a leitura de imagens

em sala de aula.

[...] apresentar a imagem, neste caso com a legenda. A seguir, pedir a ele que observe a imagem e qualquer coisa descreva livremente o que está vendo. A intenção é permitir que o aluno associe o que está vendo às informações que já possui, levando em conta, portanto, seus conhecimentos prévios. Nessa leitura inicial, o aluno é estimulado a identificar o tema, as personagens e suas ações, posturas vestimentas, calçados e adornos, os objetos presentes na cena e suas características, os elementos que estão em primeiro plano e ao fundo,se é uma cena cotidiana ou rara etc. Enfim,a intenção é estimular no aluno o senso de observação e a capacidade de levantar hipóteses e traçar comparações . (JUNIOR, 2009 p.14)

Imagem 1: Batalha da Rua Maria Antônia-1968-USP x Mackenzie

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1-Por qual motivo tantas pessoas estavam protestando?

2-Em que centro urbano esse movimento estava acontecendo?

3-Por que nominaram a ação de batalha da Rua Maria Antônia?

4-Qual foi o desfecho dessa Batalha?

Se observarmos que o aluno está com dificuldade para entender as imagens

podemos auxiliá-lo com as referidas perguntas

Imagem 2

Fonte: http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/singlelink.php?cid=12&lid=9407.

Acessado em 13/06/2011.

Imagem 2 Manifestação contra a Ditadura civil-militar em 1968.

1-Você acha que o povo estava certo em protestar contra o Regime Militar no Brasil?

Por quê?21

2-Por que a polícia era a favor do governo e contra os movimentos populares?

3-Esse tipo de repressão militar acontece hoje? Você é a favor desse tipo de repressão?

Justifique sua resposta.

Concluir a aula propiciando o debate, partilhando os dados, acatando as

diversas opiniões, pois é nesse momento que os alunos estão fazendo suas novas

descobertas históricas, reforçando a aprendizagem, melhorando a forma de se

expressar e compartilhando novos conhecimentos com os colegas de classe.

Em seguida explicaremos aos alunos que a 6º e 7º aulas serão trabalhadas na

sala de informática e esperamos que essa proposta sirva de estimulo para a consulta de

outras fontes de informação, lembrando que não devemos usar o método de

copiar/colar/imprimir, sendo assim, vamos dirigir a pesquisa estabelecendo um tema

para ser trabalhado em duplas, a pesquisa deverá ser feita em sites destinados para

pesquisa escolar.

.

4 .4 6ª E 7º AULA

Nessas duas aulas, conforme o combinado na aula anterior dividiremos a turma

em 16 duplas, pois a mesma conta com 32 alunos.

Cada dupla receberá um tema para pesquisar. Os temas estão escritos em

tarjetas e serão distribuídos de forma aleatória.

Vamos trabalhar na sala de informática, lembrando o horário da sala de

informática deve ser marcado antecipadamente.

Para ajudar a organizar as idéias e auxiliar na pesquisa bibliográfica sugerimos a

ficha de registro que poderá ser feita a cada aula, com as várias fontes de pesquisas.

Titulo_________________________________________________________

Autor_________________________________________________________

Cidade_______________Editora_________Ano_______Pagina__________

Resumo______________________________________________________

22

1-O que foi o golpe militar no Brasil? Quando teve início e fim?

2-O que são Atos Institucionais? Quantos existiram? Quem os criava?

3-Qual o conteúdo dos Atos Institucionais (AI-1) (AI-2) (AI-3) (AI-5)?

4-Comente sobre o governo de Humberto de Alencar Castelo Branco (1964-1967).

5-Comente sobre o governo de Arthur da Costa e Silva (1967-1969).

6-Comente sobre o governo de Emílio Garrastazu Médice (1969-1974).

7-Comente sobre o governo de Ernesto Geisel (1974-1979).

8-Comente sobre o governo de João Baptista de Oliveira Figueiredo (1979-1985).

9-Escreva sobre o Regime Militar e os meios de comunicação no Brasil.

10-O que foi o Milagre Econômico Brasileiro? Quando ocorreu? Qual vantagem trouxe

para o Brasil? Teve desvantagens? Quais?

11-O que foi a Lei da Anistia? Quem a sancionou? Foi importante para o país? Por

quê?

12-Quais partidos políticos existiam no início do Regime militar brasileiro? Quais foram

criados? Por que foram criados?

13-Sabemos que torturadores do período militar brasileiro usavam choques, pancadas

e drogas para conseguir informações. Que outras formas de tortura eram usadas no

Brasil?

14-Qual a importância da mobilização popular e da Passeata dos Cem Mil, realizada

durante o período da ditadura militar no Brasil?

15-A partir de 1983, surge o movimento Diretas já. O que foi esse movimento e qual

sua importância para a história do Brasil?

16-Uma das formas de contestação ao Regime Militar, foram as chamadas “músicas

de protesto”, de autoria de alguns importantes nomes da Música Popular Brasileira

(MPB). Destaque dois desses importantes autores e uma música de cada autor.

Depois de distribuídas às tarjetas, os alunos devem iniciar a pesquisa, fazendo o

registro das idéias, para posterior apresentação aos demais colegas da classe.

Nesse momento ressaltamos que cabe ao professor acompanhar e participar

das pesquisas com seus alunos, para que a cópia pura e simples de textos deixe de

23

existir, fazendo o educando envolver-se com várias leituras e fontes históricas

possibilitando organizar e entender o que estão pesquisando.

Considerando a importância das várias fontes históricas, para realização de uma

pesquisa escolar a 8º e 9º aula será realizada na biblioteca do colégio.

4.5 8º, 9º AULA

A atividade proposta para esse dia será realizada na biblioteca da escola, para

tanto já entramos em contato com a bibliotecária e constatamos que a biblioteca possui

poucos livros para pesquisa, e alguns livros didáticos usados em anos anteriores.

Observamos que determinados livros, abordam as ideologias das elites e do governo,

dando pouca abertura às idéias populares, trazendo alguns conceitos históricos, que

auxiliaram na compreensão do contexto do Regime Militar Brasileira, tais como: censura,

partidos políticos, democracia, liberdade de expressão, autoridade militar, presidentes,

violência, DOPS, UDN, poder absoluto, entre outros, em sua maioria fundamentados na

história do opressor e não do oprimido.

Nessa perspectiva separamos alguns livros para pesquisa, são eles:

• BOULOS JUNIOR, Alfredo. História:Sociedade &Cidadania. São Paulo: FTD,

2009.

• CARNEIRO, Maria Cecília Ribas. Preânbulo de uma Nova Era: 1979-1989. São

Paulo:Editora Três:Editora Brasil 21, 2004, 3º ed.

• CERRI, Luiz Fernando. O ensino de história e a ditadura militar. Curitiba: Aos

Quatro Ventos, 2005. 2ª ed.

• Coleção Nosso Século Abril S.A. Cultural. Editor: Victor Civita. Vol.9 e 10. São

Paulo: Abril, 1986.

• COTRIM, Gilberto. História Global – Brasil e Geral. São Paulo: Saraiva, 2005, 8

ed.

• MELANI, Maria Raquel Apolinário. Projeto Araribá. São Paulo: Moderna,2006. 1º

ed.

24

• NAPOLITANO, Marcos. O regime militar brasileiro: 1964-1985. São

Paulo:Atual,1998

• RODRIGUES, Joelza Ester Rodrigues. História em documento. São Paulo: FDT, 2002.

• SERIACOPI, Gislaine Campos Azevedo. História. São Paulo: Ática, 2005.1ºed.

• SILVA, Helio. O golpe de 64:1964-1968. São Paulo:Editora Três:Editora Brasil

21, 2004, 3º ed.

• ------------------Os governos Militares: 1969-1974. São Paulo:Editora Três:Editora

Brasil 21, 2004, 3º ed.

• ------------------O governo Geisel: 1975-1978. São Paulo:Editora Três:Editora

Brasil 21, 2004, 3º ed.

Para que essa atividade de o resultado esperado, o aluno deve entender que

esse momento e de pesquisar nos livros disponíveis na biblioteca e fazer o registro da

pesquisa e da fonte pesquisada. E, portanto, devemos comunicar a bibliotecária com

antecedência para agendar o espaço físico, deixar os livros para pesquisa separados.

Em relação aos alunos vamos manter a formação das duplas com os temas

pesquisados no laboratório de informática.

4.6 10º AULA

É de suma importância que os alunos entendam o que e por que estão

pesquisando sobre um mesmo tema em várias fontes de informação; assim

compreenderão o significado de aprender História perceberão a disciplina de história

como uma possibilidade de ler o mundo sob vários olhares. Sendo assim, os alunos,

novamente na formação das duplas da aula anterior, farão uma pesquisa no livro

didático História Sociedade & Cidadania de Alfredo Boulos Junior 9º ano (este livro está

sendo utilizando como material didático do ano letivo 2011) a intenção é observar se as

informações da pesquisa no laboratório de informática e são condizentes com os

conteúdos dos livros pesquisados. Nesse momento destacamos a importância do

professor, ele em todos os momentos da pesquisa deve incentivar os alunos a procurar

25

em várias fontes históricas, apoiar, acompanhar e participar com seus alunos, para que

a cópia deixe de existir

Assim por entender que pesquisar significa muito mais do que procurar a

verdade, mas descobrir respostas diferentes, para perguntas ou soluções para os

problemas levantados solicitamos que os alunos registrem suas idéias, construindo e

reconstruindo seu conhecimento sobre o tema proposto.

Nas próximas aulas o registro das idéias deverá ser apresentado aos demais

alunos da classe, pois acreditamos que aumentando o público leitor o resultado da

pesquisa englobará um número maior de pessoas, o que estimulará os alunos

pesquisadores na busca de novas descobertas históricas. E para o registro escrito

solicitaremos um relatório.

4.711º 12º 13°

FILME

Nosso objetivo com o filme é levar o aluno a compreender as diferentes visões

sobre a História, bem como uma nova narrativa histórica, resultante de um processo de

construção, relacionado ao contexto histórico: Regime Militar no Brasil.

Nesse momento compactuamos com Claudia Sapag Ricci que,

Se o filme for assistido em vídeo, no espaço escolar é preciso atenção com a disposição dos alunos durante a sua projeção. É um momento importante também para que o professor fique atento às atitudes de cada aluno em relação ao envolvimento, grau de interesse e compreensão, como se posiciona ante os imprevistos ou questões apresentadas no filme. Este pode se transformar num importante aliado dos professores, uma vez que a linguagem da imagem desperta a curiosidade, aguça a observação e coletiviza a discussão em torno das informações. (RICCI, 2007, p.33)

Vamos organizar essa unidade didática, contamos com uma sugestão de filme

retirada do livro História Sociedade & Cidadania de Alfredo Boulos Júnior, livro este

como já afirmamos anteriormente adotado pela escola. O filme em questão será: O ano

em que meus pais saíram de férias. Direção de Cao Hamburger, Brasil: Gullane Filmes/

Caos Produções Cinematográficas/ Mira vista/ Globo Filmes, 2006. (110 min). (JUNIOR,

2009 p.243)

26

O filme se passa em pleno arrefecimento da Ditadura Militar e da campanha para o tricampeonato de futebol da Seleção Brasileira. Mauro é um típico menino de 12 anos que adora futebol e jogo de botão.Seus pais são simpatizantes da esquerda e, por isso, obrigados a “tirar férias”, ou seja, a viver na clandestinidade por um tempo, deixando Mauro aos cuidados do avô paterno. Porém, o avô tem um problema grave de saúde e o menino acaba ficando na casa do vizinho, um judeu solitário e de um grande coração, mas que não faz a mínima idéia de como cuidar de uma criança. A partir dessa situação, Mauro é obrigado a lidar com sua nova vida, aprendendo muitas coisas novas, com base nas relações que estabelece, e descobrindo sua possível vocação profissional: ser goleiro. O filme relata, de maneira clara, sensível e sem mostrar cenas de violência, pois parte da visão de uma criança de 12 anos, um dos piores anos da Ditadura Militar no Brasil, bem como a belíssima campanha da Seleção Brasileira de Futebol, que conquista o Tricampeonato, contando com excelentes jogadores como Pelé, Gérson e Tostão. http://filmes.seed.pr.gov.br/modul.php?conteudo=580.

O professor comprometido com a educação não vê o filme como divertimento ou

momento de descontração, ele vê uma fonte histórica, um meio para facilitar a

construção do conhecimento no processo de construção e reconstrução da história, que

serve de importante instrumento para compreensão de determinados eventos ou

acontecimentos históricos.

Diante disso, para próxima aula, após o termino do filme faremos um debate

para deixar aflorar as diferentes opiniões e sentimentos provocados pelo filme.

4.8 14 º AULA

Nossa proposta para hoje é iniciar um debate, a principio uma comunicação

espontânea sobre o filme, seguindo a uma reflexão critica, suscitando algumas

questões:

1- Gostaram do filme?

2- Que sentimentos vieram à tona?

3-O que estava acontecendo na política brasileira em 1970?

4- Por que os pais de Mauro saíram de “férias”?

5- Que cena chamou mais atenção

27

6-Que mensagem pode guardar dele para sua vida?

7-Que relação pode ser estabelecida entre o filme e as pesquisas realizadas na

sala de aula, laboratório de informática e biblioteca.

Nossa intenção com o debate é fazer uma reflexão critica como enfatiza Claudia

Sapag Ricci :

É o momento do diálogo, do debate, da confrontação, da busca, da pesquisa, da reflexão. Esse momento supõe a gradativa proeminência da dimensão racional sobre a afetiva. Trata-se de ir introduzindo gradualmente elementos reflexivos e críticos. Algumas questões podem ser utilizadas sem que assumam o caráter de mero questionário que desconsidera a dinâmica do grupo. (RICCI, 2007, p.35)

Reiteramos que o professor deve atuar como mediador no diálogo e debate em

sala de aula, interagindo com os alunos sempre que necessário.

Encerraremos o trabalho desta aula, lembrando que para próxima, todos devem

trazer o relatório que está sendo elaborado em duplas no decorrer do projeto de

intervenção pedagógica, para ser apresentado em sala de aula para os colegas de

classe.

4.9 15º e 16º AULAS

A turma da 8º Série/9º Ano, objeto deste estudo é composta por um grupo de

estudantes heterogêneos, oriundos de realidades diferentes e estando em diversas

fases de aprendizagem, sabendo das dificuldades, salientamos a necessidade de estar

sempre atentos as dificuldades que vão surgindo, estimulando a participação em todas

as fases do processo de elaboração do trabalho para que elas possam analisar discutir,

refletir e desenvolver um trabalho de ensino e aprendizagem significativo.

Acreditando no potencial e empenho de cada aluno no decorrer da unidade

didática faremos a apresentação da pesquisa em sala de aula para todos os colegas,

uma vez que, ampliando-se o público ouvinte o resultado da pesquisa se propaga para

os demais alunos, havendo assim uma troca de experiências, lembrando que “vários

olhares sobre um mesmo tema” promovem a aprendizagem e o enriquecimento cultural

e humano. Deste modo destacamos a importância de se trabalhar a pesquisa escolar,

28

abordada por muitos autores como uma prática pedagógica, que quando bem realizada,

favorece o ensino e a aprendizagem, colaborando para formação da consciência

histórica do educando.

Argumentar com os alunos que terminando o trabalho da unidade didática a

avaliação se torna necessária. Seguindo os critérios do regimento interno, adotado pelo

Colégio Estadual Tancredo Neves EFM. (em anexo). A avaliação será contínua,

cumulativa e processual, baseada na observação das atividades realizadas em sala de

aula, como: participação e empenho, capacidade de organizar, comunicar o conteúdo

que domina e produção de um relatório do conteúdo proposto salientando que no

momento em que o aluno faz o registro de suas idéias, está construindo continuamente

seu conhecimento sobre o tema.

4.10 17º AULA

Como última atividade ocorrerá a aplicação de um novo instrumento

investigativo com o objetivo de avaliar se houve mudança na percepção em relação à

pesquisa escolar.

a) Agora, após desenvolver esse trabalho, o que você compreende por pesquisa

escolar?

b) Você concorda que é importante analisar várias fontes de pesquisa sobre um mesmo

tema para efetuar um bom trabalho? Por quê?

c) Você acha importante realizar pesquisas escolares? Ela pode ajudar na sua

aprendizagem? Justifique?

5-AVALIAÇÂO

Seguindo os critérios do regimento interno, adotado pelo Colégio Estadual

Tancredo Neves EFM. (em anexo). A avaliação será contínua, cumulativa e processual.

Devendo observar as atividades realizadas em sala de aula, como: participação e

empenho, capacidade de organizar e sua produzir narrativa histórica, comunicar o

29

conteúdo que domina e fazer uma síntese do conteúdo proposto. Sendo que todos os

instrumentos avaliativos realizados devem ter peso 10,0.

30

BIBLIOGRAFIA

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------------------Os governos Militares: 1969-1974. São Paulo:Editora Três:Editora Brasil

21, 2004, 3º ed.

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(http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u397429.shtml. Acessado em 14/07/2011).

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/singlelink.php?cid=12&lid=9407.

Acessado em 13/06/2011.

33

Fontes Históricas Utilizadas

Regimento Interno do Colégio Estadual Tancredo Neves EFM,2011.

Imagens:

Nome da Charge:

www.diaadia.pr.gov.br/multimeios. Acessado em 07/04/201.

Nome da Imagem:

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/singlelink.php?cid=12&lid=8660.

Acessado em 13/06/2011.

Nome da Imagem:

(http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u397429.shtml. Acessado em 14/07/2011).

http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/mylinks/singlelink.php?cid=12&lid=9407.

Acessado em 13/06/2011.

Filme:

“O ano em que meus pais saíram de férias”. Direção de Cao Hamburger, Brasil: Gullane Filmes/

Caos Produções Cinematográficas/ Mira vista/ Globo Filmes, 2006.

Livros Didáticos:

34

Anexo I

Regimento Interno do Colégio Estadual Tancredo Neves, no seu Art. 105

Para realizar a avaliação de forma coerente, devemos observar o que diz o

regimento interno do Colégio Estadual Tancredo Neves, no seu Art. 105:

Art. 105. A avaliação é contínua, cumulativa e processual devendo refletir o

desenvolvimento global do aluno e considerar as características individuais deste no

conjunto dos componentes curriculares cursados, com preponderância dos aspectos

qualitativos sobre os quantitativos.

Parágrafo Único - Dar-se-á relevância à atividade crítica, à capacidade de

síntese e à elaboração pessoal, sobre a memorização.

CRITÉRIOS DEFINIDOS PELO COLETIVO DA ESCOLA ESTADUAL

TANCREDO NEVES EFM QUE DEVERÃO SER SEGUIDOS POR TODOS

Todos os instrumentos avaliativos realizados devem ter peso 10,0;

Devem oferecer desafios, situações-problemas reais possíveis de serem

resolvidos;

Devem possibilitar a identificação de conhecimentos do aluno e as estratégias

por ele empregadas;

Que possibilitem ao aluno refletir, elaborar hipóteses e expressar seu

pensamento;

Que permitam ao aluno aprender com o erro;

As avaliações devem revelar claramente o que se pretende avaliar;

MODELOS DE AVALIAÇÃO SUGERIDOS

Observação diária: A observação diária deve ser entendida como uma prática

do professor para que o mesmo possa acompanhar a evolução de cada discente em

relação a ele mesmo, sendo que não se usará esse critério para valorar o aluno em

relação ao conhecimento adquirido, mas sim em relação a participação nas atividades

propostas, pontualidade na entrega dos trabalhos, inclusive nos registros em sala de

35

aula por parte do aprendiz, ou seja, o professor percebendo se houve ou não evolução,

a observação pode ser usada como critério de aprovação ou reprovação ao final do

período

Pesquisa bibliográfica: Na escrita, o aluno deve remeter-se aos textos lidos,

através de citações ou paráfrases, referenciando-os adequadamente.

Relatórios; O Relatório é um conjunto de descrições e análise da atividade

desenvolvida. É um instrumento de ensino, pois possibilita ao estudante a reflexão

sobre o que foi realizado, reconstruindo seu conhecimento, o qual foi desenvolvido na

pesquisa da biblioteca e no laboratório.

Este é um instrumento que pode ser utilizado a partir de quaisquer atividades

desenvolvidas durante o processo de ensino e aprendizagem.

São elementos do relatório:

1. Introdução

2. Metodologia e materiais

3. Análise

4. Considerações Finais:

Trabalhos em grupo: No trabalho em grupo, o professor deve criar estratégias

de observação com os próprios alunos, onde será avaliada a apresentação oral,

conhecimento do conteúdo; argumentos selecionados; adequação da linguagem;

sequência lógica e clareza na apresentação; produção e uso de recursos.

36