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TÉCNICO EM QUÍMICA PROCESSO INDUSTRIAL IV Prof°. Pedro Ferreira - 1 - www.colegioetep.com.br INTRODUÇÃO Cosmético é aquilo que é relativo à beleza humana. Alguns produtos de higiene pessoal podem ser considerados cosméticos. Substância ou tratamento aplicado à face ou a outras partes do corpo humano para alterar a aparência, para embelezar ou realçar o atrativo da pessoa. Tais preparados podem ser aplicados à pele, às unhas ou ao cabelo . O mercado de cosméticos é dominado por companhias de grande porte, mas há espaço para empresas pequenas e até microempresas, desde que seus gestores estejam preparados para enfrentar a concorrência e sejam criativos para encontrar nichos pouco explorados ou até desprezados. Por tais razões, o desenvolvimento de um cosmético deve começar por uma pesquisa de mercado. Em seguida devem ser identificadas as matérias-primas cujas propriedades permitam a fabricação do produto desejado pelo consumidor. COMPONENTES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO COSMETICA A grande dificuldade encontrada em classificar e estudar os diversos itens que compõem as preparações cosméticas sob variadas formas de apresentação, nos impulsiona a agrupar as matérias-primas utilizadas e a partir destes grupos, discutirem as diversas possibilidades de composição que estas preparações estão sujeitas. As matérias-primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais e físico-químicas. Estas propriedades são derivadas de suas respectivas estruturas químicas. As matérias-primas são classificadas:

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INTRODUÇÃO

Cosmético é aquilo que é relativo à beleza humana. Alguns produtos de higiene pessoal podem ser considerados cosméticos. Substância ou tratamento aplicado à face ou a outras partes do corpo humano para alterar a aparência, para embelezar ou realçar o atrativo da pessoa. Tais preparados podem ser aplicados à pele, às unhas ou ao cabelo.

O mercado de cosméticos é dominado por companhias de grande porte, mas há espaço para empresas pequenas e até microempresas, desde que seus gestores estejam preparados para enfrentar a concorrência e sejam criativos para encontrar nichos pouco explorados ou até desprezados. Por tais razões, o desenvolvimento de um cosmético deve começar por uma pesquisa de mercado. Em seguida devem ser identificadas as matérias-primas cujas propriedades permitam a fabricação do produto desejado pelo consumidor. COMPONENTES BÁSICOS DE UMA FORMULAÇÃO COSMETICA A grande dificuldade encontrada em classificar e estudar os diversos itens que compõem as preparações cosméticas sob variadas formas de apresentação, nos impulsiona a agrupar as matérias-primas utilizadas e a partir destes grupos, discutirem as diversas possibilidades de composição que estas preparações estão sujeitas. As matérias-primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais e físico-químicas. Estas propriedades são derivadas de suas respectivas estruturas químicas. As matérias-primas são classificadas:

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VEÍCULOS

E o componente que geralmente aparece em maior quantidade na formula e que tem a função de receber os outros componentes, isto e, nele são incorporadas estas outras substancias. Devem ter grande capacidade de solubilização ou de dispersão, conforme o caso. A escolha do tipo de veiculo deve se basear na compatibilidade com os outros componentes e também no tipo de pele a que se destina o produto. Podem ser: água, álcool, mistura hidroalcoolica, óleo, glicerina, loções base, cremes base. UMECTANTES

São substancias higroscópicas que tem o objetivo de reduzir a dessecação superficial pelo contato com o ar (das formulas) e sobre a pele forma uma película que permanece sobre esta após a aplicação do produto favorecendo a hidratação. Estes reduzem a velocidade da perda da água, porem este efeito pode ser reforçado com adequado nível de vedação dado pelas tampas das embalagens. Podem ser:

Poliois (glicóis): alcoóis contendo mais de um grupo OH, solúveis em água, possuem toque untuoso (pegajoso). Ex.: propilenoglicol, glicerina, sorbitol.

Poliglicois: São solúveis e água, seu estado físico depende do grau de etoxilação (PM). Ex.: polietilenoglicol

Carboidratos: aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo poliois. Ex.: Açucares(glicose, frutose), amido, celulose.

Derivados do acido carboxílico: ac. Carb. Reagem com bases e formam Sais Orgânicos com capacidade de hidratação. Ex.: Lactato de Sódio (ac. Lático + NaOH), Glicolato de Sódio.

HIDRATANTE

São matérias-primas higroscópicas intracelulares, ou seja, substancias que intervém no processo de reposição do teor de água da pele de maneira ativa. Por isso, diferenciam-se dos umectantes, que são um processo passivo.

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Qual o modo de ação dos umectantes e dos hidratantes na pele e nos produtos?

EMOLIENTE São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e cabelo, que juntamente com os umectantes serão responsáveis pela hidratação da pele e cabelo. São responsáveis nas formulações por consistência e aparência.

ESPESSANTES/VISCOSANTES

Substâncias responsáveis por aumentar a viscosidade das formulações. Os espessantes podem ser orgânicos e inorgânicos. Os espessantes orgânicos dividem-se por sua vez em 2 classes: Agentes orgânicos

De fase oleosa: São espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solúveis em óleo. São empregados em cremes, loções e condicionadores.

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Exemplos: Alcoóis graxos; Monoestearato de gliceríla; Ésteres de alcoóis e ácidos graxos; Ceras naturais e minerais, óleos e gorduras.

De fase aquosa: Confere viscosidade a fase aquosa. São normalmente insolúveis na fase oleosa. Exemplos: CMC – carboximetilcelulose; HEC - hidroxietilcelulose – natrosol; Vinilicos: Carbomero, PVP, álcool polivinilico; Polissacarídeos: amido, agar-agar, gomas e alginatos;

Agentes Inorgânicos (eletrólitos)

Cloreto de sódio

Citrato de sódio

Fosfato de sódio ou amônio

TENSOATIVOS São substâncias que por possuírem em sua estrutura grupos hidrofílicos e lipofílicos tem a capacidade de alterar a tensão superficial ou interfacial do sistema, gerando as seguintes propriedades: Detergência: se difere dos demais tensoativos pela habilidade que o grupo polar possui para

sujidades de uma superfície. Espuma: nem todos detergentes eficientes fazem espuma. Emulsificação: formação de emulsões.

As moléculas dos tensoativos são compostas principalmente por: Parte hidrófoba ou hidrofóbica: cadeias de hidrocarbonetos alifáticos lineares ou ramificados. São insolúveis em água.

CH3-CH2-(CH2)N N = geralmente entre 10 e 18

Parte hidrófila ou hidrofílica: grupos ácidos ou básicos. São solúveis em água. COOH_ grupo carboxila SO3H_ grupo sulfônico OSO3H_ grupo monoéster sulfúrico -NH2 _ amina primária =NH _ amina secundária =N _ amina terciária =N+ _ amina quaternário E justamente esta dupla afinidade da molécula que determina a tendência destes compostos se concentrarem nas interfaces. Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e de outros líquidos. Podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros. ANIÔNICOS: Quando em solução aquosa sofrem dissociação, sendo a parte lipofílica do tipo aniônica. São superiores quanto à espuma, capacidade detergente, capacidade emulsiva. Geralmente são mais usados em xampus e sabonetes.

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CATIÔNICOS: Atuam por neutralização de carga no cabelo; muito usados em condicionadores, como o creme rinse. Irritam bastante a mucosa ocular. Exemplos: Sais quaternários de amônio Cloreto de cetil trimetil amônio Cloreto de dimetil benzil amônio Cloreto de benzalcônico Polímeros Quaternizados Polyquartenium 10 Polyquartenium 7 Polyquartenium 44 NÃO IÔNICO: Em solução aquosa não sofrem ionização, não possuem carga. Geralmente utilizados como emulsionantes em cremes e loções. Ex.: Alcanol amidas de acido graxo de coco, Ésteres glicóis, Ésteres de glicerol, Ésteres de polietilenoglicol, Ésteres de sorbitano, Alcoóis graxos etoxilados. ANFÓTEROS Quando em solução aquosa são dependentes do pH, onde liberam cargas + ou -. São recomendados para pele frágil. Usados também em produtos infantis. Exemplos betaínicos: Betaína de coco; Coco-amido-propil betaína; Coco-carboxi anfoglicinato de sódio. ALCALINIZANTES, ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES.

São usados em cosméticos para conferir alcalinidade as soluções, para neutralizar ácidos graxos e obter sabões, umectantes, géis de carbomeros e corrigir pH. Podem ser de origem inorgânica e orgânica. Exemplos: TEA - trietanolamina e NaOH. Os ácidos mais usados em cosméticos são os orgânicos, usados para obtenção de sabões e umectantes e correção de pH. Exemplos: Ácido cítrico e Ácido fosfórico; CONSERVANTES

Os conservantes são substâncias que adicionadas aos produtos tem como finalidade preserva-los de danos causados por microorganismos durante a estocagem, ou mesmo de contaminações acidentais produzidas pelos consumidores durante o uso. Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação existe uma concentração máxima permitida que deva ser seguida rigorosamente. Os contaminantes se dividem entre bactérias e fungos e algumas características destes estão descritas a seguir: Bactérias: Encontram-se bastantes difundidas (ar, água e terra) pH ótimo para crescimento de 6 a 8 Temperatura ideal: 35-40 °C Utilizam como substrato: proteínas, vitaminas, sais, dentre outros. Principais: Pseudômonas, Enterobacter, Klebsiella, Staphylococcus

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Fungos (bolores e leveduras): Utilizam como substrato: sais minerais, celulose, ácidos orgânicos, amido, açucares. pH varia com a espécie A presença de água e de vários componentes orgânicos nas formulações e que favorecem a proliferação dos microorganismos. Quando a contaminação acontece, alguns fatores que envolvem produto, produtor e consumidor devem ser considerados: Alteração do produto: fermentações, cor e odor diferentes, turvação, separação de fases, decomposição de PA; Credibilidade do fabricante; Saúde do consumidor: infecção ocular, inflamação dérmica, acne, caspa, mal odor do suor. Características dos Conservantes Boa solubilidade em água; Boa estabilidade; Ser inodoro e incolor; Ser economicamente viável; Ser atóxico; Ser efetivo a baixas concentrações; Ter amplo espectro de ação; Se estável e efetivo em extensa faixa de pH.; Não afetar as características físicas do produto (cor, odor, sabor); Ter adequado coeficiente de partição; Inativar rapidamente os contaminantes; Ser compatível.

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LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES.

ANTI-OXIDANTES

Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos componentes orgânicos (óleos vegetais, gorduras vegetais ou animais, óleos essenciais e vitaminas). Estes processos de oxidação podem se manifestar principalmente por modificações do odor e da cor podendo ate provocar irritações no tecido cutâneo. Os componentes mais propensos a sofrerem oxidação são as fragrâncias, os corantes, alguns ativos e os óleos (emolientes). Antioxidantes verdadeiros: interropem as cadeias de radicais livres

BHT (butilhidroxitolueno) (0,03% a 0,1%) Lipossolúvel

BHA (butilhidroxianisol) (0,005% a 0,01%) Lipossolúvel

Galato de propila (0,005% a 0,15%) Lipossolúvel

Tocoferol (0,05% a 2%) Lipossolúvel

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Antioxidantes que atuam sofrendo oxidação (agentes redutores)

Metabissulfito de Sódio (0,02% a 1,0%) Hidrossolúvel

Bissulfito de Sodio (0,1%) Hidrossolúvel

Ac. Ascórbico (vit. C) (0,05% a 3,0%) Hidrossolúvel

Palminato de Ascorbila (0,01% a 0,2%) Lipossolúvel

Antioxidante que atua por mecanismos preventivos

EDTA (ácido etileno diamino tetra acético)

0,1% Hidrossolúvel

FRAGRÂNCIAS

a) Substancias que geram odores agradáveis aos produtos; b) Sua escolha deve ser baseada em um consenso entre os corantes, a finalidade e o tipo do produto. Deve estar harmonizada com atributos do produto e expectativas do consumidor; c) A constituição de uma fragrância e identificada através das notas (odor): notas de cabeça ou saída, notas de corpo, notas de fundo. A fragrância e uma sucessão de impressões olfativas e não um conjunto homogêneo de todas elas; d) Cada tipo de fragrância é uma mistura de diferentes funções químicas e estas matérias primas podem ser de origem natural (animal ou vegetal) e sintética. CORANTES

Substância responsável por conferir cor a um produto. De acordo com sua solubilidade podem ser nomeados de corantes ou pigmentos. a. Corantes: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dissolvidas no meio em que são utilizadas. b. Pigmentos: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dispersas no meio em que são utilizadas. Estes produtos são classificados segundo 2 modos, um europeu (Colour Index) e um norte americano (D&C, FD&C, External D&C). Para a escolha do colorante deve ser consultada a lista da ANVISA que os classifica através do Colour Index, indica quais são permitidos em diversas situações e suas limitações.

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SHAMPOOS Xampus são formas cosméticas liquidas ou semi-solidas formuladas a partir de tensoativos, que tem como finalidade limpar os cabelos e couro cabeludo, além de embeleza-los, deixando suaves, flexíveis, brilhantes e fácies de pentear. Mesmo limpando devem preservar parte do óleo natural que cobre o cabelo e sobretudo o couro cabeludo, o qual e justamente o responsável pela proteção, brilho e lubrificação. Cabe ao formulador encontrar o equilíbrio exato entre a adequada eliminação das sujidades e a manutenção das características desejáveis do cabelo. Os xampus têm, efetivamente, a finalidade de:

Remover o sebo, componentes do suor, estrato córneo descamado, produtos de pintura e poeira ambiental.

Tratar o cabelo na superfície mediante substâncias que se fixam nas fibras queratinicas e ainda no couro cabeludo.

Para lavar e necessário eliminar tanto produtos lipossolúveis quanto hidrossolúveis, dai a necessidade de um tensoativo. A classe de sujidades a ser retirada varia com o clima, estilo de vida, tipo de trabalho, funções fisiológicas e práticas de higiene. As sujidades podem ser compostas por corpos oleosos secretados pelas glândulas sebáceas, restos queratinicos, provenientes da descamação do couro cabeludo, derivados minerais ou orgânicos, resultantes da evaporação do suor, poeiras depositadas, restos de cosméticos diversos. Sua remoção ocorre como descrita a seguir:

A sujidade, em contato com a água, adquire carga elétrica positiva enquanto o substrato (cabelo e couro cabeludo) apresenta carga negativa. Assim se explica a forca aderente das sujidades do cabelo.

A molécula tensoativa, por sua ação na tensão superficial da água, confere maior poder molhante, introduzem-se nos interticios existentes entre substrato e eliminam as sujidades.

Uma vez iniciada a remoção das sujidades, o processo pode ser continuado por meios mecânicos, dispersando as partículas na água, havendo simultaneamente a formação de micelas nas quais as partículas de sujidades ficam envolvidas por cadeias carbônicas com os polos hidrofílicos virados para o exterior.

COMPONENTES BÁSICOS DE UM XAMPU

TENSOATIVOS

Todos os tensoativos podem ter características emulsionantes, umectantes, formadores de espuma e detergente. Como detergentes removem sebo e poeira, sendo que sua remoção excessiva leva a um cabelo opaco com aumentada susceptibilidade a eletricidade estática e então dificuldade para pentear. Para a escolha de um detergente deve-se estar atento a sua capacidade de limpeza e também aos efeitos que tem sobre o fio após a lavagem. Devem ser considerados: Facilidade de extensibilidade: facilidade com que o xampu de distribui pelo cabelo; Poder de ensaboar: velocidade com que gera espuma, o volume, a consistência (cremosa ou fluida) e a estabilidade desta; Eliminação eficaz das sujidades: eliminação em água branda e dura de sujidades do cabelo e couro cabeludo; Facilidade de enxague: alguns são eliminados rapidamente, outros permanecem formando espuma depois de enxaguar; Brilho: alguns xampus com insuficiente poder de suspensão podem também voltar a depositar as sujidades deixando o cabelo sem brilho; Velocidade de secagem: alguns deixam os fios muito úmidos e lentos de secar, outros tendem a deixar a superfície ligeiramente hidrófoba, permitindo a rápida eliminação da água;

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Penteabilidade (em cabelo seco): o xampu não deve deixar o cabelo com eletricidade estática, pois se um fio repelir o outro dificulta o seu manuseio; Segurança: não deve ocasionar nenhum processo irritativo. ESPESSANTES Substâncias que promovem o aumento da viscosidade do xampu. Podem ser de dois tipos, promovendo o espessamento por processos diferentes: 1° Processo: modificação dos parâmetros reológicos do sistema água-tensoativo mediante adição de eletrólitos (NaCL, NH4CI, Na2SO4) ou de amidas de ácidos graxos. O aumento da viscosidade não e proporcional ao aumento dos eletrólitos, chega a um ponto máximo depois decresce. 2° Processo: pela incorporação de substâncias espessantes convencionais, tais como gomas (adraganta, arabica), derivados da celulose, polímeros carboxivinilicos (carbopol), alcool polivinilico e derivados de PVP. Sua adição não e sempre conveniente, pois pode se separar quando em repouso. SUAVIZANTES OU CONDICIONADORES Para evitar ou diminuir uma possível ação detergente excessiva, recorre-se ao emprego de substâncias que promoverão certa lubrificação ou, ainda, diminuição de atrito que permitira pentear mais fácil, com maior volume. Esses efeitos são conseguidos pela adição, quer de derivados de lanolina, de polivinilpirrolidona, de óleos vegetais, de derivados de lecitina, de ésteres graxos de glicol ou glicerol e ainda de hidrocoloides e derivados de proteína. AGENTES QUELANTES

Destinados a complexar os íons Ca++ ou Mg++ das águas de enxague a fim de evitar a formação de sais insolúveis, são, em geral sais de acido diamino etileno tetracetico (EDTA). PEROLIZANTES - OPACIFICANTES

Substâncias incorporadas com o objetivo de evitar a transparência dos xampus lhes conferindo um aspecto cremoso. Como exemplo tem-se: acido esteárico, alcool cetilico, alcool estearilico, diestearatos de etilenoglicol, dibeinatos de etilenoglicol, monoesteres de etinoglicol, monoesteres de propileno glicol, emulsões viscosas de polímeros viscosos e estearatos de magnésio e zinco. Estas substâncias dissolvidas a quente na formulação, emulsionam ou cristalizam com o resfriamento, conferindo o aspecto pretendido. SUBSTÂNCIAS ESPUMANTES

A espuma e uma característica desejada pelo consumidor, não tem relação com o poder detergente do produto, pois a espuma e formada na interface ar/liquido, enquanto que a remoção do sebo ocorre na interface cabelo/liquido. Estes agem introduzindo bolhas de gás na água. Com a remoção do sebo, a espuma aumentara, porque o sebo inibe a formação de bolhas. Exemplo: dietanolamida laurica. AJUSTADORES DE PH

Como a maioria dos xampus e alcalina, o que ocasiona o aumento de feixe do cabelo, isto e a abertura das escamas da cutícula, devem ser usadas substâncias que permitam sua neutralização. Exemplos: acido cítrico, acido lático, acido glicólico.

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AVALIAÇÃO DAS PROPRIEDADES DOS XAMPUS Medidas que permitem comparações e verificação da performance cosmética dos xampus: A melhoria na superfície do cabelo pode ser constatada mediante observação com microscópio eletrônico; A facilidade em pentear pode ser medida, nos cabelos molhados, mediante uma experiência com pene especial que registra a resistência oposta a sua passagem (intensidade de cada passagem do pente e numero de passagens); Pode-se medir a eletricidade estática existente no cabelo após a lavagem: o cabelo eletrizado se torna difícil de pentear e fica “arrepiado”: (para calcular a quantidade de cargas elétricas desenvolvidas mede-se o afastamento da extremidade da mecha dos cabelos); O brilho pode ser igualmente medido por reflectometria (quando um feixe de luz incide sobre uma superfície perfeitamente lisa, como um espelho, o angulo de incidência e exatamente igual ao angulo de reflexão). Elaboração de um shampoo

Inicialmente escolhe-se o produto base (detergente) e a alcanolamida. Assim, para cabelos gordurosos utiliza-se normalmente um lauril (éter) sulfato de sódio associado a uma dietanolamida de ácido graxo de côco. Para cabelos normais procura-se usar um lauril (éter) sulfato de trietanolamina ou monoetanolamina associado a uma dietanolamina de ácido graxo de côco. Já para os cabelos secos seguirá a mesma idéia do anterior, variando as concentrações do tensoativo e da dietanolamina. Nos casos de xampus que devam ter uma compatibilidade especial para com a epiderme e as mucosas, utiliza-se um dos componentes acima associados a um detergente anfótero, o que aliás seria a situação ideal. O passo seguinte é a colocação ou não do agente perolizante, caracterizando o xampu como perolado ou transparente. A seguir virão à essência, aditivos e a água. Os conservantes poderão ser dissolvidos no diluente ou solubilizados na dietanolamina de côco.

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Calcule a quantidade em gramas de cada componente das formulações

de shampoos ao lado.

Técnica de formulação 1 1) Pesar os conservantes junto a dietanolamida, caso sejam sólidos. Se não dissolvê-los à parte na água. 2) Levar ao fogo, a menos de 40C para dissolução (sólidos). 3) Acrescentar o agente perolante, o anfótero, a essência, aditivos. Não esquecer de homogeneizar o produto após a adição de cada item. 4) Acrescentar os tensoativos. Mexer bem. 5) Adicionar o ácido cítrico à água. Esperar completa dissolução. 6) Acrescentar a água aos poucos. Agitar demoradamente. 7) Verificar o pH. Este deverá estar entre 5,5 e 6,5. 8) Acrescentar o corante. 9) Aguardar a diminuição da espuma. 10) Acrescentar aos poucos o NaCl. 11) Fazer o acerto da viscosidade. Ideal: entre 1000 e 3000cP. 12)Esperar o total desaparecimento da espuma. Embalar. Técnica de formulação 2 1) Pesar o conservante com a dietanolamida. Aquecer. 2) Acrescentar item por item, homogeneizando sempre, na ordem acima. 3) Proceder da mesma forma. Formulações para shampoos

Shampoo Perolado de jojoba - Cabelos Secos Texapon HBN.........................26% Texapon AM............................8% Comperlan KD.........................3,5% Deyton KB................................3% Deykont PK 771.........................2% Nipagin...................................0,06% Nipazol....................................0,24% Essência....................................0,5% Água qsp ...............................100ml Óleo de Jojoba...........................3% Ácido cítrico qs pH 6...............0,1% NaCl.......................................1,5% Corante qs Shampoo de Calêndula - Cabelos Oleosos Texapon HBN............................29% Plantaren 1200..............................3% Comperlan KD.............................2% Deyton KB...................................2% Essência.......................................0,4% Nipagin.........................................0,26% Nipazol.........................................0,04% Água qs.........................................100ml Calêndula Extrato glicólico.............4% Ácido cítrico pH 5,5......................0,5% NaCl...............................................1,5% Corante qs

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Shampoo de Vitamina A e Jaborandi - Cabelos Normais Texapon HBN..............................22% Texapon AM..................................6% Comperlan KD...............................3% Deyton KB.....................................2,5% Essência.........................................0,5% Nipagin..........................................0,24% Nipazol...........................................0,06% Água qs..........................................100ml Vitamina A Palmitato ......................0,1g Extrato glicólico Jaborandi 8%.........8% Ácido cítrico pH 6-7........................0,3% NaCl.................................................2% Corante qs CONDICIONADORES

O condicionador de cabelo e uma associação de diversos produtos que apresentam características que complementam o tratamento do cabelo. São os produtos a serem utilizados após a lavagem dos cabelos e são constituídos basicamente por: Tensoativo não - iônico Tensoativos catiônicos (quaternários de amônio – Cloreto de cetiltrimetilamonio) Agentes lubrificantes (óleos, alcoóis graxos, lanolina, silicones) Aditivos (vitaminas) Fragrâncias Estabilizantes (EDTA, espessantes, conservantes) Veiculo: água. a. O efeito condicionador se baseia na deposição ao longo da superfície dos cabelos, dos componentes catiônicos e graxos resistentes ao enxague subsequente. b. Alguns tipos de cabelos, como os mais ressecados, tendem a uma aparência sem vida, tornando-se ásperos e quebradiços, ficando patente a necessidade de suprir uma deficiência natural de gordura com o emprego de condicionadores. c. Também, o rápido crescimento destes produtos, se deve ao aumento de tratamentos químicos e então a necessidade de tratar-se os cabelos danificados ou enfraquecidos. d. Além do aspecto reposição graxa, o condicionamento esta baseado na concepção de substantividade, ou seja, na absorção de ingredientes capazes de modificar as propriedades superficiais e estruturais do cabelo. Tal característica se explica pelo fato do fio do cabelo que e formado por queratina adquirir carga negativa após tratamentos químicos, vento, exposições solares etc. Os agentes catiônicos, por neutralizarem as cargas negativas, são capazes de dar maleabilidade, maciez e volume aos cabelos. Funções e Requisitos Desejados aos Condicionadores Manter a aparência dos cabelos atraente e saudável; Ser de fácil aplicação e enxague; Ser adaptado ao tipo e condição do cabelo; Proporcionar boa penteabilidade a úmido e a seco; Ser suave, não toxico, não irritante; Deixar os cabelos desembaraçados, com brilho, maciez, volume e maleabilidade; Não causar a formação de carga estática; Ter fragrância agradável com boa expansão e fixação; Ser estável durante o período de validade; Não ser susceptível a contaminação microbiológica; Ter boa relação custo/beneficio;

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Qual a quantidade em Kg de cada componente no preparo de 1 ton

de condicionador infantil?

Ter pequena quantidade de espuma; pH de 3,8 a 4,5. Ter viscosidade adequada; Ter baixa irritabilidade a pele, olhos e ao cabelo; Importante na proteção contra radiação UV e produção de vit. D na epiderme; Excelente via de administração de fármacos. Como formular condicionadores Álcool ceto estearílico 4% Amônio quaternário 2,5 - 3,5% Ácido cítrico 0,5% Essência 0,4 - 0,6% Água qs 100ml Aditivos 2-6% Conservantes qs Técnica: 1) Pesar todos os ingredientes. Levar ao fogo por 20 min em temperatura de 78C a 82C. 2) Agitar constantemente. 3) Homogeneizar até 300C. 4) Acrescentar a essência e o aditivo, se for o caso. 5) Verificar o pH. Deve estar aproximadamente 4-4,5. Formulações para condicionar

Condicionador Natural e Aloe Vera e Camomila - Cabelos Secos Lanette O..............................4% Deyquart A..........................3,5% Ácido cítrico..........................0,5% Extrato glicólico de Aloe vera...2% Extrato glicólico de Camomila..2% Essência...................................0,6% Água qs 100ml.........................87.40% Corante qs Conservante qs Condicionador Infantil Lanette O..........................4% Deyquart A.......................3,0% Ácido cítrico.........................0,4% Água..................................89,20%. Extrato glicólico de Erva-doce..3% Essência................................0,4% Conservante qs Corante qs Creme Rinse Lanette O..................4,5% Deyquart A................2,5% Água qs.....................98,4% Conservante qs Corante qs Ácido cítrico.............0,6%.

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

HERNANDEZ, M; MERCIER-FRESNEL, M-M. Manual de cosmetologia. 3° Edição.

Rio de Janeiro. Editora Revinter, 1999.

LEONARDI, G. Cosmetologia aplicada. 2° edição. São Paulo. Editora. Santa Isabel,

2008. 230p.

REBELLO, T. Guia de produtos cosméticos. 7º edição. São Paulo. Editora Senac, 2007.

160p

ANVISA. Agencia Nacional de Vigilância Sanitária. Dispõe sobre os cosméticos.

www.anvisa.gov.br/legis/resol/2000/79_2000.pdf

ASMUS, C. Domissanitários. Rio de Janeiro. Editora IESC/UFRJ

CRONOGRAMA

DATA CONTEÚDO PROGRAMÁTICO N° AULAS

30/05 Indústria cosmética. 2

06/06 Componentes básicos de formulação cosmética: emoliente,

espessantes, tensoativo, alcalinizantes, acidulantes, neutralizantes,

conservantes, antioxidantes, fragrâncias e corantes.

2

13/06 Componentes básicos de um shampoo e fabricação. 2

20/06 Prática: Fabricação de shampoo para diferentes tipos de cabelos. 2

27/06 Componentes básicos de um condicionador e fabricação. 2

04/07 Prática: Fabricação de um condicionador para diferentes tipos de

cabelos.

11/07 Processo de fabricação de sabonetes, matéria prima, essências,

coadjuvantes de fabricação.

2

01/08 pH, sufractantes, sistema de fervura, processamento e precauções. 2

08/08 Prática: Fabricação de sabonete. 2

15/08 Avaliação bimestral. 2

22/08 Recuperação bimestral. 2

29/08 Indústria domissanitária. 2

12/09 Domissanitários ácidos; formulação. 2

19/09 Prática: Fabricação de sabão a partir de ácidos graxos. 2

26/09 Domissanitários alcalinos; formulação. 2

03/10 Prática: Fabricação de desinfetante a base de cloro. 2

17/10 Prática: Fabricação de cera pastosa. 2

24/10 Apresentação dos projetos desenvolvidos. 2

31/10 Apresentação dos projetos desenvolvidos. 2

07/11 Avaliação bimestral. 2

14/11 Recuperação bimestral. 2

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TÉCNICO EM QUÍMICA PROCESSO INDUSTRIAL IV Prof°. Pedro Ferreira

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AVALIAÇÕES

4,0 pontos – Prova bimestral;

1,0 ponto – Formação geral;

3,0 pontos – Relatórios/Trabalhos; (2,0 pontos – 2º bimestre).

2 pontos – Atividades de dispersão. (3,0 pontos – 2º bimestre).

No segundo bimestre haverá a apresentação do projeto co-criação de um cosmético, a

nota para este trabalho ainda esta a ser definida.

RELATÓRIOS

Uma semana após a realização da prática.

(exemplo: aula prática no dia 11/06, entrega do relatório no dia 18/06).

A cada aula prática o aluno ira receber um questionário referente a prática realizada para

responder individualmente.

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ANOTAÇÕES