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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO DE 9 A 12 DE OUTUBRO 3843 PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: A EVOLUÇÃO DO PLANETA TERRA DE MANEIRA DINÂMICA COM OS EDUCANDOS ANDERSON WESLEY DE LIMA SOUZA 1 RICARDO HENRIQUE BUENO 2 Resumo: O presente estudo teve por objetivo realizar uma discussão relacionando com o estudo da Geografia Física no ensino básico. Tendo em vista que os conteúdos físicos da Geografia não são bem visto aos olhos dos educandos, por serem complexos. Eles se deparam com uma linguagem complexa e especifica, por isso não conseguindo decodificá-la. Assim, propôs-se elaborar uma oficina para aplicar de maneira dinâmica com alunos do Ensino Médio, a qual teve o objetivo de avaliar os conhecimentos previos desses, e buscou trabalhar tais conteúdos de uma forma mais didatica, possibilitado assim uma compreesão mais fácil pelos alunos. Pois os resultados obtidos foram satisfatorios, quando os conteúdos mesmos que conplexos, quando são trabalhandos de forma conjunta com outros e trazendo-os para realidade do alunos por meio da prática, é possivel obter resutados no processo de ensino aprendizagem. Palavras-chave:Geografia Física. Prática de Ensino. Tempo Geológico. Abstract: This study aimed to conduct a discussion related to the study of Physical Geography in High School. Given that the physical content of geography are not well seen in the eyes of the students, because they are complex. They are faced with a complex and specific language, so unable to decode it. Thus proposed to develop a workshop to apply dynamically with High School students, which aimed to assess the knowledge of these previos, and sought work such content in a more didactic manner, thereby enabled an easier understanding by students . Because the results were satisfactory, when the contents are same as complex to job jointly with others and bringing to reality the students through practice, it is possible to obtain overall result in the teaching and learning process. Key-words:Physical Geography. Pratice of Teaching.Geological Time. 1 Introdução Nas últimas décadas, a preocupação com a melhor qualificação dos professores tornou-se uma constante, e como dimensiona Pinheiro (2005) o debate a respeito do ensino e da formação do professor de Geografia tem crescido, principalmente, a partir dos anos de 1990. Mesmo assim, a Geografia trabalhada no ensino Fundamental e Médio tem ficado muito aquém do esperado. 1 - Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá. E-mail de contato: [email protected] 2 Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá. E-mail de contato: [email protected]

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DE 9 A 12 DE OUTUBRO

3843

PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM: A EVOLUÇÃO DO PLANETA

TERRA DE MANEIRA DINÂMICA COM OS EDUCANDOS

ANDERSON WESLEY DE LIMA SOUZA1 RICARDO HENRIQUE BUENO2

Resumo: O presente estudo teve por objetivo realizar uma discussão relacionando com o estudo da Geografia Física no ensino básico. Tendo em vista que os conteúdos físicos da Geografia não são bem visto aos olhos dos educandos, por serem complexos. Eles se deparam com uma linguagem complexa e especifica, por isso não conseguindo decodificá-la. Assim, propôs-se elaborar uma oficina para aplicar de maneira dinâmica com alunos do Ensino Médio, a qual teve o objetivo de avaliar os conhecimentos previos desses, e buscou trabalhar tais conteúdos de uma forma mais didatica, possibilitado assim uma compreesão mais fácil pelos alunos. Pois os resultados obtidos foram satisfatorios, quando os conteúdos mesmos que conplexos, quando são trabalhandos de forma conjunta com outros e trazendo-os para realidade do alunos por meio da prática, é possivel obter resutados no processo de ensino aprendizagem.

Palavras-chave:Geografia Física. Prática de Ensino. Tempo Geológico.

Abstract: This study aimed to conduct a discussion related to the study of Physical Geography in High School. Given that the physical content of geography are not well seen in the eyes of the students, because they are complex. They are faced with a complex and specific language, so unable to decode it. Thus proposed to develop a workshop to apply dynamically with High School students, which aimed to assess the knowledge of these previos, and sought work such content in a more didactic manner, thereby enabled an easier understanding by students . Because the results were satisfactory, when the contents are same as complex to job jointly with others and bringing to reality the students through practice, it is possible to obtain overall result in the teaching and learning process.

Key-words:Physical Geography. Pratice of Teaching.Geological Time.

1 –Introdução

Nas últimas décadas, a preocupação com a melhor qualificação dos

professores tornou-se uma constante, e como dimensiona Pinheiro (2005) o debate

a respeito do ensino e da formação do professor de Geografia tem crescido,

principalmente, a partir dos anos de 1990. Mesmo assim, a Geografia trabalhada no

ensino Fundamental e Médio tem ficado muito aquém do esperado.

1 - Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá.

E-mail de contato: [email protected] 2Acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Estadual de Maringá.

E-mail de contato: [email protected]

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Deste modo, buscou-se nesse trabalho discutir sobre o ensino-aprendizagem,

e as dificuldades que os educadores enfrentam no ambiente de ensino, para

trababalharem com os conteúdos proposto pelos curriculo escolar na disciplina de

Geografia.

No entanto, enfocou-se nos conteúdos de Geografia Física, no qual foi

adotado em específico neste trabalho o tempo geológico, minerais e rochas, na qual

propôs-se trabalhá-lhos de uma maneira mais dinâmica e didática com os alunos.

Desta maneira, o trabalho retrata algumas considerações sobre o ensino de

Geografia Física no Colégio Estadual Marechal Rondon, localizado na cidade de

Campo Mourão-PR. Assim, foi adotado aplicar tal conteúdo para os alunos por

meios de oficina, na qual foi organizada em duas etapas: sendo a primeira iniciada

com um exercício para averiguar qual o grau de entendimento que os alunos tinha

sobre o referido conteúdo, seguido de uma exposição teórica. Já o segunda etapa,

foi aplicado uma atividade prática, finalizando-a com uma nova atividade para avaliar

o quanto os alunos compreenderam sobre o conteúdo.

Os resultados alcançados, demosntraram, que quando conteúdos que

apresentar um grau de complexidade considerável e são trabalhados de uma

maneira conjunta com outros conteúdos, utilizando de atividade práticas que

aproxime tais conteúdos da realidade do aluno, estes torna-se mais atraente e assim

despertando o interesse por estes conteúdos, que antes pareciam sem importância.

2 – Desenvolvimento

Discussões Sobre Ensino-Aprendizagem

As discussões sobre o ensino-aprendizagem de Geografia nas últimas

décadas acentuou-se. Mesmo assim, como aponta Straforini (2004) o ensino de

Geografia no ensino Fundamental e Médio há muito tem deixado a desejar. Isto

ocorre por dois motivos principais.

O primeiro está ligado à formação dos docentes, estes na sua maioria foram

graduados em uma Geografia meramente descritiva e informativa, ou seja,

Geografia Tradicional, como menciona Neves (2002). Além disso, a tão discutida

formação continuada que deveria acontecer em muitos casos não ocorre.

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O segundo fator é a falta de atividades práticas, sobre os conteúdos

ministrados, isso ocorre na maioria das vezes pela falta de tempo dentro do próprio

conteúdo, pois, a grade curricular consta duas aulas semanais aos educandos,

sendo necessário trabalhar uma carga horária carregada de conteúdos. Além disso,

também a falta de interesse de alguns educandos, a falta de estrutura nas escolas

ocasionada pela falta de investimentos do poder pública e a baixa remuneração,

especialmente no inicio de carreira contribuem para a desmotivação profissional do

educador, levando o mesmo a trabalhar de maneira superficial e rápida, tornando o

ensino nestas circunstâncias ineficaz.

A preocupação com essa desmotivação se reflete na formação profissional ou

na profissionalidade do docente, como identifica Lopes, (2010), que considera a

realidade profissional dos professores de maneira geral e, em específico do

professor de Geografia, uma situação de crise. Esta situação como bem escreve o

autor não é uma realidade especifica dos docentes de Geografia, é uma realidade

vivenciada por todos aqueles que trabalham na formação de crianças, jovens e

adultos.

No entanto, estamos diante de um período em que esforços em torno do

processo de ensino-aprendizagem está em constante evidência, sendo as

preocupações voltadas para as práticas pedagógicas de ensino, em que busca-se

principalmente atrelar o conhecimento cientifico a realidade escolar, mas

entendendo que o docente também possui um saber e contribuirá para esse

processo.

Nesse contexto, Lopes (2010), comenta que, negando o papel tradicional de

simples reprodutor de conhecimentos produzidos por peritos ou especialistas, o

professor passa a ser (re) valorizado como protagonista do trabalho escolar.

Portanto, a relação tradicional entre a universidade lugar da produção da

teoria e do conhecimento e a escola básica lugar de reprodução e/ou aplicação de

teoria e conhecimentos é fortemente criticada e se busca nesta perspectiva, uma

aproximação colaborativa entre as duas instituições (LOPES, 2010).

Essa aproximação leva a construção de metodologias mais eficazes e que

contribuem para o desenvolvimento da Geografia enquanto ciência e também

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disciplina escolar, pois, as discussões são construídas dentro da realidade do

ensino.

Além disso, os docentes do ensino Fundamental e Médio reconquistam

espaço e tornam-se produtores de metodologias e perspectivas de ensino, como é

visto na organização das diretrizes de Geografia no estado do Paraná, em que

segundo o documento a discussão contou com a participação maciça dos

professores da rede.

No entanto, apesar de deslumbrar-nos de tal momento, observa-se uma

grande dificuldade de renovar as práticas pedagógicas dentro das salas de aula,

como as discutidas por Kaercher (2004), na qual constata a dificuldade encontrada

para construir um bom embasamento teórico que promova um ensino de Geografia

atual, dinâmico, plural, instigante reflexivo e radicalmente democrático.

Para que ocorra essa mudança, Castrogiovanni (2007) salienta que os

professores e a instituição da escola, na sua complexidade devem estar

comprometidos com o que chamamos de “fazer sociedade com cidadania”. A escola

deve provocar o educando para conhecer e conquistar o seu lugar no mundo em

uma teia de justiça social.

Os conteúdos de Geografia Física: O Tempo Geológico, Minerais e Rochas

Ao estudar o espaço geográfico, o aluno refletirá a análise da dinâmica social,

da natureza e a inter-relação de entre ambas. É importante destacar que, no ensino,

professores e alunos deverão procurar entender que sociedade e natureza,

constituem a base objetiva sobre a qual o espaço geográfico é constituído

(ROSSATO, SILVA, 2007).

Nesse sentindo, é importante analisar como o tempo geológico, minerais e

rochas são abordados em sala de aula Nota-se que a Geografia ainda encontra-se

longe da separação da lógica tradicional, que fragmenta o mundo e suas várias

partes em aspectos físicos, humanos e econômicos, impedindo análises

globalizadoras que levam em consideração a produção do espaço como fruto das

dinâmicas sociais.

Para Suertegaray (2000) a Geografia, enquanto ciência e disciplina a ser

ministrada no ensino básico devem expressar-se pelo método que seja

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indissociável, ou seja, é necessário buscar-se um caminho entre a dinâmica da

natureza e da sociedade.

Se por ventura, essa situação ocorre, os conteúdos não se mostram atrativos

aos olhos dos educandos, principalmente se este conteúdo for de Geografia Física,

como discute Carvalho (1998) que é somente uma minituarização, ou seja, o

conteúdo não recebe um formato teórico-metodológico escolar, mas somente é um

resumo, ou ainda uma aproximação dos conteúdos ministrados nos cursos de

graduação.

Faz se necessário repensar o ensino da geografia física, de maneira que ela

efetivamente contribua para o reconhecimento mais substancial do espaço vivido,

para além da fixação dos conceitos, o conhecimento da realidade que se habita

favorece o desenvolvimento da criticidade, criatividade e, quiçá, a busca da

transformação, ou seja, a educação para participação (SUERTEGARAY, 2000).

De acordo com a mesma autora, mas do que o conteúdo, o importante é

como ensinar, no contexto da Geografia, os conceitos referentes á compreensão do

tempo geológico e minerais e rochas. Podemos ensinar a partir do conceito de lugar-

como espaço próximo, espaço vivido e como espaço de expressão de relações

horizontais (relação da comunidade com seu meio) e de relações verticais (relações

sociais mais amplas determinando em parte a especificidade dos lugares).

É importante entender que os alunos, em processo de formação ampliam

seus conhecimentos sendo este um dos papéis da escola. O processo de

aprendizagem também é hierárquico, por isso o aluno deve compreender como a

Terra se constitui para depois entender a sua dinâmica interna e externa.

Pois segundo Hutton (1788) o passado, o presente e o futuro são apenas

uma longa série de ciclos comuns, de desgastes e construção, de erosão e criação

(WEINER, 1988).

Evidências geológicas como as cristas oceânicas ou dorsais oceânicas,

paleomagnetismo, com orientação para os pólos e paralelos nos dois lados das

dorsais, falha de Santo André na Califórnia (EUA), Rift Valley na costa leste africana,

através dos fósseis como, por exemplo, Mesosaurus na América do sul e África,

Flora de Glossopterius na América do Sul, África, Índia, Austrália e Antártida, flora

de coníferas no leste da América do Norte e oeste da Europa e Flora de

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Archeopterius na Rússia, Irlanda, Canadá e Estados Unidos, são exemplo a qual

comprovam que a geografia atual dos continentes representa apenas o mais recente

arranjo entre crosta continental, crosta oceânica e nível do mar num planeta

dinâmico. (FAIRCHILD, 2009)

Para Leins e Amaral (2001), a formação da crosta terrestre de rochas através

do resfriamento do magma foi um evento importantíssimo para a evolução do

Planeta. Sobre essa superfície envolvida por uma camada gasosa, a atmosfera

constituiu variados tipos de clima. Os quais atuaram na crosta, resultando então, em

variadas formas de relevo, os diferentes tipos de solos também resultou desse

mesmo processo e sobre ele a vida.

Para Fairchild (2009), os primeiros blocos da crosta continental formaram-se

aproximadamente 3,96 bilhões de anos e foram crescendo com o desenvolvimento

de uma nova crosta continental, através de processos orogenéticos que atuam até

os dias atuais.

As rochas, além de ser a base formadora da crosta terrestre, também são

evidências históricas, é através dessas que se pode entender um pouco como é

constituído o planeta. (LOVELOCK, 1991).

Segundo Fairchild (2009) a Terra se diferenciou em Litosfera, Hidrosfera e

Atmosfera a cerca de 4 bilhões de anos, esse processo, portanto, são os que regem

a evolução geológica e biológica da Terra.

A “explosão da vida”, no entanto, só ira ocorrer milhões de anos à frente,

sendo que a única forma de registros desses acontecimentos são os fósseis. Os

fósseis são remanescentes de animais ou plantas preservados nas rochas,

demonstrando como foi movimentado à evolução da Terra (BIGARELLA, 1985).

Os primeiros métodos de datação baseavam-se na observação de processos

geológicos e suas taxas. Assim, através do registro geológico seria possível estimar

o tempo envolvido na formação de um determinado volume de rochas. Seguindo um

método desse tipo Charles Darwin afirmou que seriam precisos 300 milhões de anos

para escavar o vale de Wealden, Sudeste da Inglaterra. Já J. Joly calculou a "idade

dos oceanos", comparando a salinidade dos mesmos com a quantidade de sais

transportados pelos rios e afluentes, obteve uma idade de quase 100 milhões de

anos para o mesmo e para a Terra. Lord Kelvin, defensor da cronologia curta,

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amparado em cálculos de resfriamento da Terra, estimou da mesma forma idades

inferiores a 100 milhões de anos

Hutton (1788) e Lyell (1830) defendiam que o tempo geológico era profundo,

muito superior ao que a humanidade era capaz de compreender (WEINER, 1988).

Desta forma com o desenvolvimento de conhecimento sobre os processos

geológicos (salinidade do mar constante, produção de calor por decaimento

radioativo) e o surgimento de novas tecnologias (métodos de datação radiométricos)

mostraram que Hutton tinha razão, ao menos com que diz respeito à dimensão do

tempo geológico 4,5 bilhões de anos aproximadamente.

METODOLOGIA

À aplicação do projeto realizou-se por meio de uma oficina aberta na qual

participaram 39 alunos do 2º ano do Ensino Médio.

Antes da aplicação da oficina, aplicou-se um questionário amostral, para

avaliar o conhecimento prévio dos alunos referente ao conteúdo que seria

trabalhado, o tempo geológico, minerais e rochas.

Para a aplicação da oficina, organizou-se uma sala, com um data show, para

expor os slides, onde também foi utilizado o quite de amostras de minerais e rochas,

do Serviço Geológico do Paraná- Mineropar, pois uma das etapas da aplicação do

projeto constava de trabalho prático com os educandos.

Pois segundo Farina e Guadagnin (2007), ao realizar uma atividade prática,

seja ela dentro ou fora do ambiente escolar, tem-se a oportunidade de apresentar

aos alunos um problema prático que facilmente pode se repetir nas suas vidas.

A oficina iniciou-se com a exposição do conteúdo referente ao tempo

geológico, iniciando a discussão sobre o Hadeano, éon em que a Terra formou-se

até o Holocêno, dias atuais. Para melhor situar a discussão utilizou-se a lousa,

slides, imagens referentes a cada período comentado durante a oficina. Após o

termino da oficina apresentou-se um vídeo auxiliar no intuito de fixar melhor o

conteúdo explicado, intitulado “Como Nasceu O Nosso Planeta”, produzido pela

emissora Discovery Channel.

Posteriormente, em um segundo momento, expôs-se o conteúdo referente

aos minerais e rochas. Primeiramente conceituou os minerais, bem como eles se

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formam e organizam para originar as rochas. Em seguida iniciou-se uma discussão

sobre a formação das rochas, os tipos de rochas existentes, exemplificado cada tipo

de rocha com as amostras disponíveis do quite da Mineropar, para tornar mais

didático, proporcionado assim uma melhor assimilação do conteúdo exposto.

Uma semana após a aplicação da oficina, aplicou-se um novo questionário,

para avaliar à compreensão do conteúdo trabalhado.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O objetivo inicial foi realizar uma discussão relacionando o estudo da

Geografia Física no ensino básico e avaliar a compreensão que os alunos possuíam

sobre o assunto discutido.

Verificou-se uma grande dificuldade por parte dos alunos em interpretar os

exercícios referentes ao tempo geológico, pois tratava-se do tempo profundo, o que

dificultou a assimilação dos alunos em relação ao tempo profundo e o tempo atual.

Outra dificuldade constatada foi em diferenciar os principais tipos de rochas, e sua

respectiva formação, como pode ser observado na figura 01 a seguir.

Figura 01: Resultado Amostral

Organização: Souza e Bueno (2015)

Verificou-se que há uma grande dificuldade por parte dos alunos na

compreensão desses conteúdos, estando aquém dos processos físicos e químicos

da formação do Planeta, apresentando assim um grande índice de questões sem

45%

7%

23%

25%

Em branco Resp. Incompletas Erros Acertos

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respostas e de respostas erradas. Isto pode ser observado em algumas respostas

referentes à formação das rochas metamórficas:

“Forma com a luz solar”.

“É formada pelas mudanças climáticas”.

“As rochas conforme o tempo elas vão mudando as formas, por causa do

vento e da chuva”.

Após a oficina, uma nova atividade foi aplicada referente ao conteúdo

trabalho, apresentado resultados mais significativos.

A figura 02 apresenta o resultado geral da oficina, observa-se que ocorreu um

aumento significativo no índice de respostas corretas, entretanto, obteve-se um

aumento no índice de erros em relação à figura 01, mas ocorreu uma queda

expressiva no índice de questões em branco.

Figura 02: Resultados Gerais da Oficina

Organização: Souza e Bueno (2015)

Desta maneira, ocorreu um progresso significativo na compreensão dos

alunos sobre o conteúdo após a oficina como demonstrou o questionário amostral,

podendo-se observar nas respostas referentes ao exercício sobre o processo de

formação das rochas metamórficas.

“Todas que sofram pressão e mudanças de alta temperatura”.

“São outra rochas que sofram uma determinada pressão e altas temperaturas

podem mudar suas configurações mineralógicas”.

3% 4%

34%

59%

Em branco Resp. Incompletas Erros Acertos

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“São rochas que pela ação do calor ou pela pressão da terra se transformam

em outra”.

Ressalta-se ainda, que para trabalhar com conteúdos complexos como este é

necessário realizar a interação com o cotidiano do aluno. Ao tratar de rochas, é

interessante apresentar o tipo de substrato rochoso que existe na região, pois a

partir da decomposição das rochas formam-se os solos, sabendo qual tipo de rocha

saberá qual tipo de solo existe.

Como por exemplo, se está em uma região em que há predomínio de basalto,

os solos provenientes deste são ricos em argila, bons para atividades agrícolas e

menos suscetível a processos erosivos, ao contrário das regiões onde há

predomínio de rochas de formações areníticas, em que dão origem a solos de

texturas arenosa, muito suscetíveis a processos erosivos, trazendo prejuízos tanto

para áreas agrícolas como áreas urbanas, que sofrem com erosões, sendo seu pior

estágio as voçorocas, muito problemáticas quando situadas em áreas urbanas.

Por meio dessas interações, é possível associar os conteúdos tornando-os

mais atraentes e interessantes, mesmo quando estes são complexos e sem

importância como muitas vezes são tratados os conteúdos da Geografia Física, mas

quando trabalhados de maneira dinâmica e em conjunto com os demais conteúdos

da Geografia, esta realidade pode ser diferente, assim possibilitando uma análise

geográfica completa.

Considerações Finais

Viu-se que o processo ensino-aprendizagem está em constante debate no

meio academico e que nas últimas décadas essa discussão vem sendo realizada em

conjunto com os professores da Rede Estadual de Ensino, com objetivo de enfrentar

e socializar as alternativas propostas para melhorar a dura realidade em que o

ambiente de ensino enfrenta, partilhando medidas para superar as deficiencias que

o processo de ensino aprendizagem possui.

Este trabalho por sua vez buscou contribuir com essa discussão em busca de

aprimoramento pedagógico e metodológico. Os resultados alcançados

apresentaram-se positivos quanto a exemplificação sobre o tempo profundo,

minerais e rochas aplicados de maneira mais didática e dinânica com os alunos,

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demosntrou-se que quando trabalhadas de uma maneira a qual possibilite a

interação com outros conteúdos e trabalhando-os em conjunto, é possivel torná-los

mais interessante por parte dos alunos, facilitando dessa maneira a sua

compreensão e ainda demosntrando que esta temática está muito presente no dia-a-

dia do aluno.

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