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SALVADOR 2007
Denise Maranhão Carlos André Teixeira
Tiago Marques Araújo Teixeira
PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS, UTILIZANDO METODOLOGIAS DE
ANÁLISE DE RISCO: APLICAÇÃO DA ACBR EM ESTUDO DE CASO NA RMS
ESCOLA POLITÉCNICA - UFBA DEPARTAMENTO DE HIDRAULICA E SANEAMENTO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERENCIAMENTO E TECNOLOGIAS AMBIENTAIS NA INDÚSTRIA
Denise Maranhão Carlos André Teixeira
Tiago Marques Araújo Teixeira
PROCEDIMENTOS DE INVESTIGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EM POSTOS DE COMBUSTÍVEIS,
UTILIZANDO METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO: APLICAÇÃO DA ACBR EM ESTUDO DE CASO NA RMS
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Gerenciamento de Tecnologias Ambientais e Tecnologias, da Universidade Federal da Bahia – UFBA, como requisito parcial para obtenção do título de Especialista. Orientador: Prof.ª Iara Brandão de Oliveira.
Salvador 2007
LISTA DE TABELAS
Tabela 2.1 Composição Molar da Gasolina por Tipo de Grupo e Nº de Carbonos 10
Tabela 2.2 Causa dos Acidentes em Postos de Combustíveis 13
Tabela 2.3 Normas Técnicas para Postos de Combustíveis 19
Tabela 2.4 Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo - Maio de 2006 22
Tabela 2.5 Autuações em Postos de Combustíveis na Bahia 23
Tabela 2.6 Legislações Municipais Relacionadas à Instalação de Posto de Combustíveis em Salvador
26
Tabela 2.7 Classificação de Áreas e de Ações de Resposta para Tipo 1 – Risco Imediato 33
Tabela 3.1 Concentrações de COV das Amostras de Solo 57
Tabela 3.2 Resultados das Amostras Geotécnicas 59
Tabela 3.3 Resultados do Levantamento Topográfico Relativo dos Poços e da Medição do Nível d’Água e Fase Livre
63
Tabela 3.4 Resultados das Análises Químicas do Solo - BTEX E TPH - (mg/Kg) 70
Tabela 3.5 Resultados das Análises Químicas do Solo - PAH - (mg/Kg) 70
Tabela 3.6 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - BTEX E TPH - (mg/L)
71
Tabela 3.7 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - PAH - (mg/L) 71
Tabela 3.8 Levantamento dos Cenários de Exposição 72
Tabela 3.9 Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para BTEX e TPH (mg/Kg)
75
Tabela 3.10 Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/Kg)
75
Tabela 3.11 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção e NABR para BTEX e TPH - (mg/L)
76
Tabela 3.12 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/L)
76
Tabela 3.13 Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para BTEX (mg/Kg) 80
Tabela 3.14 Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para PAH - (mg/Kg) 81
Tabela 3.15 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMEA para BTEX (mg/L)
81
Tabela 3.16 Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMAE para PAH - (mg/L)
82
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1 Processos de Transporte do NAPL na Subsuperfície 8
Figura 2.2 Cenário Hipotético de Contaminação 29
Figura 2.3 Elementos da Análise de Risco em Níveis (ASTM) 30
Figura 2.4 Fluxograma Geral de Abordagem da ACBR 31
Figura 2.5 Tabela de Nível de Avaliação Baseados no Risco – Benzeno 35
Figura 2.6 Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicação da Metodologia ACBR
39
Figura 2.7 Estrutura Conceitual do Modelo C Soil 41
Figura 2.8 Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias de Remediação de Solo 45
Figura 2.9 Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias de Remediação de Água Subterrânea
46
Figura 2.10 Técnicas de Remediação Implantadas no Estado de São Paulo – Período de2002 até maio de 2006
47
Figura 3.1 Foto Aérea do Local 50
Figura 3.2 Croqui do Posto de Gasolina 52
Figura 3.3 Mapa de Isoconcentrações de COV (ppm) e a Planta Situação da Área 56
Figura 3.4 Mapa de Localização das Sondagens e Distribuição dos Resultados Analíticos em Solo
58
Figura 3.5 Perfis Litológicos e Construtivos das Sondagens e Poços, com as Concentrações de COV em Profundidade
60
Figura 3.6 Mapa de Localização dos Poços Instalados, Distribuição dos Resultados Analíticos em Água e Mapa Potenciométrico
61
Figura 3.7 Seção Hidrogeológica A-A’ e Distribuição Vertical das Concentrações de COV (ppm)
67
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 3
1.1 OBJETIVO GERAL 6
1.1.2 Objetivos Específicos 6
1.1.3 Estrutura da Monografia 6
2 REVISÃO TEÓRICA 7
2.1 CONTAMINAÇÃO DE SOLO E ÁGUA SUBTERRÂNEA POR COMBUSTÍVEIS AUTOMOTIVOS
7
2.2 CONTAMINAÇÃO NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS E EQUIPAMENTOS DE PREVENÇÃO
12
2.3 LEGISLAÇÕES FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS E NORMAS TÉCNICAS RELACIONADAS AO FUNCIONAMENTO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
17
2.4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO RBCA (ASTM E 1739 – 95) E ACBR (CETESB 10/2006/C)
27
2.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCO C- SOIL 40
2.6 TECNOLOGIAS DE REMEDIAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS 44
3 MATERIAIS E MÉTODOS 48
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO POSTO COMBUSTÍVEL NA RMS E DA ÁREA DE ESTUDO
49
3.2 INVESTIGAÇÕES REALIZADAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ACBR
53
3.2.1 Investigação Preliminar, Coleta de Dados Básicos e Atendimento Emergencial
53
3.2.2 Investigações Confirmatórias 54
3.2.2.1 Atividade de Sondagem do Solo, Instalação de Poços e Coletas de Amostras 54
3.2.2.2 Levantamento Topográfico, Mapa Potenciométrico da Área e Espessura da Fase Livre nos Poços de Monitoramento
63
3.2.2.3 Ensaio de Permeabilidade 64
3.2.2.4 Estudo de Caracterização Geológica e Hidrogeológica Local 66
3.2.2.5 Estudo de Caracterização da Contaminação Local e Resultados das Análises Químicas
68
3.3 MODELO CONCEITUAL DE EXPOSIÇÃO 72
3.4 ANÁLISE DE RISCO UTILIZANDO A METODOLOGIA ACBR 74
3.4.1 Análise de Risco – Nível 1 74
3.4.2 Análise de Risco – Nível 2 78
3.5 COMENTÁRIOS SOBRE O ESTUDO DE CASO E RECOMENDAÇÕES AO EMPREENDEDOR
83
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 85
4.1 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS EM SÃO PAULO
85
4.2 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS NA BAHIA
85
4.3 O ESTUDO DE CASO 86
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 88
REFERÊNCIAS 90
ANEXOS 94
ANEXO I: Planilhas do RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3 b. 94
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
3
1 INTRODUÇÃO
No Brasil existem cerca de 36.000 postos que envolvem a revenda de combustíveis
(AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2005) e abastecem diariamente milhares de
veículos automotores, o principal meio de transporte nacional. Estes postos estão distribuídos
em todas as regiões do país, mas se concentram, principalmente, nas regiões de maior
densidade populacional, por haver uma maior concentração de veículos e, conseqüentemente,
um maior mercado consumidor. De acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo –
ANP, São Paulo é o estado que possui maior número de postos, seguido por Minas Gerais,
Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina e na sétima colocação a Bahia
(GOUVEIA, 2004, p. 9).
Já há algum tempo, os postos de serviço têm sido fonte de preocupação motivada
pelos riscos sócio-ambientais e de segurança relacionados às suas atividades. Os combustíveis
são produtos tóxicos que podem contaminar fontes de abastecimento de água devido à
presença na sua constituição de hidrocarbonetos monoaromáticos como benzeno, tolueno,
etilbenzeno e xilenos (denominados BTEX), considerados substâncias perigosas por serem
depressantes do sistema nervoso central, além de causar leucemia (CORSEUIL; MARINS,
1997, p. 2). Também são produtos inflamáveis, podendo causar acidentes com incêndio e
explosão, caso ocorra o acúmulo de combustíveis em locais confinados como caixas de
telefonia e cabos elétricos, subsolo de edificações, dentre outros ambientes.
Os acidentes ambientais em postos estão relacionados, principalmente, com
vazamentos e derramamentos de combustíveis gerados por falhas construtivas (ex.: corrosão
em tanques e tubulações, ausência de pavimentação) e falhas operacionais (ex.: vazamentos
durante a operação de abastecimento dos veículos e vazamentos durante o descarregamento
de combustível do caminhão tanque) que atingem o solo e a água subterrânea. Esses acidentes
ocorrem com maior freqüência em instalações de postos antigos, com tanques, tubulações e
bombas com vinte anos de operação, em estabelecimentos ainda não licenciados e fora dos
padrões atualmente exigidos.
Os registros de acidentes ambientais atuais revelam que os postos de serviço são um
dos principais causadores deste tipo de ocorrência no país, justificando os motivos de
preocupação da sociedade em geral. De acordo com os dados do órgão ambiental do Rio de
Janeiro, Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (FEEMA), de 1983 a 2003, os
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
4
postos foram responsáveis por 12% dos atendimentos de emergência realizados no estado,
ficando na quarta posição das atividades com maior incidência de acidentes (GOUVEIA,
2004, p.16). Em São Paulo, dados do ano de 2006 revelam que os postos contribuíram com
73% da contaminação no estado, sendo a atividade que mais contamina, seguida das
atividades industriais com 16% (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL, 2006).
Antes de 2000, os postos de combustíveis já eram fiscalizados pelos estados e/ou
prefeituras, através de suas secretarias e órgãos ambientais, entretanto esta fiscalização não
era tão criteriosa como atualmente. A partir da Resolução Conama nº 273, de 29 de novembro
de 2000, o licenciamento de postos de combustíveis se tornou obrigatório em todo território
nacional, exigindo que todos os estados ou municípios fiscalizem esta atividade. Com base
nessa Resolução, surgiram legislações estaduais mais específicas, definindo, inclusive,
critérios construtivos mínimos com base em normas técnicas da ABNT.
O aumento da fiscalização dos órgãos ambientais aos postos de combustíveis gerou
um incremento na identificação de áreas contaminadas e também nas cifras envolvidas para
descontaminar esses locais. As metas de descontaminação a serem atingidas para água
subterrânea tinham como referência padrões de potabilidade da água para o consumo humano,
tornando necessários investimentos financeiros altos para atingir estes valores que muitas
vezes não eram alcançados.
Para o proprietário do posto as conseqüências das contaminações são graves, pois
muitas vezes é necessária à interdição do posto com paralisação das vendas, são aplicadas
multas e, segundo dados da EPA, o custo de recuperação ambiental é da ordem de US$ 125
mil para extração do combustível e tratamento do solo na área de um posto e nas
circunvizinhanças (EPA, 2002b apud KAIPPER, 2003, p. 5).
O impacto econômico da contaminação é, de fato, um problema. Os custos de
remediação são elevados e algumas áreas contaminadas são de instalações abandonadas,
algumas de empresas falidas, dificultando a definição dos responsáveis pelo crime ambiental.
Para tentar resolver esta questão, em 2005 o estado de São Paulo elaborou um projeto de lei
(PL 368/2005), similar ao Superfund nos EUA, para a criação de um Fundo Estadual para
Prevenção e Remediação de Áreas Contaminadas – FEPRAC, visando financiar inicialmente
as remediações de áreas contaminadas sem responsáveis identificados (FURTADO, 2005);
entretanto esse projeto de lei ainda não foi aprovado e a sua operacionalização ainda está
sendo bastante discutida.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
5
O alto custo e dificuldades tecnológicas associadas à remediação de solos e aqüíferos
contaminados tornaram necessário desenvolver metodologias de avaliação de áreas
degradadas utilizando considerações de análises de risco como ferramenta para tomada de
decisão. Com isso, evita-se a utilização de critérios únicos, tais como os padrões de
potabilidade de água, em locais de pouco risco ao meio ambiente e a população, evitando-se
grandes gastos. Assim os padrões são estabelecidos considerando-se as condições e os riscos
do local contaminado, relacionados à saúde humana e ao meio ambiente.
Devido à tendência crescente do uso dos mananciais de água subterrânea, áreas
densamente povoadas e altos custos envolvidos em remediação de áreas contaminadas; a
avaliação de risco é fundamental para que soluções sejam tomadas com menores custos, mas
sem detrimento da saúde pública. No Brasil, as avaliações de riscos das áreas contaminadas
por vazamentos de combustíveis são realizadas, principalmente, com base na metodologia
ACBR (Ações Corretivas Baseada no Risco), adaptada da metodologia da norma norte
americana ASTM E1739 – 95.
Esta monografia avalia os procedimentos de investigação e avaliação de contaminação
em postos de combustíveis do estado da Bahia, que possui atualmente cerca de 1700 postos
(AGÊNCIA NACIONAL DE PETRÓLEO, 2005). Desde 2002, os postos estão passando
pelo processo de licenciamento e por uma maior fiscalização por parte do órgão ambiental do
estado, tendo sido já identificadas diversas áreas contaminadas por estes estabelecimentos.
Sabe-se que a manutenção adequada da saúde pública passa pelo controle das fontes
para abastecimento de água potável, destaca-se o cuidado para evitar a contaminação dos
solos e águas subterrâneas cujos maiores causadores são os vazamentos e derramamentos de
postos de combustíveis, tema desta monografia. Este trabalho também responde questões
relacionadas à contaminação do solo e águas subterrâneas por postos de combustíveis. Como
ocorre o fenômeno de contaminação? Qual a origem da contaminação? Quais são as
legislações ambientais que regulamentam a atividade dos postos de combustíveis? O que é
avaliação de risco e como é feita? Quais são os riscos envolvidos em uma contaminação por
combustíveis? Quais são as técnicas de remediação mais aplicadas para contaminação por
postos de combustíveis? Como poderia ter sido evitada a contaminação?
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
6
1.1 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral desta monografia é apresentar procedimentos de investigação e
avaliação da contaminação em postos de combustíveis, utilizando o método de análise de
risco ACBR, aplicado ao estudo de caso realizado no estado da Bahia.
1.1.2 Objetivos Específicos
Para alcançar este objetivo geral, o trabalho tem os seguintes objetivos específicos:
a) comparar as legislações do estado da Bahia que disciplinam as atividades dos postos de
combustíveis com referência as legislações de São Paulo;
b) investigar a contaminação em um posto de gasolina na Região Metropolitana de Salvador
– RMS, como estudo de caso;
c) fazer a avaliação de risco do local utilizando a metodologia de Análise de Risco ACBR;
d) sugerir um programa de monitoramento ou recomendações para remediação da área
contaminada.
1.1.3 Estrutura da Monografia
Esta monografia foi elaborada com base em pesquisa bibliográfica executada pelos
autores do trabalho, bem como em resultados oriundos da execução de trabalhos técnicos
relacionados a este assunto, obtidos na atividade profissional dos mesmos.
O texto da monografia é composto de cinco capítulos. O segundo capítulo apresenta
a revisão teórica sobre os assuntos: contaminantes e o fenômeno de contaminação por
combustíveis automotivos, a origem da contaminação em postos de combustíveis e
equipamentos de prevenção, legislações pertinentes, métodos de avaliação de risco (ACBR e
C-Soil) e técnicas de remediação mais utilizadas para postos de combustíveis.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
7
O capítulo três destina-se a Materiais e Métodos. É feita uma análise de risco pela
metodologia ACBR para um caso de contaminação por um posto combustível ocorrido em
Salvador-BA. Neste estudo de caso, primeiro caracteriza-se o cenário de contaminação, com
informações sobre as atividades do posto, equipamentos existentes no local e informações dos
arredores; depois são descritas todas as atividades de atendimento emergencial, investigação
e análise de risco seguindo a metodologia ACBR utilizada pela CETESB para atendimento
deste tipo de ocorrência no estado de São Paulo.
No capítulo quatro, relativo a Resultados e Discussões, são apresentados alguns
aspectos relevantes identificados na aplicação da análise de risco ACBR realizada para o
estudo de caso.
As Conclusões e Recomendações são apresentadas no capítulo cinco, nas quais se
destacam algumas observações e oportunidades de melhorias identificadas na aplicação da
análise de risco ACBR e na Norma Técnica do CRA NT 002/2006, recém publicada no
Estado da Bahia.
2 REVISÃO TEÓRICA
2.1 CONTAMINAÇÃO DE SOLO E ÁGUA SUBTERRÂNEA POR COMBUSTÍVEIS
AUTOMOTIVOS
De acordo com as estatísticas da CETESB, entre o período de 1984 até novembro de
2006 (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006), nas
ocorrências de vazamentos de tanques em postos de combustíveis no estado de São Paulo, os
produtos mais identificados nestes acidentes são a gasolina e o óleo diesel, com percentuais de
71,1% e 18,6%, respectivamente.
Um vazamento de gasolina ou óleo diesel se assemelha ao comportamento de um
contaminante não miscível a água, também chamado de NAPL (Non Aqueous Phase Liquids
– Fase Líquida Não Aquosa).
Por serem menos denso que a água (light), ambos seguem o comportamento do
LNAPL, geralmente caracterizada por duas regiões na subsuperfície, a área da fonte (LNAPL
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
8
puro) e uma pluma de contaminação, na qual os contaminantes orgânicos hidrofóbicos
(COHs) vão se espalhar na franja capilar da zona saturada, enquanto a fração dissolvida é
transportada com o fluxo da água subterrânea.
Após o derramamento de um NAPL na superfície do terreno, o líquido migra para
baixo através da zona não saturada do subsolo. Há então, a formação de gânglios do líquido,
que ficam retidos nos poros do solo, criando uma fase denominada residual. No caso dos
LNAPLs, o líquido se deposita no topo da franja capilar. Em presença dos NAPLs com
densidade maior que a da água (Dense Non Aqueous Phase Liquids - DNAPLs), o líquido
continua a migrar para baixo através da zona saturada, até toda a sua massa ser distribuída
como fase residual ou até encontrar uma camada impermeável, formando uma fase livre.
A concentração dos contaminantes orgânicos na subsuperfície pode ser afetada por
vários processos. Normalmente esses processos incluem: a infiltração do NAPL na zona
insaturada da subsuperfície pelas forças gravitacional e de capilaridade, migração no topo da
franja capilar e expansão do NAPL no lençol freático (pluma de contaminação), dissolução do
NAPL na água, transporte com a água subterrânea em direção a juzante, bem como perdas por
vaporização, sorção e biodegradação (como pode ser visto na figura 2.1) (POWERS et al.,
2001 apud KAIPPER, 2003, p.28)
Figura 2.1: Processos de Transporte do NAPL na Subsuperfície
Fonte: POWERS et al., 2001 apud KAIPPER
Infiltração através da zona insaturada
Expansão no lençol freático
Dissolução de espécies químicas para água subterrânea (zona saturada)
Co-solvênciaLimitações taxa transporte água/NAPL
Avecção e Dispersão comSorção e Biodegradação
Volatilização
SASC
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
9
Ressalta-se ainda que a distribuição dos contaminantes dos combustíveis não se
restringe apenas ao solo e a água subterrânea, existem outros processos de transporte, ou seja
da distribuição da contaminação. Os contaminantes podem ser adsorvidos pelo solo,
dissolverem-se na água, podem ser transferidos do solo para água, volatilizarem do solo ou
água para o ar ou podem ser sorvidos do solo por plantas e outros vegetais. Um composto
também pode sofrer degradação foto ou microbiológica. A tendência de um composto se
mover será definido pelas suas propriedades físico-químicas (densidade, solubilidade em
água, coeficientes de partição octanol/água - Kow, coeficientes de partição carbono
orgânico/água - Koc, pressão de vapor e constante de Henry), as quais irão interferir no
transporte e destino do mesmo (JERNIGAN et al., 1990 apud KAIPPER, 2003, p.28).
Os vários processos de transporte dos contaminantes também determinam diferentes
rotas de exposição aos seres vivos, pois a contaminação humana pode ocorrer não somente
através da ingestão direta da água e contato com a pele durante o banho, mas também por
inalação do vapor que migraram por entre os poros do solo, por exemplo.
Óleo diesel e gasolina são combustíveis produzidos a partir do petróleo pelo processo
de craqueamento ou destilação do óleo cru que separa as diversas frações de acordo com as
aplicações definidas para as mesmas. Quanto ao petróleo, é uma mistura complexa de
hidrocarbonetos gerados ao longo de milhões de anos (15 a 500 milhões de anos) da
decomposição da matéria orgânica de plantas aquáticas e animais pré-históricos. A
composição do petróleo pode variar dependendo da fonte e do histórico geológico de cada
jazida. Estão presentes, no petróleo, diversas classes de hidrocarbonetos como os alcanos,
alcenos, alcinos, cicloalcanos (comumente chamados de naftenos), aromáticos, etc.
O óleo diesel é formado por um mistura de destilados intermediários do óleo cru do
petróleo, com hidrocarbonetos variando de C8 a C30, sendo composto de aproximadamente
40% de n-alcanos, 40% de iso e cicloalcanos, 20% de hidrocarbonetos aromáticos e menores
porcentagens de enxofre, nitrogênio e compostos oxigenados. No entanto, a composição de
um óleo diesel específico dependerá da fonte do petróleo e dos métodos utilizados para
produzi-lo (processos de destilação e outros). No diesel também poderão ser adicionados
vários tipos de aditivos (inibidores de corrosão, surfactantes e aditivos para melhorar a
estabilidade e ignição) (LEE et al., 1992 apud KAIPPER, 2003, p. 11).
Na investigação de contaminação por óleo diesel, para presença de hidrocarbonetos
totais de petróleo (HTP) são analisadas amostras de água subterrânea e solo. Neste grupo
existe um subgrupo de hidrocarbonetos com característica mais tóxica e que demanda uma
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
10
maior preocupação, denominado de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), do qual
fazem parte os seguintes compostos: naftaleno, acenaftileno, acenafteno, fluoreno, fenantreno,
antraceno, fluoranteno, pireno, benzo(a)antraceno, criseno, benzo(b)fluoranteno,
benzo(k)fluoranteno, benzo(a)pireno, dibenzo(a,h)antraceno, benzo(g,h,i)perileno e
indeno(1,2,3-cd)pireno. A maior presença de HPAs nas amostras de água subterrânea e solo
pode caracterizar uma maior toxicidade da contaminação. Sabe-se que os HPAs e seus
derivados estão associados ao aumento da incidência de câncer no homem (Netto et al., 2000).
Nos EUA, a EPA estabeleceu a inclusão destes 16 HPAs na lista dos contaminantes orgânicos
prioritários, motivado pelo alto grau de toxicidade, potencial carcinogênico e mutagênico e ao
fato de serem resistentes à biodegradação (GABARDO et al., 1995; FRAN LAI et al., 1995;
BOUZIGUE et al., 1999; MANOLE et al.,1999 apud KAIPPER, 2003, p.12)
Quanto à gasolina é constituída basicamente por hidrocarbonetos com número de
carbonos que variam de 4 a 8, podendo chegar até 12 carbonos. Estes hidrocarbonetos são, em
geral, mais "leves" do que aqueles que compõem o óleo diesel, pois são formados por
moléculas de menor cadeia carbônica; eles têm estruturas moleculares diversas e podem estar
classificados em grupos de acordo com os tipos de cadeias carbônicas: n-parafinas,
isoparafinas, naftênicos, olefínicos e aromáticos. A composição molar da gasolina está
apresentada na tabela 2.1.
Tabela 2.1: Composição Molar da Gasolina por Tipo de Grupo e Nº de Carbonos
Nº de
Carbonos n-Parafinas
Isoparafinas
Naftênicos
Olefínicos
Aromáticos
Percentual
por igual nº
de carbono
C4 1,94 - - - - 1,94
C5 1,61 3,60 0,29 0,05 - 5,55
C6 0,27 2,00 0,21 0,04 0,04 2,56
C7 0,05 1,74 0,14 - 50,90 52,80
C8 6,41 27,60 2,29 - 0,08 36,40
C9 - 0,40 - - - 0,40
C10 - 0,01 0,02 - 0,02 0,052
C11 - 0,01 - - - 0,01
Percentual
por Grupo 10,28 35,40 2,95 0,09 51,04 -
Fonte: CATALUÑA; SILVA, 2005.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
11
A formulação da gasolina pode demandar a utilização de diversas correntes nobres
oriundas do processamento do petróleo como nafta leve (produto obtido a partir da destilação
direta do petróleo), nafta craqueada que é obtida a partir da quebra de moléculas de
hidrocarbonetos mais pesados (gasóleos), nafta reformada (obtida de um processo que
aumenta a quantidade de substâncias aromáticas), nafta alquilada (de um processo que produz
iso-parafinas de alta octanagem a partir de iso-butanos e olefinas), etc.
Os maiores problemas relacionados com a contaminação por gasolina são atribuídos à
presença dos hidrocarbonetos monoaromáticos denominados BTEX (benzeno, tolueno,
etilbenzeno e xilenos), constituintes da gasolina mais solúveis em água e com maior potencial
de migração na água subterrânea, contribuindo para expansão da pluma de contaminação.
Estes contaminantes também são considerados substâncias perigosas por serem depressantes
do sistema nervoso central e podem causar leucemia (CORSEUIL; MARINS, 1997, p. 2). Dos
BTEX, o benzeno é considerado o mais tóxico e o mais solúvel em água. O padrão de
potabilidade do benzeno, tolueno, etilbenzeno e xileno, listados na tabela de Padrão de
Aceitação para Consumo Humano da Portaria 518 de 2004 do Ministério da Saúde, são os
respectivos valores máximos permitidos: 5 µg/l, 0,17 mg/L, 0,2 mg/L e 0,3 mg/L.
Outro fator importante que deve ser considerado na avaliação da contaminação por
gasolina é que este combustível é comercializado, na maioria dos estados brasileiros, através
de uma mistura de 80 % de gasolina e 20% álcool etílico anidro combustível (AEAC), ou o
etanol anidro (conforme disposto na Resolução do Conselho Interministerial do Açúcar e do
Álcool (CIMA), n.º 35, de 22 de fevereiro de 2006). Estudos revelaram que o etanol presente
na gasolina comercial brasileira aumenta a solubilização dos hidrocarbonetos de petróleo na
água através do efeito de co-solvência, ou seja, as plumas de compostos BTEX poderão ter
maiores concentrações em derramamentos de gasolina misturada com etanol do que em
derramamentos de gasolina pura. (KAIPPER, 2003, p. 34). Análises experimentais realizadas
em laboratório revelaram que o aumento da massa total de BTEX atingiu aproximadamente
30%, para uma fração de etanol na fase aquosa de 10%. Este efeito foi mais significativo para
os xilenos que são os compostos menos solúveis dentre os BTEX. Como o efeito de co-
solvência é maior para os constituintes da gasolina mais hidrofóbicos (COH- Compostos
Orgânicos Hidrofóbicos), é provável também que altas concentrações de etanol na água do
aqüífero facilitem uma maior solubilização de hidrocarbonetos policíclicos aromáticos - HPA,
que, conforme já apresentado são altamente nocivos à saúde humana (FERNANDES;
CORSEUIL, 1999).
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2007 Monografia I
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Outro produto adicionado à gasolina brasileira é o MTBE (éter metílico terc-butílico),
mas neste caso quase que exclusivamente no estado do Rio Grande do Sul, utilizado como
substituto do etanol. Embora não tenha o efeito de co-solvência do álcool, não aumentando a
solubilidade dos hidrocarbonetos de petróleo na água, o MTBE tem outros efeitos danosos
como causar odor e sabor à água, mesmo em baixas concentrações (100 µg/L); resistência à
degradação biológica; suspeitas de ser um agente potencialmente cancerígeno aos seres
humanos; além de causar dor de cabeça, náuseas, dificuldade de respiração, irritação nasal e
nos olhos, desorientação e erupções na pele. Atualmente existe um movimento internacional
contra o uso do MTBE na gasolina; o estado da Califórnia proibiu a utilização em 1999 e
depois a EPA recomendou a eliminação do uso deste produto em todo os EUA.
Além de todo o risco à saúde humana, a adição de agentes oxidantes (álcool e MTBE,
dentre outros) também influencia na composição da gasolina e consequentemente no
comportamento dos seus constituintes no aqüífero e no solo.
2.2 CONTAMINAÇÃO NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS E EQUIPAMENTOS DE
PREVENÇÃO
A contaminação de solos e águas subterrâneas causada pelos postos de serviço é, na
grande maioria dos casos, provocada por vazamentos em tanques e tubulações subterrâneas ou
constantes e sucessivos extravasamentos junto às bombas e bocais de enchimento. De acordo
com um estudo realizado pela CETESB, das causas dos acidentes nos postos de combustíveis
em São Paulo, entre o período de 1984 até novembro de 2006, verificaram-se as porcentagens
apresentadas na tabela 2.2:
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2007 Monografia I
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Tabela 2.2: Causa dos Acidentes em Postos de Combustíveis
Causas %
Tanque 31,5
Passivo Ambiental 17,7
Tubulação 16,3
Extravasamento 8,1
Descarte 5,4
Outros 5,4
Desativado 4,6
Tubulação e Tanque 4,0
Bomba 3,0
Não identificada 2,1
Caixa separadora 1,8 Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)
Geralmente os acidentes são percebidos somente após o afloramento do produto em
galerias de esgoto, redes de drenagem de águas pluviais, no subsolo de edifícios, em túneis,
escavações e poços de abastecimento d'água.
Os vazamentos em tanques de armazenamento de combustíveis que apresentou o
maior percentual (31,5%) são gerados principalmente por corrosão nos pontos de solda das
chapas causadas por agentes do subsolo (acidez, salinidade, correntes elétricas, umidade,
flutuação do lençol freático, concentração de oxigênio no solo, etc). Estatísticas norte-
americanas recentes indicam que 91% dos tanques subterrâneos sofrem corrosão a partir do
seu exterior, enquanto que, apenas 9% deles sofrem corrosão a partir da parte interna. A
corrosão a partir da parte interna dos tanques subterrâneos está normalmente relacionada aos
componentes do produto comercializado, como é o caso do óleo diesel com altos teores de
enxofre, que facilita a degradação das chapas metálicas, sendo que a oxidação tenderá a ser
mais intensa na parte vazia dos tanques, pela presença de oxigênio.
A corrosão nada mais é do que a reversão natural dos metais para sua condição mais
estável, como são originalmente encontrados na natureza, isto é, sob a forma de mineral; o
metal deixa seu estado metaestável e retorna espontaneamente a sua forma combinada
(oxidada). A maior ou menor durabilidade do tanque à corrosão depende também das
proteções aplicadas a sua chapa metálica (exemplo de proteções: parede dupla de aço-
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2007 Monografia I
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carbono, revestimento externo reforçado, parede dupla com externa não-metálica, proteção
catódica, etc.).
Os tanques de parede dupla, sendo a parede externa não-metálica, são denominados
tanques jaquetados e apresentam um grande avanço no controle de vazamentos. Esses tanques
são construídos com duas paredes e com um sensor especial instalado no espaço intersticial
com pressão negativa. Este sensor será acionado pela alteração da pressão interna, provocada,
tanto pela entrada de ar ou da água do lençol freático por falta de estanqueidade da parede
externa; como pela entrada do produto por falta de estanqueidade da parede interna.
A maioria desses tanques jaquetados é construída com dois materiais distintos, sendo
que a parede interna, a exemplo do modelo convencional, é construída com aço-carbono,
enquanto a parede externa é construída com uma resina termofixa, não sujeita à corrosão, a
qual fica em contato direto com o solo. Alguns outros modelos de tanques possuem as duas
paredes fabricadas com resina.
Esses tanques novos possuem grandes câmaras de calçada, as quais possibilitam o
acesso à boca de visita e a visualização das suas tubulações. Qualquer vazamento ocorrido
nessas tubulações será contido no interior da câmara, podendo ser facilmente identificado.
Infelizmente, os tanques ainda utilizados hoje, foram instalados há vinte anos atrás e não
possuem estas proteções, por isso estão sendo trocados por outros mais resistentes. Ressalta-
se que os pontos de vazamentos não são exclusivamente dos tanques, mas tubulações e
conexões que também sofrem o efeito da corrosão ou rupturas por torções.
Normalmente os vazamentos em tanques combustíveis não são grandes, mas pequenas
infiltrações (de 2 a 3 litros por dia) que com dez, quinze anos de operação acabam
contaminando o subsolo, águas subterrâneas e superficiais, atingindo outras áreas fora do
limite do posto. Por isso, existe uma grande dificuldade em detectar estes pequenos
vazamentos, eles passam despercebidos pelos administradores dos postos, que só tomam
providências quando há uma perda significativa de combustível. Estas pequenas perdas são
consideradas por estes administradores como resultantes do processo de colocação do
combustível nos tanques dos veículos e dos níveis normais de evaporação. A ausência de
sensores capazes de detectar vazamentos reduz a sensibilidade de controle das perdas de
combustíveis.
Além da corrosão em tanques e tubulações existem outros aspectos que têm igual
importância como fontes de derramamentos ou vazamentos de combustíveis, por exemplo,
alguns aspectos construtivos do posto podem propiciar rotas de migração dos combustíveis. A
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2007 Monografia I
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CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)
destaca os mais significativos:
a) as trincas ou afundamentos existentes no piso das pistas de abastecimento do posto,
reflexos do esforço mecânico imposto pela circulação de veículos no local,
principalmente, veículos pesados (caminhões e carretas). Nestas condições, as tubulações
e tanques subterrâneos estão sujeitos aos efeitos da vibração e da movimentação do solo,
podendo gerar rupturas, principalmente nas conexões.
b) não pavimentação da pista de abastecimento ou construção com blocos de concreto,
asfalto ou paralelepípedos, os quais permitem que, durante as operações de
descarregamento ou de abastecimento dos produtos, qualquer vazamento superficial de
combustível, se infiltre no solo.
c) a ausência de canaleta ou canaleta direcionada para via pública e não para um separador
água e óleo. Desta forma, os produtos extravasados acumulam-se nas calçadas e sarjetas,
atingindo as galerias de águas pluviais ou de esgotos, gerando atmosferas inflamáveis em
seu interior.
d) falta de estanqueidade das bombas de abastecimento. Neste caso é recomendável a
utilização de câmara de contenção impermeável que impede o contato direto do produto
vazado com o solo.
e) instalação com tubulações metálicas galvanizadas convencionais que são mais
susceptíveis a vazamentos, pois são mais sujeitas à fragilização por esforço mecânico.
f) câmara de calçada da boca de descarga de combustível não impermeabilizada e sem área
de contenção para caso de eventuais extravasamentos no descarregamento de combustível,
sendo comum observar a presença de combustível acumulado nas bocas de descarga ou a
presença de solo impregnado com o produto ao redor das mesmas.
g) manutenções das válvulas extratoras (conhecidas também como válvulas de pé) que ao
serem reinstaladas inadequadamente podem gerar vazamentos, os quais são visualmente
detectados pela presença de produto impregnado na parte superior da válvula de
abastecimento ou impregnado no solo, ao redor e no interior da câmara de calçada.
h) extravasamento nos respiros durante as operações de descarga do produto, devido ao
excessivo enchimento dos tanques.
i) vazamentos através das conexões e tubulações do sistema de filtragem de óleo diesel. Os
vazamentos podem ser visualmente detectados através da impregnação externa do
equipamento, das suas tubulações expostas e do piso ao seu redor.
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j) as caixas separadoras de água e óleo estão sujeitas à ocorrência de trincas em sua estrutura
ou mesmo ao extravasamento por excessivo acúmulo de resíduos.
Outros fatores importantes que contribuem para a contaminação são os aspectos
operacionais, alguns deles relacionados à falta de treinamento ou imprudência no serviço.
Segundo a CETESB, dentre esses se destacam:
a) o controle de estoque através do método manual (considerado muito rudimentar), que
utiliza uma régua de medição, cuja confiabilidade não é total, pois existe a possibilidade de
que as pequenas variações no volume do produto estocado não sejam detectadas ou sejam
consideradas como perdas aceitáveis associadas à evaporação do produto.
b) vazamentos durante a operação de abastecimento dos veículos. Dentre as principais causas,
destacam-se as falhas operacionais no acionamento do sistema automático de bloqueio do
fluxo dos bicos de abastecimento e a movimentação do veículo durante o abastecimento.
c) vazamento durante a operação de descarregamento de combustível próximo aos bocais de
descarga, provocados pelo transbordamento do tanque ou pelo derramamento do produto
ainda presente na tubulação de descarga do caminhão-tanque, ao final da operação.
Em razão deste grande número de fatores que podem gerar contaminações ambientais,
as agências reguladoras estão sendo mais rigorosas, atualmente, com relação às instalações e
os equipamentos utilizados na operação de um posto de combustível. Tanto em postos novos
ou reformados, existem várias proteções que estão sendo solicitadas através de normas
regulamentadas pelos órgãos ambientais estaduais. O CRA, em sua Norma Técnica NT-
002/2006, define que o posto que possua tanque subterrâneo deverá atender a norma brasileira
NBR 13786 da ABNT (Posto de Serviço – Seleção dos Equipamentos para Sistemas para
Instalações Subterrâneas de Combustíveis). Já a CETESB, tem procedimento próprio para
licenciamento de postos o qual estabelece exigências técnicas para as novas instalações de
tanques subterrâneos, chamados Sistemas de Armazenamento Subterrâneo de Combustível -
SASC. Algumas exigências para os SASC são:
a) tubo de descarga com câmara de calçada impermeável e estanque para contenção de
derramamentos;
b) descarga selada (bocal adaptador para descarga selada);
c) válvula anti-transbordamento, instalada no tubo de descarga do tanque;
d) tanque de parede dupla com monitoramento intersticial ligado a sistema de monitoramento
contínuo, construídos de acordo com a norma NBR 13785;
e) câmara de acesso à boca de visita do tanque, estanque e impermeável;
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f) unidades de abastecimento (bomba) com câmara de contenção estanque e impermeável
com sensor de detecção de líquidos ligado a sistema de monitoramento contínuo;
g) unidades de abastecimento (bomba) com válvula de retenção junto à bomba (check valve);
h) eliminação da válvula de pé;
i) válvula de segurança ou sentinela para as unidades de abastecimento que trabalham sob
pressão positiva;
j) tubulações subterrâneas flexíveis e não metálicas atendendo as especificações previstas na
norma NBR 14722;
k) equipamentos de proteção para sistema de filtragem de diesel;
l) cada tanque ou compartimento deve possuir tubulação de respiro independente.
m) pista de abastecimento coberta;
n) piso da pista de abastecimento em concreto armado com sistema de drenagem;
o) piso da área de descarga em concreto armado e com sistema de drenagem direcionado
para sistema de tratamento de efluentes;
p) sistema de drenagem e sistema de tratamento de efluentes constituído de caixa de areia e
separador água-óleo com placas coalescentes para efluentes gerados na pista de
abastecimento.
O Procedimento para Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas de
Combustíveis da CETESB vai além das exigências técnicas citadas acima, mas define uma
série de critérios necessários para construção, instalação e operação de postos de
combustíveis, importantes para prevenir e detectar possíveis vazamentos de combustíveis.
2.3 LEGISLAÇÕES FEDERAIS, ESTADUAIS, MUNICIPAIS E NORMAS TÉCNICAS
RELACIONADAS AO FUNCIONAMENTO DE POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
A Lei Federal nº6938/81, regulamentada pelo Decreto Federal nº 99274/90, dispõe-se
sobre a Política Nacional de Meio Ambiente e menciona que as atividades de armazenamento
de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo, geração de resíduos e emissões
atmosféricas são atividades potencialmente poluidoras.
O exercício da atividade do comércio varejista de combustíveis é regulamentada
através da Lei 9478/97, chamada Lei do Petróleo. Essa lei estabelece como função da Agência
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Nacional de Petróleo (ANP) – órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia – a
regulação, contratação e fiscalização do setor, incentivando a livre concorrência e o
desenvolvimento nacional, com responsabilidade pela preservação do interesse público e do
meio ambiente. Além desta lei existem a Portaria nº 9/97 do Ministério de Minas e Energia e
as Portarias nº 116/00 e nº 32/01 da ANP que regulamentam o exercício desta atividade;
enquanto a Resolução Conama nº 237/90 regulamenta os critérios para utilização do sistema
de licenciamento como instrumento de gestão ambiental e define que as atividades de
comércio varejista de combustíveis estão sujeitas ao licenciamento ambiental.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) começou a elaborar normas
técnicas voltadas para o armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis, seus
equipamentos e acessórios de tanques combustíveis, em 1992, e, a partir de 1997, passou a
publicar as primeiras normas para disciplinar as atividades de postos e sistemas retalhistas de
combustíveis, por meio da Comissão de Estudos para Líquidos Inflamáveis e Combustíveis.
Essas normas tratam da construção, instalação e sistemas de proteção de tanques aéreos e
subterrâneos, detecção de vazamentos em SASC, poço de monitoramento para detecção de
vazamento, controle de estoque e remoção e destinação de tanques subterrâneos usados,
dentre outras. Elas tomaram como referência as normas internacionais, especificamente a
norte-americana.
Desde que a ABNT publicou estas normas, as instalações de tanques e acessórios em
postos de combustíveis melhoraram bastante (GOUVEIA, 2004, p. 38), pois os equipamentos
tornaram-se mais seguros, através de adoção de materiais mais adequados, de melhor
tecnologia e com características mais rígidas de construção, como por exemplo, o controle de
rastreabilidade do material usado na confecção dos tanques.
Na tabela 2.3 são apresentadas as normas em vigor que abragem os postos de
combustíveis.
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Tabela 2.3: Normas Técnicas para Postos de Combustíveis
N° Número Título 1 NBR 13212:2004 Posto de serviço – Construção de tanque atmosférico subterrâneo em
resina termofixa reforçada com fibras de vidro, de parede simples ou dupla
2 NBR 13312:2003 Posto de serviço - Construção de tanque atmosférico subterrâneo em aço-carbono
3 NBR 13781:2001 Posto de serviço - Manuseio e instalação de tanque subterrâneo de combustíveis
4 NBR 13782:2001 Posto de serviço - Sistemas de proteção externa para tanque atmosférico subterrâneo em aço-carbono
5 NBR 13783:2005 Posto de serviço - Instalação do sistema de armazenamento subterrâneo de combustíveis – SASC
6 NBR 13784:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Seleção de métodos para detecção de vazamentos e ensaios de estanqueidade em sistemas de abastecimento subterrâneo de combustíveis (SASC)
7 NBR 13785:2003 Posto de serviço - Construção de tanque atmosférico de parede dupla, jaquetado
8 NBR 13786:2005 Posto de serviço - Seleção dos equipamentos para sistemas para instalações subterrâneas de combustíveis
9 NBR 13787:1997 Controle de estoque dos sistemas de armazenamento subterrâneo de combustíveis (SASC) nos postos de serviço
10 NBR 13895:200 Construção de Poços de Monitoramento e Amostragem - Procedimentos 11 NBR 14605:2000 Sistema de drenagem oleosa 12 NBR 14606:2000 Entrada em espaço confinado 13 NBR 14639:2001 Instalações elétricas 14 NBR 14722:2001 Tubulação não metálica 15 NBR 14867:2002 Tubos metálicos flexíveis 16 NBR 14973:2004 Remoção e destinação de tanques subterrâneos usados 17 NBR 15005:2003 Válvula antitransbordamento 18 NBR 15015:2006 Válvulas de esfera flutuante 19 NBR 15072:2004 Construção de tanque atmosférico subterrâneo ou aéreo em aço-carbono
ou resina termofixa reforçada com fibra de vidro para óleo usado 20 NBR 15118:2004 Câmaras de contenção construídas em polietileno 21 NBR 15138:2004 Armazenagem de combustível - Dispositivo para descarga selada 22 NBR 15139:2004 Armazenagem de combustível - Válvula de retenção instalada em linhas
de sucção 23 NBR 15205:2005 Armazenamento de combustível – Revestimento interno de tanque
instalado, com a criação de parede dupla e espaço intersticial 24 NBR 15288:2005 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis — Posto
revendedor veicular (serviços) — Plano de atendimento a emergências (PAE)
25 NBR 15427:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Válvula de segurança da mangueira
26 NBR 15428:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Manutenção de unidade de abastecimento
27 NBR 17505-1:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 1: Disposições gerais
28 NBR 17505-2:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 2: Armazenamento em tanque e em vasos
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29 NBR 17505-3:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 3: Sistemas de tubulações
30 NBR 17505-4:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 4: Armazenamento em recipientes e em tanques portáveis
31 NBR 17505-5:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 5: Operações
32 NBR 17505-6:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 6: Instalações e equipamentos elétricos
33 NBR 17505-7:2006 Armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis - Parte 7: Proteção contra incêndio para parques de armazenamento com tanques estacionários
Fontes: Associação Brasileira de Indústria de Equipamentos para Postos de Serviço –
ABIEPS e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2006)
Em 2000 foi publicada a Resolução Conama nº 273/00, determinando que o
licenciamento dos postos e sistemas retalhistas passe a ser obrigatório. O não cumprimento
desta resolução sujeita os proprietários, arrendatários ou responsáveis pelo estabelecimento,
ou pelos equipamentos, à penalidades como, multas, suspensão parcial ou total das atividades
dos postos, cancelamento da licença de funcionamento ou de permissão para continuar
operando, dentre outras medidas.
A Resolução nº 273/00 também estabelece como competência do órgão ambiental
estadual ou municipal a responsabilidade de exigir que os empreendedores das atividades de
postos e sistemas retalhistas de combustíveis obtenham as seguintes licenças ambientais:
a) Licença Prévia-LP: concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo
os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua
implementação;
b) Licença de Instalação-LI: autoriza a instalação do empreendimento com as especificações
constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo medidas de controle
ambiental e demais condicionantes da qual constituem motivo determinante;
c) Licença de Operação-LO: autoriza a operação da atividade, após a verificação do efetivo
cumprimento do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental
e condicionantes determinados para a operação.
As Licenças Prévias e de Instalação poderão ser expedidas concomitantemente, a
critério do órgão ambiental competente.
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Em dezembro de 2002 foi estabelecida a Resolução Conama nº 319/02 dando nova
redação a Resolução Conama nº 273/00, dispondo sobre a prevenção e controle da poluição
em postos de combustíveis. Esta nova resolução dá ênfase aos equipamentos e sistemas
destinados ao armazenamento e distribuição de combustíveis automotivos, assim como a sua
montagem e instalação, determinando que os mesmos devam ser avaliados quanto à sua
conformidade, no âmbito do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade.
No âmbito estadual, as agências ambientais começaram a controlar as atividades de
postos e sistemas retalhistas de combustíveis em períodos distintos e de formas distintas. No
estado do Rio Grande do Sul, por exemplo, desde 1997 o programa de regularização destas
atividades é realizado pelo serviço de emergência ambiental e o serviço de petróleo e
petroquímica. Ressalta-se que, por meio de acordo entre os sindicatos de classes e
distribuidores, o cadastramento exigido pela Resolução Conama nº 273/00 foi dispensado, já
que os postos estão licenciados ou em fase de licenciamento no órgão ambiental do estado
FEPAM (Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luis Roessler 33).
Em São Paulo, A CETESB já exercia ação fiscalizadora e de caráter corretivo
mediante a aplicação de penalidades de advertências e multas desde 1984, com base na Lei
Estadual nº 997, de 31 de maio de 1976, e em seu regulamento aprovado pelo Decreto nº
8468, de setembro de 1976 (GOUVEIA, 2004, p. 35).
Em 2001, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo promulgou a
resolução nº 5/01, que estabeleceu a obrigatoriedade do cadastramento e licenciamento dos
postos e sistemas retalhistas de combustíveis. A partir desta resolução, os postos de
combustíveis do estado de São Paulo passaram a ser mais fiscalizados e por isso foram
identificadas novas fontes de contaminação de solo e águas subterrâneas, sendo atualmente, a
atividade que mais contribui para a contaminação do meio ambiente em São Paulo, conforme
publicado pela própria CETESB em seu site. A tabela 2.4 apresenta a relação de áreas
contaminadas no estado de São Paulo por região e atividade econômica, conforme registro de
maio de 2006.
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Tabela 2.4: Áreas Contaminadas no Estado de São Paulo – Maio de 2006
Região/Atividade Comercial Industrial Resíduos Postos de
combustível
Acidentes
desconhecidos
Total
São Paulo 27 45 20 406 2 500
RMSP – outros 14 73 11 253 4 355
Interior 48 89 23 409 12 581
Litoral 10 32 11 70 1 124
Vale do Paraíba 1 20 0 83 0 104
Total 100 259 65 1.221 19 1.664
Percentual (%) 6 16 4 73 1 100
Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006)
Como pode ser verificado na tabela 2.4, os eventos de contaminação por postos de
combustíveis se destacam em todas as regiões. Segundo a CETESB, a contribuição de 73% do
número total de áreas contaminadas registradas atribuídas aos postos de combustíveis é
resultado do desenvolvimento do programa de licenciamento que se iniciou em 2001 com a
publicação da Resolução CONAMA Nº 273 de 2000. (COMPANHIA DE TECNOLOGIA
DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006).
Em janeiro de 2006, a CETESB promulgou a Decisão da Diretoria nº 010-2006-C,
estabelecendo novos procedimentos para licenciamento de posto e sistemas retalhistas de
combustíveis e outras disposições. O licenciamento de postos passou a ser regulamentado
pelos seguintes anexos e sub-anexos dessa Decisão:
a) Anexo I – Procedimento para Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas Retalhistas
de Combustíveis – Roteiro Único
b) Anexo II – Quadros de Exigências para o Licenciamento Ambiental de Postos e Sistemas
Retalhistas de Combustíveis, contendo 4 sub-anexos;
c) Anexo III – Roteiro de Inspeção de Tanques Aéreos de Armazenamento de Combustíveis
e suas Tubulações
d) Anexo IV – Procedimento para Identificação de Passivos Ambientais em
Estabelecimentos com Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis (SASC),
contendo 3 sub-anexos: tabela para determinação do número de sondagens, procedimento
para avaliação de gases no solo e procedimento para amostragem de água subterrânea;
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2007 Monografia I
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e) Anexo V – Procedimento para Identificação de Passivos Ambientais em Estabelecimentos
com Sistema de Armazenamento Aéreo de Combustíveis (SAAC), contendo um único sub
anexo para amostragem de água subterrânea;
f) Anexo VI – Procedimento para Remoção de Tanques e Desmobilização de Sistema de
Armazenamento e Abastecimento de Combustíveis, contendo um único sub anexo para
avaliação de gases no solo;
g) Anexo VII – Ações Corretivas Baseadas em Risco (ACBR) Aplicadas a Áreas
Contaminadas com Hidrocarbonetos Derivados de Petróleo e Outros Combustíveis
Líquidos – Procedimentos, contendo 3 sub-anexos: tabelas de referência dos Níveis
Aceitáveis Baseados no Risco (NABR), bibliografia consultada, glossário de termos
utilizados no ACBR.
Na Bahia, o licenciamento de postos de combustíveis começou a partir de 28 de Junho
de 2002, através da promulgação da Resolução CEPRAM nº 2986, regulamentada pela Norma
Técnica NT-005/02. Após essa resolução, a fiscalização a estes estabelecimentos aumentou e
desde então, vários postos de combustíveis e depósitos de derivados de petróleo já foram
multados pelo CRA, devido a vários tipos de irregularidades (ausência de licença ambiental,
contaminação do solo e águas subterrâneas, descarte de efluentes líquidos e resíduos sólidos
de forma inadequada, dentre outras). Tomando como referência a planilha de controle de
multas de infração do CRA, disponibilizada no próprio site do órgão (CENTRO DE
RECURSOS AMBIENTAIS, 2006) verifica-se um número significativo de autuações sobre
estes estabelecimentos, conforme quadro abaixo.
Tabela 2.5: Autuações em Postos de Combustíveis na Bahia
Ano Nº de Multas Percentual Entre Todas as Autuações (%)
Valor das Multas
2003 39 14,9
2004 10 5,0
2005 19 7,2
Média de R$ 2.000,00 a R$ 3.000,00
Valor Máximo de R$ 40.000,00
Fonte: CENTRO DE RECURSOS AMBIENTAIS, 2006.
Não foi possível determinar a origem das irregularidades, mas as causadas por
contaminação do solo e águas subterrâneas devem ter uma parcela significativa do total,
devido à idade avançada dos tanques ainda não trocados por novos e o não atendimento as
normas construtivas e de instalação destes equipamentos (NBR-13.312 e NBR-13.788).
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Em 2006, a Norma Técnica NT-005/02 passou por modificações importantes e agora a
legislação que regulamenta este assunto é a Resolução CEPRAM nº 3656, de 25 de agosto de
2006, através da Norma Técnica NT-002/2006. Essa norma ficou mais criteriosa do que a
anterior pela exigência de atendimento a padrões normativos; e maior número de medidas
preventivas para o controle dos impactos relacionados à atividade dos postos de combustíveis.
Outros aspectos apresentados nessa nova norma técnica podem ser destacados como avanço,
como por exemplo:
a) relação de normas da ABNT e legislações relacionadas ao assunto mais completa, com a
inclusão de um tópico exclusivo para as normas de referência e documentos de referência;
b) necessidade de licenciamento para desativação de postos de combustíveis;
c) licenciamento de postos de combustíveis poderá ser realizado pelos municípios;
d) aumento da Capacidade de Armazenamento - CA e a diferenciação entre sistemas de
armazenamento exclusivos para líquidos e para líquido e gases;
e) maior aderência entre as exigências para licenciamento com padrões normativos
existentes, esclarecendo para o empreendedor o padrão que deverá ser seguido.
f) disposições específicas separadas para sistemas com tanques subterrâneos, tanques aéreos
e sistema de abastecimento de gás natural. Observa-se nestas medidas a determinação de
freqüência para execução de testes de estanqueidade e testes hidrostáticos;
g) disposições específicas para o atendimento de emergência ambiental e remediação,
apresentando, na própria norma do CRA, a lista de valores para avaliação da qualidade do
solo e água subterrânea;
h) maior clareza na relação de informações e documentos que devem ser fornecidos ao CRA,
de acordo com o estágio de funcionamento do estabelecimento e ao atendimento a padrões
normativos (1- empreendimentos novos, 2- empreendimentos operando e reformados de
acordo com o padrão estabelecido e 3- empreendimentos operando mas com reformas fora
do padrão estabelecido).
De acordo com esta nova norma do CRA, os postos de combustíveis devem ser
classificados segundo sua capacidade de armazenamento. As instalações classificadas como
de porte MICRO ou PEQUENO serão objeto de Licença Simplificada (LS); as de Porte
MÉDIO, GRANDE ou EXCEPCIONAL serão objeto de Licença de Implantação (LI) e
Licença de Operação (LO). Ficam dispensadas do licenciamento ambiental as instalações
aéreas com capacidade total de armazenamento menor ou igual a 15 m³ (quinze metros
cúbicos), desde que destinadas exclusivamente ao abastecimento do detentor das instalações.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
25
Apesar da NT-002/2006 estabelecer um melhor controle do processo de licenciamento
ambiental e da prevenção dos impactos ambientais relacionados às atividades dos postos de
combustíveis; esta norma não define padrões a serem seguidos para as medidas corretivas
necessárias, em caso de acidentes ambientais tipo vazamentos e derramamentos de
combustíveis. Como por exemplo, é pedido que o empreendedor tome ações cabíveis
imediatas para controle de situações de emergência, mas não se estabelecem quais e nem que
norma de referência poderia ser seguida. O Plano de Atendimento de Emergência pede que
atenda a NR 23 do MTR, mas esta norma regulamentadora está relacionada apenas a proteção
contra incêndios, não estabelece os requisitos para combater os vazamentos e derramamentos
de combustíveis. Como eliminar de imediato o vazamento ou transbordamento do produto?
Como retirar ou coletar o produto que vazou? Como esvaziar um tanque que está sob suspeita
de vazamento? Como medir e eliminar os riscos de explosividade em ambientes fechados? É
necessário definir os requisitos mínimos para que o empreendedor possa ter uma equipe
capacitada e possa atuar adequadamente em todos os tipos de emergências. É necessário
definir padrões mínimos de: nº de pessoas da equipe de atendimento de emergência, EPIs,
ferramentas e equipamentos de monitoramento necessários, treinamentos, dentre outros.
Atualmente a definição das ações corretivas para vazamentos e derramamentos está a cargo
apenas do empreendedor, o CRA fica apenas responsável em aprovar ou não. A NT -
002/2006 poderia ter estabelecido que o Plano de Atendimento a Emergência seguisse uma
norma mais abrangente, não restrita a incêndios e explosões e que atendesse a realidade dos
postos de abastecimento.
Uma questão importante que também deve ser ressaltada é que atualmente o CRA não
realiza atendimento emergencial em postos de combustíveis (GOUVEIA, 2004, p. 9), ou seja,
o órgão não dispõe de uma equipe especializada e preparada que possa apoiar e orientar no
local, os atendimentos aos casos de emergências. Em caso de acidentes, apenas o corpo de
bombeiros e a defesa civil irão atuar para ajudar na solução do problema.
Em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro, os atendimentos as
emergências relacionadas a vazamentos e derramamentos de combustíveis de postos de
serviços também são realizados pelos bombeiros e defesa civil, mas contam com o apoio de
equipe de emergências do órgão ambiental (GOUVEIA, 2004, p. 9). A Bahia é o sétimo
estado do Brasil em número de postos de combustíveis (1246 postos em 2002, segundo a
ANP), e é o maior em número de postos no norte-nordeste. Portanto, em áreas metropolitanas
como Salvador, com cerca de duzentos postos revendedores (SINDICATO DE
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2007 Monografia I
26
REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS, 2006), o órgão ambiental deveria ter uma equipe
para pronto atendimento a emergências ambientais. No momento, faltam legislações que
propiciem a criação e participação desta equipe especializada, pois é no órgão ambiental que
estão as informações e o conhecimento que ajudariam a extinguir o problema.
No município de Salvador, para que um posto de combustível, ou qualquer outro
estabelecimento comercial, seja instalado, é necessário atender as disposições dos seguintes
instrumentos legais, conforme apresentado na tabela 2.6:
Tabela 2.6: Legislações Municipais Relacionadas à Instalação de Posto de Combustíveis em Salvador
INSTRUMENTOS LEGAIS DESCRIÇÃO
Lei 3377/84 - Lei do Ordenamento
do Uso e da Ocupação do Solo
Lei 3.903/88 - Código de Obras
Estas leis estabelecem aspectos construtivos que devem ser
obedecidos para que o empreendimento obtenha o Alvará de
Construção e depois o Alvará de Funcionamento
Decreto nº 13.131/01 Complementa as leis nº 3377 e nº 3903 e determina através do
artigo 3 que fossem atendidas as regulamentações: Portarias da
ANP nº 116/00 e nº 32/01, a Norma Técnica NBR12.236/1994,
Resolução Conama nº 273/00, Portarias do INMETRO nº 75/96
e nº 32/97
No artigo 4 do Decreto nº 13.131, é estabelecido que a cada três anos, o posto de
combustível deverá requerer a vistoria da Superintendência de Controle e Ordenamento do
Solo do Município – SUCOM, objetivando verificar o atendimento às questões de segurança
do estabelecimento (SUPERINTENDÊNCIA DE CONTROLE E ORDENAMENTO DO
USO DO SOLO DO MUNICÍPIO DE SALVADOR, 2006). Para que seja feita a vistoria, o
posto deverá apresentar os certificados do corpo de bombeiros, órgão ambiental, ANP e
INMETRO. Este Decreto alinhou a legislação municipal às principais regulamentações
federais e estaduais relacionadas à atividade dos postos de combustíveis, entretanto, faltam
legislações municipais específicas que melhor regulamentem este assunto. Esta demanda
poderá ser suprida futuramente pela Superintendência do Meio Ambiente – SMA do
município, criada em 28 de dezembro de 2004, que tem como uma de suas competências o
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2007 Monografia I
27
licenciamento ambiental (SUPERINTENDÊNCIA DE MEIO AMBIENTE DO MUNICÍPIO
DE SALVADOR, 2006).
2.4 METODOLOGIAS DE AVALIAÇÃO DE RISCO RBCA (ASTM E 1739 – 95) E ACBR
(CETESB 10/2006/C)
A forma tradicional de se fazer o gerenciamento de áreas contaminadas é baseado no
perigo que a contaminação representa, sendo direcionado para que a massa de contaminantes
presentes no local seja reduzida a níveis naturais (chamado background) ou atinja os valores
de referência conservativos estabelecidos por agências reguladoras. Esta abordagem tem
como foco à “limpeza total” dos locais, a níveis que permitam sua re-utilização, independente
do fim a que se destinam. A experiência ao longo do tempo demonstrou que tal sistemática
não é eficaz na utilização de recursos, tanto humano quanto financeiro e tecnológico, pois
freqüentemente o benefício final não é proporcional à quantidade de esforços, e os riscos de
exposição aos contaminantes não são suficientemente minimizados.
Visando um melhor aproveitamento dos recursos disponíveis, foi desenvolvida uma
abordagem para o gerenciamento de áreas contaminadas, não mais baseada no perigo, mas
sim no risco que este perigo representa. Esta filosofia foi inicialmente desenvolvida pela
agência ambiental americana Environmental Protection Agency - EPA e posteriormente
homologada pela American Society for Testing and Materials - ASTM, e vem sendo utilizada
cada vez mais pelos órgãos ambientais e pela indústria do mundo inteiro para a identificação e
diagnóstico de áreas contaminadas e determinação da necessidade de ações corretivas.
Uma dessas abordagens de análise de risco é denominada Risk-Based Corrective
Action – RBCA, descrita pela norma norte-americana ASTM E1739 – 95 Standard Guide for
Risk-Based Corrective Action - RBCA Applied at Petroleum Release Sites. O RBCA utiliza
métodos de avaliação de exposição e risco, bem como modelos matemáticos de transporte de
contaminantes. Esta metodologia fornece subsídios técnicos a um processo mais racional de
tomada de decisões relacionadas à alocação de recursos em uma determinada área, definindo
a necessidade e a prioridade de ações corretivas, os graus de remediação aceitáveis em relação
à saúde e ao meio ambiente, e as alternativas tecnológicas aplicáveis a cada caso. Os graus de
remediação são estabelecidos tendo em vista valores-alvo a serem atingidos para as
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2007 Monografia I
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concentrações dos contaminantes de interesse no ambiente impactado. Abaixo do valor-alvo é
considerado que não existem efeitos adversos inaceitáveis aos receptores do determinado
local.
A grande vantagem de uma análise de risco baseia-se no fato de poder avaliar uma
determinada área isoladamente, ou mesmo parte desta área individualmente. Desta forma, é
possível estabelecer medidas de remediação específicas para cada nível de risco identificado.
Através da identificação e quantificação, os riscos, quando considerados não aceitáveis, terão
que ser estabelecidas algum tipo de intervenção para poder reduzir a níveis aceitáveis.
O tipo de intervenção que pode ser direto ou indireto é definido em função das
características da área (residencial, industrial, comercial) ou das exigências das partes
envolvidas (proprietários, órgão ambientais, sociedade em geral). A intervenção direta
significa a aplicação de medidas de remediação para redução dos níveis de contaminantes. Já
a intervenção indireta pode ser a aplicação de mecanismos que impeçam o contato entre os
potenciais receptores e as vias de exposição relevantes, não caracterizando desta forma o
conceito de risco.
O RBCA, por utilizar uma análise direcionada, precisa estabelecer um modelo
conceitual específico para cada local a ser avaliado, de tal forma que permita um
entendimento qualitativo da atual situação da área em questão. Este modelo inicial é
normalmente estabelecido com base nos dados obtidos, após as investigações preliminares de
reconhecimento do site, e por coleta de dados, que devem informar:
a) histórico de uso da área, fontes de contaminação, contaminantes de interesse, extensão do
meio afetado, os potenciais receptores, vias de transporte e exposição;
b) características da área e seu contexto local e regional (informações da geologia,
hidrogeologia, topografia);
c) utilização atual e futura do local.
Conforme mostrado na figura 2.2, o modelo conceitual apresenta uma visão global da
área com base nas informações disponíveis, dentre elas: potenciais fontes de contaminação,
receptores, mecanismos de transporte e vias de exposição.
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2007 Monografia I
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Figura 2.2: Cenário Hipotético de Contaminação
A visualização mostrada na figura 2.2 ajuda a identificar a necessidade de ações
iniciais de controle de perigos potenciais, de determinar as incertezas e apontar a necessidade
de informações adicionais que confirmem ou não as hipóteses assumidas inicialmente. O
modelo conceitual deve ser considerado como uma ferramenta dinâmica, necessária para
aplicação da metodologia RBCA, devendo ser atualizado de acordo com o avanço do
conhecimento do site no decorrer do processo da análise de risco. Desta forma se garantirá
que aspectos fundamentais para a determinação de soluções aceitáveis para o gerenciamento
das áreas contaminadas não sejam esquecidos.
Além do modelo conceitual, a metodologia RBCA utiliza uma abordagem escalonada
em três níveis para a identificação e gerenciamento de riscos. Ressalta-se que em cada nível, é
feita uma avaliação para trabalhar diferentes graus de informação, mas em todos os níveis são
asseguradas premissas que garantam a proteção à saúde, à segurança e ao meio ambiente.
Quanto mais alto o nível da abordagem, maior será o grau de detalhamento necessário
às informações coletadas, assim como mais rigorosos serão os modelos matemáticos
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2007 Monografia I
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aplicados, tornando a definição dos riscos cada vez mais precisa sob as condições específicas
de cada área. Após conclusão de cada nível, poderá ser necessário definir alguma ação de
intervenção (ex.: interdição e isolamento da área, remediação, monitoramento) ou deverá ser
dada continuidade à análise, em níveis mais avançados.
Este procedimento possibilita a otimização de planejamento e de recursos, de acordo
com a especificidade do caso. A análise de risco com a abordagem em níveis é ilustrada na
figura 2.3.
Figura 2.3: Elementos da Análise de Risco em Níveis (ASTM) Fonte: ASTM, 2000.
Visando adaptar a metodologia RBCA às condições específicas locais no Brasil, em
2000, a Câmara Ambiental do Comércio de Derivados de Petróleo desenvolveu um
procedimento chamado de Ações Corretivas Baseadas no Risco (ACBR) para o
gerenciamento da contaminação em postos de serviços, bases de distribuição de combustíveis,
terminais ou em outras áreas, onde sejam manipulados e/ou armazenados compostos
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2007 Monografia I
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derivados de petróleo. Além desta adaptação, o procedimento ACBR teve também como
objetivo, estabelecer tabelas de referência para a análise de nível 1, considerando o risco à
saúde humana e dados específicos para o estado de São Paulo (CÂMARA AMBIENTAL DO
COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO
DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000).
O fluxograma apresentado na figura 2.4 do procedimento ACBR, trás uma visão geral
da metodologia de avaliação de risco:
Figura 2.4: Fluxograma Geral de Abordagem da ACBR Fonte: CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO
ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000.
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2007 Monografia I
32
De acordo com o procedimento da ACBR, a metodologia desenvolve-se da seguinte
forma:
a) Primeira etapa: começa por investigações preliminares com o objetivo de confirmar a
existência de vazamento e/ou contaminação, a existência de risco e elaborar o modelo
conceitual inicial da área. As principais atividades realizadas na investigação preliminar
são:
- Coleta de informações sobre as instalações, as operações realizadas no local, os produtos
manuseados, o histórico de ocorrências e a existência de estudos anteriores;
- Realização de inspeções na área do estabelecimento e nas edificações vizinhas,
principalmente no sistema hidráulico, sanitário e elétrico, de modo a identificar a existência
de indicadores de contaminação (presença de produto e vapores em ralos, pias, caixas de
passagem, caixas de inspeção, etc.);
- Levantamento do uso e ocupação do solo em um raio de 100 metros;
- Identificação dos receptores potenciais (trabalhadores do posto, trabalhadores eventuais,
moradores da vizinhança, etc.) e das vias de exposição existentes na área (ex.: ingestão de
água, contato dermal, inalação, etc.).
Com base na investigação preliminar deve ser desenvolvido um modelo conceitual
visando à identificação dos cenários de exposição atuais e potenciais. Para definição dos
cenários de exposição devem ser obtidas as seguintes informações: meio impactado (ex.: solo,
água, ar) fontes primárias (ex.: tanques subterrâneos) e fontes secundárias de poluição (ex.:
solo contaminado); compostos químicos de interesse (CQI) para a área; mecanismos de
transporte (ex.: volatização, lixiviação, dispersão atmosférica) e dos caminhos de exposição
(ex.: uso de água contaminada de poços de abastecimentos, obras de abertura de piso no local,
serviços de varrição); vias de ingresso (ex.: ingestão de água, contato dermal, inalação,
consumo de vegetais contaminados); receptores atuais e potenciais, dentro e fora da área
impactada.
Vale ressaltar que o modelo conceitual do site deve ser atualizado á medida que sejam
obtidas novas informações relevantes e/ou mais detalhadas sobre a área, ou caso ocorra
alguma modificação relacionada ao uso e ocupação das áreas do entorno à contaminação.
A definição do modelo conceitual de exposição permitirá que a área seja classificada
com base no risco que possa oferecer à saúde humana, à segurança da população, ao
patrimônio e ao meio ambiente. Esta classificação será importante para orientar a
implementação, ou não, de ações emergenciais, destinadas a minimizar os riscos agudos e
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2007 Monografia I
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torná-los aceitáveis, bem como de ações que contenham a expansão dos contaminantes em
todas as fases (produto livre, dissolvido ou na forma de vapor). A tabela 2.7 apresenta um
exemplo de classificação de áreas e de ações de resposta que podem ser adotadas em função
dos cenários observados.
Tabela 2.7: Classificação de Áreas e de Ações de Resposta para Tipo 1 – Risco Imediato
CRITÉRIOS PARA ENQUADRAMENTO EXEMPLOS DE AÇÕES DE RESPOSTA
- Níveis de explosividade que possam causar riscos à
segurança das pessoas ou ao patrimônio estão presentes
em uma residência ou em outra construção.
- Produto em fase livre está presente em quantidades
significativas na superfície do solo, em corpos d’água
superficiais, em outras linhas de utilidades que não sejam
as de suprimento de água ou em galerias de águas
pluviais.
- Um poço ativo de suprimento de água, uma linha de
abastecimento de água, ou tomada superficial de água para
consumo humano estão impactados ou imediatamente
ameaçados.
- As concentrações de vapor ou partículas no ambiente
excedem as concentrações de referência de uma exposição
aguda.
- Vapores em níveis explosivos estão presentes em
sistema(s) de utilidade(s) subsuperficial, mas nenhuma
construção ou residência foi afetada.
- Um habitat sensível (manguezais, restinga, mata
atlântica, etc.), áreas de proteção ambiental ou receptores
sensíveis (espécies economicamente importantes, espécies
em perigo ou ameaçadas) estão impactados ou afetados.
Notificar as autoridades apropriadas, donos das
propriedades, partes potencialmente afetadas e
avaliar a necessidade de:
- Evacuar a vizinhança imediata e dar inicio às
medidas de mitigação tais como ventilação.
- Prevenir a migração futura de produto em fase livre
por meio de medidas de contenção apropriadas,
instituir recuperação de produto em fase livre, e
restringir o acesso à área.
- Notificar usuário(s), prover fonte alternativa de
água, controlar hidraulicamente a água contaminada,
e tratar a água no ponto de consumo.
- Instalar barreiras de vapor (tampões, espumas, e
assim por diante), remover fonte, ou restringir o
acesso à área afetada.
- Evacuar os ocupantes e dar início às medidas de
mitigação tais como ventilação da área ou
pressurização do prédio.
- Minimizar a extensão do impacto com medidas de
contenção e implementar gerenciamento do habitat
para minimizar a exposição.
Fonte: CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000.
No procedimento da ACBR existem outros exemplos de ações para outros níveis de
risco, como os riscos de curto prazo (0 a 2 anos), riscos de longo prazo (mais do que 2 anos) e
nenhum risco demonstrável.
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2007 Monografia I
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Uma vez feita a investigação preliminar e, em caso de necessidade, realizadas as ações
emergenciais, passa-se para a segunda etapa.
b) Segunda etapa: investigação confirmatória cujo principal objetivo é confirmar a existência
de contaminação em subsuperfície, localizando os pontos de maiores concentrações dos
compostos químicos de interesse (CQI).
Nesta etapa são geradas informações que poderão ser utilizadas na avaliação no nível
1. Sendo assim, as investigações de campo são conduzidas com o foco na identificação das
concentrações dos CQI para cada meio impactado que foi considerado como fonte secundária
de contaminação em pelo menos um cenário de exposição.
Através da investigação confirmatória, o modelo conceitual deve ser atualizado a
partir dos dados obtidos, podendo haver uma reclassificação da área. Esta reclassificação deve
ser considerada quando informações adicionais obtidas indicarem uma mudança expressiva
nas condições da área, ou caso ocorra alguma mudança significativa no quadro da
contaminação da área devido à implementação das ações de resposta.
Após atualização do modelo conceitual, prossegue-se para uma nova etapa.
c) Terceira etapa: avaliação da área no nível 1. Para isto é feita a comparação das maiores
concentrações dos CQI observadas na área de estudo com os valores calculados dos
Níveis de Avaliação Baseados no Risco - NABR, também denominado de RBSL (Risc-
Based Screening Levels), que estão apresentados em forma de tabela e podem ser
encontrados no procedimento da ACBR. A título de exemplo, uma dessas tabelas está
apresentada na figura 2.5, para o composto químico de interesse benzeno.
Os valores dos NABR indicados nestas tabelas foram calculados através de fórmulas
matemáticas que relacionam parâmetros toxicológicos, de exposição, do meio físico e
características físico-químicas dos CQI. Estas fórmulas estão apresentadas no procedimento
ACBR. Cada NABR foi calculado de forma restritiva e conservadora, sendo adotados os
valores correspondentes à mediana dos dados identificados para as propriedades inerentes ao
meio físico representativo do Estado de São Paulo, e valores conservadores relativos aos
parâmetros de exposição. Para cada cenário de exposição a ser avaliado no nível 1, foi
calculado um valor de NABR correspondente.
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2007 Monografia I
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Figura 2.5: Tabela de Nível de Avaliação Baseados no Risco – Benzeno. Fonte: CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO
DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO, 2000.
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De acordo com o procedimento do ACBR os pontos de exposição (POE) são
considerados como os pontos de potencial contato entre um receptor e um meio contaminado
e os pontos de conformidade (POC), são os locais selecionados entre as áreas de fonte e os
pontos potenciais de exposição, onde as concentrações dos CQI, devem estar abaixo, ou nos
níveis alvo determinados para o meio.
Na avaliação de nível 1 é feita uma comparação das concentrações encontradas na área
com os valores dos NABR das tabelas de referência, onde os pontos – POE e os pontos – POC
são assumidos de forma conservadora como estando sobre a área-fonte, onde as mais altas
concentrações dos CQI foram identificadas. Entretanto, esta comparação também deve
considerar as concentrações de background dos CQI, uma vez que os NABR podem, por
vezes, ser inferiores às concentrações de background. Outros critérios de referência também
podem ser adotados para auxiliar na avaliação no nível 1, como por exemplo:
- critérios estéticos associados ao local estudado e à sua vizinhança;
- valores de background para a região;
- legislações municipais ou estaduais;
- determinações decorrentes, por exemplo, de acordos firmados entre a agência ambiental,
o ministério público e o proprietário da área.
Após a comparação das concentrações dos CQI com os NABR correspondentes inicia-se
outra etapa.
d) Quarta etapa: esta etapa corresponde a um processo de avaliação da necessidade de algum
tipo de ação na área (ex: monitoramento, remediação, controle institucional, controle de
engenharia, etc.), ou de passar para um nível mais alto da avaliação de risco.
Caso as concentrações encontradas na área estejam de acordo com os NABR e outros
critérios estabelecidos, deve-se avaliar a possibilidade de se monitorar a área impactada e as
áreas próximas, segundo um plano de monitoramento, não sendo necessárias ações imediatas
de remediação. Já se os níveis de concentração observados na área ultrapassarem os NABR,
deverá ser avaliada a necessidade de adotar medidas de remediação, ou a possibilidade de
investigações adicionais na área para passar de nível.
No caso da implantação de um programa de ação corretiva, as metas propostas com
base nos dados levantados devem ser avaliadas levando-se em consideração a viabilidade
técnico-econômica de implementação. Um programa de remediação deve proporcionar a
combinação entre a remoção da fonte, técnicas de tratamento e tecnologias de contenção,
assim como controles institucionais e de engenharia.
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2007 Monografia I
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Se as metas de remedição forem consideradas impraticáveis ou se existe alguma
limitação tecnológica ou financeira, devem-se conduzir os trabalhos para um nível de maior
detalhamento de informações, considerando a coleta de dados adicionais da área para
desenvolvimento da Concentração Meta Específica da Área - CMEA nos níveis 2 e/ou 3.
Nível 2 - Deverão ser calculadas as concentrações - CMEA específicas para a área em
estudo, sendo que estas servirão como base para os programas de ações corretivas (projetos de
remediação e/ou monitoramento).
Ressalta-se que existem outras fontes que denominam os CMEA de SSTL (Níveis
Alvo Específicos da Área - Site-Specific Target Levels).
No nível 2 devem ser estabelecidos os pontos de conformidade - POC e calculadas as
CMEA para os compostos químicos de interesse - CQI, assim definidos para o POC, para a
área-fonte e para os pontos de exposição - POE. Também devem ser identificados os cenários
de exposição indireta a serem avaliados (cenário indiretos são aqueles em que o risco é
avaliado para um meio que não está em contato direto com os receptores, mas que poderá
afetá-los em decorrência do transporte do CQI no meio físico). O nível 2 do ACBR possibilita
o cálculo da CMEA considerando múltiplos cenários de exposição.
As CMEA são calculadas através da associação entre dados obtidos por meio da
investigação adicional e dos resultados do modelamento matemático de transporte e atenuação
desenvolvido com dados específicos da área em estudo. Desta forma é possível quantificar as
concentrações teóricas nos POE e POC, utilizando como concentrações iniciais as obtidas nas
áreas fonte da contaminação.
A definição dos modelos matemáticos de transporte e atenuação de contaminantes em
meio saturado e não saturado utilizados no nível 2 deve ser feita em função da complexidade
de cada meio contaminado e da importância de cada cenário de exposição a ser avaliado.
Podem ser utilizados modelos matemáticos analíticos, numéricos ou até mesmo a combinação
dos dois tipos de modelagem. Associados aos modelos de transporte de contaminantes, é
possível utilizar modelos que estimam as taxas de bioatenuação específicas para a área em
estudo.
As concentrações nos POE e POC, no nível 2, também podem ser obtidas por meio de
medidas diretas em campo, ou pela realização de análises químicas de amostras de solo, água
e ar.
Depois de calculada as CMEA para cada cenário de exposição e CQI considerado para
a área, estas concentrações devem ser comparadas com as concentrações observadas nos POE
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2007 Monografia I
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e POC, identificando-se os cenários que apresentam concentrações no POE e POC acima das
CMEA.
Caso as CMEA estejam abaixo das concentrações observadas nos POE e POC, deve-
se elaborar um plano de monitoramento considerando os POC como ponto de interesse para o
cenário avaliado, não sendo necessárias ações imediatas de remediação. No entanto, se os
níveis de concentração observados na área ultrapassarem as CMEA calculadas para cada
cenário avaliado, deverá ser verificada a necessidade de adotar medidas de remediação, ou a
possibilidade de investigações adicionais para passagem ao nível 3.
Se a opção selecionada for o desenvolvimento e implantação de um projeto de
remediação, deve ser realizada uma avaliação das técnicas de remediação aplicáveis ao caso
para identificar a alternativa de melhor relação custo-benefício para atingir as metas definidas
pelas CMEA.
Projetos detalhados e desenvolvimento das especificações necessárias devem ser
realizados para instalação e operação do sistema de remediação proposto. O sistema ou a ação
de remediação deve funcionar até quando as concentrações dos CQI não mais estiverem
acima das CMEA, nos POE, POC e/ou áreas-fonte. Um plano de monitoramento será
necessário para demonstrar a efetividade das ações de remediação implementadas, podendo
confirmar uma pior, melhor ou inalterada condição da contaminação da área.
O programa de ação corretiva é concluído quando as metas de remediação são
atingidas ou quando tiver sido demonstrado que as CMEA foram atingidas nos POE, POC ou
áreas-fonte; e assim, o monitoramento do local é encerrado, pois a área não apresentará mais
riscos. Caso tenham sido exigidos controles institucionais (formas de restrição ao uso ou
acesso ao local, ex: cercas, muros, etc) eles devem permanecer instalados.
Em janeiro de 2006, a CETESB revisou o procedimento da ACBR apresentando um
conjunto de novos procedimentos para licenciamento de postos e sistemas retalhistas de
combustíveis, através da Decisão da diretoria da CETESB nº 010-2006-C. Este novo
procedimento estabelece claramente as ações que devem ser tomadas no decorrer da análise
de risco, conforme apresentado na figura 2.6.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
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Figura 2.6: Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicação da Metodologia
ACBR Fonte: (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a)
Nota-se, como principais mudanças, o direcionamento das ações corretivas a serem
tomadas. Estas ações corretivas são denominadas de ações respostas, são estabelecidas três
ações respostas ao longo da análise de risco. A ação resposta 1 é determinada para atender ao
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risco imediato; a ação resposta 2 é para eliminar a fase livre; e a ação resposta 3 é para atingir
as metas de remediação (NABR ou CMEA). Estas ações são tomadas de acordo com a
evolução de investigação do caso e da análise custo beneficio e as atividades que as compõe
estão listadas no procedimento. Observa-se que na análise de risco nível 1, diferentemente do
procedimento ACBR anterior, os valores encontrados do site são comparados com os valores
de intervenção da CETESB – Lista de Valores Orientativos (COMPANHIA DE
TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2005d) e depois com os valores NABR
(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a) que
também estão diferentes dos valores do procedimento anterior.
2.5 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE RISCO C- SOIL
A Holanda foi o primeiro país a desenvolver padrões de qualidade para solos e águas
subterrâneas utilizando critérios numéricos para controle e prevenção da poluição. A Lei de
Proteção do Solo de 1994 do Ministério da Habitação, Planejamento Espacial e Meio
Ambiente - VROM estabeleceu os padrões holandeses atualmente em vigor. Os valores
propostos por esta Lei resultaram de pesquisas científicas e conhecimentos adquiridos através
de modelos matemáticos de análise de risco.
O modelo de análise de risco C-SOIL foi desenvolvido para avaliar a exposição
humana à solos contaminados. Os modelos matemáticos do CSOIL incorporam a:
a) distribuição entre as fases do solo;
b) transferência a partir das diferentes fases do solo para o meio (interface) de contato;
c) exposição direta e indireta.
Os cálculos do C-SOIL tem como ponto de partida o conteúdo do solo (Van Den
BERG, 1991/1994). Segundo a teoria da fugacidade de MACKAY e PATERSON (1981) é
calculada a distribuição entre as fases móveis do solo (água intersticial e vapor). As rotas de
exposição disponíveis no modelo são: inalação de ar; inalação de partículas de solo; absorção
dermal a partir do solo; ingestão de solos; consumo de água; inalação durante o banho;
absorção dermal durante o banho; consumo de produtos agrícolas. O conceito do modelo
CSOIL é apresentado na figura 2.7.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
41
Conteúdo Representativonos Solos
Concentração nosVapores do Solo
Ingestão, Inalaçãoe Absorção Dermal
de Solo
Inalação eAbsorção
Dermal do Ar
Adsorção eAcúmulo naVegetação
Consumode
Vegetação
Concentração nasÁguas Intersticiais
Transporte paraa Superfície
Transporte para asÁguas Subterrâneas
Transporte paraÁguas de
Abastecimento
Permeação Através das Águas deAbastecimento
Diluição no ArInterno e Externo
Ingestão de Água deAbastecimento, Contato
Dermal e Inalação Duranteo Banho
Distribuiçãoentre asFraçõesdo Solo
Processosde
Transferência
ExposiçãoDireta
ExposiçãoIndireta
Figura 2.7: Estrutura Conceitual do Modelo C-Soil Fonte: COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a
O modelo matemático C-Soil foi conceitualmente desenvolvido pelo Instituto de
Saúde Pública e Proteção Ambiental da Holanda – RIVM e transformado em uma planilha
eletrônica pela empresa Tauw Milieu, com o nome comercial “XS”. O C-Soil é fundamentado
na metodologia de análise de risco e baseia-se através da Norma Holandesa de Proteção aos
Solos em dois níveis de qualidade de solos e águas subterrâneas, denominados: S (Valor de
Referência) e I (Valor de Intervenção).
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
42
O Valor de Referência S foi definido em função do risco potencial a ecossistemas,
indicando assim a qualidade ambiental para todos os propósitos de utilização. Já o Valor de
Intervenção I foi definido com base no risco potencial a seres humanos e ecossistemas. Estes
dois níveis permitem definir a qualidade ambiental do meio, classificando-o numa escala de
limpo até severamente poluído.
Além dos valores de Referência S e I, há um terceiro, denominado T (Valor de Alerta),
o qual pode ser considerado como “levemente poluído”, utilizado para a indicação da
necessidade de investigações adicionais. É importante ressaltar que este valor não se baseia
em avaliações de risco, mas sim, à média aritmética entre os valores S e I.
Os valores de referência S, T e I definidos pela Norma Holandesa (também conhecida
por Lista Holandesa) independem da utilização do solo, isto é, correspondem a um único
cenário padrão de uso, aplicável a áreas residenciais, industriais, reservas naturais, dentre
outras.
Caso seja excedido algum valor de intervenção (I), o conceito genérico adotado para a
remediação é o estabelecimento das características multifuncionais do solo. Nos casos em que
a remediação não é viável, devido aos efeitos adversos da remediação ao meio ambiente, ou
por problemas e limitações técnicas e/ou econômicas, devem ser adotadas medidas de
prevenção à exposição, tais como o isolamento ou contenção da contaminação. Esta decisão
deve ser tomada com base nos resultados da análise de risco específica para o local.
A decisão sobre a necessidade de remediação é baseada na avaliação da situação caso
a caso, ou seja, nos riscos específicos existentes em cada área. A Lista Holandesa não define
valores-padrão para diferentes tipos de utilização uma vez que o risco pode variar em função
da utilização específica do solo. Ou seja, para cada situação devem ser definidos os riscos
específicos em função de variáveis tais como: tipo de solo, utilização, características das
edificações e infra-estrutura existente, além do comportamento humano naquela região.
A avaliação do risco de um contaminante envolve a comparação entre o nível de
exposição máxima tolerável e a ingestão total estimada (somatória de todas as vias de
exposição). È considerado que uma contaminação de solo ou água subterrânea não é aceitável
se o risco à saúde pública exceder o Risco Máximo Tolerável (RMT).
O RMT pode ser considerado como a dose máxima de um contaminante ingerida pelo
organismo exposto, no caso, o homem, sem que hajam efeitos adversos em períodos
prolongados de exposição.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
43
Inicialmente, deve-se fazer uma distinção entre os tipos de contaminantes avaliados
pelo modelo C-SOIL, os quais são divididos em dois grupos: não-carcinogênicos e
carcinogênicos.
Para compostos carcinogênicos, o valor do RMT calculado pelo modelo C-SOIL,
baseado no peso corpóreo, corresponde a dose de contaminante que gera um risco adicional
de ocorrer um caso de tumor letal em 10.000 indivíduos expostos durante toda a vida, ou seja,
um fator de 10-4.
Para compostos não-carcinogênicos, o RMT para a ingestão, determinado através do
TDI (Tolerable Daily Intake) ou Ingestão Diária Tolerável corresponde à quantidade de
contaminante, expressa com base no peso corpóreo, a qual um ser humano pode ser
diariamente exposto, ao longo de toda sua vida, sem sofrer efeitos adversos à saúde. Caso o
valor de TDI não seja conhecido, o modelo utiliza, ou a Dose de Referência (RfD – Reference
Dose) definida pela EPA - USA, ou a Ingestão Diária Aceitável (ADI – Acceptable Daily
Intake), definida pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Para uso no Brasil, especificamente no estado de São Paulo, a CETESB utilizou o
modelo C-SOIL para elaborar a Lista de Valores Orientadores para Solo e Águas Subterrânea.
Em 2005, esta Lista foi revisada, tendo sido aprovada pela Diretoria da CETESB através do
documento Nº 195-2005- E. Diferentemente da Lista Holandesa, a CETESB determinou os
valores de intervenção para diferentes cenários e padrões de uso. Foram considerados valores
de intervenção distintos para áreas agrícolas, residenciais e industriais. A CETESB indica
seus valores referenciais da seguinte forma:
VRQ (Valor de Referência de Qualidade) é a concentração de determinada substância
no solo ou na água subterrânea, que define um solo como limpo ou a água subterrânea com
qualidade natural; e foi determinado com base em interpretação estatística de análises físico-
químicas de amostras de diversos tipos de solos e amostras de águas subterrâneas de diversos
aqüíferos do estado de São Paulo. Deve ser utilizado como referência nas ações de prevenção
da poluição do solo e das águas subterrâneas e de controle de áreas contaminadas.
VP (Valor de Prevenção) é a concentração de determinada substância, acima da qual
podem ocorrer alterações prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea. Este valor
indica a qualidade de um solo capaz de sustentar as suas funções primárias, protegendo-se os
receptores ecológicos e a qualidade das águas subterrâneas. Foi determinado para o solo com
base em ensaios com receptores ecológicos. Deve ser utilizado para disciplinar a introdução
de substâncias no solo e, quando ultrapassado, a continuidade da atividade será submetida a
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2007 Monografia I
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nova avaliação, devendo os responsáveis legais pela introdução das cargas poluentes proceder
o monitoramento dos impactos decorrentes.
VI (Valor de Intervenção) é a concentração de determinada substância no solo ou na
água subterrânea acima da qual existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde
humana, considerado um cenário de exposição genérico. Para o solo, foi calculado utilizando-
se procedimento de avaliação de risco à saúde humana para cenários de exposição Agrícola
(considerada como Área de Proteção Máxima – APMax), Residencial e Industrial. Para a água
subterrânea, consideraram-se, como valores de intervenção, as concentrações que causam
risco à saúde humana listadas na Portaria 518, de 26 de março de 2004, do Ministério da
Saúde - MS, complementada com os padrões de potabilidade do Guia da Organização
Mundial de Saúde - OMS de 2004, ou calculados segundo adaptação da metodologia da OMS
utilizada na derivação destes padrões. Em caso de alteração dos padrões da Portaria 518 do
MS, os valores de intervenção para águas subterrâneas serão conseqüentemente alterados. A
área será classificada como “Área Contaminada sob Investigação” quando houver constatação
da presença de contaminantes no solo ou na água subterrânea em concentrações acima dos
Valores de Intervenção (VI), indicando a necessidade de ações para resguardar os receptores
de risco.
A lista da CETESB tem sido largamente referenciada e utilizada por praticamente
todos os demais órgãos ambientais brasileiros para definir a necessidade de medidas de
proteção e/ou remediação do solo e águas subterrâneas, visando a proteção das pessoas e do
meio ambiente. Ela está sendo utilizada atualmente na norma técnica do CRA, a NT-002/2006
e no atual procedimento da CETESB para aplicação da ACBR (COMPANHIA DE
TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a); os Valores de Intervenção (VI)
estão sendo utilizados para efeito de comparação com as concentrações obtidas na área
impactada.
2.6 TECNOLOGIAS DE REMEDIAÇÃO PARA POSTOS DE COMBUSTÍVEIS
Os principais contaminantes presentes nos postos de combustíveis são o óleo diesel e a
gasolina. Estes compostos orgânicos se comportam nas diversas zonas do solo como um
LNAPL (Light Non Aqueous Phase Liquids) e, de acordo com este comportamento, existe
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
45
uma grande variedade de processos físico-químicos e biológicos que podem ser aplicados na
remoção destes hidrocarbonetos no solo e na água subterrânea. Processos como extração de
vapores do solo (SVE), recuperação de produto livre, bioventilação, extração com solventes,
incineração, torres de aeração, adsorção em carvão ativado, biorreatores, biorremediação no
local, entre outros, tem sido usados para remover contaminantes orgânicos de águas
subterrâneas e solos. Estes processos podem ser implementados para controlar o movimento
de plumas (contaminantes), tratar águas subterrâneas, e/ou descontaminar solos.
As tecnologias mais utilizadas nos EUA para remediação de solos e águas
subterrâneas contaminadas por vazamentos em tanques subterrâneos de armazenagem
(Underground Storage Tanks-UST) são as que estão apresentadas nos gráficos das figuras 2.8
e 2.9.
Figura 2.8 - Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias
de Remediação de Solo Fonte: EPA, 2004.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
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Figura 2.9: Tipos e Freqüências de Aplicação de Tecnologias
de Remediação de Água Subterrânea Fonte: EPA, 2004.
Estes dois gráficos foram obtidos através do relatório da EPA “Cleaning Up the
Nation’s Waste Sites: Markets and Technology Trends- Edição 2004” (CLEANING UP THE
NATION’S WASTE SITES, 2006), que foi baseado em pesquisas realizadas por esta agência
em 1995 e em 2001. Nesta pesquisa os dados não são exclusivamente de tanques subterrâneos
de postos de combustíveis, mas também de indústrias, de particulares, do governo, dentre
outros.
No Brasil, não foram identificados dados gerais de técnicas de remediação mais
aplicadas no país; entretanto, a CETESB possui estatísticas para o estado de São Paulo. De
acordo com o gráfico abaixo é possível verificar as técnicas mais utilizadas para remediação
neste estado. Este estudo considerou dados desde 2002 até maio de 2006.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
47
Figura 2.10: Técnicas de Remediação Implantadas no Estado de São Paulo – Período de 2002 até maio de 2006
Fonte: COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006
As informações do gráfico mostram que o bombeamento e tratamento e a recuperação
de fase livre foram as técnicas mais empregadas no tratamento das águas subterrâneas,
enquanto a extração de vapores e a remoção de solo/resíduo destacam-se como as técnicas
mais utilizadas para os solos.
Para definir a melhor técnica de remediação de uma área contaminada de um posto
combustível é necessário fazer um diagnóstico da área. Este diagnóstico visa obter de uma
forma geral as informações necessárias para tomar esta decisão, as quais são:
a) informações gerais do local: nº de tanques, nº de bombas de combustíveis, área de
lavagem, lojas, uso de poços de abastecimento, oficinas mecânica, etc.;
b) histórico das atividades no local para verificar se já ocorreu algum acidente;
c) característica do entorno: existência de córregos, lagos, praia, escolas, creches, hospitais,
etc;
d) características geológicas: tipo de solo, perfil litológico, permeabilidade do solo e
condutividade hidráulica, nível d’água, fluxo da água subterrânea, etc.;
348 276176152
11371
46 37
1411 9 9 9
7 64 3
2 2
11
10
100
1000
Bom
beamento e tratam
ento
Recuperação de fase livre
Extração de vapores
Rem
oção de solo/resíduo
Extração m
ultifásica
Air sparging
Atenuação natural m
onitorada
Barreira hidráulica
Cobertura do resíduo/solo contam
inado
Biorem
ediação
Biosparging
Oxidação/redução quím
ica
Outros
Encapsulam
ento geotécnico
Barreira física
Bioventing
Lavagem de solo
Biopilha
Barreira reativa
Fitorremediação
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
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e) características da contaminação: principais contaminantes presentes na água, no solo e no
ar, delimitação da pluma de contaminante, estimativa do volume de contaminante
liberado, taxas de migração e direções do fluxo do contaminante, etc.
Após o diagnóstico ambiental, também é importante realizar a avaliação de risco para
verificar quais são os cenários de exposição mais críticos e determinar a meta de remediação
que deverá ser atingida.
Em alguns casos de contaminação em postos de combustíveis, também poderá ser
necessário realizar ensaios pilotos para verificar a viabilidade técnica e econômica do projeto,
dimensionar o tamanho do sistema de remediação (nº de poços, raio de influência dos poços,
capacidade dos equipamentos de bombeamento e tratamento, parâmetros de operação, etc),
estimar o tempo da remediação e as taxas de remoção dos contaminantes. Atualmente, nos
casos de contaminação em postos de combustíveis têm se evitado realizar ensaios pilotos
devido aos custos envolvidos, mas eles são fundamentais para o sucesso da remediação no
menor tempo e custo possível.
De acordo com as informações obtidas no diagnóstico da contaminação, da análise de
risco do local e dos ensaios pilotos será possível definir a melhor técnica de remediação para a
área.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Para atender o objetivo deste trabalho, que foi o de apresentar os procedimentos de
investigação e avaliação da contaminação em postos de combustíveis aplicando a metodologia
de avaliação de risco, tomou-se um caso real de contaminação em um posto de gasolina que
ocorreu nos primeiros anos de 2000, na Região Metropolitana de Salvador.
Foi utilizado neste estudo um procedimento específico da CETESB, que orienta passo
a passo à coleta de dados para identificação de passivos ambientais em estabelecimento com
tanques subterrâneos.
Na aplicação da metodologia da avaliação de risco do caso em questão, também foi
utilizado um procedimento da CETESB. Embora os procedimentos sejam para episódios que
ocorrem no estado de São Paulo, o procedimento foi adaptado ao cenário na RMS, utilizando-
se os dados fornecidos pela empresa de consultoria que atendeu a este evento de
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
49
contaminação. O fluxograma aplicado neste procedimento está apresentado na figura 2.6, do
item 2.4, referente ao “Fluxograma do Novo Procedimento da CETESB para Aplicação da
Metodologia ACBR”.
Algumas informações relativas ao local serão omitidas neste trabalho apenas para
efeito de não-identificação do estabelecimento, mas não prejudicará a caracterização do
estudo de caso.
Ressalta-se que os itens seguintes também foram elaborados com informações obtidas
através da investigação preliminar.
Neste tópico serão apresentadas as características da área que foi utilizada como
estudo de caso para aplicação da metodologia ACBR, objeto de estudo para esta monografia
de especialização.
O posto de combustível que serviu como estudo de caso desta monografia, está
localizado próximo à região central da cidade, conforme apresentado na foto aérea do local
(figura 3.1).
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO POSTO COMBUSTÍVEL NA RMS E DA ÁREA DE
ESTUDO
O posto opera à cerca de 15 anos com uma área de serviços de aproximadamente
3.000 m², onde estão presentes: área de tancagem, área de abastecimento, área para troca de
óleo, loja de conveniência, escritórios e depósito.
O posto possui seis tanques subterrâneos de combustível com capacidade para 15.000
litros cada um, todos em aço carbono simples, sendo 2 destinados ao armazenamento de
gasolina comum, 1 para gasolina aditivada, 2 para diesel comum e 1 para álcool comum.
Estes tanques são abastecidos à distância e os bocais de descarregamento localizam-se a 20
metros da área de tancagem.
Este posto está situado em uma região plana (declividade menor que 5%), de uma
avenida com fluxo de veículos intenso na cidade de Salvador. A área é caracterizada por uma
ocupação predominantemente comercial. Nos arredores (raio de 100 metros) localizam-se
dois terrenos desocupados, uma loja de pneus e edifícios comerciais. Próximo ao local existe
um riacho que se posiciona à jusante do site. De acordo com a ABNT/NBR 13.786 de
Figura 3.1 – Foto Aérea do Local
Localização aproximada do posto de combustível
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
51
Agosto/2001 que classifica as instalações através da análise do ambiente entorno, este
estabelecimento se enquadra na Classe 3, em função da presença do riacho à jusante ou nas
proximidades. Vale ressaltar que, tal como o riacho, o posto se encontra no fundo de um vale.
Os combustíveis são comercializados através de 4 ilhas de abastecimento com 4
bombas quádruplas em cada uma, sendo 2 ilhas responsáveis pela distribuição de gasolina
comum/aditivada, 1 para álcool comum e gasolina comum/aditivada e 1 para diesel comum e
álcool. Para a comercialização do diesel existe um equipamento de filtragem que se localiza
no limite leste do posto.
A área da troca de óleo localiza-se em um espaço apropriado com um elevador
hidráulico. O óleo queimado é armazenado em um tanque subterrâneo de aço carbono e,
posteriormente, destinado a venda através de empresa devidamente licenciada.
O posto não opera com lavagem de automóveis e a caixa de areia existente no local
apresentava boas condições de uso.
Aparentemente as instalações dos postos encontravam-se em boas condições físicas e
de limpeza, mas foi possível observar algumas manchas de óleo próximas às câmaras de
descarga de combustível dos tanques. Não existia, na ocasião da investigação, tanques ou
linhas desativadas.
O diagnóstico das instalações do posto mostrou as seguintes não conformidades: o
posto não possui serviço público de abastecimento e a água utilizada no mesmo é proveniente
de um poço cacimba, com aproximadamente 8,0 metros de profundidade. Os arredores do
posto possuem serviço de abastecimento público de água. Na área do posto não existem
caixas separadora água/óleo. A área de distribuição de combustíveis é pavimentada com
concreto e o piso no entorno é coberto com bloquetes, entretanto esta área de abastecimento
não possui canaletas para coleta de produtos derramados, assim como não possui o necessário
separador água/óleo. Durante a inspeção ao posto, foi possível observar algumas trincas no
piso concretado. A figura 3.2 apresenta o croqui do posto de gasolina do estudo de caso.
Ilha de abastecimento
Filtro para óleo diesel
Tanque de combustível
Poço de abastecimento
Drenagem
F
ES
CR
ITÓ
RIO
Canteiro
Canteiro
LOJA DE PNEUS
F
VE
ST
IÁR
IO
TR
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AD
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DE
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IÊN
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SIT
O
TE
RR
EN
OB
AL
DIO
TERRENO BALDIO
p/ centro
p/ orla marítima
Escala Gráfica
0 5 10m
GC
GC
AC
DC
DC
6
GA
DC/AC
AC/GA/GC
GC/GA/GC
GC/GA/GC
LEGENDA:
Figura 3. 2 - CROQUI DO POSTO DE GASOLINA
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
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3.2 INVESTIGAÇÕES REALIZADAS PARA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA ACBR
3.2.1 Investigação Preliminar, Coleta de Dados Básicos e Atendimento Emergencial
Uma equipe de atendimento de emergência de uma empresa de consultoria ambiental
foi chamada para investigar o problema quando funcionários do posto observaram o
aparecimento de combustível no poço de abastecimento de água. Segundo informações de
funcionários do posto, cerca de um mês antes da data do atendimento de emergência ocorreu
uma perda no estoque de óleo diesel que eles achavam ter sido decorrente de um defeito em
uma das bombas de abastecimento do posto.
O poço de abastecimento possui aproximadamente 8,0 metros de profundidade e o
nível d’água no local é raso, próximo a 3,0m, devido a planície de inundação do riacho a
jusante. Feita a investigação no poço, constatou-se a presença de 50 cm de fase livre de óleo
diesel de coloração clara no poço, também foi observado que as paredes internas das caixas
d’água do posto encontravam-se impregnadas com óleo diesel e a água apresentava
iridescência, indicando a existência de combustível no local.
Continuando a investigação preliminar, foi constatado que o posto não tinha plantas de
localização, desenhos ou lay out das suas instalações superficiais ou subterrâneas, o que teve
que ser providenciado. Continuando, foram investigados os níveis de explosividade (LIE –
limite inferior de explosividade) através de explosímetro calibrado, em vários pontos do posto
(pias, ralo, vasos sanitários, caixas de esgoto, caixas de inspeção, etc.) e nos arredores, mas
não foram identificados vapores em concentração explosiva. Não foram observados vestígios
de combustível na área externa ao posto.
A seguir, foram considerados como os receptores potenciais do local (on site) os
trabalhadores fixo do posto (frentistas, gerente do posto e recepcionista da loja de
conveniência) e os trabalhadores de obras eventuais. Foram considerados receptores
potenciais fora do local (off site) os trabalhadores dos edifícios comerciais vizinhos.
Após a investigação e coleta de informações, a equipe de atendimento de emergência e
seu supervisor determinaram, em função do risco imediato existente na área, as seguintes
AÇÕES DE RESPOSTA 1 segundo o fluxograma da metodologia ACBR da figura 2.6:
a) relato sobre a contaminação no local para o proprietário e funcionários do posto;
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2007 Monografia I
54
b) desativação do poço de abastecimento do posto através da paralisação do bombeamento e
utilização de suas águas;
c) remoção da bomba elétrica do poço;
d) remoção da fase livre existente no poço;
e) lavagem das caixas d’água do posto;
f) ligação do posto com a rede de abastecimento público disponível no local.
3.2.2 Investigações Confirmatórias
Após o atendimento emergencial iniciou-se uma nova etapa, a investigação
confirmatória. Esta investigação teve como principal objetivo obter novos dados para que
fosse elaborado o modelo conceitual.
Na etapa de investigação confirmatória foi desenvolvida uma série de atividades de
investigação e estudos do solo e da água subterrânea para que o modelo conceitual pudesse
contemplar a origem dos contaminantes, o meio impactado, os meios de transporte, as vias de
ingresso e as populações receptoras potenciais. Nos tópicos a seguir são apresentados as
atividades e os estudos realizados.
3.2.2.1 Atividade de Sondagem do Solo, Instalação de Poços e Coletas de Amostras
A investigação confirmatória do solo e águas subterrâneas iniciou-se através da
avaliação da concentração de gases do solo para identificar as áreas de maior indício de
contaminação, para depois definir os pontos de sondagem. Este procedimento é adequado
para postos de combustíveis com área total acima de 1000m², de acordo com o procedimento
da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL,
2006b) e o próprio procedimento da empresa de consultoria contratada para cuidar deste caso.
Foi realizado o mapeamento dos vapores no solo superficial (Soil Gas Survey), através
da realização de 44 furos de 1” distribuídos em uma malha regular de 5 x 5 m, abrangendo a
área de tancagem e distribuição, com leituras dos compostos orgânicos voláteis (COV) a 0,5 e
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2007 Monografia I
55
0,9 m de profundidade. Utilizou-se nesta amostragem uma máquina perfuratriz com broca
para realizar os furos no piso. Logo após a perfuração, foi introduzido nos furos do piso, uma
sonda que tem no seu interior uma mangueira acoplada a um analisador de gás. O analisador
capta os gases através dos pequenos furos existentes na extremidade inferior da sonda e
determina a concentração de COV em ppm.
Neste mapeamento de vapores do solo não ocorreu a influência de gases não
relacionados a combustíveis, como sulfeto de hidrogênio e metano que podem induzir a um
falso indício de contaminação. Na área mapeada não havia tubulações ou caixas de esgoto
próximas. A figura 3.3 apresenta o mapa de isoconcentrações de COV e a planta situação da
área.
Após a avaliação da concentração de gases do solo foi possível definir o número de
sondagens necessárias. É importante salientar que o procedimento atual da CETESB
(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006b) difere do
procedimento que a empresa de consultoria adotou para definir o número de sondagens e o
número de amostras de água e solo. A CETESB estabelece o número de sondagens de acordo
com duas tabelas, uma tabela para nível de água até 15 metros de profundidade e outra para
nível de água mais profundo (acima de 15 metros). Por sua vez, cada tabela relaciona-se com
a área do posto e com o número de tanques subterrâneos, definindo assim o número de
sondagens, sendo que para cada sondagem é necessário coletar uma amostra de água e uma de
solo. De acordo com o procedimento da CETESB deveriam ter sido realizadas 5 sondagens, e
coletadas 5 amostras de água e 5 amostras de solo.
O procedimento da empresa de consultoria baseou-se nos resultados obtidos através do
Soil Gas Survey e considerando os pontos a jusante dos equipamentos como potenciais fontes
de contaminação (tanques, bombas de abastecimento, filtro de diesel e bocais de descarga),
definindo, assim, que seriam necessárias 9 sondagens de reconhecimento (S-01 a S-09) e 1
sondagem para coleta de amostra geotécnica (S-10).
As sondagens de reconhecimento tiveram por objetivo a delimitação da extensão da
eventual pluma de fase livre, a identificação das diferentes litologias, a avaliação de indícios
de contaminação no solo e água subterrânea e a coleta de amostras de solo para análises
químicas e geotécnicas. Das 9 sondagens de reconhecimento realizadas, em 4 delas foram
coletadas amostras de solo. Estas sondagens foram realizadas com trado manual e outras
ferramentas manuais, sendo os equipamentos e as ferramentas descontaminados ao término de
Figura 3. 3. - MAPA DE ISOCONCENTRAÇÕES DE COV (ppm) E PLANTA DE SITUAÇÃO DA ÁREA
TABELA DE TANQUES
TANQUE CAPACIDADE PRODUTO1 15.000L Gasolina comum2 15.000L Gasolina aditivada3 15.000L Gasolina comum4 15.000L Álcool comum5 15.000L Diesel comum6 15.000L Diesel comum
< 50
50 a 100
101 a 250
251 a 500
501 a 1.000
CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)
1.001 a 2.000
2.001 a 5.000
5.001 a 10.000
> 10.000
ES
CR
ITÓ
RIO
Canteiro
Canteiro
G-23(50)
G-24(150)
G-38(110)
G-18(130)
G-17(225)
G-16(520)
G-22(620)
G-25 (1100)
G-26(11000)
G-27(11000)
G-35(2750)
G-36(290)
G-34(250)
G-33(450)
G-32(1000)
G-30(2090)
G-29(3300)
G-20(700)
G-14(2200)
G-15(470)
G-21(1650)
G-28(6600)
G-19(220)
G-13(1000)
G-31(1000)
G-12(11000)
G-1(11000)
G-2(150)
G-11(1100)
G-39(500)
G-40(50)
G-41(300)
G-3(100)
G-10(11000)
G-44(100)
G-43(50)
G-42(40)
G-4(1100)
G-5(2970)
G-8(4950)
G-6(450)
G-7(250)
LOJA DE PNEUS
G-9(11000)
G-38(450)
F
VE
ST
IÁR
IO
TR
OC
AD
EÓ
LE
OL
OJA
DE
CO
NV
EN
IÊN
CIA
DE
PÓ
SIT
O
TE
RR
EN
OB
AL
DIO
TERRENO BALDIO
p/ centro
p/ orla marítima
Escala Gráfica
0 5 10m
1
2
3
4
5
6
Ilha de abastecimento
Filtro para óleo diesel
Tanque de combustível
Linhas de distribuição( )
Pontos de medição de COV
Concentrações de COV (ppm)
Poço de abastecimento
Drenagem
localização inferida
(250)
G-1
F
6
DC/AC
AC/GA/GC
GC/GA/GC
GC/GA/GC
LEGENDA:
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
57
cada sondagem. A figura 3.4 apresenta a localização das sondagens de reconhecimento com
os resultados analíticos de solo das amostras coletadas.
Os compostos químicos de interesse (CQI) para a amostragem de solo foram definidos
em função da comercialização de gasolina e diesel no estabelecimento. Foram analisados os
compostos BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) e TPH (hidrocarbonetos totais de
petróleo), sendo que nas amostras que obtiveram concentrações de TPH maior que 400
mg/kg, também foram analisados os compostos PAH (hidrocarbonetos policíclicos
aromáticos).
Durante as sondagens para a avaliação dos indícios de contaminação no solo, foram
efetuadas leituras de COV a cada 0,5 m perfurado, utilizando-se o ionizador de chama
(GASTECH – Modelo 1238 ME, GASTECH Inc., EUA), além da classificação táctil e visual.
A empresa de consultoria, assim como a CETESB, possui procedimento padrão para realizar a
leitura de COV do solo coletado nas sondagens, estabelecendo a forma como deve ser feita a
coleta da amostra, como deve ser medido o gás e como a amostra deve ser preservada e
identificada, nos casos em que forem encaminhadas para laboratório.
A tabela 3.1 apresenta as concentrações de COV encontradas em função da
profundidade das amostras de solo e localização.
Tabela 3.1: Concentrações de COV das Amostras de Solo
Amostra Profundidade Localização COV (ppm)
S-2 0,5 Entre a área de abastecimento e o escritório administrativo 2750 S-3 2,5 Entre os tanques de gasolina comum e gasolina aditivada >11000 S-6 1,5 Próximo aos bocais de enchimento dos tanques >11000 S-8 3,0 À jusante da ilha de abastecimento de diesel comum 1650
Obs: Durante a realização das sondagens constatou-se a presença de 10 cm de fase livre de óleo diesel no ponto S-8.
A sondagem S-10 foi efetuada fora da pluma de contaminação, a fim de executar
ensaios geotécnicos visando à determinação de parâmetros do solo, tais como, da
granulometria, umidade natural, porosidade, densidade e conteúdo de matéria orgânica. Essas
informações são necessárias para a análise de risco, pois são os dados de entrada dos modelos
matemáticos. Foram coletadas 3 amostras de solo da sondagem S-10 (AG-10a, AG-10b e AG-
10c) e encaminhadas a um laboratório credenciado para este tipo de análise.
Ilha de abastecimento
Filtro para óleo diesel
Tanque de combustível
Linhas de distribuição( )
Poço de abastecimento
Drenagem
Sondagens de reconhecimento
Pontos de amostragem de solo
localização inferida
LEGENDA:
F
ES
CR
ITÓ
RIO
Canteiro
Canteiro
LOJA DE PNEUS
F
VE
ST
IÁR
IO
TR
OC
AD
EÓ
LE
OL
OJA
DE
CO
NV
EN
IÊN
CIA
DE
PÓ
SIT
O
TE
RR
EN
OB
AL
DIO
TERRENO BALDIO
Escala Gráfica
0 5 10m
GC
GC
AC
GC
DC
6
S-01
S-01
S-02
S-10
S-05 S-02 S-01
S-08
S-09
S-06
S-07
S-04S-03
Gasolina comum
GA
p/ centro
p/ orla marítima
DC/AC
AC/GA/GC
GC/GA/GC
GC/GA/GC
Número da amostra
RESULTADOS ANALÍTICOS
Benzeno (mg/Kg)
Etilbenzeno (mg/Kg)TPH (C5-C10) (mg/Kg)TPH (C10-C30) (mg/Kg)
Tolueno (mg/Kg)Xilenos (mg/Kg)
Figura 3. 4. - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DAS SONDAGENS E DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS ANALÍTICOS EM SOLO
S-02/0,5 m
S-02/0,5m0,04
0,62
150,1
0,913
216
23400
S-03/2,5m<0,0005
0,056
0,2245
0,79
126
345
S-06/1,5m<0,0005
<0,0005
<0,0005
<0,0005
<0,1
<10
S-08/3,0m0,0056
<0,0212
0,424
0,14
57,1
2410
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
59
O perfil litológico da sondagem S-10 encontra-se na figura 3.5. Esta figura apresenta
os perfis litológicos e construtivos das sondagens e poços, com as concentrações de COV em
profundidade e os indícios de contaminação encontrados nas perfurações realizadas durante o
trabalho. Os resultados das análises geotécnicas seguem na tabela 3.2.
Tabela 3.2: Resultados das Amostras Geotécnicas
Sondagem/
Amostra
Prof.
Amostrada
(m)
Umidade
Volumétr.
(cm3/cm3)
Porosidade
(cm3/cm3)
Densidade
Solo
(g/cm3)
Argila
(%)
Silte
(%)
Areia
Total
(%)
Matéria
Orgânica
(g/dm3)
AG-10a 1,4 na na na na na na 7
AG-10b 1,5 0,4455 0,5025 1,37 34 42 24 -
AG-10c 3,2 na na na na na na 10
na: - não analisado
Com base nos dados obtidos através das sondagens de reconhecimento foram
instalados 4 poços de monitoramento (PM-1 a PM-4), sendo construídos em PVC
geomecânico com 2” de diâmetro, seguindo a norma ABNT/NBR 13.895 (Construção de
Poços de Monitoramento e Amostragem - Procedimentos). A instalação desses poços teve
como objetivos permitir a coleta de dados para delimitar a pluma de contaminação, monitorar
a fase livre de combustível sobrenadante ao aqüífero freático, verificar variações no nível
d’água, obter a direção do fluxo subterrâneo e permitir a amostragem de água subterrânea. O
procedimento da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL, 2006b) determina que a construção dos poços de monitoramento deva seguir a
norma NBR 13.895, mas também estabelece algumas especificações adicionais para
construção destes poços (uso de tubo geomecânico para revestimento e filtro do poço além de
outras determinações construtivas do filtro e pré-filtro). Alguns cuidados também são
lembrados com relação ao desenvolvimento dos poços e o tempo de resguardo do poço para
posterior amostragem.
A figura 3.6 apresenta o mapa de localização de todos os poços de monitoramento
instalados, bem como os resultados analíticos na água subterrânea e o mapa potenciométrico.
Piso de concreto
Piso de bloquete
Aterro arenoso, podendo conter contribuiçõesargilosas, com coloração variando de branco a marrom, contendo brita e entulho
Argila pouco arenosa de cor vermelha
Argila pouco compactada por vezes arenosade cor laranja a avermelhada
Argila plástica de cor cinza por vezes comgrãos de quartzo
Argila pouco arenosa de cor marrom acinza escuro, por vezes com matériaorgânica
Argila arenosa com coloração variandoentre cinza e vermelha com grânulos dequartzo e seixos laterita]
Areia argilosa de cor acinzentada
Nível d’ água
Concentrações de COV (ppm)
Presença de fase livre de Diesel
0.0
PR
OF
UN
DID
AD
E (
m)
< 50 1.001 a 2.000
50 a 100 2.001 a 5.000
101 a 250 5.001 a 10.000
251 a 500 > 10.000
501 a 1.000
(140)
***D
Figura 3. 5 - PERFIS LITOLÓGICOS E CONSTRUTIVOS DAS SONDAGENS E POÇOS, COM A CONCENTRAÇÃO DE COV EM PROFUNDIDADE
(5,20)
PM
Tampa de proteção
Identificação do poço
PERFIL ESQUEMÁTICO DO POÇO
Cap superior
Cap inferior
Filtro (tubo ranhurado )
Pré-filtro (areia grossa)
Tubo liso geomecânico
Profundidade (m)
Selo de bentonitaSelo de concreto
1.0
2.0
3.0
4.0
5.0
6.0
(180) (2750)
(1650)
(1210)
(1540)
(170)(170)
(1100)
(1000)
(1760)
(650)
(1100)
(1210)
(5610)
(11000)
(11000)
(2200)
(170)(170)
(240)
(180)
(50)
(240)
(40)
(50)
(50)
(80)
(60)
(50)
(25)
(450)
(620)
(11000)
(400)
(100)
(70)
(80)
(60)
(1000)
(80)
(170)
(1320)
(1320)
(1650)
(170)
(100)
(75)
(50)
(100)
(75)
(100)
(150)
(30)
(60)
(400)
(4,50)
(3,50)
(5,20)
(5,30)
(5,20)
(1,50)
(6,0) (6,0)
(3,50)
(0,60)
(3,20)
(2,80)
(3,00)
(3,50)
(2,80)
(3,00)
(2,70)
(3,40)
S-10S-9 / PM-03S-8 / PB-01
S-7S-6 / PM-02S-5 / PM-01S-4 / PM-04
S-3S-2S-1
CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)
***D
LEGENDA:
Ilha de abastecimento
Filtro para óleo diesel
Tanque de combustível
Linhas de distribuição( )localização inferida
Poços de monitoramento
Poços de bombeamento(presença de fase livre)
Poço de abastecimento
Drenagem
Carga hidráulica (m)(leitura em 15/12/2001)
Linhas equipotenciais (m)
Direção do fluxo subterrâneo
Seção hidrogeológica
F
ES
CR
ITÓ
RIO
Canteiro
Canteiro
LOJA DE PNEUS
F
VE
ST
IÁR
IO
TR
OC
AD
EÓ
LE
OLO
JAD
EC
ON
VE
NIÊ
NC
IA
DE
PÓ
SIT
O
TE
RR
EN
OB
ALD
IO
TERRENO BALDIO
p/ centro
p/ orla marítima
Escala Gráfica
0 5 10m
GC
GC
AC
GC
DC
6
GA
PM-3
PM-4
PM-02
PM-1
PB-01
PB-01
PM-1
DC/AC
AC/GA/GC
GC/GA/GC
GC/GA/GC
LEGENDA:
96,60
97,40
97,30
97,20
97,10
97,00
96,90
(97,267)
(97,267)
(96,920))
(97,438)
(97,320)
(97,341)
A
A
A’
A'
Figura 3. 6 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DOS POÇOS INSTALADOS, DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOSANALÍTICOS EM ÁGUA E MAPA POTENCIOMÉTRICO
Número da amostra
RESULTADOS ANALÍTICOS
Benzeno (mg/L)
Etilbenzeno (mg/L)TPH (C5-C10) (mg/L)TPH (C10-C30) (mg/L)
Tolueno (mg/L)Xilenos (mg/L)
PM-1
<0,0005
<0,0005
<0,0005
<0,0005
0,20
<0,1
PM-1
0,009
0,0188
0,0035
0,0015
0,90
0,90
PM-2
<0,0005
<0,0005
<0,0005
<0,0005
<0,1
<0,1
PM-3
0,0319
0,0186
0,0442
0,0034
0,45
0,5
PM-4
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
62
Para amostragem de água subterrânea foi adotado o procedimento padrão da empresa
de consultoria e norma da ABNT/NBR 13.895. Os poços de monitoramento foram
devidamente purgados para remoção da água estagnada, as amostras foram coletadas através
de bailer, identificadas e preservadas em recipiente refrigerado. O poço de abastecimento do
posto (PA-1) e o PB-1 não foram amostrados, porque apresentavam fase imiscível de
combustível (óleo diesel) na data da coleta.
As amostras de solo e água subterrânea foram enviadas para dois laboratórios
credenciados, um no Canadá e outro no Brasil, para análise dos parâmetros pré-estabelecidos.
Os envios dessas amostras aos laboratórios foram acompanhados por relatórios de cadeia de
custódia (Chain-of-Custody Record) para assegurar o rastreamento de eventuais desvios.
Também foram enviadas amostras para controle de qualidade (branco de campo e branco de
lavagem de equipamento).
Nas 4 amostras de água subterrânea e nas 4 amostras de solo foram analisados os
parâmetros BTEX e TPH. De acordo com o procedimento da empresa de consultoria, as
análises do parâmetro PAH dependem das concentrações de TPH detectadas nas amostras.
Desse modo, só foram analisados PAH na água subterrânea quando a concentração de TPH
ultrapassou 325 µg/L e, no solo, quando a concentração de TPH ultrapassou 400 mg/kg. O
procedimento da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL, 2006b) é diferente, pois estabelece que sempre devem ser analisados os
parâmetros BTEX (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos) e PAH, e caso existam indícios
de contaminação por óleo lubrificante, ou as amostras tenham sido coletadas em áreas de
troca de óleo e de armazenagem de óleo usado, também devem ser analisado o parâmetro
TPH.
As sondagens nas quais não foram instalados os poços de monitoramento foram
preenchidas com bentonita umedecida e depois cobertas com cimento na superfície para evitar
que derramamentos de produtos químicos atinjam futuramente o subsolo e as águas
subterrâneas.
Devido a presença da pluma de fase livre, identificada inicialmente na sondagem S-8,
foi instalado 1 poço de bombeamento de 4”, em PVC geomecânico, seguindo a norma
ABNT/NBR 13.895, visando a realização de um ensaio de bombeamento e a remoção do
produto sobrenadante ao lençol freático. Esta ação de recuperação da fase livre, adotada pela
empresa de consultoria, está de acordo com a determinação da CETESB e é uma das ações
integrantes da AÇÃO DE RESPOSTA 2 (vide o fluxograma da metodologia ACBR, figura
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
63
2.6). Este órgão também determina que ao ser identificada a presença de fase livre na água
subterrânea, ou solo, deve ser realizada investigação detalhada da área, com a delimitação das
plumas de fase livre, dissolvida e retida no solo, bem como deve ser iniciada avaliação de
risco, com o objetivo de definir a forma de intervenção a ser adotada na área.
3.2.2.2 Levantamento Topográfico, Mapa Potenciométrico da Área e Espessura da Fase Livre
nos Poços de Monitoramento
Dando continuidade as etapas referentes a investigação confirmatória da área, foi
realizado o levantamento topográfico do posto de combustível e a cota topográfica dos poços
de monitoramento para determinação do mapa potenciométrico. Este levantamento
topográfico é feito através do processo de nivelamento geométrico com irradiações a partir de
um ponto com cota conhecida. As cotas topográficas determinadas são relativas, tendo-se
arbitrado o valor 100,00 m como datum.
A Tabela 3.3 apresenta os resultados do levantamento topográfico do posto, do
monitoramento do nível d’água e fase livre dos poços de monitoramento instalados.
Tabela 3.3: Resultados do Levantamento Topográfico Relativo dos Poços
e da Medição do Nível d’Água e Fase Livre
Sondagem
Poço Cota
do
Poço (m)
Prof. do
Nível
D’Água (m)
Espessura da
Fase
Livre (cm)
Carga
Hidráulica
(m)
S-5 PM-01 100,087 2,820 - 97,267
S-6 PM-02 99,895 2,975 - 96,920
S-9 PM-03 99,938 2,500 - 97,438
S-4 PM-04 100,000 2,680 - 97,320
S-8 PB-01 100,015 2,765 11,0 97,341
- Ausente
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
64
O monitoramento do nível d’água foi realizado no mesmo dia da amostragem de água
subterrânea e, durante o monitoramento, foi detectada presença de fase livre de diesel, de
coloração clara, no PB-1 (11,0 cm), localizado a jusante da ilha de abastecimento de óleo
diesel, e no poço de abastecimento do posto.
Com os valores do nível freático medidos nos poços de monitoramento e
bombeamento foi possível traçar um mapa potenciométrico através da interpolação dos
valores de carga hidráulica em linhas equipotenciais. Traçando-se as linhas de fluxo de água
subterrânea na área do posto, observa-se que o escoamento da água subterrânea está no
sentido do riacho, conforme a figura 3.6.
É importante salientar que o procedimento da CETESB (COMPANHIA DE
TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006b) determina que todos os poços
de monitoramento devem estar a jusante dos equipamentos do posto (tanques, filtros, bocais
de descarga e unidades de abastecimento). Após a elaboração do mapa potenciométrico, caso
algum poço esteja à montante de um equipamento e não tenha sido constatada contaminação
na amostra de água nele coletada, este procedimento determina que seja instalado um poço
adicional (ou quantos sejam) à jusante do equipamento. Aplicando este procedimento a este
estudo de caso, a posição do poço PM-03 deve ser reavaliada e, se necessário, instalar outro
poço em um ponto mais a jusante dos tanques de combustíveis, já que não foi constatada
contaminação na sua amostra de água e ele encontra-se praticamente a montante dos
equipamentos.
3.2.2.3 Ensaio de Permeabilidade
O ensaio de permeabilidade é necessário para definir a condutividade hidráulica do
solo em questão. A condutividade hidráulica é um parâmetro que determina a habilidade do
aqüífero em conduzir água sob a influência do gradiente de uma superfície potenciométrica.
Quanto maior a condutividade hidráulica, mais rapidamente o aqüífero conduzirá a água
(CLEARY, 1989). Este parâmetro é depois utilizado para calcular a taxa de migração da água
subterrânea, que será apresentado no próximo tópico. O estudo está descrito de acordo com a
metodologia utilizada pela empresa de consultoria.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
65
O ensaio realizado foi do tipo carga variável “Bail Test” (FREEZE; CHERRY, 1979),
seguindo procedimento interno da empresa de consultoria. Foi realizado no poço de
monitoramento (PM-1) através da extração do maior volume possível de água do poço,
acompanhando-se a recuperação do nível d’água até sua estabilização (nível estático original
ou pelo menos 70% dessa recuperação). As medidas de nível são efetuadas em intervalos de
aproximadamente 30 segundos com o uso de medidor elétrico com precisão de 0,5 cm. Para
tratamento dos dados, o método analítico utilizado para determinação da condutividade
hidráulica foi o de Bouwer e Rice (1976 apud FETTER, 1994). Este método foi desenvolvido
para poços parcialmente ou totalmente penetrantes em aqüíferos não confinados. A equação
de BOUWER & RICE é a seguinte:
K = [r2. ln(Re/R) . ln(h0/ht)] / 2.L.t
Onde:
K = condutividade hidráulica (cm/s)
r = raio do poço (cm)
R = raio do centro do poço até o material componente do aqüífero (cm)
Re = raio efetivo de influência do ensaio de variação do nível da água (cm)
L = comprimento do filtro (cm)
h0 = nível da água no poço no início da recuperação, t=0, (cm)
ht = nível da água no poço após o início da recuperação, t>0, (cm)
t = tempo (s)
O método foi aplicado com a utilização do software Aquifer Test for Windows, versão
2.5 (Waterloo Hydrogeologic Inc.), que possibilita ao usuário definir características
geométricas do poço e do aqüífero, permitindo também, o ajuste manual da reta aos dados de
campo, obtendo-se assim o valor da condutividade hidráulica. O valor da condutividade
hidráulica (K) calculado para o poço de monitoramento ensaiado (PM-1) foi de 4,45 x 10-5
cm/s.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
66
3.2.2.4 Estudo de Caracterização Geológica e Hidrogeológica Local
A caracterização geológica e hidrogeológica da área são importantes para compor o
modelo conceitual de exposição. De acordo com o relatório da empresa de consultoria, o
município de Salvador localiza-se regionalmente sobre rochas arqueanas pertencentes ao
Cinturão Salvador – Curaçá, estas rochas são, principalmente, gabros/basaltos e
tonalitos/dacitos, granulitizados de filiação toleítica. Tendo em vista que o posto localiza-se
em região de vale e nas proximidades de curso d’água, a geologia mais provável deve
corresponder a depósitos eólicos e aluviais quaternários. As sondagens de reconhecimento na
área do posto de combustível permitiram determinar as seguintes unidades litológicas (do
topo para a base):
a) aterro arenoso, com porções argilosas, coloração variando de branco a marrom, contendo
brita e entulho, com espessuras variando de 0,5 a 2,0 metros;
b) lentes de argila pouco arenosa de cor vermelha, com espessuras de até 0,4 metros;
c) areia argilosa de cor acinzentada, com espessura de até 1,0 metro;
d) argila pouco compactada, por vezes arenosa, de cor laranja a avermelhada, com espessura
indeterminada;
e) camadas com espessura indefinida de argila plástica de cor cinza, por vezes com grãos de
quartzo;
f) argila pouco arenosa de cor marrom a cinza escura, por vezes com matéria orgânica;
g) argila arenosa com coloração variando entre amarelo, cinza e vermelho, com grânulos de
quartzo e seixos de laterita.
As sondagens realizadas na área do posto permitiram a avaliação do solo até a
profundidade máxima de 6,0m. Com base nestas sondagens, foi possível identificar um
aqüífero freático com profundidade de aproximadamente 3,0 metros. A análise do mapa
potenciométrico apresentado na figura 3.6 evidenciou que o sentido preferencial do fluxo é de
Norte para Sul, seguindo para o riacho.
Na figura 3.7 que apresenta a seção hidrogeológica A-A’, é possível observar o
sentido do fluxo subterrâneo e os valores de permeabilidade do substrato. A localização desta
seção (corte A-A’) encontra-se representada na figura 3.6.
NNW
0 2 4 6m
Escala Gráfica
101
1001
99
98
97
96
95
94
93
CO
TA
RE
LA
TIV
A (
m)
SSE
Figura 3. 7 - SEÇÃO HIDROGEOLÓGICA A -A' E DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)
< 50
50 a 100
101 a 250
251 a 500
501 a 1.000
> 1.000
PM-01 PA S-2 PB-01 S-3 PM-02
A A’Área deAbastecimento
NNW
0 1 2 3m
Escala Gráfica
101
1001
99
98
97
96
95
94
93
CO
TA
RE
LA
TIV
A (
m)
SSE
PM-01 PA S-2 PB-01 S-3 PM-02
A A’Área deAbastecimento
Piso de bloquete
Aterro arenoso, podendo conter contribuiçõesargilosas, com coloração variando de branco a marrom, contendo brita e entulho
Argila pouco arenosa de cor vermelha
Argila pouco compactada por vezes arenosade cor laranja a avermelhada
Argila plástica de cor cinza por vezes comgrãos de quartzo
Argila pouco arenosa de cor marrom acinza escuro, por vezes com matériaorgânica
Areia argilosa de cor acinzentada
Nível d’ água
Presença de fase livre de Diesel
Carga hidráulica (m)
Condutividade hidráulica (cm/s)
Direção do fluxo subterrâneo
CONCENTRAÇÕES DE COV (ppm)
(95,435)
K
(97,40)
(97,49)
(97,05)
-5K = 4,45 x 10 cm/s
LEGENDA:
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2007 Monografia I
68
A velocidade de migração das águas subterrânes foi calculada em função do padrão de
fluxo e dos parâmetros hidrogeológicos do aqüífero, de acordo com a Lei de Darcy, através da
expressão:
VK in e
=.
= (4,45 x 10-5 cm/s * 2,5 x10-2 ) / 7x10-2 = (1,59 x10-5 cm/s) * (365*24*60*60) s = 5,0
m/ano
onde:
V = Velocidade das águas subterrâneas (L/T)
K = Condutividade hidráulica (L/T)
i = Gradiente hidráulico (L/L)
ne = Porosidade efetiva (L3/L3)
O gradiente hidráulico médio é da ordem 2,5 %. A porosidade efetiva média pode ser
estimada em torno de 7 % para este aqüífero (FETTER, 1994). Empregando-se a
condutividade hidráulica (K = 4,45 x 10-5 cm/s) obtida a partir do poço PM-1 segundo o
cálculo apresentado no item 3.2.2.3, estima-se a velocidade de 5,0 m/ano para a migração das
águas subterrâneas na área estudada. Este dado será importante para a avaliação de risco da
área, pois a velocidade de migração das águas subterrâneas contribui para a propagação da
contaminação. Vale salientar que o comportamento da pluma de contaminantes é influenciado
não só pelas condições hidrodinâmicas e características do aqüífero (a velocidade das águas
subterrâneas é um destes parâmetros), mas também pelas propriedades físico-químicas dos
componentes dos combustíveis.
3.2.2.5 Estudo de Caracterização da Contaminação Local e Resultados das Análises Químicas
Para caracterização da contaminação do posto avaliou-se os resultados do
monitoramento de compostos orgânicos voláteis - COV realizados nas atividades de
sondagens da empresa de consultoria (figura 3.3). Assim sendo, verificaram-se as seguintes
observações importantes:
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2007 Monografia I
69
a) valores de COV superiores a 1000 ppm, distribuídos por toda a área de tancagem e
abastecimento de combustíveis, sendo as concentrações mais elevadas (11.000 ppm)
localizadas entre os tanques de gasolina e álcool e a jusante de duas ilhas de distribuição;
b) valores de COV acima de 600 ppm em todo perfil, nos pontos S-2 (localizado entre o poço
de abastecimento do posto e as ilhas de distribuição) e S-3 (situado entre os tanques de
gasolina comum e aditivada). As sondagens S-6 (nas proximidades dos bocais de
descarregamento à distância), e S-8 (a jusante da ilha de abastecimento de diesel),
indicaram concentrações de COV acima de 1000 ppm nas proximidades da franja capilar;
c) presença de fase livre de óleo diesel na sondagem S-8 (situada a jusante da ilha de
abastecimento de diesel) e no poço de abastecimento do posto.
Com base nessas informações, foi dado prosseguimento ao estudo de caracterização da
contaminação local, conforme descrito anteriormente. Foram realizadas coletas de amostras
de solo e água subterrânea. Os resultados analíticos das quatro amostras de solo estão
apresentados nas tabelas 3.4 e 3.5 e na figura 3.4, tendo-se verificado que:
a) em relação aos parâmetros BTEX, as maiores concentrações foram detectadas na amostra
S-2. (localizada entre o poço de abastecimento do posto e a ilha de distribuição de óleo
diesel e álcool), com 0,04 mg/Kg de benzeno, 0,913 mg/Kg de etilbenzeno, 0,62 mg/Kg
de tolueno e 150,1 mg/L de xilenos.
b) entre os hidrocarbonetos totais de petróleo (TPH) as concentrações dos compostos de
cadeias mais longas (TPH C10-C30), relacionados ao óleo diesel, predominaram em
relação aos hidrocarbonetos com cadeias mais curtas (TPH C5-C10) relacionados à
gasolina.
c) os parâmetros PAH das amostras S-2 e S-8 foram acenafteno, antraceno, fluoranteno,
fluoreno, naftaleno, fenantreno e pireno nas duas amostras analisadas, com maiores
concentrações pertencentes à amostra S-2, (localizada entre o poço de abastecimento do
posto e a ilha de distribuição de óleo diesel e álcool).
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2007 Monografia I
70
Tabela 3.4: Resultados das Análises Químicas do Solo - BTEX E TPH - (mg/Kg)
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH
(C5-C10)
TPH
(C10-C30)
S-2 0,50 0,04 0,913 0,62 150,1 216 23400
S-3 2,50 <0,0005 0,79 0,056 0,2245 126 345
S-6 1,50 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,1 <10
S-8 3,00 0,0056 0,14 <0,0212 0,424 57,1 2410
Tabela 3.5: Resultados das Análises Químicas do Solo - PAH - (mg/Kg)
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)
antraceno
Benzo(a)
pireno
Benzo(b)
fluoranteno
S-2 0,5 0,79 <0,2 0,37 <0,2 <0,2 <0,2
S-8 3,0 0,16 <0,01 0,13 <0,01 <0,01 <0,01
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Benzo (g,h,i)
perileno
Criseno Dibenzo
(a, h)
antraceno
Fluoranteno Fluoreno Indeno
(1,2,3-cd)
pireno
S-2 0,5 <0,2 <0,2 <0,2 0,39 2,9 <0,2
S-8 3,0 <0,01 <0,01 <0,01 0,07 0,86 <0,01
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)
fluoranteno
S-2 0,5 16 7,7 0,51 <0,2
S-8 3,0 3,3 1,7 0,11 <0,01
Para a amostragem de água subterrânea, foram coletadas 1 amostra em cada poço de
monitoramento (PM-1, PM-2, PM-3 e PM-4), totalizando 4 amostras de água, destacaram-
se as seguintes observações (vide também as tabelas 3.6 e 3.7 abaixo e a Figura 3.6):
a) o poço de monitoramento PM-4, localizado a jusante da ilha de abastecimento de gasolina
comum/aditivada apresentou as concentrações mais elevadas de benzeno, etilbenzeno e
xilenos. As maiores concentrações de tolueno e TPH C5-C10 e C10-C30 foram detectadas
na amostra proveniente do poço de monitoramento PM-2, localizado a jusante dos bocais
de descarregamento à distância.
b) o poço de bombeamento PB-1 e o poço de abastecimento do posto (PA-1) não foram
amostrados, uma vez que apresentavam fase imiscível de óleo diesel na época da
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amostragem. Ressalta-se que o PA-1 apresentava 50 cm de fase livre de diesel quando foi
feito o atendimento de emergência.
c) foram realizadas análises de PAH apenas nas amostras PM-2, e PM-4, uma vez que
somente estas apresentaram teores de TPH C10-C30 superior a 0,35 mg/L. Estas análises
detectaram traços de acenafteno, fluoreno, naftaleno e fenantreno, sendo as maiores
concentrações encontradas no PM-2.
Tabela 3.6: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - BTEX E TPH - (mg/L)
Amostra/
Poço
Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH
(C5-C10)
TPH
(C10-C30)
AA-1/PM-1 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,1 0,20
AA-2/PM-2 0,009 0,0015 0,0188 0,0035 0,90 0,90
AA-3/PM-3 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,0005 <0,1 <0,1
AA-4/PM-4 0,0319 0,0034 0,0186 0,0442 0,5 0,45
Tabela 3.7: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea - PAH - (mg/L)
Amostra/
Poço
Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)
antraceno
Benzo(a)
Pireno
Benzo(b)
fluoranteno
AA-2/ PM-2 0,00006 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001
AA-4/ PM-4 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001
Amostra/
Poço
Benzo (g,h,i)
perileno
Criseno Dibenzo
(a, h)
antraceno
Fluoranteno Fluoreno Indeno
(1,2,3-cd)
pireno
AA-2/ PM-2 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 0,00001 <0,00002
AA-4/ PM-4 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00002
Amostra/
Poço
Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)
fluoranteno
AA-2/ PM-2 0,017 0,00008 <0,00001 <0,00001
AA-4/ PM-4 0,00003 <0,00001 <0,00001 <0,00001
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3.3 MODELO CONCEITUAL DE EXPOSIÇÃO
As investigações preliminar e confirmatória permitiram que a empresa de consultoria
construísse um modelo conceitual mais detalhado da área, visando uma melhor identificação
dos seus cenários de exposição.
Os cenários de exposição identificados pela empresa de consultoria são apresentados
resumidamente na Tabela 3.8, a seguir:
Tabela 3.8: Levantamento dos Cenários de Exposição
Receptores no Local Cenários de Exposição
Trabalhadores Fixos do Posto 1 - Inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes
abertos.
2 - Inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes
fechados
3 - Inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em
ambientes abertos.
4 - Inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em
ambientes fechados.
6 - Ingestão de água subterrânea contaminada a partir do poço de
abastecimento.
7 - Contato dérmico com água subterrânea contaminada a partir da
lixiviação do solo subsuperficial.
Trabalhadores de Eventuais
Obras no Posto
1 - Inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes
abertos.
5 - Ingestão, contato dérmico e inalação de vapores e partículas, a partir do
solo superficial contaminado.
6 - Ingestão de água subterrânea contaminada a partir do poço de
abastecimento.
Receptores Externos Cenários de Exposição
Tabalhadores Comerciais dos
Arredores
4 - Inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em
ambientes fechados.
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A descrição detalhada dos cenários de exposição vem a seguir:
a) inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes abertos. Esta exposição
está associada aos vapores que são gerados a partir da fase retida no solo subsuperficial
que migram ao longo da zona não saturada até ambientes abertos (não confinados),
podendo ser inalados por trabalhadores do posto (fixos e de eventuais obras);
b) inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados. Exposição
está associada aos vapores que são gerados a partir da fase retida no solo subsuperficial
que migram ao longo da zona não saturada até ambientes fechados (confinados), podendo
ser inalados apenas pelos trabalhadores fixos do posto;
c) inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes abertos.
Exposição está associada aos vapores que são gerados a partir dos compostos dissolvidos
na água subterrânea que migram ao longo da zona não saturada até ambientes abertos,
podendo ser inalados pelos trabalhadores fixos do posto;
d) inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes fechados.
Exposição está associada aos vapores que são gerados a partir dos compostos dissolvidos
na água subterrânea que migram ao longo da zona não saturada até ambientes fechados
(confinados), podendo ser inalados pelos trabalhadores fixos do posto e por trabalhadores
fora do posto (a pluma de contaminação possivelmente extrapola os limites do posto);
e) ingestão, contato dérmico e inalação de vapores e partículas, a partir do solo superficial
contaminado. A exposição está associada às partículas de solo superficial contaminado
que são ingeridas, entram em contato com a pele dos receptores e que são inaladas em
ambientes abertos (não confinados). Este cenário está associado a trabalhadores de
eventuais obras que possam vir a ocorrer no posto, pois estariam em contato direto com o
solo, vapores e partículas contaminadas;
f) ingestão de água subterrânea contaminada a partir do poço de abastecimento. A
exposição está associada à água subterrânea contaminada pelo solo subsuperficial ou por
outra fonte, por meio da migração dos contaminantes para o poço de abastecimento,
podendo ser ingerida por trabalhadores do posto (fixos e de eventuais obras). Ressalta-se
que o posto não é servido pela rede pública de abastecimento de água (EMBASA);
g) contato dérmico com água subterrânea contaminada a partir da lixiviação do solo
subsuperficial. A exposição está associada à lixiviação do solo subsuperficial afetado,
gerando contaminação da água subterrânea que migra para o poço de abastecimento cuja
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74
água é utilizada para lavagem e banho podendo os contaminantes serem absorvidos pela
pele dos trabalhadores fixos do posto.
De acordo com o procedimento da CETESB (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE
SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006a) utiliza-se um fluxograma para facilitar a
identificação dos cenários de exposição, através de etapas seqüenciais de identificação do
compartimento do meio físico impactado, mecanismos de transporte, vias de exposição e
receptores atuais e potenciais para o local. A empresa de consultoria também utilizou estes
fluxogramas.
3.4 ANÁLISE DE RISCO UTILIZANDO A METODOLOGIA ACBR
3.4.1 Análise de Risco – Nível 1
Seguindo as etapas apresentadas no fluxograma da ACBR (figura 2.6), a investigação
confirmatória foi realizada. Devido à presença de fase livre na água subterrânea foi
implementada a AÇÃO RESPOSTA 2 (vide item 3.2.2.1 - Atividade de Sondagem do Solo,
Instalação de Poços e Coletas de Amostras), com delimitação da pluma de fase livre e
instalação de um poço de bombeamento (PB-01) de 4” para iniciar a remoção da mesma. Para
a avaliação do risco existente na área também foram coletadas amostras de água subterrânea e
solo para comparação com as tabelas de referência da CETESB.
As tabelas 3.9, 3.10, 3.11 e 3.12 apresentam os compostos químicos identificados nas
análises de laboratório e os valores de referência utilizados para comparação. Inicialmente, é
feita uma comparação entre os dados das amostras com os Valores de Intervenção – VI
apresentados na Lista de Valores Orientadores para Solos e Águas Subterrâneas no Estado de
São Paulo – 2005 (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL,
2006d) Os valores de intervenção considerados na lista foram os residenciais, já que não
foram estabelecidos valores para áreas comerciais. Após esta primeira avaliação, as
concentrações das amostras são novamente comparadas com as concentrações dos cenários de
exposição das Tabelas de Referência de Níveis Aceitáveis Baseados no Risco – NABR para o
Estado de São Paulo, presente como anexo no procedimento da ACBR da CETESB
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2007 Monografia I
75
(COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006). Vale
lembrar que nas notas de rodapé da tabela 3.12 são apresentados os significados de todos os
símbolos e siglas que aparecem nas tabelas.
Tabela 3.9: Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para BTEX e TPH (mg/Kg)
Tabela 3.10: Resultados das Análises Químicas do Solo, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/Kg)
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)
antraceno
Benzo(a)
pireno
Benzo(b)
fluoranteno S-2 0,5 0,79 <0,2 0,37 <0,2 <0,2 <0,2
Valores de Intervenção Residencial NE NE NE 20 1,5 NE
NABR 1 * NA * * * * NABR 2 * NA * * * * NABR 5 * NA * * * *
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Benzo (g,h,i)
perileno
Criseno Dibenzo
(a, h)
antraceno
Fluoranteno Fluoreno Indeno
(1,2,3-cd)
pireno
S-2 0,5 <0,2 <0,2 <0,2 0,39 2,9 <0,2 Valores de Intervenção
Residencial NE NE 0,6 NE NE 25
NABR 1 NA * NE * * * NABR 2 NA * NE * * * NABR 5 NA * NE * * *
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)
fluoranteno
S-2 0,5 16 7,7 0,51 <0,2 Valores de Intervenção
Residencial 60 40 NE NE
NABR 1 * NA * * NABR 2 * NA * * NABR 5 * NA * *
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH
(C5-C10)
TPH
(C10-C30)
S-2 0,50 0,04 0,913 0,62 150,1 216 23400 Valores de Intervenção
Residencial
0,08
40
30
30 1000 1000
NABR 1 2,34 * * * NE NE NABR 2 0,0798 2,2 27 13,3 NE NE NABR 5 0,111 * * * NE NE
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Tabela 3.11: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção
e NABR para BTEX e TPH - (mg/L) Amostra/
Poço
Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos TPH
(C5-C10)
TPH
(C10-C30) AA-2/ PM-2 0,009 0,0015 0,0188 0,0035 0,90 0,90 AA-4/PM-4 0,0319 0,0034 0,0186 0,0442 0,5 0,45
Valores de Intervenção 0,005 0,3 0,7 0,5 0,6 0,6 NABR 3 29,9 * * * NE NE NABR 4 0,283 1,81 40,9 14,1 NE NE NABR 6 0,0325 0,464 18,4 18,4 NE NE NABR 7 0,59 0,616 25,7 16,6 NE NE
Tabela 3.12: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea, Valores de Intervenção e NABR para PAH - (mg/L)
Amostra/
Poço
Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)
antraceno
Benzo(a)
pireno
Benzo(b)
fluoranteno
AA-2/ PM-2 0,00006 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 AA-4/ PM-4 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 Valores de
Intervenção NE NE NE 0,00175 0,0007 NE
NABR 3 * NA * * * * NABR 4 * NA * * * * NABR 6 * NA * 0,00245 0,000245 * NABR 7 * NA * 0,000284 1,92E-05 0,000284
Amostra/
Poço
Benzo (g,h,i)
perileno
Criseno Dibenzo
(a, h)
antraceno
Fluoranteno Fluoreno Indeno
(1,2,3-cd)
pireno AA-2/ PM-2 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 0,00001 <0,00002 AA-4/ PM-4 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00002 Valores de
Intervenção NE NE 0,00018 NE NE 0,00017
NABR 3 NA * NE * * * NABR 4 NA * NE * * * NABR 6 NA * NE * * * NABR 7 NA * NE * * *
Amostra/
Poço
Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)
fluoranteno
AA-2/ PM-2 0,017 0,00008 <0,00001 <0,00001 AA-4/ PM-4 0,00003 <0,00001 <0,00001 <0,00001 Valores de
Intervenção 0,14 0,14 NE NE
NABR 3 * NA * * NABR 4 3,15 NA * * NABR 6 1,84 NA * * NABR 7 16,8 NA * *
NE- Não estabelecido na Lista de Valores Orientadores;
NA- Não Aplicável a Tabela de Referência de NABR;
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* Os valores de NABR calculados são comparados com os limites físicos de Solubilidade em Água (< S), Concentração de Saturação de
Vapor (< Csat,vap) e Concentração de Saturação no Solo (< Csat,solo). Se o valor calculado estiver fora destes limites, este é considerado
como fora da realidade.
- NABR 1- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes abertos pelos trabalhadores
comerciais fixos do local e trabalhadores de eventuais obras no local;
- NABR 2- Concentração relacionado à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados pelos trabalhadores
comerciais fixos do local e por trabalhadores comerciais dos arredores;
- NABR 3- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes abertos pelos
trabalhadores comerciais fixos do local;
- NABR 4- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes fechados pelos
trabalhadores comerciais fixos do local;
- NABR 5- Concentração relacionado à inalação, ingestão e contato dermal com o solo contaminado pelos trabalhadores de obras eventuais;
- NABR 6- Concentração relacionado à ingestão de água contaminada pelos trabalhadores comerciais fixos e trabalhadores de eventuais
obras no local;
- NABR 7- Concentração relacionado ao contato dérmico com água subterrânea contaminada pelos trabalhadores comerciais fixos do local;
- As concentrações NABR 1, 2 e 5 da Tabela de Referência da CETESB por ter a fonte de contaminação o solo estão sendo comparadas com
as concentrações das amostras de solo e as concentrações NABR 3, 4, 6 e 7 da Tabela de Referência da CETESB estão sendo comparadas
analogamente as concentrações das amostras de água subterrânea;
- As concentrações das amostras de água subterrânea e solo estão sendo comparadas com as concentrações NABR para receptores comerciais
e com metas de risco (10-5), caso o composto químico tenha risco carcinogênico.
Avaliando os resultados apresentados nas tabelas de 3.9 a 3.12, observa-se que as
concentrações das amostras de água e solo ultrapassaram os valores de intervenção e os
NABR. Na tabela 3.9, comparando o resultado da amostra de solo para o parâmetro xileno,
verifica-se que ele ultrapassou o valor de intervenção e o NABR. Nesta mesma tabela, o valor
de TPH (C10-C30) que caracteriza a contaminação de diesel também ultrapassou o valor de
intervenção. Na tabela 3.11, comparando o resultado da amostra de água subterrânea, verifica-
se que o parâmetro benzeno ultrapassou o valor de intervenção e quase ultrapassa o NABR.
Nesta mesma tabela, os valores de TPH (C5-C10) e TPH (C10-C30) ultrapassaram os valores
de intervenção. Nas tabelas comparativas de PAH nenhum dos parâmetros das amostras de
solo e água subterrânea ultrapassou os valores de intervenção e/ou NABR.
A avaliação de risco nível 1 é conservadora e considera que os receptores locais, assim
como os receptores externos estão juntos da fonte de contaminação, podendo ser objeto da
exposição por caminhos diretos e indiretos, desta forma são estabelecidas as condições mais
rigorosas possíveis.
Após a análise de risco nível 1, decidiu-se não realizar as atividades previstas para
uma AÇÃO RESPOSTA 3 (vide a figura 2.6 - Fluxograma da metodologia ACBR), mas a
execução de uma avaliação mais específica da área, ou seja, uma análise de risco nível 2.
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2007 Monografia I
78
A avaliação de nível 1 é muito conservadora para que os valores de referência sejam
assumidos como metas de remediação, pois torna a necessidade de altos investimentos para
alcançar estas metas, portanto a relação custo-benefício indicou a passagem da análise de
risco para o nível 2, como a melhor decisão a ser tomada.
Na avaliação de risco nível 2, as coletas de amostras de água subterrânea e solo
possibilitaram informações mais detalhadas da área de estudo: caracterização geológica e
hidrogeológica da área, mapa potenciométrico, condutividade hidráulica e velocidade de
migração das águas, sem maiores custos adicionais.
A experiência da empresa de consultoria em casos similares de contaminação
conduziu a não realização da etapa de nível 1, uma vez que foi detectada a presença de fase
livre sobrenadante na água subterrânea no poço de abastecimento do posto. Este fato, por si
só, indicava a necessidade da implantação de um sistema de remediação, através da remoção
da fase livre, além de recuperação dos níveis de concentração de contaminantes dissolvidos
nas águas subterrâneas até valores aceitáveis. Uma vez que os valores estabelecidos pelas
listas de referência (nível 1) são muito difíceis e dispendiosos de serem alcançados, optou-se
por realizar, em primeira instância, um estudo de nível 2, visando obter valores de referência
menos restritivos e possivelmente atingíveis com o “estado da arte” das técnicas de
remediação disponíveis no mercado de consultoria ambiental.
3.4.2 Análise de Risco – Nível 2
Esta nova análise de risco considerará as distâncias entre os receptores locais e
externos, e as fontes de contaminação. Desta forma, serão estabelecidas novas metas de
remediação utilizando informações mais detalhadas que foram obtidas na investigação
confirmatória, mas não foram utilizadas na análise de risco nível 1. Estes dados serão
aplicados a um modelo matemático de transporte e atenuação para calcular as concentrações
limites toleráveis dos contaminantes do posto, tal que o risco de exposição em um longo
período de tempo não extrapola os valores aceitáveis no ponto de exposição (POE). Estas
concentrações limites calculadas são as Concentrações Meta Baseada no Risco – CMEA que
serão comparadas às concentrações obtidas das amostras de água subterrânea e solo.
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2007 Monografia I
79
Para a modelagem matemática da análise de risco nível 2, a empresa de consultoria
utilizou o software RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Versão 1.3a da Groundwater
Services, Inc.
No anexo 1 são apresentadas as planilhas com os dados utilizados para esta
modelagem, suas interfaces com o usuário e os resultados obtidos. O primeiro passo para se
utilizar este programa é a definição do Modelo Conceitual de Exposição - MCE, em que são
definidos os receptores, os caminhos de exposição e os cenários de exposição. Para este
estudo de caso foram considerados os cenários estabelecidos na tabela 3.8 do item 3.3. Estes
cenários foram aplicados ao programa separadamente, de acordo com os receptores definidos
no MCE. Na planilha AI.1, observa-se os caminhos de exposição e seus cenários de
exposição definidos pelo usuário para os receptores trabalhadores fixos do posto (receptores
on site). As planilhas AI.2 a AI.5 apresentam os dados das propriedades físico-químicas,
toxicidade e outras propriedades dos compostos químicos de interesse que serão utilizados
para a modelagem definidos pelo usuário utilizando o próprio banco de dados do RBCA. A
planilha AI.6 são os dados que foram inseridos pelo usuário para caracterização do site, e
assim, permitir a modelagem. As planilhas AI.7 e AI.8 são os resultados obtidos da
modelagem, em que se apresentam as concentrações limites decorrentes da contaminação do
solo e da água subterrânea, para cada caminho de exposição definido para o receptor on site
(trabalhadores fixos do posto). Desta forma, verifica-se na planilha AI.7, por exemplo, que o
CMEA 1 (Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em
ambientes abertos pelos trabalhadores comerciais fixos do local) para o benzeno foi 310
mg/kg; e que o CMEA 5 (Concentração relacionada à ingestão da água subterrânea pelos
trabalhadores comerciais fixos do local), na planilha AI.8, para o benzeno foi 0,3 mg/L. Este
mesmo procedimento foi aplicado para os receptores “Trabalhadores de Eventuais Obras no
Posto” e seus respectivos caminhos e cenários de exposição, assim como para os
“Trabalhadores Comerciais dos Arredores”. Para estes primeiros foram utilizadas as planilhas
AI.9 a AI.15, sendo que nesta análise não foi considerado o caminho de ingestão de água
subterrânea contaminada a partir do poço de abastecimento, pois este poço foi fechado, logo
somente foram obtidos os resultados relacionados a contaminação do solo. Para os receptores
externos (trabalhadores dos arredores) foram utilizadas as planilhas AI.16 a AI.22.
A análise de risco realizada pela empresa de consultoria também considerou que o uso
do local manterá como um posto de serviços, desde quando qualquer outro uso implicaria em
nova condição de risco. A avaliação da exposição aos contaminantes considerou dados
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
80
relativos ao uso atual e futuro da área, os caminhos de exposição e os receptores. Vários
valores numéricos usados para o cálculo das concentrações máximas, para o local, foram
assumidos com base na experiência profissional, sendo os mesmos estimados de forma
conservadora.
Foi adotada pela empresa de consultoria, uma meta de risco de 1 x 10-4 e um índice de
perigo de 1,0 para compostos químicos carcinogênicos e não-carcinogênicos,
respectivamente. Na análise de risco nível 1, por ser mais conservadora, a CETESB considera
um valor mais restritivo para meta de risco dos compostos químicos carcinogênicos (valor de
1x10-5 ). Isto significa que uma dose de contaminante (baseada no peso corpóreo) que gera um
risco adicional de ocorrer um caso de tumor letal em 100.000 indivíduos expostos durante
toda a vida, ou seja, um fator de 10-5.
As tabelas 3.13 a 3.16 apresentam os resultados analíticos das amostras de água
subterrânea e solo e as CMEA obtidas através do cálculo utilizando o software RBCA.
Tabela 3.13: Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para BTEX (mg/Kg)
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos
S-2 0,50 0,04 0,913 0,62 150,1 CMEA 1 310 >190 >320 >170 CMEA 2 1,9 >190 160 >170 CMEA 3 70 3100 4100 53000 CMEA 4 0,15 12 13 >170
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2007 Monografia I
81
Tabela 3.14: Resultados das Análises Químicas do Solo e CMEA para PAH - (mg/Kg)
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)
antraceno
Benzo(a)
pireno
Benzo(b)
fluoranteno S-2 0,5 0,79 <0,2 0,37 <0,2 <0,2 <0,2
CMEA 1 NC NC NC >17 >3,6 >17 CMEA 2 NC NC NC >17 >3,6 >17 CMEA 3 NC NC NC 2500 250 2500 CMEA 4 >61 9,2 >1,4 >17 >3,6 >17
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Benzo (g,h,i)
perileno
Criseno Dibenzo
(a, h)
antraceno
Fluoranteno Fluoreno Indeno
(1,2,3-cd)
pireno S-2 0,5 <0,2 <0,2 <0,2 0,39 2,9 <0,2
CMEA 1 NC >0,77 >0,79 NC NC >4500 CMEA 2 NC >0,77 >0,79 NC NC >4500 CMEA 3 NC 1500 NC NC NC 2500 CMEA 4 >2,4 >0,77 >0,79 >17 >27 2900
Sondagem Profundidade
Amostrada (m)
Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)
fluoranteno
S-2 0,5 16 7,7 0,51 <0,2 CMEA 1 >140 NC NC <5,1 CMEA 2 >140 NC NC <5,1 CMEA 3 80000 NC NC 25000 CMEA 4 >140 >49 >13 >5,1
Tabela 3.15: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMEA para BTEX -
(mg/L) Amostra/
Poço
Benzeno Etilbenzeno Tolueno Xilenos
AA-4/PM-4 0,0319 0,0034 0,0186 0,0442 CMEA 5 0,3 9,9 20 200 CMEA 6 21 >170 >520 >200 CMEA 7 >1800 >170 >520 >200
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2007 Monografia I
82
Tabela 3.16: Resultados das Análises Químicas da Água Subterrânea e CMAE para PAH - (mg/L)
Amostra/
Poço
Acenafteno Acenaftaleno Antraceno Benzo(a)
Antraceno
Benzo(a)
pireno
Benzo(b)
fluoranteno
AA-2/ PM-2 0,00006 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001
AA-4/ PM-4 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001 <0,00001
CMEA 5 >3,9 0,40 >0,045 >0,0057 >0,0016 >0,015
CMEA 6 NC NC NC >0,0057 >0,0016 >0,015
CMEA 7 NC NC NC >0,0057 >0,0016 >0,015
Amostra/
Poço
Benzo
(g,h,i)
perileno
Criseno Dibenzo
(a, h)
antraceno
Fluoranteno Fluoreno Indeno
(1,2,3-cd)
pireno
AA-2/ PM-2 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 0,00001 <0,00002
AA-4/ PM-4 <0,00002 <0,00001 <0,00002 <0,00001 <0,00001 <0,00002
CMEA 5 >0,0007 >0,0018 >0,0005 >0,021 >1,7 0,0037
CMEA 6 NC >0,0018 >0,0005 NC NC >0,062
CMEA 7 NC >0,0018 >0,0005 NC NC >0,062
Amostra/
Poço
Naftaleno Fenantreno Pireno Benzo(k)
fluoranteno
AA-2/ PM-2 0,017 0,00008 <0,00001 <0,00001
AA-4/ PM-4 0,00003 <0,00001 <0,00001 <0,00001
CMEA 5 >31 >1,6 >0,16 >0,0043
CMEA 6 >31 NC NC >0,0043
CMEA 7 >31 NC NC >0,0043 CMEA - Concentrações Meta Baseada no Risco - calculada pela Análise Risco ACBR - Tier 2 através do software RBCA Toolkit for
Chemical Releases versão 1.3ª;
- CMEA 4- Concentração relacionada à ingestão das águas subterrâneas contaminadas através da lixivição do solo para os trabalhadores
comerciais fixos do local;
- CMEA 1- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes abertos pelos trabalhadores
comerciais fixos do local;
- CMEA 2- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes do solo em ambientes fechados pelos trabalhadores
comerciais fixos do local;
- CMEA 3- Concentração relacionada à inalação, ingestão e contato dermal com o solo contaminado pelos trabalhadores de obras;
- CMEA 5- Concentração relacionada à ingestão da água subterrânea pelos trabalhadores comerciais fixos do local;
- CMEA 6- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes fechados pelos
trabalhadores comerciais fixos do local;
- CMEA 7- Concentração relacionada à inalação de vapores orgânicos provenientes da água subterrânea em ambientes abertos pelos
trabalhadores comerciais fixos do local;
NC - Não calculado pelo software RBCA
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2007 Monografia I
83
Avaliando as tabelas 3.13. a 3.16, observa-se que as concentrações detectadas, tanto
no solo quanto na água subterrânea, fora da pluma de fase livre, não ultrapassaram os limites
máximos estabelecidos para o posto para todos os caminhos de exposição e receptores
considerados.
3.5 COMENTÁRIOS SOBRE O ESTUDO DE CASO E RECOMENDAÇÕES AO
EMPREENDEDOR
Na análise de risco nível 1, os parâmetros xilenos e TPH (C10-C30) ultrapassaram os
limites para valores de intervenção (VI) e o xileno também ultrapassou os níveis NABR para
os resultados analíticos da amostra de solo. Com relação à amostra de água subterrânea, o
parâmetro benzeno ultrapassou o limite para o respectivo valor do VI e quase ultrapassa o
nível do NABR. Os parâmetros TPH (C5-C10) e TPH (C10-C30) também ultrapassaram os
valores de intervenção. Na análise de nível 2, os resultados analíticos das amostras de água
subterrânea e de solo não ultrapassaram as concentrações CMEA.
Entretanto, é importante ressaltar que a presença de fase livre nos poços PB-01 e PA-
01 não é avaliada pela análise de Risco-ACBR, sendo considerada como uma fonte de
contaminação que representa um risco iminente aos receptores potenciais, devendo, portanto,
ser eliminada.
Para remoção da fase livre de óleo sobrenadante na água subterrânea no poço PB-01 e
no poço de abastecimento PA-01 foram instaladas bombas especiais (skimmers) que extraem
exclusivamente o óleo que flutua sobre a água. De acordo com os dados da CETESB (vide
figura 2.10) esta é a segunda técnica mais utilizada em casos de contaminação no estado de
São Paulo. Após remoção do óleo, ele será colocado em tambores e encaminhado junto com o
óleo queimado para uma destinação adequada. O PA deverá permanecer desativado
definitivamente.
Recomendou-se o monitoramento químico trimestral dos poços instalados no posto a
fim de monitorar as águas subterrâneas, acompanhar a evolução da fase dissolvida e alertar
para a necessidade de intervenções adicionais. Os compostos químicos de interesse são os
mesmos da investigação (BTEX, TPH e PAH) para o monitoramento. A CETESB recomenda
que este monitoramento deva se estender por um período de 1 ano, caso as amostras de água
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2007 Monografia I
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subterrânea não venham ultrapassar as metas de remediação (CMEA), considera-se o caso
como encerrado.
Se ocorrer algum aumento das concentrações dos CQI nos poços de monitoramento,
poderá ser a indicação de um novo evento de contaminação. De acordo com o procedimento
da CETESB, é necessário desenvolver uma nova avaliação ambiental com o objetivo de
identificar a provável fonte de contaminação e adotar as Ações de Resposta cabíveis.
O posto deverá adequar as suas instalações segundo os critérios estabelecidos pela
norma NBR 13.786 (Posto de Serviço – Seleção dos Equipamentos para Sistemas para
Instalações Subterrâneas de Combustíveis) e também deverá atender as outras exigências
legais relativas ao licenciamento ambiental. É fundamental que a instalação de equipamentos
novos atenda aos padrões legais e normativos e que os mesmos sejam devidamente testados
antes de iniciar a sua operação. Vale salientar que existe uma norma da ABNT, a NBR 14973
para troca de tanques subterrâneos, assim como um procedimento da CETESB específico
também para esta atividade (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO
AMBIENTAL, 2006).
No caso de obras no local, recomendou-se, em caráter preventivo, o uso de EPIs
adequados para os trabalhadores de obras, evitando assim, o contato dermal com as águas
subterrâneas e o solo contaminado.
Ressalta-se que caso haja mudanças com relação ao cenário considerado (ex: novo uso
do local), nova avaliação de risco deverá ser realizada.
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2007 Monografia I
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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS
EM SÃO PAULO
O trabalho desenvolvido pelos autores desta monografia no estudo de caso aqui
discutido permitiu observar que os novos procedimentos da CETESB para licenciamento de
postos de combustíveis (Decisão da Diretoria 010-2006-C) incluem todas as atividades da
execução da investigação e avaliação da contaminação em episódios ocorridos nestes
estabelecimentos.
Na etapa de investigação existem procedimentos para identificação de passivos
ambientais com a descrição de todo o processo de investigação preliminar (locação dos pontos
de sondagens, avaliação dos gases no solo, nº de amostras de água e solo, a forma como
devem ser coletadas estas amostras, o formato do relatório a ser entregue, ações imediatas que
devem ser adotadas, etc.). Enquanto na avaliação da contaminação existe o procedimento para
aplicação da análise de risco ACBR customizado para os episódios em postos. Esses
procedimentos possivelmente permitirão uma padronização dos processos de investigação e
de avaliação de contaminação, assim como facilitarão a remediação das áreas contaminadas
no estado de São Paulo, e em outros estados após adaptar-se a metodologia.
4.2 PROCEDIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DA CONTAMINAÇÃO ESTABELECIDOS
NA BAHIA
Na norma técnica NT 002-2006 do CRA, o tópico relativo a “Caso de Emergência
Ambiental e Remediação” estabelece algumas diretrizes para os episódios de contaminação
em postos de combustíveis. Com base nesse tópico, entende-se que a avaliação da
contaminação no local deve ter como referência a Lista de Valores Orientativos da CETESB e
a metodologia de análise de risco ACBR, exclusivamente para o solo e, os valores da Portaria
nº 518 de 2004, do Ministério da Saúde, exclusivamente para a água subterrânea. Sabendo-se
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
86
que a Portaria nº 518 estabelece os valores máximos permitidos para a água adequada ao
consumo humano e dentre estes, os valores máximos dos compostos etilbenzeno, tolueno e
xilenos são mais restritivos do que o apresentado na lista da CETESB, percebe-se o cuidado
do CRA em ser mais restritivo com relação à água subterrânea, a qual pode atingir receptores
potenciais com maior facilidade do que o solo contaminado. Entretanto, a depender do uso a
ser dado a água subterrânea, a Portaria nº 518 deve ser utilizada apenas como referência para
avaliação da contaminação do local, mas como uma referência para valores a serem atingidos
como metas de remediação, pois os custos para alcançar estes valores podem ser inviáveis,
sendo mais benéfico eliminar o uso da água subterrânea para consumo humano e dar à água
outro fim, menos nobre. A NT do CRA precisa esclarecer quais serão os valores meta para
que a água subterrânea seja considerada descontaminada a depender do uso desta água. A
norma do CRA precisa incluir a análise de risco no processo de tomada de decisão para
remediação da contaminação da água subterrânea. Ressalta-se, mais uma vez, que o uso de
portarias de potabilidade da água como referência exclusiva para avaliação da contaminação,
prática anterior ao uso das metodologias de análise de risco para estes episódios, considerava
sempre o uso para consumo humano, o que nem sempre é possível.
A NT -002/2006 do CRA regulamenta basicamente o licenciamento ambiental de
postos e bases de combustíveis, não apresentando procedimentos padrões para atendimento
emergencial, investigação e remediação dos casos de contaminação, diferentemente da
CETESB.
O número de casos de contaminação dos postos de combustíveis é expressivo na
Bahia, percebe-se, portanto, a necessidade do estado estabelecer a sua própria lista de valores
orientadores para solos e águas subterrâneas, pois as características ambientais do estado da
Bahia são diferentes das características do estado de São Paulo; pode-se estar tomando valores
de referência que não são adequados à região.
4.3 O ESTUDO DE CASO
Nas situações de episódios de contaminação em postos de combustíveis contendo fase
livre sobrenadante, com espessuras significativas, como foi o presente estudo de caso, pode-se
perceber que existe uma tendência dos trabalhos investigatórios serem direcionados à
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2007 Monografia I
87
obtenção das informações necessárias para uma análise de risco nível 2, pois, normalmente, a
área já está contaminada com valores que ultrapassam os limites para a análise de risco nível
1. O custo de uma investigação para uma análise de nível 2 é um pouco superior ao custo de
uma investigação de uma análise de nível 1, pois na investigação nível 2 são necessárias:
análises de laboratório das amostras geotécnicas para caracterização do solo, ensaios de
permeabilidade, além de um número de horas um pouco maior de um geólogo para
modelagem matemática e análise dos dados obtidos.
Onde os indícios demonstram a presença de fase livre em poços de abastecimentos,
galerias elétricas, caixas de esgoto, etc., a análise de risco nível 1 torna-se desnecessária, pois
os valores que serão utilizados como referência para comparação com os valores obtidos nas
amostras de solo e água subterrânea, do local, certamente serão ultrapassados; posteriormente,
a análise custo/benefício indicará a passagem para o nível 2, já que não será viável estabelecer
uma ação de remediação ou de engenharia em um estágio de análise de risco nível 1, sem ter
informações mais detalhadas da contaminação. Desta forma, uma investigação mais
detalhada, seguida de uma análise de risco nível 2, permitiria uma melhor avaliação da
contaminação e, conseqüentemente, uma melhor decisão da ação para recuperar a área,
reduzindo os custos e o tempo. Nessa tomada de decisão é necessária a experiência
profissional do consultor para se obter um bom julgamento das informações coletadas na
investigação preliminar, definindo se será melhor, ou não, partir imediatamente para uma
análise de risco nível 2. Caso a concentração dos contaminantes esteja abaixo dos valores de
referência da análise de nível 1, a decisão tomada de se iniciar com uma análise de nível 2
terá o efeito inverso quanto a relação custo/ benefício.
O procedimento da empresa de consultoria em realizar análise dos parâmetros de PAH
apenas para valores de TPH acima de 400 mg/kg (amostras de solo) e 325 µg/L (amostras de
água subterrânea) mostrou-se como uma proposta adequada e deveria ser avaliada pelas
agências ambientais, já que os valores de PAH das amostras analisadas nestas condições não
excederam os valores de intervenção, nem NABR e nem CMEA. Tanto a CETESB quanto o
CRA determinam a análise de PAH para todas as amostras, independente da concentração
obtida dos TPH. Entretanto, como os compostos PAH também formam o grupo
Hidrocarbonetos Totais de Petróleo – TPH, conclui-se que se o valor de TPH estiver baixo, os
valores dos compostos PAH também estarão baixos.
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2007 Monografia I
88
5 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
Com base neste estudo de caso concluiu-se que:
a) a aplicação do procedimento de análise de risco ACBR (COMPANHIA DE
TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006) para um caso real de
contaminação em posto de combustíveis, confirmou a importância da análise de risco
como ferramenta para tomada de decisão, priorização de recursos e correção de acidentes
ambientais. Esse procedimento estabelece, passo a passo, as atividades de investigação,
avaliação e remediação da contaminação, criando um processo racional que permite uma
melhor alocação de recursos disponíveis, definindo também a necessidade e a prioridade
de ações corretivas e, estabelecendo graus de remediação aceitáveis sem riscos à saúde
humana e ao meio ambiente;
b) a norma técnica do CRA (NT-002/2006) necessita ser revista para regulamentação do
atendimento emergencial, investigação e remediação de áreas contaminadas por postos,
pois, atualmente, não existem instruções que determinem a forma como devem ser
executados os trabalhos, nesses episódios. Segundo a norma, fica a cargo dos responsáveis
pela área á elaboração do plano de remediação para posterior avaliação do CRA.
Quanto às recomendações, que parecem mais apropriadas, uma vez concluído este estudo de
caso, são:
a) tendo em vista que o procedimento ACBR permite definir um modelo de relatório para a
análise de risco, assim como no procedimento de investigação de passivos ambientais
SASC (COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL, 2006b)
contendo informações básicas que serão apresentadas ao órgão ambiental para avaliação
adequada do trabalho realizado na área, recomenda-se que também seja estabelecido um
relatório padrão para apresentação da análise de risco e do projeto de remediação, caso o
mesmo seja necessário;
b) recomenda-se para o caso de estados como a Bahia, que o órgão ambiental estabeleça
procedimentos e padrões mais completos e atualizados para que, em uma fase posterior de
amadurecimento e conscientização ambiental dos possíveis poluidores do estado, sejam
adotados modelos de auto-monitoramento e auto-gestão, nos quais fica à cargo do
poluidor a metodologia de avaliação e os planos de remediação;
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2007 Monografia I
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c) o modelo atualmente adotado pelo órgão ambiental da Bahia de deixar à cargo do poluidor
a elaboração da avaliação e do plano de remediação para posterior avaliação do órgão,
sem que normas e procedimentos consistentes e completos sejam estabelecidos, além do
mecanismo de auto monitoração proposto hoje pelo CRA, é arriscado e duvidoso quanto à
eficiência de sua aplicação. Esse procedimento é utilizado apenas em países do 1º mundo,
tais como a Alemanha, onde já se passou por uma fase de pesquisas, estabelecimento de
normas e procedimentos, além da avançada fase de amadurecimento e conscientização
ambiental em que se encontram;
d) recomenda-se que através de pesquisa científica e análises visando correlacionar os
valores de TPH aos valores de PAH, qual o valor mínimo de TPH para que seja
determinado, com uma margem de segurança adequada, à análise de PAH. Vale a pena
ressaltar que conquanto os custos para análise desses parâmetros superem em muito os
custos para análise do parâmetro TPH, os compostos PAH são bastante perigosos á saúde
humana e ao meio ambiente, portanto uma pesquisa científica criteriosa deve respaldar
esta decisão;
e) visando melhorar o controle e a remediação das áreas contaminadas em áreas urbanas no
estado da Bahia, são feitas as seguintes recomendações:
- a catalogação e a divulgação de uma lista contendo as áreas potencialmente
contaminadas;
- a definição de valores orientadores para qualidade do solo e água subterrânea baseada
em dados da região;
- o estabelecimento de uma norma para realização de estudos de análise de risco
específicas para áreas potencialmente contaminadas, visando priorizar os recursos para
àquelas áreas onde há maiores riscos para a saúde humana e meio ambiente;
- o avanço da regulamentação do licenciamento dos postos de combustíveis, dando
maior enfoque ao atendimento e correção dos acidentes ambientais causados por estes
estabelecimentos, tais como os vazamentos de tanques subterrâneos de combustíveis.
A título de comparação, vê-se que esses casos são tão numerosos no estado de São
Paulo, mas, nem se quer existem registros públicos da existência desses casos no
estado da Bahia.
Especialização em Gerenciamento e Tecnologias Ambientais na Indústria.
2007 Monografia I
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REFERÊNCIAS
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ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Disponível em: <http://www.abnt.org.br>. Acesso em: dez. 2006.
CAMACHO, E. N. Uma Proposta de Metodologia para Análise Quantitativa de Riscos Ambientais. 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. 2004.
CÂMARA AMBIENTAL DO COMÉRCIO E DERIVADOS DE PETRÓLEO DO ESTADO DE SÃO PAULO- GRUPO DE AVALIAÇÃO DE RISCO. Ações Corretivas Baseadas em Risco Aplicadas a Áreas Contaminadas com Hidrocarbonetos Derivados de Petróleo e Outros Combustíveis Líquidos: Procedimentos. São Paulo: [s.n.], 2000.
CATALUÑA, R.; SILVA, R. Desenvolvimento de um Equipamento para Avaliação do Efeito do Etanol na pressão de vapor e Entalpia da Vaporização em Gasolinas Automotivas. Porto Alegre: Instituto de Química; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2005. (Nota Técnica).
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ANEXOS
ANEXO I: Planilhas do RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3 b.
RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Job ID: 1830Location: Salvador - BA Date: 18-Jan-02Compl. By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site
None NA NA
Outdoor Air:Commercial None None
Indoor Air:Commercial NA NA
Commercial None None
NA NA NA
Commands and Options
GroundwaterPotable Water
Ingestion
AirInhalation of Vapor and/or Particulates
GroundwaterTransportAffected
Groundwater
Leaching
AffectedSubsurface
Soils
EnclosedSpace
Accumulation
Volatilization
AtmosphericDispersion
AffectedSurficial
Soils
Return
SoilDermal Contact and
Ingestion
AirInhalation of Vapor and/or Particulates
GroundwaterPotable Water
Ingestion
Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life
AtmosphericDispersion
EnclosedSpace
Accumulation
GroundwaterTransport
WindErosion
Volatilization
Leaching
AffectedSurficial
Soils
AffectedGroundwater
Main Screen Print Sheet Help
Exposure Pathway Flowchart
Source Media Transport Mechanisms Exposure Media ReceptorsOn-site Off-site1 Off-site2
SOURCE RECEPTOR TRANSPORT
AffectedSubsurface
Soils
SoilDermal Contact and
IngestionWindErosion
Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life
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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Physical Property Data
Diffusion log (Koc) or Vapor Molecular Coefficients log(Kd) Henry's Law Constant Pressure Solubility
Weight in air in water (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C)CAS (g/mole) (cm2/s) (cm2/s) log(L/kg) (atm-m3) (mm Hg) (mg/L) acid base
Constituent Number type MW ref Dair ref Dwat ref partition ref mol (unitless) ref ref ref pKa pKb refBenzene 71-43-2 A 78.1 PS 8.80E-02 PS 9.80E-06 PS 1.77 Koc PS 5.55E-03 2.29E-01 PS 9.52E+01 PS 1.75E+03 PS - - -Ethylbenzene 100-41-4 A 106.2 PS 7.50E-02 PS 7.80E-06 PS 2.56 Koc PS 7.88E-03 3.25E-01 PS 1.00E+01 PS 1.69E+02 PS - - -Toluene 108-88-3 A 92.4 5 8.50E-02 A 9.40E-06 A 2.13 Koc A 6.30E-03 2.60E-01 A 3.00E+01 4 5.15E+02 29 - - -Xylene (mixed isomers) 1330-20-7 A 106.2 5 7.20E-02 A 8.50E-06 A 2.38 Koc A 7.03E-03 2.90E-01 A 7.00E+00 4 1.98E+02 5 - - -Acenaphthene 83-32-9 PAH 154.21 4 4.21E-02 4 7.69E-06 4 3.85 Koc 4 7.71E-03 3.18E-01 4 5.00E-03 4 3.93E+00 29 - - -Acenaphthylene 208-96-8 PAH 152.21 4 4.39E-02 4 7.53E-06 4 4.00 Koc 4 1.14E-04 4.70E-03 4 8.51E-10 4 3.93E+00 29 - - -Anthracene 120-12-7 PAH 178.23 4 3.24E-02 4 7.74E-06 4 4.15 Koc 4 6.75E-02 2.78E+00 4 1.30E-06 4 4.50E-02 5 - - -Benzo(a)Anthracene 56-55-3 PAH 228.3 4 5.10E-02 4 9.00E-06 4 6.14 Koc 4 1.38E-08 5.69E-07 4 1.50E-07 4 5.70E-03 5 - - -Benzo(a)Pyrene 50-32-8 PAH 252.3 PS 4.30E-02 PS 9.00E-06 PS 6.01 Koc PS 1.13E-06 4.66E-05 PS 5.68E-04 PS 1.62E-03 PS - - -Benzo(b)Fluoranthene 205-99-2 PAH 252 5 2.26E-02 6 5.56E-06 7 5.74 Koc 25 2.01E-05 8.29E-04 25 6.67E-07 25 1.47E-02 25 - - -Benzo(g,h,i)Perylene 191-24-2 PAH 276 5 4.90E-02 6 5.65E-05 7 6.20 Koc 11 1.40E-07 5.77E-06 30 1.00E-09 10 7.00E-04 5 - - -Benzo(k)Fluoranthene 207-08-9 PAH 252.32 4 2.26E-02 4 5.56E-06 4 5.74 Koc 4 1.07E-08 4.41E-07 4 9.59E-10 4 4.30E-03 4 - - -Chrysene 218-01-9 PAH 228.2 4 2.48E-02 4 6.21E-06 4 5.30 Koc 4 1.18E-08 4.87E-07 4 5.76E-09 4 1.80E-03 5 - - -Dibenzo(a,h)Anthracene 53-70-3 PAH 278.35 4 2.00E-02 4 5.24E-06 4 5.87 Koc 4 3.81E-07 1.57E-05 4 5.20E-10 4 5.00E-04 4 - - -Fluoranthene 206-44-0 PAH 202 4 3.02E-02 4 6.35E-06 4 4.58 Koc 4 6.70E-02 2.76E+00 4 1.77E-02 4 2.06E-01 5 - - -Fluorene 86-73-7 PAH 166 4 3.63E-02 4 7.88E-06 4 3.86 Koc 4 1.17E-04 4.83E-03 4 1.70E-02 4 1.69E+00 5 - - -Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 193-39-5 PAH 276.34 4 2.33E-02 4 4.41E-06 4 7.53 Koc 4 5.07E-12 2.09E-10 4 1.00E-09 4 6.20E-02 29 - - -Naphthalene 91-20-3 PAH 128.2 PS 5.90E-02 PS 7.50E-06 PS 3.30 Koc PS 4.83E-04 1.99E-02 PS 2.30E-01 PS 3.10E+01 PS - - -Phenanthrene 85-01-8 PAH 178.22 4 3.33E-02 4 7.47E-06 4 4.15 Koc 4 6.05E-03 2.50E-01 4 2.10E-04 4 1.60E+00 5 - - -Pyrene 129-00-0 PAH 202.3 4 2.72E-02 4 7.24E-06 4 4.58 Koc 4 7.00E-09 2.89E-07 4 4.20E-08 4 1.60E-01 5 - - -
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu LtSite Location: Salvador - BA
CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Toxicity Data
Reference Dose Reference Conc. Slope Factors Unit Risk Factor(mg/kg/day) (mg/m3) 1/(mg/kg/day) 1/(µg/m3)
(mg/kg/day) 1/(mg/kg/day) EPA Weight IsOral Dermal Inhalation Oral Dermal Inhalation of Constituent
RfD_oral ref RfD_dermal ref RfC_inhal ref SF_oral ref SF_dermal ref URF_inhal ref Evidence Carcinogenic ?3.00E-03 R - - 5.95E-03 R 2.90E-02 PS 2.99E-02 TX 8.29E-06 PS A VERDADEIRO1.00E-01 PS 9.70E-02 TX 1.00E+00 PS - - - - - - D FALSO2.00E-01 A,R 1.60E-01 TX 4.00E-01 A,R - - - - - - D FALSO2.00E+00 A,R 1.84E+00 TX 7.00E+00 A - - - - - - D FALSO6.00E-02 R 5.34E-02 TX - - - - - - - - - FALSO4.00E-03 31 3.56E-03 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-01 A 2.67E-01 TX - - - - - - - - D FALSO
- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO- - - - 1.10E+01 31 7.30E+00 PS 8.20E+00 TX 2.09E-03 PS B2 VERDADEIRO- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO
3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO- - - - 1.00E-01 31 7.30E-02 R 8.20E-02 TX 8.80E-06 31 B2 VERDADEIRO- - - - 9.00E-07 31 1.15E+00 A 1.29E+00 TX 3.29E-04 A B2 VERDADEIRO- - - - 4.00E-01 31 7.30E+00 R 8.20E+00 TX - - B2 VERDADEIRO
4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO
- - - - 1.10E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO4.00E-01 PS 3.56E-01 TX 1.40E+00 PS - - - - - - D FALSO3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-02 R 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu LtSite Location: Salvador - BA
Miscellaneous Chemical Data
Time-Weighted Aquatic Life Biocon-Maximum Average Workplace Prot. Criteria centration
Contaminant Level Criteria FactorMCL (mg/L) ref TWA (mg/m3) ref AQL (mg/L) ref (L-wat/kg-fish)5.00E-03 52 FR 25690 3.25E+00 PS - - 12.67.00E-01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.35E+02 PS - - 11.00E+00 56 FR 3526 (30 Jan 91) 1.47E+02 ACGIH - - 701.00E+01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.34E+02 ACGIH - - 1
- - - - - - 384- - - - - - 1- - - - - - 917- - - ACGIH - - 10100
2.00E-04 57 31776 (17 Jul 92) 2.00E-01 PS - - 1- - - ACGIH - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1
2.00E-04 A - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1300- - - - - - 1- - 5.00E+01 PS - - 430- - - - - - 2630- - - - - - 2700
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu LtSite Location: Salvador - BA
CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Miscellaneous Chemical Data
Dermal Water Dermal Permeability DataRelative Dermal Lag time for Critical Relative Water/Skin Detection Limits Half LifeAbsorp. Permeability Dermal Exposure Contr of Derm Derm Adsorp Groundwater Soil (First-Order Decay)Factor Coeff. Exposure Time Perm Coeff Factor (mg/L) (mg/kg) (days)
(unitless) (cm/hr) (hr) (hr) (unitless) (cm/event) ref ref ref Saturated Unsaturated ref0.5 0.021 0.26 0.63 0.013 7.3E-2 D 0.002 S 0.005 S 720 720 H0.5 0.074 0.39 1.3 0.14 2.7E-1 D 0.002 S 0.005 S 228 228 H0.5 0.045 0.32 0.77 0.054 1.6E-1 D 0.002 S 0.005 S 28 28 H0.5 0.08 0.39 1.4 0.16 2.9E-1 D 0.005 S 0.005 S 360 360 H
0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 204 204 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 920 920 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1360 1360 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1060 1060 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1220 1220 H0.05 1.2 2.9 14 130 9.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1300 1300 H0.05 1.2 3 14 130 1.0E+1 D 0.01 32 0.66 32 4280 4280 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 S 0.66 S 2000 2000 H0.05 2.7 4.4 21 690 2.7E+1 D 0.01 32 0.66 32 1880 1880 H0.05 0.36 1.5 7.3 8.9 2.1E+0 D 0.01 32 0.66 32 880 880 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 1.9 4.2 20 380 1.9E+1 D 0.01 32 0.66 32 1460 1460 H0.05 0.069 0.53 2.2 0.2 2.7E-1 D 0.01 32 0.01 32 258 258 H0.05 0.23 1.1 5.6 2.9 1.2E+0 D 0.01 32 0.66 32 400 400 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 3800 3800 H
RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b
FALSO RBCA SITE ASSESSMENT Input Parameter SummarySite Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1
Exposure Parameters Residential Commercial/Industrial Surface Parameters General Construction (Units)Adult (1-6yrs) (1-16 yrs) Chronic Construc. A Source zone area 6.3E+2 NA (m^2)
ATc Averaging time for carcinogens (yr) 68.6 W Length of source-zone area parallel to wind 3.5E+1 NA (m)ATn Averaging time for non-carcinogens (yr) 30 25 1 Wgw Length of source-zone area parallel to GW flow 3.5E+1 (m)BW Body weight (kg) 67.8 15 35 67.8 Uair Ambient air velocity in mixing zone 2.3E+0 (m/s)ED Exposure duration (yr) 30 6 16 25 1 δair Air mixing zone height 2.0E+0 (m)τ Averaging time for vapor flux (yr) 30 25 1 Pa Areal particulate emission rate NA (g/cm^2/s)EF Exposure frequency (days/yr) 350 250 120 Lss Thickness of affected surface soils 1.0E+0 (m)EFD Exposure frequency for dermal exposure 350 250IRw Ingestion rate of water (L/day) 2 1 Surface Soil Column Parameters Value (Units)IRs Ingestion rate of soil (mg/day) 100 200 50 100 hcap Capillary zone thickness 2.4E-1 (m)SA Skin surface area (dermal) (cm^2) 5800 2023 5800 5800 hv Vadose zone thickness 2.6E+0 (m)M Soil to skin adherence factor 1 ρs Soil bulk density 1.4E+0 (g/cm^3)ETswim Swimming exposure time (hr/event) 3 foc Fraction organic carbon 2.1E-3 (-)EVswim Swimming event frequency (events/yr) 12 12 12 θT Soil total porosity 5.0E-1 (-)IRswim Water ingestion while swimming (L/hr) 0.05 0.5 Kvs Vertical hydraulic conductivity 4.5E-7 (cm/s)SAswim Skin surface area for swimming (cm^2) 17800 6230 kv Vapor permeability 1.0E-16 (m^2)IRfish Ingestion rate of fish (kg/yr) 0.025 Lgw Depth to groundwater 2.8E+0 (m)FIfish Contaminated fish fraction (unitless) 1 Ls Depth to top of affected soils 5.0E-1 (m)
Lbase Depth to base of affected soils 2.6E+0 (m) Complete Exposure Pathways and Receptors On-site Off-site 1 Off-site 2 Lsubs Thickness of affected soils 2.1E+0 (m)
Groundwater: pH Soil/groundwater pH 6.9E+0 (-) Groundwater Ingestion Commercial None None capillary vadose foundation Soil Leaching to Groundwater Ingestion Commercial None None θw Volumetric water content 0.4455 0.4455 0.12 (-)
θa Volumetric air content 0.057 0.057 0.26 (-)Applicable Surface Water Exposure Routes: Swimming NA Building Parameters Residential Commercial (Units) Fish Consumption NA Lb Building volume/area ratio NA 3.00E+0 (m) Aquatic Life Protection NA Ab Foundation area NA 7.00E+1 (m^2)
Xcrk Foundation perimeter NA 3.40E+1 (m)Soil: ER Building air exchange rate NA 2.30E-4 (1/s) Direct Ingestion and Dermal Contact None Lcrk Foundation thickness NA 1.50E-1 (m)
Zcrk Depth to bottom of foundation slab NA 1.50E-1 (m)Outdoor Air: η Foundation crack fraction NA 1.00E-2 (-) Particulates from Surface Soils None None None dP Indoor/outdoor differential pressure NA 0.00E+0 (g/cm/s^2) Volatilization from Soils Commercial None None Qs Convective air flow through slab NA 0.00E+0 (m^3/s) Volatilization from Groundwater Commercial None None
Groundwater Parameters Value (Units)Indoor Air: δgw Groundwater mixing zone depth 2.0E+0 (m) Volatilization from Subsurface Soils Commercial NA NA If Net groundwater infiltration rate 3.0E+1 (cm/yr) Volatilization from Groundwater Commercial NA NA Ugw Groundwater Darcy velocity 1.1E-6 (cm/s)
Vgw Groundwater seepage velocity 1.6E-5 (cm/s) Receptor Distance from Source Media On-site Off-site 1 Off-site 2 (Units) Ks Saturated hydraulic conductivity NA (cm/s)
Groundwater receptor 0 NA NA (m) i Groundwater gradient NA (-) Soil leaching to groundwater receptor 0 NA NA (m) Sw Width of groundwater source zone NA (m) Outdoor air inhalation receptor 0 NA NA (m) Sd Depth of groundwater source zone NA (m)
θeff Effective porosity in water-bearing unit NA (-) Target Health Risk Values Individual Cumulative foc-sat Fraction organic carbon in water-bearing unit NA (-)
TRab Target Risk (class A&B carcinogens) 1.0E-4 1.0E-4 pHsat Groundwater pH NA (-)TRc Target Risk (class C carcinogens) 1.0E-4 Biodegradation considered? NATHQ Target Hazard Quotient (non-carcinogenic risk) 1.0E+0 1.0E+0
FALSO Modeling Options Transport Parameters Off-site 1 Off-site 2 Off-site 1 Off-site 2 (Units)
RBCA tier Tier 2 Lateral Groundwater Transport Groundwater Ingestion Soil Leaching to GW Outdoor air volatilization model Surface & subsurface models αx Longitudinal dispersivity NA NA NA NA (m) Indoor air volatilization model Johnson & Ettinger model αy Transverse dispersivity NA NA NA NA (m) Soil leaching model ASTM leaching model αz Vertical dispersivity NA NA NA NA (m) Use soil attenuation model (SAM) for leachate? No Lateral Outdoor Air Transport Soil to Outdoor Air Inhal. GW to Outdoor Air Inhal. FALSO Air dilution factor NA σy Transverse dispersion coefficient NA NA NA NA (m) Groundwater dilution-attenuation factor NA σz Vertical dispersion coefficient NA NA NA NA (m)
ADF Air dispersion factor NA NA NA NA (-)
Surface Water Parameters Off-site 2 (Units)NOTE: NA = Not applicable Qsw Surface water flowrate NA (m^3/s)
Wpi Width of GW plume at SW discharge NA (m)δpi Thickness of GW plume at SW discharge NA (m)DFsw Groundwater-to-surface water dilution factor NA (-)
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RBCA SITE ASSESSMENT
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830
Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4
SOIL (0.5 - 2.6 m) SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:
Target Hazard Quotient 1.0E+0
SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)
X Soil Leaching to Groundwater Ingestion X Soil Vol. to
Indoor Air X Soil Volatilization to Outdoor Air Surface Soil Inhalation, Ingestion,Dermal Contact Applicable SSTL Required CRF
CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration
On-site (0 m)
Off-site 1 (0 m)
Off-site 2 (0 m)
On-site (0 m) On-site (0 m) Off-site 1
(0 m)Off-site 2
(0 m) On-site (0 m) SSTL Exceeded ?Only if “yes”
CAS No. Name (mg/kg) Commercial None None Commercial Commercial Construction Worker None None None Construction
Worker (mg/kg) " " if yes left
71-43-2 Benzene 1.5E-1 NA NA 1.9E+0 3.1E+2 NA NA NA NA NA 1.5E-1 NA100-41-4 Ethylbenzene 1.2E+1 NA NA >1.9E+2 >1.9E+2 NA NA NA NA NA 1.2E+1 NA108-88-3 Toluene 1.3E+1 NA NA 1.6E+2 >3.2E+2 NA NA NA NA NA 1.3E+1 NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) >1.7E+2 NA NA >1.7E+2 >1.7E+2 NA NA NA NA NA >1.7E+2 NA83-32-9 Acenaphthene >6.1E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >6.1E+1 NA208-96-8 Acenaphthylene 9.2E+0 NA NA NC NC NA NA NA NA NA 9.2E+0 NA120-12-7 Anthracene >1.4E+0 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >1.4E+0 NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene >1.7E+1 NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA NA NA NA >1.7E+1 NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene >3.6E+0 NA NA >3.6E+0 >3.6E+0 NA NA NA NA NA >3.6E+0 NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene >1.7E+1 NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA NA NA NA >1.7E+1 NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene >2.4E+0 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >2.4E+0 NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene >5.1E+0 NA NA >5.1E+0 >5.1E+0 NA NA NA NA NA >5.1E+0 NA218-01-9 Chrysene >7.7E-1 NA NA >7.7E-1 >7.7E-1 NA NA NA NA NA >7.7E-1 NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene >7.9E-1 NA NA >7.9E-1 >7.9E-1 NA NA NA NA NA >7.9E-1 NA206-44-0 Fluoranthene >1.7E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >1.7E+1 NA86-73-7 Fluorene >2.7E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >2.7E+1 NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 2.9E+3 NA NA >4.5E+3 >4.5E+3 NA NA NA NA NA 2.9E+3 NA91-20-3 Naphthalene >1.4E+2 NA NA >1.4E+2 >1.4E+2 NA NA NA NA NA >1.4E+2 NA85-01-8 Phenanthrene >4.9E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >4.9E+1 NA129-00-0 Pyrene >1.3E+1 NA NA NC NC NA NA NA NA NA >1.3E+1 NA
">" indicates risk-based target concentration greater than constituent residual saturation value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.
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RBCA SITE ASSESSMENT
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com on site Job ID: 1830
Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4
GROUNDWATER SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:
Target Hazard Quotient 1.0E+0
SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)
X Groundwater Ingestion X GW Vol. to Indoor Air X Groundwater Volatilization
to Outdoor Air Applicable SSTLRequired CRF
CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration
On-site (0 m)
Off-site 1 (0 m)
Off-site 2 (0 m)
On-site (0 m)
On-site (0 m)
Off-site 1 (0 m)
Off-site 2 (0 m)
SSTL Exceeded ?Only if “yes”
CAS No. Name (mg/L) Commercial None None Commercial Commercial None None (mg/L) " " if yes left
71-43-2 Benzene 3.0E-1 NA NA 2.1E+1 >1.8E+3 NA NA 3.0E-1 NA100-41-4 Ethylbenzene 9.9E+0 NA NA >1.7E+2 >1.7E+2 NA NA 9.9E+0 NA108-88-3 Toluene 2.0E+1 NA NA >5.2E+2 >5.2E+2 NA NA 2.0E+1 NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) 2.0E+2 NA NA >2.0E+2 >2.0E+2 NA NA 2.0E+2 NA83-32-9 Acenaphthene >3.9E+0 NA NA NC NC NA NA >3.9E+0 NA208-96-8 Acenaphthylene 4.0E-1 NA NA NC NC NA NA 4.0E-1 NA120-12-7 Anthracene >4.5E-2 NA NA NC NC NA NA >4.5E-2 NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene >5.7E-3 NA NA >5.7E-3 >5.7E-3 NA NA >5.7E-3 NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene >1.6E-3 NA NA >1.6E-3 >1.6E-3 NA NA >1.6E-3 NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene >1.5E-2 NA NA >1.5E-2 >1.5E-2 NA NA >1.5E-2 NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene >7.0E-4 NA NA NC NC NA NA >7.0E-4 NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene >4.3E-3 NA NA >4.3E-3 >4.3E-3 NA NA >4.3E-3 NA218-01-9 Chrysene >1.8E-3 NA NA >1.8E-3 >1.8E-3 NA NA >1.8E-3 NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene >5.0E-4 NA NA >5.0E-4 >5.0E-4 NA NA >5.0E-4 NA206-44-0 Fluoranthene >2.1E-1 NA NA NC NC NA NA >2.1E-1 NA86-73-7 Fluorene >1.7E+0 NA NA NC NC NA NA >1.7E+0 NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 3.7E-2 NA NA >6.2E-2 >6.2E-2 NA NA 3.7E-2 NA91-20-3 Naphthalene >3.1E+1 NA NA >3.1E+1 >3.1E+1 NA NA >3.1E+1 NA85-01-8 Phenanthrene >1.6E+0 NA NA NC NC NA NA >1.6E+0 NA129-00-0 Pyrene >1.6E-1 NA NA NC NC NA NA >1.6E-1 NA
">" indicates risk-based target concentration greater than constituent solubility value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.
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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Job ID: 1830Location: Salvador - BA Date: 18-Jan-02Compl. By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras
Com./Constr. NA NA
Outdoor Air:Com./Constr. None None
Indoor Air:None NA NA
None None None
NA NA NA
Commands and Options
AirInhalation of Vapor and/or Particulates
AffectedSubsurface
Soils
Volatilization
AtmosphericDispersion
WindErosion
AffectedSurficial
Soils
SoilDermal Contact and
Ingestion
Return
SoilDermal Contact and
Ingestion
AirInhalation of Vapor and/or Particulates
GroundwaterPotable Water
Ingestion
Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life
AtmosphericDispersion
EnclosedSpace
Accumulation
GroundwaterTransport
WindErosion
Volatilization
Leaching
AffectedSurficial
Soils
AffectedGroundwater
Main Screen Print Sheet Help
Exposure Pathway Flowchart
Source Media Transport Mechanisms Exposure Media ReceptorsOn-site Off-site1 Off-site2
SOURCE RECEPTOR TRANSPORT
AffectedSubsurface
Soils
EnclosedSpace
Accumulation
Leaching
AffectedGroundwater
GroundwaterTransport
GroundwaterPotable Water
Ingestion
Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life
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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Physical Property Data
Diffusion log (Koc) or Vapor
Molecular Coefficients log(Kd) Henry's Law Constant Pressure Solubility
Weight in air in water (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C)
CAS (g/mole) (cm2/s) (cm2/s) log(L/kg) (atm-m3) (mm Hg) (mg/L) acid baseConstituent Number type MW ref Dair ref Dwat ref partition ref mol (unitless) ref ref ref pKa pKb ref
Benzene 71-43-2 A 78.1 PS 8.80E-02 PS 9.80E-06 PS 1.77 Koc PS 5.55E-03 2.29E-01 PS 9.52E+01 PS 1.75E+03 PS - - -Ethylbenzene 100-41-4 A 106.2 PS 7.50E-02 PS 7.80E-06 PS 2.56 Koc PS 7.88E-03 3.25E-01 PS 1.00E+01 PS 1.69E+02 PS - - -Toluene 108-88-3 A 92.4 5 8.50E-02 A 9.40E-06 A 2.13 Koc A 6.30E-03 2.60E-01 A 3.00E+01 4 5.15E+02 29 - - -Xylene (mixed isomers) 1330-20-7 A 106.2 5 7.20E-02 A 8.50E-06 A 2.38 Koc A 7.03E-03 2.90E-01 A 7.00E+00 4 1.98E+02 5 - - -Acenaphthene 83-32-9 PAH 154.21 4 4.21E-02 4 7.69E-06 4 3.85 Koc 4 7.71E-03 3.18E-01 4 5.00E-03 4 3.93E+00 29 - - -Acenaphthylene 208-96-8 PAH 152.21 4 4.39E-02 4 7.53E-06 4 4.00 Koc 4 1.14E-04 4.70E-03 4 8.51E-10 4 3.93E+00 29 - - -Anthracene 120-12-7 PAH 178.23 4 3.24E-02 4 7.74E-06 4 4.15 Koc 4 6.75E-02 2.78E+00 4 1.30E-06 4 4.50E-02 5 - - -Benzo(a)Anthracene 56-55-3 PAH 228.3 4 5.10E-02 4 9.00E-06 4 6.14 Koc 4 1.38E-08 5.69E-07 4 1.50E-07 4 5.70E-03 5 - - -Benzo(a)Pyrene 50-32-8 PAH 252.3 PS 4.30E-02 PS 9.00E-06 PS 6.01 Koc PS 1.13E-06 4.66E-05 PS 5.68E-04 PS 1.62E-03 PS - - -Benzo(b)Fluoranthene 205-99-2 PAH 252 5 2.26E-02 6 5.56E-06 7 5.74 Koc 25 2.01E-05 8.29E-04 25 6.67E-07 25 1.47E-02 25 - - -Benzo(g,h,i)Perylene 191-24-2 PAH 276 5 4.90E-02 6 5.65E-05 7 6.20 Koc 11 1.40E-07 5.77E-06 30 1.00E-09 10 7.00E-04 5 - - -Benzo(k)Fluoranthene 207-08-9 PAH 252.32 4 2.26E-02 4 5.56E-06 4 5.74 Koc 4 1.07E-08 4.41E-07 4 9.59E-10 4 4.30E-03 4 - - -Chrysene 218-01-9 PAH 228.2 4 2.48E-02 4 6.21E-06 4 5.30 Koc 4 1.18E-08 4.87E-07 4 5.76E-09 4 1.80E-03 5 - - -Dibenzo(a,h)Anthracene 53-70-3 PAH 278.35 4 2.00E-02 4 5.24E-06 4 5.87 Koc 4 3.81E-07 1.57E-05 4 5.20E-10 4 5.00E-04 4 - - -Fluoranthene 206-44-0 PAH 202 4 3.02E-02 4 6.35E-06 4 4.58 Koc 4 6.70E-02 2.76E+00 4 1.77E-02 4 2.06E-01 5 - - -Fluorene 86-73-7 PAH 166 4 3.63E-02 4 7.88E-06 4 3.86 Koc 4 1.17E-04 4.83E-03 4 1.70E-02 4 1.69E+00 5 - - -Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 193-39-5 PAH 276.34 4 2.33E-02 4 4.41E-06 4 7.53 Koc 4 5.07E-12 2.09E-10 4 1.00E-09 4 6.20E-02 29 - - -Naphthalene 91-20-3 PAH 128.2 PS 5.90E-02 PS 7.50E-06 PS 3.30 Koc PS 4.83E-04 1.99E-02 PS 2.30E-01 PS 3.10E+01 PS - - -Phenanthrene 85-01-8 PAH 178.22 4 3.33E-02 4 7.47E-06 4 4.15 Koc 4 6.05E-03 2.50E-01 4 2.10E-04 4 1.60E+00 5 - - -Pyrene 129-00-0 PAH 202.3 4 2.72E-02 4 7.24E-06 4 4.58 Koc 4 7.00E-09 2.89E-07 4 4.20E-08 4 1.60E-01 5 - - -
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda.Site Location: Salvador - BA
CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Toxicity Data
Reference Dose Reference Conc. Slope Factors Unit Risk Factor
(mg/kg/day) (mg/m3) 1/(mg/kg/day) 1/(µg/m3)
(mg/kg/day) 1/(mg/kg/day) EPA Weight Is
Oral Dermal Inhalation Oral Dermal Inhalation of ConstituentRfD_oral ref RfD_dermal ref RfC_inhal ref SF_oral ref SF_dermal ref URF_inhal ref Evidence Carcinogenic ?3.00E-03 R - - 5.95E-03 R 2.90E-02 PS 2.99E-02 TX 8.29E-06 PS A VERDADEIRO1.00E-01 PS 9.70E-02 TX 1.00E+00 PS - - - - - - D FALSO2.00E-01 A,R 1.60E-01 TX 4.00E-01 A,R - - - - - - D FALSO2.00E+00 A,R 1.84E+00 TX 7.00E+00 A - - - - - - D FALSO6.00E-02 R 5.34E-02 TX - - - - - - - - - FALSO4.00E-03 31 3.56E-03 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-01 A 2.67E-01 TX - - - - - - - - D FALSO
- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO- - - - 1.10E+01 31 7.30E+00 PS 8.20E+00 TX 2.09E-03 PS B2 VERDADEIRO- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO
3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO- - - - 1.00E-01 31 7.30E-02 R 8.20E-02 TX 8.80E-06 31 B2 VERDADEIRO- - - - 9.00E-07 31 1.15E+00 A 1.29E+00 TX 3.29E-04 A B2 VERDADEIRO- - - - 4.00E-01 31 7.30E+00 R 8.20E+00 TX - - B2 VERDADEIRO
4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO
- - - - 1.10E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO4.00E-01 PS 3.56E-01 TX 1.40E+00 PS - - - - - - D FALSO3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-02 R 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda.Site Location: Salvador - BA
Miscellaneous Chemical Data
Time-Weighted Aquatic Life Biocon-
Maximum Average Workplace Prot. Criteria centration
Contaminant Level Criteria FactorMCL (mg/L) ref TWA (mg/m3) ref AQL (mg/L) ref (L-wat/kg-fish)5.00E-03 52 FR 25690 3.25E+00 PS - - 12.67.00E-01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.35E+02 PS - - 11.00E+00 56 FR 3526 (30 Jan 91) 1.47E+02 ACGIH - - 701.00E+01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.34E+02 ACGIH - - 1
- - - - - - 384- - - - - - 1- - - - - - 917- - - ACGIH - - 10100
2.00E-04 57 31776 (17 Jul 92) 2.00E-01 PS - - 1- - - ACGIH - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1
2.00E-04 A - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1300- - - - - - 1- - 5.00E+01 PS - - 430- - - - - - 2630- - - - - - 2700
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda.Site Location: Salvador - BA
CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Miscellaneous Chemical Data
Dermal Water Dermal Permeability Data
Relative Dermal Lag time for Critical Relative Water/Skin Detection Limits Half Life
Absorp. Permeability Dermal Exposure Contr of Derm Derm Adsorp Groundwater Soil (First-Order Decay)
Factor Coeff. Exposure Time Perm Coeff Factor (mg/L) (mg/kg) (days)(unitless) (cm/hr) (hr) (hr) (unitless) (cm/event) ref ref ref Saturated Unsaturated ref
0.5 0.021 0.26 0.63 0.013 7.3E-2 D 0.002 S 0.005 S 720 720 H0.5 0.074 0.39 1.3 0.14 2.7E-1 D 0.002 S 0.005 S 228 228 H0.5 0.045 0.32 0.77 0.054 1.6E-1 D 0.002 S 0.005 S 28 28 H0.5 0.08 0.39 1.4 0.16 2.9E-1 D 0.005 S 0.005 S 360 360 H
0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 204 204 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 920 920 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1360 1360 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1060 1060 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1220 1220 H0.05 1.2 2.9 14 130 9.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1300 1300 H0.05 1.2 3 14 130 1.0E+1 D 0.01 32 0.66 32 4280 4280 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 S 0.66 S 2000 2000 H0.05 2.7 4.4 21 690 2.7E+1 D 0.01 32 0.66 32 1880 1880 H0.05 0.36 1.5 7.3 8.9 2.1E+0 D 0.01 32 0.66 32 880 880 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 1.9 4.2 20 380 1.9E+1 D 0.01 32 0.66 32 1460 1460 H0.05 0.069 0.53 2.2 0.2 2.7E-1 D 0.01 32 0.01 32 258 258 H0.05 0.23 1.1 5.6 2.9 1.2E+0 D 0.01 32 0.66 32 400 400 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 3800 3800 H
RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b
FALSO RBCA SITE ASSESSMENT Input Parameter SummarySite Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1
Exposure Parameters Residential Commercial/Industrial Surface Parameters General Construction (Units)Adult (1-6yrs) (1-16 yrs) Chronic Construc. A Source zone area 6.3E+2 6.3E+2 (m^2)
ATc Averaging time for carcinogens (yr) 68.6 W Length of source-zone area parallel to wind 3.5E+1 3.5E+1 (m)ATn Averaging time for non-carcinogens (yr) 30 0.000001 1 Wgw Length of source-zone area parallel to GW flow NA (m)BW Body weight (kg) 67.8 15 35 67.8 Uair Ambient air velocity in mixing zone 2.3E+0 (m/s)ED Exposure duration (yr) 30 6 16 0.00001 1 δair Air mixing zone height 2.0E+0 (m)τ Averaging time for vapor flux (yr) 30 0.00001 1 Pa Areal particulate emission rate 6.9E-14 (g/cm^2/s)EF Exposure frequency (days/yr) 350 0.000001 120 Lss Thickness of affected surface soils NA (m)EFD Exposure frequency for dermal exposure 350 250IRw Ingestion rate of water (L/day) 2 1 Surface Soil Column Parameters Value (Units)IRs Ingestion rate of soil (mg/day) 100 200 50 100 hcap Capillary zone thickness NA (m)SA Skin surface area (dermal) (cm^2) 5800 2023 0.000001 5800 hv Vadose zone thickness NA (m)M Soil to skin adherence factor 1 ρs Soil bulk density 1.4E+0 (g/cm^3)ETswim Swimming exposure time (hr/event) 3 foc Fraction organic carbon 2.1E-3 (-)EVswim Swimming event frequency (events/yr) 12 12 12 θT Soil total porosity 5.0E-1 (-)IRswim Water ingestion while swimming (L/hr) 0.05 0.5 Kvs Vertical hydraulic conductivity 4.5E-7 (cm/s)SAswim Skin surface area for swimming (cm^2) 17800 6230 kv Vapor permeability 1.0E-16 (m^2)IRfish Ingestion rate of fish (kg/yr) 0.025 Lgw Depth to groundwater NA (m)FIfish Contaminated fish fraction (unitless) 1 Ls Depth to top of affected soils 5.0E-1 (m)
Lbase Depth to base of affected soils 2.6E+0 (m) Complete Exposure Pathways and Receptors On-site Off-site 1 Off-site 2 Lsubs Thickness of affected soils 2.1E+0 (m)
Groundwater: pH Soil/groundwater pH 6.9E+0 (-) Groundwater Ingestion None None None capillary vadose foundation Soil Leaching to Groundwater Ingestion None None None θw Volumetric water content 0.4455 0.4455 0.12 (-)
θa Volumetric air content 0.057 0.057 0.26 (-)Applicable Surface Water Exposure Routes:
Swimming NA Building Parameters Residential Commercial (Units) Fish Consumption NA Lb Building volume/area ratio NA NA (m) Aquatic Life Protection NA Ab Foundation area NA NA (m^2)
Xcrk Foundation perimeter NA NA (m)Soil: ER Building air exchange rate NA NA (1/s) Direct Ingestion and Dermal Contact Com./Constr. Lcrk Foundation thickness NA NA (m)
Zcrk Depth to bottom of foundation slab NA NA (m)Outdoor Air: η Foundation crack fraction NA NA (-) Particulates from Surface Soils Com./Constr. None None dP Indoor/outdoor differential pressure NA NA (g/cm/s^2) Volatilization from Soils Com./Constr. None None Qs Convective air flow through slab NA NA (m^3/s) Volatilization from Groundwater None None None
Groundwater Parameters Value (Units)Indoor Air: δgw Groundwater mixing zone depth NA (m) Volatilization from Subsurface Soils None NA NA If Net groundwater infiltration rate NA (cm/yr) Volatilization from Groundwater None NA NA Ugw Groundwater Darcy velocity NA (cm/s)
Vgw Groundwater seepage velocity NA (cm/s) Receptor Distance from Source Media On-site Off-site 1 Off-site 2 (Units) Ks Saturated hydraulic conductivity NA (cm/s)
Groundwater receptor NA NA NA (m) i Groundwater gradient NA (-) Soil leaching to groundwater receptor NA NA NA (m) Sw Width of groundwater source zone NA (m) Outdoor air inhalation receptor 0 NA NA (m) Sd Depth of groundwater source zone NA (m)
θeff Effective porosity in water-bearing unit NA (-) Target Health Risk Values Individual Cumulative foc-sat Fraction organic carbon in water-bearing unit NA (-)
TRab Target Risk (class A&B carcinogens) 1.0E-4 1.0E-4 pHsat Groundwater pH NA (-)TRc Target Risk (class C carcinogens) 1.0E-4 Biodegradation considered? NATHQ Target Hazard Quotient (non-carcinogenic risk) 1.0E+0 1.0E+0
FALSO Modeling Options Transport Parameters Off-site 1 Off-site 2 Off-site 1 Off-site 2 (Units)
RBCA tier Tier 2 Lateral Groundwater Transport Groundwater Ingestion Soil Leaching to GW Outdoor air volatilization model Surface model only αx Longitudinal dispersivity NA NA NA NA (m) Indoor air volatilization model NA αy Transverse dispersivity NA NA NA NA (m) Soil leaching model NA αz Vertical dispersivity NA NA NA NA (m) Use soil attenuation model (SAM) for leachate? NA Lateral Outdoor Air Transport Soil to Outdoor Air Inhal. GW to Outdoor Air Inhal. FALSO Air dilution factor NA σy Transverse dispersion coefficient NA NA NA NA (m) Groundwater dilution-attenuation factor NA σz Vertical dispersion coefficient NA NA NA NA (m)
ADF Air dispersion factor NA NA NA NA (-)
Surface Water Parameters Off-site 2 (Units)NOTE: NA = Not applicable Qsw Surface water flowrate NA (m^3/s)
Wpi Width of GW plume at SW discharge NA (m)δpi Thickness of GW plume at SW discharge NA (m)DFsw Groundwater-to-surface water dilution factor NA (-)
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RBCA SITE ASSESSMENT
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab de obras Job ID: 1830
Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4
SOIL (0.5 - 2.6 m) SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:
Target Hazard Quotient 1.0E+0
SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)Soil Leaching to Groundwater
Ingestion / Discharge to Surface WaterSoil Vol. to Indoor Air X Soil Volatilization and Surface
Soil Particulates to Outdoor Air X Surface Soil Inhalation, Ingestion,Dermal Contact Applicable SSTL
Required CRF
CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration
On-site (0 m)
Off-site 1 (20 m)
Off-site 2 (0 m)
On-site (0 m)
On-site (0 m)Off-site 1
(20 m)Off-site 2
(0 m)On-site (0 m)
SSTL Exceeded ?Only if “yes”
CAS No. Name (mg/kg) None None None None CommercialConstruction
WorkerNone None Commercial
Construction Worker
(mg/kg) "�" if yes left
71-43-2 Benzene NA NA NA NA >8.1E+2 2.3E+2 NA NA 1.0E+6 7.0E+1 7.0E+1 � NA100-41-4 Ethylbenzene NA NA NA NA >1.9E+2 >1.9E+2 NA NA 1.0E+6 3.1E+3 3.1E+3 � NA108-88-3 Toluene NA NA NA NA >3.2E+2 >3.2E+2 NA NA 1.0E+6 4.1E+3 4.1E+3 � NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) NA NA NA NA >1.7E+2 >1.7E+2 NA NA 1.0E+6 5.3E+4 5.3E+4 � NA83-32-9 Acenaphthene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA208-96-8 Acenaphthylene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA120-12-7 Anthracene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene NA NA NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA 1.0E+6 2.5E+3 2.5E+3 � NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene NA NA NA NA >3.6E+0 >3.6E+0 NA NA 1.0E+6 2.5E+2 2.5E+2 � NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene NA NA NA NA >1.7E+1 >1.7E+1 NA NA 1.0E+6 2.5E+3 2.5E+3 � NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene NA NA NA NA >5.1E+0 >5.1E+0 NA NA 1.0E+6 2.5E+4 2.5E+4 � NA218-01-9 Chrysene NA NA NA NA >7.7E-1 >7.7E-1 NA NA 1.0E+6 1.5E+3 1.5E+3 � NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene NA NA NA NA >7.9E-1 >7.9E-1 NA NA NC NC >7.9E-1 � NA206-44-0 Fluoranthene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA86-73-7 Fluorene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene NA NA NA NA >4.5E+3 >4.5E+3 NA NA 1.0E+6 2.5E+3 2.5E+3 � NA91-20-3 Naphthalene NA NA NA NA >1.4E+2 >1.4E+2 NA NA 1.0E+6 8.0E+4 8.0E+4 � NA85-01-8 Phenanthrene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA129-00-0 Pyrene NA NA NA NA NC NC NA NA NC NC NC � NA
">" indicates risk-based target concentration greater than constituent residual saturation value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.
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Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Job ID: 1830Location: Salvador - BA Date: 18-Jan-02Compl. By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site
None NA NA
Outdoor Air:None Commercial None
Indoor Air:None NA NA
None None None
NA NA NA
Commands and Options
AirInhalation of Vapor and/or Particulates
AffectedGroundwater
Volatilization
AtmosphericDispersion
Return
SoilDermal Contact and
Ingestion
AirInhalation of Vapor and/or Particulates
GroundwaterPotable Water
Ingestion
Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life
AtmosphericDispersion
EnclosedSpace
Accumulation
GroundwaterTransport
WindErosion
Volatilization
Leaching
AffectedSurficial
Soils
AffectedGroundwater
Main Screen Print Sheet Help
Exposure Pathway Flowchart
Source Media Transport Mechanisms Exposure Media ReceptorsOn-site Off-site1 Off-site2
SOURCE RECEPTOR TRANSPORT
AffectedSubsurface
Soils
SoilDermal Contact and
Ingestion
AffectedSurficial
Soils WindErosion
EnclosedSpace
AccumulationAffected
SubsurfaceSoils
Leaching GroundwaterTransport
GroundwaterPotable Water
Ingestion
Surface WaterSwimming, Fish Consumption,Aquatic Life
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CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Physical Property Data
Diffusion log (Koc) or Vapor Molecular Coefficients log(Kd) Henry's Law Constant Pressure Solubility
Weight in air in water (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C) (@ 20 - 25 C)CAS (g/mole) (cm2/s) (cm2/s) log(L/kg) (atm-m3) (mm Hg) (mg/L) acid base
Constituent Number type MW ref Dair ref Dwat ref partition ref mol (unitless) ref ref ref pKa pKb refBenzene 71-43-2 A 78.1 PS 8.80E-02 PS 9.80E-06 PS 1.77 Koc PS 5.55E-03 2.29E-01 PS 9.52E+01 PS 1.75E+03 PS - - -Ethylbenzene 100-41-4 A 106.2 PS 7.50E-02 PS 7.80E-06 PS 2.56 Koc PS 7.88E-03 3.25E-01 PS 1.00E+01 PS 1.69E+02 PS - - -Toluene 108-88-3 A 92.4 5 8.50E-02 A 9.40E-06 A 2.13 Koc A 6.30E-03 2.60E-01 A 3.00E+01 4 5.15E+02 29 - - -Xylene (mixed isomers) 1330-20-7 A 106.2 5 7.20E-02 A 8.50E-06 A 2.38 Koc A 7.03E-03 2.90E-01 A 7.00E+00 4 1.98E+02 5 - - -Acenaphthene 83-32-9 PAH 154.21 4 4.21E-02 4 7.69E-06 4 3.85 Koc 4 7.71E-03 3.18E-01 4 5.00E-03 4 3.93E+00 29 - - -Acenaphthylene 208-96-8 PAH 152.21 4 4.39E-02 4 7.53E-06 4 4.00 Koc 4 1.14E-04 4.70E-03 4 8.51E-10 4 3.93E+00 29 - - -Anthracene 120-12-7 PAH 178.23 4 3.24E-02 4 7.74E-06 4 4.15 Koc 4 6.75E-02 2.78E+00 4 1.30E-06 4 4.50E-02 5 - - -Benzo(a)Anthracene 56-55-3 PAH 228.3 4 5.10E-02 4 9.00E-06 4 6.14 Koc 4 1.38E-08 5.69E-07 4 1.50E-07 4 5.70E-03 5 - - -Benzo(a)Pyrene 50-32-8 PAH 252.3 PS 4.30E-02 PS 9.00E-06 PS 6.01 Koc PS 1.13E-06 4.66E-05 PS 5.68E-04 PS 1.62E-03 PS - - -Benzo(b)Fluoranthene 205-99-2 PAH 252 5 2.26E-02 6 5.56E-06 7 5.74 Koc 25 2.01E-05 8.29E-04 25 6.67E-07 25 1.47E-02 25 - - -Benzo(g,h,i)Perylene 191-24-2 PAH 276 5 4.90E-02 6 5.65E-05 7 6.20 Koc 11 1.40E-07 5.77E-06 30 1.00E-09 10 7.00E-04 5 - - -Benzo(k)Fluoranthene 207-08-9 PAH 252.32 4 2.26E-02 4 5.56E-06 4 5.74 Koc 4 1.07E-08 4.41E-07 4 9.59E-10 4 4.30E-03 4 - - -Chrysene 218-01-9 PAH 228.2 4 2.48E-02 4 6.21E-06 4 5.30 Koc 4 1.18E-08 4.87E-07 4 5.76E-09 4 1.80E-03 5 - - -Dibenzo(a,h)Anthracene 53-70-3 PAH 278.35 4 2.00E-02 4 5.24E-06 4 5.87 Koc 4 3.81E-07 1.57E-05 4 5.20E-10 4 5.00E-04 4 - - -Fluoranthene 206-44-0 PAH 202 4 3.02E-02 4 6.35E-06 4 4.58 Koc 4 6.70E-02 2.76E+00 4 1.77E-02 4 2.06E-01 5 - - -Fluorene 86-73-7 PAH 166 4 3.63E-02 4 7.88E-06 4 3.86 Koc 4 1.17E-04 4.83E-03 4 1.70E-02 4 1.69E+00 5 - - -Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene 193-39-5 PAH 276.34 4 2.33E-02 4 4.41E-06 4 7.53 Koc 4 5.07E-12 2.09E-10 4 1.00E-09 4 6.20E-02 29 - - -Naphthalene 91-20-3 PAH 128.2 PS 5.90E-02 PS 7.50E-06 PS 3.30 Koc PS 4.83E-04 1.99E-02 PS 2.30E-01 PS 3.10E+01 PS - - -Phenanthrene 85-01-8 PAH 178.22 4 3.33E-02 4 7.47E-06 4 4.15 Koc 4 6.05E-03 2.50E-01 4 2.10E-04 4 1.60E+00 5 - - -Pyrene 129-00-0 PAH 202.3 4 2.72E-02 4 7.24E-06 4 4.58 Koc 4 7.00E-09 2.89E-07 4 4.20E-08 4 1.60E-01 5 - - -
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02
Page 2 of 4RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b
ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu LtSite Location: Salvador - BA
CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Toxicity Data
Reference Dose Reference Conc. Slope Factors Unit Risk Factor(mg/kg/day) (mg/m3) 1/(mg/kg/day) 1/(µg/m3)
(mg/kg/day) 1/(mg/kg/day) EPA Weight IsOral Dermal Inhalation Oral Dermal Inhalation of Constituent
RfD_oral ref RfD_dermal ref RfC_inhal ref SF_oral ref SF_dermal ref URF_inhal ref Evidence Carcinogenic ?3.00E-03 R - - 5.95E-03 R 2.90E-02 PS 2.99E-02 TX 8.29E-06 PS A VERDADEIRO1.00E-01 PS 9.70E-02 TX 1.00E+00 PS - - - - - - D FALSO2.00E-01 A,R 1.60E-01 TX 4.00E-01 A,R - - - - - - D FALSO2.00E+00 A,R 1.84E+00 TX 7.00E+00 A - - - - - - D FALSO6.00E-02 R 5.34E-02 TX - - - - - - - - - FALSO4.00E-03 31 3.56E-03 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-01 A 2.67E-01 TX - - - - - - - - D FALSO
- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO- - - - 1.10E+01 31 7.30E+00 PS 8.20E+00 TX 2.09E-03 PS B2 VERDADEIRO- - - - 1.00E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO
3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO- - - - 1.00E-01 31 7.30E-02 R 8.20E-02 TX 8.80E-06 31 B2 VERDADEIRO- - - - 9.00E-07 31 1.15E+00 A 1.29E+00 TX 3.29E-04 A B2 VERDADEIRO- - - - 4.00E-01 31 7.30E+00 R 8.20E+00 TX - - B2 VERDADEIRO
4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO4.00E-02 A,R 3.56E-02 TX - - - - - - - - D FALSO
- - - - 1.10E+00 31 7.30E-01 R 8.20E-01 TX 8.80E-05 31 B2 VERDADEIRO4.00E-01 PS 3.56E-01 TX 1.40E+00 PS - - - - - - D FALSO3.00E-02 31 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO3.00E-02 R 2.67E-02 TX - - - - - - - - D FALSO
Page 3 of 4RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b
ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu LtSite Location: Salvador - BA
Miscellaneous Chemical Data
Time-Weighted Aquatic Life Biocon-Maximum Average Workplace Prot. Criteria centration
Contaminant Level Criteria FactorMCL (mg/L) ref TWA (mg/m3) ref AQL (mg/L) ref (L-wat/kg-fish)5.00E-03 52 FR 25690 3.25E+00 PS - - 12.67.00E-01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.35E+02 PS - - 11.00E+00 56 FR 3526 (30 Jan 91) 1.47E+02 ACGIH - - 701.00E+01 56 FR 3526 (30 Jan 91) 4.34E+02 ACGIH - - 1
- - - - - - 384- - - - - - 1- - - - - - 917- - - ACGIH - - 10100
2.00E-04 57 31776 (17 Jul 92) 2.00E-01 PS - - 1- - - ACGIH - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1
2.00E-04 A - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1- - - - - - 1300- - - - - - 1- - 5.00E+01 PS - - 430- - - - - - 2630- - - - - - 2700
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ConstituentBenzeneEthylbenzeneTolueneXylene (mixed isomers)AcenaphtheneAcenaphthyleneAnthraceneBenzo(a)AnthraceneBenzo(a)PyreneBenzo(b)FluorantheneBenzo(g,h,i)PeryleneBenzo(k)FluorantheneChryseneDibenzo(a,h)AnthraceneFluorantheneFluoreneIndeno(1,2,3,c,d)PyreneNaphthalenePhenanthrenePyrene
Site Name: Auto Posto Itaipu LtSite Location: Salvador - BA
CHEMICAL DATA FOR SELECTED COCs Miscellaneous Chemical Data
Dermal Water Dermal Permeability DataRelative Dermal Lag time for Critical Relative Water/Skin Detection Limits Half LifeAbsorp. Permeability Dermal Exposure Contr of Derm Derm Adsorp Groundwater Soil (First-Order Decay)Factor Coeff. Exposure Time Perm Coeff Factor (mg/L) (mg/kg) (days)
(unitless) (cm/hr) (hr) (hr) (unitless) (cm/event) ref ref ref Saturated Unsaturated ref0.5 0.021 0.26 0.63 0.013 7.3E-2 D 0.002 S 0.005 S 720 720 H0.5 0.074 0.39 1.3 0.14 2.7E-1 D 0.002 S 0.005 S 228 228 H0.5 0.045 0.32 0.77 0.054 1.6E-1 D 0.002 S 0.005 S 28 28 H0.5 0.08 0.39 1.4 0.16 2.9E-1 D 0.005 S 0.005 S 360 360 H
0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 204 204 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 920 920 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1360 1360 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 1060 1060 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1220 1220 H0.05 1.2 2.9 14 130 9.8E+0 D 0.01 32 0.66 32 1300 1300 H0.05 1.2 3 14 130 1.0E+1 D 0.01 32 0.66 32 4280 4280 H0.05 0.81 2.2 10 46 5.8E+0 D 0.01 S 0.66 S 2000 2000 H0.05 2.7 4.4 21 690 2.7E+1 D 0.01 32 0.66 32 1880 1880 H0.05 0.36 1.5 7.3 8.9 2.1E+0 D 0.01 32 0.66 32 880 880 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 120 120 H0.05 1.9 4.2 20 380 1.9E+1 D 0.01 32 0.66 32 1460 1460 H0.05 0.069 0.53 2.2 0.2 2.7E-1 D 0.01 32 0.01 32 258 258 H0.05 0.23 1.1 5.6 2.9 1.2E+0 D 0.01 32 0.66 32 400 400 H0.05 - - - - - - 0.01 32 0.66 32 3800 3800 H
RBCA Tool Kit for Chemical Releases, Version 1.3b
FALSO RBCA SITE ASSESSMENT Input Parameter SummarySite Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site Job ID: 1830Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1
Exposure Parameters Residential Commercial/Industrial Surface Parameters General Construction (Units)Adult (1-6yrs) (1-16 yrs) Chronic Construc. A Source zone area 6.3E+2 NA (m^2)
ATc Averaging time for carcinogens (yr) 68.6 W Length of source-zone area parallel to wind 0.0E+0 NA (m)ATn Averaging time for non-carcinogens (yr) 30 25 1 Wgw Length of source-zone area parallel to GW flow NA (m)BW Body weight (kg) 67.8 15 35 67.8 Uair Ambient air velocity in mixing zone 2.3E+0 (m/s)ED Exposure duration (yr) 30 6 16 25 1 δair Air mixing zone height 2.0E+0 (m)τ Averaging time for vapor flux (yr) 30 25 1 Pa Areal particulate emission rate NA (g/cm^2/s)EF Exposure frequency (days/yr) 350 250 120 Lss Thickness of affected surface soils NA (m)EFD Exposure frequency for dermal exposure 350 250IRw Ingestion rate of water (L/day) 2 1 Surface Soil Column Parameters Value (Units)IRs Ingestion rate of soil (mg/day) 100 200 50 100 hcap Capillary zone thickness 2.4E-1 (m)SA Skin surface area (dermal) (cm^2) 5800 2023 5800 5800 hv Vadose zone thickness 2.6E+0 (m)M Soil to skin adherence factor 1 ρs Soil bulk density 1.4E+0 (g/cm^3)ETswim Swimming exposure time (hr/event) 3 foc Fraction organic carbon 2.1E-3 (-)EVswim Swimming event frequency (events/yr) 12 12 12 θT Soil total porosity 5.0E-1 (-)IRswim Water ingestion while swimming (L/hr) 0.05 0.5 Kvs Vertical hydraulic conductivity 4.5E-7 (cm/s)SAswim Skin surface area for swimming (cm^2) 17800 6230 kv Vapor permeability 1.0E-16 (m^2)IRfish Ingestion rate of fish (kg/yr) 0.025 Lgw Depth to groundwater 2.8E+0 (m)FIfish Contaminated fish fraction (unitless) 1 Ls Depth to top of affected soils NA (m)
Lbase Depth to base of affected soils NA (m) Complete Exposure Pathways and Receptors On-site Off-site 1 Off-site 2 Lsubs Thickness of affected soils NA (m)
Groundwater: pH Soil/groundwater pH 6.9E+0 (-) Groundwater Ingestion None None None capillary vadose foundation Soil Leaching to Groundwater Ingestion None None None θw Volumetric water content 0.4455 0.4455 0.12 (-)
θa Volumetric air content 0.057 0.057 0.26 (-)Applicable Surface Water Exposure Routes: Swimming NA Building Parameters Residential Commercial (Units) Fish Consumption NA Lb Building volume/area ratio NA NA (m) Aquatic Life Protection NA Ab Foundation area NA NA (m^2)
Xcrk Foundation perimeter NA NA (m)Soil: ER Building air exchange rate NA NA (1/s) Direct Ingestion and Dermal Contact None Lcrk Foundation thickness NA NA (m)
Zcrk Depth to bottom of foundation slab NA NA (m)Outdoor Air: η Foundation crack fraction NA NA (-) Particulates from Surface Soils None None None dP Indoor/outdoor differential pressure NA NA (g/cm/s^2) Volatilization from Soils None None None Qs Convective air flow through slab NA NA (m^3/s) Volatilization from Groundwater None Commercial None
Groundwater Parameters Value (Units)Indoor Air: δgw Groundwater mixing zone depth NA (m) Volatilization from Subsurface Soils None NA NA If Net groundwater infiltration rate NA (cm/yr) Volatilization from Groundwater None NA NA Ugw Groundwater Darcy velocity NA (cm/s)
Vgw Groundwater seepage velocity NA (cm/s) Receptor Distance from Source Media On-site Off-site 1 Off-site 2 (Units) Ks Saturated hydraulic conductivity NA (cm/s)
Groundwater receptor NA NA NA (m) i Groundwater gradient NA (-) Soil leaching to groundwater receptor NA NA NA (m) Sw Width of groundwater source zone NA (m) Outdoor air inhalation receptor NA 20 NA (m) Sd Depth of groundwater source zone NA (m)
θeff Effective porosity in water-bearing unit NA (-) Target Health Risk Values Individual Cumulative foc-sat Fraction organic carbon in water-bearing unit NA (-)
TRab Target Risk (class A&B carcinogens) 1.0E-4 1.0E-4 pHsat Groundwater pH NA (-)TRc Target Risk (class C carcinogens) 1.0E-4 Biodegradation considered? NATHQ Target Hazard Quotient (non-carcinogenic risk) 1.0E+0 1.0E+0
FALSO Modeling Options Transport Parameters Off-site 1 Off-site 2 Off-site 1 Off-site 2 (Units)
RBCA tier Tier 2 Lateral Groundwater Transport Groundwater Ingestion Soil Leaching to GW Outdoor air volatilization model Surface & subsurface models αx Longitudinal dispersivity NA NA NA NA (m) Indoor air volatilization model NA αy Transverse dispersivity NA NA NA NA (m) Soil leaching model NA αz Vertical dispersivity NA NA NA NA (m) Use soil attenuation model (SAM) for leachate? NA Lateral Outdoor Air Transport Soil to Outdoor Air Inhal. GW to Outdoor Air Inhal. ########## Air dilution factor 3-D Gaussian dispersion σy Transverse dispersion coefficient NA NA 2.3E+0 NA (m) Groundwater dilution-attenuation factor NA σz Vertical dispersion coefficient NA NA 1.6E+0 NA (m)
ADF Air dispersion factor NA NA 1.0E+0 NA (-)
Surface Water Parameters Off-site 2 (Units)NOTE: NA = Not applicable Qsw Surface water flowrate NA (m^3/s)
Wpi Width of GW plume at SW discharge NA (m)δpi Thickness of GW plume at SW discharge NA (m)DFsw Groundwater-to-surface water dilution factor NA (-)
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RBCA SITE ASSESSMENT
Site Name: Auto Posto Itaipu Ltda. Completed By: CSD-GEOKLOCK Trab com off site Job ID: 1830
Site Location: Salvador - BA Date Completed: 18-Jan-02 1 OF 1Target Risk (Class A & B) 1.0E-4
GROUNDWATER SSTL VALUES Target Risk (Class C) 1.0E-4 Groundwater DAF Option:
Target Hazard Quotient 1.0E+0
SSTL Results For Complete Exposure Pathways ("X" if Complete)Groundwater Ingestion /
Discharge to Surface WaterGW Vol. to Indoor Air X Groundwater Volatilization
to Outdoor Air Applicable SSTLRequired CRF
CONSTITUENTS OF CONCERNRepresentative Concentration
On-site (0 m)
Off-site 1 (20 m)
Off-site 2 (0 m)
On-site (0 m)
On-site (0 m)
Off-site 1 (20 m)
Off-site 2 (0 m)
SSTL Exceeded ?Only if “yes”
CAS No. Name (mg/L) None None None None None Commercial None (mg/L) " " if yes left
71-43-2 Benzene NA NA NA NA NA >1.8E+3 NA >1.8E+3 NA100-41-4 Ethylbenzene NA NA NA NA NA >1.7E+2 NA >1.7E+2 NA108-88-3 Toluene NA NA NA NA NA >5.2E+2 NA >5.2E+2 NA1330-20-7 Xylene (mixed isomers) NA NA NA NA NA >2.0E+2 NA >2.0E+2 NA83-32-9 Acenaphthene NA NA NA NA NA NC NA NC NA208-96-8 Acenaphthylene NA NA NA NA NA NC NA NC NA120-12-7 Anthracene NA NA NA NA NA NC NA NC NA56-55-3 Benzo(a)Anthracene NA NA NA NA NA >5.7E-3 NA >5.7E-3 NA50-32-8 Benzo(a)Pyrene NA NA NA NA NA >1.6E-3 NA >1.6E-3 NA205-99-2 Benzo(b)Fluoranthene NA NA NA NA NA >1.5E-2 NA >1.5E-2 NA191-24-2 Benzo(g,h,i)Perylene NA NA NA NA NA NC NA NC NA207-08-9 Benzo(k)Fluoranthene NA NA NA NA NA >4.3E-3 NA >4.3E-3 NA218-01-9 Chrysene NA NA NA NA NA >1.8E-3 NA >1.8E-3 NA53-70-3 Dibenzo(a,h)Anthracene NA NA NA NA NA >5.0E-4 NA >5.0E-4 NA206-44-0 Fluoranthene NA NA NA NA NA NC NA NC NA86-73-7 Fluorene NA NA NA NA NA NC NA NC NA193-39-5 Indeno(1,2,3,c,d)Pyrene NA NA NA NA NA >6.2E-2 NA >6.2E-2 NA91-20-3 Naphthalene NA NA NA NA NA >3.1E+1 NA >3.1E+1 NA85-01-8 Phenanthrene NA NA NA NA NA NC NA NC NA129-00-0 Pyrene NA NA NA NA NA NC NA NC NA
">" indicates risk-based target concentration greater than constituent solubility value. NA = Not applicable. NC = Not calculated.
UFBA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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