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Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem Trabalho de Conclusão de Curso REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental Brasília - DF 2013 Autor: Luciana Aparecida Soares Dalila Sousa Salles Orientadora: Msc. Fernanda M. C. Fernandes

Pró-Reitoria de Graduação Curso de Enfermagem … · Liederman (1967) propõe uma dinâmica de grupo que chama de “terapia de grupo com utilização de técnicas de música e

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Pró-Reitoria de Graduação

Curso de Enfermagem

Trabalho de Conclusão de Curso

REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA:

Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental

Brasília - DF

2013

Autor: Luciana Aparecida Soares

Dalila Sousa Salles

Orientadora: Msc. Fernanda M. C. Fernandes

LUCIANA APARECIDA SOARES DALILA SOUSA SALLES

REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA:

Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental

Monografia apresentada ao Curso de

Enfermagem da Universidade Católica de

Brasília – UCB, como requisito parcial

para obtenção do Título de Bacharel em

Enfermagem.

Orientador: Msc. Fernanda M. C.

Fernandes

Brasília – DF

2013

Monografia de autoria de Luciana Aparecida Soares e Dalila Sousa Salles, intitulada

“REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a

influência da musicoterapia em saúde mental”, apresentada como requisito parcial

para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem da Universidade Católica de

Brasília, em 02/12/2013, defendida e/ou aprovada pela Banca Examinadora abaixo

assinada:

_______________________________________________

Prof.ª Msc. Fernanda M. C. Fernandes

Orientador

_______________________________________________

Prof. ____________________

Membro da Banca

_______________________________________________

Prof. ____________________

Membro da Banca

Brasília – DF

2013

Dedico este ao meu pai Antônio

Estevam (in memoriam), pois mesmo que

ele não possa partilhar deste momento

junto a mim, acompanhou minha luta no

começo do curso e pediu, antes de partir,

que eu não desistisse. E sua paixão era a

música, que tudo tem a ver com meu

tema.

(Luciana Aparecida Soares)

Dedico este à minha família,

especialmente meus pais Sérgio Salles e

Maria Valderês Salles, minha irmã

Carolina Salles, que sempre me deram

força, coragem e constante apoio para

seguir na busca por meus objetivos.

(Dalila Sousa Salles)

AGRADECIMENTO

Agradeço a DEUS e à minha família, minha querida mãe Laura com

infindáveis orações e aos meus quatorze irmãos, pelo apoio em todos os momentos

e decisões que permearam a minha vida. Meu noivo Diego Jordão, pelo

companheirismo, compreensão nos momentos em que estive ausente, e o incentivo

para que eu continuasse, e claro, por muito amor dedicado a mim.

Aos professores do curso de Enfermagem da UCB que conduziram com

brilhantismo e dedicação o curso, em especial à Msc. Fernanda Monteiro de Castro

Fernandes que nos orientou nesse trabalho. Deixo, também, meus agradecimentos

à inestimável Ana Cristina Rodrigues, analista de planejamento educacional do

curso, por sua disponibilidade e presteza de sempre.

Minhas queridas, Luiza Helena, Nayane Martins e Clarissa Araújo, pela

amizade, cumplicidade, risadas, alegrias e por partilhar comigo o amor pela

Enfermagem.

À minha amiga e companheira, Dalila Sousa Salles, por dividir comigo as

angústias, subtrair a tristeza, somar os sonhos e multiplicar o conhecimento. Quando

assumimos este trabalho sabíamos que não seria fácil, mas acreditamos e se

concretizou.

Por fim, a todos que, de alguma forma, colaboraram para a realização deste

trabalho.

(Luciana Aparecida Soares)

AGRADECIMENTO

Agradeço a DEUS por sempre iluminar meus caminhos e por fazer com que

mais esse sonho se realize.

À Minha família que é a base da minha vida, sinônimo de amor, compreensão

e dedicação e à minha amiga Luciana Soares que esteve junto comigo na realização

deste trabalho, por podermos compartilhar a convivência, as alegrias, as frustações

e por tudo que aprendemos.

Um agradecimento especial à nossa orientadora Prof.ª Msc. Fernanda

Monteiro de Castro Fernandes por seus esforços e paciência durante o percurso do

trabalho.

(Dalila Sousa Salles)

“A música expressa o que não

pode ser colocado em palavras e que não

pode permanecer em silêncio”.

Victor Hugo

RESUMO

SOARES, Luciana Aparecida; SALLES, Dalila Sousa. REVISÃO INTEGRATIVA SOBRE A MUSICOTERAPIA: Um Estudo sobre a influência da musicoterapia em saúde mental. 2013. 40 fls. Graduação em Enfermagem – Universidade Católica de Brasília.

Trata-se de uma revisão integrativa, onde foram pesquisados artigos com os descritores: “musicoterapia”, “saúde mental”, “psiquiatria”, “transtorno mental”, “musicoterapia e tratamento”, em base de dados como: LILACS, SCIELO, BIREME e Google Acadêmico, publicados a partir do ano de 2006, em português, com o objetivo de conhecer o uso da musicoterapia em saúde mental. Após a busca foram captados seis artigos que correlacionavam com o tema central desta revisão. A partir desta seleção foram determinados os aspectos mais relevantes, e a partir destes aspectos foi desenvolvida a discussão dos resultados obtidos, o que tornou possível se chegar às conclusões acerca das vantagens que a musicoterapia pode proporcionar aos profissionais de enfermagem quando da sua inserção não invasiva nos tratamentos de pacientes com transtornos mentais. Os aspectos relevantes estudados foram: Metodologia Adotada; Integração com outro tratamento; Credibilidade e Aceitação; Divulgação e Conhecimento e Falta de Conhecimento.

Palavras-Chave: Revisão Integrativa. Musicoterapia. Tratamento. Enfermagem. Saúde Mental.

ABSTRACT

SOARES, Luciana A., SALLES, Dalila S. INTEGRATION REVISION ON THE THERAPY WITH MUSIC: A Study on the therapy influence with music in mental health. 2013. 40 pages. Graduation in Brasília's Catholic Nursing – University. It is an integration revision, where they were searched goods with the filters: “Therapy with music”, “mental health”, “psychiatry”, “mental upset”, “therapy with music and treatment”, in database as: LiLACS, SCIELO, BIREME and Google Academic with the goal of knowing the therapy use with music in mental health. After the search were captivated six goods that correlated with the central theme of this revision. To leave of this selection were determined the most important aspects, and to leave of these aspects was developed the discussion of the obtained results, what turned possible if arrive to the conclusions concerning the advantages that the therapy with music can provide to the nursing professionals when of its not invasive insert in the patients' treatments with mental upsets. The studied important aspects were: Adopted methodology; Integration with other treatment; Credibility and acceptance; Divulging and knowledge Knowledge and lack. Key Words: Integration revision. Therapy with Music. Treatment. Nursing. Mental

health.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Metodologias Adotadas .......................................................................... 28

Gráfico 2 – Integração com outros tratamentos ........................................................ 29

Gráfico 3 – Credibilidade e Aceitação ....................................................................... 30

Gráfico 4 – Divulgação e Conhecimento ................................................................... 32

Gráfico 5 – Falta de Conhecimento ........................................................................... 34

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Ano de publicação, autor, título e local de publicação, objetivos e

resultados .................................................................................................................. 24

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 16

1.2 OBJETIVOS ..................................................................................................... 16

2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 17

3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 21

3.1 ANÁLISE DE DADOS....................................................................................... 23

3.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 25

3.2.1 Metodologia Adotada ............................................................................... 28

3.2.2 Integração com outro Tratamento ........................................................... 29

3.2.3 Credibilidade e Aceitação ........................................................................ 30

3.2.4 Divulgação e Conhecimento .................................................................... 31

3.2.5 Falta de Conhecimento ........................................................................... 34

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36

5 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 38

14

1. INTRODUÇAO

Saúde mental é um termo usado para descrever um nível de qualidade de

vida emocional ou a ausência de uma doença mental. Na perspectiva da psicologia

positiva, a saúde mental pode incluir a capacidade de um indivíduo de apreciar a

vida e procurar um equilíbrio entre as atividades e os esforços para atingir a

resiliência psicológica. A Organização Mundial de Saúde afirma que não existe

definição "oficial" de saúde mental. Diferenças culturais, julgamentos subjetivos, e

teorias relacionadas concorrentes afetam o modo como a "saúde mental" é definida.

Alguns itens são necessários para que se possam identificar quais são os reais

critérios de saúde mental, neles estão contidos: atitudes positivas em relação a si

próprio, crescimento, desenvolvimento e auto-realização, integração e resposta

emocional, autonomia e autodeterminação, percepção apurada da realidade,

domínio ambiental e competência social (OLIVEIRA, 2010).

Musicoterapia é o uso da música como instrumento de saúde, mostrando que

é possível desenvolver potenciais, reabilitar e prevenir doenças através dos sons. O

efeito desse tipo de terapia vai além do uso da música como tranquilizante ou como

ferramenta para alegrar o paciente. Estudos garantem que o tratamento fortalece

emocionalmente o paciente, ajudando-o a lidar melhor com os sintomas da doença

(ANDRADE; PEDRÃO, 2005).

O profissional responsável por conduzir o processo musicoterápico é

chamado musicoterapeuta. A formação desse profissional é feita em cursos de

graduação em musicoterapia ou como especialização para profissionais da área de

música ou saúde (músicos, professores de música, médicos ou psicólogos). Em

alguns países a musicoterapia também pode ser parte de uma formação em

arteterapia, que envolve, além da música, técnicas de artes plásticas e dança. A

formação do musicoterapeuta inclui teoria musical, canto, percussão, prática em ao

menos um instrumento harmônico (piano ou violão) e instrumentos melódicos

(principalmente flauta – doce) (RUUD; EVEN,1990).

Quando Bruscia (2000) conecta a musicoterapia com outras disciplinas

paramos para pensar quem somos nós, musicoterapeutas. Porém, no sentido de

sistematizá-la ele revela: “Como uma arte, a musicoterapia é organizada pela ciência

e enfocada pelo processo interpessoal. Como uma ciência, ela é animada pela arte

e humanizada pela relação terapeuta-cliente. Como um processo interpessoal, ela é

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motivada e preenchida pela arte e guiada pela ciência. (p12). Se refletirmos sobre

suas colocações (Ibidem, p.4), com as quais relaciona” música” com “terapia”

evidenciam-se muitas disciplinas como: psicomusilologia, psicologia, psicoterapia,

serviço social, sociologia da música, etnomusicologia, tradições de cura, recreação

terapêutica, aconselhamento pastoral, música sacra, entretenimento, filosofia da

música, teoria clinica, arteterapias, artes, educação especial, biologia da música,

especialidades médicas, psicoacústica e fonoaudiologia.

Na Enfermagem, sua utilização com finalidade terapêutica se iniciou com

Florence Nightingale, seguida, anos mais tarde, por Isa Maud Ilsen e Harryet

Seymor no cuidado aos feridos das I e II Guerras Mundiais. Tendo em vista,

principalmente, a redução do estresse e ansiedade, passou a ser utilizada em

diversas situações clínicas e no controle da dor sua utilização também tem sido

apontada (SÃO MATEUS, 1998).

Para Boenheim (1966) a terapia que utiliza arte pode produzir resultados

objetivos tais como a produção de um quadro o qual representa sentimentos

internos que podem ser interpretados. Uma situação correspondente pode ocorrer

em processo de musicoterapia: composições musicais criadas por pacientes.

Liederman (1967) propõe uma dinâmica de grupo que chama de “terapia de grupo

com utilização de técnicas de música e ritmo”, em geriatria. Este autor acredita que

os ritmos do corpo são formas naturais de expressão do ser humano e, como tal,

são respostas primitivas à música exigindo menor esforço intelectual consciente do

que outras formas de expressão tais quais cantar e falar.

A utilização da música, como um complemento à assistência de enfermagem

psiquiátrica, facilita a relação com o cliente, servindo primeiramente para iniciar a

interação com o mesmo. Ela também traz sensação de bem-estar, lembranças de

acontecimentos do passado e do cotidiano, lembranças associadas ao sofrimento

psíquico, à cultura religiosa e às pessoas a quem o cliente teve ou tem afeição

(TEIXEIRA, 1999).

O campo de atuação da musicoterapia é muito grande, podendo beneficiar

desde crianças a idosos. Existem trabalhos clínicos sendo realizados em várias

áreas, como: Deficiência Mental (retardo, síndromes genética, área psiquiátrica,

autismo infantil, problemas neurológicos), Deficiência Física (Paralisia, Cerebral,

Amputações, Distrofia Muscular Progressiva), Deficiência Sensorial (surdez,

cegueira); Síndromes genéticas (Down, Turner, Rett), anóxia perinatal, lesões

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cerebrais e distúrbio obsessivo compulsivo; nas áreas sociais (com crianças e

adolescentes carentes ou de rua); em geriatria; em distúrbios infantis de

aprendizagem, comportamento e com gestantes na estimulação precoce (LEITE et

al., 2000).

Talina (2003), afirma que a música possui fatores culturais que são capazes

de religar o indivíduo adoecido aos valores culturais de seu meio e, portanto, a si

mesmo, reconstruindo a sua história. Em função disso, a música pode ser utilizada

como importante instrumento no tratamento de idosos com transtornos mentais,

especialmente, a demência. Visto isso, percebemos que a música representa

especial alternativa para o tratamento de doentes mentais devido à sua capacidade

de reconstruir identidades, integrar pessoas, através de seu poder de inserção social

e reduzir a ansiedade, proporcionando a construção de auto-estima e identidades

positivas, além de funcionar como importante meio de comunicação.

Qualquer pessoa é susceptível de ser tratada com musicoterapia. As mais

indicadas são aquelas pessoas virgens de conhecimentos musicais, em que há

maior facilidade para se introduzir no contexto não verbal. Particularmente são

indicados no autismo e na esquizofrenia, onde a musicoterapia pode ser a primeira

técnica de aproximação. O paciente com conhecimentos musicais prévios pode

entrar em confronto com o supervisor, e é difícil romper com as defesas musicais ao

pretender trabalhar com seus aspectos mais regressivos (TALINA, 2003).

Após a revisão da literatura realizada sobre a utilização da música em clientes

psiquiátricos, observa-se que ela tem grande poder de atuação nas suas emoções e

comportamentos. Por isso, o simples fato de colocar uma música para ouvir no

ambiente de trabalho deve ser avaliado, pois deverá ser agradável não só ao ouvido

do profissional, mas também do paciente (ANDRADE; PEDRÃO, 2005).

A escolha do tema está ligada ao gosto que temos pela música. A saúde

mental é um tema crescente, mas pouco abordado em pesquisas. O tema

musicoterapia nos prendeu a atenção por sua possibilidade de influenciar na

melhora do quadro de um paciente, através de uma terapêutica, e, em saúde mental

é uma alternativa como prática preventiva e para o tratamento não invasivo naqueles

com doenças mentais.

17

1.2 JUSTIFICATIVA

Segundo Andrade (2005), o objetivo primário da musicoterapia é possibilitar

aos pacientes a abertura de canais de comunicação e/ou à reabilitação de

necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas.

Portanto justifica-se o estudo em enfermagem com o uso da musicoterapia

que contribui no tratamento e reabilitação psicossocial, já que as características

conferem como uma função para que o indivíduo alcance uma melhor qualidade de

vida, uma melhor organização intra e/ou interpessoal.

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Identificar a influência da musicoterapia em saúde mental por meio de revisão

integrativa.

1.3.2 Objetivos Específicos

Realizar uma revisão integrativa de artigos sobre musicoterapia;

Analisar as vantagens e desvantagens da musicoterapia como meio de

ambientação não invasivo;

Analisar a contribuição da musicoterapia para as atividades dos

profissionais de enfermagem.

2. REVISÃO DE LITERATURA

O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do

movimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país. O

movimento dos Trabalhadores em saúde Mental (MTSM), movimento plural formado

por trabalhadores integrantes dos movimentos sanitário, associações de familiares,

sindicalistas, membros de associações de profissionais e pessoas com longo

histórico de internações psiquiátricas, surge neste ano. É sobretudo este Movimento,

através de variados campos de luta, que passa a protagonizar e a construir a partir

deste período a denúncia da violência dos manicômios, da mercantilização da

loucura, da hegemonia de uma rede privada de assistência e a construir

coletivamente uma crítica ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo

hospitalocêntrico na assistência às pessoas com transtornos mentais. A experiência

18

italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e sua crítica radical ao manicômio é

inspiradora, e revela a possibilidade de ruptura com os antigos paradigmas, como,

por exemplo, na Colônia Juliano Moreira, enorme asilo com mais de 2.000 (dois mil)

internos no início dos anos 80, no Rio de Janeiro. Passam a surgir as primeiras

propostas e ações para a reorientação da assistência. O II congresso Nacional do

MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema “Por uma sociedade sem manicômios”.

Neste mesmo ano, é realizada a I Conferência Nacional de Saúde Mental no Rio de

Janeiro (BRASIL, 2005).

Também no ano de 1989, dá entrada no Congresso Nacional o Projeto de Lei

do deputado Paulo Delgado (PT/MG), que propõe a regulamentação dos direitos da

pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país.

É o início das lutas do movimento da Reforma Psiquiátrica nos campos legislativo e

normativo (BRASIL, 2005).

A partir do ano de 1992, os movimentos sociais, inspirados pelo Projeto de Lei

Paulo Delgado, conseguem aprovar em vários estados brasileiros as primeiras leis

que determinam a substituição progressiva dos leitos psiquiátricos por uma rede

integrada de atenção à saúde mental (BRASIL, 2005).

É somente no ano de 2001, após 12 anos de tramitação no Congresso

Nacional, que a Lei Paulo Delgado é sancionada no país. A aprovação, no entanto, é

de um substitutivo do Projeto de Lei original, que traz modificações importantes no

texto normativo. Assim, a Lei Federal 10.216 redireciona a assistência em saúde

mental, privilegiando o oferecimento de tratamento em serviços de base comunitária,

dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas com transtornos mentais, mas

não institui mecanismos claros para a progressiva extinção dos manicômios

(BRASIL, 2005).

A implantação de políticas de saúde mental deve ser considerada como

prioridade de saúde pública no País e os estados e municípios devem desenvolver

uma política de saúde mental no contexto do SUS (BRASIL, 2002).

As políticas de saúde mental devem ter como pressupostos básicos a

inclusão social e reabilitação da sociedade para conviver com a diferença. É de

fundamental importância a integração dessa política com outras políticas sociais,

como educação, trabalho, lazer, cultura, esporte, habitação e habilitação

profissional, visando garantir o exercício pleno da cidadania (BRASIL, 2002).

19

A música nos afeta emocionalmente “porque cria ambientes de humor aos

quais reagimos em um nível subconsciente e não verbal” (McCLELLAN, 1994,

p.143). Quando ouvimos música, ocorre um processo no qual os sons são captados

pelos ouvidos, convertidos em impulsos e percorrem os nervos auditivos até o

tálamo, que é a estação central das emoções, sensações e sentimentos (ibid.).

O neurologista Damásio, na obra “O erro de Descartes”, trouxe uma visão

inovadora sobre os sentimentos e as emoções como uma percepção direta de

nossos estados corporais, constituindo um elo entre o corpo e a consciência.

Segundo o autor “a emoção humana, em seu refinamento, é desencadeada até

mesmo por uma música [...], cujo poder nunca devemos subestimar” (DAMÁSIO,

2000, p. 56).

Observando o campo internacional da musicoterapia parece haver tantas

definições quanto musicoterapeutas, para uma ideia geral ver BRUSCIA (2000). A

musicoterapia é freqüentemente definida de acordo com o grupo específico de

tratamento, grupo etário ou filosofia terapêutica específica do terapeuta que se

incumbe da definição (RUUD, 1990, p. 13).

Dentre as diversas definições surgidas de musicoterapia a mais utilizada é

apresentada pela National Association for Music Therapy (NAMT): 'Musicoterapia é a

utilização da música para alcançar objetivos terapêuticos: recuperação, manutenção

e melhoria da saúde física e mental' (NAMT 1980 apud BRUSCIA, 2000, p. 20).

A música é benéfica em várias situações. Entretanto, não deve ser utilizada

de forma indiscriminada como se fosse uma farmacopeia musical, evitando, assim,

colocar em risco a saúde física e/ou mental do paciente. (BLAKING, 1997, p.3).

Na Enfermagem, a música é utilizada como intervenção complementar para

alívio da dor e outros diagnósticos, como por exemplo, da angústia espiritual, de

distúrbio do sono, de desesperança, de risco para solidão, de isolamento social e de

estresse (PUGGINA, 2008).

Desde sua origem, a música vem sendo utilizada para tratar pessoas com o

comportamento desviado da normalidade. No século XIX, Pinel instituiu o uso da

música nos sanatórios (ANDREOLLA; PIASENSK, 2009).

A Musicoterapia construiu sua base teórica a partir de conhecimentos

biológicos e psicológicos, recorrendo a um enfoque multiprofissional. O caráter

transdisciplinar da Musicoterapia fez com que ela tomasse corpo através da

20

combinação das disciplinas nas áreas da Música e da Terapia, “passando suas

bases científicas a serem reforçadas pela neurologia” (LEINIG, 2008, p. 412).

Na musicoterapia inter-ativa, o musicoterapeuta e o paciente estão

ativamente envolvidos no processo de fazer música (ibid). A leitura musicoterápica é

definida como “a compreensão do paciente através do musical que ele expressa e

como ele expressa. Isto em relação aos parâmetros musicais, à escolha dos

instrumentos e à forma de tocar os mesmos, enfim, em relação ao setting

musicoterápico” (BARCELLOS, 1994, p. 3).

Pelo fato de a música atuar no sistema nervoso central, ela pode provocar

efeitos sedantes ou estimulantes, dependendo se ouvinte gosta da música e está em

um ambiente pessoal e adequado (POCH BLASCO, 1999).

ISO significa igual. Pelo Princípio de ISO, Altshuler comprovou que a

utilização de música idêntica ao estado de ânimo do paciente e seu tempo mental

(hiperativo ou hipoativo) era útil para facilitar a resposta mental e emocional do

paciente. Os pacientes depressivos estabeleciam melhor contato com a música de

andamento lento, assim como os pacientes em estado de euforia com a música de

andamento mais rápido. Este princípio aplica-se não apenas para doentes mentais,

mas também para pessoas normais em estado de depressão, alegria etc. (ibid.). O

princípio de ISO “significa simplesmente que a qualidade de humor da música deve

ser igual ao humor ou à emoção da pessoa para quem estiver sendo tocada”

(McCLELLAN, 1994, p.161).

A área de Saúde Mental apresenta uma dimensão aberta para a atuação do

musicoterapeuta. No Brasil, busca-se uma nova abordagem quanto ao indivíduo e o

tratamento psiquiátrico, grandes mudanças caminham para uma renovação,

momento em que deve o musicoterapeuta buscar sua inclusão em uma equipe

interdisciplinar para o atendimento desses pacientes psiquiátricos (ZANINI, 2005).

A musicoterapia nesta área de saúde mental atua junto aos pacientes com

transtornos esquizofrênicos, obsessivos, de humor, dependência química, etilistas,

dentre outros pacientes psiquiátricos. O profissional pode atuar de forma preventiva,

evitando os problemas de saúde mental e stress no indivíduo, através do

relaxamento e outras técnicas da musicoterapia. Deve utilizar-se de elementos da

música, intervir no âmbito físico, mental, psicológico e espiritual do paciente, bem

como nas relações sociais, familiares, culturais e históricas (ZANINI, 2005).

21

22

3. METODOLOGIA

Para realização desse estudo adotou-se a Revisão Integrativa, fundamentada

nos propósitos da Prática Baseada em Evidências (PBE) que visa à utilização de

resultados constatados em pesquisa junto à assistência de saúde, reforçando a

importância da conexão entre pesquisas e prática clínica (MENDES; SILVEIRA;

GALVÃO, 2008).

Para Mendes (2008, p. 759), a revisão integrativa é um método de revisão de

literatura que proporciona a incorporação das evidências na prática clínica. Tendo

como objetivo reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um determinado

tema.

A Revisão Integrativa possibilita a súmula de múltiplos periódicos sobre

determinado assunto possibilitando assim conclusões gerais sobre uma determinada

área de estudo, além de apontar irregularidades do conhecimento que podem ser

abordadas em estudos posteriores. O objetivo inicial dessa abordagem é obter um

profundo entendimento de um determinado fenômeno com base em pesquisas

pregressas, para que o processo ocorra de forma eficaz é necessário seguir padrões

metodológicos, apresentar os resultados de forma clara para que ao término da

leitura possam-se identificar as características principais pertinentes a cada estudo

avaliado.

Em meio aos métodos de revisão bibliográficos mais utilizados, a Revisão

Integrativa se configura como o mais amplo, tendo como vantagem a inclusão de

pesquisas de âmbito experimental e quase experimental possibilitando assim uma

compreensão completa sobre o fenômeno de interesse.

Mendes (2008), afirma que:

A Revisão integrativa tem o potencial de construir conhecimento em enfermagem, produzindo, um saber fundamentado e uniforme para os enfermeiros realizarem uma prática clínica de qualidade. [...] proporcionando aos profissionais de saúde dados relevantes de um determinado assunto, em diferentes lugares e momentos, mantendo-os atualizados e facilitando as mudanças na prática clínica como consequência da pesquisa.

No geral, para a construção da revisão integrativa é preciso percorrer seis

etapas distintas, similares aos estágios de desenvolvimento de pesquisa

convencional (MENDES, 2008).

A seguir as etapas para desenvolvimento desse estudo:

23

Primeira etapa: identificação do tema e seleção da hipótese ou questão

de pesquisa para a elaboração da revisão integrativa

No primeiro momento foi definida como foco da revisão a musicoterapia em

saúde mental. E assim elaborada uma questão norteadora: Quais são os impactos

da musicoterapia em saúde mental?

Segunda etapa: estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de

estudos/ amostragem ou busca na literatura

Critérios de inclusão:

Artigos sobre musicoterapia com enfoque na saúde mental

Artigos em língua portuguesa

Produções literárias a partir de 2006

Critérios de exclusão:

Artigos sobre musicoterapia com enfoque em outras especialidades

Artigos em língua estrangeira

Produções literárias anteriores ao ano de 2006

Terceira etapa: definição das informações a serem extraídas dos

estudos selecionados/categorização dos estudos

Esta etapa consiste na definição das informações a serem extraídas dos

estudos selecionados, utilizando um instrumento para reunir e sintetizar as

informações-chave (MENDES et al., 2008).

O revisor tem como objetivo nesta etapa, organizar e sumarizar as

informações de maneira concisa, formando um banco de dados de fácil acesso e

manejo. Geralmente as informações devem abranger a amostra do estudo (sujeitos),

os objetivos, a metodologia empregada, resultados e as principais conclusões de

cada estudo (MENDES at al, 2008).

Quarta etapa: avaliação dos estudos incluídos na revisão integrativa

24

Esta etapa é equivalente à análise dos dados em uma pesquisa convencional,

na qual há o emprego de ferramentas apropriadas. Para garantir a validade da

revisão, os estudos selecionados devem ser analisados detalhadamente. A análise

deve ser realizada de forma crítica, procurando explicações para os resultados

diferentes ou conflitantes nos diferentes estudos (MENDES at al., 2008).

Quinta etapa: interpretação dos resultados

Esta etapa corresponde à fase de discussão dos principais resultados na

pesquisa convencional. O revisor fundamentado nos resultados da avaliação crítica

dos estudos incluídos realiza a comparação com o conhecimento teórico, a

identificação de conclusões e implicações resultantes da revisão integrativa

(MENDES at al., 2008).

Sexta etapa: apresentação da revisão/síntese do conhecimento

O objetivo da revisão integrativa é proporcionar a construção a partir de dados

já existentes, do conhecimento em enfermagem, com a produção de um novo

resultado, que expressa o entendimento uniforme, que sirvam de base para que

enfermeiros realizem uma prática clínica de qualidade.

Assim, os dados obtidos na análise dos artigos selecionados nesta revisão

integrativa, serão tabulados, conforme algumas características e posteriormente

analisando visando à construção de um entendimento uniforme e que proporcione

uma vantagem para o profissional de enfermagem acerca do tratamento de

portadores de transtornos mentais.

3.1 ANÁLISE DOS DADOS

A partir dos 6 (seis) artigos selecionados conforme critério determinado na

metodologia desta pesquisa foi confeccionado um quadro sinótico, contendo o ano

de publicação, autores, títulos e local de publicação, objetivos e resultados.

25

Quadro 1 - Ano de publicação, autor, título e local de publicação, objetivos e resultados.

Ano Autores Local da Publicação Título Objetivos Resultados

2006 PASSONI, T. R. Goiânia - GO O Transtorno Bipolar sob a ótica da Musicoterapia

Enfatizar a importância de uma visão integrada ao paciente portador de Transtorno Bipolar.

A musicoterapia pode abrir a possibilidade de contato (não invasivo), auxiliando o

tratamento do paciente com transtorno bipolar.

2006

FONSECA, K. C.

BARBOSA, M. A.

SILVA, D. G.

FONSECA, K. V.

SIQUEIRA, K. M.

SOUZA, M. A

Goiânia - GO Credibilidade e efeitos da música como modalidade

terapêutica em saúde

Analisar a percepção dos profissionais musicoterapeutas sobre a credibilidade e

aceitação da musicoterapia por seus clientes.

A identificação das categorias que evidenciaram o significado da musicoterapia, seus efeitos, credibilidade e aceitação, junto

aos clientes que procuram os serviços de saúde.

2009 ANDREOLLA, L. E. F.

PIASENSK, V. M. São Leopoldo - RS

A Musicoterapia no Hospital Psiquiátrico São

Pedro

Apresentar a estruturação do trabalho que atualmente é desenvolvido pela Musicoterapia,

no HPSP.

A utilização da musicoterapia com outras terapias visando à melhora do paciente, sem

ocupar o lugar de outras especialidades.

2010

CUNHA, R.

ARRUDA, M.

SILVA, S. M.

Curitiba - PR Homem, Música e

Musicoterapia

Discutir o desenvolvimento da forma de se pensar o homem e a música, na cultura

ocidental, desde a antiguidade grega até a contemporaneidade.

A ação musicoterapêutica modifica a condição humana, e também estimula o

trabalho humanizado.

2011

BACKES, D. S.

SASSO, J. S.

PEREIRA, S. B.

Santa Maria - RS

Cuidado de enfermagem por meio de acordes

musicais: significados e sentimentos vivenciados

Desenvolver a arte do cuidado de enfermagem por meio da música, bem como compreender o significado dessa alternativa de cuidado para o bem-estar e conforto do paciente durante a sua

internação hospitalar.

Foi possível perceber a importância do cuidado interativo e criativo por meio da

música, proporcionando bem-estar e conforto tanto para pacientes e acompanhantes, quanto para os profissionais de saúde.

2013 PEIXOTO, M. C. M.

TEIXEIRA, C. M. S. Florianópolis - SC

Musicoterapia Comunitária – Contribuição para a

Saúde Mental da Comunidade

Refletir sobre a inserção da Musicoterapia como estratégia de promoção de saúde mental.

A investigação permitiu afirmar que a Musicoterapia é um campo de ação

indispensável aos programas de educação e promoção de saúde mental, em qualquer

espaço em que ela aconteça.

Fonte: Dados da pesquisa

26

3.2 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para Passoni (2006), a musicoterapia pode ser integrada ao tratamento de

transtornos mentais (no caso do artigo, transtorno bipolar), pois, possui, entre outros,

aspectos transdisciplinares que possibilitam a sua integração no tratamento, pois se

trata de uma abordagem não invasiva, proporcionando mudança de comportamento.

Segundo a autora:

A musicoterapia pode oferecer auxílio ao portador do Transtorno bipolar no que diz respeito à comunicação, socialização e auto expressão, pois se utiliza de uma abordagem não invasiva possibilitada pela música, que acaba por fortalecer estas habilidades, podendo proporcionar uma mudança de comportamento de efeito, isto é, a pessoa que experiencia um processo musicoterápico pode ser beneficiada no que diz respeito à fase de readaptação e reabilitação no decorrer do curso do transtorno (PASSONI, 2006).

Outra conclusão importante do trabalho de Passoni (2006) é a possibilidade

que a musicoterapia proporciona, por ser uma terapia não invasiva, de se abrir um

canal de comunicação com o paciente, às vezes impossível, em virtude do tipo de

transtorno mental.

O artigo de Fonseca et al. (2006), teve como objetivo a análise da percepção

dos profissionais de musicoterapia sobre a credibilidade e aceitação desta pelos

pacientes.

Fonseca et al. (2006), constata que os estudos realizados acerca da

musicoterapia têm alcançado resultados importantes no que se refere à sua

importância na sua conjugação com outras terapias, enfatizando assim a

importância de se aumentar os investimentos visando à implantação da

musicoterapia nos serviços de saúde em geral.

Fonseca et al. (2006) afirma que a música aplicada como terapia em saúde

pode possibilitar uma assistência diferenciada ao paciente, proporcionando a

“recomposição do ser humano como um ser integral”, colaborando assim, no

processo de reabilitação de várias patologias inclusive os transtornos mentais.

Em conclusão Fonseca et al. (2006), verifica que é possível constatar

aspectos importantes relacionados à utilização da musicoterapia nos tratamentos,

pois, esta pode proporcionar sensações de conforto, paz, tranquilidade, confiança e

amizade para com os profissionais de saúde.

27

Andreolla e Piasensk (2009), realizam uma abordagem sobre a utilização da

musicoterapia em pacientes com transtornos mentais no Hospital Psiquiátrico São

Pedro, relatando a inserção de sessões musicoterápicas nas várias unidades da

entidade, enfatizando a visão do profissional de musicoterapia e dos demais

envolvidos (médicos, enfermeiros, etc.), no processo de inserção desta terapia com

o objetivo de desenvolver a sociabilização, a autonomia, os limites, a linguagem, a

organização e a memória dos pacientes, por meio da utilização de canções, ritmos,

cirandas, improvisações, composições e estórias musicadas.

O artigo de Andreolla e Piasensk (2009), tem um aspecto importante, pois no

seu referencial teórico, traz um retrospecto histórico acerca da musicoterapia.

Cunha et al. (2010), em seu artigo intitulado “Homem, Música e

Musicoterapia”, apresenta uma visão histórica acerca do desenvolvimento da

musicoterapia ao longo do tempo, fazendo uma relação dos conceitos acerca do

tema e sua importância para a cultura e sua recorrente aproximação ao contexto

médico.

A definição de Cunha et al. (2010) para a musicoterapia é a mais completa,

apesar de também abrangente, para o tema:

A musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda o ser humano, suas manifestações sonoras e os fenômenos que decorrem nas interações entre pessoas, ritmos, melodias, e harmonias. Os processos que se estabelecem a partir do encontro entre as pessoas e suas musicalidades, permitem o desenvolvimento de vínculos significativos que levam à construção de canais de comunicação, de redes de convivência e das possibilidades de ação terapêutica. Entende-se, por essa perspectiva, que o musicoterapeuta trabalha diretamente com a essência humana. Ao desenvolver ações musicoterapêuticas, o profissional busca a expressão do sensível, a manifestação da criatividade, a compreensão afetiva que as pessoas têm da realidade. A atividade criativa musical alicerça as interações que ocorrem no decorrer desse processo e essa manifestação expressiva tende a abrir espaços para tipos diferenciados de comunicação, como por exemplo: da pessoa consigo mesma, com o musicoterapeuta e com o meio social. Para desencadear essa dinâmica de percepção de si e do outro, cabe ao profissional musicoterapeuta conhecer os elementos que compõem a base de sua ação: o homem e a música. No ambiente musicoterapêutico as pessoas comunicam mensagens corporais, afetivas, lógico cognitivas, sociorrelacionais e musicais. O profissional recebe as manifestações das pessoas com quem interage musicalmente. Esse tempo e espaço de escuta será o ponto de partida para o direcionamento da possibilidade comunicativa das pessoas. O acolhimento da musicalidade, forma de pensar e agir do outro faz parte da ação musicoterapêutica, porém, conhecer as características dessa manifestação, saber para onde direcioná-la e ser capaz de realizar a leitura do desenvolvimento comunicacional das pessoas, são atributos básicos dessa ação (CUNHA et al., 2010).

28

Assim, conforme o entendimento de Cunha et al. (2010), que transcende a

questão técnica abordada nesta pesquisa, a musicoterapia é importante para o

homem como um todo, não só nos tratamentos dos transtornos mentais, e sim em

todo o processo de evolução, tanto da capacidade humana, quanto do surgimento

da musicoterapia como possibilidade real e terapêutica de melhorar a condição

degrada por alguma patologia.

Para Backes et al. (2011), a musicoterapia é um auxiliar importante aos

cuidados aos pacientes. O artigo de Backes et al. (2011), procura abordar a

musicoterapia como meio importante que o profissional de enfermagem pode se

utilizar para proporcionar bem-estar e conforto aos pacientes principalmente durante

a internação hospitalar.

Peixoto e Teixeira (2013), realizaram uma reflexão acerca da introdução da

musicoterapia como estratégia visando à melhora no estado dos pacientes

acometidos de algum transtorno mental. Os autores abordaram o tema, fazendo um

paralelo com as diretrizes da Conferência Nacional de Saúde Mental.

Como resultados de sua pesquisa, Peixoto e Teixeira (2013), defenderam a

inclusão da musicoterapia nos programas do Sistema Único de Saúde (SUS), por

meio da promoção de práticas inclusivas e não invasivas no tratamento de pacientes

com transtornos mentais, conforme preceitua a Política Nacional de Promoção da

Saúde do Governo Federal.

Salientam, os autores Peixoto e Teixeira (2013), que a musicoterapia não

pretende resolver os problemas enfrentados pelos pacientes, porém, aplicar sua

percepção e fortalecer os recursos psicossociais disponíveis.

Neste contexto e com a finalidade de realizar a revisão integrativa acerca dos

artigos pesquisados nesta monografia, sugeriram-se alguns temas centrais, que são

considerados importantes para se analisar (integrativamente) as ideias

desenvolvidas pelos autores. São eles: Metodologia Adotada; Integração com outro

tratamento; Credibilidade e Aceitação; Divulgação e Conhecimento e Falta de

Conhecimento.

A seguir passa-se a abordar cada tema central e as posições que cada artigo

apresentou acerca deste.

29

3.2.1 Metodologia adotada

Na análise dos artigos selecionados foi constatado que todos se utilizam da

abordagem qualitativa (Gráfico 1).

Segundo Neves (1996), a abordagem qualitativa busca descrever significados

que são socialmente construídos, e por isso é definida como subjetiva, pois é

necessária a interpretação dos fenômenos para que seja bem sucedida. Assim, os

efeitos da musicoterapia no tratamento de transtornos mentais podem ser

considerados como uma observação qualitativa do comportamento dos sujeitos

envolvidos quando da inserção não invasiva da música como forma auxiliar nos

tratamentos convencionais.

Gráfico 1 – Metodologias Adotadas

Fonte: Dados da Pesquisa

Para Neves (1996), a abordagem qualitativa se dá com a interação entre a

observação e a construção dos conceitos, e também entre a percepção e a

explicação.

100%

0%

Metodologias Adotadas

Pesquisa Qualitativa

Outras Metodologias

30

3.2.2 Integração com outro tratamento

Dos seis artigos analisados, cinco apresentaram resultados acerca da

integração da musicoterapia com outros tipos de tratamentos, o que representa 83

% de toda a amostra utilizada, representada pelo Gráfico 2 abaixo.

Gráfico 2 – Integração com outro tratamento

Fonte: Dados da Pesquisa

A integração com outros tratamentos pode ser considerada uma das

principais vantagens da musicoterapia, pois sendo uma terapia não invasiva, ela

auxilia no tratamento de transtorno mental, fazendo com que os efeitos das

inserções invasivas da maioria dos tratamentos sejam atenuados.

Segundo Peixoto e Teixeira (2013), a abordagem da musicoterapia oferece às

pessoas a capacidade de compreender suas condições de superação e

enfretamento das crises ou conflitos.

Na pesquisa realizada por Backes et al. (2011), foi constatado que as sessões

de música proporcionaram bem-estar e conforto tanto para os pacientes e

acompanhantes quanto para os profissionais de saúde, propiciando um ambiente

interativo e criativo.

Para Andreolla e Piasensk (2009), a utilização da musicoterapia

paralelamente com outras terapias, não ocupou o lugar das outras terapias e foi

83%

17%

Integração com outro tratamento

Sim

Não

31

perfeitamente acolhido tanto pelos pacientes quanto pelos profissionais de saúde

envolvidos.

Fonseca et al. (2006), por meio de sua pesquisa constatou que a influência da

música é positiva no ambiente e contribui de forma eficaz para que as relações

interpessoais estabelecidas entre profissionais e pacientes se desenvolvam de

forma mais saudável. Os autores ainda enfatizaram que a musicoterapia pode ser

um importante instrumento na promoção de intervenções mais humanizadas em

saúde, inclusive no que diz respeito à assistência de enfermagem.

No artigo de Passoni (2006), a autora constata que a musicoterapia pode

oferecer auxílio ao portador de transtorno mental, nas áreas de comunicação,

socialização e auto-expressão, pois adota uma abordagem não invasiva, o que

possibilita, por meio da música, o fortalecimento destas habilidades, proporcionando

uma mudança no comportamento, beneficiando seu tratamento e sua readaptação.

3.2.3 Credibilidade e aceitação

A partir dos artigos analisados, dois apresentaram resultados onde foi

enfatizado a credibilidade e aceitação da musicoterapia com outros tipos de

tratamentos, o que representa apenas 33 % da amostra utilizada, segundo o Gráfico

3 abaixo.

Gráfico 3 – Credibilidade e Aceitação

Fonte: Dados da Pesquisa

33%

67%

Credibilidade e Aceitação

Sim

Não

32

A credibilidade e aceitação da musicoterapia são características importantes

deste tipo de terapia, pois, essas características reforçam a importância da sua

inserção com outros tratamentos, visando à melhora dos pacientes.

Fonseca et al. (2006) ressalta que a musicoterapia está sendo aceita a cada

dia tanto pelos profissionais de saúde, quanto pelos próprios pacientes, visando uma

assistência diferenciada, proporcionando a recomposição do ser humano como um

ser integral.

O que dá credibilidade ao tratamento que usa a musicoterapia é a forma

eficaz desta para as relações interpessoais (paciente x profissional de saúde), o que

as tornam mais saudáveis, pois, a música tem a capacidade de modificar atitudes e

comportamentos, estimulando as relações interpessoais (FONSECA et al., 2006).

Portanto, na concepção de Fonseca et al. (2006), a credibilidade e aceitação

são importantes para a inserção da musicoterapia, porque transmite confiabilidade

aos profissionais de saúde (como os enfermeiros), fazendo com que a inserção

destas terapias paralelamente aos tratamentos convencionais seja a mais tranquila e

eficaz possível.

Outro autor, que enfatiza a importância da credibilidade e aceitação da

musicoterapia é Peixoto e Teixeira (2013), ao aproximar os conceitos da terapia

alternativa às diretrizes da Conferência Nacional de Saúde Mental, que por si só, já

é uma forma de dar credibilidade e tornar mais fácil a aceitação pelos profissionais e

pacientes, pois trata-se de um órgão governamental ligado à política nacional de

saúde.

O próprio fato da musicoterapia ter sido reconhecida como uma profissão de

nível superior pelo Ministério da Educação e ter sido registrada na Classificação

Brasileira de Ocupações, já é um aspecto importante no tocante a dar mais

credibilidade e ao mesmo tempo aumentar a aceitação das interações

musicoterápicas.

3.2.4 Divulgação e Conhecimento

A partir dos artigos analisados, quatro apresentaram resultados onde foi

enfatizada a importância tanto de se divulgar a musicoterapia na área médica e

também a importância de se ter um conhecimento mais aprofundado sobre esta

forma de terapia. Assim 67% dos artigos tiveram como resultados de seu

33

desenvolvimento a ênfase com a divulgação e o conhecimento acerca do tema

(Gráfico 4).

Gráfico 4 – Divulgação e Conhecimento

Fonte: Dados da Pesquisa

Passoni (2006), defende que o profissional de enfermagem (ou mesmo outro

profissional da área médica) necessita deter o maior conhecimento possível sobre a

musicoterapia, pois, quando da sua inserção no tratamento de outras patologias,

como os transtornos mentais, o profissional saberá por meio do conhecimento, como

definir e reconhecer as principais características, sintomas, classificações, etiologia,

etc., acerca do tratamento proposto.

O “pensar musicoterápico” só poderá ser colocado como forma alternativa de

tratamento, partindo-se do princípio do grau de conhecimento do profissional de

saúde, e esse conhecimento se dá, com a qualidade e a quantidade da divulgação

realizada acerca da musicoterapia, por meio de artigos, pesquisas, seminários,

publicações, e etc. (PASSONI, 2006).

Uma das conclusões que Passoni (2006), chega no seu artigo é que os

musicoterapeutas devem divulgar mais o seu trabalho junto aos psiquiatras e demais

profissionais, fazendo com que o paciente tenha a opção de escolher se quer ser

atendido pelo musicoterapeuta.

67%

33%

Divulgação e Conhecimento

Sim

Não

34

Cunha et al. (2010), desenvolve em seu artigo um panorama cronológico dos

conceitos da musicoterapia, o que reflete a preocupação do pesquisador de

aprofundar e divulgar o conhecimento acerca do assunto, pois, sob uma ótica

diferente, busca “compartilhar fatos, visões do mundo, pensamentos e emoções”,

acerca do conhecimento humano sobre a musicoterapia, o que de forma acadêmica

e aperfeiçoada é uma fonte importante no contexto da formação do profissional de

saúde que pretende utilizar a musicoterapia no seu dia-a-dia de trabalho.

A musicoterapia é um campo de conhecimento que estuda o ser humano, suas manifestações sonoras e os fenômenos que decorrem nas interações entre pessoas, ritmos, melodias, e harmonias. Os professores que se estabelecem a partir do encontro entre as pessoas e suas musicalidades permitem o desenvolvimento de vínculos significativos que levam à construção de canais de comunicação, de redes de convivência e das possibilidades de ação terapêutica (CUNHA et al., 2010).

Por meio do pensamento de Cunha et al. (2010), observa-se a importância

que o conhecimento tem na introdução da musicoterapia nos tratamentos

relacionados à saúde mental do paciente.

Para Peixoto e Teixeira (2013), destaca que as políticas públicas acerca da

introdução da musicoterapia “comunitária” só serão eficazes se realizadas com um

planejamento de comunicação adequado, que atinjam os anseios da comunidade

envolvida no contexto dos portadores de algum transtorno mental.

Para que a musicoterapia se integre às estratégias de promoção da saúde

mental, é necessária a utilização de uma metodologia específica, que incentivem a

busca de conhecimento pelos profissionais envolvidos, de forma a descobrirem os

benefícios da terapia alternativa para a comunidade (PEIXOTO; TEIXEIRA, 2013).

A pesquisa qualitativa realizada por Fonseca et al. (2006), concluiu que uma

parte dos profissionais musicoterapeutas acredita que a terapia com a música

necessita ser divulgada com maior consistência, permitindo que a população

entenda sua verdade importância.

Fonseca et. al. (2006), enfatiza que a maior divulgação da musicoterapia no

meio profissional e acadêmico, torna possível o conhecimento acerca da terapia

musicoterápica por parte da população.

35

3.2.5 Falta de conhecimento

Do mesmo modo que é importante se analisar o conhecimento acerca da

musicoterapia e sua influência no tratamento dos transtornos mentais, também se

torna necessário medir a “falta de conhecimento” acerca do assunto, pois este

aspecto pode apontar para a necessidade de melhora na formação do profissional

de saúde como um todo.

Assim, com respeito à amostra coletada de artigos pesquisados, verificou-se

que 33% dos artigos (dois), apresentavam em algum tópico, a preocupação com a

falta de conhecimento acerca do assunto (Gráfico 5).

Gráfico 5 – Falta de Conhecimento

Fonte: Dados da Pesquisa

O artigo de Peixoto e Teixeira (2013), demonstra a preocupação com a

chamada dimensão cultural da comunidade, que devido às poucas perspectivas de

inserção socioeconômica, os mecanismos ideológicos ficam fragilizados e por

consequência, dificultam a percepção das alternativas de mudança. Pode-se

considerar essa constatação dos autores como verdadeira “falta de conhecimento”,

não só sobre a musicoterapia, devido à própria condição cultural da comunidade.

33%

67%

Falta de Conhecimento

Sim

Não

36

Peixoto e Teixeira (2013), ainda enfatizam que somente uma minoria da

população desfruta dos direitos plenos de cidadania, e que a maioria é incapaz de

descrever quais situações beneficiam sua própria saúde.

Já para Fonseca et al. (2006), apesar da musicoterapia propiciar resultados

importantes para a assistência à saúde, ela ainda é contestada por parte da

população, relativamente às suas ações terapêuticas, o que reflete a falta de

conhecimento além também desses fatores propiciarem os baixos investimentos na

implantação desta modalidade de terapia nos serviços de saúde em geral.

Fonseca et al. (2006), ressalta que a falta de conhecimento da forma como a

música age no organismo pode dificultar a ação dos musicoterapeutas.

Assim, são necessárias ações, por parte dos profissionais da musicoterapia e

da saúde, com a finalidade de se difundir os conhecimentos acerca da musicoterapia

e principalmente suas vantagens nos tratamentos de pacientes com transtornos

mentais.

37

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão integrativa realizada nesta pesquisa, propiciou a identificação dos

impactos da musicoterapia em pacientes com transtornos mentais, sob vários

aspectos importantes, tendo em vista as abordagens realizadas nos artigos

selecionados como amostra.

Os principais aspectos enfatizados na revisão integrativa foram: Integração

com outros tratamentos, Credibilidade e Aceitação, Divulgação e Conhecimento e

Falta de Conhecimento.

No aspecto Integração com outros tratamentos, a qual pode ser considerada

como principal vantagem da musicoterapia, evidenciou-se que esta é uma terapia

não invasiva, que auxilia o tratamento de pacientes acometidos por transtorno

mental, fazendo com que os efeitos das inserções invasivas da maioria dos

tratamentos sejam atenuados.

Quanto à Credibilidade e Aceitação, a pesquisa realizada reforçou a

importância da sua inserção com outros tratamentos, visando à melhora dos

pacientes.

No que diz respeito à Divulgação e Conhecimento, ficou evidenciado, por

meio da análise da amostra coletada, que é importante divulgar a musicoterapia e

ainda propiciar o aumento de conhecimento acerca do assunto de forma que as

suas inserções nos tratamentos de transtornos mentais sejam o mais eficientes

possível.

No aspecto Falta de Conhecimento, a análise das informações contidas nos

artigos revisados, trouxe certa preocupação, pois esse aspecto pode dificultar a

inserção da musicoterapia como alternativa que viabilize e também aumente o

sucesso dos tratamentos de pacientes com transtornos mentais, devido a já

conhecida dificuldade em se lidar com essa patologia.

Conclui-se, portanto, que a inserção da musicoterapia paralelamente aos

tratamentos contribui para a reabilitação psicossocial, já que as características

conferem como uma função para que o indivíduo alcance uma melhor qualidade de

vida, uma melhor organização intra e/ou interpessoal.

Assim, torna-se necessário um fortalecimento das condições tanto de

aprendizado como de aplicação das técnicas de musicoterapia no dia-a-dia do

38

profissional de enfermagem, pois, segundo a revisão integrativa realizada nesta

pesquisa, demonstrou-se que a musicoterapia propicia mais vantagens do que

desvantagens no tocante ao tratamento de pacientes com transtornos mentais.

39

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