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Preços Administrados e Política Monetária VI Seminário de Metas para a Inflação Banco Central do Brasil Rio de Janeiro 30 de agosto de 2005 Paulo Springer de Freitas Mirta Bugarin Senado Federal UnB

Preços Administrados e Política Monetária...choque de produtividade no setor administrado: queda do preço relativo dos bens adm requer maior inflação livre. choque de preços

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Preços Administrados e Política Monetária

VI Seminário de Metas para a InflaçãoBanco Central do Brasil

Rio de Janeiro30 de agosto de 2005

Paulo Springer de Freitas Mirta BugarinSenado Federal UnB

SumárioIntrodução

Objetivos e MotivaçãoLiteratura

MetodologiaModelo Desenvolvido

Principais ResultadosConsiderações Finais

Objetivos

Como deve ser a condução da política monetária na presença de preços administrados?

Resposta a choques

Escolha do índice de preços que norteia o regime de metas

Preços AdministradosPreços diretamente determinados ou monitorados pelo governoFormação de preços diferente da dos demais bensda economia

Indexação por contratoMaior dependência da variação cambialDecisões políticas

ConseqüênciasMenor sensibilidade desses preços à política monetáriaAlteração de preços relativos tem de ser feita por meio demudança nominal dos preços livres

Objetivos e Motivação

Por que preços administrados?Processo idiossincrático de formação de preçosCerca de 30% do IPCAForte mudança de preços relativos desde aadoção do regime de metas

Relação entre preços administrados e livres

100,0

105,0

110,0

115,0

120,0

125,0

130,0

135,0

jul/9

9

set/9

9

nov/

99

jan/

00

mar

/00

mai

/00

jul/0

0

set/0

0

nov/

00

jan/

01

mar

/01

mai

/01

jul/0

1

set/0

1

nov/

01

jan/

02

mar

/02

mai

/02

jul/0

2

set/0

2

nov/

02

jan/

03

mar

/03

mai

/03

jul/0

3

set/0

3

nov/

03

jan/

04

mar

/04

mai

/04

jul/0

4

set/0

4

nov/

04

jan/

05

mar

/05

Objetivos e Motivação

Condução de política monetáriaComo reagir frente a choques de preços administrados?

Não existe literatura específica sobre o assuntoAproximação como choque de custos =>BC deve acomodar os choquesMas como?

Estabilidade ou deflação dos preços livres?Resultados mostram que a inflação livre também deve se elevar

Objetivos e Motivação

Desenho de um regime de metasmaioria dos países que adota o regime de metas para a inflação utiliza um índice agregado comometa

maior representatividade da cestamaior credibilidade da PMincorpora a mudança de preços relativos

resultados não favoráveis à adoção de umnúcleo

Referências

Modelos estruturais de equilíbrio geral dinâmico de inspiração neo-keynesiana

Rotemberg e Woodford (1998)Woodford (2003)Aoki (2001)Clarida e Gali e Gertler (2001)Mankiw e Reis (2003)Amato e Laubach (2003)

Modelo desenvolvidoModelo de equilíbrio geral dinâmico

Dois (grupos de) bens: livres e administradosInspiração neo-keynesiana:

as firmas produzem o que for demandado;ausência de concorrência perfeita

Bens livres diferenciados

Rigidez de preços à Calvo

Economia aberta

Modelo desenvolvidoSem governo

Mas supõe-se tributação que elimina distorção causada pelo poder de mercado das firmas

Sem capitalAnálise de curto prazo

BlocosDemanda (Curva IS)

DomésticaExterna

Oferta (Curva de Phillips)Determinação de Preços AdministradosCâmbioBanco Central

DemandaCurva IS

problema de maximização de utilidade intertemporal do consumidordemanda externa depende de câmbio real erenda mundial

( )

−−

−+−−−= ++++

−+ tFtFtyttttttttyttt CCEkBBEEREkYEY ,

^

1,

^^1

^

1

^1,

^1

1^^

1 πσ

OfertaBens livres

Função de produção do tipo Cobb-Douglas comdois insumos: trabalho e insumos importadosContinuum de firmas produzindo um bem diferenciado

Concorrência monopolística

Rigidez de preços no estilo de Calvo (1983)

OfertaBens livres

Firma maximiza lucros intertemporalmente sujeita às restrições usuais e de rigidez depreçosA solução do problema é a Curva de Phillips:

ttLtLt

N

tLtLtL qkxkEYYk^

3.

^

21,

^

,

^

,

^

1.

^+++

−= +πβπ

OfertaBens administrados

Regra de reajuste definida por:

Não há problema de otimização:Preço será sempre o determinado pela regraFirma oferecerá o produto demandado

Necessidade de fator de ajuste de preços relativos

( ) ( ) admttAtttA xe εψωπωψπ +−−

∆−+= −−− 1,

^

1

^

1

^

,

^11

CâmbioComporta-se de acordo com a UIP

ctttttt iieEe ε+−+= +

^*^

1

^^

Banco CentralObjetivo: maximizar a soma das utilidades individuais

Após algumas manipulações, chega-se a:

( ) ∫ −−=1

0 ,, )())((; tAAitLttt NVNdzzNvBCNUW

( ) tcEwEwqEwxEwYEwWE tAtLttAtt +

+

+

+

+

= −

2

,

^

20

2

,

^

13

2^

3

2

1,

^

2

2^

1 ππ

Aderência do Modelo

Infl Adm Câmbio Hiato Infl Livre Juros

Amostra desde 1994:3 0,030 0,304 0,024 0,024 0,027

Amostra desde 1999:1 0,026 0,150 0,017 0,013 0,010

UIP 0,033 0,087 0,029 0,015 0,029

Somente choques de

AL 0,005 0,054 0,027 0,004 0,019

Câmbio 0,008 0,048 0,002 0,005 0,014

Preços Administrados 0,030 0,008 0,004 0,011 0,010

Juros 0,003 0,006 0,003 0,003 0,008

Juros externos 0,008 0,048 0,000 0,008 0,009

Desvio Padrão

Economia Real

Economia artificial

Resposta impulso a um choquede preços administrados

-0,400

-0,200

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

1,200

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19

Infl livre UIP Infl agreg UIP Hiato UIP Cambio nom UIP Juros UIP Câmbio real UIP

Resposta impulso a um choquede produtividade no setor livre

-0,600

-0,400

-0,200

0,000

0,200

0,400

0,600

0,800

1,000

1,200

1,400

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Infl livre UIPInfl agreg UIPHiato UIPCambio nom UIPJuros UIPCâmbio real UIP

Resposta impulso a um choquede produtividade no setor adm.

0,000

0,050

0,100

0,150

0,200

0,250

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

Infl livre UIPInfl agreg UIPHiato UIPCambio nom UIPJuros UIPCâmbio real UIP

Perda quando o BC só se preocupacom a variância da inflação

FO original Índice max

0,0 17,5 0.11 0,44 0,00 14,59 0,00

0,1 17,5 0,00 0,24 23,04 11,15 0,69

0,2 18,1 0.71 0,09 48,69 8,15 0,69

0,3 19,3 2.22 0,01 76,96 5,59 1,38

0,4 21,2 4.54 0,00 107,85 3,52 2,07

0,5 23,9 7.71 0,07 141,62 1,91 2,76

0,6 27,1 11.72 0,22 177,75 0,79 2,76

0,7 31,2 16.61 0,44 216,75 0,13 3,45

0,8 35,9 22.33 0,75 258,38 0,00 4,14

0,9 41,42 28.992 1,16 302,36 0,36 4,83

1,0 47,62 36.512 1,66 349,21 1,23 5,52Obs: 1 - Signigicativo a 5%Obs: 2 - Signigicativo a 10%

Produt. Setor Livres Câmbio1 Preços Adm.1

Peso dos Itens Administrados

(1-δ)

Todos os ChoquesJuros

Considerações finais

Foi construído um modelo de EGD deinspiração neo-keynesiana, incorporando dois setores, bens livres e administrados,em que nesse último, a regra de reajuste depreços difere da dos demais bens.Em geral, o modelo teve boa aderência comos dados reais.

Considerações finaisEm geral, BC não deve tentar estabilizar o nível de preços.Rigidez no reajuste de preços administrados éparticularmente importante para explicar a resposta da inflação de preços livres a:

choque de produtividade no setor administrado: queda do preço relativo dos bens adm requer maior inflação livre. choque de preços administrados: aumento da inflação livre é a forma de atenuar a mudança de preços relativos.

Considerações finais

Não se justifica adotar um índice de exclusão de preços administrados como meta:

Núcleo não é o índice que maximiza o bem estarÍndice que maximiza bem-estar depende dochoquePerdas em relação ao núcleo são pequenas enão significantes.