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Prefeitura do Município de Taboão da Serra Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia. Departamento de Educação E-mail: [email protected] 1 Senhores Gestores, Os profissionais Auxiliares de Classe durante três dias passaram por uma ação de formação com profissionais Pedagogas, Psicólogas e Nutricionista. O material de apoio presente neste documento foi elaborado com o objetivo de instrumentalizar o Auxiliar de Classe para o trabalho que desenvolverá na Escola. Ele traz informações teóricas e dicas práticas para a ação cotidiana. A continuidade da formação desses profissionais também depende das ações de formação que serão desenvolvidas na escola, pois segundo as mais recentes pesquisas e Libâneo, “a escola, lugar de aprendizagem da profissão” . Teremos mais um encontro com estes profissionais no final do 1º semestre para avaliar a ação dos mesmos e encaminhar os trabalhos para o segundo semestre. As orientações na formação e o material elaborado para a mesma, auxiliará a gestão da escola e o AEE no desenvolvimento de seu trabalho e as equipes gestoras no acompanhamento das atividades exercidas por estes profissionais, prevista na Lei complementar nº 279 de 04/04/2012 - Anexo I Descrição sumária das atribuições do cargo. Em breve enviaremos os resultados da avaliação do curso para o conhecimento de vocês. Obrigado, João Medeiros de Sá Filho Secretário da Educação, Ciência e Tecnologia

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Prefeitura do Município de Taboão da Serra Secretaria de Educação, Ciência e Tecnologia.

Departamento de Educação E-mail: [email protected]

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Senhores Gestores,

Os profissionais Auxiliares de Classe durante três dias passaram por uma

ação de formação com profissionais Pedagogas, Psicólogas e Nutricionista.

O material de apoio presente neste documento foi elaborado com o objetivo

de instrumentalizar o Auxiliar de Classe para o trabalho que desenvolverá na

Escola. Ele traz informações teóricas e dicas práticas para a ação cotidiana.

A continuidade da formação desses profissionais também depende das

ações de formação que serão desenvolvidas na escola, pois segundo as mais

recentes pesquisas e Libâneo, “a escola, lugar de aprendizagem da profissão” .

Teremos mais um encontro com estes profissionais no final do 1º semestre para

avaliar a ação dos mesmos e encaminhar os trabalhos para o segundo semestre.

As orientações na formação e o material elaborado para a mesma, auxiliará

a gestão da escola e o AEE no desenvolvimento de seu trabalho e as equipes

gestoras no acompanhamento das atividades exercidas por estes profissionais,

prevista na Lei complementar nº 279 de 04/04/2012 - Anexo I – Descrição sumária

das atribuições do cargo.

Em breve enviaremos os resultados da avaliação do curso para o

conhecimento de vocês.

Obrigado,

João Medeiros de Sá Filho

Secretário da Educação, Ciência e Tecnologia

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DESENVOLVIMENTO INFANTIL (6 meses – 10 anos)

Psicólogas Harumi Okayama e Helena C. de Oliveira Paiola ATRIBUIÇÕES DO AUXILIAR DE CLASSE

• Auxiliar nos cuidados diários dos educandos no tocante à higiene, alimentação, segurança e apoio às atividades educacionais.

• Conhecer o planejamento do professor e da unidade escolar auxiliando na execução dos mesmos, participando inclusive, dos projetos e programas em benefício dos educandos.

• Exercer demais atividades correlatas, conforme determinação do diretor da unidade escolar.

HISTÓRIA DA INFÂNCIA

• Infância: palavra de origem latina que significa “o que não fala”. • O conceito de infância é relativamente novo. A infância é uma criação social. • Até o século XVI não havia separação entre as diferentes etapas da vida.

Era respeitada apenas a condição biológica de dependência física da criança da mãe.

• Até o século XVII as crianças conviviam e assumiam papéis como as demais pessoas da sociedade, inclusive papéis sexuais.

• Não havia prerrogativas de afetividade, proteção e cuidado, tendo as crianças menos poder que os adultos, inclusive sobre os seus corpos, tornando-se os alvos mais vulneráveis à violência.

• Durante o período eram comuns os casos de infanticídio (assassinato de crianças), as quais eram rapidamente substituídas.

• A construção do conceito de infância data do século XVII. • Quando as classes dominantes começam a perceber a dependência das

crianças pequenas os adultos passaram a conceber as crianças como seres fracos e dependentes, as quais necessitam de proteção.

• Surgem as primeiras preocupações quanto aos cuidados das crianças. • Como recursos para a educação das crianças foi estabelecida a

necessidade de uma disciplina rígida, incluindo castigos físicos. • “Quem não usa a vara, odeia seu filho. Com mais amor e temor castiga o pai

ao filho mais querido. Assim como uma espora aguçada faz o cavalo correr, também uma vara faz a criança aprender.”

• No século XIX a ideia de infância enquanto período de cuidado e proteção já estava consolidada. Neste período também ocorre a separação entre papéis infantis e papéis adultos.

• Em 1927 é criado pelo Governo Federal o primeiro Código de Menores. • Na década de 1930 desenvolveram-se novas ciências, como a Psicologia e

Pediatria, as quais juntamente com a Pedagogia buscavam maneiras de cuidar e compreender as crianças, além de selecionar os mais capazes e disciplinar, em especial, os mais rebeldes.

• Na década de 1970, com a ascensão do governo militar e da ditadura, o país entra em um período de repressão e censura. Para evitar oposição quanto ao sistema instalado, há a estimulação da ingenuidade e da alienação.

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• Desde as últimas décadas do século XX até atualmente, as crianças passaram a ser tratadas como potenciais consumidores. A imagem da criança na publicidade está cada vez mais “adultizada” e erotizada.

EDUCAÇÃO INFANTIL Objetivos gerais previstos no Referencial Curricular Nacional:

• Desenvolver uma imagem positiva de si, atuando de forma cada vez mais independente, com confiança em suas capacidades e percepção de suas limitações;

• Descobrir e conhecer progressivamente seu próprio corpo, suas potencialidades e seus limites, desenvolvendo e valorizando hábitos de cuidado com a própria saúde e bem-estar;

• Estabelecer vínculos afetivos e de troca com adultos e crianças, fortalecendo sua autoestima e ampliando gradativamente suas possibilidades de comunicação e interação social;

• Conhecer algumas manifestações culturais, demonstrando atitudes de interesse, respeito e participação frente a elas e valorizando a diversidade.

• Estabelecer e ampliar cada vez mais as relações sociais, aprendendo aos poucos a articular seus interesses e pontos de vista com os demais, respeitando a diversidade e desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração;

• Observar e explorar o ambiente com atitude de curiosidade, percebendo-se cada vez mais como integrante, dependente e agente transformador do meio ambiente e valorizando atitudes que contribuam para sua conservação;

• Brincar, expressando emoções, sentimentos, pensamentos, desejos e necessidades;

• Utilizar as diferentes linguagens (corporal, musical, plástica, oral e escrita) ajustadas às diferentes intenções e situações de comunicação, de forma a compreender e ser compreendido, expressar suas idéias, sentimentos, necessidades e desejos e avançar no seu processo de construção de significados, enriquecendo cada vez mais sua capacidade expressiva.

ENSINO FUNDAMENTAL Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) estão contidas orientações

quanto aos conteúdos e áreas do conhecimento. É notória a descrição da função que o adulto/professor desempenha no processo de escolarização da criança, pois este não assume um papel de detentor do conhecimento. Conforme descrito no PCN, o adulto/professor faz a mediação entre aluno e conhecimento, organizando os métodos e formas pelo qual a criança vai acessar esses conhecimentos e integrar o que aprendeu dentro da escola em sua realidade.

Objetivos gerais do Ensino Fundamental descrito nos PCN: • Compreender a cidadania como participação social e política, assim como

exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotando, no dia-a-dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;

• Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;

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• Conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões sociais, materiais e culturais como meio para construir progressivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o sentimento de pertinência ao País;

• Conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e nações, posicionando-se contra qualquer discriminação baseada em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo, de etnia ou outras características individuais e sociais;

• Perceber-se integrante, dependente e agente transformador do ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles, contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;

• Desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania;

• Conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando hábitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à saúde coletiva;

• Utilizar as diferentes linguagens (verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal) como meio para produzir, expressar e comunicar suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação;

• Saber utilizar diferentes fontes de informação e recursos tecnológicos para adquirir e construir conhecimentos;

• Questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.

DESENVOLVIMENTO

Conceito: “ação ou efeito de desenvolver (algo) ou de se desenvolver”. “Desenvolver: ato de acrescentar ou de melhorar/aperfeiçoar algo que pode ser de ordem física, intelectual ou moral”.

Baseia-se no como e porque o organismo humano cresce e se modifica no decorrer da vida.

É o conjunto de mudanças que ocorre ao longo do tempo de maneira ordenada e relativamente duradoura afetando as estruturas físicas e neurológicas, os processos de pensamento, as emoções, as formas de interação social e outros comportamentos.

Tendências gerais: céfalo-caudal e próximo-distal (da cabeça para o

restante do corpo e do tronco para as extremidades do corpo) / das atividades maciças das específicas.

Processos básicos: maturação e aprendizagem; os quais, quase sempre, atuam reciprocamente.

- Maturação: refere-se aos processos orgânicos ou mudanças estruturais que ocorrem no corpo de um indivíduo e que são relativamente independentes das

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condições, experiências ou prática do meio externo; desenvolvimento do organismo em função do tempo ou idade; transformações neurofisiológicas e bioquímicas que ocorrem da concepção até a morte.

- Aprendizagem: refere-se às mudanças comportamentais ou de desempenho em resultado da experiência no ambiente e das interações sociais. Mediante os processos de aprendizagem incorporam-se novos conhecimentos, valores e habilidades que são próprios da cultura e da sociedade em que se vive.

O desenvolvimento humano é, portanto, o resultado da interação entre a

maturação (inscrito geneticamente) e a estimulação social e pessoal que a criança recebe do meio.

Os aspectos psicológicos de desenvolvimento não estão predeterminados, mas são adquiridos mediante a interação com o meio físico e social que envolve as crianças desde o seu nascimento.

Princípios do desenvolvimento

• Princípio da Continuidade: o desenvolvimento inicia-se antes do nascimento e

prossegue até a morte. • Princípio da Totalidade: o desenvolvimento ocorre em todos os seus aspectos

simultaneamente, quais sejam: intelectual, motor, social, emocional, outros. • Princípio da Especificidade: apesar de ser global, desenvolvendo sempre todos

os aspectos, o desenvolvimento será enfatizado em um aspecto em cada situação.

• Princípio da Progressividade: o desenvolvimento não ocorre de forma rápida; é um processo longo e lento, porém está sempre em evolução.

• Princípio da Individualidade: o desenvolvimento é diferente para cada pessoa, respeitando suas características e experiências.

DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

Caracteriza-se pelo alcance de um repertório de movimentos que possibilita à criança adquirir domínio dos elementos motores como motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal e lateralidade, a fim de que possam ser utilizadas em suas rotinas cotidianas.

As experiências motoras devem estar presentes no dia-a-dia das crianças e são representadas por toda e qualquer atividade corporal realizada em casa, na escola e nas brincadeiras.

Em um resumo do desenvolvimento comportamental, Gesell descreve os seguintes pontos de referência: • 0 a 4 meses: controle sobre os músculos e nervos da face (envolvidos na visão, audição, paladar, sucção, deglutição e olfato); distinção de diferenças de brilho e intensidade; acompanhamento do percurso de objetos em movimento com os olhos; reações à presença de som; sensibilidade a odores acentuadamente agradáveis ou desagradáveis; reações a diferenças no paladar; presença de certo grau de sensibilidade à dor.

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• 4 a 7 meses: início do desenvolvimento do comando dos músculos do pescoço, da cabeça e movimento intencional dos braços (tentativa de pegar objetos). • 7 a 10 meses: controle do tronco e das mãos para pegar objetos e passá-los de uma mão à outra. • 1 ano: controle das pernas, pés e dos dedos indicadores e polegares, permitindo pegar pequenos objetos; primeiras palavras. • 2 a 3 anos: andar, correr, melhor clareza de algumas palavras e frases, controle dos esfíncteres.

• 5 anos: a criança já está bastante madura no controle motor de grandes músculos (saltar, pular em um pé só); fala sem fazer sons infantis; no aspecto psicomotor, já depende quase que totalmente dela mesma nas rotinas domésticas.

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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO

O termo cognição refere-se aos processos mentais superiores, isto é, conjunto de funções envolvidas na compreensão e conhecimento do mundo – percepção, memória, linguagem, formação de conceitos, abstração, resolução de problemas, inteligência e pensamento, autoconsciência.

Tais funções não estão localizadas em lugares específicos do cérebro, mas derivam do crescimento das conexões dentro deste como resultado da interação entre maturação e experiência.

Emoção, motivação e características de personalidade são aspectos que exercem influência no funcionamento cognitivo. Linguagem Constitui a base da comunicação social e é essencial para a abstração e formação de conceitos e para o desenvolvimento de quase todos os processos superiores mentais: aprendizagem, pensamento, planejamento, raciocínio, atenção, memória, capacidade de julgamento.

• 12 meses: começa a entender a linguagem, a elaborar associações significativas entre as palavras e o que elas representam – profere sua primeira palavra.

• 13 a 15 meses: a linguagem tem progresso mais lento devido à concentração no domínio das capacidades motoras.

• 18 meses: substantivos e interjeições diminuem à medida que a criança cresce.

• 24 meses: ampliação da capacidade da fala e da compreensão das palavras, articulação de pedidos simples e descrições do meio.

• 3 a 3 anos e meio: a fala é mais compreensível, a articulação e a pronúncia melhoram com maior rapidez, as frases tornam-se progressivamente mais longas, complexas e elaboradas.

• A partir dos 5 anos, quase toda nova aprendizagem envolve a linguagem. O comportamento aprendido com o uso da linguagem é adquirido rapidamente e é altamente estável e generaliza-se amplamente, ao passo que as reações aprendidas sem participação verbal são relativamente instáveis, dependem do constante reforço e são facilmente esquecidas.

Jean Piaget A compreensão de mundo envolve a exploração ativa do meio circundante,

bem como a organização e reorganização das impressões sensoriais dele derivadas. É um contínuo processo de construção e reconstrução que ocorre em uma sequência de ações mentais.

O processo cognitivo ocorre a partir do equilíbrio e desequilíbrio dessas estruturas mentais, definidas na teoria como estágios de desenvolvimento, propiciando assim, constante assimilação (integração de novos dados aos esquemas já existentes) e acomodação (aquisição de novos esquemas ou alteração dos esquemas existentes).

Sendo o desenvolvimento um processo contínuo, não há rupturas e nem ultrapassagem de etapas. As crianças passam por todos os estágios, mas não, necessariamente ao mesmo tempo, assim, umas se desenvolvem com mais rapidez, outras mais lentamente.

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A ordem de sucessão das fases é constante, embora as idades em que as diversas fases são alcançadas possam variar alguma coisa, dependendo da motivação, prática e meio cultural da criança.

À medida que a criança transita de uma fase para a seguinte, as estruturas anteriores integram-se as posteriores.

Os 4 estágios do desenvolvimento cognitivo de Piaget são muito diferentes uns dos outros e cada um revela uma maneira diferente na qual um indivíduo reage ao seu ambiente.

1. Sensório-motor (do nascimento aos 2 anos): a característica principal é a atividade motora e sensorial da criança – a inteligência se manifesta na ação. Passa de uma resposta, na maior parte das vezes, reflexa, para alguém capaz de organizar as atividades sensório-motoras em resposta ao ambiente (alcançar um brinquedo/ conceito de permanência do objeto).

2. Pré-operacional (de 2 a 7 anos): desenvolvimento da linguagem e do raciocínio pré-lógico. A criança começa a usar símbolos para representar objetos, lugares e pessoas. A criança age de acordo com sua visão do mundo, usando um sistema de símbolos para representar o que ela vê em seu ambiente.

3. Operacional concreto (de 7 a 11 anos): a criança começa a ganhar a capacidade de pensar de maneira lógica e entender os conceitos que usa ao lidar com o ambiente ao seu redor.

4. Operacional formal (acima dos 12 anos): a criança começa a pensar em termos abstratos.

Lev Vygotsky

A maturação por si só não é capaz de produzir as funções psicológicas próprias dos seres humanos – é a aprendizagem na interação com outras pessoas que nos dá a possibilidade de avançar no desenvolvimento psicológico.

A criança começa a utilizar a linguagem como veículo de comunicação, controle e regulação das ações das outras pessoas e, somente depois de tê-la utilizado interagindo com as outras pessoas é que a linguagem converte-se em instrumento para planejar a ação – linguagem transforma-se em pensamento.

• Nível de desenvolvimento efetivo: aquilo que a criança já é capaz de fazer sozinha. • Nível de desenvolvimento potencial (proximal): aquilo que a criança pequena sabe fazer com a ajuda, a orientação e a colaboração de pessoas mais capazes.

O nível de desenvolvimento potencial acontece porque algumas funções não estão totalmente desenvolvidas, mas estão em desenvolvimento; portanto a aprendizagem que a criança pequena faz, praticando estes aspectos juntamente com uma pessoa mais capaz, é o que lhe permitirá desenvolver algumas capacidades pessoais que poderá exercer sozinha mais adiante.

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Atuando com outra pessoa na zona de desenvolvimento potencial, a criança interioriza a ajuda proporcionada, incorporando, assim, aos seus conhecimentos e às suas ações, novas dimensões que a farão mais funcional, mais complexa e mais capaz de resolver problemas.

DESENVOLVIMENTO AFETIVO E PSICOSSEXUAL

• Psicanálise/ Freud • Inconsciente • Id/Ego/Superego

• Fase Oral (0 a 2 anos): a libido está localizada na região da boca, ou seja, a criança busca satisfação através da zona erógena oral. A satisfação da pulsão oral e o consequente prazer obtido pela estimulação da mucosa da boca não são provenientes somente da alimentação.

O prazer oral é “fundamentalmente o prazer de exercer uma sucção sobre um objeto que se tem na boca ou que se leva à boca, e que obriga a cavidade bucal a se contrair e se relaxar sucessivamente” (Nasio, p. 61, 1999).

• Fase anal (2 a 4 anos): nesta fase, a pulsão sexual se manifesta na região anal, e o objeto relacionado a esta fase são as fezes da própria criança. A satisfação do prazer sexual não está no ato orgânico de defecar, mas na retenção e posterior expulsão das fezes. O prazer é proveniente da contração e dilatação dos esfíncteres.

A fase anal corresponde ao período do desfralde. De acordo com Freud (1917), pela primeira vez em sua existência a criança se vê obrigada a trocar o prazer pela respeitabilidade social.

O controle dos esfíncteres para a criança relaciona-se à percepção de que exerce controle nos objetos. Neste momento a criança se depara com os limites exteriores, visto que é obrigada pela primeira vez a se enquadrar nos limites sociais. Ao mesmo tempo a criança consegue, através do controle das fezes, controlar o meio e o objeto de amor.

• Fase Fálica (4 a 5 anos): é a última fase antes do desenvolvimento sexual final. Durante a fase fálica a pulsão sexual se localiza na área genital (no pênis para os meninos e no clitóris para as meninas). Para satisfação da pulsão sexual a criança passa a se manipular e descobrir o seu corpo. Até o início desta fase as crianças acreditam que meninos e meninas são iguais. É a fase do Complexo de Édipo.

DESENVOLVIMENTO SOCIAL DA CRIANÇA

O desenvolvimento social, ou seja, o desenvolvimento das relações estabelecidas entre as crianças e pessoas/grupos fundamenta-se em aspectos físicos, afetivos, cognitivos e sociais.

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• 1º mês: Fixa o olhar num rosto que se aproxima. Para de chorar quando a mãe se aproxima ou ao ouvir sua voz. Sorri ao ouvir a voz humana. Reconhece a mãe pelo aroma.

• 2º mês: Faz gestos fisionômicos ao se aproximar de um rosto humano. Fica imóvel ao ouvir uma voz conhecida. Emite gorjeios.

• 3º mês: Sorri a todos que se aproximam sorrindo pra ele. Troca olhares com a mãe, reconhece-a visualmente. Balbucia.

• 4º mês: Começa a gargalhar. Reage quando seu nome é chamado virando a cabeça. Emite diversas vocalizações.

• 5º, 6º e 7º mês: Distingue rostos familiares dos desconhecidos. Modula suas emissões vocais tendendo a limitá-las aos sons ouvidos da mãe.

• 8º mês: Participa ativamente de algumas brincadeiras e troca sinais com os adultos. Gosta de morder, tem reações de inquietação quando próximo de pessoas estranhas.

• 9º mês: Articula a primeira palavra (de duas sílabas). Reage corretamente a alguns comandos, como “me dá”, “pega”. Reconhece seu nome e de familiares.

• 10º mês: Procura imitar os sons que ouve. Compreende algumas proibições. • 12º mês: Repete gestos ou atitudes que provocam risadas. Emite, no mínimo,

três palavras diferentes. • 18º mês: Realiza algumas atividades com autonomia. Usa adjetivos ligados às

suas experiências, como bom, ruim. Emite entre 10 e 20 palavras. • 02 anos: Chama-se pelo próprio nome. Associa sujeito e verbo e complementa.

Utiliza o não de forma sistemática. Comunica-se com gestos e mímica com outras crianças. Conhece cerca de 300 palavras. Forma frases interrogativas e exclamativas. Agarra nas coisas e briga por elas com empurrões e puxões de cabelo. Tem noção do que pode tocar ou não. Brinca com água, areia e pedra. Gosta de coisas que se movem e giram. Gosta de histórias e músicas. Tem preferências definidas em relação à alimentação.

• 03 anos: Compreende mais de 1000 palavras. Conhece sua idade e sexo. Joga jogos simples. Já consegue manter a atenção por mais tempo. Gosta de concordar e agradar as pessoas. Compara dois objetos Gosta de aprender palavras novas. Gosta que contem histórias sobre seu passado e o de outras pessoas. Fala com a articulação de palavras de maneira infantil. Sabe brincar em grupo, mas ainda prefere estar sozinho. Já tem a noção de coletividade, de nós. Descobre a diferença entre meninos e meninas. Podem procurar a cama dos pais. Já evidencia a diferença entre os sexos na escolha de brinquedos e materiais lúdicos. Desenha a figura humana. Inventa histórias.

• 04 anos: Pergunta muito. Gosta de deformar palavras conhecidas. Utiliza advérbios, conjunções e interjeições. Utiliza muito a imaginação, levando a contar muitas mentiras. Aparecem os medos infantis. Questiona sobre a morte. Começa a se interessar por atividades em grupo, tende a ser mandão. Tem dificuldades na relação a três. Tem noção de família. Não dorme a sesta. Inventa músicas. Preferem brincar com crianças do mesmo sexo. Brinca de médico, vendedor. Compreende a sucessão da semana.

• 05 anos: Superou a articulação infantil na linguagem. Tem consciência de hierarquia e prestígio. Relaciona-se bem em brinquedos coletivos e grupos de três pessoas. É imaginativo até nos sonhos, com pesadelos de animais terroríficos. Brincadeiras de sexo entre eles. Brinca de casado, namorado. Gosta de se tocar, de se mostrar, de ver e de ser visto. Faz a figura humana mais completa.

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• 06 anos: Conduta impulsiva e volúvel. Comporta-se bem e compreende as normas. Faz constantemente novas descobertas. Costuma ter ataques de violência. Passa a ter interesse por jogos mais simbólicos, como dominó, baralho e damas. Brinca de coisas que permitam a interpretação de papéis, como escolinha, médico. É brusco, briga com frequência. Interessa-se pelo conceito de Deus, de que as pessoas morrem conceitos simbólicos.

• 07 anos: Mostra-se suscetível à aprovação e desaprovação alheia. Tem vergonha de mostrar o corpo. Preocupam-se com erros. Não gosta de ser tocado. Apresenta-se mais responsável. Interesse em pensar e perguntar sobre sexo. Já estabeleceu a diferença entre escola e lar. Maniqueísta distingue ideia entre bom e mau. Tem consciência da passagem do tempo. Capacidade de empatia. Emociona-se com os demais. Interesse por fatos sociais e pessoas que não conhece. Passa a rejeitar o sexo oposto. Perde parte do interesse em apenas ganhar. Põe em dúvida solicitações dos adultos. Adia solicitações. Chora quando é criticado ou quando se sente ofendido.

• 08 anos: Dramatiza, parece considerar-se o centro da cena. Quer que o adulto faça parte de seu mundo. É mais responsável por suas atitudes.

• 09 anos: Mais responsável, pode ter a chave de casa, entrar e sair, fazer comprar simples, avisar pelo telefone. Começa a estabelecer as diferenças individuais de criança a criança, evidenciam-se sua individualidade e personalidade.

• 10 anos: As meninas parecem um pouco mais maduras. A justiça é sumamente importante. Quando tem culpa trata de transferi-la ao irmão ou outro companheiro de aventuras. Discute para impor seu ponto de vista. Forma e participa de “turmas”.

COMPORTAMENTO MORAL

Moral: sf. 1. Parte da Filosofia que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe. 2. Conjunto de preceitos ou regras para dirigir os atos humanos segundo a justiça e a equidade natural (Dicionário Michaelis).

• Heteronomia: as regras estão ligadas à presença concreta de quem as deu (em sua ausência a lei perde a ação ou sua violação é apenas ligada a um mal estar momentâneo). Própria do julgamento moral até os 7-8 anos.

• Realismo moral: a criança obedece às regras da maneira como são dadas, sem exercer qualquer julgamento.

• Autonomia: compreensão da regra e cumprimento desta ainda que na ausência de quem as deu; capacidade de discutir/criticar a instrução e chegar a um novo consenso sobre a mesma. Desenvolvimento do respeito mútuo, da reciprocidade e do sentimento de justiça.

O desenvolvimento humano engloba diversas áreas do comportamento (cognitiva, emocional, psicomotora, social) que, quando integradas, promovem o desenvolvimento harmonioso do indivíduo.

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É necessário motivar a interação entre criança e o adulto para motivá-la a atuar, a assumir novos caminhos, a relacionar-se, a colocar as dúvidas e a buscar soluções.

É preciso facilitar contextos ricos que permitam à criança defrontar-se com novas experiências que lhe sejam interessantes e nas quais possa experimentar, manipular, observar, etc.

A observação é a estratégia principal da avaliação na etapa da educação infantil. É importante valorizar a espontaneidade e a expressão infantil e não bloquear as manifestações naturais da criança, incentivar autoconfiança e criatividade/ passar noção de limites e de respeito ao próximo/ ensinar a ajudar, cooperar e participar de um grupo/ aprender a respeitar o meio ambiente/introdução de regras.

Espera-se de uma instituição de educação que, através das brincadeiras, do conhecimento e das situações do cotidiano, estimule o desenvolvimento geral do aluno (dos cinco sentidos, do raciocínio lógico, da capacidade de comunicação e de socialização com os colegas e adultos).

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• APAE. Sinopse sobre o desenvolvimento da criança de 0 a 10 anos. Juazeiro do Norte, 2008. Disponível em: < http://juazeirodonorte.apaebrasil.org.br/arquivos.phtml?t=11601>. Acesso em 30/01/2013.

• BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Vol. 01. Brasília, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/rcnei_vol1.pdf. Acesso em 23/01/2013.

• BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, 1997. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf> Acesso em 23/01/2013.

• LAPLANCHE, J; PONTALIS, J. Vocabulário da Psicanálise. São Paulo: Martins Editora, 2001.

• MICHAELIS – Dicionário On Line – disponível em: <http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=moral>. Acesso em 30/01/2013.

• MUSSEN, PH – O desenvolvimento psicológico da criança. Rio de Janeiro (1970): Zahar editores, 5.ª edição.

• MUSSEN, PH; CONGER, JC; KAGAN, J; HUSTON, AC – Desenvolvimento e personalidade da criança. São Paulo (1995): Editora Harbra, 3.ª edição.

• NASIO, J. -D. O prazer de ler Freud. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 1999. • OLIVEIRA, V. F. A construção social do conceito de infância: algumas

interlocuções históricas e sociológicas. Santa Maria: R. da GEPEIS, 2011. Disponível em: http://www.ufsm.br/gepeis/wp-content/uploads/2011/08/infancias.pdf. Acesso em 23/01/2013.

• PIAGET, J e INHELDER, B – A psicologia da criança. Rio de Janeiro (1995): Bertrand Brasil, 14.ª edição.

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Algumas orientações que contribuem para o desenvolvimento infantil - Possibilitar a exploração livre dos espaços – facilitar a circulação da criança nos ambientes; - Disponibilizar brinquedos e materiais em locais de fácil acesso para a criança; - Oferecer objetos à criança para que a mesma possa manipulá-los e aperfeiçoar seus movimentos (objetos que ela não venha a engolir); - Explorar atividades corporais com músicas relacionadas às partes do corpo, visando desenvolver a representação concreta, esquema corporal e linguagem; - Atribuir importância ao movimento corporal em todas as faixas etárias para constante refinamento da habilidade motora; - Observar a evolução do aprendizado da criança e utilizar estratégias diferenciadas para melhor atendimento individual; - Evitar linguagem infantilizada com a criança, pois ela aprende a partir da fala do adulto; corrigir quando necessário; - Para as crianças da educação infantil, estimular as atividades em agrupamentos pequenos para que ela comece a desenvolver a tolerância e o conceito de coletividade; - Como estímulo à criatividade, a partir dos 04 anos, incentivar brincadeiras teatrais, com troca de papéis, criação de novos finais para histórias; - Solicitar participação e ajuda das crianças em pequenos afazeres da sala de aula (ajudante do dia) a partir dos 04 anos; - A partir dos 07 anos a criança já compreende a divisão de responsabilidades (cumprimento de tarefas para o bem coletivo); - A partir dos 07 anos, com o desenvolvimento da empatia, estimular a criança a ajudar os colegas, colocar-se no lugar do outro, promover discussões em que a criança possa pensar além de si mesma e de sua realidade. - Reforçar o comportamento adequado da criança como motivador a continuidade/ manutenção do mesmo; - A fim de trabalhar a autoconfiança, valorizar toda produção da criança; no entanto, o educador pode intervir com sugestões que possam melhorar o trabalho apresentado; - Dialogar constantemente sobre as regras e combinados e ilustrá-los quando necessário. Até os 07 anos manter-se como figura presente para seu cumprimento; depois desta idade, torna-se menos necessária esta presença. - Estabelecer algumas rotinas auxilia na organização diária da criança; acima dos 07 anos é possível trabalhar com períodos e horários porque a criança está desenvolvendo a noção de tempo; - Estimular a musicalização como recurso importante a introdução de ritmos, movimentos do corpo, desenvolvimento da linguagem, melodia, fantasia; - Favorecer a construção de vínculos, participando da rotina da criança e auxiliando na nomeação daquilo que ela sente; - Oferecer escuta aos questionamentos da criança e ajuda-la na resolução dos mesmos; - Valorizar quando a criança (02/03 anos) consegue controlar os esfíncteres no período do desfralde e não força-lo nas crianças que ainda não sabem andar; - Auxiliar as crianças em suas atividades de vida diária quando necessário, porém possibilitar sua realização com autonomia sempre que possível; - Observação atenta dos espaços de brincadeiras;

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- Utilizar material concreto como suporte à aprendizagem das crianças até 07 anos ou quando se fizer necessário; - Motivar a interação entre criança e adulto para motivá-la a atuar, a assumir novos caminhos, a se relacionar, a colocar dúvidas e a buscar soluções; - Facilitar contextos ricos que permitam a criança defrontar-se com novas experiências que lhe seja interessante e, nas quais, possa experimentar, manipular, observar, etc; - Valorizar a espontaneidade e a expressão infantil e não bloquear as manifestações naturais da criança; - Conscientizar-se de que através das brincadeiras e das situações do cotidiano o desenvolvimento geral do aluno é estimulado (os cinco sentidos, o raciocínio lógico, a capacidade de comunicação e de socialização com os colegas e adultos). - Incentivar autoconfiança e criatividade/ passar noção de limites e de respeito ao próximo/ ensinar a ajudar, a cooperar e a participar de um grupo/ aprender a respeitar o meio ambiente/introduzir de regras. - Lembrar-se de que o educador é modelo para a criança, ou seja, suas atitudes são referência de comportamento para elas.

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Pessoas com deficiências

Palestrantes: Paula Maruchi e Vilma Elísio

Leitura

BEM VINDO À HOLANDA

por Emily Perl Knisley, 1987

Frequentemente, sou solicitada a descrever a experiência de dar à luz a uma

criança com deficiência - Uma tentativa de ajudar pessoas que não têm com quem

compartilhar essa experiência única a entendê-la e imaginar como é vivenciá-la.

Seria como...

Ter um bebê é como planejar uma fabulosa viagem de férias - para a ITÁLIA!

Você compra montes de guias e faz planos maravilhosos! O Coliseu. O Davi de

Michelângelo. As gôndolas em Veneza. Você pode até aprender algumas frases em

italiano. É tudo muito excitante.

Após meses de antecipação, finalmente chega o grande dia! Você arruma suas

malas e embarca. Algumas horas depois você aterrissa. O comissário de bordo

chega e diz:

BEM VINDO À HOLANDA!

- Holanda!?! - Diz você. - O que quer dizer com Holanda!?!? Eu escolhi a Itália!

Eu devia ter chegado à Itália. Toda a minha vida eu sonhei em conhecer a Itália!

Mas houve uma mudança de plano vôo. Eles aterrissaram na Holanda e é lá

que você deve ficar.

A coisa mais importante é que eles não te levaram a um lugar horrível,

desagradável,

Cheio de pestilência, fome e doença. É apenas um lugar diferente.

Logo, você deve sair e comprar novos guias. Deve aprender uma nova

linguagem. E você irá encontrar todo um novo grupo de pessoas que nunca

encontrou antes.

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É apenas um lugar diferente. É mais baixo e menos ensolarado que a Itália.

Mas após alguns minutos, você pode respirar fundo e olhar ao redor, começar a

notar que a Holanda tem moinhos de vento, tulipas e até Rembrants e Van Goghs.

Mas, todos que você conhece estão ocupados indo e vindo da Itália, estão

sempre comentando sobre o tempo maravilhoso que passaram lá. E por toda

sua vida você dirá:

Sim, era onde eu deveria estar. Era tudo o que eu havia planejado!.

E a dor que isso causa nunca, nunca irá embora. Porque a perda desse

sonho é uma perda extremamente significativa.

Porém, se você passar a sua vida toda remoendo o fato de não ter chegado

à Itália, nunca estará livre para apreciar as coisas belas e muito especiais

sobre a Holanda.

Orientações e Postura Profissional

DEFICIÊNCIA AUDITIVA

É a perda total ou parcial da capacidade de compreender a falar através do

ouvido. Pode ser surdez leve - nesse caso, a pessoa consegue se expressar

oralmente e perceber a voz humana com ou sem a utilização de um

aparelho. Pode ser ainda, surdez profunda.

FORMAS DE ATUAR COM O ALUNO QUE APRESENTA DEFICIÊNCIA AUDITIVA:

Trate-o de maneira natural, não adotando atitudes super protetoras ou de

rejeição;

Alerte-o para que mantenha sempre a atenção voltada para o interlocutor;

Fale com clareza, naturalidade sem aumentar o tom de voz;

Exponha e repita as mesmas ideias e conceitos de formas variadas, com

vocabulário adequado e flexível, sem infantilizar;

Facilite a compreensão da mensagem:

1º => Observando um assunto de cada vez;

2º => Organizando frases simples e claras;

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3º => Evitando movimento de corpo, cabeça, de objetos e detalhes

obstrutivos (bigode, franja e chiclete);

Conversar sempre de frente, de forma que a iluminação incida sobre o rosto

de quem fala;

Utilizando sinais e/ ou gestos.

DEFICIÊNCIA INTELECTUAL

É um atraso ou lentidão no desenvolvimento mental que pode ser

percebido na maneira de falar, caminhar, escrever. O grau de deficiência

intelectual varia de leve a profundo.

FORMAS DE ATUAR COM O ALUNO QUE APRESENTA DEFICIÊNCIA

INTELECTUAL:

NÃO A SUBESTIME! Cumprimente-a normalmente.

Em geral as pessoas com deficiência mental são comunicativas e

carinhosas; portanto, mostre que você ficou satisfeito em encontrá-la.

Dê atenção e converse com a pessoa na medida do possível. Não importa

se a pessoa com deficiência mental é uma criança, um adulto ou um idoso:

não a trate como ela se fosse totalmente incapaz.

Dividir Instruções em etapas;

Iniciar instruções/ atividades da mais simples para as mais complexas;

Partir do concreto para abstrato;

Respeitar o ritmo de aprendizagem;

Repetir as instruções /atividades em situações variadas, de forma

diversificada;

Explicar o que poderá acontecer em situações novas;

Dar suporte e orientações aos que cuidam do aluno que apresenta

deficiência.

AUTISMO INFANTIL

Transtorno definido pela presença de desenvolvimento anormal e/ou

comprometido nas áreas da interação social, comunicação e

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comportamento (restrito e repetitivo); manifesta-se antes dos 3 anos

de idade e ocorre 3-4 vezes mais frequentemente em meninos.

70% dos casos têm algum grau de deficiência

30% restantes, inteligência média e até alguns muito inteligentes.

TRANSTORNO GLOBAL DO DESENVOLVIMENTO T.G.D.

Grande parte do medo que a criança autista experimenta vem da instabilidade

que caracteriza o mundo:

Rituais devem ser desenvolvidos para assegurar a estabilidade e

previsibilidade;

Os eventos precisam ocorrer numa determinada ordem,

Os objetos devem estar em lugares determinados;

As pessoas devem agir de modos específicos

DEFICIÊNCIA VISUAL

É caracterizada por uma limitação no campo visual. Pode variar de

cegueira total à visão subnormal. Neste caso, ocorre diminuição na

percepção de cores e mais dificuldades de adaptação à luz.

FORMAS DE ATUAR COM O ALUNO QUE APRESENTA DEFICIÊNCIA VISUAL:

Pergunte-lhe se ele necessita de ajuda;

Dirija-se diretamente a ele, identifique-se e faça um contato físico antes de

iniciar a conversa;

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Avise-o quando for embora;

Indique as direções tomando a posição dele como referência;

Ofereça seu braço para guiá-lo e nunca puxe ou empurre;

Mostre–lhe onde sentar e deixe que ele se sente ou levante sozinho;

Descreva os ambientes desconhecidos com o maior número possível de

informações;

Diga-lhe o que poderá acontecer em situações novas.

Não existem palavras–tabus. Exemplos: olha, veja cegueira e etc.;

Não se constranja de avisar se alguma coisa estiver inadequada no

vestuário dele.

DEFICIÊNCIA FÍSICA

É todo comprometimento da mobilidade, coordenação motora geral ou

da fala, causado por lesões neurológicas, neuromusculares e

ortopédicas ou ainda por má formação congênita ou adquirida.

FORMAS DE ATUAR COM O ALUNO QUE APRESENTA DEFICIÊNCIA FÍSICA

PERGUNTE SEMPRE! Pergunte à pessoa se ela necessita de auxílio e qual

seria.

Nunca se apoie na cadeira de rodas, bengalas ou muletas, pois elas

representam uma extensão do corpo da pessoa.

Escorar-se em muletas pode fazer com que a pessoa se desequilibre.

Ao guiar uma pessoa em cadeira de rodas, escolha um caminho com menos

obstáculos.

Para auxiliá-la a descer uma rampa, vire a cadeira de rodas e desça de

marcha à ré; caso contrário, a pessoa pode perder o equilíbrio e cair de

frente.

Qual é a forma mais adequada de se comunicar

RECURSOS E SERVIÇOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL CIADEVA

C.M.H.R. AMOR PERFEITO

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'Deficiente' é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.

'Louco' é quem não procura ser feliz com o que possui. 'Cego' é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria, e só

tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores. 'Surdo' é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o

apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês.

'Mudo' é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.

'Paralítico' é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda.

'Diabético' é quem não consegue ser doce. 'Anão' é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das

deficiências é ser miserável, pois: 'Miseráveis' são todos que não conseguem falar com Deus.

' A amizade é um amor que nunca acaba‘ Mário Quintana

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FORMAÇÃO PARA AUXILIARES DE CLASSE

SAÚDE, NUTRIÇÃO E HIGIENE.

Palestrantes:

Deborah C. Modenutte – Nutricionista

Daniela Honorato – Coordenadora do Programa Mais Educação

1. Música: Peneira - Jacqueline Baumgratz / Celso Pan

Passa a peneira menina

Menino vem peneirar

Diga um verso com rima

Quando a peneira parar

Peneira, peneira, peneira a passar

Peneira, peneira quando a peneira parar

2. Função

a. Auxiliar nos cuidados diários dos educandos no tocante a higiene, alimentação,

segurança e apoio a atividades educacionais;

b. Conhecer o planejamento do Professor e Unidade Escolar auxiliando na execução

dos mesmos, participando inclusive, dos Projetos e Programas em benefício dos

Educandos;

c. Exercer demais atividades correlatas, conforme determinação do Diretor da

Unidade Escolar.

d. Sua responsabilidade vai além de sanar as necessidades básicas, é colaborar para

a educação global do aluno.

e. Cooperação, responsabilidade, autonomia, conscientização, igualdade.

3. Higiene

a. Cuidados de saúde tem objetivo de: prevenir doenças, estímulo a cidadania,

promover a saúde, aprendizagem, interação.

b. Soninho: portas e janelas, colchonetes, chupeta, paninhos, cobertas.

c. Troca de fralda: lavagem das mãos, colchonete, luva, lixo.

d. Retirada de fraldas: tamanho adequado do vaso, local adequado, higiene, rotina.

e. Banho: toalhas e pentes individuais; fraldas sujas - remover resíduos antes de

colocar na banheira; não usar buchas e esponjas; lavar a banheira após cada

banho.

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f. Escovação: orientar movimentos, utilização e armazenamento; grupo de 5

integrantes para supervisioná-los; quando acordar e após as refeições.

g. Lavagem das mãos: para secar preferir papel descartável, se apenas disponível as

toalhas de tecido, garantir a troca frequente; lavar as mãos com água e sabonete

em abundância; ensinar as crianças a fazer o mesmo ao chegar à creche, antes

das refeições, depois de ir ao banheiro, depois de trocar a fralda e na volta do

parque.

h. Ambiente: limpeza diária dos brinquedos; garantir que todos os espaços utilizados

estejam limpos e seguros; promover alternância entre atividades internas e

externas.

4. Nutrição:

a. Quando crianças, o ato de comer e a hora das refeições têm um valor simbólico

muito forte em nossa mente.

b. Através da comida que absorvemos as primeiras noções de: desejo e satisfação;

recompensa e castigo; controle e disciplina; limites, esperar a vez; compartilhar; a

arte de conversar.

c. A hora das refeições deve ser marcada pela tranquilidade, pois se trata de um

momento de socialização e descobertas que podem ser exploradas posteriormente

em atividades pedagógicas. A observação constante das atitudes das crianças nos

dão condições de arrumarmos estratégias para certas situações.

d. Estimular o aleitamento materno: problemas com introdução precoce ou tardia de

alimentos; aleitamento materno exclusivo até os 6 meses; introdução da

alimentação complementar a partir dos 6 meses; aleitamento materno importante

até os 2 anos.

e. Cuidados na oferta dos alimentos para os bebês: não aumentar furos dos bicos das

mamadeiras; segurar o bebê no colo para dar mamadeira, se não for possível,

garantir local adequado; dar um tipo de alimento de cada vez; aumentar

consistências gradativamente.

f. Cuidados com o refluxo: reduzir a quantidade de alimentos; observar alimentação;

ingestão de líquidos; alimentos muito quentes ou frios; não deitar imediatamente

após as refeições.

g. Necessidades individuais; horários combinados; preferencias alimentares;

referência; tempo de alimentação; autonomia.

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h. Self-service: Esse sistema começa parcialmente - a criança recebe o prato pronto

faltando apenas um alimento, que será passado em uma travessa na mesa; a partir

do modulo maternal, quando a coordenação motora das crianças já está mais

apurada (todos os alimentos circulando pela mesa ou uma única mesa com as

travessas).

i. O sistema self-service permite: que a criança coloque no prato os alimentos de sua

escolha; nas quantidades que lhe apeteça; dando sinais de alimentos não aceitos

que precisam ser mais trabalhados através de orientações e atividades

pedagógicas.

j. Pratos de vidro e talheres (garfo e faca): fácil higienização; não retém odores;

próximo da alimentação familiar; costume ao peso e cuidados com esses

instrumentos; aprendizado de situações cotidianas, e formas corretas de se

alimentar.

k. Refeições servidas no estilo familiar: arrumação da mesa; estímulos para a criança

se servir de maneira equilibrada; presença de educadores/auxiliares sentados a

mesa junto com as crianças; conversas amigáveis dos educadores com as

crianças; repetição de alimentos, sempre que possível; utilização adequada de

talheres e guardanapos; envolvimento das crianças na preparação ou observação

de algum item do cardápio.

l. Orientações gerais: Não assoprar os alimentos; identificar mamadeiras; levar

grupos pequenos ao refeitório; certificar lavagem das mãos antes das refeições.

5. Música: Sopa - Palavra Cantada

O que que tem na sopa do neném?

O que que tem na sopa do neném?

Será que tem espinafre?

Será que tem tomate?

Será que tem feijão?

Será que tem agrião?

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?

O que que tem na sopa do neném?

Será que tem farinha?

Será que tem balinha!?

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Será que tem macarrão?

Será que tem caminhão?!

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?

O que que tem na sopa do neném?

Será que tem rabanete?

Será que tem sorvete!?

Será que tem berinjela?

Será que tem panela!?

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?

O que que tem na sopa do neném?

Será que tem mandioca?

Será que tem minhoca!?!

Será que tem jacaré!?!

Será que tem chulé!?!

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?

O que que tem na sopa do neném?

Será que tem alho-poró?

Será que tem sabão em pó?!

Será que tem repolho?

Será que tem piolho!?

É um, é dois, é três...

O que que tem na sopa do neném?

O que que tem na sopa do neném?

Será que tem caqui?

Será que tem javali?!

Será que tem palmito?

Será que tem pirulito!?

É um, é dois, é três...