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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ - IFPA. CAMPUS PARAUAPEBAS
PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO - PPP DO
CAMPUS PARAUAPEBAS -
IFPA
2016 - 2020
Parauapebas
2016
CLÁUDIO ALEX JORGE DA ROCHA
Reitor
ELINILZE GUEDES TEODORO
Proreitora de Ensino
ANA PAULA PALHETA Proreitora de Pesquisa, Pós Graduação e Inovação Tecnológica
MARY LUCY MENDES GUIMARÃES
Proreitora de Extensão
DANILSON LOBATO DA COSTA Proreitor de Administração e Planejamento
RAIMUNDO SANCHES Proreitor de Desenvolvimento Institucional
RUBENS CHAVES RODRIGUES
Diretor Geral do Campus Parauapebas
THABATA MOREIRA ALVES DE ARAUJO
Diretora de Ensino, Pesquisa, Extensão, Pós Graduação e Inovação Tecnológica
HELIO FERNANDO BENTZEN PESSOA FILHO
Coordenadora de Extensão
DANIEL JOAQUIM DA CONCEIÇÃO MOUTINHO Coordenador do curso de Mecânica
MÁRCIA ADRIANA DE FARIA RIBEIRO Presidente da Comissão de Construção do PPP
COMISSÃO DE CONSTRUÇÃO DO PPP
ANDREI LEANDRO MORSCH FRANCO
DANIEL JOAQUIM DA CONCEICAO MOUTINHO
HELIO FERNANDO BENTZEN PESSOA FILHO
LUCAS ARAÚJO DO NASCIMENTO
MARIA DO CARMO VIEIRA FILHA
MARCIA ADRIANA DE FARIA RIBEIRO
RICARDO ALEX DANTAS DA CUNHA
RUBENS CHAVES RODRIGUES
THABATA MOREIRA ALVES DE ARAUJO
VANESSA DOS SANTOS MOURA MORENO
Portaria 018/2016/GAB/CAP de 07de abril de 2016
Sumário
INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................7
2 IDENTIDADE E ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL ................................................................8
2.1 ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL E PERFIL IDENTITÁRIO ...............................................8
2.2 AS MARCAS NO TEMPO: a história institucional ................................................................... 10
2.3 UMA INSTITUIÇÃO EM EXPANSÃO E COMPROMETIDA COM O
DESENVOLVIMENTO REGIONAL .............................................................................................. 11
3 CONCEPÇÕES, PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DO CURRÍCULO E DAS PRÁTICAS
INSTITUCIONAIS (INCLUSIVE AS DE GESTÃO) ..................................................................... 12
3.1 CONCEPÇÃO INSTITUCIONAL DE SER HUMANO, SOCIEDADE, CULTURA, CIÊNCIA,
TECNOLOGIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO ............................................................................... 12
3.2 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO INTEGRADO ...................................................................... 13
3.2.1 Fundamentos do currículo integrado .................................................................................... 13
3.2.2 Princípios do currículo integrado ......................................................................................... 15
3.3 CONCEPÇÃO DE GESTÃO EDUCACIONAL ........................................................................ 16
3.4 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA ............................................ 18
3.4.1 A pesquisa como princípio pedagógico ................................................................................ 18
3.4.2 O trabalho como princípio educativo ................................................................................... 20
3.4.3 O respeito à diversidade ....................................................................................................... 21
3.5 DIRETRIZES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA ........................................................... 22
3.5.1 O planejamento pedagógico .......................................................................................... 22
3.5.2 A avaliação da aprendizagem ........................................................................................ 23
3.5.3 Os projetos integradores (concepção, objetivos e aspectos metodológicos) ................. 26
3.5.4 A prática profissional .................................................................................................... 27
5.3.5 O trabalho de conclusão de curso .................................................................................. 29
5.3.6 As atividades complementares ............................................................................................. 30
3.5.7 Os perfis esperados do professor e do aluno ........................................................................ 31
4 POLÍTICAS E AÇÕES INSTITUCIONAIS ............................................................................ 33
4.1 A INDISSOCIABILIDADE COMO PRINCÍPIO NORTEADOR DAS POLÍTICAS E AÇÕES
INSTITUCIONAIS ........................................................................................................................... 33
4.2 POLÍTICA DE ENSINO ............................................................................................................. 34
4.2.1 A atuação no ensino ............................................................................................................. 35
4.2.2 O processo de revisão das ofertas educacionais ................................................................... 36
4.3 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO .................... 36
4.3.1 Concepção da educação profissional técnica de nível médio ............................................... 37
4.3.2 Princípios orientadores da educação profissional técnica de nível médio ..................... 41
4.3.3 Diretrizes e indicadores metodológicos para os cursos técnicos de nível médio .......... 45
4.4 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE GRADUAÇÃO ................................................ 58
4.4.1 Concepção da educação superior de graduação ................................................................... 58
4.4.2 Os cursos superiores de tecnologia ou de graduação tecnológica ................................. 59
4.4.3 Os cursos de engenharia ................................................................................................ 62
4.5 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES .................................................................................. 66
4.5.1 Dimensões da formação profissional docente ...................................................................... 66
4.5.2 Formação profissional para a docência ................................................................................ 67
4.5.3 Princípios orientadores da formação de professores ............................................................ 69
4.6 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE PÓS-GRADUÇÃO .......................................... 70
4.6.1 Concepção e princípios da educação superior de pós-graduação ......................................... 70
4.6.2 Diretrizes e indicadores metodológicos dos cursos de pós-graduação lato sensu ................ 71
4.6.3 Diretrizes e indicadores metodológicos dos cursos e programas de pós-graduação stricto
sensu .............................................................................................................................................. 72
4.7 POLÍTICA DE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA OU QUALIFICAÇÃO
PROFISSIONAL LUCAS................................................................................................................. 73
4.7.1 Concepção, objetivos e princípios da formação inicial e continuada ................................... 73
4.7.2 Os cursos de formação inicial e continuada ......................................................................... 73
4.7.3 Os programas de qualificação profissional (Proeja Fic, pronatec, saberes da terra, outro.) . 73
4.7.4 Diretrizes e indicadores metodológicos da formação inicial e continuada .......................... 74
4.8 POLÍTICA DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL LUCAS ................................................... 74
4.8.1 Princípios orientadores da certificação profissional ............................................................. 74
4.8.2 Diretrizes e indicadores metodológicos da certificação profissional ................................... 74
4.9 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ........................................................................... 74
4.9.1 Concepção de educação a distância ...................................................................................... 74
4.9.2 Princípios orientadores para a educação a distância ............................................................. 75
4.9.3 Características do Projeto Político Pedagógico da Educação a Distância ............................ 76
4.9.4 Características do projeto pedagógico para educação a distância ........................................ 84
4.9.5 Diretrizes e indicadores metodológicos para a educação a distância ................................... 92
4.10 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA ............................................................................. 92
4.10.1 Concepção de educação inclusiva ...................................................................................... 93
4.10.2 Princípios orientadores de educação inclusiva ................................................................... 94
4.10.3 Diretrizes e indicadores metodológicos de educação inclusiva ......................................... 95
4.11 POLÍTICA DE PESQUISA E INOVAÇÃO............................................................................. 97
4.11.1 Concepção de pesquisa ....................................................................................................... 97
4.11.2 Princípios orientadores da pesquisa ................................................................................... 98
4.11.3 Diretrizes e indicadores metodológicos da pesquisa .......................................................... 99
4.12 POLÍTICA DE EXTENSÃO E INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE ................................. 102
4.12.1 Concepção de extensão .................................................................................................... 102
4.12.2 Princípios orientadores de extensão e interação com a sociedade.................................... 102
4.12.3 Diretrizes e indicadores metodológicos de extensão e interação com a sociedade .......... 103
4.13 POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL .................................................................... 103
4.13.1 Concepção de assistência estudantil ................................................................................. 103
4.13.2 Princípios orientadores de assistência estudantil .............................................................. 106
4.13.3 Diretrizes e indicadores metodológicos de assistência estudantil .................................... 106
4.14 POLÍTICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
SERVIDORES ................................................................................................................................ 108
4.14.1 Concepção de formação continuada e desenvolvimento profissional .............................. 108
4.14.2 Princípios orientadores de formação continuada e desenvolvimento profissional ........... 110
5 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ............... 111
5.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DO PPP ............................................................................. 111
5.2 ASPECTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO PROCESSO ............................................. 111
5.3 DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO ............................................. 111
5.4 O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE AVALIAÇÃO .......................................................... 111
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................... 111
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 111
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 7
INTRODUÇÃO 1
2
O Projeto Político Pedagógico - PPP é o documento que esboça a identidade do campus, 3
o perfil dos envolvidos, o tipo de gestão que irá ser executada no campus e aqui tratamos do 4
Campus Parauapebas, os cursos pretendidos, enfim, a identidade que o campus irá adquirir 5
para realizar o trabalho principal, que é levar a formação integral para os cidadãos de 6
Parauapebas, Canaã dos Carajás, Curionópolis, Eldorado do Carajás e Agua Azul do Norte, 7
municípios que estão sobre a abrangência do campus de Parauapebas de acordo com a 8
Resolução 035/2015/CONSUP/IFPA. 9
O Campus Parauapebas pertence ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia 10
do Pará - IFPA, é regido pela Constituição Federal de 1988, pela Lei de Diretrizes e Bases da 11
Educação Nacional, Lei 9394/96 e pela Lei de Criação dos Instituto Federais, Lei 11.892, de 12
29 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008), e legislação específica para o ensino médio e 13
educação profissional e tecnológica. Adicionalmente, de acordo com as especificidades da 14
formação, a Lei 9394/96 ampara-se em pareceres e resoluções. 15
Reconhecer o território em que o campus está inserido marca a caracterização da sua 16
identidade enquanto uma instituição que respeita os processos de territorialização dos sujeitos 17
que ocupam seus espaços. O território se constitui como a base de vida das populações ao 18
longo dos tempos e Santos (2006, p. 25) nos releva que “num mesmo pedaço de território, 19
convivem subsistemas técnicos diferentemente datados, isto é, elementos técnicos 20
provenientes de épocas diversas”. E na concepção de escola e de currículo o território não fica 21
de fora desses elementos, e em nosso país, historicamente a escola passou a ter o papel de 22
transmitir os saberes acumulados ao longo dos tempos e épocas diversas. 23
Callado demonstra que: 24
25
É no terreno do cotidiano, que se vai mostrando a real disposição dos protagonistas, 26 em seu empenho de mudar a sociedade, partindo de sua própria mudança. Mudança 27 que se faz a partir de pequenos gestos, nos espaços miúdos e pouco visíveis, de 28 modo a impregnar todos os ambientes em que se achem envolvidos os protagonistas: 29 da família à escola; dos espaços de recreação ao ambiente profissional; das 30 associações aos espaços sindicais e partidários; do ambiente do Sagrado às relações 31 com o Universo. (CALLADO, 2001, p.28). 32
33
E ao ambiente escolar é o lugar de vivência e da convivência de cada pessoa, é o espaço 34
do encontro, da troca e da busca pelo conhecimento, e o viver o cotidiano escolar num 35
campus do IFPA em Parauapebas requer que a construção do PPP venha imbuído de signos e 36
significados do contexto regional, dos anseios da sociedade, dos jovens, do publico alvo dos 37
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 8
programas de Jovens e Adultos, dos trabalhadores, enfim, de um publico que possui inúmeros 38
anseios em relação a uma escola do governo federal que é sinônimo de qualidade e 39
gratuidade. 40
O Campus Parauapebas/IFPA foi criado na terceira fase da expansão da Rede Federal 41
de Educação Profissional pela necessidade de ofertar Educação Profissional Técnica e 42
Tecnológica, pública, gratuita e de qualidade, que contemple a área de atuação da Rede 43
Federal de Educação Profissional Técnica e Tecnológica, nos diversos níveis e modalidades 44
de ensino, e a cidade de Parauapebas na região sudeste do Pará foi escolhida para sediar as 45
instalações físicas do campus, partindo de uma cooperação com a empresa mineradora VALE. 46
O campus teve suas atividades de sala de aula iniciadas em 28 de julho de 2014, com 47
turmas do PRONATEC na modalidade de Formação Inicial e Continuada – FICs, para 48
pessoas beneficiárias do Programa Brasil Sem Miséria do Governo Federal. Desde as 49
primeiras atividades de planejamento para implantação do campus, a construção do Projeto 50
Político Pedagógico, o PPP, esteve permeando as discussões, visto que a construção do PPP 51
de um campus é parte fundamental para a concepção de identidade do mesmo. 52
Com a criação e implantação do campus Parauapebas não é diferente, e os trabalhos 53
para a elaboração do PPP devem envolver todos os sujeitos participes do processo 54
educacional e da sociedade na qual o campus está inserido. Diante disso, foi criada uma 55
comissão de elaboração do PPP para gestar o processo de elaboração, discussão, 56
envolvimentos dos sujeitos: alunos; professores; equipe de apoio; servidores administrativos; 57
comunidade em geral; setores parceiros como a VALE e a SEMED; para que assim tenhamos 58
uma ampla participação e troca de ideias entre os envolvidos. 59
60
2 IDENTIDADE E ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL 61
2.1 ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL E PERFIL IDENTITÁRIO 62
FUNÇÃO SOCIAL 63
Ofertar a Educação Profissional Técnica e Tecnológica articulada com o Ensino Médio 64
e o Ensino Superior, público, gratuito e de qualidade na microrregião de Parauapebas na 65
região Sudeste do Pará, que contemple a área de atuação da Rede Federal de Educação 66
Profissional Técnica e Tecnológica, nos diversos níveis e modalidades de ensino. 67
68
PRINCÍPIOS 69
Promover a Formação Cidadã; 70
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 9
Promover o desenvolvimento local e regional; 71
Estimular o Empreendedorismo; 72
Impulsionar a Inovação Científica e Tecnológica; 73
Desenvolver ações com Qualidade e Excelência na Gestão Pública Profissional; 74
Proceder com Ética, Transparência e Competência; 75
Valorizar o Ser Humano, o Corpo Discente, Técnico-Administrativo e o Corpo 76
Docente; 77
78
CARACTERÍSTICAS E FINALIDADES 79
Ofertar uma educação cientifica e tecnológica, com forte teor humanístico, que 80
possibilite ao ser humano, a partir de um conhecimento crítico do mundo e do local onde se 81
vive, interagindo e interferindo na sociedade, considerando a pesquisa como princípio 82
científico e como princípio educativo e ter como finalidades itens abaixo: 83
A busca incessante da excelência do ensino. 84
O pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas. 85
A coparticipação no traçado dos destinos da região, colocando sempre em destaque a 86
promoção humana. 87
A atuação da Instituição como centro de referencia local e regional na educação 88
tecnológica. 89
O reconhecimento e a valorização da realidade e da experiência do discente. 90
A inclusão social, a democratização do acesso e permanência na escola. 91
A articulação entre ensino, pesquisa e extensão. 92
93
94
OBJETIVOS 95
Desenvolver a educação profissionalizante, do ensino médio a pós-graduação, 96
capacitando profissionais para o mundo do trabalho, investindo no fortalecimento da 97
cidadania, prioritariamente na forma de cursos integrados, para os concluintes do 98
ensino fundamental e médio, e para o público da educação de jovens e adultos. 99
Ministrar cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores objetivando a 100
capacitação, o aperfeiçoamento, a especialização e a atualização de profissionais, em 101
todos os níveis de escolaridade, nas áreas de educação profissional e tecnológica. 102
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 10
Realizar pesquisas aplicadas, estimulando o desenvolvimento de soluções técnicas e 103
tecnológicas, estendendo seus benefícios à comunidade. 104
Desenvolver atividades de extensão de acordo com os princípios e finalidades da 105
educação profissional e tecnológica, em articulação com o mundo do trabalho com 106
ênfase na produção, desenvolvimento e difusão de conhecimentos científicos e 107
tecnológicos. 108
Estimular e apoiar processos educativos que levem à geração de trabalho e renda, na 109
perspectiva do desenvolvimento socioeconômico local e regional. 110
Ministrar em nível de educação superior Cursos superiores de tecnologia e 111
licenciaturas visando à formação de profissionais para os diferentes setores da 112
economia. 113
114
115
2.2 AS MARCAS NO TEMPO: a história institucional 116
117
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará - IFPA foi criado pelo 118
Art. 5°, inciso XX, da Lei n° 11.892, de 29/12/2008 pela integração do Centro Federal de 119
Educação Tecnológica do Pará – CEFET-PA, da Escola Agrotécnica Federal de Castanhal – 120
EAFC e da Escola Agrotécnica Federal de Marabá – EAFMB. 121
O Instituto Federal de Educação do Pará – IFPA desde sua criação, passando pela 122
primeira, segunda e segunda fase e meia do Plano de Expansão da Rede Federal de Educação 123
Profissional e Tecnológica implantou doze campi, assim distribuídos: Abaetetuba, Altamira, 124
Belém, Bragança, Breves, Castanhal, Conceição do Araguaia, Itaituba, Marabá Industrial, 125
Marabá Rural, Santarém e Tucuruí. 126
Em agosto de 2011, dando continuidade à política de expansão da Rede Federal de 127
Educação Profissional, Científica e Tecnológica, o governo da presidenta Dilma Rousseff 128
lançou a terceira fase do Plano de Expansão contemplando o estado do Pará com cinco Campi 129
integrados ao Instituto Federal de Educação do Pará - IFPA que sob sua responsabilidade 130
estão sendo implantados nas cidades previstas assim distribuídos: Ananindeua, Cametá, 131
Óbidos, Paragominas e Parauapebas, perfazendo um total de dezessete campi e um polo 132
avançado na cidade de Vigia, todos vinculados à Reitoria do IFPA. Dessa forma nasce a 133
primeira concepção do Campus Parauapebas. 134
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 11
Após o inicio das obras de construção da estrutura física do campus, que foi construído 135
com capital da iniciativa privada pela empresa exploradora de minério VALE, que possui 136
atividades mineradoras na cidade de Parauapebas, na Serra dos Carajás, em atendimento a um 137
Termo de Ajuste de Conduta – TAC, a empresa VALE construiu o espaço físico que foi 138
cedido ao campus do IFPA em Parauapebas, entregue a obra no dia 19 de agosto de 2014, 139
com solenidade tendo a participação do prefeito municipal; o representante da empresa 140
VALE; o Magnifico Reitor Élio Cordeiro; o Diretor Geral Walter Soares e a Diretora de 141
Ensino Márcia Adriana F. Ribeiro e demais convidados. 142
Após a entrega do espaço físico contendo 10 salas de aulas, 08 laboratórios de mecânica 143
e de eletroeletrônica, biblioteca e espaço para o setor administrativo, o campus começou seu 144
efetivo funcionamento, contando em agosto de 2014 com 4 servidores, todos realizando 145
atividades pertinentes à implantação do campus. Houve o inicio das aulas com turmas de 146
PRONATEC com cursos FICs, e em setembro iniciam efetivamente turmas de Técnico 147
Subsequente, com cursos através do ETEC Brasil com turmas de Secretaria Escolar e turma 148
de Multimeios Didáticos na modalidade EAD, também há a implantação de 01 turma de 149
ensino regular presencial de técnico em Mecânica na modalidade subsequente. 150
Diante disso o campus Parauapebas finaliza o ano de 2014 sendo efetivamente 151
implantado, tendo turmas com alunos regulamente matriculados e em 2015 inicia com a 152
programação e efetivação da implantação de mais 01 curso, curso técnico em Eletroeletrônica 153
na modalidade subsequente e mais uma turma de mecânica, finando o ano de 2015 com 5 154
turmas de ensino técnico subsequente. 155
A HISTORIA CONTINUA………....... 156
157
158
2.3 UMA INSTITUIÇÃO EM EXPANSÃO E COMPROMETIDA COM O 159
DESENVOLVIMENTO REGIONAL 160
161
Existe uma longa trajetória histórica da educação profissional no Brasil, e o estado do 162
Pará acompanhou desde o inicio esse percurso histórico, datado de 1909, com as primeiras 163
escolas de Artífices no governo do Presidente Nilo Peçanha, e Belém foi contemplada com 164
uma dessas escolas. Desde esse período até o momento atual o Brasil e o mundo passaram por 165
mudanças e o cenário da educação profissional também mudou. Uma das mudanças mais 166
significativas diz respeito com a edição da Lei 9.394/1996, do Decreto nº 2.208/1997, do 167
Parecer nº 16/1999, que dispõe sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação 168
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 12
Profissional de Nível Técnico e, dos Referenciais Curriculares Nacionais da Educação 169
Profissional de Nível Técnico. 170
Todas essas diretrizes legais fizeram com que a educação profissional se estabelecesse 171
no cenário da educação nacional e foi solidificado pela promulgação da Lei 11.892/2008, que 172
outorgou uma nova institucionalidade para as escolas do governo federal que ofereciam 173
educação profissional. Como os CEFETs e as Escolas Agrotécnicas Federais. E nesse cenário 174
a partir do ano de 2008, surgem os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e 175
no Pará é criado a partir da lei, o IFPA, com campi também situados nas cidades do interior. 176
Nessa expansão do IFPA para a abertura de campi no interior do Estado do Pará, surge 177
o Campus Parauapebas, datado de 2014 na terceira fase de expansão do IFPA é inaugurado 178
para ofertar cursos técnicos voltados inicialmente para o setor industrial e de meio ambiente. 179
O campus está localizado fisicamente ao lado da Portaria da empresa VALE anteriormente 180
conhecida em todo mundo como Companhia Vale do Rido Doce, quando após sua 181
privatização foi denominada VALE, empresa que emprega grande parte da população da 182
região e é responsável pela movimentação econômica de Parauapebas e de toda a região. 183
Diante desse quadro acima, a importância do campus é grande para promover a 184
inclusão educacional e social da população, motivando a abertura de cursos nos diversos 185
níveis e modalidades de ensino, com o objetivo de atender a essa população e contribuir para 186
a melhoria nos índices da educação regional e na qualidade de vida dos cidadãos de 187
Parauapebas e demais cidades como Curionópolis, Canaã dos Carajás, Eldorados dos Carajás 188
e Agua Azul do Norte, que fazem parte da área de abrangência do campus Parauapebas do 189
IFPA, atendendo ao que preconiza a Resolução 035/2015 – CONSUP relacionada à área de 190
sombreamento do campus Parauapebas. 191
3 CONCEPÇÕES, PRINCÍPIOS E FUNDAMENTOS DO CURRÍCULO E DAS 192
PRÁTICAS INSTITUCIONAIS (INCLUSIVE AS DE GESTÃO) 193 194
3.1 CONCEPÇÃO INSTITUCIONAL DE SER HUMANO, SOCIEDADE, CULTURA, 195
CIÊNCIA, TECNOLOGIA, TRABALHO E EDUCAÇÃO 196
197
A busca por entender e conceber de forma ampla o ser humano, a sociedade, a cultura, a 198
ciências, a tecnologia, o trabalho e a educação nos remete a buscar a compreensão da 199
evolução do ser humano, pois o mesmo desde os primórdios buscou e busca realizar 200
mudanças no mundo que o cerca, e a base para o crescimento em todos os aspectos do ser 201
humanos está embasada na forma em que o mesmo se comporta na sociedade em que vive. E 202
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 13
o trabalho aliado à educação fornece essa base para o desenvolvimento de novas tecnologias 203
aliada à ciência e mudam a concepção cultural nessa busca do ser humano por novos 204
caminhos. 205
A LDB aborda que; 206
Art. 1º. A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida 207 familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, 208 nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações 209 culturais. 210 § 1º. Esta Lei disciplina a educação escolar, que se desenvolve, predominantemente, 211 por meio do ensino, em instituições próprias. 212 § 2º. A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social. 213 ((BRASIL, 1996, p.1). 214
215
O estreitamento da relação do ser humano com o trabalho, a ciência, a tecnologia, a 216
cultura e a educação está amparado por um embasamento de leis, decretos, resoluções, 217
normas e regras, que buscam dar suporte para que no ambiente escolar toda essas concepções 218
estejam a serviço de promover o crescimento do ser humano como um sujeito critico, que 219
compreende o ambiente em que vive e que possui conceitos e conhecimentos para o bom 220
usufruto do ambiente que o rodeia. 221
E o currículo adotado no campus Parauapebas leva em consideração essas concepções 222
apresentadas e é elencado no desenvolvimento do Projeto Político Pedagógico o conjunto das 223
práticas institucionais que permeiam a ação educativa. 224
225
3.2 CONCEPÇÃO DE CURRÍCULO INTEGRADO 226
3.2.1 Fundamentos do currículo integrado 227
228
Para a fundamentação acerca de Currículo Integrado para este PPP, o campus 229
Parauapebas entende que o currículo deve ser visto como um conjunto integrado e articulado 230
de ações que são pensadas e propostas pedagogicamente, partindo de uma visão critica por 231
parte de todos os sujeitos envolvidos no processo educacional. Essa visão além de critica deve 232
englobar o mundo que rodeia esses sujeitos, mundo do trabalho, social, cultural e apoiado na 233
troca de conhecimento. 234
Para uma formação integral dos discentes, deve existir a interelações na execução das 235
atividades pensadas e propostas no campus, com a proposição de que todas essas atividades 236
devam ser intencionadas e apoiadas no tripé ensino, pesquisa e extensão, com uma 237
sustentação embasada em um aporte histórico-critico. Para assim, termos a possibilidade de 238
formação de um indivíduo não apenas preparado para o mercado de trabalho, mas com um 239
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 14
currículo que integre condições de formar cidadãos críticos, que possuem competências e não 240
somente habilidades para o mercado de trabalho. 241
Brasil apud Palasios e Monteiro apresenta: 242
243 A organização dos currículos está baseada no conceitos de “competências” e 244 “habilidades”. As competências envolvem a dimensão cognitiva por meio dos 245 conhecimentos e do saber. As habilidades englobam a dimensão prática, ou seja, o 246 “saber fazer”. Também deve ser considerada a dimensão socioafetiva para o 247 desenvolvimento de valores e de atitudes, ou o “saber ser”. As metodologias deverão 248 contribuir para que os alunos construam competências para responder às propostas 249 ou aos desafios concretamente enfrentados em um contexto social globalizado. 250 (BRASIL, 2009, p. 50 apud PALASIOS E MONTEIRO, 2012, p 172). 251 252
Quando se pensa na concepção de currículo integrado, se remete ao entendimento de 253
um currículo que abarca um todo relacionado a unidade dentro de um universo de 254
diversidades, tanto para o ambiente pedagógico, como para o ambiente social em que a escola 255
está inserida. Ao remeter a concepção histórica do currículo, podemos buscar sua base nos 256
conceitos de educação politécnica e de formação integrada, que está prevista, no caso da 257
formação integrada, na Lei que consolida a Lei de Diretrizes e Base – LDB, Lei 11.741 de 258
2008. 259
A concepção de um currículo integrado também deve se afirmar num currículo que 260
permita que a ação não venha se sobrepor aos conceitos devido à natureza da prática da 261
atividade profissional, de acordo com Ramos apud Palasios e Monteiro (2012, p.171) diz que 262
“a aprendizagem significativa não se processa pela primazia da ação, mas à medida que o 263
pensamento trabalha com conceitos, no movimento de compreender a essência dos fenômenos 264
e ultrapassar o senso comum”. 265
Diante dessa concepção apresentada por Ramos (2002) a apreensão e a construção dos 266
conceitos científicos em que essas práticas estão fundamentadas devem ser tão essenciais para 267
a realização eficiente de tarefas especificas, como para tomada de decisões necessárias frente 268
a eventos, para transformações criativas e criadoras. Assim, a concepção de currículo 269
integrado proposto precisa dar o suporte para o surgimento de possibilidades no processo de 270
ensino por parte dos profissionais da educação, como também no processo de aprendizagem 271
do aluno, em face de existência de inúmeros eventos característico do agir competente. 272
Para Saviani (2003) apud Feitosa e Otranto (2012) o currículo integrado, apoiado ao 273
Decreto 5.514/2004, em que os cursos técnicos passam a poder ser ofertados de forma 274
integrada ao ensino médio, contribuindo para a volta do trabalho como principio educativo 275
deve está fundamento de acordo com o que é disposto abaixo: 276
277
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 15
Politecnia diz respeito ao domínio dos fundamentos científicos das diferentes 278 técnicas que caracterizam o processo de trabalho produtivo moderno. Está 279 relacionada aos fundamentos das diferentes modalidades de trabalho e tem como 280 base determinados princípios, determinados fundamentos, que devem ser garantidos 281 pela formação politécnica. Por quê?. Supõe-se que, dominando esses fundamentos, 282 esses princípios, o trabalhador está em condições de desenvolver modalidades de 283 trabalho, com a compreensão do seu caráter, da sua essência. Não se trata de um 284 trabalhador adestrado para executar com perfeição determinada tarefa e que se 285 encaixe no mercado de trabalho para desenvolver aquele tipo de habilidade. 286 Diferentemente, trata-se de propiciar-lhe um desenvolvimento miltilateral, um 287 desenvolvimento que abarca todos os ângulos da prática produtiva na medida em 288 que ele domina aqueles princípios que estão na base da organização da produção 289 moderna. (SAVIANI, 2003, p.140 apud FEITOSA E OTRANTO, 2012, p. 67). 290 291
292
Para isso, o currículo integrado deve proporcionar reflexão não somente sobre o 293
mundo do trabalho, com a execução do serviço laboral, mas promover reflexão sobre a 294
cultura, a inovação tecnológica, as ciências, sempre comprometido com o desenvolvimento do 295
ser humano envolvido com o mundo do trabalho, e apoiado no conviver e no viver desse ser 296
humano cercado por tecnologia. 297
Ramos (2004) apud Feitosa e Otranto (2012), apresenta um entendimento de que 298
somente com o currículo integrado é possível a formação plena de cidadão, tendo o ato de 299
aprendizagem passado a ter, um caráter de totalidade, pois propõe a união de teoria e prática 300
na explicação e na compreensão da realidade. 301
302
O currículo deve integrar a formação plena do educando, possibilitando construções 303 intelectuais elevadas, a apropriação de conceitos necessários para a intervenção 304 consciente da realidade e a compreensão do processo histórico de construção do 305 conhecimento. (RAMOS, 2004, p. 48-49 apud FEITOSA E OTRANTO, 2012, p. 306 67). 307
308
3.2.2 Princípios do currículo integrado 309
310
Os princípios que norteiam o currículo integrado no Campus Parauapebas estão 311
balizados por suas concepções apresentadas, buscando a formação do ser humano como 312
sujeito participante no mundo do trabalho, do viver em sociedade, no currículo integrado está 313
predisposto a integração dos conhecimentos de formação geral e específicos para o exercício 314
profissional, interligado a formação para as ciências, a cultura, da educação, e estão 315
fundamentos nos princípios a seguir: 316
concepção do sujeito a partir das múltiplas realidades e relações existentes em 317
sociedade; 318
desenho curricular balizado no trabalho, extensão, pesquisa e inovação como principio 319
educativo e indissociáveis; 320
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 16
respeito ao ser humano e suas pluralidades de visão, valores, cultura e escolhas; 321
respeito à diversidade em todas as suas manifestações (culturais, políticas, religiosas, 322
sexuais, regionais, sociais, dentre outras); 323
construção dos saberes baseada na compreensão das intersubjetividades existentes 324
entre o sujeito e sua relação com o mundo que o cerca; 325
prática pedagógicas pautada na multidisciplinaridade e interdisciplinaridade, através 326
da flexibilidade do currículo; 327
inclusão social e todas suas multiplicidades de acordo com as legislações vigentes; 328
desenvolvimento de competências profissionais valorizando as práticas profissionais 329
anteriores à formação tecnológicas e cientifica; 330
suporte para a formação de capacidades e atitudes de comunicação dos sujeitos; 331
busca da autonomia dos sujeitos em formação; 332
autonomia financeira, pedagógica e administrativa do campus; 333
construção de identidade do sujeito em relação ao mundo que o cerca; 334
identificação com o território em que o campus está inserido através do uso de 335
estratégia pedagógicas que valorizem o território; 336
flexibilidade curricular através da atualização constante dos planos de cursos e do 337
currículo proposto; 338
entrelaçamento das ações docentes e discentes de forma a oportunizar pluralidade do 339
fazer pedagógico; 340
reconhecimento e valorização do fazer pedagógico; 341
reconhecimento dos direitos dos docentes, alunos, técnicos administrativos, equipe de 342
apoio, limpeza e vigilância, ao conhecimento, à educação, cultura, lazer, esporte, 343
buscando a formação de identidades e garantindo o acesso ao conjunto de direitos 344
humanos. 345
346
3.3 CONCEPÇÃO DE GESTÃO EDUCACIONAL 347
348
A Concepção de Gestão Educacional tem suas bases fundamentadas no que orienta a Leis de 349
Diretrizes e Bases da Educação – LDB, de 1996, que estabelece adoção de uma gestão democrática no 350
ensino de acordo com suas peculiaridades e princípios norteadores, onde diz que: 351
352
Art. 14º. Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão democrática do ensino 353 público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os 354 seguintes princípios: 355
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 17
I - participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto pedagógico 356 da escola; 357 II - participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou 358 equivalentes. 359 Art. 15º. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de 360 educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e 361 administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito 362 financeiro público. (BRASIL, 1996, p.7). 363
364
A gestão educacional em todas suas formas deve direcionar a busca por tomada de decisões 365
sejam elas coletivas ou mesmo individuais, de modo a garantir que a trajetória administrativa no 366
ambiente escolar promova a equidade entre todos os sujeitos participantes. A concepção de gestão aqui 367
representada para a gestão educacional é a gestão democrática, já apresentada e fundamentada na LDB 368
de 1996 e também na Constituição Federal do Brasil, também conhecida como constituição cidadão, 369
de 1988, no seu artigo 206, em que diz: 370
371
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: (EC no 19/98 372 e EC no 53/2006) 373 I –igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; 374 II –liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o 375 saber; 376 III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de 377 instituições públicas e privadas de ensino; 378 IV–gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 379 V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, 380 planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e 381 títulos, aos das redes públicas; 382 VI –gestão democrática do ensino público, na forma da lei; (grifo nosso) 383
384
Dentre outros instrumentos legais que garantem a gestão democrática se estabelece a 385
orientação do processo organizacional e da gestão do trabalho em suas instancias pedagógica 386
e administrativa, Luck (2009, p.23) apresenta “A gestão [...], como área de atuação, constitui-387
se, pois, em um meio para a realização das finalidades, princípios, diretrizes e objetivos 388
educacionais orientadores da promoção de ações educacionais com qualidade social, isto é, 389
atendendo bem a toda a população”. 390
A gestão democrática deve estabelecer a participação de todos nas tomadas de 391
decisões e também na busca por soluções frente as questões cotidianas no ambiente escolar, 392
Luck indica que que a gestão democrática e sua concepção estão pautada em: 393
394
O mesmo se assenta no pressuposto de que a educação é um processo social 395 colaborativo que demanda a participação de todos da comunidade interna da escola, 396 assim dos pais e da sociedade em geral. Dessa participação conjunta e organizada é 397 que resulta a qualidade do ensino para todos, princípio da democratização da 398 educação. Portanto, a gestão democrática é proposta como condição de: 399 i) aproximação entre escola, pais e comunidade na promoção de educação de 400 qualidade; 401
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ii) de estabelecimento de ambiente escolar aberto e participativo, em que os alunos 402 possam experimentar os princípios da cidadania, seguindo o exemplo dos adultos. 403 Sobretudo, a gestão democrática se assenta na promoção de educação de qualidade 404 para todos os alunos, de modo que cada um deles tenha a oportunidade de acesso, 405 sucesso e progresso educacional com qualidade, numa escola dinâmica que oferta 406 ensino contextualizado em seu tempo e segundo a realidade atual, com perspectiva 407 de futuro. (LUCK, 2009, p.70). 408 409
Em face de definição de que a gestão democrática no ambiente escolar não pode ser 410
diferente do que a própria dinâmica da educação pressupõe, ou seja, um ambiente educacional 411
deve ser um ambiente de trocas, de interação social colaborativo e que este estabelece a 412
participação de todos da comunidade escolar, participação dos alunos, dos pais, gestores, 413
equipe de apoio, professores, equipe técnica, pois todos vivem e fazem o processo de ensino 414
acontecer. 415
A gestão escolar historicamente no Brasil não fora sempre como se estabeleceu na 416
Constituição Federal de 1988 e na LDB de 1996, em outros momentos da história da 417
educação, o modelo de gestão estava embasado na centralização do poder e, na verticalização 418
e níveis de poder dos participantes, e a conquista na adoção de uma gestão escolar 419
democrática é resultado das lutas aguerridas de movimentos sociais ligados a educação, como 420
dos professores e de estudantes, que durante décadas construíram a concepção de gestão 421
democrática que hoje descrevemos para ser amplamente discutida, aprimorada e concebida 422
sua utilização no ambiente escola do campus Parauapebas. 423
Carvalho apud Luck mostra que: 424
425
à medida que a consciência social se desenvolve, o dever vai sendo transformado em 426 vontade coletiva”, isto é, vai-se criando no interior da escola uma cultura própria 427 orientada pela realização dos ideais da educação, que passam a fazer parte natural do 428 modo de ser e de fazer da escola e, por isso mesmo, não precisa ser imposta de fora 429 para dentro. A construção da consciência e responsabilidade social sobre o papel de 430 todos na promoção da aprendizagem e formação dos alunos (inclusive deles próprios 431 com esse fim), constitui-se, pois em condição imprescindível para a construção de 432 escola democrática e realização de gestão democrática. Essa condição se constrói 433 mediante uma perspectiva proativa, empreendedora, competente e orientada por 434 elevado espírito educacional, critérios que qualificam a participação no contexto da 435 escola. (CARVALHO, 1979, P.22 apud LUCK, 2009, p.70) 436
437
3.4 PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA PRÁTICA PEDAGÓGICA 438
3.4.1 A pesquisa como princípio pedagógico 439
440
Hoje vivemos em uma sociedade cujos processos científicos nos cercam e interagimos com 441
esses processos científicos em todos os momentos e no ambiente pedagógico de uma instituição de 442
ensino técnico e tecnológico, as interelações com a pesquisa cientifica e tecnológica deve ser sistêmica 443
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 19
e a busca por essas interpelações deve perpassar as ações pedagógicas sempre buscando está em 444
consonância com a pesquisa e a ciência. 445
A pesquisa como principio educativo deve propor a interação entre professores, alunos e 446
técnicos administrativos, em especial os responsáveis pelos laboratórios no cotidiano das ações 447
pedagógicas. Essa interação deve promover uma maior proximidade entre os sujeitos na ação 448
pedagógica, que através das ações de realização de pesquisas dentro e fora do campus Parauapebas, 449
venha proporcionar a aquisição de ferramentas para que os alunos obtenham na sua prática diária, 450
conhecimento empírico e teórico dos temas e conteúdos que estão sendo investigados. 451
Através da pesquisa como ferramenta de ações pedagógicas se propõe a maior 452
interação entre os alunos com os professores no uso dos laboratórios não apenas como 453
ferramenta fim de obtenção do conhecimento do uso de determinada máquina, mas a 454
utilização racional da tecnologia e do conhecimento por parte dos alunos, pois a pesquisa 455
propõe a formação de sujeitos interrogadores investigativos, pesquisadores que buscam 456
propor soluções para questões do dia a dia, e no ambiente educacional, a pesquisa são 457
imprescindível para o alcance do êxito pedagógico. 458
Chizzotti (2006, p. 12) afirma que “o pesquisador aprende, como ensina Descartes, no 459
seu Discurso do método, o peso da “resolução de me estudar também a mim mesmo e de 460
aplicar todas as forças do meu espírito em escolher os caminhos que deveria seguir””. Diante 461
dessa assertiva, podemos compartilhar da opinião tanto de Chizzotti quanto de Descartes 462
sobre a importância da pesquisa como método do aluno conhecer também a si próprio nessa 463
caminhada de descoberta no processo educativo, e o uso da pesquisa como prática pedagógica 464
é importante instrumento para inserir os alunos nas ações de pesquisa no ambiente escolar e 465
fora dele. 466
Chizzotti também destaca que: 467
468
Os esforços constantes da análise e síntese que a reflexão, a observação e a intuição 469 provocam, podem trazer um drama existencial, uma tomada de consciência dos 470 limites, da fragilidade, da ignorância e da miséria do próprio saber e gerar, no 471 investigador, uma perplexidade aflitiva, uma inibição da vontade, uma paralisia da 472 procura. [...] não só põe em questão o objeto da pesquisa e seus condicionamentos 473 ideológicos, sociais e políticos, ou seus métodos e instrumentos, mas, sobretudo, 474 suas finalidades e a consciência cientifica e social do pesquisador. (CHIZZOTTI, 475 2006, P. 12) 476 477 478
Devemos buscar o despertar no aluno do sentido de questionar, pesquisar, investigar e 479
olhar o mundo que o cerca de olhos de curiosidade e não de passividade, Chizzotti (2006, p. 480
20) nos apresenta a pesquisa cientifica como um esforço sistemático para explicar ou 481
compreender os dados encontrados, e a utilização da pesquisa como principio educativo deve 482
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 20
proporcionar esse esforço sistemático para explicar e/ou compreender os fenômenos, os 483
acontecimentos e as situações vivenciadas pelos alunos dentro e fora do ambiente escolar. 484
Chizzotti destaca: 485
486 A pesquisa cientifica caracteriza-se pelo esforço sistemático de –usando critérios 487 claros, explícitos e estruturador, com teoria, método e linguagem adequada – 488 explicar ou compreender os dados encontrados e, eventualmente, orientar a natureza 489 ou as atividade humanas. A pesquisa pressupõe teorias ou visões de mundo que, em 490 diferentes domínios do conhecimento, moldam a atividade investigativa e auxiliam a 491 pesquisa. (CHIZZOTTI, 2006, p. 20) 492 493
Esse despertar a atitude de pesquisador em nossos alunos deve ser acompanhado de 494
um dotar a pesquisa como fonte de conhecimento e transformação, problematizando as 495
questões pedagógicas de forma a inserir no contexto acadêmico ações de reflexão, debates e 496
troca entre os sujeitos no ambiente escolar. 497
498
499
3.4.2 O trabalho como princípio educativo 500
501
Para se denotar a importância do trabalho como principio educativo é importante 502
compreender o mundo do trabalho, que de acordo com Ciavatta (2005, p. 92) é “tanto as 503
atividades materiais, produtivas, como os processos de criação cultural que se geram em torno 504
da reprodução da vida”, e partindo desse entendimento, o trabalho se torna um principio 505
educativo importante para a inserção dos alunos no contexto educacional. É como um circulo 506
em que o aluno através da educação se inseri e atua no mundo do trabalho e através do 507
trabalho se volta para o processo educativo com mais propriedade. 508
O trabalho deve ser visto como principio educativo que busca inserir os alunos como 509
sujeitos participantes na construção de processos das atividades materiais, na cadeia produtiva 510
em que está inserido e trazendo de volta para o ambiente educacional esse conhecimento, o 511
utilizando de forma a ter melhor aproveitamento no processo de aprendizagem. 512
A troca entre os conhecimentos produzidos a partir do mundo do trabalho e dos 513
processos de ensino propostos no ambiente educacional deve ser incentivados em sua 514
totalidade, pois a formação que o currículo integrado busca está pautado nesse interpelação 515
entre o mundo do trabalho e a formação plena do cidadão no ambiente escolar. 516
Segundo Frigoto, Ciavatta e Ramos apud Feitosa e Otranto: 517
518
[...] o ideário da politecnia buscava e busca romper com a dicotomia entre educação 519 básica e técnica, resgatando o principio da formação humana em sua totalidade; em 520 termos epistemológicos e pedagógicos, esse ideário defendia um ensino que 521 integrasse ciência e cultura, humanismo e tecnologia, visando ao desenvolvimento 522
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 21
de todas as potencialidades humanas. Por essa perspectiva, o objetivo 523 profissionalizante não teria fim em si mesmo nem se pautaria pelos interesses do 524 mercado, mas constituir-se-ia numa possibilidade a mais para os estudantes na 525 construção de seus projetos de vida, socialmente determinados, possibilitados para 526 uma formação ampla e integral. (FRIGOTO, CIAVATTA E RAMOS, 2005, p. 35-527 36 apud FEITOSA E OTRANTO, 2012, p. 79) 528
529
Diante da proposição de uma formação humanista na sua totalidade, o trabalho é parte 530
dessa formação, e não apenas para formar o sujeito para o trabalho como única prerrogativa 531
para o seu viver escolar, mas sim uma formação que tenha o trabalho como ferramenta 532
pedagógica. Que relacione a educação com os conhecimentos adquiridos através das ações 533
vividas no ambiente de trabalho, apresentando todas as complexidades existentes nas relações 534
do ambiente pedagógico com o ambiente do trabalho. 535
536
3.4.3 O respeito à diversidade 537
538
No ambiente escolar a diversidade tem sua concepção num contexto social mais amplo, 539
que extrapola os muros da escola e no interregno dos anos, a palavra diversidade adquiriu um 540
cabedal de ressignificações, e o ambiente escolar precisa pensar a diversidade como gestos e 541
ações promotora de sentido na perspectiva dos diversos sujeitos que estão vivenciando a vida 542
escolar, se relacionando de forma direta e indireta e trocando informações visuais, gestuais e 543
sentimentais, pois a relação entre docentes, alunos, equipe técnica, enfim, entre os sujeitos 544
que constroem o processo de ensino implica em trocas. 545
Oliveira (2012, p. 16) diz que “a escola como construção social implica na compreensão 546
do seu cotidiano, onde os sujeitos não são meramente passivos, constituindo conflitos e 547
negociações em função de determinadas circunstâncias” e partindo dessa premissa da escola 548
como construção social, a diversidade está presente em todas as relação e deve ser respeitada 549
em sua gênese, e toda as suas formas, que são inúmeras, em tocante no ambiente escolar, que 550
agrega pessoas com uma gama de diversidade na sua formação, seja familiar, social e 551
educativa. 552
A diversidade não pode ser pensada e apresentada no ambiente escolar apenas de forma 553
simplória como constatação de reconhecimento de pluralidades de identidades que o sujeito 554
possui, de paradigmas; práticas sociais e culturais diversas. Bhabha (1998) apud Oliveira 555
(2012) caracteriza: 556
557
O que nos chama a atenção é que pensar a diversidade como categoria de análise, 558 significa a simples constatação de reconhecimento de pluralidades de identidades, 559 práticas sociais e culturais como dados naturais e inerentes de uma convivência 560
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 22
harmoniosa entre os sujeitos, [...] pensar as relações sociais a partir desta 561 conceituação é uma ilusão histórica, pois as relações sociais foram hierarquizadas 562 pelas diferenças – além das de classe social – que exprimem, explicita ou 563 implicitamente, hierarquias de poder: (BHABHA. 1998 apud OLIVEIRA, 2012, p. 564 16). 565 566 567
Canário (2005) apud Oliveira (2012) destaca “a escola como construção histórica alerta que esta, 568
de um período de promessas de desenvolvimento de mobilidade social e de igualdade, passou a viver 569
um período de incertezas, [...] sofreu um processo de desencantamento”. Mas a escola deve ser 570
apresentada como o lócus da troca entre as diferenças, do encantamento pelas expressões de vida que 571
seus sujeitos trazem como bagagem. E o respeito pela diversidade, em todas suas formas de 572
concepções, jeitos, características e estilos será a base da formação dos alunos, da troca entre os 573
sujeitos que compõem o universo educacional. 574
3.5 DIRETRIZES PARA A PRÁTICA PEDAGÓGICA 575
3.5.1 O planejamento pedagógico 576
577
O planejamento pedagógico se origina da proposta pedagógica escolhida pelo sistema de ensine 578
e é parte inerente da ação educativa e de todos que dela fazem parte, a LDB (1996) no seu artigo 12º 579
diz que “Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de 580
ensino, terão a incumbência de: [...]VII - informar os pais e responsáveis sobre a frequência e o 581
rendimento dos alunos, bem como sobre a execução de sua proposta pedagógica”. (grifo nosso). 582
Assim a apresentação de um planejamento pedagógico é previsto na LDB e deve ser dada toda a 583
publicidade necessária para que tanto alunos, técnicos, professores, equipe gestora e a família 584
tenham acesso ao planejamento pedagógico escolhido e executado no ambiente escolar. 585
Luck demonstra que o planejamento implica em: 586
587
Planejar a educação e a sua gestão implica em delinear e tornar clara e entendida em 588 seus desdobramentos, a sua intenção, os seus rumos, os seus objetivos, a sua 589 abrangência e as perspectivas de sua atuação, além de organizar, de forma 590 articulada, todos os aspectos necessários para a sua efetivação. Para tanto, o 591 planejamento envolve, antes de tudo, uma visão global e abrangente sobre a natureza 592 da Educação, da gestão escolar e suas possibilidades de ação. (LUCK, 2009, p.32). 593
594
E todos que fazem parte do universo escolar, devem ser implicados no ato de planejar o 595
fazer pedagógico, desde sua concepção até a efetivação do planejamento, pois as ações são 596
pensadas para todos que vivem no ambiente escolar, o planejamento pedagógico não pode 597
apenas ser um documento produzido para ser apresentado em uma reunião anual e guardado 598
em gavetas, mas sim, de acordo com Luck (2009, p.33) “Observa-se haver em várias 599
circunstâncias do contexto educacional a desconsideração em relação à importância do 600
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 23
planejamento para a determinação da qualidade do ensino, pela organização do seu trabalho 601
com esse foco”. 602
Ainda de acordo com Luck: 603
604 Essa desconsideração é demonstrada quando os planos são delineados com uma 605 orientação formal, de que resulta, por exemplo, que o Projeto Político-Pedagógico 606 da Escola e o seu Plano de Desenvolvimento fiquem guardados em gavetas ou 607 armários, em vez de estarem na mesa do diretor, dos coordenadores ou supervisores 608 pedagógicos e dos professores; que até mesmo sejam desconhecidos por 609 profissionais que trabalham na escola; que os planos de aula sejam cópias daqueles 610 realizados em outras turmas e outros anos letivos, isto é, “planeja-se”, mas não se 611 usa o plano resultante para orientar o cotidiano do trabalho escolar (ou, na pior das 612 hipóteses, que esses planos nem existem, por falta de acompanhamento e reforço por 613 parte do diretor escolar); que os planos sejam considerados como meros 614 instrumentos burocráticos e não como mapas orientadores do trabalho. (LUCK, 615 2009, p.33). 616
617
618
Todas as ações de planejar o fazer pedagógico devem partir da realidade vigente no 619
ambiente escolar, do entorno em que vivemos as realidades dos alunos, docentes, técnicos e 620
equipe de apoio, no proposito de que todo planejamento não é estático e que parte de um 621
ponto de observação da realidade, assim, é premente que as ações do planejamento 622
pedagógico estejam imbuídas de atualização, revisão e discussão permanente envolvendo a 623
todos. 624
Como parte das ações de planejamento estão a realização de: Semana de Formação 625
Pedagógica; Formação continuada dos professores; Reuniões de planejamento durante o 626
semestre letivo, Reuniões dos Núcleos Docente Estruturantes - NDEs; Reuniões com 627
participação de representantes de alunos, do grêmio estudantil; Participação da equipe 628
pedagógica e professores nas reuniões de planejamento da ações administrativas e de 629
orçamento. Pois o envolvimento de todos em todos as ações pedagógicas e administrativas 630
implica no conhecimento do todo no ambiente escolar. 631
632
3.5.2 A avaliação da aprendizagem 633
634
.A avaliação será compreendida como uma prática de investigação processual, 635
diagnóstica, contínua, cumulativa, sistemática e compartilhada em cada etapa educativa, com 636
diagnóstico para verificar se houve aprendizagem e apontar caminhos para o processo 637
educativo. 638
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 24
A avaliação deverá valorizar os aspectos qualitativos sobre os quantitativos, em que 639
deverão ser priorizados os instrumentos integradores de conteúdos curriculares e 640
estimuladores da autonomia na aprendizagem do aluno, de forma que envolvam atividades 641
realizadas individualmente e em grupos fornecendo indicadores de sua aplicação no contexto 642
profissional desse sujeito tais como execução de projetos, pesquisas na sua área de atuação 643
profissional e demais atividades. 644
A sistemática de avaliação seguirá o que determina o Regulamento Didático 645
Pedagógico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnológica do Pará, versão 2015 646
que concebe o processo de avaliação da aprendizagem de forma ampla, contínua, gradual, 647
cumulativa envolvendo todos os aspectos qualitativos e quantitativos da formação do 648
educando, conforme prescreve a Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB Nº 9.394/96 649
A verificação do desempenho acadêmico será feita de forma diversificada de acordo 650
com a peculiaridade de cada processo educativo, contendo entre outros: 651
Atividades individuais e em grupo, como: pesquisa bibliográfica, 652
demonstração prática e seminários; 653
Pesquisa de campo, elaboração e execução de projetos; 654
Provas escritas e/ou orais: individual ou em equipe; 655
Produção científica, artística ou cultural. 656
A avaliação do desempenho acadêmico deverá tomar como referência os parâmetros 657
orientadores de práticas avaliativas qualitativas, a saber: 658
a) Domínio cognitivo – capacidade de relacionar o novo conhecimento com o 659
conhecimento já adquirido; 660
b) Cumprimento e qualidade das tarefas – execução de tarefas com requisitos 661
previamente estabelecidos no prazo determinado com propriedade, empenho, iniciativa, 662
disposição e interesse; 663
c) Capacidade de produzir em equipe – aporte pessoal com disposição, organização, 664
liderança, cooperação e interação na atividade grupal no desenvolvimento de habilidades, 665
hábitos, conhecimentos e valores; 666
d) Autonomia – capacidade de tomar decisões e propor alternativas para solução de 667
problemas, iniciativa e compreensão do seu desenvolvimento. 668
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MS =1ª BI+ 2ª BI ≥ 7,0
2
Em cada instrumento de avaliação, os parâmetros orientadores de práticas avaliativas 669
qualitativas deverão ser considerados em conjunto, quando aplicáveis, na composição da nota. 670
O desempenho do discente em cada unidade didática será registrado através de nota, 671
compreendida entre 0,0 (zero) e 10,0 (dez). Os resultados das avaliações serão mensurados de 672
acordo com a Organização Didática em vigor no regime semestral, sendo que todas as 673
disciplinas estão enquadradas no regime semestral, tendo como critérios de avaliação NOTA, 674
da seguinte forma. Para a avaliação semestral utiliza-se a fórmula descrita abaixo: 675
676
LEGENDA: 677
MS = Média Semestral 678
1ª BI = 1ª Bimestral (verificação da aprendizagem) 679
2ª BI = 2ª Bimestral (verificação da aprendizagem) 680
Caso a Média Semestral (MS) seja menor que sete (< 7,0), o discente fará prova 681
semestral, com o objetivo de recuperar a sua menor nota. Tal procedimento é válido para os 682
dois semestres do ano letivo. 683
Para a avaliação anual utiliza-se a fórmula descrita abaixo: 684
a) O discente será aprovado na disciplina por média, se obtiver nota maior ou igual a 685
sete (≥ 7,0). 686
b) Caso a Média Semestral (MS) seja menor que sete (< 7,0), o discente fará prova 687
final. 688
c) O discente estará aprovado após a realização da prova final se obtiver Média Final 689
maior ou igual a sete (≥7,0). 690
d) O resultado da Média Final será obtido da seguinte forma: 691
692
693
694
695
LEGENDA: 696
MF = Média Final 697
MB = Bimestral 698
MF =MB + PF ≥ 7,0
2
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PF = Prova Final 699
700
Caso a Média Final seja inferior a 7,00 (sete), o estudante será considerado reprovado no 701
componente curricular. 702
OBS: A frequência segue sua obrigatoriedade, na forma da Lei, e será apurada por 703
componente curricular em cada semestre letivo. 704
O aluno será considerado aprovado por média quando: obtiver Média Bimestral 705
(MB) igual ou superior a sete e frequência igual ou superior a 75% por componente 706
curricular. As faltas serão registradas na Folha de Frequência ou Diário de Classe 707
pelo respectivo docente. 708
709
3.5.3 Os projetos integradores (concepção, objetivos e aspectos metodológicos) 710
711
No intuito de promover a interação entre os conhecimentos apresentados nos anos 712
letivos, serão desenvolvidos projetos integradores que possibilitam a visão crítica e integrada 713
dos conhecimentos, buscando a constante inovação, criatividade e o desenvolvimento de 714
competências. O modelo de integração de conhecimentos permite o desenvolvimento de 715
competências a partir da aprendizagem pessoal e não somente através do ensino unilateral. Os 716
projetos integradores procuram estabelecer a ambientação da aprendizagem, estimulando a 717
resolução de problemas. Neste plano, o desenvolvimento de projetos integradores tem por 718
objetivo integrar os conhecimentos do mesmo ano letivo, promovendo o desenvolvimento de 719
competências, como a capacidade pessoal de mobilizar, articular e colocar em ação 720
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para o desempenho eficiente e 721
eficaz de atividades requeridas pelo mundo do trabalho e pelo desenvolvimento tecnológico. 722
Almeja-se com o desenvolvimento dos projetos integradores a formação de um 723
profissional com capacidade de pensar de forma reflexiva, com autonomia intelectual e 724
sensibilidade ao relacionamento interdisciplinar, capaz de aplicar, em uma mesma atividade 725
um universo de informações adquiridas através dos vários contextos e situações de 726
aprendizagem vivenciadas. 727
Os Projetos Integradores são atividades curriculares desenvolvidas ao longo do ano 728
letivo pelos estudantes que buscam verificar, desenvolver e aperfeiçoar todas as competências 729
e habilidades necessárias ao perfil profissional através do trabalho com situações-problema. 730
As propostas de projetos são sugeridas por coordenadores, professores e pelos próprios 731
estudantes, baseadas em temas geradores, articuladas aos componentes curriculares e 732
aplicadas a situações reais ou similares ao processo produtivo, sob a forma de pesquisa, 733
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construção de dispositivos e/ou ação pedagógica, a respeito de algum aspecto (social, 734
tecnológico, histórico, cultural, ecológico, científico, etc.) de sua realidade local. 735
Os projetos integradores seguirão os seguintes procedimentos: 736
Planejamento coletivo realizado pelos docentes para produção do projeto integrador 737
inerentes ao módulo em desenvolvimento. Nesta etapa definem-se também quais serão 738
os professores orientadores; 739
Apresentação e discussão da proposta para a turma, com ênfase em temas geradores 740
baseados na especificidade dos componentes curriculares; 741
Formação de equipes de estudantes; 742
Orientação das atividades de pesquisa em desenvolvimento, com períodos definidos, a 743
partir da carga horária de cada componente curricular; 744
Entrega de relatórios e apresentação pública das produções desenvolvidas. 745
746
3.5.4 A prática profissional 747
a) A prática profissional como componente curricular 748
749
A Prática Profissional, segundo a Resolução CNE/CEB nº 06/2012 deverá constituir e 750
organizar a educação profissional, devendo expressar-se nos planos de cursos unindo teoria e 751
prática. A prática profissional deverá ser desenvolvida durante o curso e será articulada entre 752
as disciplinas dos períodos letivos correspondentes. O início das atividades práticas 753
acontecerá a partir do primeiro módulo do curso. 754
A adoção de tais práticas possibilita efetivar uma ação interdisciplinar e o planejamento 755
integrado entre os elementos do currículo. As práticas serão desenvolvidas de forma 756
diferenciada para cada disciplina, respeitando as especificidades de cada uma e também a 757
abordagem prevista por cada professor. 758
As práticas serão elaboradas em forma de: aulas práticas no laboratório do campus, 759
participação e/ou coordenação em eventos da área, projetos, monitoria, visitas técnicas, entre 760
outros, em que o aluno deverá desempenhar no período escolar ou fora do horário de aula e 761
envolverá um assunto específico diretamente relacionado com a disciplina e que tenha 762
relevância na vida prática profissional. Haverá ainda, atividades dos projetos integradores, 763
planejados pelo conjunto de professores que ministrarão aulas no início do semestre letivo 764
corrente, definindo a temática a ser abordada e a metodologia adequada, com base nos 765
componentes curriculares. 766
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Os alunos serão motivados a participar e organizar seminários, encontros internos ou 767
externos, como ouvintes e/ou participantes, no intuito da divulgação dos projetos de pesquisa, 768
ensino e extensão realizados no ambiente escolar. 769
770
b) O estágio supervisionado (na formação técnica e na formação docente) 771 772
Para atender as competências para qualificação do futuro profissional, além da 773
conclusão das disciplinas que compõem o currículo é importante a realização de estágio 774
curricular supervisionado. O estágio será desenvolvido a partir do segundo ano, com carga 775
horária mínima obedecendo ao que é estabelecido no PPC dos cursos técnicos e de formação 776
de professores. 777
O discente poderá realizar o estágio curricular supervisionado através de duas opções, 778
sendo a primeira, dentro da própria Instituição, caso em que o discente poderá participar de 779
projetos de ensino, pesquisa e extensão e no caso de estágio de cursos de formação de 780
professores, acompanhado por um professor orientador, desde que devidamente autorizados 781
pelas instâncias competentes e supervisionados pela Coordenação dos cursos; e como segunda 782
opção, em empresas ou entidades, públicas ou privadas, que possam oferecer condições e 783
oportunidades para o desenvolvimento profissional do discente. Em ambos os casos estando 784
de acordo com a Lei nº 11.788/2008, Art. 1º, Parágrafo 2º. 785
Art. 1o Estágio é ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente 786
de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educandos que 787 estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de 788 educação profissional, de ensino médio, da educação especial e dos anos finais do 789 ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos. 790 § 1
o O estágio faz parte do projeto pedagógico do curso, além de integrar o 791
itinerário formativo do educando. 792 § 2
o O estágio visa ao aprendizado de competências próprias da atividade 793
profissional e à contextualização curricular, objetivando o desenvolvimento do 794 educando para a vida cidadã e para o trabalho. 795
796
O estágio está estruturado para atender as competências para a qualificação, sendo 797
supervisionado por um profissional da área e um técnico que a empresa ou a instituição 798
dispor, e avaliados através de relatórios que deverão ser apresentados tanto pelo estagiário, 799
quanto pelo supervisor de estágio, bem como por parte da instituição concedente de estágio. 800
I. O Estágio Curricular Supervisionado compreende o desempenho teórico-prático do 801
discente em empresas, instituições públicas, privadas ou instituições não 802
governamentais em atividades correlatas à habilitação profissional, nos diversos 803
setores da economia, com vistas à integração no mundo do trabalho. 804
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II. O Estágio Curricular Supervisionado poderá ser desenvolvido dentro de um Projeto de 805
Pesquisa, oficialmente aprovado, de cunho Técnico-Científico, Cultural e Social, com 806
as atividades comprovadamente relacionadas à prática da habilitação profissional. 807
III. Os micro estágios, quando previstos no Plano de Curso, são atividades didático-808
pedagógicas e Atos educativos intencionais, tendo, portanto, sua carga horária 809
contabilizada como Estágio Curricular Supervisionado, desde que as atividades 810
objetivam complementar a aprendizagem técnica e o enriquecimento sociocultural dos 811
discentes com práticas reais que visam à integração no mundo do trabalho. 812
IV. Terá direito à dispensa ou redução parcial das horas estabelecidas para o Estágio 813
Curricular Supervisionado o discente que comprovar experiência profissional, ficando 814
este mesmo obrigado a apresentar documentação comprobatória, requerendo a 815
avaliação de sua experiência, em substituição ao estágio curricular. 816
V. O Estágio poderá ser desenvolvido a partir da conclusão do 1º semestre letivo, de 817
acordo com o estabelecido no Plano de Curso. 818
VI. Caberá à Departamento de Estágio, de acordo com regulamento estabelecido, 819
coordenar as ações referentes à inserção do estudante no campo de estágio e, em 820
conjunto com a Diretoria de Ensino, planejar as condições para o acompanhamento e a 821
avaliação do desempenho discente. 822
823
5.3.5 O trabalho de conclusão de curso 824
825
O trabalho de conclusão de curso deve necessariamente estar atrelado ao exercício da 826
docência nos cursos cujo PPC tem o TCC como item obrigatório no percurso formativo, 827
podendo ser de natureza empírica, para a produção de Projetos de intervenção com 828
proposições e sugestões de mudanças no contexto social no qual o aluno está inserido, 829
tomando por base a documentação existente e os achados bibliográficos já estudados. Sendo 830
que ao longo do curso os alunos estarão realizando pesquisa e estes podem e devem ser 831
incorporados processualmente nos trabalhos de conclusão de curso. 832
O IFPA possui a Instrução Normativa 02/2015/PROEN que estabelece a padronização 833
dos Trabalhos Acadêmicos de Conclusão de Curso do Instituto Federal do Para em 834
observância as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT e suas ultimas 835
atualizações e estabelece que: 836
837
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Art. 1° Os Trabalhos Acadêmicos de Conclusão de Curso obedecerão em sua 838 construção o que prevê o Manual de Normalização dos Trabalhos Acadêmicos 839 do IFPA 2015-2020. 840 Art.2° 0 presente Manual tera validade de 5 (cinco) anon, 2015 a 2020 e foi 841 atualizado considerando as normas: 842 NBR: 14724/2011: INFORMA00 E DOCUMENTA00 — TRABALHOS 843 ACADEMICOS —APRESENTAÇÃO 844 NBR: 6024/2012: 1NFORMA00 E DOCUMENTA — NUMERAÇAO 845 PROGRESSIVA DAS SEÇOES DE UM DOCUMENTO — APRESENTAÇÃO 846 NBR: 10520/2002: INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO — CITAÇÕES EM 847 DOCUMENTOS —APRESENTAÇÃO 848 NBR: 6023/2002: INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO — REFLRENCIAS — 849 ELABORAÇÃO 850 NBR: 6027/2012: INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO — SUMARIO — 851 APRESENTAÇÃO 852 NBR: 6028/2003: INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO — RESUMO — 853 APRESENTAÇÃO 854 NBR: 6034/2011: INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO — INDICE — 855 APRESENTAÇÃO 856 NBR: 12225/2004: INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO — LOMBADA — 857 APRESENTAÇÃO 858 Art. 3° As alterações de Normas que ocorrerem durante este período serão inseridas 859 na atualização do presente Manual em 2020. (IFPA, 2015, p. 1) 860
861 Diante da publicação dessa instrução normativa, todos os Trabalhos de conclusão de curso do 862
campus Parauapebas quando previsto de forma obrigatória no PPC irá obedecer as normas inseridas 863
nessa instrução e demais legislações que se fizerem vigentes, na busca por colocar o alunos em 864
proximidade com a pesquisa e extensão, que terão seus resultados apresentados em forma de TCC. 865
866
5.3.6 As atividades complementares 867
868
Para inserir os alunos no seu meio profissional, visando a sua participação em 869
seminários, oficinas, congressos e outros eventos congêneres, é importante a realização de 870
atividades complementares. 871
Para fins de conceituação, entende-se por Atividade Complementar o componente 872
curricular que tem por objetivo ampliar o conhecimento adquirido pelos alunos ao longo do 873
desenvolvimento do curso. São exemplos de Atividades Complementares: 874
Participação em Congressos, Seminários e Palestras; 875
Participação em exposição, filmes, apresentações, etc.; 876
Atividades assistenciais (voluntariado); 877
Artigos publicados em jornais e/ou revistas; 878
Participação em cursos ou atividades culturais; 879
880
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Poderão ser consideradas como atividades complementares ainda, algumas atividades 881
extracurriculares organizadas pela Instituição ao longo dos semestres, tais como: Semana 882
Cultural, Feiras de Ciências etc. 883
O IFPA oferece ao longo do curso e do ano letivo eventos que constam no calendário 884
acadêmico, como o SICTI, dentre outros existentes nos diversos polos. Estes eventos devem 885
ser frequentados pelos alunos e servem como atividades complementares. 886
As atividades complementares são de total responsabilidade dos alunos cabendo à 887
Instituição cobrar o cumprimento da carga horária ao final do curso. 888
889
3.5.7 Os perfis esperados do professor e do aluno 890
891
A condução do processo educacional deve ser responsabilidade de todos e devem 892
permear a formação critica dos alunos de forma que o currículo integrado deve vir de forma 893
indissociável o ensino, pesquisa e extensão, promovendo uma formação plena dos alunos 894
como cidadãos críticos, para tanto é necessário que os professores possuam os perfis abaixo: 895
896
Conhecimento e entendimento dos conceitos e teorias acerca do desenvolvimento do 897
ensino e da aprendizagem no ambiente escolar; 898
Pleno domínio dos conteúdos a serem transmitidos e sua significação nos diversos 899
contextos nos ambiente escolar, social, do trabalho, cultura, das ciências e tecnologia, 900
de forma a realizar adequação a realidade social dos alunos; 901
Transparência e publicidade nas suas ações em sala de aula e no ambiente escolar 902
como um todo; 903
Gestão em sala de aula de forma a ter a capacidade de gerir e intervir nos diferentes 904
momentos das ações educacionais durante as aulas e em outros momentos da vivencia 905
escolar; 906
Integração entre prática e teoria na formulação dos conteúdos e estratégias 907
pedagógicas implantadas; 908
Assumir a responsabilidade de forma solidária pela gestão no ambiente escolar, 909
buscando a efetivação da gestão democrática na sala de aula e em todos os ambientes 910
da escola; 911
Responsabilidade em relação ao posicionamento pedagógico face às diversidades 912
existente no ambiente escolar, como de gênero, sexual, religiosa, política, cultural, 913
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étnica, idade, territorial, dentre as diversidades que se apresentarem no decorrer das 914
ações pedagógicas; 915
Realização de ações envolvendo de forma indissociável o ensino, pesquisa, extensão e 916
inovação; 917
Aplicação de conceitos do mundo do trabalho, da pesquisa, da tecnologia como 918
principio educativo; 919
Domínio de metodologias variadas para aplicação dos conteúdos e temas das 920
diferentes disciplinas na sua práxis educativa; 921
Compreensão e aplicação da flexibilidade curricular no decorrer da sua práxis; 922
Posicionamento ético face ao desenvolvimento das ações educativas; 923
Capacidade de relacionamento interpessoal de forma ética, cortês e gentil; 924
Boa comunicação com todos os sujeitos que fazem parte do ambiente escolar, 925
independente da posição ocupada; 926
Compromisso com a formação integral dos alunos; 927
Capacidade de auto formação e interesse contínuo na participação nos processo de 928
formação continuada. 929
930
Todos os perfis acima esperado que o professor do campus Parauapebas venha a possuir 931
para assim, partindo da sua práxis tanto dentro da sala de aula, quanto em outros ambientes do 932
campus, levar nossos alunos a possuir os perfis abaixo, necessários para uma formação 933
integral de um sujeito critico e participativo: 934
935
Ser critico e participativo em todas as ações dentro e fora do ambiente escolar; 936
Senso de investigação cientifica; 937
Boa comunicação oral e escrita; 938
Ter autonomia e capacidade de tomar decisões e autonomia intelectual; 939
Entender o processo formativo tendo o trabalho como prática educativa; 940
Capacidade de inserção no mundo do trabalho; 941
Capacidade de se reconhecer como cidadão responsável por sua decisões e suas 942
consequências; 943
Iniciativa para criação e/ou participação em ações sociais nos diversos segmentos; 944
Compromisso ético com o planeta e com a sociedade em que está inserido; 945
Ter responsabilidade ambiental e social; 946
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Capacidade de assimilação dos conteúdos proposto e troca de conhecimentos com 947
todos os sujeitos envolvidos no processo de ensino e de aprendizagem; 948
Busca continua pelo aprendizado e atualização dos conhecimentos adquiridos em 949
todos os ambientes de aprendizagem vivenciados. 950
951 952
4 POLÍTICAS E AÇÕES INSTITUCIONAIS 953
954
As ações do ensino, pesquisa e extensão são construídas pela articulação entre as 955
políticas de expansão da rede de educação profissional e tecnológica com o compromisso de 956
promover a educação em várias formas, níveis e modalidades em consonância com a Lei 957
9394/96 (LDB). Neste pressuposto são discutidos os mecanismos de materialização destas 958
ações, amparadas em políticas que conduzam a reafirmação das concepções e diretrizes das 959
práticas pedagógicas e funcionamento institucional. 960
As políticas educacionais deste PPP são caracterizadas por amplo projeto coletivo e 961
participativo, onde todos os seguimentos participam ativamente da construção dos processos 962
inerentes a tais políticas. Onde as definições de concepções, finalidades, metodologias e 963
diretrizes pedagógicas alicerçam-se em processos democráticos que culminem em 964
participação, formação, envolvimento, adesão e comprometimento dos profissionais da 965
educação. E que também impliquem em um modelo de gestão que promova melhoria 966
contínua dos processos formativos e organização da estrutura educacional do ministério às 967
salas de aula. Deste modo, o projeto educativo de determinada sociedade define uma política 968
educacional por meio da interligação entre planejamento, estrutura educacional e a 969
organização pedagógica e administrativa, e outros elementos pedagógicos, concepções de 970
mundo, finalidades, intencionalidades, objetivos educacionais, encaminhamentos 971
metodológicos e formação de pessoas. 972
Neste âmbito são discorridas a seguir as políticas educacionais do IFPA campus 973
Parauapebas no intuito de apresentar as dimensões formativas que cerceiam a educação 974
profissional, cientifica e tecnológica. 975
976
4.1 A INDISSOCIABILIDADE COMO PRINCÍPIO NORTEADOR DAS POLÍTICAS E 977
AÇÕES INSTITUCIONAIS 978
979
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 34
O princípio da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão é previsto na Lei 980
9394/96 (LDB), assegurando legalmente na configuração do instituto os princípios do 981
currículo integrado e as diretrizes politico-pedagógicas, assim como as instancias dos 982
indicadores metodológicos. Esta orientação da legislação vislumbra apresentar o papel das 983
instituições no que se refere ao ensino, pesquisa e extensão. No qual a concepção de 984
indissociabilidade pode ser entendida, nesse sentido, como a concretização do trabalho 985
coletivo através de práticas de inter-relacionamento entre as atividades do ensino, a pesquisa e 986
a extensão. 987
Portanto, indissociadas essas atividades concretizam o objetivo educacional, finalidades e 988
o papel do instituto como agente de formação humana, técnica, tecnológica e profissional dos 989
sujeitos. Para tanto são preconizadas ações que integrem essas dimensões para que o projeto 990
formativo torne-se hesitoso: 991
992
adesão ao diálogo interdisciplinar, por meio de uma organização curricular que acolha 993
os eixos básico, científico, técnico e tecnológico; 994
promoção de intercâmbios constantes entre as áreas de conhecimento e as temáticas do 995
cotidiano, conectando aspectos da formação humana, social e profissional; 996
planejamento conjunto, envolvendo disciplinas, programas e projetos que compõem as 997
diretrizes dos cursos, 998
condução dialógica, atrelada ao planejamento conjunto, do processo pedagógico de 999
aprendizagem e de desenvolvimento dos estudante; e 1000
formação continuada para atender às especificidades pedagógicas, no sentido de 1001
materializar a aproximação das áreas e as dimensões acadêmicas, verificando as 1002
necessidades presentes na realidade da qual os sujeitos fazem parte. 1003
1004
Assumir a indissocibilidade do ensino, pesquisa e extensão representa a pratica social e o 1005
reconhecimento da educação integrada, alicerçadas em práticas pedagógicas diárias do 1006
campus e formação continuada dos profissionais da educação. 1007
1008
4.2 POLÍTICA DE ENSINO 1009
1010 O ato de ensinar vai além da transferência de conhecimento, trata-se apresentação por 1011
parte do professor das possibilidades de construção e produção autônomas do saber (Freire, 1012
1996). O que implica em oportunizar a reflexão e discussão através da liberdade do trabalho 1013
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 35
constituindo-se em da educação efetiva e afetiva, direcionada ao desenvolvimento cognitivo e 1014
pessoal desse indivíduo. Neste contexto o ensino adquire relevante papel no processo 1015
educacional elevando-se a categoria de percursor do acesso ao conhecimento. 1016
Em vista desta de tal perspectiva o IFPA campus Parauapebas compromete-se a promover o 1017
ensino de qualidade, sempre em busca da excelência, pautados no princípio da formação 1018
humana integral. 1019
O ensino no IFPA campus Parauapebas é coordenado pela Direção de Ensino (DE), 1020
setor responsável pela formulação de políticas de desenvolvimento do ensino no campus em 1021
consonância com as políticas da Instituição e diretrizes emanadas pelo Ministério da 1022
Educação e Pro-Reitoria de Ensino. À DE, compete definir, propor, fomentar e implementar 1023
políticas e ações do ensino, de modo sistêmico, na busca das metas propostas. Esse setor deve, 1024
portanto, planejar, coordenar, acompanhar e avaliar o desenvolvimento das ações e das 1025
políticas de ensino para todos os cursos aprovados pelos colegiados, e com os princípios 1026
pedagógicos definidos neste PPP. 1027
Para atender as demandas do ensino no campus a DE deverá atuar em todos os níveis e 1028
modalidades da educação ancorados no modelo de gestão sistêmica e democrática. Com o 1029
apoio das coordenações de curso e equipe pedagógica atua como regulador e avaliador do 1030
ensino, da gestão e administração acadêmica e acesso ao discente. Também atua como aparato 1031
às demais diretorias acadêmicas e gestão geral do campus. A esse caráter transversal, é 1032
peculiar a necessidade da unidade de ações e a integração nos encaminhamentos, visando o 1033
funcionamento multicampi. 1034
1035
4.2.1 A atuação no ensino 1036
1037 Em atendimento à função social, às necessidades educativas do estado do Pará e aos 1038
preceitos da reestruturação da rede federal de educação profissional e tecnológica, a atuação 1039
do ensino no IFPA campus Parauapebas incide na educação básica, na educação profissional e 1040
tecnológica e na educação superior, nas modalidades presencial, semipresencial e a distância. 1041
Abrange cursos e programas de formação inicial e continuada ou de qualificação profissional; 1042
programas de certificação profissional; cursos técnicos de nível médio, nas formas integrada 1043
regular, integrada na modalidade EJA e subsequente; cursos superiores de tecnologia ou de 1044
graduação tecnológica; cursos de engenharia; cursos de licenciatura; cursos e programas de 1045
pós-graduação. 1046
O quantitativo das ofertas educacionais será determinado com base no quadro efetivo 1047
de servidores, na relação professor/aluno, nos turnos de funcionamento e na vocação 1048
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 36
tecnológica do campus, atentando sempre às características regionais e locais de área de 1049
abrangência e atuação do campus. 1050
As politicas do ensino deverão articular e promover o dialogo contínuo entre as 1051
demandas da comunidade, setores produtivos, econômicos e sociais de modo a contribuir com 1052
o desenvolvimento da sociedade e propagar os saberes científicos e tecnológicos dos 1053
profissionais formados pela instituição. Serão, portanto, políticas pautadas no estudo e 1054
necessidade socioeducativas locais, que garantam atuação no ensino, em temas transversais ao 1055
ensino, e formação continuada e desenvolvimento profissional de professores e técnico 1056
administrativos. 1057
1058 1059
4.2.2 O processo de revisão das ofertas educacionais 1060
1061 O processo de revisão das ofertas educacionais deve principiar pela realização de ações 1062
de revisão curricular dos cursos ofertados com tempo mínimo de 02 anos de aprovação dos 1063
Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) do campus, de forma que se constitua uma ação 1064
coletiva, envolvendo colegiado de cursos, núcleos docentes estruturantes (NDEs), 1065
participação de representação dos estudantes, com realização de encontros e fóruns. Para 1066
garantir a ocorrências dessas ações, as mesmas devem serem orientadas através da realização 1067
de: 1068
1069
fóruns consultivos e deliberativos para construção de proposições de diretrizes 1070 operacionais das ofertas educacionais; 1071
debates, proposições e análise das propostas de diretrizes operacionais das ofertas 1072
educacionais e proposições de alterações; 1073 fóruns deliberativos para validação das diretrizes operacionais e efinição de matrizes 1074
curriculares que referenciam as ofertas educacionais; 1075 revisão e reelaboração dos projetos pedagógicos de cursos (PPCs) com solicitação de 1076
aprovação junto ao CONSUP; 1077
revisão do desenho curricular das disciplinas; 1078 planejamento da implementação dos novos cursos com observância do que está 1079
disposto no Plano de Desenvolvimento do Campus (PDC). 1080
Todas as orientações e legislação referente as ações de revisão de PPCs está disposto no 1081
Regulamento Didático do IFPA e devem ser regiamente seguidos durante a realização das 1082
ações acima elencadas. 1083
1084
4.3 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL TÉCNICA DE NÍVEL MÉDIO 1085
1086
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 37
Esta seção do documento apresenta a concepção, os princípios e as diretrizes 1087
organizativas da política de formação técnica de nível médio ofertada no campus Parauapebas 1088
do IFPA. Está organizada de maneira a expor, inicialmente, aspectos gerais, como a estrutura 1089
estabelecida legalmente, a concepção, os princípios e as bases teórico-metodológicas para o 1090
desenvolvimento de cursos técnicos de nível médio no campus. Em seguida, são apresentados 1091
desdobramentos para a organização da proposta pedagógica e curricular para as três formas de 1092
cursos técnicos que podem ser desenvolvidos pelo campus, a saber: o integrado regular, o 1093
integrado na modalidade de educação de jovens e adultos e o subsequente. 1094
A formação técnica de nível médio ofertada no campus tem relevada importância no 1095
contexto socioeducativo do Pará, tanto pela consolidação, ancorada em mais de um século de 1096
existência, desde 1909, quanto pelo reconhecimento da qualidade dessa ação educativa, além 1097
da contribuição dada no campo do desenvolvimento científico, tecnológico, na inovação e 1098
empreendedorismo ao longo desses anos. A defesa da educação profissional de nível técnico 1099
nesta Instituição é reafirmada cotidianamente, a ponto de se tornar inquestionável a exigência 1100
legal de 50% das vagas serem destinadas à formação técnica, conforme estabelece a Lei 1101
11.892/2008, que cria os Institutos Federais. O pronto atendimento a tal exigência legal 1102
sustenta-se na concepção filosófica da formação técnica defendida nesta Instituição e no 1103
reconhecimento das carências desse tipo de formação requerida por jovens e adultos da 1104
sociedade local. 1105
1106
4.3.1 Concepção da educação profissional técnica de nível médio 1107
1108 De acordo com a Lei 11.741/2008, a educação profissional técnica de nível médio 1109
deverá ser desenvolvida de duas formas: articulada com o ensino médio; e subsequente. Esta 1110
última, com cursos destinados a quem já tenha concluído o ensino médio. Em conformidade 1111
com os dispositivos dessa Lei, o Art.36-C estabelece que a articulada desenvolver-se-á nas 1112
seguintes formas: 1113
I - integrada, oferecida somente a quem já tenha concluído o ensino 1114 fundamental, sendo o curso planejado de modo a conduzir o aluno à 1115 habilitação profissional técnica de nível médio, na mesma instituição de 1116 ensino, efetuando-se matrícula única para cada aluno; II - concomitante, 1117 oferecida a quem ingresse no ensino médio ou já o esteja cursando, 1118 efetuando-se matrículas distintas para cada curso, e podendo ocorrer: a) 1119 na mesma instituição de ensino, aproveitando-se as oportunidades 1120 educacionais disponíveis; b) em instituições de ensino distintas, 1121 aproveitando-se as oportunidades educacionais disponíveis; c) em 1122 instituições de ensino distintas, mediante convênios de 1123 intercomplementaridade, visando ao planejamento e ao desenvolvimento 1124 de projeto pedagógico unificado. (BRASIL, 2008, p.2). 1125
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 38
1126
Dentre as modalidades previstas na legislação, o campus Parauapebas optou pela 1127
formação técnica nas formas integrada e subsequente. Dessa maneira, compromete-se a atuar 1128
regularmente na educação profissional técnica de nível médio com a oferta de cursos 1129
integrados e cursos subsequentes, de acordo com as prerrogativas da lei dos Institutos, que 1130
estabelece o atendimento de 50% das vagas destinadas à oferta de formação técnica. 1131
Adicionalmente, o perfil e as atividades realizadas na cidade e região demandam de mao de 1132
obra qualificada. Para tanto, o principal caminho a se construir efetivamente reside na 1133
sistematização didática e nas definições de percursos metodológicos capazes de elucidar a 1134
integração da educação básica à educação profissional fundamentada nos moldes da filosofia 1135
da práxis anteriormente esclarecidos. 1136
Em atenção ao que está preconizado na LDB, a forma concomitante também se 1137
circunscreve nas possibilidades de articulação com a educação básica. Muito embora, 1138
reconhece-se o longo percurso teórico-metodológico a ser construído em ações dessa 1139
natureza, visto que as dificuldades de diálogos se avultam quando se trata, operacionalmente, 1140
de agregar, no mesmo processo, duas instituições educativas diferentes e de situações 1141
geográficas distintas. Porém, esse fator não impossibilita os movimentos de construção da 1142
integração curricular, quando se tenciona de fato primar pela formação cidadã quando se 1143
busca a emancipação do sujeito e quando se tem por primazia a qualidade da ação educativa. 1144
Nesse sentido, torna-se imprescindível o diálogo pedagógico, bem como disposição e 1145
capacidade de mobilização em prol da materialização dos princípios da integração entre as 1146
instituições envolvidas nessa formação. Assim, a opção institucional não invalida a 1147
possibilidade de atuação na modalidade concomitante, eventualmente, em projetos especiais, 1148
por meio de ações específicas desenvolvidas, por exemplo, por meio de convênios de 1149
intercomplementaridade articulados a outras instituições públicas, desde que os referidos 1150
convênios estejam orientados pelos princípios da formação integrada, em consonância com as 1151
demais ofertas institucionais já praticadas. Nesses casos, exige-se um projeto pedagógico 1152
unificado. Além disso, uma proposta de ação pedagógica dessa natureza, deve-ser submetida à 1153
discussão coletiva e, para ser implementada, exige-se preponderantemente a anuência das 1154
instituições envolvidas. 1155
Do ponto de vista da concepção, a educação profissional técnica de nível médio no 1156
campus Parauapebas se fundamenta nos conceitos de politecnia e de omnilateralidade, que 1157
juntas consolidam o compromisso com a formação humana integral e não apenas a simples 1158
preparação para responder às necessidades imediatas do mercado de trabalho. Consiste em um 1159
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 39
projeto educacional que toma as categorias, ciência, trabalho, cultura e tecnologia na 1160
centralidade das ações pedagógicas. Trata-se de um modelo de oferta de educação profissional 1161
técnica de nível médio que visa promover uma formação orientada para a emancipação, no 1162
sentido de formar um trabalhador consciente de seu potencial transformador de dada realidade 1163
social, possibilitando-lhe o domínio das esferas produtivo-culturais da humanidade. 1164
Outros diferenciais que qualificam socialmente essa formação dizem respeito ao 1165
compromisso com as condições de ensino dessa oferta. Esse compromisso qualitativo é 1166
constituído com a utilização de laboratórios e de equipamentos adequados, com a 1167
diversificação e a atualização de acervos bibliográficos, com a permanente busca por uma 1168
equipe de educadores qualificados, com a aplicabilidade de formas de acompanhamento e 1169
avaliação. Todos esses aspectos se estabelecem como método de trabalho pedagógico 1170
constante, atrelado às condições de ensino de qualidade. 1171
Essa concepção de formação técnica fundamenta-se na filosofia da práxis, uma teoria 1172
que tem como fundamento a visão unitária dos processos educativos. Por meio desse 1173
entendimento, tem sido dado, historicamente, um tratamento linear às dimensões ensino e 1174
pesquisa, do tipo “da pesquisa para o ensino ou do ensino para a pesquisa” (OLIVEIRA, 1175
2011, p. 71, grifo do autor). Em razão dessa linearidade, o processo ensino e aprendizagem ou 1176
restringe-se ao domínio de conteúdos escolares por parte dos estudantes (na direção pesquisa 1177
para o ensino) ou centra-se na formação dos educadores para transformar áreas do 1178
conhecimento em objetos de pesquisa e métodos de ensino em métodos de pesquisa (na 1179
direção do ensino para a pesquisa). 1180
Como estratégia para superar essa linearidade, propõe-se uma abordagem teórico-1181
metodológica de organização curricular que possibilite uma fusão das duas perspectivas 1182
apontadas. Essa compreensão implica a unidade entre teoria e prática. Com isso, vislumbra-se 1183
a integração entre as disciplinas de base científica e as disciplinas técnicas, resultante da 1184
necessária articulação entre a formação geral e a formação específica. Esse princípio 1185
orientador da construção de propostas metodológicas de referencial crítico coloca em 1186
primazia os interesses da classe trabalhadora ao possibilitar-lhe condições de superação de 1187
desigualdades por meio do acesso ao conhecimento sistematizado historicamente. Nesse 1188
entendimento, em ampliação às ideias defendidas por Oliveira (2011), uma organização 1189
curricular para a educação profissional técnica de nível médio referendada na filosofia da 1190
práxis deve, primordialmente: 1191
1) elaborar propostas de ensino técnico integrado ao ensino médio fundadas na visão 1192
unitária e dialética dos processos formativos; 1193
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 40
2) estreitar as relações existentes entre ensino e pesquisa, em observância às 1194
especificidades e às mudanças inerentes à produção do conhecimento relativa às duas áreas; 1195
3) construir orientações e diretrizes para a prática pedagógica com o fito de subsidiar 1196
o trabalho docente numa perspectiva crítica e reflexiva; 1197
4) materializar as necessidades didático-pedagógicas como seleção de conteúdo, 1198
transposição didática, utilização de metodologias adequadas à natureza da formação 1199
tecnológica articulada à formação básica; 1200
5) planejar ações formativas que visem minimizar as dificuldades docentes em 1201
transpor, didaticamente, os conhecimentos tecnológicos e científicos em saberes escolares; e 1202
6) estabelecer diálogos crítico-reflexivos e aproximações necessárias entre as ações 1203
planejadas para ensino e pesquisa. 1204
Com base no exposto, conjetura-se uma formação que vise superar a segregação entre o 1205
pensar e o fazer, uma visão sustentadora do modo de produção capitalista. Numa perspectiva 1206
contra-hegemônica ao modelo de educação que se submete à necessidade do capital em 1207
reproduzir a força de trabalho como mercadoria, apresenta-se a educação politécnica. De 1208
acordo com Malhão (1990, apud RODRIGUES, 2008, p. 170), a definição pela politecnia 1209
assegura que, na educação, essa base teórica se traduz em um projeto “de educação articulado 1210
com um projeto de sociedade não excludente [...] que se desvie da dualidade ‘educação 1211
propedêutica X formação profissional’ [...] e que tenha o ser humano como centro e não o 1212
mercado [de trabalho]”. 1213
Esse referencial se impõe como princípio e como percurso metodológico para uma 1214
formação profissional integrada à educação básica, na qual proporciona sustentação e 1215
correlação entre a teoria e prática, visando a elaboração e o desenvolvimento de currículos 1216
significativos que favoreçam a formação emancipada da classe trabalhadora. Defende-se, 1217
portanto, 1218
[...] uma formação que teria como essencial o domínio dos fundamentos científicos, 1219
envolvendo os sócio-históricos das diferentes técnicas utilizadas na produção moderna por 1220
parte do aluno. Seu horizonte é a educabilidade da classe trabalhadora e não o mero 1221
adestramento do aluno em técnicas produtivas. (OLIVEIRA, 2011, p. 69). 1222
1223
Esse ideário assume o materialismo histórico como aporte teórico-metodológico 1224 para provocar mudanças que efetivamente contribuam para a superação da dualidade 1225 histórica entre a educação profissional e o ensino médio no contexto educacional 1226 brasileiro. Em uma retrospectiva feita acerca das políticas para a educação brasileira, 1227 Moura (2010) destaca que o eixo determinante dessa divisão encontra-se nessa 1228 dualidade histórica, propulsora de uma educação propedêutica para a formação das 1229
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 41
elites e uma formação instrumental para os filhos da classe trabalhadora. Portanto, a 1230 presente proposta para a educação técnica de nível médio baseia-se na perspectiva 1231 da educação politécnica e tem como premissa superar essa dualidade, além de se 1232 comprometer com a formação integral e integrada. 1233
1234
1235
4.3.2 Princípios orientadores da educação profissional técnica de nível médio 1236
1237 1238
Considerando-se o significado social desse tipo de oferta, a autonomia pedagógica da 1239
Instituição, a concepção de formação técnica consolidada historicamente e de base marxiana, 1240
apresentam-se, a seguir, os princípios orientadores de todas as ofertas de formação técnica de 1241
nível médio dessa Instituição: 1242
entendimento da realidade concreta como síntese de múltiplas relações; 1243
compreensão de que homens e mulheres produzem sua condição humana como 1244
seres histórico-sociais capazes de transformar a realidade; 1245
integração entre a educação básica e a educação profissional, tendo como 1246
núcleo básico a ciência, o trabalho, a cultura e a tecnologia; 1247
organização curricular pautada no trabalho e na pesquisa como princípios 1248
educativos; 1249
respeito à pluralidade de valores e de universos culturais; 1250
respeito aos valores estéticos, políticos e éticos, traduzidos na estética da 1251
sensibilidade, na política da igualdade e na ética da identidade; 1252
construção do conhecimento compreendida mediante as interações entre sujeito 1253
e objeto e na intersubjetividade; 1254
compreensão da aprendizagem humana como um processo de interação social; 1255
inclusão social, respeitando-se a diversidade quanto às condições físicas, 1256
intelectuais, culturais e socioeconômicas dos sujeitos; 1257
prática pedagógica orientada pela interdisciplinaridade, pela contextualização e 1258
pelas dimensões do trabalho , da ciência, da cultura e da tecnologia; 1259
desenvolvimento de competências básicas e profissionais a partir tanto de 1260
conhecimentos científicos e tecnológicos quanto da formação cidadã e da 1261
sustentabilidade ambiental; 1262
formação de atitudes e capacidade de comunicação, visando à melhor 1263
preparação para o trabalho; 1264
construção identitária dos perfis profissionais com a necessária definição da 1265
formação para o exercício da profissão; 1266
flexibilização curricular, possibilitando a atualização permanente dos planos de 1267
cursos e do currículo; 1268
autonomia administrativa, pedagógica e financeira da Instituição; e 1269
reconhecimento do direito – dos educadores e dos educandos – à educação, ao 1270
conhecimento, à cultura e à formação de identidades, articulado à garantia do 1271
conjunto dos direitos humanos. 1272
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 42
Esses são princípios fundantes para o planejamento e o desenvolvimento dessas ofertas, 1273
bem como fundamentam a organização da proposta pedagógica da formação técnica de nível 1274
médio do campus Parauapebas. Esta referida proposta tem suas origens na experiência 1275
acumulada na oferta de cursos técnicos, na observância da fundamentação filosófica para 1276
emancipação e na concepção teórica de currículo de formação profissional integrado à 1277
educação básica. Tal construção é fruto de elaborações sistematizadas por vários 1278
pesquisadores da área de educação e trabalho preocupados em contribuir para o 1279
fortalecimento da educação profissional como uma prática educativa emancipatória a partir do 1280
referencial histórico-crítico. Muitas dessas sistematizações são elaboradas a partir de estudos 1281
e análises das políticas de educação profissional e tecnológica implementadas nos últimos 1282
governos e nas reformas neoliberais praticadas na educação brasileira nos últimos doze anos. 1283
A proposta pedagógica de formação de técnicos no campus Parauapebas destina-se a 1284
atender aos objetivos de uma educação básica de qualidade, aliada a uma formação para o 1285
trabalho, também de qualidade e significativa para os estudantes. Pautada nos princípios da 1286
integração (entre educação básica e formação profissional) e da construção de uma sociedade 1287
democrática e solidária, a materialidade curricular nasce da articulação entre propostas 1288
pedagógicas centradas nas dimensões trabalho, ciência, cultura, tecnologia, inovação e 1289
empreendedorismo assentadas em práticas interdisciplinares que venham a favorecer ampla 1290
formação profissional. Essa formação tem como força motriz o domínio dos princípios 1291
científicos, que, consequentemente, se configura em uma atuação com competência técnica, 1292
ética e política. 1293
Dessa forma, a organização curricular dos cursos técnicos de nível médio do campus 1294
Parauapebas fundamenta-se nos princípios do currículo integrado, na concepção de educação 1295
profissional integrada à educação básica e na estruturação por eixos tecnológicos constantes 1296
no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT), aprovado pela Resolução CNE/CEB 1297
03/2008, com base no Parecer CNE/CEB 11/2008. 1298
De acordo com esse Parecer, a organização curricular em eixos tecnológicos retrata uma 1299
concepção que possibilita o desenvolvimento de práticas pedagógicas integradoras que 1300
favorecem a articulação das dimensões de trabalho, ciência, tecnologia e cultura, à medida 1301
que os eixos tecnológicos se constituem de agrupamentos dos fundamentos científicos 1302
comuns, de intervenções na natureza, de processos produtivos e culturais, além de aplicações 1303
científicas às atividades humanas. Configura-se, assim, em um grande agrupamento de ações 1304
e de aplicações científicas às atividades humanas, em que cada eixo reúne vários tipos de 1305
técnicas, porém não se restringem ao emprego ou a utilizações destas. Nessa perspectiva, 1306
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 43
estão relacionados às dimensões socioeconômicas e às relações sociais adjacentes ao uso e 1307
produção de tecnologias aliadas à base científica. 1308
Um eixo tecnológico é constituído de um núcleo politécnico comum, baseado nas 1309
mesmas ciências e utiliza métodos semelhantes. A pesquisadora Lucília Machado, citada no 1310
Parecer CNE/CEB 11/2008, define eixo tecnológico como sendo a “linha central de 1311
estruturação de um curso, definida por uma matriz tecnológica, que dá a direção para o seu 1312
projeto pedagógico e que perpassa transversalmente a organização curricular do curso, dando-1313
lhe identidade e sustentáculo”. Segundo a pesquisadora, o “eixo tecnológico curricular orienta 1314
a definição dos componentes essenciais e complementares do currículo, expressa a trajetória 1315
do itinerário formativo, direciona a ação educativa e estabelece as exigências pedagógicas” 1316
(BRASIL, 2008. p. 8). Para essa pesquisadora, o conceito de eixo tecnológico está demarcado 1317
em uma linguagem didática como: 1318
Cada um dos eixos possui aspectos materiais das tecnologias envolvidas; aspectos 1319
práticos ou a arte do como fazer e aspectos sistêmicos pertinentes às relações técnicas e 1320
sociais subjacentes às tecnologias. Em todos se fazem, portanto, presentes: técnicas, métodos, 1321
gabaritos, processos, sistemas, linguagens, instrumentos, ferramentas, equipamentos, 1322
instalações, e todos tratam de estudos, análises, previsões, projetos, planejamentos, desenhos, 1323
fabricação, criação, produção, processamento, manejo, tratamento, conservação, 1324
melhoramento, recuperação, supervisão, inspeção, gerência, gestão, avaliação, controle. 1325
(MACHADO, 2010. p.101) 1326
Com base teórica no conceito de politecnia, aliada à busca pela construção de um 1327
caminho metodológico específico que venha a favorecer o processo ensino-aprendizagem na 1328
educação profissional e tecnológica, a arquitetura curricular dessa oferta, organizada por eixos 1329
tecnológicos, traz a compreensão de núcleo politécnico comum como um componente 1330
curricular transversal que articula vários saberes e não simplesmente um saber disciplinar. O 1331
núcleo politécnico comum integra as bases científicas gerais que fundamentam inventos e 1332
soluções tecnológicas, referem-se aos princípios que estão inerentes às técnicas, aos 1333
processos, inventos tecnológicos e soluções tecnológicas. 1334
Convém situar que politecnia não é equivalente à polivalência. De acordo com Machado 1335
(1992), polivalência se refere a um tipo de trabalho mais variado que obedece a uma 1336
racionalização de natureza pragmática, utilitarista e instrumental. Isso exige, do trabalhador 1337
principalmente, capacidades de abertura, de adaptação às mudanças, de lidar com situações 1338
diferenciadas e apresenta caráter flexível. Entretanto, a politecnia se apresenta com uma 1339
noção de conhecimento muito mais amplo. Diz respeito à recomposição do trabalho 1340
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 44
fragmentado, à valorização dos saberes não padronizáveis, ao domínio da técnica em nível 1341
intelectual, exigindo do trabalhador, principalmente, compreensão teórico-prática das bases 1342
das ciências contemporâneas, dos princípios tecnológicos e de organização e gestão do 1343
trabalho. 1344
Os núcleos politécnicos comuns contemplam as metodologias de caráter geral e de nível 1345
básico empregadas em atividades de diagnóstico, planejamento, monitoramento, e avaliação. 1346
Compreendem noções básicas que respondam às necessidades comuns de orientações no 1347
sistema da produção social, de atuações em campos de atividade tecnológica, contextos 1348
tecnológicos, setores de atividade tecnológica, áreas profissionais e profissões. Atende ainda, 1349
numa perspectiva crítica, às demandas relacionadas à presença da tecnologia na vida 1350
doméstica, no lazer, na vida comunitária. Mediante o caráter de base científica transversal, os 1351
núcleos politécnicos comuns exercem a função de eixo estruturador, favorecendo a 1352
organização de modelos pedagógicos integradores de conhecimentos que contribui para a 1353
transferência de aprendizagens, além de possibilitar a elaboração de propostas pedagógicas 1354
inovadoras que atendam às demandas contemporâneas da educação profissional e tecnológica 1355
(MACHADO, 2010). 1356
Com base na compreensão exposta e no intento de construir um caminho metodológico 1357
para a integração de conhecimentos nos cursos técnicos de nível médio, a proposta 1358
pedagógica para todas as formas de desenvolvimento desses cursos pelo campus Parauapebas, 1359
busca um viés inovador na perspectiva da reestruturação curricular, à luz dos referenciais de 1360
eixos tecnológicos. Trata-se de uma proposta que visa superar a justaposição de áreas de 1361
conhecimentos ou disciplinas, procura reforçar as iniciativas existentes e viabilizar novas 1362
práticas interdisciplinares, além de responder a algumas problemáticas na vivência do 1363
currículo integrado. Esse conjunto de intenções se materializa na reconceituação da matriz 1364
curricular em núcleos politécnicos. 1365
A arquitetura de tal proposta alicerça-se nas concepções de eixo tecnológico, conforme 1366
entendimento de Machado (2010); de educação politécnica, conforme entendimento de 1367
Saviani (1989); de currículo integrado, conforme entendimento de Frigotto, Ciavatta e Ramos 1368
(2005) e de filosofia da práxis, conforme entendimento de Araújo e Rodrigues (2011). 1369
Embasou-se também em outras sustentações de perfil marxiano, como, por exemplo, Frigotto 1370
(1984) e Gadotti (1983). 1371
Utilizando-se as aproximações conceituais entre educação politécnica e a concepção dos 1372
eixos tecnológicos, o recurso de transposição didática e os princípios filosóficos do currículo 1373
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 45
integrado, constituiu-se a presente arquitetura curricular para os cursos técnicos do campus 1374
Parauapebas, do IFPA, formada por núcleos politécnicos. 1375
Esses núcleos politécnicos se referem ao agrupamento de conhecimentos científicos que 1376
dão suporte ao ensino e à aprendizagem dos processos tecnológicos em determinada atuação 1377
profissional de nível técnico, à luz dos fundamentos da educação politécnica. Deixa-se, assim, 1378
de priorizar a centralidade no processo produtivo para se preocupar com o domínio dos 1379
princípios científicos que são basilares para o desempenho técnico e tecnológico 1380
(MACHADO, 2010). 1381
A organização e a composição dos núcleos favorecem ou exigem a prática da 1382
interdisciplinaridade, apontando para o reconhecimento da necessidade de diálogo entre as 1383
diferentes áreas do saber. Além de demarcar uma educação profissional e tecnológica 1384
possibilitadora da integração de conhecimentos científicos e tecnológicos, valoriza as 1385
experiências e saberes advindos do mundo do trabalho, e possibilita, enfim, uma formação 1386
técnica capaz de construir o pensamento tecnológico crítico e a capacidade de intervir em 1387
situações concretas. 1388
Na composição dos núcleos politécnicos da proposta estão envolvidos conhecimentos 1389
científicos sistematizados historicamente, selecionados como necessários à formação básica 1390
de todos os alunos do currículo integrado, independentemente do curso ou eixo em que esteja 1391
vinculado o curso, não se faz distinção das bases de conhecimentos científicos gerais. 1392
Também compõem esses núcleos as concepções e as realizações tecnológicas de uma 1393
determinada atuação profissional, a compreensão e a utilização de recursos (conceituais, 1394
procedimentais e materiais) e diversas estratégias aplicadas à resolução de problemas e 1395
construídas historicamente, de modo a atender às questões da contemporaneidade. 1396
Estabelece-se como uma proposta construída com o fito de favorecer a integração de 1397
conteúdos de base científica, tecnológica e sociocultural, tendo como principal objetivo 1398
qualificar a formação dos estudantes na perspectiva de facilitar a transferência de 1399
aprendizagens e a construção de conhecimentos na formação técnica de nível médio. 1400
1401
1402 1403
4.3.3 Diretrizes e indicadores metodológicos para os cursos técnicos de nível médio 1404
1405 De modo a responder aos princípios orientadores da educação profissional técnica de 1406
nível médio, apresenta-se um modelo de desenho curricular fundamentado nos referenciais 1407
que estabelecem os eixos tecnológicos articulados à concepção de formação integrada. Desse 1408
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 46
modo, a estrutura curricular dos cursos técnicos do IFPA deve corresponder a uma matriz 1409
composta por núcleos politécnicos: núcleo fundamental, núcleo estruturante, núcleo 1410
articulador e núcleo tecnológico. 1411
O núcleo Conhecimentos Matemáticos corresponde a conhecimentos de base científica, 1412
indispensáveis ao bom desempenho acadêmico dos ingressantes. Destina-se, exclusivamente, 1413
aos cursos integrados EJA e técnicos subsequentes. Para os cursos técnicos integrados EJA, 1414
constitui-se de conhecimentos de revisão de Matemática do ensino fundamental. Para os 1415
cursos subsequentes, deve contemplar conhecimentos de revisão de matemáticas do ensino 1416
médio, não contempladas nos núcleos articulador e tecnológico; 1417
O núcleo estruturante corresponde a conhecimentos do ensino médio (Linguagens; 1418
Ciências Humanas; Ciências da Natureza; e Matemática), contemplando conteúdos de base 1419
científica e cultural basilares para a formação humana integral; 1420
O núcleo articulador corresponde a conhecimentos do ensino médio e da educação 1421
profissional, contemplando conteúdos em estreita articulação com o curso e com 1422
conhecimentos comuns a todos os eixos tecnológicos e elementos expressivos para a 1423
integração curricular. É composto por bases científicas que alicerçam inventos e soluções 1424
tecnológicas, suportes de uso geral tais como tecnologias de informação e comunicação, 1425
tecnologias de organização, saúde e segurança no trabalho, noções básicas sobre como se 1426
orientar no sistema da produção social e relações entre ciência, tecnologia, cultura, sociedade 1427
e trabalho. Deve contemplar: disciplinas de base científica e tecnológica comuns aos eixos 1428
(como parte diversificada do ensino médio); disciplinas técnicas de articulação com o núcleo 1429
estruturante (aprofundamento de base científica); e disciplinas técnicas âncoras para práticas 1430
interdisciplinares; 1431
O núcleo tecnológico corresponde a conhecimentos da formação técnica específica, de 1432
acordo com a área profissional e o eixo tecnológico. Composto por bases científicas e 1433
tecnológicas que alicerçam inventos e soluções tecnológicas, controle e processos 1434
tecnológicos, gestão de bens e serviços, suportes de uso geral. 1435
A figura 1, a seguir, ilustra a visão de conjunto da estrutura curricular dos cursos 1436
técnicos e apresenta o desenho curricular organizado por núcleos politécnicos, a partir da 1437
estruturação em eixos tecnológicos e na busca pela materialização da filosofia da práxis na 1438
formação técnica de nível médio. 1439
1440
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 47
1441
1442
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1461
1462
1463
1464
1465
1466
1467
1468
1469
Aliada a essa estrutura de matriz, a prática profissional é concebida como componente 1470
curricular indispensável na formação técnica. Será desenvolvida com um total de 20% das 1471
carga horária total do curso disposta no Catalogo Nacional de Cursos Técnicos versão 1472
atualizada, que serão acrescentadas à carga horária estabelecida os eixo tecnológico, 1473
independentemente da modalidade de curso, isto é, as horas dessa atividade curricular são 1474
CURSO TÉCNICO
INTEGRADO
REGULAR
NÚCLEO
ESTRUTURANTE
Unidades curriculares
de ensino médio
NÚCLEO
ARTICULADOR
Unidades curriculares
de base científica e
tecnológica comuns
aos eixos
tecnológicos e
disciplinas técnicas
de articulação e
integração
NÚCLEO
TECNOLÓGICO
Unidades curriculares
técnicas específicas
do curso, não
contempladas no
Núcleo Articulador
CURSO TÉCNICO
INTEGRADO EJA
CONHECIMENTOS
MATEMÁTICOS
Unidades curriculares
de revisão e
nivelamento do
ensino da
matemática
NÚCLEO
ESTRUTURANTE
Unidades curriculares
de ensino médio
NÚCLEO
ARTICULADOR
Unidades curriculares
de base científica e
tecnológica comuns
aos eixos
tecnológicos e
disciplinas técnicas
de articulação e
integração
NÚCLEO
TECNOLÓGICO
Unidades curriculares
técnicas específicas
do curso, não
contempladas no
Núcleo Articulador
CURSO TÉCNICO
SUBSEQUENTE
CONHECIMENTO
MATEMÁTICOS
Unidades curriculares
de revisão e
nivelamento do
ensino da
matemática
NÚCLEO
ARTICULADOR
Unidades curriculares
de base científica e
tecnológica comuns
aos eixos
tecnológicos e
disciplinas técnicas
de articulação e
integração
NÚCLEO
TECNOLÓGICO
Unidades curriculares
técnicas específicas
do curso, não
contempladas no
Núcleo Articulador
Figura 1 - organização dos cursos técnicos de nível médio em núcleos politécnicos
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 48
computadas na carga horária total do curso. As práticas de estágio deverão ocorrer depois de 1475
concluídos o primeiro semestre do curso, quando for subsequente e o primeiro ano do curso, 1476
no caso de curso integrado ao ensino médio. 1477
A proposição de reorganização das matrizes curriculares teve como principais 1478
finalidades: favorecer a integração do currículo, ajustar a proposta pedagógica dos cursos 1479
técnicos de acordo com as orientações para organização por eixos tecnológicos e atender às 1480
necessidades revisionais apontadas na avalição desses cursos. Teve, como objetivo central, 1481
possibilitar a unidade dos projetos de cursos no campus Parauapebas do IFPA. Em especial, 1482
ateve-se a possibilitar: uma unidade concernente à concepção da formação técnica, uma 1483
revisão nas cargas horárias das disciplinas, nos conteúdos e nas propostas metodológicas. 1484
O trabalho coletivo entre os grupos de professores (da mesma base de conhecimento ou 1485
de bases científica e tecnológica específicas) é imprescindível à construção de práticas 1486
didático-pedagógicas integralizadoras. Essa atitude pode resultar na construção e apreensão 1487
dos saberes pelos estudantes numa perspectiva do pensamento crítico. Para planejar essas 1488
atividades e desenvolvê-las, os professores têm reserva de carga horária semanal, horários 1489
para encontros ou reuniões de grupo, destinados à realização de um planejamento antecipado, 1490
para acompanhamento pedagógico sistemático e para a socialização de experiências e a 1491
correção de rumos. 1492
Por fim, o êxito na implementação e no desenvolvimento da política de formação 1493
técnica apresentada requer, essencialmente, ações de formação continuada para os educadores 1494
em geral. Essa formação destina-se à compreensão dos princípios pedagógicos, filosóficos e 1495
legais que subsidiam a concepção e a organização da política definida neste Projeto Político- 1496
Pedagógico, associada a uma estrutura de gestão pedagógica favorecedora do processo 1497
pedagógico. 1498
1499
a) Diretrizes e indicadores metodológicos para os cursos técnicos de nível médio 1500 na forma integrada (regular) 1501
1502 Os cursos técnicos de nível médio na forma integrada regular fundamentam-se teórico-1503
metodologicamente nos princípios da politecnia, da formação ominilateral, da 1504
interdisciplinaridade, da contextualização e nos demais pressupostos da formação técnica 1505
integrada à educação básica, usualmente denominada de currículo integrado. Esses cursos 1506
estão estruturados a partir dos princípios, fundamentos, concepções, diretrizes, objetivos, 1507
características e decisões institucionais. 1508
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 49
Em se tratando dos cursos técnicos integrados regulares, são cursos que objetivam 1509
formar cidadãos capacitados para atuar como profissionais técnicos de nível médio a partir de 1510
uma sólida formação básica em articulação com o trabalho, a ciência, a cultura e a tecnologia. 1511
Esses cursos têm como principal ideário uma formação cidadã que viabilize a construção da 1512
autonomia e a superação da dualidade histórica entre os que são formados para o trabalho 1513
manual e os que são formados para o trabalho intelectual - a histórica separação entre o pensar 1514
e o fazer, característica sedimentadora do modelo capitalista. 1515
Esta proposta fundamenta-se nas concepções do currículo integrado, na estrutura 1516
curricular organizada por eixos tecnológicos, previstos no Catálogo Nacional de Cursos 1517
Técnicos (CNCT), além dos referenciais metodológicos propiciadores de integração entre a 1518
educação básica e a formação profissional. Além disso, os cursos estão organizados em 1519
observância ao conjunto de diretrizes curriculares nacionais estabelecidas pelo MEC, os quais 1520
regem a educação profissional e tecnológica. 1521
De acordo com BRASIL (2007), “a opção pelo apoio a forma de oferta de educação 1522
profissional técnica de nível médio dá-se, principalmente, pelo fato de ser a que melhor 1523
apresenta resultados pedagógicos”. A partir da ampliação de sua oferta, por meio do Programa 1524
Brasil Profissionalizado, instituído pelo Decreto no 6.302, de 12 de dezembro de 2007, 1525
pretende-se estimular o ensino médio integrado à educação profissional, com o intuito de 1526
enfatizar a educação cietífica e humanística, por meio da articulação entre a formação geral e 1527
educação profissional. Desta maneira, pretende-se considerar a realidade concreta no contexto 1528
dos arranjos produtivos e das vocações sociais, culturais, econômicas locais e regionais. A 1529
base da formação integral do trabalhador, expressa no Decreto no 5.154/2004, apresenta os 1530
pressupostos para a concretização da oferta, suas concepções e princípios e alguns 1531
fundamentos para a construção de um projeto político-pedagógico integrado. 1532
Apresentam-se, a seguir, as diretrizes e os indicadores metodológicos para os cursos 1533
técnicos de nível médio na forma integrada regular, tomando-se como referência: estrutura 1534
curricular, prática profissional e requisitos e formas de acesso. 1535
No que se refere à estrutura curricular, deve-se considerar que os cursos técnicos 1536
integrados regulares organizam-se em três núcleos, dentro da concepção de núcleos 1537
politécnicos defendida (Figura 1): o estruturante, o articulador e o tecnológico. 1538
Os cursos estão estruturados em sistema anual, possuem duração de três anos letivos, 1539
com uma distribuição variável das disciplinas do ensino médio e da formação técnica, tendo 1540
periodicidades anual. As disciplinas da formação técnica, preferencialmente, devem estar 1541
presentes da primeira à última série do curso. Como diretriz orientadora da revisão da matriz 1542
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 50
curricular, ficou definida a quantidade máxima de, preferencialmente, até 10 disciplinas por 1543
período. 1544
A matriz curricular dos cursos deve estar organizada por disciplinas em regime anual, 1545
sendo contemplados os mínimos de 2.400 horas de disciplinas destinadas ao ensino médio e 1546
de 800, 1.000 ou 1.200 horas de disciplinas técnicas, de acordo com o curso, conforme carga 1547
horária estabelecida no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos (CNCT). Além da carga 1548
horária estabelecida para formação geral e específica, deve ser acrescida a quantidade de 20% 1549
de horas reservadas à prática profissional em relação carga horária total da base técnica 1550
prevista no Catalogo Nacional de Cursos Técnicos e 60 horas reservadas para atividades 1551
complementares. 1552
As disciplinas que compõem a matriz curricular devem estar articuladas entre si, 1553
fundamentadas nos conceitos de interdisciplinaridade e contextualização. Orientar-se-ão pelos 1554
perfis profissionais de conclusão estabelecidos no Projeto Pedagógico do Curso, ensejando a 1555
formação integrada que articula ciência, trabalho, cultura e tecnologia, assim como a 1556
aplicação de conhecimentos teórico-práticos específicos do eixo tecnológico e da habilitação 1557
específica, contribuindo, assim, para uma sólida formação técnico-humanística dos 1558
estudantes. 1559
No que se refere à prática profissional nos cursos técnicos integrados regulares, deve-1560
se considerar o cumprimento de carga horária mínima de 20% de horas reservadas à prática 1561
profissional em relação carga horária total da base técnica prevista no Catalogo Nacional de 1562
Cursos Técnicos. Também devem ser consideradas as modalidades de realização dessa 1563
prática: desenvolvimento de projetos integradores/técnicos, de extensão e/ou de pesquisa; e/ou 1564
estágio curricular supervisionado (estágio técnico), a partir do início do segundo semestre do 1565
curso. Tanto os projetos quanto o estágio podem ser desenvolvidos no IFPA, na comunidade 1566
e/ou em locais de trabalho, objetivando a unidade entre teoria-prática e baseando-se nos 1567
princípios da interdisciplinaridade e da contextualização, bem como na gestão de processos de 1568
produção. Adicionalmente, serão realizadas 60 horas de atividades complementares. 1569
No que se refere a requisitos e a formas de acesso, devem-se considerar as seguintes 1570
possibilidades, representadas na Figura 2. 1571
Processo de seleção, conveniado ou aberto ao público: para portadores de certificado 1572
de conclusão do ensino fundamental (para o 1º período); e transferência: para estudantes 1573
matriculados em cursos técnicos integrados regulares (a partir do 2º período); 1574
O processo de seleção pode ser constituído de provas (exame) e/ou programas, ambos 1575
desenvolvidos pela própria Instituição. 1576
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 51
1577
1578
Figura 2 – Requisitos e formas de acesso para os cursos técnicos integrados regulares 1579
1580 1581 1582 b) Diretrizes e indicadores metodológicos para os cursos técnicos de nível médio na 1583 forma integrada na modalidade EJA 1584
1585 Os cursos técnicos integrados na modalidade Educação de Jovens e Adultos - EJA 1586
objetivam formar cidadãos capacitados a atuar como profissionais técnicos de nível médio. 1587
Traçando um rápido percurso histórico, esses cursos foram implementados, nos Institutos 1588
Federais, em meio a um conjunto de ações político-pedagógicas do Governo Federal no ano 1589
de 2006, através do Programa de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica 1590
na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Instituído pelo Decreto 1591
5.840/2006, o PROEJA apresenta-se como uma iniciativa que visa à inclusão social 1592
emancipatória dos sujeitos que, na faixa etária regular indicada em toda legislação, não 1593
tiveram a oportunidade de acesso à educação básica ou não a concluíram nessa faixa. Em 1594
consonância com a função social do Instituto, esse se configura em um dos fatores que 1595
mobilizam e justificam a adesão ao programa. 1596
No mapa geral das ofertas, devem ser destinadas 10% do total de vagas para o 1597
PROEJA, um percentual mínimo estabelecido pelo Decreto 5.840/2006, que deve ser 1598
acrescidas de acordo com aumento da demanda de vagas. São compostas diversas turmas, 1599
planejadas para diferentes cursos técnicos integrados, no turno diurno ou noturno, de acordo 1600
com a estrutura organizacional do campus. Nesse particular, é preciso fazer as devidas 1601
adequações às condições de vida, de tempo escolar e de trabalho inerentes ao público da EJA. 1602
Em se tratando da consideração das especificidades desse público, um diferencial, por 1603
exemplo, consiste em destinar vagas para o turno noturno, em razão das necessidades básicas 1604
desse público que em sua grande parcela são trabalhadores que tem direito a ter uma educação 1605
voltada para sua realidade social e assim, tem direito a uma proposta de oferta de ensino que , 1606
concilie trabalho e ensino formal. Nesse sentido, destinar ofertas diurnas é, por vezes um 1607
complicador, por ser incompatível com a disponibilidade desses estudantes. 1608
CURSO TÉCNICO
INTEGRADO REGULAR
Portadores de
certificado de
conclusão do ensino
fundamental
Alunos
matriculados em
outros cursos
integrados
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 52
A preocupação e compromisso do campus Parauapebas com o PROEJA, alia educação 1609
básica à educação profissional, elevando-se o nível de escolaridade dos jovens e adultos, na 1610
perspectiva de uma formação integral para o mundo do trabalho. Desse modo, os cursos 1611
técnicos integrados EJA estão fundamentados nas concepções de formação técnica integrada à 1612
educação básica, além do tratamento pedagógico relativo à educação de jovens e adultos. Para 1613
tanto, organizam-se, metodologicamente, pelos princípios do currículo integrado em 1614
articulação com os princípios da EJA. 1615
Essa formação ocorre por meio da obtenção de uma habilitação profissional técnica 1616
integrada ao ensino médio que também concede o direito à continuidade de estudos na 1617
educação superior, buscando o Campus Parauapebas a garantia de ofertar uma educação ao 1618
longo da vida. 1619
Consideram-se os pressupostos teóricos de concepção curricular semelhantes entre a 1620
formação técnica nos cursos integrados regulares e integrados EJA, no que se refere aos 1621
fundamentos de uma formação técnica integrada, tendo em vista ser igual a natureza da 1622
formação. No entanto, diferenciam-se em todo o processo pedagógico no que se refere ao 1623
planejamento das atividades, às definições metodológicas e às finalidades e objetivos da 1624
natureza específica do público da educação de jovens e adultos. 1625
Em respeito às especificidades do aluno adulto da EJA, faz-se necessário traçar 1626
diretrizes e indicadores metodológicos para os processos pedagógicos no desenvolvimento 1627
dos cursos integrados nessa modalidade. 1628
Convém enfatizar que a metodologia é um conjunto de procedimentos empregados 1629
para atingir os objetivos propostos. Nos processos pedagógicos institucionais, respeita-se a 1630
autonomia dos docentes do IFPA no momento da transposição didática dos conhecimentos 1631
selecionados nos componentes curriculares dos cursos integrados EJA. No entanto, 1632
reconhece-se, também, que é necessário dar um tratamento diferenciado às metodologias de 1633
ensino e aprendizagem escolar para estudantes da modalidade EJA, em especial. Isso 1634
pressupõe a adequação de procedimentos didático-pedagógicos, por parte dos educadores, a 1635
fim de que se possa auxiliar os alunos adultos nas suas construções intelectuais, 1636
procedimentais e atitudinais, o reconhecendo e empoderando como um trabalhador que 1637
estudar, e não somente como uma estudante que trabalha. 1638
Nessa direção, recomenda-se: 1639
elaborar e implementar o planejamento, o registro e a análise das aulas e das 1640
atividades realizadas; 1641
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 53
problematizar o conhecimento, sem esquecer-se de considerar as 1642
especificidades dos diferentes ritmos de aprendizagens e a subjetividade do 1643
aluno adulto e seus contextos extraescolares, incentivando-o a pesquisar em 1644
diferentes fontes; 1645
contextualizar os conhecimentos, valorizando as experiências dos alunos 1646
adultos, sem perder de vista a (re)construção dos saberes historicamente 1647
construídos ao longo da vida; 1648
elaborar materiais didáticos adequados a esse público a serem trabalhados em 1649
aulas expositivas dialogadas e atividades em grupo; 1650
utilizar recursos tecnológicos adequados ao público envolvido para subsidiar as 1651
atividades pedagógicas; 1652
disponibilizar apoio pedagógico para alunos que apresentarem dificuldades, 1653
visando à permanência nos estudos, a melhoria contínua da aprendizagem e a 1654
conclusão dos estudos com sucesso; 1655
diversificar as atividades acadêmicas, utilizando aulas expositivas dialogadas e 1656
interativas, momentos colaborativos e cooperativos da aprendizagem, 1657
desenvolvimento de projetos, aulas experimentais (em laboratórios), visitas 1658
técnicas, seminários, debates, atividades individuais e em grupo, exposição de 1659
filmes, grupos de estudos e outras; 1660
organizar o ambiente educativo de modo a articular múltiplas atividades 1661
voltadas às diversas dimensões de formação dos jovens e adultos, favorecendo 1662
a transformação das informações em conhecimentos diante das situações reais 1663
de vida; 1664
adequar os processos avaliativos da aprendizagem, no sentido de atender as 1665
reais necessidades do aluno da EJA, a fim de lhe assegurar a permanência e a 1666
conclusão dos estudos, com êxito. 1667
1668
Tomando-se os indicadores metodológicos como referência, essas iniciativas implicam 1669
esforços conjuntos, sobretudo nas ações didático-pedagógicas e nas decisões administrativas, 1670
envolvendo gestores, docentes e técnicos administrativos, no sentido de buscar alternativas 1671
para melhor compreender o processo de ensino e aprendizagem inerentes aos cursos 1672
vinculados ao PROEJA e, consequentemente, fortalecer essa atuação, com vistas à superação 1673
de fragilidades e à amplitude dos alcances. 1674
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 54
Apresentam-se, a seguir, as diretrizes e os indicadores metodológicos para os cursos 1675
técnicos de nível médio na forma integrada na modalidade EJA, tomando-se como referência: 1676
estrutura curricular, prática profissional, bem como requisitos e formas de acesso. 1677
No que se refere à estrutura curricular, deve-se considerar que os cursos técnicos 1678
integrados na modalidade EJA organizam-se em quatro núcleos, dentro da concepção de 1679
núcleos politécnicos defendida (Figura 1): o fundamental, o estruturante, o articulador e o 1680
tecnológico. 1681
A matriz curricular dos cursos técnicos de nível médio integrados na modalidade EJA 1682
deve estar organizada em uma base de conhecimentos científicos e tecnológicos, sendo 1683
contemplados os mínimos de 2.400 horas para o total do curso, 1.200 horas de ensino médio e 1684
de 800, 1.000 ou 1.200 horas de disciplinas técnicas, de acordo com o curso conforme carga 1685
horária estabelecida no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos. Além da carga horária 1686
estabelecida para formação geral e a específica, deve ser acrescida a quantidade de 20% das 1687
horas dispostas no Catalogo Nacional de Cursos Técnicos reservadas à prática profissional. 1688
Esses cursos devem ter a duração máxima de cinco semestres letivos, com disciplinas 1689
do ensino médio e do ensino técnico semestrais, distribuídas do primeiro ao último semestre, 1690
de forma equilibrada e interdependente, de modo a caracterizar o diálogo e a necessária 1691
integração entre conhecimentos científicos e tecnológicos. Como diretriz orientadora dessa 1692
composição, a matriz deve-se constituir, preferencialmente, de até oito disciplinas por 1693
período. No que se refere a requisitos e a formas de acesso, devem-se considerar as seguintes 1694
possibilidades, representadas na Figura 3: 1695
processo de seleção, conveniado ou aberto ao público: para portadores de 1696
certificado de conclusão do ensino fundamental (para o 1º período); e 1697
transferência: para estudantes matriculados em cursos técnicos integrados na 1698
modalidade EJA (a partir do 2º período); 1699
O processo de seleção pode ser constituído de provas (exame) e/ou programas, ambos 1700
desenvolvidos pela própria Instituição. 1701
1702
1703
1704
1705 Figura 3 – Requisitos e formas de acesso para os cursos técnicos integrados na 1706
modalidade EJA. 1707
1708 1709
CURSO TÉCNICO
INTEGRADO À EJA
Portadores de
certificado de
conclusão do ensino
fundamental
Alunos
matriculados em
outros cursos
integrados EJA
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 55
1710
1711 c) Diretrizes e indicadores metodológicos para os cursos técnicos de nível médio na 1712
forma subsequente 1713 1714 1715
A educação profissional técnica subsequente ao ensino médio tem por finalidade 1716
formar técnicos de nível médio para atuarem nos diferentes processos de trabalho 1717
relacionados aos eixos tecnológicos com especificidade em uma habilitação técnica 1718
reconhecida pelos órgãos oficiais e profissionais. 1719
É uma formação técnica destinada a quem já concluiu o ensino médio e visa uma 1720
melhor preparação para o mundo do trabalho via uma educação destinada à 1721
profissionalização. Pode-se classificar como um nível de formação intermediário entre o 1722
ensino médio e o ensino superior, de acordo com a Classificação Internacional Normalizada 1723
da Educação (International Standard Classification of Education, ISCED97 - UNESCO). 1724
Muito embora os marcos legais estabeleçam que a formação técnica subsequente não 1725
esteja articulada ao ensino médio, a organização curricular dos cursos técnicos subsequentes 1726
desenvolvidos pelo campus Parauapebas demonstra que essa oferta é concebida e estruturada 1727
de modo a garantir uma formação técnica que prioriza a integração à educação básica. 1728
O modelo proposto, tanto em relação à estrutura curricular quanto em relação à 1729
organização metodológica, visa articular as dimensões trabalho, ciência, cultura e tecnologia. 1730
Além disso, estabelece vinculação e diálogo diretos com algumas áreas da formação básica ao 1731
reforçar a necessária revisão de algumas disciplinas fundamentais à formação técnica e eleger 1732
conhecimentos comuns a todas as ofertas no núcleo articulador. Mantêm-se, desse modo, 1733
consonância com os princípios orientadores do currículo integrado da formação técnica e com 1734
as exigências acerca de padrões de qualidade correlatos aos demais cursos técnicos de nível 1735
médio. 1736
Esse posicionamento justifica-se pela defesa de uma formação técnica emancipatória 1737
fundamentada no compromisso de superar a clássica divisão no acesso ao conhecimento entre 1738
a elite dominante e a classe trabalhadora. Essa superação se efetiva, na educação, por meio de 1739
um currículo integrado organizado, sob a ótica da autonomia pedagógica e sob a égide de 1740
princípios pedagógicos libertários, os cursos subsequentes vêm se construindo, no campus 1741
Parauapebas, a partir de um formato crítico na busca da emancipação e da formação cidadã. 1742
Os elementos constitutivos de uma proposta para a formação técnica subsequente, de 1743
qualidade social e que venha atender aos referenciais teóricos desse PPP, fundamentam-se na 1744
estruturação de um desenho curricular concebido sob os mesmos princípios das demais 1745
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 56
ofertas de formação técnica. Assim, em atendimento ao compromisso com a qualidade da 1746
formação ofertada nos cursos subsequentes, essa proposta apresenta diferenciais pedagógicos 1747
quanto à diretriz orientadora da duração dos cursos em dois anos, à articulação entre as bases 1748
científicas e tecnológicas e quanto à organização curricular em núcleos politécnicos. 1749
Para tanto, constituiu-se uma estrutura curricular que promove o domínio dos 1750
conteúdos científicos e tecnológicos, favorece a realização de práticas interdisciplinares e 1751
contextualizadas, bem como o desenvolvimento de atividades de prática profissional e é 1752
orientada por uma proposta pedagógica que atenda aos perfis requeridos pelos contextos 1753
socioeducativo e cultural. 1754
Esse modo de atuar na educação profissional técnica subsequente objetiva romper com 1755
a dualidade entre educação básica e formação técnica, possibilitando resgatar o princípio da 1756
formação humana em sua totalidade, superar a visão dicotômica entre o pensar e o fazer a 1757
partir do princípio da politecnia. É uma decisão institucional, com vistas a propiciar a 1758
formação humana integral em que a formação profissionalizante não tenha uma finalidade em 1759
si mesma, nem seja orientada pelos interesses do mercado de trabalho. Essa modalidade 1760
formativa deve-se constituir em possibilidade real para a construção dos projetos de vida dos 1761
estudantes (FRIGOTTO, CIAVATTA, RAMOS, 2005). 1762
Longe de ser concebida como uma formação especificamente voltada para o setor 1763
produtivo e com vistas a atender às necessidades imediatas do mercado de trabalho, a 1764
exemplo do que está pensado para as demais ofertas, a formação técnica subsequente 1765
desenvolvida pelo IFPA se propõe privilegiar a visão crítico-reflexiva em seus processos 1766
formativos, voltada para a emancipação, por meio da qual a atuação profissional técnica esteja 1767
ancorada nos princípios científicos e tecnológicos, de modo que o profissional técnico domine 1768
as bases de sustentação do seu fazer. 1769
Em atendimento às necessidades dos estudantes ingressantes, faz-se necessário traçar 1770
diretrizes e indicadores metodológicos para os processos pedagógicos do desenvolvimento 1771
dos cursos integrados na forma subsequente. 1772
Para os cursos técnicos de nível médio na forma subsequente, a dimensão 1773
metodológica é entendida como um conjunto de procedimentos empregados para atingir os 1774
objetivos propostos para que haja a devida articulação entre a educação básica e a educação 1775
profissional e tecnológica, com o objetivo de assegurar uma formação integral e integrada aos 1776
estudantes. Para a sua concretude, é recomendado considerar as características específicas dos 1777
alunos, seus interesses, suas condições de vida e de trabalho, além de observar os seus 1778
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 57
conhecimentos prévios, orientando-os na (re)construção de seus saberes acadêmicos, bem 1779
como na especificidade do curso. 1780
Para tanto, os professores deverão desenvolver aulas de campo, atividades 1781
laboratoriais, projetos integradores e práticas coletivas com o objetivo de envolver os 1782
estudantes em atividades, tais como práticas interdisciplinares, seminários, oficinas, visitas 1783
técnicas e desenvolvimento de projetos, entre outras que se façam necessárias durante os 1784
períodos letivos. 1785
A matriz curricular dos cursos subsequentes está organizada em blocos de disciplinas. 1786
Desenvolvem-se em regime seriado semestral com uma carga horária mínima variável, 1787
destinada às disciplinas e atividades curriculares de formação científica e tecnológica. A 1788
duração dos cursos é definida de acordo com as determinações de carga horária mínima de 1789
cada eixo tecnológico. Na configuração do catálogo nacional de cursos técnicos (BRASIL, 1790
2008), os eixos tecnológicos têm exigência mínima de carga horária, em função da 1791
especificidade de cada atuação profissional, variando entre 800, 1.000 e 1.200 horas. É válido 1792
ressaltar que, para cada carga horária da habilitação técnica, será acrescida a quantidade de 1793
20% horas destinadas à prática profissional e 60 horas de atividades complementares. 1794
No que se refere a requisitos e a formas de acesso, devem-se considerar as seguintes 1795
possibilidades, representadas na Figura 4: 1796
processo de seleção, conveniado ou aberto ao público: para portadores de 1797
certificado de conclusão do ensino médio (para o 1º período); 1798
transferência: para estudantes matriculados em cursos técnicos no mesmo eixo 1799
tecnológico (a partir do 2º período); e 1800
reingresso: para portadores de diploma de cursos técnicos (a partir do 2º 1801
período). O processo de seleção pode ser constituído de provas (exame) e/ou 1802
programas, ambos desenvolvidos pela própria Instituição. 1803
1804
1805
1806
1807
1808
1809
1810
1811
Figura – 4 Requisitos e formas de acesso para os cursos técnicos subsequentes 1812
CURSO TÉCNICO
SUBSEQUENTE
Reingresso para
portadores de diploma
de cursos técnicos.
Alunos
matriculados em
outros cursos
subsequentes
mesmo eixo
tecnológico Portadores de
diploma de curso
técnico de nível
médio
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 58
1813
4.4 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE GRADUAÇÃO 1814
1815
4.4.1 Concepção da educação superior de graduação 1816
1817
Os princípios norteadores da estrutura curricular, gestão e finalidades da educação de 1818
nível superior no âmbito do IFPA campus Parauapebas são sistematizados neste PPP. São 1819
princípios embasados em concepções que almejam integrar ser humano, sociedade, educação, 1820
cultura, trabalho, ciência e tecnologia. Nesta perspectiva os cursos de graduação oferecidos 1821
pelo instituto se fundamentam em diretrizes voltadas a formação profissional ética, reflexiva, 1822
humanista, crítica e investigativa para preparar cidadãos e profissionais para o convívio social 1823
e mundo do trabalho. 1824
A política de educação superior pauta-se nas demais politicas praticadas na instituição 1825
visando a democratização do acesso ao ensino superior assim como a permanência e êxito do 1826
discente. Neste sentido, os esforços devem ser empenhados visando a consolidação de ofertas 1827
que atendam às necessidades presentes na sociedade, em particular, o desenvolvimento 1828
socioeconômico da região sudeste do estado do Pará. 1829
O processo de formação deve ser dinâmico de modo a ampliar os conhecimentos 1830
científicos, tecnológicos e socioculturais. Devem ser contempladas neste processo de 1831
formação diferentes ações acadêmicas curriculares e extracurriculares as quais enquadram-se 1832
iniciação cientifica e tecnológica, monitorias, pesquisa, mobilidade acadêmica, eventos 1833
técnico científicos, empresa júnior, visita técnica, entre outras. Tais atividades favorecem a 1834
integração entre teoria e práticas profissionais através do diálogo aberto e troca de 1835
experiências entre diferentes áreas do conhecimento. 1836
Reconhecer o caráter da formação e profissionalização do tecnólogo, bacharel ou 1837
licenciado serão as premissas para consolidar os cursos de graduação ofertados pelo campus. 1838
Pretende-se assim construir e potencializar valores no profissional a ser formado para que 1839
torne-se agente social e autônomo, capaz de gerir e planejar ações nas estruturas social e 1840
trabalhista. Para que o seja construído um modelo sustentado em valores, atitudes, crenças e 1841
definições como sugere (TARDIF, 2002). 1842
Sob ótica da formação profissional a graduação objetiva a valorização dos aspetos 1843
técnico-científicos por meio do incentivo à pesquisa, a investigação e prática profissional 1844
articulada aos saberes individuais e coletivos. Assim concebe-se um profissional atuante e pro 1845
ativo capaz de confrontar realidades no intuito de produzir e materializar o conhecimento. 1846
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 59
No IFPA o ensino superior consolida-se na forma de cursos de tecnologia, licenciatura e 1847
engenharia de forma a atender as demandas de profissionais da região em consonância com a 1848
função social do instituto e suas premissas legais. O planejamento e operacionalização das 1849
atividades devem almejar a elevação da qualidade da educação e verticalização do ensino por 1850
meio de gestões democráticas, currículo integrado, organizações institucionais, projetos 1851
institucionais que envolvam a comunidade interna e externa e sob perspectiva e trabalho 1852
crítico, reflexivo e científico. Portanto são marcos orientadores deste PPP os ideais de 1853
construção de uma sociedade democrática e solidária amparando-se em razões 1854
socioeconômicas, políticas e culturais da região. De forma a sanar as necessidades de 1855
tecnólogos, engenheiros e docentes que atendam aos diferentes setores produtivos e esferas da 1856
sociedade. 1857
1858
1859
4.4.2 Os cursos superiores de tecnologia ou de graduação tecnológica 1860
1861
Profundas mudanças nos contextos político, social e econômicos durante os anos 90 1862
provocaram a reestruturação nas dinâmicas dos sistemas de produção nacionais. Estes se 1863
viram diante de um cenário com crescente demanda de profissionais qualificados em áreas 1864
especificas em tempo reduzido. Todo este contexto influiu diretamente nos projetos 1865
educacionais os quais voltaram-se para a formação de profissionais através dos cursos de 1866
graduação tecnológica. 1867
Os Cursos de Tecnologia ou graduação tecnológica foram criados pela Lei no 5.692/71 1868
(artigo 23, §2o), ratificada pelas Leis nº 3516 9.131/95 e 9.394/96 e pelo Decreto no 2.406, de 1869
27.11.97, e regulamentado pela Portaria Ministerial MEC no 1.647, de 25.11.99 e pela 1870
Resolução CES/CNE nº 03, de 18.12.02. Os Cursos de Tecnologia são programas de curta 1871
duração, de no mínimo dois anos, destinados aos estudantes que tenham concluído o ensino 1872
médio ou equivalente. São organizados a partir da concepção curricular de eixos tecnológicos, 1873
de acordo com o Catálogo Nacional dos Cursos Superiores de Tecnologia. Caracterizam-se 1874
ainda pela flexibilidade curricular e perfil de formação focado na gestão de processos bem 1875
como na análise dos impactos sociais, econômicos e ambientais de maneira crítica, reflexiva e 1876
humanística dos processos de produção e suas relações. 1877
De acordo com o as diretrizes curriculares expressas da Resolução CNE/CNS 2002 os 1878
cursos de tecnologia ofertados devem atuar na esfera dos conhecimentos gerais e específicos, 1879
do desenvolvimento de pesquisas científico-tecnológicas e das aplicações dessas pesquisas no 1880
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 60
mundo do trabalho. O tecnólogo, portanto, tem formação orientada à área bastante específica, 1881
desenvolvendo competências e habilidades técnicas e acadêmicas para inserção rápida no 1882
mercado de trabalho, em sua área de formação, visando, sobretudo, o desenvolvimento, a 1883
aplicação e a socialização de novas tecnologias, visando a gestão de processos tecnológicos e 1884
a produção de bens e serviços. 1885
A escolha das ofertas no IFPA campus Parauapebas pauta-se tanto no estudo das 1886
demandas oriundas dos arranjos produtivos, culturais e sociais da região e do estado do Pará 1887
quanto nas condições pedagógicas e administrativas desta Instituição. 1888
Atenta-se também aos interesses e potencialidades humanos, evidenciando, em 1889
harmonia com as condições materiais, a capacidade de (re)criação e de transformação da 1890
realidade. Nesse sentido, elege-se, como referência, o foco ou a vocação tecnológica deste 1891
campus, definindo-se a oferta de cursos a partir de discussões e de debates com a comunidade 1892
interna, em espaços institucionalizados. Além disso, torna-se imprescindível o 1893
estabelecimento do diálogo com a comunidade local, recorrendo-se a audiências públicas, 1894
visitas técnicas e outras formas de interlocução. 1895
1896
a) Princípios orientadores dos cursos de graduação tecnológica 1897
Conforme o Artigo 43 da LDB, inciso II, os cursos superiores buscam formar diplomados 1898
aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da 1899
sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. O Parecer CNE/CP 29, de 03 de 1900
dezembro de 2002 também destaca que o dinamismo das novas tecnologias demanda 1901
agilidade e flexibilidade em relação à mudança. Sendo assim, um profissional especializado 1902
precisa ter a habilidade de aprender continuamente e tomar decisões em situações não 1903
planejadas. Seguindo tais premissas básicas, os cursos de graduação tecnológica são 1904
orientados pelos seguintes princípios: 1905
1906
Priorizar a garantia de uma educação de qualidade através da integração das atividades 1907
práticas e teóricas do ensino, pesquisa, extensão e inovação ao trabalho, ciência, 1908
sociedade, cultura e às tecnologias; 1909
Ter como compromisso a produção e a inovação científico-tecnológica e suas 1910
respectivas aplicações no mundo do trabalho; 1911
Motivar um maior aprendizado dos alunos através de um ambiente e suporte 1912
necessário de modo a garantir a execução de suas atividades; 1913
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 61
Promover o aprendizado contínuo e acompanhar as mudanças nas condições de 1914
trabalho; 1915
Propiciar o desenvolvimento de uma visão social da evolução da tecnologia, das 1916
transformações oriundas do processo de inovação e das diferentes estratégias 1917
empregadas para conciliar os imperativos econômicos às condições da sociedade; 1918
Contínua atenção a uma excelência técnica e didática com a adoção da flexibilidade, 1919
interdisciplinaridade, contextualização e atualização permanente dos cursos e 1920
currículos; e 1921
Garantir, através da organização curricular, a identidade do perfil profissional de 1922
conclusão do curso. 1923
1924
b) Diretrizes e indicadores metodológicos dos cursos superiores de tecnologia ou 1925
graduação tecnológica 1926
1927
Cumprindo o Decreto nº 5.773/06 foi criado o Catálogo Nacional de Cursos Superiores 1928
de Tecnologia no qual são trazidas informações essenciais de denominações de cursos, o 1929
perfil dos tecnólogos, carga horária mínima e infraestrutura recomendada. Estas informações 1930
são importantes para que sejam traçadas a diretrizes e indicadores que se norteiam nos 1931
seguintes parâmetros: estrutura curricular, prática profissional, requisitos e formas de acesso. 1932
Quanto a sua estrutura curricular, o curso superior de tecnologia está organizado em 1933
dois núcleos: o núcleo básico e o núcleo tecnológico. O núcleo básico é composto por 1934
conhecimentos científicos fundamentais e uma revisão de conhecimentos de formação geral 1935
que servem de base técnica para os ingressantes. O núcleo tecnológico é composto por 1936
disciplinas que formam o perfil profissional do tecnólogo. Além disso, no núcleo tecnológico 1937
são desenvolvidas as práticas profissionais, estágio curricular obrigatório e supervisionado. 1938
A estrutura curricular se baseia em práticas holísticas, interdisciplinares e 1939
contextualizadas buscando-se um perfil profissional que possa atender às demandas inerentes 1940
ao mercado de trabalho. A matriz curricular está estruturada em seis semestres letivos, sob o 1941
regime de crédito, com período semestral, com pré-requisitos e flexibilidade aos discentes na 1942
condução de itinerários diversificados. Devem ser proporcionadas formas de aprendizagem 1943
teóricas e práticas através de métodos ativos e através da pesquisa e de extensão. 1944
Quanto às práticas profissionais, os cursos superiores de tecnologia possuem uma carga 1945
horária mínima de 400 horas. Para o desenvolvimento dessas práticas podem ser 1946
desenvolvidos: projetos integradores/técnicos, projetos de extensão e/ou de pesquisa; estágio 1947
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 62
curricular supervisionado (estágio técnico), a partir do início da segunda metade do curso e 1948
outras formas de atividades acadêmico-científico-culturais aderentes às normas 1949
regulamentadas pelo IFPA. 1950
1951
Quanto aos requisitos e a formas de acesso, são consideradas as seguintes possibilidades: 1952
1953
1. processo de seleção, conveniado ou aberto ao público: para portadores de certificado 1954
de conclusão do ensino médio (para o 1º período); 1955
2. processo de transferência: para estudantes matriculados em cursos superiores de 1956
tecnologia no mesmo eixo tecnológico (entre 2º e 5º semestre); e 1957
3. reingresso: para portadores de diploma de cursos de graduação no mesmo eixo 1958
tecnológico ou na mesma área do curso (a partir do 2º e 5º semestre). 1959
1960
O processo de seleção para o primeiro período do curso pode ser realizado através de 1961
provas (exames) e/ou de programas, destinando-se, para alunos egressos da rede pública de 1962
ensino, o mínimo de 50% das vagas. O preenchimento das vagas pode considerar, como 1963
mecanismos de classificação: os resultados de vestibular tradicional ou de exames realizados 1964
pelo Governo Federal. As demais formas de ingresso devem considerar, como mecanismo 1965
classificatório, o resultado de provas (exames) realizadas pela instituição. 1966
1967
1968
4.4.3 Os cursos de engenharia 1969
1970
O objetivo dos cursos de engenharia almejam formar profissionais capazes de 1971
compreender e produzir tecnologia de maneira crítica, reflexiva, criativa e humanista. Para 1972
essa formação são preconizadas competências relevantes para alcançar esse tipo de 1973
profissional tais como: 1974
a) aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; 1975
b) projetar e conduzir experimentos, interpretando resultados; 1976
c) conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos produtivos; 1977
d) planejar, elaborar, coordenar e supervisionar projetos e serviços de engenharia; 1978
e) identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 1979
f) desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e novas técnicas; 1980
g) supervisionar operação e manutenção de sistemas; 1981
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 63
h) avaliar, criticamente, operação e manutenção de sistemas; 1982
i) comunicar-se, eficientemente, sob forma verbal, não verbal e multimodal; 1983
j) atuar em equipes multidisciplinares; 1984
k) assumir postura profissional ética e responsável; 1985
l) avaliar impacto das atividades da engenharia nos contextos social e ambiental; 1986
1987
a) Princípios orientadores e características dos cursos de engenharia 1988
De acordo com o SETEC/MEC as propostas curriculares dos cursos superiores de graduação 1989
em Engenharia dos Institutos Federais norteiam-se pelos seguintes princípios: 1990
sintonia com a sociedade e o mundo produtivo; 1991
diálogo com os arranjos produtivos culturais, locais e regionais; 1992
preocupação com o desenvolvimento sustentável; 1993
estabelecimento de metodologias que viabilizem a ação pedagógica interdisciplinar e 1994
transdisciplinar dos saberes; 1995
realização de atividades de formação em ambientes não convencionais; 1996
interação de saberes teórico-práticos ao longo do curso; 1997
realização da pesquisa e da extensão como sustentadoras das ações na construção do 1998
conhecimento; 1999
construção, no processo de aprendizagem, da autonomia dos discentes; 2000
promoção da mobilidade acadêmica por meio de cooperação técnica intrainstitucional e 2001
interinstitucional; 2002
possibilidade de alteração, intrainstitucional e interinstitucionalmente, no itinerário 2003
curricular dos estudantes; 2004
estabelecimento de procedimentos inovadores para o acesso aos cursos de engenharia e para a 2005
certificação dos estudantes; 2006
comparabilidade de currículo, com adoção de procedimentos que valorizem as ações de 2007
ensino, pesquisa e extensão; e 2008
integração curricular de diferentes níveis e modalidades de ensino, contribuindo para a 2009
concretização do princípio da verticalização. 2010
2011
b) Diretrizes e indicadores metodológicos dos cursos de engenharia 2012
A estrutura curricular dos cursos de engenharia em todas as suas possibilidades de modalidade 2013
de ensino (presencial, semipresencial ou a distância) são amparadas nas premissas legais que 2014
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 64
atendem aos requisitos básicos para a formação, atuação e consolidação do perfil do 2015
engenheiro. 2016
Em acordo com resolução CNE/CES 2/2007 o curso deverá ser organizado com uma 2017
carga horária mínima de 3.600 horas e ser integralizado dentro de um prazo mínimo de 4 anos 2018
ou 8 períodos letivos e um prazo máximo de 8 anos ou 16 períodos letivos. A duração média é 2019
de 5 anos ou 10 períodos letivos. A estrutura curricular deve distribuída em regime de créditos 2020
e organização por disciplinas. Tais disciplinas devem flexibilizar diferentes itinerários 2021
formativos, podendo ou não serem associadas a pré-requisitos dentro da matriz curricular. 2022
As diretrizes e indicadores metodológicos para os cursos superiores de engenharia são 2023
tomados a partir da estrutura curricular, pratica profissional, requisitos e formas de acesso. 2024
Estrutura curricular: 2025
Os conteúdos devem ser organizados de forma que possibilitem uma abordagem 2026
compatível com a natureza dos cursos ofertados, conforme dispõe a legislação atual e demais 2027
recomendações das organizações e conselhos de engenharia. Neste sentido, além do formato e 2028
do sequenciamento das disciplinas, é importante que estas possam estar organizadas sob 2029
concepções e finalidades departamentais afins com as necessidades de cada curso. Atendendo 2030
ainda a estas Diretrizes, nesta proposta de adequação curricular os conteúdos estão 2031
organizados em Núcleos de Conteúdos Básicos, Conhecimentos Profissionalizantes e 2032
Conhecimentos Específicos. 2033
O Núcleo de Ciências Básicas versa tanto conhecimentos de formação geral, voltados 2034
para o ensino superior, quanto conhecimentos científicos e tecnológicos gerais, voltados para 2035
a área de engenharia que fundamentam a natureza do conhecimento da engenharia. Este 2036
núcleo deve conter aproximadamente 30% da carga horária do curso. Deve habilitar o 2037
estudante ao prosseguimento de estudos no ciclo de engenharia, permitindo-lhe, inclusive, 2038
mobilidade para outras instituições de ensino superior que utilizam a mesma estruturação. 2039
As disciplinas correspondentes a este núcleo devem ser distribuídas até o oitavo 2040
semestre. As disciplinas que compõem essa unidade devem contemplar conhecimentos de 2041
Metodologia Científica e Tecnológica; Leitura e Produção de Textos Acadêmicos; 2042
Informática; Expressão Gráfica; Matemática; Física; Fenômenos de Transporte; Mecânica dos 2043
Sólidos; Eletricidade Aplicada; Química; Ciência e Tecnologia dos Materiais; Administração; 2044
Economia; Ciências do Ambiente; e Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania. 2045
2046
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 65
O Núcleo de Conhecimentos Profissionalizantes devem conter no mínimo 15% da carga 2047
horária do curso. Este núcleo traz a formação geral destinada a cada área da engenharia. Têm 2048
por finalidade promover capacitação instrumental ao aluno, através do estabelecimento de 2049
métodos de análise e de síntese, e aprofundamento teórico-prático do ferramental que foi 2050
desenvolvido nas disciplinas de do Núcleo de Ciências Básicas. 2051
O Núcleo de Conhecimentos Específicos se constitui em extensões e aprofundamentos 2052
dos conteúdos do núcleo de conteúdos profissionalizantes, bem como de outros conteúdos 2053
destinados a caracterizar modalidades. Constituem-se em conhecimentos científicos, 2054
tecnológicos e instrumentais necessários para a definição das modalidades de engenharia e 2055
devem garantir o desenvolvimento das competências e habilidades estabelecidas nestas 2056
diretrizes. Este conjunto de conteúdo específicos obrigatórios, aliados às disciplinas 2057
opcionais, deve permitir ao aluno aprofundar-se em conteúdos com os quais tenha mais 2058
afinidade. Isto possibilita, além do que prescreve a legislação, que o estudante possa ir além 2059
do mínimo exigido. 2060
As disciplinas que compõem a matriz curricular devem estar articuladas em uma 2061
perspectiva interdisciplinar e orientadas pelos perfis profissionais de conclusão. Ensejam não 2062
só a formação de conhecimentos científicos e tecnológicos mas também a aplicação de 2063
conhecimentos teórico-práticos específicos de uma área profissional. A matriz curricular 2064
contribui, assim, para uma formação técnico humanística. Para atender às exigências 2065
pedagógicas e ao perfil da graduação em engenharia, devem ser proporcionadas situações de 2066
aprendizagem teórico-prática alicerçadas em métodos integradores e em atividades de 2067
pesquisa e de extensão. Trabalho de iniciação científica, projeto interdisciplinar, visita 2068
técnica, trabalho em equipe, desenvolvimento de protótipos, monitoria e participação em 2069
empresas juniores são exemplos dessas situações de aprendizagem. Em todas elas, devem se 2070
desenvolver posturas de cooperação, de comunicação e de iniciativa. 2071
2072
Pratica profissional 2073
Nos cursos superiores de tecnologia, deve se considerar o cumprimento de carga horária 2074
mínima de 500 horas. Também devem ser consideradas as modalidades de realização dessa 2075
prática: desenvolvimento de projetos (projetos técnicos, projetos de extensão e/ou projetos de 2076
pesquisa), de estágio curricular supervisionado (estágio técnico) e de outras atividades 2077
acadêmico-científico-culturais. Para essas últimas, devem ser destinadas, no mínimo, 25 horas 2078
do quantitativo geral da prática profissional. Os projetos e o estágio são desenvolvidos no 2079
IFPA, na comunidade e/ou em locais de trabalho. A prática profissional ancora-se tanto nos 2080
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 66
princípios da unidade entre teoria e prática, da interdisciplinaridade e da contextualização 2081
quanto na gestão de processos de produção específicos da área técnica. 2082
2083
Requisitos e formas de acesso 2084
A entrada nos cursos pode-se dar basicamente através de processo de seleção, 2085
transferência, reingresso e reopção. O processo de seleção pode ocorrer nas formas 2086
conveniado e aberto ao público para portador de certificado de conclusão do ensino médio. A 2087
entrada é efetivada no primeiro semestre. O processo de transferência pode ocorrer entre o 2088
segundo e o quinto semestre por estudantes entre campi ou advindos de instituições externas 2089
O reingresso é realizado entre o segundo e quinto semestres para portadores de cursos 2090
superior em tecnologia ou portadores de diploma dos cursos de engenharia de área distinta ou 2091
sexto e sétimo semestre para a mesma área de curso ofertado. 2092
Reopção de curso pode ser realizada em cursos de engenharia após conclusão primeiro 2093
semestre. 2094
O processo de seleção para o primeiro período do curso pode ser realizado por meio de 2095
provas (exames) e/ou de programas, ambos desenvolvidos pela Instituição, destinando-se, 2096
para alunos egressos da rede pública de ensino, o mínimo de 50% das vagas. O preenchimento 2097
das vagas deve considerar, como mecanismos de classificação, os resultados de vestibular 2098
tradicional ou de exames realizados pelo Governo Federal. As formas de acesso para as 2099
demais formas de ingresso devem considerar, como mecanismo de classificação, o resultado 2100
de provas (exames) realizadas pela instituição. 2101
2102
4.5 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES 2103
2104
4.5.1 Dimensões da formação profissional docente 2105
2106 Hoje estamos vivenciando mudanças significativas no processo de interação entre 2107
professores e alunos, com a massificação dos meios tecnológicos e o avanços de novas formas 2108
de comunicação, a formação profissional docente deve ser visto como mais uma ferramenta 2109
para apoiar o trabalho docente. Essas mudanças também são de cunho social e produtivo, e 2110
com isso, a educação passou a ser considerada parte importante dos processos de interação e 2111
produção presente na sociedade. 2112
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 67
O professor tem papel importante nos processos de troca e interação no meio social e 2113
produtivo, e para isso, a formação deve se constituir como um processo contínuo e interrupto 2114
na vivencia profissional do professor. A todo momento e em todo ambiente da unidade 2115
escolar o professor está realizando troca de informação e de conhecimento, seja com seus 2116
alunos ou com seus pares. No entanto, é imprescindível haver momentos de formação 2117
profissional docente previstas em documentos oficiais da instituição, no calendário escolar, no 2118
planejamento anual do campus, e essa formação precisa ser discutida, contextualizada, 2119
conceituada e entre os professores, para que seja realizada efetivamente uma formação que 2120
seja vista como emancipadora e que proporcione momentos de trocas, discussões e 2121
empoderamento para os envolvidos. 2122
Arroyo (2007, p.9) mostra que: 2123
2124
A reflexão sobre o currículo está instalada como tema central nos projetos político-2125 pedagógicos das escolas e nas propostas dos sistemas de ensino, assim como nas 2126 pesquisas, na teoria pedagógica e na formação inicial e permanente dos docentes. 2127 2128 2129
2130
Assim, a formação docente é parte do processo da reflexão acerca do currículo pensado 2131
para a unidade escolar, e tão importante quanto a construção coletiva do PPP, e a realização 2132
de formação profissional docente que envolva a participação e aquisição de saberes pelos 2133
professores envolvidos. E quando nos deparamos com a formação profissional docente para 2134
os profissionais envolvidos com o ensino ofertado pelo IFEs, que tem em sua concepção a 2135
oferta de educação em todos os níveis e modalidades de ensino, nos deparamos com a 2136
complexidade e o desafio de uma formação que atenda ao perfil de professor pertencente ao 2137
quadro de servidores do campus Parauapebas. 2138
2139 2140
2141 2142
4.5.2 Formação profissional para a docência 2143
2144 2145
A formação profissional para a docência para ser concebida de forma a atender aos 2146
anseios dos professores para a efetivação do exercício da prática docente, buscando ser um 2147
momento de trocas de experiências e articulado com a formação inicial; formação continuada; 2148
formação para a pesquisa no ambiente da sala de aula e na pesquisa articulada com outros 2149
segmentos da sociedade, e que busque se constituir como agente para emancipação do 2150
profissional docente e com extensão aos seus alunos. 2151
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 68
Para Moura (2008, p.30) a formação deve ser: 2152
2153
A formação e a capacitação devem, portanto, ir além da aquisição de técnicas 2154 didáticas de transmissão de conteúdos para os professores e de técnicas de gestão 2155 para os dirigentes. Evidentemente, esses aspectos continuarão sendo importantes, 2156 mas o objetivo macro é mais ambicioso e deve privilegiar a formação no âmbito das 2157 políticas públicas do país, principalmente as educacionais, numa perspectiva de 2158 superação do modelo de desenvolvimento socioeconômico vigente, de modo que se 2159 deve priorizar mais o ser humano do que, simplesmente, as relações de mercado e o 2160 fortalecimento da economia. 2161
2162
2163 E definir que a formação profissional docente deve alçar patamares mais altos do que a 2164
simples obrigação anula de realizar reuniões entre o quadro de professores e o setor 2165
pedagógico, e sim constituir em momentos de discussão e construção de propostas com 2166
participação coletiva, com visão de promoção de políticas públicas educacionais que 2167
beneficiem a unidade escolar como um todo, ser uma formação que ultrapasse o mero ato de 2168
troca entre dirigentes e dirigidos na unidade escolar. 2169
Tem se que pensar a formação profissional docente como uma troca de saberes entre os 2170
sujeitos partícipes, com o objetivo de garantir o retorno dessa troca para a sala de aula e os 2171
demais ambientes de formação no cotidiano escolar. O pensar a formação docente requer a 2172
reflexão sobre o próprio fazer da profissão docente, e podemos recorrer ao que está disposto 2173
no PPP do IFRN, que nos apresenta: 2174
2175
Estudiosos e pesquisadores da formação profissional de professores esclarecem que 2176 pensar na formação profissional da docência requer refletir sobre os saberes próprios 2177 da profissão. Sobre isso, realçam duas considerações importantes. Em primeiro 2178 lugar, evidenciam os princípios que fundamentam os saberes: a inter-relação entre 2179 saber e trabalho, a diversidade do saber, a temporalidade do saber e a interatividade 2180 do saber docente. A seguir, apresentam os saberes docentes: saberes da formação 2181 científica e pedagógica ou saberes da formação profissional, saberes disciplinares, 2182 saberes curriculares e saberes experienciais. Para os estudiosos, desconsiderar um 2183 dos princípios ou um dos saberes docentes restringe o alcance da formação 2184 profissional do professor. Logo, somente por meio da consideração desses princípios 2185 e desses saberes, torna-se possível profissionalizar a docência. (PPP/IFRN, 2012, p. 2186 143). 2187 2188
2189
O pensar e formatar processos de formação profissional docente deve está atrelado ao 2190
fazer com que esses momentos venham contribuir para que o professor se sinta não apenas 2191
preparada para atuar em sala de aulas nos níveis de ensino que o campus Parauapebas oferece 2192
a sociedade de Parauapebas e demais cidades da região de sua área de abrangência, mas que 2193
também ao professor seja dado condições de participar efetivamente do processo formativo, e 2194
não se sinta um transmissor do conhecimento. Freire apud Moura detalha esse momento: 2195
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 69
2196
Nesse processo educativo, o professor deve assumir outra atitude, forjada a partir de 2197 outro tipo de formação, que deve ser crítica, reflexiva e orientada pela 2198 responsabilidade social. Nessa perspectiva, o docente deixa de ser um transmissor de 2199 conteúdos acríticos e definidos por especialistas externos para assumir uma atitude 2200 problematizadora e mediadora do processo ensino-aprendizagem sem, no entanto, 2201 perder sua autoridade nem, tampouco, a responsabilidade com a competência técnica 2202 dentro de sua área do conhecimento. (FREIRE, 1906 APUD MOURA, 2008, 2203 p.30) 2204
2205 2206 2207
4.5.3 Princípios orientadores da formação de professores 2208
2209 A formação de professores deve ser vista como um processo como um ato que tem 2210
como objetivo promover o constante crescimento profissional e social deste profissional, 2211
propiciando a formação de um sujeito livre e empoderado com competências e habilidades 2212
necessárias para ser utilizados nas suas ações diárias tanto em relação a docência, como na 2213
sua relação com a sociedade na qual está inserida. 2214
A Resolução Conselho Nacional de Educação nº 2, de 01 de julho de 2015, estabelece 2215
os parâmetros acerca da formação de professores em que: 2216
2217 Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação Inicial e Continuada 2218 em Nível Superior de Profissionais do Magistério para a Educação Básica aplicam-2219 se à formação de professores para o exercício da docência na educação infantil, no 2220 ensino fundamental, no ensino médio e nas respectivas modalidades de educação 2221 (Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial, Educação Profissional e 2222 Tecnológica, Educação do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação a 2223 Distância e Educação Escolar Quilombola), nas diferentes áreas do conhecimento e 2224 com integração entre elas, podendo abranger um campo específico e/ou 2225 interdisciplinar. 2226 § 1º Compreende-se a docência como ação educativa e como processo pedagógico 2227 intencional e metódico, envolvendo conhecimentos específicos, interdisciplinares e 2228 pedagógicos, conceitos, princípios e objetivos da formação que se desenvolvem na 2229 construção e apropriação dos valores éticos, linguísticos, estéticos e políticos do 2230 conhecimento inerentes à sólida formação científica e cultural do ensinar/aprender, à 2231 socialização e construção de conhecimentos e sua inovação, em diálogo constante 2232 entre diferentes visões de mundo. 2233 § 2º No exercício da docência, a ação do profissional do magistério da educação 2234 básica é permeada por dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas por meio de 2235 sólida formação, envolvendo o domínio e manejo de conteúdos e metodologias, 2236 diversas linguagens, tecnologias e inovações, contribuindo para ampliar a visão e a 2237 atuação desse profissional. 2238 Art. 3º A formação inicial e a formação continuada destinam-se, respectivamente, à 2239 preparação e ao desenvolvimento de profissionais para funções de magistério na 2240 educação básica em suas etapas – educação infantil, ensino fundamental, ensino 2241 médio – e modalidades – educação de jovens e adultos, educação especial, educação 2242 profissional e técnica de nível médio, educação escolar indígena, educação do 2243 campo, educação escolar quilombola e educação a distância – a partir de 2244 compreensão ampla e contextualizada de educação e educação escolar, visando 2245 assegurar a produção e difusão de conhecimentos de determinada área e a 2246 participação na elaboração e implementação do projeto político-pedagógico da 2247 instituição, na perspectiva de garantir, com qualidade, os direitos e objetivos de 2248
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 70
aprendizagem e o seu desenvolvimento, a gestão democrática e a avaliação 2249 institucional. (BRASIL, 2015, p.3-4) 2250
2251
2252 2253
4.6 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DE PÓS-GRADUÇÃO 2254
2255
A pós-graduação no IFPA é resultado de uma política institucional voltada para o 2256
campo da educação e praticas de educação profissional com base em conhecimento 2257
científico/tecnológico. Nesse sentido, a pós-graduação visa verticalizar a educação 2258
profissional e tecnológica no âmbito da instituição, formar profissionais em nível de pós-2259
graduação lato sensu e stricto sensu, em consonância com as normas emanadas pelo Conselho 2260
Nacional de Educação (CNE) e pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível 2261
Superior (CAPES), e demais fontes de fomento para formar alicerce. 2262
Desse modo, em consonância com sua função social, o IFPA tem, como uma de suas 2263
finalidades, oferecer a pós-graduação, visando à formação nas diferentes áreas de 2264
conhecimento em cursos de pós-graduação lato sensu e stricto sensu “[...] que contribuam 2265
para promover o estabelecimento de bases sólidas em educação, ciência e tecnologia, com 2266
vistas no processo de produção de conhecimentos, geração e inovação tecnológica” (BRASIL, 2267
2007) 2268
2269
4.6.1 Concepção e princípios da educação superior de pós-graduação 2270
2271 Tanto a reestruturação no setor produtivo, a partir dos anos de 1990, quanto o 2272
crescente desenvolvimento científico e tecnológico decorrentes da economia global e 2273
informacional se difundem “[...] As últimas décadas do século XX, especialmente os anos de 2274
1990, são marcadas pela globalização da economia mundial, selando também um processo 2275
emergente de evolução tecnológica. A base dessa evolução organiza-se em torno da 2276
informação, compreendida como a revolução tecnológica. Inaugura-se, assim, um processo 2277
em que a mente humana se torna fonte direta de produção, como enfatizam os estudos de 2278
Castells (1999). 2279
Desse modo, além da globalização econômica, vive-se incluído também em um 2280
contexto denominado de sociedade da informática” (SCHAFF, 1995). A realidade de 2281
provocar significativas reformas no âmbito dos países em desenvolvimento, como o Brasil. 2282
Em decorrência, as políticas neoliberais exacerbaram as desigualdades entre aqueles que têm 2283
acesso aos serviços de qualidade e aqueles que ficam às beiras dos direitos. Por outro lado, a 2284
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 71
partir dos anos 2000, algumas iniciativas, se materializaram no sentido de ampliar e de 2285
interiorizar as instituições públicas, como os institutos federais, contribuíram para que o 2286
acesso à educação, à ciência e à tecnologia pudesse beneficiar uma parcela mais ampla da 2287
sociedade por meio da educação pública e gratuita. 2288
2289
Visando à construção do conhecimento, é necessário que os processos e as práticas 2290
pedagógicas decorrentes da pós-graduação no IFPA resultem da articulação entre os saberes 2291
formais e informais, segundo Laville; Dionne, 1999, saberes informais são aqueles que 2292
resultam das observações pessoais, das vivências e das experiências pessoais e coletivas. 2293
Resultam também da intuição, da tradição e da autoridade. 2294
Os saberes formais são sistematizados a partir de concepções filosóficas, 2295
epistemológicas e científicas, superando os saberes decorrentes exclusivamente da intuição ou 2296
da tradição. Em sua diversidade, esses saberes são copartícipes nas atividades de pesquisa, de 2297
ensino e de extensão, as quais devem ocorrer sob a regência da indissociabilidade (IFRN, 2298
2012). 2299
2300 De acordo com a LDB, no Art. 43, a educação superior tem por finalidade: 2301
2302 I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do 2303
pensamento reflexivo; 2304 II - formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a2305 inserção em setores profissionais e para a participação no 2306
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação 2307
contínua; 2308 III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o 2309 desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, 2310
desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive; 2311 IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos 2312 que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do 2313
ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação; 2314 V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e 2315
possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que 2316 vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do 2317 conhecimento de cada geração; 2318
VI - estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em 2319 particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à 2320
comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade; 2321 VII - promover a extensão, aberta à participação da população, visando à 2322
difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa 2323 científica e tecnológica geradas na instituição (BRASIL, 1996, p. 35). 2324
2325 2326
4.6.2 Diretrizes e indicadores metodológicos dos cursos de pós-graduação lato sensu 2327
2328
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 72
A Pós-Graduação Lato Sensu é um sistema organizado de cursos e programas 2329
destinados aos diplomados em cursos de Graduação cujo objetivo é eminentemente técnico-2330
profissional e visa formar profissionais altamente qualificados para atender a uma demanda 2331
específica das necessidades sociais. Compreende os cursos de Especialização, MBA, 2332
Aperfeiçoamento e Residências. 2333
Em relação à estrutura curricular, deve-se considerar a organização dos cursos 2334
superiores de pós-graduação lato sensu, na forma de aperfeiçoamento ou de especialização, 2335
por atividades curriculares em regime modular. Os cursos devem ser estruturados em módulos 2336
compostos por disciplinas, com duração estabelecida no projeto pedagógico de cada curso, ao 2337
final dos quais o estudante receberá o Certificado de Aperfeiçoado ou Especialista no 2338
respectivo curso. 2339
Os cursos poderão ser oferecidos nas modalidades: Presencial e a Distância. 2340
No Brasil, desde o parecer Newton Sucupira, aprovado pelo então Conselho Federal 2341
de Educação em 1965, os cursos de pós-graduação dividem-se em duas vertentes: o lato sensu 2342
e o stricto sensu: 2343
lato sensu: são cursos mais direcionados à atuação profissional e atualização dos 2344
graduados no nível superior: tecnólogos, licenciados ou bacharéis. Se encontram, nesta 2345
categoria: os cursos de aperfeiçoamento com carga horária de no máximo 360 horas; os 2346
cursos de especialização com carga horária de no mínimo 360 horas; bem como os cursos 2347
designados como MBA (do inglês Master in Business Administration, "mestre em 2348
administração de empresas"), que não são equiparáveis aos mestrados, ao contrário do que 2349
acontece nos Estados Unidos. 2350
2351
2352
4.6.3 Diretrizes e indicadores metodológicos dos cursos e programas de pós-graduação stricto 2353
sensu 2354
2355 2356
O programa de pós-graduação stricto sensu são cursos voltados à formação científica e 2357
acadêmica e também ligados à pesquisa. Existem nos níveis do mestrado e doutorado. O curso 2358
de mestrado tem a duração recomendada de dois a dois anos e meio, durante os quais o aluno 2359
desenvolve uma dissertação e cursa as disciplinas relativas à sua pesquisa. Os doutorados têm 2360
a duração média de quatro anos, para o cumprimento das disciplinas, realização da pesquisa e 2361
para a elaboração da tese. 2362
A especialização dá oportunidade, ao graduado, de prosseguir seus estudos ao se 2363
habilitar à docência e se especializar em áreas do conhecimento voltadas ao mundo do 2364
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 73
trabalho, podendo ser uma área diretamente ligada à primeira graduação ou não. Em alguns 2365
países, os créditos dos certificados lato sensu podem contar como o primeiro ano de um 2366
mestrado na mesma área. 2367
Conforme sua natureza e modalidade, os cursos de pós-graduação stricto sensu são 2368
classificados em uma das seguintes formas: 2369
Cursos de mestrado profissional, que visam à formação de profissionais pós-graduados 2370
aptos a elaborarem novas técnicas e processos, objetivando um aprofundamento de 2371
conhecimento ou técnicas de pesquisa científica, tecnológica ou artística; 2372
Cursos de mestrado acadêmico, que visam à capacitação para a docência em ensino de 2373
graduação e à formação científica para o desenvolvimento de projetos de pesquisa 2374
relevantes; e 2375
Cursos de doutorado, que visam à capacitação para a docência na graduação e pós-2376
graduação e à formação científica, cultural ou artística ampla e aprofundada, 2377
desenvolvendo a capacidade individual de pesquisa e a criatividade nos diferentes 2378
domínios do saber. 2379
2380
2381
4.7 POLÍTICA DE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA OU QUALIFICAÇÃO 2382
PROFISSIONAL LUCAS 2383
4.7.1 Concepção, objetivos e princípios da formação inicial e continuada 2384
2385
4.7.2 Os cursos de formação inicial e continuada 2386
2387
2388
4.7.3 Os programas de qualificação profissional (Proeja Fic, pronatec, saberes da terra, outro.) 2389
2390 O campus Parauapebas também pode vir a ofertar através de Convênio previamente 2391
construído com as Secretarias Municipais de Educação dos municípios da área de 2392
abrangência, o PROEJA FIC1, que estabelece a oferta de EJA de educação profissional em 2393
concomitância ao ensino fundamental, desde que a SEMED assuma as disciplinas da base 2394
comum e o IFPA as disciplinas técnicas, com a construção de um Projeto Pedagógico de 2395
Curso de forma integrada, com o total de até 200 horas de disciplinas técnicas assumidas pelo 2396
campus Parauapebas e de no mínimo 1.200 horas que devem ser assumidas pela SEMED do 2397
município. Com base no que está disposto no Decreto 5840 de 13 de julho de 2006, que 2398
estabelece: 2399
2400
1 Toda a legislação que preconiza a ação d EJA de formação inicial e continuada de trabalhadores está disposta
no Decreto 5.840 de 2006.
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 74
Art. 3o Os cursos do PROEJA, destinados à formação inicial e continuada de 2401
trabalhadores, deverão contar com carga horária mínima de mil e quatrocentas horas, 2402 assegurando-se cumulativamente: 2403 I - a destinação de, no mínimo, mil e duzentas horas para formação geral; e 2404 II - a destinação de, no mínimo, duzentas horas para a formação profissional. 2405 (BRASIL, 2006, p.02) 2406
2407
4.7.4 Diretrizes e indicadores metodológicos da formação inicial e continuada 2408
2409
2410
4.8 POLÍTICA DE CERTIFICAÇÃO PROFISSIONAL LUCAS 2411
4.8.1 Princípios orientadores da certificação profissional 2412
2413
4.8.2 Diretrizes e indicadores metodológicos da certificação profissional 2414
2415
2416
4.9 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 2417
4.9.1 Concepção de educação a distância 2418
2419
A Educação a distância parece algo novo, diferente e às vezes até complicado. Porém, 2420
na verdade, a educação a distância surgiu quando a escrita foi inventada, possibilitando que as 2421
pessoas escrevessem o que antes só podiam dizer e, assim, permitiu o surgimento da primeira 2422
forma de EaD: o ensino por correspondência. As epístolas do Novo Testamento (destinadas 2423
às comunidades inteiras), que possuem nítido caráter didático, são claros exemplos de EaD. 2424
Seu alcance, entretanto, foi relativamente limitado – até que foram transformadas em livros. 2425
Antes do aparecimento das modernas tecnologias eletrônicas, o livro é a tecnologia 2426
mais importante na área de EaD. Especialmente, depois do aparecimento dos sistemas postais 2427
modernos, rápidos e confiáveis, o livro tornou-se foco do ensino por correspondência, que 2428
deixou de ser epistolar, tornando-se, portanto, a primeira forma de EaD de massa. 2429
O surgimento do rádio, da televisão e, mais recentemente, o uso do computador como 2430
meio de comunicação vieram dar nova dinâmica ao ensino a distância. No final de 1977 o uso 2431
de microcomputadores começou a ser vistos como tecnologia educacional. O computador é 2432
um meio de comunicação e de várias tecnologias interativas permite a realização de 2433
conferências eletrônicas, envolvendo componentes audiovisuais e textuais. Com essas novas 2434
tecnologias digitais, abre-se para o ensino a distância uma nova era, pois o ensino, a partir 2435
disso, pode ser feito a distância. 2436
2437 2438
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 75
4.9.2 Princípios orientadores para a educação a distância 2439
2440
Várias organizações estudam as leis e as questões voltadas para a Educação a 2441
Distância no Brasil, dentre elas destacam-se CNE, o MEC, por meio da SESU e da Secretaria 2442
de Educação a Distância – SEED. Para que se pudesse agilizar a definição da política 2443
brasileira de desenvolvimento da EaD, suas diretrizes e procedimentos de modo a contemplar 2444
o mais rápido possível as demandas latentes e, ao mesmo tempo, zelar por uma educação a 2445
distância de qualidade, foi criada, em 2002, uma Comissão Assessora para Educação Superior 2446
a Distância da SESU. 2447
O ensino a distância é uma forma de usar a tecnologia na promoção da educação. 2448
Guimarães (1996) apud Lampert, Ernâni (2001), registra que o rápido desenvolvimento dos 2449
sistemas nacionais de ensino a distância fez sobressair três ordens de diferença em relação ao 2450
ensino presencial, a saber: 2451
• metodologia do ensino – o ensino a distância baseia-se no princípio de autoaprendizagem. O 2452
estudante, dispondo dos recursos adequados, conforme sua predisposição, ritmo de 2453
aprendizagem, motivação, efetivará a aprendizagem em locais por ele determinados. A 2454
avaliação, por sua vez, é formal e presencial; 2455
• estrutura organizacional – o sistema de ensino a distância necessita de pelo menos um centro 2456
de produção de materiais de instrução como o editorial, estúdio de produção de vídeo e áudio 2457
e centro de produção de software. É importante que haja redes organizadas de distribuição 2458
desses materiais (postal, emissoras de rádio e TV, rede de microcomputadores). Para o 2459
sucesso desse empreendimento, o pessoal administrativo precisa ser treinado, pois toda a 2460
interação com os estudantes é feita a distância, como registro de inscrição, publicação de 2461
resultados, pagamentos, informações sobre notas, entre outros. A informatização da 2462
instituição é indispensável. O pessoal docente é reduzido, porque a comunicação 2463
docente/discente não é sistemática; 2464
• ordem econômica – o uso de tecnologia de produção e difusão de informação exige 2465
investimento de capital, mas permite reduzir as necessidades de pessoal docente. Há de ser 2466
considerado que os custos de produção de materiais de aprendizagem são geralmente 2467
elevados. Belloni (2001), ao citar diversos autores, em seu livro Educação a Distância, 2468
apresenta algumas definições para educação a distância, veja a visão de um deles: 2469
• Educação a distância é uma espécie de educação baseada em procedimentos que permitem o 2470
estabelecimento de processos de ensino e aprendizagem, mesmo onde não existe contato face 2471
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a face entre professores e alunos. Ela permite um alto grau de aprendizagem individualizada. 2472
(CROPLEY e KAHL, 1983). 2473
2474
4.9.3 Características do Projeto Político Pedagógico da Educação a Distância 2475
2476 O Decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o artigo 80 e amplia as 2477 orientações sobre a Educação a distância no Brasil. 2478 2479
CAPÍTULO I 2480 Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade 2481 educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem 2482 ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes 2483 e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 2484
§ 1o A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, 2485
para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: 2486
I - avaliações de estudantes; 2487 II - estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; 2488 III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; e 2489 IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. 2490
Art. 2o A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e modalidades 2491 educacionais: 2492
I - educação básica, nos termos do art. 30 deste Decreto; 2493 II - educação de jovens e adultos, nos termos do art. 37 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro 2494 de 1996; 2495
III - educação especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes; 2496 IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: 2497
a) técnicos, de nível médio; e 2498 b) tecnológicos, de nível superior; 2499
V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: 2500 a) sequenciais; 2501 b) de graduação; 2502
c) de especialização; 2503 d) de mestrado; e 2504
e) de doutorado. 2505 2506 Art. 3o A criação, organização, oferta e desenvolvimento de cursos e programas a distância 2507
deverão observar ao estabelecido na legislação e em regulamentações em vigor, para os 2508 respectivos níveis e modalidades da educação nacional. 2509 § 1o Os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma 2510 duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial. 2511 § 2o Os cursos e programas a distância poderão aceitar transferência e aproveitar estudos 2512
realizados pelos estudantes em cursos e programas presenciais, da mesma forma que as 2513 certificações totais ou parciais obtidas nos cursos e programas a distância poderão ser aceitas 2514
em outros cursos e programas a distância e em cursos e programas presenciais, conforme a 2515 legislação em vigor. 2516
Art. 4o A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos 2517 e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: 2518 I - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais. 2519
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§ 1o Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino 2520
credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou 2521 programa. 2522 § 2o Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais 2523
resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. 2524 Art. 5o Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por 2525 instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional. 2526 Parágrafo único. A emissão e registro de diplomas de cursos e programas a distância deverão 2527 ser realizados conforme legislação educacional pertinente. 2528
Art. 6o Os convênios e os acordos de cooperação celebrados para fins de oferta de cursos ou 2529 programas a distância entre instituições de ensino brasileiras, devidamente credenciadas, e 2530 suas similares estrangeiras, deverão ser previamente submetidos à análise e homologação pelo 2531 órgão normativo do respectivo sistema de ensino, para que os diplomas e certificados 2532 emitidos tenham validade nacional. 2533
Art. 7o Compete ao Ministério da Educação, mediante articulação entre seus órgãos, 2534
organizar, em regime de colaboração, nos termos dos arts. 8o, 9o, 10º e 11º da Lei no 9.394, 2535
de 1996, a cooperação e integração entre os sistemas de ensino, objetivando a padronização 2536 de normas e procedimentos para, em atendimento ao disposto no art. 80 daquela Lei: 2537 I - credenciamento e renovação de credenciamento de instituições para oferta de educação a 2538 distância; e 2539
II - autorização, renovação de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 2540 dos cursos ou programas a distância. 2541 Parágrafo único. Os atos do Poder Público, citados nos incisos I e II, deverão ser pautados 2542
pelos Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância, definidos pelo Ministério da 2543 Educação, em colaboração com os sistemas de ensino. 2544
Art. 8o Os sistemas de ensino, em regime de colaboração, organizarão e manterão sistemas de 2545 informação abertos ao público com os dados de: 2546 I - credenciamento e renovação de credenciamento institucional; 2547
II - autorização e renovação de autorização de cursos ou programas a distância; 2548
III - reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos ou programas a distância; e 2549 IV - resultados dos processos de supervisão e de avaliação. 2550 Parágrafo único. O Ministério da Educação deverá organizar e manter sistema de informação, 2551
aberto ao público, disponibilizando os dados nacionais referentes à educação a distância. 2552 2553
CAPÍTULO II 2554
Do Credenciamento de Instruções para Oferta de Cursos e Programas na Modalidade a 2555 Distância 2556 Art. 9o O ato de credenciamento para a oferta de cursos e programas na modalidade a 2557 distância destina-se às instituições de ensino, públicas ou privadas. 2558
Parágrafo único. As instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, de 2559 comprovada excelência e de relevante produção em pesquisa, poderão solicitar 2560 credenciamento institucional, para a oferta de cursos ou programas a distância de: 2561
I - especialização; 2562 II - mestrado; 2563 III - doutorado; e 2564 IV - educação profissional tecnológica de pós-graduação. 2565
Art. 10. Compete ao Ministério da Educação promover os atos de credenciamento de 2566 instituições para oferta de cursos e programas a distância para educação superior. 2567 § 1o O ato de credenciamento referido no caput considerará como abrangência para atuação 2568 da instituição de ensino superior na modalidade de educação a distância, para fim de 2569 realização das atividades presenciais obrigatórias, a sede da instituição acrescida dos 2570
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endereços dos Polos de apoio presencial, mediante avaliação in loco, aplicando-se os 2571
instrumentos de avaliação pertinentes e as disposições da Lei no 10.870, de 19 de maio de 2572 2004. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 2o As atividades presenciais obrigatórias, 2573 compreendendo avaliação, estágios, defesa de trabalhos ou prática em laboratório, conforme o 2574
art. 1o, § 1o, serão realizados na sede da instituição ou nos Polos de apoio presencial, 2575 devidamente credenciados. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 3o A instituição 2576 poderá requerer a ampliação da abrangência de atuação, por meio do aumento do número de 2577 Polos de apoio presencial, na forma de aditamento ao ato de credenciamento. (Incluído pelo 2578 Decreto nº 6.303, de 2007) § 4o O pedido de aditamento será instruído com documentos que 2579
comprovem a existência de estrutura física e recursos humanos necessários e adequados ao 2580 funcionamento dos Polos, observados os referenciais de qualidade, comprovados em 2581 avaliação in loco. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 5o No caso do pedido de 2582 aditamento visando ao funcionamento de Polo de apoio presencial no exterior, o valor da taxa 2583 será complementado pela instituição com a diferença do custo de viagem e diárias dos 2584
avaliadores no exterior, conforme cálculo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 2585
Educacionais Anísio Teixeira - INEP. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 6o O 2586
pedido de ampliação da abrangência de atuação, nos termos deste artigo, somente poderá ser 2587 efetuado após o reconhecimento do primeiro curso a distância da instituição, exceto na 2588 hipótese de credenciamento para educação a distância limitado à oferta de pós-graduação lato 2589 sensu. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 7o As instituições de educação superior 2590
integrantes dos sistemas estaduais que pretenderem oferecer cursos superiores a distância 2591 devem ser previamente credenciadas pelo sistema federal, informando os Polos de apoio 2592 presencial que integrarão sua estrutura, com a demonstração de suficiência da estrutura física, 2593
tecnológica e de recursos humanos. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007). 2594 2595
Art. 11. Compete às autoridades dos sistemas de ensino estadual e do Distrito Federal 2596 promover os atos de credenciamento de instituições para oferta de cursos a distância no nível 2597 básico e, no âmbito da respectiva unidade da Federação, nas modalidades de: 2598
I - educação de jovens e adultos; 2599
II - educação especial; e 2600 III - educação profissional. 2601 § 1o Para atuar fora da unidade da Federação em que estiver sediada, a instituição deverá 2602
solicitar credenciamento junto ao Ministério da Educação. 2603 § 2o O credenciamento institucional previsto no § 1o será realizado em regime de colaboração 2604
e cooperação com os órgãos normativos dos sistemas de ensino envolvidos. 2605 § 3o Caberá ao órgão responsável pela educação a distância no Ministério da Educação, no 2606 prazo de cento e oitenta dias, contados da publicação deste Decreto, coordenar os demais 2607
órgãos do Ministério e dos sistemas de ensino para editar as normas complementares a este 2608 Decreto, para a implementação do disposto nos §§ 1o e 2o. 2609
Art. 12. O pedido de credenciamento da instituição deverá ser formalizado junto ao órgão 2610 responsável, mediante o cumprimento dos seguintes requisitos: 2611 I - habilitação jurídica, regularidade fiscal e capacidade econômico-financeira, conforme 2612
dispõe a legislação em vigor; 2613 II - histórico de funcionamento da instituição de ensino, quando for o caso; 2614 III - plano de desenvolvimento escolar, para as instituições de educação básica, que contemple 2615 a oferta, a distância, de cursos profissionais de nível médio e para jovens e adultos; 2616
IV - plano de desenvolvimento institucional, para as instituições de educação superior, que 2617 contemple a oferta de cursos e programas a distância; 2618 V - estatuto da universidade ou centro universitário, ou regimento da instituição isolada de 2619 educação superior; 2620
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VI - projeto pedagógico para os cursos e programas que serão ofertados na modalidade a 2621
distância; 2622 VII - garantia de corpo técnico e administrativo qualificado; 2623 VIII - apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e, 2624
preferencialmente, com formação para o trabalho com educação a distância; 2625 IX - apresentar, quando for o caso, os termos de convênios e de acordos de cooperação 2626 celebrados entre instituições brasileiras e suas co-signatárias estrangeiras, para oferta de 2627 cursos ou programas a distância; 2628 X - descrição detalhada dos serviços de suporte e infraestrutura adequados à 2629
realização do projeto pedagógico, relativamente a: 2630 a) instalações físicas e infraestrutura tecnológica de suporte e atendimento remoto aos 2631 estudantes e professores; 2632 b) laboratórios científicos, quando for o caso; 2633 c) pólo de apoio presencial é a unidade operacional, no País ou no exterior, para o 2634
desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos 2635
cursos e programas ofertados a distância; (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007); 2636
d) bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio de redes 2637 de comunicação e sistemas de informação, com regime de funcionamento e atendimento 2638 adequados aos estudantes de educação a distância. 2639 § 1o O pedido de credenciamento da instituição para educação a distância deve vir 2640
acompanhado de pedido de autorização de pelo menos um curso na modalidade. (Redação 2641 dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 2o O credenciamento para educação a distância que 2642 tenha por base curso de pós-graduação lato sensu ficará limitado a esse nível. (Redação dada 2643
pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 3o A instituição credenciada exclusivamente para a oferta 2644 de pós-graduação lato sensu a distância poderá requerer a ampliação da abrangência 2645
acadêmica, na forma de aditamento ao ato de credenciamento. (Incluído pelo Decreto nº 2646 6.303, de 2007). 2647 Art. 13. Para os fins de que trata este Decreto, os projetos pedagógicos de cursos e programas 2648
na modalidade a distância deverão: 2649
I - obedecer às diretrizes curriculares nacionais, estabelecidas pelo Ministério 2650 da Educação para os respectivos níveis e modalidades educacionais; 2651 II - prever atendimento apropriado a estudantes portadores de necessidades 2652
especiais; 2653 III - explicitar a concepção pedagógica dos cursos e programas a distância, com apresentação 2654
de: 2655 a) os respectivos currículos; 2656 b) o número de vagas proposto; 2657
c) o sistema de avaliação do estudante, prevendo avaliações presenciais e avaliações a 2658 distância; e d) descrição das atividades presenciais obrigatórias, tais como estágios 2659
curriculares, defesa presencial de trabalho de conclusão de curso e das atividades em 2660 laboratórios científicos, bem como o sistema de controle de frequência dos estudantes nessas 2661 atividades, quando for o caso. 2662
Art. 14. O credenciamento de instituição para a oferta dos cursos ou programas a distância 2663 terá prazo de validade condicionado ao ciclo avaliativo, observado o Decreto no 5.773, de 2664 2006, e normas expedidas pelo Ministério da Educação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, 2665 de 2007) § 1o A instituição credenciada deverá iniciar o curso autorizado no prazo de até doze 2666
meses, a partir da data da publicação do respectivo ato, ficando vedada a transferência de 2667 cursos para outra instituição. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 2o Caso a 2668 implementação de cursos autorizados não ocorra no prazo definido no § 1o, os atos de 2669 credenciamento e autorização de cursos serão automaticamente tornados sem efeitos. 2670
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§ 3o Os pedidos de credenciamento e recredenciamento para educação a distância observarão 2671
a disciplina processual aplicável aos processos regulatórios da educação superior, nos termos 2672 do Decreto no 5.773, de 2006, e normas expedidas pelo Ministério da Educação. (Redação 2673 dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 2674
§ 4o Os resultados do sistema de avaliação mencionado no art. 16 deverão ser considerados 2675 para os procedimentos de renovação de credenciamento. 2676 Art. 15. Os pedidos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos 2677 superiores a distância de instituições integrantes do 2678 sistema federal devem tramitar perante os órgãos próprios do Ministério da Educação. 2679
(Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 2680 § 1o Os pedidos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos 2681 superiores a distância oferecidos por instituições 2682 integrantes dos sistemas estaduais devem tramitar perante os órgãos estaduais competentes, a 2683 quem caberá a respectiva supervisão. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 2684
§ 2o Os cursos das instituições integrantes dos sistemas estaduais cujas atividades presenciais 2685
obrigatórias forem realizados em pólos de apoio presencial fora do Estado sujeitam-se a 2686
autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento pelas autoridades competentes 2687 do sistema federal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 2688 § 3o A oferta de curso reconhecido na modalidade presencial, ainda que análogo ao curso a 2689 distância proposto, não dispensa a instituição do requerimento específico de autorização, 2690
quando for o caso, e reconhecimento para cada um dos cursos, perante as autoridades 2691 competente. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 2692 Art. 16. O sistema de avaliação da educação superior, nos termos da Lei no 10.861, de 14 de 2693
abril de 2004, aplica-se integralmente à educação superior a 2694 distância. 2695
Art. 17. Identificadas deficiências, irregularidades ou descumprimento das condições 2696 originalmente estabelecidas, mediante ações de supervisão ou de 2697 avaliação de cursos ou instituições credenciadas para educação a distância, o órgão 2698
competente do respectivo sistema de ensino determinará, em ato próprio, observado o 2699
contraditório e ampla defesa: 2700 I - instalação de diligência, sindicância ou processo administrativo; 2701 II - suspensão do reconhecimento de cursos superiores ou da renovação de autorização de 2702
cursos da educação básica ou profissional; 2703 III - intervenção; 2704
IV - desativação de cursos; ou 2705 V - descredenciamento da instituição para educação a distância. 2706 § 1o A instituição ou curso que obtiver desempenho insatisfatório na avaliação de que trata a 2707
Lei no 10.861, de 2004, ficará sujeita ao disposto nos incisos I a IV, conforme o caso. 2708 § 2o As determinações de que trata o caput são passíveis de recurso ao órgão normativo do 2709
respectivo sistema de ensino. 2710 2711 CAPÍTULO III 2712
Da Oferta de Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação Profissional 2713 e a Modalidade e Distância, e a Educação Básica 2714 Art. 18. Os cursos e programas de educação a distância criados somente poderão ser 2715 implementados para oferta após autorização dos órgãos competentes dos respectivos sistemas 2716
de ensino. 2717 Art. 19. A matrícula em cursos a distância para educação básica de jovens e 2718 adultos poderá ser feita independentemente de escolarização anterior, obedecida a idade 2719 mínima e mediante avaliação do educando, que permita sua inscrição na etapa adequada, 2720 conforme normas do respectivo sistema de ensino. 2721
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2722
Capítulo IV 2723 Da Oferta de Cursos Superiores, na Modalidade d Distância 2724 Art. 20. As instituições que detêm prerrogativa de autonomia universitária credenciadas para 2725
oferta de educação superior a distância poderão criar, organizar e extinguir cursos ou 2726 programas de educação superior nessa modalidade, conforme disposto no inciso I do art. 53 2727 da Lei no 9.394, de 1996. 2728 § 1o Os cursos ou programas criados conforme o caput somente poderão ser ofertados nos 2729 limites da abrangência definida no ato de credenciamento da instituição. 2730
2731 § 2o Os atos mencionados no caput deverão ser comunicados à Secretaria de Educação 2732 Superior do Ministério da Educação. 2733 § 3o O número de vagas ou sua alteração será fixado pela instituição detentora de 2734 prerrogativas de autonomia universitária, a qual deverá observar capacidade institucional, 2735
tecnológica e operacional próprias para oferecer cursos ou programas a distância. 2736
Art. 21. Instituições credenciadas que não detêm prerrogativa de autonomia universitária 2737
deverão solicitar, junto ao órgão competente do respectivo sistema de ensino, autorização para 2738 abertura de oferta de cursos e programas de educação superior a distância. 2739 § 1o Nos atos de autorização de cursos superiores a distância, será definido o número de 2740 vagas a serem ofertadas, mediante processo de avaliação externa a ser realizada pelo 2741
Ministério da Educação. 2742 § 2o Os cursos ou programas das instituições citadas no caput que venham a acompanhar a 2743 solicitação de credenciamento para a oferta de educação a distância, nos termos do § 1o do 2744
art. 12, também deverão ser submetidos ao processo de autorização tratado neste artigo. 2745 Art. 22. Os processos de reconhecimento e renovação do reconhecimento dos cursos 2746
superiores a distância deverão ser solicitados conforme legislação educacional em vigor. 2747 Parágrafo único. Nos atos citados no caput, deverão estar explicitados: 2748 I - o prazo de reconhecimento; e 2749
II - o número de vagas a serem ofertadas, em caso de instituição de ensino superior não 2750
detentora de autonomia universitária. 2751 Art. 23. A criação e autorização de cursos de graduação a distância deverão ser submetidas, 2752 previamente, à manifestação do: 2753
I - Conselho Nacional de Saúde, no caso dos cursos de Medicina, Odontologia e Psicologia; 2754 ou 2755
II - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no caso dos cursos 2756 de Direito. 2757 Parágrafo único. A manifestação dos conselhos citados nos incisos I e II, consideradas as 2758
especificidades da modalidade de educação a distância, terá 2759 procedimento análogo ao utilizado para os cursos ou programas presenciais nessas áreas, nos 2760
termos da legislação vigente. 2761 2762
Capítulo V 2763
Da Oferta de Cursos d Programas de Pós-Gradução a Distância 2764 2765 Art. 24. A oferta de cursos de especialização a distância, por instituição devidamente 2766 credenciada, deverá cumprir, além do disposto neste Decreto, os 2767
demais dispositivos da legislação e normatização pertinentes à educação, em geral, quanto: 2768 I - à titulação do corpo docente; 2769 II - aos exames presenciais; e 2770 III - à apresentação presencial de trabalho de conclusão de curso ou de monografia. 2771
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Parágrafo único. As instituições credenciadas que ofereçam cursos de especialização a 2772
distância deverão informar ao Ministério da Educação os dados 2773 referentes aos seus cursos, quando de sua criação. 2774 Art. 25. Os cursos e programas de mestrado e doutorado a distância estarão 2775
sujeitos às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 2776 previstas na legislação específica em vigor. 2777 § 1o Os atos de autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento citados no 2778 caput serão concedidos por prazo determinado conforme regulamentação. 2779 § 2o Caberá à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES editar 2780
as normas complementares a este Decreto, no âmbito da pós-graduação stricto sensu. 2781 (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 2782 2783
Capítulo VI 2784
Das Disposições Finais 2785 2786
Art. 26. As instituições credenciadas para oferta de cursos e programas a distância poderão 2787
estabelecer vínculos para fazê-lo em bases territoriais múltiplas, mediante a formação de 2788 consórcios, parcerias, celebração de convênios, acordos, contratos ou outros instrumentos 2789 similares, desde que observadas as seguintes condições: 2790 I - comprovação, por meio de ato do Ministério da Educação, após avaliação de comissão de 2791
especialistas, de que as instituições vinculadas podem realizar as 2792 atividades específicas que lhes forem atribuídas no projeto de educação a distância; 2793 II - comprovação de que o trabalho em parceria está devidamente previsto e 2794
explicitado no: 2795 a) plano de desenvolvimento institucional; 2796
b) plano de desenvolvimento escolar; ou 2797 c) projeto pedagógico, quando for o caso, das instituições parceiras; 2798 III - celebração do respectivo termo de compromisso, acordo ou convênio; e 2799
IV - indicação das responsabilidades pela oferta dos cursos ou programas a 2800
distância, no que diz respeito a: 2801 a) implantação de pólos de educação a distância, quando for o caso; 2802 b) seleção e capacitação dos professores e tutores; 2803
c) matrícula, formação, acompanhamento e avaliação dos estudantes; 2804 d) emissão e registro dos correspondentes diplomas ou certificados. 2805
Art. 27. Os diplomas de cursos ou programas superiores de graduação e similares, a distância, 2806 emitidos por instituição estrangeira, inclusive os ofertados em convênios com instituições 2807 sediadas no Brasil, deverão ser submetidos para revalidação em universidade pública 2808
brasileira, conforme a legislação vigente. 2809 § 1o Para os fins de revalidação de diploma de curso ou programa de graduação, a 2810
universidade poderá exigir que o portador do diploma estrangeiro se submeta a 2811 complementação de estudos, provas ou exames destinados a suprir ou aferir conhecimentos, 2812 competências e habilidades na área de diplomação. 2813
§ 2o Deverão ser respeitados os acordos internacionais de reciprocidade e 2814 equiparação de cursos. 2815 Art. 28. Os diplomas de especialização, mestrado e doutorado realizados na modalidade a 2816 distância em instituições estrangeiras deverão ser submetidos para reconhecimento em 2817
universidade que possua curso ou programa reconhecido pela CAPES, em mesmo nível ou em 2818 nível superior e na mesma área ou equivalente, preferencialmente com a oferta 2819 correspondente em educação a distância. 2820 2821 Art. 29. A padronização de normas e procedimentos para credenciamento de 2822
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instituições, autorização e reconhecimento de cursos ou programas a distância será 2823
efetivada em regime de colaboração coordenado pelo Ministério da Educação, no prazo de 2824 cento e oitenta dias, contados da data de publicação deste Decreto. 2825 Art. 30. As instituições credenciadas para a oferta de educação a distância poderão solicitar 2826
autorização, junto aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino, para oferecer os 2827 ensinos fundamental e médio a distância, conforme § 4o 2828 do art. 32 da Lei no 9.394, de 1996, exclusivamente para: 2829 I - a complementação de aprendizagem; ou II - em situações emergenciais. 2830 Parágrafo único. A oferta de educação básica nos termos do caput contemplará a situação de 2831
cidadãos que: 2832 I - estejam impedidos, por motivo de saúde, de acompanhar ensino presencial; 2833 II - sejam portadores de necessidades especiais e requeiram serviços especializados de 2834 atendimento; 2835 III - se encontram no exterior, por qualquer motivo; 2836
IV - vivam em localidades que não contem com rede regular de atendimento 2837
escolar presencial; 2838
V - compulsoriamente sejam transferidos para regiões de difícil acesso, incluindo missões 2839 localizadas em regiões de fronteira; ou 2840 VI - estejam em situação de cárcere. 2841 Art. 31. Os cursos a distância para a educação básica de jovens e adultos que foram 2842
autorizados excepcionalmente com duração inferior a dois anos no ensino fundamental e um 2843 ano e meio no ensino médio deverão inscrever seus alunos em exames de certificação, para 2844 fins de conclusão do respectivo nível de ensino. 2845
§ 1o Os exames citados no caput serão realizados pelo órgão executivo do 2846 respectivo sistema de ensino ou por instituições por ele credenciadas. 2847
§ 2o Poderão ser credenciadas para realizar os exames de que trata este artigo instituições que 2848 tenham competência reconhecida em avaliação de aprendizagem e não estejam sob 2849 sindicância ou respondendo a processo administrativo ou judicial, nem tenham, no mesmo 2850
período, estudantes inscritos nos exames de certificação citados no caput. 2851
Art. 32. Nos termos do que dispõe o art. 81 da Lei no 9.394, de 1996, é permitida a 2852 organização de cursos ou instituições de ensino experimentais para 2853 oferta da modalidade de educação a distância. 2854
Parágrafo único. O credenciamento institucional e a autorização de cursos ou 2855 programas de que trata o caput serão concedidos por prazo determinado. 2856
Art. 33. As instituições credenciadas para a oferta de educação a distância deverão fazer 2857 constar, em todos os seus documentos institucionais, bem como nos materiais de divulgação, 2858 referência aos correspondentes atos de credenciamento, autorização e reconhecimento de 2859
seus cursos e programas. 2860 § 1o Os documentos a que se refere o caput também deverão conter informações a respeito 2861
das condições de avaliação, de certificação de estudos e de parceria com outras instituições. 2862 § 2o Comprovadas, mediante processo administrativo, deficiências ou irregularidades, o 2863 Poder Executivo sustará a tramitação de pleitos de interesse da instituição no respectivo 2864
sistema de ensino, podendo ainda aplicar, em ato próprio, as sanções previstas no art. 17, bem 2865 como na legislação específica em vigor. 2866 Art. 34. Revogado 2867 Art. 35. As instituições de ensino, cujos cursos e programas superiores tenham completado, na 2868
data de publicação deste Decreto, mais da metade do prazo concedido no ato de autorização, 2869 deverão solicitar, em no máximo cento e oitenta dias, o respectivo reconhecimento. 2870 Art. 36. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 2871 Art. 37. Ficam revogados o Decreto no 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto no 2872 2.561, de 27 de abril de 1998. 2873
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2874
4.9.4 Características do projeto pedagógico para educação a distância 2875
2876
O Decreto nº 5622, de 19 de dezembro de 2005, regulamenta o artigo 80 e amplia as 2877
orientações sobre a Educação a distância no Brasil. 2878
2879
CAPÍTULO I 2880 Art. 1o Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a educação a distância como modalidade 2881 educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem 2882 ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes 2883 e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 2884
§ 1o A educação a distância organiza-se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, 2885 para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: 2886
I - avaliações de estudantes; 2887
II - estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; 2888 III - defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; e 2889 IV - atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. 2890 Art. 2o A educação a distância poderá ser ofertada nos seguintes níveis e modalidades 2891
educacionais: 2892 I - educação básica, nos termos do art. 30 deste Decreto; 2893
II - educação de jovens e adultos, nos termos do art. 37 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro 2894 de 1996; 2895 III - educação especial, respeitadas as especificidades legais pertinentes; 2896
IV - educação profissional, abrangendo os seguintes cursos e programas: 2897 a) técnicos, de nível médio; e 2898
b) tecnológicos, de nível superior; 2899 V - educação superior, abrangendo os seguintes cursos e programas: 2900
a) sequenciais; 2901 b) de graduação; 2902
c) de especialização; 2903
d) de mestrado; e 2904 e) de doutorado. 2905
2906 Art. 3o A criação, organização, oferta e desenvolvimento de cursos e programas a distância 2907 deverão observar ao estabelecido na legislação e em regulamentações em vigor, para os 2908
respectivos níveis e modalidades da educação nacional. 2909 § 1o Os cursos e programas a distância deverão ser projetados com a mesma 2910 duração definida para os respectivos cursos na modalidade presencial. 2911 § 2o Os cursos e programas a distância poderão aceitar transferência e aproveitar estudos 2912 realizados pelos estudantes em cursos e programas presenciais, da mesma forma que as 2913
certificações totais ou parciais obtidas nos cursos e programas a distância poderão ser aceitas 2914
em outros cursos e programas a distância e em cursos e programas presenciais, conforme a 2915
legislação em vigor. 2916 Art. 4o A avaliação do desempenho do estudante para fins de promoção, conclusão de estudos 2917
e obtenção de diplomas ou certificados dar-se-á no processo, mediante: 2918 I - cumprimento das atividades programadas; e II - realização de exames presenciais. 2919 § 1o Os exames citados no inciso II serão elaborados pela própria instituição de ensino 2920 credenciada, segundo procedimentos e critérios definidos no projeto pedagógico do curso ou 2921 programa. 2922
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§ 2o Os resultados dos exames citados no inciso II deverão prevalecer sobre os demais 2923
resultados obtidos em quaisquer outras formas de avaliação a distância. 2924 Art. 5o Os diplomas e certificados de cursos e programas a distância, expedidos por 2925 instituições credenciadas e registrados na forma da lei, terão validade nacional. 2926
Parágrafo único. A emissão e registro de diplomas de cursos e programas a distância deverão 2927 ser realizados conforme legislação educacional pertinente. 2928 Art. 6o Os convênios e os acordos de cooperação celebrados para fins de oferta de cursos ou 2929 programas a distância entre instituições de ensino brasileiras, devidamente credenciadas, e 2930 suas similares estrangeiras, deverão ser previamente submetidos à análise e homologação pelo 2931
órgão normativo do respectivo sistema de ensino, para que os diplomas e certificados 2932 emitidos tenham validade nacional. 2933 Art. 7o Compete ao Ministério da Educação, mediante articulação entre seus órgãos, 2934 organizar, em regime de colaboração, nos termos dos arts. 8o, 9o, 10º e 11º da Lei no 9.394, 2935 de 1996, a cooperação e integração entre os sistemas de ensino, objetivando a padronização 2936
de normas e procedimentos para, em atendimento ao disposto no art. 80 daquela Lei: 2937
I - credenciamento e renovação de credenciamento de instituições para oferta de educação a 2938
distância; e 2939 II - autorização, renovação de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 2940 dos cursos ou programas a distância. 2941 Parágrafo único. Os atos do Poder Público, citados nos incisos I e II, deverão ser pautados 2942
pelos Referenciais de Qualidade para a Educação a Distância, definidos pelo Ministério da 2943 Educação, em colaboração com os sistemas de ensino. 2944 Art. 8o Os sistemas de ensino, em regime de colaboração, organizarão e manterão sistemas de 2945
informação abertos ao público com os dados de: 2946 I - credenciamento e renovação de credenciamento institucional; 2947
II - autorização e renovação de autorização de cursos ou programas a distância; 2948 III - reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos ou programas a distância; e 2949 IV - resultados dos processos de supervisão e de avaliação. 2950
Parágrafo único. O Ministério da Educação deverá organizar e manter sistema de informação, 2951
aberto ao público, disponibilizando os dados nacionais referentes à educação a distância. 2952 2953 CAPÍTULO II 2954
Do Credenciamento de Instruções para Oferta de Cursos e Programas na Modalidade a 2955 Distância 2956 Art. 9o O ato de credenciamento para a oferta de cursos e programas na modalidade a 2957 distância destina-se às instituições de ensino, públicas ou privadas. 2958 Parágrafo único. As instituições de pesquisa científica e tecnológica, públicas ou privadas, de 2959
comprovada excelência e de relevante produção em pesquisa, poderão solicitar 2960 credenciamento institucional, para a oferta de cursos ou programas a distância de: 2961
I - especialização; 2962 II - mestrado; 2963 III - doutorado; e 2964
IV - educação profissional tecnológica de pós-graduação. 2965 Art. 10. Compete ao Ministério da Educação promover os atos de credenciamento de 2966 instituições para oferta de cursos e programas a distância para educação superior. 2967 § 1o O ato de credenciamento referido no caput considerará como abrangência para atuação 2968
da instituição de ensino superior na modalidade de educação a distância, para fim de 2969 realização das atividades presenciais obrigatórias, a sede da instituição acrescida dos 2970 endereços dos Polos de apoio presencial, mediante avaliação in loco, aplicando-se os 2971 instrumentos de avaliação pertinentes e as disposições da Lei no 10.870, de 19 de maio de 2972 2004. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 2o As atividades presenciais obrigatórias, 2973
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compreendendo avaliação, estágios, defesa de trabalhos ou prática em laboratório, conforme o 2974
art. 1o, § 1o, serão realizados na sede da instituição ou nos Polos de apoio presencial, 2975 devidamente credenciados. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 3o A instituição 2976 poderá requerer a ampliação da abrangência de atuação, por meio do aumento do número de 2977
Polos de apoio presencial, na forma de aditamento ao ato de credenciamento. (Incluído pelo 2978 Decreto nº 6.303, de 2007) § 4o O pedido de aditamento será instruído com documentos que 2979 comprovem a existência de estrutura física e recursos humanos necessários e adequados ao 2980 funcionamento dos Polos, observados os referenciais de qualidade, comprovados em 2981 avaliação in loco. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 5o No caso do pedido de 2982
aditamento visando ao funcionamento de Polo de apoio presencial no exterior, o valor da taxa 2983 será complementado pela instituição com a diferença do custo de viagem e diárias dos 2984 avaliadores no exterior, conforme cálculo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas 2985 Educacionais Anísio Teixeira - INEP. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 6o O 2986 pedido de ampliação da abrangência de atuação, nos termos deste artigo, somente poderá ser 2987
efetuado após o reconhecimento do primeiro curso a distância da instituição, exceto na 2988
hipótese de credenciamento para educação a distância limitado à oferta de pós-graduação lato 2989
sensu. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 7o As instituições de educação superior 2990 integrantes dos sistemas estaduais que pretenderem oferecer cursos superiores a distância 2991 devem ser previamente credenciadas pelo sistema federal, informando os Polos de apoio 2992 presencial que integrarão sua estrutura, com a demonstração de suficiência da estrutura física, 2993
tecnológica e de recursos humanos. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007). 2994 2995 Art. 11. Compete às autoridades dos sistemas de ensino estadual e do Distrito Federal 2996
promover os atos de credenciamento de instituições para oferta de cursos a distância no nível 2997 básico e, no âmbito da respectiva unidade da Federação, nas modalidades de: 2998
I - educação de jovens e adultos; 2999 II - educação especial; e 3000 III - educação profissional. 3001
§ 1o Para atuar fora da unidade da Federação em que estiver sediada, a instituição deverá 3002
solicitar credenciamento junto ao Ministério da Educação. 3003 § 2o O credenciamento institucional previsto no § 1o será realizado em regime de colaboração 3004 e cooperação com os órgãos normativos dos sistemas de ensino envolvidos. 3005
§ 3o Caberá ao órgão responsável pela educação a distância no Ministério da Educação, no 3006 prazo de cento e oitenta dias, contados da publicação deste Decreto, coordenar os demais 3007
órgãos do Ministério e dos sistemas de ensino para editar as normas complementares a este 3008 Decreto, para a implementação do disposto nos §§ 1o e 2o. 3009 Art. 12. O pedido de credenciamento da instituição deverá ser formalizado junto ao órgão 3010
responsável, mediante o cumprimento dos seguintes requisitos: 3011 I - habilitação jurídica, regularidade fiscal e capacidade econômico-financeira, conforme 3012
dispõe a legislação em vigor; 3013 II - histórico de funcionamento da instituição de ensino, quando for o caso; 3014 III - plano de desenvolvimento escolar, para as instituições de educação básica, que contemple 3015
a oferta, a distância, de cursos profissionais de nível médio e para jovens e adultos; 3016 IV - plano de desenvolvimento institucional, para as instituições de educação superior, que 3017 contemple a oferta de cursos e programas a distância; 3018 V - estatuto da universidade ou centro universitário, ou regimento da instituição isolada de 3019
educação superior; 3020 VI - projeto pedagógico para os cursos e programas que serão ofertados na modalidade a 3021 distância; 3022 VII - garantia de corpo técnico e administrativo qualificado; 3023
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VIII - apresentar corpo docente com as qualificações exigidas na legislação em vigor e, 3024
preferencialmente, com formação para o trabalho com educação a distância; 3025 IX - apresentar, quando for o caso, os termos de convênios e de acordos de cooperação 3026 celebrados entre instituições brasileiras e suas co-signatárias estrangeiras, para oferta de 3027
cursos ou programas a distância; 3028 X - descrição detalhada dos serviços de suporte e infraestrutura adequados à 3029 realização do projeto pedagógico, relativamente a: 3030 a) instalações físicas e infraestrutura tecnológica de suporte e atendimento remoto aos 3031 estudantes e professores; 3032
b) laboratórios científicos, quando for o caso; 3033 c) pólo de apoio presencial é a unidade operacional, no País ou no exterior, para o 3034 desenvolvimento descentralizado de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos 3035 cursos e programas ofertados a distância; (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007); 3036 d) bibliotecas adequadas, inclusive com acervo eletrônico remoto e acesso por meio de redes 3037
de comunicação e sistemas de informação, com regime de funcionamento e atendimento 3038
adequados aos estudantes de educação a distância. 3039
§ 1o O pedido de credenciamento da instituição para educação a distância deve vir 3040 acompanhado de pedido de autorização de pelo menos um curso na modalidade. (Redação 3041 dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 2o O credenciamento para educação a distância que 3042 tenha por base curso de pós-graduação lato sensu ficará limitado a esse nível. (Redação dada 3043
pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 3o A instituição credenciada exclusivamente para a oferta 3044 de pós-graduação lato sensu a distância poderá requerer a ampliação da abrangência 3045 acadêmica, na forma de aditamento ao ato de credenciamento. (Incluído pelo Decreto nº 3046
6.303, de 2007). 3047 Art. 13. Para os fins de que trata este Decreto, os projetos pedagógicos de cursos e programas 3048
na modalidade a distância deverão: 3049 I - obedecer às diretrizes curriculares nacionais, estabelecidas pelo Ministério 3050 da Educação para os respectivos níveis e modalidades educacionais; 3051
II - prever atendimento apropriado a estudantes portadores de necessidades 3052
especiais; 3053 III - explicitar a concepção pedagógica dos cursos e programas a distância, com apresentação 3054 de: 3055
a) os respectivos currículos; 3056 b) o número de vagas proposto; 3057
c) o sistema de avaliação do estudante, prevendo avaliações presenciais e avaliações a 3058 distância; e d) descrição das atividades presenciais obrigatórias, tais como estágios 3059 curriculares, defesa presencial de trabalho de conclusão de curso e das atividades em 3060
laboratórios científicos, bem como o sistema de controle de frequência dos estudantes nessas 3061 atividades, quando for o caso. 3062
Art. 14. O credenciamento de instituição para a oferta dos cursos ou programas a distância 3063 terá prazo de validade condicionado ao ciclo avaliativo, observado o Decreto no 5.773, de 3064 2006, e normas expedidas pelo Ministério da Educação. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, 3065
de 2007) § 1o A instituição credenciada deverá iniciar o curso autorizado no prazo de até doze 3066 meses, a partir da data da publicação do respectivo ato, ficando vedada a transferência de 3067 cursos para outra instituição. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) § 2o Caso a 3068 implementação de cursos autorizados não ocorra no prazo definido no § 1o, os atos de 3069
credenciamento e autorização de cursos serão automaticamente tornados sem efeitos. 3070 § 3o Os pedidos de credenciamento e recredenciamento para educação a distância observarão 3071 a disciplina processual aplicável aos processos regulatórios da educação superior, nos termos 3072 do Decreto no 5.773, de 2006, e normas expedidas pelo Ministério da Educação. (Redação 3073 dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 3074
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§ 4o Os resultados do sistema de avaliação mencionado no art. 16 deverão ser considerados 3075
para os procedimentos de renovação de credenciamento. 3076 Art. 15. Os pedidos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos 3077 superiores a distância de instituições integrantes do 3078
sistema federal devem tramitar perante os órgãos próprios do Ministério da Educação. 3079 (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 3080 § 1o Os pedidos de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos 3081 superiores a distância oferecidos por instituições 3082 integrantes dos sistemas estaduais devem tramitar perante os órgãos estaduais competentes, a 3083
quem caberá a respectiva supervisão. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 3084 § 2o Os cursos das instituições integrantes dos sistemas estaduais cujas atividades presenciais 3085 obrigatórias forem realizados em pólos de apoio presencial fora do Estado sujeitam-se a 3086 autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento pelas autoridades competentes 3087 do sistema federal. (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 3088
§ 3o A oferta de curso reconhecido na modalidade presencial, ainda que análogo ao curso a 3089
distância proposto, não dispensa a instituição do requerimento específico de autorização, 3090
quando for o caso, e reconhecimento para cada um dos cursos, perante as autoridades 3091 competente. (Incluído pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 3092 Art. 16. O sistema de avaliação da educação superior, nos termos da Lei no 10.861, de 14 de 3093 abril de 2004, aplica-se integralmente à educação superior a 3094
distância. 3095 Art. 17. Identificadas deficiências, irregularidades ou descumprimento das condições 3096 originalmente estabelecidas, mediante ações de supervisão ou de 3097
avaliação de cursos ou instituições credenciadas para educação a distância, o órgão 3098 competente do respectivo sistema de ensino determinará, em ato próprio, observado o 3099
contraditório e ampla defesa: 3100 I - instalação de diligência, sindicância ou processo administrativo; 3101 II - suspensão do reconhecimento de cursos superiores ou da renovação de autorização de 3102
cursos da educação básica ou profissional; 3103
III - intervenção; 3104 IV - desativação de cursos; ou 3105 V - descredenciamento da instituição para educação a distância. 3106
§ 1o A instituição ou curso que obtiver desempenho insatisfatório na avaliação de que trata a 3107 Lei no 10.861, de 2004, ficará sujeita ao disposto nos incisos I a IV, conforme o caso. 3108
§ 2o As determinações de que trata o caput são passíveis de recurso ao órgão normativo do 3109 respectivo sistema de ensino. 3110 3111
CAPÍTULO III 3112
Da Oferta de Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação Profissional 3113 e a Modalidade e Distância, e a Educação Básica 3114 Art. 18. Os cursos e programas de educação a distância criados somente poderão ser 3115 implementados para oferta após autorização dos órgãos competentes dos respectivos sistemas 3116
de ensino. 3117 Art. 19. A matrícula em cursos a distância para educação básica de jovens e 3118 adultos poderá ser feita independentemente de escolarização anterior, obedecida a idade 3119 mínima e mediante avaliação do educando, que permita sua inscrição na etapa adequada, 3120
conforme normas do respectivo sistema de ensino. 3121 3122
Capítulo IV 3123 Da Oferta de Cursos Superiores, na Modalidade d Distância 3124
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Art. 20. As instituições que detêm prerrogativa de autonomia universitária credenciadas para 3125
oferta de educação superior a distância poderão criar, organizar e extinguir cursos ou 3126 programas de educação superior nessa modalidade, conforme disposto no inciso I do art. 53 3127 da Lei no 9.394, de 1996. 3128
§ 1o Os cursos ou programas criados conforme o caput somente poderão ser ofertados nos 3129 limites da abrangência definida no ato de credenciamento da instituição. 3130 3131 § 2o Os atos mencionados no caput deverão ser comunicados à Secretaria de Educação 3132 Superior do Ministério da Educação. 3133
§ 3o O número de vagas ou sua alteração será fixado pela instituição detentora de 3134 prerrogativas de autonomia universitária, a qual deverá observar capacidade institucional, 3135 tecnológica e operacional próprias para oferecer cursos ou programas a distância. 3136 Art. 21. Instituições credenciadas que não detêm prerrogativa de autonomia universitária 3137 deverão solicitar, junto ao órgão competente do respectivo sistema de ensino, autorização para 3138
abertura de oferta de cursos e programas de educação superior a distância. 3139
§ 1o Nos atos de autorização de cursos superiores a distância, será definido o número de 3140
vagas a serem ofertadas, mediante processo de avaliação externa a ser realizada pelo 3141 Ministério da Educação. 3142 § 2o Os cursos ou programas das instituições citadas no caput que venham a acompanhar a 3143 solicitação de credenciamento para a oferta de educação a distância, nos termos do § 1o do 3144
art. 12, também deverão ser submetidos ao processo de autorização tratado neste artigo. 3145 Art. 22. Os processos de reconhecimento e renovação do reconhecimento dos cursos 3146 superiores a distância deverão ser solicitados conforme legislação educacional em vigor. 3147
Parágrafo único. Nos atos citados no caput, deverão estar explicitados: 3148 I - o prazo de reconhecimento; e 3149
II - o número de vagas a serem ofertadas, em caso de instituição de ensino superior não 3150 detentora de autonomia universitária. 3151 Art. 23. A criação e autorização de cursos de graduação a distância deverão ser submetidas, 3152
previamente, à manifestação do: 3153
I - Conselho Nacional de Saúde, no caso dos cursos de Medicina, Odontologia e Psicologia; 3154 ou 3155 II - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no caso dos cursos 3156
de Direito. 3157 Parágrafo único. A manifestação dos conselhos citados nos incisos I e II, consideradas as 3158
especificidades da modalidade de educação a distância, terá 3159 procedimento análogo ao utilizado para os cursos ou programas presenciais nessas áreas, nos 3160 termos da legislação vigente. 3161
3162
Capítulo V 3163 Da Oferta de Cursos d Programas de Pós-Gradução a Distância 3164 3165 Art. 24. A oferta de cursos de especialização a distância, por instituição devidamente 3166
credenciada, deverá cumprir, além do disposto neste Decreto, os 3167 demais dispositivos da legislação e normatização pertinentes à educação, em geral, quanto: 3168 I - à titulação do corpo docente; 3169 II - aos exames presenciais; e 3170
III - à apresentação presencial de trabalho de conclusão de curso ou de monografia. 3171 Parágrafo único. As instituições credenciadas que ofereçam cursos de especialização a 3172 distância deverão informar ao Ministério da Educação os dados 3173 referentes aos seus cursos, quando de sua criação. 3174 Art. 25. Os cursos e programas de mestrado e doutorado a distância estarão 3175
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sujeitos às exigências de autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento 3176
previstas na legislação específica em vigor. 3177 § 1o Os atos de autorização, o reconhecimento e a renovação de reconhecimento citados no 3178 caput serão concedidos por prazo determinado conforme regulamentação. 3179
§ 2o Caberá à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES editar 3180 as normas complementares a este Decreto, no âmbito da pós-graduação stricto sensu. 3181 (Redação dada pelo Decreto nº 6.303, de 2007) 3182 3183
Capítulo VI 3184 Das Disposições Finais 3185 3186 Art. 26. As instituições credenciadas para oferta de cursos e programas a distância poderão 3187 estabelecer vínculos para fazê-lo em bases territoriais múltiplas, mediante a formação de 3188 consórcios, parcerias, celebração de convênios, acordos, contratos ou outros instrumentos 3189
similares, desde que observadas as seguintes condições: 3190
I - comprovação, por meio de ato do Ministério da Educação, após avaliação de comissão de 3191
especialistas, de que as instituições vinculadas podem realizar as 3192 atividades específicas que lhes forem atribuídas no projeto de educação a distância; 3193 II - comprovação de que o trabalho em parceria está devidamente previsto e 3194 explicitado no: 3195
a) plano de desenvolvimento institucional; 3196 b) plano de desenvolvimento escolar; ou 3197 c) projeto pedagógico, quando for o caso, das instituições parceiras; 3198
III - celebração do respectivo termo de compromisso, acordo ou convênio; e 3199 IV - indicação das responsabilidades pela oferta dos cursos ou programas a 3200
distância, no que diz respeito a: 3201 a) implantação de pólos de educação a distância, quando for o caso; 3202 b) seleção e capacitação dos professores e tutores; 3203
c) matrícula, formação, acompanhamento e avaliação dos estudantes; 3204
d) emissão e registro dos correspondentes diplomas ou certificados. 3205 Art. 27. Os diplomas de cursos ou programas superiores de graduação e similares, a distância, 3206 emitidos por instituição estrangeira, inclusive os ofertados em convênios com instituições 3207
sediadas no Brasil, deverão ser submetidos para revalidação em universidade pública 3208 brasileira, conforme a legislação vigente. 3209
§ 1o Para os fins de revalidação de diploma de curso ou programa de graduação, a 3210 universidade poderá exigir que o portador do diploma estrangeiro se submeta a 3211 complementação de estudos, provas ou exames destinados a suprir ou aferir conhecimentos, 3212
competências e habilidades na área de diplomação. 3213 § 2o Deverão ser respeitados os acordos internacionais de reciprocidade e 3214
equiparação de cursos. 3215 Art. 28. Os diplomas de especialização, mestrado e doutorado realizados na modalidade a 3216 distância em instituições estrangeiras deverão ser submetidos para reconhecimento em 3217
universidade que possua curso ou programa reconhecido pela CAPES, em mesmo nível ou em 3218 nível superior e na mesma área ou equivalente, preferencialmente com a oferta 3219 correspondente em educação a distância. 3220 3221
Art. 29. A padronização de normas e procedimentos para credenciamento de 3222 instituições, autorização e reconhecimento de cursos ou programas a distância será 3223 efetivada em regime de colaboração coordenado pelo Ministério da Educação, no prazo de 3224 cento e oitenta dias, contados da data de publicação deste Decreto. 3225
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 91
Art. 30. As instituições credenciadas para a oferta de educação a distância poderão solicitar 3226
autorização, junto aos órgãos normativos dos respectivos sistemas de ensino, para oferecer os 3227 ensinos fundamental e médio a distância, conforme § 4o 3228 do art. 32 da Lei no 9.394, de 1996, exclusivamente para: 3229
I - a complementação de aprendizagem; ou II - em situações emergenciais. 3230 Parágrafo único. A oferta de educação básica nos termos do caput contemplará a situação de 3231 cidadãos que: 3232 I - estejam impedidos, por motivo de saúde, de acompanhar ensino presencial; 3233 II - sejam portadores de necessidades especiais e requeiram serviços especializados de 3234
atendimento; 3235 III - se encontram no exterior, por qualquer motivo; 3236 IV - vivam em localidades que não contem com rede regular de atendimento 3237 escolar presencial; 3238 V - compulsoriamente sejam transferidos para regiões de difícil acesso, incluindo missões 3239
localizadas em regiões de fronteira; ou 3240
VI - estejam em situação de cárcere. 3241
Art. 31. Os cursos a distância para a educação básica de jovens e adultos que foram 3242 autorizados excepcionalmente com duração inferior a dois anos no ensino fundamental e um 3243 ano e meio no ensino médio deverão inscrever seus alunos em exames de certificação, para 3244 fins de conclusão do respectivo nível de ensino. 3245
§ 1o Os exames citados no caput serão realizados pelo órgão executivo do 3246 respectivo sistema de ensino ou por instituições por ele credenciadas. 3247 § 2o Poderão ser credenciadas para realizar os exames de que trata este artigo instituições que 3248
tenham competência reconhecida em avaliação de aprendizagem e não estejam sob 3249 sindicância ou respondendo a processo administrativo ou judicial, nem tenham, no mesmo 3250
período, estudantes inscritos nos exames de certificação citados no caput. 3251 Art. 32. Nos termos do que dispõe o art. 81 da Lei no 9.394, de 1996, é permitida a 3252 organização de cursos ou instituições de ensino experimentais para 3253
oferta da modalidade de educação a distância. 3254
Parágrafo único. O credenciamento institucional e a autorização de cursos ou 3255 programas de que trata o caput serão concedidos por prazo determinado. 3256 Art. 33. As instituições credenciadas para a oferta de educação a distância deverão fazer 3257
constar, em todos os seus documentos institucionais, bem como nos materiais de divulgação, 3258 referência aos correspondentes atos de credenciamento, autorização e reconhecimento de 3259
seus cursos e programas. 3260 § 1o Os documentos a que se refere o caput também deverão conter informações a respeito 3261 das condições de avaliação, de certificação de estudos e de parceria com outras instituições. 3262
§ 2o Comprovadas, mediante processo administrativo, deficiências ou irregularidades, o 3263 Poder Executivo sustará a tramitação de pleitos de interesse da instituição no respectivo 3264
sistema de ensino, podendo ainda aplicar, em ato próprio, as sanções previstas no art. 17, bem 3265 como na legislação específica em vigor. 3266 Art. 34. Revogado 3267
Art. 35. As instituições de ensino, cujos cursos e programas superiores tenham completado, na 3268 data de publicação deste Decreto, mais da metade do prazo concedido no ato de autorização, 3269 deverão solicitar, em no máximo cento e oitenta dias, o respectivo reconhecimento. 3270 Art. 36. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. 3271
Art. 37. Ficam revogados o Decreto no 2.494, de 10 de fevereiro de 1998, e o Decreto no 3272 2.561, de 27 de abril de 1998. 3273
3274 3275
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 92
4.9.5 Diretrizes e indicadores metodológicos para a educação a distância 3276
3277 Em 1986, com a Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional, o Brasil deu um 3278
grande salto na educação a distância, pois nesse período constituíram-se os primeiros cursos 3279
superiores, já regulamentados pelo Ministério da Educação. 3280
3281 O artigo 80 desta Lei tem a seguinte redação: 3282
Art. 80. O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de 3283
ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada. 3284
§ 1º A educação a distância, organizada com abertura e regime especiais, será oferecida por 3285
instituições especificamente credenciadas pela União. 3286
§ 2º A União regulamentará os requisitos para a realização de exames e registro de diploma 3287
relativos a cursos de educação a distância. 3288
§ 3º As normas para produção, controle e avaliação de programas de educação a distância e a 3289
autorização para sua implementação, caberão aos respectivos sistemas de ensino, podendo 3290
haver cooperação e integração entre os diferentes sistemas. 3291
§ 4º A educação a distância gozará de tratamento diferenciado, que incluirá: 3292
I - custos de transmissão reduzidos em canais comerciais de radiodifusão sonora e de sons e 3293
imagens; 3294
II - concessão de canais com finalidades exclusivamente educativas; 3295
III - reserva de tempo mínimo, sem ônus para o Poder Público, pelos concessionários de 3296
canais comerciais. 3297
3298
4.10 POLÍTICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA 3299
3300
A educação inclusiva na educação remete às ações de valorização do direito de todos à 3301
educação. Nestas ações são previstas a adoção de políticas públicas capazes de atender às 3302
diversas necessidades educacionais, valorizando a singularidade como condição indispensável 3303
à construção da sociedade. 3304
Na perspectiva de promover mudanças nas práticas acadêmicas de servidores, 3305
estudantes, familiares e demais segmentos da comunidade no tocante à inclusão são discutidas 3306
neste PPP a adoção de ações que promovam a educação inclusiva no âmbito do IFPA campus 3307
Parauapebas. 3308
3309
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 93
4.10.1 Concepção de educação inclusiva 3310
3311
São princípios constitucionais a igualdade de condições para o acesso e permanência 3312
da escola. Trata-se de um processo abrangente que permeia pelos mais diversos espaços 3313
sociais. Incluir é assegurar e garantir o direito dos cidadãos indistintamente. Estão amparados 3314
por essas políticas as pessoas com deficiência, diversas classes, etnias e sexualidade, pessoas 3315
com formação cultural distinta, povos indígenas, afrodescendentes, integrantes de 3316
movimentos por reforma agrária, camponeses e quilombolas. 3317
A percepção limitada de inclusão é desmistificada através do parecer CNE/CEB 3318
17/2001 que trata do sucesso escolar como um conjunto de ações que consideram o respeito 3319
as singularidades do aluno 3320
[...] em vez de focalizar a deficiência da pessoa, enfatiza o ensino e a escola, bem 3321 como as formas e condições de aprendizagem; em vez de procurar, no aluno, a 3322 origem de um problema, define-se pelo tipo de resposta educativa e de recursos e 3323 apoios que a escola deve proporcionar-lhe para que obtenha sucesso escolar; por 3324 fim, em vez de pressupor que o aluno deva ajustar-se aos padrões de normalidade” 3325 para aprender, aponta para a escola o desafio de ajustar-se para atender a diversidade 3326 de seus alunos. (BRASIL, 2001b, p. 15). 3327
3328
Nesta perspectiva a escola deve tornar-se o loco das ações que garantam a igualdade 3329
de condições para o acesso à escola bem como sua permanência e êxito. Desta forma a 3330
educação inclusiva deve permear, transversalmente, todos os níveis e modalidades de ensino, 3331
assegurando, assim, a igualdade de oportunidades a todos. 3332
São elementos norteadores destas ações a Declaração Universal dos Direitos Humanos 3333
(1948), a Declaração de Jomtien (WCEFA, 1990) e a Declaração de Salamanca (1994) o 3334
estatuto da criança e adolescente. A LDB LDB (Lei 9.394/96), em seu Art. 59 também orienta 3335
que os sistemas de ensino assegurem todo o ferramental para o sucesso dos discentes. Neste 3336
cenário, foram instituídas as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação 3337
Básica. Mais recentemente, em 2011, entrou em vigor o dispositivo legal que prevê a ação do 3338
Ministério da Educação no apoio técnico e financeiro às iniciativas voltadas ao atendimento 3339
educacional especializado. 3340
Conforme o Art. 5º, Incisos I a VII, do Decreto 7.611/2011, esse apoio técnico e 3341
financeiro contempla as seguintes ações: 3342
I - aprimoramento do atendimento educacional especializado já ofertado; 3343
II - implantação de salas de recursos multifuncionais; 3344
III - formação continuada de professores, inclusive para o desenvolvimento da 3345
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educação bilíngue para estudantes surdos ou com deficiência auditiva e do ensino do Braile 3346
para estudantes cegos ou com baixa visão; 3347
IV - formação de gestores, educadores e demais profissionais da escola para a educação na 3348
perspectiva da educação inclusiva, particularmente na aprendizagem, na participação e na 3349
criação de vínculos interpessoais; 3350
V - adequação arquitetônica de prédios escolares para acessibilidade; 3351
VI - elaboração, produção e distribuição de recursos educacionais para a acessibilidade; e 3352
VII - estruturação de núcleos de acessibilidade nas instituições federais de educação superior. 3353
3354
Todas as discussões em torno da educação inclusiva propiciam a reflexão profunda 3355
acerca do papel da educação e seus métodos e meios. Ancora-se na perspectiva de uma escola 3356
aberta, que ofereça condições e respeito sustentáveis à heterogeneidade. 3357
Diante deste exposto, este campus assume o compromisso de educação inclusiva 3358
pautada na concepção do direito a todos, na abertura à pluralidade em todas as relações e na 3359
atenção especial àqueles que encontram-se em estado vulnerabilidade por condições sociais, 3360
econômicas ou físicas. Este compromisso concretiza-se na forma de enraizamento e 3361
fortalecimento de valores e posturas na cultura dos educadores e toda comunidade escolar que 3362
semeiem o acolhimento, a aceitação, o incentivo a interação e valorização do conhecimento. 3363
3364
4.10.2 Princípios orientadores de educação inclusiva 3365
3366
A prática da educação inclusiva pauta-se em princípios, que em seu conjunto, 3367
constituem ações formativas e mecanismos de materialização das políticas de inclusão. Em 3368
defesa a oferta da educação igualitária é norteada pelos seguintes princípios 3369
a) o respeito aos direitos humanos universais; 3370
b) a garantia legal de uma educação para todos (pública, gratuita e de qualidade); 3371
c) a defesa por igualdade nas condições de acesso, de permanência e de conclusão; 3372
d) a conjugação da igualdade e da diferença como dimensões indissociáveis a qualquer 3373
proposição sociopolítico-educacional; 3374
e) a adequação das práticas pedagógicas; 3375
f) o apoio pedagógico especializado; 3376
g) a valorização das capacidades humanas em desenvolvimento; 3377
h) a preservação da identidade humana; 3378
i) a autonomia individual; 3379
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j) a liberdade humana de fazer as próprias escolhas; 3380
k) a não discriminação; 3381
l) a participação e a inclusão plenas e efetivas na sociedade; 3382
m) a defesa do interculturalismo; 3383
n) a interação entre escola, família e comunidade; 3384
o) o respeito à diferença; 3385
p) a igualdade de oportunidades; e 3386
q) a acessibilidade total. 3387
3388
4.10.3 Diretrizes e indicadores metodológicos de educação inclusiva 3389
3390
A implementação e construção das políticas de educação inclusiva no campus IFPA 3391
Parauapebas é uma prática contínua de sensibilização, compromisso, parcerias e vitórias sobre 3392
os desafios diários. 3393
Nesta direção são adotadas diretrizes que orientam as práticas inclusivas na instituição. 3394
a) adequação do Programa de Assistência Estudantil a ações sistêmicas, a fim de assegurar o 3395
direito social de todos os estudantes para o acesso à escola, a permanência nessa instituição e 3396
a conclusão de estudos com êxito; 3397
b) fortalecimento dos NAPNE (Núcleo de Apoio as Necessidades Educacionais Específicas), 3398
para que se configure em um mecanismo sistêmico de articulação, ampliando as iniciativas 3399
para a inclusão escolar (pesquisas, estudos, eventos, programas e cursos de incentivo à 3400
formação); 3401
c) manutenção dos processos seletivos diferenciados que destinam vagas para estudantes da 3402
rede pública (cotas), de baixa renda e autodeclarados pardos, pardos e indígenas; 3403
d) abertura, em todos os processos seletivos da Instituição, de espaços e de mecanismos 3404
adequados para as pessoas com deficiências ou com limitações; 3405
e) implementação e fortalecimento da Educação Básica na Modalidade de Educação de 3406
Jovens e Adultos (PROEJA); 3407
f) defesa de um currículo integrado, aberto e flexível, que contemple a diversidade, o 3408
interculturalismo e o direito ao conhecimento, respeitando as necessidades formativas 3409
individuais, locais e regionais; 3410
g) fortalecimento e intensificação de políticas e de projetos de fomento à educação inclusiva; 3411
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h) construção de espaços formativos inclusivos, com adequação dos tempos (físicos, 3412
psicológicos e/ou virtuais), das práticas pedagógicas, dos horários e das instalações 3413
(equipamentos, estrutura física, serviços de apoio, tecnologias assistivas etc.), organizados 3414
para a acessibilidade e para o acompanhamento da aprendizagem dos alunos; 3415
i) promoção da igualdade de oportunidades nos encaminhamentos destinados à qualificação 3416
para o trabalho; 3417
j) investimento na formação continuada de todos os profissionais da educação envolvidos no 3418
processo, com vistas à superação de preconceitos ou de barreiras atitudinais ainda existentes; 3419
k) constituição de equipes multiprofissionais de acompanhamento da aprendizagem, dando 3420
prevalência ao atendimento educacional especializado (instrutores, intérpretes e demais 3421
profissionais especializados), a fim de atender às peculiaridades das pessoas com deficiência; 3422
l) adoção, em programas de educação profissional, de políticas públicas de acesso, 3423
permanência e conclusão, no que se refere aos estudos das pessoas com necessidades 3424
educacionais especiais; 3425
m) articulação das ações da educação especial previstas legalmente, no sentido de estabelecer 3426
mecanismos de cooperação com as políticas públicas de educação e de trabalho, em parceria 3427
com organizações governamentais e não governamentais (a fim de desenvolver programas de 3428
qualificação profissional para alunos especiais e promover a inserção desses discentes no 3429
mundo do trabalho); 3430
n) proposta avaliativa processual e formativa que tanto considere os conhecimentos prévios, 3431
as possibilidades de aprendizagens futuras e os ritmos diferenciados quanto analise o 3432
desenvolvimento e as capacidades do aluno em relação ao seu próprio progresso individual; 3433
o) implementação de uma gestão de sala de aula direcionada para a diversidade dos alunos, 3434
incluindo a diversificação das atividades; 3435
p) articulação, no tratamento das práticas pedagógicas, entre igualdade e diferença, em 3436
reconhecimento ao multiculturalismo, valorizando a diversidade cultural e promovendo o 3437
interculturalismo; e 3438
q) desenvolvimento de projetos que favoreçam o diálogo e a aproximação entre diferentes 3439
pessoas e/ou grupos de diversas procedências sociais, étnicas, religiosas, culturais, etc. 3440
A luta pela igualdade e inclusão deve ser árdua e contínua. As mudanças devem 3441
caminhar no sentido de democratizar o acesso e promover qualidade na educação pois 3442
somente a educação é elemento modificador de uma sociedade justa e igualitária. 3443
3444
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4.11 POLÍTICA DE PESQUISA E INOVAÇÃO 3445
4.11.1 Concepção de pesquisa 3446
3447 Pesquisa é fazer ciência, é buscar soluções para problemas da sociedade, é se colocar a 3448
serviço da humanidade e, muitas vezes é dar voz a atores sociais desconhecidos ou esquecidos 3449
do mundo acadêmico. 3450
Conforme Demo (2001), 3451 3452
3453 O estudante que queremos formar não é apenas técnico, mas fundamentalmente 3454 cidadão, que encontra na competência reconstrutiva de conhecimento seu perfil 3455 decisivo. Tem pela frente o duplo desafio de fazer o conhecimento progredir, mas, 3456 mormente, de o humanizar. [...] Pesquisa é, pois, razão acadêmica crucial de ser. A 3457 aprendizagem adequada é aquela efetivada dentro do processo de pesquisa do 3458 professor, no qual ambos – professor e aluno – prendem, sabem pensar e aprendem a 3459 aprender. (DEMO, 2001, p.02) 3460
3461 3462
Tendo como objetivo descobrir respostas para indagações propostas mediante o uso de 3463
procedimentos científicos, a pesquisa é o processo de desenvolvimento do método científico. 3464
Pesquisar é o conjunto de ações que se propõe para encontrar a solução desejada de um 3465
problema, tendo por base procedimentos racionais e sistemáticos. 3466
Alguns procedimentos são comuns à pesquisa, tais como: 3467 3468
a) Elaboração de questões ou proposição de problemas e levantamento de hipóteses ou 3469
soluções; 3470
b) Realização de leituras analíticas e observações; 3471 c) Registro e análise das leituras e das observações; 3472 d) Elaboração de explicações, generalizações, conclusões e previsões. 3473
3474 As pesquisas podem ser do tipo descritivo, explicativo, exploratório e participante, sendo que 3475 as etapas desses tipos de pesquisa são: 3476
a) Formulação de um problema; 3477 b) Construção de hipóteses; 3478
c) Delineamento metodológico; 3479 d) Operacionalização de conceitos e variáveis; 3480 e) Seleção da amostra ou fonte de dados; 3481
f) Elaboração de instrumentos de coleta dos dados; 3482 g) Coleta dos dados; 3483 h) Análise e interpretação dos resultados; 3484
i) Redação do trabalho científico. 3485
3486 3487
O Problema 3488
3489 Formular um problema é, sem dúvidas, o passo mais importante para iniciar uma 3490
pesquisa. Um problema é um fenômeno ou fato ainda sem resposta ou explicações, sendo sua 3491
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solução possibilitada pela pesquisa. A escolha do problema deve ser, então, a primeira tarefa 3492
do pesquisador, que deve seguir algumas diretrizes, a saber: 3493
a) O problema deve ser formulado como uma pergunta; 3494
b) Deve ser delimitado de modo claro, preciso e viável; 3495 c) Apresentar, sempre que possível, algumas referências empíricas. 3496 3497
É necessário incluir indagações, como: Por que pesquisar? Qual a relevância do 3498 problema? E quem será o beneficiário do resultado? 3499
3500 Hipótese 3501
3502
Ao formular o problema é necessário aventar hipóteses que sugerirão explicações para o 3503
fato estudado e antecipará soluções para o problema escolhido. Portanto, para se construir as 3504
hipóteses devemos seguir algumas orientações. 3505
3506
Delimitação 3507
3508
O delineamento metodológico de uma pesquisa, também conhecido como recorte, 3509
inicia-se com a seleção das fontes de dados. Os dados podem ser fornecidos por pessoas ou 3510
documentos, dependendo da proposta que se quer discutir e do tema abordado. 3511
Um bom recorte principia em um profundo conhecimento do assunto por parte do 3512
pesquisador. Em seguida, deve-se fatorar uma questão problema, delimitando o período de 3513
ocorrência do fato, o local onde será observado, a população ou sujeitos que serão analisados 3514
e o limite da pesquisa, ou seja, até onde se pretende chegar. 3515
3516
3517
4.11.2 Princípios orientadores da pesquisa 3518
3519 Metodologia, do Grego – META, que significa ao largo, caminho; e LOGOS que 3520
significa discurso, estudo. Epistemologicamente significa “o estudo da ciência” – por isso a 3521
necessidade de conceituar ciência – ou a crítica ao conhecimento científico, através do exame 3522
das hipóteses, dos princípios e das conclusões, objetivando determinar seu alcance e seu 3523
valor. 3524
Portanto, são os caminhos necessários para o auto aprendizado em que você é o sujeito 3525
do processo, aprendendo a pesquisar e a sistematizar o conhecimento adquirido, estudando 3526
todos os métodos científicos sob os aspectos descritivos e da análise reflexiva. 3527
Ao tratar do processo científico, a metodologia da ciência descreve o que são os 3528
métodos científicos da indução, dedução e o hipotético-dedutivo, incluindo outros 3529
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procedimentos que levam à formulação das hipóteses, bem como, a elaboração e explicação 3530
de leis e teorias científicas, fazendo também uma análise crítica delas. 3531
Temos também a Metodologia do Trabalho Científico que, conforme Bravos, 3532
3533 3534
trata-se de um estudo sobre um tema específico ou particular, com suficiente valor 3535 representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto 3536 não só em profundidade, mas também em todos os seus ângulos e aspectos, 3537 dependendo dos fins a que se destinam. (BRAVOS, 2006). 3538 3539
3540
Sendo assim, a Metodologia consiste no estudo e avaliação dos vários métodos 3541
disponíveis, identificando suas limitações ou não em nível das implicações de suas 3542
atualizações. Noutro nível, a Metodologia prima por examinar e avaliar as técnicas, bem 3543
como a geração ou verificação de novos métodos que conduzem à captação e processamento 3544
de informações com vistas à resolução de problemas de investigação. 3545
3546 3547
3548
4.11.3 Diretrizes e indicadores metodológicos da pesquisa 3549
3550 Conceitos de método 3551
3552
Demo (2001), afirma que método é o "Caminho pelo qual se chega a determinado 3553
resultado, ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo refletido e 3554
deliberado". Lakatos (2009), diz que é a "Forma de selecionar técnicas e avaliar alternativas 3555
para ação científica". Para Santos (2000), é a "Forma ordenada de proceder ao longo de um 3556
caminho". É a "Ordem que se deve impor aos diferentes processos necessários para atingir um 3557
fim dado" na visão de Dencker (1998). 3558
3559
Método científico 3560
3561 Podemos definir o método científico como a teoria da investigação que alcança seus 3562
objetivos, quando cumpre ou se propõe a cumprir, de forma científica, as seguintes etapas: 3563
a) Descobrimento do problema - ou brecha, num conjunto total de acontecimentos; 3564
b) Colocação precisa do problema - ou a recolocação de um velho problema à luz de novos 3565 conhecimentos; 3566
c) Procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes ao problema – pesquisa sobre o 3567 conhecido para tentar resolver o problema; 3568
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d) Tentativa de solução do problema com auxílio dos meios identificados - se a tentativa 3569
resultar inútil passa-se para a etapa seguinte, em caso contrário, passa-se para a subsequente; 3570
e) Invenção de novas ideias – criação e análise de hipóteses, teorias ou técnicas, ou ainda, 3571 produção de novos dados empíricos que possibilitem a resolução do problema; 3572
f) Obtenção de uma solução – pode ser exata ou aproximada do problema, utilizando-se do 3573 instrumental conceitual ou empírico disponível; 3574
g) Investigação das consequências da solução obtida – é a busca de prognósticos que 3575 possam ser feitos com seu auxílio, em se tratando de uma teoria; 3576
h) Prova ou comprovação da solução – comparação entre a solução encontrada e a 3577
totalidade das outras teorias e da informação empírica pertinente. Se o resultado for 3578 satisfatório, conclui-se a pesquisa B. Do contrário, passa-se para a etapa seguinte; 3579
i) Correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na obtenção da 3580 solução incorreta – começa-se um novo ciclo de investigação. 3581
3582
Métodos específicos das Ciências Sociais 3583 3584
Apesar de alguns autores fazerem distinção entre "método" e "métodos", ainda não 3585
ficou clara essa diferença e, portanto, utiliza-se o termo "método" em todos os casos e para 3586
tudo. Assim, em primeiro lugar, temos o método de abordagem assim discriminado: 3587
1 - Método Indutivo – parte de questões particulares, caminhando geralmente para planos 3588 cada vez mais abrangentes, indo das constatações mais particulares às leis e teorias (conexão 3589
ascendente); 3590
2 - Método Dedutivo – inverso do indutivo, parte das teorias e leis, na maioria das vezes, 3591 indo parar na ocorrência dos fenômenos particulares (conexão descendente); 3592
3 - Método Hipotético-dedutivo – parte-se da percepção de uma lacuna nos conhecimentos, 3593 acerca da qual formulam-se hipóteses e, pelo processo de inferência dedutiva, testam-se a 3594 predição das ocorrências de fenômenos abrangidos pela hipótese. 3595
4 - Método dialético – o mais profundo, penetra o mundo dos fenômenos, através de sua ação 3596 de reciprocidade, da contradição inerente ao fenômeno e das mudanças dialéticas que ocorrem 3597
na natureza e na sociedade. 3598
Temos ainda, os "métodos de procedimento" que seriam etapas mais concretas da 3599
investigação, objetivando e justificando-se por uma postura menos abstrata e mais restrita em 3600
termos de explicação geral dos fenômenos. 3601
Pressupõem-se uma atitude concreta em relação ao fenômeno, estando limitadas a um 3602
domínio particular. 3603
Listaremos a seguir estes métodos, na área restrita das ciências sociais, em que 3604 geralmente são utilizados vários ao mesmo tempo: 3605
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 101
3606
5 - Método Histórico – é o método que investiga acontecimentos, processos e instituições do 3607 passado com a finalidade de verificar a sua influência na sociedade atual. 3608
6 - Método Comparativo – este método é bastante utilizado em estudos comparativos entre 3609
grupos do presente, do passado, ou entre os dois. Também se usa para comparações entre 3610 sociedades de iguais ou de diferentes estágios de desenvolvimento histórico; 3611
7 - Método Monográfico – é um método bastante recortado e consiste no estudo de 3612 determinados indivíduos; suas profissões; as instituições; as condições de diversos grupos, 3613 separadamente; estuda grupos ou comunidades; todos esses estudos partem da premissa de 3614
obtenção de generalizações; 3615
8 - Método Estatístico – em termos quantitativos, esse método significa a redução de 3616 fenômenos sociológicos, políticos, econômicos, entre outros. A manipulação através da 3617
estatística permite analisar e comprovar ou não, as relações dos fenômenos entre si, além de 3618 permitir a obtenção de generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado; 3619
9 - Método Tipológico – muito semelhante ao método comparativo, permite ao pesquisador 3620
comparar fenômenos sociais complexos, criando tipos ou modelos ideais (que não existam de 3621 fato na sociedade), construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno; 3622
10 - Método Funcionalista – poderíamos dizer que esse método é mais de interpretação do 3623
que de investigação. A partir dele se estuda a sociedade partindo do pressuposto da função de 3624 suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades; 3625
11 - Método Estruturalista – parte da investigação de um fenômeno concreto, caminha para 3626 o nível abstrato, por intermédio da construção de um modelo que represente o objeto de 3627 estudo, chegando finalmente ao concreto, como uma realidade estruturada e relacionada com 3628
a experiência do sujeito social. Todos esses métodos podem ser utilizados em pesquisas 3629
científicas, devendo o pesquisador escolher aquele que lhe permitirá obter os resultados 3630 esperados. 3631
É um importante exercício científico a escolha do método a ser utilizado, dela 3632
dependendo o sucesso da pesquisa. Após a escolha do método, parte-se para a pesquisa, não 3633
antes de conhecer os tipos de conhecimento e a importância da utilização do conhecimento 3634
científico ao se fazer ciência. 3635
3636
Classificação da Pesquisa 3637 3638
A pesquisa é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico e, 3639
conforme Demo, “O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas 3640
mediante o emprego de procedimentos científicos”. (DEMO, 2001). 3641
3642
Quanto à forma de abordagem 3643
3644 1 - Pesquisa Quantitativa: 3645
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 102
Nesse tipo de pesquisa, considera-se que tudo pode ser quantificável, ou seja, traduzindo em 3646
números opiniões e informações no intuito de classificá-las e analisá-las. Para tanto, requer 3647
recursos estatísticos. 3648
3649 2 - Pesquisa Qualitativa: 3650
Nesse tipo de pesquisa, considera-se que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o 3651
sujeito, isto é, um vínculo inseparável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito não 3652
podendo ser traduzidos em números, devendo ser analisados e observados sob outra ótica. 3653
3654 3655
4.12 POLÍTICA DE EXTENSÃO E INTERAÇÃO COM A SOCIEDADE 3656
4.12.1 Concepção de extensão 3657
3658 O conceito moderno da extensão enfatiza a promoção e compromisso da interação com 3659
a sociedade em uma busca constante pela troca de saberes. Dessa forma, a concepção básica 3660
da extensão reside no compromisso com a interação social, promovendo, através de propostas, 3661
ações transformadoras da realidade social. Busca-se também articular a extensão ao ensino e à 3662
pesquisa, na tentativa de criar mecanismos que inter-relacionem o fazer acadêmico aos 3663
saberes produzidos em outros contextos sociais, em respeito à tradição, ao saber e à cultura 3664
populares, conforme preconiza o Art. 43 da LDB: “promover a extensão, aberta à participação 3665
da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e 3666
da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição” (BRASIL, 1996, p. 36). 3667
3668
3669
4.12.2 Princípios orientadores de extensão e interação com a sociedade 3670
3671
A troca de saberes com a sociedade é um alicerce para a construção do conhecimento. 3672
Conecta-se, a partir daí, com novas e diferentes realidades que permitem uma formação 3673
completa de estudantes e profissionais. Dessa forma, a extensão do IFPA se fundamenta nos 3674
seguintes princípios: 3675
Promover, através da indissociabilidade, uma constante integração com o ensino e a 3676 pesquisa; 3677
Manter um canal aberto com a sociedade através de interações com grupos sociais e a 3678 indústria gerando uma troca de saberes; 3679
Estabelecer um processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político 3680 através de uma interação entre o IFPA e diversos setores sociais; 3681
Realizar práticas instigadoras na formação de indivíduos com autonomia, 3682
responsabilidade, ética, partícipes, ativos e com consciência socioambiental. 3683
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 103
3684
3685
4.12.3 Diretrizes e indicadores metodológicos de extensão e interação com a sociedade 3686
3687 As diretrizes para o planejamento e desenvolvimento das políticas da extensão 3688
estabelecem uma sistematização de suas ações. A fundamentação nos princípios básicos da 3689
extensão, tais como: a integração com o ensino e a pesquisa e a interação com a sociedade 3690
norteiam a diretrizes abaixo listadas: 3691
Acompanhamento e avaliação sistemática de estágios supervisionados; 3692
Acompanhamento sistemático de egressos; 3693
Buscar ações que busquem se engajar em questões de desigualdade e exclusão social e 3694
socioambientais; 3695
Prestação de serviços para a sociedade através do interesse acadêmico, científico, 3696
tecnológico e cultural do ensino, da pesquisa e da extensão; 3697
Incentivo à participação de servidores e de alunos nos projetos e nos eventos 3698
científicos, tecnológicos, artístico-culturais, esportivos, sociais; 3699
Promoção de eventos abertos ao público para a socialização de ações e projetos 3700
desenvolvidos e a troca de experiências; 3701
Garantia dos recursos financeiros para o desenvolvimento de programas e de projetos 3702
de extensão, com inclusão e financiamento de despesas; 3703
Incentivo para o desenvolvimento de projetos de extensão; 3704
Ação integrada com a comunidade para a difusão dos saberes produzidos, de tal forma 3705
que as populações cujos problemas se tornam objetos da pesquisa sejam também 3706
consideradas sujeitos desse conhecimento, tendo, portanto, pleno direito de acesso e 3707
de retorno às informações resultantes do processo investigativo; 3708
Estabelecimento de critérios para carga horária dos servidores envolvidos em 3709
atividades de extensão; e 3710
Busca por meio do programa de intercâmbio para alunos e servidores, de uma relação 3711
com instituições ou organismos externos e internacionais. 3712
3713
3714
4.13 POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA ESTUDANTIL 3715
4.13.1 Concepção de assistência estudantil 3716
3717 As ações pertinentes à Assistência Estudantil estão preconizadas no Programa Nacional 3718
de Assistência Estudantil – PNAES, Lei 7.234, de 19 de julho de 2010 do governo federal e 3719
também na Resolução 134/2012/CONSUP/IFPA, que norteiam e regulamentam os princípios 3720
da Assistência Estudantil e o campus Parauapebas tem como base esses preceitos para nortear 3721
e conceber a assistência estudantil, que também deve ser entendida como parte imprescindível 3722
da construção e planejamento dos processos educativos. 3723
A Lei 7.234/10 estabelece que: 3724
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 104
3725
Art. 2o São objetivos do PNAES: 3726
I – democratizar as condições de permanência dos jovens na educação superior 3727 pública federal; 3728 II - minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e 3729 conclusão da educação superior; 3730 III - reduzir as taxas de retenção e evasão; e 3731 IV - contribuir para a promoção da inclusão social pela educação. 3732 Art. 3
o O PNAES deverá ser implementado de forma articulada com as atividades 3733
de ensino, pesquisa e extensão, visando o atendimento de estudantes regularmente 3734 matriculados em cursos de graduação presencial das instituições federais de ensino 3735 superior. 3736 § 1
o As ações de assistência estudantil do PNAES deverão ser desenvolvidas nas 3737
seguintes áreas: 3738 I - moradia estudantil; 3739 II - alimentação; 3740 III - transporte; 3741 IV - atenção à saúde; 3742 V - inclusão digital; 3743 VI - cultura; 3744 VII - esporte; 3745 VIII - creche; 3746 IX - apoio pedagógico; e 3747 X - acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos 3748 globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. (BRASIL, 2010, p. 3749 01) 3750 3751
3752 A Resolução 134/2012/CONSUP/IFPA, também estabelece: 3753
3754 3755
Art. 2° A Política de Assistência ao Estudante é um conjunto de princípios e 3756 diretrizes que orienta a elaboração e implementação de ações visando o êxito dos 3757 discentes e que garantam o acesso, permanência e conclusão de curso dos estudantes 3758 do IFPA, com vistas à inclusão social, formação plena, produção do conhecimento e 3759 melhoria do desempenho acadêmico. 3760 Art. 3º A Assistência ao Estudante deverá considerar a necessidade de viabilizar 3761 oportunidades, partindo do princípio da equidade, contribuindo para a melhoria do 3762 desempenho acadêmico e agir, preventivamente, nas situações de retenção e evasão 3763 decorrentes da insuficiência de condições financeiras. 3764 Art. 4º A Assistência ao Estudante, instituída em cada campus, realizar-se-á 3765 mediante Programas de Assistência ao Estudante – PAE. 3766 Art. 5º A Política de Assistência ao Estudante do Instituto Federal de Educação, 3767 Ciência e Tecnologia do Pará obedecerá aos seguintes princípios: 3768 I – Formação ampliada na sustentação do desenvolvimento integral dos estudantes; 3769 II – Busca pela igualdade de condições para acesso, a permanência e o êxito dos 3770 estudantes; 3771 III – O respeito à dignidade do sujeito, à sua autonomia, ao direito a benefícios e 3772 serviços de qualidade; 3773 IV – Incentivo à participação da comunidade discente nos assuntos relativos à 3774 assistência estudantil; 3775 V - Garantia da democratização e da qualidade dos serviços prestados à comunidade 3776 estudantil; 3777 VI - Orientação humanística e preparação para o exercício pleno da cidadania; 3778 VII - Defesa em favor da justiça social e a eliminação de todas as formas de 3779 preconceitos; 3780 VIII - Pluralismo de idéias e o reconhecimento da liberdade como valor ético 3781 central; 3782 IX – Divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais 3783 oferecidos pelo IFPA, bem como dos critérios para acesso. 3784
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 105
3785
Deve se configurar como forma plena, transparentes e com total publicidade um meio 3786
de garantir o direito do estudante do campus Parauapebas acesso de forma democrática à 3787
educação pública, a permanência e êxito na sua formação como aluno e cidadão, de forma que 3788
promova melhores condições de vida e de mudanças no devir humanos dos nossos alunos e se 3789
estenda a sua vida em sociedade. 3790
Diante disso a Resolução 134/2012/CONSUP/IFPA, também estabelece como objetivos: 3791 3792 3793
I) Democratizar as ações de inclusão e permanência dos estudantes no IFPA; 3794 II) Proporcionar condições de igualdade de oportunidades no exercício das 3795 atividades acadêmicas; 3796 III) Proporcionar aos estudantes com necessidades educativas específicas as 3797 condições necessárias para o seu desenvolvimento acadêmico, conforme legislação 3798 vigente; 3799 IV) Contribuir para a melhoria do desempenho acadêmico, minimizando a 3800 reprovação e evasão escolar; 3801 V) Proporcionar aos discentes a permanência e o êxito no percurso educacional por 3802 meio de práticas sociais que reduzam os efeitos das desigualdades sociais e 3803 econômicas durante o processo formativo; 3804 VI) Promover e ampliar a formação dos estudantes para o mundo do trabalho e para 3805 a vida; 3806 VII) Promover e ampliar a formação integral dos estudantes, estimulando e 3807 desenvolvendo a criatividade, a reflexão crítica, as atividades e os intercâmbios 3808 cultural, esportivo, artístico, político, científico e tecnológico. 3809
3810 A assistência estudantil deve está articuladas ao ensino, pesquisa, extensão e inovação 3811
tecnológica, buscando propiciar uma formação integral ao aluno, garantindo incentivar a 3812
criatividade; a apreensão das dimensões: cultural, artística, científica, política, esportiva, 3813
multicultural, do trabalho e tecnológica. A assistência estudantil deve assumir junto com 3814
outras instâncias e programas, o papel de transformar o campus Parauapebas em um espaço de 3815
cidadania e de promoção da dignidade humana, utilizando a assistência estudantil como base 3816
para realização de ações transformadoras no amplo desenvolvimento de tratativas sociais com 3817
os estudantes, gerando resultados no âmbito educativo e social. 3818
Resolução 134/2012/CONSUP/IFPA confere como ações que devem ser fomentadas: 3819
3820
Art. 7º As ações de Assistência ao Estudante do IFPA deverão ser fomentadas nas 3821 seguintes áreas: 3822 I- Moradia estudantil; 3823 II- Alimentação; 3824 III- Transporte; 3825 IV- Atenção à saúde; 3826 V- Atendimento Psicossocial; 3827 VI- Inclusão Digital; 3828 VII- Cultura; 3829 VIII-Esporte; 3830 IX- Creche; 3831 X- Apoio pedagógico; 3832
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 106
XI- Apoio técnico e científico ao estudante; e 3833 XII- Acesso, participação e aprendizagem de estudantes com deficiência, transtornos 3834 globais do desenvolvimento e altas habilidades e superdotação. 3835 3836 3837 3838
Diante dessa contextualização, a assistência estudantil deve ser entendida como meio 3839
para garantir ações educativas e de construção do conhecimento, com estrita observância do 3840
que preconiza a legislação sobre a temática, a dotação orçamentaria destinada para essa ação e 3841
prevista as ações em um plano anual da Assistência Estudantil do Campus Parauapebas. 3842
Permitindo total igualdade de condições de acesso, favorecendo aos estudantes sua 3843
permanência e êxito no ambiente escolar e demais atividades inerentes à sua formação. 3844
3845
4.13.2 Princípios orientadores de assistência estudantil 3846
3847 A assistência estudantil é um direito social e educativo destinados aos estudantes do IFPA e 3848
no campus Parauapebas deve ser regido sob esses princípios: 3849
3850
a igualdade de condições para o acesso, a permanência e a finalização com êxitos dos 3851 componentes curriculares dos cursos do campus Parauapebas; 3852
a formação integral dos estudantes; 3853
a democratização do acesso e a qualidade dos serviços disponíveis à comunidade 3854
estudantil; 3855
a liberdade de expressão social, de aprender, de ensinar, de pesquisar,; 3856
a formação para o exercício pleno da cidadania; 3857
a busca pela eliminação de todas as formas de preconceitos; 3858
o respeito à diversidade e ao pluralismo de pensamento e de ideias; 3859
3860
4.13.3 Diretrizes e indicadores metodológicos de assistência estudantil 3861
3862 O Campus Parauapebas terá como diretrizes da assistência estudantil as elencadas abaixo: 3863 3864
a compreensão de que a assistência estudantil possa ser um meio de resolução e 3865 eliminação das questões de vulnerabilidade social, cultural e econômica 3866 contemporânea que possam vir a interferi no processo de ensino-aprendizagem, 3867 proporcionado aos estudantes, o acesso ao ensino, a permanência na Instituição e a 3868
conclusão de cursos; 3869
contribuição efetiva no enfrentamento das situações que provocam a retenção e a 3870 evasão escolar; 3871
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 107
a efetivação dos programas de assistência estudantil e articulação desses programas às 3872
atividades de ensino, pesquisa e extensão, na perspectiva da formação para a 3873
cidadania; 3874
implementação de ações, programas e serviços, a partir das necessidades apresentadas 3875 e discutidas pelos alunos através das plenárias realizadas com participação dos Fórum 3876
Estudantil previsto na Resolução 134/2012/CONSUP/IFPA; 3877
apoio à formação e ao fortalecimento da organização política dos estudantes, por meio 3878 das representações estudantis (Grêmio Estudantil, Diretório Central dos Estudantes e 3879
Centros Acadêmicos); 3880
vinculação das ações afirmativas aos programas e aos projetos de permanência do 3881 estudante na Instituição; e 3882
a inserção da temática assistência estudantil na ações cotidianos do campus, buscando 3883 transpor postura de assistencialismo, de doação, do favor e das concessões do Estado e 3884 sim como direito social assistido e garantido por lei aos estudantes. 3885 3886
3887 O campus Parauapebas busca através dessas diretrizes incorporar a assistência estudantil 3888
como um direito social dos estudantes, através do qual possa ser assegurando meios de 3889
acesso, permanência e êxito nas ações educativas pensadas e voltadas diretamente para o 3890
crescimento social e a formação do sujeito enquanto aluno. 3891
3892 O quadro 01 demonstra as linhas e ações da assistência estudantil 3893
3894 3895
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 108
QUADRO 01 3896
ÁREAS LINHAS TEMÁTICAS ORGÃOS ENVOLVIDOS
ACESSO E
PERMANÊNCIA
Alimentação;
Saúde (física e mental);
Transporte urbano e rural;
Condições básicas para atender as
pessoas com deficiência;
Parcerias com prefeituras e outras
instituições, visando o apoio de
creches para as alunas com filhos
em idade para frequentar creches.
Setores ligados ao ensino, à
pesquisa e à extensão;
Setor responsável pelos
assuntos estudantis;
Parcerias com órgãos públicos e
entidades com fins sociais.
DESEMPENHO
ACADÊMICO
Estágios remunerados;
Ensino de línguas estrangeiras;
Participação político-acadêmica;
Acompanhamento
psicopedagógico;
Inclusão digital;
Material pedagógico.
Setores ligados ao ensino, à
pesquisa e à extensão;
Setor responsável pelos
assuntos estudantis;
Parcerias com órgãos públicos e
entidades com fins sociais
CULTURA, LAZER
E ESPORTE
Acesso à informação;
Socialização e difusão de
manifestações artístico- culturais;
Acesso a ações de educação,
cultura, desportos, lazer.
Setores ligados ao ensino, à
pesquisa e à extensão;
Setor responsável pelos
assuntos estudantis;
Parcerias com órgãos públicos e
entidades com fins sociais
ASSUNTOS
TRANSVERSAIS
Orientação profissional sobre
mercado de trabalho;
Segurança e prevenção a fatores de
riscos ambientais no trabalho;
Educação ambiental;
Política, ética e cidadania;
Saúde, sexualidade e dependência
química;
Ciência e tecnologia.
Setores ligados ao ensino, à
pesquisa e à extensão;
Setor responsável pelos
assuntos estudantis;
Parcerias com órgãos públicos e
entidades com fins sociais
3897 Fonte: Adaptado do Plano Nacional de Assistência Estudantil das Instituições Federais de Ensino Superior 3898 (Brasil, 2007). 3899 3900
4.14 POLÍTICA DE FORMAÇÃO CONTINUADA E DESENVOLVIMENTO 3901
PROFISSIONAL SERVIDORES 3902
3903
4.14.1 Concepção de formação continuada e desenvolvimento profissional 3904
3905
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 109
É importante assumir no campus Parauapebas uma política de formação continuada e 3906
desenvolvimento profissional dos seus servidores, de forma a garantir o contínuo crescimento 3907
profissional, acumulo de técnicas, procedimentos e conhecimento dos processos que 3908
englobam as ações educativas, administrativas, gerenciais, financeiras, pedagógicas e 3909
didáticas. 3910
É de fundamental importância que todos os servidores pertencentes ao campus 3911
Parauapebas busquem se envolver tanto nas ações e atribuições do seu cargo, como também 3912
nas ações de relevância para o bom andamento das atividades administrativas e pedagógicas 3913
no campus. A atuação do profissional da educação, tanto da parte administrativa, quanto dos 3914
professores, em especial na educação profissional, deve envolver os conhecimentos 3915
científicos e tecnológicos, quantos os que são advindos da formação humana, da experiência 3916
de vida e da experiência profissional como profissional da educação. 3917
Esses saberes e competências se refletem nas ações do fazer pedagógico e, por 3918
conseguinte, na prática educativa realizada no campus Parauapebas. A diversidade existente 3919
nas atividades formativas e as influencias advindas das inúmeras ações administrativas, de 3920
extensão, de pesquisa, inovação tecnológicas e pedagógica que ocorrem numa instituição de 3921
ensino como o campus Parauapebas, tendem a exigir um processo de atualização permanente 3922
dos profissionais, como também uma atualização social. 3923
Essas atualizações devem ser pensadas partindo da premissa de que haja uma 3924
socialização do processo de formação dos diversos setores existentes no campus, na busca por 3925
um ambiente de trabalho equilibrado, com servidores que possuem conhecimentos das suas 3926
atividades. O Campus Parauapebas está passando por ampliação do seu quadro de servidores, 3927
visto que o campus ainda está em processo de consolidação, com prazo de finalização desse 3928
processo em 2019, até esse ano, novos servidores técnicos administrativos e docentes serão 3929
incluídos no quadro de servidores, tornando se importante que ao entrar e durante todo o 3930
percurso de trabalho, tenham possibilidade de participara de capacitação tanto de forma 3931
presencial, quanto a distancia, sendo permanentemente incentivados por suas chefias 3932
imediatas e que possuam a autonomia da busca por ampliação dos conhecimentos, tanto 3933
profissionais, quanto humanos. 3934
Os marcos legais que devem nortear as concepções de formação continuada do Campus 3935
Parauapebas, tanto as voltadas para os docentes, quanto voltadas para técnico-administrativos, 3936
têm a mesma fundamentação, uma vez que a LDB (Lei 9.394/96) trata todos os envolvidos no 3937
processo educativo como profissionais da educação. De acordo com o Plano de Carreira dos 3938
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 110
Técnicos em Educação (PCCTAE), todos os servidores são conceituados como trabalhadores 3939
em educação, reafirmando a atividade fim desta Instituição (Lei 11.091/2005). 3940
Assim, é necessário buscar adesão aos programas de formação que garantam o 3941
crescimento do servidor na condição de profissional e de cidadão, não optando apenas pela 3942
formação com um caráter restrito de capacitação para aderir a um modelo de formação 3943
continuada alicerçado em uma perspectiva crítico-reflexiva. Questões como discussão sobre 3944
as demandas de formação educacional existente em nosso país; identidade e especificidade 3945
profissional; integração entre os setores da administração publica existentes nos Institutos 3946
Federais; consecução dos objetivos institucionais; ética; dentre outras devem ser consideradas. 3947
3948 3949
4.14.2 Princípios orientadores de formação continuada e desenvolvimento profissional 3950
3951 3952
Os princípios que orientarão a formação continuada e o desenvolvimento profissional 3953
deve ter a implicação destes princípios vir aliados à premente necessidade da criação de 3954
espaços e tempos que possibilitem a troca coletiva de reflexões, busca de informações e 3955
conhecimento sobre a prática pedagógica e as atividades inerentes ao setor administrativo e 3956
setor pedagógico do campus. Essas ações podem ser incentivadas a ocorrer internamente 3957
através de: reuniões pedagógicas; seminários, oficinas; pesquisas; extensão; cursos; 3958
encontros; participação em formação continuadas. 3959
A aquisição de conhecimento e troca de experiências também devem ocorrer 3960
externamente, através de participação nas ações de formação promovidas pela Reitoria do 3961
IFPA, cursos em outras instituições de formação, encontros, seminários, oficinas, congressos. 3962
Todas as ações elencadas devem se coadunar com o objetivo claro e conciso de crescimento 3963
profissional e social dos servidores. Diante disso, é possível destacar os princípios 3964
orientadores abaixo: 3965
consolidação de uma identificação com o campus e suas ações através de formações; 3966 estabelecimento de um compromisso social; ambiental; político e pedagógico dos 3967
profissionais da educação; 3968
Ter uma posição de atuação como profissional embasado nos pilares dispostos no 3969
Projeto Politico Pedagógico da instituição; 3970 ter compromisso com a qualificação profissional e com a melhoria da qualidade de 3971
vida e da prática pedagógica e; 3972
comprometimento com a constante formação e atualização dos conhecimentos da sua 3973 área de atuação. 3974 3975
3976
Minuta do Projeto Político Pedagógico do Campus Parauapebas 2015/2016: construção da identidade de um campus para todos! 111
5 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO DO PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO 3977
3978
5.1 CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO DO PPP 3979
3980
5.2 ASPECTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DO PROCESSO 3981
5.3 DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO 3982
3983
5.4 O PROGRAMA INSTITUCIONAL DE AVALIAÇÃO 3984
3985
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 3986
3987
3988
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