Upload
others
View
1
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
ESCOLHA E AUTONOMIA NA
SATISFAÇÃO COM A VIDA
PORQUE MAIS É MENOS
1
POR BARRY SCHWARTZ
PROFESSOR EVANDRO BORGES
2
Neste livro, o autor aborda um dos grandes mistérios
da vida moderna: por que os indivíduos, mesmo
com tantas opções de escolha jamais vistas
antes, se sentem infelizes ou confusos na hora
de comprar um produto, escolher uma faculdade,
decidir qual carreira seguir ou tomar decisões?
Barry Schwartz, psicólogo e professor de
Teoria Social e Ação Social da Swarthmore
College, na Pennsylvania, EUA. Ele trouxe
esta discussão à tona há alguns anos em
seu livro “The Paradox of Choice: why
more is less”.
3
Barry Schwartz contesta a ideia de que mais
opções de escolha geram maior satisfação.
Apesar de acreditar que seja interessante exercer
nossa liberdade de escolha, ele acredita que o
alto volume de opções de escolha está tornando
as pessoas menos felizes e mais ansiosas,
deixando-as com mais dúvidas e,
consequentemente, com maiores frustrações.
TESE
4
O Paradoxo da Escolha
Temos sempre a sensação incômoda de que
aquele produto que escolhemos, dentre
centenas de opções, deveria ser o produto
perfeito. Mas sempre nos damos conta de que
não era. E isso gera um certo grau de
insatisfação, causado pelo excesso de itens,
modelos, opcionais etc., no mercado. Quanto
mais opções adicionarmos à vida das
pessoas, maior serão suas expectativas de
suprirem sua necessidade de fazerem sempre
a melhor escolha.
5
Ter muitas opções de escolha requer uma
grande concentração de energia no cérebro,
como vimos na teoria do autocontrole e da
autorregulação.
Ter muitas opções de escolha pode estar
relacionado com uma sobrecarga de informações
no cérebro, que por consequência produz a
chamada auto-depleção, o esgotamento de
energia no cérebro (grifos meus). Este efeito,
segundo Schwartz produz paralisia e não
sensação de liberdade.
6
E mesmo se vencermos a etapa da paralisia e
conseguirmos realizar a escolha, nós ficaremos
menos satisfeitos com esta opção do que se
tivéssemos tido menos opções para escolher.
Quanto mais soterrados estivermos de opções
para escolher, mais emocionais se tornarão
nossas decisões, com base em marcas,
recomendações, slogans marcantes,
lembranças afetivas etc. Em meio a uma
tomada de decisão mais complicada, dada a
enorme variedade de itens à escolha, nosso
lado racional acaba ficando em segundo plano.
7
LIVRE ARBÍTRIO OCIDENTAL
8
9
10
11
12
13
ESCOLHAS E CULTURAS - REFLEXÃO
14
15
ESCOLHAS E CULTURAS - REFLEXÃO
16
ESCOLHAS E CULTURAS - REFLEXÃO
17
ESCOLHAS E CULTURAS - REFLEXÃO
18
ESCOLHAS E CULTURAS - REFLEXÃO
19
ESCOLHAS E CULTURAS - REFLEXÃO
20
E nesta infinidade de escolhas, muitas vezes torturantes,
acabamos por nos questionar muito mais. Uma vez que o
elevado número de questionamentos acaba despertando
ainda mais dúvidas sobre nós mesmos. Canalizamos as
justificativas dos nossos fracassos, ou das más escolhas
que fazemos, para as decisões que tivemos de tomar na
hora de escolher X ou Y para fazermos. E se tivéssemos
escolhido a opção B? O que teria acontecido? Em se
tratando de variedade de produtos no mercado, podemos
dizer que nossas opções de escolha estão cada vez mais
parecidas. Quantos smartphones você conhece que tem
90% das funções similares? Quantos tablets estão
chegando no mercado quase que como cópias uns dos
outros? Escolher está cada vez mais difícil.
O PARADOXO DA ESCOLHA NAS SOCIEDADES OCIDENTAIS
21
Segundo Schwartz, existem quatro razões possíveis para
a nossa insatisfação, ou infelicidade, na hora de
tomarmos uma decisão baseada em infinitas possibilidades de escolha. São elas:
1) O custo da Oportunidade
2) Arrependimento
3) Capacidade de adaptação
4) O peso da comparação
22
1) O custo da oportunidade: Em um cenário onde
existem diversas opções a sua escolha, invariavelmente
teremos que escolher uma opção em detrimento à outra.
Não tem como escolhermos um produto perfeito, na
maioria dos casos, por isso temos sempre que conviver
com o conceito de custos de oportunidade. Onde
escolhemos um item por suas qualidades, com a condição
de abrirmos mão dos benefícios do outro item.
2) Arrependimento: Este é um conceito que acompanha
qualquer tipo de decisão, principalmente se você tiver
dúvidas sobre o que está escolhendo. Ainda mais se
levarmos em conta que o simples ato de não escolher já é,
por si só, uma escolha. Desta forma, surge o
arrependimento daquilo que deixamos de escolher
também.
23
3) Capacidade de adaptação. Hoje escolhemos o produto
B por julgarmos ser melhor que o produto F. Porém, se
amanhã o fabricante lançar um produto F atualizado, com
mais funções e opções à sua escolha, provavelmente você
terá dúvidas sobre a decisão que tomou hoje. Nossa
necessidade de ter sempre os produtos mais atualizados
do mercado pode nos prejudicar de certa forma.
4) O peso da comparação. É a velha história de sempre
acharmos que a grama do vizinho é sempre mais verde
que a nossa. Estamos o tempo todo nos comparando com
nossos amigos, colegas de trabalho, familiares etc. E na
hora de escolher um produto não é diferente.
24
Em um de seus estudos, o psicólogo Barry Schwartz
dividiu os consumidores em duas categorias distintas,
os maximizadores e os satisfazedores.
Os maximizadores, segundo ele, buscam a qualquer
custo a opção mais vantajosa. São aquelas pessoas que
vasculham todas as lojas disponíveis em busca de uma
camiseta com o melhor custo/benefício.
Os satisfazedores, por outro lado, se sentem felizes e
satisfeitos com a primeira opção que encontram e que
satisfazem plenamente sua necessidade. Assim que
gostam de um produto, logo param de procurar por outros
melhores ou mais completos.
25
Fica fácil imaginar qual dos dois grupos
tende a ser menos feliz em suas decisões
de compra não é mesmo? Aqueles que
buscam sempre comparar e comparar: os
maximizadores.
26
Ele tem razão. Uma expectativa elevada
pressupõem uma exigência elevada, um
perfeccionismo elevado, uma preocupação
com os padrões estéticos, com o
julgamento e aprovação do outro. Quanto
maior a expectativa, maior poderá ser a
frustração. Adapte-se com o simples.
“O SEGREDO DA FELICIDADE É A BAIXA
EXPECTATIVA”. BARRY SCHWARTZ
A AUTONOMIA ESTÁ EM NOSSA CAPACIDADE DE CONTROLE
SOBRE NOSSAS EXPECTATIVAS E DESEJOS IMEDIATOS.
27
Se o simples for melhor do que você
esperava, você se sentirá (satisfeito) e feliz.
Alto índice de expectativa = Alta
probabilidade de frustração.
Expectativa mediana = Maiores
chances de se surpreender ou de
aceitar uma frustração.
28
Você já teve a sensação de estar perdido em meio a
tantas opções de escolha? Já tentou comprar um
produto e não conseguiu porque não sabia qual modelo
era o mais moderno do mercado? Já ficou desesperado
tentando fazer seu pedido no iFood, com tanta pressão
sobre o que você iria escolher em seguida?
E sobre suas decisões básicas diárias, o que você tem a
dizer? Qual sapato você escolheu calçar hoje pela
manhã? Qual tarefa você iniciou primeiro no seu
trabalho? Qual roupa você escolherá para sair hoje à
noite? Já teve que escolher o nome do seu filho ou
filha?
O PARADOXO DA ESCOLHA APLICADO ÀS RELAÇÕES HUMANAS
29
Você já teve a sensação de estar perdido em meio a
tantas opções de escolha? Já tentou comprar um
produto e não conseguiu porque não sabia qual modelo
era o mais moderno do mercado? Já ficou desesperado
tentando fazer seu pedido no iFood, com tanta pressão
sobre o que você iria escolher em seguida?
E sobre suas decisões básicas diárias, o que você tem a
dizer? Qual sapato você escolheu calçar hoje pela
manhã? Qual tarefa você iniciou primeiro no seu
trabalho? Qual roupa você escolherá para sair hoje à
noite? Já teve que escolher o nome do seu filho ou
filha?
O PARADOXO DA ESCOLHA APLICADO ÀS RELAÇÕES HUMANAS
30
Se você parar para pensar, durante o seu dia,
você faz mais escolhas do que imagina. E isto
acaba nos deixando bem confusos, não é?
Veja alguns exemplos de pessoas
satisfazedoras, elas chegaram ao topo de suas
carreiras, não pela genialidade, mas pela
criatividade. Elas preferem reservar energias para
decisões realmente importantes.
O PARADOXO DA ESCOLHA APLICADO ÀS RELAÇÕES HUMANAS
31
Mark Zuckerberg – Có-fundador e CEO do Facebook
32
Em sua primeira sessão de perguntas e
respostas (chamada nos Estados Unidos
de “Q&A”) abertas ao público na Califórnia,
em novembro de 2014, ele respondeu a
dezenas de perguntas, mas o
questionamento que despertou maior
interesse de quem assistia foi:
“Por que você usa a mesma camisa
todos os dias?”.
33
Talvez você ainda não tenha percebido,
mas o jovem que escolheu abandonar a
Universidade de Harvard para criar, junto
com o brasileiro Eduardo Saverin e
demais sócios, uma das maiores redes
sociais do mundo, costuma aparecer em
público sempre com a mesma roupa,
seja em uma caminhada com os filhos
ou em uma palestra para investidores.
34
35
Para pessoas de classe média, mesmo que
hajam muitas opções de escolha, não se
pode fazer muita coisa. Você avalia o custo,
o benefício. E talvez restem poucas
opções. Mas, quando você é um jovem
bilionário como Mark Zuckerberg, com um
leque de escolhas inimagináveis, você
provavelmente acaba consumindo boa
parte de suas energias decidindo onde irá
jantar, qual o destino das próximas férias ou
roupa usar em uma conferência.
36
— Eu realmente quero limpar minha vida
para que eu tenha que tomar o menor
número possível de decisões sobre
qualquer coisa, exceto sobre a melhor
forma de servir a esta comunidade —
afirmou o fundador do Facebook.
Ele disse que até mesmo pequenas
decisões, como escolher o que vestir ou o
que comer no café da manhã, podem ser
cansativas e consumir energia, e que ele
não quer perder tempo com isso.
37
— Estou numa posição de muita sorte, na qual
acordo todos os dias pensando em atender a
mais de um bilhão de pessoas. E eu sinto que
não estou fazendo o meu trabalho direito se
gastar minha energia em coisas que bobas ou
frívolas da minha vida — comentou.
Zuckerberg ainda destacou que inúmeras outras
pessoas influentes, como o fundador da Apple,
Steve Jobs, ou o presidente americano Barack
Obama, têm a mesma teoria sobre a escolha de
suas roupas. Jobs, inclusive, disse ao biógrafo
Walter Isaacson que queria que todos os
funcionários da Apple usassem o mesmo colete.
38
Steve Jobs – Fundador da Apple (1955 - 2011)
39
Nas próxima aulas falaremos sobre Escolha e Autonomia
na Satisfação com a Vida e sobre como podemos Tomar
boas decisões.
Estudar estes conceitos faz toda a diferença na hora de
escolhermos algo que faça-nos sentir engajados e
envolvidos com as escolhas que tomamos. Afinal, somos,
em partes, frutos das escolhas que tomamos.
Professor Evandro Borges
40
UOL Notícias. Segredo revelado: saiba por que Steve Jobs usava sempre a mesma
roupa. Tecnologia. Ana Ikeda 13/10/2011. Disponível <Online> Acesso em 11 de mar 2018.
Lima, V. C. (2009). Paradoxo da escolha: o impacto do número de opções na satisfação com a
decisão de maximizadores e satisficers. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de
Administração. Curso de Administração. Disponível <Online> Acesso em 11 de mar 2018.
SCHWARTZ, Barry. O paradoxo da escolha: por que mais é menos. São Paulo: A Girafa
Editora, 2007.
SCHWARTZ, Barry; WARD, Andrew; LYUBOMIRSKY, Sonja; MONTEROSSO, John; WHITE,
Katherine; LEHMAN, Darrin R. Maximizing versus satisficing: happiness is matter of choice.
Journal of Personality and Social Psychology, v. 83, n. 5, p.1178-1197, 2002.
O Globo. Mark Zuckerberg explica por que usa a mesma camisa todos os dias: ‘Quero limpar
minha vida’. Tecnologia. 07/11/2014 11:37 / atualizado 07/11/2014 20:12. Disponível <Online>
Acesso em 11 de mar 2018.
ÉPOCA NEGÓCIOS ONLINE. Mark Zuckerberg é pessoa que mais ganhou dinheiro no mundo
em 2017. 11/08/2017 - 11H27 - Atualizada às 11H27. Disponível <Online> Acesso em 11 de
mar 2018.
REFERÊNCIAS