Upload
doquynh
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Bahia Indústria �
ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB aNo XVII Nº 213 jaN/FeV 2011
Bahia
Por que somos Pouco comPetitivos
Infraestrutura e educação deficitárias, desperdício de dinheiro público e
corrupção estão entre os fatores que diminuem as oportunidades do Brasil
Brasil é pouco competitivoO que Indonésia, Tunísia, Costa Rica e Azerbaijão têm em co-
mum? Todos esses países superaram o Brasil no ranking da
competitividade, elaborado anualmente pelo Fórum Econômi-
co Mundial, organização que atua como observadora do Con-
selho Econômico e Social das Nações Unidas. No 58º lugar, o
Brasil caiu duas posições em relação ao ano anterior.
Há algumas curiosidades no estudo do Fórum Econômi-
co. Uma delas é que o Brasil aparece entre os países mais
avançados em aspectos como sustentabilidade fiscal e com-
petitividade dos setores privado e financeiro. O bom desem-
penho nesses fatores, entretanto, não sustenta a alavanca-
gem do Brasil, que está entre os países mais atrasados em
vários outros aspectos. Corrupção e desperdício de dinheiro
público, por exemplo. Dos 139 países avaliados, apenas três
foram considerados piores no que se refere ao desperdício de
dinheiro público, fazendo com que o país figure entre os 18
piores em termos de corrupção.
A infraestrutura deficitária é outro problema que as empre-
sas brasileiras enfrentam. No item portos, o país ocupa a 122ª
posição; em rodovias aparece em 102º lugar. O nível das esco-
las do ensino fundamental está entre os 12 piores do ranking e
a qualidade do ensino de ciências e de matemática está entre
as piores, aparecendo na 126ª posição dentre os 139 países ana-
lisados.
A avaliação negativa também se repete em estudo seme-
lhante realizado pela Confederação Nacional da Indústria
(CNI) com 13 países. Considerando todos os fatores que afetam
diretamente a competitividade das empresas, o Brasil se situa
no terço inferior do ranking. O estudo da CNI chama a atenção
para o fato de que o país ocupa a última posição quando está
em foco o ambiente econômico, ressaltando a baixa taxa de
formação de capital e o real apreciado.
No 5º Encontro Nacional da Indústria, realizado em dezem-
bro passado, em São Paulo, o presidente da CNI, Robson Braga
de Andrade, propôs que a competitividade se torne a grande
prioridade da estratégia nacional. Ele ressaltou, então, a ne-
cessidade de o país dar um salto de competitividade, “a base
para o progresso, a transformação e a inclusão social.”
eDitoriAL
A infraestrutura deficitária é outro problema que as empresas brasileiras enfrentam. No item portos, o país ocupa a 122ª posição; em rodovias, aparece em 102º lugar. O nível das escolas do ensino fundamental está entre os 12 piores do ranking e a qualidade do ensino de ciências e de matemática está entre as piores, aparecendo na 126ª posição dentre os 139 países analisados
� Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do Fumo no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS
VegetaiS e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da cerVeja
e de BeBidaS em geral no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta
de madeira Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS do
trigo, milho, mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúS-
tria de mineração de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria da conStrução do
eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de calçadoS, SeuS comPonenteS e arteFatoS no eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de cerâmica e olaria do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS in-
dúStriaS de SaBõeS, detergenteS e ProdutoS de limPeza em geral e VelaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
daS indúStriaS de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari,
diaS d’ÁVila, Sto. antônio de jeSuS, Feira de Santana e Valença, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS Ve-
getaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de PaniFicação e conFeitaria da cidade do SalVador, [email protected] / Sindicato da indúStria de ProdutoS QuímicoS, PetroQuímicoS e reSinaS SintéticaS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de material PlÁStico do eStado da Bahia, [email protected] / Sindi-
cato da indúStria de ProdutoS de cimento no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mineração de
Pedra Britada do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS
e de ProdutoS FarmacêuticoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e
SimilareS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, con-
centradoS e lioFilizadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria do VeStuÁrio da região de Feira de Santana, [email protected] / Sindicato da indúStria do moBiliÁrio do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato da indúStria de reFrigeração,
aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil
de itaBuna e ilhéuS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, [email protected] / Sindi-
cato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de telecomunicaçõeS do eStado da Bahia, [email protected]
/ Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material elétrico de Feira de Santana, [email protected] / Sin-
dicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato
nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de
FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de coSméticoS e de PerFumaria do eStado
da Bahia, [email protected] / Sindicato daS indúStriaS de arteFatoS de PlÁSticoS, BorrachaS, têxteiS, ProdutoS médicoS
hoSPitalareS, [email protected]
fiEBPresidente José de Freitas Mascarenhas. 1º Vice-
Presidente: Victor Fernando Ollero Ventin. Vice-
Presidentes Carlos Gilberto Cavalcante Farias;
Emmanuel Silva Maluf; Reinaldo Dantas Sampaio;
Vicente Mário Visco Mattos. diretores titulares Alberto Cânovas Ruiz; Antonio Ricardo Alvarez Al-
ban; Carlos Henrique Jorge Gantois; Claudio Murilo
Micheli Xavier; Eduardo Catharino Gordilho; Josair
Santos Bastos; Leovegildo Oliveira De Souza; Luiz
Antonio de Oliveira; Manuel Ventin Ventin; Maria
Eunice de Souza Habibe; Reginaldo Rossi; Ricardo
Mendes Prado; Sérgio Pedreira de Oliveira Sou-
za; Wilson Galvão Andrade. diretores suPlentes Adalberto de Souza Coelho; Alex Pelagio Gonçalves
Portela Júnior; André Régis Andrade; Carlos Alberto
Matos Vieira Lima; Ruan José Rosário Lorenzo; Mar-
cos Galindo Pereira Lopes; Mário Augusto Rocha
Pithon; Noêmia Pinto de Almeida Daltro; Paulo José
Cintra Santos; Ricardo de Agostini Lagoeiro
conSElhoSconselho de economia Marcos de Meirelles Fon-
seca; conselho Para o desenVolVimento emPre-
sarial estratégico Clóvis Torres Júnior; conselho
de assuntos Fiscais e tributários Cláudio Murilo
Micheli Xavier; conselho de comércio exterior Reinaldo Dantas Sampaio; conselho da micro e
Pequena emPresa industrial Carlos Henrique Jor-
ge Gantois; conselho de inFraestrutura Marcos
Galindo Pereira Lopes; conselho de meio ambiente Irundi Sampaio Edelweiss; comitê de Petróleo e
gás Eduardo Rappel; conselho de tecnologia e
comPetitiVidade Antonio Hailton Miranda da Costa;
conselho de resPonsabilidade social emPresa-
rial Marconi Andraos Oliveira; conselho de rela-
ções trabalhistas Homero Ruben Rocha Arandas
Editada pela Superintendência
de Comunicação Institucional
do Sistema Fieb
conselho editorial Irundi Ede-
lweiss, Maurício Castro, Cleber
Borges e Mônica Mello. editor
Cleber Borges. estagiário Fábio
Araújo. Projeto gráFico e dia-
gramação Ana Clélia Rebouças.
ilustração Gentil. inFograFia Bamboo Editora. tratamento de
imagem Marcelo Campos.
imPressão Sooffset Federação das indÚstrias
do estado da bahiaRua Edístio Pondé, 342 –
Stiep, CEP.: 41770-395 / Fone:
71 3343-1280 / www.fieb.org.br/
bahiaindustria
As opiniões contidas em artigos
assinados não refletem necessa-
riamente o pensamento da FIEB.
Filiada à
BahiaciEBdiretor-Presidente José de Freitas Mascarenhas.
Vice-Presidentes Elio Luiz Regis de Sousa; Irundi
Sampaio Edelweiss; Marco Aurélio Luiz Martins. diretores titulares Carlos Antônio Borges Cohim
Silva; Clovis Torres Junior; Fernando Elias Salamo-
ni Cassis; José Carlos Boulhosa Baqueiro; Luís Fer-
nando Galvão de Almeida; Luiz Antunes Athayde
Andrade Nery; Marconi Andraos Oliveira; Mauro
Luiz Barbato; Roberto Fiamenghi; Rogelio Gol-
farb; Ronaldo Marquez Alcântara; Sergio Roberto
Cardoso Porto diretores suPlentes Davidson de
Magalhães Santos; Erwin Reis Coelho de Araujo;
Givaldo Alves Sobrinho; Heitor Morais Lima; João
de Teive e Argollo; João Ricardo de Aquino; Jor-
ge Robledo de Oliveira Chiachio; José Luiz Poças
Leitão Filho; Maria Luiza de Sá Martins da Costa
Cerqueira; Mauricio Lassmann
SESi
Presidente do conselho e diretor regional José
de Freitas Mascarenhas. suPerintendente Mano-
elito Souza
SEnaiPresidente do conselho José de Freitas Masca-
renhas. diretor regional: Gustavo Sales
iElPresidente do conselho e diretor regional José
de Freitas Mascarenhas. suPerintendente Arman-
do da Costa Neto
diretor executiVo do sistema Fieb Roberto de Miranda Musser
Para informações sobre a atuação e os serviços oferecidos pelas entidades do Sistema Fieb, entre em contato
Unidades do Sistema Fieb
sesi – serViço social da indÚstria
sede: 3343-1301@Itaigara: 71 3354-0088 / 3354-0085 @Itapagipe: 71 3254-9900 @Lucaia: 3205-1800@Núcleo de Educação do Trabalhador da Indústria: 71 3343-1418@Núcleo de Saúde e Segurança do Trabalho 71 3205-1887@Retiro: 71 3234-8200@Rio Vermelho Teatro SESI – 71 3334-6800@Camaçari - Casa do Trabalhador -71 3621-7595@Candeias: 71 3601-2013@Feira de Santana – 75 3602-9700@Ilhéus -73 3639-9332@Juazeiro - 74 2102-7114@Simões Filho - 71 3296-9300@Valença - 75 3641-3040@Vitória da Conquista - 77 3422-2939
senai – serViço nacional de aPrendizagem industrial
sede- 71 3343-1351@Cimatec – 71 3462-9500@Dendezeiros – 71 3310-9900@Cetind – 71 3287-8200@Camaçari – 71 3622-9760@Feira de Santana – 75 3229-9100 @Ihéus 73 3639-9300@Itabuna – 73 3211-0415@Jequié – 73 3525-5575@Luís Eduardo Magalhães – 77 3628-5609@Teixeira de Freitas – 73 3291-5744@Vitória da Conquista – 77 3421-0667
iel – instituto euValdo lodi
sede - 71 3343-1384/1328/1256@Barreiras -77 3611-6136@Camaçari – 71 3621- 0774@Eunápolis - 73 3281- 7954@Feira de Santana - 75 3229- 9150@Ilhéus – 73 3639-1720@Itabuna – 3613-5805@Jacobina - 74 3621-3502@Juazeiro -74 3611-0155@Teixeira de Freitas -733291-0621@Vitória da Conquista - 77 3424-2558
cieb - centro das indÚstrias do estado da bahia
sede - 71 3343-1214
6
18
Objetivo é aumentar a qualidade de
vida dos trabalhadores por meio de
atividades de incentivo à cultura
esportiva, como competições e
caminhadas, em prol da saúde
SindicatoS buScam parceria do SeSi
Setor empresarial
baiano comemora
as oportunidades
de negócios com a
competição
negócioS na copa 2014
Com investimentos superiores a R$ 16
milhões, o programa Mina de Talentos
vai formar profissionais para atuarem
na construção e operação do projeto
Pedra de Ferro, em Caetité e Ilhéus
bahia mineração e Senai vão capacitar mão de obra
O trabalho da
Fundação
Odebrecht, por
seu presidente
executivo
maurício medeiroS
Em 2010, o Brasil
ocupou a 58ª
posição no
ranking da
competitividade,
elaborado pelo
Fórum Econômico
Mundial. A
avaliação
envolveu 139
países e constatou
uma queda de
duas posições
para o Brasil
SomoS competitivoS?
sumário jAN/fev 2011
14
DIV
uLG
AçãO
TAyRO
NNI M
AIA
/ D
IVuLG
AçãO
JO
Sé
CARLO
S ALM
EIDA F
ILHO
JOãO A
LVAREz
ilustração gentil
3012
IRACEMA CHEquER
� Bahia Indústria
entrevistA Mauricio Medeiros
Executivo da Fundação Odebrecht mostra que populações pobres só precisam de oportunidades
por Cleber borges
Presidente executivo da Fundação Odebre-
cht, Maurício Medeiros nasceu em maio de
1959, no Rio de Janeiro. Desde os 14 anos
auxiliava o pai no colégio da família, o que
despertou o interesse em exercer atividades ligadas
à área de recursos humanos. Formou-se em admi-
nistração, em 1979. Aos 20 anos ingressou como es-
tagiário na Construtora Norberto Odebrecht, que in-
tegra a Organização Odebrecht. Na empresa, atuou
em diversos canteiros de obras, no Brasil e exterior.
Em 2002, foi convidado para liderar a Fundação
Odebrecht, braço social da organização, sendo ho-
je seu presidente executivo. A Fundação Odebrecht
criou um programa de desenvolvimento sustentável
no baixo sul da Bahia, denominado PDIS, que atua
em 11 municípios, com a responsabilidade de buscar
soluções para problemas no meio rural, por meio de
projetos que envolvam os aspectos humano, social,
produtivo e ambiental.
Parceria é chave nas transformações sociais”
no brasil, a pobreza e a desigualdade existem tanto
no campo quanto nas áreas urbanas. é possível criar
um modelo de desenvolvimento e de combate à po-
breza que atenda às duas realidades?
Ao realizar investimentos na zona rural atuamos na
causa de problemas sociais, como a migração invo-
luntária para os grandes centros, e não na consequ-
ência. Na maioria das vezes o que falta às pessoas são
oportunidades. A partir do momento em que essas
oportunidades são viabilizadas, elas fazem aconte-
cer. As comunidades não desejam respostas prontas.
Querem fazer parte do processo. Exemplo concreto
disso está no trabalho realizado pelas cooperativas
de produtores rurais e comunidades ligadas ao Pro-
grama de Desenvolvimento Integrado e Sustentável
do Mosaico de Áreas de Proteção Ambiental do Baixo
Sul da Bahia (PDIS), instituído pela Fundação Ode-
brecht.
grande parte da sociedade vive em condições sociais
e ambientais distantes do ideal. como reescrever
a história dessas populações, tornando-as aptas a
transitar em um mundo cada vez mais competitivo?
A palavra-chave para conseguirmos transformar a
realidade social é parceria. É imprescindível que to-
dos, representantes do primeiro, segundo e terceiro
setores, atuemos de maneira integrada e sinérgica em
busca de soluções sustentáveis. Quando a Fundação
Odebrecht desembarcou no baixo sul da Bahia um cír-
culo vicioso de carência se perpetuava. Na busca pe-
la reversão desse quadro, não adiantava levar apenas
educação do campo de qualidade para os jovens. Era
“
Bahia Indústria �
preciso proteger a Mata Atlântica e garantir um meio
ambiente saudável. Também era necessário oferecer
oportunidades de trabalho digno e distribuição de
renda justa, mostrando que conservar é muito mais
conveniente e rentável do que destruir, possibilitan-
do o acesso à justiça e o exercício pleno da cidadania.
Inúmeras são as carências e a solução requer a união
de esforços em prol de um objetivo comum, superior e
nobre: promover a inclusão social produtiva e elevar
famílias a uma classe média rural estruturada. O de-
senvolvimento sustentável não admite predominân-
cia de setores ou segmentos econômicos que enrique-
cem alguns e empobrecem e marginalizam outros. É
preciso a busca de novos paradigmas, mais eficazes,
com novos conhecimentos, valores éticos e limites
certos, que remunerem justamente a contribuição de
todos os protagonistas, no jogo do ganha-ganha. Por
meio do desenvolvimento de ações em conjunto com
os governos federal, estadual e municipais, socieda-
de civil e iniciativa privada – o que forma um sistema
inovador de governança participativa – é possível
promover esta inclusão social.
como disseminar conceitos de responsabilidade am-
biental entre estratos pobres da sociedade que têm
como prioridade a sobrevivência?
O investimento em educação é prioritário. Acredita-
mos que, desta forma, estamos ajudando a formar
uma nova geração, estruturada para a vida produti-
va, educada e saudável e também contribuindo para
a realização pessoal e profissional de jovens, nos lu-
gares onde nasceram e querem viver. O jovem é um
� Bahia Indústria
entrevistA Mauricio Medeiros
valioso agente do desenvolvimento lo-
cal, capaz de repassar os conhecimentos
adquiridos para sua família e à comuni-
dade, melhorando as condições de vida
de todos. Quando o conhecimento tecno-
lógico é colocado a serviço das famílias,
é possível estimular o uso sustentável
dos recursos naturais. O investimento
em educação deve buscar identificar
e implantar projetos de acordo com as
vocações regionais, sempre em parceria
com a comunidade.
a responsabilidade social é hoje conceito
presente nos discursos e está ramifica-
da no dia a dia da sociedade. é possí-
vel afirmar que, no âmbito corporativo, é
mais que um dístico?
Responsabilidade social não é uma ação
altruísta ou de benemerência dos diri-
gentes de uma empresa. Ela está direta-
mente relacionada às práticas negociais
e resulta na melhoria da imagem institu-
cional, numa maior fidelidade dos con-
sumidores, na ampliação da capacidade
de recrutar e manter talentos e, conse-
quentemente, na sua sustentabilidade.
Trata-se, portanto, de um importante
fator de parceria diante de uma socieda-
de cada vez mais consciente e compro-
metida com a construção de um mundo
melhor. Em nossa cultura empresarial,
a responsabilidade social é parte inte-
grante. A nossa contribuição tem sempre
como objetivo uma causa. No exercício
do papel social, é nosso dever estar em
alinhamento com as demandas de me-
lhoria da qualidade de vida dos clientes,
integrantes, acionistas e comunidade
em harmonia com o meio ambiente. De-
vemos contribuir com iniciativas que,
alinhadas com nossos valores e crenças,
estejam voltadas para suprir carências e
encontrar soluções fomentadoras do de-
senvolvimento social.
o trabalho realizado pela Fundação ode-
brecht no baixo sul baiano é elogiado.
é possível replicar essa experiência em outras regiões. como
ampliar programas sociais dessa natureza?
Buscamos consolidar um modelo de desenvolvimento integra-
do e sustentável, para áreas de proteção ambiental, passível de
reaplicação em outras regiões e com potencial para se tornar
política pública no Brasil. Ao replicar uma tecnologia social,
esta deve ser adaptada e ajustada à cultura e ao ambiente que
se pretende desenvolver de forma sustentável. Nesse contexto,
o apoio dos governos federal, estadual e municipais é impres-
cindível para ações que pretendem tirar o povo da informa-
lidade, erradicar a pobreza com distribuição justa de renda,
reduzir as desigualdades sociais e estabelecer uma classe mé-
dia rural. Toda a ação em andamento no baixo sul da Bahia
está assentada no princípio de que a Utilidade Pública – título
concedido à Fundação Odebrecht pelo Decreto nº 94.803, de 10
de março de 1987 – deve estar a favor do interesse público. Os
resultados alcançados revelam que o modelo adotado para o
projeto de desenvolvimento regional contém os princípios bá-
sicos para se construir, em outros territórios da Bahia ou do pa-
ís, modelos semelhantes de desenvolvimento regional capazes
de melhorar a vida das pessoas e contribuir para conservar os
recursos naturais.
após seis anos de criação, quais as principais metas alcança-
das pelo Pdis?
Estamos focados, de maneira exclusiva, no baixo sul da Bahia,
desde 2003. Já avançamos com resultados nos capitais produti-
vos (geração de trabalho e renda), humano (educação do cam-
po de qualidade), social (construção de uma sociedade mais
justa e solidária) e ambiental (conservação dos recursos natu-
rais). Ao todo, as cooperativas organizadas para o fomento das
culturas da mandioca, palmito, aquicultura e piaçava somam
mais de mil associados, que aumentaram a renda média men-
sal das famílias produtoras rurais. Cerca de 13.600 pessoas
foram beneficiadas, apenas em 2010, com educação voltada à
realidade do campo, oferecida pelas unidades de ensino liga-
das ao PDIS. Neste mesmo ano, o acesso à documentação civil
básica e orientações referentes a questões jurídicas e sociais foi
viabilizado a 13 mil cidadãos locais. Ao todo, o Instituto Direito
e Cidadania, uma das instituições que apoiamos, já realizou
mais de 290 mil atendimentos. No caminho para a conserva-
ção da Mata Atlântica, os primeiros projetos foram finalizados,
estão em fase de captação de recursos e início de execução das
etapas iniciais e irão contemplar indiretamente 83 mil pesso-
as. Os resultados alcançados já atraíram parcerias importantes
como a ONU, Exército Brasileiro, Apex-Brasil (Agência Brasi-
leira de Promoção de Exportações e Investimentos), BNDES,
BID, Banco do Brasil, Fundação Banco do Brasil, Petrobras,
“Responsabi-lidade social não é uma ação altruísta ou de bene-merência dos dirigentes de uma empresa
Bahia Indústria �
Mitsubishi, Michelin, Sebrae, Embrapa,
Microsoft, Dell, Oi Telecomunicações,
entre outros. O PDIS recebeu, em 2008, o
Prêmio ODM - Brasil, iniciativa da Secre-
taria Geral da Presidência da República.
Em 2010, conquistou o 1º lugar na Améri-
ca Latina e Caribe no Prêmio ao Serviço
Público das Nações Unidas, na categoria
Melhorando a Participação Cidadã nos
Processos de Decisões Públicas através
de Mecanismos Inovadores. O prêmio foi
entregue à Associação Guardiã da APA
do Pratigi (Agir), organização da socie-
dade civil de interesse público, parceira
da Fundação Odebrecht na execução do
programa no baixo sul. A Agir é forma-
da por 31 associações comunitárias de
cinco municípios, envolvendo mais de
1.500 produtores rurais e suas famílias.
Ainda em 2010, a Coopalm conquistou
o Prêmio Cooperativa do Ano (Categoria
Gestão da Qualidade) e também a auto-
rização para uso dos selos Identificação
da Participação da Agricultura Familiar
(Ministério do Desenvolvimento Agrário)
e Agricultura Familiar da Bahia (Secre-
taria da Agricultura, Irrigação e Reforma
Agrária) nas embalagens do palmito de
pupunha Cultiverde. Além disso, o Colé-
gio Estadual Casa Jovem foi reconhecido
com o Prêmio Nacional de Referência em
Gestão Escolar.
quais lições a Fundação odebrecht tirou
do programa? que ações não repetiria?
Para chegar até aqui, foi necessário ab-
sorver erros, conviver com poucos resul-
tados imediatos e, mesmo assim, forta-
lecer a certeza de que problemas podem
ser transformados em oportunidades,
desde que enfrentados em suas causas.
A abrangência do programa e seus avan-
ços levam naturalmente à demanda de
novas, múltiplas e mais complexas ações
que ultrapassam o domínio e a capacida-
de da Fundação Odebrecht, evidencian-
do-se a necessidade de se buscar ainda
mais parcerias integradas e interativas,
“Para chegar até aqui, foi necessário absorver erros, conviver com poucos resultados imediatos e fortalecer a certeza de que problemas podem ser transformados em oportunidades
envolvendo habilidades e responsabi-
lidades dos setores privado e público,
com competências próprias e exclusivas.
Tudo justificado pela oportunidade de se
consolidar um modelo inédito e promis-
sor, consubstanciado em experiências,
conhecimentos, conclusões e proposi-
ções que completam um perfeito álbum
enciclopédico e contemplam todas as
dimensões e exigências para fazer acon-
tecer a sustentabilidade. É pautado na
mais salutar visão construtiva, futura,
perene, coerente com o propósito par-
ticipativo de todos, no puro e exemplar
exercício da governança participativa,
fundamental ao entendimento dos seres
humanos e sua harmonia com o meio
ambiente. Buscamos concretizar na re-
gião do baixo sul da Bahia os Oito Obje-
tivos do Milênio, propugnados pela ONU
e subscritos por 192 países, inclusive o
Brasil. Acreditamos que esta é a maneira
mais real de fazer acontecer o papel no-
bre e indispensável do homem – garantir
as necessidades do presente sem afetar
a habilidade das gerações futuras de su-
prirem as próprias necessidades. [bi]
o colégio
casa jovem foi
reconhecido
com prêmio de
gestão escolar
ALMIR BINDILATTI / DIVuLGAçãO
�0 Bahia Indústria
sindicatos
ARTuR IkISHIMA
Sindicato de Carnes combate ilegalidade
júlio Farias
fala em déficit
de criação de
bovinos
Empresários e representantes de frigoríficos associados ao Sindicato
da Indústria de Carnes e Derivados do Estado da Bahia apresentaram ao
secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, o Plano de Ação 2011
da entidade. Uma das prioridades é a fiscalização dos frigoríficos clan-
destinos. Segundo o presidente do Sincar, Júlio Cesar Farias, o percentu-
al de abate de bovinos por empresas baianas legalizadas está aquém da
capacidade, apenas 53% das 180 mil cabeças abatidas mensalmente no
estado. “Estamos com déficit de criação, com oferta de boi gordo muito
pequena, embora tenhamos capacidade de atender 100% do abate do
desfrute do estado da Bahia nos frigoríficos oficializados”, destacou o
presidente.
Em razão da concorrência desleal dos frigoríficos clandestinos, o Sin-
car propõe a parceria com a Agência Estadual de Defesa Agropecuária
da Bahia – Adab, órgão vinculado à Secretaria Estadual da Agricultura,
para inspecionar e combater a prática. A ideia é apresentar aos clandes-
tinos, responsáveis por 47% do abate no estado, os benefícios da legali-
zação e filiação ao sindicato. Farias enfatizou o descuido com o manejo
e vendas das carnes e as possíveis consequências para saúde na comer-
cialização dos animais abatidos em condições inviáveis de higiene. O
secretário Eduardo Salles se comprometeu a colaborar com o setor para
a intensificação da fiscalização e atenção da Seagri nas solicitações do
empresariado.
recuperação do sisalProdutores de sisal do estado da
Bahia comemoram a recuperação
das exportações, em queda desde
2008. De acordo com Wilson An-
drade, presidente do Sindifibras, a
atuação do sindicato e o estímulo
ao escoamento por meio do Pro-
grama de Escoamento da Produção
(PEP), do Governo Federal, irão
contribuir para que, em 2011, sejam
alcançados índices de exportação
em torno de U$ 100 milhões.
Felicidade concretaAs crianças do Orfanato Lar da
Criança tiveram um Natal feliz.
Uma campanha realizada pelo
Sindicato da Indústria de Produtos
de Cimento no Estado da Bahia e
empresas associadas arrecadou 72
brinquedos e duas bicicletas que
fizeram a alegria de crianças de
instituições beneficentes. A cam-
panha é uma das ações de respon-
sabilidade social do Sinprocim.
saúde e segurança nas gráficas
O Sesi e o Sindicato das In-
dústrias Gráficas do Estado da
Bahia (Sigeb) firmaram convênio
de cooperação técnica, visando à
oferta de serviços na área de saú-
de e segurança do trabalho aos
trabalhadores do segmento. Para
o presidente do Sigeb, Josair Bas-
tos, o maior beneficiado será o tra-
balhador, que agora durante sua
jornada poderá “trabalhar com
mais confiança, com mais um be-
nefício”. Benefício que tem como
um dos objetivos contribuir para
o associativismo, aproximando o
trabalhador dos sindicatos. Bas-
tos lembrou que o convênio abran-
ge apenas empresas associadas ao
sindicato.
circuito por cleber borgeS
Bahia Indústria ��
“Há DOIS TIPOS DE
PESSOAS quE DIRãO O
quE IRá ACONTECER NO
FuTuRO: AquELES quE
NãO SABEM E AquELES
quE NãO SABEM quE NãO
SABEM”.
john Kenneth galbraith, economista canadense, autor de A Era da Incerteza, crítico de aspectos da teoria econômica não comprovados por dados empíricos
mercado prevê selic de 12,5%O mercado financeiro aumentou o
pessimismo e mais uma vez elevou as
previsões para a inflação oficial para 2011
e para 2012. É evidente que espera também
elevação nos juros por parte do Banco
Central. De acordo com a pesquisa Focus,
feita pelo BC com analistas do mercado
financeiro, a estimativa para o IPCA atinge
5,64%. Para 2012, a estimativa é de 4,70%,
superando a expectativa do centro da meta
de inflação (4.5%). Com a inflação em alta,
subiu também a previsão de elevação da
Selic, que pode encerrar o ano em 12,50%.
A nova estimativa, já incluindo a alta de
0,5 ponto porcentual em janeiro, será de
1,75 ponto porcentual em 2011. O mercado
prevê mais 0,50 ponto porcentual na Selic
em março, 0,50 ponto em abril e 0,25
ponto em junho.
Portos baianos com mais profundidadeA dragagem dos portos de
Salvador e Aratu foi finalmente
realizada. Para atingir uma
profundidade de 15 metros, foi
necessário dragar 4 milhões de
metros cúbicos do fundo da Baía
de Todos os Santos, com
investimento de R$ 100 milhões. A
expectativa é que os dois portos
passem a receber embarcações
com 15 metros de calado. O
investimento foi com recursos do
Plano Nacional de Dragagem, que
destina R$ 1,5 bilhão para
melhorias em 15 portos brasileiros.
O terminal de Ilhéus, que ainda
opera com profundidade de 10
metros, deve ser dragado em 2011,
de acordo com a Codeba. No Porto
de Salvador, está previsto para
este ano a extensão do quebra-mar
e a modernização do terminal de
passageiros.
importado pressiona 59% da indústriaPara enfrentar a ameaça dos
importados e para aproveitar a
alta do consumo doméstico, a
indústria brasileira pretende
ampliar os investimentos na
produção e aumentar o uso da
capacidade das fábricas, neste
primeiro semestre, revela
Sondagem Conjuntural da
Fundação Getúlio Vargas. A
pesquisa detectou que, em 2010,
na comparação com o período
pré-crise, a competição com os
produtos importados aumentou
para 59% das 1.196 empresas
consultadas. Os setores mais
afetados foram os de bens
intermediários (83%), de bens de
capital (73%) e bens de consumo
duráveis (68%).
Flexibilizando comprasPara atender aos apelos da Petrobras para
flexibilizar as exigências de compras de
produtos nacionais para o pré-sal, o
governo diz que pretende incentivar o
conteúdo local na extração do petróleo. O
Ministério de Minas e Energia prepara um
projeto que prevê bônus ou punições para
as companhias que vão explorar petróleo
no Brasil. A bonificação deve variar de
acordo com o percentual de aquisições
feitas de indústrias nacionais. As
petrolíferas vencedoras de licitações de
áreas de exploração que excederem os
índices de conteúdo nacional receberiam
bônus. As empresas que não cumprirem
exigências mínimas de nacionalização
receberiam multas. Dessa forma, o governo
poderia baixar de 65% para 35% a meta de
utilização de conteúdo local.
�� Bahia Indústria
Mina de talentos no semiárido
Bahia Mineração e Senai vão capacitar gratuitamente mais de 6 mil pessoas em municípios do sudoeste e do litoral sul do estado
A escassez de mão de obra especializada e o
chamado “apagão de talentos” são proble-
mas que afligem a maioria das empresas que
mais empregam no mercado brasileiro. E a
situação não é diferente na Bahia. O aquecimento das
economias brasileira e baiana tem aberto inúmeras
oportunidades de emprego, mas as empresas não têm
encontrado profissionais capacitados para ocuparem
todos os postos de trabalho.
Uma das iniciativas que pretendem alterar este
quadro foi lançada no início de fevereiro, na Bahia,
e irá capacitar gratuitamente mais de 6 mil pessoas
para atuarem em um projeto de mineração. Chamado
Mina de Talentos, e desenvolvido pelo Senai (Serviço
Nacional de Aprendizagem Industrial), em parceria
com a Bahia Mineração, forma-
rá profissionais para atuarem na
construção e operação do projeto
Pedra de Ferro – que inclui mina e
usina de beneficiamento de miné-
rio em Caetité, no sudoeste baia-
no, e um terminal portuário em
Ilhéus, no litoral sul do estado.
“Este pode ser considerado o
maior programa de qualificação
profissional realizado na Bahia,
neste início de década, e um dos
cinco maiores do Brasil”, informa
Jurandir Hendler, gerente do Se-
nai para a região sul e sudoeste
da Bahia. O programa não chama
atenção apenas pela quantidade
de pessoas que serão capacitadas,
mas principalmente pelo investi-
mento, que será de R$ 16,7 milhões
até 2013.
Serão 5,5 mil vagas oferecidas
para os cursos voltados à etapa de
construção do projeto, envolvendo
a mina e o porto. Estes cursos es-
tão divididos em quatro áreas: mo-
vimentação de terra e carga, obra
civil, montagem elétrica e mecâ-
nica e técnicas administrativas. Já
para a etapa de operação, que in-
Bahia Indústria �3
tegrará a segunda fase do Mina de
Talentos, os cursos formarão cerca
de mil profissionais que irão tra-
balhar na operação e manutenção
das estruturas da mina, usina de
beneficiamento, ferrovia e do ter-
minal portuário. Profissionais que
se formarem nos cursos da fase de
operação, e tenham nível médio,
poderão candidatar-se às vagas
para a etapa de operação.
CritériosUm dos principais critérios de
seleção para participar do progra-
acima,
empregados
da bamin
em campo;
abaixo,
área de
afloramento
de minério
ma é residir na região. O progra-
ma terá centros de formação nos
municípios de Caetité, Guanambi,
Malhada e Pindaí (localizados na
região da mina), além de Ilhéus,
que formará também moradores
de Itabuna, Itacaré e Uruçuca. Pa-
ra Clovis Torres, vice-presidente
executivo da Bahia Mineração, o
programa oferecerá oportunida-
des no mercado de trabalho para
os moradores locais que, muitas
vezes, têm que deixar sua terra
para buscar uma ocupação. “Eles
não se capacitarão apenas para
ocupar uma vaga em nossa em-
presa ou nas empresas que farão
as obras, mas também em outras
oportunidades que surgirão na re-
gião, capitaneadas pelas obras da
ferrovia, em projetos de energia
eólica na região de Caetité e em
novas iniciativas que serão atraí-
das por este novo vetor de cresci-
mento econômico na Bahia”, des-
taca Torres.
O presidente da Federação das
Indústrias do Estado da Bahia
(Fieb), José de Freitas Mascare-
nhas, ressaltou a importância da
qualificação da mão de obra na
região do semi-árido baiano e no
litoral sul, para estimular a per-
manência da população em suas
cidades, evitando a migração pa-
ra outras regiões. “Essa parceria
entre o Senai e a Bahia Mineração
é muito importante, pois ofere-
ce oportunidades de inserção no
mercado de trabalho a milhares
de trabalhadores”, disse. O Senai
é uma das entidades que integram
o Sistema Fieb.
iNsCriÇÕEsMoradores das regiões par-
ticipantes do Mina de Talentos
poderão inscrever-se para os cur-
sos de capacitação entre 15 e 24
de março, das 8 às 12h, nos pos-
tos de inscrição localizados em
Ilhéus (Colégio Estadual), Caetité
(Praça Benjamim Teixeira) e Gua-
nambi (Avenida Governador Nilo
Coelho). Os candidatos devem
apresentar RG, CPF, comprovan-
te de quitação do serviço militar,
comprovante de escolaridade e,
principalmente, o comprovante
de residência. Quem se interessar
em participar do programa de ca-
pacitação pode obter mais infor-
mações no site www.bamin.com.
br/minadetalentos. [bi]
FOTOS ANTôNIO SATuRNINO / DIVuLGAçãO /BAMIN
�� Bahia Indústria
Um jogo de vencedoresEconomia local está aquecida com o conjunto de projetos em andamento para abrigar a Copa 2014, que ficam como herança positiva para a cidade
por Fred burgosfoto haroldo abrantes
Para o setor empresarial baiano, a Copa do
Mundo 2014 já começou e os resultados são
positivos. Na avaliação de especialistas, o
impacto econômico de uma Copa do Mundo
é superior ao de qualquer outro evento internacio-
nal. O Mundial da Alemanha de 2006, considerado
o mais lucrativo da história, gerou uma arrecada-
ção de mais de US$ 2,5 bilhões só com patrocínios,
merchandising e ingressos. No Brasil, apenas com
os profissionais de mídia, estima-se que haverá um
ingresso líquido de US$ 1 bilhão nos 30 dias de even-
to, graças à presença de 500 estações de TV, 4,5 mil
jornalistas e 14 mil técnicos e fotógrafos. Com a vin-
da dos torcedores, é possível projetar uma receita de
mais US$ 15 bilhões.
Para dar conta do volume de projetos envolvidos
com a preparação para a Copa e garantir a articula-
ção necessária, o governo do Estado criou a Secreta-
ria Extraordinária para Assuntos da Copa do Mundo
(Secopa), com o objetivo de planejar as ações para
Bahia Indústria �5
em mobilidade. Isso sem falar na
rede hoteleira e turismo. A expec-
tativa é que a economia local seja
aquecida pelo conjunto de proje-
tos que serão realizados. “Apesar
do ganho de imagem inestimável,
ninguém entra num projeto deste
apenas pelos 30 dias que dura a
Copa. O pós-evento é o mais im-
portante. O grande legado é a exi-
gência de qualidade, uma nova
cultura de mercado que deve se
consolidar”, avalia a gestora do
projeto Copa do Mundo – Sebrae
Salvador, Aline Lobo.
A maior obra da Copa 2014 na
Bahia será certamente a nova Fon-
te Nova, cujo montante de recur-
sos a serem alocados é da ordem
de R$ 591 milhões, dos quais R$
323,6 milhões serão tomados pelo
estado, junto ao BNDES, já autori-
zados (com três anos de carência
e 12 anos para pagamento). Os
recursos complementares serão
captados de outras instituições
empresariais e do próprio consór-
cio Odebrecht/OAS, que venceu a
licitação finalizada em dezembro
de 2009. O estádio da copa será
uma arena multiuso, com área to-
tal de 135.950,22 m², e capacidade
para 50.433 lugares com assentos
cobertos. Sua cobertura será leve
– PTFE, com ventilação natural,
sistema de reservatório de águas
pluviais e tratamento dos resíduos
e preservação do entorno. A entre-
ga da obra está prevista para de-
zembro de 2012, ou seja, um ano e
meio antes do começo da Copa.
CoNstruÇãoPara a construção civil, já
aquecida por projetos como Minha
Casa, Minha Vida e um mercado
imobiliário classe média alta ati-
vo, a Copa 2014 traz um ânimo adi-
cional. Além das grandes obras,
o mundial. A Secopa está estrutu-
rada em nove Grupos Executivos
de Trabalho (GETs) divididos nas
seguintes áreas: Arena e Entor-
no; Mobilidade, Acessibilidade e
Infraestrutura; Promoção, Hos-
pitalidade, Turismo e Hotelaria;
Segurança e Saúde; Qualificação
Profissional; Inovação, Informa-
ção, Comunicação, Ciência e Tec-
nologia; Educação, Esporte e Cul-
tura; Legados; Transparência.
Um dos lados positivos de se-
diar uma Copa são as estruturas
que são construídas para abri-
gar o evento e as melhorias que
são feitas e ficam como herança
positiva para a sociedade local.
A cidade vai crescer, o governo
vai investir em infraestrutura e
que exigem empresas com escala
econômica internacional, habili-
tadas à captação de recursos, os
pequenos e médios projetos são
um filão a ser explorado. Segundo
o presidente do Sinduscon-Bahia,
Carlos Alberto Vieira Lima, há
uma grande expectativa em torno
de projetos complementares que
envolvam as pequenas e médias
empresas. “Entre estes projetos
estão a preparação para a mobi-
lidade urbana, grandes postos de
saúde, novas delegacias, sistema
rodoviárias, aeroportos, sanea-
mento (o PAC do saneamento já
foi anunciado) voltado a atender à
Copa, mas principalmente a me-
lhoria da qualidade de vida da po-
pulação”, diz.
O Sebrae tem-se articulado
com as grandes empresas envol-
vidas nos principais projetos para
que haja um desdobramento deles
para as pequenas e médias em-
presas. Mas se projetos e recursos
não faltam, um aspecto começa
a preocupar o segmento: falta de
mão de obra qualificada. “Esta-
mos com problema de carência de
pessoal em todos os níveis. Este é
um gargalo preocupante. Estamos
industrializando mais o proces-
so de construção, mecanizando
mais nossas atividades: da grua
à argamassa pronta, passando
pelo pré-moldado. Para um setor
que passou 30 anos estagnado, os
desafios atuais são evidentemen-
te bem-vindos. Lembro quando
foi lançado o projeto Minha Casa,
Minha Vida, o setor achava que
tinha capacidade de entregar 200
mil unidades. O presidente Lula
nos desafiou e propôs 1 milhão de
unidades. E estamos dando con-
ta. Nesse sentido, estamos numa
parceria importante com o Siste-
ma Fieb para a qualificação”, afir-
arena Fonte
nova é a
maior obra do
mundial de
Futebol
no brasil
FOTO
MO
NTA
GEM
JO
Sé
CARLO
S ALM
EIDA F
ILHO
�� Bahia Indústria
ma o presidente do Sinduscon-BA, Carlos Alberto
Vieira Lima.
Ampliar a acessibilidade e fluidez à malha viária
urbana e metropolitana da região de Salvador é a
proposta do programa mobilidade desenvolvido pelo
Governo do Estado e Prefeitura Municipal de Salva-
dor. Está previsto um conjunto de investimentos em
infraestrutura viária e equipamentos urbanos, pa-
ra a configuração de um novo Sistema Integrado de
Transporte Metropolitano. A prioridade é a implan-
tação de corredores de transporte metropolitano de
alta capacidade com veículos sobre pneus, do acesso
norte ao aeroporto de Salvador. Foram liberados R$
570 milhões do governo federal para a realização da
obra, que serão contratados pelo governo do Estado
da Bahia.
Outras ações estão previstas e em processo de
estudo, a exemplo da ampliação do terminal de pas-
sageiros do Porto e do Aeroporto. No primeiro, serão
gastos R$ 36 milhões na reforma dos armazéns 1 e 2,
que serão transformados em terminal turístico e ter-
minal de passageiros. Os investimentos neste último
devem chegar a R$ 55 milhões e prevêem, de acordo
com a Infraero, reforma do terminal de passageiros,
reforma e ampliação do pátio de estacionamento de
aeronaves, reforma e ampliação do edifício garagem
(construção de passarela de interligação do edifício
garagem ao terminal de passageiros) e construção da
nova torre de controle.
As soluções aplicadas nas cidades suecas nas
áreas de sustentabilidade e infraestrutura urbana
impressionaram empresários e convidados que par-
ticiparam do Seminário de Sustentabilidade Urbana
– Symbiocity, realizado pela embaixada da Suécia
no Brasil, em dezembro. Symbiocity é uma marca
comercial que reflete o conhecimento e experiência
sueca para a sustentabilidade. No país europeu, o
lixo e a emissão de gases poluentes dos veículos, por
exemplo, são utilizados com fontes para o desenvol-
vimento de ações sustentáveis como a coleta seleti-
va e produção de biogás.
Para o primeiro secretário da embaixada daquele
país, Mikael Stahl, apresentar a tecnologia utilizada
em cidades sueca como na capital Estolcomo, nas
áreas de transporte, energia, infraestrutura e recur-
sos hídricos, para cidades brasileiras é o primeiro
passo da disseminação de práticas que permitem
melhoria da qualidade de vida da população e di-
minuição dos problemas ambientais nos grandes
centros urbanos. “Apresentar nossa experiência
neste momento é pertinente pois, o Brasil é um país
com perspectiva de crescimento tendo em vista os
grandes eventos esportivos que acontecerão nos
próximos anos, como a Copa do Mundo em 2014 e
Olimpíadas de 2016”, disse Stahl. Uma outra área de
interesse para parceria ente os dois países é o etanol
produzido no Brasil.
O vice-presidente da Fieb, Emmanuel Maluf, falou
sobre o apoio da federação na ênfase da necessidade
de uma política de sustentabilidade, tanto por parte
dos empresários e quanto na gestão dos resíduos e
preservação ecossistema pelas empresas do estado.
No encontro, o representante da Prefeitura Munici-
pal de Salvador, Leonel Neto, sinalizou o interesse
de utilização da tecnologia aplicada naquele país,
para a construção dos centros esportivos que abriga-
rão os jogos a serem realizados na capital baiana. O
crescimento urbano requer planejamento holístico e
a experiência da Suécia permite visão generalizada
e o desenvolvimento de ações sustentáveis em prol
de benefícios globais. A rede Symbiocity congrega
mais de 700 empresas suecas. [bi]
o setor da
construção está
aquecido, mas
reclama da
qualificação
Suécia mostra como ser sustentável
HAROLDO ABRANTES
Bahia Indústria ��
DIVuLGAçãO / DOW
No ano em que o ministro
das Comunicações, Pau-
lo Bernardo, anunciou a
criação da Secretaria de Inclusão
Digital, o projeto Força Jovem
completa quatro anos de atividade
na região de Candeias, no próximo
mês de junho. O projeto da Dow
Brasil proporciona para 40 jovens,
entre 12 e 19 anos, melhor inserção
na sociedade e no mercado de tra-
balho. Foi desenvolvido pela Área
de Responsabilidade do Serviço
Social da Indústria (Sesi), em par-
ceria com a Universidade Federal
Candeias ganhamundo digital do Força JovemProjeto aproxima jovens de comunidades carentes e tecnologias de comunicação
própria vida, aprendendo sobre
cidadania, meio ambiente e em-
preendedorismo para empregabi-
lidade”.
Com a assessoria da Área de
RSE do Sesi, o projeto começou a
promover o desenvolvimento local
por meio de um programa de capa-
citação para que os jovens atuem
como agentes de transformação
local. Amaleide dos Santos, res-
ponsável pelo projeto no Sesi,
conta que para isso acontecer são
realizadas dinâmicas de grupo
sobre desenvolvimento humano,
sempre valorizando a importância
das relações interpessoais.
Mesmo estando próxima à ca-
pital baiana, um dos fatores mais
agravantes para esta juventude
é o isolamento tecnológico. Com
essa realidade, o projeto pôs em
prática a parceria com o progra-
ma Onda Digital, da Ufba. “Aulas
de tecnologia da informação e da
comunicação são ministradas por
bolsistas da Ufba, ensinando so-
bre a reciclagem do lixo eletrôni-
co”, explica Amaleide.
Hoje, com o Centro Digital de
Cidadania em Pasto Fora, as co-
munidades envolvidas deixam
o isolamento em relação ao que
acontece fora delas e começam a
usufruir das tecnologias e servi-
ços essenciais para a sociedade
atual, como a solicitação de docu-
mentos ou segunda via de contas
de água e luz.
Em um local onde muito poucos
dispõem de telefone residencial e
a comunicação via celular é pre-
cária, são os computadores reci-
clados e a internet que aproximam
jovens e tecnologias de comuni-
cação, dando mais qualidade de
vida e aumentando suas possibili-
dades de crescimento profissional
e social. [bi]
Participantes
aprendem
a reciclar
computadores
da Bahia (Ufba) e a Secretaria de
Educação e Cultura de Candeias
(Seduc).
O Força Jovem surgiu a partir
de um diagnóstico social realiza-
do pela Fundação José Silveira,
que apontou alto índice de ociosi-
dade, vulnerabilidade à violência
e uso de drogas entre os jovens
de Passé, Pasto de Fora e Madei-
ra, na região de Candeias. A co-
ordenadora do projeto pela Dow
Brasil, Daniela Franco, explica
que “o objetivo é fazer com que
os jovens sejam protagonistas da
�� Bahia Indústria
Brasil ocupou, em
2010, a 58ª posição
no ranking da compe-
titividade elaborado
anualmente pelo Fó-
rum Econômico Mun-
dial, organização sediada na Suí-
ça, que atua como observadora do
Conselho Econômico e Social das
Nações Unidas. Numa avaliação
que envolveu 139 países, o Brasil
caiu duas posições em relação
ao ano anterior, ficando atrás de
nações como Indonésia, Tunísia,
Costa Rica e Azerbaijão, consi-
derados mais competitivos. Essa
avaliação negativa é corroborada
por estudo semelhante realizado
pela Confederação Nacional da In-
dústria (CNI).
Em alguns aspectos, o Fórum
Econômico Mundial classifica o
Brasil entre os países mais avan-
çados. Cita, por exemplo, que ele
caminha em direção à sustentabi-
lidade fiscal e que o setor privado
é um dos mais competitivos. A so-
fisticação das empresas é a 31ª do
mundo. Em termos de inovação, o
país ocupa o 42º lugar e a compe-
titividade do setor financeiro é ti-
da como exemplar. Entretanto, na
maioria dos aspectos o Brasil está
entre os países mais atrasados.
A corrupção e o desperdício de
dinheiro público afetam a competi-
tividade. Entre os países avaliados,
apenas três foram considerados
piores quanto ao desperdício de re-
cursos públicos, fazendo com que o
país figure entre os 18 piores em ter-
mos de corrupção. A infraestrutura
também precisa ser aperfeiçoada.
No que se refere aos portos, ocupa
a 122ª posição; e quanto às rodo-
vias aparece em 102º lugar. O nível
das escolas do ensino fundamental
está entre os 12 piores do ranking e
a qualidade do ensino de ciências e
de matemática está entre as piores,
aparecendo na 126ª posição dentre
os 139 países analisados. No geral,
o Brasil é o menos competitivo en-
tre os Bric (que inclui também Rús-
sia, China e Índia).
O estudo elaborado pela CNI
reforça essa avaliação. Ele coteja
o desempenho do Brasil em rela-
ção a outros 13 países selecionados
– África do Sul, Argentina, Austrá-
lia, Canadá, Chile, China, Colôm-
bia, Coréia, Espanha, Índia, Méxi-
co, Polônia e Rússia – que, por suas
características econômico-sociais
e seu posicionamento no mercado
internacional, constituem referen-
cial para avaliar o potencial com-
petitivo das empresas brasileiras.
O documento focalizou oito fatores
de competitividade, selecionados
a partir do universo de variáveis
aderentes à realidade do conjunto
de países avaliados.
No item Disponibilidade e Custo
de Mão de Obra, de acordo com a
CNI, o Brasil só supera a África do
Sul; em Disponibilidade e Custo de
Capital supera apenas a Argentina;
Bahia Indústria ��
O Brasil é o 58º país no ranking da competitividade, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial. Fatores como infraestrutrura logística, educação, política fiscal e tributária contribuem para o desempenho pífio do país
por Cleber borges
O menos competitivo dos
BRic
GENTIL
�0 Bahia Indústria
municações, a CNI ressalta a baixa qualidade da in-
fraestrutura de transporte: malha ferroviária restrita
e obsoleta, estradas sem manutenção, portos tecno-
logicamente defasados e caros, aeroportos limitados.
No que diz respeito à energia e telecomunicações, o
país ocupa posições intermediárias.
No aspecto macroeconômico cita as elevadas alí-
quotas dos impostos indiretos pagos pelas empresas.
Em relação ao ambiente econômico, ressalta a baixa
taxa de formação de capital e o real apreciado. Nes-
te último aspecto, o Brasil ocupa a última colocação
entre os 13 países. No ambiente microeconômico, que
leva em consideração variáveis capazes de afetar a
concorrência no mercado interno e a dimensão desse
em infraestrutura e logística, igua-
la-se à Colômbia e supera Argenti-
na; em termos de carga tributária,
perde para todos; em ambiente ma-
croeconômico, supera a Argenti-
na; no ambiente microeconômico,
supera África do Sul, Argentina,
Austrália, Chile, Colômbia, Méxi-
co e Rússia, igualando-se à China
e Coreia. Na avaliação da educa-
ção, o Brasil surge melhor situado
apenas que a Índia e, no tocante à
tecnologia e inovação, está à frente
da África do Sul, Chile, Colômbia,
México e Polônia.
No tErÇo iNFEriorOs fatores acima foram escolhi-
dos pela CNI por serem elementos
que condicionam a capacidade da
empresa de manejar eficazmente
dois mecanismos que lhe permi-
tem superar os concorrentes na
preferência do consumidor: preço
e diferenciação de produto (por
meio de qualidade, inovação ou
propaganda).
Em geral, considerando todos
os fatores que afetam diretamente
a competitividade das empresas, o
Brasil se situa no terço inferior do
ranking dos 13 países focalizados.
No tocante à disponibilidade e
custo da mão de obra, são caracte-
rísticas brasileiras a baixa produ-
tividade do trabalhador e a rigidez
do mercado de trabalho, esta de-
corrente das dificuldades de con-
tratação e dispensa de emprega-
dos. Em relação à disponibilidade
e custo do capital, chama atenção
a elevada taxa de juros incidente
nas operações financeiras, que se
sobrepõe ao quadro positivo asso-
ciado ao mercado de ações e, espe-
cialmente, à eficiência do sistema
bancário.
Na logística, que levou em con-
ta transportes, energia e teleco-
mercado, as barreiras tarifárias e
a pequena concorrência são fato-
res vistos como negativo.
E quanto ao ambiente social, o
estudo da CNI destaca a pequena
proporção da população adulta
que conclui o curso superior e
mesmo o ensino médio, além da
baixa qualidade do ensino. Como
o Brasil ocupa posição intermedi-
ária no tocante a gasto em educa-
ção, isso aponta para a ineficácia
do gasto público no setor. Essa
realidade faz com que o país ocu-
pe a última posição na variável
educação.
No indicador tecnologia e ino-
vação, a CNI classifica o Brasil na
8ª colocação, com destaque para a
capacidade de inovar das empre-
sas (5ª lugar) e à despesa total com
P&D (pesquisa e desenvolvimento)
em relação ao PIB (7º). Na avalia-
ção do presidente da CNI, Robson
Braga de Andrade, o quadro que
emerge do estudo Competitividade
Brasil 2010 mostra a importância
de conhecer e resolver os entraves
à atuação da indústria, para que o
Brasil cresça “mais e melhor.”
IRACEMA CHEquER
“É preciso criar condições para que haja a desconcentração dos investimentos. O governo tem adotado políticas de privilegiar pequenas empresas nas licitações, mas isso não basta
ronald lobato, economista
Bahia Indústria ��
Para Armando Avena, os garga-
los ao desenvolvimento no Brasil
são tantos que é necessário ter fo-
co concentrado e muita disposição
política para enfrentá-los, embora
ressalte alguns avanços. Por exem-
plo, na infraestrutura. “Embora o
Brasil tenha avançado um pouco
nesse aspecto, nossa logística de
transportes ainda é muito inferior
à de outros países, especialmente
nas áreas portuária, cujos custos
são muito elevados, rodoviária e
ferroviária, cuja malha é limitada
e antiga.” Na Bahia, a região que
mais cresce, o oeste, tem carências
de infraestrutura de transportes
visíveis. Faltam estradas em boas
condições e existem apenas dois
vôos diários, um para Salvador,
outro para Brasília.
ProJEtos EM CArtEirAO empresário e diretor da Fieb
Wilson Andrade relativiza um pou-
co os desafios. Ele observa que o
Brasil levou 30 anos sem projetos
novos de peso para melhorar estra-
das, ferrovias e portos. “Hoje, vejo
com alegria projetos na carteira.
Em Salvador, onde há 20 anos não
se fazia uma obra viária de porte,
construímos a Via Expressa, para
ligar a BR-324 ao Porto de Salvador.
Há no estado a Ferrovia Oeste-Les-
te e o Porto Sul, sem contar o proje-
to da ponte Salvador-Itaparica que,
se efetivado, deve valorizar áreas
hoje degradadas no sul baiano. Só
a valorização de terrenos pagaria a
ponte”, afirma.
Porém, reconhece que os portos
da Bahia, por suas deficiências,
geram perdas de 33% de cargas
para outros estados. “Mas estamos
fazendo a ampliação do Tecon e já
está definida a concorrência para
o novo terminal de contêineres de
Salvador, além da privatização do
Portos
brasileiros
estão
defasados; no
item energia,
o país ocupa
posição
intermediária
HAROLDO ABRANTES
CArGA triButÁriAEm 2010, a sociedade brasileira
pagou R$ 806 bilhões em tributos
federais, 15,4% a mais em relação
a 2009, de acordo com a Receita
Federal. Somando os impostos fe-
derais, estaduais e municipais, o
brasileiro pagou quase R$ 1,2 tri-
lhão no ano passado, o que o colo-
ca entre os povos que mais pagam
impostos no mundo, conforme le-
vantamento do Instituto Brasileiro
de Planejamento Tributário. Fo-
ram 148 dias de trabalho para pa-
gar impostos no ano passado, per-
dendo apenas para a Suécia (185)
e França (149), mas superando de
longe os EUA (102 dias), Argentina
(97), Chile (92) e México (91).
Para o economista e proprie-
tário do site Bahia Econômica,
Armando Avena, o ponto mais
frágil da economia brasileira é a
excessiva carga tributária, que
hoje chega a quase 40% do PIB e
faz com que as empresas tenham
um custo adicional superior ao de
outros países, afetando sua com-
petitividade. Isso só se resolverá
com a reforma tributária, que deve
desonerar a produção, estimular a
competitividade e a introdução de
novas tecnologias.
Na reforma tributária, diz, é ur-
gente modernizar a legislação do
ICMS e evitar a tentação de criar
novos impostos. Ӄ um absurdo
que ainda existam setores go-
vernamentais tentando recriar a
CPMF. Hoje, as empresas têm que
trabalhar quase cinco meses para
pagar impostos. Nem Lula nem
FHC tocaram nesses pontos”, afir-
ma o economista.
Avena prega também a necessi-
dade de uma reforma trabalhista
que reduza os custos nessa área,
muito altos, o que afeta a competi-
tividade. A desoneração da folha,
acrescida da desburocratização do
sistema de admissão e dispensa,
significa estabelecer que o ônus
da assistência ao trabalhador fi-
que com o Estado e não com a em-
presa. “Essa deve apenas pagar
ao estado, que se encarregaria do
apoio social”, afirma.
Para o diretor da Federação
das Indústrias do Estado da Bahia
(Fieb) Sérgio Pedreira de Oliveira, o
Brasil ainda tem muitos obstáculos
a superar. A carga tributária, que é
a mais elevada dentre os países em
desenvolvimento, é o primeiro de-
les. Mas, cita a taxa de juros, uma
das mais altas do mundo; a edu-
cação, cujo nível precisa melhorar
bastante; e destaca a necessidade
de investir na qualidade dos servi-
ços públicos, melhorando a gestão
e a capacitação de servidores, além
de reduzir a burocracia “que atra-
palha a criação e fechamento de
empresas, ou a obtenção de docu-
mentos na esfera pública, a exem-
plo de licenças de implantação e
na área ambiental. Isso significa
melhorar o capital humano, com
gestão e tecnologia”.
�� Bahia Indústria
Porto de Aratu, com processo em
análise na Antaq. Ou seja, as coisas
estão sendo aos poucos equaciona-
das”, acredita Wilson Andrade.
Os obstáculos a superar na tri-
lha da competitividade, porém,
parecem se sobrepor aos avan-
ços. Sérgio Pedreira demonstra
preocupação em particular com
a escalada de violência em todo o
país. Hoje, a Bahia ocupa o 3º lu-
gar no ranking de homicídios no
país, ficando atrás apenas de São
Paulo e Rio de Janeiro, segundo
o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública, organização não-gover-
namental especializada em ges-
tão da segurança.
No estado, entre 2006 e 2010,
houve aumento de 51% no número
de homicídios. A título de compara-
ção, com 14 milhões de habitantes
a Bahia registrou, em 2010, 4.856
assassinatos; no mesmo período,
em São Paulo, estado com mais de
41 milhões de habitantes, regis-
trou 5.364 homicídios. Para Sérgio
Pedreira, não há como adiar uma
política nacional de segurança pú-
blica muito bem definida, com a
integração das esferas federal, es-
tadual e municipal, além do apoio
de toda a sociedade.
Iniciativas inclusivas seriam
uma solução, ressalta, pois temos
uma sociedade dinâmica, cuja res-
posta a treinamentos é muito boa,
como demonstra a qualidade da
mão de obra da Ford, considerada
uma fábrica modelo dentre todas
as filiais que a multinacional man-
tém em vários continentes. “Temos
também uma grande diversidade
de fontes de energia, uma gama
diversificada de riquezas naturais
que podem propiciar ao país os in-
sumos necessários ao desenvolvi-
mento. Não enfrentamos grandes
problemas climáticos, temos solo
centração dos investimentos. O
governo tem adotado algumas po-
líticas de privilegiar pequenas em-
presas nas licitações e no apoio à
gestão, mas isso isoladamente não
basta. Mas é um início de conversa,
que está de acordo com o contexto
internacional”, diz.
O vice-presidente executivo da
Bahia Mineração e diretor do Cen-
tro das Indústrias do Estado da
Bahia, Clovis Torres Júnior, não
concorda com a visão de que o Bra-
sil é um país pouco competitivo.
“Hoje, há certa desconfiança com
relação aos rankings divulgados
mundialmente. Os EUA também
questionam os resultados apre-
sentados. Tem que ser levado em
consideração que o Brasil pulou
posições no ranking divulgado em
2009 entre 133 países. O que acon-
tece é que o país cresceu e conti-
nua crescendo de maneira acele-
rada nestes últimos anos”, afirma.
Ele acredita que, no governo da
presidente Dilma Rousseff, que já
fértil e água em abundância. O
que precisamos é melhorar a qua-
lidade da educação, investir em
segurança pública e saúde, condi-
ções básicas para a de qualidade
de vida”, ressalta.
ADENsAr CADEiAsSe os problemas são muitos, é
preciso encontrar neles oportuni-
dades de crescimento. É o que des-
taca o economista Ronald Lobato,
quando observa que no momento
atual, em que as commodities ga-
nham prestígio, é preciso atentar
para a necessidade de adensar as
cadeias produtivas. “No século
XXI a escassez de espaços para a
agricultura diminui e o Brasil tem
chance especial de progredir, o
que não passa apenas por São Pau-
lo, mas pelo resgate do equilíbrio
espacial da produção”, opina.
Para Lobato ainda existe no país
a cultura de desvalorizar os empre-
endedores locais. “É preciso criar
condições para que haja a descon-
estudo aponta
urgência de
investimentos
em pesquisa
e educação
JOãO ALVAREz
Bahia Indústria �3
sinaliza um perfil mais técnico na
gestão pública, há oportunidade
de serem apresentadas condições
micro e macroeconômicas ideais
para que se acompanhe devida-
mente esse crescimento.
CâMBioPara apoiar seu ponto de vista,
Torres observa que na área de agro-
negócios e de pesquisa agropecu-
ária, por exemplo, o Brasil avan-
çou muito e pode ser considerado
um dos países mais competitivos
do mundo. Em automação ban-
cária, também está entre os mais
competitivos. Avanços também
estão sendo feitos para alavancar
a exportação de produtos indus-
trializados. “Devem ser levados
em consideração os esforços que
estão sendo feitos pelo Ministério
de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio, pela Agência Brasileira
de Desenvolvimento Industrial e
o Ministério da Ciência e Tecno-
logia. Até recentemente as ações
eram segmentadas e hoje o gover-
no federal está fazendo um esfor-
ço de integrar o setor industrial,
as academias e órgãos de extensão
como Sebrae e CNI”, afirma.
Mas, reconhece que o Brasil
ainda é pouco competitivo, por
exemplo, com relação à política
tributária, assunto que se arrasta
há anos no Executivo e no Congres-
so Nacional. Outro problema mais
do que discutido é o tempo que se
leva para abrir e fechar empresas
no país. Novamente, facilita-se a
burocracia e dá-se espaço à cor-
rupção. Cita também a grande difi-
culdade de transferir as inovações
tecnológicas desenvolvidas pelo
setor acadêmico (há grandes avan-
ços em algumas universidades do
país) para o setor industrial. Para
Clóvis Torres, esse gargalo pode ser
atribuído a diversos fatores, mas o
principal é a burocracia.
A questão cambial é destacada
por Wilson Andrade. Segundo ele,
especialistas avaliam em 40% a
valorização recente do real e em
40% a desvalorização de moedas
como o yuan. “Com isso, a China
obtém sobre nós grande vanta-
gem. Partimos com uma desvan-
tagem em torno de 80%. Isso ex-
plica porque os chineses compram
sisal e minério de ferro e vendem
cordão de sisal e produtos acaba-
dos de aço no mercado brasileiro.
Entendemos que o Brasil pratica
câmbio variável, mas é preciso que
o governo adote medidas urgentes
para forçar a desvalorização do
real e que crie compensações aos
segmentos mais atingidos pelo
câmbio. O governo Lula foi rápido
na crise, ao desonerar segmentos
e criar linhas de financiamento.
Foram medidas compensatórias,
que agora não são adotadas para
o câmbio”, conclui. [bi]HARO
LDO A
BRANTE
S
�� Bahia Indústria
painel
indústria do conhecimentoEstudantes e moradores do
município de Muniz
Ferreira ganharam um
espaço de lazer, cultura e
informação: o Sesi
Indústria do Conhecimento.
A estrutura moderna
equipada com biblioteca,
dvdteca, gibiteca e
computadores conectados à
internet é o quarto centro
multimeios inaugurado no
estado. A primeira unidade
da Indústria do
Conhecimento foi
inaugurada em Dias D’Ávila
e, posteriormente, nas
cidades de Valença e
Igrapiúna. A unidade do
município de Muniz
Ferreira será gerida pelo
Departamento Regional do
Sesi, por meio do Núcleo de
Projetos Especiais, em
parceria com a prefeitura
local e a empresa Oldesa.
excelência em saúde Boas práticas de gestão desenvolvidas
em organizações de saúde foram
apresentadas na 6ª edição do Seminário
Gestão da Excelência em Instituições de
Saúde, promovido pela Associação
Baiana para a Gestão Competitiva -
ABGC. A humanização nas relações nos
hospitais e segurança da assistência
hospitalar foram temas abordados no
encontro, que reuniu profissionais de
hospitais, clínicas, seguradoras e de
planos de saúde. Atualmente, 30
instituições integram o Comitê de Saúde
da ABGC, cujo objetivo é fomentar a
qualidade nas práticas de gestão com
base nos princípios da excelência pelas
organizações de saúde do estado.
treinamento em segurança e saúdeEm uma das atividades do Projeto Projeção do Retorno sobre Investimentos (ROI), o Serviço
Social da Indústria (Sesi), em parceria com a Braskem, realizou nos dias 20 e 21 de janeiro o
treinamento do software WellCast ROI. Com isso, o Núcleo de Segurança e Saúde no Trabalho
poderá obter dados sobre incidências de doenças, parâmetros usados para definir a taxa de
retorno financeiro de programas de saúde preventiva, de segurança e saúde no trabalho e uso
de medicamentos. O treinamento é feito através dos estudos de casos fictícios, e de acordo com
o consultor da empresa Wellcast, Louis Servizio, “usar o software é a parte fácil. O trabalho
começa mesmo com a análise dos casos e a elaboração dos relatórios”.
Colaboradores do Sistema Fieb atentos às orientações do consultor
ARTuR IkISHIMA
sema faz inventárioA Secretaria Estadual do Meio Ambiente
desenvolveu o primeiro inventário
estadual de emissões de gases de efeito
estufa (GEE), uma iniciativa relacionada
à política sobre mudanças do clima do
estado. Coordenado pelo Fórum Baiano
de Mudanças Climáticas Globais e de
Biodiversidade, o inventário tem entre
seus objetivos evitar os impactos das
interferências do homem na natureza,
estimulando a redução de emissões
de GEE. No setor industrial, estão
em destaque as atividades que
transformam matérias-primas
derivadas de combustíveis fósseis,
seja para alimentação de processo
ou como redutores.
bahia destaca-se no PsqtA Bahia alcançou bons resultados no
número de inscrições na 14ª Edição do
Prêmio Sesi de Qualidade do Trabalho
(PSQT). Com 51 inscrições, ficou em 6º
lugar no ranking de práticas inscritas e
em 4º, em práticas selecionadas para a
etapa nacional (foram selecionadas sete
práticas). “Estamos torcendo para que a
Bahia esteja entre as premiadas na
etapa nacional”, afirma o coordenador
estadual do PSQT, Luiz Figueiredo. As
práticas inscritas estão relacionadas à
cultura organizacional; gestão de
pessoas; educação e desenvolvimento;
ambiente de trabalho seguro e
saudável; inovação e desenvolvimento
socioambiental.
Bahia Indústria �5
homenagem a vice-presidente O vice-presidente da Fieb,
Carlos Gilberto Farias, foi
indicado pela Assembleia
Legislativa da Bahia para
receber a Comenda Luís
Eduardo Magalhães, a mais
importante do legislativo
estadual. A distinção foi
proposta pelo deputado
Pedro Alcântara (PR) e
aprovada em plenário.
Natural de Quebrângulo,
Alagoas, Carlos Farias é,
desde 2004, cidadão baiano.
Sócio-fundador e
atualmente diretor de
Relações Institucionais da
Agrovale, empresa que
produz álcool e açúcar no
vale do São Francisco, o
empresário será
homenageado em data a ser
definida.
JOãO ALVAREz
rede de apoio à educaçãoCom o objetivo de melhorar
a escolaridade do
trabalhador terceirizado do
Polo Industrial de
Camaçari, o Sesi lançou,
em 16 de fevereiro, a Rede
Interorganizacional de
Educação do Trabalhador
(Reiet). A solenidade,
realizada no auditório da
Cidade do Saber, em
Camaçari, foi marcada pelo
lançamento do site da Reiet
(www.sesi.fieb.org.br/reiet)
e dos dados preliminares de
uma pesquisa para
identificar e caracterizar
oferta e demanda em
educação de jovens e
adultos na região. O projeto
tem como característica
principal a articulação
entre governo, empresas e
trabalhadores. No total, 16
instituições da iniciativa
privada e do setor público
integram a Reiet.
boas ideias para o ambiente de trabalhoEstímulo à leitura com
bibliotecas itinerantes para
consulta nos intervalos do
almoço, games temáticos
sobre a preservação do meio
ambiente e concurso de
redação entre filhos de
industriários foram algumas
das ideias inovadoras
proposta por trabalhadores
das indústrias e
colaboradores do Sistema
Fieb, inscritas e
reconhecidas na primeira
edição do Prêmio Sesi
Indústria Saudável.
ARTu
R IkIS
HIM
A
Carlos Farias receberá Comenda Luís Eduardo Magalhães
clovis torres na cni O vice-presidente executivo
da Bahia Mineração, Clovis
Torres, foi designado para
um dos mais importantes
colegiados da Confederação
Nacional da Indústria
(CNI). Torres, que já é
coordenador do Conselho
de Economia e
Desenvolvimento Industrial
da Federação das
Indústrias do Estado da
Bahia, ocupará uma das
cadeiras do Conselho
Temático de Política
Econômica. Sua indicação
foi encaminhada pelo
presidente da Fieb, José de
Freitas Mascarenhas.
aprimoramento da licença ambientalO secretário do Meio
Ambiente do Estado,
Eugênio Spengler, garantiu
que o Governo da Bahia está
adotando medidas para
aprimorar o processo de
licenciamento ambiental. “O
ideal é que tenhamos prazos
compatíveis com a
demanda”, afirmou o
secretário, durante reunião
das Câmaras sobre Energia
e Meio Ambiente, do
Conselho de
Desenvolvimento Industrial,
em janeiro, na Fieb.
Estiveram presentes 50
pessoas, entre especialistas
e empresários. Executivo está no Conse-lho de Política Econômica
�� Bahia Indústria
inDicADores Números da Indústria
Queda em novembro não impede alta no ano
Em novembro, a produção industrial caiu 3,3% na Bahia; de janeiro a novembro, registrou alta de 9%
Após crescer mais que a
média nacional no mês
de outubro (5,2% con-
tra 1,8%), a produção
da indústria de transformação
da Bahia apresentou, em novem-
bro de 2010, queda (-3,3%), em
relação a igual período de 2009.
A média nacional moveu-se no
sentido inverso, crescendo 4,9%,
influenciada pelos desempenhos
positivos de estados com forte
presença da indústria, como São
Paulo (alta de 5,2%), Rio de Janei-
ro (14,3%), Paraná (13,6%) e Rio
Grande do Sul (7,0%).
Além da Bahia, somente três
dos 13 estados pesquisados pelo
IBGE mostraram queda na produ-
ção industrial em novembro, de
acordo com a Superintendência
de Desenvolvimento Industrial
do Sistema Fieb: foram Espírito
Santo (-4,5%), Pará (-0,1%) e Ce-
ará (-4,8%).
A queda registrada na produ-
ção da indústria de transforma-
ção da Bahia em novembro foi
atribuída à parada de manuten-
ção em empresas da área petro-
química, a exemplo da Braskem.
De fato, o segmento de Produtos
Químicos/Petroquímicos apre-
sentou redução de 20,5%, com
grande impacto no desempenho
total do setor industrial, uma
vez que ele responde por 18,7%
do seu Valor de Transformação
Industrial (VTI). Somado a isso,
foi registrado, em novembro do
ano passado, queda, também, no
segmento de Refino de Petróleo e
Produção de Álcool (da ordem de
6,0%), o qual representa 35,9%
do VTI na Bahia.
O desempenho da produção
industrial na Bahia em novembro
só não foi ainda pior devido aos
resultados positivos de seis dos
oito segmentos pesquisados pelo
IBGE: Veículos Automotores (alta
de 6,5%); Celulose e Papel (13,7%);
Alimentos e Bebidas (10,5%); Me-
talurgia Básica (9,9%); Borracha
e Plástico (10,9%); e Minerais não-
metálicos (10,3%).
No resultado acumulado nos
primeiros 11 meses de 2010, a
produção industrial baiana apre-
sentou elevação de 9% em rela-
ção a igual período de 2009, um
desempenho considerado muito
bom, mas ainda assim abaixo do
Bahia Indústria ��
São Paulo 5,2 10,9 11,6
Minas Gerais 4,3 13,3 14,1
Rio de Janeiro 14,3 12,4 12,7
Paraná 13,6 15,6 16,5
Rio Grande do Sul 7,0 7,5 8,7
Bahia -3,3 9,0 10,3
Santa Catarina 2,7 6,6 7,0
Amazonas 7,5 17,3 16,4
Espírito Santo -4,5 11,0 12,5
Pará -0,1 1,4 0,9
Goiás 3,5 17,8 17,2
Pernambuco 1,6 11,2 10,8
Ceará -4,8 10,8 11,0
Brasil 4,9 11,0 11,6
registrado na média nacional
(11%). Esta última foi influencia-
da pelos desempenhos altamente
positivos de estados como: Minas
Gerais (13,3%); Rio de Janeiro
(12,4%); Paraná (15,6%); São Pau-
lo (10,9%); Amazonas (17,3%); e
Espírito Santo (11%).
Na Bahia, o crescimento acu-
mulado nos 11 primeiros meses
de 2010 (9%) pode ser atribuí-
do ao crescimento em todos os
segmentos pesquisados, com
destaque para: Refino de Petró-
leo (24,2%, em razão da base de
comparação deprimida, pois, en-
tre final de março e início de maio
de 2009, a Refinaria Landulpho
Alves realizou parada de manu-
tenção da Unidade de Destilação
Atmosférica a Vácuo); Metalur-
gia Básica (12,2%), com maior fa-
bricação de vergalhões de aço e
de barras e vergalhões de cobre);
Minerais não-metálicos (12,2%);
e Alimentos e Bebidas (8,3%, de-
vido à expansão do consumo das
famílias), dentre outros.
Por outro lado, em novembro,
a taxa anualizada da produção
física da indústria de transfor-
mação acusou alta na Bahia de
10,3%, contra 11,6% da média
nacional, situando-se em décimo
lugar no ranking dos 13 estados
pesquisados pelo IBGE. O resulta-
do no estado reflete o aumento em
todos os segmentos pesquisados,
com destaque para: Refino de Pe-
tróleo (alta de 24,1%); Veículos
Automotores (19,6%); e Minerais
Não-metálicos (12,7%).
produção física por estados: indústria de transformação
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
estados VARIAçãO (%)
noV10/ jan-noV10/ dez09-noV10/ noV09 jan-noV09 dez08-noV09
CoMérCio EXtEriorAs exportações da Bahia tive-
ram, em 2010, um incremento de
26,75%, enquanto as importações
aumentaram, no período, 41,46%,
de acordo com da secretaria de
Comércio Exterior do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria
e Comércio Exterior. As vendas
externas do estado somaram no
ano passado US$ 8,886 bilhões,
enquanto que as importações
alcançaram US$ 6,609 bilhões,
gerando um saldo de US$2,276 bi-
lhões. Os principais produtos ex-
portados pela Bahia foram celu-
lose, “fuel-oil”, soja, automóveis
e catodos de cobre.
rANKiNGSomando R$ 121,5 bilhões, em
2008, o PIB da Bahia levou o estado
da sexta para a sétima colocação,
dentre as unidades da federação,
de acordo com o IBGE. A Bahia foi
superada por Santa Catarina (R$
123,2 bilhões). Para muitos, a ex-
plicação é que a economia baiana
é baseada na exportação de com-
modities, que foram prejudicadas
pela crise internacional.
Pela ordem do PIB, aparecem
acima da Bahia os estados de:
São Paulo (33,1% do PIB brasilei-
ro), Rio de Janeiro (11,3%), Minas
Gerais (9,3%), Rio Grande do Sul
(6,6%), Paraná (5,9%) e Santa Ca-
tarina (4,1%).
Em termos de PIB per capita, a
Bahia aparecia na 19ª colocação
dentre os 27 estados brasileiros, em
razão de enorme contingente da
população abaixo da linha de po-
breza. Seu desempenho só superou
os estados do Rio Grande do Norte,
Pernambuco, Pará, Ceará, Paraíba,
Alagoas, Maranhão e Piauí. [bi]
GO PR AM MG RJ BR SP CE PE BA RS SC PAES
17,216,5 16,4
14,1
12,711,6 11,6 11,0 10,8 10,3
8,7
7,0
0,9
12,5
Fonte: IBGE; elaboração FIEB/SDI
*Taxa de crescimento (%)
acumulada em 12 meses
(Dez 09 - Nov 10 / Dez 08 - Nov 09)
em %*
BRASIL – PRODUÇÃO FÍSICA DAINDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral (CNAE 10, 11, 13 e 14)
�� Bahia Indústria
Desenvolvimento emPerrADoLogística de transporte, com rodovias, portos e ferrovias defasadas, atrapalha o crescimentopor Cleber borges foto joão alvarez
Bahia Indústria ��
trecho da
ba-093,
rodovia que foi
privatizada
Cachoeira, cujo projeto foi revisto
e será licitado. Para o ex-ministro,
a Bahia possui uma malha ferro-
viária antiga, com problemas de
traçado e problemas relacionados
à passagem por centros urbanos.
Bernardo Figueiredo acrescenta a
estes entraves a questão da bitola
estreita, que dificulta a interliga-
ção entre a malha ferroviária baia-
na e as de outros estados.
O presidente da Fieb, José Mas-
carenhas, afirma que a implemen-
tação da Ferrovia Oeste-Leste terá
o importante papel de viabilizar o
projeto da Bahia Mineração e de es-
coamento da produção de grãos do
cerrado, razão pela qual já começa
com perspectiva de viabilidade.
Entretanto, é preciso defender a
ideia de um corredor ferroviário
ligando a RMS a São Paulo. “Essa
demanda de transporte já havia
sido manifestada por empresas co-
mo Braskem e Paranapanema, que
têm grande volume de carga.” Ele
defende também um entendimento
com a concessionária da Ferrovia
Centro-Atlântica, visando resolver
o impasse atual. “Tem que haver
investimento para termos uma
ferrovia moderna, de bitola larga,
pois nenhuma empresa irá colocar
sua carga em uma ferrovia que não
funciona”, afirma Mascarenhas.
O novo ministro dos Transpor-
tes, Alfredo Nascimento, já adian-
tou sua pretensão de mudar o perfil
da malha logística brasileira. As
estradas, que hoje respondem por
70% do escoamento da produção
nacional, perderão paulatinamente
espaço para ferrovias e hidrovias.
Cita como exemplo o investimento
na construção da Ferrovia Norte-
Sul, que pretende concluir ainda
no primeiro semestre deste ano e a
Transnordestina em 2012. [bi]
“Tem que haver in-vestimento para termos uma ferrovia moderna, de bitola larga, pois nenhuma empresa irá colocar sua carga em uma ferrovia que não funciona
josé
mascarenhas,
presidente
da Fieb
em sua última visita oficial
à Bahia como ministro
dos Transportes, o baia-
no Paulo Sérgio Passos
garantiu, na Federação das Indús-
trias do Estado da Bahia, que até
dezembro de 2012 será entregue o
primeiro trecho da Ferrovia Oes-
te-Leste, ligando Ponta da Tulha
(Ilhéus) a Caetité, com 537 quilô-
metros. E adiantou que a segunda
parte da obra – ligação de Caetité a
Barreiras – ficará pronta em 2013.
Poucos dias depois, em meados de
dezembro, em sua penúltima vin-
da ao estado na condição de pre-
sidente, Luiz Inácio Lula da Silva
assinou ordens de serviço para o
início das obras, envolvendo qua-
tro lotes do primeiro trecho. O in-
vestimento será de R$ 2,4 bilhões
para esta etapa.
Com a primeira etapa e após a
construção do Porto Sul, a Bahia
Mineração (Bamin) terá condições
de escoar sua produção; e com a
segunda etapa, o mesmo aconte-
cerá com a produção de grãos do
oeste baiano. Ou seja: a Ferrovia
Oeste-Leste já surge com demanda
garantida. “Falta o porto, que está
sendo discutido, mas penso que,
se tudo der certo, no mês de março
a companheira Dilma Rousseff es-
tará aqui para anunciar o começo
de sua construção”, previu Lula.
A implantação da Ferrovia Oes-
te-Leste e do Porto Sul amenizará
um pouco a queixa de produtores
locais, decorrente do fato de que
35% das cargas baianas em con-
têineres foram despachadas, nos
últimos dois anos, por portos de
outros estados, especialmente Vi-
tória, Santos e São Luís. De acordo
com a Associação de Usuários de
Portos da Bahia (Usuport), a falta
de estrutura no Porto de Salvador
o impede de atender à demanda
local de cargas.
A Usuport entende que a ques-
tão logística deve ser pensada de
maneira integrada. Por essa razão,
o 6º Encontro Anual de Usuários,
realizado na Fieb, privilegiou uma
ampla discussão envolvendo não
apenas portos, mas também ferro-
vias e rodovias. O então diretor-ge-
ral da Agência Nacional de Trans-
portes Terrestres (ANTT), Bernardo
Figueiredo, presente ao encontro,
compartilha dessa visão e diz que
os problemas de infraestrutura
atrapalham o desenvolvimento da
Bahia. “Quando a gente olha a per-
da de participação da Bahia no PIB
nacional e compara com a questão
logística, percebe que uma coisa
pode estar ligada à outra”, avalia.
FCA DEvE “sE MEXEr”Segundo ele, a ANTT abrirá dis-
cussões, neste primeiro trimestre,
sobre novas regras para a conces-
são de linhas ferroviárias, com a
finalidade de melhorar contratos
já existentes, como o da Ferrovia
Centro-Atlântica na Bahia. “Vamos
propor melhorias, mas sabemos
que a logística do estado precisa
de investimentos pesados. Esta-
mos criando um instrumento para
obrigar a concessionária (a Vale)
a se mexer, pois se ela não o fizer
alguém o fará por ela. Mas não
adianta a gente ter a ilusão de que
vamos forçar a FCA a fazer o que a
Bahia precisa, temos que pensar
em outras soluções”, afirmou.
Exemplos de projetos que visam
melhorar essa realidade foram cita-
dos pelo ex-ministro Paulo Sérgio
Passos e incluem a construção da
ferrovia do Canal de Tráfego, que
prevê a ligação Camaçari – Porto
de Aratu, e o contorno São Felix –
30 Bahia Indústria
Aumentar a qualidade de
vida de industriários,
promover a integração
entre trabalhadores e di-
rigentes das indústrias baianas e
fortalecer as relações sindicais.
Esses são os principais objetivos
de eventos que estão sendo reali-
zados por sindicatos filiados à Fe-
deração das Indústrias do Estado
da Bahia, em parceria com o Sesi.
Os eventos incentivam a cultura
esportiva e ampliam o público-al-
vo, ao incluir também dependen-
tes nas atividades de saúde, lazer,
educação e cultura.
Dentre os eventos realizados no
segundo semestre de 2010, desta-
cam-se as iniciativas dos sindica-
tos das indústrias de Produto de
Cimento (Sinprocim) e da Indús-
tria da Construção (Sinduscon).
Do lado dos empregados, o Sintra-
com, que reúne trabalhadores dos
segmentos da construção e da ma-
deira, também desenvolveu ações
Sindicatos de indústrias baianas apostam em ações de estímulo à qualidade de vida dos trabalhadores
por Camila logradofotoS artur ikishima
para seus associados. Para o ge-
rente de Esporte e Lazer do Sesi
Simões Filho, Ricardo Freitas, são
exemplos que devem ser seguidos
por outros sindicatos.
“Os eventos oferecem oportu-
nidades aos trabalhadores de vi-
venciar experiências de práticas
esportivas e de lazer e agregar va-
lor que viabiliza um estilo de vida
mais saudável. Com isso, o clima
organizacional fica mais saudá-
vel, o ambiente fica mais produ-
tivo com os trabalhadores mais
envolvidos e, consequentemente,
as empresas ficam mais competiti-
vas”, explica Freitas.
Em novembro e dezembro do
ano passado, mais de 1.800 tra-
balhadores e dirigentes atletas de
40 empresas da construção parti-
ciparam da 4ª edição da Olimpía-
da do Sinduscon, no Sesi Simões
Filho. Os organizadores estimam
que mais de 4 mil espectadores
acompanharam as rodadas da
competição em 18 modalidades
esportivas. As provas de atletismo
registraram o maior percentual de
inscritos. A empresa Pampulha
conquistou o maior número de
medalhas da 4ª Olimpíada do Sin-
duscon, garantindo o 1º lugar no
ranking de classificação. Sertenge
e Tenace vieram na sequência.
iNClusão Já o Sinprocim realizou em
novembro, também em Simões
Filho, a 2ª Parada do Bem Estar e
os jogos esportivos. Competições
esportivas e atividades de promo-
ção da saúde e incentivo a hábitos
saudáveis no lazer fizeram parte
da programação. O evento, que
atraiu mais de 450 trabalhadores
e dirigentes, teve como objetivo
disseminar os valores inerentes às
atividades esportivas tais como in-
clusão social, educação, desenvol-
vimento pessoal e social, trabalho
em equipe e superação, e mostrar
Provas de
natação
desafiam os
trabalhadores
por uma vida mais saudável
Bahia Indústria 3�
as intersecções entre o esporte e o
mundo do trabalho.
O presidente do Sinprocim,
Carlos Henrique Gantois, destaca
a importância do evento. “Além do
fortalecimento do sindicato, por
meio da integração de empresários
e industriários, o evento mostra a
importância do associativismo. O
crescimento da empresa não de-
pende só do capital, a força de tra-
balho também é responsável por
isso. Então, nada melhor do que
oferecer educação, saúde, esporte
e lazer para valorizar os colabora-
dores e deixá-los motivados.”
A unidade do Sesi Simões Filho
dispõe de quadras poliesportivas,
piscinas e pista de atletismo. Em
razão da infraestrutura de que dis-
põe, sedia a maioria dos eventos
esportivos. Há ainda o desenvol-
vimento de outras ações de valor
agregado às atividades esportivas.
são silvEstrEO Sesi Bahia, em parceria com
o Departamento Nacional, apoiou
quatro atletas industriários baia-
nos que participaram da Corrida de
São Silvestre, realizada no dia 31 de
dezembro, em São Paulo. James da
Silva Almeida (Gráfico Empreendi-
mentos), Sérgio Pinheiro de Souza
(Magnesita), Sueli Colucci (Yazaki)
e Maria Lúcia Vieira (Promax)
foram selecionados para partici-
par da corrida, durante o Circuito
Bahia Classificatório, realizado no
Farol da Barra. Eles participaram
da tradicional Corrida de São Sil-
vestre em uma categoria especial
para industriários. Para acolher e
recepcionar os trabalhadores-atle-
tas de todo o país, a Federação das
Indústrias de São Paulo (Fiesp),
organizou o Espaço Indústria, na
Avenida Paulista. [bi]
Partida de
futsal durante
a olimpíada da
construção
3� Bahia Indústria
ARTuR IkISHIMA
Os preparativos para os Jo-
gos Nacionais do Sesi 2011
seguem em ritmo acelera-
do, no Sesi Simões Filho, na Re-
gião Metropolitana de Salvador.
A correria é justificável. A meta é
atender bem os 1.200 trabalhado-
res-atletas, representantes das 230
indústrias brasileiras que partici-
parão das partidas de atletismo,
vôlei, basquete, futsal, futebol de
campo, tênis, natação, xadrez,
entre os dias 25 e 28 de maio. Em
tempos de sustentabilidade, o
maior evento esportivo do Sesi
versará sobre o tema Jogos Susten-
táveis, com o objetivo de reforçar a
importância de ações socialmente
responsáveis para a preservação
do meio ambiente.
De acordo com Ricardo Freitas,
Rumo aos Jogos NacionaisSesi Bahia prepara a casa para receber atletas de todo o Brasil, de 25 a 28 de maio, no centro esportivo em Simões Filho
unidade. A requalificação do Sesi
Simões Filho atende ao objetivo de
reunir as competições esportivas
dos Jogos Nacionais do Sesi em um
único espaço. “Todas as partidas
das diferentes modalidades espor-
tivas serão disputadas na unida-
de, um diferencial em relação às
edições anteriores dos Jogos Na-
cionais, que pulverizavam as pra-
ças esportivas”, conclui Freitas.
E se o combustível do esporte
é o espírito de equipe, este valor
está implícito no Departamento
Regional do Sesi. Um comitê exe-
cutivo composto por profissionais
das unidades do Sesi Rio Verme-
lho, Itapagipe e Candeias contri-
buem com a logística e apoio ope-
racional do evento. Na cerimô-
nia de abertura, um espetáculo
cultural de integração dará boas
vindas aos atletas. A integração
com serviço cultural da entida-
de pretende resgatar, reconhecer
e valorizar práticas esportivas
surgidas na Bahia. Para Freitas,
independentemente dos resulta-
dos dos jogos, a Bahia já é vence-
dora na grade disputa nacional.
Afinal, sediar um grande evento
como os Jogos Nacionais reforça
o compromisso do Sistema Fieb e
do Sesi com a saúde e segurança
e lazer do trabalhador da indús-
tria brasileira, e mostra para todo
o país o complexo esportivo volta-
do para este público. [bi]
unidade
está sendo
requalificada
para abrigar a
comeptição
gerente de lazer do Sesi Simões Fi-
lho, os jogos trarão à tona a neces-
sidade de estimular práticas que
reforçam o desenvolvimento sus-
tentável, por meio de campanhas
educativas e da utilização de crité-
rios sustentáveis, como o controle
de resíduos e reaproveitamento de
materiais. A pista de atletismo, em
fase de drenagem e pavimentação,
será a primeira do estado certifica-
da pela Federação Internacional
de Atletismo. Seus 400 metros de
extensão serão distribuídos em oi-
to raias e terá piso sintético e zona
de saltos e arremessos.
Além da pista, está em refor-
ma o campo de futebol. Também
está prevista a construção de um
conjunto de quadras poliesporti-
vas e finalização do cine-teatro da
teatro
livros
leitura&entretenimento
Bahia Indústria 33
a imagem da marcaTrata pela primeira vez a pura descrição
da marca sob a perspectiva do design, da
sociologia e da estratégica de
comunicação. São analisados os
elementos que configuram o sistema
comunicativo da marca, desde o produto/
serviço/empresa até aqueles que
geralmente são ignorados. E é revelado o
novo paradigma comunicacional que
integra as técnicas de naming e do design
gráfico. Uma marca vale pelo que
significa.
a casa de bernarda albaEscrita originalmente em 1936, a peça inicia-se no luto de oito
anos, decretado por Bernarda pela morte de seu segundo
marido. A filha mais velha, Angustias, que é a mais rica,
herdará o dinheiro do falecido pai após a morte do padrasto e
está prestes a formalizar o noivado com Pepe, o Romano, que
mantém um romance secreto com Adela, a irmã mais nova.
Bernarda é uma mulher odiada pela criadagem, pela
vizinhança e pelas filhas, em decorrência do seu
autoritarismo e senso de moral rígido. As conversas são um
destilar de ódio, um eco de segundas intenções, um grito
silencioso de revolta, que conduz à fatalidade e à tragédia.
Propriedade intelectual O trabalho de diversos autores
consagrados, e outros ainda
desconhecidos, possibilitou a análise de
temas importantes para o século XXI,
reunindo artigos de Direito Autoral e
Propriedade Industrial. O objetivo da obra
não é apenas trazer novidades, mas
fomentar o debate e o embate de ideias,
visando proporcionar novas perspectivas
e pontos de vista sobre Direito Autoral,
considerado como o irmão pobre da
Propriedade Industrial.
luz e poesia misturadasFormada por poemas de Arnaldo Antunes e Walter Silveira,
fotografados por Fernando Laszlo, a mostra é resultado de
uma experiência da mistura da luz com a poesia. Nas
imagens, a luz é utilizada para “escrever” e dar forma aos
poemas, para que as obras explorem as relações entre a
palavra escrita e a imagem. Mas, mesmo com os jogos de
palavras e com a parceria entre as letras e a imagem, os
artistas descartam uma ligação direta coma poesia concreta e
preferem não definir o resultado do trabalho. Todas as obras
são assinadas pelos três autores.
A Imagem da Marca: um fenômeno socialjoan Costarosari, 166 páginasR$ 35
Propriedade Intelectual em PerspectivaVários autoresLúmen juris, 424 páginasR$ 85
FOTOS DIVuLGAçãO
exposição
teatro
não PercA Teatro SESI - Rio Vermelho, em fevereiro, aos sábados e domingos, às 20 horas. R$ 24 a inteira e R$ 12 a meia
não PercA Galeria Solar Ferrão, terça a sexta, das 10h às 18h, e sábados, domingos e feriados, de 13h às 17h. Aberta até 20 de março. Entrada gratuita
3� Bahia Indústria
iDeiAs
por roberto musser
A Bahia surge em sexto lugar
no ranking nacional da qualidade
de infraestrutura, elaborado pela
Fundação Dom Cabral para o Anu-
ário Exame. Estamos à frente de
estados como Rio Grande do Sul,
Espírito Santo e Goiás. Comemora-
se este desempenho com a sensa-
ção de que ele não reflete a nossa
realidade. Afinal, se somos bem
avaliados no quesito infraestrutu-
ra, do que a sociedade reclama?
Talvez uma das explicações se-
ja a má avaliação da Bahia em re-
lação ao IDH, fruto, dentre outros
fatores, de não termos educação e
saúde públicas de referência. Não
consigo dissociar infraestrutura
de educação/capacitação. Ambos
os pontos convergem para um con-
ceito midiático, que carece de uma
maturação por pelo menos duas
gerações: a sustentabilidade.
Na Bahia, com dimensão terri-
torial comparável a de países co-
mo a França, nenhum empresário
pode dar-se por satisfeito com os
indicadores do Anuário Exame. É
difícil encontrar um estado com
tantas potencialidades, cujas no-
tórias carências de infraestrutura
só serão (parcialmente) atendidas
em projetos futuros.
Os investimentos previstos em
ferrovias, portos, aeroportos, estra-
das e energia vão atender carências
decenais. Enquanto países da Ásia
desenvolviam HUBs portuários,
como Xangai e Singapura; e o tra-
dicional porto de Rotterdam se atu-
alizava, nós discutíamos – e ainda
discutimos – a lei de cabotagem.
Com quem devemos nos comparar
Sabemos desde Cabral que a
costa baiana é o retorno das cor-
rentes termo-halinas e represen-
ta o menor esforço energético de
travessia do Atlântico, fato confir-
mado pelo navegador Amyr Klink
em sua aventura solitária. É, pelo
mesmo motivo, o melhor ponto de
contorno do continente africano.
Portos sem uma “alimentação”
adequada morrem. Suprir portos
com rodovias é um contrassenso
comparável ao uso de caminhões
tipo rodotrem, monstrengos de 30
metros de comprimento, com ca-
pacidade para transportar até 74
toneladas, deslocando-se em estra-
das projetadas na década de 70.
Aeroportos no Brasil são piadas
de mau gosto, chegando ao ponto
de o órgão regulador estabelecer
regras de interferência em práti-
cas mundialmente aceitas. Termos
o quinto maior aeroporto do país
em transporte de passageiros não
significa nenhuma vantagem com-
petitiva, ao contrário do citado
ranking. Continuamos com uma
qualidade sofrível, para dizer o
mínimo.
Não podemos ser ingênuos a
ponto de pensar que os investi-
dores não percebam essas coisas
e sejam influenciados por ava-
liações otimistas, ainda que bem
intencionadas. As pessoas que
se arriscam em empreender, que
apostam no futuro, com razão re-
clamam. Além das necessidades
de infraestrutura, é preciso dotar
a sociedade de educação, saúde e
segurança de qualidade, a capaci-
tação na sua mais profunda e am-
pla acepção.
É preciso ver na fala de em-
presários e políticos baianos uma
visão holística na qual o conceito
de desenvolvimento sustentável
surge da ruptura de paradigmas,
com comparativos baseados em
referências de classe mundial. O
que se pretende? O porto de Salva-
dor ou de Aratu comparáveis ao de
Santos ou ao de Rotterdam?
A percepção de investidores de
que existe na Bahia uma massa
crítica sobre as necessidades de
competitividade, consciente dos
problemas e empenhada em re-
solvê-los, é um atrativo de investi-
mentos? Ou não?
Enfim, precisamos estabele-
cer o que queremos. Ser o 6º no
ranking nacional de infraestrutu-
ra, tomando o lugar do Distrito Fe-
deral, ou liberar o espírito empre-
endedor para inovar? Estabelecer
um novo patamar para a atuação
empresarial, onde a infraestrutu-
ra e a capacitação corroborem no
desenvolvimento de uma socieda-
de sustentável e que passemos a
exportar bens de valor agregado
em vez de matérias-primas? [bi]
roberto musser, é diretor executivo do Sistema Fieb, [email protected]
Precisamos estabelecer o que queremos. Ser o 6º no ranking nacional de infraestrutura, tomando o lugar do Distrito federal, ou liberar o espírito empreendedor para inovar?
“
3� Bahia Indústria
PREVENÇÃO,UM GRANDEINVESTIMENTO.Curso Gratuito de Comissão Internade Prevenção de Acidentes (CIPA).
Indústria segura é com prevenção que se faz. O SESI sabe disso e, por esta razão, não para de criar e investir em projetos para a indústria a fim de promover a Saúde e Segurança no Trabalho (SST). O curso de CIPA é voltado a cipistas titulares, suplentes e designados, e os temas são relacionados à SST, de acordo com a legislação vigente (Norma Reguladora 5), e à realidade da indústria. Empresário, aproveite esta oportunidade de cumprir a exigência legal com gratuidade.
20 horas de aulas presenciais. Instrutores qualificados. Material pedagógico gratuito
elaborado por especialistas.
Para informações: (71) 3205-1801www.fieb.org.br/sesi