Upload
duongduong
View
216
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.1)
Política de acessibilidade na mobilidade urbana de Belo Horizonte (Pamu-BH)
Série Notas técnicas de
acessibilidade
nota n.º 4
versão A
Diagnóstico da acessibilidade nos corredores de BRT de Belo
Horizonte implantados em 2014
data 23 jan. 2017
Apresentação
O presente documento integra a série Notas técnicas de acessibilidade, que é um
produto do projeto Política de acessibilidade na mobilidade urbana de Belo Horizonte
(Pamu-BH). A logomarca desse projeto é a emblemática meta Acessibilidade para Todos.
O Acessibilidade para Todos foi publicamente anunciado pela BHTrans em 14 de
agosto de 2015 quando da realização do Seminário Internacional de Acessibilidade na
Mobilidade Urbana de Belo Horizonte.1 Naquele momento foi especialmente criada uma
página na home page da BHTrans para dar publicidade às ações do projeto, incluindo o
compromisso de elaborar e publicar notas técnicas capazes de apoiar a proposição e o
monitoramento da Pamu-BH.2
Como metodologia da pesquisa para elaboração das notas técnicas, adotou-se o
Sistema de Informações de Acessibilidade e Sustentabilidade de Belo Horizonte (SisMob-
BH) como um repositório digital do assunto.3 O sistema foi criado em 2010 e vem sendo
aprimorado, continuamente, desde então.4
1 Conforme BHTRANS (2015x). Os verbetes “acessibilidade para todos”, “acessibilidade para todos no
metrô” e “acessibilidade e mobilidade para todos” do SisMob-BH atestam que essas marcas vêm sendo
utilizadas, há tempos, por diversos órgãos e entidades. 2 Em agosto de 2015 previu-se que seriam elaboradas nove notas técnicas conforme descrito em BHTRANS
(2015v). Em janeiro de 2017 a previsão é de elaboração de doze notas. Vale também destacar que,
inicialmente, o nome da série Notas técnicas de acessibilidade era Notas técnicas BHTrans de acessibilidade. 3 A concepção do SisMob-BH, intitulada “A construção de um sistema de informações da mobilidade urbana
como condição para sustentar a revisão permanente do Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte
(PlanMob-BH)”, venceu o Prêmio Inovar 2014. Ela está descrita em OLIVEIRA (2014b). O sistema surgiu
como “de indicadores da mobilidade urbana”, que evoluiu para “de informações da mobilidade urbana” e
depois para “de informações de acessibilidade e sustentabilidade” conforme verbete “SisMob-BH” em
BHTRANS(2017b2). 4 Em 2010 foram publicados apenas gráficos, organizados a partir de uma árvore com – atualmente – dez
assuntos que buscam abarcar todo o espectro da política urbana (BHTRANS, 2017b1). Em janeiro de 2015 o
SisMob-BH passou a também publicar uma planilha de dados abertos com toda a informação coletada e
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.2)
Com o lançamento da Pamu-BH em agosto de 2015, o tema da acessibilidade,
sempre tratado de forma transversal no SisMob-BH, passou a ser o foco da ampliação do
sistema. Passou-se a buscar enquadrar a acessibilidade e o desenho universal na maior
quantidade possível de assuntos e subassuntos existentes.5 Em 2016, o SisMob-BH passou
a chamar-se Sistema de Informações de Acessibilidade e Sustentabilidade de Belo
Horizonte.6
Esta nota técnica, como anunciado em seu nome, trata especificamente da
acessibilidade no sistema de BRT de Belo Horizonte. Esse sistema teve implantação
iniciada em 8 de março de 2014. Ele opera em três corredores (Área Central, Antônio
Carlos e Cristiano Machado) que juntos possuem 41 estações de transferência.7
Antes de prosseguir, convém destacar que o SisMob-BH chega em janeiro de 2017,
momento de lançamento desta nota técnica, com 2.490 registros (indicadores, metas,
requisitos, referências de benchmarking, verbetes, fotografias e siglas) que ajudam a
melhor conhecer a mobilidade urbana de Belo Horizonte.8 Na presente nota é incorporada
toda a informação que se conseguiu organizar no SisMob-BH, até o momento, que levou à
elaboração de 181 registros específicos sobre o assunto BRT.9 Destacamos a importância
das análises quantitativas aqui apresentadas citando Robert David Putnam, cientista
político e professor estadunidense com atuação na Harvard University: “Temos que impor
às nossas ideias a disciplina dos números”.10
Esta versão A da Nota técnica de acessibilidade n.º 4 toma como ponto de partida o
relatório Inspeção de acessibilidade do Move Belo Horizonte elaborado pelo WRI Brasil
Cidades Sustentáveis em 2016, doravante aqui denominado apenas como relatório WRI.
Ela é emitida juntamente com a versão B da Nota técnica de acessibilidade n.º 3.11
Destaque-se que, assim como a presente nota técnica, todos os documentos relativos ao
relatório WRI são parte integrante do projeto Pamu-BH.
organizada para sustentar a elaboração dos gráficos temáticos e de análises pontuais, que está sempre
disponível para ser baixada na home page da BHTrans. BHTRANS (2017b2). 5 Em dezembro de 2016, com o início da publicação das notas técnicas de acessibilidade o SisMob-BH
tomou mais um impulso. 6 BHTRANS (2017b1).
7 Acesse verbete “estação de transferência” no SisMob-BH em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral).
8Quantidade apurada em 18 jan. 2017 no SisMob-BH (acesse BHTRANS, 2017b2/aba Q100b-totais).
9Quantidade apurada em 18 jan. 2017 no SisMob-BH (acesse BHTRANS, 2017b2/aba Q100b-totais).
10 PUTNAM (2006, p.158).
11 Título da nota n.º 3: Desafios para promoção da acessibilidade nos corredores de BRT de Belo Horizonte.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.3)
Recebido o relatório WRI, a BHTrans instituiu um grupo de trabalho formado por
representantes de suas quatro diretorias técnicas para recepcionar, analisar e propor
encaminhamentos. São elas: Diretoria de Planejamento (DPL), Diretoria de Transporte
Público (DTP), Diretoria de Sistema Viário (DSV) e Diretoria de Ação Regional e
Operação (DRO).
Esta nota técnica está dividida em quatro partes, além da apresentação, das
referências e das assinaturas, quais sejam: objetivos; panorama de documentos existentes;
desafios; considerações finais. Destaque-se que, como em toda a série Notas técnicas de
acessibilidade, o presente documento reflete o pensamento dos autores, com o apoio de
revisores. Não deve, assim, ser lido como uma posição oficial da BHTrans ou de qualquer
de suas diretorias.12
1 Objetivos
Esta Nota técnica de acessibilidade n.º 4 da Pamu-BH tem por objetivo principal
subsidiar a tomada de decisões políticas, em especial as relativas à definição de datas-
limites, para o alcance da acessibilidade total no BRT de Belo Horizonte. Para tanto,
apresenta-se uma leitura panorâmica do relatório WRI. Essa leitura contém análises e
sugere encaminhamentos na forma de oito desafios.
Os objetivos secundários desta nota são:
a) contribuir na elaboração do Plano de Acessibilidade da Pamu-BH como parte
integrante do Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte – PlanMob-BH que, por sua
vez, deve ser parte integrante do Plano Diretor de Belo Horizonte;13
b) contribuir na elaboração de relatório circunstanciado de acessibilidade,
documento previsto na legislação em vigor sobre o cumprimento dos prazos para
promoção da acessibilidade no transporte coletivo de uma cidade/região;14
12
Cada versão de cada nota da série Notas técnicas de acessibilidade conta com revisores especialmente
convidados para avaliar e, se for o caso, sugerir mudanças tanto de forma quanto de conteúdo. Para alguns
assuntos também se promove a circulação de uma minuta antes da emissão da versão definitiva, como é o
caso da versão B da nota n.º 3 e da versão A da nota n.º 4. 13
Em novembro de 2015 a BHTrans anunciou a processo de revisão do PlanMob-BH para o horizonte de
planejamento 2030 (BHTRANS, 2015z). 14
“Art. 120 - Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de governo, a elaboração de relatórios
circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos por força das Leis n.º 10.048, de 8 de
novembro de 2000, e n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.4)
c) organizar, permitindo a consulta de qualquer interessado, toda a informação
existente sobre a acessibilidade no BRT de Belo Horizonte;15
d) organizar, permitindo a consulta de qualquer interessado, um conjunto de
indicadores capazes de medir a efetivação do direito de acesso ao BRT como parte do
direito de acesso amplo e democrático ao espaço urbano.16
2 Panorama de documentos existentes
Até o recebimento do relatório WRI em novembro de 2016, a BHTrans contava
apenas com um amplo relatório externo sobre o BRT de Belo Horizonte.17
Elaborado pelo
Instituto de Políticas de Transporte & Desenvolvimento - ITDP Brasil em junho de 2015,
esse documento foi intitulado Relatório de recomendações segundo o padrão de qualidade
de BRT e é aqui, doravante, denominado apenas como relatório ITDP.
O relatório ITDP não trata de todo o sistema BRT, deixando de lado todo o
corredor Cristiano Machado. Além disto, ele apresenta poucas informações específicas
sobre a acessibilidade no sistema. No item que quantifica “acesso universal” o ITDP
atribui 100% de adequação ao sistema de Belo Horizonte.18
No item que quantifica "vão
considerável entre o piso do ônibus e a plataforma da estação" houve perda de três pontos
em um escala com perda máxima de 5 pontos, na qual está expresso ser “desejável” que
não se perca qualquer ponto. No relatório ITDP afirma-se que em 20% das viagens foi
“notado um vão importante [...] o que representa um risco para os passageiros”.19
Ministério Público e aos órgãos de regulação para adoção das providências cabíveis. Parágrafo único - Os
relatórios a que se refere o caput deste artigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da
entrada em vigor desta Lei.” (BRASIL, 2015a). 15
Trata-se de uma atividade permanente do SisMob-BH, que passa a ser incorporada ao Acessibilidade para
Todos como uma estratégia metodológica da série Notas técnicas de acessibilidade. Essa atividade tem como
premissa a chamada Lei de acesso à informação: “É dever dos órgãos e entidades públicas promover,
independentemente de requerimentos, a divulgação em local de fácil acesso, no âmbito de suas competências,
de informações de interesse coletivo ou geral por eles produzidas ou custodiadas.” (BRASIL, 2011b/art.8º).
A organização de documentos já produzidos por gerências da BHTrans envolvidas na operação e
monitoração do BRT, no entanto, não foi possível ser levada a termo na presente versão desta nota técnica. 16
Isto guarda relação com o objetivo principal anunciado na tese de doutorado de OLIVEIRA (2014a, p.47):
“elaborar uma reflexão sobre a atual política de mobilidade urbana de Belo Horizonte que seja capaz de
contribuir na busca do direito de acesso amplo e democrático ao espaço urbano”. 17
ITDP (2015a). 18
“Pontuação máxima” conforme ITDP (2015a, p.20). Acesse o registro “IAFI BRT ATC - índice de
acessibilidade física das estações de transferência do BRT de Belo Horizonte localizadas no corredor Antônio
Carlos, expresso em percentual” do SisMob-BH em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). 19
ITDP (2015a,p.24).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.5)
Na pesquisa para elaboração da presente nota técnica não foram encontrados outros
documentos externos à BHTrans capazes de subsidiar o diagnóstico da Pamu-BH referente
à acessibilidade nos corredores de BRT de Belo Horizonte. No entanto, convém salientar
que na etapa final da elaboração desta nota tomamos conhecimento de relatório similar,
elaborado pela organização mexicana El poder del Consumidor, com um diagnóstico da
acessibilidade em todos os sistemas BRT do México.20
Desde já, a despeito de não ser
tarefa simples cotejar as análises expressas nos dois conjuntos de documentos, é
conveniente aqui apresentar conclusões do relatório mexicano:
Ao finalizar o estudo, pudemos observar que todos os sistemas têm falhas
em oferecer em oferecer um serviço acessível. [...] O estudo mostra um
cenário no qual o desenho e a execução dos sistemas BRT seguem
relegando as condições de acessibilidade, sem dar-lhes a importância que
requerem. (EL PODER, 2016a, p.6 - tradução livre, nossa)
O relatório WRI é o primeiro amplo estudo do BRT de Belo Horizonte focado na
acessibilidade, elaborado a pedido da BHTrans como uma atividade da Pamu-BH. Ele é o
relatório final formalmente entregue à BHTrans em 16 de novembro de 2016, como
resultado do Workshop de Acessibilidade no BRT de Belo Horizonte realizado de 8 a 10 de
março de 2016. Essa oficina envolveu mais de cem profissionais lotados em órgãos
municipais da Prefeitura de Belo Horizonte e do Estado de Minas Gerais, bem como no
Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais – Crea/MG e na
Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG.21
Desde já, vale aqui cunhar a primeira recomendação desta nota técnica: que o
relatório WRI possa ser lido por outros gestores, municipais e estaduais, de sistemas de
BRT. Para tanto, que todos os documentos produzidos no âmbito da Pamu-BH sobre o
assunto sejam publicados na home page da BHTrans para consulta de quem se interessar
pelo tema.
20
Acesse o verbete “acessibilidade no BRT” da cidade/região México em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-
geral) para detalhes da avaliação feita em dezesseis sistemas BRT que operam em Ciudad Juárez, León,
Guadalajara, México-Cidade do, Monterrey, Pachuca, Puebla. Em novas versões desta nota, ou em nota
técnica própria, elaboraremos o cotejamento das duas análises (Belo Horizonte e México) como uma ação da
Pamu-BH. 21
Para informações detalhadas sobre todo o processo e o relatório final consulte WRI (2016j1; 2016j2;
2016j3, 2016j6; 2016j7; 2016j8; 2016j9; 2016j10; 2016j11).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.6)
O relatório WRI apresenta resultados quantitativos e qualitativos de 35 das 41
estações de transferência do BRT, sendo vinte do corredor Antônio Carlos, onze do
corredor Cristiano Machado e quatro do corredor Área Central.22
Essa amostra é
considerada estatisticamente representativa de todo o sistema. Vale destacar que as
estações de integração do BRT não foram objeto de análise e, portanto, o relatório WRI é
um documento que podemos classificar como um diagnóstico, não do subsistema BRT,
mas dos corredores de BRT de Belo Horizonte existentes em 2016.23
As avaliações quantitativas são resultado da aplicação de um checklist organizado
em 92 diretrizes. Para cada diretriz, o profissional avalia se o local vistoriado está em
conformidade com um padrão pré-estabelecido. Esse padrão, caso a caso, foi definido pelo
WRI com base em uma recomendação da ABNT ou em uma referência de boa prática. O
checklist, depois de aplicado, permitiu a quantificação de uma profusão de “índices de
conformidade com a acessibilidade”, cada qual relativo a um aspecto ou uma parte do
sistema.
As diretrizes estabelecidas no checklist são agrupadas em dezenove elementos que,
por sua vez, são agrupados em quatro módulos de análise.24
A metodologia WRI, assim,
permite calcular até 943 índices de conformidade tomando as estações de transferência
como referência.25
Outros 92 índices, desta vez tomando os corredores e o sistema como
um todo como referência, também podem ser calculados.26
Ao todo, assim, pode-se
trabalhar com mais de mil índices de conformidade de acessibilidade relativos ao BRT
Move de Belo Horizonte.27
O relatório WRI não apresenta índices agregados para além dos relativos aos
módulos de análise. Isto não foi feito com a justificativa – correta – de que a inspeção,
22
Foram inspecionadas 35 das 41 estações de transferência do BRT: vinte das 24 estações do corredor
Antônio Carlos, todas as onze do corredor Cristiano Machado e quatro das seis do corredor Área Central. 23
Acesse verbete “estação de integração” no SisMob-BH em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). A acessibilidade nas estações de integração deverá ser objeto de nota técnica específica. 24
Os quatro módulos de análise com seus dezenove elementos são: 1) elementos das travessias (calçadas,
rebaixamentos de calçadas, travessias); 2) passarelas (geral de plataformas, rampas, elevadores, escadarias,
corrimãos); 3) acessos às plataformas (rampas, elevadores, escadarias, corrimãos, plataformas elevatórias não
enclausuradas); 4) elementos das plataformas (bilheterias, máquinas de venda automática, catracas, planos e
mapas acessíveis, geral das plataformas, sinalização). 25
(19 elementos + 4 módulos) = 23 resultados; 23 resultados x 41 estações = 943 índices de conformidade. 26
(3 corredores + 1 sistema) = 4 trechos; 4 trechos x 23 resultados = 92 índices de conformidade. 27
Os resultados apresentados pelo WRI são relativos a apenas dezesseis dos dezenove elementos previstos no
checklist, pois não há resultados em três elementos dos três corredores: elevador, tanto no módulo de análise
“passarelas” quanto no módulo de análise “acesso à plataforma”; e “plataforma elevatória enclausurada” no
módulo de análise “acesso à plataforma” conforme WRI(2016j6, p.33-34).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.7)
como resultado da aplicação do checklist, não foi totalmente concluída para diversos
elementos de diversas estações.28
No entanto, feitos alguns ajustes nos resultados
apresentados no relatório WRI, que permitem minimizar a falta de resultados, calculamos
alguns índices de conformidade que, esses sim, sintetizam resultados e permitem traçar
planos de ações/metas. Afinal, trabalhar com centenas de índices não nos pareceu ser algo
razoável.29
A segunda recomendação desta nota técnica é que a BHTrans adote, em seu
planejamento estratégico, o indicador do SisMob-BH que, com sigla BRT IC, é
denominado de “índice de conformidade com a acessibilidade do sistema BRT de Belo
Horizonte”.30
Como a legislação brasileira não prevê a hipótese de um sistema de
transporte que não seja totalmente acessível, a meta associada ao indicador não pode ser
diferente de 100% de conformidade. Resta definir quando esse índice será alcançado e,
para tanto, é fundamental que sejam definidas metas a serem cumpridas, ano a ano, até a
data-limite que for definida. Trata-se de uma decisão política que a presente nota técnica
pretende subsidiar.
As ações a serem definidas para alcance da meta geral devem estar ancoradas em
uma série de “indicadores de conformidade”: um para cada um dos três corredores, um
para cada uma das 41 estações e assim sucessivamente até obtermos um indicador para
cada elemento de cada estação. Assim fazendo, podem ser estabelecidas ações capazes de,
efetivamente, gerar resultados que impactem no indicador “BRT IC”. Tomando como
referência a Metodologia de Gerenciamento de Indicadores Estratégicos, Táticos e
Operacionais da BHTrans31
e a categorização de indicadores do Global Cities Institute32
,
propõe-se que a acessibilidade no BRT de Belo Horizonte seja acompanhada por quatro
indicadores estratégicos, sendo um indicador-chave do sistema como um todos (BRT IC) e
três indicadores de apoio (um para cada corredor existente). Os demais indicadores
detalhados no SisMob-BH devem ser tratados como indicadores táticos e operacionais para
28
SAMIOS (2016). 29
Os ajustes foram feitos com o objetivo de zerar os BRT IC (mapas) de todas as estações, uma vez que
havia quatro estações no corredor Antônio Carlos e três estações no corredor Cristiano Machado com
resultados diferentes de 0%. 30
Esse indicador é o resultado da média ponderada dos índices homônimos dos três corredores do sistema:
acesse registro “BRT IC” em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). 31
BHTRANS (2015d1/d2/d3). 32
GCIF (2011).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.8)
apurar o alcance das ações, a serem traçadas, que ficarão a cargo das gerências e
supervisões da BHTrans.33
Exemplifiquemos a proposta. Em 2016, o sistema de BRT de Belo Horizonte tem
um “índice de conformidade com a acessibilidade” de 62%, com resultados parciais,
conforme o corredor, que variam de 61% a 65%. Isto está ilustrado na Figura 1. Esses
resultados apontam para uma maior acessibilidade do corredor Área Central sobre os
demais corredores. O corredor Antônio Carlos apresenta resultados ligeiramente melhores
que o corredor Cristiano Machado. Essas informações podem e devem auxiliar na
definição de prioridades. As melhorias implantadas em cada um dos corredores impactarão
o resultado do índice do sistema.
Figura 1 – Indicadores BRT IC (índices de conformidade com a acessibilidade do
BRT) de Belo Horizonte (2016)
Fonte: BHTRANS (2017b2/aba 8.10-Gráfico 82a)
Da mesma forma, podemos acompanhar o alcance do indicador-chave BRT IC por
meio do acompanhamento dos resultados detalhados por módulo de análise, que em 2016
variam de 44% a 69%. Isto está ilustrado na Figura 2. Observe-se que, ao serem definidas
as prioridades para melhoria da acessibilidade, deveremos estar atentos que os elementos
das plataformas estão em patamar bem inferior aos demais.
33
Acesse os verbetes “indicador-chave”, “indicador de apoio”, “indicador estratégico”, “indicador
operacional” e “indicador tático” do SisMob-BH em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.9)
Figura 2 - Indicadores BRT IC (índices de conformidade com a acessibilidade do
BRT) do sistema de Belo Horizonte como um todo por módulo de análise (2016)
Fonte: BHTRANS (2017b2/aba 8.10-Gráfico 82b)
Finalmente, quando analisamos os resultados do relatório WRI por elemento
inspecionado, constatamos que os índices variam de 0% em mapas a 95% em catracas: é o
que ilustra a Figura 3. Isto servirá de apoio às decisões para definição de prioridades.
Figura 3 - Indicadores BRT IC (índices de conformidade com a acessibilidade do
BRT) do sistema de Belo Horizonte como um todo por elemento (2016)
Fonte: BHTRANS (2017b2/aba 8.10-Gráfico 82c)
60% 65%
69%
44%
62%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
travessias passarelas acessos às
plataformas
elementos das
plataformas
média do
sistema
56%
64% 60%
86%
72%
38%
62%
84%
53%
71%
40%
25%
95%
0%
58%
51%
62%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.10)
Exemplifiquemos, mais uma vez, nosso raciocínio. O rol de resultados do relatório
WRI permite-nos simular que uma única ação, que seja capaz de alterar de 0% para 100%
o resultado do elemento “planos e mapas acessíveis” do módulo de análise “elementos das
plataformas” será capaz de aumentar o indicador-chave estratégico em quatro pontos
percentuais, elevando-o de 62% para 66%. Os indicadores estratégicos de apoio, por sua
vez, alcançarão 65% no corredor Cristiano Machado, 66% no corredor Antônio Carlos e
71% no corredor Área Central. Muitas outras simulações de impacto, confrontadas com
seus custos, serão importante suporte para a tomada de decisões para obtenção de
resultados, ano a ano.
Com relação às análises qualitativas, o relatório WRI também apresenta resultados
para cada estação, com base na percepção dos avaliadores, apurados imediatamente após a
aplicação do checklist. Em uma escala onde a melhor estação teve nota +0,32 e a pior teve
nota -1,45, observa-se uma dispersão de percepções que precisa ser mais investigada.34
Os
resultados mostram que apenas 20% das estações apresentam resultados melhores que
“zero”. Além disto, as estações do corredor Área Central (nota média de +0,15) estão em
posição francamente melhor que as estações do corredor Antônio Carlos (nota -0,39) e do
corredor Cristiano Machado (nota -0,49). Esses resultados confirmam a hierarquia
apontada anteriormente: o corredor Área Central é mais acessível que o corredor Antônio
Carlos que, por sua vez, é mais acessível que o corredor Cristiano Machado. Nessa
avaliação qualitativa, o corredor Área Central destaca-se, ainda mais que na avaliação
quantitativa, como mais acessível que os outros dois corredores.
Acreditamos que a análise qualitativa apresentada no relatório WRI não precisa ser
ajustada, mas sugerimos que seja elaborada outra análise. Para refinar o diagnóstico da
acessibilidade no BRT de Belo Horizonte é fundamental ouvir as pessoas com mobilidade
reduzida que, certamente, estão tendo dificuldades para acessar o sistema: essa é a terceira
recomendação desta nota técnica.35
34
WRI (2016j2, p.39-40/tabela 10). 35
Por se tratar de metodologia complexa, propõe-se buscar parceria com a professora de Sociologia Urbana
da UFMG, Ana Marcela Ardila Pinto, que acompanhou todo o processo de realização do workshop e foi
revisora do relatório final a convite do WRI. Vale aqui destacar que poucas foram as pessoas com mobilidade
reduzida participantes do workshop, o que certamente comprometeu negativamente o resultado final. Apenas
na inspeção da Estação Cachoeirinha havia uma pessoa cadeirante como parte da equipe e, conforme está
relatado, nela houve uma análise mais apurada da acessibilidade. Vale, ainda, lembrar, que o Conselho
Municipal de Direitos da Pessoa com Deficiência de Belo Horizonte (CMDPD-BH) apresentou à BHTrans,
em 13/08/2012, meses antes da inauguração do BRT em 08/03/2014, uma lista problemas que não foram até
este momento solucionados (conforme BHTRANS, 2015za).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.11)
O relatório WRI, além de uma descrição minuciosa de cada estação vistoriada,
apresenta um consistente capítulo de considerações e recomendações gerais. Os itens
seguintes desta nota técnica tomam como referência uma lista de oito desafios.36
Foge-se,
assim, das soluções pontuais e parte-se em busca de um tratamento dos principais
problemas do sistema como um todo. Isto, desde já, confirma a importância da apuração
dos indicadores anteriormente propostos na busca de definição de metas anuais por
assunto.
Vale aqui lembrar que a legislação em vigor estabelece a exigência de a BHTrans
elaborar um “relatório circunstanciado” sobre o cumprimento dos prazos para garantia da
acessibilidade.37
Acreditamos que esse relatório deve conter os indicadores, as metas
anuais e as ações para o alcance da conformidade total da acessibilidade em todo o sistema.
3 Desafios
Na forma de “considerações e recomendações”, o relatório WRI apresenta uma
compilação do relatório que pode ser sintetizada em oito desafios a serem superados. São
eles: calçadas, rebaixos de calçada, tempos de travessia, acessos às estações, catracas,
sinalização, venda de passagens, desnível entre ônibus e plataforma. Eles estão tratados, a
seguir, um a um, nessa mesma ordem.
3.1 Calçadas
O relatório WRI confirma o que se sabe, há tempos, sobre a situação das calçadas
de todo o município: elas são, de uma maneira geral, mal planejadas, mal executadas e mal
conservadas. O resultado é que a segurança dos pedestres nos caminhamentos fica
comprometida e, por consequência, as calçadas não podem ser consideradas acessíveis. No
caso das pessoas com deficiência, a falta de segurança implica na impossibilidade, em
muitos locais, de garantia da autonomia e até mesmo da segurança no caminhamento. Isto,
36
Conforme WRI (2016j2). 37
“Art.120 - Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de governo, a elaboração de relatórios
circunstanciados sobre o cumprimento dos prazos estabelecidos por força das Leis n.º 10.048, de 8 de
novembro de 2000, e n.º 10.098, de 19 de dezembro de 2000, bem como o seu encaminhamento ao
Ministério Público e aos órgãos de regulação para adoção das providências cabíveis. Parágrafo único - Os
relatórios a que se refere o caput deste artigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da
entrada em vigor desta Lei.” (BRASIL, 2015a).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.12)
a despeito de há tempos haver um padrão detalhado de execução de calçadas, ditado pela
Prefeitura de Belo Horizonte. Vale destacar que em Belo Horizonte a legislação estabelece
que os proprietários dos imóveis são os responsáveis pela manutenção das calçadas
lindeiras. No entanto, em 2014 os delegados presentes na 4ª Conferência Municipal de
Política Urbana decidiram que essa responsabilidade deve ser transferida para o poder
público, mas a situação legal não foi modificada.38
É importante aqui salientar que a má condição da manutenção das calçadas não se
restringe ao entorno dos corredores de BRT: por toda a cidade, o que se observa é que as
obras realizadas por particulares, por concessionárias de serviço público e por órgãos da
própria prefeitura não têm a qualidade requerida nas normas em vigor. O resultado são
calçadas que, mesmo quando reformadas, permanecem não garantindo caminhamentos
seguros e autônomos para todos: sem acessibilidade, portanto.
O resultado do indicador “BRT IC (calçadas)”, descrito no SisMob-BH é 56%.39
Esse resultado está seis pontos percentuais abaixo do resultado do indicador-chave
estratégico dos sistema (que é de 62%), o que indica a necessidade de sua priorização no
plano de adequação do BRT.
O que pode ser concluído desse assunto, nesta nota técnica, é que o planejamento
das ações capazes de fazer chegar a 100% o “BRT IC (calçadas)” deve passar por uma
ampla redefinição de processos que inclua, pelo menos:
a) redefinir um novo padrão de projeto/implantação/manutenção de calçadas,
específico para os corredores de BRT, redefinindo responsabilidades, que obedeça
integralmente aos padrões de desenho universal definidos nas normas técnicas em
vigor;40
38
Acesse os verbetes ”calçadas” e ”mapa de classificação de calçadas” da cidade/região Belo Horizonte em
BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). Vale lembrar duas propostas aprovadas na 4ª Conferência Municipal
de Política Urbana de Belo Horizonte realizada em 2014: “O poder público municipal deverá assumir até
2016 (curto prazo) a responsabilidade pela manutenção das calçadas indicadas no mapa de classificação das
calçadas e aquelas localizadas no perímetro da Av. do Contorno.” conforme BH (2014b, p.466) e “A
responsabilidade pela manutenção de todas as calçadas de Belo Horizonte será assumida pelo poder público
municipal até 2020 (médio prazo).” conforme BH (2014b, p.467). 39
Indicador descrito no SisMob-BH como “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento
‘calçadas’ do módulo de análise ‘elementos das travessias’ do sistema BRT de Belo Horizonte” conforme
BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). 40
Convém destacar: a despeito da profusão na implantação de piso tátil direcional e de alerta nas calçadas de
Belo Horizonte, que tem essa exigência no padrão estabelecido pela PBH, as lideranças das pessoas com
deficiência de Belo Horizonte são unânimes em afirmar que o que vem sendo implantado não atende suas
necessidades de caminhamento com segurança e autonomia. Isto ficou patente durante o Seminário
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.13)
b) estabelecer um cronograma de recuperação das calçadas ao longo dos atuais 23,1
km de BRT.
Para que essas duas ações sejam capazes de impactar o indicador-chave estratégico
acreditamos que será fundamental instituir uma auditoria externa de projetos e de
implantação, para evitar que se continue aumentando o estoque de calçadas sem
acessibilidade em Belo Horizonte. Convém reforçar o que o relatório WRI alerta sobre o
assunto: “Temas a serem contemplados no plano [de adequação] incluem
dimensionamento, tipos de piso, vegetação, iluminação, segurança pública e viária,
drenagem, mobiliário e sinalização voltada para os pedestres, sempre buscando a garantia
do desenho universal”.41
Vale lembrar que em 2013, sem a intenção de assumir a responsabilidade pela
execução da manutenção das calçadas, a PBH iniciou a implementação de um novo,
simples e eficiente processo de fiscalização integrada das posturas municipais. Conforme
declarado à época, buscava-se “a melhoria da acessibilidade e da qualidade ambiental” em
Belo Horizonte. Na forma de um projeto-piloto que abrangeria os principais corredores de
transporte de Belo Horizonte, ele recebeu o nome de Amar-BH. Conforme anunciado à
época, o projeto estava “em consonância com projetos sustentadores do programa de
governo BH Metas e Resultados” e, entre os itens priorizados estava um que aqui nos
interessa especialmente: a “conservação e adequação dos passeios”.42
A despeito de haver
sido efetuada a notificação dos proprietários dos imóveis ao longo das avenidas Antônio
Carlos e Cristiano Machado, ainda em 2014, o projeto foi posteriormente paralisado. No
entanto, é importante destacar que as ações do Amar-BH na Avenida Raja Gabaglia foram
capazes de, em apenas noves meses, elevar o “índice de conformidade de conservação do
passeio” de 50% para 78% e o “índice de conformidade de passeio com piso tátil e
inclinação” de 11% para 57%.43
Internacional de Acessibilidade na Mobilidade Urbana realizado em Belo Horizonte em 2015 (WRI, 2015a).
Este assunto será amplamente tratado na nota técnica de acessibilidade “Desenho universal em calçadas,
travessias de pedestre e passarelas de Belo Horizonte” (título provisório, conforme BHTRANS, 2015v). 41
WRI (2016j6, p.43). 42
BH (2013d). 43
BHTRANS (2014k1). A melhoria de resultados nos índices de conformidade ao longo da primeira avenida
do projeto Amar-BH aconteceu entre março e dezembro de 2013. Os indicadores “URB (pcs)” e “URB (pti)”
do Amar-BH usam metodologia similar ao indicador “BRT IC” calculado com base no relatório WRI e seus
resultados podem ser cotejados, sempre com atenção aos escopos de cada um.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.14)
Antes de prosseguir, vale aqui destacar que a própria Prefeitura de Belo Horizonte –
PBH, em projeto de lei encaminhado em setembro de 2015 à Câmara Municipal de Belo
Horizonte – CMBH, propôs um mapa de classificação de calçadas no qual são
consideradas prioritárias as “calçadas das centralidades e da rede estruturante de transporte
de toda a cidade”, aí se incluindo as dos corredores de BRT. O projeto também propõe que
seja considerado “o tratamento das calçadas como parte integrante dos projetos de
transporte coletivo”.44
3.2 Rebaixos de calçada
O relatório WRI aponta a inadequação de rebaixamentos de calçada para travessias
ao longo dos três corredores. Tanto as análises quantitativas quanto as qualitativas
demonstram a necessidade de intervenções para adequação de rebaixos.
O resultado do indicador “BRT IC (rebaixos)” do SisMob-BH é 64%.45
Esse valor
é ligeiramente melhor que os 62% do indicador-chave estratégico do sistema. Especial
atenção precisa ser dada aos rebaixamentos de calçada para travessias ao longo do corredor
Cristiano Machado, pois o seu resultado (56%) está oito pontos percentuais abaixo do
resultado do sistema. Vale destacar que o resultado (97%) do corredor Área Central indica
que prioridade deve ser dada aos corredores Antônio Carlos e Cristiano Machado.
Especificamente nos dois maiores corredores, dos 32 locais inspecionados apenas o
rebaixamento de calçada para a travessia próxima à Estação Minas Shopping A, no
corredor Cristiano Machado, foi avaliada como atendendo a 100% das diretrizes
estabelecidas no checklist. A despeito disto, a análise qualitativa desse mesmo local, feita
pela mesma equipe, a ele atribuiu nota “zero” em uma escala que varia de “-2” a “+2”.
Pode-se concluir, assim, que há melhorias na acessibilidade a serem efetuadas mesmo na
única travessia do BRT dos corredores Antônio Carlos e Cristiano Machado à qual foi
atribuído um índice de 100% de conformidade.
44
Consulte os artigos 334, 341, 342 e 401 do projeto de lei que “Aprova o Plano Diretor do Município de
Belo Horizonte e dá outras providências” que tem o “Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte
- PlanMob-BH” como seu Capítulo II conforme BH (2015c). 45
Indicador descrito no SisMob-BH como “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento
‘rebaixamentos de calçadas’ do módulo de análise ‘elementos das travessias’ do sistema BRT de Belo
Horizonte” conforme BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.15)
Para que o indicador “BRT IC (rebaixos)” possa alcançar 100% de conformidade
será necessário elaborar um projeto de ajuste de cada uma das travessias ao longo dos três
corredores, precedido de vistorias prévias. Assim como no item anterior (calçadas), é
fundamental que se institua uma auditoria de projetos e de implantação, para evitar que se
continue aumentando o estoque de travessias sem acessibilidade.46
Como antecipado, os rebaixamentos de calçada para travessia nas duas vias do
corredor Área Central (avenidas Paraná e Santos Dumont) foram bem avaliados. Isto se
explica pelo fato de na Área Central haver o nivelamento total entre calçada e pista de
rolamento. Isto, porém, acarreta outros problemas. As pessoas com deficiência visual, em
especial, vêm há tempos argumentando que não são capazes de perceber os limites
rua/calçada para que possam caminhar com segurança. Além disto, não há marcação tátil e
nem semáforo com sinal sonoro em qualquer travessia do BRT Move. Voltaremos a tratar
disto, mais adiante, no item 3.6.
Vale citar, como lembrança de que também no presente assunto estamos diante de
um problema que não se restringe ao BRT de Belo Horizonte e foi diagnosticado, há
tempos, no projeto Amar-BH mencionado no item anterior. O “índice de conformidade de
travessia de pedestre” na Avenida Raja Gabaglia passou de 32% para 43% entre março e
dezembro de 2013.47
Em outras seis avenidas do projeto, que não passaram da etapa inicial
de diagnóstico, os resultados desse índice de conformidade variaram entre 7% e 42%.48
3.3 Tempos de travessia
As análises dos tempos de travessia no relatório WRI são bastante diversificadas,
conforme se pode observar pelas descrições de cada uma das estações vistoriadas.49
Não se
pode afirmar que as equipes tenham feito as medições dos tempos destinados à travessia
para avaliar se a velocidade de 0,4m/s – estabelecida como uma das diretrizes do checklist
46
Este assunto será amplamente tratado na nota técnica de acessibilidade “Desenho universal em calçadas,
travessias de pedestre e passarelas de Belo Horizonte” (título provisório, conforme BHTRANS, 2015v). 47
BHTRANS (2014k1). O indicador “URB (tpd)” do Amar-BH usa metodologia similar ao indicador “BRT
IC (travessias)” calculado com base no relatório WRI, mas seus resultados devem ser cotejados com cautela:
o indicador do Amar-BH é mais amplo, abrangendo não apenas o rebaixo, mas toda a faixa de travessia. 48
Esses dois resultados extremos são, respectivamente, relativos à Avenida Antônio Abrão Caran e à
Avenida Prof. Magalhães Penido conforme BHTRANS (2014k1). 49
WRI (2016j2, p.78-187).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.16)
– foi seguida nos dimensionamentos.50
Nesse assunto, entendemos que antes de se partir
em busca de medidas de superação do problema detectado no relatório WRI, há que se
buscar superar um problema interno, uma vez que a BHTrans adota a velocidade de 1,2m/s
como regra geral no dimensionamento de tempos semafóricos.51
Em relação às denominadas “travessias em dois tempos”52
, a BHTrans já
estabeleceu a meta de adequar os tempos semafóricos em todos os locais onde há
insegurança para o pedestre, como em locais com canteiro central estreito.53
.
O resultado do indicador “BRT IC (travessias)” do SisMob-BH é 60%.54
Esse
valor está dois pontos percentuais abaixo dos 62% do indicador-chave estratégico do
sistema. Especial atenção precisa ser dada aos tempos de travessias do corredor Antônio
Carlos, pois o seu resultado (56%) está quatro pontos percentuais abaixo do resultado do
sistema. Vale destacar que o resultado (73%) do corredor Área Central indica que
prioridade deve ser dada aos corredores Antônio Carlos e Cristiano Machado.
Para que o indicador “BRT IC (travessias)” possa alcançar 100% de conformidade
será necessário atender, na íntegra, o que dispõem as normas técnicas em vigor. Para tanto,
é condição passar a adotar a velocidade de referência de 0,4m/s nos cálculos das
programações semafóricas ao longo dos três corredores do BRT. Essa ação, naturalmente,
deve ser precedida da elaboração de um manual específico, seguida da elaboração de
projetos pontuais que inclui a análise prévia dos impactos na operação do corredor.
50
O indicador “BRT IC (travessias)” relativo ao elemento “travessias” do módulo de análise "elementos das
travessias" conforme BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral) é quantificado com base em sete diretrizes, aí
incluindo a denominada “intervalo de travessia: projetar para uma velocidade de travessia de 0,4m/s”
(WRI2016j6, p.15). 51
No dimensionamento de tempos semafóricos a BHTrans adota como referência a velocidade de 1,2m/s de
que trata resolução do Conselho Nacional de Trânsito - Contran (BRASIL, 2014b2, p.92-item 6.7.2
Entreverdes para os pedestres), já adotando, em alguns locais, a velocidade de 0,9m/s. Entretanto, a ABNT
estabelece que “O tempo de travessia de pedestres deve estar adequado à marcha de pessoas com mobilidade
reduzida de 0,4m/s." conforme ABNT (2015a, p.114-item 8.2.2 Semáforo de pedestre). 52
Denomina-se “travessia em dois tempos” aquela na qual se exige que o pedestre aguarde em um canteiro
central antes de conseguir completá-la totalmente. 53
Esta fonte, com detalhes de quantitativos e prazos, será lançada em uma próxima versão desta nota técnica. Vale destacar que após a realização do workshop, em março de 2016, algumas travessias ao longo dos
corredores de BRT já tiveram seus tempos de travessia revistos para atender a essa meta 54
Indicador descrito no SisMob-BH como “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento
‘travessias’ do módulo de análise "elementos das travessias" do sistema BRT de Belo Horizonte” conforme
BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.17)
3.4 Acessos às estações55
Esse assunto, no relatório WRI, está tratado nos itens que tratam de passarelas,
escadas, guarda-corpos, corrimãos e passarelas.56
Por esse motivo, a despeito do relatório
WRI apresentar um indicador específico para esse desafio, optamos por buscar estabelecer
um novo.57
Além disto, diferente do restante desta nota técnica, neste item optamos por
buscar soluções pontuais capazes de criar padrões de intervenção aplicáveis ao restante do
sistema. Como os três corredores têm concepções bem distintas, optamos por tratar do
assunto “acessos às estações” de forma pontual com a intenção, declarada, de buscar
tipologias e padrões de intervenção que sejam replicáveis. Pretende-se, com isto, que uma
solução detalhada para uma determinada estação seja capaz de gerar imputs para melhorias
de outras estações com problemas semelhantes. É o que se apresenta nos itens seguintes.
3.4.1 Acessos às estações do corredor Antônio Carlos
Esse corredor é o mais simples dos três aqui analisados. Os acessos às suas estações
não apresentam a complexidade dos acessos por passarela do corredor Cristiano Machado
e nem a complexidade das travessias em nível do corredor Área Central. As análises dos
acessos a todas as estações desse corredor estão amplamente apresentadas no relatório
WRI e são, aqui, ratificadas. Em termos de medidas gerais para alcance da acessibilidade
total, propõe-se que o corredor Antônio Carlos acompanhe a metodologia aqui proposta
para o corredor Cristiano Machado.
3.4.2 Acessos às estações do corredor Cristiano Machado
As análises dos acessos a todas as estações desse corredor estão amplamente
apresentadas no relatório WRI e são, aqui, ratificadas. Destaque-se que uma característica
55
As análises pontuais dos corredores ficaram sob encargos distintos: Área Central da Diretoria de Sistema
Viário (DSV/BHTrans), Antônio Carlos da Diretoria de Ação Regional e Integração (DRO/BHTrans) e
Cristiano Machado da Diretoria de Transporte Público (DTP/BHTrans). Essa última está formalizada em
HERMONT (2016a). 56
WRI (2016j6, p.57-61/item 5.4; p.62-64/item 5.5). 57
No Quadro 1 da Nota técnica de acessibilidade n.º 3 escrevemos que trata-se de um indicador “a definir”.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.18)
que o diferencia do corredor Antônio Carlos é que seus acessos são majoritariamente feitos
por meio de passarela elevada.58
Os “Requisitos Mínimos Para a Prestação dos Serviços de Transporte Coletivo de
Passageiros por Ônibus em Belo Horizonte”, estabelecidos pela BHTrans em 2008,
indicam que o sistema de transporte deve ter uma distância máxima de 400 metros de
caminhamento a pé pelo usuário em locais com aclive de 8%. Além disso, o sistema BRT
de Belo Horizonte “não atende apenas à demanda de passageiros que realizam trocas
fechadas nas estações de transferência, nem aos usuários oriundos do próprio corredor”,
pois “existem bairros lindeiros com grande demanda de usuários do sistema de
transporte”.59
Isto não foi observado no planejamento do corredor Cristiano Machado,
onde chegamos a ter uma distância de 820 metros de caminhamento a pé para acesso à
Estação Ouro Minas.60
O relatório WRI destaca a estação Cidade Nova como um mau exemplo do
corredor. Trata-se de uma estação cujas passarelas (rampas, escadarias e corrimãos) podem
ser consideradas acessíveis com pequenos ajustes. Ela, no entanto, “não é amigável ao
pedestre”.61
Atentas ao problema, a BHTrans selecionou a estação Ouro Minas para ampla
análise, com foco na segurança do pedestre, elaborando e orçando um projeto-piloto.62
Sua
metodologia de análise pode ser tomada como modelo para os corredores Antônio Carlos e
Cristiano Machado. A ela falta, tão somente, incluir os mecanismos de uma auditoria
externa para acompanhamento dos projetos e das implantações.63
58
“...à exceção da Estação Silviano Brandão e da Estação União, que têm acessos em nível através de
travessia de pedestres semaforizada.” Conforme HERMONT (2016a, p.2). 59
Conforme HERONT (2016a, p.2). 60
As distâncias de caminhamento a pé para acesso às nove estações do BRT Move municipal estão
apresentadas em HERMONT (2016a, p.3). 61
WRI (2016j2). 62
Consulte HERMONT (2016a). 63
Essa auditoria externa é crucial, não apenas para garantir a acessibilidade com autonomia e segurança para
todos, mas também para estabelecer novas parcerias com parceiros importantes como o Conselho Regional
de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais CREA-MG e o Conselho Regional de Arquitetura e Urbanismo
- CAU.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.19)
3.4.3 Acessos às estações do corredor Área Central
São seis as estações do BRT Move da Área Central, sendo três na Avenida Paraná e
três na Avenida Santos Dumont.64
Em abril de 2015, foram vistoriadas todas essas estações
para avaliar as condições de segurança viária dos acessos a elas, aí incluindo as calçadas e
as travessias de pedestres, gerando um documento analítico. Trata-se do Relatório de
avaliação de potenciais riscos de acidente de trânsito no rotor Paraná/Santos Dumont,
doravante denominado, simplesmente, de relatório de risco no rotor. 65
Mesmo não sendo essa vistoria uma ação de acessibilidade, strictu sensu, ela
merece ser aqui destacada, uma vez que a segurança, junto com a autonomia, é requisito
para garantia da acessibilidade. Um dos pontos de maior relevância destacados pela equipe,
à época, foi justamente o nivelamento total entre calçada e a pista de rolamento.
Considerou-se que a ausência de um desnível, associada à inexistência de qualquer outro
elemento que funcionasse como uma barreira física entre as áreas de circulação de
pedestres e de veículos provocava uma sensação de “falsa segurança” nos pedestres. Em
alguns casos, essa sensação motiva os pedestres a caminharem nas pistas de rolamento dos
veículos e nas ciclovias para alcançar a estação.
Outro ponto observado foi a ausência de uma sinalização tátil coerente instalada nas
calçadas que fosse capaz de conduzir uma pessoa com deficiência visual, com autonomia e
segurança, até um local seguro na calçada onde pudesse aguardar ajuda para realizar a
travessia.66
É importante aqui destacar que a concepção original do BRT Move do corredor
Área Central, desenvolvido pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital -
Sudecap em 2013, indicava o tratamento de todas as calçadas das avenidas Paraná e Santos
Dumont.67
Esse tratamento incluía a implantação de piso tátil e de jardineiras dividindo as
áreas de calçada da pista de rolamento, de forma a conduzir os pedestres para as áreas de
travessia segura. Restrições orçamentárias, entretanto, não permitiram a implantação dos
projetos desenvolvidos para as calçadas.
64
Em cada uma das duas avenidas há uma estação que opera, provisoriamente, apenas com linhas
metropolitanas gerenciadas pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas de Minas Gerais
(Setop-MG). 65
Conforme BHTRANS (2015zb). 66
Essa ajuda (sem autonomia, portanto) é necessária, pois não há marcação tátil ao longo da travessia e nem
semáforo com sinal sonoro/tátil. 67
A Sudecap é o órgão da PBH responsável pelo projeto e implantação dos corredores do sistema BRT
Move.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.20)
Consultando os projetos de sinalização da Av. Paraná, desenvolvidos pela BHTrans
a pedido da Sudecap, observa-se que eles permaneceram com a indicação de instalação das
jardineiras anteriormente referidas.68
Elas, entretanto, não foram implantadas. Ao que
consta, isto se deu em função de dificuldades técnicas para viabilização do sistema de
irrigação.69
A readequação das calçadas, por sua vez, não teria sido executada em função
de negociação da Sudecap com os comerciantes locais, insatisfeitos com o longo período
de obras de implantação da infraestrutura do BRT, que já teria prejudicado seus comércios.
Uma vez concluído o relatório de risco no rotor, em 2015, decidiu-se que seria
elaborado um projeto-piloto para a interseção da Avenida Paraná com Rua dos Tamoios.
visando à melhoria da segurança nas travessias. Esse projeto previa a instalação de pisos
táteis direcionais ao longo das faixas de travessias, bem como de semáforos com tempos
semafóricos redimensionados, com botoeiras e com avisos sonoros/táteis. Isto, para dar
autonomia às pessoas com deficiência visual, permitindo-lhes atravessar de forma
autônoma e segura, em linha reta e perpendicular ao sentido de circulação dos ônibus. A
diretriz, à época, foi a de que, uma vez instalado o projeto-piloto, pessoas com deficiência
seriam convidadas a avaliar sua eficiência.
O projeto-piloto planejado, entretanto, não surtiu os efeitos pretendidos. A faixa
tátil instalada com o objetivo de direcionar a travessia em linha reta não demonstrou
durabilidade com o tráfego de ônibus. O semáforo sonoro não foi instalado. Restaram os
tempos semafóricos, redimensionados e mantidos para a velocidade peatonal de 0,9m/s.
A Área Central, como região de alta concentração de pessoas, precisa ter seus
projetos revistos para garantia total da acessibilidade. Outro aspecto a ser aqui destacado é
o fato de as seis estações do corredor terem sido projetadas para receberem, cada uma, uma
plataforma elevatória em uma de suas entradas. No entanto, a despeito de haver sido
preservado o local onde a plataforma seria implantada, nenhuma delas o foi. Assim, as seis
estações funcionam com uma escada de um lado e rampa do outro. Isto, definitivamente,
não coaduna com os princípios do desenho universal.
A opção de implantar a plataforma elevatória no local projetado, no entanto, não
nos parece ser recomendada. Sabe-se que esse tipo de equipamento apresenta problemas de
manutenção, como todo equipamento projetado para atender a uma parcela específica da
68
BHTRANS (2013i1/2/3). 69
ALVARENGA (2013).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.21)
população. Nossa aposta é que teríamos, nas estações, os mesmos problemas que temos,
diariamente, nos ônibus equipados com plataforma elevatória (conhecidas como elevador):
ou não estão funcionando, ou o operador não sabe operar, ou alguém aparece para garantir
que é mais rápido carregar o usuário escada cima.
Propomos, assim, buscar uma forma de adaptar as estações para que o desenho
universal seja alcançado. Como há várias correções a serem feitas para garantir o acesso às
estações, para todos, com segurança e autonomia, em especial junto às travessias de
pedestres, propõe-se acrescentar mais esse desafio à revisão do projeto.
3.5 Catracas
O resultado do indicador “BRT IC (catracas)” do SisMob-BH é alto e satisfatório:
95%.70
Isto se deu porque a diretriz relativa ao assunto é relativamente simples de ser
avaliada e alcançada: “pelo menos um em cada conjunto de catracas, cancelas, porta[s]
giratórias ou outro dispositivo de segurança de ingresso deve ser acessível com largura
mínima de 80cm”.71
No entanto, o relatório WRI aponta que “em diversas estações foi observado que as
catracas [tidas como] acessíveis ficam trancadas e, para serem utilizadas, é necessário que
o funcionário da estação libere o acesso”.72
A despeito do bom resultado do indicador, que
recomendaria estarmos diante de um problema não prioritário, acreditamos que estamos,
sim, diante de um problema estrutural que exigirá uma postura firme da BHTrans.
Podemos aqui concluir que estamos diante de um quesito que está sendo mal operado e não
está sendo fiscalizado.
Em cada conjunto de catracas de cada estação de transferência do sistema BRT
Move existe uma que é denominada “catraca combo”: de um lado há uma roleta e do outro
lado há uma “portinhola” para uso das pessoas com mobilidade reduzida. Elas “foram
fechadas pelo Consócio Operacional devido a problemas de funcionamento que
implicavam em necessidade de manutenção devido ao grande número de utilizações”.73
70
Indicador descrito no SisMob-BH como: “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento
‘catracas’ do módulo de análise ‘elementos das plataformas’”, conforme BHTRANS (2017b2/aba Q100a-
geral). 71
WRI (2016j6, p.23). 72
WRI (2016j6, p.67). 73
HERMONST (2016a, p.4).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.22)
Ora, um problema operacional não pode ser justificativa para a não garantia de uma
obrigação das empresas operadoras, qual seja, a de garantir o direito à acessibilidade dos
usuários do sistema.
Acreditamos que o problema da falta de acessibilidade das catracas pode ser
resolvido com relativa facilidade para alcance, rápido, de 100% de conformidade em todas
as estações. Outro problema, para o qual o relatório WRI inclusive sugere uma alternativa,
é o sistema não ter sido planejado com desenho universal, uma vez que há uma entrada
separada, para uso segregado, de pessoas com dificuldade de locomoção. Isto, no entanto,
também deverá ser equacionado. Essa ação, naturalmente, precisa ser precedida de uma
ação de benchmarking para definição de um novo padrão de linha de bloqueio com
desenho universal.74
3.6 Sinalização
Este item envolve dois elementos do módulo de análise “elementos das
plataformas”, quais sejam: “planos e mapas acessíveis” e “sinalização”.
No que se refere a planos e mapas acessíveis o relatório WRI confirma o que se
sabia: que não há mapas acessíveis no BRT Move. E mais: “de maneira geral, a
informação existente nas estações não é clara”.75
Ela não é clara, ressalte-se, para os
passageiros em geral. O relatório WRI recomenda “elaborar um plano de sinalização e
informação para as estações que contemple o atendimento a todos os usuários, como
surdos, cegos, analfabetos, entre outros”.76
No entanto, é preciso salientar que já existe um plano de sinalização, na forma de
dois documentos elaborados por empresa especialmente contratada para tal. São eles:
Identidade visual do sistema e sinalização das estações (de 2012) e Manual de Sinalização
- Estações de Transferência - Corredores e Área Central (de 2013).77
O que falta, então?
O que falta é fazer uma ampla revisão do que foi planejado, pois “mapas e planos
acessíveis” teve a pior avaliação dentre os dezesseis elementos do ckecklist.
74
Os encaminhamentos de cada desafio estão sintetizados no Quadro 1, parte integrante da Nota técnica de
acessibilidade n.º 3. Para esse assunto o relatório WRI (2016j6, p.67) sugere “a preferência pelo uso de
catracas tipo “guilhotina” [...], que possuem desenho universal e podem ser utilizadas por uma gama maior de
passageiros.”. 75
WRI (2016j2, p.69). 76
WRI (2016j2, p.70). 77
VERDI (2012; 2013).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.23)
O resultado do indicador “BRT IC (mapas)” do SisMob-BH é 0%.78
Conforme
adiantado na introdução desta nota técnica, podemos afirmar que, com uma ação que
supere a inacessibilidade dos mapas, capaz de alterar de 0% para 100% o resultado do
indicador “BRT IC (mapas)”, o indicador-chave estratégico aumenta em quatro pontos
percentuais, elevando-o de 62% para 66%.
A dificuldade a ser encontrada para superação desse problema é, certamente, a
escassez de referenciais comparativos, o que em nada altera a exigência de cumprimento
do que estabelece a legislação. Como bem destaca o relatório WRI: “As informações
devem ser passadas de forma clara, coerente, completa e, principalmente, inclusiva”.79
Fica aqui, desde já, a sugestão de se implantar, em cada estação, um mapa tátil para
que a pessoas cegas possam conhecer como elas funcionam. Esse tipo de equipamento já
existe implantado em estações de metrô, praças, museus e, até mesmo, em cinemas e
cinematecas de vários lugares do Brasil e do mundo. Vale aqui destacar: o relatório WRI
apresenta imagem de um mapa tátil existente em uma estação do metrô do Rio de Janeiro e
informa que “o metrô de Londres também disponibiliza aos usuários um mapa com as
estações livres de escadas e um guia de coimo planejar as viagens”.80
No que se refere ao elemento “sinalização”, o resultado do indicador “BRT IC
(sinalização)” do SisMob-BH relativo ao corredor Cristiano Machado é 51%.81
Esse
resultado está nove pontos percentuais abaixo da média do sistema (BRT IC = 62%). Isto
indica necessidade de priorizar o assunto, que deve ser tratado em paralelo com o anterior
(mapas). Tomando como base os planos de comunicação aqui citados, já existentes, e os
problemas detectados nas inspeções realizadas, pode-se afirmar que o corpo técnico da
BHTrans tem todas as condições para elaborar, a médio prazo, um novo e amplo plano de
comunicação/sinalização. A curto prazo pode-se implantar, certamente, o que vem sendo
demandado pelas pessoas com deficiência visual desde antes da inauguração do BRT e que
existe, há tempos, no metrô de Belo Horizonte: pessoal treinado nas estações para garantir
78
Indicador descrito no SisMob-BH como “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento
‘planos e mapas acessíveis’ do módulo de análise ‘elementos das plataformas’ do sistema BRT de Belo
Horizonte” conforme BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). 79
WRI (2016j2, p.70) 80
WRI (2016j2, p.70). 81
Indicador descrito no SisMob-BH como “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento
‘sinalização’ do módulo de análise ‘elementos das plataformas’” conforme BHTRANS (2017b2/aba Q100a-
geral).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.24)
o embarque/desembarque sem autonomia, mas com segurança.82
O lema precisa ser:
enquanto não se consegue oferecer autonomia a todos, que a segurança das pessoas com
deficiência seja garantida.
3.7 Venda de passagens
O relatório WRI trata desse desafio em dois elementos, denominados “bilheterias” e
“máquinas de venda automática de bilhete”. No SisMob-BH eles estão quantificados em
dois indicadores: “BRT IC (bilheterias)” com 40% de conformidade e “BRT IC
(máquinas)” com 25% de conformidade.83
Esses resultados foram obtidos com base na
avaliação de quatro diretrizes relativas às bilheterias e sete, às máquinas.
O relatório WRI é claro: “o modelo de bilheteria adotado nas estações do Move não
possui desenho universal e não atende ao recomendado na norma”.84
As máquinas de
venda automática de bilhetes alcançaram um dos piores resultados do checklist.
Resta-nos, tão somente, elaborar projeto-padrão de adaptação das bilheterias e
buscar uma nova especificação para as máquinas. Em seguida, precisaremos estabelecer
cronogramas de adaptação e/ou substituição de todas as bilheterias e máquinas de todas as
estações do sistema BRT Move. Vale aqui destacar, mais vez: nosso imperativo legal é a
busca de um sistema de mobilidade urbana com desenho universal.85
3.8 Vão entre ônibus e plataforma
Este é, certamente, um dos mais importantes requisitos de acessibilidade de um
sistema de BRT. No SisMob-BH há farta informação sobre o assunto.86
82
Acesse Instrução de Serviço em CBTU (2013a). 83
Esses indicadores são descritos, respectivamente, como “índice de conformidade com a acessibilidade do
elemento "bilheterias das plataformas" do módulo de análise "elementos das plataformas" do sistema BRT de
Belo Horizonte” e “índice de conformidade com a acessibilidade do elemento "máquinas de venda
automática" do módulo de análise "elementos das plataformas" do sistema BRT de Belo Horizonte”
conforme BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral). 84
WRI (21016j6, p.65). 85
Vale destacar que a eficácia da opção, na Área Central, pelas bilheterias nas calçadas (e não nas estações)
deverá ser também avaliada. 86
Acesse os verbetes “desnível”, “fronteira”, “fronteira com rampa”, “fronteira sem rampa” e “vão” em
BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.25)
Para deixar claro, desde já, que não estamos diante de um problema restrito ao BRT
de Belo Horizonte, convém destacar a conclusão a que chegaram especialistas que
avaliaram os dezesseis sistemas de BRT em operação no México: com diagnóstico da
acessibilidade em todos os sistemas BRT do México.
Outra falha importante que se encontrou foi que nenhuma unidade das
linhas de BRT se alinham a distâncias menores de 10cm em relação à
plataforma [...]. Isto expõe os usuários a uma série de acidentes no
momento de realizar o embarque e desembarque das unidades.87
O relatório WRI trata do assunto com base na avaliação de duas diretrizes do
checklist de acessibilidade, ambas formuladas com base no que estabelece a NBR 9050 da
ABNT.88
Elas são a base do assunto “nivelamento do ônibus com a plataforma” que, por
sua vez, é parte integrante do elemento “geral das plataformas”. Por esse motivo, o
relatório WRI não apresenta um indicador específico para esse desafio, ficando patente o
nosso desafio de criá-lo no SisMob-BH.89
É importante aqui apontar que os limites instituídos pela legislação brasileira em
2009, ratificados em 2016, são ainda mais rigorosos e mais difíceis de serem alcançados
que os seguidos pelos especialistas mexicanos em suas análises:
Para a transposição da fronteira, admite-se um vão máximo de 30mm e
uma diferença de altura de no máximo 20mm entre o ponto de parada e o
dispositivo para transposição de fronteira, se existir, e entre o dispositivo
para transposição de fronteira e o piso do veículo.90
Para a transposição de fronteira da PEV, em posição de operação, admite-
se um vão máximo de 30mm e uma diferença de altura de no máximo
20mm entre o ponto de parada e o dispositivo para transposição de
fronteira, se existir, e entre o dispositivo para transposição de fronteira e
o piso do veículo.91
87
Conforme EL PODER (2016a, p.9 - tradução livre, nossa). Acesse o verbete “acessibilidade no BRT” da
cidade/região México em BHTRANS (2017b2/aba Q100a-geral) para detalhes da avaliação feita em
dezesseis sistemas BRT que operam em Ciudad Juárez, León, Guadalajara, México-Cidade do, Monterrey,
Pachuca, Puebla. Em nova versão desta nota técnica incorporaremos resultados de auditoria do sistema que
são rotineiramente apurados pela BHTrans sobre ao assunto. 88
Essas diretrizes são tratadas pelo WRI como relativas a “desnível vertical [sic] máximo” e “vão horizontal
máximo” (WRI, 2016j6, p.24) 89
No Quadro 1 da Nota técnica de acessibilidade n.º 3 escrevemos que trata-se de um indicador “a definir”. 90
Conforme ABNT (2009a, p.4; 2011a, p.4). 91
Conforme ABNT (2016e, p.5).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.26)
Nenhum vão entre o veículo e a rampa de acesso, em posição de operação
e transporte, deve exceder 30mm.92
Convém aqui destacar trecho do relatório WRI:
A equipe que inspecionou a estação Cachoeirinha contou com a
participação de uma pessoa em cadeira de rodas, [que] devido ao desnível
existente [...] nesta estação, ficou impossibilitada de embarcar no veículo
por nove tentativas consecutivas. Mesmo com a existência de rampa
para vencer o vão horizontal, a existência do desnível vertical
impossibilitou o acesso de forma autônoma e independente da integrante
cadeirante da equipe.93
A importância do tema exigirá medidas que, desde já adiantamos, não serão simples
de especificar e nem de implantar. Estamos diante de uma concepção de sistema que não
priorizou a superação do problema e que, certamente, surgiria imediatamente após o início
de operação do novo serviço.94
4 Considerações finais
Pode-se concluir que o relatório WRI apresenta o primeiro amplo diagnóstico da
acessibilidade no BRT de Belo Horizonte. No que se refere especificamente à
acessibilidade, ele permite concluir que o BRT Move apresenta aspectos onde ajustes são
necessários como decorrência de incompatibilidades, sejam de planejamento, de projeto,
de implantação, de manutenção ou de operação. O resultado não poderia ser outro, ou seja,
um sistema que não é acessível.
O relatório WRI precisa ser conhecido pelo corpo técnico da BHTrans por meio de
uma estratégia de treinamento dos seus recursos humanos. Os profissionais que trabalham
nas diversas áreas devem ser capazes de, no futuro, agir para que não mais sejam
necessários os mesmos ajustes pós-inauguração.
92
Conforme ABNT (2016e, p.7). 93
WRI (2016j6, p.68 - grifo nosso). 94
Vale aqui ressaltar que o primeiro BRT em operação no mundo, de Curitiba, foi concebido para operar sem
esse problema. Isto, ainda na década de 1980. Acesse verbetes “fronteira com rampa” da cidade/região
“Curitiba”, verbete “rampa de acesso veicular automática”. Acesse também os verbetes “F tc enu” (com
fotografia ilustrativa), tanto da cidade/região “Curitiba” quanto “Quito”.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.27)
Como já antecipado, a meta é alcançar 100% em cada um dos indicadores
organizados pelo SisMob-BH. Para tanto, o planejamento estratégico da BHTrans precisará
assumir os indicadores (chave e de apoio) estratégicos aqui propostos.
Os encaminhamentos aqui sugeridos são de curto, médio e longo prazos conforme
se avalie, que seja possível adotá-los, respectivamente, até 2017, até 2020 e até 2024.95
Os
indicadores operacionais de acompanhamento, com resultados de 2016, junto com os
encaminhamentos para cada desafio/prazo estão sintetizados no Quadro 1, parte integrante
da Nota técnica de acessibilidade n.º 3.96
Finalmente, cumpre-nos ratificar que o assunto aqui tratado está inserido em um
processo permanente de produção de conhecimento. Cada nova atualização desta nota
técnica deve ser lida como uma contribuição ao alcance da meta de Acessibilidade para
Todos.
REFERÊNCIAS97
ABNT (2015a): ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR
9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. 3.ed. Rio
de Janeiro: ABNT, 2015. 148p.
BH (2013d): BELO HORIZONTE. Prefeitura. AMAR BH visa à acessibilidade e a
qualidade ambiental na cidade. Belo Horizonte, [março de 2013].
BHTRANS (2013i1/2/3): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Diretoria de Sistema Viário - DSV. Gerência de Projetos
de Trânsito - Gepro/DSV. Projeto de sinalização - BRT Área Central - Avenida Paraná e
Avenida Santos Dumont [três pranchas separadas]. Belo Horizonte: BHTrans, [2013].
BH (2014b): BELO HORIZONTE. Prefeitura. Secretaria Municipal de Planejamento
Urbano. Resultado final das votações dos dias 25/07, 19/07 e 02/08/2014 da 4ª
Conferência Municipal de Política Urbana. Belo Horizonte, ago. 2014. capa + p.9-532.
95
Os anos 2017 e 2020 são o primeiro e o último da gestão municipal eleita em 2016 que inicia em 1º de
janeiro de 2017. O ano 2030 é o horizonte do atual planejamento estratégico de longo prazo da PBH. Essas
datas guardam sintonia com proposta aprovada na 4ª Conferência Municipal de Política Urbana de Belo
Horizonte realizada em 2014 (BH, 2014b, p.452) ajustando-se o curto prazo de 2016 para 2017. 96
Este quadro não está aqui apresentado para evitar que informações iguais estejam em documentos
diferentes, o que geraria o risco de se atualizar um esquecendo-se do outro. 97
Todas as referências de todos os documentos citados na série Notas técnicas de acessibilidade da Pamu-
BH no Quadro 100c - Fontes dos dados abertos do SisMob-BH. Esse quadro é parte integrante do banco de
dados abertos do SisMob-BH que se encontra sempre disponível para baixar na home page da BHTrans em:
<http://www.bhtrans.pbh.gov.br/portal/page/portal/portalpublico/Temas/Observatorio/SISMOBBH-2013>.
Em sua grande maioria, são documentos com endereço eletrônico informado para acesso e/ou em arquivo que
podem ser remetidos, a pedido, a qualquer interessado.”. Aqui optamos por delas retirando, tão somente, os
seus endereços eletrônicos (que permanecem apresentados na aba “Q100c-fontes” do link citado).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.28)
BH (2015c): BELO HORIZONTE. Prefeitura. Projeto de Lei n.º 1.749/2015, de 22 de
setembro de 2015. Aprova o Plano Diretor do Município de Belo Horizonte e dá outras
providências. Diário Oficial do Município - DOM, Belo Horizonte, 3 dez. 2015 - edição
especial n.º 6.
BHTRANS (2015d1/d2/d3): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Instrução Normativa DPR n.º 02/2015, de 21 de
dezembro de 2015. Metodologia de gerenciamento de indicadores estratégicos, táticos e
operacionais. 10p. + Anexo I - Ficha para cadastro de indicador + Anexo II - Lista de
indicadores por tipo de indicador.
BHTRANS (2015v): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Acessibilidade Para Todos - Notas técnicas BHTrans de
acessibilidade. Belo Horizonte: BHTrans, 14 ago. 2015.
BHTRANS (2015x): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Acessibilidade Para Todos - Seminário Internacional em
BH discute uma cidade acessível para todos. Belo Horizonte: BHTrans, 14 ago. 2015.
BHTRANS (2015z): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. 4ª Reunião do Observatório da Mobilidade Urbana de
BH. Belo Horizonte: BHTrans, novembro 2015 (convite e programação).
BHTRANS (2015zb): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Diretoria de Sistema Viário - DSV. Relatório de
avaliação de potenciais riscos de acidentes de trânsito no rotor Paraná/Santos Dumont.
Belo Horizonte: BHTrans, abril de 2015. [12p.]
BHTRANS (2017b1): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Sistema de Informações da Mobilidade Urbana de Belo
Horizonte (SisMob-BH) [página inicial com apresentação e sumário na home page da
BHTrans]. Belo Horizonte: BHTrans, 18 jan. 2017.
BHTRANS (2017b2): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Sistema de Informações da Mobilidade Urbana de Belo
Horizonte (SisMob-BH). Dados abertos do SisMob-BH / aba Q100a-geral; aba Q100b-
totais; aba Q100c-fontes; Q100d-ODS11; abas 1.1 a 9.6; aba Q100e-FrotaOnibus. Belo
Horizonte: BHTrans, 2017.
BHTRANS (2014k1): EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO
HORIZONTE S.A - BHTRANS. Sistema de Informações da Mobilidade Urbana de Belo
Horizonte (SisMob-BH). Tabela 59 - Indicadores de fiscalização urbanística integrada.
Belo Horizonte, 26 ago. 2014.
BRASIL (2011b): BRASIL. Lei n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011. Regula o acesso
a informações previsto no inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no §
2o do art. 216 da Constituição Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990;
revoga a Lei no 11.111, de 5 de maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de
janeiro de 1991; e dá outras providências.
BRASIL (2015a): BRASIL. Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.29)
EL PODER (2016a): EL PODER DEL CONSUMIDOR. Elaboración del Documento:
Víctor Alvarado. Diagnóstico de accesibilidad de los sistemas BRT en México. Julio, 2016.
56p.
GCIF (2011): GLOBAL CITY INDICATORS FACILITY - GCIF. GCIF Profile
Indicators. [2011]. 5p.
ITDP (2015a): INSTITUTO DE POLÍTICAS DE TRANSPORTE &
DESENVOLVIMENTO - ITDP BRASIL. BRT MOVE Antônio Carlos Belo Horizonte
MG: relatório de recomendações segundo o padrão de qualidade de BRT. [Rio de
Janeiro]: ITDP, junho 2015. 30p.
OLIVEIRA (2014a): OLIVEIRA, Marcos Fontoura de. Ausências, avanços e
contradições da atual política de mobilidade urbana de Belo Horizonte: uma pesquisa
sobre o direito de aceso amplo e democrático ao espaço urbano. Tese (Doutorado em
Ciências Sociais) - Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Belo
Horizonte, 2014. 428p.
OLIVEIRA (2014b): OLIVEIRA, Marcos Fontoura de. A construção de um sistema de
informações da mobilidade urbana como condição para sustentar a revisão permanente
do Plano de Mobilidade Urbana de Belo Horizonte (PlanMob-BH). Belo Horizonte, ago.
2014. 15p.
PUTNAM (2006): PUTNAM, Robert D. Comunidade e democracia: a experiência da
Itália moderna. Tradução de Luiz Alberto Monjardim. 5.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
260p.
SAMIOS (2016): SAMIOS, Ariadne Amanda Barbosa. Entrevista concedida a Marcos
Fontoura de Oliveira sobre metodologia de elaboração do relatório WRI de inspeção.
Belo Horizonte, 15 nov. 2016.
VERDI (2012): VERDI DESIGN LTDA. Move - identidade visual do sistema e
sinalização das estações. Porto Alegre: Verdi, dezembro 2012. [apresentação - 85 slides]
VERDI (2013): VERDI DESIGN LTDA. Move - Manual de Sinalização - Estações de
Transferência - Corredores e Área Central. Porto Alegre: Verdi, 28 de novembro de 2013.
110p.
WRI (2016j1): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Workshop
Acessibilidade para Todos. Porto Alegre, março de 2016. [47slides - apresentação de Paula
Santos Rocha em 08/03/2016]
WRI (2016j2): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. WRI Ross Center
for Sustainable Cities. Inspeção de acessibilidade [do] BRT MOVE - Resultado -
Workshop Acessibilidade para Todos. Porto Alegre, novembro de 2016. [64 slides -
apresentação de Paula Santos Rocha e Ariadne Samios na BHTrans/Belo Horizonte em
16/11/2016]
WRI (2016j3): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Checklist de
acessibilidade [para] corredores ônibus e BRT - Workshop Acessibilidade para Todos.
Porto Alegre, 8 de março de 2016. [48p.]
WRI (2016j6): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Inspeção de
acessibilidade do Move Belo Horizonte - Workshop Acessibilidade para Todos. Porto
Alegre, novembro de 2016. 192p.
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.30)
WRI (2016j7): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Inspeção de
acessibilidade do Move Belo Horizonte - Workshop Acessibilidade para Todos. Porto
Alegre, novembro de 2016. - tabela qualitativa p.39.
WRI (2016j8): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Planilha em excel
com resultados de IC do relatório "Inspeção de acessibilidade do Move Belo Horizonte -
Workshop Acessibilidade para Todos" [planilha original WRI de novembro/2016]. Porto
Alegre, novembro de 2016.
WRI (2016j9): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Planilha em excel
com resultados de IC do relatório "Inspeção de acessibilidade do Move Belo Horizonte -
Workshop Acessibilidade para Todos" [planilha original WRI de novembro/2016 ajustada
por BHTrans para conter resultados de indicadores previstos no SisMob-BH]. Belo
Horizonte, dezembro de 2016.
WRI (2016j10): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Planilha em excel
com resultados de IC do relatório "Inspeção de acessibilidade do Move Belo Horizonte -
Workshop Acessibilidade para Todos" [planilha original WRI de novembro/2016 ajustada
por BHTrans para conter resultados de indicadores previstos no SisMob-BH, bem como
com acerto em resultados de "planos e mapas acessíveis"]. Belo Horizonte, dezembro de
2016.
WRI (2016j11): WORLD RESOURCES INSTITUTE - WRI BRASIL. Workshop avalia
acessibilidade no sistema BRT de Belo Horizonte. Porto Alegre: WRI, 11 mar. 2016.
ASSINATURAS
Nota técnica elaborada por
Marcos Fontoura de Oliveira - analista de transportes e trânsito (DPL) da Empresa de
Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Eveline Prado Trevisan - superintendente (DSV) da Empresa de Transportes e Trânsito de
Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Isabel Cristina Cardoso de Lima - analista de projetos (DSV) da Empresa de Transportes e
Trânsito de Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Liliana Delgado Hermont - superintendente (DTP) da Empresa de Transportes e Trânsito
de Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Maria Odila de Matos - superintendente (DRO) da Empresa de Transportes e Trânsito de
Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Revisores
Gilvan Madalena Marçal - analista de comunicação da ACM/BHTrans
Patrícia Maria Silva Moreira - DPL - analista de transportes e trânsito da DPL/BHTrans
Agradecimentos
José Celso Lana Santos Neto - Gerência de Gestão Operacional do BRT (GGBRT/DTP) da
Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Nota técnica de acessibilidade n.º 4 - versão A / 23 jan. 2017 (p.31)
Rafael Murta Resende - Gerência de Apoio e Manutenção das Estações BRT/MOVE
(GECOR/DTP) da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S.A. (BHTrans)
Organização e elaboração do relatório WRI
Paula Santos Rocha
Ariadne Samios
Lívia Zoppas Ferreira
Revisores internos do relatório WRI
Lara Schmitt Caccia
Virginia Bergamaschi Tavares
Revisores externos do relatório WRI
Marcos Fontoura de Oliveira - BHTrans
Flávia Pinheiro Tavares Torres - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas
Gerais (Crea/MG)
Ronaldo Guimarães Gouvêa - Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG)
Ana Marcela Ardila Pinto - Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG)