Upload
others
View
4
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
______________ ___________________________________________. Relato de Caso Clínico
Planejando a estética do sorriso: Como conseguir um sorriso
bonito e jovial?
Daniele Cristina de SOUZA¹, Marcelo de Morais CURADO2
Resumo
A procura pela estética do sorriso tem se tornado algo comum nos consultórios odontológicos e com
isso os pacientes estão cada vez mais exigentes com os tratamentos odontológicos. O sorriso é uma expressão
facial popular e não só é fundamental na percepção da influência da face, como também está relacionado com
a satisfação de diversas características psicológicas dos indivíduos. Para ter uma aparência atraente do sorriso é
necessário ter uma harmonia facial de forma natural. Um sorriso jovem e atrativo é definido por meio do
comprimento dos incisivos centrais também mencionados como “sorriso gaivota". Este artigo tem como objetivo
relatar um caso clínico de reabilitação estética do sorriso por meio de um tratamento ortodôntico, com ênfase
no diagnóstico e planejamento estético. Desta forma conseguimos reestabelece padrões estéticos deixando o
sorriso harmônico e jovial.
Palavras- chave: Exposição Incisal, Sorriso, Estética, Arco do sorriso, Ortodontia. 1 Acadêmica do curso de odontologia Unifaciplac ²Especialista e Mestre em Ortodontia pela São Leopoldo Mandic, Professor de Epidemiologia, Bioética, TCC 2 e Ortodontia da Faculdades Integradas do Planalto Central – UniFACIPLAC. - Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias citados nesse artigo. Categoria: Relato de Caso Área: Ortodontia
Introdução
A busca pela aparência perfeita há
algum tempo tem sido algo frequente, e para
alcançar este padrão de beleza muitas vezes é
necessária à participação de uma equipe
multidisciplinar. Essa demanda está presente
no dia-a-dia dos consultórios odontológicos.
Para conseguir um sorriso belo um conjunto de
características deve ser observado como:
proporção, 1,2 simetria1, 2,3 e harmonia. 2,3
O sorriso vai além de uma expressão
facial ou um ato que mostra simpatia, está
relacionado ao sucesso profissional. 3 Para ter
uma aparência atraente do sorriso é necessário
ter uma harmonia facial de forma natural e,
além disso, é fundamental seguir algumas
referências baseadas em evidências científicas
como: arco do sorriso (curvatura do sorriso /
smile arc);4,5,6 o corredor bucal;3,4,5,6 a
quantidade de exposição gengival no
sorriso;3,4,6 a presença de assimetrias gengivais
e incisais;5,6,7 a presença de diastemas na
região anterossuperior;6 a presença de desvios
de linha média e alterações nas inclinações
axiais dentárias;2,6 a proporção,1,2,4,6 o
tamanho1,2,4,5,6 e a simetria dos incisivos
superiores,1,2,3,6 dentre outros fatores.
A influência da exposição incisal na
78
estética do sorriso é relevante para alcançar
resultados significativos na busca por
equilíbrio, atração e rejuvenescimento. Uma
das consequências fisiológicas da idade em
relação o sorriso é a perda do tônus do tecido,
o que leva ao alongamento do lábio superior e,
com isso, diminuindo a exposição dos dentes
anteriores superiores. Já no lábio inferior, a
diminuição do tônus muscular leva a depressão
do lábio com consequente aumento da
exposição dos incisivos inferiores.2,13
Um sorriso com aparência jovial é
caracterizado pela exposição dos incisivos
superiores.5
Arco do sorriso é descrito como ideal
quando as bordas incisais dos dentes
superiores formam um arco que acompanha
suavemente o contorno do lábio inferior. 4,6,7,9
O arco do sorriso também tem uma influência
na harmonia dento-facial5 e a negligência de
uma avaliação criteriosa dessa característica
resultar em sorriso menos atrativo.4
Este artigo tem como objetivo relatar
um caso clínico de reabilitação estética do
sorriso por meio de um tratamento
ortodôntico, com ênfase no diagnóstico e
planejamento estético.
Revisão de Literatura
“O sorriso é o nosso cartão de visita” é uma
expressão popular, bastante conhecida, deve
ser analisada, uma vez que já existe estudos
científicos que destaca o sorriso como o
elemento mais importante no contexto da
estética dentofacial.6
O sorriso, não só é fundamental na
percepção da influência da face, como também
está relacionado com a satisfação de diversas
características psicológicas dos indivíduos. A
existência ou não de alterações deletérias no
sorriso tem influência significativa sobre com
se percebe e se analisa outros indivíduos. Essas
alterações negativas no sorriso podem atingir
avaliações de personalidade, conhecimento
estabilidade emocional, sexualidade, bem
como as intenções comportamentais para
exercer a interação com os outros. 6, 11,13
Variações nas bordas incisais dos
dentes anteriores superiores por fenômenos
multifatoriais como o envelhecimento,
bruxismo, erosão química, má-oclusão e perda
da dimensão vertical podem modificar o arco
do sorriso para uma curva reversa ou uma reta,
proporcionando desarmonia na estética
sorriso.1,5
A posição da borda incisal dos dentes
anteriores apresenta enorme importância
estética e funcional, uma vez que permite a
desoclusão dos dentes posteriores nos
movimentos excursivos e a fonação. A
quantidade de exposição dos dentes muda
com a idade e sexo. A quantidade média de
dentes expostos diminui com a idade para os
dentes superiores e aumenta para os
inferiores. Quanto mais as margens são
expostas, mais jovem o paciente apresenta. 8,10
O esperado é que a linha formada pelas
bordas incisais dos dentes anteriores crie uma
forma de “prato fundo”, onde os incisivos
centrais se posicionam coronalmente em
79
relação aos incisivos laterais e caninos, de
maneira que se mantenham em equilíbrio com
as outras linhas do sorriso. 9(Figura 1)
Figura 1: Prato fundo Fonte: Câmara, 2010.9
Um sorriso jovem e atrativo é definido
por meio do comprimento dos incisivos
centrais superiores que corresponde ao
comprimento dos caninos superiores e pelos
incisivos laterais 0,5 ou 1,0 mm menores,
também mencionados como “sorriso gaivota".5
Na obtenção do desenho ideal do
contorno incisal da zona estética, o degrau
entre incisivos centrais e laterais deve ser de
1,0 a 1,5mm, no sexo feminino, e de 0,5 a
1,0mm, no sexo masculino. Este dado
demonstra que arcos mais convexos são os
ideais para o sexo feminino. Para o sexo
masculino, arcos convexos, ou mesmo planos.6
A avaliação da exposição dos incisivos
superiores é relevante para o planejamento
estético do sorriso e deve ser realizada com
boca entre aberta e os lábios em repouso. Essa
exposição ideal seria cerca de 3mm, onde
valores menores promovem um aspecto de
dentição envelhecida.14(Figura 2)
Figura 2: Exposição incisal superior visualizada com a boca semi-aberta. Fonte: Curado, 2017.
Em posição de repouso dos lábios, a
quantidade de exposição dos incisivos
superiores aponta valores de
aproximadamente 2 a 4,5mm nas mulheres e
de 1 a 3mm nos homens. Essa característica
está de modo direto relacionado com o aspecto
jovial do sorriso, sendo desejada a sua
diminuição ao longo da vida (pelo alongamento
do lábio superior, devido ao processo de
maturação e envelhecimento dos tecidos).4
A idade está associada às alterações
ocorridas no sorriso com isso existem algumas
referências que vale enfatizar para que no
tratamento seja alcançado um resultado com
fundamento científico. Até os 30 anos de idade,
a exposição dos incisivos superiores com os
lábios levemente separados é de 3,5mm. Este
valor cai drasticamente para 1,5mm dos 30-40
anos e sucessivamente para 1,0mm (40-50
anos), 0,5mm (50-60 anos) e 0,0mm (mais de
60 anos)5
Relacionando os gêneros em relação à
exposição dos incisivos centrais superiores em
repouso, o estudo expôs que não há distinção
significativa (p<0,05) onde o gênero feminino
expõe mais os incisivos centrais superiores
80
(1,9) do que o gênero masculino (1,5).5
A quantidade média de dentes
expostos diminui com a idade para os dentes
superiores e aumenta para os inferiores.
Quanto mais as margens são expostas, mais
jovem o paciente parece. Em um paciente
jovem a quantidade de margem incisal dos
incisivos superiores é de aproximadamente 2 a
3 mm, enquanto numa idade mais avançada a
margem incisal encontra-se desgastada e não
fica exposta. Em média as mulheres expõem
mais os dentes superiores do que os homens –
3,40mm para as mulheres e 1,91mm para os
homens em média. 1,12
Exposição incisal entre as faixas etárias
de 15 a 25 anos se mostrava 3,8mm para o
gênero masculino e 4,8mm para o gênero
feminino enquanto a faixa etária de 50 a 55
anos a exposição era de 3,58mm para o gênero
masculino e 2,28mm para o gênero feminino.7
Gradativamente pacientes e
profissionais têm apontado a real importância
de ter dentes bonitos e sorriso atraente para
uma convivência social favorável, e como
estimulo de uma autoimagem positiva. 11 Uma
condição agradável da curvatura do sorriso se
define pela conformação convexa da mesma
seguindo a curvatura do lábio inferior durante
o sorriso. Onde o grau de curvatura, até certo
ponto, reforça a expressão individual do
paciente, enquanto um arco côncavo tende a
gerar um impacto negativo. 12
“O alinhamento dentário correto deve
produzir um efeito estético similar a uma
curva, determinada pela borda incisal dos
dentes anteriores superiores. Durante o sorriso
“social”, esta curva acompanha a curvatura do
lábio inferior, como se as bordas incisais
descansassem sobre este lábio.” (Figura 3)
Figura 3: Arco do sorriso. Fonte: Azenha, 2008.14
Linha do sorriso é analisada durante o sorriso
amplo aquele que ocorre espontaneamente, e
se verifica a quantidade de exposição gengival
de acordo com a elevação do lábio superior. A
linha do sorriso considerado normal permite a
exposição total dos incisivos superiores com,
no máximo de 2mm de gengiva exposta.
Quando a exposição for parcial dos incisivos,
considera-se a linha do sorriso baixa. E se
houver mais de 2mm de gengiva exposta,
pode-se dizer que alinha do sorriso é alta,
indicando para um sorriso gengival.14
(Figura 4)
Figura 4: Linha do sorriso: A) Baixa, b) Normal e C) Alta. Fonte: Azenha, 2008.14
É considerada uma exposição gengival
dentro dos padrões de normalidade quando
expõe de 1 mm a 3mm, entretanto este critério
apresenta alterações de acordo com a idade e
81
gênero. Os homens exibem uma menor
exposição gengival que as mulheres e crianças.
No entanto, a exposição gengival do sorriso
estiver 4mm ou maior que este valor o sorriso
é tido como não estético. 1,4,7,15
Relato do Caso Clínico
Paciente procurou tratamento em
clínica particular com a seguinte queixa
principal: “Gostaria de corrigir meus dentes
tortos e melhorar meu sorriso” SIC. Ao exame
clínico intra bucal notamos presença de
apinhamento ântero – inferior e superior,
sendo a discrepância negativa inferior
moderada e a superior suave. Oclusão
posterior ótima com Classe I de angle, classe I
de canino bilateral. A sobremordida e a
sobressaliência satisfatórias.(Figuras de 5A-5E)
Figura 5: Fotografias iniciais – A) Lateral direita, B) Frontal, C) Lateral esquerda, D) Oclusal superior e E) Oclusal inferior. Fonte: Curado, 2017.
Durante a avaliação estética do sorriso,
pode-se observar exposição gengival
assimétrica nas regiões posterior e anterior,
com maior exposição gengival posterior e linha
do sorriso baixa. Além disso, presença de arco
do sorriso invertido (Figura 6). Com os lábios
em repouso e a boca entre aberta, nota-se
exposição incisal superior diminuída e inferior
aumentada (Figura 7). A quantidade de
exposição incisal também pode ser avaliada
por meio da telerradiografia em norma lateral
(Figura 8).
Figura 6: Close do sorriso – inicial. Fonte: Curado, 2017.
Figura 7: Fotografia com a boca semi-aberta. Fonte: Curado, 2017.
A B C
D E
82
Figura 8: Telerradiografia inicial. Fonte: Curado, 2017.
Para correção dos problemas
levantados no diagnóstico, definimos o
seguinte plano de tratamento para reabilitação
dentária e da estética do sorriso:
✓ Objetivos Dentários:
o Manter a oclusão posterior de classe I
de molar e canino.
o Corrigir apinhamento anterior superior
e inferior.
✓ Objetivos em relação ao Sorriso:
o Aumentar exposição incisal superior e,
com isso, melhorar o arco do sorriso e
a exposição do gengival.
o Diminuir a exposição incisal inferior.
Em relação aos objetivos dentários, é
relevante ressaltar a importância de se planejar
como acontecerá a correção do apinhamento
mantendo a posição dos incisivos inferiores
para evitar que a correção da discrepância
negativa seja feita por meio de inclinação
vestibular dos incisivos com comprometimento
da sobressaliênica e / ou com cruzamento
anterior da mordida. Para tanto, foram
realizados os desgastes interproximais afim de
criar o espaço necessário para correção do
apinhamento (Figura 8).
Figura 9: Presença de diastema interproximal adquirido após desgaste interproximal. Fonte: Curado, 2017.
Para atingir todos os objetivos
propostos relacionados ao sorriso, é necessário
um planejamento individualizado minucioso.
Além disso, é preciso realizar um
posicionamento dos acessórios ortodônticos
com precisão e observando a prescrição de
cada acessório. Com isso, é possível alcançar
todos estes objetivos, gradualmente, desde o
início da montagem do aparelho ortodôntico.
Foi então proposto ao paciente o
tratamento com aparelho fixo superior e
inferior. O mesmo consentiu e autorizou a
realização do tratamento. Procedemos com a
montagem do aparelho inferior de segundo a
segundo molar (Figura 10). Nesse momento, é
possível observar um desnível entre os
acessórios dos elementos 34 / 44 e o 33 / 43
que resultou num degrau onde o fio vai
promover a intrusão dos dentes anteriores
inferiores.
83
Figura 10: A) Fotografia lateral direita e B) Fotografia lateral esquerda. Fonte: Curado, 2017.
Em seguida, com o avanço do
alinhamento e nivelamento notamos a
correção do apinhamento ântero-inferior
existente (Figura 11) e intrusão dos dentes de
33 a 43 que pode ser confirmado com as
fotografias laterais (Figura 12), fotografia do
close do sorriso (Figura 13) e a telerradiografia
lateral (Figura 14) após 6 meses de tratamento.
Vale ressaltar ainda uma manutenção da
oclusão cúspide – fosse na região posterior.
Figura 11: Fotografia oclusal inferior com close na região anterior. Fonte: Curado, 2017.
Figura 12: A) Fotografia lateral direita e B) Fotografia lateral esquerda, ambas após 6 meses de tratamento. Fonte: Curado, 2017.
Figura 13: Fotografia com a boca semi-aberta após 6 meses de tratamento. Fonte: Curado, 2017.
B
A
A
B
84
Figura 14: Telerradiografia após 6 meses de tratamento. Fonte: Curado, 2018.
Neste momento, realizamos a
montagem do aparelho superior com uma
colagem individualizada, criando um degrau
entre os acessórios dos elementos 14 / 24 e o
13 / 23 que resultou num desnível com o
intuito de promover a extrusão dos dentes
anteriores superiores.
Figura 15: Fotografia frontal no momento da montagem do aparelho superior. Fonte: Curado, 2018.
Figura 16: A) Fotografia lateral direita e B) Fotografia lateral esquerda, no momento da montagem do aparelho superior. Fonte: Curado, 2018.
Figura 17: Fotografia – A) oclusal superior, B) oclusal inferior. Fonte: Curado, 2018.
B
A
A
B
85
Após 1 ano e 3 meses de tratamento é
possível observar que os objetivos dentários
foram todos alcançados: correção do
apinhamento anterior superior e inferior
(Figura 17), assim como a manutenção da
relação oclusal posterior em classe I de canino
e molar (Figura 18).
Adicionalmente, vale ressaltar que, no
início do tratamento, o zênite gengival do
dente 44 encontrava-se apical em relação ao
zênite do dente 43 (Figura 10A) e nesta fase
final apresenta-se numa oposta (Figura 18A).
De maneira semelhante, pode-se notar que o
zênite gengival do dente 34 encontrava-se
ligeiramente para coronal em relação ao 33
(Figura 10A) e atualmente, nota-se um desnível
mais acentuado. Esta situação gengival mostra
que, de fato, houve uma intrusão dos dentes
anteriores inferiores.
Figura 18: A) Fotografia lateral direita e B) Fotografia lateral esquerda com 1 ano e 3 meses após o início do tratamento. Fonte: Curado, 2018.
Avaliando os objetivos estéticos
relacionados ao sorriso, já na fase de
finalização do tratamento ortodôntico,
notamos um aumento significativo da
exposição dos incisivos superiores, assim como
uma diminuição da exposição dos incisivos
inferiores. Este ganho estético pode ser
comprovado com a visualização da fotografia
do close do sorriso (Figura 19) e da
telerradiografia atual (Figura 20).
Figura 19: Fotografia com a boca semi-aberta com 1 ano e 3 meses após o início do tratamento. Fonte: Curado, 2018.
Figura 20: Telerradiografia com 1 ano e 3 meses após o início do tratamento. Fonte: Curado, 2018.
86
Ainda a respeito dos objetivos estéticos, com a extrusão dos incisivos superiores, nota-se um sorriso “social” com um arco do sorriso bem delineado (Figura 21) e um sorriso “espontâneo” onde a curvatura referente a borda incisal de todos os dentes superiores encontra-se paralela a curvatura do lábio inferior (Figura 22). Além disso, a exposição gengival encontra-se simétrica na região posterior e anterior. Estes ganhos estéticos evidenciam um sorriso mais harmônico e estético em relação a situação inicial, pré tratamento.
Figura 21: Fotografia do close do sorriso – social com 1 ano e 3 meses após o início do tratamento. Fonte: Curado, 2018.
Figura 22: Fotografia do close do sorriso – espontâneo com 1 ano e 3 meses após o início do tratamento. Fonte: Curado, 2018. Discussão
O sorriso é reconhecido como o
elemento mais importante do contexto
dentofacial dessa forma, presença de
alterações deletérias no sorriso tem uma
influência significativa bem como se percebe e
analisa o sorriso. Tais alterações negativas
podem atingir a personalidade, conhecimento,
estabilidade emocional, intenções
comportamentais. 6
O diagnóstico de exposição incisal
pode ser feita tanto por meio de
teleradiografias ou fotografias.17,18 O caso
relatado apresentava uma exposição incisal
superior menor do que é indicado para sua a
idade 5,6,7 e com o tratamento ortodôntico
conseguimos aumentar a exposição incisal
superior alcançando uma exposição
compatível com individuo 10 a 15 anos mais
jovem.3,7 O paciente exibia exposição incisal
inferior aumentada evidenciando uma
condição de senilidade, com isso já que a
exposição menor denota mais jovialidade,
procedemos com a diminuição da exposição
incisal inferior alcançando uma situação mais
compatível com sua idade. 3,7,15
O arco do sorriso precisa idealmente
acompanhar a curvatura do lábio inferior, o
que acontecia no paciente exclusivamente nos
dentes posteriores, de molar a pré-molar,
bilateralmente. Em contrapartida, a região
anterior mostrava um sorriso invertido, que é
que gera o maior comprometimento
estético.14,15,16 Com o progresso do tratamento,
conseguimos verificar uma melhora do arco do
sorriso onde é possível notar uma curvatura
das bordas incisais formando uma linha
paralela que acompanha o contorno do lábio
inferior envolvendo inclusive os dentes
anteriores, evoluindo de um sorriso invertido
87
para um arco do sorriso bem delineado.
No caso descrito, o paciente não
apresentava uma relação de prato fundo9 ou
sorriso de gaivota5, portanto, optamos por
criar um discreto degrau entre o incisivo
central e lateral de 0,5mm, valor este
compatível com a idade e gênero do
paciente.4,15
A exposição gengival durante o sorriso,
em homens, é de 1 a 3mm.1,7,15 Na foto inicial
do caso descrito é possível observar assimetria
na exposição gengival, onde evidenciava linha
do sorriso baixa e exposição gengival posterior.
Já na fase final do tratamento observa uma
exposição gengival harmônica na região
anterior e posterior. 1,4,7,15
Conclusão
O objetivo desse artigo foi trazer
ferramentas para possibilitar o diagnóstico e
planejamento para reabilitação estético do
sorriso ilustrado por meio do relato de caso.
Essa abordagem possibilita ganhos estéticos,
com ênfase na obtenção de um sorriso
harmônico e jovial.
Planning the smile aesthetics: How to achieve a beautiful and jovial smile? Abstract
The search for aesthetics of the smile has become commonplace in the dental offices and with this the patients are increasingly demanding with the dental treatments. The smile is a popular facial expression and is not only fundamental in the perception of the influence of the face, but also related to the satisfaction of several psychological characteristics of individuals. To have an attractive smile appearance it is necessary to have a natural harmony of the face. A young attractive smile is defined by the length of the central incisors also referred to as "gull smile." This article aims to report a clinical case of smile aesthetic rehabilitation through orthodontic treatment, with emphasis on aesthetic diagnosis and planning .This way we can reestablish aesthetic standards leaving the smile harmonious and jovial.
Descriptors: Incisal Exposure, Smile, Aesthetics, Smile Arc, Orthodontics.
88
Referências
1. Gimenez, Fernanda Nardi. A estética do sorriso. 2016. 63 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Odontologia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2016.
2. Calza, Joseane Viccari. Análise Estétca- Inter-relação dentofacial. 2007. 67 f. Monografia (Especialização) - Curso de Odontologia, Unidade de Ensino Superior Ingá, Passo Fundo, 2007.
3. Colonhese Delalíbera, HV, Chicarelli da Silva, M, Corrêa Pascotto, R, Hissashi Terada, H, Sano Suga Terada, R. Avaliação estética de pacientes submetidos a tratamento ortodôntico. Acta Scientiarum. Health Sciences [Internet]. 2010;32(1):93-100. Recuperado de: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=307226626011
4. Seixas, Máyra Reis; COSTA-PINTO, Roberto Amarante and ARAUJO, Telma Martins de. Checklist dos aspectos estéticos a serem considerados no diagnóstico e tratamento do sorriso gengival.Dental Press J. Orthod. [online]. 2011, vol.16, n.2, pp.131-157. ISSN 2176-9451. http://dx.doi.org/10.1590/S2176-94512011000200016.
5 . I t i k a w a D B , O l i v e i r a M B R G , C a r d o s o P C , Lucca PCC. O impacto do aumento dos incisivos na atratividade e rejuvenescimento Rev Odontol Bras Central. 2010; 19 (49).
6. Machado, Andre Wilson. 10 commandments of smile esthetics. Dental Press J. Orthod. [online]. 2014, vol.19, n.4, pp.136-157. ISSN 2176-9451. http://dx.doi.org/10.1590/2176-9451.19.4.136-157.sar.
7. Suzuki L, Machado AW, Bittencourt MAV. Avaliação da influência da quantidade de exposição gengival na estética do sorriso. Dental Press J Orthod. 2011 Sept-Oct;16(5):37.e1-10.
8. Mondelli J. Estética e cosmética em clínica integrada restauradora. 1st ed. São Paulo. 2003.
9. Camara CA. Estética em Ortodontia: seis linhas horizontais de sorriso. Dent Press J Orthod 2010; 15: 118-31.
10. Kaya, Burçak & Uyar, Ruzin. (2013). Influence on smile attractiveness of the smile arc in conjunction with gingival display. American journal of orthodontics and dentofacial orthopedics : official publication of the American Association of Orthodontists, its constituent societies, and the American Board of Orthodontics. 144. 541-7. 10.1016/j.ajodo.2013.05.006.
11. Rodrigues, Caroline de Deus Tupinambá. Percepção da atratividade do sorriso em função de variações nas normas estéticas, nível de conhecimento dos avaliadores e enquadramento fotográfico. 2005. 151 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Odontologia de Araraquara, 2005. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/89653>.
12. Francischone A, Mondelli J. A ciência da beleza do sorriso. Revista Dental Press Estética. 2007
13. Shéhérazade Yvonne Fatima Deyla Análise Estética do Sorriso: Ponto de Vista Ortodôntico Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências de Saúde 2017
14. Azenha, CR; Macluf EF. Protocolos em ortodontia: Diagnóstico, planejamento e mecânica. 1° ed. Napoleão; 2008. p. 106-113.
15. Alexandre, Carla Filipa Mateus. Análise Estética Do Sorriso. 2011.
16. Rodrigues, Caroline de Deus Tupinambá Percepção da atratividade do sorriso em função de variações nas normas estéticas, nível de conhecimento dos avaliadores e enquadramento fotográfico Araraquara : [s.n.], 2005.
17. Colombo, V. L.; Moro, A.; Rech, R.; Verona, J.; Costa, G. C. A Análise facial frontal em repouso e durante o sorriso em fotografias padronizadas. Parte I – Avaliação em repouso R Dental Press Ortodon Ortop Facial Maringá, v. 9, n. 3, p. 47-58, maio/jun. 2004
18. Colombo, V. L.; Moro, A.; Rech, R.; Verona, J.; Costa, G. C. Análise facial frontal em repouso e durante o sorriso em fotografias padronizadas. Parte II: Avaliação durante o sorriso. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial [online]. 2004, vol.9, n.4, pp.86-97. ISSN 1980-5500. http://dx.doi.org/10.1590/S1415-54192004000400009.