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7/23/2019 PIBID Filosofia UFABC
http://slidepdf.com/reader/full/pibid-filosofia-ufabc 1/3
7/23/2019 PIBID Filosofia UFABC
http://slidepdf.com/reader/full/pibid-filosofia-ufabc 2/3
50 Anais do Simpósio do PIBID/UFABC, v. 01, 2012 - ISSN 2316-5782
didática. Há, sim, que apresentar uma fundamen-tação filosófica para a questão posta. (VELASCO,2011, p. 31)
No subprojeto Filosofia do Programa Institucionalde Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID/CAPES)da Universidade Federal do ABC (UFABC), estu-
dos sobre o Ensino de Filosofia sob uma perspectivafilosófica vêm sendo realizados como forma desubsidiar a formação dos licenciandos e futurosdocentes. Temos defendido e considerado de sumaimportância os estudos da chamada Filosofia doEnsino de Filosofia.
O diálogo possível entre filosofia e sala de aula pre-cisa ser construído a partir de fundamentos teóri-cos sobre a identidade da filosofia e do filosofar,a função e a finalidade da disciplina em questão,“o que” ensinar e “como” fazê-lo, as relações entre
filosofia e sua história e, igualmente, entre filosofiae educação. Faz-se necessária, pois, uma filosofiado ensino de filosofia. (VELASCO, 2011, p. 29).
Partimos, assim, para a necessidade do licen-ciando, e do licenciado, colocar em construção umaconceituação do que considera sendo Filosofia;assim como desenvolver tal conceito. Tambémcolocamos a possibilidade de transmissão de suadefinição para os alunos aos quais ministrará asaulas, e a indispensável realização de pesquisasna sua área de estudo.
No PIBID, também se coloca a presença de re-uniões e diálogos sobre o que se ensina. O caráterreflexivo, próprio da Filosofia, é sempre presente.Não podemos deixar de pensar e repensar nossapráxis.
O presente trabalho é fruto de pesquisas realiza-das no âmbito do PIBID/UFABC, as quais visamoferecer suporte teórico para as reflexões e práticasrealizadas neste processo de iniciação à docência.
Com o intuito de tomar o ensino de filosofia comoproblema filosófico de pesquisa, notamos que opróprio cotidiano e ambiente da sala de aula colocaquestões que poderiam ser objeto de reflexão filosó-fica. O professor de filosofia, desde o começo de suagraduação, se depara com pontos de interrogação,e não apenas os que aqui foram apresentados(poderíamos considerar outros, presentes no seucotidiano, seja na Escola ou fora dela, mas nosrestringiremos àqueles que se referem ao nossoobjeto de pesquisa: o ensino de filosofia). Desde o“seu início, a atividade de ensino ou transmissãoda filosofia esteve estreitamente ligada ao seu de-
senvolvimento” (CERLETTI, 2009, p. 13) e, emboratenhamos passado por um processo de institu-cionalização da mesma, não podemos negar sua
ligação ainda existente e possível. Se tantas são asquestões, é estranho que em alguns lugares aindase considere o educador como mero transmissor deconteúdos, até porque, lembrando Paulo Freire:“ensinar não é transferir conhecimento, mas criaras possibilidades para sua própria produção ou asua construção” (FREIRE, 2011, p. 47).
Defende-se, pois, que além do licenciando vir a setornar um professor de filosofia, deve-se tornartambém um filósofo: um filósofo da sua própriapráxis. Se o educador não busca respostas para asperguntas imanentes do seu ofício enquanto profes-sor de filosofia, possivelmente não desenvolveráplenamente sua capacidade de lecionar essa disci-plina, pois, se não busca realizar caminhos rumo àconceituação, à argumentação e à problematização,próprias de sua área, como irá auxiliar seus alunosa realizá-los?
As vias para a realização passam primeiramentepela reflexão - própria do conhecimento filosófico- sobre o que se ensina e qual o papel que se estádesempenhando.
Contrário a certa tradição universitária que valoraos bacharelados em detrimento das licenciaturas,o presente trabalho defende que o licenciando é,sim, apto a pesquisar. É um educador-pesquisadorem potencial, pois, longe da pesquisa e da docên-cia em filosofia se excluírem mutuamente, elas se
complementam e criam possibilidades uma para aoutra. Ademais, dentro do Programa Institucionalde Bolsas de Iniciação à Docência, há a possi-bilidade do licenciando experienciar a docênciadurante o seu processo de formação, permitindoao futuro docente de filosofia ser “problematizadopela contingência de seu próprio presente e pelofazer filosófico em seu dever de ofício: ser professor”(GELAMO, 2009, p. 32).
Observamos que, na formação do professor defilosofia, não basta o conteúdo aliado a técnicas
pedagógicas. Sua formação passa também pelaformação de um filósofo, crítico aos pressupostosdo seu ato de ensinar e aprender. O subprojetoFilosofia do PIBID/UFABC se coloca a partir deum panorama onde o diálogo entre a filosofia eseu ensino é constante, construindo uma reflexãocontínua, importante e necessária, sobre o ensinode filosofia como problema filosófico.
Referências bibliográcas:
CERLETTI, Alejandro. O Ensino de Filosofia comoproblema filosófico. Trad. Ingrid Müller Xavier.Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2009.
7/23/2019 PIBID Filosofia UFABC
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51 Anais do Simpósio do PIBID/UFABC, v. 01, 2012 - ISSN 2316-5782
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberesnecessários à prática educativa. São Paulo: Paze Terra, 2011.
GELAMO, Rodrigo Pelloso. Ensino de Filosofiapara não-Filósofos. Filosofia de ofício ou ofíciode professor: os limites do filosofar. Educ. Soc.,
Campinas, vol. 28, n. 98, p. 231-252, jan./abr.2007
VELASCO, Patrícia Del Nero. Notas sobre o ensinode filosofia como problema filosófico. Dialogia,São Paulo, n. 13, p. 27-34, 2011.
Área: Filosoa; Ensino de Filosoa
Palavras-chave: Ensino de Filosofia; Formação; Fun-damentação