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FUNDAÇÃO HERBARIUM DE SAÚDE E PESQUISA
ASSOCIACIÓN ARGENTINA DE FITOMEDICINA
CURSO DE FITOMEDICINA A DISTÂNCIA
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
NUTRACÊUTICOS PARA ATLETAS COM UTILIZAÇÃO DE EXTRATOS
VEGETAIS
DISCENTE: GIANCARLO GEREMIAS
Videira – SC
junho de 2004
1
FUNDAÇÃO HERBARIUM DE SAÚDE E PESQUISA
ASSOCIACIÓN ARGENTINA DE FITOMEDICINA
CURSO DE FITOMEDICINA A DISTÂNCIA
PESQUISA E DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
NUTRACÊUTICOS PARA ATLETAS COM UTILIZAÇÃO DE EXTRATOS
VEGETAIS
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado como
requisito parcial para
obtenção do título de Livre
Docência em Fitomedicina.
VIDEIRA
2004
2
"Que o alimento seja o medicamento,
e o medicamento seja o alimento."
Hipócrates
3
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Do Discente: Nome: Giancarlo Geremias
CPF: 737707609-72
Endereço: Rua dos Mognos, 99 – Portal das Videiras - Videira CEP:89560-000
e-mail: farmá[email protected]
Da Empresa:
Nome: Farmácia Geremias Ltda
CNPJ: 80650245/0001-01
Endereço: Rua Antônio Pinto, 117 – sala 02 – Paço Municipal : Videira – SC.
CEP:89560-000
Área: Pesquisa e desenvolvimento de produtos nutracêuticos e fitoterápicos
Home page: www.geremias.com.br
Da Escola:
Fundação Herbarium de Saúde e Pesquisa
Curitiba - PR
Associación Argentina de Fitomedicina
Curso de Fitomedicina a Distância
4
HISTÓRICO DA EMPRESA
A Farmácia Geremias foi fundada em 1988 a partir da compra de uma farmácia
de Fraiburgo, a Farmácia Irani e transferida para Videira, no local onde até hoje está
situada, uma de suas filiais, na Av. Dom Pedro II, 73, em Videira. Começou com a
venda de medicamentos e seguiu assim até 1996, quando montou, juntamente com a
farmácia um laboratório de manipulação de medicamentos, atividade ainda não muito
comum na época na região. Em 1999, montou sua primeira filial no Bairro Floresta e
em 2000 incorporou a seu laboratório de manipulação a manipulação homeopática,
odontológica, veterinária e agora investe maciçamente na linha de nutracêuticos. O ano
de 2003 veio coroar o processo de empreendedorismo que caracteriza a empresa com a
montagem de um moderno laboratório com aproximadamente 240m2, tendo como
características principais um laboratório de Desenvolvimento de produtos e auditório
para palestras e educação continuada de seus funcionários. Nestes 16 anos a Farmácia
Geremias saltou de um grupo de 3 funcionários para 29, e seu faturamento multiplicou-
se 8 vezes. Hoje emprega 4 farmacêuticos formados, 3 profissionais formados em outras
áreas e incorporará , em julho mais 2 farmacêuticos que estão concluindo a graduação
em Farmácia e que realizam estágio na empresa, além de alguns estudantes da
UNOESC – Videira e é parceira da mesma em projetos de estágios. Possui convênio
com mais de 40 empresas da região, controle de qualidade terceirizado e próprio e o
Selo do Programa de Qualidade ANFARMAG-SC, que comprova os investimentos em
qualidade que são uma realidade constante na farmácia.
5
SUMÁRIO 1 Introdução................................................................................................................... 10
2 Contexto de farmácia de manipulação........................................................................ 12
2.1 Farmácia.......................................................................................................... 12
2.2 Manipulação ................................................................................................... 12
2.3 Preparação ................................................................................................... 12
2.4 Preparações magistrais................................................................................... 12
2.5 Preparações oficinais........... .......................................................................... 13
2.6. Nutracêuticos na farmácia de manipulação................................................... 13
3 Objetivo....................................................................................................................... 15
3.1 Objetivo geral................................................................................................ 15
3.2 Objetivo específico........................................................................................ 15
4 Fundamentação teórica............................................................................................... 16
4.1 Energia................................................................................................................. 17
4.1.1 Carboidrato............................................................................................. 17
4.1.1.1 Ingestão de carboidrato antes do exercício........................... 18
4.1.1.2 Ingestão de carboidrato durante do exercício....................... 18
4.1.1.3 Ingestão de carboidrato após do exercício............................ 19
4.1.2 Proteína................................................................................................... 20
4.1.3 Lipídio.................................................................................................... 20
4.2 Nutracêuticos....................................................................................................... 21
4.2.1 Isotônico................................................................................................. 22
4.2.1.1 Água..................................................................................... 23
4.2.1.1.1 Funções da água................................................. 23
4.2.1.1.2 Ingestão da água................................................. 23
4.2.1.1.3 Excreção de água................................................ 24
4.2.1.2 Eletrólitos.............................................................................. 25
4.2.1.2.1 Sódio................................................................... 26
4.2.1.2.2 Cloretos............................................................... 27
4.2.1.2.3 Potássio............................................................... 28
4.2.1.2.4 Frutose................................................................ 29
4.2.1.2.5 Sacarose.............................................................. 30
4.2.1.2.6 Vitamina C......................................................... 31
4.2.1.2.7 Aditivos.............................................................. 32
6
4.2.2 Histórico do chocolate............................................................................ 33
4.2.2.1 Chocolate.............................................................................. 35
4.2.3 Creatina................................................................................................... 38
4.2.3.1 Biossíntese............................................................................ 39
4.2.3.2 Níveis de creatina na musculatura esquelética..................... 40
4.2.3.3 Creatinafosfato é a energia de reserva.................................. 40
4.2.3.4 Suplementação com creatina............................................... 41
4.3 Fitoterápicos 42
4.3.1 Benefícios dos Fitoterápicos 43
4.3.2 Guaraná(Paulinea cupana) 43
4.3.3 Erva-Mate(Ilex paraguaynesis) 44
5 Materiais e métodos.................................................................................................... 52
5.1 Materiais utilizados para produção de chocolates nutracêuticos........................ 52
5.2 Materiais empregados para elaboração da bebida isotônica............................... 52
5.3 Considerações gerais para a manipulação.......................................................... 52
6 Resultados e discussão................................................................................................ 56
6.1 O consumo do chocolate nutracêutico................................................................. 56
6.2 O isotônico .......................................................................................................... 58
7 Conclusão.................................................................................................................... 62
8 Referências bibliográficas........................................................................................... 63
7
SUMÁRIO DE TABELAS
Tabela 1 Necessidades eletrolíticas relacionadas ao gasto energético................... 26
Tabelas Análise do Teor de Cafeína e Teobromina 49
Tabela 2 Composição de bebidas isotônicas encontradas no mercado e a preparada na Farmácia............................................................................... 55
Tabela 3 Custos de produção de chocolate com creatina e guaraná........................ 57
Tabela 4 Custos de produção de isotônico.............................................................. 61
8
GLOSSÁRIO
ATP - Adenosina Trifosfato
ADP - Adenosina Difosfato
CNNPA - Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos
FAO - Organização para Agricultura e Alimentos (sigla em inglês)
mEq – mili-equivalente
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
NaCl – cloreto de sódio
Na – sódio
Cl – cloro
K - potássio
PM – Peso Molecular
p/p – peso/peso
9
1. INTRODUÇÃO
Durante a Primeira Guerra Mundial ocorreu o primeiro grande surto de
industrialização e os pesquisadores do setor alimentício foram instados a desenvolver
processos para a produção de alimentos industrializados em grande escala, com o que
potencializaram-se as probabilidades de ocorrências de danos à saúde pública
ocasionados por alimentos. Como consequência, as pesquisas em Alimentos e Saúde
pública iniciavam um longo caminho.
Os recentes avanços tecnológicos, assim como o acesso a novos conhecimentos
científicos, tem permitido que a produção industrial de alimentos seja capaz de
responder as exigências das diversas modificações na vida do homem e na sua forma de
alimentar-se. Portanto, tem sido possível atender de modo adequado, segundo os
especialistas, o binômio “saúde - alimentação”.
Com a evolução da Ciência e Tecnologia de Alimentos, Nutrição, Medicina, e
áreas afins, bem como o crescente interesse da população em geral no que se refere ao
tratamento e/ou prevenção de doenças através da alimentação, uma nova categoria de
alimentos que dentre uma série de nomenclaturas, as mais utilizadas e aceitas estão
sendo: Alimentos Funcionais e Nutracêuticos têm sido devidamente pesquisados.
A definição precisa do que são os alimentos funcionais ou nutracêuticos não é
universal e ainda está sendo desenvolvida. Tendo assim, a denominação alimento
funcional como todo alimento ou bebida que, consumido cotidianamente, pode trazer
benefícios fisiológicos específicos, graças a presença de ingredientes fisiologicamente
salutares.
Nos últimos anos, a nutrição tem sido alvo de crescente interesse por parte dos
atletas e praticantes de atividade física, cada vez mais consciente de seus benefícios.
Observando estas tendências, procurou-se desenvolver alimentos nutracêuticos,
isotônico (repositor hidroeletrolítico) e chocolate enriquecido com creatina, que possam
auxiliar aos atletas num melhor desempenho de suas atividades.
Correlacionando-se as áreas de atenção deste trabalho, observamos que os
fitoterápicos estão sendo utilizados desde tempos imemoráveis tanto com fins curativos
10
quanto fins alimentícios. Assim, consideramos o trabalho de relevância singular e , por
se tratar de desenvolvimento de um produto, agregar conhecimento inédito na área.
11
2. CONTEXTO DE FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO
2.1. Farmácia
É um estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e oficinais;
comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos.
Compreendendo a dispensação e o atendimento privativo de unidade hospitalar ou de
qualquer outra equivalente de assistência médica (RDC 33/2000).
2.2. Manipulação
Conjunto de operações com a finalidade de elaborar preparações magistrais e
oficinais e fracionar produtos industrializados para uso humano (RDC 33/2000).
A manipulação de medicamentos é o método tradicional de preparo de
medicamentos personalizados, visando o atendimento de necessidades específicas e às
vezes únicas do profissional prescritor (médicos, dentista ou veterinários) e do paciente
(RDC 33/2000).
2.3. Preparação
Procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipulado,
compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, o fracionamento
de substâncias ou de produtos industrializados, a conservação e o transporte das
preparações magistrais e oficinais (RDC 33/2000).
2.4. Preparação magistral
É aquela preparada na farmácia para ser dispensada atendendo uma prescrição
médica que estabelece sua composição, sua forma farmacêutica, sua posologia e seu
modo de usar (RDC 33/2000).
12
2.5. Preparação oficinal
É aquela preparada na farmácia cuja a fórmula esteja escrita nas farmacopéias,
compêndidos ou formulários reconhecidos pelo Ministério da Saúde (RDC 33/2000).
Farmacêutico é a profissão relacionada a saúde que trata do sistema de
conhecimento que resulta na descoberta, desenvolvimento e uso de medicamentos, e em
informações quanto ao tratamento dos pacientes. Abrange aspectos clínicos, científicos,
econômicos e educativos dos fundamentos da profissão e sua comunicação aos outros
profissionais envolvidos no sistema de saúde (ANSEL, POPOVICH & ALLEN
JÚNIOR, 2000).
(...) O fármaco e os excipientes utilizado devem ser compatíveis entre si para
gerar um produto estável, eficaz, atraente, fácil de administrar e seguro. Devem ser
compatíveis também com a via de administração. O produto deve ser manufaturado de
acordo com medidas apropriadas de controle de qualidade, e acondicionados em
recipientes que contribuam para estabilidade. O produto deve ser rotulado de modo a
promover o uso correto, ser armazenado sob condições que contribuam para um prazo
máximo de validade (ANSEL, POPOVICH & ALLEN JÚNIOR, 2000).
2.5. Nutracêuticos na farmácia de manipulação
O termo nutracêutico ou alimento funcional foi primeiramente introduzido no
Japão por volta de 1980, mas há muito tempo sabe-se que uma alimentação balanceada
pode prevenir e tratar muitas doenças. A comunidade científica, atenta para este fato,
descobriu que alguns alimentos apresentam, além de aspecto nutricional comum,
nutrientes que agem na melhora e redução de doenças. Hoje em dia, já existem produtos
originários de alimentos que têm suas propriedades funcionais comprovadas, como por
exemplo, um pigmento do tomate chamado licopeno que age contra os cânceres de
próstata, cólon, pâncreas e pulmão, além de combater o aparecimento de doenças
cardiovasculares (RODRIGUES, 2002).
Nas últimas duas décadas vimos aumentar sensivelmente a consciência e o
interesse na relação “qualidade de vida - saúde” versus “alimentação” (RODRIGUES,
2002).
13
Os alimentos com alegação funcional e os suplementos nutricionais
movimentam anualmente cerca de US$ 2,5 bilhões no Brasil e a expectativa é que este
mercado se duplique em poucos anos (RODRIGUES, 2002).
A forma de balas (pastilhas) medicamentosas têm sido utilizada,
tradicionalmente, para administração de drogas de efeito local. Dentre elas, podem-se
incluir anestésicos tópicos e demulcentes no tratamento do alívio da garganta irritada
pela tosse e, como excipiente (veículo) de agentes antibacterianos para o tratamento de
afecções orofaríngeas (FERREIRA, 2002).
Atualmente pirulitos, pastilhas, balas gomas, barras de chocolates e até mesmo
picolés tem sido utilizados nos Estados Unidos, como excipientes para administração
sistêmica de drogas. O pirulito e a pastilha medicamentosa dissolve-se lentamente na
boca, liberando o fármaco. Todavia, a porção do ativo dissolvido na saliva é ingerida e
portanto, absorvida no trato gastrointestinal. Estas formas farmacêuticas são
especialmente indicadas para pacientes com dificuldades de deglutição de formas
farmacêuticas sólidas. Também alguns pacientes pediátricos e geriátricos com bloqueio
gastrointestinal podem ser beneficiados. O fato de dissolverem-se lentamente na boca,
tornam estas, as formas de escolha para a administração de substâncias que apresentam
máximo benefício quando permanecem em contato prolongado com o tecido local,
como por exemplo, antifúngicos utilizados para o tratamento da candidíase oral
(nistatina) e o fluoreto de sódio, na prevenção da cárie. Devido a aparência e sabor
agradável, estas formas farmacêuticas aumentam a compliance (adesão) dos pacientes
pediátricos ao tratamento (FERREIRA, 2002).
14
3. OBJETIVOS
3.1. Objetivo Geral
Desenvolver um Produto nutracêutico achocolatado e um isotônico, que
possibilitem a utilização de fitoterápicos e nutracêuticos visando um melhor
desempenho físico aos atletas e que posteriormente possam ser comercializados.
3.2. Objetivos Específicos
- Realizar levantamento bibliográfico sobre alimentos nutracêuticos e fitoterápicos;
- Adquirir matéria-prima necessária para a realização dos testes;
- Produzir barras de chocolate contendo fitoterápicos e nutracêuticos;
- Produzir bebida isotônica;
- Testar os produtos finais;
- Analisar custos;
15
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os alimentos possuem a finalidade de fornecer ao corpo humano a energia e o
material destinados à formação e à manutenção dos tecidos, ao mesmo tempo que
regulam o funcionamento dos órgãos. Ou, em outras palavras, conforme a FAO, o corpo
necessita de energia fornecida pelos alimentos para o metabolismo de descanso, síntese
de tecidos, atividades físicas, processos de excreção e para manter um balanço térmico
(também para stress fisiológico e psicológico) (GAVA, 1998).
Quimicamente, os alimentos são constituídos principalmente de carbono de
hidrogênio, oxigênio e nitrogênio, porém quantidades menores de outros elementos são
geralmente encontradas (GAVA, 1998).
Os nutrientes capazes de fornecer energia para o homem e animais são os
carboidratos, gorduras e proteínas. Os carboidratos e as gorduras, por terem uma
combustão bioquímica completa, possuem uma energia total. Já as proteínas não sofrem
oxidação completa no organismo, uma vez que diferentes compostos nitrogenados são
excretados na urina como produto final do metabolismo das proteínas (GAVA, 1998).
O atleta que tem como objetivo otimizar seu desempenho deve se alimentar bem,
utilizar suplementos ergogênicos de forma cautelosa e consumir uma ampla variedade
de alimentos na quantidade adequada para cada indivíduo (GUERRA, 2002).
Recurso Ergogênico, para uma definição simples, é qualquer substância,
processo ou procedimento que pode, ou que é percebido como tal, aprimorar o
desempenho a partir de uma melhora de força, velocidade, tempo de resposta, ou a
endurance (resistência) do atleta (FOSS & KETEYIAN, 2000).
Algumas definições: desportista é o indivíduo fisicamente ativo que participa de
atividades esportivas, objetivando alcançar benefícios para a sua saúde e/ou lazer e
recreação, sem finalidade competitiva precípua; atleta é o desportista que se submete a
treinamento regular, por períodos prolongados, de acordo com as exigências da sua
modalidade esportiva e para fins competitivos; atleta de alto nível é o desportista que se
submete a treinamento regular, por períodos prolongados, de acordo com as exigências
de sua modalidade esportiva e para fins competitivos, cujo desempenho é compatível
16
com os resultados expressivos, quando comparados com padrões internacionais
(CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
As necessidades de energia e nutrientes de um atleta são diretamente
proporcionais ao tipo, frequência, intensidade e duração do treinamento. Além disso
fatores como peso, altura, sexo, idade e metabolismo também irão influenciar
(GUERRA, 2002).
4.1. ENERGIA
A prioridade nutricional em relação a atletas é atender suas necessidades
energéticas. A manutenção de um balanço energético é fundamental para a manutenção
da massa magra, funções imune e reprodutiva e um ótimo desempenho atlético. Quando
a ingestão energética não é suficiente para atender a demanda energética do atleta pode
ocorrer perda de massa magra resultando em uma diminuição da força e “endurace”,
além de ser potencial risco para desenvolvimento de alguma deficiência de
micronutrientes (GUERRA, 2002).
4.1.1. Carboidrato
Para se manter e até mesmo aumentar os estoques de glicogênio muscular
durante períodos de treinamento é necessário uma dieta com elevadas quantidades de
carboidrato (GUERRA, 2002).
Os carboidratos ingeridos são transportados pela corrente sangüínea até o fígado,
onde podem ser: a) Transformados em gordura: b) Armazenado sob a forma de
glicogênio: ou c) Liberados na corrente sangüínea para que sejam levados a outros
tecidos, como o muscular, para a produção de energia. A produção de energia se faz
pelas vias anaeróbica e aeróbica (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
O glicogênio armazenado no fígado pode ser reconvertido em glicose e liberado
no sangue para atender às necessidades energéticas de todo o organismo (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
17
A reserva de glicogênio muscular é a principal fonte de glicose para o exercício
e quando esta reserva está baixa a capacidade do atleta de se manter exercitando diminui
(GUERRA, 2002).
A depleção de glicogênio pode ser um processo gradual que ocorre após dias de
treinamento intenso onde a reposição destas reservas não ocorre apropriadamente
(GUERRA, 2002).
A ingestão recomendada de carboidrato para atletas é de 6 a 10g de
carboidrato/Kg de peso corporal/dia (GUERRA, 2002).
4.1.1.1. Ingestão de carboidrato antes do exercício
A refeição pré-competição tem como objetivo evitar que o atleta tenha fome
antes e durante o exercício, manter o atleta hidratado, conter baixas quantidades de
fibras e gorduras para evitar qualquer tipo de desconforto gastrointestinal, ser
constituída de alimentos que sejam familiares ao atleta e manter concentrações ótimas
de glicose no sangue para o trabalho muscular durante o exercício (GUERRA, 2002).
Geralmente, os atletas são advertidos para comer de 2 a 3 horas antes do início
do exercício para permitir um adequado esvaziamento gástrico. Se algum alimento
permanece no estômago ao se iniciar o exercício, o atleta pode se sentir nauseado e com
um certo desconforto já que o fluxo sangüíneo vai ser desviado do trato gastrointestinal
para os músculos que estão se exercitando (GUERRA, 2002).
Muitos atletas que treinam ou competem pela manhã, por esquecimento ou
conveniência, não se alimentam. O jejum diminui os estoques de glicogênio hepático
em cerca de 80% e pode prejudicar o desempenho, especialmente em atletas que
treinam ou competem em eventos de longa duração que dependem de glicose sangüínea
(GUERRA, 2002).
As refeições devem ser ingeridas de 3 a 4 horas antes do evento e fornecer de
200 a 350g de carboidrato (4g de carboidrato/Kg de peso corporal) (GUERRA, 2002).
4.1.1.2. Ingestão de carboidrato durante o exercício
18
A ingestão de carboidrato durante exercícios que durem 1 hora ou mais pode
melhorar o desempenho através do fornecimento de glicose para os músculos que estão
se exercitando quando seus estoques de glicogênio estiverem baixos (GUERRA, 2002).
Quanto menores os estoques de glicogênio nos músculos, maior é a taxa de
utilização de glicose sangüínea. Quando os estoques de glicogênio hepático estão
depletados, as concentrações de glicose sangüínea diminuem, e neste estágio, algumas
pessoas podem apresentar sintomas como hipoglicemia, tendo fadiga muscular local e
reduzindo a intensidade do exercício (GUERRA, 2002).
O consumo de carboidrato durante o exercício com uma duração superior a 1
hora assegura o fornecimento de quantidade de energia durante os últimos estágios do
exercício. A taxa ideal de ingestão deve ser de 25 a 30g de carboidrato a cada 30
minutos (GUERRA, 2002).
4.1.1.3. Ingestão de carboidrato após do exercício
A recuperação após o exercício é um desafio para o atleta, uma vez que
geralmente ele treina exaustivamente e, tem um período que varia de 6 até 24 horas de
recuperação entre as sessões de treinamento. O processo de recuperação envolve a
restauração dos estoques de glicogênio hepático e muscular, recuperação de líquidos e
eletrólitos perdidos através do suor (GUERRA, 2002).
O tempo e a composição desta refeição depende da duração e da intensidade do
exercício e de quando irá acontecer a próxima sessão de exercício (GUERRA, 2002).
Após o término do exercício é necessário que a ingestão de carboidrato seja
imediata para que a reposição do glicogênio muscular seja completa, não
comprometendo assim a recuperação do atleta. A reposição ocorre mais rapidamente
após o imediato término de exercício principalmente por três motivos: a) O fluxo para
os músculos nesta condição é maior e a célula muscular tem uma captação maior de
glicose; b) Neste período os receptores celulares de insulina estão mais sensíveis
promovendo um maior influxo de glicose e síntese de glicogênio; c) A glicogênio
sintetase está com sua atividade maximizada favorecendo o acúmulo de glicogênio na
célula (GUERRA, 2002).
19
O recomendado é que se consuma cerca de 100g de carboidrato nos primeiros 30
minutos após o exercício. A adição de 5 a 9g de proteína a esta recomendação irá ajudar
na ressíntese do glicogênio muscular já que a proteína aumentará a resposta à insulina,
ativando a síntese da enzima responsável pela deposição de glicogênio (GUERRA,
2002).
4.1.2. Proteína
As necessidades protéicas de um atleta são maiores do que as de um indivíduo
sedentário devido ao reparo de lesões induzidas pelo exercício nas fibras musculares,
uso de pequena quantidade de proteína como fonte de energia durante a atividade e, o
ganho de massa magra (GUERRA, 2002).
A proteína contribui para o “pool” energético durante o repouso e o exercício,
porém em indivíduos bem alimentados a proteína fornece menos que 5% de energia.
Com o aumento da duração do exercício, a proteína contribui com a manutenção de
concentrações de glicose através da gliconeogênese no fígado (GUERRA, 2002).
Deve-se ter atenção com a ingestão de uma elevada quantidade de proteína já
que isto pode comprometer a ingestão de carboidrato, causar desidratação e o excesso
de proteína pode ser estocado como tecido adiposo (GUERRA, 2002).
A ingestão de 1,2 a 1,5 de proteína/Kg de peso corporal/dia é mais recomendada
para atletas em geral (GUERRA, 2002).
4.1.3. Lipídio
Apesar do glicogênio muscular desempenhar papel chave na produção de
energia durante o exercício (GUERRA, 2002).
A maior parte do substrato lipídico é proveniente do ácidos graxos livres
mobilizados do tecido adiposo. Sua mobilização é mais acentuada durante os exercícios
prolongados de intensidade moderada (GUERRA, 2002).
A ingestão de gordura é essencial já que este nutriente fornece ácidos graxos que
são necessários para as membranas celulares, pele, hormônios e absorção de vitaminas
liposolúveis (GUERRA, 2002).
20
A recomendação de ingestão deste nutriente é de no máximo 30% do valor
energético total da dieta do atleta (GUERRA, 2002).
O gasto diário de energia durante os treinos dependerá, obviamente, da
intensidade e duração dos exercícios, bem como do número de músculos em atividade.
Atletas que se submetem a provas de resistência costumam treinar intensamente por
pelo menos 90 minutos contínuos, consumindo de 1000 a 1400Kcal no processo. De um
modo geral, tais atletas devem ingerir aproximadamente 50Kcal de alimento/Kg de peso
corporal/dia, ou seja, 3.500Kcal para uma atleta de 70Kg (OLIVEIRA & MARCHINI,
1998).
4.2. NUTRACÊUTICOS
Em meados dos anos 80 crescia no Japão o interesse em alimentos que além de
satisfazer requerimentos nutricionais e sensoriais básicos desempenhassem efeitos
fisiológicos benéficos (alimentos funcionais) (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
Alimentos funcionais foi definido como sendo “todo alimento ou bebida que
consumido na alimentação cotidiana, pode trazer benefícios fisiológicos, específicos,
graças a presença de ingredientes fisicamente salutares”. O autor diferenciou alimentos
salutares, alimentos funcionais, e alimentos medicinais através dos seguintes exemplos:
suco vegetal infuso de ervas, bebidas de elevado conteúdo de fibras e bebidas protéicas,
vitaminas e sais minerais, respectivamente (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
Todos os alimentos são funcionais, ou melhor multifuncionais, uma vez que
satisfazem necessidades nutricionais, fisiológicas, sensoriais e práticas. Deveria ser
diferenciados dois conceitos: a) “Alimento funcional” como aquele cuja composição foi
modificada para alcançar algum benefício para saúde. b) “Alimento salutar” aquele cuja
composição natural o faz intrinsicamente apropriado para proporcionar benefícios à
saúde (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
A maioria dos alimentos funcionais está na categoria “potencial”, o que indica a
necessidade de pesquisa básica e de pesquisa clínica. A indústria dispõe de pesquisa
básica realizada em universidades e instituições de pesquisas, mas as pesquisas clínicas
é que deverão consolidar ou negar os benefícios de saúde apontados pela pesquisa
21
básica. 40% de todos os alimentos produzidos nos Estados Unidos estão utilizando
direta ou indiretamente declaração de alimentos funcionais, o que de certa forma forçará
as indústrias a investirem mais em pesquisa, não somente como oportunidade de
mercado, mas também como estratégia de sobrevivência. Atualmente a indústria de
alimento dos Estados Unidos investe 0,5% das vendas em pesquisa e desenvolvimento,
enquanto a indústria farmacêutica, investe acima de 10% (CÂNDIDO & CAMPOS,
1996).
De uma forma geral as pessoas estão atentas para o consumo de alimentos
saudáveis. Nos últimos anos, cresceu internacionalmente e no Brasil, o consumo de
produtos contendo substitutos de gorduras e de açúcares, frutas e verduras, uso de
complementos nutricionais e outras formas de alimentação alternativa. Existe um
espaço de mercado considerável que poderia ser preenchido pelos “alimentos
funcionais” e a indústria brasileira também deveria investir mais em pesquisa e
desenvolvimento e colocar a disposição do consumidor produtos cujo potencial protetor
de saúde fosse efetivamente consolidado através de pesquisa séria e competente
(CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
Em 1991, no Japão 70% do mercado de alimentos funcionais pertencia a
refrigerantes, liderados pelas bebidas isotônicas para desportistas, como Pocari Sweat
Stevia. Outros tipos de alimentos comercializados como funcionais incluíam produtos
lácteos, confeitos, cereais, refeições prontas, todos consumidos regularmente na dieta
normal (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
4.2.1. Isotônico
As bebidas isotônicas são destinadas a reposição de água e eletrólitos, podendo,
através de sua composição contribuir para a compensação de perdas hidroeletrolíticas,
decorrentes das práticas de atividades esportivas de atletas e atletas de alto nível, às
quais é permitida a adição de carboidratos, vitaminas hidrossolúveis e outros minerais.
Não é permitida a adição de lipídios e/ou proteínas. Devem conter no máximo 50mg de
sódio/100mL produto, opcionalmente potássio em quantidade não superior a 50% da de
sódio, e no máximo 75mg de cloretos por 100mL (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
22
4.2.1.1. Água
A água perfaz 40 a 60% da massa corpórea de um indivíduo e constitui de 65 a
75% do peso dos músculos e aproximadamente 50% do peso da gordura corporal.
Consequentemente, as diferenças na água corporal total entre os indivíduos são devidas
essencialmente a variações na composição corporal (McARDLE, KATCH & KATCH,
1998).
O corpo possui dois “compartimentos” hídricos principais: intracelular, que se
refere ao interior da célula, e extracelular, que se refere aos líquidos que circundam as
células. O líquido extracelular inclui o plasma e a linfa, a saliva, o líquido existente nos
olhos, o líquido que banha os nervos da medula espinhal, o líquido secretado pelas
glândulas e pelo trato digestivo, e o líquido excretado pela pele e pelos rins. O plasma
sangüíneo é responsável por 20% do líquido extracelular (entre 3 a 4L). Grande parte
do líquido perdido através da transpiração é representado por líquido celular,
proveniente predominantemente do plasma sangüíneo. Da água corporal total, uma
média de 62% é de localização intracelular e os outros 38% são extracelulares
(McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
4.2.1.1.1. Funções da água
A água é um nutriente extraordinário. Sem água, a morte ocorre dentro de
poucos dias. Funciona como transporte do corpo e o meio reativo; a difusão dos gases se
processa sempre através de superfícies umedecidas pela água. Nutrientes e gases são
transportados em solução aquosa; os produtos de desgaste saem do corpo através da
água da urina e nas fezes. A água comporta enormes qualidades de estabilização
térmica, pois consegue absorver uma quantidade considerável de calor com uma
pequena mudança na temperatura. A água lubrifica as articulações. Pelo fato de ser
essencialmente incompreensível, ajuda a proporcionar a estrutura e a forma ao corpo,
através do turgor que empresta aos tecidos corporais (McARDLE, KATCH & KATCH,
1998).
4.2.1.1.2. Ingestão de água
23
Normalmente, cerca de 2,5L de água por dia são necessários para um adulto
razoavelmente sedentário em um meio ambiente normal. Essa água é fornecida por três
fontes: a) Pelos líquidos, b) Nos alimentos e c) Durante o metabolismo (McARDLE,
KATCH & KATCH, 1998).
Água dos líquidos. O indivíduo comum consome normalmente 1.200mL de água
por dia. É evidente que, durante o exercício e o estresse térmico, a ingestão de líquidos
pode aumentar para cinco ou seis vezes acima do normal (McARDLE, KATCH &
KATCH, 1998).
Água nos alimentos. A maioria dos alimentos, especialmente frutas e vegetais,
contém grandes quantidades de água. Alimentos tipo alface, melancia e melão, picles,
feijões verdes e brócolis são exemplos de alimentos que possuem um alto conteúdo de
água, enquanto a água contida na manteiga, nos ovos, nas carnes secas, no chocolate,
nos bolos e nos doces é relativamente escassa (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
Água metabólica. Quando as moléculas alimentares são degradadas para a
obtenção de energia, formam-se dióxido de carbono e água. Esta é denominada água
metabólica e perfaz cerca de 25% da demanda hídrica diária de uma pessoa sedentária.
O fracionamento completo de 6g de carboidratos, de proteínas e de gorduras produz 55,
100 e 107g de água metabólica (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
4.2.1.1.3. Excreção de água
A água perdida pelo corpo na urina, através da pele, como vapor de água no ar
expirado e nas fezes (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
Em condições normais, os rins reabsorvem cerca de 99% dos 140 a 160L de
filtrado formados a cada dia; consequentemente, o volume de urina excretado pelos rins
oscila de 1.000 a 1.500mL por dia (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
A água é perdida também através da pele na forma de suor produzido por
glândulas sudoríparas especializadas, localizadas debaixo da pele. A evaporação do
suor gera o mecanismo de refrigeração destinado a esfriar o corpo. Em condições
normais, são excretadas de 500 a 700mL de suor a cada dia. Isso não reflete de forma
alguma a capacidade máxima de transpiração, pois uma pessoa bem aclimatada pode
produzir até 12L de suor (aproximadamente 12Kg com um ritmo de 1L por hora)
24
durante o exercício prolongado em um ambiente quente (McARDLE, KATCH &
KATCH, 1998).
A quantidade de perda insensível de água através de pequenas gotículas aquosas
no ar exalado é de 250 a 350mL por dia. O exercício também afeta essa fonte de perda
de água. Pessoas fisicamente ativas perdem de 2 a 5mL de água através das vias
respiratórias a cada minuto, durante um exercício extenuante. Essa quantidade varia
consideravelmente com o clima, sendo menor em um ambiente quente e úmido e maior
nas temperaturas frias, onde o ar inspirado contém pouca umidade, ou nas grandes
altitudes, onde os volumes ventilatórios são extremamente elevados em repouso ou
durante o exercício (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
Entre 100 e 200mL de água são perdidos através da eliminação intestinal, pois
aproximadamente 70% do material fecal são formados por água (McARDLE, KATCH
& KATCH, 1998).
A água ingerida é rapidamente absorvida. É um dos nutrientes que mais fácil e
rapidamente penetram no organismo. A sensação de sede é abolida só pelo contato da
água com mucosa oral e se não for absorvida perdura a sensação de saciedade por 5
minutos. Durante a sede, à dilatação do estômago, mas tem no intestino delgado seu
local preferencial de absorção. É de alta digestibilidade, 20 minutos após penetrar no
estômago, já está no intestino. É absorvida em decorrência de diferenças da pressão
osmótica entre o plasma e o conteúdo intestinal (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
4.2.1.2. Eletrólitos
O papel dos eletrólitos sobre a integração dos seres vivos é fundamental. Os
cátions mais importantes do líquido extracelular são sódio, cálcio, potássio e magnésio,
enquanto os principais ânions são cloreto, bicarbonato, fosfato, sulfato e proteinatos. Os
eletrólitos não possuem as mesmas concentrações nos compartimentos intracelulares e
extracelulares. Sódio, cloreto e bicarbonato predominam no líquido extracelular,
enquanto potássio e fosfato dominam o liquido intracelular (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
Os eletrólitos sangüíneos são importantes na movimentação das soluções entre
os vários compartimentos corpóreos devido ao seu efeito osmótico. Ajudam na
25
manutenção do equilíbrio ácido-básico, exercem muitas funções como ativadores
enzimáticos ou como co-enzimas. Alguns eletrólitos estimulam enquanto outros inibem.
Sódio e potássio são íons contrários e estimulam impulsos nervosos. Cálcio e
hidrogênio possuem efeito depressor sobre o tecido nervoso (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
Um grama de sódio possui 43mEq de sódio, enquanto um grama de cloreto de
sódio possui 17mEq de íons de sódio. A mesma quantidade de sódio portanto, pode ser
obtida com dieta contendo 2g de íon de sódio ou 5g de cloreto de sódio. As
necessidades eletrolíticas relacionadas ao consumo de energia estão relacionadas na
tabela1: (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
Tabela 1: Necessidades eletrolíticas relacionadas ao gasto energético.
Necessidades de eletrólitos (mEq/100 calorias metabolizadas /dia)
Sódio 2,5 – 3,0
Potássio 2,0 – 2,5
Cloreto 4,5 – 5,5
Fonte: (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
4.2.1.2.1. Sódio
É o eletrólito principal do líquido extracelular. A fonte do sódio para o
organismo é a alimentação. O sódio da dieta é habitualmente absorvido completamente
pelo aparelho gastrointestinal. Seus níveis plasmáticos estão entre 135 e 145mEq/litro.
O sódio corporal total é de 58mEq/Kg, 70% dele está no líquido extracelular ou é
facilmente deslocado dos ossos e tecidos conjuntivos no momento em que dele se
necessita. Possui responsabilidade especial pela manutenção do volume circulante e da
circulação. É responsável por cerca de 92% das bases fixas do organismo, por isto
facilita o transporte de dióxido de carbono ao doar bicarbonato, o que permite participar
ativamente da manutenção do equilíbrio ácido-básico do organismo. Provoca
irritabilidade dos nervos e músculos, sobre o nó sinoatrial exerce grande influência,
possibilitando que tenha a função de marcapasso do coração. O sódio é essencial para a
absorção de glicose e pelo transporte de várias substâncias pelo intestino (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
26
- Ingestão, absorção, transporte, armazenamento
Não é produzido pelo organismo, sendo ingerido com os alimentos, em média
diária de 69 a 208mEq. Possui distribuição universal, variando sua ingestão com
padrões culturais dependentes da sua adição isolada ou associada com temperos para
modular o sabor dos alimentos. A alimentação usual do brasileiro contém de 2.800 a
5.000mg de sódio ou 7 a 13g de sal de cozinha. Há tendência mundial na redução do
uso de sal nos alimentos feitos em casa e aumento de seu uso pela indústria alimentícia
(OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
É absorvido em pequena quantidade no estômago e o restante a nível de intestino
delgado e transportado pelo líquido extracelular em decorrência do esforço
desenvolvido pelo coração, vasos, hemodinâmica ou acidose, o compartimento
intracelular pode liberar pequenas quantidades de sódio para a corrente sangüínea
(OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
- Excreção
No suor é encontrado em concentrações de 45mEq/litro. Em condições
patológicas, entretanto, pode-se perder muito sódio pela sudorese. A concentração de
sódio nos sucos gástrico, pancreático-bile-intestinal é respectivamente de 20 a
100mEq/litro e 80 a 150mEq/litro. A grande maioria do sódio secretado para o tubo
digestivo é reabsorvido. O balanço final é a excreção diária de sódio pelas fezes de
10mEq ou menos. A perda de sódio associada às doenças gastrointestinais, por
intermédio do vômito ou diarréia, pode entretanto, ser muito grande (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
A perda habitual do sódio é a soma do que se excreta pela urina e pelo suor. O
adulto médio pode excretar de 100 a 140mEq (1 a 2mEq/Kg) de sódio por dia, pelo rim
(OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
4.2.1.2.2. Cloretos
O valor normal de cloretos no sangue é de 100 aproximadamente 5mEq/litro.
Seu controle metabólico é igual ao realizado com o sódio e sua regulação depende
principalmente da função renal. O cloreto de sódio é a única fonte de cloreto sangüíneo.
O suprimento de sódio sangüíneo é fornecido pelo cloreto ou bicarbonato de sódio. Por
27
isso os níveis do cloreto sangüíneo são inferiores ao do sódio (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
O cloreto predomina no compartimento extracelular, entretanto, é capaz de se
difundir rapidamente entre o intra e o extracelular. Sua disponibilidade facilita a
regulação ácido-básica. É encontrado em altas concentrações no líquor e nas secreções
gástricas. Os músculos e nervos possuem relativamente pequena concentração de
cloretos. As variações dos níveis do cloreto possuem relação inversamente proporcional
com a do bicarbonato. Isso é necessário para se manter a eletroneutralidade que requer a
mesma quantidade de ânions e cátions (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
O cloreto é necessário, como parte do ácido clorídrico, para manutenção da
acidez normal da secreção gástrica, além de ajudar a manter o equilíbrio ácido-básico do
organismo (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
4.2.1.2.3. Potássio
É o principal íon intracelular, atingindo aproximadamente 150mEq/litro, com
níveis sanguíneos normais de 3,5 a 5,5mEq/litro. A razão sódio/potássio é mantida de
1/10 dentro das células e de 28/1 do líquido extracelular. A maior parte do potássio está
no compartimento intracelular por isso a potassemia indica mal sua real quantidade no
organismo. A quantidade de potássio no sangue reflete mais a natureza do metabolismo
celular do que a reserva corpórea (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
A ação do potássio se desdobra em várias frentes de importância metabólica .
transporta oxigênio como oxi-mioglobina potássica; Facilita o deslocamento do dióxido
de carbono por intermédio do bicarbonato nas hemáceas; Diminui a viscosidade
protoplasmática, antagonizando-se como cálcio; Influi sobre a obtenção de energia
favorecendo a óxido-redução da glicose; Facilita a conversão da glicose em glicogênio
pelo fígado; Participa efetivamente do equilíbrio ácido-básico do organismo. A ação do
potássio sobre a conversão da glicose em glicogênio faz com que ele se mova nessa
eventualidade para o interior das células. Por esta razão a administração de 50% de
glicose com insulina pode ser efetiva na redução do aumento nos níveis de potássio
sangüíneo. Por outro lado, quando as células estão em catabolismo, o potássio deixa a
célula e seu valor sangüíneo aumenta (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
28
A eliminação diária de potássio atinge de 10 a 20mEq pelos rins e outros 15 a
20mEq são eliminados pelo intestino e pele. A excreção de potássio é igual à sua
ingestão. A necessidade mínima de potássio para adultos é estimada em 2.000mg/dia.
As crianças precisam de 15 a 65mg/dia para o seu crescimento. A ingestão média por
dia de potássio situa-se entre 0,8 a 1,5g/1.000 calorias (OLIVEIRA & MARCHINI,
1998).
O potássio chega ao corpo humano por intermédio dos alimentos. As frutas
como laranja, banana e ameixa possuem grande quantidade de potássio. Os adultos
ingerem diariamente, em média, de 50 a 120mEq de potássio (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
É absorvido no intestino delgado por difusão ativa. Cerca de 5 a 10mEq do
potássio ingerido são eliminados com as fezes para o exterior, entretanto, quando há
diarréia, a quantidade perdida é muito maior. O transporte de potássio no sangue e linfa
é feito em consequência da força de concentração muscular miocárdica e pelos
músculos esqueléticos voluntários. O potássio não é produzido no corpo, mas pode ser
liberado do compartimento celular quando há catabolismo (OLIVEIRA & MARCHINI,
1998).
4.2.1.2.4. Frutose
A frutose, levulose ou açúcar da fruta é encontrada principalmente em frutas e
no mel. Para exemplificar: maçã apresenta em média, 4% de sacarose, 6% de frutose e
1% de glicose dependendo da variedade e estágio de maturação (CÂNDIDO &
CAMPOS, 1996).
O poder edulcorante elevado da frutose permite que seja consumida em menor
quantidade que outros monossacarideos, reduzindo o aporte calórico. A doçura da
frutose é rapidamente percebida (ideal em produtos como sorvetes e gelados em geral)
(CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
Estudos relacionados o desempenho físico após a ingestão de açúcares tem
demonstrado que a frutose apresenta as seguintes vantagens: Melhora a performance por
prevenir a hipoglicemia mantendo constante os níveis de açúcar circulante e
consequente manutenção de energia; Ajuda a produzir sensação de saciedade e retarda o
29
esvaziamento gástrico; E a ingestão de frutose permite maior utilização de gordura
durante o exercício (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
A substituição de sacarose por frutose na dieta apresenta grandes vantagens em
vários estados clínicos tais como diabetes, obesidade e hipoglicemia reativa
(CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
4.2.1.2.5. Sacarose
O mais familiar dos dissacarídeos, é a glicose e frutose juntos para formar açúcar
de mesa. Sacarose provém somente dos vegetais e é encontrada no açúcar da cana,
açúcar de beterraba e mel (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
A sacarose dessas fontes pode ser purificada em vários graus para render açúcar
branco ou açúcar em pó comumente visto. Sacarose, ou açúcar de mesa, é o mais
prevalecente dissacarídeo da alimentação. Com a mudança dos hábitos alimentares e a
expansão dos alimentos processados, sacarose contribui com uma grande quantidade,
algo em torno de 30 a 40%, do total de quilocalorias de carboidratos de nossa dieta
(OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
A importância as sacarose decorre de fatores como: aceitabilidade,
palatabilidade, alta disponibilidade e baixo custo de produção. Foi adotada como padrão
de doçura relativa (poder edulcorante igual a 1) e de perfil de sabor. A sacarose
apresenta rápida percepção da doçura, sendo que o gosto doce aparente é percebido em
um ou dois segundos e persiste por aproximadamente 30 segundos (CÂNDIDO &
CAMPOS, 1996).
Os produtos elaborados com sacarose destacam-se em termos de aparência (cor,
brilho), textura, sabor e estabilidade. Além de conferir gosto doce, a sacarose atua como
substrato nas reações de escurecimento não enzimático, intensificando o sabor e a cor
dos alimentos (caramelo). Adição de sacarose provoca diminuição do ponto de
congelamento afetando a velocidade de formação e o tamanho dos cristais. Como
agente de corpo, a sacarose aumenta a viscosidade dos alimentos e a densidade do meio,
conferindo textura e estabilidade aos produtos dos quais participa. Como conservante, a
sacarose atua diminuindo a atividade de água e consequentemente inibindo o
crescimento de microorganismos. Adicionada a frutas, antes do processamento, inibe a
30
degradação oxidativa e se difunde ao interior dos tecidos, preservando a textura e a
aparência do produto (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
4.2.1.2.6. Vitamina C (ácido ascórbico)
Quimicamente o ácido ascórbico é um material branco, hidrossolúvel e
cristalino, sendo facilmente oxidado pelo calor. A oxidação pode ser acelerada pela
presença do cobre e pelo pH alcalino. Essas características fazem com que muita
vitamina C seja perdida ou jogada fora da água do cozimento. O processamento e a
exposição de frutas e verduras à luz levam também a perdas significativas de vitamina
C. O peso molecular do ácido ascórbico é de 176,13g/mol (OLIVEIRA & MARCHINI,
1998).
O ácido ascórbico é facilmente absorvido no intestino delgado por mecanismo
ativo por difusão é transportado para o sangue. Essa vitamina é armazenada até certa
quantidade em tecidos como o fígado e o baço e provavelmente existe um controle dos
níveis séricos e teciduais. Quantidades ingeridas em excesso são excretadas pela urina
na forma de ácidos oxálico, treônico e diidroascórbico, substâncias que facilitam o
aparecimento de cálculos renais (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
Entre as múltiplas funções, o ácido ascórbico tem a capacidade de receber
elétrons, o que lhe confere um papel essencial como antioxidante. Nesse sentido a
vitamina C participa do sistema de proteção antioxidante e dentre suas várias funções
está a de reciclar a vitamina E. Essas características fazem com que frequentemente seja
recomendada a suplementação de vitamina C. O ácido ascórbico é necessário para a
produção e manutenção do colágeno, participando na hidroxilação de prolina formando
a hidroxiprolina. É essencial para a oxidação da fenilalanina e da tirosina e para
conversão de folacina em ácido tetra-hidrofólico (THFA). É também necessária para
redução do ferro férrico a ferroso no trato intestinal. Propaga-se que concentrações altas
de vitamina C auxiliam o organismo na resistência a infecções, entretanto dados ligando
a maior ingestão de vitamina C (mesmo na forma frutas cítricas) com a prevenção e
cura de gripes e resfriados carecem de maiores evidências científicas. Acredita-se
também que a vitamina C poderia atuar na prevenção e no tratamento do câncer, na
diminuição do risco de doenças cardiovasculares, no tratamento da hipertensão e na
31
redução da incidência de cataratas. Vale salientar que muitas dessas alegadas funções
terapêuticas da vitamina C estão baseadas em estudos epidemiológicos, não sendo
totalmente corroboradas em estudos experimentais (OLIVEIRA & MARCHINI,
1998).
A deficiência grave do ácido ascórbico causa o escorbuto, caracterizado por
fenômenos hemorrágicos pelo aumento da permeabilidade da parede de pequenos vasos
sanguíneos, pelo decréscimo da excreção urinária, concentração plasmática e tecidual de
vitamina C. Os sintomas incluem sangramento, fraqueza, perda de apetite, anemia,
edema, inflamação nas gengivas dor entre outros sintomas. Na deficiência de vitamina
C podem ocorrer distúrbios neuróticos como hipocondria, histeria e depressão.
Felizmente os sintomas da deficiência de vitamina C desaparecem rapidamente com a
administração de doses terapêuticas (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
Recomenda-se 60mg de vitamina C por dia para indivíduo saudáveis. Propaga-se
também que fumantes possam necessitar de no mínimo 140mg de vitamina C por dia,
mas ainda existem controvérsias sobre essa recomendação adicional (OLIVEIRA &
MARCHINI, 1998).
4.2.1.2.7. Aditivos
É qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem
propósito de nutrir, com objetivo de modificar as características físicas, químicas,
biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, tratamento, embalagem,
acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento; ao
agregar-se poderá resultar que o próprio aditivo ou seus derivados se convertam em um
componente de tal alimento. Essa definição não inclui os contaminantes ou substâncias
nutritivas que sejam incorporadas ao alimento para manter ou melhorar suas
propriedades nutricionais (CÂNDIDO & CAMPOS, 1996).
- Flavorizante
Usados para fornecer sabor agradável e também odor para preparações
farmacêuticas. Ex.: vanilina, mentol, óleo de laranja, óleo de canela, óleo de anis, óleo
de menta, cacau e etc ( FERREIRA, 2002).
32
- Corante
Usados para dar cor às preparações farmacêuticas líquidas e sólidas. Deve-se
consultar a lista de corantes permitidos bem como, a adequação de corantes alimentícios
ou não (FERREIRA, 2002). 4.2.2. Histórico do chocolate
O Chocolate é uma fantástica substância que a maioria das pessoas apreciam. O
Brasil é responsável pela maior parte da produção mundial de chocolate devido ao clima
e à localização geográfica (MARTIN, 2001).
O cacau é um alimento altamente concentrado. Além de teobromina (2,2%) e
cafeína (um por cento), substâncias de efeito estimulante, contém cerca de 40,3 % de
carboidratos, 22% de gordura, 18,1% de proteínas e 6,3% de cinzas, com pequenos
resíduos de água e fibras. Muito energético, possui aproximadamente 4.877 cal/Kg
(BARSA, 2000).
O cacau contém cafeína e o composto relacionado, teobromina. A teobromina
possui uns efeitos fisiológicos similares aos da cafeína e está associado com a
hiperatividade das crianças (VARNAM & SUTHERLAND, 1997).
A cafeína estimula o sistema nervoso central e o músculo cardíaco e relaxa o
músculo liso, especialmente a fibra muscular bronquial, e atua sobre os rins causando
diurese. A cafeína também provoca um ligeiro aumento da taxa do metabolismo basal e
aumenta a capacidade para o esforço muscular (VARNAM & SUTHERLAND, 1997).
A cafeína exerce um efeito fortalecedor e estimulante sobre diversas funções,
como a resistência física, o trabalho intelectual ou na melhora de times quando estas
funções estão diminuídas por efeito da fadiga. Também se tem demonstrado que
melhora o rendimento desportivo ao determinar parâmetros como a força de um golpe
de um boxeador ou a capacidade aeróbica e anaeróbica de um atleta (VARNAM &
SUTHERLAND, 1997).
O chocolate foi descoberto pelos mexicanos e depois introduzido na Europa
pelos espanhóis. Os astecas preparavam uma bebida com especiarias chamada xocoatl,
com grãos de cacau torrados, especiarias e mel. O cacau também era servido como uma
pasta engrossada com farinha de milho, possivelmente o primeiro chocolate em barra.
33
Depois, os jesuítas criaram o chocolate mais refinado, adicionando a essência de leite,
tornando-se o chocolate que conhecemos atualmente. Este produto era bastante
“sofisticado” na aristocracia espanhola. No século XVII, o chocolate foi introduzido na
corte francesa por Ana da Áustria. O rei Luís XIV dizia que tinha um sabor pobre
(MARTIN, 2001).
O chocolate chegou à Inglaterra e a igreja o considerava como alimento. Alguns
médicos o consideravam como sendo mais nutritivo que a carne bovina e a de carneiro.
Como resultado os dias de culto tinham um sabor adocicado e as mulheres nobres da
sociedade consumiam uma bebida à base de chocolate durante os sermões. A
popularidade do chocolate cresceu e sua versatilidade foi descoberta e levada a todos os
lugares do mundo (MARTIN, 2001).
O chocolate é produzido do cacau, que é obtido das árvores de cacau localizadas
na zona equatorial. Uma árvore produz cerca de 30 frutos, cada um contendo
aproximadamente 50 grãos, colhidos duas vezes por ano. Os grãos ou sementes são
retirados dos frutos e cobertos com folhas de bananeira e fermentados por duas
semanas. Os grãos são então colocados para secar ao sol, retirando assim água e o gosto
natural amargo, desenvolvendo seu sabor característico e aroma. Os grãos são limpos,
assados e esmagados para produzir uma pasta chamada de pasta de cacau, massa de
cacau ou licor de chocolate (MARTIN, 2001).
Parte da massa de cacau é colocada sobre forte pressão para extrair a manteiga
de cacau. A manteiga de cacau é utilizada em vários produtos inclusive em cosméticos.
O restante é moído e peneirado para produzir o pó de cacau. Para fazer o chocolate é
necessário adicionar manteiga de cacau, açúcar e aromatizante à massa de cacau. Os
ingredientes são amassados juntos até formar uma mistura macia. Neste estágio ainda
existe um sabor “gritty” e o chocolate passa por um processo denominado “conching”
para removê-lo (MARTIN, 2001).
Para que o chocolate seja de boa qualidade, é necessário adicionar mais
manteiga de cacau. O chocolate branco não contém pasta de cacau, somente manteiga
de cacau, açúcar, leite em pó e gorduras do leite (MARTIN, 2001).
O cacau é usado com bebida e é uma fonte excelente de vários nutrientes,
especialmente quando adicionado ao leite. O cacau também é composto de proteína e
gordura, sendo uma boa fonte de potássio e tanino (MARTIN, 2001).
34
Nas diversas fases de industrialização do cacau, as sementes, depois de limpas,
são tostadas a uma temperatura entre 135 e 176 ºC, para se apurar a sua cor, sabor e
aroma, e a seguir partidas e descascadas. As cascas correspondem a até 14% do peso
das sementes e em geral são transformadas em fertilizantes. Tais processos, assim como
o que permite a extração da gordura natural ou manteiga de cacau, depois do cacau
moído por meio de prensas, são partes da fase de semi-industrialização (BARSA, 2000).
Nas etapas seguintes, a pasta de cacau é transformada em pasta de chocolate. Os
diversos tipos de chocolate depende da quantidade de manteiga de cacau que entram em
sua composição, ou da essência aromática adicionada, como também a dosagem de
açúcar (BARSA, 2000).
O chocolate amargo é simplesmente o cacau torrado, moído e depois fundido em
barras. O chocolate doce é a massa de chocolate com açúcar granulado ou fino. A pasta
resultante é passada em máquinas refinadoras. Como o acréscimo de açúcar reduz o teor
da gordura natural, adiciona-se mais manteiga de cacau. O tipo padrão de chocolate
doce contém 42% de massa de chocolate, 42% de açúcar e 16% de manteiga de cacau.
Depois de resfriado, é moldado em barras. O chocolate de leite é o chocolate doce com
sabor modificado pela adição de leite solidificado, numa proporção de 12% (BARSA,
2000).
4.2.2.1. Chocolate
Segundo a Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos (CNNPA),
em conformidade com o artigo nº 64, do Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969 e
de acordo com o que foi estabelecido na 410ª. Sessão Plenária, realizada em 30/03/78,
resolve aprovar as seguintes NORMAS TÉCNICAS ESPECIAIS, do Estado de São
Paulo, revistas pela CNNPA, relativas a alimentos (e bebidas), para efeito em todo
território brasileiro. À medida que a CNNPA for fixando os padrões de identidade e
qualidade para os alimentos (e bebidas) constantes desta Resolução, estas prevalecerão
sobre as NORMAS TÉCNICAS ESPECIAIS ora adotadas (CNNPA, 1978).
A) Definição
35
Chocolate é o produto preparado com cacau obtido por processo tecnológico
adequado e açúcar, podendo conter outras substâncias alimentícias aprovadas (CNNPA,
1978).
B) Designação
O produto é denominado "chocolate" seguido de sua classificação, podendo ser
acrescentado o nome da forma de apresentação comercial. Ex.: "chocolate em pó",
"Chocolate em tablete", "chocolate com amendoim" (CNNPA, 1978).
C) Classificação O chocolate, de acordo com a sua composição, é classificado em:
Chocolate em pó - produto obtido pela mistura de cacau em pó com açúcar;
Chocolate em pó parcialmente desengordurado e chocolate em pó solúvel - produto
obtido pela mistura de cacau em pó parcialmente desengordurado ou cacau solúvel,
com açúcar;
chocolate ao leite produto preparado com pasta de cacau, açúcar e leite, leite em pó
evaporado ou condensado;
Chocolate fantasia ou composto - produto preparado com mistura, em proporções
variáveis, de chocolate, adicionado ou não de leite e de outros ingredientes, tais
como amêndoa, avelã, amendoim, nozes, mel e outras substâncias alimentícias, que
caracterizam o produto; sua denominação estará condicionada ao ingrediente com
que foi preparado.
Chocolate "fondant" e chocolate tipo suíço - produto contendo no mínimo 30% de
gordura de cacau, o que abaixa o seu ponto de fusão;
Chocolate recheado moldado - produto contendo um recheio de substâncias
comestíveis, completamente recoberto de chocolate. O recheio deve diferir
nitidamente da cobertura, em sua composição. No mínimo 40% do peso total do
produto, deve consistir de chocolate. O produto deve ser denominado chocolate com
recheio, seguido da denominação recheio. Ex.: "chocolate com recheio de geléia de
frutas";
36
Chocolate amargo - produto preparado com cacau, pouco açúcar adicionado ou não
de leite;
Chocolate cobertura - produto preparado com menor proporção de açúcar e maior
proporção de manteiga de cacau, empregado no revestimento de bombons e outros
produtos, de confeitaria, (CNNPA, 1978).
D) Características gerais
O chocolate deve ser obtido de matérias primas sãs e limpas, isentas de matéria
terrosa, de parasitos, detritos animais, cascas de sementes de cacau e de outros detritos
vegetais. No preparo de qualquer qualidade de chocolate, o cacau correspondente ao
tipo deve entrar, no mínimo, na proporção de 32%. O açúcar empregado no seu preparo
deve ser normalmente sacarose, podendo ser substituído parcialmente por glicose pura
ou lactose. É expressamente proibido adicionar gordura e óleos estranhos à qualquer
tipo de chocolate, bem como, a manteiga de cacau. Os chocolates não podem ser
adicionados de amidos e féculas estranhas (CNNPA, 1978).
E) Características organoléticas
Aspectos massa ou pó homogêneo (exceto no tipo fantasia).
Cor: própria
Cheiro: característico.
Sabor: doce, próprio.
F) Características físicas e químicas
Umidade, máximo 3,0% p/p
Glicídios não redutores, em sacarose, máximo 68,0% p/p
Lipídios:
Chocolate, mínimo 20,0% p/p
Chocolate em pó, mínimo 6,5% p/p
Chocolate em pó parcialmente desengordurado 2,5 a 6,4% p/p
Resíduo mineral fixo, máximo 2,5% p/p
(exceto para o chocolate solúvel) (CNNPA, 1978).
37
G) Características microbiológicas
Os chocolates devem obedecer ao seguinte padrão:
*Contagem padrão em placas: máximo, 5x104/g.
Bactérias do grupo coliforme: máximo, 102/g.
Bactérias do grupo coliforme de origem fecal, ausência em 1g.
*Clostrídios sulfito redutores (a 44ºC): máximo 2x10/g.
*Staphylocoocus aureus: Ausência em 0,1 g.
Salmonelas: ausência em 25g.
*Bolores e leveduras: máximo, 103/g.
Deverão ser efetuadas determinações de outros microrganismos e/ou de substâncias
tóxicas de origem microbiana, sempre que se tornar necessária a obtenção de dados
adicionais sobre o estado higiênico-sanitário dessa classe de alimento, ou quando
ocorrerem tóxi-infecções alimentares (CNNPA, 1978).
H) Características microscópicas
Ausência de sujidades, parasitos e larvas (CNNPA, 1978).
I) Rotulagem
O rótulo deve trazer a denominação genérica de "Chocolate" seguida da
classificação constante desta Norma. No chocolate de fantasia ou composto, deve
também constar a declaração das substâncias adicionais que caracterizam o produto.
Nos chocolates em pó parcialmente desengordurados é obrigatório a declaração do teor
de lipídios do produto (CNNPA, 1978).
(*) Significa período de carência de 2 anos a partir da data da publicação
(CNNPA, 1978).
4.2.3. Creatina
O corpo humano precisa receber um suprimento contínuo de energia química
para poder realizar suas múltiplas e complexas funções. A energia derivada da oxidação
do alimento não é liberada subitamente ao ser alcançada uma determinada temperatura,
pois as células do organismo, diferentemente de um motor de combustão, não
38
conseguem utilizar a energia térmica. Se fossem capazes de fazê-lo, nossos líquidos em
verdade ferveriam e nossos tecidos se transformariam em chamas. Em vez disso, a
energia química contida dentro das ligações das moléculas de carboidratos, gorduras e
proteínas é extraída em pequenas quantidades durante reações controladas
enzimaticamente, que ocorrem no meio aquoso relativamente frio da célula. Esse
processo de extração lenta reduz a perda de energia na forma de calor e proporciona
uma eficiência muito maior nas transformações energéticas. Essas transformações
permitem ao corpo utilizar diretamente a energia química para realização do trabalho
biológico. Em um certo sentido, a energia é fornecida às células à medida que se torna
necessária. A história de como o organismo mantém seu fornecimento contínuo de
energia começa com o trifosfato de adenosina, ou ATP, que é o carreador especial de
energia livre (McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
Desde a descoberta da creatina em 1832, por Chevreul, um cientista francês, seu
papel no metabolismo da musculatura esquelética tem sido estudado. Por volta de 1847,
Lieberg observou que o músculo de raposas capturadas durante uma caçada continha 10
vezes mais creatina que o músculo mantidas em gaiolas. A partir deste fato, concluíram
que o trabalho muscular envolve acúmulo de creatina. Em 1927, Fiske e Subbarow
observaram a presença de um composto lábil de fósforo no músculo de gatos, que foi
denominado fosfocreatina, e mostraram que durante a estimulação elétrica do músculo a
fosfocreatina diminuía, reaparecendo após um período de recuperação. Lundersgaard,
em 1930, relatou que a creatina pode estar em duas formas, na forma livre e na forma
fosforilada, e ambas são importantes para o metabolismo da musculatura esquelética
(DÂMASO, 2001).
4.2.3.1. Biossíntese
A fosfocreatina, derivada da creatina, é um importante reservatório de energia no
músculo esquelético. A creatina é derivada da glicina e da arginina , e a metionina
(como S-adenosilmetionina) desempenha um importante papel como doadora de grupos
metila (LEHNINGER, NELSON & COX, 1995).
39
A creatina é encontrada principalmente na carne, peixe e outros produtos
animais, alguns traços em algumas plantas. A ingestão média de creatina tem sido
estimada em 1g/dia (...) (DÂMASO, 2001).
O corpo possui aproximadamente 120g de creatina, sendo que 95% desse total é
encontrado nos músculos esqueléticos, onde 60% dessa creatina está fosforilada,
formando a fosfocreatina, um composto altamente energético. Diariamente perde-se
cerca de 2g de creatina na urina, principalmente na forma de creatinina, pois 2% da
fosfocreatina muscular é transformada nesse metabólito numa reação espontânea, ou
seja, independente de ação de enzimas (GARCIA JÚNIOR, 2000).
4.2.3.2. Níveis de creatina na musculatura esquelética
Esses níveis são determinados por amostras de tecido muscular obtidas por
biópsia e analisados por métodos enzimáticos. Durante um exercício os níveis de
fosfocreatina podem ser avaliados usando-se um espectroscópio de ressonância
magnética nuclear, que determina as concentrações relativas de fosfatos de alta energia,
baseados no comportamento do núcleo atômico exposto a um forte campo magnético
(DÂMASO, 2001).
4.2.3.3. Creatina fosfato é a energia de reserva
A fonte imediata de energia para a contração da musculatura esquelética é o
ATP. Somente uma pequena quantidade de ATP é estocada na célula. Ele é
continuamente ressintetizado, a partir do ADP, na taxa que é usado. Essa situação
determina um mecanismo sensitivo para a regulação do metabolismo energético na
célula. Pela manutenção somente de uma pequena quantidade de ATP, sua concentração
relativa (e concentração correspondente do ADP) é alterada rapidamente com um
aumento na demanda de energia para a célula (DÂMASO, 2001).
Embora o ATP sirva de energia para todas as células, sua quantidade é limitada.
O ATP pode ser constantemente ressintetizado para suprir a energia para o trabalho
biológico. Alguma energia para ressíntese do ATP é determinada direta e rapidamente
pela troca anaeróbica da molécula de fosfato de um outro composto rico em energia, a
fosfocreatina. Essa molécula é similar ao ATP devido à grande quantidade de energia
40
que é liberada quando quebra da fosfocreatina em moléculas de fosfato e creatina. A
ressíntese de ATP só ocorre se existe energia suficiente para rearranjar a molécula de
ADP com a de fósforo. A quebra da fosfocreatina pode fornecer essa energia. As células
estocam fosfocreatina em quantidades maiores do que ATP. A mobilização de
fosfocreatina é quase instantânea e não requer oxigênio. Por essa razão, a fosfocreatina
é considerada um reservatório de ligações de fosfato com alta energia. Para se ter uma
idéia da importância da alta energia dos fosfatos nos exercícios, considere atividades
nas quais uma intensa queima de energia crucial para o sucesso como futebol, tênis e
golfe (DÂMASO, 2001).
4.2.3.4. Suplementação com creatina
A suplementação com creatina pode aumentar a massa corporal e a massa
magra, possivelmente pela retenção de água e/ou estimulação da síntese protéica. Para
atletas dos quais são exigidos desempenhos de curta duração e alta intensidade, tem sido
indicada a suplementação com creatina para melhorar o desempenho. A dose que
usualmente é indicada é de 20g/dia, que pode ser tomada em quatro vezes de cinco
gramas. Já foi demonstrado que a creatina na dose de 6g/dia é suficiente para determinar
melhora no desempenho de um exercício de média duração, incluindo exercício
aeróbico de resistência (DÂMASO, 2001).
A creatina influencia especificamente o metabolismo, não interferindo com o
sistema cardiovascular, a captação de oxigênio e a concentração de lactato, durante a
realização de um exercício de resistência (DÂMASO, 2001).
A creatina é metabolizada em creatinina, que é excretada pelos rins. Até o
presente não se conhece o que poderia ocorrer com o mecanismo de filtração dos rins
numa situação em que os níveis plasmáticos de creatina venham a ser muito elevados
em decorrência de megadoses de creatina (DÂMASO, 2001).
A creatina e a creatinina são moléculas relacionadas encontradas nos tecidos
musculares. Creatinina, constituinte normal da urina, é o produto final do metabolismo
da creatina. A quantidade de creatinina da urina é uma medida da massa muscular
(UCKO, 1992).
41
O H3C NH
HO C CH 2 N C NH2
Estrutura da creatina
CH3
N
NH
O NH
Estrutura da creatinina
(O “coeficiente de creatinina”, miligramas excretados em 24 horas por
quilograma de peso corporal, é de 18 a 32 nos homens, e 10 a 25 nas mulheres). A
creatina é excretada em maiores quantidades do que a creatinina durante desgaste
muscular decorrente de jejum, febre, diabetes e distrofia muscular (UCKO, 1992).
4.3 Fitoterápicos
A cultura herdada dos nossos ancestrais de utilizar as plantas para medicação vem sendo
muito discutida nos últimos anos. No Brasil, durante muito tempo, essa prática esteve
associada às crendices populares. Com o passar dos anos, e com a comprovação da
eficácia de alguns produtos de origem natural no tratamento de doenças, os fitoterápicos
começaram a ser estudados por especialistas. Atualmente, muitos deles lutam pela
divulgação dos efeitos positivos e, principalmente, por uma democratização no
desenvolvimento e utilização desses produtos.
Nesse sentido, a legislação para os fitoterápicos ainda é muito confusa, tanto no Brasil
como no exterior. Nos Estados Unidos, por exemplo, os fitoterápicos não têm a
necessidade de registro, são vendidos como suplemento alimentar e já foram registrados
casos de efeitos colaterais por causa dessa falta de cuidado. No Brasil, a política para o
42
registro de um fitoterápico é muito mais complexa. O que, muitas vezes, prejudica o
desenvolvimento de novos produtos.
4.3.1 Os benefícios dos fitoterápicos
Segundo dados da Anvisa, alguns fitoterápicos podem auxiliar nas patologias mais
diversas. Desde o tratamento de uma azia ou má digestão, até em problemas de vesícula.
Contudo, é fundamental que os pacientes que fazem tratamento utilizando esse tipo de
remédio estejam atentos à sua condição de saúde e tenham acompanhamento médico
para que não sejam prejudicados com as restrições de uso dos medicamentos. Confira na
tabela abaixo alguns tipos de fitoterápicos, suas propriedades benéficas para a saúde e
suas possíveis restrições de uso.
4.3.2 Guaraná – Paulinea Cupana
A paulinea cupana, conhecida como guaraná do amazonas, planta da família
Sapindaceae, e o nome dado pelos índios á semente da árvore Paulinea cupana, e é um
importante legado da civilização aborígine ao bem estar da humanidade.Os índios, em
especial os maués, consideram-na planta sagrada. Quando saíam para as lutas tinham o
guaraná como suprimento de guerra. Durante o longo percurso que separavam as aldeias
, mastigavam a semente para aumentar sua vitalidade. Pesquisas confirmam que a
semente moída de guaraná é fonte inigualável de energia além de possui propriedades
terapêuticas .O guaraná é ainda, um regulador do ritmo cardíaco, preventivo da
Arteriosclerose, proporcionando uma velhice sadia.
O guaranazeiro cresce naturalmente na Amazônia , desde a região ocidental do rio
Tapajós, até a Bacia do Rio Madeira.Conhecido desde 1669 como estimulante e
regenerador do organismo.Preparado ainda por muitas tribos indígenas da mesma forma
como ficou conhecido: a de bastões obtidos das amêndoas. O método tradicional de
preparar o pão ou bastão de guaraná, consiste em retirar as sementes depois dos frutos
colhidos e descascados. As sementes são limpas e torradas em fogo lento durante
6horas, em forno de barro.Tiram-se as películas que as envolvem , antes de reduzi-las a
uma pasta, adicionando-se água, formando o “pão” e procede-se a secagem ao sol ou
estufa por 30 dias.
43
Os principais constituintes são: cafeína, amido, óleo fixo, ácido caprotânico, matérias
resinosas, aromáticas e pépticas, fibra, goma, tanino, saponina, fosfatos, teobromina,
fósforo e potássio. As ações da guaraná podem ser: estimulante, energética, adstringente
e tônica. As propriedades farmacológicas se traduzem pela presença ce xantinas, que
atua sobre a circulação, promovendo uma vasodilatação por ação direta sobre a
musculatura vascular. As metil-xantinas tem um efeito pronunciado sobre o
metabolismo celular, estimulando os processos associados a musculatura e ao sistema
nervoso central.Sobre o músculo estriado tem ação a cafeína que promove aumento de
produção de ácido láctico, aumentando o consumo de oxigênio e como conseqüência há
uma contração muscular mais forte. Esses efeitos são associados a uma liberação
espontânea prolongada de calor que dura até depois do músculo relaxado.
4.3.3 Erva-mate – Ilex Paraguayensis
Tem-se se observado que em todos os cantos da Terra, um acentuado pendor do
homem pelas plantas cafeníferas. Não fugiram a dessa regra, os índios primitivos da
parte meridional do nosso continente, que descobriram a nossa erva mate (Ilex
Paraguayensis), pertencente ou grupo das Aquifoliácea, como os da parte setentrional
do continente que descobriram essa propriedade estimulante no cacau, outros no
guaraná, os médios – orientais no café, os extremos orientais no chá etc.
Mas seus efeitos estimulantes não podem ser atribuídos apenas aos alcalóides da
cafeína e da teobromina, mas sim das vitaminas, dos sais minerais e de outras mais
famílias de substâncias que formam a erva mate. Nosso trabalho está disposto a
esclarecer mais sobre estas substâncias, pelo fato de estarem em maior teor, e seus
efeitos fisiológicos, sem deixar de lado a parte histórica, as origens e a parte de
beneficiamento da planta.
Conta a lenda que a árvore de onde se colhe a folha para produzir a bebida amarga
adorada por tantos gaúchos só surgiu no mundo depois de um pedido muito especial
feito a Tupã o grande deus indígena. Em algum lugar no meio das coxilhas vivia
aquerenciada uma tribo guarani cujo cacique tinha muita fama de valentia, bravura e
sabedoria. Era um exemplo para seus comandados. Todos os índios queriam ser como
ele, lutar como ele, caçar como ele, ter o conhecimento de tudo o que ele sabia. Outro
44
motivo de orgulho para o cacique era a sua linda e formosa filha, Caá-Yari, muito
admirada pelos jovens guerreiros.
Mesmo com tantas razões para ser um homem altivo e feliz, o chefe índio andava
acabrunhado. Triste. Uma tristeza vinda lá do fundo da alma. O cacique estava se
enveredando pelos caminhos da velhice e tinha medo de ficar sozinho
Além disso, estava preocupado com sua sucessão. Não tinha filho homem e precisou
escolher para sucedê-lo o mais valoroso entre os guerreiros da tribo. Justo o bravo pela
qual sua filha Caá-Yari estava apaixonada. Era um grande problema a afligi-lo.
Pela lei dos guaranis, a mulher do chefe da tribo tinha de acompanhá-lo em quaisquer
de suas viagens, fossem caçadas, fossem batalhas, fossem missões de paz ou a busca de
novas terras. Assim, se Caá-Yari casasse com o guerreiro escolhido para se tornar o
novo cacique, muitas vezes teria que se ausentar da tribo.
Com a filha longe, o velho chefe não sabia se ia agüentar continuar vivendo.
Caá-Yari conhecia as apreensões do pai. E para não magoá-lo, a bela índia amava seu
adorado em segredo. A filha zelosa sabia que, só com o pensamento de vê-la longe, o
cacique caía numa melancolia danada.
O desprendimento de Caá-Yari era percebido pelo chefe indígena. Sua dor e angústia
eram tantas que decidiu procurar Tupã, o deus dos deuses, aquele que costuma ordenar
todas as coisas do mundo. O cacique tinha consciência de que não poderia exigir a
presença da filha ao seu lado para sempre e pediu a Tupã que lhe escolhesse um
companheiro para as horas de solidão.
Como forma de atender o pedido, o grande cacique do Céu mostrou ao cacique da
Terra uma árvore grande, de folhas verdes. Dessa árvore o chefe índio retiraria, secaria
e torraria as folhas, fazendo com elas uma bebida amarga e quente, mas deliciosa. Seria
sua companhia para quando ninguém estivesse junto a ele. Para preencher o vazio da
saudade. E assim foi criada a erva-mate.
Tupã também ensinou o cacique a partir o porongo e a fazer um canudo de taquara.
Junto com a erva, surgiram a cuia e a bomba do chimarrão.
Arraigando-se ao hábito da nova companhia, o cacique pôde finalmente confirmar
seu sucessor como legítimo líder da tribo e, ao mesmo tempo, abençoar a união dele
com sua filha. Agora, quando os dois jovens estivessem longe, o velho índio teria
sempre ao seu lado o antídoto para espantar a tristeza.
45
Por ter sido a razão principal do surgimento da erva-mate, Caá-Yari passou a ser a
padroeira e protetora dessas árvores.
Desde então, a lenda foi sendo contada de geração em geração. Uma história que
passou a rechear a prosa nas rodas de chimarrão.
O uso desta planta como bebida tônica e estimulante já era conhecido pelos
aborígenes da América do Sul. Em túmulos dos pré-colombianos no Peru, foram
encontradas folhas de erva mate ao lado de alimentos e objetos, demonstrando o seu uso
pelos incas.
A tradição do chimarrão é antiga. Soldados espanhóis aportaram em Cuba, foram ao
México "capturar" os conhecimentos das civilizações Maia e Azteca, e em 1536
chegaram à foz do Rio Paraguay. No local, impressionados com a fertilidade da terra às
margens do rio, fundaram a primeira cidade da América Latina, Assunción del
Paraguay.
Os desbravadores, nômades por natureza, com saudades de casa e longe de suas
mulheres, estavam acostumados a grandes "borracheras" - porres memoráveis que
muitas vezes duravam a noite toda. No dia seguinte, acordavam com uma ressaca
proporcional. Os soldados observaram que tomando o estranho chá de ervas utilizado
pelos índios Guarany, o dia seguinte ficava bem melhor e a ressaca sumia por completo.
Assim, o chimarrão começou a ser transportado pelo Rio Grande na garupa dos
soldados espanhóis. As margens do Rio Paraguay guardavam uma floresta de taquaras,
que eram cortadas pelos soldados na forma de copo. A bomba de chimarrão que se
conhece hoje também era feita com um pequeno cano dessas taquaras, com alguns furos
na parte inferior e aberta em cima. O comerciante Rômulo Antônio, dono da Casa do
Chimarrão, em Passo Fundo, há mais de 20 anos, explica que os paraguaios tomam
chimarrão em qualquer tipo de cuia. "Até em copo de geléia", diz. São os únicos que
também têm por tradição tomar o chimarrão frio... O "tererê" paraguaio pode ser
tomado com gelo e limão, ou utilizando suco de laranja e limonada no lugar da água.
Os primeiros jesuítas estabelecidos no Paraguai (posteriormente nas missões),
fundaram várias feitorias, nas quais o uso das folhas de erva mate já era difundido entre
os índios guaranis, habitantes da região.
Posteriormente observou-se que os indígenas brasileiros, que habitavam as margens
do rio Paraná, utilizavam-se igualmente desta Aquifoliácea. Outras tribos não
46
localizadas em regiões de ocorrência natural da essência, possuíam o hábito de
consumi-la, obtendo-a através de permuta (trocas).
Do ponto de vista químico, o Ilex paraguariensis (erva mate) pode ser apreciado sob o
aspecto químico bromatológico ou como matéria-prima de vários subprodutos.
Muito tempo antes de ser conhecida a sua composição química, já os indígenas
utilizavam a erva mate não só atraídos pelo paladar da bebida preparada, mas
principalmente por conhecerem suas virtudes, em que se destacava a propriedade de
aumentar a resistência à fadiga e por mitigar (amasiar) a sede ou a fome.
Estudos indicam como constituintes da erva mate os seguintes compostos: água,
celulose, gomas, dextrina, mucilagem, glicose, pentose, substâncias graxas, resina
aromática, legumina, albumina, cafeína, teofilina, cafearina, cafamarina, ácido
matetânico, ácido fólico, ácido caféico, ácido virídico, clorofila, colesterina e óleo
essencial.
Nas cinzas encontram-se grandes quantidades de potássio, lítio, ácidos fólicos,
sulfúrico, carbônico, clorídrico e cítrico, além de magnésio, manganês, ferro, alumínio e
traços de arsênico.
A cafeína, teofilina e teobromina são três alcalóides, estreitamente relacionados,
encontrados na erva mate e são os compostos mais interessantes sob o ponto de vista
terapêutico. O teor de cafeína na erva atinge em média 1,60% enquanto que nas infusões
o valor médio é de 1,10%.
A cafeína, teofilina e teobromina são três alcalóides, estreitamente relacionados,
encontrados na erva mate e são os compostos mais interessantes sob o ponto de vista
terapêutico. O teor de cafeína na erva atinge em média 1,60% enquanto que nas infusões
o valor médio é de 1,10%.
O mate entra em fermentação espontânea devido as enzimas oxidase e peroxidase
nele presentes.
A erva comercial é preperada de modo a se evitar a fermentação das folhas mediante
flambagem das mesmas logo após o colhimento
A peroxidase é o catalisador essencial dos sistemas de oxidação dos vegetais. Ela
torna a oxidase capaz de oxidar as substâncias fenólicas. Assim, as duas enzimas só são
úteis juntas.
47
Os princípios dos mate-alcalóides estão em maiores percentagens nas folhas novas do
que nas velhas.
Com um correto processamento da erva, obstem-se um produto de propriedades
nutritivas e terapêuticas superiores, considerando-se as enzimas nele contidas, porém, as
propriedades gustativas do mate são alteradas.
Do ponto de vista químico, o Ilex paraguariensis (erva mate) pode ser apreciado sob o
aspecto químico bromatológico ou como matéria-prima de vários subprodutos.
Muito tempo antes de ser conhecida a sua composição química, já os indígenas
utilizavam a erva mate não só atraídos pelo paladar da bebida preparada, mas
principalmente por conhecerem suas virtudes, em que se destacava a propriedade de
aumentar a resistência à fadiga e por mitigar (amasiar) a sede ou a fome.
A cafeína, teofilina e teobromina são três alcalóides, estreitamente relacionados,
encontrados na erva mate e são os compostos mais interessantes sob o ponto de vista
terapêutico.
Os Alcalóides
A cafeína é um alcalóide, um pó branco cristalino muito amargo. Juntamente com a
teofilina e a teobromina fazem parte do grupo das Xantinas.
As xantinas são bases nitrogenadas da mesma classe (alcalóides) em que se incluem a
atropina, cocaína, efedrina, morfina, quinina, nicotina e várias outras, todas relacionadas a
grande variedade de ações fisiológicas. A estrutura mais simples referida como xantina
corresponde à 2,6 – dioxipurina. O grupo das xantinas inclui vários compostos em que elas
48
se encontram ligadas a outros resíduos. Entre eles, destacan-se a teofilina (1,3
dimetilxantina), a teobromina (3,7 dimetilxantina) e a cafeína (1,3,7 trimetilxantina).
A xantina não-ligada é encontrada na maior parte dos tecidos e líquidos do organismo
dos mamíferos. Nas plantas, predominam as formas ligada. As folhas de chá (Thea sinensis)
são particularmente ricas em teofilina; as sementes de cacau contêm de 0,7% a 1,2% de
teobromina; a cafeína corresponde de 1% a 2% do peso da semente de café e atinge 4% a
5% do peso da semente de guaraná. São encontradas, em menores proporções, em inúmeras
outras plantas, como por exemplo na erva mate.
Os efeitos maléficos e benefícios das xantinas em nosso organismo já foram estudos e
ainda são objetivo de pesquisas. Elas atuam como diuréticos, relaxantes do músculo liso,
estimulante cardíaco e vasodilatadores; a cafeína tem ação particularmente acentuada como
estimulante do SNC (sistema nervoso central). São usadas para fins para fins terapêuticos,
tantos através de fontes naturais com de formulações feitas a partir de substâncias isoladas e
purificadas. O consumo excessivo, porém, pode acarretar palpitações, convulsões, dores de
cabeça e de estômago, insônia, perda de apetite, náusea, vômito, depressão, falta de
potência, entre outros problemas.
Os alimentos ricos em xantinas encaixam-se na classificação de nutracêuticos e, como
tal, estão sujetios a critérios especiais e limites para o consumo.
Amazile Biagioni Maia
Departamento de Ciências Biológicas e da Saúde,
Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni – BH)
Texto retirado da revista “Ciência Hoje”, Novembro de 2001 – página 7.
Verificou-se conterem as ervas de Mato Grosso, em média, maiores taxas de
alcalóides totais do que as ervas do planalto Paraná – Santa Catarina – RGS (veja
tabelas comparativas abaixo).
Teor de Cafeína e Teobromina na Erva Mate (Ilex Paraguayensis)
49
Pesquisas feitas comprovaram que nas Regiões Sulinas (Paraná juntamente com o
RS) possuem em sua erva mate teor de cafeina menor e teor de teobromina maior em
relação a erva mate do Mato Grosso.
Podemos fazer uma conclusão de que os teores de alcalóides diminuem com a idade
da planta.
50
Em curto prazo, a cafeína impede que você durma porque bloqueia a recepção de
adenosina; lhe dá mais “energia”, pois causa a liberação de adrenalina, e lhe faz sentir
melhor, pois manipula a produção de dopamina. Caso a pessoa seja uma freqüente
consumidora de cafeína, quando deixar repentinamente de consumir, sentira
provavelmente dor de cabeça em função da dilatação excessiva dos vasos sangüíneos da
cabeça que eram antes comprimidos pela cafeína. Muita gente pode pensar que a
concentração de alcalóides não influi em nada, veja os exemplos de contaminações por
tóxicos naturais de alguns vegetais.
O tomateiro contém um alcalóide denominada tomatina. Esta substância tóxica é
encontrada em toda a planta, com maior predominância nas flores. A tomatina só existe
no tomate verde. Durante o amadurecimento, é convertida numa substância denominada
alopregnenolona, não tendo mais a tomatina que desapareceu.
Outro caso no qual os alcalóides são maléficos a saúde, a batateira, existem os
alcalóides solaninas e chaconinas. Quando a batata é cortada ou sofre outro tipo de ação
mecânica, ela produz, com colaboração da luz solar, a síntese desses alcalóides. Estes
multiplicados 15 a 30 vezes o nível normal, inibem a ação de uma enzima do tecido
nervoso e cardíaco, verificando-se dificuldades respiratórias, sonolência, tonturas ou
mesmo alucinações.
Em poucas palavras, é na somação destes inúmeros constituintes, pela ação isolada de
uns, sinergética de outros, que residem as virtudes incontestáveis da nossa famosa erva
mate.
51
5. MATERIAIS E MÉTODOS
5.1. Materiais utilizados para produção de chocolates nutracêuticos
Fôrma para chocolates Colher
Forno de microondas Papel alumínio
Chocolate Creatina
Balança Geladeira
Guaraná Espátula
Jarra para microondas Faca
5.2. Materiais empregados para elaboração da bebida isotônica
Água Sódio
Cloreto Potássio
Béquer Erva-Mate
Balança Corante
Flavorizante Embalagem
5.3. Considerações gerais para a manipulação
O manipulador precisa seguir as condições da Farmácia; Manter-se
adequadamente paramentado; Ligou-se a balança 30 minutos antes do início da
pesagem para aquecimento interno; Verificou-se a limpeza e sanitização das bancadas;
antes e após da sua utilização os equipamentos foram bem limpos e sanitizados com
álcool 70 %.
A seleção da melhor marca de chocolate se fez através dos requisitos melhor
preço versus qualidade e facilidade de se trabalhar com o mesmo, foi feita assim uma
pesquisa de preço dentre as marcas [Confeiteiro, Harald (Bel, Cobertura e Top) e
Garoto], aquisição das mesmas, observadas quanto a facilidade de modelar e remodelar
o mesmo, sendo assim testou-se sensorialmente os tabletes de cobertura de chocolate
52
sem adição de outros compostos com os funcionários da Farmácia Geremias Ltda,
optando-se pela cobertura de chocolate ao leite Top para derreter Harald.
Após a escolha do chocolate procedeu-se o levantamento dos itens necessários
para a produção, feita a aquisição dos mesmos foi realizado o controle de qualidade
das matérias- primas.
Foram feitos testes para verificar a massa necessária para cada tablete na fôrma,
derretendo-se uma quantidade de chocolate e posteriormente modelando-a na mesma e
resfriado, retirou-se da fôrma e fez-se a pesagem da massa do mesmo, e elaboração do
cálculo para a quantidade de suplemento para cada chocolate, conforme o pedido.
O cálculo procedeu-se da seguinte forma: cada tablete de chocolate pesou 11,0g
Cada fôrma apresenta condição para fabricação de 12 tabletes, sendo que a cada tablete
é acrescentado 400mg de creatina e 400mg de Guaraná.
Quantidade de chocolate para fabricação de 12 tabletes:
1 tablete 10,2g de chocolate
12 tabletes X
X= 122,4g de chocolate para 1 fôrma
Quantidade de creatina e guaraná para 12 tabletes:
1 tablete 0,4g
12 tabletes X
X= 4,8g de creatina para 12 tabletes e 4,8g de guaraná para 12 tabletes.
Fez-se então primeiramente a pesagem do chocolate colocando em recipiente
apropriado para derretimento em microondas do chocolate, sendo que o tempo
necessário depende da quantidade levada para derreter, o tamanho dos pedaços e a
temperatura em que o mesmo se encontra. Em seguida foi realizada a pesagem dos
suplementos e misturados entre si antes de serem adicionados ao chocolate já derretido.
Após foi realizada a homogeneização da massa e colocada na fôrma para chocolate
untada com óleo, preencheu-se os tabletes e bateu-se levemente a fôrma para a retirada
de bolhas de ar que possivelmente possam ter permanecido na mesma, levando assim
para o resfriamento em freezer por aproximadamente dez minutos, dependendo da
53
temperatura em que é posta para o resfriamento, quando está pronto para ser
desenformado os tabletes soltam-se da fôrma.
Quando retirados da fôrma os tabletes seguem para a primeira embalagem, feita
com papel alumínio e a segunda geralmente pote com capacidade para o pedido
requerido, onde é adicionado a rotulagem com as inscrições do produto e da empresa.
Na obtenção do isotônico foi estudado a melhor formulação para reposição de
eletrólitos para praticantes de atividade física, comparando-se com algumas bebidas
isotônicas encontradas à venda no comércio de Videira (Tabela 2), procedeu-se a
seleção dos materiais utilizados, destilação da água, cálculo dos princípios ativos para a
quantidade determinada, da seguinte maneira:
Quantidade de carboidrato (48Kcal) levando-se em conta que cada grama de
carboidrato corresponda a 4Kcal fez-se a cálculo para 200mL, sendo utilizado 10g de
sacarose e 2g de frutose.
Para os eletrólitos o cálculo foi realizado observando os fatores de correção dos
mesmos.
NaCl: Na 39,34%; Cl 60,66% (BUDAVARI, 1996).
Para obtenção de 200mL de isotônico utilizou-se 163 g de NaCl
163 mg 100%
X mg 39,34%
X = 64,12 mg/ 200mL de sódio
Cloreto
163 mg 100%
X mg 60,66%
X= 98,87 mg/ 200mL de cloreto
Para a obtenção de potássio na formulação utilizou-se citrato de potássio
(C6H5K3O7 ) o qual apresenta PM: 306,4 sendo 38,28% de K, porém foi utilizado
citrato de potássio monohidratado (C6H5K3O7 . H2O) apresentando assim PM= 324,4
tendo-se assim:
PM = 324,4 38,28 de K
PM = 306,4 X
X= 36,156% de potássio livre, a partir deste foi realizado o cálculo para a
elaboração do isotônico com 20mg/200mL
54
20mg de K 36,16%
X 100%
X= 55,3 mg de citrato de potássio monohidratado/ 200mL
Foi acrescentado então infusão de erva-mate na proporção de 1:10 de água.
Posteriormente realizou-se a pesagem dos fármacos, a dissolução dos mesmos
completando-se com água até o volume indicado com água destilada, acrescentou-se
aroma e feita a correção de coloração com corante alimentício (amarelo damasco da
empresa Mix coralim, CNPJ 66.005.521/0001-40), procedendo para as considerações
finais de embalagem rotulagem e resfriamento.
Tabela 2: Composição de bebidas isotônicas encontradas no mercado e a preparada na Farmácia.
Bebidas Composição
Gatorade (graviola- manga)
Energil C sport (açaí)
Kero Coco Água de coco
Isotônico (Laranja)
Valor calórico 50 kcal 48 kcal 40 Kcal 48 Kcal Carboidrato 12 Kcal 12 g 10 g 12 g Proteína 0 g 0 g 0 g - Gordura 0 g 0 g 0 g - Gordura Total 0 g 0 g 0 g - Sódio 90,0 mg 90 mg 40 mg 64,12 mg Potássio 24,0 mg 20 mg 320 mg 20 mg Cloreto 84,0 123,8 mg - 120 mg Cálcio - - 40 mg - Ferro - - 0 mg - Magnésio - - 10 mg - Fósforo - - 10 mg - Vitamina C - 18 mg - 5 mg Corante Apresenta Apresenta - Apresenta Aroma Graviola- manga Açaí - Laranja Fonte: Gatorade Sport Botlle CNPJ/ MF 55.323.448/0021-81 Reg MS Nº 4.0518.0050 Energil C Sport EMS Indústria farmacêutica Ltda. CNPJ: 57.507.378/0001-01 Kero Coco Amacoco- água de coco da Amazônia Ltda CNPJ: 83914.598/0001-51 Reg Produto MAPA nº PA 05359/00001-5
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1. O consumo do chocolate nutracêutico
A ingesta de creatina e guaraná através dos chocolates e sua produção pela
empresa apresenta as seguintes vantagens:
- Produção de um alimento diferenciado no mercado;
- A ingestão do pó juntamente com água ou suco não é tão agradável;
- O consumo em cápsula, na mesma quantidade do chocolate é necessário fazer o uso
de duas, sendo que para pessoas que tem problemas gástricos não é aconselhável
fazer o uso das mesmas;
- A absorção de cápsula, na qual se evita de a creatina e a guaraná entrar em contato
com as mucosas da boca, tem seu período para absorção mais elevado, necessitando
ser administrado por um período de tempo maior;
A escolha do chocolate como meio carreador da substância ativa, se deu por ser
um produto muito aceito no mercado, onde a maioria das pessoas consomem o mesmo,
já é uma fonte de energia e nele pode ser adicionada várias substâncias.
O uso de creatina e guaraná confere ao músculo maior fonte de energia que pode
estar disponível no momento em que é necessário sua utilização.
A creatina é importante no metabolismo muscular porque ela realiza o
armazenamento de fosfato de alta energia através da síntese de fosfocreatina. A creatina
é sintetizada em um processo de duas fases envolvidas na síntese inicial guanidoaceto
(glicociamina), que acontece nos rins, mucosa do intestino delgado, pâncreas e
provavelmente no fígado. Esta reação entre a glicina e a arginina é catalisada pela
transamidase, que está sujeita a inibição retroativa pela creatina aumentada. O
guanidoacetato é transportado até o fígado, onde é metilado à creatina. A creatina então
entra no sangue para ser amplamente distribuída, especialmente para as células
musculares, que contém aproximadamente 98 por cento do “pool” total de creatina do
corpo. O conteúdo de creatina corporal é proporcional a massa muscular (HENRY,
1995).
A quantidade de ATP no músculo é suficiente para manter a atividade por
menos que um segundo. O músculo dos vertebrados contém um reservatório de
fosforilas de alto pontencial na forma de creatina fosfato que pode transferir seu
56
grupamento fosfato para o ATP. Esta reação é catalisada pela creatina cinase (STRYER,
1996).
Creatina fosfato + ADP + H+ ATP + creatina
O uso de cretina e guaraná no organismo não é considerado doping, por ser uma
substância que é encontrada no próprio organismo, no caso da creatina e por seu uma
substância natural, no caso da guaraná. A Creatina é, ainda, encontradas em fontes
naturais principalmente em carnes e em alguns vegetais.
O COI (Comitê Olímpico Internacional) entidade máxima do esporte
internacional- não inclui a creatina em sua lista de substâncias proibidas, cujo uso
caracteriza doping. Derivada de três aminoácidos distintos -arginina, ornitina e lisina-, a
creatina é uma das fontes naturais de energia do corpo, que produz cerca de dois gramas
da substância diariamente. Ela pode ser encontrada, em maiores concentrações, nos rins,
pâncreas e músculos. Quando sintetizada, pode ser encontrada para o consumo em
forma de pó, líquido ou cápsula (Folha de São Paulo).
O consumo dos chocolates deve ser realizado pelos atletas cerca de 30 minutos
antes do início das competições (um tablete por indivíduo), tempo estipulado como
suficiente para ocorrer a absorção do fármaco, porém estes dados devem ser mais
estudados, é considerado um nutracêutico potencial, (requer comprovação laboratorial
para comprovação dos efeitos, o qual não foi possível realizar no momento, o exame
não é realizado na cidade, têm alto custo e precisa um número significativo de atletas).
6.2 Custos de produção:
Tabela 3: Custos de produção de chocolate com creatina e guaraná Custos Gerais do Chocolate Enriquecido com Creatina
Matérias – primas Preço unitário Qtde na fórmula Custo totalChocolate 7,80(kg) 122,4g 0,95 Creatina monohidratada 37,80(Kg) 4,8g 0,18 Guaraná 9,00(Kg) 4,8g 0,05
Total de custo Matérias-primas 1,18 Frete proporcional (matérias-primas) 0,11 Embalagem 0,45 Rótulo + impressão 0,09 Insumos intermediários 0,05
57
Custo Total do produto 1,88 Mão de obra = 10,00/hora x tempo médio/manufatura do produto 0,32 Custo do produto: 2,20 Fator de depreciação do laboratório = 1,12 2,46 Margem 9,36 Preço de venda 11,82 Impostos incidentes: ICMS: 17% sobre valor de venda 2,01 Simples(Federal): 6,0% sobre valor de venda 0,71 Total de impostos incidentes 2,72 Lucro líquido do produto 6,64 Unidade: 12 tabletes Uso: interno Classificação Tributária(ICMS): 17% Empresa enquadrada como Simples Federal
6.2. O Isotônico
A elaboração do isotônico, foi realizada nos requisitos e nos comparativos feitos
com os demais repositores eletrolíticos dispostos no mercado, onde não se pode
ultrapassar em 50mg/100mL de Na, no máximo de 50% a mais em relação ao sódio de
potássio e o máximo de 75mg/100mL de cloreto. A quantidade de carboidratos não
deve ultrapassar 8%, pois segundo (SHARKEY, 1998), a glicose pode retardar o
esvaziamento do estômago e reduzir a saída de líquido essencial.
A presença da erva-mate foi um diferencial no produto desenvolvido pela
Farmácia Geremias, sendo uma agradável surpresa ao paladar. A água tem fator
importante em manter o corpo hidratado e controlar a temperatura corporal,
principalmente em atletas que tem perdas significativas pelo suor, dependendo do atleta
a ultrapassar 2% do peso corporal, assim como de eletrólitos que são carreados com o
suor.
O sódio presente na solução tem função de manutenção do equilíbrio hídrico,
proporcionar maior rapidez na absorção da glicose, além de manter a pressão osmótica e
equilíbrio ácido-básico.
58
O cloreto não é produzido no organismo, tendo como função especial de manter
o equilíbrio ácido-básico, e manter a acidez da secreção gástrica. Em pequenas
quantidades o cloreto de sódio melhora o paladar do preparado.
A adição de sacarose e frutose no isotônico, além de proporcionar maior
aceitabilidade do produto pelo seu sabor doce que confere ao produto, tem papel
importante em deixar o atleta com maior energia, e também facilitar a absorção da água
e do sódio, por ser carboidrato e de fácil absorção pelo organismo (glicose), a sacarose
que resulta da união de glicose + frutose, tem mais rápida absorção que a frutose que
necessita ser convertida em glicose para a produção de energia, mas sua adição no meio
tem como objetivo de ser uma fonte de energia que possa ser utilizada aos poucos pelo
organismo, até ocorrer sua completa conversão.
Os carboidratos são absorvidos no intestino delgado e levado para a corrente
sangüínea na forma de monossacarídeos, principalmente glicose, e alguma frutose e
galactose. A maior absorção de glicose ocorre por difusão ou por um mecanismo de
transporte ativo envolvendo sódio como carreador (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
A área de absorção do intestino delgado facilita esse processo de absorção. Ele é
grandemente aumentado por milhões de vilosidades, que atuam como projeções da
membrana da mucosa. Cada vili tem um extenso “brush border” de filamentos
projetados, que aumentam a superfície de absorção. Essa grande área de absorção faz
com que 90% do alimento digerido possa ser absorvido no intestino delgado indo para a
corrente sangüínea, o restante é eliminado nas fezes. Somente a absorção de água
permanece no intestino grosso. Por meio dos capilares de vili, os açúcares simples
entram na circulação portal e são transportados para o fígado. Nesse órgão a frutose e a
galactose são convertidos em glicose, e a glicose restante é convertida a glicogênio para
reserva. O glicogênio é constantemente reconvertido a glicose de acordo com as
necessidades do organismo (OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
A ação do potássio se desdobra em várias frentes de importância metabólica.
Transporta oxigênio como oxi-mioglobina potássica; facilita o deslocamento do dióxido
de carbono por intermédio do bicarbonato nas hemácias; diminui a viscosidade
protoplasmática, antagonizando-se com o cálcio; influi sobre a obtenção de energia
favorecendo a óxido-redução da glicose; facilita a conversão da glicose em glicogênio
pelo fígado; participa efetivamente do equilíbrio ácido-básico. A ação do potássio sobre
59
a conversão da glicose em glicogênio faz com que ele se mova nessa eventualidade para
o interior da célula (...)(OLIVEIRA & MARCHINI, 1998).
O aroma e corante (alimentícios) utilizados no isotônico tem função de melhorar
o paladar e aceitabilidade do mesmo, cada indivíduo tem um sabor de preferência, mas
em virtude de no momento não ser possível a manipulação de um isotônico exclusivo a
cada um, foi elaborado com sabor artificial de laranja (do qual a maioria aprovou seu
sabor) sendo o corante compatível com o sabor.
O consumo do isotônico deve ser feito gelado (aproximadamente 4ºC), pois mais
rápido sai do estômago, e mais rapidamente é absorvido através da corrente sangüínea,
seu consumo varia muito de atleta para atleta ficando na média de 250 a 300 mL no
total a cada partida.
Os isotônicos comercializados, não são somente consumidos por atletas e sim
também por pessoas comuns, as quais devem tomar algumas precauções principalmente
se sofrem de hipertensão e problemas relacionados a cálculos renais, o isotônico contém
em sua formulação cloreto de sódio, sendo uma fonte extra além dos alimentos onde já é
feita a adição do sal de cozinha. Os sintomas que podem ocorrem é elevação da pressão
arterial.
(...)O excesso de sal consumido é excretado através na urina, mantendo o
equilíbrio salino, isso não ocorre em indivíduos suscetíveis, e a ingestão excessiva de
sódio deixa de ser bem regulada. Essa ingestão contribui para um aumento do volume
de líquido e eleva pressão arterial para níveis que podem representar um perigo para a
saúde. A hipertensão induzida pelo sódio ocorre em cerca de um terço dos indivíduos
hipertensos(...)(McARDLE, KATCH & KATCH, 1998).
A sobrecarga de sódio pode ser perigoso na insuficiência cardíaca, e que a
sobrecarga tanto de sódio quanto a de potássio pode ser prejudicial na insuficiência
renal (RANG, DALE & RITTER, 1997).
O citrato de sódio, segundo (RANG, DALE & RITTER, 1997) é metabolizado
produzindo uma urina alcalina. A alcalinização é importante para prevenir a
cristalização, na urina, de certos medicamentos, reduz a formação de cálculos de ácido
úrico e de cistina.
Apresenta-se (na tabela 4) os dados de custo e valor de venda do isotônico para
atletas.
60
Tabela 4: Custos de produção de isotônico.
Custos Gerais do Isotônico Matérias – primas Preço unitário Qtde na fórmula Custo total Sacarose 2,90(kg) 100,0g 0,29 Cloreto de Sódio técnico 4,65(Kg) 1,2g 0,01 Citrato de Potássio 110,00(Kg) 0,552g 0,06 Frutose 8,90(Kg) 20g 0,17 Acido Ascórbico 16,50(Kg) 5g 0,08 Erva-mate - infusão 9,00(l) 200ml 1,80 Aroma Alimentício de Laranja 1000,00(L) 0,1ml 0,10 Corante alimentício Amarelo Damasco 1850,00(kg) 0,1g 0,18
Água destilada 1,00(L) 1873,14ml 1,87 Total de custo Matérias-primas 4,38 Frete proporcional (matérias-primas) 0,27
Embalagem 0,45 Rótulo + impressão 0,09 Insumos intermediários 0,07 Custo Total do produto 5,26 Mão de obra = 10,00/hora x tempo médio/manufatura do produto 0,16 Custo do produto: 5,42 Fator de depreciação do laboratório = 1,12 6,07 Margem 80%: 4,85 Preço de venda 10,92 Impostos incidentes: ICMS: 17% sobre valor de venda 1,85 Simples(Federal): 6,0% sobre valor de venda 0,66 Total de impostos incidentes 2,51 Lucro líquido do produto 2,34 Unidade: 2 litros Uso Interno Classificação Tributária(ICMS): 17% Empresa enquadrada como Simples Federal
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7. CONCLUSÕES
O consumo de chocolate nutracêutico antes das competições, é um fator a ser
estudado em equipes de esportes amador, sendo sempre necessário, um
acompanhamento médico.
Recomenda-se aos atletas que têm perda excessiva de suor, devida as condições
climáticas ou por tempo prolongado de atividade, que devam manter-se bem hidratado e
fazer reposição de eletrólitos, uma vez que a hidratação tem fundamental importância
para um bom desempenho atlético e para manutenção das atividades metabólicas do
organismo em condições normais durante e após a competição.
Os produtos podem ser comercializados com os seguintes valores: Chocolate
enriquecidos com creatina de 12 tabletes R$ 11,82 e para o isotônico o valor comercial
de R$ 10,92.
62
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