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UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DOS ALIMENTOS
ENGENHARIA DE ALIMENTOS
GCA 229 – EMBALAGENS DE ALIMENTOS
PERMEABILIDADEDE
FILMES FLEXÍVEIS
Juliana Farinassi Mendes
LAVRAS
MINAS GERAIS - BRASIL
MARÇO, 2013
1) INTRODUÇÃO
A embalagem de um alimento tem inúmeras funções sendo a de proteção do produto contra
a ação do meio exterior uma das mais importantes. Por um lado o produto necessita de ser protegido
contra danos físicos e mecânicos durante o transporte e distribuição, por outro lado é necessário
garantir a proteção contra a ação de fatores ambientais como gases, vapor de água, luz e odores.
A capacidade de uma embalagem de resistir à adsorção ou à liberação de gases e vapores,
resistir à permeação de lipídeos e à passagem de luz é definida como barreira.
Os requisitos de barreira necessários a uma embalagem devem ser definidos para cada
produto alimentar, considerando-se a sua composição, forma de apresentação, sistema de
distribuição e tempo de vida útil desejado. A determinação das propriedades barreira dos materiais é
feita com métodos normalizados.
Ao contrário dos recipientes de vidro e de metal, as embalagens plásticas são permeáveis a
gases (oxigénio, dióxido de carbono, etc.) e ao vapor de água, num grau maior ou menor, consoante
os materiais. Estes também são permeáveis a vapores orgânicos (odores estranhos provenientes do
meio ambiente ou odores característicos do produto). A luz, em particular a ultra-violeta (de menor
comprimento de onda) pode catalisar reações adversas como reações de oxidação, que conduzem a
descoloração, perda de nutrientes e desenvolvimento de odores, por isso algumas embalagens
devem também ser barreira à luz, em particular a alguns comprimentos de onda.
2) OBJETIVO
O objetivo principal do trabalho foi avaliar as propriedades de barreira a vapor de água dos
filmes de polipropileno e de amido.
3) MATERIAL E MÉTODOS
Foi realizada a análise da taxa de permeabilidade à vapor de água, TPVA, dos filmes de
amido e de polipropileno. A permeabilidade ao vapor de água foi determinada pelo método ASTM
E 398 à 37,8ºC, através do equipamento PERMATRAN W modelo 1/50G, o qual foi calibrado,
com devidas pressões e temperatura de trabalho e posteriormente, foi liberado o gás de arraste (N 2).
As amostras dos filmes, polipropileno e de amido, foram cortadas na forma do molde com área de
50cm2, e seladas com parafinas. No equipamento inseriu-se a esponja umedecida com água
destilada, para a formação da atmosfera úmida, essa esponja é utilizada para análises de filme com
baixa e média permeabilidade. Os parâmetros de análise foram ajustados como temperatura, para
teste por ciclos (3 ciclos), a umidade relativa permeante, o coeficiente de permeabilidade (2,5 para
baixa e média permeabilidade), a unidade (g/m².dia), a pressão. Com todos os parâmetros ajustados
iniciou-se a análise de permebilidade no Permatran.
4) RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1:
Tipo de Filme
Temperatura(ºC)
Pressão(PS)
Espessura(µm)
Umidade Relativa%
Permeabilidade (g*μm/(m2*dia*mmHg)
Permeante Lado Seco
AMIDO 1
37,8 46,83 59 40 10 8,07177
AMIDO 2
37,8 46,83 49 40 10 6,70367
PP 37,8 46,83 33 80 20 0,05127
Tabela 2:
Tipo de filmes TPVAAmido 192,204
PP 5,093
Segundo Cetea (1996), para produtos alimentícios susceptíveis à deterioração devido ao
ganho de umidade, como os alimentos desidratados e as misturas de pós, para esses alimentos a
embalagem deve funcionar como barreira à passagem do vapor de água, de modo a lhes assegurar a
estabilidade. Essa característica de barreira da embalagem pode ser avaliada pela taxa de
permeabilidade ao vapor de água, definida como a quantidade de água que passa através de uma
unidade de área, por unidade de tempo, no estado estacionário, nas condições de ensaio.
A permeabilidade do material ao vapor d água refere-se ao produto do fluxo pela espessura do
material de embalagem, dividido pelo gradiente de pressão de vapor entre as superfícies do
material.
P = TPVA *e / ps(UR1 - UR2)
Uma outra caracteristica importante para a caracterização da permeabilidade dos filmes, é
em relação a sua espessura, ou seja, Conhecendo-se a espessura de um material e sua natureza
química é possível obter informações teóricas sobre suas propriedades mecânicas e de barreira a
gases e ao vapor d’água, bem como fazer estimativas sobre a vida útil de alguns alimentos
acondicionados neste material e o desempenho mecânico da embalagem, desde que sejam
conhecidos alguns dados como, por exemplo, as dimensões, a capacidade da embalagem e o sistema
de distribuição (SARANTÓPOULOS et al., 2002).
Segundo Park e Chinnam (1995) a permeabilidade ao vapor de água pode variar com a
espessura dos filmes devido a mudanças estruturais causadas pelo inchamento da matriz hidrofílica,
o que irá afetar a estrutura do filme e provocar tensões internas que influenciam na permeação.
Dessa forma, os filmes foram caracterizados quanto a sua espessura e permeabilidade ao
vapor de água. Sendo possível perceber, de acordo com a Tabela 1, que o filme de polipropileno
(PP), apresentou uma espessura de 33µm e uma permeabilidade de 0,05127
g*μm/(m2*dia*mmHg), podendo ser caracterizado, portanto, como excelente barreira a umidade,
sendo ótimo para envase de snacks, biscoitos, café, balas, bombons e chocolates.
Já o filme de amido, sendo um polissacarídeo de reserva dos vegetais e estando armazenado
sob a forma de grânulos, que apresentam um certo grau de organização molecular, o que confere
aos mesmos um caráter parcialmente cristalino, ou semicristalino, com graus de cristalinidade que
variam de 20 a 45% (YOUNG, 1984). Exibiu uma permeabilidade em geral maior do que a do
polipropileno, numa faixa de 8,0717 e 6,70367 g*μm/(m2*dia*mmHg), o que pode ser explicado
pelo fato deste apresentar maior espessura. Além do mais, os filmes a base de polissacarídeos, como
o filme de amido, são altamente hidrofílicos, o que resulta em pobre barreira ao vapor de água
(BATISTA,2004). Similar a permeabilidade ao vapor de água, a solubilidade é um indicativo da
hidrofilicidade do filme.
5) CONCLUSÃO
Portanto, em relação às propriedades de barreiras a vapor de água dos filmes estudados,
temos que o polipropileno exprimiu uma baixa barreira ao vapor, ao contrário do filme de amido,
sendo tal fato explicado pela variação da espessura de ambos os filmes, confirmando assim o
aumento da permeabilidade ao vapor de água em função do aumento da espessura.
6) REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
Fábio Yamashita, Marta de Toledo Benassi. Influência de Diferentes embalagens de atmosfera
modificada sobre a aceitação de goiabas brancas de mesa (Psidium Guajava L., Var. Kumagai)
mantidas sob Refrigeração;
Esperidiana Augusta Barretos de Moura – Avaliação do desempenho de embalagens para
alimentos quando submetidos a tratamento por radiação ionizante – Tese apresentada como parte dos
requisitos para a obtenção do grau de Doutor em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear;
Rejane Dias Pereira Mota. Elaboração e Caracterização de filmes biodegradáveis através de
blendas poliméricas de amido de lírio-do-brejo (Hedychium coronarium) e de amido de fruto-do-lobo
(Solonum lycocarpum St. Hill)- Dissertação apresentada para a obtenção do título de mestre em Ciências
Moleculares. Universidade Estadual de Goiás.