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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL PERFIS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS DA LINHA DE TRANSMISSÃO 500 KV, CIUDAD DEL ESTE VILLA HAYES, OBTIDOS COM USO DO PROGRAMA GEOVISUAL TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Verónica Daniela Torres Agüero Santa Maria, RS, Brasil 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

PERFIS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS DA LINHA DE TRANSMISSÃO 500 KV, CIUDAD DEL ESTE – VILLA

HAYES, OBTIDOS COM USO DO PROGRAMA GEOVISUAL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Verónica Daniela Torres Agüero

Santa Maria, RS, Brasil

2016

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PERFIS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS DA LINHA DE TRANSMISSÃO 500 KV, CIUDAD DEL ESTE – VILLA

HAYES, OBTIDOS COM USO DO PROGRAMA GEOVISUAL

Verónica Daniela Torres Agüero

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao

Curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de

Engenheira Civil.

Orientador: Prof. MSc. Talles Augusto Araújo (UFSM)

Co-orientadora: Dra. Eng. Civil Josiele Patias

Santa Maria, RS, Brasil

2016

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Universidade Federal de Santa Maria

Centro de Tecnologia

Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

PERFIS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS DA LINHA DE TRANSMISSÃO

500 KV, CIUDAD DEL ESTE – VILLA HAYES, OBTIDOS COM USO DO PROGRAMA GEOVISUAL

elaborado por

Verónica Daniela Torres Agüero

como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheira civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

__________________________________ Prof. MSc. Talles Augusto Araújo

(Presidente/Orientador)

_________________________________ Prof. MSc. Magnos Baroni

(UFSM)

_________________________________ Prof. Évelyn Pániz

(UFSM)

Santa Maria

2016.

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AGRADECIMENTOS

À Itaipu Binacional, que abriu suas portas para a realização deste trabalho.

Aos meus pais, Norma e Juan, com cujo apoio incondicional consegui chegar

até aqui, por me apoiarem em cada decisão difícil e por acreditarem em mim quando

nem eu mesma acreditava.

À Universidade Federal de Santa Maria e a todos os meus professores, pela

oportunidade de fazer parte desta instituição e pelos conhecimentos repassados

durante a graduação.

Ao meu orientador, Prof. MSc. Talles Augusto Araújo, um agradecimento

especial, por todo o apoio, pois graças à sua persistência e aos seus incentivos

realizei este trabalho na área de Geotécnica.

À Dra. Engenheira Civil Josiele Patias Supervisora, do Estágio

Supervisionado e Co-orientadora do meu Trabalho de Conclusão de Curso, obrigada

pelos grandes ensinamentos transmitidos ao longo do semestre, por todo o

empenho e toda a dedicação empregados na elaboração deste trabalho.

Ao professor Jorge Kazuo Yamamoto, por doar seus conhecimentos e seu

tempo para a realização deste trabalho.

À Geóloga Débora De Oliveira Fernandes, pelo suporte no pouco tempo qυе

lhe coube e pelo incentivo e conhecimento transmitidos.

Aos meus tios, Manuel e Marlene, que foram os primeiros a me adotarem

como filha nesta jornada, obrigada por terem mais que fornecido um lar, mas por

terem vivido este sonho comigo. E aos meus primos, Bernardo, Bárbara, Manuel e

Bianca, por todo o carinho com que me brindaram durante toda minha trajetória.

Sem o apoio de vocês, o hoje não seria o mesmo.

Ao Leonaldo Lópes Jr., pelos momentos felizes, amor e carinho, também pela

compreensão e pelo amparo nos momentos difíceis.

Aos meus colegas de faculdade, pelos anos vividos juntos, pela parceria,

noites longas de estudos, as longas conversas e por todos os momentos de alegria

que dividiram comigo.

E, por fim, agradeço a todos amigos e familiares e a todos que, de alguma

forma, fizeram parte desta trajetória, que me incentivaram e acreditaram em mim.

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“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a

ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o

mundo inteiro”. (Albert Einstein)

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso Curso de Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

PERFIS GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS DA LINHA DE TRANSMISSÃO 500 KV, CIUDAD DEL ESTE – VILLA HAYES, OBTIDOS COM USO

DO PROGRAMA GEOVISUAL

AUTORA: VERÓNICA DANIELA TORRES AGÜERO

ORIENTADOR: PROF. MS. TALLES AUGUSTO ARAUJO

Data e local da de defesa: Santa Maria, 13 de janeiro de 2016.

Neste trabalho será apresentada uma metodologia para a obtenção de perfis geológico-geotécnico com base em dados da resistência dos solos (NSPT), interpolação de valores de NSPT com equações multiquádricas, com conceitos de goestatística e a utilização do sistema GeoVisual. A metodologia foi aplicada para a obtenção de perfis geológico-geotécnico dos terrenos de fundação da linha de transmissão de 500kv que liga Cidade del Este e Villa Hayes. No trabalho são apresentados 34 seções ou trechos de 10 km de perfis da fundação de 248 torres, abrangendo um total de 347 km de linha. Para gerar os perfis da linha foram utilizados 2.706 valores de NSPT de 248 sondagens de simples reconhecimento. Entende-se que os perfis gerados possuem uma importância significativa tanto no meio acadêmico, como no meio técnico profissional, pois suas informações agregam conhecimento nas áreas de Geologia e de Geotécnia, o que é de suma importância para o entendimento do meio físico das regiões Oriental e Ocidental do Paraguai e do trecho de obras da linha de transmissão de 500kv. Também são apresentados tópicos bibliográficos sobre a geologia da região Ocidental da República do Paraguai A linha de transmissão de 500kv, objeto do estudo de caso, parte da Subestação da Margem Direita (SEMD) da UHE ITAIPU em Cidade del Este até a Subestação de Villa Hayes (SEVH), sendo considerada a terceira maior obra de infraestrutura do Paraguai. A linha de transmissão possui 348 km de extensão e 759 torres autoportantes construídas com estruturas metálicas e tem como objetivo transmitir energia limpa e renovável às comunidades ao longo da linha, gerando, assim, mais fontes de trabalho e ajudando no desenvolvimento da sociedade paraguaia.

Palavras-chave: Perfis geológico-geotécnicos, linhas de transmissão, Sistema

GeoVisual.

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RESUMEN

Trabajo de Conclusión de Curso

Curso de Ingenieria Civil Universidad Federal de Santa Maria

PERFIL GEOLÓGICO-GEOTÉCNICOS DE LA LINEA DE TRANSMICIÓN 500 KV, CIUDAD DEL ESTE – VILLA HAYES,

OBTENIDOS CON USO DEL PROGRAMA GEOVISUAL

AUTORA: VERÓNICA DANIELA TORRES AGÜERO

ORIENTADOR: PROF. MS. TALLES AUGUSTO ARAUJO

Fecha y local: Santa Maria, 13 de janeiro de 2016.

En este trabajo será presentado una metodología para la obtención de perfiles geológico-geotécnicos con base en los valores de la resistencia de suelos (NSPT), con conceptos de geoestatística, interpolación de valores con ecuaciones multicuadricas y la utilización del sistema GeoVisual. La metodología fue aplicada para la obtención de perfiles geológico-geotécnicos de los terrenos de fundación de la línea de transmisión de 500 kV que liga Ciudad del Este y Villa Hayes. En el trabajo son presentados 34 sesiones de 10 km de perfil de fundación, de 248 torres de alta tensión, abarcando un total de 347 km de línea de transmisión. Para reproducir los perfiles de la línea fueron utilizados 2.706 valores de NSPT de 248 sondajes de simple reconocimiento. Los perfiles generados poseen una importancia significativa tanto en el medio académico, como en el medio técnico profesional, pues sus informaciones agregan conocimiento en áreas de Geología y Geotécnia, lo que es muy importante para el entendimiento del medio físico de las regiones Oriental y Occidental del Paraguay y del camino de obras a lo largo de la línea de transmisión de 500 kV. También son presentados tópicos bibliográficos sobre la geología de la región Oriental y Occidental de la República del Paraguay. La línea de transmisión de 500 kV, se inicia en la Subestación de Margen Derecha (SEMD) de Itaipu Binacional ubicada en Ciudad del Este, hasta la Subestación Villa Hayes ubicada en Villa Hayes, siendo considerada la tercera mayor obra de infraestructura del Paraguay. La línea de transmisión posee a lo largo de los 347 km de extensión, 759 torres auto-portantes construidas con estructuras metálicas y tiene por objetivo transmitir energía limpia y renovable a las comunidades a lo largo de la línea, generando así mas fuentes de trabajo y ayudando a el desenvolvimiento de la sociedad Paraguaya.

Palavras-chave: Perfil Geológico-Geotécnico, línea de transmisión, Sistema

GeoVisual.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Esquema ilustrativo da montagem da sondagem SPT. Fonte:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2007. ....................................................... 20

Figura 2: Perfil de sondagem de simples reconhecimento. Fonte: AGUIAR, 2013. .. 21

Figura 3: Janela de entrada do Sistema GeoVisual. ................................................. 26

Figura 4: Exemplo de arquivo no formato GeoEas, entrada de dados no Sistema

GeoVisual. Fonte: LANDIM, 2003. ............................................................................ 27

Figura 5: Mapa Tectônico do Paraguai com as divisões das bacias que possui.

Fonte: MINISTERIO DE EDUCACIÓN Y CULTURA, 2008. ...................................... 29

Figura 6: Mapa Geológico do Paraguai. Fonte: MINISTERIO DE OBRAS PÚBLICAS

E COMUNICAÇOES, 2014. ...................................................................................... 30

Figura 7: Localização das cidades San Estanislao e Yuty. Fonte: GOOGLE EARTH,

2015. ......................................................................................................................... 34

Figura 8: Torre 324/1. Primeira torre da LT 500kV, instalada no Chaco Paraguayo.

Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015. .......................................................................... 39

Figura 9: Traçado da Linha 500 kV. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015. ................. 40

Figura 10: Perfil geológico geotécnico da Torre 347/4. Fonte: ITAIPU BINACIONAL,

2015. ......................................................................................................................... 42

Figura 11: Mapa com as Zonas UTM. ....................................................................... 46

Figura 12: Histograma dos valores de NSPT. ............................................................. 49

Figura 13: Perfil Geológico Geotécnico da seção N° 34. .......................................... 54

Figura 14: Barra com a escala de cores que representam intervalos de valores de

NSPT. .......................................................................................................................... 55

Figura 15: Perfil geológico-geotécnico trecho 0 a 60 km ........................................... 59

Figura 16: Perfil geológico-geotécnico trecho 60 a 120 km ....................................... 62

Figura 17: Perfil geológico-geotécnico trecho 120 a 150 km ..................................... 64

Figura 18: Perfil geológico-geotécnico trecho 150 a 180 km ..................................... 66

Figura 19: Perfil geológico-geotécnico trecho 180 a 240 km ..................................... 68

Figura 20: Perfil geológico-geotécnico trecho 240 a 300 km ..................................... 70

Figura 21: Perfil geológico-geotécnico trecho 300 a 340 km ..................................... 72

Figura 22 Trecho das torres 193/1 e 178/2 ............................................................... 73

Figura 23: Perfil Topográfico do trecho da escarpa ................................................... 74

Figura 24: Mapa Geológico do Paraguai ................................................................... 75

Figura 25: Localização da escarpa ............................................................................ 76

Figura 26: Trechos das torres sem sondagens ......................................................... 77

Figura 27: Ilustração do trecho das torres 300/1 e 318/2, e com rocha superficial na

cidade de Nueva Colombia. ...................................................................................... 78

Figura 28: Perfil topográfico do trecho de 187 km ..................................................... 79

Figura 29: Departamento de Cordillera, Rocha aflorando ......................................... 79

Figura 30: Departamento de Cordillera, Rocha aflorando - estaca 304/2 ................. 80

Figura 31: Perfil geológico geotécnico da Torre 334/2 ............................................. 85

Figura 32: Perfil geológico geotécnico da Torre 333/2 ............................................. 86

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Figura 33: Perfil geológico geotécnico da Torre 178/2 ............................................. 87

Figura 34: Perfil geológico geotécnico da Torre 177/1 ............................................. 88

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LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1: Curva acumulativa com percentil 50%. ..................................................... 50 Gráfico 2: Gráfico em que aproximadamente 40% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 10. ................................................................................................................ 51 Gráfico 3: Gráfico em que aproximadamente 70% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 20. ................................................................................................................ 51 Gráfico 4: Gráfico em que aproximadamente 92% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 30. ................................................................................................................ 52 Gráfico 5: Gráfico em que aproximadamente 98% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 40. ................................................................................................................ 52 Gráfico 6: Gráfico em que aproximadamente 98% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 50. ................................................................................................................ 53 Gráfico 7: Gráfico em que aproximadamente 99,70% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 60. .................................................................................................... 53

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Número de peneiras e aberturas em milímetros. Fonte: CHIOSSI, 1979. . 15

Tabela 2: Sistema Unificado de Classificação de solo. Fonte: PRANDINIi;

DOBEREINER; FERNANDES, 1996. ........................................................................ 17

Tabela 3: Carta de plasticidade para classificação de solos finos pelo SUCS. Fonte:

PRANDINIi; DOBEREINER; FERNANDES, 1996. .................................................... 18

Tabela 4: Propriedades esperadas dos grupos de solos do SUCS. Fonte: PRANDINI;

DOBEREINER; FERNANDES, 1996. ........................................................................ 18

Tabela 5: Estados de compacidade e de consistência. Fonte: NBR6484, 2001. ...... 21

Tabela 6: Estratigráfia do Paraguai. Fonte: GONZALEZ, 2000. ................................ 31

Tabela 7: Entrada de dados no formato GeoEas (Torre 8/1). ................................... 43

Tabela 8: Estratigrafia da linha 500 kV. ..................................................................... 44

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

1.1 Justificativa ........................................................................................................ 12

1.2 Objetivos ............................................................................................................ 13

1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 13

1.2.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................... 14

2.1 Caracterização e classificação de solos ......................................................... 14

2.1.1 Caracterização de solos ................................................................................... 14

2.1.2 Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS) ..................................... 16

2.2 Sondagem de Simples Reconhecimento ou SPT ........................................... 19

2.3 Geoestatística .................................................................................................... 22

2.4 Interpolação de dados de SPT ......................................................................... 23

2.4.1 Interpolação de dados Geotécnicos ................................................................. 23

2.4.2 Krigagem .......................................................................................................... 24

2.5 Sistema GeoVisual ............................................................................................ 25

2.5.1 Entrada de dados ............................................................................................. 26

2.6 Geologia do Paraguai........................................................................................ 28

2.6.1 Litoestratigrafia do Paraguai ............................................................................. 29

2.6.1.1 Suíte Magmática do Alto Paraná ................................................................... 31

2.6.1.2 Grupo Missiones ........................................................................................... 32

2.6.1.3 Grupo Independência .................................................................................... 33

2.6.1.4 Grupo Coronel Oviedo ................................................................................... 34

2.6.1.5 Sedimentos Ordoviciano, Siluriano e Devoniano .......................................... 35

2.6.1.6 Sedimentos Quaternários .............................................................................. 37

3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 38

3.1 Estudo de Caso ................................................................................................. 39

3.2 Dados-Base ........................................................................................................ 40

3.2.1 Perfis de sondagens à percussão .................................................................... 41

3.2.2 Base de dados – GeoEas ................................................................................. 43

3.3 Regularização dos dados ................................................................................. 45

3.3.1 Divergência com o sistema UTM (Universal Transversa de Mercator) ............ 45

3.3.2 Divisão em trechos ........................................................................................... 46

4 RESULTADO E DISCUSSÕES .............................................................................. 48

4.1 Análises Estatísticas ......................................................................................... 48

4.2 Perfis Geológicos Geotécnicos ....................................................................... 54

4.2.1 Trecho do quilômetro 0 ao quilômetro 60: ........................................................ 56

4.2.2 Trecho do quilômetro 60 ao quilômetro 120: .................................................... 59

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4.2.3 Trecho do quilômetro 120 ao quilômetro 150: .................................................. 61

4.2.4 Trecho do quilômetro 150 ao quilômetro 180: .................................................. 63

4.2.5 Trecho do quilômetro 180 ao quilômetro 240: .................................................. 65

4.2.6 Trecho do quilômetro 240 ao quilômetro 300: .................................................. 67

4.2.7 Trecho do quilômetro 300 ao quilômetro 340: .................................................. 69

4.3 Escarpa entre as torres 193/1 e 178/2 .............................................................. 71

4.4 Trechos com ausência de sondagem à percussão ........................................ 75

4.5 Rocha Aflorando ou superficial ....................................................................... 75

5 CONCLUSÃO ......................................................................................................... 79

6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 81

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1 INTRODUÇÃO

Itaipu é a segunda maior usina hidrelétrica em operação no mundo. Ela

explora um imenso potencial hidráulico existente em um trecho do rio Paraná, mais

especificamente, entre as sete quedas e a foz do rio Iguaçu. A usina foi formalmente

constituída, em conjunto, em 17 de maio de 1974, pelo Brasil e pelo Paraguai, com

capacidade instalada de 14.000 MW, distribuída em 20 unidades geradoras de 700

MW (ITAIPU BINACIONAL, 2007).

No ano de 2007, começou-se a idealizar a construção de uma linha de

transmissão de 500 KV que conectaria as subestações de Itaipu – Margem Direita

(SEMD), com Villa Hayes 500 KV (SEVH), com o propósito de cobrir parte da

demanda elétrica do Paraguai. Isso possibilitaria fornecer uma energia limpa e

renovável, assim como gerar um maior desenvolvimento da população ao longo do

traçado da linha. O sistema de transmissão em 500 kV é a terceira maior obra

construída no Paraguai, depois das hidrelétricas Itaipu e Yacyretã, pois possui uma

extensão de 348 km, com 759 torres autoportantes atravessando a região oriental,

passando por 4 departamentos e finalizando na região ocidental no Chaco

Paraguaio. Dessa maneira, para a instalação das torres autoportantes, foram

realizadas, ao longo do traçado, mais de 248 sondagens de simples reconhecimento

(tipo percussão ou SPT) e sondagens rotativas em trechos com afloramentos de

rocha.

Neste trabalho será apresentada uma metodologia para a obtenção de perfis

geológico-geotécnico com base em dados da resistência dos solos (NSPT), obtidos a

partir de boletins de sondagens de simples reconhecimento que serviram de base

para o projeto e implantação das torres do sistema de transmissão em 500 kV, em

interpolação de valores de NSPT com equações multiquádricas, em conceitos de

goestatística e a utilização do sistema GeoVisual.

Assim, com os resultados das 248 sondagens de simples reconhecimento

disponíveis e a utilização do sistema GeoVisual foram elaborados 34 seções ou

trechos de 10 km de perfis geológico-geotécnico da fundação de 248 torres,

abrangendo um total de 347 km de linha. Para gerar os perfis da linha foram

utilizados 2.706 valores de NSPT de 248 sondagens de simples reconhecimento.

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12

Perfis geológico-geotécnicos são elementos técnicos fundamentais para a

elaboração de estudos, projetos e implantação de obras de engenharia, visto que os

mesmos permitem a visualização (em seções transversais ou longitudinais de

fundações de obras) das variações laterais da topografia, dos tipos de solos e/ou

rochas e suas espessuras, as variações do nível freático, dos parâmetros de

resistência, compressibilidade e/ou permeabilidade, da compacidade ou consistência

dos materiais constituintes do terreno e a reunião de muitos outros dados espaciais

possíveis de serem obtidos em investigações diretas e/ou indiretas de terrenos de

fundação de obras de engenharia.

No presente estudo os perfis geológico-geotécnicos obtidos apresentam as

variações da resistência dos solos ao longo da linha de em 500 kV, obtidas com

base na interpolação dos valores do NSPT das sondagens de simples

reconhecimento que foram utilizadas no projeto e implantação das torres de alta

tensão dessa obra.

1.1 Justificativa

O tema deste trabalho está vinculado à grande necessidade de estudos sobre

os solos paraguaios e a consequente representação gráfica, em um plano vertical,

das estruturas geológicas do terreno. Os perfis ou as seções geológico-geotécnicas

são um complemento importante aos mapas geológicos, os quais podem ser

elaborados com dados obtidos diretamente das inspeções de estruturas geológicas

ou com os dados de sondagens, tais como sondagens de simples reconhecimento,

sondagens rotativas e sondagens indiretas.

A escolha por este tema se justifica pela possibilidade de utilização do

sistema GeoVisual e a disponibilidade de grande quantidade de dados sobre os

terrenos de fundação da linha de transmissão de 500 kV e a deficiência de

informação e pesquisas sobre os solos paraguaios. Assim, entende-se que a

metodologia e o conteúdo deste trabalho será importante para profissionais da área

de Geologia e Geotécnica, assim como para possíveis novos projetos de engenharia

no trecho que abarca a linha 500 kV.

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13

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo geral

Este trabalho tem como objetivo apresentar uma metodologia para a obtenção

de perfis geológico-geotécnico com base em dados da resistência dos solos, obtidos

a partir de sondagens de simples reconhecimento, em interpolação de valores de

NSPT com equações multiquádricas, em conceitos de goestatística e a utilização do

sistema GeoVisual. Os valores de NSPT forram extraídos dos boletins de sondagens

de simples reconhecimento do projeto das torres autoportantes da linha de

transmissão de 550 kV, localizada entre a Subestação da margem direita de Itaipu

Binacional (SEMD) e a Subestação de Villa Hayes (SEVH).

1.2.2 Objetivos específicos

Revisar os fundamentos sobre investigações geotécnicas com sondagens

de simples reconhecimento e a sua aplicação em projetos de fundações de sistemas

de transmissão de energia elétrica com torres autoportantes;

Pesquisar e reunir informações sobre a geologia do Paraguai;

Gerar e apresentar os perfis geológicos-geotécnicos dos terrenos de

fundação da linha de transmissão de 500 kV, com base nos valores do NSPT dos

boletins de sondagens de simples reconhecimento e nos métodos de análise

geoestatísticos do programa GeoVisual.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Para o traçado dos perfis geológicos geotécnicos é necessário adquirir

conhecimentos sobre o solo, sejam elas, a caracterização e classificação, a litologia

e as diferentes tipos de sondagens. Assim como também abordar conhecimentos,

sobre o programa GeoVisual a ser utilizado para a interpolação dos dados, e no

desenvolvimento do perfil.

2.1 Caracterização e classificação de solos

2.1.1 Caracterização de solos

Para a caracterização de solos, são realizados ensaios de laboratório que

permitem a obtenção de parâmetros iniciais que identificam as propriedades físicas e

mecânicas, assim como a natureza dos solos. São realizados ensaios de rotina

simples, análises granulométricas e determinação dos limites de consistência e do

teor de umidade (SILVA, 2011). Os principais ensaios de rotina utilizados para a

caracterização dos solos são:

Teor de umidade: Para a obtenção da umidade do solo, primeiramente,

coleta-se uma amostra de cerca de 50 gramas de solo, em que o peso do solo

úmido coletado, mais o peso da cápsula, determinam o valor do (P1). Em seguida, a

amostra é levada para uma estufa a uma temperatura de 105 °C, devendo nela

permanecer aproximadamente por um período de 6 horas, de modo que permita a

evaporação completa do líquido contido na amostra (importante atentar que este

tempo varia de acordo ao tipo solo). Posteriormente, a amostra é retirada da estufa e

novamente pesada, obtendo o valor de (P2), e finalmente, a variável (P3) adota o

valor do peso do recipiente. Logo, com as informações obtidas, o teor de umidade

natural é definido pela seguinte fórmula (CHIOSSI, 1979):

ℎ =(𝑃1 − 𝑃2)

(𝑃2 − 𝑃3)𝑥 100%

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Análises granulométricas: O objetivo é determinar a dimensão dos grãos e

a porcentagem do peso total dos grãos em vários intervalos de tamanho, passando

por peneiras com aberturas de malhas diferentes, superpondo-as na ordem de série,

sempre começando com a abertura de malha maior no topo da superposição, e

finalizando com a abertura de malha menor, na base. A análise granulométrica

consiste, em geral, em duas fases distintas: peneiramento e sedimentação.

No processo de peneiramento, utilizam-se peneiras com diferentes tipos de

aberturas das malhas, sendo a mais fina de 0,07 mm (abertura da peneira 200). Em

função da sua dimensão, seu uso se restringe a análises de areias finas, médias e

grossas. A análise de peneiramento consiste em uma amostra do solo com um peso

P, cerca de 200 gramas, fazendo-o passar pelas peneiras com o auxílio de uma

mesa vibratória. Logo após o peneiramento, pesam-se as quantidades retidas nas

peneiras, peso P1, e calcula-se a porcentagem retida numa peneira pela seguinte

relação (CHIOSSI, 1979):

(𝑝1

𝑝) 𝑥100

A Tabela 1 mostra o número de peneiras e as suas aberturas em milímetros

(CHIOSSI, 1979).

Tabela 1: Número de peneiras e aberturas em milímetros. Fonte: CHIOSSI, 1979.

O processo de sedimentação é utilizado para obter a granulometria da porção

fina dos solos, que se baseia na lei de Stokes, que, em termos práticos, consiste na

colocação de certa quantidade de solo (60g) em suspensão em água (cerca de 1

litro), onde as partículas cairão com velocidades proporcionais ao quadrado dos

seus diâmetros (GURGEL, 2013). Dessa forma, obtemos a granulometria do solo

estudado.

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Limites de consistência ou limites de Atterberg: Os limites de consistência

podem ser obtidos em função da quantidade de água presente em um solo. Com

isso, podemos obter quatro estados de consistência: o estado líquido, o estado

plástico, o estado semissólido e o estado sólido. O estado líquido se caracteriza pela

ausência de resistência ao cisalhamento. O estado plástico apresenta a propriedade

de plasticidade enquanto, enquanto que o estado semissólido ainda tem aparência

de sólido, pois continua passando por variações de volumes ao ser secado. Já no

estado sólido, não há mais variações volumétricas pela secagem do solo (BUENO &

VILAR, 1984). As mudanças de estados são denominadas Limite de Liquidez (LL),

Limite de Plasticidade (LP) e Limite de Contração (LC) (VARELA, 2014).

2.1.2 Sistema Unificado de Classificação de Solos (SUCS)

Este sistema foi desenvolvido pela primeira vez por Casagrande (1948), com

a finalidade de construir um aeródromo durante a Segunda Guerra Mundial. Depois,

foi modificado por Casagrande, pelo US Bureau of Reclamation e pelo o Corpo de

Engenheiros do Exército dos EUA, a fim de permitir sua aplicação às barragens,

fundações e outras construções (HOLTZ & KOVACS, 1981).

A base para a classificação do SUCS são os solos de granulação grossa, os

quais podem ser classificados de acordo com a distribuição de tamanho do grão, ao

passo que o comportamento de solos finos está essencialmente relacionado à

plasticidade. Em outras palavras, os solos de granulação fina (siltes e argila) não

influenciam no desempenho da engenharia e são classificados de acordo com suas

características de plasticidade. Portanto, para classificar completamente um solo no

SUCS, são necessários apenas uma análise granulométrica e os limites de Atterberg

(HOLTZ & KOVACS, 1981).

Para a classificação de solos finos, ou seja, solos cuja totalidade das

amostras passe mais de 50% na peneira 0,074 mm, há necessidade de utilizar a

carta de plasticidade apresentada na tabela 4 (PRANDINIi; DOBEREINER;

FERNANDES, 1996, p. 569). O sistema de classificação pode ser aplicado à maioria

dos materiais não consolidados e é representado por um símbolo de duas letras.

Cada letra será descrita a seguir.

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Os quatro grandes grupos de solos na SUCS são definidos com base no

tamanho de grão: Cascalho (Gravel) (G), Areia (Sand) (S), Silte (Moo) (M) e Argila

(Clay) (C). Dois outros grupos especiais são os solos orgânicos (Organic Soils) (O) e

o turfa (Peat) (P). Assim, pode-se descrever a graduação de cada grupo com (W)

(Well-graded), bem graduado, e (P) (Poorly-graded), mal graduado. Também se

simboliza os Limites de Liquidez com (H), alto (High LL>50) e (L), baixo (Low LL<50)

(PRANDINIi; DOBEREINER; FERNANDES, 1996). Com isso, obtém-se uma tabela

que ajuda a identificação do solo no campo, conforme apresentado na tabela 3:

Tabela 2: Sistema Unificado de Classificação de solo. Fonte: PRANDINIi; DOBEREINER;

FERNANDES, 1996.

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Tabela 3: Carta de plasticidade para classificação de solos finos pelo SUCS. Fonte: PRANDINIi;

DOBEREINER; FERNANDES, 1996.

Tabela 4: Propriedades esperadas dos grupos de solos do SUCS. Fonte: PRANDINI; DOBEREINER;

FERNANDES, 1996.

Essa classificação foi utilizada nos boletins de sondagens de simples

reconhecimento das fundações das torres autoportantes da linha 500 kV e no banco

de dados do estudo de caso, a fim de gerar os perfis geológicos-geotécnicos

apresentados no presente trabalho.

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2.2 Sondagem de Simples Reconhecimento ou SPT

A sondagens de simples de reconhecimento do solo também conhecida como

sondagem à percussão ou Standard Penetration Test (SPT) é uma das sondagens

para investigação direta do subsolo de obras, sendo a mais utilizada no Brasil. Seu

amplo emprego deve-se ao fato de ser um ensaio simples e econômico, em função

da facilidade de aplicação de seus resultados e tradição de sua utilização mesmo em

grandes obras de engenharia, como em linhas de transmissão. Quando utilizada em

conjunto com sondagem rotativa chama-se sondagem mista.

A sondagem, em síntese, mede a resistência do solo através da determinação

do NSPT ao longo do furo e a cada metro de sondagem. Com este tipo de

investigação, definem-se, in loco, as principais características do subsolo de uma

obra ou estrutura, tais como a espessura das camadas de solos, sua consistência ou

compacidade o valor do NSPT a cada metro, o nível freático e outros valores como a

classificação dos solos pelo sistema SUCS.

A Associação Brasileira de Normas e Técnicas (ABNT), por meio da norma

NBR6484 (2001), afirma que a sondagem SPT tem a finalidade, para aplicações na

Engenharia Civil, de determinar os tipos de solo em suas respectivas profundidades

de ocorrência, a posição do nível da água e os índices de resistência à penetração

(N) a cada metro. O índice de resistência à penetração N caracteriza a resistência à

penetração e é calculado por meio da cravação de um amostrado padrão sob a ação

da queda livre de um peso com massa de 65 kg, partindo de uma altura de 0,75 m

(NBR6484, 2001).

A cada metro de profundidade, são registrados os números de golpes

necessários à penetração de 0,15 m, dos primeiros 0,45 m. Dessa forma, o índice

NSPT é dado através da soma do número de golpes necessários para a cravação de

0,30 m do amostrado no solo, depois de uma cravação inicial de 0,15 m. A

penetração é constante até alcançar o limite de sondagem, especificado pela norma

e, algumas vezes, dado pelo impenetrável no subsolo (NBR6484, 2001).

De acordo com a norma NBR6484 (2001), são utilizados os seguintes

equipamentos nessa execução, como ilustrado na Figura 1: tripé com roldana, que

permite acionar uma corda que sustenta o peso; tubos e sapata de revestimento;

hastes de lavagem e penetração; amostrador padrão; martelo padronizado para

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cravação, de massa igual a 65 kg; cabeças de bater dos tubos de revestimentos e

das hastes de cravação; haste-guia do martelo; baldinho com válvula de pé; bomba

d’água; trépano de lavagem; trados concha e helicoidal; medidor do nível de água;

fita métrica ou trena; e recipientes para amostras. As dimensões e detalhes de todos

esses elementos (tubos, trados e hastes) também são especificados pela norma.

Figura 1: Esquema ilustrativo da montagem da sondagem SPT. Fonte: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, 2007.

A simples determinação do perfil do subsolo e a identificação táctil e visual

das diferentes camadas do subsolo, obtidas a partir do material extraído, são

consideradas umas das primeiras aplicações atribuídas ao SPT. Para classificar o

material obtido, combina-se a descrição do testemunho de sondagem com as

medidas de resistência à penetração. Portanto, na tabela 5, pode ser observado o

sistema de classificação baseado em medidas de resistência à penetração

(SCHNAID, 2000).

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Tabela 5: Estados de compacidade e de consistência. Fonte: NBR6484, 2001.

As informações obtidas são organizadas em um boletim ou um perfil de

sondagem, como o exemplo apresentado na Figura 2. A representação gráfica

dessa penetração, medida por meio da quantidade de golpes por 30 cm, é dada por

intermédio do diagrama das penetrações.

Figura 2: Perfil de sondagem de simples reconhecimento. Fonte: AGUIAR, 2013.

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2.3 Geoestatística

A aplicação das variáveis regionalizadas para estimação de depósitos

minerais recebe o nome de Geoestatística (YAMAMOTO, 1986, apud, MATHERON,

1971), em que as variáveis regionalizadas são consideradas um elemento básico da

Geoestatística, e a variação espacial caracteriza o fenômeno regionalizado que a

originou. Essas variáveis possuem características variadas e estruturadas, ou seja:

podem assumir, localmente, qualquer valor, de acordo com uma função de

probabilidade e, globalmente, possuem uma estruturação que pode ser tratada por

uma função espacial (STURARO, 2015).

Os métodos da Geoestatística proporcionam um conjunto de técnicas

necessárias para compreender melhor a aparente aleatoriedade dos dados, os

quais, possivelmente, possuem uma estruturação espacial, estabelecendo, desse

modo, uma função de correlação espacial (YAMAMOTO; LANDIM, 2013).

A metodologia da geoestatística passou a ser utilizada em diversas áreas de

conhecimentos na década de 1980. Além de ser empregada na prospecção mineira,

é utilizada em Agricultura, Cartografia, Climatologia, Geologia Ambiental, Geologia

do Petróleo, Geotecnia, Hidrogeologia e Pedologia. Nas últimas versões de

softwares utilizados para confecção de mapas ou de sistemas de informações

georreferenciados, são apresentados tópicos com métodos geoestatísticos

(YAMAMOTO; LANDIM, 2013).

Em Geotecnia, principal aplicação de Geoestatística, tem sido utilizado na

caracterização da variabilidade espacial dos parâmetros geotécnicos “in-situ”. Dentro

de um projeto geotécnico, o emprego de técnicas da Geoestatística constitui-se

numa importante ferramenta para o modelamento de variáveis de natureza

estratigráfica e hidráulica, bem como na avaliação da quantidade, na distribuição e

na representatividade dos parâmetros geotécnicos (STURARO, 2015, apud

SOULIÉ,1984).

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2.4 Interpolação de dados de SPT

2.4.1 Interpolação de dados Geotécnicos

A interpolação de dados se classifica pela natureza dos dados geológicos-

geotécnicos, sejam eles qualitativos ou quantitativos. Os qualitativos determinam a

cor do solo, o grau de alteração, a mineralogia, o tipo de rocha, a textura, a

estrutura, dentre outros aspectos. Já os quantitativos, determinam propriedades

físicas das rochas, como a espessura de camadas, as medidas geofísicas, os dados

de aerolevantamentos, entre outros (LANDIN, 2000).

Dessa forma, a interpolação é considerada um método matemático que ajusta

uma função a pontos não amostrados, fundamentando-se em valores obtidos em

pontos amostrados. A interpolação estima o valor de cada um dos nós, situados em

uma malha por seleção de pontos próximos com valores conhecidos. Ademais, a

interpolação filtra os valores dos nós de modo a suavizar os contornos resultantes e

permitir o melhor ajuste com os valores originais. Por intermédio disso, resultamos

em mapas e sistemas de informações georreferenciados com os interpoladores

exatos (resíduos nulos) e aproximados (algum resíduo) (LANDIN, 2000). Com isso,

existem métodos de interpolação para funções globais ou funções locais.

As funções globais, como o próprio nome sugere, engloba todos os pontos da

área, como também permite interpolar o valor da função em qualquer ponto dentro

da área dos dados originais. Entretanto, quando um valor é removido ou adicionado,

haverá consequência no comando de definição da função. Os métodos de

interpolação para funções globais podem ser tanto polinômios, como equações

multiquádricas (YAMAMOTO, 1986).

As funções locais são definidas para seções do mapa, até cobri-las todas. A

alteração de um valor afetará localmente os pontos próximos, dentro de uma dada

distância. Assim, os métodos utilizados podem ser triangulação, inverso da potência

da distância e base radial que inclui krigagem, multiquádrica-biarmonica e splines

(LANDIN, 2000).

Cada uma dessas funções de interpolação pode ser subdividida em

interpoladores exatos e aproximados. Diz-se que a interpolação é exata quando o

resíduo é nulo e aproximada quando há resíduo (YAMAMOTO, 1986).

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A escolha do tipo de interpolador depende essencialmente da natureza dos

dados, assim como do tipo de mapa que desejamos produzir. Assim, se os dados a

serem utilizados apresentam algum tipo de erro, como de localização no campo ou

medida do parâmetro, na hora de realizar uma suavização nos dados, o interpolador

escolhido pode minimizar os erros. Por outro lado, se os dados coletados não

apresentam erros ou se a seção do mapa for utilizada para cálculos de áreas ou

volumes mais exatos, deve-se utilizar os interpoladores exatos (YAMAMOTO, 1986).

2.4.2 Krigagem

O conceito da krigagem está fundamentado na teoria das variáveis

regionalizadas, a partir de estudos práticos realizados por Deniel G. Krige.

Inicialmente, o método de krigagem foi desenvolvido para solucionar problemas de

mapeamentos geológicos (YAMAMOTO, 1986).

A aplicação da teoria das variáveis regionalizadas recebe o nome de

Geostatística. Segundo Yamamoto (1986), a krigagem é um método geoestatísitico

de estimação que se utiliza de referência dos dados dos pontos vizinhos,

considerando não somente os valores de quantidade, mas também a posição

espacial. A krigagem é um método que trabalha com a posição espacial das

variáveis e, ao não ser informada a continuidade espacial da variável em estudo,

não poderá ser realizada a interpolação ou a estimação desses valore

(YAMAMOTO, 1986).

Os conceitos básicos da Geoestatística são importantes para o desenvolvimento da

krigagem, pois a Geoestatística é uma área que engloba uma ampla gama de

técnicas de estimação, como Inverso do Quadrado da Distância (IDW), análise do

vizinho mais próximo (nearest neighbor) e krigagem linear e não-linear. A

Geoestatística é aplicada na identificação e no mapeamento de padrões espaciais

da terra, também podendo ser utilizada para definir a existência de uma

autocorrelação espacial entre dados de pontos. A autocorrelação espacial pode,

então, ser utilizada para fazer melhores estimativas para pontos não amostrados

(inferência = krigagem) (EICHMAN JAKOB, 2002).

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Equações Multiquádricas

É um método de interpolação de variáveis geológicas-geotécnicas,

fundamentado em funções de base radial e utilizado para a interpretação espacial

(PATIAS, 2010). A função de base radial depende somente da distância da origem e

assume uma assimetria radial de suas funções (GOUVEIA, ALMEIDA, NEIVA, &

CELLA, 2014). Uma característica das equações multiquádricas é que elas não

necessitam do cálculo do semivariograma, pois, dependendo das variáveis, sua a

obtenção pode se tornar difícil (PATIAS, 2010).

A função de base radial com um termo de precisão constante tem uma forma

absolutamente equivalente à krigagem ordinária. Nesse sentido, as funções de base

radial podem ser potencialmente empregadas para avaliação de reservas minerais.

Além disso, as funções de base radial podem ser adaptadas facilmente para

avaliação de blocos tal como a krigagem.É mostrado também que as funções de

base radial são dependentes das unidades das coordenadas e, dessa forma, as

funções base devem ser cuidadosamente escolhidas. Assim, as funções de base

radial podem ser aplicadas para estimativa de reservas minerais, tornando-se uma

alternativa confiável para essa finalidade (YAMAMOTO & LANDIM, 2013).

2.5 Sistema GeoVisual

O Sistema GeoVisual foi concebido pelo Professor Jorge Kazuo Yamamoto,

do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo (USP-SP). A primeira

versão do sistema foi lançada no ano 2001, mas o seu desenvolvimento vem sendo

feito desde 1999. A última versão lançada do sistema é o 5.0, que conta com 23

programas (YAMAMOTO, 2000).

Os programas são voltados a soluções de problemas na área da

Geoestatística, com aplicações em diferentes campos, como a Geologia, a

Mineração, a Geotécnia, o Meio Ambiente, a Oceanografia e a Agricultura. O

sistema GeoVisual é caracterizado pelo seu domínio acadêmico, pois foi

desenvolvido com o objetivo de aprimorar as atividades práticas das disciplinas de

graduação e pós-graduação em Geoestatística do Instituto de Geociências da USP

(YAMAMOTO, 2000).

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Este sistema também se caracteriza pela facilidade de seu emprego, pois

possui ferramentas de análise de resultados integradas nos próprios programas, nos

quais os resultados gráficos podem ser salvos em arquivos compatíveis com o

sistema Windows 98 (ou mais recente). Outra característica que viabiliza sua

utilização é que este sistema também pode ser empregado em dois idiomas,

português e inglês.

A janela de entrada do Sistema GeoVisual pode ser visualizada na Figura 3,

assim como seus programas de: Análise estatística e regularização de dados;

análise geoestatística e validação cruzada; interpolação, krigagem; simulação,

cokrigagem; interpolação multiquádrica, entre outros.

Figura 3: Janela de entrada do Sistema GeoVisual.

2.5.1 Entrada de dados

Para inserir dados no Sistema GeoVisual, existe um formato especial de

arquivo, adotado do sistema GeoEas. Esse formato se subdivide em duas partes, o

cabeçalho e a matriz de dados.

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O cabeçalho é distribuído em diferentes linhas, em que a primeira linha é o

título, a segunda é o número de colunas do arquivo e as seguintes são destinadas

para se escrever as variáveis e as coordenadas de localização x e y.

A estrutura dos dados se organiza em forma de matriz: as colunas identificam

as variáveis e, as linhas contêm as informações de cada amostra (LANDIM, 2003). É

possível observar a representação do arquivo, exemplo do formato GeoEas, na

Figura 4.

Figura 4: Exemplo de arquivo no formato GeoEas, entrada de dados no Sistema GeoVisual. Fonte: LANDIM, 2003.

Este formato também possui suas restrições: como não é permitido haver

linhas em branco ao longo do arquivo, a matriz sempre deve estar preenchida. No

caso de não haver informação disponível, codifica-se como -99 o dado não

disponível.

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2.6 Geologia do Paraguai

No presente item serão apresentados tópicos bibliográficos sobre a geologia

da região Ocidental da República do Paraguai, com vistas a fornecer alguns

elementos técnicos básicos para um maior entendimento da origem dos solos

investigados e analisados nos estudos a respeito das condições geotécnicas das

fundações das torres autoportantes da Linha de Transmissão de 500 kV, a qual foi

implantada no Paraguai.

A República do Paraguai conta com uma superfície total de 406.792 km² e se

divide em duas grandes regiões, a região Ocidental (conhecida como Chaco) e a

região Oriental. A região Ocidental se constitui em uma imensa planície sedimentar

de origem aluvial, que representa 60% da superfície territorial, e possui apenas 2%

da população paraguaia. A região Oriental é constituída por uma sucessão de terras

altas em forma de planaltos e por um sistema de montanhas em sua parte central, o

qual divide as bacias dos rios Paraguai e Paraná. É nesta última região que se

concentra a maior parte das atividades econômicas do país, incluindo as

agropecuárias e as extrações florestais (FULFARO, 1996).

O traçado da linha de transmissão de 500 kV abarca as regiões Oriental e

Ocidental do Paraguai, cuja maior parte do traçado está inserida na Bacia

Sedimentar do Paraná, ocupando aproximadamente 65% do Paraguai Oriental. A

Bacia está constituída pela prolongação das unidades estratigráficas conhecidas no

Brasil, sendo limitada a Oeste, pelo Arco de Asunción. Ressalta-se que algumas

unidades estratigráficas da Bacia do Paraná existentes no território brasileiro não se

formaram no Paraguai (MINISTERIO DE EDUCACIÓN Y CULTURA, 2008).

A Bacia do Chaco é composta por um conjunto de rochas ígneas e

metamórficas, que foram preenchidas por sedimentos pertencentes às diferentes

formações estratigráficas do Paleozoico. Esta bacia sofreu uma intensa atividade

tectônica em diferentes tempos geológicos, o que originou a subdivisão da bacia em

várias bacias sedimentares.

O Arco de Asunción é um elemento estrutural de grande importância, com

sentido norte-sul, mal definido como estrutura cratônica, que existe desde o Siluriano

(FULFARO, 1996). Atualmente, está situado próximo ao curso do Rio Paraguai

(GONZALEZ, 2000) e divide as duas maiores bacias, a do Chaco e do Paraná. Em

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ambas as áreas, norte e sul, há intrusões de rochas graníticas em todo o conjunto de

rochas metamórficas (MINISTERIO DE EDUCACIÓN Y CULTURA, 2008).

Tanto a Bacia sedimentar do Paraná, como a do Chaco, e o Arco de Asunción,

sofreram abundantes movimentos tectônicos pela presença de grandes falhas

geológicas. A Figura 5 apresenta a divisão das bacias hidrográficas do Paraguai.

Figura 5: Mapa Tectônico do Paraguai com as divisões das bacias que possui. Fonte: MINISTERIO DE EDUCACIÓN Y CULTURA, 2008.

2.6.1 Litoestratigrafia do Paraguai

O Mapa Geológico do Paraguai, apresentado na figura 6, indica as litologias

das diferentes unidades que compõem as Bacias do Paraná e do Chaco. A Figura 6

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mostra o traçado aproximado da Linha de Transmissão 500 kV sobre as diversas

litologias das regiões Oriental e Ocidental do Paraguai.

Figura 6: Mapa Geológico do Paraguai. Fonte: MINISTERIO DE OBRAS PÚBLICAS E COMUNICAÇOES, 2014.

Segundo o que se observa no mapa da figura 6, a linha de 550 kV passa

pela Suíte Magmática do Alto Paraná, iniciando-se na Subestação da Margem

Direita (SEMD) de Itaipu. Em seguida, o traçado passa por Grupos Missiones,

Independência, Coronel Oviedo, Sedimentos Ordovicicos Silurianos e Devónicos,

Sedimentos Quaternários, finalizando novamente sobre o Grupo Missiones na

Subestação de Villa Hayes (SEVH), próximo à Assunção.

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Para compreender melhor a geologia do Paraguai, tomam-se as

sequências estratigráficas e a evolução tectônica da coluna estratigráfica da tabela

6, que representa a sua geocronologia em distintos períodos: o Cenozoico, o

Mesozoico e o Paleozoico. Foi nesses períodos que os grupos supracitados foram

se consolidando, assim como suas formações e litologias.

Tabela 6: Estratigráfia do Paraguai. Fonte: GONZALEZ, 2000.

2.6.1.1 Suíte Magmática do Alto Paraná

Este grupo está dentro da Era do Mesozoico, no Jurássico-Cretáceo, o que se

pode verificar na coluna estratigráfica da tabela 6. A formação está constituída por

uma extensa área de derrame de basaltos predominantes que cobrem a Bacia do

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Paraná em uma área de 800.000 km2, dos quais 24.867 km2 situam-se no Paraguai

Oriental (GONZALEZ, 2000).

Na sua maioria, são basaltos toleíticos ou rochas ígneas, originados a partir

de magmas; também se manifestam níveis amigdaloides ou vesiculares. Na área

que compõe a Suíte Magmática do Alto Paraná, observaram-se sucessivos

derrames de material basáltico, os quais derrames tiveram o tempo suficiente para

resfriarem-se e adquirirem uma textura de grão que varia de fina a média. Os níveis

de basalto podem conter, intercalados, lentes de arenitos, de escala métrica

frequentemente cimentadas. Esses corpos de arenitos intercalados com caldas

basálticas são denominados arenitos intertrap (P & T consultora S.R.L, 2007).

Nos estudos realizados pela Itaipu Binacional, foram comprovadas

sequências de até cinco derrames sucessivos de lava, variando entre 30 e 70 m de

espessura (ITAIPU BINACIONAL, 2007). Na parte superior dos derrames, há uma

brecha ígnea rosada com minerais do grupo de argilas, vidro vulcânico. Na parte

intermediária, existem basaltos vesículo-amigdaloides, cujas vesículas estão

preenchidas por minerais secundários, tais como argilominerais, quartzo e calcita. A

parte inferior de cada derrame é constituída por rochas compactas, densas, de cor

cinza escuro, cuja textura dos grãos varia de fina a média (PALMIERI &

VELÁZQUEZ, 1982).

O basalto denso, predominante neste grupo, possui excelentes propriedades

para construções de todo tipo, seja de rodovias ou de edifícios, e de altura variáveis,

por possuir um baixo grau de alteração e faturamento. Os solos residuais originados

pelo processo de alteração desses basaltos são utilizados, geralmente, em materiais

cerâmicos, em núcleos de barragens, em rodovias, dentre outras obras (SPINZI,

1982).

2.6.1.2 Grupo Missiones

Este grupo encontra-se na Era Mesozoica do Triásico-Jurássico, como pode

ser observado na tabela 6, na qual também é possível verificar seu período de

afloramento. O grupo abarca, litologicamente, uma área de 35.000 km2. Os arenitos

apresentam, em sua base, faces fluviais, sendo, portanto, arenitos argilosos, de finos

a muito finos, e rochas avermelhadas, com estratificação cruzada de mediana a

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grande escala. Esses depósitos interpretam-se como depósitos em ambientes

dominados por dunas eólicas. Em algumas ocasiões, intercalam-se sedimentos de

granulometrias mais finas, que correspondem a faces de Inter duna (P & T

consultora S.R.L, 2007).

Esses arenitos possuem granulometria que varia de média a fina, com grãos

maiores do que um milímetro e, em geral, não possui mais de 10% de silte e argila.

Na parte superior, esses arenitos se intercalam com basaltos do grupo Alto Paraná e

recebem o nome de arenitos-intertrap. Entretanto, também se encontram na zona

limítrofe entre a região Oriental e a região Ocidental, especificamente nas regiões de

Villa Hayes e Limpio, onde seria o fim da linha de 500 kV (PALMIERI &

VELÁZQUEZ, 1982).

Os arenitos deste grupo possuem propriedades muito boas quando

apresentam uma silicificação e litificação, ou seja, quando passam por processos de

ação de silicatos ou por processos de cimentação, de modo que esse material foi

utilizado nas construções de reduções jesuíticas no Paraguai e na Argentina. Os

níveis desses arenitos, separados em placas, são utilizados em revestimentos,

enquanto que os níveis em massa são aproveitados como pedra bruta. Ademais, os

níveis de conglomerado são muito utilizados em obras de estrada (SPINZI, 1982).

2.6.1.3 Grupo Independência

Este grupo pertence a Era Paleozoica do período Permiano, que aflora na

região Oriental do Paraguai com uma área de 7.996 km². As formações de San

Miguel e Tacuary fazem parte do conjunto do Grupo Independência (GONZALEZ,

2000). Na sequência, é apresentada a descrição das formações:

Formação São Miguel:

A formação aflora em sentido norte-sul, na área próxima a Carayao, e se

prolonga até a cidade de Yuty. Esta formação é composta por arenitos e

conglomerados de origem glacial, depositados em uniformidade com a formação de

Coronel Oviedo. A ela, segue uma sequência de rochas sedimentares de origem

fluvial.Esta formação se manifesta na subida da escarpa, nas áreas de Mbocayaty e

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de Colônia Independência, com a base no arroio Yta, até o contato da falha de

arenitos do Grupo Misiones (GONZALEZ, 2000).

Formação Tacuary:

A formação aflora ao norte, de modo contínuo, desde São Estanislao até o

sul, na cidade de Yuty, como apresentado abaixo na figura 7.

Figura 7: Localização das cidades San Estanislao e Yuty. Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.

A formação é constituída por rochas sedimentares, como arenitos de grão

fino. A deposição das rochas origina-se de um ambiente marinho raso, e elas são

identificadas por cores de rosas (predominantes), a vermelhos, lilás e cinzas

(GONZALEZ, 2000).

2.6.1.4 Grupo Coronel Oviedo

Este grupo abarca uma área de 3.177 km2 e é composto por sedimentos de

origem glacial que formaram rochas sedimentares, a saber: arenito, varvito,

diamicitito, entre outros (GONZALEZ, 2000). A estratigrafia da formação de Coronel

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Oviedo é bastante complexa, devido a uma intensa movimentação estrutural em

quase todos seus contatos, como as unidades do siluriano, que ocorrem por falhas.

A identificação deste grupo na superfície terrestre é geralmente limitada no

Oeste em direção do Rio Tebicuary, pois se encontra totalmente coberta por

sedimentação quaternária, associada a uma planície de origem aluvial pertencente a

este rio e a seus afluentes, o que faz com que o mapeamento torna-se complicado.

Dessa maneira, a maior parte da litologia deste grupo é encontrada sob a superfície.

2.6.1.5 Sedimentos Ordoviciano, Siluriano e Devoniano

Os sedimentos que compõem essas áreas no Paraguai estão distribuídos em

diferentes grupos, sendo que o Ordoviciano/Siluriano está constituído por dois

grupos: Caacupe e Itacurubi, cada um com suas diferentes formações. O Devoniano

constitui a formação de São Alfredo, localizado no Norte do Chaco Paraguaio, na

região Ocidental (FULFARO, 1996), área que não contempla o trecho da linha 500

kV. Com isso, não foram encontradas informações sobre a descrição de formações

rochosas no Devoniano da região Oriental do Paraguai. A seguir, serão descritos os

grupos Caacupe e Itacurubi com suas respectivas formações:

Grupo Caacupe:

Aflora na Cordilheira dos Altos, constituída por rochas sedimentares, que são

conglomerados e arenitos de origem marinha, e apresenta-se dividida em três

formações: Cerro Jhú, Tobatî e Paraguari. Este grupo constitui a sedimentação mais

espessa em relação aos demais, originada pela erosão de outras rochas de todo o

ordovicico/siluriano. Em outras palavras, são rochas sedimentares clásticas mais

densas (PALMIERI & VELÁZQUEZ, 1982).

Cerro Jhú: apresenta sedimentos de conglomerados e arenitos com grãos

que variam entre grossos e médios, de cores claras e, às vezes, micáceos. A

espessura desta formação varia entre 450 e 500 m. Esses sedimentos possuem

orientação norte-sul (PALMIERI & VELÁZQUEZ, 1982).

Tobatî: a origem da deposição desta formação é marinho raso. Constituída

por arenitos friáveis e sacaroidais em forma de capas aparentemente maciças que

apresentam estratificação em lâminas. Esses arenitos possuem uma forte

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silicificação, responsável pela resistência à erosão. Dessa maneira, a água infiltrou

pelas fraturas, possibilitando a separação dos blocos e a formação de escarpas

(GONZALEZ, 2000).

Paraguari: em sua totalidade, possui rocha sedimentar do tipo conglomerado,

em cores que variam do bege ao amarelo opaco claro. Os tamanhos dos blocos

variam entre 5 e 25 centímetros de diâmetro. Além disso, o conglomerado possui

pequenas camadas de arenitos grossos com um pouco de mica (SPINZI, 1982).

Grupo Itacurubi:

Aflora na cidade de Itacurubi, na cordilheira, paralela aos afloramentos do

grupo Caacupe. Divide-se em três formações: Eusebio Ayala, Vargas Peña e Cariy.

Eusebio Ayala: constituída por arenitos de granulometria fina e

frequentemente micâceas, variando entre camadas com lutitas formadas por uma

mistura de silte e argila em porções variadas. A abundância de micas e de arenitos

de grão fino, assim como a alternância rítmica com camadas de lutitas e a presença

de fósseis marinhos e fases fluviais, são atribuídas a um ambiente de deposição

marinho raso, possivelmente em baías golfos (GONZALEZ, 2000).

Vargas Peña: atribui-se a um ambiente marinho raso. Apresenta escassos

afloramentos; entretanto, são encontradas rochas sedimentares clásticas do tipo

lutitas-micaceas brancas, às vezes tingidas de amarelo, marrom e vermelho. A

máxima espessura desta formação é de 80m a oeste do vale de Ypacaraí

(GONZALEZ, 2000).

Cariy: constituída por arenitos de grão que variam de fino a médio, presentes

em camadas maciças com estratificação cruzada que se intercalam com lutitas e

arenitos micáceos de grão fino.A espessura máxima desta formação é de 100 m a

oeste do vale de Ypacaraí. A presença de fósseis marinhos atribui sua origem a um

ambiente marinho raso.No trecho que passa por Assunção, Limpio, Emboscada e

Arroyos e Esteiros, é possível notar a passagem lateral das lutitas da formação

Vargas Peña para a formação Cariy.

Os níveis de lutitas da formação Vargas Peña são estreitamente maiacáceos

e, na superfície, estão substituídos por camadas de arenitos mais grossos com

estratificação cruzada. Essa formação tem uma intensa influência fluvial. Esses

arenitos frequentemente se apresentam intercalados com lutitas em forma de argila

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cauliniticas de cores claras (localmente explorando para cerâmica), o que denota a

probabilidade de um ambiente litorâneo com lagoas (GONZALEZ, 2000).

2.6.1.6 Sedimentos Quaternários

O quaternário foi o último e mais breve período da Era Cenozoica. No

Paraguai, aconteceram variações de índices pluviométricos, o que faz com que o

período quaternário fosse formado por sedimentos clásticos de aluviões, de

tonalidades cinzentas e esbranquiçadas, de grão muito fino. Em geral, depositam-se

pelos cursos de arroios e de rios, assim como nas grandes planícies, como, por

exemplo, nas cercanias de Coronel Oviedo e entre Arroyos y Esteros e Santa Elena,

em grandes espessuras (PALMIERI & VELÁZQUEZ, 1982)

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3 METODOLOGIA

No presente estudo de caso o Sistema GeoVisual foi utilizado para gerar

perfis geológico-geotécnicos com o formato Geo-Eas de base de dados, conforme

antes referidas. Esse formato se subdivide em duas partes, o cabeçalho e a matriz

de dados.

Para a realização do perfil geológico-geotécnico dos terrenos de fundação da

linha de transmissão 500 kV, foram utilizados os boletins de sondagens de simples

reconhecimento (SPT), conforme um exemplo apresentado na figura 9. Em alguns

trechos da linha de transmissão 500 kV, foram realizadas sondagens rotativas;

entretanto, elas não foram inseridas no banco de dados.

Dos boletins de sondagens de cada torre, foram extraídos os dados das

classificações visuais e táteis dos solos, as classificações, realizadas segundo o

sistema SUCS de cada solo amostrado e ensaiado (LL, LP e granulometria), e os

respectivos valores de SPT. Esses dados foram utilizados no banco de dados para a

elaboração dos perfis geológicos-geotécnicos dos terrenos de fundação da linha de

transmissão 500 kV.

Ainda como dados básicos, destacam-se a planilha fornecida pela empresa

responsável pela realização das sondagens, da qual, entre outros elementos, foram

utilizadas as cotas das bocas dos furos e suas coordenadas geográficas. Da referida

planilha, constam dados do total das torres instaladas no trecho da linha de

transmissão 500 kV, assim como os demais elementos técnicos.

Por uma questão de licença e pela grande quantidade de dados, o presente

estudo de caso fornece apenas o resultado final dos perfis gerados pelo Sistema

GeoVisual e pela metodologia aplicada.

Na figura 8 pode ser observado um pequeno trecho das torres de alta tensão

instaladas no chaco paraguaio.

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Figura 8: Torre 324/1. Primeira torre da LT 500kV, instalada no Chaco Paraguayo. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

3.1 Estudo de Caso

A linha de transmissão 500 kV em estudo possui uma extensão de 348 km e

está localizada no Paraguai, iniciando-se na Subestação da Margem Direita de Itaipu

(SEMD) e atravessando, de leste a oeste, os departamentos de Alto Paraná,

Caaguazu, Coordillera, finalizando em Presidente Hayes, na Subestação Villa Hayes

(SEVH), conforme pode ser observado na Figura 9.

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Figura 9: Traçado da Linha 500 kV. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

O motivo deste estudo é traçar o perfil geológico-geotécnico da linha e gerar

uma fonte de informação acerca da estrutura geológica e geotécnica do trecho, já

que as pesquisas e publicações acerca da geologia e a geotécnia do Paraguai são

muito escassas e reduzidas. As informações do perfil geológico-geotécnico poderão

servir de elementos de projeto para a implantação de futuras construções de grande

e pequeno porte, assim como para o planejamento de obras que possam contribuir

para o desenvolvimento da região estudada. Ademais, esta pesquisa pode fornecer

fontes de dados para trabalhos no país, além de funcionar como informação para

realização de comparações e análises de futuras pesquisas acadêmicas voltadas

para as áreas de Geologia, Geotecnia, Engenharia civil, entre outros.

3.2 Dados-Base

Os dados do presente estudo foram obtidos durante o estágio supervisionado

da autora, na divisão da Diretoria Técnica de Engenharia Civil e Arquitetura

(DT.ENCC) da Itaipu Binacional, sob orientação da, Dra. Eng. Civil Josiele Patias.

Os dados geológicos geotécnicos utilizados serviram de base para os estudos,

projetos e obras de implantação da linha de transmissão 500 kV, concluída em 2014.

Assim, o presente trabalho faz uso de uma grande quantidade de dados disponíveis

na divisão da DT.ENCC da Itaipu Binacional, a fim de aplicar uma metodologia que

utiliza geoestatisctica para a interpolação de dados, capaz de gerar perfis

geológicos-geotecnicos de alto valor técnico para a referida região.

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Os dados básicos utilizados, em síntese, são: Perfis de sondagens à

percussão e Base de dados – GeoEas.

3.2.1 Perfis de sondagens à percussão

A linha de transmissão 500 kV conta, em sua totalidade, com 759 torres

autoportantes com aproximadamente 500 metros de distância entre elas. A empresa

responsável pela execução das sondagens, das fundações da montagem, das torres

autoportantes e dos sistemas elétricos foi o Consórcio CIE/ELECNOR. Inicialmente,

no projeto executivo, foram realizadas 25% do total das sondagens das estruturas

projetadas, com o que se verificou a existência de uma gama de solos muito

diversificada, gerando muitas dúvidas sobre a execução. Assim, para um melhor

controle, ampliou-se a quantidade de sondagens SPT e Rotativas e concluiu-se a

segunda etapa, com 50% do total das sondagens das torres autoportantes (ITAIPU

BINACIONAL, 2015). Para a realização do traçado do perfil geológico-geotécnico da

linha, só foram levados em consideração os dados dos perfis de sondagens tipo SPT,

já que na maior parte do traçado foi realizada esse tipo de sondagem.

Na Figura 10, é apresentado um exemplo de perfil de sondagem tipo SPT da

torre 347/4. Neste perfil, pode ser observada a classificação geológica do solo,

assim como o índice de resistência à penetração (NSPT) nas diferentes

profundidades. Observa-se que nos perfis não há descrição das coordenadas e da

cota, mas apenas a cota progressiva. Para a localização das sondagens, foi utilizada

a localização geográfica das torres que se referem ao ponto central dessas

estruturas, o qual coincide com o local onde foram realizadas as sondagens das

torres.

As informações sobre a cota da boca do furo, e as coordenadas foram

retiradas de uma planilha de dados fornecida pela empresa CIE-ELECNOR,

responsável pelas sondagens e execução do projeto.

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Figura 10: Perfil geológico geotécnico da Torre 347/4. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

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3.2.2 Base de dados – GeoEas

Na tabela 7, é apresentado um exemplo da planilha com os dados

regularizados da torre 8/1, composto por duas partes: o cabeçalho e a matriz de

dados. O cabeçalho está composto por:

Título do trabalho – LT 500kv;

Valor numérico das variáveis que serão organizadas nas colunas – 4 (De, Ate,

NSPT, Estratigrafia);

Primeira variável – De (Profundidade Inicial);

Segunda variável – Ate (Profundidade Final);

Terceira variável – NSPT (Valor do número de golpes);

Quarta variável – Estratigrafia.

Após a descrição do cabeçalho, uma linha destacada em amarelo apresenta

informações sobre o perfil da sondagem. A primeira coluna da linha amarela indica o

número da torre em que as sondagens foram realizadas. Após o número da torre,

são apresentadas as coordenadas de localização, leste e norte do furo. Em seguida,

apresentam-se a cota da boca do furo, a profundidade total final do furo, o azimute e

o mergulho da sondagem.

Tabela 7: Entrada de dados no formato GeoEas (Torre 8/1).

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Para classificar a estratigrafia - 6° variável, foi utilizada o Sistema Unificado de

Classificação de Solos e organizada em uma planilha Excel, atribuindo-se valores

numéricos a cada classificação do solo, pois a planilha Geo-Eas não aceita letra

como descrição da variável. Desta maneira foi montada uma pequena planilha

anexa apresentada na Tabela 8.

Tabela 8: Estratigrafia da linha 500 kV.

Uma das vantagens do sistema GeoEas em relação as cotas absolutas e

relativas, é observado na tabela 7 no primeiro valor da variável De igual a 0 (zero) o

sistema GeoEas adota automaticamente ao valor da cota da boca do furo. Isto

viabiliza completamente a inserção dos dados em uma planilha eletrônica de

maneira que não é preciso indicar a cota absoluta, apenas o valor da cota da boca

do furo (PATIAS, 2010).

Assim, para gerar os perfis geológicos-geotécnicos da linha de transmissão

500 kV, foi elaborada uma planilha geral com dados de 248 torres autoportantes,

contendo todos os dados apontados no exemplo da tabela 7.

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3.3 Regularização dos dados

Para a entrada dos dados de cada ponto de sondagem, a exemplo da torre

8/1 apresentada na tabela 7, tiveram que ser realizadas algumas modificações para

a sua inserção no sistema GeoVisual. Tais modificações se devem, principalmente,

ao grande número de dados, já que se trata de um trecho de 347 km de linha de alta

tensão, com dados de 248 sondagens.

A realização das modificações se fez necessária após várias simulações de

interpolações, sob a orientação dos profissionais da Itaipu, durante o estágio

supervisionado da autora. Durante essas simulações, percebeu-se que não havia

uma compatibilidade com as coordenadas geradas pelo sistema GeoVisual em

relação à planilha do banco de dados, assim como em relação à grande extensão da

linha de transmissão de alta tensão. Assim, para resolver essas questões, optou-se

pela alteração do sistema UTM de 22 para 21 e pela divisão da linha em trechos de

10 em 10 km de extensão, num total de 35 trecho, conforme detalhado a seguir.

3.3.1 Divergência com o sistema UTM (Universal Transversa de Mercator)

Assim, conforme referido, no primeiro intento de inserção dos dados da

planilha do trecho completo no sistema GeoVisual, houve uma divergência com o

sistema UTM das primeiras torres localizadas dentro da área de Itaipu Binacional,

em relação com as demais torres no território Paraguaio. Isso acontece devido ao

fato de que dentro do território paraguaio o fuso horário é de 21°, como mostra a

figura 11, enquanto a área da Itaipu Binacional se encontra no fuso horário de 22°.

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Figura 11: Mapa com as Zonas UTM.

Esta divergência do sistema UTM entre os trechos de torres gera uma

descontinuidade do trecho das torres que se encontram na Itaipu, quando

relacionadas às que estão dentro do território paraguaio. Para resolver este

problema, optou-se por eliminar os dados das primeiras 11 torres de dentro da área

da Itaipu. Assim, a planilha geral foi modificada e resultou em um total de 237 torres,

começando da torre número 8/1, conforme o exemplo da tabela 7.

3.3.2 Divisão em trechos

A planilha atualizada, sem o trecho inicial de torres, foi novamente inserida no

sistema GeoVisual, gerando um perfil muito suavizado, devido ao extensivo

comprimento e a relativamente baixa variação de altura ou elevação. Chegou-se à

conclusão de que o melhor a ser feito seria a divisão do traçado total em trechos.

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Assim, primeiramente, os perfis foram divididos em trechos de 100 em 100 km,

embora se observasse uma acentuada suavização. Logo após, foi dividido

novamente de 50 em 50 km, também ficando ainda muito suavizado. Finalmente, por

uma questão de bom senso, optou-se por trechos de 10 em 10 km e conclui-se que

este intervalo é o que melhor se ajusta aos objetivos definidos no presente trabalho.

Desta maneira, foram gerados 34 perfis de 10 em 10 km, os quais, ao final,

são reagrupados em trechos de 30 km para a obtenção de uma boa visualização e

compressão do resultado final. No presente trabalho, os 34 trechos são

apresentados nas figuras 15 a 21.

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4 RESULTADO E DISCUSSÕES

A seguir, serão apresentados os resultados da utilização do programa

GeoVisual para a obtenção de perfis geológicos-geotécnicos dos terrenos de

fundação das torres de alta tensão da linha de transmissão 500 kV nas regiões

Oriental e Ocidental do Paraguai, assim como as análises pertinentes.

Com vistas a simplificar a apresentação dos resultados, serão apresentadas,

no presente trabalho, algumas análises estatísticas e os perfis geológicos-

geotécnicos de trechos delimitados de 30 em 30 km, o que resulta em sete trechos,

apresentados nas figuras 15 a 21. Com relação às análises estatísticas, é

apresentado um exemplo dos resultados de ocorrência de valores de NSPT nos perfis

de sondagens, conforme o histograma da figura 12.

Além destes resultados, destaca-se que dado o potencial do sistema

GeoVisual, seriam possíveis muitas outras interpolações, tais como a obtenção da

estratigrafia do terreno de fundação do trecho em análise, a ocorrência de nível

freático, os dados de porcentagem de recuperação das rochas em trechos com

sondagens rotativas, entre outros.

4.1 Análises Estatísticas

Das análises estatísticas possíveis, são apresentadas as variações dos

valores de NSPT ao longo do perfil geológico-geotécnico. Elas são apresentadas no

histograma; na estatística básica, média e mediana; desvio padrão, máximo e

mínimo dos valores de NSPT e nos gráficos da curva acumulativa.

O histograma é uma representação gráfica do conjunto de dados, sendo

dividido em classes uniformes, em que a base de cada retângulo da figura 13,

representa uma classe de número de NSPT, e a altura deles representa a frequência

com que o valor de NSPT ocorreu no conjunto total de dados.

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Figura 12: Histograma dos valores de NSPT.

O histograma da Figura 12 apresenta uma distribuição unimodal que verifica

uma assimetria positiva da distribuição dos valores NSPT. Essa assimetria indica a

ocorrência de valores altos (acima de 16) com baixa frequência.

Foi realizada a análise estatística de 2.706 dados de valores de NSPT. Na

figura 12, pode-se observar que no intervalo de valores de NSPT entre 8 e 16 se

apresenta com mais de 30% de frequência, para os valores entre 56 e 64 a

frequência é de máximo de 1%. Isso denota que, em geral, os solos com índice de

resistência à penetração (NSPT) entre 8 e 16 têm uma consistência que varia de

média a rija, no que se refere às argilas e aos siltes argilosos. Todavia, em relação

às areias e aos siltes arenosos, variariam de pouco compactas a medianamente

compacta, de acordo com a norma NBR6484 (2001), o que pode ser observado na

Tabela 5.

Os valores das análises estatísticas básicas, retirados do processamento dos

dados de 2706 de NSPT, são:

Desvio padrão: 10,716, indicando que os valores de NSPT encontram-se

próximos da média;

Média: 15,785, indicando que os valores de NSPT se concentram mais

próximos a este valor;

Mediana: 12,842, valor numérico que separa a metade superior dos valores

NSPT;

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50

Máximo: 68, valor máximo de NSPT;

Mínimo: 1, valor mínimo de NSPT;

Coeficiente de variação: 0,079.

Com o histograma, foi possível calcular a frequência acumulada e representá-

la na curva acumulativa apresentada no gráfico 1, em que o eixo Y representa a

porcentagem acumulada dos valores do NSPT, e o eixo X representa os valores do

NSPT. Essas curvas proporcionam informações rápidas sobre os dados e as suas

variações principais, caso a distribuição seja considerada normal, assim como a do

gráfico 1, a porcentagem de 50 %, localizada no eixo Y, corresponde à mediana,

representada, na figura 12, como a variável 12, 842.

Gráfico 1: Curva acumulativa com percentil 50%.

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51

A seguir, são apresentados os gráficos de frequência acumulada, indicando a

frequência acumulada de valores de NSPT em intervalos de 10 em 10. Nos gráficos

de 2 a 5 é possível observar as variações dos valores de NSPT em função da

porcentagem acumulada. Por exemplo: no gráfico 2, aproximadamente 40% do total

de NSPT tem valores inferiores a 10.

Gráfico 2: Gráfico em que aproximadamente 40% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 10.

Gráfico 3: Gráfico em que aproximadamente 70% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 20.

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52

Gráfico 4: Gráfico em que aproximadamente 92% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 30.

Gráfico 5: Gráfico em que aproximadamente 98% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 40.

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53

Gráfico 6: Gráfico em que aproximadamente 98% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 50.

Gráfico 7: Gráfico em que aproximadamente 99,70% das amostras tem um valor inferior ao NSPT 60.

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54

4.2 Perfis Geológicos Geotécnicos

Para a criação do perfil geológico-geotécnico da linha, foram interpolados

somente os dados de sondagens à percussão, com valores dos números de golpes,

ou NSPT, o que gerou as 34 seções de 10 km cada, apresentadas nas figuras 16 a 27.

Já nas figuras 16 e 19, estão incluídos os trechos com afloramentos de rocha,

investigados com sondagens rotativas. Esses trechos são identificados com a cor

rosa, e a sua conformação topográfica foi obtida com o Google Earth.

Como exemplo de análise de um trecho, na figura 13, pode-se observar que

na horizontal o perfil varia do Km 330,00 ao km 340,00. Já, na vertical foram feitos

ajustes na escala com os valores máximos e mínimos de acordo com a elevação do

terreno, onde, por exemplo, no perfil da figura 13 foi ajustado sua variação vertical

com uma diferença de elevação de 100 metros.

Figura 13: Perfil Geológico Geotécnico da seção N° 34.

Cada perfil apresenta uma barra (ou coluna) à direita do perfil, com uma

escala de cores, conforme exemplo da figura 14. Isso representa, nos perfis gerados,

a distribuição da interpolação dos valores dos números de golpes NSPT. De acordo

com a análise do conjunto de sondagens à percussão disponíveis, os valores de

NSPT variaram de 0 a 68, em que 0 é o valor mínimo, e 68, o valor máximo de

número de golpes NSPT.

Da seguinte forma, foram dados valores a cada retângulo (ou célula) da barra

de cores, a fim de indicar intervalos de valores de NSPT interpolados no perfil.

200.00

220.00

240.00

260.00

280.00

300.00

330.0000 332.0000 334.0000 336.0000 338.0000 340.0000

68.00000

0.00000

34.00000

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55

Figura 14: Barra com a escala de cores que representam intervalos de valores de NSPT.

Em alguns dos perfis gerados, existem trechos incompletos. Assim, para uma

maior compressão do relevo do terreno, esses trechos foram preenchidos com o

perfil topográfico, retirados do Google Earth, sendo os trechos:

1. Inexistência de sondagens, entre as torres 290/3 a 321/3;

2. Escarpa existente, entre as torres 178/2 e 193/1.

A seguir, é apresentada a análise do perfil geológico geotécnico geral,

dividido em diferentes trechos, que inicia na Subestação de Villa Hayes (SEVH),

como indica a seta no perfil da figura 15, e finaliza na Subestação da Margem Direita

(SEMD), no perfil da figura 21.

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56

4.2.1 Trecho do quilômetro 0 ao quilômetro 60:

Pode-se notar que, em relação à topografia, no trecho do quilômetro 0 ao

quilômetro 26, existe uma planície ou um platô, conforme mostra o perfil da figura

15.

Segundo o mapa da geologia do Paraguai, da figura 6, este trecho está

inserido na região que pertence, em parte, ao grupo Misiones, caracterizado pela

existência de arenitos que possuem propriedades muito boas quando apresentam

silicificação e litificação. (SPINZI, 1982). Por outro lado, na continuidade do trecho

(km 30 ao km 60), os terrenos pertencem, possivelmente, à formação dos

Sedimentos Ordovicianos, Silurianos e Devonianos.

No trecho de perfil do quilômetro 0 ao quilômetro 26, da figura 15, observa-se,

na barra de gama de cores, à direita, que a interpolação dos valores NSPT dão a

indicação de uma variação de aproximadamente de 11,9 a 58,1. As pequenas áreas

em azul, no perfil e na base das camadas de solos, denotam a presença de valores

altos de NSPT, como até aproximadamente 58,1. Esses valores, segundo a norma

NBR6484 (2011), são de solos com consistência que variam de rija a dura em

termos de argila e siltes argilosos; já em relação a areias e a siltes arenosos, a

compacidade é de terreno compacto a muito compacto (NBR6484, 2001). Esses

altos valores de NSPT são comuns na base das camadas de solos residuais e no

contato de solos saprofíticos com a rocha decomposta.

Para a verificação da correta interpolação do banco de dados com o sistema

GeoVisual, a autora realizou uma comparação de uma seção do perfil geológico com

os valores dos boletins de sondagens das torres no ponto localizado no quilômetro

14, indicado na figura 15, pois é neste ponto que o perfil acusa valores de 11.8 até

valores muito altos como 58,10. Conforme as figuras em anexo das torres 334/2 e

333/2, estes boletins de sondagens indicam valores a partir do NSPT 11 até 57, o que

sugere que o sistema GeoVisual realiza as interpolações do banco de dados com

exatidão.

Nos trechos de perfil do quilômetro 26 ao quilômetro 30, da figura 15, e do

quilômetro 30 ao quilômetro 56 observa-se a ocorrência de um terreno mais

íngreme, com a sua elevação atingindo aproximadamente 80 metros em relação ao

terreno anterior, os quais se desenvolvem em locais com afloramentos rochosos.

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57

Neste e trecho não foram feitas interpolações com dados de sondagens rotativa,

pois as imagens do perfil em cor homogeneamente rosa foram retiradas do Google

Earth, para um maior entendimento da sequência do perfil.

Entre o quilômetro 56 e o quilômetro 60, da figura 15, verifica-se, novamente,

um perfil com a presença de solos nas camadas superficiais. Neste trecho, o terreno

se eleva e nota-se que os valores de NSPT variam de valores baixos até muito altos

com aproximadamente 54,8, o extrato (camada) na cor vermelha acusa valores

menores de NSPT, com solos de menor consistência e subjacente e na sequencia as

camadas mudam para solos que varia de rijo a duro e cores esverdeadas e azul.

Esses perfis vão acompanhados do perfil topográfico do terreno, sendo

apresentados em cor homogeneamente rosa, devido à ausência de sondagens, o

que representa o comportamento do relevo do trecho. Pode-se observar, na figura

15, a existência de picos mais acentuados, o que sugere a presença de serras no

local.

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58

Figura 15: Perfil geológico-geotécnico trecho 0 a 60 km.

Torre 334/2 Torre 333/2

(m)

(m)

(Km)

(Km)

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59

4.2.2 Trecho do quilômetro 60 ao quilômetro 120:

Em relação aos dados interpolados, observando o trecho da figura 16, nota-se

que há maior presença de cores entre laranja e verde, que corresponderiam a

valores de NSPT entre 11,9 e 51,5. Analisando esses valores de acordo com a norma

NBR6484 (2011), pode-se inferir que, em geral, o solo desse trecho possui uma

consistência que varia de rija a dura. A gama de cores varia de 3 a 54,8, em que se

pode notar a predominância de cores entre vermelho e laranja, o que seriam valores

mais baixos de NSPT. Os valores baixos de NSPT caracterizam solos fofos e poucos

compactos, ou moles a muito moles, segundo a norma NBR6484 (2011).

No trecho que abarca o quilômetro 60 ao quilômetro 90, da figura 16, e do

quilômetro 110 ao quilômetro 120 pode-se observar uma topografia acidentada com

alguns morretes, com uma elevação de 30 metros. Já no trecho do quilômetro 90 ao

quilômetro 110, o perfil apresenta uma planície de 110 km. Este trecho atravessa

sedimentos do quaternário segundo o mapa da geologia do Paraguai, da figura 6,

cuja topografia local se caracteriza pela presença de esteiros, devido ao depósito de

aluviões do quaternário segundo (GONZALEZ, 2000).

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60

Figura 16: Perfil geológico-geotécnico trecho 60 a 120 km.

(Km)

(Km)

(m)

(m)

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61

4.2.3 Trecho do quilômetro 120 ao quilômetro 150:

No perfil da figura 17, nota-se a predominância da cor verde, cujos valores

de NSPT se encontram entre 21,8 a 44,9, o que significa que o solo se comporta de

maneira dura quando se trata de argila e siltes argilosos, e de maneira compacta a

muito compacta, quando se trata de areias e siltes arenosos (NBR6484, 2001).

Entretato, em alguns pontos, observa-se uma variação entre o amarelo e o laranja

mais acentuado, o que evidencia valores baixos a médios de NSPT, os quais se

encontram na faixa de 8,6 a 18,5, com características de consistência média a rija

em argilas e siltes argilosos, e pouco compacta a medianamente compacta para

areias e siltes arenosos (NBR6484, 2001). Ademais, em outros pontos, aparece a

cor azul, o que denota valores altos de NSPT, variando entre 54,8 a 68. Neste trecho

o perfil apresenta uma topografia não muito acidentada, com suaves morretes e com

uma elevação de cerca de 50 metros. Com relação a geologia este trecho da figura

17 atravessa a formação San Miguel do Grupo Independência, composto por

arenitos e conglomerados de origem glacial (GONZALEZ, 2000).

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62

Figura 17: Perfil geológico-geotécnico trecho 120 a 150 km.

(Km)

(m)

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63

4.2.4 Trecho do quilômetro 150 ao quilômetro 180:

A topografia do trecho da figura 18 é bastante acidentada, caracterizando-se

pela presença de uma escarpa. Neste caso, a escarpa acontece aproximadamente

na mudança de litologia do Grupo Independência para o Grupo Misiones, segundo a

localização das torres da figura 22, em comparação ao mapa de geologia do

Paraguai, da figura 6.

Nota-se que o perfil possui uma gama de cores entre o vermelho e o verde,

o que verifica a presença de valores de NSPT que variam de baixos a médios altos,

oscilando, aproximadamente, de 3 ao 28,4, que, em termo de argila e siltes argilosos,

o solo de comporta de maneira que varia de muito mole a rija, e, em termo de areias

e siltes arenosos, sua consistência vai de fofo a compacto (NBR6484, 2001). Esse

trecho se caracteriza pela presença de arenitos argilosos finos a muito finos, o que

corresponde ao Grupo Misiones, e a parte do Grupo Independência possui arenitos

e conglomerados (GONZALEZ, 2000).

Para a verificação da correta interpolação do banco de dados com o sistema

GeoVisual, a autora realizou uma comparação de uma seção do perfil geológico com

os valores dos boletins de sondagens das torres próximas do ponto localizado no

quilômetro 168 e 170 quilômetros, indicado na figura 18, pois é neste ponto que os

boletins de sondagens acusam valores de 4 até 30 NSPT. Conforme as figuras 31 e

32 em anexo das torres 178/2 e 171/2, estes valores dos boletins de sondagens

indicam que o sistema GeoVisual realiza as interpolações do banco de dados com

exatidão.

O trecho do perfil entre o quilômetro 153 e o quilômetro 168 não possui

informações de sondagens do tipo SPT e, devido a este fato antes referido, não

foram realizadas as interpolações dos dados das sondagens rotativas. Entretanto,

para um melhor entendimento do trecho, foi inserida uma imagem do perfil

topográfico retirada do Google Earth, que abarca o início da escarpa, até o seu topo.

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64

Figura 18: Perfil geológico-geotécnico trecho 150 a 180 km.

Torre 178/2 Torre 177/1

(Km)

(m)

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65

4.2.5 Trecho do quilômetro 180 ao quilômetro 240:

No perfil da figura 19, observa-se que a topografia do terreno se apresenta

levemente acidentada, com variações de elevação dos morretes de 170 metros em

relação aos terrenos adjacentes e com formações de platô o qual pode ser

visualizada claramente no trecho do quilômetro 224 ao quilômetro 234, da figura 21.

Este trecho da figura 19 se encontra sobre o Grupo Misiones, segundo o

mapa da geologia do Paraguai da figura 6, em cuja litologia se caracteriza pela

presença de arenitos argilosos que variam de finos a muito finos. (GONZALEZ,

2000). Ademais, semelhantes as análises anteriores, observa-se que no trecho

foram interpolados valores de NSPT que variam de baixos a médios, pois a gama de

cores do perfil varia entre o vermelho e o verde, oscilando de 3 a 28,4.

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66

Figura 19: Perfil geológico-geotécnico trecho 180 a 240 km.

(Km)

(Km)

(m)

(m)

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67

4.2.6 Trecho do quilômetro 240 ao quilômetro 300:

No perfil da figura 20, a topografia do terreno apresenta uma área acidentada

com variação de morros de aproximadamente 100 metros de altura. Ainda,

observam-se pequenos trechos com formação de platôs, como nos trechos do

quilômetro 240 ao quilômetro 245 e do quilômetro 281 ao quilômetro 284.

Nota-se a predominância de vermelho e de verde, o que denota, na escala de

cores, a presença de valores de NSPT, entre, aproximadamente, 3 e 48,2 o que,

segundo a tabela 5, são valores que acusam solos que variam de fofos a muito

compactos, em relação a areias e siltes argilosos, e de muito moles a duro, em

relação a argilas e siltes argilosos. Entretanto, há também a presença de cores entre

o azul claro e azul escuro, no trecho entre o quilômetro 269 e o quilômetro 272, o

que sugere valores de NSPT entre 51,5 e 68. Tais valores representam a existência

de solos no limite da resistência a penetração do amostrador tipo Terzaghi, cravado

a percussão.

O trecho da figura 20 ainda passa sobre o Grupo Misiones, onde a litologia se

caracteriza pela presença de arenitos argilosos que variam de finos a muito finos

segundo (GONZALEZ, 2000). Já a partir do quilômetro 270, muda para a Suíte

Magmática Alto Paraná; e na composição da litologia, caracteriza-se pela extensa

área de derrame de basaltos, os quais, em sua, maioria são rochas ígneas

originadas a partir de derrame de magmas, em que também se manifestam níveis

amigdaloides ou vesiculares (P & T consultora S.R.L, 2007).

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68

Figura 20: Perfil geológico-geotécnico trecho 240 a 300 km.

(Km)

(Km)

(m)

(m)

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69

4.2.7 Trecho do quilômetro 300 ao quilômetro 340:

A topografia do trecho se apresenta acidentada, com morretes variando até

70 metros de altura, com presença de um platô em um pequeno trecho de 4 km,

entre o quilômetro 330 e o quilômetro 340 km. Pode-se observar, também, uma

pequena falha que indica o 330 km, o que se deve à falta de dados de sondagens do

trecho.

Destaca-se no perfil da figura 21 a presença de cores entre vermelho e verde,

o que indica valores de NSPT que variam de baixos a altos, entre 0 a 34. Entretanto,

em pequenas partes, destaca-se uma gama de cores entre o azul claro a uma azul

mais intenso, o que denota valores altos de NSPT, entre 51,5 e 68, no limite de

terrenos impenetráveis a percussão.

A litologia deste trecho abarca inteiramente o Grupo da Suíte Magmática Alto

Paraná, onde predominam as rochas ígneas, originadas a partir de magmas.

Ademais, manifestam-se níveis amigdalóides ou vesiculares (P & T consultora S.R.L,

2007).

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70

Figura 21: Perfil geológico-geotécnico trecho 300 a 340 km.

(m)

(Km)

(Km)

(m)

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71

4.3 Escarpa entre as torres 193/1 e 178/2

A figura 22 mostra um perfil geológico-geotécnico de terrenos inseridos no

Departamento de Caaguazú no Paraguai, no trecho onde estão localizadas as

torres 193/1 e 178/2. A figura 23 mostra uma imagem representativa deste trecho,

onde se verifica a presença de terrenos muito íngremes, na forma de escarpa. A

sobreposição desses terrenos e do trecho da linha de alta tensão no mapa

geológico do Paraguai permite inferir que, nesta região, ocorre a junção de duas

litologias diferentes: o Grupo Misiones e o Grupo Independência.

Figura 22: Trecho das torres 193/1 e 178/2. Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.

Segundo Gonzalez (2000), o grupo Misiones se caracteriza, em sua

litologia, pela presença de arenitos na sua base, em cuja parte superior se

intercalam com basaltos do grupo Alto Paraná. A área da aparição da escarpa

pode-se atribuir à formação San Miguel, do Grupo Independência, o qual possui

arenitos de grãos finos.

A figura 23 representa um perfil que mostra a presença de uma escarpa no

trecho localizado entre as torres 193/1 e 178/2. Nesta figura, pode-se observar

claramente como o perfil de elevação do terreno vai mudando gradativamente,

com uma diferença de elevação de 248 metros entre uma torre e a outra.

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72

Figura 23: Perfil Topográfico do trecho da escarpa. Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.

Nas figuras 24 e 25, observa-se uma comparação entre a localização da

escarpa no mapa da geologia do Paraguai e a localização precisa da escarpa no

Google Earth, com fins de demonstrar a aproximação realizada em termos da

descrição que a litologia que compõe.

Possível comparação da localização da escarpa, com o mapa geológico do

Paraguai e a imagem do Google Earth, com a localização precisa da escarpa,

entre as torres 193/1 e 178/2:

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73

Figura 24: Mapa Geológico do Paraguai. Fonte: MINISTERIO DE OBRAS PÚBLICAS E COMUNICAÇOES, 2014.

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74

Figura 25: Localização da escarpa. Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.

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75

4.4 Trechos com ausência de sondagem à percussão

No Departamento de Cordilheira-Paraguai, encontra-se a presença de trechos

com inexistência de dados de sondagens à percussão, entre as torres 291/1 e 292/2,

com uma extensão de 152 km, e entre as torres 318/2 e 321/2, com uma extensão

de 2,4 km. Esses trechos são identificados como traçado na cor verde, nos extremos

da figura 26.

Figura 26: Trechos das torres sem sondagens. Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.

Essa região é caraterizada pelo afloramento de rocha, o que impossibilitou a

realização de sondagens tipo SPT. Nesses locais, foram executadas sondagens do

tipo rotativa para investigação das características da rocha, as quais não foram

consideradas para este estudo.

4.5 Rocha Aflorando ou superficial

No Departamento de Cordilheira, onde estão localizadas as torres 300/1 até

318/2, com 187 km de extensão, como mostra a figura 27. Este trecho do mapa

geológico do Paraguai correspondente à formação Tobati, englobada no grupo

Caacupe (GONZALEZ, 2000).

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Umas das cidades próximas a este trecho é Emboscada, conhecida como a

“cidade de pedra”, devido ao fato de os moradores, em sua maioria, trabalharem

com a extração de blocos de rocha para a construção civil (WIKIPEDIA , 2015). Com

isso, também se pode assegurar a presença de rocha aflorando na região e terrenos

coluvionares. Na figura 27, pode-se observar um exemplo de afloramento da rocha

no local e na figura 28, a visualização do perfil topográfico do trecho.

Figura 27: ilustração do trecho das torres 300/1 e 318/2, e com rocha superficial na cidade de Nueva Colombia. Fonte: GOOGLE EARTH, 2015.

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Figura 28: Perfil topográfico do trecho de 187 km. Fonte: (GOOGLE EARTH, 2015).

Na época da construção da linha de alta tensão, os profissionais da Itaipu

realizaram as fiscalizações e pode-se confirmar a existência da rocha superficial no

local, conforme apresentado nas figuras 29 e 30, as quais que correspondem ao

local da estaca 304/2 (marcação da obra) com afloramento de rocha sã. Neste

trecho, de 182 km, foram realizadas sondagens rotativas, para caracterização das

rochas de subsuperfície e para a elaboração das soluções de fundação das torres.

Figura 29: Departamento de Cordillera, Rocha aflorando. Fonte: (ITAIPU BINACIONAL, 2015).

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Figura 30: Departamento de Cordillera, Rocha aflorando - estaca 304/2. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

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5 CONCLUSÃO

Com a revisão bibliográfica e o estudo de caso apresentados é possível

destacar a associação de vários assuntos teóricos tais como geoestatística,

krigagem e interpolação de dados com aspectos geológico-geotécnicos do território

Paraguaio, com destaque para as regiões Oriental e Ocidental onde foi implantada a

linha de transmissão de 500 kV, Ciudad del Este – Villa Hayes.

Os objetivos do presente trabalho foram plenamente atingidos, com a

elaboração e a apresentação dos perfis geológicos-geotécnicos do trecho da linha

de transmissão 500 kV, Ciudad del Este – Villa Hayes. Ademais, a pesquisa permitiu

a inserção da autora em um amplo e avançado campo de trabalho técnico-científico,

com grandes possibilidades de sua aplicação no mercado de trabalho e no ambiente

acadêmico.

Para o desenvolvimento dos perfis geológico-geotécnicos foi utilizado o

Sistema GeoVisual, o qual possibilitou a interpolação de 2706 valores de NSPT de

237 boletins sondagens de simples reconhecimento que foram um dos elementos

básicos do projeto das fundações das torres autoportantes da linha de transmissão

de kv. Com isso, foi possível a obtenção, de forma relativamente simples, perfis

geológico-geotécnicos de 347 km do terreno de fundação da referida linha de

transmissão implantada.

Entende-se que os perfis gerados possuem uma importância tanto no meio

acadêmico, como no meio técnico profissional, pois novas formas de obtenção de

perfis geológico-geotécnicos sempre são importantes para projetos que se

desenvolvem em grandes extensões territoriais. Os perfis gerados no estudo de

caso agregam conhecimento nas áreas de Geologia e de Geotécnia, o que é de

suma importância para o entendimento do meio físico local e de trechos de obras

nas regiões Oriental e Ocidental do Paraguai. Além disso, pode-se destacar que os

perfis gerados, com os devidos ajustes e detalhamentos, podem se constituir em

elementos técnicos para novos estudos e projetos ao longo do trecho.

Foi possível perceber o grande potencial do Sistema GeoVisual no tratamento

de bancos de dados, visto que ainda aos perfis gerados poderiam ser agregadas

novas informações, tais como a estratigrafia e/ou as classificações dos solos pelo

sistema SUCS, a presença do nível freático, a variação de parâmetros geotécnicos

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(resistência ao cisalhamento, permeabilidade e/ou compressibilidade) dos solos,

dados de sondagens rotativas e outros. As análises estatísticas dos 2706 dados

utilizados indicaram que há um maior número de ocorrências de valores interpolados

de NSPT entre 8 e 16, o que permite-se concluir que, ao longo da linha de

transmissão de 500 kV, ocorrem solos nas camadas superficiais com uma

consistência que varia de média a rija, no que diz respeito a argilas e siltes argilosos

e, no caso de locais com ocorrências de areias e siltes arenosos, as compacidades

variariam entre pouco compactas a medianamente compacta (NBR6484, 2001).

Por fim, a autora destaca que a realização do estágio supervisionado e o

trabalho de conclusão de curso no último semestre do curso de Engenharia Civil da

UFSM e no mesmo ambiente (ITAIPU) foram proveitosos para a seleção do tema do

trabalho desenvolvido e por ter oportunizado a participação espontânea e profícua

da Dra. Eng. Josiele Patias na sua realização.

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Anexo

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Figura 31: Perfil geológico geotécnico da Torre 334/2. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

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Figura 32: Perfil geológico geotécnico da Torre 333/2. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

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Figura 33: Perfil geológico geotécnico da Torre 178/2. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.

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Figura 34: Perfil geológico geotécnico da Torre 177/1. Fonte: ITAIPU BINACIONAL, 2015.