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Pensar grande, fazer o melhor, tornar possível a felicidade

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PLANO DE METAS PARA SUA VIDA E PLANO DE GOVERNO POR DIOJI IKEDA

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DIOJI IKEDA

PLANO DE METAS PARA SUA VIDA

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Vice: Edivaldo da Cosmed. Coligação: Independência, Coragem e Trabalho. PDT/PT/PTN/PR/PPS/PSDC/PSD/PTdoB CNPJ Candidato: 16.291.580/0001-53 — Tiragem: 2.000 un.

Copyright © 2012 by Campanha Dioji IkedaEditora Kelps

Rua 19, nº 100 – St. Marechal RondonCEP: 74560-460 – Goiânia - GO

Fone: (62) 3211-1616Fax: (62) 3211-1075

E-mail: [email protected]: www.kelps.com.br

Projeto gráfico e edição de arteFranky S. Lodewyk

CapaFelicidade em japonês e slogan da felicidade em Inhumas

FotosMerly Barreto, Maverson Barreto e Arquivo Pessoal

Entrevistas Thiago Queiroz e Edmar Oliveira

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIPBIBLIOTECA MUNICIPAL MARIETTA TELLES MACHADO

DIREITOS RESERVADOSA reprodução total ou parcial da obra, de qualquer forma ou por qualquer meio, sem autorização prévia e por escrito do autor, viola os direitos autorais (Lei nº 9.610/98), é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. Mas os adversários de Inhumas já copiaram as propostas. Então, eles podem continuar no control C + control V, pois é o Dioji quem vai colocar todas elas em prática na prefeitura a partir de 2013.

Impresso no BrasilPrinted in Brazil

M51c Ikeda, Dioji Pensar grande, fazer o melhor, tornar possível a felicidade Dioji Ikeda - Inhumas-GO / Kelps, 2012

100p. - (Plano de metas para sua vida)

ISBN:

1. Política Brasileira - artigos I. Título. II. Série

412-2012 CDU: 821.134.3(81)-94

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Dioji é um presente de Deus”

ROSA MARIA, MÃE DE DIOJI, QUE NA FOTO ESTÁ COM ELE NO COLO NA REGIÃO EM QUE MORAVAM, O KM 60

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O Plano de Metas que a campanha de Dioji Ikeda apre-senta agora para o povo de Inhumas tem o intuito de mostrar não apenas as propostas, mas o homem que vai tirá-las do papel. Pelo depoimento de personali-dades presentes na obra nota-se que a capacidade de

gestão e liderança de Dioji vêm da infância. O que se extrai, ao fim da obra, é o retrato de um homem que, junto com as pessoas de bem de Inhumas, está renovando as práticas políticas numa das mais importantes cidade ao expor suas ideias para aplicar a par-tir de 1º de janeiro de 2013. O caráter, moldado desde o berço, é o avalista das grandes modificações a ser implementadas no municí-pio. Como se vê no material do plano de governo, aqui permeando diversas páginas, Dioji vai fazer o Parque Goiabeiras, com ciclovia, teatro a céu aberto, reforma do Lago Lúsio de Freitas, reserva eco-lógica e Clube Municipal. A meta de Dioji é acabar com o caos na Saúde. Entre as obras para esse fim estará a Maternidade e Cen-tro de Saúde da Mulher, a Central de Exames e programas como o Remédio em Casa. Os postos de saúde dos bairros terão médicos todos os dias, atendendo a pacientes de todas as idades, além de odontólogos. Para cuidar da saúde bucal, fazendo canal e outros procedimentos, não precisará a busca de clínicas particulares, vai se tratar no postinho do seu setor mesmo. Há projetos revolucioná-rios igualmente nas áreas de Cultura, Educação, esporte, atração de investimento. Mas é na segurança pública que estará uma das três providências imediatas, já para o primeiro dia de governo. Logo após a posse, além de lançar as obras do parque e da maternida-de, Dioji vai criar a Guarda Municipal armada, para ajudar a livrar Inhumas da violência e de crimes como o tráfico de drogas.

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As mulheres da família Ikeda são muito fortes. Tanto as que já são quanto as que entram na família”

PALAVRA DE DIOJI QUE NA FOTO ESTÁ COM BABÁ, A AVÓ QUE AJUDOU A CRIÁ-LO, E WIVIANE, QUE VIROU IKEDA AO CASAR-SE COM ELE

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Avó é um amor de mãe elevado a máxima potência

Shizuko Ikeda mora até hoje numa casa simples do Parque São Jorge. É o en-dereço da família depois de se mudarem do meio rural, onde viviam quando Dioji Ikeda nasceu (na Granja Santo Antônio, próximo ao km 60, Santa Amália), mas o primeiro foi na Vila 31 de Março, em Inhumas. A referência ao golpe militar afronta a sociedade e mais ainda a alguém com a história de Shizuko. Aquela mulher mais simples que a casa e mais humilde que a humildade tem a biografia recheada de heroísmo. Se fosse brasileira, Shizuko teria combatido com bravura o regime instalado na data fatídica de 1964 lembrada no bairro em que viveram. Naquele ano, havia três que Shizuko chegara ao Brasil. Não veio fugida, porque não é mulher de fuga. Veio expulsa pelas dificuldades do pós-guerra no Japão. Para Shizuko, a guerra não teve pós, apenas intra. Ela integrou as tropas japonesas que lutaram contra os ataques americanos. Não saiu de sua nação para agredir a dos outros, apenas se defendeu do império rival. Sobreviveu aos bombar-deios, inclusive ao pior deles, a bomba atômica. Sobreviveu a tufões, maremotos, mas rendeu-se à iminência da miséria. Veio com o marido buscar dias melhores.

Na travessia até Inhumas, Shizuko e o marido, o também veterano de guerra No-buji Ikeda, atravessaram oceanos e o continente Brasil numa cruzada marítima de 42 dias. Mais de meio século depois de aportar, Shizuko nem parece alguém que empunhou armas no Japão e enxada no Brasil. As mãos frágeis ainda são calosas. A lavradora vigorosa que en-frentou as tropas americanas brigou por algo tão nobre quanto a integridade da terra natal, uma família íntegra. Seu soberano capitulou às explosões atômicas há 67 anos e a velhinha que chegou jovem ao Centro-Oeste brasileira assiste ansiosa a um dos integrantes da famí-lia resistir ao coronelismo. Não aquele de farda que instaurou a ditadura no Brasil e os voos mortais no Japão. Esse desafiante é seu neto Dioji, que ela criou desde menino e com o qual o amor da heroína transparece em forma de lágrimas, sussurros e afagos.

Aqui, Shizuko é chamada de Babá, abreviatura de “Batian” (avó em japonês), pronúncia mais fácil para o bebê Dioji, hoje aos 38 anos e uma dedicação filial à avó, como o amor maternal que ela lhe devota. Quando o repórter chega à porta da resi-dência simples, Babá nota o brasão com o 12 colado no bloco de anotações e inverte os papéis. É ela quem pergunta:

– O Dioji tá aí? A agenda do neto em campanha exige sacrifícios e um dos maiores é reduzir a

presença no velho sofá da velha casa da avó guerreira. Depois de tantas décadas de lida na

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roça, a lavradora usa as mãos calejadas para apontar a TV à frente sintonizada num canal japonês. Babá entende o que estão dizendo no vídeo, mas não esboça reação. O que a move é a felicidade do neto. Com a antena própria mais ligada que a da Sky pendurada no telhado, quer saber como anda a campanha de Dioji. Mais ainda, como anda o próprio Dioji. Ele é seu assunto preferido. Aliás, ele é seu ser humano predileto. Babá tem uma família tão unida quanto numerosa, mas o menino que ela criou é seu grande orgulho.

Tem muito mesmo do que se orgulhar. Entusiasma-se ao falar do neto a tal ponto que as observações acerca dele são em português. Se quiser conversar sobre ou-tro assunto, que o interlocutor se vire em japonês ou mantenha por perto um tradutor (o nosso, no caso, é Shinichi Ikeda, filho de Shizuko). Babá entende melhor o português dos netos, principalmente de Dioji. Ri quando indago se Ikeda é uma família rica no Japão. Em qualquer idioma se traduz aquele sorriso. Ikeda é como Silva no Brasil, com a diferença que nenhum Ikeda compõe a família real e aqui já tivemos Lula Silva por oito anos na Presidência da República.

Babá se enternece ao falar do neto. A guerreira miúda se apresenta gigantesca ao narrar a infância de Dioji:

– Desde pequeno ele era de paz. Era bom para fazer amizades.Quer saber como definir algo que o neto é. Explica. Agregador. O que Dioji

fazia na vizinhança da vila era agregar, juntar, reunir.– Aqui em casa ficava cheio de amigos dele. Na hora do almoço sempre tinha

dez, doze amigos.Algo que ela sabe definir bem:– O Dioji sempre foi líder, desde menino.Babá criou o neto no rígido sistema japonês. Ele obedecia. Mas a casa cheia

de gente tinha um quê de italiano e o gosto pelas festividades o aproximava da influên-cia espanhola. Enfim, nada mais brasileiro que o cosmopolitismo de Dioji. Nada mais inhumense que outra característica do neto:

– Dioji é obediente desde novinho e ele é uma pessoa que, se disser alguma coisa, não é de voltar pra trás. O que ele prometeu, o que sai da boca dele, ele faz.

O repórter insiste na infância de Dioji. Babá se alegra. Parece adorar as remi-niscências. Dioji é sua grande obra. Educar o neto foi mais importante que lutar pela terra do sol nascente. Os raios a iluminam na tarde quente de 18 de setembro. Não, não é o sol, nem o nascente ou poente. O que a ilumina são as lembranças. Babá está ra-diante. Num idioma ininteligível entre o japonês e o português, um pouco de ambos, ela vocaliza o que a memória a socorre:

– Quando Dioji era pequeno, ele ajudava em casa, limpava a casa, varria a casa. Era um bom menino.

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Japonês é um povo trabalhador. O inhumense, também. Dioji herdou a dupla tradição, com um adendo: o gosto pelos estudos. Babá descreve o aluno de calças curtas que se revezava entre o futebol e os livros, sem se descuidar do esporte nem da escola. De seu rosto emerge um vigor de combatente e comenta a alegria que era receber os elogios das professoras e conferir o boletim do neto:

– As notas do Dioji na escola sempre foram boas.Babá se define como feliz, porque felicidade para ela é ver a família com saú-

de. Sua aparência é saudável, mas seria essa a única chave do contentamento? Para Babá, a saúde é o resumo do que há de bom. Com saúde, a pessoa pode se dedicar ao lazer predileto do japonês, trabalhar. Não é essa a diversão preferida de Shizuko. O que a alegra é recordar:

– Sinto muita saudade do tempo em que o Dioji era criança.O flashback que permeia a conversa é resumido num gesto:– Na hora de ir pra aula, ele nunca deixou de despedir. Saía da porta dando

beijo, atravessava o portão abanando a mão, saía na rua dizendo tchau.Efusivo na saída, mais ainda na chegada:– Na chegada da escola, lá de longe, ele gritava que estava chegando.Logo identificou-se um problema exatamente no item que Babá mais preser-

va, o da saúde. Dioji foi diagnosticado com asma. A recomendação para cura não pode-ria ser mais apropriada: praticar esporte. Era uma doença, mas também uma bênção. O neto passou a ter uma explicação científica para jogar bola a tarde inteira na rua, nos campinhos da região, na escolinha de futebol. Mostrou-se habilidoso e não demoraram os convites para treinar em clubes profissionais. Seguiu os amigos e foi para as catego-rias de base do Vila Nova. Babá entende exatamente nada de futebol, mas é doutora em Dioji. E, com tal especialização strictu sensu, arrisca-se a apontar coluna do meio na aposta entre o que mais o fascinava, se praticar o esporte ou estudar Língua Portuguesa. Os troféus e medalhas que deixou na casa da avó confirmam o empate: só rivalizam, na saudade de Babá, com os boletins da escola, amarelados pelo tempo, nunca avermelha-dos nas aferições dos professores.

Diz a canção “Sozinho”, de Caetano Veloso, que “quando a gente gosta é claro que a gente cuida”. Babá não conhece o compositor baiano, porém conhece até demais o que é gostar, o que é cuidar. Ela cuidou do neto com o amor maternal, que nas avós em geral é em dobro e em Shizuko Ikeda é multiplicável à enésima potência. No silên-cio das noites, no barulho dos dias, Babá não ouve Caetano, mas parece ouvir a voz do neto chamando-a, despedindo-se, contando as histórias das aulas, as desventuras dos treinos. Babá fica ali, sonhando acordada, “juntando o antes, o agora e o depois”. Por que a senhora o deixou tão solto? Por que não colou nele? É o contrário da letra da música.

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Como a mãe asiática típica, e a latina também, e qualquer mãe de qualquer rincão ou espécie, basta ser mãe para querer a cria por perto. Mais que mãe, Babá é avó. Não uma avó qualquer, mas a que é mãe em dobro ou elevada a alguma sentença matemática de números inexatos.

Apegada ao neto, Babá tinha um temor, o descrito em outra pérola do cancio-neiro nacional, “No dia em que saí de casa”, composta por Joel Marques e famosa pelo filme “2 filhos de Francisco”. Zezé Di Camargo a entoa entre lágrimas a dizer que queria voar. O som que emana de Babá é... o silêncio. De repente, não mais que de repente, a expectativa de pranto faz-se riso. O rosto sulcado pelo sol das lavouras se contrai num esgar. Aquilo ali é um sorriso, o mais puro dos sorrisos. O da mãe satisfeita com a cria ou elevado à máxima potência, o da avó felicíssima com o neto. Não iria bater asas, não iria voar. Interessou-se por alguém, como no verso de Caetano, mas seu ninho seria ali mes-mo, na Inhumas que a avó escolheu para viver e na qual o destino não quis contrariá-la, como no verso de Joel Marques, e escolheu para Dioji uma companheira. Wiviane, a eleita pelo coração do neto, é dali mesmo, da Inhumas em que a guerreira japonesa queria o neto vivendo. E ali vivem Wiviane e Dioji num casamento que para Babá fun-ciona como uma usina de sorrisos:

– Muito bom que ele casou e ficou aqui perto da gente.E esboça outro sorriso, o que só abre para Dioji e mais ninguém. É que um ca-

rinho às vezes cai bem e, numa fusão das músicas, o neto passa a mão em seus cabelos e a avó se derrete:

– Ele é muito carinhoso comigo.Babá acredita que o carinho se estende às demais pessoas, porque na vizi-

nhança o que ouve é declaração de voto no 12, o número do neto candidato a prefeito. Diz que ele vai cuidar dos pobres, porque ele próprio foi muito pobre. A vida de filho e neto de lavradores continha as vicissitudes naturais. Móveis em casa, por exemplo, eram raros. Cama, então, só os adultos tinham exclusivas. A meninada toda se acomo-dava em um colchão.

O menino educado no regime japonês tinha uma linguagem universal de fa-zer o bem, o ato de distribuir o pouco que possuía. O almoço, inclusive:

– Se tinha algum amigo mais pobre, ele convidava para dividir a mesa com a gente.

A bondade cresceu com o neto, que cresceu no amor pela avó e na generosi-dade:

– Já vi o Dioji ajudar gente demais, só que ele não conta, porque nós ensina-mos aqui dentro de casa que é assim que se faz. Ele vai ajudar os pobres quando for prefeito e não vai contar para ninguém, é o jeito dele.

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O espírito cristão pregado por quem veio do Japão budista e xintoísta soa como música para o neto.

A tarde cai em Inhumas. Pergunto se Babá quer concluir a entrevista por estar cansada. Outro sorriso. Não se cansa de conversar sobre o neto. Nem a lida na lavoura a cansava, quanto mais falar acerca da cria. Aliás, Babá participou de uma caminhada junto com Dioji. Ela estava em forma, andando a seu modo, mas sem demonstrar sacri-fício. Já quanto ao neto...

– Ele parecia cansado. Campanha cansa, né?Cansa, sim, Babá. Cansa muito. Porém, mais cansada está Inhumas das atro-

cidades que seu neto vai derrotar com a colaboração do povo. É um império do mal que a senhora, dona Shizuko Ikeda, ajudou a derrotar.

Ao se despedir, ela continua os adjetivos. Diz que Dioji sempre encontra tem-po entre as atividades e a visita. Fará o mesmo quando for prefeito. O carinho, que hoje rende tantos elogios, se estenderá a todos os avós e todas as avós de Inhumas, a todas as mães e todos os pais. Encerra a conversa sobre o filho-neto. Deixa de ver o programa japonês: os olhos estão cheios, uma lágrima desce pela pele castigada de tanto sol. A voz frágil da avó forte pede desculpas. Está emocionada. Diz devagar algo que o filho Shinichi traduz para a equipe:

– É felicidade.Não tem nada que se desculpar, dona Shizuku. Como dizem outras canções, feli-

cidade é tudo que se quer e o melhor lugar do mundo é aqui, mas não agora: a partir de 2013.

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Quem conhece o Dioji observa sempre sua integridade, solidariedade, obediência, disciplina e correção”

PALAVRAS DE BERNADETE DE LOURDES FEDRIGO REFERINDO-SE AO NETO DIOJI

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De paz desde meninoNa casa da dona Nêga, como é conhecida Bernadete Lurdes Fedrigo, avó ma-

terna de Dioji, tudo simboliza a calma. Ela nos recebe com o olhar de experiência e de missão cumprida, depois de criar os 11 filhos e acompanhar o crescimento dos netos.

A mineira de Pará de Minas, que escolheu Inhumas para morar e criar a família, aos 76 anos relembra com todos os detalhes o dia em que conheceu o pri-meiro neto.

– Um bebê japonês, lindo, chamado Dioji.“Lindo” é por conta dela, “japonês” por conta da descendência paterna, mas

sobretudo inhumense. Dioji é o neto mais velho e, por isso, conhece há mais tempo a casa do Solar Parque em que a avó mora. Cercada pelo silêncio da casa momentanea-mente vazia, ela fala com emoção um pouco da história de Dioji. Ressalta as virtudes:

– Quem o conhece, e não precisa ser avó, observa sempre sua integridade, solidariedade, obediência, disciplina e, principalmente, a correção. Com ele ou é certo ou ele  não aceita. Ele é muito correto.

Todos esses adjetivos ela diz que usa quando se refere a Dioji desde criança. Isso justifica por que o neto é e sempre foi cercado de amigos. A avó garante que nunca o viu andar sozinho pela rua.

– Sempre andava rodeado dos colegas.“Sistemáticos” é como sintetiza os amigos do neto, que escolhia bem com

quem andar, mas ao mesmo tempo era simpático e sociável com todos.Relembra os tempos tranquilos do menino:– Na infância, nunca teve problemas na escola. Nunca brigou com ninguém.Depois dona Nêga nega ser avó-coruja, mas garante que a fama de goleador

era grande. Ela o acompanhava nas festinhas da escola e também sempre ouvia elogios das professoras pelas notas do garoto. O menino cresceu, ela se aventurou a assisti-lo em uma competição de motocross. Diz que foi a primeira e última vez, mas que de lon-ge ficava rezando e torcendo, inicialmente, para que ele não se machucasse, e depois para que fosse o campeão. Conseguiu o título estadual duas vezes. Ainda assim, o perigo era maior que os troféus:

– Foi na adolescência que ele começou a “doidura” de correr de moto. Eu qua-se ficava doida também.

O menino aventureiro se transformou num homem sereno, sensato, famoso pelo equilíbrio. Contudo, conserva a liderança, que a avó assegura vir dos tempos do colégio. E enfileira outras virtudes:

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– O Dioji é responsável, empreendedor, independente, preza muito a família e é também muito carinhoso.

Agora, a avó que viu o menino crescer cheio de sonhos em meio a uma rea-lidade de sofrimento quer que ele seja prefeito para cumprir todos os compromissos assumidos.

– Dioji é um homem de palavra, foi um jovem de palavra, um menino correto.Por sua análise de cidadã, antes de avó, Inhumas pode esperar a verdade de

uma administração com princípios rígidos:– O Dioji vai seguir do jeito que é, e sempre foi, corajoso, honesto e competen-

te. Do jeito que o povo de Inhumas o conhece.

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Comprei as passagens para o Dioji ir conosco para Bauru, mas quem diz que ele quis se mudar de Inhumas?”

ROSA MARIA, MÃE DE DIOJI, QUE ENALTECE O AMOR DO FILHO PELA CIDADE E PELA FAMÍLIA

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Belo exemplo no espelhoNão é à toa que Rosa Maria tem nome de flor e da mãe de Jesus Cristo. Ela

reúne a candura de uma e a resignação da outra. Dona Rosa é uma mulher sofrida, mas de nada reclama, nada lamenta, nada. Dona Rosa é a bela mulher cuja foto no início deste livro evoca as melhores ideias. Na imagem, ela olha o pequerrucho no colo. Trata-se de seu primeiro filho, Dioji, numa pose na cadeira de fios quando ainda moravam na região do km 60, hoje Santa Amália.

A bela filha de italianos nem havia chegado à maioridade à época da foto. Está ali, linda, a ninar o bebê fruto do casamento celebrado quando contava 16 anos. Era meninota na viagem da família de Minas Gerais para Inhumas. Trabalhavam como meeiros numa colônia de italianos numa fazenda próxima à Granja Santo Antônio. Nas horas de folga dos demais, a adolescente Rosa fazia trabalhos extras coletando ovos na granja. Após o casamento, continuou labutando dia e noite para criar os três filhos.

A belíssima moça modela a descendência europeia apenas nos traços. No mais, não é somente a mãe de Dioji, Kiyoshi e Fernanda: é a mãe da simplicidade. O semblante muda ao falar de seu menino mais velho. Vai da alegria à dor em poucos ins-tantes. A alegria de vê-lo homem feito, vencedor. A dor de não ter podido acompanhar dia após dia a construção de suas vitórias. Foi uma escolha dele e a mãe relembra o dilema: Dioji queria mudar-se com a mãe para Bauru, no interior de São Paulo, mas ao mesmo tempo se recusava a deixar os avós e Inhumas.

Dona Rosa comprou passagens para si e para o trio de meninos. Perdeu os bilhetes emitidos para Dioji. Foi um chorereu inesquecível. Redigiu uma autorização e registrou nos órgãos competentes autorizando o rapaz então com 13 anos a fazer men-salmente o circuito Inhumas-Bauru. A saudade corroía o coração da mãe, como danifi-cava o peito esquerdo do filho. Cada reencontro era um desfiar de narrativas. O que ele havia feito e estudando, como estava – aquelas coisas de mãe que a gente só entende se for mãe e tiver um filho morando longe e quaisquer outras pessoas que quiser descrever ou mesurar vacila por ausência de causa. Tem coisa de mãe que só mãe explica e nada explica para a mãe a distância do filho.

O sofrimento não se configurava mais gigantesco porque Dona Rosa tinha plena confiança em Babá, a avó paterna de Dioji. Impossível não marejar as pálpebras quando ela relata a corrosão interna provocada pela ausência do filho. A fala tranquila se interrompe, balbucia, toma fôlego e retoma com uma pergunta:

– Vamos falar da parte alegre?Vamos.

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– O Dioji quando era menino gostava demais de jogar bola e de estudar. Quer dizer, não mudou nada de lá para cá, né?

Mudou mesmo não, dona Rosa.A mulher sofrida e linda anima a conversa contando as peripécias do atleta:– Cada vez que ele ia jogar bola, perdia um objeto. Jogava no campinho de

terra, esquecia as sandálias. Ia brincar de golzinho na rua, cadê o relógio? Tirou as chu-teiras antes da partida, não recolhia depois.

Dioji teve uma infância sofrida, mas não por falta de dedicação da mãe. Dona Rosa deixou a lida na granja e, ao mudar-se para a sede do município, foi trabalhar como merendeira em escolas públicas, o Instituto Luca Paciolo (hoje escola Horácio Antônio de Paula), e os colégios Diursa Leão e Castelo Branco.

Apesar dos esforços, a labuta não se transformava em rendimento financeiro. Casa própria, por exemplo, a família veio possuir quando a meninada já não era mais meninada, mas moçada e homaiada. Dona Rosa credita o sucesso econômico de Dioji aos próprios méritos, mas os ensinamentos da mãe foram fundamentais. A arte de jun-tar, não desperdiçar, fazer do tostão milhão, ele aprendeu com dona Rosa.

Ao conversar sobre Dioji, a mãe demonstra tanta entrega que impede trans-parecer quão importante foi para a criação do filho. O próprio Dioji reconhece que as lições da mãe tiveram papel fundamental, essencial, vital. Dona Rosa retribui com a contemplação vintage dos anos 1980. Descreve um menino obediente, incapaz de re-clamar das decisões maternas:

– O Dioji é um menino de ouro, um presente de Deus para mim e para Inhu-mas. É assim desde que nasceu, desde os primeiros passos. Nunca abriu a boca para reclamar, nunca me contrariou.

Uma das maiores emoções, entre as muitas que o filho já lhe proporcionou, foi a da colação de grau em Direito. O anel que Dioji exibe no dedo e não tira de jeito nenhum a mãe lhe deu naquela data juntamente com a correntinha que é capaz de ele tirar a carótida, mas ela não sai de seu pescoço.

O vínculo entre Rosa e Dioji em nenhum momento se enfraqueceu. Ele ficou morando com a avó por vontade própria, mas a mãe continua sendo seu espelho de vida. Um espelho que reflete uma mulher não apenas de bela aparência, mas de belís-simo procedimento.

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Dioji é um cara excepcional de bom, simples, humilde, trabalhador”

SANDRO TEIXEIRA RODRIGUES, AMIGO DE DIOJI, REVELA: TINHAM O SONHO DE JOGAR NA SELEÇÃO BRASILEIRA. FICARAM MESMO NO TERRÃO

Sandro (1º à esquerda) e a esposa, Alessandra (1ª à direita) recebe Dioji em casa num domingo de campanha

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Seu esporte é ajudar a quem precisaInhumas perdeu o jogo em favor do esporte. O placar pode ser revertido com

incentivos ao futebol (de campo, soçaite e salão), atletismo, skate, natação, bike e outras modalidades, como o laço e a montaria. Numa época em que a prefeitura de Inhumas possuía escolinha de futebol, os meninos Sandro e Dioji se conheceram jogando bola. Com a palavra, Sandro Teixeira Rodrigues, hoje corretor de imóveis:

– Eu morava no Centro, mas a escolinha da prefeitura era próxima à casa do Dioji. Jogávamos também na Cerâmica Saleiro. Nos fins de semana tinha os jogos.

E o Dioji, tinha vocação para o futebol?– O Dioji era muito bom de bola. Muito bom mesmo.A amizade floresceu:– Frequentamos a mesma escola no ginásio. Mas eu era uma sala adiantada

da dele. A vida inteira fomos amigos, tínhamos o mesmo círculo de amizade. Viramos grandes amigos, ele frequenta a minha casa eu frequento a dele. Nossas famílias são amigas.

Três décadas depois, Sandro define Dioji:– Ele é um cara excepcional de bom, um cara simples, humilde, trabalhador.Narra os tempos do amigo jogando no Vila Nova e no Inhumas. Veem-se fotos

de Dioji vestido também com camisa do Goiás e do Atlético, revelando que sua prefe-rência não é por um clube, mas pelo futebol. E Sandro revela também a grande aspira-ção do amigo:

– Quando a gente era moleque tinha o sonho de chegar a um clube grande, de jogar na seleção.

Ao saírem da adolescência, passaram a ter cartão de ponto para bater e os sonhos de posar com o manto canarinho se desfizeram. Outras virtudes do amigo se avolumaram, como a de bom administrador, sem perder os princípios:

– Dioji é um sinônimo de honestidade, de simplicidade. Dioji sempre quis o bem das pessoas, quis o bem do próximo. É a imagem que você vê diretamente no Dioji.

Nas conversas de menino já aparecia o líder:– O Dioji sempre foi preocupado com tudo, com questão de amizade, questão

da nossa cidade também. Por exemplo, nessa época nossa aí ele ficava preocupado com os times, com a escolinha, porque a gente jogava no terrão. Ele sempre se mostrou ali, pronto para ajudar o próximo.

Tempos do terrão o difícil não era lavar as camisas, mas tê-las:– Quem conseguia era o Dioji, ele corria atrás para a gente ter uniforme.

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E as chuteiras? Duas opções, ganhar de presente ou jogar descalço. Quando o pé ficava maior que as chuteiras, eram repassadas para alguém com menos idade. Ou pé menor.

De onde surgiu a ideia de o Dioji ser candidato? Há quatro anos, os compa-nheiros de partido evitaram enfrentar o prefeito, que detinha grande popularidade. Dioji não correu, encarou. Agora, o desafio é duplo, enfrenta as duas correntes que nun-ca desgrudaram do poder, daí o slogan “Prefeito de coragem”.

– Ele quer ser prefeito para ajudar a cidade – analisa Sandro. – Dioji não pensa em si, pensa na cidade, em todos. Tem muita coisa errada na cidade e ele pode sim con-sertar. Terá liberdade, acima de tudo. Será a vitória da terceira via, coisa que nunca teve em Inhumas, e uma terceira via responsável. Inhumas vai ganhar muito com isso, por essa independência. Dioji vai governar para Inhumas.

Os dois amigos não galgaram postos no futebol, mas são craques reconheci-dos em suas respectivas áreas. Sandro acompanhou o amigo se transformar em empre-sário de sucesso, professor universitário e advogado de destaque, e permanecer como nos tempos do campo de terra:

– Dioji é essa pessoa simples, honesta e merece sim a confiança de todos. O povo de Inhumas só vai ganhar se eleger Dioji.

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Dioji sempre foi muito educado, muito inteligente, muito respeitador”

NICOLAU LEOMAR, TÉCNICO DE FUTEBOL QUE TREINOU 5 MIL CRIANÇAS EM INHUMAS, INCLUSIVE O PRÓXIMO PREFEITO, DIOJI IKEDA

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Um camisa 5 nota 10 Nicolau Leomar de Oliveira, treinador do Dioji desde que o então jogador ti-

nha 13 anos:“Dioji era um menino muito educado com a gente, muito inteligente. Não

era preguiçoso e era bom de bola também. Era médio-volante, jogava com a camisa 5 e tinha comportamento nota 10. Respeitava todo mundo, nunca deu trabalho, nunca me respondeu, o motivo é que a educação dele veio de berço, da família, da avó, uma senhora muito bondosa.

Jogávamos muito nas cidades, fazíamos muitos amistosos, em Goiânia, Aná-polis e cidade de Goiás. Eles treinavam na minha escolinha, a Escolinha do Santos, fun-dada pelo dr. Sebastião Carlos e o tio dele, o Mauro Rodrigues dos Santos. Os treinos eram no campo de terra, em frente de onde hoje é a UEG.

Dioji é ótimo como pessoa, foi excelente aluno, muito educado comigo e com todos os colegas dele. Nunca desrespeitou. Como pessoa é nota 10.

Outra característica do Dioji era a dedicação. Da casa dele até o campo dava uns 5 quilômetros e ele não matava nenhum treino, mesmo sendo campo de terra”.

Cinco mil alunos depois, sem receber sequer um tostão pelos maravilhosos serviços prestados, Nicolau ajudou a formação de gerações de garotos. O próprio Dioji reconhece a importância do treinador em muitas disciplinas, inclusive, na... disciplina.

“O Dioji sempre chegava antes, se o treino era às 4 da tarde, às 3 ele já estava lá. Era fominha mesmo. Era o último a sair. Se a gente marcava para jogar fora, sair daqui 7 horas da manhã, 6 horas ele já estava no ponto. Que eu me lembre, ele nunca matou um jogo fora, nem jogo aqui dentro. Dioji sempre levou tudo a sério. Era líder no campo e chegou a ser capitão”.

E o pupilo na prefeitura?“Espero que ele melhore principalmente na área do esporte. Tem que voltar o

Inhumas, que não tem mais. O time tem que disputar a terceira divisão. O difícil é arru-mar os atletas, e eles nós temos, falta só o incentivo”.

A volta da Pantera avinhada é um desejo de Nicolau e de outros 50 mil inhumenses. Pedido aceito: já está no Plano de Metas de Dioji. O treinador come-mora o golaço:

“Disputamos o Campeonato Goiano cinco anos seguidos. Nos três primeiros anos, os jogos eram todos lá (na Capital), eles não vinham aqui. Os jogos eram só em Goiânia. Naquela época não tinha o Estádio Serra Dourada, os jogos eram no Olímpico. Em um torneio no Olímpico, fomos campeões ganhando do Atlético por 1x0”.

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Ao torcer pela volta dos bons tempos, as esperanças de melhoria na cidade alegram o experiente treinador:

“Quero que o Dioji ajude as crianças da periferia, dê um apoio a eles tanto no futebol quanto em outras modalidades, basquete, vôlei, handebol, natação, atletismo, ciclismo. Vamos tirar as crianças das ruas, onde não vão mais para jogar golzinho, e colocá-las em campo, nas quadras, nas piscinas”.

Pedido aceito, professor.

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O espírito de liderança e o ímpeto de administração de Dioji impulsionaram-no a enveredar pela seara política.

CLEUMAR DE OLIVEIRA MOREIRA

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Breve história de quem faz história Cleumar de Oliveira Moreira Dioji Ikeda é goiano natural de Inhumas. Pelas mãos do Dr. Cláudio, no então

Hospital São Sebastião (hoje, Hospital da Mulher) o menino veio ao mundo e conheceu não as sombras das cerejeiras, mas as sombras de nossa querida Goiabeira.

Seu pai, Eiji Ikeda, nasceu em Fukui, no Japão, na encantadora “terra do sol”. O moço, com tenra idade, foi substanciado pelos frutos da terra e foi dela que acumulou ener-gia necessária para romper os novos horizontes rumo a outro oceano de possibilidades.

Por volta de 1961, desembarcou no grande portal da América do Sul, no Porto de Santos. Oito anos mais tarde migrou para Goiás, sediando moradia na Granja Santo Antônio, nas proximidades do “Quilombo 60”, como alguns pronunciavam “quilômetro”.

Foi no “Quilombo” que Eiji Ikeda conheceu a pequena Rosa Maria, uma mineiri-nha de Arapoã que trazia no sangue não a genética nipônica, mas italiana e africana.

A tranquilidade mineira de Rosa Maria cessou quando conheceu o agricultor de olhos curiosos. Os encantos recíprocos entre os jovens os conduziram para o matri-mônio. A concepção familiar japonesa para Eiji, relacionada ao matrimônio (retornar e casar-se no Japão), não teve força perante a beleza e o cheiro da pequena Rosa. Não tardaria muito para que os “botões” viessem a encantar o lar do novo casal. Chegaram ao mundo Dioji, Hiromi e Kioshi Ikeda.

O pequeno Dioji Ikeda passou parte de sua infância na zona rural do “Qui-lombo 60”. Lá aprendeu a árdua lição de como fazer a terra produzir, pois seus pais não lhe pouparam do labor e do ensino, “o trabalho dignifica o homem”. Com 5 anos de idade a família mudou para o Setor Euradark, e 1 ano depois para a Vila 31 de Março, onde morou até 1985.

De sua meninice, das peraltices e das coisas de criança participaram os inesque-cíveis Elimarcelo, Suzana Boaventura, Keide, Wiliam, Saneymar, entre outros. Com estes viajava no mundo lúdico das brincadeiras infantis como bolinha de gude, finca, pião, salva-latinha, garrafão, barra-manteiga, cai no poço (começo das paqueras) e o futebol.

Em 1981, começou sua jornada educacional. O moço foi matriculado na Escola Estadual Presidente Castelo Branco, unidade em que, também, dona Rosa Ikeda trabalhava como merendeira. No “Grupo” conheceu grandes professoras e fez grandes amigos. É im-possível esquecer as professoras Iraídes (1ª série), Esmeralda (2ª série), Maria Benedita (3ª série) e Darci do Couto (4ª série). Com suas primeiras preceptoras assimilou o legado de que o compromisso com o ensino faz a diferença na formação profissional e no caráter do su-

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jeito. Agora, a imagem dos amigos ainda é latente: Saneyar, Cleumar, Gleidson, Clodoaldo, Elimarcelo, Fabio de Almeida, Samara, Cláudio, entre outros.

Terminado o nível primário, Dioji Ikeda transferiu-se para o Colégio Estadual Ary Ribeiro Valadão Filho onde, também, internalizou valores e fez grandes amizades. De 1985 a 1989, foi aluno dos brilhantes professores Neiva, Dejanira, Celinha, Concei-ção, Maria Camargo, Vital, entre outros; um conjunto maestrado pela elegante e disci-plinada diretora da unidade, a Professora Maria de Lourdes Salomão Abdala. Na nova unidade de ensino compartilhou espaço com Francisco (Chiquinho do Big Box), Már-cia Ramos, Márcia Cristina (Drogaria Três Poderes), e com o incansável companheiro Saneymar. Foi nesta unidade de ensino que Dioji Ikeda descobriu um novo mundo, um espaço com novas possibilidades, sobretudo de grande produção cultural.

Em 1990, tratou de se transferir para o Colégio Estadual Horácio Antônio de Paula. Nesse novo universo recebeu legados dos professores Camilo (Matemática), Fá-tima Isaac (Língua Portuguesa), Delva (História), Tertulina (Ciências) e Iraci Pascoal (Geografia). Nesse ínterim, conviveu com as competentes professoras Darlene e Eus-ter, respectivamente coordenadora e diretora da unidade. No Horácio, mais uma vez na companhia de Saneyar, ganhou mais amigos como Eudes Fileti, Maysa, Rúbia, Paulina, Miguel (contabilista), Alcir (sargento da PM), entre outros.

Foi no Horácio Antônio de Paula que Dioji Ikeda revelou seu dom para a lide-rança. Juntamente com Claudiomárcio, Márcio e Bráulio, o quarteto assumiu a executi-va do Grêmio Estudantil do colégio (Gremehap).

Em 1991, transferiu-se para o Colégio Inhumas, objetivando concluir a edu-cação básica. Sob os olhares de Juarez e Ana Rosa (diretores e proprietários), teve gran-des mestres como Rony Carlos, Luís Júnior, Ricardo, Elza, Nidy, entre outros. Integrou o time de futebol de salão do colégio juntamente com Romeu, com o saudoso Luciano (Dentinho), Paulo, Wendel, Romildo (Cascão), Melancia e Sandro (Mandioca). Consa-graram-se campeões regional e estadual, disputando, também, o Campeonato Brasilei-ro, torneio em que ficaram em 4º lugar.

No mais, a vida de desporto de Dioji Ikeda não começou com o “salão”. A arte de controlar a “pelota” foi algo precoce em sua vida. Quando menino, foi atleta do sau-doso Benício Quintanilha, desse mestre do futebol leva legados como disciplina, fibra, vergonha e perseverança. Também, foi afinado para o “campo” por craques ainda ativos e amados no meio esportivo, pois foi aluno dos inesquecíveis Nicolau e Poti.

Os primeiros espaços destinados aos treinos eram os “campos de terra” (os terrões) da prefeitura e da Conjhove. Nessa época, aos 8 anos de idade, foi diag-nosticado com bronquite asmática, decorrente das densas mantas de poeira que se elevavam nos meses de agosto.

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Em 1986, com 12 anos de idade, em um jogo amistoso entre o Vila Nova e o Nicolau, fora convidado a integrar o “plantel” daquele clube de Goiânia. Aceito o convi-te, permaneceu até 1990. As dificuldades financeiras o afastaram, momentaneamente, de um de seus grandes sonhos, ser jogador de futebol profissional.

Nesse meio tempo, em que esteve no time do Nicolau e do Vila Nova, Dioji fez muitos amigos dentre os quais estão Junior (Fiado), Jussara, Weber (goleiro), Rodrigo Abdala, Wendel, os irmãos Ronaldinho e Rogério (Lela), Pablo, Ronaldo, Yala, Emerson, Agnaldo, Zeca, Willian, Emerson (Super-Homem), Jefferson e Juninho.

Saindo do Vila Nova, não abandonou a arte do futebol. Foi integrado ao time da Cerâmica Saleiro (Cesal). Nesse grupo foi campeão amador estadual jogando no Es-tádio Serra Dourada contra a Ovel, uma potência na categoria. Entre os anos de 1992 e 1993, foi jogar no Inhumas Esporte Clube (Pantera Avinhada). Acabado o campeonato, foi convidado a disputar o campeonato estadual do Tocantins, porém não aceitou e de-cidiu migrar para o Japão na busca de dias melhores.

Em 1993, chegou ao Japão como decasségui. Na terra de seus ancestrais, tra-balhou na indústria automobilística, sobretudo nas linhas de produção (automóveis e peças). Após contemplar a seleção brasileira consagrar-se, na Copa de 1994, com o tetracampeonato, retornou para Inhumas e investiu seu capital na abertura de uma empresa, a AutoCenter Peças. Com vocação administrativa, ampliou a loja (1997), transformando-a de fato numa grande família, composta por: Claudinei, Ivo, Paulinho, Alessandro, Valdivino, Marcelo, Lincoln, Maurício e Reginaldo.

O sucesso de sua empresa o fez recordar, mais uma vez, os ensinamentos de seu pai (Eiji), de seu saudoso avô (Nabuji – “Como foi difícil a sua perda”) e de seu tio Shizuko, “o trabalho dignifica o homem”.

Em 1996, abriu a “Serigrafia Zoom”, em sociedade com Fernando Gadia, mais um jovem entre os muitos que simbolizam o empreendedorismo em Inhumas. O perfil visionário de Dioji o fez inaugurar, em 1999, uma nova atividade, uma linha de enxovais para o Mato Grosso do Sul.

Em 2000, foi aprovado no processo seletivo para o curso de Direito na Universi-dade Paulista (UNIP). Foi aluno da primeira turma, juntamente com Nélio Fortunato (de-putado estadual, representante de Trindade), João Carlos (atacadista de panificados) e Ney Nogueira (suplente de deputado estadual que foi goleiro profissional e secretário de Estado).

Após formado, em 2005, resolveu vender a AutoCenter. Então, no segundo semestre do mesmo ano, abriu um escritório de advocacia com Sirlene Montanini, Alessandra Leite da Silva e Halessandra Vanessa de Morais, o “Prisma Advocacia”. No ano seguinte, especializou-se em Docência Universitária (UEG), exercendo a docência até 2008 na FacMais, ministrando a disciplina Direito Empresarial.

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Em 2002, Dioji conheceria a jovem e linda Wiviane Zaneth de Lima. Dioji teve sua sensibilidade abalada quando Paulo Donizete de Lima (pai da moça) en-trou na loja para comprar peças. Como estava demorando, a bela jovem desceu do carro e caminhou em direção ao interior da loja. Cabelos castanhos encaracolados, olhos caramelados, corpo esguio e perfil angelical, parou a oficina e movimentou o coração de Dioji.

Não titubeou. Tratou logo de estreitar os diálogos com a família e conquistou o coração da bela moça. O namoro foi selado sob os olhares da patrona da família católica brasileira, Senhora Santana. O beijo ocorreu na festa em comemoração à padroeira. Namo-raram cerca de três anos e noivaram durante dois anos.

Em 2007, o casal tornou-se “uma só carne e um só corpo”. A cerimônia ocor-reu na Igreja São Judas Tadeu, no dia 10 de outubro de 2007. Sob os olhares do cele-brante, Valdeci da Banca, e dos padrinhos (Rogério Essado, Celinho dos Três Poderes, Orlando Jr., Sandro Mandioca, Wildevaldo, Jackeline, Sirlene, entre outros), o casal pôde dar o “sim” no altar e partir para Porto Seguro para curtir a “lua-de-mel”.

O espírito de liderança e o ímpeto de administração de Dioji impulsionaram-no a enveredar pela seara política. Em 2008, teve seu nome postulado para concorrer às eleições a prefeito. Não recuando ao chamado do partido (PMDB), assumiu a missão de enfrentar o prefeito Abelardo Vaz, então extremamente bem avaliado perante a popula-ção de Inhumas (85% de aprovação).

Consciente da condição que enfrentaria (candidatura-tampão), não esmore-ceu, caminhou por todas as ruas da cidade, cortou os bairros, mapeou os problemas sociais, bem como pensou suas possíveis soluções.

Após ser derrotado nas urnas (2008), passou a dedicar-se à advocacia, mili-tando efetivamente. Em 2011, inspirado para o novo pleito, acabou alijado de seu pro-jeto político para Inhumas. O acordo e o projeto para 2012 foram descumpridos pela executiva do PMDB. Seu nome fora preterido em razão de outro candidato, motivo que provocou sua descompatibilização do grupo.

Após analisar muitas possibilidades, aceitou o convite da deputada federal Flávia Morais para filiar-se ao PDT. Desse modo, Dioji Ikeda inaugura uma nova verten-te política para Inhumas. A tão sonhada terceira via, isenta das perspectivas de direita e de esquerda, se consolidou.

A coragem de Dioji Ikeda tem gerado manifestações do povo e de resistência de alguns à sua candidatura. O cidadão inhumense tem sido alvo de ataques com gran-de teor ácido de estereótipos e discriminação.

Nada assusta Dioji, que se orgulha de ter sido engraxate, picolezeiro, apren-diz de lanternagem e trançador de alho. Orgulha-se, sobretudo, por ser herdeiro de um

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povo obreiro e de honra que se reconstruiu várias vezes ao longo da história mundial (em 1900 extinguiu o analfabetismo, se reconstruiu após a II Guerra Mundial, tornando-se potência na década de 1970).

Dioji conhece, também, a história de Inhumas e valora o papel dos imigrantes na construção dos referenciais nacionais para o município.

O futuro prefeito conhece a história de um dos grandes paladinos do pro-gresso em Inhumas, o ex-deputado estadual e ex-senador por Inhumas, João Abrahão Sobrinho, que construiu patrimônio através do comércio (Casa Violeta, proprietário de máquinas de beneficiar café, exportador de café), da construção civil (construção do Edifício Inhumas em Goiânia, localizado na Avenida Anhanguera com a Rua 7), do ramo automobilístico (Concessionário Overland do Brasil) e do comércio de combustí-veis (posto de gasolina). Ainda cita como sendo extremamente importantes as famílias: Calil, Sahium, Asmar, Roriz, Abdalla, Chubassi, Deneui, Chater, Sebba, Hamu, Isaac, Nacruth, entre outros.

Dioji reconhece o desdobramento do português Joaquim Gonçalves de Aze-vedo, lusitano que garantiu expressividade para Inhumas através de sua loja, a “Casa Gonçalves”, do Laticínio Santa Lúcia e da usina hidroelétrica de Inhumas. Dioji também cita o brilhante prefeito, descendente de italianos, Nélio Egídio Balestra, que pleiteou a construção de uma dos maiores instituições de ensino do país. Fez parceria com o MEC-USAID e consolidou o Centro de Formação de Professores do Magistério em Inhumas.

A gestão de Nelo Balestra foi partilhada com o também prefeito Francisco Arataque, descendente de japoneses. Observa-se que naqueles idos a índole de respei-to e reverência ao caráter e desprendimento do cidadão, pelos representantes eletivos, rechaçava qualquer possibilidade de diferenças, sejam elas religiosas, econômicas ou étnicas.

Em meio à reconstrução dos marcos identitários do povo e da economia inhumenses, Dioji destacou a importância das renomadas famílias Pessoni, Montagni-ni, Qualhato, Gaspareto, Chiarelli, Quintanilha, Jácomo, Manguci, Pifardini, Ganzaroli, Pucci, Jardini, Chiarini, Poloniato, Zago, entre outros; entre os japoneses estão os Mo-monuki, Watanabe, Arataque, Sagawa, Honda e Ikeda. Na esfera do legislativo federal, o nome que representa os vários troncos da nação italiana, o senhor Roberto Balestra, filho de Nelo Balestra, sete mandatos de deputado.

Não poderíamos, também, de deixar de ressaltar o papel dos espanhóis no cenário do desenvolvimento inhumense (Munhoz, Lopes e Vila Verde). A família Vila Verde, na pessoa do memorável Antônio Gutierrez, incrementou a agricultura no muni-cípio e fez seus representantes políticos.

Desse modo, harmonizado com a história, assumindo a memória de nos-

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sa terra, Dioji exalta o papel de todos os imigrantes que não se pouparam da obra de construir o bom lugar para se viver. Também, exalta o desprendimento de tantos outros, oriundos de outras regiões do Brasil (Minas Gerais, São Paulo e Nordeste, entre outros) que abdicaram de sua terra natal e vieram construir a moradia das inhumas.

Assim, fica o legado: “quem ataca os imigrantes e os migrantes que construíram a nossa cidade, infelizmente, não ama a terra que nela estão pisan-do, quiçá, seu povo”.

A motivação de Dioji está na imagem de cada sujeito, na imagem de um povo ordeiro, sincero, verdadeiro, que acredita nas novas ações, que acredita na nossa terra; sua motivação está naqueles que têm desejo de mudança, que pensam no desenvolvi-mento, que preservam a dignidade e o respeito ao próximo. A motivação de Dioji está na luta contra o atraso e o continuísmo. Sua meta é sempre olhar para frente, para o horizonte, para o futuro. E, sobretudo, lutar para conquistar a liberdade e a democracia para o cidadão inhumense.

Cleumar de Oliveira Moreira é professor e escritor

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Dioji nunca teve vergonha de suas origens humildes”

HIROMI IKEDA, IRMÃ MAIS NOVA QUE DIOJI E QUE GOSTARIA DE SER MAIS VELHA PARA TAMBÉM ESTENDER OS BRAÇOS SOBRE QUEM SEMPRE LHE ESTENDEU AS ASAS DA PROTEÇÃO

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Disciplina é liberdadeHiromi Ikeda é irmã de Dioji, mas não foi nessa condição que se emocionou

durante a entrevista. Chorou ao relembrar a união entre os irmãos, as dificuldades fi-nanceiras vividas pela família e as vitórias do primogênito. A emoção boa se manifesta ao relatar que esses triunfos aconteceram por mérito, traduzido em estudo ou trabalho.

Além de irmão, filho, neto, o que o Dioji representa para sua família? “Dioji representa os dois braços e as duas pernas da nossa família. Ele sem-

pre foi uma pessoa muito séria, mesmo na infância. Como irmão mais velho, ele sempre cuidou muito da gente. Sempre teve muito cuidado. Eu sempre falei com minha mãe que queria ser mais velha que o Dioji para ele fechar um pouco essas asas dele, que ele queria a gente embaixo das asas dele, para nos proteger. Ele sempre foi assim, sempre muito cui-dadoso com todos nós, sempre muito amigo, muito educado. O Dioji é o que todo mundo vê, ele não tem uma capa no rosto. O que ele é na rua, ele é dentro de casa. O que ele aprendeu de bom em casa, ele passa para todos na rua. E o que ele aprendeu de bom na rua, ele passa pra gente”.

Como era o dia-a-dia de vocês quando crianças?“O Dioji sempre ajuda muito os outros. Nunca negou nada pra ninguém, tudo

que esteve ao alcance dele, lógico. O Dioji desde criança teve os amigos dele, sempre foi amigo de todos, do pessoal daqui. Se ele fazia um aniversário, vinham todos os amigos, os de fora e os daqui também vinham. Ele nunca teve vergonha das origens dele, morou aqui e sempre falou que quem quisesse vir, aqui era a casa dele”.

Chegava a faltar alimentação dentro de casa?“Meu pai, minha mãe e nossos avós sempre foram muito trabalhadores, mas tive-

mos épocas difíceis, de às vezes não ter dinheiro para pagar aluguel, de não poder comprar alguma coisa pra comer dentro de casa. Meu tio foi mais que um pai, ele não tem vida parti-cular, a vida dele é a gente e a minha vó, tanto é que ele cuida da minha avó. A nossa família é muito humilde, muito pobre, então o Dioji sabe das necessidades das pessoas. Ele vai cuidar de quem precisa porque já sentiu isso na pele, ele sabe o que é passar necessidade”.

Como era o Dioji criança?“Ele era e continua muito brincalhão. É daquelas pessoas de não deixar nin-

guém quieto. Como gostava de esportes, era uma pessoa muito ativa, não ficava parado

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dentro de casa. Desde pequenininho, adorava ficar na rua jogando bola, andando de bi-cicleta. Foi uma criança cheia de amigos. A casa da gente sempre foi uma casa cheia o dia inteiro. Na rua onde a gente morava era a rua dos meninos. Ele desde menino manifesta-va sua vocação para liderar. Onde ele estava sempre tinha três ou quatro amigos juntos”.

Foi um menino sadio?“Costumo dizer que o Dioji aplica na prática a saúde preventiva. Apesar de

gostar de praticar esportes, ele sempre foi uma criança com uma saúde muito debilitada, muito frágil, teve bronquite, asma. O bom era que ele não se entregava. Jogava futebol, corria, saía de bicicleta, caía e ficava todo machucado, quebrava a clavícula, ele é todo re-mendado. Já machucou perna e joelho, mas não sossega. Mas mesmo com isso ele sempre fazendo alguma coisa. Gostava de beira de rio, ia de bicicleta pro Meia-Ponte, mergulha-va. Se não fizesse esporte, seria muito pior”.

Era muito estudioso?“O Dioji sempre foi muito estudioso, muito dedicado, de muita luta, tanto que

foi o primeiro da família a fazer faculdade”.

E no trabalho?“Quando terminou o ensino médio, ele viu que aqui não tinha muita chance

de serviço e foi para o Japão. Trabalhou muito lá, economizou tudo o que ganhou, voltou para cá e abriu a Autocenter, uma autopeças com oficina mecânica. Foram dez anos de crescimento financeiro e excelente prestação de serviços. Muita gente aqui de Inhumas conhece ele e tem muita admiração por ele por causa dessa Autocenter. Ele sempre traba-lhou com o povo”.

Quando pensa no Dioji, qual a primeira coisa de que você se lembra?“Da sua força de vontade, de ele querer progredir pela força do estudo, do mé-

rito, do trabalho dele. Eu tenho na memória imagens maravilhosas do meu irmão, como a colação de grau dele, seus jogos no futebol, as vitórias dele no motocross, que ele sempre dedicava para o povo de Inhumas”.

O Dioji é organizado, como a maioria dos japoneses?“Muito organizado, muito mesmo. Eu admirava e falava pra ele: ‘Seu dia é

longo, você consegue fazer tanta coisa’. Ele aconselhava: ‘É só você se organizar que você consegue fazer muita coisa’. Ele acordava cedo, ia trabalhar, tinha tempo de ir pra aca-demia, trabalhava de novo, treinava o motocross dele, fazia a faculdade e ainda tinha

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tempo para namorar com a Wiviane. A receita dele era: ‘É só você se organizar que dá tempo’. Funciona, viu”.

Como foi a questão de ele não querer se mudar de Inhumas?“Minha mãe foi morar em Bauru, São Paulo, e eu e o Kiyoshi fomos morar com

ela. O Dioji nunca quis sair daqui. Uma época, só ficaram aqui o Dioji e nossos avós. Mi-nha mãe quis levá-los também para ficar mais perto, porque minha mãe sempre ajudou muito, sempre cuidou, e o Dioji bateu o pé e disse: ‘Eu vou ficar aqui em Inhumas, daqui eu não saio’. Ele gosta tanto dessa cidade, tem tanto amor por Inhumas, que vai fazer tudo que ele puder para a população de Inhumas ter uma vida melhor. É isso que faz ele ter essa vontade de ser prefeito de Inhumas”. 

O que foi determinante para o Dioji ser um vencedor?“O Dioji está vencendo pela educação, pela disciplina, pela vontade que ele

tem. Ele não passa por cima de ninguém, vai pelos próprios méritos mesmo. Se hoje ele tem uma condição financeira controlada, é mérito dele, da esposa dele”.

A população pode esperar que tipo de administração com Dioji prefeito?“Uma Inhumas renovada. Quem votar nele pode ter certeza de que não vai se

arrepender. Eu sei pelas vitórias que ele teve, por tudo que ele já fez. Um menino pobre conseguir chegar onde ele chegou, muitos conseguem, mas tem de ter dedicação e vonta-de. Ele como prefeito vai fazer muita coisa por Inhumas. A pessoa vai perceber que valeu realmente a pena”.

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Valdemes Menezes é um grande escritor. Inhumas tem de investir na Educação para que seus estudantes alcancem o patamar de um dr. Valdemes”

DIOJI FALANDO SOBRE O INTELECTUAL VALDEMES. NA FOTO, ENCONTRO CASUAL ENTRE ELES NO LAGO LÚSIO, PERTO DO QUE SERÁ O PARQUE GOIABEIRAS

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O filho que matou os paisValdemes Ribeiro de Menezes

Um grito na madrugada. Era domingo e lon-ge do amanhecer. O que seria? Acendi a luz do quarto e vi no reloginho da cabeceira da cama: 3 horas. Minha mulher dormindo. Só eu escutei o grito? Abri a janela e nada: escuridão e silêncio. Foi pesadelo. Cheguei a esta conclusão porque antes do grito eu caminhava numa rua cheia de drogados e, lá no meio deles, escondendo-se de mim, um querido jovem conhecido. Então gritei, dei um longo grito. Foi aí que a madrugada me apavo-rou, me acordou, e não me deixou mais dormir.

À tarde, no tal domingo, como era meu cos-tume, fui tomar umas e outras num bar. Lá, um sim-pático senhor de cabelos brancos sentou-se perto de minha mesa. Ao pedir cerveja, ele me cumprimentou educadamente. Com a boca meio torta e um dos olhos meio esquisito (eu não conseguia distinguir qual dos olhos dele me olhava), ele puxou conversa. Em voz baixa, tristonho, foi revelando que estava morrendo. Fiquei assustado: “Morrendo? Tá brincando!...” Ele, sério e sempre em voz baixa, parecendo confiar em mim, repetia que estava morrendo, revelando que o seu filho o matava. Achei estranho, fazendo questão de compreendê-lo: “Seu filho?! Ele é tão ruim assim?”. Aí o homem de boca torta foi categórico: “Ruim? Ele me ama e eu o amo. O duro foi descobrir que ele consome droga. No mês passado foi um sujeito lá em casa dizendo ser amigo dele e querendo receber uma dívida, um dinheiro emprestado. Ao sair, e insistindo que pre-cisava receber o dinheiro, vi no bolso da calça do sujeito o cabo de um revólver (!). Ora, sempre ajudei meu filho, desempregado mas muito honesto, badalado pelas mulheres, e que agora ficou burro. É, quem consome droga é burro. Perde o futuro, iludido por falsas emoções, encontrando mesmo é o nervosismo, a depressão, a falta de diálogo, a doença, e as dívidas para sustentar o vício nas noites que passa fora de casa. Não é só o meu filho. São muitos que matam a gente, que matam quem os ama”.

Escutei atentamente a triste história familiar do homem de cabelos brancos e boca meio torta. Ele continuou: “A mãe dele, minha mulher, antes vaidosa, agora mal penteia os cabelos, criou olheiras, está morrendo que nem eu... Tá vendo minha boca?

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Eu não nasci assim. Quando descobri que meu filho usava droga, senti um troço, uma pancada no meu coração, e veio essa coisa no meu roso, entortando minha boca, meus olhos... Ainda não fomos para a sepultura, mas eu e minha mulher já morremos. Ao se perder, nosso filho nos matou”.

Foi desta maneira que aquele homem se despediu de mim. Ninguém perce-beu o que ele me contou, porém senti a sua dor.

Fiquei chateado. Será que o grito na madrugada do meu pesadelo seria por esses jovens que não lutam pelas vitórias da vida? Combatendo consumo de drogas, bons governantes podem ajudar a eliminar sofrimentos familiares.

-x-

O texto acima foi produzido por Valdemes a pedido de Dioji. O texto abaixo está na 4ª capa de seu 9º livro, “Crônicas da Vida” e dá uma ideia de sua importância para a literatura brasileira:

Guimarães Rosa sobre ValdemesQuando morava no Rio de Janeiro, então capital da República, Valdemes pro-

curou o consagrado João Guimarães Rosa, que chefiava o Serviço de Demarcação de Fronteiras do Ministério das Relações Exteriores, no palácio Itamaraty, entregando-lhe rascunhos de uns contos.

Vários dias depois, Valdemes teve a surpresa de ser recebido com cafezinhos e lanche, e Guimarães Rosa, apontando o dedo ao rosto do jovem autor, lhe disse: “VOCÊ VAI SER ESCRITOR”.

Em outra ocasião, o tímido candidato a escritor voltou ao Itamaraty, mas lá havia um monte de curiosos e repórteres. É que um representante dos Estados Unidos caminhava ao lado de Guimarães Rosa (que parecia não ligar ao público), protegidos por seguranças no jardim do palácio. Casualmente, a cerca de 3 metros de distância, vendo o Valdemes, Guimarães Rosa ergueu o braço e o cumprimentou em alta voz: “Ri-beiro de Menezes!”

Repórteres queriam saber quem era o tal de Ribeiro de Menezes, e acabaram não descobrindo, porque o tímido Valdemes apenas respondeu com respeitoso aceno de cabeça.

E o Valdemes (o Ribeiro de Menezes para Guimarães Rosa) acabou virando premiado escritor.

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Uma estrela na praçaA presidente da Academia de Letras,

Ciências e Artes de Inhumas (Alcai), Umbelina Linhares Pimenta Frota Bastos, é uma estrela em ascensão. Na famosa esquina dos Correios na Pra-ça Belarmino Essado, Umbelina mora e trabalha. Não é de hoje. Aproxima-se da segunda aposen-tadoria, com 50 anos de Correios. As paredes do apartamento são cobertas pelos frutos da segun-da paixão da escritora, a literatura (a primeira, claro, é a ECT). As premiações enchem um mapa, da China a São Paulo, passando pelos EUA, onde é membro do I.W.A., uma associação internacional de mulheres intelectuais.

Com todo esse cacife, Umbelina contou, a pedido de Dioji, a história da Alcai. Preencheu com sua letra bonita oito páginas de delicioso texto, que descreve os salgadinhos servidos na reuniões da en-tidade, inclusive em locais aprazíveis como um “quintal com carregada pé de limão galego e uma arvorezinha vermelha de acerolas maduras”. Na Prefeitura, Dioji vai fortalecer a Alcai, colaborar na conclusão da reforma de sua sede e fazer convênio para a academia liderar os concursos que resultarão em livros escritos e ilustrados por estudantes inhumenses.

Para manter a originalidade do raro manuscrito, Dioji o publica como Umbelina o concebeu. Por ele o leitor dá razão à comunidade de ter feito da esqui-na do prédio dos Correios uma das atrações turísticas de Inhumas. As últimas pági-nas são preenchidas com a relação dos imortais da Alcai. Das 21 cadeiras, uma está vaga, a 5. Como o Dioji escreveu em seu Facebook comentando ensaio publicado no Diário da Manhã sobre ela, Umbelina é uma glória de Inhumas. Dos Correios, também, mas sobretudo de Inhumas.

Umbelina é uma incansável cultora da palavra. Cedo se lhe revelou a vocação para as belas letras”

LICÍNIO BARBOSA, ESCRITOR E ACADÊMICO, EM ARTIGO SOBRE UMBELINA FROTA NO DIÁRIO DA MANHÃ

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Dioji vai vencer e fazer uma Inhumas moderna, muito melhor para toda a população. Tem capacidade de sobra para isto”

ANA ROSA DE FREITAS SANTOS

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Craque nos estudos e no futebol Tímido, amigo, dedicado. Um líder precoce. Assim é definido Dioji Ikeda por

sua ex-professora Ana Rosa de Freitas Santos, que lecionou Português, Literatura e Re-dação, nos níveis fundamental e médio, no extinto Colégio Inhumas, o mesmo onde o menino pobre descendente de japoneses se destacou também no futebol de salão. “Vários times de outras escolas queriam pegar o Dioji, tirá-lo da Escola Inhumas. Ele era muito bom de bola e permaneceu fiel a mim e aos colegas”, lembra Ana Rosa.

O estudo se misturava aos campeonatos de futebol de salão em Inhumas e no Estado. Ana Rosa ensinava os meninos a lidar com as letras e a bola. Era a técnica do time dentro e fora das salas de aula, time que conquistou dezenas de medalhas em disputas estaduais e nacionais. “Dioji era craque nos dois campos. Aluno diferenciado e jogador habilidoso. Ajudou-me demais. Éramos uma família feliz”, conta, com os olhos fixos num passado alegre. “Cortamos todo o Estado de Goiás, jogamos muito em Goiâ-nia e até vencemos uma Copa Itaú. Ah, ficamos também em terceiro lugar numa edição do Campeonato Brasileiro de Futsal”. Há quem se lembre da quarta colocação.

Ana Rosa fala com desenvoltura e é carinhosa com o português. Voz mansa, for-mula bem as frases, o raciocínio. Preza os detalhes para ressaltar características marcantes de um dos seus mais queridos pupilos, Dioji Ikeda. Com a autoridade de quem lecionou para exatamente 7.142 estudantes, Ana Rosa diz que sempre soube que Dioji voaria alto. “Ele era compenetrado, amigo, companheiro, inteligente. Nasceu para brilhar”, orgulha-se.

Professora exigente, Ana Rosa exalta o texto oral de Dioji após ouvi-lo em dis-curso improvisado a eleitores. A fluência de Dioji, o cuidado com as regras da língua e a clareza na exposição de suas ideias a encantaram. “Sei que ele fez curso superior, mas sei também da importância de sua base educacional. Fiquei maravilhada ao ouvi-lo. É uma admiração de mãe”, destaca.

Hoje moradora da Cidade de Goiás, Ana Rosa veio a Inhumas no dia 26 de setembro apenas para falar sobre Dioji e declarar apoio a ele. A ex-professora diz que já militou politicamente, mas que, até decidir abraçar a candidatura de Dioji, acompa-nhava as eleições à distância. E sobre o desempenho do candidato? “Vai vencer e fazer uma Inhumas moderna, muito melhor para toda a população. Tem capacidade de so-bra para isto”, sentencia.

Um dos traços que mais se destacam em Dioji, segundo Ana Rosa, é o com-panheirismo, o respeito às pessoas. Era assim com ela, os colegas de sala e time, os di-retores da Escola Inhumas, os demais funcionários. Carismático, reunia em torno de si os amigos para as vitórias nas provas com a caneta e a bola. Preparavam-se juntos para

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o melhor desempenho. O líder sempre à frente. “O Dioji tinha uma amizade impressio-nante com os colegas e com os mestres. E a nossa amizade continua a mesma”, ressalta.

Ana Rosa conhece bem Dioji e Inhumas. Admite que a cidade precisa mudar. Há um clamor popular neste sentido. Respeita e agradece aos que já trabalharam pelo município, mas enfatiza que está na hora de a prefeitura ter uma gestão futurista. Insiste que Inhumas precisa de novos caminhos. “O mundo mudou. Temos que acompanhar essas mudanças. E só um jovem consegue captar e pôr em prática as transformações por que passamos. O Dioji morou dois anos no Japão e aprendeu muito lá, que é um país de Primeiro Mundo. Tem muito a dar a inhumas. E o mais importante: Dioji não pensa só nele, mas na comunidade”, aponta.

Ana Rosa encerrou assim sua definição de seu ex-aluno: “É uma pessoa do bem. Se for prefeito, será muito bom pra inhumas. A cidade tem tudo para evoluir em todas as áreas com Dioji prefeito. A esposa dele, Wiviane Ikeda, tem ótima visão social. É uma companheira e tanto. Ambos valorizam a família, e isto é muito importante. Acho muito bonita a forma como cultivam a família, que é o berço de tudo”.

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Dioji é obediente aos pais desde novinho”

BABÁ, A AVÓ QUE AJUDOU A CRIÁ-LO E QUE APARECE COM ELE NAS FOTOS E EM SUAS MELHORES RECORDAÇÕES

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No Japão, economizei cada centavo para investir em Inhumas”

DIOJI, QUE NAS FOTOS, AINDA BEBÊ, ESTÁ COM O AVÔ E A MÃE NO KM 60, E JOVEM COM O PAI NO JAPÃO

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Vamos implantar um calendário de eventos em Inhumas. O ano inteiro terá diversão, cultura e esportes. O Gremi vai voltar como um festival nacional no estilo do Fica, valorizando os músicos locais, resgatando as Grandes Revelações da Mocidade Inhumense. Vai ter festa da Pecuária todo ano. Aliás, o Parque Agropecuário será bastante utilizado, inclusive para feiras empresariais. Vamos fazer parceria com as escolas, inclusive as particulares, para atividades como soletração, feiras de ciências, olimpíadas e lançamento de livro anual em cada uma delas com textos e desenhos dos alunos”.

DIOJI, QUE NAS FOTOS APARECE EM FESTAS JUNINAS ESCOLARES

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Trabalhei dia e noite até juntar o dinheiro de abrir uma loja. Montei o negócio e continuei trabalhando dia e noite”

DIOJI , QUE NAS FOTOS APARECE NO JAPÃO

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Quando estive no Japão, não parei de trabalhar, mas sobrava tempo para o futebol”

DIOJI, QUE EXIBE TROFÉU CONQUISTADO POR TIME EM TORNEIO NO JAPÃO

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O Inhumas vai voltar a seus dias de glória”

DIOJI JOGOU NO INHUMAS, GANHOU OUTRO TROFÉU NO JAPÃO E GARANTE QUE VAI INVESTIR NO ESPORTE, INCLUSIVE NO AMADOR

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Parei de correr, mas ainda gosto de motocross”

DIOJI, QUE AQUI ESTÁ ESTÁ EM SEUS DIAS VITORIOSOS NO MOTOCROSS, ESPORTE EM QUE CONQUISTOU TÍTULOS ESTADUAIS

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Advocacia sempre foi meu sonho de criança”

DIOJI, NA FOTO ACIMA, RECEBE TROFÉU DE DESTAQUE COMO ADVOGADO. ABAIXO, COM O PRESIDENTE DA OAB E LANÇANDO PROJETO

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Admiro a honestidade, a humildade, a capacidade de trabalho, a dedicação aos estudos e a capacidade de liderar do Dioji”

WIVIANE IKEDA, ESPOSA DE DIOJI

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Nossa campanha é de paz”

DIOJI EM CAMPANHA: ACIMA COM O VICE, EDIVALDO DA COSMED. ABAIXO, WIVIANE E DIOJI CUMPRIMENTAM INHUMENSES

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Estamos renovando as práticas políticas”

DIOJI, WIVIANE, LORENNA E EDIVALDO DA COSMED NA MAIOR CARREATA DE INHUMAS EM TODOS OS TEMPOS. DIOJI FALA A EMPRESÁRIOS

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Será uma administração moderna”

DIOJI E WIVIANE FAZENDO O 12 E, ABAIXO, CONVERSANDO NO FACE EM ENCONTRO DE AMIGOS NA PRAÇA BELARMINO ESSADO

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PLANO DE METAS PARA SUA VIDA

PENSAR PARAADMINISTRAR

MELHOR A CIDADE

ARTIGOS DE DIOJI PUBLICADOS EM INHUMAS E GOIÂNIANOS ÚLTIMOS ANOS: REFLEXÕES DO PRÓXIMO PREFEITO

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Por mais segurança em InhumasO aumento da insegurança, sobretudo nos municípios menores de Goiás, pa-

rece não ter limites. O poder público e especialistas na área reconhecem que o fenôme-no da interiorização da violência é causado pela migração dos crimes da Capital para o interior. Inhumas é um exemplo claro da falta de segurança dos pequenos municípios, principalmente aqueles próximos a Goiânia.

Um dos fatores que potencializam o significativo aumento da criminalida-de em cidades de menor porte é a falta de delegados,além do baixo efetivo da Polícia Militar. É comum a Secretaria de Segurança Pública concentrar o grosso da tropa do policiamento ostensivo no combate ao crime em Goiânia, desfalcando as outras muni-cipalidades.

Importante frisar o extenuante e dedicado trabalho das polícias goianas, no caso de Inhumas, que, mesmo com um efetivo diminuto e limitado de policiais e estru-tura física ultrapassada e deficiente, vem cumprindo seus deveres constitucionais no limite de suas dedicações profissionais, pelo zelo da segurança da comunidade inhu-mense.

Nosso Estado conta hoje com apenas 13 mil policiais militares para guarnecer a segurança de mais de 6 milhões de goianos. O mesmo ocorre com os policiais civis, que estão em grande parte concentrados em delegacias da Capital.

A evolução do número de assassinatos no país, e em Goiás principalmente, não se restringe a Goiânia e à região conhecida como entorno do Distrito Federal. Cri-mes violentos vêm banhando de sangue todas as regiões do estado. Assistimos estar-recidos o brutal caso da chacina de Doverlândia, na região do sudoeste de Goiás, onde sete pessoas morreram degoladas em uma propriedade rural.

Segundo o “Mapa da Violência 2011 – Os Jovens do Brasil”, do sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz, que estuda a criminalidade brasileira há mais de doze anos, os jo-vens continuam sendo os mais vulneráveis a este tipo de crime, quer como vítimas ou protagonistas. Ainda segundo o estudo, o que leva os jovens a cometerem assassinatos deve-se, em grande parte, à problemática do consumo e tráfico de drogas, que avança sobre as cidades do interior.

Em Inhumas, recentemente, uma quadrilha composta por oito criminosos foi detida pela Polícia Civil, acusada de tráfico de drogas, associação ao tráfico e ingresso de aparelho celular em presídio. Segundo a Polícia, dois membros do bando são oriundos do Distrito Federal, e aqui em Inhumas comercializavam drogas e planejavam realizar assaltos na cidade.

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Esse é um claro exemplo da interiorização do crime, ou seja, bandidos saíram de Brasília, uma metrópole, para cometer atos delituosos em Inhumas, uma cidade pe-quena em relação aos milhões de pessoas e problemas da Capital federal. Os crimino-sos vão para onde existe a possibilidade de ter sucesso, o que inclui não ser preso e obter lucro. É um cálculo racional. Outro fator é o crescimento das cidades.

Os municípios do interior, tal como Inhumas, dispõem de bancos, empresas e lojas nos quais circulam consideráveis somas de capital, atraindo a atenção daqueles que levam a vida às margens da lei.

Para revertermos esse problema que assombra os goianos interioranos, que nunca foram acostumados a conviver com o banditismo e outras práticas criminosas, se faz necessária mais atenção das autoridades ligadas à Segurança Pública. É preciso reforço no efetivo, uma melhor estrutura em delegacias, batalhões e destacamentos res-ponsáveis pela segurança das médias e pequenas cidades goianas.

Claro que as prefeituras locais devem colaborar com ações que contribuem para a melhor segurança da população local, como roçagem de terrenos e lotes baldios, iluminação pública efetiva, programas sociais voltados para inserção social de jovens pertencentes à população carente e administrar de forma próxima à comunidade.

Inhumas clama por mais segurança. Sempre fomos acostumados ao sosse-go e à tranquilidade, inerentes à qualidade de vida que caracteriza nosso município. Acredito que ações simples, como a proximidade do Poder Executivo com as polícias, o policiamento comunitário e maior presença do poder público junto às associações de bairros reduzirão drasticamente as práticas delituosas. A união entre Prefeitura e Es-tado, numa força-tarefa contra o crime, pode transformar nossa querida Inhumas em lugar tranquilo onde reine a paz.

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O pluripartidarismo brasileiroObservamos nos últimos dias a corrida contra o tempo para que fosse regula-

rizado, e dada a devida aptidão e legalidade para concorrer às eleições do próximo ano, mais um partido político, o PSD – Partido Social Democrático, que passa a ser o 28º exis-tente no território brasileiro, sedimentando um sistema pluripartidário e heterogêneo sob o prisma da significância e abrangência partidárias.

Sobre esse sistema multipartidário crescente são necessárias algumas consi-derações acerca das agremiações partidárias, que nem sempre são dotadas de um ideal, se posicionando tão somente à mercê dos lideres políticos e do poder.

Após o golpe militar de 1964, foi editado pelo então presidente Castello Bran-co o Ato Institucional nº 2 – AI 2, que proibiu a militância de todos os partidos existentes à época, encerrando o sistema partidário criado em 1945, mantendo tão somente duas siglas partidárias, a Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido sustentado pelo regi-me militar, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), oposição consentida, porém limitadíssima e vigiada.

Naquela época, embora o militarismo consentisse a existência de um partido oposicionista, suas ações e militância eram, no entanto, limitadas e por demais fiscali-zadas, uma vez que o regime totalitário instalado não permitia manifestações de exce-ções à doutrina militar, sob duras penas.

Não obstante a dificuldade encontrada pelos cidadãos brasileiros em subme-ter-se aos comandos centralizados, sem liberdade de expressão e ação, o militarismo editou, no ano de 1968, o Ato Institucional nº 5 – AI 5, uma verdadeira cortina de ferro aos direitos básicos dos brasileiros, fechando o Congresso Nacional, permitindo a in-tervenção política nos municípios e estados (vide Mauro Borges em Goiás), a cassação dos direitos políticos de qualquer cidadão, o aumento da censura, dentre outros atos tirânicos, trazendo o período de “trevas” à nação brasileira, quando então a atividade partidária ficou restrita aos escaninhos, submersa no medo da perseguição e nos atos dos mais encorajados, como Carlos Lacerda, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, dentre outros, que não sucumbiram à mão de ferro militar.

Mesmo com todas as dificuldades, alguns partidos políticos se mantiveram fiéis aos seus ideais, como no caso do PCB – Partido Comunista Brasileiro, que, embora não pudesse disputar uma eleição ou existir institucionalmente diante das autoridades militares, manteve sua militância partidária, firme no propósito oposicionista.

Em 1979, já diante de um sistema totalitário em frangalhos, com alto clamor popular ao retorno da democracia, foi editada a LOPP – Lei Orgânica dos Partidos Políti-

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cos, permitindo novamente o multipartidarismo, quando então foram criados diversos partidos até hoje existentes.

A militância bem como a criação de um partido político deve se pautar pelo idealismo político/partidário, o que nem sempre é visto nas ações de uma sigla parti-dária, que deixa à margem seus nortes e ideais na busca pelo poder a qualquer preço.

É certo que lidar com diferenças não é tão fácil assim, porém, em um regime democrático se impõe a necessidade de vencedores e vencidos, devendo haver um ide-al a seguir, de modo que o objetivo partidário deve ser preservado em detrimento de ações centralizadas e tiranas.

Ocorre ainda que com o sistema atual, permissivo ao pluripartidarismo, as ideias centrais que deveriam guiar os atos partidários são postos em segundo plano, face aos interesses pelo poder, criando uma confusão e trazendo o descrédito da popu-lação com a política e os políticos.

No entanto, há pontos positivos no atual sistema, que possibilitam ao eleitor uma escolha feita diante de mais de dois candidatos ao cargo eletivo, de forma que cada partido possa ter representante ao pleito de mandatário popular, se posicionando ao crivo do eleitorado.

Assim, sendo o atual sistema partidário benéfico e ao mesmo tempo maléfi-co, há de se ressaltar que deve prevalecer nas siglas partidárias a democracia, e os hori-zontes de cada partido devem ser discutidos coletivamente, sem qualquer tipo de im-posição unilateral ou centralizada, de forma que se permita que a sociedade participe do processo eleitoral, fortalecendo o debate de maneira ampla e democrática.

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Os tipos de prisões permitidas no BrasilExiste grande curiosidade sobre os diversos tipos de aprisionamento que são

permitidos no território brasileiro. Comumente ouvimos noticiários sobre a prisão de um ou de outro cidadão, sem contudo saber a causa ou o porquê de tal reprimenda.

Para tanto, apresento alguns esclarecimentos sobre as modalidades de pri-são, seus conceitos e efeitos práticos, sobre os quais passo a discorrer.

I - Prisão Temporária

Trata-se de uma modalidade de prisão no sentido de resguardar o sucesso de uma diligência que seja de suma importância para as investigações criminais. Tal mo-delo de cárcere é regulamentado pela Lei 7.960/89, prevendo sua aplicação, que deve obedecer a requisitos legais específicos descritos na supracitada lei, sendo que somente será cabível a aplicação desta reprimenda quando:

I – imprescindível para as investigações do inquérito policial;II – o indiciado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessá-

rios ao esclarecimento de sua identidade;III – houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legisla-

ção penal, de autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes: homicídio, seques-tro, roubo, estupro, tráfico de drogas, crimes contra o sistema financeiro, entre outros.

A prisão temporária será deferida pelo juízo, mediante requerimento apre-sentado pela autoridade policial ou Ministério Público e terá prazo de duração em regra de cinco dias, podendo ser prorrogada por igual período, ou convertida em prisão tem-porária, modalidade que veremos logo abaixo.

Caso não seja a prisão temporária prorrogada ou convertida em preventiva, será o preso, após o período de cinco dias, colocado imediatamente em liberdade.

II - Prisão para execução da pena

Tem como objetivo o início do cumprimento de uma pena, ou seja, havendo condenação criminal, inicia-se a execução. Contudo, tal modalidade de prisão foi obje-to de discussão pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal. Os ministros entenderam que a prisão para execução da pena somente pode ser iniciada quando forem julgados todos os recursos cabíveis, inclusive aqueles encaminhados ao Superior Tribunal de Justiça e ao Supremo Tribunal Federal.

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Entretanto, isso se aplica aos condenados que responderam ao processo em liberdade, pois contra eles não existiam fundamentos para decretação da prisão pre-ventiva. Caso surjam novos fatos que justifiquem a prisão preventiva, os condenados poderão ser recolhidos antes do julgamento dos recursos.

Essa modalidade de prisão é regulamentada pela Lei de Execução Penal, que possibilita, inclusive, o sistema de progressão de regime de cumprimento de penas, tra-ta dos direitos e deveres dos presos e determina as sanções às faltas disciplinares, entre outros temas.

III - Prisão em flagrante

A prisão em flagrante é aquela cujo ato se dá mediante flagrante delito. Enten-de-se por flagrante delito quem, nos termos do art. 302, do Código de Processo Penal:

I - está cometendo a infração penal;II - acaba de cometê-la;III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer

pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração;IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis

que façam presumir ser ele autor da infração.Este tipo de prisão possui uma peculiaridade pouco conhecida pelos cida-

dãos, que é a possibilidade de poder ser decretada por “qualquer do povo” que presen-ciar o cometimento de um ato criminoso.

As autoridades policiais têm o dever de prender quem esteja em flagrante delito.

IV - Prisão Preventiva

A preventiva atualmente é a modalidade de prisão mais conhecida e debatida do ordenamento jurídico. Ela pode ser decretada tanto durante as investigações quanto no decorrer da ação penal, devendo, em ambos os casos, estar preenchidos os requisi-tos legais para sua decretação.

O art. 312 do Código de Processo Penal aponta os requisitos que po-dem fundamentar a prisão preventiva, sendo eles: garantia da ordem pública e da ordem econômica (impedir que o réu continue praticando crimes); conveni-ência da instrução criminal (evitar que o réu atrapalhe a instrução do processo, ameaçando testemunhas ou destruindo provas); assegurar a aplicação da lei pe-nal (impossibilitar a fuga do réu, garantindo que a pena imposta pela sentença seja cumprida).

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O Supremo Tribunal Federal rotineiramente vem anulando decretos de prisão preventiva que não apresentam os devidos fundamentos e não apontam, de forma especí-fica, a conduta praticada pelo réu a justificar a prisão antes da condenação, uma vez que a Constituição Federal determina que uma pessoa somente poderá ser considerada culpada de um crime após o fim do processo, ou seja, o julgamento de todos os recursos cabíveis.

V - Prisão preventiva para fins de extradição

Medida que garante a prisão preventiva do réu em processo de extradição como garantia de assegurar a efetividade do processo extradicional. A extradição será requerida depois da prisão preventiva para extradição, por via diplomática ou, na falta de agente diplomático do Estado que a requerer, diretamente de governo a governo. O Ministério das Relações Exteriores remeterá o pedido ao Ministério da Justiça, que o en-caminhará ao STF, cabendo ao Ministro-Relator ordenar a prisão do extraditando, para que seja colocado à disposição do Supremo Tribunal Federal.

A importância da prisão preventiva se dá pelo fato de que seria impossível para o país, que pretende julgar um criminoso, apresentar pedido de extradição para um determi-nado estado onde o procurado foi localizado, mas logo após fugir para outro país.

Também de nada adiantaria conceder um pedido de extradição, mas, na hora de entregar o estrangeiro ao Estado requerente, não estar com ele em mãos. Entretanto, em casos excepcionais, o STF tem autorizado que estrangeiros com pedido de extradi-ção em curso possam aguardá-lo em liberdade.

VI - Prisão civil do não-pagador de pensão alimentícia

Sendo a única modalidade de prisão civil permitida no ordenamento legal brasileiro, o devedor de alimentos pode ser preso em caso de inadimplência da presta-ção alimentar. Essa medida coercitiva é no sentido de forçar o devedor ao pagamento de débito alimentar ao alimentando.

A Lei Civil previa outra modalidade de prisão civil, que era do depo-sitário infiel, entretanto, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a ilegalidade desta espécie de prisão civil.

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O filtro pela lei

De tempos em tempos observamos a evolução do homem na convivência em sociedade, progresso este que é regido, sobretudo, pelas leis que ditam tal vivência, e, sempre que se cria e publica uma nova lei, brota a expectativa de seu cumprimento, seus reflexos na coletividade e resultados práticos.

Em junho último, diante do clamor popular, nasceu a Lei Complementar n° 135/2010, a chamada Lei da Ficha Limpa. A norma foi criada pela iniciativa do povo brasileiro, que através de 1,6 milhão de assinaturas provocou o Congresso Nacional, apresentando-lhe o projeto de lei que redundaria na supracitada regra, sancionada pelo presidente da República em 4 de junho do corrente ano.

Diante da nobre norma legal, impôs se a dúvida sobre sua validade para o presente pleito eleitoral, iniciando-se um jogo de empurra-empurra nos tribunais pá-trios, criando divergência sobre sua eficácia e aplicação, que deveria ser nas eleições deste ano (2010) ou nas próximas.

A Justiça Eleitoral goiana, quando provocada acerca do tema, foi unânime em disparar contra os candidatos que se “enquadraram” na selecionadora lei, e mais de 50 possíveis candidatos ficaram sem condições de concorrer no pleito eleitoral. Inicial-mente, uma vitória da sociedade contra a bandidagem e corrupção políticas.

Contudo, os entendimentos dúbios sobre a Lei da Ficha Limpa, culminaram no Supremo Tribunal Federal – STF, que é o guardião da Constituição Federal, norma maior que rege nosso Estado democrático de direitos. O Tribunal ápice do Judiciário brasileiro foi requerido a manifestar-se sobre o descontentamento de Joaquim Roriz, então pretendente ao governo do Distrito Federal, que não conseguiu junto aos tribunais inferiores garantir sua candidatura. A negativa dos tribunais ocorreu pelo fato de Roriz renunciar ao mandato de senador da República, esquivando-se de possível cassação.

De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.

RUI BARBOSA

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Joaquim Roriz questiona o seguinte ditado legal:“Art. 2º. A lei complementar nº 64, de 1990, passa a vigorar com as seguintes

alterações:

Art. 1º.....(...)k) o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o Pre-feito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da Câma-ra Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz de autorizar a abertura de pro-cesso por infringência a dispositivo da Constituição Federal, da Constituição Esta-dual, da Lei Orgânica do Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura”.

A norma tem objetivos claros. Veio para evitar que mandatários renunciem ao mandato eletivo buscando se isentar de possível punição, como no caso de Roriz. Ainda dentre outras ações vedadas, postulantes a mandato eletivo condenados por de-terminadas ações, proferidas por colegiado de juízes (tribunais), ficam da mesma forma impedidos pelo prazo de oito anos, caso queiram concorrer a cargo público eletivo.

Contudo, alguns entendidos fulminaram a boa Lei. Analisam que, do ponto de vista jurídico, ela tem artigos que ferem a Constituição Federal, e, mesmo tendo sido criada pela vontade soberana do povo, corre sério risco de ter sua eficácia suspensa ou anulados os efeitos até agora dela advindos.

Fica claro que a vigência da Lei Complementar n° 135/2010 causa insatisfa-ção a determinados agentes políticos, mas vem ao encontro dos anseios da socieda-de, que tem ao longo dos anos se deparado com atos de corrupção, de bandidagem e descompromisso com a administração do bem público, praticados por políticos que atacam a dita Lei.

O filtro que se fez e se fará presente nos processos eleitorais com aplicação da Lei da Ficha Limpa, sem sombra de dúvidas, possibilitará ao eleitor votar em candidatos com condutas ilibadas e sem condenações por atos escusos, ao bem da coletividade.

Assim, cabe a nós, enquanto sociedade organizada, a luta contra a desonra e a injustiça, mencionadas acima pelo saudoso jurista baiano Rui Barbosa, para que não corroboremos com o triunfo das nulidades, não desanimemos com a virtude e, princi-palmente, não tenhamos vergonha de ser honestos.

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Tsunami

Temos acompanhado os trágicos acontecimentos dos últimos dias, do ter-remoto seguido de tsunami (grande onda marítima), que destruíram grande parte do território japonês, sendo já contabilizados mais de 9 mil mortos.

Quando da visualização das imagens transmitidas pelas emissoras de TV, sobreveio à primeira vista enorme susto. A tragédia se parecia com cenas de filmes hollywoodianos, entretanto, era pura realidade, da força da natureza, de uma ação in-controlável e incombatível, que ora ou outra aconteceria. Isso mesmo, aconteceria.

O Japão, na verdade, é uma reunião de ilhas envoltas pelo Oceano Pacífico. Não obstante a coroa marítima que o circunda, encontra-se localizado no encontro de três placas tectônicas (aquelas que se formaram dando origem à superfície terrestre, que estão sujeitas a movimentações e deslocamentos, notado aqui em tremores), o que faz com que aquele território seja demasiadamente exposto a eventos dessa natureza.

No terremoto que redundou na “grande onde marítima”, o tremor se deu a uma profundidade de aproximadamente 25 km da superfície marítima, a mais de 100 km da cos-ta japonesa, criando uma sequência de ondas gigantes que assolaram o nordeste japonês.

O país mais bem preparado e estruturado a lidar com tremores de terras é sem dúvidas o Japão. Lá, sabe-se que haverá tremor e tsunami, não se sabe o dia, mas que é certeza que haverá, tanto que, desde os primeiros ensinamentos escolares, treina-mentos de evasão e segurança são realizados periodicamente, já prevendo situação de catástrofe.

O que pesa favorável à população japonesa na lida com tragédias como a ocorrida é o senso e capacidade de reabilitação e reação. O povo japonês não ignora os fatos ocorridos, mas não chora pelo leite derramado a vida toda.

Em breve comparativo com meados do último século, em 1945 o Japão foi praticamente dizimado, saindo derrotado da Segunda Guerra Mundial, que teve seu ápice com o lançamento de ogivas nucleares pelas forças armadas americanas, nas ci-dades de Hiroshima e Nagasaki.

O fogo é a prova do ouro; a adversidade, dos homens fortes.”

SÊNECA

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Após o final do conflito, adveio sobre o país um período sombrio, de dificul-dades infindáveis ao seu povo, o que gerou considerável êxodo da população japonesa, rumo a outros países, dentre eles o Brasil.

Para surpresa mundial, em pouco mais de 30 anos o Japão, que acabara de sair derrotado e aniquilado de uma guerra, ascendeu no início da década de 80 como a segunda economia mundial, título que perdurou até este ano, sendo superado pela China.

No território japonês, por demais acidentado e pouco maior do que o Estado de Goiás, convivem aproximadamente 125 milhões de habitantes.

Sabe-se que a reconstrução das áreas afetadas pelo terremoto e ondas gigan-tes não será fácil, exigirá por demais superação e investimentos, mas não tenhamos dú-vidas, o império japonês se reerguerá brevemente. A afirmação que ora se faz é baseada, sobretudo, na disciplina daquele povo, que observa na adversidade o poder de reação, superação e compromisso com a pátria.

A nós, a esperança de que a paz e alegria volte aos lares destruídos, e que o Japão retorne à normalidade o mais brevemente possível, com as graças de Deus.

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Dano e dever de indenizar (publicado em 18/7/2006 no site www.tudoin.com.br) 

Muito se tem falado ou ouvido falar sobre algum tipo de dano, dano moral, material, dano isso, dano aquilo. É notável que, de alguns anos para cá, o cidadão bra-sileiro, literalmente, começou a descobrir seus direitos, resguardados no ordenamento legal pátrio, sobretudo na Constituição Federal, promulgada em 1988. Assim, a justiça nacional tem observado um crescente aumento no volume de ações indenizatórias, en-volvendo diversos tipos de danos.

Quando reclamar?Quando há realmente um dano?Passaremos então, a uma breve explanação sobre o título em epígrafe, no afã

de contribuir para melhor entendimento sobre o campo da privacidade da honra, mo-ral e material.

A Constituição da República Federativa do Brasil, que data de 1988, trouxe no art. 5°, incisos V e X, que é assegurado o direito de resposta, sendo invioláveis a intimi-dade, a honra e a imagem, sendo assegurado o direito a indenização por dano moral, material ou à imagem.

Após passar a vigência, tal dispositivo legal passou a ser interpretado de ma-neiras diversas. O dano moral é de cunho personalíssimo, cada qual se sente ofendido de maneira pessoal, corretamente, sendo difícil vê-lo de maneira genérica.

Porém, nossos tribunais têm aplicado com probidade e sabedoria, baseados no princípio da equidade, no qual há de prevalecer o equilíbrio dentre as partes envol-vidas, principalmente o equilíbrio financeiro, e decisões condenatórias quando restar plenamente comprovado o dano sofrido.

É comum nos depararmos cotidianamente com cidadãos que se sentem com a moral abalada, contudo, é necessário ter um nexo entre a causa e o resultado, ou seja, que o resultado do dano sofrido advenha única e exclusivamente da causa, fato gerador da ofensa ao bem moral ou material sofrida pela vítima.

De todas as relações que ensejam cuidados com o zelo moral e material, é de suma importância ressaltar as relações de consumo, donde advém a maioria das ações envolvendo algum tipo de dano sofrido, especialmente o dano moral.

Dentre as relações supramencionadas, há de ressaltarem-se as relações bancá-rias e as que envolvam companhias de telecomunicações, sendo a primeira a que mais falha na prestação de serviços, e, portanto, a que sofre uma demanda maior nas vias judiciárias.

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Dos danos mais comuns causados pelas instituições financeiras, observa-mos a cobrança de dívida já paga, cancelamento de limite de cheque especial sem prévio aviso, cobrança ilegal de taxas e derivados, negativação indevida do CPF do cliente junto aos órgãos de proteção ao crédito, espera desumana em filas, devolu-ção de cheques por falha administrativa e mais um composto de direitos que são diariamente burlados pelos bancos.

Assim, mister se faz um mínimo de conhecimento jurídico a despeito dos di-reitos constitucionais, que asseguram a dignidade da pessoa humana. O cidadão não é nenhum tipo de cobaia. Deve ser respeitado por diversos motivos, inclusive porque é ele quem movimenta a locomotiva do capitalismo.

Quando o cidadão de bem se sentir burlado em seu direito, sua moral ou seu patrimônio, que busque informações acerca do acontecido, qual seu amparo legal, e qual tipo de conduta deverá seguir, no afinco de que quem causou tal dano seja conde-nado a ressarcir a vítima do ato ilícito praticado.

  

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Eleições 2006(publicado em 7/8/2006 no site www.tudoin.com.br)  

Face aos últimos acontecimentos, na esfera política nacional, aos quais, não difícil relembrar, os mensalões, caixa 2, corrupção, compra de votos e sanguessugas, o Tribunal Superior Eleitoral apresentou a instrução n° 107. Regulamenta a propaganda eleitoral nas eleições 2006, reafirmando preceitos legais a vedar certas condutas políti-cas, tais como o uso e abuso de poder econômico e da máquina administrativa. O in-tuito é que se possa ver uma campanha eleitoral mais equilibrada, limpa e propositiva.

O cerne da minirreforma eleitoral (Lei 11.300/2006), basilar à feitura da ins-trução supramencionada, foi o combate às disputas eleitoreiras, fulcradas nos gastos excessivos, compra de votos, grandes eventos e distribuição gratuita de diversos brindes (canetas, chaveiros, camisetas, dentaduras, remédios etc.), tendo como ênfase a veda-ção a qualquer tipo de vantagem ao eleitor.

Dentre as vedações, as quais muitos candidatos ainda não estão devidamente preparados, estão a proibição de showmícios, contratação de qualquer artista, distri-buição de brindes, uso de outdoors. Em Inhumas há, ainda, um acordo de cavalheiros envolvendo as legendas locais, realizado perante o juiz de nossa Zona Eleitoral, Dr. Wild Afonso Ogawa, vedando a pichação ou pintura de muros.

Todavia, muito ainda se permite, o que dá uma ampla conotação à criativida-de dos coordenadores das campanhas, que necessitam de extrema destreza para que seus candidatos possam levar até o eleitor suas propostas, de maneira clara e objetiva.

Para que tais mudanças surtam o devido efeito, a Ordem dos Advogados do Brasil, em conjunto com a CNBB, tem travado uma intensa luta, no afã de municiar os eleitores, de modo que, ao verificar tais irregularidades, denunciem e a punição chegue aos culpados.

Acredito que estamos no caminho certo. Há tempos se faz necessária uma mudança no sistema político nacional. O bojo legal é consistente, e, ao que tudo indi-ca, será devidamente aplicado e não será surpresa, se algum infrator tiver cassada sua candidatura em função de alguns óculos, dentaduras ou um monte de tijolos doados a eleitores.

Todavia, para que isso aconteça, nós, eleitores, é que temos que agir. Agir no sentido de fiscalizar, ouvir as propostas exaradas pelos candidatos, para posteriormente cobrá-las. Esse é o caminho da democracia, do cumprimento das leis, de uma socieda-de mais justa e igualitária.

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Aos covardes, a pena 

(publicado em 1º/9/2006 no site www.tudoin.com.br)  

Meu ilustre colega advogado Marcelo Di Rezende Bernardes, com felicidade, assevera citando o verso cantado por Capiba: “Em mulher não se bate nem com uma flor”. Assim, o excelentíssimo presidente da República sancionou a Lei n° 11.340/2006, no dia 7 de agosto, alterando o Código Penal, no afã de propiciar maior segurança às mulheres vítimas da truculência, covardia e ignorância de alguns que se dizem homens. É a Lei Maria da Penha, que passará a vigorar a partir do dia 22 de setembro próximo.

A referida lei traz substancial mudança no que tange ao trato com a violência doméstica, alterando desde o flagrante delito até a aplicação da pena, que passa a ser mais severa. Da forma como acontecia antes, caso não ficasse caracterizada a tentativa de  homicídio, o agressor assumia em TCO - termo circunstanciado de  ocorrência o compromisso de comparecer a audiência na Justiça e, em seguida, era liberado. Ou seja, o algoz estava novamente à solta, diante da fragilidade de mães de família, vítimas da ignorância e covardia de estorvos que se dizem homens.

O atacante respondia nos trâmites da Lei 9.099, que trata dos Juizados Es-peciais Cíveis e Criminais. Dessa forma, era condenado, na maioria das vezes, a pe-nas ínfimas prestação de serviço social  ou pagamento de cestas básicas. Tais penas, diga-se en passant, são uma afronta à dignidade da pessoa humana, resguardada pela Constituição Federal, uma vez que a agressão ultrapassa os limites corporais, restando cravada a mancha na alma de quem é agredida, e, assim, a revolta com a miudeza da punição aplicada.

Existiam ainda questões antagônicas, no caso de violência doméstica, prisão, separação e partilha dos bens. Cada caso era resolvido por um juiz correspondente a uma Vara específica, de modo que não era profícua a maneira com que se deslindavam tais questões.

A partir da vigência na nova lei, o acusado de violência doméstica poderá ser preso em flagrante delito, ou em qualquer fase da instrução criminal, e ainda será indi-ciado em inquérito policial. Nessa etapa é cabível, inclusive, prisão.

Serão criados Juizados Especiais de violência doméstica e familiar. Deste modo, todas as questões relacionadas à agressão contra a mulher serão dirimidas pelo mesmo juiz, ou seja, o mesmo juiz que decretar a prisão decidirá sobre a sepa-ração, partilha, guarda etc., o que ocasiona um maior conhecimento da causa a ser solucionada pelo magistrado.

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A Lei prevê ainda penas de detenção, como no caso de ameaça e lesão cor-poral, que podem ser de três meses a três anos. Ainda delimita distância mínima entre agressor e vítima, para que esta possa viver em segurança e não seja abordada em locais distintos, como local de trabalho, casa de amigos em comum, ponto de ônibus etc.

A mudança é tardia, porém, em boa hora, conforme dados da Deam - Dele-gacia Especializada no Atendimento da Mulher, em seis meses de atuação, foram regis-tradas 3.186 ocorrências de crimes cometidos contra mulheres em Goiânia, enquanto ao descompasso desse número, no mesmo período, apenas 60 agressores foram presos, face ao entendimento da legislação atual de que a violência doméstica é crime de me-nor potencial ofensivo.

É lógico e cediço que mudanças legais são bem-vindas no intuito de que te-nhamos uma sociedade mais igualitária e respeitadora, porém, não basta a criação de novas leis, é necessário que haja uma evolução no sentido de que os brutos se conscien-tizem de que é necessário o respeito ao próximo.

As normas legais vêm de acordo com a metamorfose da sociedade e servem como mecanismos regulamentadores de convivência pacífica e ordeira. Quando ne-cessário, preveem o uso de força coercitiva a fazer valer a ordem. Assim, ensejamos que a covardia e torpeza de certos indivíduos sejam combatidas com coragem e igualdade por aquelas que são as mais belas criaturas, as mulheres, delatando as ameaças e atos de violência, de modo a fazer valer a lei.

Assim, renovo o repúdio aos brutos que assim se determinam. E que, certa-mente, tal brutalidade é eivada e sustentada da mais sorrateira covardia, pois homem que é homem não bate em mulher. 

 

    

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Conciliação e arbitragem(publicado em 29/1/2007 no site www.tudoin.com.br)  

Foi inaugurada no último dia 26 a 1ª Corte de Conciliação e Arbitragem de Inhumas e região, com fulcro na Lei 9.307/96, para dirimir questões sobre direitos patri-moniais disponíveis, mas o que vem a ser a arbitragem e quais as suas vantagens?

A arbitragem foi inserida legalmente no contexto jurídico brasileiro através da Lei de Arbitragem, Lei 9.307/1996, legalizando e moldando as diretrizes deste instituto em solo pátrio, ressalte-se, de passagem, tardiamente tal instituição.

O instituto da arbitragem é meio usual de longa data na Europa, na Ásia e na América do Norte. Nesses continentes, grandes grupos econômicos fazem uso desse meio de solução de litígios dada, principalmente, a celeridade com que questões mais controversas são resolvidas.

Na China, grande conglomerado populacional, existe a arbitragem de quarteirão, onde somente é provocada a justiça estatal comum, após as partes exaurirem a possibilidade de conciliação ou arbitragem em câmaras regionaliza-das, normalmente em bairros ou setores. Isso faz com que o número de demandas a serem dirimidas pela justiça estatal seja bem menor face as conciliações e arbitra-gens realizadas pelas câmaras.

No mundo corporativo, grandes grupos econômicos também se utilizam das Cortes de Conciliação e Arbitragem em todo o globo, por diversos motivos, dentre eles a celeridade, a imparcialidade, o conhecimento específico para arbitrar questões com-plexas, entre outros. Daí decorre o interesse em fazer constar em volumosos contratos que requerem soluções rápidas e seguras a opção pela possibilidade de  conciliação e posteriormente, se necessário, a arbitragem.

Em nosso país, as questões mais comuns impostas às CCAs são as relaciona-das a educação, prestação de serviços, imobiliárias, de consumo, dentre outras. Nelas, as CCAs têm notável colaboração com o Poder Judiciário, auxiliando-o na celeridade de prestação jurisdicional.

O número de ações protocolizadas nas CCAs goianas, desde o ano de  1996, foi superior a 300 mil. Das ações submetidas à conciliação e arbitragem, 81 foram resol-vidas através de acordos, ou seja, somente 19 necessitaram da aplicação de arbitragem.

Na esfera cível, resta transparente a colaboração que as CCAs têm dado ao Judiciário. A título de esclarecimento, atualmente 20% do movimento forense goiano, na área cível, encontra-se submetido à conciliação e arbitragem, ou seja, o judiciário

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abarrotado poderia estar ainda mais lotado com estas ações, o que não ocorre graças às 23 CCAs existentes no Estado.

Para fazer uso desse célere meio de justiça paraestatal, basta que faça cons-tar em contratos uma cláusula compromissória fazendo alusão à alternativa de resolver possíveis controvérsias sobre tal instrumento por via de conciliação e arbitragem, nos termos da Lei 9.307/96.

A sentença e o acordo arbitral não estão sujeitos à homologação judicial, da mesma forma não sendo passíveis de recursos, gerando total segurança às partes que se utilizam da arbitragem como meio de solução de litígios.

Por tudo que foi exposto, as CCAs se revelam uma tendência na solução dos conflitos de interesses que envolvam direitos patrimoniais disponíveis. Certamente, se constituem em instrumento do exercício da cidadania, porquanto o próprio particular é atuante na eleição do meio, bem como na formatação das condições suficientes e ne-cessárias para a solução mais célere.

A indicação da Corte de Conciliação e Arbitragem para resolver conflitos en-tre os particulares perpassa por uma questão educacional de formação do cidadão. Daí, socorro-me das exatas lições de Covre (1998), para concluir que a noção de cidadania por vezes é esvaziada pela mera discussão da possibilidade de consumo ou ideia de imobilismo comodista, na espera da efetivação dos direitos somente pela via estatal, na conformidade de suas limitações orçamentárias. Desta feita, o fenômeno relacionado à cidadania tem suas bases fundadas na ação educativa da sociedade, primacialmente na conscientização do povo de seus direitos e deveres.

Concluindo, fica a seguinte constatação: as Cortes de Conciliação e Arbitra-gem não serão o remédio para todos os males relacionados à distribuição da Justiça, mas são verdadeiramente uma tendência para solução ágil e segura dos conflitos de interesses relacionados aos direitos patrimoniais disponíveis, contribuindo para cons-trução de uma sociedade mais justa, livre, pacífica e igualitária.

   

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A nossa “curta” memória Em um passado não muito distante, especificamente há cerca de 18 meses,

em 3 de outubro de 2006, nos encontrávamos em período de eleições federais e esta-duais, nas quais elegemos nossos representantes e responsáveis pela gestão federal e estadual, os digníssimos senhores presidente da República, o governador, senador da República, deputados federais e estaduais.

Diante disso, cabem algumas indagações para futuras reflexões.Primacialmente, curial esclarecer que o agente imbuído da administração

pública deve, conforme norma insculpida no artigo 37 da Constituição Federal, obede-cer aos princípios da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência, sobre os quais resta valiosa sucinta exposição.

A Legalidade, conforme ensina o professor Marcio Fernando Elias Rosa, é princípio de suma importância, a saber:

“Dentre os princípios da Administração, o da legalidade é o mais importante e do qual decorrem os demais, por ser essencial ao Estado Democrático de Direito. Constitui, assim, vetor basilar do dito regime jurídico-administrativo. Daí ser necessário fixar: permite-se a atuação do agente público, ou da Administração, apenas se permitida, concedida ou deferida por norma legal, não se admitindo qualquer atuação que não contenha prévia e expressa permissão legal. Ao particular é dado fazer tudo quanto não estiver proibido; ao administrador somente o que estiver permitido pala lei.”   No mesmo sentido, corrobora com a importância de tal fulcro na esfera pú-

blica a nobre doutrinadora Maria Sylvia Zanella di Pietro, entendendo que“é aqui que melhor se enquadra aquela ideia de que, na relação administrati-

va, a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei”.Diante de tais conceitos, resta notável a lição de que o administrador público

(leia-se: aqueles que ocupam cargo público eleitos pelo nosso voto) tem obrigação legal de motivar seus atos administrativos em consonância com o ordenamento legal, e não de encontro com grupos centralizados, homogêneos, mas de encontro ao bem comum, provendo o patrimônio público nos ditames do que é permitido pela legislação, obser-vando sempre o bem comum da coletividade, pautando-se pela probidade e eficiência.

No que tange à Impessoalidade de que deve se investir o administrador pú-blico, não foge à importância dada ao princípio já descrito, sendo ao nosso entendi-mento o mais ferido e exposto ao crivo da validade e aplicabilidade.

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Proveitosa lição sobre o tema é trazida pelo saudoso professor Dr. Hely Lopes Meirelles:

“O que o princípio da impessoalidade veda é a prática de ato administrativo sem o interesse público ou conveniência para a Administração, visando uni-camente a satisfazer interesses privados, por favoritismo ou perseguição dos agentes governamentais, sob a forma de ‘desvio de finalidade’. Esse desvio de conduta dos agentes públicos constitui uma das mais insidiosas modalidades de ‘abuso de poder’ (....) o princípio da impessoalidade exige que o ato seja pra-ticado sempre com finalidade pública, o administrador fica impedido de bus-car outro objetivo ou de praticá-lo no interesse próprio ou de terceiros.”  

Assim, a Impessoalidade que, conforme trazido na Carta Magna de 1988, aduz que o administrador público não deve se confundir com o estado publico, que é proibido utilizar a administração pública como meio de promoção pessoal de autorida-des ou servidores públicos, vedando a utilização de nomes, símbolos e imagens, o que nem de longe é respeitado, sem mais delongas.

O princípio da Moralidade vem de encontro a que deve a administração pú-blica ser pautada pela boa-fé, pela ética, pelo respeito à cidadania, à dignidade da pes-soa humana, enfim, não deve se distanciar do que é moral.

Publicidade na administração pública diz respeito aos atos e atividades pú-blicas, que devem ser públicos e levados ao conhecimento de terceiros, no intuito de que tais atos e atividades possam ser fiscalizados e controlados pelos cidadãos e pelo Ministério Público.

A Eficiência, em sentido público, reza que o agente público não deve agir amadoristicamente, devendo buscar a consecução do melhor resultado possível, como também diz respeito à forma de organização da administração publica, que deve aten-tar para padrões modernos de gestão ou administração, vencendo o peso burocrático, atualizando-se e modernizando-se.

Passado o preâmbulo, cabem os seguintes questionamentos: em quem votamos nas últimas eleições? Nossos eleitos estão se pautando pelos princípios constitucionais acima expostos? Estamos acompanhando e fiscalizando a gestão de nossos eleitos?

Não nos cabe aqui posicionamento partidário. É uma reflexão desramificada de qualquer ideologia política. Ressalta a importância de que seja valorizada a coletivi-dade na busca pelo bem comum, face a um serviço publico que deve ser prestado com probidez, de forma contínua, indistinta e eficiente.

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O nosso interesse pelo conhecimento e atuação política esbarra em diversos obstáculos, sobretudo no descaso da maioria da sociedade sobre o estudo da política, em função de tantas “politicagens” que chegam ao nosso conhecimento, em total afron-ta aos princípios já mencionados.

Contudo, não nos devemos deixar levar pela pessoalidade, imoralidade, ile-galidade e falta de eficiência e publicidade dos atos e atividades de certos representan-tes eleitos através de nossos votos, mas sim, corrigir os erros, utilizando de nossa arma mais letal, o sufrágio secreto e universal, o poder de voto, que cada brasileiro(a) maior de 16 anos depositará nas urnas no próximo dia 5 de outubro.

Temos direitos sociais previstos no artigo 6° da Constituição Federal a educa-ção, saúde, segurança, trabalho, dentre outros. Esses direitos, basilares a uma sociedade mais equalizada, devem ser prestados e resguardados pelos nossos agentes públicos, sobretudo os que detêm poderes de gestão pública, eleitos pelo nosso voto.

Desta feita, resta valiosa a seguinte lição sobre o administrador público, nas palavras de Hely Lopes Meirelles, na citada obra, afirmando que:

“... O agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o Bem do Mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o incon-veniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desones-to. Por considerações de Direito e de Moral, o ato administrativo não terá que obedecer somente à lei jurídica, mas também à lei ética da própria instituição, porque nem tudo que é legal é honesto, conforme já proclamavam os roma-nos: ‘nom omne quod licet honestum est’. A moral comum é imposta ao homem para sua conduta externa; a moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo as exigências da instituição a que serve e a finalidade de sua ação: o bem comum.”

Assim, entendemos que todos os atos de uma administração publica devem estar voltados ao bem comum, ao bem da coletividade e não de uma minoria ou de uma única pessoa.

Finalizamos nossos comentários com a certeza de que o agente público, so-bretudo aquele que detém cargo eletivo, deve se pautar pelos princípios já menciona-dos. Deve, ainda, ter plena ciência de que não está administrando uma empresa com se sua fosse, mas sim um estado, pessoas tuteladas por este estado, que são detentoras de direitos no sentido de que toda a gestão esteja voltada à proteção da sociedade, princi-palmente com políticas educadoras, saudáveis e seguras.

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O caos na Saúde Inicialmente, gostaria que se dessem ao labor de realizar a leitura do texto que segue, publicado pelo jornal “O Popular”, no último dia 26.

 Sem remédios, menino de 8 anos corre risco de morte

Gustavo Ferreira Crisóstomo tem 8 anos. Ele é portador de fibrose cística (que ataca principalmente o pâncreas, pulmão e fígado) e a falta de um medicamento coloca o menino sob sérios riscos de não viver muito tempo. Essa é a constatação e alerta de um relatório médico encaminhado ontem para o Ministério Público (MP) de Jataí, onde a família do garoto reside. O problema torna-se mais grave ainda porque, desde o final do ano passado, há uma determinação judicial para o Estado fornecer o medicamento para o menino. Mas a ordem ainda não foi cumprida.

A mãe do garoto, Marta Helena Nascimento Ferreira Crisóstomo, de 35 anos, conta que há dois anos vem enfrentando dificuldades para conseguir um medicamento à base de enzima pancreática. “Meu filho depende desse remédio para sobreviver, para que ele possa fazer a digestão”, explica. A falta de uso contínuo do remédio provocou proble-mas na vesícula de Gustavo, que será retirada em uma cirurgia dentro de alguns dias. “O médico contou que, se não tirar a vesícula, o problema pode chegar ao pâncreas e virar pancreatite”, afirma a mãe.

O médico pediatra Flávio Henrique Alves de Lima assinou um relatório assus-tador que chegou ontem às mãos do MP. Em síntese, o médico deixa claro que o garoto corre o risco de morrer por não estar consumindo a enzima pancreática e que a falta do medicamento vai levar à retirada da vesícula.

A promotora Lucinéia Vieira Matos, de Jataí, conta que vem lutando desde dezembro para que Gustavo tenha o fornecimento de remédio regularizado. A promo-tora explicou que, desta vez, vai solicitar o bloqueio dos recursos da Secretaria Estadual de Saúde para garantir a compra dos medicamentos. A reportagem do POPULAR ligou para o celular do secretário estadual de Saúde, Cairo de Freitas. Foi deixado um recado, mas ele não deu retorno. (fonte: O Popular, 26/07/2007)

 Não bastasse a contrariedade e repugnância que nos envolvem, diante de

tamanho descaso, o pior é saber que as soluções ainda estão distantes das necessida-des de Gustavo Ferreira Crisóstomo. Talvez nem cheguem, talvez até cheguem, mas em tempo inábil de socorrer a pobre vítima de um sistema viciado e falido.

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Reza o art. 196 da Constituição de 1988 que: “A saúde é direito de todos e de-ver do Estado...”. Daí resta a seguinte pergunta: que Estado?

Quando nos reportamos a um período próximo passado, há exato um ano, ouvíamos de nosso excelentíssimo governador que a saúde seria prioridade, mesmo que já naquela época os necessitados de medicamentos especiais estivessem sem ter como utilizá-los. O motivo: falta deles no Centro de Medicamentos Juarez Barbosa. A atual situação é somente um agravante, como a tal da crônica de uma morte anunciada.

Reporto-me ao sofrimento da mãe do menor Gustavo, e presto desde já as con-dolências a uma luta que lhe é incerta, injusta, parcial e desfavorável, em face de um Estado inerte e passional, ferindo o princípio-mor que o rege: a dignidade da pessoa humana.

Não há tanto o que falar. Confesso que, se continuar na colocação de palavras, ultrapassarei os limites da contrariedade e não o quero. Assim, finalizo na certeza de que não podemos sucumbir e calar em função de uma política eleitoreira e descontro-lada, de um Estado que não tem o menor interesse em zelar dos Gustavos e das Martas que nele habitam, pagando regularmente seus elevados impostos.

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PLANO DE METAS PARA SUA VIDA

PROPOSTAS PARA MELHORAR A VIDA

EM INHUMAS

O QUE DIOJI VAI FAZER COMO PREFEITO. SUAS IDEIAS PARA GOVERNAR FORAM COPIADAS POR ADVERSÁRIOS DE INHUMAS

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Pelos próprios méritos Se Usain Bolt, o supercampeão olímpico, corresse 30 maratonas mensais seu

nome seria Edivaldo dos Santos Ribeiro. Não é exagero. Edivaldo acorda às 5 e meia da manhã todos os dias e só volta a dormir 19 horas depois. De segunda a sábado, o ano inteiro. Seu ofício é andar sob sol e chuva, de porta em porta, vendendo produtos – Edivaldo prefere dizer que oferece saúde, não mercadorias. Continua andando de casa em casa, apresentando propostas, não apenas para a saúde do morador, mas de toda a cidade. Agora, Edivaldo é candidato a vice na chapa de Dioji Ikeda.

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Aliado ao fôlego de atleta, Edivaldo tem a criatividade, o tino empresarial e muito, muito entusiasmo. Doze minutos de conversa e qualquer interlocutor fica ani-mado. Essa exaltação criadora é fruto da inspiração do... Criador. “Tudo que tenho vem de Deus”, diz Edivaldo. O Senhor foi muito generoso com o vice de Dioji, pois suas qua-lidades pessoais se transformaram em triunfo comercial e industrial.

Edivaldo gera 2 mil empregos diretos e indiretos. Sua empresa, a Cosmed, tem base em Inhumas com cem funcionários – apenas eles visitam 1.200 clientes todos os dias e são um reforço e tanto na campanha do patrão. Patrão, não, esclarece Edivaldo: “Não sou patrão, sou parceiro”. A parceria é rentável para os diversos lados. O pessoal da Cosmed é cabo eleitoral nato do 12, o número de Dioji, não apenas pelas qualidades do candidato a prefeito, mas também pelo excelente relacionamento com o patrão – aliás, o parceiro.

A gestão de pessoas é uma de suas habilidades. Para chegar ao nível em que se encontra, de ter recursos humanos a gerir, o menino pobre ainda vestia calças curtas quando começou a ser comerciante. No caso, das próprias verduras que plantava em casa e lotes baldios de Inhumas. “Esse é um projeto que Dioji vai implantar, porque quando a pessoa planta milho, mandioca ou verduras em lotes baldios, cuida do terre-no, não é uma invasão. Além do mais, livra o quarteirão de todos males dos lotes bal-dios, como insetos, sujeira e a insegurança, pois o matagal facilita a criminalidade. Nos lotes baldios, nós plantávamos alface, cebolinha, coentro e outros temperos. A clientela gostava; nós, mais ainda; e a cidade se livrava da feiura que é um terreno abandonado”.

O minilavrador aos 6 anos vendia alho com o pai, que ganhava a vida carre-gando latão de leite para laticínio, a cooperativa Leite Go-Go. Em seguida, preferiu usar a cabeça para outro fim, o dos negócios. Teve mercearia e inspirou o filho a persistir no empreendedorismo. Antes de ser patrão (ou parceiro, como queira), ralou como funcio-nário. Seu primeiro emprego com carteira assinada foi no Supermercado Meia-Ponte, onde atuou em todas as áreas, o mesmo ocorrendo na Cerâmica Saleiro, na qual foi forneiro, chapa de caminhão, vendedor. Vendedor é a função que melhor o define, pois a exerce da idade pré-escolar a empresas grandes, como a GoiásLub.

Começou a vida de empreendedor, descontado o tempo em que fazia e ven-dia laranjinha na rua, ao montar um açougue na mercearia do pai, o Peg-Pag Nossa Senhora da Guia. Perseverou. Fundou a Digol, alugou um posto de gasolina e entrou de vez como representante comercial. Era uma atividade tão informal que a indústria for-necedora era em fundo de quintal, mas aí ganhou contornos definitivos a sua vocação de vendedor. Seu lugar era a rua, não como desempregado, mas visitando casa a casa, de porta em porta.

A história do menino pobre que conquistou êxito à custa do talento é exaltada por muitos como um exemplo do empreendedorismo do povo inhumense, que vence

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pelos próprios méritos. Mas só para quem o conhece, porque do próprio Edivaldo não se ouve uma frase de autoelogio. Continua simples, humilde. Poderia ser uma tática empresarial, “mas não, é o jeito dele”, conta a empresária Lorenna de Paula, com quem Edivaldo é casado há duas décadas e tem duas filhas. Aos 40 anos, formado em Terapia, o vice de Dioji tem uma terapia mais eficiente que a aprendida no curso: motivar. Ao fazer felizes os que o cercam, ele encontra o elixir do contentamento. Sua experiência em triunfar valorizando o trabalhador é o modelo que Dioji levará para a prefeitura: servidor ganhando bem e sendo bem tratado vai trabalhar motivado e tratar be m os usuários de serviços e bens públicos.

Basta visitar a Cosmed para conferir os efeitos do estilo Edivaldo de adminis-tração. Num auditório, exibe as fotos e os feitos dos vendedores. A cada grupo de cinco, um gerente e muitas realizações. As metas, diárias, são cumpridas insistentemente. O pessoal da Cosmed tem o DNA da vitória, fala dos recordes de vendas como resultado natural de quem é condicionado a pensar grande, agir maior ainda e colher os frutos. A seleção de pessoal, até pouco atrás, era tarefa reservada ao chefe. Edivaldo abre a ques-tão-chave: “A primeira coisa que pergunta ao futuro funcionário é: ‘Qual o seu sonho?’”

A partir daí, traça a estratégia de ações para que o colaborador realize o que almeja. “Primeiro, quero que ele aprenda a trabalhar”, receita Edivaldo. “De-pois, quero que ele seja meu sócio. Em seguida, e não muito tempo após, que ele seja dono de empresa e vou concorrer para ser seu cliente”. A maioria prefere conti-nuar nos quadros, porque auxiliar de Edivaldo tem regalias. Todos dispõem de pla-no de saúde (inclusive, odontológico), seguro de vida, ganhos por produtividade, festas mensais de comemoração e prêmios, muitos prêmios – os próximos serão seis motos, para os campeões de vendas (ou, como Edivaldo prefere, para os que mais semearam satisfação porta a porta, a mesma felicidade que ele e Dioji vão propor-cionar a Inhumas a partir de 1º de janeiro de 2013).

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