10
Paulo Milton Barbosa Landim Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhidos em São Paulo, a 15 de abril de 1992 por Anna Maria Martinez Corrêa. Cedem Formação acadêmica* T erminei o cientifico no Colégio Pi- racicabano, em Piracicaba. Era do interior, vim para São Paulo e, na ocasião, estava meio em dúvida se faria Engenharia de Minas ou Agronomia, pendendo mais para aquela. Ao chegar a São Paulo, constatei que a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) abri- ria um curso de Geologia como parte de um programa especial do governo fede- ral, em um projeto maior, relacionado ã grande campanha nacional "O Petróleo é Nosso", deflagrada com base na cria- ção da Petrobras, em 1953. Dos quatro cursos criados então, um deles era na FFCL. Diferentemente dos outros - em Ouro Preto, Porto Alegre e Recife - era o único em uma faculdade não voltada especificamente para a Geologia. Em São Paulo, a Faculdade de Filosofia já contava com um grupo de professores ligados ã área. Ingressei logo no pri- meiro vestibular, em 1957, mas acabei repetindo o primeiro ano: uma vez que não havia feito cursinho, ainda não adaptado ã nova vida da capital, passei o primeiro semestre deslumbrado por ali estar e por ter ingressado na univer- sidade. Conclui assim o curso em 1961 e não em 1960, com os meus colegas da primeira turma de Geologia da USP Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro Antes de terminar meu curso de graduação entrei em contato com o professor Alfredo Bjornberg, responsá- vel pela cadeira de Geologia na recém- criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro para verificar se haveria possibilidade de lá ingressar. Durante o curso meu projeto de vida era trabalhar na Petrobras, como geó- logo. Nunca pensei em ser professor. Acontece que a Carminda, na ocasião minha namorada, já estava trabalhan- do em Rio Claro, como assistente do dr. Warwik Kerr, e julguei que, depois de casados, seria mais interessante eu me tornar professor do que ela uma esposa de geólogo em algum lugar no Nordes- te ou na Amazônia. Como diria Ortega y Gasset, "eu sou eu e a minha circuns- c 3 (D O w 111

Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

Paulo Milton Barbosa Landim Gestão 17/1/1989-15/1/1993

Extratos de depoimentos colhidos em São Paulo, a 15 de abril de 1992 por Anna Maria Martinez Corrêa. Cedem

Formação acadêmica*

Terminei o cientifico no Colégio Pi-racicabano, em Piracicaba. Era do interior, vim para São Paulo e, na

ocasião, estava meio em dúvida se faria Engenharia de Minas ou Agronomia, pendendo mais para aquela. Ao chegar a São Paulo, constatei que a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) abri-ria um curso de Geologia como parte de um programa especial do governo fede-ral, em um projeto maior, relacionado ã grande campanha nacional "O Petróleo é Nosso", deflagrada com base na cria-ção da Petrobras, em 1953. Dos quatro cursos criados então, um deles era na FFCL. Diferentemente dos outros - em Ouro Preto, Porto Alegre e Recife - era o único em uma faculdade não voltada especificamente para a Geologia. Em São Paulo, a Faculdade de Filosofia já contava com um grupo de professores ligados ã área. Ingressei logo no pri-meiro vestibular, em 1957, mas acabei repetindo o primeiro ano: uma vez que não havia feito cursinho, ainda não adaptado ã nova vida da capital, passei

o primeiro semestre deslumbrado por ali estar e por ter ingressado na univer-sidade. Conclui assim o curso em 1961 e não em 1960, com os meus colegas da primeira turma de Geologia da USP

Na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro

Antes de terminar meu curso de graduação entrei em contato com o professor Alfredo Bjornberg, responsá-vel pela cadeira de Geologia na recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Rio Claro para verificar se haveria possibilidade de lá ingressar. Durante o curso meu projeto de vida era trabalhar na Petrobras, como geó-logo. Nunca pensei em ser professor. Acontece que a Carminda, na ocasião minha namorada, já estava trabalhan-do em Rio Claro, como assistente do dr. Warwik Kerr, e julguei que, depois de casados, seria mais interessante eu me tornar professor do que ela uma esposa de geólogo em algum lugar no Nordes-te ou na Amazônia. Como diria Ortega y Gasset, "eu sou eu e a minha circuns-

c 3 (D

O w

111

Page 2: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

8

a (O 0) c 3

112

tância". Obtive, então, a promessa de contratação. Formei-me em janeiro de 1962, nesse mesmo mês nos casamos, e, como acontece até os dias de hoje, não havia verba para minha contratação. Procurei então o professor Victor Leinz, coordenador do curso de geologia da USP, e pessoa que sabia de todas as pos-sibilidades para se conseguir emprego em geologia. Ele me indicou que fosse conversar com o professor Fahad Arid, geólogo que havia se formado dois anos antes do que eu e estava precisando de alguém para auxiliá-lo na cadeira de Geologia e Paleontologia na também recém-criada Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São José do Rio Preto. Iniciei, portanto, minha carreira acadêmica em Rio Preto em inicios de 1962 e, em meados de 1963 consegui uma vaga em Rio Claro, para onde me transferi e estou até hoje.

Relato de uma gestão*

Assumi a Reitoria, em 1989, após ter sido vice-reitor na gestão do professor Jorge Nagle. Participei intensamente dessa administração, pois o Nagle era uma pessoa que delegava tarefas e eu sempre procurei auxiliá-lo, ainda mais numa situação em que se tinha quase

* Depoimento colhido em São Paulo, a 14 de feve-reiro de 2006 por Anna Maria Martinez Corrêa e Márcia Tosta Dias. Cedem

tudo por fazer. Logo no inicio de seu mandato fui chefe de Gabinete e depois vice-reitor. Com o término do mandato, fui escolhido reitor pelo governador Ouércia, após ter sido o mais votado pela comunidade. Na Reitoria pemaneci por quatro anos. Tanto na gestão Nagle como na minha foram tempos bastante difíceis, pois a UNESP, após a grande crise que tinha enfrentado, iniciava um periodo de consolidação. Quando assu-mi o mandato, estava muito claro para mim que a UNESP precisava encontrar a sua identidade. Aliás, esse foi o grande tema da minha plataforma eleitoral. Tinhamos, como até hoje, como concor-rentes duas das maiores universidades brasileiras: a USP e a Unicamp. Todas as três mantidas pelo governo do estado de São Paulo, porem ambas já conso-lidadas e com prestigio assegurado. A UNESP tinha de se ombrear com essas duas universidades. Cheguei inclusive a dar declarações meio jocosas, mas com um fundo de verdade, que a UNESP tinha de assumir a sua "caipirinidade", no bom e positivo sentido do que sig-nifica ser um caipira paulista. Estando distribuida por quase todo o interior do estado, tínhamos de aproveitar essa privilegiada situação. Por coincidência, nessa época, o produto interno bruto do interior começava a superar o da capital. Alem disso, com a populariza-ção da festa do peão em Barretos e o surgimento de duplas caipiras do tipo

Xitãozinho e Xororó, não tão castiças como Tonico e Tinoco, tenho de reco-nhecer, ser caipira começa a ter status. Tinhamos de descobrir as nossas poten-cialidades e mais de uma vez cheguei a dizer que, para consolidar a UNESP, não seria necessário competir com a USP ou com a Unicamp em todas as áreas, mas sim verificar em que campos teríamos mais chances de sucesso. Nesse senti-do sempre fui favorável a um Sistema Universitário Paulista, com lugar para as três universidades. Se posso resumir a minha preocupação nos quatro anos que fiquei na Reitoria foi com a questão da identidade da UNESP; de procurar ter uma identidade, com a qual sua comunidade pudesse se orgulhar.

A criação das Pró-reitorias

Dois fatos novos e marcantes tive-ram origem no inicio de meu mandato. O primeiro foi a autonomia de gestão financeira, outorgada pelo governador Ouércia, e o segundo a promulgação do novo estatuto e com ele a criação das pró-reitorias. Até então tinhamos os presidentes de câmaras. A criação das pró-reitorias deu mais eficiência ã administração, desincumbindo o reitor de certas tarefas, mas ao mesmo tempo dele exigindo maior atividade de coor-denação. Para isso, realizava todas as terças-feiras pela manhã reuniões com todos os pró-reitores e meus assessores

Page 3: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

diretos. Essa idéia vinha do tempo do professor Nag)e e eu continuei, talvez com mais ênfase. Entendia que naquele início de pró-reitorias era necessário que determinados assuntos ficassem bem discutidos e esclarecida a opinião do reitor. Sempre gostei muito de ouvir, mas também de dar a minha opinião. Nessas reuniões eu ficava, afinal, a par da situação acadêmico-administrativa da Universidade, que é o que se espera de um reitor. Na ocasião, a Universidade tinha dimensões menores e os pró-reitores só contavam com assessores funcionários da própria Reitoria e prati-camente nenhum docente.

A Universidade está fundamentada no tripé ensino-pesquisa-extensão, além da própria gestão administrativa. A boa condução das Pró-reitorias de-pende fundamentalmente das pessoas que vão ocupar as respectivas funções. Se o docente indicado, por exemplo, para a Pró-reitoria de Graduação não tiver interesse no aluno de graduação, a sua Pró-reitoria não vai funcionar e penso que isto é o mais importante. Entre as distorções que existem na uni-versidade brasileira uma das mais sé-rias é o peso exagerado que se dá para a pesquisa. Ela é também importante, mas a universidade é uma instituição de ensino, é formadora. Nela a pesquisa deve existir como ferramenta para o professor melhor ensinar. Esta é apenas a minha opinião, pois o que existe são

as bolsas de produtividade em pesquisa do CNPq e não bolsas de produtividade em ensino. Quanto aos meus pró-reito-res somente tenho criticas positivas em relação a seu desempenho. Eles muito me auxiliaram.

Durante os quatro anos continuei lecionando Geologia Geral para os alunos do primeiro ano do curso de Geologia em Rio Claro. Não foi muito fácil, a pesquisa ficou prejudicada, mas consegui. Eu estava reitor, mas era pro-fessor. Quanto aos métodos utilizados na administração creio que procurei entender a floresta, sem me preocupar com alguma árvore em especial. Nunca entrei em uma reunião do Conselho Universitário tendo antes combinado as "regras do jogo" com os diretores. Se eles, entre si, decidiam algo de comum acordo, isso era com eles e eu achava válido. Os alunos tinham lá suas ban-deiras, da mesma forma que os funcio-nários. Tinham suas bancadas. Senta-vam-se sempre juntos na mesma ban-cada. Vejo que agora existe o "chapão" da Adunesp e acho estranho, eu que não aprovava antigos "chapões". Se não me engano, hoje os diretores têm uma associação e mesmo os vice-diretores têm a sua. Tudo isso fragmenta a Uni-versidade, local onde deve existir liber-dade de expressão, o que nem sempre é sinônimo de democracia. Nesta, a maio-ria decide, vence e a minoria obedece. O reitor deve ter prestígio na comunidade

para expor suas idéias e argumentos, mas jamais agir como dizia um antigo político mineiro, "primeiro a gente deci-de e depois faz a reunião".

A presença da Reitoria nas Unidades

Um dos grandes desafios da UNESP é sua situação multicampi. Diferente-mente da grande maioria das universi-dades, situadas em um único campus, estamos distribuídos por vários e a Reitoria, praticamente, isolada em São Paulo. Essa questão da separação entre a Reitoria e as Unidades universitárias é bastante séria, porque as Unidades não conhecem a Reitoria e esta também não conhece as unidades. É certo que o rei-tor e demais docentes que constituem a alta administração têm sua origem nas Unidades, mas o corpo administrativo, em sua grande maioria, não tem muita idéia do que seja a UNESP Há críticas, inclusive, com relação a certos docentes que ao virem para a Reitoria esquecem sua origem e procuram a todo custo ali permanecer. Este é um desafio bastante grande e pode, em parte ser minimiza-do, se o reitor e sua equipe mais direta visitar constantemente as Unidades. Isso o ajuda a sentir como estão as Unidades e também é muito bom para aquela comunidade, e mesmo para a cidade que abriga aquele campus, a visita da figura maior da Universidade. Essa situação existe, mas, mesmo assim.

(D (O

§ O)

" 3

Page 4: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

M O c

a>

114

sou de opinião que a Reitoria deva per-manecer na cidade de São Paulo. Recen-temente surgiu a idéia de mudança da Reitoria para o interior, mas isso acabou não se concretizando. Qualquer cidade escolhida traria mais problemas do que os atualmente existentes. Temos de entender que é essa a estrutura da Uni-versidade e com ela conviver.

A expansão da UNESP. A incorporação de Bauru e outras reivindicações

Os tempos da administração do professor Nagle foram muito interes-santes e estimulantes. Dizer que foi o começo da Universidade é um pouco forte, mas, surgida anos antes, foi real-mente nesse periodo que ela se iniciou nos moldes que a conhecemos atu-almente. Sobre Bauru, o que tenho a dizer é que, mais ou menos em meados de seu mandato, o professor Nagle re-cebeu do governador Ouércia, a noticia de que ele havia assumido um compro-misso político com Bauru no sentido de lá criar uma universidade pública. Sendo chamado para uma reunião no Palácio, na qual estava presente o de-putado Tidei de Lima, representando as forças politicas de Bauru, o governador quis saber do professor Nagle qual sua opinião sobre a criação dessa univer-sidade. O professor Nagle ponderou a respeito das dificuldades de criação de uma nova universidade em Bauru,

além das três estaduais já existentes, e também das conseqüências negativas que isso traria para o próprio desen-volvimento da UNESP que, na ocasião, estava em fase de consolidação. Uma nova universidade em Bauru poderia, inclusive, absorver carmpus da UNESP situados naquela região. Bauru, como sabemos é uma importante capital regional. Argumentos postos, a solu-ção encontrada foi a encampação da Universidade Municipal de Bauru pela UNESP Não foi fácil, pois os docentes de Bauru não queriam a encampação do campus. Eles queriam a estadua-lização da UMB. Por sua vez, nossos docentes, de modo geral, não apoiavam a encampação. O professor Nagle, com sua argumentação, procurava conven-cer a comunidade unespiana da vali-dade dessa encampação e eu, indicado por ele, fui a Bauru para dar inicio á concretização do fato. Não fui recebido com hostilidade, mas sim com uma certa descrença de que conseguiríamos realizar a encampação. A Universidade Municipal de Bauru já estava constituí-da em seus moldes próprios, com reitor, quadro docente quase sem qualifica-ção acadêmica, quadro de funcionários e alunos pagando mensalidades. Em poucos meses, porém, a Universidade de Bauru foi encampada. Para se ter uma idéia, em termos quantitativos, o número de alunos de graduação que existia em Bauru naquela época era

quase equivalente a uma Unicamp. Como disse, não foi uma assimilação fácil, mas entendíamos necessária a ampliação da UNESP, e no decorrer de poucos anos se conseguiria fazer que aquele campus atingisse o mesmo ní-vel acadêmico que os demais da UNESP como acabou acontecendo. Resta elo-giar a atitude do professor Nagle, que não viu outro caminho senão colocar essa unidade em uma estrutura uni-versitária já pronta.

Outro fato associado á essa encam-pação a qual, durante um bom tempo, trouxe complicações para a UNESP foi que isso ocorreu no ano anterior ã assinatura da lei que criou a autono-mia universitária. O governador havia prometido que a encampação de Bauru seria acompanhada da necessária com-pensação orçamentária para gerir e am-pliar o novo campus. Acontece que, no ano seguinte, o governador decidiu pela autonomia de gestão financeira para as universidades paulistas e pelos cál-culos feitos pela Secretaria da Fazenda a verba correspondente, em porcentual do ICMS do Estado, seria a mesma que no ano anterior, ou seja, encampamos Bauru, mas não recebemos a verba cor-respondente. Durante os primeiros anos de meu mandato brigamos muito para mudar o nosso porcentual, baseados principalmente nesse argumento, até que conseguimos, graças a um trabalho muito bem-feito, por toda a comunida-

Page 5: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

de unespiana, na Assembléia Legislativa do Estado e no qual foi muito importan-te a participação do vice-reitor, o pro-fessor Arthur Roquete de Macedo com seus contatos políticos.

Nessa mesma ocasião, além da en-campação de Bauru, fizemos duas ou-tras mais. O Instituto de Física Teórica, entidade na ocasião mantida por uma fundação de caráter particular, que, apesar da sua altissima qualificação acadêmica, achava-se em grave crise financeira sem poder, inclusive, pagar o salário de seus pesquisadores. O IFT é bem um exemplo dessas entidades que em outros lugares funcionam, mas que no Brasil, infelizmente não, ou seja, uma organização particular tentando se manter com verbas próprias, conse-guidas junto á Finep, ao CNPq, à Fapesp etc. A outra encampação foi a Escola de Educação Física de Presidente Prudente, solicitada pela unidade de Presidente Prudente. Após essas ampliações, fui procurado por diretor e alunos da Fa-culdade de Medicina de Marilia, com o mesmo pleito de encampação. Fiz ver a eles que a nossa cota de ampliação estava completa que, além disso uma Faculdade de Medicina é uma institui-ção muito complexa. Fui também pro-curado pela Faculdade de Engenharia Química de Lorena (Faenquil), que rece-beu a mesma negativa.

O processo de informatização na UNESP

Como usuário de informática, pois essa é a minha área em Geologia, mo-delos estatísticos aplicados á proble-mas geológicos, sabia desde o tempo do professor Nagle que em termos de informatização estávamos abaixo do nível zero. Não podíamos nem dizer que estávamos na estaca zero. No início contamos com a colaboração do profes-sor Maximilian Hell, docente na USP de São Carlos e, por meio dele, contatamos o engenheiro Paulo Moraes. Foram eles que iniciaram o projeto de informati-zação da Universidade. Visitaram as unidades e fizeram os projetos até dos pólos computacionais. No entanto, não tínhamos dinheiro para comprar to-dos os equipamentos que as unidades solicitavam. Com muita dificuldade conseguimos uma verba federal, a qual nos obrigava a comprar equipamentos fabricados no Brasil, que evidentemente não eram de boa qualidade, mas estáva-mos em tempos de reserva de mercado para a informática. Fomos muito criti-cados porque os professores queriam o equipamento mais adequado, por exemplo, tipo Vax, e não tínhamos con-dições para adquiri-lo. Mesmo assim demos inicio ao processo.

Outra iniciativa foi dotar cada Secre-taria de Departamento com um micro computador do tipo 286, o PC top de linha na ocasião. Houve também críti-

cas por parte dos professores que não entendiam porque colocar tais máqui-nas nas mãos de secretárias. Na verda-de nossa idéia era começar a difundir uma cultura a respeito da informática e a maneira julgada certa foi colocar aquele novo equipamento, "objeto de desejo", em um ponto central do Depar-tamento. Não foi uma expansão rápida, e em várias das visitas que fiz ás Uni-dades via os computadores ainda em caixotes. Sempre perguntava quando iriam desencaixotar o material. Final-mente, nessa época inicial, consegui-mos uma linha de crédito para a aqui-sição de computadores por comodato. Nessa altura os professores, não só da área das exatas, mas das demais áreas também já estavam querendo usar computadores e se interessaram pelo equipamento. Nessa época também é criado o primeiro curso de Ciências da Computação em São José do Rio Preto e depois em Rio Claro. Bauru já tinha um.

A experiência de trabalho acadêmico coletivo na UNESP

Tivemos várias tentativas de pesqui-sas coletivas, algumas deram certo, ou-tras não. A idéia era criar centros de pes-quisa, como o Centro de Estudos Am-bientais em Rio Claro, o Centro de Estu-dos de Venenos e Animais Peçonhentos de Botucatu, ou o Centro de Aqüicultura em Jaboticabal. Entendíamos que os

c 3 <D

sa =3 8

115

Page 6: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

CO o c

V c 3

116

departamentos tinham, como até hoje, uma estrutura burocrática muito rigida e era necessário outro tipo de organi-zação para o relacionamento mais ágil com o mundo externo para a prestação de serviços. Ao criarmos algumas dessas unidades, elas deveriam ter essa missão fundamentalmente. Alem disso docen-tes de diversas unidades situadas em carnpus diferentes poderiam fazer parte desses centros, com aglutinação de esforços, inclusive, para a apresentação de projetos às agências financiadoras, com seus próprios pesquisadores. Assim surgiram as chamadas Unidades Com-plementares.

As relações da Reitoria com os estudantes e funcionários

Nunca tive grandes problemas com associações de estudantes ou de fun-cionários, mas também nunca procurei cooptá-las. Estudantes, pela própria idade e visão de mundo, seguem quase sempre "palavras de ordem", bandeiras e não conseguem equacionar direito o que pretendem, Vou dar dois exemplos. O primeiro, quando era diretor do Ins-tituto de Geociências e Ciências Exatas de Rio Claro. Estávamos em plena crise, já citada, e o governador Montoro não conseguia escolher o novo reitor, em substituição ao professor Armando. Houve então uma palavra de ordem aos estudantes para invadirem a Reitoria

e as Diretorias das Unidades. Como eu pertencia ao pequeno grupo de direto-res de oposição, não entendia porque ti-nham de invadir a minha Diretoria, pois estava ao lado do movimento e enten-dia o que estava acontecendo. Os alu-nos estavam porém irredutíveis e, por coincidência, a presidente do Diretório Acadêmico era minha bolsista em nível de iniciação científica. Vieram profes-sores de outros cawpi para demovê-los da idéia, mas nada adiantou. Invadiram a minha Diretoria. Numa bela manhã chegaram, de mochilas às costas e co-bertores, e anunciaram, com todo res-peito, a invasão. Avisei-os que, em res-posta, invadiria o Diretório Acadêmico. Evidentemente eles não concordaram e disseram que eu não poderia fazer aquilo. Respondi-lhes que, uma vez que eles invadiam a minha Diretoria, eu invadiria o Diretório Acadêmico. Queria mostrar o absurdo da situação. Após a invasão fizemos algumas reuniões da Congregação no Diretório Acadêmico, mas depois abandonamos o local e passei a despachar em meu gabinete de docente. Os alunos, também, logo depois saíram da Diretoria. Outra vez, eu já reitor, pensando em uma maneira para integrar a Universidade, resolvi mandar confeccionar camisetas com o nome UNESP que seriam distribuídas para os alunos, via Diretórios Acadê-micos locais, no início do ano letivo. Houve um boicote generalizado por

parte das lideranças estudantis. Durante o transcorrer de meu mandato, porém, começamos a construir os restaurantes universitários e as moradias estudantis. Após construir em um cawpus, se visi-tava um outro e lá vinha o "panelaço", nada fora do normal. Enfim, o relaciona-mento não era muito mais diferente do que normalmente acontece entre reitor e alunos.

Em relação aos funcionários também não houve grandes problemas, assim como com a Adunesp. Recentemente o reitor foi obrigado a parcelar o 13° salário e jogá-lo para o ano seguinte. Não foi a primeira vez que isso aconteceu. Devido à situação financeira que a UNESP atra-vessava, fui obrigado a isso também e expliquei claramente o fato ao Conselho Universitário. Como docente acostuma-do a usar transparências mostrei a situa-ção financeira por meio de gráficos e números. Durante a Reitoria aprendi que as pessoas não se importam com um "não" bem claro e explicado. O que não agüentam é um "talvez", um "vou ver o que posso fazer", sem conseqüências.

A aplicação do estatuto de 1989

O novo Estatuto foi fruto da crise de 1984. Não estávamos, evidentemente em maio de 1968 em Paris, mas duran-te nossas discussões valiam todas as propostas. Até que aluno poderia ser escolhido reitor. Fizemos várias reuniões.

Page 7: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

paritárias é claro, como em Botucatu e em Jaboticabal, e conseguimos chegar a um ante-projeto de Estatuto, o qual foi encaminhado para a apreciação do CO. Nessa ocasião o professor Nagle havia-se afastado, por ter sido nomeado secretário da Ciência e Tecnologia, e eu, por razões estatutárias, tive de assumir a reitoria. Competia a mim, portanto, dirigir o Conselho Universitário. Nessa empreitada minha grande auxiliar foi a professora Maria de Lourdes Mariotto Aidar. Ela não era a secretária-geral da Universidade, o secretário-geral era o professor Freire-Maia, mas combinamos que ela deveria me auxiliar durante o processo de discussão e aprovação do novo Estatuto, pela experiência que tinha sobre o assunto. Desse modo o novo Estatuto foi aprovado e com um enfoque bastante liberal. Vários artigos aprovados naquela ocasião eram váli-dos e necessários para aquela situação. Hoje não sei se teriam a mesma vali-dade, se mereceriam modificações. Vou me atrever a dar um exemplo: para ser diretor de Unidade bastaria o candidato ter o titulo de doutor e isso era perfei-tamente cabível quando da aprovação do Estatuto pela então configuração acadêmica do nosso corpo docente. Na situação atual talvez devesse ser exi-gido, pelo menos, o título de professor livre-docente. O que se tem visto no nosso Conselho Universitário é a alta administração da Universidade, reitor

e pró-reitores, ser constituída por pro-fessores titulares, e a grande maioria de diretores, por professores doutores. Um professor titular é um professor já com larga experiência e um professor doutor, nem tanto. O resultado prático disso ê um certo desequilibro acadê-mico no Conselho. Além disso, uma vez que um professor doutor se torna diretor, dificilmente consegue atingir a livre-docência, devido ao grande en-volvimento com a administração. Bem, esta é apenas uma idéia, mas que não sirva de base para um movimento a exigir para o cargo de reitor apenas o grau de doutor, como em muitas uni-versidades federais. Estamos no estado de São Paulo. Quando reitor, apresentei uma resolução de que deveríamos con-tratar apenas doutores, pois naquela época o nosso quadro não estava sufi-cientemente qualificado. Hoje não. Pre-cisamos isso sim de jovens talentos. Em matéria de Estatuto não se pode ficar em uma camisa-de-força, pois a Univer-sidade é dinâmica. As situações mudam e os procedimentos devem acompanhar tais mudanças.

AUNESPhoje

Atualmente sou professor voluntário do Departamento de Geologia Aplicada, no campus de Rio Claro. Aposentei-me e o Departamento convidou-me a per-manecer em suas instalações. Não dou

mais aulas na graduação, mas ofereço duas disciplinas para o curso de Pós-graduação em Geociências. Como são disciplinas de cunho metodológico, tenho sempre um número razoável de alunos interessados. Já não tenho mais tantos projetos de pesquisa em agên-cias financiadoras e vou diminuindo o meu numero de orientandos. Tenho uma bolsa de produtividade em pes-quisa do CNPq, mas meu grande en-volvimento é escrever textos didáticos, seja para a Internet, seja na forma de um livro que estou escrevendo sobre a aplicação de modelos estatísticos multi-variados em Geociências.

Na minha avaliação, desde o perío-do decorrido de minha gestão até hoje, a UNESP cresceu, não apenas em quantidade como, principalmente, em qualidade. A tal identidade vem sendo conseguida. Quando estava na Reitoria sentia nitidamente que muitos pro-fessores entravam na UNESP como um trampolim, para depois se transferirem para outras universidades localizadas no nosso estado. Isso diminuiu subs-tancialmente. Os exames vestibulares indicam um interesse cada vez maior dos alunos por nossos cursos. Alguns problemas, porém, continuam e um de difícil solução é o isolamento entre unidades, mas esse é o preço que temos de pagar por sermos uma Universidade multícampi, a bem da verdade a me-lhor experiência brasileira em termos

(D

3

117

Page 8: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

w o c

V c 3

118

de Universidade rnulticampi. É muito interessante constatar também que, na maioria dos casos, é a cidade que impõe sua personalidade ao campus. Se a ci-dade é mais pacata, menos aguerrida, o campus também o é. Por outro lado, se a cidade é muito combativa e orgulhosa da sua história, o campus adota essa característica. Ao mesmo tempo estu-dos feitos pelo pessoal de Economia de Araraquara mostram a importância dos campus da UNESP nos respectivos orça-mentos municipais.

Quanto aos nossos problemas or-çamentários, isso irá existir sempre, como em qualquer universidade, seja ela uma das top ten dos Estados Uni-dos ou da Europa. Porém, o que me preocupa é que esta última ampliação da UNESP, sem entrar no mérito, aca-bou por comprometer a autonomia de gestão financeira, uma vez que com a criação de novos campus e cursos, não há comprometimento por parte do governo do estado para sua manu-tenção. Todo inicio de ano, o reitor tem de solicitar suplementação de verba, além do porcentual do ICMS. Baseados principalmente na encampação de Bauru, conseguimos ampliar nossa cota de ICMS. Agora não sei como fica, pois além da nova expansão da UNESP, a USP criou a USP/Zona Leste e a Unicamp esta retornando a propos-ta de Limeira. Outra situação que me preocupa, e em certo sentido até mais

séria, é que não estamos conseguindo "fazer escola". Isso significa termos centros de excelência, não no sentido puramente de pesquisa, mas no de qualidade de ensino. Se um aluno quer ter um bom curso de Letras Vernáculas, ele sabe que deve ir para o campus "X", porém se for em Morfologia de Insetos o campus deve ser o "Y". Devemos saber onde estão os grupos de professores se dedicando a certas especialidades e isso só é possivel com lideranças aca-dêmicas. Acontece que, atualmente, há a dificuldade de novas contratações, depois, uma vez abertos os concursos, eles são feitos de maneira tão burocrá-tica que dificilmente o Departamento consegue escolher a pessoa que mais interessa às suas linhas de atuação. Um pequeno exemplo: exige-se o titulo de doutor, mas esse doutor já está for-mado segundo a orientação de outro grupo pertencente, inclusive, ã outra universidade, com a qual ele continua mantendo relações. O Departamento, então, acaba por se constituir em um grupo de docentes sem uma linha bem definida. Estamos, ao mesmo tempo, formando bons alunos, pessoas com interesse por nossa Universidade, mas não conseguimos assimilá-los. Parece que aqui estamos novamente envol-vidos com a questão da identidade da UNESP sempre recorrente.

A atual expansão da UNESP

Participei da primeira expansão da UNESP, como vice-reitor e mesmo como reitor. Eram tempos de consolidação e a Universidade bastante diferente da atual. Com relação a essa segunda ex-pansão eu já estava aposentado e tenho somente informações "por ouvir dizer", sempre acompanhadas de muito ruido.

Há sempre uma cobrança por parte da sociedade para que a universidade, em sendo pública e mantida pelos im-postos dos contribuintes, amplie suas vagas e não há como argumentar con-tra. Desconheço, porém, os detalhes de planejamento desta última expansão e como o assunto foi apresentado e conduzido pela Reitoria de então e seus órgãos competentes. Só sei que foram criados novos campi, novos cursos e em campus iá existentes. Quero crer que a influência política de deputados tenha sido minima para a escolha dos novos locais, mas acordos realizados com Prefeituras acho um tanto arriscados. Talvez, com exceção de Sorocaba, essas Prefeituras não tenham orçamento para arcar com os compromissos. Lembro-me de que no caso de Bauru, a Prefeitura, no ato de encampação doou á UNESP todas as instalações da Universidade então existente, além de uma área de 200 alqueires. Mesmo assim tivemos dificuldades. Além disso estamos no Brasil onde, após aberto um

Page 9: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

novo cuTso universitário, dificilmente ele é fechado, pois vira patrimônio do município, e fonte de renda também. Um equivoco por parte dos politicos é pensar que a abertura de novos campi em seus municípios vai atender ao alu-nado local. Serão, em sua grande maio-ria, alunos de todo o estado de São Pau-lo, eventualmente até do Brasil. Quem realmente atende a essas cidades me-nores é a escola particular. São elas que oferecem cursos noturnos para quem trabalha de dia. Daí que quem tem de decidir sobre onde será efetuada a am-pliação é a universidade, após criterioso estudo. A expansão, porém, já foi feita e o problema passa a ser da UNESP e não das Prefeituras onde os novos campus foram instalados.

Fala-se agora em novas encampações. As unidades seriam as faculdades de medicina de Marilia e de São José do Rio Preto. O assunto já chegou a ser discuti-do no CO. Não sei se é um pleito do go-vernador querendo resolver a situação dessas instituições que atualmente são Institutos Isolados mantidos pelo estado de São Paulo ou se são solicitações das nossas unidades de Marilia e de São José do Rio Preto. Só sei que é um assunto muito complicado. Vou tentar resumir a minha idéia com uma velha piada, que é quase uma fábula. Certo reitor mor-reu e foi para o inferno, como a maioria dos reitores. Lá chegando perguntou ao Diabo qual seria sua ocupação. O Diabo

lhe respondeu que seria reitor. O reitor estranhou, argumentando que tinha sido reitor quando vivo e não entendia o porquê dessa continuação no cargo. O Diabo então lhe explicou: "É que aqui no inferno as universidades têm duas faculdades de medicina". Peço desculpas por brincar com coisa tão séria, mas a instalação e a manutenção de uma uni-dade tão complexa como uma faculda-de de medicina merece muita reflexão. Muita reflexão e orçamento condizente.

Quanto à ampliação de vagas em cursos noturnos, há uma reação muito grande por parte dos professores em re-lação a isso. O curso noturno tem de ser pensado de modo diferente do diurno. Não é um curso diurno dado à noite e isso parece que os professores não en-tendem. Normalmente são alunos que trabalham durante o dia e estudam à noite e por isso o curso tem de ter outro enfoque. Nós, professores, somos muito conservadores, não conseguimos mudar os procedimentos e o que acaba acon-tecendo é que procura-se dar o mesmo curso diurno à noite. Nem sempre isso funciona. Em Bauru, por exemplo, quan-do ocorreu a encampação, já havia cur-sos noturnos em funcionamento e isso continua até hoje sem reação. Cursos noturnos, porém, não podem ser ofere-cidos para todas as áreas.

Outra coisa que gostaria de dizer, já que estamos abordando o tema "am-pliações" é que na UNESP não estamos

explorando suficientemente cursos a distância, com o recurso da Internet e mesmo a Educação Continuada em to-dos os nossos campi. Nossas instalações, de modo geral, só são ocupadas durante o dia. Podemos ampliar o número de alunos nas regiões onde estamos com cursos de atualização, com cursos para a terceira idade, onde me incluo.

Penso, finalmente, que talvez o que esteja faltando à UNESP seja um pla-nejamento em longo prazo, que tenha continuidade, independentemente da mudança de reitores. Devemos ter em mente que agora, com as últimas am-pliações, ocupamos todo o estado de São Paulo, e isso é, se soubermos apro-veitá-la, uma grande oportunidade de participação.

c i O) •a

CD

119

Page 10: Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 · Paulo Milton Barbos Landia m Gestão 17/1/1989-15/1/1993 Extratos de depoimentos colhido esm São Paulo, a 15 de abril

w o c

& 0)

Apresentação, pe]o governador do esta-do de São Paulo, Paulo Egydio Martins, à Assembléia Legislativa do estado de São Paulo, da Mensagem de Criação da UNESP, em 27 de outubro de 19754.

Da esquerda para a direita: Paulo Egydio Martins (governador do estado de São Paulo), José Bonifácio de Oliveira Coutinho (secretário de Educação do estado de São Paulo), Orlando Marques de Paiva (reitor

da Universidade de São Paulo) e Hilário Torloni.

120